04 a 06 junho 2011

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O TEMPO - 1ª P. E P. 3 E 4 - 06.06.2011Impunidade. Promotores reclamam que falta infraestrutura

Denúncias contra políticos de Minas ficam engavetadas

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cOnT... O TEMPO - 3 E 4 - 06.06.2011 GUSTAVO ANDRADE - 13.4.2011

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Na fila. Apenas sete pessoas são responsávieis por mais de 1.000 processos em promotoria da capital

Combate a crimes contra o patrimônio expõe gargalos

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Complexos. Segundo Nepomuceno, as promotorias precisam, na maioria dos casos, de provas técnicas e contábeis, que são complexas

Pedro Silveira - 18.6.2008

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hOjE EM dia - P. 2 - 04.06.2011

A Policia Federal emitiu um relatório sobre o “manda-do de busca e constatação” na Prefeitura de Montes Claros, durante a Operação 1.655, realizada quarta-feira, em que informa que todos os equipamentos adquiridos pela prefei-tura junto à Costa Azul Produtos Hospitalar e Escolar fo-ram encontrados nas instalações municipais e fotografados. A empresa é investigada por envolvimento em esquema de fraudes em licitações para fornecimento de produtos e ma-

teriais para prefeituras. Foram vendidos R$ 30.086 para a prefeitura em equipamentos como refrigerador, bebedouro, arquivos e armários de aço. Todos eles foram devidamente conferidos, com os agentes comparecendo ao setor de pa-trimônio, aos postos de saúde e escolas. O laudo da PF diz ainda que nas buscas não foi verificada nenhuma compra junto à empresa Rio Verde Artigos para Educação e Saúde Ltda., também investigada.

Prefeitura põe á venda 123 áreas por R$ 135 miProjeto de lei que autoriza operação chegou à Câmara no último dia de maio

EsTadO dE Minas – 04.06.2011 – GiRO MinasOperação 1.655

PF divulga relatório

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Patrimônio Histórico. Obras de infraestrutura estão paradas, família alega descaso, prefeitura culpa moradores

Casarão tombado no meio do Morro do Papagaio agoniza

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O TEMPO - P. 8 - 04.06.2011RaQUEL FaRia

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Sandra Kiefer e Daniel Camargos Basta puxar pela memória para lembrar do caso de alguém da

família ou do amigo que, ao soltar fogos de artifício durante um jogo de futebol, festa junina ou réveillon, já chamuscou os cabe-los, queimou a ponta dos dedos ou levou susto com a explosão de um foguete perto demais. Todo cuidado é pouco para já na hora da compra para evitar tragédias como a que ocorreu no município de Bandeira do Sul, no Sul de Minas.

No último carnaval, o estampido de uma serpentina metaliza-da, lançada de cima de um trio elétrico, atingiu a rede de energia, matou 16 pessoas e deixou mais de 50 feridas. Fatalidade ou não, o produto que utiliza uma simples espoleta para expulsar a serpen-tina era de origem chinesa.

O funcionário da loja especializada no produto Alumifogos, Leandro Custódio, trabalha somente com produtos produzidos em Santo Antônio do Monte, no Centro-Oeste mineiro, e parou de comercializar importados da China desde que ocorreu o acidente com o trio elétrico em Bandeira do Sul. Alguns brinquedos, como bombinhas em formato de moto e tanque de guerra produzidas no país asiático e com as instruções em inglês ou chinês não são mais vendidas pela loja.

O volume de fogos importados mais que dobrou nos últimos anos, passando de 487 toneladas em 2008 para 606,8 toneladas em 2009 e atingindo quase 928 toneladas em 2010, segundo informa o Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).

“A tendência é entrar cada vez mais o produto chinês no país. É difícil competir com eles porque a diferença de preço é gran-de”, alerta José Expedito do Amaral Júnior, assessor técnico do Sindicato das Indústrias de Explosivos do Estado de Minas Gerais (Sindiemg), com sede em Santo Antônio do Monte. Capital nacio-nal dos fogos de artifício, a cidade responde por cerca de 90% da produção de 8 mil toneladas no Brasil.

Segundo o Sindiemg, desde 2007 os fogos nacionais são sub-metidos a 65 testes de avaliação técnica no Centro Tecnológico em Pirotecnia, reconhecido pelo Exército e vinculado ao Senai. Des-tes, 28 dizem respeito às inscrições na embalagem, como dizeres obrigatórios em português e instruções claras de uso do produto, com orientações sobre a idade certa do consumidor, local próprio de uso e manuseio seguro.

O produto importado não é fiscalizado como o nacional. Até recentemente, o Brasil aceitava que os fogos importados já viessem com certificado internacional de segurança, concedido por meio de convênio com o Instituto Nacional de Metrologia, Normaliza-ção e Qualidade Industrial (Inmetro) em qualquer país. Em 2008, o Ministério da Defesa editou a Portaria 08, nova regulamentação, determinando que, para ter validação no Brasil, uma amostra do lote tenha de passar por vistoria direta no Inmetro. insUFiciEnTE

Para o coordenador do Procon Assembleia, Marcelo Barbo-sa, retirar somente uma amostra de um lote de material potencial-mente explosivo parece insuficiente como medida de proteção ao consumidor. “É o mesmo caso de remédios e de alimentos. O que envolve a vida humana tem de ser tratado com mais seriedade.

