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CORPUS Conjunto de dados textuais constituído somente pelas respostas dos entrevistados. O corpus é preparado considerando linhas estrelas ou de comandos e pelos respectivos textos relacionados às variáveis definidas nessa linha (mais detalhes a esse respeito são apresentados na publicação: Método de Pesquisa Qualitativa Aplicado à Avaliação de Necessidades Tecnológicas, 2 ed.). Uma vez preparado, conforme as recomendações do software responsável pela sua análise (Alceste, Iramuteq ou outros semelhantes), obtém- se diferentes tipos de análises. A seguir, apresenta-se o CORPUS COMPLETO utilizado na análise dos dados textuais da referida publicação. **** *que_08 *que_vap Nós temos esse mercado de sementes, nós temos a indústria voltada para a produção de sementes de soja. O que eu vejo como uma vantagem é o custo, a facilidade é o principal, a possibilidade de se agregar valor à produção com o beneficiamento de sementes. A rotação de culturas por causa de pragas, doenças, doenças fúngicas. Ajuda muito de uma cultura para a outra. A rotação de culturas ajuda no controle natural. Ervas daninhas e tudo. Quando você planta o algodão ele é muito exigente em fósforo. Então no próximo ano, tipo nós plantamos soja, zero de fósforo, potássio muito pouco, adubação zero quase na soja. Então leva um benefício na soja que planta zero de adubação quase. É porque o resíduo do algodão aduba a soja. Ganho de resíduo do algodão para a soja. Benefício financeiro depende do ano. É por isso que tem as três culturas, vai girando de acordo com o mercado. Você vai vendendo o que está o produto mais no mercado. O carro chefe aqui antes era o feijão. Se você comparar a cultura do feijão com a do milho e da soja, o feijão tem um faturamento maior do que a do milho e da soja. Só que o feijão era de alto risco. Aí acabou o feijão e começou a entrar o algodão. O algodão também tem um valor cultural e um faturamento muito alto. Não falo de rentabilidade, mas o faturamento do algodão é maior. Em termos de aproveitamento de área talvez, essa foi uma das razões que ele veio crescendo. Como começou a dar certo, ele começou a produzir bem. Comparar com a soja, o milho e o algodão, em termos de faturamento, o algodão é mais alto. Aí depois que você entra na cultura do algodão, o problema é que é diferente. Por exemplo, soja e milho. Se eu planto soja e milho as máquinas são as mesmas. Então eu defino se eu planto a soja ou o milho. O algodão não, as máquinas são diferentes da soja e do milho, a colhedeira é diferente. Outro maquinário, a algodoeira, que é somente para algodão. Considero uma desvantagem o maquinário do algodão ser somente para o algodão. Por outro lado, a nossa decisão de plantar soja, milho e algodão nunca foi influenciada pelo preço. Não vou falar nunca, mas 80 por cento do tempo a gente decide plantar soja, milho e algodão com a estrutura que a gente já tem para tentar fazer a rotação. Para fazer o sistema. Mas lógico que nesses últimos anos, como o; preço estava pouco, quando o preço saí um pouco fora do normal, a gente tem que mexer alguma coisa. Em geral, a decisão do que plantar não é muito influenciado pelo preço. O preço não é o ponto chave para se fazer a mudança de uma cultura para outra. Então, se entrou no algodão, tem que produzir bem. A filosofia que o grupo tem é assim tentar produzir em produtividade entre, pelo menos, os 5 _ 10 por cento melhores produtores do Brasil

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Page 1: corpus · Quando você planta o algodão ele é muito ... montante que eu vendo não ... tá plantando com dificuldade porque tudo é difícil para o pequeno agricultor; ele

CORPUS

Conjunto de dados textuais constituído somente pelas respostas dos entrevistados. O corpus é preparado considerando linhas estrelas ou de comandos e pelos respectivos textos relacionados às variáveis definidas nessa linha (mais detalhes a esse respeito são apresentados na publicação: Método de Pesquisa Qualitativa Aplicado à Avaliação de Necessidades Tecnológicas, 2 ed.). Uma vez preparado, conforme as recomendações do software responsável pela sua análise (Alceste, Iramuteq ou outros semelhantes), obtém-se diferentes tipos de análises. A seguir, apresenta-se o CORPUS COMPLETO utilizado na análise dos dados textuais da referida publicação.

**** *que_08 *que_vap Nós temos esse mercado de sementes, nós temos a indústria voltada para a produção de sementes de soja. O que eu vejo como uma vantagem é o custo, a facilidade é o principal, a possibilidade de se agregar valor à produção com o beneficiamento de sementes. A rotação de culturas por causa de pragas, doenças, doenças fúngicas. Ajuda muito de uma cultura para a outra. A rotação de culturas ajuda no controle natural. Ervas daninhas e tudo. Quando você planta o algodão ele é muito exigente em fósforo. Então no próximo ano, tipo nós plantamos soja, zero de fósforo, potássio muito pouco, adubação zero quase na soja. Então leva um benefício na soja que planta zero de adubação quase. É porque o resíduo do algodão aduba a soja. Ganho de resíduo do algodão para a soja. Benefício financeiro depende do ano. É por isso que tem as três culturas, vai girando de acordo com o mercado. Você vai vendendo o que está o produto mais no mercado. O carro chefe aqui antes era o feijão. Se você comparar a cultura do feijão com a do milho e da soja, o feijão tem um faturamento maior do que a do milho e da soja. Só que o feijão era de alto risco. Aí acabou o feijão e começou a entrar o algodão. O algodão também tem um valor cultural e um faturamento muito alto. Não falo de rentabilidade, mas o faturamento do algodão é maior. Em termos de aproveitamento de área talvez, essa foi uma das razões que ele veio crescendo. Como começou a dar certo, ele começou a produzir bem. Comparar com a soja, o milho e o algodão, em termos de faturamento, o algodão é mais alto. Aí depois que você entra na cultura do algodão, o problema é que é diferente. Por exemplo, soja e milho. Se eu planto soja e milho as máquinas são as mesmas. Então eu defino se eu planto a soja ou o milho. O algodão não, as máquinas são diferentes da soja e do milho, a colhedeira é diferente. Outro maquinário, a algodoeira, que é somente para algodão. Considero uma desvantagem o maquinário do algodão ser somente para o algodão. Por outro lado, a nossa decisão de plantar soja, milho e algodão nunca foi influenciada pelo preço. Não vou falar nunca, mas 80 por cento do tempo a gente decide plantar soja, milho e algodão com a estrutura que a gente já tem para tentar fazer a rotação. Para fazer o sistema. Mas lógico que nesses últimos anos, como o; preço estava pouco, quando o preço saí um pouco fora do normal, a gente tem que mexer alguma coisa. Em geral, a decisão do que plantar não é muito influenciado pelo preço. O preço não é o ponto chave para se fazer a mudança de uma cultura para outra. Então, se entrou no algodão, tem que produzir bem. A filosofia que o grupo tem é assim tentar produzir em produtividade entre, pelo menos, os 5 _ 10 por cento melhores produtores do Brasil

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seja soja, milho ou algodão. Se estiver dentro desse patamar, a gente está vivo. Produzindo bem nessa faixa, não pode estar abaixo da média de 5 a 10 por cento. Senão a gente está fora do mercado. A questão de comercialização. Muito mais fácil. Eu mexo com financiamento também. Eu acho que seria mais a questão comercial que facilita bastante. Por trabalho e tudo mais seria o milho que dá muito menos trabalho só que a comercialização é muito fracionada e se você precisa levantar um montante de dinheiro você não consegue. É assim da noite para o dia e a soja você consegue. A soja na nossa região é a planta mais propícia que nós temos aqui para se lutar na lavoura. Por exemplo, planta milho, o milho tem três detalhes que a gente tem que planejar muito para plantar ele. Ele é muito suscetível aos veranicos, aqui dá, tanto que os milhos estão muito ruins na região, terceiro lugar, ele é muito sensível ao tombamento na véspera das safras que começa aquele redemoinho louco da seca e nessa chapada aí é muito comum e aí dá tombamento e dificulta a colheita e terceiro lugar que também não consegue, não há fixação de preço do milho futuro em alguns anos, que como o milho está em falta que nem nesse ano, até se consegue contrato futuro, mas com anos normais não consegue contrato futuro. Às vezes, planta o milho com preço bom no plantio, mas chega na colheita que não querem milho a preço nenhum. E como é que solda os débitos dos custos de implantação da lavoura e amortiza a prestação de máquina. Porque a máquina que eu preciso para soja eu preciso para o milho, não tem como dizer que eu vou economizar máquina. Não tem como. O milho é uma planta que eu gosto muito, mas na nossa chapada ai ele tem esse detalhe. Em primeiro lugar é a estiagem, que a qualquer hora está aí. Como falei já, o tombamento na véspera de colheita. A chuva de granizo, tanto o milho como a soja estão sentindo. Ainda não tem como escapar. A soja de tombamento de vento não existe na véspera da safra, então é um risco a menos. A estiagem é outra, a soja a vinte dias de estiagem dá pouca quebra ou nada. E o milho às vezes é crucial, com vinte dias de estiagem. Então como vou apostar sem seguro numa lavoura de mais alto risco. Não que a soja não tenha risco, mas é menor. A comercialização de milho há dois ou três anos atrás, marcar data para começar a comercializar e dando um prazo longo não tem como apurar dinheiro no milho e como é que compra os compromissos, se não tem o faturamento de volume. Porque eu vender uma carreta de milho para um ou outro no montante que eu vendo não dá para nada para amortizar minhas contas. Eu preciso de vender volume de cinquenta ou cem mil sacos num telefonema, é dinheiro na conta em dois ou três dias para saldar minhas contas. Como é que eu vou num banco para quitar meus débitos de financiamento, custeio, criador de empresas, se o negócio não tem liquidez. A soja é a lavoura que aprendi a trabalhar. Tem tecnologias disponíveis para ela. Eu busco ter acesso à tecnologia para fazer a lavoura e sempre tem tecnologia para soja. O tempo todo são lançadas novas tecnologias para solucionar os problemas. As novas tecnologias ajudam a produzir. Também tem outro aspecto, que é que a cultura tem diversos usos como por exemplo alimento na forma de farelo e isso ajuda a comercializar a produção. Eu considero várias formas para comercializar porque nem sempre o preço está bom. Para atividade é; para atividade é devido a; bom hoje não se pode falar de facilidade com tanta coisa acontecendo; problema; a soja principal fator da soja é liquidez . A soja tem uma liquidez fantástica com um risco muito baixo e a facilidade de você poder está implantando a lavoura. Mas a principal vantagem é a liquidez e o baixo custo.

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Ela já foi mais fácil ; hoje por exemplo tem um algodão widestrike lá que eu não estou com nenhuma aplicação para lagarta, e na soja já estou com três aplicações pesadas e já sei que vou ter que fazer mais e estou monitorando mais que o algodão. E esse Bt aí eu estou monitorando lá uns pulgão , está lá procurando agora; a gente já achou umas spodoptarezinha e achou umas lagartas das maçãs que nem vai crescer e passar do segundo instar, mas enfim, é assim que funciona, é a facilidade. Então é assim; a facilidade da soja está em cheque , não sei até quando vai isso aí, se vai ter uma solução porque hoje tá muito difícil. Hoje, agora mesmo eu estava vindo; tenho um amigo que é agrônomo chegou aqui em 95, fui o primeiro cliente dele, ele tem uma fazendinha lá e ele até diminuiu a consultoria dele, tá plantando com dificuldade porque tudo é difícil para o pequeno agricultor; ele ligou pra mim, como eu sou um plantador de algodão, a gente tem acesso a um pouco mais de tecnologia. Eu tenho um consultor renomado, talvez tenha ouvido falar o Paulo Saad, ele não é agrônomo ele e técnico mas é uma pessoa fantástica, tem um conhecimento muito grande, ele que me dá consultoria. Até ontem ele esteve na fazenda. Então a gente tem um pouco mais de acesso; eu sou um cara muito aberto não sei de nada eu quero aprender e eu estou buscando. Ele me ligou perguntando; Aí Luis, apareceu a helicoverpa lá; como é que eu vou fazer. Quer dizer, um agrônomo ligou perguntando como é que eu vou fazer e tal porque eu não estou conseguindo mais produto. Será que esse dá ou não dá. Então está esse bum no mercado, aí as empresas que vender o que tem. Não tem mais a diamida eles querem meter um piretróide fudidão, uma dose pesada pra tentar resolver. A helicoverpa já chegou na minha lavoura já resolvemos também e estamos aí atrás e não estamos descuidando. Então, a soja a gente tem essa tradição plantar soja mas não é assim que ela é uma cultura fácil, ela já foi cultura fácil. Desde 2002 na ferrugem chegou em 2001 no Brasil e em 2002 detonou nós aqui, 2002, 2003. O comércio da soja é fácil, a liquidez é imediata , os caras ficam te ligando a todo o momento querendo fechar, te informando do mercado porque tem pessoas que não acompanham o mercado, daí eles avisam; está assim, o mercado subiu tantos pontos, estava empate mas essa semana tá em alta, você não acha bom fechar um pouco. Quer dizer é muito fácil. Então se você tiver que fechar mercado futuro para travar preço lá na frente e se você tiver condição de crédito para você estar adiantando esse valor dos contratos que você fechar também é muito fácil . Coisa que o milho não tem isso aí; é mais, muito mais difícil. O milho não tem essa liquidez imediata que existe no mercado da soja. O algodão também tem essa facilidade só que o algodão é mais complicado, sabe, o algodão é trading, a soja não. Faço uma ligação e fecho com a ADM; numa ligação fecho negócio com a Bunge, com ADM, com a Luis Dreyfus, todo mundo aí quer comprar soja. O algodão não. Tem que ter o corretor , tem que ter o mercado Nova York, tal, deságio, aquele negócio todo. Então é complicado. Eu mesmo agora estou com um pepino de um; de uns contratos de algodão que fiz, um ACC, que é adiantamento de câmbio. Peguei um dinheiro adiantado do Bradesco aí tem um contrato, que eu fiz os contratos para lastrear essa operação de empréstimo com a CGG, que é a Cantagalo, que era de um grupo francês, que era da multigreen, que agora virou canta galo. Enfim, eles têm que exportar esse algodão e o dinheiro, o dólar tem que vir na conta através do banco central entrar lá, e aí tem umas cargas que os caras em vez de mandarem para o porto mandaram para o armazém do setor industrial e esse algodão está aí e já me pagaram o

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algodão, já pagaram o algodão, pagaram eu. Não, pagaram lá no banco Bradesco, e eu preciso de um papel preciso das BR das RE daqueles documentos que quando entrar no navio falar; o navio fulano de tal vai zarpar tal hora, não sei o que, tá contando quer ver o histórico dum trem desse; então é complicado demais. Os corretores estão se vendo, está uma loucura os bancos estão cobrando e eu não devo nada, a trading é que repassa. Então o algodão é complicado, a soja não, a soja é fácil. Eu acho que é cultural. Agora eu dizer que a soja é a principal, eu acho que o principal cultivo mesmo em importância é o milho. Porque a soja é importante economicamente como commodity que dá uma garantia maior financeira. Você tem liquidez na soja. No milho você não tem liquidez na safra de milho. A soja você consegue um planejamento, vender em bolsas como uma commodity, já o milho não. Agora o milho é o que propicia às lavouras de soja estarem como estão. Porque somente soja e soja, nós não teríamos lavoura. Teria que ter uma safra com uma palhada, alguma coisa para querer formar matéria orgânica. Então o milho que propiciou, não tem algodão e não tem soja sem milho, e qualquer outra cultura que se faça aqui não existe. Pelo sistema radicular, pela quantidade de carbono que deixa o milho ele é a cultura que melhor viabiliza esse solo do cerrado. Nós já fizemos experiência utilizando a soja com o milho mas tivemos problema de implantação, tivemos uniformidade, tenho diminuído as doses de Atrazina para que venha uma sementeira por baixo. Eu para mim pode vir milhão o que for, depois que o milho já passou da fase mais crítica que é só benefício. O que travou na Brachiaria foi a implantação que não ficou boa, eu tenho visto em várias lavouras que o problema é isso aí, a implantação da Brachiaria, o custo dessa semente da Brachiari;, mas é viável, é interessante. Isso daí é uma tecnologia bem interessante. O experimento da Fazenda Sagarana está fabuloso mas ele pode tentar repetir durante 5 anos o mesmo teste que não vai ter o mesmo sucesso sempre com a Brachiaria. Então a gente não pode se basear em cima do resultado de apenas um experimento. É difícil a implantação. Você consegue em alguns anos mas tem uns problemas às vezes que a semente da Brachiaria não é boa ou a chuva não favoreceu a germinação, aí você faz um investimento que não tem aquela cobertura uniforme, já dificulta um plantio. Então eu gosto desta ideia mais estou querendo estudar mais a fundo a possibilidade da Brachiaria sobre soja. Já fiz experiência com a Brachiaria. Já tive mais de um mil hectares com a Brachiaria e pretendo continuar. Eu não duvido nada da tecnologia, a dificuldade maior é adequar ela dentro do teu sistema. Você precisa de todo um cuidado para fazer. Não adianta você querer dizer que vai semear de qualquer modo, que vai fazer de qualquer maneira, não leva a nada. O Horita tem um diferencial, ele planta algodão, as lavouras de algodão precisam de uma lavoura com milho e soja porque senão não volta a plantar algodão de novo. E para ele investir na Brachiaria é muito mais viável do que para mim. Um soja num preço baixo e um milho num preço baixo, se você vai jogar custo de Brachiaria e mais custo não sei do que quando for ver, nós temos que olhar para o bolso, . Se não olhar para o bolso não se faz agricultura.

**** *que_08 *que_vac O principal ponto aqui é o relevo. Nosso relevo aqui é muito plano e que favorece a implantação de lavoura de grande porte, então a mecanização é muito mais facilitada nessas áreas de relevo plano. O maquinário são maquinários grandes que rende mais,

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então por essa característica o pessoal tem partido mais para a agricultura do que para a pecuária. Nós temos um tabuleiro. Se você observar, quando você está em Tocantins ou Goiás, você está dentro de uma serra, dentro de um buraco. Quando você sobe para a Bahia você está tipo num tabuleiro, tipo uma mesa, é uma chapada. Então isso favorece. Eu acho que é clima, solo e; são dois fatores principais. Ah, se produzindo aqui ganha rentabilidade As dívidas no banco, não conseguem sair. As dívidas no banco, na BUNGE Topografia, clima e o solo. O solo apesar de arenoso é um solo muito fácil de você trabalhar e responsivo. E outra coisa que ajuda, na teoria se fala assim; em regiões de altitude a soja não produz tão bem quanto em regiões baixas. Aqui é um paradigma que foi quebrado porque, é; Eu tenho um cliente nosso aqui da loja, que ano passado nós fizemos um trabalho de nutrição, nós até brincamos que a gente ia construir plantas e lavoura e entender do negócio. E numa área de 125 hectares nós fechamos a média de 96 sacos. Até nós estamos fazendo um trabalho lá pro CESB agora, para tentar porque senão vai tudo usando o e está sem graça. Mas são esses fatores aliados a rentabilidade. Você pega hoje . soja e você falando nela, como você teve contratos na faixa de 25, 26 dólares. Por mais que o custo nosso aqui é bem mais caro do que no restante do Brasil, porque a pressão que a gente tem aqui de praga, de ervas e de doenças, é; se nós estivéssemos no Sul e você vai conversar com alguém de lá e você fala de mofo branco os cara acham que é bolor que dá em cima do bolo, eles não tem noção do que é um mofo branco. Eu acredito que sim, acredito que a assistência técnica é boa para se trabalhar com soja. Na verdade é o seguinte; Sempre a dor ensina a gemer e a gente aprende na vida as coisas de duas maneiras, pelo amor e pela dor. E aqui nós só aprendemos pela dor e a gente não esquece. A Bahia foi o primeiro estado que a ferrugem asiática dizimou a soja, dois anos depois nós somos referência no manejo de ferrugem. A Bahia foi o primeiro lugar que o mofo branco entrou com essa violência na soja. Nós já estamos nos tornando referência no manejo de mofo branco. Só que aqui, a gente é que nem moleque teimoso que só aprende com base na coça. Então toma aquela peia num ano, no outro você sair correndo e evita aquela coça de novo . Ai vem outra, é igual a pragas, esses anos estamos apanhando com essa helicoverpa até não aguentar mais. Tenho certeza que na próxima safra nós vamos virar referência em helicoverpa. Assim, a abertura que os produtores aqui dão; a cabeça deles também ajuda muito e assim sendo um polo agrícola extremamente atrativo, aonde se vê o pessoal ganhando dinheiro, prosperando se atrai também bons profissionais para a região. Isso é um fator que você vai a qualquer região hoje do sul, você vai ao sul, por exemplo, pelo que hoje lá se pensa em pagar a um agrônomo, um técnico agrícola, algum da área, ; Pra quem está aqui em cima e escuta aquilo, o cara diz, mas pra ganhar isso ai eu não saio de casa. Eu fico lá, lá na Bahia eu ganho quatro, cinco, seis, quinze, vinte vezes mais que isso. Isso. A cabeça do produtor daqui é diferente, eu já trabalhei no Mato_Grosso, região parecida com a daqui é lá na 163, Lucas do Rio Verde e Sorriso. Rondonópolis é uns tapados, uns gaúchos metidos, que se acham os papas da agricultura e em minha opinião são os piores imbecis que já vi na minha vida, mexendo com eles. Os caras lá acham que eles são; Ah, nós viemos para o Mato_Grosso, nós somos os caras, são os caras nada. Quem está lá na 163, com 3000 quilômetros está um porto, produzindo, ganhando dinheiro, prosperando, esse cara que é o cara. A safrinha começou lá, então, o que aqueles caras fizeram lá, a mentalidade se você for pensar, você

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faça um paralelo, eu comparo muito Luis Eduardo Magalhães com Sorriso e Lucas, aquele miolo ali, ; Aqui, feliz ou infelizmente, ; é. As coisas demoram um pouco mais a acontecer, porque ai a gente esbarra com a parte política que trava muita coisa, trava o progresso, com estrada com energia elétrica. A nossa região tem uma parte política, coronelismo, que no Mato_Grosso você não vê isso, lá a gauchada chegou tomou conta. E aqui não se consegue fazer isso. As vontades aqui são mais devagar, é; um assunto assim, até delicado, de você estar citando ele, mas assim; e a própria cultura do povo, assim, do povo nordestino, eu vejo assim, o pessoal brinca que o baiano é preguiçoso, eu acho que uns dos povos mais trabalhadores que eu conheci na minha vida, é o nordestino, os caras trabalham, só que eles não tem ambição de nada. Essa é a diferença. Se você olhar, você vai para dentro do Nordeste, ali conhecendo e vendo o estilo da população, gente, esses caras trabalham muito e não é pouco não. É um povo trabalhador, diferente, por exemplo, de um cuiabano, que cuiabano é vadio. Aqui o nordestino é trabalhador, só que para ele pouquinho está bom. Que é diferente da mentalidade do gaúcho, lá de baixo. A gente fala do gaúcho , a gente fala Paraná, Santa Catarina, a região Sul, aquele povo eles têm aquela ânsia de vir, de prosperar, de crescer, de ficar rico, ; Muitos às vezes até a custa de não pagando conta, mas os caras são peitudos, você para um homem, ou rapaz, descobri no cantinho do Ceará uma área que dá soja, eu mudo de nome se não é um gaúcho que está lá. Na África já tem Gaúcho. Se descobrir que no sol, na lua vai dar soja, o primeiro que chega é o gaúcho. Depois é o Banco do Brasil para tomar calote. E atrás vamos nós para dar assistência. A lógica agrícola do Brasil é essa. Algodão primeira coisa. A região cresceu com o algodão. Porque. O uso de fertilizantes é muito maior no algodão, maquinários. Hoje a região depende de maquinários então empregos de forma direta e indireta é muito maior. Nós temos 28 usinas só para algodão aqui, então isso gera uma demanda grande de emprego. Maquinário que quebra, aqui vende muito maquinário para algodão, calcário vende mais para algodão, fertilizante e adubo vende muito mais. Defensivo três vezes mais que soja. Produzindo algodão o produtor ganha, primeiro; rotação de cultura. Primeiro a rotação porque nós adubamos muito mais algodão do que soja. A soja, por exemplo, em áreas de algodão nós plantamos 2 anos ou 1 anos de algodão, nós não adubamos soja. Só para você ter uma ideia; fósforo, por exemplo. Que o nível de fósforo de fósforo que nós temos na área de algodão. A cultura do algodão é muito mais difícil de mexer. Porque desvantagem. Eu acho que não é uma desvantagem a cultura do algodão ser difícil de mexer. Eu acho que é uma vantagem. Porque a cultura do algodão é muito mais difícil, mais técnica. Então hoje a cultura do algodão gera agrônomos muito mais treinados, técnicos agrícolas; a cada 500 hectares você tem um emprego para um técnico agrícola hoje. Ela gera muito mais emprego. Antigamente gerava muito mais emprego porque nós tínhamos mão de obra para capina. Aí com toda a questão trabalhista praticamente nós estamos usando muito pouco a mão de obra hoje. Até essa última safra era excepcional. O algodão dava três por um que o preço caiu muito. O sistema como um todo ganha. Então, a qualidade da mão de obra na região cresceu muito em função do algodão. E, por exemplo, você pega uma cidade igual a Luiz Eduardo Magalhães. Porque que ela cresce tanto. Porque o algodão movimenta a cidade. A soja logicamente movimenta mas o algodão movimenta muito mais. Então tem dados. A prefeitura tem os dados do PIB da cidade, com o algodão apesar da área ser três vezes

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menor é o mesmo da soja. A região cresceu em função do algodão. O produtor ganha na questão de topografia e mecanização, que diminui o custo de produção, o clima favorável, mas a principal vantagem é a facilidade da mecanização, ausência de risco de seca e geada, aqui não tem ocorrência de geadas, nem seca, a toprografia também ajuda a produzir o café. Nas áreas do Sul de Minas, o custo de mão de obra chega a impactar 70 por cento da produção. Aqui não chega a 30 não. Não chega a 30 não. É no máximo 30 por cento. Eu acho que até menos. O percentual que impacta no custo de produção eu estou por fora. Aqui na região é no máximo 20 por cento.

**** *que_09 *que_vdp Apesar da soja ser fácil de produzir e a semente também. A dificuldade de produzir a soja é a comercialização da semente em função da promiscuidade do mercado de sementes. Essa seria uma questão de mercado. Você consegue controlar mais as pragas, ervas daninhas; nesse ciclo aí dos três é muito melhor assim. Não tem precisão de mão de obra especializada. É prático isso. Na prática é simples de mexer. O que na teoria parece difícil mas na prática é muito melhor assim. Na rotação de cultura você consegue trabalhar melhor. A mentalidade da gente tem que estar sempre acreditando que vai produzir bem. Se a gente entrou no mercado do algodão, a gente acredita que vai fazer bem feito. Então a gente sempre vai sobreviver. Eu não encaro como desvantagem não. O problema que a gente tem é manejo mesmo. Como explora mais a lavoura, exige mais do solo, você tem que ter uma conservação melhor com outras culturas, uma rotação, é fácil de fazer uma brachiaria no meio do algodão, para fazer um plantio direto. Isso é dificuldade da cultura. Por ser um ciclo mais longo diferente da soja e do milho eu não consigo fazer uma brachiaria ou um milheto nela. É que a gente encara como gostoso isso, o fato da cultura do algodão ser mais tecnificada. Na verdade para a gente não é; por isso eu não vejo muita desvantagem. Para gente é legal plantar algodão. Aí sim a pergunta. Para quem vai começar a plantar algodão tem que pesar o custo fixo. Mas para a gente que já tem a algodoeira, já está todo estruturado, já tem mais de 10 anos plantando algodão. O problema que eu vejo muito na cultura do algodão é essa coisa da gente está querendo fazer matéria orgânica, plantio direto que é necessário fazer e a grande dificuldade é essa, como é um ciclo longo, comparado com soja e milho, eu não consigo fazer cobertura nela. Isso é um gargalo. Todo mundo faz plantio direto mas faz o quê. Colhe o algodão, não tem cobertura nenhuma e planta a cultura em cima. O gargalo é a dificuldade de se fazer o manejo com outras culturas na mesma safra. Eu vou saber a diferença entre a soja convencional e a transgênica esse ano. A desvantagem é controle de mato que não é brinquedo não. Eu venho trabalhando com misturas de herbicidas para tentar facilitar as coisas mas não é fácil não. Então eu até estava conversando com o meu vizinho aí, eu acho que vou começar a fazer rotação com transgênico para dar umas limpadas nas áreas e facilitar as coisas. Apesar de que quando chegar na proporção de meio a meio soja e milho que é a minha ideia, já próprio milho ajuda a limpar as áreas. Já tive prejuízo, tem anos que o preço se esmaga muito também, o que torna a produção de soja inviável, com o preço abaixo do valor de custo, mas isso é uma demanda de mercado e não tem como se livrar de uma super oferta quando a América do Sul e do Norte dá safra cheia no mesmo ano. Eu tenho um desgaste pessoal, que é físico e psicológico, os dois, porque existe uma

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falta de segurança na negociação da produção da soja. Ocorre uma dependência de preço praticado na bolsa de valores e um descompasso na negociação entre a safra anterior e a posterior, ou seja, quando eu planto eu uso o preço da safra anterior e quando vou vender o preço é outro, podendo ser até mais baixo que o da safra anterior. Isso dá um desgaste em mim, porque tenho dívidas para pagar e posso perder dinheiro quando o preço cai muito, quando tem muita oferta da soja no mercado. Também tem o clima desfavorável na região, com ocorrência dos veranicos que acabam prejudicando a cultura. A desvantagem é que você não pode pensar em só plantar soja. O Enio mesmo, ele planta soja; ele é monoculturista, ele é produtor grande. Eu conheço ele hoje. Ele já tentou até plantar milho, sabe, mas é complicado demais; o cara que tem a lavoura grande e tal, eu não sei, eu não entrei muito em detalhes mas o cara, sabe, ele é um cara pesquisador, o bicho fuça lá na fazenda dele lá; então, é um cara muito interessante de conversar, ele tem as ideias dele , mas ele é um cara monoculturista , mas eu não sei , eu acho assim que é uma desvantagem , porque seria muito fácil plantar só soja indefinidamente , estou garantido . Igual em 2002, eu plantei soja e colhi 60,4 sacos de soja de média com área nova, que eu tinha um pedaço de área nova que dava quase uns 30 por cento da área. Aí eu falei; pronto. Agora fiquei rico, agora nossa vida. Na época eu plantava uns 370 ha de lavoura, em 2000. Aí em dois mil 2000 deu uma sequinha, aí 2002, 2001, não. 2001 foi ainda eu colhi cinquenta e poucos sacos, aí em 2002 deu a seca braba que choveu dia 6 de fevereiro e nunca mais choveu. Aí deve ter entrado um pouco de ferrugem que nós fomos colher aquela soja estava aquele posão preto, aquele negócio; aí colhi trinta e poucos sacos, aí em 2002, 2003 deu a ferrugem foi ferrada mesmo e usamos uns produtos aí, estratego; aí não tinha um produto, tudo não funciona. Estratego não é para ele é um preventivo, seria um preventivo, da Bayer. Não tinha um folicur na época que era o tebuconazole; aí já tinham vendido tudo, aí sobrou lá, usamos, não colhemos nada, acabou a lavoura. Aí em 2004 eu vi que eu estava quebrado, entrei no algodão porque a soja não dava rentabilidade mais, que não vinha colhendo, não tinha preço, também não tinha preço naquela época, aí entrei no algodão, entrei no algodão, fizemos um custo de lavoura lá pra plantar o algodão, altíssimo pra dar aquela encorpada no meu negócio para eu pra poder sair do buraco, com um câmbio de 3,70 reais e aí depois entrou aquele negócio de desvalorizou, aí veio pra 3,20 reais, daí depois no outro ano compramos de novo a 2,90 reais ou 3,00 reais e aí desvalorizou de novo. Rapaz, foi 3 anos de desvalorização cambial aí que quebrou nós. Aí em 2006, nós quebramos em 2005 aí em 2006 nós fizemos aquela recomposição de dívida que teve tratoraço e pegamos uma dívida nossa e fizemos uma composição pra pagar em 5 anos. E daí pegou uma CPR e negócio lá e juntou tudo e fez lá. E eu pagava, tinha custeio indexado que era 8,75 e tinha uma parte do custeio que era 16,85 por cento e pegou tudo aquilo e eu tive que pagar um pedaço lá e juntou tudo num bolo e botou uma taxa lá e continuamos pagando, cinco anos pra pagar e, rapaz acabei de pagar em 2011. Mas só fizemos para fazer isso, só pra pagar dívida que não fui eu que criei e porque eu fiz uma loucura. Eu sou um cara comedido. Faz uns 23 anos que eu estou aqui, a minha área própria minha é 436 ha e o meu pai tem a área que é da sede lá que o meu que pai veio pra cá, que nós compramos eu e ele e meu irmão e tal, família , aí é mais 500 ha. Então a nossa área é 936 ha. A minha mais a da minha família que eu arrendo. Agora esse ano eu arrendei mais uma área de um vizinho

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lá. Então eu sou um cara comedido, eu não criei essa dívida. Então não foi falta de administração. Essa estratégia deu certo mas assim , porque eu não quebrei, eu não precisei sair da atividade, eu não perdi o que eu tinha, o fruto de todo o trabalho, da minha história , mas a gente não faz nada, tudo o que nós temos é divida , o pequeno produtor, o médio produtor, eu, no caso. Se for puxar o meu; o meu; a minha contabilidade aí você vai saber quem sou eu, não é na hora que você vir eu passando aí pela rua de camionete ; olha o fazendeirão lá. Aí você vai me conhecer a hora que você puxar lá; que eu fui fazer um cadastro lá no Habomenge e aí até eu fui ver como é que eu estava, porque lá é criterioso demais, é banco internacional. A rentabilidade da soja oscila demais. Hoje, a rentabilidade da soja está muito boa, o ano passado estava muito bom, há dois; o ano retrasado, agora esse ano a rentabilidade continua boa, porém o custo em função dessas pragas novas que estão surgindo, que esse ano vai estourar o custo de produção da soja em função desse custo, em função dessas lagartas que surgiram, então a rentabilidade, a margem vai diminuir. Mesmo você mantendo a receita, com o custo maior ela vai diminuir e outra coisa que eu queria comentar é o produtor de soja, ele, nessas regiões de fronteira, que são grandes produtores, que cresceram muito, eu sou pequeno , não tenho porque não dizer que sou pequeno; é assim; a gente cresceu, a gente foi até obrigado a crescer até em função de honrar compromissos, de poder pagar as contas, coisa e tal e de uma ambição , de querer aumentar lá um pedaço, de abrir mais um pedaço de área que, ou arrendar uma terra do vizinho, aí o pessoal cresceu, porém esse povo, nós, nós viemos lá do interior, que nós era um colono , criado tirando leite de vaca, sabe; fazendo coisas grosseiras tipo lavrador faz hoje dum assentamento , eu vou num assentamento duma reforma e eu fui criado daquele jeito , eu fui criado debaixo de um pé de café , eu graças a Deus eu tive condição eu fiz, eu não tenho curso superior mas fiz um segundo grau num colégio particular muito bom então eu tenho, eu sou um cara muito aberto , e sempre procurando ler, informação, contato , então eu me considero, até a questão do algodão abre muito a cabeça que você tem contato com pessoas muito bem informadas, com vocês, com. A soja como cultura, é uma cultura excelente, ela não é uma cultura difícil de se conduzir. É uma cultura que tem o maior número de pesquisas em cima. É uma cultura forte na parte de commodity, então eu vejo grandes desvantagens. Você não pode manter uma monocultura, apenas isso. Não pode ficar só com soja e soja. Agora para os próximos anos eu não tenho dúvidas de que a soja vai continuar sendo rentável e o mundo precisa de proteína e nós só temos uma forma de produzir proteína nessa quantidade assim é a soja. Qual é a outra fonte de proteína que a gente tem. Ela encaixa muito bem no sistema, eu não vejo prejuízo para o solo. O que não se pode ficar é numa monocultura mesmo ou não se fazer uma integração futuramente. Mas como esses solos aqui são muito pobres a alternativa primeira foi usar arroz, que o pessoal falava. Não dava certo, porque não tinha mercado e nem produzia arroz. Aí passou a soja ser a grande alternativa para a abertura de área. Hoje com a tecnologia que tem já se pensa em fazer a primeira de soja mas a segunda já está se fazendo com milho; porque o milho já se vê com aquela intensão de aumentar a matéria orgânica, acrescentar alguma coisa, um sistema radicular diferente que na terceira safra você tem um extra na lavoura. Mas na soja eu não vejo nenhuma desvantagem.

