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Universidade Federal de Santa Catarina Curso de Pós-Graduação em Matemática e Computação Científica hp -Versão do Método de Galerkin Descontínuo Aplicado Para Equações em Derivadas Parciais Paulo Rafael Bösing Orientador: Prof. Dr. Igor E. Mozolevski Florianópolis Fevereiro de 2002

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Universidade Federal de Santa Catarina Curso de Pós-Graduação em M atem ática e

Computação Científica

hp -Versão do M étodo de Galerkin Descontínuo Aplicado Para

Equações em Derivadas Parciais

Paulo Rafael Bösing Orientador: Prof. Dr. Igor E. M ozolevski

Florianópolis Fevereiro de 2002

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Universidade Federal de Santa Catarina Curso de Pós-Graduação em M atem ática e

Computação Científica

hp -Versão do M étodo de Galerkin Descontínuo Aplicado Para Equações em Derivadas Parciais

Dissertação apresentada ao Curso de Pós- Graduação em M atem ática e Com putação Científica, do Centro de Ciências Físicas e M atem áticas da U niversidade Federal de Santa Catarina, para a obtenção do grau*de M estre em M atem ática, com Area de Concentração em M atem ática Aplicada.

Paulo Rafael Bösing Florianópolis

Fevereiro de 2002

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hp -Versão do M étodo de Galerkin Descontínuo Aplicado Para Equações em Derivadas Parciais

por

Paulo Rafael Bösing

Esta Dissertação foi julgada para a obtenção do Título de “Mestre” , Área de Concentração em Matemática Aplicada, e aprovada em sua forma

final pelo Curso de Pós-Graduação em Matemática e

Comissão Examinadora

Prof. Dr. Igor E. Mozolevsk^ (UFSC-Orientador)

JUJLProf. Dra. Liliane arichello (UFRGS)

Prof. Dr. Mário Cesar Zambaldi (UFSC)

Prof. Dr. Daniel Nobert(/Kozakevich (UFSC)

Florianópolis, fevereiro de 2002.

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A Deus.Ao meu pai Arnildo (in memoriam).

A minha mãe Agnes, por orientar o meu caminho, feito de lutas e incertezas mas também

de muitas esperanças e sonhos. A minha noiva Marta, pela dedicação,

generosidade e amor.

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Agradecimentos

Primeiramente agradeço a minha família, que me acompanhou nessa jornada, dando-me muita força e apoio. Em especial a Marta, pelas tantas vezes que me ergueu, quando ao chão estava.

A Nadir, Delícia e família pelas tantas “hospedagens” em vossa casa, proporcionando dias agradáveis de descanso.

A Myriam, Jandir e seus filhos Jandir D. e Raquel Irene, por terem me cuidado quando doente estive, e pelos conselhos recebidos.

Aos meus grandes amigos, Jacks, Marquinho, Antônio, Gilmar, Lu- ciano, Aloísio, Ademir, Vilmar e Eleani, companheiros por muitas vezes de almoços, jantas, jogos, filmes, festas, farras e trilhas. Vocês são minha família da capital.

Aos amigos(as) que as salas de aula me trouxeram, Gilmar. Roberta. Anderson B., Vanderlei, Mara, Danieli, Anderson M., Stefan e Quelin, pelas horas agradáveis passadas juntos e pelos grupos de estudos realizados.

Ao amigo Rafael M. Casali pelo suporte em Latex.

Aos demais amigos e colegas de Pós-Graduação, Alcides, Patrícia, Di- vane, Edson, Jeison, Claires, Lucicléia, Juliano, Gilberto, Airton, Danilo, Graziela, Janice, Milton e Christian pela agradável companhia.

Ao professor Ruy Charão, pela amizade e apoio recebido. E aos demais professores que contribuíram com a minha formação. Agradeço também a Elisa, secretária da PG, que sempre nos atendeu prontamente.

Ao CNPq, pelo suporte financeiro.

Por último, mas de forma especial, agradeço a meu orientador, IgorMozolevski...

Palavras são poucas próximas de atos.Seus atos muito me ajudaram, e com todo carinho venho te agradecer por isto.Muito obrigado por sua ajuda.Foi de grande valor.

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Sumário

Lista de figuras vi

R esum o vii

A bstract viii

Introdução 1

1 C onceitos básicos 41.1 Espaços de fu n ç õ e s ........................................................................................ 4

1.1.1 Espaços de funções contínuas ....................................................... 41.1.2 Espaços de funções inlegráveis....................................................... 51.1.3 Espaços de Sobolev . ........................................................................ 6

1.2 Existência e unicidade de solução fraca para a equação hiperbólica . . 101.3 Método de Galerkin descontínuo aplicado a equação hiperbólica . . . 17

1.3.1 Aproximação polinomial de Galerkin d e sco n tín u o ................ 191.3.2 Enumeração dos elementos da m a l h a .......................................... 21

2 Estim ativas a priori para a equação difusão-advecção-reação 262.1 Prelim inares..................................................................................................... 27

2.1.1 Problema m o d e lo .................................................... ,......................... 272.1.2 Existência e unicidade de solução f r a c a ....................................... 282.1.3 hp-espaços de elementos finitos .................................................... 35

2.2 Equação de advecção com parâmetro de estabilidade .......................... 372.2.1 Formulação estabilizada do método de Galerkin descontínuo

para a equação de a d v e c ç ã o ........................................................... 392.2.2 Estimativas a priori para o erro do método de Galerkin des­

contínuo estabilizado para a equação de a d v e c ç ã o ................... 452.2.3 Resultados num éricos....................................................................... 592.2.4 Método “streamline diffusion” ....................................................... 62

2.3 Equação de advecção sem parâmetro de estabilidade............................. 662.3.1 Formulação padrão do método de Galerkin descontínuo para a

equação de a d v e c ç ã o ....................................................................... 662.3.2 Estimativas a priori para o erro do método de Galerkin des­

contínuo padrão para a equação de advecção............................. 70

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2.3.3 Resultados num éricos........................................................................ 792.4 Equação de difusão sem parâmetro de estabilidade................................. 81

2.4.1 Formulação padrão do método de Galerkin descontínuo para a equação de d ifu s ã o ........................................................................... 82

2.4.2 Estimativas a priori para o erro do método de Galerkin des­contínuo padrão para a equação de d ifu são ................................. 83

2.5 Equação de difusão-advecção-reação sem parâmetro de estabilidade . 942.5.1 Formulação padrão do método de Galerkin descontínuo para a

equação de difusão-advecção-reação.............................................. 942.5.2 Estimativas a priori para o erro do método de Galerkin des­

contínuo padrão para a equação de difusão-advecção-reação . . 95

3 Estim ativas a posteriori 973.1 Operador diferencial linear ........................................................................ 97

3.2 O problema modelo em uma d im e n sã o .................................................... 102

Conclusões 108

A Algum as desigualdades 110

Referências Bibliográficas 112

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Lista de Figuras

1.1 Um ponto x tal que x € d - K e x 6 d+K ' ....................... .......................... 181.2 Malha no caso trian g u la r.............................................................................. 221.3 Enumeração dos elementos de fro n te ira .................................................... 221.4 O último elemento de fronteira ..................................................................... 23

2.1 (a) malha regular; (b) malha 1-irregular ................................................. 352.2 (a) O elemento P e sua malha 7p; (b) o retalho P e sua malha Tp 372.3 As aplicações A F p e FK ........................................................................ 382.4 Enumeração dos elementos da malha para im plem entação................... 592.5 Exemplo 2.11. Convergência do/ip-DGFEM com/i-refinamento . . . 602.6 Exemplo 2.11. Convergência do hp-DGFEM sobre p-enriquecimento 612.7 Exemplo 2.12. Convergência do hp-DGFEM com /i-refinamento . . . 612.8 Exemplo 2.12. Convergência do hp-DGFEM sobre p-enriquecimento 622.9 Exemplo 2.29. Convergência do /ip-DGFEM com /i-refinamento . . . 802.10 Exemplo 2.29. Convergência do /ip-DGFEM sobre p-enriquecimento 802.11 Exemplo 2.30. Convergência do hp-DGFEM com /i-refinamento . . . 812.12 Exemplo 2.30. Convergência do /ip-DGFEM sobre p-enriquecimento 81

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Resumo

Neste trabalho faz-se uma análise da hp-versão do método de elemen­tos finitos de Galerkin descontínuo (/ip-DGFEM) aplicado a um problema de valor de fronteira para equações diferenciais parciais de segunda ordem com forma ca­racterística não negativa, que sobre certas condições tem uma única solução fraca. Especial atenção é dada para estimativas “a priori” do erro para o /ip-DGFEM que são estudadas com e sem a adição de um parâmetro de estabilidade, para o caso de pura advecção, e sem parâmetro de estabilidade para pura difusão. Assim, obtém-se uma estimativa “a priori” (sem parâmetro de estabilidade) para o problema de di­fusão-advecção-reação. Estimativas “a posteriori” de erro do hp-DGFEM também são consideradas para operadores diferenciais lineares. Resultados numéricos são obtidos para alguns problemas de teste, os quais, confirmam as estimativas acima.

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Abstract

In this work an analysis of the hp-version of the discontinuous Galerkin finite element method (hp-DGFEM) is considered for a boundary value problem for second-order partial differential equations with nonnegative characteristic form. One gives special attention to “a priori” error estimates for the hp-DGFEM. The method have been studied with and without the addition of stabilization parameter for the case of pure advection, and without stabilization parameter in the pure di­ffusion equation. Then “a priori” estimates (without stabilization parameter) to the diffusion-advection-reaction problem are obtained. “A posteriori” error estimates for the /ip-DGFEM to linear differential operator also have been considerate. Numerical experiments, that confirm the above mentioned estimates, have been realized to some test’s problems.

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Introdução

O estudo de métodos para resolução numérica de equações diferenciais parciais - por suas inúmeras aplicações em diversas áreas da ciência e pelos avanços tecnológicos - recebeu um tratamento especial nos últimos anos. Em particular, o método de Galerkin descontínuo teve grande destaque.

O método de Galerkin descontínuo foi introduzido em 1973 por W.H. Reed e T. R. Hill [19] para solução da equação de transporte de nêutrons. No ano seguinte foi publicado a primeira análise do método, no clássico artigo de P. Lesaint e P. A. Raviart [15], o qual apresenta a primeira estimativa de convergência do método. Nesta mesma década foi introduzido o método de Galerkin para equa­ções elípticas e parabólicas, usando elementos finitos descontínuos. Estes métodos são geralmente chamados de métodos de penalização interior, e tiveram desenvolvimento independente do método de Galerkin descontínuo para equações hiperbólicas.

O clássico método de elementos finitos é baseado na construção de soluções aproximadas por meio de refinamentos na malha, de maneira que o diâmetro da partição h converge para zero, para uma ordem espectral de aproximação fixa (baixa). Esta estratégia é chamada de h-versão de convergência. Nos últimos anos emergiram os métodos espectrais em que a ordem de aproximação polinomial p é variada de modo a conseguir uma melhor aproximação, processo este, chamado de p-versão de convergência. Naturalmente, quando a solução do problema considerado é regular, os métodos espectrais tem grande eficiência.

Afim de obter uma maior eficiência, se combina as idéias apresentadas acima, isto é, aumenta-se a ordem espectral em regiões que a solução é regular, e faz- se um refinamento mais detalhado em regiões que a solução é irregular, resultando na hp-versão do método de elementos finitos.

Em [15], P. Lesaint e P. A. Raviart apresentaram a primeira h-versão

de convergência do método de Galerkin descontínuo em L 2 , para a solução de um problema escalar hiperbólico. Eles obtiveram para um p fixo a sub-ótima estimativa “a priori” de erro, \\u — Uh\\L2(n) < em que U(, é a aproximação

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para uma solução exata do problema u 6 H s(Cl). Mais tarde, C. Johnson e J. P itkáranta [13] apresentaram uma análise mais detalhada da h-versão do método de Galerkin descontínuo, para leis de conservação hiperbólicas lineares. Neste trabalho foi demonstrado, com o uso de uma norma dependente da malha, a quase-ótima estimativa “a priori” de erro, ||u — Uh\\h,p < C'/ri - 1/,2||« ||tfs(n)-

A /ip-versão do método de elementos finitos de Galerkin descontínuo (/ip-DGFEM) foi introduzida por K. S. Bey e J. T. Oden [4], em que obtiveram esti­mativas “a priori” e “a posteriori” de erro para malhas compostas de quadriláteros, para uma versão estabilizada do método. Usando o parâmetro de estabilização hi</p2K, foi demonstrado uma estimativa “a priori” de erro, que para um p fixo e h —» 0 , se reduz a estimativa apresentada por C. Johnson e J. Pitkáranta [13], e também indicaram convergência quando h é fixo e p —> oo.

Estes resultados foram generalizados por P. Houston, C. Schwab e E. Süli em [11], que usando parâmetro de estabilidade da ordem o(h/p), provaram taxas de convergência sobre malhas retangulares mais gerais, para o hp-DGFEM (discontinuous Galerkin finite element method) e para o /ip-SDMEF (streamline- diífusion finite element method), independente da regularidade da solução. Para soluções analíticas foi deduzida convergência exponencial sobre malhas composta de quadriláteros.

Uma extensão destes resultados para a equação difusão-advecção-reação foi apresentada por P. Houston, C. Schwab e E. Süli [8], em que são apresentadas estimativas hp-ótimas para a equação puramente hiperbólica, ótimas em h mas sub- ótimas em p (pela potência 1/2 em p) para a equação puramente difusiva, e por último, estimativas ótimas em h mas sub-ótimas em p (pela potência 1 em p) para a equação de difusão-advecção-reação.

O objetivo deste trabalho é apresentar a hp-versão do DGFEM para a equação de difusão-advecção-reação, as principais estimativas “a priori” e “a pos­teriori” de erro, tanto para a versão estabilizada como para a versão padrão (sem parâmetro de estabilidade) do método e implementar os algoritmos de DGFEM afim de comprovar numericamente as taxas de convergência “a priori” acima mencionadas.

O presente trabalho está organizado do seguinte modo:No capítulo 1, apresentamos na seção 1.1 os espaços de funções que

serão usados no decorrer do trabalho. Na seção 1.2 mostramos a existência e uni­cidade de solução fraca para a equação hiperbólica. E por último, na seção 1.3, apresentamos o método de Galerkin descontínuo para a equação hiperbólica, sua

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[15] sobre a existência de uma enumeração dos elementos da malha, que permite a resolução numérica do método.

No capítulo 2, apresentamos na primeira seção a equação difusão-advecção-reação, resultados sobre a existência e unicidade da solução fraca para a mesma, e introduzimos os espaços de elementos finitos. Na seção 2.2 consi­deramos a equação puramente advectiva e formulamos a versão estabilizada do hp- DGFEM. Em seguida, obtemos a estimativa “a priori” de erro para essa formulação, a qual, é confirmada com alguns resultados numéricos. Por último, introduzimos brevemente o hp-SDFEM para a equação advectiva. Na seção 2.3, consideremos nova­mente a equação puramente advectiva, porém, com a formulação padrão do método. Então, obtemos a estimativa “a priori” de erro, a qual é confirmada com resultados numéricos. Na seção 2.4, tratamos o problema puramente difusivo com a formulação padrão, e obtemos a estimava “a priori” de erro para esse caso. Na última seção consideremos a equação de difusão-advecção-reação com a formulação padrão do hp-DGFEM. Então, unificando os resultados das seções 2.3 e 2.4, temos a estimava “a priori” de erro para este caso. Todos os resultados numéricos apresentados neste capítulo foram realizados usando a linguagem de programação C++.

Para finalizar, no capítulo 3 apresentamos na seção 3.1 uma estimativa “a posteriori” de erro para um operador diferencial linear genérico e discutimos estratégias adaptativas baseadas nestas estimativas. E na seção 3.2, mostramos explicitamente essa estimativa para a equação de difusão-advecção-reação em uma dimensão.

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Capítulo 1

Conceitos básicos

Neste capítulo apresentaremos inicialmente uma breve introdução dos espaços de funções que serão usados no decorrer desta dissertação. Em seguida, conforme [22], provaremos a existência e unicidade da solução fraca para a equação hiperbólica de primeira ordem, e então, apresentaremos a hp-versão do Disconti­nuous Galerkin Finite Element Method1 (hp-DGFEM) para um problema de valor de contorno para esta equação e a existência de solução para tal formulação. Por último, demostraremos o clássico teorema apresentado por P. Lasaint e P. A. Raviart em [15] que garante a existência de uma enumeração dos elementos da malha que permite obter a solução numérica do hp-DGFEM de maneira explícita, pois a matriz de rigidez que corresponde a esta enumeração fica bloco-triangular.

1.1 Espaços de funções

1.1.1 Espaços de funções contínuas

Seja N o conjunto dos números inteiros positivos. Uma n-úpla a = (a i, « 2,. • ■ , an) e m f f é chamado um multi-índice, e |a | = a x + a2 + . . . + a n é o comprimento de a. Assim, definimos dQ = d±1 . . . <9“n em que dj = d /dx j para

j = 1, . . . ,n.Seja um conjunto aberto em Rn e k € N, então denotamos que:

1. Ck(Q.) é o conjunto de todas as funções u definidas em Q, com valores reais, tal que, dau é contínua para todo a com |a | < k.

2. C°°(fi) comoMétodo de Elementos Finitos de Galerkin Descontínuo

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3. Ch(Cl) é o conjunto de todas as u € C k(Q), tal que, dau pode ser estendida continuamente de Í2 para Í2, para todo a com |a | < k.

4. C°°(r2) como n fc>0C fc(í2).

Assumindo que ü é um conjunto aberto limitado em E", então Cfc(f2) equipado com a norma

Mlc*(íi) = i sup \9au(x)\ > , |a|<fc J

é um espaço de Banach.Para uma função contínua u definida sobre algum conjunto Q em Mn ,

definimos o suporte de u como sendo o fecho em Q do conjunto {x £ Q/u(x) ^ 0}. Se este conjunto é compacto e é um subconjunto do interior de Q, então u é dita ter suporte compacto com respeito a íí.

Usa-se a notação supp u para designar o suporte de u.

D efinição 1.1. Seja Q, um domínio em Rn para k = 1 , , Cq(Q) denota o conjunto das funções u € C k(Q) com suporte compacto em Cl.

No caso de k = oo, Cg°(Q) = V(Q).

1.1.2 Espaços de funções integráveis

Vamos considerar aqui funções de valores reais definidas sobre um domínio £1 C Rn que são mensuráveis a Lebesgue, e denotamos que:

f (x )dx

a integral de Lebesgue de / sobre Cl.Para 1 < p < oo definimos o espaço de Lebesgue Lp(ü) como o con­

junto de todas as u definidas em Q., tal que, \u\p é integrável a Lebesgue sobreO espaço LP(Í2) com a norma

\ i/pM U P ( f i ) = ( ^ J j u i x ^ d x ^ j ,

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é um espaço de Banach. Em particular quando p = 2, LP(Q) é um espaço de Hilbert com produto interno dado por,

D efinição 1.2. 0 supremo essencial deu é o ínfimo do conjunto de todos os números reais M, tal que, |u| < M quase sempre em 0,, e denota-se por ess.sup u(x).

Assim, quando p = oo o espaço L ^Q ,) denota o conjunto das funções de valores reais u definidas sobre £1 que são mensuráveis a Lebesgue, tal que, |u| tem supremo essencial finito.

IMUoo(n) = ess.supxen\u{x)\,

é um espaço de Banach. '"x,,,.

1.1.3 Espaços de Sobolev

D efinição 1.3. Seja u ,v € Li(íí) e a um multi-índice, então, v é a a-ésima deriva­da fraca de u se, e somente se,

O espaço -Loo(^) equipado com a norma

Como no caso de derivadas clássicas escrevemos v — D au.Nota: A definição de derivada fraca estende a de derivada clássica.

Seja Q um conjunto aberto do Mn , então, para 1 < p < oo, o espaço de Sobolev W£ (Í2) é definido como sendo

= { u £ Lp(íí); dau e LP(Í2), \a\ < k}

e, equipamos esse espaço com a norma de Sobolev dada por,

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quando 1 < p < oo, e por,

IMIw&(n) = m a x | |ô Qw|Uoo(n),\ a \ < k

quando p = oo.Para cada espaço acima, define-se a semi-norma de Sobolev,

M%‘(n) = ( £\N=*'

quando 1 < p < oo, e

Mw*,(n) = m ax||5Qu ||Loo(n),

oo.Todos os espaços de Sobolev com suas respectivas normas são espaços

Quando p = 2 também é um espaço de Hilbert com o produto interno

(u ,v)Wk{n] = {dau ,d av),|q | <fc

em que (.,.) é o produto interno de L2(fi). Nesse caso designamos W%(Vi) por H k(Q).

Espaços de Sobolev fracionários

Dado s > 0 e s £ N escrevemos s = m + a sendo 0 < a < 1 e m = [s] é a parte inteira de s. Então, W* (fi) é o conjunto de todas as u € W™{VL), tal que,

Mvrçífi)I dau(x) — dau(y)\p

\x — y \n+<TP

i/p

dxdy < oo,

quando p —

de Banach. dado por,

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para 1 < p < oo e,

I dau(x) — dau(y) I Nw&ffi) = max < ess.sup x } < oo,

v x 7éy

para p = oo.Equipamos com a norma

I M k < « > = ( M l í ^ n , + I “ Ü r ç o ) ) 1"

quando 1 < p < oo, e

IMIw^ín) = + M w ^n),

para p = oo.Nota: Maiores informações sobre esses espaços ver [1],

A seguinte definição garante a regularidade da fronteira de um domínio Q,. Se a dCl satisfaz essa definição, ela é dita ser uma Fronteira Contínua Lipschitz.

