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ZOOTECNIA Em Foco Paragominas-PA, Volume 3, n. 01, janeiro/fevereiro de 2017 ANIMAIS SILVESTRES: POSSIBILIDADES DE MERCADO NA AMAZÔNIA https://www.facebook.com/zootecnia JZ [email protected] ISSN: 2446-8398 p3 O incentivo ao mercado de carne de animais silvestres remete a necessidade de ampliar a oferta regular, em bases racionais e conservacionistas ESPAÇO FORRAGICULTURA p5 PRINCIPAIS LINHAGENS PARA AVICULTURA CAIPIRA EM REGIÕES DE CLIMA QUENTE BEM-ESTAR DE SUÍNOS NA FASE DE CRECHE: PRODUTIVIDADE E LUCRO EM DESTAQUE p4 ANIMAIS SILVESTRES: POSSIBILIDADES DE MERCADO NA AMAZÔNIA p6 ESPAÇO AVICULTURA ESPAÇO SUINOCULTURA p8 ESPAÇO ANIMAIS DE COMPANHIA p7 ADESTRAMENTO E COMPORTAMENTO DE CÃES E GATOS E O PAPEL DO ZOOTECNISTA p9 BOVINOCULTURA DE CORTE p11 ENTREVISTA COM O ZOOTECNISTA ARILSON CARDOSO CONGRESSO BRASILEIRO DE BIOÉTICA E BEM- ESTAR ANIMAL ESPAÇO FORRAGICULTURA p10 p12 ESPAÇO EXTENSÃO RURAL CONGRESSOS E EVENTOS NECESSIDADE DE MODERNIZAÇÃO NOS PASTOS BRASILEIROS NECESSIDADE DE MODERNIZAÇÃO NOS PASTOS BRASILEIROS USO DA BIOESTIMULAÇÃO COMO ESTRATÉGIA PARA MELHORAR A EFICIÊNCIA REPRODUTIVA EM NOVILHAS

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ZOOTECNIAEm Foco

Paragominas-PA, Volume 3, n. 01, janeiro/fevereiro de 2017

ANIMAIS SILVESTRES: POSSIBILIDADES DEMERCADO NA AMAZÔNIA

https://www.facebook.com/zootecnia JZ [email protected]

ISSN: 2446-8398

p3O incentivo ao mercado de carne de animais silvestres

remete a necessidade de ampliar a oferta regular, em bases racionais e conservacionistas

ESPAÇO FORRAGICULTURA

p5

PRINCIPAIS LINHAGENSPARA AVICULTURACAIPIRA EM REGIÕESDE CLIMA QUENTE

BEM-ESTAR DE SUÍNOS NAFASE DE CRECHE:PRODUTIVIDADE E LUCRO

EM DESTAQUE

p4

ANIMAIS SILVESTRES:POSSIBILIDADES DEMERCADO NA AMAZÔNIA

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ESPAÇO AVICULTURA ESPAÇO SUINOCULTURA

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ESPAÇO ANIMAIS DE COMPANHIA

p7

ADESTRAMENTO ECOMPORTAMENTO DECÃES E GATOS E O PAPELDO ZOOTECNISTA

p9

BOVINOCULTURA DE CORTE

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ENTREVISTA COMO ZOOTECNISTAARILSON CARDOSO

CONGRESSO BRASILEIRODE BIOÉTICA E BEM-ESTAR ANIMAL

ESPAÇO FORRAGICULTURA

p10 p12

ESPAÇO EXTENSÃO RURAL CONGRESSOS E EVENTOS

NECESSIDADE DE

MODERNIZAÇÃO NOS

PASTOS BRASILEIROS

NECESSIDADE DEMODERNIZAÇÃO NOSPASTOS BRASILEIROS

USO DA BIOESTIMULAÇÃOCOMO ESTRATÉGIA PARAMELHORAR A EFICIÊNCIAREPRODUTIVA EMNOVILHAS

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Prezados leitores é com i m e n s o p r a z e r q u e divulgamos a Primeira

edição do “Zootecnia em Foco” do ano de 2017 (patrocinado pelo Banco da Amazônia - BASA), o qual surgiu da necessidade de difundir informações técnicas aos produtores rurais e divulgar ações ligadas a Zootecnia. Dessa forma, o presente informativo se torna um elo entre o grupo de estudos e a sociedade. Assim, procuramos selecionar temas de interesses correlatos a Produção Animal.

Nessa Primeira edição de 2017, trazemos para os nossos leitores temas como “Animais silvestres: possibilidades de mercado na Amazônia”, “Principais linhagens para avicultura caipira em regiões de clima quente”, “Bem-estar de suínos na fase de creche: produtividade e lucro”, “Adestramento e comportamento de cães e gatos e o papel do zootecnista”, “Necessidade de modernização nos pastos brasileiros”, “Uso da bioestimulação para melhorar a eficiência reprodutiva em novilhas”, “Uso da bioestimulação para melhorar a eficiência reprodutiva em novilhas” e “Entrevista com o zootecnista Arilson Cardoso”.

