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A Constituio como metacontingncia* Joo Cludio Todorov Professor do Departamentode Psico-logiadaUniversidade de Braslia e Vi-ce-Reitor da mesma Universidade. Desculpem-mea ousadia.Na-daemmeucurrculome credenciaafalardeconsti-tuioexcathedra.claro quesefalassecomocidadoningum estranharia;pelocontrrio:estamos todosincentivandoocidadoase manifestarqua cidado.Asdesculpas antecipadasvoporcontadofatode queousoescreverenquantopsiclo-go,dotipoexperimental,variedade behavioristaradical1.Eatrevo-mea juntardoisconceitosigualmenteespi-nhosos, emboratodossaibamoque Constituio e poucostenhamouvido falaremmetacontingncia. VistaaConstituiocomoaLei fundamentaloucoleodeleisregen-doanaturezaeasfunesdoEstado e oconjuntodosdireitose deveresdo povo,vejamoscomoretornaraela depoisdepassarporvriosconceitos quepertencemaodiscursodaanlise docomportamentoenquantoaborda-gempsicolgica.Umaleiquese preze sempreprescrevealgumaconseqn-ciaparaalgumtipodecomportamen-to.Commaiorfreqncia,asleises-tabelecemconseqnciaspunitivase visamcontrolarocomportamentoa serpunido.OCdigoPenalautoriza certosagentesaaplicarapunio, especificandoosparmetrosdopro-cesso.Algumasleisvisamincentivar comportamentosdesejveis,doponto * O presente texto est sendo simultaneamente publicado pela revista"Humanidades" da Edi-tora Universidadede Braslia,em seu nmero de maio de 1987. devistadequemredigealei,e pres-crevemconseqnciaspositivaspara taiscomportamentos(geralmente,di-nheiroquesaido bolsode todos ns). Emoutroscasos,aausnciadecer-toscomportamentosque punidaou recompensada,comoaomissode socorroea poupanavoluntria,res-pectivamente.Emtodosessesexem-plosconfigura-seumarelaoque fundamentalparao trabalhode anli-se docomportamento:acontingncia dedoistermos. Contingncia,comousamosoter-mo,umarelaocondicionalentre umaclassederespostas,outipode comportamento,econseqnciasque advmdaocorrnciadessecomporta-mento.Osexemplossoinfinitose banais,masgostamosdecomearpe-lascoisasaparentementesimples para chegaraumentendimentomaisfirme doscasoscomplexos.Quea simplici-dadeaparenteveremoslogoase-gui r ,comumexemplodot i po: "Quemtropeapodecair".Afrase podeser vista como umacontingncia dedois termos, umarelaocondicio-nalentreumcomportamento,trope-ar,eumaconseqnciadessecom-portamento,cair.Nonecessrio muitopensarparaconcluirquecair depoisdetropeardependetambm dediversosoutrosfatores;afinal, "nemtudoquebalanacai".Tentan-docontinuarcomumexemplosim-ples,imaginemosumaescadacom corrimesondequemsobecomas mosapoiadas,tropeandonocaia; quemsobecomasmosabanando, tropeandosemprecai. Temosagora omesmoexemploemdoiscenrios diferentes,e isso bastante paraoque queremosexplicar.Noh sentidona pretensodeseentenderocomporta-mentotropearsemse levaremconta ocenrioeaconseqncia. Escolhemosdepropsitocomear comumexemploqueenvolveainte-raodohomemcomseuambiente fsico.Ascontingnciassoasmes-masemtodoomundoconhecido, independemde regras, leis ouconven-essociais. Mesmoassim,aunidade bsicadeanliseenvolveumarelao condicionaldetrs termos, oucontin-gnciatrplice:situao,comporta-mentoeconseqncia.Nasrelaes sociais,nocomportamentodepes-soasinteragindocomoutraspessoas, acontingnciatrpliceserveapenas comouminstrumentodepartida. Possibilitao estudo do quechamamos decontrolediscriminativodocom portamento,e, extremamentetil em reascomoalfabetizaoenotrata-mentodedeficinciasgraves de reper-triosocial.Mas,anoserparaos quesepreocupamcomosaltosndi-cesderepetncianoprimeiroanodo primeirograuouparaossciosda