· web viewos municípios próximos ao litoral, até 50km da linha de costa, que aloquem, em seu...

30
REBECCA SAMANTHA MOURA FERREIRA ALTAS ONDAS: REFLEXÕES SOBRE O AVANÇO DO MAR NA PRAIA DO ICARAÍ/CE. Trabalho de conclusão de Curso de Pós-Graduação - MBA em Gestão Ambiental da Turma V da Faculdade Ateneu. Orientadora: Ms. Almerinda Moura Pós Graduada em Gestão Ambiental, Faculdade Ateneu, Fortaleza, Brasil. E-mail: [email protected]

Upload: lamhuong

Post on 10-Nov-2018

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1:  · Web viewos Municípios próximos ao litoral, até 50km da linha de costa, que aloquem, em seu território, atividades ou infraestruturas de grande impacto ambiental sobre a zona

REBECCA SAMANTHA MOURA FERREIRA

ALTAS ONDAS: REFLEXÕES SOBRE O AVANÇO DO MAR NA PRAIA DO ICARAÍ/CE.

Trabalho de conclusão de Curso de Pós-Graduação - MBA em Gestão Ambiental da Turma V da Faculdade Ateneu.

Orientadora: Ms. Almerinda Moura

FORTALEZA-CE2014

Pós Graduada em Gestão Ambiental, Faculdade Ateneu, Fortaleza, Brasil.E-mail: [email protected]

Page 2:  · Web viewos Municípios próximos ao litoral, até 50km da linha de costa, que aloquem, em seu território, atividades ou infraestruturas de grande impacto ambiental sobre a zona

RESUMO

O presente trabalho consta de uma reflexão sobre o avanço do mar na Praia do Icaraí, no Município de Caucaia, Ceará. A erosão costeira é causada pelo avanço do mar devido o aquecimento global e acentuada pela obstrução na passagem de sedimentos. A Praia do Icaraí verifica a rápida e preocupante erosão em sua costa devido à construção do Porto do Mucuripe e suas obras de contenção marítima, que se estenderam na orla de Fortaleza. A problemática foi abordada através de pesquisa descritivo-exploratória, tomando como fundamento livros e documentos acerca do assunto explorado.

Palavras – chave: Zona Costeira, Avanço do mar, Praia do Icaraí.

ABSTRACT

This work consists of a reflection on the state of the sea on the beach Icaraí, in the municipality of Caucaia, Ceará. Coastal erosion is caused by the advance of the sea due to global warming and marked by obstruction in the passage of sediment. The Icaraí Beach checks fast and worrisome erosion in its coast due to the construction of the Port of Fortaleza and its containment works sea, which extended the edge of Fortaleza. The issue was addressed through descriptive-exploratory, taking as a basis books and documents on the subject explored.

Words - Tags: Coastal Zone, Advance sea, Icaraí Beach.

Page 3:  · Web viewos Municípios próximos ao litoral, até 50km da linha de costa, que aloquem, em seu território, atividades ou infraestruturas de grande impacto ambiental sobre a zona

1 INTRODUÇÃO

Quem chega a uma praia e vê o movimento tão incessante do ir e vir das ondas, ora tão

indomadas e outras vezes tão tranquilas, talvez nem imagina que este processo pode se tornar

tão devastador e de repercussão inesperada, advinda de uma desatenção do ser humano que,

na maioria das vezes, denomina erroneamente este fenômeno somente como um “desastre da

natureza”.

Foi este sentimento que tomou conta da pesquisadora. Ao longo de 10 anos morou na

Praia do Icaraí, no litoral do Ceará, e viu de perto as transformações ocorridas nesta praia.

Sendo adepta da prática do surf e estando todos os dias no mar, aos poucos, sem muito

entender, observou que a praia, as ondas e seus movimentos apresentavam variações intensas.

Outro dado que também chamou sua atenção foi à história oral contada pelos moradores mais

velhos da região, que comentavam “Ah! Essa praia não é mais a mesma”...

Diante do exposto, surgiu o seguinte questionamento: como entender os processos

costeiros naturais diferenciando-os dos impactos provocados pela ação desmedida do

homem sobre a natureza? Pesquisar esses fenômenos foi a abertura para entender as

modificação da paisagem natural decorrente do processo de avanço do mar, que ocorre

continuamente e se agrava a cada ressaca marítima, causando impactos negativos e na maioria

das vezes irreversíveis.

O estudo reveste-se de relevância tanto social quanto profissional, por fazer uma

reflexão sobre os eventos naturais e antropogênicos que ocorrem na praia do Icaraí, no

Município de Caucaia-CE. Busca também trabalhar na perspectiva de possíveis mudanças na

forma como a população e as autoridades vêm lidando com o meio ambiente e poderá se

tornar um instrumento de revindicações populares tão essenciais para o planejamento do uso,

ocupação e conservação desse ecossistema.

2 CONCEITO E DELIMITAÇÃO DA ZONA COSTEIR

Estudar a Zona Costeira nos leva a ultrapassar a visão popular de que esta se resume

apenas à praia. Seu conceito vai além dessa abrangência. De acordo com a Lei nº 7.661/88, a

Page 4:  · Web viewos Municípios próximos ao litoral, até 50km da linha de costa, que aloquem, em seu território, atividades ou infraestruturas de grande impacto ambiental sobre a zona

Zona Costeira é o espaço geográfico de interação do ar, do mar e da terra, incluindo seus

recursos renováveis ou não, e abrangendo uma faixa marítima e outra terrestre, a serem

definidas pelo Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro (PNGC). No entanto, esta definição

torna-se vaga, pois a Zona Costeira possui características especiais, tendo em vista a sua

complexidade, extensão e peculiaridade (BRASIL, 2009).