Waldjânio O. MeloZootecnista MSc. UFRA/Paragominas

TÉCNICAS DO CAMPOEDITORIAL

p2

grupo de pesquisa em andrologia,inseminação ar�ficial, sanidade emelhoramento gené�co de bovinose bubalinos

Zootecnia em FocoVolume 3, n.1, janeiro/fevereiro de 2017

Realização:

Colaboração:

Editores:

Bruno C. Soares

Prof. MSc. UFRA/Paragominas

Bruno Moura Monteiro

Prof. Dr. UFRA/Paragominas

Cesar Augusto Pospissil Garbossa

Prof. Dr. UFRA/Paragominas

Letícia de Abreu Faria

Profª Dra. UFRA/Paragominas

Maria de Fátima Araújo Vieira

Profª Dra. UFRA/Paragominas

Natália da Silva e SilvaProfª Dra. UFRA/Paragominas

Núbia F. A. dos SantosProfª Dra. UFRA/Paragominas

Rinaldo B. VianaProf. Dr. UFRA/ Belém

Waldjânio O. MeloZootecnista, MSc. UFRA/Paragominas

Jane P. FelipeEngenheira Agrônoma

Everton S. Sousa

Janiele B. BarbosaKarolina B. MouraMarcelo C. MoraisMarcos Benedito C. ReisRicardo Cézar Barros SantosRômulo Henrique B. Holanda - Acadêmicos Curso Zootecnia UFRA/Paragominas

Arte GráficaJane P. Felipe - Eng. AgrônomaConsultora Ambiental

Contato:E-mail: [email protected]

EEnd.: Rodovia PA 256, km 6, Nova Conquista - Paragominas-PA

Patrocínio:

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ENTREVISTA

Zootecnia em foco. Vol. 3, n.1, jan/fev 2017, Paragominas-PA

ANIMAIS SILVESTRES: POSSIBILIDADESDE MERCADO NA AMAZÔNIA

EM DESTAQUE

Paula Cristiane TrindadeProfa MSc. Zootecnista UFRA/PARAGOMINAS

Fabrício Khoury RebelloProfº Dr. Economista UFRA/BELÉM

Recente estudo realizado pelos autores no município de Belém, um dos principais centros de consumo da Amazônia,

constatou que 60% da população já consumiu carne de animais silvestres, entretanto, este consumo se deu de fo rma ocas iona l (86%) , ou se ja , ocor reu eventualmente, principalmente em deslocamentos realizados aos municípios do interior do estado. As carnes mais consumidas pelos entrevistados foram as de tartaruga-da-Amazônia (61,98%), jacaré (57,44%), paca (52,48%), veado (40,91%), tatu (40,08%), muçuã (30,99%), capivara (29,34%), jabuti (21,07%), tracajá (19,83%) e caititu (16,94%). Indicando que ainda existe um importante consumo dessas carnes no hinterland paraense.

Quanto à carne de tartaruga, especialmente, constatou-se uma significativa demanda reprimida, principalmente para atender bares e restaurantes especializados na gastronomia mais sofisticada nas médias e grandes cidades da Amazônia. O consumo de carnes silvestres na região é característico do hábito cultural da população.

A relação dos nativos com as tartarugas, por exemplo, foi muito forte, eles colhiam os ovos e

faziam pescarias coletivas em grandes festivais. Contudo, após a colonização a extração de ovos e tartarugas, tornou-se acentuada. Óleo, banha e carne tornaram-se mais do que simples bens de consumo local e regional para se intensificar sua coleta, a abastecer um mercado mais amplo, no exterior, a partir da exportação pela elite do período colonial.

O incentivo ao mercado de carne de animais silvestres remete a necessidade de ampliar a oferta regular, em bases racionais e conservacionistas, exigindo, portanto, o fortalecimento dessa cadeia produtiva, que envolve a ampliação e consolidação do marco legal, a existência de criatórios e frigoríficos credenciados, oferta de insumos, formação de profissionais habilitados ao manejo, cuidados sanitários e bem-estar animal. Além de outras cadeias correlatas como as de couro, artesanato e gastronomia.

Esta seria uma estratégia para agregar valor e fomentar o desenvolvimento regional que, inclusive, contribuiria para manter estoques nativos destas espécies, como combate à caça ilegal. A gisa de um exemplo, sobre o potencial do mercado de carne de tartaruga, o Restaurante Divina Comida, o único em Belém-PA a ofertar

Foto: Blenda Oliveira, 2015.

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TÉCNICAS DO CAMPOEM DESTAQUE

Foto: Maurício Brandão, 2016.

em seu cardápio iguarias a partir da carne de tartaruga (picadinho, farofa, guisado, risoto, tartaruga no tucupi, moqueca), em um do seu tradicional festival, encontrou dificuldades em obter fornecedores legalizado no estado do Pará, tendo que adquirir o produto no estado do Amazonas dificultando e encarecendo sua atividade.

À medida que cresça a oferta de carne de animais silvestres no mercado local e regional, pode-se fortalecer um arranjo produtivo interessante, com oportunidade na criação, abate, gastronomia e tantas outras iniciativas de pequeno, médio e grande porte. A consolidação do turismo regional, a partir de um conjunto de atrativos onde o Círio de Nazaré, a sociobiodiversidade e a gastronomia poderiam ser o carro chefe para dinamizar empresarialmente esse setor produtivo. Isso, também, contribuiria para conter o modelo arcaico e clandestino de oferta de carne de animais silvestres.

Há de se destacar uma excelente oportunidade que começa a se materializar a partir da tendência mundial em valorizar as carnes exóticas e estas mais próxima ao sabor natural, com vistas a atender as preocupações com a saúde e o prazer de saborear produtos mais naturais. É, portanto, o fortalecimento do conceito de cozinha do campo-à-mesa. A alimentação animal assume, pois, um papel de destaque na oferta para esse mercado. Desta feita, os animais silvestres, com seu

hábito alimentar onívoro, que varia em função da disponibilidade de alimento, seriam preferíveis.

