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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO DIRETORIA DE PESQUISA PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA RELATÓRIO TÉCNICO - CIENTÍFICO Período: 08/2014 a 07/2015 ( ) PARCIAL ( X ) FINAL IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO. Título do Projeto de Pesquisa: Estudos para obtenção de ligas de Alumínio Termorresistentes a partir da Modificação do Al-EC com Teores de Zircônio [Zr]; Titânio [Ti] e Níquel [Ni] para Aplicação na Fabricação de Fios e Cabos para Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica. Nome do Orientador: Jose Maria do Vale Quaresma. Titulação do Orientador: Doutor. Faculdade: Engenharia Mecânica. Unidade: Instituto de Tecnologia. Laboratório: Caracterização Metálica, Metalografia e Tratamento Térmico. Título do Plano de Trabalho: Caracterização Eletromecânica e Estrutural da liga Al-0,05%Cu-0,40%Fe-0,3%Si modificada com os teores de [0,15e 0,22]% Zr, solidificadas estaticamente em

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁPRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

DIRETORIA DE PESQUISA

PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

RELATÓRIO TÉCNICO - CIENTÍFICO

Período: 08/2014 a 07/2015

( ) PARCIAL

( X ) FINAL

IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO.Título do Projeto de Pesquisa: Estudos para obtenção de ligas de Alumínio

Termorresistentes a partir da Modificação do Al-EC com Teores de Zircônio [Zr]; Titânio [Ti] e Níquel [Ni] para Aplicação na Fabricação de Fios e Cabos para Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica.

Nome do Orientador: Jose Maria do Vale Quaresma.

Titulação do Orientador: Doutor.

Faculdade: Engenharia Mecânica.

Unidade: Instituto de Tecnologia.

Laboratório: Caracterização Metálica, Metalografia e Tratamento Térmico.

Título do Plano de Trabalho: Caracterização Eletromecânica e Estrutural da liga Al-0,05%Cu-0,40%Fe-0,3%Si modificada com os teores de [0,15e 0,22]% Zr, solidificadas estaticamente em Coquilha Metálica para Transmissão [Tx] e Distribuição [Dx] de Energia Elétrica.

Nome do Bolsista: Carlos Alexandre Cavalcante de Sousa.

Tipo de Bolsa: (X) PIBIC/CNPq

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INTRODUÇÃO.A distribuição de energia elétrica é uma das atividades mais essenciais para a vida

moderna, causa e consequência do desenvolvimento das sociedades, e direito constitucional dos cidadãos [Portal Brasil, 2010].

Segundo estudo divulgado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) em 2011, a demanda de energia elétrica no Brasil ao longo da década deverá crescer a uma taxa média de 4,8% ao ano, saindo do patamar de consumo total de 456,5 mil giga watts-horas (GWh) no ano de 2010 para 730,1 mil (GWh) em 2020.

Com a necessidade crescente por demanda de energia, tem-se a criação de novas instalações que ainda se encontram em processo de licitações na Amazônia como Belo Monte, São Luiz do Tapajós, Jirau e Santo Antônio que irão somar suas capacidades individuais a fim de gerar as quantidades de energia suficientes para suprir a demanda nacional. Entretanto, com os níveis requeridos de energia temos diversos efeitos sobre as linhas de transmissão, que vem a atuar diretamente na deterioração das características mecânica dos mesmos.

Frente à necessidade o Grupo de Pesquisa em Engenharia de Materiais (GPEMAT) vem estudando novas ligas capazes de atuar de forma superior, fornecendo assim materiais com características mecânicas melhores a fim de atuar diretamente na vida útil do material.

Os cabos Termorresistentes

As ligas termoresistentes, que possui entre outras propriedades, uma capacidade de transmissão e/ou distribuição de energia elétrica maior do que aquelas possíveis de serem obtidas por condutores de Alumínio após o tratamento térmico pertinente sem grandes perdas das suas propriedades mecânicas.

