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PARCERIA PÚBLICO-PRIVADA NA GESTÃO DE INCUBADORAS DE

ECONOMIA SOLIDÁRIA: ESTUDO DE CASO DE UM PROJETO INOVADOR

Resumo

O objetivo do presente trabalho é descrever a inovação na gestão de um projeto de implantação de incubadora, que envolve a prefeitura municipal, universidades locais e organizações da sociedade civil, configurando, portanto, uma parceria entre o poder público e outras entidades de caráter privado. A Incubadora de Empreendimentos Solidários de São Bernardo do Campo (SBCSOL), objeto deste estudo de caso, foi criada para desenvolver e fortalecer os empreendimentos solidários do município inseridos no projeto. Para isso, são realizadas ações de assessoria aos empreendimentos objetivando torná-los, até o fim do projeto, formalizados e habilitados para sua autogestão. No âmbito do presente artigo, foi realizada pesquisa qualitativa com observação participante e entrevistas com gestores do projeto analisado. Do ponto de vista conceitual, o estudo se ancora nas abordagens de política pública, inovação na gestão de políticas de geração de trabalho e renda, alianças intersetoriais e incubadoras de empreendimentos solidários. A investigação apontou para o caráter inovador na gestão do projeto de implantação de incubadora, na medida em que é estruturada como uma aliança intersetorial.

Palavras-chave: gestão pública, economia solidária, incubadora.

Abstract

The aim of this study is to describe the innovation in the management of an incubator implementation project, which involves local government and universities, and civil society organizations. Therefore, it establishes a partnership between the public sector and other private groups. The São Bernardo do Campo Solidarity Enterprises Incubator (Incubadora de Empreendimentos Solidários de São Bernardo do Campo – SBCSOL), focus of this case study, was formed to develop and strengthen solidarity enterprises located in the study area by advising them so the enterprises can become formal and self- managed businesses by the end of the project. For this paper, qualitative research, observation and interviews with project managers took place; as a theoretical framework, approaches regarding public policies, innovations in the management of policies to promote work and income, cross-sector alliances, and incubators for solidarity enterprises were used. The analysis pointed out to the innovative aspect of the incubator implementation project management as a structured intersectoral alliance.

Keywords: public management, solidarity economy, incubator.

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INTRODUÇÃO

Este trabalho trata de características de inovação na gestão pública, especificamente em

projetos de geração de trabalho e renda por meio da criação de incubadoras de

empreendimentos solidários. Nesse sentido, o objetivo da pesquisa foi caracterizar a estrutura

e dinâmica de gestão da Incubadora de Empreendimentos Solidários de São Bernardo do

Campo (SBCSOL). Assim, busca descrever como a estrutura e o desenvolvimento do projeto

caracterizam um processo de gestão pública inovadora.

A SBCSOL é gerida por uma aliança intersetorial, composta por diferentes atores

institucionais: a Prefeitura Municipal de São Bernardo do Campo, representada por gestores e

técnicos da Secretaria de Desenvolvimento Econômico; a Universidade Metodista de São

Paulo; e sociedade civil.

As diversas políticas públicas de erradicação da pobreza, na esfera federal de governo, que

foram implantadas no Brasil nos últimos dez anos, diminuíram drasticamente a população em

condições de extrema pobreza, porém, como demonstra o gráfico 1, ainda existem cerca de

oito milhões de pessoas, em território nacional, com renda igual ou menor a R$ 70 mensais.

Gráfico 1 – População com renda domiciliar per capita até R$ 70,00

Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), 2012.

São Bernardo do Campo localiza-se na região Metropolitana de São Paulo em uma área

conhecida como Grande ABC, tradicionalmente polo da indústria automobilística do país,

altamente urbanizado e potencial de crescimento econômico.

Especificamente em São Bernardo do Campo, território no qual o projeto de incubação

estudado neste artigo se insere – apresentava em maio de 2013, segundo o Ministério de

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Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), 23.312 famílias no Programa Bolsa

Família, o que representa cobertura de 88,75% do total estimado de famílias do município

com perfil de renda do programa. Portanto, ainda existe uma parcela da população local que

vive em extrema pobreza e não tem acesso a nenhum programa social (BRASIL, 2013).

A tabela 1 mostra que, em maio de 2013, ainda podiam ser encontrados 15.500 habitantes

vivendo em situação de pobreza extrema.