APAE,estudosquelimitamaanlise contingnciatrpliceaborrecemos intelectuaisocupadoscomosmist-riosdavidaedamorte. Comodizamos,nosassuntoshu-manosacomplexidademaior.Mas aoanalisaressacomplexidadeque percebemosassutilezasdocontrole discriminativo.Acontingnciatrpli-ce(situao,comportamento,conse-qncia)podeser colocadasob ocon-troledediferentescenrios.Se,na presenadoSr.X(cenrioI)afirmo: "Osenhorumladro",aconse-qnciadomeucomportamentovai dependerdeoutrascondiesdo ambiente.Seestamosss,senoh testemunhas,oSr.Xpodereagirira-doemeagredirfisicamente,mesmo sendoumpolticoexperiente.Se,na presenadoSr.X(cenrioI),edas camerasdeteleviso(cenrio2),fao amesmaafirmao,aconseqncia demeucomportamentopode ser uma respostaemtermoselevadoseinteli-gentes,comoSr.Xtentandoconven-ceroeleitoradoque, pelo contrrio,o ladroooutrocandidato. Quandotemos,comonoexemplo anterior,umacontingnciatrplice colocadasobocontrolediscriminati-vodeoutrosaspectosdoambiente (cenrios1e2),temosumacontin-gnciadequatrotermos,tambm condicional,comdoistermosquese referema situaesambientais, umao tipode comportamento,e umscon-seqnciasdessecomportamento.Di-zemos,ento,queacontingnciade trstermos,queespecificaocontrole discriminativo,estsobumcontrole condicionalnacontingnciaqudru-pla.Estmuloscondicionais(oucon-textuais)nocontrolamocomporta-mentodiretamente,masdeterminam ocontrolequeoutrosestmulosexer-cemsobreocomportamento. Polticosbem-sucedidosepessoas normaisnocostumamsepreocupar muitocom exemplos decontingncias qudruplas.Afinal,aclassemdia nascesabendocomocomportar-se mesa.Tem,entretanto,interessado aosestudiososdosaspectosnolin-gsticosdalinguagem,aosquese preocupamcomascondiesdafor-maode relaesde equivalnciaen-treconceitos,aosqueganhamavida comopsicoterapeutaseaosqueten-tamexplicarofracassoeleitoralde certospolticosbemconhecidos. Contingnciasqudruplastambm podemestarsobocontroledeoutras condiesdeambiente,caracterizan-docontingnciasquntuplase contro-lecondicionaldesegundaordem2. Usandooconceitodecontingncia quntuplacomoferramentapodemos comearafalardeconceitosmais abstratos,masnoconvmagora abusardapacinciadoleitorinteres-sadoemsaberoquemetacontigncia temavercomConstituio.Ainten-ofoifixaroconceitodecontingn-ciaedeixarbemclaroquenose aplicaapenasasituaesdotipo"se correrobichopega".Acontingncia ,pois,aunidadedeanlisequedes-creveasrelaesfuncionaisentreo comportamentoe oambientenoqual apessoainterage.Ametacontigncia a unidadedeanlise que descreve as relaesfuncionaisentreumaclasse decomportamentos,cadacomporta-mentocomopartedeumacontingn-ciaespecficae umaconseqnciaque ocorrealongo prazo e que comuma todososcomportamentosdemeta contingncia.Metacontingnciasen-volvemessencialmentecontingncias socialmentedeterminadas. Vejamosumexemploarriscadssi-mo.Amudanadeumgovernopre-dominantementemilitarparaumgo-vernopredominantementecivil,abre-viadamente,apassagemdocontrole doPDSparaoPMDB, podeservista soboprismado conceitode metacon tingncia.Aconseqnciaalongo prazoeraasadadosmilitaresedos polticosa eles diretamenteligadose a passagemdopodera umpartidopre-dominantementecivil.Descartadaa hiptesede umexrcitosubstituirou-tro,atransioocorreucomoresul-tantedeummovimentosocialque envolveumilhesdepessoasemilha-resdeentidadesresponsveispelaor-ganizaodoqueseconvencionou chamarasociedadecivil.Abandona-doousoabusivodaforaparaimpor aleiilegtima(desdeGeisel),muda-vamascontingnciasqueenvolviam ocomportamentopoltico. Adesobedinciacivilerapossvel. Novascontingncias,queafetamo comportamentodeindivduos,sees-tabelecerameforamorganizadasem