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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DE SC
CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
HABILITAÇÃO EM JORNALISMO
JHENIFER SCHMITT
JORNALISMO ESPORTIVO FRENTE À EVOLUÇÃO DA MÍDIA
TELEVISIVA – UM LEVANTAMENTO HISTÓRICO
SÃO JOSÉ, 2016
JHENIFER SCHMITT
JORNALISMO ESPORTIVO FRENTE À EVOLUÇÃO DA MÍDIA
TELEVISIVA – UM LEVANTAMENTO HISTÓRICO
Monografia apresentada à disciplina Projeto
Experimental em Jornalismo, como
requisito parcial para a obtenção do grau de
Bacharelado em Comunicação Social, com
Habilitação em Jornalismo no Centro
Universitário Estácio de São José.
Professora Orientadora: Lúcia C. M. de
Miranda Moreira, Dra.
SÃO JOSÉ, 2016
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
ATA
Dedico este trabalho ao meu anjo da guarda, que
está na dimensão acima de nós, por estar comigo quando nem
eu mesma estou.
AGRADECIMENTOS
Por diversas vezes, não enxergamos o que temos, pedimos por mais coisas, das
quais já temos e, talvez, nunca agradecemos por tê-las. O ato de agradecer é nobre, é
raro hoje, mas faz uma falta imensa dentro de um bom coração.
Sempre que ganhamos presentes, agradecemos, por mero habito ou costume,
salva raras exceções, nosso agradecimento vem do coração. Em toda minha jornada
nessa vida, agradeci, mais por gratidão do que por simples habito. Agradeci por ser
quem sou, agradeci por ter ao meu lado quem eu tenho, agradeci por oportunidades que
eu tive e as que eu não tive.
Hoje, mais do que nunca, agradeço por ter recebido da minha base progenitora
(sendo ela, meus pais e meus avôs maternos), o amor, o carinho, o afeto e a
compreensão que eu sempre tive, agradeço por terem formado o individuo que eu sou,
por me ensinarem a ter respeito, por me darem educação e principalmente, por me
darem forças para eu seguir meus sonhos.
Por poucas vezes na vida, tive incertezas sobre as escolhas de Deus, uma delas
foi quando ele te tirou de mim, não compreendo o porquê, mas, tenho plena certeza que
estás em um lugar muito melhor, sei também, que Deus não tirou você de mim, tu
continuas onde sempre estivesses, dentro do meu coração, continuas me guiando e
iluminando cada passo meu, colocando tábuas em todos os buracos para que eu não
caia. Sei que tu me olhas!
Pequeno aqui em palavras, mas grande na vida, Dona Zenite, o que seria de
mim sem você? Sem teu colo, tua compreensão, teu chamego, tudo que me destes e
ainda me darás ao longo dessa caminhada.
Agradecer é, de fato, a melhor forma que eu possa retribuí-los.
Algumas pequeninas pessoas não entendem o real significado de tudo isso, mas
que, quando eu não for nada, com eles serei tudo, meus irmãos, os 4, da maior para o
menor – Júlia, Alberto, Leonela e Baby Valentina, obrigada por não tirarem a minha
esperança de um mundo melhor.
Meus pais, já mencionados, merecem um pouco mais do que meu
agradecimento, merecem meu respeito e inspiração, por ser quem são, e diante de tantas
dificuldades que a vida propôs, por abrirem o peito e encarar os problemas, por ser o
chão, quando a gente perde. Lutem! Que o mundo é de quem tem coragem pra enfrentá-
lo.
Além de todos os entes que me apoiaram e acompanharam nessa incansável
jornada. Agradeço duas pessoas separadamente, meu parceiro da vida, Luiz Gustavo, e
meu melhor amigo, Almir por aturarem minhas crises de ansiedade, minhas ligações nas
madrugadas, minha falta de motivação, meus gritos e obviamente meus choros, é
imensurável minha gratidão por ter vocês na minha vida e, apesar dos pesares nunca
terem desistido de mim.
Talvez eu devesse reservar um espacinho para os amigos, Kamila, Heloísa,
Anne, Daniel, Priscilla, Ana Julia, Alex, Jéssica agradeço imensamente por vocês não
terem desistido de mim. Sei que a minha petulância estava acima do previsto no
contrato de amizade (hehe), mas, tudo será recompensado, a vez de vocês chegará e eu
enfrentarei a tempestade junto de vocês.
E, por fim, meu agradecimento aos mestres do curso de Comunicação Social.
Cada um de vocês auxiliaram na conjuntura deste trabalho. E, em especial minha
orientadora, Dra. Lúcia Miranda, o seu auxílio foi fundamental para que eu pudesse dar
asas aos meus devaneios.
“Se existem 22 homens de 22 países, que falam diferentes
línguas, pertencem a raças diferentes e professam religiões
diversas, se lhes dão uma bola e um árbitro, têm muitas
possibilidades de entenderem-se, jogar e divertirem-se”
(Zaldivia, 1995, p50).
RESUMO
Os veículos de massa foram evoluindo constantemente, primeiramente a
transição do rádio para a televisão, que inicialmente manteve características de seu
antecessor, e o jornalismo esportivo não poderia ser diferente, desde que atividades
esportivas começaram a ser competidas pelo mundo a fora, a forma de noticiar esses
acontecimentos sofreram grandes modificações, um grande exemplo será exposto: a
inserção da mulher no meio esportivo. Este trabalho tem a intenção de fazer uma análise
e reflexão sobre a evolução do jornalismo esportivo dentro da mídia televisiva e,
também, a revisão da literatura pertinente ao desenvolvimento e fundamentação da
pesquisa. Por isso, contou-se com uma revisão bibliográfica que serviu de base para a
fundamentação desta monografia. Os principais teóricos utilizados na realização da
pesquisa foram Sérgio Mattos, Paulo Vinicius Coelho, Edgard Ribeiro do Amorim,
Heródoto Barbeiro e Patrícia Rangel.
Palavras-Chaves: Jornalismo esportivo, Televisão, Jornalismo feminino, Mulher.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1- Litografia da primeira regata disputada no Brasil..........................................36
Figura 2 - Primeira copa do mundo em cores..................................................................39
Figura 3 - Chacrinha, apresentador de um dos programas de maior sucesso..................40
Figura 4 - Tiago Leifert no comando do GE, sem uso de teleprompter..........................40
Figura 5 - Alice Melliat...................................................................................................41
Figura 6- Maria Lenk.....................................................................................................42
Figura 7 - Primeira medalha de ouro feminina nas olimpíadas.......................................42
Figura 8 - Kitty Balieiro..................................................................................................44
Figura 9 - Soninha Francine............................................................................................45
Figura 10 - Fátima Bernardes..........................................................................................46
SUMÁRIO
1.INTRODUÇÃO......................................................................................................................12
1.1.Tema.......................................................................................................................................13
1.2.Problema..............................................................................................................................13
1.3.Objetivos................................................................................................................................13
1.3.1.Objetivo geral....................................................................................................................13
1.3.2.Objetivos específicos.........................................................................................................14
1.4.Justificativa............................................................................................................................14
2.PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS............................................................................16
3.REVISÃO DA LITERATURA.................................................................................................19
3.1.História da Televisão em panorama.......................................................................................19
3.2.TV Digital..............................................................................................................................26
3.3.Esporte não é sinônimo de futebol.........................................................................................28
3.4.O crescimento das demais modalidades nas transmissões de TV..........................................30
3.5.Editorias de telejornalismo.....................................................................................................31
4.ANÁLISE DE DADOS.............................................................................................................34
4.1.Evolução do esporte dentro da mídia televisiva...............................................................34
4.2.Evolução do jornalismo esportivo: Características estéticas e de
linguagem.................................................................................................................................39
4.3.A inserção da mulher no mercado de trabalho como profissional jornalística e
esportiva...................................................................................................................................... 43
5.CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................................49
REFERÊNCIAS...........................................................................................................................51
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1. INTRODUÇÃO
O esporte vai muito além das disputas por campeonatos e a soma de pontos
atribuídos que gera o resultado. Desde os primórdios, os homens praticavam algum
esporte. E como forma de guardar o registro destas atividades, toda atividade esportiva
passou a ser escrita. E logo depois transmitida, pelo rádio ou pela televisão. Desde
então, notamos uma constante evolução na forma de passar a informação para os
leitores e espectadores.
O meio de comunicação em que as transmissões tomaram força foi o rádio, que
nasceu no início do século XX. No Brasil, tornou-se o maior meio de comunicação, por
seu dinamismo e sua linguagem própria, estes eram incorporados no cotidiano dos
ouvintes. As transmissões continuam sendo utilizadas com grande frequência pelos
ouvintes em todo mundo, até os dias atuais. Porém, outro meio de comunicação tornou-
se maior e mais influente no mundo todo para os esportes. (LOPEZ, 2010).
São notórios os avanços dos meios de comunicação e, concomitante a eles,
diagnosticamos mudanças significativas para as transmissões relacionadas a esportes. A
televisão gerou um novo conceito no modo de transmitir as atividades esportivas. A
imagem, principal fator da televisão, conseguiu, mesmo que, no primeiro momento,
preto e branco, apresentar um novo universo a quem acompanhavam às transmissões.
A linguagem, a forma inovadora e tudo o que estava acontecendo, não
precisava mais de descrição acelerada. Os ambientes e as jogadas não eram mais
narrados cansativamente. Sendo assim, nosso objeto de estudo é a importação da
linguagem utilizada no rádio para o meio TV. O quanto os profissionais da área
trouxeram de experiência para um meio totalmente novo e tão maior quanto o próprio
rádio. E de que forma ela foi se tornando este grande meio de comunicação, um dos
maiores do nosso século.
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1.1 TEMA
As constantes mudanças do jornalismo esportivo frente à mídia televisiva e a
análise dos fatores que auxiliaram no processo.
