publicado em 03/03/2020 atualizado em 19/03/2020

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Coronavírus (COVID-19) Informações para profissionais da APS

Introdução

Os coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções que variam do resfriado

comum a doenças mais graves, como a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS) e a Síndrome

Respiratória Aguda Grave (SARS).

Um novo coronavírus (COVID-19), não identificado anteriormente em humanos, foi

descoberto no final de dezembro de 2019 em Wuhan, China. Desde então, as autoridades

competentes estão em constante esforço para descobrir e compreender o comportamento do vírus,

possibilitando uma resposta adequada para a prevenção e o tratamento.

Em 11 de março de 2020, a Organização Mundial da Saúde classificou a Doença pelo

Coronavírus 2019 (COVID-19) como uma pandemia. Isso significa que o vírus está circulando em

todos os continentes e há ocorrência de casos oligossintomáticos, o que dificulta a identificação.

As informações atualizadas sobre o número de casos notificados no Brasil, por Unidades da

Federação, segundo o Ministério da Saúde, e o número de países com casos confirmados segundo a

OMS está disponível na plataforma http://plataforma.saude.gov.br/novocoronavirus/. Nesse local

também está disponível a informação sobre estados e municípios brasileiros com transmissão local ou

comunitária.

O local preferencial para atendimento dos casos de coronavírus é na Atenção Primária à Saúde

(APS), onde até 85 a 90% dos casos podem ser atendidos e resolvidos.

- Introdução

- Definições de casos operacionais

- Definições de transmissão e fases de

resposta

- Investigação de contatos

- Notificação

- Análise laboratorial

- Manejo

- Casos graves ou com comorbidades

- Casos leves sem complicações

- Diagnósticos diferenciais

- Orientações para cuidados no domicílio

- Medidas de prevenção para profissionais

da saúde

- Medidas de prevenção para a população

- Determinação de medidas de isolamento e

quarentena

- Plano de ação para medidas não

farmacológicas

- Recomendações para reduzir a velocidade

da transmissão

- Anexos

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Definições de casos operacionais

As definições de caso são baseadas nas informações atuais disponíveis e podem ser revisadas à

medida que novas informações forem acumuladas. Os países podem precisar adaptar as definições de

casos, dependendo de sua própria situação epidemiológica.

No Brasil, as definições de casos da Doença pelo Coronavírus 2019 (COVID-19) são:

Quadro 1 - Critérios para definição de caso de Novo Coronavírus (COVID-19).

Caso Suspeito

Situação 1 - VIAJANTE: pessoa que, nos últimos 14 dias, retornou de viagem internacional de qualquer país E apresente:

● febre* E

● pelo menos um dos sinais ou sintomas respiratórios (tosse, dificuldade para respirar, produção de escarro, congestão nasal ou conjuntival, dificuldade para deglutir, dor de

garganta, coriza, saturação de O2 < 95%, cianose, batimento de asa de nariz, tiragem intercostal e dispneia);

OU

Situação 2 - CONTATO PRÓXIMO**: pessoa que, nos últimos 14 dias, teve contato próximo de caso suspeito ou confirmado para COVID-19 E apresente:

● febre* OU

● pelo menos um sinal ou sintoma respiratório (tosse, dificuldade para respirar, produção de escarro, congestão nasal ou conjuntival, dificuldade para deglutir, dor de garganta,

coriza, saturação de O2 <95%, cianose, batimento de asa de nariz, tiragem intercostal e dispneia).

Caso Provável

Situação 3 - CONTATO DOMICILIAR***: pessoa que, nos últimos 14 dias, resida ou trabalhe no

domicílio de caso suspeito ou confirmado para COVID-19 E apresente:

● febre* OU

● pelo menos um sinal ou sintoma respiratório (tosse, dificuldade para respirar, produção de escarro, congestão nasal ou conjuntival, dificuldade para deglutir, dor de garganta,

coriza, saturação de O2 < 95%, cianose, batimento de asa de nariz, tiragem intercostal e dispneia) OU

● -outros sinais e sintomas inespecíficos como: fadiga, mialgia/artralgia, dor de cabeça, calafrios, gânglios linfáticos aumentados, diarreia, náusea, vômito, desidratação e

inapetência.

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Caso Confirmado

- LABORATORIAL: caso suspeito ou provável com resultado positivo em RT-PCR em tempo

real, pelo protocolo Charité.

- CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO: caso suspeito ou provável com histórico de contato próximo**

ou domiciliar*** com caso confirmado laboratorialmente para COVID-19, que apresente febre OU pelo menos um dos sinais ou sintomas respiratórios, nos últimos 14 dias após o contato, e

para o qual não foi possível realizar a investigação laboratorial específica.

Caso Descartado

Caso que se enquadre na definição de suspeito E apresente resultado laboratorial negativo para

SARS-CoV2 OU confirmação laboratorial para outro agente etiológico.

Caso Excluído

Casos que apresentem duplicidade OU que não se enquadram em uma das definições acima.

Caso Curado

- Casos em isolamento domiciliar: casos confirmados que passaram por 14 dias em isolamento

domiciliar, a contar da data de início dos sintomas E que estão assintomáticos.

- Casos em internação hospitalar: diante da avaliação médica.

Observação: a liberação do paciente deve ser definida de acordo com o Plano de Contingência local, a considerar a capacidade operacional, podendo ser realizada a partir de visita domiciliar

ou remota (telefone ou telemedicina).

*Febre: Considera-se febre aquela acima de 37,8° C. Considerar a febre relatada pelo paciente, mesmo não

mensurada. A febre pode não estar presente em alguns casos como, por exemplo, em pacientes jovens, idosos,

imunossuprimidos ou que tenham utilizado medicamento antitérmico. Nessas situações, a avaliação clínica

deve ser levada em consideração e a decisão deve ser registrada na ficha de notificação.