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**** *que_09 *que_vdc A desvantagem talvez seja com relação ao regime pluviométrico. Nosso regime pluviométrico é muito variado; então se você pegar os últimos dez anos de chuva, nós não temos um ano igual ao outro. Então o nosso regime pluviométrico é muito variado. Para o Senhor ter noção, esse ano, essa safra agora, está sendo uma safra totalmente atípica, onde choveu em torno de 600mm de novembro e em dezembro já faltou chuva. Choveu em torno de 50 a 100 mm no máximo. Onde o regime pluviométrico médio nesses dois meses é em torno de duzentos e poucos mm, 250 a 300 mm num mês e no outro mês. Então essa variação das chuvas é que dificulta a produção nessa região. Esse é o ponto negativo, a variação do regime pluviométrico. Hoje a região trabalha em cima de previsões, só que essas previsões erram muito. Então se tivesse previsões mais. As fontes para a previsão das chuvas são as melhores fontes que nós temos no país e mesmo assim a oscilação acontece. O ano passado, por exemplo, pegando o exemplo da safra passada, as previsões diziam que seria uma safra muito chuvosa e não foi, foi uma safra seca. Então, se o produtor for fazer seu planejamento baseado nas previsões ele pode; por exemplo o ano passado, é chuvoso, então vou plantar mais tarde para pegar menos chuva no final. Se ele tivesse feito isso ele tinha quebrado porque faltou chuva no final. Então as previsões, se tivesse um mecanismo de melhorar as previsões climáticas, seria um grande. O produtor contorna o problema da previsão do tempo através da experiência, ele vem contornando através da experiência e mesmo assim uns sofrem outros sofrem menos. A tecnologia que nós temos tem sido falha. O produtor olha mas ele segue mais a experiência dele; eu tenho que plantar em tal época, eu planto tal época. O nosso principal entrave ainda São as doenças. Doenças, que aqui elas vêm numa incidência maior. Mas eu acho assim, o pessoal daqui conseguiu transformar uma coisa que é bacana. Da dificuldade, virou uma oportunidade. Por que que da dificuldade virou uma oportunidade. Ano passado é que deu seca, mas porque que no ano anterior a Bahia foi campeã nacional de produtividade. Porque se mudou conceitos, nós falamos assim ó, soja. Fungicida. Aplica um tiofanato metílico ai que está bom no final. Hoje aqui eu tenho agricultor que se programa com 5 aplicações de fungicida. Por quê. Porque ele viu que aquele investimento em 5 compensou. Então o cara falou assim, espera ai, naquela época eu fazia uma, duas, mas eu colhia 35, eu estou colhendo 70, ou, 65, 70 hoje. Mas com isso nós começamos a descobrir, por exemplo, esse trabalho da BASF de efeito fisiológico, um fungicida foi atuar no metabolismo da planta e fez com que além de controlar a doença, essa planta produzisse mais por perder menos na respiração e assim por diante. Nós fomos descobrindo coisas, que nem agora, ai meu Deus do céu, mofo branco, o mofo branco vai acabar com a Bahia, porque aqui já foi assim, o cancro da haste ia acabar com a Bahia, pessoal dizia gaúcho é teimoso. Depois, o tamanduá da soja ia acabar com a soja. Os produtores de soja do Oeste da Bahia. Os tamanduás foram embora e a gauchada está aqui. Ai vem à ferrugem asiática, agora acabou tudo. Está controlada, está manejada e ajudou os caras hoje a produzir cada vez mais. Ai vem o mofo branco, de novo, nos começamos com frowncide, cercobin, com não sei o que, com essas misturas todas, procimidone, e subiu de novo a produtividade. E ai, estão vindo agora variedades cada vez mais produtivas. Eu acho que a parte agronômica de desvantagens que a gente teria, nós aqui, graças a uma boa assistência técnica e graças a abertura do produtor, nós

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conseguimos transformar isso rápido em oportunidade. Ai o que acontece, nós começas a aprender, nós começas a estudar. Por isso que eu ia dizer, eu até brinco, que eu vou lá pro sul e a gente visita muita gente, amigos, donos de revenda, aquilo que minha mulher fala, pelo amor de Deus, o diz que você ficar velhinho, velhinho, você me perdoa que eu falo bobagem de vez em quando. E você tiver brochinha, eu vou fazer uma carne em cima de soja, que ai você come eu de novo. O pra gostar da lavoura. O homem que gosta desse trem. Rapaz, assim e a gente nessa paixão, eu vejo que não é o Jeferson, você vê, eu tava aqui quando vocês vão conversar com o Kasuya hoje, uma pessoa que chegou aqui e praticamente recomeçando a vida, porque até o meu sogro falou esses dias, e se a gente vender as coisas aqui, falei ó, você está bem, está rico, fazenda tua está tudo em ordem, você está comprando ai, você não vende nada, o dia em que você quebrar, dai você vende e vai para a Bahia, dai é a hora de ir. Ele falou, mas por quê. Porque ninguém vai crescer na sua terra natal, cidade boa, que tem seus confortos, se você está bem. Quem veio para cá não veio bem, veio para fazer a vida. Desde o seu Jacob Lauck, que é uma pessoa que tem a admiração e o respeito de toda cidade, , que construí isso aqui, mas ele veio porque tinha uma areazinha de nada no paraná e ele viu nisso aqui um oásis. , então é assim, a Bahia, eu acho que a colonização, do Oeste da Bahia, é um fator de muito sucesso para a região. As pessoas que vieram, modificaram muito isso. O que perde são os produtores ruins. Porque. Eu te falo assim, aqueles produtores que não são preparados para a cultura, na verdade eles entram, tomam prejuízo e acabam quebrando alguns. Agora se o cara tem; para entrar no algodão primeiro ele tem que ser capacitado tecnicamente, segundo ele tem que ter estrutura de maquinário, terceiro alguns tem que ter estrutura de colheita e algodoeira também. Esses daí estão ganhando dinheiro. Agora o cara que vem no embalo, tipo paraquedista que a gente chama, desculpe a expressão, mas esses caras entram na cultura só para atrapalhar. Problema com bicudo que é um problema seríssimo, não controla direito o bicudo; aí doença já não controla direito e agora se tiver o problema com essa praga aí que é a helicoverpa, dizima esses produtores pequenos. Então na realidade está ficando só produtor qualificado hoje para o algodão. Não tem espaço para amadorismo. Eu não vejo desvantagem no algodão. Eu vejo assim, nós temos dificuldade, mesmo usando pouca mão de obra, nós temos dificuldade com mão de obra. A logística nossa também para café ela não é muito boa. A distância média até a cooperativa é muito grande, por exemplo você pega o Sul de Minas nós temos cooperativas em quase toda cidade, dá 30 Km a média, talvez menos, aqui as fazendas que eu dou assistência dá média de 150 Km daqui. Então a logística é complicada no meu entender e a cultura, vou chamar dos trabalhadores e até dos produtores, que é uma cultura não muito cafeeira, não muito voltada para o café. É muito empresarial, assim isso é bom, mas também gera dificuldades, micro dificuldades internas fundamentais. Entende o que eu quero dizer. A diferença cá e no Sul de Minas é que todo mundo conhece o café. Fala café. A discussão lá é mais sólida. A diferença é de 14 mil hectares para 1 milhão e 600 mil hectares, 1 por cento da área da soja. Quando você sai daqui e vai para o Sul de Minas, no meu ponto de vista, você tem mais pesquisa básica, já é mais informação para café, lá, aqui não tem, aqui não tem pesquisa básica, a gente que trabalha com consultoria tem que trabalhar com resultados, aprendendo e errando, aprendendo e errando, então isso para mim é um grande entrave. Porque foi feito algumas pesquisas aqui na região, até com apoio de vocês da

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Embrapa ai, que a gente vem discutir, somou, mas que devia continuar porque são coisas, até adiantando, vocês vão chegar lá na frente, coisas ligadas a solos, que nós estamos muito carentes. Carência de pesquisa de modo geral, e a gente se bate muito. Sim, estamos carentes de pesquisa. Foi feito no passado, o Zé participou muito dessas pesquisas aqui, em nível bem experimental de algumas pesquisas aqui, e digamos eram pesquisas muito básicas. Até hoje eu vejo junto isso com o Gabriel, o Gabriel é muito amigo da gente, eu formei em Lavras, fiz muito trabalho na Epamig, então a gente fala muito com o Gabriel é o seguinte; aqui é carente de pesquisa assim, vou pegar um fitopatologista para pesquisar com doenças, um doutor em nutricionista para mexer com solos, doutor em entomologia para mexer com entomologia, agora eu não vejo, até hoje não fez, a gente por exemplo, ou uma pessoa que não tenha essa formação específica, ele pesquisar solos, entomologia, fitopatologia, fisiologia. Eu não consigo ver essa pessoa agregando da mesma forma que cada um na sua área de pesquisa poderia agregar. Essa é minha opinião. A pesquisa é muito carente aqui.

**** *que_10 *que_rtp Eu recorro ao Sr. Sérgio Abud, é o que me acode aqui. Ao Dr. Sebastião da Embrapa, muito das vezes; ao pessoal das multinacionais que nos assistem também. Tanto multinacionais de sementes como multinacionais de químicos. É sempre meu consultor. Ele anda em muitas fazendas então o consultor traz coisas novas. O consultor está dando assistência até ao Kazui, não sei qual é a empresa. Luiz Carlos Kazui. Ele é consultor particular. Ele vem uma vez a cada 15 dias. A gente tanta fazer assim, nós somos 15 agrônomos. Nós precisamos das multinacionais, das instituições como Embrapa, Fundação, das universidades. E nesse mix, a gente pega com a experiência que a gente tem dentro do campo, toma uma decisão. Então a gente tenta não ser fechado, confiar só na nossa pesquisa ou confiar só na nossa prática. A gente tenta escutar todas as multinacionais. As multinacionais têm intensão de venda. Tem. Mas as multinacionais têm uma parte técnica que tem um auxilio muito bom para a gente. A gente precisa dessas informações mais as informações dessas instituições e a gente vai fazendo um balanceamento do que é melhor para a gente no nosso entender. Então não tem uma só. A gente abre e escuta todos. Com a experiência que a gente tem, a gente tenta; é lógico que algumas coisas são tendenciosas mas se você está indo por um caminho que está dando certo; Pelo menos o que a gente está tentando entender está no caminho certo, a gente acredita nisso. Eu tenho o Evair que é o agrônomo consultor. Meu vizinho, a gente troca muita ideia. Meus amigos a gente troca muita ideia. Aqui é uma região que a gente sofreu muito no começo, muito. A gente conversa também com o pessoal da revenda. E até os próprios vendedores que vêm aqui vender coisas eles também trazem ideias de outros locais, informações e a gente vai formando ideias melhores. Vamos melhorando o nosso sistema de produção. Que área técnica. Em produção ou demanda de mercado. Na agronômica, a gente tem bagagem de mais de quarenta anos de soja, eu comecei a trabalhar com meu pai eu tinha uns oito ou dez anos e meu pai já produzia soja, meio assim naquele tempo braçal, mas plantava soja, e começava a mecanização e a gente foi evoluindo dentro do negócio e sempre soja. Meu pai era sojeiro desde anos oitenta, menos ainda, setenta e oito e eu participava, vim para Bahia com maior idade e aqui era

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condenado por alguns agrônomos de produzir e assim mesmo eu acreditava nessa planície. Muitos do Sul disseram que na Bahia não chove, ai quando eu vim na Bahia e olhei para os rios na época da seca, no duro da seca, eu disse como que não chove, se esses rios estão jorrando água com abundância e quem repõe as águas para os rios jorrar não é a chuva. Coloca chuva num lugar dez anos para ver se não tem rio. Eu tenho agrônomo, nutricionista contratado. A gente troca ideia de como dar a volta nas doenças e pragas com a tecnologia e estudando custos em cima. Porque alto custo qualquer um dá conta, mas se enquadrar nos custos de permanecer na região, na lavoura, na venda do produto. Eu trabalho bastante com produtos biológicos. Não uso fungicida químico nas sementes, faz três anos que não uso mais no tratamento, estabeleço o estande de sementes muito melhor. Os fungicidas é mais para; muito pouco para mofo branco, uso mais o trichoderma. Para ferrugem asiática é cem por cento químico, porque não tem nada biológico que controla. Mas a gente faz uma combinação dos químicos na primeira aplicação da soja ser menos agressivo ao trichoderma. Assim como os princípios ativos na primeira aplicação porque no forte da florada, então deixar mais espaço para os trichoderma. Mas como para mofo que tinha o mesmo princípio ativo, ai os próximos tem que entrar em outro, mas ai a floração já está terminando, porque é onde o mofo branco; segura um pouco nessa fase; uso um manejo mais ecologicamente correto. Eu tenho um agrônomo contratado pela propriedade, que é um consultor técnico que eu consulto sempre que tenho um problema mais sério, mas também uso a assistência de revendas. A gente procura o pessoal os técnicos, os agrônomos que a gente tem acesso , as pessoas os consultores . Eu não tenho consultor de soja, eu não tenho. Quando preciso de informações técnicas eu procuro os consultores mas não são todos . Tem consultor que eu não considero a opinião dele, porque eu acho que o consultor é um cara vendido, eu sei que o consultor vai falar que ele vende pra tal marca e puxa mais pra aquela e tal e dá uma resposta muito difícil que eu acho que não é aquilo que eu estou procurando. Muito embora os consultores são muito precavidos , eles são muito precavidos. Eles não deixam transparecer, mas a gente tem conhecimento e isso a gente sente isso aí e todo; toda a empresa é muito assim. Eu queria só acrescentar um negócio lá, só finalizando aquela resposta da desvantagem da soja, que para o produtor de soja não ter crescido tecnologicamente em conhecimento, em formação para poder está acompanhando o desenvolvimento tecnológico que a cultura exige, porque soja quando eu vim aqui a gente plantava Cristalina, botava 40 sementes por metro e largava lá. Hoje não. Hoje tem que colocar 8 sementes. Então existe tecnologia que você tem que ter um conhecimento técnico pra você poder acompanhar. Então a soja ela permite que as empresas entrem, não sei se é de má fé, mas se aproveitando da falta de conhecimento do produtor. O produtor é um cara muito simples, a maioria, a grande maioria dos produtores médios. E eles se aproveitando disso aí e colocando para crescer em cima deles, para vender um produto que não é o melhor. Em vista dessa falta de conhecimento técnico desse produtor que não abre a cabeça que é melhor ele pagar o consultor, pagar o cara, arrumar um cara de confiança e pagar ele pra não enfiarem produto nele. Que daí ele pega; a BASF tem um agrônomo ou um agrônomo da Lavrobrás vai lá e é agrônomo também não é a mesma coisa, é diferente. Então muitas vezes ele quer economizar no varejo e perde muito mais no atacado. Nós sentimos falta da extensão rural aqui. Nós temos a Fundação Bahia que

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não funciona. A Fundação Bahia que é pesquisa é sobre isso que você tá falando. Então voltando à questão da pesquisa ela é, acho que a pesquisa é um pouco sufocada. Pesquisa de verdade da Embrapa, da Fundação Bahia, igual tem da Fundação Mato_Grosso que eu fui lá, acompanhei os campos de desenvolvimento lá, aquele negócio todo lá, um troço fantástico. Essa pesquisa apesar de ser particular ela é um pouco sufocada por conta que as multinacional patrocinam o grupo de consultores e de agrônomos que são os que coordenam a região, que poderiam fomentar uma Fundação Bahia a funcionar como órgão de pesquisa pública, então eles são manipulados pelas tradings porque não é interessante se ter uma pesquisa pública, porque aí vocês da Embrapa chegam aqui o meu carimbo está aqui e é o que vale, o produto que vale é esse aqui. Eu vou ver o que a Embrapa recomenda, eu quero saber o que a Embrapa recomenda e não vou atrás de conversinha. Eu não entendo, nós estamos à mercê, estamos à mercê. É muito complicado, então; ele falou lá o Sérgio que o negócio pode ser que não tenha resultado. Eu acredito que talvez vá uma geração para começar dar um fruto do trabalho desse aqui se ele for começado agora, , mas tem que ter um começo. Por que aonde que nós vamos parar. Eu tenho certeza, eu sou convicto que a fatia quem vai levar do agronegócio não são produtor. Produtor é uma ferramentinha igual ao agregado que produz frango e porco lá em Santa Catarina. O cara lá fica com a merda e ainda se sobrar. Primeiro; são os agricultores que você tem, eu acho que a prática é muito acima da pesquisa, você se baseia muito mais no que está dando certo do que o que o pesquisador vem falar, porque os pesquisadores no geral só meteram a gente em fria.

**** *que_10 *que_rtc Infelizmente eles procuram os consultores. Nós não temos, por exemplo, um órgão forte igual tem no Goiás que é a Emater, não temos um órgão forte igual no Mato_Grosso que é a Fundação MT, nós não temos. Nós não temos um ponto de referência para os agricultores. Normalmente o produtor tem uma assistência, uma consultoria que dá o suporte para ele. Esse consultor tem contato com diversas empresas, diversos órgãos que conseguem trazer informações e adiantar alguma coisa. Então seriam os consultores, as empresas que atuam na região elas trazem bastante informação para o produtor. As empresas multinacionais que atuam na região também ajudam bastante nesse quesito. E o conhecimento do vizinho. Além disso as empresas também facilitam o intercâmbio do produtor com pesquisadores. E aí nos estamos falando de pesquisadores de renome a nível de Brasil. Professores, a maioria professores de universidades importantes aí da região. E também as instituições como a Embrapa também tem ajudado. Também é um ponto de apoio. Seria basicamente isso; os consultores, as empresas através dos seus próprios pesquisadores e através de pesquisadores de instituições e órgão como a Embrapa. Hoje é a própria consultoria, tem vários consultores, as equipes das revendas, é; o pessoal de multinacional, hoje basicamente é isso dai. O que eu, de forma particular, já conversei muito com o Sergio sobre isso, considero uma coisa errada. O que nós precisaríamos aqui é ter uma fundação Bahia de pesquisa ativante, determinada, com pessoas que quisessem fazer a coisa acontecer, como o pessoal da parte da iniciativa privada faz. Fundação Mato_Grosso é um exemplo. A nossa aqui não vai para frente, quer dizer, da um pepino desse dai, os pesquisadores da fundação se eles abrirem a boca aqui,

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nós vai lá, os produtores vão lá cancha eles na porcada. Eles não adquiriram um respeito que um Dario tinha no Mato_Grosso, . Quando falava em Dario no Mato_Grosso, Dario falou parou a água, não tem. Era referência. Hoje nós estamos precisando disso. Sim, só o que aconteceu, se usa isso para politicagem e não para os fins que nos temos necessidade aqui. A Fundação não conseguiu desenvolver uma variedade de soja até hoje, que seja um sucesso. Nenhuma. Meu Deus do céu, se está aqui nessa região, desde 96, por quê que tem isso. A gente sabe de gestões passadas ai, que tem caboclo que foi diretor executivo ali, que plantou eucalipto, comprou fazenda, adubo que vinha para o campo da Fundação Bahia foi parar no campo das áreas dele. Então quer dizer, hoje a pesquisa nossa, ela é feita aqui no braço, na tora, é o Kasuya que hoje tem a empresa dele, que lógico, eu vejo o Kasuya se intitula uma consultoria e pesquisa, mas quer queira quer não, é a mesma coisa que eu, eu tenho as minhas áreas de pesquisa que eu, mas é lógico que eu tento direcionar isso para o que eu faço aqui, para os meus interesses, não é uma pesquisa pura, não é aquela coisa assim, não, o cara fez e falou que esse produto é o melhor porque realmente é o melhor. Todo mundo busca um encaixe do que tem. Essa é uma necessidade, já falei muito sobre isso, sabe, no caso eu viajo com você nos viemos conversando, se a Fundação é mais atuante, puxa mais gente da Embrapa junto, traz isso aqui, sabe. Mas traz assim pessoas com o cunho da pesquisa, interligado com o pessoal da consultoria, alinhado com o pessoal das revendas, das cooperativas, com a realidade. Também não adianta vir com aquela ideia de pesquisa pura, não, nós também temos que fazer a nossa pesquisa. A pesquisa tem que ser aplicada e ágil, com respostas, nós temos um problema, como é que nós vamos fazer, vai lá um negócio aplicado . Que nem a gente já falou muito Sérgio, também o próprio evento Top Ciência da BASF, acho bacana aquilo porque premia_se trabalhos que o cara tem que ter inovadores e aplicados, não adianta eu criar uma coisa que vai dar 10 sacos de soja a mais por hectare, mas é inviável a aplicação . Não resolve. Eu vou falar assim, os grande grupos hoje já tem uma equipe técnica preparada. E os que não têm é 100 por cento com consultoria. Para o algodão a consultoria é o que predomina. Seus consultores, empresas de insumos. Tem bastante influência. É o pessoal das revendas visitam as fazendas, e vão lá, há esse intercâmbio sim. A associação nossa ABACAFE, a gente é membro lá, fica com o produtor, a gente é sócio benemérito, ela lá está fazendo esse papel de integrar mais os produtores de café, intercambiando mais as informações, isso melhorou bastante, fazendo dias de campo, a gente vai para Minas no sábado, mas ainda é pouco, ainda é pouco, eu acho que precisa mais. Os produtores ouvem muito os consultores técnicos. É um pessoal de fora e eles ouvem bem a gente, ouvem bem, consultam. O consultor técnico. O vendedor eles, alguns, realmente eles têm alguma influência, mas a gente percebe que eles botam fé mesmo é no pessoal de consultoria.

**** *que_11 *que_rsp A gente troca muita ideia entre o grupo. Trocamos experiências dentro do grupo. Porque são várias fazendas; a JH não trabalha só com as propriedades dos donos aqui. Nós temos cooperados também. Fazendas vizinhas. Tem a Panorama, eles vêm muito aqui eu vou lá. Fazendas vizinhas. Vou para Luiz Vargas, sempre dou uma andada nas fazendas. Uma coisa lá que o cara tem uma dúvida. Então se troca umas ideias. O pessoal de lá vem aqui

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e dizem; o pessoal de lá está fazendo isso aqui e está ficando bom, eu também já estou fazendo. No problema com lagarta trocamos informação e foi casando uma coisa com outra e foi o melhor que tinha. A abamectina ninguém usava mais. Agora com a abamectina com AMPLICO, ou a abamectina com BERTI, foi a melhor aplicação. Fácil para controlar, achando que ia ser difícil e está fazendo o bem. Tranquilo, tranquilo. A soja já está fechando ali, nada de lagarta. Vizinhos, amigos agrônomos. E essas empresas têm várias organizações que tem grupo de gerentes. Por exemplo, a gente tem um grupo de gerentes da região aí a Bayer e a Syngenta patrocinam para acontecer essas reuniões. E aí a gente troca muita ideia. Vizinho e amigos. Troca ideia com familiares, vizinhos, sou comunicativo. Ninguém é sabido sozinho. Tudo no mundo é uma soma. É daqui dali, garimpando, daqui dali, e se aproveita, busca tecnologia nova que vem se oferecendo, então traz um pouco e vamos testar. Aquilo que a gente vê que não é legal, que não tem receita, que não tem nota a gente não faz nem teste. Tudo que está aprovado no ministério da agricultura ou na secretaria da agricultura que tem alguns biológicos que é só na secretaria da agricultura, então quer dizer que não é clandestino. Agora o que for sem procedência e sem origem então sai da minha propriedade que isso ai para mim nem trazendo de graça eu não deixo descarregar. Procuro o pessoal da revenda, os técnicos que acabam virando amigos, meus pais, meus tios, meus vizinhos. A gente sempre troca ideias, informações para fazer do melhor jeito. Eu tenho amigos. O Paulo Sérgio mesmo eu considero ele como amigo. Ele é um consultor de algodão meu. Ele é uma pessoa que eu troco ideia com ele. Ele não é meu consultor de soja, mas eu troco ideia com ele. Eu costumo falar com outros produtores. Isso é o que a gente mais faz, falar com outros produtoes. Vizinho e não vizinho por telefone, por e_mail eu tenho aqui as minhas informações. Eu não tenho caso de produtor na minha família. Eu tenho um primo meu que é agrônomo lá em Balsas, o Márcio Montechieze, mas a gente fala por e_mail, alguma informação que tenho; pego; chega algum informativo aí eu passo pra ele. O mais comum é com os outros agricultores que tenham, que possam estar passando pelo problema, que já tenham um passado que a gente já passou, essa troca assim , que tenha um nível que a gente possa estar falando a mesma língua . Porque tem uns que não dá pra conversar também. Tem produtor que é mais difícil de você conversar, tem uns que são muito elevados, os grandes mesmo eles nem sabem o que está acontecendo na fazenda porque é o coordenador de campo dele lá que sabe e aí não tem jeito de conversar, e os pequenos assim, não é pequeno, o cara é pequeno de cabeça mas ele planta mais que eu mas ele é muito amarrado porque ele compra o pacote dele lá na safra lá, já compra e já pagou e vai usar aqueles produtos mesmo entendeu. Então assim, tem uma separação sabe, tem uma separação, é a mesma coisa de um cara que é formado em uma profissão, um doutor o outro é formado nisso ou naquilo, então eu procuro alguém que eu possa ter um diálogo ao nível que eu; não que eu seja bom, mas também vai ter um cara que vai falar muito rebuscado que eu não vou entender, , então aquele cara que está no meu nível, , que não seja muito abaixo, , claro que se estiver precisando de uma informação que seja abaixo, se eu puder ajudar a gente vai ajudar, , a gente tem essa necessidade de troca, essa necessidade de troca, a gente vê muito isso aí. E o José Cláudio de Oliveira que é um amigo meu há muito tempo que circula nas fazendas do Horita direto, fala com o Mizóti, fala com esse povo todo; ele é meu amigo, então ele é meu consultor sem eu pagar.

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Compra algumas coisas mas ele é meu amigo. Então ele é a pessoa que me transmite maior conhecimento, porque o restante dos agrônomos que estão por aí é muito agrônomo de planejamento, não é um agrônomo prático. O meu irmão, são parceiros na sementeira. Não são qualquer agricultor, não. Dos nossos multiplicadores ali, dessa equipe que trabalha junto na JH. Onde eu me baseio. Eu não procuro tantas informações, eu faço as minhas próprias pesquisas, faço meus testes e vou direcionando.

**** *que_11 *que_rsc Em relação à amizade aqui os gerentes, os produtores têm muita amizade com o pessoal das companhias, das empresas e o próprio vizinho. Aquele vizinho que destaca o pessoal sempre tenta ter um elo com ele. Ele vira referência daquela microrregião. E por outro lado esse vizinho que destaca também tem um bom relacionamento com as empresas e com as consultorias da região. O produtor é que nem nós aqui, o grupo de clientes da Lavrobras , a gente tentou fazer um trabalho totalmente diferenciado. Então a gente tem digilab, tem informação. Cada vendedor nosso é equipado com digilab, com tudo que precisar. O grupo de clientes nosso vem produtor para Lavrobras, o grupo de clientes que é cliente da Semear troca mais ideia na Semear. Ó, o grupo que o Kasuya dá consultoria, vai conversar mais com o Kasuya. A aproximação técnica. Hoje nós estamos quebrando um pouco isso, até com o Kasuya, por que o que está acontecendo. Eu estou promovendo palestras, onde eu estou levando o Kasuya e o Kasuya vem falar de Helicoverpa aqui. E assim, o Kasuya vai lá. Muitas vezes o pessoal tinha esse receio, levo ele e ai ele vai dar consultoria e não vai recomendar o meu. E eu já tenho brigado muito nas reuniões nossas aqui para parar um pouco com isso. O que é meu o que é seu, o importante é o seguinte, que tenha resultado lá fora. Se o meu não é o melhor nesse momento, mas o produto meu no próximo momento vai ser. Para a gente quebrar isso. Porque nenhuma linha de produto é perfeita. Não perder o cliente e assim ó, além de não perder o cliente o que a gente precisa é ter responsabilidade nas coisas que a gente faz. Sabe, eu cobro muito da nossa equipe, acho que por isso a gente se tornou a maior revenda a maior equipe, por quê. Você vai lá bicho, você vai resolver o problema dele e se para resolver o problema dele vai precisar passar na revenda da Bayer e carregar produto da Bayer não tem problema, pega o carro aqui e carrega ali, leva lá para o cliente, resolve ele fica satisfeito. E assim a gente tem visto que com isso, que no começo todo mundo chamava nós de doido, você vai levar o Soberan da Bayer para o cara, por que você não mistura. Cara porque o Soberan da Bayer é o melhor e eu vou levar. Ligo ai, ô Chico, arruma para mim o Soberan ai que eu vou levar lá pro Eridan. Ah, pode passar aqui. E ai acabou, até nesses bate_papos nossos entre revendas, eu tenho pegado muito no pé dos caras, gente na hora que você precisar de um negócio que a Lavrobras tem indica lá uai. Eu levo lá ou você passa lá e pega. Já aproveita e toma um café. Se for assim, bem amigão mesmo, já leva uma picanha de presente para os amigos. O produtor de algodão na realidade, na minha opinião, são caras bem mais preparados. Eles procuram fazer compras bem feitas, uma venda bem feita, na parte técnica eles não entram tanto. Exatamente só os consultores que predominam. Os vizinhos. Eles trocam muita informação entre eles, são empresários, então eles costumam ligar entre eles e trocar informações. Tem uma característica na nossa região é que são poucos produtores. São 14.500 hectares, mas com 30 e pouco, 33

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produtores. Essa mesma área em Araguari tem, agrega mais de 2 mil produtores e por ter cooperativas e associações têm reuniões frequentes, debates de assuntos a, b, c, d, constante. Eles têm uma dificuldade de aglutinar o pessoal. Aqui não, você pesca isso na internet, buscando alguma coisa. Mas eu acho difícil ter informação. Aqui é mais disperso. Aqui tem produtor que mora no Rio, São Paulo, Belo Horizonte, Uberlândia; muito mais disperso. São poucos que moram aqui. Você sabe, 75 por cento da produção de café vem de propriedades menores que 10 hectares, aqui a média é acima de 400 hectares, média de cada propriedade, cada lavoura. São empresários mesmo. Têm outras atividades, outras propriedades em outros lugares. Fazem atividades bem empresarial. Isso é uma desvantagem. Eu tenho sentido isso, apesar de ser só eu que tenho percebido isso. Acho que quanto mais empresarial uma fazenda melhor, mas eu acredito que no caso do café, que tem detalhes que é preciso perceber mais. Há alguns erros pequenos que traz grandes consequências, nossa produtividade eu acho que poderia ser bem maior a medida que ela fosse mais detalhada. Eu acho que o detalhamento, assim o produtor ele vai enxergar mais do que o consultor ou os funcionários de certa forma. Isso é fácil de administrar numa lavoura de soja, até pelo porte, que é menor. Resposta mais rápida. Lá essa questão empresarial ela traz resultados fantásticos. A gente percebe que, eu percebo na região, que quanto mais empresarial a produção de soja melhor é o resultado. No café a gente tem sentido que nós temos perdido alguma coisa, eu percebo que da porteira para dentro precisava de mais atenção. Tanto é que estamos buscando pesquisa, que não influencia o empresariado, a parte empresarial, influencia na parte operacional. A pesquisa vai voltar para a parte operacional, não toda a pesquisa, mas grande parte da pesquisa principalmente no início dela é para a parte operacional, buscando resultados, qualidades, quantidades, mas a parte interna da fazenda e como a cafeicultura é de pequeno produtor no mundo inteiro e aqui de 10 hectares para 400 hectares é um pulo grande, e nós precisamos desenvolver um modelo para que tenha o mesmo resultado que tem a soja, o algodão. Eu acho que nós temos pouco resultado no café. Mas da mesma forma, aqui tem uma característica, porque já demos consultoria em outros lugares, Minas, São Paulo, que a resistência ao novo, à tecnologia aqui é menor, é mais fácil colocar uma informação, um pacote tecnológico numa fazenda aqui para o empresário que em outros lugares. A resistência lá é maior. A gente chega ao cliente e olha está sendo usado, funciona, onde você viu. Foi testado em tal lugar, fala que o fulano tem dado certo lá, pronto, eu faço amanhã. No Sul de Minas, São Paulo, principalmente o Sul de Minas a resistência na cafeicultura é grande, muito grande, é aquela coisa que vem de pai para filho. O pessoal fala, eu nasci de baixo de um pé de café. Eu falo que quem nasce embaixo de um pé de café é broca ou cobra. Eu nasci na maternidade. Dentro dessa análise, a produtividade no sul de Minas comparado com a do Oeste Baiano, fazendo uma comparação com a escala e o risco é mais vantajoso trabalhar aqui, porque aqui o risco é menor. Muitas empresas grandes têm vindo para cá, exportadora de café, porque o risco é menor. Eu tenho duas propriedades que eu não dou consultoria, são propriedades que o dono tem interferência muito grande. São lavouras exemplares, que a gente não consegue implementar aquilo em outras propriedades. Eu acho que faz muita diferença isso e isso está ligado à pesquisa. Eles não são resistentes. O que a gente recomenda, tenta fazer. Na soja é a mesma coisa. Tem muito gaúcho na lavoura de soja. A soja no Rio Grande do Sul

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é tradicional, aqui não. Mas eles buscam usar tecnologias que sejam recomendadas para a região. A região é propensa para a tecnologia. E a vantagem que você vê aqui na região, são culturas anuais, de ciclo rápido, que dão resposta mais rápida. Soja, os colegas consultores estão batendo recordes todos os anos, então tem informação de solo, controle de pragas e de certa forma isso nos ajuda, são respostas rápidas geradas na região, então isso ai ajuda bastante no café também, em detrimento de outras regiões.

