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  ii Sumário 1. PROGRAMA DA DISCIPLINA 1 1.1 EMENTA  1 1.2 CARGA HORÁRIA TOTAL  1 1.3 OBJETIVOS 1 1.4 C ONTEÚDO PROGRAMÁTICO 2 1.5 M ETODOLOGIA  2 1.6 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO  3 1.7 B IBLIOGRAFIA RECOMENDADA  3 CURRICULUM RESUMIDO DO PROFESSOR  3 2. INTRODUÇÃO 4 2.1 UMA VISÃO INTUITIVA  4 2.1.1 U M EXEMPLO SIMPLES 4 2.1.2 NECESSIDADE E I  NVESTIMENTO 5 2.1.3 M ODELAGEM FINANCEIRA 5 2.1.4 U MA DEFINIÇÃO DE CAPITAL DE GIRO 5 2.2 O PROBLEMA DA SINCRONIA TEMPORAL  5 2.2.1 NECESSIDADE DE ESTOQUES 6 2.2.2 NECESSIDADE DE CONTAS A RECEBER  6 2.3 OBJETI VOS DA ADMINISTRAÇÃO DO C APITAL DE GIRO  6 2.4 N OMENCLATURA E OBTENÇÃO DO VALOR PELO BALANÇO  7 2.4.1 CONCEITO DE CAPITAL DE GIRO PRÓPRIO 7 2.4.2 CONCEITO DE CAPITAL DE GIRO PERMANENTE E SAZONAL  7 2.5 TIPOS DE EMPRESAS E CAPITAL DE GIRO LÍQUIDO  8 2.6 A IMPORTÂN CIA DO CICLO OPERACIONAL  8 2.6.1 COMPRA DE MATÉRIA PRIMA 8 2.6.2 I  NÍCIO DA PRODUÇÃO 8 2.6.3 F IM DA PRODUÇÃO 8 2.6.4 VENDA 8 2.6.5 R ECEBIMENTO DOS VALORES VENDIDOS 9 2.7 G IR O 9 2.7.1 CICLO FINANCEIRO (OU DE CAIXA) 9 2.7.2 CICLO ECONÔMICO 9 2.8 A QUESTÃO DO RISCO E DO RETORNO  10  2.8.1 CONCEITO DE EQUILÍBRIO FINANCEIRO 10  2.9 E STRUTURA A TERMO DAS TAXAS DE JUROS 10  2.9.1 ESTRATÉGIAS DE FINANCIAMENTO  11  2.10 INDICADORES DE LIQUIDEZ  11  2.10.1 Í  NDICE DE LIQUIDEZ CORRENTE 11  2.10.2 Í  NDICE DE LI QUIDEZ IM EDI ATA 11  

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Sumário

1. PROGRAMA DA DISCIPLINA 1 

1.1 EMENTA 1 1.2 CARGA HORÁRIA TOTAL 1 1.3 OBJETIVOS 1 1.4 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 2 1.5 M ETODOLOGIA 2 1.6 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO 3 1.7 B IBLIOGRAFIA RECOMENDADA 3 CURRICULUM RESUMIDO DO PROFESSOR 3 

2. INTRODUÇÃO 4 

2.1 UMA VISÃO INTUITIVA 4 2.1.1 UM EXEMPLO SIMPLES 4 2.1.2 NECESSIDADE E INVESTIMENTO 5 2.1.3 MODELAGEM FINANCEIRA 5 2.1.4 UMA DEFINIÇÃO DE CAPITAL DE GIRO 5 2.2 O PROBLEMA DA SINCRONIA TEMPORAL 5 2.2.1 NECESSIDADE DE ESTOQUES 6 2.2.2 NECESSIDADE DE CONTAS A RECEBER 6 2.3 OBJETIVOS DA ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO 6 2.4 NOMENCLATURA E OBTENÇÃO DO VALOR PELO BALANÇO 7 2.4.1 CONCEITO DE CAPITAL DE GIRO PRÓPRIO 7 2.4.2 CONCEITO DE CAPITAL DE GIRO PERMANENTE E SAZONAL 7 2.5 TIPOS DE EMPRESAS E CAPITAL DE GIRO LÍQUIDO 8 2.6 A IMPORTÂNCIA DO CICLO OPERACIONAL 8 2.6.1 COMPRA DE MATÉRIA PRIMA 8 

2.6.2 INÍCIO DA PRODUÇÃO 8 2.6.3 FIM DA PRODUÇÃO 8 2.6.4 VENDA 8 2.6.5 RECEBIMENTO DOS VALORES VENDIDOS 9 2.7 GIRO 9 2.7.1 CICLO FINANCEIRO (OU DE CAIXA) 9 2.7.2 CICLO ECONÔMICO 9 2.8 A QUESTÃO DO RISCO E DO RETORNO 10 2.8.1 CONCEITO DE EQUILÍBRIO FINANCEIRO 10 2.9 ESTRUTURA A TERMO DAS TAXAS DE JUROS 10 2.9.1 ESTRATÉGIAS DE FINANCIAMENTO 11 2.10 INDICADORES DE LIQUIDEZ 11 

2.10.1 ÍNDICE DE LIQUIDEZ CORRENTE 11 2.10.2 ÍNDICE DE LIQUIDEZ IM EDIATA 11 

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2.10.3 ÍNDICE DE LIQUIDEZ SECA 12 2.10.4 OUTROS ÍNDICES DE LIQUIDEZ QUE PODEM SER CALCULADOS 12 2.11 NECESSIDADE DE INVESTIMENTO EM CAPITAL DE GIRO - NICG 12 2.12 NECESSIDADE TOTAL DE FINANCIAMENTO PERMANENTE - NTFP 13 2.12.1 SALDO DE DISPONÍVEL - SD 13 2.12.2 RELAÇÃO ENTRE CGL E NICG 14 2.13 ADMINISTRAÇÃO DO DISPONÍVEL 14 2.13.1 DISPONIBILIDADE PARA EFETUAR PAGAMENTOS 14 2.13.2 PROTEÇÃO CONTRA CONTINGÊNCIAS 14 2.13.3 APROVEITAR OPORTUNIDADES 14 2.14 MODELOS DE ADMINISTRAÇÃO DO DISPONÍVEL 15 2.14.1 MODELO DO CAIXA MÍNIMO OPERACIONAL 15 2.14.2 MODELO DE BAUMOL 15 2.14.3 MODELO DE MILLER-ORR 15 2.14.4 MODELO DO DIA DA SEMANA 16 2.15 CONSIDERAÇÕES SOBRE OS MODELOS 17 2.16 CONTAS BANCÁRIAS 17 