Os Planos Estaduais de Gerenciamento Costeiro (PNGC) são os responsáveis em

delimitar a zona costeira de seus respectivos Estados, estabelecendo seus limites terrestres e

marítimos, assim são definidos: [...] Zona costeira é o espaço geográfico de interação do ar,

do mar e da terra, incluindo seus recursos ambientais, abrangendo as seguintes faixas:

Faixa Marítima - é a faixa que se estende mar afora distando 12 milhas marítimas da

Linha de Base estabelecidas de acordo com a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito

do Mar, compreendendo a totalidade do Mar Territorial;

Faixa Terrestre - é a faixa do continente formada pelos Municípios que sofrem

influência direta dos fenômenos ocorrentes na zona costeira, a saber:

a) os Municípios defrontantes com o mar, assim considerados em listagem dessa

classe, estabelecida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE);

b) os Municípios não defrontantes com o mar, que se localizem nas regiões

metropolitanas litorâneas;

c) os Municípios contíguos às grandes cidades e às capitais estaduais litorâneas,

que apresentem processo de conurbação;

d) os Municípios próximos ao litoral, até 50km da linha de costa, que aloquem,

em seu território, atividades ou infraestruturas de grande impacto ambiental sobre a zona

costeira, ou ecossistemas costeiros de alta relevância;

e) os Municípios estuarinos-lagunares, mesmo que não diretamente defrontantes

com o mar, dada a relevância destes ambientes para a dinâmica marítimo-litorânea; e

f) os Municípios que, mesmo não sendo defrontantes com o mar, tenham todos os

limites estabelecidos com os municípios referidos nas alíneas anteriores (BRASIL, 1998).

Page 5:  · Web viewos Municípios próximos ao litoral, até 50km da linha de costa, que aloquem, em seu território, atividades ou infraestruturas de grande impacto ambiental sobre a zona

Conforme a Resolução 001, de 21 de novembro de 1990 da Comissão Interministerial

para os Recursos do Mar - CIRM, a Zona Costeira se caracteriza pela comparecia de um

conjunto de ecossistemas que por sua acentuada fertilidade orgânica, originam consideráveis

cadeias alimentares, propiciando a pesca como também a maricultura (BRASIL, 1990).

Autores como Ignácio et al (2004) descrevem que a região costeira é formada por

um ecossistema frágil devido a sua localização na interface continente-oceano-atmosfera,

onde os processos físicos, químicos, biológicos e geológicos característicos desta zona de

interação atuam de forma dinâmica, em que a sua estabilidade sedimentar e morfológica é

controlada, pelas oscilações do nível relativo do mar e pela tectônica global na escala

mundial enquanto o balanço entre os processos meteorológicos e oceanográficos e as

descargas fluvial e sedimentar são determinados pela escala regional (IGNÁCIO et al, 2004).

Além desses fatores naturais, a região costeira abriga mais da metade da população

mundial, em algum momento este fator pode se configurar em um impacto antrópico, se a

ocupação populacional for irregular, sem estudo e planejamento prévio, tornando-se uma

das responsáveis em alterar significativamente a paisagem natural litorânea intervindo desse

modo no ecossistema, comprometendo a sustentabilidade e, de certa forma, ameaçando a

qualidade das vidas que habitam o ambiente costeiro (DANTAS, 2003; IGNÁCIO et al,

2004).

3 A ZONA COSTEIRA DO CEARÁ

O Estado do Ceará localiza-se na região nordeste do Brasil, na Zona Tropical.

Campos; Polette (2003, p.12) salientam que “a Zona Costeira do Ceará possui uma linha de

costa de 573 km, abrangendo uma área de 20.120 km2, as paisagem composta principalmente

de praias arenosas, campos de dunas, estuários com manguezais, lagoas costeiras, falésias e

tabuleiros”.

Os municípios que compõem a zona costeira cearense são: Chaval, Granja,

Barroquinha, Jijoca de Jericoacoara, Camocim, Cruz, Acaraú, Itarema, Amontada, Itapipoca,

Trairi, Paraipaba, Paracuru, São Gonçalo do Amarante, Caucaia, Maranguape, Maracanaú,

Pacatuba, Horizonte, Pacajus, Chorozinho, Fortaleza, Eusébio, Aquiraz, Pindoretama,

Page 6:  · Web viewos Municípios próximos ao litoral, até 50km da linha de costa, que aloquem, em seu território, atividades ou infraestruturas de grande impacto ambiental sobre a zona

Beberibe, Cascavel, Fortim, Aracati, Itaiçaba e Icapuí, conforme se apresenta na

figura1(GERCO, 2004).

Figura 1 – Municípios que fazem parte da Zona Costeira do Estado do Ceará.

Fonte: SEMACE On line

No sentido oeste-leste a zona costeira cearense faz divisa com o Estado do Piauí até a

foz do rio Acaraú e no sentido noroeste-sudeste, da foz do rio Acaraú até a divisa do Estado

do Rio Grande do Norte. Conforme o PNGC, a zona costeira cearense também possui em sua

delimitação uma porção terrestre e outra marinha, definidas pela Lei Estadual No.

