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RECURSOS HUMANOS DOS PRIMÓRDIOS DA ADMINISTRAÇÃO ATÉ A DÉCADA DE 70. Tudo começou na era da Revolução Industrial, com a necessidade de “contabilizar” os registros dos trabalhadores com ênfase, obviamente, nas horas trabalhadas, faltas e atrasos para efeitos de pagamentos ou de descontos. Alguém deveria fazer isso. Surge então o “chefe de pessoal”, que era responsável por informar eventuais irregularidades e advertir ou despedir os faltosos. Era uma função geralmente vista pelos empregados como “de confiança” do patrão e revestida de um poder coercitivo muito grande, já que eram suas as ações punitivas em nome da empresa. Em agosto de 1965 um selecionador de uma grande empresa recebeu a seguinte orientação de seu chefe: ficar atento à carteira profissional do candidato e ao número de anos que ele tinha permanecido em cada empresa; fazer a entrevista bem de perto, para ver se o candidato cheirava a pinga e contar uma boa piada para fazê- lo rir e avaliar sua saúde a partir da qualidade de seus dentes. Desde então , realmente muita coisa mudou nos processos de Recursos Humanos, porém o foco central – administrar pessoas – continua sendo o eterno desafio. 1

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RECURSOS HUMANOS

DOS PRIMÓRDIOS DA ADMINISTRAÇÃO ATÉ A DÉCADA DE 70.

Tudo começou na era da Revolução Industrial, com a necessidade

de “contabilizar” os registros dos trabalhadores com ênfase, obviamente, nas

horas trabalhadas, faltas e atrasos para efeitos de pagamentos ou de descontos.

Alguém deveria fazer isso. Surge então o “chefe de pessoal”, que era responsável

por informar eventuais irregularidades e advertir ou despedir os faltosos. Era uma

função geralmente vista pelos empregados como “de confiança” do patrão e

revestida de um poder coercitivo muito grande, já que eram suas as ações

punitivas em nome da empresa. Em agosto de 1965 um selecionador de uma

grande empresa recebeu a seguinte orientação de seu chefe: ficar atento à

carteira profissional do candidato e ao número de anos que ele tinha permanecido

em cada empresa; fazer a entrevista bem de perto, para ver se o candidato

cheirava a pinga e contar uma boa piada para fazê-lo rir e avaliar sua saúde a

partir da qualidade de seus dentes. Desde então , realmente muita coisa mudou

nos processos de Recursos Humanos, porém o foco central – administrar

pessoas – continua sendo o eterno desafio.

O Movimento das Relações Humanas trouxe um desafio extremo à

função de chefe de pessoal, que era de administrar e relação entre empregados e

empregadores. A ordem agora é preocupar-se com o indivíduo, com suas

necessidades e outras variáveis com as quais até esse momento ninguém estava

absolutamente preparado. Nem o empresário, nem o trabalhador e muito menos o

chefe de pessoal. É nesse cenário que começa a ser valorizada a função de

“cuidar do pessoal”. A função de chefe de pessoal ganha o status de Gerência de

Relações Industriais. O que se acrescentou à responsabilidade de contabilizar

salários, horas trabalhadas, controlar faltas e atrasos e remunerar os

trabalhadores, foi o acompanhamento das questões legais e sindicais que

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surgiram nesta época. Mas este avanço foi praticamente imperceptível, o chefe de

pessoal continuou o mesmo, mas com uma roupagem diferente.

No despontar do século XX, dois engenheiros desenvolveram os

primeiros trabalhos pioneiros a respeito da Administração. Um era americano,

Frederick Winslow Taylor, e veio a desenvolver a chamada Escola da

Administração Científica, preocupada em aumentar a eficiência da indústria

através, inicialmente, da racionalização do trabalho operário. O outro era europeu,

Henri Fayol, e veio a desenvolver a chamada Teoria Clássica, preocupada em

aumentar a eficiência da empresa através da sua organização e da aplicação de

princípios gerais da administração em bases científicas. Muito embora ambos não

tenham comunicado entre si e tenham partido de pontos de vista diferentes e

mesmo opostos, o certo é que as suas idéias constituem as bases da chamada

Abordagem Clássica ou Tradicional da Administração, cujos postulados

dominaram aproximadamente as quatro primeiras décadas deste século no

panorama administrativo das organizações.

Taylor iniciou suas experiências e estudos pelo trabalho do operário

e, mais tarde, generalizou as suas conclusões para a Administração geral: sua

teoria seguiu um caminho de baixo para cima e das partes para o todo.

Preocupava-se exclusivamente com as técnicas de racionalização do trabalho do

operário, através do Estudo de Tempos e Movimentos. A análise do trabalho e o

estudo dos tempos e movimentos criaram condições para uma total reestruturação

das operações industriais, eliminando os movimentos desnecessários e

economizando tempo e energia. Ao verificar que o trabalho podia ser melhor

executado e de maneira mais econômica através da subdivisão das tarefas,

chegou à conclusão de que o trabalho de cada pessoa deveria, tanto quanto

possível, se limitar à execução de uma única e simples tarefa predominante. Com

isto, cada operário passou a ser especializado na execução de uma única tarefa

ou de tarefas simples e elementares, para ajustar-se aos padrões descritos e às

normas de desempenho estabelecidos pelo método. A partir daí, o operário

perdeu a liberdade e a iniciativa de estabelecer a sua maneira de trabalhar e

passou a ser confinado à execução automática e repetitiva, durante toda a sua

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jornada de trabalho, de uma operação ou tarefa manual, simples e padronizada. A

idéia básica era a de que a eficiência aumenta com a especialização: quanto mais

especializado for um operário, tanto maior será a sua eficiência.

Taylor criou um programa de incentivos salariais e de prêmios de

produção. A remuneração seria baseada na produção de cada operário: o que

produzisse pouco ganharia pouco e o que produzisse muito, ganharia na

proporção de sua produção. Entretanto, fazia-se necessário um estímulo salarial

que fizesse com que os operários trabalhassem de acordo com o tempo-padrão

isto é, o tempo médio necessário para um operário normal realizar a tarefa

devidamente racionalizada, o que constituía o nível de eficiência equivalente a

100%. Com este plano, Taylor procurava conciliar os interesses da empresa em

obter um custo de produção cada vez mais reduzido e, conseqüentemente, maior

produtividade e maior rendimento, com os interesses dos operários em obter

salários mais elevados. Contudo, esse operário de bom salário e de bom padrão

de vida teve de suportar durante longas décadas o seu trabalho simples,

repetitivo, padronizado e robotizado. Segundo este conceito, toda pessoa é

concebida como profundamente influenciada por recompensas salariais,

econômicas e materiais. O homem é exclusivamente motivado a trabalhar pelo

medo da fome e pela necessidade de dinheiro para viver. Até então, o homem é

visto somente como uma extensão da máquina. O ser humano, com desejos,

anseios e necessidades, ainda não existe.

Outro importante precursor da moderna Administração foi Henry

Ford, que iniciou sua vida como simples mecânico, chegando posteriormente a

engenheiro-chefe de uma fábrica. Fabricou um modelo de carro a preços

populares dentro de um plano de vendas e de assistência técnica de grande

alcance, revolucionando a estratégia comercial da época. Em 1913, já fabricava

800 carros por dia. No ano seguinte, repartiu com seus empregados uma parte do

controle acionário da sua empresa. Estabeleceu nessa época o salário de cinco

dólares por dia e a jornada diária de oito horas de trabalho, quando na época, na

maioria dos países da Europa, esta jornada variava entre dez e doze horas. Ford,

através da racionalização da produção, idealizou a linha de montagem, o que lhe

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permitiu a produção em série. O trabalho é entregue ao trabalhador ao invés de

deixá-lo com a iniciativa de ir buscá-lo. O esquema se caracterizava pela

aceleração da produção, por meio de um trabalho ritmado, coordenado e

econômico. Com isto aumentava a capacidade de produção do homem no mesmo

período através da especialização e da linha de montagem. Assim, o operário

podia ganhar mais, num mesmo período de tempo, e o empresário ter maior

produção porque esta era planejada, ordenada e contínua. Ford foi um dos

primeiros homens de empresa a utilizar incentivos não-salariais para seus

empregados.

Nesta época deu-se pouca atenção ao elemento humano e

concebeu-se a organização como um arranjo rígido e estático de peças, ou seja,

uma máquina. Assim como construímos uma máquina, dentro de uma série de

peças e especificações, também, construímos uma organização de acordo com

um projeto.

A partir da década de 30 surge a Teoria das Relações Humanas, ou,

Escola Humanística da Administração. Seu surgimento aconteceu basicamente

como um movimento de reação e de oposição à Teoria Clássica da Administração,

e com o desenvolvimento das ciências sociais, notadamente a Psicologia, e, em

particular, a Psicologia do Trabalho. Estava voltada principalmente para a análise

do trabalho e adaptação do trabalhador ao trabalho, através da verificação das

características humanas que cada tarefa exigia do seu executante e a seleção

científica dos empregados, baseada nessas características, que, por sua vez,

eram baseadas em testes. Os temas predominantes da Psicologia Industrial, nesta

etapa, eram a seleção de pessoal, a orientação profissional, os métodos de

aprendizagem e de trabalho, a fisiologia do trabalho e o estudo dos acidentes e da

fadiga. Caracterizava-se também pela crescente atenção voltada para os aspectos

individuais e sociais do trabalho, com certa predominância desses aspectos sobre

o produtivo. Realizou-se um estudo da personalidade do trabalhador e do chefe,

da motivação e dos incentivos do trabalho, da liderança, das comunicações, das

relações inter-pessoais e sociais dentro da organização. Assim, a Teoria das

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Relações Humanas nasceu da necessidade de se corrigir a forte tendência à

desumanização do trabalho surgida com a aplicação de métodos rigorosos,

científicos e precisos, aos quais os trabalhadores deveriam forçosamente se

submeter.

