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CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL 3ª SECRETARIA – DIRETORIA LEGISLATIVA DIVISÃO DE TAQUIGRAFIA E APOIO AO PLENÁRIO SETOR DE TAQUIGRAFIA NOTAS TAQUIGRÁFICAS Data Horário Início Sessão/Reunião Página 09 05 2017 19h AUDIÊNCIA PÚBLICA: QUESTÃO ORÇAMENTÁRIA DO IFB 1 MESTRE DE CERIMÔNIAS – Sejam bem-vindos à Câmara Legislativa do Distrito Federal, nesta oportunidade, para participarem da audiência pública destinada a discutir a situação atual do Instituto Federal de Brasília. Tomará posição à Mesa para presidir os trabalhos o Exmo. Sr. Presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal, Deputado Joe Valle. (Palmas.) PRESIDENTE (DEPUTADO JOE VALLE) – Sob a proteção de Deus, tenho a honra de declarar aberta a presente audiência pública da Câmara Legislativa do Distrito Federal para discutir a situação atual do Instituto Federal de Brasília – IFB. Convido para compor a Mesa os seguintes convidados: o Exmo. Sr. Deputado Prof. Israel (palmas.); o Reitor do Instituto Federal de Brasília, Dr. Wilson Conciani (palmas.); o representante da Federação Nacional de Estudantes em Ensino Técnico, Sr. José Maria Júnior. (Palmas.) Bom dia a todos. Os outros Deputados vão chegando e tomando assento à Mesa, assim como o representante do MEC. Enquanto isso, vamos fazendo o trabalho aqui. A ideia desta audiência pública é chamar a atenção e discutir a situação atual do instituto no Distrito Federal e, logicamente, a gente acredita que todos os institutos estão passando por este momento. Eu tive a oportunidade, na época da criação do Instituto, de estar no Ministério da Ciência e Tecnologia e sempre tive uma excelente relação, porque no meu entendimento o grande legado no Governo Lula é o Instituto Federal. Acho que foi um investimento completamente acertado, revolucionário, mas toda vez que se faz um trabalho desse leva-se tempo, o tempo de maturação do processo em um país com essa dimensão do Brasil. Eu estive, algumas vezes, reunido com o conselho de diretores. Eu era, à época, presidente do conselho fiscal da Finep. E sempre buscamos, por meio dos nossos centros

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NOTAS TAQUIGRÁFICASData Horário Início Sessão/Reunião Página

09 05 2017

19h AUDIÊNCIA PÚBLICA: QUESTÃO ORÇAMENTÁRIA DO IFB

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MESTRE DE CERIMÔNIAS – Sejam bem-vindos à Câmara Legislativa do Distrito Federal, nesta oportunidade, para participarem da audiência pública destinada a discutir a situação atual do Instituto Federal de Brasília. Tomará posição à Mesa para presidir os trabalhos o Exmo. Sr. Presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal, Deputado Joe Valle. (Palmas.)

PRESIDENTE (DEPUTADO JOE VALLE) – Sob a proteção de Deus, tenho a honra de declarar aberta a presente audiência pública da Câmara Legislativa do Distrito Federal para discutir a situação atual do Instituto Federal de Brasília – IFB.

Convido para compor a Mesa os seguintes convidados: o Exmo. Sr. Deputado Prof. Israel (palmas.); o Reitor do Instituto Federal de Brasília, Dr. Wilson Conciani (palmas.); o representante da Federação Nacional de Estudantes em Ensino Técnico, Sr. José Maria Júnior. (Palmas.)

Bom dia a todos. Os outros Deputados vão chegando e tomando assento à Mesa, assim como o representante do MEC. Enquanto isso, vamos fazendo o trabalho aqui.

A ideia desta audiência pública é chamar a atenção e discutir a situação atual do instituto no Distrito Federal e, logicamente, a gente acredita que todos os institutos estão passando por este momento.

Eu tive a oportunidade, na época da criação do Instituto, de estar no Ministério da Ciência e Tecnologia e sempre tive uma excelente relação, porque no meu entendimento o grande legado no Governo Lula é o Instituto Federal. Acho que foi um investimento completamente acertado, revolucionário, mas toda vez que se faz um trabalho desse leva-se tempo, o tempo de maturação do processo em um país com essa dimensão do Brasil.

Eu estive, algumas vezes, reunido com o conselho de diretores. Eu era, à época, presidente do conselho fiscal da Finep. E sempre buscamos, por meio dos nossos centros vocacionais tecnológicos, fazer repasses de recursos para a infraestrutura, possibilitando uma estruturação melhor dos institutos em todo Brasil.

Especialmente aqui no de Brasília, no Centro de Referência em Agroecologia, fizemos um trabalho grande junto à Finep e junto ao Ministério da Ciência e Tecnologia, por meio do qual os fundos são repassados. Fizemos todo esse trabalho, porque sempre acreditamos muito nisso! Muito!

No meu entendimento, se o governo botar isso como prioridade... O nosso medo, à época, era sempre o momento de crise que nós teríamos

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que enfrentar - e enfrentaríamos, porque momentos de crise são cíclicos no nosso Brasil. É só olhar a parte histórica – e como isso ia ser tratado.

Hoje, nós temos 12 mil alunos no Distrito Federal! É uma situação de extrema importância! Vou sair durante esta audiência pública, porque pedi uma reunião com o Governador, para conversar exatamente sobre esse assunto. S. Exa. só tem esse horário de 10 horas da manhã. O Deputado Prof. Israel, o Deputado Chico Leite e o Deputado Cláudio Abrantes vão ficar aqui. Mas eu vou voltar... Vou falar com S.Exa. e voltar para cá. Nós vamos buscar uma audiência conjunta dos Parlamentares do Distrito Federal com o Governador e com o Ministro da Educação, para que possamos tratar esse assunto com a prioridade que ele tem efetivamente.

Então, nós queremos tirar um documento da audiência pública, que vai servir como base para muitas decisões que vamos tomar e que poderá servir como base para alguma legislação que permita uma interação maior entre o Governo do Distrito Federal e o Instituto Federal de Brasília, visto que já fizemos muitos convênios. Já repassamos alguns recursos por meio de convênios com a Universidade de Brasília e com o Instituto Federal de Brasília.

Sou muito ligado à agricultura, acompanhei toda a transformação do Colégio Agrícola em Instituto Federal de Brasília. Fizemos todas as gestões necessárias para que isso fosse efetivado. E agora quero, como homem público e como quem trabalha nessa área, cuidar desse processo, continuar cuidando desse processo. Coloco-me completamente à disposição de todos vocês.

Quero aqui fazer um elogio, de público, porque todas as vezes em que procuramos o reitor, o Póvoas, em todo o processo do instituto, sempre vimos pessoas animadas, pessoas apaixonadas pelo que fazem, pessoas com vontade de continuar fazendo.

Temos um trabalho para montagem de um campus no espaço do AgroBrasília, o recurso já foi transferido, o terreno já está transferido. Eu queria aproveitar para convidar o Diretor de Desenvolvimento da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica do MEC, Sr. Romero Portela Raposo Filho, para tomar assento à mesa. (Palmas.)

Então, nós vamos... Estamos trabalhando nisso. Estamos completamente à disposição, de verdade, para colocar toda a energia da Câmara Legislativa – e eu estou falando aqui em nome dos 24 Deputados, não só por mim. Logicamente, o Deputado Prof. Israel, logo em seguida, vai fazer o seu pronunciamento. A gente já colocou isso em Plenário. Existe a vontade de ajudar dos 24 Deputados. Esse é um tema de extrema importância, e nós temos que nos unir nessa direção para juntar forças, sabe, diretor? Temos que juntar forças do governo local com o governo

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federal. Como eu estava colocando aqui, no começo, o nosso entendimento é que essa instituição pode trazer uma grande revolução para o nosso País. Ela, na verdade, é silenciosa, e tem os resultados, que estão começando a acontecer, porque é sempre de médio e longo prazo. E a gente precisa juntar, acoplar a questão política, os soluços mandatários com a questão técnica da continuidade dos projetos e dos programas.

Essa é uma necessidade, é quase uma obrigação, para que a gente consiga continuar num processo de país, para que a gente possa continuar vivendo. A gente vive uma crise gigantesca, uma crise enorme de credibilidade institucional. As pessoas não acreditam mais nas instituições. É uma crise complexa que nós precisamos entender, compreender, e a única saída vem pelo consenso, pela conciliação, pela reconciliação.

Neste momento de crise, temos que nos juntar e pactuar por aquilo que a acreditamos. Transcender a questão ideológica simples e pura para a questão de vida mesmo, de continuidade dos processos da democracia, está certo? Eu gostaria muito que isso fosse colocado.

Chega aqui agora o nosso Deputado federal Rôney Nemer, que é sempre muito parceiro em todas as coisas por que a gente tem lutado para esta cidade. E quero sugerir ao Deputado Rôney Nemer que S.Exa. faça parte conosco da Mesa. Por favor. (Palmas.)

Agradeço ao Prof. Germano Teixeira, Diretor-Geral do Campus de Taguatinga; à Ana Carolina, estudante do campus de Brasília... Ah, esses são os que vão falar logo em seguida. Desculpe.

Quero só dizer da importância da presença do Deputado Rôney Nemer. Ele é um Deputado Federal, e nós somos Deputados Distritais. Vamos fazer todo o esforço... vamos sair agora e conversar com o Governador. Mas o Deputado Federal age na esfera federal, onde o Instituto Federal está ancorado, no porto onde ele está colocado. O Deputado Rôney Nemer tem se mostrado sempre muito solícito e extremamente interessado nesse processo, e pode nos ajudar muito, muito mesmo. E este é o momento de a gente pedir a ajuda de todos, independentemente de qualquer preferência ou não. Este é um momento importante que a gente tem aqui. E os Deputados se colocam nesses momentos. Como eu disse, eu estou falando em nome dos 24 Deputados desta Casa.

Vamos iniciar. Quero só dizer que, neste momento, começa a abertura das inscrições para os que desejam falar. Já tenho inscrito um grupo de pessoas. Nas nossas audiências públicas, temos a dinâmica de ouvir primeiro o público. A gente ouve o público e depois volta para a Mesa.

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Vou fazer uma inversão, neste momento, que considero de muita importância. O Deputado Rôney Nemer, que é um Deputado Federal, vai poder nos ajudar muito. Quero saber se o Deputado Rôney Nemer quer fazer o uso da palavra agora, pois ele tem um compromisso – a gente entende esse processo de compromisso – e pode já agora dar o seu recado e deixar o seu contato. A partir daí a gente começa a ouvir as pessoas e intercala com a Mesa. Depois o Deputado Israel poderá falar, e assim sucessivamente.

Com a palavra o Deputado Rôney Nemer. DEPUTADO FEDERAL RÔNEY NEMER – Bom dia a todas e a todos. Em primeiro lugar, eu quero me apresentar. Meu nome é Rôney

Nemer, eu estou Deputado Federal, mas sou servidor público concursado do Governo do Distrito Federal, com muito orgulho.

Quero cumprimentar o Deputado Joe Valle, grande parceiro e amigo, Presidente desta Casa; o Deputado Prof. Israel, outra pessoa com quem tivemos o prazer de trabalhar aqui, nesta Casa; o Reitor Conciani, do IFB. A gente se aproximou muito nos últimos tempos. Também cumprimento o Sr. Diretor de Desenvolvimento da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica do MEC, Romero Portela Raposo Filho e o representante da Federação Nacional de Estudantes de Ensino Médio, Sr. José Maria Júnior.

Eu fiquei três anos, três mandatos como Deputado Distrital e estou há dois anos e meio como Deputado Federal e não tinha muita proximidade com o IFB, quase nenhuma. Um belo dia, fui procurado, na Câmara Federal, pelo reitor Conciani e pelo Póvoas, que é um dos diretores do IFB. Eles me vieram com essa demanda do que era o IFB, pedindo emendas da bancada federal. Eu lhes disse: “Eu não sei direito o que é isso. Expliquem-me, por favor”. E eles fizeram toda uma contextualização do que era e que precisavam de recurso para funcionar aqui no DF.

Imediatamente, ao entender o problema... Não é função do político, mas muita gente nos procura, pedindo emprego, pedindo carta de indicação. Muita gente reclama, dizendo que não pegam, porque não têm experiência, não têm curso profissionalizante e que não conseguem fazer.

O reitor, à época, disse-me que estava com dificuldade de falar com alguns parlamentares, deputados federais aqui de Brasília. Eu imediatamente peguei o telefone – depois o reitor pode confirmar a minha fala – e liguei para os sete Deputados do Distrito Federal – o oitavo sou eu –, pedindo para receberem o reitor e o diretor Póvoas, para ouvirem o

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pleito deles, porque a gente ia ter as emendas individuais e as emendas de bancada.

Perguntei aos dois: “Vocês estão com o tempo?” Eles me falaram: “Estamos com todo o tempo do mundo. Se for para nos ajudar, o IFB...”. Eu falei: “Então, vamos embora para dentro do plenário comigo”. Eu os coloquei dentro do plenário e fui chamando parlamentar por parlamentar para assumir o compromisso de ajudar o IFB. Fiz isso!

Vale a pena vocês saberem disso, porque a pessoa está lá não só como reitor. Ele e o Póvoas não estão só na direção; estão preocupados com o funcionamento da instituição, com o crescimento dela. O pedido ali era para crescimento do IFB. Ele queria instalar o IFB em algumas cidades. Eu disse a ele: “Eu topo, desde que instale lá na minha cidade também, porque de Recanto das Emas é minha!”. Isso é modo de falar, está bom, gente? Eu moro lá no Recanto. Aí nós topamos, vamos embora fazer a emenda? Vamos. E conseguimos! Quase todos Deputados fizeram; quase todos ficaram sensibilizados e destinaram recursos. Hoje, efetivamente, o recurso está indo. Estava indo bem, mas agora deu uma contingenciada porque a gente votou contra algumas medidas que a gente não concorda, tais como: a reforma trabalhista, o congelamento do salário do servidor público por vinte anos, contra a terceirização aleatória e absurda, vamos votar contra a reforma da previdência por não concordar com a forma como está sendo posta. Então, com isso, as emendas que a gente fez foram contingenciadas. Faz parte do jogo, é o jogo político.

Mas, paralelamente a isso, eu me aproximei muito do IFB. Eu já estive visitando as obras com o reitor e com o Póvoas.

Depois disso, veio o problema o corte do orçamento. E aí, mais uma vez, o reitor Conciani me chamou. Fomos lá na instituição, na L2, que eu não conhecia também e fiquei encantado. Paralelamente a isso, o diretor do IFB de São Sebastião, se não me engano, já tinha me ligado. Não sei ele está aqui. Ele esteve no gabinete comigo, também questionando isso, pois o contingenciamento iria tirar muita gente do trabalho, da prestação de serviço que é feita, da manutenção do IFB, viu Deputado Joe Valle? Nós, imediatamente, ligamos para o Filippelli, que é assessor especial da Presidência, e passamos para ele uma lista de liberação de recursos. Em princípio, disseram que precisaria de seis milhões para rodar o ano. Mas, depois de uma reunião que a gente teve lá no IFB, a gente descobriu que quatro mil e cem, quatro mil e duzentos dariam para manter o que tem com qualidade, com atendimento legal, com tudo bem preparado para formar nossos alunos, nossos estudantes.

Ligamos para o Filippelli, que me pediu para passar, por WhatsApp a informação – e nós passamos – para a gente tentar liberar esses

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recursos. Uma parte eram esses quatro e cem para não haver demissão, ou ter de chamar as empresas que prestam serviço ao IFB e dizer para cortar isso ou aquilo.

Então, eu vim aqui só para dizer que a gente está junto nessa luta. Eu não conhecia, não vou mentir. Passei doze anos como Deputado Distrital, mas esse assunto não chegou aqui durante esse tempo em que estive aqui.

Eu queria parabenizar vocês: Conciani, Póvoas e toda a direção pela dedicação.

As demandas de Deputado Federal são muito grandes. A gente recebe demanda do Brasil inteiro. A gente tem que ouvir demanda do Brasil inteiro porque é Deputado Federal. Mas eu entendo que a gente tem que separar uma parte maior para as demandas do Distrito Federal. Afinal de contas, somos Deputados eleitos pelo Distrito Federal. Da mesma forma que os Deputados dos outros estados priorizam as necessidades deles. Então, a gente também tem que ser – se é que a isso é ser egoísta – um pouco egoísta e olhar para o Distrito Federal, bem como para o Entorno, gente, porque não dá para considerar o Distrito Federal, Deputado Joe Valle e Deputado Prof. Israel, sem olhar para o Entorno, que faz parte do Distrito Federal. Geograficamente pode ser Minas ou Goiás, mas, no dia a dia, é DF! As pessoas utilizam a estrutura daqui, vêm trabalhar, e a gente tem que estar de braços abertos para receber todo mundo.

Muitos que moram no Entorno hoje são pessoas que moraram aqui e não deram conta, acabaram migrando para o Entorno. Eu sou arquiteto-urbanista, de formação acadêmica, e algo com que eu trabalho muito é essa questão da grande Brasília.

Deputado Joe Valle, eu vim aqui hoje para fortalecer e deixar claro o meu compromisso com o IFB, por entender que é preciso que os nossos jovens tenham esperança. É preciso que as pessoas possam, efetivamente, ter uma profissão, para que cheguem lá na frente... Por exemplo, lá no IFB do Recanto das Emas, eu achei muito legal que antes de estar pronto, já teve um curso. Depois, na obra, já se contrataram algumas pessoas do curso. Eu achei muito legal isso, porque é você valorizar e dar esperança às famílias, através dos jovens.

Da mesma forma, quando eu me formei em Arquitetura – eu não tinha emprego; eu vendia roupas na frente do Hospital de Base –, um governador que Brasília teve estendeu a mão, me dando a oportunidade para ser arquiteto e fazer o projeto de assentamento do Paranoá. De lá para cá, eu passei no concurso, e tal, quer dizer, venci, mas houve alguém

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que abriu uma porta. Então, eu acho legal quando a gente pode, através da política, abrir portas. Esta é uma das funções da política: abrir portas.

E foi o que eu fiz, colocando o Conciani e o Póvoas dentro do plenário, para chamarem o Deputado e dizer: “Amigo, participa aqui! O IFB é isso e isso, você conhecia? Não tenha vergonha de dizer que não, porque eu não também não conhecia. Mas se não conhecia, conheça!” É muito importante para a nossa juventude, é muito importante para dar esperanças, para que a gente tire as pessoas do caminho errado, para que a gente possa efetivamente dar esperança às famílias.

Eu vou encerrar, Deputado Joe Valle, agradecendo o convite e dizendo que estou à disposição. Vou ficar aqui ainda um tempo, porque quero ouvir também e aprender mais sobre o IFB.