É por isso que a primeira prerrogativa é exigir a nota fiscal na compra do produto, porque o comércio irregular e paralelo não tem garantia. Não se sabe se o produto chegou lá como contraban-

do”, alerta. “Se a pessoa não tiver segurança no produto, é melhor não comprar mesmo”, completa.

Por definição, os fogos de artifício contêm pólvora, altamente explosiva, e sua venda não é proibida, apesar de ser controlada com rigor pelo Exército brasileiro. “Seja feito no Brasil ou na Chi-na, tem de ter cuidado porque a pólvora tem potencial explosivo e, portanto, apresenta risco. Toda semana tem alguém comprando e soltando fogos de artifício, especialmente nesta época de festa junina, que faz parte inclusive das tradições de Minas”, lembra o capitão do Corpo de Bombeiros Thiago Miranda. Segundo a esta-tística da corporação, de janeiro a junho já ocorreram 39 acidentes envolvendo foguetes, bombas e tiros, ante 30 ocorrências do mes-mo tipo durante todo o ano passado.

Quem deseja manusear fogos de artifício deve ler atenta-mente as instruções. Segue uma dica simples e prática de Leandro Custódio, da Alumifogos. Para os foguetes mais comuns, o ideal é encaixar três, levantar o braço, afastando bastante da cabeça, e sempre acender o que estiver em cima, além de tomar o cuidado de tapar o ouvido com a outra mão. Quando o primeiro estourar pas-se-o para baixo e assim sucessivamente. “É preciso tomar cuidado porque uma brincadeira pode trazer traumas para o resto da vida”, alerta o capitão Thiago Miranda. Ele lembra o caso de um jovem do Bairro Floresta que, no fim do ano passado, fincou na terra uma bombinha do tipo garrafão, própria para estourar no ar. “Ele achou que tinha falhado, foi olhar e quase perdeu a mão. Teve de passar por cirurgia para reconstituir o tendão”, completa.

“Caso todas as instruções da embalagem sejam seguidas e o produto apresente defeito de fabricação, gerando acidente de consumo, tanto quem fabricou quanto quem vendeu serão solida-riamente responsáveis pelo ocorrido, de acordo com o artigo 12 do Código de Defesa do Consumidor (CDC)”, explica Marcelo Barbosa, do Procon Assembleia. Para tanto, o consumidor deverá guardar nota fiscal de compra, testemunhas do acidente e boletim de ocorrência policial. “Quem vendeu irá responder sozinho se o fabricante não puder ser identificado; se o produto for fornecido sem identificação (se tem o local de origem, mas está rasurado ou meio apagado); ou se o produto estava armazenado incorretamen-te”, orienta.

Tanto o comerciante quanto o fabricante também poderão se eximir da responsabilidade, se conseguirem provar que o manu-seio do consumidor foi errado, mediante perícia técnica ou tes-temunhas no local. “Na prática, em caso de acidente com lesão corporal grave ou morte, o caso escapa ao Procon e cai na esfera da Justiça”, confirma Barbosa.

Segundo ele, nesses casos é possível acionar também o Mi-nistério Público e a Delegacia Especializada de Defesa do Con-sumidor. Até para se resguardar, hoje a maioria dos fabricantes nacionais de fogos de artifício fornecem uma base de lançamento na embalagem, mas muitos consumidores preferem soltar o pro-duto na mão.

Em Bandeira do Sul, está em discussão na Justiça se a serpen-tina metálica estava sendo utilizada próximo à rede elétrica, con-trariando as instruções contidas no rótulo do produto importado. Já o incêndio da boate Canecão Mineiro, de Belo Horizonte, que deixou sete mortos e centenas de feridos, em novembro de 2001, foi provocado por fogos de artifício próprios para serem usados em ambientes externos. (SK)

EsTadO dE Minas - P. 14 - 06.06.2011 cOnsUMidOR

Riscos nas compras de fogos de artifícios Foguetes e bombinhas são comuns nas festas juninas que pipocam pelo estado, mas todo o cuidado é pouco na hora de adquirir produtos. Fiscalização de importados é limitada

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EsTadO dE Minas - P. 5 - 04.06.2011Ficha LiMPa EsTadUaL

Preocupados com seus apadrinhados, que podem perder cargos no governo por causa do decreto que proíbe ficha-sujas na administração, deputados da base aliada querem mudanças no texto

Pressão para afrouxar a lei

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O TEMPO - P. 22 E 23 - 06.06.2011 UM anO - MisTÉRiO

Onde está Eliza?Nem a polícia nem réus sabem

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OBsEssÃO FaTaL

Guerra sem vencedoresViolência entre torcedores causa mais uma morte em Minas e mostra o que ocorre quando

amor pelo futebol vira fanatismo. Parentes das vítimas não conseguem superar traumas

EsTadO dE Minas – P. 25, 28 E29 - 05.06.2011

Thobias Almeida Rivalidade ou obsessão que leva à violência e à morte? Essa

é a pergunta sem resposta diante dos homicídios de torcedores em Minas Gerais nos últimos anos. Desde 1978, 13 famílias cho-ram a perda de parentes assassinados por causa da paixão por este ou aquele clube de futebol. O episódio mais recente ocorreu domingo, em Montes Claros, no Norte do estado, onde Paulo Pimenta Freire, de 22 anos, estudante de biomedicina, foi morto a tiros depois de uma briga com integrantes de uma torcida rival. Até agora, a polícia não tem pistas dos dois homens que mata-ram o rapaz no meio da rua no Centro da cidade.

