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MAIO DE 2018 - ANO V - Nº 47 SUFOCOS EXEMPLAR GRÁTIS FLORIPA - SÃO JOSÉ - PALHOÇA - BIGUAÇU - SANTO AMARO DA IMPERATRIZ EXCLUSIVO A UTOPISTA FOI VENDIDA Páginas 22 e 23 Página 24 Páginas 11 e 12 CONVERSA DE E SQUINA COM F ERNANDO D AMÁSIO J ACK O MARUJO POR NEI DUCLÓS O LUGAR DA BOA MÚSICA Página 17 CRÔNICA DE CARLOS MOURA A espanhola Abertis, dona da Arteris, concessionária da Autopista Litoral Sul foi vendida para um consórcio italiano/espanhol/alemão. Uma das consequências pode ser mais atraso na entrega da alça de contorno da Grande Florianópolis. É a segunda vez que a concessão muda de donos. Páginas 4 a 8 OSTRAVINHOS Página 21 UMA NOITE DE DEGUSTAÇÃO NO OSTRASDAMUS MAIOR TETA PÚBLICA DA HISTÓRIA Página 2 Página 10 O PECADO DA I GREJA

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Page 1: - SÃO JOSÉ - PALHOÇA - BIGUAÇU - SANTO AMARO DA … 047.pdf2 MAIO DE 2018 Florianópolis - São José - Palhoça - Biguaçu - Sto Amaro da Imperatriz EDITOR Jurandir Camargo COMERCIAL

MAIO DE 2018 - ANO V - Nº 47

SUFOCOS

EXEMPLAR G

RÁTIS

FLORIPA - SÃO JOSÉ - PALHOÇA - BIGUAÇU - SANTO AMARO DA IMPERATRIZ

EXCLUSIVO

AUTOPISTA FOI VENDIDA

Páginas 22 e 23

Página 24

Páginas 11 e 12

CONVERSA DE ESQUINACOM FERNANDO DAMÁSIO

JACK O MARUJOPOR NEI DUCLÓS

O LUGAR DABOA MÚSICA

Página 17

CRÔNICADE CARLOS MOURA

A espanhola Abertis, dona da Arteris, concessionária da Autopista Litoral Sul foi vendida para um consórcioitaliano/espanhol/alemão. Uma das consequências pode ser mais atraso na entrega da alça de contorno

da Grande Florianópolis. É a segunda vez que a concessão muda de donos. Páginas 4 a 8

OSTRAVINHOS

Página 21

UMA NOITE DEDEGUSTAÇÃO NOOSTRASDAMUS

MAIOR TETA PÚBLICA DA HISTÓRIA

Página 2

Página 10O PECADO DA IGREJA

Page 2: - SÃO JOSÉ - PALHOÇA - BIGUAÇU - SANTO AMARO DA … 047.pdf2 MAIO DE 2018 Florianópolis - São José - Palhoça - Biguaçu - Sto Amaro da Imperatriz EDITOR Jurandir Camargo COMERCIAL

APonte Hercílio Luz, que já foium marco na engenhariamundial na época da sua

construção, por ter criado um novomodelo de ponte pênsil e inspirado aSilver Bridge e a Saint Marys Bridge,nos Estados Unidos, virou umabsurdo símbolo de gasto do dinheiropúblico. É uma obra que não tem fim.Com 92 anos, inaugurada em 13 demaio de 1926, a Hercílio Luz já échamada pela população de “a maiorteta pública da história de SantaCatarina”.Foi tanto dinheiro que, hoje, é

difícil saber quantos milhõesefetivamente foram gastos na suamanutenção e restauração desde quefoi desativada em 1982. Existemvários números, todos estratosféricos.Um dos cálculos, da Transparência

do Governo do Estado, diz que avelha ponte pode consumir R$ 429milhões (com o último aditivo de R$37 milhões). Até agora, a obra derestauração já custou mais de R$ 295milhões ao Estado. Em qualquer lugardo mundo isso seria um escândalo aser investigado pela polícia, MinistérioPúblico, Justiça. É dinheiro demais.Outro cálculo, agora do Ministério

Público de Contas, mostra que depoisde 33 anos e 11 governadores oprincipal símbolo de SC já consumiumuito mais: R$ 562 milhões. Orelatório é do procurador DiogoRingenberg, do MPTC, e foi entreguehá cerca de dois anos à 26ªPromotoria de Justiça. Com esse vagalhão de recursos

daria para ter construído três pontesnovas. A ponte de Laguna, porexemplo, inaugurada em 2015, tem2,8 mil metros de extensão e custouR$ 700 milhões. A Hercílio Luz éduas vezes e meia menor: tem 819metros. Diante desse volume absurdo de

recursos e da névoa que cobre asobras da ponte Hercílio Luz, é

pertinente e necessário indagar: tudovai ficar assim? Os catarinensesesperam que os gastos com a pontesejam passados a limpo.Á época em que lançou luzes

sobre a crosta de ferrugem queenvolve as contas da Hercílio Luz, oprocurador Diogo Ringenberg pediuuma tomada de contas especial,porque suspeita de improbidadeadministrativa e indícios dedesperdício de recursos públicos.Deputados de oposição, como DirceuDresch (PT), também prometeramencaminhar a documentação aoMinistério Público Federal, já que hárecursos federais envolvidos(convênio com o BNDES de R$ 150milhões), mas tudo permaneceuimóvel como a velha ponte.O que se deu à época, há cerca de

dois anos, foi um bate-boca entreautoridades. Raimundo Colombochamou de “irresponsável ementirosa a informação de que foramgastos R$ 562,5 milhões nas obras”.Segundo o ex-governador, só foramgastos R$ 200 milhões emmanutenção e conservação: R$ 49milhões no governo dele e R$ 141milhões de 1980 até 2010. Disse queprocessaria o procurador, que teria“manchado a honra de umEstado”. Diogo Ringenberg contra-atacou: “Causa espécie que oGoverno do Estado aparentementeconsidere normal ou aceitável queR$ 200 milhões aproximadamente,reconhecidos por ele, tenham sidogastos e a ponte continue fechadadepois de 33 anos e completamenteinútil à sociedade catarinense”.

Duas perguntas que precisam serrespondidas à sociedade: quando arestauração da ponte vai ficarpronta e quando uma auditoria vaimostrar, detalhadamente, quantofoi gasto e como cada centavo foiaplicado nesta obra sem fim?

