zine andrajoso - n13 - impressao

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comecei em noventa e cinco e nos estamos em ? Eugenio: Em dois mil e onze! Andrajoso: Da quanto tempo isso,deixa eu ver, dezesseis anos desde que eu comecei ele então. Pipo:Finalizando então.Esta luta é nossa e não é tão fácil irmos buscando informações mas temos que buscar dentro de nós esta raiva e cuidar para que esta chama não se apague e continue acessa dia a dia.Contra toda a autoridade que é esta merda de sociedade e viva os punks.Saúde para os amigos afins que estão lá no Peru e pessoas que conheci aqui no Brasil.Punk até o fim.Punk ou morte!!! Andrajoso:Que pergunta alguma coisa Eugenio?Da uma Idea tua ai? Manda um beijo pra tua mãe kkkkkkkkkkkk. Eugenio:Beijos pra todos os punks e afins! (risos geral) Hasta destruirlo todo ... Lima – Peru FIM,FIM,FIM,FIM,FIM,FIM,FIM,FIM,FIM,FIM,FIM,FIM,FIM. SERA? Ano 17. N 13. Janeiro de 2012 Contato: chin@ Rua Almirante Barroso, 643 CEP: 89035-401 Blumenau/SC [email protected] Muitas vezes chorei. Outras menos sorri. Sobre as calmarias e meus espetáculos soberbos. Punx Peru chin@

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  • comecei em noventa e cinco e nos estamos em ? Eugenio: Em dois mil e onze! Andrajoso: Da quanto tempo isso,deixa eu ver, dezesseis anos desde que eu comecei ele ento. Pipo:Finalizando ento.Esta luta nossa e no to fcil irmos buscando informaes mas temos que buscar dentro de ns esta raiva e cuidar para que esta chama no se apague e continue acessa dia a dia.Contra toda a autoridade que esta merda de sociedade e viva os punks.Sade para os amigos afins que esto l no Peru e pessoas que conheci aqui no Brasil.Punk at o fim.Punk ou morte!!! Andrajoso:Que pergunta alguma coisa Eugenio?Da uma Idea tua ai? Manda um beijo pra tua me kkkkkkkkkkkk. Eugenio:Beijos pra todos os punks e afins! (risos geral)

    Hasta destruirlo todo ...

    Lima Peru

    FIM,FIM,FIM,FIM,FIM,FIM,FIM,FIM,FIM,FIM,FIM,FIM,FIM. SERA?

    Ano 17. N 13. Janeiro de 2012

    Contato: chin@ Rua Almirante Barroso, 643 CEP: 89035-401 Blumenau/SC [email protected]

    Muitas vezes chorei. Outras menos sorri. Sobre as calmarias

    e meus espetculos soberbos.

    Punx Peru chin@

  • Da galera!

    Segue ai mais um numero do Andrajoso que no se cansa e me da descanso nunca. Este trs uma troca de idia com o compa do Peru Pipo sobre o surgimento do punk por l at os dias atuais entre outros aperitivos mais como a participao

    de outrxs compas nesta troca

    de idia que s veio somar a degustao.

    O interessante tambm dessa experincia gravada num celular que Pipo j a um tempo no Brasil se arriscava e muito bem em um portunhol que acabou me ajudando muito na traduo e edio deste.Infelizmente o cansao meu visvel a olhos nu, depois de mais de 1.000 km rodados em cima de uma moto aqui do Squat Korr-Cell em Blumenau at A Flor no Rio, me tomou por inteiro. Percebi que poderia ter me aprofundado ainda mais e me engasgado com esta grande brincadeira que um zine. Mas j era, foi!!!

    Neste numero e pela primeira vez estou disponibilizando o zine de forma on line e com toda a certeza impresso que uma chama que carrego e espero que jamais se apague dentro deste corao literalmente cheio de dio.

    Finalizo este editorial Segundo as palavras de um personagem numa passagem de um conto meu, O Doloroso ter:

    - Poucas, bem poucas palavras as quais j deixei descritas nas paredes escuras desta priso: Sentenciado por germinar a esperanosa brisa que perfuma os mais acres vales e faz destes o alimento continuo de seus dias.

    BOA LEITURA GALERA!