Outro dia eu estava em uma rádio, dando uma entrevista, e uma pessoa me criticou, dizendo que no IFB... A pessoa entrou no ar e disse assim: “É, vocês ficam destinando... Mas lá só entra por peixada, não sei o quê!” E eu não tive argumentos para combater aquela pessoa. Eu falei: “Eu acho que não...” Aí, quando eu fui à instituição, falei com o Conciani, com o Póvoas, e eles falaram assim: “Não, Rôney, é por sorteio! Quando tem a mais, é por sorteio”. Eu falei: “Puxa vida! Vou ter que voltar à rádio”. Liguei lá, pedi o telefone da pessoa. Eles estão para me passar, para eu ligar para a pessoa, mas aí não vai ser no ar, vai ser só entre mim e a pessoa. Mas eu pedi para a próxima vez, se puderem, me chamarem lá no programa, para a gente explicar que não é assim, porque tudo a pessoa acha assim: isso é por peixada, é o Deputado que vai indicar. Ao contrário, eles me deram mais uma aula, Deputado Joe Valle, de como funciona, porque estou aprendendo aos poucos.

Eu queria parabenizar todos vocês que compõem essa família IFB, que a valorizam. Divulguem a seriedade do trabalho, para que mais pessoas possam saber a que se refere.

Também está aqui o nosso Deputado Agaciel Maia, a quem eu queria agradecer. Quando eu fui estudante da UnB, como arquiteto, fizeram um convênio com o Prodasen, para ser estagiário no Prodasen, na Constituinte. Era preciso ensinar os taquígrafos a utilizarem o computador – naquela época, era muito difícil. E eu fui estagiário do Deputado Agaciel Maia durante 4 anos – o Deputado era o diretor do Prodasen. De lá, eu pude também desenvolver a minha carreira; depois, viramos parceiros e amigos aqui, como Deputados Distritais. Fica aqui o meu agradecimento.

E eu gostaria de parabenizar toda a equipe de direção do IFB. Todos os diretores, que estão em cada cidade. E para as que não têm – não é, Conciani? –, eu assumi um compromisso, nesse dia da rádio, porque

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tem cidade reclamando que ainda não tem, eu quero dizer para fazermos um planejamento.

Aí vou te fazer uma provocação e um compromisso com vocês: no final do ano, setembro, Deputado Joe Valle, temos as emendas parlamentares, que são individuais e beiram 15 milhões. E nós temos as emendas de bancada. A emenda de bancada deste ano... Por exemplo, as três primeiras emendas de bancada são impositivas: o Governo Federal é obrigado a liberar o recurso. Então, este ano nós colocamos as caldeiras dos hospitais, a pedido do Governador.

Apesar de não fazermos parte da base de apoio do Governador Rollemberg, eu entendo que a política com “p” maiúsculo não está preocupada com o governador; estamos preocupados com a sociedade, com a comunidade. Se as caldeiras estão mal, prestes a explodir, eu acho que a prioridade nossa é colocar um recurso carimbado para poder melhorar o atendimento nos hospitais.

Colocamos também as escolas da Copa – foram doze escolas. Da Copa, gente! Um legado que deveria ter sido construído lá atrás e não foi, mas estamos colocando 132 milhões de recurso para construir essas escolas, em várias cidades. Depois, se quiseram, entrem no site.

E também pensamos na questão da segurança: Monitoramento, SIOPS, dar uma melhorada na segurança do Distrito Federal, que é um outro problema muito grande que vemos. Então, tratamos de educação, segurança.

Agora, Conciani, eu queria te fazer uma provocação. Há cidades que não têm... A gente podia trabalhar, que dentro dessas três emendas impositivas, que normalmente são para segurança, saúde e educação, para priorizar a educação, do ponto de vista da formação profissional, dos cursos profissionalizantes do IFB, fazendo o seguinte: vamos ver quantas cidade, Deputado Joe Valle, ainda não têm, quanto a gente precisaria para que tivessem, e colocá-las como emenda impositiva.

Eu acho que quem ganha com isso é toda a população, principalmente as famílias do Distrito Federal.

Obrigado. (Palmas.)PRESIDENTE (DEPUTADO JOE VALLE) – Obrigado, Deputado Rôney

Nemer. É importante a sua intervenção. Eu queria chamar para compor a Mesa o Deputado Chico Vigilante

e o Deputado Lira, que são autores também desta audiência. (Palmas.) Convido a fazer uso da palavra o Diretor-Geral do Campus de

Taguatinga, Prof. Germano Teixeira, pelo tempo regimental de três

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minutos. Temos muitas pessoas inscritas para falar e precisamos ouvir todo mundo.

SR. GERMANO TEIXEIRA – Olá, pessoal! Bom dia!Eu sou o Germano. Só faço um adendo: é o campus Taguatinga

Centro. Lá em Taguatinga a gente tem dois campus. O meu colega Leonardo é professor e diretor do campus de Taguatinga.

Pessoal, eu vou fazer uma fala bem rápida, em nome dos diretores-gerais do Instituto Federal, pois a gente acaba sofrendo bastante ali, por estar diretamente na ponta. Todos esses cortes, todas essas situações que vivemos hoje, nós enfrentamos diariamente.

Eu vou fazer um histórico breve em relação ao IFB, só para poder contextualizar a minha fala.

O IFB é criado em 2008, com cinco unidades primeiramente – Gama, Brasília, Taguatinga, Planaltina e Samambaia – e, em 2012, as demais unidades: Riacho Fundo, São Sebastião, Estrutural, Ceilândia e Taguatinga Centro. Nesse período, o IFB cresceu bastante. Ele consolidou essas dez unidades no Distrito Federal, só que o orçamento que foi destinado para o custeio, para o funcionamento dessas unidades, ao longo desse período, em vez de aumentar, ele tem diminuído.

O IFB – dados do IFB, em números, publicados no portal que o IFB criou para dar transparência aos índices da instituição –, em 2017, nós fechamos com 13.254 alunos. Passamos lá, no começo, nessa fase de expansão, em 2012, quando as novas unidades foram criadas, de um quantitativo de pouco mais de 5 mil alunos para 13 mil estudantes. E, desde 2014, o nosso orçamento vem só diminuindo. Então, isso tem gerado algumas dificuldades para fazer a gestão e o funcionamento dessas unidades, principalmente no que diz respeito ao custeio – o que a gente utiliza para pagar água, energia e, agora, mais especificamente, os serviços terceirizados.

No orçamento deste ano de 2017, o IFB tinha uma previsão de R$ 21 milhões, em números arredondados, para fazer o pagamento dessas despesas. Em 2016, que já foi um ano difícil, um ano de arrocho, contamos com 25 milhões. Então, houve um déficit nominal de 13%, de mais de três milhões, para um ano que já tinha sido difícil que foi o de 2016.

Nesse sentido, pessoal, além desse corte, dessa redução orçamentária, em fevereiro, o MPOG, o MPDG agora, lançou uma portaria que limitou os nossos gastos nessas despesas de terceirização, impressão – gastos com impressora – e despesas relacionadas à comunicação em geral. Ele limitou a 80% do que havia sido gasto em 2016. Tínhamos gasto

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nessas despesas de locação de mão de obra – vigilância e limpeza – quinze milhões em 2016. Em 2017, com esse contingenciamento, esse valor caiu para doze milhões.

O que isso quer dizer na prática, pessoal? É justamente a precarização das nossas atividades. Não sei se vocês observaram naquele vídeo que foi apresentado das unidades, mas temos unidades com mais de 10 mil metros quadrados de área construída e, com esses cortes, para a gente tentar ajustar e chegar próximo dele, a gente está contando com oito pessoas de limpeza para dez mil metros quadrados. O resultado disso é: banheiro sujo e sala de aula que não vai ter condição de ser limpa.

Nos gastos de vigilância, a gente contava, em alguns campi, com, pelo menos, dois vigilantes no período matutino e, no noturno, outros dois para fazer a ronda, a segurança patrimonial das instituições. Com esse corte, houve um exercício muito difícil dos diretores para tentar se aproximar daquilo que foi imposto. Fizemos uma redução, e, hoje, a maior parte das unidades conta com uma pessoa para fazer a vigilância diária dos campi menores com mais de sete mil metros quadrados e com uma pessoa para as áreas maiores, com mais de dez mil metros quadrados. Temos trabalhado, pessoal, para tentar manter o funcionamento, mesmo com essa situação, só que, invariavelmente, isso vai impactar a qualidade da educação que oferecemos.

Entendemos que o Brasil passa por uma situação complexa em termos financeiros e orçamentários, mas precisamos de apoio para poder manter a qualidade, com foi frisado pelo Deputado Rôney Nemer e pelos demais membros da Mesa, necessária para o Distrito Federal.

O IFB passa a ser, cada vez mais, reconhecido pela comunidade pela importância que ele tem. É uma instituição nova no DF, se a gente pensar que é de 2008. Sou de Goiânia. Lá a gente tem o Cefet, que já é bem mais antigo. Mas, em Brasília, ele passa a ser conhecido e reconhecido como uma instituição de qualidade.

Então, para concluir, pessoal, só quero reforçar que nós já fizemos todos os esforços que eram possíveis e é muito difícil a gente ter que demitir as pessoas que trabalhavam, muitas vezes, há mais tempo do que os servidores que chegaram. Então, estavam, na instituição, há muito tempo, e a gente teve que demitir essas pessoas para evitar incorrer num crime de improbidade administrativa.

Nós, gestores que estamos hoje lá – e eu estou à frente da Direção Geral do campus de Taguatinga Centro, que está mudando para o campus Recanto das Emas – tivemos que demitir muita gente para poder tentar nos aproximar. Mesmo com essas demissões, hoje a gente tem um rombo de mais de 600 mil, nas nossas contas, pensando ainda nessa situação de

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precariedade nas instalações. Seiscentos mil com os cortes que nós fizemos.

Então, fizemos vários cortes, trabalhando hoje na perspectiva de redução que nós temos. Hoje trabalhamos muito aquém do que nós deveríamos. Então, tivemos redução na vigilância e redução na limpeza. É impossível quatro pessoas fazerem a limpeza de uma área de 7 mil metros quadrados. Então, nesse cenário a que nós tentamos nos se adequar, ao nos aproximarmos dos limites que foram impostos, nós incorremos nessa precariedade das nossas instalações.

Então, é isso. Eu queria agradecer essa oportunidade que foi dada ao IFB, para a gente debater essa questão, e me coloco à disposição, lá, em Taguatinga Centro, para qualquer um dos senhores que quiserem nos visitar. Taguatinga Centro está mudando lá, para o Recanto das Emas.

Muito obrigado. (Palmas.)PRESIDENTE (DEPUTADO JOE VALLE) – Muito obrigado, Diretor.Eu gostaria de chamar, para fazer parte da Mesa, a nossa Deputada

das creches, Deputada Luzia de Paula.Por favor, Deputada.Quero anunciar aqui também a presença do nosso Presidente da

Comissão de Economia, Orçamento e Finanças, Deputado Agaciel Maia, que, inclusive, já teve o Rôney como seu estagiário. Há muita gente que estagiou, com o Deputado Agaciel Maia, nesta Brasília inteira.

O Deputado Agaciel Maia vai sair agora, para presidir a Comissão de Economia, Orçamento e Finanças nesta Casa e eu gostaria de pedir para que S.Exa. fizesse uso da palavra.

Vou falar com o Governador agora, a fim de marcar a nossa ida, para uma conversa, com o Ministro, Diretor, entre todos os Deputados e o Governador. Eu gostaria de passar Presidência da audiência para o Deputado Prof. Israel.

(Assume a Presidência o Deputado Prof. Israel.)PRESIDENTE (DEPUTADO PROF. ISRAEL) – Com a palavra o

Deputado Agaciel Maia. DEPUTADO AGACIEL MAIA – Pessoal, bom dia. Inicialmente, eu sou um entusiasta da qualificação profissional.

Participei da construção da Lei do Menor Aprendiz. Sou autor do projeto Jovem Candango, que hoje conta com 1600 meninos trabalhando, com carteira de trabalho assinada. Esse projeto já está espalhado pelo Brasil todo. O Alkmin o lançou, em São Paulo, com o nome “Jovem Vença”,

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atendendo 100 mil jovens. O Governo de Goiás também já copiou esse projeto Jovem Candango. Recentemente, ele foi apresentado, em Barcelona, a dezoito países que, provavelmente, adotarão o projeto Jovem Candango, nascido aqui, na Câmara Legislativa do Distrito Federal, para orgulho de todos nós, Deputados.

Quero cumprimentar o Sr. Presidente, Deputado Joe Valle, parabenizá-lo pela iniciativa; o Deputado Federal Rôney Nemer, – quando o sujeito disse que “fui estagiário de Agaciel”, a sensação que se tem é de que eu sou bastante velho, né? ... mas é porque eu comecei a trabalhar novo e, realmente, tive a honra de ter o Deputado Rôney Nemer, como estudante de Arquitetura da UnB, estagiando, no Prodasen, na época em que eu dirigia o Senado Federal – ; o Deputado Lira; o Deputado Chico Vigilante, que conhece muito bem esse projeto que foi gestado dentro do mandato do Lula; a Deputada Luzia de Paula, que também tem um vínculo muito grande com a ideia; o Deputado Prof. Israel, que é professor; o Dr. Conciani; o Dr. Romero Portela e José Maria Júnior.

Eu queria combinar com vocês... não falando com Deputado, mas como especialista em orçamento público... O problema do IFB não é de difícil solução. Eu conversei com o Conciani, e há um contingenciamento, pela Secretaria de Planejamento... pelo Ministério do Planejamento, que fez um contingenciamento linear da prestação de serviço ou de serviço e encargo, que é o título orçamentário, mas nós o chamamos de “serviços terceirizados”, e esse contingenciamento foi em toda a Administração Federal e pegou o IFB.

O que é necessário para se resolver isso é apenas uma incursão política no sentido de convencer o Ministro Mendonça Neto a dizer que o IFB, diferentemente, dos outros órgãos, que, politicamente... O que acontece é que, se você precisa de vinte, você coloca trinta e, quando há cortes, quando há contingenciamento, você ainda fica dentro dos seus limites... O grande problema do IFB foi ser preciso, sério, na elaboração orçamentária e dizer que precisava de vinte ou de vinte e dois, e esse corte ser em cima da real necessidade que o órgão tinha. Na construção orçamentária, principalmente, nos órgãos públicos, é comum que, prevendo essa parte de contingenciamento, você coloque um valor um pouco superior e, quando tiver o contingenciamento, você ainda fique em condições de não ter que demitir pessoas por restrição orçamentária.

Mas, ainda, dos males o menor, eu acho que existe a possibilidade aqui, com a presença do Deputado Federal Rôney Nemer e com todos os Deputados Distritais que estão aqui presentes e têm uma vinculação seja com Deputados Federais ou com Senadores, de agirem politicamente no sentido de que não só o Sr. Ministro de Educação consiga essa

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excepcionalidade para que não haja esse contingenciamento no orçamento do IFB. O próprio Ministro sempre tem um colchão orçamentário que pode usar para cobrir sem ter que descumprir uma decisão do Ministério do Planejamento, que é cartesiano, é linear, e, às vezes, eles ficam preocupados em fazer uma exceção para o IFB e depois chover de pedidos em cima para que haja descontingenciamento dos outros órgãos; o próprio Ministro da Educação pode, usando esse colchão orçamentário que S.Exa. tem, fazer um complemento e o valor é pequeno, 5, 6 milhões de reais não é um valor significativo.

E, realmente, pela exposição feita aqui, nós sabemos que é muito difícil ter camping com dez mil metros quadrados e duas pessoas para limpar ou não ter segurança alguma.

Então, eu acho que o esforço, o resultado, o trinco para se abrir essa porta e resolver esse problema é exatamente um esforço político. Eu fiz esse compromisso com o Dr. Wilson Conciani, por ter convivido muito tempo ali, trabalhado 33 anos da minha vida ali dentro, de que eu iria ver onde a gente poderia ajudar politicamente, porque a questão é só política, a questão não é orçamentária. A questão não é técnica, a questão é só uma solução que pode ser dada tanto pela excepcionalidade do contingenciamento no IFB como também o próprio Ministro usar essa sobra orçamentária, esse colchão orçamentário que S.Exa. tem para fazer esse complemento e não prejudicar ninguém.

Então, o caminho é exatamente esse. E eu vim aqui apenas para assumir esse compromisso de público – eu já tinha assumido individualmente – de ir ao Congresso Nacional fazer esse trabalho, identificar as pessoas que realmente têm influência junto ao Ministro da Educação, para que S.Exa. possa fazer essa excepcionalidade ou usar outros mecanismos orçamentários que tem para que não se prejudique as atividades de vocês.

Portanto, eu quero agradecer a atenção de vocês, em especial, parabenizar os autores dessa audiência pública e pedir licença, porque agora vou presidir a Comissão de Economia, Orçamento e Finanças aqui da Casa.

Quero dizer que eu estou nessa luta aí e que eu vou atrás para buscar exatamente essa solução.

Muito obrigado. (Palmas.)PRESIDENTE (DEPUTADO PROF. ISRAEL) – Muito obrigado,

Deputado Agaciel Maia. Bom dia a todos, eu assumo a Presidência temporariamente.

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Quero agradecer a presença do Sr. Edilson Barbosa, representando aqui o gabinete do Senador Cristovam Buarque. Segundo a nossa regra de chamar dois do auditório e um daqui da Mesa, eu quero convidar para fazer uso da palavra a Ana Carolina Sarmento, estudante do campus de Brasília. (Pausa.)

Antes de a Ana assumir a palavra, eu gostaria de convidar para fazer parte desta Mesa o Deputado Chico Leite e o meu amigo e professor Deputado Prof. Reginaldo Veras para comporem a Mesa.

SRA. ANA CAROLINA SARMENTO – Bom dia a todos, quando eu me deparo com o auditório cheio de estudantes e servidores isso me faz refletir sobre um pensamento muito importante: que o nosso país tem um povo que não desiste dos seus sonhos, que luta por eles e que faz acontecer.

A gente sabe muito bem a situação que o nosso Instituto vem passando, isso pode ser mostrado em dados, pode ser falado de várias maneiras, mas o que eu tenho para dizer hoje aqui é que a gente já está acostumado a ouvir no nosso campus que o povo brasileiro há muito tempo luta pelos seus direitos. E hoje o que a gente está fazendo aqui é lutar para que os nossos sonhos não se acabem com esse contingenciamento que a gente está tendo na educação.

Eu vim do ensino médio do Pará, também fiz instituto no Pará e a gente precisa sonhar e sonhar mais alto. Quando a gente se depara com uma situação de ver que pode um campus fechar ou não, a gente tem que criar habilidades, abrir recursos, abrir caminhos, abrir contatos a fim de que a gente possa suprir esse problema, finalizar esse problema.

