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1 Pressclipping em 31.março.2014 "Só tem poder sobre os outros quem o tem sobre si mesmo." (Tissier) Exigência prévia MG - Lei que efetivou professores sem concurso é inconstitucional Por maioria, o Supremo Tribunal Federal declarou inconstitucional uma lei de Minas Gerais que efetivou professores sem concurso público. A corte seguiu, nesta quarta-feira (26/3), o voto do relator da matéria, ministro Dias Toffoli, que propôs a modulação dos efeitos da declaração de inconstitucionalidade de forma a preservar a situação dos servidores já aposentados, bem como daqueles que preencham ou venham a preencher, até a data de publicação da ata do julgamento, os requisitos para a aposentadoria. A decisão também não atinge os ocupantes de cargos efetivos aprovados em concurso público. A decisão também não atinge a estabilidade adquirida pelos servidores, de acordo com o artigo 19 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT). Esse dispositivo considerou estáveis no serviço público os servidores civis da União, dos estados, do DF e dos municípios, da administração direta, indireta, fundacional e autárquica em exercício na data da promulgação da Constituição, há pelo menos cinco anos continuados e que não tenham sido admitidos na forma do artigo 37 da CF. Em relação aos cargos abrangidos pela lei mineira e para os quais não haja concurso público em andamento ou com prazo de validade ainda em curso, o Supremo deu efeito prospectivo à decisão para que produza efeitos somente a partir de 12 meses contados da publicação da ata do julgamento. Quanto aos cargos para os quais haja concurso em andamento ou dentro do prazo de validade, a decisão tem efeitos imediatos. Os itens considerados inconstitucionais foram os incisos I, II, IV e V do artigo 7º da LC estadual 100/2007. O relator destacou que, na atual ordem constitucional, a investidura em cargo ou emprego público depende da prévia aprovação em concurso e que IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

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1

Pressclipping em 31.março.2014

"Só tem poder sobre os outros quem o tem sobre si mesmo." (Tissier)

Exigência prévia

MG - Lei que efetivou professores sem concurso é inconstitucionalPor maioria, o Supremo Tribunal Federal declarou inconstitucional uma lei de Minas Gerais que efetivou professores sem concurso público. A corte seguiu, nesta quarta-feira (26/3), o voto do relator da matéria, ministro Dias Toffoli, que propôs a modulação dos efeitos da declaração de inconstitucionalidade de forma a preservar a situação dos servidores já aposentados, bem como daqueles que preencham ou venham a preencher, até a data de publicação da ata do julgamento, os requisitos para a aposentadoria. A decisão também não atinge os ocupantes de cargos efetivos aprovados em concurso público.

A decisão também não atinge a estabilidade adquirida pelos servidores, de acordo com o artigo 19 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT). Esse dispositivo considerou estáveis no serviço público os servidores civis da União, dos estados, do DF e dos municípios, da administração direta, indireta, fundacional e autárquica em exercício na data da promulgação da Constituição, há pelo menos cinco anos continuados e que não tenham sido admitidos na forma do artigo 37 da CF.

Em relação aos cargos abrangidos pela lei mineira e para os quais não haja concurso público em andamento ou com prazo de validade ainda em curso, o Supremo deu efeito prospectivo à decisão para que produza efeitos somente a partir de 12 meses contados da publicação da ata do julgamento. Quanto aos cargos para os quais haja concurso em andamento ou dentro do prazo de validade, a decisão tem efeitos imediatos.

Os itens considerados inconstitucionais foram os incisos I, II, IV e V do artigo 7º da LC estadual 100/2007.

O relator destacou que, na atual ordem constitucional, a investidura em cargo ou emprego público depende da prévia aprovação em concurso e que as exceções a essa regra estão taxativamente previstas na Constituição, como ocorre nas nomeações para cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração ou no recrutamento de servidores temporários. Em razão disso, segundo seu voto, aqueles dispositivos da legislação mineira permitiram a permanência de pessoas nos quadros da administração pública em desacordo com as exigências constitucionais. “Não podemos chancelar tamanha invigilância com a Constituição de 1988.”

Com entendimento divergente, foram vencidos na votação os ministros Marco Aurélio e Joaquim Barbosa, que se pronunciaram pela procedência total da ADI. No tocante à modulação, o ministro Marco Aurélio não a admitiu, enquanto o presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, se manifestou por uma modulação em menor extensão que a aprovada pela maioria. Com informações da Assessoria de Imprensa do STF. ADI 4.876

Clique aqui para ler o voto do ministro Dias Toffoli.

Revista Consultor Jurídico, 27 de março de 2014

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Governo pode aumentar imposto da cerveja para “bancar” energiaPublicado em 28 de março de 2014 por Marina Freitas

O governo estuda aumentar ainda mais os impostos sobre vários setores da economia brasileira. O objetivo é engordar a receita para permitir que o Tesouro tenha condições de repassar os R$ 4 bilhões anunciados pelo Ministério da Fazenda para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). Dessa forma, alguns produtos – como importados, bebidas frias (cervejas, refrigerantes, isotônicos e água) e cosméticos – devem chegar mais caros aos consumidores.

O secretário-adjunto da Receita Federal, Luiz Fernando Teixeira, afirmou que os estudos para viabilizar o aumento de Pis/Cofins do setor de importados e de cosméticos e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre bebidas já foram finalizados. Agora, só falta o anúncio do governo. “Não temos como dizer (todos os setores que vão ter aumento de imposto) porque a Receita trabalha por demanda. O órgão já apresentou algumas estimativas e cálculos para o ministro Guido Mantega”, explicou. “O ministro já antecipou sobre os setores de cosméticos e bebidas frias. Não estou afirmando que vai aumentar, mas os estudos estão finalizados e estamos prontos para uma decisão”, completou.

Para o professor de finanças públicas José Matias-Pereira, da Universidade de Brasília (UnB), este não é um bom momento para elevar os tributos. “A economia brasileira entrou numa fase extremamente preocupante, todos os indicadores dão sinal fragilidade. Na minha percepção, com esse cenário, essa seria a última medida que se deveria tomar”, afirmou. Para ele, o ideal seria que governo optasse por cortar despesas. “O país já tem uma carga tributária extremamente elevada. O sistema tem uma enorme competência para arrecadar e uma incompetência para devolver esse montante”, completou.

Além disso, o presidente-executivo do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), João Eloi Olenike, acredita que não há espaço para mais um aumento de tributos. “O que o governo está fazendo é uma tentativa de acobertar uma falta de organização e de planejamento. Os contribuintes não têm culpa se não houve planejamento para enfrentar essa questão da seca e da faltad’água”, afirmou.

A alta nos impostos para viabilizar os repasses ao CDE já havia sido adiantada pelo secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, no início do mês. Com isso, o governo espera compensar, ao menos parcialmente, o aumento dos custos no setor elétrico, que cresceu após o acionamento das termelétricas. Além disso, o Refis deve ser reaberto para que as empresas possam renegociar e pagar os impostos vencidos em 2013.

Consumidores insatisfeitos

A bancária Cristiane Miranda já pensa em mudar a rotina na hora de comprar produtos para a pele. “Vou dar preferência às marcas de cosméticos menos conhecidas porque são mais baratas. Protetor solar, por exemplo, são extremamente caros. Nem a concorrência abaixa os preços. As compras sempre pesam no bolso”, observou. Segundo o gerente de uma farmácia, que pediu para não ser identificado, os preços serão alterados a partir do dia 31 deste mês. “Causa uma certa insatisfação e corremos o risco de perder a clientela”, reconheceu.

A cerveja já está cara e a tendência é que aumente ainda mais os adeptos ao “isoporzinho”, após os estabelecimentos elevarem ainda mais os preços. O casal Rogério Kohler e Sílvia Peixoto não gostaram da notícia sobre o aumento da bebida. “Tudo aumenta, menos o salário”, disse Rogério. Já o analista de

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sistemas Daniel Marcos da Silva viu com bons olhos a medida do governo. “Uma garrafa de cerveja deveria custar R$ 20. Assim reduziria os casos de alcoolismo”, afirmou.

Bárbara NascimentoGuilherme Araújo

Fisco ameaça com mais impostos…Publicado em 26 de março de 2014 por Júlia Pereira

A Receita Federal espera apenas sinal verde do Ministério da Fazenda e da Casa Civil parabaixar novos aumentos de impostos sobre os brasileiros. A Receita Federal anunciou ontem que concluiu estudos para aumentar o PIS/Cofins de produtos importados e de artigos do setor de cosméticos e também para subir o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) incidente sobre as bebidas frias, isto é, cervejas, refrigerantes, isotônicos e água.

O motivo alegado para essa nova mordida do Leão é de que o governo precisa arrecadar R$ 4 bilhões extras este ano para ajudar o Tesouro Nacional a aumentar os repasses para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), conforme anunciado há duas semanas. Esses aportes visam a compensar parcialmente o aumento dos custos no setor elétrico este ano, afetado pelo acionamento das termelétricas em meio à forte estiagem que se abateu sobre o País neste início de ano.

Esse assunto, no entanto, caiu agora sob a lupa do Tribunal de Contas da União (TCU), que anunciou ontem que pretende avaliar aquele aporte de R$ 4 bilhões.

“Os estudos para aumentar os tributos sobre cosméticos e bebidas frias estão finalizados, prontos para a tomada de decisão de implementação”, informou o secretário-adjunto da Receita, Luiz Fernando Teixeira. Segundo ele, o acerto para baixar as medidas depende do Ministério da Fazenda e da Casa Civil e ainda há tempo hábil para que sejam adotadas.

Também para reforçar o caixa, o governo reabrirá o Refis (refinanciamento de dívidas tributárias) para que as empresas possam pagar impostos e contribuições vencidos em 2013 e ainda não pagos.

Essa autorização para parcelamento de tributos será feita por meio da Medida Provisória 627 – que trata das regras de tributação do lucro das controladas de multinacionais brasileiras no exterior – em tramitação no Congresso.

Além do aumento de tributos, de acordo com Teixeira, estão sendo reforçadas as medidas de combate à sonegação, de maior eficiência da máquina arrecadatória, que também oferecem alternativas de incremento na arrecadação.

…e comemora recorde.

