- edição 85 2014 distribuição gratuita · 2017-10-02 · ponto de partida — a terra natal —...

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RECICLE INFORMAÇÃO: Passe este jornal para outro leitor ou indique o site Ano VIII - Edição 85 2014 Distribuição Gratuita Vale do Paraíba Paulista - Litoral Norte Paulista - Região Serrana da Mantiqueira - Região Bragantina - Região Alto do Tietê Este veículo, transcende a sala de aula como proposta para reflexão, discussão, interação e aprendizagem sobre temas dos projetos desenvolvidos pela Associa- ção “Formiguinhas do Vale”, organização sem fins lucrativos , com ênfase em assuntos pontuais e inerentes à sustentabilidade social e ambiental. Filipe de Sousa Você sabe por que se comemora em 02 de Dezembro o Dia Nacional do Samba? Não, não é a data de nascimento de Tia Ciata. Também não é a data em que foi gravado "Pelo Telefone". Muito menos quando Ismael Silva e os bambas do Estácio fundaram a Deixa Falar. PÁGINA 3 PREZADO NATAL Nem tudo anda muito bem por aqui, aliás, tudo anda bem pior do que sempre fora e por isso Há tempos atrás, quando o Natal se aproximava, pairava no ar um clima meio mágico que fazia com que as pessoas esquentassem seus co- rações e voltassem seus pensamentos aos menos favorecidos. a preocupação... PÁGINA 4 10 de dezembro Dia Internacional dos Direitos Humanos A Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU é um marco de luta na história recente. A Declaração surgiu após as duas grandes guerras. O horror e a brutalidade, o desrespeito aos direitos fundamen- tais, principalmente o direito a vida, fez com que algumas nações crias- sem um órgão que promovesse a paz... PÁGINA 5 BRIGA EM SALA DE AULA! INTERVIR OU NÃO? Um vídeo recentemente divulgado pelas redes sociais apresentou duas alunas que se con- frontavam verbalmente, seguido de agressão com o porte de um estilete na clara intenção de ferir a colega de sala. PÀGINA 9 Dia Internacional dos Povos Indígenas O interminável massacre do povo indígena. Por: Eliana Tavares PÁGINA 10 O BRASIL NÃO FOI COLÔNIA “A expansão portuguesa não foi, nem fruto do acaso, nem um feito político da Coroa ou de cortesão esforçados, antes a missão de uma Ordem iniciática.” Manuel J. Gandra CONTINUAÇÂO - PÁGINA 11 A origem do Natal e seus aspectos históricos Como surgiu o Natal? História dessa tradição PÀGINA 15 Entenda a origem e como surgiu a tradição do Natal, o que se comemora nesta data tão es- pecial, seu simbo- lismo. A origem do natal deve ser com- preendida para vi- venciarmos essa festa em toda sua plenitude. O Natal é a solenidade cristã que celebra o nascimento de Jesus Cristo. A data para sua celebração é o dia 25 de Dezembro, pela Igreja Católica Romana e, o dia 7 de Ja- neiro, pela Igreja Ortodoxa. Conheça um pouco mais sobre a história do natal. Imigrante — Ficar ou Voltar !!! "...Forte eu sou mas não tem jeito, hoje eu tenho que chorar. Minha casa não é minha, e nem é meu este lugar. Estou só e não resisto, muito tenho prá falar. Solto a voz nas estradas, já não quero parar Meu caminho é de pedras, como posso sonhar. Sonho feito de brisa, vento vem terminar Vou fechar o meu pranto..." Música: Milton Nascimento — Travessia . O processo de emigrar está sempre ligado à ideia de retornar para o ponto de partida — a Terra Natal — ou seja, migrar, ganhar dinheiro, retornar e melhorar não só sua condição financeira, como também so- cial. PÁGINA 16 Seja bem vindo VERÃO e que a mãe terra nos perdoe por todos os desmandos. Página 12

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Ano VIII - Edição 85 2014 Distribuição Gratuita

Vale do Paraíba Paulista - Litoral Norte Paulista - Região Serrana da Mantiqueira - Região Bragantina - Região Alto do Tietê

Este veículo, transcende a sala de aula como propos ta para reflexão, discussão, interação e aprendizag em sobre temas dos projetos desenvolvidos pela Ass ocia-ção “Formiguinhas do Vale”, organização sem fins lu crativos , com ênfase em assuntos pontuais e ineren tes à sustentabilidade social e ambiental.

Filipe de Sousa

Você sabe por que se comemora em 02 de Dezembro o

Dia Nacional do Samba? Não, não é a data de nascimento de Tia Ciata.

Também não é a data em que foi gravado "Pelo Telefone". Muito menos quando Ismael Silva e os bambas do Estácio fundaram a Deixa Falar.

PÁGINA 3

PREZADO NATAL

Nem tudo anda muito bem por aqui, aliás, tudo anda bem pior do que sempre fora e por isso Há tempos atrás, quando o Natal se aproximava, pairava no ar um clima meio mágico que fazia com que as pessoas esquentassem seus co-

rações e voltassem seus pensamentos aos menos favorecidos. a preocupação...

PÁGINA 4

10 de dezembro

Dia Internacional dos Direitos Humanos

A Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU é um marco de luta na história recente. A Declaração surgiu após as duas grandes guerras. O horror e a brutalidade, o desrespeito aos direitos fundamen-tais, principalmente o direito a vida, fez com que algumas nações crias-

sem um órgão que promovesse a paz... PÁGINA 5

BRIGA EM SALA DE AULA!

INTERVIR OU NÃO? Um vídeo recentemente divulgado pelas redes

sociais apresentou duas alunas que se con-frontavam verbalmente, seguido de agressão com o porte de um estilete na clara intenção

de ferir a colega de sala. PÀGINA 9

Dia Internacional dos Povos Indígenas

O interminável massacre do povo indígena . Por: Eliana Tavares

PÁGINA 10

O BRASIL NÃO FOI COLÔNIA

“A expansão portuguesa não foi, nem fruto do acaso, nem um feito político da Coroa ou de cortesão esforçados, antes a missão de uma

Ordem iniciática.” Manuel J. Gandra

CONTINUAÇÂO - PÁGINA 11

A origem do Natal e seus aspectos históricos Como surgiu o Natal?

História dessa tradição PÀGINA 15

Entenda a origem e c o m o s u r g i u a tradição do Natal, o que se comemora nesta data tão es-pecial, seu simbo-lismo. A origem do natal deve ser com-preendida para vi-venciarmos essa festa em toda sua plenitude. O Natal é a solenidade cristã

que celebra o nascimento de Jesus Cristo. A data para sua celebração é o dia 25 de Dezembro, pela Igreja Católica Romana e, o dia 7 de Ja-neiro, pela Igreja Ortodoxa. Conheça um pouco mais sobre a história do natal.

Imigrante — Ficar ou Voltar !!! "...Forte eu sou mas não tem jeito, hoje

eu tenho que chorar. Minha casa não é minha, e nem é meu

este lugar. Estou só e não resisto, muito tenho prá

falar. Solto a voz nas estradas, já não quero

parar Meu caminho é de pedras, como posso sonhar.

Sonho feito de brisa, vento vem terminar Vou fechar o meu pranto..."

Música: Milton Nascimento — Travessia .

O processo de emigrar está sempre ligado à ideia de retornar para o ponto de partida — a Terra Natal — ou seja, migrar, ganhar dinheiro, retornar e melhorar não só sua condição financeira, como também so-cial.

PÁGINA 16

Seja bem vindo VERÃO e que a mãe terra nos perdoe p or todos os desmandos. Página 12

Dezembro 2014 Gazeta Valeparaibana Página 2

A Gazeta Valeparaibana é um jornal que divulga a cultura brasileira, democratiza a informação e é publicado mensalmente. Gratuito distribuído mensalmente para

download Editor : Filipe de Sousa - FENAI 1142/09-J

Email: [email protected]

Designe e artes gráficas: Rede Vale Comunicações - Fone: 0 xx 12 99703.0031

Gazeta Valeparaibana

Um MULTIPLICADOR do Projeto Social “ALeste” Uma OSCIP - Sem fins

lucrativos

“Quanto mais você se prepara, mais sorte parece ter.” Terry Josephson

“Egoísta não é aquele que vive como quer, é aquele que pede aos outros que vivam como ele quer.” Oscar Wilde

“O maior obstáculo às desco-bertas não é a ignorância - é a ilusão do conhecimento.” Daniel J. Boorstin

“Decida o que quer e decida do que está disposto a abrir mão para consegui-lo. Estabeleça suas prioridades e mãos à obra.” H.L.Hunt

“A pessoa que diz que alguma coisa não pode ser feita não de-ve interromper a pessoa que a está fazendo.” Provérbio Chinês

“Aceite a sua singularidade. O tempo é curto demais para viver a vida de outra pessoa.” Kobi Yamada

“Ao amanhecer, suba em algu-ma montanha. Todo o mundo precisa de perspectiva de vez em quando” Robb Sangendorph

“As coisas não dão errado. Elas simplesmente acontecem” Jacob Ghitis

“O caminho mais usado é mais seguro, mas o tráfego é terrí-vel.” Jeff Taylor

“A fama geralmente acontece para aqueles que estão pensan-do em alguma outra coisa.” Oliver Wendell Holmes, Jr

Editorial

Rádio web CULTURAonline Brasil NOVOS HORÁRIOS e NOVOS PROGRAMAS

Prestigie, divulgue, acesse, junte-se a nós !

A Rádio web CULTURAonline Brasil, prioriza a Educaç ão, a boa Música Nacional e programas de interesse geral sobre sustentabilidade social, cidadania nas temáticas: Educação, Escola, Professor , Família e Socie-dade.

Uma rádio onde o professor é valorizado e tem voz e , onde a Educação se discute num debate aberto, crí tico e livre. Mas com responsabilidade!

Acessível no link: www.culturaonlinebr.org

Mensagem do Presidente

Estamos chegando a mais um final de ano. São promessas e esperanças que se renovam, como se as festas de natal e passagem de ano significassem um marco, a partir do qual pudéssemos zerar nossos erros e reiniciarmos novas vidas.

Isso, apesar de ser quase verdade, é muito bom, já que aceitar compromissos e rever procedi-mentos significa vida, alegria de viver, sonho de felicidade.

O projeto “ALeste” só tem a comemorar, em virtude do sucesso de seus meios de comunicação

“Gazeta Valeparaibana ” que já alcançou a significativa marca de 3.2 milhão de downloads e a sua rádio Web CULTURAonline Brasil que também já ultrapassou a marca de 130 mil ouvintes

únicos e mais de 2.5 milhões de acessos.

Assim, para a administração da ALeste , esse momento é mágico, e a Diretoria, mantém as for-ças renovadas para encerrar o período de paz com as suas atribuições e, com ideias e proposi-ções novas voltadas para 2015, com a posse de novos membros e a formação das Diretorias Técnicas.

O Projeto ALeste , está carregado de proposições., Nas áreas de cultura, saúde e melhor idade.

Porém, a maior de todas as ações a alcançar, sem dúvida, consiste na determinação de nomear-mos os Conselhos; do Segundo e do Terceiro Setor, a fim de podermos melhor atender às nos-sas comunidades e ampliação da área de atuação cuja conclusão queremos para o primeiro tri-mestre de 2015, já quem em 2014 não nos foi possível realizar completamente.

Esses são alguns dos planos para o ano de 2015.

Enfim, realizações e sonhos que se renovam junto com o compromisso de bem servir à nossa comunidade.

Que cada um de nós possa encontrar a paz e um pouco de felicidade neste período de festas e muita determinação para o novo ano que se inicia.

Muito obrigado a todos pelo incentivo e pelo apoio.

Boas festas.

Filipe de Sousa

IMPORTANTE

Todas as matérias, reportagens, fotos e demais conteúdos são de inteira res-ponsabilidade dos colaboradores que assinam as matérias, podendo seus conteúdos não corresponderem à

opinião deste projeto nem deste Jornal.

CULTURAonline BRASIL

Dezembro 2014 Gazeta Valeparaibana Página 3

Nossa Cultura Musical

Você sabe por que se comemora em 02 de Dezembro o Dia Nacional do

Samba? Não, não é a data de nascimento de Tia Cia-ta. Também não é a data em que foi gravado "Pelo Telefone". Muito menos quando Ismael Silva e os bambas do Estácio fundaram a Dei-xa Falar.