Tabela 1 – Pobreza extrema nas cidades da região do Grande ABC Paulista

Municípios do Grande ABC

População Extremamente pobres % Extremamente pobres

Diadema 386.089 11.482 3,0

Mauá 417.064 10.864 2,6

Ribeirão Pires 113.068 3.976 3,0

Rio Grande da Serra 43.974 1.265 2,9

Santo André 676.407 10.617 2,6

São Bernardo do Campo 765.463 15.567 2,0

São Caetano do Sul 149.263 775 0,5

Fonte: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome/ IBGE/IPEA.

Por essa razão, são importantes as pesquisas que analisam alternativas governamentais para

geração de trabalho e renda. Essas alternativas buscam soluções que se estendem além da

inclusão nos modelos de trabalho tradicionais dos grupos menos favorecidos

economicamente, ou seja, além do preparo de pessoas para atuar como empregadas nas

empresas existentes. Uma das alternativas é o incentivo a empreendimentos solidários, que

podem ser estimulados e desenvolvidos por intermédio de incubadoras públicas. Tais

pesquisas podem contribuir para a criação de políticas públicas que consigam acelerar o

processo de erradicação da pobreza extrema. Em função disso, esta pesquisa foi realizada

tendo como seu objeto de estudo a implantação e gestão de uma incubadora desse tipo.

Para o desenvolvimento desta pesquisa foi utilizada metodologia qualitativa por meio de

procedimentos de leitura e análise de documentos do projeto de incubação, entrevistas com

dois gestores do projeto e observação participante. A autora desse trabalho é bolsista do CNPq

no Projeto de Implantação da Incubação de Cooperativas de Empreendimentos Solidários de

São Bernardo do Campo.

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A análise realizada, no âmbito desta investigação, baseia-se nas teorias de políticas públicas

de Souza (2003), Cohn (1995) e Sen (2000), entre outros. Utiliza também os conceitos de

incubadora de empreendimentos solidários de Ruwer (2011), Culti (2004) e Cruz (2004), de

gestão da inovação de Spink (2004) e França Filho (2006) e de alianças intersetoriais de

Fischer (2002), Austin e Reficco (2005).

1 POLÍTICAS PÚBLICAS E INCUBADORAS

1.1 Políticas públicas

Segundo Souza (2006, p. 26), política pública é “o campo do conhecimento que busca, ao

mesmo tempo, ‘colocar o governo em ação’ e/ou analisar essa ação [...] e, quando necessário,

propor mudanças no rumo ou curso dessas ações”. Na mesma direção, Hofling (2001, p. 31)

aborda políticas públicas como o “Estado em ação, [...] o Estado implantando um projeto de

governo, por meio de programas e ações voltadas para setores específicos da sociedade”.

Sobre as políticas sociais brasileiras, Cohn (1995) demonstra a necessidade de transformá-las

em mais justas, pois deveria superar a herança de um sistema de proteção social que “[...]

acaba por reproduzir as desigualdades sociais ao invés de se traduzirem em políticas sociais

compensatórias das desigualdades originadas no mercado” (COHN, 1995, p. 3).

Sen (2000) demonstra que o combate à fome, à pobreza e à exclusão social demanda a

articulação entre Estado e sociedade na elaboração de estratégias que promovam o

desenvolvimento. Para Sen (2000, p. 109), o desenvolvimento pode ser visto como “um

processo de expansão das liberdades reais que as pessoas desfrutam”, e “a pobreza deve ser

vista como privação de capacidades básicas em vez de meramente como baixo nível de renda,

que é o critério tradicional de identificação de pobreza”.

A participação da sociedade civil na gestão de políticas públicas pode se dar nas diversas

fases do seu ciclo (FREY, 2000), como no planejamento e formulação, implementação ou

acompanhamento e avaliação. Todo processo de negociação coletiva em torno das políticas

públicas é característico de uma gestão pública social, ou seja, que considera interesses,

necessidades e anseios dos grupos menos favorecidos da sociedade como importante fator.

Quanto maior a participação da sociedade no processo, maior a probabilidade de caracterizar

a gestão social de políticas públicas e, quanto maior a centralização do Estado nesse processo,

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maior a probabilidade de caracterizar a gestão patrimonial ou burocrática das políticas

(NATIVIDADE, 2011).