2 MAIO DE 2018Florianópolis - São José - Palhoça - Biguaçu - Sto Amaro da Imperatriz

EDITORJurandir Camargo

COMERCIALFernando Damásio

DESIGN GRÁFICORonaldo Ferro

DIRETORESFernando Damásio e Jurandir Camargo

CIRCULAÇÃO: Florianópolis, São José, Biguaçu, Palhoça, Santo Amaro da ImperatrizENDEREÇOS: Avenida Josué Di Bernardi, 185 - Sala 27 Campinas, São José, Santa Catarina - CEP 88101-200

Rua João Motta Espezim, 1.107 - Saco dos Limões Florianópolis, Santa Catarina - CEP 88045-400

Fone (48) 98477-1499www.bomdiafloripa.com.br / [email protected] / [email protected]

Tiragem: 6 mil exemplaresFUNDADO EM 11 DE OUTUBRO DE 2013

PONTE HERCÍLIO LUZ

A OBRA SEM FIMJá foram gastos ou R$ 295 milhões, ou R$ 562 milhões ou serãogastos R$ 429 milhões na restauração da ponte Hercílio Luz.Quem dará essa resposta aos catarinenses?

COLABORADORESCarlos Moura, Fernanda Damásio

e Nei Duclós

Divulgação/BD

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4 MAIO DE 2018Florianópolis - São José - Palhoça - Biguaçu - Sto Amaro da Imperatriz

POR JURANDIR CAMARGO

AAbertis, dona da Arteris,que é concessionária daAutopista Litoral Sul e de

outras oito concessionárias noBrasil que administram rodoviasem SP, MG, RJ, PR e SC foivendida por R$ 63 bilhões. Aconcessão da BR 101 e da alça decontorno (e as outras) agora é dogrupo italiano Atlantia, doespanhol ACS e do alemãoHochtief. A transição das concessões de

um grupo para outro podeinterromper investimentos eatrasar ainda mais a alça decontorno da Grande Florianópolis.A obra, que já tem seis anos deatraso, interessa diretamente aBiguaçu, São José, Palhoça eFlorianópolis pois é fundamentalpara desafogar o caótico trânsitoda região metropolitana. A oferta pública de ações (opa)

que trocou de mãos o controle daAbertis (Arteris) foi consolidadano último dia 14 de maio. AHochtief Aktiengesellschaftpassou a ter o controle de780.317.294 ações da Abertis(Arteris), que representam 78,79%do capital da oferta. Essepercentual sobe para 85,6% docapital quando incluídas as açõesque a Abertis (Arteris) tinha emcarteira.A Partícipes de Brasil II,

formada pela gigante espanholaAbertis com 51% das ações e pelofundo Brookfield com 49%,controlava 60% da Arteris quandofoi iniciada, há um ano, uma ofertapública de ações (opa) para acompra dos papéis dos acionistasminoritários.

Trocas de dono - É a segundavez que a concessão da AutopistaLitoral Sul troca de dono. Naprimeira, quando a Abertis(Arteris) comprou ações da OHL aobra do contorno da GrandeFlorianópolis ficou parada durantevários meses até o novoconcessionário assumir de fato assuas responsabilidades. Agora,com as ações da Abertis (Arteris)negociadas na Bolsa de Madri, asobras da Autopista Litoral Sul naalça de contorno acendemnovamente o sinal de alerta. Aliás, o atraso na entrega da

rodovia já foi comunicado. Noinício do mês a Arteris e a ANTT(Agência Nacional de TransporteTerrestre) anunciaram, em umatensa reunião com deputadosfederais, vereadores e prefeitos da

região que a entrega da obrapassaria de 2021 para 2022. Houvediscussão e protestos, masninguém foi informado que aAbertis (Arteris/Autopista) estavaà venda. É estranho que até agora, em

Santa Catarina, ninguém fale sobrea venda da empresa, apesar de aoferta pública de ações da Abertis(Arteris) estar sendo estruturada hácerca de um ano. O martelo foibatido no dia 14 de maio na Bolsade Madri, mas as informações noBrasil sobre o negócio já rolam hámuito tempo.No dia 9 de fevereiro, véspera

do Carnaval deste ano, foipublicado no Diário Oficial daUnião autorização da ANTT paraque o grupo alemão deinfraestrutura Hochtief assumisseas concessões das rodovias FernãoDias (BR-381), Regis Bittencorut(BR-116), Planalto Sul (BR-116),Litoral Sul (BR-101) e o trechofluminense da BR-101 entreNiterói e a fronteira com oEspírito Santo. Será que alguémem SC leu o Diário Oficial navéspera do Carnaval?

CompraA Hochtief, filial da ACS na

Alemanha, assumiu o controle daAbertis (Arteris) com a aceitação

de 78,79% dos acionistas. Osativos passarão, agora, para umconsórcio ainda a ser criado: 50%mais uma ação ficam com a italianaAtlantia, 30% com a espanholaACS e 20% menos uma ação coma Hochtief. Segundo a Comisión Nacional

del Mercado de Valores (CNVM),em Madri, a oferta pública teveresultado positivo pois o númerode ações aceitas é superior aolimite fixado para a sua efetividade,que era de 495.190.655 de ações.

A Hochtief passou a ter ocontrole de 780.317.294 ações,que representam 78,79% do capitalda oferta, percentual que sobe para85,6% do capital quando incluídasas ações que a Abertis (Arteris)tinha em carteira. Como aHotchief não conseguiu alcançar onúmero mínimo de 90% docapital, não poderá exercer odireito de compra e venda forçadados títulos restantes, para suaexclusão da Bolsa. O processodeve se arrastar até setembro.Esta bilionária operação de

compra e venda de ações exigiuum desembolso de cerca de 14bilhões de euros, equivalente amais de 63 bilhões de reais (câmbiodo dia 18/5). Foram negociadas780,31 milhões de ações da Arteris,ao preço de 18,36 euros por ação(R$ 80,96).

AUTOPISTA FOI VENDIDAAbertis, dona Arteris, concessionária da Autopista Litoral Sul foi vendida na Bolsa de Madripor R$ 63 bilhões (14 bilhões de euros) para consórcio italiano, espanhol e alemão.

