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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DE SC CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL HABILITAÇÃO EM JORNALISMO JHENIFER SCHMITT JORNALISMO ESPORTIVO FRENTE À EVOLUÇÃO DA MÍDIA TELEVISIVA UM LEVANTAMENTO HISTÓRICO SÃO JOSÉ, 2016

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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DE SC

CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

HABILITAÇÃO EM JORNALISMO

JHENIFER SCHMITT

JORNALISMO ESPORTIVO FRENTE À EVOLUÇÃO DA MÍDIA

TELEVISIVA – UM LEVANTAMENTO HISTÓRICO

SÃO JOSÉ, 2016

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JHENIFER SCHMITT

JORNALISMO ESPORTIVO FRENTE À EVOLUÇÃO DA MÍDIA

TELEVISIVA – UM LEVANTAMENTO HISTÓRICO

Monografia apresentada à disciplina Projeto

Experimental em Jornalismo, como

requisito parcial para a obtenção do grau de

Bacharelado em Comunicação Social, com

Habilitação em Jornalismo no Centro

Universitário Estácio de São José.

Professora Orientadora: Lúcia C. M. de

Miranda Moreira, Dra.

SÃO JOSÉ, 2016

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

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ATA

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Dedico este trabalho ao meu anjo da guarda, que

está na dimensão acima de nós, por estar comigo quando nem

eu mesma estou.

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AGRADECIMENTOS

Por diversas vezes, não enxergamos o que temos, pedimos por mais coisas, das

quais já temos e, talvez, nunca agradecemos por tê-las. O ato de agradecer é nobre, é

raro hoje, mas faz uma falta imensa dentro de um bom coração.

Sempre que ganhamos presentes, agradecemos, por mero habito ou costume,

salva raras exceções, nosso agradecimento vem do coração. Em toda minha jornada

nessa vida, agradeci, mais por gratidão do que por simples habito. Agradeci por ser

quem sou, agradeci por ter ao meu lado quem eu tenho, agradeci por oportunidades que

eu tive e as que eu não tive.

Hoje, mais do que nunca, agradeço por ter recebido da minha base progenitora

(sendo ela, meus pais e meus avôs maternos), o amor, o carinho, o afeto e a

compreensão que eu sempre tive, agradeço por terem formado o individuo que eu sou,

por me ensinarem a ter respeito, por me darem educação e principalmente, por me

darem forças para eu seguir meus sonhos.

Por poucas vezes na vida, tive incertezas sobre as escolhas de Deus, uma delas

foi quando ele te tirou de mim, não compreendo o porquê, mas, tenho plena certeza que

estás em um lugar muito melhor, sei também, que Deus não tirou você de mim, tu

continuas onde sempre estivesses, dentro do meu coração, continuas me guiando e

iluminando cada passo meu, colocando tábuas em todos os buracos para que eu não

caia. Sei que tu me olhas!

Pequeno aqui em palavras, mas grande na vida, Dona Zenite, o que seria de

mim sem você? Sem teu colo, tua compreensão, teu chamego, tudo que me destes e

ainda me darás ao longo dessa caminhada.

Agradecer é, de fato, a melhor forma que eu possa retribuí-los.

Algumas pequeninas pessoas não entendem o real significado de tudo isso, mas

que, quando eu não for nada, com eles serei tudo, meus irmãos, os 4, da maior para o

menor – Júlia, Alberto, Leonela e Baby Valentina, obrigada por não tirarem a minha

esperança de um mundo melhor.

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Meus pais, já mencionados, merecem um pouco mais do que meu

agradecimento, merecem meu respeito e inspiração, por ser quem são, e diante de tantas

dificuldades que a vida propôs, por abrirem o peito e encarar os problemas, por ser o

chão, quando a gente perde. Lutem! Que o mundo é de quem tem coragem pra enfrentá-

lo.

Além de todos os entes que me apoiaram e acompanharam nessa incansável

jornada. Agradeço duas pessoas separadamente, meu parceiro da vida, Luiz Gustavo, e

meu melhor amigo, Almir por aturarem minhas crises de ansiedade, minhas ligações nas

madrugadas, minha falta de motivação, meus gritos e obviamente meus choros, é

imensurável minha gratidão por ter vocês na minha vida e, apesar dos pesares nunca

terem desistido de mim.

Talvez eu devesse reservar um espacinho para os amigos, Kamila, Heloísa,

Anne, Daniel, Priscilla, Ana Julia, Alex, Jéssica agradeço imensamente por vocês não

terem desistido de mim. Sei que a minha petulância estava acima do previsto no

contrato de amizade (hehe), mas, tudo será recompensado, a vez de vocês chegará e eu

enfrentarei a tempestade junto de vocês.

E, por fim, meu agradecimento aos mestres do curso de Comunicação Social.

Cada um de vocês auxiliaram na conjuntura deste trabalho. E, em especial minha

orientadora, Dra. Lúcia Miranda, o seu auxílio foi fundamental para que eu pudesse dar

asas aos meus devaneios.

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“Se existem 22 homens de 22 países, que falam diferentes

línguas, pertencem a raças diferentes e professam religiões

diversas, se lhes dão uma bola e um árbitro, têm muitas

possibilidades de entenderem-se, jogar e divertirem-se”

(Zaldivia, 1995, p50).

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RESUMO

Os veículos de massa foram evoluindo constantemente, primeiramente a

transição do rádio para a televisão, que inicialmente manteve características de seu

antecessor, e o jornalismo esportivo não poderia ser diferente, desde que atividades

esportivas começaram a ser competidas pelo mundo a fora, a forma de noticiar esses

acontecimentos sofreram grandes modificações, um grande exemplo será exposto: a

inserção da mulher no meio esportivo. Este trabalho tem a intenção de fazer uma análise

e reflexão sobre a evolução do jornalismo esportivo dentro da mídia televisiva e,

também, a revisão da literatura pertinente ao desenvolvimento e fundamentação da

pesquisa. Por isso, contou-se com uma revisão bibliográfica que serviu de base para a

fundamentação desta monografia. Os principais teóricos utilizados na realização da

pesquisa foram Sérgio Mattos, Paulo Vinicius Coelho, Edgard Ribeiro do Amorim,

Heródoto Barbeiro e Patrícia Rangel.

Palavras-Chaves: Jornalismo esportivo, Televisão, Jornalismo feminino, Mulher.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1- Litografia da primeira regata disputada no Brasil..........................................36

Figura 2 - Primeira copa do mundo em cores..................................................................39

Figura 3 - Chacrinha, apresentador de um dos programas de maior sucesso..................40

Figura 4 - Tiago Leifert no comando do GE, sem uso de teleprompter..........................40

Figura 5 - Alice Melliat...................................................................................................41

Figura 6- Maria Lenk.....................................................................................................42

Figura 7 - Primeira medalha de ouro feminina nas olimpíadas.......................................42

Figura 8 - Kitty Balieiro..................................................................................................44

Figura 9 - Soninha Francine............................................................................................45

Figura 10 - Fátima Bernardes..........................................................................................46

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SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO......................................................................................................................12

1.1.Tema.......................................................................................................................................13

1.2.Problema..............................................................................................................................13

1.3.Objetivos................................................................................................................................13

1.3.1.Objetivo geral....................................................................................................................13

1.3.2.Objetivos específicos.........................................................................................................14

1.4.Justificativa............................................................................................................................14

2.PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS............................................................................16

3.REVISÃO DA LITERATURA.................................................................................................19

3.1.História da Televisão em panorama.......................................................................................19

3.2.TV Digital..............................................................................................................................26

3.3.Esporte não é sinônimo de futebol.........................................................................................28

3.4.O crescimento das demais modalidades nas transmissões de TV..........................................30

3.5.Editorias de telejornalismo.....................................................................................................31

4.ANÁLISE DE DADOS.............................................................................................................34

4.1.Evolução do esporte dentro da mídia televisiva...............................................................34

4.2.Evolução do jornalismo esportivo: Características estéticas e de

linguagem.................................................................................................................................39

4.3.A inserção da mulher no mercado de trabalho como profissional jornalística e

esportiva...................................................................................................................................... 43

5.CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................................49

REFERÊNCIAS...........................................................................................................................51

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1. INTRODUÇÃO

O esporte vai muito além das disputas por campeonatos e a soma de pontos

atribuídos que gera o resultado. Desde os primórdios, os homens praticavam algum

esporte. E como forma de guardar o registro destas atividades, toda atividade esportiva

passou a ser escrita. E logo depois transmitida, pelo rádio ou pela televisão. Desde

então, notamos uma constante evolução na forma de passar a informação para os

leitores e espectadores.

O meio de comunicação em que as transmissões tomaram força foi o rádio, que

nasceu no início do século XX. No Brasil, tornou-se o maior meio de comunicação, por

seu dinamismo e sua linguagem própria, estes eram incorporados no cotidiano dos

ouvintes. As transmissões continuam sendo utilizadas com grande frequência pelos

ouvintes em todo mundo, até os dias atuais. Porém, outro meio de comunicação tornou-

se maior e mais influente no mundo todo para os esportes. (LOPEZ, 2010).

São notórios os avanços dos meios de comunicação e, concomitante a eles,

diagnosticamos mudanças significativas para as transmissões relacionadas a esportes. A

televisão gerou um novo conceito no modo de transmitir as atividades esportivas. A

imagem, principal fator da televisão, conseguiu, mesmo que, no primeiro momento,

preto e branco, apresentar um novo universo a quem acompanhavam às transmissões.

A linguagem, a forma inovadora e tudo o que estava acontecendo, não

precisava mais de descrição acelerada. Os ambientes e as jogadas não eram mais

narrados cansativamente. Sendo assim, nosso objeto de estudo é a importação da

linguagem utilizada no rádio para o meio TV. O quanto os profissionais da área

trouxeram de experiência para um meio totalmente novo e tão maior quanto o próprio

rádio. E de que forma ela foi se tornando este grande meio de comunicação, um dos

maiores do nosso século.