Ações em prol de uma pecuária alternativa, com amplas possibilidades para se inserir a criação de animais silvestres (tartaruga, jacaré, muçuã, paca, capivara, caititu, entre outros), seria estratégico para o desenvolvimento da Amazônia. Assim, o estímulo à criação racional, ao consumo consciente e, principalmente, o estabelecimento de um marco regulatório favorável ao setor de criação de animais silvestres na região são oportunos e pertinentes. É fundamen ta l c r i a r i ncen t ivos pa ra a t r a i r empreendedores para o setor, assim como ampliar pesquisas sobre o manejo de sistemas produtivos com esses animais. A originalidade e diversidade dos sabores da gastronomia regional são os fortes aliadas ao compromisso de desenvolver a Amazônia sem abrir mão da sua sustentabilidade.

ANIMAIS SILVESTRES: POSSIBILIDADESDE MERCADO NA AMAZÔNIA

Foto: Blenda Oliveira, 2015.

Zootecnia em foco. Vol. 3, n.1, jan/fev 2017, Paragominas-PA

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ESPAÇO AVICULTURA

Cesar Augusto Pospissil Garbossa Docente UFRA/PARAGOMINAS

PRINCIPAIS LINHAGENS PARA AVICULTURACAIPIRA EM REGIÕES DE CLIMA QUENTE

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frango caipira há um longo tempo é criado Ode forma extensiva e semi-intensiva, por criadores familiares, ou pequenos

produtores, no entanto, atualmente devido aos novos estudos e tecnologias em busca de alimento mais saudável e natural, houve fortalecimento na criação de frangos caipiras em sistema semi-intensivo, o qual se caracteriza por permitir que as aves acessam área de pastejo, para expressar seu comportamento natural, colaborando assim para o bem-estar das mesmas, fator interessante para que haja boa produtividade associada com carne de qualidade.

Em um estudo realizado por DIAS et al., (2016), os pesquisadores afirmam que os frangos caipiras criados nesse tipo de sistema, são diferenciados de out ras aves , por possuí rem suas própr ias características, como carcaça com menor quantidade de gordura, melhor textura e sabor. Essas características dependem, do tipo de linhagem, alimentação e atividades, além das condições ambientais como a temperatura, aspecto importante devido as características local e regional.

A temperatura alta é uma das variáveis que pode afetar o bem-estar, saúde e comportamento das aves, prejudicando as características fisiológicas e produtivas. A ave para manter sua homeostase procura diminuir suas atividades locomotoras, ficar com asas afastadas do corpo, aumentar a ofegação, levando a maior consumo de água e redução do consumo de ração, consequentemente, interferindo na conversão alimentar, taxa de crescimento, rendimento de carcaça e qualidade da carne. Por isso, é importante a escolha da linhagem adaptada a região, ou seja, resistente ao estresse por calor, para produção de carne com qualidade, menores custos de produção e maior eficiência produtiva, bem como para garantir o bem-estar as aves.

No experimento realizado por eles, foram utilizadas as linhagens Pescoço Pelado (Label Rouge), Vermelho Pesadão, Carijó, Master Griss e Colorido, onde os animais foram presos nos abrigos durante o período da noite para evitar ataques de predadores, e durante o dia foram soltos, para ter livre acesso à área de pastejo com capim Tifton 85. Foram realizadas observações e registros das variáveis ambientais e de comportamento das aves durante 35 dias, as variáveis fisiológicas avaliadas foram temperatura retal e frequência respiratória. Os valores de temperatura e

umidade ambiental foram elevados, o que faz com que as aves aumentem a frequência respiratória e a troca de calor latente. O desempenho foi igual entre as linhagens. As variáveis como temperatura retal e frequência respiratória não diferiram entre as linhagens, uma evidencia de que todas as linhagens se mostraram adaptadas ao ambiente, apesar de estar em alta temperatura, já os comportamentos foram diferentes entre algumas linhagens, devido as características próprias da linhagem e de acordo com o período do dia.

Portanto, os pesquisadores concluíram que as linhagens apresentaram desconforto térmico, mas não apresentam diferenças no seu desempenho e na sua fisiologia, em sistema semi-intensivo para regiões de clima quente. Esse sistema é bastante interessante para utilização, colaborando para o desenvolvimento do setor de produção de frangos caipiras, desde que sejam utilizadas linhagens adaptadas a região, para que não haja problemas na criação e seja economicamente viável.

REFERÊNCIASDIAS, A.N. et al. Linhagens de frangos caipiras criadas em sistema semi-intensivo em região de clima quente. Pesq. Agropec.Bras., Brasília, v.51, n.12, p.2010-2017, dez. 2016.

Zootecnia em foco. Vol. 3, n.1, jan/fev 2017, Paragominas-PA

Geane Cordeiro da FonsecaEstudante de Zootecnia UFRA/PARAGOMINAS

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ESPAÇO SUINOCULTURA

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BEM-ESTAR DE SUÍNOS NA FASE DECRECHE: PRODUTIVIDADE E LUCRO

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Foto: Guilherme Minssen, 2016.

