01 premissas · 2018-11-05 · ... cada qual com seu clima e suas peculiaridades ... o bar e o...

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A elaboração da nossa proposta para o Pavilhão brasileiro da EXPO 2020 em DUBAI, foi pautada por premissas de responsabilidade técnica sobre a sustentabilidade de todos os processos envolvidos nas etapas de construção, uso, manutenção e des- montagem; tanto para a edificação em si quanto para a exposição que a integra. Partimos como ideia, de um fato inerente à condição humana, a condição univer- sal expressa na capacidade intrínseca do homem manipular a tecnologia disponível para elaborar seu habitat; desde os primórdios de nossa existência aos dias de hoje. Desde os habitantes dos desertos da América, aos nômades do deserto subsaari- ano; dos índios amazônicos aos esquimós, do homem rural ao homem urbano. E é essa condição urbana, que hoje representa a grande maioria de nossa existência no planeta, que deve estar necessariamente engajada em um projeto global de viabili- dade energética e ambiental, buscando a saúde do habitat em pequena e grande es- cala, nos direcionando a novas demandas e alterando os paradigmas da sociedade moderna que se expandiu no século XX. “E este é o ponto de partida de uma evolução que já não reconhecerá limites ao seu avanço; pois se o pássaro ou o castor constroem seu ninho ou choça com técnicas invariáveis que lhes dita o instinto de sua espécie, de forma inversa, o homem orienta sempre seus esforços visando uma constante super- ação em seus procedimentos na busca de um destino melhor.” Viollet -le -Duc _ Histoire de l’habitation humaine, depuis les temps préhistoriques jusqu’à nos jours -1875 Desta forma, buscamos uma abordagem de projeto baseada na obtenção da sus- tentabilidade através de uma reflexão sobre ensinamentos e práticas arquitetônicas ancestrais, consolidadas através da experiencia construtiva acumulada ao logo dos tempos, cujos resultados expressam a relação direta do homem com seu ambiente, feita de forma eficiente e inteligente, diretamente ligada à uma resposta local, utili- zando-se dos recursos disponíveis. Sendo assim, destacamos aqui dois modelos de soluções longevas, como exemplos de ventilação natural: -As torres captadoras de vento, conhecidas como “Barjeel”, utilizadas em regiões quentes e húmidas como as do Golfo, Egito e Irã, tem como principal função garantir boa performance térmica através de ventilação natural contínua; chegando a uma redução de temperatura entre 17% e 26% nas horas mais quentes do dia. Normal- mente as torres possuem de 5 a 8 metros de altura e coletam o ar dos pontos altos da habitação, permitindo seu fluxo ascendente pelo espaço. Em algumas situações, esse sistema associado a pátios com espelhos d’água, reforçam ainda mais sua efi- ciência térmica. “Em cada uma das regiões do mundo, cada qual com seu clima e suas peculiaridades naturais, surgiu uma solução própria na conformação estrutural e espacial da morada, consoante ao saber fazer do hab- itante e aos recursos da natureza, aí incluído o comportamento meteorológico. Disso resulta o que os ar- quitetos-historiadores denominam construções vernáculas, onde, antes de tudo, garante -se o conforto ambienta advindo do controle de temperatura ideal, da ventilação e da iluminação – providencias em que está implicitada empiricamente a física aplicada. Conforto ambiental conseguido tanto pelo esquimó no seu iglu, feito somente de blocos de gelo, como pelo nosso índio da selva amazônica.” Carlos Lemos _ Moradas do Brasil - 2008 -As casas xingunas, exemplares típicos da habitação brasileira primordial, tradi- cional dos povos do Parque do Xingú. Sua cobertura abaloada possui no topo uma abertura longa, destinada à exaustão do ar, sobretudo das fogueiras noturnas ac- esas para aquecer, secar o ambiente úmido e espantar os insetos. Essa tipologia, foi referenciada pelo arquiteto brasileiro João Filgueiras Lima em seus estudos e, de alguma maneira, também em suas propostas de construção hospitalar baseada no sistema de fluxo contínuo de ventilação natural. O arquiteto, que de certa forma homenageamos neste projeto, foi responsável pelo estabelecimento no país, de bas- es tecnológicas para a construção industrializada, em larga escala, de equipamen- tos públicos como creches, escolas e hospitais. Para nossa proposta, tomamos o raciocínio de manter um fluxo suave e contínuo de ventilação que propicia a redução das temperaturas internas, garante um nível adequado de umidade e permite uma troca de ar constante em todo ambiente do pavilhão. Diagramas de implantação: Térreo, estrutura e ocupação. “Essa grande maloca, feita com as madeiras recurvadas como se faz na África, cuja maior riqueza são dois círculos como geratrizes da forma alongada, com uma saída de ar por cima, ... é uma habitação coletiva, enorme. Você vê a habilidade com que é feita, é muito correta em termos de ocupação de espaço e do clima; tudo amarrado com embira, tecnologia rudimentar.” João Filgueiras Lima 2006 01 PREMISSAS Montagem da casa xinguana e vista com abertura de ventilação no alto _ fotografias: Milton Guran