    uma minoria burguesa e h tambm varias ocupaes de movimentos sociais com prdios ocupados e tal. Tem tambm nesse meio a Flor do Asfalto que esta por seus ltimos dias aqui, ta dando seus ltimos suspiros. Como tu ta vendo todo estes corres, estas relaes de desalojo, as pessoas que chegaram, manos e manas que vieram de outros lugares pra somar nestas correrias, tu ta achando interessante, como tu ta vendo isso tudo ? Pipo: Pra falar assim do Rio, eu j tinha pensado em chegar aqui a um tempo atrs. Vim mesmo pra conhecer a realidade daqui,ver as relaes, mas no tinha idia de chegar aqui e saber de toda esta problemtica que esta acontecendo. Eu sabia que tinha o mar, e que tinha uma ocupao. Ento eu cheguei com a Idia de conhecer esta vivencia, esta relao de se manter um espao e conhecer outros okupaaoes. Ento ta sendo um impulso conhecer toda a histria que tem o Brasil. De sentir cara a cara estas realidades as pessoas que vem de outros lugares. Eu conheci toda a problemtica que esta acontecendo aqui na okupao a um tempo j, das questes de desalojo, do porto e uma merda toda esta revitalizao, essa parada do porto maravilha .Por outro lado vejo que outras pessoas chegaram de outras okupaoes, de outros lugares pra se solidarizarem com gente com a vivencia, com o apoio psicolgico, ajudando nas atividades e a gente tem sempre que manter isto no dia a dia. A gente sabe que depois do dia trinta nem vamos mais estar aqui e nem espervamos mais ningum, e to pouco que nos trouxessem tanta fora. Porque o que a gente v muito so pessoas que no mantm ativa a vida, os espaos. Que outras coisas mais podemos falar? Andrajoso: A sei l pra finalizar, no sei se queres dizer mais alguma coisas, ou queres mandar um beijo ou abrao pra algum,

    um salve pro punks l do Peru!? Pipo: Pra finalizar china que continue fazendo o Andrajoso porque eu j tinha lido ele e outro zine seu. Andrajoso: Tu j leu o Andrajoso? Pipo : Sim l em Corumb e tem matrias com entrevista com outros punks n!? Andrajoso: Sim, sim, creio que sim, mas depende do numero porque o andrajoso eu

  • Andrajoso: Ta tu ta querendo dizer que aqui no Brasil, dentro do punk tem vrios grupos, tipo punks, @punks, punks anarquistas, punks nihil, punks HC, raw punks, enfim... Pipo: Sim. E isso gera vrios conflitos dentro de cada individuo, e isto o que o sistema que pois dispersa as pessoas. Por outro lado vejo que as pessoas se movimentando cada vez mais em okupaaes, se aproximando entre punks, @ punks, pois estes esto mais ligados no que querem fazer ali, as idias esto mais claras e isto gera menos conflitos por saberem o porque esto no punk e no importa se s punk isso, aquilo, mas sim lidando com a convivncia e lidando com esta pratica. H punks em outros lugares tambm como SP e dizem que quando chegou o @ punk l era uma organizao de uma forma muito rgida e no to horizontal. Andrajoso: Tu ta falando o M.A.P de S.P ? Pipo: Sim, alguns indivduos do M.A.P. Tem outra galera tambm em Corumb que quando eu entrei pela fronteira do Brasil... Andrajoso: Tu cruzou o rato por l? Pipo: No, mais tinha uma galera que falava dele l e disseram que era gente boa. Uma banda que eu conheci l em Corumb, banda punk, mas era bem fraco l as coisas e eles se encontravam numa praa com uma outra galera l. Mas acho que eles mantm isso devido a realidade que eles tem com a cidade, o lugar. Mas uma realidade de um sistema de controle, porque muita gente suspeita. Tem os costumes, a moral e isso acaba influenciando tambm no individuo porque ele tem toda uma convivncia e acabam reproduzindo algumas coisas. Ento tambm difcil manter toda esta relao com outras pessoas. Andrajoso: E como tu ta vendo esta questo da cidade do Rio de Janeiro, uma cidade total catica n cara ,uma cidade violenta mesmo onde a misria berrante e ela ta em qualquer esquina e por outro lado dela ta toda uma elite burguesa saca. E um contraste cara. Ai nesse contraste, nessa misria, existe toda

    Andrajoso: P, ser que ta gravando agora cara! Glenda: Ta gravando meu amigo, olha ali o pauer play. Andrajoso: Tudo que a gente ta falando aqui vou coloca no zine! O, Pipo tipo assim... Pipo: Ser que vai da pra escuta ?

  • Andrajoso: Sim! Acho que da ne ? Glenda: Da, assim ta timo! Andrajoso (aos berros): - O gordinho. Gordinho (a distancia): Que ? Andrajoso: Chega ai. Isso aqui da pra escuta bem? Como a parada ? Gordinho: Sim da de boa. A gente gravava as msicas da minha banda ai no celular. Andrajoso: Oooo, minha banda! Uuuuuuuuu. Zoeira total. heheheheeheh. Ta vamo comear ento, tipo, assim sei l. Gordinho: J comeou gravar? Andrajoso:Sim j.O Pipo a minha curiosidade assim tipo. A gente pode entrar em vrios assuntos cara, mas a minha curiosidade pelo menos cara como comeou a cena punk no Peru, como chegou o punk no Peru pra vocs, foi atravs de bandas, ou foi ...

    Glenda: Ele da gerao dois mil ne. Acho que da

    para ele fala da em diante.