**Contato próximo de caso suspeito ou confirmado:

- pessoa que teve contato físico direto (por exemplo, apertando as mãos);

- pessoa que tenha contato direto desprotegido com secreções infecciosas (por exemplo, gotículas de tosse,

contato sem proteção com tecidos ou lenços de papel usados e que contenham secreções);

- pessoa que teve contato frente a frente por 15 minutos ou mais e a uma distância inferior a 2 metros;

- pessoa que esteve em um ambiente fechado (por exemplo, sala de aula, sala de reunião, sala de espera do

hospital etc.) por 15 minutos ou mais e a uma distância inferior a 2 metros;

- profissional de saúde ou outra pessoa que cuida diretamente de um caso de COVID-19 ou trabalhadores de

laboratório que manipulam amostras de um caso de COVID-19 sem Equipamento de Proteção Individual

(EPI) recomendado, ou com uma possível violação do EPI;

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- passageiro de aeronave sentado no raio de dois assentos de distância (em qualquer direção) de um caso

confirmado de COVID-19, seus acompanhantes ou cuidadores e os tripulantes que trabalharam na seção da

aeronave em que o caso estava sentado.

*** Contato domiciliar de casos suspeito ou confirmado:

- pessoa que reside na mesma casa/ambiente. Devem ser considerados os residentes da mesma casa, colegas

de dormitório, creche, alojamento.

A avaliação do grau de exposição do contato deve ser individualizada, considerando-se, o ambiente e o tempo

de exposição.

Fonte: Ministério da Saúde (2020h).

Quando identificada qualquer uma dessas situações, a pessoa com suspeita deve passar a utilizar máscara cirúrgica e ser conduzida para sala privativa ou com menor circulação de pessoas possível,

além de manter a porta fechada e o ambiente ventilado.

Definições de Transmissão e Fases de Resposta

● Caso importado: pessoas que se infectaram em outro país.

● Transmissão local: ocorrência de caso autóctone com vínculo epidemiológico a um caso

confirmado identificado (até a 4a geração de transmissão) (Figura 2).

Requerem medidas de CONTENÇÃO – visam limitar a transmissão do vírus.

● Transmissão comunitária: ocorrência de casos autóctones sem vínculo epidemiológico a um

caso confirmado, em área definida, OU

Se for identificado um resultado laboratorial positivo sem relação com outros casos

na iniciativa privada ou na rotina de amostras na vigilância de unidades sentinela de

síndrome gripal; ou

A transmissão se mantiver por 5 ou mais cadeias de transmissão (Figura 2).

Requerem medidas de MITIGAÇÃO – visam evitar casos graves e óbitos.

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Figura 2. Transmissão local e transmissão comunitária.

Fonte: Ministério da Saúde (2020g).

Notificação

O profissional deve comunicar imediatamente o caso suspeito à Secretaria Municipal de

Saúde/Vigilância Epidemiológica para orientações sobre o início das ações de controle e investigação.

A SMS deve notificar imediatamente todos os casos suspeitos ao CIEVS Nacional, por meio da

plataforma do FormSUS 2 http://bit.ly/notificaCOVID19. Caso a equipe da APS não consiga contato

rápido com a vigilância municipal, deverá notificar diretamente o CIEVS Nacional por meio da

plataforma.

Na fase de transmissão comunitária, é mandatória a notificação imediata de caso de Síndrome

Gripal e de Síndrome Respiratória Aguda Grave como suspeitos do COVID-19, via plataforma do

FormSUS 2 (http://bit.ly/notificaCOVID19). O CID-10 que deve ser utilizado para Síndrome Gripal

inespecífica é o J11. O CID-10 específico para o COVID-19 é o U07.1. Nos casos em que haja também

classificação por CIAP, pode-se utilizar o CIAP-2 R74 (Infecção Aguda de Aparelho Respiratório

Superior).

Análise laboratorial

Para casos suspeitos ou prováveis, a realização de coleta de amostra respiratória por meio de

swabs nasal e oral (em atenção básica, atenção ambulatorial especializada e atenção hospitalar) ou

secreção por aspirado da nasofaringe (atenção ambulatorial especializada e atenção hospitalar) deve

ser realizada pelo médico, equipe de enfermagem ou laboratório, seguindo as orientações técnicas do

LACEN e da Vigilância Epidemiológica/SMS de cada município. A amostra clínica deverá ser coletada

preferencialmente até o 3° dia após o início dos sintomas e, no máximo, até 7 dias após o início dos

sintomas, independente de utilização de medicação ou vacinação prévias.

A fim de identificar a transmissão comunitária no Brasil, os testes para coronavírus serão

ampliados para as seguintes situações, nas cidades que já possuem um caso confirmado de COVID-19:

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● Síndrome Gripal (SG): amostras negativas para outros vírus gripais serão testadas nas 163

unidades de saúde (postos de saúde, UPA, hospitais) que integram a rede sentinela de

síndrome gripal para SARS-COV2, independente do histórico de viagem internacional.

● Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG): todas as amostras serão testadas para SARS-

COV2 independente do histórico de viagem internacional.

Em locais com transmissão local:

● Identificação de casos relacionados a viagem ou contato próximo e domiciliar – coleta

individual de casos suspeitos com PCR.

● Identificação de casos na comunidade: coleta para casos de síndrome gripal (negativos para

outros vírus) e todos os casos internados de SRAG.

Em locais com transmissão comunitária: o município pode parar de testar todos os casos suspeitos e

prováveis e passar a notificar somente através do SIVEP-Gripe.

● Identificação de casos através de unidades de vigilância sentinela de síndrome gripal.

● Identificação de casos através da vigilância universal de internados por SRAG.