O Dia do Samba foi insti-tuído pela Câmara de Ve-readores de Salvador, em 1940, por iniciativa de um vereador baiano, Luís Monteiro da Costa, foi parte das homenagens ao compositor Ary Barroso, que um ano antes lançara

Aquarela do Brasil, a música mais conhecida, executada e regravada fora do Brasil. Ary Barroso que já tinha composto seu suces-so "Na Baixa do Sapateiro", mas nunca havia posto os pés na Bahia. Esta foi a data de sua primeira visita a Salvador. Inicialmente, o Dia do Samba era comemora-do apenas em Salvador, mas acabou transfor-mado no Dia Nacional do Samba. A história do samba O samba é uma manifestação artística símbo-lo de um Brasil cultural, mestiço e alegre. É o ritmo que representa a nossa maior festa po-pular, o carnaval. Como música, o samba se desenvolveu muito no decorrer da história, mas para entender sua alma precisamos bus-car suas origens. É quase consenso entre especialistas que a origem provável da palavra samba esteja no desdobramento ou na evolução do vocábulo "semba", que significa umbigo em quimbundo (língua de Angola). A maioria desses autores registra primeiramente a dança, forma que teria antecedido a música. O samba não nasceu por acaso. A sua apari-ção se deve à acomodação de diversos gêne-ros musicais que se sucederam ou se "complementaram" ao longo do tempo. Registrado em 1838 o samba teve como influ-ência a modinha, a chula, a polca, o maxixe e o lundu. O samba como conhecemos atualmente, tem origem afro-baiana, temperado com misturas cariocas. Nasceu na Bahia, no século XIX, da influência de ritmos africanos, adaptados para a realidade dos escravos brasileiros e, ao lon-go do tempo, sofreu inúmeras transformações de caráter social, econômico e musical até atingir as características conhecidas hoje. "À medida que o samba evoluiu, ele ganhou novos sotaques, novos modos de ser tocado e cantado. É isso que faz dele um dos ritmos mais ricos do mundo", afirma o músico Eduar-do Gudin. O gênero, descendente do lundu (canto e dança populares no Brasil do século XVIII), começou como dança de roda originada em Angola e trazida pelos escravos, principal-

mente para a região da Bahia. Também co-nhecido por umbigada ou batuque, consistia em um dançarino no centro de uma roda, que dançava ao som de palmas, coro e objetos de percussão e dava uma ''umbigada'' em outro companheiro da roda, convidando-o a entrar no meio do círculo. Com a transferência, no meio do século XIX, da mão-de-obra escrava da Bahia para o Vale do Paraíba e, logo após, o declínio da produ-ção de café e a abolição da escravatura, os negros deslocaram-se em direção da então capital do país, Rio de Janeiro. Nas favelas, núcleo de uma mistura de povos, nasceu o cenário trazido pelas Tias Baianas, como Amélia, Ciata e Prisciliana. Suas casas foram o palco das festas, dos terreiros e do ritmo marcado no pandeiro, no prato, na faca e na palma da mão. Foi entre umbigadas e pernadas de capoeira que a música surgiu, que os versos e refrãos foram criados e que o samba mostrou sua cor. Essas manifestações culturais propiciariam, consequentemente, a incorporação de carac-terísticas de outros gêneros cultivados na ci-dade, como a polca, o maxixe e o xote. O samba carioca urbano ganhou a cara e os rit-mos conhecidos. No início do século XX, Noel Rosa, Cartola e Donga adotaram o samba, que ganhou uma temática romântica. Em 1917 o primeiro sam-ba foi gravado, e Donga lançou a música Pelo Telefone. Após a primeira gravação, o samba conquis-taria o mercado fonográfico e, com a inaugu-ração do rádio em 1922 - único veículo de co-municação em massa até então -, alcançaria as classes médias cariocas. Mas teria sido "Pelo telefone" o primeiro sam-ba realmente registrado no Brasil? Há contes-tações e controvérsias. Hoje não mais se acredita que este tenha sido o primeiro registro do gênero samba no selo de um disco. Alguns pesquisadores, entre e-les Renato Vivacqua, mencionam pelo menos três outras composições designando o gêne-ro: Um samba na Penha (interpretado por Pepa Delgado e lançado pela Casa Edison em 1909); Em casa da Baiana (de 1911); e por último A viola está magoada (de autoria de Catulo da Paixão Cearense, composto em 1912 e gravado em 1914). Edigar de Alencar também menciona um outro samba denomi-nado Samba roxo (de Eduardo da Neves, de 1915). Fato é, que o ritmo começou a se difundir, e novos compositores como Pixinguinha e Ari Barroso surgiram no cenário através de obras memoráveis como Tarzan, o filho do alfaite e Aquarela do Brasil '. O advento do rádio ainda transformaria no-mes como Francisco Alves, Orlando Silva e Carmen Miranda em grandes ídolos do sam-ba. Em 1920 cresceu a tendência de compor samba para blocos carnavalescos. Com a di-vulgação nas rádios, o ritmo se consolidou como uma expressão urbana e moderna, es-

palhando-se tanto pelos morros cariocas quanto pelos bairros da zona sul do Rio de Janeiro. A partir de 1930 o samba recebeu um grande impulso através de compositores como Ary Barroso e de intérpretes como Carmen Miran-da, Francisco Alves e Orlando Silva. Ramifi-cou-se em várias direções, influenciando a bossa nova e dando origem a ritmos como o samba-canção, o samba-enredo e o pagode. É desse período, também, o surgimento dos sambas criados para os grandes blocos de Carnaval. A primeira escola de samba surgiria em 1929 no Estácio - tradicional bairro de bo-êmios e da malandragem da cidade. Chama-da de 'Deixa Falar', fez sua primeira aparição na Praça Onze como um bloco de corda e i-novava no ritmo: a nova batida era capaz de contagiar qualquer folião, diferentemente dos sons anteriores mais monótonos. No ano seguinte, novas cinco escolas surgiri-am para participar do desfile na Praça Onze: a ''Cada Ano Sai Melhor'' (do Morro de São Carlos), a ''Estação Primeira de Mangueira'', a ''Vai como Pode'' (atual Portela), a ''Para o A-no Sai Melhor'' (do Estácio) e a ''Vizinha Fala-deira'' (das redondezas da Praça Onze). Com a repercussão do gênero, a cada ano surgiri-am mais escolas para participar dos desfiles de Carnaval. O sucesso internacional do samba começou com a música Aquarela do Brasil, de Ary Bar-roso, cresceu com Carmen Miranda e passou pela bossa nova, que inseriu definitivamente o Brasil no cenário mundial da música. Com a bossa nova, o samba se afastou de suas raízes populares. A influência do jazz aumentou, e foram incorporadas técnicas mu-sicais eruditas. Mas, ao longo das décadas de 1960 e 1970, artistas como Martinho da Vila, Nelson Cavaquinho e Paulinho da Viola de-fenderam o retorno do samba à sua batida tradicional. Paulinho da Viola foi o embaixador do gênero tradicional diante de um público mais vanguardista. Já Jorge Ben Jorge surgiu para dar sua contribuição com o samba-rock, ritmo cheio de ginga, que mescla o samba com o blues americano. Tradicionalmente o samba é tocado por ins-trumentos de corda, como o cavaquinho e o violão, junto com diversos instrumentos de percussão, como o pandeiro, o surdo e o tam-borim. Por influência dos americanos, trombo-nes e trompetes passaram a ser utilizados e, por influência do choro, a flauta e a clarineta também ganharam espaço. As principais variações do samba são: - Sam-ba-canção; Samba-enredo; Samba-exaltação; Samba carnavalesco; Samba de gafieira; Sambalanço; Samba-batido: Samba de terrei-ro; Samba de partido alto; Samba de breque; Samba-jazz; Pagode; e Samba-reggae. Hoje o samba é Patrimônio Cultural do Brasil e representa nossa contínua miscigenação. É tocado, cantado e dançado de várias manei-ras, e a música se difunde mais e mais como um símbolo de nosso país.

Edição : Claudia Andreucci

CONTATOS:- Emails: CONTATO: [email protected] - PATROCÍNIOS: patrocí[email protected]:

Dezembro 2014 Gazeta Valeparaibana Página 4

NATAL PREZADO NATAL

Nem tudo anda muito bem

por aqui, aliás, tudo anda

bem pior do que sempre fo-

ra e por isso a preocupa-

ção...

Há tempos atrás, quando o

Natal se aproximava, pairava no ar um clima meio

mágico que fazia com que as pessoas esquentas-

sem seus corações e voltassem seus pensamentos

aos menos favorecidos. Religiosos oravam pelo

próximo, famílias uniam-se para cear, almoçar e

trocar presentes, nas empresas brincava-se de

“amigo secreto”.

Nessa época de final de ano, pais refletiam e orgu-

lhavam-se do crescimento dos filhos, nas escolas

comemorava-se o sucesso acadêmico e os presos

comoviam-se com a presença das visitas de entes

queridos.

Havia uma trégua entre os homens e reinava um

tempo de paz no mundo. Inocentes pecadores re-

dimiam-se na esperança de receber o presente

pedido feito em orações antes de dormir, os pa-

trões organizavam festas e distribuíam “cestas de

natal”, os casais ficavam mais românticos e faziam

amor porque se amavam.

Então querido Natal, o mundo mudou e há muito

mais gente nele, crianças precisando não só dos

brinquedos, mas também de pais e limites, de co-

mida, de amor.

Para cumprir essa missão, Papai Noel enfrentará

tragédias e corações endurecidos, pessoas extre-

mamente consumistas que não se contentarão

com pouco e nem com qualquer coisa, as ruas es-

tarão cheias de acidentes e muitos não chegarão a

encontrar suas famílias, ficarão pelos caminhos

bêbados, drogados ou mortos.

Os presos sairão pelo indulto para visitar as famí-

lias, mas, antes de chegarem para o jantar de na-

tal, impedirão outras famílias de se encontrarem

porque matarão pessoas pelo caminho.

Mediante tudo isso, as crianças ficam com famílias

destruídas e não querem mais brinquedos, que-

rem armas para lutar contra o inimigo e matar o

mais frágil que poderia ser um amigo.

Avise o bondoso velhinho que não haverá quem

possa lhe ajudar porque as poucas pessoas do

bem estarão muito ocupadas em ajudar a maioria

já desgraçada.

Estaremos em festas regadas a competições de

corpos, traições por mais poder ou dinheiro, seres

humanos entregando-se na orgia, beijando-se com

hipocrisia.

A cada data festiva aumenta o número de cadáve-

res, a polícia teria que se transformar em super-

homens ou homens aranhas, as mães só se fossem

fortes como a Virgem Maria, as leis funcionariam

se não fossem transgredidas e nossos governantes

estarão ocupados em gastar o dinheiro que levam

dos impostos que pagamos com tanto suor para,

numa noite, gastarem sem dó.

Portanto, querido Natal, não espere que sua noite

seja das melhores e dê estrutura ao Papai Noel

que com tantos vilões para enfrentar nas ruas e

tristeza nas favelas, encontrará também casas va-

zias de amor, o esquecimento de Deus, um céu

escuro e sem estrelas, carros colidindo-se antes e

depois da meia noite.

Meia noite! Horário em que deveriam comemorar

o nascimento do menino Jesus que, por todos, sa-

crificou-se na cruz.

Em vão.

Genha Auga

Jornalista MTB: 15.320

Pensem nisso!

“Quando estamos vendo televisão, nossa tendência é cair abaixo do nível do pensamento, e não nos posicionarmos acima dele. A TV tem isso em comum com o álcool e com

determinadas drogas. Embora ela nos proporcione um pouco de alívio em relação à mente, mais uma vez pagamos um preço alto: a perda da consciência.

Sua inatividade é apenas no sentido de que ela não está gerando pensamentos. No entanto, continua assimilando

os pensamentos e as imagens que chegam à tela, ela permanece ligada à atividade do pensamento do progra-

ma que está sendo exibido. Mantém-se associada à versão televisiva da mente coletiva e segue absorvendo

seus pensamentos.”

“O PEQUENO PRÍNCIPE” Creio que ele aproveitou, para evadir-se, pássaros selvagens que imigravam. Na manhã da partida, pôs o planeta em ordem. Revolveu cuidadosamen-te seus dois vulcões em atividade. Pois possuía dois vulcões. E era muito cômodo para esquentar o almoço. Possuía também um vulcão extinto. Mas, como ele dizia: "Quem é que pode garan-tir?", revolveu também o extinto. Se eles são bem revolvidos, os vulcões queimam lentamente, regu-larmente, sem erupções. As erupções vulcânicas são como fagulhas de lareira. Na terra, nós somos muito pequenos para revolver os vulcões. Por isso é que nos causam tanto dano.

O principezinho arrancou também, não sem um pouco de melancolia, os últimos rebentos de bao-bá. Ele julgava nunca mais voltar. Mas todos esses

trabalhos familiares lhe pareceram, naquela ma-nhã, extremamente doces. E, quando regou pela última vez a flor, e se dispunha a colocá-la sob a redoma, percebeu que estava com vontade de chorar.

- Adeus, disse ele à flor.

Mas a flor não respondeu.

- Adeus, repetiu ele.

A flor tossiu. Mas não era por causa do resfriado.

- Eu fui uma tola, disse por fim. Peço-te perdão. Trata de ser feliz.

A ausência de censuras o surpreendeu. Ficou para-do, inteiramente sem jeito, com a redoma no ar. Não podia compreender essa calma doçura.

- É claro que eu te amo, disse-lhe a flor. Foi por minha culpa que não soubeste de nada. Isso não tem importância. Foste tão tolo quanto eu. Trata

de ser feliz... Mas pode deixar em paz a redoma. Não preciso mais dela.

- Mas o vento...

- Não estou assim tão resfriada... O ar fresco da noite me fará bem. Eu sou uma flor.

- Mas os bichos...