OBRAS DA ALÇA DE CONTORNO da Grande Florianópolis, que deveriam estar prontas em 2012, podemsofrer novo atraso com troca de donos na concessão

Divulgação/BD

GIOVANNI CASTELLUCCI (E), FLORENTINO PEREZ da ACS e o novo presidentede Abertis Marcelino Fernández Verdes

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5MAIO DE 2018Florianópolis - São José - Palhoça - Biguaçu - Sto Amaro da Imperatriz

ATLANTIAGrupo é controladopela Benetton

AAtlantia SpA (antigaAutostrade SpA ) é umaholding italiana cujo

principal ativo é a Autostrade perl'Italia, a maior concessionária darede italiana de autoestradas. Ogrupo atua globalmente no setor deinfraestrutura rodoviária eaeroportuária, com 5.000 Km deautoestradas na Itália, Brasil, Chile,China, Polônia e na gestão dosaeroportos de Fiumicino eCiampino (Itália) e de Nice,Cannes-Mandelieu e Saint Tropez(França).O maior acionista individual da

Atlantia, com cerca de 38% daações, é a Sintonia, veículo deinvestimento da família Benetton.A sede da Atlantia é em Roma,

onde foi fundada em 2002 porAlessandro Benetton. O presidentedo grupo, hoje, é Fabio Cerchiai.No ano passado, só com a

gestão de rodovias e aeroportos, ofaturamento foi de R$ 30 bilhões.A origem do grupo é ano de

1950, quando foi criada a SocietàConcessioni e CostruzioniAutostrade com o objetivo departicipar, com outros grandesgrupos industriais, da reconstruçãoda Itália no pós-guerra. Nas décadasseguintes adquiriu empresas econcessões. Já em 2006, comoAtlantia, projetou umaincorporação com a Abertis com oobjetivo de criar um megagrupoeuropeu. O governo italiano, que naverdade tem as concessõesrodoviárias em mãos, vetou onegócio. Em 2012, a Atlantia consolidou

sua estratégia de expansãointernacional por meio da jointventure no Brasil com o grupoBertin, para criar um polo demanutenção de mais de 1.500

quilômetros de malha rodoviáriaconcentrada em São Paulo. No verão de 2017, retomou o

projeto de conquista da empresaespanhola Abertis (faturamento, em2017, de mais de R$ 25 bilhões,lucros de R$ 4,5 bilhões, 7.500quilômetros de rodovias naEspanha, França, Alemanha, Brasile Chile) com a ACS-Hochtief, doespanhol Florentino Pérez, patronodo Real Madrid. Em março de2018, a Atlantia e a ACS-Hochtiefchegaram a um acordo, com ofertaconjunta pelo controle da Abertiscom uma proposta R$ 90 bilhões. Entre 2016 e 2029 serão cerca de

R$ 62 bilhões de investimentos emrodovias, dos quais 5,3 bilhões deeuros já foram autorizados. No casode aeroportos sob suaadministração serão investidos 2,6bilhões de euros.

ACSPatrão é FlorentinoPérez, patrono doReal Madri

OGrupo ACS (Actividadesde Construcción yServicios, S.A.), empresa

de capital aberto, foi fundado em1997 e tem sede em Madri, naEspanha. Seu comandante éFlorentino Pérez Rodríguez, quetambém é patrono do Real Madri. A ACS atua nos ramos de obras

públicas, construção residencial enão-residencial, concessionária deinfraestrutura para transporte,gestão de facilidades, serviços demeio ambiente, logísticas, serviçosindustriais. Seu faturamento, em2016, foi de R$ 166 bilhões (valoratualizado), com um lucro de quaseR$ 4 bilhões (atualizado).É uma das principais empresas

de construção do mundo, comprojetos em mais de 30 países.Tinha 66.000 funcionários em 2017.

No primeiro trimestre de 2018, tevelucro de R$ 1,225 bilhões. Asvendas do grupo ACS nosprimeiros três meses do anoatingiram mais de R$ 42 bilhões. Seu mercado geográfico é

diversificado: 44% das vendas sãonos Estados Unidos, 20% naEuropa, 19% na Austrália, 7% naÁsia, 8% na América do Sul e 2%na África. As vendas na Espanha,onde fica sua sede, representam14% do total. Sua carteira de negócios no

primeiro trimestre estava avaliadaem R$ 326 bilhões. Osinvestimentos, no mesmo período,foram de cerca de R$ 90 bilhões.Algumas obras da ACS pelo

mundo: geração hidráulica, e no rioPeace (Canadá); construção da novatorre de 12 andares do hospitalMetrohealth Center em Cleveland,Ohio (EUA); extensão do metrô deCopenhagen (Dinamarca);contratos de mineração naAustrália; construção do parquefotovoltaico de Tailem Bend(Austrália); obras e suporte para amanutenção de redes de média ebaixa tensão na Argentina;operação e manutenção da rede deesgotos em Madri (Espanha). Naárea de serviços a ACS faz a gestãointegral do lar de idosos de SanCristóbal de la Laguna em Tenerife(Espanha) e o serviço de limpezaem hospitais da ComunidadeValenciana e das Ilhas Canárias(Espanha). O grupo temparticipação em mais de 60empresas em vários países.

HOCHTIEFConstruiu oFührerbunker, cenáriodo suicídio de Hitler

AHochtiefAktiengesellschaft (que équem comprou as ações da

Abertis/Arteris para depoisrepartir com a ACS e Atlantia) éuma empresa de construção alemãsediada em Essen, na Renânia doNorte-Vestefália.

É a maior empresa deconstrução da Alemanha, operaglobalmente e também éclassificada como uma das maioresempresas de construção geral dosEstados Unidos, através de suasubsidiária Turner. Emprega maisde 53.000 funcionários em cincodivisões corporativas. A história da empresa remonta

a 1874 (surgiu com o nome deGebrüder Helfmann,Bauunternehmer) e inclui proezasde engenharia como o transportedos templos de rocha de AbuSimbel, no Egito (salvando-os daascensão do rio Nilo causada pelarepresa de Aswan), projetos deinfraestrutura como o novoAeroporto Internacional de Atenase a primeira usina nuclear daAlemanha.

Bunker

Durante a Segunda GuerraMundial, a Hochtiefimplantou trabalho forçadoem projetos de construção econstruiu o Führerbunker emBerlim, cenário do suicídio deAdolf Hitler, além da casa deHitler em Berghof e a sede doWolfschanze. Suas obras mais recentes

são a ponte do Bósforo(Turquia), AeroportoInternacional Rei Abdulaziz(Arábia Saudita) e a TorreCommerzbank, em Frankfurt.No final de 2010, o grupoespanhol ACS, que já detinha30% das ações da Hochtief,lançou uma oferta quepermitiu participaçãoadicional de 20% na empresa.