Pessoas assintomáticas não têm indicação de testagem para coronavírus.

Manejo

Diante de um caso suspeito ou provável, preconiza-se a abordagem sindrômica dos sintomas,

unificando condutas relativas à clínica da Síndrome Gripal e da Síndrome Respiratória Aguda Grave

(SRAG), que podem ser causadas por múltiplos agentes virais.

A estratificação de intensidade da síndrome gripal e da gravidade do caso é o primeiro passo

para definir a conduta, seja para manter o paciente na APS ou para encaminhá-lo aos centros de

referência, urgência/emergência ou hospitais.

Para manejo dos casos, deve-se adotar as seguintes definições:

Quadro 2. Definições de síndrome gripal e síndrome respiratória aguda grave.

Síndrome Gripal (SG): febre de início súbito (≥37,8°C, mesmo que referida) acompanhada

de tosse ou dor de garganta e pelo menos um dos seguintes sintomas: cefaleia, mialgia ou

artralgia, na ausência de outro diagnóstico específico.

Crianças < 2 anos: febre de início súbito e sintomas respiratórios (tosse, coriza e obstrução

nasal), na ausência de outro diagnóstico específico.

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Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG): síndrome gripal (conforme definição

anterior) e que apresente dispneia ou os seguintes sinais de gravidade:

● saturação de SpO2 < 95% em ar ambiente;

● sinais de desconforto respiratório (retração sub/intercostal, ronco) ou aumento da

frequência respiratória (taquipneia > 30 mpm);

● piora nas condições clínicas de doença de base;

● hipotensão (pressão sistólica < 90 mmHg e/ou pressão diastólica < 60 mmHg);

● indivíduo de qualquer idade com quadro de insuficiência respiratória aguda, durante

período sazonal.

Em crianças: além dos itens anteriores, observar:

● taquipneia (frequência respiratória: ≥60 mpm se <2 meses; ≥50 mpm se 2 a 11 meses;

≥40 mpm se 1 a 5 anos);

● cianose;

● sibilância ou estridor em repouso;

● esforço respiratório (tiragem intercostal, batimento de asa de nariz, uso de musculatura

acessória);

● incapacidade ou recusa de ingerir líquidos ou mamar (lactentes);

● letargia, perda de consciência ou convulsões.

Outros sinais de gravidade:

● febre alta e persistente por mais de 3 dias ou retorno após 48h de período afebril;

● agravamento dos sinais ou sintomas respiratórios;

● vômitos incoercíveis;

● desidratação (decorrentes de náusea/vômitos ou diarreia);

● sinais de instabilidade hemodinâmica/disfunção orgânica (taquicardia, hipotensão, má

perfusão periférica, diminuição de pulso periférico, redução do volume urinário)

alteração do sensório, como agitação/irritabilidade, rebaixamento do nível de

consciência, letargia, convulsões.

Fonte: TelessaúdeRS-UFRGS (2020), adaptado de Ministério da Saúde (2018, 2020i).

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Tabela 6. Comorbidades que contraindicam acompanhamento ambulatorial da Síndrome Gripal na

APS:

Doenças cardíacas crônicas

• Doença cardíaca congênita

• Insuficiência cardíaca mal controlada

• Doença cardíaca isquêmica descompensada

• Doenças respiratórias crônicas

• DPOC e asma mal controlados

• Doenças pulmonares intersticiais com complicações

• Fibrose cística com infecções recorrentes

• Displasia broncopulmonar com complicações

• Crianças com doença pulmonar crônica da prematuridade

• Doenças renais crônicas em estágio avançado (graus 3,4 e 5)

• Pacientes em diálise

• Imunossupressos

• Transplantados de órgãos sólidos e de medula óssea

• Imunossupressão por doenças e/ou medicamentos (em vigência de

quimioterapia/radioterapia, entre outros medicamentos)

• Portadores de doenças cromossômicas e com estados de fragilidade imunológica (ex.:

Síndrome de Down)

• Diabetes (conforme avaliação clínica)

Fonte: Fonte: Ministério da Saúde (2020i).

Serão considerados casos leves os pacientes com síndrome gripal com sintomas leves (sem

dispneia ou sinais e sintomas de gravidade) E ausência de comorbidades descompensadas que

contraindicam o isolamento domiciliar. Os casos graves são pacientes com SRAG (apresentando

dispneia ou os sinais e sintomas de gravidade) ou com comorbidades que contraindicam isolamento

domiciliar (quadro 3).

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Quadro 3. Critérios de gravidade e local de manejo.

Estratificação de risco

Casos leves Casos Graves

Quadro clínico

Síndrome gripal com sintomas leves (sem dispneia ou sinais e sintomas de

gravidade) E

Ausência de comorbidades descompensadas que

contraindiquem isolamento domiciliar

Síndrome Respiratória Aguda

Grave (SRAG) (síndrome gripal com dispneia ou sinais de gravidade)

OU Comorbidades descompensadas

que contraindiquem isolamento domiciliar.

Local de

atendimento

recomendado

APS/Atenção ambulatorial Hospitalar/Centro de referência

Fonte: Ministério da Saúde (2020i).

Casos graves ou com comorbidades

Os casos que se encontram em situação de maior gravidade necessitam de estabilização na

APS/ESF e encaminhamento a Urgência/Hospitais para avaliação, observação ou intervenções que

exijam maior densidade tecnológica.

Apesar de não ser obrigatório para o manejo, achados radiológicos de gravidade incluem

acometimento por opacidades bilaterais > 50% dos campos pulmonares em imagens realizadas entre

24 a 48 horas do início dos sintomas. A doença apresenta fundamentalmente complicações

respiratórias: pneumonia e Síndrome da Angústia Respiratória Aguda – SARA.

