01. apostila de administração - prof. flávio assis

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ADMINISTRAO Gesto e Planejamento Estratgico A idia de planejar no nova nas organizaes. A necessidade de organizar atividades, orientar o trabalho de pessoas ou formalizar um oramento fez com que as organizaes incorporassem o conceito de planejamento sua vida. As maneiras de concretiz-lo que variam: planos anuais; plurianuais; por setor ou rea temtica da organizao; financeiro e assim por diante. Todas estas formas possuem em comum a preocupao mais geral de fazer com que a organizao defina objetivos, cronogramas, organogramas e oramentos. Em outras palavras, como a organizao vai se preparar para cumprir sua misso. Com o passar do tempo, no entanto, ficou claro que os formatos de planejamento adotados pelas organizaes j no se mostravam adequados realidade. Um ambiente em transformao mais profunda, incertezas cada vez maiores e constantes, demandas inesperadas so condies que tm feito com que as organizaes percebam que seu universo de planejamento est limitado. Alm de no incorporar satisfatoriamente as mudanas gerando a sensao de trabalho incompleto e de relevncia questionvel para os prprios membros , os antigos formatos de planejamento j no so capazes de garantir organizao sua sobrevivncia no futuro. Do qu se trata? Para qu serve? Da, a "novidade" de incorporar estratgias ao planejamento. O mundo empresarial rapidamente adotou a idia de utilizar estratgias para sua ao; submetido realidade da concorrncia crescente em escala global, at , foi buscar na metfora da guerra inspirao para conquistar terreno o chamado mercado. Estratgia diz respeito a ser capaz de posicionar-se corretamente frente s situaes, principalmente quando se est diante de incertezas e turbulncia do ambiente. Diante das reformulaes provocadas pela economia mundial, das redefinies do papel do Estado e das desigualdades sociais crescentes e mais profundas em todo o mundo, as organizaes se vem confrontadas com a necessidade de redefinir rumos e buscar alternativas de atuao para poderem sobreviver. Se, por um lado, conquistaram espao na sociedade, por outro, se vem na iminncia de perder terreno. Desta forma, os planos plurianuais, por exemplo, se mostram insuficientes para que as organizaes se posicionem corretamente perante o ambiente. Planejar estrategicamente, ento, significa pensar a organizao como um todo em sua relao com o ambiente, numa perspectiva de futuro. ver o todo antes das partes. Criar uma viso de futuro e dos meios de alcan-lo. Da a importncia de analisar o ambiente para redefinir misso e escolher estratgias de ao numa palavra, posicionar-se. Significa, ainda, rever os projetos em que a organizao est engajada, avaliar se seus objetivos e metodologias contribuem para os objetivos estratgicos escolhidos, assim como criar novos projetos.

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Por sua vez, administrar estrategicamente significa ser capaz de responder s demandas do presente tendo em mente o que se planejou para o futuro. comum que organizaes passem pelo processo de planejamento estratgico sem se darem conta de que precisaro preparar-se para administrar estrategicamente. O resultado que as rotinas anteriores tomam conta das decises e pouco ou nada se realiza do plano adotado. A quem interessa? Para uma organizao, isto pode significar muitas mudanas: possvel que os projetos desenvolvidos h anos e que, afinal, sempre foram sua razo de ser j no sejam adequados; pode ser que as relaes de poder dentro da organizao precisem ser revistas; que as competncias de seus membros no sejam suficientes para o futuro desejado. E, como se sabe, mudanas nem sempre so bem toleradas, pois significam incerteza. , portanto, um processo que depende fundamentalmente da direo da organizao. a direo que assume o compromisso de realizar mudanas e de conduzir o conjunto de Em vista disso, o planejamento estratgico precisa levar em considerao algumas de suas caractersticas: a)Participao nas decises Nas organizaes a deciso influenciada por pessoas que ocupam espao em instncias diversas hierrquicas ou no , o processo precisa incorporar esta pluralidade de vises desde o incio. Isto no significa que a direo deixe de lado sua responsabilidade, mas que tenha construdo condies para a adeso das vrias vises a um plano comum. b)Relaes de poder Uma vez que mobiliza os vrios interesses individuais e de grupos dentro da organizao, o planejamento estratgico precisa ser tomado como oportunidade e no como ameaa. uma oportunidade de afirmao da organizao, que deve ser maior que a soma de seus integrantes. c)Delimitao por programas, projetos, reas temticas Como o planejamento estratgico parte de definies mais amplas sobre o posicionamento da organizao em sua relao com o ambiente, as divises existentes entre projetos ou reas temticas devem ser contornadas. O mais importante resgatar o aprendizado da organizao como um todo, interpretar as demandas a que est sujeita e definir seu potencial para o futuro. d)Predomnio da racionalidade substantiva O planejamento estratgico precisa ser tratado no mbito da racionalidade que diz respeito a valores e a padres ticos de ao, onde os resultados esto subordinados a seus membros no sentido estratgico.

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Quando colocar em prtica? Embora o planejamento estratgico esteja intimamente ligado a pensar a organizao em sua relao com o exterior, ele depende de condies internas para ser colocado em prtica com todas as suas implicaes. Certamente, os momentos de crise so os menos favorveis a que se instale um processo deste tipo. Nestes momentos, as relaes esto desgastadas, os erros se acumulam e parecem insuperveis, as avaliaes esto mais sujeitas s influncias dos aspectos subjetivos e a possibilidade de obter consenso mais difcil. Idealmente, quando as coisas vo bem que se deve pensar em mudar.

INSERIR NESTA PONTO TODO O ARQUIVO DE ADMIN DE MATERIAIS APOSTILA DA AGU PAG. 143 at 162(processo organizacional)

ATENO******************************COLOCAR A REFERNCIA BIBLIOGRFICA DA SEGUINTE MANEIRA: ESTE MATERIAL EST BASEADO NA OBRA: Administrao de Materiais-Uma Abordagem Logstica do Prof. Marco Aurlio P. Dias Editora Atlas 1996*************************************************************

INVENTRIOS Natureza dos Inventrios O termo inventrio usado para designar o estoque disponvel para a venda no curso normal da empresa, bem como os artigos que sero utilizados na produo de mercadorias a serem vendidas. A venda da mercadoria acima do custo a principal fonte de renda da empresa comercial ou fabril. Os inventrios representam um dos mais ativos elementos nas operaes comerciais, sendo continuamente adquiridos, transformados e revendidos. Os registros de inventrio controlam o estoque em constante movimento. So necessrios os registros para os custos de inventrio, para a avaliao peridica dos resultados das operaes e a determinao da situao financeira da empresa. O inventrio constitui pea fundamental no levantamento do balano, compreendendo a conferncia fsica das existncias e sua avaliao em moeda, constituindo pea importante do

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Balano, pois que, como sempre se dizia, do bom inventrio depende o bom balano. O Inventrio sempre foi o apoio dos balanos. Por isso, no basta que as legislaes estabelecessem a obrigatoriedade do levantamento dos balanos. Tiveram elas que ir mais adiante, prescrevendo leis para o levantamento dos inventrios, para que se tivessem balanos fidedignos. No bastou tambm que a lei fixasse normas para o levantamento quantitativo e qualitativo dos valores a inventariar. Era preciso ir mais longe: prescrever normas quanto a avaliao, sabendo que desta resulta o bom ou mau balano. Foi o que fizeram as legislaes modernas. O que predomina a teoria do menor preo, que alis constitui uma vantagem dada s empresas, para fins fiscais, quando se trata de mercadorias que no tem cotao em bolsa. De fato, referindo-se a nossa legislao ao preo de venda ou de custo, o que for mais baixo, deixa a nossa legislao um pouco critrio das empresas, avaliar como quiser e por quanto quiser, pois, no havendo cotao oficial de venda, e podendo ser adotado este critrio, tambm dentro deles podem ser analisados os preos de venda de comprador e vendedor, o que em muitos casos fornece margem muito favorvel a uma apresentao de resultado conveniente. Adotado um critrio de avaliao, este no em nosso direito, vinculativo, o que quer dizer que nos anos posteriores a empresa pode mudar de critrio. Constituio dos Inventrios O Inventrio de mercadorias de uma empresa comercial consiste de mercadorias adquiridas para a revenda. Na empresa fabril, constitudo de matria-prima, mercadorias em processamento e produtos (mercadorias fabricadas). A matria-prima refere-se aos artigos usados no processo da produo. A matria-prima de uma Companhia representa, freqentemente, o produto da outra Companhia, de que foi adquirida. Assim, por exemplo, papel matria-prima para o editor de jornais, mas o produto para seu fabricante. H excees, porm, em que as empresas adquirem a matria-prima das fontes naturais. Certas matrias-primas, conquanto necessrias no processo produtivo, no podem ser identificadas com um produto particular no curso da fabricao. Exemplo: leos, graxas e combustveis. So relacionadas separadamente como material de fbrica; dado, porm, o seu consumo no processo fabril, so tidas como parte dos inventrios da Companhia. A matria-prima diretamente empregada na produo de certas mercadorias denominada matria direta; o material de fbrica chamado matria indireta. Mercadorias em processamento so os artigos ainda no prontos, no processo de produo. Mercadorias em processamento abrange trs elementos: 1) matria-prima, 2) mo-deobra e 3) despesas de fbrica ou carga. Mo-de-obra, algumas vezes chamado trabalho produtivo, o trabalho que pode ser identificado com o produto. Despesa de fbrica todo o custo fabril que no a matria-prima e a mo-de-obra. Inclui material de fbrica e o trabalho que no possa ser identificado com o produto. Inclui, tambm, o custo da depreciao, concertos, impostos e seguros, bem como uma parte razovel do custo da administrao e outros custos que no os relacionados exclusivamente com as funes de venda. Mercadorias prontas so os produtos completos de uma empresa. O custo do produto abrange, tambm, matria-prima, mo-de-obra e despesas de fbrica. Os produtos comprados para serem usados na produo so classificados como matria-prima; os que se destinam a vendas so classificados como mercadorias prontas. Sistemas de Inventrio Mtodos de Inventariar SISTEMA DE INVENTRIO PERIDICO Neste tipo de sistema, a administrao especifica um intervalo fixo de tempo, para que se faa a reviso da posio do estoque. Em cada reviso, uma ordem de suprimento colocada. O tamanho dessa ordem variar de uma reviso para a seguinte, dependendo das flutuaes da demanda.

