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Introdução
O artigo visa apresentar uma análise da cobertura da separação de Dalva
de Oliveira e Herivelto Martins feita pelas revistas O Cruzeiro1 e Revista do
Rádio2, além dos jornais Diário da Noite3, Diário de Notícias4, Jornal do Brasil5 e O
Globo6. Todos os veículos pesquisados fazem parte do grupo de impressos de
maior circulação e relevância da época. Foram resgatadas as publicações dos
meses de janeiro e fevereiro de 1951, ano seguinte ao anúncio oficial do fim do
casamento dos artistas.
A escolha do período se deu também por causa dos textos veiculados
entre os dias 13 de janeiro e 12 de fevereiro daquele ano, quando o vespertino
Diário da Noite publicou o total de 22 artigos escritos a quatro mãos por Herivelto
e pelo jornalista David Nasser7. A coluna que abrigava estes artigos tinha o título
de “Porque abandonei Dalva de Oliveira” e levou a público a versão do ex-marido
para o fim do matrimônio.
O estudo foi feito sobre as publicações veiculadas entre os dias 1º de
janeiro de 1951 e 28 de fevereiro do mesmo ano, por meio do acervo digital da
Hemeroteca da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro8, cujo acesso é gratuito. A
única exceção é o Jornal O Globo, pois conta com acervo virtual no próprio site,
1 Editada pelos Diários Associados, a Revista O Cruzeiro era um semanário ilustrado que circulou entre 1928 e 1975.2 Lançada pelo jornalista Anselmo Domingos em 1948, circulou até 1970. Foi um dos principais veículos especializados durante a ascensão da época que ficou conhecida como a “Era do Rádio”.3 Vespertino carioca fundado em 1929 como parte do grupo de jornais que começava a constituir, à época, o conglomerado de Assis Chateaubriand [...] Em fevereiro de 1961, afetado por dívidas colossais, saía de circulação o Diário da Noite carioca, que, em vários momentos, batera recordes de vendagem e que contava, ainda, com expressivos colaboradores como Nélson Rodrigues, Antônio Maria e Sérgio Porto — o Stanislaw Ponte Preta. (MOREIRA, E. L. M. s/d)4 Fundado em 1930, o Diário de Notícias era um matutino carioca que, em 1951, ano da pesquisa, tinha uma tiragem de 64 mil exemplares diários. Saiu de circulação em 1976. Passou das mãos de João Dantas para o então Ministro da Fazenda Delfim Neto, depois foi vendido para o Deputado Ricardo Fiúza. Entre 1974 e 1976, ano de seu fechamento, teve dois donos: Joaquim Pires Ferreira e Olímpio de Campos, saindo então de circulação. (BARBOSA, M., 2007)5 Carioca, foi fundado em 1891 por Rodolfo Dantas, o JB, como é até hoje chamado, tinha a intenção de defender a monarquia recentemente deposta. Foi impresso até o ano de 2010, quando passou à versão 100% digital.6 Também carioca, faz parte do Grupo Globo e atua desde 1925. De todos os jornais pesquisados, é o único ainda existente em formato impresso.7 David Nasser foi o jornalista brasileiro mais famoso dos anos 50, tempos áureos da revista O Cruzeiro. Morreu aos 63 anos, no Rio de Janeiro, em 10 de dezembro de 1980, rico e ainda influente como articulista da revista Manchete. (CARVALHO, L. M., 1999)8 Portal de periódicos nacionais para consulta. Acesso: http://bndigital.bn.br/hemeroteca-digital/
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mas apenas para assinantes. Anexo, há recortes dos veículos. A escolha se deu
por amostragem.
O artigo pretende mostrar quais critérios de noticiabilidade, de acordo com
a Teoria do Newsmaking, foram utilizados para veicular a repercussão dos fatos
após a assinatura da separação9. Pretende-se ilustrar ainda se, entre Dalva e
Herivelto, alguém foi privilegiado pela cobertura da imprensa e analisar se um dos
dois tinha poder de definição sobre o que seria veiculado. Enquanto ele era
compositor e contava com o apoio de um jornalista de trânsito livre pelas
redações dos veículos que faziam parte dos Diários Associados10, Dalva era a
cantora que, aparentemente, não exercia influência direta na imprensa, contando
apenas com os amigos que compunham repostas musicais às acusações sofridas
no Diário da Noite. Tudo isso gerando a elevação do faturamento tanto das
gravadoras quanto dos periódicos. Foram contabilizadas notícias, notas e
matérias dedicadas a um e a outro enquanto artistas e ao assunto do fim do
casamento em si, quais eram as fontes mais ouvidas e quais vieses tiveram as
reportagens da imprensa escrita.
Os artistas
Dalva de Oliveira e Herivelto Martins são duas personalidades que
merecem um longo capítulo na história da música popular brasileira. Pela arte se
conheceram e com a arte marcaram o fim de um casamento vivido em cima dos
palcos. Protagonizaram uma separação que ultrapassou as paredes da casa da
família, ganhando as páginas dos jornais dos anos 50.
Herivelto de Oliveira Martins (1912-1992), carioca de Paulo de Frontin, e
Vicentina de Paula Oliveira (1917-1972), nome de batismo de Dalva, paulista de
Rio Claro, eram de origem humilde e se encontraram em 1936. Ele, artista
9 Afim de facilitar a compreensão, o artigo utiliza o termo “separação” ao se referir ao desquite, o termo jurídico para o processo vivido pelos artistas. Até o ano de 1977, quando foi implementada a Lei do Divórcio, o casal desquitado era impedido de casar-se novamente. Entre 1977 e 2010, quando a Lei do Divórcio recebeu a Emenda 66, o casal precisava provar que estava separado pelo prazo mínimo de dois anos para que o divórcio fosse homologado pela justiça. Em 2010, a Emenda aboliu a necessidade deste tempo sem convivência marital.10 Fundado em 1924 por Assis Chateaubriand, o Diários Associados chegou a ser o maior grupo de mídia do Brasil. Faziam parte do conglomerado as já extintas revista O Cruzeiro e TV Tupi. Hoje, controlado por um grupo de acionistas, conta com 50 veículos de comunicação espalhados pelo Brasil.
3
autodidata, viu na menina recém-chegada do interior um talento vocal incomum.
Ela, filha de um boêmio que tocava clarineta, conhecia as notas musicais mesmo
sem nunca tê-las estudado.
De acordo com o Almanaque da Rádio Nacional (2007), ainda em 1937,
Herivelto e Nilo Chagas davam vida à dupla batizada de Branco & Preto. Assim,
com a entrada de Dalva na vida de Martins, formaram o Trio de Ouro, nome dado
pelo locutor Cesar Ladeira, da extinta Mayrink da Veiga, rádio na qual o Trio se
apresentou em curta temporada, sendo logo contratado pela Rádio Tupi. O Trio
de Ouro daria a eles uma vida relativamente confortável, pois proporcionava
moradia própria, automóveis e despensas cheias. Era justamente o oposto da
vida que tinham antes de se firmarem como um dos maiores sucessos das rádios,
dos palcos e dos cassinos, permitidos pelo governo da época.
