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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Faculdade de Educação Bruna Takako N. Rodrigues - 8602569 ANÁLISE DO ENSINO MÉDIO NA PERSPECTIVA COMPARADA ENTRE BRASIL E SUÍÇA

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULOFaculdade de Educação

Bruna Takako N. Rodrigues - 8602569

ANÁLISE DO ENSINO MÉDIO NA PERSPECTIVA COMPARADA ENTRE BRASIL E SUÍÇA

São Paulo

Novembro de 2015

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BRUNA TAKAKO NAKAMOTO RODRIGUES

Trabalho apresentado à Faculdade de

Educação – Universidade de São Paulo,

referente à disciplina Educação

Comparada, ministrada pel Profa. Dra.

Carmen Moraes.

São PauloNovembro de 2015

SUMÁRIO

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1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 4

2. ORGANIZAÇÃO GERAL DO ENSINO MÉDIO NO BRASIL ............................. 5

3. ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO NA SUÍÇA..................................................... 8

3.1 VISÃO GERAL DA EDUCAÇÃO....................................................................... 8

3.2 SISTEMA PROFISSIONALIZANTE................................................................. 10

3.3 EDUCAÇÃO ACADÊMICA E NÍVEL TERCIÁRIO.......................................... 11

3.4 CONTROLE DA QUALIDADE DA EDUCAÇÃO............................................. 12

3.5 CONSIDERAÇÕES SOBRE O ENSINO NA SUÍÇA ...................................... 13

4. ANÁLISE COMPARATIVA DO ENSINO MÉDIO NA SUÍÇA E NO BRASIL................................................................................................................... 14

5. CONCLUSÃO..................................................................................................... 17

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................. 18

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1. INTRODUÇÃO

Este trabalho tem como objetivo abordar sistemas de ensino e realidades

distintas, confrontando as diferenças e semelhanças do ensino médio do sistema

educacional brasileiro e o sistema do ensino médio suíço, e familiarizar-se com

diferentes métodos de comparação, de forma a que se possa comparar os dois

sistemas de ensino e reforçar a capacidade de compreensão dos mesmos.

No entanto, é importante ressaltar que os sistemas de educação não são

impostos por uma administração formal. O sistema educacional está presente nas

instituições de ensino, e também em outras estruturas, tais como familiar, social-

informal, religiosa, etc. Esta dinâmica social é o alimento de todo o processo de

crescimento dos estudos e das respostas necessárias para minimizar os

problemas.

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2. ORGANIZAÇÃO GERAL DO ENSINO MÉDIO NO BRASIL

O Ensino Médio foi estabelecido no Brasil pelos jesuítas no período colonial,  do

século XVI até o século XVIII, pois o reino português não custeava o ensino

na colônia. O ensino Médio neste  período encontrava-se  muito ligado às ordens

religiosas, em especial do catolicismo. Esta  ligação com a religião dava  ao ensino

um caráter relativo à memória e  de repetição, que favorecia o ensino de 

disciplinas  voltadas à ética religiosa. Esta ligação também dava ao modelo

de educação brasileiro um mecanismo amplo de reprodução social, visto que

apenas uma pequena parcela, pertencente à

elite, tinha acesso ao sistema educacional secundário.

Durante muito tempo a educação no Brasil foi utilizada pelas classes

dominantes para manter seus privilégios e conservar sua condição perante a

sociedade. As primeiras reformas educacionais demonstram o caráter

conservacionista da sociedade brasileira nos primeiros tempos da República.

A  partir da década de 1980, com a organização da Constituição Federal 

de 1988, passa a ser dever do Estado à garantia do fornecimento do ensino Médio

gratuito a toda  a população, que  atenda  as  exigências  necessárias  para seu

desenvolvimento.

O Ensino Médio, desde sua origem, sempre apresentou uma divisão entre

aquele  destinado à preparação para  o ingresso  no ensino superior,  e aquele 

destinado ao mercado de trabalho, ou seja, o ensino constituiu-se como um meio

para alcançar uma  dessas finalidades,  não sendo visto como um fim, a formação

básica.

O ensino médio no Brasil pode ser oferecido em instituições públicas ou

privadas. Nos estabelecimentos públicos, a legislação educacional determina como

responsabilidade prioritária dos sistemas de ensino estaduais a oferta gratuita do

ensino médio. O maior montante de instituições que oferecem ensino médio

concentra-se na rede pública (68%), sendo que, destes, 91% referem-se a

estabelecimentos estaduais.