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A caracterstica marcante dos sistemas peridicos de controle de estoque a de que as revises da posio do estoque so conduzidas somente a intervalos de tempo regulares, tais como uma vez por dia ou uma vez por semana. A anlise, em cada reviso, dever desenvolver respostas adequadas a duas questes fundamentais. (1) Dever uma ordem de suprimento ser colocada agora ? (2) Se esse o caso, quantas unidades devero ser encomendadas ? A deciso-chave de projeto para o caso de sistemas peridicos a determinao do perodo mais adequado entre revises. Uma vez identificados os fatores de custo relevantes, as alternativas viveis podero ser analisadas. O perodo timo considerado como sendo aquele intervalo de tempo que resulta no mnimo custo varivel total, ao longo de certo perodo de planejamento. Uma vez decidido o intervalo de reviso, o mximo nmero de ordens de rotina para determinado item durante um perodo de planejamento fixado. O Sistema peridico permite ao tomador de deciso, boas previses do consumo do item. J que os dados contnuos facilitaro a ilustrao dos conceitos a serem demonstrados, todas as previses sero dadas sob a forma de uma distribuio normal. Os sistemas peridicos podem ser projetados para atingir dado nvel de servio, ou, se no conhecidos os custos de no atendimento, a fornecer um timo nvel de servio, baseado no tratamento explcito dos custos de no atendimento. O nvel de atendimento(NA) pode ser calculado da seguinte maneira: NA= pedidos atendidos/pedidos realizados. Por exemplo: para 100 pedidos, se forem atendidos 90, o nvel de atendimento de 90%. SISTEMA DE INVENTRIO PERMANENTE Numa empresa industrial, mantm-se, geralmente, no almoxarifado ou em outros locais , registros indicando para cada item de matria - prima, as quantidades existentes no incio do perodo, os recebimentos, as retiradas e o saldo no encerramento do perodo. Estes registros so chamados inventrios permanentes. Alm das quantidades, os registros de inventrios permanentes podem incluir os custos dos itens de matrias - primas. Neste caso, eles so freqentemente designados como inventrios contbeis. Os inventrios contbeis constituem um Razo Auxiliar, j que o conjunto dos custos dos itens individuais de matria-prima se iguala ao saldo que aparece na conta de Controle de Matrias - Primas, no Razo Geral. Os registros permanentes de estoques so um importante instrumento de controle. Eles fornecem informaes que permitem ao departamento de compras colocar os pedidos de uma maneira destinada a minimizar o investimento em estoque e, contudo, evitar a perda de descontos potenciais e a ocorrncia de estrangulamentos da produo devidos a faltas de matrias. Contm eles, igualmente, dados que so teis no planejamento e programao da produo. Quando existe um sistema de inventrio permanente, podem ser feitos levantamentos fsicos de determinadas matrias - primas, atravs de todo o ano, em processo de rodzio. Se aparecerem discrepncias significativas entre a contagem fsica e o registro de inventrio permanente, este pode ser verificado com a documentao comprovante, em busca de possveis erros, ou se pode procurar alguma outra explicao plausvel, por exemplo, furto. Conhece-se a quantidade de mercadorias disponvel ou mediante o inventrio analtico ou pela manuteno de um livro de inventrio permanente. O inventrio analtico envolve contagem, medida e peso das mercadorias. O inventrio permanente requer o registro corrente do movimento das mercadorias.Os registros do inventrio permanente podem ser feitos s pelas quantidades ou pelas quantidades e respectivos custos. Nas empresas que adotam o sistema de inventrio permanente, aconselhvel fazer a contagem das unidades existentes, ao menos uma vez ao ano; se possvel, com intervalo menor. A freqncia de tais inventrios depende do movimento das mercadorias. Freqentemente se adota o plano de controle contnuo do inventrio sobre a base rotativa. As variaes entre o inventrio permanente e o analtico, decorrentes de erros, avarias, perdas, roubos ou outras causas, determinam a reconciliao, de modo que os registros igualem contagem. As Mercadorias recebidas em consignao, cuja posse s ocorre quando a venda feita a um fregus, devem ser excludos do inventrio. Por outro lado, se as mercadorias foram expedidas em consignao e ainda permanecem na posse dos consignatrios, tais mercadorias devem ser includas nos inventrios do consignador como Mercadorias em Consignao. As mercadorias de

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que se tem a propriedade, mas em mos de terceiros, como vendedores e agncias, so includas nos inventrios finais. O controle do material , sem dvida, problema de grande importncia, pois diz respeito guarda e movimentao de um dos mais importantes compromissos do patrimnio. Por essa razo muitas indstrias no deixam tal controle exclusivamente a cargo do almoxarifado, mas estabelecem um duplo fichrio de estoque um com o almoxarifado, outro com a seo de custo. No primeiro sero registrados apenas as unidades de entradas e sadas, assim como os respectivos saldos, sem se cogitar do preo dos materiais. O segundo ser completo, incluindo os preos unitrios e total. Esse duplo controle no dispensa, entretanto, a realizao de inventrios peridicos pelos chamados inventrios permanentes. Os primeiros eram realizados por ocasio dos balanos, porm as empresas de grande movimentos, com grandes estoques de materiais, no podem interromper anualmente ou semestralmente suas atividades para realizao do inventrio. Da a manuteno do inventrio permanente, que hoje medida inevitvel em determinadas indstrias. Para manuteno do inventrio permanente a indstria manter um ou mais elementos encarregados deste trabalho, aos quais caber contar, sucessivamente, durante todo o ano, cada um dos materiais existentes em estoque. medida que a contagem procedida, so feitos os ajustes, no s na ficha de estoques, quanto na Contabilidade e, em cada caso de variao. Atravs do formulrio do inventrio permanente, cada item inventariado conferido com o saldo acusado na ficha de estoque e anotam-se as diferenas. Se estas forem razoveis, podendo ser consideradas variaes normais em face da movimentao do material, anotamos o valor da diferena para efeito de registros contbeis. Algumas so para mais e outras para menos. A contabilidade registrar apenas o saldo das diferenas, a dbito ou a crdito do estoque, conforme o caso, debitando a conta de Insubsistncias Ativas ou creditando a de Supervenincias Ativas, conforme seja a variao para mais ou para menos. Esse acerto mensal das diferenas de estoque simplificada consideravelmente o trabalho de fim de exerccio, pois na poca do balano teremos o estoque fsico conciliado com os valores contbeis. Movimentao de Materiais Henry Ford dizia, voc pode escolher o carro de qualquer cor contanto que a cor seja preta. Essa filosofia de mercado funcionava em 1908. Hoje o consumidor mais exigente escolhendo a cor ,opcionais, gosta de personalizar o produto que esta adquirindo, portanto devido a uma mudana comportamental radical do consumidor, levou tambm a logstica rever todos os seus conceitos buscando alcanar a reduo de custos e proporcionar as indstrias produzirem seus produtos dentro dos conceitos de manufatura enxuta. O mercado no permite que empresas que no possuam respostas rpidas e que no sejam flexveis sobrevivam. Logo cada vez mais as empresas tem que buscar produtividade. Um ponto que muitas vezes passa desapercebido dentro das empresas o fluxo da movimentao de materiais, que de bem administrado pode ser um fator de diferencial competitivo, gerando redues de custos e ganhos em produtividade, sendo um dos quesitos para se chegar a manufatura enxuta. Todas as vezes que fazemos movimentos desnecessrios, estamos perdendo tempo, produtividade e qualidade. Acredito que se olharmos atentamente ao fluxo existente em nossas empresas poderemos promover alguma reduo de movimentos desnecessrios. Recomendamos que antes de se determinar um novo processo ou mesmo revisar os existentes, atentem para os princpios abaixo; os mesmos no so regras mas ajudam na definio de um fluxo mais contnuo da produo evitando portanto movimentos desnecessrios. Princpios da Movimentao de Materiais Enunciamos sob a forma de princpios os pontos fundamentais que orientam a movimentao de materiais. Estes princpios (adaptados pelo Instituto IMAM do Material Handling Institute - USA) no so regras rgidas mas resultam da experincia prtica e aplicao do bom senso, oferecendo resultados positivos. Princpio do planejamento : necessrio determinar o melhor mtodo do ponto de vista econmico, para a movimentao de materiais, considerando-se as condies particulares de cada

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operao. Princpio do sistema integrado : Devemos planejar um sistema que integre o maior nmero de atividades de movimentao, coordenando todo o conjunto de operao. Princpio do fluxo de materiais : fundamental planejar o fluxo contnuo e progressivo dos materiais." Princpio da simplificao: Devemos procurar sempre reduzir, combinar ou eliminar movimentao e/ou equipamentos desnecessrios. Princpio da gravidade : A fora motora mais econmica a gravidade. Princpio da utilizao dos espaos (Princpio da verticalizao): O aproveitamento dos espaos verticais contribui para o descongestionamento das rea de movimentao e a reduo dos custos da armazenagem. Princpio do tamanho da carga (Unitizao): A economia em movimentao de materiais diretamente proporcional ao tamanho da carga movimentada. A utilizao da PALETIZAO tem reduzido consideravelmente os custos de movimentao de materiais. PALETS so estrados de madeira que permitem um melhor aproveitamento do espao vertical e permitem ainda o transporte de grandes quantidades de uma nica vez com a utilizao de empilhadeiras Princpio da segurana: A produtividade aumenta conforme as condies de trabalho tornam-se mais seguras. Princpio da mecanizao - automao: Usar equipamento de movimentao mecanizada ou, automtico sempre que possvel e vivel. Princpio da seleo de equipamento: Na seleo do equipamento de movimentao, considerar todos os aspectos do material a ser movimentado, o movimento a ser realizado e o(s) mtodo(s) a ser(em) utilizado(s). Princpio da padronizao: Padronizar mtodos, bem como tipos e tamanhos dos equipamentos de movimentao e das cargas utilizadas. Princpio da flexibilidade: Procurar sempre equipamentos versteis, pois o seu valor diretamente proporcional a sua flexibilidade. Princpio do peso morto: Quanto menor for o peso prprio do equipamento mvel, em relao a sua capacidade de carga, mas econmicas sero as condies operacionais. Princpio do tempo ocioso: Reduzir tempo ocioso ou improdutivo tanto do equipamento quanto da mo-de-obra empregada na movimentao de materiais. Princpio da movimentao: O equipamento projetado para movimentar materiais deve ser mantido em movimento. Princpio da manuteno: Planejar a manuteno preventiva e corretiva de todos os equipamentos de movimentao. Princpio da obsolncia: Substituir os mtodos e equipamentos de movimentao obsoletos quando mtodos e equipamentos mais eficientes vierem a melhorar as operaes. Princpio do controle: Empregar o equipamento de movimentao de materiais para melhorar o controle de produo, controle de estoques e preparao de pedidos. Prncipio da capacidade: Usar equipamentos de movimentao para auxiliar a atingir a plena capacidade de produo. Princpio de desempenho: Determinar a eficincia do desempenho da movimentao de materiais em termos de custo por unidade movimentada. Armazenamento Estocagem de materiais Neste contexto, no deve ser surpreendente aprender que acreditamos que a melhor estocagem de material nenhuma estocagem de material. Atualmente, muitas empresas esto se empenhando em eliminar etapas de distribuio, dentro do sistema logstico; na essncia, esto tentando estocar menos material no sistema. Se o material est no canal de distribuio ou em um armazm, resulta em custo ao sistema. Por meio da utilizao do cross-docking (onde os produtos so descarregados dos caminhes que chegam e carregados diretamente nos caminhes que saem, sem irem para o estoque), as empresas esto tentando eliminar a atividade de estocagem. Exceto para os casos onde a qualidade do material melhora com o tempo, no h valor em estocar material. Ao invs de focalizar primeiramente no projeto de sistemas de estocagem de materiais

