magnum · a estação de tratamento de esgoto da copasa e na foz do arrudas. ... da vida no museu...

23
Ano 4 - número 4 - Belo Horizonte - Junho 2013 S a p iens Revista de trabalhos acadêmicos dos alunos do Colégio MAGNUM

Upload: leduong

Post on 09-Nov-2018

224 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: MAGNUM · a Estação de Tratamento de Esgoto da COPASA e na Foz do Arrudas. ... da vida no Museu Espaço Tim do Conhecimento. Lá, eles viram bem de perto as etapas do experimento

Ano

4 -

núm

ero

4 - B

elo

Hor

izon

te -

Junh

o 20

13

SapiensRevista de trabalhos acadêmicos dos alunos do Colégio MAGNUM

Page 2: MAGNUM · a Estação de Tratamento de Esgoto da COPASA e na Foz do Arrudas. ... da vida no Museu Espaço Tim do Conhecimento. Lá, eles viram bem de perto as etapas do experimento

Diretor do Colégio

Eldo Pena Couto

Coordenador Pedagógico do 6º Ano do Ensino Fundamental à 3ª Série

do Ensino Médio

Wyller Mello

Revisão ortográ� ca

Eliane Sudário

Arte e ProduçãoInovart Comunicação Tel.: (31)3075-9732

EDITORIALNo mundo globalizado em que

vivemos, é importante saber encontrar as informações relevantes, analisar fatos e, com criticidade, emitir opiniões e adotar atitudes que impactem positivamente as pessoas e comunidades do entorno.

A opção do Colégio Magnum de trabalhar com o melhor ensino e a melhor formação não deixa dúvidas quanto ao seu objetivo no cenário da Educação Básica brasileira: desenvolver em seus alunos habilidades para um mundo em constante transformação, que lhes permitam vencer os desafi os da vida.

Uma das formas de inserir nossos alunos no contexto atual é ensiná-los a aprender continuamente ao longo da vida. Para isso, devemos ajudá-los a desenvolver a autonomia, a criatividade, a capacidade de trabalhar em equipe, a motivação para uma busca constante pelo conhecimento e a capacidade de transformar a realidade a partir dos conhecimentos construídos.

Através dos projetos especiais desenvolvidos ao longo do ano, estamos dando um grande passo em direção ao alcance dessa meta. Para o desenvolvimento de cada um dos projetos, os alunos, sempre acompanhados pelos professores, enfrentam diversos desafi os para os quais são encontradas as melhores soluções. Essa é a premissa do contexto atual em que vivemos: a capacidade de resolução de problemas. Por isso, acreditamos e incentivamos as propostas de trabalho que problematizam as mais diversas situações para nossos alunos.

Nesta edição da Sapiens, podemos encontrar o relato de uma grande diversidade de projetos nos quais a problematização levou nossos alunos a buscarem explicações através de experimentos, trabalhos de campo, revisões bibliográfi cas ou debates e discussões.

Portanto, convido todos para uma agradável leitura da nossa quarta edição da Revista Sapiens.

Um abraço!

Wyller MelloCoordenador Pedagógico do 6º Ano

à 3ª Série do Ensino Médio

SapiensRevista de trabalhos acadêmicos dos alunos do Colégio MAGNUM

Page 3: MAGNUM · a Estação de Tratamento de Esgoto da COPASA e na Foz do Arrudas. ... da vida no Museu Espaço Tim do Conhecimento. Lá, eles viram bem de perto as etapas do experimento

ÍNDICEO RIO DAS VELHAS CONTA UMA HISTÓRIA............

REDUZINDO COM ESCALAS PARAAMPLIAR OS HORIZONTES.......................................

“TEM ALGUÉM AÍ?”.................................................

VIVA A DIFERENÇA!.................................................

EDUCAÇÃO E TAMBOR............................................

ENERGIA NUCLEAR: FONTEALTERNATIVA DE ENERGIA .....................................

ENERGIA SUSTENTÁVEL...........................................

A “VIDA REAL” DAS SIMULAÇÕES............................

4

6

8

9

11

14

17

19

Page 4: MAGNUM · a Estação de Tratamento de Esgoto da COPASA e na Foz do Arrudas. ... da vida no Museu Espaço Tim do Conhecimento. Lá, eles viram bem de perto as etapas do experimento

4

Revista Sapiens . 2013

Introdução

A água doce é um recurso natural finito, cuja qualidade vem piorando, devido ao aumento

da população, às ações antrópicas relacionadas à exploração irracional da natureza e à ausência de políticas públicas – saneamento básico – voltadas para a preservação do meio ambiente.

Segundo Merten e Minella (2002), vários óbitos da população bras i le i ra estão relacionados aos problemas da qualidade da água. Esses autores a f i rmam que mui tas doenças ocorrem, devido à qualidade imprópria da água para o consumo humano.

O comprometimento da qualidade da água , para fins de abastecimento doméstico, é decorrente de poluição causada por diferentes fontes, tais como:

• Poluentes domésticos: contaminantes orgânicos, nutrientes e micro-organismos, que podem ser

patogênicos.

• Poluentes industriais: decorrentes das matérias-primas e dos processos industriais utilizados.

• Poluentes agrícolas: constituídos de sedimentos, nutr ientes, produtos químicos ut i l izados na agricultura e dejetos animais.

Assim, o trabalho teve como objetivo verificar a qualidade da água do Ribeirão Arrudas e do Rio das

Ve l h a s , e m a l g u n s aspectos b io lóg icos, físicos e químicos no Rio das Velhas, uma vez que esse rio teve grande importância histór ica para o desenvolvimento da área central de Minas Gerais no ciclo do ouro, e pelo fato de sofrer uma série de interferências na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Outro aspecto diz respeito à observação e anál ise

dos alunos quanto à ocupação do homem no espaço ao longo do tempo, com o objetivo de demonstrar as vantagens dos povos se fi xaram junto aos cursos d’água em relação àqueles que não o fi zeram.

Professores responsáveis: Bruno Rangel e Natália FrançaAlunos: Julia de Assis Cerqueira, Laura Gomes Carvalho, Laura Campos Santos, Letícia de Assis Fraga, Luana Lopes de Almeida, Paula Silva Fulana, Raíssa Stephanie Rodrigues da Silva, Rafaella Ferreira ConsoleRaquel Guimarães Mendes Alves, Victor Augusto de Lima Cruz

O RIO DAS VELHAS CONTA UMA HISTÓRIA

www.youtube.com/watch?v=KZuVgbrrLoQ

Page 5: MAGNUM · a Estação de Tratamento de Esgoto da COPASA e na Foz do Arrudas. ... da vida no Museu Espaço Tim do Conhecimento. Lá, eles viram bem de perto as etapas do experimento

5

Revista Sapiens . 2013

DesenvolvimetoO projeto foi organizado em três etapas. A primeira foi comum a todos os alunos. A segunda etapa consistiu em conhecer os principais cursos d’água em Belo Horizonte, sua história e importância para construção da capital mineira. A continuidade da segunda etapa foi restrita aos alunos do projeto Magnum Avançado.