O Estado de Minas foi em busca de histórias em que a tru-culência roubou do esporte preferido dos brasileiros o roman-tismo e a alegria. O quadro é o mesmo em todos os lares onde as vítimas moravam. A tristeza sem consolo quando os parentes falam das vítimas. Na hora do almoço, o prato principal é a sau-dade. Nas reuniões em torno da TV, prevalece a certeza de que o lugar vazio no sofá nunca mais será ocupado. São casos de jovens trabalhadores com objetivos traçados, mas que tiveram o caminho interrompido pela fúria dos adversários.

As palavras da aposentada Terezinha Pereira Anastácio, de 85 anos, resumem a extensão da perda: “Quando me lembro

dele, tenho vontade de chorar e gritar. Era minha companhia, era minha joia. Sinto muita falta, já pedi para a imagem dele sair da minha presença, mas não sai”, lamenta, aos prantos, a avó de Lucas Batista Anastácio Marcelino, que aos 20 anos caiu com um tiro no pescoço na Avenida Silviano Brandão, no Bairro do Horto, Região Leste de Belo Horizonte, quando se preparava para acompanhar o jogo do clube do coração, em 15 de fevereiro de 2009. Ele foi vítima de dois homens que passaram em uma moto atirando contra um grupo de torcedores. TUdO acaBadO

Dolorosas também são as memórias do aposentado João Ja-cinto Teixeira, de 63, que pensou em desistir de tudo quando o filho Washington Sebastião Teixeira, de 26, foi baleado na cabe-ça, quando esperava o ônibus em um ponto da mesma Silviano Brandão, em 5 de agosto de 2005. O tiro partiu de um carro. Dentro dele estava uma pessoa que disparava indiscriminada-mente contra torcedores adversários. “A gente não consegue mais ser a pessoa que era. Há uns dois anos não tinha vontade de viver, entrei em depressão e quase morri. Tudo havia acabado”, desabafa João Jacinto, com a voz embargada.

São dessas memórias que essas 13 famílias alimentam a saudade. O único consolo, se assim se pode definir, para quem

Thobias Almeida Uma das principais causas para a explosão da violência entre

torcedores de futebol é a impunidade dos envolvidos nesse tipo de ocorrência. Em 27 de novembro de 2010, o assassinato do balco-nista Otávio Gonçalves Fernandes, de 19 anos, em frente a uma casa de eventos, na Avenida Nossa Senhora do Carmo, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, foi filmado por câmeras de segu-rança. As cenas mostram o espancamento até a morte do rapaz, atacado por integrantes de uma torcida rival, e chocam por sua brutalidade. A polícia identificou, prendeu e indiciou os autores do crime, mas todos estão soltos por ordem da Justiça. Alguns che-gam a ser convidados pela Polícia Militar para participar de reuni-ões que discutem segurança em clássicos do futebol mineiro.

O promotor Francisco Santiago, que representa o Ministé-rio Público no caso do homicídio de Otávio Fernandes, diz que o primeiro problema para responsabilizar criminalmente os respon-sáveis por brigas, agressões e até assassinatos é a dificuldade em identificar os culpados. “Quando temos uma briga generalizada, uma ação com vários elementos, a polícia encontra essa barreira, até para tipificar qual a parcela de culpa de cada partícipe. E isso ocorre não só nos casos de mortes, mas também em grandes con-frontos”, afirma o promotor.

O delegado Hélcio Bernardes, titular da Delegacia Especia-lizada em Atuação em Grandes Eventos, que tem a atribuição de cuidar das ocorrências nos estádios e em um raio de cinco quilô-metros ao redor das arenas, aponta a lentidão dos processos, passí-veis de serem protelados por uma série de instrumentos jurídicos, como uma das causas do aumento da violência envolvendo torci-das rivais, mas diz que há uma visão distorcida da sociedade em

relação a casos de menor gravidade. “Punição não é só quando o culpado vai para a cadeia. Temos uma seara variada de penas que podem ser aplicadas. Para alguns, não frequentar estádios é extre-mamente impactante”, exemplifica o policial.