2.16.1 AQUESTÃO DO

FLOAT

17 2.17 ADMINISTRAÇÃO DE VALO RES A RECEBER 18 2.17.1 CONCESSÃO DE DESCONTOS 18 2.17.2 ALTERAÇÕES NAS POLÍTICAS DE CRÉDITO 18 2.18 CONTROLE DE VALORES A RECEBER 19 2.18.1 GIRO DOS VALORES A RECEBER 19 2.18.2 EXEMPLO 19 2.18. 3 CRÉDITOS DUVIDOSOS 19 2.18.4 DVR – DIAS DE VENDAS A RECEBER 20 2.18.5 FATORES QUE AFETAM VALORES A RECEBER 20 2.18.6 O IMPACTO DA INFLAÇÃO 20 2.19 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DOS ESTOQUES 21 

2.19.1 LOTE ECONÔMICO DE COMPRA DE ESTOQUE 21 2.19.2 QUANTIDADE A SER PRODUZIDA 21 2.19.3 CLASSIFICAÇÃO ABC 22 2.20 MODELAGEM FINANCEIRA E CAPITAL DE GIRO 22 

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1. Programa da disciplina

1.1 Ementa

Natureza e definições do capital de giro. Dimensionamentos dos investimentosem capital de giro. Administração do disponível, dos valores a receber e dosestoques. Modelos de administração de caixa. Políticas de crédito e deconcessão de descontos. Índices de avaliação do capital de giro. 

1.2 Carga horária total

24 horas/aula

1.3 Objetivos

• Estabelecer com clareza a definição de capital de giro e as suas decomposições;• Discutir os principais modelos utilizados para gerenciamento do capital de giro;• Definir os conceitos envolvidos nesses modelos bem como discutir suas utilizações;• Apresentar e discutir os índices de gerenciamento que são geralmente utilizados;• Estabelecer os conceitos de capital de giro, capital de giro líquido e necessidade

total de financiamento permanente para a empresa;• Discutir como devem ser acompanhadas as principais contas do ativo e passivo

circulante;• Apresentar, definir e discutir vantagens e desvantagens dos principais modelos e

índices utilizados na administração do capital de giro;

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1.4 Conteúdo programático

Definição de capital de giro .Capital de giro.Capital de giro líquido

Principais contas do capital de giro .Disponível.Estoques..Contas a receber..Contas a pagar.

Principais subdivisões do capital de giro .Capital de giro líquido..Capital de giro próprio..Capital de giro permanente..Capital de giro sazonal

Modelos de administração do disponível .Do caixa mínimo operacional

.Baumol..Miller-Orr.

.Do dia da semana.

Administração dos valores a receber .Política de crédito;.Concessão de descontos;.Concessão de crédito;.Prazo de crédito.

Análise e controle dos valores a receber .Giro dos valores a receber;.Valores a receber em dias de venda;.Valores a receber e inflação.

Administração financeira de estoques .Lote econômico de compra;.Inflação e investimento em estoques;.Estoque de segurança;.Just in time.

Administração de contas bancárias .A questão do float;.Negociação e float;.Sistema brasileiro de pagamentos;.Centralização versus decentralização.

Índices de liquidez .O que é;.Liquidez Corrente;

.Liquidez Seca;.Liquidez Imediata;

.O CCL como índice.

1.5 Metodologia

Apresentação oral dos conceitos, métodos e modelos com promoção de debates sobre osmesmos. Questionários e exercícios de fixação em sala de aula. Estudo de casos.

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1.6 Critérios de avaliação

O grau total a ser atribuído a cada aluno será dado pela nota do aluno em uma prova

individual sem consulta. Caso o aluno fique com grau maior ou igual a cinco e menorque sete o professor admitirá trabalhos opcionais que poderão valer até dois pontos nograu total final.

1.7 Bibliografia recomendada

ROSS, Stephen A., WESTERFIELD, Randolph W., JAFFE, Jeffrey F. Administração 

Financeira; tradução Antônio Zorato Sanvicente. São Paulo: Atlas, 1995.GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira. São Paulo: Harbra,1997.KÜSTER, Edison; KÜSTER, Fabiane Christina; KÜSTER, Karla . Administração eFinanciamento do Capital de Giro . São Paulo: Jurua, 2004.BERTI, Anello. Análise do Capital de Giro – Teoria e Prática. São Paulo: Ícone,2003.

Curriculum resumido do professor

Cristóvão Pereira é mestre em Gestão Empresarial pela FGV e especialista em finançaspela New York University onde completou o curso de mestrado iniciado na Coppead-Ufrj. Especialista em Finanças pelo Ibmec com o MBA Executivo em Finanças.Engenheiro Eletricista formado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.Sua experiência profissional inclui o cargo de diretor financeiro da SFB Sistemas,multinacional de capital inglês; chefe da assessoria de estudos financeiros da Petros –Fundação Petrobrás de Seguridade Social; chefe de custos da Cia. Ceras Johnson;docência em cursos de administração e economia, bem como consultoria à diversasempresas. Autor de artigos e publicações em sites da internet.

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2. Introdução

Quando se fala em administrar capital de giro, fala-se na administração de uma partemuito específica dos recursos das empresas: os recursos correntes. Isto é, aqueles quepodem, geralmente, ser transformados em caixa no prazo máximo de um ano. Observeque foi utilizada a expressão “geralmente” significando que empresas onde o ciclo deprodução e venda ultrapasse o prazo de um ano utilizam este ciclo como referência.Sabe-se que a administração financeira possui três grandes objetivos: pagamento das

contas no curto prazo, geração de riqueza através de adequados investimentos eobtenção de recursos para os dois primeiros objetivos. O capital de giro é um meio, enão um fim em si do negócio para atendimento ao primeiro objetivo. Como orientaçãobásica, devemos ter em mente que o investimento em capital de giro possui um custo deobtenção dos recursos, de um lado, e um retorno de outro. Portanto, a empresa deveráinterromper o investimento em capital de giro quando o custo marginal destes recursosultrapassar o retorno marginal dos mesmos. O volume de capital de giro estádiretamente vinculado ao volume de vendas da empresa, que por sua vez dependerá dovolume de estoques, principalmente.A administração de capital de giro desempenha papel fundamental na preservação dasaúde financeira das empresas, uma vez que, se mal feita, levará a empresa a terdificuldades no pagamento de suas contas no curto prazo comprometendo sua imagem eeventual solvência.

2.1 Uma visão intuitiva

Para aqueles que não estão habituados com o termo capital de giro, gostaríamos de darum exemplo simples que permita uma compreensão intuitiva da necessidade de capitalde giro das empresas e da conseqüente necessidade de investimentos em capital de giro.