- É preciso que eu suporte duas ou três larvas se quiser conhecer as borboletas. Dizem que são tão belas! Do contrário, quem virá visitar-me? Tu esta-rás longe... Quanto aos bichos grandes, não tenho medo deles. Eu tenho as minhas garras.

E ela mostrava ingenuamente seus quatro espi-nhos. Em seguida acrescentou:

- Não demores assim, que é exasperante. Tu deci-diste partir. Vai-te embora!

Pois ela não queria que ele a visse chorar. Era uma flor muito orgulhosa...

CONTATOS:- E-mails: CONTATO: [email protected] m - PATROCÍNIOS: patrocí[email protected]:

COMPRAS DE NATAL

São as cestinhas forradas de seda, as caixas transp arentes os estojos, os papéis de embrulho com desenhos inesper ados, os

barbantes, atilhos, fitas, o que na verdade oferece mos aos parentes e amigos.

Pagamos por essa graça delicada da ilusão. E logo t udo se esvai, por entre sorrisos e alegrias.

Durável — apenas o Meninozinho nas suas palhas, a ol har para este mundo.

Cecília Meireles

Dezembro 2014 Gazeta Valeparaibana Página 5

Cidadania

10 de dezembro

Dia Internacional dos

Direitos Humanos

A Declaração Universal

dos Direitos Humanos da ONU é um marco de

luta na história recente. A Declaração surgiu após

as duas grandes guerras. O horror e a brutalidade,

o desrespeito aos direitos fundamentais, princi-

palmente o direito a vida, fez com que algumas

nações criassem um órgão que promovesse a

paz., a ONU ( Organização das Nações Unidas ),

que foi criada em 1945 nos Estados Unidos, e por

sua vez proclamou a Declaração Universal dos

Direitos Humanos em 1948. Esse documento de-

fende a igualdade e a dignidade do ser humano,

retoma os ideais da Revolução Francesa cujo te-

ma era: liberdade, igualdade e fraternidade, ve-

mos aí três gerações dos Direitos Humanos.

Direitos humanos ou Direitos naturais, individu-

ais, servem para designar a mesma coisa, os di-

reitos fundamentais do homem. Os Direitos Hu-

manos são princípios que servem para garantir

nossa liberdade, dignidade, o respeito ao ser hu-

mano, são fundamentais para que tenhamos uma

sociedade mais justa com igualdade para todos, e

para que exista essa igualdade, é preciso haver

respeito às diferenças, nem um direito é mais im-

portante que o outro, definir portanto o que são

direitos humanos não é tarefa das mais fáceis de-

vido a pluralidade de significados. Os direitos fun-

damentais correspondem as necessidades básicas

do ser humano, aquelas que são iguais para todas

as pessoas e devem ser atendidas para que se

possa levar uma vida digna.

Quando falamos em Direitos Humanos, muitas

ideias passam por nossa cabeça, muitos assuntos

e discussões, vemos os direitos humanos serem

violados a todo o momento, em todos os lugares

e em todos os tipos de sociedade. A discussão

sobre os direitos humanos cada vez mais se torna

um assunto global, não pode ficar restrito a paí-

ses, culturas e regiões. Entender os direitos hu-

manos numa perspectiva mais abrangente e glo-

balizada é fundamental no tipo de sociedade em

que vivemos atualmente.

A internacionalização dos direitos huma-

nos serve para efetivar os direitos reconhecidos

internacionalmente. Na área das relações interna-

cionais a Declaração Universal dos Direitos Huma-

nos serve como mais um instrumento de consa-

gração de valores, que são tidos como universais

do ser humano. O ARTIGO 6º DA Declaração pro-

clama: “Todos os indivíduos têm direito ao reco-

nhecimento, em todos os lugares, da sua perso-

nalidade jurídica”, ou seja, todos têm direito de

ser reconhecido como pessoa perante a lei. Uma

das consequências da formalização desses direi-

tos, é que os países se policiam mais, tanto no

âmbito interno quanto no externo, não ignoram

que a ONU e as outras nações estão atentas a tu-

do o que se passa. Não há mais como ferir os di-

reitos básicos do ser humano sem sofrer as con-

sequências de tal desrespeito, sem que a ONU

imponha uma sanção e cobre uma atitude das

nações que descumprem tais direitos. Apesar dis-

so, a violação dos direitos humanos continua o-

correndo.

A Declaração serve para nortear a comuni-

dade internacional, promover a cooperação entre

as nações e o respeito aos direitos e liberdades

das pessoas, cabendo a todos nós a observância

efetiva de que esses direitos sejam cumpridos e

que cheguem a todos os cidadãos, só assim tere-

mos um mundo mais justo e igualitário.

Uma sociedade em que vigora o Estado de Di-

reito, como a nossa, o poder sofre uma limitação

jurídica. Todos são submetidos a lei, o Estado, os

cidadãos, sendo que o fim máximo do Estado de-

ve ser a promoção do bem comum. A democracia

se submete aos direitos fundamentais. O Estado

de Direito assimila esses direitos em sua estrutu-

ra, sendo fundamental para a proteção dos direi-

tos humanos. A grande tarefa da humanidade e

dos países é construir uma sociedade livre, justa e

solidária. Esse aliás é um objetivo fundamental do

Brasil, que está consagrado na Constituição Fede-

ral no seu artigo 3º. Mas para que alcancemos

esse objetivo faz-se necessário cumprir a lei. E o

caminho para a paz e a busca pelo desenvolvi-

mento das nações passa pelo respeito aos Direi-

tos Humanos.

Mariene Hildebrando e-mail: [email protected]

Porque precisamos fazer a Reforma Política no Brasil?

Seus impostos merecem boa administração. Bons políticos não vem do nada. Para que existam bons políticos para administrar o país, toda a sociedade precisa colaborar para que eles possam nascer e

terem sucesso. É preciso um sistema eleitoral moderno para melhorar a qualidade da política. Os políticos

"tradicionais" tem horror à reforma política, porque ela pode mudar a situação atual onde eles usam e manipulam o eleitor e são pouco cobrados !

ENVELHECER Custa aos homens, hoje em dia, assumirem que estão envelhecendo.

Lutam para esculturar o corpo, correm atrás de tudo que os possa manter

vivos, inteiros, formosos, sensuais...

E mesmo querendo ou não, ela chega naturalmente, de mansinho e confor-me os anos vão passando acelera parecendo querer a velhice aprimorar-se e ocupar seu tempo.

O corpo esculturado, mas, as mãos nunca negam a idade, a marca mais profunda vem pra ficar e com elas os desatinos; dor por toda parte, fica

branco os cabelos, o olhar perde o brilho, o esquecimento e, junto dela, as doenças mais modernas e o cansaço.

Mas quem entende que ficar velho é apenas a transição para outro estágio da vida e quem nela adquiriu conhecimentos e quem soube vive-la com res-peito e aproveitou seus momentos, aceitará a velhice como uma dádiva de Deus e envelhecerá feliz para a alegria dos seus.

Quantos se vão ainda jovens, deixando famílias enlutadas, então, quem chegar à velhice, deve sentir-se afortunado e agradecido.

Envelheça com harmonia, não lute contra ela, aceite-a com paz e alegria, viva cada minuto espalhando sabedoria e desprezando a fantasia de querer ser jovem pra sempre.

Genha Auga – jornalista MTB: 15.320

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Dezembro 2014 Gazeta Valeparaibana Página 6

Entre nós!

Dia 08 · Dia da Família

Aspectos da família moderna

O que esperar de uma socieda-de que tem famílias cuja base está totalmente corroída?

Texto: Carlos Brito

A chamada família contemporâ-nea nasceu de profundas mudan-ças da dilatada lacuna entre a fa-mília clássica e a família moder-na. Antes a família era matrimoni-alizada e patriarcal, com predomí-nio do homem, chefe da família. Colocada estava a supremacia do homem na relação conjugal. Na antiga família, os laços de sangue eram mais importantes e o inte-resse econômico prevalecia so-bre os vínculos do amor. Sendo que muitos casamentos sobrevivi-am ausentes de afeto, sua coe-são era vinculada à propriedade e à estirpe.

Com as constantes transforma-ções da sociedade, a família mo-derna adquiriu um novo paradig-ma, acolhido por sua nova identi-dade, cujos valores se modifica-ram. A realidade das famílias mo-dernas esboçou uma revolução em sua organização, enfraqueceu o autoritarismo do pai ao tempo que a mãe deixou o fogão para concorrer com os homens no mercado de trabalho. Destarte, a sociedade transformou-se nova-mente, posto que a mulher com sua habilidade influenciou positi-vamente o mercado de trabalho, a política, a educação e o próprio homem. Porém, com essa meta-

morfose familiar, advieram crises de valores culturais e éticos. Em face da concepção inadequada de liberdade, a moral familiar en-trou em choque com a moral uni-versalizada – fabricada.

Assim sendo, apesar da salutar evolução da família, sendo ela hoje organizada democraticamen-te, onde todos ajudam e partici-pam, a liberdade foi corrompida pela inadequada concepção que deram a ela, tanto que a falta de controle no educar resultou na pura e cruel violência familiar; ou seja, a própria família propicia a violência por desprezar seus va-lores enquanto ente familiar. São filhos e pais se matando, pais corrompendo os próprios filhos, desrespeito mútuo, filhos rouban-do os próprios pais, falta de confi-ança, diálogo e afeto. O que es-perar de uma sociedade que tem famílias cuja base está totalmente corroída? Essa interrogação se apresenta mais forte quando ve-mos os pais, por sua total omis-são, empurrarem seus filhos para os presídios e os institutos psiqui-átricos.

A condição da família moderna causa apreensão, pois os pais que não souberam lidar com a liberdade hoje pagam muito caro por isso. Não basta religião, brin-quedos e roupas caras ou o irres-ponsável e repetitivo “sim” – sem refletir nas consequências, ape-nas para se livrar do filho -, se o mais importante não existir dentro da relação entre pais e filhos, que é um vínculo verdadeiro e sadio; bem como, uma educação solidifi-cada nos valores morais, pois, do contrário, continuaremos constru-indo presídios e clínicas e segui-remos lotando esses hospícios de orates.

Antigamente as relações familia-res não tinham amor nem liberda-de e as pessoas eram infelizes. Hoje, somos livres para amar, no entanto, construímos a infelicida-

de.

04 . Dia do Orientador Educacional

Quem é o e que faz o orientador educacional Esse é o profissional que se preo-cupa com a formação pessoal de cada estudante. Na instituição escolar, o orienta-dor educacional é um dos profis-sionais da equipe de gestão. Ele trabalha diretamente com os alu-nos, ajudando-os em seu desen-volvimento pessoal; em parceria com os professores, para compre-ender o comportamento dos estu-dantes e agir de maneira adequa-da em relação a eles; com a esco-la, na organização e realização da proposta pedagógica; e com a co-munidade, orientando, ouvindo e dialogando com pais e responsá-veis. Apesar da remuneração seme-lhante, professores e orientadores têm diferenças marcantes de atu-ação. "O profissional de sala de aula está voltado para o processo de ensino-aprendizagem na espe-cificidade de sua área de conheci-mento, como Geografia ou Mate-mática", define Mírian Paura, da Faculdade de Educação da Uni-versidade do Estado do Rio de Janeiro. "Já o orientador não tem

currículo a seguir. Seu compro-misso é com a formação perma-nente no que diz respeito a valo-res, atitudes, emoções e senti-mentos, sempre discutindo, anali-sando e criticando." Embora esse seja um papel fun-damental, muitas escolas não têm mais esse profissional na equipe, o que não significa que não exista alguém desempenhando as mes-mas funções. Para Clice Capelossi Haddad, ori-entadora educacional da Escola da Vila, em São Paulo, "qualquer educador pode ajudar o aluno em suas questões pessoais". O que não deve ser confundido com as funções do psicólogo escolar, que tem uma dimensão terapêutica de atendimento. O orientador educa-cional lida mais com assuntos que dizem respeito a escolhas, rela-cionamento com colegas, vivên-cias familiares. Se você se interessa em seguir essa carreira, saiba que é preciso ter curso superior de Pedagogia ou pós-graduação em Orientação Educacional. O que ele faz? - Contribui para o desenvolvimen-to pessoal do aluno. - Ajuda a escola a organizar e re-alizar a proposta pedagógica. - Trabalha em parceria com o pro-fessor para compreender o com-portamento dos alunos e agir de maneira adequada em relação a eles. - Ouve, dialoga e dá orientações.

Da redação

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Toda a doutrina social que visa destruir a família é má, e para mais inaplicável. Quando se decompõe uma

sociedade, o que se acha como resíduo final não é o indivíduo mas sim a família.

Victor Hugo

Dezembro 2014 Gazeta Valeparaibana Página 7

Contos, Poesias e Crônicas

A DOR DE UM FINAL

Houve o dia e a hora de por você me apaixonar e já faz tempo, mas houve o mo-mento em que a verdade foi preciso enfrentar...