Mas para a professora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Heloísa Reis, que pesquisa a violência motivada pelo futebol, a falta de punição funciona como um grande incentivo para os jovens envolvidos nessas confusões. “Eles dizem que não acontece nada, que não são punidos e se sentem livres para come-ter esse tipo de ação”, analisa a pesquisadora. jUiZadO EsPEciaL

Em todos os grandes jogos há um juizado especial criminal nos estádios, com um juiz e um promotor, segundo informa o de-legado Bernardes. Nos casos de menor gravidade, o julgamento é imediato. A maioria se enquadra no artigo 41 do Estatuto do Torce-dor, que prevê pena de um a dois anos de prisão para os acusados de “promover tumulto, praticar ou incitar a violência ou invadir local restrito a competidores em evento desportivo”, como consta na norma. No entanto, as maioria das sentenças é convertida em penas restritivas de direitos, pecuniárias ou de prestação de servi-ços, como a distribuição de cestas básicas, por exemplo.

No ano passado, a delegacia registrou 29 procedimentos, em casos que vão desde arremesso de copos com água a uso e comér-cio de drogas. Em 2011, o número de procedimentos já alcança 54. De acordo com o delegado, a Polícia Civil está cadastrando os integrantes das organizadas no estado, um universo que gira entre 70 e 80 mil pessoas, o que facilitará o trabalho de identificação dos responsáveis pelas brigas e agressões.

Futebol que mata

Impunidade que causa violênciaEnvolvidos em brigas e ataques a torcedores rivais não são condenados, o que incentiva vandalismo e agressões

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perdeu um ente querido em decorrência de um simples jogo de futebol, é ver a Justiça ser cumprida. Mas, condenações são pou-cas e, quando ocorrem, podem ser proteladas por anos.

REPORTaGEM dE caPa

Mais de 40 anos de confrontosRegistro da primeira briga entre torcedores de clubes

rivais em minas é de 1967. Desde então, foram registradas 13 mortes no estado como resultado do fanatismo pelo futebol. Segundo especialista, vândalos são minoria, mas conseguem se impor

Thobias Almeida “Você imagina que somos movidos a quê? Se a gente não

fizesse isso nos jogos de futebol, acabaria fazendo em algum outro lugar. Tá na gente, né? A violência. Todos nós temos por dentro. Ela só precisa de um motivo, de uma válvula de escape aceitável. E não importa qual. Basta alguma coisa. É quase uma desculpa”

>> Trecho de depoimento de um hooligan inglês publicado no livro “Entre os vândalos”, de Bill Buford

Pesquisa feita pela professora de sociologia do esporte da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Heloísa Reis a respeito da violência motivada pela paixão pelo futebol mostra que, desde 1967, data do primeiro registro de confronto entre torcedores rivais, até março de 2010, 11 pessoas morreram em Minas Gerais, em especial na capital e na região metropolitana, vítimas das torcidas adversárias. O trabalho não leva em conta as mortes de Otávio Fernandes, de 19 anos, assassinado em no-vembro do ano passado quando saía de um evento de lutas mar-ciais, e de Paulo Pimenta Freire, de 22, morto em Montes Claros no domingo, pois ela também não ocorreu nas imediações ou dentro de estádio de futebol. Assim, o número se elevaria para 13 vítimas da insanidade de torcedores, mesmo número do Rio de Janeiro e atrás das 21 mortes de São Paulo, líder nacional, de acordo com o levantamento de Heloísa Reis.

A professora, apesar de ver uma tendência de redução da violência no contexto do esporte, aponta para uma falha crucial: a impunidade, que contribui para o surgimento de novos casos.. “A impunidade e, mais que isso, a sensação de impunidade são um incentivo a brigas e agressões. A impressão é de que no Bra-sil as lei são frouxas. Pessoas não são julgadas e, quando o são, ficam presas pouco tempo. Esse é um dos principais fatores de geração de violência, que encoraja pessoas a cometer atos ilíci-tos”. MinORia nOs EsTÁdiOs

O professor do curso de educação física da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e coordenador do Grupo de Estudos sobre Futebol e Torcidas (Gefut), Sílvio Ricardo da Sil-va, ressalta que os indivíduos violentos são minoria nos estádios e que os brigões têm rompantes de agressividade em vários am-bientes, seja em estádios, no círculo familiar ou no trabalho. “Na verdade, a questão da violência está posta na sociedade desde que ela existe. Os esportes, de uma maneira geral, foram cria-dos para dar vazão a essas manifestações, sempre controlados por regras”, explica o professor. Ele cita registros de 1917 que tratam dos “sururus”, como eram chamadas as brigas entre torci-das. O agravante é que, na visão de Silva, a sociedade hoje está

abarrotada de armas, o que aumenta o potencial de mortes nos conflitos.

Heloísa Reis afirma que a situação de rivalidade exacerba-da, principalmente por parte das torcidas organizadas, ganhou corpo na década de 1980, com a mercantilização do futebol. “Na medida que o futebol se mercantiliza e se inflaciona, faz aumen-tar a violência, pois os torcedores passam a agir com revolta ven-do que as condições de seu clube divergem dos investimentos feitos em outros”, analisa a professora.