2.1.1 Um exemplo simples

Imagine uma pessoa que fez uma viagem a Bali e lá descobriu peças de vestuáriointeressantes que imaginou ser capaz de revender em sua volta ao Brasil. Digamos aindaque esta pessoa pretenda comprar R$1.000 em roupas antes de seu retorno. Chegandoao Brasil, ela procura lojas especializadas e oferece suas roupas a um preço tal que lhepermite obter R$2.500 com suas vendas. Se ela encerrar neste momento suas operações,poderá perfeitamente gastar todo dinheiro arrecadado. Mas, imagine por um momento,que ela pretende retornar a Bali para adquirir mais roupas. Se ela pensar em comprar omesmo volume de roupas que comprou anteriormente, não poderá gastar todos osR$2.000 sob pena de não ter recursos para esta nova aquisição. Portanto, poderá gastarR$1.500, mas terá de guardar outros R$1.000 para as novas compras a serem feitas.

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Pode-se, então, dizer que esta pessoa terá uma necessidade de capital de giro deR$1.000. Caso ela siga repetindo exatamente o mesmo padrão de compra e venda, suanecessidade de capital de giro se manterá e bastará que ela invista uma vez paraobtenção desta necessidade. Suponha-se, no entanto, que a certa altura ela decida

aumentar suas compras de roupas em Bali para R$1.800 ao invés de apenas R$1.000.Neste caso, ela precisará levar outros R$800 além dos R$1.000 que está habituada. Teráde fazer um investimento adicional de R$800 em capital de giro.

2.1.2 Necessidade e Investimento

Temos assim dois termos que são fundamentais quando falamos de capital de giro:necessidade e investimento. A necessidade de capital de giro refere-se ao volume quedeterminada empresa necessita de capital de giro em determinado momento. Oinvestimento refere-se às diferenças de níveis de necessidades de capital de gironecessárias.

2.1.3 Modelagem financeira

Um modelo financeiro, como todo modelo, é uma simplificação da realidade e não aprópria realidade. Foi visto no exemplo acima uma necessidade de capital de giro paraaquisição de estoques que, por sua vez, viabilizavam vendas. Um desejo de maiorvendas exigiria maiores estoques e mais capital de giro, exigindo mais investimentoneste. Na realidade os estoques muitas vezes se perdem ou são danificados, no entanto,na maioria de nossas modelagens financeiras, consideramos que os estoques ficam

sempre intactos, desde que suas perdas não sejam de grande significância. Disto seconclui que na modelagem financeira geralmente considera-se que o capital de giro nãoé destruído.

2.1.4 Uma definição de capital de giro

Num sentido amplo, pode-se definir capital de giro como sendo o total de recursos deque uma empresa necessita para financiamento de suas operações, desde a aquisição damatéria prima, ou compra de mercadorias, até o recebimento dos valores na venda dosprodutos acabados.

2.2 O problema da sincronia temporal

A empresa tem, portanto, obrigações de efetuar diversos pagamentos no curto prazo epara tanto pode contar com os seus ativos de curto prazo. A necessidade de capital degiro surge ou pelo fato das obrigações de curto prazo serem maiores que os ativos decurto prazo, ou pelo fato de que não estão sincronizados no tempo, isto é, um se faznecessário (obrigação) enquanto o outro ainda não está disponível (ativo).

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2.2.1 Necessidade de estoques

Observe que se a produção e a venda fossem realizadas de maneira síncrona, não

haveria necessidade de estoques. Se fosse possível se produzir no mesmo ritmo dademanda os estoques seriam desnecessários. De uma forma, é o que o sistema de “justin time” procura fazer. A fábrica acerta com seus fornecedores para receber os insumosno cronograma de suas necessidade evitando que sejam formados estoques nas fábricas.Este tipo de sistema é possível entre fornecedores e produtores que estejam com osmesmos objetivos e em sincronia, mas não entre produtores e clientes finais. Assim, se aempresa não mantiver um volume de estoque se verá na difícil situação de ter de perderuma venda. Por outro lado, se os seus estoques forem muito elevados, os recursos nelesaplicados estarão parados, ocasionado um alto custo de oportunidade do capital, umavez que os mesmos poderiam ser aplicados no mercado ou em outros setores maisrentáveis da própria empresa.

2.2.2 Necessidade de contas a receber

Se todas as vendas fossem efetuadas à vista, não haveria necessidade de qualquer capitalde giro para cobrir os financiamentos das compras dos clientes. Mas, na medida em queo cliente não pode pagar à vista, haverá necessidade de recursos que permitam aempresa seguir com suas operações enquanto os valores não são pagos pela clientela.

2.3 Objetivos da administração do capital de giroDa inexistência de sincronia entre produção e vendas, surge a necessidade da existênciado capital de giro. Qual deve ser, então, o objetivo na administração deste capital? Deforma simples pode-se dizer que é apenas de maximizar os seus retornos enquanto seprocura minimizar os seus custos. Também pode-se ver como sendo a administraçãodas contas circulantes, tanto de ativo quanto de passivo e as inter-relações existentesentre elas. Em resumo, acompanhamento dos ativos de curto prazo e de suas sincroniascom os passivos de curto prazo. As principais perguntas que procura-se responder são:

• Quais os níveis adequados de estoques a ser mantido pela empresa?• Qual o nível de investimentos que deve ser feito no financiamento dos clientes?• Como deverá ser feito o gerenciamento do caixa?

Tudo isso, levando-se em conta o nível adequado de liquidez necessária para a empresae de rentabilidade. O capital de giro costuma aumentar a liquidez da empresa, porémbaixando sua rentabilidade. A administração de capital de giro tem a ver exatamentecom a dosagem adequada de liquidez e rentabilidade e, portanto, terá de considerar ascircunstâncias econômicas particulares em que a empresa vive.

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2.4 Nomenclatura e obtenção do valor pelo balanço

O termo capital de giro é um termo consagrado, porém, mais modernamente ele temsido chamado de capital circulante. Ele é representado pelos ativos circulantes daempresa. Capital de giro (ou capital circulante) portanto, é distinto de capital de girolíquido (ou capital circulante líquido). O capital de giro líquido é a diferença entre oativo circulante e o passivo circulante.

O valor do capital de giro liquido pode ser obtido pela diferença entre o ativo circulantee o passivo circulante, a partir do balanço patrimonial. Pode-se entender o capital degiro líquido como sendo a parcela do ativo circulante que é financiada com recursos delongo prazo. Outra maneira de se ver a mesma coisa é imaginando que o capital de girolíquido é quanto os recursos de longo prazo da empresa excedem os investimentos em

ativos de longo prazo. Assim, podemos chegar ao capital de giro liquido de duas formasdistintas.

