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LISTAGEM DE ABSTRACTS

N.º TÍTULO DO ABSTRACT TEMA 15H30 17H00

BIOQUÍMICA - 12

28 Estudo de estabilidade de vários analitos bioquímicos em soros armazenados no frio durante 5 dias Bioquímica 15H30

30 Tosoh hlc-723 g11: avaliação de desempenho analítico Bioquímica 15H30

40 Cystinuria : keeping up the pace with innovation in laboratory medicine Bioquímica 15H30

44 25(Ho)-vitamina d3, análise dos níveis numa unidade hospitalar Bioquímica 15H30

52 Diagnóstico da fibrose quística - prova do suor como método de referência para o seu diagnóstico Bioquímica 15H30

54 Hepatitis b virus reactivation after renal transplantation - report of two cases and review of literature Bioquímica 15H30

61 Agonistas da dopamina em tumor selar e níveis de prolactina- a propósito de um caso clínico Bioquímica 15H30

65 Diabetes mellitus não controlado no hospital professor doutor fernando fonseca (hff) Bioquímica 15H30

66Avaliação do analisador de sedimento urinário siemens healthineers atellica uas800 – comparação com o método de referência e sysmex uf1000i

Bioquímica 15H30

75 Rastreio de drogas de abuso na urina na ulsm Bioquímica 15H30

80 Suplementação nutricional e exames laboratoriais: realidade de um dia do serviço de patologia clínica do sesaram Bioquímica 15H30

86 Gamapatias monoclonais: estudo retrospetivo de 10 anos do centro hospitalar cova da beira Bioquímica 15H30

CONTROLO DA QUALIDADE - 2

36 Avaliando o controlo de qualidade interno Controlo da Qualidade 15H30

39 Analise retrospetiva do desempenho dos participantes no programa de morfologia do sangue periférico - pnaeq 2012-2017

Controlo da Qualidade 15H30

HEMATOLOGIA - 13

35 Eritroblastémia em contexto de anemia por hemorragia aguda: a propósito de um caso clínico Hematologia 15H30

42 The curious case of hb a lepore Hematologia 15H30

43 Contagem celular em líquidos biológicos: sistema automatizado versus método manual Hematologia 15H30

46 Doseamento de fviii e pesquisa de inibidores na hemofilia a: casuística do chln, e.P.E Hematologia 15H30

47 Anomalias citogenéticas (fish) mais frequentes nas síndromes mielodisplásicas (chln e.P.E.) Hematologia 15H30

48 Estudo comparativo de dois equipamentos no doseamento de d-dimeros Hematologia 15H30

53 Avaliação da consulta de hipocoagulação pós sistema point of care (poc): experiência do hospital fernando da fonseca (hff) Hematologia 15H30

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LISTAGEM DE ABSTRACTS

N.º TÍTULO DO ABSTRACT TEMA 15H30 17H00

55 Hemoglobina s beta + talassemia Hematologia 15H30

57 Malária grave a plasmodium falciparum - caso clínico - doente imunodeprimido com hiperparasitémia (~ 50%) Hematologia 15H30

58 Linfoma de burkitt leucemizado: a propósito de um caso Hematologia 15H30

62 Leucemia mielóide crónica - resistência adquirida ao tratamento com inibidor da tirosina cinase de primeira geração Hematologia 15H30

63 Hemoglobinapatia hba2 linha – um caso clínico Hematologia 15H30

67 Deficiência de vitamina b12, sem deficiência? - A propósito de um caso Hematologia 15H30

IMUNOLOGIA - 5

27 Avaliação laboratorial dos marcadores tumorais Imunologia 17H00

29 Resultados de anticorpos anti-nucleares (ana) na realidade da medicina laboratorial dr.Carlos torres-unilabs (mlct-unilabs) Imunologia 17H00

37 Sensibilização "in vitro" a venenos de himenópteros pelo doseamento da ige específica Imunologia 17H00

77 Vitamina d – como está a nossa população? Imunologia 17H00

79 O laboratório no desenvolvimento de novas terapêuticas: estudo não-clínico sobre o uso da eritropoietina na doença inflamatória intestinal Imunologia 17H00

MICROBIOLOGIA - 22

26 Identificação e diferenciação de espécies de campylobacter por espetrometria de massa (tecnologia maldi-tof) Microbiologia 17H00

32 Prevalência do parasitismo intestinal na população do noroeste de portugal Microbiologia 17H00

33 Desempenho de um sistema automatizado de urianálise na predição do resultado da cultura de urina Microbiologia 17H00

41 Observação de ovos trichuris vulpis em fezes de canídeo Microbiologia 17H00

45 Avaliação do perfil de suscetibilidade aos antimicrobianos na infeção urinária da comunidade Microbiologia 17H00

50 Estudo comparativo entre o analisador uf-1000i e o exame cultural urinário Microbiologia 17H00

51 Avaliação da evolução de resistências aos antimicrobianos de bactérias anaeróbias num hospital terciário Microbiologia 17H00

56Caracterização dos fungos leveduriformes colonizadores da população de doentes do ipocfg,epe e suas resistências aos antifúngicos

Microbiologia 17H00

59 Listeria monocytogenes: 5 anos de estudo no centro hospitalar universitário de coimbra Microbiologia 17H00

68 Estudo da frequência de infeções por neisseria gonorrhoeae e prevalência de resistência aos antimicrobianos Microbiologia 17H00

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LISTAGEM DE ABSTRACTS

N.º TÍTULO DO ABSTRACT TEMA 15H30 17H00

69 Estudo genético em estirpes de neisseria gonorrhoeae provenientes de pares de parceiros sexuais Microbiologia 17H00

71 Pericardite tuberculosa, caso clínico Microbiologia 17H00

72 Meningococcémia no adulto. Descrição de um caso clínico. Microbiologia 17H00

73 Strongyloides stercoralis. Urgência parasitária? Caso clínico. Microbiologia 17H00

74 Campylobacter fetus: o achado inesperado associado a bacteriemia em doente oncológica. Relato de um caso clínico Microbiologia 17H00

76 A contribuição do laboratório da comunidade no uso responsável do antibiótico – a experiência do laboratório de análises clínicas dr. J. Lei Microbiologia 17H00

81 Quando a cefaleia é afinal… meningite!- O papel do laboratório Microbiologia 17H00

82 Epidemiologia do streptococcus pyogenes na amigdalite aguda na idade pediátrica em ambulatório. Microbiologia 17H00

83 Hemoculturas e bacteriémias: analise descritiva da realidade do centro hospitalar entre douro e vouga entre 2012-2017. Microbiologia 17H00

85 Comparação entre os sistemas automatizados iris iq200 sprint/ichem velocity e sedimax/aution max para análise de urinas. Microbiologia 17H00

COMUNICAÇÕES ORAIS - 6

34 Validação de intervalos de referência pediátricos para o cobas®6000 (roche) Bioquímica

49 Estudo comparativo de espermogramas através de dois métodos: convencional e automatizado Bioquímica

60Reporte qualitativo do doseamento da hba1c de um laboratório adaptado à noc “abordagem terapêutica farmacológica da dm2 no adulto”

Controlo da Qualidade

64 Use of the percentage of hypochromic erythrocytes in the assessment of iron deficiency in hemodialysis patients Hematologia

78 Anticoagulante lúpico: correlação entre o método de veneno de víbora de russell diluído e o tempo de coagulação em sílica Hematologia

84 Implementação da harmonização da resposta analítica laboratorial e avaliação do risco clínico

Controlo da Qualidade

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POSTERS

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BIOQUÍMICA - POSTERS

N.º 28

Título: ESTUDO DE ESTABILIDADE DE VÁRIOS ANALITOS BIOQUÍMICOS EM SOROS ARMAZENADOS NO FRIO DURANTE 5 DIAS

Autores: Lina Barata1; Vera Santos1; Sofia Jorge1

Filiações: 1 - AffideaPalavras-chave: Estabilidade, Soro, Armazenamento

Introdução Um problema habitual nos laboratórios de análises clínicas relaciona-se com a estabilidade dos analitos séricos durante o armazenamento das amostras, uma vez que as condições de armazenamento são uma importante variável pré-analítica, que pode interferir com os resultados.Normalmente, as amostras são mantidas refrigeradas (2-8ºC) durante períodos de tempo relativamente curtos ou, para períodos mais longos, são conservadas congeladas (-20ºC).Em situações pontuais, as amostras não podem ser processadas no próprio dia da colheita, o que obriga ao armazenamento das mesmas e a uma determinação posterior.O presente estudo pretende avaliar a estabilidade de 5 parâmetros bioquímicos de rotina, processados em soro, colhidos em tubos com gel separador, num período de 5 dias consecutivos.

Objectivos Avaliar a estabilidade de 5 analitos, Glucose, Ácido Úrico, Alanina Aminotransferase (ALT), Aspartato Aminotransferase (AST), Sódio (Na+), Potássio (K+) e Cloretos (Cl-), em 63 amostras, armazenadas a uma temperatura de 2º-8ºC e processadas durante 5 dias consecutivos.

Material e Métodos Foram determinados 5 analitos bioquímicos em 63 amostras, colhidas em dadores aleatórios, antes de qualquer armazenamento. Posteriormente, as amostras foram armazenadas nos tubos primários, a 2-8ºC e analisadas nos 4 dias consecutivos. Os resultados foram tratados recorrendo a folha de cálculo do Excel e comparados com o resultado base obtido a partir das amostras frescas (T0).

Resultados A variação clínica dos parâmetros ALT, AST, Na+ e Cl- não foi significativa durante o período de estudo. Os restantes parâmetros apresentaram variações, tendo sido a glucose o parâmetro em que se verificaram maiores variações.

Conclusões Os resultados do estudo indicam que a maioria dos parâmetros analisados são relativamente estáveis mesmo após 5 dias de conservação a 2-8ºC.Este estudo pode ser útil para a definição do tempo aceitável para conservação dos soros no laboratório.

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BIOQUÍMICA - POSTERS

Nº. 30

Título: TOSOH HLC-723 G11: AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO ANALÍTICO

Autores: José Carlos Gouveia1; Stefaan Marivoet2; Filomena Ferreira3; Marco Marques1

Filiações: 1 - Laboratório Hormofuncional - Affidea; 2 - TOSOH BIOSCIENCE - Diagnostics Business Unit - Europe; 3 - Horiba Medical PortugalPalavras-chave: Hemoglobina glicada, HbA1c, HPLC, Tosoh, Arkray

Introdução A hemoglobina glicada (HbA1c) é o mais importante marcador de médio a longo prazo do estado glicémico de um indivíduo. A sua utilidade no diagnóstico e monitorização de doentes diabéticos tem sido demonstrada de forma convincente para Diabetes tipo 1 e tipo 2. A cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC) demonstrou ser um dos métodos de doseamento da HbA1c mais práticos no que respeita a automação da técnica. Este método tem a capacidade de separar as hemoglobinas variantes e permitir uma melhor interpretação dos resultados.

Objectivos O estudo pretende avaliar o desempenho analítico do equipamento Tosoh HLC-723 G11 no modo de análise “variante”, comparando-o com o equipamento Arkray ADAMS A1c HA-8180V.

Material e Métodos Foram obtidas amostras de sangue de 648 indivíduos escolhidos aleatoriamente, saudáveis e diabéticos, e analisadas no Laboratório Hormofuncional - Affidea. As amostras de sangue total, obtidas por venopunção, foram colhidas em tubos de K2-EDTA e processadas de acordo com as instruções do fabricante. Os equipamentos utilizados, Tosoh HLC-723 G11 (modo “variante”) e Arkray ADAMS A1c HA-8180V, efetuam o doseamento da HbA1c por HPLC de troca iónica.

Resultados Obteve-se uma repetibilidade de 0,6-1,7% e uma reprodutibilidade de 0,4-2,6% (IFCC). Os resultados do estudo de estabilidade da amostra às 0, 2, 4, 6, 8 e 24h e de carryover não mostraram diferenças estatisticamente significativas. Observou-se uma excelente correlação (r=0,992) entre os resultados dos dois equipamentos, com um declive de 1 e sem interceção.

Conclusões O equipamento Tosoh é de fácil utilização, apresenta alto rendimento e excelente precisão. O valores de repetibilidade e de reprodutibilidade estão de acordo com os objetivos do IFCC (<2,8%). O desempenho de alta velocidade no modo “variante” (1 min/análise) não resultou em qualquer aumento na variabilidade dos resultados ou transferência entre amostras (carryover). Analiticamente, o Tosoh HLC-723 G11 é adequado para uso rotineiro em laboratórios de análises clínicas.

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BIOQUÍMICA - POSTERS

Nº. 40

Título: CYSTINURIA : KEEPING UP THE PACE WITH INNOVATION IN LABORATORY MEDICINE

Autores: Ana Maria Cunha Matias1

Filiações: 1 - USF GOPalavras-chave: : cystine, stones, crystals, method

Introdução Cystinuria is an autosomal disorder of the proximal tube of the kidney and of the epithelial cells of the intestine causing a defective reabsorption of the dibasic amino acids that manifests as recurrent nephrolithiasis. Undiagnosed and untreated cystinuria can lead to urinary tract obstruction and chronic kidney disease. Cystine stones constitute 1 to 2% of all stones in adults and 6 to 8% of all stones in paediatric age.

Objectivos

Material e Métodos A review of the literature was made in books and electronic databases without restriction on type of the article or publication year with the aim of collecting the evidence involving the evolution of laboratory methods for the diagnosis of cystinuria.Resultados The diagnosis starts with urinalysis where the microscopic exam of the urine shows the colorless, hexagonal crystals in acidic urine. Cystine is one of the sulfur containing amino acids so the urine may have odour of rotten eggs. The polarized light exam shows lack of birefringence of cystine crystals. The sodium cyanide nitroprusside test is a qualitative screening test and solubility in ammonia helps in the differential diagnosis. The diagnosis is confirmed by the measurement of urinary cystine excretion. This has been done by spectrophotometric measurement of cystine in urine, ion exchange chromatography, high voltage electrophoresis and high performance liquid chromatography. There are new techniques, namely quantitative liquid chromatography or gas chromatography coupled to tandem mass spectrometry. Cystine crystals can form stones that are yellow with waxy appearance and their composition can be identified by Fourier transform infrared spectroscopy, electron microscopy and X-ray diffraction. Molecular genetics identify the mutations in SLC3A1 and SLC7A9 genes.

Conclusões The diagnosis of cystinuria is important to prevent recurrent stone formation, establish a treatment and preserve renal function.This importance is illustrated by the methods utilised that follow the evolution in laboratory medicine.

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BIOQUÍMICA - POSTERS

Nº. 44

Título: 25(HO)-VITAMINA D3, ANÁLISE DOS NÍVEIS NUMA UNIDADE HOSPITALAR

Autores: Isabel Moutinho1

Filiações: 1 - Laboratório de Patologia Clínica Hospital da Luz, SynlabPalavras-chave: 25(OH)-Vitamina D3

Introdução A vitamina D é uma pró-hormona sintetizada maioritariamente na pele a partir do 7-desidrocolesterol por ação dos raios UVB, e também ingerida através da dieta (peixes gordos, ovos e cogumelos). A vitamina D3 é hidroxilada a 25-hidroxicolecalciferol no fígado, e a 1,25-dihridroxicolecalciferol (a forma ativa, mas com semi-vida curta).Na população idosa, a ingestão de vitamina D e cálcio diminui, bem como a sua absorção intestinal e reabsorção tubular renal, devido ao processo de envelhecimento. A deficiência em vitamina D por diminuição da ingestão através da dieta, da exposição solar ou da capacidade de síntese da própria pele, assim como por aumento da secreção da PTH (feedback negativo), ao diminuir a massa óssea, contribui para o desenvolvimento de osteoporose, aumentando assim o risco de fratura óssea.

Objectivos Estudar os níveis de 25(HO)-vitamina D3 numa unidade hospitalar durante um ano.

Material e Métodos Estudo observacional dos níveis de 25(HO)-vitamina D3 pedidos durante o ano de 2016, no Hospital da Luz Lisboa. Numa amostragem de 1812 doseamentos, 1290 eram do sexo feminino e 522 do sexo masculino. Da totalidade dos doseamentos, 155 indivíduos repetiram a análise.A população alvo foi o grupo etário com idade superior a 65 anos, tendo sido verificada a informação clínica disponível.

Resultados Na população alvo, com 460 doseamentos, verificou-se uma elevada deficiência (<20 ng/ml) em vitamina D, 36,3 %, tal como esperado. Especialmente no inverno e outono, 9,8 % e 13,0 %, respetivamente. Desses indivíduos,190 não têm informação clínica documentada referente à vitamina D3, 20 apresentam osteoporose, 43 apresentam patologias da tiróide, 62 são doentes oncológicos e 119 apresentam outras patologias. Nos indivíduos medicados (61) apenas 19 fizeram suplementação combinada com cálcio e vitamina D.

Conclusões A população alvo apresenta níveis de 25(OH)-vitamina D3 deficientes, especialmente no inverno e no outono. A suplementação combinada de vitamina D com cálcio verificou-se em poucos casos.

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Nº. 52

Título: DIAGNÓSTICO DA FIBROSE QUÍSTICA - PROVA DO SUOR COMO MÉTODO DE REFERÊNCIA PARA O SEU DIAGNÓSTICO

Autores: Marta Alvim1; Alcina Costa1; Filomena Gomes1; Suza Almeida1; Paula Pacheco2; Conceição Silva2

Filiações: 1 - Departamento de Promoção da Saúde e Prevenção de Doenças Não Transmissíveis do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, IP. Lisboa; 2 - Departamento de Genética Humana do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, IP. LisboaPalavras-chave: Prova do Suor, Fibrose Quística, CFTR

Introdução A Fibrose Quística (FQ) é uma doença genética autossómica recessiva resultante da mutação de um único gene localizado no cromossoma 7, que codifica a síntese da proteína transmembranar, a Cystic Fibrosis Conductance Regulator (CFTR) que funciona como canal de transporte de iões cloreto.O diagnóstico é baseado na clínica associada à evidencia de disfunção do canal CFTR (prova do suor, diferença de potencial nasal, quantificação da secreção de cloreto a nível da mucosa intestinal) e/ou na identificação de duas mutações causadoras de FQ.

Objectivos O presente trabalho tem como objetivo avaliar a casuística da Prova do Suor e a incidência de mutações no gene CFTR, nas amostras recebidas no Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, IP. Lisboa, entre 2009 e março de 2018.

Material e Métodos A colheita de suor foi feita por iontoforese com estimulação pela pilocarpina, utilizando o sistema Macroduct. Foram analisadas por um método de rastreio, Condutivimetria, sendo determinado o NaCl, e posteriormente as amostras foram doseadas por Potenciometria Direta (até 2015) e por Coulimetria (após 2015), para determinação quantitativa do ião cloreto.

Resultados Das 594 amostras analisadas por Condutivimetria o resultado foi positivo em 25 amostras (4,2 %), intermédio em 105 amostras (17,68%), seguindo.-se o doseamento do ião cloreto obtendo-se resultado positivo em 30 amostras (5,05%) e intermédio em 34 amostras (5,72%).Das 64 amostras positivas e/ou com valores intermédios para o iao cloreto, segundo a Norma nº 031/2012 (atualizada em 30/12/2015) da Direção Geral da Saúde foi realizado, em algumas, o estudo do gene CFTR

Conclusões Para o diagnóstico da FQ é fundamental a avaliação clínica bem como a identificação de mutações no gene CFTR, sendo a Prova do Suor considerada a prova de referência para o diagnóstico e somente quando é medido o cloreto separadamente, por titulação coulimétrica, a prova se considera quantitativa e diagnóstica.

