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ISSN 1984-0713

Julho, 2012

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

Embrapa Trigo

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Documentos 5 Versão eletrônica

Atas e Resumos

XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL 24 a 26 de julho de 2012

Leila Maria Costamilan

Paulo Fernando Bertagnolli

Mercedes Concórdia Carrão-Panizzi

Mércio Luiz Strieder

Organizadores

Passo Fundo, RS 2012

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ENTIDADES CREDENCIADAS PARTICIPANTES

CCGL TECNOLOGIA

Cooperativa Central de Pesquisa Agrícola – COODETEC

Emater/RS-Ascar

Embrapa Clima Temperado

Embrapa Soja

Embrapa Trigo

Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária - Fepagro

Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)

Realização: Embrapa Trigo e Apassul

Exemplares desta publicação podem ser adquiridos na:

Embrapa Trigo Rodovia BR 285, km 294 Caixa Postal 451 Telefone: 54 3316-5800 Fax: 54 3316-5802 99001-970 Passo Fundo, RS Home page: www.cnpt.embrapa.br E-mail: [email protected]

Unidade responsável pela edição: Embrapa Trigo

Comitê de Publicações

Presidente Sandra Maria Mansur Scagliusi

Secretário Executivo Douglas Lau

Membros Anderson Santi Flávio Martins Santana Gisele Abigail M. Torres Joseani Mesquita Antunes Maria Regina Cunha Martins Martha Zavariz de Miranda Renato Serena Fontaneli Tratamento editorial Vera Rosendo Normalização bibliográfica Maria Regina Martins

Todos os direitos reservados. A reprodução não-autorizada desta publicação, no todo ou em parte,

constitui violação dos direitos autorais (Lei nº 9.610).

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Embrapa Trigo

Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul (39. : 2012 : Passo Fundo, RS). Atas e resumos... / XXXIX Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul ; organizada

por Leila Maria Costamilan... [et al.]. – Passo Fundo: Embrapa Trigo, 2012. 1 CD-ROM. (Documentos / Embrapa Trigo, ISSN 1984-0713 ; 5).

Realização da Embrapa Trigo e Apassul.

1. Soja - Brasil - Rio Grande do Sul. 2. Soja - Brasil - Santa Catarina. I. Costamilan, L. M., org. II. Bertagnolli, P. F., org. III. Carrão-Panizzi, M. C., org. IV. Strieder, M. L., org. V. Título. VI. Série.

CDD: 633.34060816 Embrapa Trigo - 2012

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Comissão Organizadora da XXXIX RPS-Sul

Presidente: Leila Maria Costamilan

Comissão Denilson Focking

Fátima Maria de Marchi Joseani Mesquita Antunes

Liliane Tagliari Lisandra Lunardi

Luiz Henrique Magnante Márcia Barrocas Moreira Pimentel

Marialba Osorski dos Santos Mercedes Concórdia Carrão-Panizzi

Mércio Luiz Strieder (secretário) Neori Damini

Paulo Fernando Bertagnolli Paulo Odilon Ceratti Kurtz

Raul Alves dos Santos Rosana de Fátima Vieira Lopes

Silvana Buriol

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SUMÁRIO

I Histórico da Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul 5

II Sessão Plenária Solene de Abertura 10

III Sessão do Seminário Técnico do Complexo Agroindustrial de Soja 12

Resumos das Palestras 13

IV Sessão do Relatório Técnico da Cultura da Soja 19

Resumos dos Relatos Técnicos 20

V Atas das Comissões Técnicas 28

1. Comissão de Genética, Melhoramento e Tecnologia de Sementes 28

Resumos 32

2. Comissão de Nutrição Vegetal e Uso do Solo 90

Resumos 92

3. Comissão de Ecologia, Fisiologia e Práticas Culturais 104

Resumos 114

4. Comissão de Entomologia 149

Resumos 151

Normas da Comissão 157

5. Comissão de Controle de Plantas Daninhas 162

Normas da Comissão 162

6. Comissão de Fitopatologia 165

Resumos 168

Normas da Comissão 195

7. Comissão de Difusão de Tecnologia e Socioeconomia 203

Resumos 205

VI Sessão de Apresentação de Trabalhos Inéditos / de Destaque 215

VII Sessão Plenária Final 216

VIII Regimento Interno da Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul 217

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Alerta

(1) A Embrapa Trigo não se responsabiliza pela correção e veracidade de dados apresentados por outras instituições. A responsabilidade da Comissão Editorial limita-se à adequação dos trabalhos às normas editoriais estabelecidas. A ortografia, correção gramatical e o conteúdo dos trabalhos aqui publicados são de responsabilidade exclusiva dos autores.

(2) Os autores dos resumos aqui publicados apresentaram o Termo de Licenciamento, liberando a obra para veiculação pela Embrapa.

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 5

I - HISTÓRICO DA REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL

I REUNIÃO CONJUNTA DE PESQUISA DE SOJA LOCAL: Passo Fundo, RS DATA: 06 a 10 de agosto de 1973 COORDENAÇÃO: Emídio Rizzo Bonato (informação pessoal) COMISSÃO ORGANIZADORA: não foi mencionada em Ata PARTICIPANTES: 146 II REUNIÃO CONJUNTA DE PESQUISA RS/SC - SOJA LOCAL: Porto Alegre. RS DATA: 26 a 30 de agosto de 1974 COORDENAÇÃO: IPAGRO COMISSÃO ORGANIZADORA: Presidente - João Rui Jardim Freire PARTICIPANTES: 140 III REUNIÃO CONJUNTA DE PESQUISA DA SOJA LOCAL: Porto Alegre, RS DATA: 18 a 22 de agosto de 1975 COORDENAÇÃO: FECOTRIGO COMISSÃO ORGANIZADORA: Carmine Rosito, Gaspar Beskow, Ênio Pippi da Motta, Francisco Terra Júnior, Frederico Bergmann PARTICIPANTES: 181 IV REUNIÃO CONJUNTA DE PESQUISA DA SOJA - RS/SC LOCAL: Santa Maria. RS DATA: 23 a 27 de agosto de 1976 COORDENAÇÃO: MEC/UFSM/CCR COMISSÃO ORGANIZADORA: Presidente - Ailo Valmir Saccol PARTICIPANTES: 115 V REUNIÃO CONJUNTA DE PESQUISA DA SOJA RS/SC LOCAL: Pelotas, RS DATA: 01 a 05 de agosto de 1977 COORDENAÇÃO: EMBRAPA-UEPAE de Pelotas/UFPEL COMISSÃO ORGANIZADORA: não foi mencionada em Ata PARTICIPANTES: 248 VI REUNIÃO CONJUNTA DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL LOCAL: Florianópolis, SC DATA: 31 de julho a 04 de agosto de 1978 COORDENAÇÃO: EMPASC/EMBRAPA-CNPSo COMISSÃO ORGANIZADORA: não foi mencionada em Ata PARTICIPANTES: 135 VII REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL LOCAL: Porto Alegre, RS DATA: 30 de julho a 03 de agosto de 1979 COORDENAÇÃO: IPAGRO/EMBRAPA-CNPSo COMISSÃO ORGANIZADORA: não foi mencionada em Ata PARTICIPANTES: 223 VIII REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL LOCAL: Cruz Alta, RS DATA: 18 a 21 de agosto de 1980 COORDENAÇÃO: FECOTRIGO/DPAT/CEP-FECOTRIGO

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 6

COMISSÃO ORGANIZADORA: Carmine Rosito, Fernando C. de A. e Souza, Luiz Pedro Bonetti, Reginaldo Escobar Vieira, Ricardo G. Matzenbacher PARTICIPANTES: 133 IX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL LOCAL: Passo Fundo, RS DATA: 28 a 30 de julho de 1981 COORDENAÇÃO: EMBRAPA-CNPT COMISSÃO ORGANIZADORA: José Alberto R. de O. Velloso, José Renato Bem, Paulo Fernando Bertagnolli, Simião Alano VIeira, Armando Ferreira Filho, Liane Matzenbacher, Mary Mara Ritter PARTICIPANTES: 161 X REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL LOCAL: Porto Alegre, RS DATA: 27 a 29 de julho de 1982 COORDENAÇÃO: UFRGS/Faculdade de Agronomia/Pró-Reitoria de Extensão/CNPSo COMISSÃO ORGANIZADORA: Presidente - José Antônio Costa PARTICIPANTES: 156 XI REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL LOCAL: Santa Maria, RS DATA: 02 a 04 de agosto de 1983 COORDENAÇÃO: UFSM/CCR/CNPSo COMISSÃO ORGANIZADORA: Presidente - Osmar Souza dos Santos PARTICIPANTES: 142 XII REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL LOCAL: Pelotas, RS DATA: 31 de julho a 03 de agosto de 1984 COORDENAÇÃO: EMBRAPA/CPATB e CNPso COMISSÃO ORGANIZADORA: Presidente - Mário Franklin da Cunha Gastal PARTICIPANTES: 136 XIII REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL LOCAL: Porto Alegre, RS DATA: 30 de julho a 02 de agosto de 1985 COORDENAÇÃO: IPAGRO/Departamento de Pesquisa/Secretaria de Agricultura COMISSÃO ORGANIZADORA: Presidente - Elói Roque Hilgert PARTICIPANTES: 170 XIV REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL LOCAL: Chapecó, SC DATA: 11 a 14 de agosto de 1986 COORDENAÇÃO: EMPASC/CPPP/EMBRAPA/CNPSo COMISSÃO ORGANIZADORA: Presidente - Evaristo Antonio Espindola PARTICIPANTES: 131 XV REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL LOCAL: Cruz Alta, RS DATA: 10 a 13 de agosto de 1987 COORDENAÇÃO: Centro de Experimentação e Pesquisa - CEP/FECOTRIGO COMISSÃO ORGANIZADORA: Presidente - José Luiz Tragnago PARTICIPANTES: 129 XVI REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL LOCAL: Santa Maria, RS

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 7

DATA: 25 a 28 de julho de 1988 COORDENAÇÃO: UFSM / Departamento de Defesa Fitossanitária, Centro de Ciências Rurais COMISSÃO ORGANIZADORA: Presidente – Dionísio Link e Anísio Dário Marramon Trindade PARTICIPANTES: 134 XVII REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL LOCAL: Porto Alegre, RS DATA: 24 a 27 de julho de 1989 COORDENAÇÃO: UFRGS COMISSÃO ORGANIZADORA: Presidente - José Antônio Costa PARTICIPANTES: 177 XVIII REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL LOCAL: Passo Fundo, RS DATA: 07 a 10 de agosto de 1990 COORDENAÇÃO: EMBRAPA-CNPT COMISSÃO ORGANIZADORA: Presidente - Emídio Rizzo Bonato PARTICIPANTES: 162 XIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL LOCAL: Pelotas, RS DATA: 03 a 06 de setembro de 1991 COORDENAÇÃO: EMBRAPA/CPATB COMISSÃO ORGANIZADORA: Presidente - Mário Franklin da Cunha Gastal PARTICIPANTES: 141 XX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL LOCAL: Chapecó, SC DATA: 04 a 06 de agosto de 1992 COORDENAÇÃO: EPAGRI/EMBRAPA-CNPSo COMISSÃO ORGANIZADORA: Presidente - Evaristo Antonio Espindola PARTICIPANTES: 106 XXI REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL LOCAL: Santa Rosa, RS DATA: 10 a 13 de agosto de 1993 COORDENAÇÃO: Secretaria de Ciência e Tecnologia/CIENTEC/IPAGRO COMISSÃO ORGANIZADORA: Presidente - Elói Roque Hilgert PARTICIPANTES: 136 XXII REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL LOCAL: Cruz Alta, RS DATA: 9 a 11 de agosto de 1994 COORDENAÇÃO: FUNDACEP FECOTRIGO COMISSÃO ORGANIZADORA: Presidente - José Luiz Tragnago PARTICIPANTES: 150 XXIII REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL LOCAL: Porto Alegre, RS DATA: 01 a 03 de agosto de 1995 COORDENAÇÃO: Departamento de Plantas de Lavoura/Faculdade de Agronomia/UFRGS COMISSÃO ORGANIZADORA: Presidente - José Antônio Costa PARTICIPANTES: 165

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 8

XXIV REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL LOCAL: Pelotas, RS DATA: 06 a 08 de agosto de 1996 COORDENAÇÃO: EMBRAPA/CPATB COMISSÃO ORGANIZADORA: Presidente - Mário Franklin da Cunha Gastal PARTICIPANTES: 132 XXV REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL LOCAL: Passo Fundo, RS DATA: 05 a 07 de agosto de 1997 COORDENAÇÃO: EMBRAPA Trigo COMISSÃO ORGANIZADORA: Presidente - Emídio Rizzo Bonato PARTICIPANTES: 189 XXVI REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL LOCAL: Cruz Alta, RS DATA: 28 a 30 de julho de 1998 COORDENAÇÃO: UNICRUZ/Curso de Agronomia COMISSÃO ORGANIZADORA: Presidente - José Luiz Tragnago PARTICIPANTES: 160 XXVII REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL LOCAL: Chapecó, SC DATA: 27 a 29 de julho de 1999 COORDENAÇÃO: EPAGRI/CPPP COMISSÃO ORGANIZADORA: Presidente - Evaristo Antonio Espindola PARTICIPANTES: 129 XXVIII REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL LOCAL: Santa Maria, RS DATA: 25 a 27 de julho de 2000 COORDENAÇÃO: UFSM, Centro de Ciências Rurais COMISSÃO ORGANIZADORA: Ervandil Correa Costa; Dionísio Link; Anísio Dário Marramon Trindade. PARTICIPANTES: 141 XXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL LOCAL: Porto Alegre, RS DATA: 24 a 26 de julho de 2001 COORDENAÇÃO: FEPAGRO COMISSÃO ORGANIZADORA: João Carlos Canuto; Rosely de Oliveira Lang. PARTICIPANTES: 155 XXX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL LOCAL: Cruz Alta, RS DATA: 23 a 25 de julho de 2002 COORDENAÇÃO: FUNDACEP-FECOTRIGO COMISSÃO ORGANIZADORA: Presidente: José Ruedell PARTICIPANTES: 144 XXXI REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL LOCAL: Porto Alegre, RS DATA: 29 a 31 de julho de 2003 COORDENAÇÃO: UFRGS, Faculdade de Agronomia, Departamento de Plantas de Lavoura COMISSÃO ORGANIZADORA: Presidente: José Antonio Costa PARTICIPANTES: 142

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 9

XXXII REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL LOCAL: Passo Fundo, RS DATA: 27 a 29 de julho de 2004 COORDENAÇÃO: Embrapa Trigo COMISSÃO ORGANIZADORA: Presidente: Paulo Fernando Bertagnolli PARTICIPANTES: 215 XXXIII REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL LOCAL: Passo Fundo, RS DATA: 26 a 28 de julho de 2005 COORDENAÇÃO: UPF, Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária COMISSÃO ORGANIZADORA: João Luiz Reichert PARTICIPANTES: 142 XXXIV REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL LOCAL: Pelotas, RS DATA: 25 a 27 de julho de 2006 COORDENAÇÃO: Embrapa Clima Temperado COMISSÃO ORGANIZADORA: Presidente: Mario Franklin da Cunha Gastal PARTICIPANTES: 232 XXXV REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL LOCAL: Santa Maria, RS DATA: 25 a 27 de julho de 2007 COORDENAÇÃO: UFSM COMISSÃO ORGANIZADORA: Presidente Jerson Carus Guedes PARTICIPANTES: 230 XXXVI REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL LOCAL: Porto Alegre, RS DATA: 29 a 31 de julho de 2008 COORDENAÇÃO: FEPAGRO - EMATER COMISSÃO ORGANIZADORA: Ronaldo Matzenauer PARTICIPANTES: 225 XXXVII REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL LOCAL: Porto Alegre, RS DATA: 21 a 23 de julho de 2009 COORDENAÇÃO: Departamento de Plantas de Lavoura/Faculdade de Agronomia/UFRGS COMISSÃO ORGANIZADORA: Presidente Ribas Antonio Vidal PARTICIPANTES: 220 XXXVIII REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL LOCAL: Cruz Alta, RS DATA: 03 a 05 de agosto de 2010 COORDENAÇÃO: FUNDACEP FECOTRIGO COMISSÃO ORGANIZADORA: Presidente - Cleiton Steckling PARTICIPANTES: do Seminário Técnico (307), da Reunião (103) XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL LOCAL: Passo Fundo, RS DATA: 24 a 26 de julho de 2012 COORDENAÇÃO: Embrapa Trigo COMISSÃO ORGANIZADORA: Presidente - Leila Maria Costamilan PARTICIPANTES: 205

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 10

II - SESSÃO PLENÁRIA SOLENE DE ABERTURA

Às 14h15min do dia 24 de julho de 2012, nas dependências do Auditório Principal da Embrapa Trigo, situado na BR 285, km 294, em Passo Fundo, foi realizada a cerimônia solene de abertura da XXXIX Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul. A mesa ficou assim constituída: Dr. Sérgio Roberto Dotto, Chefe Geral da Embrapa Trigo; Pesquisadora da Embrapa Trigo Leila Maria Costamilan, presidente da comissão organizadora da Reunião; Sr. Antônio Eduardo Loureiro da Silva, Diretor Administrativo da Associação dos Produtores e Comerciantes de Sementes e Mudas do RS (Apassul); Prof. Dr. Geraldo Chavarria, representando o Prof. Dr. Elio Carlos Rocha, diretor da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Passo Fundo (FAMV/UPF); e Vereador Rafael Bortoluzzi, representando a Câmara de Vereadores de Passo Fundo.

Após audição do Hino Nacional Brasileiro, fizeram uso da palavra os Senhores Sérgio R. Dotto, Antônio E. Loureiro da Silva, Geraldo Chavarria e Leila M. Costamilan, os quais saudaram aos participantes e declararam abertos os trabalhos da XXXIX Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul. Após, a mesa foi desfeita, e foi chamado o pesquisador da Embrapa Trigo, Dr. Antônio Ricardo Panizzi, que usou de espaço para apresentação do livro Bioecologia e Nutrição de Insetos - Base para o Manejo Integrado de Pragas, de Antônio Ricardo Panizzi e José Roberto Postali Parra. A seguir, foi chamado o pesquisador da Embrapa Trigo, Dr. Paulo Fernando Bertagnolli, para coordenar a Sessão de Seminário Técnico do Complexo Agroindustrial da Cultura de Soja. Saudação de Leila M. Costamilan, presidente da comissão organizadora:

Senhoras e Senhores, prezados colegas batalhadores pela cultura da soja na região fria do Brasil, benvindos à XXXIX Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul e à atividade que marca seu início, o Seminário Técnico do Complexo Agroindustrial de Soja. A Embrapa Trigo tem a honra de sediar este evento e de ter a Apassul como correalizadora. Foi em 1973 que a primeira Reunião foi realizada, coordenada pelo Dr. Emídio Rizzo Bonato. Surgiu principalmente para organizar os esforços de várias entidades, que lutavam em separado para realizar seus trabalhos de campo. Além de congregá-las, orientou as bases técnicas para a cultura e transformou-se em momento para debate de ideias e para apresentação de novidades científicas. Hoje, aqui estamos novamente, unidos pelo interesse em encontrar soluções para melhorar o desempenho desta cultura. A região fria do Brasil viu a soja passar de curiosidade à condição de maior commodity do Brasil. Quantos dos agricultores do sul do Brasil e de seus descendentes, que migraram para terras mais ao norte e expandiram o cultivo da soja no Brasil, não tiveram suas práticas melhoradas com os resultados obtidos nestas Reuniões Técnicas? O Dr. Romeu Kiihl vislumbrou esta possibilidade quando declarou que um dos 10 fatores que influenciaram o sucesso da tropicalização da soja no Brasil foi a mão de obra e a experiência gaúchas, constatação esta que nos enche de orgulho. Mas a instabilidade de nossa produção continua a preocupar. Viemos de uma safra muito difícil, aniquilada pela seca, com quebra de 50% e rendimento médio menor que 1.500 kg/ha, mas antecedida de uma das melhores safras de todos os tempos. Como nos preparar com tantos fatores extremos? Com certeza, vamos continuar progredindo. Precisamos elevar o rendimento médio de nossas lavouras. Quem sabe se, nesta Reunião, não surjirão novas ideias, e novos resultados serão apresentados, levando a alterações, por menores que sejam, na tecnologia de cultivo, e que trarão maior rendimento e mais estabilidade de produção de soja no Sul do Brasil? É o que esperamos e desejamos. Vamos fazer a diferença. Vamos ser importantes para o agricultor e para o Brasil. Por fim agradecemos às empresas que acreditaram em nossa proposta e estão conosco

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 11

nesta Reunião: a Syngenta, a Basf e a Ihara; a Coodetec e a Nidera; a Brasmax, a Cheminova e a Semeato; a Ubyfol e a Total Biotecnologia. Obrigada pelo seu patrocínio. Também agradecemos ao apoio da Embrapa Soja e da Embrapa Produtos e Mercado, sempre atendendo gentilmente às nossas solicitações. E aos palestrantes, que aceitaram nosso convite e abrilhantam nossa Reunião, o muito obrigada de toda a Comissão Organizadora. Vamos iniciar os trabalhos.

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 12

III - SESSÃO DO SEMINÁRIO TÉCNICO DO COMPLEXO AGROINDUSTRIAL DE SOJA

Às 15h15min do dia 24 de julho de 2012, nas dependências do Auditório Principal da Embrapa Trigo, situado na BR 285, km 294, em Passo Fundo, foi iniciado o Seminário Técnico do Complexo Agroindustrial da Cultura de Soja, evento inicial da XXXIX Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul, sendo coordenado pelo pesquisador da Embrapa Trigo, Dr. Paulo Fernando Bertagnolli. A sessão iniciou com palestra do Dr. Romeu Afonso de Souza Kiihl, diretor técnico da Tropical Melhoramento e Genética (TMG), intitulada Tendências de mercado de cultivares de soja. Após intervalo, teve início o Painel sobre desafios e oportunidades do agronegócio soja, com as palestras e palestrantes a seguir nominados: Tendências para o mercado de soja - Flávio Roberto de França Júnior, SAFRAS & Mercado; Situação atual do tratamento de sementes - Dr. Ademir Assis Henning, Embrapa Soja; Soja: novos usos em alimentação - Dra. Mercedes Concórdia Carrão-Panizzi, Embrapa Trigo; Principais doenças das últimas safras: ferrugem e podridões radiculares - Dr. José Tadashi Yorinori, TADASHI Agro. A sessão foi encerrada às 19h15min, com homenagem oficial da Comissão Organizadora da XXXIX Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul ao Dr. José Tadashi Yorinori, por seus relevantes serviços prestados à sojicultura nacional.

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 13

Resumos das Palestras

Soja: Realidade e Tendências

Romeu Afonso de Souza Kiihl1

1TMG Tropical Melhoramento e Genética Ltda.

Quando observamos a participação das empresas de melhoramento de soja na

área plantada no Brasil em 2011/2012 verificamos que nove das primeiras dez são da iniciativa privada.

Acreditamos que, com os novos transgênicos que estão vindo, tal situação provavelmente se consolidará.

Alem da tendência de as empresas privadas dominarem o mercado outro aspecto chama a atenção: o aumento a participação de cultivares de crescimento indeterminado, principalmente no sul do Brasil.

Em 2007 a região sul do Brasil semeava 80% de sua área com cultivares de crescimento determinado. Em 2011 as cultivares de crescimento indeterminado foram usadas em mais de 90% da área. Tal mudança ocorreu pela alta produtividade e adaptação ao plantio antecipado, facilitando o sucesso do milho “safrinha”. Tal tendência pode se repetir em parte do Brasil Central para facilitar “safrinhas” de algodão e milho.

A provável razão para o sucesso dos tipos “argentinos” de soja - altamente resistentes ao acamamento e produtivos – no sul do Brasil seria a adaptação dos tipos norte-americanos modernos para latitudes menores e em alguns casos plantios antecipados. Tais tipos modernos resultaram, nos U.S.A., de cruzamentos entre genótipos do sul com genótipos do norte, programas mais ou menos separados por pelo menos cinqüenta anos. O principal exemplo é A 3127 que resultou do cruzamento entre Williams e Essex. Do mesmo cruzamento foram obtidas mais de dez cultivares, sendo que ‘Spring’ do mesmo cruzamento mostra bom comportamento no Brasil.

O futuro do melhoramento no Brasil está ligado à capacidade de testes (mecanização), genotipagem (marcadores moleculares) e acesso a novos transgênicos. No Brasil Central resistência a nematóides e doenças continuará importante.

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 14

Novos Usos em Alimentação

M. C. Carrão-Panizzi1

1

Embrapa Trigo, BR 285, km 294, 99001-970, Passo Fundo, RS. E-mail: [email protected]

Resumo: A produção de soja, no Brasil, mantém-se crescendo e é um dos mais importantes componentes do agronegócio brasileiro. O grande mercado da soja concentra-se na exportação de grãos e de farelo. Cultivares de soja para esse mercado de “commodity” são diferentes das cultivares de soja especiais, que podem viabilizar pequenos produtores e agroindústrias familiares. Portanto, uma proposta de produção e processamento de sojas especiais, que apresentam sabor superior, para usos como hortaliças, brotos e soja preta, além de ampliar mercado, também adiciona saúde e diversidade à dieta brasileira. Palavras chaves: Glycine max, consumo, tipos vegetais, brotos, soja preta, nichos de

mercado.