Nesta fase o homem passou a ser visto e considerado como “ser

social”. Para os seguidores da Teoria das Relações Humanas, as pessoas eram

motivadas principalmente pela necessidade de reconhecimento, de aprovação

social e de participação nas atividades dos grupos sociais onde conviviam. Daí o

conceito de “homem social”. Cada indivíduo é uma personalidade altamente

diferenciada que influi no comportamento e atitudes dos outros com quem mantém

contatos e é, por outro lado, igualmente bastante influenciado pelos outros. Cada

indivíduo procura ajustar-se a outros indivíduos e a outros grupos definidos,

pretendendo ser compreendido, bem aceito e participar, no sentido de atender aos

seus interesses e aspirações mais imediatos. Seu comportamento é fortemente

influenciado pelo meio ambiente e pelas várias atitudes e normas informais

existentes nos vários grupos. É principalmente dentro da empresa que surgem as

oportunidades de relações humanas, em face ao grande número de grupos e às

interações necessariamente resultantes. E é exatamente a compreensão da

natureza dessas relações que permite ao administrador, melhores resultados de

seus subordinados, onde cada indivíduo é encorajado a exprimir-se livre e

sadiamente. Verificou-se que o comportamento humano é determinado por

causas que, às vezes, escapam ao próprio entendimento e controle do homem.

Essas causas se chamam necessidades ou motivos: são forças conscientes e

inconscientes que levam o indivíduo a um determinado comportamento. A

motivação se refere ao comportamento que é causado por necessidades dentro

do indivíduo e que é dirigido em direção aos objetivos que podem satisfazer essas

necessidades. Assim, o homem passou a ser considerado um animal dotado de

necessidades que se alternam ou sucedem conjunta ou isoladamente. Satisfeita

uma necessidade, surge outra em seu lugar e, assim por diante, contínua e

infinitamente. As necessidades motivam o comportamento humano dando-lhe

direção e conteúdo.

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No final da década de 40 surge a Teoria Comportamental (ou Teoria

Behaviorista) da Administração, que veio significar uma nova direção e um novo

enfoque dentro da teoria administrativa: a abordagem das ciências do

comportamento (behavioral sciences approach), o abandono das posições

normativas e prescritivas das teorias anteriores e a adoção de posições

explicativas e descritivas. A ênfase permanece nas pessoas.

Maslow, um psicólogo e consultor americano, apresentou uma teoria

da motivação segundo a qual as necessidades humanas estão organizadas e

dispostas em níveis, numa hierarquia de importância e influência. Essa hierarquia

de necessidades pode ser visualizada como uma pirâmide, onde na base estão as

necessidades mais baixas, que ele classificou como necessidades fisiológicas,

que são a fome e sede, de sono e de repouso. No segundo degrau estão as

necessidades de segurança, que se caracterizam pela busca de proteção contra a

ameaça ou privação, a fuga ao perigo. No terceiro degrau as sociais, onde estão

as necessidades de associação, de participação, de aceitação por parte dos

companheiros, de troca de amizade, de afeto e amor. No quarto, de estima, que

estão relacionadas com a maneira pela qual o indivíduo se vê e se avalia. No topo

da pirâmide, as necessidades de auto-realização, que são as necessidades de

cada pessoa realizar o seu potencial e de continuamente auto-desenvolver-se.

Essa tendência geralmente se expressa através do impulso de a pessoa tornar-se

sempre mais do que é e de vir a ser tudo o que pode ser.

Dentro desta teoria vale citar também Mcgregor, um dos mais

famosos autores behavioristas da Administração. Ele preocupou-se em comparar

dois estilos opostos e antagônicos de administrar: de um lado, um estilo baseado

na teoria tradicional, excessivamente mecanicista e pragmático, que deu o nome

de Teoria X e, de outro, um estilo baseado nas concepções modernas a respeito

do comportamento humano, ou Teoria Y. A Teoria X se baseia na convicção de o

homem ser indolente e preguiçoso por natureza, falta-lhe ambição, não gosta de

assumir responsabilidades, é fundamentalmente egocêntrico, resistente a

mudanças e sua dependência o torna incapaz de autocontrole e autodisciplina,

precisando ser dirigido e controlado pela administração.

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A Teoria Y é a moderna concepção da administração, e se baseia em concepções

a respeito da natureza humana, tais como: as pessoas não são, por sua natureza

intrínseca, passivas ou resistentes às necessidades da empresa, elas podem

tornar-se assim, como resultado de sua experiência profissional negativa em

outras empresas. As pessoas têm motivação básica, potencial de

desenvolvimento, padrões de comportamento adequados e capacidade para

assumir responsabilidades. O homem deve exercitar a auto-direção e o

autocontrole a serviço dos objetivos que lhe são confiados pela empresa. O

controle externo e a ameaça de punição não são os únicos meios de obter a

dedicação e o esforço de alcançar os objetivos empresariais. A capacidade de

alto grau de imaginação e de criatividade na solução de problemas empresariais é

amplamente distribuída entre as pessoas. Sob certas condições da vida moderna,

as potencialidades intelectuais do homem são apenas parcialmente utilizadas. A

Teoria Y desenvolve um estilo de administração muito aberto e dinâmico,

extremamente democrático, através do qual administrar é um processo de criar

oportunidades, libertar potenciais, remover obstáculos, encorajar o crescimento

individual e proporcionar orientação quanto a objetivos. A motivação, o potencial

de desenvolvimento, a capacidade de assumir responsabilidade, de dirigir o

comportamento para os objetivos da empresa, todos esses fatores estão

presentes nas pessoas, não são criados nelas pela administração. É

responsabilidade da administração proporcionar condições organizacionais e

métodos de operação por meio dos quais as pessoas possam atingir melhor os

seus objetivos pessoais, dirigindo seus próprios esforços em direção aos objetivos

da empresa.

Vale citar também Frederick Herzberg, pois ele usou uma abordagem

diferente para a motivação. Maslow se preocupava com as fontes de motivação no

sentido da vida em geral, enquanto Herzberg focalizou as fontes de motivação que

pareciam estar relacionadas ao trabalho e às realizações dentro dele. Ele

descobriu que apenas os sistemas de necessidades de estima e auto-realização

de Maslow servem como fontes diretas de motivação para se trabalhar com

eficácia. Herzberg descobriu que a necessidade de pertencer está de uma certa

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maneira ligada à motivação para trabalhar, especialmente na área dos

relacionamentos entre o supervisor e o subordinado, e a questões relacionadas

com as satisfações pessoais, o que ele chamou de fatores de motivação ou

satisfação.

Na década de 60, um grupo de cientistas sociais nos Estados Unidos

desenvolveu certos trabalhos que dão relevante ênfase ao desenvolvimento

planejado das organizações, chamado então Desenvolvimento Organizacional, ou

D.O. As teorias sobre a motivação vieram demonstrar a necessidade de uma nova

abordagem da Administração, capaz de interpretar uma nova concepção do

homem moderno e da organização atual, baseada na dinâmica motivacional.

Verificou-se que os objetivos dos indivíduos nem sempre conjugam

explicitamente com os objetivos organizacionais, levando os participantes da

organização a um comportamento alienado e ineficiente que retarda e muitas

vezes impede atingir estes objetivos. O conceito de “cultura organizacional”

procura explicar que a única maneira viável de mudar as organizações é mudar

sua cultura, ou seja, mudar os sistemas centrais dos quais os homens trabalham e

vivem. Significa um sistema de crenças e valores, uma forma aceita de interação e

relacionamento típicos de determinada organização. Para que as organizações

possam sobreviver e se desenvolver, para que exista a revitalização e renovação,

deve-se mudar a respectiva cultura organizacional.

O clima organizacional constitui o meio interno de uma organização,

a atmosfera psicológica característica que existe em cada organização. A

dificuldade na conceituação do clima organizacional reside no fato de que ele é

percebido de maneiras diferentes por diferentes indivíduos. Alguns são mais ou

menos sensíveis do que outros em relação a aspectos desse clima. O que pode

parecer positivo para uns pode ser negativo ou insatisfatório para outros. O

conceito de clima organizacional envolve diferentes aspectos da situação, que se

sobrepõem mutuamente em graus diversos, como o tipo de organização, a

tecnologia envolvida, as políticas da companhia, as metas operacionais formais,

além de atitudes, sistemas de valores, formas de comportamento social que são

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encorajadas ou sancionadas. Cada organização é um sistema complexo

humano, com características próprias, com a sua cultura e com um sistema de

valores e que determinam os sistemas de informações e os procedimentos de

trabalho. Todo esse conjunto de variáveis deve ser continuamente observado,

analisado e aperfeiçoado para que resultem produtividade e motivação otimizadas.

Para mudar o clima organizacional, é preciso ter adaptabilidade, ou capacidade

de resolver problemas e de reagir de maneira flexível às exigências mutáveis e

inconstantes do meio ambiente; ter senso de identidade, que significa, ter o

conhecimento e a compreensão do passado e do presente da organização, bem

como a compreensão e compartilhamento dos objetivos da organização por todos

os seus participantes; perspectiva exata do meio ambiente, ter uma percepção

realista aliada a uma capacidade de investigar, diagnosticar e compreender o meio

ambiente, e por fim ter integração entre os participantes, de tal forma que a

organização possa se comportar como um todo orgânico.