    Andrajoso: Eu tambm no peguei desde o comeo, at porque no tinha idade pra isso, mas eu conheo minha historia. Glenda: Hehehe que

    exagero! Pipo: Pra mim pessoalmente enquanto punk no importa quanto tempo eu tenho ou como surgiu o que importa o momento em que vivo, aquilo que compartilho com as pessoas no cotidiano. Mas eu tenho muitas coisas presente na historia l de onde eu venho, ou seja, no Peru em Lima. No peru surgiu uma musica com um tema contra-cultural em sessenta e tanto de uma banda que se chamava Los Saicos.

    essa relao onde todos se tratam como seres humanos e se preocupam se esta tudo bem contigo. Andrajoso: Tu j t uma cara aqui no Brasil, j deu vrios roles. Como tu ta vendo a movida squat,j que tu teve poucas experincias? Como tu sente o punk aqui no Brasil? Porque outro dia tu tava falando pra mim, pelo menos foi a palavra que tu usou, que aqui os punks so mais politizados do que l. Tu acha que isso mesmo? At porque tu no s o nico que j me disse isso saca os caras da Argentina,Chile, Uruguai,vrios outros paises j me falaram que a gente mais politizado mesmo, mais radical, extremista. Tu acha que isso mesmo? Pipo: Assim, no a primeira vez que estive em uma okupao. J tive a oportunidade de estar em algumas okupas l no Chile. Andrajos: Ah sim. Tu j teve em okupas l no Chile foi mal, desculpa, achei que tinha sido s l no Peru. Pipo:Sim,sim,la em Chile, Buenos Aires, onde eu conheci a Flora, Anti, Grosseiro e tive um convvio. Cada individuo muito diferente. Andrajoso: Ta, j que tu s do Peru, j passou por outros paises, j teve varias experincias, como tu ta vendo esta relao aqui? Como tu v os punks aqui no Brasil, o @ punk? Pipo: aqui no Brasil, ou na Flor? Andrajoso: A no sei, os lugares que tu conheceu no Brasil ou aqui, at porque tu ta convivendo com varias pessoas de vrios lugares. Pipo: Bom eu posso falar assim, mas no posso afirmar. Tipo aqui no rio que o tempo que eu mais moro. Os punks e @ punks tem muitas divergncias, tem conflitos, muitas idias transversais que passam com o tempo. Acho que aqui no Brasil o punk mais forte que em outro lugar da America Latina, tem mais bandas, muitas mesmo e pra caralho. Aqui o punk explodiu primeiro e expandiu pra outros lugares da America Latina e fora tambm. Tambm a muito tempo tem circulado que aqui os punks so muito diversificados, que cada um quer manter uma postura que acha melhor para si. Por outro lado esto assustando outras pessoas. Andrajoso: Assustando as pessoas tu quis dizer ? Pipo: Sim porque aqui tem muita treta entre raw punks, punks, @punks entre outros, tem ideologia pra caralho dentro do punk.

  • Eugenio: Era forte! Andrajoso: Sim, e eram espalhados pelo Brasil todo, por exemplo, em SP tinha o C.A.F.E s em exemplo de muitos que eu poderia citar. Hoje em dia tem isso ainda, ou j teve uns anos atrs ou nunca teve? Pipo: Tinha muito essa parada anos atrs, mas antes era muito mais forte isso com o movimento @ feminista. Agora eu no encontro muito isso, essa galera @ feminista, mas tem umas amigas minhas que se juntam entre elas e fazem uma troca de idia sobre questes das mulheres. Mas no se dizem feministas, se juntam para conhecer-se entre si, estarem juntas e fazer coisas juntas e isso muito bom, porque tem garotas que esto chegando no meio punk e ajuda muito. L eu posso falar que elas querem mais autonomia, no querem estar se relacionando com um cara s, em relacionamentos fechados me entende? Andrajoso: Sim claro, no querem na verdade ter um relacionamento fechado como aqui no Brasil que isto acontece com mais freguencia. Pipo: Sim, sim aqui mais fechado, mas no por todos. Aqui na okupa tem pessoas com uma relao mais aberta e tem poucas que eu conheci que mantm ela mais fechada. L em Lima se pratica

    Andrajoso: Sessenta e oito n?! Foi o que tu me falou outro dia. Pipo: Sessenta e tanto, no me lembro muito bem. Era uma banda de quatro, cinco integrantes. Os caras tinham uma letra muito contestatria para a realidade atual daquela poca, com gritos, sons estridentes com letras anti crcere Eles faziam um tipo de rock underground. Glenda: Isso em sessenta e oito ne ? Pipo: Sim, sessenta e tanto. E quando surge os punks na Inglaterra e toda aquela onda, Sex Pistous e a merda toda, eles tambm comearam a se identificar coma musica que havia l na Inglaterra. Mas para eles no importava se era punk ou no. Eles queriam era tirar na letra aquilo que sentiam e conforme passou o tempo eles comearam a querer lucrar com a musica, como aconteceu com o punk. Os anos sessenta passaram e nos anos setenta surgiram muitas bandas contestatrias chamadas rock subterrneo, rock underground . Andrajoso: Diz uma coisa pra mim. Cita l a pronuncia da banda. Pipo: Los saicos ? Andrajoso: Sim letra por letra pra mim, porque depois eu no vou consegui traduzi! Como que se escreve? Pipo: L-o-s S-a-i-c-o-s Andrajoso: Beleza. Glenda: L.o.s S.a.i.c.o.s. Los Saicos!