Zootecnia em foco. Vol. 3, n.1, jan/fev 2017, Paragominas-PA

Cesar Augusto Pospissil Garbossa Docente/UFRA PARAGOMINAS

Jamilly Gomes DamascenoEstudante de Zootecnia UFRA/PARAGOMINAS

egundo a Confederação da Agricultura e SPecuária do Brasil - CNA, o Brasil é o quarto maior produtor e exportador mundial

de carne suína e deve se manter nessa posição até o ano de 2018, com produção média anual de 2,84% do total e 4,91% do total de exportação.

Um dos grandes desafios para os produtores de suínos é conseguir inter-relacionar a exploração eficiente da genética do animal com o ambiente, atribuindo respostas positivas no que diz respeito as questões produtivas e reprodutivas do rebanho. Sobretudo, é possível obter bem-estar positivo ao disponibilizar aos leitões um ambiente de criação adequado, no qual possam expressar seus comportamentos naturais e por consequência irão expressar seu potencial produtivo máximo.

Com a intensificação da produção suinícola, o bem-estar dos animais passou a ficar cada vez mais comprometido, consequentemente, a preocupação dos consumidores com o bem-estar animal vem ganhando força mundialmente, entretanto, possui pouca exploração nos países em desenvolvimento. No Brasil o mercado consumidor passou a exigir mais da cadeia produtiva para que seja oferecida carne procedente de animais que foram criados em um ambiente que proporciona maior qualidade de vida a esses animais.

A saída da maternidade para a creche é um momento que causa extremo estresse para os leitões, visto que, deixam de ter contato com a mãe que lhes fornecia leite materno e começam a consumir apenas ração; há também a troca de ambiente e a mistura de leitões para constituição de um único lote, podendo ocasionar brigas entre os animais e vícios como: sugar o umbigo, a vulva ou a prega das orelhas um dos outros, prejudicando o desempenho produtivo dos mesmos.

Com intuito de melhorar a vivência dos leitões na fase de creche, entra o enriquecimento do ambiente de criação de suínos, o que viabiliza a inclusão de elementos e objetos a própria baia, como a disponibilização de substratos para cama, como a palha ou casca de arroz e objetos suspensos como pneus e correntes, boas alternativas para diminuir o estresse e deixar o ambiente mais adequado, permitindo que os animais expressem seus comportamentos naturais de investigação e impedindo comportamentos estereotipados.

Estudo realizado por Oliveira et al. (2016)

utilizando a associação da cama com brinquedos pendurados obtveram melhora significativa no desempenho dos leitões quando comparados ao tratamento (leitões) sem enriquecimento ambiental. O peso corporal final dos animais com sistema de enriquecimento ambiental foi de 6 kg a mais, ganho de peso por dia de aproximadamentoe 114 g a mais e consumo de 600 g a menos de ração. Também houve resposta positiva nos comportamentos típicos dos animais, resultando em diminuições da agressividade e aumento da atividade exploratória.

O enriquecimento ambiental na fase de creche é um recurso de grande importante para o bem-estar na criação de suínos, pois apresenta alternativas viáveis para atender as exigências comportamentais e consegue resposta máxima do potencial genético dos animais. Mesmo com boa produção e indicadores de crescimento mercadológico, a suinocultura brasileira necessita de maior atenção no quesito de bem-estar animal, pois é um fator que ainda não é bem disseminado no país e que pode proporcionar maior produtividade e abrir mais portas aos produtores.

REFERÊNCIASBAPTISTA, R.I.A.A. et al. Indicadores do bem-estar em suínos. Ciência Rural. Santa Maria. set. 2011.

Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil. Brasil deve manter o quarto lugar em produção e exportação de c a r n e s u í n a a t é 2 0 1 8 . D i s p o n í v e l e m : <http://www.cnabrasil.org.br/noticias/brasil-deve-manter-o-quarto-lugar-em-producao-e-exportacao-de-carne-suina-ate-2018>. Acesso em: 19 de maio de 2017.

MAIA, A.P.S. et al. Enriquecimento ambiental como medida para o bem-estar positivo de suínos. Revista Eletrônica em Gestão, Educação e Tecnologia Ambiental. Santa Maria. v. 14, n. 14, p. 2862-2877, set. 2013.

OLIVEIRA, R.F. et al. Environmental enrichment improves the performance and behavior of piglets in the nursery phase. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia. v.68, n.2, p.415-421, 2016.

VELONI, M.L. et al. Bem-Estar Animal Aplicado nas Criações de Suínos e Suas Implicações na Saúde dos Rebanhos. Revista Científica e Eletrônica de Medicina Veterinária. Garça. n. 21, jul. 2013.

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ESPAÇO ANIMAIS DE COMPANHIA

ADESTRAMENTO E COMPORTAMENTO DECÃES E GATOS E O PAPEL DO ZOOTECNISTA

Elizabeth LumbauZootecnista

O mercado pet cresce todo ano, mesmo com a instabilidade econômica que nosso país vem sofrendo. Segundo dados da

Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (ABINPET, 2016), o Brasil tem o terceiro maior mercado pet do mundo, ficando atrás apenas dos EUA e Reino Unido. Com uma população de 52 milhões de cães e 22 milhões de gatos nas residências brasileiras, conforme levantamento do IBGE (2015), os brasileiros já possuem mais cães que crianças, afinal são 45 milhões de crianças, 7 milhões a menos.

Podemos dizer que esse é um mercado muito promissor para o zootecnista e não só no setor de Pet Food, cuja movimentação de R$18,9 bilhões foi responsável por 67% do faturamento do ano passado, mas no setor de Pet Serv, que vem em segundo lugar com 16,7%, seguido de Pet Care com 8,1% e Pet Vet com 7,8%.