Nesta primeira etapa, os alunos aprenderam que o conhecimento histórico é constituído através de uma indagação (problematização do objeto), levantamento de hipóteses e interpretação. Após o levantamento das possíveis hipóteses, os alunos checaram ‘in loco’ a validade das mesmas e construíram as suas interpretações.

Concomitantemente a essa fase inicial, esse grupo de alunos participou de uma aula expositiva sobre a qualidade da água, para que eles, posteriormente, fizessem a coleta dos dados durante o trabalho de campo nos arredores do Rio Arrudas e do Rio das Velhas.

As coletas foram realizadas em diferentes locais do Rio das Velhas: após a foz do Arrudas (Roças Grandes), na Foz do Rio das Velhas e em uma nascente que deságua no Rio das Velhas, próxima do Rio Sabará, antes e após a Estação de Tratamento de Esgoto da COPASA e na Foz do Arrudas.

Os alunos, em grupos, estavam munidos de pipeta, luvas, máscaras descartáveis, tubo de vidro para a coleta, termômetro, fitas de PH, placas de petri com meio de cultura, fichas para preencher os dados da coleta e sacolas de lixo.

In ic ia lmente , quando possíve l , os a lunos se aproximaram da margem do rio e, com o auxílio da pipeta, coletaram em média 25 ml de água, que era colocada dentro do tubo de vidro e algumas gotas em cima do meio de cultura – nutrientes necessários para o cultivo de micro-organismos – que estavam dentro da placa de petri. O termômetro era colocado por 2 minutos dentro do tubo com a água coletada, assim como a fita de PH. Os resultados analisados foram anotados. A turbidez, a cor e o odor também foram analisados e anotados.

ConclusãoOs alunos foram estimulados a registrar o próprio olhar sobre os lugares visitados. Para isso, eles fotografaram, fi lmaram e escreveram sobre o que foi mais relevante, tanto para a discussão sobre as formas de ocupação do homem ao longo dos rios, quanto para a análise dos resultados dos materiais coletados.

Como citado anteriormente, a proposta foi desenvolvida de forma interdisciplinar, beneficiando sobremaneira a relação de ensino e de aprendizagem. Assim, a informação passa a ser tratada de forma construtiva e proveitosa e o estudante desenvolve a capacidade de selecionar, organizar, priorizar e analisar.

ReferênciasMERTEN, G. H.; MINELLA, J. P. Qualidade da água em bacias hidrográficas rurais: um desafio atual para a sobrevivência. Futura. Agroecol. e Desenvol. Rur. Sustent. Porto Alegre, v.3, n.4, out./dez. 2002.

MIRANDA, C.A.S; MONTEIRO, T.C.N. Qualidade de água em sistemas de preservação e distribuição predial na cidade do Rio de Janeiro. Caderno Saúde Pública vol. 5 nº 3. Rio de Janeiro. July/Sept. 1989.

www.ana.gov.br

www.copasa.com.br

www.mma.gov.br/conama

Page 6: MAGNUM · a Estação de Tratamento de Esgoto da COPASA e na Foz do Arrudas. ... da vida no Museu Espaço Tim do Conhecimento. Lá, eles viram bem de perto as etapas do experimento

6

Revista Sapiens . 2013

Introdução

O projeto “Reduz indo com escalas para ampl iar os

horizontes” proporcionou ao grupo de alunos do 6º Ano, um olhar mais acurado sobre as ciências exatas, humanas e da natureza.

Nesse projeto, os alunos, além de aprimorarem os conceitos de escala, proporcionalidade e estética, v i venc ia ram a Matemát ica na perspectiva da arquitetura. A escala foi tratada como relação matemática e x i s t e n t e e n t r e a s m e d i d a s (dimensões) de um objeto real e as de sua representação na maquete.

DesenvolvimentoO projeto foi apresentado para os alunos pelos professores responsáveis. Após essa fase inicial, o grupo participou de uma palestra com a arquiteta Nathália Lanna, sobre o uso da escala na Arquitetura, bem como na construção de maquetes e em outras aplicações, evidenciando a Matemática na prática de uma profi ssão.

Os alunos visitaram o Museu das Reduções em Amarantina, Ouro Preto/MG, para ampliarem o conhecimento sobre o referido tema. É importante ressaltar as interfaces do projeto em questão com outras

Professores responsáveis: Cláudia Ferreira e Rose MeinickeAlunos: Camila Santana Braz, Giovanna Morais Simões Alves, João Francisco Reis Gomes, Laura Araujo de Melo, Laura Bragança Bastos Guimarães, Laura Campos Santos, Laura Gomes Carvalho, Laura Marcia Andrade Alves Chaves, Leticia de Assis Fraga, Luana Lopes de Almeida, Matheus Araujo Pinto Carvalho, Paula Silva Fullana, Raissa Sthephanie, Rodrigues da Silva e Thiago Henrique de Castro Oliveira

REDUZINDO COM ESCALAS PARA AMPLIAR

OS HORIZONTES

Professora convidada, Nathália, ensinando o uso da escala na construção de maquetes

Page 7: MAGNUM · a Estação de Tratamento de Esgoto da COPASA e na Foz do Arrudas. ... da vida no Museu Espaço Tim do Conhecimento. Lá, eles viram bem de perto as etapas do experimento

7

Revista Sapiens . 2013

áreas do conhecimento, tais como Artes e História.

O p r o d u t o d o p r o j e t o f o i a c o n s t r u ç ã o d a m a q u e t e d a f a c h a d a d a e s c o l a , c o m a colaboração do marquetista Fábio, que ampliou o tema com seus exemplos apresentados e com sua experiência na construção desse objeto. Durante a execução, os alunos aplicaram o conhecimento construído ao usarem as escalas, o s c o m p a s s o s e r é g u a s n a elaboração de todas as faces da fachada, com as dev idas proporcionalidades.

ConclusãoOs alunos finalizaram a maquete da escola. Durante a realização, e les demonstraram o quanto aprenderam sobre o tema.

U t i l i z a r o s c o n h e c i m e n t o s adquir idos sobre as escalas, n a c o n s t r u ç ã o d a m a q u e t e fo i fundamenta l para que os a lunos atr ibuíssem sent ido à prática. O próprio trabalho de campo realizado no Museu das Reduções propiciou ir além do tema proposto, enr iquecendo o s p a r t i c i p a n t e s c o m u m conhecimento histórico acerca das maquetes lá encontradas.

