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Viçosa - 17 DE ABRIL DE 2014 - Ano 3 - Número 4 Universidade Federal de Viçosa - Pró-Reitoria de Ensino UFV SEM A CURIOSIDADE QUE ME MOVE, QUE ME INQUIETA, QUE ME INSERE NA BUSCA, NÃO APRENDO NEM ENSINO PAULO FREIRE

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Viçosa - 17 DE ABRIL DE 2014 - Ano 3 - Número 4Universidade Federal de Viçosa - Pró-Reitoria de Ensino

UFV

SEM A CURIOSIDADE

QUE ME MOVE, QUE ME INQUIETA,

QUE ME INSERE NA BUSCA, NÃO APRENDO NEM

ENSINOPAULO FREIRE

Ciências Biológicas Coordenadora

Mara Garcia Tavares

SupervisoresAndréa Cristina Pimentel de Carvalho

Denise de Figueiredo Barbosa

LicenciandosAline Luquini PereiraAriana da Silva Neto

Bruno Geovany Sacco Pinto Marques Danubia Pereira Pinheiro

Deisy Guimarães CarneiroDeivid da Silva Costa Elisa da Silva Barreto

Elizabeth Lopes de OliveiraFrancelina Aparecida Duarte Rocha

Ivan Becari Viana Josimara Aparecida Lessa Silveira

Juliana Deprá Stelzer Liliam Maria Cabral

Lucas Braga de Ávila SalgadoLuiz Carlos da Costa

Marcos Vinicius Vieira MattosMariana Cação Costa

Mateus Brandão Chagas Basílio Nayara Soares Smith Braga

Patrícia Ciacco GianelliPaula Brandão Chagas Basilio

Raquel Garcia da SilvaRodrigo Campos Cardoso

Simone Rodrigues SilvaThais Mendes Orlando

Vanessa de Paula Guimarães Lopes

GeografiaCoordenador

André Luiz Lopes de Faria

SupervisoraCássia Silva Freitas

LicenciandosAna Cristina Lopes JorgeAngélica Ladeira TeixeiraCleiton Sávio de Oliveira

Edilberto Buonicontro JuniorFábio Aparecido da RosaFilipe Silveira Trindade

Franciane Daniela de QueirogaFrank Dany Palma SoaresGisele Aparecida Pereira

Karla do Vale SilvaMichele Tidisco Padovani

Telma Oliveira Soares VellosoThuany Soares MendesWilliam Moreira Xisto

LetrasCoordenadora

Cristiane Cataldi dos Santos Paes

SupervisoresPatrícia Muratori de Lima e Silva Negrão

Letícia Maria Ferreira da SilvaElaine Regina do Carmo

LicenciandosDanielle Roberta Dias

Danúbia de Paula OliveiraJuscélia de Sales Dias

Margarett Rosa da SilvaMariana Lenir Moura de JesusMoniki Andrade Costa LinsNatalícia Aparecida Máximo

Richardson Dutra da Costa Pego

MatemáticaCoordenadoras

Lucy Tiemi TakahashiMarli Regina dos Santos

Luciana Maria Mendonça Bragança

SupervisoresJosé Carlos Barbosa Soares

Ana Maria Viana de Souza LopesLuciano David Pereira

LicenciandosAllan Arnon de Magalhães

Ana Paula SilvaCamila Rafaela Gomes Dias

Cristiane Neves MelloCynthia Martins Diório

Edenilson Antônio LopesElizena das Graças e SilvaErli de Souza Romualdo

Geraldo Magela da Cruz PereiraGiuvaney Martins Carlos

Guilherme Rodrigues BatistaHeitor Enes CarvalhoIsabela Basílio Josaphá

Jaquicele Aparecida da CostaLeísa Pires Lima

Leonardo Rodrigues LeiteLucas Souza da Silveira

Marcela NascimentoMatheus de Paula Ferreira

Matheus Enrique da Cunha Pimenta BrasielMaurício Silva Lacerda

Mayara Permanhane NascimentoMichele Pereira da CostaMislene Aparecida Lopes

Rafael Henrique dos Anjos Raul de Oliveira Castro

Ricardo Barbosa Lima Mendes Oscar Rúbia Drumond Magalhães

Shirleny Pedrosa FreitasThamires Ribeiro Medeiros

Tobias Fernando PintoVanessa da Luz VieiraVanessa Pereira Lima

Viviane Mendes Magalhães

Matemática - FlorestalCoordenador

Sérgio Henrique Nogueira

SupervisoresCláudia Aparecida Gonçalves Silveira

Diego Joander Walder CarvalhoLuciana da Silva Faria

Norma Sueli da Silva Diniz

LicenciandosAline de Oliveira Vidigal

Aurélio de Aquino AraújoBruna de Paula Machado

Cristiano Borges GontijoDaiana Cristina Lemos

Eliane Gusmão de FreitasFranciele Fátima Dutra Bárbara

Jéssica de Mendonça Luíza Augusta Moreria Sorice

Márcia Cristina Teixeira Reyssila Franciane Dutra do Nascimento

Física - FlorestalCoordenadora

Natália Rezende Landin

SupervisorMárcio Maurício da Silva

LicenciandosDaniela Almeida CançadoÉrica Cristina Gonçalves

Eulencássio Alves FerrazGilber Gustavo de AlmeidaHumberto Dias Andrade

João Alves de Oliveira Neto Lucas Faria Corgosinho

Lucas Moreira de Oliveira Lacerda Maique Andrade Xavier

Mateus José Melo CostaPaula Yohana Suriba Lanes

Robinson Murilo BadinSabrina Veríssimo do Nascimento

Química - FlorestalCoordenadoresInácio Luduvico

Leandro José dos Santos

SupervisoresNeide dos Santos Henriques

Marilene Aparecida Melo Paulino

LicenciandosCarla Natane Rodrigues de Medeiros Bicalho Danila Francisca Guimarães de Paula

