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ASPECTOS AMBIENTAIS DO RIO GRANDE DO NORTE: TERRITÓRIOS INDIGENAS E UNIDADES DE CONSERVAÇÃO O estado do Rio Grande do Norte possui notória diversidade de aspectos ambientais que se destacam na paisagem. Porém desde o início do processo de colonização a relação sociedade-natureza tem sido tensionada. A cobertura vegetal, por exemplo, original do Rio Grande do Norte foi bastante destruída desde o início da colonização do Brasil, restando hoje apenas uma espécie de vegetação secundária e de menor porte e ligada ao clima, ao relevo e aos solos. São eles: caatinga (que ocupa a maior parte do estado), cerrado , floresta ciliar de carnaúba, floresta das serras, manguezais , Mata Atlântica e a vegetação das praias e dunas. A ação Antrópica (Resultante da ação do homem, especialmente em relação às modificações no ambiente, na natureza, causadas por essa ação.) promoveu profundas transformações nesse meio. No que diz respeito a intensidade dos impactos no meio ambiente, as atividades econômicas têm um importante papel para que haja um avanço na degradação desse ambiente. As atividades extrativistas que se estabelecem no contexto do século XVI, seguida da agricultura extensiva e mais recentemente no processo de urbanização e industrialização deixaram e continuam deixando suas marcas no meio. Como listado nas notícias abaixo.

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ASPECTOS AMBIENTAIS DO RIO GRANDE DO NORTE: TERRITÓRIOS INDIGENAS E UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

O estado do Rio Grande do Norte possui notória diversidade de aspectos ambientais que se destacam na paisagem. Porém desde o início do processo de colonização a relação sociedade-natureza tem sido tensionada. A cobertura vegetal, por exemplo, original do Rio Grande do Norte foi bastante destruída desde o início da colonização do Brasil, restando hoje apenas uma espécie de vegetação secundária e de menor porte e ligada ao clima, ao relevo e aos solos. São eles: caatinga (que ocupa a maior parte do estado), cerrado, floresta ciliar de carnaúba, floresta das serras, manguezais, Mata Atlântica e a vegetação das praias e dunas. A ação Antrópica (Resultante da ação do homem, especialmente em relação às modificações no ambiente, na natureza, causadas por essa ação.) promoveu profundas transformações nesse meio. No que diz respeito a intensidade dos impactos no meio ambiente, as atividades econômicas têm um importante papel para que haja um avanço na degradação desse ambiente. As atividades extrativistas que se estabelecem no contexto do século XVI, seguida da agricultura extensiva e mais recentemente no processo de urbanização e industrialização deixaram e continuam deixando suas marcas no meio. Como listado nas notícias abaixo.

Dessa maneira percebemos diretamente a ação promovida pelo homem e seus impactos no meio.

Importante!

As examinadoras tem preocupação interessante quando fala-se especialmente de impactos que se reproduzem em rios e lagos, de maneira em geral em bacias hidrográficas, quando a realidade em questão é a do no Nordeste, isso porque historicamente, são afetados pela falta desse recurso.

TERRAS INDIGENAS E UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

Terra Indígena (TI) é uma porção do território nacional, de propriedade da União, habitada por um ou mais povos indígenas, por ele(s) utilizada para suas atividades produtivas, imprescindível à preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e necessária à sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições. Trata-se de um tipo específico de posse, de natureza originária e coletiva, que não se confunde com o conceito civilista de propriedade privada.

O direito dos povos indígenas às suas terras de ocupação tradicional configura-se como um direito originário e, consequentemente, o procedimento administrativo de demarcação de terras indígenas se reveste de natureza meramente declaratória. Portanto, a terra indígena não é criada por ato constitutivo, e sim reconhecida a partir de requisitos técnicos e legais, nos termos da Constituição Federal de 1988.

Ademais, por se tratar de um bem da União, a terra indígena é inalienável e indisponível, e os direitos sobre ela são imprescritíveis. As terras indígenas são o suporte do modo de vida diferenciado e insubstituível dos cerca de 300 povos indígenas que habitam, hoje, o Brasil.