No mercado internacional, o complexo soja rende divisas consideráveis para o país, enquanto que o mercado interno se concentra no consumo de óleo e ração animal, viabilizando a suinocultura e avicultura, importantes componentes do agronegócio brasileiro. O consumo de soja na alimentação humana está aumentando entre os brasileiros, em decorrência da divulgação dos benefícios da soja para a saúde humana e do crescimento da oferta no mercado de produtos à base de soja de melhor qualidade. Segmentos de grandes indústrias (Sadia, Unilever e Batávia) e de indústrias menores têm desenvolvido produtos à base de soja, sendo alguns de uso direto e outros, derivados. A produção de bebidas à base de soja (BBS) cresce 15% ao ano, sendo que a maioria dos grandes laticínios tem uma linha de bebidas à base de soja (original ou em mistura com sucos de frutas). Junto com esse crescimento do mercado para bebidas à base de soja, outros novos produtos são disponíveis, os quais incluem desde leite condensado, creme de leite, chocolate, sorvete, macarrão a preparado para bolo. Todos seguem uma linha de dieta saudável, porque a soja está no rol dos alimentos funcionais, com benefícios comprovados à saúde. A proteína da soja é a única proteína vegetal que contém todos os aminoácidos essenciais necessários para dar suporte ao crescimento e à manutenção do organismo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). Além de melhorar os níveis sanguíneos de colesterol, a soja também é a única alternativa para as pessoas com intolerância à lactose.

O sabor da soja, que é um desafio a ser vencido pela indústria de alimentos, está sendo superado graças às tecnologias adequadas de processamento. Os sucos à base de soja superam a questão do sabor, tanto que produtos destinados ao público infantil têm sido muito bem aceitos.

Tecnologias de processamento têm adequado as cultivares de soja convencionais disponíveis no mercado aos diferentes tipos de utilizações (ração animal, alimentação humana e usos industriais). Entretanto, em relação a alimentos à base de soja, percebe-se que, se houvesse uma interação efetiva entre os órgãos que desenvolvem cultivares de sojas especiais e a indústria, seria possível a oferta de produtos de melhor qualidade com menor custo de processamento. Dificuldades no uso dessas cultivares especiais como quantidade adequada de matéria prima pelas indústrias, são devidas aos problemas sobre disponibilidade de grãos, bem como por não haver uma definição sobre pagamento de prêmios para esses materiais.

As cultivares de soja são classificadas em tipo grão e tipo alimento, de acordo com os diferentes usos (LIU, 1999). As cultivares tipo grão são as direcionadas para o processamento de óleo e alimentação animal e apresentam o sabor característico da soja, descrito como “beany” (ranço ou feijão cru) (TORRES-PENARANDA et al. 1998; TORRES-PENARANDA; REITMEIER, 2001), além de apresentarem gosto amargo e

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sensação de adstringência (KUDOU et al., 1991; OKUBO et al., 1992). As cultivares tipo alimento são as que apresentam características especiais mais adaptadas ao consumo humano, que podem ser obtidas pelo melhoramento genético tradicional, cujo objetivo é o desenvolvimento de genótipos de soja com diferentes caracteres relacionados com qualidade, como: melhor sabor (introdução da característica de ausência das lipoxigenases - enzimas responsáveis pelo sabor desagradável da soja - ou da característica de melhor sabor de genótipos tipos vegetais ou alimento); sementes grandes e hilo amarelo, para produção de tofu ou de soja vegetal tipo hortaliça, também conhecida como soja verde, por serem grãos completamente desenvolvidos, mas ainda imaturos; sementes pequenas para produção de brotos de soja ou “natto”; alto teor de proteína; teor reduzido de inibidor de tripsina; e perfil diferenciado de ácidos graxos.

Com o objetivo de melhorar o sabor da soja e de seus produtos, muitos estudos comprovaram que o tratamento térmico inativa as enzimas lipoxigenases (LIU, 1999), permitindo a obtenção de produtos com melhor sabor. Cultivares de soja desprovidas das lipoxigenases são matéria prima para produção de alimentos com melhores qualidades sensoriais e com menor custo de processamento. A Embrapa lançou duas cultivares, BRS 213 e BRS 257, com essa característica (CARRÃO-PANIZZI et al., 2009) que, quando processadas, apresentam menores teores de n-hexanal, ao contrário das sojas convencionais.

A Embrapa, pela sua disponibilidade de centros de pesquisa com capacidades diferenciadas, pode desenvolver estudos sobre produtos ou processos diferentes daqueles da indústria. Numa proposta inovadora, pode-se utilizar a soja como hortaliça, para a qual produtos como soja verde, brotos e soja preta podem ser direcionados para nichos de mercado, favorecendo a agricultura e a agroindústria familiar. Importante salientar que esses tipos de utilização são tradicionais em países orientais e estão se popularizando em países ocidentais. O Brasil deve seguir essa tendência e a pesquisa deve se adiantar na oferta da nova matéria prima e de processamentos adequados às necessidades da população brasileira.

Soja para consumo como hortaliça, como soja verde (“edamame”) e como brotos é opção diferenciada de consumo e inovadora para o mercado brasileiro. Para esse tipo de utilização, linhagens especiais também estão sendo avaliadas no projeto de melhoramento da Embrapa. Importante salientar que, nesses estádios de crescimento (verde e broto), a soja apresenta melhor valor nutritivo, pois além da composição normal, ainda tem maior teor de vitamina C e pró-vitamina A (BATES; MATTHEWS, 1975), além da mobilização de compostos antinutricionais. Quando colhida no estádio de crescimento R6 (grãos completamente desenvolvidos, mas ainda imaturos e verdes), constitui-se na soja verde ou hortaliça. Diferente da soja tipo grão, a soja tipo vegetal, hortaliça ou soja verde (diferentes nomenclaturas para o mesmo tipo de produto) deve apresentar aparência, sabor e textura diferenciados, que são fundamentais para a qualidade do produto hortaliça. O tamanho grande de grãos é uma característica que se relaciona com o rendimento em volume do produto, ou seja, para 500 g de vagens verdes, tem-se cerca de 180 vagens de soja especial, ao contrário da soja normal, que, para as mesmas 500 g, são necessárias cerca de 300 vagens. Isso evidencia a agregação de valor a esse produto, que deve ser produzido e comercializado diferentemente da soja “commodity”. A cultivar BRS 267, lançada pelo programa de melhoramento da Embrapa, apresenta boa qualidade para uso como hortaliça e pode ser vendida com vagens soltas ou com os grãos debulhados. Essa cultivar apresenta grãos de tamanho grande e sabor superior e pode ser consumida como “edamame”, prato tradicional da cozinha japonesa, no qual as vagens são fervidas com água e sal e os grãos verdes são consumidos diretamente. Outra opção de consumo para os grãos verdes é de forma semelhante ao consumo de ervilhas ou outras hortaliças. Portanto, o consumo direto dos grãos verdes é uma opção de utilização atrativa, nutritiva e saborosa. Estudo inicial sobre processamento de conservas de soja verde mostrou ser possível a industrialização do produto nessa forma (CZAIKOSKI, 2011).

Cultivares com sementes pequenas, como as apresentadas pela BRS 216, também podem ser utilizadas para produção de brotos de soja, conhecido como “moyashi” no Japão. Além do melhoramento genético para obtenção de matéria prima

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especial para utilização como brotos, OLIVEIRA et al. (2010a, 2010b) também conduziram estudos para produção, composição química e utilização de brotos em diferentes receitas. Interação com a agroindústria familiar deve ser articulada para o processamento de brotos em conservas, viabilizando outra atividade econômica com a soja.

Soja com tegumento preto teve sua capacidade antioxidante evidenciada pela mídia, o que fez crescer a demanda por este tipo de produto entre os brasileiros. Para opção de consumo de soja preta, a Embrapa dispõe de linhagens com sabor consideravelmente superior que, com certeza, permitirão a obtenção de produtos com excelente qualidade.

Linhagens avançadas com essas características especiais estão sendo avaliadas em ensaios de Valor de Cultivo e Uso (VCU), podendo ser indicadas em breve para cultivo comercial. A partir das primeiras cultivares especiais lançadas pela Embrapa, muitos estudos de avaliação química, nutricional, sensorial e de processamento foram realizados. Entretanto, outras avaliações específicas sobre produção de matéria prima, processamento e aceitabilidade dos produtos ainda são necessárias e devem ser conduzidas em complementação ao trabalho de melhoramento genético. Avaliações de sabor, da composição química e de diferentes formas de processamento dessas linhagens são importantes para o direcionamento de utilização e mercado das mesmas. Estudos dessa natureza só são possíveis com o envolvimento de instituições com diferentes capacitações para processamento, avaliação físico-química, e motivação de agricultores (universidades, centros de pesquisa da Embrapa e serviço de extensão rural).

Como sabor é determinante na aceitação da soja como alimento, muitos estudos têm sido focados nessa questão. SILVA (2009) observou que sensores eletrônicos foram eficazes em separar e distinguir os sabores das diferentes cultivares de soja, sendo que as respostas foram semelhantes às dos provadores treinados (análise sensorial). A validação da língua eletrônica para determinação do sabor de linhagens de soja também foi comprovada por ZOLDAN et al. (2012). Com base nesses resultados (SILVA, 2009; GREGORUT, 2010; SILVA et al., 2012; GREGORUT et al, 2012), a língua eletrônica pode ser utilizada para avaliar o sabor de linhagens, de cultivares e de produtos derivados dessas cultivares, com pequenas quantidades de material.

Portanto, diferentemente do mercado da soja “commodity”, existem outros mercados para sojas especiais, que devem ser estimulados no Brasil. Produtos diferenciados podem atender a nichos de mercado, a pequenos produtores e a agroindústrias familiares.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BATES, R.P.; MATTHEWS, R.F. Ascorbic acid and carotene in soybeans as influenced by maturity, sprouting, processing and storage. Proceedings of the Florida State Horticultural Society, Lake Buena Vista, v.88, p.266-271, 1975. CARRÃO-PANIZZI, M.C.; PÍPOLO, A.E.; MANDARINO, J.M.G.; ARANTES, N.E.; GARCIA, A.; BENASSI, V. de T.; ARIAS, C.A.; KASTER, OLIVEIRA, M.F. de; OLIVEIRA, M.A.; TOLEDO, J.F.F. de; MOREIRA, J.U.V.; CARNEIRO, G.E. de S. Breeding specialty soybean cultivars for processing and value-added utilization at Embrapa in Brazil. In: WORLD SOYBEAN RESEARCH CONFERENCE, 8., 2009, Beijing. Developing a global soy blueprint for a safe secure and sustainable supply: proceedings. Beijing. Proceedings…. Beijing: Chinese Academy of Agricultural Sciences: Institute of Crop Science, 2009. WSRC 2009. 1 CD-ROM. CZAIKOSKI, K. Armazenamento e processamento da soja tipo hortaliça. Universidade Estadual de Londrina, Centro de Ciências Agrárias, programa de pós Graduação em Ciência de Alimentos. Dissertação (Mestrado em Ciência de Alimentos) Londrina, 2011, 97p.

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GREGORUT, C.; WIZIACK, N. K. L.; PATERNO, L. G.; CARRÃO-PANIZZI, M. C.; FONSECA, F. J. Identificação de cultivares de soja com uma língua eletrônica. In: WORKSHOP DA REDE DE NANOTECNOLOGIA APLICADA AO AGRONEGÓCIO, 6., 2012, Fortaleza. Anais... São Carlos: Embrapa Instrumentação; Fortaleza: Embrapa Agroindústria Tropical, 2012. p. 56-57.

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SILVA, J. B. Características de cultivares de soja convencionais e para consumo humano: análises físicas, químicas e sensoriais (sentidos humano e sensores eletrônicos). 2009. 187p. Tese (Doutorado). Universidade Estadual de Londrina. Londrina. 2009. SILVA, J. B., PRUDENCIO, S.H.; CARRÃO-PANIZZI, M.C; GREGORUT, C.; FONSECA, J.F.; MATTOSO, L.H.C. Study on the flavour of soybean cultivars by sensory analysis and electronic tongue. International Journal of Food Science and Technology, 2012 (DOI 10.1111/j.1365-2621.2012.03013.x). TORRES-PENARANDA, A. V.; REITMEIER, C. A.; WILSON, L. A.; FEHR, W. R.; NARVEL, J. M. Sensory Characteristics of Soymilk and Tofu made from Lipoxygenase-Free and Normal Soybeans. Journal of Food Science, v. 63, n. 6, p. 1084 - 1087, 1998. TORRES-PENARANDA, A. V.; REITMEIER, C. A. Sensory Descriptive Analysis of Soymilk. Journal of Food Science, v. 66, n. 2, p. 352 - 356, 2001. ZOLDAN, S. M.; BRAGA, G. de S.; FONSECA, F. J.; CARRÃO-PANIZZI, M. C. Sensores eletrônicos (língua eletrônica) na avaliação de linhagens de soja para obtenção de cultivares com sabor superior. In: WORKSHOP DA REDE DE NANOTECNOLOGIA

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APLICADA AO AGRONEGÓCIO, 6., 2012, Fortaleza. Anais... São Carlos: Embrapa Instrumentação; Fortaleza: Embrapa Agroindústria Tropical, 2012. p. 33-35. Summary: Soybean production in Brazil is growing and is one of the most important components of the Brazilian agribusiness. Soybean market is concentrated in exportation of grains and meals. Soybean cultivars for this “commodity” market are different from special soybeans cultivars that can be feasible for small growers and familiar agro-industries. Therefore, a proposal of production and processing of special soybeans that present superior flavor, uses as vegetables, sprouts, and black soybeans, besides increasing market, also add health and diversity to the Brazilian diet. Key words: Glycine max, consumption, vegetable types, sprouts, black soybean, niche market.

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IV - SESSÃO DO RELATÓRIO TÉCNICO DA CULTURA DA SOJA

Às 8h30min do dia 25 de julho de 2012, nas dependências do Auditório Principal da Embrapa Trigo, situado na BR 285, km 294, em Passo Fundo, foi iniciada a Sessão do Relatório Técnico das Safras 2010/11 e 2011/12, sendo coordenada pelo pesquisador da Embrapa Trigo, Dr. Mércio Luiz Strieder, que chamou as palestras e palestrantes a seguir nominados: Região edafoclimática 101: Cláudia Erna Lange, IRGA; Região edafoclimática 102: Cleiton Steckling, CCGL TECNOLOGIA; Região edafoclimática 103: Cláudio Dóro, Emater/RS. Foi proporcionado um momento de perguntas e respostas entre a audiência e os palestrantes. Após intervalo, os participantes dirigiram-se às respectivas Comissões Técnicas, onde permaneceram reunidos até às 18h30min deste dia 25.

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Resumos dos Relatos Técnicos

Relatório Técnico das Safras 2010/11 e 2011/12 - Região Edafoclimática 101

C. E. Lange1, A. Vedelago1, C. Petry1

1

Instituto Rio Grandense do Arroz, Bonifácio Carvalho Bernardes, 1494, 90950-030, Cachoeirinha, RS. E-mail: [email protected], [email protected], [email protected]

Resumo: A região 101 do zoneamento agroclimático da cultura da soja no Brasil compreende uma vasta região do estado do Rio Grande do Sul, sendo composta por uma grande gama de diferentes ambientes para o cultivo desta espécie. Apesar da grande área disponível, a região 101 não é uma área tradicional do cultivo de soja, embora alguns de seus municípios apresentem uma produção importante. Nos últimos anos vem ocorrendo um aumento na área de cultivo de soja em decorrência do alto preço no mercado internacional e do interesse na desinfestação de plantas daninhas, principalmente o arroz vermelho, de lavouras de arroz e na reconversão de pastagens através da melhoria da fertilidade do solo. As safras 2010/11 e 2011/12 apresentaram condições climáticas bastante distintas, sendo que em 2010/11 se caracterizou pela predominância de precipitações em volume suficiente e bem distribuídas, de forma a propiciar excelentes rendimentos de grãos tanto em lavouras de coxilha quanto nas terras baixas propensas ao excesso hídrico. Já na safra 2011/12, a baixa precipitação nos meses de dezembro até o começo de fevereiro foi o principal motivo da redução de rendimento de grãos em grande parte da região 101, principalmente nos cultivos de coxilha. Verifica-se uma intenção de aumento de área cultivada com esta espécie na próxima safra. Palavras-chave: Glycine max, rendimento de grãos, área cultivada, relato.

INTRODUÇÃO

Os relatos dos resultados de safra são importantes instrumentos de memória que permitem, ao longo dos anos, o acompanhamento das flutuações de área e produtividade, tornando possível a identificação tanto de problemas emergentes quanto de tendências futuras. O objetivo deste trabalho foi o de relatar resultados das safras 2010/11 e 2011/12 de soja na Região 101.

A Região 101 compreende uma vasta área do território gaúcho, que vai desde a fronteira oeste do Estado até a parte sul e margem oeste das Lagoas dos Patos e Mirim. Predominantemente as áreas de lavoura estão a uma altitude máxima de 200 metros acima do nível do mar, e parte significativa dos solos são vocacionados ao cultivo do arroz irrigado por inundação por apresentarem baixa capacidade de infiltração. A vasta distribuição da Região 101 traz uma ampla variação climática e de tipo de solo, os quais são oriundos de quatro diferentes matrizes geológicas. Por este motivo, o desempenho da cultura da soja dentro da região está fortemente sujeita a flutuações decorrentes da interação genótipo x ambiente.

Paralelamente, a menor tradição do cultivo de soja na região determina menor adoção de práticas de manejo adequadas, refletindo uma menor frequência de obtenção de alta produtividade. Os limites da Região 101 coincidem praticamente com o contorno da região arrozeira do Estado, exceto por uma pequena faixa litorânea externa às Lagoas dos Patos e Mirim, pertencentes às regiões orizícolas Planície Costeira Externa e Zona Sul. Estas regiões apresentam particularidades que as fazem distintas quanto à aptidão para o cultivo de soja. A Fronteira Oeste e a Campanha são as mais propensas à deficiência hídrica, principalmente durante o período reprodutivo, o que faz com que haja um grande interesse no uso de irrigação. A Planície Costeira Externa, devido à proximidade com o oceano e com as lagoas, apresenta o lençol freático próximo da superfície, resultando que o

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excesso hídrico é o maior limitante para a obtenção de bons rendimentos de grãos. Esta região também tem pouca tradição no cultivo de soja. A Planície Costeira Externa apresenta limitações com excesso hídrico menos acentuado do que Planície Costeira Externa e possui maior tradição no cultivo de soja. Na Zona Sul, a cultura sofre restrições tanto da ocorrência de excesso hídrico quanto de deficiência hídrica, esta última principalmente na áreas mais distantes das lagoas. Na Depressão Central há grande concentração de áreas niveladas sem gradiente de declividade, onde excesso hídrico é o principal limitante, porém também é comum a ocorrência de períodos de déficit hídrico a partir de novembro.

Neste relato será utilizada a divisão das regiões arrozeiras para detalhar as diferentes situações observadas durante o decorrer das safras 2010.11 e 2011.12 na Região 101.

MATERIAL E MÉTODOS

A área cultivada de soja e as produtividades médias, máxima e mínima alcançadas

na Região 101 foram baseadas no levantamento realizado pelo Departamento de Assistência Técnica e Extensão Rural do Instituto Rio Grandense do Arroz (DATER/IRGA) entre os anos de 2010 e 2012 e no relato de produtores e assistentes técnicos acerca das lavouras de soja conduzidas na região 101, particularmente em solos arrozeiros. Os dados foram sistematizados por região orizícola dentro da Região 101, que são Fronteira Oeste, Campanha, Depressão Central, Planície Costeira Interna, Planície Costeira Externa e Zona Sul (Figura 1).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na Tabela 1 são apresentadas as áreas de cultivo de soja em solos arrozeiros nas

safras 2010.11 e 2011.12. Houve um incremento da área de cultivo em todas as regiões orizícolas, exceto na Fronteira Oeste, onde se observou uma retração de 15%. A área total de soja cultivada em solos arrozeiros cresceu aproximadamente 176%, de 66 à 183 mil hectares. O aumento da área de cultivo de soja em solos arrozeiros foi motivado por diferentes razões: pelo valor atual do grão e pelo relativo baixo custo da lavoura de soja, contrastando com o baixo preço do grão e o alto custo de implantação do arroz irrigado; pela necessidade de realizar a rotação de culturas para reduzir o banco de sementes de plantas daninhas da lavoura de arroz, principalmente o arroz vermelho, garantindo a rotação de princípios ativos de herbicidas que favorece o controle de ecotipos de arroz vermelho resistentes aos herbicidas do grupo das imidazolinonas; à baixa disponibilidade de água nos reservatórios, reduzindo a área de cultivo do arroz; devido à melhor remuneração obtida na venda da soja em algumas regiões, decorrente da proximidade destas do porto de Rio Grande. Todos estes fatores motivadores permanecem vigentes, o que indica que na safra 2012.13 haverá nova expansão de área de cultivo de soja nas regiões orizícolas. Mensurar esta expansão, entretanto, não é tarefa fácil, pois a evolução de fatores mencionados anteriormente que podem refrear o aumento da área de cultivo de soja: houve uma reação do preço do arroz, tornando a rentabilidade da lavoura mais atraente; é possível que as chuvas do período de inverno possam repor os mananciais hídricos na quantidade necessária para garantir a irrigação das lavouras de arroz; a possibilidade de ocorrência do fenômeno El Niño pode desestimular produtores de terras baixas a cultivar soja.

A variação de produtividade entre safras e dentro das regiões é muito grande e reflete vários fatores. Primeiramente, a produtividade está subordinada às variações climáticas de cada safra, sendo que na safra 2010.11 as condições de chuvas bem distribuídas e em quantidade que não acarretavam episódios severos nem de deficiência nem de excesso hídrico, proporcionando condições muito boas de desenvolvimento e acumulação de biomassa durante o período vegetativo, permitindo a formação de um potencial produtivo elevado. Durante o período reprodutivo também não houve restrição hídrica, determinando rendimentos de grãos elevados tanto nas lavouras de coxilha como nas lavouras em várzea. Na safra de 2011.12, no entanto, a deficiência hídrica reduziu significativamente os níveis de produtividade, principalmente onde a deficiência hídrica persistiu durante a fase reprodutiva. A deficiência hídrica atingiu de forma mais severa as

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lavouras de coxilha do que as de várzea, embora tenha se verificado situações muito severas de deficiência hídrica também em lavouras de várzea, que implicaram fortes perdas.

A região de maior crescimento foi a Campanha, que já apresentava a maior área de cultivo de soja em solos arrozeiros na safra 2010.11. O grande crescimento se deveu, além dos fatores mencionados anteriormente, aos excelentes resultados obtidos na safra 2010.11, quando se verificou um grande potencial de rendimento de grãos de soja em praticamente toda a Região 101, tanto nos solos arrozeiros quanto em coxilha, decorrente das condições excepcionais de distribuição de chuvas sem a ocorrência de deficiência e excesso hídrico significativo na maioria das regiões. Os excelentes resultados alcançados na safra 2010.11 com as cultivares de ciclo precoce (grupos I e II) semeadas no cedo (outubro até 15 de novembro) incentivou os produtores a formarem as lavouras com cultivares precoces e semeadura até 15 de novembro na safra 2011.12, porém com resultados bastante variados. O predomínio de deficiência hídrica prolongada nos meses de dezembro e janeiro reduziu fortemente o potencial produtivo, que em algumas partes do município de São Gabriel e arredores ficou restrito à faixa de 10 a 20 sacos/ha. Entretanto, a distribuição de chuvas desuniforme privilegiou algumas lavouras da região, onde as médias ficaram bem acima, variando de 50 a 65 sc/ha. Os municípios de Bagé e Dom Pedrito foram menos afetados pela deficiência hídrica e ostentaram produtividades mais elevadas. A Fronteira Oeste também apresentou deficiência hídrica, sendo que lavouras não irrigadas apresentaram rendimento médio de 1.500 a 1.800 kg/ha, enquanto que algumas lavouras irrigadas renderam 3.500 a 4.000 kg/ha aproximadamente. As demais regiões orizícolas foram menos afetadas pela deficiência hídrica, refletindo melhores produtividades.

Dentro das regiões também se verificam grandes flutuações de produtividade motivadas por variações de manejo. Entre os fatores de manejo que podem implicar em aumento do potencial produtivo destacam-se a calagem e adubação adequada, época de semeadura, manejo de resíduo de pastagem de inverno que antecipa a cultura, drenagem adequada no caso das várzeas, e manejo de plantas daninhas. A semeadura tardia está vinculada a dois fatores, o primeiro é a predominância de lavouras arrendadas, tanto em várzea como coxilha, que durante os meses de outono e inverno é utilizada na pecuária e disponibilizada tardiamente para a implantação das lavouras. Já a adubação e calagem inadequadas resultam da falta de conhecimento das necessidades da cultura e da relutância dos produtores em realizar investimentos por receio de frustração de safra em decorrência de flutuações climáticas. Em várzea a baixa nodulação das plantas, principalmente em lavouras de primeiro ano de soja e em anos de maior precipitação na fase inicial de estabelecimento das lavouras também tem limitado o potencial produtivo, exigindo um esforço da pesquisa para a solução deste gargalo na cultura da soja em solos propensos ao excesso hídrico.