Referênciaswww.pt.wikipedia.org

www.projetoreducao.com.br/index.html

Alunos pintando a maquete

Maquete da fachada da escola

Page 8: MAGNUM · a Estação de Tratamento de Esgoto da COPASA e na Foz do Arrudas. ... da vida no Museu Espaço Tim do Conhecimento. Lá, eles viram bem de perto as etapas do experimento

8

Revista Sapiens . 2013

Introdução

C omo a vida surgiu na Terra? Por que o Universo em que vivemos tem propriedades tão favoráveis à

vida? Existe vida no planeta Terra! Das duas, uma: ou a vida se formou aqui, a partir dos elementos

químicos que deram origem ao nosso planeta (Geração Espontânea); ou a vida veio de fora, em estágio

de desenvolvimento que pode ter sido mais ou menos complexo (Panspermia), segundo Renato Las Casas,

professor do Departamento de Física do Instituto de Ciências Exatas e coordenador do Grupo de Astronomia

da UFMG. A origem da vida é uma indagação científi ca frequente e muito antiga, defendida e debatida por

estudiosos há milhões de anos.

Os alunos do 7º Ano do projeto Magnum Avançado, sempre muito curiosos, perguntavam em sala de aula

durante a explanação de diferentes conteúdos como a vida surgiu na Terra. A partir dessa curiosidade, eles

foram convidados para participar do Projeto “Tem alguém aí?”

Com o objetivo de aprofundar essa discussão, foram estudadas hipóteses diversas, tais como: teoria de

Oparin-Haldane, experimento de Miller, hipótese endossimbiótica, panspermia cósmica e as teorias da

abiogênese e biogênese. Os encontros foram marcados por muitos questionamentos e descobertas. Através

do Magnum-SOL, foi possível trocar ideias e aprofundar ainda mais as discussões, através de um glossário

virtual que foi “alimentado” pelo grupo de alunos do Magnum Avançado, sob a supervisão da professora

Eliane Vivas.

Após esse conhecimento teórico, em uma manhã de sábado, os alunos visitaram a exposição sobre a origem

da vida no Museu Espaço Tim do Conhecimento. Lá, eles viram bem de perto as etapas do experimento de

Miller, em uma animação bem interessante. Discutiram, com muita propriedade, juntamente com os monitores

do museu, sobre o surgimento da vida e a sua evolução.

Em um segundo trabalho de campo, os alunos visitaram o Museu de História Natural da PUC-Minas, e

conheceram o Projeto GAIA. Alunos de graduação e pós-graduação da PUC-Minas deram foco na teoria

da Panspermia. Os alunos do Magnum conheceram ainda o observatório, viram o céu virtual e levaram para

casa o mapa celestial para que pudessem continuar a observação em dias e locais diferentes.

Professores responsáveis: Eliane VivasAlunos: Flávio Oliveira, Paulo Roberto de Oliveira, João Vítor Silva, Murilo Nicolai, Tiago Campos, Ana Beatriz Pinheiro, Ana Júlia Matarelli, Leonardo Fortuna, Luiza Ramos, João Henrique Rodrigues e Isabela Borges

“TEM ALGUÉM AÍ?”

Page 9: MAGNUM · a Estação de Tratamento de Esgoto da COPASA e na Foz do Arrudas. ... da vida no Museu Espaço Tim do Conhecimento. Lá, eles viram bem de perto as etapas do experimento

9

Revista Sapiens . 2013

Introdução

O projeto Magnum Avançado do 7º Ano, no segundo semestre de 2012, foi coordenado pelas

professoras de Língua Portuguesa e História (Ana Flávia, Clarice e Maria Raquel). O nome “Viva a diferença!” foi escolhido exatamente para que pudéssemos focar o lado positivo de convivermos com o diferente, pois esse fato nos auxilia a exercitar a paciência, a solidariedade, a gentileza e nos motiva a aprender, a melhorar.

Sabemos que temas relacionados às diferenças entre os seres humanos têm sido amplamente discutidos na mídia, no meio acadêmico, entre outros ambientes. Na escola, a convivência pacífi ca e respeitosa com as diferenças é, além de um desafi o, um grande aprendizado para nossos alunos. Podemos citar o “bullying” como um dos principais problemas relacionados a essa temática, vivenciados no contexto escolar.

Escolhemos trabalhar, nesta edição do Magnum Avançado, temas que abrangessem a situação dos negros (conquistas, lutas, abordagem dessa temática nos meios de comunicação, polêmicas, entre outros aspectos). Por ser uma questão que tem sido presente nos jornais, nas provas de vestibulares, na política, etc., acreditamos que vale a pena discutir esse tema com os alunos, buscando um espaço de difusão e construção do saber.

As atividades organizadas e desenvolvidas tiveram como meta contribuir para que os alunos do 7º Ano fossem capazes de:

• discutir, de forma madura e organizada, sobre temas polêmicos;

• argumentar, de maneira clara e coerente, defendendo ou refutando pontos de vista diversos;

• ser agentes em seus meios de convivência, em prol de comportamentos pacíficos e respeitosos com o

outro;• diferenciar o senso comum do conhecimento

científi co;• selecionar informações de várias fontes, tendo em

vista um propósito específi co.

DesenvolvimetoA proposta de trabalho do projeto foi dividida nas seguintes etapas:

1. Encontro presencial: apresentação da proposta de atividade/ Os negros na mídia (novelas, jornais, rádio, etc.). / Os negros na literatura / Os negros em outras artes (cinema, música, pintura, etc.);

2. Atividades / discussões no fórum (pelo Magnum-SOL);

3. Atividade de campo – Visita ao Museu do Escravo – Belo Vale – MG.

Professores responsáveis: Ana Flávia Torquette, Clarice Gualberto e Maria Raquel TeodoroAlunos: João Pedro Pires Rogêdo, Carolina Lopes Morais, Eduardo Augusto Militão, João Vítor Silva Lopes, Thiago Campos, Ana Beatriz Pinheiro, Leonardo Fortuna, Lorena Cantão, Diana Antoniazzi e Pedro Triani

VIVA A DIFERENÇA!

Visita ao museu de Belo Vale

Page 10: MAGNUM · a Estação de Tratamento de Esgoto da COPASA e na Foz do Arrudas. ... da vida no Museu Espaço Tim do Conhecimento. Lá, eles viram bem de perto as etapas do experimento

10

Revista Sapiens . 2013

A seguir, constam alguns exemplos de questões propostas para discussão, de acordo com os temas abordados no item I.