Tanta paixão, tanta coisa reprimida, mas não te farei mais sofrer e, assim foi o dia em que decidi nossas vidas. – Não me ligue mais, desapareça! Foi o que lhe pedi. - Não mereço teu a-mor e nem teu perdão - O que fiz não foi traição, apenas uma fraqueza, tentei ser discreta, mas há coisas que se revelam por si e com isso, tantas desavenças. Você não me quis, aceitou o que decidi, mesmo con-fessando com a intenção de num lampejo, achar que maior seria o sentimento nobre do amor.

Nessa carta, nesse dia tenso, com lágrimas contidas, repasso dores vividas e os momentos de puro prazer também, já estamos longe, não temos mais escolha. Tudo foi tão sofrido e aos poucos nos desgastou até nada sobrar, selando apenas essa solidão. Foi tudo que restou.

Escrevo a você, meu ex-amor, para falar da minha dor, recordando quanta coragem tive em dizer a verda-de e arriscar a viver na saudade.

Não me ligou mais, desapareceu como lhe pedi, no entanto, confesso, esperei

que me telefonasse..

Hoje, passados três anos, choro muito e maltrata-me a lembrança de não poder

ouvir mais tua voz.

Nesse tempo vou seguindo, vou em frente, ansiedade e dor misturam-se num

sentimento que em mim se alterna,te amo ainda e para sempre, tenho por ti saudade eterna.

A cada segundo que reflito tudo que aconteceu, mais lágrimas vão escorrendo do meu coração, são tantas, são demais, tal qual o meu sofrer, com esperanças perdidas e com a alma na escuridão, agonia que não finda, que nunca acaba. Penso em ti nos braços de outra alegre e despreocupado, fruto da minha imagina-ção...

Mas o que estou vivendo a cada dia são tristezas e dúvidas e esperando que se acabe a caminhada do meu sofrer, já não tenho nada que seja igual ao que era no início da estrada.

Tanto sofri que mudei minha forma de ser e de me comportar,só o que não fiz, nem farei, é parar de te a-mar.

Fiz o que não devia, mas te ouvi com atenção, se mais pudesse, mais faria para evitar nossa desunião.

Genha Auga

Numa sociedade movida à dinheiro e hipocrisia, enco ntramos pessoas propensas aos mais diversos rumos i ncluindo-se a devassidão. Cuidado com quem andas, pois tua companhia sumariza quem és. Não tenha medo de lutar pelo que acredita, apenas seja você mesmo nos mais divergentes momento s que possam surgir. Fazendo isto, certamente afetar á os que estão à tua volta que não gostam do que veem. Saberão fazer a triagem do joio e do trigo. Só tome cuidado com o lado com que ficará, pois uma escolha errada pode te afetar drasticamente. Pense no seu futuro. Sua escolha hoje, será o seu f uturo amanhã. Seja feliz, haja com honestidade sempre. Mas acima de tudo, cuidado com o que te tornarás!

Filipe de Sousa Programa: Noites de Domingo - Todos os Domingos ás 20 horas

AMOR Genha Auga

Cultive a bondade

Supere o mal com o bem Siga nessa direção e diga amém!

Compreenda seu irmão Conceda-lhe o perdão

Abrace-o, estenda-lhe a mão.

Dê um sorriso a mais Plante o amor no coração

Construa um mundo de paz

Para abrir caminhos hoje e sempre Confie em Nosso Senhor

E serás feliz eternamente!

Feliz Natal!

CIGANA

ALDA LARA quem me dera ser vagabundo de um mundo qualquer!... quem me dera ir, pelos caminhos, com a única saia que tivesse p'ra vestir..., (nem curta nem comprida...) ... uma saia fora de moda, desgraciosa, mas forte e vistosa!... quem me dera ir..., a comer as amoras dos valados, a dormir sobre a grama, sem telhados que não fossem os do céu!... ser "eu"... acenar aos que trabalham nos campos, e pa-rar, a ouvir as canções populares!... seguir sempre sozinha, comigo e com o sol... ver nascer o arrebol, e caminhar... sem destino... ao som não sei de que hino... mas livre... li-vre!... livre de ter que dizer "muito prazer" a toda hora!... livre dos compromissos, das etiquetas, e de todas as tretas que me acorrentam e me lançam névoa sobre os ideais!... livre das exposições, das reuniões, das aulas do forjaz e outros que tais!... livre de tudo!... sem a ambição de possuir um "canudo", sem educação!... poder lamber as mãos, e rir de troça, dos que passam nas estradas, de óculos escuros, e grandes "espadas"!... ah!... ser simples!... não pensar na modista, nem no dentista, nem nas unhas por polir... nem pensar na guerra nem na pobreza... saber só que a natureza é bela e igual para todos!... saber só, que caminho sozinha, feliz com a minha liberdade!... não conhecer a saudades do que ficou para trás!... e saber que há sempre, um fruto maduro, e uma estrela brilhante para cada caminhante!... seguir... seguir sempre!... sem um fito... sem um fim... mas caminhar mesmo assim...com o vento a bater-me nas tranças do cabelo, às lufadas, e a deixar-me beijar todas as noite pelo luar das estrelas!... quem me dera ir... sem pátria, nem lei... abraçada aos sonhos que sonhei!... ah! cigana perdida, a sorrir nas estradas da vida!..

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Dezembro 2014 Gazeta Valeparaibana Página 8

A base da Democracia 08 · Dia da Justiça

É caso de nos perguntarmos:

PARA ONDE CAMINHA A JUSTIÇA NO BRASIL? O STF não pode continuar pecando contra a Constituição do país e as convenções interna-cionais É preocupante. Os caminhos trilhados pela Justiça brasileira nos últimos tempos vêm co-locando o país numa situação delicada aos olhos de organismos internacionais de direitos humanos e melindrando nossa imagem no exterior como Nação democrática. Três anos após a Corte Interamericana de Di-reitos Humanos ter condenado o Brasil no ca-so da Guerrilha do Araguaia, outro caso preo-cupa o STF, que mais uma vez, corre o risco de sair chamuscado. O Supremo foi o vilão causador da primeira condenação do Brasil pela Corte Interameri-cana por ter se negado a atender ao apelo das famílias de investigação e julgamento dos culpados pelo desaparecimento forçado de 62 pessoas, ocorrido entre 1972 e 1974, na regi-ão da Guerrilha do Araguaia. Neste caso o STF agiu na contramão da his-tória da maioria dos países latino americanos que julgaram seus criminosos, desqualifican-do as leis de anistia existentes, por considera-rem que tortura, morte e desaparecimentos forcados, por parte do Estado são terrorismo de Estado e como tal crimes não passíveis de anistia pelas convenções internacionais.

O novo caso que coloca o STF em cheque a

nível internacional é o desrespeito a um prin-cípio garantido pela própria Constituição bra-sileira: a violação ao direito constitucional do cidadão acusado de qualquer crime, ao duplo grau de jurisdição durante o seu julgamento. Como todos sabemos, a maioria dos conde-nados pela Ação Penal 470 não deveria ter sido julgada pelo STF, uma vez que não eram parlamentares e, portanto, não lhes caberia o foro privilegiado. Por esta razão, os condena-dos Kátia Rabello, José Roberto Salgado e Vinícius Samarane apresentaram recurso contra a decisão à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) órgão da OEA, sedada em Washington. É óbvio que aqui não se discute a questão do mérito das condenações dos três réus em questão, nem de outros condenados da AP 470, mas tão somente o fato de que não tive-ram direito ao julgamento em mais de uma instância como cabe a qualquer cidadão deste país, independente do crime que tenha come-tido. A quem a OEA dará razão? Muito prova-velmente condenará, mais uma vez, a atua-ção do STF. A preocupação sobre o caso é tamanha que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sugeriu a criação de um grupo de trabalho com representantes de órgãos do Judiciário e do Executivo (Advocacia-Geral da União; a Procuradoria-Geral da República; os ministé-rios da Justiça e das Relações Exteriores ) para defender as condenações do Supremo Tribunal Federal no julgamento. Outra fato que ilustra bem a deterioração da imagem internacional da Justiça e do sistema carcerário brasileiro é o caso da recente mani-festação do Ministério Público da Itália ao pe-dir que o governo brasileiro esclareça se os presídios do país têm condições de garantir os "direitos fundamentais da pessoa humana" ao receber o ex-diretor de Marketing do Ban-co do Brasil Henrique Pizzolato, condenado na Ação Penal 470, caso ele seja extraditado para o Brasil. Conhecedores do sistema carcerário brasilei-ro, o governo italiano, faz esta consulta muito mais com o intuito de constranger o Brasil e de ganhar tempo no processo de pedido de extradição feito pela Justiça brasileira. Pizolla-to tem cidadania italiana e o governo da Itália

não costuma extraditar facilmente seus cida-dãos. Qualquer que seja a real intenção do governo italiano, todos nós sabemos qual é a real situ-ação da maioria dos presídios no Brasil. Celas frias, sem sol, úmidas, sem camas e superlo-tadas. Basta visitar qualquer uma e se consta-ta que o Brasil não tem prisões, tem centros de tortura, que não reabilitam presos, pelo contrário, o sujeito sai de lá com ganas de vin-gança. Muitos dos crimes praticados por ex-detentos são mais violentos do que aqueles que os levaram à prisão. Esta não é a minha opinião como político ou como cidadão comum. É fato reconhecido pe-la sociedade brasileira e ganha ares oficiais quando ministros do próprio STF reconhecem a situação. Em entrevista à Band recentemente o ministro do STF, Marco Aurélio, qualificou de precárias as condições carcerárias dos presídios brasi-leiros, afirmou que aqui, a função de reeducar não ocorre e comparou as prisões no Brasil à Bastilha. A comparação, com certeza, balizou a sorte de Pizzolato, definida pelos magistra-dos italianos. Ao condenar o Brasil no caso da Guerrilha do Araguaia, a Corte Interamericana mostrou que o Brasil está agindo na contramão da história e evidenciou que a Justiça brasileira não for-neceu mecanismos efetivos para uma total reparação às vítimas da ditadura militar, não levando a um Direito à Verdade ou a um Direi-to à Justiça reais. Ao reconhecer aos réus do Ação Penal 470 o direito de serem julgados em mais de uma instância e poderem apelar em relação aos resultados, a Comissão Interamericana, caso isso venha a ocorrer, estará justamente en-dossando a necessidade do Brasil avançar quanto à garantia dos Direitos Constitucionais do próprio país. O STF não pode continuar pecando contra a Constituição do país e as convenções interna-cionais. Isso envergonha o povo brasileiro e fere de morte a imagem do Brasil como Na-ção democrática.

Da redação

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Sem alcance à Justiça, boa parte dos brasileiros es tão à mercê de sofrer graves prejuízos. Mesmo um di reito co-

nhecido, como o da educação, é sistematicamente des respeitado. De acordo com o Sistema de Informação para Infância e Adolescência (Sipia), da Presidência da Repúblic a, só

nessa área, nos últimos cinco anos, foram registrad as pelo menos 44 mil violações. O número, porém, é subnoti-ficado porque muitos brasileiros se resignam e sofr em para resolver a questão sozinhos.

Esse é apenas um dos contrassensos que fazem vítima s todos os dias. A magistrada Dora Martins, integra nte da associação Juízes para a Democracia, conta que esse tipo de situação é rotina na área penal. “Vemos os maiores absurdos, como gente que continua presa depois de j á ter cumprido toda a sua pena, por falta de assist ência ju-

diciária”, afirma. “Pensão alimentícia, problema c om INSS, adoção de criança em abrigo. Tudo é mais difícil quando você não tem o Judiciári o por perto.”

Dezembro 2014 Gazeta Valeparaibana Página 9

Espaço educação

BRIGA EM SALA DE AULA!

INTERVIR OU NÃO?

Um vídeo recentemente divulgado pelas redes sociais apresentou duas alunas que se con-frontavam verbalmente, seguido de agressão com o porte de um estilete na clara intenção de ferir a colega de sala. Bom, os motivos que levaram a essa atitude impensada é o que me-nos tem importância nesse momento. O fato deflagrado e noticiado foi que o professor a-bandonou a sala deixando as duas meninas à própria sorte, para pedir ajuda à direção. Em entrevista concedida a imprensa, a Diretora da escola condenou a atitude do professor em deixar a sala naquele momento, e que “como educador, deveria ter acalmado as meninas”. Nosso questionamento é simples e pontual: O professor agiu de forma correta? Diante da si-tuação exposta, o professor deveria abando-nar a sala ou tinha que intervir na situação? (colocando sua integridade física em risco).

Abaixo transcrevemos um trecho do site do Conselho Tutelar de Santa Rosa de Viterbo no interior de São Paulo (1):

- O que o professor deve fazer quando alunos brigam na sala de aula?

Separar os alunos e discutir com a classe a situação, avaliando procedimento inadequado dos estudantes. É importante conversar com os pais para saber como está a relação destes alunos com a família. Básica é a existência de comitês, grupos associações de pais e profes-sores. Sempre que possível, o professor deve participar deste processo pessoalmente, não transferindo toda a responsabilidade ao orien-tador ou diretor da escola. Afinal, é ele quem interage com o aluno diariamente.