Atualmente, os cães e os gatos estão ocupando lugares de membros das famílias, principalmente àqueles animais que vivem em apartamentos ou dentro de casa, em que a convivência é muito mais íntima, gerando a necessidade de uma boa relação entre humano e pet. Assim, é muito importante que o animal seja educado, não pule nas visitas, faça as

necessidades no local adequado, não lata e atrapalhe os vizinhos, não destrua a casa toda quando ficar sozinho. Esses são só alguns dos problemas comportamentais que fazem com que a procura de profissionais como o adestrador seja cada vez maior.

Para ser adestrador, não é necessário nenhum tipo de formação acadêmica, mas profissionais como os zootecnistas, apresentam vantagens sobre qualquer outra formação acadêmica para atuar como educador de cães. As disciplinas oferecidas no curso de Zootecnia como etologia, genética, nutrição, dentre outras são muito importantes para este trabalho.

No adestramento, o manejo nutricional do cão, é primordial para um bom resultado, tanto para o adestramento básico, quanto para a modificação comportamental. Antes de começar um trabalho é necessário que o cachorro tenha horários regulares de alimentação e que esteja com escore corporal adequado. Por quê? Por exemplo, se o cachorro sempre se alimenta no mesmo horário, fica mais fácil controlar a hora das necessidades, outro exemplo, o cão ou o gato obeso não irá aproveitar na totalidade o trabalho, pois o escore corporal interfere na atenção e no interesse em aprender.

O animal no escore corporal adequado se arrisca mais e se empenha mais em conseguir a recompensa, por isso muitas vezes junto com o trabalho comportamental, o nutricional se torna extremamente importante para se atingir os objetivos esperados, ou seja, situações em que certamente o zootecnista apresenta grande vantagem para atuar.

Embora exista muitos profissionais atuando nessa área, são poucos os qualificados e com formação acadêmica na área capazes de garantir segurança e qualidade nos serviços prestados. Atualmente, é visto com facilidade profissionais deste seguimento nas grandes cidades, mas já é possível observar a necessidade de oferta desse tipo de serviço em cidades pequenas do interior, principalmente pelo afeto entre homem-pet.

Sendo assim, seja para atuar nesta área de trabalho dentro da Zootecnia ou para quem procura os profissionais atuantes, o requerimento básico é ter afinidade e conhecimento sobre pets. O setor gera muitas oportunidades, além de ser gratificante poder trabalhar com as pessoas e seus animais de companhia.

Foto: Elizabeth Lumbau, 2016.

Zootecnia em foco. Vol. 3, n.1, jan/fev 2017, Paragominas-PA

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UEPB, 2014.

Foto: Silvia Rossi, 2016.

Zootecnia em foco. Vol. 3, n.1, jan/fev 2017, Paragominas-PA

TÉCNICAS DO CAMPOBOVINOCULTURA DE CORTE

Lucas Jacomini AbudDocente UNIFESSPA/XINGUARA

USO DA BIOESTIMULAÇÃO COMOESTRATÉGIA PARA MELHORAR AEFICIÊNCIA REPRODUTIVA EM NOVILHAS

Apecuária brasileira vem passando por um processo de intensificação e o longo período em que as fêmeas são mantidas na

propriedade sem produzir bezerros eleva os custos de produção, bem como atrasa o processo de seleção genética. O desempenho reprodutivo de novilhas consiste em um dos principais critérios a serem incluídos na avaliação da eficiência reprodutiva de um rebanho quando se almeja aumentar o retorno financeiro. Sabe-se que o aumento da eficiência do setor de cria e recria pode ser atingido pela redução na idade ao primeiro parto e para aumentar a taxa de gestação das novilhas deve-se buscar alternativas de manejos que possibilitem a ativação do eixo hipotalâmico-hipofisário-gonadal que resulte na ovulação. Dentre estes fatores pode-se destacar o uso da bioestimulação ou “efeito touro”.

A bioestimulação é um fator ambiental que pode resultar em aumento do percentual de novilhas que iniciam a estação reprodutiva ciclando. A consequência da bioestimulação tem sido estudada como alternativa para antecipar a idade à puberdade. Este manejo consiste na manutenção de rufiões entre as fêmeas na fase pré-puberal, ou mesmo antes da estação de monta, para estimular a atividade reprodutiva pela ativação do eixo hipotalâmico-hipofisário-gonadal, sendo esse estímulo mediado fisicamente ou por ferormônios, tendo como resultado o aumento na taxa de gestação devido o aparecimento precoce de cios.

O efeito deste manejo também torna-se positivo durante a estação de monta em novilhas com baixa condição nutricional. Novilhas com baixa condição nutricional e bioestimuladas possuem maior índice de ciclicidade e maiores taxas de gestação, quando

comparadas com novilhas não bioestimuladas no início da estação de monta. A utilização desta técnica é uma alternativa para a produção de novilhas de reposição em rebanho de bovino de corte, especialmente em regiões onde as condições climáticas limitam a oferta de alimentos.

Portanto a utilização da bioestimulação favorece a antecipação da vida reprodutiva, possibilitando a redução do tempo e número de animais na fase de recria e aumento do número de crias na vida produtiva das fêmeas sexualmente precoces.