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A elaboração da nossa proposta para o Pavilhão brasileiro da EXPO 2020 em DUBAI, foi pautada por premissas de responsabilidade técnica sobre a sustentabilidade de todos os processos envolvidos nas etapas de construção, uso, manutenção e des-montagem; tanto para a edificação em si quanto para a exposição que a integra.

Partimos como ideia, de um fato inerente à condição humana, a condição univer-sal expressa na capacidade intrínseca do homem manipular a tecnologia disponível para elaborar seu habitat; desde os primórdios de nossa existência aos dias de hoje.

Desde os habitantes dos desertos da América, aos nômades do deserto subsaari-ano; dos índios amazônicos aos esquimós, do homem rural ao homem urbano. E é essa condição urbana, que hoje representa a grande maioria de nossa existência no planeta, que deve estar necessariamente engajada em um projeto global de viabili-dade energética e ambiental, buscando a saúde do habitat em pequena e grande es-cala, nos direcionando a novas demandas e alterando os paradigmas da sociedade moderna que se expandiu no século XX.

“E este é o ponto de partida de uma evolução que já não reconhecerá limites ao seu avanço; pois se o pássaro ou o castor constroem seu ninho ou choça com técnicas invariáveis que lhes dita o instinto de sua espécie, de forma inversa, o homem orienta sempre seus esforços visando uma constante super-ação em seus procedimentos na busca de um destino melhor.”Viollet -le -Duc _ Histoire de l’habitation humaine, depuis les temps préhistoriques jusqu’à nos jours -1875

Desta forma, buscamos uma abordagem de projeto baseada na obtenção da sus-tentabilidade através de uma reflexão sobre ensinamentos e práticas arquitetônicas ancestrais, consolidadas através da experiencia construtiva acumulada ao logo dos tempos, cujos resultados expressam a relação direta do homem com seu ambiente, feita de forma eficiente e inteligente, diretamente ligada à uma resposta local, utili-zando-se dos recursos disponíveis. Sendo assim, destacamos aqui dois modelos de soluções longevas, como exemplos de ventilação natural:

-As torres captadoras de vento, conhecidas como “Barjeel”, utilizadas em regiões quentes e húmidas como as do Golfo, Egito e Irã, tem como principal função garantir

boa performance térmica através de ventilação natural contínua; chegando a uma redução de temperatura entre 17% e 26% nas horas mais quentes do dia. Normal-mente as torres possuem de 5 a 8 metros de altura e coletam o ar dos pontos altos da habitação, permitindo seu fluxo ascendente pelo espaço. Em algumas situações, esse sistema associado a pátios com espelhos d’água, reforçam ainda mais sua efi-ciência térmica.

“Em cada uma das regiões do mundo, cada qual com seu clima e suas peculiaridades naturais, surgiu uma solução própria na conformação estrutural e espacial da morada, consoante ao saber fazer do hab-itante e aos recursos da natureza, aí incluído o comportamento meteorológico. Disso resulta o que os ar-quitetos-historiadores denominam construções vernáculas, onde, antes de tudo, garante -se o conforto ambienta advindo do controle de temperatura ideal, da ventilação e da iluminação – providencias em que está implicitada empiricamente a física aplicada. Conforto ambiental conseguido tanto pelo esquimó no seu iglu, feito somente de blocos de gelo, como pelo nosso índio da selva amazônica.” Carlos Lemos _ Moradas do Brasil - 2008