Em 1946, Eurico Gaspar Dutra, então presidente do Brasil, proibiu o
funcionamento das casas de jogos em todo o território nacional. Nelas,
trabalhavam cantores, músicos, bailarinos e profissionais de produção e, com a
ordem da presidência, precisaram mudar suas rotinas e buscar novos palcos para
atuar. Nasciam aí os nightclubs e, com eles, os espetáculos criados para estes
espaços. Os mais famosos no Rio de Janeiro, na segunda metade da década de
40, eram o Night and Day, o Grill do Copacabana Palace e o Cassino Atlântico.
Além destes espaços, os espetáculos montados eram apresentados também nos
teatros João Caetano, Carlos Gomes e Recreio.
No ano de 1939 e já com um filho, fruto da relação, Dalva casou-se com
Herivelto. Trabalhavam juntos e juntos viviam em uma situação nada tranquila,
dividindo quartos com outras famílias. Em seu livro, Pery Ribeiro (2009), o filho
em questão, conta que moravam em uma casa miserável, dormiam todos juntos,
ele, pai, mãe, avó materna e uma tia, no chão, sendo lonas de circo o que
serviam de divisórias dos cômodos.
Ubiratan, o segundo filho, nasceu em condições melhores. Dalva e
Herivelto já moravam próximo ao Cassino da Urca, onde atuavam. Após as noites
de trabalho, era na casa deles que os amigos se reuniam e Dalva cozinhava para
todos. Com a vida doméstica mais organizada, e com Herivelto à frente de sua
carreira e organização financeira, os ciúmes de Dalva, aliados ao gênio forte do
marido, tiravam o lugar da paixão e davam espaço para as brigas. Conforme
4
Ribeiro e Duarte (2009), “o trabalho, o Trio, a música, tudo era impecável, quase
perfeito. Só não era perfeita sua vida em comum. Nem tudo era tão cor-de-rosa
como parecia”.
O machismo pintava de cinza a sociedade da época. Não era incomum que
os homens tivessem esposa em casa e amantes na rua ou até mesmo no próprio
círculo de amigos. Com mais dinheiro fazendo parte da rotina, ele começou a
procurar outras mulheres, pois não via problema nisso. Ribeiro e Duarte (2009)
conta que as brigas se tornaram frequentes e, em uma delas, Herivelto agrediu a
esposa a socos e pontapés e Dalva, que estava grávida, rolou pela escada, tendo
o fim da gravidez que lhe traria o terceiro filho. O feto ficou exposto no banheiro,
dentro de um pote de vidro. Era uma forma de Dalva punir Herivelto pela perda.
Separação, até então, era algo inimaginável. Dalva, nascida em 1917,
acreditava que casamento era para a vida inteira e que os problemas conjugais
deveriam ser superados. E tinha ainda o Trio de Ouro, que era um produto
cultural e meio de vida que a todos sustentava. Parecia impossível, como depois
a história comprovou, que a separação do casal não interferisse na união de
trabalho. Porém, os casos extraconjugais de Herivelto ficavam cada vez mais
evidentes e Dalva flagrava provas das traições e os intervalos entre as brigas só
diminuíam.
Em uma das viagens para fazer shows, Herivelto se encantou por uma
aeromoça, posição hoje conhecida como comissária de bordo. Nos anos 1940,
esta função era ocupada por mulheres tão bonitas quanto as misses. Lurdes era
uma gaúcha que contrariava o conservadorismo da época, já era desquitada e
tinha um filho pequeno. Herivelto descobriu tudo isso depois de dar plantões em
sua porta e fazer serenatas para conquistá-la, o que acabou conseguindo.
Dalva descobriu a relação e Herivelto não mais escondia que estava
levando uma vida dupla, passava os dias com o novo amor e as noites com a
esposa. A separação, já inevitável, ganhou força antes de viajarem em turnê pela
Venezuela. O pedido da separação foi protocolado antes da partida e consolidado
no retorno. Após uma temporada conturbada fora do país, Herivelto deixou Dalva
com amigos, retornando sozinho para o Rio de Janeiro, mudando-se em definitivo
para a casa de Lurdes, de onde nunca mais saiu até a sua morte.
5
Era 1949 quando Dalva voltou para casa e não mais havia o companheiro.
Porém, tinha uma carreira e precisava tocá-la em frente, até para manter o padrão
de vida que alcançara para seus filhos, para a mãe e para as duas irmãs que
moravam também na sua casa. A primeira música que gravou após sair do Trio
de Ouro foi “Tudo acabado”, um samba-canção composto por Jota Piedade e
Oswaldo Martins, cujos versos desenham uma desdita amorosa:
“Tudo acabado entre nós, já não há mais nada. Tudo acabado entre nós, hoje de madrugada. Você chorou e eu chorei, você partiu e eu fiquei. Se você volta outra vez, eu não sei”. (PIEDADE e MARTINS, 1949)
Logo em seguida, o bolero “Que será?”, de Marino Pinto e Mário Rossi.
Esta segunda foi responsável por apelidar Dalva como “a dama do abajur lilás”,
termo contido nos versos da letra que perguntava:
“Que será da minha vida sem o teu amor? Da minha boca sem os beijos teus? Da minha alma sem o teu calor? Que será da luz difusa do abajur lilás, se nunca mais vier a iluminar outras noites iguais?”. (PINTO e ROSSI, 1949)
Segundo Fonseca (1987) e Ribeiro e Duarte (2009), o sucesso solo de
Dalva foi o estopim musical responsável pelo rompimento do clima de separação
amigável, pois Herivelto não conseguia lidar com o sucesso que Dalva fazia sem
ele. Em parceria com o jornalista David Nasser, Herivelto compôs “Caminho
certo”, cuja letra dá a entender que a culpa da separação era de Dalva, que
transformava o lar na ausência do marido “em qualquer coisa abaixo da
decência”. Iniciava-se aí o que ficou conhecido como a polêmica musical e
pública. De um lado, Herivelto compondo músicas que feriam Dalva
profundamente. Do outro, um conjunto de compositores doando seus versos à
voz de Dalva, afim de fazê-la dar o troco ao ex-marido. No ano seguinte, já 1950,
Dalva cantava “Errei, sim”, de Ataulfo Alves. Em seus versos, ela assumia os
possíveis erros, mas culpava o ex-companheiro por tê-los cometido.
O artigo “Briga de marido e mulher: Dalva e Herivelto cantam e o público
‘mete a colher’ – o rádio como ‘palco’ de performances sociais” de Cunha,
Fonseca e Carmo (2015), traz a lista de músicas que fizeram parte da disputa do
6
casal que aumentava os lucros das gravadoras. São elas: Segredo (1947),
Cabelos brancos (1949), Tudo acabado (1950), Que será? (1950), Caminho certo
(1950), Errei, sim (1950), Teu exemplo (1950), Calúnia (1951), Consulta o teu
travesseiro (1951), Não tem mais jeito (1951), Palhaço (1951), Fim de comédia
(1951), A grande verdade (1951), Perdoar (1951), Poeira do chão (1952) e
Bandeira branca (1972). As gravadoras chegavam a lançar três discos de Dalva
por ano, já que ela, cada vez mais, caía no gosto do
público e, claro, dava lucro. Já no Trio de Ouro, outras
cantoras tentaram, em vão, ocupar o lugar da ex-mulher
de Herivelto, pois era relativo o sucesso, nada que se
comparasse aos tempos de Dalva como a voz feminina
do grupo. E, para o controlador Herivelto, isso não era
fácil de aceitar. De acordo com Conde Aguiar (2007),
Hupfer (2009) e Ribeiro e Duarte (2009), o sucesso de
Dalva fez Herivelto unir-se a David Nasser para lançar
uma série de 22 artigos em uma coluna cujo título era
“Porque abandonei Dalva de Oliveira”. O veículo era o
Diário da Noite.