Para saber quais os hospitais públicos de referência em cada estado, acesse o link

https://www.saude.gov.br/noticias/agencia-saude/46257-mapa-hospitais-referencia-novo-coronavirus. A

equipe deve certificar-se de que as informações do caso foram repassadas oportunamente para a

unidade de referência para a qual a pessoa for encaminhada.

Casos leves sem complicações

Os casos leves podem ser acompanhados pela Atenção Primária em Saúde (APS) de acordo com

os fluxos locais e estaduais, desde que seja possível manter as medidas de precaução, isolamento

domiciliar e atenção a sinais de complicações.

Os candidatos a permanecer em acompanhamento domiciliar são pacientes com febre baixa,

tosse, mal-estar, rinorreia ou dor de garganta e sem qualquer um dos sintomas abaixo:

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● dispneia ou esforço respiratório;

● tosse com escarro ou hemoptise;

● náuseas, vômitos, diarreia;

● alterações do estado mental.

Conforme avaliação clínica e comorbidades, poderá ser solicitado raio-x de tórax, hemograma,

avaliação da função renal, PCR e outros exames laboratoriais, antes de serem dispensados para o

domicílio.

As alterações em exames complementares mais comuns são infiltrado bilateral nos exames de

imagem de tórax e linfopenia no hemograma.

O manejo terapêutico compõe repouso, hidratação, analgésicos e antitérmicos e isolamento

domiciliar por 14 dias a contar da data de início dos sintomas. Além disso, deve-se considerar possíveis

diagnósticos diferenciais e avaliar a indicação de Oseltamivir.

Está indicado o uso de fosfato de oseltamivir (Tamiflu®) para todos os casos de síndrome gripal

que tenham condições e fatores de risco para complicações, independentemente da situação vacinal,

mesmo em atendimento ambulatorial, e para todos os casos de SRAG ou que apresentem sinais de

agravamento do quadro clínico. O antiviral Oseltamivir deve ser iniciado preferencialmente em até 48

horas a partir da data de início dos sintomas, podendo ser iniciado depois especialmente em casos

graves e de internação hospitalar. Ver posologia no quadro 4.

Condições e fatores de risco para complicações que indicam uso de Oseltamivir:

● grávidas em qualquer idade gestacional, puérperas até duas semanas após o parto (incluindo

as que tiveram aborto ou perda fetal);

● adultos ≥ 60 anos;

● crianças < 5 anos (maior risco de hospitalização é em menores de 2 anos);

● população indígena aldeada ou com dificuldade de acesso;

● indivíduos menores de 19 anos de idade em uso prolongado de ácido acetilsalicílico (risco de

síndrome de Reye).

● indivíduos que apresentem:

pneumopatias (incluindo asma);

pacientes com tuberculose de todas as formas;

cardiovasculopatias (excluindo hipertensão arterial sistêmica);

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nefropatias;

hepatopatias;

doenças hematológicas (incluindo anemia falciforme);

distúrbios metabólicos (incluindo diabetes mellitus);

transtornos neurológicos (disfunção cognitiva, lesão medular, epilepsia, paralisia

cerebral, síndrome de Down, acidente vascular encefálico, doenças neuromusculares);

imunossupressão associada a medicamentos (corticoide ≥ 20 mg/dia por mais de duas

semanas, quimioterápicos, inibidores de TNF-alfa), neoplasias, HIV ou outros;

obesidade (especialmente se IMC ≥ 40 em adultos).

Quadro 4. Tratamento para Influenza com Oseltamivir para casos com condições e fatores de risco

para complicações.

Faixa etária Posologia

Adulto 75 mg, via oral, 12 em 12 horas por 5 dias

Criança maior que 1 ano de idade

≤ 15kg 30 mg, via oral, 12 em 12 horas por 5 dias

16 kg a 23 kg 45 mg, via oral, 12 em 12 horas por 5 dias

24 kg a 40 kg 60 mg, via oral, 12 em 12 horas por 5 dias

> 40 kg 75 mg, via oral, 12 em 12 horas por 5 dias

Criança menor de 1 ano de idade

0 a 8 meses 3 mg/kg, via oral, 12 em 12 horas por 5 dias

9 a 11 meses 3,5 mg/kg, via oral, 12 em 12 horas por 5 dias

* Apresentação Oseltamivir: cápsulas de 30, 45 ou 75 mg.

Fonte: Ministério da Saúde (2019).

O profissional de saúde deve dar instruções antecipadas sobre quando e onde procurar

atendimento em caso de piora dos sintomas da pessoa doente ou em caso de um contato apresentar

sintomas. A revisão dos sintomas e o seguimento da evolução do quadro devem ser realizados por um

profissional da APS, a cada 48h, presencialmente (conforme necessidade clínica) ou via telefone. Deve

ser disponibilizado um acesso por meio de comunicação rápida para eventuais dúvidas ou

comunicados.

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Diagnósticos diferenciais

Pacientes com sintomas respiratórios ou de síndrome gripal devem ser avaliados para

diagnósticos diferenciais de coronavírus, como influenza e resfriado comum, ou complicações

concomitantes, como pneumonia bacteriana, entre outros. O tratamento empírico para outras

doenças pode ser indicado conforme o diagnóstico clínico e a epidemiologia local, enquanto se

aguarda que o caso seja confirmado ou descartado para coronavírus. A terapia empírica deve ser

reavaliada conforme resultados dos testes microbiológicos, complementares e quadro clínico do

paciente.

Orientações para cuidados no domicílio

Os pacientes que forem monitorados em domicílio deverão receber orientações de controle de

infecção, prevenção de transmissão para contatos, avaliação da capacidade de seguir as medidas de

precaução domiciliar e sinais de alerta para possíveis complicações. Deve ser disponibilizado um

acesso por meio de comunicação rápida para eventuais dúvidas ou comunicados. A presença de

qualquer sinal de alerta deverá determinar retorno e hospitalização imediata do paciente.