Segundo (RÉGIS JÚNIOR, 1999), devido a essas características, um condutor com Liga de alumínio termorresistente pode ser utilizado em regime contínuo de trabalho em temperaturas de até 150ºC sem que haja deterioração das características mecânicas, tais como: tração, alongamento e dureza. Considerando estas premissas e as mesmas condições ambientais o cabo de liga apresenta, em relação a um cabo de alumínio puro de mesma bitola, uma capacidade de corrente até 50% maior. Por outro lado, para uma mesma capacidade de corrente, um condutor de liga teria uma área transversal aproximadamente 50% menor e redução de 20% a 30% no diâmetro externo, com redução significativa nos esforços sobre os suportes de uma linha de transmissão. Ainda considerando mesma bitola, o cabo de liga apresenta mesmo peso por km e mesma carga de ruptura ou maior que o cabo convencional (Figura 1). Este tipo de condutor tem uma aplicação muito adequada no aumento da capacidade de corrente de barramentos de subestações e usinas, para atender ao aumento de potência dos sistemas de transmissão associados.

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Figura 1. Comparação entre cabos convencionais e os Termorresistentes. (Fonte Arquivo GPEMAT).

Processo de Solidificação dos Metais

O fenômeno da solidificação dos metais apresenta-se em dois aspectos, a saber: a) metalúrgico: ligado à composição química do metal; b) térmico: relativo à história térmica anterior do metal, ou seja, como o calor foi transferido do interior da peça para o meio ambiente, a cada instante do processo. A interação entre estes dois aspectos determinará as características da microestrutura do metal solidificado.

Observa-se, que os aspectos da microestrutura dependem fortemente das condições de solidificação, desde o início do processo, com o metal no estado líquido. A dinâmica do processo de solidificação é que determina a microestrutura resultante, que por sua vez influenciam as propriedades finais do fundido. Desta maneira é necessário conhecer as informações relativas aos aspectos relacionados durante todo o processo de solidificação, que vão desde a temperatura de vazamento, o tratamento do metal líquido, a forma de preenchimento do molde (através do controle de intensidade das correntes convectivas), material e formato do molde (responsável pela capacidade de absorção de calor) e se o molde deve ser pré-aquecido, refrigerado ou estiver na temperatura ambiente. Esses fatores que terão influência tanto na velocidade como na taxa de resfriamento e nos gradientes térmicos. Portanto, determinarão o grau de refino da estrutura (GARCIA, 2001).

Macroestruturas de Solidificação

Na temperatura em que o metal se encontra no estado físico de agregação líquido, não existe uma ordenação atômica regular (estrutura amorfa), pois os átomos possuem um alto nível de energia, que pode ser representado pela cinética e potencial. A primeira energia está relacionada à movimentação atômica e a segunda à distância interatômicas.

No instante em que ocorrer extração forçada da carga térmica ou uma dissipação natural em função da geometria e constituinte do recipiente que acomoda o metal líquido desencadeia-se o processo de solidificação que tenderá a arranjar os átomos com uma determinada simetria espacial e regular.

As estruturas de solidificação podem ser subdivididas em: macroestruturas e microestruturas. Denominam-se macroestruturas, as formações morfológicas estruturais que são observadas e avaliadas a olho nu, ou com auxílio do aumento óptico em até de 10 vezes. As microestruturas, no entanto, só são efetivamente observadas por intermédio de aumentos

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ópticos no mínimo na ordem de 10 vezes e avançando na observação nano métrica com auxílio da microscopia eletrônica.

Assim sendo, a formação da macroestrutura tanto nos metais puros, quanto nas ligas metálicas, é semelhante do ponto de vista macroscópico e no que diz respeito à disposição das estruturas. Essa macroestrutura pode se apresentar em três diferentes morfologias: coquilhada, colunar e equiaxial.

A Figura 2 representa uma ilustração esquemática destas estruturas de solidificação, inclusive ilustrando a transição macroestrutural colunar/equiaxial.

Figura 2. Ilustração esquemática das estruturas macroscópicas de um lingote fundido com transição colunar/equiaxial (Osório, 2004).

Objetivo geral.

O objetivo deste trabalho consiste em avaliar desde as propriedades mecânicas, elétricas e estrutural da liga Al-0,05%Cu-0,40%Fe-0,3%Si modificada com os teores de [0,15e 0,22]% Zr, realizando a obtenção das amostras com as ligas solidificadas de forma estática em coquilha metálica em forma de “U”.

Objetivos Específicos.

Avaliar a influência do Zr nas amostras das ligas solidificadas estaticamente em coquilha metálica em forma de “U” no que diz respeito a sua caracterização elétrica, mecânica e estrutural da liga Al-0,05%Cu-0,40%Fe-0,3%Si.