Eduardo Gustavo dos SantosFillipe Rattes Telles

Jessica Adriele de Freitas LimaJoyce Cristine da Silva Ferreira Saturnino

Luís Rafael BarbosaRaphaela Faustino dos Santos

Sabrina dos Santos Silva

QuímicaCoordenadora

Mayura Marques Magalhães Rubinger

SupervisoresMaria de Fátima Vaz de Melo Ro-

drigues Lúcia Soares Ferreira

Maria Moreira da Silva

LicenciandosAline Aparecida dos Santos SilvaAline Aparecida Teixeira da Silva

Amanda Raimundi PereiraAndreia Fernandes Correia

Augusto Theodoro de CarvalhoBruna Olívia da Silva Lopes

Camilla Soares Amoroso LimaCarolina Silva Ferreira

Cyntia de Oliveira MarquesDaniele Cristina de Rezende

Danilo Aniceto da SilvaEduardo Andrade Gomes

Francine Aparecida da Silva AlvesGabriela Maria Caixeta Campioto

Jilma Luzia Batalha Rosa Dias de CarvalhoJosiane Lopes de Oliveira

Lucius Flavius Ourives Bomfim FilhoMaria Luiza Santana Rena Martins

Mariana Zanotelli GomesMayara Priscila de FariaNathalia de Aguiar Porto

Paloma Viana Ferreira de SousaPatricia Faria Pereira

Rayane Cistian Ferreira SilvaRosiane Keila Santos Costa

Sabrina Késsia Gonçalves PereiraShayenne Figueiredo de Souza Oliveira

Sofia Azevedo de Almeida CésarVanessa da Silva Batista

Vinicius Alexandre de Carvalho

BOLSISTAS EDITAL PIBID 2011Ciências Biológicas -

FlorestalCoordenador

Eduardo França Castro

SupervisoraCleide Santos Oliveira

LicenciandosAfrânia Patrícia Rezende

Carolina Teodoro MarinhoCintia de Oliveira MenesesCristiane de Abreu Melgaço

Gustavo Rezende RiosJoyce Cristina Rosa de Oliveira

Juliana Jacomini OliveiraMarluana Almeida Ferreira Rodrigues

Paulo Henrique MoratoVerônica Passos Lara

DançaCoordenadora

Alba Pedreira Vieira

SupervisoresEdilane Aparecida Rosado

Sônia Alice Maria

LicenciandosAline Dutra Fialho

Ana Lídia Martiniano FerreiraDebora Kamasche Henrique de Souza

Edlene Maldonado GamaFernanda Ribeiro de Nardi Bastos

Isabela Alves VieiraJoice Rayra Vieira Diniz

Juliana Rodrigues CancioLívia Marina Salomão Metzker

Mariana Alvarenga Góis de AssisMayara Wermelinger Soares

Rafaela Jorge de Oliveira

Educação Física - FlorestalCoordenador

Guilherme de Azambuja Pussieldi

SupervisoresAdriana Alves Ribeiro Duarte

Adriana Ferreira Rios Alvarenga

LicenciandosAdriano de Almeida Silva

Claudinéia Silva Teixeira OliveiraFranciany de Jesus Silva

Laís Couto de MoraisMarconany Anatanael Martins da Silva

Rondinelli Pereira da SilvaRoniery Silveira de Freitas DuarteRoniery Silveira de Freitas Duarte

Taciany Melo Gonçalves

FísicaCoordenador

Orlando Pinheiro da Fonseca Rodrigues

SupervisoresRegina Fátima Silveira Ferreira

Antônio Martins Lopes

LicenciandosAlvimar Neto Celes Gentil

Ana Paula MirandaAnderson Coelho CunhaAndré Peixoto Lorenzoni

André Persechino Américo de OliveiraCássio Pacheco de Oliveira

Danielle Aline Ribeiro dos SantosElaine Soares Brito

Eliete da Conceição BernardoGabriel Vinicius de Oliveira Silva

Gregori Alexandre GordianoGylmmar Elias Teixeira Lacerda Alves JuniorHamilton Nogueira Sales Filho Netto

Igor de Souza Lana AntoniazziJéssica Avelar Pereira

João Vitor Castioni JacintoJúlio César Pereira Rossoni

Laís Rosa OliveiraLeonel Muniz Meireles

Luana Aparecida dos ReisLuiz Henrique de Souza

Mariana Meyer Ferraz da CostaMário Rodrigues de Oliveira Júnior

Silas Teixeira de SouzaVitor Ferreira Daher

Viviane Valquíria do Nascimento

PedagogiaCoordenadora

Maria do Carmo Couto Teixeira

SupervisoresSolange das Dores de Sousa

Márcia Guimarães Soares de Freitas

LicenciandosAline Tatiana RibeiroJanayna Avelar MottaJanayna Avelar Motta

Jéssica de Freitas da Silva Laís Leite Fonseca

Ludmilla Carneiro AraújoMarina Silva Reghim

Monize Paes de Lucena

EXPED

IENTE Coordenador Institucional: Oderli de Aguiar

Coordenadora de Gestão de Processos Educacionais: Aparecida de Fátima Andrade da Silva

Marli Regina dos SantosCoordenadores de Áreas - Campus de Viçosa

Ciências Biológicas: Mara Garcia Tavares

Dança: Alba Pedreira VieiraFísica: Orlando Pinheiro da Fonseca Rodrigues

Geografia: André Luiz Lopes de FariaLetras: Cristiane Cataldi dos Santos Paes

Matemática: Luciana Maria Mendonça Bragança Pedagogia: Maria do Carmo Couto Teixeira

Química: Mayura Marques Magalhães Rubinger

Coordenadores de Áreas - Campus de Florestal

Ciências Biológicas: Eduardo França CastroEducação Física: Guilherme de Azambuja Pussieldi

Física: Natália Rezende LandinMatemática: Sérgio Henrique Nogueira

Química: Leandro José dos Santos

Editora Chefe: Marli Regina dos Santos Tiragem: 200 exemplares

Projeto Gráfico e Diagramação: Lauzemir Carvalho

Apoio Técnico: Cláudio P. de Carvalho

EDITORIALSUMÁRIOBiologia - Viçosa

Pedagogia - Viçosa

Física - Florestal

Física - Florestal

Matemática - Florestal

Dança - Viçosa

Química - Viçosa

Letras - Viçosa

Matemática - Viçosa

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A frase que estampou as camisas dos bolsistas PIBID 2011 ganha um sentido especial quando pensamos na figura do professor. Ser professor é também ser aprendiz e exige que a chama da curiosidade e da esperança no outro não se apague, mesmo frente aos problemas e dificuldades enfrentados no cotidiano escolar.

Essa ideia tem norteado os trabalhos realizados pela equi-pe de bolsistas do Programa Institucional de Bolsa de Inicia-ção à Docência da UFV, que objetiva, principalmente, inserir os licenciandos no espaço escolar de educação básica por meio de uma ação conjunta com os professores das licenciaturas e das escolas.

Muitos bolsistas (coordenadores, supervisores e licen-ciandos, relacionados na página ao lado) participaram do edital 2011 e suas interações permitiram a cada um conhecer, vivenciar e refletir sobre a escola, os processos de ensino--aprendizagem e acerca da importância da Educação em nossa sociedade.

Foram muitas as ações realizadas e os resultados obtidos. Foram desenvolvidos jogos educativos, aulas com metodo-logias diversificadas de ensino, projetos, feiras de ciências, gincanas interdisciplinares, mostras e apresentações etc. Centenas de alunos das escolas foram atendidos em horário extraclasse pelos bolsistas, com positivo reflexo na aprendi-zagem.

Muitos resultados foram apresentados pelos bolsistas em eventos e encontros e nesta edição do jornal PIBID UFV desta-camos algumas ações, focando em suas contribuições para a formação do licenciando.

Mas é claro que, para além da formação do futuro profes-sor, as consequências das ações repercutiram também nas salas de aula e em toda a escola perpassando alunos, profes-sores, coordenadores, direção, etc.

Isso porque ensinar e aprender são faces de uma mesma moeda e são ações movidas pelo combustível da busca e da inquietude. Ao trabalhar o conteúdo da sua disciplina com a turma, enfrentando e superando os obstáculos do cotidiano escolar, o professor ensina muito mais que a sua matéria. Ele deixa um pouco de si e leva um pedaço do outro. Mas nessa conta o saldo certamente é positivo: cada envolvido acres-centa na sua formação os ensinamentos proporcionados por essas vivências.

Marli e OderliCoordenadores do PIBID 2011

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A contribuição do PIBID - Biologia/Viçosa para a formação de professores inovadores e transformadoresMara Garcia Tavares

O PIBID 2011 da área de Ciências Biológi-cas, Campus Viçosa, da UFV desenvolveu

suas atividades em duas escolas estaduais, Effie Rolfs e Dr. Rai-mundo Alves Torres.

Entre as ações realizadas pe-los licenciandos, destaca-se o acompanhamento das aulas dos professores efetivos, muitas ve-zes, com a participação ativa dos mesmos nessas aulas. Isso contri-buiu para a sólida formação pro-fissional desses licenciandos, pois os mesmos tiveram a oportunida-de de manter contato direto com alunos do Ensino Médio, desde o início de seu curso de Graduação.

Os licenciandos também parti-ciparam de gincanas interdiscipli-nares, reuniões das escolas, mini--cursos e seminários promovidos pelo próprio grupo. Eles também foram incentivados a participar de Seminários sobre ensino de Ciências e/ou Biologia e forma-ção de professores. Essa prática propiciou experiências e aprendi-zagens, aos futuros professores de Ciências e Biologia que serão de extrema importância para sua atuação profissional.

Durante o atendimento no contra turno das aulas formais, os alunos também realizam vi-sitas a ambientes específicos da UFV, como o Horto Botânico, o Museu de Zoologia e a Trilha do Sauá. Essas atividades permitiram aos licenciandos manter contato direto com um grupo de alunos e buscar formas mais diversificadas e dinâmicas de ensinar. Elas tam-

bém contribuíram para despertar o interesse e o olhar dos alunospara as Ciências, além de terem estimulado atitudes sociais e am-bientalmente mais conscientes.