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1.1 TEMA

As constantes mudanças do jornalismo esportivo frente à mídia televisiva e a

análise dos fatores que auxiliaram no processo.

1.2 PROBLEMA

De que maneira se tem configurado o espaço midiático televisivo de modo a

dar maior visibilidade a diversas modalidades esportivas, quando este espaço era,

praticamente, privilégio do futebol?

1.3 OBJETIVOS

Neste subitem, estão contidos os objetivos: geral e específicos que foram

encontrados no desenvolvimento deste trabalho, visto que, a descrição e identificação de

cada objetivo permitirão a correta compreensão sobre a importância das fontes de

informação e sua análise posterior.

1.3.1 OBJETIVO GERAL

Analisar fatores e a contribuição do rádio para a evolução da mídia televisiva,

especificamente no âmbito do jornalismo esportivo, uma vez que, todos os fatores que

serão analisados são de suma relevância para a evolução da televisão como veículo de

comunicação.

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1.3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

a) Realizar um levantamento referente à história da televisão;

b) Crescimento das demais modalidades esportivas nas transmissões de TV;

c) Classificar as editorias do telejornalismo;

d) Expor a evolução do esporte dentro da mídia televisiva.

e) Evolução do jornalismo esportivo especificamente quanto às características

estéticas e de linguagem;

f) Analisar os impactos da inserção da mulher no mercado de trabalho e,

consequentemente, como profissional jornalística e esportiva, frente à evolução da

mídia televisiva;

g) Fazer revisão de literatura pertinente ao desenvolvimento e fundamentação

teórica da pesquisa.

1.4 JUSTIFICATIVA

Apesar do constante crescimento de todas as mídias e do surgimento da

internet, a televisão é, ainda, o meio de comunicação mais utilizado pelos brasileiros,

segundo a Pesquisa Brasileira de Mídia 2015 (PBM, 2015). Sendo que, 95% dos

brasileiros assistem TV regularmente e 74% a vêem todos os dias.

É consumido pelos brasileiros, em média 4h31 por dia de 2ª a 6ª - feira, de

programas televisivos, nos finais de semana essa média cai um pouco, ficando em

4h14min, números estes, superiores ao do ano anterior. (PBM, 2015)

Tudo isto indica que o aumento do público consumidor de esportes e, de tudo

que é vinculado a ele, está em expansão gradual. Se pensarmos nisto, em uma escala

global, o consumo de material jornalístico esportivo é consumido em uma alta escala.

Acrescentando a lista, os filmes que se passam em canais pagos sobre algum jogador ou

algum esporte não esteja inserido nessa gama de horas. (VEJA, 2012, p.1)

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Assim, devido a grandes informações que são extraídas ao longo dos anos,

através da mídia, - desde o rádio até a internet -, os consumidores consomem em mais

de um meio de comunicação.

Desta forma, a televisão acaba sendo a concentração dos outros meios de

comunicação, já que muitos profissionais de jornalismo e esportistas trabalham nas

demais plataformas para atender o público de forma distinta. (LOPEZ, 2010).

Com a televisão atendendo o público de forma distinta e abrangente, acaba

permitindo um acesso maior as informações e acontecimentos que se passam em todo o

globo. Dessa forma, absorvemos a cultura de diferentes lugares, a diferença do

tratamento das modalidades esportivas ao redor do mundo e as diferentes formas de

transmitir a notícia.

Um exemplo de como a visão perante a televisão, foi alterada ao longo desde

sua inauguração, é a inserção da mulher nas transmissões esportivas.

A análise de um veículo de comunicação como a televisão, em resumo, ajuda a

compreender os fatores que o levaram a se tornar o meio de comunicação mais

utilizado, ultrapassando seu antecessor e não sendo afetado pelo meu sucessor; a

televisão como um todo passou por grandes evoluções que fizeram e continuam fazendo

diferença na forma de transmitir para o telespectador a informação, dentro disso, o

jornalismo esportivo, também passou por diversas mudanças, se tornando o que é hoje.

Sendo assim, a análise de um veículo de comunicação como a televisão em

resumo, ajuda a compreender os fatores que o levaram a se tornar o meio de

comunicação mais utilizado por brasileiros nos últimos anos, 95% dos brasileiros

assistem TV regularmente e 74% a veem todos os dias. (IBOPE, 2014); ultrapassando

seu antecessor, o rádio e, não sendo diminuída pelo seu sucessor, a internet.

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2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A metodologia científica é o estudo dos métodos, mais especificamente dos

métodos das ciências. É utilizado para dirigir uma investigação da verdade, no estudo de

uma ciência ou para alcançar um fim determinado, como no caso, um estudo científico

referente às narrações esportivas frente à mídia televisiva.

A metodologia científica aborda as principais regras para uma produção

científica, fornecendo as técnicas, os instrumentos e os objetivos para um melhor

desempenho e qualidade de um trabalho científico. (CERVO, 2007).

Como foi exposto, é notável a relatividade entre os tipos de pesquisas,

salientadas dentro da metodologia cientifica, sendo as mesmas, conceituadas de uma

ampla forma.

Para Gil (1964), em sua obra Métodos e técnicas de pesquisa social, classifica

as pesquisas de diversas formas. Se tratando da natureza, poderá ser “básica”, onde o

foco é simplesmente gerar novos conhecimentos, tais conhecimentos, substanciais; e

“aplicada”, onde a formulação dos conhecimentos será destinada especificamente à um

lugar. Em relação ao “problema”, as pesquisas podem ser quantitativas, onde considera

que tais pesquisas podem ser analisadas e até traduzidas para uma forma diferente da

atual; e qualitativas, onde a preocupação é a compreensão do assunto pelos sujeitos.

Relacionando ao objetivo, a pesquisa pode ser considerada: exploratória, onde

a pesquisa se aprofunda em minúcias para ser feita, levantando experiências,

bibliografias, relatos, entre outros aspectos; descritiva, onde sua base são as

características do “assunto”; explicativa, é focada nos motivos e causas, abrangendo, em

regra geral, os propulsores.

Pertinente à técnica, tal pesquisa pode ser: documental, onde o material não

recebeu um aprofundamento; experimental, onde é focada nas variáveis e nas

alterações; levantamento, onde a base são as pessoas e suas experiências; estudo de

caso, onde o aprofundamento e a especialização abrangem um único objeto; ação, onde

utiliza-se da cooperação entre os pesquisadores; participante, onde existe a correlação

entre pesquisadores e pessoas envolvidas no caso investigado; bibliográfica, onde o

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material já pertence à um autor, dessa forma, destinando-se a documentar ou registrar a

bibliografia de um deliberado assunto.

Em relação ao método dedutivo e indutivo, os mesmos são conceituados por

Gil (1964), respectivamente, como, “racionalista e empirista”. O método dedutivo,

objetivamente, utiliza a dedução em sua forma, analisando duas premissas, obtendo

dessa forma, uma terceira premissa lógica, retirada das duas anteriores. Método

indutivo, formado em experiências e tentativas, tal método utiliza certa “generalização”,

propagando a informação analisada.

Este trabalho foi realizado baseado em pesquisas bibliográficas, de livros e

artigos publicados em revistas e jornais de grande circulação nacional, teve como

prioridade analisar e estruturar uma análise baseada no método dedutivo (parte do

conhecimento de dados universais para a conclusão de questões mais específicas,

particulares), de investigação qualitativa (não há o uso de estatísticas de dados

numéricos), sobre a evolução do meio de comunicação denominado como televisão e o

avanço tecnológico pelo qual este meio passou, além de analisar as narrativas

esportivas, que se iniciaram no rádio e migraram para a televisão, desta forma, serão

analisados todos os itens relacionados ao esporte dentro da televisão brasileira.

Apesar da produção bibliográfica brasileira sobre a televisão já ser bastante

expressiva, constata-se que ainda existe certa escassez de autores que se dediquem ao

estudo de aspectos relacionados à televisão e ao esporte, ainda não examinados ou que

já o foram, mas de maneira superficial.

Por isso, ao escolher um tema para a pesquisa científica, os estudantes devem

vivenciar o que pesquisam, e isto exige deles, o comprometimento de envolver-se com a

temática retratada, devido à importância que o tema deve ter para ele e para a sociedade.

No entanto, uma pesquisa para ser bem fundamentada e alcançar seus

objetivos, necessita passar por outras etapas, além daquelas já descritas acima, como por

exemplo: a checagem das informações que serão transmitidas neste trabalho para que a

verdade nunca seja falha.

A característica fundamental de uma pesquisa científica é a forma de se

verificar, analisar os fatos e dados conhecidos; para isso, existe um grande número de

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métodos para se efetuar uma pesquisa científica e estes métodos proporcionam as bases

de uma investigação científica (GIL, 2007).

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3. REVISÃO DE LITERATURA

Nesta parte, serão abordados os avanços midiáticos na televisão brasileira com

relação às narrativas esportivas. A revisão da literatura tem como fundamento diversos

autores que serão utilizados para a compreensão do tema escolhido. Uma vez que eles

são importantes para apresentar aos demais como esta evolução vem gerando pontos

positivos ao esporte e até mesmo a sobrevivência da televisão no país.

3.1 História da televisão em panorama

Em 1873, o norte-americano Willoughby Smith, descobriu que o elemento

químico, selênio possuía propriedades “fotocondutoras”. A condutividade elétrica desse

elemento conforme variava emitia uma quantidade de luz. Mas, foi outro norte-

americano, George Carey, quem criou a televisão, um aparelho de transmissão de

imagens. (ABREU & SILVA, 2011, p. 2).

De acordo com Ribeiro (2010), no ano de 1936, em Londres, capital da

Inglaterra, aconteceu a primeira transmissão de TV. A emissora era a BBC, que

inaugurou e estabeleceu uma estação regular, ou seja, a primeira emissora de TV

pública do mundo.