Atualmente existem 462 terras indígenas regularizada que representam cerca de 12,2% do território nacional, localizadas em todos os biomas, com concentração na Amazônia Legal. Tal concentração é resultado do processo de reconhecimento dessas terras indígenas, iniciadas pela Funai,

principalmente, durante a década de 1980, no âmbito da política de integração nacional e consolidação da fronteira econômica do Norte e Noroeste do Pais.

Já a criação de uma Unidade de Conservação geralmente se dá quando há uma demanda da sociedade para proteção de áreas de importância biológica e cultural ou de beleza cênica, ou mesmo para assegurar o uso sustentável dos recursos naturais pelas populações tradicionais. É importante que a criação de uma UC leve em conta a realidade ambiental local, para que exerça influência direta no contexto econômico e socioambiental.

É importante citar também no processo de criação de UC o Mapa de Áreas Prioritárias para a Conservação da Biodiversidade Brasileira, que é utilizado de forma estratégica para selecionar novas unidades de conservação. Ele enfoca as áreas de grande importância biológica, e prioriza aquelas que estão sob forte pressão antrópica. O Mapa de Remanescentes de cada bioma também tem sido um documento orientador para a criação das UC.

As UC são criadas por ato do poder público (federal, estadual ou municipal) após a realização de estudos técnicos e consulta pública que permitam identificar a localização, a dimensão e os limites mais adequados para a unidade. A realização da consulta pública antes da criação da UC possibilita que a sociedade participe ativamente do processo, oferecendo subsídios para o aprimoramento da proposta.

Compete ao órgão que está propondo a criação da nova UC elaborar os estudos técnicos preliminares e realizar a consulta pública e os demais procedimentos para a criação da unidade.

AS UC’S NO RN

O RN possui atualmente 238 mil hectares em Unidades Estaduais de Conservação, o que corresponde a 4,5% do seu território. Estas unidades estão localizadas, em sua maior parte, ao longo do litoral potiguar, sendo 2,58% no ecossistema marinho, 1,08% no ecossistema costeiro, 0,8% em ecossistema de mata atlântica e o restante na caatinga.

No Rio Grande do Norte, a gestão destas Unidades compete ao Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente - IDEMA/RN, por meio do Núcleo de Unidades de Conservação (NUC). O setor, juntamente com o Programa Estadual de Unidades de Conservação, foi instituído, no âmbito interno do IDEMA, por meio da portaria nº 455 de 26/12/2003, com a finalidade de dar cumprimento ao que estabelece o SNUC, regulamentado pelo Decreto nº 4.340 de 22 de agosto de 2002. O NUC tem a missão de planejar, definir, propor a criação, implantar e gerir as Unidades Estaduais de Conservação de forma participativa, assegurando a proteção da natureza e qualidade de vida das gerações presentes e vindouras.

Unidades Estaduais de Conservação legalmente instituídas no RN

Parque Estadual Dunas do Natal “Jornalista Luiz Maria Alves”;Parque Ecológico Pico do Cabugi;Parque Estadual Mata da Pipa;Área de Proteção Ambiental Bonfim-Guaraíra;Área de Proteção Ambiental Piquiri-Una;Área de Proteção Ambiental Jenipabu;Área de Proteção Ambiental Recifes de Corais;Reserva de Desenvolvimento Sustentável Estadual Ponta do Tubarão.

AS TI’S NO RN

A demarcação de terras indígenas no Brasil tem grande destaque especialmente pela ação da Funai. A Fundação Nacional do Índio – FUNAI é o órgão indigenista oficial do Estado brasileiro. Criada por meio da Lei nº 5.371, de 5 de dezembro de 1967, vinculada ao Ministério da Justiça, é a coordenadora e principal executora da política indigenista do Governo Federal. Sua missão institucional é proteger e promover os direitos dos povos indígenas no Brasil.

Cabe à FUNAI promover estudos de identificação e delimitação, demarcação, regularização fundiária e registro das terras tradicionalmente ocupadas pelos povos indígenas, além de monitorar e fiscalizar as terras indígenas. A FUNAI também coordena e implementa as políticas de proteção aos povo isolados e recém-contatados.

