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CRESESB - Centro de Referência para Energia Solar e Eólica Sérgio de Salvo Brito ANO V Nº 6 Setembro - 2000 CRESESB organiza dois importantes encontros: GTES e Seminário Brasil-Japão No período 1994-1999, a COPEL realizou o inventário do potencial eólico paranaense, com a instalação e operação de uma rede de 25 torres anemométricas (Projeto Ventar). Deste projeto, resultou o Mapa do Potencial Eólico do Estado do Paraná, geo-referenciado e com resolução de 2km, que permitiu quantificar o potencial energético eólico efetivamente aproveitável do estado. páginas 8 e 9 A ABRAVA vem investindo na qualidade de seus equipamentos e está utilizando o Programa Brasileiro de Etiquetagem de Coletores Solares Planos e de Reservatórios Térmicos. Este programa é uma parceria com o INMETRO e o GREEN SOLAR e visa estabelecer uma forma de comparação e verifi- cação dos coletores solares e reservatórios térmicos disponíveis no mercado brasileiro. página 4 Informe CRESESB CEPEL Informe

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CRESESB - Centro de Referência para Energia Solar e Eólica Sérgio de Salvo Brito ANO V Nº 6 Setembro - 2000

CRESESB organiza dois importantesencontros: GTES e Seminário Brasil-Japão

No período 1994-1999, a COPEL realizou oinventário do potencial eólico paranaense, com ainstalação e operação de uma rede de 25 torresanemométricas (Projeto Ventar). Deste projeto,resultou o Mapa do Potencial Eólico do Estado doParaná, geo-referenciado e com resolução de 2km,que permitiu quantificar o potencial energético eólicoefetivamente aproveitável do estado. páginas 8 e 9

A ABRAVA vem investindo na qualidade de seusequipamentos e está utilizando o Programa Brasileirode Etiquetagem de Coletores Solares Planos e deReservatórios Térmicos. Este programa é umaparceria com o INMETRO e o GREEN SOLAR evisa estabelecer uma forma de comparação e verifi-cação dos coletores solares e reservatórios térmicosdisponíveis no mercado brasileiro. página 4

InformeCRESESBCEPEL

Informe

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2 C R E S E S B I N F O R M E

CEPELCEPELCentro de Pesquisasde Energia Elétrica

Xisto Vieira FilhoDiretor Geral - CEPEL

Caspar Erich StemmerCoord. do Fórum Permanente

para Energia Renovável

Hamilton MossCoordenador do CRESESBRicardo Marques Dutra

Engenheiro Assistente

Patrícia de Castro da SilvaAssessora Técnica

Franca Di Sabato GuerranteJornalista Responsável

Reg. MTb. 12577Ricardo Marques Dutra

Patrícia de Castro da SilvaEditoração Eletrônica

Membros do Conselhodo CRESESB

Paulo Roberto de Holanda - DNPE/MMECaspar Erich Stemmer - MCT

Ricardo Perrone - ELETROBRÁSJorge Henrique G. Lima - CEPEL

Antônia Sônia Diniz - CEMIGRoberto Gentil Porto Filho - COELCE

José Carlos Aziz Ary - BNBMargaret Müller - FINEP

Everaldo A. Feitosa - UFPEAdnei M. de Andrade - USP

Antonio Granadeiro - ABEERIsmael Ferreira - APAEB

Moisés de Aguiar - Projeto Xingó

Chegamos ao Informe Cresesbnúmero seis. Novamente teríamosmais material sobre energia solar eeólica para publicação que espaçopara publicá-lo. Mesmo com quatropáginas adicionais, o espaço doInforme ainda é pequeno para conse-guirmos divulgar as muitas iniciativasque tem ocorrido em nosso país nocampo de interesse do CRESESB. Ébom que nossa capacidade de aumen-tar o espaço do Informe seja menorque a capacidade do país de gerariniciativas de desenvolvimento destasenergias. A velocidade deste desenvol-vimento pode não ser a desejada portodos que acreditamos e trabalhamoscom estas tecnologias, mas avançostêm ocorrido, particularmente comrelação à preocupação com a susten-tabilidade dos empreendimentos. Éconsenso, nos diversos encontros quetemos participado, que a busca dasustentabilidade é fundamental para aconsolidação dos empreendimentos,destas cada vez mais importantesfontes de energia.

Sustentabilidade depende depesquisa, treinamento, coleta etratamento de dados, difusão deinformações, qualidade dos equipa-mentos, montagem de uma rede demanutenção e, obviamente, recursospara que tudo isto possa acontecer.Diversas instituições públicas eprivadas estão investindo nestas árease os resultados já começam a apare-cer. Artigos deste Informe são umapequena mas significativa amostradeste esforço. Importantes encontros

Caminhando a favor do vento no sol do ano 2000

Hamilton MossCoordenador do CRESESB

como, por exemplo,o de discussão doSWERA (Solar WindEnergy ResourceAssessment – proje-to de cooperaçãointernacional paraelaboração de atlaseólico e solar glo-bais, em São Josédos Campos) nãotiveram tempo deser tratados nestaedição. Ficam co-mo promessa para a próxima, assimcomo um artigo sobre o aguardadoAtlas Eólico do Brasil, com precisãode 1km, em fase de elaboração peloCEPEL, com apoio da ELETROBRÁSe do MME, que deverá estar concluídoaté o final do ano e disponível para asociedade a partir de fevereiro de2001.

Falando mais especificamente doCRESESB, destacamos nesta ediçãoos Encontros do GTES (Grupo deTrabalho de Energia Solar) e oSeminário Brasil-Japão. Foram duasoportunidades de troca de experiên-cias entre diversos atores nacionais einternacionais no campo da energiasolar, tanto fotovoltaica quanto paraaquecimento. Aproveitando a oportuni-dade do Encontro do GTES, foi lança-do, agora como livro, o Manual deEngenharia para Sistemas Fotovoltai-cos, que já nasce como um clássico,tendo em vista o sucesso de suaversão anterior, ainda sob a forma deapostila. Pretendemos durante este

ano organizar encontro do GTEE(Grupo de Trabalho de Energia Eólica),também com o objetivo de troca deexperiências, debatendo problemas esoluções. O PRODEEM Express(página 3) e projetos com universitá-rios da PUC-Rio (página 11), tambémsão comentados nesta edição e fazemparte do esforço do CRESESB nocumprimento de seu papel.

Outras iniciativas do CRESESBestão em andamento, sempre nosentido de contribuir para o desenvolvi-mento das energias solar e eólica noBrasil. Aguardamos para breve aliberação de recursos do convênioCRESESB 2000-2001, já assinadoentre o CEPEL e o MME, para inten-sificá-las e atender à expectativa dasociedade com o desenvolvimentodestas importantes energias no séculoXXI.

Os artigos assinados são deresponsabilidade dos autores.

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§ 3C R E S E S B I N F O R M E

CRESESB publica nova versão do Manualde Engenharia para Sistemas Fotovoltaicos

Manual de Engenharia paraSistemas Fotovoltaicos é fruto da

iniciativa dos membros do subgrupoManuais do GTES (Grupo de Trabalhode Energia Solar), que conseguiram,em paralelo com suas atividadesregulares, elaborar este documento.

O GTES, inicialmente denominadode Grupo de Trabalho de Energia SolarFotovoltaica - GTEF, foi criado emsetembro de 1992 e nasceu danecessidade de fomentar, discutir edifundir questões ligadas à tecnologiasolar, envolvendo pessoas e/ouinstituições de perfis e interessesdiferenciados. Assim sendo, periodi-camente o grupo reúne, entre outrosinteressados, concessionárias, cen-tros de pesquisa, universidades efabricantes.

Este Manual destina-se a auxiliaros engenheiros e técnicos envolvidoscom projetos de Sistemas Fotovoltai-cos de Energia. Além disso, visa aten-

Claudio Moises RibeiroCoordenador do Grupo de Trabalho

de Energia Solar - GTES

der a necessidade básica de se ter,na língua portuguesa, literatura sobreo assunto, em conformidade com arealidade brasileira.

O documento enfoca, prioritaria-mente, sistemas de pequeno porte, emfunção da demanda apresentada pelosparticipantes do grupo de trabalho que,em grande parte, são representantesde concessionárias do Setor Elétricoque estão trabalhando com projetosde eletrificação no meio rural.