O Desenvolvimento Organizacional é fundamentalmente anti-

autoritário. A maior parte dos modelos relacionados exclusivamente com

alterações comportamentais destina-se a encorajar uma maior participação e

comunicação dentro da organização. Os modelos de D.O. voltados

exclusivamente para as variáveis comportamentais são os seguintes:

Desenvolvimento de equipes,

Suprimento de informações adicionais,

Análise transacional,

Reuniões de confrontação,

Tratamento de conflito intergrupal,

Laboratório de sensitividade

Somos influenciados pelo clima organizacional e, ao mesmo

tempo, o influenciamos. Esse ciclo de influências criará um efeito o qual

chamamos de "realimentação de auto-reforço", fazendo com que certas

características da cultura sejam amplificadas através de comportamentos

repetidos nas relações do dia-a-dia. Assim, se a cultura organizacional for

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virtuosa, esse ciclo amplificará comportamentos construtivos, gerando mais

produtividade com qualidade de vida. Mas se a cultura for viciosa, o ciclo de

influências arrastará a empresa para comportamentos cada vez mais destrutivos,

prejudicando a produtividade, desgastando as pessoas e os seus

relacionamentos. Problemas de relacionamento entre colegas, gestores e

subordinados, a falta de uma comunicação eficiente, as atitudes negativas e a

instabilidade emocional são inimigos perigosos do clima organizacional. Cabe aos

gestores de RH tomar as medidas cabíveis para otimizar o ambiente de trabalho

para não afetar a produtividade e a qualidade de vida na empresa.

Foi somente na década de 70 que apareceu a denominação que

ligava a área de recursos humanos à de ciências humanas. Exatamente na

mesma época em que a escola das relações humanas estava no auge, resolveu-

se que seria apropriado denominar essa função de gerente de relações humanas,

ou gerente de recursos humanos.

A teoria e a prática da motivação têm estado conosco por muito

tempo. A motivação pode causar aumentos substanciais na produtividade e na

satisfação no trabalho, além de substanciais reduções nas faltas, nos atrasos, nos

agravos e daí por diante.

A área de RH no decorrer de todos esses anos, vem recebendo

enriquecimentos de diversas áreas do conhecimento, tais como: marketing,

medicina, psicologia, sociologia, arquitetura, economia, pedagogia, bem como de

técnicas de diversas naturezas. Tudo com o objetivo único de melhor ajustar a

“lente” dessa área da organização à realidade de seu cliente maior: o trabalhador

ou, cliente interno.

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GESTÃO COMERCIAL

INFORMAÇÃO NAS EMPRESAS DÉCADA DE 1970

Um Sistema de Informação (SI) é um conjunto de procedimentos,

recursos e pessoas que coletam, transformam e disseminam informações

em uma organização (O´Brien, 2001). Sem um SI devidamente estruturado

e com recursos tecnológicos apropriados, uma empresa teria dificuldades

de obter e manter os dados de seus clientes e de seus processos internos.

O sistema de informação de uma organização tem a conotação estratégica

nos dias de hoje justamente por permitir a capacidade de se trabalhar com

dados e informações sobre todos os elementos de seus ambientes, interno

ou externo.

Um conjunto organizado de informações é essencial para a empresa

sair a frente, tornando-se mais competitiva pelo fato de poder planejar suas

estratégias de maneira mais clara e precisa, baseando-se nestas

informações.

Portanto, até a década de 70, quando surgiu o 1º microprocessador,

o controle destas informações era realizado manualmente por todas as

organizações, o que demandava muito tempo e pessoas. Neste cenário

inicia-se uma revolução sociotécnica e três movimentos dos anos 1970 e

1980 se destacam: o caráter especial da comunidade de profissionais

brasileiros de informática nos anos 1970; a intervenção da polícia política

da ditadura militar; e o aparecimento do microcomputador.

A análise da combinação destes elementos coloca em cena uma

divisão do período em duas fases. A primeira apresenta uma afinidade, em

geral não levada em conta, entre as práticas democráticas liberais e a

possibilidade de implementação bem-sucedida de políticas industriais e

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tecnológicas, buscando simultaneamente o desenvolvimento econômico e o

das ciências e tecnologias locais no Brasil.

Durante esse período as dificuldades impostas pelos governos

beneficiariam as grandes organizações da época, através de regras

impostas para comprar e desenvolver seus negócios, e prejudicaram os

pequenos empresários, principalmente do interior, que não detinham os

mesmos privilégios. Os próprios donos, com apoio dos contabilistas, é que

realizavam as administrações dos negócios, fazendo a economia se

desenvolver com o seu próprio esforço, gerenciando os comércios das

pequenas cidades e capitais.

Muitos desses trabalhos eram realizados através de livros caixas,

controles de recebimentos e pagamentos de duplicatas, registros de

empregados, registros de entradas de mercadorias e compras e outros

controles. Deve-se ressaltar que mesmo com toda a evolução tecnológica

até hoje em algumas empresas utilizam estes métodos arcaicos de

controles, proveniente da falta de informação e investimentos de

equipamentos.

ADMINISTRAÇÃO GRANDES EMPRESAS DÉCADA DE 1970

Diante de tantas dificuldades para administrar empresas nos anos

70, as empresas subsidiadas centralizavam suas administrações em

grandes centros para facilitar os gerenciamentos de dados e controles de

suas empresas.

Fosfértil empresa subsidiada da CVRD (Companhia Vale do Rio Doce)

Contabilidade geral:

Todo o sistema de controle contábil da Fosfértil dessa época era

gerenciado e controlado no complexo de Tapira (MG), com uma equipe

bem estruturada compondo os seguintes profissionais:

Setor de compras e almoxarifado:

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- 2 compradores

- 30 pessoas

- 32 funcionários administrativos

Para melhor controle de suas operações de compras e pagamentos,

a empresa realizava previsões através de cópias das notas depois e emitia

o BAC (Boletim de Apropriação Contábil). Todo esse trabalho provisional

era realizado mediante planilhas manuscritas e enviado para a central da

CVRD, localizada no Espírito Santo, onde se realizava todo o

processamento dos dados.

Todo o processo de compra e recebimentos era feito por essa equipe

de compras e almoxarifado. O material chegava no almoxarifado, passava

pela conferência, só depois era estocado e lançado em cardex, através de

fichas de controles. Todo o controle e organização do estoque eram

realizados por um cartão de controle, amarrado na própria peça ou escrito

com marcadores industriais. Os controles de obras e serviços eram

gerenciados por planilhas e suas locações para melhores controles de

gastos por setores da empresa. Os pagamentos eram realizados através de

borderôs, que eram emitidos pelos funcionários do almoxarifado. Após a

emissão deste documento os pagamentos eram efetuados através de

cheques preenchidos a máquina ou manuscrito. Esta equipe também

gerenciava todo o ativo da empresa, obras em andamento e investimentos

de novos projetos.

O fechamento contábil era realizado por 2 funcionários que viajavam

mensalmente para o Espírito Santo para realizar os lançamentos nos

computadores da CVRD. Após os lançamentos geravam Relatórios de

Consistência Contábil para verificar alguma possível divergência, assim

realizava nova conferência para atualização e só assim passava para

controle de outra empresa do grupo.

Equipamentos utilizados: Computador Cobra 210, máquina de

escrever elétricas, calculadoras, Telex.

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IMPORTÂNCIA DOS REGISTROS DE EMPREGADOS

Diante das leis regulamentadas pelos governos da época as

empresas que não registravam seus funcionários corriam riscos, que por

sua vez colocava suas expectativas de funcionamento em risco.

No momento de exacerbada sanha tributária em que nos

encontramos, quando as autoridades buscam todas as formas de aumentar

a arrecadação, muitas vezes ferindo a Constituição Federal e, quase

sempre, ferindo o bom senso e a lógica, vimos nascer um novo tipo de

crime em nossa legislação penal. Certamente a interpretação de nossos

legisladores foi a de que a falta de registro na CTPS é crime dos mais

danosos uma vez que impede, inclusive, o direito a sursis, isto é, a

suspensão condicional da pena, o que leva, também, à perda da

primariedade do infrator. Faltou registro, crime! Registrou salário a menor,

crime!

Os registros de empregados eram feitos com registros em livros

padronizados contendo todos os dados do funcionário e registros da

carteira profissionais sistema idêntico aos dias atuais.

Controle de funcionários da Fosfértil anos 70

- Controle de ponto era realizado através de relógio de ponto manual

com o cartão.

- Emitia-se boletim de ponto, anomalias dos cartões, licenças

médicas e justificativas só depois se realizavam os fechamentos dos

pontos.

Equipe que controlavam 800 funcionários era composta por 15

pessoas e hoje este trabalho é realizado por 2 pessoas.

Depois de realizado todo o fechamento, 2 funcionários da empresa

viajava para o Espírito Santo para fazer os lançamentos nos computadores

da CVRD e só depois rodavam as folhas de pagamentos que eram emitidos

pelo computador.

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A partir de 1988 a Fosfértil criou sua própria folha de pagamento,

para independência da CVRD, criando sistema próprio de controle. Tal fato

foi inovador para época, e fortemente criticado pela própria CVRD. O

sucesso deste projeto foi copiado por outras empresas.

Relógio de ponto da época

Chapeira de cartão de ponto

Cartão de ponto da época é utilizado até hoje

15

Evolução do Marketing

Origens

Apesar de encontrarmos suas raízes ao longo da história da humanidade, na própria

gênese do comércio, o marketing é um campo de estudo novo se comparado com os

demais campos do saber.

O estudo do mercado surgiu da necessidade dos industriais em administrar a nova

realidade oriunda da Revolução Industrial , que causou uma transformação de um

mercado de vendedores para um mercado de compradores. Neste estágio o

marketing ainda é inseparável da economia e da administração clássica, pois

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inicialmente sua preocupação era puramente de logística e produtividade, com o

intuito de maximização dos lucros. Os consumidores não tinham qualquer poder de

barganha e a concorrência era praticamente inexistente.

Tal realidade manteve-se inalterada até fins da Segunda Guerra Mundial quando,

então, reagindo ao crescimento da concorrência, mercadólogos começaram a teorizar

sobre como atrair e lidar com seus consumidores. Surgiu então a cultura de vender a

qualquer preço.

