025 jesus espirito superior ou puro

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 Jesus Espírito Superior ou Puro? Recebemos o seguinte e-mail: ----- Mensagem original -------- Assunto: pedrourbano.mg: Superioridade de Jesus Data: Fri, 30 Sep 2011 14:26:19 -0300 De: Romivaldo S. Silva <[email protected]> Para: [email protected] Coordeno um dos cursos no “Núcleo de Estudos Espíritas Chico Xavier” , filiado à Casa Espírita Eurípedes Barsanulfo, sita à Rua Gazeta da Tarde – T aquara – Rio de Janeiro e tendo em vista interpretações divergentes quanto à superioridade do Mestre Jesus, se Espírito Superior ou Espírito Puro, solicito-lhes se possível, o seu posicionamento a respeito, tendo em vista o que dispõem as obras básicas, notadamente o Livro dos Espíritos (questões 111 a 113 e 625), O Livro dos Médiuns, cap. XXXI – “Acerca do Espiritismo”, item IX, A Gênese, cap. XV, item 2, Revi st a Espírita e outras que ajudem a elucidar es sa divergência de interpretações. É importante deixarmos patente que para nós seja qual for a Sua ordem na Escala Esp írita e/ou pos içã o hie rárq uica em rel açã o a outros Esp íri tos , Ele desempenhou a sua missão de maneira brilhante trazendo uma valiosíssima mensagem e é a essa que devemos nos ater. Apesar disso, todavia, fazemos esse pedido uma vez que essa divergência já causou questionamentos entre trabalhadores do Núcleo e tememos que aqueles que não conhecem a Doutrina dos Espíritos possam vir a se sentirem “perdidos” ante as dúvidas suscitadas e não raro expostas como verdade definitiva, o que nos parece imprópria. Romivaldo Realmente, pelo que percebemos, o assunto é ainda controverso no meio Espírita, com os adeptos dividindo-se entre os que acham ser Jesus um Espírito Superior e os que o julgam um Espírito Puro. Em princ ípio, alinha mos com o segun do grupo; entretan to, para responder aos amigos do Núcleo de Estudos Chico Xavier foi preciso fazer uma pesquisa profunda nas obras da Codificação para ver se podemos encontrar algo com o qual se possa definir essa questão. Estaremos colocando-as pela ordem de publicação. 1 – O Livro dos Espíritos Diferentes ordens de Espíritos 96. São iguais os Espíritos, ou há entre eles qualquer hierarquia?  “São de diferentes ordens, conforme o grau de perfeição que tenham alcançado.” 97.  As ordens ou graus de perfeição dos Espíritos são em número determinado?  “São ilimitadas em número, porque entre elas não há linh as de demarcação traçadas como barreiras, de sorte que as divisões podem ser multiplicadas ou restringidas livremente. Todavia, considerando-se os caracteres gerais dos Espíritos, elas podem reduzir-se a três principais.  Na primeira, colocar-se-ão os que atingiram a perfeição máxima: os puros Espíritos. Formam a segunda os que chegaram ao meio da escala: o desejo do bem é o que neles predomina. Pertencerão à terceira os que ainda se acham na parte inferior da escala: os Espíritos imperfeitos. A ignorância, o desejo do mal e todas as paixões más que lhes retardam o progresso, eis o que os caracteriza.” 98. Os Espírit os da segunda ordem  , para os quais o bem constitui a  preocupação dominante, têm o poder de praticá-lo?  “Cada um deles dispõe desse pod er , de acordo com o grau de perfeição a que

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Jesus Espír i t o Sup er io r ou Pur o?

Recebemos o seguinte e-mail:

----- Mensagem original --------Assun to : pedrourbano.mg: Superioridade de Jesus

Data : Fri, 30 Sep 2011 14:26:19 -0300

De: Romivaldo S. Silva <[email protected]>Para: [email protected]

Coordeno um dos cursos no “Núcleo de Estudos Espíritas Chico Xavier”, filiadoà Casa Espírita Eurípedes Barsanulfo, sita à Rua Gazeta da Tarde – Taquara – Riode Janeiro e tendo em vista interpretações divergentes quanto à superioridadedo Mestre Jesus, se Espírito Superior ou Espírito Puro, solicito-lhes se possível, oseu posicionamento a respeito, tendo em vista o que dispõem as obras básicas,notadamente o Livro dos Espíritos (questões 111 a 113 e 625), O Livro dosMédiuns, cap. XXXI – “Acerca do Espiritismo”, item IX, A Gênese, cap. XV, item2, Revista Espírita e outras que ajudem a elucidar essa divergência deinterpretações.

É importante deixarmos patente que para nós seja qual for a Sua ordem naEscala Espírita e/ou posição hierárquica em relação a outros Espíritos, Eledesempenhou a sua missão de maneira brilhante trazendo uma valiosíssimamensagem e é a essa que devemos nos ater.

Apesar disso, todavia, fazemos esse pedido uma vez que essa divergência jácausou questionamentos entre trabalhadores do Núcleo e tememos que aquelesque não conhecem a Doutrina dos Espíritos possam vir a se sentirem “perdidos” ante as dúvidas suscitadas e não raro expostas como verdade definitiva, o quenos parece imprópria.

Romivaldo

Realmente, pelo que percebemos, o assunto é ainda controverso no meio Espírita, comos adeptos dividindo-se entre os que acham ser Jesus um Espírito Superior e os que o julgamum Espírito Puro. Em princípio, alinhamos com o segundo grupo; entretanto, para responderaos amigos do Núcleo de Estudos Chico Xavier foi preciso fazer uma pesquisa profunda nasobras da Codificação para ver se podemos encontrar algo com o qual se possa definir essaquestão. Estaremos colocando-as pela ordem de publicação.