1.2 PROBLEMA
De que maneira se tem configurado o espaço midiático televisivo de modo a
dar maior visibilidade a diversas modalidades esportivas, quando este espaço era,
praticamente, privilégio do futebol?
1.3 OBJETIVOS
Neste subitem, estão contidos os objetivos: geral e específicos que foram
encontrados no desenvolvimento deste trabalho, visto que, a descrição e identificação de
cada objetivo permitirão a correta compreensão sobre a importância das fontes de
informação e sua análise posterior.
1.3.1 OBJETIVO GERAL
Analisar fatores e a contribuição do rádio para a evolução da mídia televisiva,
especificamente no âmbito do jornalismo esportivo, uma vez que, todos os fatores que
serão analisados são de suma relevância para a evolução da televisão como veículo de
comunicação.
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1.3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
a) Realizar um levantamento referente à história da televisão;
b) Crescimento das demais modalidades esportivas nas transmissões de TV;
c) Classificar as editorias do telejornalismo;
d) Expor a evolução do esporte dentro da mídia televisiva.
e) Evolução do jornalismo esportivo especificamente quanto às características
estéticas e de linguagem;
f) Analisar os impactos da inserção da mulher no mercado de trabalho e,
consequentemente, como profissional jornalística e esportiva, frente à evolução da
mídia televisiva;
g) Fazer revisão de literatura pertinente ao desenvolvimento e fundamentação
teórica da pesquisa.
1.4 JUSTIFICATIVA
Apesar do constante crescimento de todas as mídias e do surgimento da
internet, a televisão é, ainda, o meio de comunicação mais utilizado pelos brasileiros,
segundo a Pesquisa Brasileira de Mídia 2015 (PBM, 2015). Sendo que, 95% dos
brasileiros assistem TV regularmente e 74% a vêem todos os dias.
É consumido pelos brasileiros, em média 4h31 por dia de 2ª a 6ª - feira, de
programas televisivos, nos finais de semana essa média cai um pouco, ficando em
4h14min, números estes, superiores ao do ano anterior. (PBM, 2015)
Tudo isto indica que o aumento do público consumidor de esportes e, de tudo
que é vinculado a ele, está em expansão gradual. Se pensarmos nisto, em uma escala
global, o consumo de material jornalístico esportivo é consumido em uma alta escala.
Acrescentando a lista, os filmes que se passam em canais pagos sobre algum jogador ou
algum esporte não esteja inserido nessa gama de horas. (VEJA, 2012, p.1)
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Assim, devido a grandes informações que são extraídas ao longo dos anos,
através da mídia, - desde o rádio até a internet -, os consumidores consomem em mais
de um meio de comunicação.
Desta forma, a televisão acaba sendo a concentração dos outros meios de
comunicação, já que muitos profissionais de jornalismo e esportistas trabalham nas
demais plataformas para atender o público de forma distinta. (LOPEZ, 2010).
Com a televisão atendendo o público de forma distinta e abrangente, acaba
permitindo um acesso maior as informações e acontecimentos que se passam em todo o
globo. Dessa forma, absorvemos a cultura de diferentes lugares, a diferença do
tratamento das modalidades esportivas ao redor do mundo e as diferentes formas de
transmitir a notícia.
Um exemplo de como a visão perante a televisão, foi alterada ao longo desde
sua inauguração, é a inserção da mulher nas transmissões esportivas.
A análise de um veículo de comunicação como a televisão, em resumo, ajuda a
compreender os fatores que o levaram a se tornar o meio de comunicação mais
utilizado, ultrapassando seu antecessor e não sendo afetado pelo meu sucessor; a
televisão como um todo passou por grandes evoluções que fizeram e continuam fazendo
diferença na forma de transmitir para o telespectador a informação, dentro disso, o
jornalismo esportivo, também passou por diversas mudanças, se tornando o que é hoje.
Sendo assim, a análise de um veículo de comunicação como a televisão em
resumo, ajuda a compreender os fatores que o levaram a se tornar o meio de
comunicação mais utilizado por brasileiros nos últimos anos, 95% dos brasileiros
assistem TV regularmente e 74% a veem todos os dias. (IBOPE, 2014); ultrapassando
seu antecessor, o rádio e, não sendo diminuída pelo seu sucessor, a internet.
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2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A metodologia científica é o estudo dos métodos, mais especificamente dos
métodos das ciências. É utilizado para dirigir uma investigação da verdade, no estudo de
uma ciência ou para alcançar um fim determinado, como no caso, um estudo científico
referente às narrações esportivas frente à mídia televisiva.
A metodologia científica aborda as principais regras para uma produção
científica, fornecendo as técnicas, os instrumentos e os objetivos para um melhor
desempenho e qualidade de um trabalho científico. (CERVO, 2007).
Como foi exposto, é notável a relatividade entre os tipos de pesquisas,
salientadas dentro da metodologia cientifica, sendo as mesmas, conceituadas de uma
ampla forma.
Para Gil (1964), em sua obra Métodos e técnicas de pesquisa social, classifica
as pesquisas de diversas formas. Se tratando da natureza, poderá ser “básica”, onde o
foco é simplesmente gerar novos conhecimentos, tais conhecimentos, substanciais; e
“aplicada”, onde a formulação dos conhecimentos será destinada especificamente à um
lugar. Em relação ao “problema”, as pesquisas podem ser quantitativas, onde considera
que tais pesquisas podem ser analisadas e até traduzidas para uma forma diferente da
atual; e qualitativas, onde a preocupação é a compreensão do assunto pelos sujeitos.
Relacionando ao objetivo, a pesquisa pode ser considerada: exploratória, onde
a pesquisa se aprofunda em minúcias para ser feita, levantando experiências,
bibliografias, relatos, entre outros aspectos; descritiva, onde sua base são as
características do “assunto”; explicativa, é focada nos motivos e causas, abrangendo, em
regra geral, os propulsores.
Pertinente à técnica, tal pesquisa pode ser: documental, onde o material não
recebeu um aprofundamento; experimental, onde é focada nas variáveis e nas
alterações; levantamento, onde a base são as pessoas e suas experiências; estudo de
caso, onde o aprofundamento e a especialização abrangem um único objeto; ação, onde
utiliza-se da cooperação entre os pesquisadores; participante, onde existe a correlação
entre pesquisadores e pessoas envolvidas no caso investigado; bibliográfica, onde o
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material já pertence à um autor, dessa forma, destinando-se a documentar ou registrar a
bibliografia de um deliberado assunto.
Em relação ao método dedutivo e indutivo, os mesmos são conceituados por
Gil (1964), respectivamente, como, “racionalista e empirista”. O método dedutivo,
objetivamente, utiliza a dedução em sua forma, analisando duas premissas, obtendo
dessa forma, uma terceira premissa lógica, retirada das duas anteriores. Método
indutivo, formado em experiências e tentativas, tal método utiliza certa “generalização”,
propagando a informação analisada.
Este trabalho foi realizado baseado em pesquisas bibliográficas, de livros e
artigos publicados em revistas e jornais de grande circulação nacional, teve como
prioridade analisar e estruturar uma análise baseada no método dedutivo (parte do
conhecimento de dados universais para a conclusão de questões mais específicas,
particulares), de investigação qualitativa (não há o uso de estatísticas de dados
numéricos), sobre a evolução do meio de comunicação denominado como televisão e o
avanço tecnológico pelo qual este meio passou, além de analisar as narrativas
esportivas, que se iniciaram no rádio e migraram para a televisão, desta forma, serão
analisados todos os itens relacionados ao esporte dentro da televisão brasileira.
Apesar da produção bibliográfica brasileira sobre a televisão já ser bastante
expressiva, constata-se que ainda existe certa escassez de autores que se dediquem ao
estudo de aspectos relacionados à televisão e ao esporte, ainda não examinados ou que
já o foram, mas de maneira superficial.
Por isso, ao escolher um tema para a pesquisa científica, os estudantes devem
vivenciar o que pesquisam, e isto exige deles, o comprometimento de envolver-se com a
temática retratada, devido à importância que o tema deve ter para ele e para a sociedade.
No entanto, uma pesquisa para ser bem fundamentada e alcançar seus
objetivos, necessita passar por outras etapas, além daquelas já descritas acima, como por
exemplo: a checagem das informações que serão transmitidas neste trabalho para que a
verdade nunca seja falha.
A característica fundamental de uma pesquisa científica é a forma de se
verificar, analisar os fatos e dados conhecidos; para isso, existe um grande número de
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métodos para se efetuar uma pesquisa científica e estes métodos proporcionam as bases
de uma investigação científica (GIL, 2007).
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3. REVISÃO DE LITERATURA
Nesta parte, serão abordados os avanços midiáticos na televisão brasileira com
relação às narrativas esportivas. A revisão da literatura tem como fundamento diversos
autores que serão utilizados para a compreensão do tema escolhido. Uma vez que eles
são importantes para apresentar aos demais como esta evolução vem gerando pontos
positivos ao esporte e até mesmo a sobrevivência da televisão no país.
3.1 História da televisão em panorama
Em 1873, o norte-americano Willoughby Smith, descobriu que o elemento
químico, selênio possuía propriedades “fotocondutoras”. A condutividade elétrica desse
elemento conforme variava emitia uma quantidade de luz. Mas, foi outro norte-
americano, George Carey, quem criou a televisão, um aparelho de transmissão de
imagens. (ABREU & SILVA, 2011, p. 2).
De acordo com Ribeiro (2010), no ano de 1936, em Londres, capital da
Inglaterra, aconteceu a primeira transmissão de TV. A emissora era a BBC, que
inaugurou e estabeleceu uma estação regular, ou seja, a primeira emissora de TV
pública do mundo.
A televisão surgiu como meio de entreter as pessoas de forma a superar as
experiências do rádio nos anos de 1930 (SOARES, 1994, p.17). E, foi através da
popularização da TV que o esporte passou a ter força, principalmente o futebol. Muitos
são os programas esportivos que dominam os dias e finais de semana, principalmente,
nos canais abertos de televisão.
