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H á b i t o s

Esta influência será uma bênção ou uma maldição para aqueles com quem nos relacionamos. Quão pouco apreciamos este fato! As ações formam os hábitos, e os hábitos formam o caráter; portanto, se não cuidarmos de nossos hábitos, não estaremos habilitados para unir-nos com os agentes celestiais na obra de salvação, nem preparados para entrar nas mansões celestes que Jesus foi preparar; pois só entrarão aqueles que submeteram sua vontade e propósito à vontade e propósito de Deus. A pessoa cujo caráter foi provado, que suportou a prova, que é participante da natureza divina, estará entre aqueles aos quais Cristo declara bem-aventurados. (FEC, 194)

Havia nesses primeiros discípulos frisante diversidade. Eles deviam ser ensinadores do mundo e representavam amplamente variados tipos de caráter. Para conduzir com êxito a obra para a qual haviam sido chamados, esses homens, diferindo em características naturais e em hábitos de vida, necessitavam chegar à unidade de sentimentos, pensamento e ação. Esta unidade Cristo tinha por objetivo assegurar. Para alcançar este fim Ele procurou mantê-los em união consigo próprio. A responsabilidade que Ele sentia em Sua obra por eles é expressa em Sua oração ao Pai: "Para que todos sejam um, como Tu, ó Pai, o és em Mim, e Eu em Ti; que também eles sejam um em Nós." "Para que o mundo conheça que Tu Me enviaste a Mim, e que os tens amado a eles como Me tens amado a Mim." João 17:21 e 23. Sua constante oração por eles era que fossem santificados pela verdade; e Ele orou com segurança, sabendo que um decreto da parte do Todo-Poderoso tinha sido feito antes que o mundo tivesse vindo à existência. (AA, 20)

Conquanto Paulo possuísse grandes dotes intelectuais, sua vida revelava o poder de uma sabedoria mais rara, a qual lhe dava habilidade introspectiva e simpatia de coração, o que o levava em íntima associação com outros, capacitando-o a despertar neles sua melhor natureza e a inspirá-los a lutar por uma vida mais elevada. Seu coração estava cheio de fervente amor pelos crentes coríntios. Ansiava por vê-los revelar uma piedade íntima que os fortificasse contra a tentação. Ele sabia que em cada passo no caminho cristão encontrariam a oposição da sinagoga de Satanás, e que diariamente teriam de enfrentar conflitos. Teriam de guardar-se contra a sutil aproximação do inimigo, espancando velhos hábitos e inclinações

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naturais, sempre vigiando em oração. Paulo estava certo de que as mais altos ideais cristãos só podem ser alcançadas mediante muita oração e permanente vigia, e isto procurava ele incutir-lhes na mente. Mas ele sabia também que em Cristo crucificado lhes era oferecido poder suficiente para converter a alma, e divinamente adaptado para habilitá-los a resistir a todas as tentações para o mal. Com fé em Deus como sua armadura, e com Sua Palavra como arma de guerra, eles seriam supridos com poder íntimo que os capacitaria a rechaçar os ataques do inimigo. (AA, 307)

Referindo-se a essas corridas como uma figura da milícia cristã, Paulo deu ênfase à preparação necessária para o sucesso dos contendores na maratona - a disciplina preliminar, o regime de abstenção alimentar, a necessidade de temperança. "E todo aquele que luta", declarou Paulo, "de tudo se abstém." I Cor. 9:25. Os corredores punham de lado toda a condescendência que tendesse a diminuir-lhes as faculdades físicas, e mediante severa e contínua disciplina, treinavam os músculos para se tornarem fortes e resistentes, para que ao chegar o dia da competição pudessem exigir de suas forças o máximo de rendimento. Quão mais importante é que o cristão, cujos eternos interesses estão em jogo, coloquem os apetites e as paixões em sujeição à razão e à vontade de Deus! Jamais deve ele permitir seja sua atenção desviada por entretenimentos, luxos ou comodidades. Todos os seus hábitos e paixões devem ser postos sob a mais estrita disciplina. A razão, iluminada pelos ensinos da Palavra de Deus e guiada por Seu Espírito, tem de tomar as rédeas do controle. (AA, 311)

Entre os judeus o trabalho físico não era considerado estranho ou degradante. Por intermédio de Moisés os hebreus haviam sido ensinados a instruir seus filhos em hábitos industriosos; e era considerado como um pecado permitir a um jovem crescer na ignorância do trabalho físico. Mesmo que uma criança devesse ser educada para o ofício divino, o conhecimento da vida prática era considerado essencial. A cada jovem, fossem seus pais ricos ou pobres, era ensinado algum ofício. Os pais que negligenciavam prover tal aprendizado a seus filhos eram olhados como se desviando da instrução do Senhor. De acordo com este costume Paulo aprendeu a fabricar tendas. (AA, 346)

O cristão não deve cruzar os braços, satisfeito com o que já conseguiu. Aquele que tem determinado entrar no reino espiritual verificará que todos

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os poderes e paixões da natureza não regenerada, apoiados pelas forças do reino das trevas, estão arregimentados contra ele. Ele precisa renovar a sua consagração cada dia, e cada dia batalhar contra o mal. Velhos hábitos, tendências hereditárias para o erro, lutarão para manter a supremacia, e contra isto deve eles estar sempre em guarda, lutando na força de Cristo pela vitória. (AA, 477)

A obra de transformação da impiedade para a santidade é contínua. Dia a dia Deus opera para a santificação do homem, e o homem deve cooperar com Ele, desenvolvendo perseverantes esforços para o cultivo de hábitos corretos. Deve acrescentar graça à graça; e assim procedendo num plano de adição, Deus opera por ele num plano de multiplicação. Nosso Salvador está sempre pronto a ouvir e responder à oração do coração contrito, e graça e paz são multiplicadas a Seus fiéis seguidores. Alegremente lhes concede as bênçãos de que necessitam em sua luta contra os males que os cercam. (AA, 532)

Como João, Judas professava ser discípulo de Cristo, mas possuía apenas uma aparência de piedade. Ele não era insensível à beleza do caráter de Cristo; e muitas vezes, ao ouvir as palavras do Salvador, vinha-lhe a convicção, mas ele não humilhava o coração nem confessava seus pecados. Resistindo à divina influência desonrou o Mestre a quem professava amar. João guerreou ferozmente contra suas faltas; mas Judas violava a consciência e cedia à tentação, mais se lhe robustecendo os hábitos do mal. A prática das verdades que Cristo ensinava não correspondia a seus desejos e propósitos, e ele não podia renunciar a suas idéias para receber sabedoria do Céu. Em lugar de andar na luz, escolheu caminhar nas trevas. Os maus desejos, a cobiça, as paixões vingativas, os pensamentos soturnos, tenebrosos, foram acariciados até que Satanás alcançou sobre ele pleno controle. (AA, 558)