Definição 1.4. Supomos que Q, é um conjunto aberto em Rn , então, a dQ é Contínua Lipschitz, se para todo x G dQ, existe:

1. um conjunto aberto O C R " com x € O ;

2. um sistema ortogonal de coordenadas locais Ç = (£i,---,Çn) = (CtCn) e um a G Rn , tal que, O = {Ç; — aj < < Oj, 1 < j < n};

3. existe uma função contínua Lipschitz <p definida sobre

Õ = {C G M"_1; - a j < (j < dj, 1 < j < n - 1}

com

M C ) l < y , C € Ó ,

f t n O = {C; C n < ^ ( Õ , C e õ }

e

d ü n 0 = {C; C» = v(Ó, C s Õ}.

Um conjunto aberto limitado com fronteira contínua Lipschitz é chama­do Domínio Lipschitz (D.L.).

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P ro p o sição 1.5. Seja Q um D.L. e seja 1 < p < oo, então, C°°(Q) é denso em Wp(fi) para s > 0.

A demonstração desta proposição pode ser encontrada em [16] pg. 14. Nota: Cq°(Q) é denso em WpS(fi) para 0 < s < l/p .

Referente a definição de Fronteira Contínua Lipschitz, temos que, <9f2, existe uma função contínua Lipschitz,

ip : Õ C R n_1 — > M

tal que,d Q n O = {C; C = (C.¥>(C)); C e Õ}.

Podemos então definir a aplicação 0 por,

H Õ = (C,v?(C))-

Percebemos que (f)~l existe e é contínua Lipschitz sobre 4>(0) permitin­do a seguinte definição:

D efinição 1.6. Seja Í7 um D.L. em R n , para 0 < s < l e l < p < o o denotamos que W*(dÇÍ) é o conjunto de todas as u € Lp(dQ,), tal que, a composição u o $ pertence à Wp(Õ n 4 PI O)) para todos os possíveis Õ e que satisfazem a condição da definição anterior.

Para equipar Wps (dCl) com uma norma, consideramos o atlas (Oj , <Pj)j=i da dfi, tal que, Oj e <pj, j = 1,..., J satisfazem a definição 1.4. Assim,

IMIvys(afi) = í llU ° ó\\\ j = 1

em que <f>j(Ç) = ( Ç, <Pj { Ç) ) para Ç € Õ j , j = 1,..., J .

Noção de Traço

Seja ip G C°°(Í2), então, o seu traço é definido como,

l o W = ^isn. ( l- l-1)

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e pode-se demonstrar que existe uma constante C > 0 tal que

Sendo C°°(Q) denso em H x(Çl), a aplicação 70 prolonga-se por con­tinuidade à uma aplicação linear e contínua que também denominamos 70 de H l (Q) em H l/2(dQ,), a qual chamamos de traço.

Para u E H 1(Q), 70u denomina-se o traço de u sobre d£l. Assim, podemos enunciar o teorema do traço.

Teorem a 1.7. A função traço aplica H x(íí) sobre H x/2{dQ) e 0 núcleo de j 0 é 0

espaço H q(Q).

A demonstração pode ser encontrada por exemplo na pg. 81 de [17].

1.2 Existência e unicidade de solução fraca para a equação hiperbólica

Consideramos 0 seguinte problema hiperbólico de valor de fronteira.

div{bu) + cu = / em Q(1.2.1}

u = 0 sobre d- f l

sendo,

1. Í2 é um domínio Lipschitz em Rn ;

2. b = (bi, ..., bn) é uma função vetorial de valor real continuamente diferenciável definida sobre Q que representa 0 fluxo em Q;

3. c é uma função contínua definida sobre £1 de valor real;

4. f é uma função de valor real, tal que, / € L2(Çí);

Designamos por n(x) 0 vetor normal unitário exterior a dVt no ponto x. Então, divide-se a dfl em d-Q, = { 1 6 dQ\ n(x ) ■ b(x) < 0} que representa a parte da fronteira de Q onde o fluxo entra, e d+Vl = dQ. \ d-Q que corresponde a parte de

saída.

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Associamos a (1.2.1) o espaço de funções,

H-(Cl) — {u G L2(Q.); div(bu) -I- cu G X2(fi), 7n(bv) = 0 sobre <9_Í2}

onde a solução do problema é procurada. Aqui ‘j n(bv) = (bv) ■ n\d_n significa 0 traço normal do campo vetorial bv sobre <9_fü.

Vamos agora justificar mais formalmente a condição de fronteira e a definição de ií_(í2). Para esse fim, lembramos que (pg. 355 em [20]) 0 operador traço, 7n(-), ® contínuo e sobrejetivo de

H(div, Í2) = {u G [L2(fi)]n; div(v) e L2(£l)},

em H ~1 2(dQ) = (H l/2(dQ))' onde ' representa o espaço dual.Supomos que T é um subconjunto relativamente aberto e conexo de

dQ com medida (em (n — l)-dimensão) positiva. Denotamos por H q(T) 0 fecho de Co°(r) em na norma do espaço de Sobolev H 1(r ) . Além disso, definimosH qq2(T), usando interpolação de espaços de funções (para uma introdução ver pg. 356 em [20]) como sendo o espaço entre L2(T) e H q(T).

O operador de extensão trivial s0 de T para a dQ, que é dado por,

L2(ÔÜ)

{v(x) se x G T0 se i G 9 f i \ T

é um operador linear e contínuo de L2(T) em L2(dQ) e de H q(T) em H 1(dQ). Portan­to, deduzimos por interpolação de espaços de funções que ele também é um operador linear e contínuo de i?oo2(r) em H ll2[dCl) (ver teorema B.3, pg. 358 em [20]).

Conclui-se então, (ver teorema 02, pg. 195 em [24]) que 0 operadordual de ê0,

é um operador linear e contínuo. Este operador é chamado a restrição de dQ. para T (para nosso propósito F = <9_f2).

Supondo que v G L2{Cl) e div(bv) + cv G L 2(£l), temos que, bv G H(div,Q), e segue que 7n(bv) G H ~l/2(dQ). Então a restrição de 7n(bv) para d-Q, pertence para (Hqq2(d-ti))1. Assim a definição de H-(í l) é essencial.

i o : ^ ( r )

v(x)

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Nota-se que H_(Q) é um espaço de Hilbert com a norma

I M I j m d = ( I M I L m + I M I Í ! ( n ) ) 1 / 2 .

sendo que, L : if_(£2) — > L 2(Q) denota o operador linear definido por Cv = div(bv) + cv.

Com essa notação o problema (1.2.1) pode ser formulado da seguinteforma:

Encontre u € ií_ (fi), tal que, Cu = / .E a formulação variacional para (1.2.1) fica:Encontre u £ #_(£2) satisfazendo

(div(bu) + cu,q) = (f,q), V q e L 2(Q). (1.2.2)

A solução de (1.2.2) pode ser vista como uma solução fraca ou genera­lizada de (1.2.1), em que a equação diferencial satisfaz uma igualdade em L 2(Vl) e a condição de fronteira obedece uma igualdade em (Hq ÇT))'.

H ip ó tese 1.8. Vamos supor que as componentes do vetor b pertencem a C 1^ ) e são funções estritamente positivas sobre Q.

Para demonstrar a existência e unicidade da solução fraca para (1.2.2), vamos precisar do Teorema da Imagem Fechada de Banach, cuja demonstração pode ser encontrada, por exemplo, em [24], pg. 205.

T eorem a 1.9. Seja X e Y espaços de Banach, e A um operador linear fechado, tal que, A : X - > Y com D(A) = X , então, as seguintes proposições são equivalentes:

- 1Z(A) é fechada em Y,

- 7l(A') é fechada em X ' ,

- K { A ) = N { A ! ) x ,

- n(A!) = A Í{Á )L.

T eorem a 1.10. Vamos supor que f 6 L2(Q) , c € C(Í2) e é válida a Hipótese 1.8. Então, o problema (1.2.2) tem única solução fraca u £ i7_(fi). Além disso, o operador linear £ definido acima é uma bijeção contínua de H-(Q) em L 2(P) com uma inversa contínua C~l : L2{ 1) H-(Q) .

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Demonstração:

Designamos por C i ^ ) o conjunto de todas as funções de que se anulamem <9_f2, e seja, £ um vetor de n-componentes, demonstraremos inicialmente que:

(div(bv) + cv, e~2*'xv) = (c + ^ div(b) + b • £, \e~^'xv\2)Zá

(1.2.3)

+ ^ f (b ■ n)\e~S'xv\2ds, V v £ C i(fi).2 Ja+n

Como é fácil verificar, esta igualdade é equivalente a seguinte igualdade:

í div(bv)ve~2 'xdx — í div(b)\ve~^'x \2dx + f (b ■ Ç)\ve~^'x\2dx Jn 2 Jn Jn

+ ^ [ (b • n)\ve~^'x\2ds, V v £ C i(ft).2 J d+n

Para provar esta última, consideremos a i-esima componente,i = 1, . . . ,n,

[ ? ^ v e - * * d x = í 2d i + f p - b i v e - ^ d x . ( 1 .2 .4 )&xi Jn dx i Jn @xi

Aplicando a fórmula de Green no último termo a direita,

f p - biVe- ^ dx = - [ | b± \ ve^ x\2d x - f p - blve - 2 d x Jn dx i Jn dx i Jn &xi

+ 2 í biÇi\ve~ 'x\2dx + í biTii\ve~ x\2ds.Jn Jan

Concluímos disso que,

[ ^ - b i v e ~ 2 xdx = —- [ ^ - \ve~* 'x\2dx + [ bi^i\ve~^'x\2dx Jn dxi 2 Jn dxi J n

+ \ í birii\ve~tx\2ds.* Ja+n

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Substituindo esta expressão em (1.2.4) temos que,

í - ^ - - ve~2Z'xdx = j- f ^ - \ v e~ ^ 'x\2dx + [ bi^i\ve~^'x\2dx +Já oxi 2 J n dxi Jn

+ i [ bini\ve~^'x\2ds.2 7a+f2

Assim, (1.2.3) segue por soma de todas as componentes.Agora, notemos que sempre se pode tomar £, tal que, a constante

M0 = i^f(c + ^(divb) + b ■ £),

seja positiva (isso é possível pois Q é limitado e todas as componentes de b são por hipótese estritamente positivas). E sejam M\ e M2 dois números reais, tais que,

Mi < e" 2«’1 < M2, (1.2.5)

Omitindo o segundo termo do lado direito de (1.2.3) sendo ele positivo, e notando que Ci(f2) é denso em H - ( f2), segue que,

(Cv, e ^ v ) > V v e H . (Í2).

Então, usando (1.2.5) temos que,

Assim,

M 2 l|£v||i,(n) > IMU,<n> V u s f f . ( f i ) ,M0 Mi

logo, elevando ao quadrado e adicionando | |£ ^ | | |2(n) resulta que,

1 + J I I ^ I I U ) > M l l w + IM Ii,« !) V V e

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e elevando a potência 1/ 2,

^ + ( M 0M i ) ) H ^ l U a í « ) - IMIff-(n) v v e

ou

II^u IU2(íí) - C|Hltf-(n) V u € H-(Q), (1.2.6)

em que C é uma constante positiva.A desigualdade (1.2.6) permite-nos provar os seguintes resultados:

1 . £ é um operador injetivo.De fato, para v G N ( £ ) temos Lv — 0 =>

0 = \\£v \\L2(q) > C|M|ff_(n) ^ v = 0 £ é injetivo de H-(Q) na sua imagem 1Z(£).

2. £ tem inversa contínua.Sendo £ injetiva => £ é bijetiva (com base em TZ(jC))=£• 3 £ -1 : TZ{£) -> if_(í2)Então, V w Ç. 7£(£) =>3! v G H-(Q), tal que, £v = w => v — C~xw

logo, ||w ||l2(íí) = I|£u|U2(íí) ^ Cy^lU-tn) = C ||£ _1ti;||ií_(n)Assim, | |£ _1u>||tf-(fi) < èlM tacn)

£ _1 é contínua.

3. £ é um isomorfismo de i/_(f2) na sua imagem 1Z(C).

4. 7l(£) é um subespaço fechado de L^iP).Seja w G 7Z(£) => 3 wn G 7£(£), tal que, wn —>■ wSendo £ injetivo, => 3 vn G H_(Q), tal que, Cvn = wn V wn G 7£(£)Como wn converge =£■ wn é de Cauchy.Demonstraremos que vn também é de Cauchy.

H n 5: — ^m)||L2(fí) = _= ±\\wn - w m\\L2[ü) -> 0Assim, {wn} é de Cauchy em H -(ü) que é um espaço de Banach.Logo, 3 v G H-(Q), tal que, vn -» v.

jC*vSendo £ contínuo temos que, n => Cv = w => w € 7£(£)

wn -> w7l{£) é fechado.

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Calculamos agora C. Para tanto consideramos

H+(Q) = {v G L2{ü)- C!v G L2(Q), ttn{bv) = 0 sobre

Sendo que,

(Cu , v ) = Cuvdx = / div(bu)vdx + / cuvdxJ q Jn Jn

= — u(b ■ Vv)dx + / cuvdx + (b ■ n)vuds J n ./n ./a+n

e tomando £'?; = —b ■ S/v + cv, então, se v G H +(Q), temos que, (Cu, v ) = (u, C'v), em que £ : Li{Çl) (H-(Í2))'. Assim, o problema dual para (1.2.1) é:

C'z = —b • Vz -I- cz = ib em Q1.2.7

2 = 0 sobre 3+íl

Usamos o Método das Características em (1.2.7) para mostrar queaa o = {o}.

Então, seja z G N { £ ) um elemento arbitrário. Assim, z é uma solução do problema de contorno seguinte:

—b ■ Vz + cz = 0 em Q.2 = 0 sobre d+Q.

Seja x(t) — {x\(t) , . . . , x n(t)) uma característica da equação

- b - V z + cz = 0, (1.2.8)

quer dizer, x(t) é uma solução do sistema de EDO seguinte:

i i{t) = - h ( x i , . . . , x n) x2(t) = - b 2(x i , . . . , x n)

h xn(t) = - 6n(x i , . . . , x n) .

Vamos procurar 2 na forma 2 = z (x i ( t ) , . . . , x n(t)).

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Sendo que,

dz dz . . . dz . . . , „«r = ã - ®i(i) + • • • + ®n(i) = - b ■ Vz ,u t U X i C/£n

então, a equação (1.2.8) toma forma seguinte:

| f + cz = 0 t > t0

z\t=t0 = 0

sendo ta, tal que, z(t0) G 9+Í2.Por fator integrante, temos que,

d ( z e l cdt) dt ~ °

=> z = ce~ f cdt,

como z(t0) = 0 => c = 0=> z = 0

: . W ) = {0}.

Aplicando o Teorema 1.9 para C, temos que, TZ(C) = A/’’(£')-L = {O}-1 = L2(Í2). Assim, C é um isomorfismo de H-(Q) em L2(Cl), sendo que, / G L 2(Çl) (por hipótese), existe única solução fraca u G H-(Q.) para (1.2.2).

1.3 M étodo de Galerkin descontínuo aplicado a equação hiperbólica

D efinição 1.11. Uma subdivisão/partição/malha Ph{ty de um domínio Q é uma coleção finita N(Ph(£l)) de conjuntos abertos {Ki}, tal que,

1. K i í ) Kj = 0 se i ^ j e

2. i M = n.Dizemos que uma partição P^(íí) é regular se ^ < C para

1 < i < N(Ph(Çl)), em que pi = sup{diam(s) / s é uma esfera C Ki}, hi = diam(Ki) e C é uma constante positiva.

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Seja P = {Ph(ty}h>o uma família de partições regulares de Í2 C Mn em N = N(Ph(£l)) subdomínios K. Assumimos que cada K G Ph(Q) possui d K contínua Lipschitz e designamos por u k o vetor normal unitário exterior a d K . Definimos d - K e d+K de modo análogo as definições de d-Q e d+Q, porém, substituindo Q por K.

Objetivando introduzir a formulação de Galerkin descontínua para (1.2.1), definimos o seguinte espaço de funções:

K(íi) = {v G L2(Q); div(bv) G L2(Q)}, (1.3.1)

o qual estendemos sobre a partição de usando espaços quebrados, i.é.,

v(Pk) = v(P„(a))= v(K),K e P h(ü)

sendo V(K) = V{K) L 3 '2^

em que V(K) = {uG L2(/íT); div(bv) G L 2(K)}.

Para cada K G Ph{ty e qualquer v G H l {K) designa-se por v+ o traço interior de v sobre d K (o traço tomado “de dentro de K”). Seja um elemento K, tal que, o conjunto d - K \ d-Q é não vazio; então para cada x G d - K \ d-Q. existe um elemento K ' dependendo de x, tal que, x G d+K' como na Figura 1.1 para o caso de n = 2.

Figura 1.1: Um ponto x tal que x G d - K e x G d+K1

Supomos que v G H l (K) para cada K G P^(0). Se d - K \ d-Q. é não vazia para algum K G P/i(0), também podemos considerar o traço exterior v~ de v

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sobre d - K \ d - Q relativamente para K , como o traço interior v+ relativo ao elemento K', para o qual d+K' tem intersecção com d - K \ d-Q de (n — l)-medida positiva. Também introduzimos o salto de v através de d - K \ d-Q por,

[v] = v+ — V .

Consideremos agora um problema não homogêneo, isto é, u = g sobre d-Q sendo g G L 2 (d-Q). Então, a formulação variacional ou formulação fraca do método de elementos finitos de Galerkin descontínuo para (1.2.1) é:

Encontre u G V(Ph), tal que,

/ v (V ■ (bu) + cu — f )d x — / (u+ — u~)v+(b ■ n K)dsJ k J d - K \ d - Q

— í (u+ — g)v+(b • riK)ds = 0, (1.3.3)J d - K n d - O .

v t; g v ( P h), v K e Ph(Q)-

1.3.1 Aproximação polinomial de Galerkin descontínuo

Supomos que cada K G Ph{Q) é imagem de um elemento mestre K por uma aplicação afim Fk , i.e., K = Fk (K), V J Í G Ph(Q), em que K é um cubo canônico K = Q = (—1, l ) n ou, um simplex unitário

K = S = | i G Mn; £i > 0, < 1| ‘

Sobre o elemento mestre consideramos os espaços de polinómios de grau p > 0 conforme segue:

Qp = span{xa; 0 < a, < p, 1 < i < n}

Pp = span{xa\ 0 < |a | < p}.

Neste caso Qp é o conjunto de todos os produtos tensoriais de polinómios definidos sobre o elemento mestre de grau < p e m cada direção coordenada.

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Definimos, então,

H « m = L € I 2(ÍJ); " = 1 * ° e se K Z p l>M é quadrilátero,| ü = ü|/f o € PPií se K E Ph.(Q) é triangular

e introduzimos o subespaço de dimensão finita de V (P/J assim,

VP(Ph) = { v e V(Phy, v\K G RpK(K), V K g PA(Í2)}.

Logo, a formulação da ap rox im ação p o lin o m ia l de G a le rk in des­con tínuo para o problema (1.2.1) fica:

Encontre uma função uph G Vp(Ph) de acordo com a seguinte regra: Para K G -P/i(f2), dado sobre d - K achar uph = up,K G RpK{K ), tal

que,

í (V • (ò<) + cuj>cfcr - í (uph+ - uph )v+{nK ■ b)ds JK J d-K

= I fvdx , V «G RPk {K).JK

(1.3.4)

Tomando (w , v)k — f K wvdx , (v ,w )7 = f^wv\b-n7\ds e upb = V-(bu%) a equação (1.3.4) fica

(uphb + cuph, v )K + ([up\ ,v +)d_K = { f , v )K, V v G RPk {K). (1.3.5)

Podemos escrever agora a equação (1.3.5) da seguinte forma:

B k (up, v) = L k (v), V uG RPí<(K),

sendo B K(w,v) = (wb + cw,v)K + (H>v+)õ-K e l k{v) = { f , v ) K. Logo, a a- proximação polinomial de Galerkin descontínuo para (1.2.1) pode ser formulada da seguinte maneira:

Encontre uph G Vp(Ph), tal que,

B ( u l v ) = L(v), (1.3.6)

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sendo

B(w,v) = B k (w, v ) e L(v) = L K(v)KePh K€Ph

e uph~ = g sobre d-Q.

1.3.2 Enumeração dos elem entos da malha

A formulação (1.3.4) supõe que se conheça v?h~ sobre d - K para então encontrar a solução aproximada uph. Isso é possível desde que se enumere adequada­mente os elementos de Ph{Q). O próximo teorema mostra que existe tal enumeração K i , K 2, . . . ,Ki que permite a resolução de (1.3.4), para o caso de elementos trian­gulares ou quadriláteros (n = 2).

D efinição 1.12. K é dito ser um elemento de fronteira se pelo menos um dos lados da d K for um subconjunto da dQ.

D efinição 1.13. K é dito ser um elemento de semi-fronteira se um e somente um vértice de K pertence a dQ.

T eo rem a 1.14. Supomos que í] C R2 é um domínio poliedral convexo limitado, então, existe uma ordem K i , K 2 , . . . ,Ki dos elementos de Ph(fl), tal que, parai = 1, . . . ,1, cada lado de d-K{ é um subconjunto de d-Q ou de d+Kj para algum j < i.