A televisão surgiu como meio de entreter as pessoas de forma a superar as

experiências do rádio nos anos de 1930 (SOARES, 1994, p.17). E, foi através da

popularização da TV que o esporte passou a ter força, principalmente o futebol. Muitos

são os programas esportivos que dominam os dias e finais de semana, principalmente,

nos canais abertos de televisão.

A televisão brasileira foi inaugurada, oficialmente, em 18 de setembro de 1950,

em São Paulo. As diferenças notórias das transmissões do rádio para a televisão

demoraram a acontecer, já que o rádio era predominante em quase todas as casas do

Brasil. Os profissionais que começaram a atuar no telejornalismo esportivo eram

locutores de rádio, as estruturas eram as das rádios. Os profissionais da rádio que

estavam na televisão, mantiveram a forma de narrar, visavam mais a voz e menos a

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imagem, eram programas que tinham o modelo radiofônico televisado que perduraram

muitos anos.

Hoje, no Brasil, a televisão é onipresente, diferentemente da realidade do

século XX. Porém, na sua primeira transmissão no país, em 1950, a TV era um meio de

comunicação que causou fascínio e até medo em quem a assistia a primeira vez.

(RIBEIRO, 2010 apud MATTOS, 2002, p.18).

O medo existente nas pessoas que assistiram à televisão pela primeira vez era

proveniente do desconhecido, se tentar entender, o medo é mais semelhante ao receio do

que está por vir.

Nos primeiros anos da fundação da televisão brasileira, o publico permanecia

mais em frente à TV entre as 18h e 22h, e a programação exibia diferentes gêneros,

todos eles moldados para a televisão, mesmo assim, que a plataforma não estivesse

100% definida. (AMORIM, 2008, p.7).

Ainda, de acordo com Amorim (2008, p.7), faziam parte da grade de

programação, o teleteatro, que foi essencial para o surgimento da linguagem dramática

utilizada na televisão. E posteriormente, deu vez à telenovela, as telenovelas que foram

mais marcantes no começo da televisão eram as infanto-juvenis, baseadas em temas

educativos, mas com alto nível de encenação.

Assim Amorim, (2008, p.7), o telejornalismo, em seus primórdios, era feito de

forma mais lida do que ilustrada. O horário de exibição era único, de noite, as

informações noticiadas eram todas retiradas do jornal impresso que circulou ao longo

do dia.

Um dos mais famosos telejornais da televisão brasileira foi ao ar pela primeira

vez em 1º de abril de 1952, com o nome do seu patrocinador, Esso, o “Repórter Esso”.

Era comum aos programas levarem o nome de seus patrocinadores, uma vez que o

aparelho de televisão era caro e, o público alvo era basicamente a elite. Para manter-se,

a publicidade auxiliava nas contas da televisão (MATTOS, 2002, p.7). Em síntese,

como define Caparelli (1982, p.25), a televisão surgiu numa década marcada pela

"reordenação do mercado brasileiro com a irrupção do capitalismo monopolista".

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As evoluções tecnológicas relacionadas ao meio televisivo foram acontecendo

aos poucos, com intervalo de anos entre um avanço e outro, mas todos eles,

extremamente significativos para firmar a televisão como um dos maiores meios de

comunicação de massa. (MATTOS, 2002, p.12).

A primeira experiência de videoteipe foi realizada em 1957, – o VT – cuja

possibilidade de gravação do material para posterior edição e veiculação foi uma das

evoluções de maior importância para a televisão, já que oferece a possibilidade de

trabalhar com diversos modelos de grade de programação e de produção publicitária.

O VT foi fundamental para o desenvolvimento de dois fatores importantes para

a televisão brasileira: na consolidação do gênero telenovela e na cultura de se assistir

TV todos os dias:

O uso do VT possibilitou não somente novelas diárias como

também a implantação de uma estratégia de programação horizontal. A

veiculação de um mesmo programa em vários dias da semana criou o

hábito de assistir televisão rotineiramente, prendendo a atenção do

telespectador e substituindo o tipo de programação em voga até então, de

caráter vertical, com programas diferentes todos os dias (MATTOS, 2002,

p.87).

Ainda, o videoteipe, a TV Tupi usou esse recurso pela primeira vez em 1960,

foi o primeiro teleteatro a usar o VT no Brasil, a utilização foi feita em uma adaptação

de “Hamlet”, de William Shakespeare, dirigida por Dionísio Azevedo.

Apesar de todas as deficiências e improvisações, a televisão brasileira foi

saudada pela imprensa escrita como sendo o novo e poderoso instrumento com que

"conta nossa terra" (MATTOS, 2002, p.10):

A primeira emissora de televisão brasileira e também a

primeira da América do Sul, foi a TV Tupi Difusora de São Paulo,

inaugurada em 18 de setembro do ano da primeira transmissão, (1950).

Pouco mais de cinco anos após a fundação da emissora, foi feita a

primeira transmissão direta de um jogo de futebol (Santos x Palmeiras),

na cidade paulistana, Santos. E assim, os avanços foram reduzindo os

espaços de tempo entre um e outro; Em fevereiro de 1956, estava

acontecendo no Rio de Janeiro à partida entre o Brasil e Inglaterra, no

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Maracanã, os paulistas puderam assistir a primeira transmissão direta

interestadual.

A TV Record transmitiu em 1954, o primeiro seriado de aventuras produzido

no Brasil: “Capitão 7”. No mesmo ano, já existiam entre o eixo Rio- São Paulo, 12 mil

televisores, num total de 34 mil em todo o território nacional (MATTOS, 2002, p.173).

A década de 60 foi regida por renovações, devido às grandes manifestações

que aconteceram ao longo da década, desde a ameaça nuclear, a guerra do Vietnã até a

ida do homem a lua, todos esses eventos proporcionaram a televisão mudanças

favoráveis à consolidação como meio de comunicação em massa (AMORIM, 2008,

p.24).

Paralelo às evoluções especificas relacionadas à transmissão esportiva na

televisão, como cita Amorim (2008, p. 24), a mesma também sofria grandes mudanças.

No ano de 1964, o ano do golpe militar, já havia 34 estações de televisão e mais de 1,8

milhão de aparelhos receptores. Em meio ao clima do golpe militar, o Brasil, disputou,

em 1960, a copa do mundo no México (primeira copa do mundo televisionada), a

seleção brasileira de futebol tornou-se um símbolo de governo eficaz e níveis de alto

índice de crescimento econômico, vale ressaltar, que Pelé comandava esta seleção.

PEREIRA 2012. Em 31 de março de 1972, foi realizada a primeira transmissão a cores

no Brasil. A cobertura da Festa da Uva, em Caxias do Sul, Rio Grande do Sul.

Como exemplo da grande proliferação da televisão, o Brasil ocupava, em

1976,o quarto lugar entre os maiores usuários do Satélite IntelSat1. A estratégia de fixar

programas de televisão, bem como firmar dias e horários que acontecem os eventos

esportivos, acaba criando, indiretamente, o hábito de assistir televisão formulando uma

rotina seleta do que assistir, quando assistir e em qual horário.

Para Borelli & Priolli (2000), essa tática de programação foi responsável pelo

sucesso das telenovelas no começo dos anos 60, ganhando mais força com a introdução

1 O Intelsat é um satélite de comunicação construído pela Orbital Sciences Corporation (OSC)

pertencente à Intelsat e serve transmissões à América, especificamente para o Brasil. Atualmente, sua

banda,Ku, é utilizada pela Sky Brasil. O satélite possui expectativa de vida útil de 15 anos.

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do videoteipe, que possibilitou a gravação antecipada de vários capítulos de um mesmo

programa.

O jornalismo esportivo foi uma das vertentes que mais se beneficiou com o uso

do VT. É através desse mecanismo que as transmissões esportivas obtiveram maior

repercussão, transmitindo partidas importantes comentadas. As copas do mundo

puderam ser revistas e analisadas por milhares de torcedores. (MATTOS, 2002, p.12).

Em 1981, a BBC de Londres - a primeira emissora de TV do mundo - realizou,

segundo Mattos, 2002, uma nova transmissão apoteótica via satélite: o casamento do

Príncipe Charles com Lady Di, para mais de 39 milhões de telespectadores.

Como constatado por Mattos (2002), um dos telejornais mais antigo da Rede

Globo tem como data o início da sua veiculação em 21 de abril de 1971, o programa

mantém até hoje o nome de estreia, Jornal Hoje, mas somente três anos depois a

veiculação deste atingiu o Brasil por inteiro.

A consolidação do hoje chamado horário nobre da televisão brasileira, 22h,

atingiu esse título com a primeira telenovela colorida produzida pela Rede Globo: “O

Bem Amado”, que estreou em 24 de janeiro de 1973.(MATTOS, 2002).

Ainda de acordo com Mattos(2002, p.46) com o início dos anos 80, a Rede

Globo começa a investir pesado no telejornalismo, criando os programas “TV Mulher”;

“Bom Dia São Paulo”, que serviu como teste para a criação do “Bom Dia Brasil”, que

só foi ao ar em 1983.

No início dos anos 90, Rede Manchete passou a produzir novelas e minisséries,

com a voltagem ao nu feminino, em lugares paradisíacos do interior do país. Dessa

forma, a consequência foi pontos de audiência superior a Rede Globo. O marco

principal das produções “noveleiras” da TV Manchete foi a novela “Pantanal”.

(MATTOS, 2002).

O SBT colocou no ar, em maio de 1991, um telejornal popular: “Aqui Agora”,

que tinha como base alinha do jornalismo popular utilizado nos rádios, ou seja, a

utilização de muito apelo sexual, sensacionalista, e com notícias de cunho policial.

(AMORIM, 2008).

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A televisão brasileira ia atingindo aos poucos outro patamar, a inclusão da

Computação Gráfica nas produções televisivas aumentou consideravelmente o destaque

que já possuía a TV. Como de praxe, a primeira emissora a utilizar este recurso no

Brasil, foi a Rede Globo, em 1991, criando vinhetas e abertura para os programas.