Seu conteúdo contempla: descri-ção da tecnologia fotovoltaica; avalia-ção do recurso solar; descrição dosprincipais tipos de sistemas fotovoltai-cos e de seus componentes básicos;métodos de dimensionamento eprocedimentos de instalação, opera-ção e manutenção dos sistemas.

Todos os capítulos apresentamuma introdução sucinta sobre osassuntos que serão, por eles, aborda-dos.

Esta publicação vem contribuir paraoferecer um material informativo valiosopara os que desejam realizar empre-endimentos com uso de energiafotovoltaica. De uma forma clara eobjetiva, o seu conteúdo abrange ostópicos mais importantes para diferen-tes aplicações dos sistemas fotovoltai-cos. Um leitor interessado encontraráneste documento todos os elementospara uma boa fundamentação técnicana área.

O Manual de Engenharia paraSistemas Fotovoltaicos encontra-se àvenda e para obtê-lo o interessadodeverá entrar em contato com aSecretaria do CRESESB através dostelefones (21) 598-6174 e 598-6187 outambém pelo E-mail [email protected].

O

Patricia de Castro da SilvaCRESESB/CEPEL

[email protected]

PRODEEM EXPRESS 2.0 facilitará o cadastro decomunidades atendidas pelo PRODEEM

equipe do CRESESB desenvol-veu o PRODEEM EXPRESS 2.0,

um instrumento que visa facilitar aelaboração de propostas das comuni-dades candidatas a serem atendidaspelo PRODEEM (Programa para oDesenvolvimento Energético dosEstados e Municípios).

Esta ferramenta foi elaborada coma filosofia de ser um instrumento ágile simples de usar, evitando as dificul-dades da elaboração manual daspropostas. O processo torna-se maiseficiente e livre de erros, acelerando atramitação, auxiliando no objetivomaior do PRODEEM de levar “ENER-GIA PARA TODOS”.

O PRODEEM EXPRESS 2.0 en-contra-se em fase de testes e, embreve, após aprovação pelo MME,começará a ser distribuído.

Telas do PRODEEM EXPRESS 2.0 destinadas ao cadastramento decomunidades candidatas a serem atendidas pelo PRODEEM

A

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4 C R E S E S B I N F O R M E

ABRAVA, com apoio do INMETRO, coordenacrescimento do setor de aquecedores solares

Departamento de AquecimentoSolar (DAS) da ABRAVA vem

contando com o INMETRO e oGREEN SOLAR, instalado na PUC/MG, para coordenar, definir critérios,selecionar normas e testar os compo-nentes dos sistemas de aquecimentosolar.

As empresas associadas ao DASvêm investindo na qualidade de seusequipamentos e têm usado o Progra-ma Brasileiro de Etiquetagem (PBE)para atestar os resultados destesesforços na melhoria dos coletoressolares e reservatórios térmicos.

O GREEN SOLAR, coordenadopela Dra. Elizabeth Marques Duarte,encarrega-se de ensaiar os com-ponentes dos sistemas. Os coletoressolares já possuem a etiqueta doINMETRO há mais de dois anos. Aetiqueta leva de forma simplificada asinformações mais importantes sobreo desempenho térmico dos coletoressolares. Como pode ser observado noexemplo ao lado, o consumidor temacesso às informações dimensionaise sobre o desempenho térmico doproduto para cada aplicação (banhoou piscina). De forma gráfica, odesempenho térmico do coletor foi"rankiado" para uma condição pré-estabelecida, gerando-se assim, umparâmetro de comparação entre osprodutos semelhante ao Watt picousado nos painéis fotovoltaicos. Embusca da classe A e o PrêmioPROCEL, os fabrican-tes investem em novastecnologias, processose materiais que possibi-litem aumentar o rendi-mento térmico dos co-letores. Atualmente, agrande maioria dos pro-dutos etiquetados pos-suem eficiência térmicainstantânea em tornode 50%. De toda ener-gia que chega ao cole-tor, 50% é convertidaem calor e repassada à água. Caberessaltar que os valores de eficiênciaobtidos no processo termossolar ébem superior aos valores obtidos peloprocesso fotovoltaico: aproxima-damente 16% nos painéis comerciaise 23% nos painéis mais eficientes

produzidos emlaboratórios depesquisa; mes-mo sendo oscoletores sola-res ensaiadosapós uma longaexposição à ra-diação (ensaiode envelheci-mento preco-ce), para queos dados repre-sentem bem arealidade du-rante sua vidaútil média (de15 a 20 anos).

O Departa-mento de Aque-cimento Solartem recebidoum bom núme-ro de novos as-sociados queapoiam a inicia-tiva e visam a-plicar a etiquetaem seus produ-tos. Os consu-midores têmhoje uma ferra-menta confiávelpara poder com-parar o desem-penho dos produtos a eles oferecidospelo mercado. Em breve, os reserva-

tórios térmicos tam-bém estarão rece-bendo uma etiquetasemelhante, que a-presentará as infor-mações mais im-portantes dos produ-tos e o selo de apro-vação do INMETRO.Entretanto, não con-templará nenhumparâmetro compa-rativo.

O Grupo de Tra-balho (GT-SOL) composto por projetis-tas, fabricantes, representantes doPROCEL e de laboratórios de ensaio,e coordenado pelo INMETRO, adentranos estudos referentes aos testes dossistemas completos e visa chegar aocredenciamento dos instaladores,

fechando assim as variáveis maisimportantes para o bom funciona-mento dos sistemas.

Para maiores informações sobreos procedimentos necessários paraa obtenção da etiqueta, entrar emcontato com o INMETRO ou com aABRAVA, que atualmente dispo-nibiliza para seus associados ummanual detalhado contendo estesprocedimentos.

O contato com a ABRAVA poderáser realizado através do [email protected]. A home-page da ABRAVA também encontra-se disponível para consulta atravésdo site http://www.abrava.com.br.

EtiquetaINMETRO dada aos coletores solares

Rodrigo Cunha TrindadeConsultor do Departamento de

Aquecimento Solar da ABRAVAAv. Rio Branco,1492 São Paulo - SP

Tel: 55-11-221-5777

As empresas doDepartamento de

Aquecimento Solarvem investindo naqualidade de seus

equipamentose tem usado o

Prog.Brasileiro deEtiquetagem.

O

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§ 5C R E S E S B I N F O R M E

Plano de adoção de comunidades parainstalação de energia fotovoltaica no RS

Hans Dieter RahnEdson Schaewer Vieira

Intercâmbio Elétro Mecânico Ltda.

Comunidade gaúcha beneficiada pelo programa

Rio Grande do Sul tem cerca de140 mil pequenas propriedades

rurais não eletrificadas, das quais 70mil não são economicamente eletrifi-cáveis por estarem dispersamenteisoladas, distantes mais de 3 km darede convencional de energia e seueventual futuro consumo não remunerao capital investido na extensão da redeelétrica convencional. São bolsões deminifúndios, na encosta da Serra, nolitoral entre Torres e SantaVitória do Palmar, diversaslocalidades da fronteira oeste eAlto Uruguai, na zona sul e noscampos de cima da serra.Representam 50% do total de140 mil que não tem energia noEstado.

Por falta de energia elétrica,com conseqüente baixa qualida-de de vida, ocorre deslocamentohumano da área rural para asgrandes cidades em busca demelhores condições de vida. Éo êxodo rural, o abandono docampo.

Devido à baixa qualificaçãoescolar e atuais altos níveis dedesemprego, essas pessoasnão conseguem colocação efixam-se na periferia das gran-des cidades, em sub-habitações(malocas) ou sob as pontes eviadutos, à margem da socie-dade.

Aqueles que não caem nacriminalidade (aumentando ainsegurança e desproteção dasociedade) tornam-se um pesa-do fardo social, pois segundodados da FAO, órgão das Na-ções Unidas que cuida daagricultura e da alimentação “ocusto do auxílio social a taispessoas é quatro vezes maior do queo custo de mantê-las nos seus lugaresde origem, ou seja, no campo”.

Considerando as propriedades nãoeletrificáveis no Rio Grande do Sul, quepor estarem dispersas, isoladas eremotamente distantes da rede deenergia, têm pouca possibilidade deserem beneficiadas com a eletrifica-ção, a Intercâmbio Elétro MecânicoLtda. (IEM) iniciou no 1° semestre de1999 uma campanha junto às maioresempresas do Rio Grande do Sul, cujosprodutos industriais, direta ou indireta-mente, são utilizados e/ou consumi-dos pelo homem do campo.