REFERÊNCIASC A R D O S O , D . ; N O G U E I R A , G . P. M e c a n i s m o s neuroendócrinos envolvidos na puberdade de novilhas. Arquivos de Ciências Veterinárias e Zoologia da Unipar, Umuarama, v.10, n.1, p.59-67, 2007.

CHENOWETH, P. J. Reproductive management procedures in control of breeding. Animal Production Australian, Victoria, v.15, p.28, 1983.

MARSON, E. P.; GUIMARÃES, J. D.; MIRANDA NETO, T. Puberdade e maturidade sexual em novilhas de corte. Revista Brasileira de Reprodução Animal, Belo Horizonte, v. 28, n. 1, p. 3-12, 2004.

MENEZES, L. M.; BRAUNER, C. C.; PIMENTEL, M. A. Efeitos da bioestimulação sobre a performance reprodutiva em bovinos de corte. Archivos de Zootecnia, Cordoba, v. 59, p.1-13, 2010.

OLIVEIRA, C. M. G. ; OLIVEIRA FILHO, B. D. ; GAMBARINI, M. L.; VIU, M. A. O.; LOPES, D. T.; SOUSA, A. P. F. Effects of biostimulation and nutritional supplementation on pubertal age and pregnancy rates of Nelore heifers (Bos indicus) in a tropical environment. Animal Reproduction Science, Amsterdam, v.113, p.38-43, 2009.

QUADROS, S. A. F. & LOBATO, J. F. P. Bioestimulação e Comportamento Reprodutivo de Novilhas de Corte. Revista Brasileira de Zootecnia, Viçosa, v.33, n.3, p.679-683, 2004.

RESTLE, J.; POLLI, V. A.; SENNA, D. B. Efeito de grupo genético e heterose sobre a idade e peso à puberdade e sobre o desempenho reprodutivo de novilhas de corte. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.34, n.4, p.701-707, 1999.

SOARES, A. F. C.; FAGUNDES, N. S.; NASCIMENTO, M. R. B. M.; TAVARES, M.; JACOMINI, J. O. Influência da bioestimulação sobre as características ovarianas e a taxa de prenhez em novilhas nelore. Revista Brasileira de Saúde e Produção Animal, Salvador, v.9, n.4, p. 834-838, 2008.

Foto: Lucas Jacomini Abud, 2016.

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TÉCNICAS DO CAMPOESPAÇO FORRAGICULTURA

Zootecnia em foco. Vol. 3, n.1, jan/fev 2017, Paragominas-PA

ESPAÇO FORRAGICULTURA

Rene Poccard-Chapuis CIRAD-EMBRAPA

NECESSIDADE DE MODERNIZAÇÃO NOSPASTOS BRASILEIROS

O rebanho nacional é de 215.199.488 cabeças (IBGE, 2015), proporcionando ao Brasil a posição de segundo maior

rebanho bovino do mundo e segundo maior exportador de carne. Inicialmente, a grande atuação brasileira nesse mercado se deve a vasta extensão territorial e clima favorável, no entanto essas vantagens não devem ser os únicos pilares da pecuária de corte brasileira moderna. Esta atividade do agronegócio deve-se adequar às propostas de sustentabilidade, pois direta ou indiretamente, envolve uma enorme influência econômica e social com a geração de emprego e renda à população, assim como ambiental.

A exploração extensionista da atividade tem depredado sua imagem, além de estar colaborando com a perda de espaço em concorrência com a agricultura devido à ausência de investimentos e tecnificação dos sistemas produtivos pecuários. A competitividade com a agricultura e o caráter ex t ens ion i s t a da pecuá r i a b r a s i l e i r a t em marginalizado a atividade para áreas de solos cada vez mais pobres e relevos adversos.

No Município de Paragominas-Pa, a pecuária vem cedendo espaço à agricultura devido esta última apresentar maior rentabilidade, facilidade no manejo e demanda de tempo por produção. Desde meados dos anos 2000, o cultivo de grãos, principalmente a soja, tem se tornado uma das fontes mais econômicas do município e região, já que os investimentos em sistemas pecuários degradados são mais dispendiosos e a reforma sem tecnificação no manejo não garante rentabilidade equivalente.

A pecuária brasileira hoje carrega nos ombros o peso ambiental de dezenas de milhares de hectares de pasto com algum grau de degradação. As principais dificuldades na condução de sistemas pecuários baseados a pasto compreendem a baixa fertilidade natural do solo e a ausência de correção e adubação, o

elevado e longo impacto da sazonalidade e a ausência de práticas de manejo de pastejo.

A e c o n o m i a g l o b a l p r e s s i o n a e v e m transformando os sistemas pecuários. Estes devem ser modificados, ser integrados em sistemas lavoura-pecuária ou ser tecnificados como atividade econômica sustentável. As pastagens limpas, investimentos em manejo de pasto, corretivos e fertilizantes, e nutrição animal garantem aumento de produtividade.

Uma das razões para muitos insucessos das pastagens iniciam-se pela escolha inadequada da espécie forrageira, assim, pergunta-se quais são as plantas forrageiras disponíveis para a pecuária amazônica. O mercado de sementes apresenta grande oferta de acessos de plantas forrageiras, assim tem-se a disponibilidade de muitas espécies adaptadas como os capins elefante; o gênero Panicum com cultivares desde tradicionais a recentes no mercado, como o Tanzânia, Mombaça, Massai, Aruana, Tamani; o gênero Cynodon com o Coastcross, Tifton 85, Grama estrela, entre outros; as brachiarias, atualmente classificadas como gênero Urochloa com grande número de espécies tradicionais e cultivares recentemente lançados.