**** *que_12 *que_mfp A região, infraestrutura que da região aqui é boa, topografia, clima, tudo favorável. A estrada e escoamento tudo funciona aqui para nós. Equipamento da fazenda. O cara vai se adequando ao sistema, procurando o melhor para o sistema que vai modificando. Com brachiaria já muda todo o sistema que vem nas plantadeiras. Tem que dessecar bem antes, se o cara não conseguir dessecar uma brachiaria antes vai plantar ela verde ou murcha e não consegue plantar com dia antes. Não corta, não faz nada. Então o cara tem que se adequar ao sistema. O sistema foi ensinando ao cara como se adequar com ele. O que facilita é a própria infraestrutura que a fazenda tem. Produtividade mesmo. A gente não leva muito em conta o mercado, lógico que preocupação tem mas são os dois; mercado e produtividade. Tudo dá mais trabalho, . Para o dono se plantasse 100 por cento soja e tivesse ganhando a mesma coisa seria melhor plantar soja. Eu acho que o que motiva bastante é que você consegue trabalhar bem na cultura e responde a isso. Responde à tecnificação. Algodão se comparar com sorgo e milho, milho é o mais desorganizado em termo de mercado, o algodão já é mais profissional. Os contratos são previamente estabelecidos. Eu acho que é uma região que a gente está aprendendo ainda mas que tem potenciais que a gente nem sequer imagina. Os potencias de quando a gente chegou aqui; teve técnicos formados que, na época, falaram que a potência da área era para a desertificação. Até gente da própria Embrapa. Aí hoje você vê potenciais de soja extremamente grandes. Milho; você não precisa ter medo em nenhum lugar do Brasil aqui. Tem esses percalços que acontecem. O que acontece aqui com o clima não tem como descrever. O clima ele varia demais, só que o nosso solo aqui ajuda muito. Como é um solo misto, vamos falar assim, favorece bastante o crescimento da raiz da planta e dá uma resistência para ela. Com o solo argiloso, com a seca que nós tivemos, ele racha e aí quebra as raízes e esse aqui não. Mesmo não tendo um perfil de solo ele não racha com uma seca. Temos o perfil. Aqui nós fizemos o perfil de 96. Tem que ter o perfil de solo. Se não tiver o perfil de solo é um fator limitante. Quando a gente chegou aqui passava subsolador de 20 cm, 15 cm; gradinha aradora dessa fundura; 4 toneladas de calcário. Hoje já é completamente diferente. Também se produzia no primeiro ano 10 sacos, 12 sacos, 15 sacos. A logística é razoável. Armazenagem a maior parte das fazendas tem boa parte dela, inclusive esses silos bolsas que apareceram, que eu acho que é melhor do que um armazém, eles mantêm as propriedades dos grãos lá dentro e te dá um espaço para você ir vendendo com calma. O silo bolsa facilita também. Silo bolsa é aquele tipo linguição. Lá dentro ele mantem a temperatura, como não tem passagem de ar ele não tem quebra_técnica, ele mantem a umidade. A parte de escoamento não é tão difícil não. Alguma coisa sai para nordeste em termos de soja, a maior parte é pass training e o milho é mais nordeste. Eu acho que em primeiro lugar a topografia, clima às vezes meio arcaico,

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mas eu não tenho condições de ir para o Mato_Grosso onde chove mais frequente porque lá tá tudo tomado eu vou fazer o que lá, então tem que se enquadrar onde a gente dá conta e não onde a gente quer. A minha região é menos problemática no veranico, mas têm umas regiões na nossa chapada aqui que é bastante de alto risco, porque eu já estou aqui próximo a trinta anos, e tem regiões que começaram há vinte e cinco anos atrás e deram duas ou três estiagens em anos seguidos e os povos se quebraram e foram embora. A área é em cima da Serra Geral, pertinho da divisa com Tocantins que é Goiás, é para o lado da Bela Vista. Então tem áreas mais privilegiadas e como a soja é uma comoditie que não tem volume para não comercializar, porque quanto maior o volume melhor é a proposta, porque muitas vezes se você oferecer cinco mil sacos eles querem pagar um preço, mas se elevar para cincoenta mil sacos, agora você falou a nossa língua, vou te pagar um real a mais no saco; o fato dela ser uma comoditie é uma vantagem; então soja para pequeno produtor, pequeno que vá produzir cem sacos é inviável, porque ele não vende na feira e também não consegue completar uma carreta para mandar para o nordeste. Então para o pequeno produtor, assim que produz cem sacos, o milho ele leva na feira toda semana dez sacos e ele está livre, feijão a mesma coisa, a soja vai levar na feira, quem quer soja. Então a soja é uma cultura de alto volume. Eu acho que o que mais facilita é o fato da tecnologia e o campo andarem juntos. A necessidade do campo anda junto com o desenvolvimento da tecnologia, e na soja, tem muita tecnologia disponível, isso facilita a condução da lavoura. Quando tenho algum problema no campo, como no caso da lagarta helicoverpa, eu tenho facilidade de achar produtos químicos para controlar. Então é por isso que eu continuo na soja. É o mercado, é mercado tanto do grão, grão da soja , como também o mercado de tudo o que é preciso para se produzir soja. um ponto forte que me facilita para produzir soja é o conhecimento e a vocação. Eu me considero um cara que tem vocação para produzir soja. Eu tento ser empresário sabe, mas eu sinto que eu sou mais vocacionado que empresário, aí eu estou mexendo e tal, organizando e burocracia, escritório, essas coisas, mas aquele negócio de estar lá, parte de administração ela tira um pouco você do campo, , tira bastante , mas quando eu vou lá, que eu monto na moto e corto a lavoura, traçado de tudo quanto é lado é a coisa mais boa do mundo, então isso aí é vocação , então assim , o ponto forte é da gente ter vocação pra fazer o negócio , se você gosta você busca, tem força para procurar, para resolver, você vai, quando você gosta você faz, você sabe o que está fazendo . O conhecimento técnico e a experiência, a vocação que a gente tem, o gostar do que faz e o conhecimento que a gente vai adquirindo com o tempo , as relações que a gente estabelece na região isso não tem preço , aquilo que você construiu , eu, por exemplo, faz 23 anos, esse ano vai fazer 24 anos que a gente está aqui, eu não sou ninguém , a gente é simples mas a gente percebe num ou outro momento que você tem uma representação, você representa alguma coisa para comunidade , o setor produtivo , as vezes o pessoal; a gente fica sabendo que te nomearam lá, que falaram sobre alguma coisa que você fez , que você representa, que você tem um trabalho sério, esse tipo de coisa . As variedades são as ferramentas que a gente tem pra utilizar, contudo, falta muita coisa ainda . Por exemplo, eu fui lá no Mato_Grosso buscar uma solução para Pratylenchus, solução que nós não temos aqui. Aí eu trouxe esse TMG e plantei o ano passado, fazia muito tempo que naquele lote eu não colhia soja, aí trouxe esse TMG 132, fomos lá no ano; fui até com o Kasuya no ano retrasado, trouxemos, conhecemos,

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mostraram, fomos lá nas Sementes Adriano, conhecemos. Aí trouxemos, plantei, fui bem, esse ano repetimos de novo, a lavoura tá muito boa e eu não estava tendo sucesso com os materiais que nós temos aqui da região , que não tem, a Monsoy não tem. Porque a gente plantava mais Monsoy. A Pionner começou a entrar mas ela tem uns probleminhas pontuais aí, então assim falta muita coisa porque hoje nós temos Pratylenchus, Meloydogine que são as principais pragas. Faltam variedades próprias para a região porque essa TMG é do Mato_ Grosso e nós estamos plantando aqui, está indo bem mas qual é que é a; por quanto tempo será; será que ela vai ter uma média de bem por quanto tempo. Então falta muita coisa, mas baseado em que. Baseado nos problemas que a gente tem, porque eu sou consciente, na área que tem Pratylenchus eu sei que vou produzir dez sacos a menos. Não adianta eu querer plantar um ciclo tardio, que produz 70 sacos, que ela vai produzir só 40, ou 35, ou 50. Então eu tenho que plantar uma variedade precoce que é tolerante ao Pratylenchus e produz 10 sacos a menos que uma tardia, sempre. Isso aí é regra, eu já plantei num lote sem problema, num filé da minha área eu plantei metade de 9350,acho que foi aquele ano, e metade de 8222 da Pionner que é ciclo precoce e tardio. Então é 10 sacos por hectare, uma deu setenta e outra deu sessenta, plantadas juntas. Hoje eu trabalho com praticamente 100 por cento da área com variedades transgênica, só tem um pedaço lá, uma área lá que eu abri que eu tenho lá 82 hectares, 85hectares de 9350 que é convencional, porque área nova é um ciclo tardio que um material mais rústico, mais demorado então dá para você trabalhar um pouco mais ela, uma questão de nutrição ou outra. Não vejo restrição em trabalhar com variedades convencionais, mais é uma questão de controle de ervas mesmo, que as áreas nossas tem muita erva daninha. Eu estou num ponto que eu uso transgênico RR mas a minha filosofia é glifosato o mínimo possível, , então eu uso junto cobra com glifosato, eu uso Pívot, eu uso Clorimuron eu não uso mais que tem alguns problemas de raiz, que é muito persistente então eu não tenho usado. Mas a gente tem procurado diminuir o glifosato porque ele tem um efeito que não é bom para o solo, , questão do enraizamento que eu vi uns trabalhos lá do Yamada lá que ele fez com café, então a gente tem essa consciência então o glifosato acho que não é o salvador da pátria e além disso tem causado resistência esses problemas todo aí que já tem. Então como a gente não tem eu entendo que a gente não tem, eu não percebi que tem marca resistente, a gente procura trabalhar assim . O ideal seria poder plantar um convencional um ano no maio para poder usar outros herbicidas, mas falta sim é material específico . Para isso a pesquisa que tai , tem que estar presente, se mostrar interessada , tem que ter o espaço dela pra poder estar discutindo quais os problemas pontuais que estão aparecendo pra poder ir já na frente, procurar já está atrasada na verdade , mas porque os problemas já existem , estamos deixando de produzir. Como a agricultura o que a gente tem que destacar aqui é a nossa topografia. A topografia é maravilhosa, você não tem muito problema de cultivo, então você faz uma grande área, você tem um rendimento bom. Eu acho que a temperatura, com exceção desse ano que as temperaturas foram muito altas, mas a temperatura normalmente aqui nessa altitude de 1000 metros é agradável, tanto que você está de casaco hoje aqui. A altitude é ótima. Eu acho que dá para destacar esses dois fatores porque não dá para destacar a chuva.

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**** *que_12 *que_mfc O que facilita, uma das grandes vantagens é o que eu falei é questão da chapada que é facilidade de produção. Eu acredito que seja um ponto. Outro ponto, maquinário tudo aqui é 100 por cento próprio, . Nós temos poucos maquinários aqui alugados, arrendados ou alguma coisa assim. Acesso a financiamento. Eles têm acesso a financiamento com facilidade, através de bancos e através de bancos do governo e bancos privados. Usam o financiamento. E muitos que conseguem fazer um caixa, trabalham com recurso próprio. O solo assim, o que a gente tem feito na Bahia é trabalhar perfil de solo. Nosso solo vamos dizer assim, o solo é pobre. O relevo é muito bom. Em relação ao solo, nós temos uma matéria orgânica muito baixa que é um dos pontos fracos do solo. Baixa matéria orgânica, tem uma quantidade de areia muito grande. Nosso melhor solo aqui tem 30 por cento de argila o pior tem 10 por cento de argila, 10 por cento de argila é muito pouca coisa. Eu acredito que não é forte, a gente produz, consegue produzir, consegue fazer a safra mas não seria um ponto forte porque é bem no limite. A gente não consegue fazer safrinha com a água de que dispomos, por exemplo. Trabalha com uma safra só. Nós não temos água em abundância para fazer duas safras. Nós só temos duas safras no irrigado. A logística nossa não é a pior do Brasil mas também não é uma logística boa. Mas a tendência é melhorar a logística. Ainda é um problema a logística. Adoção de tecnologia e essa interação de troca de ideia intercâmbio e o produtor adota, . Ai você começa a levar é; Assim, eu trabalhei, que nem eu falei para vocês, em várias regiões do Brasil. Hoje, por exemplo, eu estou com um grupo, a gente instituiu algumas coisas novas aqui. Vou levar 10 para o carnaval. Levar 10 clientes com as esposas para o Carnaval. Negócio da BASF lá. Nós vamos lá, tem um camarote lá para assistir a Vila Isabel que a BASF patrocinou para falar de agricultura. Mas aliado a isso dai, eu consegui 40 vagas, eu vou pegar 40 produtores, só os homens, nós vamos lá para São Paulo e nós vamos para a estação de pesquisa da BASF esse ano. Por quê. Nós vamos lá, vamos lá discutir com esses caras, ver o que eles estão fazendo. Você vai uma ação de uma carboxamida, você vai falar para o pesquisador, lá na Bahia tem um raio de uma lagarta que nós estamos dando de tudo para ela. Nós estamos tentando com leite agora. Para ver se ela engorda de uma vez e explode . Nós precisamos que vocês pesquisem. E assim, esse ano vai ser na BASF. Já está aprovada essa mesma visita, são 40. Nós começamos com 40 e hoje nós temos 120 clientes que vão pescar. Na próxima vez vai ser na IHARA, na próxima vez vai ser na Du Pont, Syngenta. Ai o cara falou assim, você vai levar seus clientes na Syngenta, você não é Syngenta. Mas vamos lá, eu ligo para um bocado de gente e arrumo essa visita. Mas você não vai revender o produto da Syngenta. Mas não tem problema, eu não quero falar de vender, eu quero solução para o meu cliente. Se ele está rico, eu estou rico e assim segue a corrente. Você não precisa se preocupar com uma coisa tão pequena no primeiro momento. Se você fizer esse tipo de coisa, vamos lá na Bayer conversar com os caras, uma parte deles são meus amigos, a gente já rodou tanto nesse mundo, trabalhou com tanta gente, que um diretor é amigo, outro é conhecido e formou junto. Porque você tem que ter essa mente aberta. E é isso que tem facilitado, acho que muito aqui na Bahia. E o produtor quando ele vai nessas coisas começa a discutir, a adotar tecnologia. Ontem mesmo eu fui lá na Helena. Ah, vai sair campanha de semente de soja. Eu falei cara, e o TSI. Eu falei os meus clientes é Standak. Ele falou assim, então; O que você vender nós

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acertamos lá, que eu vou vender Standak para os meus clientes e levo lá e ele trata pra mim. Eu falei beleza. Eu vou ter ainda Cropstar e vou ter Avicta. Eu falei então vamos fazer o seguinte; você me autoriza a vender eles também. Pô claro, por que não. Falei, porque eu vou chegar no cliente, que eu sentir que a necessidade dele naquele quadro é Avicta, ótimo. Porque semente tratada com Avicta da Helena. Standak Top. Tem problema de nematoide. Tem é bastante problema de nematoide viu. Primeiro é o clima. Nós temos muito sol. Esse é o principal fator que ajuda, nós termos grande quantidade de luz solar. Segundo, as áreas de algodão nós fazemos um perfil de solo muito bom. São áreas que normalmente já aguentam mais veranicos. E aí a tecnologia toda empregada que faz com que eles tenham uma alta produtividade. Então a região é muito própria para a produção de algodão. A característica do solo melhora muito mais a fibra do algodão. Primeiro que assim, quando é que nós colhemos algodão. A partir de junho nós estamos colhendo algodão. É mês seco para nós. Junho, julho e agosto são os meses que nós colhemos algodão e se der uma chuvinha nesse intervalo, que não é normal, mas o solo por ser mais arenoso não afeta tanto a qualidade cor. E segundo que nós temos muito sol, muito sol durante o período, a pluma nossa é mais branca do que de outros estados aqui. Se você comparar, a nossa qualidade hoje, com exceção ao teor de açúcar que nós estamos com 14 por cento, é comparado com o algodão da Austrália e Califórnia. O nosso algodão aqui. Em anos normais nossa qualidade é muito boa. Tirando o teor de açúcar que ainda está elevado no nosso algodão. Nós tínhamos 28 quando nós começamos e hoje nós estamos com 14 por cento. É assim, se você tem muito açúcar, na área têxtil ela atrapalha um pouquinho para fazer a qualidade do produto. Se você tem açúcar a cor não pega direito, aquelas coisas e tudo mais. Mas hoje nós estamos com 14 por cento, nossa qualidade já é muito boa. Agora você pega o estado de São Paulo tem 8 por cento. Porque que nós temos 14 por cento, nós já tivemos 28 por cento, e agora estamos com 14 por cento. Pelo clima nosso ser favorável para a mosca branca por ser muito seco, pulgão. Nós cuidamos do algodão nosso da emergência até a colheita mesmo. Por exemplo, o algodão está com 140 _ 150 dias teoricamente ele está pronto, mas nós estamos pulverizando pensando em qualidade. Não deixamos mosca branca entrar, o pulgão entrar. Exatamente para não deixar crescer esse nível de açúcar. Porque o excremento tanto do pulgão, como da mosca branca gera açúcar. Mecanização, irrigação, clima, adoção de tecnologias, adoção de tecnologias de fácil absorção, bem empresarial, só um exemplo, no passado aqui a gente apanhava muito em manejo de pragas e a gente desenvolveu um método que a gente começou usando o GPS e monitorou e mudou essa metodologia de monitoramento e o pessoal está usando no Triângulo hoje. Porque a pesquisa brasileira em café, se você pegar um livro de entomologia de café ele está super atrasado. Você não tem hoje um manejo de pragas, um MIP hoje para café, tanto é que tem um colega que fez mestrado em entomologia em Lavras, que foi fazer um trabalho numa fazenda de um cliente meu em Patrocínio, que levou um método dele de avaliar pragas e o produtor fez foi sorrir. Poxa, você falou que não tem bicho mineiro aqui, mas no método que a gente está usando tem. Tanto é que o colega mudou a metodologia dele, já está usando o sistema nosso lá em Patrocínio. Por que. A amostragem ficou diferente. É estatística, falava que se tinha que coletar planta folha ao acaso. Então o monitor chegava no pé de café e só faltava fechar o olho para pegar a folha. A gente pegou a tecnologia do

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algodão, o monitor busca a praga. A causalidade é dada pelo GPS, 50 em 50 metros o GPS dá, não a questão do cara achar que um pé que tem mais ou menos. Então isso mudou e a gente não tem mais aqueles estragos de bicho mineiro que é a praga principal aqui que tinha antes. O pivô é georreferenciado e através disso, você entra lá dentro e detecta e faz aplicação pontual, que encaixa na certificação. Essa metodologia independe do sistema de irrigação, pode ser usada no sequeiro também. Importamos tecnologia de outra cultura próxima para facilitar o manejo do café. Em termos de oportunidades, ambiente externo, tem recentemente o selo para a região do café do Oeste, como tem o vinho do Porto, o Café do Cerrado Mineiro, é um café que o diferencia de outras regiões, aromas, gosto, voláteis. Isso é interessante porque o café daqui é mais jovem do que o da Chapada da Diamantina, eles estão muito atrás da gente, e aqui já conseguiu porque aqui essa cafeicultura empresarial e eles vão fazer mesmo, realizam. Todos os produtores participam através da ABACAFÉ. O selo é uma certificação. Essa ideia do monitoramento partiu da Zilene, diretora do café da Fundação, é uma engenheira agrônoma, se esse monitoramento dá para o algodão na minha fazenda eu quero também no café. A certificação é em cima de todo o processo produtivo, seguindo normas e procedimentos e uma região delimitada, por exemplo café de menos eu acho que é de 700 metros de altitude não entra. É uma indicação geográfica como tem para o champanhe na França, como tem o café do cerrado de Minas, como tem o vinho. Isso dá mais credibilidade e com isso agrega mais valor. O produtor pode ou não se empenhar para melhorar o padrão de qualidade da produção dele para atender à certificação, é um atrativo para ele agregar mais ao produtor para ter um preço diferenciado, isso depende muito da época de preço do café. Por exemplo, tem fazenda aqui que tem estrutura de pós colheita via úmida, toda estruturada para fazer um café bom. Porque quando começou, o Zé está aqui há mais tempo e o Guerreiro, no início falava só em café comoditie, comoditie, café geralzão, não falava em café especial, café em separado, depois disso a região começou a investir em máquinas, em preparo melhor do café para atender nichos específicos de melhor preço. Essa questão da indicação geográfica praticamente está sendo implantada ainda, não podemos falar ainda em resultados. Ainda não, mas a gente crê que nós produzimos aqui um dos cafés entre os melhores do mundo e nós queremos assegurar que o café que for produzido, alguém que comprar o café da nossa região no exterior, Japão, Europa, ele vai ter uma certeza de que o café é daqui da nossa região. Com certeza o futuro vai, prevemos um futuro onde aqui é um local em que os compradores terão certeza de que terão, adquirirão a matéria prima que ele precisa para os blends dele, que não existe no Paraná, São Paulo, Sul de Minas, tem ano que tem frio, tem ano que tem seca, e aqui vão ter mais, e nós tentamos por esse selo que a ABACAFÉ vai controlar, vai garantir ao comprador de que ele está comprando um café daqui da região do Oeste da Bahia, com padrão de qualidade que ele tem, padrão de qualidade para ele poder, o produtor, que vai controlar é a associação, a ABACAFÉ irá controlar e dará o direito ao produtor associado de usar o selo. Isso agregará valor com preço diferenciado no futuro e aumento da credibilidade. No passado, ocorreu muito aqui, pegava um café do Oeste da Bahia e pegava um café do Cerrado Mineiro, entrava na cooperativa, provava, não esse café do Oeste ele tem que pagar menos porque é um café aguado e do Sul de Minas paga mais. Alguns produtores que pegou esse café e entrou ele na cooperativa

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como sendo do Cerrado, nossa que café ótimo, que café bom, de onde ele é. Do Oeste da Bahia, ah, bem que eu percebi, ele é ruim. Então tem o deságio. Então o que foi feito para esse selo ai. Pegou provadores, juízes, árbitros de concursos, veio para cá, fez uma mesa de prova e certificou que o café daqui é bom e chancelou isso. Deu nota, inclusive para os melhores cafés e agora com esse selo vai mostrar para quem quiser que o café daqui é bom. Foi aprovado pelo Ministério da Agricultura. Não foi o Marcos, o Zé, o Guerreiro quem falou, foi pessoas da área de prova, árbitros credenciados pela DSA que deu essa chancela. De modo geral, o café brasileiro ainda é visto como uma bebida relativamente fraca no mercado internacional. Esse passo que estamos dando ainda não é a realidade lá fora. Nós queremos mostrar isso dai. No Cerrado Mineiro, sim, eles tem o selo Café do Cerrado e mostram isso lá fora, eles vendem bem o café deles. Nós aqui do Oeste Baiano ainda não. Todo café que você vê o selo Café do Cerrado é um café bom, assim como o nosso vai ter o selo, o rótulo e vai ser bom. Isso dá credibilidade, código de barra, tudo certinho

**** *que_13 *que_mdp Deixa eu tentar sintetizar isso aqui numa coisa mais curta; Nós temos muitos problemas na ordem das pragas e doenças que estão acontecendo; eventos diferentes a cada ano. Isso aí é um problema sério. Hoje eu comecei a falar ali na hora do almoço que ano retrasado era mofo branco, ano passado uma lagarta, esse ano outra, no ano anterior era nematóide. Então é basicamente isso. E uma coisa climática, na resposta anterior eu coloquei como bom, mas com certeza em determinados momentos o clima desfavorece. Só assim, melhorar as máquinas que vamos trocar as máquinas. Melhorar as máquinas para o caso de transpasse. Essas máquinas novas vêm com sensores que quando elas passam em cima de uma área não aplicada ela desliga. Então não tem aquele arremonte daquele produto, então ali a perda também é muito grande no remonte. Pega esses produtos concentrados de 2 gramas, 10 gramas, 20 gramas é muita coisa. Chega a matar a planta. E evita que deixe alguma área sem fazer. Então esse equipamento ele é 100 por cento, ele aplica; ele fecha a área. Ele não remonta as coberturas. A primeira coisa que eu faço com o pulverizador, eu pego essa área aqui, eu aplico ao redor dele. Depois quando eu vou fazer as faixas eu chego aqui ele desliga automaticamente. Ele bateu no não aplicado ele desliga, eu faço a volta e entro aplicando e ele liga automático. Precisa deste maquinário mais moderno. Oscilação de mercado é lógico que é uma ameaça externa. Doenças. Ramulária pode ser. Tecnicamente talvez seja a ramulária. Tecnicamente é lógico que existem problemas, como a gente está citando aqui alguns desequilíbrios de helicoverpa, alguma coisa tem. O grande medo é o mercado mesmo. Que chegou a um ponto como a 2 _ 3 anos atrás, o preço baixa bastante. nematoide é uma ameaça. As outras lagartas são coisas rotineiras. Do ponto de vista técnico seria o nematoide mas a grande diferença para mim é o mercado mesmo. Então como eu não sei do mercado muito bem, eu não mexo nessa parte do mercado então eu não sei te detalhar, mas com certeza um preço ruim muito abaixo do mercado, preço médio, com certeza afeta. O que eu mais vejo que atrapalha na produção de soja é estrada e porto, a questão é mais logística, estrada e porto estão matando nós. Porque chega um navio aqui na Bahia tem que pagar um frete bem mais alto por causa da demora do carregamento, por causa da infra estrutura portuária.

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Outra, para ir pra a fazenda aqui é um ralí, só mesmo para crer a estrada que nós temos aqui para a fazenda. Porque o porto calado é baixo então poucos navios conseguem fazer o carregamento. Além disso, a galonagem é baixa no porto de soja, ai demora o transporte até que completa a carga do navio. É logística. Para começar daqui para fazenda nem estrada tem, a estrada está intransitável, a estrada é de chão, apesar de ser BR mas é estrada de chão, está intransitável. A gente está cortando por caminhos alternativos, cortando em roça de outras pessoas, muitas pessoas nem gostam que passem pelas roças, mas não tem outra saída. Entrar pelas roças de terceiros, desviando daqui, dali e de lá até que consegue chegar com a caminhonete na fazenda para poder levar algum produto, levar feira. É tanto que a BR 242 está intransitável. O que mais dificulta a produção é mais o temor mesmo do preço da soja; a oscilação do dólar e a ineficiência dos produtos químicos ou então a resistência das pragas aos produtos disponíveis, eu não sei bem direito o que acontece. Isso tem ocorrido mais vezes e dificulta o controle da lagarta. Se nós não tiver a tecnologia , se nós não tiver a tecnologia a nosso alcance é inviável produzir soja. Na propriedade o que atrapalha é questão do solo nosso que está doente . O nosso solo está doente, ele está praguejado. Ele tem nematóide, ele tem fusarium, rizoctonia, essa coisarada tudo. Tem tudo isso aí , então isso aí é o pior problema que nós podemos ter. Agora, eu plantar soja efetivamente, operacionalmente, financeiramente, isso aí é muito fácil, porque é a cultura mais tranquila que existe. Agora o problema maior é justamente essa questão de a soja por ela ser fácil ela vai se tornando inviável, pela monocultura , e por você ter que fazer adubação, correção tudo isso agride demais o solo e desequilibra. E aí as doenças vêm, pragas vêm . Aí vem todo esse trato que tem que fazer no solo, esse preparo, essa correção, você tá desequilibrando o teu solo e aí aquela defesa natural que tem que ter é perdida. O mofo branco é uma coisa que tá entrando muito forte, conforme o Enio falou, a gente tem que segurar uma planta pra não nutrir tanto ela para vegetar, focar mais na produção porque aí além de você ter a possibilidade de produzir mais você vai ter mais facilidade para controlar as doenças na parte aérea que é mofo branco, é ferrugem, é antracnose, essa coisarada toda. Antracnose é um ponto que nós temos muita dificuldade, que atrapalha muito a cultura da soja, que nós não sabemos o que fazer com ela, tentamos uma variedade, é isso, é aquilo. Aí vem um cara e fala que é Score, daí vem outro que fala que é Carbendazim, que não sei o que. E na verdade eu não sei falar para você o que controla a antracnose. A gente planta torcendo para ela não vir com força porque quando vir vai levar tudo embora. Ela está ali , se está em stand by não sei como é que é, a gente vê os sintomas mas não é agressiva, mas se vier com força. Então é isso aí é o solo, a proteção do nosso solo, que falta, ter alguma coisa que você possa fazer, não sei, uma maneira; quem sabe essa ambição de produzir muito , eh o fulano de tal produziu 104 sacos , quer dizer, e quanto custou para o solo dele para produzir esses 104 sacos. Mas e quem vai pagar isso aí. O que atrapalha que a gente sente que o produtor é visto como um marajá , ele é visto pela sociedade como um cara que ele tem muito dinheiro, que ele tem uma qualidade de vida, que ele usufrui de tudo o que é bom , e aí ele é taxado. Aí em cima disso vem fiscalização ambiental, trabalhista e tudo que é tipo, ATAB, tudo que é coisa. Então, eu particularmente vejo a camionete branca com um negócio amarelo na porta a gente já treme, porque eu procuro fazer a coisa certa, nós procuramos fazer, eu sou consciente que eu não estou fazendo nada de errado só que

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se procurar acha, agora os cara vêm para procurar. É igual a um investigador quando ele vai ele quer levar o cara preso, ele quer achar um defeito. Eu não sou bandido, eu estou produzindo alimento, eu estou tentando manter o meu negócio em pé porque se eu não fizer dessa forma eu vou quebrar e eu vou embora e vai entrar outro, e vai comprar e vai continuar produzindo. Mas eu estou tentando manter o meu negócio que é a minha atividade, mas isso aí dificulta muito , essa fiscalização trabalhista, ambiental. Eu mesmo arrendei uma terra esse ano que a terra já estava embargada fazia 4 anos, por acaso, estava embargada e passou o IBAMA lá. Tudo bem que o cara estava errado, mas rapaz vamos, vamos, vamos, agiliza o negócio, tem que produzir. Aí estava parada a terra e eu fui lá, desembargou e arrendei a terra e já mexi e já plantei já, entendeu , então a gente é muito visto, então a sociedade, a gente por ser taxado dessa forma, de os bam,bam,bam e tal. Quando a mídia mostra aquelas colhedeironas que o cara da cidade, que mora lá em São Paulo nem sabe como é que é aquilo, fala olha lá, eu quero comprar um carro popular e não posso e olha lá o tamanho da máquina que o cara tem. Quer dizer mas aquilo tá hipotecado até a quinta geração, é uma necessidade mas a comunidade não vê. Aí de repente, por isso, a gente é fiscalizado tanto, é cobrado. Eu acho que tem que ser mesmo, porque tem muito produtor, tem algumas regiões que são problemáticas , a gente sabe disso aí , eu até vi, já presenciei, já tive oportunidade de ir em algumas fazendas que o negócio é meio feio, mas não vamos generalizar e nivelar por baixo. Então acho isso uma grande dificuldade. Eu acho que tem que ver, analisar. Esses dias chegou um fiscal lá da ADAB lá, passou, ia passando não sei o que que era lá, ele parou, ia passando, eu ia no abastecedor da sede, ele parou, aí ele viu um balde 5 litros assim, de veneno, aí estava cortado uma beirada dele assim que o cara cortou, que ele tem uns números, pra fazer um dosador. Rapaz, o cara virou um bicho por causa daquilo, veio bravo para cima de mim. Eu estava de baixo de um pé de manga, chupando manga, todo cheio de fiapo de manga nos dentes, aí ele veio a pé, o outro já deu uma ré na camionete, já veio também, eu fui de encontro a ele e ele disse; o que você está aplicando aí, tá reutilizando embalagem. Eu falei não, eu não reutilizo embalagem. Mas tem embalagem cortada e você sabe que não pode usar. Aí já fomos para lá e já mostrou; essa embalagem não está inutilizada. Aí tem um ferro que eu fiz com uma ponta para o cara já coisá. Pois é você vê, está aqui, a gente fala, eu até acho bom vocês aqui e vejam. Eu tenho o maior interesse em preservar, em fazer a coisa certa, em descartar a embalagem, lavar, tudo certinho . Aí ele cortou, eu sei que não é proibido cortar, aí tem uns baldes que se sumiu eu também não sei porque eu não estou acompanhando. Não vou dizer está errado, eu devia estar acompanhando mais, mas muitas vezes eu falo e eles não obedecem a gente, então até acho bom você falar isso. Eu queria que ele estivesse aqui escutando o que você está falando, porque as vezes eu falo e ele não dá valor. E ele falou; onde é que está aplicando. Posso ir lá falar com o cara. Chegou lá e já juntou o cara; o que que você está fazendo. Ah, e antes ele disse cadê a vasilha de veneno. Inutiliza aí. Pisou e encheu de furo a embalagem que tinha cortado. Aí quando ele foi para lá e eu peguei a camionete e fui para cidade e comprei um monte de balde cheio número para dosar, você entendeu, é mixaria demais, não precisa fazer isso. Aí eu tremi, já pensou se esse cara me mete uma multa eu estou lascado, porque eu preciso do meu nome . Então é a dificuldade que a gente tem. A gente vive acuado, com medo , vive com medo das coisas. Mas eu não estou fazendo nada de errado. Então essa é

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a dificuldade maior fora da porteira. Eu acho isso aí, as outras coisas a gente tenta procurar resolver. Tem essa questão comercial que tem um pouco de falta de bom senso, , do comércio, mas enfim isso é questão de cada um e eu acho que essa questão eu dou conta, no meu caso eu dou conta bem. A distribuição da chuva é um desafio. E em primeiro lugar a fertilidade que a gente não tem fertilidade nesse solo natural. Encarando a chegada, ninguém faz nada nesse solo sem um grande investimento. Então a fertilidade é o primeiro gargalo que você não tem fertilidade. Isso falando em abertura de área, em construção de um solo. O agricultor deveria cobrar um royalties do governo por estar trabalhando a terra do cerrado e melhorando de graça. Nós estamos acrescentando 10 anos de trabalho num solo desse, o que se acrescenta de riqueza não se consegue mensurar. Em termos de nutrição, mas em matéria orgânica e outras coisas não se consegue fazer um cálculo financeiro para se dizer quanto vale uma terra já cultivada há dez anos, 20 anos então. Claro que vai ter o problema do nematoide, problema de alguma doença, você um solo em outra estrutura. O nematoide é um problema mas é um problema bem próprio das culturas como um todo. Você tem a doença, você tem um nematoide, tem a lagarta, aí segue uma infinidade de problemas. Aí, se você quiser mais tem recursos humanos. Nós não temos funcionários qualificados em todos os níveis. Gerenciamento, mecânico que são os principais que você precisa numa propriedade agrícola de médio porte; até os funcionários que não tem capacidade para operar um trator moderno como se tem hoje. O que nós fazemos é investir neles, ensinar o be_a_bá o básico porque não tem um milagre, não basta apenas a questão salarial, você precisa ter paciência. Sobre a questão de treinamento que você me questionou, existe um pouco mas não dá para dizer que é bom porque se houvesse mesmo uma escola nesse sentido para aqueles que ao mínimo estivessem desempregados e fossem obrigados a assistir uma escola, por exemplo; porque se ele está desempregado é porque na maioria das vezes ele é o mesmo qualificado. Se pudesse qualificar esse pessoal um pouco melhor, para alguma coisa mas não existe praticamente a não ser aquela que a fazenda dá. Existe um programa com os sindicatos, com algumas situações que você pode treinar o seu funcionário mas a rotatividade acaba sendo grande e é um investimento assim, ainda com pouco retorno. Hoje é melhor a mão de obra do que quando nós começamos, porque vai se formando. O agricultor mesmo vai formando a mão de obra na região. É um problema. O recurso humano é um gargalo, para muita gente.