Sua humanidade pôde tocar a humanidade deles e ajudá-los a alcançar a perfeição de hábitos retos e um nobre caráter. Foi-Lhe possível ensinar-lhes como acumular para si no Céu tesouros imperecíveis. Comandante nas cortes celestiais, Ele Se tornou um com a humanidade, participante de seus sofrimentos e aflições, para que pela representação do Seu caráter em sua imaculada pureza pudessem tornar-se participantes da natureza divina,

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escapando da corrupção que pela concupiscência há no mundo. E Cristo foi bem aceito também pelos ricos, pois pôde ensinar-lhes como sacrificar suas posses terrestres a fim de ajudar a salvar o ser humano a perecer nas trevas do erro. Carta 150, 1899. (BS, 26)

Há em cada lugar uma obra a ser feita por todas as classes da sociedade. Devemos aproximar-nos dos pobres e viciados, os que caíram pela intemperança. E, ao mesmo tempo, não devemos esquecer as classes mais elevadas - os legisladores, pastores, senadores e juízes, muitos dos quais são escravos de hábitos intemperantes. Nenhuma medida deve deixar de ser experimentada para mostrar-lhes serem suas almas dignas de salvação, que a vida eterna é alguma coisa pela qual vale a pena lutar. Testimonies, vol. 7, pág. 58.

Guardai-vos sempre de vos tornardes frios, negligentes, apáticos, propensos a censurar. Não deixeis passar desaproveitada a oportunidade de dizer palavras animadoras que inspirem esperança.

Ao trabalhar em favor das vítimas de maus hábitos, em lugar de lhes apontar o desespero e a ruína para os quais se precipitam, fazei-os volver os olhos a Jesus. Fazei-os fixá-los nas glórias do celestial. Isso fará mais pela salvação do corpo e da alma, do que farão todos os terrores da sepultura quando postos diante dos destituídos de força e, aparentemente, de esperanças. (A Ciência do Bom Viver, págs. 62 e 63.)

Muitos que mal podem viver enquanto solteiros, decidem casar-se e constituir família, quando sabem que nada têm com que a sustentar. E pior ainda, não têm governo de família. Toda a sua orientação na mesma é assinalada por seus hábitos frouxos, negligentes. Pouco é o domínio que exercem sobre si mesmos; são apaixonados, impacientes e irritadiços. Quando essas pessoas abraçam a mensagem, sentem-se com direito à assistência de seus irmãos mais ricos; e se sua expectativa não é satisfeita, queixam-se da igreja, e acusam os irmãos de não viverem segundo a fé. Quais devem ser os sofredores nesse caso? Deve a causa de Deus ser saqueada e esgotado o tesouro em muitos lugares, para cuidar dessas grandes famílias pobres? Não. Os pais é que devem sofrer. Em geral eles não

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sofrerão mais necessidade depois de abraçarem o sábado, do que sofriam antes. (BS, 186)

Há entre os pobres um mal que, a menos que o vençam, se demonstrará por certo sua ruína. Eles abraçaram a verdade com seus hábitos vulgares, rudes, não cultivados, e leva tempo até que vejam e compreendam sua vulgaridade, e que ela não está em harmonia com o caráter de Cristo. Olham para outros que são mais bem ordenados e mais polidos, como sendo orgulhosos, e podeis ouvi-lo dizer: “A verdade nos abaixa todos ao mesmo nível.” É, porém completo engano pensar que a verdade abaixa a que recebe. Ela eleva, apura-lhe o gosto, santifica-lhe o discernimento e, caso seja vivida, vai continuamente habilitando-o para a sociedade dos santos anjos da cidade de Deus. A verdade destina-se a elevar-nos todos a um nível. (BS, 186/ 187)

Almas embrutecidas, corpos fracos e mal formados, mostram os resultados da má hereditariedade e dos hábitos errôneos. Essas pessoas devem ser educadas principiando com os próprios fundamentos. Têm vivido uma vida frouxa, ociosa, corrupta, e precisam ser exercitadas nos hábitos corretos. (BS, 197)

Dando instruções em atividades práticas, podemos muitas vezes ajudar os pobres da maneira mais eficaz. Em regra, os que não foram exercitados no trabalho não têm hábitos de indústria, perseverança, economia e abnegação. Não sabem se dirigir. Freqüentemente, por falta de cuidado e são discernimento, há desperdícios que lhes manteriam a família com decência e conforto, fossem cuidadosa e economicamente empregados. (BS, 199)

Podemos errar ao dar aos pobres donativos que não lhes seriam uma bênção, levando-os a sentir que não precisam esforçar-se e praticar a economia, visto que outros não permitirão que sofram. Não devemos apoiar a indolência nem encorajar hábitos de indulgência consigo mesmos, fornecendo-lhes os meios para tanto. Historical Sketches, pág. 293. (Idem)

Muitos indagam: "Como devo eu fazer a entrega do próprio eu a Deus?" Desejais entregar-vos a Ele, mas sois faltos de poder moral, escravos da

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dúvida e dirigidos pelos hábitos de vossa vida de pecado. Vossas promessas e resoluções são como palavras escritas na areia. Não podeis dominar os pensamentos, os impulsos, as afeições. O conhecimento de vossas promessas violadas e dos votos não cumpridos, enfraquece a confiança em vossa própria sinceridade, levando-vos a julgar que Deus não vos pode aceitar; mas não precisais desesperar. O que deveis compreender é a verdadeira força da vontade. Esta é o poder que governa a natureza do homem, o poder da decisão ou de escolha. Tudo depende da reta ação da vontade. O poder da escolha deu-o Deus ao homem; a ele compete exercê-lo. Não podeis mudar vosso coração, não podeis por vós mesmos consagrar a Deus as vossas afeições; mas podeis escolher servi-Lo. Podeis dar-Lhe a vossa vontade; Ele então operará em vós o querer e o efetuar, segundo a Sua vontade. Desse modo toda a vossa natureza será levada sob o domínio do Espírito de Cristo; vossas afeições centralizar-se-ão nEle; vossos pensamentos estarão em harmonia com Ele. (CC, 47)