Exemplificando: se uma empresa possui um passivo circulante de R$100 mil e um ativocirculante de R$120 mil, pode-se dizer que o seu capital de giro liquido é de R$20 mil.Observe a diferença de nomenclatura. Quando se fala apenas em capital de giro, está-sereferindo ao total do ativo circulante. Quando se fala em capital de giro liquido está-sereferindo à diferença existente entre o ativo circulante e o passivo circulante.Se o capital de giro liquido for negativo, significará que a empresa está se utilizando derecursos de curto prazo para o financiamento do ativo permanente da empresa.A necessidade da maioria das empresas em manter um capital de giro líquido positivose deve ao fato de que há geralmente maior previsibilidade nos pagamentos do que nosrecebimentos.

2.4.1 Conceito de capital de giro próprio

Embora não seja um indicador muito utilizado, é importante compreendermos seusignificado. Ele procura medir qual a parcela dos recursos de curto prazo que sãofinanciados com capital próprio da empresa, isto é, recursos dos acionistas. Capital degiro próprio representa portanto a quantidade de recursos de patrimônio líquido queexcede as aplicações no permanente e no exigível de longo prazo.

2.4.2 Conceito de capital de giro permanente e sazonal

O capital de giro ainda pode ser subdividido em fixo ou permanente e sazonal ouvariável. O capital de giro permanente, ou fixo, tem a ver com o volume mínimo derecursos de curto prazo que são necessários para manter a empresa funcionandoadequadamente em condições normais.

O capital de giro sazonal, ou variável, tem a ver com as necessidades ocasionais daempresa.

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2.5 Tipos de empresas e capital de giro líquido

O capital de giro líquido funciona como um colchão de proteção contra eventuais faltasde sincronia entre as obrigações de curto prazo e os ativos de curto prazo para

pagamento das mesmas. Essa necessidade de proteção será menor quanto menor for orisco do fluxo de caixa da empresa. Assim, empresas que possuem fluxos de caixa debaixo risco, isto é, altamente previsíveis, podem se dar ao luxo de trabalhar com capitalcirculante líquido pequeno ou mesmo negativo. Concessionárias de serviço públicorepresentariam um bom exemplo.

2.6 A importância do ciclo operacional

Os recursos do capital de giro estão em constante mutação. Por exemplo, os recursos

disponíveis são utilizados para a aquisição de estoques que por sua vez são vendidos e,se a venda for à prazo, se transformarão em contas a receber. Imagine-se duas empresascom operações quase idênticas porém com velocidades de giro diferentes. Aquela quegirar mais rápido os seus recursos terá de volta ao disponível os valores antes da outra,necessitando, portanto, de menos investimentos em ativos circulantes, quetradicionalmente representam investimentos de baixa rentabilidade.O ciclo operacional da empresa é o tempo que vai desde a aquisição da matéria primaaté o recebimento dos valores referentes aos produtos vendidos.

2.6.1 Compra de matéria prima

O ciclo operacional se inicia com a aquisição da matéria prima necessária para aprodução. O tempo entre esta compra de matéria prima e o início da produção échamado de prazo médio de estocagem de matérias primas.

2.6.2 Início da produção

É o segundo passo do ciclo operacional e se encerra quando a produção que utilizouaquelas matérias primas foi encerrada. Tem-se aí o prazo médio de produção ou defabricação.

2.6.3 Fim da produção

Com o fim da produção pode ser iniciado o processo de venda. E, enquanto o produtoacabado não é vendido, estará transcorrendo o chamado prazo médio de venda, tambémchamado de prazo médio de estocagem de produtos acabados.

2.6.4 Venda

O prazo médio de venda, ou de estocagem de produtos acabados, é concluído quando avenda é efetuada. Depois disso, só faltará à empresa o recebimento dos valores que

foram vendidos.

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2.6.5 Recebimento dos valores vendidos

Neste momento é encerrado o ciclo operacional da empresa retornando seus recursospara novamente poderem ser utilizados em novo ciclo.

Vê-se, portanto, que há cinco marcos no ciclo operacional enquanto pode-se medirquatro períodos médios. O ciclo operacional pode ser visto como sendo o período médiode tempo em que a empresa fica sem receber recursos advindos de suas operações. Ocapital de giro tem por finalidade financiar a existência da empresa neste período.

2.7 Giro

O ciclo operacional de uma empresa, naturalmente, depende muito de seu ramo deatividade. Há um grande numero de empresas que possui ciclo operacional inferior a umano, assim a empresa pode obter vários giros do capital dentro de um mesmo exercício.

É fácil compreender que ao longo do ciclo operacional a necessidade de capital de girovai aumentando até o ciclo ser completado. Algumas das fases podem obterfinanciamento externo, como por exemplo de fornecedores. As principais que seencaixam nesta categoria são: estocagem de matéria prima e vendas a prazo. No caso daestocagem de matéria prima o financiamento pode vir do fornecedor, enquanto que nocaso de vendas à prazo o financiamento pode ser obtido através do desconto deduplicatas. Para as demais fases como a estocagem de produtos acabados devem seralocados recursos advindos de outras origens.

Não se pode deixar de registrar a importância que um sistema de informaçõesdesempenha para o acompanhamento das diversas fases do ciclo operacional.

2.7.1 Ciclo financeiro (ou de caixa)

Ele refere-se exclusivamente ao movimento do caixa. Inicia-se com o pagamento damatéria prima aos fornecedores e é concluído com o recebimento pela venda doproduto. A sua importância se deve ao fato de que representa efetivamente o tempo peloqual a empresa necessitará de financiamento.

2.7.2 Ciclo econômico

Como o próprio nome sugere, considera apenas os eventos de natureza econômica. Istoé, inicia-se com a compra da matéria prima e termina com a venda da mercadoria.Sejam os seguintes significados:

Pmp = Prazo médio de estocagem de matéria prima;Pfb = Prazo médio de fabricação;Pvd = Prazo médio de venda;Pcb = Prazo médio de cobrança;Ppf = Prazo médio de pagamento de fornecedores;

Pdd = Prazo médio de desconto de duplicatas.

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Podemos escrever que:

Ciclo Operacional = Pmp + Pfb + Pvd + PcbCiclo Financeiro = Ciclo Operacional – Ppf – Pdd

Ciclo Econômico = Ciclo Operacional – Pcb

2.8 A questão do risco e do retorno

O importante de entender aqui é que a atividade da empresa costuma ter umarentabilidade muito superior àquela obtida com ativos circulantes. Sendo assim, umaumento do capital de giro provoca uma queda na rentabilidade da empresa. Por outrolado, quanto mais capital de giro uma empresa possui, menor o risco que ela corre deficar inadimplente, uma vez que ela passa a ficar mais líquida.