A Cobertura
Ao lado, o tom com o qual o
periódico tratou o caso e a entrega
da promessa feita na capa da
mesma edição de sábado, que
dizia: “Segunda-feira no ‘D. N.’: -
Herivelto vai contar porque
abandonou Dalva”. E foi isso o que
aconteceu até o dia 12 de fevereiro
daquele ano. Herivelto, em parceria
com o jornalista David Nasser,
escreveu uma série de 22 artigos.
Como a imagem ao lado mostra, foi
7
dada a ele a chance de “atirar a primeira pedra”. Pela
pesquisa realizada para este artigo, a mesma chance
não foi dada a Dalva de Oliveira.
Também neste dia, tanto o
Jornal do Brasil quanto o Diário de
Notícias, falavam sobre a homena
gem que Dalva de Oliveira receberia em um dos muitos
bailes pré-carnavalescos do ano em que ela foi coroada
como Rainha do Rádio. Era o ano seguinte ao fim do
casamento que dividiu os fãs do Trio de Ouro em torcedores de um e de outro.
Se, em 1948, o Trio chegava ao fim, era dado o início à carreira solo de Dalva de
Oliveira. De acordo com a pesquisa, nos dois primeiros meses de 1951, com
exceção do Diário da Noite, os cinco veículos analisados totalizaram 97 menções
a Dalva de Oliveira e Herivelto Martins enquanto artistas. Já sobre os
desdobramentos da separação, foram 19 referências.
Foram encontrados os seguintes dados:
Relação de revistas e jornais analisados11
Veículo Tipo Menções aos artistas Menções à separaçãoDiário da Noite Jornal 28 25Jornal do Brasil Jornal 8 0
O Globo Jornal 8 2Diário de Notícias Jornal 22 3
O Cruzeiro Revista 12 3Revista do Rádio Revista 47 11
Para ilustrar o alcance dos periódicos, o gráfico abaixo mostra os números
referentes às tiragens de cada veículo:
11 Tabela com dados levantados pela autora do artigo.
Fonte: Diário da Noite, Rio de Janeiro, 13 jan. 1951, caderno único, p. 3.
Anúncio de que, a partir da semana seguinte, os artigos começariam a ser veiculados no jornal.
8
0
50,000
100,000
150,000
200,000
250,000
300,000
350,000
400,000
Tiragem - ano de 1951Diário da Noite (vesper-tino)
Jornal do Brasil (matinal)
O Globo (vespertino)
Diário de Notícias (matinal)
O Cruzeiro
Revista do Rádio
Fontes: Barbosa (2007), Pinheiro (2015) e Ferrareto (2007).
Jornais
Tratado o Diário da Noite em separado, no mesmo período, os números
são bem diferentes. Os artistas aparecem 28 vezes, sendo apenas três com
informações sobre a carreira de Dalva que, àquela altura, já era uma das favoritas
na eleição que escolheria a Rainha do Rádio de 1951. Todo o restante faz
menção ao fim do casamento, apresentando apenas a versão de Herivelto em
textos carregados de mágoa, rancor e acusações não confirmadas com a
pesquisa. O único contraponto foi a veiculação de duas cartas na edição de 19 de
janeiro. Uma escrita por Pery Ribeiro, com 14 anos na época, a seu pai e
endereçada à redação do jornal. Letras garrafais no topo da página diziam:
“Escreve o filho de Dalva de Oliveira – Paizinho: Você sabe que tudo é mentira”. A
página traz tanto o fac-símile desta correspondência quanto a reprodução de seu
conteúdo.
A outra, esta escrita pelo advogado de Dalva ao Diretor do periódico, foi
publicada com uma nota do editor:
Respeitando a ética jornalística, damos agora, nesta mesma página das “Confissões de Herivelto Martins”, a carta que nos endereçou o dr. Clovis Ramalhete, advogado da sra. Dalva de Oliveira no desquite litigioso por ela promovido contra seu esposo. (Diário da Noite, Rio de Janeiro, 19 jan. 1951. Caderno único, p. 36)
9
O pedido do advogado da
artista acompanhava a carta de
Pery, pedindo a sua publicação e
também alegando que “é um
direito que assiste aos injuriados
defender-se no mesmo jornal e
mesmo local”. As
correspondências chegavam às
mãos dos leitores do jornal menos
de uma semana do início das
publicações das narrativas de
Herivelto, mas não foram suficientes para frear a máquina de escrever de David
Nasser. No dia seguinte, o jornal republicou todos os capítulos na página central
da edição, conforme a imagem acima.
Os ataques continuavam, falas de Herivelto, que as atribuía a outras
pessoas, eram prensadas dia a dia sem que estas fontes fossem identificadas,
pois ele dizia se tratar de cartas anônimas que narravam as aventuras amorosas
de Dalva em viagens e festas. Chama a atenção a edição de 07 de fevereiro,
dedicada à cobertura do carnaval daquele ano, com um box que diz “Por absoluta
falta de espaço, deixamos de publicar hoje as sensacionais confissões de
Herivelto Martins”.
O último capítulo desta série de publicações foi às bancas em 12 de
fevereiro com a manchete “E, Agora, Ponto Final”. A linha fina demonstra como
Herivelto tratou o seu feito como um drama digno de um folhetim, pois dizia “Cai o
pano sobre o primeiro episódio do meu drama conjugal”. No lead, lê-se:
“- Por que abandonei Dalva de Oliveira? Não se fala mais nisso, pois o Brasil inteiro, de norte a sul, já conhece, suficientemente, as razões que me levaram à atitude decisiva e vertical que assumi, em defesa de minha honra e em holocausto ao futuro de meus filhos. Agora, - ponto final. Minha causa está entregue à Justiça, e esta, certamente, será distribuidora com acerto e circunspecção, em face da prova que levei ao processo”. (Diário da Noite, Rio de Janeiro. 12 dez. 1951. Caderno único, p. 20.)
Páginas centrais. Republicação dos primeiros capítulos. Fonte: Diário da Noite, Rio de Janeiro, 20 jan. 1951. Caderno único, p. 10 e 11.
Páginas centrais. Republicação dos primeiros capítulos. Fonte: Diário da Noite, Rio de Janeiro, 20 jan. 1951. Caderno único, p. 10 e 11.
Páginas centrais. Republicação dos primeiros capítulos. Fonte: Diário da Noite, Rio de Janeiro, 20 jan. 1951. Caderno único, p. 10 e 11.
Páginas centrais. Republicação dos primeiros capítulos. Fonte: Diário da Noite, Rio de Janeiro, 20 jan. 1951. Caderno único, p. 10 e 11.