1.2 Políticas públicas de geração de emprego, trabalho e renda no Brasil

Segundo Ramos (2003, p. 15), as políticas de emprego podem ser compreendidas como o

conjunto de ações que operam “sobre a [redução da] oferta de trabalho [...] ou sobre o nível de

emprego, alterando a demanda de forma direta (criação de emprego público, por exemplo) ou

indireta (formação profissional)”.

As políticas de emprego, trabalho e renda são classificadas em políticas passivas e ativas. As

políticas passivas são os atos que visam tornar a condição de desemprego mais suportável ou

reduzir a oferta de emprego. E as políticas ativas “englobam uma série de ações que tendem a

elevar o nível de emprego, geralmente atuando sobre o contingente de trabalhadores”

(RAMOS, 2003, p. 18).

No Brasil, até a década de 1990, o enfoque era praticamente exclusivo em políticas passivas

de emprego. A partir de então o enfoque expandiu-se, abrangendo políticas ativas “voltadas à

produção da atividade produtiva e ao aumento da qualificação do trabalhador”, no entanto,

elas não foram “suficientes para criar postos de trabalho na quantidade que o país necessita”

(LOPES, 2002, p. 11 e 12).

No contexto governamental da criação de diversos programas de emprego, trabalho e renda, o

governo federal criou, em 2003, o Programa de Economia Solidária em Desenvolvimento, que

permitiu, como observa Barbosa (2005, p. 181), “outra via para o trabalho que não o emprego

assalariado”.

1.3 As incubadoras de empreendimentos solidários no Brasil

Para Singer (2006, p. 205), as políticas públicas voltadas para geração de trabalho e renda por

meio de incubadoras de empreendimentos solidários “são decisivas para ajudar os mais

pobres a se auto-organizar, para coletivamente desenvolverem trabalho e obterem renda”,

posto que “só fundos públicos têm capacidade para estender o avanço da economia solidária

aos que mais carecem dela”, (SINGER, 2006, p. 205).

Nesse sentido, o governo federal criou, em 2003, na esfera do Ministério do Trabalho e

Emprego, a Secretaria Nacional de Economia Solidária (SENAES), responsável por formular

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e implementar políticas públicas de geração de trabalho e renda por meio de organizações de

base associativista e cooperativista. O SENAES tem como objetivo “viabilizar e coordenar

atividades de apoio à Economia Solidária em todo o território nacional, visando à geração de

trabalho e renda, à inclusão social e à promoção do desenvolvimento justo e solidário”

(BRASIL, 2009).

Seis meses após a criação da SENAES, o governo federal lançou, em 2004, o Programa

Economia Solidária em Desenvolvimento, que “marcou a introdução de políticas públicas

específicas para a economia solidária no âmbito nacional” (BRASIL, 2009). Entre as

principais ações do Programa Economia Solidária em Desenvolvimento, Singer (2009)

evidencia: a Política de Formação em Economia Solidária, o Mapeamento Nacional da

Economia Solidária, o Brasil Local e o Programa Nacional de Incubadoras de Cooperativas

Populares (PRONINC).

O PRONINC é um programa relevante para a economia solidária. Segundo a Federação de

Órgãos para Assistência Social e Educacional - Fase (2005), “tem por objetivo apoiar e

desenvolver as experiências de Incubadoras Tecnológicas de Cooperativas Populares (ITCP),

realizadas por universidades brasileiras”.

Segundo Praxedes (2009), é necessário superar grandes desafios e o primeiro é a dificuldade

de legalização de grande parte dos empreendimentos solidários. Como verificado por Singer

(2009, p. 48), “a informalidade torna-se um gueto de pobres sem chance de escapar à sua

condição”. As exigências legais impostas à formação de cooperativas e ao aumento dos custos

por causa da carga tributária são mencionadas por Varanda e Cunha (2007) como um dos

motivos para a existência de empreendimentos informais.

Segundo Schiochet (2009, p. 57), os avanços políticos e institucionais “ainda não alteram uma

das principais características das políticas públicas de economia solidária: são políticas de

governo”. É preciso torná-las “políticas de Estado”. Assim, é necessário pensar a questão da

institucionalização, que se refere ao “nível de fragilidade institucional sobre o qual repousam

tais políticas” (ARAÚJO, 2005, p.89).