P.T. Barnum, autor de `The Art of Money Getting` foi um ícone deste período, cheio de

truques que faziam da arte de vender quase um espetáculo de charlatanice e que faz

com que até hoje os profissionais do mercado sejam vistos com desconfiança. Outros

autores da época são W.D. Scott, autor de The Psychology of Advertising, e H.L

Hollingworth que escreveu Advertising and Selling. As técnicas existentes baseavam-

se mais na intuição do que na prática. Eram técnicas ingênuas e/ou maliciosas que

estavam misturadas a ferramentas eficientes.

Precursores

Nos anos 40, os primeiros estudos sobre o marketing vieram com trabalhos como o

de Walter Scott, sobre a aplicação da psicologia na propaganda e o de William J.

Reilly sobre as Leis de gravitação do varejo. A questão crucial era se as teorias de

mercado podiam ou não se desenvolver. Autores como Roland Vaile e outros

afirmavam que nunca seria possível desenvolver uma teoria mercadológica genuína,

pois consideravam esta extremamente subjetiva, quase uma forma de arte. Por outro

lado, Bartels e outros começavam a admitir que existia uma potencialidade para a

teoria mercadológica se tornar uma ciência. Em 1954, pelas mãos de Peter Drucker

ao lançar seu livro “A Prática da Administração”, o marketing é colocado como uma

força poderosa a ser considerada pelos administradores.

Filosofias de Administração de Marketing

Na maior parte das empresas, o marketing ocupava, há 50 anos, apenas um lugar

modesto no organograma, o de um serviço comercial, composto por alguns

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vendedores e empregados e muitas vezes estava subordinado ao diretor de produção

ou diretor administrativo, mas aos poucos, essa função foi-se alargando

progressivamente e colocada no mesmo plano das outras direções de produção,

financeira e de recursos humanos. Atualmente, pode-se ver a mesma empresa

praticando diferentes filosofias de marketing ao redor do mundo e ver empresas

usando filosofias diferentes do marketing em um mesmo mercado: orientação para

produção, produto, venda, cliente e sociedade, podendo-se identificar na evolução do

marketing as seguintes filosofias para sua administração.

Orientação para Produção : A grande questão, para as empresas, era

produzir e não vender. O papel do marketing é, essencialmente, entregar

produtos em locais onde possam ser comprados.

Orientação para Produto : Considera que os consumidores preferem os

produtos de melhor qualidade, desempenho e aspectos inovadores.

Portanto as organizações deveriam esforçar-se para aprimorar seus

produtos permanentemente.

Orientação para Vendas : A orientação para venda significa que o propósito

da empresa é satisfazer o desejo do cliente para que ele possa voltar e

comprar mais vezes na sua loja ou em qualquer outro comercio que

trabalhe.Com isso o cliente fará o marketing da empresa,aumentando os

seus clientes.

Orientação para o Cliente : A função principal da empresa não é mais

produzir e vender, mas satisfazer à clientela, consultando-a antes de

produzir qualquer coisa, via estudos de mercado e com base nessa

consulta, caso seja favorável, oferecer-lhe produtos/serviços/idéias de

qualidade e valor, para que os consumidores voltem a comprar e a falar

bem da empresa e de seus produtos.

Orientação para o Marketing Socialmente Responsável ou Marketing

Societal: Sustenta que a organização deve determinar as necessidades,

desejos e interesses do mercado-alvo e então proporcionar aos clientes um

valor superior de forma a manter ou melhorar o bem-estar do cliente e da

sociedade.

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Orientação para o Marketing Holístico: Nesta abordagem a empresa deve

tentar compreender e administrar toda a complexidade envolvida na gestão

de marketing de uma empresa.

Década de 1950

Os primeiros passos para a difusão do Marketing foram dados por Peter Drucker,

ainda que implicitamente, em 1954, com o lançamento do livro "A Prática da

Administração". Não se tratava propriamente de um estudo detalhado sobre

Marketing, mas foi o primeiro registro escrito que cita esta ferramenta como uma força

poderosa a ser considerada por administradores focados no mercado.

Década de 1960

A primeira grande mudança neste cenário veio em 1960 por Theodore Levitt, mais

tarde intitulado o pai do marketing, professor da Harvard Business School. Seu artigo

na revista Harvard Business Review intitulado "Miopia de Marketing", revelou uma

série de erros de percepções, mostrou a importância da satisfação dos clientes e

transformou para sempre o mundo dos negócios. O vender a qualquer custo deu lugar

à satisfação garantida. Não é à toa que assistiu-se logo após este período um

renascimento das marcas como Coca-Cola, Sears, Marlboro, etc..

O mundo do marketing começou a borbulhar, artigos científicos foram escritos,

pesquisas feitas e dados estatisticamente relevantes traçados. Separou-se as

estratégias eficientes dos achismos e viu-se a necessidade de um estudo sério do

mercado. Este conhecimento adquirido ficou espalhado, difuso, muitas vezes restrito

ao mundo acadêmico. Em 1967, Philip Kotler, lança a primeira edição de seu livro

"Administração de Marketing", onde pôs-se a reunir, revisar, testar e consolidar as

bases daquilo que até hoje formam o cânone do marketing.

Década de 1970

Nos anos 70 destacou-se o fato de surgirem departamentos e diretorias de marketing

em todas as grandes empresas. Não se tratava mais de uma boa ideia, mas de uma

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necessidade de sobrevivência. É nesta época que se multiplicam os supermercados,

shoppings centers e franchises.

De fato, a contribuição do marketing é tão notória no meio empresarial, que passa

rapidamente a ser adotada em outros setores da atividade humana. O governo,

organizações civis, entidades religiosas e partidos políticos passaram a valer-se das

estratégias de marketing adaptando-as às suas realidades e necessidades.O

marketing envolve questões financeiras , voltadas á sua teoría de " Vender a qualquer

custo " passou a ser vista de outra forma:" Satisfação em primeiro lugar ". Hoje em dia

o MARKETING esta em praticamente todas as áreas.

Segmentação do mercado-alvo

As primeiras coisas a serem definidas em qualquer planejamento de marketing é

quem são seus consumidores e qual exatamente é seu mercado-alvo. Por maior e

mais poderosa que seja, nenhuma empresa pode fazer um bom trabalho em todos os

mercados e satisfazer todas as suas necessidades. Segmentar o mercado é dividi-lo

em grupos com características e interesses semelhantes. É imperativo encontrar um

segmento de mercado onde estão os clientes em potencial com necessidades

similares àquelas que a empresa deseja e pode atender.

Um segmento de mercado é o resultado desta divisão de um mercado em pequenos

grupos. Este processo é derivado do reconhecimento de que o mercado total é

freqüentemente feito de grupos com necessidades específicas. Em função das

semelhanças dos consumidores que compõem cada segmento, eles tendem a

responder de forma similar a uma determinada estratégia de marketing. Isto é, tendem

a ter sentimentos, percepções e comportamento semelhantes.

Criação de valor

Uma oferta de marketing só alcançará êxito se proporcionar valor ao seu mercado-

alvo. O cliente recebe benefícios e assume custos, por isso definimos valor como a

razão entre tudo aquilo que o cliente recebe e tudo o que sacrifica ao fechar um

acordo. É muito mais complexo do que uma simples troca comercial. Os benefícios

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incluem benefícios funcionais e emocionais, os custos incluem custos monetários, de

tempo, de energia e psicológicos.

O cliente está sempre optando entre diferentes ofertas de valor, e escolherá sempre

aquela que lhe oferecer a melhor relação custo/benefício. O profíssional de marketing

deve aumentar o valor da oferta para o cliente com diversas estratégias:

Variáveis Mercadológicas

A demanda no mercado também sofre influência do cenário económico, por exemplo:

1º Lei de Engel: a medida em que a renda familiar aumenta, as despesas

com alimentação diminuem percentualmente.

2º Lei de Engel: a percentagem gasta com habitação permanece sempre

constante em relação à renda.

3º Lei de Engel: as percentagens gastas em outros produtos e

investimentos tendem a aumentar com o acréscimo da renda familiar.

Lei do Poder de compra: o aumento da renda aumenta o consumo médio,

mas não na proporção direta do aumento da renda.

Leis da Renda familiar: o aumento da renda familiar provoca interesse por

outros produtos de caráter supérfluo, já o aumento da família sem

acréscimo de renda restringe o consumo aos produtos essenciais.

Lei da utilidade Marginal: quanto maior a quantidade de um produto ou

dinheiro que uma pessoa possuir, menores a utilidades do produtos ou

dinheiro e menores as motivações para obter mais.

Lei da oferta/procura: quanto maior a oferta em relação à procura, mais

barato um produto se torna. Quanto menor a oferta em relação à procura,

mais caro um produto se torna.

Variáveis Psicológicas

Explicar as razões de um comportamento de compra, analisar as motivações

conscientes e inconscientes é igualmente importante para o mercadólogo. As teorias

do processo decisório são essencialmente:

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Corrente Comportamentalista, baseada nos trabalhos de Pavlov e Skinner;

Corrente Maslowliana, baseada na Pirâmide de Maslow;

Corrente Webleliana, baseada nos grupos de referência de Tomas Webler;

Corrente Freudiana, baseada na psicanálise

Estas e outras correntes, não se excluem, mas se completam. Retratam forças que

levam o consumidor a compra, como hábitos, motivação, pressão social, etc.

Variáveis Controláveis

Recursos de Marketing: Produto, Preço, Promoção e Distribuição.

Recursos da Empresa: Finanças, Pessoal, Imagem pública, Patentes,

Produção e Local.

Variáveis Incontroláveis

Economia/Demanda, Político/Legal, Social/Ético, Estrutura de distribuição,

Tecnologia, Competição, Variações Meteorológicas

Mercado e Valor

O mercado é ainda, como um todo, uma sociedade de massa, de modo que o estudo

da Psicologia das Massas também é relevante. Segundo William McDougall, as

massas se comportam como um animal selvagem.