Páginas centrais. Republicação dos primeiros capítulos. Fonte: Diário da Noite, Rio de Janeiro, 20 jan. 1951. Caderno único, p. 10 e 11.
Páginas centrais. Republicação dos primeiros capítulos. Fonte: Diário da Noite, Rio de Janeiro, 20 jan. 1951. Caderno único, p. 10 e 11.
Páginas centrais. Republicação dos primeiros capítulos. Fonte: Diário da Noite, Rio de Janeiro, 20 jan. 1951. Caderno único, p. 10 e 11.
Páginas centrais. Republicação dos primeiros capítulos. Fonte: Diário da Noite, Rio de Janeiro, 20 jan. 1951. Caderno único, p. 10 e 11.
Páginas centrais. Republicação dos primeiros capítulos. Fonte: Diário da Noite, Rio de Janeiro, 20 jan. 1951. Caderno único, p. 10 e 11.
10
No dia seguinte, 13 de fevereiro, o mesmo Diário da Noite publicou uma
nota sobre a decisão do juiz da 4ª Vara de Família que julgava o pedido de
separação: “Os filhos de Herivelto e Dalva ficarão internos num colégio”. O ex-
casal não tinha mais autorização para criar Pery e Ubiratan e deveria se cumprir o
prazo de 48 horas para serem as crianças levadas ao Liceu São Luís. Os pais
poderiam vê-los em dias alternados e as despesas correriam por conta de
Herivelto.
Houve então um hiato. O impresso que costumava ter o casal como pauta
diária, só voltou a falar neles duas semanas depois, em 27 de fevereiro, com a
última notícia, no período pesquisado, sobre o caso. Mais uma vez, um ataque a
Dalva. Uma pequena nota falava que “até o advogado de Dalva ignorava as
publicações de sua constituinte contra o marido”. Tais publicações não aparecem
no Diário da Noite, apenas reproduções de documentos de Herivelto que
desmentiam o que ele mesmo afirmava: que Dalva inventava coisas a seu
respeito.
No Diário de Notícias, das 19 vezes em que não há referência à separação,
nenhuma delas é uma matéria de fato. Tratam-se de pequenas notas, distribuídas
em: uma sobre o espetáculo “Muié macho, sim sinhô!”, do qual Dalva fazia parte
do elenco; quatro notas sobre a homenagem que ela receberia no “majestoso
baile dos comandados de Napoleão Tavares”, no sábado, 13 de janeiro; cinco
notas sobre outro baile, uma semana depois, também promovido por Napoleão
Tavares, e que contribuiria com a venda de votos para a eleição da cantora como
Rainha do Rádio; uma nota sobre o sucesso que foi a “Primeira Batalha de
Confeti”, realizada no Grajaú Tênis Clube, evento no qual Dalva foi uma das
atrações ao lado de outros artistas do rádio, como Heleninha Costa, Rui Rei e
Bob Nelson; uma nota sobre a prévia da apuração da eleição da Rainha do Rádio;
uma lista com os artistas e as 79 músicas mais cotadas para o carnaval de 1951
e, nela, Dalva aparecia em 19º lugar com quatro interpretações; três notas sobre a
estreia do espetáculo do ilusionista Richiardi Jr, no Teatro Glória, com Dalva entre
as participações especiais; uma nota na seção Notícias Forenses, sobre uma
audiência em que Dalva acusava uma ex-empregada de furto e, por fim, duas
notas com críticas positivas ao show de Richiardi Jr, atribuindo a Dalva o motivo
11
da lotação máxima em todas as sessões. Nenhuma delas fazia qualquer menção
a Herivelto ou ao Trio de Ouro.
Das três vezes em que o casal apareceu no Diário de Notícias, a primeira
foi em 12 de janeiro, um dia antes do anúncio da série no Diário da Noite. Em
uma estreita coluna, na seção de Notícias Forenses, uma pequena nota dizia:
“DESQUITE EM SEGREDO DE JUSTIÇACorre pela 4ª Vara de Família a ação de desquite movida pela cantora Dalva de Oliveira contra Herivelto Martins. A fim de evitar exagero de publicidade, o que viria implicar em prejuízo para os filhos menores do casal, o juiz Roberto Medeiros determinou que o feito se processasse em caráter sigiloso.” (Diário de Notícias, Rio de Janeiro. 12 jan. 1951. Primeira Seção, p. 5.)
A segunda e a terceira notas, também na seção de Notícias Forenses,
falavam do pedido de Dalva para que seu advogado acompanhasse seus filhos
em dias de visita do pai, afim de evitar que Herivelto fizesse acusações sobre sua
honra, e noticiava a ordem de internação das crianças, respectivamente.
O Globo foi mais sucinto ao abordar o assunto. Das oito vezes em que os
artistas apareceram no jornal, apenas duas tratavam do fim do casamento. A
maioria falava dos bailes pré-carnavalescos, nos quais Dalva era sempre uma das
atrações; da sua eleição como Rainha do Rádio; da festa que o então presidente
Getúlio Vargas promoveu no Maracanã com os portões abertos e até sobre as
músicas mais tocadas no ano. Herivelto, artista, também apareceu em uma nota
sobre a música “Aladim”, composição sua em parceria com Raul Sampaio e
gravada por Isaurinha Garcia. Em apenas duas ocasiões, a separação foi citada.
Uma foi a chamada para a cobertura do Concurso da Prefeitura, evento que
apresentava as músicas do carnaval, no qual houve aplausos recebidos por Dalva
e animosidade para com Herivelto. A outra, cobertura do mesmo evento,
repercutia a ovação à Dalva e dizia que Herivelto, vaiado, foi visto chorando. A
publicação atribui o comportamento do público aos artigos veiculados no Diário da
Noite.
O Jornal do Brasil foi ainda mais incipiente. Em dois meses, o nome de
Dalva de Oliveira aparece apenas oito vezes no diário. Em todas, pequenas notas
sobre sua carreira e vida cultural em editorias correlatas: Teatros, Notas Sociais,
12
Cartaz do Dia e Filmes que Fomos Ver. Herivelto e o Trio de Ouro não figuraram
no jornal no período pesquisado.
Revistas
Citando Dalva onze vezes, sendo nove
sobre a carreira artística e duas sobre a
separação, a revista O Cruzeiro só falou do
assunto por meio de colunistas. Na edição de
10 de fevereiro de 1951, Vão Gogo, em seu
Artigo de Fundo, trata Dalva como uma
"cavalheira, não digamos lá muito austera" e
põe a culpa disso na vida artística que ela
levava. Trata ainda Herivelto como o "marido
adulterado e poluído". A segunda menção à
separação foi na edição de 17 de fevereiro. A
matéria de capa era uma extensa cobertura
do Baile do Rádio, ocasião da coroação de
Dalva como rainha. Segundo o texto, ela
estava "recebendo uma ovação que se
traduzia em pedradas para seu ex-marido
Herivelto Martins". Já nas vezes em que o
assunto era apenas suas vidas como artistas, o teor era justamente as agendas.