É, ainda, seu papel promover políticas voltadas ao desenvolvimento sustentável das populações indígenas. Nesse campo, a FUNAI promove ações de etnodesenvolvimento, conservação e a recuperação do meio ambiente nas terras indígenas, além de atuar no controle e mitigação de possíveis impactos ambientais decorrentes de interferências externas às terras indígenas.

Sê Curioso! Pesquise por: http://www.funai.gov.br/index.php/indios-no-brasil/terras-indigenas

O Estado do Rio Grande do Norte foi um dos últimos a assumir a existência de povos indígenas em seu território. No município de Baía Formosa, Litoral Sul do Estado, está situada a comunidade indígena Sagi-Trabanda, autodeclarados Potiguara.

A comunidade, com cerca de 350 pessoas, ocupa a região há mais de um século, mas, no entanto, não tem suas terras demarcadas, apesar de já o ter solicitado à Fundação Nacional do Índio (FUNAI). Devido a isso, vem sofrendo, desde 2007, ameaças ao seu território, por uma empresa do setor imobiliário, que também reclama a posse da terra.

Além disso, a construção de uma ponte, projeto, em parceria Município e Estado, destruiu o mangue e acabou com a pesca de caranguejo, fundamental à alimentação e à geração de renda da comunidade, que não tem atendimento médico ou educação indígenas diferenciados, sendo esta uma reivindicação importante junto aos órgãos competentes, além da demarcação e da regularização fundiária de seu território.

A história oficial acerca da presença indígena no Nordeste brasileiro, como um todo, e no Rio Grande do Norte, especificamente, tem graves lacunas de estudos acadêmicos. No entanto, de acordo com pesquisa desenvolvida pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), por meio do Programa Motyrum de Educação Popular em Direitos Humanos, na publicação de Macedo et al, há indícios de forte presença indígena no Estado, que pode, inclusive, ser percebida pelos dados censitários. Nos censos de 1940 e 1980, segundo os autores, os “pardos” representavam 43% e 46% da população total, respectivamente. Ao longo dos anos, boa parte da cultura indígena desses povos foi sendo omitida e sua identidade substituída.

A URBANIZAÇÃO E A DEMOGRAFIA NO RN

O Rio Grande do Norte - RN apresenta uma divisão política administrativa constituída por 167 municípios, cujas sedes, independentes de sua dimensão territorial e populacional, assumem a condição de cidades, que mesmo reproduzindo-se segundo a ordem econômica do capital que se reproduz mundialmente, apresentam singularidades inerentes às condições de reprodução orientada por lógicas locais, demarcadas por interesses políticos. É esse conjunto de cidades que por meio de suas formas expressam o urbano no território potiguar da contemporaneidade, seja enquanto resultante da institucionalização político-administrativa, seja pela presença do fenômeno urbano.

Sobre esse urbano que se reproduz no âmbito das cidades decorrentes da fragmentação política do território afirmamos que, no Rio Grande do Norte, ele é produto de processos econômicos, históricos, políticos, sociais e ideológicos que obedecem a determinações inerentes tanto às lógicas de reprodução econômica e social globais quanto locais, cujo resultado se expressa por meio de uma malha urbana diversa, com expressivas singularidades. No entanto, algumas características dão sentido uniforme a essa malha urbana, podendo ser destacado a fragilidade e a dependência econômica e social do expressivo número de municípios de pequena dimensão. Essa fragilidade e dependência são referendadas pela situação econômica dessas cidades, conforme as condições apresentadas pelos setores primário e

terciário da economia e pela presença marcante de estruturas de poder que se reproduzem respaldadas em práticas políticas tradicionais.

O setor primário ainda se desenvolve em parte expressiva do território potiguar, fazendo uso de sistemas produtivos tradicionais, uma vez que a modernização agropecuária do Estado se apresenta de forma pontual, ocorrendo em áreas onde o sistema hidrográfico, em conjunto com intervenções políticas garantem a prática de atividades irrigadas, que se desenvolvem fazendo uso de padrões tecnológicos modernos. Podem ser citadas as áreas do baixo Assú, onde acontece o cultivo de frutas tropicais voltado para o mercado externo; as áreas de produção de melão em Baraúna e em Mossoró; e da própria pecuária que hoje se desenvolve em partes do agreste potiguar, fazendo uso de técnicas modernas, cujos resultados se expressam na melhoria genética do rebanho bovino e no aumento da produção de leite.