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MATERIAIS E MÉTODOS

Para a realização deste trabalho foram confeccionadas a liga Al-0,05%Cu-0,40%Fe-0,3%Si modificada com os teores de [0,15e 0,22]% Zr nas quais foram utilizados Al-EC ou Al-1350 e os demais elementos Cu, Fe, Si e Zr presentes no Sub Laboratório de Metalografia e Tratamento Térmico e suas respectivas quantidades. No corte do Al-EC foi utilizada a serra de fita (Figura 3.a) e posteriormente todos os elementos foram pesados na balança digital (Figura 3.b).

Figura 3 − Equipamentos utilizados para preparação das ligas: (a) serra fita, (b) balança digital e.

No processo de fundição das ligas os elementos foram adicionados ao cadinho de carbeto de silício (SiC) de 1,6 l da marca MORGAN MMS (Figura 4.a) e levados a um forno tipo mufla (Figura 4.b) da marca BRASIMET, a uma temperatura de 900 ºC por 4 h. Com a permanência dos elementos a essa temperatura e durante o tempo determinado, podemos assegurar a completa fusão de todos os elementos.

Para a análise química, pequenas amostras dos lingotes foram fundidas e solidificadas em um molde de ferro fundido revestido com caulim.

Figura 4- Equipamentos utilizados no processo de obtenção da liga: cadinho (a), forno tipo mufla, (b) amostra testemunho (c), analisador químico (d), amostra testemunho após o ensaio (e).

O sistema operacional adotado para a solidificação das ligas foi o molde em coquilha (Figura 5.a) que consiste em duas paredes de aço que são convenientemente alinhadas e fechadas com parafusos, de modo a se obter uma cavidade de forma cilíndrica com 22 mm de

(a) (b)

(c) (d) (e)

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diâmetro. Após a solidificação a base do perfil obtido, (Figura 5.b), foi usada para obtenção de amostras para macrografia e para microdureza posteriormente. Foram seccionadas duas amostras do lingote, cada uma com comprimento de 250,0 mm para serem em seguida usinadas do diâmetro de 22,0 mm para o diâmetro de 18,5 mm. Após usinagem as duas amostras foram deformadas por laminação a frio, utilizando-se dois laminadores elétricos duo reversível, (Figura 5.c) da marca MENAC, sendo que neste estudo os diâmetros estudados foram os de 4,0; 3,8; 3,0 e 2,7 mm.

Figura 5 – Processo de solidificação: utilizou-se um molde metálico em U (a), resultando em uma amostra

metálica (b), posteriormente preparada e laminada (c).

Na etapa seguinte, os corpos de provas foram submetidos a ensaios com objetivo de se avaliar a resistência elétrica com o auxílio de um multiohmímetro (ponte de kelvin) da marca MEGABRÁS, modelo MPK-2000, mostrado na Figura 6.a. As resistências elétricas dos fios foram medidas a uma temperatura que não deve ser inferior a 10ºC e nem superior a 30ºC, preferível na temperatura de 20ºC conforme recomendação da norma NBR 5118.

Após a caracterização elétrica, os corpos de prova foram submetidos ao ensaio mecânico, em uma máquina de ensaio de tração da marca KRATOS, modelo IKCL1, mostrada na Figura 6.b. Os testes de tração foram realizados segundo as normas para cabos elétricos, NBR 6810, e materiais metálicos, NBR 6892, executando-os em três amostras com 20 cm.

Figura 6 - Multiohmímetro (ponte de kelvin) MEGABRÁS modelo MPK-2000.(a) e máquina de ensaio de tração KRATOS, modelo IKCL1-USB (b).

As macroestruturas das ligas foram reveladas em corpos de prova da secção transversal da base do molde em coquilha a partir do lixamento nas granulometrias de 80, 100, 220, 360, 400, 500, 600 e 1200, e polimento com alumina e sabão neutro. As operações de lixar e polir foram realizados em uma politriz da marca FORTEL (Figura 7). As superfícies

a b

(a) (b) (c)

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polidas das amostras são atacadas por imersão em solução de Poulton [60 ml HCl, 30 ml HNO3, 5 ml HF, 5 ml H2O], preparadas segundo técnicas-padrão em metalografia.

Figura 7 - Politriz utilizada na preparação metalografia das amostras.

A utilização de tratamento térmico neste trabalho tem como objetivo analisar os efeitos do mesmo nas propriedades mecânicas e elétricas do material. Foram realizados tratamentos térmicos de envelhecimento artificial na temperatura de 150ºC, por duas (02) horas, utilizando a estufa da Figura 8.

Figura 8 - Estufa, marca NEVONI, utilizada para a realização dos tratamentos térmicos.