ConclusãoO projeto foi muito bem-sucedido. Em primeiro lugar, tivemos 100% de adesão dos alunos aptos a participar do Magnum Avançado. Além disso, as discussões mostraram que os estudantes realmente estavam refl etindo sobre o assunto e se empenhando sem ser agentes de difusão dessas ideias em suas respectivas turmas (e, possivelmente, nos outros ambientes que frequentam). Por fi m, a visita ao Museu do Escravo foi impressionante. Lá os alunos puderam ver de perto instrumentos de tortura, observar a imitação de um espaço em que os escravos dormiam e ter mais detalhes do cotidiano dessas pessoas. Além disso, puderam associar o conteúdo aprendido no trabalho de campo aos conhecimentos estudados em História ao longo do ano (principalmente, Brasil Colônia e Brasil Império). Com isso, só podemos concluir que valeu muito a pena. Esperamos que esses resultados sejam duradouros, tornando os nossos alunos ainda mais capazes de respeitar o próximo, agindo com sabedoria em relação aos que estão a sua volta.

Visita ao museu de Belo ValeFonte: http://rdnews.com.br/blog/post/epoca-da-

destaque-ao-primeiro-gala-negro-do-pais

EXEMPLO 1 – OS NEGROS NA MÍDIA

EXEMPLO 2 – OS NEGROS NA LITERATURA Mais uma obra de Monteiro Lobato é questionada por suposto racismo

Governo rejeita censura e diz que professores devem contextualizar obras. Após "Caçadas de Pedrinho", agora o livro "Negrinha", do escritor Monteiro Lobato, é alvo de movimentos sociais que pretendem barrar a sua distribuição pelo governo por suposto conteúdo racista e sexista. Nesta terça-feira (25), o Instituto de Advocacia Racial e Ambiental (Iara) protocolou representação na Controladoria-Geral da União (CGU) pedindo que as obras deixem de integrar o Programa Nacional Biblioteca na Escola (PNBE), que distribui livros a bibliotecas escolares do País.

Capa de edição do livro de contos "Negrinha", lançado em 1920 (Foto: Reprodução).

Fonte: http://g1.globo.com/educacao/noticia/2012/09/mais-uma-obra-de-monteiro-lobato-e-questionada-por-suposto-racismo.html

Page 11: MAGNUM · a Estação de Tratamento de Esgoto da COPASA e na Foz do Arrudas. ... da vida no Museu Espaço Tim do Conhecimento. Lá, eles viram bem de perto as etapas do experimento

11

Revista Sapiens . 2013

Introdução

O projeto “O som do tambor” possibilita praticar e estudar as manifestações culturais, ampliando o universo

perceptivo, conectando o participante às suas tradições e possibilitando novas experiências

culturais e sociais. Apresenta como eixo central o entendimento de que a educação e a prática

cultural em sinergia estimulam valores humanos como respeito, cidadania, responsabilidade, criatividade,

coletividade e zelo.

As atividades do projeto valorizam a formação do ser humano, sua história, sua cultura e a preocupação

com as questões ambientais. Tendo como referência nossa diretriz em oferecer o melhor ensino e a melhor

formação, o projeto valoriza as relações humanas através do ensino da música, percussão, construção de

instrumentos, dança e canto.

Promovemos experiências e vivências musicais de cultura popular, cidadania e educação ambiental,

trabalhando coletivamente em atividades direcionadas para o autoconhecimento, desenvolvimento pessoal e

social, assumindo uma postura participativa e criativa.

DesenvolvimetoAs ações musicais e educativas realizadas no Magnum foram direcionadas para o desenvolvimento criativo,

musical, intelectual e técnico, visando aprofundar o conhecimento da cultura brasileira, seus ritmos, história,

patrimônio e memória. Dessa forma, realizamos práticas educacionais interdisciplinares capazes de

proporcionar a vivência da percussão, dos instrumentos musicais e sua fabricação, dança e canto.

Através dessas práticas, os alunos puderam vivenciar a afirmação de valores humanos, o reconhecimento

das qualidades individuais e coletivas, enriquecendo a experiência do trabalho coletivo, do convívio pacífi co e

criativo, valorizando a pluralidade no intuito de reconhecer, compreender e respeitar as diferenças.

Professores responsáveis: Gustavo Ozório Dutra NicácioAlunos: Beatriz Borges Fernandino, David Gonçalves Bonifacio Leite, Mariana Ramos , Peixoto Melo, Rodrigo de Brito Prates, Alice Domingues de Araújo, Bernardo Ribeiro da Silva, Bruna Lopes Morais, Daniel Miranda Gallo, Gabriel Ricardo Thomaz de Araújo, Gustavo Dehaini, Pedro Luiz Rodrigues Barreto, Guido Guimarães Sampaio, Leandro Guatimosim Gripp, Caio Leonardo de Figueiredo Gomes, Henrique Galvão Telles, Luiza Menezes Buki Nogueira, Marcelo Lobato Boson Santos e Marina Jardim Nunes

EDUCAÇÃO E TAMBOR

Page 12: MAGNUM · a Estação de Tratamento de Esgoto da COPASA e na Foz do Arrudas. ... da vida no Museu Espaço Tim do Conhecimento. Lá, eles viram bem de perto as etapas do experimento

12

Revista Sapiens . 2013

Conteúdo das ofi cinas1. Construção de instrumentos

• O reconhecimento de materiais alternativos.

• Investigação sonora.

• Construção de instrumentos.

• Conservação dos instrumentos.

• Afi nação, entonação.

2. Musicalização e dança

• O reconhecimento do corpo e do ritmo interior.

• Investigação rítmica e musical.

• Percepção e apreciação musical.

• Pontos de escuta rítmica.

• Estética rítmica musical: compreensão do ritmo,

levadas e noções de improviso.

• Coreografi a.

3. Percussão

• Rítmica corporal.

• Regência.

• Experiência e vivência da cultura popular

através de ritmos e técnicas.

• Compreensão rítmica.

• Polirritmia.

• Arranjos de percussão.

• Ritmos afro-brasileiros e identidade.

• Ritmos africanos.

• Instrumentos e arranjos rítmicos.

Afi nando os instrumentosAula de expressão corporal

Início da construção dos instrumentosAlunos encontrando soluções para a construção dos instrumentos

Page 13: MAGNUM · a Estação de Tratamento de Esgoto da COPASA e na Foz do Arrudas. ... da vida no Museu Espaço Tim do Conhecimento. Lá, eles viram bem de perto as etapas do experimento

13

Revista Sapiens . 2013

ConclusãoPraticar a percussão, a construção de instrumentos

e a dança é importante, na medida em que cria a

possibilidade de vivenciar uma tradição, trazendo,

a partir da experiência no trabalho coletivo, o

desenvolvimento da autoestima, habilidades motoras

e cognitivas, conhecimento das tradições e sua

relação com a modernidade.

As atividades de oficinas ofertadas no Magnum

tiveram o objetivo de fortalecer a consciência corporal

e musical, valorizando o ritmo como elemento vital

para desenvolver habilidades, como o trabalho em

equipe, a concentração, a agilidade no raciocínio,

o respeito, a responsabilidade, o improviso, a

desenvoltura, a intuição e a razão.