Já o terciário, constituído pelas atividades de comércio e serviços, faz-se presente em todos os espaços urbanos do Estado, e até mesmo em áreas rurais, afirmando-se como o setor com maior capacidade de oferta de emprego, merecendo destaque o serviço público e o emprego informal, mas também o emprego de base familiar, uma vez que parte significativa dos estabelecimentos comerciais existentes nas pequenas cidades se caracterizam por desenvolver um comércio tradicional, prevalecendo o uso da força de trabalho da família. Entretanto, é por meio do terciário, via consumo, que o fenômeno urbano, enquanto modo de vida, se reproduz de forma mais expressiva

Durante um século e meio, Natal foi a única cidade do Rio Grande do Norte. Até a segunda metade do século XVII, a referência espacial de concentração de população eram as aldeias. A partir de então, o governo português institui a primeira divisão territorial, criando as sete vilas que dão origem ao processo de fragmentação do território potiguar: Vila Nova de Extremoz do Norte (1760), Vila Nova de Arez (1760), Vila de Portalegre (1761), Vila de São José do Rio Grande (1762), Vila Flor (1762), Vila do Príncipe (1788), Vila Nova da Princesa (1788), as quais podem ser visualizadas no mapa abaixo.

É importante assinalar que o processo de formação dos primeiros núcleos urbanos no Rio Grande do Norte está associado aos diversos momentos da formação territorial do Estado, embasados pelo crescimento de atividades econômicas, justificando, assim, a dispersão desses centros pelo território nos primeiros anos da sua história. Este fato caracteriza também um retardamento na estrutura política e administrativa do Estado, o queestá associado ao desenvolvimento das atividades pastoris ocorridas de maneira dispersa, nas áreas do interior do território norte-rio-grandense.

Dessa forma, podemos dizer a história político-administrativa dos primeiros séculos de existência do Rio Grande do Norte está atrelada ao desenvolvimento de atividades econômicas no litoral, agreste e sertão.

No litoral, a cultura de cana-de-açúcar foi da maior importância, em virtude de ser um produto de exportação importante não apenas para o Rio Grande do Norte, mas para todo o Brasil, mesmo enquanto colônia. Cabe ressaltar que os estados de Pernambuco e Bahia foram aqueles que mais se destacaram na produção de cana de açúcar.

Durante a crise que precede a queda no comércio de açúcar, a atividade ligada a produção do algodão se desenvolve. O valor comercial do algodão era, portanto, significativo do ponto de vista econômico para todos envolvidos no processo. A criação de usinas de beneficiamento do algodão em algumas cidades veio para colaborar para uma nova produção espacial, marcada a partir de então, por relações intermediadas pelo salário, caracterizando assim uma relação de trabalho capitalista. A partir dos anos 1950, um novo encaminhamento urbano passou a ser direcionado no Rio Grande do Norte, e, por conseguinte, uma forma articulada do território. Isto porque, a partir de então, a lógica do desenvolvimento industrial foi assumida pelo Estado para referenciar a política de desenvolvimento econômico e social brasileira.

É sob essa lógica que surgiu o Grupo de Trabalho para o desenvolvimento do Nordeste – GTDN, que deu origem à Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste – SUDENE, que dentre outros objetivos, estava o da promoção do desenvolvimento regional via industrialização. Para atender a esse objetivo, a SUDENE, por meio de incentivos fiscais, passou a financiar a criação de áreas industriais no Nordeste, como o Distrito Industrial de Natal, localizado na Região Administrativa Norte da cidade.

Paralelo a essa política regional, ocorreu também a política nacional de desenvolvimento urbano, que se configurou como a mais importante atuação do Estado na produção do território em benefício do capital, de modo que a partir dos anos de 1970, os centros urbanos do Rio Grande Norte assumem a condição de espaços urbanizados, graças à concentração de populações nas áreas urbanas. Os resultados desse movimento podem ser vistos em 2010, quando a urbanização do Rio Grande do Norte chegou a quase 80% (gráfico abaixo). No entanto, é valido ressaltar que em algumas cidades como Mossoró e Caicó, mais de 90% da população mora no espaço urbano.