Então, eu queria convidar – para que a gente possa ser multiplicador dessa ação, que não vai acabar agora – os nossos colegas da Mesa, para que eles se somem de verdade nessa luta, porque a educação tem que ser prioridade para o País que quer desenvolver. Se ela não está sendo prioridade, o povo precisa dizer que ela tem que ser prioridade! A educação transforma pessoas, e pessoas transformam o mundo, já diz Paulo Freire.

Então, meus amigos, eu convido todos vocês para que este debate continue se estendendo nos nossos campi, dentro da nossa família, porque essa ação vai além das portas do instituto. E cada Deputado que está aqui nos ouvindo e os representantes da Secretaria, do Ministério, que vão abrir contatos, possam fazer isso, entendendo que o Instituto de Brasília proporcionou a jovens e a adultos a oportunidade de terem uma vida melhor. E é este o intuito do Instituto Federal de Brasília, dos institutos federais: fazer com que os sonhos possam ser realizados. E eu convido, mais uma vez, todos vocês para fazermos com que os nossos

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sonhos aconteçam, para fazermos com que o nosso instituto não possa ser sucateado, para fazermos com que o nosso instituto não seja precarizado, para que possamos garantir os nossos funcionários terceirizados, para que possamos garantir condições reais dos nossos professores e técnicos, a fim de que possam garantir para nós uma educação e qualidade!

Você, estudante – eu falo como uma estudante também, que veio do médio e hoje está no superior, estudando gestão –, vamos aprender que, se cada um fizer a sua parte, nós vamos não só ter uma sociedade melhor, mas também ser uma referência para o mundo, como já somos para a América Latina. E olhe a gente ainda precisa melhorar muito.

Meus estudantes, amigos, colegas, professores, vocês estão de parabéns, porque isso é a prova de que vocês não desistem dos seus sonhos!

Obrigada. (Palmas.)PRESIDENTE (DEPUTADO PROF. ISRAEL) – Obrigado, Ana Carolina,

pela sua fala.Eu quero convidar a fazer uso da palavra o Sr. Ramiro Ferreira de

Sousa Filho, membro do Conselho Gestor de Planaltina. SR. RAMIRO FERREIRA DE SOUSA FILHO – Bom dia a todos. Antes

de ser um membro do Conselho Gestor do Campus de Planaltina, eu fui aluno daquele campus. Estudei naquele campus na década de 1980, nos anos de 81 a 83, e me formei em Técnico em Agropecuária. Hoje sou funcionário do Conselho Regional de Engenharia por conta do Curso de Técnico em Agropecuária que fiz naquele colégio, no antigo Colégio Agrícola de Brasília. E tenho muito orgulho disso, porque é minha profissão, é a minha vida hoje. E eu tenho muito orgulho de ser um membro também do IFB, que hoje se tornou... O Colégio Agrícola foi ancorado pelo IFB.

Nesse sentido, a gente quer falar o quê? A educação no Brasil tem sido um marco na nossa história, porque ela tem provado que pessoas, como a Ana Clara disse, podem mudar. E, se as pessoas estão mudando, a pessoas também mudam o mundo. E, nesse contexto, o que nós queremos dizer? Os cursos técnicos têm movimentado os orçamentos do País. São os cursos técnicos, são os técnicos em agropecuária, os técnicos em agronegócios, os técnicos em eletrônica, os técnicos em edificações. Então, esses colegas, que vou chamar de amigos, têm mudado o nosso Brasil.

Nós novamente tivemos um superávit na produção de grãos este ano por conta da área da agropecuária. É ela que tem movimentado esse Brasil, e nós não podemos perder o Instituto Federal de Brasília por conta

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de um contingenciamento, porque ele vai precarizar a escola, e a escola não pode ser precarizada. Um país educado é um país que cresce.

Obrigado. (Palmas.)PRESIDENTE (DEPUTADO PROF. ISRAEL) – Muito obrigado pela sua

fala. Eu vou chamar um membro da Mesa, o Diretor de Desenvolvimento da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica do MEC, Sr. Romero Portela Raposo Filho. (Palmas.)

SR. ROMERO PORTELA RAPOSO FILHO – Bom dia a todos. É um prazer estar aqui com vocês. É sempre bom discutir qualquer coisa no âmbito da rede com os alunos, com os professores e com os Deputados.

Então, eu queria saudar todos que compõem a Mesa, na pessoa do Wilson Conciani.

Eu queria dizer para vocês o seguinte. No ano passado, quando o Ministro Mendonça assumiu o MEC, nós tínhamos um contingenciamento de 6,4 bilhões de reais. A gente conseguiu reverter isso e garantir 4,7 desse corte de 6,4, que garantiu 100% do custeio dos institutos federais. Vale salientar que há dois anos isso não acontecia. Também atingimos praticamente 90% do orçamento de custeio, o que é considerado muito bom e não acontecia há alguns anos.

O que houve neste ano? O Ministério do Planejamento, como bem disse o Deputado Agaciel Maia, faz um corte linear. Então, todos os entes do Governo Federal precisam cumprir esse corte. Nós, no MEC, passamos esse corte. Na verdade, não é um corte. Era isso que eu queria dizer antes de tudo. Não é corte, é contingenciamento. (Apupos.)

Só para vocês entenderem. Corte você perde. Contingenciamento você não perde. Contingenciamento é uma prevenção. É uma prevenção enquanto o que foi planejado não acompanha o que está sendo arrecadado. Ou seja, no ano passado, a gente teve um corte de 6,4 e recuperou 4,7. Então, na verdade, é um contingenciamento que o Ministro, em reunião com o próprio reitor Conciani, na presença de representante do Conif, disse que isso era passível de revisão. Mas, no momento, por uma prevenção, para que a gente não faça um corte no orçamento e não consiga mais recuperar, a gente está fazendo isso.

Então, o que é exatamente a Portaria nº 28? É uma determinação do Ministério do Planejamento, em cima de 36 itens de despesa. Nós temos mais de cem, para vocês terem noção. Essas despesas são basicamente diárias e passagens, gasto com impressão, gastos terceirizados, esse tipo de coisa. Realmente discricionário é aquilo em que você pode mexer mais. Então, isso não é só para os institutos. Isso é para todo o Governo do Distrito Federal e para todas as autarquias.

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O MEC garantiu 100% do executado no ano passado. Então, o que está acontecendo? Foram contingenciados 20%, e esses 20% estão garantidos pelo MEC.

Em reunião com o Conif, que é o órgão dos reitores dos institutos federais, nós garantimos que faríamos uma comissão que faria o acompanhamento da execução do orçamento mensalmente. Foi isso o que a gente fez, por quê? Porque a gente consegue tirar de algum instituto que não está conseguindo executar bem o orçamento e jogar no outro, isso dentro do orçamento. Para o MEC, a gente checa os institutos federais como uma rede. Então, a gente consegue fazer esses deslocamentos de limite dentro da própria rede. Isso não atrapalha nenhum instituto federal.

Além disso, nós temos esses 20% de colchão. (Intervenção da plateia.) (Palmas.)

SR. ROMERO PORTELA RAPOSO FILHO – Não. Não estudo lá. Nós temos esses 20% de colchão. Esses 20% de colchão que a

gente tem é justamente para que, quando chegar o segundo semestre, a gente consiga fazer a realocação desse orçamento aos poucos, de acordo com o acompanhamento da execução orçamentária.

Com relação à Portaria nº 28, principalmente, para os diretores de campos que estão aqui, e talvez tenham entendido melhor essa questão, não é uma coisa tão preocupante, está certo? (Apupos.)

Isso já foi dito pela própria...(Manifestação da plateia.)

PRESIDENTE (DEPUTADO PROF. ISRAEL) – Senhores, é melhor a gente deixar o orador falar tudo o que ele tem para falar. Quando a gente vaia, a gente deixa a pessoa constrangida. É melhor a gente ouvir tudo o que ele tem a dizer, porque é para a gente ouvir. Depois, se tiver que rebater, vamos ter inscrições de fala. Não tem problema. A pessoa tem que falar tudo o que ela tem para dizer, e a gente tem que ouvir. Depois, a gente rebate na tribuna, está bom?

Obrigado, gente.SR. ROMERO PORTELA RAPOSO FILHO – Então, com relação à

Portaria nº 28, é basicamente isto: realmente, todos temos que nos readequar com relação... Eu digo todos do governo federal, inclusive o próprio MEC, temos que nos readequar com relação a esse contingenciamento. Mas a gente sabe que isso é uma coisa que está sendo passiva de revisão. Isso é acompanhado mensalmente para justamente não prejudicar os institutos.

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Não necessariamente um instituto precisa de 100% de seu custeio agora liberado. Por exemplo, o Instituto Federal de Brasília já tem 60% do seu custeio liberado, dos quais apenas 20% ou 30% estão sendo executados. Ou seja, a gente tem ainda uma gordura no limite. A gente tem uma gordura ainda para executar, e é justamente isso o que a gente está fazendo lá no MEC. Esse acompanhamento é o que precisamos fazer, nós estamos fazendo. Quem mais quer garantir os 100% de custeio, como garantimos no ano passado, é o próprio MEC.

Então, eu queria tranquilizar vocês com relação a isso, porque a luta... Todos aqui estão pedindo união, nós também estamos nessa luta para garantir os 100% de custeio dos estudos federais.

Com o Ministro Mendonça, por exemplo, a gente conseguiu no ano passado, e a gente espera atingir neste ano também. O cenário não é fácil, mas o que a gente pode garantir é uma boa gestão. Por exemplo, ano passado a gente conseguiu executar 100% do orçamento de investimento. Isso não acontecia há cinco anos no MEC. Isso é muito importante, porque todo dinheiro que você está alocando para autarquia federal está sendo gasto.

Já custeio, por exemplo – e é por isso que a gente faz esse controle através dessas comissões de orçamento –, não foi. Ano passado, com todo problema que nós tivemos, com todo contingenciamento, com todo aperreio, mesmo sendo executado 100% do limite orçamentário, quando a gente vai para a execução financeira disso, ou seja, você tem que empenhar esse limite que foi liberado, a maioria dos institutos voltou dinheiro para o MEC. Quando esse dinheiro volta, a gente perde esse dinheiro, porque no outro ano, é um outro orçamento, e a gente não consegue gastar.

Por isso a gente faz essa comissão, porque a gente vai acompanhando os institutos que não estão tendo uma boa execução. Por exemplo, o Instituto Federal de Brasília está tendo uma boa execução e está precisando de orçamento, a gente só faz transferir esse limite.

Estamos em maio ainda, o ano termina em dezembro, e a gente espera que daqui para lá os cenários estejam mais positivos. E a gente tem certeza absoluta de que esse trabalho que a gente está fazendo de gestão, em cima, junto com os reitores, junto com os institutos federais, vai surtir frutos.

Era basicamente isso que eu queria falar para vocês, tentando tranquilizar com relação a essa questão da Portaria nº 28.

Com relação aos limites, 85% já foram garantidos pelo Ministro no custeio, e 60% já foram garantidos para o investimento – isso para o

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primeiro semestre, passível de uma revisão, porque provavelmente será revisto. Se a gente pegar a situação de um mês atrás, por exemplo, a gente já está com uma situação bem mais confortável, do ponto de vista de limite orçamentário.

Era basicamente isso o que eu queria falar. Desculpem-me se falei alguma coisa que vocês não gostaram, mas

é porque vocês precisam entender que a gente precisa fazer isso através de gestão e de técnicas orçamentárias.

De toda forma, me coloco à disposição de vocês. Quem precisar de uma explicação melhor, a minha porta, no MEC, está aberta. Estamos trabalhando no anexo, no 2º andar. Vocês podem ir lá tranquilos, que eu posso mostrar esse número para vocês.

Obrigado. (Palmas.)PRESIDENTE (DEPUTADO PROF. ISRAEL) – Muito obrigado, Dr.

Romero. Sei que o senhor tem um voo marcado. (Manifestações na galeria.)

PRESIDENTE (DEPUTADO PROF. ISRAEL) – Eu quero convidar para fazer uso da palavra um estudante do campus de Samambaia, Pierre Matuzalem de Souza.

(Manifestações na galeria.)SR. PIERRE MATUZALEM DE SOUZA – Bom dia. Quando eu fui convidado pelo Prof. Fernando para falar um pouco

sobre o IF, eu confesso que não sabia por onde começar, e até agora não sei, realmente, porque o IF representa muito para mim e, com certeza, para muitos de vocês estudantes e servidores.

Eu sou do campus de Samambaia, sou do ensino médio integrado ao curso técnico. Estou no 3º ano. Ao longo desses três anos, o IF mudou bastante a minha vida e a de vários outros estudantes, no meu campus e pelo Brasil, espalhados por todo lugar.

Uma vez eu falei com uma professora que me disse que um dos maiores problemas que ela tinha com alunos da rede pública não era a questão de comportamento, de capacidade, e, sim, de autoestima, porque muitos deles vêm de bairros pobres, não têm perspectiva de crescimento acadêmico nem nada do tipo, querem sair do ensino médio e ajudar a família com as contas.

Acho que os professores e servidores do IF ampliaram a minha visão e a dos meus colegas, com certeza, de muitos de vocês, em relação a isto: a gente tem outras possibilidades; a gente pode correr atrás, e a

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faculdade não é um lugar só para uma casta privilegiada da sociedade, é um lugar para todos nós que viemos do ensino público, da esfera municipal, estadual, distrital e da rede federal. Então, todos devemos e podemos ocupar as universidades, os cargos públicos. Não é à toa que se o IF fosse um país, estaria localizado em 11º no ranking de educação mundial, à frente de países como a Coreia do Sul, que são referência em educação. (Palmas.)

Então, para mim, o IF é um lugar de extremo potencial, é um lugar de futuro, de formação de futuro e, principalmente, de realização de sonhos.

Obrigado. (Palmas.) (Manifestações na galeria.)

PRESIDENTE (DEPUTADO PROF. ISRAEL) – Muito obrigado, Pierre. Quero convidar a fazer uso da palavra a catadora Ana Cláudia, da

Cooperativa Ambiente da Estrutural. SRA. ANA CLÁUDIA DE LIMA – Bom dia a todas e a todos. Eu quero

cumprimentar a Mesa e falar da importância do IFB na Estrutural. Eu me chamo Ana Cláudia de Lima, sou presidente da maior cooperativa de catadores do Lixão. Há onze anos trabalho no Lixão da Estrutural e o IFB trouxe para nós um sonho: um sonho de sair do Lixão e poder ir para uma escola e se formar. Isso nos trouxe a esperança de uma vida melhor, porque nós sabemos que a transformadora de uma sociedade se chama educação e o IFB tem trazido isso aos nossos sonhos.

Eu me juntei hoje ao IFB para lutar e dizer que, com a real situação do Lixão, hoje, com o fechamento do Lixão, com mais de dois mil catadores, porque a maioria é leigo e analfabeto, o IFB nos trouxe a esperança de ir para uma escola e mudar a realidade das nossas vidas. Então, nós queremos o apoio do MEC e dos nossos governantes. Que não deixem a nossa categoria morrer sem a esperança de ir para uma escola, sem a realidade poder ser mudada hoje no Lixão da Estrutural. Juntos com o IFB, vamos poder sonhar e mudar o quadro das nossas vidas.

Muito obrigada. (Palmas.) PRESIDENTE (DEPUTADO PROF. ISRAEL) – Muito obrigado pela fala,

Ana Cláudia.Estamos aqui com uma situação e eu vou compartilhá-las com

vocês. Vou precisar interromper a ordem das falas, porque nós temos aqui presentes três Deputados que compõem as duas principais Comissões da Casa, que estão reunidas hoje e que precisam da nossa presença para dar quorum: a Comissão de Constituição e Justiça e a Comissão de Economia,

Celia Maria de Medeiros Rocha Franca, 11/09/17,
ut
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Orçamento e Finanças. Somos eu, o Deputado Prof. Reginaldo Veras e o Deputado Chico Leite. Temos presentes aqui mais dois Deputados que convocaram essa reunião e que, portanto, podem assumir a Presidência, tanto o Deputado Lira quanto a Deputada Luzia de Paula. Então, vou pedir licença a vocês, para que nós três possamos nos pronunciar.

Eu passarei a Presidência à Deputada Luzia de Paula, que dará seguimento para que a gente possa dar quorum às duas comissões terminativas da Casa.

Agradeço a compreensão de vocês. Vamos interromper essa dinâmica momentaneamente, para que possamos dar seguimento aos trabalhos.

Deputada Luzia de Paula, V.Exa. pode assumir.Antes, porém, eu convido o Deputado Wasny de Roure aqui

presente para vir compor a mesa conosco. (Assume a Presidência a Deputada Luzia de Paula.)

PRESIDENTE (DEPUTADA LUZIA DE PAULA) – Bom dia a todos e a todas. Agradeço ao nosso Presidente esta oportunidade.

Neste momento, passo a palavra ao nobre Deputado Prof. Israel.DEPUTADO PROF. ISRAEL – Senhoras e senhoras, bom dia. Colegas

Deputados, membros da mesa, estudantes presentes, eu quero dizer que nós estamos diante de uma escolha. O nosso país precisa fazer uma escolha, e nós precisamos escolher o futuro, nós precisamos escolher a esperança.

O Instituto Federal, esses institutos que foram criados nos últimos anos representaram uma resposta do Brasil ao longo questionamento da sociedade sobre o ensino técnico, sobre o ensino de qualidade que o País nunca ofereceu. E, nos últimos anos, o Brasil construiu três vezes mais institutos federais e institutos tecnológicos e técnicos do que em toda a história brasileira. Nós investimos dinheiro, nós criamos infraestrutura, nós conseguimos ofertar o ensino de qualidade que mudou a vida de diversos estudantes, o ensino que mudou a paisagem de diversas cidades.

O Instituto Federal de São Sebastião é orgulho para aquela região, o Deputado Lira sabe bem disso. O Instituto Federal da Estrutura engrandece uma cidade até então esquecida. Quando nós falamos dos institutos federais, nós falamos de autoestima, nós falamos de uma resposta que o Brasil foi capaz de dar a um problema antigo. E agora o nosso País tem que escolher se vai permanecer no caminho dessa esperança ou se nós vamos simplesmente enterrar tudo o que já foi investido. O nosso país precisa definir qual é a sua prioridade.

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Eu não estou aqui para discutir as opções, mas estou aqui para dizer que os institutos federais devem ser prioridades para o nosso país, porque são a representação de um Brasil que dá certo. (Palmas.)