1 – O L iv ro d os Espí r i tos

Di fe ren tes o rdens de Esp í r i t os

9 6 . São iguais os Espírit os, ou há entre eles qualquer hierarq uia? 

 “São de diferentes ordens, conforme o grau de perfeição que tenhamalcançado.” 

9 7 . As ordens ou graus de perfeição dos Espír i tos são em número 

determinado? 

 “São ilimitadas em número, porque en t re e l as n ão h á l i nh as d edemarcação t r açadas como ba r re i r as, de sorte que as divisões podem sermultiplicadas ou restringidas livremente. Todavia, considerando-se os caracteresgerais dos Espíritos, elas podem reduzir-se a três principais.

 “Na p r im e i ra , co locar - se -ão os que a t i ng i r am a pe r fe i ção m áx im a : ospu ros Esp ír i t os . Formam a segunda os que chegaram ao meio da escala: odesejo do bem é o que neles predomina. Pertencerão à terceira os que ainda seacham na parte inferior da escala: os Espíritos imperfeitos. A ignorância, o

desejo do mal e todas as paixões más que lhes retardam o progresso, eis o queos caracteriza.” 

9 8 . O s Es p ír i t o s d a s eg u n d a o r d e m  , para os quais o bem const i tu i a 

preocupação dominante, têm o poder de praticá-lo? 

 “Cada um deles dispõe desse poder, de acordo com o grau de perfeição a que

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chegou. Assim, uns possuem a ciência, outros a sabedoria e a bondade. Todos,p o r é m , a i n d a t ê m q u e s o f r er p r o v a s.” 

99. Os da terceira categoria são todos essencialmente m aus? 

 “Não; uns há que não fazem nem o mal nem o bem; outros, ao contrário, secomprazem no mal e ficam satisfeitos quando se lhes depara ocasião de praticá-lo. Há também os levianos ou estouvados , mais perturbadores do que malignos,

que se comprazem antes na malícia do que na malvadez e cujo prazer consisteem mistificar e causar pequenas contrariedades, de que se riem.” 

(KARDEC, 2007a, p. 105-106) (grifo nosso).

Sendo o bem a preocupação dominante dos espíritos de segunda ordem – Espíritossuperiores – e considerando que Jesus, diretamente, comunga do pensamento de Deus (“ Eu e 

o Pai somos um ” Jo 10,30), acreditamos que essa comunhão com Deus é muito mais quepredominar o desejo do bem, portanto, ele deve estar numa categoria acima, qual seja a dosEspíritos Puros.

Escala espír i ta

1 0 0 . OBSERVAÇÕES PRELIMINARES. - A classificação dos Espíritos se baseiano grau de adiantamento deles, nas qualidades que já adquiriram e nasimperfeições de que ainda terão de despojar-se. Esta c lass i f i cação, a l iás ,n a da t e m d e a b s ol u t a . Apenas no seu conjunto cada categoria apresentacaráter definido. De um grau a outro a transição é insensível e, n o s l i m i t e se x t r e m o s , o s m a t i z e s s e a p a g a m , c o m o n o s r e i n o s d a N a t u r e z a , comonas cores do arco-íris, ou, também, como nos diferentes períodos da vida dohomem. Podem, pois, formar-se maior ou menor número de classes, conforme oponto de vista donde se considere a questão. Dá-se aqui o que se dá com todosos sistemas de classificação científica, que podem ser mais ou menos completos,mais ou menos racionais, mais ou menos cômodos para a inteligência. Sejam,porém, quais forem, em nada alteram as bases da ciência. Assim, é natural queinquiridos sobre este ponto, hajam os Espíritos divergido quanto ao número dascategorias, sem que isto tenha valor algum. Entretanto, não faltou quem se

agarrasse a esta contradição aparente, sem refletir que os Espíritos nenhumaimportância ligam ao que é puramente convencional. Para eles, o pensamento étudo. Deixam-nos a nós a forma, a escolha dos termos, as classificações, numapalavra, os sistemas.

Façamos ainda uma consideração que se não deve jamais perder de vista, ade que entre os Espíritos, do mesmo modo que entre os homens, há os muitoignorantes, de maneira que nunca serão demais as cautelas que se tomemcontra a tendência a crer que, por serem Espíritos, todos devam saber tudo.Qualquer classificação exige método, análise e conhecimento aprofundado doassunto. Ora no mundo dos Espíritos, os que possuem limitados conhecimentossão, como neste mundo, os ignorantes, os inaptos a apreender uma síntese, aformular um sistema. Só muito imperfeitamente percebem ou compreendemuma classificação qualquer. Consideram da primeira categoria todos os Espíritos

que lhes são superiores, por não poderem apreciar as gradações de saber, decapacidade e de moralidade que os distinguem, como sucede entre nós a umhomem rude com relação aos civilizados. Mesmo os que sejam capazes de talapreciação podem mostra-se divergentes, quanto às particularidades,conformemente aos pontos de vista em que se achem, sobretudo se se trata deuma divisão, que nenhum cunho absoluto apresente. Lineu, Jussieu e Tourneforttiveram cada um o seu método, sem que a Botânica houvesse em consequênciaexperimentado modificação alguma. É que nenhum deles inventou as plantas,nem seus caracteres. Apenas observaram as analogias, segundo as quaisformaram os grupos ou classes. Foi assim que também nós procedemos. Nãoinventamos os Espíritos, nem seus caracteres. Vimos e observamos, julgamo-lospelas suas palavras e atos, depois os classificamos pelas semelhanças,baseando-nos em dados que eles próprios nos forneceram.