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Nº. 54

Título: HEPATITIS B VIRUS REACTIVATION AFTER RENAL TRANSPLANTATION - REPORT OF TWO CASES AND REVIEW OF LITERATURE

Autores: David Ranhel1; Ana Rita Paulino1

Filiações: 1 - Centro Hospitalar Lisboa OcidentalPalavras-chave: Hepatitis B Virus reactivation, Renal transplantation

Introdução Hepatitis B Virus (HBV) infection in kidney transplant receivers (KTRs) is associated with significant morbidity and mortality. HBV reactivation (HBVr) after immunosuppressive therapy is increasingly recognized as a clinical problem, albeit being a preventable consequence. We present 2 cases of reactivation of previously resolved Hepatitis B after Kidney Transplantation (KT).

Objectivos Cases Presentation:64 and 65-year-old males with end stage kidney disease who had resolved HBV infection (HBsAg negative/anti-HBc positive) underwent cadaveric renal transplant. Given their serologic status and immunosuppressive therapy, they were both at intermediate risk for HBVr. 36 and 41 months after KT, respectively, HBV serology in follow-up evaluation revealed reverse seroconversion to HBsAg-positive status, with a respective viral load of 1.7x107 IU/mL and 7x106 IU/mL.

Resultados Discussion:There are few reports in literature about HBVr in KTRs with resolved HBV infection. Although reactivation is most frequently characterized by a sudden increase in serum HBV DNA level and ALT – being most often associated with an hepatitis flare several weeks later – reactivation has been considered to occur with demonstration of reverse seroconversion to HBsAg-positive status, in patients with previously resolved infection. This is associated with higher rates of cirrhosis and hepatocellular carcinoma than those of the general population, indicating more rapid progression of HBV-related liver disease, if untreated, and can result in death due to liver failure.

Conclusões Currently, there is no conclusive evidence concerning screening protocols or antiviral prophylaxis in regards to patients with the described serologic status and low-potency immunosuppression. Existing recommendations suggest ALT and HBV DNA testing every 1-3 months and treatment upon any evidence of HBV reactivation.

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Nº. 61

Título: AGONISTAS DA DOPAMINA EM TUMOR SELAR E NÍVEIS DE PROLACTINA- A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO

Autores: Richard Vanegas Gomez1; Ines Cristina Gonçalves1; Richard 1

Filiações: 1 - Centro Hospitalar Lisboa NortePalavras-chave: Prolactinoma

Introdução Várias situações clínicas, incluindo estados fisiológicos, podem originar valores de prolactina de centenas ou milhares (ng/mL) dificultando a avaliação analítica pelo desenvolvimento do “efeito hook”. A terapêutica do doente também tem influência na avaliação laboratorial independentemente do diagnóstico inicial.

Objectivos Sublinhar a relevância da informação clínica fornecida ao laboratório, nomeadamente a informação das terapêuticas em curso, sintomas e estados fisiológicos como a gravidez.

Material e Métodos Mulher de 19 anos, não grávida, com pedido de doseamento de prolactina. Informação clínica refere tumor selar. Foi realizado o doseamento (imunoensaio de electroquimioluminescência cobas e801) tendo-se obtido o resultado de 7.6 ng/mL. Para exclusão de “efeito hook”, uma vez que a doente tinha um prolactinoma, foram realizadas diluições seriadas que obtiveram o mesmo resultado. Foi então contactado o médico assistente que informou que a doente estava medicada com Cabergolina 0.5 mg 2xsemana desde há cerca de 2 anos o que permitia justificar o valor obtido.

Resultados O prolactinoma é a principal causa de hiperprolactinemia patológica, sendo responsável por 40% dos casos. Outros tumores menos frequentes são os adenomas hipofisários mistos (produtores de GH, TSH ou ACTH e PRL); os adenomas hipofisários não funcionantes e os craniofaringiomas. A cabergolina e a bromocriptina, medicamentos agonistas da dopamina, são os fármacos mais utilizados no tratamento da hiperprolactinemia. Estes normalizam os níveis de prolactina, restauram a função gonadal e promovem a redução tumoral.É recomendado em doentes com macroadenomas hipofisários superiores a 3 cm medições da prolactina com diluições seriadas, uma vez que os imunoensaios podem relatar títulos falsamente baixos, o “high-dose hook effect”.

Conclusões A avaliação clínica e analítica na hiperprolactinémia pode ser desafiante. A informação clínica dada ao laboratório acerca do diagnóstico e terapêutica do doente é fundamental para a obtenção de resultados exatos.

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BIOQUÍMICA - POSTERS

Nº. 65

Título: DIABETES MELLITUS NÃO CONTROLADO NO HOSPITAL PROFESSOR DOUTOR FERNANDO FONSECA (HFF)

Autores: João Gigante1

Filiações: 1 - Hospital Professor Doutor Fernando FonsecaPalavras-chave: HFF (Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca), WHO (World Health Organization), DM (Diabetes Mellitus), HbA1c (hemoglobina glicada)

Introdução O HFF é uma unidade de saúde que responde a uma população de mais de 600 mil habitantes nos concelhos de Amadora e Sintra. A Diabetes Mellitus (DM) é uma doença metabólica crónica que está presente em parte da população do hospital e que tem tido um rápido crescimento global. Afecta mais de 400 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo dados de 2014 da World Health Organization. O envelhecimento e a obesidade são descritos como principais causas associadas a este rápido crescimento. Por vezes o diagnóstico de DM é tardio e a doença encontra-se descontrolada sendo necessário um bom rastreio e controlo da mesma. Assim o diagnóstico da DM pode ser feito se:Glicemia em jejum ≥ 126 mg/dL (após jejum> 8h) Glicemia após prova de tolerância oral com 75g de glicose> 200 mg/dLGlicemia ocasional> 200 mg/dL em indivíduo com sintomatologiaHbA1c >6,5% (não consensual)

Objectivos O objectivo deste trabalho consistiu na caracterização da população do HFF com DM não controlado, no ano de 2017, classificando cada um dos indivíduos, sempre que possível, em diabetes tipo 1, diabetes tipo 2 e diabetes LADA.

Material e Métodos Análise estatística referente ao período de 1 de Janeiro a 31 de Dezembro de 2017 com recurso à base de dados hospitalar e Excel. Definiu-se como cut-off para DM não controlada o valor de HbA1c >6,5%.

Resultados A amostra total foi de 2476 doentes com idades compreendidas entre os 2 e os 96 anos, e destes 56,2% eram homens e 43,8% eram mulheres. A média de idade da população com DM não controlada foi de 64,5 anos tendo uma moda de 68 anos. Os doentes com diagnóstico de DM tipo 1 foram de 248 (10,01%) ao passo que os doentes com DM tipo 2 foram 2228 (89.99%). Adicionalmente a esta amostra o hospital revelou ter 119 doentes com DM LADA.

Conclusões Este estudo permitiu concluir que a população do HFF no que diz respeito à DM se encontra no limite superior do esperado quando comparado com a população mundial (5-10% vs 10.01%) para a DM tipo 1 e no limite inferior do esperado (90-95% vs 89.99%) para a diabetes tipo 2.

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BIOQUÍMICA - POSTERS

Nº. 66

Título: AVALIAÇÃO DO ANALISADOR DE SEDIMENTO URINÁRIO SIEMENS HEALTHINEERS ATELLICA UAS800 – COMPARAÇÃO COM O MÉTODO DE REFERÊNCIA E SYSMEX UF1000I

Autores: Marta Rego1; José Carlos Oliveira1

Filiações: 1 - Centro Hospitalar do Porto, Serviço de Química ClínicaPalavras-chave: Sedimento Urinário, Atellica, Siemens Atellica UAS800

Introdução A análise de urina constitui uma ferramenta central na avaliação das patologias do trato urinário. A avaliação dos elementos figurados aumenta a sensibilidade da análise físico-química e permite a deteção de estruturas específicas importantes. O método de referência é a microscopia ótica mas devido a elevados fluxos de trabalho a análise tem vindo a ser automatizada.

Objectivos Este trabalho propõe-se avaliar o desempenho do novo equipamento de análise dos elementos figurados da urina SIEMENS Healthineers Atellica UAS800 relativamente ao método de referência e compará-lo com o SYSMEX UF1000i.

Material e Métodos Foram analisadas 286 amostras para os seguintes parâmetros: Eritrócitos (RBC); Leucócitos (WBC); Células Epiteliais Escamosas (EPI); Células Epiteliais Não Escamosas (NEC); Cilindros Hialinos (HYA); Cilindros Patológicos (PAT); Cristais (CRY); Leveduras (YEA); Espermatozoides (SPERM) e Muco (MUC).

Resultados O equipamento Atellica apresenta boa correlação com o método de referência e com o UF1000i para RBC e WBC. Relativamente a EPI e CRY a performance é melhor que o UF1000i. Quanto a HYA e PAT o Atellica não traz melhorias. A deteção de NEC é adequada, correlacionando-se com células do uroepitélio de transição superficial. O total de verdadeiros negativos para YEA e SPERM é elevado e de falsos positivos baixo. Para a deteção de lípidos, células do uroepitélio de transição profundo, tubulares renais, eritrócitos dimórficos e desemoglobinizados, macrófagos e oval fat bodies, o método mais adequado continua a ser o método de referência.

Conclusões O Atellica tem um bom desempenho no estudo do sedimento urinário, comparando-se favoravelmente com o equipamento UF1000i. Apresenta como principal vantagem a possibilidade de visualização de imagem digital e seu arquivo. Mantém-se a necessidade de cada laboratório, conhecendo profundamente a performance e limitações do equipamento, estabelecer um protocolo de validação que garanta resultados que cumprem os objetivos clínicos a que a análise se destina.

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BIOQUÍMICA - POSTERS

Nº. 75

Título: RASTREIO DE DROGAS DE ABUSO NA URINA NA ULSM

Autores: António Albuquerque1; Isabel Cachapuz1

Filiações: 1 - Unidade Local de Saúde de MatosinhosPalavras-chave: Teste, Rastreio, Drogas, Urina

Introdução A pesquisa de Drogas de Abuso na Urina (DAU) é realizada por teste rápido através de imunoensaio competitivo. O resultado analítico é qualitativo e preliminar. Anteriormente a Unidade Local de Saúde de Matosinhos (ULSM), sempre que solicitado pesquisa de DAU, realizava o perfil analítico de 10 testes (10T). Desde Agosto 2016 passou a efectuar-se um perfil de 4 testes (4T), ficando o perfil 10T para solicitação clinica específica.

Objectivos O presente estudo tem como objectivo analisar o impacto da implementação do Perfil de 4T de DAU na ULSM.

Material e Métodos Amostra constituída por 1236 doentes (dts), 721 (57%) do sexo masculino e 550 (43%) do sexo feminino. Idade Média de 46,3 ± 21,1 anos, ligeiramente mais elevada no sexo feminino (49.9 vs 43.4). Treze testes no período neonatal. Utilizado o teste Nal Von Minden®, que detecta 4 analitos: Cocaína (COC), Canabinóides (CAN), Benzodiazepinas (BZD) e Opiáceos (OPI). Período analisado: Agosto 2016 até Abril 2018. Dados fornecidos pelo Sistema Informático do Laboratório.

Resultados A maioria dos pedidos – 1044 (82%) provém do Serviço de Urgência, 76 (6%) dos Cuidados Primários, os restantes de outros Cuidados Hospitalares. Quanto aos resultados, por analito, os testes foram positivos para: 1)COC– 79 (6%); 2)CAN – 203 (16%); 3)BZD – 576 (47%); 4)OPI – 72 (6%). Encontrou-se pelo menos 1 resultado positivo em 749 dts (61%), dos quais a maioria (75%) positivo para BZD. Dois ou mais analitos foram positivos em 194 dts (16%), e 487 dts (39%) todos negativos. Em termos financeiros, observou-se uma redução de 60% com a implementação do perfil 4T de DAU como exame de 1ªlinha.

Conclusões As BZD são o grupo com mais resultados positivos, de acordo com o esperado, assim como a proveniência das solicitações. É sempre necessário ressalvar, que se trata de um teste preliminar, sujeito a um teste confirmatório. Desta forma, verificou-se que esta mudança de Perfil de Testes de DAU foi financeiramente muito vantajosa para a ULSM, sem prejuízo clínico para o doente.

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BIOQUÍMICA - POSTERS

Nº. 80

Título: SUPLEMENTAÇÃO NUTRICIONAL E EXAMES LABORATORIAIS: REALIDADE DE UM DIA DO SERVIÇO DE PATOLOGIA CLÍNICA DO SESARAM

Autores: João Freitas1; Mariana Fardilha1; Nídia Neves1; Yaqueline Freitas1; Filipa Vicente1; José Alves1; Ana Paula Coelho1; Graça Andrade1

Filiações: 1 - SESARAM - Hospital Nélio MendonçaPalavras-chave: Suplementos

Introdução A suplementação alimentar é uma temática muitas vezes descurada na prática clínico-laboratorial diária, podendo condicionar directa e indirectamente a avaliação global dos indivíduos que recorrem aos serviços de saúde.

Objectivos Pretende-se com este trabalho realizar uma revisão dos suplementos nutricionais mais utilizados e suas repercussões mais frequentes nos exames laboratoriais e simultaneamente conhecer a realidade local relativamente à suplementação nutricional utilizada por utentes do serviço de patologia clinica do Sesaram,E.p.e..

Material e Métodos Revisão da literatura científica (PubMed), pretendendo conhecer quais os suplementos nutricionais mais utilizados, características da população que os utiliza, e quais a possíveis alterações/interferências analíticas causadas por estes suplementos.Aplicou-se questionário a todos os utentes que recorreram à central de colheitas do serviço de patologia clínica, durante o período de funcionamento diário (8:00 às 10:30) de um dia escolhido aleatoriamente. Foram recolhidos os seguintes dados: Idade e género, uso de suplementos nutricionais e, em caso afirmativo, foram registados quais os suplementos utilizados.

Resultados A prevalência de utilização de suplementos nutricionais entre os 37 utentes a quem se aplicou o questionário foi significante (29,7%), com maior prevalência nas mulheres que nos homens (37,5% e 22,22%, respetivamente). Os suplementos multivitamínicos encabeçaram a lista dos suplementos utilizados.Dentro desta população não foi possível verificar diferenças estatisticamente relevantes nos resultados dos exames laboratoriais.

Conclusões Com este trabalho alertamos para o uso de suplementos nutricionais numa faixa significativa de população estudada laboratorialmente, sendo de interesse científico um estudo alargado para confirmar as suas possíveis interacções e interferências nos resultados dos exames laboratoriais.

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BIOQUÍMICA - POSTERS

Nº. 86

Título: GAMAPATIAS MONOCLONAIS: ESTUDO RETROSPETIVO DE 10 ANOS DO CENTRO HOSPITALAR COVA DA BEIRA

Autores: Andreia Monteiro1; Paula Gouveia1; Rui Teixeira1; Sofia Almeida1; Patricia Amantegui1; Emilia Krasteva1; Maria Conceição Faria1

Filiações: 1 - Serviço de Patologia Clínica, Centro Hospitalar Cova da BeiraPalavras-chave: Gamapatias Monoclonais

Introdução As gamapatias monoclonais são alterações hematológicas caracterizadas pela proliferação anormal de um clone de células plasmáticas ou de linfócitos B, que com exceção do mieloma não secretor, produzem moléculas de imunoglobulinas (Ig) ou fragmentos destas, designadas por componente monoclonal (CM) e que podem ser reconhecidas como um pico na eletroforese. Deste modo, o estudo destas patologias deve começar pelo proteinograma. Os CM migram principalmente na região gamma da eletroforese, seguindo-se a beta e alpha2 e são visualizados como uma banda adicional. Relativamente à caracterização do CM, estudos realizados reportam 46,9% para IgG, 9% IgA, 38% IgM, 3% cadeias leves livres, 3% biclonais e apenas 0,1% IgD.

Objectivos Análise retrospetiva dos CM identificados nos últimos 10 anos, sua caracterização e avaliação dos casos em que não foi observado no proteinograma nenhuma banda adicional.

Material e Métodos Foram analisados os dados das imunofixações séricas efetuadas em gel de agarose, realizadas após eletroforese sérica, de janeiro de 2007 a janeiro de 2018. Os resultados com identificação de CM, foram posteriormente alvo de estudo para determinar a percentagem de cada CM e feita observação visual do gel para avaliar o número de imunofixações positivas em que não se observou nenhuma alteração na eletroforese.

Resultados O CM foi identificado em 811 doentes. Quanto à sua caracterização, foram identificados 57,5% IgG, 15% IgA, 20,5% IgM, 2% cadeias leves livres e os restantes 5% correspondem a componente biclonais. Em relação à mobilidade do CM, em 7,2% foi encontrada mobilidade na fração beta e 0,2% na fração alpha2, não sendo observada nenhuma banda na fração gamma.

Conclusões Os resultados encontrados relativamente à caracterização do CM são muito semelhantes aos da literatura. A percentagem de casos encontrados em que não foi detetada nenhuma banda adicional (7,4%) na eletroforese, alerta para a importância da suspeita clínica e/ou outros dados laboratoriais que justificam avançar para caracterização do CM.

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CONTROLO DA QUALIDADE – POSTERS

Nº. 36

Título: AVALIANDO O CONTROLO DE QUALIDADE INTERNO

Autores: Jorge Reis1; Joana Nobre1; Carla Silva1; Tânia Rodrigues1; Lara Simão1; Isabel Diamantino1; Frederico Valido1

Filiações: 1 - IPOC, FG, EPE

Introdução Na avaliação do Controlo de Qualidade Interno em Análises Clínicas o gráfico de Shewhart (ou de Levey-Jennings) é o mais utilizado. As regras propostas por Westgard permitem uma interpretação do gráfico de Shewhart e encontram-se em uso na maioria dos laboratórios.Este tipo de gráfico (gráficos-X) mostra como os valores se comportam dentro dos limites de controlo.Noutra abordagem, o gráfico de amplitudes serve, acima de tudo, os propósitos de repetibilidade e reprodutibilidade. O intervalo é definido como a diferença entre o maior e o menor resultado individual para duas ou mais amostras separadas.

Objectivos Avaliar os controlos diários de Fibrinogénio e TTPa usando gráficos de Médias e de Amplitudes, assumindo mudança de turno e diferentes operadores.

Material e Métodos Foram efectuadas três determinações de controlo por dia durante trinta dias (8 horas de turno) usando o nível normal para Fibrinogénio e nível patológico baixo para TTPa. Os resultados, além da avaliação do gráfico de Shewhart, foram avaliados usando gráficos de Médias e de Amplitudes.Equipamentos e reagentes da Instrumentation Laboratory (ACLTOP500, Low Abnormal Control, Normal Control, Fibrinogen C, aPTT-SP).Por dia foi determinada a média e o intervalo (maior-menor), obtendo-se a média das médias e a média dos intervalos (amplitudes). Os gráficos foram construídos usando uma tabela de constantes para controlo estatístico de qualidade.

Resultados Na avaliação do fibrinogénio obteve-se: µ=284,87; R=40,07 e б=23,67. O gráfico de Médias indicou determinações em controlo, mas o gráfico de Amplitudes apresentou cinco pontos fora do limite (fora de controlo).A avaliação do TTPa apresentou µ=43,74, R=4,13 e б=2,44. Os gráficos de Médias e de Amplitudes evidenciaram teste em controlo.