Vítimas do fanatismoThobias Almeida Joaquim Lima Rocha Morto em 18 de novembro de 1967 O réu foi a júri popular, mas o resultado do julgamento de-

pende do desarquivamento dos autos. Leandro Pereira Rocha Morto em 27 de agosto de 1995 Os autores não foram identificados e não houve punição. Claudemir da Silva Reis Morto em 8 de outubro de 1997 De cinco réus, um foi condenado e cumpre pena. Daniel Silva Oliveira Morto em Pedro Leopoldo, em 14 de dezembro de 1998 O réu foi absolvido na Comarca de Pedro Leopoldo e no

TJMG. Francisco Agnaldo Felício Morto em 11 de abril de 2004 Processo encerrado em 24 de setembro de 2005. De três réus, dois condenados e cumprindo pena de 13 e 2

anos de reclusão. Um réu foi impronunciado. Gustavo Teles Gonçalves Morto em 11 de julho de 2004 Processo arquivado em 14 de abril de 2011, sem que nin-

guém fosse denunciado. Washington Sebastião Teixeira Morto em 5 de agosto de 2005 Três réus pronunciados. Julgamento marcado para 11 de

maio de 2015. Michel Cezar Medeiros Fraga Morto em 7 de agosto de 2005 Dois réus respondem ao processo, que ainda se encontra em

fase de instrução. A próxima audiência está marcada para 5 de março de 2012.

Ronaldo Pedro Ferreira Morto em 8 de maio de 2007 O réu condenado a pena substitutiva de restrição de direi-

tos, como prestação de serviços comunitários. O Ministério Pú-blico recorreu e o processo se encontra no Superior Tribunal de Justiça.

Samuel de Souza Tobias Morto em 27 de janeiro de 2008 Sete réus respondiam inicialmente ao processo, que ainda

tramita. Houve desclassificação para um deles. Lucas Batista Anastácio Marcelino Morto em 15 de fevereiro de 2009 Três réus que respondem ao processo foram impronuncia-

dos por falta de provas. O Ministério Público recorreu da deci-são e aguarda o julgamento.

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Otávio Fernandes Morto em 27 de novembro de 2010 Processo em fase de instrução. Doze acusados aguardam

em liberdade a decisão da Justiça. Paulo Pimenta Freire Morto em Montes Claros, em 29 de maio de 2011 A polícia ainda busca a identificação dos autores do crime.

“O esporte deveria servir à paz...Luiz Ribeiro Por causa de um agasalho do time de sua admiração, o estu-

dante de biomedicina Paulo Pimenta Freire, de 22 anos, morador de Montes Claros, no Norte de Minas, foi assassinado a tiros na madrugada de 29 de maio, depois de se desentender com o dono de uma festa na qual estava, e que seria torcedor adversário, num apartamento na Região Central da cidade. Para os parentes de Paulinho, como o estudante era chamado em casa, a morte não tem explicação, pois o rapaz era um torcedor tranquilo, que via as partidas pela TV, em bares ou em casa e nunca havia se envol-vido em confusão.

Como conta o pai do estudante, o funcionário público e pastor Danilo Freire, Paulinho passou a se interessar mais por futebol por influência do tio, médico, que durante muitos anos trabalhou no departamento médico de uma das equipes de fute-bol de Belo Horizonte. Foi ele quem deu de presente a Paulinho o agasalho que o estudante usava quando foi assassinado.

A brutalidade do crime, ainda não assimilada pela família, faz Danilo refletir sobre o que ocorre nos campos de futebol: “O esporte deveria ser usado em favor da paz, mas, hoje, os jovens estão sem referência. Aí, recorrem ao futebol como maneira de extravasar, para fomentar a rivalidade. Acabam por seguir o caminho da violência”, avalia o pastor, que espera da polícia a identificação dos autores do crime.

O que se sabe até agora é que Paulinho teve um desenten-dimento na festa, onde foi agredido, saiu do apartamento, en-controu quatro amigos que torcem pelo mesmo time que ele e, juntos, resolveram voltar à festa. Poucos metros adiante, reen-contraram o dono do apartamento e mais um torcedor rival, rei-niciando as discussões. Nesse momento, chegaram dois homens em uma bicicleta, um deles sacou um revólver e disparou três vezes contra Paulo, que foi atingido na cabeça e no peito, mor-rendo na hora.

Amigos do estudante também não entendem o crime, pois Paulinho, para eles, era “de paz” e não procurava brigas.

PERsOnaGEnsThobias Almeida A vontade que aperta o peito de Terezinha Pereira Anastá-

cio, de 85 anos, é poder mais uma vez dançar à beira do fogão com o neto, Lucas Batista Anastácio Marcelino, morto a tiros aos 20 anos na Avenida Silviano Brandão, ao lado de outros torcedores que iam ao estádio. Terezinha também sente falta de cozinhar as batatas fritas e o tropeiro para aquele a quem chama de filho. Sem conter as lágrimas, a senhora que oferecia o colo para o neto aconchegar-se está só. “Desde que o Lucas nasceu eu o criei. Lembro de tanta coisa... Ele era meu companheiro”, lamenta a mãe de oito filhos, todos vivos. “O único que perdi foi ele”, diz a anciã.