O s Es p ír i t o s , e m g e r a l, a d m i t e m t r ê s c at e g o r i a s p r i n c ip a i s, o u t r ê sg randes d i v i sões. Na última, a que fica na parte inferior da escala, estão osEspíritos imperfeitos, caracterizados pela predominância da matéria sobre oEspírito e pela propensão para o mal. Os da segunda se caracterizam pelapredominância do Espírito sobre a matéria e pelo desejo do bem: são os bonsEspíritos. A p r im e i ra , f i na lmen t e , com preende os Esp ír i t os pu ros , os que

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a t ing i r am o g rau sup remo da pe r fe i ção.

Esta divisão nos pareceu perfeitamente racional e com caracteres bempositivados. Só nos restava pôr em relevo, mediante subdivisões em númerosuficiente, os principais matizes do conjunto. Foi o que fizemos, com o concursodos Espíritos, cujas benévolas instruções jamais nos faltaram.

Com o auxílio desse quadro, fácil será determinar-se a ordem, assim como o

grau de superioridade ou de inferioridade dos que possam entrar em relaçõesconosco e, por conseguinte, o grau de confiança ou de estima que mereçam. É,de certo modo, a chave da ciência espírita, porquanto só ele pode explicar asanomalias que as comunicações apresentam, esclarecendo-nos acerca dasdesigualdades intelectuais e morais dos Espíritos. Faremos, todavia, notar queestes não ficam pertencendo, exclusivamente, a tal ou tal classe. Sendo sempregradual o progresso deles e muitas vezes mais acentuado num sentido do queem outro, pode acontecer que muitos reúnam em si os caracteres de váriascategorias, o que seus atos e linguagem tornam possível apreciar-se. (KARDEC,2007a, p. 106-109) (grifo nosso).

Não se pode deixar de observar que Kardec disse que não há um limite definitivo entreas classes, e, aliás, que a classificação foi elaborada para fins didáticos, o que significa que

entre uma classe e outra ainda existem parâmetros que justificariam estabelecer subdivisõesnessa escala. É exatamente isso que Kardec quer dizer quando a compara com as cores doarco-íris.

Segunda o rdem . - Bons Esp ír i t os

107. CARACTERES GERAIS - Predominânc ia do Esp í r i t o sob re a m a té r ia ;desejo d o bem . Suas qualidades e poderes para o bem estão em relação com ograu de adiantamento que hajam alcançado; uns têm a ciência, outros asabedoria e a bondade. Os mais adiantados reúnem o saber às qualidadesmorais. N ão e st an d o a in da co m pl et am e nt e d esm a t er ia l iza do s,conservam m a is ou m enos , con fo rm e a ca tego r ia que ocupem, os t r açosda ex i s tênc ia co rpo ra l , assim na fo rm a da l i nguagem, como nos háb i tos ,

e n t r e o s q u a i s s e d e sc o b r em m e s m o a l g u m a s d e s u a s m a n i a s. D e o u t r om odo , se r iam Esp í r i t os pe r fe i t os .

Compreendem Deus e o infinito e já gozam da felicidade dos bons. Sãofelizes pelo bem que fazem e pelo mal que impedem. O amor que os une lhes éfonte de inefável ventura, que não tem a perturbá-la nem a inveja, nem osremorsos, nem nenhuma das más paixões que constituem o tormento dosEspíritos imperfeitos. Todos, entretanto, ainda têm que passar por provas, atéque atinjam a perfeição.

Como Espíritos, suscitam bons pensamentos, desviam os homens da sendado mal, protegem na vida os que se lhes mostram dignos de proteção eneutralizam a influência dos Espíritos imperfeitos sobre aqueles a quem não égrato sofrê-la.

Quando encarnados, são bondosos e benevolentes com os seus semelhantes.

Não os movem o orgulho, nem o egoísmo, ou a ambição. Não experimentamódio, rancor, inveja ou ciúme e fazem o bem pelo bem.

A esta ordem pertencem os Espíritos designados, nas crenças vulgares, pelosnomes de bons gênios, gênios protetores, Espíritos do bem . Em épocas desuperstições e de ignorância, eles hão sido elevados à categoria de divindadesbenfazejas.

Podem ser divididos em quatro grupos principais: […]. (KARDEC, 2007a, p.112-113) (grifo nosso)

Há de se ressaltar que, apesar de poderem ser considerados espíritos evoluídos, porreunirem o saber às qualidades morais, o próprio Kardec, com base nos ensinamentos dosespíritos evoluídos estabelece um limite a eles, tendo em vista que eles ainda se encontram

presos a algumas manias; se assim não fosse, eles estariam incluídos na ordem dos espíritospuros. Ora, pela própria classificação adotada por Kardec, Jesus não poderia estar nessasegunda ordem por não mais estar apegado a coisas materiais. Consequentemente, está naordem dos espíritos puros, perfeitos.

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111. Segunda classe. ESPÍRITOS SUPERIORES. - Esses em si reúnem aciência, a sabedoria e a bondade. Da linguagem que empregam se exala semprea benevolência; é uma linguagem invariavelmente digna, elevada e, muitasvezes, sublime. Sua superioridade os torna mais aptos do que os outros a nosdarem noções exatas sobre as coisas do mundo incorpóreo, dentro dos limitesdo que é permitido ao homem saber. Comunicam-se complacentemente com osque procuram de boa-fé a verdade e cuja alma já está bastante desprendida das

ligações terrenas para compreendê-la. Afastam-se, porém, daqueles a quem sóa curiosidade impele, ou que, por influência da matéria, fogem à prática do bem.

Q u an d o , p o r e x c eç ão , e n c ar n a m n a Te r r a , é p a r a c u m p r i r m i s s ão d ep rog resso e en tão nos o fe recem o t i po da pe r fe i ção a que a Human idadepode asp i r a r nes te mu ndo .