Summary: The region 101 of agroclimatic souybean zoning in Brazil comprises a vast region of Rio Grande do Sul, being composed of a wide range of different environments for the cultivation of this species. Despite the large area available, the region 101 is not a traditional area of soybean cultivation, although some of its cities have a good production. Recently, there has been an increase in the cultivated area with soybean due to the high price in international market and the interest in weeds control in rice farming, especially red rice, and conversion of grasslands through improved fertility soil. Crops 2010/11 and 2011/12 showed very different climatic conditions, and in 2010/11 was characterized by the predominance of rainfall in sufficient volume and well distributed, that provided excellent grain yields in both upland and lowlands. In the season 2011/12, the low rainfall in the months of December to early February was the main reason for the reduction of grain yield in most of the region 101, mainly in the uplands. There is an intention to increase the area cultivated with this species in the next harvest. .Key words: Glycine max, grain yield, cultivated area, report.

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Tabela 1. Variação da área cultivada de soja em solos arrozeiros na Região 101 nas safras 2010.11 e 2011.12. Fonte: Departamento de Assistência Técnica e Extensão Rural – DATER/IRGA.

Região Área cultivada (hectares) Variação (%)

Safra 2010.11 Safra 2011.12

Fonteira Oeste 4000 3393 -15,2 Campanha 30029 98000 226 Depressão Central 10351 31466 204 Planície Costeira Interna 13192 28682 117 Planície Costeira Externa 1310 2360 80 Zona Sul 7586 19394 156

TOTAL 66468 183295 176

Figura 1. Regiões orizícolas do Rio Grande do Sul: 1- Fronteira Oeste; 2- Campanha; 3- Depressão Central; 4- Planície Costeira Interna; 5- Planície Costeira Externa; 6- Zona Sul.

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Relatório Técnico da Safra 2010/11 e 2011/12 “Microrregião Sojícola 102 - MR 102”

C. Steckling1

1

CCGL TECNOLOGIA, RS 342, km 149, 98005-970, Cruz Alta, RS. E-mail: [email protected]

Resumo: A maioria das propriedades agrícolas do sul do Brasil tem uma grande dependência da cultura da soja, e esta como todas as culturas agrícolas, tem seu desempenho condicionado às condições climáticas. O presente trabalho tem por objetivo fazer o relato do desempenho da cultura da soja nas safras 2010/11 e 2011/12 para a microrregião sojícola 102 (MR-102). Para a coleta de dados, se utilizou de duas metodologias distintas: questionário dirigido aos departamentos técnicos das cooperativas da respectiva microrregião sojícola; e, levantamento de informações junto ao órgão estadual de extensão rural (EMATER – RS). Houve grande similaridade nas informações coletadas nos dois métodos. A microrregião 102 representa 3,63 milhões de hectares, ocupando hoje 67% por lavouras de soja do RS, 70% das áreas de SC e 15% das lavouras do estado do PR. As duas safras tiveram condições climáticas bem distintas, enquanto na safra 2010/11 as chuvas foram abundantes e bem distribuídas, na safra 2011/12 as chuvas foram de baixo volume e mal distribuídas. Na safra 2010/11 a média de rendimento foi de 3.004 kg ha-1, já na safra 2011/12 o rendimento médio foi de 1.385 kg ha-1, com muitas lavouras da região noroeste do RS até sem ser colhidas. A perda de rendimento atribuída principalmente ao stress hídrico na safra 2010/11 para 2011/12 foi na ordem de 54%. Palavras-chave: Glycine max, Rendimento, MR 102.

INTRODUÇÃO

A cultura da soja se destacado na economia da região sul do Brasil e como todas as culturas agrícolas, a soja tem seu desempenho condicionado ás condições climáticas. Compreender os acontecimentos e causas que determinam os rendimentos agrícolas é fator importante na predição e planejamento de ações para melhorar os ganhos na atividade agrícola. Da mesma forma, isolar ou fragmentar regiões agrícolas podem ajudar a entender suas particularidades climáticas, e para tanto, o Brasil foi mapeado e fragmentado em macro e microrregiões sojícolas (Kaster, 2002). Ferramenta muito útil aos programas de melhoramento e também aos órgãos oficiais de regulamentação de crédito, como é o caso do critério já adotado pelo Registro Nacional de Cultivares (RNC) e pelo zoneamento agrícola para a safra 2012/13.

MATERIAL E MÉTODOS

Para coleta de dados, se utilizou duas metodologias distintas: Questionário dirigido

aos departamentos técnicos da cooperativas da respectiva microrregião sojícola; e, levantamento de informações junto ao órgão estadual de extensão rural (EMATER – RS). O questionário solicitava informações relativas ás safras 2010/11 e 2011/12 como segue: área ocupada com a cultura da soja, rendimento máximo, médio e mínimo obtido, pragas, doenças, e plantas daninhas mais problemáticas, medidas corretivas utilizadas, manejo adotado nas lavouras, também deixava espaço para as demanda de pesquisa por parte dos técnicos de campo. No site da EMATER-RS se obteve resultados de rendimento e área ocupada com a cultura da soja. Consideramos os dados relativos às regionais de: Santa Rosa, Ijuí, Passo Fundo e Erechim como pertencentes á MR 102.

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

Apesar de alguns municípios citados pelo RNC/MAPA (Registro Nacional de Cultivares do Ministério da Agricultura e Pecuária) como sendo da MR 102 não estarem contemplados nas regionais consideradas, e vice versa, a alta correlação das informações levantadas com os dados obtidos do questionário enviado aos DETEC das cooperativas, nos permite afirmar que as regionais da EMATER-RS de Santa Rosa, Ijuí, Passo Fundo e Erechim são representativos da MR 102 definida pelo RNC/MAPA.

A MR 102 representa aproximadamente 3,63 milhões de hectares de soja. Sendo 67% da área ocupada pela cultura no estado do RS, 70% do estado de SC e 15% do PR (Figura 1.a). No RS, são 2,802 milhões de ha na safra 2010/11 e 2,773 na safra 2011/12, uma redução de 1,1% (Figura 1.b). Provavelmente área que cambiou para a cultura do milho.

Conforme os dados oficiais da EMATER-RS, o rendimento médio foi de 3004 kg.ha-1 na safra 2010/11 e 1385 kg ha-1 na safra 2011/12, uma redução de 54% no rendimento de grãos(Figura 1.c). Dos dados obtidos junto aos DETEC, o rendimento foi respectivamente 3.198 kg ha-1 e 1.380 kg ha-1 para as safras 2010/11 e 2011/12, uma redução de 57% no rendimento de grãos. A redução de rendimento é explicado pelas chuvas, que na safra 2011/12 ficaram bem abaixo da demanda das plantas (Figura 1.d).

Na safra 2010/11 as principais pragas destacadas pelos DETEC foram às lagartas da soja seguida pelo complexo de percevejos. Já com relação às doenças, a ferrugem asiática foi a principal.

Na safra 2011/12, a principais pragas foram os trips seguido pelos ácaros e percevejos. Nas doenças, o oídio foi unanimidade.

Com relação ao uso de cultivares, se verificou que mais de 60% dos cultivares em uso são de GM inferior a 6,0 (Figura 1.e). Com tendência de aumento de uso de cultivares de GM mais curto em regiões de maior altitude.

Conforme expectativa dos DETEC haverá um aumento de área destinada a cultura da soja na MR 102 da ordem de 5%. Área que deverá cambiar do milho para a soja, devido ao custo elevado da lavoura de milho na próxima safra.

Como demanda de pesquisa foram destacados: Uso de gesso agrícola, controle de trips e ácaros, controle de lagartas, controle de doenças radiculares, cultivares resistentes a seca, arranjo de plantas, e uso de fitoreguladores (Figura 1.f).

CONCLUSÕES

A MR 102 corresponde a uma área de 3,6 milhões de hectares, no RS são 2,8

milhões de hectares ou 67% da área de soja do estado. A distribuição e o volume pluviométrico são as principais causas da alternância de rendimento de grãos na cultura da soja nas safras 2010/11 e 2011/12.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

KASTER, M.; FARIAS, J.R.B. Regionalização dos testes de Valor de Cultivo e Uso e da indicação de cultivares de soja. In: REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO CENTRAL DO BRASIL, 24. 2002, São Pedro, SP). Resumos ... Londrina: Embrapa Soja, p. 97-98. Summary: The majority of farms in southern Brazil has a large dependence of the soybean crop, and this like all crops, their performance is conditioned by climatic conditions. The present work aims to make the reporting of performance of the soybean crop in 2010/11 and 2011/12 to 102 micro sojícola (MR-102). For data collection, we used two different methodologies: a questionnaire directed to the technical departments of the respective cooperatives, and information gathering by the state organ of extension (EMATER - RS). A great similarity in the information collected in the two methods. The MR 102 is 3.63 million

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hectares, covering 67% of today's soy crops RS, 70% of the areas of SC and 15% of the crops of the state of PR. The two crops were very different climatic conditions, while in 2010/11 harvest rains were abundant and well distributed in 2011/12 harvest rainfall was low volume and poorly distributed. In the season 2010/11 the average yield was 3.004 kg ha-1, since the season 2011/12 the average yield was 1.385 kg ha-1, with many crops in northwestern RS without being picked up. Loss of productivity attributed mainly to water stress in 2010/11 crop for 2011/12 was around 54%. Key words: Glycine max, productivity, MR 102.

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Figura 1. a) Localização da MR 102 na região sul do Br. b) Área plantada do RS relativo à MR 102. c) Rendimento de grãos nas safras 2010/11 e 2011/12 na MR 102 do RS. d) Precipitações ocorridas de outubro a março das safras 2010/11 e 2011/12. e) Percentual de uso de cultivares por Grupo de Maturidade por cooperativa. f) Demanda de pesquisa levantada pelas cooperativas.

a)

MR 102

67% RS = 2.773 mil ha70% SC = 230 mil ha 15% PR = 630 mil ha

3,633 milhões ha

b)

642.740

964.390 836.755

359.025

2.802.910

647.818

952.914 824.455

347.752

2.772.939

-

500.000

1.000.000

1.500.000

2.000.000

2.500.000

3.000.000

Santa Rosa Ijuí Passo Fundo

Erechim Soma

Área Plantada (há)

safra 2010/11

safra 2011/12

Dados da EMATER

c)

Dados da EMATER

3.004

1.385

-

500

1.000

1.500

2.000

2.500

3.000

3.500

4.000

4.500

Santa Rosa Ijuí Passo Fundo

Erechim Média

Rendimento (kg ha-1)

safra 2010/11

safra 2011/12

d)

0

50

100

150

200

250

300

350

Out Nov Dez Jan Fev Mar

mm

Precipitação ocorrida em Cruz Alta

safra 2010/11

safra 2011/12

Necessidade

e)

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

GM < 6 GM > 6 GM < 6 GM > 6

safra 2010/11 safra 2011/12

Cultivares em uso por GM (em %)

Coopatrigo

Coopermil

Cotripal

Coagril

Cotrijal

Dados DETEC Cooperativas

f)

Sugestões de Pesquisa:

1.Uso de Gesso Agrícola;

2.Controle de Trips e Ácaro;

3.Controle de Lagartas;

4.Controle e Manejo de doenças radiculares;

5.Cultivares Resistentes a Seca;

6.Arranjo de plantas;

7.Uso de fitoreguladores;

Dados DETEC Cooperativas

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V - ATAS DAS COMISSÕES TÉCNICAS

1. COMISSÃO DE GENÉTICA, MELHORAMENTO E TECNOLOGIA DE

SEMENTES A Comissão de Genética, Melhoramento e Tecnologia de Sementes, tendo como coordenador o Eng. Agr. Paulo Fernando Bertagnolli (Embrapa Trigo) e relator, Gilmar José Berlanda (Embrapa Trigo), reuniu-se no dia 25 de julho de 2012, nas dependências da Embrapa Trigo, em Passo Fundo, RS, contando com a presença dos seguintes participantes: 1.1 PARTICIPANTES 1.1.1 Representantes credenciados titulares Ana Claudia Barneche de Oliveira – Embrapa Clima Temperado Antonio Moacir Muccini – EMATER RS Cleiton Steckling – CCGL TECNOLOGIA Dorival Vicente – COODETEC – Coop. Central de Pesquisa Agrícola José Ubirajara Vieira Moreira – Embrapa Soja Liege Camargo da Costa - Fepagro Paulo Fernando Bertagnolli – Embrapa Trigo 1.1.2 Representantes credenciados suplentes Francisco de Jesus Vernetti Junior – Embrapa Clima Temperado Glenio B. Kissmam – EMATER/RS Mercedes Concórdia Carrão-Panizzi – Embrapa Trigo Teresinha Roversi – CCGL TECNOLOGIA 1.1.3 Demais participante Adelio Farinella da Silva – Embrapa Trigo Alex Leal de Oliveira – UFPel Alberto Bohn - UFPel Aparecido da Silva Junior – Embrapa Trigo Cassia Carine Cord – IFRS Campus Ibirubá Carlos Abreu – Syngenta Claudia Lange - IRGA Daniel Schardong Gobbi – SOYTECH SEEDS Danielli Olsen - UFPel Darci A. Kruger - COTRIJUI Erineo Vedana – Embrapa Produtos e Mercado Edson Chambó Ruiz Junior – Brasmax Genética Emidio Rizzo Bonato - autônomo Gilmar José Berlanda – Embrapa Trigo Gláucio Giovani Segala – IDEAU Getúlio Vargas Gabriel Pavanatto Sanmartim – Granol Fud. Com. Exp. SA. Guilherme Colussi – DonMario Sementes Joice Aline Freiberg – IFRS Campus Ibirubá João Inar Mello – Agropecuária São João Joel Brollo – DonMario Sementes Junior Edson Colla – Embrapa Trigo Leo José Goi - COTRIJUÍ Luiz Fernando Alliprandini – Monsoy Ltda. Luiz Eichelberger – Embrapa Trigo Ricardo Guilherme Matzenbacher – FT Sementes RS Rodrigo Sassi – Monsoy Ltda Sergio Rubin – Agropecuária Plátanos

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Mário Luis de Oliveira – Monsoy Ltda. Marciabela Corrêa - UFPel Marcus A. Costa- Syngenta Marco Aurélio Azzolin - autônomo Nizio Fernando Giasson – DONMARIO Sementes Osmair Mendonça – TMG Renato Lopes Crizel – TMG Romeu Afonso de Souza Kiihl- TMG Romeu Cesar Deon – EMATER/RS Thiago Reimers – DonMario Sementes Vanderli Reinehr – Embrapa Trigo Victor Gregório Rodrigues Nadal – UEPG Victor Sommer – Fundação Pró-Sementes Vilson Benz – Colégio Politécnico da UFSM 1.2 TRABALHOS APRESENTADOS Melhoramento de soja na Embrapa Trigo. Paulo F. Bertagnolli - Embrapa Trigo. Ensaio de competição de cultivares tolerantes ao glifosato da Rede Soja Sul de pesquisa, na safra agrícola 2011/12. Paulo F. Bertagnolli - Embrapa Trigo. Programa de melhoramento de soja da CCGL TEC. Cleiton Steckling - CCGL TEC. Cultivar de soja – TEC 5721IPRO. Cleiton Steckling - CCGL TEC. Cultivar de soja – TEC 5833IPRO. Cleiton Steckling - CCGL TEC. Cultivar de soja – TEC 5936IPRO. Cleiton Steckling - CCGL TEC. Cultivar de soja – TEC 7849IPRO. Cleiton Steckling - CCGL TEC. Cultivar de soja – FUNDACEP 66RR. Cleiton Steckling - CCGL TEC. Programa de melhoramento de soja do Grupo DonMario. Nizio F. Giasson – DonMario Sementes. Cultivar de soja - BMX Veloz RR (5053 SRF ). Nizio F. Giasson – DonMario Sementes. Cultivar de soja - BMX Alvo RR (DM 5.9i ). Nizio F. Giasson – DonMario Sementes. Cultivar de soja - BMX Tornado RR (6863 SRF ). Nizio F. Giasson – DonMario Sementes. Programa de melhoramento de soja da COODETEC. Dorival Vicente – Coodetec. Cultivares de soja – CD 2585 RR, CD 2630 RR e CD 2737 RR. Dorival Vicente – Coodetec. Programa de melhoramento de soja da Fepagro. Sergio A. L. Rubin e Liege C. da Costa – Fepagro. Programa de melhoramento de soja da FT Sementes. Ricardo G. Matzenbacher – FT Sementes. Cultivar de soja - FTS Ibyara RR. Ricardo G. Matzenbacher – FT Sementes. Cultivar de soja – BRS 360 RR. José Ubirajara Vieira Moreira – Embrapa Soja. Fungicidas para controle de doenças na cultura da soja e qualidade fisiológica das sementes produzidas. Cassia Carine Cord - IFRS – Campus de Ibirubá. Efeitos da profundidade de semeadura de dois tamanhos de sementes na emergência da cultura da soja. Joice Aline Freiberg - IFRS – Campus de Ibirubá. Avaliação de linhagens de soja em ensaio final de primeiro ano em áreas de arroz, safra 2011/2012. Ana Cláudia B. Oliveira - Embrapa Clima Temperado.

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Avaliação de Genótipos de Soja Submetidos ao Encharcamento de Solo, safra 2011/2012. Ana Cláudia B. Oliveira - Embrapa Clima Temperado. Avaliação de cultivares de soja RR GM 5, da Rede Soja Sul de Pesquisa, irrigadas por aspersão em Bagé. Francisco de Jesus Vernetti Junior - Embrapa Clima Temperado. Avaliação de cultivares de soja RR GM 5, da Rede Soja Sul de Pesquisa, irrigadas por aspersão em Capao do Leão. Francisco de Jesus Vernetti Junior - Embrapa Clima Temperado. Francisco de Jesus Vernetti Junior - Embrapa Clima Temperado. Avaliação de cultivares de soja RR GM 6 e 7 da Rede Soja Sul de Pesquisa em Jaguarão. Francisco de Jesus Vernetti Junior - Embrapa Clima Temperado. Avaliação de cultivares de soja RR GM 6 e 7 da Rede Soja Sul de Pesquisa em Bagé. Francisco de Jesus Vernetti Junior - Embrapa Clima Temperado. Avaliação de cultivares de soja RR GM 6 da Rede Soja Sul de Pesquisa, irrigadas por aspersão em Bagé. Francisco de Jesus Vernetti Junior - Embrapa Clima Temperado. Sementes de soja recobertas com calcário dolomítico e caulim. Alex Leal de Oliveira - Universidade Federal de Pelotas – UFPel. Características morfológicas de cultivares de soja submetidas a alagamentos em estádio de crescimento vegetativo. Marciabela F. Corrêa - Universidade Federal de Pelotas – UFPEL. Efeitos fisiológicos de inseticidas, fungicidas e nematicidas sobre parâmetros morfológicos da soja. Alberto Bohn - Universidade Federal de Pelotas – UFPEL. Avaliação da reação de cultivares comerciais de soja ao excesso hídrico, safra 2011/2012. Cláudia E. Lange – IRGA. 1.2.1 TRABALHO DESTAQUE Como trabalho destaque desta comissão, foi escolhido: - Avaliação da reação de cultivares comerciais de soja ao excesso hídrico, safra 2011/2012. Cláudia E. Lange – IRGA. 1.3 INDICAÇÃO DE CULTIVARES NOVAS (LANÇAMENTOS) E ABRANGÊNCIA GEOGRÁFICA 1.3.1 Cultivares novas Embrapa Soja BRS 360 RR – Macrorregião sojícola 1 (regiões edafoclimáticas 102 e 103). Sementes DonMario BMX Tornado RR (6863 SRF) – Macrorregião sojícola 1. BMX Veloz RR (5053 SRF) – Macrorregião sojícola 1 (para o leste das regiões edafoclimáticas 102 e 103). BMX Alvo RR (DM 5.9i) – Macrorregião sojícola 1 (para o leste das regiões edafoclimáticas 102 e 103). Sementes Agropastoril AMS Tibagi RR – Macrorregião sojícola 1 (para o leste das regiões edafoclimáticas 102 e 103). COODETEC CD 2585 RR – Macrorregião sojícola 1. CD 2630 RR – Macrorregião sojícola 1. CD 2737 RR – Macrorregião sojícola 1.

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FT Sementes RS FTS Ibyara RR – Macrorregião sojícola 1. CCGL TEC TEC 5721IPRO – Macrorregião sojícola 1. TEC 5833IPRO – Macrorregião sojícola 1. TEC 5936IPRO – Macrorregião sojícola 1. TEC 7849IPRO – Macrorregião sojícola 1. FUNDACEP 66RR – Macrorregião sojícola 1. 1.4 ATUALIZAÇÃO DAS INDICAÇÕES TÉCNICAS Incluir no Boletim de Indicações as seguintes cultivares: BRS 360RR BMX Tornado RR (6863 SRF) BMX Veloz RR (5053 SRF) BMX Alvo RR (DM 5.9i) AMS Tibagi RR CD 2585RR CD 2630RR CD 2737RR TEC 5721IPRO TEC 5833IPRO TEC 5936IPRO TEC 7849IPRO FUNDACEP 66RR FTS Ibyara RR 1.5 NECESSIDADES E PRIORIDADES DE PESQUISA Não houve. 1.6 PROPOSIÇÕES APRESENTADAS Não houve. 1.7 ASSUNTOS GERAIS Não houve.

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Resumos

Melhoramento de Soja na Embrapa Trigo

P.F. Bertagnolli1, M.L. Strieder1, M.C.Carrão- Panizzi1, L.M. Costamilan1

1Embrapa Trigo, BR 285, km 294, Caixa Postal 451, 99001-970 Passo Fundo, RS. E-mail:

[email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]

Resumo: A Embrapa Trigo, em parceria com a Embrapa Soja, realiza pesquisas com soja convencional e transgênica, buscando disponibilizar ao agricultor tecnologias inovadoras, com a indicação de novas cultivares de soja para a Macrorregião Sojícola 1. A Embrapa Trigo trabalha com linhagens convencionais e com genes de tolerância ao glifosato, a herbicidas do grupo das imidazolinonas e resistência a lagartas. A metodologia utilizada inicia com o planejamento e execução dos cruzamentos e a condução da geração F1 em casa de vegetação, em Londrina, PR. A geração F2 é conduzida em condições de campo durante o verão em Londrina, PR, e a geração F3, também a campo, é conduzida no inverno, no Brasil Central. Plantas individuais, que originarão as progênies, são selecionadas na geração F4, na área experimental da Embrapa Trigo em Passo Fundo, RS. Na formação de linhagens, procura-se aquelas com resistência a doenças, em especial à podridão radicular de fitóftora (Phytophthora sojae), cancro da haste (Diaporthe phaseolorum var. meridionalis), podridão parda da haste (Cadophora gregata), mancha olho-de-rã (Cercospora sojina) e pústula bacteriana (Xanthomonas axonopodis pv. glycines). Para a condução dos ensaios de rendimento de grãos, com vistas ao lançamento comercial, utiliza-se a estrutura da Embrapa Trigo e de parceria com instituições como a CCGL TEC, a Fepagro e a Embrapa Clima Temperado.

Palavras chave: melhoramento, linhagem, população, progênie, seleção.