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O ensino médio, no Brasil, é a etapa final da educação básica e tem a duração

mínima de três anos, sendo que, em cada ano a carga horária mínima

deve abranger cerca de 800 horas e distribuídas em 200 dias de trabalho escolar. 

O seu acesso pode ocorrer a partir dos 15 anos devido à oferta obrigatória do

ensino fundamental dos 7 aos 14 anos.

De acordo com as finalidades do ensino médio, postas na Lei de Diretrizes e

Bases da Educação Nacional (LDBEN), é necessário assegurar a todos os

cidadãos a oportunidade de consolidar e aprofundar os conhecimentos adquiridos

no ensino fundamental, aprimorar o educando como pessoa humana, possibilitar o

prosseguimento de estudos, garantir a preparação básica para o trabalho e a

cidadania e dotar o educando dos instrumentos que lhe permitam continuar

aprendendo, tendo em vista o desenvolvimento da compreensão dos fundamentos

científico-tecnológicos dos processos produtivos (art. 35, incisos I a IV).

No artigo 35 da LDB, o ensino médio no Brasil tem como objetivo:

• A consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no

ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos;

• II. A preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para

continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com

flexibilidade a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento

posteriores;

• O aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a

formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do

pensamento crítico;

• A compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos

produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada

disciplina.

É possível observar que na educação brasileira é fundamental o conhecimento

e a utilização dos recursos tecnológicos, consciência crítica e capacidade de criar.

Essa exigência acontece devido às inúmeras transformações pelas quais o

país está vivenciando,  tanto no cenário político quanto no  econômico e  social.

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Em decorrência, também, do processo de globalização,  fez-se  necessário que

ocorressem  mudanças  relacionadas à educação. 

Para atingir as exigências desta educação, o currículo do ensino médio,

conforme o art. 36, também deve destacar a educação tecnológica básica, a

compreensão do significado da ciência, das letras e das artes; o processo histórico

de transformação da sociedade e da cultura; a língua portuguesa como instrumento

de comunicação, acesso ao conhecimento e exercício da cidadania e, ainda,

adotar metodologias de ensino e de avaliação que estimulem a iniciativa dos

estudantes.

Os conteúdos curriculares, segundo a LDBEN, devem observar as seguintes

diretrizes:

• A difusão de valores fundamentais ao interesse social, aos direitos e

deveres dos cidadãos, de respeito ao bem comum e à ordem

democrática;

• Consideração das condições de escolaridade dos alunos em cada

estabelecimento;

• Orientação para o trabalho;

• Promoção do desporto educacional e apoio às práticas desportivas

nãoformais. (art. 27)

Além disto, utiliza-se do Projeto Escola Jovem como estratégia do Ministério da

Educação para alavancar a implementação da reforma do ensino médio no Brasil.

Por meio dele, o Ministério deve apoiar técnica e financeiramente as unidades

federadas em suas políticas de melhoria do atendimento e expansão da oferta de

vagas de ensino médio na rede estadual. Ao mesmo tempo estimulará o processo

de planejamento das Secretarias de Educação dos Estados e do Distrito Federal.

Após este estudo pode-se verificar que, historicamente, a linha central das

políticas para o ensino médio tem sido organizada em torno da relação capital e

trabalho, atendendo em geral os interesses do capital. Por este motivo, a legislação

recente mantém a lógica da escola estruturalmente dualista.

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3. ORGANIZAÇÃO DO ENSINO NA SUÍÇA

3.1 VISÃO GERAL DA EDUCAÇÃO

Na Suíça existem 26 diferentes sistemas de educação, pois a instrução

educacional é um encargo de cada um dos cantões do país. Atualmente, os

cantões tentam harmonizar seus sistemas de ensino.

A educação obrigatória da suíça tem 9 anos comporta alunos dos 7 até os 16

anos e é dividida em escola primária e escola secundária. Em geral, os alunos

iniciam sua vida escolar após terem completado um ou dois anos de pré-escola. A

educação secundária é a continuação da primária, mas no decorrer dela existe um

direcionamento acadêmico ou vocacional.