(JC)

OS NOVOS DONOSCorporações que compraram a Abertis, dona da Arteris/Autopista Litoral Sulsão megaempresas mundiais na área de infraestrutura

EXCLUSIVO

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Pelo valor da venda daAbertis (Arteris) para aHochtief, R$ 63 bilhões, dá

para perceber como a concessãode rodovias é um ótimo negócio.No Brasil, por exemplo, a Arterisera uma das maiores companhiasdo setor de concessões de rodoviasem quilômetros administrados,com mais de 3.200 Km emoperação. Das nove concessionárias que

administrava (rodovias em SP, MG,RJ, PR e SC), detinha 100% docapital da Autovias, Centrovias eIntervias e, também, 100% docapital da Autopista Fernão Dias,Autopista Regis Bittencourt,Autopista Planalto Sul, AutopistaFluminense e da nossa conhecidaAutopista Litoral Sul. O controleacionário era exercido pelaPartícipes em Brasil S.L.,companhia com ações que eramdivididas em 51% com a AbertisInfraesctruturas S.A. e 49% com aBrookfield Motorways holdignsSRL. Tudo isso agora pertence aoconglomerado Atlantia, ACS eHochtief.Foi necessário uma grande

engenharia de mercado paraconcretizar o negócio, porque aACS e a Atlantia disputavam omesmo filão e fizeramindividualmente oferta pública deações, mas acabaram virandosócias ao longo das negociações.Também tiveram que convencer52,2 milhões de pequenosacionistas.

Quem sabia – Um detalheimportante: a publicação demercado espanhola ED –Economia Digital, relata que foi“después de conseguir laautorización de las autoridades dela competencia del paíssuramericano”, que a Partícipes deBrasil II (holding dona da Arteris)conseguiu que os pequenosacionistas aceitassem o negócio.Na véspera de Carnaval, em

fevereiro, a ANTT publicou noDiário Oficial da União aautorização para a Arteris venderseus ativos para a Hochtief. Mas éincrível que nenhum deputado,senador ou alguém do governocatarinense tenha comentado oassunto. Ainda hoje, a transaçãoparece ser desconhecida de todos. Se não fosse assim, no dia 9 de

maio em Brasília, na reunião com aArteris e a ANTT, quando foi dadaa notícia do novo atraso na obra daalça de contorno, os deputados doFórum Parlamentar Catarinensenão teriam apenas protestado.Teriam virado a mesa. O encontro foi tenso, os

deputados federais EsperidiãoAmin (PP) e Jorginho Mello (PR)chamaram de “enrolação eenganação” a decisão de jogar para2022 o fim da obra, com respaldoda agência controladora, mas ficounisso. E agora, que a Abertis (Arteris)

já foi vendida e os novos gestorespodem pedir mais prazo parafinalizar a obra (a alça deveria estarpronta em 2012) o que vaiacontecer?Olhando as entranhas daquela

reunião do Fórum Parlamentar, emBrasília, fica claro que o anúnciodo novo prazo para a alça decontorno, de 2021 para 2022, foiuma cortina de fumaça. A reuniãofoi no dia 9 e a venda da Abertis(Arteris) seis dias depois, dia 14.Tanto a concessionária como aagência reguladora sabiam quetudo ia mudar de dono. Por isso,era melhor ter deputadosdiscutindo prazos que acionando aJustiça para impedir o grandenegócio.

Lucro - Na verdade, tudo fazparte do jogo bilionário e lucrativoem que as corporaçõesinternacionais transformaram osistema de concessões no Brasil.

Já foi assim quando a Abertis(dona da Arteris) comprou aconcessão da OHL, e a históriadeve repetir-se com a venda daArteris para os megagruposAtlantia/ACS/Hochtief. Afinal, o Brasil é o quarto maior

mercado da Abertis, responsávelpor 14% de seus ingressos derecursos, e ninguém larga um osso

desses. "Se trata de un portfolio deautopistas sólido", reconheciaSalvador Alemany, empresárioespanhol que era o presidente damultinacional Abertis até o últimodia 18 de maio. Afinal, ainda há muito tempo e

dinheiro pela frente, pois essasconcessões vencem somente entre2028 e 2033.

6 MAIO DE 2018Florianópolis - São José - Palhoça - Biguaçu - Sto Amaro da Imperatriz

EXCLUSIVOCOMO NINGUÉM SABIA DO NEGÓCIO?Na véspera do Carnaval, a ANTT publicou no Diário Oficial da União aautorização para a venda da Arteris para a Hochtief. Ninguém leu?

Depois da reunião de Brasília e dos protestos de deputados,prefeitos e vereadores por mais um atraso na entrega da obra, aAutopista Litoral Sul (Arteris) divulgou uma nota, no dia seguinte(10/5) justificando que já investiu R$ 915 milhões na alça decontorno da Grande Florianópolis. E que mantém 1.000trabalhadores no canteiro de obras em 34 dos 50 quilômetros deextensão do trecho.O dinheiro, segundo a empresa, foi investido em “11 obras de

arte (entre pontes, passagens superiores e inferiores e um trevo deintersecção) que estão em execução e sete já foram concluídas”. A nota diz ainda que “a concessionária tem a obra do Contorno

como uma prioridade absoluta e tem feito tudo o que está ao seualcance para o avanço do projeto, de acordo com o cronogramadefinido com a agência reguladora”. Mas como a alça é uma prioridade se, nove dias depois, as ações

da Abertis foram vendidas para grupos que a maioria das pessoasnão conhece?

Mais: o investimento de R$ 915 milhões no contornoanunciado pela empresa, é uma bagatela perto dos R$ 63 bilhõespagos por 78,79% das ações da Arteris pelos novos donos. Naverdade, significa 1,45% da principal bolada.

Ganho dos pequenosacionistas é 1,45% do valortotal do negócio

Prefeita de São José, Adeliana Dal Pont, deputado federal Esperidião Amine deputado Jorginho Mello (D): todo mundo cobrando ofim da enrolação na obra da alça de contorno.