Nessas aulas, os licenciando também utilizaram materiais di-dáticos atrativos e motivadores, tais como aulas práticas, vídeos, maquetes e jogos educativos. Muitos desses materiais didáticos foram produzidos pelos próprios licenciandos, o que ajudou no desenvolvimento das habilida-des investigativas e criativas do grupo, além de evidenciar a im-portância e as dificuldades de se trabalhar em equipe.

Com relação aos modelos di-dáticos desenvolvidos pelos licen-ciandos, destaca-se a confecção de um modelo de flor e outro de fruto, utilizando-se EVA (Etileno Acetato de Vinila) de diferentes

cores. Esse modelo foi elaborado

pela bolsista Paula Brandão Cha-gas Basílio ao perceber as dificul-dades de alunos do segundo ano de Ensino Médio de uma Escola Estadual de Viçosa para entender conteúdos relacionados ao ensi-no de Botânica. Constatada essa dificuldade, a bolsista pensou em desenvolver um modelo que per-mitisse construir com os alunos uma aprendizagem significativa e, consequentemente, ajudasse na compreensão do assunto em questão. Ao mesmo tempo, o modelo foi elaborado para repre-sentar um material didático al-ternativo para os docentes e, foi testado durante uma das aulas bimestrais da bolsista.

O diferencial desse modelo é que as diferentes partes da flor são unidas entre si através de

Alunos participando das Gincanas Interdisciplinares do PIBID

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imãs do tipo ferrite, o que facilita a retirada dessas partes durante a aula, para explicar a morfologia e função das estruturas da flor, de maneira individualizada e tam-bém garante a fixação do modelo em um quadro magnético, para que todos os alunos da sala pos-sam visualizá-lo.

As pétalas da flor foram con-feccionadas em EVA vermelho e as sépalas, em EVA verde escuro. Durante a utilização do modelo foi possível retirar as sépalas e as pétalas, para simular um corte transversal da flor, o que permi-tiu aos alunos a observação dos órgãos internos da flor, androceu (órgão reprodutor masculino) e gineceu (órgão reprodutor femi-nino).

As partes do androceu foram confeccionadas em EVA ver-de claro (filetes) e em amarelo (anteras). Uma dessas anteras possui uma bolinha de isopor amarela (simulando um grão de pólen). Esse grão de pólen tam-bém é aderido ao modelo através de um imã e, portanto, pode ser destacado e utilizado para expli-car o processo de polinização.

O modelo permite diferenciar ainda, as várias regiões do gine-ceu: o ovário, porção mais infe-rior e dilatada e que armazena os óvulos no seu interior; o estilete, porção alongada e o estigma, porção mais apical do estilete. O gineceu foi confeccionado em EVA verde claro e em duplicata, de tal modo que, quando a par-te superior foi retirada, os alu-nos puderam observar os óvulos, dentro do ovário. Essa estratégia facilitou a visualização de que as sementes do fruto são os óvulos que foram fecundados e o fruto

é o ovário desenvolvido.A partir daí foi possível tra-

balhar com os alunos o corte longitudinal do fruto em desen-volvimento. Posteriormente, a bolsista utilizou os cortes lon-gitudinal e transversal do fruto completamente desenvolvido, para evidenciar as diferenças entre esses cortes e ressaltar as transformações do ovário e do óvulo em fruto e semente, res-pectivamente.

A utilização dos modelos nas turmas do 2º ano do ensino mé-dio, em uma escola Estadual de Viçosa, se mostrou bastante efi-ciente. Foi possível mostrar com clareza para os alunos as diferen-tes partes da flor e a partir daí a explicação do processo de poli-nização e formação do fruto. Foi notável a participação e o inte-resse dos alunos durante a aula. Adicionalmente, as professoras de biologia da Escola avaliaram positivamente o modelo e o ado-taram para utilização em suas aulas, o que fortalece a interação Escola-Universidade.

De maneira geral, a confec-ção de modelos trouxe muita

motivação aos licenciandos, re-presentando o engajamento deles em inovar as práticas e a maneira de abordar conceitos. De acordo com os licenciandos, o desenvolvimento destas açõescontribuiu para mudar a rotina de aulas expositivas, com uso de quadro e giz, além de trazer mais elementos para a contextualiza-ção e a participação dos alunos. Ressalta-se ainda, que com a uti-lização de modelos, os bolsistas passaram a ter mais facilidade para trabalhar didaticamente o conteúdo e também desenvol-veram o domínio de sua atuação em classe.

Os licenciandos também pu-deram perceber, através das discussões/seminários, que para implementar novas práticas pe-dagógicas em sala de aula é ne-cessário que o processo de apro-priação de referenciais teóricos, produção e utilização de mate-riais didáticos sejam acompa-nhados de reflexão sobre os seus impactos no ensino de ciências e sobre os fatores que limitam a utilização dessas práticas no con-texto real da escola pública.

Modelo didático da flor, evidenciando sua forma completa, seus órgãos internos (após a retirada da pétala superior) e os óvulos no interior do ovário (após a retirada da parte superior do gineceu)

Modelo didático da flor sendo utilizado durante as atividades do PIBID/Biologia. Em destaque, a possibilidade de o modelo ficar aderido a um

quadro magnético, por meio de imãs do tipo “ferrite”

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Processos criativos do PIBID/Dança: compartilhando ações e propostas

artístico-pedagógicas Alba Pedreira Vieira

Alunos dançando no palco na mostra de dança “Ladrilho” (novembro de 2012)

A equipe do subproje-to PIBID de Dança da UFV atuou na e com o corpo docente e

discente da Escola Municipal Ani-ta Chequer desde maio de 2011 e tem desenvolvido inúmeros trabalhos e propostas artístico--pedagógicas cujo foco principal é subsidiar a formação de futuros professores de dança que sejam capacitados a atuarem como ar-tistas e transformadores do con-texto educacional em que atuam. Este processo intenso e colabora-tivo gerou, ao longo destes anos, a produção de vários espetáculos e apresentações de dança, além de artigos em que a equipe tem compartilhado suas ações e pro-postas artístico-pedagógicas, por meio de apresentações em even-tos e publicações, tanto no Brasil como no Exterior.

O artigo completo produzido

intitulado“Analisando o Conhe-cimento sobre Dança em uma Escola Pública de Viçosa-MG” foi apresentado no “III Engrupe dan-ça - Encontro Nacional de Grupos de Pesquisa em Dança: Dilemas e Desafios” realizado de 18 a 20 de outubro na Universidade Estadual de Maringá-PR.

Nesse artigo, o foco principal foram os resultados obtidos com o diagnóstico inicial realizado pela equipe na escola Anita Chequer, sobre o conhecimento prévio que os participantes, alunos da esco-la, tinham em dança. As respostas dos alunos foram coletadas por meio de questionários orais. Nos-so desejo era saber o que os parti-cipantes entendiam sobre dança, para então, a partir deste conheci-mento anterior ao início das ações do projeto, elaborarmos as ativi-dades e propostas do PIBID que seriam desenvolvidas.