Então, eu quero me colocar à disposição de vocês. Eu estive visitando o Senador Álvaro Dias para pedir apoio para os institutos, a fim de evitar esse contingenciamento. Depois, participamos de reuniões para que a gente chegue ao Ministro da Educação. Temos nos articulado com Deputados da nossa bancada federal e com Senadores, porque isso precisa ser tratado com o devido respeito. O Brasil superou o marco histórico com os institutos federais. E nós precisamos nos manter nesse caminho.

Eu quero parabenizar todos vocês que se uniram. Eu estive em visita ao campus de Brasília. Estive lá, com o Professor Povoas, com o Professor Conciani. Tive a oportunidade de dar palestras para alguns alunos. E ali eu disse que, se os institutos não se mobilizarem, eles serão esquecidos. Porque, na nossa dinâmica de democracia representativa, as partes da sociedade que conseguem se apresentar para o Poder público, essas são ouvidas. Mas aquelas que não se mostram são esquecidas. E vocês entenderam o recado. Parabéns por estarem aqui. Parabéns por lutarem por esta conquista, que é uma conquista do nosso País. Muito obrigado. (Palmas.)

PRESIDENTE (DEPUTADA LUZIA DE PAULA) – Neste momento, concedo a palavra ao Deputado Prof. Reginaldo Veras.

DEPUTADO PROF. REGINALDO VERAS – Bom dia a todos. Cumprimento o pessoal da Mesa, todos os estudantes aqui presentes e os meus amigos, grandes defensores dos institutos federais, Póvoas e Conciani. Estamos sempre, na medida do possível, atuando juntos. Cumprimento o Marcelo, que está aqui.

Senhoras e senhores, nos últimos 30 anos, a educação brasileira passou por algumas transformações, principalmente no que se refere aos aspectos quantitativos. Ocorreu quase a universalização do acesso ao ensino fundamental, o que levou a um maior número de alunos no ensino médio e, por consequência, um maior número de estudantes no ensino superior. O que deve ser ampliado agora que, pouco a pouco, vamos colocar em prática a Emenda Constitucional nº 59, que torna o ensino médio plenamente obrigatório. Isso ocorreu, tardiamente, mas chegou.

Esse avanço quantitativo não foi acompanhado de um avanço qualitativo. E vemos isso tanto pelas avaliações nacionais e internacionais, como por pessoas que, como eu, que estou no dia a dia do ambiente escolar, veem isso na prática, o que tem consequência no mercado de trabalho.

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Nesse contexto, a criação dos institutos federais, talvez, tenha sido a maior revolução da educação brasileira contemporânea, porque ela conseguiu mesclar quantidade – que ainda pode avançar – e qualidade, como disse, agora há pouco, o Prof. Israel e como disse um estudante que disse que se fosse um país, estaria em 11º lugar no ranking educacional. Então, nós conseguimos fazer o que não fazíamos há séculos: mesclar quantidade e qualidade.

Os institutos federais conseguiram essa proeza em tempo recorde, o que mostra que é um projeto de sucesso e que não pode ser um projeto de governo, ele tem que ser um projeto de estado duradouro, permanente, decadal. Essa que é a verdade. (Palmas.)

E a única forma de isso acontecer é o Estado abraçando esse projeto, mantendo o investimento sustentado, no sentido de continuado, nesse modelo de que a sociedade brasileira tanto precisa.

E aí como nós – um parlamentar distrital - podemos atuar para contribuir para um instituto federal? Primeiro, já atuamos muito, no âmbito local, junto com o Conciani e o pessoal aqui, tentando conquistar novos espaços para a instalação de novos institutos, como obtivemos na região do Recanto das Emas. Ali foi uma luta conjunta de vários parlamentares e o instituto. E, acima tudo, entrando em contato com os nossos parlamentares da bancada federal para que, juntamente conosco e com vocês, façam uma pressão para que não haja nem cortes, nem contingenciamento, porque não se pode contingenciar recursos daquilo que vem tendo sucesso, daquilo que vem se mostrando altamente exitoso. (Aplausos.)

Na semana passada, assim como fez o Deputado Prof. Israel com o Senador Álvaro Dias, que é da bancada do partido de S.Exa., nós tivemos contato com o Senador Reguffe, que hoje não é mais do PDT, mas é um grande amigo e também assumiu o compromisso de se empenhar nesta luta em defesa dos institutos federais.

Nesta semana, terei um novo encontro com o Senador Reguffe e também um encontro com o Presidente Lupi, Presidente do meu partido, para que os Deputados e os Senadores da bancada do PDT abracem também essa causa, até porque S.Exas. acabam tendo, lá, presentes, mais forças do que a gente.

Então, senhores, vida longa aos institutos federais.Muito obrigado a todos. (Palmas.)PRESIDENTE (DEPUTADA LUZIA DE PAULA) – Concedo a palavra ao

Exmo. Sr. Deputado Chico Leite.

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DEPUTADO CHICO LEITE – Bom dia a todas e a todos. Agora, vou ter que participar de uma reunião da Comissão de Economia, Orçamento e Finanças, mas eu precisava deixar aqui, bem claramente, o apoio e a solidariedade nessa luta.

Sra. Presidente, Deputada Luzia de Paula, o Instituto Federal é, a meu ver, nessa caminhada especificamente do nosso mandato, desde 2012, a grande revolução no plano do ensino no Brasil. (Palmas.)

Se o é, nós precisamos ter lado e assumir essa luta. O Reitor Conciani sabe que essa articulação política é fundamental não apenas para sensibilizar a direção do Ministério – aqui presente o Dr. Romero – mas também para compreender a reação de toda a escola como uma reunião não apenas de indignação, mas de representação, de união aos esforços e também de sensibilização de toda a sociedade.

A sociedade, Deputado Lira, reconhece, no instituto, um instrumento revolucionário para melhorar a qualidade de vida, para garantir o direito daquele que nunca passou pela porta de uma escola, mas que tem direito a ser um cientista e não um menor infrator.

Se conseguimos convencer a sociedade, não há governo que resista às nossas ações. Esse é o melhor caminho.

Então, o primeiro é a articulação política. Fiquei feliz em ver aqui vários partidos representados. O Deputado Lira do PHS. Mais cedo, o Deputado Rôney Nemer do PP. O Deputado Chico Vigilante e Deputado Wasny de Roure ambos do PT. O Deputado Prof. Israel do PV. O Deputado Prof. Reginaldo Veras, do PDT. O Deputado Cláudio Abrantes, que chegou há pouco e eu, da Rede Sustentabilidade.

Então, esse universo é fundamental no processo de convencimento, por causa da representação dos partidos. Depois, a presença das bancadas. Aqui não temos só a bancada distrital, que pode lutar por área, por terreno, por convênios, mas que tem suas dificuldades naturais em razão da federação.

Desde 2012, nós tentamos aplicar recursos com emendas no Instituto Federal e temos dificuldade aqui com a burocracia, Deputado Wasny de Roure, do Distrito Federal. Tendo as bancadas federais, nós teremos união e força onde mais importa que é no destino.

Então, ao ver aqui representantes das bancadas federais, ao ver aqui representantes das bancadas aqui do Distrito Federal, eu estou vendo também mais força política e isso é fundamental.

Bom, mas há um outro dado, afora a articulação política e o convencimento da sociedade que muito importa e que foi citado pelos

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meus antecessores, Deputado Chico Vigilante, Deputado Prof. Reginaldo Veras e Deputado Prof. Israel, é a mobilização constante de estudantes, de professores, de servidores, de entidades e da comunidade na luta pela causa. Essa representação é de fundamental importância no momento em que se for escolher as prioridades. O dinheiro não vai para as empreiteiras. Vai para a educação. O dinheiro não vai para o âmbito privado. Vai para a escola pública, que vai promover uma educação universal. Isso é fundamental. E nesse particular o papel de vocês aqui reunidos é insubstituível.

Parabéns. Contem conosco. Contem com a nossa bancada do Bloco Sustentabilidade e Trabalho: Deputado Cláudio Abrantes, que aliás já se encontra aqui, como disse, entre nós; Deputado Joe Valle, Presidente da Casa; Deputado Prof. Israel; Deputado Prof. Reginaldo Veras e eu estamos absolutamente unidos na causa.

Parabéns. À luta constante e à vitória. Contem conosco. (Palmas.)PRESIDENTE (DEPUTADA LUZIA DE PAULA) – Eu gostaria de

convidar para fazer parte da Mesa o Deputado Cláudio Abrantes. (Palmas.)Neste momento, com base em acordo, passaríamos a palavra aos

representantes... O Deputado Chico... está precisando sair também. O Deputado Prof. Reginaldo Veras pediu desculpas, porque tem que ir para as comissões. O Deputado Chico também tem outra reunião, que está acontecendo. S.Exa. tem outra agenda. Mas eu chamo a fazer uso da palavra o Sr. Anselmo Nascimento. Em seguida, vou chamar o Sr. Valternilson Marques. O Sr. Anselmo Nascimento é representante dos estudantes do Conselho Superior do IFB. (Palmas.)

SR. ANSELMO NASCIMENTO – Bom dia a todos. Eu quero começar fazendo uma pergunta para o Secretário de MEC, que diz que o problema não é o orçamento. Sou estudante do campus de Brasília, e 90% dos nossos servidores terceirizados já assinaram aviso prévio, porque não há dinheiro para pagar os salários dessas pessoas. (Palmas e gritos.) E, quando a gente fala do salário dessas pessoas, isso não envolve só essas pessoas, envolve as famílias, os filhos, e o aluguel e a conta de luz não esperam.

Nesse sentido, a gente faz essa provocação: onde está o dinheiro, se o orçamento não é problema para garantir que esses funcionários não sejam demitidos. (Palmas e gritos.)

E lembro a todos que o nosso campus é a maior estrutura do Instituto Federal de Brasília. É um campus capital, com quase três mil alunos. E você deixar só seis funcionários para cuidar da limpeza desse

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campus é precarizar o trabalho, e nós não queremos isso para os nossos terceirizados. (Palmas.)

Outro aspecto muito importante – e aí eu me dirijo aos estudantes e servidores – é que sempre colocaram na nossa cabeça, e principalmente na cabeça do povo brasileiro, que nós não somos capazes e não somos donos do nosso destino. E a gente provou, nas ruas, com a greve vitoriosa do dia 28, que nós podemos mudar nosso destino, e nós somos donos dele. (Palmas.)

Outro aspecto muito importante é a gente observar a importância do instituto, e não só o de Brasília, mas os do Brasil todo, na vida das pessoas. Façam um paralelo, principalmente com a forma de acesso que o Instituto Federal de Brasília faz. É um acesso inovador a questão do sorteio, que desmascara, de uma vez por todas, a ideia de que é só através de vestibular que a gente consegue excelência estudantil dentro da escola, porque hoje a gente tem os melhores profissionais saindo do Instituto Federal de Brasília, e a nossa instituição é reconhecida em qualquer lugar onde a gente chega! (Palmas.)

Outro aspecto bastante importante de a gente observar nesse projeto é que a gente tem que ter um lado nesse processo, e o lado é a questão da prioridade. Enquanto a gente não tratar a educação como prioridade, qualquer projeto que descarte a educação da sua prioridade não será nosso projeto! (Palmas.) Não dá para desenvolver um país sem uma educação decente, uma educação de qualidade. Eu me dirijo principalmente a homens e mulheres que passaram mais de dez, vinte anos fora da escola e, com a criação do IFB aqui, em Brasília, tiveram a oportunidade de mudar a sua realidade, de transformar a sua vida e transformar a vida de várias cidades aqui no Distrito Federal! (Palmas.)

Então, caros estudantes, agradeço por esta oportunidade, e que essa luta não se encerre aqui! Aqui é só um start, e a gente deve estar principalmente unido, com a consciência de que nós somos donos do nosso destino e não nos contentamos com um pouco ou com um nada ou só com o que é necessário. Nós nos contentamos com o melhor, com a qualidade e, principalmente, nós nos agigantamos com os nossos sonhos, e que eles sejam maiores do que os nossos opressores e do que esse projeto que está aí, que tenta acabar com o Instituto Federal de Brasília e com a rede federal de educação técnica e profissional, que vem cumprindo um papel essencial na sociedade, que não fica só na produção de conhecimento, mas fica principalmente na importância de aplicar tudo aquilo que a gente aprende para a sociedade, porque é a sociedade que paga a nossa estada no Instituto Federal de Brasília! A gente não está lá de graça! E a gente vem devolvendo isso para a nossa sociedade!

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E espero que o MEC faça esse pedido para o Sr. Secretário, que leve isso para o nosso Ministro. Nós queremos estudar! Isso é um direito garantido na Constituição Federal! Já que vocês são tão constitucionalistas, respeitem a Constituição nesse aspecto. (Palmas.)

(Manifestação de apoio e aplauso.)SR. ANSELMO NASCIMENTO – Então, pessoal, só fazendo o último

paralelo e principalmente contando uma história mais pessoal, a minha mãe tem 43 anos de idade, e ela está fazendo um curso superior no Instituto Federal de Brasília, no Riacho Fundo, um curso de inglês. E eu me lembro, como se fosse ontem, da forma de acesso, que era sorteio, e ela ficou na lista de espera. Existiam dezesseis pessoas na sala e quinze vagas, ela ficou de fora, mas depois conseguiu a vaga. Quando eu vi a emoção da minha mãe nos olhos dela de poder realizar um sonho, porque ela abdicou desse sonho para cuidar de mim e do meu irmão, e quando eu vi esse sonho realizado dela foi uma alegria imensa porque ela trabalhou durante vinte anos empregada doméstica e agora consegue fazer um curso superior. Eu acho que é isso que dá medo principalmente a uma classe social, na nossa sociedade, de pessoas, homens e mulheres, poderem sair das cozinhas e irem para a sala de estar; homens e mulheres saírem da subserviência, do subemprego e poderem ter lugar de destaque na sociedade.

Temos que lembrar que nós somos maioria e nós juntos não vai ter governo, não vai projeto que vai desbancar a nossa unidade, principalmente, destruir os nossos sonhos.

Muito obrigada, pessoal. (Palmas.)PRESIDENTE (DEPUTADA LUZIA DE PAULA) – Convido para fazer uso

da palavra o Sr. Waltermilson Marques, pai de aluno do ensino médio.(Manifestação da plateia.)

PRESIDENTE (DEPUTADA LUZIA DE PAULA) – Eu gostaria. Ele já vai responder.

SR. ROMERO PORTELA RAPOSO FILHO – Só respondendo, em hora nenhuma a gente disse que o problema não era orçamento, gente. Não foi isso que eu disse. Eu disse que o problema era a Portaria nº 28, com relação ao contingenciamento de 80%. O que eu falei foi: o que nós garantimos são 20% de colchão em cima do executado no ano passado. Em hora alguma a gente está dizendo que o problema não é orçamento. Se vocês olharem as últimas notícias, vão saber que é. A arrecadação não está acompanhando o planejado e para isso é importante que a gente se programe. Não tem outro jeito. O que a gente está fazendo é justamente isto: um acompanhamento, uma gestão junto com os reitores para que a

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gente consiga otimizar o nosso orçamento em cima do contingenciamento que a gente tem. O problema é orçamento.

O problema é, sim, orçamento. Pelo MEC, pelo diretor da rede, pelos reitores já estaria tudo 100% liberado. Esse é o nosso sonho. Infelizmente...

O que eu posso garantir para vocês é isso, a nossa luta constante. A gente está trabalhando todo o dia para que a gente garanta o 100% de custeio dentro dos institutos federais. É nossa prioridade. Eu posso falar por mim. É minha total prioridade.

Obrigado.PRESIDENTE (DEPUTADA LUZIA DE PAULA) – Obrigada, Secretário. Concedo a palavra ao Sr. Waltermilson Marques.SR. WALTERMILSON MARQUES – Bom dia, Sra. Deputada Presidente

da Mesa; Srs. Deputados; copo docente do Instituto Federal de Brasília e demais presentes.

(Manifestações fora do microfone.)PRESIDENTE (DEPUTADA LUZIA DE PAULA) – Vamos ouvir o pai de

aluno que está aqui para falar com vocês.SR. WALTERMILSON MARQUES - É com imenso prazer que venho a

esta tribuna para falar em nome dos pais de alunos dessa tão rara instituição de ensino que é o IFB.

Meu nome é Waltermilson Marques, tenho um filho de 15 anos, João Victor, aluno do primeiro ano do curso design de móveis do IFB de Samambaia.

A modalidade de ensino profissionalizante é, para mim, algo de muita relevância, haja visto que eu também já fui um estudante que me beneficiei desse tipo de ensino. Hoje eu sou graduado em análise de sistemas e pós-graduado em tecnologia de rede de computadores, mas foi em um curso profissionalizante que iniciei minha carreira na área de TI, mais precisamente entre 1986 e 1988, quando realizei meu segundo grau técnico em eletrônica no, então, Centro Educacional de Taguatinga Norte, antigo CTN em Taguatinga.

Por ter sido um aluno beneficiado por esse tipo de ensino, tenho voz para falar das benesses que o ensino profissionalizante pode trazer para o jovem e, consequentemente, para a nação.

O ensino profissionalizante capacita o jovem a ingressar no mercado de trabalho ainda mesmo no decorrer do curso. Como foi citado aqui, alguns alunos estavam fazendo curso, abriu o instituto e, depois,

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eles trabalharam no próprio instituto. Foi propiciado a eles um estágio e consequentemente o ingresso na empresa contratante, além de especializá-los em uma carreira promissora.

O Instituto Federal de Brasília – e quando me refiro ao Instituto Federal de Brasília, estou me referindo a todos os IFs do Brasil –, tem como missão prover aos estudantes do Distrito Federal um ensino profissionalizante de qualidade excepcional e é isso que ele vem realizando desde 2010, quando de fato se estabeleceu em Brasília. Desde então veio se expandindo com novos campi, mesmo que em instalações provisórias. Hoje, finalmente em suas sedes próprias.

Os números comprovam que a qualidade de ensino dos IFs do Brasil supera até mesmo instituições particulares e estrangeiras. Não é para termos orgulho disso? Sim! Lógico que sim.

Todos nós brasileiros temos plena consciência do momento conturbado que o País vem sofrendo, tanto dentro do âmbito político quanto do âmbito orçamentário. Apesar de não sermos nós os culpados, e sabermos a origem dessa crise, isso é um assunto para ser abordado em outra ocasião, não agora.

Não podemos compactuar com o corte no orçamento de serviços essenciais, como saúde, educação e segurança. O nosso papel como pais, cidadãos e eleitores que pagamos os nossos impostos é reivindicar àqueles que possuem a prerrogativa de intervir nessa causa, os Srs. Deputados e Deputadas, para que olhem pelo futuro desta Nação.

Estes meninos e meninas que aqui se encontram têm a missão de mudar essa situação deplorável que hoje estamos vivenciando. Como eles poderão realizar essa façanha se não tiverem o apoio e o incentivo de nossas gerações, que hoje possuem essas responsabilidades?