(KARDEC, 2007a, p. 113-114) (grifo nosso).

Embora Kardec tenha destacado a possibilidade dos Espíritos superiores encarnarem naTerra para cumprirem missão de progresso e servirem de tipo da perfeição que a humanidadepode aspirar, isso não significa excluir os Espíritos puros dessas duas características, por nãoser um dos traços principais deles. Por exemplo: Gandhi e Francisco de Assis, entre milharesde outros espíritos que se poderia citar, são, sem dúvida, Espíritos superiores que se

enquadram nas qualificações dessa classe, e que não se pode negar que são tipo da perfeiçãoque a humanidade pode aspirar; porém, conforme a pergunta 625, Jesus é “o m a i s p er f e i t om o d e l o ”.

Pr ime i ra o rdem . - Esp ír i t os pu r os

112. CARACTERES GERAIS. - Nenhuma influência da matéria. Superioridadeintelectual e moral absoluta, com relação aos Espíritos das outras ordens.

113. Primeira classe . Classe única. - Os Espíritos que a compõempercorreram todos os graus da escala e se despojaram de todas as impurezas damatéria. Tendo alcançado a soma de perfeição de que é suscetível a criatura,não têm mais que sofrer provas, nem expiações. Não estando mais sujeitos àreencarnação em corpos perecíveis, realizam a vida eterna no seio de Deus.

Gozam de inalterável felicidade, porque não se acham submetidos àsnecessidades, nem às vicissitudes da vida material. Essa felicidade, porém, nãoé a ociosidade monótona, a transcorrer em perpétua contemplação . Eles são o sm e n sa ge ir o s e o s m i n is t ro s d e D eu s, cu j a s o r de ns e xe cu t am p ar aman u tenção da ha rm on ia un i ve rsa l . Com andam a t odos os Esp ír i t os quelhes são in fe r i o res , aux i l i am-n os na ob ra de seu ape r fe i çoamen t o e l hesdes ignam as suas m issões. Assistir os homens nas suas aflições, concitá-losao bem ou à expiação das faltas que os conservem distanciados da supremafelicidade, constitui para eles ocupação gratíssima. São designados às vezespelos nomes de anjos, arcanjos ou serafins.

Podem os homens pôr-se em comunicação com eles, mas extremamentepresunçoso seria aquele que pretendesse tê-los constantemente às suas ordens.

(KARDEC, 2007a, p. 114-115) (grifo nosso)

Os Espíritos puros são mensageiros diretos e ministros de Deus, cujas ordens executampara a manutenção da harmonia universal e comandam todos os Espíritos que lhes sãoinferiores; não tenho como não distinguir tais atributos em Jesus. Os Espíritos queparticiparam da Codificação espírita colocaram o Cristo como sendo o presidente domovimento de regeneração que se opera, como será visto mais à frente.

625. Qual o t i p o m a i s p er f e i t o  que Deus tem oferecido ao homem, para lhe 

servir de guia e modelo? 

 “Jesus.” 

Para o homem, J e s u s c o n s t i t u i o t i p o d a p e r f e i ç ã o m o r a l a q u e a

H u m a n id a de p o d e a s p ir a r n a Te r r a. Deus no-lo oferece como o m ai sp e r f ei t o m o d e lo e a doutrina que ensinou é a expressão mais pura da lei doSenhor, porque, sendo ele o mais puro de quantos têm aparecido na Terra, oEsp ír i t o D iv ino o an im ava.

Quanto aos que, pretendendo instruir o homem na lei de Deus, o têm

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transviado, ensinando-lhes falsos princípios, isso aconteceu por haveremdeixado que os dominassem sentimentos demasiado terrenos e por teremconfundido as leis que regulam as condições da vida da alma, com as que regema vida do corpo. Muitos hão apresentado como leis divinas simples leis humanasestatuídas para servir às paixões e dominar os homens.

(KARDEC, 2007a, p. 346) (grifo nosso).

Sendo o tipo “m a i s” perfeito, pode, em virtude disso, ser “mais” que superior, vamosassim nos expressar, ou em outras palavras, um Espírito puro, uma vez que “o Espírito Divinoo animava”. O fato dos Espíritos superiores terem como uma de suas características o deservirem de modelo, segundo o que pudemos perceber, não lhes foi atribuída a condição deGuias, que julgamos ser isso “um algo a mais” em relação a ser somente modelo.

2 - Rev is ta Espí r i ta 18 58

Para melhor entendimento, fizemos uma adaptação do quadro publicado na RevistaEspírita, mês de abril 1858, no qual se compara a escala espírita com a escala druídica:

ESCALA ESPÍ RI TA

1ª Co lu n a 2 ª Co lu n a 3ª Co lu na 4 ª Co lun a 5 ª Co lu n a

Espí r i tossuper i o res

1ª Ordem 1ª classe Puros Espíritos (Semreencarnação)

2ª Ordem

Bons Espíritos

2ª classe Espíritos Superiores

Depuram-se ese elevam

pelas provasdareencarnação.

3ª classe Espíritos Sábios

4ª classe Espíritos Cultos

5ª classe Espíritos Benevolentes

Espí r i tosin fe r i o res

3ª Ordem

Espíritos

Imperfeitos

6ª classe Espíritos Neutros

7ª classe Espíritos Pseudossábios

8ª classe Espíritos Levianos

9ª classe Espíritos Impuros

(KARDEC, 2001, p. 106)

A primeira coluna nós a colocamos pelo motivo de que, às vezes, Kardec classifica osEspíritos em apenas duas categorias, a dos Espíritos superiores e a dos inferiores. Sendo que,na escala propriamente dita, essa primeira categoria é dividida em duas ordens; a dosEspíritos puros e a dos Espíritos superiores. Se não atentarmos para esse pequeno detalheacabaremos fazendo confusão, entre os Espíritos dessas duas ordens.