Demonstração:

Consideremos na d-Q uma enumeração K l , K 2, . . . , K s dos elementos de fronteira obtida no sentido horário. Para essa enumeração, dois elementos K l e K %+1 podem ter um lado em comum ou não. Para o último caso (conforme Figura 1.2), existe pelo menos um elemento de semi-fronteira entre K l e K l+l, então, dizemos que um lado de K l ( resp. K t+1) é semi-comum com K l+1 (resp. K l ) se ele é um subconjunto da união dos elementos de semi-fronteiras localizados entre K x e K l+l.

Mostramos agora que existe pelo menos um elemento de fronteira K, tal que, d - K C d-Q. Para isso, vamos assumir o contrário, i.e., d - K \ $£ d-Q parai = 1, . . . , s, e chegaremos a uma contradição.

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Figura 1.2: Malha no caso triangular

Figura 1.3: Enumeração dos elementos de fronteira

Tomando o elemento K l e usando a notação da Figura 1.3 para o caso triangular (resp. quadrilátero) o lado [a1? a3] (resp. [oi, a4]) de K 1, é um subconjunto de d+K1. Do contrário, K l não poderia ser o primeiro elemento da d-Q, então, o lado [02, 03] de K l que é comum ou semi-comum com K 2 pertence para d - K 1. De outro modo, teríamos que d - K l = [ai,a2] C d-Q que foi excluído. Portanto, 0 lado de K 2 que é comum ou semi-comum com K l pertence a d+K2. Similarmente obtemos para todo i = l , . . . , s — 1 a seguinte propriedade: o lado de K 1 que é comum ou semi-comum com K l+1 é um subconjunto de d - K \ e portanto, o lado de K l+1 que é comum ou semi-comum com K l ê um subconjunto de d+Kl+1. Agora considerando o último elemento de fronteira K s e usando a notação da Figura 1.4 para 0 caso triangular (resp. quadriláteros), 0 lado [01, 03] (resp. [01, 04]) de K s é um subconjunto de d+K3. Além disso, 0 lado [02, 03] é um subconjunto de d+Ks. Do contrário, K s não poderia ser 0 último elemento de d-íl , então, obtemos que d ^ K 3 = [oi,o2] C que foi excluído. Assim, existe um elemento K , tal que, d ^ K C d-ü .

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Figura 1.4: O último elemento de fronteira

Agora, escolhemos para K\ o elemento de fronteira de d-Q, tal que, d - K i C d-Q e definimos Í2i = Q,\Ki. Notamos que cada lado de é, ou um subconjunto de cLfi, ou um subconjunto de d+K\. Aplicando o mesmo argumento acima para f^ , existe um elemento de fronteira K 2 de f2l5 tal que, d - K 2 C

e repetindo esse processo, levamos em conta todos os elementos de Ph{Cl), obtendo uma ordem K i , K z , . . . , Ki dos elementos de P/,(ft), tal que, a propriedade desejada vale.

O próximo lema é uma condição necessária para obter a unicidade de solução da aproximação polinomial de Galerkin descontínuo descrita em (1.3.6).

À (T t=n Xi L em a 1.15. Com a substituição u = e v^i=l biJw a equação (1.2.1) torna-se

div(bw) + (c + nX)w = e *$)f em Q,w = 0 sobre d-Q..

(1.3.7)

Demonstração:

Note que:

. A(Vi=n^V d{biWeÁ(E ' -1 tf)) v-A d(biw) £i')d i v ( h ü e k ^ - ' O ) = Y d x .--------- - = (

i= 1

1 = 1

i=n

dxi biiv = div(bw)eX& i- 1 tf) + X ^ 7~eA^ ' -1 w1=1

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= div(bw)eX^-‘i~l + ^ A e A í_1i - 1

= div(bw)ex(?-‘i=1 *<’) + nÀeA( ^ í=1 b w

Substituindo isso em (1.2.1) obtemos o resultado.

□Desta forma, substituindo c por c + nX é coerente fazer a seguinte

hipótese:

H ip ó tese 1.16. Assumimos que existe a > 0, tal que,

0 < a < c(x) < M q.s. em (1.3.8)

H ip ó tese 1.17. Vamos supor que as componentes do vetor b são constantes posi­tivas sobre Q,.

T eo rem a 1.18. Assumindo que f G L 2 ÍSÍ), g = 0, e que são válidas as Hipótese1.16 e 1.17, então, existe única função uph G Vp(Ph) que satisfaz (1.3.6) V K G Ph{íí).

Demonstração:

Sendo que Vv(Ph) tem dimensão finita, (1.3.6) é equivalente a um sis­tema linear N x N de equações com N = dim(Vh(Ph)). Assim, é suficiente provar a unicidade da solução up(cf. pg. 97 em [21]). Assumindo que / = 0 mostraremos por indução que necessariamente uph = 0. Para tanto, seja K\, K 2, . . . ,Ki a ordem dos elementos de P/i(fi), oferecida pelo Teorema 1.14.

P H Pela Hipótese 1.17 temos que para o elemento K x (1.3.4) fica:

í (b ■ Vii£) + cuph)vdx - í (uph+)v+(nK • b)ds = 0, V v G RpKi (Ki).JKy. J d - K 1

Tomando v = up e notando que (usando a fórmula de Green),

[ (b ■ Vuph)uphdx = \ í (up+)2(nK ■ b)ds,J K i L J d K 1

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temos que,

- [ (uh+)2(n K-b)ds + f (uph+)2{nK -b)ds + í c{up)2dx = 0. J d - K i z J d K i J K i

Assim,

í (uh+)2(n K ■ b)ds + ]■ í (uph+)2(nK ■ b)ds + f c(up)2dx = 0 . z L J d + K i J K i

Usando (1.3.8) e notando que a Hipótese 1.17 implica que (nx-b) > 0 em d+K\ e (rix • b) < 0 em d -K \ , obtemos que up = 0 em K\.

H l Supomos que uph = 0 em K\ U K 2 U . . . U x.

T H Usando Hl temos que v~ = 0 sobre d-K i então a equação (1.3.4) fica,

í (b ■ V u ph + cuph)vdx - í (uph+)v+(nK ■ b)ds = 0, V v € RpK (Ki).J Ki J d - K i

Tomando v = uph e repetindo o processo feito em PI temos que uph = 0 em Ki. Portanto obtemos que uph = 0 em Q. Logo, existe única solução uph G Vv(Ph) que satisfaz (1.3.6).

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Capítulo 2

Estimativas a pr ior i para a equação difusão-advecção-reação

0 objetivo principal deste capítulo é provar estimativas de erro a pri­ori para a equação difusão-advecção-reação. Faremos isto, dividindo tal equação em duas, uma puramente advectiva e outra puramente difusiva. Então, obtemos esti­mativas de erro a priori para cada uma dessas equações e consequentemente temos a estimativa procurada.

Inicialmente apresentamos o problema modelo, os hp-espaços de ele­mentos finitos e, conforme [8], demonstramos a existência e unicidade de solução fraca para a equação difusão-advecção-reação com condições de fronteiras nulas. Na seção2.2 consideramos o problema puramente advectivo com uma formulação fraca que inclui a adição de um parâmetro de estabilidade. Essa formulação foi primeiramente estudada por K. S. Bey e J. T. Oden em [4] com um parâmetro da ordem o(h/p2). No entanto, seguiremos aqui as idéias apresentadas por P. Houston, C. Schwab e E. Süli em [11], em que o parâmetro de estabilidade é da ordem o(h/p) e a malha é composta de quadriláteros que pode ser constituída de elementos 1-irregulares.

As estimativas de erro sem a adição de parâmetro de estabilidade parao problema advectivo e difusivo tem por base o artigo [8] de P. Houston, C. Schwab e E. Süli , e são consideradas nas seções 2.3 e 2.4 respectivamente. Para este caso, um trabalho mais “refinado” será feito para obter estimativas de erro ótimas e m p e

h.Por último, agrupando os resultados das seções 2.3 e 2.4, temos a

estimativa de erro para a equação difusão-advecção-reação, que apresentaremos na

seção 2.5.

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2.1 Preliminares

2.1.1 Problem a modelo

Seja Q um domínio poliedral limitado em Rn , n > 2, a equação de difusão-advecção-reação sobre Í2 é dada por,

£'u ~ ~ dj(a,ij(x)diu) + ^ bi(x)diU + c(x)u = f ( x ) V x G Í2, (2.1.1)

• / G L2(£l)]

• c G C(íí);

• b = {&i}"=1 uma função vetorial de valor real, tal que, bi G C 1(íí), i = 1 , . . . ,n.

• a = uma matriz simétrica cujas entradas são funções de valoresreais contínuas por partes definidas sobre Í2 e limitadas, com

Com estas hipóteses, a equação (2.1.1) é uma equação d iferencial p a rc ia l com fo rm a ca ra c te r ís tic a não negativa.

Denotamos por T a união das faces abertas (de (n — l)-dimensão) de Q, e por n(x) = {n;}"=1 o vetor normal exterior unitário para T em x G T e consideremos uma divisão de T do seguinte modo,

n n

i,j=1

sendo,

CTa(x)C > 0 V ( G M", q.s. x e Q. (2 .1 .2 )

Fo = {x G T ; n(x)Ta(x)n(x) > 0} (2.1.3)

r_ = {x G r \ F0 ; b(x) ■ n(x) < 0}(2.1.4)

r + = {x G r \ r 0 ; b(x) ■ n(x) > 0}

Obviamente, F = r o U r _ L i r +

277

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Quando r 0 não é vazio, também o dividimos em dois subconjuntos disjuntos Tn e T o com To ^ 0 e relativamente aberto em I \

Complementamos (2.1.1) com as condições de fronteira

u = gn sobre r 0 u r _(2.1.5)

n ■ (a V u ) = çn sobre TN

sendo go e L2(Td U T_) e gN e L2(IV ), e seguindo [8], adotamos a hipótese que b ■ n > 0 sobre Tn quando TN ± 0.

Notação: Para simplificar escrevemos:

S p = S P(Q,T, F) (será definido adiante);

|| - ||k em vez de || • | | l 2(í<-);

|| • \\ttK em vez de || • ||ff. (/f);

I • La- 6m vez de | • |í/3(íc);

|| • \\dK em vez de || • ||Li{aK) sendo \\vfL2(dK) = f gK \b • n\\v\2ds.

2.1.2 Existência e unicidade de solução fraca

Mostraremos aqui a existência e unicidade da solução fraca para a seguinte versão homogênea do problema (2.1.1) e (2.1.5).

Cu = —V • (aVu) + b ■ Vit + cu = f em H

u = 0 sobre r ^ u T - (2.1.6)

n ■ (aVu) = 0 sobre TN

Nosso primeiro passo é construir a formulação variacional (ou ge­neralizada) para o problema (2.1.6), i.é., multiplicar a equação por uma função teste (pertencente a um espaço teste) e integrar sobre Í2 para então, definir uma forma bilinear e um funcional linear. Iniciamos com o seguinte resultado.

Lem a 2.1. Seja M uma m a tr iznxn simétrica definida não-negativa. Se ÇTMÇ = 0, para um ( 6 1 ", então, M ( = 0.

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n

^ 2 aij(x)ninj = 0 para x € T \ r 0. (2.1.7)i,j=i

Sendo que (<2 (0;)) é simétrica definida não-negativa, então, para i E T \ r 0, chegamos por (2.1.7) e Lema 2.1 com M = a e £ = n que

n

' ^ 2 a ij(x)nj = 0 para x e T \ r 0 i = l ,2 , (2.1.8)j = 1

Seja,

H}j(Cl) = {«Ç H 1^ ) ; v(x) = 0 para x e Td }

o espaço teste, então, se (2.1.6) tem uma solução u E H 2{ÇÍ) temos através de (2.1.8) que,

Oij(x)rij——vdx = 0 para V v 6 i7^(íl). (2.1.9)

Note que:

a) sobre To a integral é nula pela definição de H q (í2);

b) sobre FN é por (2.1.6);

c) sobre T \ r 0 é por (2.1.8).

Notação: Usamos (•,■) para denotar o produto interno em L2(fi), e introduzimos o produto interno em L ^ ) , dado por: < v ,w > 7= f \b ■ n\vwds , sendo 7 C T um conjunto aberto.

Multiplicando a equação (2.1.6) por v € H}j(Q,) e integrando sobreobtemos,

(—V • (aVu), v) + (b • Vu, v) + (ctt, v) = ( /, v) V v € H } j(Q). (2.1.10)

Integrando o primeiro termo por partes

( - V - ( a V u ) , v ) = (aVu,Vv) + J ( a V u • n)vds 2= 9 (aVu, Vu), (2.1.11)

Segue da definição de To que

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em que o lado direito deve ser visto como a integral sobre Í2 do produto interno em Rn de üVíí por Vv.

Integrando agora o segundo termo de (2.1.10) por partes

(b • Vu, v) = — (u, V • (bv)) + / uvb • nds 2= 6 — (u, V • (bv)) + / uvb ■ ndsjt j t 4-ur n

= — (u, V ■ (bv)) + / uv\b ■ n\ds, •/rvuivr+ur

(2 .1.12)

sendo a últim a igualdade válida pela definição de T+ e pela hipótese que b ■ n é não negativo sobre

Substituindo (2.1.11) e (2.1.12) em (2.1.10) temos que,

(aVu, Vv) - (u, V • (bv)) + (cu, u)+ < u ,v >r+urN= (/, v) V v G H lD(Q).

Consideramos agora o espaço teste 'H(fi) como sendo o fecho de -ff^(Q) em L2(íl) com respeito a norma || • ||-H(n) definida por ||u;||W(n) = y/(w, w)u(n) sendo ('■> ')n(n) o produto interno em 9í(Q) dado por,

(w, v)u{Q.) = (aVw, Vv) + (w , v)+ < w, v >r+urwur.

Como H(Q) é um subespaço do espaço de Hilbert L2(Í2), também é um espaço de Hilbert.

Para w G %(f2) e v G H q (Q) consideramos a forma bilinear B ( •, •) : H(£l) x H q (Q,) —► R dada por

B ( w , i;) = (aVw, Vv) - (w, V • (bv)) -I- (cw, u)+ < w , v >r,vur+

e para v G H q (Q,), o funcional linear l : H q (Q) —> R dado por,

Kv) = (/> v).

Então, a formulação variacional para (2.1.6) é:

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Encontre u G %(íl), tal que,

A solução u de (2.1.13) é a solução fraca (ou generalizada) de (2.1.6). Vamos supor que existe a > 0, tal que,

c(x) - • b(x) > a q.s. x G Cl. (2.1.14)

T eorem a 2.2. Vamos supor que (2.1.14) é válido e que aij são constantesV i , j = 1, . . . , n. Então, para cada f G L 2 ÍCÍ), existe u G 'H (f i) , tal que, (2.1.13) vale. Além disso, existe um subespaço de Hilbert T-L'(VL) de %(Q), tal que, existe único u G W(Q) que satisfaz (2.1.13).

Demonstração:

Da definição da forma bilinear

B(w, v) = (aVw, Vu) - (w, V ■ (bv)) + (cw, v)+ < w, v > r jVur+ •

Aplicando a desigualdade de Cauchy-Schwarz(C.S.) para o primeiro termo, temos que,

r c.s. c c.s.(aVw,Vv) = / a V w - V v d x < / \aVw\\Vv\dx < ||aVu;||n||Vu||q.

Jn Ja.

Aplicando a desigualdade de Cauchy-Schwarz também nos demais termos, resulta que,

B(w, v) < ||aVu;||n||Vu||n + |M |n ||V • (Hl ln

+ ]|cH|nlM|n + lk l |r A,ur+lk l|rNur+-

Aplicando a desigualdade de Holder, obtemos que,

B(w ,v) < (||aVw||n + H l n + IM In + |h l l r JvUr+) 1/2(2.1.15)

x ( l |v * C + ||V • ( M i a + \\v\\l + IM|?wur+) 1/2 •

B(u,v) = l(v) V v e H ^ ( Q ) . (2.1.13)

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||aViü||n = f \àVw\2dx = í \ \ fã \ /aV w\2 dx < í \y/ã\2\y/ãVw\2dxJçi Ja J n

= ãçi / |\/ãV u;|2cía: = õn / a V w -V w d x ,Ju J n

sendo ãn < J27,j=i lav?l2 e é a raiz quadrada matricial de a, i.é., a = ,/ãy/ã, então,

IlaVtuHn < C(aVw, Vu/). (2.1.16)

Substituindo (2.1.16) em (2.1.15), tomando o sup em c(x), b(x) e aplicando a de­sigualdade do traço

IMIan ^ C'dlVulInll^Hn + cT^MIn), (2.1.17)

no termo IM Ir^urv temos Que>

1 /OB(w, v) < C ((áVw, Vw) + (w, w)+ < w , w >r,vur+ur_) x

(2| |v t,|Ê + i K + | |v t,||I1||1,||„ + | | , i a ) , /2 .

Aplicando agora a desigualdade aritmética geométrica (A.G.), resulta que,

A.G. ( 1 1 \ ^!2B{w,v) < C |M k (n ) (l|V u||n + 2 |H ß + - | |V ü |ß + - |M ß J .

Assim,

B(w,v) < C ||iü||7í(n)||u||ffi(n).

Conclui-se então que B(-,v) é um funcional linear limitado sobre

Pelo teorema da Representação de Riesz, existe único elemento T(v) € H{£1), tal que,

B(w,v) = (w,T(v))mn) V w € (2.1.18)

Sendo B uma forma bilinear, segue que o operador T : H lD(Cl) —> %(Çt)

Para o primeiro termo da última desigualdade vale que,

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que aplica v >— > T (v ) é um operador linear. Mostraremos agora que T é injetivo.

B{v, v ) = (aVv, V v ) — (v, V • (bv)) 4- (cv, u)+ < v ,v >rN ur+ v v e H lD{ü)(2.1.19)

Para o segundo termo, temos que,

( v ,V ■ (bv)) = Í v ^ - { b iv )d x = V í v2^ - d x + y 2 f v b i ^ - d x

= y~' f v2^ - d x — [ v-^—(biv)dx + [ (b-ri)v2ds ,

sendo que a última igualdade foi obtida usando fórmula de Green. Assim,

- (u , V • (6u)) = - V ] í v-^-(biv)dx = í v2^ - d x ~ ] - f (b -n )v 2dsJn Jn uxi 2 yôn

= ^ - h) - \ í (b- n)v2ds.z z 7an

(2 .1.20)

Substituindo (2.1.20) em (2.1.19), temos que,

1 1 /*5 (u , w) = (aVu, Vu) + (c — -V • b, v2) — - / (6 • n)v2ds2 2

+ < u, u > rwur+ V v € H^(Q)

Usando a hipótese que b • n ê não negativo sobre T/v, e as definições de e # d (0 ) resulta que,

— í (b • n)v2ds = - ] - f \b • n\v2ds — ^ f \b • n\v2ds2 Jaó. 2 JTn 2 yr+

II»Somando (2.1.21) com o termo < v ,v >rNur+ e usando a hipótese (2.1.14) chegamos

rN(2 .1.21)

+ r / |6 • nlt^ds.

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a,

B(v, v) > (oVv, Vv) + a ||u ||n + ^ < v, v >rNur+ur.(2.1.22)

>C 1M & (n) V v e H ^ ( Q ) ,

em que C = m in(a, 1/ 2). Aplicando (2.1.18) em (2.1.22),

v v z b 1d(ü ) (2.1.23)

e pela desigualdade de Cauchy-Schwarz no lado esquerdo de (2.1.23),

\\T(v)\\H(n) > C |M |* (n) V t; € H lD(Q). (2.1.24)

Conclui-se assim, que T é um operador injetivo de H lD(Q) em sua imagem 7Z(T) contida em Seja 7i'(Q.) = 7Z(T) com o fecho na norma de

Da definição de l(v) temos que,

\l(v)\ < j|/||n ||v |tn < ll/l|nlMlw(n)

(2.1.24)

< C ^ H / l l n l T O I U n ) V v e H } , ( n ) . (2.1.25)

Dado w € T-L'(Q.) existe wn G 7Z(T), tal que, wn —t w em H (0), então,define-se

g(w) = lim l(T~1wn). (2.1.26)n—>00

Por (2.1.25), a definição de g(w) é correta e independe da seqüência wn, sendo que

lim ^oo |K lk (n ) = JMI«(n)> P°r (2.1.26) e (2.1.25) temos que,

|0 (w)| < lim C 1||/||n||^n||-H(n) < C 1| |/ | |n lim IKIk( n)71—>00 •*—k- .

= C | | / | | n l M I « ( n ) -

Então, g é um funcional linear limitado sobre 1-L'(Q). Como éfechado na norma de 'H(fi), é um subespaço de Hilbert de 7í{Cl). Novamente pelo teo-

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rema da Representação de Riesz, existe único u G tal que,g(w) = (u, V w G em particular

g(T(v)) = (u ,T(v))n{n) V v - e H lD(Q) (2.1.27)

Como g não depende da seqüência, tomamos wn = T(v), n = 1,2, . . . que converge para w = T(v). Segue de (2.1.26) que

g(T(v)) = g(w) = lim l (T~lwn) = l{v) V v G H ^ í l ) . (2.1.28)n—>oo

Dê (2.1.27) e (2.1.28) temos que l(v) = ( u , T ( v ) ) ^ n) para todo v G Hp(Q), então demonstramos que exite único u G tal que,

B(u,v) = {u,T(v))n(n) = l(v) V v G H lD(Q).