Conclusões O gráfico de amplitudes permite uma melhor monitorização da combinação de erros sistemáticos e aleatórios. A evidência de menor robustez em relação ao Fibrinogénio levou-nos aplicar ferramentas de melhoria.

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CONTROLO DA QUALIDADE – POSTERS

Nº. 39

Título: ANALISE RETROSPETIVA DO DESEMPENHO DOS PARTICIPANTES NO PROGRAMA DE MORFOLOGIA DO SANGUE PERIFÉRICO - PNAEQ 2012-2017

Autores: Susana Silva1; Edna Pereira1; Helena Correia1; Armandina Miranda1; Ana Cardoso1; Cândido Silva2; Sara Ismail3; Rui Barreira4; Ana Miranda3; Ana Reis2; Ana Faria1

Filiações: 1 - Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge Lisboa; 2 - Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental; 3 - Centro Hospitalar de Lisboa Norte; 4 - Instituto Português de Oncologia de LisboaPalavras-chave: Avaliação de desempenho, morfologia de sangue periférico, PNAEQ

Introdução O Programa Nacional de Avaliação Externa da Qualidade (PNAEQ) promove programas de AEQ, utilizando os Grupos de Trabalho de Peritos (GT) como metodologia.O GT de Hematologia formalizado em 2013 conta com a colaboração de peritos nacionais, que contribuem com amostras e informação complementar para avaliação do desempenho.

Objectivos Avaliação do desempenho dos participantes em ambiente hospitalar e ambulatório, no período 2012-2017, quanto à identificação das alterações morfológicas e hipóteses de diagnóstico nos esfregaços de sangue periférico.

Material e Métodos Enviados 54 esfregaços com patologias de glóbulos brancos, glóbulos vermelhos ou plaquetas, distribuídos por 18 ensaios, para análise microscópica. Responderam 24 laboratórios hospitalares e 56 de ambulatório.Foi realizada avaliação estratificada da proporção de identificações corretas das alterações morfológicas (hospitalar versus ambulatório), atendendo à proporção de diagnósticos corretos.

Resultados Foram encontradas diferenças estatisticamente significativas entre a distribuição pelos estratos de acertos na identificação das alterações morfológicas dos laboratórios hospitalar e ambulatório, tendo como referência as respostas do GT (p-valor = 0,001). 65% das respostas dos laboratórios hospitalares e 57% das respostas dos laboratórios ambulatório identificaram pelo menos 50% das alterações morfológicas consideradas corretas pelo GT.Para apenas 65% dos esfregaços foram enviados resultados de diagnóstico, sendo os laboratórios hospitalares os que apresentam maior percentagem de respostas com hipótese diagnóstica (79% versus 62%).Verificou-se que 60% e 46% dos diagnósticos enviados foram considerados corretos pelo GT para os laboratórios hospitalares e ambulatório respetivamente.

Conclusões A metodologia de GT utilizada pelo PNAEQ, tem permitido realizar uma avaliação retrospetiva dos resultados e através da formação continua, melhorar o desempenho dos participantes com benefício direto nos resultados fornecidos aos doentes.

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HEMATOLOGIA – POSTERS

Nº. 35

Título: ERITROBLASTÉMIA EM CONTEXTO DE ANEMIA POR HEMORRAGIA AGUDA: A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO

Autores: Tiago Mateus Costa1; Emília Krasteva1; Maria Conceição Faria1

Filiações: 1 - Hospital Pêro da Covilhã - Centro Hospitalar da Cova da BeiraPalavras-chave: Anemia Normocítica Normocrómica, Esfregaço de Sangue Periférico, Eritroblastémia

Introdução A anemia devida a perdas sanguíneas agudas implica perda directa de eritrócitos maioritariamente acompanhada por hipovolémia com alteração do perfil tensional e diminuição da irrigação sanguínea cerebral e renal. Inicialmente, não existe demonstração de anemia no hemograma dado que a concentração de hemoglobina não diminui.Homem, 34 anos, com agravamento progressivo de Anemia Normocítica e Normocrómica (ANN). Recorre ao SU com as seguintes queixas: Hemoptises + Tosse com expectoração mucopurulenta + Dor pleurítica na porção posterior do hemitórax direito + Subfebril (<37.5ºC). Foi efectuado hemograma que revelou uma ANN (Hb 13.2g/L; 88.1fL) com neutrofilia (8.4x10^3/uL). A pesquisa de marcadores víricos revelou: Hepatite B crónica não conhecida; Serologias para VIH e VHC negativas. Antigenúrias negativas para Legionella pneumophila e Pneumococos. Realizou tomografia computodorizada torácica (TC) com cavitações pulmonares.Foi internado para investigação etiológica por suspeita de tuberculose pulmonar e tratamento. Iniciou agravamento da ANN com necessidade transfusional (Hb<7.0g/L) e hipovolémia. A observação do Esfregaço de Sangue Periférico (ESP) revelou: Anisocitose discreta com policromasia exuberante, cerca de 53 eritroblastos por cada 100 leucócitos e desvio à esquerda com neutrófilos morfologicamente reactivos. Aumento do Tempo de Protrombina (19.6seg) e Tempo de Tromboplastina Parcial activada (73.4seg).

Objectivos Esclarecer a importância da eitroblastémia contexto de perda sanguínea severa sem foco hemorrágico aparente.

Material e Métodos Dados clínicos e laboratoriais fornecidos em software SClinico®, ModuLab Gold®

Resultados A constatação de eritroblastémia exuberante apontou para uma anemia por perdas sanguíneas severa sem foco hemorrágico aparente. Motivou a realização de uma TC-Abd compatível com volumoso hematoma retroperitoneal. Corroborou uma perda sanguínea maciça em progressão.

Conclusões A observação do ESP com eritroblastémia foi fundamental para a suspeição de um foco hemorrágico volumoso.

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HEMATOLOGIA – POSTERS

Nº. 42

Título: THE CURIOUS CASE OF HB A LEPORE

Autores: Graça Cunha Coutinho1; Isabel Alves Pereira1; Claudia Ferreira1; Rosa Fula Bento1

Filiações: 1 - Unidade Local de Saude do Baixo AlentejoPalavras-chave: Hemoglobinopatia, Portador, Hb Lepore, Diagnostico acidental, Diabetes Mellitus, Hb A1C, Cromatografia liquida de Alta Resolução, HPLC, Hemoglobinopatia de Lepore

Introdução Geograficamente, o sul e centro do País apresentam uma maior prevalência de portadores de hemoglobinopatias - 2,2%. A Hemoglobina(Hb) de Lepore é uma forma rara de Hb composta por 2 subunidades α e 2 αα. Os portadores heterozigóticos de HbA Lepore são assintomáticos, com a Hb Lepore a representar 5–15% da Hb total e a Hb fetal ligeiramente elevada. Apesar de assintomáticos, se estes se cruzarem entre si, têm 25% de probabilidade de ter filhos homozigotos, com anemia moderada a severa.

Objectivos Neste trabalho pretende-se descrever um caso clinico de diagnóstico acidental de Hemoglobinopatia de Lepore no rastreio de Diabetes Mellitus(DM) no âmbito da Consulta de Obesidade Pediátrica(COP).

Material e Métodos Revisão de um caso de Hemoglobinopatia de Lepore em estudo na Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo. Criança de 8 anos, do sexo feminino, com antecedentes de obesidade, sedentarismo, adenoide e amigdalectomia e com história familiar de doença de Beçet e DM tipo 2. Durante o acompanhamento na COP, em Julho de 2017, foi pedida a HbA1C por Cromatografia Liquida de Alta Resolução(HPLC), no estudo analítico da síndrome metabólica e do rastreio de insulinorresistência e DM. No cromatograma identificou-se uma Hb mutante e o hemograma revelou diminuição da Hb Globular Média(HGM) e da Concentração de HGM, aumento do índice de distribuição eritrócitaria, sem anemia. Na sequência deste resultado foi pedido ao Instituto Ricardo Jorge o estudo de hemoglobinopatias por focagem isoelétrica, HPLC de troca iónica e turbidimetria.

Resultados O estudo das hemoglobinopatias revelou um fenótipo de portador de hemoglobinopatia de Lepore com 9,1% de Hb Lepore e 17% de Hb fetal.

Conclusões Evidencia-se um diagnóstico a partir de um achado acidental laboratorial que permitiu à doente e à família receberem orientação e aconselhamento genético. Demonstra-se ainda a importância do Patologista Clínico na avaliação crítica dos resultados não descurando o sentido de responsabilidade, de que estes representam um doente num determinado contexto.

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HEMATOLOGIA – POSTERS

Nº. 43

Título: CONTAGEM CELULAR EM LÍQUIDOS BIOLÓGICOS: SISTEMA AUTOMATIZADO VERSUS MÉTODO MANUAL

Autores: Sandra Monteiro1; Rui Figueiredo1; Carlos Cortes1

Filiações: 1 - Serviço de Patologia Clínica Centro Hospitalar Médio TejoPalavras-chave: Líquidos biológicos, Sysmex XN-1000TM, método manual.

Introdução A contagem de leucócitos (total e diferencial) em líquidos biológicos (LB) é fundamental no diagnóstico de várias patologias. O método de contagem manual, microscopia óptica (MO), que tem sido usado como referência, é bastante moroso e requer profissionais diferenciados. Actualmente, os métodos automatizados oferecem rapidez na resposta e reduzem os erros associados à manipulação.

Objectivos Comparação do desempenho na contagem do número total de leucócitos e predomínio leucocitário em LB pelos métodos de análise MO e automático.

Material e Métodos Foram analisadas 147 amostras de LB, provenientes de doentes de diversos serviços do CHMT no período de 04/08/2017 a 31/03/18 e com um intervalo de idades entre os 15 dias e 101 anos. A distribuição de amostras foi a seguinte: 23 de líquido ascítico (LA), 53 de líquido pleural (LP), 2 de líquido sinovial (LS), 17 de líquido peritoneal (LPe) e 52 de líquido cefalorraquidiano (LCR). As contagens foram realizadas em método automático pelo Sysmex XN-1000 R™, após validação de controlo de qualidade interno, e MO em câmara (Neubauer modificada ou Fuchs-Rosenthal). As extensões para predomínio foram, após centrifugação, fixadas e coradas por May-Grαnwald-Giemsa (RAL stainer). A ferramenta estatística usada na comparação de métodos foi a regressão linear de Deming, recomendada pela CLSI, doc. EP9-A3.

Resultados Os valores de correlação (R2) da contagem de células e predomínio leucocitário dos líquidos foram respetivamente: 0.9993 e 0.9404 para todos os LB; 1 e 0.6656 para os LA; 0.9950 e 0.7285 para os LP; 1 e 1 para os LS; e 0.9975 e 0.9377 para LCR.

Conclusões Da análise dos resultados obtidos pode concluir-se que existe uma muita boa correlação entre as contagens celulares totais em todos os tipos de LB. Para o predomínio leucocitário, os dados obtidos apontam para a necessidade de não dispensar a MO, principalmente nos LA e LP. Esta, embora mais morosa e dependente de pessoal especializado, permite uma caracterização celular mais confiável.

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HEMATOLOGIA – POSTERS

Nº. 46

Título: DOSEAMENTO DE FVIII E PESQUISA DE INIBIDORES NA HEMOFILIA A: CASUÍSTICA DO CHLN, E.P.E

Autores: Marisa Ferreira1; Naseelah Mussa1; Leonardo Carneiro1; Carina Calisto1; Fátima Carriço1

Filiações: 1 - Serviço de Patologia Clínica - Centro Hospitalar Lisboa NortePalavras-chave: Hemofília A, Fator VIII, Inibidores

Introdução A Hemofilia A (HA) congénita resulta da deficiência de fator VIII (FVIII). A incidência mundial é de 1:5.000 nascimentos do género masculino, e a apresentação clínica correlaciona-se com o grau de deficiência. Uma complicação relevante da terapêutica com FVIII recombinante é o desenvolvimento de inibidores (anticorpos neutralizadores). Nestes doentes, a terapêutica com FVIII é ineficaz, aumentando a morbilidade e mortalidade. A incidência do desenvolvimento de inibidores é 20-35% em doentes com HA grave. Raramente a HA pode surgir como resultado do desenvolvimento de auto anticorpos anti-FVIII, denominada HA adquirida.

Objectivos Análise retrospetiva dos pedidos de doseamento de FVIII funcional e pesquisa de inibidores de FVIII, com titulação, no Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN) de 01/01/2017 a 31/12/2017.

Material e Métodos Doseamento FVIII funcional (ACL TOP® 700 CTS, Werfen) e pesquisa de inibidores de FVIII, com titulação (ACL TOP® 700 CTS, Werfen).A pesquisa de dados foi realizada no programa Clinidata XXI® (Maxdata).Os dados foram analisados estatisticamente no programa Microsoft Excel.

Resultados Durante 2017, efetuaram-se 1741 doseamentos de FVIII, em 937 doentes, no CHLN. Destes doentes, 102 (10,9%) estão diagnosticados com HA congénita ou adquirida. Do total de doentes hemofílicos com doseamento de FVIII, realizou-se pesquisa de inibidores de FVIII em 61 (59,8%), dos quais 5 (8%) obtiveram, pelo menos, um resultado positivo durante 2017, 4 com HA grave e 1 com HA adquirida.

Conclusões Na análise dos pedidos de doseamento de FVIII funcional, constatou-se que, a maioria dos doseamentos não foram realizados em doentes com diagnóstico de HA.Dos doentes com HA, apenas um foi diagnosticado com a forma adquirida.Dos resultados positivos obtidos na pesquisa de inibidores, verificou-se que a maioria corresponde a doentes com HA congénita grave.Assim, concluiu-se que os dados apresentados são concordantes com os descritos na literatura consultada.

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HEMATOLOGIA – POSTERS

Nº. 47

Título: ANOMALIAS CITOGENÉTICAS (FISH) MAIS FREQUENTES NAS SÍNDROMES MIELODISPLÁSICAS (CHLN E.P.E.)

Autores: Naseelah Mussa1; Ferreira Marisa1; Ruslan Racovita1; Cristina Duarte1

Filiações: 1 - Serviço de Patologia Clínica- Centro Hospitalar Lisboa Norte E.P.E.Palavras-chave: Síndrome mielodisplásico, Citogenética (FISH)

Introdução As síndromes mielodisplásicas (SMD) são doenças hematológicas clonais da “stem cell” e caraterizam-se por apresentar citopénia periférica, displasia mielóide uni/multilinhagem, hematopoiese ineficaz, anomalias genéticas recorrentes e alto risco de transformação para leucemia aguda. Ocorrem na maioria em idosos do sexo masculino. Anomalias citogenéticas recorrentes estão presentes em cerca de 40-50% dos casos, sendo as mais frequentes a Trissomia do 8, a deleção do 7q e do 5q (10%), a deleção 20q (5-8%) e a deleção 17q (3-5%).

Objectivos Estudo das alterações citogenéticas mais frequentes nos doentes com pedido de SMD avaliados no Laboratório de Hematologia do Serviço de Patologia clínica- Hospital Santa Maria, CHLN E.P.E., Lisboa, no período de 01/01/2017 a 31/12/2017.

Material e Métodos A pesquisa de dados foi feita no programa Clinidata XXI® (Maxdata). Foram usadas as seguintes sondas FISH (Fluorescence in situ hybridization): Vysis® LSI D 20S108 Spectrum Orange del 20, Vysis® LSI EGR 1 (5Q 31) Spectrum Orange/D5S23, D59721 Spectrum Green del 5q, Vysis® LSI TP 53 (17p 31.1) Spectrum Orange del 17p, Vysis® LSI D7 S486 Spectrum Orange/CEP 7 Spectrum Green del 7q, Vysis® CEP 8 Spectrum Orange trissomia 8. Os dados foram analisados estatisticamente no programa Microsoft Excel.

Resultados De um total de 237 pedidos para SMD, 31 doentes (13%) evidenciaram alterações citogenéticas (12 do sexo feminino, 19 do sexo masculino, com uma média de idades de 69 anos, mínima de 17 e máxima de 95 anos). As alterações mais frequentes foram a Trissomia do 8 (26%), a deleção 7q (22%) e as anomalias múltiplas (22%). A deleção 5q (14%), 20q (13%) e da p53 (3%) foram menos frequentes.

Conclusões O diagnóstico dos doentes com neoplasias hematológicas é multidisciplinar. A citogenética (FISH) é indispensável para o diagnóstico e prognóstico dos doentes com SMD. No nosso estudo a anomalia citogenética mais frequente foi a trissomia do 8 dentro de uma faixa etária e género concordantes com os descritos na literatura consultada.

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HEMATOLOGIA – POSTERS

Nº. 48

Título: ESTUDO COMPARATIVO DE DOIS EQUIPAMENTOS NO DOSEAMENTO DE D-DIMEROS

Autores: Inês Silva1; Henrique Gomes1; Carla Branco1

Filiações: 1 - Laboratório Alves&Duarte - Affidea AlcobaçaPalavras-chave: D-Dimeros, Trombose Venosa Profunda, Embolia Pulmonar, Fibrinólise, CID

Introdução Os D-dímeros, conhecidos por serem um biomarcador de formação e degradação da fibrina foram introduzidos pela primeira vez na década de 1970. São fragmentos resultantes da divisão da fibrina pela ação da plasmina, uma enzima ativada através da via fibrinolítica, que possuem epítopos especificos, logo, podem ser alvo de anticorpos monoclonais, e, consequentemente, doseados por diferentes equipamentos. Estes utilizam anticorpos monoclonais, que detetam um epítopo presente no domínio D do fragmento da fibrina.

Objectivos Comparar o desempenho de dois equipamentos diferentes no doseamento dos D-Dimeros.

Material e Métodos Neste estudo foram englobados um total de 113 amostras de plasma (citrato de sódio) de pacientes de ambulatório, 43 do sexo feminino e 70 do sexo masculino, com idades compreendidas entre 26 e 90 anos, sendo a média de idade de 69,27. Doseamento de D-dimeros por dois métodos imunoturbidimétricos: STA - Liatest D-Di Plus (STA Compact Max – instrumento A) constituído por partículas de microlatex revestidas com dois anticorpos monoclonais (8D2 e 2.1.16) e INNOVANCE D-Dimer (Sysmex CA 1500 – instrumento B), com partículas de polistireno covalentemente revestidas com um anticorpo monoclonal (8D3).

Resultados EquipamentosResultados A BInferiores 0,5 µg/ml 41,6 % 50,4%0,5-1 µg/ml 38,1 % 29,2 %Superiores 1 µg/ml 20,4% 20,4% Intervalo de concentrações de amostras Min: 0,17 Min: 0,19 Max: 21,22 Max: 17,81

Conclusões Da análise estatística efetuada verificou-se que existe uma boa relação entre o equipamento A e B, tendo-se obtido um coeficiente de regressão de 0,99, sendo o critério de aceitação estabelecido superior a 0,95. Assim sendo, concluímos que ambos os equipamentos têm um desempenho equivalente apesar dos anticorpos monoclonais utilizados serem diferentes.