Os resultados indicaram que a concepção de dança dos par-ticipantes se baseava no que é geralmente exposto pela mídia, pois isso é o que faz parte de seu cotidiano e está atrelado a formas de comunicação que os alunos têm mais contato como televisão e internet. Deste modo, eles de-monstraram pouca vivência com cultura e arte de qualidade devido a fatores sociais e econômicos, e pela falta também de ensino das quatro linguagens artísticas (dan-ça, teatro, música e artes visuais) na escola. Muitos também expres-saram sentimentos positivos so-bre a dança, tais como: sentem-se felizes, alegres, querem dançar, acham bonito. Relataram sentir bem estar devido ao prazer que a dança promove no corpo. A maio-ria das crianças disse já ter dan-çado e o lugar onde isso é mais frequente é na escola. Isso se deve

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Processos criativos do PIBID/Dança: compartilhando ações e propostas

artístico-pedagógicas

Aluno feliz durante apresentação com seus colegas na III Semana de Arte

ao fato das festas populares que geralmente acontecem no âmbi-to escolar tais como festa junina, comemorações dançantes do dia das mães, dos pais e outras datas comemorativas. Entretanto, os participantes afirmaram também que não tiveram aula de dança na escola que os preparasse adequa-damente para dançarem em tais eventos. As danças mais conheci-das por eles eram o funk, dança de rua e o forró, por estas estarem presentes na chamada cultura de massa, e o balé pelo fato da dança clássica ser bem conhecida na so-ciedade ou eles aliarem a imagem de dança com a de uma bailarina.

A análise reflexiva destes re-sultados pela equipe nos levou a pensar na necessidade de ampliar o conhecimento em arte, em es-pecial em dança, dos participan-tes. Assim, embasamos o planeja-mento das atividades futuras, que buscaram propiciar a estes parti-cipantes maior acesso e amplia-ção do saber em arte por meio de aulas de dança, com vocabulários e gêneros artísticos variados, que passaram a acontecer duas vezes na semana durante 50 minutos, contando com oficinas culturais, excursões educativas para apre-ciação de diferentes tipos de dan-ça, além da apresentação dos tra-balhos artísticos dos alunos nas

três Mostras de Dança “Ladrilho, Ladrilhando e Brincando” e nas três “Semana de Arte”.

Os espetáculos produzidos fo-ram as Mostras de Dança “Ladri-lho, Ladrilhando e Brincando” que aconteceram em dezembro de 2011, junho e novembro de 2012 no Espaço Acadêmico-Cultural Fernando Sabino da UFV. Cada evento teve uma apresentação matutina e outra vespertina que se diferenciaram uma da outra. Também foi realizada a Semana de Arte da Escola Anita Chequer em três datas: outubro de 2011, novembro de 2012 e junho de 2013. Foi feita uma apresentação de dança dos alunos, além de uma performance da profa. Alba Vieira e da bolsista Fernanda Basto no Campus da UFV em Florestal em fevereiro de 2013. A última apre-sentação dos alunos foi a Mostra de Dança realizada na Sede do Departamento de Artes e Huma-nidades em 01/12/2013.

Em todos estes eventos artís-ticos, os alunos apresentaram ao público em geral o trabalho artís-tico de composição coreográfica desenvolvido, colaborativamente, ao longo de meses de várias aulas de dança, os laboratórios de cria-ção e ensaios. Ou seja, nos proces-sos criativos, a equipe, juntamen-te com os alunos, construíram

coreografias a partir do conteúdo específico da dança ministrado, dos movimentos criados pelos alunos e do trabalho de temas transversais escolhidos em cada semestre, como meio ambiente, literatura e diversidade cultural aliados à dança (espetáculos da Mostra de Dança de junho e no-vembro de 2012, e III Semana de Arte em junho de 2012, respecti-vamente).

As aulas realizadas tiveram caráter teórico-prático de modo que as bolsistas buscaram cons-truir o saber artístico junto com os alunos (e.g., composição core-ográfica; usufruição e fruição da dança, improvisação, fatores do movimento), estimulando, dentre outros, a sua autonomia e com-petência em criar e sua expressi-vidade corporal. Além das aulas, as bolsistas atuaram em oficinas extra-curriculares (abertas aos alunos da escola e à comunida-de), oficinas com professores da escola, oficinas com os pais dos alunos, e visitas e excursões com cunho interdisciplinar.

Todos estes espetáculos, apresentações e a elaboração do artigo foram realizados para possibilitar que os bolsistas arti-culassem cada vez mais, teoria e prática, além de refletir sobre suas práxis.

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Atividades experimentais nas aulas de Natália Rezende Landin

As atividades do PIBID da área de Física do campus UFV Flores-tal ocorrem na Esco-

la Estadual Fernando Otávio, em Pará de Minas – MG e tiveram iní-cio em junho de 2011. Após um contato inicial com a estrutura física e organizacional da escola, os licenciandos passaram a ob-servar a prática docente de um professor regente (supervisor) por meio de acompanhamento das aulas. A primeira ação de destaque do PIBID-Física foi rea-lizada em conjunto com as áreas de Química e Ciências Biológicas (que atuam na mesma escola) e foi de fundamental importância para a execução do projeto: a reativação de dois laboratórios. A reativação e organização dos laboratórios viabilizou a realiza-ção das atividades experimentais relacionadas ao PIBID das três áreas.

Algumas atividades desenvol-vidas no âmbito do programa merecem destaque. Em 2011, o professor supervisor Márcio Silva, juntamente com os licen-ciandos do PIBID-Física, escreveu uma peça teatral intitulada “Físi-ca Divertida”. Nesta peça, diver-sos fenômenos físicos são abor-dados de maneira descontraída. A peça foi apresentada na IIIa Semana Acadêmica Integrada da UFV Florestal e no auditório da escola. Em outubro de 2012, foi realizada a 1a Feira de Ciências do PIBID UFV, juntamente com a 8a Feira de Ciências da CEDAF. Este evento reuniu todas as áreas do PIBID-UFV-Florestal e alunos de duas escolas da mesma cida-de, além dos alunos da CEDAF e da E.E. Fernando Otávio. No dia

19 de novembro de 2012, ocor-reu 1o Festival de Paródias, que reuniu dezenas de paródias es-critas pelos estudantes do ensi-no médio abordando fenômenos físicos. As 20 (vinte) melhores paródias foram gravadas em um CD e apresentadas no auditório da E.E. Fernando Otávio.

No que diz respeito as ativi-dades extra-classe desenvolvidas com os alunos da educação bá-sica, as ações do PIBID se con-centraram na utilização de várias metodologias alternativas de ensino, como atividades lúdicas, experimentais, uso softwares, recursos multimídia, vídeos, ani-mações, dentre outras. O objeti-vo desta abordagem é despertar o interesse dos estudantes pela disciplina e motivá-los na cons-trução de seu próprio conheci-mento.

Como o principal objetivo do PIBID é melhorar a formação dos licenciandos, uma atenção es-

pecial foi dada à formação do professor-pesquisador, analisan-do as experiências didáticas vi-vidas na escola a partir de uma visão científica. Várias atividades de ensino foram elaboradas e aplicadas visando contemplar as diversas estratégias complemen-tares de ensino citadas acima. Os licenciandos investigaram o impacto de cada uma delas no processo de aprendizagem dos alunos avaliados e os resultados foram descritos em vários traba-lhos científicos apresentados em congressos da área de Ensino de Física. No total foram 11 (onze) trabalhos apresentados na for-ma de painel e 2(duas) apresen-tações orais. Um dos trabalhos foi apresentado no XX Simpósio Nacional de Ensino de Física, um dos mais importantes do país, o que rendeu a publicação de um artigo completo nos anais do congresso.

Dentre as diversas estratégias

Atividade experimental sobre estações do ano com estudantes da educação básica

Física

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Atividades experimentais nas aulas de

de ensino utilizadas, as ativida-des experimentais merecem des-taque especial por serem as mais populares entre os alunos, as mais utilizadas pelos professores e as mais investigadas pelos pes-quisadores da área.

Vamos descrever brevemente 4 (quatro) atividades experimen-tais desenvolvidas pelo PIBID-Físi-ca. A primeira e a segunda abor-dam o tema Queda-Livre através do uso de diferentes recursos, desde materiais facilmente en-contrados em nosso dia a dia, até a construção de vídeos edi-tados com programas especiais. A terceira atividade se refere ao Movimento Circular Uniforme e a quarta atividade está relacio-nada com o Magnetismo Terres-tre. As 3 (três) primeiras ativida-des foram realizadas com alunos do ensino médio e a quarta, com alunos do ensino fundamental.