**** *que_13 *que_mdc Armazenamento praticamente não tem. Nós temos pouco armazenamento nas fazendas. São poucos que têm. Os grandes todos têm mas o pequeno guarda em silo bag no meio da lavoura. Eles colhem, jogam no caminhão e vão embora. A maioria colhe já vendido. Joga no caminhão e já segue direto. Milho é que alguns armazenam, são poucos. Doença na cultura da soja a principal ainda é a ferrugem. Só que tem aparecido o mofo branco, tem aumentado bastante. E outras doenças oportunas têm aumentado. Antrachinose e mancha alvo. Se não controlar a doença ela quebra a produção. Em 2002, 2003 nós tivemos um caso sério aqui com a ferrugem, perdemos muito coisa. De lá para cá o pessoal tem feito o dever de casa mas se não fizer o dever de casa ela vai levar a produção embora. Principalmente a ferrugem. É uma doença que todo ano entra aqui. Ela entra

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tarde aqui, mais tarde que o Goiás, mais tarde que para baixo, Mato_Grosso, só que ela vem. Não, o pessoal aqui aprendeu a trabalhar o solo. Os produtores da região já aprenderam a lidar com esse problema. Hoje o solo não é mais um problema. Com certeza que a experiência é um fator facilitador A maioria dos produtores aqui tem muitos anos de experiência. A maioria dos nossos consultores tem mais de 20 anos de Bahia. Os consultores têm uma influência bem grande na região. Eu acredito que nessa última alternativa, na lavoura de algodão e se usa a soja e o milho como componente do sistema de produção. Onde tem o algodão e ele serve como apoio para a soja e o milho. Dificilmente, nós temos microrregiões onde tem consultores só de grãos, mas os principais consultores sempre estão linkados na cultura do algodão principalmente, aí eles fazem o link nas outras culturas; soja e milho. Hoje nematoide é o grande desafio nosso. É, mofo branco. Mofo branco, é. Eu acho assim, porque hoje ainda é muito caro manejar essa doença. Nós precisamos descobrir além de sistemas que nos ajude a melhorar nosso sistema de plantio direto, alguma coisa assim, variedades também, que auxiliem nesse manejo do mofo branco. A janela curta de plantio é uma grande dificuldade. Porque ai o cara começa Esse é o grande desafio Sérgio. Porque ai começa a fazer coisas que agronomicamente a gente sabe que não é certo. Adubo a lanço. A gente sabe que fósforo a lanço não tem o mesmo resultado que fósforo na linha, . As melhores fontes de fósforo tem uma concentração muito baixa, que é o supersimples da vida. Para o cara colocar 100 pontos ele tem que colocar 500 quilos de adubo na linha, ele perde rendimento de plantio. Ai ou ele tem que dispor de capital, para ter muito mais máquina para fazer isso. E ai entra no fator que talvez seja o mais limitante de todos. Gente. Gente qualificada e os órgãos aqui deixam quase todo mundo doido, a fiscalização trabalhista é absurda nesse Estado. É absurdo o que o Ministério do Trabalho exige que você de para um funcionário numa fazenda. Não é que o pessoal de apoio seja pequeno, você contrata muita gente. O nosso maior problema hoje é a legislação trabalhista. Para você ter uma ideia, as metragens que eles exigem em um quarto, num alojamento, porque o funcionário vai ficar lá, beleza, ah o quarto do teto, a parte de cima, da laje, até na primeira, a parte de cima do colchão, do beliche, só pode ser beliche, não pode ser aquele treliche, tem uma certa distância, beleza. Ai eles vem aqui e montam, vai ficar aqui a cama. Dessa cama, nessa aqui de baixo, mais tantos centimetros, aqui, beleza, beleza. Ai você vai para o mercado comprar, não existe beliche com essa metragem. A metragem do beliche é outra. Não serve para funcionário. Então ai o cara chega lá. Não existe, a metragem não existe, não tem como você fazer isso, você tem que dai ir numa marcenaria e mandar fazer a beliche, pode ser de metal, desde que seja beliche, não pode aproveitar para botar três. Outra coisa a distância entre elas. Eu cheguei a ver o cara levou o pessoal do ministério para ver o alojamento e tal. Dez centímetros. Faltou. Que é isso aqui ó de espaço. Era para ter 60 entre camas e tinha 50. Só que tinha parede dos dois lados. Qual que foi a recomendação do Ministério. Quebra a parede. Meu amigo ou vou quebrar a parede, vou quebrar tudo isso daqui para puxar 10 cm. Se você quer estar nas normas é assim, senão eu te multo. Essa parte trabalhista para nós aqui é o pior entrave que nós temos. A questão da mão de obra qualificada para mexer com as máquinas também é um entrave, mas ai eu te falo, você consegue ainda treinar, você pega um funcionário desse vai ter que ter paciência. Não tem escolas para treinar. É o produtor, junto com a concessionária que vendeu a

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máquina que vai fazer o treinamento. É isso que nós temos que fazer. Sindicato do produtor rural começou alguma coisa agora, mas assim, é muito subjetivo. Na verdade é politiqueiro, não é com fim Então, assim, essa questão tira o sono de qualquer um. Tira o sono. Eu tenho um caso de um agricultor que está abrindo área e necessita de mão de obra para fazer a catação de raízes, ele foi à cidade, contratou uma pessoa, o gato que a gente fala, ó quero tantas pessoas. Quando o gato contratou todas na cidade, ele passou no escritório e registrou em carteira o pessoal, tudo bonitinho, com alojamento. Ai foi o pessoal do escritório registrou e foi toda aquela papelada para lá e o pessoal trabalhando. Ministério pau em cima. Eu não sei que cargas d’água, que raio, acharam no meio de todo aquele povo um rapaz com 17 anos trabalhando, menor. 160 mil reais a multa por causa daquele rapaz. Ai o Roberto Kumasaki, até que é o produtor, falou cara o que é isso aqui. Como é que você está aqui menor. Ele falou; Seu Roberto, eu tenho três filhos, eu sou casado, eu tenho que sustentar. Bom, vamos lá ao Ministério. Ele falou não eu vou lá. Chegaram lá no Ministério em Barreiras, ai corre com o Advogado, com tudo certinho e falou; o Seu Roberto não sabia, passou despercebido, mas aqui está o rapaz. Não, mas o pessoal faliu; você é menor. Sou tenho 17 anos. Mas então você tem que estar estudando. Mas eu não posso eu tenho 3 filhos e eu tenho que sustentar eles, eu não estudo mais eu só trabalho, vocês tem que me deixar trabalhar. Você não pode trabalhar. E o cara caiu com a multa do mesmo jeito, não teve. Agora, é uma barbaridade. Se você não der emprego para aquele cara, o que ele vai fazer. Ele vai roubar. Ele vai roubar gente. E o cara está lá trabalhando e o Ministério vai lá e proíbe, pai de 3 filhos, um moleque desse; Um moleque. Já é um homem. Então esse é um entrave danado. Exportação. Nós estamos muito longe da exportação. Problema de logística totalmente. Se chegar a estação de ferro que está programada, deve nos ajudar bastante. Você quer falar em doença, então vamos lá. A principal do algodão chama_se ramulária. Nós fazíamos três aplicações, hoje nós fazemos cinco a seis aplicações só para ela. Essa é uma dificuldade. Bicudo é a principal praga para nós ainda, apesar de que nós estamos desenvolvendo todo o controle e tal, nos últimos dois anos não foi problema mas estamos sempre em alerta. Helicoverpa vai ser tranquilamente na próxima safra. E o que vai crescer para nós. Percevejo. Percevejo vai crescer muito para nós. O percevejo não era problema no milho; nós tínhamos só percevejo barriga verde no milho, hoje nós temos percevejo barriga verde e temos marrom. E na soja nós tínhamos só o marrom, hoje nós temos o marrom, tem um pouquinho de verde pequeno e está achando também o barriga verde na soja. E está migrando tudo para o algodão. Mosca branca é um problema seríssimo. Sobre os percevejos, Sérgio, as bordaduras de soja, uns 300_400m a gente tem problemas sérios. O que acontece. É aquela velha história, o produtor que não é produtor de algodão, o que ele faz. Chega no final da soja, ele deixa a soja. Qual que é a nossa metodologia. Não sei se vocês vão discordar. Percevejo para nós se você pegar quatro de pano nós estamos considerando dois numa fase e um numa fase, mesmo no grão. Porque estraga demais da conta. E aí as nossas áreas nós adotamos essa metodologia. Agora o produtor que não adota isso e é vizinho nosso do lado, ele chega a uma determinada fase, a hora que o grão começou a enrijecer um pouco ele para de aplicar para percevejo, e aí a migração vem toda para a nossa área. Esse é um problema seríssimo. Migra tudo para o algodão. Neoquistos é predominante para nós na região, o nesária vem um pouquinho e o

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deosedópis também. A proporção é assim o neoquistos é sempre o que predomina para nós aqui. Então o que a gente está falando a gente quer desenvolver um programa para a região só que nós trabalhávamos com 80 produtores de algodão, agora são 1000 e poucos produtores entre soja e algodão na região. Então é um programa muito mais abrangente, nós precisamos da ajuda de vocês nisso aí. No meu ver aqui, de limitação aqui eu penso na sustentabilidade dessa cafeicultura nossa aqui, é a pesquisa básica, principalmente solos, fertilidade, nutrição. São solos naturalmente fracos, de fertilidade muito baixa, de modo geral. A grande desvantagem é não conhecermos bem o solo. A falta de conhecimento. O solo é até melhor de se trabalhar que um solo argiloso, mas somos carentes de pesquisa, não conhecemos bem o nosso ambiente. Falta pesquisa nessa área. Carência de pesquisa. Hoje é uma coisa que eu acredito que é dificuldade, eu tenho batido nessa tecla, nós estamos usando calcário, calcário esses anos todos e você pega uma saturação de base de 30 a 40 por cento, 20 no solo e põe e dose alta. Agora a gente usa o calcário dolomítico calcinado que está de 76 por cento de saturação de base, tem que fazer um dia de campo aberto lá, em 2006 era 20. Eu tenho os gráficos desde 2006, 2007, 2008, 2009, 2010, 11, 12. Você trabalhou lá, você lembra das análises de solo. Puxa, e ai. Que fonte vai usar. de repente os trabalhos começados pelo colega Guerra por exemplo e a turma lá do fósforo, opa, então é um elemento. Vamos trabalhar outros aqui, principalmente o caso do fósforo, eu lembro que o fósforo em absorção no café, ele é o último. Primeiro tem nitrogênio, potássio, cálcio, magsio, enxofre e fósforo. O último, então vamos pegar o cálcio e o magsio e vamos focar mais neles. Outros entraves fora da porteira, eu tenho um pressentimento de que o ministério do trabalho parece que atua mais aqui na gente que em outras áreas ou não é. É porque estou mais focado aqui. Há um sentimento generalizado de que os cafeicultores aqui são pegos como bode expiatório, pego para boi de piranha, então assim a gente vê um exagero de fiscalização, falta de compreensão, acho que é porque é grande produtor então é muito visado, as inspeções do ministério do trabalho não são educativas, apegada aos detalhes, são ultrajantes, as coisas assim de chegar viatura da polícia federal, duas da polícia federal com cada fuzil deste tamanho, que você não pode olhar para as armas senão isso intimida, como aconteceu comigo em Sapucaí, o que que você está olhando. Eu fiquei olhando porque eu servi o Exército e queria ver que arma que era aquela, curioso, para ver que arma que era aquela, se a que eu tinha servido era parecido com aquela. Quando eu olhei, o que você está olhando, quem é você. Opa peraí, eu só estou de passagem aqui, nem consultor eu num sou. Eu só estou procurando um cara aqui, mas não está então eu vou embora. Eu era, eu era consultor da Sapucaí, mas como que fala que eu era. Tem que dar um visto lá e você está preso. É mais visado. A agricultura empresarial aqui. Eles estão abusando os coitadinhos, eles tem muito dinheiro e estão abusando os coitadinhos e não é. Os cafeicultores aqui procuram trabalhar o máximo certo possível. Tudo carteira assinada, respeitando o horário. Um exemplo, eu digo que é um exagero, um produtor aqui foi multado porque ele não tinha toalha de papel para o peão enxugar a mão no banheiro. Na região do Brasil, quantos, em outras regiões, quantos produtores foram multados porque não tinha toalha de papel nos banheiros. Quer ver um exemplo disso ai, você vai no Estado de São Paulo, por exemplo, eu dei consultoria lá, na cidade de São Paulo, não é tão marcante, a fiscalização que se trabalha lá em café, não é como aqui, você não vê isso

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lá. Por que. Com relação a mão de obra nós temos que treinar, temos que treinar muita gente, eu gasto tempo de treinamento, muito. Não é uma mão de obra fraca, assim a região tem menos café do que outras culturas, então ela oferece menos. O café não tem tanta tradição. Tem mais gente que não conhece o café. De modo geral, a mão de obra aqui, para não só para café, para todas as culturas é muito fraca. Fato é que os produtores do Oeste da Bahia fez algo que até o João Batista do Canal Rural fez uma reportagem que eu participei um tempo atrás elucidando isso ai, não sei se você viram, que o que fez os produtores do Oeste da Bahia, tirou dinheiro do bolso e montou um centro de treinamento do Senar aqui que é o maior do Brasil. O Senar está aqui no LEM. O centro de treinamento é o maior do Brasil, mais atuante. Ele tem sala para treinar cozinheira grande, treinar tratorista, tem um galpão imenso para entrar com trator lá dentro, para botar marcha lá dentro. Sabe é grande, você precisa ver. Uma coisa que cada produtor foi lá e assinou o livro de ouro, cada um foi lá e botou cem sacas de soja, outro eu vou botar vinte mil, outro dez mil. Serve para todos os produtores café, soja, milho, algodão, tudo, o treinamento é feito lá. Agrônomo, técnico agrícola, tudo. O Senar foi iniciativa dos produtores junto com o pessoal do Sindicato Rural que reuniu e vamos levantar, vamos. Porque tem fazenda grande de soja e algodão que enche o ônibus de técnico agrícola do Rio Grande do Sul e traz para cá, bota para andar nos tratores, os tratores hoje tudo com joystich, computadorizado, como é que você coloca um cara que não sabe nem ler direito. Nem oitava série. Aparece lá escrito stop, eu não sei o que é isso. Então traz essa quantidade de gente de fora, São Paulo e Minas talvez ali você acha mais fácil gente. Para o café principalmente. Se você fala para o técnico para vir para cá. Ele logo pensa, fazenda grande, eu quero três mil. As vezes nem vem. Não vem. A atividade de treinamento precisa ser feita e ela vem após o sistema de produção ser implantado e corre atrás do treinamento. Na minha opinião, a necessidade de mão de obra em café aqui na região é a menor do Brasil. Não se gasta, o nível de tecnificação, mecanização é muito alto, a eficiência tecnológica. Tem propriedade aqui que o café sai da árvore e chega no Japão sem ninguém por a mão. Tem a colhedora, leva, passa no lavador, despolpador, passa numa máquina que seca, vai para o secador, vai para a tulha, beneficia, vai para o saco, vem para a cooperativa, embarca no navio e vai e ninguém pôs a mão no café. Tem propriedade aqui que faz isso, a Olinda. O nível, o terreiro, a máquina espalha e depois a própria máquina ajunta. Na hora de ensacar, não tem mais peão costurando saco. Vai no beque, um homem pega o beque e coloca lá em cima. Eu não sei se vem essa pergunta na frente. Mas é a sugestão é que o governo, Embrapa, Ministério, deveria investir também na cafeicultura familiar, porque tem muita mão de obra, pessoal que poderia. O café resolveu o problema social muito grande aqui na nossa região. Tem uma área que estou dando assistência, fazendo um trabalho voluntário num hectare, fazendo uma vitrine para mostrar isso ai, é uma coisa assim muito importante, que o governo deveria olhar. Eu também estou fazendo um trabalho junto a Secretaria de Agricultura de São Desidério, com café com culturas anuais dentro irrigado, o café é a poupança e o ganho é as culturas no meio. É um consórcio. Existe problema trabalhista, é um entrave porque uma coisa que vi há anos atrás e estou vendo acontecer é que o médio produtor vai desaparecer, porque depende de mão de obra externa. Vai ficar o grande produtor e o pequeno produtor. Família, ele e mais dois que tenha filhos, o pequeno e o grande ficam, o médio sai fora.

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Não tem o problema trabalhista, porque a esposa é cozinheira e o marido é o tratorista, então esse pessoal vai sobreviver. O grande produtor consegue realizar, tem áreas grandes, tecnologia e economia de escala. O médio não tem escala. A logística é complicada. Nós estamos muito longe dos portos, o café tem que sair daqui para ir a Santos. O porto de Salvador tem problema sério de calado, não se presta também. A questão do inconveniente de comercialização, somos uma gota no oceano, seiscentos e cincoenta mil sacos ao inverso de 50 milhões, você tem problema de impacto no mercado, produções altas a gente fica refém do mercado. Apesar da tradição alguns produtores de cunho empresarial, fazer muita trava, trava futura, venda futura, não perde tanto quanto o pequeno produtor que especula muito, mas eles perdem também. São reféns do mercado.

****.*que_14*que_ntp As atividades começam no planejamento das cultivares que serão produzidas. Então assim destinação dos percentuais dessa rotação. Plantio. Neste plantio nós temos, simulteneamente, o tratamento de semente, isso aí é importante para nós, o tratamento de semente. A partir daí são os tratos culturais e finalizando com a colheita e armazenamento. Depois do armazenamento para nós aqui da JH, o nosso trabalho começa a partir do armazenamento, a partir da colheita. Porque aí começa a colher, começa a funcionar a unidade, a indústria aqui. Que é a nossa matéria_prima o beneficiamento de semente. Beneficiamento, ensaque e armazenamento. Não há nada que não deva ser feito por causar prejuízo. Todas as etapas de produção são importantes mas acho que o ponto crítico é plantio. Se você não fizer o plantio numa situação boa, compromete tudo para frente. Não tem como reverter. A semente sai do galpão, é destinada para as fazendas, o pessoal recebe, faz o tratamento, abastece as plantadeiras, tem a questão de regulagem de plantio para estande sair certo. Como nós produzimos semente quando muda a variedade, tem que ser feito uma limpeza nas plantadeiras, os cuidados com o isolamento dos campos. Concentrar tudo isso dentro de uma janela ideal que a gente tem, que a gente considera uma janela ideal de plantio. Que é curta. Então nós temos que tornar todas essas operações muito precisas para você conseguir plantar o maior número de área possível dentro da janela ideal de plantio. Se você ultrapassa essa janela você começa a perder produtividade. A janela é o período que na nossa região fica compreendido entre o dia 25 de outubro e o dia 15_20 de novembro. Saiu fora disso aí você começa a não ter o rendimento máximo da lavoura. Planejamento, bom plantio, controle de pragas e adubação. Colheita. Beneficiamento próprio e armazenamento. O armazenamento já é mais tranquilo. Só a parte de regulador de crescimento que é mais complicado. Se o cara usar muito, não sei se amanhã ou depois para de chover e usar um regulador muito forte, aí prejudica o crescimento dele. Isso já venho anotando já há uns cinco anos. Problemas com regulador. Se o cara não souber a previsão na frente e usar um regulador muito forte é problema muito grande para a produção. Planejamento e trabalhar com o clima e planta crescendo para usar esse regulador. Manejo da fisiologia, saber a situação do clima, saber quanto colocar de regulador. Primeiro olhar o desenvolvimento da planta. Nunca passar de 5 a 6cm entre nós. Quando a planta atingir também entre 9 a 10cm entre nós ali que já seria o ponto ideal, se ele começar a crescer muito, com uma boa umidade e ureia que o cara faz a cobertura, aí o cara leva um cuidado mais sério em cima disso aí. Que nem na

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nossa cultura agora, está ali. Entre 10 nós e eu estou aplicando ureia e o tempo está chovendo então tem que ter um cuidado dobrado porque ela pode disparar e crescer demais nos entrenós, ali é que a hora de entrar. Como é que está a previsão de chuva. Se vai chover uma semana. Então eu posso entrar com o regulador aí mede. Uma dosagem a 150, eu posso usar 80. Muita gente usa assim, eu vi muitos assim, que vai dar receituário vão aplicar 200ml para ter uma segurança mas e se parar de chover. Então eu prefiro usar estes 200 em 3 vezes em cada 5 de uma aplicação em seis dias, usar 70ml, 70 e 70. Se usar 70 e vai parar de chover então eu paro, se eu ver que continua então eu uso mais 70. Vou fazer sequenciais. Vou monitorando e aplicando que é muito mais fácil controlar. Não tem gasto operacional, o produto vai de carona, ele entra junto com os outros. Ele vai junto com inseticida com herbicida, ele vai junto com o adubo foliar. Ele pode ir junto. A etapa mais delicada é o plantio. Porque já 50 por cento da produção se faz no plantio. Se você plantar com terra úmida deixa o sulco aberto aí a semente cria um vácuo. Neste vácuo as raízes ficam todas tortas e dá aquela bolsa de ar, já a planta não enraíza mais direito. Então temos sempre que evitar plantar úmido. Plantar com o solo muito encharcado. Tem que ter um solo soltinho, plantio direto. Com relação ao vácuo o algodão é o mais exigente. É por isso que eu peguei o algodão porque o algodão é exigente em tudo. Ele só final que não é exigente. Depois que já está uma planta adulta para matar aí já é difícil. Então no começo o algodão exige demais. Cuidados demais. Cuidado com o próprio herbicida que dependendo ele mata, queima. Mais adulto ele aguenta. A gente faz o planejamento, aí depois entra a compra, depois a gente tem os treinamentos desse planejamento para uma equipe inteira, depois é a execução. Então a gente planeja agora, já vamos fazer o planejamento agora em fevereiro da safra que vem com toda a equipe técnica, todos participam. A gente vai para a compra. Faz o treinamento antes do plantio. Aí começa a dessecação, o plantio, o manejo, a colheita. Após a colheita a gente armazena bastante coisa e outra parte é escoada. A gente tem capacidade para 2 milhões de sacos de grãos. A dificuldade que a gente tem é mão de obra. A mão de obra é a grande dificuldade. O grande gargalo nosso é, por exemplo, você planeja bem, você compra bem, aí você treina. Treinar é uma coisa. Aí tem vários de controle diferentes. Você tem tratorista, cozinheiro e tudo. Aí o desafio é dos gerentes todos, é tentar passar tudo o que teve no planejamento para eles. Aí é o grande gargalo, a execução. Se eles respondem bem ao treinamento é onde está a grande dificuldade que a gente tem. O que a gente tem; são todos agrônomos e os agrônomos não foram treinados para gerenciar pessoas. Na verdade ninguém é treinado mas a gente aprende na vida isso. Tem gerente que é bom técnico mas tem dificuldade em mexer com gente. Não é só gerência. Mas os próprios coordenadores de campo que geralmente são pessoas que eram tratoristas e dentro desses tratoristas os que eram melhores nós promovíamos eles para coordenar essas pessoas que ainda têm dificuldade. Essa dificuldade de gestor de pessoas ainda é nosso grande gargalo numa equipe dessa aqui. A etapa mais importante é o plantio. No plantio em si, nós temos a máquina mais moderna que tem. Hoje o trator é regulado tranquilo. Agora para você plantar numa área grande como essa aqui você tem chuva e você tem seca. E você tem a janela de plantio. Aí você tem que tomar a decisão dia a dia se você planta no pó, se você planta no úmido. Porque se eu plantar no pó e depois chover amanhã e depois abrir 10 dias eu perco todo o plantio. É a decisão do dia a

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dia se planta ou não planta. Agora do dia a dia é lógico que tem problema, problema de qualidade. São coisas rotineiras que não é só o plantio que tem, tem em todo processo o detalhamento. Por exemplo, no plantio quando você joga o adubo com o que é que você tem que tomar cuidado. Para o adubo não ir em baixo da semente. O pessoal tem que tomar cuidado com as máquinas para não se machucar. É experiência e sorte, na verdade no fundo é isso. Em termos de regulagem das máquinas hoje não tem mais dificuldade. A etapa de plantio como envolve muita gente, envolve vários materiais diferentes, tem que prestar atenção na troca de materiais, de variedades, esse negócio de adubo, o carrinho, o ideal é não deslocar ele em baixo da semente. Esses detalhes que tem que tomar cuidado. Lógico que tudo é planejado, conversado e treinado com todos os agrônomos que são várias variedades e ao mesmo tempo do plantio envolve outras coisas, outras atividades. Então muitas coisas estão envolvidas nesse meio; se está plantando, se está jogando veneno, se pode jogar veneno aqui, desseca, tempo disso. É dia a dia. Aquele batidão de chovendo, secando, você tem que plantar naquela janela. Aquela correria você tem decidir no dia a dia. Então específico assim de regulagem não tem. O que é difícil é isso aí, eu planto aqui, eu desseco aqui hoje ou não. São essas decisões do dia a dia essa é a maior dificuldade. Não te forma para isso. A decisão é conjunta. A gente assume tudo, o legal do grupo é que a gente não culpa um cara. Estamos todos juntos num mesmo barco. A decisão é compartilhada com todos os funcionários desde o operador até o gerente. A dificuldade da época do plantio é esse batidão. Aqui não é como na indústria que começa às 8 horas da manhã e vai até às 6 horas da tarde. Se justo naquele horário chover e não trabalhar e depois o tempo está aberto dá vontade de plantar e não tem como plantar, só que todos os funcionários estão parados nesse horário só que como estão presentes aqui na fazenda, estão cumprindo o horário de trabalho. Essa é uma grande dificuldade. Ou você dobra o número de pessoas para fazer o turno mas só que aí uma turma que choveu fica tudo parado ganha a mesma coisa que outro que trabalhou normal. Hoje a lei diz que se está dentro da fazenda está à disposição. Os funcionários não moram na cidade, eles moram aqui dentro. Se eles morassem na cidade aí tudo bem. Mas aí tem família lá na fazenda, aí tem que cumprir o horário e voltar. Mas a maioria dos funcionários aqui desse cerrado o pessoal mora na fazenda já, eles ficam disponíveis aqui dentro da fazenda. Porque é longe, não tem como fica indo e voltando. A primeira coisa é o planejamento que se faz. Todo o levantamento de um orçamento, das atividades, da execução das atividades é o que se faz primeiro. Aí depois vem a compra dos insumos que é de fato os primeiros que se precisa, que são os fertilizantes e tal para o plantio e já os químicos que se vai utilizar dependendo das culturas. Então vêm os insumos; definição, antes dos insumos até, das próprias culturas que serão plantadas, quantos hectares cada uma. A definição das culturas está dentro do planejamento mas até na última hora se faz alterações. Você faz um planejamento hoje mas você ainda, por exemplo, numa adubação de soja para milho você muda basicamente só no N no caso nosso. Você não altera muito o potássio, o fósforo, os micros ficam praticamente a mesma dosagem. Então você tem facilidades. Vou aumentar o milho, vou diminuir o milho. Depende de como o mercado está, conforme as suas áreas precisam. Mas você faz um planejamento grosseiro disso tudo, depois faz os ajustes mais finos e aí sim parte para a compra dos defensivos, semente e plantio. E depois do plantio vem os tratos culturais normais. Sobre a questão do