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Nº. 53

Título: AVALIAÇÃO DA CONSULTA DE HIPOCOAGULAÇÃO PÓS SISTEMA POINT OF CARE (POC): EXPERIÊNCIA DO HOSPITAL FERNANDO DA FONSECA (HFF)

Autores: Lúcia Coimbra1

Filiações: 1 - Hospital Fernando da FonsecaPalavras-chave: Hipocoagulação, Point of Care, Racio de Normalização Internacional, Consulta

Introdução A consulta de hipocoagulação (CH) é efetuada no Serviço de Patologia Clínica, Laboratório de Hematologia. O controlo do Racio de Normalização Internacional (INR) na prevenção e tratamento de eventos tromboembolicos, exige uma monitorização frequente. Os testes POC menos invasivos e de resposta rapida, otimizam a CH. O INR é avaliado no POC Xprecia® device, segundo algoritmo da CH, que exclui: utentes a iniciar tratamento, doença autoimune, alterações do hematócrito e lesões cutâneas. Utentes excluídos e com INR> 3,5 (POC), são determinados no coagulómetro Sysmex CS 5100®. Todos os resultados são integrados no software ATHIS®, que permite uma avaliação contínua e decisão terapêutica.

Objectivos Avaliar a performance da CH pós introdução do POC.

Material e Métodos Estudo retrospetivo da monitorização do INR de Janeiro a Dezembro de 2017. Não se excluíram: utentes em início de tratamento, suspensão de antagonista da vitamina K (VK) ou administração de VK recentes. Consideraram-se in range todos os utentes com INR no intervalo alvo, ±0,2. Estatística: software ATHIS®, Microsoft Excel®. Garantia de qualidade: controlo interno, avaliação externa e comparação randomizada de métodos.

Resultados A CH tem 1070 utentes, 133 novos/ano, no total de 14607 visitas, consultas diárias 74. Sob varfarina 92%, acenocumarol 8%. A idade média 66 anos, 52% homens e 48% mulheres. Patologias mais prevalentes: fibrilhação auricular (30%), trombose venosa profunda (15%) e prótese valvular (13%). Obteve-se um INR in range de 64%. Com implementação do POC, o tempo de consulta foi reduzido uma hora, em média.

Conclusões A introdução do POC teve como objetivo agilizar tempo e recursos, com um método mais inócuo, sem afetar o rigor clínico e a qualidade dos resultados. Este foi alcançado, e é demonstrado pela proporção de utentes in range, pelo seu feedback positivo e pela redução do tempo de consulta. Estes resultados enriquecem a missão do HFF, que visa providenciar cuidados de saúde diferenciados e humanizados aos utentes em todas as fases da vida.

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Nº. 55

Título: HEMOGLOBINA S BETA + TALASSEMIA

Autores: Felizarda Sala1

Filiações: 1 - Hospital Prof.Doutor Fernando FonsecaPalavras-chave: Hemoglobinopatias;HbS/beta +talassemia

Introdução As hemoglobinopatias são doenças hereditárias constituindo um grande problema de saúde pública devido à sua prevalência mundial. São caracterizadas pela síntese de cadeias polipeptídicas estruturalmente anormais ou diminuição da síntese de uma ou mais cadeias de globina. Caso clínico: Criança THCFC, 2 anos, melanodérmico, sexo masculino, com 2 dias, fez estudo electroforético das hemoglobinas: picos correspondentes as hemoglobinas A2-0.3%, F-90.7%, S- 9% e A-0%. Repetiu aos dois meses: picos correspondentes as hemoglobinas A-1.4%, A2-1.0%, F-79.5% e S-18.1 %. Sugeriu-se o rastreio electroforético dos pais, e repetição do filho com1 ano.

Objectivos Estudar a hemoglobina do recém nascido, demonstrar a importância do diagnostico precoce e aconselhamento genético

Material e Métodos Coheita de amostra sangue total em EDTA.Hemograma (índices eritrocitários), morfologia de sangue periférico, eletroforese capilar, focalização isoeléctrica, HPLC de fase reversa das cadeias de globina, teste de falciformção.

Resultados Filho (1ano) Hb10.4 g/dL, RBC 4.85x1012/L,VGM 64.5fL, HGM 21.4pg, leucograma sem alterações significativas, Plaquetas 358000; bioquímica de rotina sem alterações. Electroforese das Hemoglobinas:A-13.5%, A2- 5.4%, F- 23.1%, S-58.0%. Focalização isoeléctrica, revelou o fenótipo de Talassodrepanocitose, (HbS > 50%, HbA2 elevada, HbF elevada e presença de HbA de origem não transfusional),sugestivo de hemoglobina S beta + talassemia. Mãe- traço beta talassemico. Pai -Hb AS

Conclusões Os resultados obtidos revelam a importância do diagnóstico precoce das hemoglobinopatias. Perante este caso clínico raro, o autor pretende realçar a importância da triagem das hemoglobinopatias na nossa população. Após o diagnóstico, devem ser encaminhados para consulta de hemoglobinopatias para esclarecimento e orientação não só dos cuidados individuais, mas também aconselhamento genético, porque a detecção dos portadores é de importância para a saúde pública, pois representam fonte de novos heterozigotos e eventuais homozigotos.

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Nº. 57

Título: MALÁRIA GRAVE A PLASMODIUM FALCIPARUM - CASO CLÍNICO - DOENTE IMUNODEPRIMIDO COM HIPERPARASITÉMIA (~ 50%)

Autores: Catarina Dinis1; Vasco Mendes1; Rosário Sobreira1; Margarida Guimarães1; Carlos Flores1

Filiações: 1 - Centro Hospitalar de Lisboa CentralPalavras-chave: malária, hiperparasitémia, imunossupressão

Introdução Na Europa, a maioria dos casos de malária diagnosticados são de importação. Ocorrem períodos de incubação mais longos em imunodeprimidos. A doença causada pelo Plasmodium falciparum (PF) é uma causa importante de morbi-mortalidade: origina mais casos de parasitémia elevada, associada a maior gravidade clínica e a resistência à terapêutica.

Objectivos Apresentação de caso clínico de um doente imunodeprimido com cerca de 50% de eritrócitos parasitados por PF -diagnóstico laboratorial de malária grave.

Material e Métodos Doente natural de Portugal, residente em Angola há 6 anos, com antecedentes de Granulomatose de Wegner (GW). Recorre ao SU de Benguela por quadro de náuseas, vómitos, astenia e oligúria. Gota espessa: P. falciparum. Diagnóstico de lesão renal aguda no contexto de malária, que foi tratada. O doente é transferido para Lisboa, para realização de exames mais específicos. Pesquisa de plasmodio: negativa. Biópsia renal: GW com envolvimento renal. Iniciada corticoterapia. Duas semanas depois, inicia quadro de prostração e icterícia. Identificado PF com 50% dos eritrócitos parasitados (1.345.500 parasitas/µL). Fez terapêutica antimalárica, com monitorização da parasitémia por gota espessa.

Conclusões Nos adultos, a malária cursa com altas taxas de mortalidade, mas a terapêutica precoce está associada a um melhor prognóstico. A monitorização da parasitémia é importante para avaliar a resposta à terapêutica e eventual resistência. Para uniformizar, a parasitémia é expressa em nº de parasitas/µL, permitindo um melhor controlo terapêutico. O nosso doente tinha um diagnóstico recente de malária tratada em aparente resolução, mas após o início de imunossupressores, teve um agravamento clínico, com uma contagem de parasitas bastante elevada. Manteve-se apirético, possivelmente por causa da imunodepressão. Chamamos assim a atenção para o desenvolvimento de uma forma grave de malária em doentes sob imunossupressão, lembrando a importância de ponderar este diagnóstico se história epidemiológica relevante.

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Nº. 58

Título: LINFOMA DE BURKITT LEUCEMIZADO: A PROPÓSITO DE UM CASO

Autores: Carla Gonçalves Ferreira1; Pedro Vale1; Mara Barreto1; Helena Ferreira Da Silva1

Filiações: 1 - Centro Hospitalar Médio Ave, E.P.E. - CHMA Vila Nova de FamalicãoPalavras-chave: Burkitt, Linfoma, Leucemia

Introdução O linfoma de Burkitt (BL) é uma neoplasia de células B maduras altamente agressiva, com frequente envolvimento extraganglionar [medula óssea (MO), trato gastrointestinal e sistema nervoso central (SNC)] e grave comprometimento metabólico/renal. A maioria cursa com a t(8;14) nos genes MYC e IgH, respondendo a esquemas quimioterápicos multiagente potenciados pelo Rituximab (anticorpo monoclonal anti-CD20).

Material e Métodos Mulher, 33 anos, sem antecedentes patológicos, recorre ao Centro de Saúde com quadro de tosse produtiva, dor pleurítica à esquerda e febre. Iniciou antibioterapia, sem melhoria clínica após 4 dias. Na consulta de reavaliação apresentava dor abdominal, astenia e persistência da febre, sendo enviada para o Serviço de Urgência (SU) do CHMA.

Resultados Na admissão apresentava palidez cutânea, hemorragia conjuntival, escleróticas ictéricas e abdómen distendido com dor generalizada à palpação. Analiticamente, indicava leucocitose acentuada (92 800 leucócitos/µL) com presença de 66% de blastos, trombocitopenia e anemia; disfunção renal e hepática com colestase e citólise (creatinina sérica 2,11 mg/dL; bilirrubina total 9,84 [directa 6,42] mg/dL; desidrogenase láctica 8076 U/L; fosfatase alcalina 1154 U/L). Com estes resultados, decide-se encaminhar a doente para o Serviço de Hematologia do Centro Hospitalar do São João, para caracterização e seguimento do quadro. Do estudo aí realizado, destaca-se a imunofenotipagem de MO que revelou população B monoclonal α com 88% CD19+ e a análise genética molecular que identificou a t(8,14) envolvendo os genes MYC e IgH, confirmando o diagnóstico de BL.A doente iniciou o Protocolo Burkimab com boa resposta. Apesar de algumas intercorrências (invasão SNC e infeção), encontra-se clinicamente melhorada com recuperação hematológica e sem evidência de invasão extraganglionar.

Conclusões Este caso clínico ilustra a importância dos resultados laboratoriais na correcta orientação diagnóstica do doente, permitindo a implementação de terapêutica adequada precocemente.

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Nº. 62

Título: LEUCEMIA MIELÓIDE CRÓNICA - RESISTÊNCIA ADQUIRIDA AO TRATAMENTO COM INIBIDOR DA TIROSINA CINASE DE PRIMEIRA GERAÇÃO

Autores: Micaela Batista1; Jorge Reis1; Hugo Macedo1; Luís Nina1; Joana Diamantino1; Frederico Valido1

Filiações: 1 - Instituto Português de Oncologia de CoimbraPalavras-chave: LMC, resistência Imatinib, mutação BCR-ABL1

Introdução A Leucemia Mielóide Crónica (LMC) é uma neoplasia mieloproliferativa associada à translocação t(9;22) (gene de fusão BCR-ABL). As terapêuticas dirigidas com Inibidores da Tirosina Cinase (TKI) melhoraram substancialmente o seu prognóstico. No entanto, alguns doentes não apresentam uma resposta ótima ou são resistentes ao TKI. Mutações pontuais no gene de fusão BCR-ABL1 estão na base de resistências adquiridas.

Objectivos Realçar a importância da análise mutacional do gene BCR-ABL na selecção do TKI.

Material e Métodos É apresentado um caso de um doente de 88 anos, seguido em consulta de Hemato-Oncologia desde 2004 por LMC em fase crónica, submetido a vários ciclos de tratamento com Imatinib, com períodos de ajuste de dose e de suspensão por toxicidade gastrointestinal e medular.

Resultados Doente observado em outubro 2017 por agravamento progressivo da astenia, mal estar geral, anorexia, perda ponderal, prurido e edema marcado dos membros inferiores. Analiticamente, apresentava anemia (Hb 8g/dL), leucocitose (34.5G/L), trombocitose e LDH aumentada. O esfregaço de sangue periférico evidenciava desvio à esquerda, precursores mielóides, 17% de basófilos, a maioria hipogranulares, e 6% de blastos. O aspirado medular apresentava fragmentos hipercelulares, 27% de blastos, alguns com granulação basofílica, 14% de basófilos e relação mielóide/eritróide=30,3. A imunofenotipagem por citometria de fluxo confirmou o número de blastos, suportando a fase blástica da doença. Foi suspenso o Imatinib e requisitado estudo mutacional, que revelou mutação BCR-ABL1 p.M351T em homozigotia. Após citorredução com hidroxiureia, iniciou Nilotinib.

Conclusões A pesquisa de mutações BCR-ABL1 é obrigatória em doentes com resistência adquirida ao TKI ou com evidência de progressão. A mutação M351T é das mais frequentes, apresentando resistência ao Imatinib e Bosutinib, sendo sensível ao Nilotinib, Dasatinib e Ponatinib. O Nilotinib é uma opção terapêutica efetiva e bem tolerada na LMC em fase acelerada após resistência ao Imatinib.

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Nº. 63

Título: HEMOGLOBINAPATIA HBA2 LINHA – UM CASO CLÍNICO

Autores: Irene Carrapatoso1; Tatyana Kuzmenko1; Carlos Severino1; Margarida Guimarães1; Carlos Flores1

Filiações: 1 - Serviço de Patologia Clínica – Centro Hospital de Lisboa Central, EPEPalavras-chave: Defeitos genéticos hereditários, HbA2 linha, sequenciação genética

Introdução As hemoglobinopatias consistem em defeitos genéticos hereditários que afetam a estrutura de uma das cadeias de globina da hemoglobina (Hb). As manifestações clínicas são muitos variáveis, desde o estado de portador assintomático até à anemia severa, dependendo do tipo de mutação e do número de alelos afetados. Os eritrócitos podem ser morfologicamente normais ou apresentar alterações estruturais. A análise de frações de Hb por HPLC e por eletroforese identificam a presença de hemoglobinas variantes. As hemoglobinopatias são mais prevalentes em África, na bacia do Mediterrâneo e no sudeste asiático.

Objectivos Apresentação de um caso clínico de uma hemoglobinopatia rara esclarecido por sequenciação genética.

Material e Métodos Caso clínico: Mulher, 15 anos de idade, natural da Guiné e a residir em Portugal desde 2007. Recorreu a uma consulta de obstetrícia, às 15 semanas de uma gestação não vigiada. Sem alterações relevantes no hemograma realizado por rotina. O parceiro é portador assintomático de HbS (37%).Métodos laboratoriais: Efetuou análise de frações de Hb por HPLC e posteriormente, para esclarecimento diagnóstico, estudo genético por PCR e sequenciação.

Resultados A análise por HPLC evidenciou ausência de HbA2 e, concomitantemente, 3% de uma Hb variante não identificável por este método. Para confirmação da suspeita de hemoglobinopatia HbA2 linha sugerida por estes resultados, foi enviada uma amostra para a Unidade de Eritropatologia e Metabolismo do Ferro do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, que estudou o gene HBD por PCR e sequenciação e demonstrou a existência da mutação c.49 G>C; p. Gly17Arg em homozigotia, confirmando a hipótese de diagnóstico de hemoglobinopatia HbA2 linha.

Conclusões Este caso evidencia a importância das técnicas de sequenciação genética no esclarecimento rápido e eficiente de uma alteração genética rara, principalmente quando se avalia um grupo de defeitos genéticos heterogéneo em que podem existir mutações pontuais em localizações muito diversas ou vários tipos de deleção.

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Nº. 67

Título: DEFICIÊNCIA DE VITAMINA B12, SEM DEFICIÊNCIA? - A PROPÓSITO DE UM CASO

Autores: Priscila Silva1; Rita Monteiro1; Catarina Silva1; Carlos Seabra1; Elmano Ramalheira1

Filiações: 1 - Centro Hospitalar do Baixo VougaPalavras-chave: Vitamina B12, Cianocobalamina, Imunoensaio, Fator Intrínseco, Anemia perniciosa

Introdução A deficiência de Vitamina B12 é uma causa relativamente comum de anemia macrocítica. No entanto, estudos têm demonstrado que até 45% dos doentes com esta deficiência podem passar despercebidos, se apenas o doseamento da vitamina no soro for utilizado como teste diagnóstico. O método frequentemente utilizado baseia-se num ensaio imunoenzimático competitivo. Estão descritos alguns fatores que interferem com este método e que dão origem a resultados falso-negativos, nomeadamente, a presença de um título elevado de Anticorpo anti-Fator Intrínseco, como ocorre na anemia perniciosa.

Objectivos Reportar um caso de anemia por deficiência de Vit. B12, com doseamento normal da vitamina.Identificar um possível fator de interferência com o doseamento de Vit. B12

Material e Métodos Revisão dos dados clínicos e laboratoriais de um doente com anemia perniciosa.

Resultados Homem de 78 anos, recorre ao SU por história de astenia, cansaço fácil e palidez cutânea, com cerca de 5 meses de evolução. Negava outra sintomatologia.A.P. irrelevantes.Sem medicação habitual.Ao E.O., com palidez muco-cutânea. Sem outras alterações.Estudo analítico: Hb 5.1g/dL, VGM 119fL, HGM 40.8pg, Ret 3%, LDH 2552 U/L. O esfregaço de sangue revelou: “Anisopoiquilocitose marcada, com macroovalócitos e alguns neutrófilos hipersegmentados”.Exames subsequentes: função hepática, renal e tiroideia, VS, bilirrubinas, haptoglobina, eletroforese de proteínas, cinética de ferro e doseamento de Vit. B12 (286 pg/mL) e Ác. Fólico (15.42 ng/mL) normais. Coombs directo, indireto e marcadores tumorais negativos. Anticorpos anti-Fator Intrínseco e anti-Células Parietais Gástricas positivos. EDA: sinais de gastrite crónica.Após terapia de suporte, iniciou 1mg de Cianocobalamina IM 1xsemana e 5mg de Folicil 1xdia, com resolução do quadro.

Conclusões O presente caso retrata uma possível limitação da técnica de doseamento de Vit. B12 utilizada no nosso laboratório. Métodos recentes, como o doseamento de Holotranscobalamina, permitem ultrapassar essa limitação.

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Nº. 27

Título: AVALIAÇÃO LABORATORIAL DOS MARCADORES TUMORAIS

Autores: Abilio Ramos1; Cláudia André1; Lucia Rego1; Luis Trinta1; Bruno Pires2

Filiações: 1 - Laboratório de Análises Clínicas do Tâmega; 2 - Laboratório de Saúde Pública de BragançaPalavras-chave: Tumor, Marcadores Tumorias, PSA-Total, CEA, alfa-Fetoproteína, CA-125, CA 15.3, CA 19.9, Tiroglobulina

Introdução As células cancerígenas são capazes de invadir tecidos e disseminar-se, culminando, muitas vezes, na morte do paciente. As diferenças entre células normais e neoplásicas são utilizadas no diagnóstico tumoral, sendo acompanhadas por alterações bioquímicas, imunológicas e genéticas, cuja detecção tem sido alvo de investigação oncológica. Os avanços nesta área deram lugar ao que se conhece, genericamente, como marcadores tumorais (MT). Os MT podem ser detectados em diferentes fluidos biológicos, no entanto, dada a sua falta de sensibilidade e especificidade não servem para a detecção precoce de neoplasias. Ainda assim, a sua ampla utilização justifica-se pela sua aplicabilidade na confirmação de um diagnóstico estabelecido por outros métodos e no seguimento de pacientes.

Objectivos Avaliar o perfil de pedidos de MT e respectivas alterações.

Material e Métodos Estudo transversal e retrospectivo. Resultados do Laboratório de Análises Clínicas do Tâmega, de 2015 a 2017, com determinação de pelo menos um dos MT: α- Fetoproteína, CEA, PSA Total, CA-125, CA-19.9, CA 15.3 e Tiroglobulina. Autoanalisadores: Architect i2000/i1000 (quimioluminescência) e Cobas e411 (electroquimioluminescência).