-As casas xingunas, exemplares típicos da habitação brasileira primordial, tradi-cional dos povos do Parque do Xingú. Sua cobertura abaloada possui no topo uma abertura longa, destinada à exaustão do ar, sobretudo das fogueiras noturnas ac-esas para aquecer, secar o ambiente úmido e espantar os insetos. Essa tipologia, foi referenciada pelo arquiteto brasileiro João Filgueiras Lima em seus estudos e, de alguma maneira, também em suas propostas de construção hospitalar baseada no sistema de fluxo contínuo de ventilação natural. O arquiteto, que de certa forma homenageamos neste projeto, foi responsável pelo estabelecimento no país, de bas-es tecnológicas para a construção industrializada, em larga escala, de equipamen-tos públicos como creches, escolas e hospitais. Para nossa proposta, tomamos o raciocínio de manter um fluxo suave e contínuo de ventilação que propicia a redução das temperaturas internas, garante um nível adequado de umidade e permite uma troca de ar constante em todo ambiente do pavilhão.

Diagramas de implantação:Térreo, estrutura e ocupação.

“Essa grande maloca, feita com as madeiras recurvadas como se faz na África, cuja maior riqueza são dois círculos como geratrizes da forma alongada, com uma saída de ar por cima, ... é uma habitação coletiva, enorme. Você vê a habilidade com que é feita, é muito correta em termos de ocupação de espaço e do clima; tudo amarrado com embira, tecnologia rudimentar.” João Filgueiras Lima 2006

01 PREMISSAS

Montagem da casa xinguana e vista com abertura de ventilação no alto _ fotografias: Milton Guran

“De longe é paisagem. De perto é monumento. A praça é o povo.”

Arquiteto Fabio Penteado, 1962

Uma grande cobertura circular (praça coberta), com diâmetro de 54m foi concebida para abrigar as atividades culturais previstas para o Pavilhão, distribuídas entre o nível térreo e o piso superior. As áreas técnicas e de administração ficam localizadas em um nível intermediário entre os dois. A laje do primeiro piso também será execu-tada com placas estruturais de madeira laminada cruzada (CLT) apoiadas em pilares circulares e estrutura metálica parafusada desmontável. O perímetro da grande cobertura, no nível térreo, é circundado por um espelho d’agua com aspersores que a borrifam gotículas formando uma nuvem, por onde passará o fluxo de ar ascendente, impulsionado por um grande exaustor mecâ-nico localizado no centro mais alto do pavilhão. Este sistema permitirá reduzir a temperatura do ar, ao passar pela água aspergida, e garantirá níveis adequados de umidade, funcionando como um grande chiller de resfriamento do ambiente, re-forçado pela presença de uma cortina d’água circular central, que contém o aces-so vertical em uma plataforma elevatória de acionamento hidráulico. Este acesso proporcionará uma experiencia única ao visitante do pavilhão; sensores de presen-ça acionados pelo mecanismo do próprio elevador, bloquearão trechos da cortina de água no momento de entrada e saída do público. Simbolicamente represen-tamos aqui aproximações culturais sobre as aguas, como cachoeira, um chafa-riz de praça, ou mesmo a abundancia das chuvas tropicais e o fluxo dos rios aé-reos.

Todo o pavimento térreo, que chamamos “Praça Brasil”, acolhe o público em duas áreas permeadas pelo espelho d’água, em um ambiente amplo, cujo programa pú-blico nele instalado, convida à permanência e ao encontro; características funda-mentais de uma praça. À direita do acesso principal, temos a lanchonete, o bar e o restaurante. A primeira, para lanches rápidos e sistema de Buffet, permitirá apre-ciar diversos aspectos dos diferentes sabores do Brasil, também servidos avulsos em carrinhos típicos do comércio de ambulantes populares nas cidades brasileiras. À esquerda, circundando a plataforma elevatória das águas ao piso superior, estará a loja com curadoria especial sobre a fusão entre design contemporâneo e artesanato tradicional; ambientes de estar para recepções solenes que será reversível para rodas de conversa, apresentações musicais, capoeira, etc. Toda a praça é permeada pelo espelho d’água, acessível em alguns trechos para refrescar os pés dos mais acalorados, e receberá tratamento paisagístico com espé-

cies ornamentais brasileiras disponíveis no mercado mundial, produzidas regional-mente, como as da família Araceae (guaimbés e imbés) a serem doadas posterior-mente a um centro cultural ou comercial de Dubai. Nesta praça, o público visitante terá espaço para se organizar em fila sob a sombra e iniciará sua experiência exposi-tiva sendo recebido pelos “brasileiros do mundo todo” gravados em vídeos dispersos no espaço como será descrito na exposição a seguir.