Aumento de benefícios.

Redução de custos.

Aumento de benefícios e redução de custos.

Aumento de benefícios em proporção maior do que o aumento de custos.

Redução de benefícios em proporção menor do que redução de custos.

Outra forma de aumentar a proposta de valor é mostrar ao consumidor que se leva

mais qualquer coisa além do produto adquirido, concretizemos esta idéia com o caso

de marketing pessoal de David Beckham. A imagem com que o jogador do Real

Madrid aparece, vende, quer seja o penteado ou os brincos que usa. Quem consome

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as réplicas das camisolas com que ele joga, ou quem compra uns brincos iguais aos

dele, ou até mesmo que use o mesmo corte de cabelo, acaba por ter uma satisfação

acrescida, além do produto físico.

Estima-se que o custo de atrair um novo consumidor é cinco vezes o custo de manter

um consumidor fiel. Assim, uma das principais tarefas do marketing é manter seus

consumidores satisfeitos. A satisfação do mercado-alvo depende diretamente do

desempenho da oferta em relação as expectativas dos clientes. A expectativa por sua

vez é construída a partir de experiências anteriores dos consumidores e da reputação,

promessas e informações fornecidas pela empresa.

O cliente ficará satisfeito se o desempenho alcançar suas expectativas, e insatisfeito

se não alcançar. Se o desempenho for além e superar as expectativas, o cliente então

ficará altamente satisfeito ou encantado. Um cliente encantado, vale dez vezes mais

para a empresa do que um cliente satisfeito, isso porque os altamente satisfeitos são

muito menos propensos a mudar para a concorrência quando parece surgir oferta

melhor. Os diferentes aspectos que contribuem na gestão desta satisfação podem ser

contemplados pelo composto mercadológico

Composto mercadológico

Ver artigo principal: Composto de Marketing

O composto mercadológico, composto de marketing, marketing mix ou simplesmente

4Ps (quatro pês) foi formulado primeiramente por Jerome McCarthy em seu livro Basic

Marketing (1960) e trata do conjunto de pontos de interesse para os quais as

organizações devem estar atentas se desejam perseguir seus objetivos de marketing.

O composto é dividido em 4 secções, as quais são:

Produto do inglês product

Preço do inglês price

Local do inglês place

Promoção do inglês promotion

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Robert Lauterborn sugeriu que os 4Ps do vendedor correspondem aos 4Cs dos

clientes. ' 4Ps 4Cs Produto Cliente(solução para) Preço Custo(para o cliente) Praça

Conveniência Promoção Comunicação

Rentabilidade e alocação de recursos

Não basta satisfazer os consumidores, se isso não for feito de uma maneira lucrativa.

A estratégia de marketing deve, portanto, identificar, atrair e manter clientes rentáveis.

Ou seja, aqueles que geram um fluxo de receita que excede o fluxo de custo de se

atrair, vender e serví-los. Todavia, todas as empresas perdem dinheiro com alguns de

seus clientes. Em "Customers for life", Carl Seweell defende a regra 80/20, onde 20%

dos principais clientes geram até 80% do lucro da empresa, metade do qual é perdido

para atender a base formada por 30% de clientes não-rentáveis. A implicação é que

uma organização pode ser mais rentável se souber como dispensar seus piores

clientes. Existem, também, diferentes rentabilidades para cada produto ou serviço. O

modelo do Boston Consulting Group, conhecido como Matriz BCG, foi pioneiro na

análise estratégica da carteira de produtos relacionando a participação dos produtos

no mercado e o crescimento deste mercado

Ciclo de Vida do produto ou serviço

O ciclo de vida de um produto ou serviço indica a possibilidade do crescimento do

mercado consumidor e também indica princípios de ação que podem ser seguidos no

planejamento de marketing.

Todo novo produto entra num ciclo de vida, marcado por problemas e oportunidades

relativas. O estágio de introdução é marcado por um crescimento lento das venda e

lucros mínimos. Aí segue o estágio de crescimento com um rápido crescimento das

vendas e lucros. A empresa procura melhorar o produto. Segue a maturidade do

produto, onde as vendas e se estabilizam e os lucros diminuem. Finalmente o produto

entra no estágio de declínio, onde as vendas caem e os lucros também.

Teóricos de marketing de destaque

Peter Drucker

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Theodore Levitt

Jerome McCarthy

Philip Kotler

Gary Armstrong

Tom Peters

Bob Waterman

Al Ries

Jay Conrad Levinson

David A Aaker

Sergio Zyman

Stan Rapp

Don Peppers

Martha Rogers

Terry G. Vavra

Bob Stone

Drayton Bird

Seth Godin

George Silverman

Kevin Lane Keller

Jean Jacques Lambin

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SISTEMA PARA INTERNET

A história do computador até 1970Os fatos que marcam a evolução tecnológica iniciam com o advento das revoluções e guerras. A década de 1940, ou década de 40 foi o período de tempo entre os anos 1940 e 1949. Nesta época, os conflitos armados que assolaram a década anterior chegam ao apogeu, com o holocausto, e declínio.início também a Guerra Fria, onde aumentaram as tensões diplomáticas entre os Estados Unidos e a União Soviética. Nesta década, foi criado o primeiro computador, ENIAC. Foi lançado pela União Soviética em 4 de outubro de 1957 o satélite Sputnik I. O Sputnik era uma esfera de aproximadamente 58,5 cm e pesando 83,6 kg. A função básica do satélite era transmitir um sinal de rádio, "beep", que podia ser sintonizado por qualquer radioamador nas frequências entre 20,005 e 40,002 MHz, emitidos continuamente durante 22 dias até que as baterias do transmissor esgotassem sua energia em 26 de outubro de 1957. O satélite orbitou a Terra por seis meses antes de cair. Apesar das funcionalidades reduzidas do satélite, o programa Sputnik I ajudou a identificar as camadas da alta atmosfera terrestre através das mudanças de órbita do satélite.

A década de 60 foi marcada por acontecimentos na Ciência e Tecnologia, a saber:

Tem início o uso da informática para fins comerciais, embora ainda não de forma

massificada

Em 1964 a IBM lança o circuito integrado, ou chip

Surge a Arpanet, que se tornaria o embrião da Internet

Neil Armstrong é o primeiro homem a pisar na Lua, um americano em 1969.

Os soviéticos enviam Iuri Gagárin ao espaço (1961).

Os soviéticos enviam um robô para a Lua (1966).

Também em 1969, uma sonda dos EUA alcançou Marte e, meses depois, a URSS

descia um robô em Vênus

Década de 701971 - A empresa norte-americana "Intel Corporation" lançou o primeiro microprocessador LSI - Large Scale Integration, em um chip de pequeno tamanho disponível comercialmente. Ou seja, além da integração dos circuitos a peça reunia todas as funções do processador central: a unidade de processamento, a memória e os controles de entrada e saída de dados.

O resultado foi um pedaço de silício de 4 mm por 3 mm, com 2.300 transistores miniaturizados. Era o microchip 4004 de 4 bits por ciclo e 108 Khz, inventado pelos engenheiros Federico Faggin, Ted Hoff e Stan Mazor, e produzido numa técnica de 10 micra, onde cada transistor mede o equivalente a 1/100 de milímetro. Tinha velocidade de 60.000 instruções por segundo, com 3x4 milímetros, usando 2.300 transistores de 10 mícrons e 640 bytes de memória e podendo endereçar 640 bytes.

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O 4004 demorava 10 ciclos para processar cada instrução, ou seja, processava 74 mil instruções por segundo (cerca de 15 vezes mais rápido que o ENIAC). A Intel também anunciou o chip 1101, uma memória programável de 256-bit, e o chip 1701, uma memória somente-leitura de 256-byte (EROM). Note-se que o 4004 permitiu o desenvolvimento das primeiras calculadoras eletrônicas portáteis.

Começou a quarta geração na história dos computadores.

Em dezembro de 1970 o 'Network Working Group" (NWG), gerenciado por S. Crocker, concluiu o primeiro protocolo que permitia o contato entre os servidores, chamado "Network Control Protocol" (NCP). Paralelamente, vários outros computadores foram ligados aos quatro que haviam iniciado a ARPAnet. Com o NCP, todos os usuários, finalmente, puderam começar a desenvolver programas que podiam funcionar na rede.

No início da década de 70, as universidades e outras instituições que faziam trabalhos envolvendo defesa, tiveram permissão para se conectar à Arpanet.

1971 - O engenheiro de computação Ray Tomlinson da "Bolt Beranek e Newman" - BBN, usando um programa chamado SNDMSG, reformulou o e-mail, inclusive separando o nome do "usuário" do "nome do computador" pelo símbolo @, por significar "at", que indica: em; naquele lugar. O programa tinha funções de "send/enviar" e "read/ler", pois Tomlinson estava motivado pela necessidade dos desenvolvedores da ARPANET de ter um fácil mecanismo de coordenação. No primeiro "e-mail" enviado nesse formato para si mesmo ele digitou "QWERTYUIOP", uma seqüência de letras do teclado. Ray Tomlinson não desfrutou do resultado de sua criação, porque inadvertidamente, não registrou a patente do invento.

Também em 1971:

Computadores foram rapidamente adicionados à ARPANET que, em 1971, já possuía 15 nós correspondendo a 23 "hosts", com a inclusão de computadores da BBN, MIT ("Instituto de Tecnologia de Massachusetts"), RAND Corporation, Universidade de Harvard, Universidade de Stanford, Universidade de Illinois em Urbana, Universidade Carnegie Mellon (CMU) e do centro de pesquisas Ames da Agência Nacional de Administração Espacial (NASA), entre outros.