O estudo rítmico nos possibilitou desvendar o

encontro e os choques culturais presentes na

sociedade brasileira, permitindo um passeio histórico

pelas tradições e ancestralidade.

Nessa perspectiva, as oficinas desenvolveram

a sabedoria da cul tura popular, levando em

consideração seu potencial criativo e espontâneo,

s e u p a p e l s o c i a l e a s p o s s i b i l i d a d e s d e

experimentação e prática da cultura. Foi possível

reafirmar com as atividades que a música é um

estímulo que auxi l ia no reconhecimento das

identidades, em que a (re)descoberta do ritmo interior

fortalece a interação do indivíduo com o mundo.

Alunos ensaiando para a apresentação fi nal

Apresentação durante o recreio

Page 14: MAGNUM · a Estação de Tratamento de Esgoto da COPASA e na Foz do Arrudas. ... da vida no Museu Espaço Tim do Conhecimento. Lá, eles viram bem de perto as etapas do experimento

14

Revista Sapiens . 2013

Introdução

E ntre as primeiras conquistas do ser humano no uso da energia, o que o diferenciou de forma

considerável dos outros animais foi aprender a fazer e utilizar o fogo. Esse fato representou o domínio de uma nova fonte de energia.

D e a c o r d o c o m a e q u i p e d e P e s q u i s a d e Desenvolvimento da Sangari do Brasil (2009) há cerca de 10 mil anos, alguns grupos humanos já não eram mais nômades e praticavam a agricultura. Ao longo do tempo, algumas invenções tornaram o trabalho menos cansativo e mais produtivo. Um exemplo é o arreio dos animais, que potencializou o uso do arado, propiciando o aumento da produção agrícola. Com o arreio, foi possível usar a força e a energia dos animais na lavoura.

Posteriormente, outras invenções permitiram utilizar a energia de movimento das águas e dos ventos, como a roda d´água (I a.C.) e o moinho de vento (X d.C).

Pesquisas e descobertas se intensificaram com o Renascimento, na Europa dos séculos XV e XVI. Surge a ciência moderna, iniciando um processo de cooperação entre conhecimento científ ico e desenvolvimento tecnológico e econômico.

Já em meados do século XVIII, acontece, na Inglaterra, a Primeira Revolução Industrial. A máquina a vapor, que tem como principal fonte de energia o carvão,

passa a impulsionar a produção de bens nas fábricas das cidades. O trabalho feito por artesãos começa a ser substituído pela manufatura e organizado em linha de produção, em que cada operário realiza uma tarefa específi ca.

No século XIX, a Segunda Revolução Industrial, iniciada na Alemanha, tem como marco o uso da energia elétrica. É um século marcado por invenções que facilitaram a vida em sociedade, como o telégrafo e a lâmpada elétrica.

No século XX, com o uso intensivo e crescente de combustíveis fósseis (petróleo, carvão mineral, gás natural) e de eletricidade, houve um grande salto no desenvolvimento industrial. Sistemas de iluminação e de aquecimento, eletrodomésticos, l inhas de metrô, elevadores, computadores, a comunicação via Internet dependem da energia elétrica. Carros, ônibus, caminhões, aviões, barcos, quase todos os meios de transporte são movidos pela queima de combustíveis derivados do petróleo e também utilizam eletricidade, contando com acumuladores ou baterias.

Nas quatro últimas décadas, outras formas de geração de energia elétrica começam a ser usados, como a energia nuclear, a solar e a dos ventos.

Destacaremos nesse projeto a energia nuclear, que é a liberação da energia contida dentro do núcleo para manter prótons e nêutrons ligados. Infelizmente,

Professores responsáveis: Otávio Augusto de OliveiraAlunos: Ana Luiza Nunes Sampaio e Lucas de Araújo Fernandes

ENERGIA NUCLEAR: FONTE ALTERNATIVA

DE ENERGIA

Page 15: MAGNUM · a Estação de Tratamento de Esgoto da COPASA e na Foz do Arrudas. ... da vida no Museu Espaço Tim do Conhecimento. Lá, eles viram bem de perto as etapas do experimento

15

Revista Sapiens . 2013

são pouco d ivu lgados os grandes benef íc ios da energia nuclear. A cada dia, novas técnicas nucleares são desenvolvidas nos diversos campos da atividade humana, possibilitando a execução de tarefas impossíveis de serem realizadas pelos meios convencionais. A medicina, a indústria, particularmente a farmacêutica, e a agricultura são as áreas mais benefi ciadas. Os isótopos radioativos ou radioisótopos, devido à propriedade de emitirem radiações, têm vários usos. As radiações podem até atravessar a matéria ou ser absorvido por ela, o que possibilita múltiplas aplicações. Mesmo em quantidades cuja massa não pode ser determinada pelos métodos químicos, a radiação por eles emitida pode ser detectada. Pela absorção da energia das radiações (em forma de calor) células ou pequenos organismos podem ser destruídos. Essa propriedade, que normalmente é altamente inconveniente para os seres vivos, pode ser usada em seu benefício, quando empregada para destruir células ou micro-organismos nocivos.

Neste século XXI, tanto para a produção de energia quanto para o consumo, são grandes os desafios colocados para todos. Cabendo a nós, gestores do planeta Terra, pensarmos e escolhermos o que é de melhor para nós enquanto sociedade dependente do meio ambiente.

DesenvolvimetoO projeto “Energia alternativa – Energia nuclear vilã ou mocinha?” foi desenvolvido pelos alunos do 9º Ano, com o professor de Ciências, tendo como objetivo principal o despertar de uma consciência crítica a respeito da energia nuclear.

Além do objetivo supramencionado, o trabalho também permitiu:

• elaborar individualmente e em dupla relatos orais, escritos, perguntas e suposições acerca do tema em estudo, estabelecendo relações entre as informações obtidas por meio de trabalhos práticos e de textos.

• confrontar as diferentes explicações individuais e coletivas, reconhecendo a existência de diferentes

modelos explicativos na Ciência, inclusive de caráter histórico, respeitando as opiniões, para reelaborar suas ideias e interpretações.

• compreender as relações de mão dupla entre o processo social e a evolução das tecnologias, associadas à compreensão dos processos de transformação de energia, dos materiais e da vida.

• conhecer a forma como a energia elétrica é gerada nos diferentes tipos de usinas, em especial a nuclear.

• analisar os prós e contras da uti l ização de diferentes fontes de energia, considerando impactos ambientais, econômicos e sociais.

• exerc i tar a prát ica do debate, e laborando argumentos favoráveis e contrários à utilização de cada uma das fontes de energia que podem ser aproveitadas no processo de geração de energia elétrica.

Inicialmente, foi distribuído aos alunos um texto produzido pela Comissão Nacional de Energia Nuclear e disponível no site: www.cnen.gov.br. Esse texto, de forma didática, abordava os aspectos conceituais a respeito do tema, servindo como uma base para as discussões posteriores.