13.796/2006:

CAPÍTULO IDas DefiniçõesArt. 2º Para os fins previstos nesta Lei entende-se por:I - ZONA COSTEIRA: o espaço geográfico de interação do ar, do mar e da terra, incluindo seus recursos renováveis ou não, abrangendo uma faixa marítima que se estende por doze milhas náuticas, medido a partir das linhas de base, compreendendo, dessa forma, a totalidade do mar territorial, e uma faixa terrestre, compreendida pelos limites dos Municípios que sofrem influência direta dos fenômenos ocorrentes na zona costeira, defrontantes e não-defrontantes com o mar, caracterizados nos termos da legislação federal.

A zona litorânea do Estado do Ceará é considerada como costa semi-árida, arenosa e

retilínea. Suas divisões podem ser influenciadas pela maré, pelo regime de ondas e pelo perfil

sedimentar, sendo elas: zona de pós-praia, zona interdial ou estirâncio e zona de ante-praia:

A zona de pós-praia localiza-se acima da influência da maré alta, somente sendo alcançada pelas ondas de ressaca, de tempestades ou pelas marés muito altas, sofrendo grande pressão pela ocupação geralmente inadequada e desordenada, resultando em consequências danosas ao ambiente costeiro. Já a zona interdial ou estirâncio constitui-se da parte do litoral que é exposta pela maré baixa e imediatamente recoberta pelas águas da maré alta em intervalos regulares, tendo

Page 7:  · Web viewos Municípios próximos ao litoral, até 50km da linha de costa, que aloquem, em seu território, atividades ou infraestruturas de grande impacto ambiental sobre a zona

papel primordial na distribuição dos sedimentos carreados pelas correntes longitudinais e de retorno. Finalmente, a zona de ante-praia se comporta como depósito provisório de materiais terrestres que são transportados para a plataforma continental ou que retornam para a pós-praia, situando-se na porção da zona litorânea que é permanentemente coberta pelas águas, podendo ser descoberta em parte nas marés excepcionalmente baixas (MEIRELES; MAIA, 2003, p. 115).

A porção terrestre da zona costeira cearense é formada por duas paisagens geográficas:

a Planície Litorânea e o Tabuleiro Litorâneo. Pela ação de ondas, rios e intensos ventos, a

Planície Litorânea exibe uma paisagem composta de praias, dunas, falésias e planícies. Já o

Tabuleiro Litorâneo é a faixa mais interior (até cerca de 60 km), composta de relevo plano e

solo arenoso, onde se encontram lagoas, algumas matas preservadas, extensos carnaubais e

áreas onde prevalecem espécies típicas de caatinga ou cerrado (MARCELINO, 1999).

Devido à influência da Corrente Norte do Brasil, a faixa aquática (submersa) da zona

costeira cearense possui correntes marítimas em sentido noroeste. A sua plataforma

continental é rasa e estreita, pobre em nutrientes e de alta temperatura, com uma largura

variando de 100 km no litoral oeste e 40 km a leste. “O seu relevo é plano até a profundidade

de 70 metros, onde ocorre uma grande variação de profundidade do mar (a quebra de

plataforma)”. Percebe-se a presença de recifes de coral, areia e lama, onde há grande

variedade de espécies, porém, em número relativamente baixo (MARCELINO, 1999).

Por ter baixa disponibilidade de nutrientes na plataforma continental, os rios e

manguezais são encarregados do transporte desses para o mar, assumindo importante papel na

produtividade marinha e contribuindo com o ciclo de vida de inúmeras espécies que habitam

nestes ambientes. “O lençol freático apresenta profundidades variáveis, sendo mais raso na

planície litorânea, onde as dunas são consideradas os maiores aquíferos” (MARCELINO,

1999).

O clima da Zona Costeira Cearense é formado por um conjunto de fatores que atuam

nas condições atmosféricas da região, enquadrando-a entre úmida e sub-úmida. Percebe-se

uma frequência irregular de chuvas, ocorrendo a maioria delas no período de janeiro a junho.

A temperatura da área é relativamente alta, em torno de 26º, com forte incidência solar e alto

nível de evaporação da água, conferindo à vegetação importância considerada no equilíbrio

hídrico. Outro fator climático relevante para a modificação constante da costa é a presença de

fortes ventos, principalmente nos meses de setembro e outubro, aonde chegam a uma

velocidade média de 4m/s (MARCELINO, 1999).

Page 8:  · Web viewos Municípios próximos ao litoral, até 50km da linha de costa, que aloquem, em seu território, atividades ou infraestruturas de grande impacto ambiental sobre a zona

4 OS PROCESSOS COSTEIROS NATURAIS E ANTRÓPICOS QUE ACARRETAM O AVANÇO DO MAR NA PRAIA DO ICARAÍ

Localização e caracterização geral da Praia do Icaraí

A Praia de Icaraí se distancia a 20 km do centro de Fortaleza e possui 9 km de

extensão. Tem por limite a oeste a praia de Tabuba, a leste a praia de Pacheco, ao norte o

Oceano Atlântico e ao sul o Município de Caucaia (Figura 2).

Figura 2 – Mapa da Zona Costeira de Caucaia.

Fonte: Portal Cumbuco

Até meados da década de 70, Icaraí era uma praia de difícil acesso, pouco conhecida e

pouco frequentada, com uma área coberta de exuberante vegetação e de uma rica diversidade

faunística. A pesca e a criação de caprinos eram os meios de subsistência da população da

época. Contava ainda com um intenso campo de dunas e um elevado número de lagoas,

contribuindo ainda mais para a beleza paisagística dessa região (SOBRINHO, 2006).