(MATTOS, 2002, p.207).

Neste mesmo ano, o telejornalismo foi o gênero que teve maior

responsabilidade nesse tipo de divulgação, as redes Bandeirantes, Globo e Manchete,

pela primeira vez na história da televisão, fizeram transmissões ininterruptas - captadas

da emissora norte-americana CNN -, da guerra do Golfo Pérsico, exibida no momento

em que ocorria, com as imagens das explosões interrompidas apenas para os intervalos

comerciais. (AMORIM, 2008).

Como visto na obra de Amorim (2008, p.81), a criação do programa “Você

Decide” foi uma grande novidade na dramaturgia brasileira, possibilitando a interação

entre emissora-telespectador, logo em seguida o Fantástico utilizou a mesma

ferramenta, e, assim, a ideia foi comprada por outras emissoras.

O ano que perpetuou a entrada definitiva da internet no país foi 1995. Os

avanços relacionados à televisão não pararam. Em outubro de 95, a Globo inaugura o

Projac, o maior centro de produção de TV da América Latina, que, desde sua fundação,

abriga todas as produções do grupo. A área é de 1.300.00 metros quadrados.

(MATTOS, 2002, p.212)

A Central de Jornalismo da Rede Globo resolve fazer grandes alterações na

bancada do Jornal Nacional, trocando a dupla Cid Moreira2 e Sérgio Chapellin

3 por

Willian Bonner4 e Lilian Witte Fibe

5, isso aconteceu em março dos anos 96.

2 Cid Moreira é um jornalista, locutor e apresentador brasileiro em atividade desde 1947. Cid é famoso

por sua voz grave e singular, a qual impõe a sensação de um eco aos espectadores. 3 Sérgio Vieira Chapelin é um jornalista, repórter, locutor e apresentador de TV brasileiro da Rede Globo.

Sérgio iniciou a carreira como locutor de rádio, passando pela Rádio Nacional, Rádio MEC e Rádio

Jornal do Brasil. 4 William Bonner, nome artístico de William Bonemer Júnior, é um jornalista, publicitário, apresentador e

escritor brasileiro. 5 Lillian Witte Fibe é uma jornalista brasileira, é formada pela Universidade de São Paulo, e já trabalhou

nos jornais Folha de S. Paulo, Gazeta Mercantil e Jornal do Brasil.

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Em agosto desse mesmo ano, o SBT inaugurou o seu Complexo Anhanguera,

em São Paulo, a nova sede do SBT passou a ter 210 mil metros quadrados de área

construída (MATTOS, 2002).

A hegemonia das produções dramáticas continuou a ser da Rede Globo,

embora quase todas as outras emissoras - Bandeirantes, Cultura, Manchete, Record e

SBT - tivessem se lançado ao gênero. (AMORIM, 2008, p. 82).

Em agosto de 99, ocorreu o lançamento da Rede Globo Internacional,

transmitida em todos os telejornais da rede, via satélite, 24 horas de transmissão

simultânea com 35% de programação ao vivo, denominada como o “o seu mais

audacioso projeto de Internacionalização”. (MATTOS, 2002, p. 223).

Sobre a formulação da programação ao longo da história, este meio de

comunicação sofreu diversas mudanças, em seu início, uma vez que virou adaptação de

outro meio e posteriormente acabou se firmando, com características próprias, cada

emissora de TV construiu uma identidade, um perfil próprio, uma imagem com base na

programação que escolheu para atrair a determinados públicos. (SOUZA, 2004, p.52-

53).

Ou seja, o número de programas e seus conteúdos tinham como objetivo fazer

com que os telespectadores conhecessem a emissora para poder fazer suas escolhas em

termos de audiência e de relacionamento continuado com seus formatos e conteúdos

favoritos. (SOUZA, 2004, p.56).

Dessa forma, as emissoras construíram grades de programações semelhantes,

logicamente, uma foi a pioneira e as outras sucessoras. Quando falamos da fixação de

horários para o futebol na TV aberta, temos a Rede Globo a frente, uma vez que a

emissora era responsável por contratos exclusivos, posteriormente, outras emissoras

começaram a se fazer presentes e adaptando a grade ao que era conivente.

Em meio às diferentes transformações sócio-políticas do país, a

televisão foi sempre reavaliando sua programação e adaptando-a as novas

expectativas. No final dos anos 90, verificou-se uma invasão de liberdade

criativa dirigida, preferencialmente, a segmentos jovens da audiência

(MATTOS, 2002, p.110).

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A chegada dos anos 2000 a televisão comemorava cinquenta anos da sua

instalação no Brasil com um total de 286 emissoras geradoras e 8.484 retransmissoras

em funcionamento, e trouxe muitas inovações para o meio televisivo, alguns programas

deixaram de ser veiculados e outros começaram a ser transmitidos; uma das inovações

foram os realities shows e o Programa Show do Milhão. (AMORIM, 2008, p.100).

A estratégia de inovação em frente ao reality show era fazer com que o próprio

público fosse o espetáculo, veiculando em rede nacional, uma casa fechada com pessoas

desconhecidas, no começo tua soa bem, as pessoas conseguem até um determinado

ponto de o programa manter uma boa imagem, até que os atritos começam e são nesse

ponto em que se dá inicio as brigas, as disputas internas começam a ficar acirradas e o

público precisa escolher para quem torcer.

Conforme Mattos (2002, p.229), a Rede Globo iniciou o novo milênio - anos

2000 - sendo a maior produtora mundial de programas próprios. No mesmo ano, em São

Paulo, estreou o Band News, o primeiro canal brasileiro a transmitir notícias 24 horas

por dia. O investimento foi de US$ 6 milhões em tecnologia digital, e tinha como

objetivo alcançar um público de um milhão de assinantes.

No dia 11 de setembro de 2001, o mundo todo assistiu, ao vivo pela TV, o

atentado terrorista contra os EUA, nunca antes a televisão havia atingido altos índices

de audiência. As imagens do ataque ao World Trade Center e ao Pentágono foram

exibidos com muita exaustão. No começo da noite, quando foi exibido o Jornal

Nacional, o índice de audiência foi 52 pontos contra os habituais 44 pontos, ou seja, só

na grande São Paulo, onde moravam na época 10 milhões de pessoas, havia mais de

quatro milhões de espectadores assistindo o telejornal (MATTOS, 2002, p.230).

Ao longo dos anos seguintes, se estabeleceu a instalação de programas

humorísticos, na Rede Record, O Show do Tom, com Tom Cavalcanti6, humorista que

despontou para o sucesso na Rede Globo, nos anos 90. Show do Tom é calcado

principalmente na imitação de pessoas ou programas famosos, em tom caricatural. Tem

6 Antônio "Tom" José Rodrigues Cavalcante é um humorista, apresentador e dublador brasileiro.

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a participação de outros humoristas, entre eles, Tiririca7 e Gorete Milagres

8. (AMORIM,

2008, p.103).

Na Rede Globo continuaram os programas Casseta e Planeta-Urgente, Zorra

Total (que agrupou todos os comediantes da emissora) e A Turma do Didi, com Renato

Aragão9. Voltou ao ar o programa A Grande Família, outras comédias de costumes

foram criadas, na emissora: A Diarista e Sob Nova Direção, veiculadas semanalmente.

Já na SBT, além de A Praça é Nossa, foi criada a comédia semanal Meu Cunhado, com

o famoso humorista Ronald Golias10

. (AMORIM, 2008, p. 103).

3.2 A TV digital

Desde 2006 está sendo colocado em prática o que já se esperava no início dos

anos 2000, a inserção da TV Digital. Desde abril de 2016, o Brasil está vivendo o

processo de desligamento do sinal analógico de televisão, passando assim, só a vigorar

o sistema de TV Digital. O desligamento começou pelo Distrito Federal e entorno, nessa

região o desligamento completo será realizado dia 17 de novembro (ABERT, 2016, p1).

O SERT/SC - Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão publicou em seu

site, um artigo sobre a migração da TV Digital, esses trechos foram retirados do artigo,

para que seja feita um melhor entendimento sobre essa mudança:

As principais diferenças entre a TV analógica e a TV digital são: A TV

analógica transmite áudio e vídeo, a TV Digital transmite também informações de

dados, além da qualidade em alta definição dos sinais de áudio e vídeo.

A TV Digital é “digitalizada”, pode passar a fazer parte do ambiente de

convergência, podendo assim se conectar a qualquer outra plataforma digital, como

computadores ou celulares, podendo ser assistida a qualquer tempo, de qualquer lugar.

7 Francisco Everardo Oliveira Silva, conhecido pelo nome artístico de Tiririca, é um cantor, compositor,

humorista, e político brasileiro. 8 Gorete Milagres, nome artístico de Maria Gorete da Silva Araújo, é uma atriz e comediante brasileira.

9 Antônio Renato Aragão é um ator, diretor, advogado, cineasta, produtor, comediante, dublador,

humorista, escritor, apresentador e cantor, famoso por liderar a série televisiva Os Trapalhões, nas

décadas de 1970 e 1980. 10

José Ronald Golias, mais conhecido como Ronald Golias, foi um ator e comediante brasileiro,

considerado um dos pioneiros da televisão no país.

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E a TV digital oferece muito mais, como a possibilidade da interatividade e da

multiprogramação.

Ainda de acordo com o artigo do SERT/SC, no caso da televisão, além da

captação e edição das imagens e sons ser feitas no padrão digital há algum tempo, as

transmissões de seus sinais (por meio das faixas de frequência) também passaram a ser

feitas de maneira digital em algumas cidades e/ou regiões.

Para receber este sinal no padrão digital, os telespectadores precisam ter

receptores (televisores já munidos de conversores ou conversores set ofbox, a serem

acoplados nos aparelhos de TV já existentes) capazes de colocar na tela o sinal digital.