Foram utilizados duas normas para a caracterização do teste de termorresistividade Protocolo da Companhia Paranaense de Energia (COPEL) e a Norma ASTM B941-10, as quais se estão melhores descritas abaixo.

Protocolo da Companhia Paranaense de Energia (COPEL), que descreve que condutores elétricos caracterizados como termorresistentes não devem apresentar perda superior a 10% de seu limite de resistência à tração quando submetidos à temperatura de 230 °C por uma hora.

Norma ASTM B941-10, enquadram-se como liga termorresistente nessa norma os condutores elétricos que após ser submetido à uma temperatura de 280ºC por 1 hora não apresentar uma perda superior a 10% do seu LRT. Além disso, a condutividade elétrica deve manter-se no mínimo a 60% IACS para o material ser considerado termorresistente.

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RESULTADOS.

Composição Química.

Após a fundição das ligas, foi utilizada a amostra testemunho da Figura 3.e, para efetuar a análise química, podendo assim ser verificada a composição química das ligas em questão. Os resultados da análise química podem ser visualizados na Tabela 01.

Tabela 01. Composição química das ligas de alumínio.

Liga Elementos de Liga (%p)Cobre Ferro Silício Zircônio

Composição do lingote 0,0005% 0,155% 0,058% 0,0003%

Composição liga Al-0,15%Zr 0,045% 0,397% 0,293% 0,147%

Composição liga Al-0,22%Zr 0,048% 0,392% 0,297% 0,218%

Macroestruturas.

As macroestruturas da liga estudada (Figura 10) foram analisadas antes e após a aplicação do tratamento térmico de 150°C por 2 horas. Pôde-se constatar que não ocorreram mudanças expressivas quando as ligas foram tratadas termicamente. O mesmo comportamento foi observado no estudo de (KAMIZONO, 2014), que fez o mesmo tratamento térmico numa liga Al-Cu-Fe-0,7%p Si modificada com diferentes teores de níquel.

Figura 09 – Macrografia da estrutura bruta de fusão: (a) Liga com 0,15% de Zr estudada sem tratamento térmico; (b) Liga com 0,15% de Zr estudada com tratamento térmico; (c) Liga com 0,22% de Zr estudada

sem tratamento térmico; (d) Liga com 0,22% de Zr estudada com tratamento térmico.

Liga Al-0,15% de Zr.

(d)(c)

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L.R.T para a liga Al-0,15%Zr-STT.

Pode-se observar, de um modo geral, que há um aumento do LRT com a diminuição do diâmetro do fio, o que pode estar relacionado com o aumento das interações entre as discordâncias, que começam a formar emaranhados que se ampliam à medida que a deformação aumenta fenômeno este conhecido como encruamento.

O comportamento do LRT também varia em cada diâmetro, isto pode estar ocorrendo devido ao efeito estrutural conhecido como recuperação dinâmica.

Figura 10. a) Resultados do ensaio do limite de resistência a tração para a liga em estudo sem tratamento; b) Grau de trabalho a frio para as cadeias de laminação 4 mm; 3,8 mm; 3 mm; 2,7 mm.

Com a aplicação do tratamento térmico houve uma pequena diminuição nas resistências mecânicas das ligas, isto ocorreu devido às amostradas submetidas aos tratamentos térmicos estarem na forma de vergalhão. A aplicação de temperatura nessas condições pode acarretar em alivio de tensões no vergalhão o que diminuiria a quantidade de discordâncias acumuladas, fenômeno chamado de encruamento, na posterior deformação mecânica, neste caso a laminação (KAMIZONO, 2014).

Figura 12 - Comparação dos resultados do LRT para a liga em estudo STT e CTT 150ºC por 2 horas.

Teste de Termorresistividade.

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Através dos resultados gerados pelo ensaio de tração, mostrados na (Figura 13), pode-se avaliar que as perdas de LRT se mantiveram a baixo dos 10% previstos pelo Protocolo Copel e pela norma ASTM B941-10.

Há uma tendência de decréscimo no LRT à medida que a temperatura do teste aumenta. Isto pode estar ocorrendo devido a recuperação estática, que promove um rearranjo das discordâncias, seguido de aniquilamento das mesmas, quando o material é submetido à temperatura de recozimento. No teste com maior temperatura, 280 ºC, este efeito foi mais pronunciado em todas as ligas.

Figura 13 - (a) Valores de LRT para o diâmetro de 3,0 mm da liga STT e TT 150ºC por 2h; (b) Perdas de LRT em porcentagem.