Page 9:  · Web viewos Municípios próximos ao litoral, até 50km da linha de costa, que aloquem, em seu território, atividades ou infraestruturas de grande impacto ambiental sobre a zona

Por sua inigualável beleza paradisíaca e pela proximidade com o Município de

Fortaleza, começou a ser frequentada por parte da população dessa capital, que costumava

passar seus fins de semana e feriados descansando, se divertindo e aproveitando os atrativos

que o Icaraí tinha para oferecer. As barracas de praia, sempre lotadas, ofereciam um variado

cardápio diversificado incluindo peixes, mariscos e outras iguarias típicas da região e também

música ao vivo. As pousadas eram bastante procuradas e a especulação imobiliária era muito

valorizada. A praia tornou-se o local preferido pelos amantes dos esportes náuticos em

especial o surf por suas altas ondas, tornado-se palco dos campeonatos nacionais e

internacionais deste entretenimento.

Porém, a praia vem sofrendo modificações profundas, tanto pelos eventos naturais que

ocasionam o avanço do mar, quanto pelos fatores antropogênicos tais como: vilegiaturas

marítimas, turismo sempre ordenado, têm sido vistos nessa região, o fenômeno denominado

de erosão costeira que tem destruído a praia as barracas até mesmo residências,que segundo

Gomes (2007), a pesca principal fonte de renda em décadas passadas foi suprimida, avaliar-

se há uma desaceleração do comércio,do turismos, estima-se,também que cerca de 100

empregos diretos e 300 indiretos foram perdidos, prejudicando a fonte de renda, muitas

vezes única, de quem trabalha na praia provocando o êxodo e o abandono da praia

ocasionando a desvalorização litorânea (MARINO; FREIRE, 2013).

4.1 Indicadores da erosão costeira: causas naturais e antrópicas.

O significado da erosão que ocorre na zona costeira da praia do Icaraí coforme

estabelecido no Código Ambiental de Caucaia-CE, é a degradação do solo, provocando

destruição ou deterioração pela remoção ou transporte dos seus elementos constituintes para

as planícies, vales, leitos dos rios e até para o mar, em consequência da ação de agentes

externos, principalmente o vento e a água, incluído nesta definição apenas o indicador natural

(CAUCAIA, 2001).

O litoral brasileiro, com extensão aproximada de 8.500 km, incluindo a praia do

Icaraí, apresenta diversos estágios de erosão e, menos frequentemente, acresção costeira.

Além da grande pressão demográfica sobre esta área, o estágio atual de aumento do nível

eustático do mar eleva o número de áreas sob efeito dos processos erosivos, podendo

Page 10:  · Web viewos Municípios próximos ao litoral, até 50km da linha de costa, que aloquem, em seu território, atividades ou infraestruturas de grande impacto ambiental sobre a zona

converter esta região em área de risco ou de difícil gestão em um futuro próximo (IGNÁCIO;

et al, 2004).

Como foi descrito anteriormente, ao observar uma praia tem-se uma cena de

movimento atraente, intermitente. Cada onda move areia para frente e para trás com uma

camada de espuma que se derrama por toda extensão de areia. Em seguida há uma onda de

recuo, às vezes seguida de uma pausa, outras vezes não.

Segundo Guerra; Cunha (2007), a deriva litorânea e as correntes longitudinais

movem a areia para a praia. Na extremidade de uma praia e também ao longo dela, a areia é

removida e depositada em águas profundas. Na parte continental ou ao longo de falésias

marinhas, a areia e os seixos são liberados pela erosão e repõem o material da praia. O vento

que sopra transporta areia para dentro da água e para a costa adentro, sobre o continente.

Todos esses processos juntos mantêm um balanço entre adição e remoção de

areia, resultando em uma praia, que pode parecer estável, mas na verdade o que ocorre é uma

intensa troca de material em ambos os lados:

[...] a morfologia das praias varia porque as areias permanecem em contínuo movimento devido às ondas que quebram na linha de costa. Durante as variações diárias das marés, e principalmente nos eventos de ressacas, as ondas transportam grande quantidade de sedimentos. Parte desse material é deslocado para outros pontos em praias mais adiante (quando as ondas atingem a linha da costa formando ângulos oblíquos), e o restante, transportado mar afora (MEIRELES; MAIA, 2003).

No entanto, a partir do momento em que a relação da sociedade com a natureza se dá

de forma desordenada, esse fenômeno natural é intensificado pelas ações antrópicas, ou seja,

pela interferência do homem sobre a dinâmica natural dos processos que ocorrem no meio

ambiente (DANTAS, 2003).

No período da colonização cearense, a Zona Costeira possuía um papel secundário na

economia, pois na época quem dominava o cenário regional era o sertão, pelo

desenvolvimento de uma pecuária extensiva com foco no abastecimento de couro e charque

nos mercados regionais. Com o aumento da população em torno da capital, Fortaleza, no final

do século XIX, e com o progresso do porto, o ponto principal tanto da sociedade quanto da

economia deslocou-se para o litoral (DANTAS, 2003)

Page 11:  · Web viewos Municípios próximos ao litoral, até 50km da linha de costa, que aloquem, em seu território, atividades ou infraestruturas de grande impacto ambiental sobre a zona

A pesca e o turismo foram atividades decisivas para o desenvolvimento econômico da

Zona Costeira em meados do século XX. O turismo foi causador da ocupação dos espaços

litorâneos mais frágeis (praias, dunas, falésias), em função do acelerado aumento do

veranismo, fenômeno conhecido como de segunda residência, e do turismo de massa,

demandando a construção de empreendimentos – hotéis, pousadas, resorts, etc; para atender

aos turistas (DANTAS, 2003).