    Pipo: Sim. E logo passou o tempo cara e nos anos setenta com a ditadura comearam a surgir muitas bandas contestatrias que se reuniam em locais fechados porque a ditadura militar era muito forte na rua. Mas por exemplo em setenta e tanto tinha Narcosi. Andrajoso: Diz ai pra mim a pronuncia!? Pipo: N-a-r-c-o-s-i. Glenda: Narcosi?

  • Pipo: Sim, foi uma banda que foi muito forte assim com o rock subterrneo, underground n. E logo se seguiram os anos oitenta e surgiram outras bandas subterrneas. Mas nos anos oitenta chegou uma banda que se determinava punk mesmo que se chamava Eutansia. Glenda: Eutansia. Andrajoso: Essa eu entendi. Pipo: Essa banda ai era quase punk total assim nas letras. Os caras sempre andavam pelas ruas rompendo com uma vivencia punk mesmo, que se tem contra a represso, junto com pessoas ambulantes que vendiam coisas. Os caras renegavam muito os playboys, as bandas punks que lucravam neste tempo. Os caras sempre renegavam esta gente e faziam sabotagens, roubavam instrumentos destes, porque eles tinham que fazer uma correria muito forte pra conseguir suas ferramentas. Ento chegavam estas bandas milionrias e tinham tudo e eles renegavam. Andrajoso: Tu falou nazi?

    Andrajoso: Hip Hop libertrio? Pipo: Sim libertrio e ns tambm colamos l. E agora essa galera Hip Hop ta cada vez mais movimentando sistemas coletivos em outros lugares que eu no conheo, mas me falam. Mas eu posso falar mais sobre os coletivos que eu conheo, mas existem mais em outros bairros. No lugar onde eu nasci, cresci, tem uma outra galera que se junta pra conspirar, fazer atividades, se organizar. Tem uma galera nova tambm que ta se aproximando e isto muito bom. Andrajoso: E como esta questo de gnero l? Existem alguns pases como por exemplo no Mxico. A cena l tem um problema muito grande onde alguns caras abusam mesmo das garotas. Aqui no Brasil tambm j teve alguns casos, mas l parece que muito maior onde h caras que abusam mesmo das garotas, tiram elas, que so machistas, sexistas. Isto rola tambm no meio punk l no peru? Pipo: L rola tambm sim. Mas com o passar do tempo com nossas prprias experincias comeamos a discutir estas relaes entre ns amigos. Mas tambm mantemos umas relaes bem abertas entre as pessoas afins que tratam disso e vem que no um filme at certo ponto, porque tem punks que se relacionam uma cara e querem manter esta relao entre dois somente e guando chega um cara e gosta da mana a coisa fica meio que sinistra e ele fala pra ela: - Vamos pra casa; e isso acaba gerando um conflito tambm entre os dois, como tambm entre um mano e outro mano. Eu no curto essa parada e sim uma relao aberta e entre ns pouco se v isso e quando acontece a gente tenta excluir essa pessoa porque a gente j v muito problema por assumir uma postura @ punk e o prprio punk contra o sexisismo, machismo, com uma luta diria contra isso algo que voc rompe consigo mesmo e uma auto destruio interna. Andrajoso: Mas ento quer dizer que h alguns casos, pelo menos as pessoas que esto mais envolvidas j viram isso, como estupros? Pipo: No, nada, nada. Andrajoso: E tem grupos @feministas, garotas pra discutirem estas questes? Como que ou no tem? Aqui no Brasil, principalmente nos anos noventa saca, era muito forte, tinha muitos grupos @ feministas.

  • Pipo: Bom e tudo a mesma merda, porque eles tem idias autoritrias. Eles obrigaram os camponeses a assumirem as idias deles a fora. Mas por este lado de entrarem na embaixada se disfarando de garons e fazerem de refns muitos polticos foi massa. Andrajoso: n cara no tinha ningum inocente ali. Deveriam ter matado todo mundo mais vacilaram e no final quem se fudeu foram eles. Eugenio: Eu queria fazer uma pergunta. O que se tem produzido nestes ltimos tempos desde sua vinda aqui pro Brasil. O que tem de registros hoje de sons, publicaes, poezines...? Pipo: Como eu falei o meu coletivo K.A.P.D.E continua mantendo essa parada at hoje e sempre me chegam cartazes de eventos e outras

    coisas. Tambm tinha um zine que eu fazia que se chamava Atentado Punk. Andrajoso: Ah, sim! Eu tenho este zine! Pipo: H outros coletivos tambm e tem a distribuidora Asco Social e que faz um trabalho junto com o coletivo que se chama George Orwell. Andrajoso: Como? Pronuncia ai? Eugenio: o escritor que escreveu a Revoluo dos Bichos. Andrajoso: Ah t. George Orwel ! Pipo: Sim. So um coletivo que esto fazendo atividades com bandas, feiras. Tem outras pessoas que fazem Hip Hop.