Veja as recomendações para isolamento domiciliar no site do TelessaúdeRS-UFRGS.

Os casos suspeitos ou confirmados que tenham condições de acompanhamento domiciliar

também devem receber atestado médico para manter medidas de isolamento por pelo menos 14 dias

após o início dos sintomas. O CID-10 de U07.1 - Infecção pelo novo Coronavírus (2019-nCov) pode

ser utilizado, se autorizado pelo paciente. Pacientes com síndrome gripal inespecífica podem usar o

CID-10 J11.

Investigação de contatos

Identificar todas as pessoas que tiveram ou têm contato próximo com caso suspeito ou

confirmado e apoiar a equipe da vigilância na realização de busca ativa.

As pessoas identificadas como contatos próximos (familiares, colegas de trabalho, entre outros,

conforme investigação) devem ter seus sintomas monitorados por 14 dias após o último dia de

contato. Avaliar se as medidas de isolamento domiciliar do caso suspeito ou confirmado estão sendo

seguidas. Caso os contatos desenvolvam sinais e sintomas, devem procurar o serviço de saúde para

avaliação e investigação.

Medidas de prevenção para profissionais da saúde e equipe da APS

Local de atendimento na unidade de saúde

Preferencialmente, a pessoa deve ser conduzida para uma área separada ou para uma sala

específica visando ao isolamento respiratório. A sala deve ser mantida com a porta fechada, janelas

abertas e ar condicionado desligado. Caso não haja sala disponível na UBS para isolamento, propiciar

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área externa com conforto para pacientes com Síndrome Gripal, que deverão ser atendidos o mais

rápido possível.

Medidas para os profissionais evitarem o contágio

Por se tratar de uma doença de contágio pessoa a pessoa e por via respiratória, os profissionais

de saúde envolvidos nos cuidados desses pacientes devem tomar precauções específicas para

proteção pessoal e também para não servirem de vetores de propagação da doença. As

recomendações de prevenção de contato são:

● Lavar as mãos com frequência. Seguir os cinco momentos de higienização das mãos: I) antes

de contato com a pessoa suspeita de infecção pelo novo coronavírus; II) antes da realização de

procedimentos; III) após risco de exposição a fluidos biológicos; IV) após contato com a pessoa

suspeita; e V) após contato com áreas próximas à pessoa suspeita.

● Usar máscara cirúrgica para evitar a contaminação da boca e nariz do profissional por

gotículas respiratórias, quando o mesmo atuar a uma distância inferior a 1 metro do paciente

suspeito ou confirmado de infecção pelo novo coronavírus (COVID-19).

● Utilizar máscara de proteção respiratória do tipo N95, N99, N100, PFF2 ou PFF3 quando

necessários procedimentos indutores de aerossóis (intubação ou aspiração traqueal,

ventilação não invasiva,ressuscitação cardiopulmonar, ventilação manual antes da intubação,

indução de escarro, coletas de amostras nasotraqueais e broncoscopias).

● Utilizar luvas de procedimento, avental (preferencialmente descartável, quando disponível), e

protetor ocular ou protetor de face em todos os atendimentos ao paciente em consultório.

Não é necessário o uso na recepção/triagem, desde que mantida distância de 1 metro. O uso

de luvas não substitui a higiene das mãos.

● Manter ambientes limpos e arejados. Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com

frequência.

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Quadro 5. Medidas para evitar contágio por vírus causadores de Síndrome Gripal nas unidades de

saúde da APS.

Profissionais de saúde Pacientes

● Contenção respiratória

− máscara cirúrgica. Usar (máscara

N95/PFF2 somente para procedimentos

produtores de aerossóis).

● Uso de luvas, gorro e aventais descartáveis;

● Lavar as mãos com frequência;

● Limpar e desinfetar objetos e superfícies

tocados com frequência.

● Fornecer máscara cirúrgica;

● Isolamento com precaução de contato

em sala isolada e bem arejada.

Fonte: Ministério da Saúde (2020i).

Medidas de prevenção para a população

É fundamental educar todos os usuários, mas em especial os pacientes suspeitos, para:

● Lavar as mãos frequentemente com água e sabão por pelo menos 20 segundos. Usar um

desinfetante para as mãos à base de álcool que contenha pelo menos 60% de álcool, se sabão

e água não estiverem disponíveis.

● Cobrir a boca e o nariz com lenço descartável, quando não disponível usar as mangas

superiores da roupa ou o cotovelo flexionado ao tossir ou espirrar.

● Evitar cuspir em público.

● Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.

● Evitar contato próximo e desprotegido com qualquer pessoa apresentando sinais ou sintomas

de gripe ou resfriado.

● Manter os ambientes bem ventilados.

Atenção! Pessoas assintomáticas não necessitam usar máscaras para circulação em ambiente de trabalho ou espaços públicos. O uso indiscriminado e sem critério de máscaras cirúrgicas afeta o

abastecimento desse material que, faltando nos serviços de saúde, poderá aumentar a transmissão do vírus.

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Determinação de medidas de isolamento e quarentena:

● Caso confirmado: o doente deve permanecer em isolamento domiciliar por 14 dias a partir do

início dos sintomas. Seus contatos domiciliares também deverão ficar em isolamento por 14

dias a partir da data do último contato com o doente/ início das medidas de isolamento. A

determinação da medida de isolamento por prescrição médica ou por determinação do agente

de vigilância epidemiológica deverá ser acompanhada do termo de notificação do paciente,

conforme modelo estabelecido nos Anexo I e II. Será considerado falta justificada ao serviço

público ou à atividade laboral privada o período de ausência decorrente das medidas

previstas neste artigo.