De fato, verifica-se que as políticas públicas de economia solidária proporcionam uma nova

concepção de política de trabalho e renda no Brasil. Um novo pensar sobre a formulação de

políticas públicas para outra forma de desenvolvimento, para diminuir a desigualdade,

fomentar atividades produtivas, o que gera conflitos e contradições. Trata-se de uma nova

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modalidade de política pública que possibilita soluções alternativas e um novo relacionamento

entre sociedade e Estado, mas que, segundo os autores estudados, ainda é uma política em

construção e necessita tornar-se institucionalmente forte para promover maiores e melhores

oportunidades de trabalho e renda aos grupos menos favorecidos economicamente no Brasil.

Nesse contexto, a presente pesquisa pode contribuir para fomentar a reflexão sobre outros

modos de superação da pobreza e indicar caminhos que levem ao reconhecimento

institucional das incubadoras de empreendimentos solidários.

Incubadora é, segundo o Dicionário Aurélio (FERREIRA, 1993), um aparelho que garante

condições favoráveis ao crescimento e ao desenvolvimento de seres vivos, usado em

laboratórios e projetos de pesquisas. Por derivação, a expressão de incubação de empresas

passou a ser usada. Aplicado ao presente estudo, se refere ao ato de manter empreendimentos

ou iniciativas por determinado tempo em condições apropriadas para o desenvolvimento,

manutenção e sobrevivência, por meio da assistência necessária (RUWER, 2011).

Entretanto, a maioria das definições de incubadora volta-se para micro e pequenas empresas,

como a do Ministério da Ciência e Tecnologia do Governo Federal (MCT), pelo Programa

Nacional de Apoio a Incubadoras de Empresas (PNI):

[...] uma Incubadora é um mecanismo que estimula a criação e o desenvolvimento de micro e

pequenas empresas industriais ou de prestação de serviços, de base tecnológica ou de

manufaturas leves por meio da formação complementar do empreendedor em seus aspectos

técnicos e gerenciais e que, além disso, facilita e agiliza o processo de inovação tecnológica nas

micro e pequenas empresas (BRASIL, 2000, p. 6).

Para este trabalho, interessam as incubadoras de empreendimentos solidários, arranjos

institucionais e interinstitucionais criados para buscar uma metodologia de assessoria,

elaboração, construção, desenvolvimento e manutenção de novos conhecimentos e

possibilidades frente às transformações no mundo do trabalho e seus reflexos na sociedade

(RUWER, 2011).

Sobre as atividades nas incubadoras, Cruz (2004) destaca que todas desempenham, mesmo

que em fases distintas, trabalhos de assessoria e consultoria (que envolve a estruturação e

viabilização econômica) e de formação e qualificação (visando assegurar o desenvolvimento

dos empreendimentos depois da incubação).

Considerando ainda as atividades nas incubadoras, Paula e Calbino (2010, p. 4) afirmam que:

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[...] vão além de um apoio técnico, jurídico de assessoria e sustentabilidade econômica dos

empreendimentos. Mais do que suprir a geração de renda, os processos de formação tem um

caráter político, de transformação da sociedade, das relações de trabalho.

Culti (2009, p. 153) afirma que as atividades nas incubadoras também são educativas, “[...]

construção/ reconstrução de conhecimento por meio do processo prático educativo de

organização e acompanhamento sistêmico a grupos de pessoas interessadas na formação de

empreendimentos econômicos solidários”.

Dessa forma verifica-se que a SBCSol desenvolve a prática para melhorar a condição de

trabalho e renda para os empreendimentos incubados e a teoria buscando novas metodologias,

por meio da reflexão e análise do conhecimento acadêmico.

2 METODOLOGIA

Em relação à sua natureza, este estudo classifica-se como pesquisa qualitativa, que utilizou

procedimentos metodológicos de observação participante, leitura e análise de documentos e

entrevistas aprofundadas com integrantes da incubadora SBCSol para caracterizar e analisar o

projeto.

Por outro lado, este trabalho é um estudo de caso que se baseia na investigação de:

[...] um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto da vida real, especialmente quando

os limites entre o fenômeno e o contexto não estão claramente definidos; enfrenta uma situação

tecnicamente única em que haverá muito mais variáveis de interesse do que pontos de dados e,

como resultado, baseia-se em várias fontes de evidência [...] e beneficia-se do desenvolvimento

prévio de proposições teóricas para conduzir a coleta e análise dos dados. (YIN, 2001, p. 32-

33).