Evolução percentual da população urbana e rural do Rio Grande do Norte entre 1960 e 2010

Evolução da População do RN

A densidade demográfica é de aproximadamente 60 hab/km² e o crescimento demográfico é de 1,3% ao ano.

A maioria da população reside em áreas urbanas (77,8%). Segundo dados do IBGE, a renda média mensal das famílias residentes no Rio Grande Norte é de R$ 1.203,00 reais, sendo considerada uma das maiores da Região Nordeste.

Natal, capital do Rio Grande do Norte, é a cidade mais populosa do estado, possui 803.739 habitantes em uma extensão territorial de 167 quilômetros quadrados. Outras cidades populosas do Rio Grande do Norte são: Mossoró (259.815), Parnamirim (202.456), São Gonçalo do Amarante (87.668), Macaíba (69.467), Ceará-Mirim (68.141), Caicó (62.709), Açu (53.227).

RIO GRANDE DO NORTE: ESTRUTURA FUNDIÁRIA E PRINCIPAIS LAVOURAS.

O PIB do Rio Grande do Norte corresponde à aproximadamente 1% do PIB nacional, sendo que a população do estado representa 1,7% da população brasileira (IBGE, 2017). Já a produção agropecuária contribui com 3,4% do PIB estadual e representa apenas 0,34% do valor da produção da agropecuária nacional. Porém, as atividades agropecuárias geram 17.362 empregos formais, o que equivale à 2,96% do total desse tipo de emprego no estado (MTE, 2016). Além dos empregos formais, as atividades agropecuárias geram a ocupação de aproximadamente 171.000 pessoas (trabalho familiar) e mais 26.000 empregos informais (IBGE, 2006), que corresponde a aproximadamente 33% da mão de obra ocupada no estado, nesse período. Do ponto de vista econômico, as atividades agropecuárias não apresentam tanta expressividade quando consideradas no contexto nacional. Porém, do ponto de vista social, essas atividades garantem a reprodução social de mais de 30% da população economicamente ativa do estado entre ocupação, empregos formais e informais; um índice muito superior à média nacional.

DISTRIBUIÇÃO DE PROPRIEDADES E NÍVEL TÉCNICO DA AGRICULTURA

O mapa acima destaca a diferenciação do nível técnico que as atividades agrícolas utilizam em território potiguar, de forma que se acentuam as disparidades entre realidades locais, submetidas a lógicas globais ou nacionais e influenciadas pelo grau de densidade ou rarefação de técnicas.

Percebe-se que a agricultura potiguar se comporta da mesma forma que o modelo produtivo da agropecuária nacional, no qual se prioriza a produção de lavouras que atendam aos interesses de agentes hegemônicos, com financiamentos do Estado que fogem da lógica social e buscam atender a interesses do mercado, destinando a produção dos cultivos aos consumidores externos (nacionais ou internacionais) e pouca atenção para a produção de alimentos que atendam ao consumo local ou regional, como se pode observar na seção posterior.

GENEROS AGRÍCOLAS NO RN

A produção de melão no RN

O melão, assim como outras commodities produzidas no RN, está inserido num contexto produtivo de maior escala, a saber: o do abastecimento de mercados externos, que exigem níveis sanitários e de qualidade bem mais elevados que o mercado brasileiro. Os protocolos que tem que ser empregados no processo produtivo agrícola e pós-colheita exige níveis técnicos elevados, consequentemente, maior inversão de capital, o que dificulta a participação dos agricultores camponeses descapitalizados.

A produção da cana-de-açúcar no RN

No que diz respeito ao circuito espacial da produção de cana-de-açúcar, apesar da sua presença desde o período colonial no território potiguar, algumas variações quanto a sua área de produção são bastantes perceptíveis nos períodos analisados. Entre os anos de 1985 e 1995, a cana-de-açúcar apresenta uma variação de 34,54% na área cultivada, o que representa um aumento de 50.071 hectares, em 1995, para 67.368 hectares, em 1995, de área plantada. Já no ano de 2006 a área cultivada de cana apresentou redução de 43,94% em relação ao período anterior, chegando a 37.768 hectares de área plantada. Em 2015, último período analisado, a cana-de-açúcar recupera as áreas utilizadas para o seu cultivo, com aumento de 57,49% em relação ao ano de 2006, totalizando uma área de 59.481 hectares. No geral, entre 1985 a 2015, a variação da área destinada a plantação da cana-de-açúcar foi de apenas 18,7%, dado o contexto histórico dessa produção, possibilitando coexistir usos e técnicas tradicionais e modernos.