O NWG definiu os protocolos para acesso de terminal remoto (Telnet), que permitia entrar remotamente ("remote login") em um computador e trabalhar nele, como se o utilizador estivesse usando-o localmente.A "Intel" anunciou o primeiro microprocessador de uso geral, o 4004, com 2.300 transístores e 640

bytes de memória. Também surgiu o disquete flexível e seu drive. Uma equipe da IBM conduzida por Alan Shugart

anunciou o "disco de memória", ou "floppy disk", um disco plástico, coberto com óxido de ferro, então com oito polegadas de diâmetro e com capacidade de 360 KBs.

Foi enviada a primeira mensagem não solicitada, por Peter Bos, um administrador do CTSS. Era uma mensagem pacifista:"There is no way to peace. Peace is the way." ("Não há caminho para a paz. Paz é o único caminho."). O Kembak-1 foi primeiro computador pessoal (pc) amplamente comercializado. Foi anunciado por

US$ 750 na revista "Scientific American" por 750 dólares. Tinha 256 bytes de memória.

1972 - Na Conferência Internacional de Comunicação entre Computadores, "International Conference on Computer Communication", (ICCC) em outubro, em Washington, foi feita a primeira demonstração pública da nova tecnologia de redes (ou seja, sobre como funcionava a ARPAnet), por Robert Kahn. Vários países estavam representados (Canadá, França, Japão, Noruega, Suécia, Reino Unido e Estados Unidos). Assim, foi discutida a necessidade de se iniciar os trabalhos para

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estabelecer uma plataforma comum de protocolos, tendo sido criado um grupo, o "InterNetwork Working Group" (INWG) para dar continuidade à essa discussão. Vinton Cert, que tinha acompanhado a ARPAnet na UCLA, foi escolhido para ser o seu primeiro presidente.

Ainda em 1972:

Em julho, Roberts expandiu o programa de "email" de Tomlison, escrevendo o primeiro programa de gerenciamento de correio eletrônico, pois permitia listar mensagens, selecionar, arquivar, reenviar e responder. Desde então o "email" tornou-se uma das aplicações mais usadas em redes de computadores.

A "Intel" anunciou o chip 8008 de 200-Khz, o primeiro processador de 8 bits que podia acessar 16 KBs de memória. O processador foi originalmente desenvolvido para a "Computer Terminal Corporation" (mais tarde chamada de "Datapoint"). Utilizava 3500 transistores e sua velocidade era de 60.000 instruções por segundo.

Foi apresentado o MITS 816, o primeiro microcomputador disponível para uso pessoal, pela MITS, "Micro Instrumentation and Telemetry Systems".

Nolan Bushnell fundou a empresa "Atari". Após ter ligado um microprocessador ao seu aparelho de televisão inventou o Pong (um jogo de ping-pong eletrônico, o primeiro vídeo-game comercial), juntamente com Ted Dabney e Larry Bryan em Sunnyvale, Califórnia, em 1972.

Gary Kildall, na "Naval Postgraduate School" criou a PL/M, a primeira linguagem de programação para o microprocessador Intel 4004. A linguagem recebeu o nome de CP/M (Control Program for Microcomputer).

Gary Kildall e John Torode escreveram o programa "Control Program/Monitor" (CP/M), que permitia a um microprocessador controlar a unidade de disquetes.

A "Automatic Eletronic Systems" do Canadá anunciou o primeiro processador de texto programável, o AES 90. O sistema de computador usava discos magnéticos para armazenamento, e um processador construído especificamente para ele.

William (Bill) Gates e Paul Allen, que haviam desenvolvido um sistema baseado no computador 8008 para registrar o fluxo do tráfego de automóveis em uma via expressa, fundaram a empresa "Traf-O-Data".

A Hewlett-Packard, anunciou a HP-35 como "a mais rápida e precisa calculadora eletrônica" com uma memória solid-state similar à de um computador.

Stephan Gary Wozniak construiu o gerador de tons “Blue Box” para realizar atendimentos de telefone, simplificando a discagem telefônica (base para o atual telefone de teclas).

No Brasil, a UNICAMP (Universidade de Campinas), trabalhando para a Marinha, estava iniciando a construção do primeiro grande computador do país, o "Cisne Branco".

Então, o Centro de Computação Eletrônica da Universidade de São Paulo (USP) terminou antes o seu computador, que foi denominado de "Patinho Feio".

1973 - As primeiras conexões internacionais para a Arpanet foram estabelecidas, na "University College" de Londres e no "Royal Radar Establishment", na Noruega.

Como o NCP tendia a funcionar como um "driver" de equipamento, Robert Kahn começou a desenvolver um novo protocolo de comunicações para atender um ambiente de rede com

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arquitetura aberta.

Kahn seguiu quatro regras:cada rede distinta seria independente e mudanças internas não deveriam ser requisitadas para

conectá-las à Internet;a comunicaçào ocorreria na base do melhor esforço. Se um pacote não chegasse à sua

destinação final, ele seria retransmitido da fonte;Para conectar as redes haveria "caixas pretas", depois chamadas de gateways e roteadores. Os

gateways não reteriam informações sobre os fluxos de pacotes passantes. Isso assegurou que eles se mantivessem simples, evitando adaptações complicadas e recuperações de erros;não haveria controle global no nível operacional.

Logo ficou claro que, para funcionar de uma maneira eficiente, o protocolo deveria ser implementado em diversos sistemas operacionais.

Vinton Cerf e Robert Kahn apresentaram suas idéias sobre rede de computadores em uma reunião especial do "International Network Working Group" ( INWG ), na Sussex University, em setembro de 1973. A conexão seria feita por meio do protocolo denominado TCP, que fornecia serviços de transporte e reencaminhamento necessários à Internet. O TCP suportaria uma variedade de serviços de transporte, com o envio dos dados de uma forma seqüencial, sem interferências ou, mesmo que os pacotes sofressem corrompimento, perdas ou necessitassem de serem reordenados no destino.

Também em 1973:

A IBM anunciou a unidade de disco rígido IBM 3340, conhecida como Winchester, o nome código interno de desenvolvimento adotado pela IBM.

A "Scelbi Computer Consulting Company" ofereceu o primeiro kit de microcomputador nos Estados Unidos usando um microprocessador, baseado no Intel 8008, o Scelbi-8H, com 1 KB de memória programável. Podiam ser adicionados 15 KBs.

Em 22 de maio Robert M. Metcalfe, do " Xerox Corporation's Palo Alto Research Center" (PARC), na Califórnia, EUA, inventou e testou a primeira rede Ethernet, um método para conexão de computadores em redes locais. Seu objetivo era conectar o computador "Alto" da Xerox a uma impressora e ele acabou desenvolvendo um método físico de cabeamento que conectava os dispositivos na Ethernet, criando os padrões de comunicação em cabos.

A rede Ethernet possibilita a comunicação compartilhada por um único cabo para todos os equipamentos da rede. Assim, após um equipamento estar conectado a esse cabo, tem a capacidade de se comunicar com qualquer outro dispositivo. E é possível que a rede se expanda para acomodar novos equipamentos, sem modificar os antigos.

A Ethernet é um sistema que liga computadores dentro de um prédio e assim todos podem usar os mesmos arquivos, programas e periféricos.

Só em 1976 Metcalfe e seu assistente David Boggs publicaram uma nota sobre essarede: "Ethernet: Distributed Packet-Switching For Local Computer Networks."

A "Xerox Corporation" lançou o Xerox PARC, o primeiro microcomputador pessoal completo, totalmente funcional, incluindo monitor .

Foi anunciado o TV Typewriter, desenvolvido por Don Lancaster, o primeiro equipamento em que um monitor de informação alfanumérica era acoplado.

Em 1973, a Motorola anunciou o protótipo do primeiro telefone portátil do mundo. Martin Cooper,

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então gerente geral da Divisão de Sistemas da Motorola, usou o telefone móvel DynaTAC para efetuar a primeira ligação celular em 3 de abril de 1973, em Nova York. Quem atendeu foi Joel Engel, pesquisador chefe da empresa concorrente, a Bell Labs. O aparelho, entretanto, só começou a ser vendido em 1983.

Também em 1973, Dennis Ritchie e Ken Thompson reescreveram o UNIX, utilizando a linguagem C, para um computador PDP-11. É importante ressaltar que a linguagem C havia sido desenvolvida por Ritchie para substituir e superar as limitações da linguagem B, desenvolvida por Thompson.

Steve Colley escreveu o jogo "Maze War" entre 1972-1973 no "Imlac PDS-1" no centro de pesquisas da NASA na Califórnia. Foi o primeiro jogo em 3D que usou avatares representando os jogadores e que podia ser jogado em rede.

1974 - Vinton Cerf e Bob Kahn da ARPA, publicaram "A Protocol for Packet Network Interconection" (“Um protocolo para intercomunicação com a rede de pacotes”), que hoje é reconhecido como o documento básico que descreveu, pela primeira vez, como conectar diferentes redes de pacotes. Nele é definido o Transmission Control Protocol (TCP), que permitia a comunicação entre computadores, via sistema de redes.

O número de instituições participantes da Arpanet subiu para 40. A troca de mensagens e de arquivos tornou-se realidade.

Foi feita a primeira grande revisão no protocolo Telnet.

Foi lançado o FTP ("File Transfer Protocol"), que permitia transferir arquivos entre computadores remotos.

A BBN inaugura o Telenet, o primeiro serviço comercial conectado à Arpanet.

Ainda em 1974:

Todos esses problemas de segurança apresentados tornaram-se um conta gotas para o protocolo Telnet, especialmente para a Internet Pública, que adotou o Protocolo SSH, que teve sua primeira liberação em 1995. Esse protocolo provê muitas funcionalidades do Telnet, com adição de encriptografia forte, o que previne o ataque e roubo de dados particulares. Também garante que computador emissor está enviando somente para o computador emissor os dados.