A educação, senhores, nunca foi vista com o valor que ela merece. Quando este País vai enxergar que não se constrói uma nação sem educação? Este é o maior pilar para se construir e manter uma sociedade civilizada. Por que se reduzir mais ainda o orçamento de uma instituição de ensino que já está operando nos limites de subsistência? E sabemos que esse orçamento é proveniente do início do IFB, e hoje os alunos são o dobro do projeto inicial. Sabemos que esse corte impactará diretamente na qualidade de ensino desses jovens, e que este corte poderá causar danos irreparáveis e irrecuperáveis ao programa educacional do IFB.

Por isso, Srs. Deputados e Sra. Deputada, estamos aqui solicitando o apoio desta Câmara para que essa matéria seja observada com certa cautela e com certo carinho, pois estamos falando de um programa que pode e está realizando o sonho de muitos jovens, garantindo uma

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colocação no mercado de trabalho – o que atualmente é algo muito precioso.

Não são só os jovens do Instituto Federal de Brasília que ganham com a manutenção do programa de ensino profissionalizante no Brasil. Toda a Nação tem a ganhar, pois novos profissionais nascem a cada ano, formados pelo IFB, com a qualidade para disputar com as mesmas chances, até mesmo superior, a qualquer instituição particular deste País.

Era o que eu tinha a dizer. Agradeço a atenção de todos e espero que as minhas palavras não

tenham sido proferidas em vão. Muito obrigado a todos. (Palmas.)PRESIDENTE (DEPUTADA LUZIA DE PAULA) – Com a palavra o Exmo.

Sr. Deputado Chico Vigilante.DEPUTADO CHICO VIGILANTE – Bom dia a todas e a todos.Eu lamento a saída do Secretário, porque o problema não é

orçamento; o problema é o Temer! (Palmas.)(Manifestações na galeria.)

DEPUTADO CHICO VIGILANTE – Senão, vejamos: essa rapaziada que tomou o poder de assalto, deu um golpe para assumir o poder, ficou de 1905 a 2003 – portanto 94 anos – para construir 142 escolas técnicas federais. E a maioria estava sucateada.

O Presidente Lula e a Presidenta Dilma, em treze anos, construíram 504 escolas equipadas, com tudo de primeira. Portanto, a questão é colocar ou não a educação como prioridade. E eles colocaram a educação como prioridade!

Agora, essa turma deu o golpe, e não decide as coisas aqui dentro do Brasil! Elas são decididas lá fora! São decididas pela banca financeira internacional! Portanto, eles não querem que os institutos federais existam porque querem continuar tendo aqui mão de obra barata! É isso! Mão de obra barata!

Acabam com as empreiteiras para virem as empreiteiras de fora, e haver mão de obra escrava dentro do Brasil! Essa é a política deles!

Portanto, o conselho sabe! E eu falo isso com autoridade de quem participou da implantação dos principais campos de Brasília! Quando o Lula assumiu, ele não verificou quem estava no governo! Ele queria era implantar os institutos. O governador, à época, era o Arruda. E eu e o Chico Póvoas fomos conversar com o Arruda, para conseguirmos terreno

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na Ceilândia, no Gama e em Samambaia. Nós conseguimos! E os institutos foram implantados!

Havia um Ministro da Educação, o Ministro Haddad, que, seguindo a determinação do Presidente, dava prioridade máxima aos institutos federais.

Portanto, o sucateamento, Conciani, não é só de Brasília, é do Brasil!

Eu passei no Instituto Federal lá em Zé Doca, no interior do Maranhão. Estão sucateando do mesmo jeito! A ideia deles é liquidar com os institutos federais para passar àqueles famosos cursos técnicos de escola privada que não ensinam nada! (Palmas.)

E por que querem fazer isso? Exatamente porque naqueles cursos há a possibilidade de corrupção e de desvio de recurso. Aqui, no Instituto Federal, não há, porque aqui temos professores que são conscientes, temos reitores que são conscientes e temos estudantes conscientes, prontos para não aceitar maracutaias. Portanto, gente, é muito importante a participação de vocês.

Eu dizia para o secretário há pouco e, talvez, por isso ele tenha ido embora... Eu falei: “rapaz, o problema não é orçamento; o problema é a política que vocês deliberaram de destruir o serviço público”. Essa é a questão. Portanto, eu só vejo uma solução. A emenda parlamentar, eles vão contingenciar sempre, porque tem quando é para atender os interesses deles. Hoje está nos jornais: estão liberando 6 bilhões e 900 milhões para comprar consciência de Deputado para votar a reforma previdenciária. Para isso, foram liberados hoje 6 bilhões e 900 milhões. Para isso tem dinheiro, para o Instituto Federal não tem. Portanto, a saída é povo na rua para tirar esses golpistas e devolver a democracia ao nosso país.

Obrigado. (Palmas.)PRESIDENTE (DEPUTADA LUZIA DE PAULA) – Convidamos para fazer

uso da palavra Sônia Maria Araújo, estudante do campus de Ceilândia. (Pausa.)

Vamos convidar, então, o Sr. José Belarmino Gama, ex-Presidente do Jardim Zoológico. (Palmas.)

SR. JOSÉ BELARMINO GAMA – Bom dia a todas, bom dia a todos. Bom dia. Estou muito honrado por ter sido convidado a participar desta audiência, mas, ao mesmo tempo, triste pelo seu objeto. Tenho um carinho muito grande pelo Instituto. Aliás, é mais do que um carinho; é

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uma admiração, uma fascinação pelo que vocês representam para o Distrito Federal.

Quando eu assumi o Zoológico, em 2011, nós olhamos para o Zoológico e falamos: “isso aqui não pode ser apenas um local de exposição de animais, temos de extrair o que isso pode representar de melhor para nossa sociedade, para a nossa comunidade, para o País como um todo”. E veio então a ideia de nos tornarmos, obviamente, um zoológico moderno, só que, para nos tornarmos um zoológico moderno, tínhamos de ter alguns componentes: a conservação, o lazer, mas, principalmente, a educação. E, como o zoológico não poderia se estruturar para se tornar apenas uma instituição de ensino, nós tivemos a felicidade de conhecer o Professor Conciani, o Professor Póvoas e um monte de outros colegas que fazem parte dessa instituição, com a ideia de criarmos uma escola corporativa. O Professor Conciani falou: “Vamos muito além disso, vamos capacitar vocês, vamos trabalhar em conjunto”.

Desse trabalho em conjunto nasceu a capacitação de 100 funcionários, por meio do primeiro curso de cuidadores de animais silvestres no Brasil, certificado pelo Instituto Federal, e surgiu um apoio importantíssimo de um trabalho em conjunto com a Secretaria da Criança, em que recebemos mais de 200 adolescentes que tinham de cumprir algum tipo de medida socioeducativa. Eu perguntei: “Como a gente vai fazer isso? Já sei! Sei quem vai ajudar a gente! O Prof. Conciani e o Instituto Federal”.

E o resultado foi – relatos da própria Secretaria – a menor abstenção, a menor taxa de evasão de todos os programas que existiam na Secretaria da Criança. Durante os três anos que tocamos esse projeto, de 210 adolescentes, apenas 10 abandonaram o programa por conta da sua excelência.

É exatamente sobre excelência que eu tenho de falar de vocês, que eu tenho de falar do senhor, Reitor, do Professor Póvoas, de todos os alunos, servidores e professores do Instituto. Vocês estão de parabéns.

Eu obviamente, hoje, estou numa condição diferente da condição de Diretor, mas sempre na condição de fã do trabalho que vocês desenvolvem, divulgando-o com muita paixão. É isto o que eu vejo quando eu olho para o Instituto: a paixão, a paixão pela educação, a obsessão pela educação. Pode-se até fazer uma parodiazinha sobre um conceito matemático de vocês: vocês não diminuem, vocês somam; vocês não dividem, vocês multiplicam.

Então, parabéns a todos vocês. Nós vamos estar na luta para que todo esse processo de desmonte da educação, da saúde, do Estado

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brasileiro, do Estado forte, que está sendo tocado, estaremos juntos para combater.

Muito obrigado, gente. (Palmas.)PRESIDENTE (DEPUTADA LUZIA DE PAULA) – Convido, para fazer

uso da palavra, a Sra. Viviane Guimaraes, do Movimento Orgulho Autista Brasil. (Palmas.)

SRA. VIVIANE DE GUIMARAES – Bom dia todos e a todas. É um prazer estar aqui com vocês, falando um pouquinho do

Instituto Federal, um instituto que eu conheço há muito tempo, desde a época em que eu estava trabalhando no Ministério da Educação. Eu participei da formulação da legislação dos institutos federais; verifiquei a ampliação desse instituto e estou muito feliz por poder estar falando aqui, com vocês, como Diretora de Ensino do Movimento Orgulho Autista Brasil.

O Instituto Federal de Brasília desenvolve um trabalho belíssimo na área da inclusão. Essa forma de inserção no Instituto pelo sorteio é uma das formas mais democráticas que existem, porque dá possibilidade a alunos que provavelmente não poderiam participar do Instituto Federal, porque, como não trabalham com a meritocracia, eles não teriam a capacidade de passar por um processo seletivo rigoroso. Mas quando você faz sorteio, esses alunos podem entrar no Instituto Federal. E não é só entrar no Instituto Federal, eles vão para o Instituto, podem aprender e podem concluir os seus cursos, porque a forma como o ensino é realizado, no Instituto Federal, proporciona a aprendizagem de todos eles.

Então, é com muita alegria que eu estou aqui, representando os autistas, representando o Moab, que venho aqui, agradecer ao Instituto Federal e clamar a todos vocês para que realmente não haja esse corte, no nosso orçamento, porque são instituições como o Instituto Federal que possibilitam a inclusão dos nossos autistas ou de portadores de qualquer outra deficiência, é que vão fazer o nosso Brasil crescer.

Pessoas como os autistas, muitas vezes, são relegadas a não poderem estudar, a não poderem sair de casa, porque muitos deles não têm como possibilidade sair de casa. Por quê? Porque eles não conseguem ser incluídos no nosso sistema federal de educação e não conseguem ser incluídos na educação de um modo geral. Então, essas pessoas, quando saem da idade escolar, elas se tornam invisíveis. São ações como as do Instituto Federal que vão possibilitar que elas mergulhem no mercado de trabalho, porque são pessoas realmente produtivas e que vão fazer o nosso Brasil crescer.

Temos instituições internacionais que já fizeram, inclusive, várias formações e já fizeram pesquisas nessas áreas, mostrando que 70% dos

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alunos, por exemplo, do MIT são autistas. Então, são pessoas que podem produzir e podem, realmente, realizar um bom trabalho para o nosso País.

A gente está aqui para agradecer ao Instituto Federal essa formulação de vocês. Vocês estão com um ginásio novo e belíssimo. Já fizemos trabalhos junto aos institutos federais. Fizemos curso de cuidadores de autistas. Foi um curso belíssimo e a gente continua fazendo vários programas junto com vocês.

A gente está aqui, realmente, para clamar a fim de que o nosso Instituto Federal não perca o orçamento e possa continuar crescendo.

Agradeço a todos vocês. (Palmas.)PRESIDENTE (DEPUTADA LUZIA DE PAULA) – Obrigada, Viviane. Daqui a pouco, passo a palavra ao Exmo. Sr. Deputado Wasny. Eu gostaria de insistir, novamente, com a Sônia Maria Araújo,

porque eu dei uma olhada nos escritos e não vi mais nenhum representante dos estudantes do campus Ceilândia. Por isso é que eu estou insistindo.

A Sônia chegou. Passo a palavra agora a S.Exa. Deputado Wasny e, em seguida, à

Sônia.DEPUTADO WASNY DE ROURE – Deputada Luzia, quero

cumprimentar a cada um dos colegas proponentes desta audiência pública. Quero cumprimentar cada um de vocês.

É desnecessário dizer que o IFB... Acho que tanto o Chico como outros colegas parlamentares falaram que o Instituto é um dos grandes projetos que este País assistiu nos últimos anos. Brasília foi uma das cidades privilegiadas. Eu conheço quase todas as unidades do Instituto. Sinto-me extremamente orgulhoso de ele ter, além de uma estrutura privilegiada, um corpo docente e de servidores, inclusive, do mais alto nível, não apenas academicamente falando, mas um corpo comprometido com o projeto de transformação da sociedade.

Eu quero cumprimentar todo esse corpo, tanto de alunos, como de professores, na pessoa do Conciani, na pessoa do Póvoas, do Prof. Adilson, do Prof. Marcelo, que estava ali até há pouco, que foi Secretário Nacional. Não sei se todos sabem disso, o Prof. Marcelo, no governo anterior, foi o Secretário Nacional. Ele estava ali anonimamente, ouvindo o que acontecia aqui dentro deste auditório.

Mas eu quero apenas dar uma contribuição a vocês, eu já fui Deputado Federal e fui exatamente da Comissão Mista de Orçamento, que

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é uma Comissão que tem Senadores e Deputados. Qual a importância disso? Porque exatamente agora, quando o Congresso Nacional, tanto a Câmara dos Deputados quanto o Senado Federal, vai votar a nova Lei de Diretrizes Orçamentárias – e ela tem que ser votada no primeiro semestre – tem que haver um parágrafo vetando qualquer contingenciamento para os institutos ou para a educação tecnológica profissionalizante no país. (Palmas.) Precisa desse parágrafo para que se evite que nos próximos anos o governo exerça essa atitude autoritária e antidemocrática que prejudica a educação e gasta em propaganda, dizendo que está fazendo uma nova educação no país. É necessário que vocês – e aí estou dizendo isso para alunos e, portanto, o conjunto daqueles que estão na militância da educação profissionalizante, como também o corpo docente – possam dialogar, sobretudo, com quem vai ser designado relator. Parece-me que ainda não foi designado o relator. Eu, inclusive, conversava há pouco com o Deputado Rôney Nemer. É fundamental vocês procurarem de um lado a bancada do Distrito Federal, como também o relator. Não deixem de ter essa conversa, porque, no segundo semestre, é que vem o orçamento para o próximo ano.

A par disso, eu creio que é um privilégio enorme tê-los aqui. Eu dirijo a Comissão de Educação, Saúde e Cultura, hoje, nesta Casa. Mas entendo que é muito importante, neste momento, ter essa conversa com os Parlamentares que compõe essa Comissão no Congresso Nacional. Inclusive, nós temos aqui Senadores do Distrito Federal que se orgulham da principal bandeira deles ser a educação, como o Prof. Cristovam Buarque. É necessária uma conversa com eles.

Eu, inclusive, quero me oferecer, Prof. Conciani, fui Secretário da Fazenda com o Governador Cristovam Buarque, o Chico é uma pessoa que nutre uma boa relação pessoal com o Cristovam, pelo menos, sempre teve. Não é, Chico? Há as rusgas recentes em função das atitudes políticas que ele adotou, mas é necessário conversar, neste momento, com essas pessoas que, dentro do Congresso Nacional, poderão ajudar o Instituto aqui no Distrito Federal. E, naturalmente, não é só no Distrito Federal. É para o país como um todo. E, eu creio, viu, Deputado Lira, Deputada Luzia de Paula, os Deputados que assinaram, e o Presidente desta Casa, que acaba de chegar, nós temos que dar um voto de repúdio à atitude desrespeitosa do Secretário.

A Câmara Legislativa tem que votar uma moção de repúdio à saída dele sem justificativa. Entendo a atitude como uma agressão desnecessária. (Falha no som.) São pessoas que são acostumadas a ocuparem cargo só pensando na remuneração, não pensando na coisa maior, naqueles que dependem da boa execução e da boa condução que se impõem sobre eles.

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Portanto, estamos fazendo aqui um ato de cidadania. E isso por si só suplanta qualquer outro frisson de caráter político. Naturalmente, uma plateia, tanto vaia como aplaude, isso é do processo. Ninguém pode pensar em ir para a vida pública achando que só será aplaudido. Então, nós temos que manifestar aquilo que o nosso coração diz. E é importante que manifestemos aqui e agora e em tempo. Não adianta. A idade chega para nós e nós perdemos o vigor da juventude. E é necessário exatamente uma juventude comprometida.

Eu quero aqui elogiar a fala do estudante que falou – do qual não recordo o nome – do campus de Brasília. Nós temos que falar agora da capacidade de convencimento daquilo que está acontecendo, porque não é apenas uma questão de contingenciamento! O que eles estão querendo fazer é a mudança do modelo instituído! É isso! Eles não fizeram até agora porque vocês estão mobilizados!

Encerro a minha fala dizendo o seguinte: não percam essa mobilização, porque, se vocês a perderem, eles viram como feras! Não percam! Sejam proativos num processo desse! E contem conosco! Contem com a nossa modesta contribuição!

Eu faço um apelo aos colegas que subscreveram: eu me proponho também a assinar um voto de repúdio a uma atitude antidemocrática adotada pelo Secretário do Ensino Tecnológico do MEC! Isso não pode acontecer!

Muito obrigado. (Manifestação dos presentes.)

PRESIDENTE (DEPUTADA LUZIA DE PAULA) – Obrigado, Deputado Wasny de Roure.

Peço permissão ao Presidente desta Casa para chamar a fazer uso da palavra a estudante Sônia Maria Araújo, do Campus de Ceilândia.

(Assume a Presidência o Deputado Joe Valle.)PRESIDENTE (DEPUTADO JOE VALLE) – Você tem a palavra. SRA. SÔNIA MARIA ARAÚJO – Gente, bom dia.Eu vim aqui... Pegaram-me, não é? Não me disseram que eu ia falar

alguma coisa aqui. (Risos.) Mas, como é em benefício do instituto, eu quero falar para vocês, em poucas palavras – vou resumir –, que eu conheci o instituto há seis meses. A vizinha comentou comigo que tinha esse curso, e eu tinha muita vontade de fazer. Estou com 62 anos. Para mim, está sendo muito legal. Veio bastante benefício para mim, porque eu tinha vontade de aprender o curso de digitação, e hoje eu estou fazendo.

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Tem só um mês que eu estou no curso, mas já estou aprendendo... (Palmas.)

Eu gostaria de falar para eles que tem que continuar, porque, igualmente eu entrei nesse curso, tem muita gente lá que precisa! Eu tenho quarenta anos de P Sul, e essa foi a primeira vez que consegui fazer um curso gratuito. (Palmas.)

Então, essa é a prioridade. Que eles venham trazer esse orçamento. Que seja um curso mais estendido para a gente, porque acho que o curso é tão curto, que não vai dar para eu aprender tudo aquilo que eu quero na informática! (Palmas.)