A televisão brasileira foi inaugurada, oficialmente, em 18 de setembro de 1950,
em São Paulo. As diferenças notórias das transmissões do rádio para a televisão
demoraram a acontecer, já que o rádio era predominante em quase todas as casas do
Brasil. Os profissionais que começaram a atuar no telejornalismo esportivo eram
locutores de rádio, as estruturas eram as das rádios. Os profissionais da rádio que
estavam na televisão, mantiveram a forma de narrar, visavam mais a voz e menos a
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imagem, eram programas que tinham o modelo radiofônico televisado que perduraram
muitos anos.
Hoje, no Brasil, a televisão é onipresente, diferentemente da realidade do
século XX. Porém, na sua primeira transmissão no país, em 1950, a TV era um meio de
comunicação que causou fascínio e até medo em quem a assistia a primeira vez.
(RIBEIRO, 2010 apud MATTOS, 2002, p.18).
O medo existente nas pessoas que assistiram à televisão pela primeira vez era
proveniente do desconhecido, se tentar entender, o medo é mais semelhante ao receio do
que está por vir.
Nos primeiros anos da fundação da televisão brasileira, o publico permanecia
mais em frente à TV entre as 18h e 22h, e a programação exibia diferentes gêneros,
todos eles moldados para a televisão, mesmo assim, que a plataforma não estivesse
100% definida. (AMORIM, 2008, p.7).
Ainda, de acordo com Amorim (2008, p.7), faziam parte da grade de
programação, o teleteatro, que foi essencial para o surgimento da linguagem dramática
utilizada na televisão. E posteriormente, deu vez à telenovela, as telenovelas que foram
mais marcantes no começo da televisão eram as infanto-juvenis, baseadas em temas
educativos, mas com alto nível de encenação.
Assim Amorim, (2008, p.7), o telejornalismo, em seus primórdios, era feito de
forma mais lida do que ilustrada. O horário de exibição era único, de noite, as
informações noticiadas eram todas retiradas do jornal impresso que circulou ao longo
do dia.
Um dos mais famosos telejornais da televisão brasileira foi ao ar pela primeira
vez em 1º de abril de 1952, com o nome do seu patrocinador, Esso, o “Repórter Esso”.
Era comum aos programas levarem o nome de seus patrocinadores, uma vez que o
aparelho de televisão era caro e, o público alvo era basicamente a elite. Para manter-se,
a publicidade auxiliava nas contas da televisão (MATTOS, 2002, p.7). Em síntese,
como define Caparelli (1982, p.25), a televisão surgiu numa década marcada pela
"reordenação do mercado brasileiro com a irrupção do capitalismo monopolista".
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As evoluções tecnológicas relacionadas ao meio televisivo foram acontecendo
aos poucos, com intervalo de anos entre um avanço e outro, mas todos eles,
extremamente significativos para firmar a televisão como um dos maiores meios de
comunicação de massa. (MATTOS, 2002, p.12).
A primeira experiência de videoteipe foi realizada em 1957, – o VT – cuja
possibilidade de gravação do material para posterior edição e veiculação foi uma das
evoluções de maior importância para a televisão, já que oferece a possibilidade de
trabalhar com diversos modelos de grade de programação e de produção publicitária.
O VT foi fundamental para o desenvolvimento de dois fatores importantes para
a televisão brasileira: na consolidação do gênero telenovela e na cultura de se assistir
TV todos os dias:
O uso do VT possibilitou não somente novelas diárias como
também a implantação de uma estratégia de programação horizontal. A
veiculação de um mesmo programa em vários dias da semana criou o
hábito de assistir televisão rotineiramente, prendendo a atenção do
telespectador e substituindo o tipo de programação em voga até então, de
caráter vertical, com programas diferentes todos os dias (MATTOS, 2002,
p.87).
Ainda, o videoteipe, a TV Tupi usou esse recurso pela primeira vez em 1960,
foi o primeiro teleteatro a usar o VT no Brasil, a utilização foi feita em uma adaptação
de “Hamlet”, de William Shakespeare, dirigida por Dionísio Azevedo.
Apesar de todas as deficiências e improvisações, a televisão brasileira foi
saudada pela imprensa escrita como sendo o novo e poderoso instrumento com que
"conta nossa terra" (MATTOS, 2002, p.10):
A primeira emissora de televisão brasileira e também a
primeira da América do Sul, foi a TV Tupi Difusora de São Paulo,
inaugurada em 18 de setembro do ano da primeira transmissão, (1950).
Pouco mais de cinco anos após a fundação da emissora, foi feita a
primeira transmissão direta de um jogo de futebol (Santos x Palmeiras),
na cidade paulistana, Santos. E assim, os avanços foram reduzindo os
espaços de tempo entre um e outro; Em fevereiro de 1956, estava
acontecendo no Rio de Janeiro à partida entre o Brasil e Inglaterra, no
22
Maracanã, os paulistas puderam assistir a primeira transmissão direta
interestadual.
A TV Record transmitiu em 1954, o primeiro seriado de aventuras produzido
no Brasil: “Capitão 7”. No mesmo ano, já existiam entre o eixo Rio- São Paulo, 12 mil
televisores, num total de 34 mil em todo o território nacional (MATTOS, 2002, p.173).
A década de 60 foi regida por renovações, devido às grandes manifestações
que aconteceram ao longo da década, desde a ameaça nuclear, a guerra do Vietnã até a
ida do homem a lua, todos esses eventos proporcionaram a televisão mudanças
favoráveis à consolidação como meio de comunicação em massa (AMORIM, 2008,
p.24).
Paralelo às evoluções especificas relacionadas à transmissão esportiva na
televisão, como cita Amorim (2008, p. 24), a mesma também sofria grandes mudanças.
No ano de 1964, o ano do golpe militar, já havia 34 estações de televisão e mais de 1,8
milhão de aparelhos receptores. Em meio ao clima do golpe militar, o Brasil, disputou,
em 1960, a copa do mundo no México (primeira copa do mundo televisionada), a
seleção brasileira de futebol tornou-se um símbolo de governo eficaz e níveis de alto
índice de crescimento econômico, vale ressaltar, que Pelé comandava esta seleção.
PEREIRA 2012. Em 31 de março de 1972, foi realizada a primeira transmissão a cores
no Brasil. A cobertura da Festa da Uva, em Caxias do Sul, Rio Grande do Sul.
Como exemplo da grande proliferação da televisão, o Brasil ocupava, em
1976,o quarto lugar entre os maiores usuários do Satélite IntelSat1. A estratégia de fixar
programas de televisão, bem como firmar dias e horários que acontecem os eventos
esportivos, acaba criando, indiretamente, o hábito de assistir televisão formulando uma
rotina seleta do que assistir, quando assistir e em qual horário.
Para Borelli & Priolli (2000), essa tática de programação foi responsável pelo
sucesso das telenovelas no começo dos anos 60, ganhando mais força com a introdução
1 O Intelsat é um satélite de comunicação construído pela Orbital Sciences Corporation (OSC)
pertencente à Intelsat e serve transmissões à América, especificamente para o Brasil. Atualmente, sua
banda,Ku, é utilizada pela Sky Brasil. O satélite possui expectativa de vida útil de 15 anos.
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do videoteipe, que possibilitou a gravação antecipada de vários capítulos de um mesmo
programa.
O jornalismo esportivo foi uma das vertentes que mais se beneficiou com o uso
do VT. É através desse mecanismo que as transmissões esportivas obtiveram maior
repercussão, transmitindo partidas importantes comentadas. As copas do mundo
puderam ser revistas e analisadas por milhares de torcedores. (MATTOS, 2002, p.12).
Em 1981, a BBC de Londres - a primeira emissora de TV do mundo - realizou,
segundo Mattos, 2002, uma nova transmissão apoteótica via satélite: o casamento do
Príncipe Charles com Lady Di, para mais de 39 milhões de telespectadores.
Como constatado por Mattos (2002), um dos telejornais mais antigo da Rede
Globo tem como data o início da sua veiculação em 21 de abril de 1971, o programa
mantém até hoje o nome de estreia, Jornal Hoje, mas somente três anos depois a
veiculação deste atingiu o Brasil por inteiro.
A consolidação do hoje chamado horário nobre da televisão brasileira, 22h,
atingiu esse título com a primeira telenovela colorida produzida pela Rede Globo: “O
Bem Amado”, que estreou em 24 de janeiro de 1973.(MATTOS, 2002).
Ainda de acordo com Mattos(2002, p.46) com o início dos anos 80, a Rede
Globo começa a investir pesado no telejornalismo, criando os programas “TV Mulher”;
“Bom Dia São Paulo”, que serviu como teste para a criação do “Bom Dia Brasil”, que
só foi ao ar em 1983.
No início dos anos 90, Rede Manchete passou a produzir novelas e minisséries,
com a voltagem ao nu feminino, em lugares paradisíacos do interior do país. Dessa
forma, a consequência foi pontos de audiência superior a Rede Globo. O marco
principal das produções “noveleiras” da TV Manchete foi a novela “Pantanal”.
(MATTOS, 2002).
O SBT colocou no ar, em maio de 1991, um telejornal popular: “Aqui Agora”,
que tinha como base alinha do jornalismo popular utilizado nos rádios, ou seja, a
utilização de muito apelo sexual, sensacionalista, e com notícias de cunho policial.
(AMORIM, 2008).
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A televisão brasileira ia atingindo aos poucos outro patamar, a inclusão da
Computação Gráfica nas produções televisivas aumentou consideravelmente o destaque
que já possuía a TV. Como de praxe, a primeira emissora a utilizar este recurso no
Brasil, foi a Rede Globo, em 1991, criando vinhetas e abertura para os programas.
(MATTOS, 2002, p.207).