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eficientes e efetivos, as empresas devem focalizar na reduo da necessidade de estocar material em primeiro lugar. Em geral, a estocagem de materiais necessria devido falta de informao perfeita sobre as futuras necessidades de material. At que ponto a variao nas futuras demandas reduzida, assim ser a necessidade consequente de estocagem. No caso de voc no ser capaz de eliminar a necessidade da estocagem de materiais, ento acredita-se que "estocar menos melhor". Em especial, acreditamos que estocar menos frequentemente, menos quantidade, menos centralmente, menos volume, menos dinheiro e menos rotineiramente melhor. A estocagem frequente ocorre quando existem desequilbrios nas velocidades de fluxo de operaes sucessivas. Por meio do balanceamento do fluxo da produo, o nmero de vezes em que ocorre a estocagem, ser reduzido. Outra forma de reduzir frequncia de estocagem reduzir o nmero de peas, componentes e montagens que exigem estocagem. Como um exemplo, se diversos produtos so idnticos antes de uma determinada operao, ento, qualquer estocagem de material em processo deve ocorrer antes da criao das diferenas nos produtos; no caso de um processo de pintura, preferir-se-ia a estocagem de peas no pintadas estocagem das peas pintadas. Os programas de padronizao das peas so outro mtodo de reduzir o nmero de diferentes peas que exigem estocagem. Estocar menos frequentemente melhor. Grandes inventrios frequentemente significam grandes custos. Inventrios de matrias-primas, materiais em processo e produtos acabados acrescentam custos operacionais empresa, como acrescentam custos aos inventrios de acessrios, ferramentas, equipamentos, mveis e outras instalaes de apoio. A reduo nos inventrios sustenta a afirmao de que estocar menor quantidade melhor. A estocagem no ponto de uso ou descentralizada utilizada para reduzir a distncia entre estocagem e o cliente do material estocado. Distncias reduzidas permitem entrega mais rpida de material. Estocagem centralizada foi utilizada, ao invs da estocagem descentralizada, a fim de reduzir os nveis de inventrio agregado e para melhorar o controle de material. Entretanto, com controle de material em tempo real, incluindo visibilidade de item por todo o sistema, menos importante de uma perspectiva de controle, onde um item estocado - conquanto possa ser despachado rapidamente ao ponto de uso. Da, com mltiplos pontos de uso, mas desiguais, para uma unidade de estocagem (SKU), aquela que gera a maior utilizao ser candidata, provavelmente, a qualquer estocagem de SKU. Da, estocar menos centralmente melhor. A estocagem de material envolve mais do que somente estocar material. So necessrios espao para corredores, estruturas de estocagem e contenedores. Como resultado, numa estrutura porta-paletes bem projetada, tpico para o material que est sendo estocado representar, em mdia, menos que 30% do volume do espao consumido. medida que o custo do espao aumenta, torna-se bvio que estocar menos volume melhor. No geral, o custo de estocar materiais tende a ser subestimado. Alm do custo do material, o custo do espao necessrio, equipamento e pessoal precisa ser considerado. Inventrios obsoletos so de alto custo; excesso de inventrio tambm leva ineficincia no desempenho da estocagem/retirada e separao de pedidos, devido s maiores distncias de viagem que produzem. Alm disso, mais gerenciamento discriminado necessrio em termos do material que est sendo estocado; maior diferenciao necessria entre material de baixo custo e alto, a fim de reduzir os investimentos do inventrio. Com maior nfase no servio ao cliente e tratamento especializado necessrio aos clientes, as empresas tambm se deram conta de que um custo significativo de ter canais de abastecimento completos a flexibilidade reduzida que tm ao responder s rpidas mudanas na demanda de seus clientes. A noo de um sistema de Movimentao de Materiais "enxuto", mas altamente responsivo, inclui um sistema com pequenos montantes (no grandes) de material em

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estoque. O corao do sistema JIT inventrio enxuto, sem excessos. Por meio do reconhecimento de que o material um recurso fsico, evidente que estocar material considerado estocar dinheiro e, a menos que algum esteja pagando para voc fazer isto, estocar menos dinheiro melhor. Finalmente, a estocagem de material extremamente rotineira! Com muita frequncia, pensa-se ser a regra, ao invs da exceo no projeto de sistemas de manufatura. A estocagem de material, feita corretamente, foi considerada um aspecto necessrio para se realizar negcios; atualmente, no mais encarada como necessria ou desejvel por parte de muitas empresas. Alm disso, com muita frequncia, a estocagem de material executada utilizando mtodos de estocagem convencionais ou rotineiros, quando mtodos contemporneos so justificados. A utilizao insatisfatria do espao, erros na acuracidade do inventrio, material perdido e excesso de tempo gasto procurando material so indicaes de que a estocagem de material est sendo levada como certa. Estocar menos rotineiramente melhor. TCNICAS DE ESTOCAGEM/ARMAZENAMENTO A dimenso e as caractersticas de materiais e produtos podem exigir desde a instalao de uma simples prateleira at complexos sistemas de armaes, caixas e gavetas. As principais tcnicas utilizadas so: - Caixas: adequadas para itens de pequenas dimenses - Prateleiras: so fabricadas em madeira ou perfis metlicos, destinando-se a peas maiores ou para o apoio de gavetas ou caixas padronizadas - Racks: adequados para acomodar peas longas e estreitas, como tubos, vergalhes, barras, etc. - Empilhamento: permite o aproveitamento mximo do espao vertical ( paletizao- carga unitria). TIPOS DE EMBALAGENS Caixas de papelo,. Tambores(indicados para lquidos de todo tipo, produtos slidos, pastosos, fludos, em p, granulados, etc. fardos(utilizado para armazenar produtos agrcolas). ALGUNS PRODUTOS E SEUS TIPOS DE ESTOCAGEM 1)Barras, tubos e feixes o sistema indicado o CANTILEVER 2)Bobinas pallet ou o SKID(uma armao de ferro com pernas e estrutura superior) 3)Chapas blocagem ou casulo. Utilizado para estocagem de vidros tambm 4)Fardos empilhamento 5)Parafusos, arruelas e porcas- bandejas ou gavetas 6)Tapetes e carpetes gaiolas ou pombais. LOCALIZAO DE MATERIAIS estocagem livre: os materiais ocupam os espaos vazios dentro do depsito. Exige maior controle. estocagem fixa: os materiais so estocados em um local pr-determinado. Corre-se o risco de grande desperdcio nas reas de estocagem, pois os materiais que no tiverem espao para estocagem ficam nos corredores.

IDENTIFICAO, ESPECIFICAO E CLASSIFICAO DE MATERIAIS

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Uma das atividades mais importantes na administrao dos recursos materiais e patrimoniais registrar e controlar todos os bens da empresa. Seu objetivo especificar e padronizar com uma numerao todos os bens materiais e patrimoniais da empresa, visando facilitar um maior controle e tambm informar todo o seu histrico. DESCRIO PADRO So os dados descritivos completos de um item de material que obedecem a determinados parmetros ou padres de descrio. Pode ser formada pelo NOME DO MATERIAL, DESCRIO TCNICA, DESCRIO COMPLEMENTAR. REGRAS A SEREM SEGUIDAS: O material deve ser registrado com a designao genrica, sempre no singular, exceto nos casos de materiais que s possuem forma plural. Empregar termos que tenham significado exato individual. Usar terminologia tcnica corrente, ou de uso mais comum, evitando pluralidade de sinnimos, grias ou regionalismo. No empregar marcas de produtos, nomes de fabricantes ou palavras de origem estrangeiras. A designao genrica no deve considerar embalagem ou forma de apresentao do material. DESCRIO PARTICULAR Deve ser criada em funo de formatos, tipos, aplicao, formas de apresentao, composio, origem ou de quaisquer caractersticas prprias do item identificado. DESCRIO TCNICA decorrente de uma anlise detalhada de cada tipo de material, com vistas ao estabelecimento de uma srie de requisitos a serem preenchidos e que se referem s caractersticas tcnicas do item representado por sua descrio genrica ou nome do material. DESCRIO COMPLEMENTAR So informaes do tipo: Referncia de fornecedor (equivalncia) Aplicao do item Embalagem Indicao de permutabilidade DESCRIO COMERCIAL Trata-se da identificao de materiais com base nos cdigos empregados pelos fornecedores. Essa descrio formada pelo nome do material acrescido da referncia do fornecedor e de sua respectiva origem. CODIFICAO DE MATERIAIS Classificao Merville Dewey proporciona inmeras variaes de agrupamento permitindo a rpida identificao e localizao dos materiais. Nesse mtodo so definidos grupos de materiais, com subdivises que permitem a classificao por afinidade de uso ou coincidncia de caractersticas, e uma ltima subdiviso que identifica cada material individualmente. Classificao Federal Supply Classification (FSC) sistema criado e desenvolvido pelo Departamento de Defesa dos Estado Unidos da Amrica com objetivo de estabelecer e manter um sistema uniforme de identificao codificao e catalogao para todos os materiais movimentados. ESTRUTURA DE CODIFICAO

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XXXXN de identificao Classe

Grupo UNIDADES DE ESTOQUEFR ou FD (fardo), UN CJ (conjunto), CX (caixa), PC (pacote ou pea), LT (lata), M, KG,L ANLISE DE VALOR uma metodologia de gesto criada nos anos 50 pelo americano Lawrence Miles. Consiste em decompor um produto ou servio nas suas funes principais e, em seguida, delinear as solues organizacionais mais apropriadas para reduzir os custos de produo. Implica uma anlise detalhada do valor criado pela empresa por meio da distribuio dos custos totais de um produto ou servio pelas suas diferentes etapas: concepo, fabrico, venda, distribuio e servio aos clientes. Este conceito deu origem s noes de cadeia de valor, de valor acrescentado do produto ou servio e de shareholder value (valor para o acionista) cuja autoria pertence a Alfred Rappaport. ADMINISTRAO DE RECURSOS PATRIMONIAIS Patrimnio Conceito: A concepo econmica de patrimnio sob o aspecto cientfico, observando que os bens econmicos ou riquezas conjuntas constituem todo Patrimnio pertencente s pessoas naturais, s Entidades Pblicas, Sociedades, Empresas Privadas, com ou sem personalidade jurdica, e constituem os Patrimnios particulares. Em outras palavras: o conjunto das riquezas, dos bens econmicos de uma pessoa, Entidade Pblica, Sociedade, Empresa, etc. Podemos dizer tambm que o Patrimnio de uma pessoa ou Entidade, um complexo de bens econmicos de que podem, de fato ou de direito, dispor em seu prprio interesse. No podemos esquecer que o Capital entendido com a fonte do Patrimnio. Constituio do Patrimnio Fazem parte dos bens patrimoniais: terras;bibliotecas;imveis;museus;mobilirios;bens de natureza industrial e comercial; mquinas, motores e aparelhos, semoventes, veculos, aeronaves; outros bens mveis, como: as aes, equipamentos diversos de empresas Pblicas, certides de dbitos, hipotecas, quinhes de clubes e obrigaes outras que se contrair com terceiros por mercadorias, etc. Da Movimentao e Controle (Tombamento) Cumpre ao Departamento de Administrao da Empresa ou rgo Pblico, no que concerne ao material Permanente em uso, cuidar da localizao, recolhimento, manuteno e redistribuio desse material, assim como da emisso de Termos de Responsabilidade, que contero os elementos necessrios perfeita caracterizao do bem. Para efeito de identificao e inventrio, os materiais permanentes recebero nmeros sequncias de registro patrimonial: a) o seu registro em livros prprios ou informatizao, ou seja, o tombamento do bem;