Como o vento, que é invisível, mas cujos efeitos se podem claramente ver e sentir, assim é o Espírito de Deus em Sua obra no coração humano. Essa virtude regeneradora que nenhum olho humano pode ver, gera na alma uma vida nova; cria um novo ser, à imagem de Deus. Conquanto a obra do Espírito seja silenciosa e imperceptível, seus efeitos são manifestos. Se o coração foi renovado pelo Espírito de Deus, a vida dará testemunho desse fato. Se bem que nada possamos fazer para mudar o coração ou pôr-nos em harmonia com Deus; se bem que não devamos absolutamente confiar em nós mesmos ou em nossas boas obras, nossa vida revelará se a graça de Deus está habitando em nós. Ver-se-á mudança no caráter, nos hábitos e atividades. Será claro e positivo o contraste entre o que foram e o que são. O caráter se revela, não por boas ou más ações ocasionais, mas pela tendência das palavras e atos costumeiros. (CC, 57)

A infância de Jesus, passada na pobreza, não fora contaminada pelos hábitos artificiais de uma era corrupta. Trabalhando ao banco de carpinteiro, desempenhando as responsabilidades da vida doméstica, aprendendo as lições da obediência e da labuta, encontrava recreação entre as cenas da natureza, colhendo conhecimento enquanto buscava compreender os mistérios dessa natureza. Estudava a Palavra de Deus, e as horas de maior felicidade para Ele eram aquelas em que Se podia afastar do cenário de Seus labores e ir para o campo a meditar nos quietos vales, a entreter comunhão

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com Deus na encosta da montanha, ou entre as árvores da floresta. O alvorecer encontrava-O muitas vezes em algum lugar retirado, meditando, examinando as Escrituras, ou em oração. Com cânticos saudava a luz da manhã. Com hinos de gratidão alegrava Suas horas de labor, e levava a alegria celeste ao cansado e ao abatido. (CBV, 52)

Chame-se a atenção às leis ensinadas a Israel. Deus lhes deu definidas instruções quanto a seus hábitos de vida. Deu-lhes a conhecer as leis relativas tanto ao bem-estar físico como ao espiritual; e, sob a condição de obediência, assegurou-lhes: "E o Senhor de ti desviará toda enfermidade." Deut. 7:15. "Aplicai o vosso coração a todas as palavras que hoje testifico entre vós." Deut. 32:46. "Porque são vida para os que as acham e saúde para o seu corpo." Prov. 4:22. (CBV, 114)

A única esperança de coisas melhores está na educação do povo nos verdadeiros princípios. Ensinem os médicos ao povo que o poder restaurador não se encontra em drogas, porém na natureza. A doença é um esforço da natureza para libertar o organismo de condições resultantes da violação das leis da saúde. Em caso de doença, convém verificar a causa. As condições insalubres devem ser mudadas, os maus hábitos corrigidos. Então se auxilia a natureza em seu esforço para expelir as impurezas e restabelecer as condições normais no organismo. (CBV, 127)

Em esperança, somos salvos." Rom. 8:24. Os caídos devem ser levados a sentir que não é demasiado tarde para serem íntegros. Cristo honrou o homem com Sua confiança, deixando-o então sob a vigilância de sua própria honra. Mesmo aqueles que haviam caído mais baixo, Ele tratava com respeito. Era para Cristo uma contínua dor o contato com a inimizade, a depravação e a impureza; nunca, porém, soltou Ele uma expressão que mostrasse estarem as Suas sensibilidades chocadas ou ofendidos os Seus apurados gostos. Fossem quais fossem os maus hábitos, os fortes preconceitos ou as dominantes paixões das criaturas humanas, Ele as encarava a todas com piedosa ternura. Ao partilharmos de Seu Espírito, olharemos todos os homens como irmãos, com idênticas tentações, caindo muitas vezes e lutando por se erguer novamente, combatendo contra o desânimo e as dificuldades, sedentos de simpatia e auxílio. Então nos aproximaremos deles de modo a não desanimá-los nem repeli-los, mas a

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suscitar a esperança em seu coração. Ao serem assim animados, poderão dizer em confiança: "Ó inimiga minha, não te alegres a meu respeito; ainda que eu tenha caído, levantar-me-ei; se morar nas trevas, o Senhor será a minha luz." Ele julgará "a minha causa" e executará "o meu direito". Ele trazer-me-á "à luz, e eu verei a Sua justiça." Miq. 7:8 e 9. (CBV, 165 e 165)

"De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus. Assim que não nos julguemos mais uns aos outros; antes, seja o vosso propósito não pôr tropeço ou escândalo ao irmão." Rom. 14:12 e 13.

Necessitamos colocar-nos a nós mesmos no lugar dos tentados. Considerai o poder da hereditariedade, a influência das más companhias e do ambiente, a força dos maus hábitos. Podemos nós admirar-nos de que, sob tais influências, muitos se degradem? Podemos admirar que sejam tardios em corresponder aos nossos esforços pelo seu reerguimento? (CBV, 168)

Toda verdadeira reforma tem seu lugar na obra do evangelho, e tende ao reerguimento da alma a uma vida nova e mais nobre. A obra da temperança, especialmente, requer o apoio dos obreiros cristãos. Eles devem chamar a atenção para essa obra, tornando-a objeto de vivo interesse. Por toda parte devem apresentar ao povo os princípios da verdadeira temperança, e pedir assinaturas para o voto da mesma. Fervorosos esforços se devem fazer em favor dos que se acham escravizados aos maus hábitos. (CBV, 171)

As vítimas de maus hábitos devem ser despertadas para a necessidade de fazer esforços por si mesmos. Outros podem desenvolver os mais fervorosos empenhos para erguê-los, a graça de Deus pode-lhes ser abundantemente oferecida, Cristo pode rogar, Seus anjos ministrar; tudo, porém, será em vão, a menos que eles próprios despertem para pelejar o combate em seu favor. (CBV, 174)

Os que trabalham pelos caídos ficarão decepcionados com muitos que dão esperança de reforma. Muitos não farão senão uma superficial mudança em seus hábitos e maneiras de proceder. São movidos por impulso, e por algum tempo podem parecer reformados; mas não há verdadeira mudança de

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coração. Acariciam o mesmo amor-próprio, têm a mesma sede de prazeres vãos, o mesmo desejo de satisfação própria. Não têm conhecimento da obra da formação do caráter, e não se pode confiar neles como homens de princípios. Rebaixaram suas faculdades mentais e espirituais pela satisfação do apetite e da paixão, o que os enfraquece. São inconstantes e mutáveis. Seus impulsos tendem à sensualidade. Essas pessoas são muitas vezes uma fonte de perigo para outros. Sendo considerados como homens e mulheres reformados, confiam-se-lhes responsabilidades, e são colocados em posições em que sua influência corrompe os inocentes. (CBV, 177)