A posição do Conselho Tutelar é clara, o pro-fessor deve interferir e discutir com a classe

intermediando a situação. Percebam que toda responsabilidade é colocada sobre o profes-sor, escola e pais. Em momento algum o Con-selho é citado como um órgão o qual se possa recorrer. A nós, parece então que recorrer ao Conselho Tutelar nesta situação é perda de tempo. O professor, por sua vez deve adotar a postura de orientador disciplinar, psicólogo, assistente social ou qualquer outra coisa que fuja da sua função.

Consideram o professor um super herói? Que não tem medo? Que não sofre com isso? Que seu nível de estresse está tão alto que já não importa se a água do rio sobe ou desce o mor-ro? As escolas estão preparadas para esse tipo de comportamento? Os pais estão edu-cando seus filhos? Já citamos em outros arti-gos, que muitos pais deseducam só pelo fato de oferecem facilidades aos filhos, ficando as-sim isentos da “encheção de saco” que é cui-dar da lição de casa, por exemplo. Preferem que os filhos fiquem enfurnados no quarto jo-gando vídeo game, ou na rua com os “colegas”. Desta forma, terceirizam para a es-cola, a responsabilidade pela educação de seus filhos. Para maior entendimento sugeri-mos a leitura de outras duas breves reflexões nossas sobre este assunto: Para onde cami-nha a humanidade (2) e, Para onde caminha a humanidade II (3), onde discutimos sobre a violência e suas consequências .

Em outro artigo, de setembro de 2014, no mesmo periódico, citamos:

- Vitimizam o jovem infrator a exemplo de ou-tros infratores, eximindo a culpa pela má edu-cação por parte dos responsáveis e até mes-mo a omissão dos mesmos; imputando toda responsabilidade à escola (4).

Ainda a título ilustração citamos o caso abaixo:

“Em abril de 2011, uma professora da Escola Estadual Padre José Narciso Vieira Ehren-berg, no bairro João Aranha, em Paulínia (120 km de São Paulo), foi agredida ao pedir que dois alunos parassem de brigar. O caso foi re-gistrado na Polícia Civil. Na ocasião, dois alu-nos discutiam quando a profissional pediu que não houvesse agressão. O fato ocorreu dentro da sala de aula. Ao ser questionado pela pro-fessora, um dos jovens tentou deixar a sala, mas foi contido por ela. O jovem, então, em-purrou as carteiras e deu dois socos no rosto da professora, que caiu ao chão.” (5).

Vemos aqui claramente o que poderá ocorrer se o profissional tentar separar uma briga en-

tre alunos. Certo é que a lei não nos propicia qualquer alternativa e ficamos na dúvida, pois se fazemos uma intervenção poderemos so-frer agressões que irão variar de intensidade de acordo com o nível de agressividade dos alunos. Se não intervimos, a lei nos cobrará por uma suposta omissão (ainda que a minha vida seja mais importante do que a dele) e cer-tamente os pais, a direção da escola farão o mesmo.

Não vamos incentivar a interferência do pro-fessor nestas situações, pois cada situação é uma situação diferente. Infelizmente cabe ao professor decidir o que fazer neste momento, ter sangue frio e analisar rapidamente os prós e contras, pois toda a agressividade poderá se voltar contra ele e ninguém em sã consciência poderá pedir ao professor que se coloque, por exemplo, entre o aluno e uma arma.

Primeiramente, acreditamos que o professor deve preservar sua integridade física e emo-cional diante do acontecimento, para depois decidir o que fazer. Gostaríamos de encerrar deixando uma citação do eminente psiquiatra Içami Tiba:

“A impunidade deseduca; por mais amor que haja, é preciso mostrar as consequências de seus atos. A escola nunca deveria tomar o lu-gar dos pais na educação, pois os filhos são para sempre filhos, e os alunos ficam apenas algum tempo vinculados às instituições de en-sino que frequentam” (Tiba, 2006, p. 116).

(1) http://www.santarosa.sp.gov.br/conselho_tutelar/conselho_tutelar_educacao.html

(2) http://ww.gazetavaleparaibana.com/072.pdf

(3) http://ww.gazetavaleparaibana.com/074.pdf

(4) http://ww.gazetavaleparaibana.com/082.pdf

(5) http://educacao.uol.com.br/noticias/2013/04/18/alunas-trocam-socos-durante-aula-e-professor-assiste-em-paulinia-sp.htm

TIBA, Içami. Disciplina, limite na medida certa. 85ª ed. São Paulo: Integrare, 2006

Omar de Camargo

Técnico Químico Professor em Química [email protected]

Ivan Claudio Guedes

Geógrafo e Pedagogo [email protected]

Rádio web CULTURAonline BRASIL /// http://www.cul turaonlinebr.org

O professor sábio sabe que cinquenta e cinco minuto s de trabalho mais cinco minutos de risada

valem o dobro do que sessenta minutos de trabalho i nvariável. Gilbert Highet

Dezembro 2014 Gazeta Valeparaibana Página 10

Nossas Raízes 10 · Dia Internacional dos Povos

Indígenas

O interminável massacre do povo indígena. Por: Eliana Tavares Quando os portugueses chegaram à

costa brasileira nada mais queriam do que ouro e riquezas, da mesma forma que os espanhóis na região central de Abya Yala. Dar de cara com outros povos, outra língua e outra ma-neira de organizar a vida não causou problema. Eles tinham o poder das armas. E, assim, pela força dos arcabuzes, im-puseram um deus, escravizaram, dizimaram, destruíram. A invasão de Pindorama nunca foi um “encontro de culturas”. Foi genocídio. Naqueles dias, milhões de pessoas foram mor-tas por conta da ganância dos estrangeiros. “Não têm alma”, diziam os piedosos padres. Os que resistiram se embrenha-ram nas matas, fugiram do litoral e conseguiram ficar à mar-gem do extermínio por algum tempo. Mas foi um curto perío-do. Com a colonização, os portugueses abriram caminho para o interior e nesse movimento tampouco pouparam pól-vora. Os indígenas eram apagados do mapa. Depois, com a chegada dos imigrantes, novamente os indígenas passaram por violentas levas de extermínio. O tempo passou e as comunidades indígenas que sobrevive-ram foram travando suas lutas. Houve páginas memoráveis de resistência. Na região norte, de mais difícil penetração, muitos grupos conseguiram seguir com suas vidas. Mas, no início do século XX, com a nova política de ocupação nacio-nal, os indígenas voltaram a ser contatados, dessa vez com menos violência física, mas com a mesma intenção de nega-ção da sua cultura e do seu modo de vida. A proposta era a de integrá-los à vida nacional, considerada “a civilização”. Apesar das boas intenções de figuras como o Marechal Ron-don, a decisão de integração era unilateral. Ninguém pergun-tara aos indígenas se era esse o seu desejo. Era uma política de estado e estava baseada na ideia de que o modo originá-rio de vida não era bom. Na verdade, essa proposta de integração forçada também se configurava uma violência contra as comunidades. E, os que não aceitaram “se integrar” ao “mundo civilizado” tiveram de se manter em “reservas”, lugares previamente demarcados para sua “proteção”. Assim, aqueles que eram os donos legí-timos dessas terras passaram a viver de favor, confinados e dependentes do governo em praticamente tudo, inclusive a comida. Não bastasse serem tutelados, os indígenas acaba-ram na linha de fogo de uma batalha contra aqueles que ha-viam se apropriado das terras: fazendeiros, grileiros, latifundi-ários. Não foram poucos os conflitos que se seguiram quando o Brasil decidiu ampliar sua fronteira agrícola. As comunida-des que estavam em áreas férteis logo passavam a ser acos-sadas. Na região amazônica, as riquezas em madeira e biodi-versidade tornaram a área extremamente cobiçada e também nas profundezas da selva os indígenas tiveram de enfrentar os mesmos inimigos de sempre: missionários, grileiros, ONGs, os “bem-intencionados”. Todas essas lutas sempre se deram num contexto desigual. Primeiro, os indígenas eram os selvagens que precisavam ser civilizados, depois eram os preguiçosos que não queriam saber de trabalhar no mundo novo que tão bondosamente tinha sido dado a eles. De um jeito ou de outro eram apresen-tados à nação como seres inúteis, passíveis apenas de se manterem como “coisa exótica”. Quando essas comunidades começaram a lutar, outra vez, pelos seus territórios, toda essa carga de preconceito voltou à tona. E os índios passa-ram a ser apontados como aqueles que impediam o progres-so do país. Garantir grandes extensões de terra a essa gente era vista como um absurdo, afinal, eles não trabalhavam. Tal e qual os portugueses de 1500, as gentes do poder seguiam olhando para os indígenas como seres de segunda categoria, incapazes, atrapalhos, coisa para ser aniquilada. Ainda assim as lutas prosseguiram. Na Constituição de 1988 as comunidades indígenas lograram conquistar direitos. Se-guiam ainda tuteladas, mas consolidavam um espaço de dis-puta no qual já era impossível negar a importância dessas

gestes, de sua cultura e seu modo de vida, tão absolutamen-te outro, diferente do proposto pelo modo de produção capita-lista hegemônico no mundo ocidental. As lutas do presente Quando o século XXI alvoreceu, em todo o planeta assomava um movimento gigantesco de recuperação da memória das culturas que foram oprimidas pelo colonialismo europeu do período chamado de “modernidade”. Nos anos 90, ainda no século XX, comunidades do Equador invadiram o centro da capital Quito, ocuparam igrejas e decidiram que tomariam a sua vida nas mãos. Em 1994 os índios chiapanecos, do Méxi-co, também se insurgiram, em armas, tomaram cidades e decidiram que nunca mais o mundo viveria sem tomar em conta as suas demandas. Depois, foi um espocar de lutas e rebeliões por toda a faixa andina, na América do Sul, e nos cantões da América Central, no Caribe, na América do Norte (Estados Unidos e Canadá). O Brasil não ficou de fora. As comunidades, caladas por 500 anos, assomavam com suas palavras, seu mitos, sua cosmo visão. Queriam gerir suas vidas e proteger seu território, sistematicamente consumido pela voraz ambição do capital. Para esses povos a terra não é objeto de especulação, é espaço sagrado. Terra é mãe da vida, água é morada dos deuses, bichos são parte de um equilibrado sistema de so-brevivência. Essas coisas não tem preço, têm valor. Para os homens do poder, esse movimento indígena é coisa que precisa ser freada. Não aceitam entregar a eles o domí-nio sobre suas terras, até porque muitas delas estão repletas de riquezas. Seus argumentos são singelos: os índios não sabem proteger seus territórios, vendem madeira por cacha-ça, não conhecem os instrumentos do progresso. Ou seja, não teriam condições de gerir com sapiência, as terras que lhe são confiadas. Assim, nada melhor do que eles, os capi-talistas, para dirigir e controlar os territórios. Eles são traba-lhadores, empreendedores, podem trazer o progresso, como é o caso das barragens que se constroem na Amazônia. Isso é cuidar, isso é proteger, isso é dar função social para a terra. E não essa ideia indígena de deixar a terra sem uso, que segundo eles, é anti-progresso. E assim vai se fazendo a queda de braço, tão desigual. Basta uma espiada na obra de Belo Monte para se ver os estragos causados à mata, à bio-diversidade, às famílias ribeirinhas. Os índios resistem e são sufocados por armas e preconceito. E, na derrota dos indíge-nas vem a miséria de todos os que por ali vivem, porque o “progresso” dos capitalistas significa progresso apenas para alguns. Não bastasse toda a história de extermínio, preconceito e opressão, agora a Advocacia Geral da União, órgão do go-verno, decidiu baixar uma portaria que estende para todas as terras indígenas no país, as condicionantes decididas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na Ação Judicial contra a Terra Indígena Raposa Serra do Sol (Petição 3.888-Roraima/STF). E o que isso significa? Mais um golpe na vida dos 800 mil índios que ainda resistem nesse país. O Brasil na contramão Concretamente, as tais condicionantes permitem que as ter-ras indígenas possam ser ocupadas por unidades, postos e demais intervenções militares, malhas viárias, empreendi-mentos hidrelétricos e minerais de cunho estratégico, sem que os indígenas sejam consultados sobre isso, coisa que contraria frontalmente a Constituição e também a Convenção 169, da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Da mesma forma permite que haja uma revisão das demarca-ções em curso ou já efetuadas que não estejam dentro des-sas regras, mais uma vez violando a autonomia dos povos sobre os seus territórios. Com isso, o governo tira das comu-nidades a possibilidade de elas mesmas decidirem sobre as riquezas naturais que existem em suas terras. Ou seja, entre-ga aos capitalistas o direito de explorar. Outra forma de pressionar as comunidades indígenas é a transferência, para o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO), do controle das terras indíge-nas, sobre as quais, de maneira indevida e ilegal foram so-brepostas Unidades de Conservação. Ou seja, de maneira perversa buscam colocar os indígenas no papel de destruido-res, poluidores e invasores de áreas ambientais.