A foto acima ilustra bem a linha seguida pela revista O Cruzeiro, que afirmava
tratar a separação sob a imparcialidade, deixando a opinião apenas para as
canetas dos colunistas.
Por fim, a Revista do Rádio. Esta foi a que, entre todas as publicações
pesquisadas, com exceção do Diário da Noite, mais espaço dedicou ao assunto.
Os artistas apareceram 47 vezes no semanário, delas, apenas 11 tratavam da
separação, sendo seis divididas igualmente entre duas seções que falavam
diretamente com o público. No “Correio de Fans”, a revista respondia pedidos dos
leitores, enquanto na seção “Opinião do fan”, o espaço era aberto para a
publicação das cartas. No primeiro, foram dadas respostas aos leitores que
cobravam novidades sobre a artista e sua vida privada, afirmando que ela estava,
Dois momentos de um mesmo evento. Em cima, o Trio de Ouro se apresentando juntamente com Nelson Gonçalves; em baixo, Dalva cantando ao lado de Francisco Alves. A legenda afirma que enquanto Dalva era aplaudida, Herivelto era vaiado. Fonte: Revista O Cruzeiro, Rio de Janeiro. 10 fev. 1951, p. 89.
13
sim, se separando de Herivelto e prometendo mais informações nas futuras
edições. No segundo, eram reproduzidas as cartas enviadas à redação. Nesta
edição, cartas de fãs falam sobre o casal. Algumas tratando Herivelto como vilão,
uma dizendo que houve compra de votos para Dalva se tornar Rainha do Rádio e
a última afirmando que ela não tinha talento e devia sua fama aos escândalos
sobre a vida amorosa.
A edição de 23 de janeiro traz uma espécie de retrospectiva do ano anterior
cujo título é “Aconteceu no rádio em 1950”. Em duas páginas, lê-se que, em
fevereiro daquele ano, "surge a notícia sensacional: Dalva de Oliveira está
tratando do seu desquite com Herivelto Martins". Na edição de 6 de fevereiro, a
coluna Chacrinha Musical – Abelardo Chacrinha Barbosa – traz uma nota que fala
da manutenção do "duelo musical Dalva de Oliveira x Herivelto Martins" e diz que,
com isso, "estão preparando umas belezinhas de sambas”. Na mesma revista, a
matéria de página dupla com a narrativa do final do concurso de Rainha do Rádio.
Diz-se que Dalva, a escolhida, foi ovacionada pela plateia que usava a situação
para também afrontar Herivelto. Em 13 de fevereiro, a coluna Rua da Pimenta –
Manézinho Araújo – traz trechos de escritos em outros jornais sob o título "Cada
cabeça, cada sentença...". Uma delas, de Antônio Maria em O Jornal, fala sobre a
briga do casal. A última edição pesquisada, de 27 de fevereiro, traz a reprodução
do despacho do Juiz que decidiu pela internação das crianças.
Seguindo a linha dos impressos pesquisados, menos o Diário da Noite, a
Revista do Rádio também dedicou mais espaço à vida artística de Dalva e
Herivelto – mais até à dela – que à separação. Foram 36 menções à cantora,
duas também citando Herivelto, mas apenas como líder do Trio de Ouro. O que
mais se vê nas páginas das oito edições pesquisadas é uma exaltação à carreira
solo de Dalva de Oliveira em detrimento às notícias sobre o fim do seu
casamento.
Critérios de cobertura
Para analisar a cobertura feita pela imprensa escrita no caso da separação
de Dalva de Oliveira e Herivelto Martins, recorre-se a Mauro Wolf e à teoria do
Newsmaking, que defende que o jornalismo ajuda a construir a realidade. O autor
14
aborda como são definidos os critérios de noticiabilidade, mostrando que há um
equilíbrio entre a cultura do jornalista e a organização do trabalho e dos
processos produtivos.
Os critérios adotados pelos veículos pesquisados transformaram um
evento em várias menções. De acordo com a teoria do Newsmaking, as opiniões
dos jornalistas e a linha editorial do veículo são os fatores que decidem o que
será notícia e qual a importância desta.
De acordo com Mauro Wolf:
“Definida a noticiabilidade como o conjunto de elementos através dos quais o órgão informativo controla e gere a quantidade e o tipo de acontecimentos, de entre os quais há que selecionar as notícias, podemos definir os valores/notícia (news values) como uma componente da noticiabilidade. Esses valores constituem a resposta à pergunta seguinte: quais os acontecimentos que são considerados suficientemente interessantes, significativos e relevantes para serem transformados em notícias? (WOLF, 1999, p. 85)
No gráfico abaixo, percebe-se a diferença entre a escolha das notícias sobre
o casal nos veículos pesquisados.
Comparativo entre os assuntos abordados12
Menções à vida artística Menções à separação0
5
10
15
20
25
30
35
40
Diário da NoiteJornal do BrasilO GloboDiário de NotíciasO CruzeiroRevista do Rádio
12 Gráfico com dados levantados pela autora do artigo.
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Enquanto o Diário da Noite preteria a carreira artística do casal, publicando
os artigos ditados por Herivelto e escritos por David Nasser, os demais impressos
tratavam quase que exclusivamente das notícias sobre a trajetória de Dalva.
Fazendo uma associação com os valores-notícia13, pode-se observar que o Diário
da Noite construiu, no período pesquisado, suas páginas sobre o assunto
utilizando-se de diversos deles. O primeiro a citar é a Importância, que, segundo
Moreira (2006), “pode ser decomposto em outros cinco subvalores indicativos da
relevância do fato”, são eles: consequências, amplitude/impacto,
intensidade/gravidade, utilidade/serviço e notoriedade dos agentes. Na pesquisa,
aplica-se aí a última, a Notoriedade dos Agentes, pois eram dois artistas
conhecidos no país e fora dele. E justamente esta notoriedade traz para a
cobertura o critério do Entretenimento, pois a leitura das edições representava
certa diversão, como se fosse o acompanhamento de uma grande história
publicada em fascículos. A Emoção/Dramaticidade, percebidos na forma como
Herivelto vivia o papel de vítima e de injustiçado, atuam próximas do Suspense,
que, também de acordo com Moreira (2006), fazem parte dos valores de
construção, conferindo impacto às chamadas. É o que se observa desde o nome
da coluna “Porque abandonei Dalva de Oliveira”, como também nas manchetes:
“Minha esposa só no nome”, “Boa cantora, péssima esposa”, “Seu amor por
sobremesa”, “A lista era de dezesseis”, “História do mulato de Caracas”, “Dalva e
Schneider dentro do armário”, “Dalva, bandeira de lama da ‘ABR14’”, “A prova das
mentiras de Dalva”, “A compensação da injúria”, “Herivelto sempre foi um bom
marido”, “—Quero a desgraça desse infeliz”, “Dalva, rainha do despudor”, “—Não
sou a messalina do século XX”, “Que vossas filhas não sejam Dalvas”, “Não é
mãe: teve filhos”, “Esposas de oficiais testemunhas das loucuras de Dalva em
Belém do Pará” e, a última, “E, agora, ponto final”. O uso da Dramaticidade continua ao abordar o suposto sofrimento do marido traído e de seus filhos por
terem uma mãe “indigna”. O Suspense também, pois tratou a questão como um
folhetim em 22 capítulos, sempre prometendo o que seria revelado na próxima
13 A partir deste ponto do texto, os critérios de noticiabilidade aparecem em negrito para facilitar a leitura.14 Associação Brasileira de Rádio – de onde Herivelto foi expulso após publicar um artigo acusando a ABR de fraude no concurso da Rainha do Rádio de 1951, do qual Dalva foi vencedora. Ele alegou que a verba do concurso, que deveria ser destinada para a construção do Hospital dos Radialistas, havia sido desviada.