Divulgação/BD

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7MAIO DE 2018Florianópolis - São José - Palhoça - Biguaçu - Sto Amaro da Imperatriz

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8 MAIO DE 2018Florianópolis - São José - Palhoça - Biguaçu - Sto Amaro da Imperatriz

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EXCLUSIVOOHL FOI INVESTIGADA POR LUCROINDEVIDO DE R$ 790 MILHÕESSó que o TCU chegou tarde. O controle da empresa já havia trocado de mãos.A venda foi um dia antes de as supostas irregularidades serem reveladas

As grandes corporaçõesmultinacionais da área deinfraestrutura são cheias de

truques. Quando a OHL Brasil foivendida (em SC era dona daconcessão da BR-101, incluindo aalça de contorno) o Tribunal deContas da União (TCU) anunciouque as investigações sobre a OHLapontavam para um possívelfavorecimento financeiro. Otribunal acreditava que a OHLchegaria ao final da concessão dotrecho Florianópolis/Curitiba comlucro indevido de R$ 790 milhões.Mas o TCU chegou tarde: o

controle acionário já havia trocadode mãos quando a venda foicomunicada, um dia antes de assupostas irregularidades seremreveladas.

A transferência do controleacionário não convenceu o TCU.Em dezembro de 2012, mês davenda, foi aberta auditoria parainvestigar irregularidades naresolução 3.942/2012, publicadapela ANTT no dia 28 denovembro de 2012 autorizando atransação. O TCU tentava descobrir se a

mudança tinha sido feita dentrodos requisitos técnicos,econômicos e jurídicosestabelecidos pela ANTT, etambém se os novos donos secomprometeram a cumprir todasas cláusulas do contrato. Pelas investigações do TCU,

teria havido reajuste indevido de15,4% na tarifa do pedágio - o que,em projeção para os 25 anos de

concessão, representaria cerca deR$ 790 milhões de lucro indevido àAutopista Litoral Sul (OHL) A investigação também

apontava que a OHL/Autopistadeixara de executar as principaisobras previstas na licitação, mesmocobrando pedágio. O TCU abriuum processo. O Ministério PúblicoFederal também abriu inquéritosobre descumprimento docontrato de concessão. Até hojeninguém sabe dos resultados.

Empresacustou um RealA história da OHL é singular.

Um dos seis maiores grupos de

construção na Espanha, tem maisde 100 anos no setor. Nasceu dafusão de três construtorasespanholas contemporâneas:Obrascón, Huarte e Lain.

Em 1911, em Bilbao, surgiu aObrascon. A Huarte foi em 1927,em Pamplona (em 1998, houve afusão das duas). E em 31 de julhode 1987 Don Juan Miguel VillarMir assumiu o controle daObrascón pelo preço simbólico deuma peseta (ou 1 real). A Lain chegou depois.

Começou a vender ações em Bolsaem 1991 e em 1999 fez um acordode participação na ObrascónHuarte, e surgiu a OHL.

(JC)

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9MAIO DE 2018Florianópolis - São José - Palhoça - Biguaçu - Sto Amaro da Imperatriz

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10 MAIO DE 2018Florianópolis - São José - Palhoça - Biguaçu - Sto Amaro da Imperatriz

AIgreja EvangélicaAssembleia de Deus, emSão José, que fica na Praça

Arnoldo de Souza no CentroHistórico está enfrentando umacrise não evangélica: a ameaça deter uma obra que está construindonos fundos do templo demolidapela prefeitura do município.O problema da Igreja é que a

instituição cometeu um gravepecado de postura urbana: aAssembleia de Deus estáconstruindo um acréscimo deedificação, com 160 metrosquadrados, nos fundos de sua sedesem o alvará de construção que éfornecido pela Susp (Secretaria deUrbanismo e Serviços Públicos).A Igreja já recebeu um embargo

administrativo do setor defiscalização (nº 3230), quedescreve: infringiu o artigo 36 daLei 06/48; o embargo é amparadopelo artigo 450 da mesma lei, etambém está sujeita as penas doartigo 330 do Código Penal, quepode ser aplicado ao proprietário(Assembleia de Deus) e aoconstrutor simultaneamente.Segundo o relatório de

fiscalização de obras 007/2018,com data de 23 de fevereiro

passado a obra irregular da Igrejafoi embargada ainda no anopassado, no dia 13 de novembro de2017, para que regularizasse asituação na prefeitura.No dia 17 de novembro de

2017, em mais uma vistoria nolocal, a fiscalização constatou que aIgreja não respeitou o embargo econtinua tocando a obra. Foilavrado um auto de infração (nº4654) pelo desrespeito ao embargoe pelo início da obra sem a licençapara a construção.O pecado urbanístico

continuou. No dia 21 de fevereirode 2018, em nova vistoria, afiscalização constatou que a obra

continuavaemandamento eo embargodesrespeitado.O fiscaltambémverificou que“a construçãoestava sendolevantada norecuo frontal doterreno e comabertura nasextremas”. Foilavrado mais umauto de infração (nº 4851),novamente por construção semlicença, pelo desrespeito àsmedidas de alinhamento impostaspelas leis municipais 06/48 e1605/85 e, também, peladesobediência ao embargoadministrativo.Só depois dessas penalidades é

que a Assembleia de Deus decidiuexpiar os problemas. No diaseguinte, 22 de fevereiro de 2018,a fiscalização de obras da Susp (Secretaria de Urbanismo eServiços Públicos) recebeu oprocesso nº 5292/2017, referente asolicitação do alvará de construçãoda obra pela Igreja EvangélicaAssembleia de Deus.No dia 23 de fevereiro de 2018,

foi feita uma vistoria no local e afiscalização constatou que a obra“apresentava diversasdiscrepâncias com o projetoanexado ao processo (nº

5292/2017)”.A fiscalização, diante da várias

irregularidades cometidas como odesrespeito ao embargo, odescumprimento dos limitesimpostos pelas leis municipais dereordenamento territorial e portratar-se de uma APC/AMC -Área de Preservação Cultural/ÁreaMista Central -, “região domunicípio com alto valor históricoe cultural”, solicitou que os autosfossem encaminhados àProcuradoria do Município paratomada de providências.Segundo o documento enviado

à Procuradoria “a Fiscalização deObras da Susp entende que se faznecessário o Embargo Judicial daobra com urgência e a posteriordemolição da obra que se encontraem desacordo com as legislaçõesurbanísticas do município de SãoJosé”.

EM SÃO JOSÉ

IGREJA COMETE PECADO URBANÍSTICOE OBRA PODE SER DEMOLIDAFiscalização da Susp pede embargo judicial e demolição de obra irregular daAssembleia de Deus, no Centro Histórico. Construção não tem alvará, Igrejadesrespeitou dois embargos e projeto não bate com a obra

A FRENTE DA IGREJA é para a Praça Arnoldo de Souza, no Centro Histórico de São José.