Tal campanha compreende solicita-ção de donativo financeiro para forne-cimento de oito ou mais sistemasfotovoltaicos para fins de iluminaçãoresidencial e/ou bombeamento de águade poço cavado, tendo um alvo inicialde cem propriedades beneficiadas.

Tendo recebido resposta positiva eaporte financeiro correspondente, aIEM procurou o melhor lugar no RioGrande do Sul para servir de exemplo

de real melhoria de qualidade de vidada população rural mais pobre, tendoem mente os seguintes parâmetros:

• Instalação de todos os sistemasnum só município, para conseguir ummelhor efeito de demonstração, maiorrepercussão publicitária, possibilidadede acompanhamento técnico e even-tuais visitas de entidades interessadasno projeto, além de evitar que umapossível falha num sistema viesse acomprometer a credibilidade datecnologia fotovoltaica, caso os disper-sasse por vários municípios;

• O município devia estar malservido de eletricidade rural convencio-

nal, com distâncias/caminhos queimpossibilitassem a conexão econô-mica ou a não agressão ao meio-ambiente;

• O governo municipal devia terinteresse na tecnologia fotovoltaicapara sistemas isolados, e com umcerto conhecimento dos cuidadosnecessários na instalação e manuten-ção dos mesmos.

A escolha recaiu sobre o municípiode Jaquirana, nos campos decima da serra, região nordestedo Estado, situada entre osmunicípios de Cambará do Sul,Bom Jesus e São José dosAusentes, distante cerca de225km de Porto Alegre.

0 município tem uma área de895km2, o prefeito e o secretáriomunicipal de Agricultura, Indús-tria e Comércio, mostraramconhecimento da matéria e vivointeresse no recebimento einstalação dos sistemas fotovol-taicos.

0 município já tinha instaladoanteriormente seis conjuntosfotovoltaicos de outra proce-dência e estava procurandomeios financeiros para contem-plar mais moradias.

Com o recebimento de maisoito sistemas fotovoltaicosfornecidos pela IEM e instaladosem regime de comodato com osusuários pela Secretaria Muni-cipal de Agricultura, Indústria eComércio, o município de Jaqui-rana é o primeiro polo piloto desistemas solares fotovoltaicosno Rio Grande do Sul.

De acordo com o secretáriomunicipal, tais instalaçõesvieram minorar significativa-

mente problemas sociais humanitáriosde Jaquirana.

Com tais resultados comprovada-mente positivos, a IEM espera que oplano anual de eletrificação por energiasolar fotovoltaica em cem pequenaspropriedades rurais venha agoradeslanchar.

Para maiores informações, ahome-page do IEM encontra-sedisponível para consulta através dosite http://www.iem.com.br.

O

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6 C R E S E S B I N F O R M E

Conheça mais sobre a Rede Brasileira deInformação em Energia

Luiz Fernando Passos de MacêdoCentro de Informações Nucleares

CEPEL é uma das organizaçõesparticipantes da REBIE (Rede

Brasileira de Informação em Energia),que reúne instituições que têmatividades na área de energia com oobjetivo prioritário de coletar e cata-logar/indexar a produção documentáriabrasileira nesta área e em áreasconexas. O produto mais importantedas atividades da Rede é a formaçãoda contribuição brasileira à base dedados Energy, que é uma base dedados bibliográficos (contém referênciabibliográfica e resumo em inglês)cobrindo a literatura técnico-científicamundial que trata de todos os as-pectos relacionados à energia. A baseEnergy é produzida pelo ETDE (EnergyTechnology Data Exchange ) , umsistema da Agência Internacional deEnergia (IEA), num trabalho coope-rativo que reúne 19 países, sendo oBrasil e México os únicos represen-tantes da América Latina. Além dainclusão dos documentos brasileirosnesta importante base de dadosinternacional, o retorno mais relevantedo trabalho cooperativo da REBIE paraas organizações, técnicos e pesquisa-dores brasileiros ligados à área deenergia é o livre acesso para consultasà base de dados Energy para todo opaís na home-page da REBIE (http://cin.cnen.gov.br/rebie), através doSistema SUPRIR-Net do CIN (Centrode Informações Nucleares) da CNEN(Comissão Nacional de EnergiaNuclear).

As grandes bases de dados inter-nacionais constituem o testemunhomais eloqüente do trabalho de pesqui-sadores e técnicos, pois elas formama memória eletrônica da atividade depesquisa de cientistas de todo omundo. Além de serem uma fonteinestimável de informações para aprópria pesquisa, retroalimentando oprocesso de geração de novos conhe-cimentos, as base de dados interna-cionais retratam com bastante preci-são o ritmo e o nível das atividades depesquisa de países e organizações.Portanto, estar presente em importan-tes bases de dados internacionaissignifica dar mais visibilidade emescala global à produção científica dopaís, além, é claro, de criar possibili-dades mais amplas de interação e

cooperação entre pesquisadores.É neste sentido que trabalha a

REBIE, ou seja, o de inserir a literaturabrasileira da área de energia na basede dados Energy. A Rede, que funcionasegundo uma filosofia descentralizadae cooperativa, está formada até opresente momento pelas seguintesinstituições: CEPEL (ELETROBRÁS),IEE (Universidade de São Paulo) eINFORMAM (Universidade Federal doPará), sob a coordenação da CNEN/CIN.

A base de dados Energy é a baseinternacional mais importante sobre aproblemática de energia e seusdesdobramentos. Reunindo mais deum milhão de documentos, ela éformada pela contribuição dos 19países-membros do ETDE: Bélgica,Brasil, Canadá, Dinamarca, Finlândia,França, Alemanha, Estados Unidos,Inglaterra, Itália, Japão, Coréia,México, Holanda, Noruega, Polônia,Espanha, Suécia e Suíça. A Energycobre exaustivamente todos osaspectos de produção, conversão eutilização eficiente de energia. A baseinclui também informações sobre osimpactos econômicos, sociais, políti-cos e ambientais da exploração e uso

das diversas fontes de energia;incorpora ainda subsídios impor-tantes para as tecnologias de energiaprovenientes da engenharia, ciênciasambientais, física, química, materiais,instrumentação e informática. Asinformações que compõem a base sãoextraídas de revistas científicas e anaisde congressos internacionais, livros,teses e relatórios publicadas pelospaíses membros do ETDE.

A REBIE oferece ainda serviços deinformação baseados nas informaçõescontidas na base Energy. Estesserviços estão disponíveis sem custospara o usuário na home-page da Redee são os seguintes: acesso viainterface web à base de dados Energye serviço de atualização profissional,que dissemina mensalmente viacorreio eletrônico as atualizações dabase Energy de interesse específicode cada usuário. O serviço de acessoà base requer solicitação gratuita desenha e o de atualização necessitada formação de um perfil profissionalque é feito via formulário web pelopróprio usuário.

Web-site da REBIE: http://cin.cnen.gov.br/rebie

O

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§ 7C R E S E S B I N F O R M E

Instalação solar fotovoltaica integrada aedificação urbana injeta energia na rede elétrica

m trabalho iniciado em 1997 naárea de instalações solares

fotovoltaicas integradas a edificaçõesurbanas e interligadas à rede elétricapública, está operando junto aoLABSOLAR na Universidade Federalde Santa Catarina - UFSC, emFlorianópolis, um sistema solarfotovoltaico de 2kW de potência. Osistema fotovoltaico, que converte aenergia do sol diretamente em energiaelétrica e injeta esta energia na redeelétrica pública, está incorporado àfachada do prédio que abriga oLABSOLAR. O sistema foi projetadopara atender completamente a deman-da de energia elétrica de uma famíliade quatro a seis pessoas em umaresidência urbana brasileira típica. Ainstalação é interligada à rede elétricapública de modo que quando ospainéis solares geram mais energia doque a necessária para atender àdemanda, o excesso seja injetado narede elétrica (o relógio gira ao contrárioe o consumidor acumula assim um

Ricardo Rü[email protected]

http://www.labsolar.ufsc.br

Cooperação internacional promove o uso deenergia renovável em escolas

m setembro de 1999, na Associ-ação Comunitária do Imóvel de

Maceió, localizada no município deItapipoca (CE), foram instalados 20sistemas solares residenciais atravésde uma cooperação internacionalentre Alemanha, Brasil e Portugal.Esse projeto, que contou com a partici-pação de nove estudantes e quatro

professores das escolas dos paísesenvolvidos, teve como objetivo chamara atenção para o significado especialdas energias renováveis, através dainstalação desses módulos doadospela Shell Solar Energy - Amsterdã /Nederland. O projeto teve o apoio dogoverno dos estados do Ceará e deNordrhein-Westfahlen da Alemanha,

em conjunto com aThyssen ComercialBrasil, Câmara deComércio e IndústriaBrasil-Alemanha eUNESCO.