Neste mesmo ano, o telejornalismo foi o gênero que teve maior
responsabilidade nesse tipo de divulgação, as redes Bandeirantes, Globo e Manchete,
pela primeira vez na história da televisão, fizeram transmissões ininterruptas - captadas
da emissora norte-americana CNN -, da guerra do Golfo Pérsico, exibida no momento
em que ocorria, com as imagens das explosões interrompidas apenas para os intervalos
comerciais. (AMORIM, 2008).
Como visto na obra de Amorim (2008, p.81), a criação do programa “Você
Decide” foi uma grande novidade na dramaturgia brasileira, possibilitando a interação
entre emissora-telespectador, logo em seguida o Fantástico utilizou a mesma
ferramenta, e, assim, a ideia foi comprada por outras emissoras.
O ano que perpetuou a entrada definitiva da internet no país foi 1995. Os
avanços relacionados à televisão não pararam. Em outubro de 95, a Globo inaugura o
Projac, o maior centro de produção de TV da América Latina, que, desde sua fundação,
abriga todas as produções do grupo. A área é de 1.300.00 metros quadrados.
(MATTOS, 2002, p.212)
A Central de Jornalismo da Rede Globo resolve fazer grandes alterações na
bancada do Jornal Nacional, trocando a dupla Cid Moreira2 e Sérgio Chapellin
3 por
Willian Bonner4 e Lilian Witte Fibe
5, isso aconteceu em março dos anos 96.
2 Cid Moreira é um jornalista, locutor e apresentador brasileiro em atividade desde 1947. Cid é famoso
por sua voz grave e singular, a qual impõe a sensação de um eco aos espectadores. 3 Sérgio Vieira Chapelin é um jornalista, repórter, locutor e apresentador de TV brasileiro da Rede Globo.
Sérgio iniciou a carreira como locutor de rádio, passando pela Rádio Nacional, Rádio MEC e Rádio
Jornal do Brasil. 4 William Bonner, nome artístico de William Bonemer Júnior, é um jornalista, publicitário, apresentador e
escritor brasileiro. 5 Lillian Witte Fibe é uma jornalista brasileira, é formada pela Universidade de São Paulo, e já trabalhou
nos jornais Folha de S. Paulo, Gazeta Mercantil e Jornal do Brasil.
25
Em agosto desse mesmo ano, o SBT inaugurou o seu Complexo Anhanguera,
em São Paulo, a nova sede do SBT passou a ter 210 mil metros quadrados de área
construída (MATTOS, 2002).
A hegemonia das produções dramáticas continuou a ser da Rede Globo,
embora quase todas as outras emissoras - Bandeirantes, Cultura, Manchete, Record e
SBT - tivessem se lançado ao gênero. (AMORIM, 2008, p. 82).
Em agosto de 99, ocorreu o lançamento da Rede Globo Internacional,
transmitida em todos os telejornais da rede, via satélite, 24 horas de transmissão
simultânea com 35% de programação ao vivo, denominada como o “o seu mais
audacioso projeto de Internacionalização”. (MATTOS, 2002, p. 223).
Sobre a formulação da programação ao longo da história, este meio de
comunicação sofreu diversas mudanças, em seu início, uma vez que virou adaptação de
outro meio e posteriormente acabou se firmando, com características próprias, cada
emissora de TV construiu uma identidade, um perfil próprio, uma imagem com base na
programação que escolheu para atrair a determinados públicos. (SOUZA, 2004, p.52-
53).
Ou seja, o número de programas e seus conteúdos tinham como objetivo fazer
com que os telespectadores conhecessem a emissora para poder fazer suas escolhas em
termos de audiência e de relacionamento continuado com seus formatos e conteúdos
favoritos. (SOUZA, 2004, p.56).
Dessa forma, as emissoras construíram grades de programações semelhantes,
logicamente, uma foi a pioneira e as outras sucessoras. Quando falamos da fixação de
horários para o futebol na TV aberta, temos a Rede Globo a frente, uma vez que a
emissora era responsável por contratos exclusivos, posteriormente, outras emissoras
começaram a se fazer presentes e adaptando a grade ao que era conivente.
Em meio às diferentes transformações sócio-políticas do país, a
televisão foi sempre reavaliando sua programação e adaptando-a as novas
expectativas. No final dos anos 90, verificou-se uma invasão de liberdade
criativa dirigida, preferencialmente, a segmentos jovens da audiência
(MATTOS, 2002, p.110).
26
A chegada dos anos 2000 a televisão comemorava cinquenta anos da sua
instalação no Brasil com um total de 286 emissoras geradoras e 8.484 retransmissoras
em funcionamento, e trouxe muitas inovações para o meio televisivo, alguns programas
deixaram de ser veiculados e outros começaram a ser transmitidos; uma das inovações
foram os realities shows e o Programa Show do Milhão. (AMORIM, 2008, p.100).
A estratégia de inovação em frente ao reality show era fazer com que o próprio
público fosse o espetáculo, veiculando em rede nacional, uma casa fechada com pessoas
desconhecidas, no começo tua soa bem, as pessoas conseguem até um determinado
ponto de o programa manter uma boa imagem, até que os atritos começam e são nesse
ponto em que se dá inicio as brigas, as disputas internas começam a ficar acirradas e o
público precisa escolher para quem torcer.
Conforme Mattos (2002, p.229), a Rede Globo iniciou o novo milênio - anos
2000 - sendo a maior produtora mundial de programas próprios. No mesmo ano, em São
Paulo, estreou o Band News, o primeiro canal brasileiro a transmitir notícias 24 horas
por dia. O investimento foi de US$ 6 milhões em tecnologia digital, e tinha como
objetivo alcançar um público de um milhão de assinantes.
No dia 11 de setembro de 2001, o mundo todo assistiu, ao vivo pela TV, o
atentado terrorista contra os EUA, nunca antes a televisão havia atingido altos índices
de audiência. As imagens do ataque ao World Trade Center e ao Pentágono foram
exibidos com muita exaustão. No começo da noite, quando foi exibido o Jornal
Nacional, o índice de audiência foi 52 pontos contra os habituais 44 pontos, ou seja, só
na grande São Paulo, onde moravam na época 10 milhões de pessoas, havia mais de
quatro milhões de espectadores assistindo o telejornal (MATTOS, 2002, p.230).
Ao longo dos anos seguintes, se estabeleceu a instalação de programas
humorísticos, na Rede Record, O Show do Tom, com Tom Cavalcanti6, humorista que
despontou para o sucesso na Rede Globo, nos anos 90. Show do Tom é calcado
principalmente na imitação de pessoas ou programas famosos, em tom caricatural. Tem
6 Antônio "Tom" José Rodrigues Cavalcante é um humorista, apresentador e dublador brasileiro.
27
a participação de outros humoristas, entre eles, Tiririca7 e Gorete Milagres
8. (AMORIM,
2008, p.103).
Na Rede Globo continuaram os programas Casseta e Planeta-Urgente, Zorra
Total (que agrupou todos os comediantes da emissora) e A Turma do Didi, com Renato
Aragão9. Voltou ao ar o programa A Grande Família, outras comédias de costumes
foram criadas, na emissora: A Diarista e Sob Nova Direção, veiculadas semanalmente.
Já na SBT, além de A Praça é Nossa, foi criada a comédia semanal Meu Cunhado, com
o famoso humorista Ronald Golias10
. (AMORIM, 2008, p. 103).
3.2 A TV digital
Desde 2006 está sendo colocado em prática o que já se esperava no início dos
anos 2000, a inserção da TV Digital. Desde abril de 2016, o Brasil está vivendo o
processo de desligamento do sinal analógico de televisão, passando assim, só a vigorar
o sistema de TV Digital. O desligamento começou pelo Distrito Federal e entorno, nessa
região o desligamento completo será realizado dia 17 de novembro (ABERT, 2016, p1).
O SERT/SC - Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão publicou em seu
site, um artigo sobre a migração da TV Digital, esses trechos foram retirados do artigo,
para que seja feita um melhor entendimento sobre essa mudança:
As principais diferenças entre a TV analógica e a TV digital são: A TV
analógica transmite áudio e vídeo, a TV Digital transmite também informações de
dados, além da qualidade em alta definição dos sinais de áudio e vídeo.
A TV Digital é “digitalizada”, pode passar a fazer parte do ambiente de
convergência, podendo assim se conectar a qualquer outra plataforma digital, como
computadores ou celulares, podendo ser assistida a qualquer tempo, de qualquer lugar.
7 Francisco Everardo Oliveira Silva, conhecido pelo nome artístico de Tiririca, é um cantor, compositor,
humorista, e político brasileiro. 8 Gorete Milagres, nome artístico de Maria Gorete da Silva Araújo, é uma atriz e comediante brasileira.
9 Antônio Renato Aragão é um ator, diretor, advogado, cineasta, produtor, comediante, dublador,
humorista, escritor, apresentador e cantor, famoso por liderar a série televisiva Os Trapalhões, nas
décadas de 1970 e 1980. 10
José Ronald Golias, mais conhecido como Ronald Golias, foi um ator e comediante brasileiro,
considerado um dos pioneiros da televisão no país.
28
E a TV digital oferece muito mais, como a possibilidade da interatividade e da
multiprogramação.
Ainda de acordo com o artigo do SERT/SC, no caso da televisão, além da
captação e edição das imagens e sons ser feitas no padrão digital há algum tempo, as
transmissões de seus sinais (por meio das faixas de frequência) também passaram a ser
feitas de maneira digital em algumas cidades e/ou regiões.
Para receber este sinal no padrão digital, os telespectadores precisam ter
receptores (televisores já munidos de conversores ou conversores set ofbox, a serem
acoplados nos aparelhos de TV já existentes) capazes de colocar na tela o sinal digital.
Após tantas mudanças e evoluções ao longo da história da televisão, o quadro
abaixo apresentará o número de televisores Domicílios Brasileiros (%) com Rádio e TV,
segundo PNAD (IBGE).