A obra da IgrejaEvangélica Assembleiade Deus, embargadapela Susp, fica nos

fundos do prédio e estácolada a casarõestombados pelo

Patrimônio Histórico

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15MAIO DE 2018Florianópolis - São José - Palhoça - Biguaçu - Sto Amaro da Imperatriz

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16 MAIO DE 2018Florianópolis - São José - Palhoça - Biguaçu - Sto Amaro da Imperatriz

Não é o acaso que protegequem anda de espíritodesarmado. É a

capacidade de perceber as coisasboas, por pequenas que sejam, queacontecem todos os santos dias.Pequenos milagres que, pelodescuido e uma anti-naturalinversão de prioridades, quasenunca se percebe. Tropeça-se nafelicidade, mas como a mente andalá adiante, preocupada comqualquer outra coisa que pode darerrado...

Não é o acaso, mas a distração euma vibração que se passa quandose anda sem medo, sempremeditação para seja lá o que for– para o bem ou o mal -,observando tudo que seja belo, sejalá o que for. Não há acaso nisso,mas disciplina.

Felicidade é coisa estranha. Nãoé perene, não dura para sempre,pode não ter a constância que segostaria. Mas é como um imã:quanto mais se pratica a atençãopara os pequenos deleites, maiseles parecem desabar sobre nós. Emais se aprende a valorizar aspequenas conspirações do bomhumor e da alegria em nosso favor.

Todos os dias. Mas é preciso,necessário, disciplina.

Uma certa força de vontadepara reaprender a prestar atenção ereparar nos mais ínfimos motivospara abrir um sorriso na alma, norosto, no coração.

Não. Não é o acaso, maspersistência. São os olhos bemabertos e uma disposiçãoinesgotável para o bom, o belo, osingelo, o brilho, a luz. Não é oacaso, mas a insistência. Porqueum sorriso tem por hábito abrir aporteira de muitos outros sorrisos,para muitas e mais risadas.Desconheço quem tem por

hábito reclamar da vida,reconhecer um dia, um segundoque seja de prazer. Emburrar,resmungar, não é hábito: é vício.Começa com uma choradinha eevolui para uma mania constante edescuidada de reclamar sempre, detudo, para todos, de todos, da vida,da morte, do dia e da noite.Para isso não é preciso nenhum

tipo de exercício: reclamação epessimismo se instalam sozinhos,sem auxílio ou esforço algum.Começa devagarinho e logo tomaconta do humor, do discurso, do

foco, do coração e da alma. Echama mais e mais motivos parareclamações, que deságuam noacirramento das mágoas, dosmotivos pra sofrer, alimentam astristezas e todas as razões paradepressões de magnitudeinimagináveis.

Não é o acaso que protegequem anda de espírito desarmado:são energias, são os anjos, as fadase toda sorte de espíritosiluminados, que são atraídos pelaluz semelhante de um sorriso, quepode ser até interior, de uma formade ver o mundo com esses olhos

que filtram a luz mesmo entrenuvens carregadas.

E depende apenas de um poucode exercício. Começa difícil, comoquase tudo que faz bem, mas aospoucos vai se tornando um hábitotão saudável quanto caminhar ecuidar do que se come. E osresultados, ah, esses sãoinesperados. E seus sintomas sãocomo aspirar o melhor ar domundo, daqueles que enchem opulmão de vida colorida, cheia deestrelas e constelações inteiras.Não, não é o acaso.E, acreditem, não dói nadinha.

SEM ACASOS

CRÔNICACarlos Moura

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17MAIO DE 2018Florianópolis - São José - Palhoça - Biguaçu - Sto Amaro da Imperatriz

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18 MAIO DE 2018Florianópolis - São José - Palhoça - Biguaçu - Sto Amaro da Imperatriz

Arelação entre o bar e a música é longa.Faz parte, inclusive, do DNA doempreendimento. Quando um dos

movimentos musicais mais recentes da Ilhacomeçou a se concretizar efetivamente, teve nopalco acanhado à beira do mar, na areia doCampeche, sua primeira incubadora à luz dasfogueiras e dos luaus do Sufocos. Por alidesfilaram bandas como Dazaranha, Stonkas YCongas, Primavera nos Dentes, Iriê e outras quevieram a criar o movimento que se chamou“mané beat” nos idos dos anos 1990.O bar mudou de local, mas jamais negou a

intimidade com a música ilhoa. Hoje o Sufocos,localizado na Avenida Campeche, segueinvestindo – como poucos outros – na músicaao vivo e nos talentos locais. Mas mais que tudona qualidade. Os proprietários Pedrão e Edinhocriaram um espaço em que estão sempreimaginando novos atrativos, atentos não só àgastronomia, mas qualificando a variedade debebidas, vinhos, destilados sem esquecer o seucaráter de palco, definido desde sua gênese.O bar e restaurante – que só fecha às

segundas-feiras, tem música ao vivo de quarta-feira a domingo, em frente à Lagoa Pequena.Sempre a partir das 20 horas até às 23 às quartas,quintas, sextas-feiras e sábados. Aos domingosas apresentações iniciam mais cedo, às 19 horasencerrando às 22. Para o público eclético quefrequenta o local, Pedro e Edinho tambémapostam em oferecer estilos variados. Semesquecer dos talentos da cidade.“Aos sábados, por exemplo, o bar abre as

portas para o Guinha Ramirez – uma referênciamusical da cidade - e seu projeto que trazparcerias de músicos daqui, variando estilos econvidados. Também reservamos espaço paraos músicos do bairro, da nossa área aqui do Sulda Ilha”, diz Pedrão. Mas afirma que aprogramação não discrimina estilos nem

procedência: “Agora faz pouco, o RicardinhoGraça Mello esteve tocando aqui. Faz um tempoque ele é nosso parceiro”, lembra.Pelo palco do Sufocos já passaram músicos

como o próprio Guinha Ramirez, PaulinhoLoureiro – que tocou com Legião Urbana eoutras bandas icônicas do pop-rock nacional – ,Luis Gama, o Pelé, Vicente Piacentini e Michelde Moraes. Os estilos passeiam pelo blues, jazz erock. Mas a música local está sempre presente.“A gente faz questão de abrir espaço pra galeradaqui do Sul da Ilha, pra que possa mostrar seutrabalho”, afirma Edinho.Afinal, o Sufocos não nega suas raízes e

tradições, desde o início na beira da praia, comchão de areia e as fogueiras e luaus que fizeramsua fama. Quartas e domingos o local promoveuma rotatividade de estilos e músicos, àsquintas-feiras quem faz a festa é Michel deMorais; às sextas fica por conta de Bruno Mello;sábados é a vez do projeto de Guinha Ramirezque recebe sempre um convidado músico localdiferente e aos domingos volta a rotatividade demúsicos.Edinho ainda lembra dos velhos tempos e

reafirma uma convicção: “A gente abre espaçoporque sabe que é difícil. Já tem nosso históricode dar espaço pra músicos desde o bar da beirada praia. A gente sabe que é difícil tanto prosque estão começando quanto pros que já temum trabalho, a cidade é difícil pros músicos. Eeu me lembro lá do início, os caras chegavamcom equipamento andando na areia, nas costas,a gente fazia o que podia. Então agora não édiferente”, recorda.Mas e a escolha dos músicos, como é feita?