16
edição. Outro critério usado para a construção dos textos foi a da
Excepcionalidade, que se refere ao incomum/insólito/singular, pois tratava do fim
do casamento e de uma mulher que provava que poderia viver sem o marido,
assuntos ainda tidos como um tabu na época.
Quanto aos demais veículos citados na pesquisa, o critério de
noticiabilidade mais encontrado foi o da Proximidade, esta considerada tanto
geográfica quanto cultural. Todos os veículos, apesar de circularem em todo o
território nacional, tinham sede no Rio de Janeiro, cidade onde os artistas
residiam, iniciaram e mantinham suas carreiras, justamente por ser considerado
um dos centros que mais abrigava a indústria cultural do Brasil na época e ser
ainda a capital federal. Outro critério também utilizado por estes jornais foi o da
Importância, atrelando-se a isso a Hierarquia. Segundo Moreira (2006) “a
hierarquia dos personagens implicados é um valor-notícia que apela às aparições
ou à presença pública de personagens conhecidos que são sempre notícia”. E,
independente da separação ou de suas carreiras, os artistas eram sempre pauta.
Considerações Finais
A partir da análise, percebe-se que, dos seis veículos pesquisados, apenas
o Diário da Noite se pautou mais pela versão de Herivelto sobre a vida pessoal
dos artistas que pelas suas carreiras e agendas, exatamente o contrário dos
demais periódicos. Os jornais Diário de Notícias, Jornal do Brasil e O Globo, além
da Revista do Rádio e O Cruzeiro, dedicaram, em suas páginas, pouco espaço às
desavenças matrimonias do casal, priorizando a cobertura da vida artística e a
ascensão de Dalva de Oliveira em sua carreira solo e conquista do posto de
Rainha do Rádio. O fim do casamento era assunto na imprensa escrita, mas não
a ponto de ser um dos temas mais noticiados.
Observou-se também que Herivelto, por sua estreita relação com David
Nasser, teve vantagem em relação ao espaço concedido na imprensa para levar
às bancas a sua versão dos fatos. A tiragem do Diário da Noite era relativamente
alta em comparação aos demais veículos pesquisados, e teve ainda suas vendas
aumentadas depois da veiculação da série “Porque abandonei Dalva de Oliveira”,
como observado quando da republicação dos primeiros capítulos na página
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central de uma de suas edições, devido ao esgotamento rápido de seus
exemplares. A pesquisa aponta que não foi dada a Dalva a oportunidade de
revidar, parafraseando o Diário da Noite, a “pedra atirada” por seu ex-marido.
Porém, apesar de tanta exposição, estes veículos não se pautaram pelas
revelações, pode-se dizer escandalosas, feitas pelo já ex-marido de Dalva no
Diário da Noite. Ela, em sua carreira solo, foi noticiada em maior número de vezes
por sua trajetória. Nota-se também que estes veículos, quando decidiram publicar
algo sobre a separação, o fizeram de forma sucinta, informando o que se podia
confirmar, a exemplo das “notícias forenses”, escritas com despachos da Justiça,
esta, a principal fonte.
Dentre os critérios de noticiabilidade, a Notoriedade dos Envolvidos foi o
combustível para as publicações de todos os periódicos, assim como a
Importância. Já os critérios da Emoção e da Dramaticidade, do Suspense e do
Entretenimento foram exaustivamente usados pelo Diário da Noite, como também
o da Excepcionalidade. A Proximidade, considerada geográfica e cultural, também
foi um dos critérios da cobertura. Cobertura esta que, por meio da pesquisa,
mostra que os representantes do jornalismo impresso, nos meses de janeiro e
fevereiro de 1951, seguiam linhas parecidas, menos o Diário da Noite. Sobre este,
observou-se uma linha distinta dos demais e com um conteúdo bem parcial.
Se, de um lado, havia um homem que usava de sua influência e amizade
pessoal com um agente da imprensa de grande relevância, existia, do outro, uma
cantora em ascensão, cuja carreira gerava lucro às gravadoras, audiência às
rádios e venda de revistas e jornais. Conclui-se então que, em vez da briga do
casal, o produto cultural era mais forte na briga por pautar o que sairia das
redações rumo às bancas.
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Virtual
Manual para Elaboração de Trabalhos Acadêmicos de acordo com ABNT. Sistemas de Bibliotecas Prof. José Storópoli, Universidade Nove de Julho - Uninove. São Paulo, 2012. Disponível em http://www.uninove.br/biblioteca/trabalhos-academicos-uninove/manual-para-elaboracao-de-trabalhos-abnt/. Acesso em 18 de março de 2013.
Jornais
- Diário da Noite
EDITOR, Herivelto vai contar porque abandonou Dalva. Diário da Noite, Rio de Janeiro. 13 jan. 1951, caderno único, capa.
________, O romance que apaixonou o Brasil – Porque abandonei Dalva de Oliveira. Herivelto Martins vai contar tudo para os leitores do Diário da Noite. Diário da Noite, Rio de Janeiro. 13 jan. 1951, caderno único, p. 3.
________, Minha esposa só no nome. Confissões de Herivelto Martins. Diário da Noite, Rio de Janeiro. 15 jan. 1951, caderno único, p. 8.
________, Hoje, na segunda edição, as confissões de Herivelto Martins. Diário da Noite, Rio de Janeiro. 16 jan. 1951, caderno único, p. 3.
________, Boa cantora, péssima esposa. Diário da Noite, Rio de Janeiro. 16 jan. 1951, caderno único, p. 25.
________, Seu amor por sobremesa. Diário da Noite, Rio de Janeiro. 17 jan. 1951, caderno único, p. 31.
________, A lista era de dezesseis. Diário da Noite, Rio de Janeiro. 18 jan. 1951, caderno único, p. 31.
________, A portas fechadas, hoje, o julgamento do desquite Dalva-Herivelto. O juiz teme uma avalanche de curiosos em face do depoimento do marido ao Diário da Noite. Diário da Noite, Rio de Janeiro. 19 jan. 1951, caderno único, p. 27.
________, Escreve o filho de Dalva de Oliveira. Paizinho: Você sabe que tudo é mentira. Diário da Noite, Rio de Janeiro. 19 jan. 1951, caderno único, p. 36.