2.1.3 hp-espaços de elem entos finitos

M alha

No capitulo 1 definimos uma malha (partição) regular Ph{&) composta de elementos abertos K , tal que, Q. = UKePh(n)K- Vamos agora designar por T uma malha que pode ser regular ou 1-irregular, i.é., as faces de cada K G T podem ter no máximo um nódulo “pendurado” . Aqui também cada K é imagem por uma aplicação afim de um elemento mestre K, sendo K um hipercubo unitário aberto ou um simplex unitário aberto em Rn (definidos na seção 1.3.1) (ver Figura 2.1).

(a) (b)

Figura 2.1: (a) malha regular; (b) malha 1-irregular

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Seja tf o conjunto de todas as faces abertas ((n — l)-dimensão) de todos os elementos K E T. Denotamos por tfint o conjunto de todos e € $ que estão contidos em Cl. Além disso, seja

r int = { í 6 fi; x E e para algum e E tf irit}

etfD = {e e tf; e C T D }

Nota: Está implícito nestas definições que T respeita as divisões de T.

Espaços de polinóm ios

Sobre o elemento de referência, consideramos os espaços de polinómios Qp, Pp (definidos na seção 1.3.1) de grau p > 0. Supomos que cada K E T é imagem de um elemento mestre K por uma aplicação afim FK, i.e., K = Fk (K), V K E T. Assim, para cada K E T associamos o inteiro não negativo Pk (grau dos polinómios locais) e o inteiro não negativo s% (índice local de Sobolev), e coletamos os p^, s k

e Fk nos vetores p = {pk\ K E T}, s = {s^; K E T } e F = {FK\ K E T}, e consideramos o espaço de elementos finitos

S P(Q,T, F) = {u£ L2(Cl)\ v\k o Fk G RPk { K )},

sendo que R é Q ou P (veja seção 1.3.1).Associamos a T o espaço de Sobolev quebrado

H s{ü ,T ) = { v E L 2(Sl)- u \K E H Sk(K) V K E T } ,

o qual equipamos com a seguinte norma e semi-norma

1/2 / \ 1/2

M k r — í I M I í í sk-(k) ] i M s , r — í \v \2h sk { k ) \ K e T / \ K e T

respectivamente.Para u E H l (Cl,T) definimos o gradiente quebrado V j u de u por

(V t u )\k = V(w|/<-), para K e T.

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2.2 Equação de advecção com parâmetro de esta­bilidade

Desenvolveremos nesta seção as estimativas “a priori” para a parte £ 0 do operador £ responsável pela advecção-reação, i.é., para

Cqu = b • Vu + cu = f em

u = go sobre r_ .(2.2.1)

A malha com que vamos trabalhar aqui é mais geral que a considerada na seção anterior, mas, por outro lado, as estimativas de erro serão desenvolvidas para o caso particular de n = 2.

M alhas

Seja V uma partição em retalhos de Í2 em abertos P que são imagem de um domínio de referência P por uma aplicação bijetiva Fp, i.é.,

V P G V , P = Fp(P)

sendo que P é um hipercubo (Q) ou um simplex unitário (S) definidos na seção 1.3.2.

-1 . 1)

( -1 , -1)

(a)

(1.1)

A

K

(1.-D

Figura 2.2: (a) O elemento P e sua malha Tp\ (b) o retalho P e sua malha 7p

Uma malha T de Q vai ser construída subdividindo os retalhos P. Para cada P , construímos uma malha Tp subdividindo P em elementos K (ver Figura 2.2 para o caso de P = Q) que são equivalentes afim com Q ou S, essa malha em P é

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chamada Tp. A malha Tp para P Ç.V é obtida aplicando Tp para P usando Fp , i.e.,

V P e ? : Tp : = { K ; K = FP(K), K e t P}

então, a malha T de Q. é a coleção de todos os elementos, i.e.,

T = \ j T r .Pev

A Am k

D K

Figura 2.3: As aplicações A k , FP e FK

Aqui, cada K € T é imagem do domínio de referência P via uma aplicação Fk : se K e P para algum P e ? ,

K = Fk (P), FK ~ F P o A k

sendo A ^ : P K E Tp afim (ver Figura 2.3).Vamos assumir que existem constantes positivas c\ e c2, tal que,

V K e í

(2 .2 .2 )

em que h,K = diam(K) e = diam(K).Nota: Adaptamos o espaço de elementos finitos acima para essa malha tomando

F = {Fp; F e ? } .

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2.2.1 Formulação estabilizada do m étodo de Galerkin des­contínuo para a equação de advecção

Seja 8 € H l (K) uma função positiva para cada K e T , e seja w, v G suprimindo os subíndices K, consideramos a forma bilinear dadapor,

B dg(w , v) = y j / Cqw(v + 6£ov)dx — / (ò • n)[u;]?;+ds^ J k k Jd-K\r_

(2.2.3)

— í (b ■ n)w+v+ds „ Jd-Knr_K

e o funcional linear dado por,

Idg(v) = Y f ( v + ôC0v ) d x ~ y 2 (b-n)gDv+ds.K J k k Jd-Knr_

A aproximação /ip-DGFEM com parâmetro de estabilidade para (2.2.1) é definida da seguinte forma:

Encontre uug £ S P(Q, T, F ), tal que,

B DG(uDG,v) = lDG(v) V v e S p(Q ,T ,F ) (2.2.4)

Esta formulação difere do original /ip-DGFEM pela adição de um parâmetro de estabilidade quando S > 0. Uma análise desta formulação foi feita por K. S. Bey e J. T. Oden em [4].

Seja a função co{x) definida assim,

cl(x) := c(x) — • b(x), x e Cl (2.2.5)

de (2.1.14), cq ( x ) > a quase sempre em Cl. Com isso, mostramos no próximo lema a estabilidade do problema discreto (2.2.4).

Lema 2.3. Supomos que existe a > 0, tal que, (2.1.14) va e- Então, uqg satisfaz a

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seguinte estimativa:

Y { \ \ ^ ^ 0 u D g \ \2K + Ol \\u D G \\2K + \\u~DQ - U~D G \\2d _ K \ T _ + -K

+ i i ^ Giii+^n r+} < £ { n>^/ii k + ^ii/ii k + m \

u DGlla_/ínr_

2d - K n r _

(2.2.6)

K

Demonstração:

Tomando v = uDG em (2.2.4)

B dg{udg, udg) = Idg{udg) (2.2.7)

sendo que,

B d g ( u d G , u D g ) = S ( C o U D c ) 2 d x + J £ o u £>G u ^ c d x

K

- / (ò-n)[uOG]u£Gd s - / (ò-n) (u£G)2ds.J d - K \ r _ J S _ K n r _

Para cada o segundo termo do lado direito fica,

/ £ 0“ d g w d g c í x = / (6 • V u DG)uDGdx + / c(uDG)2dx J k J k J k

Aplicando a fórmula de Green no primeiro termo do segundo membro, temos que,

[ {b ■ V u DG)uDGdx = —^ [ (V -b)(uDG)2dx + \ í (n ■ b){u^G)2ds.J K 1 J K 1 J d K

Logo,

[ C,qUDG u DGdx = —— [ (V ■b)(uDG)2d x + [ c{uDG)2d x + \ í (n • b)(u+DG)2ds. J k 1 J k J k 1 J d K

40

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Assim,

B dgÍ^dg-, udg) — ^ 2 | j 8(£ouDG)2dx + j (c — - V • b)(uDG)2dx

+ (n ' b)(uDG)2ds- I (6 • n)[uDG}upGds (2.2.8)K J dK J d - K \ T -

~ Í (b - n ) ( u l G)2ds .Jd-Kn r_

Decompomos as integrais sobre a fronteira de da seguinte forma:

]- f (n ■ b)(u^G)2ds — ^ í (n ' b)(upG)2ds + ]- í (n ■ b){u+DG)2ds 6 J dK z Jd+Knr+ L Jd+K\r+

+1 í (n ' b)(u+DG)2ds + i f {n-b)(u+DGf d s1 J d - K V \ V - 1 J d - K \ r _

(2.2.9)

e notemos que,

- [ (b ■ n)[uDG}u lGds = - i [ (b ■ n)(u^G)2ds J d - K \ T - z J d - K \ T -

I {b-n){u^G - u - DG)2ds + )- í (b-n)(u~DG)2ds .1 J d - K \ r _ * J d - K \ T -

(2 .2.10)

.íc\r_ í J d - K \ r.

Assim, substituindo (2.2.9) e (2.2.10) em (2.2.8) e usando o fato que

2 í (b-n)\ulG\2ds + 2 í (b-n)\u~DG\2ds = 0,X Jd +K \T + x

os três últimos termos (2.2.8) podem ser escritos como,

Í - ( b -n)\UDG\2ds+ l Y l Í ~(b ■ n)\Uí>G - UDg\2(Ís* K Jd - K r iT - Z K J d - K \ T -

Í (Ò'n)l UDG* K J d + K r r +

Substituindo (2.2.11) em (2.2.8) e lembrando de (2.2.5) junto com a definição de

(2.2.11)

+ r Y ^ I (b ■ n) \u tn \2ds.

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d - K , obtemos,

Bdg(udg, udg) = 5 3 { W ^ ^ o udg\\2k + ||co«dg||a: + ^ II^Sg IIÍ-/cnr_2K v

l|2 , IlL,+ 112(2.2.12)

+ 2 " U DG ~ ^ D G l I a - ^ r - + 2 \ \ u DG \ \a+ K r \ T + | •

Limitamos agora o lado direito de (2.2.7)

K(«dg)| < {II/IUII^ogIIa: + l l v f r l k l l V S w i l ,

+ IM|d_ícnr_ ||«d g II3-k c \ T - }

<0 £ { f ii“ o < * + ^ \m % + í i i ^ / i i

(2.2.13)A.G. x--V , ,» j- .. r- ,|2

£ LU. L

+ 2 II ' / õ £ o u d g \ \k + ^ll«DGllô_A-nr_ + I M l L / r n r _

Usando (2.1.14) em (2.2.12) e comparando o resultado com (2.2.13) por meio de (2.2.7), obtemos (2.2.6).

Para fazer uma análise de erro do hp-DGFEM, escrevemos

u - uDg = (u - riu) + (IIu - uDg) = V + £> (2.2.14)

em que u é a única solução fraca de (2.2.1), u^ g é a solução da aproximação des­contínua de Galerkin e Ilu é um projetor adequado de u em S P(Q,,T, F), que será escolhido posteriormente.

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Y | l l v ^ o £ H 2* + Hco£||k + l l í + lli_ATir_ + 2 ll^+ Hô+A'nr+ + 2 ^ + — ^ U i - /c\r_K ^

L em a 2.4. Se (2.1.14) vate s u G H l (K ) para cada K € T , temos que,

y / f+ 4||co77|||- + 2||77+| | |+/fnr+ + 2||?7 |||_K-\r _

K

(2.2.15)

Demonstração:

De (2.2.14) temos que,

B d g (Ç, 0 = B d g ÍTIu — u D g , 0 = B d g { u — u d g — u -(- I I u , £ )

(2.2.16)

= B dg(u - uDG, £) - B dg{V, 0 = - B dgÍVi 0 -

Aqui B dg{u — udg,Ç) = 0 pelo fato que sendo u a solução de (2.2.1), u também satisfaz (2.2.4). Logo,

B dg(u — udgiO — B dg(u,Ç) — B dg(udgiQ — B dg{u,Ç) — ÍdgÍO = 0-

Vamos limitar B dgÍVi O-

B d g(v , 0 = Y , \ Í ô£oV£oÇdx+ í (b-Vr))Çdx+ í crjÇdx ^ W iC J K J K

— f (ò • n)[r]]Ç+ds — í (b ■ n)r]+^+ds jJ d - K \ r _ J d - K n T - J

e lembrando que

f (b • Vrj)Çdx = - í (b • V£,)r]dx - f (V • b)r]^dx + í (b • n)r]+^+ds J k J k J k J d K

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deduzimos que,

BdgÍV, 0 “ £ I / 8'£oriCoÇdx - [ r}£0Çdx + 2 í cqÇdxk w K J k j k

— f (V • b)rjÇdx + f (b ■ n)r]+Ç+dsJ K J d K

— f (b ■ n)[r]}Ç+ds — f (b ■ n)r]+Ç+d s \ . Jd-K\r- Jd-Kn r_ J

Manipulando os termos sobre K , obtemos,

^ { / ( ^ ;C°?7 “ ) ^ C° dx + 2 f K(c ~K

= { / - ^ 0 VôCoÇdx + 2 J clrjÇdx^ ,

e sobre a fronteira com 6n := (ò • n) temos que,

Ç H+ c-bnr)+Ç+d s + [ bnr) ds - í bnr]+Ç

K\T- Jd-K\r_ ^5_/cnr_

+ í bnT)+Ç+ds + f bnr]+ç+ds + í bnr)+Ç+ds + í J d - K n r _ J d - K \ r _ ~ /a + /c n r+ J a + K \ r +

Simplificando, obtemos

y ~ ] \ f bnT]+^+ ds + í bnr}+Ç+ds + f bnr]~^+ ds K {Ja+Knr + Ja+K\r+ Ja-K \T-

e notando que,

Í bnr]+Ç+d s + f bnr] Ç+ds K { J a + K \ r + J d - K \ r _

y z \ - í bnr}~Ç~ds + í òn77- £+cís) K L J d - K \ T - J d - K \ r_ J

X I í bnT]-(Ç+ - Ç -)d s .Jd— ic\r_

(2.2.17)

(2.2.18)

¥ds

bnT)+Í+ds^ .

(2.2.19)

(2.2 .20)

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Substituindo (2.2.19) e (2.2.18) em (2.2.17) e usando (2.2.20) obtemos

\ B d g { v , £ ) \ < { JK V S C o Ç d x + 2 J ^ r j ^ d x

+ \ [ M ~ ( f + - Ç~)ds + [ bnr)+Ç+ds "1 . \ J d - K \ r - Jd+K n r+ J

(2.2.21)

Usando a desigualdade de Cauchy-Schwarz em (2.2.21) chegamos a seguinte desigual­dade:

K

VSCov - J L W ^ C oZWk + 2||c077||í<-||co || KK

+ \ \ v | | â - / f \ r _ l l£+ ~ £ | | a _ K - \ r _ + ||77+ ' | |a+ K -nr+ | | í + | | a + / f n r + | -

Aplicando agóra a desigualdade aritmética geométrica temos que,

}-E?d g (77,Ç)I < " + + 2 ||coí7||k + 2 ll^oí ll/>K

+ \ \ v í l L i c \ r _ + 4 ^ + _ ^ l l L / r \ r _ + ll77+ lla+/£'nr+ + ^l l^+ lla+/<'nr+

De (2.2.16), (2.2.12) com udq = £ e (2.2.22) temos provado (2.2.15).

(2.2.22)

2.2.2 Estim ativas a p r io r i para o erro do m étodo de Galerkin descontínuo estabilizado para a equação de advecção

As estimativas que desenvolveremos aqui são baseadas no produto ten­sorial, por isso, iniciamos com alguns resultados em uma dimensão. Para tanto, seja / = (—1, 1) e SP(I) o conjunto dos polinómios de grau p definidos sobre /.

Teorema 2.5. Seja u € H k+1(I ) para algum k > 0. Então, para todo p > 1, existe

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l l i / — ( i r 7 f V I I ? . < ”

(p + s)\ s+l'1

7Tpu £ SP(I), tal que,

v! (nPuy\ \ f< | J i l u ls+ il (2.2.23)

para qualquer 0 < s < min(p, k) e, tal que,

IIu - 7Tpu||'- < 1 ^ — ITtMLi ? (2.2.24)1 p(p + 1) (p + t )• + ’

para qualquer 0 < t < min(p, k). Além disso,

lT pU (± l ) = 1i(±l).

Para demonstração ver pg. 75 em [20].

C oro lário 2.6. O projetor ttp, cuja existência é assegurada no Teorema 2.5, satisfaz as seguintes estimativas:

I K v O ' 11? < 2|K ||f (2.2.25)

lbv*llr< (2.2.26)

V p > 1 e todo u G H l (I).

Demonstração:

A desigualdade (2.2.25) é obtida da desigualdade triangular e de (2.2.23) com s — 0, i.é.,

I K v O l l f = U^pu)1 - u ’ + u ' \ \ j < \\(^pu)' — u' \ \ j -+ | | í / | | j - < 2 | | u , | l / -

(2.2.26) é obtida de modo análogo, porém usando (2.2.24), i.é.,

K pU ||/= H W - U + U\\T < \\lTpU ~ u | |f + \ \u \ \ f < / 7 ----- ^ 11 11/ + INI/-1

V p (p + 1)

Vamos usar esses resultados sobre (—1,1) para construir aproximações

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para Q = (—1,1) . Para tanto denotamos por n lpu o projetor de u na i-ésima coordenada.

Seja v(x) e w(y) funções de uma variável, tais que, ambas pertencem a H k(I ), então, para as funções do tipo v(x)w(y) definimos o operador

Up :V (U p) c H k{Q) — ► SP(Q)U l-----> I I p U = ITpVlTpW

em que u(x,y) = v(x)w(y). Sendo que o conjunto das funções v(x)w(y) é denso em H k(Q), podemos estender o operador IIP = para todas as funções u £ H k(Q).

Teorema 2.7. Seja Q = (—1,1)2 e supomos que p > 1 e que u G H k+l(Q) para algum k > 1. Então, vale as seguintes estimativas:

H - M I & * p (p + i ) ( p T s f + 2 lla^ ‘" " l }

4 ( p _ S + 1)' | |a 1 » | | | , (2.2.27)p2(p + l )2 (p + s — 1)!

8 (p - s + 1)! + (|a1ô|«|||}(2.2.28)p(p + 1) (p + s - 1)!

para qualquer 0 < s < min(p, k).

Nota: E suficiente provar essas desigualdades para as funções do tipo u(x,y) = v(x)w(y), pelo fato da densidade.Demonstração:

u - n p u | | | < 2 | | u - 7 r j u | | | + 2\\irlp{u - t t 2u ) | | | = 2A + 2B'Q Q

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Agora,

A = j J \vw — TTpVw\2dxdy = j \w \2 J \v — ^ v ^ d x d y

1 f e z f H [ ' r H m ^ d y = f ^ ..f - ^ n a r -- p í p + í ) (p + s )\ y _ i y _ i p (p + 1) (p + 5)!

e,

B = j J \TTp(vw - vir2w)\2dxdy = j \w - ir2w\2 J \-Klpv\2dxdy

{ < ] j \ w ~ r f w \2( y 2\v\2dx + p Q 2+ {j j \div\2dx^jdy

u

(2.2^24) 2 ( p - s ) !

PiP+l)(P+s U X ^ lwWixdy2 (p í")| J j j ^ r + i w \2\dlV\2dx dy+

p2(p + l )2 (p + r)\

2 (p 3) - n y 1u | | | + „ 2, „ 2 t . 2 £ - - ^ 1 u a a r 1p(p + 1) (p + s)! Q p2(p + l )2 (p + r)!

tomando r = s — 1 temos que,

1 n 112 __ 2 ( P ~ SY-\U — I l p t i s < —:-------- -T -,----------TT

Q p ( p + l ) ( p + s)!

I_____ 4 (p S -f- 1)! l lags l|2p2(p + l )2 (p + s - 1)! 2 Q

o que prova (2.2.27).Mostraremos agora (2.2.28).

II v (tx - n pu ) | | | = i i^ íu - n pu ) | | | + \\d2(u - n pu ) | | | = a + b

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Aqui,

A < 2\\di(u - 7 T » | | | + 211^(7r j ( u - t t J u ) ) | | | = 21 + 211

sendo

/ = y J \d\{vw — TTpVw)\2dxdy = J \w \2 J \d\(v —-KpV)\2 dxdy

(2.2.23) ( p _ s ) | [1 ^ L .j 2 m s + U . | 2 j ^ _ ( P - S ) !

(p + s)!

e,

// = I J \di(TTpVW — irpVTTpW ))\2 d x d y = J \w - t 2 w \2 J |Ô17Tpu|2da:cíy

(2.2.25) r l „ r 1 „ „< 4 J \div\ J \w — iTpW\ dydx

(2.<4) 4 r \dxv\2 r I d ^ w f d y d x = 4 ^ l l | g i ^ +1« l l | ,- p(p + l ) ( p + í ) ! y _ ! 1 1 1 7-1 2 p ( p + l ) ( p - M ) ! n

tomando t = s — 1 temos que,

4 ~ S^ H9a+1n||2 -I____ -___(P ~ s + *)' l i a ^u l l lA - 2 (p + a)!M ^ + p(p + 1) (p + S - 1)!

Da mesma forma se obtém uma estimativa análoga para B, e juntando as duas a estimativa (2.2.28) segue.

Para um domínio geral Q, com diâmetro d, definimos = { :r; i 6 Q}.>*s

Se u € W™(ti), seja u(y) = u(dy), é natural que u € W™(ft). Por uma mudança de variável, temos que,

l“lw»*(n) = dh~nlP\«kpm(íí) Para 0 <k<m

Para um retângulo K com diâmetro h x e com um lado 7 existe um

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sistema de coordenadas locais (i.é., uma Fk , tal que, K = Fk (K)) de maneira que K = (—1, l )2 e consequentemente 7 = (—1,1) e segue que para u G H k(K) vale

u \s,K < C h lK S\u \sK (2.2.29)

| |s,7 < (2.2.30)

U \s,K< ChSx l \u\s,K (2.2.31)

|w|«,7 < Chs~1/2\u\s,7 (2.2.32)

para V s , tal que, 0 < s < k.