Duas medidas que podem ser utilizadas para medir a rentabilidade da opção seguidapelo administrador são:

Retorno sobre o ativo = lucro operacional/ ativo total;

Retorno sobre o PL = lucro líquido/ PL

2.8.1 Conceito de equilíbrio financeiro

A questão da administração de capital de giro está, portanto, relacionada à questão da

administração de ativos e passivos circulantes. Os passivos exigem desembolsos, assim,haverá equilíbrio financeiro sempre que houver lastro dos passivos em ativos comadequado prazo de conversão em liquidez.

A mera existência de um CCL positivo não garante a liquidez da empresa uma vez quepode não haver casamento adequado dos prazos de conversão.

A melhor alternativa para a empresa é financiar suas necessidades de recursos no curtoprazo com recursos de longo prazo para a parte do capital de giro que é permanente. Aparte que é sazonal pode ser financiada com capital de curto prazo. Assim, evita-se quea empresa possua recursos em excesso, que diminuiriam sua rentabilidade.

2.9 Estrutura a termo das taxas de juros

Refere-se ao montante das taxas em relação aos prazos de financiamento para aempresa. Quem fornece recursos sabe que quanto mais tempo o devedor tiver parapagar, mais risco o credor estará correndo.

Portanto, a tendência natural é que recursos de longo prazo sejam mais caros querecursos de curto prazo.

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No Brasil, no entanto, pode-se, em certas ocasiões, ter uma distorção. É quando as taxasde juros estão tão elevadas que é praticamente impossível que elas se mantenham muitotempo neste patamar, havendo uma forte expectativa do mercado pela sua queda.

Quando isso ocorre pode-se ter financiamento de longo prazo com taxas inferiores aosde curto prazo.

Outro aspecto que deve ser considerado de perto pelo administrador é o nível da taxareal de juros, ao invés da consideração apenas da taxa nominal. Para mesmos níveis detaxas nominais, certos períodos podem tornar a taxa real mais baixa, tornando ofinanciamento em termos reais mais barato.

2.9.1 Estratégias de financiamento

Existem basicamente três estratégias de financiamento. O financiamento da empresa delongo prazo precisa cobrir todo o ativo permanente da empresa. Além disso, precisacobrir as necessidade de ativos circulantes. Porém, como vimos, os ativos circulantespodem ser desdobrados em ativos circulantes permanentes e ativos circulantes sazonais.Uma estratégia que cubra totalmente com financiamento de longo prazo tanto os ativoscirculantes permanentes quanto os sazonais, é uma estratégia de risco mínimo.

Uma segunda estratégia que pode ser traçada é de estimar a necessidade dos recursossazonais e apenas cobrir parte deles com recursos de longo prazo. Esta é uma estratégia

de risco médio e costuma ser adotada por muitas empresas.

Uma estratégia de risco assumido seria não haver cobertura de recursos de longo prazopara qualquer necessidade sazonal, deixando as mesmas para serem atendidas apenaspor recursos de curto prazo. Dependendo da estrutura a termo das taxas de juros, estaestratégia pode proporcionar maior rentabilidade.

2.10 Indicadores de liquidez

O principal indicador de liquidez é o próprio CCL que nada mais é do que o ativocirculante menos o passivo circulante. O volume mínimo necessário dependerá tanto do

ramo de atividade quanto da sincronização entre ativo circulante e passivo circulante.

2.10.1 Índice de liquidez corrente

Mede quantas vezes o ativo circulante é superior ao passivo circulante. Nada mais é doque a divisão do ativo circulante pelo passivo circulante.

2.10.2 Índice de liquidez imediata

Mede a capacidade imediata da empresa de saldar suas dívidas. Em outras palavras,

mede o percentual da dívida da empresa que pode ser saldado imediatamente. Para tantodividimos o disponível pelo passivo circulante.

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2.10.3 Índice de liquidez seca

Como estoques e despesas que foram antecipadas não podem ajudar no pagamento dedívidas, este índice procura retirar esses dois itens como alternativas para pagamento do

passivo circulante, deixando apenas as disponibilidades e as contas a serem recebidas.

ILS = (ativo circulante – estoques – despesas antecipadas) / passivo circulante

2.10.4 Outros índices de liquidez que podem ser calculados

Pode-se estabelecer índices para as contas do ativo circulante tomando-se quantas vezeso valor da conta é superior ao seu valor médio.

2.11 Necessidade de investimento em capital de giro -NICG

Quanto que uma empresa deve investir em capital de giro para que ela mantenha seuequilíbrio financeiro?

A melhor metodologia é a que subdivide ativos e passivos circulantes em duascategorias: operacionais e financeiros. Ativos e passivos operacionais tendem a ser maisprevisíveis enquanto ativos e passivos financeiros tendem a ser mais aleatórios.

Portanto, na busca da determinação de quanto uma empresa deve investir em capital degiro, procura-se considerar apenas ativos e passivos operacionais.

O ativo circulante financeiro é formado por caixa, bancos e aplicações financeiras decurto prazo. De forma análoga, o passivo circulante financeiro é composto deempréstimos bancários, financiamentos, duplicatas descontadas, dividendos e impostode renda.

O ativo circulante operacional é composto de estoques, duplicatas a receber,adiantamentos e despesas de competência do exercício seguinte. No caso do passivocirculante operacional: fornecedores, salários e encargos, impostos e taxas e

adiantamento de clientes.NICG = Necessidade de Investimento em Capital de Giro = Ativo circulanteoperacional – passivo circulante operacional.

A NICG será positiva sempre que a atividade da empresa criar um fluxo de saída derecursos mais rápido que o fluxo de entrada de recursos. Em caso contrário teremosexatamente o oposto.

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2.12 Necessidade total de financiamento permanente -

NTFPEntendemos por financiamento permanente aquele que advém do patrimônio líquido oude financiamentos de longo prazo. Esses recursos é o que devem ser utilizados para ofinanciamento do ativo permanente da empresa e também da sua NICG. Portanto,podemos escrever que:

NTFP = NICG + Investimento permanente

2.12.1 Saldo de disponível - SD

Quando a soma do PL com os Exigíveis a longo prazo superam a NTFP, significa quehá uma sobra que permite lidar com eventualidades provocadas por sazonalidade. Háduas maneiras de se determinar esse saldo de sazonalidade. Em primeiro lugar, da formaque acabamos de mencionar:

SD = Passivo permanente – NTFP

A outra forma leva em conta apenas as con0tas circulantes:

SD = Ativo circulante financeiro – passivo circulante financeiro

Pode-se deduzir esta fórmula da seguinte maneira:

Observando que:SD = PP - NTFPAC = ACf + ACo;PC = PCf + PCo;NICG = ACo - PCo;NTFP = AP + NICG

Como:AP + AC = PP + PCAP + ACf + ACo = PP + PCf + PCoAP + ACf + ACo – PCo = PP + PCf AP + ACf + NICG = PP + PCf NTFP + ACf = PP - PCf ACf – PCf = PP – NTFP = SD

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2.12.2 Relação entre CGL e NICG

O capital de giro líquido, ou capital circulante líquido, é calculado através da diferença

entre ativo e passivo. Demonstra-se abaixo que a soma da necessidade de investimentoem capital de giro com o saldo disponível será igual ao capital de giro líquido.