A necessidade de tal auxílio e instrução não se limita às cidades. Mesmo no campo, com todas as suas possibilidades quanto a uma vida melhor, multidões de pobres se acham em grande carência. Localidades inteiras estão destituídas de educação em assuntos industriais e higiênicos. Há famílias morando em choças, com mobília e vestuário deficientes, sem utensílios, sem livros, destituídos tanto de confortos como de meios de cultura. Almas embrutecidas, corpos fracos e mal formados, mostram os resultados da má hereditariedade e dos hábitos errôneos. Essas pessoas devem ser educadas principiando com os próprios fundamentos. Têm vivido uma vida frouxa, ociosa, corrupta, e precisam ser exercitadas nos hábitos corretos. (CBV, 192)

Milhares que ocupam posições de confiança e honra estão condescendendo com hábitos que significam ruína para o corpo e a alma. Ministros do evangelho, estadistas, escritores, homens de fortuna e de talento, homens de vasta capacidade comercial, de aptidões para ser úteis, encontram-se em perigo mortal, porque não reconhecem a necessidade do domínio de si mesmos em todas as coisas. É necessário que se lhes chame a atenção para os princípios de temperança, não por maneira estreita e arbitrária, mas à luz do grande desígnio de Deus para a humanidade. Pudessem os princípios da verdadeira temperança ser-lhes assim apresentados, e muitos dentre as classes mais elevadas haveriam de reconhecer seu valor e aceitá-los com sinceridade. (CBV, 211)

Muitas pessoas chamam sobre si a doença pela condescendência consigo mesmas. Não têm vivido segundo as leis naturais ou os princípios da estrita pureza. Outros têm desconsiderado as leis da saúde em seus hábitos de

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comer e beber, vestir ou trabalhar. Freqüentemente é alguma forma de vício a causa do enfraquecimento mental ou físico. Obtivessem essas pessoas a bênção da saúde, e muitas delas continuariam a seguir o mesmo rumo de descuidosa transgressão das leis naturais e espirituais de Deus, raciocinando que, se Ele as cura em resposta à oração, elas se acham em liberdade de prosseguir em suas práticas nocivas, condescendendo sem restrições com apetites pervertidos. Se Deus operasse um milagre para restaurar à saúde essas pessoas, estaria animando o pecado. (CBV, 227)

É trabalho perdido ensinar o povo a volver-se para Deus como Aquele que cura suas enfermidades, a menos que seja também ensinado a renunciar aos hábitos nocivos. Para que recebam Sua bênção em resposta à oração, devem cessar de fazer o mal e aprender a fazer o bem. Seu ambiente deve ser higiênico, corretos os seus hábitos de vida. Devem viver em harmonia com a Lei de Deus, tanto a natural como a espiritual. (CBV, 227 e 228)

O maior número, todavia, sofre devido a sua própria direção errônea. Desatendem aos princípios de saúde por seus hábitos de comer e beber, vestir e trabalhar. Sua transgressão das leis da natureza produz os infalíveis resultados; e, ao sobrevir-lhes a doença, muitos não atribuem seu sofrimento à verdadeira origem, mas murmuram contra Deus por causa de suas aflições. Mas Deus não é responsável pelo sofrimento que se segue ao menosprezo da lei natural. (CBV, 234)

Um estudante pode consagrar todas as suas faculdades à aquisição de conhecimento; mas, a menos que possua conhecimento de Deus, a menos que obedeça às leis que lhe governam o ser, destruir-se-á. Mediante hábitos errôneos, perde a faculdade da apreciação de si mesmo; perde o domínio próprio . Não lhe é possível raciocinar acertadamente quanto ao que mais intimamente o interessa. É descuidado e irracional no tratamento da mente e do corpo. Mediante a negligência no cultivo dos justos princípios, arruína-se tanto para este mundo como para o futuro. (CBV, 450)

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ATENÇÃO

Cumpre-nos formar hábitos de pensamento que nos habilitem a resistir à tentação. Devemos aprender a olhar para cima. Os princípios da Palavra de Deus - princípios tão elevados como o céu e que abrangem a eternidade - cumpre-nos compreendê-los em sua relação para com a nossa vida diária. Cada ato, cada palavra, cada pensamento deve estar de acordo com esses princípios. Tudo deve ser posto em harmonia com Cristo, e a Ele sujeito. (CBV, 454)

Todas as relações sociais exigem o exercício do domínio próprio, paciência e simpatia. Diferimos tanto uns dos outros em disposições, hábitos e educação, que variam entre si nossas maneiras de ver as coisas. Julgamos diferentemente. Nossa compreensão da verdade, nossas idéias em relação à conduta de vida não são idênticas sob todos os pontos de vista. Não há duas pessoas cuja experiência seja igual em cada particular. As provas de uma não são as provas de outra. Os deveres que para uma se apresentam como leves são para outra mais difíceis e inquietantes. (CBV, 483)

A vida compõe-se, principalmente, não de grandes sacrifícios, ações maravilhosas, mas de pequenas coisas. Na maior parte das vezes, é pelas pequenas coisas que parecem indignas de menção que grande bem ou mal é trazido à nossa vida. É pela falta de sucesso em suportar as provas a que somos sujeitos nas pequenas coisas, que se adquirem os maus hábitos e se deforma o caráter; e, quando nos assaltam as provas maiores, encontramo-nos desprevenidos. Só agindo por princípio nas provas da vida cotidiana, podemos adquirir energia para ficar firmes e fiéis nas mais perigosas e difíceis situações. (CBV, 490)

Mais do que ninguém, deveis ansiar pelo auxílio do Espírito Santo e pelo conhecimento de Deus, tanto mais quanto vossa posição de confiança é de maior responsabilidade que a dos outros. Nada é mais necessário em vossos trabalhos do que os resultados práticos da comunhão com Deus. Devemos mostrar, em nossa vida diária, que temos paz e descanso no Senhor. Essa paz no coração resplandecerá na fisionomia. Imprimirá à voz uma força persuasiva. A comunhão com Deus refletirá no caráter e na vida.