Para a primeira atividade, co-locamos uma certa quantidade de água em uma garrafa pet. Em uma segunda garrafa pet, idênti-ca à primeira, foi colocado o do-bro da quantidade de água. Dois barbantes de 30 cm cada foram amarrados nas extremidades superiores das garrafas. As ex-tremidades livres dos barbantes foram atados, através de laços, em dois pregos sem cabeça que foram afixados em uma haste de madeira a uma distância de apro-ximadamente 20 cm. Nosso ob-jetivo com este experimento era demonstrar que, desprezando a resistência do ar, dois objetos de formas iguais quando soltos de uma mesma altura (peque-na), levam o mesmo tempo para atingir o solo, independente de suas massas. Inicialmente, os es-tudantes posicionaram a haste de madeira horizontalmente, de modo que os fundos das garra-fas ficassem a, aproximadamen-te, a 1 (um) metro do solo. Em seguida eles giraram a haste su-avemente em torno do eixo hori-zontal para que os barbantes se desprendessem dos pregos e as garrafas fossem abandonadas a

partir do repouso. Os estudantes cronometraram o tempo de que-da das duas garrafas, calcularam a velocidade da garrafa imedia-tamente antes dela atingir o solo utilizando o tempo e a altura da queda e discutiram os resultados encontrados.

Para a segunda atividade, ain-da sobre queda-livre, foram cons-truídos dois vídeos em que dois corpos com massas e geometrias diferentes são abandonados de uma certa altura e caem sob a ação da gravidade. Os vídeos fo-ram filmados com uma máquina fotográfica digital, e colocados em câmera lenta através do Sof-tware Windows Movie Maker. Uma fita de medida, de 2,5 m de altura e escalonada de 5 em 5 cm, foi posicionada de forma a proporcionar o acompanhamen-to da posição em que o objeto se encontrava no decorrer da queda. Na edição, os vídeos, que tinham o tempo total de queda igual a 1 segundo, foram coloca-dos em câmera lenta, de modo a obter 33 quadors (frames) por segundo. Dessa forma, foi possível distinguir 33 posições diferentes, para os objetos em queda, no decorrer da queda. Os vídeos foram disponibiliza-dos para os alunos, que tiveram que fazer medições da altura e do tempo de queda, calcular a velocidade que o objeto deveria ter imediatamente antes de to-car o solo e esboçar gráficos da altura em função do tempo e da velocidade em função do tempo. Neste último caso, o estudantes utilizaram o software Kaleida-Graph.

Na terceira atividade experi-mental foi utilizado um equipa-mento chamado “aparelho rota-cional”, que simula o movimento circular uniforme de um dado corpo. Com este equipamento é possível demonstrar de maneira prática diversas propriedades do MCU, como a velocidade, a fre-quência e o raio da trajetória. Existe, também, a possibilidade de posicionar setas coloridas ao

longo da trajetória do objeto para representar a velocidade e aceleração em um dado ponto. Inicialmente, os alunos ajusta-ram a frequência do equipa-mento e posicionaram o objeto a certa distância do centro da trajetória. Com o auxílio de um cronômetro, os alunos mediram o tempo gasto pelo objeto para percorrer uma volta completa. Em seguida, posicionaram o ob-jeto em uma trajetória de raio diferente e repetiram o mesmo procedimento. Os diversos as-pectos envolvidos nos movimen-tos dos dois corpos foram discu-tidos e analisados em conjunto pelos estudantes.

A quarta atividade refere-se ao magnetismo terrestre. Antes da realização da atividade pro-priamente dita, os alunos assis-tiram a uma aula, com recursos multimídia, sobre a origem do campo magnético terrestre e al-gumas de suas propriedades e funções. Na parte experimental, disponibilizamos para os alunos esferas ocas de isopor, ímãs cir-culares que continham as indi-cações dos pólos, tinta guache e cola quente. Inicialmente, os es-tudantes construíram um globo terrestre com as bolas de isopor e pintados com a tinta guache. Os imãs foram posicionados de modo a produzir no globo um campo magnético semelhante ao observado na superfície da Terra, certificando-se, através de bús-solas, que o Norte Magnético é o Sul Geográfico e o Sul Magnético é o Norte Geográfico. Com o au-xílio do material construído, os estudantes respoderam algumas questões qualitativas e quantita-tivas a respeito do campo mag-nético terrestre.

A repercussão destas ativi-dades entre os alunos da edu-cação básica foi muito positiva. De acordo com os estudantes, as atividades experimentais tor-nam as aulas mais interessantes e os estimulam a se dedicar mais à disciplina buscando conheci-mento em outros contextos.

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Pibid Letras Português: (In)formar formando alunos críticos e conscientesCristiane Cataldi dos Santos Paes

A proposta de traba-lho apresentada pelo curso de Letras da UFV (Português) para

participação no Programa Institu-cional de Bolsa de Iniciação à Do-cência (PIBID) no Edital de 2011 objetivou o aperfeiçoamento da Leitura/Compreensão e Produção de Textos de diversos gêneros para todos os alunos do Ensino Funda-mental II da Escola Estadual Dr. Raimundo Alves Torres (ESEDRAT), situada na cidade de Viçosa (MG). O desenvolvimento dessas práti-cas sócio-comunicativas pressu-põe a criação e implementação de diversas atividades de Prática Tex-tual para que os licenciandos em Letras possam aplicar as teorias relacionadas ao ensino de Leitura/Produção de Textos, desde pers-pectivas diversas que enfocam a linguagem em uso em toda a sua dimensão e que possibilitam um ensino efetivo e significativo da língua portuguesa.

Os diversos gêneros textuais que circulam dinamicamente em nosso dia a dia foram trabalhados com os alunos de forma bastan-te interativa. A partir do traba-lho realizado, constatamos uma importante inter-relação entra a Educação Básica e a Comunida-de Universitária, propiciada pelos docentes e discentes participan-tes do projeto, que evidencia uma convivência plena e uma efetiva troca de saberes, possibilitando uma integração constante entre ensino, pesquisa e extensão em relação às práticas sociais de Lei-tura/Compreensão e Produção Textual.

Em função dessa intensa e profícua relação entre a Univer-sidade e a Educação Básica, foi organizada e realizada em dezem-bro de 2014 a ‘I Gincana Literária do ESEDRAT’ em comemoração ao centenário de nascimento do nosso grande escritor Vinícius de Moraes. Foram realizadas diversas tarefas, baseadas em um regula-mento específico, obedecendo aos critérios necessários para sua realização. As equipes foram for-madas em cada turma do Ensino Fundamental II. Todos os alunos

participantes estavam muito mo-tivados e se envolveram bastante na realização das tarefas, que con-templavam músicas, poemas, fil-mes, fotos referentes tanto à vida como à obra desse nosso eterno ‘poetinha’. Os licenciandos tam-bém ficaram entusiasmados com a Gincana e, ao finalizá-la, disseram textualmente: “Gostamos tanto de organizar e realizar a Gincana que, se fosse possível, faríamos uma Gincana por mês com os alunos do ESEDRAT”. Essa declaração mostra a importância e a dimensão do PI-BID enquanto um programa volta-do para a iniciação à docência de alunos que muitas vezes não sa-bem o real significado da missão que os espera como profissionais: (In)formar formando alunos crí-ticos e conscientes para atuarem como cidadãos frente aos desafios do mundo moderno. Finalizo esse programa como coordenadora de área com a certeza de que essa inter(ação) entre a Universidade e a Educação Básica será cada vez mais aprimorada e significativa.