Quero pedir aos nossos Deputados que olhem para a gente agora, porque eles só vão querer olhar para nós no ano que vem! (Palmas.) Ano que vem é um ano de política, e então nós vamos ser vistos, vão nos enxergar! Então, eu quero agora! (Palmas.)

Eu acho que a nossa luta pelos nossos objetivos tem que ser constante! Eu acho que não é só... Eu acho que, na segurança, eles também têm que olhar um pouco para a gente, porque o P Sul é um lugar que não tem muita segurança. Isso nem é uma coisa que estou falando só agora, porque eu moro em frente a um posto policial no P Sul, e esse posto foi fechado. Então, tem assalto, todos os dias, na minha porta – na 28 do P Sul. E eu estou lá de vigilante, trabalhando com o pessoal, com os vizinhos, para que eles não toquem fogo nesse posto – o posto está perfeito –, para ver se tem alguém que se interessa pela nossa causa. (Palmas.) Se alguém aqui se interessa pela nossa causa, eu gostaria que depois me procurasse. (Palmas.)

Obrigada, gente! (Palmas.)PRESIDENTE (DEPUTADO JOE VALLE) – Muito obrigado, D. Sônia.Muito boas as suas palavras.Hoje nós estamos fazendo esta audiência pública aqui na Câmara

para realizarmos esse trabalho de apoio e de ajuda. É nossa obrigação. E sempre que formos chamados, a gente estará junto nessa questão do Instituto Federal porque a gente acredita realmente nessa proposta.

Eu quero aproveitar e convidar todos vocês para, na quinta-feira, às 19h30min, estarem aqui na Casa, quando teremos a nossa primeira conversa que estamos chamando de diálogos inspiradores sobre segurança pública.

Lógico. Vários projetos estão tramitando na Casa sobre isso. Várias audiências públicas já aconteceram, mas nós vamos entrar, aprofundando,

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como fizemos, na sexta-feira, em seminário de dia inteiro sobre saúde pública, o que foi muito rico.

Estamos criando, D. Sônia, a política distrital da saúde pública a fim de perenizar isso para além dos políticos, para além das eleições e dos soluços mandatários. Está certo? E a participação das pessoas é muito importante.

Estamos entrando agora na questão da segurança pública. Está certo?

Acabo de vir de uma conversa com o governador. Já pedimos uma audiência com o Ministro da Educação para a próxima semana, para tratar desse assunto. Está certo? E é assim que as coisas funcionam.

Os Deputados estrão presentes. A gente tem feito a interlocução. O papel desta Casa é legislar, fiscalizar e representar. Então, há sempre um trabalho nesse sentido e nessa direção. Assim a gente vai construindo aquilo que é possível fazer neste momento, e pelo qual a gente atravessa, que o Brasil todo atravessa.

Eu gostaria de passar a palavra ao Sr. Adilson César, Pró-Reitor de Ensino do IFB. (Palmas.)

SR. ADILSON CÉSAR – Bom dia a todos e a todas.Nos últimos cinco anos, temos participado efetivamente da

construção dessa grande aventura, ousadia e originalidade que é ajudar na construção do Instituto Federal de Brasília.

É necessário que a gente tenha clareza de que somos uma rede centenária, passamos por diversas crises e temos o reconhecimento da sociedade pela formação profissional que temos dado, pela formação humana e pelo nosso compromisso com o desenvolvimento social e cultural. Ou seja, num mesmo espaço, a gente possibilita a formação para o trabalho e a formação cidadã.

Nós, nos últimos anos, não nos acostumamos com uma educação pobre para pobre. Nós, nos últimos anos, construímos bons processos com investimentos pesados na formação de professores, com o ensino médio integrado e integral, algo inovador na educação brasileira.

A nossa proposta de ensino médio integrado é inovadora e é referência não só no Brasil, mas no mundo. Os resultados estão aí. E é isso que a gente está aqui defendendo. A gente está defendendo um patrimônio da sociedade brasileira, que são os institutos federais. Isso é um patrimônio da sociedade brasileira que nós não vamos abrir mão. Temos que ser inteligentes e ver qual será a nossa estratégia de defesa.

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Essa agora é a primeira, no sentido de dar visibilidade à defesa de um instituto que articula ensino, pesquisa e extensão.

Hoje, nós temos mais de 65 grupos de pesquisa. Nós temos dezenas de trabalhos de nossos professores aprovados na Caps, no CNPQ, na Fap-DF. Nós fazemos ciência aplicada, que ajuda a transformar a realidade regional, locar e contribui para o desenvolvimento nacional. Nós não estamos aqui pedindo esmolas. Nós não estamos querendo presentes. Nós queremos a garantia constitucional de que o direito à educação, que historicamente foi negado, não seja violado. E é nesse sentido que nós vamos agir a partir de agora.

Sabemos que o problema não é local. Nós temos um orçamento restrito. O orçamento de 2017 é o mesmo de 2012, só que o número de alunos, em 2017, é o dobro do que tínhamos em 2012! Então, há uma desidratação! Há uma tentativa de querer implodir tudo e nós não vamos ser coniventes com esse processo de não garantia de uma educação com padrão e qualidade. Nós queremos uma educação com padrão e qualidade! Os nossos bons resultados são porque garantimos bons processos.

A nossa defesa, a do instituto, não é uma defesa corporativa, não é a defesa dos nossos empregos; é a defesa de um direito público e subjetivo que é a educação básica! Direito a uma educação gratuita! Isso é que está sendo colocado em cheque.

Nós temos um projeto civilizatório colocado que é diferente do que estava até então. Nós não vamos ser coniventes com um processo de privatização aqui colocado.

Esse é o primeiro momento, Srs. Deputados. Estamos colocando para vocês como representantes do povo de Brasília, pois esse é um patrimônio de todos.

Agora, queremos também estabelecer uma aliança em nível nacional, porque o problema que se tem aqui é o mesmo que a rede está sofrendo: essa desidratação, esse isolamento, essa carência. Depois se abre espaço para: “Oh, se vira aí sozinho. Busque alterativa com o setor privado!”.

Nós queremos um Estado que seja responsável, que seja financiador da educação e disso não vamos abrir mão. Portanto, queremos que daqui saia um documento apoiado por todos os Deputados Distritais e pela bancada federal local, e que nós consigamos, em breve, também uma audiência pública no Congresso Nacional, para que possamos fazer o debate nacional acerca da situação da rede de educação profissional no País.

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Então, em linhas gerais é isto: que este seja apenas o primeiro de um movimento consistente em defesa de uma educação inclusiva, em defesa de uma educação que articule ensino, pesquisa e extensão. Prova disso é recente: os nossos alunos de Samambaia foram fazer a restauração dos móveis do Palácio do Itamaraty, unindo ensino, pesquisa e extensão. Nós temos o que oferecer!

Em recente encontro dos municípios, dos prefeitos, discutindo a questão da sustentabilidade, os nossos professores apresentaram soluções para os problemas de municípios. Ou seja, o nosso Instituto tem um compromisso com a ciência aplicada, com a transformação humana, com a transformação social e com a transformação econômica.

Isso faz diferença dentro de um contexto educacional em que o Estado brasileiro se acostumou a oferecer uma educação pobre para pobre, uma educação aligeirada, rápida, que não possibilitasse à gente pensar, que não possibilitasse uma formação politécnica, em que eu me compreendo, compreendo o mundo, compreendo essa sociedade, e interfiro de forma ativa nessa sociedade. O que está em jogo é isso. (Palmas.)

Para concluir, nós da rede federal vamos nos mobilizar, estamos nos mobilizando, e não é uma ação isolada do Instituto Federal de Brasília, é uma ação de rede: não abrimos mão do ensino médio integrado, não abrimos mão dos nossos tecnólogos, não abrimos mão de contribuir para uma melhoria da qualidade da educação pública por meio dos nossos cursos de licenciatura, não abrimos mão da nossa inclusão!

Nós temos feito inclusão como jamais outros institutos fizeram. Nós somos o Instituto que mais tem incluído. Então, inclusão social com a possibilidade de transformação humana, social e econômica é o que nós temos feito, de forma bastante qualificada, e não vamos abrir mão disso.

Era o que tinha a dizer. Obrigado. (Palmas.)PRESIDENTE (DEPUTADO JOE VALLE) – Muito obrigado, Adilson.Eu vou fazer uma consulta à plenária. Nós temos ainda quatorze

pessoas para falar. (Intervenção fora do microfone.)

PRESIDENTE (DEPUTADO JOE VALLE) – Não, não é não. Quatorze contando todo mundo, inclusive a Mesa.

A consulta é: falamos todos ou faço uma restrição na fala? (Intervenção fora do microfone.)

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PRESIDENTE (DEPUTADO JOE VALLE) – Então, vou fazer uma restrição na fala, está certo?

Quero pedir aos que vão falar que sejam breves, por favor, para que se dê a oportunidade de falar ao máximo pessoas.

Passo a palavra ao Sr. Júnior.SR. JÚNIOR – Gente, muito bom dia a todos. Bom dia, gente!

Primeiro, quero me apresentar: meu nome é Júnior, eu sou coordenador da Federação Nacional dos Estudantes em Ensino Técnico.

Eu gostaria de agradecer o convite para hoje poder estar aqui no papel de estudante, falando dessa realidade que a gente tem não só no IFB, mas em vários institutos federais do Brasil, os Cefets, e toda essa rede de educação profissional, científica e tecnológica. Muitos de nós lutamos para conseguir construir isso, onde nós estamos hoje.

Mas, antes de tudo, eu gostaria de saudar todos os servidores do IFB, o Poder Público, e uma saudação muito especial àqueles estudantes que todos os dias vêm construindo a mobilização dentro dos seus institutos federais, em defesa da nossa educação. Prova disso ocorreu no ano passado, quando esses mesmos estudantes que estão aqui hoje vanguardiaram uma das maiores mobilizações que este País já viu, em defesa da educação.

Então, eu acho que, primeiramente, nesse aspecto, nós gostaríamos de fazer essa saudação, mas também colocar para nós, enquanto estudantes, o papel que essa rede tem para a gente. Sobre essa educação profissional que nós defendemos hoje, aquela que nós temos hoje, nós precisamos considerar que avançamos, e muito, nesse processo de expansão dentro dos institutos federais, mas nós estudantes também sabemos que nós ainda temos muito a avançar para chegar até a educação que nós queremos.

Esse processo de expansão que a gente vivenciou no Brasil foi um processo extremamente importante para que a gente conseguisse atingir mais estudantes, não só dentro das capitais, mas também interiorizando a educação profissional. É nesse sentido que os institutos federais cumprem esse papel de levar oportunidade, de levar educação profissional e esperança também a vários outros jovens que não querem fazer a educação profissional de uma maneira geral.

Então, primeiramente, eu acho que esta audiência é muito importante porque cabe a nós, em especial, debater essa realidade que a gente vai vivenciando dentro dos institutos federais. Há aqueles que dizem que nós não precisamos nos preocupar com o momento que está colocado, mas nós somos aqueles que nos preocupamos com o futuro

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desses institutos federais, com o futuro da educação profissional, com o futuro daqueles que estão sendo demitidos, como é o caso dos terceirizados.

Há de se pensar o que seria de nós sem aqueles que se preocupam com o avanço deste País. Que especial momento a gente está vivenciando? É aquele momento em que 93% da população diz se preocupar hoje, contra a reforma da previdência, contra a terceirização, e há aqueles 7% que dizem que não precisa se preocupar, não é verdade?

Nós somos aqueles que estão se preocupando e, principalmente, colocando que os institutos federais cumprem esse papel de marca, de construção de uma educação crítica para nós estudantes, principalmente, porque essas mobilizações que nós vimos no Brasil, no ano passado, foram muito fruto dessa consciência que nós estudantes conseguimos ter dentro dos próprios institutos federais e dentro dessa educação libertadora que tanto defendemos.

O ano de 2017, em especial, é extremamente preocupante, porque ano passado, apesar de todas as lutas que nós tocamos contra a PEC 55... é importante ressaltar que o orçamento de 2017 se refletirá nos próximos 20 anos no âmbito da educação. E sobre esta questão precisamos ter plena clareza: do nosso papel de mobilização nesse momento por que estamos passando.

Para ser bem breve e também deixar outras pessoas falarem, eu acredito como estudante que nós temos uma série de desafios quando vamos falar de educação. Mas eu compreendo também que nenhum desses desafios será solucionado com o corte nos orçamentos dos institutos federais, com o corte na educação básica, aquilo que esse governo de hoje vem propondo. Nós estudantes estamos dispostos a discutir e a nos mobilizar em torno dessa pauta, a prova é que hoje estamos realizando esta audiência pública. Espero que ela se replique em vários cantos do Brasil. Essa mobilização estudantil é extremamente importante para barrarmos todos aqueles retrocessos que estamos vivenciando hoje no âmbito da educação, inclusive no âmbito do orçamento de uma maneira geral.

Para concluir, eu acho que essa mobilização não pode parar somente em uma audiência pública, nós precisamos estar dia e noite vigilantes e mobilizados contra qualquer tipo de retrocesso que hoje querem implementar para a educação profissional. Nós estudantes temos que dizer que nós somos a grande maioria dessa população que vai se mobilizar contra qualquer ataque dentro da educação profissional porque nós estudantes temos um lado, o lado da pesquisa, do ensino, da extensão, do orçamento e da educação participativa.

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Principalmente quero dizer que hoje os nossos sonhos de uma educação de qualidade não cabem nesse orçamento que pretende, na prática, desmontar a educação profissional. É essa a saudação que a Federação Nacional dos Estudantes vem deixar aqui. E, principalmente, que continuemos nessa mobilização, firmes e fortes, porque assim vamos conseguir reverter esse quadro com muita mobilização estudantil e de toda a sociedade.

Muito obrigado! (Palmas.)PRESIDENTE (DEPUTADO JOE VALLE) – Obrigado.Concedo a palavra ao Deputado Cláudio Abrantes.DEPUTADO CLÁUDIO ABRANTES – Bom dia a todos e a todas, minha

saudação aos meus colegas da Câmara Legislativa, em especial ao Conciani, que representa na Mesa o IFB, mas a todos os professores, alunos e servidores que representam o IFB também no dia a dia e na luta e que aqui estão de parabéns por essa participação maciça nesta audiência pública.

Eu vou ser breve porque queremos ouvir mais e mais as pessoas que estão envolvidas nesse processo, porque eu penso que nós passamos por um momento muito delicado no nosso país. Não era de se esperar algo diferente deste governo que quer acabar com a aposentadoria e que quer subjugar o trabalhador. Não era de se esperar nada diferente que não fosse atacar a educação também. Porque a educação é o princípio básico de uma nação desenvolvida, forte, que cresce em qualidade e cidadania, e o IFB, ao longo da sua existência, como foi falado aqui com números, com conceitos e com ideias, tem feito isso com excelência.

Nós temos sempre aquela visão de que o que é bom fica concentrado para as classes sociais que têm mais possibilidades, e o IFB vem quebrar esse paradigma porque ele dá oportunidade dentro dos seus dez campi espalhados no Distrito Federal – a maioria esmagadora deles na periferia: na minha Planaltina, em Ceilândia, no Recanto, no Riacho, no Gama, em Samambaia, em Taguatinga e na Estrutural.

Eu fiquei emocionado quando ouvi a Claudinha da Estrutural, que vem de uma cooperativa de catadores. É de emocionar quando o Anselmo fala da sua mãe, da possibilidade que o IFB deu a ela. É de emocionar, é de muito orgulho quando vemos a Sônia vir aqui e, com toda a propriedade que tem, cobrar dos Deputados Distritais a permanência, a existência do IFB.

Isso nos diz que o Instituto Federal não é só uma questão de qualidade de ensino, o que já é muito, o que é necessário, o que é importantíssimo. Mas os institutos federais têm um caráter também de

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resgate de cidadania, de um sentimento de pertencimento. As pessoas se sentem valorizadas, sentem esperança no País onde elas nasceram. É envolvente ver o testemunho da Viviane com os autistas.

Então, o que nós estamos falando aqui, como foi muito bem colocado pelo Adilson, não é um corporativismo defendendo a sua posição, o seu emprego. Não é isso. Nós estamos defendendo um patrimônio do Brasil que vem mudando a realidade deste País e que não pode, em hipótese nenhuma, ser subjugado por uma questão política de um governo que não quer investir na educação.

Essa mobilização tem que continuar, tem que ser firme e forte e tem que passar... A rua é extremamente importante. Tem que estar na rua. Estamos aqui diante de jovens que têm todo o domínio da nossa tecnologia moderna. Então, tem que estar nas redes sociais, tem que estar nos aplicativos de comunicação. Esta mobilização não pode parar. Da nossa parte nós temos, sim, a obrigação como parlamentares de ver uma maneira de contribuir. Nós temos o Presidente Deputado Joe Valle, que está envolvido, e eu já me proponho a estar nessa reunião com o Ministro. Eu quero estar presente para hipotecar, para chancelar esta postura que temos aqui, de defesa do Instituto Federal de Brasília. É um instituto que muda tudo isso.

Eu venho de uma cidade – acho que o Ramiro, que é do Conselho Gestor lá de Planaltina, está por aí – em que o antigo Colégio Agrícola de Brasília estava sucateado, estava morrendo! E o IFB deu a ele nova vida! Isso se replicou e se replica em todos os cantos do Distrito Federal, em todos os cantos do Brasil. É um patrimônio diante do qual qualquer cidadão brasileiro – seja parlamentar, estudante, professor, servidor – não pode ficar calado e deixar que isso seja engolido por essa onda de maldades que vemos no Governo Federal.

Então, estou aqui para marcar o meu compromisso e do meu mandato com essa trajetória. Penso que nós também temos, sim, que cobrar do Governo do Distrito Federal uma postura, no mínimo, de articulação para que o IFB tenha dignidade e possa funcionar com tranquilidade. O Governo do Distrito Federal se beneficia da qualidade e da excelência do IFB! Então, ele também não pode ficar calado neste momento! A Secretaria de Educação e o Governo do Distrito Federal têm que se manifestar, seja na argumentação ou em algum mecanismo para recomposição orçamentária!

Então, encerrando a minha fala, eu quero parabenizar todos vocês que estão aqui. Como já foi dito, eu vejo paixão nas falas, nos olhares e na força para mudar essa realidade.

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Parafraseando Martin Luther King, a medida do homem e da mulher não está no momento de conveniência e conforto, não. Está no momento de controvérsia e desafio! É isso que nós vivemos! Vamos em frente, defendendo o IFB! (Palmas.)

PRESIDENTE (DEPUTADO JOE VALLE) – Muito obrigado, Deputado Cláudio Abrantes. Belas palavras.

É muito importante que a gente entenda a relevância da ida ao Ministro, mas também da articulação para uma audiência pública no Congresso Nacional. O Adílson falou conosco. Essa audiência pública é de fundamental importância porque não podemos pensar só no Instituto Federal de Brasília. Temos que pensar nessa instituição sensacional, que é o Instituto Federal, no Brasil. Nós vamos articular isso com a bancada federal.