O estudo de caso investiga uma iniciativa inovadora, cuja característica marcante é a

participação de diversas entidades na implantação e gestão do projeto. É por isso que o

interesse deste estudo se dirige para o empreendimento alvo do estudo de caso.

3 O CASO DA SBCSol

A SBCSol é um projeto intersetorial, envolvendo a Finep, a Prefeitura Municipal de São

Bernardo do Campo e o Instituto Metodista de Ensino Superior unido ao Instituto Metodista

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Granbery. Os integrantes do projeto são bolsistas do Conselho Nacional de Desenvolvimento

Científico e Tecnológico (CNPq). O projeto teve sua aprovação em dezembro de 2011, início

em agosto de 2012 com previsão de término em agosto de 2014. Os termos do acordo com a

Finep podem ser verificados no processo número: 01 11.0377.00 de dezembro de 2011.

Foram compromissadas, com a Finep, várias metas para a implantação e a operação da

incubadora. As mais importantes são: incubar vinte empreendimentos solidários; formalizar,

no mínimo, dez empreendimentos solidários; fomentar o acesso dos incubados a outros

programas sociais; inovar um produto ou serviço em cada empreendimento; elaborar dez

cartilhas com instruções para orientar os incubados sobre diversas áreas de um

empreendimento; treinar e preparar os empreendedores para atuarem de forma independente

em seus empreendimentos; assessorar os empreendedores na rotina e processos de trabalho;

realizar quatro seminários, sendo um inicial, dois metodológicos e um final, visando o debate

e a integração com outros públicos para discutir técnicas e resultados obtidos; fundar a

biblioteca do empreendedor solidário; editar um livro sobre o projeto; editar um caderno com

a sistematização da metodologia utilizada no projeto.

O projeto conta com 44 profissionais, dentre eles um coordenador geral e uma coordenadora

técnica, 4 técnicos, 18 professores pesquisadores e 20 universitários de diversas áreas do

conhecimento, como administração, economia, recursos humanos, comunicação, pedagogia,

psicologia, designer de produtos, jornalismo, rádio e TV, biblioteconomia. Há também

técnicos da Prefeitura participando de ações do projeto.

Os participantes do projeto estão organizados em dois grandes grupos de trabalho que são: o

grupo administrativo financeiro e o grupo de planejamento e execução técnica. A área

administrativa adquire os equipamentos permanentes e de consumo, contrata serviços de

terceiros e presta contas para os financiadores, sempre orientada pelo Conselho Gestor. A área

técnica é responsável por trabalhar diretamente com os empreendimentos incubados,

diagnosticando seus pontos fortes e fracos, criando metodologia para alcançar a gestão

autossuficiente do empreendimento e avaliando continuamente os resultados alcançados de

forma a promover ajustes no processo.

O Conselho Gestor do projeto é composto por um representante de cada instituição

participante. A responsabilidade do conselho é primeiramente integrar as instituições para

que, em consenso, decidam as diretrizes a serem seguidas por todos os participantes do

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projeto. Há reuniões regulares entre os membros do Conselho para acompanhamento,

decisões, utilização de verbas, encaminhamento de soluções para eventuais problemas.

Na hierarquia após o Conselho Gestor posiciona-se o Coordenador Geral, que é um professor

da universidade e, respondendo diretamente a ele, uma Coordenadora Técnica, oriunda do

terceiro setor. Esses dois níveis de coordenação interagem, diariamente, discutindo e

encaminhando de forma integrada as questões operacionais relacionadas à implantação do

projeto.

Os técnicos do projeto são todos bolsistas de produtividade industrial pelo CNPQ, sendo que

quatro desses técnicos são responsáveis pelo planejamento, acompanhamento e avaliação de

um grupo de empreendimentos incubados.

Atualmente, são onze os empreendimentos incubados:

- duas cooperativas de reciclagem de resíduos sólidos;

- uma cooperativa de costura;

- uma cooperativa de autogestão de empresa falida;

- dois grupos de artistas populares;

- quatro hortas comunitárias;

- uma cooperativa de alimentação.

As reuniões entre os técnicos e a coordenação técnica ocorrem quinzenalmente para que

exista troca das experiências, apropriação de melhores práticas pelo grupo e solução de

problemas de forma sinérgica.