- 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Rádio 81,4% 83,4% 80,9% 75,7% 72,1% 69,2%
Televisão 95,0% 96,9% 97,2% 97,2% 97,1% 97,1%
Domicílios* 57.324 62.117 63.768 65.130 67.039 68.037
Depois de vermos e entendermos uma parcela dos acontecimentos tecnológicos
relacionados à evolução da televisão entendemos porque ela é, atualmente, o meio de
comunicação de massa mais poderoso na nossa sociedade. Em grande, parte devido ao
seu fácil acesso. “A televisão tornou-se para muitos a única ou a mais importante fonte
de informação” (BRANDÃO, 2010, apud SENA, 2013, p.131). Mesmo com a internet,
a TV ainda é mais influente, por seu custo.
3.3 Esporte não é sinônimo de futebol
O que foi encontrado dentro de vários obras ao longo da busca for informações
relacionadas à evolução da televisão e do jornalismo esportivo, por diversas vezes
foram encontrado relatos de que não há jornalista de esportes, dificilmente
29
encontraremos nas redações um profissional que saiba falar sobre todos os esportes que
são populares no Brasil. (COELHO, 2011, p. 37).
Encontraremos alguns que são específicos para o futebol, ou automobilismo, e
esses mesmos profissionais são encarregados de falar/escrever sobre os demais esportes.
Há raras exceções de profissionais que são entendedores de judô, por exemplo, e mesmo
assim, jamais poderão trabalhar nas redações cuidando só dessa parte em específico;
Assim, é natural o aparecimento de atletas de diversas modalidades que se inserem no
meio para falar com mais propriedade sobre a modalidade esportiva sobre o qual ele é
entendedor.
Nas editorias de esporte, geralmente a equipe é bem dividida entre quem se
dedica ao futebol e quem se dedica as demais modalidades, a obra que fala com mais
pertinência no assunto é a de Barbeiro& Rangel, (2006), que frisa bem a necessidade do
profissional que está inserido na redação de esporte elaborar matéria sobre qualquer
modalidade, uma vez que, a quantidade de profissionais dentro dessa editoria não é tão
avantajada. Existem programas, revistas e até no impresso as divisões estão mais
especializadas.
As editorias de esportes se constituem a partir de uma busca de informações
dentro do contexto “jogos e treinos”, quase como uma identificação a um monótono
furo jornalístico. A produção mais assídua é de imagens, dos atletas, patrocinadores e
imagens da torcida. (MESSA, 2005).
Aparentemente, a profissão como jornalista pede para que haja a
especialização, mas que nunca se prenda a ela, uma vez que, existe a possibilidade de
uma reestruturação dos profissionais e das editorias, fazendo com que o profissional que
trabalhe com esporte seja realocado a outras editorias que não possuem vinculo algum a
anterior. (COELHO, 2011, p.43).
3.4 O crescimento das demais modalidades nas transmissões de TV
30
A editoria de esporte é divida geralmente em: Futebol e outros esportes,
mesmo que outras modalidades esportivas ocupem alguma fatia no mercado esportivo,
ela continua sendo pouca. A televisão conta com uma diversidade de programas
esportivos, em formatos diferentes, além dos espaços diários, tem os telejornais
esportivos, como mesa-redonda, entrevista, debates. Nesses telejornais o âncora
apresenta o programa do estúdio, exibindo matérias sobre diversas modalidades
esportivas. Hoje, para que sejam exibidos os campeonatos, a emissora precisa comprar
os direitos de transmissão, o que leva a crer a dificuldade de veicular todos os tipos de
esporte. (SILVEIRA, 2009, p. 76).
“Os anos 70 foram um dos mais ricos em transmissões de diversas modalidades
esportivas, das olimpíadas aos clubes esportivos, das Copas Mundiais ao futebol de
várzea, porque o Brasil vivia uma repressão política, e o governo utilizou a tática de
incentivar o esporte na TV para afastar o grande público dos problemas sociais e
políticos vividos no país”. (AMORIM, 2008, p. 43).
As retransmissões no Brasil são, na sua maioria, ocupadas por futebol. Outros
esportes, apenas em Olimpíadas, ou quando é algo notável, um exemplo disso é a
visibilidade que o Campeonato Mundial de Surf passou a receber após a vitória de
Gabriel Medina. Situações anteriores semelhantes a esta, foi quando Guga Kuerten
disputou a primeira final do Torneio de Roland Garros. (SILVEIRA, 2009, p.74) (Jornal
do Comércio, 2015, p.1).
Segundo Amorim, (2008, p.84) nos anos 90 o esporte permanecia como um
gênero bem aprontado pelas emissoras de TV. Todos os acontecimentos nacionais e
internacionais importantes foram amplamente transmitidos, as emissoras passaram até a
transmitir esportes no horário nobre (20h às 22h). Com o anseio de dominar a audiência,
a Rede Globo, deteve os direitos de transmissão da Fórmula 1.
A profissionalização esportiva e a evolução tecnológica levaram aos cadernos
de esporte o senso de que não existe apenas o futebol. Assim, surgiu o aparecimento de
novos ídolos em outras modalidades esportivas, e o crescimento do automobilismo, do
vôlei, do basquete, da natação e do tênis, auxiliam os jornalistas a se especializarem e
não mais a manterem o foco, como era feito na década de 70 e 80. (BRETONES, 2010,
p16).
31
No livro de Irving, Bem e Philip, Marketing Esportivo (2008, p.50), consta que
os outros esportes surgiram e capitalizaram a exposição crescente que é proporcionada
pela TV. Enquanto alguns esportes tornam-se grandes atrações, como a luta livre
profissional, o basquete, para outras infinitas modalidades os espaços vão ficando cada
vez menores.
Presente na obra de Silveira, (2009, p.83), é entendível que, o jornalista só
publica aquilo que é rentável, o veículo de comunicação precisa de um retorno
financeiro, devido a isso, não é tão simples assim transmitir informações sobre todas as
modalidades esportivas. Salvo exceções como as Olimpíadas, que exigem a transmissão
de tudo que acontece. A ressalva importante neste ponto é algumas modalidades
esportivas são caras, tanto para quem pratica, como para o veículo que gostaria de
transmitir, um exemplo disso são os esportes que dependem de animais, o custo de
manutenção é caro, ou, aqueles que necessitam da compra de bons materiais para a
pratica, como os patins.
Com base no que foi apresentado neste capitulo, entendemos que a
disseminação das demais modalidades esportivas dentro da mídia televisiva acontece de
forma esporádica, ou seja, apenas quando ocorrem grandes eventos mundiais - Copa e
Olimpíadas -, o futebol é predominante na grade dos programas esportivos, sendo
assim, o presente estudo retrata que a inserção das demais modalidades não é tão
expressiva quanto à autora deduzira.
3.5 Editorias do Telejornalismo
As redações jornalísticas são divididas em editorias, como é o caso do meio de
comunicação aqui estudado, a televisão, as editorias são as temáticas existentes dentro
do jornal. As editorias podem ser classificadas como: Geral, que abrange assuntos
diversos, acidentes, catástrofes ambientais, tragédias, e em algumas ocasiões pode vir a
noticiar crimes.
Política: Como pode ser notado, esta editoria, noticia tudo que é relacionado a
política, de acordo com os moldes do jornal e de relevância, abrangendo notícias do
País ou apenas do Estado.
Policial: Crimes e assuntos de segurança, às vezes, também transmite os
assuntos relacionados aos Bombeiros e a Defesa Civil.
32
Economia: Está presente nesta editoria, notícias sobre a produtividade
nacional, PIB, mercado de ações - bolsa de valores-, negociação entre empresas, bancos.
Cultura: Todas as manifestações culturais, cinema, teatro, shows, eventos
culturais que acontecem na região ou pelo País.
Educação: Temas educacionais, voltados para tanto para os estudantes, quanto
para os profissionais, na época do vestibular, a movimentação desta editoria aumenta
consideravelmente, com dicas para os vestibulandos.
Comportamento: Assuntos diversos relacionados ao comportamento das
pessoas, de modo geral, consumo, relacionamentos, saúde.
Esporte: Para o processo deste trabalho, esse é a editoria fundamental; a
editoria de esporte refere-se a temas relacionados a diversas modalidades esportivas, as
contratações de novos atletas, as mudanças que sofrem as equipes, variedades
relacionadas aos atletas e personalidades do esporte. (N ESCOLAS).
Segundo Gasparino, (2013, p.6), a editoria de esporte está presente em todas as
plataformas jornalísticas, ou seja, impresso, rádio, internet e televisão. Mas a forma de
ser transmitida a matéria esportiva segue rumos diferentes em cada uma dessas
plataformas. Algumas características utilizadas nas narrativas esportivas eram o humor,
sensacionalismo, além da emoção exacerbada, citada por Barbeiro & Rangel (2006).
Talvez não haja área do jornalismo tão sujeita a intempéries
quanto a cobertura de esportes. O profissional enfrenta o preconceito dos
próprios colegas, que consideram uma editoria menos importante, e
também do público, que costuma tratar o comentarista ou repórter
esportivo como ‘mero palpiteiro’. (COELHO, 2011).
A preocupação com a editoria de esporte dentro da televisão, começou em
1990, o que atormentava era se a editoria devia ser uma especializada, sozinha ou se
fazia parte da redação jornalística de televisão. (BARBEIRO& RANGEL, 2006, p54).
Vendo a editoria esportiva ao longo destes anos, vemos que os jornais incluíram o
esporte em suas redações.