3 - O L i v ro dos Méd iuns

Transcrevemos do Capítulo IV – Da teoria das manifestações físicas:

48. Sistema unispír ita, ou mono-espír ita. - Como variedade do sistemaotimista, temos o que se baseia na crença de que um único Espírito se comunicacom os homens, sendo esse Espírito o Cr is to , q u e é o p r o t et o r d a T er r a .Diante das comunicações da mais baixa trivialidade, de revoltante grosseria,impregnadas de malevolência e de maldade, haveria profanação e impiedade em

supor-se que pudessem emanar do Espírito do bem por excelência. Se os queassim o creem nunca tivessem obtido senão comunicações inatacáveis, ainda selhes conceberia a ilusão. A maioria deles, porém, concordam em que têmrecebido algumas muito ruins, o que explicam dizendo ser uma prova a que obom Espírito os sujeita, com o lhes ditar coisas absurdas. Assim, enquanto uns

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atribuem todas as comunicações ao diabo, que pode dizer coisas excelentes paratentar, pensam outros que só Jesus se manifesta e que pode dizer coisasdetestáveis, para experimentar os homens. Entre estas duas opiniões tãoopostas, quem sentenciará? O bom-senso e a experiência. Dizemos: aexperiência, por ser impossível que os que professam ideias tão exclusivas tudotenham visto e visto bem. (KARDEC, 2007b, p. 68-69) (grifo nosso).

A crença de que Jesus é o protetor da Terra, que Kardec não contesta, certamente ocoloca acima da categoria de um Espírito superior, para considerá-lo um espírito puro.

Do Capítulo XXXI – Dissertações Espíritas, subtítulo Acerca do Espiritismo, tomamos:

II

O p róp r io Cr i s to p res ide aos t r aba lhos de t oda so r te que se acham emv ia de ex ecu ção , par a v os ab r ir em a er a d e r en ov ação e deape r fe i çoamen t o , que os v ossos gu ias esp i r i t ua i s vos p r ed izem .

Se, com efeito, afora as manifestações espíritas lançardes os olhos sobre osacontecimentos contemporâneos, reconhecereis, sem hesitação, os sinaisprecursores, que vos provarão, de maneira irrefragável, serem chegados ostempos preditos. Estabelecem-se comunicações entre todos os povos.

Derribadas as barreiras materiais, os obstáculos morais que se lhes opõem àunião, os preconceitos políticos e religiosos rapidamente se apagarão e o reinadoda fraternidade se implantará, afinal, de forma sólida e durável. Observai que jáos próprios soberanos, impelidos por invisível mão, tomam, coisa para vósinaudita! a iniciativa das reformas. E as reformas, quando partem de cima eespontaneamente, são muito mais rápidas e duráveis, do que as que partem debaixo e são arrancadas pela força.

Eu pressentira, mau grado a prejuízos de infância e de educação, mau gradoao culto da lembrança, a época atual. Sou feliz por isso e mais feliz ainda porvos vir dizer: Irmãos, coragem! Trabalhai por vós e pelo futuro dos vossos;trabalhai, sobretudo, por vos melhorardes pessoalmente e gozareis, na vossaprimeira existência, de uma ventura de que tão difícil vos é fazer ideia, quanto amim vo-la fazer compreender.

Chateaubriand.(KARDEC, 2007b, p. 477-478) (grifo nosso).

Como já havíamos dito, todos os Espíritos superiores que participaram da Codificaçãoespírita estavam sob a direção (presidência) de Jesus, o que, certamente, o coloca numaposição mais elevada que a deles; essa posição não é outra senão a de Espírito puro,porquanto, pela escala espírita, é a que está acima da dos Espíritos superiores.

Vale a pena citar o que se encontra em A Gênese:

[…] Ora, como é o Esp í r i t o de Ve rdade que p r es ide ao grande movimentoda regeneração, a promessa da sua vinda se acha por essa forma cumprida,

porque, de fato, é ele o verdadeiro Consolador. (KARDEC, 2007c, p. 43) (grifonosso).

40 - O Espiritismo realiza, como ficou demonstrado (cap. 1, nº 30), todas ascondições do Consolador  que Jesus prometeu. Não é uma doutrina individual,nem de concepção humana; ninguém pode dizer-se seu criador. É fruto doensino coletivo dos Espíritos, ensino a que pres ide o Esp í r i t o de Ve rdade .Nada suprime do Evangelho: antes o completa e elucida. [...] (Cap. XVII).(KARDEC, 2007c, p.441) (grifo nosso).

Assim, como não havia dois presidentes, a conclusão é que o Espírito de Verdade éJesus. Este tema, também polêmico, está desenvolvido em nosso texto: “Espírito de Verdade,quem seria ele?”. (clique aqui)

Se se prestar bem a atenção ver-se-á que a mensagem número 4, constante de aInstrução dos Espíritos do Capítulo III – O Cristo Consolador, de O Evangelho Segundo o 

Espiritismo  (KARDEC, 2007d, p. 137-138 é a mensagem IX do Capítulo XXXI, de O Livro dos 

Médiuns  (KARDEC, 2007b, 482-484). É de se notar que enquanto na primeira obra citadaassina o Espírito de Verdade, nessa última a assinatura já é de Jesus de Nazaré, sobre a qual

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7

Kardec faz a seguinte nota:

NOTA. Esta comunicação, obtida por um dos melhores médiuns da SociedadeEspírita de Paris, foi assinada com um nome que o respeito nos não permitereproduzir, senão sob todas as reservas, tão grande seria o insigne favor da suaautenticidade e porque dele se há muitas vezes abusado demais, em

comunicações evidentemente apócrifas. Esse nome é o de Jesus de Naza ré.De modo algum duvidamos de que ele possa manifestar-se; mas, s e o sEsp ír it os v er da dei ra m en t e su per io re s n ão o f azem , se nã o emc ir c u ns t ân ci as e x ce p ci o n ai s, a r a zã o n o s i n ib e d e a cr e di t a r q u e oEsp ír i t o po r exce lênc ia pu ro responda ao chamado do primeiro que apareça.Em todo caso, haveria profanação, no se lhe atribuir uma linguagem indignadele. (KARDEC, 2007b, p. 483) (grifo nosso).