Concedo a palavra ao Sr. Efraim Geraldo, Presidente da Federação Nacional do Tecnólogos, lembrando da restrição do tempo da fala.

SR. EFRAIM GERALDO – Companheiro Conciani, estaremos juntos aí.Acho que essa motivação, com a audiência pública lá, na Câmara

dos Deputados, é essencial. Quero dizer, Conciani, que portarias do MEC, como você bem sabe,

podem ser alteradas. Dependendo da articulação e da movimentação, nós conseguiremos isso.

Conte com o meu apoio. Conte com o apoio do Sindicato dos Tecnólogos do Distrito Federal e da Federação Nacional dos Tecnólogos, ok, meu amigo?

Um abraço. (Palmas.)PRESIDENTE (DEPUTADO JOE VALLE) – Muito obrigado, Efraim.

Muito boa fala: rápida e certeira.Uma chave foi encontrada aqui. Tem uma coisinha do Itaú e um

chaveirinho da Copa do Mundo. Está aqui, na mesa.Eu queria passar a palavra para o Deputado Lira.DEPUTADO LIRA – A maioria de vocês sabe que eu sou natural do

Rio Grande do Norte. Cheguei aqui, em Brasília, aos dezoito anos de idade, sem profissão e praticamente sem estudo. A primeira coisa que eu fiz, ao chegar aqui, na Capital, foi fazer um curso de telegrafista no Senai, aqui no SIA. Foi por meio desse curso técnico no Senai que eu consegui um emprego. Nesse emprego, eu fiquei mais de 7 anos, trabalhando numa empresa aqui em Brasília.

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Após esse período, eu me engajei na luta, junto com os demais moradores da cidade de São Sebastião, onde eu moro, para levar uma unidade do IFB para São Sebastião. Participei de diversas reuniões, de debates, para que o IFB fosse para a nossa cidade e, agora, depois de muito tempo, não é justo que os IFs, não só de São Sebastião, mas do DF como um todo, sejam fechados, sejam prejudicados na sua funcionalidade por falta de investimentos do governo federal. Não é justo isso.

Então, eu quero, inclusive, dizer o seguinte: quando o governo deixa de investir em educação para investir em Cajes e presídios, é sinal de que alguma coisa não vai bem nesse governo. Por isso, a minha reflexão: quando se deixa de investir em educação, vai se investir em presídios, em penitenciárias. Essa é a demonstração do descompasso de qualquer governo quando o assunto é educação. Se o governo fala tanto em progresso, que comece pela educação. É a primeira coisa que tem de fazer, para depois pensar em outras coisas.

Está aqui o representante do Ministério da Educação, que fala de contingenciamento, corte de verba e tudo o mais. Quero sugerir ao Ministro da Educação que faça esses cortes em outras áreas, menos na educação. Por que não sugerir o contingenciamento de 20% das emendas parlamentares da bancada federal para o IFB? Esse é um gesto de grandeza por parte do Ministro da Educação. E também por parte dos Parlamentares, dos Deputados Federais, dos Senadores que estariam ajudando o IFB não só no DF, mas no Brasil todo. Essa é a minha contribuição, a princípio, para melhorar e manter a qualidade do ensino no IFB.

Na condição de Deputado Distrital, também tenho apoiado esta causa, tenho conversado com minha bancada do PHS na Câmara dos Deputados, para que realmente apoiem o IFB. Acredito que esse apoio vai acontecer tão logo seja necessário, na hora da votação de alguma emenda ou de algum projeto em prol do IFB.

Quero me juntar ao Presidente desta Casa, Deputado Joe Valle, para que também possamos reivindicar junto ao Ministro o apoio ao IFB. Quero estar junto.

Falo para o Reitor do IFB que pode contar com o Deputado Lira. Meu gabinete está aberto. Não vou medir esforços para ser um dos signatários desta audiência pública na Câmara Legislativa.

Meus amigos, minhas amigas, essa é minha fala, embora com o horário já um pouco extenso, mas quero dizer a vocês que podem contar comigo. Sou Deputado no primeiro mandato, tenho adquirido muitas experiências aqui na Câmara Legislativa. E uma das coisas que sempre apoiei foi a educação, porque o professor tem que ser valorizado. A partir

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das mãos dos mestres, surgem os demais doutores, os Presidentes da República, os Senadores, os médicos e enfermeiros. Todas as profissões do mundo passam pelas mãos dos professores. Por isso, eles têm que ser bem valorizados. Então, essa é a minha contribuição.

Peço que os alunos do IFB continuem mobilizados, para que essa luta continue, até que vocês consigam realmente o que vocês almejam, que é a manutenção da qualidade do ensino e dos serviços no âmbito do IFB.

Muito obrigado, que Deus abençoe a todos vocês. (Palmas.) PRESIDENTE (DEPUTADO JOE VALLE) – Muito obrigado, Deputado

Lira. Quero agradecer a presença de quem acaba de chegar, Deputada

Erika Kokay.Convido a fazer uso da palavra o aluno Pedro Paulo, do IFB. Ele

ainda está aí? O Pedro Paulo já foi? Está aqui o Pedro Paulo. SR. PEDRO PAULO – Bom dia a todos que presidem a Mesa, aos

estudantes, às estudantes, aos professores e às professoras. Bom, o meu nome é Pedro Paulo, mas todos me conhecem como

Pepê. Nos tornamos parte de uma família, a família IFB. Estou como Diretor da Federação Nacional dos Estudantes do Ensino Técnico do Centro-oeste, sou aluno do curso Técnico de Cozinha do campus Riacho Fundo. Quero destacar a situação de todos os cursos do IFB, que, para continuarem, precisam de orçamento, como é o caso do meu curso que precisa de insumos da área de cozinha. Assim, solicito a todos os Deputados presentes o apoio, para que a nossa instituição possa continuar a fazer o bom trabalho que vem fazendo ao longo do tempo. Para os estudantes terem escolha, precisamos de escola e vai ter muita luta e resistência da parte dos estudantes.

Muito obrigado. (Palmas.)PRESIDENTE (DEPUTADO JOE VALLE) – Eu gostaria de chamar para

fazer uso da palavra o Sr. Wesley Patrick Soares, do Movimento de Luta por Políticas Públicas.

SR. WESLEY PATRICK SOARES – Boa tarde ou bom dia, não sei como vocês tratam as coisas; em Brasília é um pouquinho diferente.

Eu queria começar falando sobre o título, acho que está errado, não é audiência pública para debater a questão orçamentária do IFB, não, deveria ser audiência pública para saber a solução do que vai ser

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encaminhado aqui. (Palmas.) Para mim já começa errado o título. Mas, vida que segue.

No meu ponto de vista, o que está acontecendo aqui, este movimento, para mim é vergonhoso, pessoalmente falando. Eu, como cidadão, como eleitor, como pagador de impostos, trabalhador, pai e estudante... – obviamente, porque a gente não para de estudar nunca; pobre só tem o direito de estudar, não tem outra coisa para fazer, é só estudar mesmo.

Então, o que ocorre? A gente não deveria lutar tentando ver onde está o corte. Eu gostaria muito que o cidadão do MEC estivesse aqui para me explicar. Teve um outro Deputado aqui, cujo nome eu esqueci – desculpe-me, mas eu sou ruim de nome –, acho que é Agaciel. Ele foi enfático aqui e disse que o problema não é dinheiro, não é orçamentário, é um problema político. Se é um problema político, por que estamos passando por essa dificuldade?

Quando eu vejo o IFB, eu acho que é tão bonito, que eu acho que não é só de Brasília, acho que é o Instituto Federal do Brasil. Acho que o pessoal já está com aviso prévio até do dia 20. Como isso vai ser solucionado? Aí, um questionamento: qual é o encaminhamento que vai ser dado disso aqui que a gente está vendo hoje? A gente tem tempo! Se o pessoal está de aviso prévio até o dia 20, significa que ficaremos mais de uma semana sem o pessoal da limpeza, sem vigilância. Se já estava precário, vai precarizar ainda mais. Vai penalizar quem? A ideia é essa: a implosão dos institutos federais. (Palmas.)

Rapidamente... – estou cronometrando o tempo aqui também, só para eu não me perder muito. Os institutos federais foram criados em 1909. Até o ano 2002, existiam 140. Nos últimos treze anos... Até 2015, o Deputado falou que era quinhentos e tanto. Na realidade, até 2014... até 2015, pelos números oficiais, aumentaram em mais 404 institutos federais. Outro Deputado que começou a falar também, eu achei que ele ia começar a denegrir a questão da qualidade do ensino público, do ensino federal. Na realidade, ele até engrandeceu, porque, quem estuda no Instituto Federal sabe muito bem o que é estudar no Instituto Federal. Sabe o orgulho que tem da qualidade dos professores, do corpo técnico, de toda a equipe que é comprometida com aquele projeto de educação.

Então, tentar destruir isso, eu acho que, além de ser criminoso, é, na realidade, o que eles querem. Ele não quer que vocês abram os olhos. Eles não querem que o pobre... Eu me emocionei aqui com uma menina da Ceilândia. Cara, para mim é magnífico! A outra catadora que falou aqui... Poxa, vocês não têm noção do que é isso! Só sabe quem sente isso na pele! E quem está lá, os nossos governantes, os nossos gestores

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públicos, eles não estão preocupados com esse pessoal! Eles estão preocupados em deixar o povo no cabresto, para a gente continuar no domínio! É esse o ponto que temos que debater aqui, e temos que lutar, para que possamos cobrar os nossos direitos! Ninguém está pedindo favor, não! A gente está pedindo uma coisa pela qual pagamos, e muito caro!

Eu fiz uma base de cinco minutos, que o pessoal estava usando. Então, faltam dois minutos. Alguém falou aqui sobre meritocracia. A meritocracia é para quem? A pergunta é: como é que uma pessoa que estuda no Galois e uma pessoa da Ceilândia que é catadora de lixo têm as mesmas igualdades? A meritocracia é para quem? Essa é a pergunta que a gente tem que fazer. Quem merece? Todas as duas merecem. Mas quem vai, na real, ter força?

Foi omitido aqui que os institutos federais, em 2016, obtiveram as melhores notas do Enem, de todas as escolas, incluindo públicas e privadas! Ninguém falou isso aqui! Em 2016, o mesmo Ministro da Educação omitiu essa informação sobre os institutos federais! Por que será? Então essa é a pergunta que eu queria fazer para o cidadão do MEC, que não está aqui – infelizmente ele não está aqui, não é?

E alguns casos de sucesso, para quem não sabe... eu sou de uma cidadezinha do interior de Pernambuco chamada Arco Verde. Eu não tive a oportunidade que a minha filha tem de estar estudando no Instituto Federal aqui em Brasília. O cidadão falou que dinheiro tem, que conhece... Ele não conhece. Se ele for a uma cidade chamada Floresta, em Pernambuco, que faz parte do Polígono da Maconha, uma cidade extremamente violenta, o Instituto Federal de Pernambuco está mudando a realidade daquelas pessoas de lá! Quem não sabe onde é Picuí, na Paraíba – uma cidadezinha que deve ter pouco mais de dez mil habitantes –, não sabe o que é passar fome. E o Instituto Federal da Paraíba está mudando o cenário daquela cidade! Quem não sabe onde fica Piripiri, no Piauí – que passa fome e seca no alto sertão –, não sabe que o Instituto Federal do Piauí está mudando a realidade das pessoas! E esse movimento começou por um projeto chamado educação. Eles não enxergam educação como um projeto. A educação é um projeto a longo prazo. Não é a curto prazo. Não dá voto. Esse é o problema.

E, para concluir, eu só queria fazer uma pergunta: isso aqui está sendo gravado? Esta audiência pública é gravada e depois fica disponibilizada publicamente, não é? Perfeito, porque as perguntas são qual é o encaminhamento, qual vai ser o movimento. Porque outro falou aqui: Ah, o que é que a gente pode fazer, como Deputado de Brasília? Bom, se o cidadão se elege para ser os nossos representantes, e os nossos

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representantes locais têm forças com os poderes federais, então que corram atrás dos caras para resolver os problemas! Alguém tem que resolver! Para isso foram eleitos! Eu não sou inimigo de ninguém! Eu não quero antipatia com ninguém! A única coisa que eu quero é: resolvam. Está na mão de vocês. A sociedade está de olho. E eu espero que a sociedade como um todo possa cobrar o ano que vem, em 2018, para não tentar colocar essas pessoas que querem destruir de novo a educação no poder.

Obrigado. (Palmas.)PRESIDENTE (DEPUTADO JOE VALLE) – Muito obrigado. Neste momento, concedo a palavra a Deputada Erika Kokay. Gostaria de colocar o encaminhamento: saindo daqui, buscaremos

uma audiência com o Ministro; a questão da audiência pública na Câmara Federal, que foi colocada aqui pelo Adilson; o posicionamento do Deputado Rôney Nemer e, agora, o posicionamento da Deputada Federal Erika Kokay. E audiência pública é isto: ouvimos as pessoas e daqui tiramos um trabalho.

Nós somos a Câmara Distrital, local. Fomos procurados pelo reitor e, a partir daí, fizemos desse eco, essa busca de união de forças, criar pactos. Disso construímos as audiências públicas para ter resolutividade.

Neste momento, concedo a palavra a Deputada Erika Kokay. DEPUTADA ERIKA KOKAY – Eu penso que o que caracteriza um povo

enquanto povo é a possibilidade que ele tem de manter os seus próprios avanços. E nós estamos vivenciando um momento que é um momento onde a democracia está aos frangalhos no Brasil. Nós estamos vivendo um momento de ruptura democrática. E as rupturas democráticas ameaçam todos os direitos. E digo, ameaçam os direitos, porque os institutos federais, aqui, no nosso País, é um direito conquistado pela população brasileira e está ameaçado. Ameaçado por uma política extremamente medíocre, de quem assumiu o Ministério da Educação, que – não é que não avalia ou não tem noção de um projeto – tem noção e sabe da importância da educação, por isso contingencia os recursos para a educação.

O MEC foi contingenciado. Os recursos para a educação foram contingenciados neste País. Esses que estão no MEC e no Palácio do Planalto sabem o caráter libertador que tem a educação neste País, por isso buscam amordaçá-la, buscam esqueletizá-la, buscam fazer com que ela não sobreviva com o garroteamento financeiro.

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Há muitas formas de você destruir um projeto. Você pode destruir um projeto, assumindo que você quer destruir esse projeto. E você pode fazê-lo por via transversa, com a covardia que caracteriza este governo.

Inclusive, o represente do MEC sai desta audiência pública, porque a verdade incomoda e porque as manifestações e a liberdade incomodam quem assumiu o governo federal nas asas de um processo de ruptura democrática. Portanto, essa realidade nós estamos vivenciando. Essa realidade!

Nós, que moramos em Brasília, sabemos a importância do Instituto Federal de Brasília não apenas para os meninos que ali estão, mas também a importância dele para a noção de cidadania, para a valorização da própria educação, para a construção da condição de sujeito que nos faz humanos. A nossa humanidade reconhecemos na liberdade, mas também reconhecemos na condição de sujeito.

O instituto federal é a possibilidade e instrumento, no Distrito Federal e no Brasil inteiro, porque muda a realidade dos locais. Muda! Vá a um local que não tem instituto federal e, depois, volte a ele, quando este já tiver, e veja como a autoestima é recomposta, como as perspectivas de vida são talhadas e como a educação vai libertando! Vai libertando, vai reconhecendo as amarras e destruindo ou descontruindo essas próprias amarras, porque tão naturalizadas são as amarras e as correntes que, muitas vezes, não as reconhecemos como tais. Diz Rosa Luxemburgo que vamos reconhecer as correntes que nos prendem em movimento.

Por isso, a reação no Distrito Federal é uma reação tão intensa. As pessoas estão dizendo: “Espere lá, moço. Não toque em meu direito. Espere lá, moço!”. Isso é uma conquista da cidadania e da educação! É uma conquista da Capital da República os institutos federais e não vamos permitir que eles sejam descontruídos ou que eles sejam atacados como estão sendo atacados!

Portanto, a reação é um indício disto: de quanto é importante e libertadora a educação, e uma educação de qualidade.

Entre em um instituto federal e você verá que se rompeu a política de que, se é o povo brasileiro, você faz políticas pobres para que o povo continue pobre e continue naturalizando a própria a pobreza. São estruturas à altura do povo brasileiro, são estruturas físicas. Nós não podemos permitir que isso seja descontruído.

Então, nesse sentido, já disse o Deputado Joe Valle, é preciso ver que mecanismos nós temos para que possamos estabelecer as emendas parlamentares para a sustentação dos institutos, um compromisso dos Parlamentares no que lhes cabe.

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E há uma dificuldade da Câmara Legislativa de proceder a essa emenda, em que poderia ser construído um convênio... Não sei qual seria a forma: se um convênio que vai arcar com os terceirizados, ou um convênio com a Secretaria de Educação. Temos que ver qual é a forma.

E temos que ver qual é a forma na Câmara dos Deputados. Para o próximo ano, não tenho nenhuma dúvida de que vamos conseguir esses recursos na bancada federal. Sem nenhuma dúvida! Nós vamos colocar recursos para o Instituto Federal. (Palmas.)

Agora, pensem que, para além dos recursos, nós estamos vivenciando uma das mais profundas crueldades com o povo brasileiro, que é a Emenda nº 95. A Emenda nº 95, na Constituição, limita os gastos com despesas primárias para variação da inflação.

Vejam: estamos com uma limitação de todas as despesas primárias. Vamos ter que fazer esse enfrentamento, porque, em verdade, queremos a manutenção do que existe e a extensão e o aprofundamento dos recursos nessa perspectiva.

Portanto, eu diria que há a perspectiva de uma audiência com o Ministro – essa audiência é importante –, com uma posição da bancada do Distrito Federal, seja a bancada distrital como a de Senadores e a Federal. Acho que a gente guarda consonância com a defesa dos institutos federais, independente das colorações partidárias. Isto é importante: que possamos, todas e todos, conversar com o Ministro. É importante que possamos fazer esse exercício na Câmara Legislativa e ver o que é possível fazer na Câmara dos Deputados.

Digo isso, porque é diferente a relação no orçamento da Câmara dos Deputados. Na Câmara Legislativa, é muito mais fácil do que na Câmara dos Deputados você remanejar recursos que iriam para uma política para uma outra política, mas é preciso que vejamos o que é possível fazer no curso ano, com um compromisso – penso eu ser um compromisso de toda a bancada, não vejo como não poderia ser – de aportarmos esse recurso para o próximo ano, com a noção de que vamos ter uma limitação que não atingiu a educação nem a saúde da forma como atingirá no próximo ano.