A produção da castanha de caju no RN

Já no que concerne ao circuito espacial da produção de castanha de caju, este apresenta uma alta variação quanto à área destinada a plantação, possuindo já em 1995 uma área cultivada de 81.571 hectares, resultado de uma política do Governo do estado de incentivo à cajucultura. No ano de 2006, a área plantada com cajueiros atinge a menor expressividade, com uma redução significativa de 64,90% em relação a 1995, totalizando apenas 28.635 hectares destinados para esse fim, fato decorrente da crise apresentada por essa atividade produtiva, devido a estruturação desse circuito produtivo no estado do Ceará, baseado em técnicas mais sofisticadas de cultivo, com variedades de plantas mais produtivas.

A produção da banana no RN

O circuito espacial de produção de banana no estado apresenta características similares ao do melão, como alto nível técnico, grande quantidade de capital investido e voltado para o mercado externo. Seguindo a lógica de produção de frutas tropicais para a exportação, o circuito produtivo da banana, apresenta gradativo aumento ao longo das décadas analisadas, sendo que entre 1985 a 1995, ocorreu uma significativa variação de 961,2% na área cultivada, o que representa um aumento de 245 hectares, em 1985, para 2.600 hectares, em 1995. No ano de 2006, a área cultivada da banana continuou aumentando, tendo uma variação de 27,8% em relação a década anterior, chegando a uma área de 3.325 hectares, No ano de 2015 foi registrado mais aumento, o que representou, em relação a 2006, uma variação de 63% na área destinada ao cultivo dessa fruta, atingindo o total de 5.421 hectares de área plantada. Em termos comparativos, ao analisarmos a área destinada a produção do ano de 1985 a 2015, nota-se uma variação bastante positiva de 2.112,6%, o que faz do Rio Grande do Norte um importante estado no contexto do circuito produtivo da banana.

A produção da mandioca no RN

Observando os números dos circuitos produtivos referentes a produtos mais tradicionais, em relação a mandioca, em 1985, existia um total de 42.869 hectares de área plantada com este tipo de cultivo, por conseguinte, em 1995, houve um decréscimo de 41,13% dessa área, reduzindo a área cultivada com mandioca para 25.236 hectares. Em 2006, a produção da mandioca continuou apresentando quedas no total da área cultivada, registrando uma redução de 18,41%, totalizando apenas 20.589 hectares de área plantada. Mais tarde, no ano de 2105, o cultivo da mandioca continuou apresentando declínio em sua área plantada, com uma queda de 27,5% em relação ao ano de 2006, restando um total de 14.924 hectares de área plantada no estado. No panorama geral dos períodos analisados, observar-se que do ano inicial (1985) em relação ao último ano analisado (2015) a produção da mandioca teve sua área reduzida em 65,2%.

A produção do feijão no RN

O circuito espacial de produção de feijão caracteriza-se por ser o que apresenta nível técnico mais elementar. A produção desse alimento dá-se predominantemente nas pequenas unidades de produção e se destina ao autoconsumo e venda do excedente em feiras-livres e pequenos mercados. A variedade mais plantada é a vigna unguiculata, ou feijão de corda, que é muito perecível, quando comparada a outras variedades. Ao analisar os dados do IBGE, constata-se que esse cereal seguiu a tendência dos cultivos tradicionais no estado, com acentuada redução da área plantada. Porém, entre 1995 e 2006, foi registrado aumento de 35,64% da área plantada, que passou de 124.896 para 169.413 hectares, em uma década. No período seguinte, no ano de 2015, houve uma queda significativa dessa produção em relação a 2006, sofrendo um decréscimo de 74,2% e, dessa forma, atingindo uma área cultivada de apenas 43.712 hectares. Entre 1995 e 2015, ocorreu uma redução de 72,1% de áreas cultivadas com feijão.

APTIDÃO DOS SOLOS (PROFESSOR EXPLICA)