A arrecadação de impostos e demais tributos pelo governo federal foi de R$ 83,1 bilhões em fevereiro, informou ontem a Receita Federal. O resultado é recorde para o mês. Houve uma expansão real (descontada a inflação) de 3,4% ante fevereiro do ano passado, quando foram arrecadados R$ 74,3 bilhões. No primeiro bimestre do ano, os tributos somaram R$ 206,8 bilhões, com alta real de 1,9% em comparação a igual período de 2013.

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Apesar de ser o melhor desempenho da arrecadação para um mês de fevereiro, o resultado é fraco para o cumprimento das metas fiscais traçadas pelo governo e o equilíbrio das contas públicas. Tais contas estão sendo acompanhadas com lupa neste ano, diante do esforço do governo em melhorar a confiança dos agentes econômicos, abalada nos últimos anos pela condução da política fiscal.

O governo já ajustou a meta de superávit primário –economia para pagamento de juros da dívida – deste ano a R$ 99 bilhões, equivalente a 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB) para o setor público consolidado.

A arrecadação de fevereiro, segundo a Receita, foi comprometida por fatores como a redução da arrecadação de tributos como IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) – apurado sobre salários e lucros –, desonerações tributárias em curso e desempenho fraco de alguns indicadores macroeconômicos, como de produção industrial.Com as perspectivas de crescimento econômico em queda, a arrecadação de impostos tende a desacelerar.

No primeiro bimestre, o governo recolheu R$ 4,7 bilhões de IOF, R$ 282 milhões a menos comparando com o mesmo período do ano passado (queda de 5,7%).

A arrecadação de IRPJ e CSLL caiu de R$ 48,6 bilhões no primeiro bimestre do ano passado para R$44,6 bilhões –uma diferença de R$ 4 bilhões (queda de 8,3%).

Com o aumento das importações, houve um incremento de 13,8% nas receitas com Imposto de Importação e IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) – R$ 9 bilhões no primeiro bimestre. Já o programa de parcelamento de dívidas tributárias (Refis), contribuiu para as contas públicas em R$ 695 milhões em janeiro/fevereiro.

Fonte: Diário do Comércio – SP

Discurso religioso

STF instaura inquérito contra Marco Feliciano por preconceitoO Supremo Tribunal Federal acolheu pedido feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para abertura de inquérito contra o deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) por preconceito. A decisão foi tomada na sexta-feira (21/3) pelo ministro Gilmar Mendes, que determinou à Polícia Federal a tomada de depoimento do ex-presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara em 30 dias. As informações são do portal G1.

De acordo com o pedido feito por Janot, em um vídeo publicado no YouTube, Feliciano afirmou: “eu profetizo a falência do reino das trevas! Profetizo o sepultamento dos pais de santo! Profetizo o fechamento de terreiros de macumba! Profetizo a glória do senhor na terra!”. Na visão do procurador, a fala deve ser enquadrada no artigo 20 da 7.716/1989, segundo a qual é crime “praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”.

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A pena para o crime vai de um a três anos de reclusão, além de multa. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, o pedido de investigação foi motivado por duas representações contra o deputado. Uma foi apresentada por um cidadão paulista e a outra pelo Templo Iniciático de Umbanda da Ordem Cruzada de Nossa Senhora da Guia. Janot afirmou que o vídeo não permite a identificação da data em que Feliciano teria feito o discurso.

Revista Consultor Jurídico, 25 de março de 2014

Templos de fachada

Imunidade de igrejas é usada para lavagem de dinheiroCresce no Brasil o uso de “templos de fachada” ou “igrejas-fantasma” utilizados para lavagem de dinheiro, ocultação de patrimônio e sonegação fiscal. O alerta é feito pelo desembargador federal Fausto Martin De Sanctis, especializado no combate a crimes financeiros e à lavagem de dinheiro. De acordo com ele, a imunidade tributária prevista aos templos religiosos é eficaz para abrigar recursos de procedência criminosa, sonegar impostos e dissimular o enriquecimento ilícito: "É impossível auditar as doações dos fiéis. E isso é ideal para quem precisa camuflar o aumento de sua renda, escapar da tributação e lavar dinheiro do crime organizado. É grave", conclui De Sanctis.

De acordo com reportagem do jornal Valor Econômico, a prática tem sido investigada pelos Ministérios Públicos estaduais e pelas procuradorias da República. Para o procurador Silvio Luís Martins de Oliveira — que investigou e denunciou criminalmente responsáveis pela Igreja Universal do Reino de Deus por lavagem de dinheiro, evasão de divisas, formação de quadrilha e estelionato — é preciso refinar a fiscalização sobre atividades financeiras de entidades religiosas. Segundo ele, para lavar o dinheiro as igrejas se utilizam de doleiros: "Costuma ser um doleiro de confiança que busca ajuda de casas de câmbio, pois a quantidade de cédulas é enorme. É o que chamam de 'dinheiro sofrido', porque o fiel costuma pagar o dízimo com notas amassadas", esclarece.

O deputado Marco Feliciano (PSC-SP) discorda que falte fiscalização. "Se o legislador, após longo debate na Assembleia Nacional Constituinte, isentou as instituições religiosas de impostos, nada mais fez do que atender aos anseios da maior parte da sociedade", diz. Sobre o uso das casas religiosas para práticas de moral e legalidade questionáveis, Feliciano faz uma alusão indireta a entidades católicas: "Se partirmos do pressuposto que uma entidade não deve ter tratamento especial pela possibilidade de malfeitores se aproveitarem, por analogia o mesmo princípio se aplicaria às Santas Casas e Universidades mantidas por Fundações sem fins lucrativos".

A prática tem preocupado também a Justiça Eleitoral. Doações de organizações religiosas a partidos políticos são proibidas pela legislação. Para detectar operações ilícitas, o Tribunal Superior Eleitoral firmou convênio com a Receita e a Polícia Federal. De acordo com o juiz assessor da presidência do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), Marco Antonio Martin Vargas, o convênio facilita o trabalho pois é feito o cruzamento de dados.

Segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação, há 55,1 mil organizações religiosas em atividade em 2014. Um crescimento de 1,4% em comparação com 2013. O estudo "Religião e Território"

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(2013), dos pesquisadores Cesar Romero Jacob, Dora Rodrigues Hees e Philippe Waniez, indica expansão dos chamados "evangélicos não determinados". Eles passaram de 580 mil no ano 2000 para impressionantes 9,2 milhões em 2010. Os evangélicos de missão cresceram de 6,9 milhões para 7,6 milhões no mesmo período, enquanto os evangélicos pentecostais passaram de 17,6 milhões para 25,3 milhões em dez anos.

Revista Consultor Jurídico, 25 de março de 2014

Brasil busca trégua para a guerra fiscalPublicado em 26 de março de 2014 por Júlia Pereira

A concessão de benefícios e incentivos fiscais como forma de atração de investimentos privados vem mobilizando governos e entidades na tentativa de contornar os reflexos da chamada guerra fiscal. Entre as alternativas apresentadas, estão a regulamentação da prática, a redução e unificação da alíquota interestadual de ICMS e, em longo prazo, o estímulo à competitividade de estados e municípios do Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

Reflexo direto dos muitos anos de concentração da riqueza em poucas regiões do País, a tentativa de atrair investimentos àqueles locais sempre relegados à posição de coadjuvante no espetáculo do desenvolvimento nacional se consolidou como uma das únicas alternativas para desconcentrar a atividade industrial do eixo Sul-Sudeste. Com exceção daquelas atividades desenvolvidas na Zona Franca de Manaus, das montadoras de carros nos estados da Bahia e Goiás e da montagem de produtos de informática também na Bahia, poucos locais receberam atenção de empresas interessadas em se situar em lugares com grande oferta de mão de obra qualificada e próximos às fontes de matéria-prima.

Para fazer frente aos concorrentes, muitos estados e municípios brasileiros passaram a investir fortemente em um fator que se torna cada vez mais decisivo na hora de escolher onde instalar uma empresa: diminuir os custos dos empreendedores por meio de benefícios e incentivos fiscais e tributários. Para a Associação Brasileira Pró-Desenvolvimento Regional Sustentável (Adial Brasil), esse é um processo normal e que deve ser regulamentado. Segundo o diretor-superintendente da entidade, Antonio Carlos Moro, a redução fiscal visando à instalação de empresas em locais com menos atrativos é uma prática comum no mundo todo. O problema é que, ao longo do tempo, cada estado brasileiro foi criando sua própria legislação. Todas as armas foram aceitas na tentativa de ganhar as batalhas.

“A essência do projeto de regulamentação, apresentado pela Adial e em trâmite no Congresso Nacional (Projeto de Lei Complementar 40/2014, apresentado no Senado), é dar a estados com PIB mais baixo a possibilidade de conceder mais incentivos e estabelecer o teto do desconto de do ICMS em 75%”, explica Moro.

Totalmente contrário à medida, o secretário da Fazenda gaúcha, Odir Tonollier, admite que, assim como todas as demais unidades federativas, o Rio Grande do Sul oferece concessões, mas mantém a opinião de que todos os acordos firmados são ilegais e inseguros, já que não receberam o aval do Conselho Nacional de Política Fazendaria (Confaz). “O resultado dessa renúncia fiscal generalizada é que o Brasil diminui sua arrecadação e essas práticas podem, agora, sofrer represálias do Supremo Tribunal Federal por meio da punição e aplicação de multa às empresas pela falta de pagamento dos impostos”, afirma.

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Já o representante da Adial Brasil duvida dessa possibilidade. Moro alega que comparar a realidade gaúcha com a de Goiás, por exemplo, é incoerente, já que as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste estão distantes dos grandes centros e não têm características populacionais e de recursos naturais iguais às de Sul e Sudeste, por isso, a importância de lançar mão de outro método de atração. “Não tenho dúvida que investir em formação de mão de obra e em preservação ambiental é importante. Mas hoje ainda é muito necessária a política de atração a essas regiões, até porque, com a ida de indústrias a esses lugares, se desenvolvem diversos outros setores”, defende Moro.

O coordenador da Comissão de Estudos de Organizações Contábeis do CRCRS, contador Adauto Miguel Fröhlich, tem uma visão menos maniqueísta do processo de incentivos fiscais. Para ele, os prejuízos gerados pela concessão de benefícios e incentivos são grandes, principalmente para a sociedade, mas a instalação de indústrias e outras empresas em locais sem o mínimo de desenvolvimento movimentam toda uma cadeia, até porque, via de regra, essas empresas se comprometem a realizar uma contrapartida de investimentos. “Muitas vezes, o estado abre mão da arrecadação direta estadual (de ICMS), mas, por outro lado, ganha com o aumento da arrecadação federal. Esse é um cálculo que se deveria fazer”, pontua Fröhlich.