Após tantas mudanças e evoluções ao longo da história da televisão, o quadro

abaixo apresentará o número de televisores Domicílios Brasileiros (%) com Rádio e TV,

segundo PNAD (IBGE).

- 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Rádio 81,4% 83,4% 80,9% 75,7% 72,1% 69,2%

Televisão 95,0% 96,9% 97,2% 97,2% 97,1% 97,1%

Domicílios* 57.324 62.117 63.768 65.130 67.039 68.037

Depois de vermos e entendermos uma parcela dos acontecimentos tecnológicos

relacionados à evolução da televisão entendemos porque ela é, atualmente, o meio de

comunicação de massa mais poderoso na nossa sociedade. Em grande, parte devido ao

seu fácil acesso. “A televisão tornou-se para muitos a única ou a mais importante fonte

de informação” (BRANDÃO, 2010, apud SENA, 2013, p.131). Mesmo com a internet,

a TV ainda é mais influente, por seu custo.

3.3 Esporte não é sinônimo de futebol

O que foi encontrado dentro de vários obras ao longo da busca for informações

relacionadas à evolução da televisão e do jornalismo esportivo, por diversas vezes

foram encontrado relatos de que não há jornalista de esportes, dificilmente

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encontraremos nas redações um profissional que saiba falar sobre todos os esportes que

são populares no Brasil. (COELHO, 2011, p. 37).

Encontraremos alguns que são específicos para o futebol, ou automobilismo, e

esses mesmos profissionais são encarregados de falar/escrever sobre os demais esportes.

Há raras exceções de profissionais que são entendedores de judô, por exemplo, e mesmo

assim, jamais poderão trabalhar nas redações cuidando só dessa parte em específico;

Assim, é natural o aparecimento de atletas de diversas modalidades que se inserem no

meio para falar com mais propriedade sobre a modalidade esportiva sobre o qual ele é

entendedor.

Nas editorias de esporte, geralmente a equipe é bem dividida entre quem se

dedica ao futebol e quem se dedica as demais modalidades, a obra que fala com mais

pertinência no assunto é a de Barbeiro& Rangel, (2006), que frisa bem a necessidade do

profissional que está inserido na redação de esporte elaborar matéria sobre qualquer

modalidade, uma vez que, a quantidade de profissionais dentro dessa editoria não é tão

avantajada. Existem programas, revistas e até no impresso as divisões estão mais

especializadas.

As editorias de esportes se constituem a partir de uma busca de informações

dentro do contexto “jogos e treinos”, quase como uma identificação a um monótono

furo jornalístico. A produção mais assídua é de imagens, dos atletas, patrocinadores e

imagens da torcida. (MESSA, 2005).

Aparentemente, a profissão como jornalista pede para que haja a

especialização, mas que nunca se prenda a ela, uma vez que, existe a possibilidade de

uma reestruturação dos profissionais e das editorias, fazendo com que o profissional que

trabalhe com esporte seja realocado a outras editorias que não possuem vinculo algum a

anterior. (COELHO, 2011, p.43).

3.4 O crescimento das demais modalidades nas transmissões de TV

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A editoria de esporte é divida geralmente em: Futebol e outros esportes,

mesmo que outras modalidades esportivas ocupem alguma fatia no mercado esportivo,

ela continua sendo pouca. A televisão conta com uma diversidade de programas

esportivos, em formatos diferentes, além dos espaços diários, tem os telejornais

esportivos, como mesa-redonda, entrevista, debates. Nesses telejornais o âncora

apresenta o programa do estúdio, exibindo matérias sobre diversas modalidades

esportivas. Hoje, para que sejam exibidos os campeonatos, a emissora precisa comprar

os direitos de transmissão, o que leva a crer a dificuldade de veicular todos os tipos de

esporte. (SILVEIRA, 2009, p. 76).

“Os anos 70 foram um dos mais ricos em transmissões de diversas modalidades

esportivas, das olimpíadas aos clubes esportivos, das Copas Mundiais ao futebol de

várzea, porque o Brasil vivia uma repressão política, e o governo utilizou a tática de

incentivar o esporte na TV para afastar o grande público dos problemas sociais e

políticos vividos no país”. (AMORIM, 2008, p. 43).

As retransmissões no Brasil são, na sua maioria, ocupadas por futebol. Outros

esportes, apenas em Olimpíadas, ou quando é algo notável, um exemplo disso é a

visibilidade que o Campeonato Mundial de Surf passou a receber após a vitória de

Gabriel Medina. Situações anteriores semelhantes a esta, foi quando Guga Kuerten

disputou a primeira final do Torneio de Roland Garros. (SILVEIRA, 2009, p.74) (Jornal

do Comércio, 2015, p.1).

Segundo Amorim, (2008, p.84) nos anos 90 o esporte permanecia como um

gênero bem aprontado pelas emissoras de TV. Todos os acontecimentos nacionais e

internacionais importantes foram amplamente transmitidos, as emissoras passaram até a

transmitir esportes no horário nobre (20h às 22h). Com o anseio de dominar a audiência,

a Rede Globo, deteve os direitos de transmissão da Fórmula 1.

A profissionalização esportiva e a evolução tecnológica levaram aos cadernos

de esporte o senso de que não existe apenas o futebol. Assim, surgiu o aparecimento de

novos ídolos em outras modalidades esportivas, e o crescimento do automobilismo, do

vôlei, do basquete, da natação e do tênis, auxiliam os jornalistas a se especializarem e

não mais a manterem o foco, como era feito na década de 70 e 80. (BRETONES, 2010,

p16).

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No livro de Irving, Bem e Philip, Marketing Esportivo (2008, p.50), consta que

os outros esportes surgiram e capitalizaram a exposição crescente que é proporcionada

pela TV. Enquanto alguns esportes tornam-se grandes atrações, como a luta livre

profissional, o basquete, para outras infinitas modalidades os espaços vão ficando cada

vez menores.

Presente na obra de Silveira, (2009, p.83), é entendível que, o jornalista só

publica aquilo que é rentável, o veículo de comunicação precisa de um retorno

financeiro, devido a isso, não é tão simples assim transmitir informações sobre todas as

modalidades esportivas. Salvo exceções como as Olimpíadas, que exigem a transmissão

de tudo que acontece. A ressalva importante neste ponto é algumas modalidades

esportivas são caras, tanto para quem pratica, como para o veículo que gostaria de

transmitir, um exemplo disso são os esportes que dependem de animais, o custo de

manutenção é caro, ou, aqueles que necessitam da compra de bons materiais para a

pratica, como os patins.

Com base no que foi apresentado neste capitulo, entendemos que a

disseminação das demais modalidades esportivas dentro da mídia televisiva acontece de

forma esporádica, ou seja, apenas quando ocorrem grandes eventos mundiais - Copa e

Olimpíadas -, o futebol é predominante na grade dos programas esportivos, sendo

assim, o presente estudo retrata que a inserção das demais modalidades não é tão

expressiva quanto à autora deduzira.

3.5 Editorias do Telejornalismo

As redações jornalísticas são divididas em editorias, como é o caso do meio de

comunicação aqui estudado, a televisão, as editorias são as temáticas existentes dentro

do jornal. As editorias podem ser classificadas como: Geral, que abrange assuntos

diversos, acidentes, catástrofes ambientais, tragédias, e em algumas ocasiões pode vir a

noticiar crimes.

Política: Como pode ser notado, esta editoria, noticia tudo que é relacionado a

política, de acordo com os moldes do jornal e de relevância, abrangendo notícias do

País ou apenas do Estado.

Policial: Crimes e assuntos de segurança, às vezes, também transmite os

assuntos relacionados aos Bombeiros e a Defesa Civil.

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Economia: Está presente nesta editoria, notícias sobre a produtividade

nacional, PIB, mercado de ações - bolsa de valores-, negociação entre empresas, bancos.

Cultura: Todas as manifestações culturais, cinema, teatro, shows, eventos

culturais que acontecem na região ou pelo País.

Educação: Temas educacionais, voltados para tanto para os estudantes, quanto

para os profissionais, na época do vestibular, a movimentação desta editoria aumenta

consideravelmente, com dicas para os vestibulandos.

Comportamento: Assuntos diversos relacionados ao comportamento das

pessoas, de modo geral, consumo, relacionamentos, saúde.

Esporte: Para o processo deste trabalho, esse é a editoria fundamental; a

editoria de esporte refere-se a temas relacionados a diversas modalidades esportivas, as

contratações de novos atletas, as mudanças que sofrem as equipes, variedades

relacionadas aos atletas e personalidades do esporte. (N ESCOLAS).

Segundo Gasparino, (2013, p.6), a editoria de esporte está presente em todas as

plataformas jornalísticas, ou seja, impresso, rádio, internet e televisão. Mas a forma de

ser transmitida a matéria esportiva segue rumos diferentes em cada uma dessas

plataformas. Algumas características utilizadas nas narrativas esportivas eram o humor,

sensacionalismo, além da emoção exacerbada, citada por Barbeiro & Rangel (2006).

Talvez não haja área do jornalismo tão sujeita a intempéries

quanto a cobertura de esportes. O profissional enfrenta o preconceito dos

próprios colegas, que consideram uma editoria menos importante, e

também do público, que costuma tratar o comentarista ou repórter

esportivo como ‘mero palpiteiro’. (COELHO, 2011).

A preocupação com a editoria de esporte dentro da televisão, começou em

1990, o que atormentava era se a editoria devia ser uma especializada, sozinha ou se

fazia parte da redação jornalística de televisão. (BARBEIRO& RANGEL, 2006, p54).

Vendo a editoria esportiva ao longo destes anos, vemos que os jornais incluíram o

esporte em suas redações.