Senão, observe-se:

CGL = AC – PC = ACf + ACo + PCf + PCo = ACf – PCf + ACo – PCo= SD + NICG

Então pode-se enunciar:

CGL = CCL = SD + NICG

2.13 Administração do disponível

Se houvesse uma sincronia perfeita entre pagamentos e recebimentos em uma empresanão haveria necessidade da empresa manter recursos em caixa. Acontece que surgemnormalmente três situações que fomentam a manutenção de um caixa mínimo por parteda empresa. 

2.13.1 Disponibilidade para efetuar pagamentos

A empresa precisa ter uma saldo mínimo em caixa para poder efetuar os pagamentosnecessários. Naturalmente, que quanto maior a sincronia entre pagamentos erecebimentos menor será a necessidade de caixa disponível.

2.13.2 Proteção contra contingências

Sempre que uma situação inesperada ocorre, se o administrador não dispuser de fundosde reserva ele terá imediatamente um problema tende de recorrer a fontes externas parasuperar o imprevisto. Portanto, quanto mais reservas ele tiver, mais estará protegidodesses problemas de última hora.

2.13.3 Aproveitar oportunidades

Muitas vezes surgem oportunidades de negócios para a empresa que só podem seraproveitadas na hipótese de haver disponibilidade de numerário. Não havendo estadisponibilidade a empresa não terá ganhos devidos a oportunidades ocasionais.

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2.14 Modelos de administração do disponível

Veremos a seguir quatro modelos que ajudam a gerenciar o disponível tentandoestabelecer um nível ótimo para o mesmo.

2.14.1 Modelo do caixa mínimo operacional

Este é um modelo bastante simples que segue os seguintes passos. Primeiramente,calcula-se o giro de caixa, no caso de uma projeção para um ano, dividindo-se 360 diaspelo ciclo financeiro, isto é, o período médio entre o pagamento da matéria prima e orecebimento das vendas. Depois basta dividir os desembolsos totais previstos para o anopelo giro de caixa. O resultado será o montante mínimo de caixa a ser mantido.

2.14.2 Modelo de Baumol

Este modelo é mais adequado para aplicação quando os recebimentos da empresa sãotodos concentrados principalmente em uma determinada data e os pagamentos sãoefetuados ao longo de todo o mês. Se houver uma aplicação de curto prazo em que aempresa possa aplicar o dinheiro, ela deverá fazê-lo e ir sacando o dinheiro à medidaque for necessário. Cada saque significa um custo para a empresa e pode serquantificado do ponto de vista monetário. Assim, se fizer apenas um saque terá o seucusto reduzido, mas deixará de ganhar os juros da aplicação. Por outro lado, se fizermuitos saques, ganhará mais juros, porém terá um custo muito maior devido ao maior

numero de saques.

Considerando:i = taxa de juros da aplicação financeira;R = o montante recebido periodicamente;b = o custo de cada operação de resgate;n = numero de operações que devem ser realizadas no período.

n =iR

2b 

Por sua vez, o valor de cada saque será de: R/n . Observe que o tempo utilizado paracalculo do recebimento deverá ser o mesmo do período da taxa considerada.

Um dos problemas do modelo de Baumol é que ele considera que o fluxo depagamentos a ser feito pela empresa é razoavelmente constante, enquanto o recebimentoé periódico.

2.14.3 Modelo de Miller-Orr

Este modelo é mais realista uma vez que considera que o fluxo de caixa de uma empresa

não é conhecido como exigem os outros dois modelos vistos anteriormente. O modeloem questão considera que o comportamento do caixa pode ser aleatório. O modelo

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também considera a existência de um investimento para o qual se possa mover recursosexcedentes ou obtê-los quando houver falta de caixa. O modelo trabalha com um limitemínimo de recursos que deve estar presente sempre e, portanto, sempre que os recursoscaírem abaixo deste limite mínimo, serão resgatados valores. Estes valores sempre serão

resgatados para devolver o caixa a um nível denominado de ponto de retorno.

A empresa começa analisando estatisticamente a variação do seu caixa: média evariância dos valores. A seguir, com base neste estudo, e com base no caixa mínimo m

que deseja manter de acordo com o risco que está disposta a enfrentar ela calcula oponto de retorno através da fórmula:

 z = m +3bδ2

4i3  

Onde:m = caixa mínimo a ser mantido;b = custo de cada transação de saque ou aplicação;i = taxa de juros diária;δ

2 = variância diária do caixa.

Haverá também um ponto máximo que o caixa não deverá ultrapassar e a partir do qualinvestimentos serão feitos para o caixa voltar ao ponto de retorno.

h = ponto máximo = m +3z

A grande vantagem do modelo de Miller-Orr é que ele considera a aversão ao riscoparticular do administrador. Se ele deseja correr um risco menor, bastará estabelecer umponto de mínimo mais alto.

À medida que a imprevisibilidade do caixa se modifica, é possível se ajustar o modelopara considerar uma nova variância.

Observe que quanto maior for a variabilidade do caixa mostrado por sua variância, maisalto será o ponto de retorno. Da mesma forma, o ponto de retorno aumentará sempreque aumentarem os custos de transação. A única variável que tende a “puxar” o pontode retorno para baixo é a taxa de juros diária. Mas, o administrador pode modificar o

ponto de retorno uma vez que ele é quem decide sobre o valor mínimo a ser estipuladoque interfere no valor do ponto de retorno.

2.14.4 Modelo do dia da semana

Este modelo parte do princípio de que as variações no caixa obedecem a padrões do diada semana e dos dias do mês. A empresa começa determinando qual o percentual dofluxo de caixa que ocorre em cada dia da semana. Naturalmente, estes percentuaisdeverão somar os 100%. Caso não houvesse sazonalidade devido aos dias da semana,

cada percentual seria de 20%. Então é determinado o desvio em termos percentuais paracada dia da semana. Aqui também pode-se verificar que o somatório dos desviosdeverá igualar zero.

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 A empresa determinará de forma análoga o padrão de percentual de fluxos de caixa paracada dia do mês. E a esse padrão será adicionado o desvio verificado para o dia dasemana correspondente ao que cairá o dia do mês naquele mês em particular.

Claro que a empresa precisa saber a sua estimativa de valores de caixa para o mês a serconsiderado.