Novamente, sem meios termos, Kardec afirma que Jesus é “Espírito por excelênciapuro”, fato que não deixa nenhuma dúvida quanto à sua classificação na escala dos Espíritos.

4 - Evange lho Segundo Esp i r i t i sm o

Do Capítulo I – Não vim destruir a lei, transcrevemos:

7. Assim como o Cristo disse: "Não vim destruir a lei, porém cumpri-la",também o Esp i r i t i smo diz: "Não venho destruir a lei cristã, mas dar-lheexecução." Nada ensina em contrário ao que ensinou o Cristo; mas, desenvolve,completa e explica, em termos claros e para toda gente, o que foi dito apenassob forma alegórica. Vem cumprir, nos tempos preditos, o que o Cristo anuncioue preparar a realização das coisas futuras. Ele é , p o i s, o b r a d o Cr i s t o , q u ep res ide , con fo rm e igua lmen t e o anunc iou , à r egene ração que se opera ep repa ra o r e ino de Deus na Te r ra . (KARDEC, 2007d, p. 55) (grifo nosso).

Essa condição de que Jesus estava presidindo “a regeneração que se opera e prepara oreino de Deus na Terra”, que exatamente o Espiritismo; o coloca, sem dúvida, como sendo um

Messias, enviado por Deus à humanidade, ou usando da expressão de Kardec “um Messiasdivino”.

No Capítulo XXVIII – Coletânea de preces espíritas, quando trata das ReuniõesEspíritas, podemos ler essas considerações de Kardec:

5. PREFÁCI O. Estarem reunidas, em nome de Jesus, duas, três ou maispessoas, não quer dizer que basta se achem materialmente juntas. É precisoque o estejam espiritualmente, em comunhão de intentos e de ideias, para obem. Je su s, e nt ã o, o u o s Esp ír i t os p u r os, q u e o r ep r ese nt a m , seencontrarão na assembleia, O Espiritismo nos faz compreender como podem osEspíritos achar-se entre nós. Comparecem com seu corpo fluídico ou espiritual esob a aparência que nos levaria a reconhecê-los, se se tornassem visíveis.Quanto mais elevados são na hierarquia espiritual, tanto maior é neles o poderde irradiação. É assim que possuem o dom da ubiquidade e que podem estarsimultaneamente em muitos lugares, bastando para isso que enviem a cada umdesses lugares um raio de suas mentes. (KARDEC, 2007d, p. 417) (grifo nosso).

Se os Espíritos puros representam Jesus, certamente que ele não pode ser de condiçãoinferior à desses espíritos; consequentemente, por aqui, só temos que concluir que ele eratambém um espírito puro, grau máximo de perfeição a que um Espírito pode chegar.

5- O céu e o i n fe rno

Transcrevemos, respectivamente, do Capítulo III – O Céu e do Capítulo VIII, osseguintes trechos:

12. - A felicidade dos Espíritos bem-aventurados não consiste na ociosidadecontemplativa, que seria, como temos dito multas vezes, uma eterna efastidiosa inutilidade.

A vida espiritual em todos os seus graus é, ao contrário, uma constante

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atividade, mas atividade isenta de fadigas.

A suprema felicidade consiste no gozo de todos os esplendores da Criação,que nenhuma linguagem humana jamais poderia descrever, que a imaginaçãomais fecunda não poderia conceber. Consiste também na penetração de todas ascoisas, na ausência de sofrimentos físicos e morais, numa satisfação intima,numa serenidade dalma imperturbável, no amor que envolve todos os seres, porcausa da ausência de atrito pelo contacto dos maus, e, acima de tudo, nacontemplação de Deus e na compreensão dos seus mistérios revelados aos maisdignos. A felicidade também existe nas tarefas cujo encargo nos faz felizes. Osp ur os Esp ír i t o s são o s Me ssi as o u m e n sag ei ro s d e De us p el at r a n sm i s sã o e e x ec uç ão d a s s u as v o n t ad e s. Pr e en c he m a s g r a n de sm i ssõ es , p r e si de m à f o rm a çã o d os m u n d o s e à h ar m o n ia g er a l d oUniver so , ta re fa g lo r iosa a que se não chega senão pe la per fe ição. Os dao r d e m m a i s e l ev a d a s ã o o s ú n i c o s a p o s su í r em o s s e g r e do s d e D e u s,i n sp i r a n d o - se n o s eu p e n sa m e n t o , d e q u e s ão d i r e t o s r e p r e se n t a n t e s.(KARDEC, 2007e, p. 37) (grifo nosso).

15. Realiza-se assim a grande lei de unidade da Criação; Deus nunca esteveinativo e sempre teve p u r o s Es p ír i t o s , e x p e r i m e n t a d o s e e sc l ar e ci d o s,p ar a t r an sm i s sã o d e su a s o r de ns e d ir e çã o d o Un i ve r so , d esd e og o v e r n o d o s m u n d o s a t é o s m a i s ín f i m o s d e t a l h e s. Tampouco teve Deusnecessidade de criar seres privilegiados, isentos de obrigações; todos, antigos enovos, adquiriram suas posições na luta e por mérito próprio; todos, enfim, sãofilhos de suas obras. (KARDEC, 2007e, p. 122-123) (grifo nosso).