Erbolato (1981) apud Silveira (2009, p.69), o autor explica a multiplicidade
dos temas que devem ser desenvolvidos pelo jornalista da editoria esportiva, devem
conhecer as regras de todas as modalidades, sempre estar preparada para trazer
33
informações de forma mais dinâmico, para que os noticiários fiquem mais completos,
exemplos de pautas são: dopping, exigências especificas, Justiça Desportiva, entre
outros. A relevância desta editoria está exatamente nessa variedade de assuntos que
podem ser abordados. Barbeiro & Rangel (2006, p.55), pontuam que as narrativas
esportivas dentro da televisão carregam hoje, uma grande característica de linguagem,
adota o estilo, jornalista-personagem.
Uma editoria de esporte grande costumava, nos anos 90, a ter 30 pessoas, esse
não era um padrão definido, eram quase o teto máximo, as redações esportivas, eram
bem enxutas de modo geral, com poucos profissionais. (COELHO, 2011, p.26).
34
4. ANÁLISE DE DADOS
Conforme o que foi exposto na revisão da literatura e demais tópicos iniciais,
nesta parte do trabalho será feito a análise e interpretações dos dados foram expostos.
Esta análise tem como objetivo oferecer respostas para o problema de pesquisa e a
interpretação dos dados devem ampliar estas respostas. Assim, entenderemos de forma
clara o que as evoluções esportivas dentro da televisão acarretaram na forma de fazer
esse tipo de jornalismo. Toda notícia, tem por essência, características que auxiliam a
sociedade na compreensão dos fatos que ocorrem todos os dias no mundo, uma vez que
a notícia é a principal forma de compreensão das informações, o jornalismo esportivo
tem um público alvo especifico dessa forma as transmissões de eventos esportivos deve
atender as expectativas do público, seja igual ou maior. Por isso, o cuidado com as
transmissões desse gênero devem ser maiores do que de algumas outras editorias.
4.1. Evolução do esporte dentro da mídia televisiva
Segundo o escritor alagoano, Graciliano Ramos, “o futebol não pegaria no
Brasil. Estrangeirices não entram facilmente na terra do espinho.” (COELHO, 2011,
p.7) Nos primeiros anos de cobertura esportiva no Brasil, a maioria das pessoas tinha a
mesma opinião de Graciliano, que o brasileiro não aceitaria o futebol, esporte inglês que
migrava para a América Latina. Afinal, não poderiam acontecimentos esportivos ter
mais visibilidade do que a política ou a economia do país.
Não que o escritor alagoano, Graciliano tivesse alguma coisa contra a bola
jogada com os pés ou que fosse apaixonado pelo remo, o esporte mais popular do início
daquele século. O que ele achava que era que o que vinha de fora não poderia “pegar”
com facilidade no Brasil. E nada mais inglês do que o futebol. Pelo menos do que o
futebol jogado naquele tempo (COELHO, 2011, p.8).
No começo do século XX, antes do futebol migrar para o Brasil, o esporte
predominante era o remo, e mesmo assim, a visibilidade do esporte não era tão grande.
Desde o início da civilização podem ser encontrados rastros do remo, seja,
apenas como canoagem ou uma navegação mais estruturada para o transporte,
35
predominante na época das guerras. Há registros de que por volta do ano 2000 a.C., um
faraó egípcio organizou uma frota de 400 navios movidos a remos. Os duelos se
popularizaram em Veneza, no século XIII, um festival chamado “regata” foi realizado.
O remo se desenvolveu na Inglaterra, a partir do século XVIII, a primeira
regata disputada foi no Rio Tamisa, em 1715. (REMOSUL, 2013).
Ilustração1: Litografia da primeira regata disputada no Brasil. Rio de Janeiro.1851.
Fonte: https://www.bn.gov.br/acontece/noticias/2016/03/litografia-mostra-regata-1851-rio-janeiro
Enquanto no Brasil, os registros mostram que a primeira regata disputada
aconteceu no Rio de Janeiro no ano de 1851, na enseada de Botafogo. Neste mesmo
ano, foi fundado o pioneiro dos clubes de remo, o “Grupo dos Mareantes” de Niterói,
nos anos seguintes foram surgindo diversos clubes e sociedades de regatas. No Rio
Grande do Sul, foi criada a primeira entidade dirigente do remo no Brasil, em 1894, o
Comitê de Regatas, que atualmente dá lugar a RemoSul - Federação do Remo do Rio
Grande do Sul. (REMO BRASIL).
O remo é comandando pela FISA – Fédération Internationale desSociétés
d’Aviron, que foi fundada em 1892, e possui 120 federações de todos os continentes.
Em âmbito mundial, os países que mais se destacam dentro do remo atualmente são:
Inglaterra, Estados Unidos, Itália, Canadá, Alemanha, Nova Zelândia, Austrália,
Romênia. (REMOSUL, 2013).
36
O remo é uma modalidade olímpica, - ficou de fora da competição apenas uma
vez, em 1920 -, o melhor resultado do remo brasileiro foi conquistado nos Jogos de Los
Angeles (EUA), em 1984, com o quarto lugar no Dois Com, tripulado por Nilton Silva
Alonço (t), Walter Hime Soares e Ângelo Rosso Neto.
Enquanto as mulheres só estrearam no remo olímpico, no ano de 2004, feito
esse conquistado por Fabiana Beltrame, em Atenas. (REMO BRASIL).
Falar sobre esportes, principalmente de futebol, era, dirigir-se a uma população
com pouco poder aquisitivo, formando assim, uma grande represália aos
colunistas/comentaristas que queriam abrir o espaço ao esporte. (COELHO, 2011, p9).
No momento em que é necessária a fundação de clubes esportivos direcionados
ao futebol, acontece o enlaçamento de dois esportes no Brasil, o remo, que era a febre
na época, e o futebol, já que, os primeiros clubes fundados surgiram do remo, Clube de
Regatas Botafogo (1894), Clube de Regatas Flamengo (1895) e Clube de Regatas Vasco
da Gama (1898). (REMOSUL, 2013).
No ano de 1925, o futebol já era o esporte nacional, que fazia parte da vida dos
brasileiros; faltava apenas cinco anos para o início da primeira Copa do Mundo, a
expectativa em relação a esse acontecimento era, de fato, notório. A seleção brasileira
de futebol já era bicampeã sul-americana (1919-1922), mas, a ascensão e o
profissionalismo no meio esportivo só foram conquistados anos depois. (REMO
BRASIL).
O Presidente da República, Washington Luiz, em 1927 compareceu pela
primeira vez em um estádio de futebol, sendo mais precisa, visitou o estádio de São
Januário, na inauguração. (COELHO, 2011, p11).
O primeiro Campeonato Carioca unificado - porque até então era dividido em
dois, devia a rinchas entre alguns clubes cariocas - foi realizado 4 anos depois de
grandes confusões, ou seja, em 1941, o jogo escolhido foi Vasco X América, no estádio
de São Januário, dia 31 de julho. (COELHO, 2011).
Com o crescimento significativo de admiradores dos demais esportes, o futebol
passou a dividir espaço nas transmissões com o vôlei, o surfe, a ginástica e outros
esportes com atletas representativos no país, as transmissões passaram a preencher a sua
37
programação não só com futebol. E, tanto quanto cresceu em questões de abrangência,
mais se exigiu das transmissões esportivas. Uma das principais mudanças foi a abertura
para as mulheres nas coberturas de atividades esportivas. A título de exemplo, de acordo
com Coelho, (2011, p35), a primeira mulher a coordenar um caderno de esportes foi
Isabel Tanese, que ficou três anos a frente do caderno de esportes do “O Estado de São
Paulo” pouco antes da Copa do Mundo de 98.
Em 1966, o cenário futebolístico era outro, o mundo aceitava o futebol, e
consequentemente, as transmissões diversas de esportes; neste ano, aconteceu a Copa
Mundial de Futebol na Inglaterra, sendo a primeira a ser transmitida para o mundo todo.
Em 1985, a Rede Globo era a quarta maior rede de televisão comercial do
mundo (só superada pelas norte-americanas BBS, ABC e NBC); primeira em volume de
produção (80%), cobrindo 98% do território nacional (cinco estações e 51 afiliadas); 12
mil funcionários (1.500 vinculados à produção de 2h40min diárias de ficção; detendo
70% de audiência (82% no pique das oito) e quase a metade das verbas do nosso
mercado publicitário, avaliado em US$ 550 milhões, a Rede Globo chega às vésperas
do seu 20º aniversário exportando programação para 128 países. (BIZINOVER, 1985,
p.47).
Relacionando a maior rede de televisão brasileira ao sucesso da televisão, a
Rede Globo possui o direito exclusivo de transmitir o Campeonato Brasileiro de Futebol
desde 1995. O que é notório nas transmissões de eventos esportivos é o tratamento
visual que a Rede Globo dá as transmissões, é quase como a apresentação de um show.
Criou-se uma atração enorme as transmissões esportivas, principalmente o futebol.
Podemos notar que, no seu início, era como se a TV necessitasse dos esportes
para manter-se. Hoje, parece ser exatamente o oposto, os clubes de modo geral,
necessitam da força que a TV proporciona, e o impulso que ela fornece. Afinal,
conforme a programação da Rede Globo, toda a programação de domingo é dedicada ao
futebol e outros esportes. (MATTOS, 2002).
38
Ilustração2: Transmissão da Primeira Copa do Mundo em Cores. 1970.
Fonte:https://www.youtube.com/watch?v=j2j5hpk-LaU
A Copa do Mundo de 1970 foi transmitida ao vivo para todo o país, diga-se de
passagem, que foi a primeira transmissão experimental da televisão em cores, apesar de
que, a grande maioria da população possuía a televisão preta e branca.
Em 1998, a Rede Globo compra os direitos de transmissão exclusiva para o
Brasil das Copas do Mundo de 2002 e 2006, por 220 milhões de dólares. (MATTOS,
2002).
As evoluções relacionadas ao esporte frente à mídia televisiva, feita após a
última data aqui retratada, não fizeram grande diferença na história da televisão, alguns
fatos, serão contados nos capítulos seguintes, devido ao tema deles ser o mesmo dessas
evoluções, no mais, o Brasil não sofre grandes mudanças atualmente relacionadas a esse
meio.