Os alunos cearen-ses, sob a orientaçãodo professor AntonioWilton, tiveram umperíodo de treinamen-to sobre energias re-nováveis, enfatizandoo uso da energia solar.

Os alunos e pro-fessores das escolasparticipantes reuni-ram-se na escola doLiceu do Conjunto

Ceará antes de realizar as instalaçõesna Associação Comunitária de Maceiópara conhecer o material doado ( kits-solares constituídos por três lâmpadasfluorescentes de 7 W, um módulo solar,uma bateria e um controlador de carga),sendo dirigidos e assistidos técnica esocialmente pelo Instituto de Desen-volvimento de Energias Renováveis(IDER).

As equipes de trabalho eram alter-nadas a cada instalação para permitirum maior intercâmbio entre alunos eprofessores. O grupo conviveu com acomunidade, tendo a oportunidade deconhecer o lado social e cultural dasfamílias, debatendo e discutindo aimportância da energia elétrica no lare técnicas de uso eficiente do kit-solar.

Este projeto foi exposto durante o1o Congresso Internacional Brasil-Alemanha de Energias Renováveis eGestão Hídrica realizado no Ceará eserá apresentado na Expo-2000 emHannover - Alemanha.

Antonio Wilton A. CavalcanteLiceu do Conjunto Ceará

Instalação solar fotovoltaicalocalizada no LABSOLAR

crédito energético junto à concessioná-ria elétrica local; está vendendo energiaà rede). Por outro lado, quando o

sistema fotovoltaico gera menosenergia do que a necessária aoatendimento da demanda da residên-cia, então o sistema busca na redeelétrica o complemento (o consumidorcompra energia da rede pública, ouutil iza o crédito acumulado). Obalanço energético se fecha emregime anual. A instalação, compostapor 40m2 de placas de vidro (painéisfotovoltaicos de silício amorfo) e compotência instalada de 2kW, operacomo uma mini-usina geradora emparalelo às usinas geradoras conven-cionais, com a vantagem de gerarenergia junto ao ponto de consumo esem ocupar área extra (está incorpo-rada a uma edificação). Os painéisfotovoltaicos podem também serutilizados como material de coberturae/ou revestimento, tanto em telhadoscomo em fachadas verticais.

Equipe constituída por alunos e professores dasescolas da Alemanha, Brasil e Portugal

E

E

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8 C R E S E S B I N F O R M E

O Mapa do Potencial Eólico do Estado do Paraná

Um fato relevante é que as reservasenergéticas de origem eólica vemdemonstrando existir em abundânciaem locais antes ignorados do País.Este é o caso do estado do Paraná.Ao iniciar um programa de mediçõesanemométricas específicas em 1994,a COPEL tinha poucos indicativos deexistência de potencial aproveitávelpara geração eólica no territórioparanaense. Cinco anos depois, aCOPEL confirmava a existência, emseus campos de planalto, de umareserva energética efetivamenteaproveitável (com ventos acima de6,5m/s) da ordem de 5,8 TWh/ano - oque equivale a cerca de 1/3 doconsumo atual de energia no estado.Adicionalmente, as medições e omapeamento detalhado do potencialeólico realizados pela COPEL jáatraíram investimentos privados daordem de 2,5 milhões de dólares aoscampos de Palmas, no sul do Paraná,onde hoje opera comercialmente afase I de uma usina eólica com 2,5MWde capacidade instalada. Já estãosendo realizados intensos estudospara a sua expansão.

A seguir são descritos os princi-pais marcos resultantes do projetoeólico realizado pela COPEL noestado do Paraná.

Projeto Ventar

Chamado de Projeto Ventar, oprograma de medições específicaspara avaliação do recurso energéticodo vento na área de concessão daCOPEL partiu de uma metodologiaobjetiva de identificação das melhoresáreas e locais. A ação coordenada seconcentrou nas seguintes tarefas:

• Modelos digitais de relevo erugosidade do Paraná, para identifi-cação das melhores áreas;

• Questionários a equipes regionaisde manutenção de redes de transmis-são e distribuição, que são fontessubjetivas de informações quanto apossíveis áreas e locais com frequenteincidência de ventos;

• Análise dos dados existentes,que concentrou-se predominantemen-

te nos registros da rede de estaçõesmeteorológicas do IAPAR (InstitutoAgronômico do Paraná) e consultasao SIMEPAR (Sistema Meteorológicodo Paraná);

• Inspeção de áreas onde foramidentificadas todas as regiões candi-datas e feita a programação de viagensa campo, com a preparação de cartasIBGE (1:50.000 e 1:100.000) dasáreas.

À medida que evoluiam as sele-ções de locais, foram sendo instala-das as estações de medição, com umtotal de 25 torres implantadas entrejaneiro de 1995 até o ano de 1998. Nodecorrer das medições, algumasestações foram relocadas para umamelhor cobertura do estado, descar-tando áreas que se mostraram seminteresse. Ao final do projeto, em 1999,contava-se com séries de mais de 2anos para todas as áreas maisrepresentativas.

Como os dados atéentão existentes sobreo potencial eólico noestado do Paraná nãoeram animadores, op-tou-se por um compro-misso de maximizar onúmero de estações acusto mínimo. O com-promisso levou à aqui-sição de 25 sistemasanemométricos NRG(sensores de velocidade, direção eloggers). Como torres, foi realizadauma adaptação de postes de concretocom extensões tubulares em aço.Onde possível e adequado, foramutilizadas as estruturas já existentesde torres de telecomunicações. Oposte de concreto com extensãotubular permitiu medições a 18-20metros de altura a custo mínimo, porconsistir em empréstimo de materialjá existente na empresa. A utilizaçãode torres de telecomunicações só foipossível em estruturas que nãopossuíam antenas parabólicas próxi-mas ao topo - que produziriamdemasiada interferência aerodinâmicanos valores medidos. Das 25 esta-ções, 15 foram instaladas em postes

de concreto adaptados e o restanteem torres de telecomunicações daprópria COPEL, TELEPAR, EMBRA-TEL e ELETROSUL. Ao final doprojeto, as duas grandes áreas demelhor potencial eólico já contavamcom medições a 50-65m de altura -algumas resultantes de estudos deviabilidade que se iniciaram após asprimeiras constatações.

Mapa do Potencial Eólico do PREm 1998 iniciou-se a análise e

preparação dos modelos para ocálculo de interpolação dos dadosanemométricos para todo o territórioparanaense. A extrapolação paracondições a 50m de altura - filtrandoos efeitos locais de relevo e rugosi-dade - foi realizada com o softwareWAsP para todas as estações doprojeto, através de modelamentodestes parâmetros numa área de 10 x10km no entorno de cada estação do

Projeto Ventar, bemcomo as duas esta-ções do IAPAR con-sideradas como re-ferência. Os ajustesclimatológicos foramrealizados para umhor izonte de 15anos de dados dis-poníveis do IAPAR,apesar das diferen-ças interanuais dasméd ias se rem

inferiores a 3%. Desta análise foielaborado o modelo estatístico atmos-férico, para o cálculo de mapeamento.

O modelo de rugosidade do estado,em resolução de 2km, foi realizado apartir do Mapa de Uso do Solo doEstado do Paraná, disponibilizado emforma digital pela SEMA ( Secretariade Meio Ambiente). Parâmetros derugosidade zo foram associadas àsdiversas classes de vegetação/uso dosolo. Foi adotado o modelo de relevogerado a partir do banco de dados doCEHPAR (Centro de Hidráulica eHidrologia Professor Parigot de Souza)- UFPR/COPEL.

O cálculo de interpolação para todoo estado na resolução 2 x 2km, a partirdos três modelos descritos acima, foi

Entre os indutores necessários ao desenvolvimento da geração eólio-elétrica noBrasil, certamente está a realização de medições específicas e mapeamentos

representativos do seu potencial energético. Estes são pré-requisitos fundamentaispara o planejamento e atração de investimentos privados ao setor. A energia eólicaé um recurso natural, renovável e estratégico ao País.