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b) O nmero de registro patrimonial dever ser aposto ao material, em nmero sequencial para cada unidade, mediante gravao, fixao de plaqueta ou etiqueta apropriada, fixada em parte mais visvel do bem, como por exemplo: EMPRESA PATRIMNIO A95 004324-9 Bens plaquetveis(A) Ano de fabricao(95) Nmero seqencial(004324) Dgito verificador(9) c) Para equipamentos sensveis e de pequeno porte no fixado a plaqueta, mas tem o mesmo nmero sequencial controlado pelo Setor de Patrimnio, gravado no bem (instrumental cirrgico, odontolgico, etc) exemplo: EMPRESA PATRIMNIO B95 009815-8 Bens no plaquetveis(B) Ano de aquisio(95) Nmero seqencial(009815) Dgito verificador(8) d) Aps fixar ou no a plaqueta no bem, este distribudo pelo Setor de Almoxarifado juntamente com o Setor de Patrimnio ao Setor solicitante e)O Ncleo de Informtica, aps fazer os lanamentos, emitir o TERMO DE RESPONSABILIDADE (TR), em duas vias, ambas assinadas pelo Chefe do Setor de Patrimnio e o responsvel pelo recebimento e guarda do bem conforme descrito anteriormente. As vias do T.R. sero assim distribudas: a) a 1 via arquivada no Setor de Patrimnio; b) a 2 via fica com o responsvel do Setor que recebeu o bem, ou seja, o requisitante Um comando com todas as informaes para que se faa os devidos lanamentos no Sistema de Patrimnio, pela informtica, so as seguintes: 1 - nmero de tombamento; 2 - cdigo do setor; 3 - cdigo do responsvel; 4 - classificao; 5 - descrio completa do bem; 6 - grupo SIAFI - Servio Integrado de Administrao Financeira (no caso de rgos Pblicos) 7 - nmero do Termo de Responsabilidade(T.R.) - modelo do TR n 1 8 - nmero do prdio e da sala; 9 - valor unitrio f)No fechamento de cada ms as informaes quanto ao valor unitrio de cada bem e o grupo SIAFI (no caso de rgo Pblico) so enviados Contabilidade para lanamento no Sistema SIAFI da Unio e no caso de Empresa Privada, enviados diretamente Contabilidade, para o tombamento propriamente dito. g)Para o material bibliogrfico, o nmero de registro patrimonial poder ser aposto mediante carimbo. h)Nenhum material permanente ou equipamento ser distribudo para uso sem o competente Termo de Responsabilidade que ser assinado pelo responsvel pela guarda e conservao;

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i)Em cada unidade administrativa, o levantamento dos bens mveis ser realizado por Comisso designada para proceder ao inventrio analtico (fsico e financeiro) dos bens da unidade; j)No Inventrio, os bens mveis sero agrupados segundo as categorias anteriormente citadas, constantes do Plano de Contas nico da Empresa, indicando-se ao final de cada categoria o total das peas e o seu valor global, levando-se em conta a Depreciao do bem, no caso de Empresa privada. Tipos de Inventrios a)Inventrio Inicial: realizado quando da criao de uma Empresa ou Unidade gestora, para identificao e registro dos bens sob sua responsabilidade; b)Inventrio Anual: destinado a comprovar a quantidade e o valor dos bens patrimoniais do acervo da Empresa e de cada Unidade gestora, existente em 31 de dezembro de cada exerccio constitudo do inventrio anterior e das variaes patrimoniais (acrscimos e baixas autorizadas de bens) ocorridas durante o exerccio. Ex.: do Imposto de Renda c)De Transferncia de Responsabilidade: realizado quando da mudana do dirigente de uma Unidade gestora. Ex.: quando muda o Governo d)De Extino ou Transformao: realizado quando da extino ou transformao da Unidade gestora e)Eventual: realizado em qualquer poca, por iniciativa do dirigente da Unidade gestora ou por iniciativa dos rgos fiscalizadores, atravs de auditorias. INVENTRIO ANALTICO No Inventrio Analtico, para a perfeita caracterizao do bem, figuraro: a) b) c) d) e) Descrio minuciosa do bem; Nmero de registro; Valor (preo de aquisio, custo de produo ou preo de desavaliao); Estado do bem (bom, ocioso, antieconmico ou inservvel); Outros elementos julgados necessrios

O material permanente de pequeno valor econmico, quando o custo do controle for evidentemente superior ao risco da perda do bem, poder ser controlado atravs do simples relacionamento do material (relao-carga) O bem cujo valor de aquisio ou custo de produo for desconhecido ser avaliado pela Comisso Inventariante, tomando como referncia o valor de outro bem semelhante ou sucedneo no mesmo estado de conservao e a preo de mercado Da Conservao e Recuperao Conservao obrigao de todos a quem tenha sido confiado material, para guarda ou uso, zelar pela sua boa conservao e diligenciar no sentido da recuperao daquele que se avariar.

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Recuperao A recuperao de material s ser promovida se o seu valor compensar a despesa a ser realizada; se considerado antieconmico ou inservvel, o material ser alienado. (cedido, transferido, vendido, cesso de bens, baixado) - modelo do Termo de Baixa Poder existir dois tipos de Contrato de Manuteno ou Recuperao: um para mquinas eletrnicas e outro para mquinas eltricas. Os outros equipamentos que no tenham contrato de Manuteno so enviados ao Setor de Patrimnio juntamente com um memorando solicitando a prestao de servio para sua recuperao. O Patrimnio de posse deste memorando, encaminhao para o Setor de Compras para as devidas providncias quanto licitao e contratao da Firma para a prestao do servio. Definida a Firma, emitido um recibo em duas vias, ambas assinadas pelo Chefe do Setor de Patrimnio e do responsvel pelo recebimento na Firma que ir prestar o servio. Assinadas, a 1 via devolvida ao Setor de Patrimnio que faz o arquivamento e a 2 via continua na Firma contratada. Aps o conserto do bem, assim que ele devolvido, o Setor de Patrimnio o entrega no Setor de origem (modelo n 4) Da Responsabilidade e Indenizao Todo funcionrio ou Servidor, poder ser chamado responsabilidade pelo desaparecimento do material que lhe for confiado, para guarda ou uso, bem como pelo dano que, dolosa ou culposamente, causar a qualquer material, esteja ou no sob sua guarda. dever do Funcionrio ou Servidor comunicar, imediatamente, se possvel por escrito, a quem de direito, qualquer irregularidade ocorrida com o material entregue aos seus cuidados. Recebida a comunicao, o dirigente do Departamento de Administrao aps avaliao da ocorrncia poder: a)concluir que o desaparecimento ou avaria do bem decorreu de causas naturais (desgaste normal pelo uso etc.). Nesta hiptese os prejuzos sero absorvidos pelo Oramento prprio da Empresa; b)identificar, desde logo, o(s) responsvel(eis) pelo desaparecimento ou avaria do bem, sujeitandoo(os) s providncias seguintes: I - arcar com as despesas de recuperao do bem, ou: II - substituir o bem por outro com as mesmas caractersticas, ou: III - indenizar, em dinheiro, esse bem, de acordo com o que for avaliado pelo dirigente do Departamento de Administrao. Quando se tratar de bem cuja unidade seja jogo, conjunto, coleo, suas peas ou partes danificadas devero ser recuperados ou substitudas por outras com as mesmas caractersticas, ou, na impossibilidade dessa recuperao ou substituio, indenizadas, em dinheiro de acordo com o disposto no subitem anterior, letra b, inciso III. Se o bem for de procedncia estrangeira, a indenizao ser feita com base no valor da reposio (considerando-se o cmbio vigente na data da indenizao) A passagem de responsabilidade dever ser feita, obrigatoriamente, vista da verificao fsica de cada bem e lavratura de novo Termo de Responsabilidade Nenhum material dever ser liberado aos usurios, antes de cumpridas as formalidades do recebimento, aceitao e registro Para as providncias mencionadas anteriormente, recomenda-se designao de Comisso (es) para apurao e orientao na soluo dos problemas, ficando sua constituio e competncia ao exclusivo critrio do Dirigente do Departamento de Administrao ou do rgo com atribuies equivalentes. (modelos de 5 a 13)