Erbolato (1981) apud Silveira (2009, p.69), o autor explica a multiplicidade

dos temas que devem ser desenvolvidos pelo jornalista da editoria esportiva, devem

conhecer as regras de todas as modalidades, sempre estar preparada para trazer

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informações de forma mais dinâmico, para que os noticiários fiquem mais completos,

exemplos de pautas são: dopping, exigências especificas, Justiça Desportiva, entre

outros. A relevância desta editoria está exatamente nessa variedade de assuntos que

podem ser abordados. Barbeiro & Rangel (2006, p.55), pontuam que as narrativas

esportivas dentro da televisão carregam hoje, uma grande característica de linguagem,

adota o estilo, jornalista-personagem.

Uma editoria de esporte grande costumava, nos anos 90, a ter 30 pessoas, esse

não era um padrão definido, eram quase o teto máximo, as redações esportivas, eram

bem enxutas de modo geral, com poucos profissionais. (COELHO, 2011, p.26).

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4. ANÁLISE DE DADOS

Conforme o que foi exposto na revisão da literatura e demais tópicos iniciais,

nesta parte do trabalho será feito a análise e interpretações dos dados foram expostos.

Esta análise tem como objetivo oferecer respostas para o problema de pesquisa e a

interpretação dos dados devem ampliar estas respostas. Assim, entenderemos de forma

clara o que as evoluções esportivas dentro da televisão acarretaram na forma de fazer

esse tipo de jornalismo. Toda notícia, tem por essência, características que auxiliam a

sociedade na compreensão dos fatos que ocorrem todos os dias no mundo, uma vez que

a notícia é a principal forma de compreensão das informações, o jornalismo esportivo

tem um público alvo especifico dessa forma as transmissões de eventos esportivos deve

atender as expectativas do público, seja igual ou maior. Por isso, o cuidado com as

transmissões desse gênero devem ser maiores do que de algumas outras editorias.

4.1. Evolução do esporte dentro da mídia televisiva

Segundo o escritor alagoano, Graciliano Ramos, “o futebol não pegaria no

Brasil. Estrangeirices não entram facilmente na terra do espinho.” (COELHO, 2011,

p.7) Nos primeiros anos de cobertura esportiva no Brasil, a maioria das pessoas tinha a

mesma opinião de Graciliano, que o brasileiro não aceitaria o futebol, esporte inglês que

migrava para a América Latina. Afinal, não poderiam acontecimentos esportivos ter

mais visibilidade do que a política ou a economia do país.

Não que o escritor alagoano, Graciliano tivesse alguma coisa contra a bola

jogada com os pés ou que fosse apaixonado pelo remo, o esporte mais popular do início

daquele século. O que ele achava que era que o que vinha de fora não poderia “pegar”

com facilidade no Brasil. E nada mais inglês do que o futebol. Pelo menos do que o

futebol jogado naquele tempo (COELHO, 2011, p.8).

No começo do século XX, antes do futebol migrar para o Brasil, o esporte

predominante era o remo, e mesmo assim, a visibilidade do esporte não era tão grande.

Desde o início da civilização podem ser encontrados rastros do remo, seja,

apenas como canoagem ou uma navegação mais estruturada para o transporte,

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predominante na época das guerras. Há registros de que por volta do ano 2000 a.C., um

faraó egípcio organizou uma frota de 400 navios movidos a remos. Os duelos se

popularizaram em Veneza, no século XIII, um festival chamado “regata” foi realizado.

O remo se desenvolveu na Inglaterra, a partir do século XVIII, a primeira

regata disputada foi no Rio Tamisa, em 1715. (REMOSUL, 2013).

Ilustração1: Litografia da primeira regata disputada no Brasil. Rio de Janeiro.1851.

Fonte: https://www.bn.gov.br/acontece/noticias/2016/03/litografia-mostra-regata-1851-rio-janeiro

Enquanto no Brasil, os registros mostram que a primeira regata disputada

aconteceu no Rio de Janeiro no ano de 1851, na enseada de Botafogo. Neste mesmo

ano, foi fundado o pioneiro dos clubes de remo, o “Grupo dos Mareantes” de Niterói,

nos anos seguintes foram surgindo diversos clubes e sociedades de regatas. No Rio

Grande do Sul, foi criada a primeira entidade dirigente do remo no Brasil, em 1894, o

Comitê de Regatas, que atualmente dá lugar a RemoSul - Federação do Remo do Rio

Grande do Sul. (REMO BRASIL).

O remo é comandando pela FISA – Fédération Internationale desSociétés

d’Aviron, que foi fundada em 1892, e possui 120 federações de todos os continentes.

Em âmbito mundial, os países que mais se destacam dentro do remo atualmente são:

Inglaterra, Estados Unidos, Itália, Canadá, Alemanha, Nova Zelândia, Austrália,

Romênia. (REMOSUL, 2013).

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O remo é uma modalidade olímpica, - ficou de fora da competição apenas uma

vez, em 1920 -, o melhor resultado do remo brasileiro foi conquistado nos Jogos de Los

Angeles (EUA), em 1984, com o quarto lugar no Dois Com, tripulado por Nilton Silva

Alonço (t), Walter Hime Soares e Ângelo Rosso Neto.

Enquanto as mulheres só estrearam no remo olímpico, no ano de 2004, feito

esse conquistado por Fabiana Beltrame, em Atenas. (REMO BRASIL).

Falar sobre esportes, principalmente de futebol, era, dirigir-se a uma população

com pouco poder aquisitivo, formando assim, uma grande represália aos

colunistas/comentaristas que queriam abrir o espaço ao esporte. (COELHO, 2011, p9).

No momento em que é necessária a fundação de clubes esportivos direcionados

ao futebol, acontece o enlaçamento de dois esportes no Brasil, o remo, que era a febre

na época, e o futebol, já que, os primeiros clubes fundados surgiram do remo, Clube de

Regatas Botafogo (1894), Clube de Regatas Flamengo (1895) e Clube de Regatas Vasco

da Gama (1898). (REMOSUL, 2013).

No ano de 1925, o futebol já era o esporte nacional, que fazia parte da vida dos

brasileiros; faltava apenas cinco anos para o início da primeira Copa do Mundo, a

expectativa em relação a esse acontecimento era, de fato, notório. A seleção brasileira

de futebol já era bicampeã sul-americana (1919-1922), mas, a ascensão e o

profissionalismo no meio esportivo só foram conquistados anos depois. (REMO

BRASIL).

O Presidente da República, Washington Luiz, em 1927 compareceu pela

primeira vez em um estádio de futebol, sendo mais precisa, visitou o estádio de São

Januário, na inauguração. (COELHO, 2011, p11).

O primeiro Campeonato Carioca unificado - porque até então era dividido em

dois, devia a rinchas entre alguns clubes cariocas - foi realizado 4 anos depois de

grandes confusões, ou seja, em 1941, o jogo escolhido foi Vasco X América, no estádio

de São Januário, dia 31 de julho. (COELHO, 2011).

Com o crescimento significativo de admiradores dos demais esportes, o futebol

passou a dividir espaço nas transmissões com o vôlei, o surfe, a ginástica e outros

esportes com atletas representativos no país, as transmissões passaram a preencher a sua

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programação não só com futebol. E, tanto quanto cresceu em questões de abrangência,

mais se exigiu das transmissões esportivas. Uma das principais mudanças foi a abertura

para as mulheres nas coberturas de atividades esportivas. A título de exemplo, de acordo

com Coelho, (2011, p35), a primeira mulher a coordenar um caderno de esportes foi

Isabel Tanese, que ficou três anos a frente do caderno de esportes do “O Estado de São

Paulo” pouco antes da Copa do Mundo de 98.

Em 1966, o cenário futebolístico era outro, o mundo aceitava o futebol, e

consequentemente, as transmissões diversas de esportes; neste ano, aconteceu a Copa

Mundial de Futebol na Inglaterra, sendo a primeira a ser transmitida para o mundo todo.

Em 1985, a Rede Globo era a quarta maior rede de televisão comercial do

mundo (só superada pelas norte-americanas BBS, ABC e NBC); primeira em volume de

produção (80%), cobrindo 98% do território nacional (cinco estações e 51 afiliadas); 12

mil funcionários (1.500 vinculados à produção de 2h40min diárias de ficção; detendo

70% de audiência (82% no pique das oito) e quase a metade das verbas do nosso

mercado publicitário, avaliado em US$ 550 milhões, a Rede Globo chega às vésperas

do seu 20º aniversário exportando programação para 128 países. (BIZINOVER, 1985,

p.47).

Relacionando a maior rede de televisão brasileira ao sucesso da televisão, a

Rede Globo possui o direito exclusivo de transmitir o Campeonato Brasileiro de Futebol

desde 1995. O que é notório nas transmissões de eventos esportivos é o tratamento

visual que a Rede Globo dá as transmissões, é quase como a apresentação de um show.

Criou-se uma atração enorme as transmissões esportivas, principalmente o futebol.

Podemos notar que, no seu início, era como se a TV necessitasse dos esportes

para manter-se. Hoje, parece ser exatamente o oposto, os clubes de modo geral,

necessitam da força que a TV proporciona, e o impulso que ela fornece. Afinal,

conforme a programação da Rede Globo, toda a programação de domingo é dedicada ao

futebol e outros esportes. (MATTOS, 2002).

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Ilustração2: Transmissão da Primeira Copa do Mundo em Cores. 1970.

Fonte:https://www.youtube.com/watch?v=j2j5hpk-LaU

A Copa do Mundo de 1970 foi transmitida ao vivo para todo o país, diga-se de

passagem, que foi a primeira transmissão experimental da televisão em cores, apesar de

que, a grande maioria da população possuía a televisão preta e branca.

Em 1998, a Rede Globo compra os direitos de transmissão exclusiva para o

Brasil das Copas do Mundo de 2002 e 2006, por 220 milhões de dólares. (MATTOS,

2002).

As evoluções relacionadas ao esporte frente à mídia televisiva, feita após a

última data aqui retratada, não fizeram grande diferença na história da televisão, alguns

fatos, serão contados nos capítulos seguintes, devido ao tema deles ser o mesmo dessas

evoluções, no mais, o Brasil não sofre grandes mudanças atualmente relacionadas a esse

meio.