As medições anemomé-tricas confirmam a exis-tência de uma reservaenergética aproveitávelequivalente a cerca de

1/3 do consumo atual deenergia do Paraná.

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§ 9C R E S E S B I N F O R M E

O Mapa do Potencial Eólico do Estado do Paraná

realizado pelo software WINDMAP,utilizando o modo de otimização deestabilidade térmica atmosférica pararefletir com representatividade todosos valores de velocidade de ventomedidos. O Mapa do Potencial Eólicodo Estado do Paraná foi editado noinício de 1999 pela COPEL, no formato0,7 x 1,0 m, escala 1:1.000.000. Nele,as velocidades de vento na altura de50m são apresentadas em escalacontínua de 255 níveis de cor.

Também foram incluídos no mapa

os principais dados relevantes para acompreensão da metodologia eresultados do projeto:

• Modelos de relevo e rugosidadeutilizados como base;

• Posição das torres de mediçãodo Projeto Ventar, respectivas alturasde medição e velocidades médiasanuais obtidas;

• Síntese da dinâmica dos regimesde vento sobre o Paraná, bem comodos regimes de vento diurnos, sazo-nais e interanuais;

Odilon A. Camargo do AmaranteCAMARGO SCHUBERT Eng. Eólica

Dario J. SchultzCOPEL Cia. Paranaense de Energia

Um Sistema para Tratamento, Armazenamento eDisseminação de Dados de Vento

Em setembro de 1999, realizou-se na COPPE/UFRJ a defesa deTese de Mestrado da Eng. Patriciade Castro da Silva do CRESESB,intitulada “Sistema para Tratamen-to, Armazenamento e Disseminaçãode Dados de Vento”. O trabalho foiorientado pelos professores MiguelHiroo Hirata (IEM/EFEI), GustavoCésar Rachid Bodstein (COPPE/UFRJ) e Maria Regina Araújo (UFRJ)e apresenta uma proposta para a

implantação de um procedimento geralde aquisição, tratamento, armazena-mento e disseminação de dados devento.

A implantação deste sistemaconstitui-se em um conjunto de tarefasque devem ser executadas ou coorde-nadas por um órgão centralizador comdeterminadas características deoperação. Em linhas gerais, o procedi-mento propõe a padronização dosdados brutos coletados no campo

(estações anemométricas), o trata-mento estatístico dos dados, oarmazenamento dos parâmetrosestatísticos de interesse e umaforma adequada para a dissemi-nação dos dados tratados aosusuários, utilizando-se, para isto, aInternet.

• Exemplo da re-presentatividade daresolução 2 x 2km,através de compa-ração com cálculosimilar na resolução100 x 100m para aIlha do Mel;

• Ilustração e in-formações gerais so-bre a tecnologia degeração eólio-elétri-ca, sua adequaçãopara a escala de GW,rapidez de instala-ção, uso suplemen-tar da terra e predo-mínio da produçãoindustrial de turbinasno processo de im-plementação de usi-nas eólicas.

Por fim, foi incluí-da uma avaliação daenergia efetivamenteaproveitável para ge-ração elétrica, a par-tir da integração das

áreas do mapa e velocidades de ventocorrespondentes.

Maiores detalhes sobre o Mapa doPotencial Eólico do Estado do Paranápodem ser encontrados em:

http://www.copel.br/copel/port/negocios-ger-energiaeolica.html#2.

Ricardo Marques DutraCRESESB/CEPEL

[email protected]

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10 C R E S E S B I N F O R M E

Roberto ZillesLab. de Sistemas Fotovoltaicos

IEE/USP

Laboratório de Sistemas Fotovol-taicos (LSF) do Instituto de

Eletrotécnica e Energia (IEE) daUniversidade de São Paulo (USP)oferece uma série de serviços deensaio que são de interesse para duaslinhas de atividades, bem diferen-ciadas: (a) para a própria pesquisaacadêmica sobre sistemas que sedesenvolve no Programa de Pós-Graduação; (b) para os processos deexecução (controle de qualidade,implantação, treinamento, avaliaçãoetc.) de projetos ou programasconcretos de eletrificação fotovoltaica,tanto autônomos, como ligados à redeelétrica de distribuição. O laboratórioe seu grupo de pesquisadores são ca-pazes de: caracterizar componentes;cooperar com a indústria no desenvolvi-mento de equipamentos; realizarestudos de competitividade econômi-ca para distintas opções energéticas;estabelecer mecanismos de implan-tação e monitoramento de sistemasautônomos e promover cursos detreinamento e especialização.

Algumas Ações do LSF

• Desenvolvimento de componentespara sistemas fotovoltaicos, entre eles,reguladores de carga e medidores deAmpères-hora. Os regulares de cargadesenvolvidos possuem algumascaracterísticas funcionais especial-mente úteis aos sistemas fotovol-taicos. Existem 15 protótipos instala-dos em sistemas fotovoltaicos domici-liares operando há mais de três anos.Atualmente, os esforços estão sendodirigidos na incorporação da comu-tação dos set points através deestratégia PWM.

A fabricação e desenvolvimentodos medidores de Ampères-horaobjetivou a obtenção de medidas deconsumo em corrente contínua, paradeterminar a demanda energética depequenos sistemas fotovoltaicos. Odesenvolvimento deste equipamento foimotivado pela carência de estudossobre a demanda energética daspopulações rurais, que recentementepassaram a usufruir da eletricidadegerada através de sistemas fotovol-taicos.

• Implementação de sistemasfotovoltaicos domiciliares centrada, porum lado, na consideração de que aalternativa solar, mais concretamente

Atividades de pesquisa em energia solarfotovoltaica no IEE/USP

a tecnologia fotovoltaica, é utilizada,cada vez mais, para abordar proble-mas da eletrificação rural. Por outro,por notícias provenientes do meio ruralsobre projetos bem sucedidos, mastambém de outros que não o são, oque, pode levar a desmerecida perdade credibilidade na tecnologia fotovol-taica.

As causas concretas, que tambémsão comuns a outros setores dodesenvolvimento rural, mostram umacarência de formação específica,inexperiência etc. Nesse sentido, aolongo dos últimos 5 anos foramrealizadas algumas experiências naimplementação de projetos, buscandoa melhor forma de inserção da tecnolo-gia. Nesse período, foram provados eanalisados alguns mecanismos degestão: associação de usuários efundos de manutenção, leasing viaconcessionária, mecanismo munici-pal.

Este último é uma experiência, emparceria com a Prefeitura Municipal deIlha Comprida, que consiste noestabelecimento de um mecanismomunicipal de fornecimento energéticoaos bairros isolados. Os equipamentosde geração e controle são de proprie-dade da Prefeitura. Os usuários seresponsabilizaram pela compra dabateria e com os gastos de manuten-ção.

• Acompanhamento de sistemasligados à rede elétrica de distribuição,desde abril de 1998, quando foiof ic ia l izada a operação de umsistema com potência nominal de750 Wp, instalado nas dependências

do Laboratório de Sistemas Foto-voltaicos.

Para conhecer as característicasda energia entregue à rede, estãosendo feitas medidas da qualidadeda energia entregue pelo inversor.Atualmente, um estudo detalhadosobre os possíveis méri tos dageração fotovoltaica, distribuídafrente à resposta tradicional parasupr i r a demanda, está sendorealizado. Recentemente, o LSFiniciou a montagem de uma ins-talação com potência nominal de 5kWp, ligada à rede elétrica nasdependências do prédio da admi-nistração do IEE. Esta instalaçãogerará em média 550 kWh/mês, 30%da demanda mensal do prédio, epermitirá avançar nas discussõesrelacionadas com a inserção dessessistemas na rede elétrica.

• Apoio ao PRODEEM-São Paulo,com o suporte técnico às atividadesdo agente regional, a Secretaria deEstado de Energia (SEE). Atualmente,o IEE/LSF é responsável pela guardae preservação dos equipamentoscedidos pelo MME à SEE, para futurainstalação em localidades e comu-nidades isoladas. Ainda no âmbito dasatividades de apoio ao PRODEEM-SãoPaulo, foi preparada uma casa pilotopara treinamento de técnicos dasvárias prefeituras beneficiadas peloPRODEEM.