4.2 Evolução do jornalismo esportivo: características estéticas e de
linguagem
39
No início da televisão, a programação era inteiramente AO VIVO, porque os
padrões eram o de seu antecessor, o rádio, nos intervalos comerciais era exibido garotas
propaganda experimentando os produtos ofertados frente à câmera. Por serem sempre
ao vivo, as transmissões sofriam uma série de problemas, como poucas horas diárias de
transmissão, problemas técnicos de áudio e/ou vídeo, além das dificuldades rotineiras
como, iluminação básica, cenários pouco elaborados, entre outros. (ABREU & SILVA,
2011, p.4).
Ilustração3: Chacrinha, apresentador de um dos programas de maior sucesso. Apresentado AO VIVO.
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=7r6tkfKdTdM
Relacionado a isso, as narrativas esportivas começaram no rádio, mais
precisamente, em 1932, a linguagem utilizada era a da “emoção”, os locutores gritavam
para demonstrar a explosão do gol na rede. A cabine de rádio e posteriormente de
televisão era localizada dentro do estádio. Os gritos, às vezes, eram necessários para
abafar o som da torcida. A velocidade da narrativa era veloz, para acompanhar todos os
lances do jogo, já que, o rádio não dispunha de mais nenhuma ferramenta além da voz
do narrador. (BARBEIRO & RANGEL, 2006).
Segundo Bretones (2010, p.13), durante a década de 1950, o jornalismo
esportivo que vinha surgindo, tinha características que são praticamente extintas no
40
jornalismo de hoje em dia: ou seja, ganhavam contornos de romance, dramaturgia e
poesia, características praticamente extintas no jornalismo de hoje em dia.
No início da televisão, as narrativas esportivas, tanto no futebol como de outras
modalidades esportivas seguia o padrão rádio: rápido e marcado. Esse fato se deu
devido à inserção dos profissionais de rádio para a televisão. Posteriormente, a
linguagem na televisão ficou com a velocidade da narrativa mais reduzida, a emoção
escrachada se manteve, e o uso de bordões pelos narradores, como Nelson Rodrigues,
Arnaldo Cesar Coelho, Galvão Bueno, entre outros nomes. (BARBEIRO & RANGEL,
2006, p. 182).
Mas o padrão de profissionais se manteve, tanto no rádio, quanto na televisão,
há um locutor, comentaristas e repórteres, que juntos, realizam a transmissão esportiva,
seja ela do futebol, do basquete ou do vôlei. (GASPARINO, 2013, p. 24).
Em paralelo as transmissões esportivas, as modalidades mais comuns (futebol,
vôlei, basquete), iam se profissionalizando, e exigindo assim que os profissionais do
meio jornalístico seguissem o mesmo caminho, enquanto os jornalistas da TV buscavam
especialização em imagens e sons, os dos veículos impressos e de rádio se dedicavam a
encontrar fatos que a televisão não mostrasse. (BRETONES, 2010, p. 16).
A linguagem do futebol é mais presente na nossa vida do que imaginamos
algumas vezes alguém já lhe disse ou você disse a alguém frases como “fui jogada para
escanteio”, quando quer dizer que foi deixado de lado, entre outras expressões que
usamos cotidianamente. (SILVEIRA, 2009).
Como já citado no capítulo anterior, a editoria de esporte foi uma das mais
beneficiadas com a instauração do videoteipe, podendo ser reprisado alguns lances e
partidas inteiras, uma vez que o videoteipe permite a gravação do material para
posterior edição e veiculação.
A linguagem jornalística esportiva é bem caracterizada, cada veículo segue
uma linha, algumas TVs aderem o estilo do jornalismo personagem, onde passar a
informação ao espectador não é o suficiente, o jornalista precisa vivenciar a emoção
pela pessoa que está em casa assistindo.
41
De acordo com Silva (2005), os programas esportivos foram se modificando ao
longo do tempo, de acordo com as inovações tecnológicas e com a mudança da
concepção do telejornalismo. A ocupação da grade de televisão relacionada ao esporte
não era mais só a transmissão das partidas, o esporte de modo geral passou a se tornar
presente, com programas que vão desde boletins pré-jogos e pós-jogos, a mesas
redondas com debates entre especialistas e atletas ou ex-atletas.
No rádio, o tom da narrativa era: “bola rolando”, o locutor seguia o tom do
jogo, e muita vez esquecia-se de fatos relevantes relacionados ao estádio ou ao campo, o
ouvinte poderia até sentir que faltava algo, porém a confirmação nunca seria feita a não
ser que, ele recorresse a outro veículo de comunicação. Esse método de narrativa - bola
corrida - foi levada a outros esportes como o basquete, o vôlei, o handebol e outros.
A transmissão esportiva televisiva deixou de seguir o padrão radiofônico
porque, afinal, era redundante dizer algo que poderia ser visto com os próprios olhos.
(BARBEIRO & RANGEL, 2006).
Mesmo considerando as diferenças entre a narração no rádio e
a narração na TV, uma coisa é comum a ambos os meios: o narrador
precisa improvisar. Como não ter problemas? Improviso é sinônimo de
preparo e conhecimento do assunto (BARBEIRO & RANGEL, 2006, p.
66).
Conforme Erbolato (1981) apud Silveira (2009, p.68), frisa em sua obra o quão
importante é a multiplicidade do jornalista esportivo, que, esse profissional precisa ir
além de só conhecer as regras e regulamentos de cada modalidade, o jornalista precisa
saber lidar com assuntos que complementam a modalidade esportiva que está sendo
anunciada por ele, tudo isso, para que o noticiário seja ainda mais completo.
Segundo Yanez (apud Silveira, 1995, p.55) é necessária à especialização
mesmo que seja em poucas modalidades, é melhor conhecer três ou quatro esportes, a
ter um conhecimento incompleto sobre todos.
As transmissões televisivas de modo geral, ainda sofrerão grandes mudanças,
principalmente quando o Brasil for um país totalmente digital, até lá permaneceremos
no mesmo nível de som, imagem e técnica utilizada.
42
Ilustração4: Tiago Leifert no comando do GE, sem uso de Teleprompter.
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=CMXDKznYW0I
O formato contemporâneo do programa Globo Esporte de São Paulo chamou a
atenção de todo o Brasil, por trazer um jornalismo mais “jovem e despojado”, que era
apresentado pelo jornalista Tiago Leifert, o programa passou usar um formato que
dispensa o uso do teleprompter (TP), onde o apresentador utiliza suas próprias palavras
para descrever o que se passa no programa, além da utilização de bordões e o emprego
de piadas nas noticias, de modo que no geral o programa fique menos engessado.
(GASPARINO, 2013, p. 35).
As dissertativas a respeito da linguagem e da estética do jornalismo esportivo
são vagos, mas, quem já viu ou verá de alguma forma cenas da TV em seu início
chegará a conclusão de como são notórias as evoluções que esse meio de comunicação
enfrentou.
4.3 A inserção da mulher no mercado de trabalho como profissional
jornalística e esportiva
Começando a história das mulheres no meio esportivo pelo mundo, vemos que
a presença feminina foi marcada por participações restritas e hiatos temporais durante a
43
evolução da humanidade. Na historia das civilizações antigas, quase nada se tem
documentado sobre práticas esportivas femininas, salvo uma pequena exceção de notas
históricas feitas pela civilização espartana. (SANTOS, 2012).
Barão Pierre de Coubertin era membro da aristocracia francesa, responsável
por atribuir aos Jogos Olímpicos a “união dos povos”, mas excluía a mulher dessa
união, porque achara vulgar a participação feminina nos jogos, afinal, os Jogos eram
tratados como terrenos de honras e conquistas, o que não competia a mulher dar a
nação.(GOELLENER, 2005, apud, SANTOS 2012, p. 8).
Ilustração5: Alice Melliat, fundadora da Fédération SportiveFéminineInternacionale
Fonte: http://home.nordnet.fr/scharlet/alice.ht
Diante a suspensão das competições mundiais durante a Primeira Guerra
Mundial, a atleta de remo, francesa, Alice Melliat, fez uma grande reivindicação em
prol das mulheres: em 1917 fundou a Fédération SportiveFéminineInternacionale -
FEFI, que lutou para que o Comitê Olímpico Internacional liberasse a participação das
mulheres nas Olimpíadas. (SANTOS, 2012, p. 9).
44
Ilustração6: Maria Lenk, a primeira representante feminina nas Olimpíadas.
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=I8MYpxLlU0c
Ainda de acordo com SANTOS (2012, p.10), nas Olimpíadas de 1920 já havia
a participação de atletas brasileiros, a primeira participação nacional feminina no
esporte mundial foi à nadadora Maria Lenk, que em 1932, que se tornou a primeira
mulher brasileira a participar dos Jogos Olímpicos, em Los Angeles, na Flórida. Em
passos pequenos, as primeiras medalhas só chegaram 64 anos depois, em 1996, e foi por
um esporte comum no Brasil, o vôlei de praia, com Sandra Pires e Jacqueline Silva.
Ilustração7: Primeira medalha de ouro feminina nas Olimpíadas. 1996. Los Angeles
Fonte: http://globotv.globo.com/rede-globo/memoria-globo/v/olimpiada-de-atlanta-1996/2419898/
Para exemplificar a mudança de paradigmas em relação à presença feminina
nos Jogos Olímpicos, em 2012, em Londres a comitiva feminina brasileira era composta
por 123 atletas, esse número é correspondente a 47% da delegação brasileira.
(SANTOS, 2012, p.10). E assim foram estabelecidas algumas das evoluções nas
mulheres no meio esportivo.