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Pibid Letras Português: (In)formar formando alunos críticos e conscientes

Atividade experimental sobre estações do ano com estudantes da educação básica

Todos os alunos participantes estavam muito motivados e se envolveram bastante na realização das tarefas, que contemplavam músicas, poemas, filmes, fotos referentes tanto à vida como à obra desse nosso eterno ‘poetinha’

O PIBID da área de Ma-temática de Flores-tal foi desenvolvido na Escola Estadual

Serafim Ribeiro de Rezende e, desde 2011, o projeto atendeu aproximadamente mil alunos do ensino fundamental e médio em atividades dentro e fora da sala de aula. Durante a execução do projeto, os bolsistas tiveram oportunidade de conhecer a es-trutura básica de funcionamento da escola, bem como sua rotina de trabalho. Foram desenvolvi-das atividades alternativas como forma de despertar o interesse dos alunos e também fazer sem-pre com que os bolsistas tives-sem a oportunidade de reflexão sobre a prática docente. Desde o início, diversas atividades têm sido desenvolvida pelos alunos bolsistas, buscando o aprimo-ramento da sua formação como professor e refletindo sobre sua prática docente. Destacaremos algumas das atividades desen-volvidas pelos bolsistas ao longo do projeto:

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MATEMÁTICA FLORESTAL

Sérgio Henrique Nogueira

A oficina de Xadrez trabalhada com os alunos teve o intuito de desenvolver a capacidade de cálculos mentais por meio dos movimentos das peças no tabuleiro, reforçar a capacidade de cálculos, concentração, responsabilidade e tomada de decisões.

Trabalhamos também com os alunos o raciocínio lógico, formas geométricas devidas ao movimento das peças. Além disso, ao aprenderem as regras do jogo, suas condutas são influenciadas

dentro e fora da sala de aula.

Oficina deXADREZ

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MATEMÁTICA FLORESTAL

ORIGAMI

Concluindo, as atividades desenvolvidas tiveram boa aceitação e um bom desempenho dos alunos, demonstrados pela boa participação e isso é um grande aprendizado também para os licenciandos, que sempre procuraram alternativas

para melhorar o processo de ensino-aprendizagem.

A oficina de Origami trabalhada com os alunos foi voltada para o ensino da geometria de figuras planas, sólidos espaciais e conceitos e teve o intuito de levar aos alunos um aumento da percepção espacial, do conhecimento do todo e das partes, desenvolver a percepção. O trabalho foi realizado diversas vezes, para verificar se os alunos compreenderam a construção e estavam relacionando a dobra a um conceito, definição ou resultado da geometria, e não apenas estavam dobrando sem refletir sobre as ações que efetuavam. Durante a oficina, os alunos foram incentivados a estimular a concentração para obterem maior preci-são na construção dos sólidos e isso provocou a observação atenta para a realidade e para os saberes matemá-ticos, gera um esforço pessoal, além de despertar a curiosidade para a matéria e a forma do objeto e também

estimular o desenvolvimento perceptivo.

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Gincanas interdisciplinares e cinema com pipoca: promovendo a matemática nas escolasLuciana Maria Mendonça Bragança

Com o intuito de pro-mover atividades lú-dicas e culturais para estudantes do ensino

básico, a equipe do PIBID na área de Matemática realizou duas gin-canas interdisciplinares e sessões de “cinema com pipoca e mate-mática”. Estas atividades ocorre-ram durante o segundo semestre de 2013, em parceria com os bolsistas de iniciação à docência, supervisores e coordenadores PI-BID das áreas de Educação Física, Química e Biologia.

A primeira gincana foi realiza-da no Ginásio de esportes da UFV e contou com a participação dos estudantes do ensino médio das Escolas Estaduais Effie Rolfs, Raul de Leoni e Santa Rita de Cássia. A segunda gincana ocorreu no Parque Recanto das Cigarras e foi destinada a todos os estudantes da E. E. Effie Rolfs, desde o sexto ano do ensino fundamental ao

terceiro ano do ensino médio. Fizeram parte da programação das gincanas várias atividades re-creativas que utilizam raciocínio lógico e conteúdos de Matemáti-ca, Química e Biologia: Caça - Fi-guras Geométricas, Caça ao Que-bra-Cabeça, Estourando balões matemáticos, Jogo da Mímica, Trilha dos desafios matemáticos, Brincando com o Tangram, Qua-drado Mágico, Torre de Hanói Cronometrada, Corrida no Saco com questões matemáticas e a Prova “Acerte a capacidade de cada superfície geométrica”.

As sessões de cinema com pi-poca e matemática, apelidadas de CINEMAT, ocorreram em to-das as escolas participantes do PIBID da área. Após a exibição dos filmes “O Quarto de Fermat” e “Donald no país da matemá-gica”, foram propostas várias atividades contendo Lógica Ma-temática e Geometria Euclidiana,

principalmente as questões que foram abordadas nas cenas dos filmes.

Ao promover estas atividades, os bolsistas do PIBID almejaram despertar nos alunos o interesse pela disciplina, mostrando que a matemática pode ser divertida e prazerosa e que todos podem aprende-la. A metodologia ado-tada contribuiu para despertar o senso crítico, contextualizar a matemática, além de possibilitar a integração entre os alunos, a troca de ideias e tornar o proces-so de ensino aprendizagem mais dinâmico e significativo. As ativi-dades propostas possibilitaram a reflexão sobre a importância de se buscar novos “cenários” de aprendizagem que foquem nas diversas competências dos alunos nas escolas, auxiliando na sua formação e contribuindo com a prática dos bolsistas PIBID, futuros docentes.

Trilha dos desafios matemáticos

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Gincanas interdisciplinares e cinema com pipoca: promovendo a matemática nas escolas

Estudantes da E. E. Effie Rolfs na expectativa do resultado final da gincana

Abaixo, equipe PIBID das áreas de Matemática e Educação Física na abertura da Gincana realizada no Ginásio de esportes da UFV

Acima, alunos do 8º ano da Es-cola Estadual Santa Rita Rita de Cássia assistindo o filme, “Do-nald nos país da Matemágica”

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Com alegria e pés no chão se faz Arte Educação

Maria do Carmo Couto Teixeira

Dois eixos teórico-me-todológicos orien-taram as práticas educativas do PIBID

Pedagogia, na escola municipal rural José Lopes Valente Sobrinho (“Tico Tico”) em Viçosa: “Educa-ção do Campo” e “Ecopedago-gia”. O trabalho se fundamenta na “Educação do Campo”, um movimento educativo que bus-ca construir outro paradigma de educação e de escola no meio ru-ral em nossa sociedade. A Ecope-dagogia, também inserida nes-se movimento, representa uma proposta de educação ambiental popular, com base na Pedagogia do Oprimido de Paulo Freire, res-significada por princípios da sus-tentabilidade e da diversidade cultural.

Nessa perspectiva de educa-ção ambiental popular e inclusi-va, a aprendizagem de todos os estudantes, que é de responsa-bilidade da escola, se torna mais significativa e prazerosa através da Arte, vista como um compo-nente curricular integrador dos conteúdos escolares, o fio con-dutor das experiências educati-vas.

A ênfase no trabalho com Arte vem da reflexão sobre a impor-tância deste conteúdo curricular, da discussão sobre a desvaloriza-ção do desenho e outras formas de expressão artística, tanto na escola como na família e sobre a problemática dos estereótipos no fazer artístico.

O PIBID Pedagogia preparou

a licencianda para encorajar a aprendizagem, relacionando co-nhecimento, arte e cultura. O fazer artístico aciona diferentes áreas do conhecimento, sendo considerado uma das maneiras de representar valores, sentimen-tos ou ideias do repertório ima-ginário individual e repertório cultural grupal. As crianças sen-tirem prazer em desenhar, pintar, rabiscar e se expressar livremen-te, utilizando a imaginação para inventar e recriar o mundo.