Dentro do espirito universal de prospecção e projeção de futuro indicado para a con-cepção do pavilhão, a exposição como um todo se apresenta de forma integrada ao espaço, proporcionando através do percurso elaborado (não linear), uma experien-cia que envolva os vários sentidos, refletidos pela apropriação da arquitetura como discurso indutor dos conteúdos a serem apresentados. Pavilhão e exposição comu-nicam juntos, propiciando uma vívida apreensão da grande escala das paisagens e biomas brasileiros, manifestos através de impactantes projeções e panoramas mon-tados com o uso das mais variadas mídias. Logo no acesso do piso térreo, monitores de plasma verticais, de dupla face estão distribuídos nas áreas abertas e de circulação, apresentando vídeo-depoimentos breves de diferentes povos que vivem no Brasil, com as mais distintas origens ét-nicas espalhadas pelas regiões do país. Como exemplo poderíamos destacar uma portuguesa que vive aqui, ou descendente, falando de sua origem referenciada ao passado colonial; índios e índias de diferentes aldeias, podem falar de suas origens ancestrais, sua cosmogonia; um muçulmano que vive no sul do país, relata sua ex-periência bem-sucedida em ter imigrado; um baiano relata sua história de vida como morador do recôncavo; e assim por diante. A tônica dos depoimentos é trazer, a partir de perguntas sobre vínculos de afeto e construção positiva com o país, depoimentos que suscitem interesse pela multiculturalidade de nosso povo, vislumbrando casos de sucesso, esperança reencontrada no país através da liberdade e do crescimen-to profissional. Podemos eleger, junto aos depoimentos de cidadãos comuns, um elenco de personagens de destaque como empresários, artistas e tantos outros, que foram bem-sucedidos em seus negócios no país. Este é o piso de acolhimento, onde o assunto “ser brasileiro” está concentrado de forma a expandir a visão de território “brasileiros de todo mundo”, sugerindo a importância do papel do Brasil na cons-trução da pluralidade social do mundo futuro. O mundo inteiro em um só lugar, um aprendizado comum. As colunas circulares de diferentes diâmetros serão revestidas com trançado tra-dicional indígena feito de palha de carnaúba, em contraponto à técnica moderna aplicada no edifício e remetendo às nossas origens técnicas mais ancestrais, “aque-cendo” mais o ambiente. A ambientação geral trará também conteúdos de nossa cultura na decoração e sonorização do restaurante, da loja e dos ambientes de estar. Em alguns trechos desta “Praça Brasil” os espelhos d’água serão acessíveis para quem quiser refrescar os pés, um ato simbólico culturalmente incorporado e que complementa a proposta de alterar o ritmo de chegada do visitante. Abaixo, colunas com revestimento de palha, uma referência à Casa do Benim da Bahia da arquiteta Lina Bo Bardi de 1988.

02 O Pavilhão

O protagonismo de todo percurso será o das águas, fonte de energia principal do país e tema central na ampla discussão para “conectar as mentes” engajadas na “criação de um futuro melhor” para a espécie humana. Além da água em si, a ser compreendia em painéis didá-ticos introdutórios sobre sua presença na composição da vida e das paisagens brasileiras, outras riquezas, não menores, mas de fundamental importância para o equilíbrio do ciclo do bioma mundial, serão destacadas na apresentação de nossa complexa biodiversidade no piso superior. O acesso vertical se dará por dentro da “cachoeira” já descrita acima, através de um elevador hidráulico central. Será mais uma etapa de “descompressão” do visitante, preparando-o sensorialmente para o impacto visual do desenvolvimento da mostra no andar superior, definida como “Território Futuro”.Com poucos elementos expositivos pretendemos concentrar as potências de nosso arse-nal bioenergético, humano, tecnológico e cultural. Um país que representa a viabilidade da coexistência entre povos e indica caminhos futuros para a construção de um mundo de conhecimento comum e sustentável em sua interação global. Logo ao acessar o piso supe-rior, o visitante se surpreenderá com uma grande projeção circular no espaço, de 270°, que apresentará em looping, travellings das diversas paisagens dos biomas, referenciados prin-cipalmente pela compreensão da presença das águas em cada um deles; o rio Amazonas, o Pantanal, as Cataratas do Iguaçu, o rio São Francisco, assim por diante, sempre localizando os parques nacionais de cada bioma e seu título aplicado na projeção. Mesas baixas, cuja forma irregular remete à composição individual dos seis biomas brasi-leiros (Amazônia, Mata Atlântica, Pampa, Pantanal, Cerrado e Caatinga) estarão dispostas no perímetro do elevador, como fragmentos do território: Dois tipos de elementos verticais em contraponto à horizontalidade expográfica das mesas, serão compostos por: - fotografias de grande dimensão em backlight dupla face, destacando as árvores carate-rísticas de cada Bioma. Por exemplo, Buritis, Araucárias, juazeiros, as grandes arvores da Mata Atlântica entre tantas. Essas, que estão aqui representadas como exemplo para o de-