As decisões e encaminhamentos na área administrativa tomam como diretriz fundamental o

orçamento disponível no projeto e prestação de contas para a FINEP e para a Prefeitura

Municipal de São Bernardo do Campo.

3.1 As incubadoras nas universidades: seu papel na economia solidária

A economia solidária compõe-se de empreendimentos com diferentes naturezas de negócios,

de modo que é possível encontrar cooperativas populares, associações de produtores e

consumidores, clubes de troca, recuperação de fábricas falidas e geridas por cooperativas de

ex-empregados, ocupações de terra e produção coletiva, entre outras.

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Tal diversidade impulsionou as universidades a se incluírem nas iniciativas de incubação por

meio das Incubadoras Universitárias de Cooperativas na Economia Solidária ou Incubadoras

Tecnológicas de Cooperativas Populares (ITCP), com uma proposta de, além de buscar

geração de renda, trazer para a academia debates sobre essas experiências, possibilitando a

construção social e histórica.

Esse formato de incubadora, para Oliveira e Dagnino (2003), originou-se em 1992, pelo

Movimento em Prol da Cidadania Contra a Fome e a Miséria e a solidificação do pensamento

solidário. Porém, era necessário complementar a distribuição de alimentos com uma ação que

gerasse trabalho e renda, o que levou professores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em

parceria com a Universidade de Santa Maria, a criar uma cooperativa popular, composta por

moradores da Maré-RJ, para prestar serviços para a própria Fiocruz: a Cooperativa de

Manguinhos.

Com o sucesso de Manguinhos, professores e alunos integrantes da Coordenação de

programas de Pós-Graduação da Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro

(COPPE-UFRJ), com subsídios da FINEP - Agência Brasileira da Inovação1, criaram, em

1995, a primeira iniciativa de uma Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares

(ITCP), com o objetivo de estabelecer um contato com comunidades das favelas interessadas

na formação de cooperativas de trabalho (OLIVEIRA; DAGNINO, 2003; GUIMARÃES,

2000).

No início, as incubadoras universitárias de empreendimentos de economia solidária focaram

na organização de cooperativas em setores sociais excluídos. Contudo, com o crescente

número de trabalhadores que perdem seus empregos em decorrência da reestruturação

produtiva, as incubadoras passaram a formar cooperativas com esses grupos, em diversos

setores de atividade econômica. Por outro lado, as incubadoras públicas de empreendimentos

solidários surgiram vinculadas aos governos municipais, vinculadas às políticas definidas em

âmbito federal pelo SENAES. O caso de incubadora aqui estudado agrega uma parceria

envolvendo o poder municipal e duas universidades, uma gestora e outra colaboradora.

Não se tem notícia de incubadoras geridas por alianças híbridas do ponto de vista da

diversidade de atores institucionais presentes em sua constituição. Essa forma de estruturação

é inovadora em sua essência, pois integra em sua gestão diferentes olhares, interesses e

necessidades que se unem em prol de um objetivo comum.

1 Vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

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3.2 Inovação na construção e implantação de políticas públicas de geração de

trabalho e renda

Segundo Spink (2004), a partir de análise dos projetos avaliados no Programa Gestão Pública

e Cidadania da FGV, é possível compreender o significado de inovação na gestão pública com

base em critérios que são utilizados pelos avaliadores dos projetos encaminhados:

- Represente uma mudança substancial, qualitativa ou quantitativa, nas práticas e estratégias

anteriores na área geográfica ou temática em foco, mediante a implantação de um novo

programa ou conjunto de atividades ou na melhoria significativa das atividades ou programas

existentes.

- Permita ou aponte maneiras pelas quais a experiência pode ser repetida por outro e transferida

a outras regiões e jurisdição.

- Amplie e consolide formas de acesso e diálogo entre a sociedade e suas agências públicas,

aumentando a qualidade da prática política e institucional.

- Utilize recursos locais e/ou nacionais e/ou oportunidades internacionais em uma perspectiva

de desenvolvimento responsável e estimule, sempre que possível, práticas autóctones e

autônomas que possam tornar-se auto sustentáveis. (SPINK, 2007, p. 2).

Ainda de acordo com Spink (2004), os autores dos projetos encaminhados também definiram

critérios do significado de inovação: ações proativas na busca de novas soluções para

problemas existentes; mudança no enfoque de como pensar a ação; inclusão ativa e coletiva,

abrangendo participação e cogestão na busca de soluções e no monitoramento de ações;

articulação com outros e novos arranjos institucionais; mudança de prioridades e inclusão

passiva; transferência de tecnologia de uma área para outra; pioneirismo; respostas múltiplas

ou multitemáticas (SPINK, 2007, p. 8).