A avó tinha orgulho do neto que cedo buscou uma profis-são, a de cabeleireiro. Dona Terezinha também não se esquece das viagens que fez com Lucas. “Para mim, acabou. Na verdade,

nem meus filhos eram como ele. Não perdi um neto, perdi um filho”, emociona-se a senhora, que roga todas as noites para que a “joia” esteja em um bom lugar. Lucas era muito conhecido no Bairro Boa Vista, na Região Leste de Belo Horizonte, pela pre-sença na igreja e pela atenção dispensada às crianças e idosos, dos quais cortava o cabelo de graça uma vez por mês.

A tia de Lucas, Ana Maria Anastácio, 51 anos, que ensinou o ofício ao sobrinho, cobra, e muito, uma resposta da Justiça. “Campo é pra torcedor, pra família, não é local de vândalos. Mar-ginal é dentro de cadeia. No entanto, os bandidos ficam soltos”, exalta-se. “Nós não temos boas condições financeiras, queremos nos divertir, e dentre o que temos de melhor está o futebol. Os vândalos estão tirando isso da gente”, completa Ana Maria.

O balconista Otávio Gonçalves Fernandes era, desde crian-ça, um apaixonado pelo seu time favorito e filiado a uma torci-da organizada. Mesmo assim, não se envolvia em confusões ou brigas. “O meu filho era uma pessoa muito caseira e tranquila”, assegura a auxiliar de serviços gerais Mônica de Cássia Fernan-des, de 39 anos, mãe do rapaz, que, aos 19 anos, morreu espan-cado por torcedores rivais em frente a uma casa de shows, na Avenida Nossa Senhora do Carmo, Região Centro-Sul de Belo Horizonte, depois de um evento de lutas marciais. Mônica, que também gosta muito de futebol, conta que desde 27 de dezem-bro, data da morte do filho, não se interessou mais pelos jogos do seu time. “Não assisto nem pela TV, porque me lembro do meu filho.” Lamenta o fato de que, hoje, torcer virou um risco. “Com a violência, a pessoa tem que torcer e ficar calada, para não ter problemas.”

“Só queria dar um abraço e um beijo nele, coisa que não fazia muito enquanto ele estava vivo”. A frase é de Eliane Fran-cisca Ferreira, de 32 anos, irmã de Ronaldo Pedro Ferreira, que aos 25 foi espancado na entrada do Mineirão, em 6 de maio de 2007. Sem saber, ele e quatro companheiros entraram pelo por-tão destinado à torcida adversária e foram atacados por um gru-po de aproximadamente 20 torcedores rivais. Dois dias depois, Ronaldo morreu no Hospital João XXIII, vítima de traumatismo craniano.

O lugar vazio no sofá da sala faz brotar um turbilhão de lem-branças em João Jacinto Teixeira, de 63 anos, pai de Washing-ton Sebastião Teixeira, que aos 26 anos foi vítima da rivalidade exacerbada entre as torcidas. Era ali que pai e filho discutiam escalações, triunfos e fracassos do time favorito. Um tiro matou Washington num ponto de ônibus, quando ele se preparava para ir ao Mineirão. “Tudo está mais difícil. A gente não é mais alegre como era. Hoje, evito fazer muitas coisas que ele gostava, como assistir futebol, pois me lembro de tudo”, desabafa o pai.

Os cinco passos da tragédiaThobias Almeida PAIXÃONas histórias contadas pelo Estado de Minas, a maioria das

vítimas aprendeu a amar um clube com a família. Desde peque-nos apresentados à cultura do futebol, passaram a conviver e a sentir o esporte, sofrendo e alegrando-se como a maioria dos torcedores.

OBSESSÃO Na adolescência, a paixão ganha contornos mais fortes, o

clube passa a ser visto como componente essencial da personali-dade. Todos os esforços são válidos para acompanhar o objeto de

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adoração em que se transformou o time do coração, como longas viagens. Nessa fase, simples gozações podem ser a faísca para acender o barril de pólvora.

VIOLÊNCIANas histórias contadas, os personagens acabaram ví-

timas de fanáticos, sujeitos cuja agressividade natural é libertada, sem qualquer freio, no contexto da rivalidade fu-tebolística. Mãos e pés, cavaletes ou armas de fogo, tudo é válido na guerra criada pelos torcedores violentos.

MORTESEm Minas, desde 1967, tomando como base levanta-

mento da professora da Unicamp, Heloísa Reis, 13 pessoas foram assassinadas em nome da obsessão. A maioria dos personagens cujas histórias foram contadas, de acordo com familiares, era de trabalhadores e avessos ao conflito.

IMPUNIDADE Dos 13 casos, em quatro os réus foram inocentados

ou receberam penas alternativas que não a prisão. Em dois crimes a polícia sequer conseguiu identificar os agresso-res. Cinco processos ainda tramitam na Justiça, alguns com decisões que chegarão depois de 10 anos. Em dois casos houve condenação e os réus cumprem pena.