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Os homens conhecerão em nós, como nos primeiros discípulos, que estivemos com Jesus. Eis o que dá ao obreiro um poder que nada mais será capaz de lhe comunicar. Jamais devemos permitir ser privados de tal poder. Carecemos de viver uma dupla vida - vida de pensamento e de ação, de silenciosa prece e infatigável trabalho. A energia recebida pela comunhão com Deus, unida ao ardente esforço de educar o espírito em hábitos ponderados e cautelosos, preparam para os deveres de cada dia, e conservam o espírito em paz em todas as circunstâncias, ainda as mais adversas. (CBV, 512)

O seguidor de Cristo deve-se aperfeiçoar constantemente em maneiras, hábitos, espírito e trabalho. Isso se opera conservando o olhar, não somente nas realizações exteriores e superficiais, mas em Jesus. Opera-se uma transformação na mente, no espírito e no caráter. O cristão é educado na escola de Cristo, para nutrir as graças de Seu Espírito em toda a mansidão e humildade. Está-se habilitando para a sociedade dos anjos celestiais. Obreiros Evangélicos, pág. 283. (Colp. Evang. 59)

Assim tereis influência sobre outros. Muitos procuram corrigir a vida de outros atacando aquilo que consideram como hábitos errôneos. Vão ter com aqueles a quem julgam estar em erro e apontam defeitos, mas não fazem fervoroso, prudente esforço a fim de dirigir-lhes a mente para os verdadeiros princípios. Tal procedimento muitas vezes deixa de alcançar os resultados desejados. Procurando corrigir os outros, nós também muitas vezes suscitamos o combate, e assim causaremos mais dano do que bem. Não observeis os outros para lhes apontar faltas ou erros. Ensinai pelo exemplo. Que vossa renúncia e vitória sobre o apetite seja uma ilustração de obediência aos retos princípios. Que vossa vida dê testemunho da santificadora, enobrecedora influência da verdade. Testemunhos Seletos, vol. 2, págs. 551 e 552.

Há uma ciência do Cristianismo a ser dominada - ciência tão mais profunda, ampla e elevada que qualquer outra ciência, quanto o Céu está mais alto do que a Terra. A mente deve ser disciplinada, educada e exercitada; pois os homens devem fazer serviço para Deus por maneiras que não se acham em harmonia com sua inata inclinação. Muitas vezes devem o preparo e a educação de toda uma existência ser rejeitados a fim de que a pessoa se torne

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discípula na escola de Cristo. O coração deve ser educado a firmar-se em Deus. Adultos e jovens precisam formar hábitos de pensamento que os habilitem a resistir à tentação. Cumpre-lhes aprender a olhar para o alto. Os princípios da Palavra de Deus - princípios tão elevados como o céu e que abrangem a eternidade - devem ser compreendidos em sua relação para com a vida diária. Todo ato, palavra e pensamento devem estar em harmonia com esses princípios. (CPPE, 20)

Unicamente a vida pode gerar vida. Só aquele que está ligado com a Fonte da vida, e esse tão-somente, pode ser um conduto de vida. A fim de o mestre poder realizar o objetivo de sua obra, deve ser uma viva encarnação da verdade, um canal vivo por onde possam fluir a sabedoria e a vida. Uma vida pura, resultado de sãos princípios e de hábitos corretos, deve ser, portanto, considerada seu mais importante requisito. (CPPE, 31)

Pondo-se o mundo, nesta época, cada vez mais sob a influência de Satanás, os verdadeiros filhos de Deus desejarão mais e mais ser ensinados por ele. Devem empregar-se professores que dêem um molde celestial ao caráter da juventude. Sob a influência de tais ensinadores, práticas dispensáveis e tolas serão substituídas por hábitos e práticas adequados aos filhos e filhas de Deus. (CPPE, 57)

A parábola do semeador e da semente comunica uma profunda lição espiritual. A semente representa os princípios semeados no coração; e seu crescimento, o desenvolvimento do caráter. Tornai prático o ensino a esse respeito. As crianças podem preparar o terreno e semear a semente; e, enquanto elas trabalham, os pais, ou o professor, podem explicar-lhes o jardim do coração com a boa ou a má semente ali semeada. E, assim como o jardim deve ser preparado para a semente natural, deve o coração ser preparado para a semente da verdade. À medida que a planta cresce, a relação entre a semeadura natural e a espiritual pode continuar. (CPPE, 142)

A obra de ganhar a salvação é de co-participação e cooperação. Deve haver cooperação entre Deus e o pecador arrependido. Isto é necessário para a formação de corretos princípios de caráter. Deve o homem fazer veementes esforços para vencer o que o impede de alcançar a perfeição. Mas, para alcançar êxito, ele depende inteiramente de Deus. Por si mesmos

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os esforços humanos não são suficientes. Sem a ajuda do poder divino ele de nada vale. Deus age e o homem também. A resistência à tentação deve partir do homem, que por sua vez deve obter de Deus o poder. De um lado se acham sabedoria infinita, compaixão e poder; do outro debilidade, pecaminosidade e incapacidade absoluta. (AA, 482)

A lei de Deus é a transcrição de Seu caráter, e unicamente os que obedecem a essa lei serão por Ele aceitos. Cada desvio da obediência à lei divina é rebelião. É do mais alto interesse do homem obedecer à lei de Deus, pois a conformidade aos princípios dessa lei é essencial à formação de um caráter justo. As regras de vida dadas pelo Senhor, farão o homem puro, feliz e santo. Unicamente os que obedecem a essas regras ouvirão dos lábios de Cristo as palavras: "Subi mais alto!" Review and Herald, 15 de março de 1906. (MM, Nos Lugares Celestiais, 361)

No aperfeiçoamento do caráter cristão, é essencial perseverar em fazer bem. Desejo impressionar nossa juventude com a importância da perseverança e da energia na obra da formação do caráter. É preciso, desde os primeiros anos, tecer no caráter princípios de rigorosa integridade, a fim de a juventude poder alcançar a mais alta norma de varonilidade e feminilidade. Devem sempre conservar diante dos olhos o fato de que foram comprados por preço, e glorificar a Deus no corpo e no espírito, que Lhe pertencem. ... (MJ, 45)

A Palavra de Deus está repleta de princípios gerais para a formação de hábitos corretos de vida, e os testemunhos, tanto gerais como individuais, visam chamar a sua atenção particularmente para esses princípios. Testemunhos Seletos, vol. 2, pág. 279.

A santificação, não é meramente uma teoria, uma emoção, ou uma forma de expressão, mas um princípio vivo, ativo, penetrando a vida diariamente. Requer que nossos hábitos no comer, beber e vestir sejam de tal modo asseguradores da saúde física, mental e moral, para que apresentemos ao Senhor nosso corpo - não uma oferta corrompida por maus hábitos, mas - "um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus". Rom. 12:1. Temperança, pág. 19.