Após a educação secundária existe a educação secundária II, que tem uma

média de 3 a 4 anos e é um sistema de ensino profissionalizante. A educação

secundária II é iniciada aos 16 anos e não faz mais parte da educação

obrigatória, por isso, trabalharemos com esse tipo de ensino como comparável ao

o ensino médio brasileiro, pois tem uma equivalência relativa quanto à idade dos

estudantes, quanto à não obrigatoriedade e quanto à duração.

Além disso, existe também um ensino de línguas muito forte. A Suíça tem

quatro idiomas oficiais, por isso, já é incluído há muito tempo o ensino de línguas

entre as suas prioridades educacionais. Além do idioma local, as crianças

também aprendem na escola uma das línguas oficiais do país. Com a

globalização, a língua inglesa passou a competir com as línguas oficiais do país

no sistema escolar, o que gerou um conflito, pois algumas instituições escolares

insistem no ensino das línguas locais para a unidade nacional, mas outras

consideram a língua inglesa uma prioridade maior.

A educação inclui a família como agente, colocando-a como o pólo no qual a

criança tem ensinamentos sobre respeito ao meio ambiente, convívio harmônico

com as tradições e a modernidade, início nas regras democráticas, compreensão

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de que existem deveres a serem cumpridos, mas que também existem direitos

para todos. Também é responsabilidade oficial da família, juntamente com a

educação nas creches e pré escolas, ensinar a criança a respeitar as diferenças

individuais, culturais e raciais das pessoas e conviver pacificamente com elas.

É fundamental também a família estimular a criança e ajuda-la no ensino de

línguas, praticando-a também em casa. Com a ajuda da família, grande parte das

crianças consegue falar línguas que não sejam a sua língua materna sem

sotaque. Isso é importante, pois na suíça alemã, por exemplo, existe uma

discriminação muito grande de pessoas que falam a língua com sotaque.

Crianças que vêm de famílias que não cooperam com a sua educação têm

grandes dificuldades na escola, trazendo dificuldades para seus colegas,

professores, diretoria da escola e, mais tarde, para a sociedade, conforme foi

noticiado na imprensa há 8 anos.

3.2 SISTEMA PROFISSIONALIZANTE

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Na Suíça, a maior parte dos estudantes continua a estudar após os 16

anos, quando passam para o nível secundário II, onde mais de 60% dos

estudantes optam por ter uma educação mais voltada ao treinamento

profissionalizante. Esse nível de educação dura em média 3 ou 4 anos.

O aluno que opta por freqüentar uma escola profissionalizante é chamado de

aprendiz. O aprendiz freqüenta a escola em dois ou três dias na semana, e ao

mesmo tempo, trabalha como estagiário aprendiz em alguma empresa do ramo.

Esse sistema de aprendizado profissionalizante é usado também na

Alemanha. Os aprendizes têm a oportunidade de escolher entre 300 profissões

reconhecidas oficialmente na Suíça.

3.3 EDUCAÇÃO ACADÊMICA E NÍVEL TERCIÁRIO

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Cerca de 20% dos alunos dão continuidade aos estudos no chamado

“ginásio”, que é uma escola que oferece educação acadêmica intensiva. Esse

nível de educação é terminado até os 20 anos. Após o término dessa etapa os

alunos recebem o certificado de conclusão, chamado “Matura” ou “Maturité” e

com isso, os formandos têm qualificação para o estudo universitário ou acesso a

um dos institutos federais de tecnologia.

No nível terciário, os aprendizes profissionalizantes podem obter o diploma

vocacional federal que é chamado de “maturité professionnelle”, que é uma

habilitação para o ingresso em uma Universidade de Ciências Aplicadas. Estas

são faculdades que oferecem cursos das ciências de computação à indústria

hospitalar, com grande variedade de profissões e são faculdades de nível

terciário que conta com a experiência profissional prática. Existem também 15

faculdades pedagógicas que possuem um status equivalente.

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3.4 CONTROLE DA QUALIDADE DA EDUCAÇÃO

Como a maior parte das escolas suíças é pública, os pais que controlam a

qualidade da educação, pois eles têm consciência de que as escolas são

financiadas pelos impostos pagos por eles. Graças ao acompanhamento dos pais

a qualidade do ensino é mantida e por isso greves de professores e outros

problemas são raríssimos.

O município é o responsável pela execução e organização do ensino. Como

o ensino de nove anos é obrigatório, o município consegue ter o controle de todas

as crianças em idade escolar, impedindo que haja abandono escolar nesses nove

anos.