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armazenamento, quase toda a produção fica nos armazéns na lavoura e depois a comercialização. Eu acho que o agricultor não gosta de fazer muitas delas, né. Eu acho que o agricultor gosta de ver o plantio, o andar da carruagem mesmo. A germinação da semente, o desenvolver do campo mas muitos não gostam do planejamento, muitos não gostam dessa fase inicial; revisão de máquinas, você tem tudo isso no meio, é bem desgastante. O plantio e a condução dos campos é a fase mais gratificante, eu acho. Mas eu acho que não tem nenhuma que não se deva fazer. Sempre tem uma que você pode perder muito que é o plantio mas a colheita também é um problema. Não adianta você fazer tudo certinho e não poder colher, então eu não sei qual escolher. Dizer qual é a mais importante. Eu acho que o planejamento, como um geral é o mais importante. Você realmente usar um planejamento, traçar uma meta nisso. Um objetivo e você seguir aquilo. O planejamento é o que engloba tudo. O planejamento que eu faço começa pela planilha de custos. Onde eu analiso uma planilha de custos e também de mercado. Onde eu tenho uma opção de escolher um pouco milho ou um pouco soja. Outro ponto no planejamento é fazer a definição das áreas, essa definição das áreas e essa definição das áreas são em função de doenças, de características que eu tenho que melhorar no solo e tal. Então eu tenho essa escolha. Essas duas etapas são as principais. Aí depois começa todo o processo que é da compra dos fertilizantes, insumos, semente também, o restante; alguma coisa de máquina mais adiante, mais alguma contratação extra de funcionário mas normalmente a gente tem a equipe pronta. Eu tenho uma planilha que eu uso todo ano, tem a planilha do meu orçamento geral da minha atividade toda como família, como negócio, tenho todas as minhas despesas ali colocadas. E tenho a planilha dos orçamentos da minha lavoura, dos custos da minha lavoura. Que fazem parte desde os produtos que eu te falei, sejam eles fungicidas, inseticidas, o que tiver; até mão de obra, óleo etc tenho o custo disso aí. Não vejo dificuldade em uma maior do que a outra, todas elas são difíceis, todas têm o seu desafio. Um ano um pouco aqui, outro ano mais ali. Mas não vejo nenhuma dificuldade a mais para eu fazer. Eu tenho um apoio de estrutura muito bom, eu tenho uma faculdade de agronomia, então, quer dizer, algumas coisas são diferentes de alguns agricultores que não tem um conhecimento um pouco maior. A gente tem uma ideia da experiência dos anos que tem e até já se programa no ano anterior. Depois da programação é botar em prática. Aí tem que comprar os insumos aplicar. Eu mesmo aplico no período seco. A adubação é a lanço. A gente botou a máquina e deu mais produtividade na adubação a lanço do que na linha. Aí eu comecei a entender da seguinte forma; a adubação na linha a planta nasce, o pivô acha tudo fácil para ele, praticamente na mão, aí a raiz não tem muito o que se preocupar em explorar o campo; e na adubação a lanço ela tem que explorar campo para ela, aí o que acontece; formação da raíz praticamente se torna um pinheirinho ao contrário. Isso aí ajuda no estressse hídrico e aí como ela vai procurar comida ela vai ter mais estrutura. Então é isso que a gente imaginou na época. Olha, hoje eu acho que ter conciliado o cerrado com a produção é vantagem. Pelo seguinte; eu tenho problemas, os meus vizinhos tem problemas de mofo branco na laterais, talvez essa faixa de mato que eu tenho nas laterais, nas divisões de quadra e tudo, talvez também seja um fator que esteja me preservando disso aí. Apesar de que eu acho que o mofo branco tenha mais outros agravantes. O meu vizinho da outra área aqui debaixo, ano retrasado, ele me chamou lá para me mostrar. A Delta I tem

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problemas com o mofo branco. E a divisa entre nós é só uma cerca, aí um pedacinho assim tipo 20 metros, 30 metros, não estava com problema de mofo branco. Uma faixinha da largura de 1 metro com mofo branco e depois não. E como são eles mesmo que trabalham, ele falou; Roberto você sabe o que é isso aqui. Eu falei, não. Aqui quebrou a cardante que toca as hélices da cataleira e eu estava jogando a super_simples a lanço e o super_simples caiu tudo nessa faixa. Então eu acho que o mofo branco também está associado a excesso de fertilidade do solo. E mais que com os transgênicos você fugiu de um punhado de herbicidas que se usavam antes de folha larga e folha estreita, que o Lactofen nos EUA tem registro para mofo branco, quem planta transgênico não usa. Por isso que eu falei que quero fazer um teste lá. Porque vai que não detona a lavoura e aí você pode usar ele, se tem registro lá é porque funciona. E talvez por isso que tenha me afastado do mofo branco. O que eu conhecia como mofo branco era mucha de esclerotínia que quando nós chagamos aqui na Bahia, eu cheguei a ver mancha mas depois desapareceu. Porque usava triflarina na época. Aí começou a usar esse herbicidas, plantio direto; aí começou a aparecer o transgênico e começou a aparecer o mofo branco. Aqui na região começou mesmo mostrar a cara lá no Neycasteli mas ele é um cara que extrapola na questão do super_simples. Então eu acho que está associado a excesso de fertilidade. A pesquisadora que me falou que tem registro lá, a explicação dela me deixou um pouquinho recuado, mas ela confirmou que realmente tem esse registro. A explicação dela é que eles acham que é porque dá uma queimada na folhas de soja, areja o sistema. Mas o mofo branco ele não ataca lá, ele ataca na flor quando começa a criar um clima propício para ele. Já eu acho que assim, o mofo branco é um fungo, porque uma pessoa me falou uma vez que o fungo é uma planta que se desenvolve em outra planta. Vocês que são pesquisadores, se eu estiver errado, vocês podem me falar. Então eu acho que o Lactofen ele deve ter algum efeito que ele passa a ser tipo um herbicida para o mofo branco, num modo mais simples de falar. Talvez seja um dos fatores também. Exato, acho que, além da faixa lateral, o plantio convencional também protegeu o meu plantio, e tanto que eu quero testar lá Lactofen junto com o glifosato. Então faço primeiro faz a programação; depois compro os insumos; aplico a adubação a lanço. E depois vou vai para o plantio. Aqui é a 12ª safra de plantio direto. Depois do plantio vou para o trato cultural. Depois vou para a colheita. O armazenamento ou a venda, depende das coisas que acontecem, dos negócios que são feitos. Tenho silo bolsa. Alguma parte da produção vai para as traiding, empresa que compra soja, outra parte fica armazenado na propriedade. E esses silos bolsas eles são práticos porque no local que você está colhendo, você armazena lá. Armazena no próprio local. Eu uso as práticas normais. Na soja eu me situo mais em cima de produtos fisiológicos para ter menos problemas. Inclusive na dessecação eu uso fisiológico porque se você começa a desequilibrar o ambiente; você tem que pensar que desde lá você começa a desequilibrar. Então é uma prática que já estou no sexto ano fazendo. Que eu testei um ano nesta quadra aqui de cima, metade dela eu fiz com dessecação normal com fisiológico e o resto eu fiz normal. Quando eu entrei para a terceira aplicação no resto que era normal fazer a região toda, eu fui fazer lá por desencargo de consciência porque tinha uma ou outra lagartinha. Então eu fiquei meio assim porque tinha que as vezes tinha que entrar dentro de poucos dias e aí eu peguei e fiz uma aplicação de fisiológico. Então a gente fala inimigos naturais e falo que são nossos

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amigos naturais. E essas faixas devem me ajudar em alguma coisa nessa questão também. A tua colheita começa no plantio, ele mal feito, colheita mal. Então o plantio, eu falo que já é parte da colheita. É ali que você tem que tomar todos os cuidados, aí o resto é monitoramento A mais importante é a dessecação, eu gosto de fazer antecipada. Esse ano teve como fazer isso porque a chuva tardou. Então algumas partes deu uns dias. Eu gosto de esperar uns sete ou oito dias para entrar com o plantio. E daí entrar com as máquinas de plantio. Você tem que ter pessoas que tenham noção e responsabilidade daquilo que estão fazendo. Porque tudo isso facilita para você. Senão vira uma dor de cabeça. A mão de obra qualificada aqui na região está começando a ser um problema. Porque a região expandiu demais também. Cresceu muito e não tem gente suficiente. Eu também ensino, porque como se diz, eu nasci na roça então eu gosto de acompanhar as coisas mais de perto. Então eu sei muita coisa mas não posso estar lá o tempo inteiro. Então eu ensino muito coisa para facilitar também as coisas para mim. As máquinas que eu tenho são bastante simples, não dessas ainda muito modernas. Por enquanto as máquinas não são uma dificuldade. Mas está para vir um autopropelido que daí já, como um deles vai ter que fazer curso bem caprichado, porque o cruzador são cruzadores simples, bem fáceis de lidar. Então já começa a mudar as coisas. Primeiramente, a gente tem que separar os lotes em que a gente vai produzir porque as áreas são diferenciadas, uma é mais nova outra é mais velha, uma é algodão outra é milho, ver em qual vai plantar soja, fazer as análises, ver se aquela área tem perfil, ver se vai fazer uma análise superficial ou uma análise mais profunda pra ver se precisa de correção. Esse é o primeiro passo, fazer correção. Esse é o primeiro passo, questão de análise de solo pra ver se precisa de correção. Aí ver questão de compactação, ver se vai haver necessidade de fazer escarificação. Preparo do solo, ver que tipo de preparo vai fazer, se é plantio direto, se vai plantar um milheto ou não e aí escolher as variedades de acordo com aqueles lotes. Uma área maisnova você tem que usar um material mais tardio, mais rústico. Uma área mais velha que já tem problemas de nematóides, etc., você tem que usar um material mais precoce. De repente até ter um material de ciclo médio que até vá. A análise de solo vai determinar a correção, a adubação. Os materiais né, os insumos praticamente são os mesmos, são os inseticidas, o tratamento de sementes, os inseticidas, os fungicidas que a gente já sabe o que é. Esse ano que essa questão, essa lagarta que nos pegou, que nos pegou aí meio de calça curta, que a gente tá aí aprendendo ainda o que vai utilizar. A gente não tinha uma programação pra isso né, estamos agora adaptando. Mas o passo seria esse né, começar do começo mesmo né, analisar, ver o que é que você tem solo e é claro que nesse meio, correr atrás do crédito pra poder viabilizar com o crédito público né, que é o nosso caso, que a gente trabalha bastante com o crédito público e uma parte com o recurso próprio, quando tem possibilidade, e a outra parte a gente faz as trocas nas empresas, o grão pelos defensivos químicos, né. E aí nesse meio a gente já fez os o contratos, já trava as vendas, vende 60 por cento da safra, pra garantir o preço, para garantir o custo de produção né, 60 por cento da média estimada da gente. Tem a análise, a correção, compra dos defensivos, aplicação dos corretivos, calcário ou fósforo que, no caso, são as correções que a gente faz antes do plantio, a compra da semente e o tratamento dessa semente, e o plantio. Aqui a gente faz de duas maneiras; as áreas mais velhas a gente faz a adubação antecipada a lanço, não usa adubo na linha, no caso da soja e, nas áreas mais novas, a gente utiliza o fósforo na linha,

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pra dar um arranque um pouco mais imediato pra planta. Eu inclusive tenho área mais velha que eu tenho feito aplicação de zero de fósforo, não tem necessidade. tem lá fósforo 40 pra cima, então não tem porque eu querer fazer essa soja crescer. Eu quero mesmo é que ela fique lá na dela, eu sei que não por falta de fósforo que ela não vai produzir porque o fósforo que tem lá é suficiente. Ela forma lá a estruturinha dela e a gente coloca o que é preciso; potássio, micronutriente que são necessário, né, e pronto. São assim, são assim, tem várias maneiras na nossa região. O nosso cerrado nos permite trabalhar de várias maneiras, né, a questão da implementação da lavoura. Então, aí a gente faz o tratamento de semente, faz o plantio. Aí tratos culturais, o primeiro seria o controle de ervas que no caso das transgênicas vem o glifosato com Cobra ou Pivot que a gente utiliza junto pra tentar diminuir. Quando é plantio direto, antes do plantio faz a dessecação prévia né, dessecação de toda aquela massa lá pra poder plantar. Aí depois desses herbicidas aí, pós_plantio depois que nasceu, Dalí uns 25 dias depois vem a cobertura de potássio que a gente tenta dividir em duas vezes né, colocar 120 pontos de K2O divididos em duas vezes, dependendo como tá, se não choveu muito no início a gente atrasa lá e coloca numa vez só. Esse ano fizemos só numa vez, não choveu né, aí não tinha porque dividir, aí fui segurando, aí choveu e a gente fez. Cobertura, aí vem as lagartas, aí já faz uma aplicação de micronutriente, com 30, 35 dias, já tem uma aplicação pra pragas, lagartas, percevejos. Percevejo é depois, na segunda aplicação e aí, no R1, no começo da florada entra já com fungicida, uma mistura de triazol com estrubilurina e aí a gente acrescenta o Carbendazin junto, um benzimidazol qualquer que seja, ou Carbendazin ou Tiofanato. Aí a gente obedece de 15 a 20 dias as aplicações de fungicida, 15 a 20 dias né, isso é regra. Aí na primeira, nesses materiais tipo 9144, esses materiais que estão numa área que tem mais mofo branco, aí na primeira a gente entra com um produto específico pra mofo branco, seria um Fluazinan, que até hoje a pesquisa, vocês é que sabem, ele é curativo mas a gente tem feito ele não como preventivo, mas é que se já houver alguma coisa instalada, você já vai matando. Aí com mais 10 dias você vai fazendo mais uma de meio litro e aí na segunda de fungicida faz mais meio litro aí nesse material. No caso tem muito poucas áreas que eu tô fazendo isso. Incidência de mofo branco muito pequena, então a sequência seria essa, na primeira de fungicida em R1 você já entra com produto junto pra mofo branco e 10 dias depois, de novo. Ser plantar um material que se queira colher mais cedo, um precoce, que já tá com maturação fisiológica você desseca, mas é uma parte, uma pequena parte da área só. Mas a gente não tem feito realmente porque aí para de chover, você desseca, aí começa colher, aí desseca um pouco, aí vai secando tudo, aí as últimas sojas que a gente colhe já tá tudo torrado de seco. Aí aonde a gente quer que o milheto cresça, a gente tem feito a sobresemeadura, quando a soja começa amarelar, né, mudar de cor, então você faz, dependendo do porte você faz de trator , se conseguir entrar, e se ela for maior você faz com avião. Só que com avião sai muito caro né, essa semeadura. Além de ter que colocar mais semente, aí vai mais semente e dá mais reabastecimento e acaba ficando caro. O problema da colheita é que ela vai chegando tudo junto. Então se tem um precoce você desseca pra antecipar um pouco o começo, pra dar uma adiantada, só que duma etapa pra frente em virtude de cortar o ciclo da chuva, aí já vai chegando. As últimas plantadas elas não fazem o mesmo ciclo das primeiras sabe, elas antecipam. Então, você tem sempre falta de máquina pra

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colheita, porque a gente não trabalha com máquina sobrando máquina. Investimento pra trabalhar 35 dias por ano, mesmo escalonando as variedades, ainda falta máquina. Aí você troca com vizinho e tal, mas tem falta máquina, no meu caso tem sempre falta de máquina. Sobre a questão da inoculação sempre faço na semente. Dois anos atrás eu tinha uma área nova e eu fiz na linha, fiz uma dosagem alta de inoculante porque eu queria resultado surpreendente, então eu, porque na linha tem sistema na plantadeira que esguicha lá no negócio, mas daí eu não vi nada demais não, a nodulação a mesma coisa, não vi nada de diferente. Aí esse ano, na área nova, que eu tenho uma área nova grande, uma área considerável de 350 hectares de primeiro ano mesmo, aí eu fiz o tratamento todo, inseticida, fungicida, lá na betoneira, aí bota o inoculante. Botei líquido duas doses, uma mais duas de turfa. Fiz, assim, um troço, quatro vezes mais do recomenda lá no saquinho né, pra poder ter mesmo assim uma certeza. E já levei lá, aí demorou, choveu, atrasou o plantio não deu pra terminar com a plantadeira. Arranca a semente fora da plantadeira, traz pro barracão, inocula tudo de novo e bota lá né. Então na área nova é um cuidado muito importante. Eu acho que a gente perde muito nessa questão de tratar a semente e fazer a inoculação. Numa área nova em que a gente sabe que a necessidade é extrema a gente tem todo esse cuidado né, agora numa área velha, muitas vezes a gente baixa a guarda, você, a semente posa lá na plantadeira.Eu não faço adubação nitrogenada na soja, só fixação biológica. E tem tido resultado. Nós temos uma área nova que nós fizemos do jeito que eu tô te falando ali que está muito boa mesmo. Olha, eu até estou surpreso né, bem nodulada, raízes vigorosas sabe. Não foi feita fosfatagem porque não choveu nessa área nova. Fizemos a calagem e aí ficamos esperando e aí ficou. Inclusive está lá o adubo na lavoura. Íamos colocar 950 kg de fósforo. Seiscentos quilos à lanço e mais 350 na linha de plantio. Aí não conseguí fazer porque não choveu. Aí eu falei; não vou jogar o meu fósforo aí, pra fixar tudo, aí só consegui jogar 550 kg na linha, de supersimples. Pensa num serviço que ficou bom, deu certo. Aí adubação na linha de plantio, em primeiro ano. Está muito boa a lavoura. E associado com a inoculação que eu considero que foi muito bem feita. Que isso aí é uma coisa muito subjetiva, você tem que acreditar no que está fazendo. Não tem como medir, você não tá vendo. No caso das áreas velhas a gente faz a adubação à lanço e só semeia a semente. Hoje, pra você ter uma ideia, que eu até tava falando com um compadre meu ali da fazenda da Roda Velha, ali na Vila Velha, o cara plantou o adubo no piloto automático, né, na seca, e aí veio com a plantadeira, no algodão, aí veio. Não sei se deu um desvio lá pra não plantar em cima e veio só com a semente do algodão, um pouquinho do lado assim, pra não ter todo aquele operacional. Tem que plantar logo, tal, área grande. Então, adubo a lanço localizado. Hoje já tão fazendo isso né, porque hoje tem uma tecnologia de máquina aí, piloto automático essas coisaradas que você fica louco. Eu não tenho acesso a isso aí, vejo, admiro demais isso, é uma ferramenta e tanto né. É muito cara as máquina, mas assim, é uma facilidade né, você pega assim né, e planta, é um tiro. Depois você pega um pulverizador, tira o equipamento do trator que plantou e coloca no pulverizador e põe lá e vai andar retinho no meio, tudo programado, é outra coisa né, é outro mundo, mas nós não tamo nisso ainda, acho que é pra poucos. Dentro dessas atividades desenvolvidas na propriedade para a produção de soja o plantio é a mais importante, o plantio sem dúvida nenhuma porque o plantio é tudo né, porque se você tiver um plantio bem sucedido você já tá na frente, você

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já tá no lucro né, porque você plantar e dar tudo certo, chover, porque plantio é assim né, eu acho, você tem que plantar e o tempo estar colaborando. Se plantar e dar aquela garoinha né, porque nem toda a semente vai ficar na terra úmida, tem uma que mistura terra seca com terra úmida e se demorar pra chover ela vai, esse ano eu tive, eu perdi 170 hectares de algodão que eu plantei dia 14 de dezembro e não choveu mais e daí o que plantou no terceiro dia não nasceu, nasceu 20 por cento, foi uma porcaria, quando foi chover já não prestou mais e eu disse não. Plantemo e plantemo de novo, dessecamos foi na seca. Então é o plantio né, tem que ter semente de qualidade, semente comprada lá do Mato Grosso. Compramos lá. Caro. Eu não tenho utilizado semente própria não. eu já fiz muito isso, assim, esse ano eu tive uma dificuldade muito grande de conseguir semente, porque deu um bum aí de soja e não tinha mais semente, não existia semente no mercado. Aí eu tive uma dificuldade grande demais pra conseguir semente e eu não tinha nenhum saco de semente própria. Então esse ano eu vou fazer, inclusive registrei o campo da semente. Na região existe dificuldade de encontrar alguma semente. A 9350 mesmo eu queria plantar 100 por cento da área nova, que é uma soja convencional na minha área nova, por ela ser a melhor mas não encontrei semente. Só encontrei 75 sacos de semente e plantei oitenta e poucos hectares. Então tem materiais específicos que você tem dificuldade. Você encontra qualquer material, então a gente se obriga a fazer semente. Eu não faço. Esse ano eu registrei um campo aí eu vou fazer pra eu ter um cartucho né, de reserva, mas eu vou comprar semente porque a semente é uma garantia que eu tenho. Eu estou vendo, eu estou sentindo, pelo menos eu estou sentindo que a semente mais graúda, ela é melhor. Você compra semente graúda de um cara idôneo, de um sementeiro idôneo ela é muito boa. Ela tem uma reserva muito maior sabe, ela vai muito mais tempo, depois que ela germinou ela aguenta mais e, é isso aí, porque o produtor de semente está muito preocupado com isso também. Só que tem uma coisa, de repente não tem aquele material que você precisa, naquela quantidade. Claro que o meu negócio é pequeno, eu que baixei um pouco a guarda e deixei muito pro final e me apareceu essa área que eu arrendei de última hora e então eu tive um pouco de dificuldade. Mas a semente é um problema sabe, agora tem muito, aqui a semente salva representa bastante, viu, na região. Representa bastante. Os produtores tem uma preocupação, assim, os produtores de semente tem uma preocupação quanto a isso né. Aí não tem qualidade né, não tem todo aquele cuidado do campo, aquele negócio de pragas. Mais é a questão dos tratos culturais mesmo porque quando você tem uma lavoura estabelecida já, o inseticida é uma coisa que você vê. Se fizer uma aplicação mal feita ou com sub dose ou choveu em cima, um produto sistêmico que não foi absorvido você vê, mas eu acho, no caso, que o mais complicado é o fungicida, porque você só vai ver depois que tiver dado o dano, você não sabe o que você perdeu. Não pode aplicar o fungicida nem com chuva nem à noite. Até algumas horas da tarde você tem que aplicar e parar. A questão do fungicida é uma coisa muito importante. É vital porque você não sabe se você perdeu ou não, porque o cara tem uma área grande, uma área lá em baixo, ele não vê se choveu lá ou não. O cara aplicou lá e veio embora. A rotação a gente tem visto essas grandes propriedades. Até tenho um compadre que ele é pequeno produtor mas ele não planta milho de jeito nenhum e o cara é campeão de produtividade sabe, só que o negócio dele é soja e milheto, soja e milheto sistematicamente e ele tá conseguindo manter a sustentabilidade através disso aí, na área

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dele, na área que ele trabalhava lá. Por mais um longo tempo talvez não consiga né, mas eu vejo assim que a monocultura ela não tem sustentabilidade. Você não pode estabelecer o seu negócio, o seu projeto em cima da monocultura. Isso aí é a coisa mais importante. Você pode até fazer por um certo tempo, eu mesmo lá fiz 3 anos mas tô com a pulga atrás da orelha. Eu tô errado, eu tenho consciêcia disso, eu tenho que voltar né, tenho que fazer o dever de casa, o beabazinho né, que a coisa é muito simples, embora não tem resultado econômico. Eu entrei no algodão pra salvar uma situação financeira e tal e fui obrigado a sair do milho. Então, mas é isso aí, a monocultura né, não pode ser feita e essa questão das doenças fúngicas que são as coisas que dizimam a lavoura, te roubam 70 por cento da produtividade ou mais né. Então tem que ter a certeza que está fazendo da maneira certa. Não depende da gente né. Justamente você conseguir plantar com aquela umidade certa, na profundidade certa, né, fazer nascer. Eu acho que isso é uma coisa que não depende de mim. Isso aí é a maior preocupação nossa. A plantadeira tá lá, o cara tá lá andando, cavucando, olhando, porque é um negócio que você não sabe. De repente não chove, quer afundar um pouco mais mas não pode. Eu tenho problema de equipamento, poderia ter uma plantadeira melhor, porque a plantadeira é fundamental, aquela parte da plantadeira que prepara para depositar a semente, fazer a cobertura da semente, procurando misturar o mínimo de terra seca possível junto. Então eu acho assim, hoje é a maior preocupação. Eu inclusive perdi uma parte a metade do que eu perdi de algodão se eu tivesse uma plantadeira top mesmo, boa, de última geração, talvez eu tivesse perdido só a metade da lavoura. Então, no plantio a parte mais importante que eu vejo que limita, que corta mesmo é a questão de fazer nascer, da condição ideal, conseguir colocar a semente no lugar certo na hora certa. Pra isso tem que ter o equipamento.

****.*que_14*que_ntc Planejamento é feito lá atrás. Por exemplo, agora a safra está rodando, o planejamento está rodando também. O planejamento tem que está pronto porque daqui um mês, dois meses o pessoal começa a comprar insumo. Os mais preparados começam a comprar adubo, já começa a comprar defensivo. Por isso é que você tem que ter o planejamento. O planejamento é a principal ferramenta deles. Antes do plantio eles adquirem insumo, defensivo, aí depois vai para o plantio. Preparo de máquinas, faz tudo na entressafra. Preparo de máquina, preparo de solo; fazem tudo na entressafra. A adubação está aumentando bastante. Está aumentando bastante só que não é uma regra. Tem muita gente que planta com adubo. Alguns fazem o que o Sérgio falou, fazem a adubação antecipada. Jogam a lanço. Aí depois vem o plantio. Alguns sem adubo, outros com adubo. Esses grandes já estão comprando plantadeira sem adubadeira. Sozinha. Então você pega uma plantadeira que ela é enorme, 40 linhas ou mais, não tem mais adubadeira. Depois do plantio vêm os tratos culturais. Controle de pragas e doenças. Depois disso, se tudo der certo, tem a colheita. Uma pequena parte armazena, mais o milho. Soja praticamente é vendida antes. Agora já está tudo vendido. Bota no caminhão e entrega. O clima é um fator negativo, o clima nosso aqui não é muito uniforme, só que por outro lado na colheita de soja, dificilmente ele atrapalha a colheita de soja. O clima é bom para a colheita de soja. Reduzir o plantio convencional e aumentar a participação do milho. Nós sabemos que não é culpa do produtor, nós não temos mercado de milho. Você vai lá para o Mato

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Grosso, o mato Grosso tem incentivo para plantar milho. Nós não temos. Tem produtor que planta soja e algodão porque o milho não da renda para ele. Se pensar como um todo ele está errado mas para ela a curto prazo não dá retorno então ele não planta. Então o que precisa. Precisa de incentivo do governo. No Mato Grosso nós temos incentivos do governo que é o PEP. O pessoal passa com as carretas de milho dentro da Bahia para subir para o nordeste. Com milho vendido melhor do que o nosso que está aqui na Bahia. Todas são importantes mas eu acho que o planejamento é o mais importante. O que você tem de área; o que você vai plantar nesta área; o que você vai gastar de insumo, de defensivo; o que você vai gastar de pessoas; tudo isso está englobado no planejamento. O mais difícil hoje é conseguir pessoas qualificadas, mão de obra qualificada. As pessoas têm mas você vai arrumar aí monitor, nós estamos na etapa que fazer treinamento com monitor aparece cada figura. O algodão tem os monitores que fazem os levantamentos diário e semanal de pragas e doenças. Isso com a entrada das novas pragas que nós comentávamos antes, a soja também precisa desses profissionais, então tem aumentado também a demanda desses profissionais. Não, não há necessidade de cursos e treinamento para monitores. Nós temos cursos. O que nós estamos precisando é pessoal qualificado. Eu digo assim, nós temos treinamento, nós temos curso só que o que talvez falte seja mão de obra disponível para a gente treinar. Nós temos treinamento, nós temos tudo para fazer. Nós não temos colégio agrícola aqui. Esse é um grande fator. E esse meio, entre o trabalhador braçal e o altamente qualificado, nós estamos pegando onde. Estamos pegando mais para o sul, Guananbi; saindo já do oeste da Bahia ou de outros estados. Aqui no oeste da Bahia nós não temos uma escola técnica de qualidade. Nós precisamos de técnico agrícola para fazer esse meio de campo que o Sérgio falou. Porque nós temos até mesmo agrônomos, nós não temos umas escolas de referência na região. Nós temos muitos profissionais vindos de fora por ser uma região do sul, uma região de vitrine, então tem muitos profissionais que vem de fora. Eu mesmo sou de fora. Se você for conversar com dez pessoas aqui, dez pessoas falarão que vêm de fora. São formados em universidades de fora. Não sei te falar porque aqui não tem escola técnica. O Sérgio tocou num assunto bem interessante, o incentivo do governo. Nós estamos hoje a 900km da capital, nós estamos no oeste da Bahia, no finalzinho do mapa aqui. Então a capital está aqui e nós estamos no finalzinho do mapa aqui. Então os recursos para chegarem para nós aqui mesmo nós sendo uma grande região produtora de grãos e fibras o governo ainda não enxerga. Porque a maioria da população que vota esta aqui neste miolo da capital. Nós somos grandes produtores e tudo, uma vitrine. Que eu saiba não houve nem um incentivo privado para se abrir uma escola técnica. Se alguém teve ou não intenção de se criar uma escola técnica eu não tive conhecimento. O que nós fazemos é buscar cursos mas cursos mais avançados. Recentemente nós trouxemos um curso de pós_graduação para análise e proteção de plantas. Esse curso foi dado pela UFV, Universidade Federal de Viçosa. Agora está sendo dado outro pela Esalq sobre fertilidade de solo. Só que já pega um público, aquele público mais seleto que já são os agrônomos. Então para este meio termo infelizmente. Se foi pensado por alguém fazer um convênio com alguma escola técnica eu desconheço. Ai assim, normalmente o pessoal que faz a operação de plantio direto, ele vai fazer o que, colhe uma cultura, nós estamos na seca, normalmente ele faz um manejo outonal de ervas, ai chega o próximo plantio faz uma dessecação, operação de plantio e ai

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as pulverizações para manejo de pragas, se é uma área de plantio convencional, normalmente o cara vai fazer uso de um subsolador, gradagens. Ai a operação de plantio, dai para frente às aplicações de herbicida, fungicidas e assim por diante. Colheita, depois o manejo; vai numa sequência, manejo de pragas, manejo de doenças, manejo de pragas e ervas meio que conjunto, manejo de doenças. Existe um planejamento, só que ele existe e pode não dar certo, porque um ano desses de lagarta, por exemplo; não adianta. Lógico que o planejamento ajuda só que, ai estoura a aplicação, estoura produto, que nem nós estávamos falando com o produtor aqui antes, eu não tenho produto. Eu não tenho clorpirifós mais no estoque, eu não tenho mais metominan no estoque, não tenho mais fisiológico, não tenho diamina, não tenho nada, limpou. O Ministério tirou uma porção de produtos e o terreiro aqui está vazio. Então o processo de produção de soja começa exatamente no preparo do plantio. Ou você áreas convencionais prepara o solo, áreas de plantio direto você maneja ervas com herbicidas. Ai a partir do plantio, os tratos culturais. Manejo de ervas e ai embolado junto ali manejo de pragas e manejo de pragas vai até quase o final também ai já entra junto pragas e doenças e assim por diante. O que o pessoal mais faz aqui e eu acho que hoje a gente está enfrentando muito, muitos problemas por isso é a monocultura. É a soja em cima da soja, em cima da soja. Você pega assim, só a própria área, para você ver, um milhão e trezentos mil, vamos chutar ai que a Bahia entre soja, duzentos e cinquenta, um trezentos e cinquenta com duzentos e cinquenta, um milhão e seiscentos mil hectares, tirando a área do algodão, vamos pensar só no sistema soja milho, se você tem um milhão e seiscentos mil hectares você teria que ter no mínimo trinta por cento, você teria que ter quatrocentos e oitenta mil hectares de milho só pra você rodar dois terços de soja e um milho A cada três anos, nós temos 250. Então ai já começa. Se você teria que rotacionar a cada três anos, você está rotacionando a cada cinco, você multiplica as pragas e o ciclo biológico delas se intensifica. A monocultura, eu acho que é o principal e ai quando você parte para a cadeia do algodão é pior ainda. Porque nós temos produtores que tem oito áreas de oito anos de algodão, algodão, algodão. E dai tira algodão e planta o milho e volta algodão, algodão. Quer dizer, não existe. Ah eu vou botar no sistema meu soja, milho e algodão. Então tá, o algodão vai ser aqui, um ano vamos pensar dois anos de soja, um de algodão e milho, e rodar isso na área. Eu vou pensar diferente, eu vou pensar a minha principal cultura é o algodão, então dois anos algodão, um soja, um milho e dois anos algodão, um soja, um milho. Não tem esse equilíbrio. Esse é o principal fator que hoje nós temos desequilíbrios com doenças, ervas e com pragas aqui, na minha, no meu modo de ver. Não, ai danou_se tudo. Se nós formos medir a escala. A escala ai você não tem. O produtor aqui, o problema que está na cabeça dele é o seguinte, nossa esse ano nós vamos ter um ano bom de preço de milho, ai aumenta a área. Aumentou a área, aumentou. O produto, aumentou a oferta de produto, normalmente o preço cai. No outro ano todo mundo sai daquilo. A soja estava ai, o cara, já aconteceu aqui de o cara estar com semente de milho comprada, já chegada, chega e diz cancela o milho. Eu tenho contrato de soja a 28 dólares, vou plantar tudo soja. Isso uma semana antes de ele começar a plantar. Então esse planejamento de olhar a propriedade como uma empresa, eu estou falando de empresa no setor de equilíbrio, de rotação. Sem sombra de dúvidas, todas são muito importantes, porque uma puxa a outra. Não adianta o cara ser campeão em plantio, ter uma perfeita