Resultados No decorrer dos 3 anos, ainda que pedidos em larga quantidade, denotou-se um decréscimo constante de solicitações pelos clínicos (5831,4657 e 4505 respectivamente). Avaliando a percentagem de alterações (valores superiores aos de referência), constatou-se uma coerência nos marcadores com maiores variações: PSA Total (12,1%) CA-15.3 (12,4%) e Tiroglobulina (13.3%).

Conclusões Denotou-se uma diminuição na solicitação de MT, provavelmente por recurso a outras metodologias, mas a sua utilização continua a ser fundamental na eleição, planificação de tratamentos e monitorização da resposta aos mesmos. As alterações no PSA-Total, CA-15.3 e Tiroglobulina, remetem respectivamente para alterações oncológicas da próstata, mama e tiróide, indo de encontro à literatura, onde se constata que estes são dos tumores com maior prevalência.

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Nº. 29

Título: RESULTADOS DE ANTICORPOS ANTI-NUCLEARES (ANA) NA REALIDADE DA MEDICINA LABORATORIAL DR.CARLOS TORRES-UNILABS (MLCT-UNILABS)

Autores: Cláudia Pratas1; Paula Ferreira Gomes1; Rita Coutinho1; João Pedro Ramos1

Filiações: 1 - Medicina laboratorial Dr. Carlos Torres-UNILABSPalavras-chave: ANA, ICAP

Introdução Ao longo dos últimos anos a pesquisa de ANA tem tido cada vez maior importância no diagnóstico de várias doenças do foro autoimune. A identificação das especificidades antigénicas tem grande importância fisiopatológica e clínica. O método de excelência para a pesquisa de ANA é a imunofluorescência indireta (IFA) em substrato Hep2. O grupo ICAP(Internacional Consensus on ANA Patterns) surge da necessidade de reportar os resultados de modo uniforme. Ao associar o resultado de ANA a um padrão ICAP restringem-se as possibilidades de antigénios a pesquisar.

Objectivos Evidenciar as vantagens de reportar resultados de ANA de acordo com as mais recentes diretrizes internacionais utilizando como base a nomenclatura ICAP e adaptando-a à realidade da MLCT–UNILABS.

Material e Métodos Quando é solicitada a pesquisa de ANA são efetuados os seguintes métodos para reportar o resultado final: •IFA executada em lâminas Hep2000 da “Immunoconcepts®” nos equipamentos Zenit UP e Zenit G-Sight. •Imunoensaio enzimático (EIA) executado com tecnologia EliA™ no equipamento ImmunoCAP 250 com o teste “Symphony S” (EliA sys)•EIA qualitativo (imunoblot) com a tecnologia “Euroline” no equipamento EUROBlotMaster.

Resultados De acordo com os critérios estabelecidos na MLCT-UNILABS os ANA quando efetuados pela primeira vez são executados pelos métodos de IFA e de EIA. Sempre que o padrão de fluorescência, a idade do paciente ou a discrepância entre os resultados de IFA e EliA sys o justifiquem é efectuada uma técnica adicional para esclarecimento antigénico. O resultado final fornecido é o de IFA com o título, padrão e classificação ICAP.

Conclusões Desde Abril de 2017 que na MLCT-UNILABS os resultados reportados de ANA têm disponível a informação da classificação ICAP. Desta forma a interpretação dos resultados e futuro estudo da patologia associada é facilitado. Nos casos laboratoriais que serão apresentados é evidenciada a vantagem da utilização da classificação ICAP na nova forma adotada para reportar os resultados.

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Nº. 37

Título: SENSIBILIZAÇÃO “IN VITRO” A VENENOS DE HIMENÓPTEROS PELO DOSEAMENTO DA IGE ESPECÍFICA

Autores: Cristina Marcelo2; Patrícia Carrola2; Jorge Nunes2; Manuel Pimenta2; Carlos Cardoso2

Filiações: 2 - Dr. Joaquim Chaves, Laboratório de análises ClínicasPalavras-chave: Alergia, Himenópteros

Introdução Da Ordem Hymenoptera fazem parte duas Famílias de insetos que produzem venenos com importância clínica: a Apidae (Apis melifera e Bombus terrestris) e a Vespidae (Vespa crabro Vespula spp, Polistes spp, Polistes dominulus, e as Dolichovespula arenaria e maculata).A correta identificação do inseto responsável por uma picada pode ser difícil pelo que o diagnóstico laboratorial é particularmente importante, quer para as medidas de evicção, quer quando se equaciona a imunoterapia.De acordo com a literatura, 15 a 25% da população mundial pode estar sensibilizada a venenos de himenópteros podendo ser superior em áreas rurais.

Objectivos Caracterização da sensibilização “in vitro” a venenos de himenópteros na população de utentes do laboratório Dr. Joaquim Chaves.

Material e Métodos Análise retrospetiva dos resultados da IgE específica para venenos de himenópteros, de 2011 a 2017, efetuados por Ensaio imunofluorimétrico, Thermofisher scientific (equipamentos Phadia 250/ 1000).

Resultados Foram analisados 1787 resultados com maior número da Apis melifera (671) seguido da Vespula spp (478) e da Polistes spp (264).Globalmente, 34% dos resultados foram positivos, 32% na família Apidae e 36% na Vespidae. A maior sensibilização ocorreu para a Polistes spp (46%) e para a Polistes dominulus (40% em 45) seguida da Apis melifera (34%) e da Vespula spp (33%).Da família Vespidae, a Vespula spp e a Polistes dominulus são as espécies mais abundantes na Europa mediterrânica. Os pedidos de Vespula spp foram superiores aos da Polistes spp mas a percentagem de positividade é maior para a Polistes spp.

Conclusões A positividade global obtida é superior à da literatura contudo os nossos resultados são de sensibilização “in vitro” podendo estar enviesados por se tratarem de indivíduos a quem foi expressamente requisitado o doseamento da IgE específica para os alergenos em causa.Os resultados sugerem que, face à distribuição geográfica da família Vespidae, a sensibilização à Polistes spp possa estar subdiagnosticada por ser menos requisitada.

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IMUNOLOGIA – POSTERS

Nº. 77

Título: VITAMINA D – COMO ESTÁ A NOSSA POPULAÇÃO?

Autores: Gizela Santos1; João Lago1; Renato Lourenço1; Ana Catarina Guerreiro1

Filiações: 1 - Laboratório de Análises Clínicas Dr. J. Leitão SantosPalavras-chave: Vitamina D

Introdução A quantificação da 25-OH-Vitamina D (25OHD) constitui o melhor índice para avaliar a reserva de vitamina D do organismo. De acordo com o Global Consensus Recommendations on Prevention and Management of Nutritional Rickets de 2016, valores acima dos 20 ng/mL são considerados suficientes.

Objectivos Conhecer a prevalência do défice de vitamina D, na comunidade servida pelo L.A.C. Dr. J Leitão Santos em 2017 e comparação com os valores obtidos em 2016.

Material e Métodos De Janeiro a Dezembro de 2017 foram efectuados 1832 doseamentos de 25OHD total em 1596 utentes (1256 do sexo feminino e 340 do sexo masculino). 215 utentes (13,5%) efectuaram o doseamento pelo menos duas vezes durante o ano de 2017. O doseamento foi efectuado no equipamento Cobas e601 (Roche), utilizando o método de electroquimioluminescência. A amostra foi dividida em três grupos de acordo com os níveis séricos de 25OHD: deficiência (< 12 ng/mL), insuficiência (12-20 ng/mL) e suficiência (> 20 ng/mL).

Resultados Dos 1596 utentes analisados 890 (55,8%) apresentavam níveis suficientes de vitamina D (> 20 ng/mL). 522 (32,7%) apresentavam níveis insuficientes (12-20 ng/mL) e 184 (11,5%) apresentavam deficiência em vitamina D (<12 ng/mL). Num estudo efectuado em 2016, apenas 47,9% apresentavam níveis suficientes de vitamina D (> 20 ng/mL). Dos 215 utentes que efectuaram dois doseamentos, no primeiro doseamento 114 (53%) apresentavam valores ≤ 20 ng/mL e 101 (47%) apresentavam níveis suficientes de vitamina D (> 20 ng/mL). No segundo doseamento apenas 36 (16,7%) apresentavam valores ≤ 20 ng/mL, sendo que 179 (83,3%) apresentavam níveis suficientes de vitamina D (> 20 ng/mL).

Conclusões Verificou-se um ligeiro aumento dos níveis de vitamina D na população estudada de 2016 para 2017. Com os dados dos utentes que efectuaram mais do que um doseamento durante um ano é possível verificar o efeito positivo da suplementação nos níveis de vitamina D com redução dos valores ≤ 20 ng/mL de 53% para 16,7%.

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IMUNOLOGIA – POSTERS

Nº. 79

Título: O LABORATÓRIO NO DESENVOLVIMENTO DE NOVAS TERAPÊUTICAS: ESTUDO NÃO-CLÍNICO SOBRE O USO DA ERITROPOIETINA NA DOENÇA INFLAMATÓRIA INTESTINAL

Autores: Rui Manuel Pinto1,2; Vanessa Mateus2; Cristina Domingos1; Alexandra Centeno1; Silvia Pinto1; Carlos Cardoso1

Filiações: 1 - JCS, Dr. Joaquim Chaves, Laboratório de Análises Clínicas, Miraflores - Algés; 2 - iMed.Ulisboa, Faculdade de Farmácia, Universidade de lisboaPalavras-chave: Eritropoietina, Doença inflamatória intestinal, Novas terapêuticas

Introdução A eritropoietina (Epo) para além de ser o principal regulador da eritropoiese é capaz de inibir a ativação do NF-kB, devido às suas propriedades pleiotrópicas, podendo, desse modo, estar associada a efeitos anti-inflamatórios. A doença inflamatória intestinal (DII) é uma doença crónica cuja qualidade de vida do doente se encontra comprometida e onde a terapêutica actual apenas induz ou mantém o doente em remissão. Por este motivo deve-se continuar a promover a investigação associada ao tratamento da DII através do estudo de novas abordagens farmacológicas.

Objectivos Avaliar o efeito da Epo num modelo de colite induzida por TNBS em ratinho com uma flora intestinal normal.

Material e Métodos Os ratinhos com colite induzida por TNBS foram tratados (GT) diariamente com doses de Epo de 500 e 1000 UI / kg / dia, (doses próximas das utilizadas na prática clínica) administrada por via i.p., durante 4 dias. O grupo controlo/não-tratado com Epo (GNT) foi constituído por ratinhos onde só foi administrado TNBS.

Resultados A Epo atenuou a redução do peso corporal, reduziu a diarreia e o edema do ânus em relação ao GNT de uma forma dependente da dose. As propriedades anti- inflamatórias da Epo, no GT foram confirmadas através da supressão (p<0,05 vs GNT) dos mediadores pró-inflamatórios: TNF-alfa, IL-1beta e MPO, assim como através do aumento (p<0,05 vs GNT) da citocina anti-inflamatória: IL-10. O GT também apresentou uma redução no valor da ALP, sugerindo um efeito benéfico da Epo ao nível da lesão do enterócito induzida pelo TNBS. O score histopatológico encontra-se reduzido após o tratamento com Epo, diminuindo a gravidade e extensão da colite. Adicionalmente, não se observaram alterações, entre os grupo GT e GNT, nos biomarcadores renais e hepáticos (ureia, creatinina e ALT) e no hematócrito.

Conclusões A Eritropoietina melhorou a resposta inflamatória num modelo de DII podendo, deste modo. vir a ser explorada, num futuro próximo, em ensaios clínicos como uma nova terapêutica farmacológica para o tratamento desta doença.

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MICROBIOLOGIA – POSTERS

Nº. 26

Título: IDENTIFICAÇÃO E DIFERENCIAÇÃO DE ESPÉCIES DE CAMPYLOBACTER POR ESPETROMETRIA DE MASSA (TECNOLOGIA MALDI-TOF)

Autores: Vitória Rodrigues1; Sofia Marques1; Sónia Lopes1; Leonor Ramalho1; Marcela Verdingola1; Ricardo Rocha1; Otília Boghenco1

Filiações: 1 - General Lab - SYNLAB PortugalPalavras-chave: Campylobacter, MALDI-TOF

Introdução A infeção por Campylobacter é uma das principais causas de gastroenterite sendo as espécies C. jejuni e C. coli as mais identificadas nas infeções humanas. A maioria dos casos manifesta-se de forma ligeira e autolimitada, mas em crianças jovens, idosos e imunossuprimidos pode ser fatal ou originar complicações graves. Nestas situações a identificação rápida e precisa do agente é importante. As características nutricionais, a baixa atividade metabólica e a exigência de microaerofilia do género Campylobacter levam a que nos laboratórios de rotina o isolamento, a identificação e a diferenciação das espécies pelos métodos fenotípicos seja difícil e demorada.

Objectivos Este trabalho teve como objetivo verificar e confirmar a fiabilidade da identificação de estirpes de Campylobacter spp. isoladas de amostras clínicas, pela tecnologia MALDI-TOF.

Material e Métodos Entre janeiro de 2017 e abril de 2018, de 2454 coproculturas, 77 apresentaram colónias de Campylobacter e de 4214 hemoculturas, 7 positivaram com Campylobacter. A identificação do género e espécie dos 84 isolados foi efetuada por espetrometria de massa MALDI-TOF (VITEK MS). 30 dos 84 isolados foram enviados ao laboratório de referência (INSA) para confirmação da identificação, pelo método de PCR em tempo-real.

Resultados Das coproculturas foram identificadas 2 espécies: C. jejuni e C. coli em 58 e 19 isolados, respetivamente. Também nas hemoculturas foram encontradas as duas espécies C. jejuni (3), C. coli (2) e um isolado foi identificado como C. ureolyticus. O método de PCR em tempo-real, confirmou todos os resultados obtidos pela tecnologia MALDI-TOF.

Conclusões A tecnologia MALDI-TOF é uma alternativa aos métodos tradicionais de identificação, dado que permite a identificação específica, precisa e rápida de bactérias fastidiosas, como as espécies Campylobacter e permite também uma excelente discriminação entre espécies, como a identificação de C. ureolyticus, considerada uma espécie emergente, associada às doenças inflamatórias intestinais.

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MICROBIOLOGIA – POSTERS

Nº. 32

Título: PREVALÊNCIA DO PARASITISMO INTESTINAL NA POPULAÇÃO DO NOROESTE DE PORTUGAL

Autores: Paulo Laranjeira1; Maria Do Rosário Barros1; Andrea Afonso1; Maria Clara Ribeiro2; Maria Alexandra Gomes1; João Pedro Ramos3

Filiações: 1 - Medicina Laboratorial Dr. Carlos Torres – a Unilabs company; 2 - Medicina Laboratorial Dr. Hilário de Lima; 3 - Divisão de Patologia Clínica. Unilabs - PortugalPalavras-chave: parasitoses gastrintestinais, protozoários, helmintas

Introdução A prevalência das parasitoses intestinais em Portugal tem vindo a diminuír nos útimos 30 anos, devido a melhores condições higiénico-sanitárias e à concentração da população em zonas urbanas. Os dados mais recentes assim o comprovam, sendo a Giardia duodenalis o 3º parasita mais prevalente.

Objectivos Registar:• parasitas mais frequentes nos utentes do grupo Unilabs - Portugal e sua distribuição por faixa etária e sexo.• diferenças regionais da prevalência• oscilações na incidência das parasitoses mais vulgarmente diagnosticadas.

Material e Métodos Entre 2 de Fevereiro de 2015 e 8 de Março de 2018, foram processadas 52294 amostras de fezes relativas a 11250 indíviduos do sexo feminino (57,3%; média 37 anos) e 8387 do sexo masculino (42,7%; média 31 anos) do Noroeste de Portugal, para exame parasitológico com enriquecimento pelo método MIFC (centrifugação mertiolato-iodo-formaldeído) Biosepar ParasiTrap®.Consideraram-se três grupos etários, o primeiro até 7 anos, o segundo 8 – 19 anos e o terceiro grupo ≥ 20 anos.No tratamento dos dados foram utilizados o Microsoft Excel 2013 e o Google Maps.

Resultados Na população analisada, encontramos a prevalência de parasitoses gastrintestinais: Protozoários P = 4,75% e Helmintas P = 0,16%.As espécies mais comuns foram a Entamoeba coli P=1,76%, Endolimax nana P=1,26%, Giardia duodenalis P=0,80% e Blastocystis hominis P=0,42% Não se verificaram quaisquer diferenças entre sexos e grupos etários quanto à distribuição das espécies parasitárias nem ocorreu qualquer alteração significativa da sua incidência no período considerado.No grupo, até 7 anos, a Giardia duodenalis foi o segundo agente mais prevalente.

Conclusões A taxa de prevalência de parasitismo intestinal na população do noroeste de Portugal encontra-se estabilizada, nos últimos 3 anos. Os protozoários são os principais agentes das parasitoses gastrintestinais e, sendo veiculados pela água, afetam a população em geral.

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Nº. 33

Título: DESEMPENHO DE UM SISTEMA AUTOMATIZADO DE URIANÁLISE NA PREDIÇÃO DO RESULTADO DA CULTURA DE URINA

Autores: Paulo Laranjeira1; Maria Do Rosário Barros1; Andrea Afonso1; Maria Alexandra Gomes1; Maria Coentrão1; João Pedro Ramos2

Filiações: 1 - Medicina Laboratorial Dr. Carlos Torres – a Unilabs company; 2 - Divisão de Patologia Clínica. Unilabs - PortugalPalavras-chave: urianálise, urinocultura, regressão logística

Introdução O exame cultural da urina é o “gold standard” para o diagnóstico laboratorial de infecções do trato urinário e o único método que pode fornecer informações detalhadas sobre sua etiologia.

Objectivos Avaliar a exatidão diagnóstica dos resultados de urinálise obtidos no sistema automatizado de análise de urinas, sediMAX em conexão com Aution Max AX-4280 (A. Menarini Diagnostics), na predição da cultura de urina positiva.Calcular a razão “odds ratio” entre o resultado de cultura positivo e o negativo aumentado a eficácia da decisão clínica anterior ao resultado microbiológico.

Material e Métodos Estudo retrospectivo dos dados da urinocultura e urianálise respeitantes ao período de Abril e Maio de 2016 (n = 9523) de pacientes em ambulatório e hospitalizados (< 5%). Foram previamente avaliados os pressupostos da regressão logística. Utilizando a cultura positiva como referência, calcularam-se sensibilidade, especificidade, e valores preditivo negativo (VPN) e positivo (VPP), para as variáveis preditoras isoladas e combinadas. A avaliação das combinações possíveis foi feita através de modelos de regressão logística múltipla, seguida da análise das curvas ROC (receiver operator characteristic) das probabilidades calculadas. As análises estatísticas foram realizadas com o software IBM SPSS para Windows, versão 25.0.

Resultados As culturas de urina foram positivas em 1492 (15,7%) de 9523 amostras . A análise das curvas ROC revelou que a associação de nitrito positivo (NO2 > 0), esterase dos leucócitos positiva (LE > 0); glóbulos brancos por campo de grande ampliação (GBB/HPF > 5), Aspeto > “levemente turvo” e pH > 7,0 foi o melhor indicador de cultura de urina positiva (área sob a curva - AUC: 0,847). A especificidade foi de 68,6%, VPN de 95,2% e VPP 32,1% para este algoritmo.

Conclusões Um teste de triagem para deteção precoce de urinas positivas para cultura deve ter uma sensibilidade de 95% e VPN de 95%. No nosso estudo, nenhum parâmetro de urianálise isolado ou em combinação cumpriu esses critérios.