A portaria 303, da AGU, é a forma moderna de dominação dos mesmos velhos opressores. Se antes eram os arcabu-zes, agora é a lei. E o que é mais espantoso, uma lei que viola a Carta Magna. Ora, a decisão do STF só tem validade para a área da Raposa Terra do Sol, e já foi uma grande der-rota dos povos indígenas. Por isso mesmo que a luta contra essa decisão específica não acabou. Os indígenas que ali vivem seguem questionando, em luta e na justiça, essa deci-são. Ainda existem embargos não julgados. Como então a AGU pode editar uma portaria estendendo as condicionantes ainda não definitivas para as demais áreas? E quem disse que a AGU tem poderes para isso? Só o Congresso Nacional pode legislar sobre terras indígenas. A resposta só pode es-tar na pressão que vem sendo feita pelos latifundiários e em-presários que querem ocupar e explorar as terras ricas em poder dos índios. O mundo moderno é um mundo em luta pela energia. Esgota-se o petróleo e todo o modo de produção capitalista - que é destruidor na sua essência – está em colapso. Por conta dis-so, aqueles que detiverem o controle sobre a água e sobre a biodiversidade serão, sem dúvida, os que dominarão o mun-do. Não é sem razão que grandes extensões de terras vêm sendo compradas por investidores internacionais em regiões como o Pantanal, a Amazônia, o Aquifero Guarani, justamen-te onde estão os indígenas “atrapalhando” o processo de dominação dos recursos e das riquezas. O governo brasilei-ro, seguindo a mesma mentalidade entreguista da maioria dos seus antecessores, se dispõe a conceder direitos aos ditos “empreendedores”, mais uma vez condenado os indíge-nas ao extermínio, e o povo em geral à dependência. A se concretizarem os pressupostos da Portaria 303, qual-quer terra já demarcada pode ser revista e tirada das comuni-dades, basta que dentro delas haja algo que seja do interes-se dessa gente sempre pronta a sugar as riquezas do país. E, esse tipo de coisa só acirra ainda mais os conflitos exis-tentes, nos quais as comunidades indígenas seguem em franca desvantagem, entregando todos os dias, os seus mor-tos. Como combater jagunços fortemente armados? Como se defender de milícias de mercenários bem treinados, franco-atiradores, assassinos de aluguel? É a história se repetindo. Só a união de todos garante a vida Para a sociedade, o governo faz propaganda e usa dos mei-os de comunicação mentindo descaradamente sobre diálogo e promoção de direitos indígenas. Mas, na prática, a política segue sendo a do extermínio e do massacre das culturas autóctones. Na contramão de tudo o que acontece na Améri-ca Latina, aonde os povos originários vão conquistando cada dia mais direitos, o governo brasileiro caminha para o retro-cesso, aliado ao agronegócio e aos interesses internacionais, jogando o povo inteiro nas malhas da eterna dependência. É preciso que as gentes brasileiras conheçam o que está por trás das letras pequenas das leis. Que os sindicatos informem os trabalhadores, que se faça uma aliança entre os trabalhadores da cidade, do campo e as comunidades indígenas. Esses 800 mil índios que ainda re-sistem ao massacre iniciado em 1500 são a nossa herança histórica, a célula mãe da nossa cultura, legado imortal, parte constitutiva da nossa essência como povo. Defender o seu direito de viver nas terras originalmente ocu-padas, de preservarem seu modo de vida, seus deuses, sua cosmo visão, de gerirem suas riquezas dentro dos princípios que lhes são únicos, como o equilíbrio ambiental e a recipro-cidade, é garantir a possibilidade da construção de outra so-ciedade, justa e soberana. Não é possível que as gentes brasileiras permitam que se entreguem as nossas riquezas aos poderosos de plantão, aos estrangeiros, aos ditos “arautos do progresso” que, na verdade, nada mais são do que os destruidores da vida. As comunidades indígenas nos mostram que há outras formas de vida, outro “progresso”, outro modelo de desenvolvimento. Negar isso é compactuar com um crime, é agir como agiram os invasores, os assassinos, é defender o massacre. Já basta de sangue indígena em nossas mãos.

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Nossa História

O BRASIL NÃO FOI COLÔNIA

“A expansão portuguesa não foi, nem fruto do acaso,

nem um feito político da Coroa ou de cortesão esforça-dos, antes a missão de uma Ordem iniciática.”

Manuel J. Gandra

CONTINUAÇÂO Por: Loryel Rocha Parte II Freitag afirma que os estudiosos do período colo-nial negligenciaram o estudo das cidades do perío-do colonial, disseminando a crença de que os por-tugueses teriam sido “semeadores” sem projeto e racionalidade de ocupação territorial na ocupação do espaço urbano brasileiro: “já começa a haver consenso entre pesquisadores brasileiros e portu-gueses de que havia uma atividade planejadora regular do mundo luso-brasileiro nos tempos de colônia”. À parte as providenciais “negligências”, tanto Frei-tag quanto Reis Filho alertam para uma “atividade planejadora regular” da Coroa no período colonial. Tal planejamento evidencia as características “militares” das cidades da “colônia”, corroborando a tese das feitorias (futuras vilas e cidades) como “colônias” militares, de Tito Lívio, o que incita, evi-dentemente, a ampliar o olhar sobre a forma de administração da Coroa. Quanto a isto, é pertinente perguntar sobre a ori-gem e razão do “caráter militar” desse planeja-mento, porque, o argumento que se assenta sobre a idéia de “defesa” do território comunga uma vi-são reducionista do assunto. Isto porque, é consa-bido que Portugal não foi um império de conquis-ta, portanto, o número de homens em armas era bastante reduzido. Ademais, é deveras sintomáti-co o fato de ter sido a Ordem de Cristo a autora, patrocinadora e mentora dos Descobrimentos Por-tugueses, autêntica sucessora da Ordem do Tem-plo de Portugal, esta, de consabido cariz militar e monástico. A Ordem do Templo foi uma cavalaria espiritual à conquista do mundo. A sua fama mili-tar e monástica tem uma vertente exterior e uma vertente individual, contemplativa, ascética. Por-tanto, o testemunho militar deve ser consoante a missão assumida pela milícia templária. Concerne investigar criteriosamente o quanto da missão templária foi transposta (e se o foi e como) para o povoamento e formação do Brasil. Some-se a isso a relevante questão de a Ordem de Cristo ter exer-cido uma influência notável no povoamento e na formação do Brasil e, de ser o Brasil patrimônio da Ordem de Cristo,e não da Coroa Portuguesa:

“D. João II, rei de Portugal, e o rei de Castela assinam o Tratado de Tordesi-lhas, em 07 de Junho de 1494[...] E as-

sim, seis anos antes da viagem de Pe-dro Álvares Cabral, já Portugal reivindi-cava a posse da terra do Brasil, para o patrimônio da Ordem de Cristo, segun-do as bulas anteriores dos Papas D. Martinho V., D. Nicolau V e D. Calixto III, porque os descobrimentos portu-gueses eram custeados pelas rendas da Ordem de Cavalaria de Nosso Se-nhor Jesus Cristo, isto é, a Ordem de Cristo[...] Traçada a fronteira ideal das terras pertencentes a Castela e das terras ad-judicadas à Ordem de Cristo, pelo Tra-tado de Tordesilhas, em 1494, quatro anos mais tarde, em 1498, Duarte Pa-checo Pereira, mandado por D. Manuel I, cruza o Atlântico de norte a sul, para localizar geograficamente o patrimô-nio ultramarino da Ordem de Cristo, no novo continente e chega até o cabo de Santo Agostinho, no litoral do atual Estado da Paraíba. E o Papa Calixto III, pela Bula de 13 de março de 1455, “declarara inerentes ao mestrado da Ordem de Cristo em Portugal a admi-nistração e padroado das terras adqui-ridas e por adquirir, desde o Cabo Boja-dor até à Índia (Ásia) e Xisto IV confir-mara ao rei D. João II (de Portugal) as bulas de seus predecessores”(Cf. Fran-cisco Adolpho de Varnhagen. “História Geral do Brasil”, T. 1- p.69).

O diagnóstico acima separa as jurisdições perten-centes à Ordem de Cristo das da Coroa Portuguesa (igualmente, lança luz sobre o Pacto do Padroado e sobre o fato de a maioria dos reis portugueses – de 19 dos 34- terem sido excomungados pela Igre-ja de Roma, o que rebate a verdade aceita da ab-soluta catolicidade de Portugal!). É consabido o fato de no ano de 1420, o Infante D. Henrique, du-que de Viseu, filho de D. João I, foi colocado à frente da Ordem de Cristo. Todos reconhecem neste nome o autor das descobertas e das colô-nias europeias; o que menos se sabe fora de Por-tugal, é que estas descobertas eram feitas à custa desta Ordem e em seu proveito. Os reis de Portu-gal, para animar estes cavaleiros, lhe concederam a princípio a propriedade dos países que poderiam adquirir, reservando para si a soberania. Foram tão rápidos os seus progressos e tão consideráveis as suas aquisições, que, mesmo em vida do Infan-te, a prudência exigiu outros contratos. Em vez da propriedade dos países adquiridos, que volveu à Coroa, concederam-lhes a jurisdição civil, certa superioridade militar, os dízimos e a jurisdição e-clesiástica, com o consentimento dos papas. Anos depois, a boa política pediu que a supremacia de uma Ordem, tão rica e poderosa, fosse para sem-pre anexada à pessoa do rei, como de feito se con-seguiu. Desde o cabo Bojador, onde tiveram prin-cípio estas descobertas, não era permitida a nave-gação a navio algum português que não hasteasse a bandeira da Ordem; além deste cabo os portu-gueses não usavam outra” (Abade Correia da Ser-ra. Os verdadeiros sucessores dos templários e o seu estado em 1805. In: Cadernos da Tradição. Lis-

boa: Hugin, 2000, p.59-70). O rei de que se trata foi D. João III. Tal política coincide com o início da decadência nacional propiciada pelo enfraqueci-mento da Ordem de Cristo, motivada pela supraci-tada reforma, conduzida por frei António de Lisbo-a, a mando do rei D. João III, em 1529, que man-dou incendiar e destruir todos os documentos res-peitantes à Ordem de Cristo. Manuel J. Gandra (in: O Projecto Templário e o E-vangelho Português, 2013, p. 24), demonstra que, ao contrário, Portugal assumiu, em nome da Or-dem do Templo, um compromisso ecumênico, in-terrompido (ou adulterado) pelo incensado D. Jo-ão II, que depois de assassinar o Grão-Mestre da Ordem de Cristo assume para si esse cargo, bem como, a jurisdição sobre o rico patrimônio da Or-dem, subvertendo a missão da milícia templária:

“Recordo que foi o mesmo monarca que, pela sua própria mão, assassinou o Grã-Mestre da Ordem de Cristo (seu cunhado), certamente, porque este não tencionava abdicar daquilo que, até do ponto de vista canônico, consti-tuía o cerne moral e religioso da Milí-cia. Além disso, D. João II promoveu, em 1485, a reforma do brasão real. A cha-mada operação de endireitar o escudo (i. e., os escudetes das ilhargas) terá subvertido irremediavelmente o signifi-cado das peças que empunham as ar-mas nacionais, as quais na sua confi-guração original representavam a Al-ma do Mundo, de acordo com Plotino: os três escudetes superiores voltados para a Inteligência (ou seja, para o in-terior) e o do meio e o inferior, volta-dos para a matéria (i. e., para o exteri-or). Ao preceder assim, D. João II terá entregue ao Corpo do Mundo a direção do destino nacional, transformando-o, doravante, numa mera questão de “Secos e Molhados.

No entanto, mesmo após o assassinato do Grão-

Mestre da Ordem de Cristo, o Projeto Templário

continua a subsistir, haja visto que as palavras

MORE e MROE, tantas vezes presentes na eclíptica

da esfera armilar de D. Manuel, com o significado

de Manuel OrbisRex est e Manuel RexOrbis est,

claramente reivindicam um estatuto imperial, cuja

tradição remonta à cristofânia de Ourique, com

inequívocas ligações com o Rei do Mundo e a pro-

fecia do Quinto Império. Compele acorrer que

numa sequência tradicional, Vasco da Gama

(1497) e Pedro Álvares Cabral (1500) receberiam

das mãos de D. Manuel I a bandeira da Ordem de

Cristo, como estandarte das navegações. Ressalve

-se que a cartografia portuguesa ostenta bandei-

ras da Ordem de Cristo pelo menos desde a carta

de Pedro Reinel em 1500. Mas, que ideal perse-

guem os Templários?

CONTINUA NA PRÓXIMA EDIÇÂO

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Meio Ambiente

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Assim, publica algumas matérias selecionadas de sites e blogs da web, por acreditar que todo o cidadão deve ser um multiplicador do conheci-mento adquirido e, que nessa multiplicação, no que tange a Cultura e Sustentabilidade, todos devemos nos unir, na busca de uma sociedade mais justa, solidária e conhecedora de suas res-ponsabilidades sociais.