Nessa época não existia ainda nenhum ordenamento que tutelasse o uso e ocupação

das áreas situadas no ambiente costeiro e por conta dessa ausência, os impactos ambientais e

socioeconômicos começaram a ser percebidos. A especulação imobiliária juntamente com a

ocupação desordenada e irregular tem alterado significativamente a paisagem natural

litorânea, comprometendo a sustentabilidade de muitos ecossistemas, de forma a ameaçar a

qualidade de vida da população que vive na Zona Costeira como também a própria

continuidade da atividade turística (DANTAS, 2003).

Um clássico exemplo dessa falta de regulamentação e, consequentemente, fiscalização

ambiental, foi a construção e implantação do Porto do Mucuripe, em Fortaleza-CE, que

contribuiu para o aumento da erosão costeira por recuar ainda mais a linha da costa,

intensificando-se com as obras que vieram em decorrência dos impactos causados por esse

fenômeno erosivo (TONIATTI, 2008).

Como no litoral do Ceará não existe nenhum porto natural por ser um mar aberto, na

década de 30 foi criado pelo Estado um porto na Praia do Mucuripe. “O antigo cais, que

funcionava na Ponte Metálica, tinha gerado investimentos na região da Praia de Iracema. Os

armazéns e galpões estavam todos lá. O Mucuripe ficava longe da cidade, a oito quilômetros

do Centro, com a construção do Porto, ocorreu uma mudança na paisagem natural, as dunas

do litoral leste praticamente deixaram de existir - foram ocupadas e pavimentadas -, mas ainda

hoje o acúmulo de areia é a grande” (TONIATTI, 2008).

Uma das maiores leis universais é a da ação e reação e na natureza isso é visto de

forma mais evidente. A construção do Porto do Mucuripe, segundo Morais (1981) trouxe

impactos ambientais de ordem negativa tais como assoreamento e processos erosivos com

destruição de trechos de praia em várias áreas localizadas a oeste da construção.

Page 12:  · Web viewos Municípios próximos ao litoral, até 50km da linha de costa, que aloquem, em seu território, atividades ou infraestruturas de grande impacto ambiental sobre a zona

Visando minimizar tais impactos negativos, efetuou-se recurso de ordem artificial na busca de um equilíbrio no meio natural, construindo-se molhes como forma de barrar os sedimentos e engordar a linha da costa. No entanto, em uma relação de causa e efeito, o referido procedimento vem ocasionando, continuamente, uma série de impactos de ordem negativa, uma vez que para cada molhe construído verifica- se um desequilíbrio ao lado subsequente do mesmo, pois o próprio molhe serve de obstáculo e impossibilita a migração de sedimentos. Por causa da construção dos molhes, áreas desta faixa do litoral ficaram desguarnecidas às ações das ondas, ocasionando efeitos erosivos, associados ao não recebimento de sedimentos, fruto da ação eólica, visto que as áreas de dunas estão praticamente tomadas por núcleos urbanos ou estão fixas por vegetação (SOBRINHO, 2006).

No litoral de Fortaleza, as correntes longitudinais seguem na direção leste-oeste,

transportando sedimentos, impulsionadas pelo clima das ondas. Ao esbarrar no espigão do

porto, que hoje avança 1,9 quilômetros dentro do mar, parte das correntes vindas da Praia do

Futuro consegue seguir em frente, outra parte forma ondulações que tendem a contornar o

obstáculo. O movimento chamado difração cria correntes que dão meia volta no espigão e

vão armazenando os sedimentos transportados, deixando, portanto de alimentar as praias do

litoral oeste (TONIATTI, 2008).

Entre o final da década de 40 e início dos anos 50, Toniatti (2008), apresenta o

seguinte panorama:

[...] em 1949, a Praia Mansa já começava a se formar e a bacia do porto ficava mais rasa. Se está sobrando areia num lugar, está faltando em outro. "Cria-se um déficit no transporte de sedimentos", diz Erasmo. Pouco mais de uma década depois do início das obras do Porto do Mucuripe, a praia em frente ao clube Ideal foi engolida pelo mar. "Ali existiam umas duas ruas que sumiram. A praia do Náutico sofreu menos por estar relativamente protegida", explica Erasmo. No começo dos anos 50, foi a vez da Praia de Iracema ser invadida. Casarões, ruas e uma extensa faixa de praia desapareceram embaixo d'água ou foram destruídos com a força da maré. "Ali tinha uma população rica. Eles pressionaram o Estado e um instituto francês veio estudar uma solução", diz Erasmo. Apontaram três medidas urgentes: a construção de um espigão na praia do Titanzinho, a dragagem do canal em dez metros e o transporte da areia retirada do calado do porto para a Praia de Iracema.