2.15 Considerações sobre os modelos

Cada um dos modelos adota um tipo de paradigma. No caso de Baumol é consideradoque o fluxo de caixa é determinístico. Já no caso de Miller-Orr é considerado um fluxoprobabilístico. Como a realidade das empresas tem aspectos determinísticos e

probabilísticos, acaba que nenhum modelo representa com perfeição o que acontece.Mas, em sua essência um modelo é isso mesmo, apenas uma simplificação da realidade.

Nenhum dos modelos vistos considera a questão da precaução na determinação dosvolumes de caixa a serem mantidos.

Naturalmente, existem modelos mais sofisticados que utilizam programação linear eprogramação dinâmica, mas estão fora do nosso escopo de estudo.

2.16 Contas bancáriasUma das questões centrais do relacionamento com banco é a decisão de centralizar oudiversificar as operações bancárias. Muitas vezes a forma da empresa operar não dáalternativa ao administrador, forçando a existência de várias contas bancárias. Aconcentração por sua vez traz vantagens advindas de um relacionamento mais forte comdeterminada instituição. De qualquer forma, a concentração nunca deve levar a empresaa ter conta em apenas um único banco, uma vez que circunstâncias futuras podem exigira presença de outro banco e a construção de um relacionamento de confiança nãocostuma ser coisa rápida.

Nos parece que a concentração máxima deve exigir pelo menos de dois a três bancos.

2.16.1 A questão do Float

Há uma diferença entre a data de pagamentos feitos pelos clientes e suas efetivasdisponibilidades em conta. A essas diferenças chamamos de float. O administradorfinanceiro deve ser capaz de negociar com o banco o float, para obtenção de vantagensem contrapartida do mesmo. Uma outra definição do float seria aqueles recursostransitórios que permanecem no banco.

A primeira coisa que o administrador deve fazer é calcular o custo de oportunidade

diário do seu dinheiro. Para isso basta utilizar o custo de oportunidade anual e calcular oseu valor diário. Depois ele deve trazer a valor presente o recebimento para ver quanto

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ele perde, considerando os dias de float do banco. Ele pode então imaginar umaperpetuidade dividindo o valor pela taxa diária da aplicação.

Fazendo a conta para dois períodos de float diferentes ele terá o ganho pela redução do

correspondente float.

2.17 Administração de valores a receber

Chama-se de política de crédito de uma empresa ao conjunto de procedimentos para aconcessão, acompanhamento e cobrança dos valores concedidos.

2.17.1 Concessão de descontos

O que interessa na concessão de descontos é saber o quanto a empresa espera lucrarcom essa concessão. O administrador precisa saber quanto são as vendas da empresa pormês e quanto espera que as mesmas aumentem uma vez que determinado desconto éconcedido.

Sejam as seguintes variáveis:d = taxa de desconto que se pretende conceder;V0 = vendas atuais que estão sendo feitas;V1 = vendas futuras que se espera pela concessão do desconto;i = taxa de juros mensal a ser considerada como custo de oportunidade do capital;p = prazo de recebimento da empresa;

x = provisão de devedores duvidosos.z = percentual de vendas à prazo;

Imagine que as vendas atuais são todas com o prazo de 30 dias.

VP da situação atual =(1− x)V 0

(1+ i)1  

VP nova situação = (1− z)(1− d )V 1 + z(1− x)V 1

(1+ i)1  

O ganho naturalmente será a diferença entre as duas situações.

Um fator que é absolutamente fundamental e constitui quase que uma arte é adeterminação dos clientes que realmente são elegíveis para o recebimento de crédito.

2.17.2 Alterações nas políticas de crédito

A melhor maneira de se analisar vantagens e desvantagens de uma possível alteração dapolítica de crédito é através da análise do valor presente líquido. O exemplo que vimos

acima espelha a utilização do valor presente líquido para a determinação do resultadoque se espera obter.

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2.18 Controle de valores a receber

O controle é feito por comparação entre os valores esperados e aqueles efetivamenterecebidos.

2.18.1 Giro dos valores a receber

Este índice permite medir a velocidade com que os recursos circulam para novamentefinanciarem os clientes. É a relação entre o total de vendas a prazo no período e o valordo valores a receber.

Giro dos valores a receber = vendas a prazo / valores a receber

Consequentemente, podemos dizer que o prazo médio de recebimento das vendas a

prazo será:Prazo médio de recebimento = período considerado / giro dos valores a receber

Quanto maior for o giro da empresa, menor será o prazo de crédito concedido pelaempresa. É preciso tomar cuidado na interpretação do índice, pois aparentemente umaumento do giro é positivo, porém o aumento do giro significa uma redução no prazo definanciamento do cliente o que pode provocar perdas de vendas com conseqüenteredução do lucro da empreza.

2.18.2 Exemplo

Seja uma empresa cujo total de vendas a prazo no ano foi de R$1 milhão enquanto osvalores a receber apurados ao final do ano alcançam R$500.000. O giro dos valores areceber será de 2:

Giro dos valores a receber = R$1.000.000 / R$500.000 = 2

A interpretação disso é a conclusão de que as vendas a prazo foram recebidas duasvezes no ano. Como outra conclusão temos que o prazo médio de recebimento dasvendas a prazo é de 180 dias.

2.18. 3 Créditos duvidosos

Um índice muito importante em qualquer concessão de crédito é a relação entre a contadevedores duvidosos como percentual das vendas totais efetuadas. A esta relaçãochamamos de índice de inadimplência.

Índice de inadimplência = devedores duvidosos / vendas totais

O problema crucial da inadimplência é que ela só é detectada tempos depois que avenda foi efetuada.

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2.18.3.1 Tabela de cronologia

Uma maneira de controlar o problema de devedores duvidosos é a manutenção de uma

tabela onde são listados os meses à frente e os meses passados colocando-se os valores avencer e os valores já vencidos.

2.18.4 DVR – Dias de vendas a receber

Este índice procura expressar o volume de contas a receber em termos de dias devendas. É um índice largamente utilizado.

DVR = Valores a receber no período / (vendas no período / dias do período)

Perceba que o denominador é o volume de vendas diárias tomadas no período,

consequentemente o DVR será o montante de vendas diárias que faltam ser recebidas.

2.18.1 Necessidade de recursos para vendas a prazo

Apenas mudando a posição das variáveis na fórmula acima, podemos chegar a:

Valores a receber no período = DVR x Vendas totais no período / dias do período

Assim, se está sendo esperado um aumento no volume de vendas, pode ser estimado oaumento nos valores necessários para financiar estas vendas adicionais.