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distribuição de sementes, ali, certinho, nascendo tudo junto, se o manejo de pragas dele for ruim. Não adianta o cara ser campeão em pulverização e manejo de pragas, se o estande da lavoura dele está uma merda. Mais precária em minha opinião é o plantio, porque aqui o pessoal tem que acelerar, aqui o pau quebra. A janela é curta, a velocidade é puxada, a máquina vai bem com 8, ele trabalha com 12 km por hora. E o bicho vai. Nós fazer, nós precisamos empurrar o trem para andar. E outra coisa que também logo na sequência do plantio, que eu acho que eles perdem muito aqui é na colheita. Operação de colheita aqui, principalmente. A cultura do milho é a que mais se perde. Por ele deixar no campo lá e colher tarde. Aqui não se tem a cultura de colher milho com 23, 24, 25 de umidade que nem no sul, secar e armazenar. Aqui ele fica na roça, o cara vende e o caminhão vai lá à roça buscar. E gera uma perda grande. O próprio sistema das máquinas, as máquinas tinham que melhorar um pouco. Soja até aqui assim as perdas a gente vê, como a área, escala de área é muito grande e pouca máquina para colher, o cara começa colhendo com 15 de umidade e termina com 8. A atividade mais importante é executada através das plantadeiras. A nossa região é muito propicia para fazer semente, então tem muita gente que salva a semente em casa. Tem um monte de semente salva. Está diminuindo porque o que está crescendo agora é essa questão de tratamento industrial de sementes. Mas isso está aumentando, o normal ainda é o cara fazer o tratamento na propriedade. Faz tratamento da semente, ai depois vai para as plantadeiras e aqui ainda o pessoal tem um pouco de consciência. Tratou, joga na plantadeira e plantio. O tratamento de semente aqui é assim, nós estamos tendo produto demais. Standak top, dai o cara pega e bota o certeza para mofo branco, dai ele pega e bota um enraizante que agora no mercado apareceram uns enraizantes bons milagrosos, que vira uma cabeleira e não sei o que. Ai põe Co_Mol, ai avicta, ai os discos das plantadeiras nos estamos furando com base em caroço de abacate que é para poder passar, a soja fica desse tamanho. A inoculação, o pessoal está fazendo mais no tratamento de semente, que é uma coisa que a gente vem trabalhando muito para mudar, porque não tem rizóbio que aguente a batelada de troço que está ali dentro. Nós temos um pouquinho de problema com manganês nessa região. Para você ver é uma coisa engraçada, a fazenda que eu acompanho lá e planto junto com eles, eu fui olhar a soja esse ano e arranquei e falei mas poxa não ficou legal, isso porque eu tirei uma porção de coisas, né o Co_Mol faz na folha, tentei minimizar standak, certeza e foi um enraizante, e ai fomos lá e então pomos esse enraizante e até que deu resultado, deu quatro sacos a mais o de enraizante e o inoculante, o mesmo do ano passado, tudo certinho, uma marca boa. Esse ano não está bom, teve pouco. Um fator pode ter sido a seca, que prejudicou a nodulação, mas depois ai também uma coisa, nós plantamos só com o adubo na linha, 300 quilos de 5_35_00, nós botamos N, eu acho que de certa forma quando você põe esse N, o pessoal fala até vinte quilos não tem esse problema, mas assim, usando um português grosseiro, acho que deixa a planta preguiçosa. Tem nitrogênio aqui eu não vou fazer rizóbio, para que eu vou mexer com isso dai, tem boia aqui. Acho que a etapa mais importante é o tratamento de semente, por isso que está até o tratamento de semente industrial está partindo um pouco para isso. Isso ai dá uma dor de cabeça. Ai as máquinas que tem para tratar semente, a eficiência é péssima. Alguma coisa nova está chegando ai a base de micronair e está dando certo, mas você pega as antigas que tinha, ficava desuniforme. E ai a qualificação também, a pessoa ou

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analfabeto ou semianalfabeto que está fazendo lá, você fala assim ó, põe um litro do verdinho, meio litro do azulzinho, e tal e coisa assim. Porque falar o nome do produto para eles vira uma baderna. Ainda mais que essas empresas botam esses nomes bonitos, que você tem que adivinhar, Cropstar. Se você pegar um tio meu para falar Cropstar ele fica duas horas aqui e sai qualquer coisa no mundo, menos Cropstar. Me explica para que isso dai, para que colocar uns nomes desses. Primeiro vem correção de perfil do solo, se for necessário calcário. Só para você ter uma ideia eu vou citar um exemplo; nós não olhamos o teor de cálcio no solo, então quanto que ele participa na CTC, magnésio mesma coisa. Eu tenho que ter no mínimo 45 por cento de cálcio na CTC para eu produzir algodão. Então esse é o primeiro ponto. Aí vem uma gessagem. Nós não exageramos em gesso, tem alguns colegas que até exageram, eu não exagero. Porque o gesso causa uma série de problemas inclusive. Depois de correção e solo aí a gente vem com fosfatagem, se o solo não é adequado para a produção nós temos que fosfatar esse solo. Primeira coisa se o solo tiver problema de compactação, não tem outro jeito outro jeito a não ser uma subsolagem. Se o solo não estiver compactado nós podemos fazer tranquilamente um plantio direto nessa área, se ele não tiver problema de compactação. Solo compactado para o algodão é morte na certa. Ele falta oxigênio, a raiz não desenvolve, o algodão fica desse tamanho e não produz nada. Então depois do preparo de solo, correção, nós entramos com o plantio. Nós adotamos aí em média de 90 a 110 mil plantas por hectare final que nós temos que ter. Depende da variedade. Espaçamento varia de 76 a 91cm aqui na região. Adubação, na Bahia o pessoal é até famoso por fazer a adubação a lanço, mas nós só recomendamos adubação a lanço quando você tem um nível de fósforo muito alto no solo para fazer a adubação a lanço. Primeiro nós não temos colhedeira, colheitadeira, adequada para isso; segundo a Bahia é conhecida pela qualidade do algodão dela e o adensado, queira ou não queira, o rendimento de fibra diminui para 33_35 por cento, nosso rendimento está com 40_ 41 por cento. Então a gente prefere trabalhar uma safra, teoricamente, vamos falar assim, uma safra e fazer bem feito. Então é por isso que predomina o convencional 99 por cento, vou dizer que tem um ou outro aí que é adensado mas acho que é mínimo. Aí depois do plantio nós vamos para as etapas. Adubação a lanço, só em áreas que tem um nível alto de fósforo no solo. Aí depois de plantado nós fazemos cobertura com nitrogênio, se for sulfato de amônia a lanço, se for uréia é incorporada no solo; fazemos cloreto de potássio, esse todo a lanço. O ideal seria dividir em duas vezes mas nós fazemos só uma vez cloreto de potássio porque nós não temos área, maquinário e nem tempo suficiente para fazer isso, então nós fazemos uma vez. Sulfato de amônia, se conseguir, nós fazemos em duas vezes e uréia também em duas vezes. Nós procuramos dividir em duas vezes. E depois nós entramos com controle de ervas daninhas, se for uma natural ou uma convencional que não tenha nem Liberty e nem RR, nós fazemos os procedimentos normais. Quais são os permegente que nós usamos; gamite, perfuralina, gesagardi, diuron. Nós usamos em algumas situações especiais porque ele tem muito problema de fito para nós. Depois nós fazemos controle com envolquestape, depois da emergência, de acordo com o estágio da erva daninha e do algodão também. Quais são as ervas daninhas e a gente escolhe o envolquestape aí. E depois se precisar já dirigido nessa cultura também. Então o controle de erva daninha é feito desse jeito. Se precisar um repasse lá na frente, se sobrar um pé de picão preto,

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carrapicho é feito um repasse manual aí. Antes de plantar nós fizemos duas ou três dessecações antes de plantar o algodão, anos normais que chova normal. Porque o fluxo de erva daninha é muito grande. Em todas as dessecações nossas são colocadas inseticidas. Agora nós estamos com o Rit, não está lançado comercialmente ainda. E no pré_plantio entramos com o glifosato de novo ou gramosil junto com o espermegente. Para deixar a cultura totalmente no limpo, nascer no limpo. Essa é a nossa ideia, duas a três dessecações ano. Já dirigido entra com gramocil mais aurora, gramocil com furmisin ou glifosato com furmisin ou glisofato com aurora. O já dirigido nós fazemos com o algodão com 50 a 60 dias. Já dirigido é porque é com casinha tudo protegido, só pega o pé do algodão. Aí nós fazemos todo o tratamento de semente. Com o que é feito o tratamento de semente. É com fungicida e inseticida para controle de sugadores principalmente. Então, pulgão; qual que é a primeira praga que surge em algodão convencional para a gente chama_se croquelê. O algodão com 20 dias já começa a apresentar. Depois vem pulgão, depois vem ilhotes que seria a lagarta da maçã, está vindo a helicoverpa junto; depois na flor já vem a espodoptera, algumas coisas, e falso medideira. Nesse período nós temos pulgão e todas as lagartas nessa fase até a floração. Depois começa a pintar alguma coisa de ácaro, rajado, ácaro branco, ácaro vermelho. E nós estamos convivendo com todas as lagartas, e bicudo a partir do primeiro botão floral que com 28 _30 dias no algodão. Nesta fase nós colocamos armadilhamento para ver se pega o bicudo. Então se pegar bicudo nós entramos com aplicação preventiva para bicudo, é o manejo que a gente faz exatamente para bicudo. Detectamos tudo na armadilha. É praticamente impossível você achar bicudo em lavoura com 30 dias, você não consegue identificar isso daí. Você não consegue identificar no campo. A partir do primeiro botão nós colocamos três aplicações seguidas se nós tivermos presença de muitos bicudos nas áreas, colocamos três aplicações que pegue só bicudo. Mas aí, por lei é proibido fazer mistura. Agora, não tem como não fazer. Se eu tenho algodão com 35 _ 40 dias, ramulária no algodão, eu tenho pulgão no algodão, eu tenho, croquelê no algodão, eu tenho lagarta da maçã, ilhotes, helicoverpa no algodão e tem bicudo. E eu tenho uma área com 5 mil hectares; eu vou entrar uma só com bicudo, uma só para ramulária, uma só para pulgão, uma só para lagarta; eu tenho que entrar com 5 aplicações, 5 dias seguidos. Eu não consigo, eu tenho que fazer mistura. Então é impossível não fazer mistura. Por lei eu sei que eu não posso, mas no campo não tem outro jeito. E já vieram especialistas que falam assim para nós; não pode fazer mistura. Então eu vou te mostrar a realidade nossa. Mostrei um levantamento para ele, aí ele falou que iria nos contratar. Não tem jeito. A gente produz bem porque não deixa fugir do controle. Croquelê a soma de lagartas não pode ultrapassar 10 por cento, quando tem helicoverpa é 4 por cento; manejo por batida de pano na soja é 4 lagarta pequena por batina, 2 médias ou 1 pequena. Ou, ou. Se eu deixar escapar disso aí, perdi o controle. Então isso é que estamos adotando na prática hoje. Manejo o quenós fazemos; ramulária, por exemplo, aparece no algodão e nós vamos identificar o véu dela, a hora que aparecer o véu nós soltamos a primeira aplicação. Pulgão nós trabalhamos com colônias, somatória das colônias atingir 20 por cento das variedades que não são susceptíveis, é o tempo de aplicação nosso. Bicudo até 3 por cento de ovoposição mais alimentação, se eu tiver alimentação mais ovoposição 3 por cento é o meu tempo. Se você pega um área muito grande, começa a chover e você não tem

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pulverizador suficiente, e esses índices forem por estourar lagarta, por exemplo, para eu recuperar, então eu tenho que trabalhar com índices bem ajustados para não deixar que ele estoure. Então nós trabalhamos por tamanho de lagarta, por índice; e com a helicoverpa especificamente, nós trabalhamos um índice específico para ela. Falsa medideira, essas coisas e tudo mais. Nós fazemos todo o controle de pragas, doenças e essas coisas, aí chega no final, o que nós fazemos. O algodão, por exemplo, a hora que ele fica out; o algodão quando ele fica out é assim, quando ele está com a flor branca a partir da quinta posição. Então você conta a quinta flor está branca aqui é sinal de que o algodão vai parar de crescer. Se você deixar o algodão vai continuar a crescer mas aí é o meu time para eu segurar esse algodão. O que nós fazemos, nós capamos esse algodão quimicamente. Capamos é assim, colocamos Tuval que é um produto que faz o algodão parar de crescer totalmente. Parar de crescer, porque eu não quero que o algodão fique vegetando mais porque eu tenho que aproveitar toda a estrutura que eu já tenho formada, eu sei que vou produzir 300 arrobas, por exemplo, eu estou contente com a minha produção, eu fecho a minha produção aí. Eu defino a minha produção ali. Aí depois chega lá no final, o que eu faço, eu vejo o que eu tenho de mação aberta, a partir do algodão com 140 a 150 dias eu vou calcular o quanto eu tenho de maçã aberta, a partir daí eu uso um desfolhante neste algodão para derrubar todas as folhas dele e provoco uma abertura das maçãs dele para ela uniformizar a minha colheita. Se eu não fizer isso nos primeiros algodões, eu vou ter algodão ou enfolhado, outro que a maçãzinha não está aberta. Então para ter uma colheita mecânica eu preciso pegar esse algodão uniformizar todinho, deixar ele todo branco teoricamente, e as maçãs abertas para eu colher. A partir daí é que nós colhemos. Outra coisa nós temos um prazo para colher; primeiro, se o algodão ficar mais de 30 dias aberto, eu começo a perder peso; segundo, por lei, nós determinamos aqui na região que o último prazo para colher algodão é 31 de agosto, por causa do bicudo. Nós temos que está com toda a lavoura colhida e roçada até 31 de agosto. Isso é um consenso da região para evitar problema de disseminação de bicudo. Isso acabou virando lei estadual e quem não cumprir é multado. E todo mundo obedece. E a grande vantagem é que o produtor de algodão, hoje tem produtores que tem mais consciência, são empresários realmente, então ele sabe que se não fizer vai estar prejudicando ele mesmo. Isso virou uma conscientização na região. Então passa um maturador que a gente chama, depois passa um desfolhante, um maturador para colher um produto com qualidade. Aí vem a colheita. Depois da colheita tem os fardões que a gente chama. Aí vai para o armazenamento e depois para o beneficiamento. Tudo 100 por cento na região. Primeiro assim, se errar no controle de ervas daninhas, tendo mato competição na fase inicial o algodão já prejudicou todo. Manejo integrado de pragas é fundamental, na verdade nós temos uma economia em fazer isso aí porque, a cada 500 hectares nós temos um técnico que faz todo o manejo para nós, manejo que eu falo assim, ele faz vistoria, ele sabe quais são as principais ervas, quais são as principais pragas. Eles andam talhão por talhão, o talhão inteiro. É o que eu falo; o algodão é feito de gente e sem gente não se consegue trabalhar em algodão. Todo mundo achava que a entrada dos transgênicos iria tirar o emprego de muita gente, não tirou não. Pelo contrário, está tendo que se especializar muito mais, são pragas diferentes que estão surgindo. E tem que se especializar cada vez mais. A atividade específica mais importante é o manejo integrado. Existem duas maneiras hoje, uma mais tradicional que

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eu vou falar para você e existe uma mais avançada. A tradicional é assim, o técnico vai para o campo ele pega o talhão a cada 100 hectares, são 10 pontos. A cada 10 pontos ele pega, até os 40 dias, 5 plantas. Então ele tem 50 plantas. Depois do 50 dias ele vai para 3 plantas porque o algodão começa a cresce e não tem condições de fazer mais. Então são 50 planta a cada 100 hectares. Então ele pega nessas 100, ele vai andar no talhão sempre em X, ou em V, ou em W ou alguma coisa assim. Ele tem que cortar esse talhão de fora a fora. E nisso aí ele vai levantar quais as pragas que têm, quais os níveis da praga; depois de uma determinada fase ele começa a olhar doença e depois de uma determinada fase ele começa a olhar o tamanho do algodão. Para a gente monitorar se o algodão está crescendo adequado ou se nós vamos ter que intervir ou não. Vou te citar um exemplo, se eu sei que o algodão está com 50 dias e está com 50 cm está dentro do normal para mim. Em meço os três últimos entrenós e vejo se ele não está escapando ou está normal. Se ele estiver escapando muito, eu começo a interferir com o regulador de crescimento dele. Como é que eu interfiro, sabendo da fertilidade do solo, sabendo se a variedade é crescedora ou não e sabendo se tem previsão de chuva ou não. Por exemplo, 9993 cresce muito. E no primeiro botão floral, eu tenho um solo de lata fertilidade, estou com previsão de chuva boa, eu já entro com regulador nela. Eu tenho as fases que eu posso entrar, aí eu vou analisando dia a dia isso aí. A cada três dias o monitor tem que entrar nesse mesmo talhão. Então ele vai, monitora, leva todo o levantamento para nós dentro do escritório, os dados são transferidos para dentro de um computador, é repassado para nós e nós fazemos a interpretação disso aí. Existe um mais avançado que você pega um Iphone 3, por exemplo, ele já tem GPS, aí tem lá uma listinha, aí ele encontra pulgão, aí ele vai lá e anota; lagarta tal, anota; aí a hora que ele chega perto de uma rede wireless é transferido automaticamente para os computadores. E dessa rede do computador, sai no meu Iphone ou no Iphone do dono, por exemplo. Eu já sai o índice, sai na hora. Esse é um pouquinho mais avançado do que o sistema que eu tenho aí. Nós estamos introduzindo esse aqui na região. O mais difícil é andar. O dia a dia não é fácil não. Todo o ciclo, todo santo dia. Com exceção dos dias que está chovendo e dando raio. Primeira coisa é você manter esse pessoal motivado porque é um serviço difícil. O cara de forma lá, teoricamente, em técnico agrícola ele sabe que a vida dele não é fácil. Você andar no sol todo o dia, hoje todo o mundo tem duas horas de almoço, você entra 8 horas na lavoura, vai almoça 2 horas, descansa e depois volta para o campo. Não tem outro jeito. Então a primeira coisa é você manter esse pessoal motivado. Então como é que nós fazemos para manter esse pessoal motivado. Treinando esse pessoal. Por exemplo, nós fizemos a dois sábados atrás, nós pegamos toda a equipe nossa de fazenda, foram 105 técnicos, nós passamos o dia com eles treinando, mostramos essa palestra que eu mostrei para vocês. Como se identifica as pragas, quais são as pragas do algodão; quais são as pragas de soja, quais são as doenças. Aí você dá um belo de um café para o cara, um almoço muito bom. É uma maneira de você motivar. A grande dificuldade é você manter esse pessoal motivado durante toda a safra. Porque é um serviço extremamente difícil esse. Primeira operação básica que eu vejo, antes de instalar o pivô nessa área ela deve ser corrigida antes, preferencialmente plantando uma cultura antes. Porque no passado ocorria de tirar o cerrado, botava o calcário e colocava o café em cima. E você vê a diferença de produção de áreas que foi outra cultura para outras áreas que era cerrado e colocou o café em cima, é perfil,

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fertilidade. Instala o pivô, planta a lavoura, faz manejo de irrigação, manejo nutricional, fitossanitário, controle de mato, podas, as podas, colheita, pós_colheita bem feita para fazer qualidade. O café é muito similar a uva, faz todos os tratos na uva e se você não fizer um bom trabalho com a uva você vai ter um vinho de péssima qualidade. Igual ao café, fez tudo bem feito e se não fizer pós_colheita bem feita você vai ter um café de péssima qualidade também. Você perde lá na frente. Então pós colheita merece também atenção. Usamos braquiária, em alguns, nos plantios novos. A vantagem que eu vejo é que no início do plantio da lavoura, a braquiária dá um perfil térmico, cobertura de solo, interessante para o café. Outra questão é que as regiões aqui são muito planas você tem incidência de vento, a muda fica assim oscilando o tempo todo, isso fere o colo da muda, teve áreas aqui que. fere o floema e não tem condução. Então a braquiária segura o vento nessa altura da planta, essa oscilação, funciona como um quebra vento e outra vantagem por a braquiária ter uma relação CN mais alta ela melhora a matéria orgânica do solo, eu vejo melhoria da matéria orgânica do solo com braquiária, com adição de matéria orgânica pura e simples eu não vejo, porque queima_se muito rápido. Essa matéria orgânica é das folhas na parte aérea e relativa ao sistema radicular da braquiária que dá essa contribuição. Então tem alguma divergência nesse caso, não que esteja errado, eu tenho uma preocupação, daqui há um tempo, porque a natureza é diversificada, então nós vamos tirar tudo e vamos deixar só braquiária. Aonde que eu falo a carência de pesquisa, será que daqui há um tempo nós não vamos elevar o nível muito grande de alguma praga de solo, nematóide. E se acontecer isso. o que vamos fazer. Eu tenho alguma preocupação que a gente vai adotando uma tecnologia, sem pesquisa, sem validação, então eu tenho uma preocupação muito grande. Eu não estou indicando aos meus clientes porque eu já tive um problema sério no início com o milheto, mandava plantar milheto no meio do café, quebra vento, ficava bonito, você conhece o milheto. Mas depois eu cheguei à conclusão de que o milheto estava aumentando muito o fusarium, um fungo, ele era hospedeiro do fusarium e estava tendo muito problema com o sistema radicular. E ai a longo prazo. Então eu ficou com o pé atrás, se nós tivéssemos uma pesquisa agora para avaliar o solo, o sistema radicular, onde tem braquiária onde não tem. Essa braquiária, com as máquinas que nós estamos usando para retirar o café do chão, essa braquiária ela não vai adensar porque com um dois anos e meio três anos e meio as máquinas retiram o café do meio da rua, então essa braquiária tem que ser dessecada, então tem que passar nela um glifosato ou gramoxone nela para extinguir ela, porque o café tem que ser tirado do meio da rua. A máquina tira o café do meio do café joga no meio do café uma, a outra vem tirando. Então a braquiária ela não fica mais que a partir da segunda safra que chega o café, três anos e meio ela não fica. Mas o pessoal está deixando, não elimina ela. Mas ela vem. a questão da preocupação com fusarium, nematoide eu vou te dar um exemplo. No mestrado em Lavras a gente fazia teste com inseticida para controlar nematoide em vaso. Então o ambiente que a gente colocava no vaso era esterilizado, aplicava o brometo esterilizava ali e vinha com o nematoide conhecido, aspergia a espécie e inoculava. Quando a gente foi extrair o nematoide, tinha muito mais nematóides do que a gente colocou, outros gêneros e outras espécies, da onde vaio isso. Da água da escola, da água tratada com cloro na escola. Quando a gente colocou a peneira lá e pegou água da torneira e extraiu, da água da escola. Como a maioria das lavouras de café é irrigada com pivô, e

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tem soja, milho algodão em cima, meu amigo, a vinculação de distribuição de nematoide aqui você pode ter certeza no café é uma questão de tempo. O maior teor de matéria orgânica é regulador de nematóide. Verdade, tem vários inimigos naturais ali que podem controlar o nematóide. Eu vejo assim, no início da lavoura, tudo traz bom resultado, como o milheto, a braquiária, as outras ervas antigas, o próprio mato e uma diferença grande, quando você coloca o quebra vento, eu tenho experiência de quinze sacos por hectare há mais, no início. Tem um detalhe, quando vai passando os anos, eu acredito que vai acontecer, ou pelo menos está acontecendo, onde nós pusemos crotalária e o milheto, que eu não pus braquiária ainda, eu pus numa fazenda, mas não tive sucesso, vai voltar as nativas, bem diversificado. Então eu acredito que essa monocultura no meio da linha ela realmente não vai persistir porque não tem experiência aqui, café acima de dois ou três anos ainda. Só tem no início. Eu já experimentei, já plantei soja quebra vento, pé de galinha, o milheto, está prevalecendo o natural, eu deixo o mato crescer, depois faço roçagem em linhas alternadas e o mato fica sempre alto, dá o quebra vento, produz matéria orgânica, favorece mais a microfauna, desenvolvimento de insetos, inimigos naturais para as pragas, o equilíbrio natural. No princípio a diversidade é melhor, e o café permite isso. Eu estou acompanhando o negócio da braquiária, pode ser que daqui há um tempo eu comece a recomendar. Inclusive aquele e_mail que eu te passei da Semente Piraí eles querem fazer um trabalho aqui com crotalaria juncea, vários tipos de crotária, braquiária, para ver o benefício do solo ou não, porque o professor Jaime de Jaboticabal fala que a crotalária tem um organismo antagônico ao nematóide. A gente precisa pesquisar isso, porque pode ser preventivo. Daqui a pouco o nematoide se instala e ai. O benefício do quebra vento é muito grande, é bom sim. Usamos o estresse hídrico para sincronização de florada desde de Minas, estamos usando aqui. O primeiro estresse hídrico eu fiz em 97, na primeira safra no Paraná, na primeira safra e venho fazendo todo o tempo. Só que o pessoal não aceitava, não acreditava. Com a vinda do pessoal da Embrapa, ai foi bom. Eu louvei demais essa vinda do Guerra para cá, porque desmitificou uma coisa que, porque o café, a gente tem que olhar muito a natureza ela ensina a gente e o café em todo lugar a origem dele tem um período de seca e eu fiz e deu certo. Primeira safra feita, eu fiz e deu certo. Sempre orientei meu cliente nunca obriguei mas sempre orientei para fazer o estresse hídrico. Não é uma atividade rotineira. Muitos usam, mas tem uns que não usam ainda não. Utilizam não porque têm receio. A questão do estresse é que a gente faz parte daquela rede de discussão onde várias comunidades de café fazem parte e o estresse foi muito discutido numa época, não que a gente tem nada contra, eu particularmente uso e recomendo, só que da forma como foi colocado, 70 dias, do Oiapoque ao Chuí, tem muita gente com o pé atrás. Tem muita diferença de solo, tem diferença de lavoura. Quer ver uma coisa, se você pegar uma lavoura que vai produzir muito você faz estresse e a lavoura do ano seguinte que está debilitada, faz também. Eu não estou recomendando, então tem essas coisas que a gente fica com o pé atrás. Precisa de pesquisa, ainda precisa de mais trabalho, detalhar mais. Você tem a lavoura que está no ambiente excelente de solo, saturação de bases, e essa outra já não está e ai. Setenta dias para as duas. Não aguenta, tem fazenda aqui que o pessoal fez vinte dias e cortou, a lavoura não aguentou, não tinha raiz, não aguenta. Não usamos o programa de irrigação da Embrapa. Fazemos aqui o manejo de irrigação usando o professor Everardo de Viçosa,

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alguma coisa do rapaz aqui do Vitor da Irriga bem, que trabalhou com o professor Everardo, segue esses dois. Aquele programa fala da questão dos tipos de solo, mas até lá só fala dois tipos você reparou. Só argiloso ou arenoso. Se você tiver no Sul de Minas ou aqui, ele vai te dar a mesma. Ele não pergunta qual a região que você está. Ele trabalha a questão física do solo, e não a química. Não pergunta nem qual sua região, quais suas coordenadas, dados climáticos. Esse outro programa trabalha com estação climatológica, dezesseis dados, visitas periódicas, solo, pega o solo para vê se está na capacidade de campo ou não, faz a coleta do solo, vê o ponto de murcha, constrói a curva de retenção de água do solo, capacidade de campo diferente de cada solo. Tem fazenda que eu uso um padrão da Embrapa, porque não tem outra, não quer contratar uma empresa, então tem que usar alguma coisa, que se tiver uma curva. Esse outro programa é pago, eu acho que ele é barato, mas muita gente não quer pagar. Na verdade, houve uma mudança na concepção aqui no Oeste da Bahia de se manejar a irrigação, melhorou muito, melhorou muito. Em 2006 para vocês terem uma ideia vocês devem ter visto aqui, que falavam phoma, phoma em lavoura aqui e era manejo de irrigação. Fome. A gente foi na Colômbia há pouco tempo e em espanhol chama ambre. Fui mostrar um slide lá, phoma e isso ai é ambre. Fome. Eu vivi situações aqui de lavouras que tinha café em pivô aqui, e o dono da fazenda falava phoma, contrata um profissional para fazer um levantamento ai aqui. Hoje você tem um carro e não faz troca de óleo. como é que você não revisa, não faz revisão de pneu. Pois um pivô custa nada nada quinhentos mil reais. quinhentos mil reais um pivô, você vai pagar um cara mil reais por mês para revisar quinhentos mil. Começamos a revisar e começamos a descobrir que os erros eram de irrigação. Ai começou a vir professor Everardo, essa turma começou a manejar, resolver os gargalos, as dificuldades que estavam de irrigação, é sério. Tinha coisa séria. Então começou a manejar e começou a melhorar. Tanto é que hoje essa phoma aqui no Oeste, muita gente parou com isso, eu nem recomendo phoma, nada. Phoma é nome de uma doença, se você tira o a do final fica fome, nutrição. Uma doença do café, phoma. Uma coisa que eu acho aqui, aqui é o seguinte, os colegas vão colocar o ponto de vista deles, aqui é o seguinte, a cafeicultura nossa aqui é muito dinâmica, e a cafeicultura por ser muito dinâmica, ela é diferente de outras regiões como Minas e São Paulo, que você tem um clima mais ameno, um solo mais argiloso, ou seja, lá tolera mais desaforo que aqui, então aqui se você perder uma semana você perdeu muita coisa. Na minha visão é o seguinte, aqui se você fez um planejamento nutricional, de pragas, doenças, de insumo em geral e aquilo não foi cumprido, passou uma semana, quinze dias, passou um mês e você perdeu muita coisa. Então isso não se deve fazer. Aqui. Em outras regiões você tolera isso. Já teve caso de clientes aqui por exemplo meu café no Sul de Minas será que precisa colocar calcário aqui mesmo. Porque lá eu ficou dois anos sem colocar. Fez a análise de solo aqui e deu 30 por cento de saturação de bases. Então, é uma coisa aqui. tem que ser mais efetivo, mais pontual, não pode ficar muito espaçada não. Seguir rigorosamente o programa do planejamento. Só para ter uma ideia aqui, a nossa principal praga aqui é o bicho mineiro. Teve lavoura nossa aqui que ficou 3 anos sem produzir, porque. Produzir que eu falo com média boa. Ela produz no outro ano, mas a média boa que você esperava não tem não, desfolha muito. Se você perder alguma coisa no manejo e deixou entrar, você fica muito tempo sem produzir. Tem uma de curto prazo, que é o monitoramento do bicho mineiro.

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Essa é de curto prazo. Eu tenho falado, eu estou buscando subsídios para o que eu estou falando, mas eu tenho falado com os gerentes das fazendas que eu mexo que 80 por cento da preocupação dele deve ser com o bicho mineiro. Outra coisa, a médio prazo, eu acho que podas, condução da arquitetura da lavoura. Essa é uma coisa que nós não temos muito subsídios. Nós não fazemos ensaios de poda aqui há quinze anos mais ou menos. Nós não temos conhecimento. Eu não tenho ainda conhecimento de podas. Hoje o meu foco é o seguinte, ficar de olho para daqui 3 ou 4 anos para ver se já não corta a lavoura, se não poda e no dia a dia eu o meu maior problema que eu tenho nas lavouras é o bicho mineiro o restante a gente anda tirando assim tranquilo. Mas o bicho mineiro, eu tenho tido muito problema. O Marcos tem menos problema porque ele trabalha num sistema mais eficiente eu acredito, que é o monitoramento. O monitoramento dele, que ele usa é parceiro do Marcos Henrique, que tem um sistema, porque você não adota. Porque é fácil adotar tecnologia assim, mas existe um grau de dificuldade ainda. Eu dei muito problema com bicho mineiro, tenho muito problema com poda e a nutrição é básica, essa está sem conhecimento. O bicho mineiro tem um conhecimento, mas é preocupante. Eu tive um susto agora esses dias e estou traumatizado com bicho mineiro. Deixar de fazer um bom controle de pragas é preocupante, fica com baixa produtividade até 3 anos, tem que fazer. O que envolve o monitoramento é o seguinte, as coisas aqui tem que ser feita com muita rapidez. Eu não gosto de jogar muito defensivo assim, muito preventivo tá certo. Cada pessoa tem um modo de agir, então eu tenho corrido um risco. Ai você tem a compra, a entrega na propriedade, ele não é uma praga que você ainda determinou realmente quando vai acontecer, está acontecendo agora depois de muita chuva, que não era o esperado, não era de esperar. A compra nessas propriedades ela tem um processo burocrático de compra, o que não está previsto não chega na hora na maioria das fazendas. Porque tem uma fazenda ai que é muito eficiente, a do Plínio é muito eficiente, quando tem o dinheiro. O problema maior é administrativo, é gerenciamento, gerenciamento de compra principalmente e de entrega. A vantagem nossa dos três aqui é que nós três já fomos gerentes de fazenda, todos três já fomos gerentes de fazenda e já vimos o operacional como é que é na fazenda. Nós já vivenciamos isso já e agora saímos para dar consultoria. Então a gente entende que que é esses gargalos internos de uma fazenda. A questão do monitoramento que a gente atentou e viu que a literatura não estava mais atendendo, que é muito importante falar isso é o seguinte. Se eu tenho uma fazenda que tem quatro pulverizadores e eu tenho outra que tem a mesma área mas só dois pulverizadores, então o nível de controle tem que ser mais rígido nessa última que na primeira. Isso não pode ser engessado como a literatura traz, isso é dinâmico. Isso que a gente tem falado nas nossas palestras. Hoje com essa metodologia nossa, igual tentamos implantar na Colômbia quando estivemos lá, não é o GPS que vai fazer o sistema dar certo, é a metodologia de avaliação e o start do controle. O produto está no mês certo, está no galpão, está lá, se tiver a praga está lá. Porque a gente viu no algodão, que se você apagar o fogo, já deixar a praga instalar para você tirar ela de lá é mais difícil que você entrar no início do ataque. E para você detectar o início, você tem que ter as pessoas bem qualificadas, bem treinadas para isso. Numa fazenda daqui, andamos treinando uns técnicos agrícolas novos agora, mostrando como é que é e tudo, numa planilha de papel, vai lá caderneta de bolso, o cara preenche, chega numa regrinha de três e dá o resultado.