Mesmo após a construção do quebra-mar na Praia do Titanzinho e as dragagens feitas

periodicamente pelo Porto sempre que a areia se acumulava, a retenção de sedimentos

acentuou-se e o mar continuou avançando. Para barrar o avanço do mar, foi construído em

1964 um paredão de rochas na linha de costa da Praia de Iracema. Aparentemente, o problema

havia sido resolvido, pois as pedras contêm o avanço marítimo e as ondas deixam de existir na

praia. Porém, os sedimentos não eram mais transportados como deveriam, agravando ainda

mais a situação nas praias do litoral oeste (TONIATTI, 2008).

Page 13:  · Web viewos Municípios próximos ao litoral, até 50km da linha de costa, que aloquem, em seu território, atividades ou infraestruturas de grande impacto ambiental sobre a zona

A Praia de Icaraí, ao longo de aproximadamente duas décadas, vem sofrendo

diretamente as consequências da erosão marítima, que reflete de maneira direta no uso e

ocupação da praia, pois tal fenômeno gera impactos negativos, destruindo casas e barracas

localizadas próximas da orla, culminando na elaboração de medidas mitigadoras para tentar

solucionar essa problemática (LYRA, 2013).

Para conter o avanço do mar, os proprietários das barracas investiram em barreiras de

pedras, mas além do alto custo, a cada ressaca do mar elas eram destruídas, como mostra a

Figura 3, gerando ainda mais malefícios, visto que as pedras são levadas pela força do mar,

substituindo o fundo que anteriormente era de areia, aumentando a probabilidade de acidentes

para os banhistas e surfistas da região.

Diante de tal desastre ambiental, no dia 18 de março de 2009 foi homologado pelo

Governo do Estado do Ceará o Decreto nº 29.683, que decretou a situação de emergência no

Município de Caucaia, mais precisamente nas localidades de Pacheco, Iparana e Icaraí,

culminando em uma preocupação maior das autoridades em buscar soluções tecnológicas

para minimizar o problema do avanço do mar nessa região.

Após analisar diversas tecnologias de contenção do avanço do mar, a Prefeitura de

Caucaia, no final de agosto de 2010, resolveu optar pela construção do Dissipador de Energia

Bagwall. A sua estrutura assemelha-se a uma escadaria (degraus), construída

longitudinalmente à costa e projetada para dissipar a energia das ondas, evitando que o

espraio máximo das ondas (wave run-up) atinja a frente urbana marítima e provoque

prejuízos econômicos, sociais e patrimoniais (LYRA, 2013).

De acordo com a Ordem de Serviço expedida pela Prefeitura de Cuacaia para a

construção do bagwall, a estrutura construída na Praia do Icaraí se estende em um raio de

1.370 metros lineares do litoral, compreendido entre a Avenida Litorânea e o Condomínio

Morada do Sol:

A tecnologia utiliza-se de geoforma têxtil confeccionada com tecido de combinação polimérica, com fio de alta tração, retorcidos e fibrilizados, semi-permeáveis para moldagem “in loco” dentro e fora d’ água.A escavação mecânica para implantação da obra deve atingir uma profundidade de segurança a partir do nível atual da superfície, com o objetivo de dar estabilidade à estrutura do arrimo, para prevenir o descalçamento e o carregamento de areia de pé da sapata.

Page 14:  · Web viewos Municípios próximos ao litoral, até 50km da linha de costa, que aloquem, em seu território, atividades ou infraestruturas de grande impacto ambiental sobre a zona

A profundidade deverá ser igual ou mais baixa que o nível de baixo-mar em maré de sizígia (marés de lua cheia e nova).O revestimento de fundo da sapata, inicialmente, é da ordem de 15 cm de espessura.Sobre o revestimento de fundo será instalada a sapata, composta aos módulos de 2 T de fôrmas de concreto, posicionado no sentido perpendicular ao mar, intervalos ou embricados entre si por espaços diferenciados, para que ocorra a amarração das peças, obtendo-se um conjunto monolítico capaz de absorver a energia do trem de ondas (CAUCAIA, 2010).

Contudo, o mar continua avançando nos trechos que não estavam “protegidos” pelo

bagwall, sem falar que após a sua construção, as ressacas do mar que ocorreram

frequentemente destruíram praticamente toda a obra, conforme observar-se nas figuras que se

seguem:

Figura 3 - População observa e tenta reverter o avanço do mar.

Fonte: Marco Lyra Blogspot

Após 60 dias da construção, ou seja, em Julho de 2011, o bagwall na praia do Icaraí

já apresentava apenas três degraus do barramar e a população que analisava a destruição

tentava conter o avanço do mar e salvaguardar a bagwall (LYRA, 2011).

Page 15:  · Web viewos Municípios próximos ao litoral, até 50km da linha de costa, que aloquem, em seu território, atividades ou infraestruturas de grande impacto ambiental sobre a zona

Figura 4 - A população vigilante e apreensiva com a ressaca do mar.

Fonte Marco Lyra Blogspot

Em outubro de 2011 a ressaca do mar foi forte e apenas dois degraus do bagwall

estavam aparecendo. A população já estava sem esperança de que esta era a solução, mas

nada pode fazer para conter o avanço do mar que se agravava a cada mês (LYRA, 2011).

Figura 5 – População incrédula no que estava presenciando.

Fonte Marco Lyra Blogspot

Apenas um degrau do barramar podia ser visto na praia em Novembro/2011 (LYRA,

2011).