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 33

Ensaio de Competição de Cultivares Tolerantes ao Glifosato da Rede Soja Sul de Pesquisa, na Safra Agrícola 2011/12

P.F. Bertagnolli1, M.L. Strieder1, L.M. Costamilan1, R.L. de Castro1 , F.J.Vernetti Junior2, C. Steckling3, T. Roversi3, S.A.L. Rubin4, L. Costa4, M.A.R. Oliveira5, D. Vicente5, A.J. Kurek6,

I. Hartwig6, N.F. Giasson7, G. Matei7, N.P. Bagatini8

1 Embrapa Trigo, Caixa Postal 451, 99001-970 Passo Fundo, RS. E-mail: [email protected];

2 Embrapa

Clima Temperado, Caixa Postal 403, 96001-970 Pelotas, RS;3 CCGL TEC, Caixa Postal 10, 98100-970 Cruz

Alta, RS;4 Fepagro, Caixa Postal, 03, 98130-000 Júlio de Castilhos, RS;

5 Coodetec, Caixa Postal 301, 85813-

450 Cascavel, PR;6 Syngenta Seeds Ltda, Rua Paraná, 1241, Centro, 85812-010, Cascavel, PR;

7 DonMario

Brasmax, Rua Álvares Cabral, 340, 99050-070 Passo Fundo, RS;8 Nidera, Rua Arlindo Porto, 439, 38700-222

Patos de Minas, MG

Resumo: A Rede Soja Sul de Pesquisa, composta por Don Mario Brasmax, Coodetec, CCGL TEC, Embrapa Trigo, Embrapa Clima Temperado, Fepagro, FT Sementes, Nidera Sementes, Syngenta Seeds e TMG, desenvolve avaliações comparativas de cultivares geradas por estas instituições, indicadas para a Macrorregião Sojícola 1. Na safra 2011/12 foram avaliadas 55 cultivares em três ensaios, sendo 15 genótipos no ensaio de grupo de maturidade relativo (GMR) 5, 26 no GMR 6 e 14 no GMR 7. Os ensaios foram conduzidos nas quatro regiões edafoclimáticas (REC) da Macrorregião Sojícola 1. Na REC 104, em áreas altas a leste do Estado do Rio Grande do Sul, foram implantados os ensaios dos GMR 5 e 6. No centro-norte do RS, localiza-se a REC 103, onde foram semeados todos os ensaios. A oeste e no sul do estado, nas regiões com terras baixas, foram implantados os ensaios dos GMR 6 e 7. Os ensaios foram organizados em blocos ao acaso, com três repetições, em parcelas de área total de 10,0 m2 e útil de 4,0 m2, com quatro fileiras espaçadas em 0,5 m. Os ensaios da REC 101 e 102 foram desconsiderados devido à ocorrência de forte estiagem. O ensaio do GMR 5 foi instalado em quatro locais na REC 103 e em três locais na REC 104. Na REC 103, com rendimento 10% acima da média, destacaram-se BMX Ativa RR, BMX Turbo RR, SYN 1059 RR, SYN 1157 RR e SYN 1158 RR. Na REC 104, com rendimento 5% acima da média, destacaram-se BMX Ativa RR, BMX Turbo RR, BMX Apolo RR, SYN 1059 RR e SYN 1152 RR. O ensaio do GMR 6 foi instalado em cinco locais na REC 103 e em três locais na REC 104. Na REC 103, com rendimento 5% acima da média, destacaram-se A 6411 RR, BMX Magna RR, Fundacep 65 RR, NA 5909 RR e SYN 1163 RR. Na REC 104, com rendimento 10% acima da média, destacaram-se A 6411 RR, FTS Ipê RR e NA 5909 RR. O ensaio do GMR 7 foi instalado em quatro locais na REC 103. Com rendimento 10% acima da média, destacou-se BRS 246 RR.

Palavras chave: adaptação, produtividade, experimentação, grupos de maturidade.

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BRS 360RR: Nova Cultivar de Soja

G.E. de S. Carneiro1; A.E. Pípolo1; W.P. Dias1; R.M. Soares1; A.M.R. Almeida1; F.B.

Gomide2; C.A.A. Arias1; M. Kaster1; M.F. Oliveira1; J.U.V. Moreira1; R.V. Abdelnoor1; R.L. Brogin1; M.C. Carrão-Panizzi5; L.C. Miranda3; M.R. Petek3; D. Lima1; C.L. de Melo4; V. Fronza1; O.L. Melo Filho1; M.J.Z. Pereira1; R.K. Zito1; P.F. Bertagnolli5, C.T. Moreira6; S.P.da Silva Neto6, P.M.da Silva1; M.R.O. Teixeira4; E. Maranho4; L.M. Costamilan5

1Embrapa Soja, Caixa Postal 231, CEP 86001-970, Londrina, PR, [email protected];

2Fundação

Meridional de Apoio à Pesquisa Agropecuária; 3Embrapa Produtos e Mercado;

4Embrapa Agropecuária-

Oeste; 5Embrapa Trigo;

6Embrapa Cerrados

Resumo: A cultivar BRS 360RR foi desenvolvida pela Embrapa Soja em parceria com a Fundação Meridional de Apoio à Pesquisa Agropecuária e testada em Avaliação Final nas safras 2009/10 a 2010/11. Os ensaios foram instalados em blocos casualizados, com quatro repetições. Cada parcela foi constituída de quatro fileiras de 5,0 m de comprimento, espaçadas de 0,5 m, com área útil de 4,00 m2. A densidade de semeadura foi de 15 sementes aptas/metro linear.

Esta cultivar é do tipo de crescimento indeterminado, pertence ao grupo de maturidade 6.2 – precoce (ciclo de 104 a 129 dias) e possui pubescência cinza, flor branca e vagem cinza clara. Apresenta altura entre 102 e 122 cm e moderada resistência ao acamamento (entre 1,2 e 3,0). O tegumento da semente é de cor amarela, com brilho de intensidade baixa, o hilo é marrom claro, reação à peroxidase é positiva e o peso de 100 sementes é de 14,3 a 17,8 g (Tabela 1). Ela apresenta resistência a cancro da haste, podridão parda da haste, podridão radicular de fitóftora e mosaico comum da soja; possui moderada resistência a mancha “olho-de-rã”, oídio e nematoide de galhas Meloidogyne incognita; apresenta ainda tolerância ao vírus da necrose da haste. Também, é tolerante ao herbicida glifosato.

Os resultados obtidos com a BRS 360RR (Tabela 2) revelam sua ampla adaptação geográfica, sendo indicada para cultivo nas Regiões Edafoclimáticas REC 102 (meio-oeste de Santa Catarina e sudoeste do Paraná), REC 103 (centro-sul do Paraná e sul de São Paulo), REC 201 (oeste e norte do Paraná e médio Paranapanema em São Paulo), REC 202 (noroeste do Paraná, sudoeste de São Paulo e sul de Mato Grosso do Sul) e REC 204 (centro-sul e sudoeste de Mato Grosso do Sul).

As regiões preferenciais para a produção de sementes desta cultivar são as RECs 102 e 103, de maior altitude, enquanto que, para a produção comercial de grãos, a adaptabilidade maior é nas RECs 201, 202 e 204, cuja altitude é menor que 600 m.

Por apresentar bom porte em semeadura de início de outubro e em virtude da sua precocidade, esta cultivar apropria-se à sucessão do milho de segunda safra (safrinha), mantendo altos rendimentos em semeaduras até meados de novembro. A população indicada, em semeadura de 0,45 m entre sulcos, é de 12 a 14 sementes aptas por metro linear (270 a 310 mil plantas/ha) nas RECs 201 e 204 e de 14 a 16 sementes/m (310 a 350 mil plantas/ha) na REC 202 (arenito). Palavras chave: Melhoramento genético, variedade, tolerância, glifosato, milho safrinha.

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Tabela 1. Ciclo, altura de planta, grau de acamamento e peso de 100 sementes da cv. BRS 360RR nas safras 2009/10 e 2010/11, nas Macrorregiões Sojícolas 1 e 2 (MRS) e respectivas Regiões Edafoclimáticas (REC), compreendendo os estados de Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul. Embrapa Soja - Londrina, PR. 2012.

MRS/REC 1 – ESTADO (Nº Ambientes) 2

Ciclo (dias)

Altura de planta (cm)

Acamamento (1-5)

Peso de 100 sementes (g)

REC 102 – SC (2) 129 120 2,8 17,8

– PR (2) 122 110 3,0 15,0

REC 103 – PR (4) 120 102 1,2 16,2

– SP (2) 119 122 1,5 17,5

Média MRS 1 (10) 122 114 2,1 16,6

REC 201 – PR (9) 117 113 1,9 15,3

REC 202 – PR (4) 110 109 2,0 15,7

– MS (2) 110 109 1,5 15,5

REC 204 – MS (6) 104 102 2,0 14,3

Média MRS 2 (21) 111 108 1,8 15,2

1 MRS/REC - Macrorregião Sojícola e Região Edafoclimática, cf. KASTER, M. & FARIAS, J.R.B.

Regionalização dos testes de Valor de Cultivo e Uso e da indicação de cultivares de soja - 3ª Aproximação. Documentos, 330. Embrapa Soja - Londrina, PR. 2012. 72p.

2 Nº de ambientes de teste (locais x anos) em cada estado, por REC.

Tabela 2. Rendimento de grãos (kg/ha) da cv. BRS 360RR e das testemunhas Don Mário 7.0i e NK 7059RR nas safras 2009/10 e 2010/11, nas Macrorregiões Sojícolas 1 e 2 (MRS) e respectivas Regiões Edafoclimáticas (REC), compreendendo os estados de Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul. Embrapa Soja - Londrina, PR. 2012.

MRS/REC – ESTADO (Nº Ambientes)

BRS 360RR

Testemunhas

Don Mario 7.0i

NK 7059RR Média

REC 102 – SC (2) 4.896 4.970 4.682

– PR (2) 3.217 3.734 3.470

REC 103 – PR (4) 3.464 3.553 3.303

– SP (2) 3.970 3.890 3.948

Média MRS 1 (10) 3.803 3.966 3.741 3.854

REC 201 – PR (9) 3.966 3.939 4.144

REC 202 – PR (4) 4.073 3.736 3.737

– MS (2) 3.936 4.006 3.947

REC 204 – MS (6) 3.879 3.668 3.867

Média MRS 2 (21) 3.959 3.829 3.969 3.898

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Fungicida para o Controle de Doenças na Cultura da Soja e Qualidade Fisiológica das Sementes Produzidas

C.C.Cord, D.Eickstedt¹, M.M.Santos¹, R.Güntzel¹ M.P. Ludwig1, E. Girotto1, R.A. Fiorin2

1

Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia Rio Grande do Sul Campus Ibirubá Rua Nelsi Ribas Fritsch, 1111 | Bairro Esperança | CEP: 98200-000 | Ibirubá/RS RS. E-mail:, [email protected] , [email protected], [email protected] , [email protected];

2 Universidade Federal de Santa Maria, CCR, [email protected]

Resumo: A aplicação de fungicidas é uma técnica conhecida para o controle de

doenças, no entanto poucos trabalhos relacionam a aplicação dos fungicidas com a qualidade de sementes produzidas. Assim o objetivo do presente trabalho foi de avaliar a produção e a qualidade fisiológica das sementes da cultura da soja produzida com aplicação de diferentes fungicidas. O experimento foi conduzido a campo no município de Tapera na safra 2011/12, e os testes laboratoriais foram realizados no Laboratório Didático e de Pesquisa em Sementes e Grãos do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia Câmpus de Ibirubá. Os testes realizados para avaliação da qualidade fisiológica foram germinação e vigor (primeira contagem e envelhecimento acelerado). A produtividade foi afetada positivamente com o uso dos fungicidas já a qualidade fisiológica das sementes não, com o uso de fungicidas durante o ciclo produtivo da cultura da soja. Palavras-chave: Glycine max, doença, relato.

INTRODUÇÃO

O nível de impacto sobre a produtividade agrícola e o lucro obtido pelo uso de

novas cultivares, está estreitamente relacionadas com a qualidade da semente colocada à disposição do agricultor (Vieira e Rava, 2000). Está qualidade das sementes tem sido atribuída a sua pureza física, elevado potencial genético, alta germinação e vigor, ausência de danos mecânicos, boa sanidade e uniformidade de tamanho. A aplicação de fungicidas é uma técnica conhecida para o controle de doenças nas culturas e muito eficiente (Almeida et al., 2009). Sabe-se que o uso de fungicida resulta em melhoria da qualidade das sementes em comparação com áreas não tratadas. Isso porque, muitos patógenos são transmitidos pelas sementes e desempenham um importante papel na epidemiologia das doenças (Tanaka et al., 2008). Além disso, doenças fúngicas na cultura da soja são responsáveis pela redução da produtividade, além de aumentar o custo de produção da cultura, em virtude da necessidade de aplicação de fungicidas para o seu controle.

As doenças de final de ciclo (DFC) podem provocar perdas superiores a 20% na produção de grãos. Entre as principais medidas de controle das doenças está o uso de sementes sadias, o tratamento de sementes, a incorporação dos restos culturais, a aplicação de fungicidas entre o florescimento e o enchimento de grãos e a rotação com espécies não suscetíveis (Embrapa, 1999a).

O trabalho teve por objetivo avaliar a produção e a qualidade fisiológica das sementes da cultura da soja produzidas com a aplicação de diferentes fungicidas para o controle de doenças foliares durante seu ciclo produtivo.

MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho de campo foi conduzido no município de Tapera na safra 2011/12, com a

cultivar BMX Potencia, sob sistema de semeadura direta com espaçamento entre linhas de 0,45m. O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso com quatro repetições e parcelas constituídas por 6 linhas com 6m de comprimento. Os tratamentos aplicados foram:

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1 – Testemunha (sem aplicação de fungicidas) 2 - Azoxistrobin + Cyproconazole + Hidrocarboneto 3 - Azoxistrobin+ Cyproconazole+ Hidrocarboneto+ Tebuconazole 4 - Azoxystrobin+ Tebuconazole+ Hidrocarboneto 5 - Pyraclos. & Epoxicon 6 - Picoxyst & Cyproc+ Hidrocarboneto 7 - Picoxystrobin+ Tebuconazole+ Hidrocarboneto 8 - Trifloxy & Protioconazole+ OMS

Após a colheita as amostras forma levadas para o Laboratório Didático e de Pesquisa em Sementes e Grãos do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, Câmpus Ibirubá. Para avaliação da qualidade fisiológica das sementes. Os testes realizados foram germinação, primeira contagem da germinação e envelhecimento acelerado.

Teste de germinação: realizado segundo as Regras para Análise de Sementes - RAS (Brasil, 2009), por meio da semeadura de 200 sementes por tratamento, divididas em quatro repetições de 50 sementes, em rolo de papel toalha germitest umedecido com água. Os rolos ficaram no germinador à temperatura de 25ºC por oito dias, quando foi realizado a avaliação. Os resultados serão expressos em porcentagem de plântulas normais.

Testes de vigor: Primeira contagem: realizada conjuntamente ao teste de germinação, foram a contagem das plântulas normais executada aos cinco dias após inicio do teste. Os resultados foram expressos em porcentagem de plântulas.

Envelhecimento acelerado: foram analisadas 200 sementes, divididas em quatro repetições de 50 sementes, utilizando o método de gerbox adaptado. As sementes foram espalhadas em camada única sobre uma tela suspensa dentro de caixas de gerbox, contendo 40 ml de água. Posteriormente essas caixas permaneceram em câmara BOD, a 41ºC por 48h. Após este período, as sementes foram colocadas para germinar conforme metodologia descrita para o teste de germinação (Brasil, 2009), porém com avaliação aos cinco dias após a semeadura. Nas avaliações foram computadas apenas as plântulas normais.

Os dados foram submetidos à análise da variância e teste de hipóteses para verificar a significância com auxílio de programas estatísticos. A média foi determinada pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

RESULTADOS E DISCUSÃO

Não se observou diferenças entre os tratamentos com aplicação de fungicidas (Tabela 1). Esses resultados podem ser atribuídos em grande parte ao déficit hídrico que a cultura sofreu durante seu ciclo vegetativo, o que reduziu drasticamente a produção de todos os tratamentos. O déficit hídrico também pode ter afetado a incidência de doenças fúngicas na cultura. Contudo, o tratamento testemunha apresentou a menor produtividade. Além disso, apresentou maior número de sementes danificadas e com ataque de doenças. Este menor valor da produtividade no tratamento testemunha pode estar relacionada ao maior descarte de sementes danificados, como se observa na tabela 1.

Com relação a fisiologia das sementes (Tabela 2) o melhor desempenho foi o tratamento Azoxistrobin + Cyproconazole + Hidrocarboneto + Tebuconazole, da primeira contagem com maior porcentagem com 96%. Na germinação o mesmo tratamento obteve 98,7% e no envelhecimento acelerado 94,6%, porém não diferiu do tratamento testemunha. Por outro lado, o tratamento Azoxystrobin + Tebuconazole + Hidrocarboneto foi que apresentou os menores valores na primeira contagem da germinação e de envelhecimento. Contudo, este tratamento não diferiu do tratamento testemunha.

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Tabela 1. Produtividade de sementes de soja (kg/ha) e descarte (%) de oito tratamentos com fungicidas aplicados na cultura da soja na safra 2011/12 em Tapera, RS.

Tratamentos Produtividade, kg/ha

Descarte, %

Testemunha 1799 b 7,4 Azoxistrobin + Cyproconazole + Hidrocarboneto 2032 ab 4,9 Azoxistrobin+ Cyproconazole+ Hidrocarboneto+ Tebuconazole

2057 ab 2,9

Azoxystrobin+ Tebuconazole+ Hidrocarboneto 2035 ab 4,9 Pyraclos. & Epoxicon 2079 ab 5,9 Picoxyst & Cyproc+ Hidrocarboneto 2120 ab 4,0 Picoxystrobin+ Tebuconazole+ Hidrocarboneto 2290 a 3,5 Trifloxy & Protioconazole+ OMS 2365 a 3,6

Média 2097 C.V. 7,16 * Médias seguidas pela mesma letra não diferiram pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro.

Tabela 2. Primeira contagem % (PC), germinação %(G) envelhecimento acelerado % (EA) de oito tratamentos com fungicidas aplicados na cultura da soja na safra 2011/12 em Tapera, RS.

Tratamentos PC G EA

Testemunha 91,2 ab 97,2 ab 95,0 ab Azoxistrobin + Cyproconazole + Hidrocarboneto 90,0 b 94,5 b 90,0 b Azoxistrobin+ Cyproconazole+ Hidrocarboneto+ Tebuconazole

96,5 a 98,7 a 94,6 a

Azoxystrobin+ Tebuconazole+ Hidrocarboneto 94,6 ab 97,9 a 97,7 a Pyraclos. & Epoxicon 93,7 ab 96,6 ab 89,4 b Picoxyst & Cyproc+ Hidrocarboneto 93,7 ab 97,6 ab 90,6 b Picoxystrobin+ Tebuconazole+ Hidrocarboneto 90,0 b 95,9 ab 93,6 ab Trifloxy & Protioconazole+ OMS 92,9 ab 96,9 ab 89,9 b

Média 92,8 96,9 92,6 C.V. 2,84 1,4 3,44 * Médias seguidas pela mesma letra não diferiram pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro.

CONCLUSÕES

A produtividade foi afetada positivamente com o uso dos fungicidas já a qualidade fisiológica das sementes não, com o uso de fungicidas durante o ciclo produtivo da cultura da soja.

REFERENCIAS KRZYZANOWSKI, F.C.; FRANÇA-NETO, J.B.; COSTA, N.P. Efeito da classificação de sementes de soja por tamanho sobre sua qualidade e a precisão de semeadura. Revista Brasileira de Sementes, v.13, n.1, p.59-68, 1991. VIEIRA, E.H.N.; RAVA, C.A. Sementes de feijão: produção e tecnologia. 1. ed. Santo Antônio de Goiás: Embrapa Arroz e Feijão, 2000. p.29-34. LIMA, R.M. Efeito do tamanho das sementes sobre alguns atributos fisiológicos e agronômicos. Anuário Abrasem, Associação Brasileira dos Produtores de Sementes, p.39-43, 1996. ALMEIDA, A. DA S.; TILLMANN, M. Â. A.; VILLELA, F. A.; PINHO, M. DA S. Bioativador no desempenho fisiológico de sementes de cenoura. Revista Brasileira de Sementes, vol. 31, nº 3, p.087-095, 2009.

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 39

TANAKA, M.A.S; FREITAS, J.G.; MEDINA, P.F. Incidência de doenças fúngicas e sanidade de sementes de trigo sob diferentes doses de nitrogênio e aplicação de fungicida. Summa Phytopathologica, v.34, n.4, p.313-317, 2008. EMBRAPA. Recomendações técnicas para a cultura da soja no Paraná 1999/2000. Londrina: Embrapa Soja, 1999. (Embrapa Soja. Documentos, 131). BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Regras para análise de sementes.

Summary: The application of fungicides is a known technique for the control of diseases, yet few studies relate the application of fungicides with the quality of seeds produced. Thus the objective of this study was to evaluate the production and physiological quality of soybean seed produced with application of fungicides. The field experiment was conducted in the municipality of Tapera in 2011/12 harvest, and the laboratory tests were performed in Didactic Laboratory and Research Seeds and Grains Federal Institute of Science and Technology Education Campus of Ibirubá. Tests conducted to evaluate the physiological quality were germination and vigor (first count, accelerated aging). The productivity was positively affected by the use of fungicides as a seed physiological quality not with the use of fungicides during the production cycle of the soybean crop.

Key words: Glycine max, disease reporting.

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 40

Características Morfofisiológicas de Cultivares de Soja Submetidas a Alagamento em Estádio de Crescimento Vegetativo

M. F. Corrêa2, M. P. Ludwig1, L. O. B. Schuch2, F. de J. Vernetti Junior3, T. L. Nunes2, R. L.

Crizel4 1Professor do Instituto Federal do Rio Grande do Sul, 98200-000, Ibirubá, [email protected].

2Programa de Pós Graduação em Ciência e Tecnologia de Sementes da Universidade Federal de Pelotas -

UFPel e-mail: [email protected], [email protected], [email protected]. 3Pesquisador da

Embrapa Clima Temperado, 96001-970, Pelotas, [email protected]. 4Eng. Agr. da

Empresa Tropical Melhoramento Genético – TMG, e-mail: [email protected]

Resumo: A cultura da soja (Glycine max L. Merril) cada vez mais vem sendo cultivada em regiões de solos de várzea, estando sujeita a eventuais condições de alagamento do solo. O objetivo do presente trabalho foi de avaliar o efeito do alagamento do solo sobre diferentes genótipos, no estádio vegetativo sobre os parâmetros altura, diâmetro de caule e índice do teor de clorofila. O experimento foi conduzido na Estação Experimental de Terras Baixas, da Embrapa Clima Temperado. Realizou-se a análise da variância e teste de hipóteses para verificar a significância dos efeitos principais e das interações. Para a comparação de médias foi utilizado o teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro. O alagamento provoca redução na altura de plantas e aumento no diâmetro da haste principal. O índice do teor de clorofila nas folhas diminui com o alagamento do solo. Palavras-chave: Glycine max, solo de várzea, adaptações morfológicas

INTRODUÇÃO

A cultura da soja uma das principais “commodities” do agronegócio brasileiro cresce a cada safra em área e produtividade. Em solos de várzea, a soja Glycine max (L.) Merr. vem sendo utilizada como opção de cultivo em rotação com arroz e pastagem, por facilitar o controle de plantas invasoras à cultura do arroz, por ser uma cultura de verão com boa tolerância a períodos curtos de inundação e por proporcionar boas garantias de comercialização (SCHÖFFEL et al., 2001).

A “Metade Sul” do Rio Grande do Sul é a única região com área ainda disponível para expansão da soja no estado (THEISEN et al, 2009), e esta cultura vem sendo inserida tanto nas coxilhas quanto nos solos de várzea, em geral são solos pouco profundos, com drenagem deficiente e que alagam com facilidade, onde tradicionalmente se cultiva arroz irrigado.

A extensão de danos do encharcamento do solo depende de vários fatores, incluindo a duração do período de inundação, o estádio de desenvolvimento da planta, a espécie e/ou cultivar e as condições ambientais, como temperatura e conteúdo de dióxido de carbono, entre outras. O cultivo sobre estas condições requer estudo para avaliar cultivares que possuem capacidades de tolerar estas condições e apresentar uma menor redução de rendimento.

O objetivo deste trabalho foi estudar o comportamento de algumas características morfofisiológicas de dez cultivares de soja de ciclo precoce submetidas ao alagamento no estádio de crescimento vegetativo.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido na Estação Experimental de Terras Baixas, da Embrapa Clima Temperado, localizada no Município de Capão do Leão, RS (31º52’00’’S, 52º21’24’’W), em um Planossolo Háplico Eutrófico Solódico com textura franco-arenosa, de profundidade entre 20 e 40 cm, e horizonte B impermeável, durante a safra 2009/2010. Foram semeadas dez cultivares de ciclo de precoce (BMX Apolo, BRS Macota, BRS 211, CD 213 RR, CD 221, Fundacep 53 RR, IAS 5, PCL04-12, PCL04-18 e PCL06-04).

O delineamento experimental utilizado foi blocos casualizados com parcelas

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subdivididas, com quatro repetições. Nas parcelas principais foram dispostos os manejos de água e nas subparcelas as cultivares. Nas parcelas que receberam alagamento foram construídas taipas ao redor das mesmas para possibilitar a manutenção de uma lâmina de água de cinco centímetros de altura. As parcelas permaneceram sob alagamento por oito dias no período vegetativo.

Logo após, a área foi drenada, e as parcelas permaneceram sob condição naturais de cultivo até a maturação.

As subparcelas foram compostas de quatro linhas de cinco metros de comprimento, espaçadas em 0,50 m; a área útil foi constituída das duas linhas centrais, eliminando-se 0,50 m de cada extremidade, perfazendo o total de 4,0 metros quadrados. A densidade de semeadura utilizada foi estipulada para obtenção de uma população de plantas inicial de 300 mil plantas por hectare.

O controle de pragas, doenças e plantas invasoras foram realizadas com produtos recomendados e nas doses e épocas usuais para a região.