O desempenho escolar dos alunos é discutido não só em reuniões de pais

e mestres, mas também é discutido pela secretaria da educação, através de

pesquisas comparativas internacionais. Quando o desempenho não é satisfatório

os diretores e mestres propõem medidas de correção e as aplicam, com base em

análises.

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3.5 CONSIDERAÇÕES SOBRE O ENSINO NA SUÍÇA

O ensino da Suíça prioriza o ensino profissionalizante como um meio de

melhorar a qualidade de vida dos habitantes. Além disso, entre as 65 melhores

universidades do mundo encontram-se três universidades do país.

A maior parte dos jovens que terminam o ensino obrigatório de nove anos

continua os estudos no ensino médio, que é profissionalizante. Após a conclusão

do ensino médio o estudante recebe um diploma que atesta, em âmbito federal,

que ele está apto para exercer a atividade profissional para a qual estudou.

Através do ensino médio profissionalizante o governo oferece cursos para

todas as profissões de nível médio, em todos os setores da economia. A duração

média dos cursos é de três anos, mas alguns cursos exigem quatro anos, como é o

caso da profissão de cozinheiro ou padeiro-confeiteiro.

Graças ao ensino médio profissionalizante, a diferença dos salários e do

status social dos profissionais de nível médio e superior é muito pequena,

promovendo certo nivelamento social da população.

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4. ANÁLISE COMPARATIVA DO ENSINO MÉDIO NA SUÍÇA E NO BRASIL

A principal diferença entre os sistemas de educação no ensino médio do

Brasil e da Suíça é que o ensino médio da Suíça é necessariamente voltado ao

mercado de trabalho, seja no ensino médio profissionalizante ou o acadêmico,

enquanto o ensino médio no Brasil não é necessariamente profissionalizante. Ao

término do ensino médio suíço, o estudante recebe um diploma que o permite

trabalhar em sua área profissional. Já o ensino médio brasileiro conta com o

sistema regular e o sistema técnico. Vale ressaltar que o ensino técnico só pode

ser feito juntamente com o regular ou após seu término.

A duração do ensino médio em ambos os países é parecida, pois a maior

parte dos cursos da Suíça de nível médio, dura três anos, porém, alguns cursos

podem durar até quatro anos. O ensino médio no Brasil tem a duração de três

anos e pode ser cursado juntamente com um ensino técnico que dura em média

de um a dois anos.

Outro aspecto a ser ressaltado é que o ensino médio da Suíça visa o

mercado de trabalho. Já o ensino médio brasileiro não tem o objetivo de formar

trabalhadores. Ele está posto como uma continuação do ensino fundamental e

não tem relação com as profissões, exceto pelo fato de ele ser um pré-requisito

para que a pessoa consiga ingressar em uma escola técnica ou em uma

faculdade.

O ensino médio suíço nivela a sociedade, pois o salário e o status de

pessoas que cursam o ensino técnico e de pessoas que cursam o ensino superior

são muito parecidos. Já o ensino técnico no Brasil não nivela, pois as pessoas

formadas em escolas técnicas por aqui são extremamente desvalorizadas, tanto

na sociedade quanto nos salários, ao contrário formados, com diplomas de

faculdades, cujos salários são muito maiores e são muito melhor reconhecidos no

mercado de trabalho e na sociedade.

Além disso, na Suíça o ensino médio abrange áreas diversas, tendo cursos

que envolvem todos os níveis da sociedade, enquanto a maior parte dos cursos

técnicos no Brasil abrange apenas níveis operários, fazendo com que o técnico

seja muito menos valorizado que os universitários.

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O Brasil tem uma das maiores taxas de evasão escolar do mundo, já na

Suíça, a maioria das pessoas conclui o ensino médio e/ou cursa em uma

universidade, embora não seja obrigatório.

Os pais têm maior participação na educação na Suíça, pois lá os pais

reivindicam uma boa escola para os filhos e fiscalizam se esta é satisfatória ou

não, por terem a consciência de que a escola pública é financiada pelos

impostos, e por isso eles têm o direito de cobrar uma educação de qualidade. Já

no Brasil, a maior parte dos pais não reivindica os direitos dos filhos de terem

uma escola pública de qualidade. Por isso, muitas famílias optam por colocarem

seus filhos em escolas particulares no ensino médio, pois não estão satisfeitos

com o sistema público. Ao invés de reivindicarem seus direitos, como fazem os

suíços, os pais brasileiros são mais conformistas e preferem retirar os filhos da

escola pública.