Page 16:  · Web viewos Municípios próximos ao litoral, até 50km da linha de costa, que aloquem, em seu território, atividades ou infraestruturas de grande impacto ambiental sobre a zona

Figura 6 - O Fim

Fonte Marco Lyra Blogspot

Finamente, o último degrau do bagwall foi praticamente encoberto pela engorda

natural da areia, com faixa de praia de 80 m. Apenas a viga de

coroamento do barramar está aparecendo (LYRA, 2011).

Figura 7 - A resistência: os frequentadores enfrentam um faixa de areia estreita.

Fonte: Jornal o Povo 2014

O movimento da Praia do Icaraí, em Caucaia é pura resistência! A praia, que enfrenta

poderosa erosão do mar há alguns anos, ainda conta com os surfistas, as famílias que moram,

aquelas que têm casa no local para os fins de semana e quem guarda certo carinho pelo mar e

areia do Icaraí. Esses frequentadores enfrentavam uma faixa de areia estreita e repleta de

Page 17:  · Web viewos Municípios próximos ao litoral, até 50km da linha de costa, que aloquem, em seu território, atividades ou infraestruturas de grande impacto ambiental sobre a zona

pedras, uma Avenida Litorânea descuidada e lixo acumulado em certos pontos. Nas falas de

quem ainda vai à busca do lazer do fim de semana ao local, o tom é de desesperança com o

futuro do Icaraí (POVO, 2014).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A proposta empreendida nesse ensaio não pretende sobre nenhuma hipótese detalhar

as concepções teóricas e metodologias da geomorfologia da região estudada. Essa reflexão

terá alcançado seu objetivo se houver consenso quanto à proeminente necessidade de

apropriação das teorias, métodos e práticas que formam o arcabouço desse relevante ramo

científico, e que não cesse a produção literária brasileira especializada nesta temática, que tem

como ponto primordial a mais urgente o cuidar das praias, do ecossistema da costa brasileira

em especial a praia do Icaraí-Ce, tanto pelas autoridades competentes como pela população.

Por ser uma região muito rica em biodiversidade, composta por ambientes únicos e de

belezas naturais impressionantes, a Zona Costeira é de relevante importância para o turismo, a

economia e, principalmente, para o meio ambiente. Em decorrência da análise, observou-se

que esse ecossistema considerado patrimônio nacional vem sofrendo impactos ambientais

negativos devido dentre outros fatores à intensa urbanização causada pelo uso e ocupação

desordenada do litoral.

Confrontando com a realidade atual e fazendo um resgate histórico da Praia do Icaraí,

verifica-se uma visível diferença: antes se observava a beleza da praia e a população podia

desfrutar do conforto e comodidade das barracas e das boas ondas para a prática do surf,

porém, o cenário atual encontra-se transformado de maneira significativa e negativa. Podendo

ser confirmada, através de uma releitura do presente estudo com os levantamentos e análises

efetuadas por outros pesquisadores, que apoiam na área e em regiões circunvizinhas, a

tendência generalizada de déficit de sedimentos ao longo da zona litorânea estudada está

relacionada à ocupação indevida e concentrada, principalmente praia e campo de dunas,

impedindo o trânsito e aporte de sedimentos supridores desses ambientes.

Com o estudo ficou evidente que a erosão costeira nessa região é um fato

incontestável. Torna-se inquestionável que o avanço do mar causado por fenômenos naturais e

Page 18:  · Web viewos Municípios próximos ao litoral, até 50km da linha de costa, que aloquem, em seu território, atividades ou infraestruturas de grande impacto ambiental sobre a zona

intensificado por ações antrópicas tem afetado não só as paisagens naturais como também a

vida da cidade. A cada ressaca do mar, pontos importantes e essenciais para subsistência estão

sendo impactados de maneira negativa: o setor de pesca está praticamente extinto; as barracas

de praia que eram o encanto da beira mar, distribuídas ao longo de toda a costa foram

destruídas; o enfraquecimento do turismo que levou de maneira drástica a diminuição dos

investimentos, afetando o comércio local que não passou ileso, pois muitos estabelecimentos

baixaram as portas, causando desemprego para muitos trabalhadores, sendo comprometido

expressivamente a qualidade de vida da população local e por fim ocasionando o êxodo, tanto

da população como dos investimentos, agravando-se assim todo o contexto.

É necessário ampliar ações de políticas públicas, no intuito de redefinir as atividades

de uso e ocupação da zona costeira por grandes empreendimentos, priorizando localmente a

preservação e conservação das unidades morfológicas reguladoras de um aporte regular de

sedimentos para o transporte eólico e deriva litorânea.

Dos projetos empreendidos para dirimir tal problemática, foi executado a construção

do Dissipador de Energia Bagwall, que foi mostrado ao longo do estudo, não obtendo o êxito

esperado, pois o mar continuou continua a avançar.

Torna-se necessário um estudo técnico atualizado da área degradada seguindo talvez o

Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA), visto que através de tal estudo, será possível a

busca de uma solução viável para a problemática e menos degradante possível, preservando a

sustentabilidade do meio ambiente.

Projetos para o futuro

Como publicado no O POVO no dia 10/01/2014, um projeto deve propor a construção

de seis estruturas de quebra-mar no Icaraí. As estruturas ficariam em uma faixa de três

quilômetros. A Avenida Litorânea também passaria por reforma. Os equipamentos de

contenção seriam paralelos à praia e teriam 150 metros, cada. Sem recursos para essa

intervenção, serão reconstruídas as barreiras, conhecidas como bagwall.