Atualmente, percebemos que as mulheres estão presentes em diversas
modalidades esportivas, como o futebol, handebol, vôlei ou até mesmo praticando
esportes que só podem ser competidos por mulheres, como é o caso do nado
sincronizado, mas, ainda segundo Santos, (2012), a representatividade conquistada
dentro do esporte não se reflete nos veículos de comunicação, os campeonatos e
45
torneios disputados pelas mulheres não possuem a mesma divulgação dos mesmos
disputados pelos homens, como é o caso da Copa do Mundo. (SANTOS, 2012).
Já a ingressão das mulheres no jornalismo se deu com a grande chegada em
massa do sexo feminino a profissões liberais, tais quais como a advocacia, a
magistratura ou a medicina. Regina Helena Ramos, uma das jornalistas pioneiras no
Brasil, relata em seu livro “Mulheres Jornalistas - A grande Invasão”, que a realidade
das mulheres na profissão naquela época - 1952 - era muito diferente do que vemos nos
dias atuais. A luta era diária para ser considerada uma boa profissional. (BAGGIO,
2012,p.17).
Entre os nomes mais conhecidos das pioneiras no jornalismo, estão Patrícia
Galvão (a Pagu), Carmen da Silva, Isa Silveira Leal, Edy Lima, Lenita Miranda de
Figueredo e, mais recentemente, Cecília Thompson, Maria Lúcia Fragata, Cecília Zioni,
Cida Damasco e Fátima Ali. (RAMOS apud BAGGIO, 2010, p.18).
Por mais que se diga que não há preconceito, era impossível enxergar uma
mulher no meio esportivo até o início dos anos 70, mas isso mudou, a televisão
começou a ser a representação midiática que transmite a realidade (COELHO, 2011,
p.34). No entanto, as mulheres estão ganhando evidência em mídias como a televisão,
internet e revistas, segundo Cruz, (2008, p.1), a grande força patriarcal ainda existe na
nossa sociedade, e ela torna comum a representação constrangedora e degradante das
mulheres, seja ela feita por canções, comerciais, filmes, novelas.
Concomitante a isso, atualmente, as redações são mistas, é natural encontrar
mulheres no meio esportivo, como colunistas, repórteres, editores e comentaristas,
coisas que eram extremamente incompreensíveis há alguns anos atrás. Como diz
Ramos (2010), para qualquer leitor, ouvinte e telespectador com menos de 50 anos de
idade, o jornalismo nasceu assim, com homens e mulheres nos meios de comunicação.
(BAGGIO, 2012, p.16).
A presença feminina dentro das redações esportivas cresceu significativamente
a partir da década de 90, apesar de, a inserção da mulher no meio jornalístico já havia
começado há 40 anos antes, pode se dizer que, atualmente as redações possuem em
torno de 10% de mulheres. Apesar do grande preconceito, o caderno de esportes do “O
Estado de S. Paulo”, em 1998, já teve uma mulher no comando: Isabel Tanese, que
46
permaneceu três anos no cargo, tempo esse que começou com o afastamento de Roberto
Benevides, até o pedido de demissão. (COELHO, 2011, p.35).
Ilustração8: Kitty Balieiro, como repórter de TV. Um dos grandes nomes femininos do Jornalismo
Esportivo.
Fonte: http://esporte.ig.com.br/futebol/2013-12-01/pioneiras-do-jornalismo-lembram-preconceito-
boicote-e-xaveco-de-boleiros.html
Ainda de acordo com Coelho (2011, p. 35), outro grande nome do contingente
feminino dentro do esporte, foi Kitty Baleiro, chefe de redação da ESPN Brasil, entre os
anos 2000 e 2010, o mesmo veículo, empregava outra mulher, Sônia Francine, a
Soninha, como era conhecida, trabalho entre os anos de 1999 e 2004 como
apresentadora e comentarista da ESPN Brasil, a atuação de Soninha no canal se
manteve após 2004, porém de maneira esporádica, já que, resolveu dedicar-se a política.
Ilustração9: Soninha Francine, outra mulher que auxiliou no crescimento do jornalismo esportivo.
Atualmente, não faz mais parte do jornalismo.
47
Fonte: https://limpinhoecheiroso.com/tag/soninha-francine/page/2/
A participação uma jornalista mulher em programas esportivos aproxima as
mulheres do esporte, o pioneirismo feminino no jornalismo esportivo foi Maria Helena
Rangel, que é considerada a primeira mulher jornalista a cobrir esportes no país, a
carreira de Maria começou no jornal Gazeta Esportiva e seu registro profissional foi
datado em 1 de janeiro de 1948. (BAGGIO, 2012, p.19).
Ainda de acordo com o que é apresentado por Baggio (2012, p.28), nos dias de
hoje, são as mulheres no telejornalismo esportivo são muito mais presentes, é até difícil
não encontrar uma mulher nas redações, se antes o que chamava a atenção era a falta de
mulheres jornalistas atuantes no esporte, hoje, a participação e o crescimento seja como
profissional do jornalismo ou como atleta, isso chama a atenção de diversas emissoras.
Alguns exemplos são: Glenda Koslowiski (Globo), Cristina Lyra (RedeTV),
MylenaCiribelli (Record) e Renata Fan (Band), além das representantes regionais, já
que todas as emissoras possuem filiais.
Ilustração10: Fátima Bernardes, que também se aventurou nas narrativas esportivas.
Fonte: https://globoplay.globo.com/v/3355620/
Mesmo Fátima Bernardes, que não é do segmento esportivo, ancorou o Jornal
Nacional por quase 14 anos, já possui cinco Copas do Mundo ao longo da sua carreira,
A primeira foi no ano de 1994, nos Estados Unidos; depois, em 2002, onde foi eleita
48
Musa da Copa, realizada no Japão e Coreia do Sul; no ano de 2006, na Alemanha; 2010
na África do Sul; e a de 2014 no Brasil. (BAGGIO, 2012, p.18).
A ex-atleta e jornalista Glenda Koslowiski, como representante da Rede Globo
foi na Olimpíada de 2016, a primeira mulher a narrar Jogos Olímpicos, fato esse
histórico e demorado, em vista de quanto tempo faz que a mulher já esteja inserida no
meio jornalístico esportivo. (M de MULHER, 2016, p.1).
Mediante a isso, notamos o quão difícil e demorado foram às conquistas das
mulheres dentro do meio esportivo, seja ele do jornalismo ou no meio atlético de modo
geral, as mulheres sofreram grandes represálias e ainda hoje o preconceito existe, de
forma mais amena, porém ainda presente na vida de todas.
49
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho se propôs como objetivo geral elaborar a análise baseada na
pesquisa bibliográfica, dos fatores e a contribuição do rádio para a evolução da mídia
televisiva, especificamente dentro do jornalismo esportivo.
A TV foi uma grande adaptação do rádio, por um tempo, passou a ser
denominado como rádio com imagens, mas as evoluções constantes deste meio de
comunicação, fez com que ele se sobressaísse, sendo um concorrente muito melhor que
seu antecessor. Mesmo com o passar dos anos, a Televisão conseguia trazer algo
inovador, dentro de qualquer editoria, mas como foram apresentadas, todas elas se
qualificaram de forma singular.
O método de expor a notícia dentro do jornalismo televisivo sofreu grandes e
consideráveis mudanças, as narrativas esportivas feitas atualmente possuem poucas
características das narrativas deste gênero que eram feitas nos anos 50 e 60, o que se
manteve foi a quantidade de profissionais na transmissão esportiva, - narrador,
comentarista, repórter.
Além disso, nos objetivos específicos, foi proposta a análise de diversos pontos
relacionados à evolução do jornalismo esportivo dentro da televisão, sendo eles, a
análise das características estéticas e de linguagem deste tipo jornalístico. Ficou
constatado que, a linguagem da televisão dentro das narrativas, se perdeu quase por
completo, salvo raras exceções, nomes do meio jornalístico que ainda estão ativos em
longo prazo não se desfazem de suas características, como por exemplo, Galvão Bueno,
que exprime toda a sua emoção nas narrativas esportivas, independente de qual seja o
esporte. Além de diversas outras constatações feitas, todas elas extremamente
significantes para solidificar a televisão como veículo de massa.
O crescimento de outras modalidades dentro do jornalismo esportivo é ainda
um tema a ser mais aprofundado por todos os campos, uma vez que, é vista a
necessidade de abrir espaços para demais modalidades, o espaço predominante continua
sendo o futebol, mesmo que algumas modalidades cresçam, como o caso do surf e do
UFC, a editoria de esporte continua mantendo o foco em um único esporte, isso acaba
dificultando a entrada de demais profissionais dentro deste campo jornalístico.
50
A tecnologia, é uma grande aliada, desde os primórdios com a implementação
do videoteipe, até a criação da internet – vista muitas vezes como concorrente-, mas que
muitas vezes acaba trazendo mais visualizações para um determinado canal ou
campeonato, a internet expande a TV, leva as notícias para lugares que talvez ela não
chegue de forma orgânica, comum. Um fato que foi analisado neste trabalho e pode ser
atrelada a internet é como aumenta a proliferação do conteúdo, muitos hábitos acabam
sendo repensados, é o caso da inserção da mulher no meio jornalístico.
A análise dos dados referentes à inserção da mulher no jornalismo esportivo
começou antes do imaginado, mas os avanços seguiram de forma desigual ao da
televisão, neste campo, as evoluções relacionadas às mulheres, foram lentes, com um
intervalo de tempo muito grande, mas, todas elas importantes para firmar a mulher
como profissional. A grande ressalva deste ponto fica para o ultimo acontecimento
relacionado à mulher nas narrativas esportivas; somente no ano de 2016, a primeira
mulher narrou uma olimpíada.
Por fim, entende-se a importância do estudo dessa temática, tanto para o meio
acadêmico como para o cientifico, a comunicação deve se manter confiável e precisa.
Espera-se que outros acadêmicos possam utilizá-lo para aprofundar-se e ir além, com
novas metas e indagações relacionadas ao trabalho feito pelos jornalistas profissionais.
51
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