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RESPONSABILIDADE CIVIL, PENAL E ADMINISTRATIVA DO SERVIDOR PBLICO So trs as responsabilidades do servidor pblico: 1) responsabilidade civil; 2) responsabilidade penal; e 3) responsabilidade administrativa. As responsabilidades do servidor pblico so independentes entre si, ou seja, por um mesmo ato, dependendo da natureza do ato, o servidor poder ter de responder simultaneamente a um processo administrativo disciplinar, a um processo penal e a um processo civil. E, dependendo do julgamento dos processos, poder vir a sofrer uma sano civil, uma sano administrativa e uma sano penal. No h vinculao entre as sanes civis, penais e administrativas, e elas podero cumular-se (Lei n. 8.112/90, art. 125). Serem as responsabilidades do servidor independentes entre si tambm significa que as suas instncias de apurao so independentes, via de regra. Ou seja, um processo no precisar aguardar o desfecho do outro nem o que acontecer em um processo necessariamente implicar no outro. Por exemplo, para se aplicar uma punio administrativa no ser preciso esperar a concluso do processo penal ou civil. Outro exemplo, se um processo administrativo concluir que o servidor inocente, no significar que ele dever ser reconhecido como inocente no processo penal ou no processo civil, salvo algumas raras excees. As responsabilidades do servidor (civil, penal e administrativa) s iro surgir se ele praticar alguma irregularidade no exerccio de suas atribuies (Lei n. 8.112/90, art. 121). Enquanto ele agir de maneira regular, cumprindo todo o ordenamento legal vigente, no ser responsabilizado de nenhuma forma. Da mesma maneira, se ele praticar algum ato ilcito mas no no desempenho de sua funo pblica, no se falar em responsabilidade dele como servidor, embora possa ser processado civil e penalmente como indivduo membro da sociedade, j no tendo mais nada a ver com o Direito Administrativo (Lei n. 8.112/90, art. 124). Responsabilidade civil a obrigao imposta a algum de reparar um dano causado a outrem Esse dano chamado de ilcito civil (Cd. Civil, art. 186). No Direito, h dois tipos de responsabilidade civil: a) a responsabilidade subjetiva; b) a responsabilidade objetiva. Na responsabilidade civil subjetiva, s haver o dever de indenizar se o agente tiver causado o dano por atuar com dolo ou culpa. Diferentemente, o que caracteriza a responsabilidade civil objetiva a desnecessidade de apreciao de dolo ou culpa do agente ao provocar o dano. No que diz respeito responsabilidade civil do servidor, ele responder civilmente somente se causar, com ato omissivo (omisso) ou comissitivo (ao), prejuzo ao errio ou a terceiros, tendo agido com dolo ou culpa (Lei n. 8.112/90, art. 122, caput). Notem que ele responder no somente por suas aes mas tambm pelas suas omisses, desde que essas causem prejuzo a outros, e tenham sido praticadas com dolo ou culpa. Ele agir com dolo quando tiver desejado que sua ao ou omisso causasse prejuzo. Haver culpa quando tiver atuado com imprudncia, negligncia ou impercia na sua ao ou omisso danosa. Por exemplo, vejam o caso de um servidor motorista que atropela um transeunte, causando-lhe dano. Se tiver tido a inteno de ferir ou matar a vtima, ter agido com dolo. Se tiver agido sem inteno, mas tiver sido imprudente, negligente ou imperito, ter agido com culpa. Em ambos os casos, ficar o servidor sujeito responsabilidade civil, ou seja, ter o dever de pagar indenizao pelo dano ocorrido, por ter agido com dolo ou culpa. Percebemos ento que a responsabilidade civil que tem o servidor pblico do tipo subjetiva. A responsabilidade civil objetiva o tipo de responsabilidade que tm as pessoas jurdicas de direito pblico, que chamaremos de Estado, e as pessoas jurdicas de direito privado prestadoras de servios pblicos pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, segundo a imposio do art. 37, 6., da Constituio Federal. Nesse tipo de responsabilidade civil, no importa saber se o servidor agiu ou no com dolo ou culpa ao provocar o dano. Em todo caso o Estado dever indenizar ao terceiro prejudicado, se este no foi o causador exclusivo do dano. Resumindo, podemos dizer que a responsabilidade civil do Estado objetiva ao passo que a responsabilidade civil do servidor pblico subjetiva. O dano causado por ato omissivo ou comissivo do servidor pode resultar em prejuzo: a) ao errio; ou b) a terceiros. Ao ocorrer o dano, a Administrao primeiro apura a responsabilidade civil do servidor por meio de processo administrativo, observando os princpios do contraditrio e da ampla defesa (CF, art. 5., LV). Nessa apurao, a Administrao deve lembrar que s existir a responsabilidade civil do servidor se este tiver atuado com dolo ou culpa.

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Quando o dano for contra o errio, a Administrao ir, via de regra, recorrer ao Poder Judicirio, no mbito da jurisdio civil, propondo ao de indenizao contra o servidor responsvel (Lei n. 8.112/90, art. 122, 1., parte final). Se o dano foi causado a terceiros, a soluo para o caso se dar de forma diferente. Como vimos, esse um caso em que se dar a responsabilidade civil objetiva do ente pblico ao qual pertence o servidor. O Estado dever indenizar ao terceiro prejudicado, tendo havido ou no dolo ou culpa do servidor. No havendo dolo ou culpa do servidor, o Estado no ter o direito de regresso, que o direito de ser ressarcido pelo servidor do valor pago a ttulo de indenizao. Tendo havido dolo ou culpa, o ente pblico ter o direito de regresso contra o servidor, podendo ento propor uma ao judicial, chamada de ao regressiva ou ao de regresso, na esfera civil, para reaver do servidor o que pagou como indenizao (Lei n. 8.112/90, art. 122, 2.). Diz-se nesse caso que a responsabilidade civil subjetiva do servidor regressiva. Para ambos os casos (prejuzo ao errio e prejuzo a terceiros) poder haver uma soluo administrativa em vez de judicial. Se o servidor concordar, o direito que a Administrao tem indenizao ou ao regresso poder ser cobrado administrativamente, sem a necessidade de se recorrer ao Poder Judicirio, podendo at ser parcelado, com desconto em sua remunerao, no interesse do servidor (Lei n. 8.112/90, art. 122, 1., parte inicial). No havendo concordncia do servidor, porm, s restar Administrao recorrer ao Judicirio para obter o ressarcimento do prejuzo. O que nunca poder ocorrer a Administrao isentar o servidor da responsabilidade civil quando ele tiver causado prejuzo por agir com dolo ou culpa, mesmo que ele ganhe um baixo salrio e tenha poucos bens patrimoniais, porque dever da Administrao zelar pela integridade do patrimnio pblico. Se o servidor falecer antes de quitar a dvida, sua responsabilidade civil (a obrigao de reparar o dano) estende-se aos seus sucessores ou herdeiros, at o limite da herana por eles recebida (Lei n. 8.112/90, art. 122, 3.). claro que os sucessores do servidor podero tambm concordar com a soluo administrativa, parcelando o valor restante da indenizao com desconto em sua penso (Lei n. 8.112/90, art. 40, caput e 1.), ou, caso no concordem com a soluo administrativa, sero cobrados judicialmente. A responsabilidade administrativa do servidor resulta de uma violao de norma interna da Administrao, quando ento o servidor pratica um ilcito administrativo. Esse ilcito pode ocorrer em um ato omissivo ou comissivo praticado pelo servidor no desempenho do cargo ou funo (Lei n. 8.112/90, art. 124). As normas administrativas a que o servidor deve obedincia esto disciplinadas em leis, decretos e outros provimentos regulamentares que contm deveres e obrigaes para os servidores. Algumas delas podem ser lidas nos artigos 116, 117 e 132 da Lei n. 8.112/90. A responsabilidade administrativa apurada em processo administrativo, assegurando-se ao servidor o contraditrio e a ampla defesa (CF, art. 5., LV; Lei n. 8.112/90, art. 153). Uma vez constatada a prtica do ilcito administrativo, ficar o servidor sujeito sano administrativa adequada ao caso, que poder ser advertncia, suspenso, demisso, cassao de aposentadoria ou disponibilidade, destituio de cargo em comisso ou destituio de funo comissionada (Lei n. 8.112/90, art. 127). A penalidade deve sempre ser motivada pela autoridade competente para sua aplicao, sob pena de ser nula. Na motivao da penalidade, devem estar presentes os motivos de fato (os atos irregulares praticados pelo servidor) e os motivos de direito (os dispositivos legais ou regulamentares violados e a penalidade prevista). Se durante a apurao da responsabilidade administrativa a autoridade competente verificar que o ilcito administrativo tambm est capitulada como ilcito penal, deve encaminhar cpia do processo administrativo ao Ministrio Pblico, que ir mover ao penal contra o servidor (Lei n. 8.112/90, arts. 171, 154, pargrafo nico). A responsabilidade penal do servidor a que resulta de uma conduta tipificada por lei como infrao penal. A responsabilidade penal abrange crimes e contravenes imputadas ao servidor, nessa qualidade (Lei n. 8.112/90, art. 123). Notem que tanto os crimes funcionais quanto as contravenes funcionais so abrangidos pela responsabilidade penal do servidor. Esses so tipificados sempre em leis federais, visto ser competncia privativa da Unio legislar sobre direito

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penal (CF, art. 22, I). Muitos dos crimes funcionais esto definidos no Cdigo Penal, artigos 312 a 326, como o peculato, a concusso, a corrupo passiva, a prevaricao etc. Outros esto previstos em leis especiais federais. A responsabilidade penal do servidor apurada em Juzo Criminal. Se o servidor for responsabilizado penalmente, sofrer uma sano penal, que pode ser privativa de liberdade (recluso ou deteno), restritiva de direitos (prestao pecuniria, perda de bens e valores, prestao de servio comunidade ou a entidades pblicas, interdio temporria de direitos e limitao de fim de semana) ou multa (Cdigo Penal, art. 32). Tema interessante por ser muitas vezes cobrado em concursos pblicos a repercusso da responsabilidade penal nas responsabilidades administrativa e civil. Embora seja mais profundo, iremos abordar apenas a parte do tema que mais cobrada nos concursos. Primeiro devemos saber que a deciso penal, apurada por causa da responsabilidade penal do servidor, s ter reflexo na responsabilidade civil do servidor se o ilcito penal tiver ocasionado prejuzo patrimonial (ilcito civil). A responsabilidade civil do servidor ser afastada se, no processo criminal, o servidor for absolvido por ter sido declarada a inexistncia do fato ou, quando o fato realmente existiu, no tenha sido imputada sua autoria ao servidor. Notem que, se o servidor for absolvido por falta ou insuficincia de provas, a responsabilidade civil no ser afastada. Da mesma maneira se dar com a responsabilidade administrativa do servidor. Ela ser afastada somente no caso de absolvio criminal que negue a existncia do fato ou sua autoria (Lei n. 8.112/90, art. 126). Tendo havido absolvio criminal por falta ou insuficincia de provas, no ser afastada a responsabilidade administrativa do servidor. Assim, por exemplo, se o servidor foi demitido aps apurada sua responsabilidade administrativa, no dever ser reintegrado se o processo criminal concluir pela sua absolvio por insuficincia de provas. No entanto, se a absolvio criminal se deu por causa da inexistncia do fato ou porque o servidor foi declarado como no sendo o autor do ilcito penal, ele dever ser reintegrado em resultado do afastamento da sua responsabilidade administrativa (Lei n. 8.112/90, art. 28, caput). QUESTO COBRADA EM PROVA A responsabilidade civil do servidor pblico a) abrange a responsabilidade penal. b) confunde-se com a responsabilidade administrativa. c) no gera obrigao extensvel aos herdeiros. d) distinta da responsabilidade civil do Estado. e) independe da ocorrncia de ato doloso ou culposo. Iremos busca da alternativa verdadeira. As alternativas "a" e "b" no podem ser verdadeiras porque violam o conceito de independncia das responsabilidades do servidor (Lei n. 8.112/90, arts. 121, 125). A alternativa "e" no pode estar certa porque a responsabilidade civil do servidor do tipo subjetiva, que depende da ocorrncia de ato doloso ou culposo (Lei n. 8.112/90, art. 122, caput). A alternativa "c" tambm est errada porque a responsabilidade civil do servidor se estende a seus sucessores (Lei n. 8.112/90, art. 122, 3.). A nica verdadeira a alternativa "d", porque a responsabilidade civil do servidor, que do tipo subjetiva, realmente diferente ou distinta da responsabilidade civil do Estado, que do tipo objetiva. Nos termos da Lei n 8.112/90, assinale a assertiva correta a respeito da responsabilidade do servidor. a) O servidor s responde civil e administrativamente pelo exerccio irregular de suas atribuies. b) Tratando-se de dano causado Administrao, responder o servidor perante a Fazenda Pblica em ao regressiva. c) A responsabilidade administrativa do servidor ser afastada no caso de absolvio criminal por falta de provas. d) As sanes civis, penais e administrativas no podero cumular-se, sendo independentes entre si. e) A obrigao de reparar o dano estende-se aos sucessores e contra eles ser executada, at o limite do valor da herana recebida.