Entre todas essas características dos Espíritos puros, acima citadas, destacamos a de “presidem à formação dos mundos”. Ora, as informações que se tem é que Jesus enquadra-senessa condição, porquanto, foi ele quem presidiu a formação do planeta Terra.

Vejamos isso nos argumentos do companheiro Sérgio Biagi Gregório:

Assim, segundo o Espírito Emmanuel, Jesus recebeu o orbe terrestre, desde omomento em que se desprendia da massa solar e, junto a uma legião de

trabalhadores, presidiu à formação da lua, à solidificação do orbe, à formaçãodos oceanos, da atmosfera e à estruturação do globo nos seus aspectos básicos,estatuindo os regulamentos dos fenômenos físicos da Terra, organizando-lhe oequilíbrio futuro na base dos corpos simples da matéria (Xavier, 1972, cap. 1).(GREGÓRIO, 2000, Site CE Ismael)

A informação tem como base o livro A Caminho da Luz , uma psicografia de Chico Xavierdo Espírito Emmanuel.

6 - A Gênese

Do Capítulo I – Caráter da revelação espírita e do Capítulo XI – Gênese Espiritual,respectivamente, transcrevemos:

10. - Só os Esp í r i t os pu ros r ecebem a pa lav ra de Deus com a m issãod e t r a n s m i t i - l a; mas, sabe-se hoje que nem todos os Espíritos são perfeitos eque existem muitos que se apresentem sob falsas aparências, o que levou S.João a dizer: “Não acrediteis em todos os Espíritos; vede antes se os Espíritossão de Deus”. (Epíst. 1ª, cap. IV, v. 4.) (KARDEC, 2007c, p. 26) (grifo nosso).

É igualmente com o objetivo de fazer que a Humanidade se adiante emdeterminado sentido que Esp í r i t os supe r io res , embor a sem as qua l i dadesd o C r is t o , e n ca r n a m d e t e m p o s a t e m p o s n a T er r a p a r a d e se m p e n h a rm issões especia i s, proveitosas, simultaneamente, ao adiantamento pessoaldeles, se as cumprirem de acordo com os desígnios do Criador. (KARDEC, 2007c,p. 264) (grifo nosso).

Entendemos que, aqui, Kardec faz a distinção dos espíritos em apenas dois grupos, ossuperiores e os inferiores, assim, ao colocar as qualidades dos Espíritos superiores emcondições inferiores às do Cristo, só pode, obviamente, significar que Jesus era um Espíritopuro.

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Do Capítulo XV – Os milagres do Evangelho, apresentamos o seguinte trecho:

2. - Sem nada prejulgar quanto à natureza do Cr is to, natureza cujo examenão entra no quadro desta obra, c o n si d e r an d o - o a p en a s u m Es p ír i t os u p er i o r , n ã o p o d e m o s d e i x a r d e r e c o n h e cê - lo u m d o s d e o r d e m m a i se levada e colocado, por suas virtudes, muitíssimo acima da humanidade

terrestre. Pelos imensos resultados que produziu, a sua encarnação nestemundo forçosamente h á d e t e r s i d o u m a d e ss as m i s sõ e s q u e a D i v i n d a d es o m e n t e a s eu s m e n sa g e ir o s d i r e t o s c o n f i a, p a r a c u m p r i m e n t o d e s e u sdesígn ios. Mesmo sem supor que ele fosse o próprio Deus, mas unicamente umenviado de Deus para transmitir sua palavra aos homens, seria mais do que umprofeta, porquanto se r ia um Messias d i v ino . (KARDEC, 2007c, p. 354) (grifonosso).

Comentários que Kardec faz sobre a superioridade da natureza de Jesus, confirmam oque disse anteriormente. Ao colocá-lo na condição de pertencer a uma “ordem mais elevada” ecomo “um Messias divino”, está, acreditamos, estabelecendo a relação direta de Jesus com aclasse de espíritos puros.

Ainda nesse mesmo Capítulo XV, do tópico Transfiguração, transcrevemos:

44. - É ainda nas propriedades do fluido perispirítico que se encontra aexplicação deste fenômeno. A transfiguração, explicada no cap. XIV, nº 39, é umfato muito comum que, em virtude da irradiação fluídica, pode modificar aaparência de um indivíduo; mas, a pu reza do pe r i sp í r i t o de Jesus pe rm i t i uque seu Esp ír i t o l he desse excepc iona l f u lgo r . Quanto à aparição de Moisése Elias cabe inteiramente no rol de todos os fenômenos do mesmo gênero. (Cap.XIV, nos. 35 e seguintes.)

D e t o d as f a cu l d ad e s q u e Je su s revelou, nenhuma se pode apontarestranha às condições da humanidade e que se não encontre comumente noshomens, porque estão todas na ordem da Natureza. Pela supe r io r i dade,porém, da sua essência moral e de suas qualidades fluídicas, aquelas faculdadesatingiam nele proporções muito acima das que são vulgares. Posto de lado o seuenvoltório carnal, e le n o s p at e nt e av a o e st a do d o s p u r os Esp ír i t os.(KARDEC, 2007c, p. 383-384) (grifo nosso).

Aqui Kardec, segundo a nossa maneira de ver, não deixa margem à dúvida, dizendo queJesus “nos patenteava o estado de puros Espíritos”. A título de informação, o Houaiss assimdefine patentear: tornar(-se) manifesto, evidente, mostrar.