A grande dificuldade é que os protagonistas do campo buscam a forrageira ideal, àquela que apresenta alta produção, elevado teor de proteína, que seja tolerante a solos ácidos e pobres em fertilidade, tolerância a encharcamento, resistência a seca, resistência a cigarrinha e lagartas, tolerante a pisoteio. Porém, essa planta milagrosa não existe, e seu cultivo é a razão das nossas pastagens degradadas. A máxima produção vegetal ocorrerá com a escolha da espécie mais adaptada às condições de solo e clima e o fornecimento de subsídios como o atendimento de suas necessidades fisiológicas em água, nutrientes e manejo adequado de colheita, ou seja, manejo de pastejo.

Atualmente, a adoção de mais de uma gramínea forrageira no sistema produtivo apresenta-se como uma estratégia de segurança e produtividade. E a conscientização de que o pasto deve ser conduzido como uma cultura agrícola tem que ser difundida, ninguém cultiva milho, soja ou qualquer outra cultura sem manejo

Letícia de Abreu Faria Docente/UFRAPARAGOMINAS

Jardson Caetano Santos Estudante de Zootecnia/UFRA PARAGOMINAS

Priscila de Souza Estudante de Zootecnia/UFRA PARAGOMINAS

Foto: Rene Poccard-Chapuis, 2017.

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ESPAÇO FORRAGICULTURA

NECESSIDADE DE MODERNIZAÇÃO NOSPASTOS BRASILEIROS

Atualmente, a adoção de mais de uma gramínea forrageira no sistema produtivo apresenta-se como uma estratégia de

segurança e produtividade. E a conscientização de que o pasto deve ser conduzido como uma cultura agrícola tem que ser difundida, ninguém cultiva milho, soja ou qualquer outra cultura sem manejo adequado da fertilidade do solo.

O enriquecimento da biodiversidade do ecossistema pastagem também tem sido uma recomendação. A integração dos recursos naturais como o solo, os recursos vegetais e o recurso animal através do manejo e gerenciamento é uma necessidade. O solo se apresenta como base do sistema produtivo, é de onde provem a água e nutrientes para as plantas, e é moradia para a maioria dos seres vivos atuantes no sistema, como insetos, aracnídeos, micro-organismos, entre outros, que atuam na ciclagem de nutrientes e no equilíbrio do sistema com a convivência entre pragas e doenças dos vegetais e até dos animais e seus inimigos naturais.

O enriquecimento da biodiversidade favorece o equilíbrio do sistema produtivo, assim a inclusão de mais espécies no pasto, principalmente as leguminosas colaboram com esse princípio. Existem diversas espécies consideradas leguminosas forrageiras, como o Estilosanthes, Calopogônio, dentre outras, e atualmente o acesso a estas tem sido facilitado por empresas atuantes no melhoramento e produção de sementes.

A d ivers ificação for rage i ra favorece a biodiversidade de organismos e micro-organismos do solo, mas a principal razão para a sua recomendação é devido a maior e melhor oferta de alimento, principalmente no período seco. As técnicas para sua

adoção incluem o consórcio gramíneas-leguminosas, banco de proteína e mais recente e ainda em estudos segue a estratégia de florestas forrageiras. Assim como discutido para as gramíneas, a inclusão da leguminosa ou qualquer outra espécie forrageira no sistema exige os mesmos cuidados com as condições de solo, clima e cuidados de manejo, e ainda inclui a necessidade de conhecimento com a compatibilidade entre a gramínea e a espécie leguminosa.

A inclusão de mais espécies no pasto torna o sistema mais rico em biodiversidade, torna a dieta do animal mais nutritiva, aumenta a oferta de forragem, no caso das leguminosas, ainda enriquece o sistema com nitrogênio, mas tudo isso torna o manejo do pastejo mais complexo e exige maiores cuidados com a fertilização do solo, consequentemente exige maior capacidade técnica no gerenciamento e planejamento do sistema produtivo.

E s t u d o s s o b r e e s s a s e s p é c i e s c o m o a produtividade, capacidade produtiva na época seca, doenças e pragas, compatibilidade na convivência com as gramíneas, palatabilidade, estratégias de manejo do pastejo, ausência de compostos tóxicos, requerimentos em fertilidade do solo têm sido estudados e devem ser analisados para a escolha da espécie em consórcio ou banco de proteína.

Com base em todos esses requisitos, a pecuária brasileira deve se modernizar e profissionalizar a fim de produzir de forma sustentável com boa rentabilidade e assim sustentar seu crescimento sem desmatar novas áreas e capacidade competitiva, por isso se têm a necessidade da ajuda técnica dos profissionais atuantes e competentes da área.

Zootecnia em foco. Vol. 3, n.1, jan/fev 2017, Paragominas-PA

Foto: Rene Poccard-Chapuis, 2017.

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TÉCNICAS DO CAMPOESPAÇO EXTENSÃO RURAL

Marcelo C. Morais Estudante de Zootecnia UFRA/PARAGOMINAS

ENTREVISTA COM O ZOOTECNISTAARILSON CARDOSO

Z o o t e c n i s t a , f o r m a d o p e l a Universidade Federal Rural da Amazônia-UFRA Belém, mestre em Ciência Animal pela Universidade Federal do Pará-UFPA e atualmente é zootecnista do Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - SENAR/PA.