metacontingnciaspelodiscursopol-ticounificadodeamplossetores,do centroesquerda.Oobjetivoa longo prazocoordenoudiferentescompor-tamentossubmetidosaconsequncias imediatasque,separadamente,pouco teriamavercomaredemocratizao dopas.Oquepodeumarebeliode professorescontraoautoritarismode dirigentesdeumaescolatemaver, quandovistaisoladamente,coma transiodaditaduraparaademo-cracia?Osexemplosdecomporta-mentosespecficosdediferentespes-soasegruposdepessoas,todossub-metidosadiferentesconsequncias imediatas,soinumerveis.Oelode uniodessescomportamentosindivi-duaisemumametacontingnciaa conseqnciaalongoprazoqueafeta todaasociedade,eoqueligaessa conseqnciaa longoprazosnossas aesdo dia-a-dia, odiscursopolti-co,vistoaqui,sobaticadaanlise docomportamento,enquantocom-portamentoverbal.Essediscursopo-lticoregeasinteraesentreaspes-soasorganizadasemgruposeassim mantmseucomportamentoenquan-toaconseqnciaalongoprazono chega. Metacontingnciasnoenvolvem necessariamentemudanassociais. Aocontrrio,seriamaisfcilexem-plificarmetacontingnciasdemanu-tenodostatusquo.Skinner3retira da"Teori adaClasseOciosa",de ThornsteinVeblen4,osconceitosde doisprocessosculturaisdistintos,um tecnolgico,outrocerimonial.Sigrid Glenn,analisandoostrabalhosde Skinner,propeoconceitode meta contingnciae mostraque Skinner,ao contrriodeVeblen,novosdois processoscomoimutveis,massim comoprodutosdohomeme,como tais,passveisdealterao5.Conti gnciasligadasaoprocessocultural tecnolgicoenvolvemcomportamen-tosmantidosporconseqnciasno arbitrrias.Essasconseqnciastm podersobreamanutenodocom-portamentoporque so teis, de valor ousoimportantesparaa pessoaque secomporta,assimcomoparaasde-maispessoas.Ascontingnciasasso-ciadasaoprocessoculturalcerimo-nial,poroutrolado,envolvemcom-portamentosmantidosporconse-qnciassociaisquederivamseupo-derdostatus,daposiooudaauto-ridadedoagentequemanejaascon-seqncias,independentementede al-teraesnoambientequebeneficiem diretaouindiretamenteapessoaque secomporta.SigridGlennoferece doisexemplossimplesdoscontroles cerimonialetecnolgico:"Faaisso porqueeuestoumandando"rara-menteenvolvecomportamentosque beneficiamapessoaquerecebeaor-dem;"Faaissoporqueteremosen-tomelhorescondiessanitrias,o quelevarmelhorianascondies desadedetodos"especificaconse-qnciaspositivasparaapessoaque secomportae paraa coletividadeco-moumtodo.Areduodapoluio ambiental,porexemplo,dependedo processoculturaltecnolgico,por meiodemetacontingnciasquere-namoscomportamentosdemilhes depessoas,diferentescomportamen-tosemdiferentessituaes, todospo-rmlevandoaumaconseqnciaco-mumalongoprazoquebeneficiara cadaumadaquelaspessoas, assim co-moa todosqueconvivemnasocieda-de.Damesmaforma,podemospen-saremmetacontingnciasassociadas proteodosdireitoshumanos, melhoriadadistribuioderenda,ao usosociale produtivodaterraetc. Asmetacontingnciasdoprocesso culturaltecnolgicoaumentamom-bitodeaoe a eficciadocomporta-mentoquealteraoambientenadire-odegarantirasobrevivnciaea satisfaodoindivduoedasocieda-de.Poroutrolado,ascontingncias cerimoniaisimpedemo surgimentode novoscomportamentos,mantmo controlesocialcomoest,e sonoci-vas, a longo prazo, quando a sobrevi-vnciadetodosdependedaocorrn-ciademudanas.Quandohconflito entremetacontingnciastecnolgicas ecerimoniais,avantageminicialest todacomasmetacontingnciasceri-moniais.Comoafirmamosacima,a lacunaentreoobjetivoa longoprazo e ocomportamentoquedeveocorrer, hoje preenchidapelocomportamen-toverbal,especificamenteporregras decondutaa serem seguidas.Quando