Condutividade elétrica.

Os resultados da caracterização elétrica, após os tratamentos térmicos (Figura 14) apresentaram pequeno aumento na condutividade elétrica, que, como já descrito anteriormente, é devido a aplicação de temperatura ser realizada no vergalhão antes da deformação plástica, o que promove alivio de tensões no material apenas solidificado.

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Figura 14 - Comparação dos resultados da condutividade elétrica para a liga em estudo STT e TT 150ºC por 2 horas.

A avaliação da condutividade elétrica desenvolveu-se de forma inversa ao observado no LRT. No caso da condutividade elétrica ocorreram ganhos à medida que foram utilizadas maiores temperaturas no teste de termorresistividade, como podem ser observados no gráfico da (Figura 15). Estes comportamentos opostos parecem sugerir que, na medida em que a temperatura de teste aumenta, a recuperação progride, diminuindo o LRT e aumentando a condutividade elétrica. O comportamento do material sugere que o intervalo de temperaturas entre 230 e 280ºC seja também o de recristalização para estas ligas.

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Figura 15- a) Valores da condutividade elétrica para o diâmetro de 3,0 mm da liga STT e TT 150ºC por 2h; b) Ganhos da condutividade elétrica em porcentagem.

Liga Al-0,22% de Zr.L.R.T para a liga Al-0,22%Zr-STT.

Podemos observar um comportamento semelhante a liga modificada com teor de 0,22% de Zr relativo ao LRT, conforme temos um aumento do diâmetro do fio também obtemos um aumento do LRT. Entretanto, pode-se também observar o comportamento variável do LRT com o diâmetro do fio, como na comparação dos diâmetros de 4,0 mm e 3,8 mm, fato este que pode estar relacionado, como já foi mencionado anteriormente, ao efeito estrutural denominado de recuperação dinâmica

Figura 16. Comparação do LRT para a liga 0,22%Zr STT e CTT de 150°C por 2 horas.

Na comparação do LRT entre a liga STT e a liga CTT a aplicação do tratamento térmico de 2 horas atuou reduzindo o LRT para os diâmetros de 2,8 e 3,0 mm, já para o diâmetro de 3,8 não houve grandes variações e para o diâmetro de 4,0 mm podemos observar um pequeno ganho.Teste de Termorresistividade.

Com base no gráfico da Figura 17 podemos concluir que as perdas de LRT se mostram

muito inferiores ao esperado para a liga modificada com 0,22% de Zr, o que seria uma queda

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inferior a 10% previstos pelo Protocolo Copel e pela norma ASTM B941-10. Além do mais, a liga se mostrou com um comportamento ótimo na análise dos dados pelo Protocolo Copel, sendo neste critério classificada com uma perda de aproximadamente 2% no LRT.

Entretanto, a liga ainda apresenta resultados parecidos no que diz respeito a queda no LRT à medida que a temperatura do teste aumenta. Como já foi citado anteriormente, isto pode estar ocorrendo devido a recuperação estática, que promove um rearranjo das discordâncias, seguido de aniquilamento das mesmas, quando o material é submetido à temperatura de recozimento.

Figura 17. (a) Valores de LRT para o diâmetro de 3,0 mm da liga STT e TT 150ºC por 2h; (b) Perdas de LRT em porcentagem.

Condutividade elétrica.

Como podemos observar na Figura 18, houve um pequeno ganho na condutividade elétrica após o tratamento térmico, assim como na liga modificada com 0,15% de Zr. Esse ganho, como já foi mencionado anteriormente é devido a aplicação de temperatura ser realizada no vergalhão antes da deformação plástica, o que promove alivio de tensões no material apenas solidificado.

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Figura 18. Comparação dos resultados da condutividade elétrica para a liga em estudo STT e TT 150ºC por 2 horas.

Se comparado com o LRT, a condutividade elétrica se mostra novamente com comportamento contrário. A medida em que obtivemos um decréscimo no LRT com a aplicação do tratamento térmico, com a condutividade podemos observar um ganho expressivo especialmente com a análise dos dados pelos parâmetros da norma ASTM.

Assim como na liga com 0,15% de Zr, estes comportamentos opostos parecem sugerir que, na medida em que a temperatura de teste aumenta, a recuperação progride, diminuindo o LRT e aumentando a condutividade elétrica.