Sefaz gaúcha defende a unificação do ICMS

Um dos pontos mais polêmicos do principal projeto apresentado para a regulamentação da concessão de benefícios e incentivos fiscais prevê que o valor da concessão de cada estado seja determinado de acordo com sua participação no PIB. De acordo com o texto, os estados das regiões Sudeste e Sul, com maior participação no PIB, estariam ameaçados com a redução do seu poder de atração para empresas. Já os estados com menor índice de desenvolvimento torcem pela aprovação do projeto.

Essa regra, somada a uma estratégia clara do governo federal de investir fortemente no Norte e Nordeste, organizou representantes do Sul e Sudeste em busca de um caminho encarado como o mais adequado para encerrar as disputas ficais entre os estados brasileiros: a redução e uniformidade da alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Especialistas e secretários da Fazenda de estados como Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo defendem reduzir a alíquota a 4% – hoje é de 12%.

“As alíquotas internas de ICMS são determinadas pelos estados, mas as interestaduais, para as operações de aquisição de mercadorias entre diferentes estados, quem define é o Senado Federal”, esclarece a assessora tributária da Federação do Comércio de Bens e Serviços (Fecomércio/RS), Tatiane Corrêa.

O secretário da Fazenda do Rio Grande do Sul, Odir Tonollier, levanta a bandeira da redução da alíquota e ressalta que os estados do Sul e Sudeste resistem porque são as maiores vítimas de uma política que vem prejudicando sua indústria. “Caso isso seja alcançado, até concordamos com a legalização, vamos assim dizer, dos benefícios concedidos às empresas à revelia do Confaz”, revela Tonollier.

Tatiane lembra que a guerra fiscal pode configurar uma forma de concorrência legal e justa para desenvolver a economia regional. “Entretanto, as práticas de concessão de benefícios vêm extrapolando a legalidade e transformando-se em práticas de concorrência predatória entre diferentes regiões.”

Competição entre municípios merece atenção

Usando como arma os tributos de sua responsabilidade, ISS e IPTU, as cidades entram na briga por atração industrial. Um caso recente provoca discussões em São Paulo, onde as cidades da região metropolitana passaram a calcular o ISS com base no valor dos serviços prestados, e não no número de sócios das empresas. Como a competência para cobrar e fiscalizar o pagamento do tributo é dos municípios, a diferença no cálculo do imposto torna-se um dos fatores a serem considerados pelas empresas quando forem se instalar em alguma localidade. Para o contador Adauto Fröhlich, isso acontece

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porque as cidades se dão conta que o ISS é algo rentável. “Sendo assim, corremos, sim, o risco disso começar a acontecer aqui no Estado também”, afirma.

A professora da Ufrgs e contadora Maria de Lurdes Furno da Silva analisa que a guerra entre os municípios foi atenuada pela Lei Complementar 116/03, que passou a considerar o

ISSQN devido ao município onde o serviço é prestado. “Antes da vigência dessa lei, as empresas simplesmente mudavam a sede de sua empresa para um município com previsão de alíquota inferior e continuavam a prestar o serviço nas cidades onde antes se localizavam”, recorda, sublinhando que isso aconteceu com empresas de informática na Região Metropolitana da Capital.

Professor da Faculdade de Ciências Contábeis da Pucrs, o contador e advogado Marcelo Pohlmann diz que a Constituição Federal impõe limites à concessão de benefícios e incentivos municipais. De acordo com o art. 88 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, não podem ser concedidos incentivos, isenções e benefícios fiscais que resultem, direta ou indiretamente, na redução da alíquota mínima, que é de 2% – exceto para serviços da construção civil.

Apesar da clareza do texto constitucional e afim de dar maior efetividade e afastar qualquer dúvida sobre a aplicabilidade do mesmo, está tramitando projeto de alteração da Lei Complementar 116/03 para fazer constar que o imposto não poderá ser objeto de concessão de isenções, incentivos e benefícios tributários, enfatiza Pohlmann.

Fonte: Jornal do Comércio

CCJ aprova cotas para negros em concursos públicos Publicado por Câmara dos Deputados e mais 2 usuários - 4 dias atrás

A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) aprovou hoje proposta que reserva aos negros, por um período de 10 anos, 20% do total de vagas oferecidas em concursos públicos da administração pública federal e das autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista controladas pela União. A medida está prevista no Projeto de Lei 6738/13, do Poder Executivo.

O parecer do relator na CCJ, deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ), foi pela aprovação da proposta, de três emendas apresentadas por deputados, e da emenda aprovada pela Comissão de Trabalho. Outras três emendas foram rejeitadas. A proposta segue para votação em Plenário.

Ampliação

Uma das emendas aprovadas, do deputado Luiz Alberto (PT-BA), estende a reserva de vagas para nomeação de negros aos cargos em comissão. A Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público havia aprovado sugestão no mesmo sentido.

Outra emenda aprovada, do deputado Domingos Dutra (SSD-MA), amplia o percentual de reserva de vagas para 30% e inclui os indígenas. A CCJ também considerou constitucional a emenda da deputada

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Janete Rocha Pietá (PT-SP) que sugeriu que o preenchimento dos cargos em comissão seja feito em percentuais paritários aos pretos, pardos e brancos.

Dívida histórica

Segundo o relator, os negros continuam com acesso reduzido às oportunidades de obter aprovação nos concursos públicos, em decorrência de uma dívida histórica.

Essa dívida remonta aos tempos da escravidão e sua posterior exclusão dos meios de educação formal, que levaram à condição de pobreza a maioria dos negros do País, ressaltou Picciani. Segundo IBGE, apesar de os negros representarem mais de 50% da população, eles ocupam hoje menos de 30% dos cargos na administração pública, completou o relator.

Tramitação

O PL 6738/13 tramita em regime de urgência constitucional e tranca a pauta do Plenário.

Agência Câmara de Notícias

Maioria das mulheres é contra cantada de rua, que pode virar até caso de polícia Maioria das mulheres é contra cantada de rua, que pode virar até caso de polícia Publicado por Nelci Gomes - 5 dias atrás

Publicado por Marcella Franco

Ô, lá em casa! Ei, gostosa! Se você é mulher, certamente já ouviu essas frases de estranhos alguma vez na vida. Talvez tenha, ainda, escutado coisas possivelmente mais invasivas, ou assobios e grunhidos. É algo que acontece com todas, invariavelmente. Mas há, no entanto, um ponto que diferencia uma mulher da outra nestas situações: a reação ao assédio.

Enquanto algumas não se importam e acham até lisonjeiro, outras entendem as cantadas como uma forma de violência e ofensa.

"Estas mulheres que gostam realmente existem, mas, de acordo com nossos levantamentos, são apenas 17% da população brasileira feminina", pontua a jornalista Juliana de Faria Kenski, uma das criadoras do coletivo feminista Think Olga, responsável pela campanha Chega de Fiu-Fiu, que se propõe a lutar contra o assédio sexual em espaços públicos.

Não existe um problema com quem gosta, cada uma sabe de si, mas a questão é quando o homem coloca todas as mulheres na mesma situação. Porque, para cada uma que curte a cantada, ele está humilhando

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outras cinco. Juliana conta que sempre se incomodou com este tipo de situação, especialmente depois de um episódio que viveu aos 11 anos de idade.

Eu voltava de uma padaria quando o motorista de um carro abriu a janela e gritou algo ofensivo. Foi muito surreal, eu nem sabia direito o que tinha sido aquilo, mas comecei a chorar. Uma senhora, então, me parou e disse para eu deixar de ser boba, porque elogio é bom. Por muito tempo, achei que tinha que aceitar, porque talvez fosse bom para mim.

A confusão de sentimentos é um ponto comum relatado entre as assediadas, bem como a dúvida sobre a responsabilidade daquela situação. Por serem alvos de cantadas desde muito cedo, as mulheres acabam se questionando se têm algum tipo de culpa pelo assédio, especialmente no que diz respeito à maneira como se vestem.

Afinal, uma peça de roupa poderia justificar e encorajar o comportamento de outra pessoa? Usar uma saia curta ou uma blusa decotada daria o direito aos homens de cantarem as mulheres na rua?

"De forma alguma", defende Carla Cristina Garcia, professora doutora em ciências sociais pela PUC de São Paulo.

A responsabilidade pelo assédio é da sociedade machista que cria essa condição para que as mulheres sejam agredidas. Devemos nos cobrir todas para não sofrermos violência? Cantadas são uma forma de abuso porque tratam a mulher como se seu corpo fosse público. Se as mulheres hoje reclamam e antes não reclamavam, é porque hoje sabem que é uma violência.

Na mesma proporção que crescem as queixas femininas, aumenta também a revolta de homens que, pelos mais variados motivos, consideram absurda a ideia de que mulheres possam se incomodar com cantadas na rua.

Em comentários masculinos na página do Think Olga, por exemplo, é possível ver opiniões que defendem, entre outras coisas, que mulheres que se vestem com roupas curtas "não se valorizam".

"Para os homens da sociedade ocidental, a mulher é um objeto. Sendo assim, como um objeto pode reclamar? Objeto não tem vontade", explica a professora Carla Cristina.

Em uma pesquisa realizada com 7.762 mulheres pelo coletivo feminista de Juliana Kenski, 90% das entrevistadas disseram já ter trocado de roupa por receio do assédio no lugar em que iriam. Outras 81% garantiram já ter deixado de fazer alguma coisa — sair a pé, passar em frente a uma obra etc — por medo de serem assediadas.

No entanto, o que poucas pessoas sabem — tanto homens quanto mulheres — é que aquelas que se sintam ofendidas por cantadas na rua podem até mesmo recorrer à Justiça. De acordo com o advogado criminalista Lélio Borges, mesmo se tratando de situações subjetivas, há casos em que é cabível punição, inclusive de detenção.

Se o ato é realizado em local público, mediante gestos obscenos, podemos estar diante do crime de ato obsceno, cuja punição é de três meses a um ano de detenção. Se da cantada derivam ofensas que firam a dignidade ou o decoro da vítima, estaríamos diante de um possível crime de injúria, com sanção de um a seis meses de detenção. E, ainda, uma investida que é feita em local público, de forma ofensiva ao pudor, pode configurar a prática de contravenção penal denominada importunação ofensiva ao pudor, que é apenada com multa.