Neste experimento foram avaliados altura de plantas, diâmetro da haste principal e índice do teor de clorofila. A medida do diâmetro da haste principal (DHP) foi obtida com paquímetro a uma altura de cinco centímetros do solo, 12 horas após a retirada da água, em seis plantas da área útil a parcela; a altura de plantas (AP) foi realizada com réguas de madeira aos 14 dias após a drenagem da área, na parte aérea de seis plantas da área útil de cada parcela; o índice do teor de clorofila (ITC) foi medido com o aparelho “CCM-200 Chlorophyll Meter” que utiliza a absorbância para estimar o teor de clorofila no tecido foliar.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A análise da variância realizada nas cultivares de ciclo precoce, para a variável altura de plantas (AP), na ocasião da drenagem mostrou que houve interação entre os fatores analisados, determinando um comportamento diferenciado das cultivares dentro de cada manejo de água (Tabela 1). Esta observação contaria as observações de HENSHAW (2005) que não observou interação significativa entre genótipo de soja e manejo de água para a variável altura de plantas. Embora a análise deste parâmetro deva ser realizada dentro de cada manejo de água é notável a diferença absoluta entre os valores obtidos para a média em cada um deles. O alagamento determinou uma diminuição média na AP da soja de 46,1%, valores esses semelhantes aos observados por VANTOAI et al. (2001) e CHO et al. (2006). No tratamento com alagamento a cultivar BRS Macota apresentou o menor porte médio (16,9 cm) diferindo das cultivares CD 221, CD 213 RR, Fundacep 53 RR e BRS 211 que, apresentaram as maiores alturas de planta.

O diâmetro da haste principal (DHP) nas cultivares precoces apresentou diferença entre cultivares e entre os estádios de alagamento (Tabela 1). Houve um aumento médio de 12,5% no DHP das cultivares submetidas ao tratamento com alagamento, estando esse comportamento provavelmente, relacionado com desenvolvimento de estruturas adaptativas ou mecanismos morfológicos de tolerância, como formação de vias alternativas para aumentar a aeração do sistema radicular (THOMAS et al., 2005).

Considerando-se a relação existente entre o aumento de DHP e a tolerância ao alagamento do solo (PIRES et al., 2002) pode-se verificar (Tabela 1) que, respectivamente destacam-se como as mais tolerantes as cultivares BMX Apolo, CD 221 e Fundacep 53 RR. Verifica-se também, como as mais suscetíveis ao alagamento as cultivares BRS 211 e BRS Macota. Em função dos valores acima descritos de altura de planta e os resultados observados para DHP pode-se afirmar que as cultivares CD 221 e BRS Macota, respectivamente apresentam os maiores níveis de tolerância e suscetibilidade ao alagamento do solo no período vegetativo.

Para as cultivares precoces as medidas do índice do teor de clorofila (ITC) (Tabela 2) realizadas antes da entrada de água não demonstraram haver diferença significativa

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entre as cultivares, variando entre 18,93 a 24,66.para as cultivares BMX Apolo e PCL04-18 respectivamente. O alagamento do solo determinou acentuada redução no ITC medido até os 19 DAEA, ou seja, 11 dias após a retirada da água, quando os valores médios começaram a crescer. Até os 19 DAEA as cultivares responderam diferenciadamente ao alagamento. Apenas na última data de avaliação àquelas deixaram de apresentar estas diferenças (Tabela 2).

CONCLUSÕES

O alagamento provoca redução na altura de plantas e aumento no diâmetro da haste principal. O índice do teor de clorofila nas folhas diminui com o alagamento do solo. A redução do índice do teor de clorofila apresentou diferenças entre alguns genótipos indicando maior tolerância ou sensibilidade.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CHO, J.; YAMAKAWA, T. Effects on Growth and Seed Yield of Small Seed Soybean Cultivars of Flooding Conditions in Paddy Field. Journal of the Faculty of Agriculture, Kyushu, v.51, n. 2, p. 189–193, 2006.

HENSHAW, T.L. Morphological adaptations of soybean in response to early season flood stress. Tese de MSc. Florida University. 105 p. 2005. Disponível: <http://etd.fcla.edu/UF/UFE0011761/henshaw_t.pdf>. Acesso em: julho de 2012. PIRES J. L. F.; SOPRANO, E.; CASSOL, B. Adaptações morfofisiológicas da soja em solo inundado. Pesquisa Agropecuária Brasileira. v. 37, n. 1, p. 41-50, 2002.

SCHÖFFEL, E. R.; SACCOL, A. V.; MANFRON, P. A.; MEDEIROS, S. L. P. Excesso hídrico sobre os componentes do rendimento da cultura da soja. Ciência Rural, Santa Maria, v. 31, n. 1, p. 7-12, 2001. THEISEN, G., VERNETTI JUNIOR, F. de J., ANDRES, A., SILVA, J. J. C. Manejo da cultura da soja em terras baixas em safras com El-niño. Pelotas: Embrapa Clima Temperado, 2009. 3 p. (Embrapa Clima Temperado. Circular Técnica, 82). THOMAS, A. L.; GUERREIRO, S. M. C.; SODEK, L. Aerenchyma Formation and Recovery from Hypoxia of the Flooded Root System of Nodulated Soybean. Annals of Botany, v.96, p.1191–1198, 2005. Disponível em: www.aob.oxfordjournals.org, Acesso em: julho de 2012. doi:10.1093/aob/mci272.

VANTOAI, T.T, MARTIN, S. K. ST.; CHASE, K.; BORU, G.; SCHNIPKE, V.; SCHMITTHENNER, A. F.; LARK, K. G. Identification of a QTL associated with tolerance of soybean to soil waterlogging. Crop Science. 41:1247-1252. 2001.

Summary: The soybean (Glycine max L. Merril) is increasingly being grown in areas of lowland soils, subject to eventual conditions for flooding. The aim of this study was to evaluate the effect of flooding on different genotypes during the vegetative stage on the parameters plant height, stem diameter and chlorophyll content index. The experiment was carried out at the Lowland Experimental Station, from Embrapa Clima Temperado. Was held the analysis of variance and hypothesis testing to assess the significance of main effects and interactions. To compare means it was used the Tukey test at 5% of probability. Flooding causes reduction in plant height and increase the stem diameter. The index of chlorophyll content in leaves decreases with flooding.

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Tabela 1 – Altura de planta e diâmetro da haste principal (cm) de cultivares de soja precoces, conduzidas sem (SA) e com alagamento por oito dias no período vegetativo (V3/V4) (APV) em 2009/10. Embrapa Clima Temperado, Capão do Leão, RS.

Altura de planta (cm) Diâmetro da haste principal (cm)

Cultivares SA APV SA APV

BMX Apolo 32,3 d A 18,8 cd B 0,529 a 0,586 a BRS Macota 38,2 bcd A 16,9 d B 0,414 b 0,400 b BRS211 51,5 a A 23,4 abc B 0,406 b 0,394 b CD 213 RR 47,7 ab A 25,1 ab B 0,419 b 0,431 ab CD 221 45,4 abc A 27,1 a B 0,403 b 0,554 ab Fundacep 53 RR 36,0 cd A 23,5 abc B 0,405 b 0,513 ab IAS 5 37,9 bcd A 21,7 abcd B 0,436 ab 0,473 ab PCL04-12 40,6 abcd A 22,4 abcd B 0,427 ab 0,508 ab PCL04-18 39,2 bcd A 21,6 abcd B 0,418 b 0,501 ab PCL06-04 41,0 abcd A 20,4 bcd B 0,401 b 0,428 ab

Média 41,0 22,1 0,426 B 0,478 A F * ns CV. (%) 9,9 10,6 * Médias seguidas por mesma letra, minúscula na coluna não diferiram pelo teste de Tukey e maiúscula na linha pelo teste F ambos a 5% de probabilidade; * teste F significativo a 5% para a interação cultivares x tratamento de alagamento; ns – teste F não significativo.

Tabela 2 – Índice do teor de clorofila de cultivares de soja precoces, em cinco datas de avaliação (antes do alagamento, aos 5, 12, 19 e 33 dias após a entrada da água, DAEA) conduzidas com alagamento por oito dias no período vegetativo (V3/V4) em 2009/10. Embrapa Clima Temperado, Capão do Leão, RS.

Cultivares Antes 5 DAEA 12 DAEA 19 DAEA 33 DAEA

BMX Apolo 24,66 a 13,91 ab 7,92 abc 9,16 a 21,16 a BRS Macota 22,21 a 16,76 ab 2,93 d 4,91 bc 21,43 a BRS211 22,12 a 12,95 ab 5,56 bcd 3,88 c 20,12 a CD 213 RR 22,94 a 13,66 ab 4,54 cd 3,88 c 15,74 a CD 221 22,69 a 17,04 ab 10,11 a 6,64 abc 17,57 a Fundacep 53 RR 20,72 a 16,85 ab 9,21 ab 7,78 ab 24,41 a IAS 5 22,83 a 18,22 a 6,79 abcd 5,52 abc 16,79 a PCL04-12 20,64 a 11,98 b 5,75 bcd 5,22 bc 15,53 a PCL04-18 18,93 a 12,95 ab 7,08 abc 7,37 abc 17,56 a PCL06-04 23,12 a 12,78 ab 5,20 bcd 5,40 abc 15,36 a

Média 22,08 14,66 6,51 6,07 18,57 F * * * ns CV. (%) 12,7 11,7 11,5 12,1 12,7 * Médias seguidas por mesma letra minúscula na coluna não diferiram pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade; * teste F significativo a 5% para a interação cultivares x tratamento de alagamento; ns – teste F não significativo.

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Efeitos Fisiológicos de Inseticidas, Fungicidas e Nematicidas sobre Parâmetros Morfológicos da Soja

R. P. Cunha¹, M. F. Corrêa¹, A. Bohn¹, T. L. Almeida², T.L. Nunes², L.O.B. Schuch³,

¹Aluno de Mestrado do Programa de Pós Graduação em Ciência e Tecnologia de Sementes da Universidade Federal de Pelotas - UFPel e-mail: [email protected], [email protected], [email protected]. ²Aluno de graduação em Agronomia da Universidade Federal de Pelotas - UFPel ³Professor Adjunto do Departamento de Fitotecnia – UFPel, Pelotas, RS. e-mail: [email protected]

Resumo: A cada ano são descobertos e utilizados novos produtos para o tratamento de sementes, inclusive para a soja (Glycine max, L. Merril). Porém deve-se conhecer a influência desses produtos sobre as sementes para obter sucesso e não prejudicar a qualidade física e fisiológica da semente. Neste trabalho objetivou-se avaliar o efeito fisiológico de oito produtos utilizados no tratamento de sementes, entre os quais inseticidas, fungicidas e nematicidas. O experimento foi realizado à campo, no período vegetativo da cultura e as avaliações ocorreram aos 15, 30 e 45 dias após a semeadura. As variáveis analisadas foram: altura, diâmetro do caule, área foliar, massa seca das folhas e do colmo. Foi utilizada a cultivar Nidera 5909 recomendada no zoneamento agroclimático da região Sul do Brasil, com nove sementes/cova, descartando-se três plantas menos vigorosas, três plantas para fazer análise destrutiva e três plantas conduzidas até o final do ciclo, sendo a bordadura feita com a mesma cultivar. As medidas das covas, 15 x 15 cm, com espaçamento de 45 cm entre as covas e a parede dos canteiros. As dosagens utilizadas nos tratamentos foram em mL/200 gramas de sementes. O Avicta 500 FS de 0,2 mL/200g, Avicta Completo de 1 mL/200g, Maxim XL de 0,2 mL/200g, Sedaxane de 0,15 mL/200g, Standak Top de 0,4 mL/200g, Cruiser 350 FS 0,4 mL/200g, Cruiser Advanced de 0,4 mL/200g, CropStar de 0,5 mL/200g e com uma Testemunha não sendo utilizado nenhum produto. Os tratamentos mostraram que com o passar dos dias houve um aumento linear das variáveis analisadas, no entanto não ocorreu diferença significativa entre os tratamentos. Palavras-chave: Glycine max, tratamento de sementes, efeito fisiológico.

INTRODUÇÃO

A soja (Glycine max, L. Merril) é a mais importante cultura do Brasil. É originária

da China e a partir da década de 60 foi adquirindo importância no Brasil, sendo inicialmente cultivada na região sul (Santa Rosa - RS), onde apresentou melhor adaptação, devido a semelhança com regiões tradicionais de cultivo no mundo (BORÉM et. al. 2005).O tratamento de sementes visa proteger a semente contra fatores externos que possam prejudicar o desenvolvimento inicial da cultura. O controle de pragas e doenças deve ser realizado desde o início do ciclo da cultura (Castro et al., 2008). Apesar do reconhecido benefício que o tratamento de sementes agrega ao controle doenças e pragas, alguns trabalhos mostraram que mesmo na ausência ou em baixos níveis de organismos nocivos à cultura, o tratamento de sementes tem melhorado o estabelecimento da mesma, proporcionando aumento no vigor das plantas, repercutindo de maneira positiva no rendimento de grãos. Até recentemente, o uso de fungicidas tinha como único foco o controle de doenças, após o lançamento das estrobilurinas, essa perspectiva foi alterada e o manejo de doenças adquiriu um novo conceito devido aos benefícios fisiológicos propiciados por tais fungicidas (Venâncio et al., 2003).

O uso de inseticidas no tratamento de sementes também tem sido uma prática bastante interessante para proteger a cultura do ataque de pragas iniciais, momento de maior vulnerabilidade, além de garantir estande adequado de plantas. O tratamento de sementes com inseticidas de atuação fisiológica é indireto, atuando na expressão dos genes responsáveis pela síntese e pela ativação de enzimas metabólicas, relacionadas ao crescimento da planta, alterando a produção de aminoácidos precursores de hormônios vegetais. Com a maior produção de hormônios, a planta apresenta maior

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vigor, germinação e desenvolvimento de raízes. Esse ingrediente ativo também melhora a nutrição mineral da soja, e estimula a expressão gênica das proteínas de membranas que aumentam o transporte iônico e a absorção de minerais.

Nos últimos anos há uma maior preocupação no controle de nematoides (parasitas que hospedam as raízes das plantas, sugam os nutrientes, favorecendo o ataque de pragas e doenças, ocorrendo uma diminuição da produtividade). Para obter um maior controle dos nematoides recomenda-se fazer o uso de nematicidas juntamente com a rotação de culturas em áreas bastante infestadas.

O presente trabalho tem por objetivo avaliar o efeito fitotônico de princípios ativos aplicados via tratamento de sementes sobre a morfologia e fisiologia de plantas de soja.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido no Laboratório de Análise de Sementes do

Departamento de Fitotecnia da Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel (FAEM) e nos canteiros experimentais da Universidade Federal de Pelotas, no período de dezembro de 2011 a abril de 2012. Foram utilizadas sementes de soja (Glycine max L. Merrill) da cultivar Nidera 5909 RG, recomendada para a região Sul do Rio Grande do Sul. O delineamento experimental foi em blocos ao acaso com oito repetições. As sementes foram submetidas aos seguintes tratamentos: Thiametoxam (Cruiser 350 FS), (Cruiser Advanced), abamectina (Avicta), abamectina + thiametoxam + fludioxonil (Avicta Completo), fipronil + tiofanatometilico + piraclostrobina (Standak Top), imidacloprido + tiodicarbe (CropStar), fludioxonil (Maxim XL), carboxamida (Sedaxane) e testemunha, sem tratamento.

Nos canteiros foram semeadas 9 sementes por cova (15 X 15 cm). A adubação foi realizada conforme a análise de solo (ROLAS). As sementes foram inoculadas com rhizobium específico (200 mL por 100 kg de sementes). O controle de invasoras foi realizado manualmente. Houve o descarte das três plantas menos vigorosas, sendo coletadas e avaliadas uma planta por avaliação (15, 30 e 45 dias, respectivamente). As variáveis analisadas foram: área foliar (medidor), altura de planta (régua), diâmetro (paquímetro) e massa seca das folhas e do colmo (estufa 65ºC). A análise estatística foi realizada com a utilização do programa SISVAR (Lavras-MG), através da comparação de médias pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Analisando a tabela 01, com 15 dias após a emergência observa-se que o tratamento com imidacloprido + tiodicarbe (CropStar) apresentou os maiores resultados nas variáveis altura, diâmetro de caule, área foliar, massa seca de folhas e do colmo, juntamente com o tratamento com + thiametoxam + fludioxonil (Avicta Completo), porém não diferiu significativamente dos demais. Na avaliação aos 30 dias após emergência, os tratamentos não diferiram novamente, sendo que o tratamento testemunha obteve os melhores resultados na maioria das variáveis analisadas. Já para a avaliação aos 45 dias, o tratamento que se destacou foi com Cruiser Advanced, mas este novamente não diferiu significativamente dos demais. O mesmo pode ser explicado pelo fato de a cultura ter enfrentado condições adversas de estresse hídrico durante o período experimental, o que pode de certa forma, confundir o desempenho dos produtos.

Por outro lado, segundo (Silva et al., 2009), o tratamento de sementes com produtos que contem piraclostrobina e thiamethoxam em sua formulação contribuem com a melhoria de alguns parâmetros fisiológicos na cultura da soja, expresso por um aumento na altura, conteúdo de clorofila, massa fresca e seca das plantas. O que não se confirmou nesse trabalho, visto que todos os tratamentos apresentaram um aumento linear dos parâmetros analisados dos 15 aos 45 dias.

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CONCLUSÕES

De acordo com as avaliações realizadas, não houve diferença significativa entre os tratamentos nos períodos analisados.

A combinação de mais de um principio ativo pode aumentar o efeito no vigor de plantas de soja, sem diferença estatística constatada.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BORÉM, A.; MIRANDA, G. V. Melhoramento de Plantas. 4ª ed. Viçosa. Ed. UFV, 2005. FISS, G.; MERTZ, L.; HENNING, F.; MACHADO, R.; PESKE, S. T.; ZIMMER, P.D. Desempenho de sementes de soja submetidas a tratamento com fungicidas químicos e bioprotetores. In: XVII Congresso de Iniciação Científica e X Encontro de Pós-graduação, Pelotas-RS. 2008. SILVA, F. D. L.; BALARDIN, R. S.; DEBONA, D.; CORTE, G. D.; TORMEN, N. R.; DOMINGUES, L. da S. Efeito fisiológico do tratamento de sementes de soja com fungicidas e inseticidas. In: XVIII Congresso de Iniciação Científica, XI ENPOS e I mostra Científica, Pelotas-RS. 2009. VENÂNCIO, W.S.; TAVARES RODRIGUES, M.A.; BEGLIOMINI, E.; SOUZA, N.L.de Physiological effects of strobilurin fungicides on plants. Publ. UEPG Ci. Exatas Terra, Ci. Agr. Eng., 2003, 9, p. 59-68. Summary: They are each year discovered and used new products for the treatment of seeds, including soybeans (Glycine max L.Merril). Notwihstanding must know influence these products on the seeds for success and not harm the physical and physiological quality of seeds. This work aimed assess the physiological effect for eight products used for seeds treatment, including insecticides, fungicides and nematicides. The experiment was performed in the field, the vegetative period and evaluations were performed at 15, 30 and 45 days after sowing. The variables analyzed were: height, stem diameter, leaf area, leaf dry weight and stem. The cultivar used was Nidera 5909 is that recommended agroclimatic zoning in southern Brazil, with nine seeds/pit, discarding three plants less vigorous, three pants to do destructive analysis and three plants conducted by the end cycle, boundary made being with an same variety. The measures of pits, 15 x 15 cm with 45 cm spacing between the pits and the wall of beds. The dosages used in the treatments were in mL/200 grams of seeds. The Avicta FS 500 0.2mL/200g, Avicta Complete 1 mL/200g, Maxim XL 0.2 mL/200g, Sedaxane 0.15 mL/200g, Standak Top 0.4 mL/200g, Cruiser 350 FS 0.4 mL/200g, Cruiser Advanced 0.4 mL/200g, CropStar 0.5 mL/200g and a witness not being used any products. The treatments showed that with each passing days there was a linear increase from variables, however no significant difference between treatments. Key words: Glycine max, seed treatment, physiological effect.

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Tabela 1: Altura, diâmetro, área foliar, massa seca das folhas e do colmo relativos aos 15, 30 e 45 dias após a emergência.

15 Dias

Tratamento Altura (cm) Diâmetro

(cm) Área Foliar

(cm²) Massa Seca Folhas

(g) Massa Seca Colmo (g)

Avicta 500 FS 7,43 a 2,76 a 73,90 a 0,29 a 0,09 a

Avicta Completo 8,73 a 3,16 a 94,21 a 0,39 a 0,13 a

Maxim XL 7,88 a 2,81 a 80,92 a 0,33 a 0,98 a

Sedaxane 8,16 a 2,51 a 85,59 a 0,35 a 0,11 a

Standak Top 8,16 a 3,04 a 77,54 a 0,26 a 0,13 a

Cruiser 350 FS 8,86 a 3,10 a 85,93 a 0,34 a 0,11 a

Cruiser Advanced 8,36 a 3,19 a 90,98 a 0,37 a 0,11 a

CropStar 8,91 a 3,35 a 94,12 a 0,40 a 0,13 a

Testemunha 7,91 a 3,08 a 94,01 a 0,38 a 0,11 a

30 Dias

Tratamento Altura (cm) Diâmetro

(cm) Área Foliar

(cm²) Massa Seca Folhas

(g) Massa Seca Colmo (g)

Avicta 500 FS 15,80 a 4,59 a 357,96 a 1,86 a 0,59 a

Avicta Completo 17,51 a 4,88 a 364,67 a 2,38 a 0,81 a

Maxim XL 15,66 a 5,40 a 433,88 a 2,35 a 0,81 a

Sedaxane 16,59 a 5,21 a 403,23 a 2,18 a 0,72 a

Standak Top 15,74 a 5,30 a 341,13 a 1,85 a 0,66 a

Cruiser 350 FS 18,05 a 5,33 a 369,70 a 2,18 a 0,63 a

Cruiser Advanced 16,38 a 4,63 a 413,63 a 2,19 a 0,72 a

CropStar 17,53 a 5,48 a 445,73 a 2,40 a 0,77 a

Testemunha 18,48 a 5,46 a 449,58 a 2,45 a 0,77 a

45 Dias

Tratamento Altura (cm) Diâmetro

(cm) Área Foliar

(cm²) Massa Seca Folhas

(g) Massa Seca Colmo (g)

Avicta 500 FS 27,78 a 7,74 a 1111,96 a 6,87 a 3,28 a

Avicta Completo 31,01 a 7,80 a 1357,61 a 8,07 a 4,31 a

Maxim XL 29,69 a 7,81 a 1249,85 a 6,58 a 3,41 a

Sedaxane 27,31 a 7,65 a 1184,78 a 5,26 a 2,76 a

Standak Top 27,60 a 8,04 a 1191,49 a 7,14 a 3,50 a

Cruiser 350 FS 31,73 a 7,93 a 1313,56 a 6,80 a 3,34 a

Cruiser Advanced 32,59 a 8,46 a 1425,76 a 8,71 a 4,65 a

CropStar 26,94 a 7,64 a 1096,39 a 6,19 a 3,10 a

Testemunha 28,94 a 8,00 a 1299,82 a 7,46 a 3,47 a

As médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna não diferem pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

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Efeito da Profundidade de Semeadura de Dois Tamanhos de Sementes na Emergência da Cultura da Soja

J. A. Freiberg¹, D.Eickstedt¹, C.C.Cord¹, M.M.Santos¹, R.Güntzel¹, M.P. Ludwig¹, E. Girotto¹

¹ Instituto federal de Educação Ciência e Tecnologia Rio Grande do Sul Campus Ibirubá Rua Nelsi Ribas Fritsch, 1111 | Bairro Esperança | CEP: 98200-000 | Ibirubá/RS RS. E-mail: [email protected], [email protected], [email protected], [email protected], [email protected], [email protected], [email protected].

Resumo: A obtenção de alta produtividade na cultura da soja está diretamente relacionada ao aprimoramento de técnicas e métodos de produção. O objetivo do presente trabalho foi avaliar o efeito da profundidade de semeadura de dois tamanhos de sementes na emergência da cultura da soja. O experimento foi conduzido no Laboratório Didático e de Pesquisa de Sementes e Grãos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, Câmpus Ibirubá (IFRS). Foram utilizados dois tamanhos de sementes 7,5 e 6,5 mm, semeadas em três profundidades (2 cm, 4 cm e 6 cm). Realizou-se avaliação do índice de velocidade de emergência e crescimento das plântulas. A partir dos resultados verificou-se que o tamanho das sementes influencia a velocidade de emergência e crescimento das plântulas em diferentes profundidades de semeadura. Sementes de 6,5 mm apresentaram maior velocidade de emergência e plântulas maiores que as produzidas com tamanho de 7,5 mm. Palavras-chave: Glycine max, padronização, índice de crescimento de plântulas.

INTRODUÇÃO

O aprimoramento de técnicas, métodos de produção e a utilização de sementes de

qualidade são importantes mecanismos para o aumento da produtividade agrícola (ÁVILA et al. 2008). O tamanho das sementes favorece o aspecto visual, permite a regulagem eficaz de semeadoras e a própria economia de sementes por área (LIMA & CARMONA, 1999). O menor tamanho das sementes tem representado benefícios na inoculação, tratamento, transporte e aquisição de sementes (ÁVILA et al. 2008).

Em estudos analisando o tamanho das sementes e o desempenho de três cultivares de soja, Camozzato et al. (2009) não evidenciaram efeitos significativos entre sementes de tamanho 5,5 e 6,5 mm. Segundo Lima & Carmona (1999), há uma arena de controvérsias pertencentes ao tamanho da semente, principalmente no seu desempenho a campo. Nesse sentido, faz-se necessário o desenvolvimento de pesquisas sobre o assunto.