Drama levado às telas e à literatura

Mário Sérgio Dirigido pelo alemão Lexi Alexander em 2005, o filme

Green Street Hooligans passou batido pelos cinemas brasi-leiros, mas vem cumprindo boa trajetória na TV paga. Já foi exibido várias vezes e voltará a sê-lo dia 29, às 23h45, no Telecine Action. Mais que a trama violenta, chama a atenção a naturalidade com que o jovem Elijah Wood de-senvolve seu personagem.

Elijah faz o papel de um estudante acusado injusta-mente de posse de droga e que por isso é expulso da univer-sidade. Ele decide ir para a casa da irmã, em Londres, e lá logo se enturma com um grupo de torcedores de futebol, os briguentos hooligans. No caso, vestindo a camisa do West Ham United, mas não se tem certeza se a galera gosta mes-mo é do time ou da bagunça.

O longa-metragem é realista, retrata o violento uni-verso hooligan inglês sem retoques. Às vezes até exage-ra na dose, mas todos sabem que é comum que os mais exaltados voltem para casa sem alguns dentes e com vários ossos quebrados depois de mais um “embate” nos campos de futebol. O personagem de Eliajh, Matt Buckner, começa apanhando, mas também dá suas cacetadas. Para os britâ-nicos isso pode ser normal. Não deveria.

Já o jornalista Bill Buford se infiltrou no terreno “ini-migo”. Durante quatro anos se tornou um hooligan para contar como funciona o bando que se diverte batendo nas pessoas e quebrando o que encontra pela frente a cada jogo do seu time. O livro-reportagem Entre os vândalos (Com-panhia de Bolso) é o resultado dessa viagem ao reino da estupidez e covardia.

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Fábio Monteiro Brasília – Para tentar diminuir o longo desgaste e os prejuízos

decorrentes de processos, a Caixa Econômica Federal vai abrir mão de 500 recursos que estão em tramitação no Supremo Tribunal Fede-ral (STF) envolvendo temas diversos, como Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), crédito educativo e ações trabalhistas. As desistências ocorrem nas ações que apresentam conteúdo seme-lhante a outras já julgadas e perdidas pelo banco. A Caixa também vai deixar de recorrer no STF em matérias consideradas de baixos valores. Com essas medidas, haverá uma redução significativa no número de processos correntes na instância máxima do Judiciário brasileiro. De acordo com o presidente do STF, Cezar Peluso, a ati-tude é positiva e vai ajudar na celeridade dos trabalhos do tribunal. “Para efeito de comparação, a decisão da Caixa vai representar uma redução de quase dois meses no tempo que gastamos para realizar análises. Com essa decisão do banco, vamos reduzir a morosidade em outros processos”, destacou. Segundo levantamento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a Caixa é a segunda empresa com maior quantidade de litígios no país, com 8,5% do total na Justiça brasilei-

ra. Com a resolução, ela pagará todas as sentenças determinadas nas respectivas ações, além das custas processuais.

“É bom saber que processos passarão por uma análise mais cui-dadosa antes de chegarem até o STF”, afirmou Peluso. Outros 100 processos do banco vão permanecer no tribunal, pois a instituição considera que vai vencer. A expectativa do ministro é de que outras empresas, tanto do setor público quanto do privado, sigam o exem-plo e reavaliem suas estratégias. “Esse gesto deveria ter influência em outros órgãos. No caso das empresas particulares, elas têm até mais liberdade para tomar a medida.”nOVa POsTURa

O banco público também promete rever a postura em relação a novos recursos. “Antes, nossos advogados recorriam automatica-mente a instâncias superiores. A partir de agora, eles precisarão pedir autorização à direção jurídica para avaliar se é realmente necessário recorrer. Essa inversão proporcionará uma diminuição dos litígios”, afirmou o diretor jurídico da Caixa, Jailton Zanon da Silveira. A ins-tituição não quis revelar o valor total a ser pago com as desistên-cias.

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Caixa abre mão de 500 recursos no STF

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Fausto Macedo Um sofisticado laboratório

de análise forense - conjunto de softwares e hardwares que permitem cruzamento de da-dos, comparação de arquivos e até recuperação de e-mails deletados - é a mais nova arma da Procuradoria-Geral de Jus-tiça de São Paulo no combate a cartéis. O programa foi criado com base em um acordo de co-operação firmado ontem entre o Ministério Público paulista e a Secretaria de Direito Econô-mico, braço do Ministério da Justiça que investiga ações an-ticompetitivas de empresas e pessoas físicas.

“É recurso indispensável para esse tipo de apuração, sobretudo nesse momento de acentuada expansão de obras de infraestrutura, licitações a toda hora”, avalia Vinícius Carvalho, secretário de Direi-to Econômico. “O cartel não se prova apenas com o parale-lismo de preços. São necessá-rias evidências de combinação e divisão de mercado.”

Carvalho destacou que a aliança com o Ministério Pú-blico nos Estados é fundamen-tal. “A União sozinha não ia dar conta”, disse ele, em alu-são ao grande volume de pro-cedimentos que marcam a for-mação de cartéis - fixação de preços ou condições de venda entre concorrentes, acordos de exclusividade, discriminação de preços, venda casada, re-cusa de negociação, prática de preços predatórios, destruição de matérias-primas.