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Juliana Kenski, uma das fundadoras do coletivo feminista Think Olga, que luta contra o assédio em espaços públicosMontagem/Arquivo Pessoal/thinkolga. Com

Fonte: http://www.geledes.org.br/areas-de-atuacao/questoes-de-genero/265-generos-em-noticias/23996-maioria-...

A crueldade contra os animais e a ineficácia do Poder Público A impunidade gerando crueldades Publicado por Adriano Martins Pinheiro Advocacia - 6 dias atrás

A Constituição Federal incumbiu o Poder Público de proteger os animais, inclusive, quanto à crueldade. Além disso, a Lei Maior utiliza a expressão “assegurar a efetividade desse direito”.

É curioso que a Constituição Federal impõe a incumbência ao Poder Público de proteger determinado direito e, ainda, enfatiza a necessidade de que este assegure sua efetividade. Mesmo com a ênfase, o Poder Público não tem cumprido a determinação.

Até o momento, é evidente, não há qualquer eficácia do Poder Público em proteger os animais, seja quanto às espécies em extinção, seja quanto ao tráfico de animais silvestres, seja quanto aos atos de crueldade ou maus-tratos.

Ao se falar de Poder Público e defesa dos direitos dos animais, tem-se, necessariamente, que se distinguir a atuação do Poder Judiciário, Poder Executivo e Poder Legislativo, a fim de identificar a razão da vergonhosa e gritante ineficácia.

Qual seria a parcela de culpa do Poder Judiciário quanto a este tema? Há certa dificuldade em atribuir responsabilidades ao Judiciário, quando não há leis que pretendam, de fato, punir os infratores.

Vejamos. A Lei de Crimes Ambientais (Lei nº. 9.605/98) prevê a pena de “detenção, de três meses a um ano, e multa” àquele que “praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos” (art. 32).

Em simples palavras, a pena de detenção de 3 (três) meses a 1 (um) ano e multa significa que o agressor não ficará preso, independente da gravidade de sua conduta ou extensão da crueldade. Em outras palavras, não há pena capaz de inibir o criminoso, por maior que seja sua atrocidade.

Em que pese seja óbvio aos que possuem conhecimentos jurídicos, não o é para uma grande parte da população que, por vezes, revolta-se contra a autoridade policial ou contra o Poder Judiciário, justamente, por desconhecer a verdadeira razão da impunidade.

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Leva-se o acusado à delegacia, abre-se o inquérito. Contudo, nem delegado, nem juiz possuem fundamento legal para mantê-lo recluso. Tem-se que soltá-lo.

Em razão disso, é necessário conscientizar à sociedade de que jamais haverá verdadeira proteção aos animais, enquanto não houver penas capazes de desestimular as práticas de crueldade.

Logo, há a necessidade de especial atenção à iminente reforma do Código Penal Brasileiro, para se verificar qual será, de fato, a pena imposta aos que insistem em praticar os abusos contra os animais.

Desse modo, evidencia-se a responsabilidade dos eleitores em cobrar de seus candidatos uma resposta efetiva, quanto ao tema, para que os projetos de lei deixem de rastejar e sejam aprovados. E, como dito, haja atenção quanto à iminente reforma do Código Penal, a fim de que a pena imposta aos infratores seja capaz de desestimular as crueldades.

Contudo, uma grande parcela da sociedade nunca, nem mesmo, visitou o site da Câmara dos Deputados ou do Senado, a fim de acompanhar um projeto de seu interesse. É impressionante, mas basta fazer uma pesquisa informal, para se confirmar esta afirmação.

Correto seria cada eleitor cobrar a atuação ou posicionamento de seu candidato quanto aos anseios da sociedade. Contudo, muitos eleitores não se lembram, nem mesmo, em quem votaram na última eleição.

Quando uma grande parte da sociedade ignora e desconhece as atividades do Poder Legislativo, permite-se a este que não atue com agilidade e seriedade, acomodando-se em uma zona de conforto e negligência.

Lado outro, deve-se lembrar que, embora a maioria das pessoas seja a favor do endurecimento das penas relativas aos direitos dos animais, há, contudo, aqueles que se sentem ameaçados.

Não se pode esquecer, por exemplo, que o tráfico de animais silvestres é um mercado que movimenta bilhões. Segundo aassociação ecologista internacional World Wide Fund for Nature (Fundo Mundial para a Natureza - WWF), este mercado “gera 15 bilhões de euros por ano. No Brasil a participação deste mercado chega na casa de 1 bilhão de euros” (Wikipédia).

Falando-se em bilhões, não há necessidade de se prolongar quanto à resistência que alguns projetos de lei sofrem. Vale dizer, a crueldade com animais é atividade lucrativa não só em relação ao tráfico de animais, mas, também, em relação a outras atividades como rodeios, vaquejadas, rinhas de galo, circos etc. Há um evidente conflito de interesses.

Em razão de tal conflito, cabe à sociedade cobrar do Poder Público que cumpra a Constituição Federal, assegurando a efetividade dos direitos dos animais. A uma, investindo nos órgãos de proteção, como centros de controle de zoonoses, polícia militar ambiental, IBAMA. A duas, fiscalizando a correta destinação e utilização do dinheiro público, a fim de se evitar desvios.

O Decreto 24.645/34, em seus artigos 1º e 2º também dispõe acerca da tutela dos animais, ao determinar que: “Todos os animais existentes no País são tutelados pelo Estado”; e “Os animais serão assistidos em juízo pelos representantes do Ministério Público, seus substitutos legais e pelos membros das Sociedades Protetoras dos Animais” (evitou-se o debate quanto à revogação deste Decreto).

Por fim, espera-se que a mobilização contra a crueldade com os animais seja capaz de conscientizar a sociedade e sensibilizar o Poder Legislativo, cobrando, também, do Poder Executivo investimento nos órgãos e departamentos responsáveis, bem como a fiscalização do dinheiro público empregado.

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"Chegará o dia em que todo homem conhecerá o íntimo dos animais. Nesse dia, um crime contra um animal será considerado um crime contra a própria humanidade." (Leonardo da Vinci).

O autor, Adriano Martins Pinheiro, é advogado, palestrante e escritor.

Marco Civil: o que muda para o internauta, na prática Projeto de Lei, aprovado terça-feira na Câmara dos Deputados, é bem visto por especialistas Publicado por Moema Fiuza - 3 dias atrás

Por Camila Funare

Depois de cinco meses de constantes debates rodeados de polêmicas, o Marco Civil, mais conhecido como “constituição da web”, foi aprovado terça-feira (25), pela Câmara dos Deputados, em votação simbólica. Mesmo com o texto original modificado, o Projeto de Lei nº 2.216/11 continua prevendo os direitos e deveres dos usuários e dos servidores de internet no mundo virtual. O texto segue agora para o Senado, e caso também seja aprovado lá, seguirá para sanção presidencial. Contudo, o que muda na vida do internauta, na prática? De acordo com especialistas, o principal benefício é a neutralidade da rede, ou seja, a liberdade de escolha e preservação da experiência que o usuário tem na navegação da internet.

De acordo com o texto aprovado, a neutralidade de rede assegura a não discriminação do tráfego de conteúdos. Para o pesquisador e gestor do Centro de Tecnologia e Sociedade da FGV, Luiz Fernando Moncau, se o Marco Civil for aprovado, as operadoras que dão acesso à internet não poderão discriminar o conteúdo de um serviço na rede. “A operadora de telefonia, por exemplo, que também fornece serviço de internet, não poderá impedir que uma pessoa use o skype, um concorrente mais barato e via online. Vale ressaltar que isso já aconteceu no passado com a Telemar. A operadora colocava no contrato que os consumidores não podiam usar serviços de voz diferentes dos oferecidos por ela. Quando alguém desejava fazer um serviço à distancia, ela direcionava o usuário para um serviço dela”, explicitou.

Segundo o advogado especializado em direito digital, Jayme Petra de Mello Neto, a neutralidade significa uma ausência de intervenção ou de limitação do conteúdo que se trafega na internet. “Pelo Marco Civil fica vetado que provedores de internet façam pacotes de velocidade em função das informações que trazem em si. Por exemplo, se eu fosse fazer a transmissão de um pacote de dados referentes à Petrobras e de um site pornográfico, pela ideia geral de absoluta neutralidade, o provedor receberia aquilo como um dado, não cabendo a ele discuti-lo, mas sim tratá-los da mesma forma”, disse.

A ampla liberdade de expressão também é um dos benefícios do Projeto de Lei. A partir do Marco Civil, fica determinado que a retirada de material com cenas de sexo ou nudez deve ocorrer a partir de apresentação da pessoa vítima de violação de intimidade e não pelo ofendido, o que poderia dar interpretação de que qualquer pessoa poderia pedir a retirada do material. Agora, a retirada deverá ser feita a partir de ordem judicial.

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Dentro deste âmbito, o texto aprovado também prevê que os provedores de conexão de internet estarão isentos da responsabilidade civil por danos decorrentes de conteúdos gerados por usuários, o que ocorre em redes sociais. O provedor, portanto, só será responsabilizado quando, após ordem judicial específica, a empresa não tomar as providências para retirar o conteúdo da rede.

Outra questão abordada no texto e vista como de extrema importância pelos especialistas, é a garantia do direito à privacidade dos usuários. Atualmente, as informações dos internautas são usadas livremente pelas empresas que vendem dados para setores de marketing ou vendas. Caso o projeto de lei do Marco Civil seja aprovado, os provedores não poderão mais fornecer à terceiros as informações de usuários, a não ser que haja consentimento do internauta. Além disso, registros constantes de sites de buscas, os e-mails, entre outros dados, só poderão ser armazenados por seis meses.

Contudo, para o especialista em direitos digitais, o excesso de garantias na segurança dos dados dos internautas, pode impedir medidas de segurança pública. “O artigo 3º do Marco Civil, no parágrafo 9º, prevê que é proibido monitorar e filtrar dados pessoais. Se levarmos tal artigo ao pé da letra, ficará difícil combater, no mundo online, apologias que possam colocar em risco a vida de cidadãos, como conteúdos com menções terroristas. Se por um lado esse artigo proíbe e coíbe alguns provedores de olharem nossos dados, por outro estaremos permitindo apologias de má índole”, criticou Jayme Neto.

