como é que avaliamos intervenções? quando não existe alocação aleatória a grupos de...

20

Upload: internet

Post on 22-Apr-2015

105 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Como é que avaliamos intervenções?  Quando não existe alocação aleatória a grupos de tratamento e de comparação  Quando não se pode manipular o processo
Page 2: Como é que avaliamos intervenções?  Quando não existe alocação aleatória a grupos de tratamento e de comparação  Quando não se pode manipular o processo

Como é que avaliamos intervenções? Quando não existe alocação aleatória a grupos de tratamento e de

comparação

Quando não se pode manipular o processo de seleção

Caso geral Pessoas, lares, municípios ou outras entidades são expostos ou

não a um “tratamento” ou “política” Dois grupos não são comparáveis por causa do processo de

seleção Exemplo: Clientes de micro-crédito e indivíduos que não são

clientes de micro-crédito

Quando a randomização não é possível, como é que podemos utilizar as características do programa para “medir” o seu impacto?

Resposta: métodos quasi-experimentais Exemplo: Modelos de Regressão Descontínua (MDRs)

Page 3: Como é que avaliamos intervenções?  Quando não existe alocação aleatória a grupos de tratamento e de comparação  Quando não se pode manipular o processo

MDR mais próximos das experiências randomizadas do que os outros métodos quasi-experimentais

Depende do conhecimento do processo de seleção dos participantes Necessário saber um critério de seleção quantificável –

“uma pontuação” Alocação ao “tratamento” depende

discontinuadamente desta pontuação Exemplo: Uma política que se aplique a empresas com

vendas anuais menores ou iguais a $5,000. Uma empresa com vendas = $5,001 não seria tratada,

mas seria muito semelhante a uma empresa com vendas = $5,000.

MDRs compararíam empresas com vendas exactamente acima e abaixo da barreira dos $5000.

Page 4: Como é que avaliamos intervenções?  Quando não existe alocação aleatória a grupos de tratamento e de comparação  Quando não se pode manipular o processo

Lei: Idade mínima para beber nos EUA é 21 o consumo de alcóol é ilegal para pessoas com menos de 21 anos. Análise:

Pessoas com 20 anos, 11 meses e 29 dias Pessoas com 21 anos

Tratadas de uma forma diferente por uma restricção arbitrária (idade) Mas não necessariamente diferentes (probabilidade de irem a festas, obediência, chance de terem comportamentos de risco, etc)

Page 5: Como é que avaliamos intervenções?  Quando não existe alocação aleatória a grupos de tratamento e de comparação  Quando não se pode manipular o processo

De facto: Esta lei aloca pessoas a grupos de tratamento e comparação

Grupo de tratamento: Pessoas com idades entre 20 anos e 11 meses e 20 anos, 11 meses e 29 dias Grupo de controle: Pessoas que tenham acabado de fazer 21 anos e que já podem beber legalmente. Ambos os grupos devem ser semelhantes em termos de características observáveis e não observáveis que afectam os resultados de interesse (taxas de mortalidade)

Desta forma, é possivel isolar o efeito de causalidade do consumo de alcóol nas taxas de mortalidade de adultos jovens

Page 6: Como é que avaliamos intervenções?  Quando não existe alocação aleatória a grupos de tratamento e de comparação  Quando não se pode manipular o processo

Proporção de dias em que (1) bebe ou (2) bebe em grandes quantidades

Tratamento causa ummenor consumo de alcóol

Page 7: Como é que avaliamos intervenções?  Quando não existe alocação aleatória a grupos de tratamento e de comparação  Quando não se pode manipular o processo

Taxas de mortalidade por idade

Aumento do consumo de alcóol causa taxas de mortalidade mais elevadas por volta dos 21 anos

Mortalidade geral

Mortalidade associada a acidentes, consumo de alcóol ou de drogas

Restante mortalidade

Page 8: Como é que avaliamos intervenções?  Quando não existe alocação aleatória a grupos de tratamento e de comparação  Quando não se pode manipular o processo

• Alocação ao grupo de tratamento depende de uma pontuação ou de um ranking contínuo (ex.: Idade, vendas, resultado num exame, índice de pobreza)• Potenciais beneficiários são ordenados pela pontuação• Limite ou cut-off (ponto de corte) para ser “elegível”

definido claramente ex-ante• Cut-off determina alocação a grupos de tratamento e

de comparação

• Alocação geralmente resulta de decisões administrativas, onde• a participação é limitada devido a restrições

orçamentais• regras claras e não arbitrárias são utilizadas para a

participação no programa

Page 9: Como é que avaliamos intervenções?  Quando não existe alocação aleatória a grupos de tratamento e de comparação  Quando não se pode manipular o processo

• Governo oferece subsídios via matching grants a PMEs formais

• Eligibilidade para receber estes subsídios baseada nas vendas do ano anterior:

• Se as vendas foram inferiores a $5,000, a empresa recebe a oferta do subsídio

• Se as vendas foram pelo menos $5,000, a empresa não pode beneficiar do subsídio

• Se as vendas foram divulgadas antes do anúncio da medida

• não é possível manipular as vendas reportadas no ano anterior

• fácil de medir as vendas e garantir a utilização da regra

Page 10: Como é que avaliamos intervenções?  Quando não existe alocação aleatória a grupos de tratamento e de comparação  Quando não se pode manipular o processo

• O que acontece se nem todas as empresas com menos de $5000 aderem ao programa?• Falta de conhecimento da existência do programa

(não sabiam que o programa tinha sido introduzido)• Só as empresas interessadas aderem• Ambos implicam que haja uma seleção (empresas

que aderem ao programa podem ser diferentes daquelas que não aderem em várias dimensões)