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Aqui tambm vamos procurar a alternativa que contm a assertiva correta. A alternativa "a" est errada porque o servidor responde civil, penal e administrativamente pelo exerccio irregular de suas atribuies (Lei n. 8.112/90, art. 121). A alternativa "b" tambm est errada porque o servidor responde em ao regressiva quando o dano foi causado a terceiros, no Administrao (Lei n. 8.112/90, art. 122, 2.). A alternativa "c" est incorreta porque a responsabilidade administrativa do servidor no afastada quando a absolvio criminal resulta de falta de provas (Lei n. 8.112/90, art. 126). A alternativa "d" tambm est incorreta porque as sanes civis, penais e administrativas podero cumular-se, visto serem independentes entre si (Lei n. 8.112/90, art. 125). Sobrou a alternativa "e", que est correta porque a responsabilidade civil do servidor, consistente na obrigao de reparar o dano, estende-se aos seus sucessores e contra eles ser executada, at o limite da herana recebida (Lei n. 8.112/90, art. 122, 3.). *******ATENO... BIBLIOGRAFIA PESQUISADA: Direito Administrativo dos Prof Vicente Paulo - Editora Impetus -2006 Marcelo Alexandrino e

O PATRIMNIO PBLICOEste material tem como referncia o artigo publicado pelo Prof FRANCO, Wanildo Jos Nobre. Domnio pblico bens pblicos. Boletim Jurdico, Uberaba/MG, a. 3, n 158. 1 Da histria Nas mais remotas sociedades sempre foi constatada a necessidade de existncia de algum tipo de dominao e de regulamentao, a cargo do Estado, sobre determinados bens. Em rigor, a vida em sociedade seria praticamente impossvel, no fora a presena de bens destinados ao cumprimento de finalidades de interesse coletivo. Nos Estados Modernos, essa dominao e regulamentao advm de um regime jurdico adequado que, alm de especificar sua composio e utilizao, cria regras de proteo contra atos ilegtimos, ou danosos, quer provindos de particular, quer do prprio Estado. Atualmente, todos os pases conhecem um tratamento bastante minucioso dispensado regulamentao e proteo desses bens, por meio de normas legais que garantam o atingimento dos objetivos e finalidades para os quais esto voltados e que deram origem ao seu surgimento. [1] No direito romano institutas havia referncias a bens pblicos, que incluam as res communes e as res universitatis, ao lado das res publicae. Estas ltimas, insusceptveis de apropriao privada, pertenciam a todos, ao povo. Os bens pblicos na idade mdia eram considerados propriedade do rei, e no mais do povo. Porm, com base nos antigos textos romanos que influenciaram todas as legislaes ao longo da histria logo se voltou a atribuir ao povo a propriedade desses bens pblicos, cabendo ao monarca, na condio de governante supremo, to-somente o poder de polcia sobre os mesmos. [2] O Estado, como Nao politicamente organizada, exerce poderes de Soberania sobre todas as coisas que se encontram em seu territrio. Alguns bens pertencem ao prprio Estado; outros, embora pertencentes a particulares, ficam sujeitos s limitaes administrativas impostas pelo Estado; outros, finalmente, no pertencem a ningum, por inapropriveis, mas sua utilizao subordina-se s normas estabelecidas

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pelo Estado. Este conjunto de bens sujeitos ou pertencentes ao Estado constitui o domnio pblico, em seus vrios desdobramentos. [3] Existe uma distino clara entre propriedade e dominao e regulamentao. O pas somos ns, seus cidados, seus legtimos donos e de todas as coisas, excetuadas as da propriedade privada assegurada pelo Cdigo Civil art. 98 ss.. O Estado, por nossa delegao ao escolhermos os governantes e os legisladores estabelece as regras comuns, legais, e as executa administrativamente, em nosso nome, com vistas ao interesse coletivo. 2 Do domnio pblico noo mais abrangente que propriedade, pois a se incluem os bens que no so do Poder Pblico. [4] o poder de dominao ou de regulamentao que o Estado exerce sobre os bens do seu patrimnio (bens pblicos), ou sobre os bens do patrimnio privado bens particulares de interesse pblico ou sobre as coisas inapropriveis individualmente, mas de fruio geral da coletividade res nullius. Neste sentido amplo e genrico o domnio pblico abrange no s os bens das pessoas jurdicas de Direito Pblico interno como as demais coisas que, por sua utilidade coletiva, merecem a proteo do Poder Pblico, tais como as guas, as jazidas, as florestas, a fauna, o espao areo e as que interessam ao patrimnio histrico e artstico nacional. [5] De um lado, um poder poltico, superior a tudo, chamado domnio eminente, que autoriza as limitaes impostas pelo Estado ao exerccio de direitos em todo territrio nacional, e, de outro lado, um poder sobre os bens de que proprietrio ou simples administrador, conhecido como domnio patrimonial, exercido sobre os bens pblicos. [6] So poderes de soberania e em direitos de propriedade. Aqueles se exercem sobre todas as coisas de interesse pblico, sob a forma de domnio eminente; estes s incidem sobre os bens pertencentes s entidades pblicas, sob a forma de domnio patrimonial. O domnio eminente no constitui um direito de propriedade; o poder que o Estado exerce potencialmente sobre as pessoas e os bens que se encontram no seu territrio. Esse poder no admite restries; contudo, o absoluto dessa potestas est condicionado ordem jurdico-constitucional e aos princpios, direitos e garantias da Lei Fundamental. O domnio eminente um poder sujeito ao direito; no um poder arbitrrio. Em nome do domnio eminente que so estabelecidas as limitaes ao uso da propriedade privada, as servides administrativas, a desapropriao, as medidas de policia e o regime jurdico especial de certos bens particulares de interesse pblico.

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Esse poder superior (eminente) que o Estado mantm sobre todas as coisas existentes em seu territrio no se confunde com o direito de propriedade que o mesmo Estado exerce sobre as coisas que lhe pertencem, por aquisio civil ou administrativa. Aquele um domnio geral e potencial sobre bens alheios; este um domnio especfico e efetivo sobre bens prprios do Estado, o que o caracteriza como um domnio patrimonial, no sentido de incidir sobre os bens que lhe pertencem. O domnio patrimonial do Estado sobre seus bens direito de propriedade, mas direito de propriedade pblica, sujeito a um regime administrativo especial. A esse regime subordinam-se todos os bens das pessoas administrativas, assim considerados bens pblicos e, como tais, regidos pelo Direito Pblico, embora supletivamente se lhes apliquem algumas regras da propriedade privada. Mas advirtase que as normas civis no regem o domnio pblico; suprem, apenas, as omisses das leis administrativas. O patrimnio pblico formado por bens de toda natureza e espcie que tenham interesse para a Administrao e para a comunidade administrada. Esses bens recebem conceituao, classificao e destinao legal para sua correta administrao, utilizao e alienao, como veremos no decorrer deste item, em que, a final, trataremos da aquisio de bens que passaro a integrar o patrimnio pblico. 3 Dos bens pblicos o conjunto de coisas corpreas e incorpreas, mveis, imveis e semoventes de que o Estado se vale para poder atingir as suas finalidades. [7] So os bens necessrios Administrao Pblica para o atingimento dos fins coletivos de propiciar o bem estar e a satisfao dos habitantes de seu territrio. So os bens do domnio pblico res quorum commercium non sit, res public ou loca publica, [8] federais, estaduais, distritais ou municipais, conforme a entidade poltica a que pertena ou o servio autrquico, fundacional ou paraestatal a que se vinculem. No so somente as coisas que pertencem s pessoas jurdicas de Direito Pblico, ou seja, Unio, Estados, Distrito Federal, Municpios e suas autarquias, mas tambm aquelas coisas que, embora no pertencendo a essas pessoas, esto destinadas a prestao de servio pblico. [9] So todas as coisas, mveis e imveis, direitos e aes de que sejam titulares os entes pblicos, mesmo no se destinando utilizao pelo pblico. Seu estudo corresponde ao direito administrativo das coisas. [10] Genericamente, toda espcie de bens, sob o domnio do Estado. Porm cabe especificar, conceituando da seguinte forma so todas as coisas corpreas, incorpreas, imveis, mveis, semoventes, crditos, direitos e aes [11] , que pertenam a qualquer ttulo s entidades estatais, autrquicas, fundacionais de Direito Pblico. Formam o patrimnio pblico e se submetem ao regime de direito pblico. [12] Em sentido estrito poderia-se incluir os bens das entidades no-pblicas que desempenham servio pblico, ou integram a Administrao Pblica indireta, no entanto, os bens das entidades paraestatais no se encaixam na categoria de pblicos,

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por no se imputar-lhes o essencial do regime jurdico dos bens pblicos, isto , inalienabilidade, impenhorabilidade, imprescritibilidade. [13] A soberania territorial do Estado est bastante ligada relao bem pblico domnio do Estado, no entanto, necessrio se faz dizer que no Estado Democrtico de Direito, o Estado cumpre, por meio de suas funes, as competncias que lhe so constitucionalmente atribudas, no tendo, por isso, um domnio irrestrito sobre todos os bens. [14] Bem Pblico aquele que por determinao legal ou por sua prpria natureza, pode ser utilizado por todos em igualdade de condies, sem necessidade de consentimento individualizado por parte da Administrao. [15] Outros bens h, contudo, sobre os quais o Estado exerce um domnio eminente, ainda que sendo eles da propriedade privada, simplesmente pelo fato de estarem em seu territrio e suscitarem interesse pblico. A, a expresso de sua soberania, a manifestao do summa potestas a qualidade que tem o poder de ser supremo dentro dos limites de sua ao. [16] O Cdigo Civil os reparte inicialmente em pblicos e particulares, esclarecendo que so pblicos os do domnio nacional, pertencentes Unio, aos Estados e aos Municpios, e, por excluso, declara que so particulares todos os outros, seja qual for a pessoa a que pertencerem art. 98 e ss.. So bens pblicos os que, originariamente integrando o patrimnio nacional, os bens transferidos a autarquias e fundaes pblicas. [17] Ento, ainda que pertencentes a um ente pblico, esto franqueados para uso e fruio de todos, normalmente, sem restries ou nus (no desfigura sua natureza se a Administrao condiciona tal a requisitos peculiares, estabelecendo condio de uso ou o pagamento da retribuio admitida no art. 103 do Cdigo Civil). [18] J aos bens das entidades paraestatais empresas pblicas, sociedades de economia mista, servios autnomos etc. so bens pblicos com destinao especial e administrao particular das instituies a que foram transferidos para consecuo dos fins estatutrios. A despeito de serem bens pblicos, dada sua destinao especial a organizaes de personalidade privada e sua administrao em moldes particulares, os bens das entidades paraestatais prestam-se a onerao como garantia real e sujeitam-se a penhora por dvidas da entidade, como, tambm, podem ser alienados na forma estatutria, independentemente de lei. No mais, regem-se pelas normas do Direito Pblico, inclusive quanto imprescritibilidade por usucapio, uma vez que, se desviados dos fins especiais a que foram destinados, retornam sua condio originria do patrimnio de que se destacaram. 4 Da classificao A Constituio Federal, em seus arts. 20 e 26, enumeram os bens da Unio e os bens dos Estados, mencionando tambm so as terras devolutas, aquelas que so do Estado, mas sem destinao de uso comum, uso especial, ou uso dominial. [19]