4.2 Evolução do jornalismo esportivo: características estéticas e de

linguagem

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No início da televisão, a programação era inteiramente AO VIVO, porque os

padrões eram o de seu antecessor, o rádio, nos intervalos comerciais era exibido garotas

propaganda experimentando os produtos ofertados frente à câmera. Por serem sempre

ao vivo, as transmissões sofriam uma série de problemas, como poucas horas diárias de

transmissão, problemas técnicos de áudio e/ou vídeo, além das dificuldades rotineiras

como, iluminação básica, cenários pouco elaborados, entre outros. (ABREU & SILVA,

2011, p.4).

Ilustração3: Chacrinha, apresentador de um dos programas de maior sucesso. Apresentado AO VIVO.

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=7r6tkfKdTdM

Relacionado a isso, as narrativas esportivas começaram no rádio, mais

precisamente, em 1932, a linguagem utilizada era a da “emoção”, os locutores gritavam

para demonstrar a explosão do gol na rede. A cabine de rádio e posteriormente de

televisão era localizada dentro do estádio. Os gritos, às vezes, eram necessários para

abafar o som da torcida. A velocidade da narrativa era veloz, para acompanhar todos os

lances do jogo, já que, o rádio não dispunha de mais nenhuma ferramenta além da voz

do narrador. (BARBEIRO & RANGEL, 2006).

Segundo Bretones (2010, p.13), durante a década de 1950, o jornalismo

esportivo que vinha surgindo, tinha características que são praticamente extintas no

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jornalismo de hoje em dia: ou seja, ganhavam contornos de romance, dramaturgia e

poesia, características praticamente extintas no jornalismo de hoje em dia.

No início da televisão, as narrativas esportivas, tanto no futebol como de outras

modalidades esportivas seguia o padrão rádio: rápido e marcado. Esse fato se deu

devido à inserção dos profissionais de rádio para a televisão. Posteriormente, a

linguagem na televisão ficou com a velocidade da narrativa mais reduzida, a emoção

escrachada se manteve, e o uso de bordões pelos narradores, como Nelson Rodrigues,

Arnaldo Cesar Coelho, Galvão Bueno, entre outros nomes. (BARBEIRO & RANGEL,

2006, p. 182).

Mas o padrão de profissionais se manteve, tanto no rádio, quanto na televisão,

há um locutor, comentaristas e repórteres, que juntos, realizam a transmissão esportiva,

seja ela do futebol, do basquete ou do vôlei. (GASPARINO, 2013, p. 24).

Em paralelo as transmissões esportivas, as modalidades mais comuns (futebol,

vôlei, basquete), iam se profissionalizando, e exigindo assim que os profissionais do

meio jornalístico seguissem o mesmo caminho, enquanto os jornalistas da TV buscavam

especialização em imagens e sons, os dos veículos impressos e de rádio se dedicavam a

encontrar fatos que a televisão não mostrasse. (BRETONES, 2010, p. 16).

A linguagem do futebol é mais presente na nossa vida do que imaginamos

algumas vezes alguém já lhe disse ou você disse a alguém frases como “fui jogada para

escanteio”, quando quer dizer que foi deixado de lado, entre outras expressões que

usamos cotidianamente. (SILVEIRA, 2009).

Como já citado no capítulo anterior, a editoria de esporte foi uma das mais

beneficiadas com a instauração do videoteipe, podendo ser reprisado alguns lances e

partidas inteiras, uma vez que o videoteipe permite a gravação do material para

posterior edição e veiculação.

A linguagem jornalística esportiva é bem caracterizada, cada veículo segue

uma linha, algumas TVs aderem o estilo do jornalismo personagem, onde passar a

informação ao espectador não é o suficiente, o jornalista precisa vivenciar a emoção

pela pessoa que está em casa assistindo.

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De acordo com Silva (2005), os programas esportivos foram se modificando ao

longo do tempo, de acordo com as inovações tecnológicas e com a mudança da

concepção do telejornalismo. A ocupação da grade de televisão relacionada ao esporte

não era mais só a transmissão das partidas, o esporte de modo geral passou a se tornar

presente, com programas que vão desde boletins pré-jogos e pós-jogos, a mesas

redondas com debates entre especialistas e atletas ou ex-atletas.

No rádio, o tom da narrativa era: “bola rolando”, o locutor seguia o tom do

jogo, e muita vez esquecia-se de fatos relevantes relacionados ao estádio ou ao campo, o

ouvinte poderia até sentir que faltava algo, porém a confirmação nunca seria feita a não

ser que, ele recorresse a outro veículo de comunicação. Esse método de narrativa - bola

corrida - foi levada a outros esportes como o basquete, o vôlei, o handebol e outros.

A transmissão esportiva televisiva deixou de seguir o padrão radiofônico

porque, afinal, era redundante dizer algo que poderia ser visto com os próprios olhos.

(BARBEIRO & RANGEL, 2006).

Mesmo considerando as diferenças entre a narração no rádio e

a narração na TV, uma coisa é comum a ambos os meios: o narrador

precisa improvisar. Como não ter problemas? Improviso é sinônimo de

preparo e conhecimento do assunto (BARBEIRO & RANGEL, 2006, p.

66).

Conforme Erbolato (1981) apud Silveira (2009, p.68), frisa em sua obra o quão

importante é a multiplicidade do jornalista esportivo, que, esse profissional precisa ir

além de só conhecer as regras e regulamentos de cada modalidade, o jornalista precisa

saber lidar com assuntos que complementam a modalidade esportiva que está sendo

anunciada por ele, tudo isso, para que o noticiário seja ainda mais completo.

Segundo Yanez (apud Silveira, 1995, p.55) é necessária à especialização

mesmo que seja em poucas modalidades, é melhor conhecer três ou quatro esportes, a

ter um conhecimento incompleto sobre todos.

As transmissões televisivas de modo geral, ainda sofrerão grandes mudanças,

principalmente quando o Brasil for um país totalmente digital, até lá permaneceremos

no mesmo nível de som, imagem e técnica utilizada.

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Ilustração4: Tiago Leifert no comando do GE, sem uso de Teleprompter.

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=CMXDKznYW0I

O formato contemporâneo do programa Globo Esporte de São Paulo chamou a

atenção de todo o Brasil, por trazer um jornalismo mais “jovem e despojado”, que era

apresentado pelo jornalista Tiago Leifert, o programa passou usar um formato que

dispensa o uso do teleprompter (TP), onde o apresentador utiliza suas próprias palavras

para descrever o que se passa no programa, além da utilização de bordões e o emprego

de piadas nas noticias, de modo que no geral o programa fique menos engessado.

(GASPARINO, 2013, p. 35).

As dissertativas a respeito da linguagem e da estética do jornalismo esportivo

são vagos, mas, quem já viu ou verá de alguma forma cenas da TV em seu início

chegará a conclusão de como são notórias as evoluções que esse meio de comunicação

enfrentou.

4.3 A inserção da mulher no mercado de trabalho como profissional

jornalística e esportiva

Começando a história das mulheres no meio esportivo pelo mundo, vemos que

a presença feminina foi marcada por participações restritas e hiatos temporais durante a

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evolução da humanidade. Na historia das civilizações antigas, quase nada se tem

documentado sobre práticas esportivas femininas, salvo uma pequena exceção de notas

históricas feitas pela civilização espartana. (SANTOS, 2012).

Barão Pierre de Coubertin era membro da aristocracia francesa, responsável

por atribuir aos Jogos Olímpicos a “união dos povos”, mas excluía a mulher dessa

união, porque achara vulgar a participação feminina nos jogos, afinal, os Jogos eram

tratados como terrenos de honras e conquistas, o que não competia a mulher dar a

nação.(GOELLENER, 2005, apud, SANTOS 2012, p. 8).

Ilustração5: Alice Melliat, fundadora da Fédération SportiveFéminineInternacionale

Fonte: http://home.nordnet.fr/scharlet/alice.ht

Diante a suspensão das competições mundiais durante a Primeira Guerra

Mundial, a atleta de remo, francesa, Alice Melliat, fez uma grande reivindicação em

prol das mulheres: em 1917 fundou a Fédération SportiveFéminineInternacionale -

FEFI, que lutou para que o Comitê Olímpico Internacional liberasse a participação das

mulheres nas Olimpíadas. (SANTOS, 2012, p. 9).

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Ilustração6: Maria Lenk, a primeira representante feminina nas Olimpíadas.

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=I8MYpxLlU0c

Ainda de acordo com SANTOS (2012, p.10), nas Olimpíadas de 1920 já havia

a participação de atletas brasileiros, a primeira participação nacional feminina no

esporte mundial foi à nadadora Maria Lenk, que em 1932, que se tornou a primeira

mulher brasileira a participar dos Jogos Olímpicos, em Los Angeles, na Flórida. Em

passos pequenos, as primeiras medalhas só chegaram 64 anos depois, em 1996, e foi por

um esporte comum no Brasil, o vôlei de praia, com Sandra Pires e Jacqueline Silva.

Ilustração7: Primeira medalha de ouro feminina nas Olimpíadas. 1996. Los Angeles

Fonte: http://globotv.globo.com/rede-globo/memoria-globo/v/olimpiada-de-atlanta-1996/2419898/

Para exemplificar a mudança de paradigmas em relação à presença feminina

nos Jogos Olímpicos, em 2012, em Londres a comitiva feminina brasileira era composta

por 123 atletas, esse número é correspondente a 47% da delegação brasileira.

(SANTOS, 2012, p.10). E assim foram estabelecidas algumas das evoluções nas

mulheres no meio esportivo.