Sistema fotovoltaico instalado pelo mecanismo municipal na Ilha Comprida

O

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§ 11C R E S E S B I N F O R M E

Projetos de universitários da PUC-Rioem energia solar

s projetos aqui tratados são frutoda cooperação entre o CEPEL/

CRESESB/CATE e o Programa deIntegração Universidade Escola eSociedade (PIUES) da PUC-Rio(Pontifícia Universidade Católica do Riode Janeiro). Esta cooperação inicial-mente restringiu-se à divulgação eestímulo ao ensino técnico de energiasalternativas, particularmente energiasolar, sendo depois estendida atécnicas de eficiência energéticaatravés do CATE/CEPEL (Centro deAplicação de Tecnologias Eficientes).

Os bons resultados da fase pilotoda cooperação CEPEL/CRESESB/PUC-Rio, que resultaram na constru-ção da Casa Solar Eficiente, propi-ciaram a extensão da cooperação como PIUES na forma de um projetoaprovado com recursos da FINEP(REENGE 2 - Programa de Reformado Ensino de Engenharia) com estu-dantes universitários de Engenharia eFísica. Foram selecionados seisestudantes universitários que, apósreuniões de treinamento, propuseramprojetos a serem executados indivi-dualmente ou em equipe, nas áreasde energia solar e conservação deenergia. O objetivo principal dosestudantes constituiu-se em desen-volver projetos que utilizassem tecnolo-gias destas áreas com a implemen-tação de software ou hardware quepudessem ser utilizados em demons-trações e experimentos voltados parao público de visitantes da Casa Solar.Três projetos foram concluídos: (1)Refrigerador Solar utilizando ciclo deamônia; (2) Carro Solar utilizandopainel fotovoltaico; (3) Iluminação Solar

através de fibra óptica.

Refrigerador So-lar - Este projeto foidesenvolvido pela alu-na Ana Carla GomesPetti, sob orientaçãodo pesquisador doCEPEL Evandro Sér-gio C. Cavalcanti eteve como objetivo asimulação e projeto deuma máquina de pro-dução de gelo, utili-zando ciclo intermi-tente de refrigeraçãopor absorção. O sistema refrigerante-absorvente escolhido foi o de amônia-água. A fonte de energia é o Sol, quese caracter iza por ser l impa eintermitente. Analisou-se em detalhesas características do coletor solarplano, que serve como gerador noperíodo de geração (diurno) e comoabsorvedor no período de refrigeração(noturno). Realizou-se o dimensio-namento do protótipo bem como olevantamento de custos para a suaexecução.

Carro Solar - Este projeto foidesenvolvido pelo aluno LeonardoGarcia Cauerk Antinarelli, sob aorientação do pesquisador MarcoAntônio Galdino e do engenheiroSérgio Caixão, ambos do CEPEL eteve como objetivo a construção de umveículo de propulsão elétrica comsistema de alimentação fotovoltaica.Motivados pelo projeto da NASA(Pathfinder) optou-se pela criação deum carro solar. Este projeto propor-

cionou ao estudanteum grande aprendi-zado técnico com odimensionamento eescolha dos várioscomponentes ( painelsolar, bateria, materialestrutural para o carro,motor, rodas, pneus,controle remoto) alémde dar aos alunosuma visão adminis-trativa inerente a todoprojeto de engenharia(pesquisa de mer-cado, levantamentode custos, além deaquisição dos compo-nentes).

Iluminação Solar através deFibra Óptica - Este projeto foidesenvolvido pelos alunos Bruno MaiaAntônio Luiz, Marco Aurélio MouraVieira e Rafael Coelho Santa RitaPereira, sob orientação do pesquisadordo CEPEL, João Carlos Aguiar e doprofessor da PUC, Luiz Carlos Gue-des Valente e teve como objetivo odimensionamento de um protótipo quefosse capaz de suprir (pelo menos emparte) a necessidade de iluminação deambientes fechados durante o dia. OSistema de Iluminação Solar atravésde Fibras Ópticas (SISFO) utilizaapenas a parte visível do espectrosolar, para iluminar ambientes fecha-dos durante o período do dia, emsubstituição à iluminação conven-cional que estaria sendo utilizada. Osalunos realizaram uma análise econô-mica do SISFO e concluíram que estesistema poderá contribuir signifi-cativamente para a redução doconsumo de energia elétrica. Para opequeno consumidor, o SISFO poderáconstituir uma alternativa atraente paraa redução de gastos com energiaelétrica.

Estes projetos, propostos e execu-tados pelos estudantes universitários,propiciaram uma oportunidade para osestudantes enriquecerem suas experi-ências no trato de problemas deengenharia, pelo exercício de propore executar um projeto com objetivos,orçamento e prazos definidos.

Sistema de Iluminação através de Fibra Óptica

Hamilton MossCRESESB/CEPEL

Hortêncio Alves BorgesPUC-Rio

O

Equipe do REENGE e o Carro Solar

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12 C R E S E S B I N F O R M E

PRODEEM : Curso de Treinamento emTecnologia Fotovoltaica

Energia Solar para o Maranhãoo estado do Maranhão milharesde famílias não tem acesso à

eletricidade, milhares de criançasfreqüentam escolas rurais sem infra-estrutura, cerca de 8 mil escolas nãopossuem energia elétrica, há postosde saúde sem capacidade paraconservar medicamentos e carênciade água de boa qualidade. Em vistadisso, o Maranhão através do Progra-ma de Desenvolvimento Energético de

Estados e Municípios (PRODEEM),vem investindo na utilização de fontesalternativas de energia (Solar Foto-voltaica) para erradicar desequilíbriossócio-econômicos, prevenir agres-sões ao meio ambiente e beneficiaras comunidades sem acesso àenergia elétrica convencional.

No município de Alcântara, cida-de histórica fundada em 1648, aaplicação nas comunidades deu-se

a partir de umprojeto de Ex-tensão da Uni-versidade Fede-r a l d o M a r a -nhão, denomina-do ESATUR(Educação e Saú-de para o Turis-mo), que há trêsanos trabalhaem algumas co-munidades deAlcântara. O pro-jeto conta comalunos de dozecursos da UFMA,dentre eles En-

genharia Elétrica, que participaramda implantação dos sistemas nasescolas, desde a instalação elétricaaté a montagem do sistema degeração fotovoltaica.

A aplicação desses sistemaslevará ao desenvolvimento autosustentável para esses povoados,possibilitando a exploração e im-plantação de fontes alternativas deenergia no estado, a partir dosresultados colhidos nos projetospilotos. O objetivo é resolver proble-mas sociais e, por conseguinte,problemas econômicos das pessoasque habitam as comunidades iso-ladas e bolsões de pobreza emdiversas regiões do estado, favo-recendo a geração de empregos emelhoria da qualidade de vida destaspopulações. Portanto, teremos aexploração contínua da EnergiaSolar com aplicações sociais nasáreas de maior deficiência e quenecessi tam de maior atenção:Educação e Saúde.

Shigeaki Leite de LimaDepto. de Eng. Elétrica - UFMA

Municípios contemplados pelo PRODEEM no Maranhão

N

Município Localidade Aplicação

Humberto deCampos Ilha de Carrapatal

Iluminação PúblicaEscola RuralCentro ComunitárioIgreja

Riachão EstreitoMorro Grande

Iluminação PúblicaEscola Rural

Alcântara

ItapuauaItaauPrainhaTubarãoSanta MariaSão João de CôrtesPonta de AreiaIlha do Cajual

Iluminação PúblicaEscola RuralIgreja

Cantanhede Vassoura de BotãoSanta Rita do Cabral

Escola RuralPosto de Saúde

Ministério de Minas e Energia (MME)promoveu o Curso de Treinamento

em Tecnologia Fotovoltaica destinado aprofessores de escolas técnicas federaisde diversos estados do Brasil.

Hamilton MossCRESESB/CEPEL

[email protected]

O

Curso do PRODEEM na Casa Solar Eficiente

Este curso é fruto do convênio entreo MME/PRODEEM e o Ministério daEducação - MEC/SEMTEC, visando ainserção das escolas técnicas federaisno PRODEEM, na capacitação de re-

cursos hu-manos paraa instalaçãoe manuten-ção dos sis-temas foto-voltaicos.

O cursofoi realizadonas depen-dências daCasa SolarEficiente doCEPEL, nosperíodos de12 a 14 desetembro (1a

turma) e 19 a21 de setem-bro (2a turma).