No próximo ano, a limitação das despesas primárias... Porque este País virou o país do rentismo! É um país em que se faz referência, todos os dias, ao dito mercado que virou gente, porque se diz que o mercado ficou nervoso, o mercado ficou carinhoso! Enfim, o mercado foi humanizado. Estamos vendo, parece-me, um quadro dos sacrifícios que eram dados aos deuses na mitologia grega, quando você dava sacrifício aos deuses para que eles acalmassem a sua própria ira e a sua própria fúria. Eu tenho a impressão hoje de que se estão oferecendo sacrifícios. São direitos... É o

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país, aos pedaços, sendo entregue ao dito deus “mercado”, para que aplaque a sua fúria, e ele continua com a fúria do mesmo tamanho.

Enfim, eu gostaria que nós aqui pudéssemos construir essa proposta. Façamos uma discussão na bancada federal para ver o que é possível construir – eu não sei exatamente o que é possível construir neste momento –, vendo a possibilidade de um convênio para arcar com algumas despesas do Instituto Federal de Brasília aqui na Câmara Legislativa do Distrito Federal.

Nós já aprovamos uma audiência pública para discutirmos, na Câmara dos Deputados, a questão da limitação dos institutos federais – isso já está aprovado. Nós precisamos agendar a melhor oportunidade para fazermos essa audiência pública. Se houver uma reunião com o Ministro na próxima semana, seria bom que ela acontecesse após essa reunião. Enfim, a gente só vai ver a oportunidade, mas ela já está aprovada – uma audiência pública para que nós possamos fazer essa discussão na Câmara dos Deputados.

De toda sorte, eu acho que tem que ter um compromisso nosso, que somos desta cidade, que escolhemos esta cidade para construirmos as nossas vidas e a dos nossos meninos e meninas, de mantermos uma unidade – talvez com um movimento ou uma frente, uma frente parlamentar distrital; federal, no Senado e na Câmara, em defesa do Instituto Federal Brasileiro. É importante ter um instrumento dos Parlamentares que envolva todas as esferas, para dizer que nós não vamos permitir que haja qualquer risco contra a existência dos institutos federais, porque eles carregam a potencialidade de uma educação que, como diz Paulo Freire, resgata a boniteza da vida. A boniteza da vida a gente resgata na educação.

Diz também Paulo Freire que ainda que a educação não resolva tudo, sem ela nós não resolvemos e não transformamos nada. E nós temos educação de qualidade associada, e isso nos lembra Darci Ribeiro, nos lembra Anísio Teixeira.

Anísio Teixeira falava das diversas inteligências que o ser humano tem. As diversas inteligências são vistas e contempladas nos institutos federais, particularmente no Instituto Federal de Brasília. Para além disso, lembra Darci Ribeiro, quando dizia que a educação não é um fim em si mesma: a educação é também uma forma de transformar a realidade.

O diálogo que os institutos têm com as demandas, as carências, as dores, as alegrias e as esperanças da população desta cidade é absolutamente ligado à concepção de Darcy Ribeiro e à concepção de uma educação transformadora. Nós temos ali, nos institutos federais, ausência de muros, porque são institutos em educação que andam, que

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dialogam com a população, que trazem e acolhem as suas demandas, que acolhem as pessoas por inteiro e que, a partir dali, vão fazendo uma educação transformadora. E, para ser transformadora, dizia Darcy Ribeiro, é preciso que ela tenha a universalidade que têm a educação e o saber, mas, ao mesmo tempo, que ela tenha os pés no chão, os pés nesse barro vermelho que é o Distrito Federal, a Capital da República. Por isso, ela é muito cara para todas e todos nós.

Encerro mais uma vez lembrando Guimarães Rosa quando diz que o correr da vida embrulha tudo e que a vida é mais ou menos assim: ora aperta, ora afrouxa; ora esquenta, ora esfria; ora inquieta, desassossega, ora se aquieta. Mas o que a vida exige de nós é coragem.

E coragem nós vamos ter para poder efetivar a manutenção e a ampliação dessa experiência que reúne a concepção de Darci, reúne a concepção de Anísio Teixeira, reúne esse saber dialogal de Paulo Freire, reúne tudo que este Brasil produziu sobre a importância da própria educação.

Por isso eu encerro, lembrando que coragem nós temos, inclusive para dizer: Fora, Temer! (Palmas.)

PRESIDENTE (DEPUTADO JOE VALLE) – Muito obrigado, Deputada Federal Erika Kokay, por suas palavras.

Quero agradecer a presença do Deputado Rafael Prudente; do Secretário Adjunto do Trabalho, Thiago Jarjour, e do Secretário Adjunto de Ciência e de Tecnologia, Marcelo Aguiar.

Nós temos quatro encaminhamentos. Depois de fazê-los, vou passar a palavra à Deputada Luzia de Paula, depois para o Reitor. São eles: a audiência pública na Câmara dos Deputados, que já está marcada – eu preciso ver a data –; a possibilidade de convênio com a Secretaria de Educação – nós estamos vendo isso com o Subsecretário de Planejamento –; a audiência com o Ministro da Educação para a semana que vem; a criação da Frente Parlamentar em Defesa do Instituto Federal de Brasília, aqui, concomitantemente com a criação na Câmara dos Deputados com a bancada Federal aqui do Distrito Federal. (Palmas.)

Com a palavra a Deputada Luzia de Paula.DEPUTADA LUZIA DE PAULA – Alguns dizem que quem fala por

último já não vai ter o que falar, mas, geralmente, quem fala por último pode falar muito mais, porque teve a oportunidade de ouvir. Mais do que falar é muito importante ouvir.

Eu quero aqui parabenizar esta Casa na pessoa do nosso Presidente, que chamou esta audiência pública, que foi esse sucesso.

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Quero aqui saudar e agradecer o IFB e quero fazer essa saudação e esse agradecimento na pessoa do Professor Tarcísio Araújo Kuhn Ribeiro, Diretor do IFB de Ceilândia.

Quero aqui dizer que este foi um momento em que eu, na minha história de vida, voltei alguns anos e pude perceber que o ser humano continua com a sua coragem, com a sua determinação e sabe muito bem o que quer.

O que muitas vezes impede de fazer as coisas acontecerem e caminharem no caminho certo, principalmente na questão de políticas públicas, são sistemas construídos por classes dominantes ou por classes que se acham donas do mundo, que sabem demais, que se acham Deus.

Há seis meses, numa conversa com o Professor Tarcísio, eu pude sentir a inquietação, o sofrimento pelo qual, naquele momento, ele passava. Aquela inquietação e aquele sofrimento não eram só do Diretor do IFB de Ceilândia, mas, sim, de todos os diretores do Distrito Federal. Não só do Distrito Federal, mas do Brasil. Essa inquietação daqueles que realmente estão à frente de um projeto de transformação de importância para a sociedade, uma inquietação que começava a trazer sofrimento. Ele tinha preocupação com essa ré que o sistema, com muitas desculpas, chegava para fazer.

Eu gostaria de parabenizar os diretores pela mobilização, pelo compromisso, por estarem à frente dessa luta, porque onde não há compromisso de base, onde estão apenas os gabinetes e o ar-condicionado trabalhando, as coisas não acontecem.

E nós vimos aqui o chão de fábrica e me lembrei muito, Dr. Edilson Barbosa, de quando, há muitos anos, você, junto com vários estudantes, fazia lutas parecidas e conseguia alcançar com essas lutas não tudo o que sonharam, mas algo que, pelo menos, fez mudanças que, talvez, para alguns, fossem pequenas, mas, para muitos, não.

Hoje nós temos um IFB em Ceilândia, algo que, há algumas décadas, nem nos nossos sonhos passavam.

E eu queria aqui pedir uma permissão para contar uma pequena experiência de, mais ou menos, 15 dias, um mês, no máximo, atrás. Eu tive o privilégio de assistir a uma aula inaugural de pessoas muito jovens, das quais se exigia.... Exigia não! Não é exigência! Mas das quais se cobrava, como critério para valorização, que tivessem, Sr. Presidente, o privilégio de ter 60 anos. Elas estavam lá, no IFB de Ceilândia, naquela aula inaugural, e foi um encontro de gerações. O IFB trouxe crianças de 6 a 8 anos, para darem a primeira aula, àquele segmento, E aquele encontro foi uma mágica que só pode acontecer em instituições que têm alma,

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como é o IFB. Todas as meninas e meninos da minha idade... os que não tiveram a coragem de deixar as lágrimas descerem, abaixavam as cabecinhas porque sentiam que estavam em um momento diferenciado de suas vidas. Ao final, Professor Tarcísio, um senhor, com mais de 70 anos, veio me dar um abraço e me disse: “Professora, eu queria dizer para você, a fim de que um dia você possa dizer para outros, que nós precisamos continuar lutando para que não só eu viva momentos de felicidade, como eu estou vivendo aqui, mas que toda a população deste planeta possa encontrar, pelo menos, um momento como este que eu vivi.

Sou pai de 24 filhos espalhados pelo Nordeste e aqui em Brasília. Meus filhos não tiveram essa oportunidade, mas eu, graças ao IFB, estou aqui podendo viver este momento.

Quero dizer a todos vocês do meu compromisso: eu sigo, juntamente com o nosso Presidente e com os Deputados desta Casa que me antecederam! Parabenizo, mais uma vez, o Presidente, pelos encaminhamentos. Não ficou apenas em uma audiência pública, pois já estamos saindo com vários encaminhamentos e eu acredito que já estejamos com o passo firme e bem dado.

Que esse sofrimento e a sua inquietação, Professor Tarcísio, juntamente com a dos outros Diretores, que não conheço pessoalmente... Acho que agora não é simplesmente acomodar porque outras inquietações virão, mas, para estas, um passo já foi dado. Agora, não podem abaixar as armas!

Quero aqui agradecer a todas e todos e dizer, mais uma vez, da alegria que eu tenho, de estar aqui e de participar deste momento único na história do Distrito Federal, na história do IFB e na história do Brasil.

Coloco-me à disposição. Muito obrigada. Que Deus abençoe a cada um e cada uma. (Palmas.)PRESIDENTE (DEPUTADO JOE VALLE) – Muito obrigado, Deputada

Luzia de Paula. Contamos com a sua presença, no gabinete do Ministro, na nossa

audiência. É muito importante. Semana que vem! Estamos vendo somente a data certa. Acho que será quinta-feira.

A gente vai entrar em contato.Uma expressão importante que marca muito é: “instituições que

têm alma”. O IFB tem alma! Passo a palavra ao nosso reitor. (Pausa.)

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SR. WILSON CONCIANI – Bom dia a todas e a todos. Eu queria primeiramente saudar o Presidente Deputado Joe Valle pela iniciativa, por ser parceiro de primeira hora do Instituto desde 2009, quando começamos o Instituto, e o Deputado esteve conosco, acompanhando nosso desenvolvimento não apenas como Deputado, pois naquela época S.Exa. era Secretário, mas também como empresário, como homem do meio ambiente e defensor das causas, da educação e do meio ambiente. Quero particularmente lhe agradecer, Deputado, por esse empenho e por esse acompanhamento no Instituto.

Quero agradecer à Deputada Luzia de Paula, que abraçou o campus de Ceilândia e tem acompanhado de perto o trabalho desse campus, do Professor Tarcísio. Ao Deputado Lira, que também trouxe o abraço e encampou o Campus de São Sebastião, e tem acompanhado esses últimos movimentos. Muito obrigado, Deputado, pelo seu apoio. Quero agradecer ao Deputado Cláudio Abrantes, que tem nos acompanhado de longa data. Obrigado, Deputado, pelo seu apoio. Planaltina conta com V.Exa. Saúdo a presença do Deputado Wasny de Roure, que nos acompanha também desde o início. Ao Deputado Chico Vigilante, que não só nos acompanha, mas tem ajudado a organizar as audiências públicas para que a gente possa discutir a implantação do Instituto, que tem nos colocado nos gabinetes e tem sido o interlocutor. Obrigado, Chico. Ao Deputado Agaciel Maia que nos recebeu, que procurou entender o problema por que estamos passando em detalhes tecnicamente.

Agradeço a passagem do Deputado Rafael Prudente e agradeço ao Deputado Prof. Israel, que tem acompanhado o Instituto, que tem passado pelo nosso campus e tem procurado entender a educação profissional, colocando-a dentro do seu arco de apoios. Ao Deputado Prof. Reginaldo Veras, que tem feito desse Instituto Federal de Brasília uma oportunidade para levar a educação a todas as pessoas em todos os momentos. Agradeço ao Deputado Chico Leite, também parceiro de longa data.

Agradeço à Deputada Federal Erika Kokay, que vem nos apoiando não só com a sua intercessão, com a sua interlocução, mas também com as suas emendas de longa data. Obrigado, Erika. Ao Deputado Rôney Nemer, que, como bem colocou aqui, não conhecia os institutos e quando os conheceu se encantou, se apaixonou por eles. Tem sido um interlocutor, um defensor, não apenas com palavras, mas também com emendas e tem ajudado o Instituto Federal de Brasília.

Quero agradecer a presença do Diretor de Desenvolvimento da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica do MEC, Sr. Romero Raposo Filho, que passou por aqui e deixou a mensagem do Ministério da

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Educação. Agradeço ao Júnior, representando os estudantes da Fenet. Agradeço também ao Secretário Tiago, que tem sido um parceiro desde que assumiu a Subsecretaria e agora na Secretaria tem sido realmente um bom parceiro, tem nos procurado e nos apoiado. Muito obrigado, Tiago. Ao Subsecretário de Ciência e Tecnologia do Distrito Federal, Marcelo Aguiar, que também tem procurado nos apoiar, desde a época em que foi Secretário de Educação.

Agradeço aos nossos colegas, técnicos, docentes, terceirizados, alunos e pais de alunos. Agradeço a todos aqueles que se aproximam de nós e constituem o Instituto Federal de Brasília. Muito obrigado por este momento, por esta oportunidade.

O meu papel institucional seria falar aqui do histórico do Instituto e da situação que nós enfrentamos. Cada um daqueles que por aqui passaram já fizeram isso. Cabe a mim, agora, dizer que esse trabalho conjunto que nós – servidores, estudantes, dirigentes, parlamentares - estamos fazendo tem trazido resultado.

Como dirigente da educação no Brasil todo e membro da diretoria do Conif, conseguimos a primeira audiência com o Ministro. E ele, naquele momento, abriu mão de uma parte do contingenciamento. Nós estávamos com 40% dos recursos disponíveis, e ele levou esse limite a 60% e se comprometeu a, até julho, levar a 85% dos valores colocados na LOA. É possível que a gente caminhe. Mas não abriu mão dos valores, naquele momento, que estavam contingenciados pela Portaria nº 28. Ele dizia que ela não estava na alçada dele, mas que ele iria procurar meios de fazê-lo.

A participação dos nossos Parlamentares e da nossa comunidade fez o nosso diretor falar agora que vamos usar o colchão com acompanhamento.

Durante a nossa audiência pública, ouvimos o Deputado Joe Valle, que saiu da sala para conversar com o Governador. S.Exa. traz a notícia de que o Governador e os Parlamentares estão buscando uma agenda na próxima semana, com o Ministro, para apresentar a situação do Instituto Federal de Brasília.

Ouvimos aqui o Deputado dizendo que vai procurar também meios de conveniar com o Governo do Distrito Federal, para que nós possamos receber apoio financeiro.

Recebemos também notícia aqui de que os Senadores Cristovam e Reguffe estão buscando participar de uma audiência com o Ministro, para que possamos discutir, mais em detalhes, a questão do Instituto Federal de Brasília.

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Nós não somos diferentes de todos os institutos do Brasil, mas nós somos um instituto que tem particularidades e singularidades. Precisamos expô-las, até porque nós já não estamos trabalhando junto com todo o País nesse contingenciamento, há muito tempo. Isso nos coloca agora em uma situação bem mais delicada.

De modo geral, eu queria agradecer a todos vocês, pelo empenho, pelo esforço, pelo acompanhamento. Quero dizer que nós continuamos juntos até que o instituto possa ser aquilo para o qual ele foi projetado: uma ponte para toda a sociedade e para a transformação deste País. Todos nós juntos iremos conseguir.

Muito obrigado pelo apoio de vocês. (Palmas.)PRESIDENTE (DEPUTADO JOE VALLE) – Muito obrigado, Reitor. Nós vivemos num mundo extremamente competitivo e numa

sociedade de consumo exagerado, portanto, insustentável. E precisamos dar uma volta nisso, sair desse modelo competitivo, exagerado, para buscar um modelo colaborativo.

E, nesse sentido, esta audiência pública se coloca como um símbolo disso. Nós tivemos aqui a presença de dez Deputados Distritais – logicamente os 24 têm apoiado –; dois Deputados Federais – a Deputada Erika Kokay e o Deputado Rôney Nemer –, que se comprometeram com a causa; o representante do Senador Cristovam Buarque, que certamente está junto conosco; o Senador Reguffe; o Secretário de Trabalho; o Secretário de Ciência e Tecnologia e todos os alunos, cidadãos presentes aqui que dão toda a força do mundo, além, logicamente, dos servidores do instituto, que são apaixonados por essa instituição.

Então, nós temos um momento colaborativo acontecendo, e vamos dar resposta efetiva a esta audiência. Temos quatro encaminhamentos. Temos audiência pública na Câmara dos Deputados – a Deputada Federal Erika Kokay disse que já está em processo, e caso dê tempo, a gente vai participar, mas eu acho que é muito urgente, porque dia 20 está aí. Então, a gente precisa ir ao Ministro. A possibilidade do convênio, eu já conversei com o Subsecretário de Planejamento da Secretaria de Educação. Nós estamos vendo se isso é possível e como é possível. Temos a questão da audiência com o Ministro para a semana que vem e a criação da Frente Parlamentar em Defesa do Instituto Federal, porque a gente não está vivendo só este momento. Temos muitos outros momentos pela frente para trabalhar.

Então, acho que esse é mesmo um modelo de pacto de toda a sociedade por uma instituição que todos sabem que é boa. E a gente precisa preservá-la.

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Eu quero agradecer a todos vocês. A Câmara é isto, a Câmara é o lugar da discussão, da fala, da colocação de tudo. Todos aqui têm fala, todos têm fala, e a gente ouve todo mundo.

Então, eu quero dizer a vocês que a Câmara Legislativa está de portas abertas para vocês. Volto a fazer o convite para o debate, a discussão sobre segurança pública, na quinta-feira à noite, neste mesmo auditório.

Ao agradecer às autoridades e aos demais convidados que honraram a Câmara Legislativa com a presença, eu declaro encerrada esta audiência pública.

Muito obrigado. (Palmas.)(Levanta-se a reunião às 22h09min.)