Em seguida, foi realizado um momento de discussão desse texto, quando foi possível um intercâmbio de ideias entre os discentes e o professor. Durante essa atividade, alguns questionamentos foram registrados,

Alunos visitando o Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear

Page 16: MAGNUM · a Estação de Tratamento de Esgoto da COPASA e na Foz do Arrudas. ... da vida no Museu Espaço Tim do Conhecimento. Lá, eles viram bem de perto as etapas do experimento

16

Revista Sapiens . 2013

elaborando, assim, uma pequena entrevista que foi usada na próxima etapa do projeto.

A maior parte da carga horária do projeto foi realizada em campo, numa v is i ta ao CDTN, Centro de Desenvolvimento de Tecnologia Nuclear, localizado na UFMG, onde os alunos puderam assistir a uma palestra com um especialista, inclusive entrevistando-o, e conheceram alguns espaços desse renomado centro de pesquisa. Foi um momento extremamente enriquecedor para os alunos, pois eles puderam compreender e ver como são realizadas as pesquisas nesse campo, dessa maneira conciliando teoria com a prática.

Para fi nalizar o projeto, foi realizada, como um produto final, uma conversa dos alunos participantes com as turmas da mesma série, a partir de questões feitas por eles anteriormente. Durante essa conversa, os protagonistas puderam relatar o que aprenderam ao longo do tempo, as conclusões que eles tiraram sobre a utilidade e empregabilidade da energia nuclear e a experiência de terem ido a um centro de pesquisa como o CDTN.

ConclusãoAcreditamos que o projeto “Energia alternativa – Energia nuclear vilã ou mocinha?” cumpriu a sua proposta de dar aos alunos subsídios para que possam ter uma leitura crítica sobre um assunto muitas vezes tratado pela mídia de maneira errônea. Além disso, o projeto foi desenvolvido de forma coerente com a missão do Colégio Magnum: "Oferecer uma educação inovadora e de qualidade, em um ambiente acolhedor, que possibilite o desenvolvimento de nossos alunos como cidadãos conscientes e felizes, capazes de gerir sua própria vida e de atuar como membros ativos na sociedade".

ReferênciasBRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília, MEC/SEF, 1997.

http://revistaescola.abril.com.br/ciencias/pratica-p e d a g o g i c a / d e b a t e - f o n t e s - g e r a c a o - e n e r g i a -eletrica-539381.shtml

http: / / revistaescola.abr i l .com.br/ fundamental-2/plano-aula-como-tornar-cidades-brasileiras-mais-sustentaveis-647289.shtml

http://www.cnen.gov.br/ensino/apostilas/aplica.pdf

“Energia, sociedade e ambiente”: livro do professor. Obra e laborada pela Equipe de Pesquisa de Desenvolvimento da Sangari do Brasil. 10 ed. São Paulo: Sangari do Brasil, 2000. (CTC: Ciência com Criatividade).

Alunos do Magnum Avançado e o professor Otávio nas instalações do CDTN

Page 17: MAGNUM · a Estação de Tratamento de Esgoto da COPASA e na Foz do Arrudas. ... da vida no Museu Espaço Tim do Conhecimento. Lá, eles viram bem de perto as etapas do experimento

Revista Sapiens . 2013

17

“Ensinar é preparar o caminho para a total autonomia de quem aprende, fazendo um cidadão consciente de seus deveres e direitos.”

Paulo Freire

Introdução

E m 2012, duas grandes propostas das Nações Unidas visaram discutir temas polêmicos sobre

o desenvolvimento sustentável: o cooperativismo e a energia sustentável. A Conferência do Rio – Eco 92 – consolidou o conceito de desenvolvimento sustentável, proposto pelo Relatório “Nosso Futuro Comum”, de 1987, que buscava superar o conflito aparente entre desenvolvimento e proteção ambiental. A definição mais aceita para desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender às necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro. Tal conceito se desenvolve a partir da relação entre os pilares social, econômico e ambiental.

Nesse sentido, a UNESCO postula que: “Não se pode mais conceber um projeto de desenvolvimento independentemente das pessoas às quais ele se destina. A visão meramente instrumental do desenvolvimento precisa ceder lugar a uma visão mais humana que conceda primazia às pessoas e à construção coletiva. Quando isso ocorrer, o papel construtivo, constitutivo e criativo da cultura dos povos certamente dará uma contribuição mais relevante em direção a uma economia com face mais humana”.

O cooperativismo, sistema pelo qual indivíduos com interesses comuns se associam sem fins lucrativos, seria o modelo econômico para que o interesse coletivo sobrepujasse os interesses individuais e assim erradicaríamos a pobreza e promoveríamos o desenvolvimento sustentável. As cooperativas são associações democráticas – uma pessoa = um voto –, sem fins lucrativos, que podem se constituir em

cooperativas de crédito, social ou do trabalho.

As cooperativas de crédito têm por objetivo a captação de recursos para realização de empréstimos ou aplicações financeiras, a fim de se obter as melhores taxas aos seus associados.

As cooperativas sociais têm o objetivo de promover a inserção social de pessoas com desvantagem no mercado de trabalho, promovendo assim melhores condições econômicas, de acordo com os interesses das comunidades.

As cooperativas do trabalho são aquelas cuja função é melhorar os salários e as condições de trabalho de seus associados. Isso é possível por meio da criação da demanda de trabalho, para que os seus associados exerçam suas habilidades. Tais cooperativas dispensam a necessidade de um patrão ou empresário que promova a oportunidade de trabalho.

Entendemos que a UNESCO não pretende que os alunos formem cooperativas legais, mas que entendam o princípio do associativismo e o pratiquem, com o objetivo de buscar o bem coletivo nas relações sociais. Para tanto, a equipe da 1ª Série E.M. realizou algumas ações que valorizaram as práticas coletivas, mas que também conceituaram o associativismo praticado pelas cooperativas.

Os professores Estevam Bravo, Emílio Silva, Marcus Reis e Leonardo Martins realizaram o projeto sobre Energia Sustentável, objetivando ampliar a reflexão sobre o ponto de vista das cooperativas. Assim, houve o foco no aprofundamento das questões relevantes a essa temática na sociedade atual. Além disso, o projeto direcionou suas atenções à contextualização dos problemas no âmbito científico, visando à melhora do âmbito social.