    Pipo: No renegavam! E esta banda que se chama Eutansia. Este pessoal pra mim, influenciou muito a minha vida nas letras e

    com suas atitudes. Esta eu posso falar como a primeira banda

    que teve atitudes, que tomou as ruas. Com o passar dos tempos chegou os anos noventa, noventa e trs noventa e quatro surgiu uma outra banda com fora @ punk chamada Generacion Perdida. Andrajoso: Sim eu conheo! Pipo: Generacion Perdida que so nossos amigos e esto em todos os lados e movendo as coisas. Tem outras bandas que se chamam Autonomia, Acabando com las Guerras. Mas a mais conhecida destas foi Generacion Perdida. Porque eles estavam envolvidos com grupos scias l em Lima, com bibliotecas na periferia e fazendo do punk algo mais ativo mesmo que esta dentro do punk ne, que ser algo mais ativo mesmo articulando com outras coisas, coisas anti-autoritarias. Ai nesse tempo em noventa e cinco surgiram muitos indivduos, indivduos punks, muitas atividades, jornadas, manifestaes contra os presos, correndo atrs de muitas noticias de outros pases, encontros, muitos encontros e muitas gigs para estreitar a relao entre ns. Eu ouo falar que isto tudo estava em seu auge. Hoje ainda tem @ punk l mas chegou dois mil,dois mil e dois a parada sumiu, se perdeu, indivduos foram para outros lados. Esta banda Geracion Perdida tinha um coletivo que se chamava ao @ punk e eles

  • alugaram um espao e fizeram um biblioteca que era um espao pra se encontrar, dialogar, fazer conversas, fazer um rango, atividades. Andrajoso: Escuta Pipo, vamo por parte se no a gente se perde. Assim essa banda ai Geracion Perdida, esse pessoal no tem contato com skins, sharp, rash hoje em dia? Pipo: No. no. no. Que eu saiba hoje em dia e pelo que me contaram esta banda no tem nenhuma relao com skins, todos os integrantes so anti skins at porque todos tinham problemas com skins. Glenda: E essa relao entre skins, Sharp, rash, como essa entrerelao entre os skins l no Peru ? Pipo: Eu pelo pouco que li, sei que os skins tambm surgiram como movimento em noventa e tanto. Glenda: No eu no quero saber como surgiu e sim como a relao hoje. Pipo: Ah, sim, a relao com skins! Pelo que a maioria tem me

    contado de punks, anarquistas e anrquicos assim, que tem pouco contato. Eu percebo em meus contatos que ningum se junta com skins. Mas eu acho que tem indivduos que no tem uma idia bem clara do que seja skins mesmo. Mas existe movimento skins, rash claro e eles ficam entre eles. Para nos no existe essa relao. Ns no estamos nem ai pra skins bom ou ruim. Para mim isto uma merda e no h tolerncia. Andrajoso: Pipo tu falou antes que os skins chegaram meio que juntos com os punks. Ento chega junto com aquela banda de sessenta e oito que tu citou? Pipo: Qual banda? Andrajoso: Agora no lembro o nome.

    Andrajoso: No sei se vai da pra continua gravando aqui cara, ta muito barulho( estvamos no ptio e tava rolando som eletrnico e uma galera comeou toca uns sons) e eu tava afim de fazer mais umas perguntas e ir l pra dentro do espao( onde rola as gigs e outras intervenes tambm) que vai ser melhor ne.( j dentro do espao) Ta e da vocs foram desalojados pela policia? Como vocs saram desse lugar? Pipo: No o cara que morreu o Camel ele vendeu o espao. Andrajoso: Ta, mas assim, o espao era dele, como era isso? Pipo: Ele ficou com o espao e o cara que ia comprar acho que sacou isso, mas nem deu nada comprou mesmo assim. Andrajoso: Como que ta a questo da policia. Ela agressiva mais com vocs ou com a populao em geral? Como ela age normalmente? Pipo: A principio super repressiva com ambas as partes. Mas l bem complicado, como eu falei ne, a polcia prepotente, to bem organizados. La ns temos mais tretas com a guarda municipal do que com a policia. Treta mesmo de ter que enfrent-los armados, de bater na gente pra caralho. Em Lima a gente fica numa praa e chega a policia municipal e tira a gente com uma operao e fazem registros nossos. Os que tem documentos vo embora os que no tem ficam ali mesmo esperando pra ver que fim vai dar, respondendo a todo um interrogatrio. L nas manifestaes se a policia te pega te bate muito, bate pra caralho. Andrajoso: E aquele episodio l? Lembra Eugenio?! ahhh, no ta vindo na minha mente agora. , quando invadiram a embaixada do Japo, o mov. Tpac Amaru. Pipo: Sendero Luminoso! Andrajoso: Sendero Luminoso? Pipo: No lembro agora se foi Sendero Luminoso ou Tupac Amaru. Andrajoso: No. Foi o Tupac Amaru! Queria saber qual tua opinio sobre este movimento.