Os pesquisadores Jorge Lima eMarco Antonio Galdino, da Área deEletrônica do CEPEL, foram os respon-sáveis por ministrar o curso. Foramtreinados 42 professores que dissemi-narão as informações recebidas aosalunos das escolas técnicas.

O potencial de multiplicação deconhecimentos apresentados nestecurso permitirá acelerar e melhorar osprocessos de instalação dos siste-mas fotovoltaicos no âmbito doPRODEEM.

A formação de recursos humanosqualificados é essencial para garantir asustentabilidade dos projetos deaplicação de energia fotovoltaica emnosso país, principalmente no meiorural, onde serão instalados os siste-mas. Este curso, certamente, é maisum passo nesta direção.

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§ 13C R E S E S B I N F O R M E

Experiência Japonesa e Brasileira em Eletrificaçãopor Sistemas Fotovoltaicos Distribuídos

D

om o objetivo de disseminarinformações atualizadas sobre o

setor de Energia Solar Fotovoltaica noBrasil e no Japão e estabelecerpossíveis intercâmbios, a JETRO -Japan External Trade Organization -realizou este seminário organizado emconjunto com o CEPEL e o CRESESB.

A JETRO é um orgão oficial dogoverno japonês, vinculado ao Ministé-rio da Indústria e do Comércio Interna-cional (MITI), com atuação na promo-ção do comércio exterior e investimen-tos do Japão. Fundada em 1958, aJETRO possui hoje 35 escritórios do-mésticos e 80 externos distribuídos em58 países.

Realizado no dia 31 de maio de2000, o Seminário contou, em suaabertura, com a presença do Dr. SatoshiKondo, Diretor Presidente da JETRO noBrasil, Dr. Márcio Drummond, DiretorTécnico e de Instalações do CEPEL eDr. Warfield Ramos Tomaz, represen-tante do MME, todos ressaltando aspossibilidades de crescimento do usoda energia fotovoltaica, tanto no Brasil

profissionais de diversas áreas ligadasao desenvolvimento da energia fotovol-taica, acompanhou as palestras e osdebates que se seguiram. O Prof.Kazuo Yoshino um dos maioresespecialistas do Japão em energiasolar, o Eng. Jorge Lima, do CEPEL,Dr. Warfield Tomaz, do MME e Dr.Francisco Diniz Bezerra, do Banco doNordeste, apresentaram, respectiva-mente, as palestras “DesenvolvimentoFotovoltaico no Japão e no Mundo”,“Desenvolvimento Fotovoltaico noBrasil”, “Uma visão do PRODEEM” e“A Experiência do Banco do Nordestena Implantação de Projetos Fotovol-taicos”.

Tanto pelo nível das palestrascomo pela participação nos debates,o Seminário foi considerado pelospresentes uma importante oportu-nidade de troca de experiências,cumprindo plenamente seus obje-tivos.

C

Prof. Yoshino durante o evento

quanto no mundo.Uma audiência atenta e partici-

pante, constituída por importantes

urante os dias 17, 18 e 19 de abrilde 2000, realizou-se na sede da

SUDENE (Superintendência de Desen-volvimento do Nordeste) a XIII Reuniãodo Grupo de Trabalho de Energia Solar(GTES).

O encontro contou com a presençade cerca de 50 representantes deinstituições do setor público, privadoe entidades não-governamentaisatuantes nas áreas de energia solartérmica e fotovoltaica. O principalobjetivo do evento foi fomentar o debatesobre questões ligadas a estastecnologias.

No primeiro dia da reunião, foramrealizados "mini-cursos", enfocando asaplicações destas tecnologias. Alémdisso, buscou-se uma atualização dostemas propostos para as forças-tarefas. Durante as palestras técnicasforam enfatizados os temas: "Tendên-cias Tecnológicas para SistemasFotovoltaicos e Aquecedores So-lares","Sustentabilidade de Projetosde Eletrificação Rural" e "Energia Solarpara Purificação de Água".

Os participantes do evento tambémtiveram a oportunidade de conhecer oLaboratório de Ensaios de Sistemas

Claudio Moises RibeiroCoordenador do GTES

XIII Reunião do GTES

de Abastecimento de Água comgeradores fotovoltaicos, instalado peloGrupo FAE/UFPE em parceria com aCELPE.

Foi consenso entre os parti-cipantes, a necessidade de encontrosmais frequentes do GTES, de formaque os diferentes grupos que trabalhamcom energia solar possam ajudar-se

Debate durante a XIII Reunião do GTES

mutuamente, contribuindo para umdesenvolvimento mais harmônico dastecnologias de aproveitamento daenergia solar em nosso país.

Ainda este ano, em Belo Horizonte,uma nova reunião deverá ser realizada.

Hamilton MossCRESESB/CEPEL

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14 C R E S E S B I N F O R M E

Encontros técnicos envolvendo energias renováveisCurso de energia eólica é promovido por instituição alemã

instituição alemã CDG (CarlDuisberg Gesellschaft) promoveu

o curso "Técnicas de Medição deVentos e Utilização do ProgramaWAsP" no Brasil. Este curso foiministrado pelo Instituto Alemão deEnergia Eólica - DEWI (DeutschesWindenergie – Institute) e teveduração de três semanas.

Para viabilizar a participação de ummaior número de pessoas, este cursofoi oferecido duas vezes no Brasil. Oprimeiro curso, organizado pelaCOPEL/UFRJ foi realizado nas depen-

1o Congresso Brasil-Alemanha é realizado em Fortaleza

Pedro BezerraCHESF

Ricardo Marques DutraCRESESB/CEPEL

1o Congresso Brasil-Alemanhasobre Energias Renováveis e

Recursos Hídricos foi realizado emFortaleza, no período de 28 de setem-bro a 02 de outubro de 1999.

O evento, assinado pela Câmarade Comércio e Indústria Brasil-Alemanha, contou com a participaçãode profissionais do setor público,privado e entidades não-governamen-tais, principalmente do Brasil e daAlemanha.

O tema central do evento foicomposto por questões e diversas

dências do SIMEPAR (SistemaMeteorológico do Paraná) em Curitiba,no período de 24 de janeiro a 11 defevereiro de 2000.

O segundo curso, organizado pelaUniversidade Federal do Ceará, foirealizado nas dependências doSindicato dos Engenheiros, emFortaleza, no período de 27 de marçoa 14 de abril de 2000.

O curso possibilitou o treinamentode mais de 45 profissionais atuantesna área de energia eólica e foi divididoem dois módulos, contemplando

aspectos teóricos e práticos. Nocontexto das atividades práticas, foiincluída uma visita às usinas eólicasde Palmas (PR) e Prainha (CE).

Maiores detalhes poderão serencontrados na próxima edição doFolhas ao Vento.

A Rede Iberoamericana de Solarimetria (RISOL)

Rede Iberoamericana de Solari-metria (RISOL) promoveu o I

Curso Regional de Solarimetria, naCosta Rica, em julho de 1999, etambém o II Curso, realizado em Arica,no Chile, durante a primeira semanade junho deste ano. Nestes eventosdiscutiram-se temas relacionados àobtenção de dados de irradiação solarterrestre, as estimativas a partir dosdados de satélite e o tratamento dosmesmos por métodos geo-estatísti-cos, a fim de desenvolver mapa dairradiação solar.

A criação da Rede Iberoamericanade Solarimetria (RISOL), que estádentro do Sub-Programa VI - NovasFontes e Conservação de Energia, foi

abordagens das energias alternativase o gerenciamento dos recursoshídricos no Brasil. A subdivisão empainéis (acadêmico, jurídico-financeiroe comercial) possibilitou a escolhaindividual dos temas de acordo com ointeresse de cada participante.

Neste evento, além da exposiçãode projetos que se mostraram efici-entes, foram apresentadas soluçõesinovadoras para as áreas abordadas,enfatizando a relação de cooperaçãoentre os dois países.

O CRESESB participou com a

exposição de suas publicações emum estande bastante visitado. Oestande também contou com o apoiodo estudante alemão Helmut Herold,complementando seu estágio realizadono CRESESB/CEPEL, onde obtevepreciosos contatos para a elaboraçãode seu trabalho acadêmico "PowerSystems for Dispersed RuralElectrification in Brazil".

Hamilton MossCRESESB/CEPEL

aprovada durante a XXIX Reunião doConselho Técnico Diretivo do Progra-ma Iberoamericano de Ciência eTecnologia para o Desenvolvimento(CYTED) realizada em Madri, no dia 1de junho de 1998.