Quando o assunto é segurança de dados no mundo virtual, a memória de todo brasileiro traz à tona o episódio em que o governo brasileiro, mais especificamente a presidente Dilma Rousseff, foi alvo de espionagem americana, segundo slides da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA), de 2012. Sobre tal preocupação, Neto garante que o Marco Civil não tem poder para inviabilizar uma espionagem fora do território nacional. “A própria ideia do artigo 9º seria para barrar uma eventual espionagem. O grande problema é que essa espionagem não acontece em âmbito de eficácia do Marco Civil. Nesse caso específico de espionagem no governo brasileiro, o Marco Civil não tem esse condão de barrar absolutamente nada”, explicou.

De acordo com Luiz Fernando Moncau, existe outro anteprojeto, que ainda não foi apresentado à Câmara, pois está sendo discutido a nível ministerial, especialmente dedicado a esse assunto. “Com a espionagem, alguns pontos de privacidade de dados pessoais foram incorporados no Marco Civil, como inviolabilidade das comunicações, salvo por ordem judicial e o impedimento de que as operadoras de conexão verifiquem o conteúdo das nossas comunicações. Essa questão de espionagem internacional mais ampla, que está sendo debatido em nível de diplomacia internacional. Haverá em abril, inclusive, um evento em São Paulo, onde governos do mundo inteiro irão se reunir para discutir como lidar com esse problema: quando um estado invade a privacidade de outro estado”, contou o especialista da FGV.

Moncau também retificou a justificativa de alguns deputados contrários ao Marco Civil, que afirmavam que a internet só havia avançado, até hoje, devido a sua liberdade. “Há 10 anos, existia uma percepção de que manter a internet livre significava mantê-lá livre de qualquer intervenção e restrição do estado. Mas, com o amadurecimento da tecnologia, o crescimento de alguns atores econômicos, empresas de internet e de comunicação, as pessoas que defendiam a internet com direitos livres começaram a sentir a necessidade de regulamentação para preservar os direitos dos usuários, que é a ponta mais fraca desse iceberg”, disse.

Fonte: http://www.jb.com.br/pais/noticias/2014/03/27/marco-civiloque-muda-paraointernauta-na-pratica/

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Entenda o que é o Marco Civil da Internet e quais mudanças trará para os usuários O projeto de Lei 2126/11 foi aprovado no último dia 25/03/2014 na Câmara dos Deputados e depende apenas de aprovação no Senado e sanção presidencial. Salvar • 127 comentários • Imprimir • Reportar

Publicado por Philipe Monteiro Cardoso - 3 dias atrás

Caro leitor (a), você sabe do que se trata o projeto de Lei 2126/11? Caso nunca tenha ouvido falar, talvez você o conheça como Marco Civil da Internet. Lembrou? Você sabe o que isso acarretará e mudará nas normas de utilização da internet pelos usuários? O artigo de hoje visa esclarecer estes pontos, já que o Marco Civil da internet “teve seu primeiro passo dado”, para que suas normas possam surtir efeito, já que a Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (25/03/2014), por votação simbólica o referido projeto de lei.

Primeiramente, temos que relembrar a história e analisar a proposta da PL (projeto de lei) verificando quais garantias esta veio resguardar.

A iniciativa surgida no final do ano de 2009, é uma espécie de constituição para quem utiliza a internet, ditando normas, sanções e inicialmente, colocando o governo como uma espécie de administrador da rede. O projeto ganhou bastante força após a descoberta das práticas de espionagem utilizadas pelo governo Norte Americano contra o Brasil e outros países.

A proposta está sendo alvo de divergências políticas e de opinião, o grande receio é que com a aprovação desta lei, seja criada a censura a liberdade que existe e sempre existiu na utilização da rede, dando controle em excesso ao governo e possibilitando atos discricionários de privação de liberdade por parte deste.

Nestes 5 anos que a lei vem sendo discutida, o texto sofreu diversas alterações, sendo aprovada na câmara de forma menos controladora por parte do Governo, e mantendo a liberdade do usuário.

Segundo o Deputado Federal Alessandro Molon (PT-RJ), relator do projeto, os principais princípios deste são: privacidade, vigilância na web, internet livre, dados pessoais, fim da propaganda dirigida, liberdade de expressão, conteúdo ilegal e armazenamento de dados.

Mas o que muda em relação ao projeto original?

I) Armazenamento de dados

A principal medida adotada pelo Governo Brasileiro no Marco Civil, era a de prevenir a espionagem internacional, razão pela qual o projeto determinava que empresas de internet deveriam criar data centers no Brasil para que pudessem operar, esta norma obrigava estas empresas a manter os dados dos brasileiros em servidores nacionais, dificultando uma possível espionagem, tal medida afetava diretamente empresas como Google e Facebook, além de criar a polêmica sobre o controle destes dados pelo Governo Brasileiro, gerando grande discussão política e dividindo milhares de opiniões.

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O projeto passou por alterações e na recente aprovação pela Câmara dos Deputados, deixou de existir esta exigência, permitindo que as empresas de internet continuem a armazenar os dados de Brasileiros em servidores estrangeiros.

II) Neutralidade

O objetivo de criar a neutralidade na rede visa impedir que provedores de internet possam ofertar serviços de conexões diferenciados, como a venda de um pacote que permite apenas o acesso a e-mails ou a rede sociais. Ou seja, limitando o uso geral de sua conexão. A neutralidade prevê que as empresas que fornecem o serviço de internet, sejam neutras em relação ao tráfego de dados, não podendo criar qualquer impedimento para que este usuário acesse qualquer conteúdo ou utilize qualquer serviço.

Neste ponto, a lei acertou em cheio, garantindo a liberdade de expressão e a utilização do serviço contrato da maneira que o usuário preferir, impedindo a prática comum de determinadas empresas que oferecem pacotes de assinatura de internet fazendo limitação no acesso para que o usuário usufrua somente do serviço A ou B..

III) Fim da propaganda dirigida

O texto do projeto de lei, proíbe a utilização da propaganda específica. Atualmente as empresas captam informações dos usuários quando ele faz pesquisas, marca que está frequentando determinado lugar, curte ou compartilha alguma informação, basicamente tudo que você faz na internet. Reparem que quando realizamos a busca por determinado produto, milhares de campanhas similares começam a aparecer? Isso se deve a estratégia de marketing adotada por estas empresas que comercializam os dados dos usuários por preços exorbitantes, tudo isto para oferecer a “campanha certa para o cliente certo”.

Esta decisão novamente atinge de forma direta tanto a Google como o Facebook, que possuem bases de dados com este tipo de informações dos usuários. A partir de agora estas empresas poderão apenas guardar os dados pelo período de seis meses, desde que este armazenamento esteja especificado no contrato aceito pelo usuário no momento da contratação do serviço.

Reitera-se aqui que o serviço não precisa ser pago, como no caso do Facebook que é gratuito.

IV) Da Requisição de Registros

De acordo com o artigo 17 e incisos, o projeto prevê que os dados referentes aos registros de conexões e acesso de informações, somente poderão ser requisitados e exibidos mediante ordem judicial fundamentada.

Estas informações poderão ser requeridas para a formação de provas em ações civis ou penais, desde que se prove os indícios da ocorrência do ilícito, justificativa motivada da utilidade dos registros e o período do qual se referem.

Resumindo: Quais os direitos do consumidor com a aprovação da Lei?

Inviolabilidade e sigilo de suas comunicações. Só ordens judiciais para fins de investigação criminal podem mudar isso;

Não suspensão de sua conexão, exceto em casos de não pagamento; Manutenção da qualidade contratada da sua conexão; Informações claras nos contratos de prestação de serviços de operadoras de internet, o que inclui

detalhes sobre proteção de dados pessoais;

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Não fornecimento a terceiros sobre registros de conexão à internet.

O Marco Civil estabelece que a guarda de registros seja feita de forma anônima. Ou seja, os provedores poderão guardar o IP, nunca informações sobre o usuário.

Quem responde pelo conteúdo veiculado na rede?

Os usuários respondem pelo conteúdo que publicam.

Os provedores de acesso (responsáveis por oferecer o serviço de conexão à internet aos usuários) não podem ser responsabilizados por danos decorrentes de conteúdo gerado por usuários.

Já os provedores de conteúdo – no caso, quem administra os sites da internet – só serão responsabilizados caso não acatem no prazo correto decisões jurídicas específicas de retirar do ar conteúdos gerados pelos usuários.

Apoio do criador

Recentemente foi divulgado em nota, o apoio de Tim Berners Lee conhecido como o “pai da internet”, ao projeto de lei brasileiro, onde ele afirma que o país deu um grande passo ao elaborar estas novas regras, tendo inclusive assumido o papel de liderança mundial nesta questão. Ele cita ainda países como a Austrália e Holanda que possuem leis similares ao Marco Civil Brasileiro e que possuem uma relação avançada entre usuário e internet.

O que falta para o projeto ser sancionado?

O projeto agora segue para o Senado e, em seguida, para a sanção presidencial, havendo aprovação no senado e aprovação presidencial, a Lei entrará em vigor sessenta dias após a data de sua publicação.

E o que você acha?

E você caro leitor? Qual sua opinião acerca do Projeto de Lei 2126/11? Seria está uma maneira do Governo controlar as informações do usuário ou apenas uma norma que visa tão somente garantir os direitos dos usuários?

Referências:

www.jb.com.br/pais/noticias/2014/03/25/câmara-aprova-marco-civil-da-internet/

http://terramagazine.terra.com.br/blogterramagazine/blog/2014/03/24/criador-da-web-voltaaapoiar-aprovacao-do-marco-civil-da-internet-no-brasil/

http://oglobo.globo.com/tecnologia/pai-da-web-apoia-marco-civil-da-internet-brasileira-8413946

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/03/140219_marco_civil_internet_mm.shtml

http://tecnologia.uol.com.br/noticias/redacao/2014/03/26/saiba-comoomarco-civil-da-internet-pode-afetarasua-vida.htm

https://www.epochtimes.com.br/perigos-marco-civil-internet-neutralidade-rede/#.UzQqBYWTLts

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TRF-2 condena site que oferece serviços jurídicos por R$ 150 Publicado por Consultor Jurídico e mais 2 usuários - 2 dias atrás

Disponibilizar na internet publicidade para atrair interessados em atuar nas causas judiciais comuns ao trabalho do advogado configura mercantilização da advocacia e atinge a moralidade e dignidade da profissão. Com base nesse entendimento, a 6ª Turma Especializada do Tribunal Regional Federal da 2ª Região reformou, por unanimidade, a sentença que permitia à empresa Youlaw oferecer serviços advocatícios como se fossem produtos de uma relação típica de consumo. Pela decisão, o grupo fica proibido de oferecer, divulgar e anunciar seu pacote jurídico com diversos serviços pelo valor de R$ 150.