  • tambm ficavam os punks. Era um bairro que tinha muitas famlias, crianas pra caralho e os punks freqentavam ali a muito tempo j. E ns os punks vivamos no sexto piso em uma pequena comunidade entre ns e vivamos entre cinco punks amigos que se conheciam entre outras pessoas que sempre chegavam e davam uma fora. Mas era s moradia nada mais, porque manter um espao ativo com biblioteca era muito complicado. Em primeiro lugar porque o lugar onde morvamos no tinha luz e ningum sabia mexer em luz e porque tambm era um lugar muito contaminado porque tinha um corredor e era bosta pura, muita merda pra todo lado. Passou o tempo a gente teve contato com o dono e ele nos deu um espao no quarto piso e no pagvamos nada. Era aberto o espao e chegava gente de fora, galera do Chile, Colmbia, Equador, Brasil, galera que veio pro encontro que rolou em dois mil e seis. Andrajoso: Quanto tempo durou ento? Era uma okupa ou um espao alugado ? Pipo: No final no sei o que se tornou, porque o cara, o traficante nos falou para ficarmos ali porque limpvamos algumas escadas. Andrajoso: Quanto tempo ficaram l ? Pipo: A gente ficou no sexto piso como um ano e no quarto piso como dois anos, trs anos. Andrajoso: Ento foi a primeira experincia e nica? Depois disso no rolou mais nada ? Pipo: Sim, primeira experincia como convivncia que eu posso falar. Que eu tenha conhecimento e que eu possa falar somente esta. Pode ter existido outras, mas no conheo. Tnhamos ali uma convivncia muito autnoma de cada individuo. Ningum dependia de ningum e cada um tinha sua correria pessoal, uns faziam merda na rua, outros sabotavam lojas, bancos. Era um espao para conspirar, fazer as coisas direito, fazer comida pra vender .Era uma parada massa, mas mais individual do que coletiva. Tnhamos problemas tambm porque o cara que mantinha este espao o Camel, ele morreu e tinha um filho e companheira. Ele sempre tava ali porque pouca gente ficava e sempre chegavam outras pessoas. Ele morreu e antes de morrer ele vendeu o espao porque tinha muitos problemas.Quando a gente chegava de madrugada ele no abria a porta e dava muita treta.

    Pipo: Eu sei que chegou depois. Com a banda Generacion Perdida tinha um punk que dava role com os punks, @ punks e logo o cara virou nazi. Andrajoso: Um cara do Generacion Perdida? Pipo: No, no, amigo. Andrajoso: A t, amigo do pessoal do Generacion Perdida! Pipo: Sim. Ele tinha um conceito idiota porque o pessoal do Generacion Perdida tinha um espao chamado, uma distribuidora chamada Asco Social. Era distribuidora de musicas, fanzines. Eles estiveram me contando umas historias que tinham uns punks numa esquina e chegou este nazi e entrou num bar e nisso tinha um cara novo lendo um zine e o nazi tirou ele. Mas os caras do Generacion Perdida no fizeram nada porque conheciam ele. Uma parada de status muito ruim esta. Andrajoso: Ta, mas que ano tu ta falando que isso ai? Agora mais recente? Pipo: No, isto foi no tempo do Generacion Perdida. Andrajoso: Mas que ano isso? Pipo: No me recordo bem mas acho que foi dois mil. Andrajoso: A ta dois mil no tempo que eles tinham l esta casa, o espao. Pipo: Sim neste tempo ai. E foi passando o tempo e eu me recordo que tinha um coletivo@ punk em noventa e nove que tinha um trabalho que se chamava Dispareunia. Esta banda tambm era @ punk e formou um coletivo que se chamava K.A.P.D.E. Andrajoso: Onde que isso, tudo em Lima? Pipo: Sim. Onde eu estou falando isso tudo lima e periferia tambm. Esta banda Dispareunia do territrio onde eu moro e o que eu posso falar pelo coletivo, porque eu apoio os coletivos com idias, outras experincias, outras vivencias, que eles tinham um coletivo que se chamava K.A.P.D.E coletivo @punk de leste. Passou o tempo e mudaram para Coletivo autnomo punk de leste por vrios motivos, muitos problemas de idias, coisas nada a ver. Ento comeou a surgir problemas pessoais entre @punks e punks. Glenda: Conflitos por causa do que? Pipo: Problemas de idias porque tinham punks que ativavam mais as coisas que os outros e eram os @ punks, e tinham punks nada a ver. Ento passou o tempo e as coisas se clarearam, porque os

  • punks e @ punks foram se relacionando e deixando as coisas bem claras. Mas no fim estamos todos juntos pela mesma causa. Bem, com este coletivo kapde os caras mantinham mesmo essa contra-cultura punk, jornadas, se solidarizavam com outras pessoas. Andrajoso:Bem, eu queria entrar numa questo l dos povos ancestrais e tau. Ta, mas este coletivo era s de punks ou tinha libertrios, anarquistas tambm? Pipo: Sim, tinham libertrios tambm. Mas comeou com um coletivo grande quando era coletivo anarco punk de leste e as pessoas estavam bem envolvidas, mas comeou a enfraquecer e ficaram poucas pessoas.