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A elevação ou decadência do futuro da sociedade serão determinadas pelos costumes e a moral da juventude que cresce ao nosso redor. Como a juventude é educada e como é moldado o seu caráter na infância em hábitos virtuosos, domínio próprio e temperança, assim será sua influência na sociedade. Se os jovens são deixados sem esclarecimento e sem controle, tornando-se em conseqüência voluntariosos, intemperantes em apetite e paixão, assim será sua influência futura em moldar a sociedade. As companhias que a juventude mantém agora, os hábitos que forma, os princípios que adota, são uma indicação da espécie de sociedade do futuro. Pacific Health Journal, junho de 1890. (Lar Adventista, 15)

Não se torna parte da educação cultivar pensamentos religiosos e sentimentos devocionais. Estes devem influenciar e reger todo o ser. Falta o hábito de fazer o que é direito. Há intermitente ação sob influências favoráveis; mas pensar natural e prontamente nas coisas divinas, não é o princípio regedor do espírito. (I TS, 242)

O BOM SAMARITANO

Diz-nos a profecia que nos achamos próximos do fim do tempo. A capacidade intelectual, as naturais aptidões e o suposto discernimento excelente, não prepararão os jovens para se tornarem missionários no serviço de Deus. Pessoa alguma que busque educar-se para a obra e o serviço do Senhor, se tornará mais completa em Jesus Cristo recebendo o suposto toque final em ______, seja no sentido literário, seja no da medicina. Muitos se tornaram inaptos para o trabalho missionário, devido a terem freqüentado tais escolas. Desonraram a Deus por havê-Lo deixado à margem, aceitando o homem como seu ajudador. "Aos que Me honram honrarei", declara Deus, "porém os que Me desprezam serão envilecidos." I Sam. 2:30. ...

A Palavra de Deus deve ser recebida como fundamento e coroa de nossa fé. Deve ser recebida com o entendimento, e de todo o coração; ela é vida, e deve ser incorporada à nossa própria existência. Assim recebida, a Palavra de Deus humilhará o homem junto ao escabelo da misericórdia, e separá-lo-á de toda má influência. (CPPE, 375)

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Unicamente à medida que se manifesta a vida mais elevada segundo se revela nos ensinos de Cristo, pode qualquer sabedoria e instrução ser, com justiça, chamada de educação superior; e tão-somente mediante o auxílio do Espírito Santo pode essa educação ser obtida. O estudo da ciência natural, feito pelo homem desajudado do Espírito Santo, carece dos preciosos elementos que Cristo deseja que ele aprenda quanto ao mundo natural; pois deixa de ser instruído nas grandes e importantes verdades que dizem respeito à salvação.

Há, no entendimento humano, grandes possibilidades, quando ligado ao verdadeiro Mestre, que, em Sua apresentação das coisas do mundo natural, revela a verdade em seu aspecto prático. Deus opera de maneira invisível no coração humano. Sem o poder divino operando no entendimento, a mente humana não pode apreender os sentimentos da elevada e enobrecedora verdade; não pode ler o livro da natureza nem entender a singeleza da piedade que aí se encontra. Quando a mente humana se liberta de influências perversoras, será capaz de receber as lições de Cristo. Mas homem algum por si mesmo pode compreender a verdadeira ciência da educação, senão quando Deus em Sua sabedoria, por meio de Seu Santo Espírito, santificar-lhe a observação. (CPPE, 375/376)

Acham-se diante de vós as oportunidades; sendo estudiosos e retos, podeis obter educação do mais alto valor. Aproveitai ao máximo os vossos privilégios. Não fiqueis satisfeitos com as realizações comuns; buscai habilitar-vos para preencher posições de confiança em ligação com a obra do Senhor na Terra. Unidos ao Deus de sabedoria, e poder, podeis tornar-vos intelectualmente fortes, e progressivamente capazes como ganhadores de almas. Podeis tornar-vos homens e mulheres de responsabilidade e influência se, por vossa força de vontade, aliada ao poder divino, vos empenhardes na obra de adquirir o devido preparo.

Exercitai as faculdades mentais, não negligenciando de maneira alguma o físico. Não permitais que a indolência intelectual vos obstrua o caminho para maiores conhecimentos. Aprendei a refletir da mesma maneira que a estudar, a fim de que vossa mente possa se ampliar, fortalecer e desenvolver. Jamais penseis que já aprendestes suficientemente, e que podeis abandonar os estudos. O espírito culto é a medida do homem. Vossa educação se

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prolongará por toda a vida; deveis aprender todos os dias, pondo em prática o conhecimento adquirido. (CPPE, 475/76)

O conhecimento de que o homem deve ser um templo para Deus, uma morada para a revelação de sua glória, deve ser o mais alto incentivo ao cuidado e desenvolvimento de nossas faculdades físicas. Terrível e maravilhosamente tem o Criador operado na estrutura, e nos ordena que estudemos para lhe compreender as necessidades e fazermos nossa parte no preservá-lo de dano e contaminação. (CBV, 269)

Nos ensinos dado por Deus a Israel, foi dispensada cuidadosa atenção á conservação da saúde. O povo que tinha saído da servidão, com seus hábitos desaseados e nocivos que ela facilita, foram sujeitos ao mais rigoroso preparo no deserto, antes de entrar na Canaã, foram-lhes ensinados princípios de saúde e impostas leis sanitárias. (CBV, 277)

Durante a estada no deserto, os israelitas se achavam quase continuamente ao ar livre, onde as impurezas teriam efeito menos nocivo do que nos que vivem em casas fechadas. Mas era requerido o mais estrito asseio, tanto dentro como fora de suas tendas. Nenhum lixo devia ficar dentro ou em volta do acampamento. O Senhor disse: "O Senhor, teu Deus, anda no meio do teu arraial, para te livrar e entregar os teus inimigos diante de ti; pelo que o teu arraial será santo." Deut. 23:14. (CBV, 276)

Muitas vezes, ao ajudar os intemperantes, devemos, como Cristo fazia tão freqüentemente, atender primeiro a suas condições físicas. Necessitam alimento e bebida saudáveis, não estimulantes, roupas limpas, oportunidades de manter o asseio físico. Necessitam ser rodeados de uma atmosfera de salutar e enobrecedora influência cristã. Deve-se prover em toda cidade um lugar em que os escravos dos maus hábitos possam receber auxílio para quebrar as cadeias que os prendem. A bebida forte é considerada por muitos o único consolo na aflição; mas não será preciso que seja assim, se, em lugar de desempenhar o papel do sacerdote e do levita, os professos cristãos seguirem o exemplo do bom samaritano. (CBV, 172)

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Nosso lar e os arredores devem ser uma lição prática, ensinando processos de aperfeiçoamento, de maneira que a atividade, o asseio, o bom gosto e o refinamento tomem o lugar da ociosidade, da falta de limpeza, da desordem e do que é grosseiro. Por nossa vida e exemplo, podemos ajudar outros a distinguir o que é repulsivo em seu caráter e ambiente, e com cortesia cristã podemos animar o aperfeiçoamento. Ao manifestarmos interesse neles, encontraremos oportunidade de lhes ensinar a empregar melhor suas energias. (CBV, 196)

Se forem observadas precauções convenientes, não há necessidade de que doenças não contagiosas sejam contraídas por outros. Que os hábitos sejam corrigidos, e pelo asseio e ventilação conveniente guarde-se o quarto do doente livre de elementos venenosos. Em tais condições, o enfermo tem muito mais probabilidades de cura, e na maior parte dos casos tanto as enfermeiras como os membros da família estarão ao abrigo do contágio da doença. (CBV, 220)

O escrupuloso asseio é indispensável tanto à saúde física como à mental. Impurezas são constantemente expelidas do corpo por meio da pele. Seus milhões de poros logo ficam obstruídos, a menos que se mantenham limpos mediante banhos freqüentes, e as impurezas que deviam sair pela pele se tornam mais uma sobrecarga aos outros órgãos eliminadores.