Analisando-se a estrutura de gestão da SBCSol com base nas conclusões de Spink (2007), é

possível observar que sua gestão possui um caráter inovador, pois sua composição, com

diferentes atores institucionais, amplia o diálogo entre o poder público e a universidade,

transferindo conhecimento desses setores para os empreendimentos de economia solidária,

cujo resultado poderá ser de maior qualidade nas decisões políticas e institucionais.

De acordo com França Filho (2006), as políticas públicas de economia solidária, inclusive

aquelas direcionadas para implantação de incubadoras de empreendimentos solidários,

possuem como vocação as interações recíprocas, elas são concebidas por meio do diálogo

com a sociedade civil e outros atores institucionais, com os quais realiza diversas articulações

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e interações. O autor define dois níveis de articulação: a intragovernamental e a realizada com

a sociedade. Nesse movimento reside o caráter inovador dessas políticas que, dessa forma,

promovem uma democracia participativa e políticas públicas integradas. Para França Filho

(2006), essa é uma vocação de tais políticas e não a prática comum no momento, embora

possa ser encontrada em várias experiências brasileiras. O autor conclui que elas representam

“o que existe de mais inovador nesse gênero novo de política pública no Brasil, sinalizando

novos padrões de definição das relações entre Estado e sociedade.” (FRANÇA FILHO, 2006,

p. 7).

3.3 As alianças intersetoriais como meio para estruturação de políticas públicas

É possível analisar a estrutura SBCSol, utilizando o conceito de aliança intersetorial. Segundo

Fischer (2002), foi também na década de 1990 que se tornou mais intenso o fenômeno das

parcerias e alianças entre empresas, órgãos governamentais e organizações da sociedade civil

nas práticas de responsabilidade social. Essas alianças, de acordo com essa autora, poderão

tornar-se uma tendência positiva para estimular o desenvolvimento sustentável.

As alianças intersetoriais são formadas por organizações formais vinculadas ao mercado, ao

Estado e à sociedade civil que se articulam para um processo cooperativo visando à realização

de “metas institucionais ou comuns”, (AUSTIN, 2001). Essas metas superam as próprias

especificidades institucionais de cada uma delas. Para Fischer (2002), “as características

organizacionais de cada entidade participante de uma aliança de cooperação influenciam a

configuração e o desempenho da parceria” (p. 32).

É possível compreender a aproximação e participação dos atores institucionais no processo de

implantação de uma incubadora de empreendimentos solidários, enquanto política pública de

geração de trabalho e renda, como membros de uma aliança intersetorial. Oriundos de esferas

distintas da sociedade – Estado, iniciativa privada e iniciativas de organização social – unidos

em busca de construir alternativas para geração de trabalho e renda no município de São

Bernardo do Campo, mas mantendo suas características específicas, ou seja, um órgão

executivo da administração pública, uma instituição de ensino superior e representantes da

sociedade civil interessados em iniciativas de associativismo e cooperativismo.

Austin (2001) chama a atenção para pontos a serem considerados no processo de construção

de uma aliança. Um primeiro aspecto abordado refere-se à compreensão da natureza

específica da aliança e em qual estágio se encontra. O autor entende que existem três estágios

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de cooperação. O primeiro, filantrópico, caracteriza-se por pouca interação e comunicação

entre os aliados e configura o modelo mais tradicional de relacionamento, baseado, quase

exclusivamente, na doação e recepção de bens, recursos e serviços. No estágio transacional, a

cooperação tem como objetivo criar valor para todos os parceiros, satisfazendo necessidades

específicas de cada um – caracteriza-se por uma aproximação mais intensa entre os parceiros

e uma comunicação possibilitadora de maior intercâmbio entre eles. O próximo estágio,

integrativo, é quando as organizações participantes da aliança estabelecem uma

compatibilidade de estratégias e um plano de trabalho que propicia a interação entre pessoas e

a utilização de recursos de todos os parceiros (AUSTIN, 2001).