No entanto, todas as matérias e imagens serão creditadas a seus editores, desde que adjudi-quem seus nomes. Caso não queira fazer parte da corrente, favor entrar em contato. [email protected]

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Dia 22 · Início do verão

Chuvas de verão: como minimi-zar suas consequências Conheça as causas e saiba o que a população pode fazer para minimizar os impactos das enchentes e desli-zamentos de terra Com a chegada do verão e consequentemente do perío-do de chuvas, surgem também problemas de ordem social, ambiental e econômica. É o caso das enchentes, erosões, assoreamentos e deslizamentos de encostas. Nos últimos anos, esse tipo de problema tem se intensi-ficado cada vez mais no Brasil e muito se tem cobrado dos governos e autoridades para que algo seja feito pa-ra solucionar ou pelo menos, minimizar estes proble-mas. Mas, além da providência das autoridades, a pró-pria população pode minorar os efeitos dessas catástro-fes. Ter consciência das causas das enchentes urbanas e das soluções para combatê-las é fundamental para que a população mude seus próprios hábitos e diminua os efeitos em sua rua, bairro ou cidade. De acordo com o geólogo Álvaro dos Santos, “uma vez consciente do pro-blema o cidadão não se deixaria levar por discursos de ocasião e promessas vãs, e estaria apto a cobrar das autoridades as responsabilidades que a elas caberiam de fato” Enchentes: problema antigo e sem solução

Segundo Álvaro dos Santos, as enchentes urbanas são consequência de três fatores básicos: impermeabiliza-

ção do ambiente urbano, canalização excessiva de rios e córregos e processos erosivos, que ocasionam o as-soreamento da rede de drenagem. “Frente a isso os cidadãos poderiam voluntariamente colaborar para que a cidade retenha o maior volume possível de águas de chuva, ou por infiltração ou por acumulação. Para tanto, plantar quanto mais árvores for possível, prover sua cal-çada de um canteiro ajardinado, construir um dispositivo (uma caixa d’água, por exemplo) para recolher as águas de chuva que caem sobre seu telhado, usar um piso drenante em seus quintais, e mais coisas do gênero”, aconselha o geólogo. Com a impermeabilização das cidades, cada vez mais água chega às galerias, córregos e rios em um espaço menor de tempo. Como resultado, surgem as enchen-tes. Por isso a permeabilização de ambientes urbanos é tão importante, e pode ser feita através da adoção de medidas como: “calçadas e sarjetas drenantes, pátios e estacionamentos drenantes, valetas, trincheiras e poços drenantes, reservatórios para acumulação e infiltração de águas de chuva em prédios, empreendimentos co-merciais, industriais, esportivos, de lazer, multiplicação dos bosques florestados, ocupando com eles todos os espaços públicos e privados livres da cidade”, explica Santos. A destinação correta do lixo é outro fator importante pa-ra a prevenção das cheias, porém, como vimos, o lixo não é o fator mais agravante das enchentes. De acordo com Álvaro dos Santos, “a comum afirmação de que o lixo urbano irregularmente lançado seria o fator respon-sável maior por nossas enchentes é uma tese perigosa e errada. Obviamente, o lixo é um fator agravante e de-vemos cuidar de reduzir o problema. Importante para tanto entender que muito provavelmente apenas uma pequena parte do lixo disperso nas drenagens da cidade seria proveniente do ato deseducado de se lançá-lo irre-gularmente, há problemas ainda muito sérios de defici-ências de recolhimento do lixo doméstico, especialmen-te em áreas habitacionais irregulares de baixa renda situadas em fundos de vale e áreas de risco”. Por isso, a responsabilidade da destinação correta do lixo que nun-ca deve ser jogado nas ruas para não entupir as bocas de lobo e ir parar nos rios, não depende somente dos moradores, mas também das autoridades que tem a obrigação de oferecer à população o recolhimento dos resíduos.

Deslizamentos de encostas: vidas em risco Quanto aos deslizamentos de encostas, deve ser produ-zida uma Carta de Riscos onde as áreas das cidades que perigam desabar serão delimitadas e classificadas segundo seu grau de risco: baixo, médio, alto e muito alto. “De uma forma geral, é recomendável a pronta re-moção dos moradores dos setores de alto e muito alto grau de risco geológico natural e a estabilização geotéc-nica dos setores de baixo e médio grau de risco geológi-co natural. Enquanto essas providências estão em an-damento, as áreas todas são monitoradas para que ao primeiro indício de perigo de deslizamentos os morado-res abandonem suas casas”, explica o geólogo. Entre os indícios que podem ser observados pelos mo-radores estão as rachaduras no terreno, estalos na ca-sa, barulhos na encosta, águas barrentas e episódios de chuvas intensas. “No caso das chuvas há a possibilida-de de adoção dos alertas pluviométricos, pelo qual os moradores são avisados quando da possibilidade de ocorrência de chuvas capazes de deflagrar deslizamen-tos”, comenta Santos. Segundo o geólogo, para garantir o bom funcionamento dos sistemas de monitoramento e de alerta é essencial que a população envolvida esteja muito bem treinada para a adoção de procedimentos que lhe cabem em situações críticas. “Com um eficiente sistema de monito-ramento é possível salvar-se muitas vidas humanas. No entanto, é preciso salientar que o monitoramento e os sistemas de alerta pluviométrico para riscos geológicos são indispensáveis, mas fazem parte de uma lógica de Defesa Civil e só se prestam em um quadro de ações emergenciais de curto prazo, não atuam nas causas, não eliminam o problema”, explica o geólogo.

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Nossos profissionais do mês

01 · Dia do Numismata A primeira coisa a esclarecer aos menos avisados é o significado da palavra numismata. Trata-se da pessoa envolvida com ciência Numismática, ou seja, estudo das moedas. É considerada como uma ciência auxiliar da história e engloba outros campos como a medalística. O termo numismata é utilizado indistintamente para o pes-quisador e o colecionador hobbista.

04 · Dia do Pedicuro A profissão é reconhecida como pedicure, calista ou pedicuro pela Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), do MTE, sob o código 5161-40 e, apesar de e-xistir dois projetos de lei em tramitação, ainda não existe uma lei ou decreto que regulamente o exercício da pro-fissão. É um caso típico onde o exercício e a prática a-cabam formando o profissional e como o mercado de trabalho de pedicure é exclusivamente do setor privado, é importante que os profissionais se qualifiquem e usem isso como diferencial para atrair mais clientes.

09 · Dia do Fonoaudiólogo A Fonoaudiologia estuda os distúrbios da linguagem e a comunicação humana como um todo. O fonoaudiólogo cuida portanto de pessoas que tem dificuldades na fala, audição, escrita e leitura. Os fonoaudiólogos além de tratarem adultos e crianças com distúrbios na fala e escrita, também auxiliam profis-sionais que utilizam a voz como instrumento de trabalho como é o caso dos professores, políticos, locutores e artistas.

11 · Dia do Arquiteto O arquiteto é o profissional que trabalha com o desenvolvimento de projetos, na supervisão e também na execução de obras de arquitetura. O traba-lho do arquiteto pode envolver todas as áreas que são relacionadas ao controle e desenho do espaço. O urba-nismo e paisagismo são duas muito trabalhados pelos arquitetos.

11 · Dia do Engenheiro Casas, edifícios, hospitais, escolas, igrejas, pontes, es-tradas. Mas afinal quem constroí tudo isto? É o enge-nheiro. Ele é responsável por todas as etapas de uma construção. Antes de iniciar o seu trabalho precisa de um projeto para que possa executá-lo. E esse já é tra-balho do arquiteto.

11 · Dia do Agrônomo Os agrônomos exercem atividades sempre direta ou indiretamente ligadas à agropecuária, que envolvem a utilização de recursos naturais (água, solo e ar), de mé-todos, técnicas e insumos em potencial perigosos à saú-de da população e dos animais e para o meio ambiente. Por isto é importante que estes profissionais, ainda mais do que os de outras especialidades, estejam atualizados e sempre muito bem informados sobre as consequên-cias de seu trabalho.

13 · Dia do Marinheiro Dia 13 de dezembro é a data de nascimento do famoso Almirante Marquês de Tamandaré que tanto fez pela

nossa marinha e tanta paixão tinha pelo mar. Uma bela homenagem a um homem que dizia: "Sou marinheiro e outra coisa não quero ser". Como nosso planeta possui grande quantidade de água, as pessoas sempre tiveram que pensar em formas inteli-gentes e criativas de aproveitar esse prêmio da nature-za. No que desrespeito aos meios de transportes pela água, isto não foi diferente, pois há cidades que são cer-cadas por água. Assim, desde os primórdios da humani-dade, já existiam os transportes aquáticos. Os marinheiros transportam passageiros e também mer-cadorias em suas embarcações.

13 · Dia do Ótico O Óptico é o profissional não-médico especialista da visão. Todos os seus equipamentos são de caráter ob-servativo e direcionados à avaliação quantitativa e quali-tativa do sentido visual, não fazendo uso de medicamen-tos ou métodos cirúrgicos. O óptico busca oferecer o máximo de rendimento visual com a mínima fadiga, por métodos objetivos e subjeti-vos. O Técnico em Óptica assume postura de frente na óptica, no atendimento profissional qualificado a todos os usuários de auxílios ópticos.

18 . Dia do Museólogo Você gosta de ir ao museu? Existem museus de vários tipos que exibem coisas diferentes como: artes, história natural, cultura indígena, animais, ciências e tecnologia. E quem seleciona e guarda toda esta riqueza são os museólogos.

20 · Dia do Mecânico Considerada, a profissão do futuro, principalmente pelo aumento na venda de veículos nos últimos anos, é hora do reparador se preparar e buscar qualificação e profis-sionalização, pois a todo momento surgem novas tecno-logias e inovações, ainda mais sofisticadas.

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Dezembro 2014 Gazeta Valeparaibana Página 14

Festas Populares

Neste mundo farto de tecnologia correm centenas de milhares de e-mails e de cartões desejando a todos um Feliz Natal e um Feliz Ano Novo. São raros aqueles antigos envelopes enviados pelos correios. Mas, de uma forma ou de outra, é muito bom receber de um parente, de um amigo, palavras tão positivas, profundas e que nos transmitem tantas esperanças. Será que a maioria das pessoas está realmente feliz com a chegada do Natal? Está com a esperança renovada no ano dito novo que che-ga a cada dia 31 de dezembro? Não é o que eu testemunho. O que escuto e vejo são pessoas angustiadas, deprimidas, com esta-fa pela chegada do fim de ano e suas respectivas festas. As festas de Natal, do meu tempo de criança, eram mais simples. Cada um de nós, e éramos cinco, recebia um presente. Eram lem-brancinhas que nos enchiam de alegria e de gratidão. E já não acredi-távamos em papai Noel

Hoje, a festa, que tinha o objetivo maior de reunir os membros da fa-mília, que andam tão distantes, por causa da correria do dia a dia, vi-rou o símbolo de consumismo coletivo e de desavenças. Um dos motivos de angústia e de desgaste é a disputa de forças. Não existe mais aquele acordo fraternal, em que se combinava fazer no dia 24 de dezembro, um jantar para que todos os membros da família pudessem se encontrar num só local, que se apelidava de sede, por ser encabeçada pelos mais velhos: avós, pais, tios, filhos, sobrinhos e netos tinham, naquela data, a grande chance de um reencontro. Os novos núcleos familiares festejavam o nascimento de Jesus e a chegada do Papai Noel em almoços no dia 25. As crianças acordavam cheias de energia, em suas casas, na expec-tativa de abrirem seus presentes pra curti-los no mesmo hora. Que o seu dia de Natal seja com mais amor e menos demonstração de riqueza, de poder, de culpa e de estresse. A festa acaba e o que sobra é um vazio naqueles que não consegui-ram sentir o verdadeiro espírito de confraternização. Que o bom senso e a paz reinem em todos os corações, para que se possa dizer sem ser um chavão: FELIZ NATAL! E que você possa dizer: eu tive um FELIZ NATAL .

Lou Micaldas

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Todo fim de ano é a mesma coisa. No dia 31, a maioria das pessoas é to-mada por uma emoção contagiante, que provoca muito mais intranquilidade, an-gústia e depressão do que alegria de viver uma grande festa.

Espera-se que, ao transcorrer a noite do último dia do ano, o mundo renasça, tra-zendo melhores dias, cheios de paz. Es-pera-se encontrar um novo amor, arran-jar aquele emprego, conseguir pagar todas as dívidas. Planejamentos radi-cais nos sugerem passar o passado a limpo. Expectativas muito altas carregam em

seus pacotes o peso da ansiedade.

Por que se deixar levar por um simples decreto de calendário e acre-ditar que, a partir de 1º de janeiro, as coisas deverão mudar?

Por que escolher o último dia do ano, como se fosse o último de nos-sa vida, pra fazer um verdadeiro balanço dos bons e maus momentos vividos?

Por que nos dias das grandes festas as tristezas são lembradas com mais intensidade? Por que não festejar as vitórias mesmo que tenham sido poucas?

Meu Deus! Quanta peninha tem de si mesmas as pessoas com ten-dência a se sentirem vítimas do destino!

O réveillon é um dia só. Ou melhor, é uma noite só!

E, no entanto, é capaz de causar tanto estrago na mente sofredora daqueles que têm o costume de rever o lado ruim do passado. Você dorme num dia e, se estiver vivo, acordará no outro como acon-

tece todos os dias e verá que tudo continuará igual. É a rotina.