Professores responsáveis: Emílio Assis, Estevam Bravo, Leonardo Martins e Marcus ReisAlunos: 1ª Série do Ensino Médio

ENERGIA SUSTENTÁVEL

Page 18: MAGNUM · a Estação de Tratamento de Esgoto da COPASA e na Foz do Arrudas. ... da vida no Museu Espaço Tim do Conhecimento. Lá, eles viram bem de perto as etapas do experimento

Revista Sapiens . 2013

18

DesenvolvimentoOs alunos assistiram a um seminário, que serviu de ponto de partida, sobre Energia Sustentável, ministrado pelos professores das áreas de Ciências da Natureza e Ciências Humanas, Emílio Assis, Estevam Bravo, Leonardo Martins e Marcus Reis.

Cada turma de alunos foi designada a cuidar de uma empresa fictícia da área de energia. Essa empresa deveria elaborar um plano energético para aperfeiçoamento e solução dos problemas de uma Unidade da Federação Simulada.

Os Estados previamente escolhidos foram Bahia, Tocantins e Ceará. Os professores representaram os governantes e assessores desses Estados, e, dentre as propostas, deveriam escolher aquela que melhor resolvesse a questão, ou que melhor atendesse aos interesses políticos característicos dos partidos vigentes.

ConclusãoOs alunos compreenderam a importância do desenvolvimento sustentável no âmbito da energia, ao assistirem ao seminário temático e durante a orientação para a construção da proposta energética da situação fi ctícia.

Por meio dos debates entre as empresas fictícias dos alunos, percebemos o envolvimento e engajamento dos alunos sobre o tema proposto, bem como o aprendizado obtido pela busca e construção do conhecimento em equipe.

ReferênciasDOCUMENTO DE CONTRIBUIÇÃO BRASILE IRA À CONFERÊNCIA RIO+20 – www.rio20.gov.br

DECRETO Nº 7.495, DE 7 DE JUNHO DE 2011. – www.brasil.gov.br

Rio+20: como chegamos até aqui – www.rio20.gov.br

http://www.peaunesco-sp.com.br/ano_inter/ano_cooperativa/ano_internacional_das_cooperativas.pdf

http://www.receita.fazenda.gov.br/Publico/perguntao/dipj2011/CapituloXVII-SociedadesCooperativas2011.pdf

http://www.ocesp.org.br/default.php

http://www.sebraemg.com.br/culturadacooperacao/cooperativismo/cooperativa%20o%20que%20e.htm

Professores representantes de um Estado da Federação

Alunos representando uma empresa

Avaliação das propostas das empresas

Page 19: MAGNUM · a Estação de Tratamento de Esgoto da COPASA e na Foz do Arrudas. ... da vida no Museu Espaço Tim do Conhecimento. Lá, eles viram bem de perto as etapas do experimento

19

Revista Sapiens . 2013

P articipar de uma simulação não é só praticar a arte da diplomacia – o que já seria esplêndido

–, mas engloba uma série de outras realidades.

As experiências enriquecedoras já começam enquanto o delegado se prepara para simular. Os estudos ampliam seus conhecimentos sobre outros povos e culturas e o fazem enxergar realidades diferentes com as quais está acostumado. Além disso, ele passa a entender o funcionamento das relações diplomáticas entre os países – e a fazer parte delas durante a simulação –, essenciais para o mundo globalizado e interdependente em que vivemos. E, como consequência gratuita, quem participa de simulações pode ter um diferencial em vestibulares, no mercado de trabalho e até no dia a dia, como cidadãos do mundo.

Consequência gratuita até certo ponto. Fazendo uma analogia, é como comprar uma centrífuga caríssima e “ganhar” um livro de receitas. Afinal, quem se prontifica a representar um país em uma discussão internacional deve ter um comportamento bastante específi co.

Por exemplo, todo bom diplomata é condizente com a política externa de seu país, mesmo diante de situações inesperadas; mantém a diplomacia, mesmo em momentos de difi culdade e atrito; sabe negociar para chegar a um resultado comum e viável; expressa-se bem por meio da fala ou da

escrita; sabe escutar o outro; sabe liderar quando necessário; assume compromissos (e os cumpre); obedece às regras e aos superiores e, sem dúvida, carrega uma bagagem enorme de conhecimento e capacidade crítica. Na “vida real”, trabalhar essas habilidades contribui para a formação dos alunos como profi ssionais competentes e preparados para um mercado de trabalho exigente e competitivo.

Como se não bastasse, simular também permite o contato com jovens com perfi s variados (de outras escolas, outras idades, outras ideologias), o que fomenta discussões e cria um poço de novas ideias, novas perspectivas ou, talvez, até novas amizades. A participação em modelos simulados está, pois, diretamente l igada ao processo de formação pessoal do delegado, seja como estudante, ser humano ou profi ssional.

Falando dessa forma, as simulações até parecem ser eventos recentes, criados por estudantes básicos e universitários há pouco tempo. Na realidade, as primeiras simulações datam da década de 1920. Após o surgimento da ONU, tornaram-se comuns tanto em escolas secundaristas quanto em universidades – primeiramente nos Estados Unidos e na Europa e gradualmente foram disseminadas nas outras regiões do mundo.

No Brasil, o primeiro modelo das Nações Unidas realizado no Brasil foi o AMUN – Americas Model

Alunos: Fernanda Rocha, aluna da 2ª Série do Ensino Médio, Bruna Moreira, Luíza Dutra e Paulo Mendonça, alunos da 3ª Série do Ensino Médio.

A “VIDA REAL” DAS SIMULAÇÕES

“A diplomacia é e sempre será a mais poderosa de todas as espadas, o mais poderoso de todos os escudos. Somente ela é capaz de proteger dois extremos em casos extremos.”

Eliaxe Mondarck

Page 20: MAGNUM · a Estação de Tratamento de Esgoto da COPASA e na Foz do Arrudas. ... da vida no Museu Espaço Tim do Conhecimento. Lá, eles viram bem de perto as etapas do experimento

20

Revista Sapiens . 2013

United Nations, organizado pelos alunos do curso de Relações Internacionais da Universidade de Brasília, em 1998. A partir de então, várias outras instituições de ensino adotaram as simulações como prática constante de suas atividades. Os "MUNs" (sigla em inglês para Model of United Nations) estão, hoje, disseminados em todo o território nacional. Existem vários modelos em todas as regiões, e alguns deles são abertos e atraem pessoas de vários Estados. Esses modelos, como o MINIONU (realizado pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais), são muito importantes para a formação acadêmica e pessoal dos estudantes. As simulações têm um padrão específico. No início dos debates, cada delegado deve entregar à mesa diretora um “Documento de Posição Ofi cial” (DPO), contendo as principais informações sobre sua representação. A ordem dos temas a serem debatidos é de decisão dos diretores, que, por sua vez, apresentam uma agenda de trabalho que direcionará as discussões. Os delegados, entretanto, também podem propor novas agendas. Ao final de muitos discursos, questões (dúvidas levantadas pelos delegados em relação à temática ou ao andamento do comitê) e moções (propostas de modificação na estrutura de debate vigente), é redigida uma Proposta de Resolução que atenda aos padrões das Nações Unidas ou da organização em questão. Finalizada a redação, é aberta uma votação no plenário competente para a aprovação ou reprovação da Proposta de Resolução. Os delegados que mais se destacarem pelas habilidades oral e escrita, somadas à capacidade de negociação, recebem menção honrosa – que é motivo de grande orgulho, já que atesta sua capacidade e demonstra seu destaque nas discussões. Além disso, pode ajudar muito na vida adulta, já que é um grande diferencial no currículo de quem a recebe.