● Caso suspeito ou provável: o doente deve permanecer em isolamento domiciliar por 14 dias

a partir do início dos sintomas. O isolamento poderá ser suspenso se o diagnóstico

laboratorial for negativo para o SARSCOV-2. Os contatos domiciliares de caso suspeito com

Síndrome Gripal, em áreas de transmissão comunitária, também devem ficar em isolamento

domiciliar por 14 dias. A determinação da medida de isolamento por prescrição médica ou

por determinação do agente de vigilância epidemiológica deverá ser acompanhada do termo

de notificação do paciente, conforme modelo estabelecido nos Anexo I e II. Será considerado

falta justificada ao serviço público ou à atividade laboral privada o período de ausência

decorrente das medidas previstas neste artigo.

● Pessoa sintomática (sem critério para caso suspeito ou provável de coronavírus): Pessoas

sintomáticas não devem ir ao seu local de trabalho ou estudo. Para repouso em domicílio, é

necessário atestado médico. Se for caso de Síndrome Gripal (ver definição acima), o atestado

deve ter duração de 14 dias a partir do início dos sintomas. Para casos mais leves sem critérios

de Síndrome Gripal, como resfriados ou rinossinusite, o atestado pode ser emitido enquanto

durarem os sintomas. Nos casos leves onde não seja necessário repouso, a possibilidade de

teletrabalho poderá ser considerada, conforme acordo entre empregado e empregador.

● Pessoa assintomática: Pessoas assintomáticas têm necessidade de isolamento domiciliar

quando forem contatos domiciliares de um caso confirmado, por 14 dias a partir da data do

último contato com o doente/ início das medidas de isolamento. Contatos domiciliares de um

caso suspeito com Síndrome Gripal, em áreas de transmissão comunitária, também devem

ficar em isolamento por 14 dias. Pessoas assintomáticas que são contato próximo de caso

suspeito, provável ou confirmado de coronavírus não têm necessidade de isolamento. A

possibilidade de teletrabalho por 7 dias é estimulada e poderá ser considerada conforme

acordo entre empregado e empregador, assim como o não comparecimento em instituições

de ensino ou outros compromissos presenciais, após retorno de viagens internacionais e em

cidades que confirmem transmissão comunitária.

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O que é isolamento?

A medida de isolamento objetiva a separação de pessoas sintomáticas ou assintomáticas, em

investigação clínica e laboratorial, de maneira a evitar a propagação da infecção e transmissão local. A

medida de isolamento somente poderá ser determinada por prescrição médica ou por recomendação

do agente de vigilância epidemiológica, por um prazo máximo de 14 (quatorze) dias, podendo se

estender por até igual período, conforme resultado laboratorial que comprove o risco de transmissão.

Nas Unidades da Federação em que não houver agente de vigilância epidemiológica, a medida será

adotada pelo Secretário de Saúde da respectiva unidade.

O que é quarentena?

É a restrição de atividades ou separação de pessoas suspeitas de contaminação das pessoas

que não estejam doentes, ou de bagagens, contêineres, animais, meios de transporte ou mercadorias

suspeitos de contaminação, de maneira a evitar a possível contaminação ou a propagação do

coronavírus. A quarentena pode ocorrer em área a ser definida, como em um bairro, uma rua, um

hospital etc. A medida de quarentena será determinada mediante ato administrativo formal e

devidamente motivado e deverá ser editada por Secretário de Saúde do Estado, do Município, do

Distrito Federal ou Ministro de Estado da Saúde ou superiores em cada nível de gestão, publicada no

Diário Oficial e amplamente divulgada pelos meios de comunicação. A medida de quarentena será

adotada pelo prazo de até 40 (quarenta) dias, podendo se estender pelo tempo necessário para

reduzir a transmissão comunitária e garantir a manutenção dos serviços de saúde no território.

Em caso de recusa ou descumprimento ao isolamento ou quarentena: O descumprimento das

medidas previstas de isolamento e quarentena acarretará a responsabilização nos termos previstos

em lei. Caberá médico ou agente de vigilância epidemiológica informar à autoridade policial e

Ministério Público sobre o descumprimento da medida.

Veja as orientações sobre como realizar o isolamento domiciliar aqui:

Plano de ação para medidas não farmacológicas - Recomendações para

reduzir a velocidade da transmissão

As medidas não farmacológicas foram divulgadas desde o dia 13 de março de 2020 pelo

Ministério da Saúde e visam reduzir a transmissibilidade do vírus na comunidade e retardar a

progressão da epidemia (Figura 4). Ressalta-se que são recomendações para reduzir o contato social e

a transmissão do vírus, mas não tem caráter de determinação ou obrigação.

Dessa forma, cada gestor de Unidade Federada, Secretarias de Saúde dos Estados, Distrito

Federal e Municípios deve adaptar essas recomendações para sua realidade local. As medidas de

restrição de contato social serão adotadas na totalidade ou parcialmente de acordo com a progressão

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do número de casos, a depender do seu cenário epidemiológico e da sua capacidade de resposta frente

a emergência de saúde pública pelo COVID19.

Figura 4. Impacto pretendido das medidas não farmacológicas em uma epidemia ou pandemia de

COVID-19 através da redução de contato social.

Fonte: Ministério da Saúde (2020h).

Recomendações gerais para qualquer fase de transmissão (todas as unidades federadas):

Além das medidas de prevenção populacional já citadas, adicionam-se as seguintes medidas:

● Triagem em serviço de saúde: Recomendar que os pacientes com a forma leve da doença não

procurem atendimento nas UPAs e serviços terciários, e utilizem a infraestrutura de suporte

disponibilizada pela APS/ESF que trabalhará com esquema de triagem rápida própria.