“Olha, tem sempre gente nos contatando,procurando, tem pouco lugar em Floripa praesse povo tocar, então os músicos nosprocuram, a gente conversa e tenta dar umapoio”, diz.

SUFOCOS

UM LUGAR PRA MÚSICA NA ILHAÀ luz das fogueiras e dos luaus, o Sufocos foi uma espécie de incubadora de um importantemovimento musical da Ilha. Bandas como Dazaranha, Stonkas Y Congas, Primavera nosDentes, Iriê e outras criaram ali o que se chamou de “mané beat”. a música continua

PELÉ

MICHEL

YAMANDU COSTA (E), RICARDO GRAÇA MELLO E GUINHA RAMIRES (D)

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19MAIO DE 2018Florianópolis - São José - Palhoça - Biguaçu - Sto Amaro da Imperatriz

Pedro lembra que a valorização dos músicoslocais é uma das tradições do Sufocos: “A gentecomeçou lá atrás, com o pé na areia, aqui no Sulda Ilha não existia um espaço pros carastocarem. Eles começaram a frequentar o lugar,começaram a pedir pra tocar, a gente montoucomo pode um espaço mais ou menos legal praeles mostrarem sua música. Deu no que deu. Agente sabe que fez parte de um dos movimentosmusicais mais importantes de Florianópolis,fizemos só um pouquinho, o que podíamos.Mas esse casamento com a música jamais sedesfez. Por isso continuamos valorizando ostalentos locais.”Quem não conheceu – ou reconheceu – o

Sufocos e sua importância no movimentomusical de Florianópolis, ou não esteve em umluau ao som de Daza, Stonkas e Iriê, em umanoite de lua cheia perdeu um momento especialdo movimento cultural da cidade. Mas se quiserouvir música boa, nova, interessante, músicoslocais, tem sempre um lugar pra ir de terça àdomingo. Seguindo uma velha tradição.

GUINHA RAMIRES

BEBÊ KRAMER

EDINHO E PEDRÃO

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20 MAIO DE 2018Florianópolis - São José - Palhoça - Biguaçu - Sto Amaro da Imperatriz

[email protected]

DESTAQUEFernanda

Brisa do marDaniele Rosa e o marido Rogério aproveitando as fériasao lado da sogra, na Isla Saona em Punta Cana.

Boa baladaA belíssima RafaelaVieira curtindo TheVintage, uma dascasas mais bemfrequentadas daregião.

É JoãoMariana Melo eGabriel conheceram,junto comconvidados, o sexodo bebê que o casalespera. É um meninoe vai se chamar João!A coluna parabenizae agradece o convitepara fazer parte destemomento tãoespecial.

BodasRosah e Danillo Galiazzi Pastro comemorarambodas de argila em 52 anos de casados.A coluna parabeniza pela união.

FechaduraChaveiro da Ilha,

equipe 24 horas paraatendê-lo.

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21MAIO DE 2018Florianópolis - São José - Palhoça - Biguaçu - Sto Amaro da Imperatriz

NO OSTRADAMUS, NOITE ESPECIAL DE DEGUSTAÇÃOOstravinhos. Esta é a

proposta do RestauranteOstradamus, no Ribeirão

da Ilha, para a noite do dia 26 demaio quando o chefe JaimeBarcelos vai oferecer áreasdiferenciadas de gastronomia comprodutos exclusivamentecatarinenses. Serão cinco ilhas gastronômicas.

Uma com os queijos com sotaque,iguaria feita em Paulo Lopes pelamestre queijeira francesa Elisabeth

Schober; outra com embutidos dequalidade (sem aditivos químicos),do Vale do Itajaí e de Santo Amarofeitos especialmente para orestaurante, além de um festival deostras, camarões, peixes e risoto.Para harmonizar, dez

importadoras de vinhodisponibilizarão 528 garrafas paraserem degustadas. Os vinhos sãodos quatro cantos do mundo, comoos brancos da Eslovênia e tambémos especialíssimos da Macedônia.

Uma oportunidade paracomparar conceitos e apreciar asdiferenças com os tradicionaisvinhos franceses, italianos e outrosclássicos da sofisticada carta doOstradamus.

É um momento, como diz ochefe Jaime, de curtir trocas,amizades, conceitos e integraçãonuma ótima noite de gastronomia eexcelentes vinhos (das 18 às23:30h). O custo é de R$ 380,00

por casal. Esses eventos especiais, que dão

oportunidade aos apreciadores parafazer uma degustação maisprofissional, são uma tradição doOstradamus, principalmente nabaixa temporada. O objetivo émanter a visibilidade do Ribeirãocomo um centro de excelênciagastronômica. Para maior conforto dos clientes

do restaurante, as três pousadas doRibeirão aceitam reservas.

OSTRAVINHOS

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22 MAIO DE 2018Florianópolis - São José - Palhoça - Biguaçu - Sto Amaro da Imperatriz

Fernando Damásio

e-mail: [email protected](48) 98477-1499

A teta vai secar?Já se passaram vários anos e vários

governadores prometeram inaugurar avelha ponte Hercílio Luz. Em outubropróximo, vai ser eleito um novogovernador, que terá como compromissoentregar a obra concluída. Será que vamosescolher um governante cumpridor depromessas ou a teta da “velha senhora” vaicontinuar amamentado os apaniguados?

Está tudo acertado?O grupo do MDB ligado ao senador Dario Berger (e o próprio) aponta para o vereador

Michel Schlemper e para o presidente da Câmara Orvino Coelho de Ávila. Será que já está tudocombinado e acertado para a campanha à prefeito de São José em 2020? Pelo sorriso do grupoo jogo parece que já está rolando. Resta saber quem será a bola da vez.