2.18.5 Fatores que afetam valores a receber

Há basicamente dois fatores que afetam os valores a receber. Primeiramente, asvariações nas vendas. Essas por sua vez podem ser motivadas ou por variações nospreços ou por variações nas quantidades vendidas. O segundo fator diz respeito aospadrões de pagamento dos clientes. Também neste caso há duas motivações: umaalteração na política de crédito da empresa, ou uma maior demora no pagamento porparte dos clientes.

2.18.6 O impacto da inflação

Valores que demoram a ser recebidos perdem poder de compra em um ambienteinflacionário. Se tivermos um ambiente inflacionário com uma inflação diária igual ppode-se trazer todos os valores a receber para o poder de compra de uma determinadadata dividindo-os pelo fator (1+p) elevado ao número de dias que separa a data ondedeseja-se calcular o poder de compra da data onde se espera o pagamento. A este valorpodemos chamar de valor real e a diferença entre o valor nominal e o valor realrepresentará a perda inflacionária.

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2.19 Administração financeira dos estoques

A importância dos estoques está em permitir que a empresa consiga manter o fluxocontínuo de suas operações. O estoque visa a proteger contra eventuais falhas nofornecimento ou contra pedidos extras de clientes.No caso de elevados níveis de inflação, os estoques podem ser utilizados com forma deproteção. O problema existe pelo fato de que a manutenção de estoques provocatambém custos.

2.19.1 Lote econômico de compra de estoque

Podemos para tanto utilizar o já visto modelo de Baumol, apenas alterando o significadode algumas de suas variáveis.

Sejam:Cp = custo de cada pedido;Ce = custo de estocagem de cada item de estoque;V = volume previsto de vendas para o período;Q = quantidade de cada pedido;

O lote econômico de compra será dado pela fórmula:

Q =2VCp

Ce 

O custo de estocagem total = Ce x Q/2;O numero de pedidos será = V/Q

A quantidade a ser adquirida diariamente pode ser calculada pela fórmula:

Quantidade a ser adquirida = ponto de recompra – estoque ao final do dia + loteeconômico de compra

O ponto de recompra = demanda diária x dias para chegada do pedido

2.19.2 Quantidade a ser produzida

No caso de produção desejamos determinar o lote de produção que reduz os custos. Eleserá:

Q =2VCi

Ce[1− d  /  p)] 

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As novas variáveis são:

Ci = custo de interrupção que diz respeito aos custos de preparação das máquinas parauma nova produção;

d = demanda do produto em determinado período;p = capacidade de produção do produto no mesmo período.

As demais variáveis têm o mesmo significado visto anteriormente.

2.19.3 Classificação ABC

A idéia aqui é dividir os estoques em categorias A, B e C. A lei de Pareto nos permiteafirmar que haverá uns poucos itens que serão responsáveis por grande parte dofaturamento da empresa, a categoria A. A categoria B é formada por produtos que aindatêm uma participação significativa no faturamento. Na categoria C, haverá um grandenúmero de itens que terá uma participação pequena no faturamento.

Assim, a gerencia deve dar uma atenção especial à categoria A, mediana à categoria B ebem menor à categoria C.

As técnicas mais complexas de gerenciamento de estoques devem ficar apenas com acategoria A.

Aproximadamente, 10% dos itens representarão 70% das receitas (categoria A); 20%

dos itens representarão 20% das receitas (categoria B) e finalmente 70% dos itensrepresentarão 10% da receita (categoria C).

2.20 Modelagem financeira e capital de giro

Na modelagem do investimento em capital de giro é preciso tomar os seguintesprocedimentos: levantar a necessidade de investimento em capital de giro, em primeirolugar. Entender que o capital de giro não é “gasto”, assim, o investimento entre doisperíodos será a diferença entre as necessidades entre os dois períodos.

Vamos dar um exemplo. Suponhamos abaixo os valores das necessidades de capitalcirculante liquido para um determinado projeto que termina em 4 anos. Observe que naúltima data do projeto a necessidade de capital circulante líquido será zero. Afinal,terminado o projeto este não tem mais qualquer necessidade de valores para o seufuncionamento.

0 1 2 3 4NICG 12.000 13.500 8.000 0

ICG(12.000) 0 (1.500) 5.500 8.000

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Todas as necessidades de CG foram estabelecidas para o primeiro ano como sendo de12.000. Deveríamos então ter um investimento de 12.000 na data 1, mas porconservadorismo, costuma-se adiantar para a data zero o investimento em CG a ser feitopara o primeiro ano. Como foi antecipado, quando chega a data zero a necessidade de

investimento será zero. Ao longo do ano dois, haverá a necessidade de capital de giro de13.500 – que são representados na data final do ano, data 2 – como já haviam sidoinvestidos 12.000, será necessário apenas investir a diferença 1.500. O sinal negativonos investimentos é para denotar que dinheiro está saindo dos cofres da empresa emdireção ao projeto do exemplo. No terceiro ano a necessidade de capital circulantelíquido é diminuída e, portanto, 5.500 retornam para os cofres da empresa. O mesmoacontecerá no final do ano 4, quando o projeto terminar.

2.20.1.1 Comentários adicionais sobre capital de giro

Todo negócio necessita de capital circulante líquido. O volume necessitado dependerámuito do volume das operações da empresa. Quanto mais operações a empresa tivermais necessidade de capital circulante líquido terá também. A seguir apresentamos umafórmula que procura aproximar o cálculo das necessidades de capital circulante líquidode uma empresa ou projeto.

 NICG ≅ Estoques+CaR + CMO−CaP  

A fórmula acima nos diz que a necessidade de capital circulante líquido pode seraproximada pelo valor dos estoques que precisam ser adquiridos e mantidos, adicionadodo volume de valores a serem usados para financiar clientes, adicionado ainda do que seconvencionou chamar de caixa mínimo operacional, isto é, valores em caixa queprecisam ser mantidos para operações do dia a dia. Note que a fórmula acima deve sercalculada para cada data, e observe que a soma aqui não é algébrica. Isto é, o sinalnegativo do contas a pagar mostra que quanto maior for o contas a pagar menor será anecessidade de capital circulante líquido.

Mas afinal, é bom ou ruim ter muita necessidade de capital circulante líquido? O capitalcirculante líquido é um dinheiro que fica preso dentro da empresa e representa um custoadicional para o negócio. Deste ponto de vista, quanto menos capital circulante líquidomelhor. Mas por outro lado, outra interpretação do CCL emprestada da contabilidade

nos mostra que ele pode ser medido como a quantidade de recursos no curto prazo que aempresa tem acima das suas dívidas de curto prazo. Por este enfoque, quanto maiscapital circulante líquido houver menor será o risco da empresa ficar inadimplente. Emresumo, o capital circulante líquido diminui o risco da empresa, mas aumenta o seucusto.