Ao prover a Apelação interposta pela Ordem dos Advogados do Brasil do Rio de Janeiro, a relatora do acórdão, juíza federal convocada Carmem Silvia Lima de Arruda, determinou multa de R$ 20 mil para cada descumprimento.

Em 2012, a seccional fluminense ajuizou ação de obrigação de não fazer contra a Youlaw. Na ocasião, a 17ª Vara Federal da Seção Judiciária do Rio julgou improcedente o pedido, usando como fundamento o princípio do acesso à Justiça. De acordo com a sentença, restringir a permissão ao serviço oferecido pela empresa colocaria em risco o acesso dos jurisdicionados ao Poder Judiciário.

Para a relatora do caso no TRF-2, ao contrário do que afirma a sentença, a acessibilidade à Justiça não pode prescindir de profissional devidamente habilitado para a postulação de direitos. As únicas exceções, segundo ela, ficam por conta das causa de menor complexidade e de baixo valor econômico, como nas ações de competência dos Juizados Especiais.

Entre os serviços oferecidos pelo grupo está a criação de ação judicial por profissionais do Direito e orientação e esclarecimentos jurídicos via e-mail. No site, o pacote remunerado é apresentado como uma ajuda para que o cliente possa promover a ação judicial. Nosso intuito é fazer com que você veja de perto a habilidade de escrever desses profissionais, inspirando-se e criando coragem para se defender sozinho no futuro, diz.

De acordo com a juíza federal, os serviços remunerados oferecidos pela empresa são típicos serviços advocatícios que configuram irregular captação de clientela. Tal conduta revela-se absolutamente infratora não só dos dispositivos legais mencionados (Estatuto da Advocacia e Código de Ética da OAB), mas atinge igualmente a moralidade e dignidade da profissão de advogado já que configura verdadeira mercantilização da advocacia, o que é vedado pelo Provimento 94/2004 do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil.

Segundo o presidente da OAB-RJ, Felipe Santa Cruz, a mercantilização da classe não atinge apenas os colegas. "Todos os cidadãos ficam vulneráveis. Assim como lutamos pela qualidade do ensino jurídico, não podemos permitir que a advocacia seja tratada como um mero produto de consumo", afirmou.

Clique aquipara ler a decisão.

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Correção defasada

Manter tabela do Imposto de Renda afeta milhões de brasileirosPor Marcus Vinicius Furtado Coêlho

Artigo originalmente publicado na edição de 27 de março do jornal Correio do Povo, de Porto Alegre.

Exercendo a sua missão legal de ser a voz constitucional da sociedade brasileira, o Conselho Federal da OAB ingressou com uma ação direta de inconstitucionalidade para que o cidadão brasileiro pague menos Imposto de Renda. Dessa forma, pedimos a correção no mesmo percentual da inflação da tabela de isentos e das faixas tributadas.

Desde 1996, a tabela do Imposto de Renda Pessoa Física vem sendo corrigida de forma inferior em relação à inflação do período. De acordo com a evolução do IPCA — índice oficial do governo federal, medido pelo IBGE —, de janeiro de 1996 até dezembro de 2013, já descontadas todas as correções da tabela do imposto, ainda resta uma perda de 62% do poder aquisitivo da moeda brasileira. Tal informação é corroborada por nota técnica do Dieese.

A intenção da ordem jurídica, quando definiu o valor para não incidência do IR no ano de 1996 (faixa de imunidade de R$ 900), era a de proteger os assalariados que recebiam até oito salários mínimos por mês (R$ 896), enquanto nos dias atuais (faixa de imunidade de R$ 1.710,78) basta receber três salários mínimos por mês (R$ 2.034) para que haja tributação pelo IR.

A não correção da tabela de incidência do IRPF, de acordo com a inflação, fez com que milhões de brasileiros passassem a pagar impostos injustamente. O cidadão brasileiro trabalha cinco meses por ano apenas para fazer face à carga tributária do país.

A postura da União em não corrigir a tabela de IR viola abertamente a 'Constituição, a ordem jurídica do Estado Democrático de Direito, os direitos humanos e a justiça social', cuja defesa incumbe à OAB. A carga tributária não pode ser aumentada ferindo os princípios da Constituição federal.

Marcus Vinicius Furtado Coêlho é presidente do Conselho Federal da OAB.

Revista Consultor Jurídico, 27 de março de 2014

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Conduta negligente

Loja é condenada por apresentar cheque antes da dataUma loja de carros foi condenada a pagar indenização moral de R$ 7 mil para um engenheiro civil que teve cheque descontado antes da data prevista. A decisão é da 3ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Ceará que considerou que a loja agiu com negligência. O colegiado aplicou a Súmula 370 do Superior Tribunal de Justiça, que dispõe sobre a caracterização do dano moral, quando ocorre apresentação antecipada do chamado cheque pré-datado.

Segundo os autos, no dia 11 de fevereiro de 2003, o engenheiro comprou automóvel e deu como entrada R$ 22 mil. O restante do valor (R$ 9 mil) pagou com cheque datado para o dia 14 de março daquele ano. A ordem de pagamento, no entanto, foi depositada no dia 17 de fevereiro e devolvida por insuficiência de fundos.

Informado pelo banco, o cliente foi à concessionária e substituiu o cheque por outro. Devido ao constrangimento sofrido, ele ajuizou ação na Justiça requerendo indenização por danos morais. Na contestação, a loja afirmou que o fato não causou qualquer dano ao engenheiro e requereu a improcedência do pedido de reparação.

Em março de 2013, o juiz Antônio Teixeira de Souza, auxiliando a 30ª Vara Cível de Fortaleza, condenou a empresa a pagar indenização de R$ 18 mil — o dobro do valor do cheque — pelos danos morais causados. Buscando reformar a sentença, a concessionária interpôs apelação no TJ-CE, reiterando as alegações da contestação.

Ao julgar o caso, a 3ª Câmara Cível manteve a aplicação da Súmula 370 do STJ. Entretanto, seguindo o voto do relator, desembargador Antônio Abelardo Benevides Moraes, o colegiado reduziu a indenização para R$ 7 mil em obediência ao princípio da razoabilidade e considerando que não houve negativação de crédito. Com informações da Assessoria de Imprensa do TJ-CE.

0728934-82.2000.8.06.0001

Revista Consultor Jurídico, 25 de março de 2014

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Fecomercio entrega propostas para o Simples ao CongressoPublicado em 25 de março de 2014 por Gabriel Peixoto

A FecomercioSP propôs, entre outras medidas, dispensa da substituição tributária para empresas optantes pelo Simples Nacional

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) entregou, na última sexta-feira, a líderes de partidos da Câmara dos Deputados um conjunto de propostas de alteração da Lei Complementar 123/2006, que dispõe sobre o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, em discussão no Projeto de Lei Complementar nº 221/2012.

A FecomercioSP propôs, entre outras medidas, dispensa da substituição tributária para empresas optantes pelo Simples Nacional, além de universalização e tratamento diferenciado para empresas do sistema no eSocial.

A implantação do sistema de substituição tributária por vários estados, entre eles o de São Paulo – que em 2008 adotou o regime para vários produtos em seu território, criando maior tributação do ICMS para as empresas optantes pelo Simples Nacional -, enfraqueceu a Lei Complementar 123/06, neutralizando, assim, os benefícios trazidos pelo sistema simplificado das micro e pequenas empresas. A fim de restabelecer a pretensão legal, a Federação propõe que todas as micro e pequenas empresas enquadradas no Simples Nacional sejam excluídas do Regime de Substituição Tributária.

A Entidade defende a universalização do Simples Nacional para qualquer tipo de empresa. Atualmente, a classificação para a inclusão no sistema não ocorre pelo porte da companhia, mas pela atividade econômica. Dessa forma, profissionais liberais como médicos, jornalistas e advogados passariam a integrá-lo.

A Federação apoia, ainda, uma versão simplificada do eSocial adequada à realidade das microempresas, garantindo, assim, tratamento diferenciado, conforme previsto no artigo 179 da Constituição Federal. O eSocial deve ser adotado em outubro de 2014 e vai exigir investimento em tecnologia, alto custo para o desenvolvimento de sistemas e revisão constante dos processos internos, além do aumento do número de informações que deverão ser enviadas em tempo real – o que pode aumentar a possibilidade de erros.

As pequenas representam cerca de 95% do total de empresas no Brasil e são responsáveis por 60% do emprego e por 30% da geração do PIB no País.

A entidade se pronunciou também sobre o adiamento do prazo para implementação do eSocial, decisão que classificou como positiva.

Na avaliação da FecomercioSP, a decisão da Receita Federal de prorrogar novamente as datas para o início da obrigatoriedade reconhece o impacto da decisão no comércio brasileiro. “As micro e pequenas empresas, por falta de pessoal e de estrutura tecnológica adequada, terão obstáculos para se adaptarem às novas exigências. Isso devido à complexidade do sistema, à grande quantidade de dados exigidos e à obrigatoriedade de imediata inclusão de informações rotineiras ao dia a dia”, diz a entidade em nota.

A FecomercioSP destaca que a indisponibilidade, por mais de um mês, do aplicativo de qualificação no portal do eSocial, evidencia as dificuldades do governo com relação ao assunto.

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Fonte: DCI – SPVia: Portal Contábeis

Direito de Defesa

Lei de Lavagem dá nova dimensão ao crime tributárioPor Heloisa Estellita e Pierpaolo Cruz Bottini

Recentes alterações legislativas e decisões judiciais colocaram os crimes tributários em um novo contexto Este fenômeno — que ainda não pode ser compreendido em todo seu impacto prático, e mesmo teórico — merece atenção dado que a política criminal em face destes delitos foi alterada, não tanto por mudanças em seus contornos, mas por transformações nos crimes que os podem acompanhar.