LiderançaEron Jordani, ex-chefe de gabinete do ex-

prefeito Cesar Souza Júnior está coordenando,no Oeste do Estado, a campanha do ex-deputado e conselheiro do Tribunal de ContasJúlio Garcia à Assembleia. O homem não éfraco e diz que onde coloca a mão o sucesso égarantido. Boa sorte.

Podemos forteO Podemos, partido do candidato a presidente da República Álvaro Dias vem ganhando

musculatura em Florianópolis, São José e Palhoça. Nas próximas semanas serão escolhidos ospresidentes das comissões e seus integrantes nas três cidades. Haverá uma grande concentração coma presença do presidenciável e senador Álvaro Dias.

Olho no verãoO inverno nem chegou e a próxima

temporada de verão já está sendoplanejada por vários setores do turismo.Mas, no Sul da Ilha, o segmento vaiconviver com um problema que pareceinsolúvel. O tão prometido elevado doRio Tavares não deve ficar pronto eteremos novamente as mesmas filas e otrânsito parado, para desgosto de todos.

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23MAIO DE 2018Florianópolis - São José - Palhoça - Biguaçu - Sto Amaro da Imperatriz

Vitória da comunidadeA casa abandonada que abrigava craqueiros no aterro da Baía

Sul foi derrubada pela prefeitura de Florianópolis, por pressão dacomunidade. Os moradores do Saco dos Limões não aguentavammais os assaltos e roubos na região. Agora a comunidade quer queo prefeito Gean Loureiro use o espaço para instalar a base daGuarda Municipal e a delegacia da Polícia Civil.

Vale conferirO bom restaurante Flamel abriu filial na rua Almirante Alvim,

no Centro de Florianópolis, e já se destaca como um dos melhoresda região. O proprietário faz questão de almoçar todos os diascom seus clientes, vestido a caráter. É uma figura.

Abandono totalO trapiche da

Escola do Mar, nobairro Serraria, estáassim, completamenteabandonado. E olhaque naquela região deSão José vivem váriosvereadores eautoridades municipaisque poderiam atuarpara providenciar oconserto. É uma pena.Parece até que aadministraçãonaufragou.

Apoio fechadoEx-vereador Amauri dos Projetos e seu grupo já declararam apoio ao

vice prefeito de Balneário Camboriú, Carlos Humberto, que vai disputaruma cadeira na Assembleia Legislativa. Amauri garante que, em 2020,também será candidato prefeito de São José. Será?

Encontro de amigos no Restaurante OstradamusEste colunista (E), Jaime do Ostradamus, Rodolfo e esposa Panmella, e

o editor Jurandir Carmargo

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NEI DUCLÓS

Num mundo cheio de fakenews e de protagonistasvirtuais sem base na

realidade, em que a mentiraprevalece nas conversas, nosrelacionamentos, na política, noseventos, na economia e nasreligiões, destaca-se apersonalidade de Jack o Marujo,criatura literária que ganhouconsistência real. São os leitoresque exigem a presença dasabedoria do velho capitão, semprepreciso nas suas intervenções.Aqui, uma seleta das suas maisrecentes investidas, junto comalgumas tiradas clássicas, ditadaspara este escriba. Sarcástico, direto,sincero, amoroso ou filosófico,Jack é um espírito livre, que gostade desmascarar o pensamentopronto e as falsas certezas.

POR TRÁS DACONVERSA

– Posso falar, capitão? – Melhor não, disse Jack o Marujo.

Quando pedem licença é para dizer algoofensivo. Fala boa dispensa atitudesprévias de defesa.

– O sr. se repete muito, capitão. – O mar é sempre o mesmo, disse

Jack o Marujo. As palavras que valempermanecem. E os novos precisam escutarpela primeira vez o que os veteranos jásabem.

O sr. precisa deixar clara suaposição na atual conjuntura, disseo político.– Eu fico de pé, mas ninguém nota,

disse Jack o Marujo.

– O sr. não pode mais atracar nestecais, disse a autoridade. Só os cruzeirosde luxo.

– É justo, disse Jack o Marujo.Navios de verdade ficam no mar.

– Tirou as palavras daminha boca, capitão.

– Ao contrário. Você équem colocou, disse Jack oMarujo.

– Muito bom isso, capitão.Assino embaixo.

– Ótimo. É uma confissãode dívida, disse Jack o Marujo.

– Situação está perigosa,precisamos emigrar, capitão.

– Moro no horizonte, ondeninguém pode chegar, disse Jacko Marujo.

– É bem assim que eupenso, capitão. Faço minhas assuas palavras.

– Não eram suas antes de eu pensar,disse Jack o Marujo.

– Quem é o senhor, capitão?– Sou o que sou. Falta me acostumar,

disse Jack o Marujo.

– Acho que alguém já falou isso,capitão.

– Sim, essa tua frase me é bemfamiliar, disse Jack o Marujo.

AMOR EM ALTO MAR

O vento bateu na janela dobarco. É você, Jack? perguntou aSereia. Mas havia apenas a Luacheia prateando o mar, eco desuspiros.

Gostaria de ter nascido na suaépoca, disse o Grumete. Bom,disse Jack o Marujo. Hoje nãoserias alvo das mulheres, mas dehomenagens.

– O que o senhor disse, capitão, melembraa...

– Sim, me lembra que vais de boia devolta para o porto, disse Jack o Marujo.

– É que tenho um primo que diz amesma coisa.

– Vai sem boia.

– A bem dizer, capitão. – O que você diz está dito, disse Jack

o Marujo.

Hoje tem Lua, disse a Sereia.Sim, disse Jack o Marujo. Só

notei agora, quando ela seaproximou de ti.

– Onde você estava? perguntou,aflita, a Sereia.

– Se um dia provarem que teabandonei, tenha certeza que Deusmentiu, disse Jack o Marujo.

Vocês estão acordados há muitotempo? perguntou o Imediato parao capitão e Sereia. O amor começacedo, disse Jack o Marujo.

– Achei que aquele enxame deabelhas iria pousar no barco, disse aSereia, abraçando o capitão.

– Já temos mel suficiente, disse Jack oMarujo.

– Fez uma longa viagem, precisadescansar, disse a Sereia.

– Só durmo se o amor ficar deguarda, disse Jack o Marujo.

– Passei o dia te esperando. Notouque eu estava aqui? perguntou anavegante.

– O teu perfume tinha me contado,disse Jack o Marujo.

24 MAIO DE 2018Florianópolis - São José - Palhoça - Biguaçu - Sto Amaro da Imperatriz

JACK O MARUJO CONTRA A FALSIDADE