Os alunos do Magnum também têm a oportunidade de participar de simulações organizadas por escolas e universidades de diversos Estados. Nesse caso, é formada uma delegação – um conjunto de alunos

que, com um professor orientador, viajam para participar de modelos em outras cidades.

Usualmente, as delegações compostas por alunos do Colégio se destacam em meio ao “mundo modeleiro", termo utilizado para tratar do universo de modelos das Nações Unidas. Em vários deles, por sinal, os delegados do Magnum já construíram uma ótima reputação, chegando, inclusive, a receber o prêmio Alexandre Gusmão, devido ao grande destaque no XII MINIONU.

Outros modelos de organizações internacionais também já contaram com a part ic ipação de estudantes do Colégio Magnum. Alguns exemplos são, dentre outros, a Simulação das Nações Unidas para Secundaristas (SiNUS), realizada anualmente em Brasília e organizada por um grupo de cerca de 150 alunos de diversos cursos da Universidade de Brasília e está atualmente na sua 12ª edição; o SPMUN, que é um modelo independente criado em 2009 por estudantes do Ensino Superior de várias Universidades de todo o País; e a ONUjr, um dos modelos mais tradicionais do Brasil, realizado em Niterói, no Rio de Janeiro. Já a SIMA – Simulação Magnum das Nações Unidas – foi criada em 2007 pelos alunos Rodrigo Badaró e André Araújo. Neste ano, ela completa sua VII edição, com comitês nacionais, internacionais, históricos e ambientais. Ao longo desses sete anos, tanto os estudantes quanto a escola aprimoraram e investiram bastante no projeto. Por isso a SIMA, feita inteiramente por alunos do Colégio, cresce e melhora a cada ano e adquire até reconhecimento nacional.

Frequentemente, quando se é estudante, escuta-se dizer que “a ‘vida real’ é bem diferente da escola” e, assim, surge uma pergunta: “Como se preparar, então, para a ‘vida real’?” Participar de uma simulação é um bom caminho, mas organizá-la é ainda mais desafi ador, principalmente um projeto do tamanho da SIMA, sobre o qual existem tantas expectativas. Afi nal de contas, organizar um evento desse porte é muito difícil. Exige, principalmente, que você assuma um compromisso – que carrega

Page 21: MAGNUM · a Estação de Tratamento de Esgoto da COPASA e na Foz do Arrudas. ... da vida no Museu Espaço Tim do Conhecimento. Lá, eles viram bem de perto as etapas do experimento

21

Revista Sapiens . 2013

consigo muitas responsabilidades - e esteja disposto e preparado para fazer muito mais do que aquilo que lhe foi designado. Por isso, é importante não só saber tudo sobre o seu comitê, mas também ter noção do que acontecerá em todos os outros

Um modelo de simulações requer planejamento. Por isso, o primeiro passo dos organizadores é decidir os temas a serem debatidos. Geralmente, são assuntos abordados nas próprias reuniões da ONU e os comitês podem ser históricos e/ou militares,

retratando acontecimentos de décadas passadas (como a reunião do Conselho de Segurança sobre a guerra das Malvinas em 1982); ambientais, abordando temas debatidos na ECO-92 e RIO+20; sociais, com temas debatidos no CDH (Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas); econômicos, simulando uma reunião do Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (UNIFEM) e futuristas, debatendo, por exemplo, a questão da “Guerra da Água”.

Além disso, existem os cargos administrativos nas simulações, cabendo aos próprios estudantes ocupá-los. O secretário-geral fica responsável pela logística do evento; os diretores lideram as pesquisas e o andamento do comitê e, geralmente, são auxiliados por dois ou mais diretores assistentes; e os delegados representam países ou quaisquer outros membros de órgãos diplomáticos.

Comitê da Emenda 29 - VI Sima

Page 22: MAGNUM · a Estação de Tratamento de Esgoto da COPASA e na Foz do Arrudas. ... da vida no Museu Espaço Tim do Conhecimento. Lá, eles viram bem de perto as etapas do experimento

22

Revista Sapiens . 2013

O trabalho em equipe também é, sem dúvida, f u n d a m e n t a l . P a r a q u e u m p e q u e n o número de pessoas consiga planejar uma simulação de sucesso, é preciso que cada um saiba l idar com diferenças; saiba ser c r i t i cado e cr i t i car ; saiba ceder e separar o l ado pessoa l do profissional – mesmo que desse grupo de coordenação surjam verdadeiras amizades. Disciplina é, também,

i m p r e s c i n d í v e l : s e r pontual, cumprir prazos e seguir estritamente as orientações superiores. Tudo isso torna todo o processo mais prático. Mas, talvez, a exigência de mais importância para a “vida real” seja a capacidade de adaptação. Por mais que haja planejamento, nem tudo ocorrerá como o esperado e, nessas horas, é preciso que se tenha preparação e experiência para tomar decisões mais rápidas e mais eficientes.

Para realizar essa árdua tarefa, os alunos do Colégio se reúnem em uma equipe de diretores e diretores assistentes, sob a orientação e o auxílio do professor de História, Tiago Ávila, e da coordenadora de pro je tos de ex tensão e ex ternos , Alessandra Caixeta. Todos os anos, o grupo de organizadores se renova: os alunos da 3ª Série do Ensino Médio deixam a escola e outros os substituem. Os novos diretores são escolhidos seguindo vários critérios acadêmicos e comportamentais. Tantas exigências, contudo, têm de ter uma gratificação. E, com a equipe da SIMA, não seria diferente. Alegramo-nos imensamente

por poder levar a oportunidade de simular a centenas de alunos que, quiçá, darão continuidade ao projeto e tornar-se-ão grandes ícones de simulações. Afinal, "a função da liderança é produzir mais líderes, não mais seguidores." (Ralph Nade).

Comitê da OTAN - VI Sima

Comitê da ECO 92 - VI Sima

Page 23: MAGNUM · a Estação de Tratamento de Esgoto da COPASA e na Foz do Arrudas. ... da vida no Museu Espaço Tim do Conhecimento. Lá, eles viram bem de perto as etapas do experimento

COLÉGIO MAGNUM CIDADE NOVARua São Gonçalo, 1.364 - Nova FlorestaCEP 31140-360 - Belo Horizonte - MG

Tel.: (31) 3429-9000

www.magnum.com.br