________, História do mulato de Caracas. Diário da Noite, Rio de Janeiro. 19 jan. 1951, caderno único, p. 36.
________, Republicação do 1º ao 4º capítulos. Diário da Noite, Rio de Janeiro. 20 jan. 1951, caderno único, p. 10 e 11.
________, Dalva e Schneider dentro do armário. Diário da Noite, Rio de Janeiro. 22 jan. 1951, caderno único, p. 24.
________, História do mulato de Caracas. Diário da Noite, Rio de Janeiro. 19 jan. 1951, caderno único, p. 36.
________, Dalva, bandeira de lama da “ABR”. Diário da Noite, Rio de Janeiro. 23 jan. 1951, caderno único, p. 24.
________, Ao lembrar que não soube respeitar o próprio lar onde dormem seus filhos, sinto náuseas. Diário da Noite, Rio de Janeiro. 24 jan. 1951, caderno único, p. 31.
________, A prova das mentiras de Dalva. Diário da Noite, Rio de Janeiro. 25 jan. 1951, caderno único, p. 37.
________, A compensação da injúria. Diário da Noite, Rio de Janeiro. 26 jan. 1951, caderno único, p. 30.
________, “Folias de 1951” – O grande “show” carnavalesco do “Night and Day”. Diário da Noite, Rio de Janeiro. 27 jan. 1951, caderno único, p. 7.
________, “Herivelto sempre foi um bom marido”. Diário da Noite, Rio de Janeiro. 29 jan. 1951, caderno único, p. 26.
________, Ao lembrar que não soube respeitar o próprio lar onde dormem seus filhos, sinto náuseas. Diário da Noite, Rio de Janeiro. 24 jan. 1951, caderno único, p. 31.
________, “—Quero a desgraça desse infeliz”. Diário da Noite, Rio de Janeiro. 30 jan. 1951, caderno único, p. 33.
________, Dalva, rainha do despudor. Diário da Noite, Rio de Janeiro. 31 jan. 1951, caderno único, p. 12.
________, “—Não sou a Messalina do século XX”. Diário da Noite, Rio de Janeiro. 01 fev. 1951, caderno único, p. 30.
________, “Que vossas filhas não sejam Dalvas”. Diário da Noite, Rio de Janeiro. 02 fev. 1951, caderno único, p. 31.
________, Bailes de Carnaval. Diário da Noite, Rio de Janeiro. 03 fev. 1951, caderno único, p. 16.
________, O desfile das grandes sociedades. Cortejo sensacional de luxo, arte e bom humor. Diário da Noite, Rio de Janeiro. 07 fev. 1951, caderno único, p. 10.
________, Não é mãe: teve filhos. Diário da Noite, Rio de Janeiro. 08 fev. 1951, caderno único, p. 30.
________, Esposas de oficiais testemunhas das loucuras de Dalva em Belém do Pará. Diário da Noite, Rio de Janeiro. 10 fev. 1951, caderno único, p. 14.
________, Bailes de Carnaval. Diário da Noite, Rio de Janeiro. 03 fev. 1951, caderno único, p. 16.
________, E, agora, Ponto Final. Diário da Noite, Rio de Janeiro. 12 fev. 1951, caderno único, p. 20.
________, Os filhos de Herivelto e Dalva ficarão internos num colégio. Decisão do juiz da 4ª Vara de Família, que julga o desquite. Diário da Noite, Rio de Janeiro. 13 fev. 1951, caderno único, p. 3.
________, Desapontamento na audiência da interpelação de Herivelto Martins. Até o advogado de Dalva ignorava as publicações de sua constituinte contra o marido. Diário da Noite, Rio de Janeiro. 27 fev. 1951, caderno único, p. 23.
JUNIOR, B., “Cabelo, barba, loção e bigode” – Benedito Lacerda afirma que “a vitória arrasadora da Sbacem foi a bomba de hidrogênio no Carnaval de 1951”. Diário da Noite, Rio de Janeiro. 25 jan. 1951, caderno único, p. 37.
- Diário de Notícias
EDITOR, Teatro – Várias Notícias. Diário de Notícias, Rio de Janeiro. 03 jan. 1951, Primeira Seção, p. 6.
______, Dalva de Oliveira (Futura Rainha do Rádio). Diário de Notícias, Rio de Janeiro. 10 jan. 1951, capa.
______, Dalva de Oliveira (Futura Rainha do Rádio). Diário de Notícias, Rio de Janeiro. 11 jan. 1951, Segunda Seção, p. 6.
______, Dalva de Oliveira (Futura Rainha do Rádio). Diário de Notícias, Rio de Janeiro. 12 jan. 1951, Primeira Seção, p. 2.
______, Notas Forenses – Desquite em segredo de justiça. Diário de Notícias, Rio de Janeiro. 12 jan. 1951, Primeira Seção, p. 5.
______, Dalva de Oliveira (Futura Rainha do Rádio). Diário de Notícias, Rio de Janeiro. 13 jan. 1951, Segunda Seção, p. 5.
______, Dalva de Oliveira. Diário de Notícias, Rio de Janeiro. 17 jan. 1951, Primeira Seção, p. 5.
______, Temporada Carnavalesca – Grajaú Tênis Clube. Diário de Notícias, Rio de Janeiro. 18 jan. 1951, Segunda Seção, capa.
______, Dalva de Oliveira. Diário de Notícias, Rio de Janeiro. 18 jan. 1951, Terceira Seção, capa.
______, Dalva de Oliveira. Diário de Notícias, Rio de Janeiro. 19 jan. 1951, Segunda Seção, p. 5.
______, Temporada Carnavalesca – Comandados de Napoleão. Diário de Notícias, Rio de Janeiro. 20 jan. 1951, Primeira Seção, p. 6.
______, Dalva de Oliveira. Diário de Notícias, Rio de Janeiro. 20 jan. 1951, Primeira Seção, p. 7.
______, Rádio. Diário de Notícias, Rio de Janeiro. 23 jan. 1951, Primeira Seção, p. 8.
______, Novo episódio do rumoroso desquite Herivelto Martins-Dalva de Oliveira. Diário de Notícias, Rio de Janeiro. 24 jan. 1951, Primeira Seção, p. 7.
______, Músicas para o Carnaval de 1951 – Sambas e Marchas. Diário de Notícias, Rio de Janeiro. 28 jan. 1951, Terceira Seção, p. 8.
______, Teatro – Richiardi Jr. e Dalva de Oliveira no Glória. Diário de Notícias, Rio de Janeiro. 03 fev. 1951, Primeira Seção, p. 6.
______, Músicas para o Carnaval de 1951 – Sambas e Marchas. Diário de Notícias, Rio de Janeiro. 28 jan. 1951, Terceira Seção, p. 8.
______, Teatro – Várias notícias. Diário de Notícias, Rio de Janeiro. 09 fev. 1951, Primeira Seção, p. 8.
______, Teatro – Várias notícias. Diário de Notícias, Rio de Janeiro. 11 fev. 1951, Primeira Seção, p. 8.
______, Notícias Forenses – Serão internados em colégio os filhos de Herivelto Martins e Dalva de Oliveira. Diário de Notícias, Rio de Janeiro. 14 fev. 1951, Primeira Seção, p. 5.
______, Notícias Forenses –Dalva de Oliveira depõe em processo de furto. Diário de Notícias, Rio de Janeiro. 15 fev. 1951, Segunda Seção, p. 7.