O presente trabalho tem por objetivo avaliar a influência do tamanho da semente de soja em diferentes profundidades de semeadura na velocidade da emergência e crescimento de plântulas em laboratório.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido junto ao Laboratório Didático e de Pesquisa de

Sementes e Grãos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, Câmpus Ibirubá (IFRS).

A partir de um lote de sementes da variedade BMX Turbo (safra 2011/2012), foram

padronizadas amostras de sementes com peneiras 8,0; 7,5; 7,0 e 6,5 mm, separando-se as sementes retidas nas peneiras 7,5 mm (T1) e 6,5 mm (T2) em sub-amostras de 27 sementes cada.

As amostras foram semeadas em profundidades de 2 cm (P1), 4 cm (P2) e 6 cm (P3). A semeadura foi realizada em 29 de junho de 2012, em bandejas 26 cm x 33 cm, com substratato vermiculita em quatro blocos, com duas unidades experimentais de cada tratamento.

A germinação foi avaliada pelo teste de germinação, segundo a RAS (BRASIL,

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2009), sendo obtidos os seguintes valores: 94% para T1 e 96% para T2. Foi quantificado o peso de 100 sementes T1 e T2, respectivamente 23,6 g e 14,9 g. Estimou-se a massa seca do peso de 100 sementes T1 e T2, por meio de quatro sub-amostras contendo 27 sementes de cada, respectivamente 20,4 g e 13,4 g, e o tamanho médio de duas repetições de 27 sementes T1 (7,5 mm) e T2 (6,5 mm), com auxílio de um paquímetro digital.

A emergência (estágio vegetativo VE) foi verificada através da contagem diária das plântulas com altura superior a 2 cm, por um período de 8 dias. A partir do quinto dia após semeadura (DAS), acompanhou-se o crescimento de dez plântulas de cada tratamento por meio de uma régua graduada.

Os dados foram submetidos à análise da variância e teste de hipóteses para verificar a significância do efeito principal e das interações com auxílio de programas estatísticos. A média foi determinada pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O índice de velocidade de emergência (Tabela 1) apresentou diferença significativa entre as sementes 7,5 mm e 6,5 mm para a profundidade 6 cm (P3). Nesse caso, as sementes menores apresentaram índice de velocidade de emergência maior. Possivelmente esse resultado tenha relação à força exercida dos cotilédones e o substrato durante a emergência.

Para as sementes maiores a velocidade de emergência foi semelhante nas profundidades de 2 e 4 cm. Já a 6 cm a velocidade foi menor. Por outro lado, nas sementes de 6,5 mm a maior velocidade de emergência foi observada na profundidade de 2 cm, não ocorrendo diferenças entre as demais profundidades. Tabela 1. Índice de velocidade de emergência, em dois tamanhos de sementes e três profundidades de semeadura na cultura da soja. IFRS – Câmpus Ibirubá.

Velocidade de emergência

Tamanho (mm) 2 cm 4 cm 6 cm

7,5 5,4 a A 5,1 a A 4,3 b B 6,5 5,5 a A 4,9 a B 4,8 a B

*Médias seguidas por mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferiram pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro.

Em estudos com a cultura de soja em nível de campo, Lima & Carmona (1999)

observaram que sementes pequenas apresentaram menor índice de emergência e originaram plantas de menor altura na fase adulta. Krzyzanowski et al. (1991) verificaram que sementes menores apresentaram vigor superior, justificado por estas estarem menos sujeitas à danificação mecânica nos processos de colheita e beneficiamento.

Quanto ao crescimento das plântulas (Tabela 2), verificou-se que as sementes de 6,5 mm (T2) apresentaram maior crescimento em relação às sementes 7,5 mm (T1), sendo que em ambas houve decréscimo da altura de plântulas com a profundidade, mas média de crescimento contínuo, conforme Figura 1.

Tabela 2. Crescimento das plântulas (cm), originadas de dois tamanhos de sementes em, três profundidades de semeadura, na média de cinco dias de avaliação, na cultura da soja. IFRS – Câmpus Ibirubá.

Crescimento das plântulas (%)

Tamanho (mm) 2 cm 4 cm 6 cm

7,5 8,5 b A 7,2 b B 5,0 b C 6,5 9,1 a A 8,5 a B 7,4 a C

*Médias seguidas por mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferiram pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro.

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Figura 1. - Crescimento de plântulas de soja durante oito dias na média de dois tamanhos (7,5 e 6,5 mm) de sementes e três profundidades de semeadura (2, 4 e 6 cm).

CONCLUSÕES

O tamanho das sementes influencia a velocidade de emergência e crescimento das plântulas em diferentes profundidades de semeadura. Sementes de 6,5 mm apresentaram maior velocidade de emergência e plântulas maiores que as produzidas com tamanho de 7,5 mm.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ÁVILA, W.; PERIN, A.; GUARESCHI, R. F.; GAZOLLA, P. R. Influência do tamanho da semente na produtividade de variedades de soja. Agrarian, v. 1, n. 1, p. 83-89, out/dez. 2008. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de Defesa Agropecuária. Regras para análise de sementes. Brasília: Mapa/ACS, 2009. CAMOZZATO. V. A.; PESKE, S. T.; POSSENTI, J. C.; MENDES, A. S. Desempenho de cultivares de soja em função do tamanho das sementes. Revista Brasileira de Sementes, v. 31, n. 1, Londrina, 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S010131222009000100032&script=sci_arttext>. Acesso em: 12 jul. 2012. KRZYZANOWSKI, F.C.;NETO, J. de B. F.; COSTA, N. P. Efeito da classificação de sementes de soja por tamanho sobre sua qualidade e a precisão de semeadura. Revista Brasileira de Sementes, v. 13, n. 1, p. 59-68, 1991. LIMA, A.M.M.P.de; CARMONA, R. Influência do tamanho da semente no desempenho produtivo da soja. Revista Brasileira de Sementes, v. 21, n. 1, p. 157-163, 1999. Disponível em: <http://www.abrates.org.br/revista/artigos/1999/v21n1/artigo24.pdf>. Acesso em: 12 jul. 2012. Summary: The high productivity of soybean is directly related to the improvement of techniques and methods of production. The objective of this study was to evaluate the effect of sowing depth of two seed size on emergence of soybean. The experiment was conducted in Didactic Laboratory and Research Seeds and Grains of Federal Institute of Education, Science and Technology of Rio Grande do Sul, Câmpus Ibirubá (IFRS). We used two sizes of 7.5 and 6.5 mm seed, sown at three depths (2 cm, 4 cm and 6 cm). We conducted evaluations of emergence rate and seedling growth. From the results it was found seed size

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influences the speed of emergence and seedling growth at different depths of sowing. Seeds were more than 6.5 mm and seedling emergence speed higher than those produced with size 7.5 mm. Keywords: Glycine max, standardization, rate of growth of seedlings.

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Avaliação da Reação de Cultivares Comerciais de Soja ao Excesso Hídrico, Safra 2011/12

C.E.Lange1, A. Vedelago1

1

Instituto Rio Grandense do Arroz, Bonifácio Carvalho Bernardes, 1494, 90950-030, Cachoeirinha, RS. E-mail: [email protected], [email protected]

Resumo: A soja é uma espécie sensível ao estresse de hipóxia causado pelo excesso hídrico no solo, sendo esta uma das limitações ao cultivo desta espécie em solos onde tradicionalmente é cultivado o arroz irrigado. Entretanto, existe variação genética para a tolerância ao excesso hídrico, o que abre a possibilidade de seleção de genótipos mais adequados ao cultivo em várzea e torna possível obter progressos genéticos para esta característica através de programas de melhoramento. A avaliação da tolerância ao excesso hídrico de cultivares comerciais de soja através de ensaios de inundação à campo vem sendo realizada anualmente pelo IRGA, com o intuito de subsidiar os produtores interessados em cultivar soja em terras baixas e para indicar fontes de tolerância para serem empregados como genitores em programas de melhoramento desta característica. Palavras-chave: Glycine max, tolerância ao excesso hídrico, estresse abiótico.

INTRODUÇÃO

A caracterização da reação dos genótipos frente ao excesso hídrico (EH) é o ponto

de partida para um programa de melhoramento para esta característica. Em soja, a tolerância ao excesso hídrico é conferida por muitos genes com efeito restrito sobre a tolerância (herança quantitativa), sendo amplamente aceito que o germoplasma proveniente de países da Ásia, berço da cultura da soja, apresenta uma maior freqüência de alelos positivos para a característica (VANTOAI et a. 2001) . O germoplasma de soja brasileiro, basicamente derivado do germoplasma norte-americano, foi desenvolvido quase que exclusivamente em solos bem drenados. Por este motivo, provavelmente os atuais cultivares ocidentais de elite detenham um grau de tolerância ao excesso hídrico inferior às antigas variedades orientais. Entretanto, o germoplasma adaptado, de grande valor agronômico e de alto potencial produtivo na ausência de fatores restritivos, pode contribuir para um germoplasma tolerante ao excesso hídrico com vários genes de pequeno efeito para a característica, os quais provavelmente encontram-se dispersos em diferentes genótipos (LINKEMER et al, 1998; VANTOAI, 2003 BARNI e COSTA, 1976 a e b; THOMAS et al.,2000). A obtenção de populações recombinantes para alelos oriundos de diferentes loci de variedades menos sensíveis permite, através da seleção, criar novos genótipos com maior tolerância ao excesso hídrico a cada ciclo de seleção.

O uso de ensaios de inundação para a avaliação da tolerância ao excesso hídrico tanto do germoplasma exótico quanto do adaptado é um trabalho continuado ao longo dos anos em função da necessidade de caracterização do efeito da interação genótipo x ano. Tais ensaios caracterizam-se também pela constante entrada de novos genótipos a cada ano e pela retirada de genótipos que por dois ou mais anos caracterizaram-se por se apresentarem com reação de sensibilidade.

Na safra 2011/12, cultivares comerciais de soja foram avaliadas para a tolerância ao excesso hídrico em um ensaio na Estação Experimental do Arroz (IRGA) em Cachoeirinha com o objetivo de identificar genótipos mais tolerantes ao EH e genitores para o programa de melhoramento de soja do IRGA para esta característica.

MATERIAL E MÉTODOS

O ensaio foi instalado em 14/11/2011 no sistema de plantio direto, no delineamento

de blocos ao acaso com três repetições. Para evitar outras restrições ao desenvolvimento das plantas de soja que não o excesso hídrico imposto, foi empregado um manejo visando alta produtividade, com adubação ajustada para obter 4 toneladas por hectare de

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rendimento de grãos. O excesso hídrico foi imposto na fase vegetativa (estádios V7) através de lâmina de água de 5 cm acima do solo, após a área do experimento ser cercada por taipas. A lâmina foi mantida diariamente nesta altura, colocando-se água conforme a necessidade. A drenagem foi realizada quando os genótipos apresentavam diferença de reação, expressa pela clorose das folhas e morte de plantas. A reação dos genótipos foi avaliada 10 dias após a drenagem através de uma escala visual de parcela, que varia de 1 a 5 (1- todas plantas vivas e sem aparentar murcha ou clorose das folhas; 5- todas as plantas mortas) (Cornelius et al., 2005). Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de DMS.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O efeito de genótipo foi altamente significativo na análise de variância (Tabela 1)

indicando que houve diferenças no grau de tolerância entre as cultivares avaliadas e confirmando a existência de variabilidade genética para a característica. Na Tabela 2 são apresentados os genótipos avaliados e as respectivas médias de reação.

Tabela 1- Fonte de variação e quadrados médios da análise de variância da tolerância ao excesso hídrico de cultivares comerciais de soja no RS. EEA-IRGA, Cachoerinha, RS, safra 2011/12.

Fonte de variação Quadrado Médio

Bloco 1,32 Ns

Genótipos 0,95 **

** Altamente significativo pelo F-teste. ns Não significativo

A distribuição das médias dos genótipos foi contínua, o que é esperado para

características quantitativas, como a tolerância ao excesso hídrico. Entre os genótipos de melhor desempenho há representantes de diferentes ciclos de maturação, indicando que os produtores tem opção de escolher cultivares de diferentes ciclos com maior tolerância ao excesso hídrico. De forma geral, genótipos que vinham se apresentando como melhores em testes em anos anteriores, mantiveram a mesma tendência, consolidando resultados obtidos anteriormentes. Entre eles, Brasmax Apolo (Dom Mário 5.8i), BRS Charrua, BRS 255 e BRS 243. Estes genótipos são mais tolerantes ao EH e podem ser aproveitados como genitores no programa de melhoramento para esta característica.

Por outro lado, a reação de cultivares testados pela primeira vez, como Brasmax Ativa devem ser confrontados com resultados a serem obtidos em mais ensaios, para consolidar a caracterização das reações.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Barni, N. A.; Costa, J.A. Efeito de períodos de inundação do solo sobre o crescimento

e características morfológicas da planta de soja (Glycine max (L.) Merril). Agronomia Sulriograndense, Porto Alegre, v. 12, n. 2, p. 147-162, 1976a.

Barni, N. A.; Costa, J.A. Efeitos do excesso de água no solo sobre os percentuais de óleo e proteína do grão e o poder germinativo de sementes de soja. Agronomia Sulriograndense, Porto Alegre, v. 12, n. 2, p. 147-162, 1976b.

Cornelius, B.; Chen, P.; Chen, Y.; de Leon, N.; Shannon, J.G.; Wang, D. Identification of QTLs underlying water-logging tolerance in soybean. Molecular Breeding v. 16, p. 103-112. 2005.

Linkemer, G. et al. Waterlogging effect on growth and yield components of late-planted soybean. Crop Science, Madison, v.38, p. 1576-1584, 1998.

Thomas, A.L, et al. Rendimento de grãos de cultivares de soja em solo de várzea.

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Pesquisa Agropecuária Gaúcha, Porto Alegre, v.6, n. 1, p. 107-112, 2000. VanToai, T.T et al. Identification of a QTL associated with tolerance of soybean to soil

waterlogging. Crop Science, Madison, v. 41, p. 1247-1252, 2001. VanToai, T. Mapping flood-prone soybean field.

http://twri.tamu.edu/watertalk/archive/200-jan/jan31.1html. Acessado em 24/07/2003.

Summary: Soybean is a species susceptible to the stress of hypoxia caused by excessive soil water, which is a limitation to the growth of this species in soil where rice is traditionally cultivated. However, there is genetic variation for tolerance to excess water, which opens the possibility of selecting genotypes better suited to growing in lowland and makes it possible to obtain genetic progress for this trait through breeding programs. The assessment of tolerance to excess water from commercial cultivars of soybean through flood tests in the field has been conducted annually by IRGA, in order to subsidize producers interested in growing soybeans in the lowlands and to indicate sources of tolerance to be used as parents in breeding programs of this feature. Key words: Glycine max, waterlogging tolerance, abiotic stress

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Tabela 2- Grau médio de tolerância ao excesso hídrico (escala de 1 a 5) de genótipos de soja avaliados em um ensaio de inundação a campo. EEA –IRGA, Cachoeirinha, RS, safra 2010/11.

Cultivar Reação média Cultivar Reação média

NS 4823 5,00 FPS URANO RR 4,23

CD 226 RR 5,00 CD 214 RR 4,23

NS 5858 4,93 FPS JUPITER RR 4,23

SYN 9070 RR 4,93 FTS CAMPO MOURÂO RR 4,20

5D711 RR 4,93 BRS 255 RR 4,20

5D688 RR 4,93 FPS NETUNO RR 4,17

CD 249 RR STS 4,90 FTS REALEZA RR 4,17

NK 7059 RR 4,83 CD 231 RR 4,17

TMG 4001 RR 4,80 BRS 246 RR 4,17

NA 4990 RG 4,77 ROOS CAMINO RR 4,13

TMG 7161 RR 4,73 BRS TORDILHA RR 4,13

FUNDACEP 59 RR 4,73 FUNDACEP 55 RR 4,10

5D690 RR 4,70 BRS PAMPA RR 4,10

FUNDACEP 62 RR 4,67 FUNDACEP 53 RR 4,10

SYN 9053 RR 4,60 BRS CHARRUA RR 4,07

RA 728 4,57 CD 235 RR 4,07

CD 239 RR 4,53 RA 628 4,03

NA 5909 RG 4,53 BMX TURBO RR 4,00

DON MARIO 7.0I RR 4,53 BMX TITAN RR 4,00

SYN 3358 RR 4,53 BMX FORÇA RR 3,97

CD 206 RR 4,50 CD 219 RR 3,93

SYN 1049 RR 4,50 BMX POTÊNCIA RR 3,87

FTS CASCAVEL RR 4,50 SYN 1059 RR 3,85

NS 6262 4,50 TMG 1067 RR 3,80

CD 250 RR STS 4,47 CD 236 RR 3,80

BRS Tertúlia RR 4,43 RA 518 3,77

A 6411 RG 4,43 CD 238 RR 3,73

RA 626 4,43 BRS 243 RR 3,67

FTS CAFELÂNDIA RR 4,43 ROOS AVANCE RR 3,67

FUNDACEP 65 RR 4,40 FUNDACEP 66 RR 3,57

NS 6636 4,37 BRS ESTÂNCIA RR 3,33

FEPAGRO 37 RR 4,33 BMX ATIVA RR 3,30

FUNDACEP 57 RR 4,33 FUNDACEP 64 RR 3,17

FUNDACEP 58 RR 4,27 FUNDACEP 61 RR 3,00

A 4725 RG 4,27 FEPAGRO 36 RR 2,77

FTS ARAPOTY RR 4,23 DON MARIO 5.8I RR 2,50

5D660 RR 4,23 DMS (0,05) 1,2

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Análise Conjunta da Avaliação de VCU em Linhagens Convencionais de Soja, 2011/2012

L. C. Costa1, M. G. S. Lima1, S. A. L. Rubin1, J. G. Ozelame1, A. B. Beltrame1, T. Roversi2, C. Steckling2

1

Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária, Júlio de Castilhos, RS, 98130-000. E-mail: [email protected].

2 Pesquisadora, CCGL FUNDACEP, Cx. Postal 10, CEP 98100-970, Cruz Alta – RS

[email protected]

Resumo: Este trabalho tem como objetivo relatar o desempenho dos genótipos convencionais avaliados conjuntamente no Estado do Rio Grande do Sul, para deliberar sobre o lançamento de novas cultivares. O delineamento experimental foi blocos ao acaso com três repetições. Os ensaios de VCU foram realizados nos municípios de Júlio de Castilhos, Santa Rosa, São Borja e Vacaria pela FEPAGRO, e Cruz Alta pela FUNDACEP. A análise conjunta mostrou que há diferenças significativas entre os locais para todas as variáveis analisadas. Em Júlio de Castilhos não houve diferenças significativa para rendimento/ parcelas (g.parcelas-1) entre as linhagens avaliadas, igualmente para Cruz Alta para esta e para a variável rendimento de grãos/ ha. Em Júlio de Castilhos, a linhagem JC06037 apresentou a mais elevada produtividade de grãos/ha (2188,3 kg.ha-1), superior à melhor testemunha para o local (RS10, com 1831 kg.ha-1). Esta produção corresponde a um acre´scimo de 16,3% sobre a produção da melhor testemunha para o local e 35% sobre a menor produtividade obtida pela linhagem JC24122-02 (1422,7 kg.ha-1). As linhagens JC 06037 e JC 06036, em Júlio de Castilhos e JC 06197 e CEPs 09047 produziram acima das testemunhas IAS-5, CD 201, BRS 154 e RS 10, para os respectivos locais de ensaios, contudo não diferindo estatisticamente das testemunhas em Cruz Alta. O período da emergência à maturação médio foi de 143 e 123 dias, respectivamente em Júlio de Castilhos e Cruz Alta. As linhagens CEPs 09048, JC 06036, JC 07142, JC 08090 e JC06197 apresentaram maturação mais tardia em relação às testemunhas, em Júlio de Castilhos enquanto todas as linhagens maturaram após a testemunha mais precoce em Cruz Alta. As linhagens não apresentaram acamamento nem retensão foliar nos diferentes locais de avaliação. A altura média de plantas foi 76 cm, variando de 67cm (JC 2536-2) a 95 cm (CEPs 09047), em Júlio de Castilhos e 40 cm (JC 06037) a 70 cm (testemunha RS 10), em Cruz Alta. Em relação ao peso de cem sementes avaliado, CEPS 09052 apresentou o mais elevado (19,5 g) e os mais baixos forma observados em CEPs 09047 e 09048, em Júlio de Castilhos, sendo que em Cruz Alta as testemunhas RS 10 e CD 201 apresentaram o mais elevado e mais baixo peso de cem sementes (39,9g e 27,9g). Palavras-chave: Linhagem, rendimento, fenologia.

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Melhoramento Genético de Soja na Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária no Ano Agrícola 2011

L. C. Costa1, S. A. L. Rubin1, J. G. Ozelame1, M. G. S. Lima1

1 Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária, Júlio de Castilhos, RS. E-mail: [email protected]

Resumo: Para desenvolver cultivares com alto potencial de rendimento de grãos, com resistência às principais doenças, com boas características agronômicas em geral, rústicas e bem adaptadas às condições edafoclimáticas do Rio Grande do Sul, a FEPAGRO, órgão vinculado à Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio do Estado do Rio Grande do Sul, conduz o Programa de Melhoramento Genético de Soja na FEPAGRO Sementes em Júlio de Castilhos, região do Planalto Médio Riograndense. Os trabalhos, em semeadura direta, foram executados em solo da Unidade de Mapeamento Passo Fundo. A adubação de manutenção com a fórmula 02-25-20, foi colocada no momento da abertura do sulco com semeadeira de parcelas Semeato SHP, em área sobre aveia dessecada. O bloco de cruzamentos foi semeado em casa de vegetação e no campo simultaneamente, com 63 genótipos em três épocas distintas na casa de vegetação e três à campo, desde final de outubro a final de novembro de 2010, para possibilitar o cruzamento de materiais de diferentes grupos de maturação. Os cruzamentos foram executados em janeiro e fevereiro/2011, preferentemente entre materiais com tolerância a glifosato combinados com linhagens e cultivares de elite, com alta produtividade e resistência à doenças, e também dando ênfase para cruzamentos com genótipos tolerantes à ferrugem asiática. De acordo com os objetivos propostos, foram planejadas 60 diferentes combinações no período. Foram obtidas 59 vagens de 39 diferentes cruzamentos. As sementes serão semeadas em casa de vegetação na safra 2012 para avanço de geração. Foram conduzidas 2914 parcelas de gerações fixas e segregantes tanto convencionais como tolerantes ao glifosato, de onde foram selecionadas 2524, sendo 913 plantas pelo método genealógico, 1276 linhas pelo método SSD modificado (cerca de 2 a 3 vagens por planta) e 335 pelo método massal. Foram usados na seleção os métodos SSD modificado (F3 e F4), genealógico (F1, F2 e F5) e massal (F6 em diante). Para obtenção de sementes genéticas foram conduzidos pequenos talhões, efetuando roguing na floração e na pré-colheita para manutenção da pureza genética, 4 linhagens convencionais e 10 linhagens RR do lº ano de avaliação do valor de cultivo e uso, sendo retiradas 50 plantas de cada talhão para obtenção de semente genética no ano seguinte. Foram produzidas, em áreas de diferentes dimensões na FEPAGRO Sementes de Júlio de Castilhos, as seguintes linhagens e cultivares convencionais: JC 07142, JC 06036, JC 06037, JC 09127, FEPAGRO 23, FEPAGRO 24, FEPAGRO 25, FEPAGRO 31 e RS 10 e as “RR” JCRR 09053, JCRR 09122, JCRR 0527-42, JCRR 08043, JCRR 09075, JCRR 09128, JCRR 08035 além das cultivares FEPAGRO 36 RR e FEPAGRO 37 RR, em áreas que variaram de 5 a 20 ha, tendo sido purificadas na floração e na pré-colheita. Palavras-chave: Glycine max, melhoramento genético, cruzamentos.

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 58

Avaliação de Genótipos de Soja Submetidos ao Encharcamento do Solo, Safra 2011/12

A.C.B.Oliveira1, B.M. Emygdio1, F.K. Rosa2, D. Hohn2, P.H. Facchinello2, L.N. Oliveira3,

W.M.Dorosz4

1

Embrapa Clima Temperado, BR 392, km 78, 99010-970, Pelotas, RS. E-mail: [email protected], [email protected] .

2Acadêmico curso de Agronomia,

FAEM, Universidade Federal de Pelotas, RS. E-mail: [email protected] [email protected], [email protected].