Analisando-se a dinâmica da aliança entre prefeitura, universidade e empreendimentos

incubados, com participação da sociedade civil, verifica-se um posicionamento da iniciativa

da SBCSol no estágio transacional, pois nela há uma intensa interação e trocas entre os

participantes da prefeitura, sendo aproveitadas, inclusive, experiências de gestão, de operação

e de processos de trabalhos de todos os envolvidos.

O segundo aspecto destacado por Austin (2001) refere-se à resolução das dificuldades de

conexão entre organizações pertencentes a setores diferentes. Fischer (2002), comentando

esses aspectos, enfatiza a importância de cada participante da aliança se esforçar para um

exercício constante de autoconhecimento e autoavaliação, revendo expectativas sobre a ação

integrada dos parceiros e sobre o desempenho da aliança. Além dessa questão, coloca-se a

necessidade da percepção e fortalecimento dos aspectos de compatibilidade entre os parceiros.

Nesse sentido, é necessário que cada parceiro desenvolva a capacidade de articulação com os

outros participantes da aliança. Isso pode ser um desafio enorme, uma vez que a cultura

organizacional de cada participante, sua história, seus modos de atuação divergem dos demais

integrantes, a individualidade é apresentada como superior à capacidade de atingir em

consenso, porém quando a equipe se une para um mesmo objetivo, não minimizando as

diferenças, mas ressaltando a diversidade útil para o êxito da aliança.

Segundo França Filho (2006):

muitas são as tensões e fricções caracterizando tal relação, o que parece apontar um paradoxo

constitutivo da sua natureza mesmo, ou seja, o de supor um padrão de relação que é sempre o

mesmo de cooperação e conflito. Um paradoxo, aliás, que parece inerente à condição e

possibilidade do exercício democrático (FRANÇA FILHO, 2006, p. 8).

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Os dois últimos pontos indicados por Austin (2001) para caracterizar uma aliança intersetorial

são a confiança e a cooperação. Para ele, a prática da interação e da transparência fortalece a

confiança e, com ela, é possível a cooperação. Além disso, é fundamental para a eficácia de

uma aliança intersetorial que seus integrantes tenham clareza com relação às motivações que

os levaram a tomar a decisão de participação na aliança, conhecendo, ao mesmo tempo, as

motivações dos outros parceiros.

São dois os tipos de motivos que impulsionam as organizações a participar de alianças:

altruísticos e utilitários (AUSTIN, 2001). Um posicionamento altruístico é o que concentra o

interesse em contribuir para a solução de problemas coletivos, relacionados à pobreza, à

desigualdade e exclusão social. A motivação utilitária não exclui a concomitância de

interesses específicos de cada ator institucional participante da aliança de razões altruísticas.

O conceito de aliança intersetorial para analisar o caráter inovador da gestão da SBCSol

contribui no sentido de apresentar indicadores de eficácia do processo de gestão que articula

diferentes atores institucionais.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir do estudo realizado, verifica-se que a SBCSol apresenta características inovadoras em

sua gestão que, segundo palavras de um dos gestores entrevistados, “valoriza e estimula a

atuação do Conselho Gestor que descentraliza as decisões, integrando os membros da aliança

intersetorial com a participação de representantes do Instituto Granbery, Instituto Metodista

de Ensino Superior e Prefeitura Municipal de São Bernardo do Campo [...] com essa

descentralização e consequentes decisões colegiadas entre os diferentes atores institucionais,

conquista-se uma visão holística do projeto e de seus impactos na população do município”.

A aliança que originou o projeto compõe um diferencial, pois os modelos de incubadoras

existentes são exclusivamente de incubadoras universitárias ou públicas, porém em São

Bernardo do Campo a incubadora é híbrida em sua constituição, utilizando o poder público

como financiador e responsável pela inserção dos empreendimentos incubados em redes de

comercialização e arranjos produtivos locais e regionais e a universidade com o conhecimento

acadêmico. De acordo com palavras de um dos entrevistados: “possibilitando uma união que

extrai o principal elemento de cada órgão para tornar a SBCSol um processo que cumpre seus

objetivos e alcança uma nova forma de gestão na área de economia solidária”.

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Próximas pesquisas sobre incubadoras híbridas poderão investigar mais detalhadamente os

papéis e responsabilidades de cada ator institucional envolvido na aliança intersetorial,

especificamente, sobre o papel do poder público como facilitador da criação de cadeias

produtivas formadas exclusivamente por empreendimentos solidários.

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