Teorema 2.8. Seja P G V com malha Tp regular composta de quadriláteros (pos­sivelmente 1-irregulares). Assumimos que V K G Tp u \k G H kK+1(K) para algum k x > 1 e definimos I Iu G S P(P, Tp) elemento a elemento por

(Uu)\K o Fp : = U Vk (u \K o FP) V K G Tp ,

então, para Pk > 1 e para 0 < sk < min(pK,kx) vale a seguinte estimativa:

/ íj \ 2s/c+2 ,11« - nu\\% < c £ ( t ) P f K — f {PK' (2'2'33)

sendo u = u o Fp e

0(p,,j = ^ 4 + 1 0< . < P (2.2.34)(p + s)! p(p + 1) (p + s - 1)!

E, além disso,

' h y ' 2SK| | V ( u - n U)||Jp < C £ (2.2.35)

K eT p ' '

em que C é uma constante positiva que depende de Fp, mas independe de hj<, p k e

s k -

Notação: Aqui dz representa a unidade de área, i.é., dz = dxdy e usamos essa mesma notação quando aplicamos alguma mudança de variável.

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Demonstração:

= V Í i s -

|w — Uu\\2P = llu — n u |& - í |u — n u\2dzK eT p K J k

(2.2.29) . __ , r h22/o j _ ^ r * \ I i„. „ Z7 „ /i . rr ~ rr „ /i i 2 / t K

Ç /aw — I L , „ i i | C d z < C > / |m o jPp o A c - n o„ u o F p o A o l — dz/ / 1“ ■‘■■‘P/c “ I ^ lxPkm, .X </«■■ /<-

h2— ~£~WU° - n PKM0| | | sendo u0 = u o F P o A ^ .

Aplicando agora o Teorema 2.7 temos que,

11« - Uul\2p < C £ p y(p ^ + (2 2-36)KeTp

Majorando a semi-norma em (2.2.36) com (2.2.31) chegamos a,

/<■

, n ..2 ^ v - 1 ,h 2K ( hK \ 2(SK + l~l) ^I . - I I « 1 |P < c ç ?^ - T T Í $(pff, SK) T ( T ) |U 2s/C + l.^ ’K e T p t' I" t' n ■ - v /

do qual resulta (2.2.33).Demonstraremos agora (2.2.35)

||V(u - nu)|||, < C(Fp)||V((u - nu) o F P)\\2p . (2.2.37)

Para o lado direito de (2.2.37).

||V((u - nu) = F p ) ||| = ||â ,(s - n«)||% + ||â2(u - n s ) ||2p

= £ {l|âl ( s - n K s) ||2s + ||â2( 3 - n p„ 8 ) | | |} = Y , {A + B).Refp k ^tp

Denotamos por hi o comprimento do lado i de K. Então, por uma mudança de

(2.2.38)

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variável

ho hi _ -2 - ií 2 r 2 - (2.2.30) i [ 2 r 1 ~

A = / |<9i(íríí; - < C — / . / |di(u0íu - n p*t;0íu)| dzdy

1 1 ^< ) c è f [ \di(v0w0 - U PKv0w0)\2dxdy = C ^-\\d i{u0 - U PKu0)\\2õ .

h i J - i J - i hx *

De maneira semelhante para B, obtemos,

/ l < c ^ | | 5 1( i i „ - n pi(a0) | | | e B < C ^-\\d2(u0 - n P(ci>„)|||. hi h2

Substituido isso em (2.2.38) temos que,

I | v ( S - i k ) | | í = V c 4 i ^ { l l ã i K - n PK«„)||| + ||ã2K - n M «„)|| |} « f , ^ h '

Aplicando (2.2.28),

I |V (S - n a ) | | | = £ c Á - { j j £ ^ j | (llã;K+1« J | + mKtTp

(" 5*-»&+ }

r +i“ .n j

(2.2.39)

Limitamos agora cada norma do lado direito de (2.2.39) usando a densidade,

A := \\d[K+lu0\\\ = J 1 | < f \d[K+lv\2dxdy

(2'< 2) ChlSK+l J \M2 J l \d{K+1v\2dxdy

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(2 .2.32) h 2 S K + 1 r~2 r 2< C-Kz — / / \w\2\d lK+ v\2dxdy

|2T2s/e+l ^ 2 ^ + 1

= ^ — i i5 r +iu i i^ < c - ± — |ui h2 1 - h2 1 sk+i’k

de modo semelhante, obtemos,

'7'2s k +1b ■■= l l< r+1«„íl| < cA *— |S |^ +lií

c - l l ã r ^ l l l < chl‘*-'h2\ü\lK+lit

D : = 1 1 5 , 5 ^ « o l l | < C h ? * - % \ Ú \ ]k + u - k

Assim,

i é - ( A + B ) = c Í £ - i s ; s'í è - + / ; ^ f e i i s p M i M i \ /12 fcij s,c+1-'f

= c i t í 1 IBI* . . . < c i t í } K ,.h-Jh { IJ,, j n ‘K*i,ít ÂjÂ, | Â,Â, j

. t l K t 2 « i f l - l 2

S j ^  i K w ~1', r

Sendo que por hipótese

** < ch2h\

temos que,

h2hX ~ SK + l'K ~ \ 2 I 'SX + 1’K'

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Agora,

& - ( c + d ) = + Â ^ - , S , } |S |; gh<ih\ K }

% U2sKh2 , T2sKh A ^ 2 _ ^ 2 hlSK , h2SK= & / ^ + / ^ * = <7% . f l -, _ /ia/i! V . ^ M K l ^ J * ’

= c h \ {(Âí)'*"1 + f ô ) ' " “1} 1 ^ « , * < ch% (hl + hl)“<~1 |s 2s k + 1 , K

= C h \ P ^ \û\ïK +a.

Assim,

2 sK

ã - ( C + D) < C%*\ufíK+a < c ( ^ f j ISIU,*. (2.2.41)

Substituindo (2.2.41) e (2.2.40) (lembrando de como A, B, C e D foram definidos) em (2.2.39) chegamos a

I |V (S - n s ) | | i < Y . c ( t ) * (p * ’s* )I«I«+i,»•í i e f p ' /

Usando que os “tamanhos” dos elementos K 6 Tp são comparáveis com o “tamanho” dos elementos K € Tp (pela hipótese (2.2.2) ) temos provado o teorema.

□Com esse resultado temos condições de provar uma estimativa de erro

na norma dependente da malha dada por

I I M I I J d g := ] C { l l ^ l l 2* + \\c0u \\2k + | | u + | | L t f n r _ + \ \ W + Wd+K n r +KeT ^

+ ^ \ \ u + ~ u lia_/c\r1

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T eo rem a 2.9. Seja Q C M2 e T , V definidos anteriormente. Supomos que Tp para P E V é regular e constituída de elementos quadriláteros (possivelmente 1-irregular) com grau de polinómios p x > 1- Então, para u G H kK+1(K), V K € T com k k > 1, tomando

5\K = ÕK = hK/PK V K e T ,

temos que,

2sk + 1P ip ie i Sk ) ,^12 u

PK Sff + l.K’ (2.2.42)

para qualquer 1 < s# < min(p/<-, em gue C é uma constante positiva que depende da regularidade de T e dos coeficientes b e c, mas independe de p k , s k , hk e sendo $(Pk , s k ) definido por (2.2.34)-

Demonstração:Usando a desigualdade triangular, (2.2.14) e a definição de ||| • | | | d g

(2.2.15) e de f . í /___ _ \\u ~ UDG\\\pDG < IIMIIpCG + |||£|||p£>G < C j í W ^ ^ o V W k J

Y 1 I M I ^ j + l i ^ l l ô - K n r - j Wrl+ \\d+ K n r + j

+7 i (Ç ~ , "lll-'í'r-) + (Ç l h £o" - tH L )

+ 2 ^ I M H x j + v^2 llí7+ llô+A'nr+^ + ^ Wv ! l i_/c\r_

1/2

Assim,

y / f111« - UdgIWpDG < C I X ( h ^ ^ I I k + l l ^ l l 2, + IMI* +

*■ K

+ Y . ( l l 77+ lla+A:nr+ + ll77+llô_/cnr_ + I I ^ I l L ^ r . + II7? l l L / r \ r _ ) |is '

K

1/2

)

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111“ — u d g \\\pDG = C ( A + B ) 1/ 2. (2.2.43)

Para facilitar escrevemos,

Sendo que 77 = u — IIu com II como no Teorema 2.8 temos,

e notando que para 8k pequeno Ôk + 1 + ô j / < C ô Kl , chegamos a,

(if) {SK + s«'fê) (2-2-44)

P ara estim ar B , usaremos novamente o Teorema 2.8 com a desigual­dade do traço (2.1.17) aplicada ao elemento K , i.e.,

I M I I k < C ( | | V v | U | | b | U + h-K' [ \ v \ \ \ ) , ( 2 . 2 . 4 5 )

assim,

* < c ç { ( t ) ' ^ ( ¥ ) " + * {pk'sk)1'2t Í ^ k ^ *

Então,

( t ) ® {p k ’ Sk ) ^ 2sk +i ,k } - (2.2.46)

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Substituindo (2.2.46) e (2.2.44) em (2.2.43) e usando a definição de 8k

o que prova o teorema.

□O bservação 2.10. Note que:

a) Se p x = p é fixo, e hx = h — 0, a estimativa (2.2.42) é ótima em h.

b) Se s é fixo e pk = p ^ 1, usando a fórmula de Stirling (n\ — Cnn+1 2e~n)(S.)temos que,

${p,s) < C(s)p~2s

e (2 .2 .4 2 ) se reduz a,

2 s k + 1(h \ ir)P K JKZT

Assim, a estimativa (2.2.42) também é ótima em p.

Convergência Exponencial

Afim de determinar uma convergência exponencial supomos que u é uma função analítica sobre todos os retalhos. Então,

V K e T 3 dK > 1, C > 0 V s > 0 ; \u\s R < C {d K)ssl\K \1/2,

em que \K\ denota a medida de K.Tomando s = ep, em que 0 < e < 1 será selecionado abaixo, e notando

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que $(p, s) < junto com a fórmula de Stirling temos,

*(p.»)i=i;+a í c ( d K)2- « ( ( S + i)!)2| ^ | | i ^ i

< C(dK)2"‘*2(tV + l)^«P+3e-2.p-2 (P ~ eP)| |g |(p + ep)\

< C(dKf ‘^ ( v + ^ (1+„ ^ i /2eHi+„? |g |

C(d )2ep+2(-D I i')2£p+3 ~ e (1 e)N\ ^ 1 e)p (■*■ ~~ e)1/2 c-2 i 7 1< C ( ^ ) (ep+1) ^ (1 + cj (r+e)J p(1+e)P(1 + e)i/2e 1*1

< C(dK) ^ d \ ( V + l ) 2"(ep + D3

Sendo que < 1, (ep + l ) 2fp < (ep)2ep e {ep + l ) 3 < (ep)3 temos que,

í < v ? m -

Definindo,

e notando que,

min F(d,e) = F(d,emin) < 1, emin =m x n j. W — o, ^ '-rmn — /---------=sri0<e<l VI + d2

segue-se tomando 2bK = |log F(dK,emin)\ que

í {p k ,€Pk ) K „ » , k í C p l e - ^ l K l

e obtemos de (2.2.42) a seguinte convergência exponencial estimada com respeito

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para p sobre T.

\u - udg\w2vdg ^ c y iK e T

h>K2

2 s k + \

p2Ke~2bKPK\K\ (2.2.47)

2.2.3 Resultados numéricos

Apresentamos nesta seção, exemplos numéricos que confirmam os re­sultados teóricos da seção anterior, i.é., o Teorema 2.9 e (2.2.47).

Os problemas de valores de contorno que vamos aproximar numeri­camente nesta dissertação estão todos definidos sobre o quadrado unitário, i.é., Í2 = (—1, l ) 2. Como será observado posteriormente, a parte da fronteira que corres­ponde a entrada de fluxo r _ é y = — l e x = — 1. Desta forma, trabalhamos com uma malha constituída de quadrados uniformemente distribuídos, os quais foram enumerados conforme a Figura 2.4.

r_

+

b = (61,62)

(-1 .-1)

Kn CCM

; : :

k 2 Kn+2

Ki Kn+1

(1 . 1 )

r _(1 .-1 )

Figura 2.4: Enumeração dos elementos da malha para implementação

Sobre o elemento de referência, usamos o espaço Qp para 1 < p < 7, gerado pelo produto tensorial dos polinómios de Legendre. Para integração numérica usamos quadratura de Gauss com 20 pontos, e na resolução do sistema linear local foi usado decomposição LU. Toda implementação for realizada na linguagem de programação C++.

Exemplo 2.11. Consideremos 0 problema de valor de contorno (2.2.1), com os se­guintes dados: Q, = (—1,1)2, b = (8/10,6/10), c — 1, go = 1 e a parte direita f é

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escolhida de forma que a solução analítica para (2.2.1) seja dada por,

u(x, y) = 1 + sin (7r(l + z )(l '+ y)2/8) . (2.2.48)

Então, calculamos a solução numérica udg usando o algoritmo definido por (2.2.4) com ô = h/p.

Observe que a direção do campo de fluxo na fronteira F_ deste exemplo, confere com a indicada na Figura 2.4.

Primeiro analisamos o comportamento do hp-DGFEM sobre uma se­qüência de refinamentos da malha para diferentes valores de p.

Figura 2.5: Exemplo 2.11. Convergência do hp-DGFEM com /i-refinamento

A Figura 2.5 apresenta o comportamento do erro \\\u — udg\\\pDG em escala logarítmica, como uma função de h para valores de p entre 1 e 7.

Aqui, para cada p , a linha pontilhada tem a propriedade de passar pelo “primeiro” ponto (quando h = 1) com uma inclinação p + 1/2 (que corresponde hp+1/2 em escala linear), que por conveniência foi levemente deslocada para cima. Como se pode ver na Figura 2.5, de fato, o erro |||w — u d g \ \ \p d g converge na ordem de /ip+1/2, quando h tende a zero para cada p (fixo).

O comportamento do hp-DGFEM com p-enriquecimento para valores de h fixos, é apresentado na Figura 2.6. Aqui para cada gráfico é indicado a ma­lha usada. Sendo que a solução (2.2.48) é uma função analítica, espera-se taxas de convergência exponencial (como foi notado em (2.2.47) ), o que de fato é obser­vado: pois sobre uma escala linear-logarítmica, a convergência para cada malha é aproximadamente uma linha reta.

No próximo exemplo mostramos o comportamento do método para um problema com coeficientes variáveis.

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Figura 2.6: Exemplo 2.11. Convergência do hp-DGFEM sobre p-enriquecimento

E xem plo 2.12. Consideremos o problema de valor de contorno (2.2.1) com os se­guintes dados: = ( —1, l ) 2 , b = (2 — y2, 2 — x), c = 1 + (1 + x)( l + y)2, gD = 1 e

a parte direita f é escolhida de forma que a solução analítica para (2.2.1) seja dada por

u(x, y) — 1 4- sin (7r(l + i)(1 + y)2/&) . (2.2.49)

Então, calculamos a solução numérica udg usando o algoritmo definido por (2.2.4) com 5 = h/p.

A direção do campo de fluxo na fronteira T_ deste exemplo, está “indi­cada” na Figura 2.4 e na Figura 2.7 o comportamento do erro |||tt — udg\\\pDG como uma função de h para valores de p entre 1 e 7.

Assim como no exemplo anterior, temos que |||u — udg\\\pDG converge na ordem de hp+1/2 quando h tende a zero para cada p (fixo).

Figura 2.7: Exemplo 2.12. Convergência do hp-DGFEM com /i-refinamento

A convergência do hp-DGFEM com p-enriquecimento para valores de

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h fixos, é observada na Figura 2.8. E aqui, novamente se pode observar uma con­vergência exponencial.

Figura 2.8: Exemplo 2.12. Convergência do hp-DGFEM sobre p-enriquecimento

2.2.4 M étodo “streamline diffusion”

Abordaremos brevemente a hp-versão do método “streamline diffu­sion” (hp-SDFEM) para a equação (2.2.1).

Espaços de polinómios

Sobre o elemento de referência consideramos agora os hp-espaços de elementos finitos contínuos. Assumimos que T é regular ou 1-irregular e que o grau dos polinómios pk são uniformes, i.é., Pk = P V K . Então para p > 1 definimos

s?-1 ( a r, F) = s p( a r, f ) n h 1 (a)

Nota: Aqui a continuidade entre as fronteiras dos elementos K é agora forçada.Se o grau dos polinómios não é uniforme, precisamos forçar a con­

tinuidade sobre as fronteiras. Podemos fazer isso de duas formas; supondo que K ' e K tem uma fronteira em comum e que pk < Pk '> então podemos enriquecer o espaço em K ou enfraquecer o espaço em K'. Nesse caso,

S p'ï {Ü ,T ,F ) = S p{ n , T , F ) n H l (Q).

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O hp-SDFEM para a equação (2.2.1) é definido como segue:Encontre usd £ <S'P’1 = 5 P,1(Í2, T , F), tal que,

{C0uSD,v + 6£0v) + ( u SD , v ) r _ = ( f , v + ôCqv) + {g,v)r_ V v e S 9,1. (2.2.50)

A estabilidade do método está expressa no próximo lema.

L em a 2.13. Supondo que (2.1.14) vale, então, usd satisfaz a seguinte estimativa:

| | \ / í £ 0ws£>||n + ^ll^solln + llu5D|lr+ +

a

Demonstração:

Selecionando v = usd em (2.2.50) e suprimindo o subíndice Í2 temosque,

\ \ \ Í 5 C qUs d \\2 + (b • V u s d , u s d ) + {c u s d , u s d ) + («se, u s d ) r_

= ||\/á£oUso||2 + ((c - • b)uSD, U S D ) + \ f dn(b • n)u 2SDds + (uSD, uSD)r _

== ||\/á£oZis£)||2 + ||coUsr>||2 + |l luS£)|lr_ + 2llU5Z?llr+ (2.2.51)

(2.1.14) ,

< ||n/5£0msd||2 + a||«s£>||2 + 2llU5DHr_ + 2 Hr+ -

Para o lado direito,

(/) usd + ^£0 usd) + (g 7 usd)t_

< Í I I / I I< * | |u s d | | + | | ^ / I I I I ^ W | | + ||5l l r_ ||ws£i||r_

A.G

hp- SD F E M

< è l l / l l 2 + f I Iu5dII2 + \ m \ ? + 1\\Vô c 0u s d \\2 + HtflIL + i l t o l l f

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Agrupando os termos semelhantes chegamos a,

1 ~ 2) ^ ous d \\ü + ^1 - 2 ^ a ll“ 5£i||n + ^2 ~ í ) + 2 ^ s d ^2r+

e multiplicando por 2 temos o resultado.

□Com a decomposição u — u s d — ( u — nu) + (Ehx — u s d ) = V+Ç obtemos

0 seguinte resultado.

L em a 2.14. Assumindo que (2.1.14) va e e Que u £ H l (Q). Então, vale a seguinte estimativa:

llv'i ÍIIJ + M i a + llfllL + sllfll?* <V s n

+ M M \ 2Q + m \ h

em que c0 é definida por (2.2.5).

Demonstração:

Para v, w G H 1^ ) definimos a forma bilinear

B(w, v) = {Cqw, v + 8Cqv) + (w, v)r_

e 0 funcional linear

l(v) = ( f , v + 6C0v) + (g, v)r_

Por (2.2.16)

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| | \ / < 5 £ o í í S£>||2 + | |c0u s d ||2 + ^ l l ^ s ^ l l r - + 2llWsDHr+ = (2.2.52)

Repetindo o cálculo feito na demonstração do Lema 2.4, obtemos que (ver (2.2.22))

e por (2.2.51)

1 1 2 -B(r],Ç) < -

2V ôC qTI - - jz T ) + + - | | c t f | | 2 + 2j|c077Í|2 + ||??||r+ + — IKHr2 " ' ” ' 2" ’ Ir'" 1+ ’ 4 ">"r+ '

(2.2.53)

Substituindo (2.2.53) em (2.2.52) e multiplicando o resultado por 2 temos provado o Lema 2.14.

□Usando os resultados da seção 2.2.2 mostra-se o seguinte teorema

“equivalente” ao Teorema 2.8 para os caso de aproximação contínua.

T eorem a 2.15. Seja íí C R2 e seja P £ V com malha regular ou 1-irregular cons­tituída de quadriláteros K com diâmetro hk - Supondo que o grau de polinómios é uniforme, i.é., Pk = P > 1> e u\k € H kK+1(K) para algum kK > 1 com u € H 2(P). Então, existe um projetor Uu € S P,1(Q,,T, F), tal que, as seguintes estimativas de erro valem:

l|M - s “ ^ 5 c r i f n ) i { p ' s) £ ( t T * 2 |S|* k + « (2Z54>

2 sK2S K + 1 , £ ’

K 6 T

para 0 < < min(p, kx), em que C é uma constante positiva que depende somente de Fp e independe de s, p, hk - Se Tp tem nódulos pendurados perde-se o fator l/p

em (2.2.54)-

Ver prova na pg. 1631 em [11].Assim, obtém-se uma estimativa de erro para o hp-SDFEM que é

análoga ao Teorema 2.9.

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Teorema 2.16. Seja Q C K2 e T ,V como definidos anteriormente com uma malha 1-irregular composta de elementos quadriláteros com grau de polinómios pk — p > 1 .

Selecionando,

à\K = &K- = hK/PK V K e T .

Então, na ausência de nódulos pendurados, vale a seguinte estimativa de erro,

ui« - ^ H i i o < c • £ ( f r +iKer ' ' F

em que

I I M I l L := \\VôCqw\\2 + \\c0w\\2 + . ^ | | t f | | r + + M l r _

e

0 < sk < p V K 6 T , u = u o FP se K g Tp,

sendo § {p k , s k ) definida por (2.2.34)- Se a malha tem nódulos pendurados, o fator p é suprimido do denominador de (2.2.55).