Nas atividades artísticas fo-ram utilizados materiais diversi-ficados, buscando partir de te-

mas geradores, o que significa a possibilidade de articular, no trabalho pedagógico, a realida-de socioambiental e cultural das crianças, o desenvolvimento in-fantil e os interesses específicos que as crianças manifestam. A culminância do trabalho com Arte no contexto deste projeto, no final do ano de 2013, foi a “II Mostra de Alguns Aspectos da Expressão das Crianças da Esco-la Tico Tico”, um evento aberto a toda comunidade escolar (escola básica e universidade) durante o Simpósio de Integração Acadê-mica – SIA

Trabalho sobre Árvores – Colagem com materiais da natureza (2013)

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Para desenvolver um tra-balho como este, a sala de aula não pode ter excesso de carteiras enfileiradas e sim, garantir um espaço de mobilidade para as crian-ças, onde possam deitar no chão, sentar em roda, or-ganizar mesas em grupos ou círculos, de acordo com a atividade proposta. O trabalho também não deve ser restrito à sala de aula, mas ampliado para a área externa, para o entorno da escola e outras localidades. Sem material, espaço ou possibilidade de recriar o

ambiente, não há condi-ções de trabalhar com Arte enquanto “atividades esco-lares vivas”, correndo-se o risco de aprisionar o pen-sar e o sentir da criança.

Como resultado desse trabalho, a criança vai se tornando progressivamen-te autônoma frente aos adultos, com capacidade de se expressar de diferentes formas, além de se tornar mais curiosa e observado-ra. Outro aspecto obser-vado foi o envolvimento das crianças com as “ati-

vidades escolares vivas”, o desenvolvimento do gosto e da alegria de aprender através da Arte. Um tercei-ro aspecto a ser destacado é o desenvolvimento das crianças, nas áreas cogniti-va, psico-física e socioafe-tiva, tomando a realidade das crianças como refe-rencial e ponto de partida da prática educativa trans-formadora. Dessa forma, constatou-se os benefícios de educar com arte, usan-do metodologias inovado-ras e lúdicas.

Mostra de arte no Simpósio de Integração Acadêmica da UFV (2013)

Desenho livre com giz de cera e anilina

Parte da equipe do PIBID Pedagogia com a coordenadora recebendo prêmio durante o SIA/UFV

A criança vai se tornando progressivamente autônoma frente aos adultos, com capacidade de se expressar de diferentes formas, além de se tornar mais curiosa e observadora

““

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ANOS DE PIBID-QUÍMICA NA UFV

Mayura M. M. Rubinger

O PIBID na UFV iniciou--se em novembro de 2008, com as áreas Química, Física, Ma-

temática e Ciências Biológicas. A Química contou com 16 bolsas para licenciandos e atuou em 4 escolas. Alguns estudantes per-maneceram por 2 anos neste primeiro projeto, resultando na formação de 25 licenciandos até 2010. No edital do PIBID-2011 a equipe se concentrou nas Esco-las Estaduais: Dr. Raimundo Alves Torres (sob a supervisão da Profa. Maria de Fátima V. M. Rodrigues) e Effie Rolfs (inicialmente sob a supervisão da Profa. Lúcia S. Fer-reira e, mais tarde, da Profa. Ma-ria M. da Silva). Nesta segunda edição do PIBID-Química partici-param 30 licenciandos.

Durante estes 5 anos, meto-dologias de formação foram apli-cadas e avaliadas, consolidando--se as práticas mais eficientes para a capacitação dos futuros professores. As principais ativi-dades podem ser agrupadas nas seguintes linhas de ação:

Estudo da dinâmica em sala de aula e do trabalho do pro-fessor – Para conhecer em linhas gerais o trabalho do professor, os licenciandos observam aulas e analisam a sua dinâmica; por meio de entrevistas, conhecem a carreira de magistério, sistemas de concurso e contratação, obri-gações e direitos; estudam a LDB e documentos como PCNs e CBC junto ao supervisor; aprendem a preencher diários de classe. Além disso, simulam o processo de es-colha do livro didático, através da análise de várias opções, entre elas o livro adotado na escola.

Conhecimento da estrutura e

funcionamento da escola – Para conhecer o ambiente de trabalho do professor, os bolsistas partici-pam de reuniões administrativas e de pais e mestres, entrevistam funcionários, diretores e supervi-sores (questionários pré-estrutu-rados) e fazem um levantamen-to da infraestrutura disponível, como laboratórios, equipamen-tos, salas de aula etc.

Preparação e realização de

aulas supervisionadas – Os licen-ciandos preparam e ministram individualmente pelo menos duas aulas por semestre, com metodologias especiais de ensi-no como demonstração de ex-perimentos em sala de aula, uso de multimídia, dinâmicas e jogos didáticos, ou aulas práticas em laboratório. Os tema das aulas são definidos pelo professor da classe. O supervisor do PIBID as-siste e avalia essas aulas, com a finalidade orientadora.

Curso paralelo de Química ou Ciências durante o ano letivo – Para completar sua experiência didática, uma situação de ensi-no contínuo é simulada através de cursos extraclasse. Os licen-ciandos planejam o curso anual considerando o conteúdo de um ano letivo e 2 horas de aula por semana para o Ensino Médio ou 1 hora para o Fundamental II. Este trabalho é feito em equipe

sob orientação da coordenadora. Em seguida, os estudantes divul-gam a oportunidade na escola e coletaram inscrições, organizan-do turmas de até 10 alunos. A participação dos alunos é facul-tativa e depende de autorização dos pais, pois as aulas ocorrem extraturno. Cada aula é plane-jada visando manter o interesse dos alunos e a alta frequência. Assim, a maioria das aulas envol-ve um experimento investigativo. Outros recurso utilizados: jogos

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Aulas de Química para estudantes surdos oferecidas pelo bolsista Eduardo em 2013

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ANOS DE PIBID-QUÍMICA NA UFV

educativos desenvolvidos pela equipe de bolsistas, modelagem, uso de computadores, dinâmi-cas, exercícios e visitas a espaços não formais de educação. Em-bora as aulas sejam preparadas coletivamente, cada bolsista le-cionava individualmente para uma ou duas turmas. Os conteú-dos acompanham a matéria que está sendo vista na escola, apro-fundando-a ou ampliando-a. As turmas são pequenas de forma que o bolsista possa diagnosticar possíveis dificuldades de apren-dizagem devidas à falta de co-nhecimentos prévios, intervindo positivamente na aprendizagem. E também, para permitir a ob-servação da evolução conceitual individual, à medida que as aulas vão ocorrendo.

Avaliação da aprendizagem – Os bolsistas participam de es-tudos com a coordenadora e su-pervisores; Preparam questões sob a orientação do supervisor, que podem fazer parte das ava-liações formais da escola; Partici-pam da correção de provas sob a orientação dos supervisores; Ao final de cada bimestre analisam estatisticamente as notas, ob-tendo as médias das turmas e da escola. Estas notas são utilizadas para avaliação da aprendizagem e da metodologia por eles de-senvolvida e aplicada nos cursos

extraclasse. A evolução da apren-dizagem é assim acompanhada no decorrer do ano. Além das avaliações clássicas, os bolsistas utilizam jogos avaliativos, ques-tionários e entrevistas.

Aulas de recuperação – Aulas de reforço são oferecidas pelos bolsistas para alunos que farão provas de recuperação. Também oferecem sessões de exercícios de recuperação paralela. Estas ações complementam a sua qua-lificação para atuação em situa-ções de déficit de aprendizagem.

Troca de experiências, Traba-lho em equipe, Colaboração – Os bolsistas, organizados em equi-pes conforme o ano para o qual estão lecionando, planejam as aulas para o curso extraclasse em conjunto. Em reuniões semanais com a coordenadora, cada equi-pe recebe orientações quanto à metodologia e ao conteúdo, e discute resultados das aulas an-teriores e ideias para novas au-las. Licenciandos que atuam em diferentes anos em uma mesma escola se reúnem semanalmente e trocam informações buscando um trabalho integrado e o de-senvolvimento da noção de pré--requisitos.

Atividades complementares – Os bolsistas, em projetos in-dividuais ou coletivos, realizam pesquisas e apresentam seus re-

sultados em congressos; Organi-zam gincanas e outros eventos lúdicos e orientam projetos para apresentação em feiras de ciên-cias. Estas atividades visam am-pliar a ação do professor incluin-do componentes de pesquisa e extensão.