• MAS: A percentagem de participantes altera-se descontinuadamente na fronteira (no ponto de corte), de zero para menos de 100%• Denominado MRD difuso

Page 11: Como é que avaliamos intervenções?  Quando não existe alocação aleatória a grupos de tratamento e de comparação  Quando não se pode manipular o processo

0.2

5.5

.75

1

tre

atm

en

t pro

bab

ility

assignment variable

Sharp Design for Voucher receipt

0.2

5.5

.75

1

assignment variable

Fuzzy Design for Voucher receipt

100%

0%

75%

0%

Page 12: Como é que avaliamos intervenções?  Quando não existe alocação aleatória a grupos de tratamento e de comparação  Quando não se pode manipular o processo

Descontinuidade Estanque A descontinuidade determina, com precisão, a condição de tratamento

▪ Todas as pessoas com 21 ou mais anos, consomem bebidas alcóolicas e mais ninguem o faz

▪ Todas as pessoas com menos de $5,000 em vendas recebe vouchers e empresas maiores não o fazem

Descontinuidade Difusa A percentagem de participantes muda de forma descontínua no cut-off, mas não de zero para 100% (ou de 100% para 0%)

▪ Algumas pessoas mais novas que 21 consomem bebidas alcóolicas e algumas com mais de 21 não consomem bebidas alcóolicas

▪ Regra determina eligibilidade, mas entre as empresas com menos de $5,000 em vendas, há apenas adesão parcial.

Page 13: Como é que avaliamos intervenções?  Quando não existe alocação aleatória a grupos de tratamento e de comparação  Quando não se pode manipular o processo

Ideia geral: Se o ponto de corte é arbitrario, as pessoas

exactamente à esquerda e à direita desse ponto devem ser semelhantes

Diferenças nos resultados podem ser atribuídos à política

Principal condição Nada mais acontece: na ausência da política, não

observaríamos a discontinuidade nos resultados à volta deste limite em particular

Pode não ser o caso se▪ Regra do uso de capacete para motorizadas também se aplica

aos 21 anos▪ Outra medida oferece equipamento a empresas com vendas

inferiores a $5,000

Page 14: Como é que avaliamos intervenções?  Quando não existe alocação aleatória a grupos de tratamento e de comparação  Quando não se pode manipular o processo

outc

om

e

assignment variable

Baseline

assignment variable

Follow-up

Forma diferente

Page 15: Como é que avaliamos intervenções?  Quando não existe alocação aleatória a grupos de tratamento e de comparação  Quando não se pode manipular o processo

Serão os resultados generalizáveis para além destes dois grupos que estamos a comparar?

Contrafatual em MRD Indivíduos marginalmente excluídos dos benefícios Exemplos: pessoas com menos de 21 mas com mais

de 20 anos e 10 meses; empresas com vendas inferiores a $5,000 mas mais que $4,500.

As conclusões de causalidade são limitadas às pessoas, lares, municípios, no ponto de corte O impacto estimado é para individuos marginalmente

ou por pouco elegíveis para participarem no programa A extrapolação além deste ponto supõe premissas

adicionais, geralmente não garantidas (ou diversos pontos de corte)

Modelos difusos aumentam o problema

Page 16: Como é que avaliamos intervenções?  Quando não existe alocação aleatória a grupos de tratamento e de comparação  Quando não se pode manipular o processo

Maiores vantagens dos MRD Transparência Possibilidade de ilustrar a situação atraves do uso de gráficos

Maiores desvantagens dos MRD Necessário que haja muitas observações à volta do cut-off Todas as observações longe da fronteira devem ter menos

importância Porque?

▪ Apenas perto do cut-off, podemos assumir que é por acaso que as pessoas estão à esquerda ou à direita

▪ Por exemplo uma empresa com vendas anuais de $5,000 versus uma com $500

▪ Ou uma pessoa com 16 anos versus outra com 25

Page 17: Como é que avaliamos intervenções?  Quando não existe alocação aleatória a grupos de tratamento e de comparação  Quando não se pode manipular o processo

outc

om

e

assignment variable

Page 18: Como é que avaliamos intervenções?  Quando não existe alocação aleatória a grupos de tratamento e de comparação  Quando não se pode manipular o processo

MRD são intrumentos útils para identificar o efeito de causalidade Vantagens

▪ MRD partilham as mesmas propriedades de uma experiência no local do ponto de corte

▪ Podem ser utilizados para avaliar intervenções ex-post tratando os pontos de corte como “experiências naturais” (com propriedades próximas de uma experiência mas não são designados como tal)

Desvantagens▪ Os efeitos estimados do programa são apenas

representativos das pessoas/empresas perto do ponto de corte

▪ MRDs necessitam de amostras muito grandes▪ Pessoas/empresas podem ajustar o seu comportamento em

anos subsequente em resposta ao limite▪ Exemplo: Deixar de reportar vendas acima de $5,000

Page 19: Como é que avaliamos intervenções?  Quando não existe alocação aleatória a grupos de tratamento e de comparação  Quando não se pode manipular o processo

Pode ser usado para desenhar uma avaliação prospectiva quando a randomização não for possível O design aplica-se a todos os programas

avaliados por médias Diversos pontos de corte para melhorar a

validade externa

Pode ser usado para avaliar intervenções ex-post usando as descontinuidades como “experiências naturais”.

Page 20: Como é que avaliamos intervenções?  Quando não existe alocação aleatória a grupos de tratamento e de comparação  Quando não se pode manipular o processo

20