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Zé Varela: Agricultor que vem fortalecendo a agricultura familiar e seus arranjos produtivos como estratégia de convivência com o Semiárido. Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Ano 8 • nº1918 Fevereiro/2015 Serra do Mel O agricultor José Varela da Silva (65 anos), mostra sua história de luta e resistência na Vila Amazonas em Serra do Mel/RN. No Ano de 1986, quando ainda morava no município de Baraúna/RN, sentiu a necessidade de ter seu pedacinho de terra para plantar e, através de amizades, como assim declarou o agricultor, surgiu a oferta de um lote na Vila Amazônia. Não pensou duas vezes, aceitou a proposta e nesta mesma época, veio junto com sua esposa Dona Francisca Gerônima da Silva, 59 anos, e seus 8 filhos para a Vila. “Cheguei aqui em um tempo bom de inverno, deu muita castanha, que era a fonte de renda principal na época. Foi um tempo muito bom, apesar das dificuldades enfrentadas, pois não tinha água, não tinha luz, não tinha nem transporte. Mas todos nós que vivíamos aqui, na época, superávamos porque trabalhávamos juntos, um ajudava ao outro. Foi nesta mesma época que foram criadas as associações nas vilas”

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O agricultor José Varela da Silva (65 anos), mostra sua história de luta e resistência na Vila Amazonas em Serra do Mel/RN. No Ano de 1986, quando ainda morava no município de Baraúna/RN, sentiu a necessidade de ter seu pedacinho de terra para plantar e, através de amizades, como assim declarou o agricultor, surgiu a oferta de um lote na Vila Amazônia.

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Zé Varela: Agricultor que vem fortalecendo a agricultura

familiar e seus arranjos produtivos como estratégia de

convivência com o Semiárido.

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Ano 8 • nº1918

Fevereiro/2015

Serra do Mel

O agricultor José Varela da Silva (65 anos), mostra sua história de luta e

resistência na Vila Amazonas em Serra do Mel/RN. No Ano de 1986, quando ainda

morava no município de Baraúna/RN, sentiu a necessidade de ter seu pedacinho

de terra para plantar e, através de amizades, como assim declarou o agricultor,

surgiu a oferta de um lote na Vila Amazônia.

Não pensou duas vezes, aceitou a proposta e nesta mesma época, veio junto

com sua esposa Dona Francisca Gerônima da Silva, 59 anos, e seus 8 filhos para a

Vila. “Cheguei aqui em um tempo bom de inverno, deu muita castanha, que era a

fonte de renda principal na época. Foi um tempo muito bom, apesar das

dificuldades enfrentadas, pois não tinha água, não tinha luz, não tinha nem

transporte. Mas todos nós que vivíamos aqui, na época, superávamos porque

trabalhávamos juntos, um ajudava ao outro. Foi nesta mesma época que foram

criadas as associações nas vilas”

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Articulação Semiárido Brasileiro – Rio Grande do Norte

Plantio:

Em sua propriedade, seu Varela, como assim prefere ser chamado, consegue

reunir uma diversidade de cultivos, a fim de se adaptar aos períodos de estiagem. E vem

fazendo isto muito bem, ano após ano. Houve uma diminuição necessária no plantio,

pois a vila em períodos mais difíceis chega a passar 7 meses sem água. Mas graças às

tecnologias de convivência com Semiárido, o armazenamento de água nas cisternas do

P1+2 vem sendo realizado, conseguindo manter o que ainda tem. “Esta cisterna para

nós foi uma benção. Sem ela tudo se tornava mais difícil. Tem pouca água, mas o que tem

da para ir regando o plantio. Coloco pouca água pra poupar. Queria plantar muito mais,

mas é melhor plantar menos e não deixar o plantio morrer.” Relata o agricultor.

Seu Zé Varela se destaca por sua produção e trabalho na lida do campo,

garantindo a soberania, segurança alimentar e nutricional de sua família, realizando o

cultivo de hortaliças, plantas medicinais, ornamentais, frutíferas. Além do cultivo

diversificado no seu quintal, possui um espaço reservado para criação de abelhas.

Comunicação:

E não para por ai, além de agricultor Seu Zé Varela desenvolve um serviço de

comunicação em sua comunidade. Tem uma rádio comunitária em seu quintal que

produz informações anunciando um Semiárido rico e vivo pelas ruas da Vila Amazonas.

“Não tinha vocação de pregar, então inventei de colocar quem realmente sabia, com o

passar dos anos fui mudando um pouco o que ia sendo transmitido. Atualmente ainda

continuo com a transmissão da missa, mas também têm os avisos e os anúncios das

reuniões de associações, além de trazer alguns palestrantes que abordam temas como

educação, agricultura, esporte, meio ambiente, entre outros”.

E assim , mais um agricultor se destaca, resistindo e fortalecendo a comunidade

em que vive, fazendo dos obstáculos um impulso para a sobrevivência, aproveitando

todas as oportunidades, resistindo à seca e fortalecendo Agricultura Familiar.

Realização Apoio