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Mas quantos pulverizadores tem para escapar disso. não, lá eu tenho três, então naquela fazenda lá 1000 de controle é 15 por cento e nessa aqui é 8 por cento, porque aqui está mais rígido, tem menos pulverizador. Você faz o ajuste do time da aplicação em função do potencial de controle que ele tem. Eu preciso controlar essa área em 2 dias, se eu faço esse controle em 3 dias, meu time começa mais cedo com um percentagem mais baixa. A literatura faz uma boa previsão dentro da realidade de vocês com relação à velocidade de evolução da praga para cá, é diferenciada no sul. Porque o clima, a temperatura aqui, de modo geral, o clima é diferente. A coisa aqui ocorre de uma forma muito dinâmica, muito dinâmica, o paralelo a gente traça com essas pragas que ocorrem na soja e no algodão, a velocidade aqui é muito mais rápida. Por exemplo, dentro do manejo das pragas você trabalha com 4 lagartas do cartucho por batidas de pano, o pessoal acha que aqui você tem que trabalhar com duas porque a velocidade é tão alta na evolução da praga na lavoura, que se você trabalhar com 4 você perde o time e para o café também. Muito oportuna sua colocação. O bicho mineiro o ciclo dele é de 19 a 87 dias, aqui eu acho que é 15. Porque o ciclo é muito rápido, aqui, Pirapora, por exemplo, norte de Minas são regiões que você não tem picos como Sul de Minas e Cerrado, ah, baixou o clima e vai e tem outro pico lá. Aqui é uma constante, o ano todo. Então a gente precisava desse dado. A gente vai falar em algum lugar, você avaliou ácaros, vespas que estavam predando. Não tem isso aqui, não tem esses aqui, esse equilíbrio natural. Não dá tempo. Aqui é o paraíso do bicho mineiro. É aqui, o bicho do Paraná queria vir para cá, toda vez ele queria viver aqui. Olha só, olha só que fartura para a praga, você tem um clima ideal para ela, luminosidade e temperatura alta, você tem o nitrogênio livre na folha, nem formou aminoácido, está livre na folha, temperatura, água, nutriente ali, puxa vai embora, o ano todo, um ciclo em cima do outro, tem lavouras muito grandes, a escala é muito maior. Lá embaixo não, lá embaixo você tem uma lavoura de 5 hectares, tem uma mata do lado, tem vespa, o microclima é pequeno, então quer dizer, os caras chegam, ah, mais sei lá, os inimigos naturais eu acho que vocês pulverizam é muito para mim. Eu só consigo conselho aqui na doida, tem que pulverizar, tem que pulverizar. Dentro desse raciocínio, a paisagem que vocês têm aqui, nós estamos aprendendo esses termos também agora para podermos fazer monitoramento de pragas. Por exemplo, aqui nós temos um caso, você tem algodão, soja e milho, você tem uma faixa contínua de opções para a lagarta, que ela ataca tanto uma quanto outra, então a escala é muito grande. Para o café aparentemente também tem isso. Lá você tem áreas menores, com outras vegetações em volta que não são atrativo para a praga. De alguma forma além de você ter o predador você também tem uma área que não é tão propícia para a expansão da praga. Aqui as áreas contínuas de café são muito grandes, consequentemente uma explosão no meio ela pode, inclusive spodoptera no café também já está tendo, mede_palmo está vindo. Você pega um miho Bt, o cara planta lá, onde está a área de escape. Não planta. Não planta. Mas a praga tem que sobreviver, uma spodoptera, helicoverpa ela tem que sobreviver, ela via para onde. Ela vai para o café, ela vai para outra cultura. Você tira o milho dali tudo, o que que fica o ano todo lá. O café é irrigado, então ela vai para lá, quantas vezes, quantas vezes eu já fui pulverizar ai, chegava lá, a lagarta com um Y invertido na cabeça, spodoptera, spodoptera no meio do café, é está aqui comendo, mede_palmo, muito mede_palmo comendo café aqui, com fome, justamente. Tem inseto com fome, justamente, acha comida em algum canto. Sobre

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o potencial de café, nós temos 90 mil hectares irrigados no pivô. Esse dado está crescendo, é antigo, está crescendo, quase 100 mil já. O potencial para café pode chegar a 60 mil. Potencial para café é no mínimo para dobrar em dez anos. Vai depender do mercado. Nos próximos seis anos segura um pouco os preços. Esse preço que está ai é ruim, não induz ao crescimento não, não estimula o mercado, mas ao mesmo tempo tira muita gente da praça e o preço tende a subir. Então o pessoal busca área competitiva. Aonde é a área competitiva. É onde se mecaniza mais, é aqui. Eu chego a falar o seguinte. Se tiver que sair café do país, nós somos os últimos a sair por causa da mecanização, por causa da mecanização. O Oeste Baiano é o último a sair. Nós vamos ficar porque. Eu acho que se a gente estudar direitinho o solo, a gente aumenta essa produtividade. Isso ai eu tenho claro de que essa média nossa de quarenta e três, nós podemos chegar a sessenta sacos por hectare de média, melhorando o solo. Se tiver o solo aqui, só está faltando isso. Consertou o solo, nós vamos embora, ninguém segura, só Deus. O manejo da irrigação é muito importante e do solo também, sem manejar a irrigação aqui vai tudo por água abaixo. Porque aqueles bocais que tem ali tem vida útil, com o passar do tempo aquilo venceu e um bocal começa a jogar mais água que o outro e quando você coloca adubo na água então cai mais adubo aqui, cai menos ali, então precisa ir sempre checando. As que eu julgo mais cruciais é a irrigação e o solo. Tem vários níveis para fazer o manejo da irrigação e do solo. O nível mais alto é o que tem a consultoria de empresas especializadas nisso. Você instala uma estação meteorológica na propriedade, faz as coletas do solo para estabelecer as curvas de retenção de água, para ver o ponto de murcha, faz o estudo pedológico, o estudo físico do solo e a partir dai é feita a sugestão para a recomendação por turno de rega, se vai irrigar de dois em dois dias, se é por dia, depende do estágio da planta, estabelece o seu Kc, se vai irrigar de dois em dois dias, três em três dias, se o pivô vai trabalhar a 80 por cento ou 70 por cento. O Kc é estabelecido para a região feito por essas empresas especializadas que trabalham com irrigação. Com relação ao manejo do solo. A área eu divido em quadrantes, quatro partes. É feita amostragem no mínimo uma vez por ano dessas áreas, a gente tem feito duas e checado com a análise foliar, faz análise foliar para checar com a nutrição do solo se o que está realmente no solo se está disponível para a planta. Tira a análise do solo e tira a análise foliar e vai fazendo esse comparativo. Tem as tabelas, tem alguns livros que tem a tabela de referência e pela EBDA foi estabelecido o DRIS. Mas a gente tem seguido mais as tabelas vindas de Campinas, do IAC. Eu me baseio muito do pessoal da Epamig. Para outras culturas o estudo local como referência para adubação ai vai exatamente na linha que vocês estão pensando, ele tem melhorado essas informações. Porque você pega o solo de São Paulo, Minas que quando você estabelece aquelas curvas, referências, aquelas tabelas, quando você usa aqui, tem características daqui, não sei dizer quais agora, porque não é minha área, mas é isso que está faltando para nós. É porque falta. Se você pegar o nível recomendado nas tabelas de São Paulo e querer usar aqui, ninguém faz café. Porque você disse muito bem isso ai, no caso das características físicas, você pega um solo com uma mesma características física, mas possivelmente algum outro fator, disponibilidade de água do solo, alguma outra características associada a essa questão granulométrica do solo, ela pode interferir na parte química, ai entra matéria orgânica, uma série, não é minha área, mas eu tenho ouvido o Djalma Martinhão falar, eu consigo melhorar a

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qualidade da fertilidade do seu solo, apesar de ter essas referências, porque as referências são assim de 5 a 50, de 100 a 400. Interessante, o Dr. Djalma é uma pessoa que eu leio muito, tenho muitos trabalhos dele, muito capaz, interessante os trabalhos dele. Recentemente conversei com ele sobre o uso do gesso, tem gente aqui que usa o gesso, eu chamo de brita zero, uma brita, uma granulometria grosseira, ás vezes superficial. Tem uma pessoa que me disse o mesmo. É uma coisa quimicamente, mas em física não é. A superfície de contato muda. A pesquisa sobre a questão da nutrição e a questão é importantíssima, me fugiu o raciocínio. Os produtores ás vezes o que acontece com eles, não seguem uma linha que deveriam seguir na região, que eu fico vendo assim, umas coisas que a gente observa no dia a dia porque você não tem um resultado, com uma pesquisa para estar referendando aquilo, falta isso aqui, sabe. Uma cartilha informativa. Usa como tabelas de referências da região nos comparativos. A etapa mais difícil para o produtor é a condução, não é nem a instalação. Ao meu ver é fazer a lavoura obter aquelas médias de produtividade boas porque o custo também não é baixo. É difícil porque o solo não tem nada, aqui é uma hidroponia, então tem que colocar tudo a tempo e a hora e de preferência fontes muito solúveis, porque aqui é muito dinâmico, então você tem produtividades altas, lavoura que cresce muito, você tem lavoura com dois anos e meio que dá 70 e tantos sacos por hectare e no sul de Minas a mesma lavoura dá uns 30 sacos, 15 sacos, porque cresce menos, pouca luz, não tem água. Então eu acho que a condução, eu não sei a opinião dos colegas, a condução; o que poderia ajudar muito a gente seria os DRIS, e só teve uma tentativa aqui e já tem uns 12 anos mais ou menos e gerou pouca credibilidade também. Acho que se a gente fizesse, tivesse um investimento para fazer o DRIS, serve para estabelecer normas mais regionais, é um procedimento local para estabelecer os valores de nitrogênio, fósforo e potássio mais para a região, cai no que você falou, mas o único trabalho de DRIS aqui a gente não utiliza. Falta PeD. E outra coisa, até treinar a gente para fazer, porque é um negócio relativamente simples, envolve muito cálculo, mas é simples. Mas não faz parte da cultura ainda. Em linhas gerais, é você pegar uma análise de solo e folha, você tem os parâmetros da região, você lança isso numa planilha e ela vai traçar num gráfico aranha como está a situação real e onde você quer chegar. É muito simples, você tem uma lavoura, você tem áreas que produzem mais e áreas que produzem menos. Então você coleta amostras nas áreas que produzem mais, vê os níveis e estabelece como norma. Todas as outras tem que chegar ali. Mas é simples, para falar. Para fazer existem metodologias e os procedimentos. É porque você tem que pegar um número de amostras representativo muito grande para que sirva como padrão de referência em termos de procedimento para usar na lavoura e estabelecer isso ai. Usar os níveis com a produtividade. Você usa fertilidade do solo, a parte nutricional na planta e produção. Você pode em alguns casos associar a ocorrência de doenças, pragas e outras, isso aumenta a amplitude do estudo. É um estudo que pode ser bem caro. Para outras culturas isso ai, para soja nos já fizemos, fizemos numa região macro, muito grande e hoje a ideia é trabalhar no nível de propriedade. De 30 para 60, porque dilui. Eu vejo esse salto muito fácil, a fertilidade de solo a gente vai vencer. Planejamento está pré_determinado dentro da atividade, todo o ano se sabe o que vou plantar ano que vem, soja, o que vai alternar muitas vezes é as variedades de soja, não fica insistindo em uma variedade por muito tempo, então se eu planto por exemplo uma parte da fazenda que ela

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é resistente aos nematóides, planto metade da fazenda resistente ao nematóide e outras não, depois inverte e também muda de variedades, então toda ano se busca variedades com mais alto potencial, fazendo avaliações. A sequência seria o plantio, os tratos culturais, que é o manejo da lavoura e a colheita. Aqui a gente trabalha com calagem alta, eu acho que eu trabalho com a calagem mais pesada que se possa imaginar aqui no Oeste da Bahia, quando abriu a terra era em torno de trinta e cinco centímetro de perfil, depois é só plantio direto, não se mexe em nada, só joga o calcário, trabalho muito com o supersimples, já tem o enxofre, mas agora vou começar com tecnologia diferenciada, para quê trabalhar tanto para tocar o mesmo negócio, eu vou alternar um ano só jogar supersimples, cargas maiores e outro ano só calcário e gesso e não fósforo, porque como que não move o solo, então a carga alta superficial de calcário, jogando o fósforo em cima, você tem um bloqueio, o supersimples que foi acidulado. Então vou passar a trabalha um ano só com supersimples e no outro gesso e calcário. A adubação é a lanço, há mais de vinte anos. O pH eu não olho muito para pH. Eu olho muito a disponibilidade de magnésio, porque o cálcio tanto tem no supersimples como tem no calcário e no gesso. O magnésio é o vilão. Eu não conseguia nunca atingir noventa sacos não com a calagem alta. Sim, setenta ppm de fósforo no solo de zero a vinte. O impacto do meio ambiente, todos nós que nascemos nós damos impacto ao meio ambiente, não tem como, porque para se comprar um litro de leite foi derrubada uma árvore em algum lugar do mundo, ou no Brasil para poder produzir essa lata de leite ou um litro de leite que seja, então, tem o impacto ambiental, devastou uma área para colocar uma vaca para tirar um leite ou plantar uma planta, ou seja o que for, todo ser que nasce dá impacto ao ambiente não tem como não ser. Agora usar agrotóxico, por mais cuide, ele é um impacto ao ambiente, não tem como separar, ele é jogado ao ar livre. Os agrotóxicos poluem muito, mas nós estamos vivos graças aos agrotóxicos, porque senão fosse nós todos tínhamos morrido de fome. O uso mais racional do agrotóxico deve ser feito. Não deve é causar um grande impacto com os agrotóxicos, uma coisa que não deve ser feita. Principalmente as erosões das roças para os rios, qualquer onda, corrente de água leva os agrotóxicos para os rios, isso ai tem que vedar, vedar, vedar, vedar, é águas que saem das lavouras e caem nos riachos, nos rios, nas represas, então no meu ponto de vista é o impacto maior que existe dos agrotóxicos para o ambiente. Então o ideal é fazer uma plantio em nível de forma que evite essa água. Sim, as estradas também. As minhas áreas são muito longe de rios, aonde eu planto dá dezesseis a dezessete quilômetros para chegar na primeira nascente. Mas mesmo que eu tivesse áreas é vedar a contaminação dos rios, porque o rios, as águas hoje estão aqui mas daqui há um mês elas estão lá no mar. E essas águas do agrotóxico vão contaminar, Então elas são um transportador de agrotóxico. Os cuidados se dividem dentro da mesma atividade em vários aspectos; essas ervas daninhas que também são produtores de doenças de solo e também os restos de culturas como a soja, também são hospedeiros de mosca branca e outras doenças, que têm que ser eliminados rapidamente, porque neles são produzidas, criação de doenças e etc. Então a atividade mais importante é cuidar dessas ervas daninhas e restos de palhada para evitar a contaminação da lavoura. Se preocupa muito com os nematoides, porque os nematoides em certas fazendas são os mais agravados e também não se faz nada. Combater ervas nas entressafras, ervas reproduzem os nematoides, quer dizer, enquanto a soja está ausente o mau mato está

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presente. E são reprodutores de nematoides, como irá plantar uma nova cultura de soja se eu reproduzi o nematoide na entressafra. Para controle de doenças uma prática recomendada e menos usada é o controle da palhada, de resto de soja, cultural. Eu acho que a Embrapa como é um órgão estatal deveria direcionar mais divulgação. A Embrapa é muito pouco divulgada, eu não sei o porque, se falta recurso ou o que é, mas o trabalho da Embrapa é muito interessante, importante e pouco divulgado. Porque essas outras empresas elas vão lá na frente e ficam ai cutucando lá todo dia, o que você vai fazer, como vai fazer. E a Embrapa nunca veio, nunca tive um visitante, nunca recebi ninguém da Embrapa na fazenda, estou aqui há trinta anos. O que se faz, como faz. A Embrapa, eu faço rotação com o milheto para o solo ficar mais protegido do sol. Mas para produzir o milheto, nós temos um problema sério, porque ele desenvolve a lagarta como qualquer cultura. A lagarta monta no milheto, só que eu vou aplicar um produto para controlar a lagarta no milheto eu estou descoberto de receita e de nota, porque a cultura não tem um registro de controlar inseto nenhum e se eu tiver uma fiscalização nesse meio lá. Recomenda usar o milheto, mas o sistema de produção de milheto não está assegurado por lei. Na outra safra, deu uma lagarta no cacho do milheto e rodei a praça e pedi o inseticida para matar lagarta no milheto, não podemos te vender porque não tem recomendação. Se não for regularizado, eu não tenho como controlar a lagarta. Clandestinamente eu apliquei um produto com receita para soja, mas fiz no milheto. E se tivesse a fiscalização, a receita do milheto paga a multa. Então tem certos detalhes que a gente fica preso. Se eu planto o milheto, compro semente certificada a nove reais o quilo, mais cara seis reais que a outra comum e deixo a lagarta comer. Tem que ter plantio direto, tem que ter palhada, tem que ter cobertura de solo, para não ficar exposto, evitar o mofo, e tem os milhetos que reduzem os nematoides e outras doenças do solo, para isso eu tenho que ter produto legalizado para combater as pragas do milheto, eu acho que o milheto é como a cultura de milho, sorgo, ele entra na ração animal, na África, ele é tratado como trigo, entra na alimentação humana. Aqui no Brasil é uma cultura que não está reconhecida como uma cultura e com produtos para combater pragas, como a lagarta. Ela é uma gramínea com proteína agregada e a lagarta sabe. Eu faço um planejamento da produção, de um ano para o outro. Termina um ano e eu sei o que vou plantar no ano seguinte. É soja, mas escolho de outras variedades. Eu uso o plantio direto, então não mexo muito no solo, faço adubação e correção do solo a lanço, compro produtos químicos e sementes na fase do planejamento e depois disso faço o plantio. Faço o monitoramento das pragas durante todo o ciclo da cultura. Quando é preciso, eu faço as aplicações de produtos químicos. Como agora, no controle da helicoverpa, eu tenho feito até quatro aplicações. Depois vem a colheita, o armazenamento e a comercialização da produção. O que eu acho que não deve ser feito é não fugir dos estágios do plantio, sempre deve ser feito na metade de outubro até o final de dezembro, que é o ideal. Eu não posso perder esse prazo, senão já comprometo a lavoura. A outra coisa seria não fazer pulverizações fora da época, do tempo ideal. Por aqui a coisa é rápida. Tem que tomar muito cuidado com isso, para não prejudicar a produção ou então para não dar o problema da resistência aos produtos por causa de sucessivas aplicações. Então o monitoramento tem que ser bem feito, ou seja, cuidar para que a aplicação do produto na época certa e para que ele seja eficiente. Ele tem que controlar. Eu acho que a atividade mais importante é o plantio.

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Essa é a etapa que mais me desgasta e que eu invisto bastante tempo para sair certo. O plantio deve ser feito com máquinas boas buscando ter uma boa distribuição de sementes. Um plantio bom vai ser a base para uma boa produção. Então eu invisto muito no preparo das máquinas, na execução do plantio. Tenho que ter trabalhadores que utilizem bem as máquinas. Outra coisa que eu acho importante é você ter um número suficiente de máquinas que permitam fazer as pulverizações que a cultura precisar, na hora que precisar. Elas têm que estar disponíveis na época em que eu for fazer a pulverização, pronta com o produto certa para controlar as pragas. Então eu também invisto também na escolha das melhores máquinas e dos produtos. A ideia é não perder nada, fazer o melhor possível para garantir uma boa produção. O plantio é feito em melhores épocas, como eu já disse, com máquinas boas e de precisão, tem que ter uma boa distribuição das sementes porque eu acredito que é isso vai dar uma boa colheita. Na questão da pulverização, como eu faço o monitoramento de pragas contínuo, todo dia eu estou na lavoura, eu preciso saber a hora certa para aplicar os produtos e não posso perder esse momento e por isso, eu preciso de máquinas na propriedade para poder aplicar os produtos químicos e os produtos têm que ser eficientes, ou seja, realmente fazer o controle das pragas. A etapa mais importante para mim é o plantio. Porque eu me estresso mais, me dedico mais para fazer da forma correta, certa. Tem que tentar definir o melhor momento para iniciar o plantio considerando aquela janela que é curta. Eu preciso de gente que me ajude nisso também. Que ajude em todas as etapas que farão o plantio. Eu seleciono as variedades, compro sementes, preparo o solo, faço a adubação e a correção do solo, busco fazer uma boa distribuição das sementes, com boa operacionalização das máquinas. O plantio tem que ser bem executado para ter uma produção boa. Tem várias etapas que eu devo considerar, por isso eu gasto mais tempo pensando como vai ser e meu desgaste é alto. Depois eu monitoro pragas e faço as pulverizações, que eu acho mais simples. Fácil não é, mas não é tão complicado como o plantio.

**** *que_19*que_ptp Nós ainda estamos implementando mais a infraestrutura. Para nós aqui ainda falta na parte de armazenamento. Hoje a gente ainda faz uso de uma técnica com silos descartáveis. No resto não falta nada, infraestrutura completa. Usa_se silo bolsa. Esse silo bolsa a gente usa porque o ritmo de colheita é mais acelerado, as fazendas colhem mais rápido do que a gente consegue processar aqui. É uma ferramenta para a gente também avaliar a qualidade da semente, do grão que vem para virar semente. Então a gente consegue fazer uma avaliação a cada três mil sacos que a capacidade de um silo bolsa desse. Nós temos laboratório de análise de sementes. Então a gente coleta amostra ali, traz para o laboratório, o laboratório analisa. Olha o bebe é bom. Aí vem para o beneficiamento. Falta de renovação de cultivares. Eu falei do mercado, o mercado também. Como nós temos um esquema diferente dos outros sementeiros; nós temos a sementeira como sendo um negócio estanque das fazendas. Então nós adquirimos o grão dos nossos parceiros e os proprietários daqui são parceiros, são considerados parceiros. Então a JH ela compra o grão destes cooperados todos, nossa contabilidade é estanque das fazendas e de modo geral os sementeiros aqui da região têm as contas, as contas se confundem da produção de grão com a sementeira. Então o grão entra para a sementeira,

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o preço dele é o custo de produção e para nós, não. É o preço do mercado. Então assim se a soja hoje é 60,00 reais eu pago para os meus cooperados 60,00 reais e o sementeiro, o proprietário rural que tem a sementeira como uma forma de agregar valor ele repassa para a sementeira o grão dele ao preço de custo. Então no final ele entra com um custo de produção pequeno mas só matéria_prima. Aí o que acontece, nós entramos no mercado com o preço acima do mercado. Isso aí para nós é uma dificuldade. É uma dificuldade porque quem está fazendo semente não está fazendo conta. Simplesmente não faz conta. Ele abre mão do lucro da fazenda. Outro problema,.nosso mercado principal hoje é o Mato Grosso, então nós vendemos nossa semente, ela é produzida aqui, e viaja 2.000km o destino final. Então nós entramos concorrendo com os sementeiros do Mato Grosso com o diferencial de preço, de frete e ICM. Isso é uma dificuldade. Eu tenho que considerar que agricultor lá na hora de ele optar por comprar uma semente, ele pode optar por comprar uma semente local que não tem ali embutido no preço dela o ICM e o frete. Ele não vai ter frete, o frete dele é pertinho. Ao passo que aqui para mim tem que andar 2.000km. Só que assim, em contra partida a semente no Mato Grosso ela é colhida num clima não muito favorável, com muita chuva. E a qualidade da semente deles lá é inferior à nossa. Porque eles começam a colher agora e essa semente vai ser plantada só a partir de setembro, setembro_outubro. E a nossa vai ser colhida em abril. Então a nossa semente fica 2 _ 3 meses a menos, é mais nova 2 ou 3 meses do que a deles. Isso aí da um diferencial de qualidade imenso. Lá colhe com chuva e aqui a gente colhe sequinha. Preciso adquirir para facilitar a produção um pulverizador com sensor de produto. E com isso a planta vai ficar 100 por cento com a mesmo dosagem. Se eu aplico ali qualquer 100ml daquele produto não vai ficar 200, vai ficar 100. Eu acho que o nível da maioria dos agricultores está completo. Eu tenho um escritório que atende a todas as minhas necessidades. Com relação às máquinas a gente sempre vai adquirindo conforme vai ampliando mas hoje se eu fosse estacionar sem nenhum investimento eu não preciso de mais nada. Se eu fosse parar hoje no tempo, dizer eu preciso de renovação de maquinário tudo bem Mas hoje eu não preciso de nada. Olha maquinário, colhedeira aqui não compensa ter mais do que uma. Porque se você for analisar por área, você vai tem que ter três, quatro, cinco e aí é um patrimônio que você usa uma vez no ano e o resto fica parado. Então não é um investimento que é viável. Agora o resto das máquinas que eu tenho, mais ou menos comportam a minha área. A questão agora é que vai chegar um autopropelido para mim que vai substituir esses cruzadores que eu tenho, então já vai para um caminho mais modernizado. Eu tenho tudo na minha propriedade, mas eu acho que me falta um armazém de boa qualidade. O armazém que eu tenho lá é difícil de ser trabalhado, do jeito que ele está dá trabalho para encher e também para esvaziar. Eu diria que ele não é bem funcional como eu gostaria. Tem armazéns com uma estrutura melhor, mas isso é uma coisa que dá para esperar um pouco. Eu vou investir nisso quando der. Infraestrutura completa. Nada grave, nada específico. A gente precisa ter uma plantadeira de última geração. Talvez nem exista essa plantadeira. Há dois anos tava eu e mais dois amigos, eu o Marcelino e o Jackson e o Luis Pradela, estávamos entre quatro aqui na Farm Show aqui, olhando os estandes das máquinas pra tentar tirar de cada marca aquilo que fosse melhor pra gente, diante do conhecimento da gente. A gente chegou a conclusão tem que tirar isso da Case, isso da Jumil, isso da John Deere aí a gente vai fazer

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uma máquina que é aquela que a gente precisa porque essa é boa nisso mas é ruim naquilo. Então ainda não existe, é uma coisa que a gente vislumbra. Se a gente faço adubo à lanço e planto só a semente a Case é uma excelente plantadeira porque ela tem um sistema perfeito de colocar a semente ali sabe, porém ela é uma plantadeira mais melindrosa na questão de enterrar o adubo não é muito boa. Aí a Jumil é muito boa. Aí na questão da estrutura a precisão da John Deere ela é perfeita, ela tem tecnologia, tá sempre desenvolvendo, facilidade ali naquele negócio de colocar semente, caixa central sabe, é umas coisas assim que enche os olhos de quem conhece muito bem, e é uma facilidade a mais, né. Ainda não tem uma máquina perfeita para as condições adversas, igual aconteceu esse ano, que teve um monte de replantio, se tivesse uma máquina melhor, se eu tivesse uma máquina melhor eu tenho certeza que eu teria perdido muito menos, talvez a metade só. Claro que não choveu. Então falta equipamento, falta questão de armazém, armazenagem. Hoje a gente colhe e entrega. Uma parte já com venda antecipada e outra parte a gente faz um acordo lá com a empresa que a gente tem relacionamento e acerta; olha eu vou depositar aqui o produto, fica armazenado, mas na hora de vender você me paga o preço disponível. Aí acerta, até o mês de julho eu pago, até setembro eu pago o preço disponível pra você, passou disso aí eu pago a preço de balcão, a gente faz isso aí. E tem dado certo no caso da gente, mas se fizer um armazém lá, você já economiza no frete, porque você vende uma mercadoria melhor em qualquer tempo, final de ano, dezembro, janeiro, chovendo ou não. Você tá com ele guardadinho lá e eles vão lá buscar, você não se incomoda com estrada ruim, com nada, porque a infraestrutura nossa de logística é muito ruim. Temos um problema muito sério de logística aqui, porque não estrada, é uma buraqueira, você vê, vem de Brasília até aqui é um tapete, mas pro nosso lado produtivo é muito ruim. Nem queira ir, se você quiser, então dá uma volta de avião por cima, só pra você ver a situação, é um absurdo, eu não passei mas tem um pessoal de lá passa tudo por um lado. A nossa estrada 242 aqui do setor industrial não tem nada. E é BR242. Nós estamos a 30 km daqui. São 18 km de asfalto e 12km de estrada de chão até chegar na propriedade. A do Enio, que estava aqui é mais pra frente ainda, fica lá perto de Tocantins. É muito ruim, é estrada de chão, é a BR242, é terra, não tem nada. O preço da soja nosso aqui é bom, é o melhor preço que tem, porque as fábricas estão aqui né, e toda a originação que vai para exportação sai daqui né, daqui desse meio, de Luiz Eduardo. Agora, quem tá lá na garganta, Cootripal, naqueles lugar que dá 250 km daqui, que é só estrada ruim, de chão, aí é outro preço né, aí é bem mais barato, eu nem sei quanto é. Aí eles estão numa situação bem pior que a nossa, por causa da logística, tanto pra chegar o adubo como para vender a mercadoria. Então a nossa questão de infraestrutura é muito ruim, então tem que ter armazém. O pessoal tá se valendo muito é de silo bag, que coloca o produto dentro. Facilita. É uma ferramenta né, emergencial que ajuda bastante. O silo bag auxilia na questão de armazenagem, mas é uma questão emergencial, porque esse negócio de silo bag também tem risco né. Eu não tenho secador, eu não posso colocar, não tem aeração, não tem nada né. Tem que colocar no tempo. Eu já vi silo bag aberto que não prestou a soja, teve que vender pra ração, nem bicho ia querer de tão ruim que ficou. Então é uma coisa muito delicada né, não é igual ao armazém que você coloca lá né e mete ar e o trem refresca. Se tivesse um sistema de armazenagem do Estado teria que ser muito grande porque a produção é alta e as lavouras são grandes, não sei se teria

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condições de armazenar tudo isso e devido até as condições de logística se viabilizaria você trazer. Porque forma um armazém aqui no setor industrial mas e o cara que tem uma fazenda entrando lá, cento e poucos quilômetros daqui, ele vai trazer aqui. Hoje com a finalização de aberturas de áreas que nós estamos chegando já, o pessoal está estruturando mais. Quem tá em condição tá focando mais no investimento da estruturação da propriedade. Aí entra armazém, entra balança, secador, todo esse tipo de coisa, depende muito do porte do produtor. Então isso aí facilitaria muito e principalmente a logística, que a logística é um caos. Você não entra. Agora mesmo fui lá na fazenda e passei por um caminhão de adubo atolado e o cara não tem como sair e não adianta com o trator porque atolou tudo, tem que cavucar tudo, é muito difícil. Então a gente vê o descaso do governo, a gente faz a nossa parte, a gente produz, a gente vem pra cá, a gente investiu, gastamos a vida da gente, meu pai veio pra cá tinha 60 anos de idade, acreditou numa história, na região e aí fazemos tudo direitinho, procuramos fazer né, e aí não tem a contra_partida do poder público, principalmente do governo do estado que ganha muito ICMS em cima disso aí, porque a produção é altíssima, indústria, eles querem investir lá onde eles tem as fazendas deles, no litoral. Tem asfalto até na porta das fazendas deles, vocês sabem né. O produtor está muito abandonado.

**** *que_19*que_ptc Na maioria das fazendas produtoras a infraestrutura delas é completa. Tem alguns produtores pequenos que ainda não tem, mas se pegar na média até mesmo os pequenos tem tudo para tocar o negócio. Não sei se faltaria assim, infraestrutura, ao meu ver pelo menos na visitas que eu faço nas fazendas eles tem o necessário. Nós trabalhamos com condições climáticas totalmente diversas, tem ano que é assim, tem ano que é assado e um solo que não ajuda muito. Fazer perfil, então ele tem que estar bem redondinho para conseguir produzir e cobrir os custos. E aqueles que não fazem isso tem que sair do negócio. Se ele não fizer perfil ele pode ter problema. Dá um ano de seca, um ano igual a esse ano que tivemos agora mais de 35 dias de seca num mês no final do ano, para começo de ano. Então se você não tiver perfil, você toma uma pancada na cabeça. Sistema de armazenagem. Esse é o gargalo, armazenagem é um gargalo fora do comum. O que acontece é que pegam e tem que depositar numa BUNGE, num lugar desses dai e já fica amarrado lá. O sistema nosso de armazenagem nas propriedades, até que, por exemplo, tem uma extensão grande, fazendas grandes, mas nós precisamos melhorar a armazenagem de produtos no campo. O estado não tem um sistema de armazenagem. Nós não temos nem estado para te falar a verdade, nós estamos loucas para que nós sejamos doados para Tocantins, Goiás, para nós sairmos desse troço. Eu não sei porque eles ficam brigando com a divisa, eu falei um dia numa reunião nos doem, pode doar para o Tocantins, para Goiás, qualquer um está bom, não precisa. Só doem nós para os outros porque a Bahia não vai querer saber nunca disso daqui. Eu acho que o transporte não é um problema só para nós, mas para o Brasil inteiro. Não só é um problema pela falta de caminhão, mas como pela qualidade do caminhão também. Essas carrocerias vem todas derramando soja, tudo torto, caminhãozada velha, quebrando, causando acidente, tombando. O que a gente tem de perda com isso por ai é um absurdo. Aí depende do tamanho do produtor. O pequeno, a grande dificuldade do pequeno hoje é beneficiamento.

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Porque o beneficiamento custa caro para ele, aí tem alguns algodoeiros que não fazem o serviço adequado, então esse é o grande problema. O grande, o grande problema hoje é que ele tem áreas muito extensas e falta maquinário para pulverização. O cara cresce demais olho e às vezes a escala não é adequada. Nós consideramos pequeno 500 hectares mais ou menos. Eu tenho agricultor com 200 hectares mas nós temos agricultores com 20 mil hectares de algodão. Aqui o que precisa tem, aqui é uma cafeicultura empresarial, o que tem de novo ai as pessoas adotam. Não tem problema de infra estrutura.