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Nº. 41

Título: OBSERVAÇÃO DE OVOS TRICHURIS VULPIS EM FEZES DE CANÍDEO

Autores: Maria Do Rosário Barros1; Paulo Laranjeira1; Andrea Afonso1; Maria Alexandra Gomes1; José Manuel Morais1

Filiações: 1 - Medicina Laboratorial Dr.º Carlos Torres SA Grupo Unilabs PortugalPalavras-chave: Trichuris vulpis tricuríase zoonótica

Introdução A Tricuríase é causada por várias espécies de Trichuris spp ou “whipworms” encontrando-se somente no intestino do hospedeiro no estado larvar e adulto.A tricuríase animal é causada por Trichuris vulpis (cão) e Trichuris suis (porco). A “whipworm” humana é causada por Trichuris trichiura .O tracto intestinal de humanos pode ocasionalmente conter formas adultas de Trichuris vulpis e Trichuris suis- tricuríase zoonóticas, estando também relatados raros casos de Trichuris vulpis larva migrans visceral (dois casos em pediatria e um em adulto)

Objectivos o diagnóstico é feito pela observação dos ovos no exame parasitológico das fezes. Os ovos dos três Trichuris spp apresentam morfologia semelhante sendo a distinção feita pela correcta medição dos ovos. É importante e essencial a observação ser feita num microscópio com uma ocular micrométrica

Material e Métodos usou-se o método de concentração MIFC (centrifugação com mertiolato-iodo-formaldeído) BioSepar-Parasitrap® e microscópio NIKON ECLIPSE E 200 com câmara digital NIKON COOLPIX

Resultados no exame a fresco, os ovos com a morfologia de Trichuris spp observados por microscopia, medidos pela ocular micrométrica (aproximadamente72-90 µm por 32-40 µm) correspondiam ao tamanho e morfologia dos ovos de Trichuris vulpis

Conclusões O Homem provavelmente será infetado com Trichuris spp zoonótica pela ingestão de água contaminada. Os ovos de Trichuris spp em condições ideais são viáveis durante anos. A prevenção da tricuríase zoonótica, depende do tratamento da trichuríase nos animais infectados e remoção das fezes das áreas onde as crianças brincam antes dos ovos se tornarem embrionados.A falta de dados sobre a prevalência da tricuríase zoonótica e o reduzido número de casos de tricuríase zoonótica descritos, poderá estar relacionada com a utilização de microscópio sem uma lente ocular micrométrica podendo o diagnóstico estar a ser subestimado.

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Nº. 45

Título: AVALIAÇÃO DO PERFIL DE SUSCETIBILIDADE AOS ANTIMICROBIANOS NA INFEÇÃO URINÁRIA DA COMUNIDADE

Autores: Ana Catarina Guerreiro1; Gizela Santos1; João Lago1

Filiações: 1 - Laboratório de Análises Clínicas Dr. J. Leitão Santos, Lda. Alverca, PortugalPalavras-chave: Infeção urinária, comunidade

Introdução As infeções do trato urinário (ITU) a seguir às infeções respiratórias são as mais frequentes na comunidade. O conhecimento sobre a prevalência das estirpes bacterianas e a sua suscetibilidade (S) aos antibióticos é fundamental para a instituição de uma terapêutica empírica eficaz.

Objectivos Avaliar o espectro etiológico e o padrão de resistência aos antibióticos dos principais agentes de ITU no ano de 2017.

Material e Métodos Foram analisadas 6342 urinas, sendo as positivas (1785) estudadas quanto ao agente/perfil de S dos seguintes antibióticos: amoxicilina, amox./ác. clavulânico, cefuroxima, cefotaxima, ertapenem, ciprofloxacina, fosfomicina, gentamicina, cotrimoxazol e nitrofurantoína, utilizando o sistema Vitek 2 Compact (bioMérieux).

Resultados A prevalência global de ITU foi de 28%. Os agentes mais frequentes foram Escherichia coli (61%), Klebsiella pneumoniae (14%), Proteus mirabilis (7%) e Enterococcus faecalis (4%). Nas Enterobactérias os antibióticos com maior resistência foram amoxicilina, ciprofloxacina e cotrimoxazol. A fosfomicina e a nitrofurantoína apresentaram S elevada (97/99%) para a E. coli. E. faecalis apresentou taxas de resistência de 2% para amoxicilina e nitrofurantoína. .A resistência às cefalosporinas de 3ª geração por produção de beta-lactamases de espectro alargado foi de 20% para a K. pneumoniae e de 6% para a E. coli. Foram detetadas oito estirpes de K. pneumoniae resistentes aos carbapenemos:quatro produtoras de carbapenemases e quatro produtoras de cefalosporinases do tipo AmpC em associação com mecanismos de impermeabilidade.

Conclusões A E. coli continua a ser o agente de ITU mais frequente na comunidade. A amoxicilina, as fluoroquinolonas e o cotrimoxazol, demonstram baixa eficácia como terapêutica empírica (elevada resistência). A fosfomicina e a nitrofurantoína são uma boa opção para o tratamento empírico da ITU quando causada por E. coli. A multirresistência é mais frequente na K. pneumoniae, sendo um problema emergente de saúde pública tanto a nível hospitalar como na comunidade.

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Nº. 50

TÍTULO: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE O ANALISADOR UF-1000I E O EXAME CULTURAL URINÁRIO

Autores: Máriam Calú1; Isabel Monge1

Filiações: 1 - Hospital Prof. Doutor Fernando FonsecaPalavras-chave: UF1000i

Introdução As infecções urinárias são das mais frequentes infecções hospitalares e na comunidade, sendo a urocultura um dos exames mais requisitados no laboratório .Torna-se imperativo a existência de um método de screening rápido e eficaz na detecção de possíveis infecções urinárias .O analisador automatizado do sedimento urinário UF-1000i da Sysmex permite realizar o rápido screening das urinas, usando como metodologia a citometria de fluxo.

Objectivos Avaliar o desempenho do UF-1000i na detecção de bactérias e fungos em amostras urinárias, de forma a identificar: Amostras negativas, que podem ser excluídas do exame cultural, transmitindo imediatamente o resultado ao clínico Amostras positivas, para posterior exame cultural

Material e Métodos Neste estudo foram analisadas 302 amostras de urinas de doentes da rotina do laboratório.Todas as amostras foram processadas no UF-1000i e foi realizado o exame cultural, sendo efectuado o estudo comparativo dos resultados obtidos.

Resultados Das 302 urinas analisadas no exame cultural, obtivemos 216 (72%) resultados negativos, 86 (28%) resultados positivos. Dos resultados positivos, 20 (23%) foram contaminações. Os resultados obtidos pelo screening efectuado pelo UF-1000i são: 86 verdadeiros positivos e 155 verdadeiros negativos (79,80%); 53 falsos positivos (17,55%); 8 falsos negativos (2,65%); Sensibilidade 91,5%; Especificidade 75% A percentagem de falsos positivos pode-se dever ao início precoce de antibioterapia. A percentagem de falsos negativos foi baixa, sendo este um parâmetro laboratorial importante com sérias repercussões clínicas.

Conclusões Com o uso do UF-1000i o laboratório de Microbiologia poderá melhorar a sua eficiência: pela identificação precoce de amostras negativas, reduzindo o tempo de saída dos resultados negativos para minutos e evitando exames culturais desnecessários.Assim, terá um impacto na redução do volume de trabalho e dos custos hospitalares.Dada a baixa percentagem de falsos negativos é um método adequado para a triagem de urinas.

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Nº. 51

Título: AVALIAÇÃO DA EVOLUÇÃO DE RESISTÊNCIAS AOS ANTIMICROBIANOS DE BACTÉRIAS ANAERÓBIAS NUM HOSPITAL TERCIÁRIO

Autores: Margarida Pereira1; Filipa Carneiro1; Antónia Read1; Margarida Monteiro1; Maria João Soares1; Valquíria Alves1

Filiações: 1 - Unidade Local de Saúde de MatosinhosPalavras-chave: suscetibilidade, bactérias anaeróbias

Introdução As bactérias anaeróbias (ANA) compreendem o grupo mais numeroso do microbioma humano podendo atuar como patogénicos sobretudo em locais contíguos a estruturas colonizadas. Existe evidência que as infeções por ANA são subdiagnosticadas.

Objectivos Avaliação da prevalência e evolução das resistências (R) nas ANA aos antimicrobianos (ATB) nos últimos 8 anos.

Material e Métodos Análise retrospetiva. Avaliação da suscetibilidade aos seguintes ATB: amoxicilina- ácido clavulânico (AMC); imipenem (IMI); metronidazol (MET) e clindamicina (CLIN). ANA divididas em 3 grupos: Bacteroides gupo fragilis , ANA Gram negativo ( Prevotella spp, Porphyromonas spp ,Veilonella spp) e ANA Gram positivo.

Resultados Em 2017 isolados 305 ANA em vários tipos de amostras (4,8 % do total de isolamentos). Quanto à frequência de isolamentos: 1) ANA Gram negativo (n=123;40%); 2) Bacteroides do grupo fragilis (n= 106;35%); 3) ANA Gram positivo (n=76; 25%). Principais focos de infeção: pele e tecidos moles (51%), intra-abdominal (32%), ginecológica (7%) e ferida cirúrgica (5%). Quanto ao perfil de susceptibilidade as ANA apresentaram as seguintes taxas de sensibilidade: IMI (100%), AMC (96%), MET (83%) e CLIN (72%). Quanto à evolução das R ao longo dos últimos 8 anos verificou-se: 1) diminuição estatisticamente significativa da R a AMC em todos ANA; 2) R à CLIN manteve um perfil ascendente; 3) aumento da R em ANA Gram positivo no MET e 4) Identificadas 2 estirpes de Bacteroides grupo fragilis R ao MET. Não observada relação entre o perfil de suscetibilidade com a idade, género ou tipo de amostra.

Conclusões A R observada em Bacteroides grupo fragilis deverá ser valorizada com cautela já que é excecional e poderá ter como causa erros técnicos laboratoriais. Tendo em conta o perfil de susceptibilidade antimicrobiano apresentado, CLIN não deve ser considerada como opção na antibioterapia empírica e AMC deve ser ATB de escolha na instituição. Este estudo corrobora a importância da monitorização do perfil de suscetibilidade aos ATB.

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Nº. 56

Título: CARACTERIZAÇÃO DOS FUNGOS LEVEDURIFORMES COLONIZADORES DA POPULAÇÃO DE DOENTES DO IPOCFG,EPE E SUAS RESISTÊNCIAS AOS ANTIFÚNGICOS

Autores: Maria Alexandre Mendes1; Nuno Gonzaga1; Marilisa Borges1; Joana A. Silva1; Frederico Valido1

Filiações: 1 - IPOCFG,EPEPalavras-chave: Epidemiologia de fungos leveduriformes

Introdução A maioria dos eventos de candidémia, uma condição com elevadas taxas de morbilidade e mortalidade associada aos cuidados de saúde, são precedidos de colonização pela mesma espécie de leveduras, sendo esta considerada como um fator de risco independente para o seu desenvolvimento. As guidelines consideram fundamental que seja conhecida a epidemiologia local e as taxas de resistência aos antifúngicos para fundamentar as decisões de terapêutica empírica e profilaxia.

Objectivos Caracterizar os fungos leveduriformes que colonizam a população de doentes do IPOCfG,EPE e as suas resistências aos antifúngicos, com vista à adoção de estratégias apropriadas para a terapêutica empírica e profilaxia da candidémia.

Material e Métodos Foram estudados todos os fungos leveduriformes isolados de amostras biológicas que chegaram ao Sector de Microbiologia do Serviço de Patologia Clínica do IPOCFG, E.P.E. com identificação (ID) e teste de sensibilidade aos antimicrobianos (TSA), usando reagentes e equipamentos da bioMerieux®. A interpretação do TSA foi feita recorrendo às regras EUCAST e, na ausência de “breakpoints” para os microrganismos e antifúngicos em causa, às regras CLSI e FDA.

Resultados No total foram estudadas 160 espécies de Candida sp., sendo C. albicans o fungo leveduriforme mais frequentementemente isolado como colonizador em amostras biológicas, seguida de C. glabrata e C. krusei. 3,4% das estirpes de C. albicans estudada evidenciaram resistência ao fluconazol, 4,8% à anfotericina B e 1,1% à flucitosina. A população de C. kruzei estudada evidenciou 25% de resistência à anfotericina B e 100% de sensibilidade diminuída à flucitosina. As estirpes de C. glabrata evidenciou 100% de sensibilidade diminuída ao fluconazol, como esperado.

Conclusões Os dados permitem sustentar que, para a população em estudo, se deverá utilizar fluconazol na terapêutica empírica e profilaxia de infecções invasivas por Candida sp., e que nos casos com suspeita de C. krusei ou C. glabrata se deverá optar por voriconazol.

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Nº. 59

TÍTULO: LISTERIA MONOCYTOGENES: 5 ANOS DE ESTUDO NO CENTRO HOSPITALAR UNIVERSITÁRIO DE COIMBRA

Autores: João Gonçalo Frade1; Teresa Reis1; Catarina Chaves1; Henrique Oliveira1; Fernando Rodrigues1

Filiações: 1 - Serviço de Patologia Clínica, Centro Hospitalar e Universitário de CoimbraPalavras-chave: Listeria monocytogenes; grávida; idoso; imunocomprometido

Introdução A Listeriose, causada por Listeria monocytogenes, surge após consumo de alimentos contaminados. A doença é auto-limitada em adultos abaixo dos 65 anos mas em idosos, doentes imunocomprometidos e grávidas o quadro clínico pode ser grave (com meningite e infecção cerebral/sanguínea). Em grávidas a infecção desencadeia síndrome gripal que pode conduzir à morte fetal ou listeriose congénita no recém-nascido. Em 2016 foi incluída pela Direção-Geral da Saúde na lista de Doenças de Declaração Obrigatória, devendo ser considerada na suspeita de meningite e em grávidas com febre, leucocitose e PCR elevadas.

Objectivos Detalhar a infeção por L. monocytogenes no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra entre 2013 a 2017.Material e Métodos A identificação foi realizada nos equipamentos MicroScan® (Siemens) e Vitek 2® e Vitek MS® (Biomérieux). Os antibiogramas foram obtidos por E-Test e interpretados pela EUCAST.

Resultados Foram estudados 21 doentes (14 homens, 63,3%; e 7 mulheres, 33,3%) com positividade para L. monocytogenes em 32 amostras: 22 de sangue total (70,9%); 6 de líquido cefalorraquídeo (19,3%); 2 de placenta (6,6%); e 1 de pús de abcesso (3,1%). 15 doentes (71,4%) enquadravam-se na população atrás descrita: 6 eram imunocomprometidos por tratamento de neoplasia, transplante hepático e positividade para VIH; 6 doentes recorreram ao Serviço de Urgência (SU) com sinais meníngeos e/ou síncope, cefaleias e febre superior a 38,5ºC, com diagnóstico posterior de meningite; e 3 grávidas apresentavam no SU febre, cefaleias, PCR elevada e leucocitose com neutrofilia, verificando-se perda fetal em duas. No SU todos os doentes foram tratados com ampicilina e ceftriaxone, com administração de meropenemo a 3. Atendendo às comorbilidades identificadas, não foi possível determinar a taxa de mortalidade direta por infeção por L. monocytogenes.

Conclusões A Listeriose é pouco frequente mas de elevado impacto clínico, devendo ser prevenida (em particular na grávida) reduzindo o risco de ingestão de alimentos contaminados.

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Nº. 68

Título: ESTUDO DA FREQUÊNCIA DE INFEÇÕES POR NEISSERIA GONORRHOEAE E PREVALÊNCIA DE RESISTÊNCIA AOS ANTIMICROBIANOS

Autores: Alexandra Rodrigues1; Rui Pinto1; Graça Trigueiro1; Catarina Vieira1; Sónia Soares1; Carlos Cardoso1

Filiações: 1 - Dr. Joaquim Chaves, Laboratório de Análises ClínicasPalavras-chave: Neisseria gonorrhoeae, Gonorreia, Teste de Sensibilidade aos Antibióticos

Introdução Segundo a Organização Mundial de Saúde, as infeções gonocócicas representam 78 milhões dos cerca de 357 milhões de novos casos de infeções sexualmente transmissíveis curáveis ocorridas globalmente a cada ano. Para além da elevada incidência de infeções por N. gonorrhoeae, esta bactéria evidencia uma capacidade extraordinária de desenvolver resistências a múltiplas classes de antibióticos.

Objectivos Este estudo teve como objetivo avaliar a frequência de infeções gonocócicas e o perfil de resistências numa população de utentes que recorreu a um laboratório de ambulatório (Dr. Joaquim Chaves, Laboratório de Análises Clínicas) entre Janeiro de 2007 e Dezembro de 2016.

Material e Métodos Foram analisadas 163 976 amostras, 5 458 exsudados uretrais de homens e 158 518 exsudados vaginais. As amostras foram semeadas em meio Gelose VCAT3. A observação de diplococos de Gram negativo intracelulares e a utilização de cartas de ID VITEK® 2 (NH test Kit) permitiram a identificação do microrganismo. O antibiograma foi realizado pelo método de Eteste em Gelose GC, de acordo com as normas EUCAST, e foram testadas a Penicilina, Ciprofloxacina e Ceftriaxona.

Resultados Obtiveram-se 444 (0,27%) amostras positivas para N. gonorrhoeae com uma maior frequência de infeções no homem (0,22%) do que na mulher (0,05%). Os dados revelaram um aumento do número de infeções de 2007 (0,12%) para 2016 (0,57%). O estudo de suscetibilidade demonstrou um aumento evidente da resistência quer à Ciprofloxacina (45% para 70%) como à Penicilina (65% para 83%) de 2007 para 2016, respetivamente. Quanto à Ceftriaxona, não foram encontradas resistências.

Conclusões Os dados do estudo revelaram um aumento muito evidente do número de infeções gonocócicas, quase quintuplicou, de 2007 para 2016. As infeções são quatro vezes mais frequentes nos homens e ocorrem em maior número no grupo etário dos 20-24 anos. Do estudo do perfil de resistências, concluiu-se que a ceftriaxona é o único antibiótico que poderá ser prescrito de forma empírica.

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Nº. 69

Título: ESTUDO GENÉTICO EM ESTIRPES DE NEISSERIA GONORRHOEAE PROVENIENTES DE PARES DE PARCEIROS SEXUAIS

Autores: Alexandra Rodrigues1; Rui Pinto1; João Paulo Gomes2; Miguel Pinto2; Graça Trigueiro1; Carlos Cardoso1

Filiações: 1 - Dr. Joaquim Chaves, Laboratório de Análises Clínicas; 2 - Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo JorgePalavras-chave: Neisseria gonorrhoeae, Sequênciação de Nova Geração, Gonorreia

Introdução Neisseria gonorrhoeae é uma bactéria que infeta exclusivamente o Homem, transmite-se por contacto sexual e é responsável pela gonorreia, que se caracteriza por uretrite, cervicite, faringite ou proctite.

Objectivos O estudo teve como objetivo investigar possíveis alterações ao nível genético que possam ocorrer em N. gonorrhoeae após a transmissão entre parceiros sexuais e durante o processo de infeção homem/mulher, tendo em conta as diferentes características inerentes aos hospedeiros dos dois géneros.