Outro aspecto relevante é que o Brasil conta com mais escolas particulares

do que a Suíça, principalmente pelo aspecto descrito acima. Por não terem a

fiscalização e reivindicação dos pais, a educação pública brasileira é precária em

sua maioria, por isso, os pais que têm uma condição financeira que os permita

pagar uma escola para os filhos optam por coloca-los em uma escola particular.

Na Suíça as escolas contam oficialmente com a ajuda dos pais na

educação. A família é agente da educação, e inclusive é muito cobrada pela

parceria com a escola se ocorrerem falhas. Já no Brasil existe um movimento dos

pais de “empurrarem” toda a educação do filho para a escola. Os pais pensam

que a formação social, cultural, acadêmica e todas as outras é obrigação da

escola e eles apenas têm a obrigação de matricularem e levarem o filho a uma

escola e pagarem, se for uma escola particular.

Por terem um ensino médio técnico de qualidade e por ele ser o principal, a

Suíça há vários anos é um dos os dez países com melhor qualidade de vida, com

maior competitividade econômica e com a pesquisa cientifica de base mais

avançada. Isso se deve ao fato de a Suíça ser um país que leva muito a sério a

educação pública e valorizar o ensino técnico tanto quanto valoriza as

universidades. O ensino técnico na Suíça é considerado muito importante e é

tratado com seriedade, enquanto no Brasil a educação pública é precária e não é

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tratada com o mínimo de seriedade, assim como alguns cursos técnicos que são

encarados como fontes de operários ou de mão de obra barata.

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5. CONCLUSÃO

O ensino médio suíço tem muito mais diferenças do que semelhanças com

o ensino médio brasileiro. Isso se deve ao fato de os dois países serem cultural e

economicamente muito diferentes também.

Culturalmente, a sociedade Suíça é muito mais engajada e séria quando se

trata de educação e profissionalização, enquanto no Brasil a educação está em

segundo plano e a sociedade é muito mais conformista e passiva. Quando um

brasileiro fala de uma educação de qualidade, com certeza ele não está falando

da atual educação pública do país.

Uma característica marcante do ensino médio suíço, que difere muito do

brasileiro é que lá ele é necessariamente técnico e os estudantes saem formados

e podendo atuar em âmbito federal em suas profissões, com dignidade de

salários, boa qualidade de vida e reconhecimento social. Já no Brasil, o ensino

médio é desvinculado com a formação profissional, a não ser pelo fato de ele ser

um pré-requisito para a formação técnica ou acadêmica dos indivíduos. O ensino

técnico é desvalorizado e conta com cursos que atuam em nível operário, na

maioria das vezes. O ensino superior é valorizado, dependendo da instituição

onde ele está sendo cursado.

Então, pode-se concluir que o ensino médio suíço é muito diferente do

ensino médio do Brasil e para a sociedade suíça ele está dando muito certo Suíça

está entre os dez países com melhor qualidade de vida, com maior

competitividade econômica e com a mais avançada pesquisa cientifica de base

há muitos anos.

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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Educação na Suíça. Disponível em: http://www.swissinfo.ch/por/mais-sobre-

educa%C3%A7%C3%A3o-na-su%C3%AD%C3%A7a/29726230> acesso em 11 de

dezembro de 2015.

MBOZI, Emmy H. Educação comparada. 2011.

NASCIMENTO, Manoel Nelito M. Ensino médio no Brasil: Determinações

históricas. 2007.

NEUBAUER, Rose et al. Ensino médio no Brasil: uma análise de melhores práticas

e de políticas públicas. 2010.

ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS IBERO-AMERICANOS – MINSITÉRIO DA

EDUCAÇÃO DO BRASIL. Disponível em:

http://www.oei.es/quipu/brasil/ensino_medio.pdf

Educação na Suíça. Disponível em <http://www.swissinfo.ch/por/mais-sobre-educa

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dezembro de 2015.

Os segredos da educação Suíça. Disponível em <http://www.swissinfo.ch/por/os-

segredos-da-educa%C3%A7%C3%A3o-su%C3%AD%C3%A7a/853872> Acesso

em 10 de dezembro de 2015.

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