    Glenda: Que ano era isso ai, dois mil e oito, dois mil e nove? Pipo: Era como dois mil e cinco por ai e todos sumiram. Andrajoso: Mas enfraqueceu porque, pelas intrigas? Pipo: Por problemas pessoais porque tinham pessoas que no iam em reunies, e comearam a virar a cara a discutir. No final ficamos s como seis, cinco amigos. Andrajoso: assim, queres fazer alguma pergunta Eugenio? Eugenio: No, no vai l. Andrajoso: E como esta relao de vocs punks com os povos ancestrais, Astecas, foi mau, Incas. Glenda: a galera indgena n?

    amigos que estudaram, fizeram curso de eletricista e trabalham com isso. Eugenio: Eu queria saber sobre a movimentao das ocupas em Lima? Como os espaos? Andrajoso: Uma coisa que eu queria saber tambm se tem ocupas tambm l?Porque eu lembro que outro dia a gente tava conversando e tu me falou que no tem nada l perece n !? Pipo: Sim. La especulao imobiliria e todas as burocracias do estado so muito complicadas no Peru e Lima. A gente enquanto diferenas individuais e at amigos j tentamos ocupar vrios espaos, mas sempre tinham bandidos, pessoas que nos tiravam logo. Eu lembro que uma vez a gente ocupou uma casa de dois andares entramos de noite e no outro dia os bandidos nos tiraram com arma, faca, garrafas. Eu tive uma treta com um cara e ele me deu um soco e meu amigo entreviu e tivemos que sair correndo, porque eles comearam a atacar vidros. Ns para os bandidos somos como uns idiotas e no podes responder e achar que tudo vai fica de boa, porque pra eles no tem tolerncia. A gente tentou e vai continuar tentando sempre. Mas nunca teve um lugar ocupado duradouro e s tivemos uma experincia.No centro de Lima o pessoal do Generaciom Perdida alugou um espao e fizeram um centro cultural que se chamava ao @ punk. Ento passou o tempo e chegou dois mil e cinco, dois mil e seis e a gente ocupou um espao nesse mesmo prdio que tava abandonado. Os traficantes pegaram esse prdio e facilitaram pra que todas as pessoas que moravam nos quartoze pisos, galera da rua, ambulantes que precisavam de um espao pequeno pra dormir por um preo bem baixo. O primeiro piso era um prostibulo. Essa rua era bem conhecida e ficava numa zona cultural de Lima e ai

  • e todos nos samos correndo atrs dele e ai o carro ficou no sinal vermelho e comeamos a chutar o carro a cuspir, pra ele se ligar que a gente no bobo. Mas isso depende da situao n. Andrajoso: E esse pessoal punk que tu tem relao, que tu ta mais prximo,eles vivem do que? De uma correria mais autnoma mesmo ou um trabalho assim de bater carto mesmo, sustenta patro? Tipo assim, o pessoal l tambm recicla como a gente aqui ta ligado?Pipo: La tambm da pra reciclar, mas no uma quantidade suficiente. Por exemplo, l voc pode reciclar na fera, verduras, legumes, mas muito pouco. Porque l as pessoas da fera revendem o que no esta muito bom, por um preo bem baixo pra quem no tem muito dinheiro. E tambm se tu vai reciclar os caras te tiram e te mandam ir trabalhar. Isto numa boa parte da periferia, mas no centro da cidade a gente sempre entra dentro dos restaurantes self srvice vai comendo sem pedir licena nem nada, bem tranqilos e no paga. Tem punks que entram em restaurantes pedem o que querem comer e depois de terem comido saem correndo sem pagar ( risos geral). Reciclamos pizzas tambm de madrugada quando tudo mundo j ta dormindo em pizzarias e restaurantes, mas coisa ruim j, como batata frita que j ta uma merda. Mas esta relao, cada individuo faz diferente. Tem uns que fazem roubo em supermercado, lojas, roubam livros em livrarias. Eu pessoalmente quando tava l roubava livros e mais livros em supermercados porque era um negocio muito bom. Porque voc revendia depois e tirava uma grana boa. Tem amigos que fazem malbaris na sinaleira, tatuagem. Tem punks que fazem comida pra vender. Tem poucos que trabalham batendo carto. Tem

    Andrajoso: que eu no queria usar a palavra indgena ta ligado. Eugenio: A gente pode dizer as tribos n que influenciam a movimentao punk. Glenda: Como esse contato? Andrajoso: Rola alguma movimentao tambm, tem influencia, fazem trabalhos juntos? Pipo: No. muito fraca esta relao entre punks, @ punks e tribos indgenas at porque no muito clara esta relao. Eu pessoalmente sinto um recalco com um pouco desta historia onde pessoas foram reprimidas com esta histria. E a parada que muito ruim que tem pessoas que recalcam a historia dos Incas porque eles mesmos foram hierrquicos com outros povos, se aproveitaram de pessoas pobres, das suas coisas. Muitas pessoas pensam no imprio Inca como uma historia horizontal. Mas no, foi um imprio que tambm oprimiu! Glenda: Oprimiu vrias tribos l tambm n?! Pipo: Tem varias tribos l tambm que vivem na selva que esto ligados ao estado, so patriarcas. Mas tem grupos anarquistas que esto ligados, mas so poucos e no como aqui no Brasil que esta ligao mais forte. Eugenio: E como que ta a situao dos presos polticos? Como que ta a movida? Tem alguma movimentao, algum grupo especfico que trabalha esta questo anti-carcere ou algo que mais voltado pra questo libertaria com proposta anarquistas? E os punks esto envolvidos? Pipo: Acho que a proposta mais libertaria e tem grupos tambm com propostas anti-autoritarias. Tem uma galera que tambm faz musica crioula, musica de origem de l mesmo Andrajoso: Chamam de musica crioula? Pipo: Sim, sim. E o movimento anti-carcere contra os presos no esta to s a outros movimentos e coletivos de outros lugares que fazem eventos pra se solidarizar. Tem poucas pessoas que vo se manifestar em embaixadas. O que mais fazem l so manifestaes e nos metemos nestas marchas para quebrar as coisas nas ruas. Agora tem manos l que esto presos por assuntos pessoais de romper mesmo e nos estamos vendo o que fazer. Lima uma cidade como qualquer outra e tem pessoas que