3Acadêmico curso de Engenharia Agrícola, Universidade Federal de Pelotas,

RS. E-mail: [email protected]. 4Aluno do curso Técnico em Agropecuária, Escola

Estadual Técnica Fronteira Noroeste, Santa Rosa, RS. E-mail: [email protected]

Resumo: A soja é uma das culturas que possibilita o manejo do solo em rotação com o arroz, pois facilita o controle de plantas invasoras e, por ser uma "commodity" proporciona boa garantia de comercialização. Levando-se em consideração a grande variedade de cultivares no mercado, torna-se necessário a seleção dos genótipos de soja adaptados ao encharcamento. Assim, o objetivo deste trabalho foi a avaliação do comportamento de genótipos de soja quando submetidos a período de encharcamento do solo. O ensaio foi conduzido na safra 2011/12 no campo experimental da Estação Terras Baixas da Embrapa Clima Temperado (Município de Capão do Leão/RS). Foi usado o delineamento de blocos ao acaso, com quatro repetições, sendo a parcela composta por quatro linhas com 5 m de comprimento e 0,50 m de espaçamento entre linhas, sendo descartadas as duas linhas externas e 50 cm na extremidade das duas linhas centrais. Foram avaliados dez genótipos de soja: FUNDACEP 53 RR, BRS 243 RR, CD 221, IAS 5 e BRS Macota (ciclo precoce); BRS 244 RR, BRS 246 RR, BRS Charrua RR, BRS 154 e BRS Taura RR (ciclo médio). Os genótipos foram submetidos a um período de 5 dias de encharcamento no estádio V3/V4 e a testemunha foi sem encharcamento. Foram avaliados o peso de cem sementes (PCS), altura da planta (AltPlan), número de dias para maturação (NDM) e o rendimento de grãos (Rend). Os dados foram submetidos à análise de variância, e as médias comparadas pelo teste de Tukey com 5% de significância. Os resultados obtidos permitem inferir que o encharcamento do solo no período vegetativo, de um modo geral, diminuiu a altura de planta e o rendimento de grãos, e aumentou o ciclo de todos os genótipos avaliados. Quanto ao peso de cem sementes, em geral houve aumento do peso quando os genótipos foram submetidos ao encharcamento no período vegetativo, com exceção da CD 221, BRS Macota e BRS 154 que reduziram o PCS,e da BRS Taura RR que manteve o mesmo PCS. Os genótipos obtiveram rendimentos semelhantes quando submetidos ao encharcamento: Fundacep 53 RR (956 kg ha-1), CD 221 (894 kg ha-1), BRS 243 RR (886 kg ha-1), BRS Macota (869 kg ha-1), IAS5 (670 kg ha-1), BRS 244 RR (1043 kg ha-1), BRS Charrua RR (943 kg ha-1), BRS 246 RR (918 kg ha-1), BRS 154 (783 kg ha-1), BRS Taura RR (518 kg ha-1).

Agradecimento: Fundo de pesquisa Embrapa/Monsanto; CNPq. Palavras-chave: Glycine max, hidromórfico, alagamento.

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 59

Avaliação de Linhagens de Soja em Ensaio Final de Primeiro Ano em Áreas de Arroz, Safra 2011/12

A.C.B.Oliveira1, A.P. Afonso1, F.K. Rosa2, D. Hohn2, V.A. Zardim Filho3, L.N. Oliveira3,

W.M.Dorosz4, C.W.Leite5

1

Embrapa Clima Temperado, BR 392, km 78, 99010-970, Pelotas, RS. E-mail: [email protected] , [email protected] .

2Acadêmico curso de Agronomia, FAEM,

Universidade Federal de Pelotas, RS. E-mail: [email protected] [email protected] 3Acadêmico curso de Engenharia Agrícola, Universidade Federal de Pelotas, RS. E-mail:

[email protected]. 4Aluno do curso Técnico em Agropecuária, Escola Estadual Técnica

Fronteira Noroeste, Santa Rosa, RS. E-mail: [email protected]. 5

Granja do Salso, Santa Vitória do Palmar, RS. E-mail: [email protected]

Resumo: Dentro do programa de melhoramento de soja da Embrapa existe uma atividade cujo foco principal é o desenvolvimento de linhagens de soja com maior adaptação as áreas de rotação da cultura do arroz irrigado no Rio Grande do Sul. O ensaio de avaliação final de primeiro ano foi conduzido na safra 2011/12, em três locais: Embrapa Clima Temperado (ETB- Capão do Leão), Granja do Salso (Santa Vitória do Palmar) e Associação Rural (Jaguarão), macro região sojícola 101. O ensaio foi realizado no delineamento de blocos ao acaso, com quatro repetições, sendo a parcela composta por quatro linhas com 5 m de comprimento e 0,50 m de espaçamento entre linhas, sendo descartadas as duas linhas externas e 50 cm na extremidade das duas linhas centrais. Foram avaliados quatorze genótipos de soja, sendo seis linhagens: PF071932, PF071978, PF071936, PF071973, PF071946, PF071996; e oito cultivares comerciais BRS 255 RR, BRS 246 RR, Fundacep 53 RR, RA 516, NA 5909 RG, BMX Ativa RR, FPS Júpiter RR e BMX Apolo RR. Foi avaliado o peso de cem sementes e o rendimento de grãos. Todos os dados foram submetidos à análise de variância, e as médias comparadas pelo teste de Tukey com 5% de significância. Pela análise de variância houve diferenças significativas para rendimento de grãos entre locais, sendo a melhor média obtida em Jaguarão (2.850 kg.ha-1). A média da análise conjunta para rendimento de grãos foi de 2.359 kg.ha-1. Quanto ao comportamento dos genótipos avaliados destaca-se a linhagem PF071932, a qual obteve na análise conjunta o rendimento de grãos de 2.927 kg.ha-1, ocupando sempre a primeira posição em todos os locais de avaliação.

Agradecimento: CNPq. Palavras-chave: Glycine max, hidromórfico.

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 60

VCU de Linhagens de Soja RR Precoce da Rede Sul Fepagro - CCGL TECNOLOGIA, Safra 2010/11

T. Roversi1; C.Steckling1, S. A. L. Rubin2

1 CCGL TECNOLOGIA, RS 342, KM 149, CX. P. 10. CEP 98105 970 - Cruz Alta, RS,

[email protected]; [email protected]. 2

FEPAGRO-SEMENTES, Júlio de Castilhos, RS

Resumo: Na safra 2010/11 a CCGL TECNOLOGIA e a FEPAGRO conduziram uma rede de experimentação e avaliação de VCU RR em diferentes locais do Estado do RS. Dezessete linhagens de ciclo precoce e semi precoces estiveram nos ensaios de VCU RR em sete locais (Cruz Alta, Cachoeira do Sul, São Luiz Gonzaga, Júlio de Castilhos, Santo Augusto, Vacaria e São Borja). Os padrões comparativos foram: FUNDACEP 53RR, BRS 255RR e NA 5909RG. Na análise conjunta dos dados, as linhagens JCRR 09075, JCRR 08035, CEPsRR 08070 e CEPsRR 09295 com (3.123, 3.066, 3.026 e 2.932 kg ha-1, respectivamente) apresentaram rendimentos médios superiores a melhor testemunha (FUNDACEP 53RR 2.928 kg ha-1), porém não diferiram estatisticamente da mesma. As melhores médias de rendimentos do ensaio foram obtidas em Cruz Alta e Júlio de Castilhos (3.821 e 3.706 kg ha-1), e a mais baixa média de rendimento de ensaio em São Borja (1.955 kg ha-1). O ciclo médio dos locais da emergência a floração ficou em 57 dias e da emergência a maturação 125 dias. A altura média dos locais foi de plantas 89 cm. O peso médio de 100 sementes dos locais foi de 14,5 g, com destaque para a linhagem JCRR 08055 com 19,0 g. Vacaria foi o local que mais apresentou acamamento de plantas com nota média geral de 3,2. Na retrospectiva de avaliações, as linhagens JCRR 08035 e CEPsRR 08070 com dois anos de avaliação de VCU apresentaram ampla capacidade de adaptação em diferentes ambientes com grande potencial de competição com os padrões.

Palavras-chave: Glycine Max, Linhagens RR, Fepagro, CCGL TECNOLOGIA

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 61

Fundacep 66RR: Nova Cultivar de Soja RR Tolerante a Ferrugem Asiática

T. Roversi1; C.Steckling1, J.S.da S. Bruinsma1; C. Wesp-Guterres1

1 CCGL TECNOLOGIA, RS 342, KM 149, CX. P. 10. CEP 98105 970 - Cruz Alta, RS,

[email protected]; [email protected]

Resumo: O Estado do Rio Grande do Sul ocupa o terceiro lugar em área de produção de soja no Brasil. Nos últimos anos tem sido uma busca frequente por cultivares mais precoces e mais tolerantes a um número cada vez maior de doenças que atacam a cultura da soja. Desta forma a linhagem CEPsRR 09040 que deu origem a cultivar FUNDACEP 66RR, foi avaliada por dois anos em 5 distintos locais do estado do Rio Grande do Sul (Cruz Alta, São Luiz Gonzaga, Santa Rosa, Cachoeira do Sul e Capão Bonito do Sul) comparando com as testemunhas NK 7059RR e BRS 255RR. Na média de dois anos a linhagem obteve um rendimento médio de 3017 kg.ha-1, contra 3001 kg.ha-1 da média das duas testemunhas. As principais características da cultivar FUNDACEP 66RR são: grupo de maturidade 6.0, flor roxa, pubescência cinza, tipo de crescimento indeterminado, apresenta porte alto, porém é resistente ao acamamento. habito de crescimento semi-ereto, cor do hilo preto Imperfeito e elevado peso de cem sementes (média de 20,0 g). Com relação a doenças, apresenta Moderada Resistência a Pústula Bacteriana, Crestamento Bacteriano, Oídio, Mancha Olho de Rã, Podridão Parda da Haste e Podridão Vermelha da Raiz. É Moderadamente Tolerante ao Nematóide de Galha M. javanica. Resistente a Cancro da Haste e a Podridão de Fitóftora. Apresenta tolerância a Ferrugem Asiática (Phakopsora pachyrhizi), porém recomenda-se realizar no mínimo uma aplicação de fungicida para ferrugem asiática, evitando-se assim uma pressão de seleção sobre a população do fungo, minimizando a probabilidade da perda da tolerância. Tendo em vista que as microrregiões extrapolam os limites do Estado do RS, a mesma também está sendo recomendada para cultivo nos estados de SC, PR e SP nas microrregiões semelhantes.

Palavras-chave: Tolerância a Phakopsora pachyrhizi, Glycine max

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 62

Sementes de Soja Recobertas com Calcário Dolomítico e Caulim

C.A. Rufino1, L.C. Tavares1, A.L. Oliveira1, A.P. Brunes,1, E.S. Lemes, S. Oliveira, A. C. S. A. Barros2

1Pós-Graduandos em Ciência e Tecnologia de Sementes, Universidade Federal de Pelotas, (UFPel). E-mail:

[email protected]. 2 Professor Dr. em Ciência e Tecnologia de Sementes, Universidade Federal

de Pelotas, (UFPel), Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel (FAEM).

Resumo: O objetivo do presente trabalho foi avaliar o desempenho de sementes

de soja recobertas com calcário dolomítico e caulim. O delineamento experimental adotado foi inteiramente casualizado. Os tratamentos consistiram de combinações de duas cultivares de soja e calcário dolomítico e caulim, em esquema fatorial 2 X 4 (Fator A: cultivar “BRS 243 RR e CD 233 RR” e Fator B: calcário dolomítico e caulim, calcário dolomítico, caulim e testemunha), totalizando 8 tratamentos, com quatro repetições. As fontes de nutrientes utilizadas, calcário dolomítico (cálcio e magnésio) e caulim (silício) foram aplicadas na dose de 50 g/100kg de sementes. As variáveis analisadas foram área foliar, altura de planta e matéria seca da parte aérea aos 10, 20 e 30 dias após a emergência (DAE). Conclui-se que o recobrimento de sementes de soja com calcário dolomítico e caulim promove maior massa seca de planta aos 30 dias após a emergência (DAE) especialmente para cultivar BRS 243 RR e proporciona maior altura de planta aos 10 DAE. A cultivar CD 233 RR apresenta desempenho superior ao da cultivar BRS 243 RR, quando o recobrimento de sementes é realizado com calcário dolomítico e caulim para altura de planta, aos 10 e 20 DAE, e os tratamentos com calcário dolomítico + caulim combinados e caulim isolado proporcionam maior área foliar aos 30 DAE. Palavras-chave: Glycine max (L.) Merrill, recobrimento de sementes, nutrientes.

INTRODUÇÃO

A soja (Glycine max L. Merril), é uma espécie de origem asiática, sendo a

oleaginosa mais cultivada no mundo, representando um dos principais itens de exportação do agronegócio brasileiro. O Brasil é o segundo maior produtor de soja tendo grande expansão na década 90, quando a produção nacional passou de 23 para 68 milhões de toneladas na safra 2010/2011 (CONAB, 2011). Entre os vários fatores de produção, pode-se destacar a necessidade do uso de uma adubação equilibrada, que deve incluir não apenas os macronutrientes primários e secundários, mas também os micronutrientes, os quais ainda não são considerados na rotina das adubações pela maioria dos agricultores (NAVA, 2008). Os nutrientes podem ser fornecidos à soja pela aplicação via solo, via foliar, ou pela aplicação via semente (VITTI e TREVISAN, 2000).

O silício é considerado, para as fabáceas, um elemento de absorção intermediária, mas de elevada importância, pois, em muitas situações, tem proporcionado maiores tolerâncias a estresses bióticos e abióticos (RUFINO, 2010). Vários estudos demonstram o envolvimento do silício (Si) em vários aspectos estruturais, fisiológicos e bioquímicos na vida das plantas, apresentando importante papel na relação solo-planta-ambiente.

É essencial que mais pesquisas sejam realizadas visando relacionar a eficiência da aplicação de elementos essenciais e não essenciais na qualidade fisiológica das sementes, uma vez que a agricultura de alta qualidade começa com a utilização de sementes de alta qualidade, refletindo assim, em maiores rendimentos e produtividades. Contudo, a utilização de métodos e tecnologias de produção, como a do recobrimento de sementes, vem sendo uma exigência do mercado cada vez mais competitivo, garantindo a emergência de plântulas mais vigorosas e com alto potencial de produção.

Nesse contexto objetivou-se no presente estudo avaliar o desempenho agronômico de duas cultivares de soja, oriundas de sementes recobertas com calcário dolomítico e caulim.

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 63

MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi conduzido no Laboratório Didático de Análise de Sementes LDAS e em casa de vegetação, na Faculdade de Agronomia “Eliseu Maciel” (FAEM), Universidade Federal de Pelotas, no período de 2009/2010.

Foi semeado em casa de vegetação 12 sementes de soja por balde, e posteriormente, realizado o desbaste restando três plantas (as mais vigorosa). As avaliações em casa de vegetação foram realizadas aos 10, 20 e 30 dias após emergência (DAE).

O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com quatro repetições (para os vasos em casa de vegetação). Os tratamentos consistiram das combinações de calcário dolomítico e caulim, em esquema fatorial 2 X 4 (Fator A: cultivar “BRS 243 RR e CD 233 RR” e Fator B: calcário dolomítico (Ca e Mg) e caulim (Si), calcário dolomítico, caulim e testemunha), totalizando 8 tratamentos. A dose utilizada para ambas as fontes, calcário dolomítico e caulim no recobrimento das sementes foi de 50 g por 100 kg-1 de sementes.

As sementes foram recobertas com os seguintes produtos: foi adotada a sequência de fungicida marca comercial Maxim-XL® (fludioxonil + metalaxyl, com 25 g.l-1 + 10 g.l-1, respectivamente), na dosagem de 100 mL.100 kg-1 de sementes, após calcário dolomítico e caulim e por fim recobertas com polímero (Sepiret®) na dose de 300 ml/ 100 kg de sementes. No recobrimento foi adicionada a mesma proporção de água do volume final, proporcionando um volume de calda (fungicida + nutrientes + polímero + água) de 700 ml/100 kg de sementes. A metodologia do recobrimento das sementes utilizada foi a metodologia proposta por NUNES (2005).

A forma do silício utilizada foi o caulim, que é uma argila que passa por uma série de classificações de tamanho e processos de refinamento para remover metais pesados, impurezas e melhorar sua brancura, resultando em um pó esbranquiçado, rocha moída, não tóxico, que contém 77,9% de SiO2 e pH 5,5. A fonte de cálcio e magnésio utilizada para o experimento foi o calcário dolomítico, que é um produto obtido pela moagem da rocha calcária. Seu principal constituinte é o carbonato de cálcio - CaCO3., que contém 32 % de CaO (Óxido de Cálcio) e 16 % MgO (Óxido de Magnésio) reatividade de 73 % e PRNT de 70 %.

A unidade experimental foi representada por um balde contendo 3 plantas, totalizando 32 unidades experimentais.

Os dados obtidos foram submetidos à análise da variância e, na presença de interação significativa, procederam-se os desdobramentos necessários e avaliados por comparações de médias, pelo do teste de Tukey ao nível de 5% de significância. Para a análise estatística foi utilizado o Sistema de Análise Estatística para Windows – WinStat – Versão 2.0 (Machado e Conceição, 2003).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na Tabela 1, verifica-se de maneira geral que para variável altura de planta as

cultivares não diferiram entre si, nos períodos de avaliação 10, 20 e 30 dias após a emergência (DAE), podendo-se destacar que a combinação de calcário dolomítico + caulim apresentou influência positiva em relação aos demais tratamentos 10 DAE na cultivar BRS 243 RR, aos 20 DAE em ambas cultivares estudadas e aos 30 DAE na cultivar BRS 243RR.

No tocante a Tabela 2, pode-se constatar que a cultivar BRS 243 RR foi superior a cultivar CD223 RR na produção de massa seca de planta na avaliação aos 10 e 30 DAE, entretanto o tratamento testemunha foi superior aos demais na cultivar CD223 RR nas avaliações realizadas aos 10 e 30 DAE. A combinação do calcário dolomítico + caulim apresentou influencia positiva na cultivar BRS 243 RR nas avaliações realizadas aos 10 e 20 DAE. No que diz respeito à área foliar (tabela 3) a cultivar BRS243 RR apresentou-se superior estatisticamente a cultivar CD233 RR nas avaliações 10 e 20 DAE. Harter e Barros (2011) realizaram um experimento com aplicação aérea de caulim e calcário dolomítico em plantas de soja, e concluíram que houve benefícios na qualidade das

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 64

sementes produzidas após a aplicação aérea, porém não encontraram aumentos na produtividade.

CONCLUSÕES

O recobrimento de sementes de soja com calcário dolomítico e caulim promove

maior massa seca de planta aos 30 dias após a emergência (DAE) especialmente para cultivar BRS 243 RR e proporciona maior altura de plantas aos 10 DAE.

A cultivar CD 233 RR apresenta desempenho superior ao da cultivar BRS 243 RR, quando o recobrimento de sementes é realizado com calcário dolomítico e caulim para altura de planta, aos 10 e 20 DAE, e os tratamentos com calcário dolomítico + caulim combinados e caulim isolado proporcionam maior área foliar aos 30 DAE.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CONAB, Companhia Nacional de Abastecimento. Acompanhamento de safra brasileira: grãos, Quarto levantamento, janeiro 2011 / Companhia Nacional de Abastecimento. – Brasília : Conab, 2011. Disponível em: http://www.conab.gov.br/OlalaCMS/uploads/arquivos/11_01_06_08_41_56_boletim_graos_4o_lev_safra_2010_2011..pdf Acessado: 25 de janeiro de 2011. HARTER, F. S. ; BARROS, A. C. S. A. Cálcio e silício na produção e qualidade de sementes de soja. Revista Brasileira de Sementes, v.33, n.1, p. 54-60. 2011. NUNES, J.C. Tratamento de semente - qualidade e fatores que podem afetar a sua performance em laboratório. Syngenta Proteção de Cultivos Ltda. 2005. 16p. NAVA, I. A. Produtividade da soja em função da aplicação de fertilizantes comerciais formulados com diferentes fontes de zinco e fitodisponibilidade dos metais pesados tóxicos cádmio, chumbo e cromo. Marechal Candido Randon, 2008 – 56 f. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Agronomia. VITTI, G.C.; TREVISAN, W. Manejo de macro e micronutrientes para alta produtividade da soja. Informações Agronômicas, Piracicaba, n.90, 2000. 16p. (Encarte técnico). RUFINO, C. A.; TAVERES, L. C.; TRZECIAK, M. B.; DORR, C. S.; BARROS, A. C. S. A. Acúmulo de matéria seca e área foliar em plantas de soja submetidas ao recobrimento de sementes com cálcio e silício. XII Enpos, II Amostra Científica, Universidade Federal de Pelotas, 2010. Summary: The objective of this study was to evaluate the performance of soybean seeds coated with lime and kaolin. The experiemental design was completely randomized. Treatments consisted of combinations of two soybean cultivars and dolomitic limestone and kaolin, in a factorial 2 X 4 (Factor A: 'BRS 243 RR 233 RR and CD "and Factor B: lime and kaolin, limestone, kaolin and control), totaling eight treatments with four replications. The nutrient sources used, dolomitic lime (calcium and magnesium) and kaolin (silicon) were applied at a dose of 50 g/100kg seed. The variables analyzed were leaf area, plant height and shoot dry matter at 10, 20 and 30 days after emergence (DAE). It is concluded that the coating of soybean seeds with lime and kaolin is a viable alternative, because it promotes greater plant dry matter at 30 DAE especially in BRS 243 RR and influences also increased plant height at 10 DAE. The cultivar CD 233 RR covered with limestone and kaolin promotes greater plant height at 10 and 20 DAE and the treatments with dolomitic limestone and kaolin + kaolin combined isolates provide greater leaf area at 30 DAE.

Key words: Glycine max (L.) Merrill, seeds coating, nutrients.

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Tabela 1. Altura de planta (AP), de plantas de soja recobertas com calcário dolomítico e caulim aos 10, 20 e 30 dias após a emergência.

TRATAMENTO

Altura de Plantas (cm)

10 dias 20 dias 30 dias

CD223RR BRS243RR CD223RR BRS243RR CD223RR BRS243RR

Calcário dolomítico + caulim 13,3 B 15,3 A 34,4 A 27,3 A 46,6 A 41,8 B

Calcário dolomítico 11,5 C 12,5 B 27,8 B 26,7 A 37,1 C 42,6 B

Caulim 12,8 B 10,9 C 22,5 C 26,4 A 39,4 B 51,5 A

Testemunha 16,2 A 11,9 B 27,4 B 25,1 A 42,6 B 38,5 C

Média 13,0 a 12,2 a 27,6 a 26,6 a 41,0 a 42,2 a

C.V. (%) 5,87 6,86 5,45

*Médias seguidas pela mesma letra minúscula na linha e pela mesma letra maiúscula na coluna, em cada período não diferem estatisticamente entre si, pelo teste Tukey a 5% de probabilidade.

Tabela 2. Massa seca de plantas (MSP), de soja recobertas com calcário dolomítico e caulim aos 10, 20 e 30 dias após a emergência.

TRATAMENTO

Massa Seca de plantas (mg.pl-1)

10 dias 20 dias 30 dias

CD223RR BRS243RR CD223RR BRS243RR Média CD223RR BRS243RR

Calcário dolomítico + caulim 226 B 288 A 1244 a 1223 a 1233,5 B 4105 B 5576 A

Calcário dolomítico 250 B 298 A 1466 a 1648 a 1556,8 B 3224 B 3462 B

Caulim 148 C 298 A 1287 a 1423 a 1354,8 B 2580 C 3960 B

Testemunha 335 A 125 B 2274 a 2231 a 2252,3 A 4984 A 4669 B

Média 238,1 b 293,0 a 1376,3 1535,2 3664,5 b 4314,5 a

C.V. (%) 18,9 18,15 12,0

*Médias seguidas pela mesma letra minúscula na linha e pela mesma letra maiúscula na coluna, em cada período não diferem estatisticamente entre si, pelo teste Tukey a 5% de probabilidade.

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Tabela 3. Área foliar (AF), de plantas de soja recobertas com calcário dolomítico e caulim aos 10, 20 e 30 dias após a emergência.

TRATAMENTO

Área Foliar (cm2)

10 dias 20 dias 30 dias

CD223RR BRS243RR CD223RR BRS243RR CD223RR BRS243RR

Calcário dolomítico + caulim 67,4 b B 130,6 a A 329,6 565,6 855,8 A 707,2 B

Calcário dolomítico 65,1 b B 99,2 a B 303,6 347,0 840,7 A 758,1 A

Caulim 104,8 a A 95,7 a B 263,4 392,0 413,0 C 620,8 C

Testemunha 80,3 b A 100,5 a B 393,5 413,6 677,2 B 637,3 C

Média 9,97 316,6 b 402,8 a 758,9 a 672,2 b

C.V. (%) 5,87 11,55 6,02

*Médias seguidas pela mesma letra minúscula na linha e pela mesma letra maiúscula na coluna, em cada período não diferem estatisticamente entre si, pelo teste Tukey a 5% de probabilidade.