noprocessoculturaltecnolgicose propemmudanasqueenvolvemo estabelecimentodeumametaconti gncia,haseguirtodoumtrabalho dedeterminaode regrasespecficas, deprovidenciarconseqnciasime-diatasparaaobservnciadessasre-gras e deavaliaodessas regras e das conseqncias.Bonsexemplosdisso podemserencontradosnosanaisdas ConfernciasNacionaisdeSadeou nosdebatessobreaReformaAgrria noBrasil.Aavaliaocrtica neces-sriaatodomomentoeasdivergn-ciassobreasavaliaes,svezes, le-vamapolmicasacirradaseadispu-tasinterpartidrias.Oprocesso tra-balhoso,masesse opreo pago pela democraciaparalivrar-sedeum GrandePlanejador. Metacontingnciascerimoniais, porsuavez, jexistemnasociedade e asregrasdasquaisdependemesto formuladastcitaouexplicitamente noprocessodesocializaodacrian-a,noqualatuamemgrandesintonia astrsinstituiesmantenedorasdo. statuquo:Famlia,IgrejaeEstado. Essecontrolecerimonialno neces-sariamentenocivoaoindivduoe sociedade,masnosensvelspos-sibilidadesdeinovaoedemudan-associaisconstrutivas.Paragarantir aestabilidadesocial,asagnciasque atuamno processo de socializaova-lorizammaisaobedinciasregras existentesqueo pensamentocrtico, a repetiodosaberqueseuquestiona-mento, a verbalizaode solues que aformulaodeproblemas. SigridGlennmostracomoateste pontoostrabalhosdeSkinnerdevem muitoaClarenceAyres,discpulode Vebl en6.ParaAyres, apossibilidade deevoluoculturalrpidaocorre quandohcrisegeralnoprocesso culturalcerimonialeoprocessocul-turaltecnolgicosedesenvolvepor algumtemposemoposio.Masas mudanasproduzidaslevam a um no-votipodecontrolecerimonialmanti-dopelaautoridadedonovogrupo queassumeopoder.Assim,omesmo grupoqueproduzmudanasrevolu-cionriasmantmasnovasprticas culturais, atravsdoprocessocultural cerimonial,cerceandonovaevoluo culturalemantendoocontroleatra-vsdousodaautoridade.Skinnervai almdostrabalhosdeAyrese de Ve-blen, aoocupar-sedascontingncias especficasquecompemocontrole cerimonialeaocriticarocontrole socialatual, mostrando,atravsde umautopia,comopoderiaseruma sociedadeseminstituiesmantidas pelocontrolecerimonial,ondeasre-laesentreascontingnciasligadas aocomportamentodecadapessoae asmetacontingnciassoclaramente formuladas. Esteno umtrabalhosobre me-tacontingnciaseutopias,entretanto. Aosinteressados,ostrabalhosde Skinnersobreoassuntoedisponveis dasetc.MasmesmoaConstituio de1969prevapossibilidadede me-tacontingnciasrelacionadasaopro-cessoculturaltecnolgico,aoprever emendas,desdequeaprovadaspor doisterosdoCongresso. Nestemomentohistricoemque ns,como Nao,temosaoportuni-dadedereveraConstituio,redigir claramenteasregrasdojogo,convm refletirumpoucosobrequaissoas metacontingnciascerimoniaisque queremose quaissoasmudanasde quenecessitamos,aserem especifica dasemmetacontingnciastecnolgi-cas.Comodeve organizar-seo Estado paraevitarmosoabusodocontrole cerimonial?Umavezespecificadasas metacontingncias,comogarantira especificaodasnovasregrasase-remaprendidasportodos,poisque afetaroocomportamentodecada um?Essasregrasestaro contidasem leis,decretos,portarias,atos,resolu-es,etc.Comoorientarasdiversas autoridadesqueassinaroessasre-gras?Respostasaessasquestesso cruciais,poisdenadaadiantaruma Constituiocomobjetivosnacionais bemformulados,consensualmente aceitos pela Nao,semquealacuna entreessesobjetivosgeraiseocom-portamentoindividualdecadacida-donoforpreenchidaporumsiste-maderegrasderelaessociaise interpessoaisque privilegie otrabalho emdetrimentodaescamoteao,a produoenoaespeculao,asa-dede todos porser umdireito de cada um,aeducaocrticaporquea Na-oprecisadecidadospensantes,e