Perfeito asseio, quantidade de sol, cuidadosa atenção às condições higiênicas em todos os detalhes da vida doméstica são essenciais à prevenção das doenças e ao contentamento e vigor dos habitantes do lar. (CBV, 276)

A necessidade do asseio pessoal foi ensinada da maneira mais impressiva. Antes de se reunirem no Monte Sinai para ouvir a proclamação da lei pela voz de Deus, foi exigido do povo que se lavassem a si mesmos, e a suas roupas. Esta recomendação foi imposta sob pena de morte. Nenhuma impureza devia ser tolerada diante de Deus. (CBV, 279)

Roupa suja leva o descrédito contra a verdade que professamos crer. Deveis considerar que sois representantes do Senhor Jesus Cristo. Esteja, pois, toda a vida em harmonia com a verdade bíblica. ... Isto não é assunto de

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pouca conseqüência; pois ele afeta vossa influência sobre outros agora e para a eternidade. Não podeis esperar que o Senhor vos dê pleno sucesso na salvação de almas para Ele, a menos que toda vossa aparência e maneiras sejam de tal natureza que imponham respeito. A verdade é engrandecida mesmo pela impressão de asseio no vestuário. Carta 336, 1908. (Comp. Evang, 65)

Em toda escola deve haver os que tenham uma reserva de paciência e de talento disciplinar, e que cuidem que cada ramo de trabalho seja mantido na mais elevada norma. Devem dar-se lições de asseio, ordem e perfeição. Ensine-se aos estudantes como conservar em perfeita ordem tudo na escola e em redor dela. (CPPE, 211)

Se ache habilitado a educar os estudantes nos hábitos de ordem, asseio e diligência. Efetuai um trabalho completo no que quer que empreendais. Se sois fiéis no ensino dos ramos usuais, muitos de vossos estudantes poderão entrar diretamente para a obra como colportores e evangelistas. Não precisamos entender que todos os obreiros necessitem de educação superior. (CPPE, 214)

Qual é o comportamento do professor? É pontual? É asseado? Essas qualidades merecem atenção, pois são essenciais ao professor. Como pode ele exigir da classe esses requisitos necessários, a menos que ela tenha um exemplo de pontualidade, asseio, compostura e ordem? Se o professor não está em seu lugar e a classe é deixada a recrear-se, se ele chega atrasado, entrando apressado e ofegante, essa influência conduz à desordem e falta de pontualidade. Testimonies on Sabbath School Work, págs. 95 e 96. (CSES, 92)

A todo aluno no lar, desejo dizer: Sede fiéis aos deveres domésticos. Sede fiéis no desempenho das pequenas responsabilidades. Sede um cristão verdadeiramente vivo no lar. Deixai que os princípios cristãos vos governem o coração e rejam a conduta. Dai ouvidos a toda sugestão feita pelo professor, mas não deixeis que se torne uma necessidade que vos digam sempre o que deveis fazer. Discerni por vós mesmos. Observai por vós mesmos se tudo em vosso quarto está impecavelmente limpo e em ordem, de modo que coisa alguma aí seja ofensiva a Deus, mas que, ao passarem os

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santos anjos por vosso aposento, sejam atraídos a se demorar, atraídos pelo asseio e a ordem que aí reinam. Cumprindo pronta, esmerada e fielmente vossos deveres, sois missionários. Sois testemunha de Cristo. Mostrais que a religião de Cristo não vos torna, seja em princípio, seja na prática, desalinhados, vulgares, desrespeitosos para com vossos professores, pouco atenciosos para com seus conselhos e instruções. A religião bíblica, quando praticada, tornar-vos-á bondosos, considerados, fiéis. Não negligenciareis as pequeninas coisas que devem ser feitas. (CSE, 157)

A luz dada por Deus quanto ao assunto da doença e suas causas requer ampla consideração; pois são os hábitos errôneos de condescendência com o apetite, e a descuidosa, negligente desatenção ao devido cuidado com o corpo que afeta a pessoa. Os hábitos de asseio, de cuidado com o que é ingerido, devem ser observados. (SSRA, 291)

Há muitos modos de praticar a arte de curar; mas um só existe aprovado pelo Céu. Os remédios de Deus são os simples agentes da natureza, que não sobrecarregarão nem enfraquecerão o organismo mediante suas fortes propriedades. Ar puro e água, asseio, regime adequado, pureza de vida e firme confiança em Deus, são remédios por cuja falta milhares de pessoas estão perecendo; todavia esses remédios estão caindo em desuso, porque seu hábil emprego requer trabalho que o povo não aprecia. Ar puro, exercício, água pura, e morada limpa e aprazível, acham-se ao alcance de todos, com apenas pouca despesa; as drogas, porém, são dispendiosas, tanto no gasto do dinheiro, como no efeito produzido no organismo. Testimonies, vol. 5, pág. 443.

Os que tratam os doentes devem avançar em sua importante obra, com forte confiança em Deus de que Suas bênçãos acompanhem os meios por Ele graciosamente providos, e para os quais em misericórdia nos chamou a atenção como um povo, isto é, o ar puro, o asseio, o saudável regime alimentar, os devidos períodos de trabalho e de repouso, e o emprego da água. Testimonies, vol. 1, pág. 561.