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Figura 19. a) Valores da condutividade elétrica para o diâmetro de 3,0 mm da liga STT e TT 150ºC por 2h; b) Ganhos da condutividade elétrica em porcentagem.

PUBLICAÇÕES.

Ainda não foi efetuado a publicações com o referido conteúdo do trabalho.

CONCLUSÃO.

O estudo da liga Al-0,05%Cu-0,40%Fe-0,3%Si modificada com os teores de [0,15e 0,22]% Zr, atua com uma colaboração muito importante para a adequação a norma ASTM e ao Protocolo Copel, ajudando assim a desenvolver um material com melhores qualidades mecânicas para serem utilizados como condutores elétricos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT NBR 5118). Fios de alumínio 1350 nus, de seção circular, para fins elétricos. Rio de Janeiro, ago. 2007.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS(ABNT NBR 6810). Fios e cabos elétricos – Tração à ruptura em componentes metálicos. Rio de Janeiro, ago. 1981.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6892: Materiais metálicos – Ensaio de tração à temperatura ambiente. Rio de Janeiro, nov. 2002.

AMERICAN SOCIETY FOR METALS (ASM INTERNATIONAL), B 941/10. Standard Specification for Heat Resistant Aluminum-Zirconium Alloy Wire for Electrial Purposes – ASTM, 2010.

COMPANHIA PARANAESNDE DE ENERGIA (COPEL), Especificação Técnica [00000-30009-082], abr., 2006.

GARCIA, A. Solidificação: Fundamentos e Aplicações. Campinas: Ed. Unicamp, 2001.

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KAMIZONO, K. A. CARACTERIZAÇÃO ELÉTRICA E MECÂNICA DA LIGA Al-Cu-Fe-Si MODIFICADA COM OS DIFERENTES TEORES DE Ni PARA APLICAÇÃO NA FABRICAÇÃO DE FIOS E CABOS PARA TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA. Dissertação (Mestrado em Engenharia Mecânica) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica, Instituto de tecnologia, Universidade Federal do Pará, Belém, 2014;

Potencial Hidrelétrico Brasileiro está entre os Cinco Maiores do Mundo — Portal Brasil em:http://www.brasil.gov.br/infraestrutura/2011/12/potencialhidreletricobrasileiroestaentreoscincomaioresdomundo> Acesso em: 10 jun. 2015.

RÉGIS JÚNIOR, O. et all. A utilização de condutores de Liga de Al Termo-resistente na Repotencialização de LT de Transmissão e Sub-transmissão. In: Seminário de Produção e Transmissão de Energia, n.15, 1999, Foz do Iguaçu. Anais, 1999.

PARECER DO ORIENTADOR:O discente em tela vem contribuindo com um bom desempenho com o GPEMAT,

grupo ao qual está vinculado já há algum tempo, desenvolvendo atividades de apoio, no Laboratório de Metalografia e Tratamento Térmico, à Disciplina Metalografia e Tratamento Térmico, do Curso de Eng. Mecânica da FEM/UFPA.Todas estas atividades estão sob minha direta supervisão.

DATA :______/_________/________

_________________________________________

ASSINATURA DO ORIENTADOR

____________________________________________

ASSINATURA DO ALUNO

FICHA DE AVALIAÇÃO DE RELATÓRIO DE BOLSA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

O AVALIADOR DEVE COMENTAR, DE FORMA RESUMIDA, OS SEGUINTES ASPECTOS DO RELATÓRIO :

1. O projeto vem se desenvolvendo segundo a proposta aprovada? Se ocorreram mudanças significativas, elas foramjustificadas?

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2. A metodologia está de acordo com o Plano de Trabalho ?

3. Os resultados obtidos até o presente são relevantes e estão de acordo com os objetivos propostos?

4. O plano de atividades originou publicações com a participação do bolsista? Comentar sobre a qualidade e a quantidade da publicação. Caso não tenha sido gerada nenhuma, os resultados obtidos são recomendados para publicação? Em que tipo de veículo?

5. Comente outros aspectos que considera relevantes no relatório

6. Parecer Final:Aprovado ( )

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Aprovado com restrições ( ) (especificar se são mandatórias ou recomendações)

Reprovado ( )

7. Qualidade do relatório apresentado: (nota 0 a 5) _____________Atribuir conceito ao relatório do bolsista considerando a proposta de plano, o desenvolvimento das atividades, os resultados obtidos e a apresentação do relatório.

Data : _____/____/_____.

________________________________________________

Assinatura do(a) Avaliador(a)