● Comunicação: realização de campanhas de mídia para sensibilização da população sobre

etiqueta respiratória e auto isolamento na presença de sintomas.

● Medicamentos de uso contínuo: estimular a prescrição com validade ampliada no período do

outono-inverno, para reduzir o trânsito desnecessário nas unidades de saúde e farmácias.

● Serviços públicos e privados:

▪ seja disponibilizado locais para lavar as mãos com frequência;

▪ dispensador com álcool em gel na concentração de 70%;

▪ toalhas de papel descartável;

▪ ampliação da frequência de limpeza de piso, corrimão, maçaneta e banheiros com

álcool 70% ou solução de água sanitária.

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Medidas gerais para áreas com transmissão local

● Idosos e doentes crônicos: recomendar restrição de contato social (viagens, cinema,

shoppings, shows e locais com aglomeração) nas cidades com transmissão local ou

comunitária e vacinar-se contra influenza.

● Unidade Básica ou consultórios: pacientes identificados com Síndrome Respiratória Aguda

Grave (SRAG), devem ser encaminhados ao serviços de urgência/emergência ou hospitalares

de referência na Unidade Federada, conforme plano de contingência local.

● Serviços de Saúde: serviços de APS/ESF, serviços de urgência/emergência ou hospitalares,

públicos e privados, farão uso de triagem rápida no primeiro contato do paciente.

● Eventos com aglomeração de pessoas - governamentais, esportivos, artísticos, culturais,

políticos, científicos, comerciais, religiosos e outros com concentração próxima de pessoas:

os organizadores ou responsáveis devem considerar a possibilidade de cancelar ou adiar o

evento, se houver tempo hábil. Não sendo possível, recomenda-se que o evento ocorra

virtualmente e sem plateia ou público, evitando a concentração de pessoas durante a fase pré

e durante o pico de maior transmissibilidade. Os organizadores ou responsáveis devem

notificar à Secretaria de Saúde do Município e cumprir as regras previstas na Portaria de

Consolidação n5, de 28 de setembro de 2017.

Além de cancelar ou adiar um evento, outras medidas para reduzir os riscos de infecção durante eventos de massa incluem:

● garantir atendimento médico e cumprimento de suporte ventilatório, com EPI;

● sejam disponibilizados locais para lavar as mãos com frequência;

● dispensador com álcool em gel na concentração de 70%;

● toalhas de papel descartável;

● ampliação da frequência de limpeza de piso, corrimão, maçaneta e banheiros com álcool 70%

ou solução de água sanitária ou solução desinfetante.

Medidas gerais para áreas de transmissão comunitária

● Reduzir o deslocamento laboral: incentivar a realização de reuniões virtuais, cancelar

viagens não essenciais, trabalho remoto (teletrabalho ou home office).

● Reduzir o fluxo urbano: estimular a adoção de horários alternativos dos trabalhadores para

redução em horários de pico, escalas diferenciadas quando possível.

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● Regime de trabalho: estimular o trabalho de setores administrativos ou similares para que

ocorram em horários alternativos ou escala. Estimular reuniões virtuais e teletrabalho,

quando possível.

● Instituições de ensino: planejar a antecipação de férias, visando reduzir o prejuízo do

calendário escolar ou uso de ferramentas de ensino a distância.

● Fluxo em Unidades de Terapia Intensiva: monitoramento diário do número de admissões e

altas relacionadas ao COVID-19, sempre informando a Vigilância Epidemiológica Municipal.

● Declaração de quarentena: ato poderá ser publicado ao atingir 80% da ocupação dos leitos

de UTI disponíveis para a resposta ao COVID-19, definida pelo gestor local segundo portaria

356 de 11 de março de 2020 - por área a ser definida, por exemplo, a quarentena pode ser

definida em um bairro, uma rua, um hospital.

Referências:

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Ministério da Saúde (Brasil). Secretaria de Vigilância em Saúde. Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública. Centro de Operações de Emergência em Saúde Pública para Infecção humana pelo Novo Coronavírus (COE-nCoV). Doença pelo Coronavírus 2019: atualização das definições de casos. Boletim Epidemiológico, Brasília, DF, 2020b Mar 4 [citado em 15 Mar 2020];4:1-8. Disponível em: https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2020/marco/04/2020-03-02-Boletim-Epidemiol--gico-04-corrigido.pdf.

World Health Organization. Clinical management of severe acute respiratory infection when novel coronavirus (nCoV) infection is suspected. Geneva; 2020 Jan 28 [citado em 13 Mar 2020]. Disponível em: https://www.who.int/publications-detail/clinical-management-of-severe-acute-respiratory-infection-when-novel-coronavirus-(ncov)-infection-is-suspected.

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Ministério da Saúde (Brasil). Plataforma Integrada de Vigilância em Saúde. Notificação de casos pelo novo coronavírus (2019-nCov). UFs com casos notificados segundo o MS. [atualizado em 15 Mar 2020d às 18h10; citado em 15 Mar 2020]. Disponível em: http://plataforma.saude.gov.br/novocoronavirus/.

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Rio Grande do Sul (Brasil). Secretaria da Saúde. Centro Estadual de Vigilância em Saúde. Plano de Contingência e Ação Estadual do Rio Grande do Sul para Infecção Humana COVID-19. Porto Alegre; 2020 Mar 4 [citado em 15 Mar 2020]. Versão 6, 42 f. Disponível em: https://saude.rs.gov.br/upload/arquivos/202003/04170045-plano-de-acao-corona-2020-rs-versao-6-04-03.pdf

Rio Grande do Sul (Brasil). Secretaria da Saúde. Centro Estadual de Vigilância em Saúde. Plano de Contingência e Ação Estadual do Rio Grande do Sul para Infecção Humana COVID-19. Porto Alegre; 2020 Fev 21 [citado em 15 Mar 2020]. Versão 5, 37 f. Disponível em: https://saude.rs.gov.br/upload/arquivos/202002/21152837-plano-de-acao-corona-2020-rs-versao-5-2102.pdf.