Com respeito ao asseio, Deus não requer menos de Seu povo hoje, do que em relação ao Israel antigo. A negligência da limpeza induz a doença. Doença e morte prematura não vêm sem causa. Febres obstinadas e graves

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doenças têm prevalecido em comunidades e cidades anteriormente consideradas salubres, e alguns têm morrido, enquanto outros foram deixados com a constituição alquebrada, mutilados por toda a vida, pela doença. Em muitos casos seu próprio quintal contém o agente de destruição, que despediu veneno letal para a atmosfera, para ser inalado pela família e a vizinhança. A lerdeza e negligência testemunhada às vezes é animalesca, e a ignorância dos efeitos dessas coisas sobre a saúde é assombrosa. Esses lugares devem ser limpos, especialmente no verão, com auxílio de cal, ou cinza, ou pelo enterramento diário. Publicado inicialmente em How to Live, parte 4, págs. 54-61; reproduzido em Review and Herald, de 5 a 12 de dezembro de 1899. (CSS, 63)

Deus não é glorificado por aqueles a quem Ele chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz se eles forem desasseados, desleixados e desmazelados. Precisamos imitar o Modelo celestial pelo que diz respeito à ordem e ao asseio; e, se o Céu é desejável e atraente, quero que minha propriedade seja atraente em sua simplicidade e ordem. Todos nós precisamos considerar que o esmero, o asseio e a ordem devem prevalecer entre os que amam e temem a Deus, pois desta maneira estamos enaltecendo nossa fé. (Este dia Com Deus, 329)

O nosso exterior deve caracterizar-se em todos os aspectos pelo asseio, modéstia e pureza. O que, porém, a Palavra de Deus não aprova são as mudanças no vestuário pelo mero amor da moda - a fim de nos conformarmos com o mundo. Os cristãos não devem enfeitar o corpo com vestidos custosos e adornos preciosos. (Evang, 269)

Por amor de Cristo, cujas testemunhas somos, devemos apresentar exteriormente o melhor dos aspectos. No serviço do tabernáculo, Deus especificou cada detalhe no tocante ao vestuário dos que deviam oficiar perante Ele. Com isto nos ensinou que tem suas preferências também quanto à roupa dos que O servem. Prescrições minuciosas foram por Ele dadas em relação à roupa de Arão, por ser esta simbólica. Do mesmo modo as roupas dos seguidores de Cristo devem ser simbólicas, pois que lhes compete representar a Cristo em tudo. O nosso exterior deve caracterizar-se em todos os seus aspectos pelo asseio, modéstia e pureza. O que, porém, a Palavra de Deus não aprova são as mudanças no vestuário pelo mero amor

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da moda - a fim de nos conformarmos ao mundo. Os cristãos não devem enfeitar o corpo com trajes custosos e adornos preciosos. (Idem, 312)

O Céu é um lugar limpo e santo. Deus é puro e santo. Todos quantos chegam a Sua presença, devem atender-Lhe às orientações, e ter o corpo e as roupas em condições de asseio, pureza, mostrando assim respeito por si mesmos e por Ele. O coração também deve ser santificado. Os que assim fazem não Lhe desonram o sagrado nome com o adorá-Lo enquanto têm o coração poluído e o vestuário desasseado. Deus vê estas coisas. Observa o preparo do coração, os pensamentos, a limpeza exterior dos que O adoram. SDA Bible Commentary, vol. 1, pág. 1.120. (MM, Filhos e Filhas de Deus, 173)

O asseio e a ordem são deveres cristãos; no entanto, mesmo estas coisas podem ser levadas demasiado longe, fazendo-se com que sejam o essencial, ao passo que são negligenciadas questões de maior importância. Os que descuidam os interesses dos filhos por estas considerações, estão dizimando a hortelã e o cominho, ao passo que negligenciam os preceitos mais importantes da lei - a justiça, a misericórdia e o amor de Deus. (FEC, 157)

A limpeza, o asseio e a ordem são indispensáveis na própria administração da família. Mas quando a mãe faz dessas coisas os todo-importantes deveres de sua vida, e a eles se devota com negligência do desenvolvimento físico e do cultivo mental e moral dos filhos, comete lamentável erro. Signs of the Times, 5 de agosto de 1875. (Lar Adventista, 21)

É preciso dispensar auxílio nesse sentido aos que parecem não ter nenhum senso da significação e da importância do asseio. É preciso ensinar-lhes que aqueles que devem representar o alto e santo Deus, precisam manter sua alma pura e limpa, e que esta pureza se deve estender a seu vestuário e a tudo quanto faz parte do lar, de modo que os anjos ministradores tenham prova de que a verdade operou uma mudança na vida, purificando a alma e refinando os gostos. Os que, depois de receberem a verdade, não se mudam em palavras e conduta, no vestir e nos arredores, estão vivendo para si mesmos, não para Cristo. Não foram criados de novo em Cristo Jesus, para purificação e santidade. ... (Lar Adv 22)

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Voz carinhosa, maneiras gentis e sincera afeição que encontra expressão em todos os atos, juntamente com hábitos industriosos, asseio, economia, fazem até de uma cabana o mais feliz dos lares. O Criador olha para um lar assim com aprovação. Signs of the Times, 2 de outubro de 1884. (Idem, 422)

Caso o jovem não possa adquirir senão uma educação unilateral, qual é de maior importância - o conhecimento das ciências, com todas as desvantagens para a saúde e a vida, ou o do trabalho para a vida prática? Sem hesitar, respondemos: o último. Se um deles deve ser negligenciado, seja o estudo dos livros. (CPPE, 289)

Recomendamos a todo aluno o Livro dos livros como o mais grandioso estudo para a inteligência humana, o livro que encerra o conhecimento essencial para esta vida e a futura. Não aconselho, todavia, o afrouxamento da norma educativa no estudo das ciências. A luz que tem sido dada sobre esse assunto, é clara, não devendo ser de modo algum desprezada. (395)

E não se pense que isso impedirá o estudo das Ciências ou dará lugar ao abaixamento da norma educativa. O conhecimento de Deus é alto como o céu e amplo como o Universo. Não há nada tão enobrecedor e próprio para revigorar, como o estudo dos grandes temas que dizem respeito à nossa vida eterna. Procure a juventude apoderar-se dessas verdades dadas por Deus, e a mente se lhes dilatará e tornará forte nesse esforço. Ele levará todo jovem que for praticante da Palavra a mais vasto campo de idéias, assegurando-lhe imperecível riqueza de conhecimentos. (Idem, 441)

O homem cuja mente é iluminada pela Palavra de Deus, há de sentir, mais que qualquer outra pessoa na Terra, que deve ser mais diligente no exame da Bíblia, no estudo das ciências; pois sua esperança e vocação são maiores que qualquer outra. Quanto mais intimamente um homem se achar ligado com a Fonte de todo o conhecimento e sabedoria, tanto mais ele pode ser auxiliado intelectual e espiritualmente. O conhecimento de Deus é a educação essencial; todo verdadeiro obreiro dedicará seu constante estudo para obtenção desse conhecimento. (Idem, 510)

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