Os resultados obtidos nos 5 anos do PIBID na UFV têm vali-dado a metodologia proposta para a formação dos licencian-dos. Um questionário foi res-pondido pelos supervisores, que foram unânimes em afirmar que os bolsistas que participaram do PIBID-Química estavam mais preparados para ingressarem na carreira docente do que eles mesmos quando iniciaram na profissão. Eles também ponde-raram que supervisionar esses trabalhos modificou suas meto-dologias de ensino, pois o con-tato semanal com os jovens lhes trouxe muitas ideias novas. Além disso, puderam utilizar em suas aulas jogos, slides e outros ma-teriais paradidáticos preparados pelos bolsistas.

As análises das notas mostra-ram que o trabalho dos bolsistas foi benéfico para a escola. As atividades de recuperação resul-taram em redução de reprova-ções. A comparação das notas dos alunos que participaram dos cursos extraclasse com as médias

Aulas de Química para estudantes surdos oferecidas pelo bolsista Eduardo em 2013

Oficina oferecida por bolsistas PIBID sobre Cana-de-açúcar e derivados na Escola Estadual Effie Rolfs

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das escolas mostrou que as pro-postas de ensino dos bolsistas foram eficientes, uma vez que as médias foram superiores às das escolas e, na maioria dos casos, crescentes no decorrer do ano. Assim, tanto o trabalho com alu-nos com dificuldades de apren-dizagem, quanto com aqueles mais interessados em Química tiveram sucesso.

Os trabalhos com a discipli-na de Ciências no Ensino Fun-damental foram tão produtivos que uma das escolas ofereceu dois laboratórios e um horário regular por semana para que to-dos os alunos pudessem partici-par das aulas do PIBID. A profes-sora de Ciências assistiu as aulas oferecidas pelas licenciandas e aprovou a metodologia. As bol-sistas vivenciaram fortemente a atividade docente e se prepa-raram para realizar algo que na maioria das vezes aparece ape-nas nas recomendações do MEC

e das Secretarias de Estado de Educação: A interdisciplinarida-de na escola.

Questionários foram envia-dos para coleta das impressões dos atuais e ex-bolsistas. Entre os itens avaliados, é interessan-te ressaltar que 100% afirmaram que o PIBID foi muito importante para sua formação e, para 76% participar do PIBID aumentou seu interesse pelo magistério. Entre as atividades acima descri-tas, as aulas supervisionadas fo-ram consideradas muito impor-tantes. Estas aulas receberam o apelido de “Aulas Inesquecíveis” nas escolas. Nós acreditamos que a alcunha é adequada, pois foram experiências marcantes para os licenciandos e momen-tos agradáveis de aprendizado significativo para os alunos. Po-rém, o diferencial do PIBID-Quí-mica ficou mesmo por conta dos cursos extraclasse, considerados por 100% dos bolsistas e ex-bol-

sistas como as atividades mais relevantes para a sua formação. A coordenadora, que acompa-nhou semanalmente essas ativi-dades, observou o crescimento pessoal e profissional dos licen-ciandos, que a cada dia desen-volviam seus conhecimentos e habilidades para o magistério, sua capacidade para trabalhar em equipe, criatividade para a preparação de materiais paradi-dáticos inovadores e motivantes.

O nosso balanço sobre esses primeiros 5 anos do PIBID é posi-tivo: A UFV formou (ou formará) 55 novos professores com um grande potencial para elevar a qualidade do ensino de Química caso venham a atuar em escolas públicas do Ensino Básico. Para que isto se concretize, cremos que basta uma política nacional que valorize mais a profissão, tornando-a mais atrativa, com melhores salários e condições de trabalho na rede pública.

Atividades em sala de aula na escola: A bolsista Andreia na E. E. Effie Rolfs - aula de exercícios

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CHEMGAMESLeandro José dos Santos

Atividades lúdicas são práticas que visam o desenvol-vimento pessoal do

aluno, o atraem, o estimulam e o motivam. Quando estas ativi-dades lúdicas possuem regras podem ser consideradas jogos.

O uso de jogos pedagógicos pode ser utilizado como um método alternativo para se tra-balhar conteúdos de Química de uma maneira fácil e dinâmi-ca evitando aulas exaustivas e monótonas. O interesse desper-tado pelo jogo no aluno, graças ao desafio que este o impõe, leva a um maior poder de as-similação e consequentemente

a um maior grau de aprendiza-gem.

Uma das ações desenvolvidas no Pibid-Química da UFV-Cam-pus Florestal foi a confecção de diferentes jogos didáticos que pudessem auxiliar aos profes-sores no ensino e aos alunos do Ensino Médio no aprendizado de conteúdos de Química.

A seguir são apresentados os principais jogos que foram con-feccionados. Nos dois primeiros jogos são trabalhados alguns conteúdos de Química Orgâni-ca, dentre eles, nomenclatura, estrutura plana, forças intermo-leculares, propriedades físicas e estrutura tridimensional. O jogo

intitulado “Forca de Nomencla-tura”, tem suas regras similares ao de uma forca comum.

O jogo “Jogando com as Forças” se baseia na dinâmica do tradicional jogo de cartas “mau-mau”, porém ao invés de naipes convencionais das cartas temos diferentes funções orgâ-nicas. Os principais conteúdos trabalhados são interações in-termoleculares, propriedades físicas, nomenclatura e estrutu-ras dos compostos orgânicos.

Os dois últimos jogos tam-bém são jogos de cartas e os conteúdos trabalhados são de Tabela Periódica. No jogo “Pôquer dos Elementos dos

Blocos s e p” são trabalhados conceitos de Tabela Periódica, periodicidade dos elementos e algumas curiosidades da Histó-ria da Química.

O jogo “Batalha dos Elemen-tos” é um jogo de cartas base-

ado no popular jogo de cartas “Yu-gi-oh!” criado em 1996 pelo japonês Kazuki Takahashi. O jogo foi desenvolvido para auxiliar no ensino-aprendiza-gem da Tabela Periódica e para proporcionar a reflexão dos alu-

nos do Ensino Médio e diminuir a memorização das proprieda-des periódicas.

Ao longo do desenvolvimen-to e aplicação dos jogos foram realizadas análises qualitativas e quantitativas. Estas demons-traram que os alunos do Ensino Médio se sentiram mais estimu-lados a estudar e consequente-mente conseguiram compreen-der o conteúdo de uma forma divertida e interativa.

O desenvolvimento dos jo-gos descritos anteriormente além de auxiliar no processo de ensino-aprendizagem tam-bém foi muito importante para o desenvolvimento da prática docente dos licenciandos in-tegrantes do Pibid-Química os incentivando a utilizar, sempre que necessário, métodos me-nos tradicionais para aborda-gem de um conteúdo em Quí-mica.

Algumas cartas que compõem o jogo “Batalha dos Elementos”

Alunos jogando Pôquer dos Elementos dos Blocos s e p

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A finalização dos editais 2011 e 2012 e a nova configura-ção do programa, que agora é único e contínuo em cada

instituição, constituem um marco para a nova etapa do PIBID da UFV. O programa que se inicia em 2014 tem uma nova dimensão em termos de número de subprojetos, bolsistas e escolas envolvidas. No I Fórum PIBID UFV – Socializando aprendizagens construídas, ocorrido em janeiro de 2014, criou-se um espaço de reflexão sobre as ações das diferentes áreas e o trabalho realizados, subsidiando ações que possam contribuir para a

consolidação desse importante programa institucional.

Espera-se que o licenciando crie ferramentas para a produção de sua concepção docente, compreendendo que para atuar na educação básica pública é preciso APRENDER a todo momento, usar o SABER na condução dos alunos para conhecimento e AGIR com confiança de que se pode fazer a diferença e, assim, VENCER os desafios da

Educação.