Se você tiver equilíbrio emocional, repare que aquela imagem que es-tá lá fora, na sua frente, continua lá. Aquele sol brilhante se abriu, co-mo sempre se abre nos dias ensolarados; a chuva continua a cair, se assim tiver de ser, nos dias chuvosos de verão. O que mudou? Você mudou? Em qualquer dia do ano surge "um novo amanhecer" e com ele as chances de novas conquistas.

Precisamos praticar a mudança de hábitos. Todas as manhãs, ao a-brirmos nossos olhos, devemos dar bom dia ao dia que nos é presen-teado, pois ele poderá ser o dia da mudança.

Se não buscarmos as mudanças necessárias, tudo continuará como sempre. E não vai ser no dia 31 de dezembro que a transformação se fará por força do calendário.

Já passei muitos réveillons em festas, observando pessoas felizes, de "caras limpas" e de tantas outras de olhares tristes, sorrisos de retrato e com copo na mão.

Em muitas noites do dia 31 já dormi abraçada ao meu amor.

Em outras, "festejei" as noites preferindo abraçar o travesseiro.

E foi num dia qualquer do mês de maio, que escolhi mudar de vida! E foi aí que um "Ano Novo" chegou pra mim! Aconteceu antes... ou será que foi depois?

Chega de fazer parte dessa imensa legião, que obedece às leis dos homens e segue à risca os dogmas de uma sociedade que pensa em bloco.

O calendário é feito de folhas de papel.

O bom disso é que todos os dias podemos virar a página.

Lou Micaldas

Dezembro 2014 Gazeta Valeparaibana Página 15

A origem do Natal e seus aspectos históricos Como surgiu o Natal?

História dessa tradição

Entenda a origem e como surgiu a tradição do Natal, o que se comemora nesta data tão espe-cial, seu simbolismo. A origem do natal deve ser compreendida para vivenciarmos essa festa em toda sua plenitude. O Natal é a solenidade cristã que cele-bra o nascimento de Jesus Cris-to. A data para sua celebração é

o dia 25 de Dezembro, pela Igreja Católica Romana e, o dia 7 de Ja-neiro, pela Igreja Ortodoxa. Conheça um pouco mais sobre a história do natal. Onde surgiu o natal?

Após a celebração anual da Páscoa, a comemoração mais venerável para a Igreja é o Natal do Senhor e suas primeiras manifestações. A-inda sendo uma festa cristã, é encarado universalmente por pessoas dos diversos credos como o dia consagrado à reunião da família, à paz, à fraternidade e à solidariedade entre os homens.

"Para entendermos a história do natal temos que buscar a origem da palavra natal. Nas línguas latinas o vocábulo Natal deriva de Nativida-de, ou seja, referente ao nascimento de Jesus. Em inglês o termo utili-zado é Christmas, literalmente "Missa de Cristo". Já na língua alemã, é Weihnachten e têm o significado de 'Noite Bendita'."

No ano 245 d.C., o teólogo Orígenes repudiava a idéia de se festejar o nascimento de Jesus "como se fosse um Faraó". Há inúmeros teste-munhos de como os primeiros cristãos valorizavam cada momento da vida de Jesus Cristo, especialmente sua Paixão e Morte na Cruz. No entanto, não era costume na época comemorar o aniversário e por-tanto não sabiam que dia havia nascido o seu Senhor. Os primeiros testemunhos indicam datas muito variadas, e o primeiro testemunho direto que afirma que Jesus Cristo nasceu no dia 25 de Dezembro é de Sexto Júlio Africano, no ano 221.

De acordo com o almanaque romano, a festa já era celebrada em Ro-ma no ano 336 d.C. Na parte Oriental do Império Romano, comemo-rava-se em 7 de janeiro o seu nascimento, ocasião do seu batismo,

em virtude da não-aceitação do Calendário Gregoriano. No século IV, as igrejas ocidentais passaram a adotar o dia 25 de dezembro para o Natal e o dia 6 de janeiro para Epifania (que significa "manifestação"). Nesse dia comemora-se a visita dos Magos. A celebração do Natal de Jesus foi instituída oficialmente pelo Papa Libério, no ano 354 d.C.

Segundo estudos, a data de 25 de dezembro não é a data real do nascimento de Jesus. A Igreja entendeu que devia cristianizar as fes-tividades pagãs que os vários povos celebravam por altura do solstí-cio de Inverno.

Portanto, segundo certos eruditos, o dia 25 de dezembro foi adotado para que a data coincidisse com a festividade romana dedicada ao "nascimento do deus sol invencível", que comemorava o solstício do Inverno. No mundo romano, a Saturnália, festividade em honra ao deus Saturno, era comemorada de 17 a 22 de dezembro; era um perí-odo de alegria e troca de presentes. O dia 25 de dezembro era tido também como o do nascimento do misterioso deus persa Mitra, o Sol da Virtude.

Assim, em vez de proibir as festividades pagãs, forneceu-lhes simbo-lismos cristãos e uma nova linguagem cristã. As alusões dos padres da igreja ao simbolismo de Cristo como "o sol de justiça" (Malaquias 4:2) e a "luz do mundo" (João 8:12) expressam o sincretismo religio-so.

As evidências confirmam que, num esforço de converter pagãos, os líderes religiosos adotaram a festa que era celebrada pelos romanos, o "nascimento do deus sol invencível" (Natalis Invistis Solis), e tenta-ram fazê-la parecer “cristã”. Para certas correntes místicas como o Gnosticismo, a data é perfeitamente adequada para simbolizar o Na-tal, por considerarem que o sol é a morada do Cristo Cósmico. Se-gundo esse princípio, em tese, o Natal do hemisfério sul deveria ser celebrado em junho.

Há muito tempo se sabe que o Natal tem raízes pagãs. Por causa de sua origem não-bíblica, no século 17 essa festividade foi proibida na Inglaterra e em algumas colônias americanas. Quem ficasse em casa e não fosse trabalhar no dia de Natal era multado. Mas os velhos cos-tumes logo voltaram, e alguns novos foram acrescentados. O Natal voltou a ser um grande feriado religioso, e ainda é em muitos países.

Fonte de pesquisa: Wikipédia Edição: Filipe de Sousa

História do Natal

Lembrem-se

Jamais haverá ano novo se continuar a copiar os err os dos anos velhos.

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Dezembro - 2014

Edição nº. 85 Ano VIII

Sustentabilidade Social e Ambiental - Educação - Reflorestamento - Desenvolvimento Sustentável - Cidadania

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1º de DEZEMBRO. Dia do imigrante

Imigrante — Ficar ou Voltar !!! "...Forte eu sou mas não tem jeito, hoje eu tenho que chorar.

Minha casa não é minha, e nem é meu este lugar. Estou só e não resisto, muito tenho prá falar. Solto a voz nas estradas, já não quero parar

Meu caminho é de pedras, como posso sonhar. Sonho feito de brisa, vento vem terminar

Vou fechar o meu pranto..." Música: Milton Nascimento — Travessia .

O processo de emigrar está sempre ligado à ideia de retornar para o ponto de partida — a Terra Natal — ou seja, migrar, ganhar dinheiro, retornar e melhorar não só sua condição financeira, como também social. Muito embora saudoso de tudo o que deixou para trás — raízes, família e amigos — tem conhecimento, ou pelo menos pensa, que levará um bom tempo para construir um novo espaço, estabilizar-se e, geralmente é um tempo mais largo do que imagina. Nesse processo de adaptação, aprende que tem que traba-lhar como nunca há trabalhado; que tem que dançar, mesmo que nunca tenha dançado; que tem que cantar o mais alto que puder, como se ninguém o estivesse ouvindo — por que quem canta seus males espanta, já dizia minha avó — que tem que escutar com todos os sentidos de seus corpo, o que seus ouvidos não ouvem para poder entender e se fazer en-tender, e acima de tudo tem de convencer a si mesmo que ali — onde está — é seu novo lar, o paraíso, pois sabe que só assim sobreviverá.

Pra longe vai o imigrante Pra outra terra distante Outro caminho a seguir Mal ele sobe ao navio

Ao coração da-lhe o frio Das saudades que já tem E olhando o lenço branco

Que se agita vem-lhe o pranto E acena pra ninguém...

Música: Imigrante — Roberto Leal

À medida que o tempo passa vai substituindo os velhos hábi-tos pelos costumes da terra prometida. Envolve-se de tal

forma que até passa a agir como um cidadão, muito embora, no seu subconsciente, saiba que não passa de um imigrante

a mais. Mas isso com o tempo já não dói tanto e, afinal, ele até con-segue interagir com o garçom, com o carteiro, com o lixeiro, com o segurança, e às vezes chega a pensar: Consegui!!! Já posso me considerar um deles!!! . Mas como sempre há um " MAS” para atrapalhar qualquer idílio! Segundo o dicionário , MAS significa dificuldade, obstá-culo, senão e, no caso do imigrante ele percebe que sempre haverá a palavra "MAS” — ele é, e continuará sendo o eterno estrangeiro — e como tal não tem como fugir do estereótipo criado: Emigrado! Emigrante! Imigrante! Estrangeiro! Brasilei-ro! Italiano! Português... !!! . Desamparado pelas rupturas sociais com a antiga pátria e, aliado às dificuldades linguisticas e seu estado migratório, sente-se marginalizado, apartado na terra onde aportou e rejeitado na terra onde nasceu. Já não tem nome.... não tem profissão... apenas é conhecido pela nacionalidade, enfim, um estrangeiro. O imigrante continua sua luta, mas a dor em seu peito não quer calar, e o desejo de voltar para sua pátria continua late-jando em sua mente e de repente ele se ve cantando a mes-ma canção que ouvia seus vizinhos — imigrantes — canta-rem aos quatro ventos:

"Seu Cabral vinha navegando, quando alguém logo foi gritando:

TERRA À VISTA! Foi descoberto o Brasil, e a turma gritava: Bem-Vindo seu Cabral!

Mas Cabral sentiu no peeeito.... uma saudade sem jeeeeeitoooo.... :

Vou voltar pra Portugal .......” Música: jingle da VARIG.

Percebe que sua voz vai embargando e as lágrimas não que-rem cessar... canta mais alto... grita mais e mais e quando já não tem mais forças para gritar chora todas as lágrimas que jamais havia chorado e, sabe que embora tudo isso doa, tem que ficar mais um tempo... afinal ele precisa fazer seu pé de meia e, depois, o tempo passa tão rápido e aí sim, ele poderá voltar, triunfante... feliz! Ah, mas a saudade continua machucando.... a solidão insiste em não ir embora... tudo vai se tornando mais e mais vazio...

sem sentido.... e começa a se questionar!!! Mas, ao mesmo tempo sabe que não pode perder tempo ...por que o dia que ele voltar, ah, o dia em que ele voltar...

” .... Neste instante que vivo a esperar na minha grande soli-

dão e nos sonhos eu consigo transformar o frio piso do meu quarto nos verdes campos do lugar.

E revivo os momentos de alegria , com meu amor a passear nos verdes campos do meu lar...”

Música: Os Verdes Campos da Minha Terra Agnaldo Timóteo

Uma vez mais as lágrimas rolam.... e os soluços se misturam com as palavras e as imagens de tudo o que deixou para trás voltam como se fosse um filme e, é neste momento, que o imigrante toma consciência de uma realidade dolorida... indis-critível... e percebe que nao só o tempo passou rápido, como também, os amigos passaram, cresceram, mudaram, talvez alguns morreram, enfim tudo seguiu o curso da vida!!! O lugar onde havia uma praça virou um Shopping — coisa de primeiro mundo — tem até cinema; onde tinha um pequeno lago , agora é um condomínio fechado – coisa de rico — e aonde havia o barzinho do seu Joaquim, agora é um Flat hotel — um luxo!; e, é nesse momento que aprende a lição mais dura de sua vida que quando se vai tanto acolá, ou a-qui, ou lá, a volta é algo que não existe!!! Já não há casa... já não há os amigos... nada é como era... já não é de lá, nem muito menos de cá... perdeu o espaço — que nem dizia minha avó: quem foi ao mar perdeu seu lugar! — e, de repente, percebe que o que existe é uma saudade eterna, insuperável, de tudo o que foi e que não é mais, e que nunca voltará a ser o que era ...

“ Nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia, tudo passa, tudo sempre passará,

a vida vem em ondas como um mar, num indo e vindo infinito.

Tudo o que se vê não é igual ao que a gente viu há um segundo, tudo muda o tempo todo no mundo,

não adianta fugir, nem mentir pra si mesmo...” Música: Como uma Onda - Lulu Santos

Pode-se dizer que a vida, para alguns imigrantes — a minoria — é como as andorinhas, que voltam todos os anos, ao mes-mo ninho e quando a lei da vida os levar, ficarão os filhos a frequentar esse mesmo ninho até que os laços de cultura e tradição, que os une à Pátria dos seus antepassados, sejam esquecidos por completo, assimilados pelo país onde vivem; enquanto, para outros — a maioria — ainda existe o “MAS”, essa palavrinha mágica que ensina dia após dia que muito embora a tecnologia tenha ajudado a contornar alguns obstá-culos — diminuindo um pouco a nostalgia — existem outros que são intransponíveis e torna o imigrante “um prisioneiro” da terra prometida.

Feliz dia do imigrante !