Os crimes tributáros — nome que costuma identificar as figuras descritas nos artigos 1o e 2o da Lei 8.137/90 e artigos 168-A, 334 (caput, segunda parte) e 337-A do Código Penal — têm a peculiaridade da possibilidade de extinção de punibilidade[1] sempre que pago o valor lançado, a qualquer tempo, mesmo que após o trânsito em julgado da decisão condenatória[2]. Assim, pago o débito, inviável a punição ou a execução da pena.

Essa largo espectro da extinção de punibilidade coloca os crimes tributários em uma situação diferente da dos demais crimes antecedentes da lavagem de capitais quanto à punibilidade do crime antecedente, uma vez que, no seu caso específico, é possível aguardar o andamento do processo penal para decidir pela melhor oportunidade estratégica para pagar o débito.

Esse contexto foi alterado, porém. Em primeiro lugar, pela nova redação da Lei de Lavagem de Dinheiro, aprovada em 2012, que incluiu todas as infrações penais como antecedentes do delito de lavagem de dinheiro. Se, antes, a ocultação ou dissimulação de bens provenientes de apenas alguns crimes era considerada como relevante, agora o escamoteamento do produto de qualquer delito (ou contravenção penal) pode caracterizar a lavagem. Isso vale para os crimes tributários.

Com isso, todos os bens originados ou economizados em virtude da prática de crimes tributários podem ser considerados objeto de lavagem de dinheiro, se ocultados ou mascarados. Mas o objeto material sobre o qual recai a lavagem de dinheiro será apenas aquela parcela sonegada, nunca a totalidade do valor (base de cálculo) que gera a obrigação fiscal[3].

A questão relevante aqui é a extensão da extinção da punibilidade dos crimes tributários quando seu produto for ocultado com a finalidade de reinserção posterior na economia com aparência lícita. Ainda que o debate seja apenas inicial, é possível indicar que, nestes casos, a extinção da punibilidade afeta apenas o delito tributário, deixando intacto o crime de lavagem de dinheiro, uma vez que este tem autonomia e, segundo o artigo 2o, parágrafo 1o, da Lei 9.613/98, a extinção da punibilidade do crime antecedente não afeta a do crime de lavagem.

Desta feita, é possível que o pagamento do débito fiscal afaste apenas a punição pelo delito tributário, sem qualquer efeito no delito de lavagem de dinheiro. Evidentemente, isso apenas acontecerá nos casos em que reconhecida — ou investigada — uma conduta típica de lavagem do produto do crime tributário.

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Uma vez que o objeto material do crime de lavagem é o produto econômico do crime antecedente e que o crime tributário somente se considera consumado — concorde-se ou não com tal assertiva — e, portanto, “sonegado” um certo montante, quando do lançamento definitivo do tributo (Súmula Vinculante 24 do STF). Incabível, antes disso, a instauração de inquérito policial, a promoção de medidas cautelares, ou de ação penal para apuração de lavagem de dinheiro enquanto não for definitivo o lançamento, salvo se houver indicativo de outra infração antecedente. Importa também destacar que, se considerarmos o valor previsto no artigo 20 da Lei 10.522/2002 como parâmetro de insignificância nos crimes tributários, a sonegação até essa quantia será atípica e a parcela sonegada não será objeto de lavagem de dinheiro, mesmo que constatada a ocultação posterior.

No entanto, caracterizado o fato típico (consumado, portanto) do crime tributário, seguido por algum ato de ocultação ou dissimulação indicado no artigo 1o da Lei 9.613/98, o pagamento do débito decorrente de conduta inicial tem impacto reduzido, uma vez que não afasta completamente a persecução penal, mas apenas aquela parte referente ao crime tributário, podendo, eventualmente, implicar em causa de redução da pena do crime de lavagem, a depender do que se entenda seja o bem jurídico protegido para fins do artigo 16 do Código Penal.

Por outro lado, recente decisão do STF revelou de forma ainda mais clara o limitado papel da extinção da punibilidade pelo pagamento na seara dos crimes conexos aos delitos em questão. Trata-se do HC 90. 757 onde o relator, o ministro Celso de Mello, em decisão monocrática, reconheceu que o pagamento afeta a punibilidade do crime tributário, mas não a do eventual delito de bando ou quadrilha, a ele relacionado.

Vale destacar, por oportuno, que diferentemente de outros importantes precedentes da mesma corte que confirmaram a impossibilidade de imputação automática do crime do artigo 288 na pura criminalidade de empresa[4] [5] , nesse caso não se tratava de mera imputação de crime de quadrilha em criminalidade de empresa, mas, sim, de grupo formado por dirigentes de empresas e agentes a ela externos — inclusive funcionários públicos — para a prática reiterada de crimes tributários.

Desta forma, se, no caso concreto, ao lado do crime tributário for constatada a prática do delito previsto no artigo 288 do Código Penal, este manterá intacta sua materialidade mesmo que o primeiro tenha sua punibilidade extinta, uma vez que são autônomos e subsistem independente da integridade das condições de punibilidade do outro.

Não deixa de ser paradoxal que o mesmo legislador que, desde a década de 60, tem mantido uma política puramente arrecadatória quanto à punibilidade do crime tributário — como curtos e esporádicos espaços temporais nos quais o pagamento nenhum efeito teve sobre a punibilidade —, agora sinalize com a total irrelevância do pagamento ou do parcelamento quanto a eventual crime ulterior de lavagem, o que não deixa de causar incômodo naqueles casos em que a imputação se dirige novamente contra o autor do crime tributário.

Enfim, a nova redação da Lei de Lavagem de Dinheiro, e o reconhecimento dos limites da extinção de punibilidade aos crimes conexos ou relacionados, dá uma nova dimensão ao delito tributário. A limitação dos efeitos do pagamento a apenas estes últimos, deixando intocada a materialidade da lavagem de dinheiro, implica dizer que não é mais somente a “razão fiscal” que está a reger a reação punitiva à prática de crimes tributários.

[1] Quanto ao crime de descaminho, v. recente acórdão do STJ nos autos do RE 1.376.031, DJe 17/02/2014, indicando possível mudança de entendimento naquela e. Corte, da qual, com o devido respeito, discordamos.

[2] V. STJ, RE 1.234.696, DJe 03/02/2014.

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[3] . Sobre a admissibilidade da quota tributária como bem, ver Blanco Cordero, El delito de blanqueo, Cap.IV, 6.5.2.2.1. Importa destacar que há estudos apontando a impropriedade de considerar o valor economizado como produto da lavagem nos crimes fiscais. Nesse sentido, SALOMÃO NETO, Eduardo, in Boletim Levy & Salomão Advogados, http://www.levysalomao.com.br/publicacoes/Boletim/sonegacao-fiscal-e-lavagem-de-dinheiro-um-casal-disfuncional, acessada em 8 de agosto de 2013.

[4] Vide, por todos, STF, HC 92.499, DJe 18/04/2012.

[5] Cf. ESTELLITA, Heloisa. Criminalidade de empresa, quadrilha e organização criminosa. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2009; e, nesta publicação online, artigo subscrito por ESTELLITA e GRECO: http://www.conjur.com.br/2013-set-14/definicao-organizacao-criminosa-progresso-legislacao.

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Heloisa Estellita é advogada, doutora em Direito Penal pela USP e professora da Direito GV.

Pierpaolo Cruz Bottini é advogado e professor de Direito Penal na USP. Foi membro do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária e secretário de Reforma do Judiciário, ambos do Ministério da Justiça.

Revista Consultor Jurídico, 25 de março de 2014

10 razões para não ter saudades da ditadura Publicado por Nelci Gomes - 1 semana atrás

1. Tortura e ausência de direitos humanos

As torturas e assassinatos foram a marca mais violenta do período da ditadura. Pensar em direitos humanos era apenas um sonho. Havia até um manual de como os militares deveriam torturar para extrair confissões, com práticas como choques, afogamentos e sufocamentos.

Os direitos humanos não prosperavam, já que tudo ocorria nos porões das unidades do Exército.

"As restrições às liberdades e à participação política reduziram a capacidade cidadã de atuar na esfera pública e empobreceram a circulação de ideias no país", diz o diretor-executivo da Anistia Internacional Brasil, Atila Roque.

Sem os direitos humanos, as torturas contra os opositores ao regime prosperaram. Até hoje a Comissão Nacional de Verdade busca dados e números exatos de vítimas do regime.

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"Os agentes da ditadura perpetraram crimes contra a humanidade -tortura, estupro, assassinato, desaparecimento- que vitimaram opositores do regime e implantaram um clima de terror que marcou profundamente a geração que viveu o período mais duro do regime militar", afirma.

Para Roque, o Brasil ainda convive com um legado de "violência e impunidade" deixado pela militarização. "Isso persiste em algumas esferas do Estado, muito especialmente nos campos da justiça e da segurança pública, onde tortura e execuções ainda fazem parte dos problemas graves que enfrentamos", complementa.

2. Censura e ataque à imprensa

Uma das marcas mais conhecidas da ditadura foi a censura. Ela atingiu a produção artística e controlou com pulso firme a imprensa.

Os militares criaram o "Conselho Superior de Censura", que fiscalizava e enviava ao Tribunal da Censura os jornalistas e meios de comunicação que burlassem as regras. Os que não seguissem as regras e ousassem fazer críticas ao país, sofriam retaliação -cunhou-se até o slogan "Brasil, ame-o ou deixe-o."

Não são raras histórias de jornalistas que viveram problemas no período. "Numa visita do presidente (Ernesto) Geisel a Alagoas, achamos de colocar as manchetes no jornalismo da TV: 'Geisel chega a Maceió; Ratos invadem a Pajuçara'. Telefonaram da polícia para o Pedro Collor [então diretor do grupo] e ele nos chamou na sala dele e tivemos que engolir o afastamento do jornalista Joaquim Alves, que havia feito a matéria dos ratos", conta o jornalista Iremar Marinho, citando que as redações eram visitadas quase que diariamente por policiais federais.

Para cercear o direito dos jornalistas, foi criada, em 1967, a Lei de Imprensa. Ela previa multas pesadas e até fechamento de veículos e prisão para os profissionais. A lei só foi revogada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em 2009.

Muitos jornalistas sofreram processos com base na lei mesmo após a redemocratização. "Fui processado em 1999 porque publiquei declaração de Fulano contra Beltrano. A Lei de Imprensa da Ditadura permitia isso: punir o mensageiro, que é o jornalista", conta o jornalista e blogueiro do UOL, Mário Magalhães.