O "Bravo" foi o primeiro programa WYSIWYG ("What You See Is What You Get") desenvolvido para o computador Xerox, o Alto, o primeiro computador com uma entrada interna para o mouse, e que permitia abrir várias janelas de programas na tela, que apresentava menus e ícones, ou seja, também foi o primeiro a ter interface gráfica (GUI).

O computador Alto foi descontinuado por ser, segundo seus diretores, um “computador de criança, pois não tem linha de comando e é cheio de desenhos”. A "Apple" comprou os direitos para usar o mouse e os truques e tecnologias necessários para se criar uma interface com pastas, arquivos, menus drop-down, comandos de arrastar com o mouse, etc.

Lauren Solomon, então com 12 anos, filha de Les Solomon, o editor da revista "Popular Eletronics", sugeriu o nome Altair para o novo microcomputador de Edward Roberts, William Yates e Jim Bybee do MITS. (Altair era o nome da estrela para onde a nave "Enterprise" da série de televisão "Jornada nas Estrelas" (Star Trek) estava indo no episódio daquela noite). O Altair foi o primeiro computador pessoal (pc de "personal computer") disponível em grande escala para consumo em massa, ou seja, o público em geral.

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O aparelho era equipado com memórias SRAM (static RAM), rápidas e confiáveis, porém muito caras, na forma de chips: dois chips de 1024 bits (ou 128 bytes) cada um. As memórias SRAM são usadas nos caches L1 e L2 dos processadores, o tipo mais rápido e caro de memória que existe atualmente.

A máquina não possuía teclado, monitor de vídeo, nenhum tipo de disco e não podia ser ligada a uma impressora. Era programada por meio de "switches”, e os resultados do processamento eram fornecidos por luzes situadas no painel. Rodava um compilador BASIC que tinha sido escrito por um grupo de jovens estudantes e profissionais, dentre eles, Bill Gates.

O Altair era vendido por uma pequena empresa do Novo México (E.U.A.) em forma de kit para montar (estilo “faça você mesmo”), custava US$ 397: uma caixa, uma placa, uma CPU com o processador 8080 da Intel, de 8 bits que operava a 2 MHz e os 256 bytes de memória RAM.

O Altair demonstrou a grande paixão que a informática podia exercer e que existia um grande mercado para computadores pessoais.

1975 - A Arpanet alcançou 63 IMPs, "Interface Message Processors" o que demandou mais uma grande revisão nos padrões de endereçamento de redes. Paralelamente, a direção da Arpanet passou da ARPA para a Defense Communications Agency.

As ligações via satélite, que possibilitariam a comunicação intercontinental, usando a ARPANET, foram inauguradas em 1975. O primeiro teste usando o TCP foi feito entre a Universidade de Stanford, BBN, UCL, Hawaii e Inglaterra.

Em meados de 1975, existiam aproximadamente 100 sites na ARPAnet.

Também em 1975:

William Gates III (Bill Gates) e Paul Allen desenvolveram e licenciaram a primeira linguagem de programação escrita para um computador pessoal, uma adaptação BASIC para o Altair. Era um sistema operacional que permitia ao usuário emitir comandos em linguagem próxima ao inglês comum, sem ter de traduzi-los em código de máquina. Neste mesmo ano, a empresa "Traf-O-Data" foi renomeada para "Micro-Soft" (o hífen foi retirado mais tarde).

Foi lançado o IBM 5100, o primeiro computador pessoal produzido em grande quantidade.

Lee Felsenstein criou o Visual Display Module (VDM), a primeira implementação de vídeo com mapa de memória alfanumérico.

Surgiu o Tandem, primeiro computador com tolerância a falha, que podia ser reparado ou expandido sem parar de funcionar e foi logo adotado pelos bancos.

a "Popular Eletronics" publicou, em janeiro, um artigo anunciando o Altair 8800, em forma de kit, utilizando o processador 8080 da Intel.

Heiser inaugurou a primeira loja de varejo de computadores nos Estados Unidos, a "The Computer Store", em Los Angeles, vendendo computadores Altair montados, placas, periféricos, e revistas.

a primeira edição da revista "Byte" foi publicada.

1976 - Em 1º de abril de 1976, Steven Paul Jobs, então com 21 anos, Stephan Gary Wozniak, engenheiro, cinco anos mais velho e Ronald Gerald Wayne, que tinha à época 41 anos (colegas do "Homebrew Computer Club") fundaram a "Apple Corporation". Essa empresa só foi fundada por

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que o projeto do Apple I foi recusado pela "Atari" e pela "HP". Eles produziram um kit para montagem de computador do tipo "Faça você mesmo", o Apple I, projetado na garagem da casa dos pais de Jobs e era entregue para as lojas diretamente por Jobs e Wozniak.

O processador era o 6502, de 8 bits, que operava a 1 MHz, um clone do Motorola 6800, fabricado pela "MOS Tecnology". O 6502 tinha menor poder de processamento que o 8080, mas isso era compensado pelos 8 KBs de memória, suficientes para carregar o interpretador BASIC (que ocupava 4 KBs), deixando os outros 4 KBs livres para escrever e rodar programas. o aparelho podia ser ligado diretamente à uma TV, dispensando a compra de um monitor.

Uma inovação do Apple I em relação ao Altair e computadores anteriores é o tipo de memória. O Apple I foi o primeiro a usar um outro tipo de memória, as DRAM (dynamic RAM), em que é usado um único transistor para cada bit de dados.

Por essa época já existiam disquetes, mas ainda eram muito caros. Portanto, as fitas K7 eram o meio mais utilizado para armazenar dados e programas. O Apple I possuía uma unidade de fita (o controlador era vendido separadamente por 75 dólares). Note-se que os grandes problemas das fitas K7 eram a lentidão e a baixa confiabilidade. No Apple I, os programas eram lidos a cerca de 1500 bits por segundo, sendo necessário ajustar cuidadosamente o volume no aparelho de som antes de carregar a fita. Mas, conforme a fita se desgastava, era preciso tentar cada vez mais vezes antes de conseguir uma leitura sem erros.

Nesse ano existiam programas de rádio que transmitiam programas em sua programação, sendo que o locutor avisava e em seguida "tocava" a fita que continha o programa. Os interessados gravavam uma cópia em um aparelho de som. Estes programas de rádio foram a primeira rede de pirataria de programas conhecida.

Entretanto, poucas unidades do Apple I foram vendidas.

Ainda em 1976

Foi criado o protocolo UUCP, "Unix-to-unix-copy protocol" por Mike Lesk no laboratório da AT&T Bell. Muitas redes passaram a utilizá-lo para o envio e recebimento de "email", conferência, login remoto e transferência de arquivos. Em 1977 uma versão melhorada por Lesk, David Notiwitz e Greg Chesson foi lançada com o UNIX 7.

Uma das redes que usaram o UUCP foi a Theorynet, criada por Lawrence Landweber, Richard DeMillo e Richard Lipton na Universidade de Wisconsin em 1977. Já possibilitava uso de "email" a mais de 100 pesquisadores.

Em fevereiro de 1976, a Rainha Isabel II da Inglaterra enviou um "email" a partir do "Royal Signals and Radar Establishment" (RSRE) em Malvern.

Ainda em 1976, o disquete (floppy) de 5 ¼ polegadas com 13 cm de diâmetro foi desenvolvido por Alan Shugart para os laboratórios Wang que queria um pequeno floppy disk. O disquete era grande e frágil, mas muito menor que os modelos anteriores e conseguia transportar de 140 KBs a 1,2 MB. Em 1978, mais de 10 fabricantes estavam produzindo disquetes de 5 ¼.

Dois ex-funcionários da "Intel", Frederico Faggin e Masatoshi Shima, que tinham participado do desenvolvimento do microprocessador 8080A, fundaram a Zilog Incorporated e desenvolveram um novo chip, compatível com o do 8080A. Eles ampliaram o conjunto de instruções embutidas no chip e criaram o Z80.

Um dos primeiros modems para uso doméstico, o Pennywhistle 103, construído por Lee Felsenstein, foi divulgado na edição de março de 1976 da revista "Popular Electronics", sob a forma de um kit que podia ser montado pelo usuário. Usava o nome de uma flauta de baixo custo

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(Pennywhistle = apito de um centavo). E atingia a velocidade de 100 bauds (medida usada em telegrafia = 100 bits por segundo).

O bocal de um telefone convencional, depois de atendido devia ser colocado sobre o microfone e o alto-falante do Pennywistle. O acoplamento não era elétrico, mas acústico, e deixava escapar um ruído incessante, semelhante ao de um modem convencional. Daí ter sido apelidado de "Caixinha Assobiadora".

1977 - A "Apple", a "Commodore" e a "Tandy" já estavam vendendo pcs, respectivamente (Apple I e Apple II, PET - "Personal Electronic Transactor", Tandy TRS-80 da Radio Shack).

Em dezembro de 1977 foi lançado nos E.U.A. o Commodore PET, o primeiro computador totalmente integrado, ou seja, com teclado, monitor, e sistema de armazenamento em uma peça única.

A Apple saiu da garagem de Jobs e mudou-se para um escritório em Cupertino. Steve Jobs, Stephan Gary Wozniak e Wayne apresentaram o computador pessoal Apple II, que permitia produzir gráficos a cores visualizáveis no monitor. O pc vinha num gabinete plástico e ficava sob um teclado incorporado. Vinha com 4 KB de memória, expansíveis para 48 KBs, precisava ser conectado à uma TV, não tinha mouse e usava fitas e um controlador de fita K7. Devia ser ligado um aparelho de som para carregar programas, usando gravador ao invés de disquetes. Mas já permitia adquirir separadamente uma unidade de disquetes.