assimpordiante. A oportunidadederedigir umano-vaConstituio tambmaoportuni-dadequeopastemdeconscientizar ocidadosobrea importnciadessas questeseopapeldecadaumno fornecimentoderespostas.E,nesse ponto,acampanhaeleitoralquere-sultounacomposiodoCongresso Constituintepoucoesclareceuoelei-torado.Opapelaserreservados ForasArmadas,porexemplo,foias-suntodediscussesnasantecmaras dopodererecebeualgumaateno daimprensanoprimeirosemestrede 1986.Adiscussoparou,porm, apso25deagosto,comopronun-noBrasilestonofinaldestetexto. Esperandoteresclarecidooqueso metacontingncias,vejamosagoraa Constituiocomometacontingncia. AConstituioescritadequalquer pastraz,bemoumalformuladas, metacontingncias,algumascerimo nais,outrastecnolgicas.AConsti-tuiooutorgadapelaJuntaMilitar em1969temmetacontingnciasrela-cionadasprincipalmenteaoprocesso culturalcerimonial,algumasjtradi-cionaisemConstituiesanteriores, comoaquedefineaRepblicacomo FederaodeEstados,aqueespecifi-ca o mbitode ao das Foras Arma ciamentofirmedoMinistrodoExr-cito;aquestocertamentenofoi temadecampanhaeleitoral;sobrea reformaagrria,comooutroexem-plo,noforamesclarecidasquestes comoonde,quando,como,porqu ? Outroexemplo:qualopapelaser reservadoiniciativaprivadanas reasdeeducao,sade,transpor-tes?Diferentescaminhosemcada umadessasencruzilhadaslevama contingnciasincompatveis e ao esta-belecimentodemetacontingncias que englobamobjetivosa longoprazo muitodiferentes.Perdidasasoportu-nidadesoferecidaspelacampanha eleitoral,restasociedadecivil,que defatoelegeuTancredoeSarney, acompanharostrabalhosdoCon-gressoConstituinte,reavivandoa me-mriadenossosrepresentantes. AnovaConstituiopoderser sinttica,modaamericana,oudeta-lhista,comooprojetodaComisso AfonsoArinos. EmumaConstituio depoucosartigos,osobjetivoscolo-cadossonecessariamentegeraise abstratamenteformulados.Oprojeto Arinos,poroutrolado,exemplifica umaredao que pode especificarme-lhoressesobjetivos.Osdoisexem-plos,claro,representamapenasca-sos extremos. Parao que nosinteressa nesteartigo,umaConstituiomuito sintticatema desvantagemde serto abstrataquenopossibilitaaexplici-t aodasmetacontingnciasque abriga.JumaConstituioquilom-tricacertamentedesceraonvelde especificarcontignciasqueseriam maispropriamentematriadeleior-dinria. Numcasoounooutro,as meta contignciaspoderoserpredomi-nantementecerimoniais,eestaremos frustrandoas expectativasdapopula-oeesfacelandooamploacordo polticoquesustentaatransiopara ademocracia.Ouseropredominan-tementetecnolgicas,definindoas transformaessociaispossveis,sem arupturadavidasocialorganizada. Nestesegundocaso,deumaConsti-tuioqueespecifiquemetacontign ciastecnolgicas,convmqueareda-onose faaemtermospuramente abstratos,dotipo"aeducaoum direitodetodoseumdeverdoEsta-do".Pormaisamploquesejaocon-sensosobreumobjetivotogeral, exatamenteporsertogeralquese ficarmosnesse nvel de abstraono estaremosapontandooscaminhos paraaeducaobrasileira. Atarefadosconstituintesserdas maisdifceis.Senohouveroutro esforonacionaldirigidoparagaran-tirademocracia,definindoobjetivos eoscaminhosparaatingi-los,corre-mosoriscode termosumaConstitui-oqueresultardaspressesdos diferentes"lobbies"jarticulados. Teremosentoumacolchadereta-lhos,certamentedecurtadurao. RefernciasBibliogrficas 1.Noconfundircomobehaviorismome-todolgico;verTodorov,J.C.(1982). Behaviorismoeanliseexperimentaldo comportamneto.CadernosdeAnlise doComportamento. 2.Ver Sidman M.(1986), Functionalanaly-sisofemergentverbalclasses.Em Thompson,T.,eZeiler,N. 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