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Pelo Cdigo Civil, os bens podem ser de uso comum do povo (uso indistinto das pessoas, como praas, ruas, estradas etc), de uso especial (possuem destinao a local de prestao de servio pblico) e dominicais ou dominiais (Estado proprietrio, como se fosse um particular). A afetao de um bem ao uso comum a destinao que se lhe atribui, ou por ser de sua natureza, ou por lei, ou ato administrativo, ao uso comum do povo. A desafetao ocorre quando do trespasse do bem ao uso especial, ou dominical, por meio de lei. [20] Podem ser federais, estaduais ou municipais, conforme a entidade poltica a que pertenam ou o servio autrquico, fundacional ou paraestatal a que se vinculem. Todos os bens pblicos so bens nacionais, por integrantes do patrimnio da Nao, na sua unicidade estatal, mas, embora politicamente componham o acervo nacional, civil e administrativamente pertencem a cada uma das entidades pblicas que os adquiriram. [21] Segundo a destinao [22] os bens pblicos em trs categorias: I os de uso comum do povo , atais como rios, mares, estradas, ruas e praas; II os de uso especial, tais como os edifcios ou terrenos destinados a servio ou estabelecimento da administrao federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias; III os dominiais, que constituem o patrimnio das pessoas jurdicas de direito pblico, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. pargrafo nico no dispondo a lei em contrrio, consideram-se dominicais os bens pertencentes s pessoas jurdicas de direito pblico a que se tenha dado estrutura de direito privado. Todos os bens vinculados ao Poder Pblico por relaes de domnio ou de servio ficam sujeitos sua administrao. Da o dizer-se que uns so bens do domnio pblico, e outros, bens do patrimnio administrativo. Com mais rigor tcnico, tais bens so reclassificados, para efeitos administrativos em: bens do domnio pblico (os da primeira categoria: de uso comum do povo); bens patrimoniais indisponveis (os da segunda categoria: de uso especial); bens patrimoniais disponveis (os da terceira e ltima categoria: dominiais), segundo se l no Regulamento da Contabilidade Pblica. 4.1 Bens de uso comum ou bens do domnio pblico So os de uso indistinto das pessoas, como os rios, mares, praias, estradas, ruas e praas Enfim, todos os locais abertos utilizao pblica adquirem esse carter de comunidade, de uso coletivo, de fruio prpria do povo. Sob esse aspecto pode o

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domnio pblico definir-se como a forma mais completa da participao de um bem na atividade de administrao pblica. 4.2 Bens de uso especial ou bens do patrimnio indisponvel So os que se destinam especialmente execuo dos servios pblicos e, por isso mesmo, so considerados instrumentos desses servios. No integram propriamente a Administrao, mas constituem o aparelhamento administrativo, tais como os edifcios das reparties pblicas, os terrenos aplicados aos servios pblicos, os veculos da Administrao, os matadouros, os mercados e outras serventias que o Estado pe disposio do pblico, mas com destinao especial. 4.3 Bens dominiais ou bens dominicais ou bens do patrimnio fiscal ou bens do patrimnio disponvel So aqueles que, embora integrando o domnio pblico como os demais, deles diferem pela possibilidade sempre presente de serem utilizados em qualquer fim ou, mesmo, alienados pela Administrao, se assim o desejar. Da por que recebem tambm a denominao de bens patrimoniais disponveis ou de bens do patrimnio fiscal. Tais bens integram o patrimnio do Estado como objeto de direito pessoal ou real, isto , sobre eles a Administrao exerce poderes de proprietrio, segundo os preceitos de direitos constitucional e administrativo. Todas as entidades pblicas podem ter bens patrimoniais disponveis, isto , bens no destinados ao povo em geral, nem empregados no servio pblico, os quais permanecem disposio da Administrao para qualquer uso ou alienao, na forma que a lei autorizar. 5 Da administrao dos bens pblicos Normalmente, o poder de utilizao e conservao das coisas administradas, diversamente da idia de propriedade, que contm, alm desse, o poder de onerao e disponibilidade e a faculdade de aquisio. Da por que os atos triviais de administrao, ou seja, de utilizao e conservao do patrimnio pblico, independem de autorizao especial, ao passo que os de alienao, onerao e aquisio exigem, em regra, lei autorizadora e licitao para o contrato respectivo. Rege-se pelas normas do Direito Pblico, aplicando-se supletivamente os preceitos do Direito Privado no que aquelas forem falhas ou omissas. A transferncia da propriedade dos bens imveis se opera segundo as normas e instrumentos civis escritura e registro sendo os atos e procedimentos administrativos que a antecedem meras formalidades internas que no afetam a substncia negocial do contrato civil realizado entre a Administrao e o particular. Por essa razo que, uma vez feita a transcrio, ou simplesmente assinadas a escritura, tornam-se irretratveis os atos ou procedimentos administrativos precedentes e a transferncia do domnio s poder ser modificada ou invalidada por via judicial ou por acordo entre as partes. A utilizao indevida de bens pblicos por particulares, notadamente a ocupao de imveis, pode e deve ser repelida por meios administrativos, independentemente de ordem judicial, pois o ato de defesa do patrimnio pblico, pela

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Administrao, auto-executvel, como o so, em regra, os atos de polcia administrativa, que exigem execuo imediata, amparada pela fora pblica, quando isto for necessrio. 6 Da utilizao dos bens pblicos Os bens pblicos ou se destinam ao uso comum do povo ou a uso especial. Em qualquer desses casos o Estado interfere como poder administrador, disciplinando e policiando a conduta do pblico e dos usurios especiais, a fim de assegurar a conservao dos bens e possibilitar sua normal utilizao, tanto pela coletividade, quanto pelos indivduos como, ainda, pelas reparties administrativas. Uso comum do povo todo aquele que se reconhece coletividade em geral sobre os bens pblicos, sem discriminao de usurios ou ordem especial para sua fruio. o uso que o povo faz das ruas e logradouros pblicos, dos rios navegveis, do mar e das praias naturais. Esse uso comum no exige qualquer qualificao ou consentimento especial, nem admite freqncia limitada ou remunerada, pois isto importaria atentado ao direito subjetivo pblico do indivduo de fruir os bens de uso comum do povo sem qualquer limitao individual. Para esse uso s se admitem regulamentaes gerais de ordem pblica, preservadoras da segurana, da higiene, da sade, da moral e dos bons costumes, sem particularizaes de pessoas ou categorias sociais. qualquer restrio ao direito subjetivo de livre fruio, como a cobrana de pedgio nas rodovias, acarreta a especializao do uso e, quando se tratar de bem realmente necessrio a coletividade, s pode ser feita em carter excepcional. 6.1 Do uso comum do povo Os bens de uso comum do povo so os usados por todos, de forma igualitria, independendo de autorizao administrativa. [23] So annimos, indeterminados, e os bens utilizados o so por todos os membros da coletividade, razo pela qual ningum tem direito ao uso exclusivo ou a privilgios na utilizao do bem o direito de cada indivduo limita-se igualdade com os demais na fruio do bem ou no suportar os nus dele resultantes. 6.2 Do uso especial Os bens de uso especial so aqueles onde esto instalados rgos que prestam servio pblico, podendo fazer uso deles as pessoas as quais correspondam o servio ali prestado. [24] todo aquele que, por um ttulo individual, a Administrao atribui a determinada pessoa para fruir de um bem pblico com exclusividade, nas condies convencionadas. tambm uso especial aquele a que a Administrao impe restries ou para o qual exige pagamento, bem como o que ela mesma faz de seus bens para a execuo dos servios pblicos, como o caso dos edifcios, veculos e equipamentos utilizados por suas reparties, mas aqui s nos interessa a utilizao do domnio pblico por particulares com privatividade. Todos os bens pblicos, independentemente de sua natureza, so passveis de uso especial por particulares, desde que a utilizao consentida pela Administrao no os leve a inutilizao ou destruio, caso em que se converteria em alienao.

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Ningum tem direito natural a uso especial de bem pblico, mas qualquer indivduo ou empresa pode obt-lo mediante contrato ou ato unilateral da Administrao, na forma autorizada por lei ou regulamento ou simplesmente consentida pela autoridade competente. Assim sendo, o uso especial do bem pblico ser sempre uma utilizao individual, a ser exercida privativamente pelo adquirente desse direito. O que tipifica o uso especial a privatividade da utilizao de um bem pblico, ou de parcela desse bem, pelo beneficirio do ato ou contrato, afastando a fruio geral e indiscriminada da coletividade ou do prprio Poder Pblico. Esse uso pode ser consentido gratuita ou remuneradamente, por tempo certo ou indeterminado, consoante o ato ou contrato administrativo que o autorizar, permitir ou conceder. As formas administrativas para o uso especial de bem pblico por particulares variam desde as simples e unilaterais autorizao de uso e permisso de uso at os formais contratos de concesso de uso e concesso de uso como direito real solvel, alm da imprpria e obsoleta adoo dos institutos civis do comodato, da locao e da enfiteuse. [25] 6.3 Da autorizao de uso o ato unilateral, discricionrio e precrio pelo qual a Administrao consente na prtica de determinada atividade individual incidente sobre um bem pblico. No tem forma nem requisitos especiais para sua efetivao, pois visa apenas a atividades transitrias e irrelevantes para o Poder Pblico, bastando que se consubstancie em ato escrito, revogvel sumariamente a qualquer tempo e sem nus para a Administrao. Essas autorizaes so comuns para a ocupao de terrenos baldios, para a retirada de gua em fontes no abertas ao uso comum do povo e para outras utilizaes de interesse de certos particulares, desde que no prejudiquem a comunidade nem embaracem o servio pblico. Tais autorizaes no geram privilgios contra a Administrao ainda que remuneradas e frudas por muito tempo, e, por isso mesmo, dispensam lei autorizativa e licitao para seu deferimento. 6.4 Da permisso de uso o ato negocial, unilateral, discricionrio e precrio atravs do qual a Administrao faculta ao particular a utilizao individual de determinado bem pblico. Como ato negocial, pode ser com ou sem condies, gratuito ou remunerado, por tempo certo ou indeterminado, conforme estabelecido no termo prprio, mas sempre modificvel e revogvel unilateralmente pela Administrao, quando o interesse pblico o exigir, dada sua natureza precria e o poder discricionrio do permitente para consentir e retirar o uso especial do bem pblico. A revogao faz-se, em geral, sem indenizao, salvo se em contrrio se dispuser, pois a regra a revogabilidade sem nus para a Administrao. O ato da revogao deve ser idntico ao do deferimento da permisso e atender s condies nele previstas. A permisso, enquanto vigente, assegura ao permissionrio o uso especial e individual do bem pblico, conforme fixado pela Administrao, e gera direitos subjetivos defensveis pelas vias judiciais, inclusive aes possessrias para proteger a utilizao na forma permitida. Via de regra, a permisso no confere exclusividade de uso, que apangio da concesso, mas, excepcionalmente, pode ser deferida com