Material e Métodos Foram analisadas 9763 amostras, 304 exsudados uretrais de homens e 9459 exsudados vaginais nos utentes que recorreram a um laboratório de ambulatório (Dr. Joaquim Chaves, Laboratório de Análises Clínicas) entre 1 de Março e 31 de Agosto de 2017. Foram identificados 36 casos de gonorreia e destes obtiveram-se dois pares de parceiros sexuais. Para o estudo genético das 4 estirpes foi aplicada a técnica de sequenciação total do genoma no equipamento MiSeq Illumina®.

Resultados A análise da sequência genética total do cromossoma de cada estirpe confirmou que os parceiros estavam infetados com a mesma estirpe de N. gonorrhoeae. A comparação dos genomas totais de cada par de parceiros revelou a inexistência de perda ou ganho de material genético. No entanto, foi possível observar diferenças genéticas sob a forma de mutações pontuais quando se comparou as estirpes dos mesmos parceiros.

Conclusões Os resultados indicam a possibilidade de haver genes que a bactéria necessita de modificar de forma a se adaptar a ambientes diferentes durante o processo de infeção homem/mulher para promover a sua sobrevivência.

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Nº. 71

Título: PERICARDITE TUBERCULOSA, CASO CLÍNICO

Autores: Máriam Calú1

Filiações: 1 - Hospital Prof. Doutor Fernando FonsecaPalavras-chave: Pericardite Tuberculosa

Introdução A Tuberculose (TB) é uma doença infecciosa causada pelo Mycobacterium tuberculosis e constitui um grave problema de saúde pública a nível mundial.Segundo a OMS, a incidência da TB em 2016 foi de 10,4 milhões de novos casos no mundo, destes 10% em doentes infectados pelo Vírus de Imunodeficiência Humana.Portugal foi colocado no grupo de países de baixa incidência de TB, com uma taxa de incidência de 16,5/100,000 habitantes.Entre as formas de apresentação da TB inclui-se a Pericardite Tuberculosa, uma forma rara, com uma incidência de 1-2%.

Resultados Caso clínico Mulher de 29 anos, natural de Angola, recorre ao SU por toracalgia anterior esquerda opressiva, com agravamento respiratório com 5h de evoluçãoAntecedentes familiares:o marido teve T.pulmonar há 1 anoAnaliticamente: leucocitose17.200, neutrofilia91%, PCR11 mg/dl, Ac.HIV1positivoO estudo imagiológico do tórax revelou, na Radiografia, um aumento marcado do Índice Cardiotorácico e apagamento dos sulcos costo e cardio-frénicos. A TAC evidenciou múltiplas adenopatias e uma área de consolidação no lobo superior esquerdo pulmonar com cavitação centralO Ecocardiograma Transtorácico revelou volumoso derrame pericárdicoFoi realizada uma Pericardiocentese, obtendo-se um líquido de aspecto turvo, com 27000 células nucleadas/mm³ e com predomínio de PMN(90%)O estudo microbiológico de TB consistiu no exame directo, na identificação do complexo M. tuberculosis e detecção da resistência à Rifampicina por PCR (GeneXpert-Werfen) e no exame cultural com determinação da susceptibilidade aos antibacilares de 1ª linhaA doente iniciou terapêutica com 2HRZE/4HR, mantendo até à data

Conclusões O diagnóstico precoce da TB com identificação da resistência à Rifampicina é fundamental para o tratamento precoce eficaz e prevenção da transmissão da doença na ComunidadeDestacar a importância da realização do rastreio de TB no contexto familiar do doente, de modo a diagnosticar precocemente as infecções e impedir a sua progressão a doença

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Nº. 72

Título: MENINGOCOCCÉMIA NO ADULTO. DESCRIÇÃO DE UM CASO CLÍNICO.

Autores: Cristiana Canha1; Catarina Chaves1; Henrique Oliveira1; Fernando Rodrigues1; Cristiana Helena Rego Canha1

Filiações: 1 - CENTRO HOSPITALAR E UNIVERSITÁRIO DE COIMBRA. SERVIÇO DE PATOLOGIA CLÍNICA.Palavras-chave: MENINGOCOCCÉMIA. NEISSERIAE MENINGITIDIS.

Introdução Meningococcémia é causada pela bactéria Neisseriae meningitidis, diplococo Gram negativo, que possui 13 serogrupos clinicamente significativos dos quais 5 podem causar doença fatal: A, B, C, W135 E Y.Cerca de 1 a 10 pessoas estão colonizadas por esta bactéria (nariz e garganta) sem sinais ou sintomas de doença meningocócica. A bactéria é transmitida através das secreções respiratórias (gotículas de saliva, espirro ou tosse). A infeção meningocócica pode manifestar-se com sinais e sintomas de meningite ou meningococcémia sem meningite.

Objectivos Os autores apresentam o caso de uma doente do sexo feminino, 46 anos, fumadora, com antecedentes pessoais de fratura bimaleolar esquerda, bypass gástrico e estudada no serviço de Hematologia por linfocitose e gânglio submandibular palpável. Recorre ao serviço de urgência (SU) por sensação de lipotímia precedida de visão turva e tonturas. Posteriormente apresenta arrepios de frio e tremores generalizados. Menciona congestão nasal, rinorreia com 4 semanas de evolução. Na última semana refere tosse pouco produtiva, expetoração e adenopatia submandibular palpável, bilateralmente, dolorosa. À admissão no SU encontra-se febril, taquicárdica e com dispneia. Refere lombalgia central constante durante a permanência na urgência. A gasimetria apresenta alcalémia por alcalose respiratória, com hiperlactacidémia. Analiticamente apresenta elevação franca dos parâmetros inflamatórios, com neutrofilia. Antigenúria (Streptococcus pneumoniae) negativa. Radiografia torácica sem imagens de consolidação ou infiltrados. Ecografia abdominal sem alterações. Foram colhidas culturas e iniciada antibioterapia empírica com Levofloxacina. Desenvolve rash cutâneo, suspende medicação. Por agravamento analítico, fica internada.

Material e Métodos -

Resultados -

Conclusões A hemocultura positiva para Neisseriae meningitidis fez o diagnóstico de Meningococcémia sem meningite. A doente cumpriu antibioterapia com ceftriaxona. É recomendada profilaxia pós-exposição com ciprofloxacina 500mg aos contactos próximos.

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Nº. 73

Título: STRONGYLOIDES STERCORALIS. URGÊNCIA PARASITÁRIA? CASO CLÍNICO.

Autores: Cristiana Canha1; Clara Oliveira1; Catarina Chaves1; Henrique Oliveira1

Filiações: 1 - CENTRO HOSPITALAR E UNIVERSITÁRIO DE COIMBRA. SERVIÇO DE PATOLOGIA CLÍNICA.Palavras-chave: STRONGYLOIDES STERCORALIS. HELMINTA. PARASITA

Introdução Estrongiloidíase é a doença causada pelo nemátodo do género Strongyloides. A espécie S. stercoralis ocorre endemicamente no Homem nas regiões quentes do Globo . A via de transmissão primária é através da penetração cutânea das larvas, presentes no solo contaminado. O parasita apresenta a capacidade de autoinfeção o que contribui para os casos de infeção persistente, mesmo após os portadores terem abandonado uma região endémica há décadas. A maioria das pessoas infetadas não apresenta sintomatologia. Os que desenvolvem apresentam queixas não específicas e generalizadas. Alguns desenvolvem dor abdominal, episódios de diarreia e obstipação, tosse seca e rash e raramente artrite, problemas renais e cardíacos.

Objectivos Os autores apresentam o caso de um doente do sexo masculino, 49 anos com antecedentes pessoais de dislipidemia, cirurgia coluna, tabagismo e gota. Residiu em África e Brasil há mais de 10 anos. Recorre ao serviço de urgência (SU) por mal estar inespecífico, dor retroesternal e HTA. Refere hiperpigmentação cutânea do tronco e face, edemas dos membros inferiores, desconforto abdominal, dejeções diarreicas e astenia com cerca de um mês de evolução. Tosse não produtiva desde há 15 dias.Apresenta em estudo analítico hipocaliémia, alcalose metabólica, hipoxemia leucocitose com neutrofilia e PCR normal. Nos exames complementares de diagnóstico observam-se lesões nodulares no fígado; duas massas rim esquerdo; parênquima pulmonar com exuberante densificação e nódulo; lesão quística entre o pâncreas e duodeno. Biópsia duodenal revela ovos e larvas de Strongyloides stercoralis. O exame de fezes, aspirado duodenal e aspirado traqueobrônquico foram positivos com larvas do parasita. Terapêutica com Ivermectina.

Material e Métodos -

Resultados -

Conclusões São raras as formas severas da doença, Síndrome de Hiperinfeção e/ou Estrongiloidíase disseminada, mais frequente com terapia imunossupressiva ou corticoterapia, sendo 90% fatal. Os sintomas resultam da migração do parasita para os vários órgãos do corpo.

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Nº. 74

Título: CAMPYLOBACTER FETUS: O ACHADO INESPERADO ASSOCIADO A BACTERIEMIA EM DOENTE ONCOLÓGICA. RELATO DE UM CASO CLÍNICO

Autores: Vitória Rodrigues1; Margarida Franco2; Teresa Graça2; Sofia Marques1

Filiações: 1 - General Lab - SYNLAB Portugal; 2 - Hospital Lusíadas LisboaPalavras-chave: Campylobacter fetus, Bacteriemia, Imunodepressão

Introdução Campylobacter fetus é um agente patogénico oportunista que pode infetar os humanos através da ingestão de alimentos de origem animal contaminados. Embora raramente possa causar infeções intestinais está associado a bacteriemia e infeções extraintestinais graves em imunodeprimidos.

Objectivos Descrever um caso de bacteriemia por Campylobacter fetus numa doente oncológica.

Material e Métodos Doente do sexo feminino, 68 anos de idade, seguida na oncologia por neoplasia do ovário e submetida a vários ciclos de quimioterapia.Faz ascites recorrentes devido a carcinomatose peritoneal e por essa razão sujeita a vários internamentos para paracentese evacuadora.Todos os exames microbiológicos anteriores (hemoculturas e líquido ascítico) foram negativos.Recentemente recorre ao hospital com febre e mal-estar e é internada com suspeita de pielonefrite obstrutiva/sepsis urinária.Foi-lhe efetuada colheita de líquido ascítico e dois pares de hemoculturas (aeróbios e anaeróbios).O exame cultural do líquido ascítico foi negativo, mas positivaram as garrafas para pesquisa de anaeróbios nas duas hemoculturas.Das garrafas positivas foram efetuados exames diretos corados pela coloração de Gram e culturas em meios sólidos: gelose sangue e gelose de Schaedler incubados 24 h a 37 °C, respetivamente em atmosfera de aerobiose e anaerobiose.

Resultados Nas colorações observaram bacilos Gram negativos curvos e espiralados.Na cultura no meio de Schadler observaram-se colónias pequenas translucidas e brilhantes que foram posteriormente identificadas por espetrometria de massa (VITEK MS) como Campylobacter fetus, com um grau de confiança de 99,9%.

Conclusões Os dados clínicos observados neste caso estão de acordo com a literatura.Casos de bacteremia devido a infeção por Campylobacter fetus são pouco frequentes e estão geralmente associados a doentes imunodeprimidos. Ao contrário das infeções causadas por outras espécies do género Campylobacter a bacteriemia é predominante, a doença não é auto-limitada e se não tratada pode causar a morte.

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Nº. 76

TÍTULO: A CONTRIBUIÇÃO DO LABORATÓRIO DA COMUNIDADE NO USO RESPONSÁVEL DO ANTIBIÓTICO – A EXPERIÊNCIA DO LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS DR. J. LEI

Autores: João Lago1; Ana Catarina Guerreiro1; Gizela Santos1

Filiações: 1 - Laboratório de Análises Clínicas Dr. J. Leitão SantosPalavras-chave: Antibiótico, Uso racional, Comunidade

Introdução Os laboratórios de Análises Clínicas da comunidade podem ter um papel muito importante no apoio ao uso racional do antibiótico, não só através da divulgação dos seus resultados em sessões de informação junto dos clínicos da região, como também na elaboração de cartas epidemiológicas anuais de apoio à prescrição empírica.

Objectivos Propor metodologia a implementar pelo laboratório da comunidade para apoiar a atividade do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos (PPCIRA).

Material e Métodos Por rotina, o laboratório deve agir de acordo com as normas da Direção Geral da Saúde e trabalhar de acordo com as boas práticas laboratoriais de forma a obter resultados rápidos e disponibilizar a informação que leva à adequação da terapêutica do doente.Indo de encontro às estratégias específicas do PPCIRA, o laboratório deve: identificar as resistências aos antimicrobianos e estabelecer os perfis epidemiológicos da comunidade, essencialmente ao nível das infeções urinárias, e participar em sessões clínicas, apresentando os resultados dos perfis epidemiológicos aos clínicos.

Resultados As atividades desenvolvidas envolveram comunicações orais em congressos nacionais e várias sessões científicas em USF da região geográfica do laboratório. Foram também efetuadas algumas comunicações em painel em congressos nacionais e elaboração de cartas epidemiológicas desde 2016, para distribuir aos clínicos da região.

Conclusões O tratamento dos doentes deve basear-se no conhecimento da epidemiologia bacteriana da região, do seu padrão de resistência e numa constante atualização dos perfis de resistência.Uma terapêutica eficaz permite reduzir: o número de resistências, os custos associados à utilização de antibióticos desnecessários e o número de internamentos.O laboratório da comunidade pode contribuir para a melhoria da decisão clínica, promovendo o uso racional do antibiótico.

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Nº. 81

Título: QUANDO A CEFALEIA É AFINAL… MENINGITE!- O PAPEL DO LABORATÓRIO

Autores: Sofia Novo1; Bruno Fernandes1; Margarida Tomaz1; Paula Mota1

Filiações: 1 - Hospital Senhora da Oliveira, GuimarãesPalavras-chave: Métodos moleculares de diagnóstico

Introdução A meningite é uma inflamação das meninges geralmente de etiologia infeciosa. Exige diagnóstico precoce uma vez que progride rapidamente, estando associada a elevada morbimortalidade para o doente.

Objectivos O Laboratório pode dar precioso contributo no diagnóstico, para rápida instituição de terapêutica.

Material e Métodos Homem de 21 anos recorreu ao Serviço de Urgência (SU) por quadro de cefaleias holocranianas e desconforto cervical persistentes, com 3 dias de evolução, associados a fotofobia, náuseas e 2 episódios de vómitos. Nega febre ou traumatismo cranioencefálico. Ao exame objetivo apresentava bom estado geral, apirexia e exame físico sem alterações. No SU fez reforço da analgesia sem sucesso. Realizou tomografia cranioencefálica e estudo analítico (hemograma, bioquímica e urina tipo II) que não revelaram alterações. Dada a persistência do quadro colocou-se hipótese diagnóstica de meningite, sendo realizada punção lombar para esclarecimento da etiologia.

Resultados O estudo do LCR mostrou aspeto turvo, 980 leucócitos/µL com 98% de mononucleares, cloretos 129 mEq/L, glicose 49mg/dL, proteínas 94.7mg/dL. Perante estes resultados o Laboratório disponibilizou a realização do painel Meningitis/Encephalitis, no sistema multiplex PCR FilmArray® (BioFire Diagnostics) identificando o vírus Varicella Zooster como agente etiológico da infeção, em cerca de 1 hora, permitindo iniciar de imediato terapêutica dirigida, com Aciclovir.

Conclusões O diagnóstico precoce e consequente tratamento adequado da meningite são fundamentais para reduzir a mortalidade e morbilidade que lhe está associada. O Laboratório, ao dispor de métodos moleculares de diagnóstico, fornece resultados fiáveis num curto período de tempo, o que acarreta inúmeros benefícios, nomeadamente a instituição da terapêutica adequada à etiologia e a tomada de medidas de controlo de infeção, se necessárias, tendo impacto não só para o paciente como para a população em geral.

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Nº. 82

Título: EPIDEMIOLOGIA DO STREPTOCOCCUS PYOGENES NA AMIGDALITE AGUDA NA IDADE PEDIÁTRICA EM AMBULATÓRIO.

Autores: Elisabeth Costa1

Filiações: 1 - Avelab -Laboratórios MédicosPalavras-chave: Streptococcus Grupo A Lancefield, Pediatria, Ambulatório

Introdução O Streptococcus pyogenes ou Streptococcus de Grupo A (SGA) é a causa mais frequente de Amigdalite Aguda (AA) bacteriana na idade pediátrica. Contudo, a DGS (2012) preconiza a confirmação da etiologia AA mediante o teste diagnóstico antigénico rápido (TDAR) e/ou cultura de exsudados da orofaringe, antes do início da antibioterapia.

Objectivos O principal objetivo deste trabalho visa conhecer a epidemiologia do SGA como agente etiológico de AA na idade pediátrica em ambulatório entre Janeiro de 2015 e Dezembro de 2017.

Material e Métodos Os dados utilizados para a realização deste estudo retrospetivo foram recolhidos de utentes pediátricos que recorreram ao Avelab – Laboratórios Médicos para pesquisa de SGA no exsudado orofaríngeo entre Janeiro de 2015 e Dezembro de 2017. O tratamento dos dados foi realizado em Excel.

Resultados Foram obtidas um total de 114 amostras de exsudados da orofaringe, das quais 67% para TDAR e 33% para exame cultural. Obteve-se 66% de resultados negativos e 34% de resultados positivos para SGA. A distribuição dos resultados positivos em função do escalão etário reflecte uma maior incidência na fase pré-escolar e na fase escolar. A distribuição sazonal mostra um aumento de resultados positivos para SGA no Outono e Inverno.

Conclusões O exame cultural é ainda o método de referência no diagnóstico da AA por SGA. No entanto, apresenta a desvantagem na demora da disponibilidade do resultado (24 a 48 horas), comparativamente aos TDAR (15 a 30 minutos). Mediante a análise dos dados observa-se um aumento da procura dos TDAR, que atualmente apresentam uma excelente especificidade e permitem a racionalização da prescrição de antibióticos. Alguns estudos publicados sugerem características epidemiológicas típicas do SGA. Desta forma, verifica-se que o SGA afeta principalmente crianças em idade pré-escolar e escolar, sendo o maior período de contágio no Outono e Inverno. Seria importante alargar este estudo em ambulatório a outras regiões do país para verificar a epidemiologia do SGA a nível nacional.

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Nº. 83

Título: HEMOCULTURAS E BACTERIÉMIAS: ANALISE DESCRITIVA DA REALIDADE DO CENTRO HOSPITALAR ENTRE DOURO E VOUGA ENTRE 2012-2017.

Autores: Ana Aguiar1; Joana Ferreira1; Mariana Silva1; Ana Silva1

Filiações: 1 - Centro Hospitalar Entre Douro e VougaPalavras-chave: Hemoculturas, Bacteriémias, Epidemiologia

Introdução A invasão da corrente sanguínea por microorganismos (bacteriémia) constitui uma das mais graves situações em doenças infecciosas, com elevada mortalidade. A detecção do agente patogénico invasor realiza-se através de um procedimento qualitativo, por colheita asséptica de sangue, que é directamente incubado em meios de cultura apropriados (hemoculturas). É fundamental estudar os resultados obtidos nas hemoculturas para avaliar a utilidade deste exame invasivo na prática clínica e compreender as tendências da epidemiologia das infecções invasivas.

Objectivos Determinar a percentagem de hemoculturas positivas (agentes infectantes vs contaminantes) e caracterizar os casos de bacteriémia identificados no Centro Hospitalar Entre Douro e Vouga entre Janeiro de 2012 e Dezembro de 2017.