talhamento inicial de conteúdo, fazem parte de um mapeamento recente feito ao longo de toda extensão do Bioma, promovido por botânicos e fotógrafos, integrantes de nossa equi-pe de projeto. - bandeiras de tecido branco bordado por povos das distintas regiões do Brasil, que remetem à compreensão de características culturais e do território de cada um dos biomas ao qual se refere. Essa leitura artística é um trabalho desenvolvido por um designer, também integrante da equipe para a curadoria sobre a produção artesanal. Nas mesas, conteúdos selecionados dos biomas estarão dispostos em diferen-tes meios, incluindo desenhos, projeções, vídeos, textos, objetos tridimensionais, sons, fragmentos da natureza, enfim, todo tipo de material que possa instigar e compor um conjunto hibrido e esclarecedor. A ideia é repetir a cada mesa um padrão que inclua como escopo básico: - Um mapa em relevo da região que recebe uma projeção mapeada apresentando como roteiro em looping, as riquezas do subsolo, os rios, as florestas, o surgimento das ci-dades e as fontes de geração de energia que as mantem vivas (hidrelétricas, geração eólica e solar). - Uma coleção de desenhos dos pássaros principais de cada região aplicados em painéis de azulejo com imersão sonora direcionada para ouvir seus cantos. - Conjuntos de imagens e objetos que representem os mais conhecidos destaques da fauna e da flora de cada região, atentando para o conhecimento da biodiversidade como opção futura para os avanços tecnológicos ligados à indústria farmacêutica e à medicina. - Conjuntos de imagens sobre as principais cidades de cada bioma, sua interação produ-tiva com o meio, com destaque para a geração de renda por região. - Filmes em pequenos monitores indicando a viabilidade sustentável ligada à agricultu-ra nas suas diferentes escalas produtivas, bem como a pecuária e as áreas estratégicas de extração mineral e manejo florestal responsável. - Coleções de objetos no centro das mesas, produzidos como consequência da interação cultural do homem com o meio, como cerâmicas, cestarias, peças de couro, metal e fibras vegetais; apresentados tanto em suas versões de artesanato tradicional como em peças de design contemporâneo.

Conceitualmente, nas mesas, para além do caráter antropológico registrado nos depoi-mentos do térreo, a ação humana estará presente, mas de forma coletiva e em interação

com o meio, podendo ser incluída em monitores e projeções contendo filmes das cida-des, seu dia a dia produtivo e os eventos culturais característicos, por região, por bioma. Frases poéticas extraídas da literatura tradicional brasileira poderão complementar a descrição sonora e projetada das diversas paisagens apresentadas.A ideia dessa experiência, como já registrada anteriormente, é inserir o Brasil, com dignidade e esperança potencial para reconstruir um mundo melhor, na relação dos homens entre si e com o meio, tão afetado pelo desgaste consequente da terceira re-volução industrial, promovendo um debate coletivo sobre as oportunidades científicas e produtivas inerentes ao DNA de nossa nação.

pantanal cerrado catinga rain forest mata atlantica pampa

brasil

03 A Exposição

1_ As formas e relevos das mesas da exposição foram geradas a partir do desenho desses biomas no território brasileiro.

2_ As projeções 270o na cobertura terão dimensão de 92 metros lineares por 5,50 metros de altura. O Conteúdo de video será gerado a partir de filmagens 360o gravadas nessas paisagens (ora compõe uma imagem única, ora se divide nos 6 biomas delimitando as respectivas áre-as no espaço expositivo