Rio Grande do Norte. Secretaria de Estado da Saúde Pública. Protocolo clínico para manejo de pacientes com 2019-nCoV (casos suspeitos/confirmados). Natal; [atualizado em 30 Jan 2020, citado em 15 Mar 2020]. Disponível em: http://www.adcon.rn.gov.br/ACERVO/sesap/DOC/DOC000000000223655.PDF.

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Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul, Prefeitura de Porto Alegre (Rio Grande do Sul). Secretaria da Saúde. Nota Conjunta [sobre COVID-19]. Porto Alegre; 26 Fev 2020 [citado em 15 Mar 2020]. Disponível em: http://lproweb.procempa.com.br/pmpa/prefpoa/cs/usu_doc/nota-cremers.pdf.

Ministério da Saúde (Brasil). Secretaria de Vigilância em Saúde. Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública. Centro de Operações de Emergências. Vigilância epidemiológica de casos no Brasil e no mundo e medidas de saúde pública. Semana epidemiológica. Brasília, DF; 9 Mar 2020g [citado em 15 Mar 2020]; 11. 26 f.

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Brasil. Lei 13.979, de 6 de fevereiro de 1975. Dispõe sobre as medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019. Brasília, DF; 7 Fev. 2020 [citado em 15 Mar 2020]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L13979.htm.

Brasil. Portaria 356, de 11 de março de 2020. Dispõe sobre a regulamentação e operacionalização do disposto na Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, que estabelece as medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus (COVID-19). Brasília, DF; 12 Mar 2020 [citado em 15 Mar 2020]. Disponível em: http://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-356-de-11-de-marco-de-2020-247538346.

Ministério da Saúde (Brasil). Secretaria de Vigilância em Saúde. Coordenação-Geral de Desenvolvimento da Epidemiologia em Serviços. Guia de vigilância em saúde: volume único. 3a ed. Brasília, DF: Ministério da Saúde; 2019 [citado em 15 Mar 2020]. Disponível em: https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2019/junho/25/guia-vigilancia-saude-volume-unico-3ed.pdf.

Ministério da Saúde (Brasil). Secretaria de Vigilância em Saúde. Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública. Centro de Operações de Emergência em Saúde Pública para Infecção humana pelo Novo Coronavírus (COE-nCoV). Doença pelo Coronavírus 2019: ampliação da vigilância, medidas não farmacológicas e descentralização do diagnóstico laboratorial. Boletim Epidemiológico, Brasília, DF, 2020h Mar 14 [citado em 15 Mar 2020];5:1-11. [documento com errata]. Disponível em: http://maismedicos.gov.br/images/PDF/2020_03_13_Boletim-Epidemiologico-05.pdf.

Ministério da Saúde (Brasil). Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Protocolo de tratamento de Influenza 2017. Brasília, DF: Ministério da Saúde; 2018 [citado em 15 Mar 2020]. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_tratamento_influenza_2017.pdf.

Ministério da Saúde (Brasil). Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Coronavírus COVID-19: protocolo de manejo clínico do Novo Coronavírus (COVID-19) na Atenção Primária à Saúde. Brasília, DF: Ministério da Saúde; Mar 2020i. 35 f.

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Anexos

ANEXO I

NOTIFICAÇÃO DE ISOLAMENTO OU QUARENTENA

Eu, __________________________________________, RG nº ___________________, CPF nº ___________________declaro que fui devidamente informado(a) pelo médico(a) Dr.(a) __________________________________sobre a necessidade de _____________________(isolamento ou quarentena) a que devo ser submetido, com data de início _______________, previsão de término__________, local de cumprimento da medida_____________ ,bem como as possíveis consequências da sua não realização.

Paciente Responsável

Nome: _______________________________________ Grau de Parentesco: ___________________

Assinatura: ______________________________ Identidade Nº: _________________________

Data: ______/______/______ Hora: ______: ________

Deve ser preenchido pelo médico

Expliquei o funcionamento da medida de saúde pública a que o paciente acima referido está sujeito, ao próprio paciente e/ou seu responsável, sobre riscos do não atendimento da medida, tendo respondido às perguntas formuladas pelos mesmos. De acordo com o meu entendimento, o paciente e/ou seu responsável, está em condições de compreender o que lhes foi informado. Deverão ser seguidas as seguintes orientações:

_______________________________________________________________

Nome do médico: _______________________________

Assinatura___________________________

CRM ________________________

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ANEXO II

NOTIFICAÇÃO DE ISOLAMENTO

O(A) Senhor(a) está sendo notificado sobre a necessidade de adoção de medida sanitária de isolamento. Essa medida é necessária, pois visa a prevenir a dispersão do vírus Covid-19.

Data de início: ______/______/______

Previsão de término: ______/______/______

Fundamentação:________________________________________________

Local de cumprimento da medida (domicílio):___________________________________

Local: ____________________ Data: ______/______/______ Hora: ______: ________

Nome do profissional da vigilância epidemiológica: _______________________________

Assinatura_________________________ Matrícula: _____________

Eu, __________________________________________, documento de identidade ou passaporte ___________________declaro que fui devidamente informado(a) pelo agente da vigilância epidemiológica acima identificado sobre a necessidade de isolamento a que devo ser submetido, bem como as possíveis consequências da sua não realização.

Local: ____________________ Data: ______/______/______ Hora: ______: ________

Assinatura da pessoa notificada: _____________________________________

Ou

Nome e assinatura do responsável legal: _______________________________