Atualmente, percebemos que as mulheres estão presentes em diversas

modalidades esportivas, como o futebol, handebol, vôlei ou até mesmo praticando

esportes que só podem ser competidos por mulheres, como é o caso do nado

sincronizado, mas, ainda segundo Santos, (2012), a representatividade conquistada

dentro do esporte não se reflete nos veículos de comunicação, os campeonatos e

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torneios disputados pelas mulheres não possuem a mesma divulgação dos mesmos

disputados pelos homens, como é o caso da Copa do Mundo. (SANTOS, 2012).

Já a ingressão das mulheres no jornalismo se deu com a grande chegada em

massa do sexo feminino a profissões liberais, tais quais como a advocacia, a

magistratura ou a medicina. Regina Helena Ramos, uma das jornalistas pioneiras no

Brasil, relata em seu livro “Mulheres Jornalistas - A grande Invasão”, que a realidade

das mulheres na profissão naquela época - 1952 - era muito diferente do que vemos nos

dias atuais. A luta era diária para ser considerada uma boa profissional. (BAGGIO,

2012,p.17).

Entre os nomes mais conhecidos das pioneiras no jornalismo, estão Patrícia

Galvão (a Pagu), Carmen da Silva, Isa Silveira Leal, Edy Lima, Lenita Miranda de

Figueredo e, mais recentemente, Cecília Thompson, Maria Lúcia Fragata, Cecília Zioni,

Cida Damasco e Fátima Ali. (RAMOS apud BAGGIO, 2010, p.18).

Por mais que se diga que não há preconceito, era impossível enxergar uma

mulher no meio esportivo até o início dos anos 70, mas isso mudou, a televisão

começou a ser a representação midiática que transmite a realidade (COELHO, 2011,

p.34). No entanto, as mulheres estão ganhando evidência em mídias como a televisão,

internet e revistas, segundo Cruz, (2008, p.1), a grande força patriarcal ainda existe na

nossa sociedade, e ela torna comum a representação constrangedora e degradante das

mulheres, seja ela feita por canções, comerciais, filmes, novelas.

Concomitante a isso, atualmente, as redações são mistas, é natural encontrar

mulheres no meio esportivo, como colunistas, repórteres, editores e comentaristas,

coisas que eram extremamente incompreensíveis há alguns anos atrás. Como diz

Ramos (2010), para qualquer leitor, ouvinte e telespectador com menos de 50 anos de

idade, o jornalismo nasceu assim, com homens e mulheres nos meios de comunicação.

(BAGGIO, 2012, p.16).

A presença feminina dentro das redações esportivas cresceu significativamente

a partir da década de 90, apesar de, a inserção da mulher no meio jornalístico já havia

começado há 40 anos antes, pode se dizer que, atualmente as redações possuem em

torno de 10% de mulheres. Apesar do grande preconceito, o caderno de esportes do “O

Estado de S. Paulo”, em 1998, já teve uma mulher no comando: Isabel Tanese, que

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permaneceu três anos no cargo, tempo esse que começou com o afastamento de Roberto

Benevides, até o pedido de demissão. (COELHO, 2011, p.35).

Ilustração8: Kitty Balieiro, como repórter de TV. Um dos grandes nomes femininos do Jornalismo

Esportivo.

Fonte: http://esporte.ig.com.br/futebol/2013-12-01/pioneiras-do-jornalismo-lembram-preconceito-

boicote-e-xaveco-de-boleiros.html

Ainda de acordo com Coelho (2011, p. 35), outro grande nome do contingente

feminino dentro do esporte, foi Kitty Baleiro, chefe de redação da ESPN Brasil, entre os

anos 2000 e 2010, o mesmo veículo, empregava outra mulher, Sônia Francine, a

Soninha, como era conhecida, trabalho entre os anos de 1999 e 2004 como

apresentadora e comentarista da ESPN Brasil, a atuação de Soninha no canal se

manteve após 2004, porém de maneira esporádica, já que, resolveu dedicar-se a política.

Ilustração9: Soninha Francine, outra mulher que auxiliou no crescimento do jornalismo esportivo.

Atualmente, não faz mais parte do jornalismo.

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Fonte: https://limpinhoecheiroso.com/tag/soninha-francine/page/2/

A participação uma jornalista mulher em programas esportivos aproxima as

mulheres do esporte, o pioneirismo feminino no jornalismo esportivo foi Maria Helena

Rangel, que é considerada a primeira mulher jornalista a cobrir esportes no país, a

carreira de Maria começou no jornal Gazeta Esportiva e seu registro profissional foi

datado em 1 de janeiro de 1948. (BAGGIO, 2012, p.19).

Ainda de acordo com o que é apresentado por Baggio (2012, p.28), nos dias de

hoje, são as mulheres no telejornalismo esportivo são muito mais presentes, é até difícil

não encontrar uma mulher nas redações, se antes o que chamava a atenção era a falta de

mulheres jornalistas atuantes no esporte, hoje, a participação e o crescimento seja como

profissional do jornalismo ou como atleta, isso chama a atenção de diversas emissoras.

Alguns exemplos são: Glenda Koslowiski (Globo), Cristina Lyra (RedeTV),

MylenaCiribelli (Record) e Renata Fan (Band), além das representantes regionais, já

que todas as emissoras possuem filiais.

Ilustração10: Fátima Bernardes, que também se aventurou nas narrativas esportivas.

Fonte: https://globoplay.globo.com/v/3355620/

Mesmo Fátima Bernardes, que não é do segmento esportivo, ancorou o Jornal

Nacional por quase 14 anos, já possui cinco Copas do Mundo ao longo da sua carreira,

A primeira foi no ano de 1994, nos Estados Unidos; depois, em 2002, onde foi eleita

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Musa da Copa, realizada no Japão e Coreia do Sul; no ano de 2006, na Alemanha; 2010

na África do Sul; e a de 2014 no Brasil. (BAGGIO, 2012, p.18).

A ex-atleta e jornalista Glenda Koslowiski, como representante da Rede Globo

foi na Olimpíada de 2016, a primeira mulher a narrar Jogos Olímpicos, fato esse

histórico e demorado, em vista de quanto tempo faz que a mulher já esteja inserida no

meio jornalístico esportivo. (M de MULHER, 2016, p.1).

Mediante a isso, notamos o quão difícil e demorado foram às conquistas das

mulheres dentro do meio esportivo, seja ele do jornalismo ou no meio atlético de modo

geral, as mulheres sofreram grandes represálias e ainda hoje o preconceito existe, de

forma mais amena, porém ainda presente na vida de todas.

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho se propôs como objetivo geral elaborar a análise baseada na

pesquisa bibliográfica, dos fatores e a contribuição do rádio para a evolução da mídia

televisiva, especificamente dentro do jornalismo esportivo.

A TV foi uma grande adaptação do rádio, por um tempo, passou a ser

denominado como rádio com imagens, mas as evoluções constantes deste meio de

comunicação, fez com que ele se sobressaísse, sendo um concorrente muito melhor que

seu antecessor. Mesmo com o passar dos anos, a Televisão conseguia trazer algo

inovador, dentro de qualquer editoria, mas como foram apresentadas, todas elas se

qualificaram de forma singular.

O método de expor a notícia dentro do jornalismo televisivo sofreu grandes e

consideráveis mudanças, as narrativas esportivas feitas atualmente possuem poucas

características das narrativas deste gênero que eram feitas nos anos 50 e 60, o que se

manteve foi a quantidade de profissionais na transmissão esportiva, - narrador,

comentarista, repórter.

Além disso, nos objetivos específicos, foi proposta a análise de diversos pontos

relacionados à evolução do jornalismo esportivo dentro da televisão, sendo eles, a

análise das características estéticas e de linguagem deste tipo jornalístico. Ficou

constatado que, a linguagem da televisão dentro das narrativas, se perdeu quase por

completo, salvo raras exceções, nomes do meio jornalístico que ainda estão ativos em

longo prazo não se desfazem de suas características, como por exemplo, Galvão Bueno,

que exprime toda a sua emoção nas narrativas esportivas, independente de qual seja o

esporte. Além de diversas outras constatações feitas, todas elas extremamente

significantes para solidificar a televisão como veículo de massa.

O crescimento de outras modalidades dentro do jornalismo esportivo é ainda

um tema a ser mais aprofundado por todos os campos, uma vez que, é vista a

necessidade de abrir espaços para demais modalidades, o espaço predominante continua

sendo o futebol, mesmo que algumas modalidades cresçam, como o caso do surf e do

UFC, a editoria de esporte continua mantendo o foco em um único esporte, isso acaba

dificultando a entrada de demais profissionais dentro deste campo jornalístico.

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A tecnologia, é uma grande aliada, desde os primórdios com a implementação

do videoteipe, até a criação da internet – vista muitas vezes como concorrente-, mas que

muitas vezes acaba trazendo mais visualizações para um determinado canal ou

campeonato, a internet expande a TV, leva as notícias para lugares que talvez ela não

chegue de forma orgânica, comum. Um fato que foi analisado neste trabalho e pode ser

atrelada a internet é como aumenta a proliferação do conteúdo, muitos hábitos acabam

sendo repensados, é o caso da inserção da mulher no meio jornalístico.

A análise dos dados referentes à inserção da mulher no jornalismo esportivo

começou antes do imaginado, mas os avanços seguiram de forma desigual ao da

televisão, neste campo, as evoluções relacionadas às mulheres, foram lentes, com um

intervalo de tempo muito grande, mas, todas elas importantes para firmar a mulher

como profissional. A grande ressalva deste ponto fica para o ultimo acontecimento

relacionado à mulher nas narrativas esportivas; somente no ano de 2016, a primeira

mulher narrou uma olimpíada.

Por fim, entende-se a importância do estudo dessa temática, tanto para o meio

acadêmico como para o cientifico, a comunicação deve se manter confiável e precisa.

Espera-se que outros acadêmicos possam utilizá-lo para aprofundar-se e ir além, com

novas metas e indagações relacionadas ao trabalho feito pelos jornalistas profissionais.

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REFERÊNCIAS

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Televisão. Rio Grande do Sul. 2011. Disponível em:

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