Zootecnia em Foco: Como se deu a escolha da Zootecnia como profissão?Arilson Cardoso: Através do contato com o campo e necessidade desse profissional na Amazônia, sendo essa minha primeira opção de curso e de profissão.

Zootecnia em Foco: O senhor se sente feliz e plenamente realizado com essa escolha? Por quê?Arilson Cardoso: Sim, porque venho atingindo meus objetivos e auxiliando o desenvolvendo da Zootecnia no estado do Pará.

Zootecnia em Foco: Como zootecnista, o senhor atua em qual área? Qual o motivo dessa escolha?Arilson Cardoso: Atuo na área de gestão na assistência técnica e Gerencial (ATeG), escolhi essa área, pois desde o meu período de graduação sempre foi a área que fui apaixonado, além disso a demanda do mercado me motivou muito escolher a extensão rural como profissão, pois existe um mercado muito amplo pra quem quiser seguir a extensão rural.

Zootecnia em Foco: Qual deve ser o perfil do profissional que busca a carreira de extensionista?Arilson Cardoso: Deve ser de profissionais que saibam trabalhar em equipes multidisciplinares, com capacidade técnica, além de uma visão diferenciada da cadeia produtiva animal e vegetal, que tenha habilidade em se relacionar com pessoas de diferentes níveis sociais e culturais, principalmente. Ser criativo e tenha iniciativa e ser ético em todas as atividades.

Zootecnia em Foco: Quais os profissionais que podem atuar com extensão rural?Arilson Cardoso: profissionais que assumam r e s p o n s a b i l i d a d e s , c o m p r o m e t i d o c o m o desenvolvimento da atividade, atualizado com as recentes pesquisas e capaz de aplicá-las a campo, e esteja disposto a transformações. Sendo todos os profissionais das ciências agrarias que tenham paixão pelo campo e gostem de desafios.

Zootecnia em Foco: Quais são os setores de atuação do extensionista rural?Arilson Cardoso: Com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento rural sustentável e proporcionar assistência técnica, com visão de lucro para o produtor rural, nesse aspecto podemos atuar em vários setores como: na produção animal, produção vegetal, área de organização e negócios, educação no campo com treinamentos para os colaboradores que trabalham diretamente no campo.

Zootecnia em Foco: Qual a importância do zootecnista na extensão rural?Arilson Cardoso: A Zootecnia é bem abrangente e cada vez mais desafiadora muito em função da crescente exigência dos mercados consumidores de produtos de origem animal. O zootecnista deve estar preparado para visualizar e entender sistemas de produção de proteína animal, então temos uma responsabilidade muito grande de melhorar a qualidade da produção sempre levando em consideração o bem está animal. Devido à importância dos produtos de origem animal oriundos da extensão rural, no nosso país, a presença de um zootecnista nessa área com o intuito de melhor produzir esse alimento é de extrema importância.

Zootecnia em Foco: Quais são os maiores desafios para o profissional que atua nessa área?Arilson Cardoso: As dificuldades estão voltadas ao acesso ao produtor, com implantação de novas tecnologias, ter habilidade de se comunicar com os produtores rurais e driblar as dificuldades para conseguir com que seu trabalho seja executado pelos mesmos da melhor forma possível. O profissional deve está atualizado com os diversos conhecimentos para melhor desenvolvimento das atividades, pois a cada dia surgem novas demandas necessitam de novas tecnologias.

Zootecnia em Foco: Qual a importância do diálogo extensionista/produtor no desenvolvimento rural? E qual a importância de se conhecer a realidade do produtor?Arilson Cardoso: O diálogo com o produtor no desenvolvimento rural tem a importância de estabelecer a comunicação e contribuir na educação informal dos produtores rurais, através da conscientização da importância do seu papel no bom desenvolvimento rural, assim, ele se sente assegurado na condução de seus empreendimentos.

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CONGRESSOS E EVENTOS

urante o período de 18 a 20 de abril de 2017, o Conselho Federal de Medicina Veterinária, realizará o IV DCongresso Brasileiro de Bioética e Bem-Estar Animal, no município de Porto Alegre-RS. Com o tema “Bem-estar e dor: interesse em não sofrer”, o Congresso pretende proporcionar aos participantes um

olhar global das situações que envolvam o bem-estar e dor do animal. Por meio das palestras e debates, o médico veterinário e o zootecnista terá acesso ao conhecimento necessário para minimizar o sofrimento do animal nas mais diversas áreas de atuação profissional.

Fonte: http://bioeticaebea.cfmv.gov.br/bioeticaebea/.

IV CONGRESSO BRASILEIRO DE BIOÉTICA EBEM-ESTAR ANIMAL

Janiele B. BarbosaEstudante de Zootecnia UFRA/PARAGOMINAS

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om o intuito de reunir acadêmicos e profissionais de Medicina Veterinária, Zootecnia, Ciências CBiológicas e pessoas com interesse na área, a fim de despertar uma reflexão acerca da linha de pensamento em bem-estar animal e sobre como podemos adequar os sistemas de criação para

proporcionar uma qualidade de vida melhor aos animais de experimentação, laboratório e companhia o Núcleo de Pesquisa em Ruminantes na Amazônia (NERAMA) realizará o I Seminário em Bem-Estar Animal da Universidade da Amazônia, durante o período de 02 e 03 de junho de 2017 no auditório David Mufarrej –Unama Belém.

Fonte: https://nucleonerama.wixsite.com/nerama/copia-i-seminario-em-bem-estar-anim-2.