**** *que_20 *que_ptp Pode ser tudo. Falta de renovação de cultivares. Eu falei do mercado; o mercado também; Como nós temos um esquema diferente dos outros sementeiros; nós temos a sementeira como sendo um negócio estanque das fazendas. Então nós adquirimos o grão dos nossos parceiros e os proprietários daqui são parceiros, são considerados parceiros. Então a JH ela compra o grão destes cooperados todos, nossa contabilidade é estanque das fazendas e de modo geral os sementeiros aqui da região têm as contas; as contas se confundem da produção de grão com a sementeira. Então o grão entra para a sementeira; o preço dele é o custo de produção e para nós, não. É o preço do mercado. Então assim se a soja hoje é 60 reais eu pago para os meus cooperados 60 reais e o sementeiro, o proprietário rural que tem a sementeira como uma forma de agregar valor ele repassa para a sementeira o grão dele ao preço de custo. Então no final ele entra com um custo de produção pequeno mas só matéria_prima. Aí o que acontece, nós entramos no mercado com o preço acima do mercado. Isso aí para nós é uma dificuldade. É uma dificuldade pq quem está fazendo semente não está fazendo conta. Simplesmente não faz conta. Ele abre mão do lucro da fazenda. Nosso mercado principal hoje é o Mato_Grosso, então nós vendemos nossa semente, ela é produzida aqui, e viaja 2.000km o destino final. Então nós entramos concorrendo com os sementeiros do Mato_Grosso com o diferencial de preço, de frete e ICM. Isso é uma dificuldade. Eu tenho que considerar que agricultor lá na hora de ele optar por comprar uma semente, ele pode optar por comprar uma semente local que não tem ali embutido no preço dela o ICM e o frete. Ele não vai ter frete, o frete dele é pertinho. Ao passo que aqui para mim tem que andar 2.000km. Só que assim, em contra partida a semente no Mato_Grosso ela é colhida num clima não muito favorável, com muita chuva. E a qualidade da semente deles lá é inferior à nossa. Porque eles começam a colher agora e essa semente vai ser plantada só a partir de setembro, setembro ou outubro. E a nossa vai ser colhida em abril. Então a nossa semente fica 2 _ 3 meses a menos, é mais nova 2 _ 3 meses do que a deles. Isso aí da um diferencial de qualidade imenso. Lá colhe com chuva e aqui a gente colhe sequinha. Da região, para muita gente, é a estrada. Tem muita gente aí que sofre demais. Doença. Doença se não cuidar quebra muito. Por isso que tem que ter a soja. Se você não entrar certo e cuidar da ferrugem te elimina a lavoura. O algodão se não entrar com o produto certo, dia certo, ele também te baixa 30_40 por certo de produção. O clima também tem dado problema. O ano passado na seca foi soja de 18 sacos. Nós estamos entrando com três anos consecutivos de seca. Só que esse ano a seca como pegou em dezembro, pegou numa época melhor, porque pegou o milho antes do pendulamento. Soja nova, algodão novo. Então se não pegar seca de agora em diante pode dar uma safra cheia. Se o milho pendulou e está tudo na chuva, pode

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granar. Soja grana bem. O algodão produzir. A pior coisa é chuva demais pra granação. Chuva em excesso e seca na granação é um prejuízo bravo também. Para aumentar milho, nós precisamos começar a exportar. Aí para a exportação não se admite o grão ardido e todo milho brasileiro que produz bem hoje é o grão ardido. Então essa getica precisa ser melhorada para a gente começar a aumentar a produção de milho na região. Então esse é um problema. Nematóide é um problema sério. Nós precisamos ter um trabalho muito específico com nematoide. Acho que outro gargalo seria esse equilíbrio que a gente tem conversado muito, talvez tivesse que ter um estudo aqui na região de que; a gente tem visto muito desequilíbrio aqui na região que nós estamos vendo na prática. Com esse sistema que estamos fazendo até agora, com esse convencional que estamos fazendo, cada produtor está plantando do jeito que quer. Teria que ter um órgão para definir um procedimento operacional padrão; aí a Embrapa Cerrados entra muito bem nesse ponto Porque se a Fundação está procurando e a Embrapa Cerrados mostrar quais são os benefícios, como o Vilela mostrou para a gente o milho brachiaria, esse tipo de coisa e a gente começar a se interessar e a mexer; eu estou muito preocupado com esse desequilíbrio que está acontecendo; com essas lagartas, com nematoides. Essa quebra, esse desequilíbrio que está acontecendo aqui na região eu me preocupo muito. Não adianta a gente atacar um produto só. Acho que o manejo do jeito que está sendo tocado a gente tem que dar uma; todo o mundo aqui da região tem que dar uma repensada. É muita coisa acontecendo na região. Essa é a mentalidade nossa hoje. É por isso que a gente está bem colado com a Embrapa. Tentar ver outras maneiras de produção. Nós estamos produzindo bem por isso que nós estamos na nossa zona de conforto, não sei até que ponto que a gente vai conseguir manter isso. Nós agrônomos podemos até conversar mas tem muita gente que encara como concorrente. Mas ainda tem muita coisa que a gente não sabe se é certo ou errado. Qual seria o manejo certo. O que a gente saber fazer aqui é produzir, a qualquer custo. Milho 240 sacas, algodão 400 arrobas. É tudo recorde, . Como tem esses desequilíbrios, essas informações; a gente falta dados técnicos aqui, científicos para na verdade ter um rumo melhor. A gente toma decisões em cima de quê. Em cima de nossas práticas. Cada um na verdade tem o seu experimento, cada um tem e cada um está se virando. E aí, porque. Porque distanciou demais a pesquisa da prática, da realidade do campo. Multinacional o negócio deles é vender. Eles estão fazendo a função deles. Quem tem poder de escolha. A gente, a gente tem poder de escolha se compra ou não. É lógico que a gente está conseguindo produzir bem mas eu estou preocupado. As pesquisas tem que continuar, porque a gente não é pesquisador. Nós agrônomos do campo, a gente é o quê. Nós somos extensionistas aqui que pega o que vocês estudaram, o que tem de científico e tenta transformar na prática. A gente tenta fazer isso bem feito dentro da prática. Agora como ficou longe da realidade, um pouquinho, a gente tem que aproximar. Sinceramente, ainda não está organizado na minha cabeça o que eu tenho que buscar na Embrapa, o que eu tenho que buscar na universidade. Hoje o que eu sei, sinceramente, é o que eu preciso. Então a gente está repensando, a gente vai começar a fazer esse planejamento, o que é a gente tem que buscar realmente com a Embrapa, o que agente tem que buscar com a universidade agora para a frente. Qual é o nosso gargalo. E não só pensar em produtividade, produção, produção; não. Não vai mudar. Nossa cultura está lá soja, milho e algodão. A gente só está pensando em atacar lagarta ou sustentabilidade.

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Enquanto a gente não tiver essa resposta vamos ter que continuar fazendo o que estamos fazendo até agora. Por isso que a brachiaria também, foi feito paralelamente a gente viu que deu certo e adotamos. E na análise de nematoide deu alto. A gente vai acompanhando durante a cultura para ver se dentro da cultura ele se equilibra. Então no primeiro quando a gente viu a primeira amostra onde tinha brachiaria, deu muito mais alto do que onde não tinha. Aí nematoide entram três espécies importantes para a região, quer dizer quatro. Então como eu vou conduzir esses quatro. Qual seria a variedade resistente a, por exemplo, raça 3 e 4 pega no algodão, a raça 1 e 2 não pega no algodão. A raça 1 e 2 ele pega na soja. E a maioria das cultivares resistentes na soja, é resistente a raça 1 e 2 e não a raça 3 e 4. Quem planta no algodão tem necessidade de cultivar de soja resistente a raça 3 e 4. Aí você planta esse material que é resistente da soja em cima ele não é resistente a raça 3 e 4. Não resolve o problema do algodão porque quem planta algodão dá problema na raça 3 e 4. Por isso que a gente está com um monte de material testando lá em cima, dentro da prática em cima do rotilencus. Qual é o material comercial que se dá melhor. Fora isso; porque tem outro problema, o milho. Você tem problema de nematoide você mete o milho produz bem. Só que o problema é o fator de reprodução depois. O milho está melhorando, o milho é uma cultura boa, então vamos meter milho que está dando problema, nosso milho produziu bem; só que depois que você planta a soja e o algodão. Aí tem milho e milho. Se você planta um material de milho ele não dá tanto assim, se você pega outro material, geralmente todos os que são produtivos a cadeia de produção estoura. Essas coisas a gente tem que. Em tudo a gente está correndo atrás de prática na verdade. Para fora, no caso da colheita, eu acho que tenho que mudar a minha colhedeira. Porque os que vêm prestar serviço já tem aquela colhedeira mais moderna que a minha que são aquelas axiais. Então é um dos fatores; tipo assim, se eu for produzir sementes o pessoal já não quer desse tipo de colhedeira. Produzo grão e as vezes acontece de produzir sementes para terceiros. Terceiros que falo são JH; essa colhedeira que eu tenho aí você não vê o prejuízo que ela está te dando. Olha aqui é uma região, eu estive nos EUA no ano retrasado, se o agricultor fosse que nem o de lá aí nós iríamos ter muito problema mas aqui o agricultor tem que estar antenado o tempo inteiro porque aqui é uma região que tem veranicos que afetam sua produção, que você tem que estar buscando tecnologias o tempo inteiro. Tenho testes de um produto, de outro de outro para você cada vez pegar os toques de linha para melhorar sua produção. Eu estive lá e uma coisa que me chamou a intenção foi a facilidade deles é tão grande que eu acho que está gerando um comodismo do produtor lá. Falei ainda bem que o baiano não tem que plantar trigo senão a gente estava ferrado. Porque o solo deles lá serve de adubo par anos aqui. Aquilo lá turfa, o solo lá é de tirar o chapéu. Só que lá, trocando umas ideias lá com eles, eles se limitam a algumas mudanças de tecnologias ou alguma coisa parecida da empresa que produz a máquina. Eu comecei um dia a discutir lá com um americano, nós estávamos num grupo, eles tinham um técnico junto aí eu recuei. Não, eles também não ficam passando coisas para nós, então deixa eles. Eu vi os plantios de milho lá, aí pedi para eles porque não reduzir o espaçamento e tal, aí começamos daí eu recuei, porque se eles fossem colocar as técnicas que nós usamos aqui, aí iria aumentar em 30 por cento a produção deles. Aí nós íamos estar ferrados. A resistência aos produtos químicos, e no momento é a rápida adaptação da Helicoverpa a eles. Você compra o produto e ele perde

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a eficiência no controle da lagarta muito rápido. Logo tem que comprar outro e numa propriedade com um grande plantio de soja isso é difícil, é mais gasto de dinheiro e tempo para fazer as pulverizações. E como eu disse, não dá para ficar perdendo o tempo de fazer a pulverização, senão você perde o controle da cultura. É muito rápido. Outro problema que eu vejo é a qualidade do sinal da tecnologia GPS na minha propriedade, na região mesmo. O sinal é ruim, oscila muito, sai do ar e a gente tem que parar o que está fazendo para ficar esperando retornar o sinal para fazer o trabalho, isso no plantio me estressa e de monitoramento de pragas é essencial e define a aplicação ou não. Isso atrapalha a condução da cultura. Já tentei solucionar isso sozinho na propriedade, mas ainda não consegui. A soja é sempre a mesma história, é a questão da monocultura, que a maior área plantada na região é soja e queira ou não é uma monocultura e isso aí vem desencadear uma série de problemas de solo. O nosso solo está doente, nós temos que ter cuidado, temos que plantar 33 por cento de área de milho, mas não temos mercado pra isso. É um problema que nós estamos enfrentando e não vemos solução pra isso porque depende do mercado para viabilizar o nosso negócio. Tem que ter mercado pro milho seja usina seja exportação. Agora tem a Coringa aí, tem a Mauricéia produzindo frango, então tem que ter mercado. Não adianta falar bonito, é rotação de cultura mas se não tem um mercado para pagar essa rotação de cultura, para poder viabilizar o sistema aí o produtor não vai plantar. Aí fica plantando soja, eu estou lá plantando soja e algodão e o algodão é extremamente degradante do solo eu tenho consciência disso, mas eu tenho que fazer o caixa pra não quebrar. O que adianta ficar plantando brachiaria e soja com milho e quebrar e sair da atividade e aí a minha terra sustentável vai passar pra outro CPF. Eu não estou interessado nisso. Eu quero me manter, eu tenho consciência que eu tenho que fazer rotação de cultura, então eu estou agredindo ela nesse momento, o mínimo possível, que eu tenho a consciência que não estou fazendo a coisa certa, mas a hora que eu conseguir voltar vamos fazer, está tudo programado, já estamos pensando, projetando, mas o principal, o ponto fraco nosso é o solo, porque ali é a origem de tudo. A natureza tá ali, você coloca suas ações ali, ela aquieta mas ela se vinga, a praga se cria e então, assim, a tecnologia tem que trabalhar em cima disso, sabe, principalmente solo poder ter uma garantia de que nossa cultura vai ter sustentação e vai durar por muito mais tempo, porque o nosso solo de cerrado é muito pobre. Nós não temos mais vida aqui, tem 10, 15 por cento de argila, 20, 12, eu tenho área lá com 10 por cento de argila. É muito pouco. Então é um coisa muito sensível, muito delicada demais. Então nós temos que ter muito mais cuidado que uma área lá em Rio Verde, do que lá em Palmital, Paraná. É muito delicado, e nós fazemos as coisas a toque de caixa, porque são áreas grandes, tem que plantar, isso e aquilo. E as facilidades da soja vem a estimular essas áreas grandes, muitas vezes mal feitas, e a falta de consciência dos produtores . Eu estou querendo dizer que eu tenho consciência mas não estou fazendo. Aí tem os que não fazem de jeito nenhum. O cara arrenda terra, planta 100 e arrenda 200 e não tá nem aí. A hora que não der mais larga a terra pra lá e vai embora e arrenda noutro lugar. Produtor tem de todo o tipo. Então assim, a cultura do produtor tem que mudar, do produtor de soja. Porque eu entrei no algodão. Eu sou diretor de sindicato rural aqui . Então a gente estabeleceu lá, fizemos uma assembleia lá que 0,80 por cento por área plantada que declarar paga pro sindicato, de taxa. Aí tem produtor que planta 3000 hectares e vai lá e declara que planta 1200 pra se

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beneficiar e pagar menos taxa. Eu pago de taxa pra minha associação que não é o mesmo que sindicato, não tem a mesma representação que o sindicato, mas enfim ela cumpre o papel dela, ela está nos beneficiando, eu pago pra ela de taxa eu pago 5 reais. E eu pago sobre a área xis e se for o caso de pagar mais pra ter mais benefício ainda eu não reclamaria disso. Então é a cultura , que tem que mudar. As vezes você quer economizar numa coisa, mas o produtor. Aí o cara vem lá reclamar que o sindicato não faz nada. Pô, quando me fala de sindicato me dá nojo. Aí eu falo mas meu amigo você tem que ir lá, você tem que criar o hábito de usar a instituição para beneficiar a categoria, para você mostrar os seus problemas, porque ele tem o poder de ir lá na Conab, no Ministério da Agricultura, como fomos diversas vezes por questão econômica e tal, mas você tem que ir. Mas o produtor não, ele vai quando. Vai no tratoraço quando o caixa já tá quebrado porque não tá produzindo, porque não vê outra saída. Aí vamos ver como a gente faz, e arruma advogado de graça e não sei o que. Mas na hora que ele tá produzindo ele não pensa em investir num negócio deste. Então a questão é cultural , tanto na questão gerencial como na questão da consciência de preservar o maior patrimônio nosso que é o solo que a gente necessita pra produzir, seja fazendo essa rotação de cultura pra preservar, seja pra respeitar essa coisa da biotecnologia que tá chegando, que é uma coisa nova pra nós, que nós estamos jogando tudo pelo ralo. O transgênico tá chegando aí e a gente não faz refúgio, não faz nada, já foi tudo embora, quer dizer as empresas tão tendo um prejuízo enorme com isso mas nós estamos jogando uma ferramenta que nos era útil pelo ralo. Por que. Porque o cara acha que vai dar trabalho passar veneno naquela beirada do milho que ele vai plantar lá. Então isso é cultural . Então tem o trabalho de uma geração. Meu filho; leva ele lá;eu tenho um filho com 18 anos que está em Goiânia fazendo Direito. Eu digo vai fazer direito pra você aprender a fazer agricultura direito. Eu não vou levar você para roça e dizer é assim que faz, é assim; ele vai lá, pergunta, acha bonito o que se faz, conversa, mas não acho que ele ache bonito e bom o cheiro da terra. Pode ser até que venha gostar do cheiro que ela proporciona pra frente quando ele entender. É cultura, não adianta, é conhecimento, é abertura da cabeça que o produtor precisa ter. Então nós somos um país de terceiro mundo e estamos passando por essa fase. Esses produtores tem que criar uma geração nova e consciente, respeitando a natureza. Acho que também não tem que ter muito exagero quando se fala de natureza porque aí entra essas ONGs e esses ambientalistas, ao meu ver, isso é um atraso, que eles travam demais as coisas, não tem bom senso. Mas sabe tudo tem que ser comedido , pra poder dar certo. Eu acho que essa diversidade só é boa. Não vejo problema com essa diversidade. É que o problema tecnológico eu poderia entender assim; a gente enfrenta hoje uma barreira tecnológica que da introdução da soja que nos facilitaria muito as lavouras que são as intactas. Que assim como o Brasil se manteve anos contra os transgênicos, nós hoje precisamos da aprovação da China ainda para produzir os intactos. Mas eu não vejo nenhum problema assim tecnológico, eu vejo problemas de escoamento de infraestrutura. Esse é o nosso gargalo. Segurança. Mas nessa outra parte não. O agricultor ele é competente demais para a maioria das atividades dele, o problema é que nada ajuda ele. Quer dizer mesmo que se tenha um crédito, não se tem um órgão ambiental funcionando adequadamente, não se tem um georeferenciamento com a agilidade que precisaria. Para mesmo que se desfazer de uma área e capitalizar tudo na base da propina, tudo na base do

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empurrão. O gargalo eu acho que é infraestrutura em tudo, essa infraestrutura não existe. Estradas, o que nós temos aí é irrisório. O custo que a gente tem de frete; esse é o nosso gargalo. Até exportar, agente poderia exportar, fazer esse canal direto muitas vezes, dependendo do tamanho da propriedade mas muitas vezes não faz porque esbarra em centenas de problemas. Então a pessoas precisa ter uma infraestrutura muito grande, capaz de fazer frente a esses problemas. Mas assim na produção eu não vejo um problema maior. Para produzir, no caso da soja, seria mesmo a questão do controle da lagarta. Se for se comentar da parte técnica o controle da lagarta está sendo um grande problema. Nós estamos sendo beneficiados um pouco porque a gente está conseguindo, a gente está produzindo campos especiais. Mas a lagarta hoje é o grande problema. Aqui na Bahia está se jogando uma quantidade fantástica de inseticida, aliás no Brasil inteiro, para se controlar a helicoverpa e outras lagartinhas aí que estão tendo a sua resistência. Eu acho que esse seria o problema maior que passa pela parte de tecnologia para se resolver. No meu campo eu não tenho problema sério de nematoide, eu não tenho problema sério de fertilidade, é o natural do solo mesmo. Todo ano ele vai acrescentando alguma coisa. Eu não vejo outra coisa além do outro. E citando em doença fúngica poderia citar o mofo. Nós temos o mofo branco. A lagarta e o mofo branco que nessa condição agora, com esse mês de chuva vai aparecer. Mesmo que existam produtos, nenhum está atendendo como deveria.

**** *que_20 *que_ptc Um dos problemas que a gente não comentou antes ainda que está piorando cada vez mais nossa produção aqui é o nematóide. O nematoide está em ascensão, está aumentando. Mais os de galha, mas tem cisto também. Os nematoides são um dos fatores que podem vir a comprometer a produção da nossa região. Lógico que muitas empresas estão trabalhando neste seguimento. É porque o outro produtor, ele vai lá e colhe o lote dele todo e não vê o quanto ele poderia ter perdido. Estrada ruim, o porto não presta. Dizem que tem um porto em Salvador, Aratu ali; É que nem papai_noel, ele está lá mas ninguém viu ele ainda não. O porto da Bahia é precário demais. Tem Ilhéus, só que Ilhéus o calado é ruim e as duas bocas que tem são da BUNGE e da Cargill, então você fica refém delas. Ir até lá é mais ou menos o que o pessoal de Sorriso faz , se nós formos contar vai dar 2 mil; É, está aprovada, tem uma estrada de ferro aqui, bonita, a leste_oeste, você já viu ela. Você já viu a propaganda dela. Vai ter um porto seco aqui, em Barreiras e não sei o que, em Correntina outro, lindo a leste_oeste. Só que dai tem uma merda de um órgão nesse país, que é a bosta daquele Ibama, que tinha que ser extinto, que ai porque tem um pé de pequi no meio, tem que mudar todo o trajeto, porque o pequi não pode. Gente, eu detesto pequi, derruba aquela desgraça. Passa por cima, pelo amor de Deus, eu não aguento, não gosto nem do cheiro de pequi. Logística aqui é complicadíssimo Porque se saísse essa ferrovia, a leste_oeste, que ela sai de Ilhéus e vem aqui, vai a Correntina, Barreiras, dai for a Figueirópolis e cair na norte_sul, nós podemos escoar, podemos mandar para cá que cai em porto, perto de Imperatriz lá em Itaqui. Itaqui é São Luís que é o melhor calado que tem. Se nós tivéssemos ferrovia daqui jogando para cima gente, isso aqui era o maior oásis de riqueza do Brasil. Só falta vontade para fazer. Pega a norte_sul e a ferrovia da Vale ali, você joga aqui na norte_sul, vai cair lá; é perto de Imperatriz, daí tem lá um

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porto seco que; Quer dizer, o que é pior, tem jeito e está fácil. Primeiro o tecnológico é pragas. Dificuldade de controle de pragas esse é o principal problema porque além de gerar prejuízo, gera problema de qualidade para o algodão. Para a soja eu vejo assim, a grande maioria dos produtores são despreparados tecnicamente. Ou seja, não tem um agrônomo, alguma coisa que oriente eles aí. Então eles vão muito assim; O meu vizinho fez, o outro vizinho fez. Para você ter uma ideia o pessoal do algodão monitora algodão, soja e milho. Ele tem um técnico para cada um desses. Ninguém faz o monitoramento de milho hoje. Saber se o milho está dando percevejo, lagarta, pulgão ou ácaro, doença. Ninguém faz. O produtor de algodão faz isso. Então é assim, o produtor só de soja e de milho ou só de soja é dependente um pouco da revenda. Alguns da revenda vão lá e dizem faz aquilo, faz isso; ele vai lá e enfia o produto que ele tem na mão. E na verdade eles são preparados para a venda mas não tecnicamente. Isso eu acho que é um grande problema para a região. É normal. Pelo tamanho da área é normal isso acontecer, o pessoal da revenda entrar na área técnica Se você pegar o número não dá conta de atender o que tem lá. Aí o pessoal da revenda entra de graça. De graça, não; está vendendo. Ele entra e recomenda um Metomil, por exemplo, para lagarta. Eu sei que o Metomil só não resolve mas o cara vai lá e vende. Aí não controlou ele vai lá e vende outra coisa para o cara. E assim o cara vai se danando. Mas isso não é regra. Algumas revendas até procuram para fazer treinamento. Eu faço treinamento para multinacional hoje. Todos os agrônomos Basf, Bayer, Syngenta me procuram só para treinamento. Faço um dia só para treinamento de pragas, doenças, fertilidade, fisiologia. Tem revenda que procura mas a grande maioria não. Mão de obra técnica ou o quê. Eu vou falar para a fazenda. Operador nós tínhamos muita dificuldade. Hoje melhorou bastante mas nós estamos tendo um problema sério. Com essas leis trabalhistas hoje o cara quer horário para tudo. Eu vou ser muito sincero com vocês; quem é do campo não pode ter muito horário não. Então assim, plantio está chovendo você descansa, fica lá dentro do alojamento e descansa. Deu sol não interessa se é sábado, domingo ou feriado vai ter que plantar. Praga, final de ano, eu sei que todo mundo tem que ter seu lazer e tudo mas praga no final de ano ela ataca do mesmo jeito. E essa helicoverpa ataca muito mais ainda. Então, hoje com a lei você tem que pagar hora extra. Nós, em alguns casos, estamos pagando hora_extra, está ficando caro para o produtor. Está ficando caro para o produtor mas ele está se obrigando a pagar hora_extra. O bom operador gosta porque ele vai ganhar mais, mas os novos operadores não querem nem saber disso aí. Então essa é uma dificuldade nós não temos pessoas especializados mas melhorou. Tem muito curso. A ideia nossa, e isso nós estamos fazendo em algumas fazendas, é pegar mais técnicos agrícolas inclusive para ser operador. Nós exportamos muitos técnicos de Guanambi porque lá tem um curso profissionalizante muito bom. Os técnicos de lá são muito bons. Na verdade os técnicos daqui são quase todos baianos que são da região de Guanambi. Tem muitas mulheres entrando no mercado hoje, técnicas. As mulheres são muito mais criteriosas do que os homens, são detalhistas então os levantamentos das mulheres são muito mais; só que é uma profissão muito difícil para as mulheres. O homem num dia a dia de sol, agora a mulher é muito mais sacrificado. As mulheres preferem ficar mais no escritório porque daí elas fazem digitação, pegam todos os levantamentos, a gente concentra nessas meninas e elas são muito mais organizadas para relatórios essas coisas e tudo mais. Com

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essas leis trabalhistas nós estamos com um sério problema hoje. Antigamente nós tínhamos para cada hectare nós tínhamos dois trabalhadores. Hoje diminuiu isso aí. A região foi vista em alguns casos, até Mato_ Grosso, com alguns escravos. Isso aqui, quem vive o dia a dia é assim, eu estou todos os dias na lavoura e tem trabalhador rural que a gente chama que se não tiver, e eu já presenciei isso, arroz, feijão, macarrão e carne ele não come. Eu, por exemplo, se tiver arroz, feijão e ovo frito eu como do mesmo jeito. Isso tanto na minha casa como na fazenda. O cara não come e ele não tem isso na casa dele. Então não é todo dia que você pode ter carne 100 por cento na lavoura porque as vezes falta mas hoje é obrigado. Esses dias nós fomos multados, eu nós porque eu me envolvo demais com o negócio, chegou lá, o colchão do cara é de 10 cm, mas chegou lá tinha 9 cm. O que ele fez. Ele pegou mandou todos os trabalhadores rurais, era um sábado, para um hotel na cidade, teve que pagar diária para todo mundo e depois mais multa em cima. Então esse tipo de coisa vai acabando com a mão de obra. Aí o que acontece, os caras se juntam aqui, num bairro mais pobre ali, aí tem assalto para tudo quanto é lado. Isso acaba gerando uma série de problemas. Mas em compensação nós estamos nos especializando cada vez mais. Nós estamos usando herbicidas cada vez mais e mão de obra nós vamos usar cada vez menos. As plantadeiras nossas, nós temos plantadeiras que valem por três, 36 linhas. Então vai um operador só que vai com GPS; aí o cara alinha o trator e o trator planta sozinho. Ela tem monitor então não precisa ter um cara lá atrás. Então era para ter três tratorista e três contra_pinos que a gente chama para ficar em cima. Então são seis, eu tenho um. Nessa colheitadeira nova eu tenho um operador enquanto eu tinha um operador, um ficava na prensa, outro no deskboy para puxar, são dois tratorista, e mais três em baixo para jogar. Então em vez de cinco eu tenho um. O que está ficando no mercado hoje são tratoristas cada vez mais técnicos; tratoristas ou operadores mais especializados. Pulverizador, por exemplo, nós tínhamos, as barras dos pulverizadores são de 27m; pulverizadores de 2 mil até 3 mil litros. Nós temos avião com 1.600 litros. O rendimento de pulverizador normal é de 300 a 400 hectares por dia. No Airtec vai para 1.600 hectares. Então as leis trabalhistas estão acabando com o sindicato quer que contrate 20 por cento de mão de obra mas como é que você contrata se o fiscal vai lá e te multa toda hora. Vou te falar uma coisa; um fiscal chegou um dia lá e falou assim; tinha água. Então o sindicato hoje quer reverter essa situação mas eu acho difícil. Primeira coisa, eu acho que a Embrapa deveria estar mais presente na região. Eu sou mais envolvido na área de algodão mas hoje eu também estou envolvido na área de soja, milho e tal, na consultorias; pesquisador para nós é fundamental, porque vocês são especialista em determinados assuntos em que nós somos clínicos gerais. E vocês têm a especialidade de cada um. Isso nos ajudaria muito. Para cada setor nos acrescentaria bastante, não só para nós mas para a região como um todo, seria importante a presença de cada um para nós aqui. Tentar desenvolver algumas coisas bem regionais. Por exemplo, já falei isso para o Pedro, nós temos solo de alta fertilidade só que o nosso patamar de soja hoje está limitado. Isto é, variedades totalmente adaptadas para a região para ter um solo de alta fertilidade e ter um patamar maior de produtividade. O que falta nisso é pesquisa na realidade. Segundo ponto é fertilidade, se você pegar a grande maioria do pessoal usa tabela; e se você pegar nós ou alguns mais aqui, estudo de dez anos o que tem de fertilidade ou o que produziu mais, começa a fazer e aplica o que nós temos, não usamos

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nossas tabelas. Mas o que nós precisávamos é ter um órgão junto talvez com a Fundação Bahia, e isso nós brigamos junto com a Fundação Bahia, mas nós tínhamos que ter alguma mais concreta a nível de fertilidade. Isso é uma das coisas que para a região ainda falta muito. Então as variedades, eu vou citar um exemplo do algodão, as variedades que são desenvolvidas são BS 286, Aroeira; pergunta quantas variedades são da Embrapa que nós plantamos hoje no algodão. Se tiver são 3 por cento da área. Então começou a melhorar agora, nós conversamos bastante com os pesquisadores, tem que desenvolver coisas bem regionais para nós aqui porque tem uma demanda. Então às vezes pega algumas variedades que são adaptadas mais a região central ou alguns outros locais que para nós não é adequado. Então é por isso que as multinacionais são muito mais participativas nesse sentido. Cito outro exemplo, falei para você da batida de pano para o percevejo, se você pegar a recomendação oficial são 2 ou 4 batida de pano. Se nós formos seguir isso aí, nós teremos problema. Nós precisamos atualizar essa pesquisa junto conosco. A vinda de você junto conosco, de vez em quando, em algumas reuniões, primeiro que acrescenta muito para nós e acho que nós podemos passar muito para você do nosso dia a dia. Então essa troca de informações eu acho muito importante para a região crescer. Se pudesse estar mais presente a Embrapa, alguns pesquisadores, logicamente de diferentes áreas para nós seria fundamental. Só para você ter uma ideia do que estamos fazendo hoje, algumas consultorias tem uma área própria só de pesquisa, não é pesquisa, é validação que a gente chama. Então, por exemplo, nós testamos variedades de algodão, nós testamos variedade de soja, a parte até de fertilidade nós estamos trabalhando, nutrição, tudo quanto é de inseticida que serão lançados daqui dois, três anos nós estamos testando. Herbicidas, inseticidas, fungicidas nós estamos testando. Isso ajuda muito para nós e se tivesse um contato com pesquisadores; tem muitos pesquisadores de universidades que nos visitam, a gente tem muita amizade com esse pessoal também, alguns professores que nos auxiliam bastante nisso. Só que nós temos uma demanda muito crescente aqui na região, vou citar um exemplo muito claro para você, white strike, se você pegar o 975 que é o whitestrike, se você pegar a recomendação oficial que é da Bayer você não aplica liberty nele. O marcador dele é finale que é o liberty. O que nós começamos a fazer, nós começamos a aplicar até o primeiro botão floral nós vimos que não tem problema nenhum, não perdemos a produtividade. Nos temos na área de pesquisa, área mostrando o que podemos aplicar, até que fase pode aplicar e se eu aplicar, qual será o prejuízo. Nem a Bayer tem isso aí. Então a gente acaba gerando uma própria demanda interna aqui na região mas só que isso custa. Para você manter uma estrutura dessa custa. Tecnológico. A questão nutricional é um problema, ter resultados de pesquisa local para embasar a tomada de decisão. Em se pesquisado o solo, trazendo uma resposta melhor de nutrição, baseado; um exemplo, no Oeste da Bahia não tem curva de calibragem para o calcário, não tem para café, soja, milho, algodão, para nada, o que joga de calcário aqui foi suando, foi tendo resultado, então isso é um trabalho básico. Sim, as curvas de calcário são básicas e aqui não tem. Tenho uns colegas que são consultores em Petrolina, em manga e uva, cultura perene igual café, há anos eles usam o calcário, anos, e funciona, como é que eu vou usar isso aqui e não funciona. Nós estamos aqui agarrados com o calcário, estamos vendo que a situação de baixo aqui está subindo e nós estamos toma calcário, toma calcário. É que tem regiões aqui que o teor de argila caracteriza o

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solo como areia quartzosa. Na época dessas curvas de calibração, eram considerados solos inapropriados para agricultura, porém com o passar do tempo mudou isso ai, soma argila com o silte, estabelece uma percentagem e faz a referência em função disso ai. O que que ele considera. O teor de cálcio e magnésio está muito alto, ele vai por saturação de bases, saturação de bases está muito alta, vai pelo cálcio e magnésio, ou tenta ajustar pelo tipo de calcário que ele tem, se é magnesiano, calcítico. Ocorre isso aqui. Eu vejo que os colegas de grãos, fibras, eles tem o privilégio com relação a nós, porque as culturas tem respostas mais rápida. Instalou soja, colheu daqui há 100 dias e tem a resposta. Algodão da mesma forma, instalou e rapidinho você tem a resposta. Funcionou ou não funcionou. Agora o café, você tem que esperar dois anos e meio para a primeira safra, para você tratar aquela informação. Então isso é mais difícil para a gente, não tem como incorporar, você joga por cima, tem uns trabalhos que se tiver o calcário no solo pH vai muito alto e a reação continua para a direita. Agora a gente tem que pegar as informações e correr atrás, mas cadê o trabalho aqui. O pessoal da consultoria de soja tem a pesquisa deles, a empresa de consultoria deles faz a pesquisa nas fazendas. Tem ciclo mais rápido, então a resposta é mais rápida. Então esse estudo de perfil e profundidade em termos de nutrição é essencial. Tem gente recomendando ai 80 cm o calcário. Não, foi o colega Ronaldo Cabrera, ele tem doutorado em nutrição, para aumentar a quantidade no Brasil, tem que explorar uma área maior de solo colocando calcário. Ele está trazendo uma máquina com um subsolador que joga o calcário a 80 cm de fundura. Então isso vai substituir o arado. No café , com duas hastes, que separa vai subsolar e jogar o calcário a 60 cm de fundura, isso vai começar a melhorar. Deixar o gesso de lado.