3. Amazônia e índios sob risco

No governo militar, teve início um processo amplo de devastação da Amazônia. O general Castelo Branco disse, certa vez, que era preciso "integrar para não entregar" a Amazônia. A partir dali, começou o desmatamento e muitos dos que se opuseram morreram.

"Ribeirinhos, índios e quilombolas foram duramente reprimidos tanto ou mais que os moradores das grandes cidades", diz a jornalista paraense e pesquisadora do tema, Helena Palmquist.

A ideia dos militares era que Amazônia era "terra sem homens", e deveria ser ocupada por "homens sem terra do Nordeste." Obras como as usinas hidrelétricas de Tucuruí e Balbina também não tiveram impactos ambientais ou sociais previamente analisados, nem houve compensação aos moradores que deixaram as áreas alagadas. Até hoje, milhares que saíram para dar lugar às usinas não foram indenizados.

A luta pela terra foi sangrenta. "Os Panarás, conhecidos como índios gigantes, perderam dois terços de sua população com a construção da BR-163 -que liga Cuiabá a Santarém (PA). Dois mil Waimiri-Atroaris, do Amazonas, foram assassinados e desaparecidos pelo regime militar para as obras da BR-174. Nove aldeias

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desse povo desapareceram e há relatos de que pelo menos uma foi bombardeada com gás letal por homens do Exército", afirma.

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4. Baixa representação política e sindical

Um dos primeiros direitos outorgados aos militares na ditadura foi a possibilidade do governo suspender os direitos políticos do cidadão. Em outubro de 1965, o Ato Institucional número 2 acabou com o multipartidarismo e autorizou a existência de apenas dois: a Arena, dos governistas, e o MDB, da oposição.

O problema é que existiam diversas siglas, que tiveram de ser aglutinadas em um único bloco, o que fragilizou a oposição. "Foi uma camisa-de-força que inibiu, proibiu e dificultou a expressão político-partidária. A oposição ficou muito mal acomodada, e as forças tiveram que conviver com grandes contradições", diz o cientista político da Universidade Federal de Pernambuco, Michael Zaidan.

As representações sindicais também foram duramente atingidas por serem controladas com pulso forte pelo Ministério do Trabalho. Isso gerou um enfraquecimento dos sindicatos, especialmente na primeira metade do período de repressão.

"Existiam as leis trabalhistas, mas para que elas sejam cumpridas, com os reajustes, é absolutamente necessário que os sindicatos judicializem, intervenham para que os patrões respeitem. Essas liberdades foram reprimidas à época. Os sindicatos eram compostos mais por agentes do governo que trabalhadores", lembra Zaidan.

5. Saúde pública fragilizada

Se a saúde pública hoje está longe do ideal, ela ainda era mais restrita no regime militar. O Inamps (Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social) era responsável pelo atendimento, com seus hospitais, mas era exclusivo aos trabalhadores formais.

"A imensa maioria da população não tinha acesso", conta o cardiologista e sindicalista Mário Fernando Lins, que atuou na época da ditadura. Surgiu então a prestação de serviço pago, com hospitais e clínicas privadas.

"Somente após 1988 é que foi adotado o SUS (Sistema Único de Saúde), que hoje atende a uma parcela de 80% da população", diz Lins.

Em 1976, quase 98% das internações eram feitas em hospitais privados. Além disso, o modelo hospitalar adotado fez com a que a assistência primária fosse relegada a um segundo plano. Não existiam planos de saúde, e o saneamento básico chegava a poucas localidades. "As doenças infectocontagiosas, como tuberculose, eram fonte de constante preocupação dos médicos", afirma Lins.

Segundo estudo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), "entre 1965/1970 reduz-se significativamente a velocidade da queda [da mortalidade infantil], refletindo, por certo, a crise social econômica vivenciada pelo país".

6. Linha dura na educação

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A educação brasileira passou por mudanças intensas na ditadura. "O grande problema foi o controle sobre informações e ideologia, com o engessamento do currículo e da pressão sobre o cotidiano da sala de aula", sintetiza o historiador e professor da Universidade Federal de Alagoas, Luiz Sávio Almeida.

As disciplinas de filosofia e sociologia foram substituídas pela de OSPB (Organização Social e Política Brasileira, caracterizada pela transmissão da ideologia do regime autoritário, exaltando o nacionalismo e o civismo dos alunos e, segundo especialistas, privilegiando o ensino de informações factuais em detrimento da reflexão e da análise) e Educação, Moral e Cívica. Ao mesmo tempo, com o baixo índice de investimento na escola pública, as unidades privadas prosperaram.

Na área de alfabetização, a grande aposta era o Mobral (Movimento Brasileiro para Alfabetização), uma resposta do regime militar ao método elaborado pelo educador Paulo Freire, que ajudou a erradicar o analfabetismo no mundo na mesma época em que foi considerado "subversivo" pelo governo e exilado. Segundo o estudo "Mapa do Analfabetismo no Brasil", do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), do Ministério da Educação, o Mobral foi um "retumbante fracasso."

Os problemas também chegaram às universidades, com o afastamento delas dos centros urbanos e a introdução do sistema de crédito. "A intenção do regime era evitar aglomeração perto do centro, enquanto o sistema de crédito foi criado para dispersar os alunos e não criar grupos", diz o historiador e vice-reitor do Fejal (Fundação Educacional Jayme de Altavila), Douglas Apratto.

7. Corrupção e falta de transparência

No período da ditadura, era praticamente impossível imaginar a sociedade civil organizada atuando para controlar gastos ou denunciando corrupção. Não havia conselhos fiscalizatórios e, com a dissolução do Congresso Nacional, as contas públicas não eram analisadas, nem havia publicidade dos gastos públicos, como é hoje obrigatório.

"O maior antídoto da corrupção é a transparência. Durante a ditadura, tivemos o oposto disso. Os desvios foram muitos, mas acobertados pela força das baionetas", afirma o juiz e um dos autores da Lei da Ficha Limpa, Márlon Reis.

Reis afirma que, ao contrário dos anos de chumbo, hoje existem órgãos fiscalizatórios, imprensa e oposição livres e maior publicidade dos casos. "Estamos muito melhor agora, pois podemos reagir", diz.

Outro ponto sempre questionado no período de ditadura foram os recursos investidos em obras de grande porte, cujos gastos eram mantidos em sigilo.

"Obras faraônicas como Itaipu, Transamazônica e Ferrovia do Aço, por exemplo, foram realizadas sem qualquer possibilidade de controle. Nunca saberemos o montante desviado" , disse Reis. "Durante a ditadura, a corrupção não foi uma política de governo, mas de Estado, uma vez que seu principal escopo foi a defesa de interesses econômicos de grupos particulares."

8. Nordeste mais pobre e migração

A consolidação do Nordeste como região mais pobre do país teve grande participação do governo do militares. "Nenhuma região mudou tanto a economia como o Nordeste", diz o doutor em economia regional Cícero Péricles Carvalho, professor da Universidade Federal de Alagoas.

Com as políticas adotadas, a região teve um crescimento da pobreza. "Terminada a ditadura, o Nordeste mantinha os piores indicadores nacionais de índices de esperança de vida ao nascer, mortalidade infantil e

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alfabetização. Entre 1970 e 1990, o número de pobres no Nordeste aumentou de 19,4 milhões para 23,7 milhões, e sua participação no total de pobres do país subiu de 43% para 53%", afirma Péricles

O crescimento urbano registrado teve como efeito colateral a migração desregulada. "O modelo urbano-industrial reduziu as atividades agropecuárias, que eram determinantes na riqueza regional, com 41% do PIB, para apenas 14% do total em 1990", diz Péricles.

Enquanto o campo era relegado, as atividades urbanas saltaram, na área industrial, de 12% para 28% e, na área do comércio e serviços, de 47% para 58%.

"A migração gerou mais pobreza nas cidades, sem diminuir a miséria no campo. A população do campo reduziu-se a um terço entre 1960 e 1990", acrescenta Péricles.

9. Desigualdade: bolo cresceu, mas não foi dividido

"É preciso fazer o bolo crescer para depois dividi-lo". A frase do então ministro da Fazenda Delfim Netto é, até hoje, uma das mais lembradas do regime militar. Mas o tempo mostrou que o bolo cresceu, sim, ficou conhecido como "milagre brasileiro", mas poucos comeram fatias dele.

A distribuição de renda entre os estratos sociais ficou mais polarizada durante o regime: os 10% dos mais ricos que tinham 38% da renda em 1960 e chegaram a 51% da renda em 1980. Já os mais pobres, que tinham 17% da renda nacional em 1960, decaíram para 12% duas décadas depois.

Assim, na ditadura houve um aumento das desigualdades sociais. "Isso levou o país ao topo desse ranking mundial", diz o professor de Economia da Universidade Federal de Alagoas, Cícero Péricles.

Entre 1968 e 1973, o Brasil cresceu acima de 10% ao ano. Mas, em contrapartida, o salário mínimo -que vinha recuperando o poder de compra nos anos 1960- perdeu com o golpe. "Em 1974, em pleno 'milagre', o poder de compra dele representava a metade do que era em 1960", acrescenta Péricles.

"As altas taxas de crescimento significavam mais oportunidades de lucros altos, renda e crédito para consumo de bens duráveis; para os mais pobres, assalariados ou informais, restava a manutenção de sua pobreza anterior", explica o economista.

10. Precarização do trabalho

Apesar de viver o "milagre brasileiro", a ditadura trouxe defasagem aos salários dos trabalhadores. "Nossa última ditadura cívico-militar foi, em certo ponto, economicamente exitosa porque permitiu a asfixia ao trabalho e, por consequência, a taxa salarial média", diz o doutor em ciências sociais e blogueiro do UOL, Leonardo Sakamoto.

Na época da ditadura, a lei de greve, criada em 1964, sujeitava as paralisações de trabalhadores à intervenção do Poder Executivo e do Ministério Público. "Ir a Justiça do Trabalho para reclamar direitos era possível, mas pouco usual e os pedidos eram minguados", explica Sakamoto.

"Nada é tão atrativo ao capital do que a possibilidade de exercício de um poder monolítico, sem questionamentos", diz Sakamoto, que cita a asfixia dos sindicatos, a falta de liberdade de imprensa e política foram "tão atraentes a investidores que isso transformou a ditadura brasileira e o atual regime político e econômico chinês em registros históricos de como crescimento econômico acelerado e a violência institucional podem caminhar lado a lado".

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