______, Teatro – Mágicas, dança e canto. Diário de Notícias, Rio de Janeiro. 16 fev. 1951, Primeira Seção, p. 8.
______, Teatro – Richiard Jr. e Dalva de Oliveira no Glória. Diário de Notícias, Rio de Janeiro. 18 fev. 1951, Primeira Seção, p. 8.
- Jornal do Brasil
EDITOR, Teatros – Hoje, no palco. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro. 12 jan. 1951, Caderno único, p. 8.
______, Pródromos do Carnaval. Embaixadas do Silêncio – As festas de hoje e amanhã – e outras festas. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro. 13 jan. 1951, Caderno único, p. 8.
______, Cartaz do Dia. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro. 19 jan. 1951, Caderno único, p. 8.
______, Teatros – Richiardi Jr. e Dalva de Oliveira, no Glória. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro. 02 fev. 1951, Caderno único, p. 8.
______, Teatros – Richiardi Jr. e Dalva de Oliveira, no Glória. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro. 09 fev. 1951, Caderno único, p. 9.
______, Nos teatros – Glória. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro. 13 fev. 1951, Caderno único, p. 9.
______, Filmes que fomos ver – Aviso aos navegantes. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro. 14 fev. 1951, Caderno único, p. 10.
______, Teatros – Hoje, quarta-feira, novo programa de Richiardi Jr., no Glória. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro. 28 fev. 1951, Caderno único, p. 8.
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______, A. C. Chacrinha Musical. Revista do Rádio, Rio de Janeiro. 27 fev. 1951, p. 7.
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______. Correio dos Fans. Revista do Rádio, Rio de Janeiro. 09 jan. 1951, p. 46 e 47.
______. Correio dos Fans. Revista do Rádio, Rio de Janeiro. 13 fev. 1951, p. 46.
______. Correio dos Fans. Revista do Rádio, Rio de Janeiro. 16 jan. 1951, p. 46.
______. Correio dos Fans. Revista do Rádio, Rio de Janeiro. 20 fev. 1951, p. 46.
______. Correio dos Fans. Revista do Rádio, Rio de Janeiro. 23 jan. 1951, p. 46 e 47.
______. Correio dos Fans. Revista do Rádio, Rio de Janeiro. 30 jan. 1951, p. 47.
______. Dalva de Oliveira já está na frente! Revista do Rádio, Rio de Janeiro. 30 jan. 1951, p. 9.
______. Dalva é a rainha! Revista do Rádio, Rio de Janeiro. 06 fev. 1951, p. 14 e 15.
______. Ecos do concurso da Rainha do Rádio. Revista do Rádio, Rio de Janeiro. 13 fev. 1951, p. 37.
______. Está sensacional a escolha da “Rainha do Rádio”. Revista do Rádio, Rio de Janeiro. 09 jan. 1951, p. 9.
______. Foi grande o Baile do Rádio! Revista do Rádio, Rio de Janeiro. 13 fev. 1951, p. 30-33.
______. Opinião do Fan. Revista do Rádio, Rio de Janeiro. 13 fev. 1951, p. 8.
______. Opinião do Fan. Revista do Rádio, Rio de Janeiro. 16 jan. 1951, p. 8.
______. Opinião do Fan. Revista do Rádio, Rio de Janeiro. 20 fev. 1951, p. 8.
______. Opinião do Fan. Revista do Rádio, Rio de Janeiro. 27 fev. 1951, p. 8.
______. Opinião do Fan. Revista do Rádio, Rio de Janeiro. 30 jan. 1951, p. 8.
______. Orlando Silva – Intérprete de melodias populares – responde. Revista do Rádio, Rio de Janeiro. 09 jan. 1951, p. 17.
______. Os filhos de Herivelto foram apreendidos! Recolhidos ao internato no prazo de 48 horas – nem o pai, nem a mãe poderão orientar a educação das crianças! – a sentença do juiz da quarta vara de família. Revista do Rádio, Rio de Janeiro. 27 fev. 1951, p. 5.
______. Os melhores do rádio em 1950. Revista do Rádio, Rio de Janeiro. 06 fev. 1951, p. 11.
______. Os melhores do rádio em 1950. Revista do Rádio, Rio de Janeiro. 13 fev. 1951, p. 11.
______. Os melhores do rádio em 1950. Revista do Rádio, Rio de Janeiro. 20 fev. 1951, p. 11.
______. Os melhores do rádio em 1950. Revista do Rádio, Rio de Janeiro. 27 fev. 1951, p. 11.
______. Quem será a nova rainha? Revista do Rádio, Rio de Janeiro. 16 jan. 1951, p. 51.
______. Rainha do Rádio – Dalva de Oliveira na frente! Revista do Rádio, Rio de Janeiro. 23 jan. 1951, p. 44.
______. Rainha do Rádio – Marlene Alves passou a frente de Dalva de Oliveira. Revista do Rádio, Rio de Janeiro. 16 jan. 1951, p. 9.
______. Sucesso do mês. Revista do Rádio, Rio de Janeiro. 13 fev. 1951, p. 41.
FILHO, B. “Pra seu govêrno” ganhou o carnaval! Revista do Rádio, Rio de Janeiro. 20 fev. 1951, p. 14 e 15.
______, B. Aconteceu no rádio em 1950. Revista do Rádio, Rio de Janeiro. 23 jan. 1951, p. 14 e 15.
JULIO, M. Rádio de S. Paulo – Feliz Ano Novo. Revista do Rádio, Rio de Janeiro. 09 jan. 1951, p. 36 e 37.
ROCHA, A. Manoel Barcelos ficou noivo!... Revista do Rádio, Rio de Janeiro. 16 jan. 1951, p. 20-21 e 44.
ROSSI, C. A. Rádio dos Rádios. Revista do Rádio, Rio de Janeiro. 16 jan. 1951, p. 18.
Vídeo
AMARAL, M. A; CARNEIRO, G; MAY, L. Dalva e Herivelto: uma canção de amor. Rio de Janeiro: GloboMarcas, 2010.
A morte de Dalva de Oliveira.30.08.1972. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=i1PetJVk074. Acesso em 06 de setembro de 2015.
Dalva e Herivelto – Fantástico. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=DstPZrbK6ao. Acesso em 06 de setembro de 2015.
Pery Ribeiro, filho de Dalva e Herivelto, fala sobre sua convivência com os pais. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=q7OB-QQRcrU. Acesso em 06 de setembro de 2015.
A vida e as fases de Dalva de Oliveira. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=7EMVtOQyDo4. Acesso em 06 de setembro de 2015.
Dalva de Oliveira em sua casa em Jacarepaguá nos anos 50. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=4slcFI6b6j4. Acesso em 06 de setembro de 2015.
Herivelto Martins homenageado no Jornal da Globo. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=SWfgLhoVHzY. Acesso em 06 de setembro de 2015.
Anexos15
15 O total de notícias analisadas é de 125. Devido ao número extenso, anexo recortes escolhidos por amostragem.
Página 03 - Jornal Diário da Noite - 16/01/1951
Página 06 - Jornal Diário da Noite - 19/01/1951
Página 16 - Jornal Diário da Noite - 03/02/1951
Página 10 - Jornal Diário da Noite - 07/02/1951
Página 07 - Jornal Diário da Noite - 27/01/1951