Diante dessa realidade, surge um questionamento por parte da pesquisadora: será que

o impacto negativo causado pelo avanço do mar teria sido menor caso as edificações

Page 19:  · Web viewos Municípios próximos ao litoral, até 50km da linha de costa, que aloquem, em seu território, atividades ou infraestruturas de grande impacto ambiental sobre a zona

construídas ao longo da orla tivessem sido erguidas obedecendo à legislação ambiental

vigente no que diz respeito o uso e ocupação da Zona Costeira? E os projetos futuros, será

que chegarão a tempo de salvar a linda paia do Icaraí?

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Lei Federal n. 7.661 de 16 de maio de 1988. Institui o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro e dá outras providências. Vade mecum. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.

_______. Resolução CIRM n. 001, de 21 de novembro de 1990. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF. Disponível em: <www.ipef.br/legislacao/bdlegislacao/arquivos/17576.rtf>. Acesso em: 02 dez. 2013.

CAUCAIA. Lei Municipal n. 1.367 de 15 de maio de 2001. Dispõe sobre a Política Ambiental do Município de Caucaia e dá outras providências. Caucaia. Disponível em: <http://www.caucaia.ce.gov.br/sessoes/cidadao/pdf/Lei_de_Codigo_Ambiental.pdf>. Acesso em: 20 abril de 2014.

CAUCAIA. Ordem de Serviços: Construção do Barra Mar Dissipador de Energia “Bag Wall”. Disponível em: < http://www.avol.com.br/2009/site/ver_noticia.php?id=69830>. Acesso em: 21 de julho de 2014.

CEARÁ. Lei Estadual n. 13.796 de 30 de junho de 2006. Institui a Política Estadual de Gerenciamento Costeiro, e o Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro e dá outras providências. Diário Oficial, Ceará. Disponível em: <http://www.al.ce.gov.br/legislativo/legislacao5/leis2006/13796.htm>. Acesso em: 02 dez. 2013.

DOMINGUEZ, José Landim. Avaliação regional do problema da erosão na região nordeste do Brasil. Disponível em: <www.cpgg.ufba.br/lec/eros.htm>. Acesso em 20 de dez. 2013.

GOMES, Lucinthya. Sem contenção, mar continua avançando na praia do Icaraí. O POVO On line, Fortaleza, 9 out. 2007. Disponível em: <http://opovo.com.br/opovo/ceara/735333.html>. Acesso em 6 jun. 2013.

GUERRA, Antônio José Teixeira e CUNHA, Sandra Baptista da. Geomorfologia – Uma atualização de bases e conceitos. 7. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2007.

IGNÁCIO, Gabriela M. et al. Consequências da Intervenção Antrópica na Zona Costeira: Um Exemplo do Litoral do Paraná. Universidade Federal do Paraná/PR. [2004?]. Disponível em: < http://www.uesb.br/anpuhba/artigos/anpuh_II/gabriela_m_ignacio.pdf>. Acesso 15 de maio de 2013.

Page 20:  · Web viewos Municípios próximos ao litoral, até 50km da linha de costa, que aloquem, em seu território, atividades ou infraestruturas de grande impacto ambiental sobre a zona

LYRA, Marco. Bagwall: estudo comprova eficácia da obra na praia do Icaraí – CE. Disponível em: <http://marcolyra.blogspot.com.br/2013/02/bagwall-estudo-comprova-eficacia-da.html>. Acesso em: 10 maio 2013.

MARCELINO, Ana Maria Teixeira. Caracterização dos ecossistemas costeiros dos Estados do Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí. Natal, 1999. Disponível em: <http://www.anp.gov.br/meio/guias/sismica/refere/RegiaoNordeste_RGN_CE_PI.pdf >. Acesso em: 10 de maio de 2013.MARINO, M. T. R. D.; FREIRE, G. S. S. Análise da evolução da linha de costa entre as Praias do Futuro e Porto das Dunas, Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), estado do Ceará, Brasil Revista da Gestão Costeira Integrada 13(1):113-129. UFC. Fortaleza-CE, 2013.

MEIRELES, Antônio Jeovah de A.; MAIA, Luis Parente. Dinâmica e erosão costeira. In: CAMPOS, Alberto Alves (Org.) A Zona Costeira do Ceará: diagnóstico para a gestão integrada. Fortaleza: AQUASIS, 2003.

MORAIS, Jader Onofre. Evolução sedimentar da enseada do Mucuripe. Fortaleza: Arquivo Ciências do Mar – LABOMAR – UFC, 1981.

Jornal O Povo, Icaraí-CE, 27/01/2014 ANJOS, Samaisa dos. Praia de Icaraí sofre com e falta de estrutura Povo Online, Fortaleza,CE 27 jan. 2014. Disponível em http://www.opovo.com.br/app/opovo/cotidiano/2014/01/27/noticiasjornalcotidiano,3197102/praia-do-icarai-sofre-com-erosao-e-falta-de-estrutura.shtml. Acesso em 19/07/2014

SOBRINHO, José Falcão. Paisagens do Litoral de Icaraí (CE). GEOGRAFARES Nº 5, 2006. Disponível em: < http://periodicos.ufes.br/geografares/article/view/1055>. Acesso em 19 de julho de 2014.

TONIATTI, Mariana. Mudanças a partir do Porto do Mucuripe. O POVO On line. Fortaleza, 30 ago. 2008. Disponível em: <http://opovo.uol.com.br/opovo/cienciaesaude/815502.html>. Acesso em: 5 dez. 2013