A RISOL visa discutir e acordaruma metodologia para elaborar osatlas solares com precisão definida,que facilitem a tarefa dos projetistasde sistemas para o aproveitamento daenergia solar. Para isso, será neces-sário recuperar toda a informaçãoexistente no território, diferenciando aque procede de heliógrafos, actinó-grafos ou piranômetros e qualificá-losde acordo com o período de mediçãodos dados, o tipo de instrumentoutilizado e o tipo de manutenção ecalibração periódica realizada nosmesmos. Deve-se também levar emconsideração, que nos últimos anos

encontram-se em operação modelosde estimativa da irradiação global, apartir de informações de imagens desatélite, que podem fornecer valiosainformação, uma vez que sejam valida-dos em todo o território.

Atualmente, integram esta Rederepresentantes de 13 países daIberoamérica, estando vinculados a elamais de 70 pesquisadores.

As atividades da RISOL são divul-gadas através de boletins semestrais,com distribuição limitada e de um sitena Internet (http://www.unlu.edu.ar/risol03.htm) . Para maiores informa-ções, contactar o coordenador daRISOL, Dr. Hugo Grossi, através doE-mail [email protected].

Hugo Grossi GallegosCoordenador da RISOL

A

O

A

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§ 15C R E S E S B I N F O R M E

Encontros técnicos envolvendo energias renováveis

Núcleo de Apoio a Projetos deEnergias Renováveis (NAPER/

UFPE) realizou nos dias 28 e 29 dejunho de 1999, em Recife (PE), oEncontro Estadual de Usuários deEnergia Solar, que contou com aparticipação de usuários de energiasolar, técnicos, engenheiros, estudan-tes, parlamentares, todos preocupa-dos com o destino da eletrificaçãosolar em Pernambuco. Na ocasião,discutiu-se aspectos importantes, noque se refere à difusão sustentada datecnologia solar fotovoltaica nas áreasrurais, pela ótica dos usuários destatecnologia.

Durante os dois dias do encontro,os usuários puderam expressar suasexperiências e anseios em relação aouso desta tecnologia bastante apro-priada à região. Os depoimentos e atroca de informações ocorridos duranteo encontro de Recife, mostraram anecessidade urgente de incorporar aos

custos dos novos projetos, doisaspectos imprescindíveis para osucesso da difusão em massa datecnologia fotovoltaica no meio ruraldo país: a assistência técnica (inclu-sive a reposição de peças) e acapacitação dos usuários.

Queixas e propostas foram lança-das, mas a unanimidade ficou com apreocupação quanto à propriedadedos equipamentos, que hoje, na suamaioria, pertencem à CompanhiaEnergética de Pernambuco (CELPE).Os usuários propõem que a proprie-dade desses equipamentos sejarepassada para os próprios morado-res, que se responsabilizariam por suamanutenção e assistência técnica.Porém, para que eles possam terautonomia sobre os sistemas, elespropõem, também, que sejam realiza-dos cursos de capacitação para acomunidade.

O resultado dos trabalhos realiza-

dos em grupo, no último dia do evento,serviram de base para o documentofinal do encontro, com o objetivo deser entregue aos órgãos responsáveisem Pernambuco. Pretende-se que ospontos apresentados sejam conside-rados durante o planejamento de novosprogramas de eletrificação rural, comutilização da energia solar. As discus-sões dos grupos foram centradas emtrês pontos: “Financiamento dosSistemas de Eletrificação Ruralatravés da Energia Solar”; “Capa-citação dos Usuários” e “Manutençãoe Assistência Técnica para os Sis-temas”.

O relatório do Encontro Estadualde Usuários de Energia Solar pode serencontrado na home-page do NAPERhttp://www.ufpe.br/naper.

Heitor Scalambrini CostaNAPER/UFPE

CEPEL organizou o IV ELAB(Encontro Luso-Afro-Brasileiro de

Planejamento e Exploração de Redesde Energia), realizado no Rio deJaneiro, no período de 7 a 10 de junhode 1999.

Um dos principais objetivos doELAB foi a possibilidade de vir a gerarformas de associação ou de negóciosentre as empresas participantes.

Nesse sentido, mais do que umcongresso de elevada profundidadetécnica, o ELAB se caracterizou porpreocupar-se com aplicações práticase troca de experiências.

Em suas várias edições, o ELABtem contado ainda com apoio deconcessionárias e instituições depesquisa do setor elétrico do Brasil,Portugal e dos Países Africanos deLíngua Oficial Portuguesa (PALOP):Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau,Moçambique, São Tomé e Príncipe.

Além de ser um dos patrocinadorese organizadores do ELAB'99, oCRESESB participou do evento comestande e palestras.

Dentre as diversas consultas feitasà equipe do estande do CRESESB,

Estande do CRESESB no ELAB

Ricardo Marques DutraCRESESB/CEPEL

destaca-se o forte interesse porsistemas eólicos para complemen-tação energética em comunidadesluso-africanas. As fontes alternativasde energia, em especial, a energiaeólica, foram consideradas muitofavoráveis para solução imediata de

Encontro revela preocupação dos usuários de energia solar

A participação do CRESESB no ELAB

problemas de abastecimento deenergia elétrica abordados durante oCongresso.

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Page 16: CRESESBcresesb.cepel.br/publicacoes/download/periodicos/informe...CRESESB - Centro de Referência para Energia Solar e Eólica Sérgio de Salvo Brito ANO V Nº 6 Setembro - 2000 CRESESB

16 C R E S E S B I N F O R M E

IMPRESSO

CENTRO DE PESQUISAS DE ENERGIA ELÉTRICA(Empresa do Sistema ELETROBRÁS)SEDE:Av. Um s/no

Cidade UniversitáriaRio de Janeiro - RJ - BRASILCEP 21941-590Tel.: (21) 598-6245 Fax: (21) 260-1340

END. POSTALCEPELCaixa Postal 68007Rio de Janeiro - RJ - BRASILCEP 21944-970

http://www.cresesb.cepel.br/e-mail : [email protected]

Programa Xingó promovedesenvolvimento no semi-árido

sol que castiga, agora torna-sealiado. “Esta água é uma benção

para mim”. A afirmação é da dona-de-casa, Eliete Souza Cruz. Ela émoradora da comunidade de Gualter,localizada no município sergipano deCanindé do São Francisco. Gualter éuma das comunidades assistidas peloprojeto Energização de Comunida-des desenvolvido pela área de Energiado Programa Xingó. Nessa localidadefoi implantado um sistema de eletrifica-ção fotovoltaica. O povoado, com maisde 40 famílias, foi atendido com aconstrução e energização de umaescola, praça de lazer, sistema debombeamento d’água com lavanderiacomunitária, bebedouro de animais echafariz.

Como Gualter, outras sete comuni-dades da área de abrangência doPrograma Xingó, foram beneficiadascom a instalação de sistemas solares,destinados à alimentação de bombassubmersas para captação de água depoços e energização de prédiospúblicos, como escolas e postos desaúde, melhorando a qualidade de vidade mais de 220 famílias, que há anossofrem com a falta d’água e com ailuminação a base de lampião. Emlocalidades onde o índice de analfabe-tismo é alto, a iluminação nas escolasaumenta as oportunidades de educa-ção e emprego, já que o espaço dasescolas é utilizado para a realizaçãode cursos de capacitação no horárionoturno.

Além do trabalho nas comunida-des, o setor de energia do ProgramaXingó atua em mais duas linhas deações: a implantação de um centro depesquisas em fontes alternativas deenergia e a capacitação de pessoal,promovendo cursos de eletricidadebásica e sobre instalação de sistemasfotovoltaicos energéticos e de bombea-mento, até o momento com um saldode mais de 200 técnicos capacitados.

Para 2000, a meta é dar continui-dade ao trabalho nas comunidades,atendendo as necessidades de água

Danyele HolandaInformação e Divulgação Prog. Xingó

e luz em regiões não atendidas pelosistema elétrico convencional econtribuindo na geração de empregoe renda, por meio de cursos decapacitação profissional. Dentre asações inovadoras, está um consultóriomédico e odontológico móvel movidoa energia solar, que atenderá popula-ções isoladas que não dispõem de taisserviços.

Sistema de energização implantado na comunidade de Gualter,no município de Canindé do São Francisco (SE)

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Centrais Elétricas Brasileiras SA

Ministério de Minas e Energia

GOVERNOFEDERALCEPEL

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