2.3 Equação de advecção sem parâmetro de esta­bilidade

Consideramos novamente o problema (2.2.1), porém, com a formulação variacional de Galerkin padrão.

2.3.1 Formulação padrão do m étodo de Galerkin descontí­nuo para a equação de advecção

Suprimindo os subíndices K , para v, w € H l (Q ,T) definimos a formabilinear

A(tu, u) = s / Cowvdx — / (b ■ n)[w]v+ds — / (b • n)w+v+ds > ,[ J k Jd-K\r_ Jd-Knr_ J

(2.3.1)

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e o funcional linear

lA (v) = \ fv d x - (b- n)gDv+dsL J k Jd-Knr_

A aproximação hp-DGFEM padrão para (2.2.1) é definida assim:Encontre udg € S P(Q, T , F), tal que,

A (ud g ,v) = Ia ( v ) V t; 6 S p( n ,T ,F ) . (2.3.2)

O lema seguinte caracteriza a estabilidade do problema discreto (2.3.2).

L em a 2.17. A solução udg de (2.3.2) satisfaz a seguinte estimativa:

| ||Co«£>g||a- + 2 ^ U D G \ \ d - K n r - + \\U DG ~ U D G \ \ d - K \ T + llU D G llô + n r K '•

— ^ { Hc ° + 2 l l ^ | I Í _ A - n r _ } -K

A demonstração segue do Lema 2.3 quando <5 = 0.Como a solução de (2.2.1), pode somente apresentar descontinuidades

através das hipersuperfícies características, então, para qualquer hipersuperfície S C Q, com vetor normal n o fluxo normal da solução bu ■ n é uma função contínua através de 5, mesmo se u tem uma descontinuidade em S (para esse último caso b • n = 0 sobre S). Assim, (ò • n)[u] = [bu] ■ n = 0 sobre S e o método (2.3.2) é consistente. Por isso, a solução u de (2.2.1) satisfaz (2.3.2) e temos a propriedade da ortogonalidade de Galerkin, i.é.,

A(u - udg, v ) = 0 V v £ S p.

H ip ó tese 2.18. Vamos supor que

b - V Tv G 5 P V v e S p. (2.3.3)

Decompomos o erro global u - udg como,

u - udg = {u - ripix) + (IIpU - uDG) = rj + Ç,

em que n p denota o projetor ortogonal de 1 * 2 sobre o espaço S p, i.é., dado

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L em a 2.19. Assume (2.3.3) e (2.2.5) e seja 71 = ess. supien |ci(x)| em que d{x) = (c{x) — (V-ò)(x))/(co(x))2, então, as funções £ e 77 satisfazem a desigualdade,

{llcoe tl^ + lk + llL /cn r_ + 2 ^ + ~ ^ ila_ísr\r + ^ H ^ l^ + n r }

^ \2k + 2 h + \\2d+K n r + 2 | | j r | |L * \ r } -K

Demonstração:

Por (2.2.16)

A ( ^ 0 = ~ M v , 0 , (2-3.6)

então, integrando por partes e usando a definição de Co assim como feito no Lema 2.3 com 5 = 0 temos que (ver (2.2.12) )

^ ( £ > 0 = ^ 2 { l l c t f * + - I I^ I lL /c n r - + 2 ^ + ~ ^ + 2 ll£+ IIÍ+/('nr+ j •K

(2.3.7)

Sendo que, (77, v) = (u — IIu, v) = 0 V v € S p usando (2.3.3) chegamos que,

[ T](b-V0dx = 0 V K e T , (2.3.8)J k

u 6 £ 2(^)5 n pu é definido por,

(u - n pu, u) = 0 V v e S p. (2.3.4)

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Y ] [ £ 0r}Çdx = V í (b -V r j^d x + y ] f crjÇdx K JK k k

= Y ] í ( -6 • - (V • b)Ç + cÇ)rjdx + Y ] [ (b ■ n)r)+Ç+ds jç J K K ^

,2Í 8> £ / + f ( 6 - n ) , V *J K C0 jç J Qj{

= V í c ic l ^ d x + Y . [ (b-n)rj+Ç+ds . (2.3.9)jÇ K K

e para as integrais sobre d K temos,

T Í {b ■ n)r]+Ç+ds — í {b ■ n)[r)]Ç+ds - f (b-n)r]+Ç+ds k J d K u J d - K \ r _ . /d _ . fc n r_

então, para os termos sobre K em ^ ( 77, £)

< f (b • n)rj+^+ds** 0-j-iCnF+

+ 2 Í (b-n)rj (£+ - f )ds K Jd-K\T-

(2.3.10)

sendo a última desigualdade válida por (2.2.19) e (2.2.20). Então, de (2.3.9) e (2.3.10) chegamos a,

A{ri,Ç) < { i l M I * + + ^ + IIÍ+Knr + lb + ll!+nrK **

(2.3.11)

+ ^ll£+ ~ £ lla_K\r + II7? llL if \r_ |

Combinando (2.3.11), (2.3.6) e (2.3.7) temos (2.3.5).

Por (2.3.7), definimos a DG-norma ||| ■ |||a£>G por

WHWIdg í 2M i + I M l L / c n r - + I K - ™ 'l lL jc \ r + ll^ ^ ili+ z c n r} •

K

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2.3.2 Estim ativas a pr io r i para o erro do m étodo de Galerkin descontínuo padrão para a equação de advecção

Afim de usar o produto tensorial vamos assumir que V K 6 T , K é um n-paralelepípedo, i.é., K = (—1,1)" e iniciamos com o seguinte resultado apresentado na pg. 72 em [20].

Lem a 2.20. Seja I = (—1,1) e u 6 H k(I ) para algum k > 1. Então, vale a seguinte estimativa de erro para qualquer inteiro s, 0 < s < min(p + 1,/c), com W = W{x) = (1 - x 2)1/2.

I | s - 0 ' a i l ? 5 s ( 2 - 3 - 1 2 >

/»-s.

em que n p denota o projetor de L2(I) em Pp{I), p > 0.

Usaremos o produto tensorial para que estimativas semelhantes a (2.3.12), sejam válidas para K = (—1,1)". Para tanto, definimos por n p (u- sando a mesma notação, o contexto deixa claro qual projetor se trata) o projetor de L2(K) sobre QP{K ) com n p = n^Il2 . . . II” , sendo que, üj, é o projetor de L2(I) sobre o espaço de polinómios de grau p na variável x

Assim, para n > 1 podemos obter estimativas para u — Upu sobre K de (2.3.12). Por exemplo para n = 2 temos que,

u - U pu — u - IlpIIpU = u — Yilvu + üp(u - n 2u),

e lembrando que IIp tem norma 1, chegamos que,

lis - npw|lK 11“ - nju||2 + ||u - nju|| . (2.3.13)

Para n > 2, inteirando (2.3.13) temos que,

n

l | B - n , s | | g < X ; i l 8 - n j s | | g . (2.3.14)2=1

De (2.3.12) e (2.3.14) chegamos ao seguinte resultado.

Lem a 2.21. Seja K = (—1,1)", n > 1 e u € H k(K) para algum k > 1. Então, vale a seguinte estimativa para qualquer inteiro s, 0 < s < min(p + 1 ,k ) , com

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Wi = Wi(xi) = ( l - x f ) 1/2,

Iu n pu\\z < T(p + 2 - s ) \ 1/2 ^ ^ n i \ ^ — s) ^ i~i(p + 2 + s ) J l l \ \ W i di u \\K < C (n ) ( r (p + 2 + s ) J l < i ò

(2.3.15)

em gite ITP é o projetor de L2(K) em QP(K), p > 0.

Desde que T é regular, K = F k(K ) com FK afim e sendo u = u o Fk em (2.3.15) e pelo fato que (np:u)(x) = (n pu)(F^-(x)) V x G K , encontramos de (2.2.29) e (2.2.31) que V K e T e u G H S(K), vale a seguinte estimativa:

||u - n p«| U < C(n)h- ' l“ U . (2.3.16)

sendo 0 < s < min(p + 1, k) e Yip definido por (2.3.4).Para obtermos uma estimativa de erro da solução aproximada udg

precisamos limitar ||w—n pu|| a- e também \\u—Upu\\dK ■ Na seção anterior conseguimos limitações para essa última norma usando a desigualdade do traço, que é ótima em h mas sub-ótima em p. Para fugir deste “inconveniente” vamos estimá-la diretamente. Com este fim, primeiro aplicamos K sobre o elemento mestre K e consideramos sem perda de generalidade o traço de u — IIpu sobre a face X\ — 1, então, usando argumentos de produto tensorial conseguimos uma estimativa para ||u — Tlpu\\dK que é ótima em h e também em p.

L em a 2.22. Seja I = (—1,1) e u 6 H k(I) para algum k > 1 , e seja n p o projetor de L2{I) em Pp(I), p > 0, então, vale a seguinte estimativa:

< 1 r (P+ 1 ~ * ) |a|2- 2p + iT {p + i + t y lí+1,/’

(2.3.17)

para qualquer inteiro t, 0 < t < min(p, k - 1), sendo W = W (x) = (1 - í 2) 1/2.

Demonstração:

Se p = 0 segue. Vamos supor que p > 1. Sendo que u' ç. L2{I) vamos

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escrevê-la em série de Legendre como uma função de x em /.

v? = y ^ b i L i , bi = 1 f u ( x ) L i ( x ) d x ,1 Ji=o

então,

OO çxu(x) = u ( - l ) + ^ 2 b i Li(QdÇ,

i=o - '- 1

e usando a propriedade dos polinómios de Legendre (ver pg. 360 em [20]) que,

r m W + , ( g ) - £ - - . ( ? » ; > 1

^ ' 2i +1 ~ ’

encontramos que,

Li+1(x) - Li_i{x)/X1 Li(C)dC = , i > 1 .

2i + 1

Assim,

Li-\-\{x) Lí—i (x)/ X wLo{Ç)dÇ + ^ b ,

■X i2í + 1

1= 1

OO t OO r

= S ( - l ) . l + b0(x + 1) + £ b i ^ j - ] T1=1 2=1

OO , OO |

= (6 0 + w ( - l ) ) L 0 + 60^1 + 2 i - TLi ~ ^ 2/ + 3 ^ *i=2 i= 0

e comparando os coeficientes com u = UjLi temos que,

^ bi-i í>i+i n Ui = ------------------------------- , i > 2 .

1 2 * — 1 2 i + 3

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Então, para r > 2,

OO OOH +\s t "' ~ _ S T ' I b j - i _______ bj+ 1 \ b j - i ^

2_^ui - 2 ^ \ 2 i - l 2i + 3 j ~ ^ 2 i - l ^ 2 i + 3- ' ' t— r 1 —Ti= r i= r

°° bi. ^ bi 6r_! + brE Ui O i 4 - 12i + 1 ' 2i + 1 2r — 1 2r + 1

i = r — 1 i = r + l

e,

E Wi =bj- __ j òj*

+ < +2r — 1 2r + 1 / “ (2r - l ) 2 (2r + l ) 2

<— £

l — T -

A última desigualdade vale pois,

2 r - 1 ^ 2z 4 -1 1 “ ~ 2r - 1i= r — 1

f P í °° 00 \ p OO OO

/ | s f <e = / v kL „ v (.j L j <e = / V N 2|£ii2<e = V ■" ■" Vfeo / i=0 (=0 2i + 1

Assim,

| ( û - n pû)(i) | =i=0 i=0

Seja agora v := u — Ppu, em que o projetor Pp é definido por,

(Ppw)(x) = w ( - l ) + J (Up-i(w'))(C)dC p > 1, w e H l (I),

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então, de (2.3.12) aplicado com s = t e p —> p — 1 temos que,

|(B - n pâ)(i)l2 = l»(i) - A « ) « + (-PpS)(i) - ( f i p « ) ( i ) l 2

= |(s - p p e ) ( i ) - n p ( « - p ps ) ( i ) | 2 = | « ( i ) - n „ ( t O ( i ) l 3

S 2 ? T T « = 2 ? T l " s ' - fi- a ' llí

- 2p + ir(p + i + t)u UI

i r (p + i - t ) lifri2- 2p + i r ( p + i + í ) 1 lt+1,/

para 0 < t < min(p, k — 1).

Com esse resultado vamos agora estimar ||u — Ylpu\\dR.

,L em a 2.23. Vamos supor que u G H (K) para algum k > 1, e seja s um inteiro com 1 < s < min(p + 1, k), com p > 0; então vale a seguinte estimativa:

11« “ n pu ||ô/? < C (n )$ i(s ,p ) |u |Si , (2.3.18)

sendo,

,l(. P) = J f + fflp+3-.r1/2s ' p) r(p + s ) ) Vr(p + i + s)

(2.3.19)

( T{p + 2 - s ) \ 1/4 / r (p + 3 - a ) \ 1/4 / r (p + 2 - 5) \ 1/2 V r(p + 2 + s )^ ^ r ( p + i + s ) ; Vr(p + 2 + s ) ;

Demonstração:

Escrevemos K — 1 ^ x 1 ^ x . . . x I^n\ e x = ( x i ,x 2 , . . . , x n) = (x\, x1) em que 1 ^ = (—1,1) na z-ésima direção. Definimos K ’ C d K via K = x K ' e

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X-- >*s.

dividimos n p em ITpIIp. Então,

ll(u - n pu )( i , . ) | |* < ||(n - n j 2)(i, - ) lb + lin jís - % m , -)ll*(2.3.20)

= Ti + T 2.

Vendo as variáveis (z2,X3, • • • , x n) = x' como parâmetros temos que,

para 1 < s < min(p + l ,k ) , k > 1. Então, integrando sobre todas as variáveis (x2, x 3, . . . , x n) nos respectivos I 1 = (—1,1) chegamos a,

1 /2Tl- l l ( s _ < - ^ = , ( 1 ^ 1 ^ ) ) |sU , (2.3.21)

para 1 < s < min(p + 1, k), k > 1.>»«■

Definindo w := u — Ii'pu , e notando que,

t 2 = | |n > ( i , .) ||* < M i , .) | |* + \\(w - n » ( i , -)\\R, =.Tn + r22. (2.3.22)

Para T22 temos que,

(2-3.17) XT22 = l l ( t o - n » ( l , - ) l l r < (2.3.23)

e.

Il^tòllg = I i â s - n ;(â ,s ) | | í (2<15>C(n) + 1/2l^s i.- i , if

(2.3.24)

/ r ( p + 3 - s ) V / 2 lí;l - ( * Vr(p + i + s)j 1 l'*

substituindo (2.3.24) em (2.3.23) resulta que,

r“ = C(n) T r ( F Í T T 4 ) ,/2|B|- ’ ( 2 ' 3 ' 2 5 )

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para 1 < s < min(p + 1, k), k > 1.Usando a desigualdade do traço na direção X\, e integrando sobre

x 1 e K ', temos que,

T2 i = IH 1 , Ollfr < C ( l M I ~ 2p i w | | ~/2 + IMIj?) • (2.3.26)

Sendo que,

^ (2.3.15) / r f o 2 - 1/2\\w U = \ \u -U 'pu\\R < C(n) ( 2T 7) J l&U>

temos inserindo (2.3.27) e (2.3.24) em (2.3.26) que,

r , , T (p + 2 - s) V /4 / r (p + 3 - s) V /4 , ( T(p + 2 - s )21 1 1 ' 1 r ( P + 2 + s ) J ^ r ( p + i + s ) J U ( p + 2 + s )

(2.3.27)

1/2 '

M s ,K ’

(2.3.28)

para 1 < s < min(p + 1, A:), k > 1.Agora, substituindo (2.3.28) e (2.3.25) em (2.3.22) e inserindo a desigualdade resul­tante e (2.3.21) em (2.3.20) obtemos que,

11(2- i y i ) ( l , 011* < C (n) \/2 p + 1r(p + 2 - s ) \ 1/2 m P + 3 - s )

T(p + s) ) \ r (p + 1 + s)

1/ 2 '

m P + 2 - s ) y /4 / r(p + 3 - s ) V /4 + U ( p + 2 + s )7 V r ( p + i + s )y

H”T (p + 2 - s ) T{p + 2 + s)

1/ 2 '

\U s,K C{n)$x{p, s ) |u |s ^,

para 1 < 5 < min(p + 1, k), k > 1.Um argumento idêntico para cada uma das outras faces de K vale.

Unindo as limitações resultantes completamos a prova.

□O bservação 2.24. Os resultado desta seção foram firmados supondo que u = u o Fk pertence a um espaço de Sobolev de ordem inteira, porém, usando o

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K-método de interpolação de espaços de funções, esses resultados podem ser esten­didos para espaços de Sobolev de ordem fracionária.

Observando que Rpu(x) = (Upu)(Fk (x )) para x € K , deduzimos o próximo lema.

L em a 2.25. Seja K € T e supondo que u € H k(K) para algum k > 1, então, para qualquer inteiro s com 1 < s < min(p 4-1, k), e p > 0, vale a seguinte estimativa:

11« ~ ripulla/c < C (n )^ 1(s,p)hs 2\u\SjK, (2.3.29)

sendo (s,p) definida por (2.3.19).

Demonstração:

(2.2.30) . ^ (2.3.18) ,

\ \ u - U pu\\dK < C h ^ \ \ u - U pu\\dR < C<èi(s,p)h£ \ü\s£

(2 2 31)< C ^ p ^ f h ^ u U = C ^ ( s ,p ) h s- l/2\u\s<K.

□O bservação 2.26. Para um s > 1 fixo, pela fórmula de Stirling resulta que

~ (p+Í)s-l /2>

consequentemente (2.3.29) é ótima também em p > 0.

T eo rem a 2.27. Supondo que Í2 C K" é um domínio poligonal limitado e T = {K } é regular e composta por n-paralelepípedos K com diâmetro Hk , e seja, udg £ S P(Ç2, T , F ) a aproximação descontínua de Galerkin para u definida por(2.3.2) e supondo que u\k € H kK{K ) para cada K € T e para inteiros kk > 1. Então, assumindo que (2.3.3) e (2.1.14) s^° válidas, a seguinte estimativa de erro se verifica:

|||u - UdgIWIdg < C ^ 2 ti.KK 1 {Pk $Í(PK, Sk ) + Sk )) \u\2sk,KiKeT

(2.3.30)

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para qualquer inteiro s k , 1 < s k < min(pj<- + 1, Hk) e P k > 0- Sendo,

Pk = I I&IUooW e = (1 + 7 i ) l l c o l l L m

em que Cq e 71 são definidos em (2.2.5) e Lema 2.19, respectivamente, com

x / r(p + 2 - s ) V /22(P,S) \T { p + 2 + s )J ’

e C sendo uma constante positiva que depende somente de n e da regularidade de T .

Demonstração:

(2.3.5) .

í \ T .K

Iko7?!!!- + 2 I I ^ I lL í f n r - + 2 lla_/c\r + H^Hô+zcnr

1/2

1/2

K

\\coV\\2K + h \ v + \\l_Knr- + h \ v + - V llL * \r +I K

+ £ W llCo7?H^ + 2||^7+ Ila+A:nr + 2||rç Ila_ic\r]

2 M / + ll9+/('nr

1/2

K1/2

< £ [ t á + i j i m i L í/o N i2* +K

1/2

K

(2316, | (2-3'29)C / Y b K h % * * l< P K ,SK)+ 0K h»*-'* l( l> K,SK)} \U\1,K1/2

De onde segue (2.3.30).

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O bservação 2.28. Quando pk = P > 1, sk = s, 1 < s < min(p + l , k ) , k > 1 e h = temos aplicando a fórmula de Stirling em $ i(p , s) e $ 2(p,s ) aseguinte estimativa:

( h \ 3-1/2 111« — «£>g|1|odg < C ( ^ 1 Ms,r-

2.3.3 R esultados numéricos

Refazemos agora os exemplos apresentados na seção 2.2.3, usando a formulação padrão do /ip-DGFEM definida em (2.3.2). Observamos que estes e- xemplos numéricos confirmam os resultados teóricos das seções anteriores, i.é., o Teorema 2.27 e a convergência exponencial.Nota:a) Veja seção 2.2.3 para detalhes sobre a implementação do método;b) A direção do campo de fluxo na fronteira T_ dos exemplos seguintes esta indicada na Figura 2.4.

E xem plo 2.29. Consideremos 0 problema de valor de contorno (2.2,1) com os se­guintes dados: Q, = (—1, l )2, b = (8/10,6/10), c = 1, gu = 1 e a parte direita f é escolhida de forma que a solução analítica para (2.2.1) seja dada por

u(x, y) — 1 + sin (7r(l + x)(l + y)2/8) . (2.3.31)

Então, calculamos a solução numérica udg usando 0 algoritmo definido por (2.3.2).

Uma análise do comportamento do /ip-DGFEM sobre uma seqüência de refinamentos da malha para valores de p entre 1 e 7 é apresentada na Figura 2.9, em que o erro |||ií — udgIWüDG está como uma função de h.

Se pode observar na Figura 2.9 que de fato o erro l||u — udgIWüDG converge na ordem de hp+1/2, quando h tende a zero para cada p (fixo). Apresentamos na Figura 2.10 o comportamento do hp-DGFEM com p-enriquecimento para valores de h fixos, e como a solução (2.3.31) é uma função analítica, espera-se taxas de convergência exponencial, o que de fato é observado, pois sobre uma escala linear- logarítmica, a convergência para cada malha é aproximadamente uma linha reta.