O secretário anotou que os cartéis se preparam “até para

dar estabilidade a determina-dos segmentos do mercado”. O laboratório vai permitir o mapeamento quase online de dados de empresas e dirigen-tes sob suspeita de conluio. Nas buscas em escritórios, o equipamento poderá copiar arquivos e resgatar registros apagados, nos moldes do siste-ma adotado pela criminalística da Polícia Federal.

Carvalho pregou o for-talecimento da inteligência contra cartéis que abrem ca-minho para a corrupção, “com alguma anuência, às vezes, do agente público”. Ele argumen-tou: “Configurar a conduta é o desafio. Grupos estão se estru-turando, contratam consulto-rias. É muito mais complexo, desafiador”.

O procurador-geral de Jus-tiça de São Paulo, Fernando Grella Vieira, disse que o la-boratório vai aprimorar a ação do Grupo de Repressão à For-mação de Cartel e à Lavagem de Dinheiro e de Recuperação de Ativos (Gedec), criado por ele no Ministério Público. Grella condenou o “lado per-verso” do sistema jurídico e a ausência de sistematização na geração de normas penais para combater os cartéis. “Os cartéis atingem milhares (de vítimas) ao mesmo tempo.”

O secretário de Direito Econômico lembrou que um cidadão que furta um botijão de gás pode pegar de 2 anos a 8 anos de prisão. “Empresá-rios de gás que formam cartel ficam sujeitos a pena de 2 anos a 5 anos ou multa. Isso é des-proporcional.”

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Promotoria instala laboratório contra cartéis em SPEquipamento permitirá mapear dados de empresas e dirigentes em caso de suspeita de divisão de mercado

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Um exército de pensões

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A sede da Copa do Mundo não pode esperar até 2014 para reagir a um mal que vem ganhando corpo à sombra do futebol. Já faz uma sema-na que um estudante de biomedicina de 22 anos foi baleado numa festa em Montes Claros, Norte de Minas, mas os tiros que o alvejaram ainda ecoam na consciência da cidade. Afinal, o jovem não cometeu outro crime senão o de usar um agasalho com as cores de seu time, que, por acaso, não era exatamente o preferi-do do dono da casa.

O episódio remete a vários ou-tros que, nos últimos anos, enlu-taram famílias da capital, onde a transformação da maior paixão na-cional em barbárie já vai além das arquibancadas para ganhar as ruas, ginásios e salões, e revela que o mal também passou a embotar a razão de torcedores do interior. E pensar que os dois times que alimentaram pai-xão e ódio em Montes Claros nem são da cidade. Ou seja, qualquer co-munidade distante das vibrações do Mineirão (ou da improvisada Arena do Jacaré, em Sete Lagoas) está su-jeita a inesperadas manifestações do fanatismo que deixa longe o entrete-nimento saudável, no qual ganhar e perder faz parte do jogo civilizado.

Na capital, os registros acumu-lam 13 mortes de torcedores, nem sempre relacionadas ao enfrenta-mento em uma partida de futebol. É o caso do jovem morto a paula-das em 27 de novembro, em frente a um ginásio no qual se realizava um torneio de lutas. Ele era parte de um grupo identificado com as cores do Cruzeiro, o que despertou a ira de membros da torcida organizada Ga-loucura que compareceram ao local. As agressões foram registradas em vídeo que, exibido na TV, chocou a cidade. Não foi menos bárbara a

morte de um jovem torcedor atleti-cano em fevereiro de 2009, quando esperava, no Bairro do Horto, um ônibus para o estádio. Surgiu uma moto com dois homens. Um deles disparou várias vezes contra a fila de torcedores, como se cumprisse missão militar de exterminar inimi-gos. Mesmo quando não há perda de vidas, a violência movida pela dis-torção doentia do que seja torcer por esse ou aquele clube também é pre-ocupante. Depois de quase todos os jogos, mesmo quando os dois princi-pais rivais de Minas não se enfrenta-vam, o vandalismo da turba atacava e destruía parte dos ônibus coloca-dos à disposição da torcida, prática que só entrou em recesso com o fe-chamento do estádio para reformas. Nada garante que ela não vá voltar.

O descontrole emocional que transforma o jogo em guerra e o torcedor oposto em inimigo vem chamando a atenção de estudiosos. Reportagem de hoje do Estado de Minas traz depoimentos de quem se debruça sobre o fenômeno das tor-cidas organizadas e das rivalidades exacerbadas em busca de explica-ções. A violência, acreditam alguns, seria ingrediente da sociedade e, na prática, o esporte teria função opos-ta a essas manifestações de selvage-ria, ao dar vazão à agressividade do combate controlado por regras. Há ainda os que percebem na mercan-tilização do futebol uma das razões da violência, com a explicitação das diferenças de capacidade de investi-mento em equipes mais caras e te-oricamente mais competitivas. Mas não há como negar a influência ne-gativa da impunidade que transfor-ma a barbárie em heroísmo. Faltam punições exemplares e um reforço na educação com foco no respeito e na convivência social.

Futebol distorcido

Morte de torcedores revela falta de educação e de cadeia

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