Continuando no Capítulo XV, dos tópicos Bodas de Caná e Aparição de Jesus, após suamorte, respectivamente, transcrevemos:

Considerado em si mesmo, pouca importância tem o fato, em comparação

com os que, verdadeiramente, atestam as qualidades espirituais de Jesus.Admitido que as coisas hajam ocorrido, conforme foram narradas, é de notar-seseja esse, de tal gênero, o único fenômeno que se tenha produzido. Jesus er ad e n a t u r ez a e x t r em a m e n t e e le v ad a, para se ater a efeitos puramentemateriais, próprios apenas a aguçar a curiosidade da multidão que, então, oteria nivelado a um mágico. Ele sabia que as coisas úteis lhe conquistariam maissimpatias e lhe granjeariam mais adeptos, do que as que facilmente passariampor fruto de grande habilidade e destreza (nº 27). (KARDEC, 2007c, p. 385)(grifo nosso).

62. - Ao passo que a incredulidade rejeita todos os fatos que Jesus produziu,por terem uma aparência sobrenatural, e os considera, sem exceção, lendários,o Espiritismo dá explicação natural à maior parte desses fatos. Prova apossibilidade deles, não só pela teoria das leis fluídicas, como pela identidade

que apresentam com análogos fatos produzidos por uma imensidade de pessoasnas mais vulgares condições. Por serem, de certo modo, tais fatos do domíniopúblico, eles nada provam, em princípio, com relação à na tu r eza excepciona lde Jesus. (KARDEC, 2007c, p. 399) (grifo nosso).

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As expressões “de natureza extremamente elevada” e “natureza excepcional” atribuídasa Jesus nos remete, novamente, à questão de que Kardec o tinha mesmo como Espírito puro.

7 - Obras Pós tum as

Trecho do Capítulo Estudo sobre a natureza do Cristo, tópico V – Dupla natureza deJesus:

Enfim, se, apesar de todas essas considerações, se pudesse ainda supor que,quando vivo, ignorou a sua verdadeira natureza, essa opinião não é maisadmissível depois da sua ressurreição; porque, quando aparece aos seusdiscípulos, não é mais o homem que fala, é o Espírito desligado da matéria, quedeve ter recobrado a plenitude de suas faculdades espirituais e a consciência deseu estado normal, d e s u a i d e n t i f i ca çã o c o m a d i v i n d a d e; e, entretanto, éentão que diz: Eu subo para o meu Pai e vosso Pai, para o meu Deus e vosso 

Deus ! (KARDEC, 2006, p. 156) (grifo nosso).

Kardec aqui afirma da perfeita identificação de Jesus com Deus, o que acreditamos, sópoderia ocorrer por, exatamente, ser ele um Espírito puro.

Aqui terminamos a analise do que encontramos nas obras da Codificação, nas quaisincluímos também a Revista Espírita.

Movidos por intensa curiosidade fomos consultar os Evangelhos Canônicos para ver seneles poderíamos encontrar algo para trazer ao presente estudo. Então, vejamos:

Mt 23,37: “Jerusalém, Jerusalém, que mata os profetas e apedreja os que foram enviados a você! Quantas vezes eu quis reunir seus fi lhos, como a galinha reúne os 

pintinhos debaixo das asas, mas você não quis! ” 

Temos aqui a confirmação de que Jesus desde os tempos remotos vem tentandoamparar os seres humanos.

Jo 8,26: “Eu poderia dizer m uita coisa a r espeito d e vocês, e condená-los. Mas, aquele 

que m e enviou é verdadeiro, e eu digo ao m undo as coisas que ouvi dele” .

Se Jesus dizia as coisas que ouvi do Pai, parece-nos que sua posição na escala espíritasó pode ser mesmo a de um Espírito puro.

Jo 16,28: “Eu saí de junt o do Pai e vim ao m undo; agora deixo o mundo e volto para o 

Pai ”.

Estar na presença de Deus, certamente, é algo que somente aos Espíritos puros é dadofazer.

Jo 17,5: “E agora, Pai, glori f ica-me junto a t i , com a glória que eu t inha junt o de t i  antes que o m undo existisse ”.

O relato de Emmanuel dando conta da existência de Jesus antes da criação do mundo,faz todo o sentido diante do teor desse passo. E, novamente, não há como não atribuirmos aoMestre a condição de Espírito Puro.

Diante de tudo o que conseguimos levantar, para nós, agora fica bem clara a posição deJesus, na escala Espírita, que não é outra senão a de um Espírito Puro. Espero que o presenteestudo possa ajudar aos companheiros espíritas no esclarecimento do assunto.

E, finalizando, recomendamos, por achar que vale a pena ler, as considerações inciaisdo Prof. Sérgio Aleixo da sua entrevista ao canal IRC – Espiritismo, disponível pelo link:http://www.espirito.org.br/portal/palestras/irc-espiritismo/palestras-virtuais/pv210700.html,cujo título é Jesus, modelo e guia.

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Paulo da Silva Neto SobrinhoOut/2011.

Referênc ias b ib l iográ f i cas :KARDEC, A. Revista Espírita 1858 . Araras, SP: IDE, 2001.KARDEC, A. O Livro dos Espírit os . Rio de Janeiro: FEB, 2007a.KARDEC, A. O Livro dos Médiuns . Rio de Janeiro: FEB, 2007b.KARDEC, A. A Gênese . Rio de Janeiro: FEB, 2007c.KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo . Rio de Janeiro: FEB, 2007d.KARDEC, A. O Céu e o Inferno. Rio de Janeiro: FEB, 2007e.KARDEC, A. Obras Póstumas . Rio de Janeiro: FEB, 2006.XAVIER, F. C. A Caminho da Luz . Rio de Janeiro: FEB, 1987.GREGÓRIO, S. B. Gênese e Espir it ism o  , disponível emhttp://www.ceismael.com.br/artigo/genese-e-espiritismo.htm, acesso em 03/10/2011, às13:39hs.