No próximo exemplo, verificamos o comportamento do método para um problema com coeficientes variáveis quando a Hipótese 2.18 não é satisfeita.

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Figura 2.9: Exemplo 2.29. Convergência do /ip-DGFEM com /i-refinamento

Figura 2.10: Exemplo 2.29. Convergência do hp-DGFEM sobre p-enriquecimento

E xem plo 2.30. Consideremos o problema de valor de contorno (2.2.1) com os se­guintes dados: Çl = ( — 1, l ) 2, b = (2 — t/2, 2 — x), c = 1 + (1 + x)(l + y)2, gD = 1 e a parte direita f é escolhida de forma que a solução analítica para (2.2.1) seja dada por

u(x, y) = 1 + sin (7r(l + x)(l + y)2/ 8) . (2.3.32)

Então, calculamos a solução numérica uqg usando o algoritmo definido por (2.3.2).

Na Figura 2.11 plotamos o comportamento do erro |||u — udgIWciDG como uma função de h para valores de p entre 1 e 7.

Assim como no exemplo anterior, |||u — UDcWlaDG converge na ordem de hp+l!2 quando h tende a zero, para cada p (fixo).

A convergência do hp-DGFEM com p-enriquecimento para valores de h fixos, é apresentada na Figura 2.12, onde se observa mais uma vez a convergência ex­ponencial. Notamos que o Teorema 2.27 é novamente confirmado neste caso, mesmo que o vetor b tem coeficientes variáveis que não satisfazem a Hipótese 2.18.

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1 2 3 4 p 5 6 7

Figura 2.12: Exemplo 2.30. Convergência do hp-DGFEM sobre p-enriquecimento

2.4 Equação de difusão sem parâmetro de estabi­lidade

Considerando agora a parte do operador C definido em (2.1.1) respon­sável pela difusão, dada por:

n

Cau = - ^ dj (aij(x)diu) = f(x ) , x € Q. (2.4.1)i,j=1

Vamos supor que (2.4.1) é elíptico em cada x G Q, i.é.,

( Ta ( x ) ( > 0 V C € R n \{0}, x e a (2.4.2)

Desta forma segue de (2.1.3) que T \ T0 = 0 em (2.1.4) e completamos (2.4.1) com as condições de fronteiras (2.1.5), porém, agora com F_ = 0.

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Assumimos que aij são constantes sobre cada elemento K € T , i.é.,

a 6 [ s » ( í í , r , í ’) ] ; ; ; . (2.4.3)

Lembramos que para uma matriz A positiva definida existe única ma­triz B positiva definida, tal que, A = B B . Nesse caso diz-se que B = \ÍA . Então, de (2.4.3) e (2.4.2) a admite única y/a G [S°(íí, T , F)]™*™ que satisfaz de novo (2.4.2).

2.4.1 Formulação padrão do m étodo de Galerkin descontí­nuo para a equação de difusão

Escrevemos õ = \^/ã\l ^ ^ l , j - 1 layl2 sen^o | • I2 a norma de matriz subordinada a l2, ãK = ã\K e por ã ^ denotamos a média aritmética dos valores de ãx< sobre esses elementos K ' (incluindo K ) que partilham de uma face com K.

Dado um e G $ int, existe um índice i e j , tal que, i > j e existe Ki e Kj que partilham a face e. Definimos o salto de v G H 1(Q, T ) através de e e o valor médio de v em e por,

\ y \ e = V\dKiC\e — V\dKjHe e ( v ) e = 2 {V\dK ine + V \dK jr\e) >

respectivamente, e com cada face e G $ int associamos o vetor normal unitário u de Ki para Kj.

Nota: Em geral [uj distingue-se de [d] pois o último é independente da enumeração dos elementos.

Com essa notação introduzimos a forma bilinear

D(w,v) - B a(w,v) + B s(w,v),

em que,

B a(w,v) = / aVw •V vdx +

+ [ { L^J {(aVv) • u) — [i/J {(aVw) • u) (2.4.4)Jrint

/ {w((aVv) • n) — ((aVw) • n)v}ds

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B s(w,v) = / awvds + / a[w \[v \ds (2.4.5)JrD Jvint

e o funcional linear,

b ( v ) = la{v) + l s(v),

em que,

la(v ) = X / f vdx + / 9 d{(o,Vv) ■ n)ds + / gNvdsKç-T JTd

ls(v) = / agDvds.J t d

Aqui cr é chamado de parâmetro de penalização descontínua, e é definido por a\e = <7e para e 6 U 'ío sendo ae uma constante não negativa.

O hp-DGFEM para (2.4.1), (2.1.5) é:Encontre udg £ S P(Q ,T ,F ) , tal que,

D ( u d g , v ) = l D ( v ) , V v € 5 p ( f i , T , F ) ( 2 . 4 . 6 )

Para que (2.4.6) seja significativo vamos supor q u e p k > 1 V K £ T , e para assegurar a ortogonalidade de Galerkin ( D { u — u d g > u ) = 0 V v € S ^ ) supomos que a solução u do problema de valor de fronteira acima é suficientemente regular (■u G H 2(Q, T)) para garantir que as funções u e (aVw • v) são contínuas através de

cada face e € ''ffmt-

2.4.2 Estim ativas a pr ior i para o erro do m étodo de Galerkin descontínuo padrão para a equação de difusão

T eorem a 2.31. Supondo que (2.4-2) e (2.4-3) valem, então, para todo w € H 2(Çt, T), temos que,

MlldDG = D (w ,w ) = ||y/ãVw||fl- + / aw2d s+ / a [w \2ds. (2.4.7)KçT JrD JFint

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Além disso, se a for positivo sobre Tint U Td então o hp-DGFEM (2.4-6) tem única solução uqg £ S p(Cl,T, F).

Demonstração:

(2.4.7) segue de (2.4.4) e (2.4.5). Se a é positivo sobre r ^ u r ^ í então, sendo a(x) positiva definida sobre Í2 segue de (2.4.7) que D(w, w) > 0 V v £ 5,p\{0}) o que implica na unicidade da solução udg■ Como S p é um espaço de dimensão finita e (2.4.6) é um problema linear, a existência da solução para (2.4.6) segue do fato queo problema homogêneo tem única solução udg — 0.

□L em a 2.32. Seja T uma subdivisão regular de Q e assuma que o parâmetro a é positivo sobre Tint U Tp, então, a seguinte desigualdade vale com C > 0 dependente somente de n e T-

dDG < c | í a\rj\2ds + í cr[r]\2ds + ^ ||\/qV^I1 [ J td int K£T

+ 2d K n v D + 4

K e T

Vr]dKnrD) (2.4.8)

( l I v^Wi l l Knr^ + a :K€T

1 _ -j=Vri V ã d K n r,;

/— 2\sendo T\e = h e he o diâmetro da face e € int U \&£>, com a convenção que para

a contribuição exterior a Cl na definição de re é zero.

Nota: Novamente

u - u DG = (u - IIpu) + (IIpU - u Dg ) = V + £ (2.4.9)

sendo n p o projetor ortogonal de L 2(Çl) sobre S p. Demonstração:

Pela hipótese da regularidade de u temos que,

lIlÉlIldDG = = D{{u - udg) - ?7,0 = ~ D (v ,0 -

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Desta forma,

\ \m \2dDG<\Ba(V,0\ + \Bs(V,0\, (2.4.10)

e,

í crqÇds + íJTo KTint

C.S.< l l v ^ l I r J v ^ l l r D + l lv ^ L ^ J llr intllv^L^J llr i;

H.< (\\y/êv\\rD + l l v ^ W l l r ínJ 1/2 x ( l l v ^ l l r B + I I l l r . J

Assim,

\Bs(ri,Ç )\< \\\Ç \\\dD G ^ cr\r]\2ds + a[r)\2d s . (2.4.11)

Limitaremos B a(rj,Ç) termo a termo,

K&TaVr] • V£cte + Í {v{{a^O -n) - ((aVr/) ■ n)Ç}ds

JrD

+ í { l v \ ((aVO • v ) - L£J ((aVrç) • v ) }di Jrint

= 1 + 11 + I I I .

(2.4.12)

Para 7,

1 = f y/ãVr) ■ y/ãVÇdx < ^ í |\/ãVr]\ | \/ã V £ | dx KeT'*K k & t^ k

1/2

c< E II^ L ll víiu < ( E ll^ u E ll^ll1/2

KK € T \Kç.T \K € T

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Desta forma,

I < 11KlIIdJDG ( ^ 2 I|v^Vt7||2J\KeT )

1/2

Limitando II,

/ r?((\/õV£) • \/ãn)ds + / ((aVrç) ■ n)^ds Jvo JrD

< [ \v\ |\/Õ V ^ |\y/ãn\ds + / |ûVt7| |n| \Ç\dsJTp J V o

C.S.< IIV ã n ||r J V ã V £ ||r D + l|aV77||r J n f | | r D

< I M I r D | \ / ã n | | | y ã V £ | | r D + J | v W ã V 7 7 | | r D | n | | | f | | r D ,.

o que pode ser escrito como:

I I < ^ 2 [ll^ll^nrolv^^lllv^V^Hô/irnrD + \ \ ^ ' / ^ 7l\\dKnrD\'<rA\\^\\aKr\rD\

1

K

í EK

IhIlaífnrflI-v/ãlInlllVaVÇlIa/fnro + Iv^H v^lM V 77 llVcr^llô/cnrod K n r D

sendo que \n\ = 1, e \y/ã\ = a ^ 2 resulta que,

K—-p=\\v\\dKCÏTDaK2 y/^\\\/ãVíi\\dKr\TD + aK y J l K

V 77 d K n r Dd K n r D

< < Ç * i1/2

\ d K n r D ^2 7idl\/õV£|| dKnrD

1/2

K

K

V?72 ï 1/2 1/2

dKnToj |y l lv^ l l lynrn ( )

86

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para qualquer 7K G R.Como a é uma matriz constante sobre cada elemento K € T, usamos

o Teorema 4.76 de [20], para obter que,

lla/cnr0 < C ^ - | | - \ /ã V £ ||^ , (2.4.13)

em que, C depende somente de T . Usando (2.4.13) junto com 7K — Hk /Pk temos que,

/ - 2 \ 1 / 2 / l 2 \ 1 / 2

KV77

dKntDj

1 / 2 / x 1 / 2

Il's/tf'f lli/cnro

definindo re =

/ /< C |||e ||U G V 77

1/2 '

ô / c n r D

Assim,

/ / < C M I U > o

De um modo similar,

£ IIVvj|lLnrD + à;K \

*2AT

1 2 y-7=V77Vã aKnrD/ _

1 1/2

J / J < C-lllellUzPG -2K

1 2 VV<x ôKnrD / _

1/2

Das limitações / , I I e I I I obtemos uma para (2.4.12), a qual junto

87

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com (2.4.11) nos fornece a seguinte estimativa para |||£|||ãz>G Por (2-4.10):

I I I £ I I I L g < C l I l^ l l ld ö G I ( Í a\v\2d s + í <j[ri}2ds) + ( J Z \ \ ^ Vr \\I \ J vd J vint / \ k e t

1/2

+ --2Y 1 1 Te \\V \\d K n r D + “ k

+ E l I l ^ L o J I l W a + aL K

12 V 1/2

“7=V?7V ã d/<nrD / _

1 _ -7=VryV ã

2 V 1/2

d K c r D)

de onde obtemos (2.4.8).

□Assumimos que o vetor p (com os p k > 1 para cada K G T ) tenha

variação local limitada, i.é., que existe uma constante p > 1, tal que, para qualquer par de elementos K e K ' que tem uma face ((n — l)-dimensão) em comum, vale

P~l < Pk / pk ' < P-

L em a 2.33. Vamos supor que:

a) K G T é um n-simplex ou um n-paralelepípedo com diâmetro h x i

b ) u\k G H kK(K), kK > 0, para K G T.

Então, existe uma seqüência z ^ ( u ) G RpK(K), pk = 1 ,2 , . . . , tal que, para

0 < q < kK vale,

hSK~q\ u - 4 ^ { u ) \ \ qtK < C - ^ i \ \ u \ \ kK,K ,

P k

(2.4.14)

sendo sk = nun(p/<- + 1 , &*-) e C uma constante independente de u, hK e Pk , mas

dependente de k = m a x ie r &k ■

Para u G H 2(ü, T) definimos U^u G S p por

(U*u)\K = z%k (u\K) , K z T .

88

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T eorem a 2.34. Seja £2 C Kn um domínio poliedral limitado, T uma subdivisão re­gular de £2 em n-paralelepípedos, e supomos ainda que p tenha variação local limitada. Associamos a cada face o número real positivo

, (2.4.15)Hg

sendo he o diâmetro de e, com a convenção que para e G 'I 'd a> contribuição exterior a Q na definição de ae é zero. Então, assumindo que u\k £ H kK{K), k x > 2, para K G T , a solução uqg £ S p(Cl,T, F) de (2.4-6) obedece a seguinte estimativa de erro:

l2sk~2|||u — UDG\\\dDG ^ C '^2 a K 2fcK-4 IMIfc*-,.fO (2.4.16)

K e T P k

com 1 < s k < min(pK + l, kK), pK > 1, = ãg para K G T em que C é uma cons­tante positiva dependendo de n, do parâmetro p, k = max^-€7- k k e da regularidade d e T .

Demonstração:

Com o objetivo de aproveitar as limitações do Lema anterior vamos decompor 77 definido em (2.4.9) da seguinte forma,

rj = u - IlpU = ( u - IIpU) + IIp(u - Ilpti) = 771 + 772. (2,4.17)

Estimativas para 771 são obtidas diretamente de (2.4.14) e da desigual­dade do traço (2.2.45), i.é.,

7 2 s k ~ 2

ll\/ãV77i|||- < CüK 2kK'~2 \\U\\Ik ,K' (2.4.18)Pk

u 2 s k - 1 l 2 s k — 3

HWIk < c-$fc=iMlK* e \ \ v V l \\ lK < \\u\\1K íK . (2.4.19)P k P k

Por outro lado, as normas para 772 são majoradas por ||t72||k usando as

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seguintes desigualdades inversas.

IIVSViuII*- < C5* j ; f i t e i s , (2-4.20)K

Ú Í k < C ^ \ M \ 1 e IIVThllljf < c £ f \\r,2\\2K. (2.4.21) riK nK

Agora \\t]2 \\k é limitada por,

hSKü lk = linj(u - n pU) k < c\\u - nru\\K < c - * \u\,k<k,

P k

para 1 < sk < min{pK + 1, &*-), em que a segunda desigualdade segue de (2.3.16). Então,

hSK*11* < C ^ \ \ u \ \ kK,K (2.4.22)

Pk

Substituindo (2.4.22) em (2.4.20) e (2.4.21) temos que

_2sff-2-K

P k

h11 x/ãV77211 < C ük 2kK- i (2.4.23)

l 2s /c - 1 j,2 s * --3

I M l L < C % ^ 2 M I k , k e HVitelI^ < (2.4.24)P k P k

E substituindo em (2.4.17) as limitações (2.4.18), (2.4.19), (2.4.23) e

(2.4.24) temos que,

L 2s/<--2I I V S V * < C f l l v ^ f e + l lv /S V ,* ) < C ã K- ^ M l K,K, (2.4.25)

Pk

h2sk~1Wv Wõk < C ( IMIsk + IMIajc) < C-£^p2\\u\\2kl< K, (2.4.26)

Pk

l 2 s k ~ 3

m \ Í K < C (||V77illl^ + ||Vr/2||gK) < C - ^ z^\\u\\\k K. (2.4.27)Pk

90

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Sendo que,

e da definição de ||| • 11|dz?G resulta que,

3G= \\y/ãVri\\2K + í ar]2d s+ í a\rj\2ds = I + I I + / / / , (2.4.29) TS /— 'T' JVn

111« - UDcWldDG < IIMHdDG + 11 |f 11 |<Z£>Gi (2.4.28)

e como I, I I e I I I aparecem no lado direito de (2.4.8), é suficiente limitar cada um de seus termos para obter uma estimativa do erro global.

Primeiro termo:

í v\r,\2ds = £ || y^vW hnro = £ IMIknr»JrD K k e

- £ k ('**) II*™. <2'í6> ç ( I r f S ) N IU .

segue que,

r _ /j2síc-2/ cr\v\2ds < C ^ 2 ã R 2fc J M I (2.4.30)

■/rD K PK

Segundo termo:

í a[r]\2ds = 'K^S HVaK'ne ~ VdKnJ r<„t is e

< Õ/T ( a K 'p2K' + {WVdhCneWdKCVint + \\rfdK ne\\dK nrint) I2 he K e

assim,

/ • ( 2 .4 .2 6 ) T___ . A 2 s / f - 2

/ <7LuJ2<fa < C ^ - ^ M I Í , , * . (2.4.31)•'rint K Pk

• Terceiro termo:

____ _ ( 2 .4 .2 5 ) ..___ . / j 2 « i f —2

£ IIV^VíjII^ < (2-4.32)K e r k P k

91

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Quarto termo:

K e T

desta forma,

K e T K e T V l P l < Pk nkK,K’

u2sk -2y~! W V^VW dKnro ^ 2fc^-4 l^llfcy.A--K e T k ^

Quinto termo:

E *K e T

-2K V77

/ 2/ie

ôKnrD

( 2 .4 .2 7 ) / 2he

ÿ?T "

segue que,

E *K e r

- 2K V 77

dKnrD“ 2*^=4 ll“ ll

A-

Sexto termo:

Y llv^L^JIIaK nr^t — £ r ell lv\ IIÍK-nrintK e T K e T

= ^ ( a K 'P2K' + a KP2K ) ( I I^ K 'n e| |L n r int + 11Î7a/cne11i/cnr^t)K

( 2 .4 .2 6 )

< c EKer

/$ * ~ 2 hK - h ^ K~2 h0-K' n 2kK - 4 h + a K ' 2kK - i u

P k íe P k / l '

Kfc*,K>

assim,

__ 2

Y , llv^WIIlícnrint < IL "2K e T

K „2kK - 4 llUllkK ,K- K P k

Sétimo termo: (repetindo 0 cálculo feito no quinto termo)

1E áK e T

V 77d K n r int

( 2 .4 .2 7 ) h2sK~2 u ..on2A/f—4 i-K"

K P K

92

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u2s k ~2

HlflIlLrc < (2.4.33)K P K

para 1 < sk < m i n ^ + 1, kK), K e T.Substituindo (2.4.30), (2.4.31) e (2.4.32) em (2.4.29) resulta que,

u2sk-21117?!!!dDG — (2.4.34)

K P K

e substituindo (2.4.33) e (2.4.34) em (2.4.28) temos que,

f l 2 s k - 2 ) 1/2 f h2sK~2 1 1/2\\\u - UDG\\\dDG < < C ^ 2 a K 2kK~4\\U\\lK,K f + < C ^ a / c - 2kK-4\\U\\lK,K f >

l K Pk ) { k Pk )

Obtemos destas sete limitações usando (2.4.8) que,

de onde segue o resultado.

□Se o projetor n p é tomado como sendo ( definido em (2.4.14)), vale

o seguinte teorema em que temos uma melhora da ordem de p 1 2 na convergência em relação ao teorema anterior.

T eo rem a 2.35. Seja C Mn um domínio poliedral limitado, T uma subdivisão re­gular de Q, em n-paralelepípedos, e supomos ainda que p tenha variação local limitada. Associamos a cada face e G Í o l l >int o número real positivo

ae = (2.4.35)h*e

sendo he o diâmetro de e, com a convenção que para e € a contribuição exterior aVL na definição de ae é zero. Então, assumindo que u\k € H kK(K), kj< > 2, para K £ T , a solução u^ g € Sp(f2 ,T ,F) de (2.4-6) obedece a seguinte estimativa de erro:

lj2sff —2IIIu - udgWIIdg ^ C ^ 2 aK ~2kK-z IMIfcff.ffj (2.4.36)

K € T P k

93

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com 1 < s k < min(pK: + 1,/ck); Pk > 1 para K € T , sendo cc# = ã^ em gue C

é uma constante positiva dependendo de n, do parâmetro p, k = max/<-£7- k x e da

regularidade de T.

Nota: A demonstração é semelhante a feita no teorema anterior.

2.5 Equação de difusão-advecção-reação sem pa­râmetro de estabilidade

2.5.1 Formulação padrão do m étodo de Galerkin descontí­nuo para a equação de difusão-advecção-reação

Consideramos agora o problema geral (2.1.1) e (2.1.5). Para este o àp-D G FEM é definido como:

Encontre udg € S p, tal que,

B d g (u d g , v) = Id g {v ) V v E S p, (2.5.1)

sendo,

B D g { w , v) = a'\7w -V vd x + J (b ■ Ww + cw)vdx

— / (b - n )w +v+d s — / (b ■ n)[w]v+ ds >Jd-Kn(V-.urD) J d - K \r J

+ / { w ((a V v ) ■ n) - ((aVw ) ■ n )v }d s + / awvdsJ r D JVd

+ / {[w\ ((aVu) • u) - [uj ({aVw) ■ v) }<2s + / cr[w\[v\ds,J v int

94

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+ / 0£>((aVu) • n)ds + / gNvds + / crgDvds, JrD JrN JTd

em que a é um parâmetro positivo que será dado adiante.