  • no to nem ai s falam. So poucas pessoas que esto ali em atividades mesmo. Andrajoso: Ento o movimento libertrio, punk trabalha nisso, mas trabalha pouco nesta questo anti-carcere ne!? E a movimentos polticos envolvidos nessa luta tambm pra que depois tudo seja depositado na urna que o interesse deles.? Pipo: No, l tratam de ter uma autonomia pronta para cada individuo e h coletivos @ e tem uma galera @ tambm que era de um sindicato de padeiros que faziam po e distribuam para as pessoas que iam fazer atividades e pintavam a cara toda de preto. La no centro de Lima tem uma outra galera que so anarquistas, comunistas libertrios e fazem atividades e tem uma galera que vai pra l mas eles no esto to envolvidos assim com a questo anti-carcere de uma forma to radical. Mas no tem relao com partidos polticos. Ns temos muitas tretas com partidos sindicalistas socialistas, comunistas, porque eles tiram muito a gente e chamam a policia dizendo que ns ocasionamos quebradeiras ,que no estamos nem ai pra revoluo. Andrajoso: Ta,outra questo como ns estvamos falando antes dos Incas e outros povos e tal.Estes partidos polticos tambm se infiltram no meio de tribos, como aqui no Brasil e qualquer parte do mundo pra abocanhar, levantar bandeiras indgenas com m intenes j! Pipo: Sim, sim, l fazem muito isso. Agora aconteceu em dois mil e sete parece uma treta na selva com o governo de Garcia que foi elegido de novo e nos anos oitenta ele fez muita merda pro pais, para o povo do Peru. Meu pai diz que esta relao tem a ver com esta historia que aconteceu. Agora o cara mandou o servio militar ir at a selva para tirar indgenas deste povo. Andrajoso: E mataram? Pipo: Mataram. Andrajoso: Foi um massacre ento? Pipo: Sim. Mataram muita gente, foi um massacre total! Glenda: E agora l tem tambm governo esquerdista n!? Pipo: Sim,o governo que tem agora l Ollanta Humala, um nacionalista esquerdista, vive com discurso de esquerda e muita gente fala que preferiu votar nele do que na direita de novo porque foram mais de vinte anos de ditadura.

    Glenda: n. Todos os pases que passaram um processo de ditadura na America Latina, hoje na atualidade tem majoritariamente um governo de esquerda reformista. Pipo: Este ano ele foi reelegido e o discurso dele um discurso clssico e ele fala que tem que mudar a educao que

    importante e as escolas tem que estarem em primeiro lugar, que tem que exportar a cultura peruana. Agora ele diz que vai implantar o mesmo modelo de Lula como aqui no Brasil que uma merda tambm porque vive importando idias. E uma merda porque todos os acontecimentos aqui na America latina e muitos

    lugares do mundo, principalmente aqui na America Latina que uma realidade muito mais crua onde o punk se vive de uma forma muito mais marginal, excluso e os punks esto ali sobrevivendo na marginalidade, no catico e pra ns as coisas no so muito fceis principalmente com estes governos. Andrajoso: Cara assim, como essa relao do punk com o povo ta ligado? Assim, porque Brasil grande geograficamente e depende do estado, da cidade a populao reage de um jeito. Que nem aqui no Rio de Janeiro, uma parcela da populao mo folgada, mexe com os punks,tira uma dos punks e p ta ligado. La em Santa Catarina onde eu moro j acontece tambm mais bem pouco, as pessoas j tem medo ta ligado. Como essa relao no Peru? As pessoas do risada, se aproxima, tem medo? Como elas reagem? Pipo: Eu me identifico muito coma cidade onde chego e Lima um pouco parecido com o clima de vida aqui do Rio. A sociedade te tira uma onda, te ironiza, as pessoas da periferia te ironizam, falam do teu cabelo que s de outro planeta. Voc est caminhando na rua e gritam loco, loco de merda, vai toma banho. Mas pra gente isso tanto faz ou as vezes respondemos.As vezes camos na treta. Como uma vez que um taxista mexeu com a gente