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privatividade sobre outros interessados, desde que tal privilgio conste de clusula expressa e encontre justificativa legal. Qualquer bem pblico admite permisso de uso especial a particular, desde que a utilizao seja tambm de interesse da coletividade que ir fruir certas vantagens desse uso, que se assemelha a um servio de utilidade pblica, tal como ocorre com as bancas de jornais, os vestirios em praias e outras instalaes particulares convenientes em logradouros pblicos. Se no houver interesse para a comunidade, mas to-somente para o particular, o uso especial no deve ser permitido nem concedido, mas simplesmente autorizado, em carter precarssimo. V-se, portanto, que a permisso de uso um meio-termo entre a informal autorizao e a contratual concesso, pois menos precria que aquela, sem atingir e estabilidade desta. A diferena de grau na atribuio do uso especial e na vinculao do usurio com a Administrao. 6.5 Da cesso de uso a transferncia gratuita da posse de um bem pblico de uma entidade ou rgo para outro, a fim de que o cessionrio o utilize nas condies estabelecidas no respectivo termo, por tempo certo ou indeterminado. ato de colaborao entre reparties pblicas, em que aquela que tem bens desnecessrios aos seus servios cede o uso a outra que deles est precisando. Entre rgos da mesma entidade, no se exige autorizao legislativa e se faz por simples termo e anotao cadastral, pois ato ordinrio de administrao atravs do qual o Executivo distribui seus bens entre suas reparties para melhor atendimento do servio. Quando, porm, a cesso para outra entidade, necessrio se torna autorizao legal para essa transferncia de posse, nas condies ajustadas entre as Administraes interessadas. Em qualquer hiptese, a cesso de uso ato de administrao interna que no opera a transferncia da propriedade e, por isso, dispensa registros externos. 6.6 Da concesso de uso o contrato administrativo pelo qual o poder Pblico atribui a utilizao exclusiva de um bem de seu domnio a particular, para que o explore segundo sua destinao especfica. O que caracteriza a concesso de uso e a distingue dos demais institutos assemelhados autorizao e permisso de uso o carter contratual e estvel da outorga do uso do bem pblico ao particular, para que o utilize com exclusividade e nas condies convencionadas com a Administrao. Pode ser remunerada ou gratuita, por tempo certo ou indeterminado, mas dever ser sempre precedida de autorizao legal e, normalmente, de concorrncia para o contrato. Sua outorga no nem discricionria nem precria, pois obedece a normas regulamentares e tem a estabilidade relativa dos contratos administrativos, gerando direitos individuais e subjetivos para o concessionrio, nos termos do ajuste. Tal contrato confere ao titular da concesso de uso um direito pessoal de uso especial

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sobre o bem pblico, privativo e intransfervel sem prvio consentimento da Administrao, pois realizado intuitu personae, embora admita fins lucrativos. o que ocorre com a concesso de uso remunerado de um hotel municipal, de reas em mercado ou de locais para bares e restaurantes em edifcios ou logradouros pblicos. 6.7 Da concesso de direito real de uso o contrato pelo qual a Administrao transfere o uso remunerado ou gratuito de terreno pblico a particular, como direito real resolvel, para que dele se utilize em fins especficos de urbanizao, industrializao, edificao, cultivo ou qualquer outra explorao de interesse social. [26] transfervel por ato inter vivos ou por sucesso legtima ou testamentria, a ttulo gratuito ou remunerado, como os demais direitos reais sobre coisas alheias, com a s diferena de que o imvel reverter Administrao concedente se o concessionrio ou seus sucessores no lhe derem o uso prometido ou o desviarem de sua finalidade contratual. Desse modo, o Poder Pblico garante-se quanto fiel execuo do contrato, assegurando o uso a que o terreno destinado e evitando prejudiciais especulaes imobilirias dos que adquirem imveis pblicos para aguardar valorizao vegetativa, em detrimento da coletividade. Pode ser outorgada por escritura pblica ou termo administrativo, cujo instrumento ficar sujeito a inscrio no livro prprio do registro imobilirio competente. Desde a inscrio o concessionrio fruir plenamente o terreno para os fins estabelecidos no contrato e responder por todos os encargos civis, administrativos e tributrios que venham a incidir sobre o imvel e suas rendas. A concesso, embora erigida em direito real, no se confunde com a enfiteuse ou aforamento, [27] que instituio civil bem diversa e menos adequada ao uso especial de bem pblico por particulares. 7 Da alienao dos bens pblicos A administrao dos bens pblicos compreende normalmente a utilizao e conservao do patrimnio pblico, mas, excepcionalmente, pode a Administrao ter necessidade ou interesse na alienao de alguns de seus bens, caso em que dever atender s exigncias especiais impostas por normas superiores. 7.1 Conceito Alienao toda transferncia de propriedade, remunerada ou gratuita, sob a forma de venda, permuta, doao, dao em pagamento, investidura, legitimao de posse ou concesso de domnio. Qualquer dessas formas de alienao pode ser utilizada pela Administrao, desde que satisfaa as exigncias administrativas para o contrato alienador e atenda aos requisitos do instituto especfico.

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Inicialmente, toda alienao de bem pblico depende de lei autorizadora, de licitao e de avaliao da coisa a ser alienada, mas casos h de inexigibilidade dessas formalidades, por incompatveis com a prpria natureza do contrato. Existe uma forma excepcional de alienao de bem pblico, restrita a terras devolutas, que a denominada legitimao de posse. 7.2 Do direito A alienao de bens imveis est disciplinada, em geral, na legislao prpria das entidades estatais, a qual, comumente, exige autorizao legislativa, avaliao prvia e concorrncia, inexigvel esta nos casos de doao, permuta, legitimao de posse e investidura, cujos contratos, por visarem a pessoas ou imvel certo, so incompatveis com o procedimento licitatrio. Cumpridas as exigncias legais e administrativas, a alienao de imvel pblico a particular formaliza-se pelos instrumentos e com os requisitos da legislao civil escritura pblica e transcrio no registro imobilirio e qualquer modificao ou invalidao do contrato translativo da propriedade s poder ser feita por acordo entre as partes ou por via judicial. Ilegal a anulao ou revogao unilateral dos atos administrativos que precederam a alienao, com pretensos efeitos modificativos ou invalidatrios do contrato de transferncia do domnio imobilirio, que contrato civil em que, apenas, uma das partes a Administrao. A alienao de bens mveis e semoventes no tem normas rgidas para sua realizao, salvo, em princpio, a exigncia de avaliao prvia, autorizao legal e licitao, podendo a Administrao interessada dispor a esse respeito como melhor lhe convier. As vendas so geralmente feitas em leilo administrativo, sem maiores formalidades, e entregando-se no ato a coisa ao licitante que oferecer o melhor preo acima da avaliao, em lance verbal, para pagamento vista. 7.3 Das formas de alienao 7.3.1 Da venda e compra o contrato civil ou comercial pelo qual uma das partes (vendedor) transfere a propriedade de um bem outra (comprador), mediante preo certo em dinheiro. [28] Toda venda, ainda que de bem pblico, contrato de Direito Privado. No h venda administrativa; h, to-somente, venda e compra civil ou comercial em que o vendedor a Administrao, mas isto no transforma a operao em contrato administrativo. , e ser sempre, contrato de Direito Privado, apenas realizado pelo Poder Pblico com formalidades administrativas prvias, exigidas para a regularidade da alienao do bem pblico. As formalidades administrativas para a venda de bem pblico imvel so a autorizao competente; a avaliao prvia e a concorrncia nos termos da legislao pertinente. Tratando-se de bem de uso comum do povo ou de uso especial, haveria necessidade de desafetao legal, que poder constar da mesma norma que autorize a alienao. A avaliao dever ser feita por perito habilitado ou rgo competente da entidade estatal, responsvel por seu patrimnio. A concorrncia obedecer s normas gerais do Decreto-lei Federal 2.300/86, no que couber, e s especiais do Estado ou do Municpio, se as tiver, aplicveis espcie.

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Quanto venda de bens mveis e semoventes, exigem-se tambm, em princpio, autorizao legal, avaliao e licitao prvia. A autorizao, entretanto, poder ser genrica, isto , dirigir-se a bens indiscriminados, como ocorre com os materiais inservveis. O procedimento licitatrio poder ser qualquer um dos legalmente previstos, inclusive o leilo administrativo, que o mais simples e recomendvel. 7.3.2 Da doao

o contrato pelo qual uma pessoa (doador), por liberalidade, transfere um bem do seu patrimnio para o de outra (donatrio), que o aceita. [29] contrato civil, e no administrativo, fundado na liberalidade do doador, embora possa ser com encargos para o donatrio. A doao s se aperfeioa com a aceitao do donatrio, seja pura ou com encargo. A Administrao pode fazer doaes de bens mveis ou imveis desafetados do uso pblico, e comumente o faz para incentivar construes e atividades particulares de interesse coletivo. Essas doaes podem ser com ou sem encargos e em qualquer caso dependem de lei autorizadora, que estabelea as condies para sua efetivao, e de prvia avaliao do bem a ser doado, no sendo exigvel licitao para o contrato alienativo. S excepcionalmente poder-se- promover concorrncia para doaes com encargos, a fim de escolher-se o donatrio que proponha cumpri-los em melhores condies para a Administrao ou para a comunidade. Em toda doao com encargo necessria a clusula de reverso para a eventualidade do seu descumprimento. 7.3.3 Da dao em pagamento a entrega de um bem que no seja dinheiro para solver dvida anterior. A coisa dada em pagamento pode ser de qualquer espcie e natureza, desde que o credor consinta no recebimento em substituio da prestao que lhe era devida. [30]

A Administrao pode utilizar-se da dao em pagamento, com prvia autorizao legislativa e avaliao do bem a ser empregado no resgate da dvida. Fixado o valor da coisa dada em pagamento, as relaes entre as partes reger-se-o pelas normas da compra e venda, e, se aquela for ttulo de crdito, a transferncia importar cesso, sujeitando-se, ento, aos preceitos deste instituto. [31] 7.3.4 Da permuta, troca ou escambo o contrato pelo qual as partes transferem e recebem um bem, uma da outra, bens esses que se substituem reciprocamente no patrimnio dos permutantes. H sempre na permuta uma alienao e uma aquisio de coisa, da mesma espcie ou no. A permuta pressupe igualdade de valor entre os bens permutveis, mas admissvel a troca de coisa de valores desiguais com reposio ou torna em dinheiro do faltante. Essa complementao em pecnia, para igualarem-se os valores das coisas trocadas, no desnatura a permuta, desde que a inteno precpua de cada parte obter o bem da outra.

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A permuta de bem pblico, como as demais alienaes, exige autorizao legal e avaliao prvia das coisas a serem trocadas, mas no exige licitao, pela impossibilidade mesma de sua realizao, uma vez que a determinao dos objetos da troca no admite substituio ou competio licitatria. Qualquer bem pblico, desde que desafetado do uso comum do povo ou de destinao pblica especial, pode ser permutado com outro bem pblico