2.5.2 Estim ativas a pr io r i para o erro do m étodo de Galerkin descontínuo padrão para a equação de difusão-advecção- reação

Assumindo (2.1.14) e lembrando da definição (2.2.5), introduzimos anorma,

\W \\\DG2>g = { l l v ^ V H I 2* + \\cq w \\2k + J ||w + ||L .K n (r-u rD) KeT ^

Por (2.3.1) e (2.3.7), temos que,

\ + aw2ds + / a[w \2ds.J JTd

(2.5.2)

< / (b • Vtu + cw)wdx — / (b ■ n)[w]w+ds — / {b ■ n)\w+\2dsK \ J k Jd-K\r Jd-Kn(r-urD)

= { | M I 2k + 2Üu;+ll9-/ín(r_urD) + 2 ^ + ~~ W + 2 ^ +^ + Knr} ’

segue então que (ver (2.4.7) ),

M I I o g = B d g { w , w ) V w e H { Q , T ) .

Para assegurar a propriedade ortogonal de Galerkin para V v € S p, supomos que a solução u para o problema de valor de fronteira considerado pertence

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ao espaço H 2(Çl,T), e as funções u e (aVu) • n são contínuas através de cada face e G ^int que intercepta o subdomínio de elipcidade {x G Cl ; CT°C > 0 V Ç G K n }.

aplicado a equação de advecção-difusão-reação combinamos os resultados das seções 2.3.2 e 2.4.2 no próximo teorema.

T eorem a 2.36. Seja f i C 1™ um domínio poligonal limitado e T = {K } uma partição regular de Í2 composta de n-paralelepípedos K com diâmetro h k , e seja, p um vetor de variação local limitada. Vamos supor que sobre cada face e G ' í int U 'Üd

o parâmetro ae é definido como em (2.4-15). Se (2.1.14), (2-3.3) e (2-4-3) valem, e U]k G H kl<(K) com k,K > 2 para cada K G 7”. Então, a solução u ^ g G S p(Q ,T, F) de (2.5.1) satisfaz a seguinte estimativas de erro:

para 1 < s k < min(pK + l) k k ) e P k > 1 V K G T . Sendo olk = ^ e 7# como no Teorema 2.27 e C uma constante positiva que depende de n, p, k = max# k ^ e da regularidade de T .

Demonstração:

Afim de obter uma estimativa “a priori” de erro para 0 hp-DGFEM

) M l2 (2.5.3)

Sendo que,

> $ 2( p , s ) < ^ ^ 1 < s < min(p + l,fc)

(2.5.3) segue de (2.4.16) e (2.3.30).

96

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Capítulo 3

Estimativas a posteriori

O estudo de estimativas “a posteriori” é fundamental para elaborar estratégias de algoritmos adaptativos. Estas estimativas podem ser feitas tanto para minimizar o erro ||u — uDq || (ver [22]) como para minimizar o erro de funcionais lineares de solução (ver [9, 10]), i.é., |J ( u ) — J ( u d g ) \ ■ Para ambos os casos, a idéia é majorar o erro por constantes calculáveis multiplicadas pelo resíduo de elementos finitos. O que em geral requer hipóteses fortes sobre o problema em que se trabalha.

As estimativas a posteriori estão diretamente ligadas com o problema dual, mais precisamente com estimativas da solução do mesmo. Assim, para criar um algoritmo adaptativo, precisamos calcular uma solução dual aproximada (usando método de Galerkin descontínuo) quando o problema dual não tem solução analítica. Neste caso, todo a técnica empregada para obter a aproximação da solução primai é usada.

O estudo aqui apresentado segue as idéias inicialmente desenvolvidas por C. Johnson e colaboradores que posteriormente foram aprimoradas por E. Siili em [22]. Na seção 3.1 desenvolvemos a teoria para um operador qualquer £ (linear) e na seção 3.2 aplicamos essa teoria para o problema (2.1.1) no caso de Q = (0,1), isto é, para o problema de difusão-advecção-reação em uma dimensão.

3.1 Operador diferencial linear

Seja £ um operador linear, tal que, £ : V(C) C Y —> Y sendo Y um espaço de Hilbert com produto interno (•,•) e norma || • ||, e V {£) é o domínio do

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operador C. Dado / e Y , nosso problema é encontrar u € T>(£), tal que,

Cu = f . (3.1.1)

Designamos por h um parâmetro positivo de discretização. Vamos aproximar esse problema tomando uma seqüência de espaços de dimensão finita {X/!}, tal que, Xh C D(C ) V h, e simultaneamente consideremos uma seqüência de espaços de dimensão finita {Y^} com YJ, C Y V h chamados espaços de testes.

Denotamos por o projetor ortogonal de Y em Y h. Então, podemos formular o método de elementos finitos de Galerkin descontínuo como:

Encontre Uh ■ X h —> tal que,

TlhCuh = Tlhf,

ou equivalentemente, podemos escrever isto como segue:Encontre Uh € Yh , tal que,

(Cuh,vh) = ( f , vh) V vh e Y h.

Nota: Aqui os espaços finitos Xh podem ser “pensados” como uma partição do D(C) e os Yh como os espaços de polinómios por partes.

Definimos o resíduo de elementos finitos por,

Th = f -

e notamos, devido a propriedade ortogonal de Galerkin que,

(fh,vh) = o v Yh.

Por necessidades posteriores vamos considerar o seguinte problema auxiliar, chamado de problema dual:

Encontre z € 'D(C'), tal que,

C!z — u — uh-

A análise do erro “a posteriori” é baseada no seguinte argumento de

98

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dualidade:

11« - Uh\\2 = ( u - u h, u - uh) = (u - uh, C'z) = (C(u - Uh), z)

= (Cu - Cuh, z) = ( / - Cuh, z) = (rh, z).

Pela ortogonalidade de Galerkin, (rh, Zh) = 0 V Zh G Yh, resultandoque

11« - « J 2 = {rh, z - z h) = (hsrh, h~s(z - zh)),

e pela desigualdade de Cauchy-Schwarz,

l | u - « * | | 2 < | | /» ' r fc| | | | ^ ' ( z - z fc)||. (3.1.2)

Aqui, o primeiro termo do lado direito é calculável, enquanto o segundo é desconhecido, então, precisamos substituí-lo em termos de u — uh multiplicado por constantes adequadas.

Vamos supor que {Wí}í>0 é uma “escala” de espaços de Hilbert com norma correspondente || • ||;, tal que, WQ = Y e Wi2 ê continuamente imerso em W tl para > l\.

Supomos a seguinte propriedade de aproximação: para cada z 6 W s existe Z h ^ Y h e uma constante Ca > 0 que independe de z e h, tal que,

\\h~s( z - z h)\\ < £«11*11,.

Para métodos de elementos finitos essa hipótese é facilmente cumprida escolhendo Ws = H s(ü) para um apropriado s = sa > 0 e refere-se as propriedades de aproximação padrão de funções polinomial por partes em espaços de Sobolev, com Zh £ Yh tomado como 0 interpolante, quase-interpolante ou a projeção de z. Então, chegamos a estimativa,

11«-« /.II2 < Ca\\hsrh\\\\z\\s. (3.1.3)

Para proceder, supomos que £ é inversível e que (£ ') _1 é um operador

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linear e limitado de Y em W s para algum s G [0, sa], então,

\\z\\t = | | ( £ r l (w - Uh)\\3 < Cs\\u - Ufcll, (3.1.4)

em que Cs > 0 é de maneira que Cs > |j(^;)_1ll-Combinando (3.1.3) e (3.1.4) chegamos a desejada estimativa a poste­

riori sobre o erro global u — Uh em termos do resíduo de elementos finitos r h e as constantes Ca e Cs,

||tt - uh\\ < CaCs\\hsrh\\. (3.1.5)

Sendo conhecida Uh é fácil calcular r* e então, 1111. Portanto, a de­sigualdade (3.1.5) será usada somente se Ca e Cs forem calculáveis. Cálculos para Ca, como já mencionado acima, usa-se resultados da teoria de aproximação. Por outro lado, o cálculo de Cs é mais difícil e envolve o estudo do problema dual (como p.e. se ele é bem-posto), sendo que qualquer estimativa que se chegue através do uso de argumentos analíticos para Cs é limitado inferiormente por ||2:||s/ ||it — Uh\\. Essa constante é na prática determinada computacionalmente “a mão” para o problema específico que se trabalha.

Resta-nos ainda determinar o valor de s. Se s = 0 não nos beneficiamos da ortogonalidade de Galerkin e tomando Zh = 0 teriamos,

11« - u h || < c ^ im i .

Agregado a isto, gostaríamos que s fosse o maior possível, para refletir as propriedades de aproximação do espaço Y^. Então, teríamos que escolher s = sa. Por outro lado, para problemas hiperbólicos, (£ ')_1 tem pouca regularidade, o que nos impõe uma limitação para escolher o valor de s. Assim, a melhor escolha de s depende de uma “criteriosa” análise do problema que se trabalha.

Algoritmo Adaptativo

Como mencionado acima, a análise de erro a posteriori é realizada também para funcionais lineares de solução J(-), que podem ser valores pontuais,

médias locais ou integrais de fluxo. Desse modo, obtém-se estimativas do tipo (ver

100

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[9]):

| J(u) - J{uh)| < E (uh, h , p , z - zh), (3.1.6)

em que o lado direito é semelhante a parte direita de (3.1.2). E quando não se conhece a solução analítica z para o problema dual, esta é aproximada numericamente. Assim, denotando por zdg a aproximação de Galerkin descontínua para z, a equação (3.1.6) pode ser rescrita como:

| J(u) - J{uh)| < \E(uh, h,p, zDG - Zh)I + \En{uh, h,p, z - zDG)\ = E P + E D,

em que Ep é uma ordem de grandeza maior que E d conforme [9]. Desta forma, E d pode ser absorvido por E P sem que seja comprometida a estimativa acima.

Como qualquer algoritmo adaptativo está baseando na idéia que: Dado um funcional linear J(-) e uma tolerância positiva TOL, deve-se calcular Uh, tal que, | J(u) — J(uh) | < TOL. Temos que este algoritmo adaptativo não será comprometido se o critério de parada for, EP < TOL.

Eqüidistribuindo o erro do critério de parada sobre todos os elementos da malha, precisamos que

EP]k < (3.1.7)

em que N é o número de elementos da malha.Assim, cada elemento da malha é “testado” e passa por um h-refi­

namento ou p-enriquecimento para assegurar que o princípio da eqüidistribuição(3.1.7) seja válido. Uma vez que um elemento K é testado, uma decisão precisa ser feita sobre alterar o tamanho ou o grau local p x da aproximação polinomial. Quando E d é maior que T O L /N , e a solução primai u e dual z forem regulares, um /^-enriquecimento vai ser mais eficiente que A-refinamento. Entretanto, se u ou z tem baixa regularidade no elemento K , então, /i-refinamento vai ser mais adequado. E repete-se este processo até que a condição (3.1.7) seja válida.

Desta forma, fica garantido que o erro entre a solução exata (ou fun­cional linear da solução exata) e a solução aproximada (e o funcional linear da solução aproximada) é menor que TOL.

101

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3.2 O problema m odelo em uma dimensão

Desenvolvemos aqui (na integra) a teoria apresentada na seção anteriorpara o problema (2.1.1) no caso de Q, = (0,1) e com condições de fronteiras nulas, conseguindo assim, exibir explicitamente o “tamanho” do erro ||u — Uh,\\.

Inicialmente enunciamos dois resultados que serão usados no decorrer do proposto, cuja as demonstrações vão ser omitidas.

L em a 3.1. (Desigualdade de Poincaré-Friedrichs) Supomos que f i c R " é um con­junto aberto limitado com fronteira suficientemente regular (p. e. um domínio poli­gonal) e seja u £ Então, existe uma constante C *(íl), independente de u, tal que,

O bservação 3.2. Se Q = (0, l ) 2 C R2, então, C+ = similarmente, se Çl = (0,1) C R, então, C* =

Consideramos a subdivisão não uniforme de (0,1) dada por,

sendo os pontos da malha Xi, i = 0 , . . . , N, não necessariamente igualmente es­paçados. Vamos supor que N > 2 para termos ao menos um ponto (nódulo) na malha. Designamos por hi = Xi — Xj-i para i = 1, • .. , iV e por h — max, hi. Para essa subdivisão, consideramos a função base de elementos finitos

para i = 1 , . . . , iV — 1. Tomamos agora V*. = span{(j)i , . . . , 4>n - i}5 temos que, 14 é um subespaço de dimensão N — 1 do espaço Hq(0, 1).

D efinição 3.3. O in te rp o la n te de u designado por IhU € Vh é a função contínua linear por partes definida sobre a subdivisão acima que coincide com u nos pontos Xi

(3.2.1)

0 = Xq < X i < X2 < ■ ■ ■ < X n - \ - < X h = 1,

0 se x < Xi- i

(x — Xi-i)/hi se Xi-1 < x < Xi(xj+i - x ) /h i+x se Xi < x < x i+i

0 se Xi+i < x\

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da malha, i.é.,

N - 1

Xhu{x) = y ' j u(xi)(j)i(x).i=1

L em a 3.4. Supomos que u G H 2(0,1) e seja 1 h.u o interpolante de u pertencente ao espaço Vh■ Então, as seguintes estimativas de erro valem:

hW - (Ihu)'\\L2(0 ,i) < j | | |u /,||L2(0,i)) (3.2.3)

Nosso problema modelo é:

—u" + bu' + cu — f para 0 < x < 1 u(0) - u( 1) = 0,

sendo b G ^ ^ (0 ,1 ) , c G L 0o(0,1) e / G L2(0,1).Consideremos a forma bilinear,

B(ui, v ) = [w'v' + bw'v + cwv\dx, J o

e o funcional linear,

r 1f v d x ,

Jo

(3.2.4)

então, a formulação fraca para (3.2.4) é:Encontre u G # o(0, <lue>

B( u , v ) =l ( v ) V v G #o(0> !)•

Como visto na seção 2.1.3 com a hipótese (2.1.14) o problema (3.2.4) tem única solução fraca u G Hq(0, 1).

O problema aproximando para (3.2.4) é:

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Encontre Uh € Vh, tal que,

Notação: Por simplicidade vamos escrever || • || em vez de || • | | l2(o,i)-

Notamos que o problema dual para (3.2.4) é dado por,

—z" — ( bzy + cz = u — Uh para 0 < a; < 1(3.2.5)

2(0) = z(l) = 0,

então,

||u - uhII2 = (u - uh, u - uh) = [ u - uh, - z " + (bz)' + cz) = B (u - uh, z),

pois (u - uh){0) = (it - Ufc)(l) = 0.Pela ortogonalidade de Galerkin B(u — Uh, Zh) = 0 V zh e Vh e

tomando Zh como o interpolante de 2 associado a partição definida acima, temos que,

||tt — Uh\\2 = B(u — Uh, z — Xz) = B(u, z — Xz) — B(uh , 2 — Xz)(3.2.6)

= ( f , z - Xz) - B(uh, z - X z ) .

Como,

rxi

B (u h, z - X z ) = ^ 2 / u'h(z - l z ) 'd xi = 1 • 'Z i - l

N f Xi N ' rxi

+ ^ / bu'h(z - Xz ) d x + ^ 2 / cuh( z - X z ) d x ,1=1 ■'*<-1 t=l ' Xí- 1

integrando por partes o primeiro termo em cada N — 1 intervalos (note que (z - X z ) ( x í ) = 0, i = 0 , . . . , N) resulta que,

»Xi

B(uh, z - Xz) = 2 2 / Wh + bu'h + cuh]{z - Xz)dx. i=i •'*<-1

B{uh,vh) = l{vh) V vh e Vh

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Além disso,

N

( /, z - l z ) = ^ 2 f f {x) ( z - l z )d x . i=i 1<-i

Substituindo isto em (3.2.6), deduzimos que,

N Xi= R(uh) { z - l z ) d x , (3.2.7)

i=i

para i — 1 , . . . , N sendo R(uh) = f + u'h~ bu'h - cuh a função resíduo de elemento finito. Aplicando a desigualdade de Cauchy-Schwarz em (3.2.7) temos que,

N

||w — W/l|| = y ] ||-R('^/i)||l2(ií_1,I>)II'2: ~ ^ 'Z||l2(i>-1,Xí)- 1=1

De (3.2.2),

1 Nllu - “*l|2 II^K )llL 2(xi_Ilx,)|k/,||L2(xi_1,x,)n2 z

1 = 1

1/2 / ff \ 1/2

^ h ( ê ^ l l ^ * ) H W . « ) ) ( E l l ^ l l i 2(x, -1,x,)

Assim,

■ / N \ l *2

1 1 « ( 3 - 2 . 8 )

Nos concentramos agora em substituir ||z"|| na desigualdade acima por constantes calculáveis. Por (3.2.5), ^

z" — Uh — u — (bz)' + cz = Uh — u — bz' + (c — b')z,

logo,

11*1 < ! k - “ II + IHIwo,i)lk' ll + l l c - b'\\Loo(0,1)114. (3.2.9)

Vamos mostrar que ||z|| e ||z'|| podem ser estimadas em termos de

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||u — Uh\\, então, o mesmo vale para \\z"\\. Com este fim, note que,

( - z " - (bz)' + cz, z) = (u - uh, z).

Integrando por partes e notando que 2(0) = z( 1) = 0,

{—z" — (bz)' 4- cz, z) = (z', z') + (bz, z') 4- (cz, z)

= llz1|2 + [ b[z2]'dx + f c[z2]dx,2 J 0 J 0

integrando por partes o segundo termo, resulta que,

(—z" — (bz)' + cz,z) = II^H2 — 7: [ b'[z2]dx 4- í c[z2]dx2 J 0 J 0

Assim,

= llz'll2 + Jo ( c - h j \ z 2dx.

„ (2.1.14) C.S.\z'II < ( u - u h,z) < \ \ u - u h\\\\z\

Por (3.2.1) e Observação 3.2,

então de (3.2.10),

Wl2 < jlk'112,

M l < \ h - u h\\,

e substituindo isso no lado direito de (3.2.10) deduzimos que,

M l < ^ 1 1 » - « * 1 1 ,

e inserindo (3.2.11) e (3.2.13) em (3.2.9) resulta que,

ll*"|| < K \\u “

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(3.2.10)

(3.2.11)

(3.2.12)

(3.2.13)

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sendo K = 1 + ^11611^(0,1) + \\\c ~ &1Uco(o,i) uma quantidade calculável.Substituindo (3.2.13) em (3.2.8) chegamos ao resultado final do cálculo

da estimativa a posteriori de erro

IIw-m^II < K 0 [ ^ h í \ \ R ( u h)\\l2{Xl_uXt)\ i= 1

sendo K 0 =

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Conclusões

A análise “a priori” da hp-versão do método descontínuo de Galerkin apresentado nesta dissertação foi realizada, primeiramente, para a equação pura­mente hiperbólica, e então, para a equação de difusão. Para o primeiro caso, as estimativas “a priori” forneceram a convergência esperada do método, a qual, foi confirmada com alguns resultados numéricos, assim, podemos concluir que o método descontínuo de Galerkin é muito eficiente, independente de usar a formulação padrão ou estabilizada.

Para o caso da equação com o termo difusivo, a implementação é bem mais delicada, uma vez que, o método descontínuo de Galerkin deixa de ser lo­cal e passa a ser um método global. Conseqüentemente, na resolução numérica, é necessário levar outros fatores em conta, pois a dimensão do sistema global pode ser relativamente grande, pois depende diretamente do número de elementos que a malha possui. Ainda neste caso, um estudo mais detalhado pode ser realizado afim de obter uma estimativa “a priori” de erro que seja ótima em p e h, uma vez que, as apresentadas aqui foram sub-ótimas em p.

As estratégias adaptativas são outro ponto para se estudar, pois po­dem ser um diferencial muito grande na aplicação do hp-DGFEM, tanto no custo computacional como na “qualidade” da solução aproximada, uma vez que, para o hp-DGFEM é necessário tra tar de maneira diferente as regiões onde a solução é descontínua das demais regiões. No caso de um elemento que pertença a região descontínua, o adequado é fazer um /i-refinamento, isso não só melhora a solução aproximada, como também, em alguns casos, evita que o sistema global seja muito grande. Por outro lado, se a ordem de aproximação polinomial é grande, é mais conveniente que o elemento tenha uma tamanho maior.

Quanto as estimativas de erro “a posteriori” , nota-se que no argumento de dualidade (feito na seção 3.1), a hipótese do operador C ser inversível e ter inversa limitada é razoavelmente forte, e agregado a isto, a determinação das constantes Cs e Ca, em muitos casos, é bastante complexa, o que impõe muita restrição no uso

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desta teoria.Já para o caso em que as estimativas “a posteriori” de erro são reali­

zadas para os funcionais lineares de soluções, a maior dificuldade também está no problema dual. Entretanto, esta estratégia se apresenta como uma alternativa, pois não precisa de hipóteses fortes como as usadas no argumento de dualidade.

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Apêndice A

Algumas desigualdades

Desigualdade Aritmética Geométrica (A.G.)

Para qualquer número real a e b vale que,

ab < - ( a 2 + b2). - 2 \ )

Uma versão mais sofisticada desta desigualdade é obtida da seguinteforma,

e substituindo e2 por 5, deduzimos que,

, 5 o 1 ,22° + Tsb

para qualquer 5 > 0.

Desigualdade de Hõlder(B..)

Se 1 < p, q < oo, tal que, 1 = l /p -f- l /q e u € LP(Q) e u £

então uv € Za(fi) e,

No caso particular d e p = 2 = » ç = 2 e a desigualdade de Holder se

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apresenta como,

\{u,v)\ < ||u|U2(n)l|v||L2(n),

e é conhecida como desigualdade de Cauchy-Schwarz (C.S.).A desigualdade de Hõlder também vale para somas finitas ou infinitas

e é dada por,

i/p / \ 1/i N 9

k \ k J \ k

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