Material e Métodos Foi realizado um estudo retrospectivo, através da consulta dos registos informáticos, utilizando várias variáveis: hemoculturas positivas e contaminadas; bacteriémias, distribuição por sexo, grupo etário e microrganismo isolado. Recorreu-se ao uso do programa Microsoft Excel para a elaboração da base de dados e análise estatística.

Resultados O número de hemoculturas colhidas aumentou anualmente.A percentagem de hemoculturas contaminadas em 2012 foi de 3.5%, contudo desde 2016 que se encontra abaixo dos 3% (2.3-2.4%).Os casos de bacteriémia aumentaram anualmente (10%).O sexo masculino e a idade superior a 80 são os grupos com maior número de casos.Relativamente aos microrganismos isolados, verificou-se uma maior prevalência da Escherichia coli, sendo também bastante frequentes o Staphilococcus aureus, a Klebsiella pneumoniae, a Pseudomonas aeuroginosa, e o Streptococcus pneumoniae.

Conclusões De acordo com os resultados apresentados, constitui um desafio constante para o laboratório de microbiologia em conjunto com a Comissão de Controlo de Infecção continuar a incrementar medidas eficazes no controlo das infecções hospitalares cada vez mais direccionadas à sua realidade.

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Nº. 85

Título: COMPARAÇÃO ENTRE OS SISTEMAS AUTOMATIZADOS IRIS IQ200 SPRINT/ICHEM VELOCITY E SEDIMAX/AUTION MAX PARA ANÁLISE DE URINAS.

Autores: Paulo Laranjeira1; João Pedro Ramos2

Filiações: 1 - Medicina Laboratorial Dr. Carlos Torres - a Unilabs company; 2 - Divisão de Patologia Clínica - Unilabs, PortugalPalavras-chave: Urianálise, iQ200, Sedimax

Introdução Existem atualmente, dois tipos de auto-analizadores de partículas insolúveis da urina que se baseiam na microscopia automática inteligente. No IRIS iQ200 Sprint a amostra flui laminarmente entre duas camadas de fluido de características reológicas adequadas à otimização do plano de focagem (microscopia sem slide). No Sedimax, a urina é dispensada numa cuvete que é prontamente centrifugada pelo instrumento formando um plano sedimentar. Ambos, possuem software de reconhecimento automático de partículas permitindo a sua classificação e quantificação. Os parâmetros químicos são determinados através de tiras-teste (“dipstick”) e físicos por refratometria nos iChem Velocity e Aution Max

Objectivos Avaliar a concordância de resultados dos parâmetros físico-químicos e da análise microscópica da urina entre os dois sistemas

Material e Métodos O estudo inclui 654 amostras testadas em paralelo, obedecendo à condição não ser necessária a edição dos resultados do sedimento urinário, de forma a anular possíveis desvios introduzidos pelo operador. A concordância dos resultados emparelhados foi testada para significância estatística, utilizando o software MedCalc Statistical Software versão 18.2.1. e Excel 365., e encontram-se sumarizados na Tabela 1

Resultados Tabela 1 – Índices Estatísticos Outros Bland-Altman Kappa de Cohen Concordância de LinCôr 93,7a 0,11d Aspeto 83,9a 0,45e Nitrito 0,91f Bilirrubina 0,15b Urobilinogénio 0,66g Proteína 0,85f Glicose 0,97f Cetonas 0,98f Sangue (Erit/µL) 0,84f Leucócitos (Leuc./ µL) 0,96f pH 89,6c 0,84hDensidade 97,1c 0,95hGBV/hpf 99,4c 0,82hGBB/hpf 98,5c 0,89hCED/hpf 97,1c 0,89hTabela 1 a% de resultados coincidentes em tabulação cruzada simples; bteste de McNemar para diferenças sistemáticas; c% total de valores dentro dos limites de concordância; dfraca; emoderada; fquase perfeita; g,hconsiderável

Conclusões Ambos os sistemas automatizados de urianálise produziram resultados similares não tendo relevância clínica algumas das diferenças detetadas.

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Nº. 34Tema: Bioquímica

Título: VALIDAÇÃO DE INTERVALOS DE REFERÊNCIA PEDIÁTRICOS PARA O COBAS®6000 (Roche)

Autores: Mónica Peixe1; Isabel Galvão1

Filiações: 1 - Serviço de Patologia Clínica - Hospital Beatriz Ângelo (Synlab Portugal)Palavras-chave: Intervalo; Referência; Pediátrico; CALIPER

Introdução A maioria dos resultados laboratoriais pediátricos é interpretada de forma inapropriada utilizando intervalos de referência (IR) de adultos ou com origem em métodos desactualizados. O projecto CALIPER (Canadian Laboratory Initiative on Pediatric Reference Intervals) veio colmatar várias lacunas existentes a este nível, ao estabelecer IR pediátricos para mais de 100 parâmetros, em várias plataformas analíticas, incluindo o Cobas®6000. Ao invés de usarem IR desadequados ou terem de determinar os seus próprios valores de referência, os laboratórios podem agora adoptar os IR do referido projecto, após a sua validação formal.

Objectivos Validação de IR pediátricos para 13 analitos no Cobas®6000.Material e Métodos Seleccionaram-se 116 indivíduos (F=51; M=65; idades: 0-18 anos) aparentemente saudáveis, após inquérito directo a priori. As amostras foram processadas por lotes, ao longo de 2 meses. Os dados foram tratados no Microsoft Excel®. Os outliers foram excluídos após inspecção visual e regra Dixon-Reed. Conforme descrito na EP28-A3c do Clinical and Laboratory Standards Institute: (a) averiguou-se a comparabilidade analítica e demográfica entre o laboratório executante e o estudo original; (b) calculou-se a percentagem de resultados das amostras dos indivíduos de referência situados dentro do IR proposto (%Validação), sendo validados os parâmetros cuja %Validação ≥ 90.

Resultados Cálcio e Ureia: ausência de comparabilidade analítica. %Validação: ALT-90; AST-100; ALP-94; Bilirrubina Total-88; Bilirrubina Directa-100; Ferro-92; LDH-100; Proteínas Totais-96; Ácido Úrico-96; Fósforo-95; Amilase-98.

Conclusões Foi possível validar os IR pediátricos propostos para 10 dos 13 parâmetros em estudo. A adopção dos novos IR irá facilitar a interpretação dos resultados analíticos, melhorando as decisões clínicas. A validação de um IR, por oposição à sua determinação, apresenta a grande vantagem de ser necessário um menor número de indivíduos de referência, sendo uma tarefa acessível à maioria dos laboratórios.

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N. 49Tema: Bioquímica

Título: ESTUDO COMPARATIVO DE ESPERMOGRAMAS ATRAVÉS DE DOIS MÉTODOS: CONVENCIONAL E AUTOMATIZADO

Autores: Marco Barros Pinto1; Lília Figueira1; Sílvia Côrte-Real1; Helena Proença1

Filiações: 1 - Serviço de Patologia Clínica - CHLN, EPEPalavras-chave: Espermograma; Espermatozóides; Infertilidade masculina

Introdução O espermograma reveste-se de particular relevância na avaliação da fertilidade masculina.A análise de sémen pode ser difícil de padronizar quando se recorre ao método convencional, pela variabilidade inter-observadores.O método automatizado poderá surgir como uma alternativa para obviar esta diferença e obter resultados comparáveis e mais fiáveis.Objectivos Comparar os parâmetros mobilidade (M), concentração de espermatozóides (CE) e morfologia (Mf) utilizando um método convencional (MC) e um método automatizado (MA).

Material e Métodos Foram analisadas 23 amostras de sémen simultaneamente avaliadas por dois métodos: MC e MA. No MC recorreu-se a três observadores. A avaliação da M efetuou-se através da observação ao microscópio de uma gota de amostra entre lâmina e lamela. A avaliação da CE efetuou-se em câmara de Neubauer e a Mf por coloração específica.No MA utilizou-se um novo equipamento, que efetua a análise de uma alíquota da amostra e, após aplicação de um algoritmo, determina os parâmetros em estudo. Este apresenta as seguintes especificações: CE <2-300(x106/mL), M <2-100% e Mf <2-100%.Os resultados foram avaliados através do cálculo do coeficiente de correlação de Pearson (r) entre os dois métodos.Foi condição necessária para a aceitação dos resultados haver uma correlação muito forte (r>0.8) nos diferentes parâmetros.

Resultados Há uma correlação positiva para a M (r=0.92) e CE (r=0.88).Na avaliação da M progressiva há uma correlação positiva (r=0.96), contrariamente ao que se observa na M in situ (r=-0.01).Embora moderada, há correlação para o parâmetro “Mf anormal” (r=0.43).

Conclusões O MA é, de um modo geral, uma alternativa ao MC na determinação da concentração, M geral e progressiva. Torna-se necessário o desenvolvimento de novos algoritmos para a avaliação da Mf e M in situ. Relativamente às limitações associadas aos limites inferiores de linearidade do equipamento, estas poderão ser obviadas recorrendo-se ao MC sempre que necessário

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Nº. 60Tema: Controlo da Qualidade

Título: REPORTE QUALITATIVO DO DOSEAMENTO DA HBA1C DE UM LABORATÓRIO ADAPTADO À NOC “ABORDAGEM TERAPÊUTICA FARMACOLÓGICA DA DM2 NO ADULTO”

Autores: Claudia Júlio1; Jorge Pinheiro1; Sílvia Lopo1; Barbara Marques1; Ana Duarte1; Isabel Moreira1; Helena Fernandes1; Nuno Cunha1; António Dinis1; Rita Ribeiro1; Luísa Ponte1; Paulo Vieira1; Paula Sobreira1; Olga Rebelo1

Filiações: 1 - Colégio de Biologia Humana e Saúde da Ordem dos BiólogosPalavras-chave: Incerteza de medição, variabilidade biológica intraindividual, Normas de Orientação Clínica, HBA1C, deteção de alterações fisiopatologicas

Introdução Através dos dados da variabilidade biológica intraindividual e da incerteza de medição expandida do doseamento da HBA1C, o laboratório consegue implementar um sistema de reporte qualitativo automático para a HBA1C que se adapta à Norma de Orientação Clínica (NOC) 052/2011 na “Abordagem terapêutica farmacológica da DM2 no adulto”.

Objectivos Com base no “Procedimento de Otimização de Cartas de contolo interno”, desenvolvido pelo Colégio de Biologia Humana e Saúde da Ordem dos Biólogos (CBHS) em conjunto com a Comissão de Laboratório Clínico e Genética Humana dos bioquímicos clínicos da Associação Nacional de Bioquímicos (LabGen-ANBIOQ), pretende-se demonstrar como o laboratório clínico consegue agora garantir quando deteta uma “redução metabólica favorável da HbA1C”, de forma personalizada para cada paciente, e para cada laboratório, através por exemplo da adição de um 3º antidiabético oral ou de insulina, de acordo com as recomendações da NOC 052/2011.

Material e Métodos Usamos o cálculo da capacidade de deteção de alterações fisiopatológicas relevantes (Δ-Check = 2,33 x √(CVa2 + CVi2)) e da dispersão máxima de um doseamento (D = 1,96 x √(CVa2 + CVb2)).

Resultados Implementando uma carta de Controlo Interno da Qualidade com um CVa<2%, com 95% de confiança para todos os seus doseamentos/pacientes, o laboratório consegue informar o clinico de forma personalizada e para cada um dos seus pacientes, da eficácia do tratamento com a adição do terceiro antidiabético oral, caso se alcance o objetivo de uma redução de <1% HBA1C, e desde que a redução seja >0.4%, >0.5% e >0.6% de HBA1C, quando em pacientes que tenham a partir de uma HBA1C de 7%, 8% e 9%, respetivamente.

Conclusões Através do procedimento desenvolvido pelo CBHS, em conjunto com a LabGen-ANBIOQ, os laboratórios clínicos portugueses podem, entre outros, implementar procedimentos de monitorização automática e personalizada na deteção de alterações fisiopatológicas relevantes para cada paciente e assim adaptar as NOCs à sua realidade.

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Nº. 64Tema: Hematologia

Título: USE OF THE PERCENTAGE OF HYPOCHROMIC ERYTHROCYTES IN THE ASSESSMENT OF IRON DEFICIENCY IN HEMODIALYSIS PATIENTS

Autores: Sandra Silveira Dias1; Luis C Rodrigues1

Filiações: 1 - BMAC - Clínica Laboratorial de Lisboa (Grupo Unilabs)Palavras-chave: hemodialysis, hypochromic erythrocytes

Introdução The response to administration of erythropoietin in chronic renal patients is conditioned by available iron stores. In hemodialysis patients, monitoring of iron stores with ferritin has little sensitivity, given the frequent existence of inflammatory processes. The percentage of hypochromic erythrocytes (% GVh) is an alternative.

Objectivos To evaluate the utility of %GVh in the evaluation of iron deficiency in hemodialysis patients, compared to ferritin.

Material e Métodos The study was conducted in 3843 samples of chronic renal patients undergoing hemodialysis at Lisbon clinics between April and October 2016. The results of ferritin, transferrin saturation (% Sat.T),% GVh and PCR were collected from the laboratory database.We evaluated: 1) the correlation of %GVh with ferritin, %Sat.T and PCR; 2) the correlation of %GVh with ferritin levels; and 3) differences in %Sat.T and CRP values between groups of patients with normal ferritins and normal or increased %GVh.

Resultados 1) The %GVh was inversely correlated with ferritin and %Sat.T and directly with CRP, which agrees with an association of hypochromia with a decrease in available iron stores and with the existence of inflammatory processes.2) There was a significant difference in %GVh between the group with ferritin <200 ng/ml and the other groups but there was no difference between the groups with normal (200-500 ng/ml) and increased (> 500 ng/ml) ferritin, which suggests that low ferritins correspond to low iron stores but that normal values may correspond to normal or low reserves.3) In samples with normal ferritin, in the group with increased %GVh the %Sat.T is decreased and the CRP is increased, which agrees with the association between normal ferritins and the existence of inflammatory processes in the context of iron deficiency.

Conclusões %GVh correlates more clearly with the decrease in available iron stores than ferritin and is more sensitive for the identification of hemodialysis patients in need of iron supplementation in erythropoietin therapy.

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Nº. 78Tema: Hematologia

Título: ANTICOAGULANTE LÚPICO: CORRELAÇÃO ENTRE O MÉTODO DE VENENO DE VÍBORA DE RUSSELL DILUÍDO E O TEMPO DE COAGULAÇÃO EM SÍLICA

Autores: Marco P. Barros Pinto1; Fátima Carriço1; Guilhermina Marques1

Filiações: 1 - Serviço de Patologia Clínica - CHLN, EPEPalavras-chave: ANTICOAGULANTE LÚPICO, TROMBOFILIA, COAGULAÇÃO, GESTAÇÃO

Introdução Os anticorpos antifosfolípidos (anticardiolipina, anti α2-glicoproteína I e anticoagulante lúpico) são um grupo heterogéneo de autoanticorpos que constituem a síndrome antifosfolipídica, que se associa a manifestações clínicas de trombose venosa e arterial e a morbilidade gestacional (nascimento prematuro ou abortos). O diagnóstico desta síndrome deve ser baseado em critérios clínicos e laboratoriais.A determinação do anticoagulante lúpico no plasma pode ser realizada recorrendo a vários métodos, p.e. teste do veneno de víbora de Russell diluído (dRVVT) e do tempo de coagulação em sílica (SCT). No entanto, nenhum destes métodos tem uma sensibilidade de 100%, pelo que se recomenda a utilização de dois métodos diferentes, quando um deles é negativo.

Objectivos Comparar a deteção de anticoagulante lúpico recorrendo aos métodos do dRVVT e do SCT.

Material e Métodos Foram sujeitos à determinação de anticoagulante lúpico pelos métodos do dRVVT e SCT, 2758 amostras de plasma de indivíduos com suspeita de síndrome antifosfolipídica.A relação entre os dois métodos foi estudada recorrendo ao cálculo do coeficiente de concordância Kappa. O nível de concordância (ou reprodutibilidade) obtido foi classificado de acordo com os critérios definidos por Landis e Koch.

Resultados Foram positivas pelo método do SCT 126 amostras. Destas, 119 foram negativas pelo método do dRVVT. Foram positivas pelo método do dRVVT 18 amostras, das quais 11 foram negativas pelo método do SCT. Obtiveram-se 2621 amostras negativas para ambos os métodos.O coeficiente Kappa foi de 0,0961 o que corresponde a um nível de concordância mínima.

Conclusões Conclui-se que não há relação entre os dois métodos, não se podendo substituir entre eles. São contudo, métodos complementares para a determinação de anticoagulante lúpico, devendo então ser solicitada a execução do teste alternativo, quando um deles é negativo.

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Nº. 84Tema: Controlo da Qualidade

Título: IMPLEMENTAÇÃO DA HARMONIZAÇÃO DA RESPOSTA ANALÍTICA LABORATORIAL E AVALIAÇÃO DO RISCO CLÍNICO

Autores: Jorge Pinheiro1; Claudia Júlio1; Ana Sousa1; Isabel Moreira1; Helena Fernandes1; Nuno Cunha1; Barbara Marques1; Paulo Vieira1; Luísa Ponte1; António Miguel1; Rita Ribeiro1; Sílvia Lopo1; Paula Sobreira1; Olga Rebelo1; Marta Nicolau1

Filiações: 1 - Colégio de Biologia Humana e Saúde da Ordem dos BiólogosPalavras-chave: incerteza de medição, variabilidade biológica intraindividual, harmonização laboratorial, deteção de alterações fisiopatológicas

Introdução A concentração dos registos personalizados de saúde de cada utente em Portugal, pela SPMS - Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, EPE, promove a necessidade da harmonização da resposta laboratorial. O processo de harmonização da resposta analítica laboratorial implica definir o mesmo risco de decisão clínica com a mesma capacidade de deteção de alterações fisiopatológicas relevantes, por exemplo, calculada para o conjunto de equipamentos que doseiam a mesma magnitude biológica de um laboratório, grupo laboratorial ou centro hospitalar

Objectivos Divulgar o procedimento de implementação de um programa de harmonização da resposta analítica laboratorial referido no “Procedimento de Otimização de Cartas de Controlo Interno”, desenvolvido pelo Colégio de Biologia Humana e Saúde da Ordem dos Biólogos (CBHS) em conjunto com a Comissão de Laboratório Clínico e Genética Humana dos bioquímicos clínicos da Associação Nacional de Bioquímicos (LabGen-ANBIOQ).

Material e Métodos Incerteza Máxima de Medição Combinada de 3 equipamentos que doseiam a glicose, Δ-Check = 2,33 x √(CVa2 + CVi2) para a monitorização personalizada dos pacientes nesse conjunto de equipamentos, variabilidade biológica intraindividual da glicose 5,6% (amostras de soro, nos indivíduos saudáveis ou diabeticos tipo 2).

Resultados Obtemos 3 cartas de controlo interno da qualidade com 2 níveis de controlo, com a incerteza máxima de medição combinada de 6% para a glicose. A capacidade de deteção de alterações fisiopatológicas relevantes para todos os pacientes, com 95% de confiança, calculada para o conjunto dos 3 equipamentos é 19,12%.

Conclusões Sempre que ocorrer uma variação superior a 19,12% no doseamento de glicose, o laboratório/grupo/centro consegue reportar uma informação qualitativa adicional de que detetou uma alteração fisiopatológica relevante para o paciente, independentemente dos equipamentos em que foi doseada. O CBHS considera a harmonização laboratorial como a base da otimização dos recursos laboratoriais nos setores público e convencionados.

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