O Apple II incluía 12 KBs de memória ROM, que armazenava um interpretador BASIC e o software de "bootstrap", lido no início do boot. Isso foi uma grande evolução, pois podia-se começar a programar ou carregar programas logo que se ligasse o aparelho. Já executava as planilhas VisiCalc da "Software Arts", possibilitando que os computadores adentrassem nos ambientes de trabalho. (O Visicalc foi um dos primeiros programas que permitia efetuar cálculos facilmente, semelhantemente ao Calc e ao Excel).

Também tinha circuito impresso em sua placa-mãe, fonte de alimentação, teclado e cartuchos para jogos. Os computadores Apple I e Apple II inovaram quanto ao tipo de memória em relação ao Altair e modelos anteriores. O Apple I foi o primeiro a utilizar memórias DRAM, ou seja, a mesma tecnologia ainda usada em módulos de memória em 2007. Apesar de seu alto preço, rapidamente o Apple II se tornou o líder de mercado até o final da década de 70, pois oferecia várias ferramentas de produtividade, era bom para jogos e podia ter aumento de suas capacidades por meio de oito slots para expansão.

Ainda em 1977, a AT&T começou a fornecer o UNIX para instituições comerciais. Peter Weiner , um cientista de Yale e fundador da "Interactive System Corporation" conseguiu licença da AT&T para transportar e comercializar o sistema no computador Interdata 8/32 para ambiente de automação de escritório. O UNIX saiu das máquinas PDP demonstrando fácil migração para outras marcas de computadores.

A BBN desenvolveu o primeiro TCP para Unix.

Também em 1977, Dennis C. Hayes e Dale Heatherington construíram um modulador-demodulador ( modem ) convencional, que usava freqüências audíveis, conectado diretamente à linha telefônica e controlado por microprocessador, portanto, para uso em computadores pequenos. Era o "pai" dos modems domésticos, que ainda são usados em muitos locais.

Hayes criou uma unidade que se conectava diretamente na entrada do telefone e que não necessitava de acopladores acústicos. Por muitos anos o barulho característico dos tones sendo carregados indicava a comunicação entre computadores.

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A velocidade dos modems domésticos foi crescendo com o tempo: 300, 1200, 2400 bps. Atualmente, estão limitados tecnologicamente a 56.000 bits por segundo, ou 56 Kbps, para as linhas convencionais, tendo sido ultrapassados pela tecnologia de banda larga.

O governo dos E.U.A. adotou o padrão de criptografia de dados da IBM, a chave para destravar mensagens codificadas, para proteger dados confidenciais dentro de suas agências.

Foi lançado o patriarca do mundo dos games o VCS/2600, depois rebatizado como 2600, da Atari. Foi quase que um objeto de curiosidade até o lançamento do jogo "Space Invaders", em 1980.

1978 - Foi criada a primeira rede de comunicação BBS.

Em janeiro de 1978 foi fundada a empresa "D. C. Hayes Associates", em um subúrbio da cidade de Atlanta, no estado da Georgia, E.U.A., para a produção de modems. Logo após, Hayes lançou o Smartmodem de 300-baud.

Ainda em 1978, a "Texas Instruments" criou o Speak-and-Spell, o primeiro brinquedo educacional com voz humana digital.

Neste mesmo ano, Apple e o Tandy Radio Shack's lançaram o disquete de 5 ¼", que logo transformou-se na medida padrão para computadores pessoais, especialmente após essas empresas introduzirem seus programas para este formato.

A ARPAnet tinha crescido tanto que o seu protocolo de comutação de pacotes original, "Network Control Protocol" (NCP), tornara-se inadequado, pois em alguns casos a perda de pacotes não deveria ser corrigida pelo TCP.

Então, a ARPAnet passou a usar um novo protocolo chamado TCP/IP, "Transfer Control Protocol / Internet Protocol", uma reorganização do protocolo original em dois protocolos distintos, o IP, que trata do endereçamento e reencaminhamento dos pacotes individuais, e o TCP, que controla o tráfego e recupera pacotes perdidos.

Um endereço IP é conjunto de quatro números de 8 bits (0 a 254) separados por pontos, que identifica cada um dos computadores ligados à Internet em todo o planeta, gerando um número de 32 bits. (Por exemplo: 200.17.50.36 = www.ufpa.br).

Na prática o endereço de IP, torna cada computador único, e permite ligar um computador local com o computador desejado, em uma escala planetária e em grande velocidade.

Em 1° de maio de 1978 foi enviada a primeira propaganda por e-mail. Gary Thuerk, um vendedor da "DEC" (Digital Equipment Corp.) mandou uma mensagem não solicitada para 393 usuários da Arpanet, objetivando apresentar uma linha de "mainframes". Parece ter sido o primeiro spam.

O governo brasileiro, em uma tentativa frustrada de desenvolver a tecnologia nacional, aprovou a "Política Nacional de Informática", que impedia a entrada de companhias internacionais de tecnologia no Brasil.

Essa reserva de mercado, instaurada por lei, depois foi apontada como responsável pelo atraso tecnológico das empresas nacionais, pois impedia investimentos de empresas estrangeiras, bloqueando a entrada de avanços tecnológicos. Vigorou aproximadamente entre 1978 e 1991.

1979 - Na Universidade da Carolina do Norte, Tom Truscott, Jim Ellis e Steve Bellovin criaram a

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Usenet ( Unix User Network ) também utilizando o UUCP. Nessa rede as mensagens, ou artigos, estavam separadas em assuntos de interesse. Cada grupo foi chamado de "newsgroup". Na Universidade de Essex, Richard Bartle e Roy Trubshaw lançaram o primeiro MUD, que misturava RPG, "Role Playing Game" com um canal de conversa em tempo real.

Também em 1979,

A "National Science Foundation", NSF, financiou o desenvolvimento da rede CSNET para ligar departamentos da informática nas universidades não conectadas à ARPANET.

Neste mesmo ano os computadores pessoais (pcs) deixaram de ser um caro brinquedo de engenheiros para se tornar uma importante ferramenta pessoal, pois programadores como Daniel Bricklin e Robert Frankston, da Universidade Harvard, desenvolveram o VisiCalc, o primeiro programa de planilha eletrônica (semelhante ao Calc).

Paralelamente, o processador de textos Wordstar para computadores pessoais era lançado pela "Micropro" (depois denominada "Wordstar International"). Paul Lutus criou o Apple Writer.

Carver Mead, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, e Lynn Conway, da Xerox Corporation, escreveram o manual "Introduction to VLSI Systems" (Very Large Scale Integration), que versava sobre o projeto de um chip.

Foi enviado o primeiro emoticon.

Ainda em 1979 a "Sinclair" lançou o ZX-80, baseado no NEC-780C, um clone do Z80. O equipamento, parecido com uma máquina de escrever, não era tão poderoso quanto o Apple II, mas custava apenas 99 dólares. Assim sendo, foram vendidas 100.000 unidades entre 1979 e 1981, e o ZX-80 tornou-se o computador mais popular até então.

Ele vinha com apenas 1 KB de memória RAM, combinado com 4 KBs de memória ROM que armazenavam o interpretador BASIC. Como os programas eram armazenados em fitas K7, deveria ser conectado a uma TV e também a um gravador de cassete. Já vinha com uma saída de vídeo, mas a resolução gráfica era de apenas 64x48, mesmo em modo monocromático, já que o adaptador de vídeo só tinha 386 bytes de memória. Existia também uma opção de modo texto (usada para programas em BASIC, por exemplo), com 32x24 caracteres.

Paralelamente, surgiu uma grande quantidade de clones, fabricados em vários países durante os anos 80. O processador Z80 foi muito vendido, pois, apesar de não ter sido nenhum campeão de velocidade, o Z80 era um chip barato e fácil de programar. Versões modernizadas do Z80, produzidas com técnicas modernas de fabricação e que trabalham a freqüências mais altas são usadas atualmente em todo tipo de eletrônicos, incluindo impressoras, aparelhos de fax, controladores diversos, robôs de uso industrial, brinquedos, diversos tipos de calculadoras, video-games (exemplos: Game Boy e Game Boy color), vários modelos de mp3 Players, etc...

No Brasil a "Microdigital" produziu os TK80 e TK82 e a "Prológica" fabricou o NE-Z80. A linha CP (200, 300, 400 e 500) da Prológica era baseada em chips Z80.

A Atari lançou o Atari 800, que redefiniu as expectativas quanto ao que um computador pessoal poderia apresentar em matéria de gráficos e som. Apesar de ser mais vendido como um vídeo-game, o Atari 800 também podia ser usado com um computador relativamente poderoso, sendo adotado em laboratórios de informática de algumas universidades pois, embora originalmente viesse apenas com a entrada para os cartuchos, era possível adquirir uma unidade de disquetes e um teclado, que o transformavam num computador completo. Ele foi o antecessor do vídeo-game Atari 2600.

Sendo tanto uma máquina de jogos como um sistema de produtividade, custava US$ 999 e foi o

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primeiro pc com um co-processador de vídeo somado a sua CPU (com 8 bits 6502, como os usados no Apple II). Esta combinação permitiu que o Atari 800 gerasse 128 cores na tela e 256 nas versões seguintes. O sistema podia também exibir quatro objetos programáveis na tela, ao mesmo tempo, o que possibilitou o surgimento de jogos como o "Star Raiders". Além disso, tinha um chip que produzia som de qualidade superior. O aparelho vinha com quatro joysticks e 2 slots ficavam disponíveis para games em cartucho ou outros aplicativos. Não existiram muitos programas para o Atari, já que o foco eram os jogos. O principal uso do Atari como computador era desenvolver programas em BASIC.

Também em 1979 os programadores Daniel Bricklin e Robert Frankston na "West Coast Computer Faire" apresentaram a primeira planilha eletrônica VisiCalc. E, no mesmo ano, o processador de textos Wordstar para computadores pessoais foi lançado pela Micropro (atual "Wordstar International"). Assim, com esses programas, os computadores pessoais começaram a ganhar funções práticas no mundo dos negócios.

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