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Cultivar de Soja TEC 5833IPRO

C. Steckling1, T. Roversi1, M.A. Bianchi1, J.S.da S. Bruinsma1

1

CCGL TEC, RS 342, km 149, 98000-970, Cruz Alta, RS. E-mail: [email protected], [email protected]

Resumo: A cultura da soja é a principal fonte de proteína para a indústria de alimentos, e apesar do aumento do rendimento e da área cultivada, a crescente demanda mundial tem baixado os estoques e impulsionado novas técnicas para aumento do rendimento. A tecnologia INTACTA RR2 PROTM vem ao encontro da necessidade de aumentar o rendimento da cultura. É uma tecnologia que agrega em um único individuo resistência às lagartas da soja, ao herbicida glifosato e aumento de rendimento. O presente trabalho tem por objetivo caracterizar a cultivar de soja TEC 5833IPRO, que apresenta a tecnologia INTACTA RR2 PROTM. A então linhagem CEPsBt 09033 foi testada em experimentos de VCU nas safras 2010/11 e 2011/12. Apresentou rendimento 7,0% superior a média dos padrões (NA 5909RG e NK 7059RR) do grupo de maturidade na média da região de registro. Apresenta tipo de crescimento indeterminado, flor branca, pubescência cinza escuro, sementes de hilo cor marrom claro, peroxidase positiva, grupo de maturidade 5.8, portanto precoce para os padrões da microrregião sojícola - MR 102, 103, 201 e super precoce para a MR 202 e 204 para as quais está registrada. Apresenta porte médio a alto e se destaca pelo excelente potencial produtivo e alto peso de cem sementes (17,5 g). Apresenta resistência ao Cancro da Haste, PPH, Cercospora sojae e a podridão radicular de fitoftora. Moderada suscetibilidade ao nematóides de galha (M. javanica). Com base nas características informadas, pode ser usado em áreas de rotação com pecuária e na abertura de semeadura, respeitando os prazos do vazio sanitários de cada estado e também do zoneamento agrícola de cada região. Palavras-chave: Glycine max, resistência às lagartas da soja, TEC 5833IPRO.

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Cultivar de Soja TEC 5721 IPRO

C. Steckling1, T. Roversi1, M.A. Bianchi1, J.S.da S. Bruinsma1

1

CCGL TEC, RS 342, km 149, 98000-970, Cruz Alta, RS. E-mail1

CCGL TEC, RS 342, km 149, 98000-970, Cruz Alta, RS. E-mail: [email protected], [email protected]

Resumo: A cultura da soja é a principal fonte de proteína para a indústria de alimentos, e apesar do aumento do rendimento e da área cultivada, a crescente demanda mundial tem baixado os estoques e impulsionado novas técnicas para aumento do rendimento. A tecnologia INTACTA RR2 PROTM vem ao encontro da necessidade de aumentar o rendimento da cultura. É uma tecnologia que agrega em um único individuo resistência às lagartas da soja, ao herbicida glifosato e aumento de rendimento. O presente trabalho tem por objetivo caracterizar a cultivar de soja TEC 5721IPRO, que apresenta a tecnologia INTACTA RR2 PROTM. A linhagem CEPsBt 09021 foi testada em experimentos de VCU nas safras 2010/11 e 2011/12. Apresentou rendimento 8,2% superior a média dos padrões (NA 5909RG e NK 7059RR). Apresenta tipo de crescimento indeterminado, flor branca, pubescência marrom escuro, grupo de maturidade 5.7, portanto precoce para os padrões da microrregião sojícola - MR 102, 201 e super precoce para a MR 202 e 204 para as quais está registrada. Apresenta porte baixo, hilo de coloração marrom médio e reação a peroxidase negativa, e se destaca pelo excelente potencial produtivo. Apresenta resistência a Cancro da Haste e PPH, suscetível aos nematoides de galha e cisto, suscetível a podridão radicular de fitóftora. Com base nas características informadas, se recomenda a sua utilização em áreas de rotação de cultivo em solos de alta fertilidade, não compactados e com boa drenagem sem histórico de ocorrência de fitóftora. Palavras-chave: Glycine max, INTACTA RR2 PROTM, resistência às lagartas da soja.

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Cultivar de Soja TEC 5936 IPRO

C. Steckling1, T. Roversi1, M.A. Bianchi1, J.S.da S. Bruinsma1

1CCGL TECNOLOGIA, RS 342, KM 149, CX. P. 10. CEP 98105 970 - Cruz Alta, RS,

[email protected]; [email protected]

Resumo: A crescente demanda por alimentos torna a cultura da soja a principal fonte de matéria prima na produção de alimentos no mundo. A tecnologia INTACTA RR2 PROTM vem ao encontro da necessidade de aumentar o rendimento da cultura. É uma tecnologia que agrega em um único individuo resistência às lagartas da soja (gene Cry1Ac): Anticarsia gemmatalis (lagarta da soja), Pseudoplusia includens e Rachiplusia nu (falsa medideira), Crocidosema aporema (broca das axilas) e Heliothis virescens (Lagarta da maça do algodão); resistência ao herbicida glifosato (gene CP4) e aumento de rendimento. O presente trabalho tem por objetivo caracterizar a cultivar de soja TEC 5936IPRO, que apresenta a tecnologia INTACTA RR2 PROTM. A linhagem CEPsBt 09036 foi testada em experimentos de VCU nas safras 2010/11 e 2011/12. Apresentou rendimento 11,1% superior a média dos padrões (NA 5909RG e NK 7059RR) do grupo de maturidade na média da região de registro. Apresenta tipo de crescimento indeterminado, flor roxa, pubescência cinza escura, grupo de maturidade 5.9, portanto precoce para os padrões da microrregião sojícola - MR 102, 103, 201 e super precoce para a MR 202 e 204 para as quais está registrada. Apresenta porte médio a alto, hilo de coloração marrom claro e reação a peroxidase negativa, e se destaca pelo excelente potencial produtivo. Apresenta resistência a cancro da haste e PPH, moderada tolerância a nematóides de galha (M. javanica) e a oídio, resistente a podridão radicular de fitóftora. Indicamos seu cultivo preferencial para o início da época recomendada para semeadura. Porém vai apresentar bom desempenho durante todo o período indicado pelo zoneamento agrícola. Palavras-chave: Glycine max, INTACTA RR2 PROTM, Resistência às lagartas da soja

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Cultivar de Soja TEC 7849 IPRO

C. Steckling1, T. Roversi1, M.A. Bianchi1, J.S.da S. Bruinsma1

1CCGL TECNOLOGIA, RS 342, KM 149, CX. P. 10. CEP 98105 970 - Cruz Alta, RS,

[email protected]; [email protected]

Resumo: A crescente demanda por alimentos torna a cultura da soja a principal fonte de matéria prima na produção de alimentos no mundo. A tecnologia INTACTA RR2 PROTM vem ao encontro da necessidade de aumentar o rendimento da cultura. É uma tecnologia que agrega em um único individuo resistência às lagartas da soja (gene Cry1Ac): Anticarsia gemmatalis (lagarta da soja), Pseudoplusia includens e Rachiplusia nu (falsa medideira), Crocidosema aporema (broca das axilas) e Heliothis virescens (Lagarta da maça do algodão); resistência ao herbicida glifosato (gene CP4) e aumento de rendimento. O presente trabalho tem por objetivo caracterizar a cultivar de soja TEC 7849IPRO, que apresenta a tecnologia INTACTA RR2 PROTM. A linhagem CEPsBt 09049 foi testada em experimentos de VCU nas safras 2010/11 e 2011/12. Apresentou rendimento 3.202 kg ha-1, 11,4% superior à média dos padrões (BMX Potencia RR e BRS 246 RR) nas microrregiões sojícolas (MR) 102 e 201. Rendimento 4.392 kg ha-1, 21,8% superior aos padrões (BMX Potencia RR e DM 7.0i) na MR 204. Rendimento de 5.035 kg ha-1, 29,2% superior a média dos padrões (Anta 82 e M7211RR) na MR 301 e rendimento de 3.760 kg ha-1, 16,4% superior as cultivares M7639RR e P98y11 na MR 401. Apresenta tipo de crescimento indeterminado, flor branca, pubescência cinza clara, grupo de maturidade 7.8, contudo por apresentar ausência de juvenilidade e alta sensibilidade ao fotoperíodo crítico, quando cultivado em latitudes menores, reduz significativamente o ciclo vegetativo, comportando nessas situações como GM 6.9. Apresenta porte alto, hilo de coloração marrom claro e reação à peroxidase negativa. Tem como grande diferencial o excelente potencial produtivo. Apresenta resistência a cancro da haste e PPH, moderada tolerância ao nematóides de galha (M. javanica) e a oídio. Palavras-chave: Glycine max, resistência às lagartas da soja.

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Avaliação de Cultivares de Soja RR GM 5, da Rede Soja Sul de Pesquisa, Irrigadas por Aspersão em Bagé

F. de J. Vernetti Junior1

1 Embrapa Clima Temperado.BR 392 Km 78.Caixa Postal 403, CEP 96010-971- Pelotas, RS.

[email protected]

Resumo: As cultivares de soja do grupo de maturidade GM 5 provenientes dos programas de melhoramento das instituições integrantes da rede Soja Sul de Pesquisa foram avaliadas na Embrapa Pecuária Sul (Bagé) em condições de solo de coxilha, conduzidas sob condições irrigadas (pivô central), nos anos agrícolas 2010/11 e 2011/12. O ensaio foi composto por 11 cultivares no primeiro ano e por 15 no último ano. A produtividade média obtida foi de 3.544 e 4.044 kg ha-1, respectivamente em 2010/11 e 2011/12. As cultivares NS 4823 e BMX Ativa RR considerando os dois anos de avaliação apresentaram as maiores produtividades de grãos, superando, respectivamente, em 18% e 10% a produtividade média geral daquele periodo. Além destas duas cultivares destacam-se BMX Turbo, SYN 1158RR, SYN 1157RR e SYN 1059RR, todas com produtividades acima de 4171 kg ha-1. Os resultados obtidos indicam que em condições de irrigação por aspersão os genótipos do GM 5 podem ser cultivados sem restrições na região da Campanha, sul do estado do Rio Grande do Sul (REC 101 da macroregião sojícola 1). Palavras-chave: Glycine max, melhoramento genético

INTRODUÇÃO

As empresas obtentoras de cultivares recomendam genótipos de grupos de

maturidade (GM) 5 ou ainda inferiores para o Rio Grande do Sul, exceto para a metade sul do estado, principalmente devido a ocorrência freqüente de estiagens nessa região. As cultivares deste GM por serem genótipos de ciclo precoce tendem a demandar maior nível tecnológico, melhor estruturação e fertilidade do solo, ajustes em época de semeadura, no arranjo de plantas e melhor distribuição de chuvas durante seu desenvolvimento.

Dessa forma, a Embrapa Clima Temperado em parceria com a Embrapa Pecuária Sul, conduziram ensaios que avaliaram características agronômicas de cultivares registradas deste GM, no município de Bagé. Considerando que as estiagens são recorrentes nessa região, este trabalho tem o objetivo de fornecer à assistência técnica, produtores e obtentores de cultivares, informações regionalizadas sobre o desempenho agronômico de cultivares registradas de soja GM 5 RR, quando mantidas sob irrigação e comparadas nas mesmas condições de manejo dentro de cada grupo de maturidade.

MATERIAL E MÉTODOS

O grupo de maturidade GM 5 abrange cultivares dos grupos quatro longo (4.5 a 4.9),

cinco curto (5.0 a 5.4) e cinco longo (5.5 a 5.9), conforme Tabela 1. Os ensaios foram conduzidos em blocos casualizados, com três repetições. Cada

parcela constou de quatro linhas com 5,0 m de comprimento e espaçadas em 0,5 m, buscando-se obter uma população entre 250.000 e 300.000 plantas ha-1. A fertilização do solo, tratos culturais e manejo da cultura seguiram indicações técnicas vigentes para a soja no sul do Brasil (REUNIÃO..., 2010). O experimento recebeu suplementação de água por aspersão através de um pivô central Foking. O controle foi realizado através do monitoramento de umidade do solo pelo sensor “watermark”, que mede a tensão com que a água encontra-se retida pelo arranjo das partículas de solo.

Das avaliações constaram a produtividade de grãos das duas linhas centrais da parcela, área útil de 4,0 m2, sendo estimado o rendimento de relativo de grãos de cada

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 72

cultivar, em comparação à média de rendimento de todas cultivares nos dois anos em cada ambiente (locais).

Os resultados foram submetidos à análise de variância através do teste F, e as médias dos fatores foram avaliadas pelo Teste de Tukey (p ≤ 0,05).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados obtidos pelos ensaios do GM 5 em Bagé/RS, apresentaram um desempenho agronômico bastante satisfatório. A média dos rendimentos de grãos dos ensaios nos dois anos considerados foram superiores a média de produtividade de soja obtida no Rio Grande do Sul nas safras 2010/11 e 2011/12.

As produtividades de grãos obtidas foram 3.544 kg ha-1 e 4044 kg ha-1, respectivamente em 2010/11 e 2011/12 (Tabela 2). As análises de variância para este parâmetro não foram significativas, bem como o teste de comparação de médias nos dois anos analisados. Entretanto, em valores absolutos, as cultivares NS 4823 e BMX Ativa RR considerando-se os dois anos de avaliação apresentaram as maiores produtividades de grãos, superando, respectivamente, em 18% e 10% a produtividade média geral daquele período. Analisando-se a média das cultivares que passaram a integrar o experimento no último ano em relação à média geral dos dois anos e de todas as cultivares avaliadas (3.794 kg ha-1), além das duas cultivares acima citadas, destacam-se BMX Turbo, SYN 1158RR, SYN 1157RR e SYN 1059RR, todas com produtividades acima de 4.171 kg ha-1. Os resultados obtidos com as duas primeiras cultivares citadas anteriormente vem ao encontro dos resultados obtidos por Bertagnolli et al. (2011), nas regiões edafoclimáticas 103 e 104, conforme indicações técnicas vigentes (REUNIÃO..., 2010).

A duração média dos subperíodos emergência início da floração e emergência maturação em 2011/12 foi um pouco mais longa, cerca de 7 dias maior que em 2010/11 (Tabela 3). A altura média das plantas na maturação e a altura de inserção dos legumes em Bagé foram, em 2010/2011 de 94,9 e 18,9 cm, e em 2011/2012 de 102,8 e 12,7 cm. O elevado porte não ocasionou acamamento de plantas no primeiro ano. No segundo ano agrícola a nota média de acamamento foi bastante elevada (3,1), fato que provavelmente acarretaria em perdas na colheita mecanizada.

CONCLUSÕES

Os resultados obtidos nos dois anos agrícolas com as cultivares de soja avaliadas,

indicam que em condições de irrigação por aspersão os genótipos do GM 5 podem ser cultivados sem restrições na região da Campanha do Rio Grande do Sul (Região edafoclimática 101 da macroregião sojícola 1.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

REUNIÃO DE PESQUISA DA SOJA DA REGIÃO SUL, 38., 2010, Cruz Alta. Indicações técnicas para a cultura da soja no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina 2010/2011 e 2011/2012. Cruz Alta: FUNDACEP/FECOTRIGO, 2010. 168 p. Summary: Soybean cultivars of maturity group (GM) 5 from breeding programs of the Southern Soybean Research Network were evaluated at Embrapa Pecuária Sul (Bagé), in hill soil, conducted under irrigated conditions (central pivot) in the years of 2010/11 and 2011/12. The trial were carried out with 11 cultivars in the first and 15 in the last year. The average yield obtained was 3544 and 4044 kg ha-1 respectively in 2010/11 and 2011/12. The cultivars NS 4823 and BMX Ativa RR considering the two-year evaluation showed the highest grain yield, exceeding respectively 18% and 10% overall average productivity of that period. Aside from these two cultivars stand out BMX Turbo 1158RR SYN, SYN and SYN 1157RR 1059RR, all them with yields above 4171 kg ha-1. The results indicate that under sprinkler irrigation GM 5

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 73

genotypes can be grown without restrictions in the Campanha region, the southern state of Rio Grande do Sul (REC 101 macroregião sojícola one). Key words: Glycine max, plant breeding.

Tabela 1. Cultivares de soja RR, dos grupos de maturidade (GM) 5, da Rede Soja Sul de Pesquisa, registradas para cultivo no sul do Brasil. Embrapa Clima Temperado, 2012

2010/11 2011/12 Empresa obtentora GM

A4725 RG A4725RG Nidera Sementes Ltda 5.3 BMX Energia RR BMX Energia RR Brasmax 5.0 DonMario 5.8i DonMario 5.8i Brasmax 5.5 BMX Ativa RR BMX AtivaRR Brasmax 5.6 CD 250RR STS CD 250 RR STS Coodetec 5.5 FTS Cafelândia RR FTS Cafelândia FT Sementes RS 5.6 Fundacep 62RR Fundacep 62 RR Fundacep 5.8 NA4990 RG NA4990RG Nidera Sementes Ltda 5.5 NS4823 NS4823 Nidera Sementes Ltda 5.3 CD 225RR - Coodetec 5.8 Fundacep 63RR - Fundacep 4.9

- BMX Turbo RR Brasmax 5.8 - CD 215 RR Coodetec 5.9 - SYN 1152 RR Syngenta 5.2 - SYN 1157RR Syngenta 5.7 - SYN 1158 RR Syngenta 5.8 - SYN 1059RR Syngenta 5.9

Tabela 2 - Produtividade de grãos (kg ha-1) e produtividade relativa à média do ensaio de cultivares de soja RR, GM 5, em Bagé, conduzido sob irrigação por aspersão. Embrapa Clima Temperado, 2012

Produtividade Kg ha-1

% relativa à média geral

Cultivares 2010/11 2011/12 Média

1

NS4823 4319 a2

4625 a 4472 118 SYN1059RR - 4528 a 4528 112 BMX Ativa RR 4217 a 4124 a 4171 110 BMX Energia RR 3502 a 4437 a 3970 105 SYN1157RR - 4256 a 4256 105 BMX Turbo RR - 4211 a 4211 104 SYN1158 RR - 4208 a 4208 104 CD 250RR STS 3420 a 4315 a 3868 102 Don Mario 5.8i 3379 a 4137 a 3758 99 A4725 RG 3335 a 4102 a 3719 98 FTS Cafelândia 3802 a 3239 a 3521 93 Fundacep 62 RR 3131 a 3874 a 3503 92 NA4990 RG 3594 a 3401 a 3498 92 SYN1152 RR - 3697 a 3697 91 CD 225 RR 3149 a - 3149 89 Fundacep 63 RR 3132 a - 3132 88 CD215RR - 3512 a 3512 87

Média 3544 4044 3794 CV 12,5 15,4 1 Média da cultivar nos dois anos quando há. 2Teste de Tukey (5%).

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 74

Tabela 3 - Duração média dos subperíodos à partir da emergência (E) ao início da floração (IF) e da emergência à maturidade (M), altura de planta (AP), altura de inserção dos legumes (AI) e nota média de acamamento (ACAM.) do ensaios de cultivares de soja RR, GM 5, em Bagé, conduzidos sob irrigação por aspersão, nos anos agrícolas 2010/11 e 2011/12. Embrapa Clima Temperado, 2012 Cultivares 2010/2011 2011/2012

E - IF E - M AP AI ACAM. E - IF E - M AP AI ACAM.

A4725 RG 43 105 84,1 16,9 1,0 48 114 89,4 10,1 3,0 Don Mario 5.8i 48 114 92,1 19,9 1,0 54 119 107,1 16,3 3,0 BMX Ativa RR 49 114 73,6 17,6 1,0 55 118 71,3 12,7 2,7 BMX Energia RR

49 112 90,2 17,9 1,0 54 119

96,9 13,0 3,3

CD 225 RR 52 114 116,9 24,2 1,0 - - - - - CD 250RR STS

49 112 103,1 18,7 1,0 56 119

119,1 11,1 3,7

FTS Cafelândia 47 118 103,9 20,5 1,0 56 122 115,2 8,9 3,7 Fundacep 62 RR

50 113 101,2 21,5 1,0 56 120

115,1 13,2 3,7

Fundacep 63 RR

47 103 100,2 19,1 1,0 - - - - -

NA4990 RG 43 111 84,6 15,9 1,0 46 117 92,7 11,1 3,3 NS4823 43 108 80,5 13,5 1,0 48 110 90,9 10,0 1,7 BMX Turbo RR - - - - - 56 122 105,1 13,0 3,7 SYN1158 RR - - - - - 61 123 106,0 18,5 3,0 CD215RR - - - - - 62 123 108,0 12,1 3,7 SYN1157RR - - - - - 56 122 113,6 13,5 2,7 SYN1152 RR - - - - - 48 119 101,3 11,7 2,3 SYN1059RR - - - - - 55 120 110,1 14,8 3,0

Média 47 112 94,9 18,9 1,0 54 119 102,8 12,7 3,1

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 75

Avaliação de Cultivares de Soja RR GM 5, da Rede Soja Sul de Pesquisa, Irrigadas por Aspersão em Capão do Leão

F. de J. Vernetti Junior1, L.O.B. Schuch2, M. F. Corrêa2

1 Embrapa Clima Temperado.BR 392 Km 78.Caixa Postal 403, CEP 96010-971- Pelotas, RS.

[email protected] 2UFPel

[email protected]

Resumo: As cultivares de soja do grupo de maturidade GM 5 provenientes dos programas de melhoramento das instituições integrantes da rede Soja Sul de Pesquisa foram avaliadas na Embrapa Clima Temperado (Capão do Leão) em condições de solo de arroz irrigado, sob condições irrigadas (pivô linear), nos anos agrícolas 2010/11 e 2011/12. O ensaio foi composto por 11 cultivares no primeiro ano e por 15 no último ano. A produtividade média obtida no Capão do Leão foram de 2.903 e 2.276 kg ha-1, respectivamente em 2010/11 e 2011/12. Os maiores rendimentos de grãos, considerando-se os dois anos agrícolas, foram alcançados por Fundacep 62 RR (3.093 kg ha-1), CD 225RR (3.042 kg ha-1), Fundacep 63 RR (3.032 kg ha-1), FTS Cafelândia RR (2.875 kg ha-1) e BMX Energia RR (2.823 kg ha-1). Os resultados obtidos indicam que em condições de irrigação por aspersão os genótipos do GM 5 podem ser cultivados sem restrições na região sudeste do Rio Grande do Sul (Região edafoclimática 101 da macroregião sojícola 1). Palavras-chave: Glycine max, melhoramento.

INTRODUÇÃO

As empresas obtentoras de cultivares recomendam genótipos de grupos de

maturidade (GM) 5 ou ainda inferiores para o Rio Grande do Sul, exceto para a metade sul do estado, principalmente devido a ocorrência freqüente de estiagens nessa região. As cultivares deste GM por serem genótipos de ciclo precoce tendem a demandar maior nível tecnológico, melhor estruturação e fertilidade do solo, ajustes em época de semeadura, no arranjo de plantas e melhor distribuição de chuvas durante seu desenvolvimento.

Dessa forma, a Embrapa Clima Temperado conduziu ensaios que avaliaram características agronômicas de cultivares registradas deste GM, no municípios do Capão do Leão. Considerando que as estiagens são recorrentes nessa região, este trabalho tem o objetivo de fornecer à assistência técnica, produtores e obtentores de cultivares, informações regionalizadas sobre o desempenho agronômico de cultivares registradas de soja GM 5 RR, quando mantidas sob irrigação e comparadas nas mesmas condições de manejo dentro de cada grupo de maturidade.

MATERIAL E MÉTODOS

O grupo de maturidade GM 5 abrange cultivares dos grupos quatro longo (4.5 a 4.9),

cinco curto (5.0 a 5.4) e cinco longo (5.5 a 5.9), conforme Tabela 1. Os ensaios foram conduzidos em blocos casualizados, com três repetições. Cada

parcela constou de quatro linhas com 5,0 m de comprimento e espaçadas em 0,5 m, buscando-se obter uma população entre 250.000 e 300.000 plantas ha-1. A fertilização do solo, tratos culturais e manejo da cultura seguiram indicações técnicas vigentes para a soja no sul do Brasil (REUNIÃO..., 2010). O experimento recebeu suplementação de água por aspersão através de um pivô linear Valley. O controle foi realizado através do monitoramento de umidade do solo pelo sensor “watermark”, que mede a tensão com que a água encontra-se retida pelo arranjo das partículas de solo.

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 76

Das avaliações constaram a produtividade de grãos das duas linhas centrais da parcela, área útil de 4,0 m2, sendo estimado o rendimento de relativo de grãos de cada cultivar, em comparação à média de rendimento de todas cultivares nos dois anos em cada ambiente (locais).

Os resultados foram submetidos à análise de variância através do teste F, e as médias dos fatores foram avaliadas pelo Teste de Tukey (p ≤ 0,05).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados obtidos pelos ensaios do GM 5 em Capão do Leão /RS, apresentaram

um desempenho agronômico bastante satisfatório. A média dos rendimentos de grãos dos experimentos foram superiores a média de produtividade de soja obtida no Rio Grande do Sul nas safras 2010/11 e 2011/12.

No Capão do Leão, em condições de solo de arroz irrigado (Planossolo Háplico Eutrófico solódico) as produtividades médias foram de 2.903 e 2.276 kg ha-1, respectivamente em 2010/11 e 2011/12. As análises de variância para este parâmetro não foram significativas, bem como o teste de comparação de médias em 2010/11. No ano seguinte em função de problemas nas 3 repetições da cultivar SYN 1152 RR, houve diferença significativa no teste de comparação de médias. As cultivares que apresentaram os maiores rendimentos de grãos, considerando-se os dois anos agrícolas, foram Fundacep 62 RR (3.093 kg ha-1), CD 225RR (3.042 kg ha-1), Fundacep 63 RR (3.032 kg ha-1), FTS Cafelândia RR (2.875 kg ha-1) e BMX Energia RR (2.823 kg ha-1), respectivamente 22%, 20%, 19%, 13% e 11% superior à média dos dois anos agrícolas analisados .

A duração média dos subperíodos emergência início da floração e emergência à maturação das plantas em 2010/11 foi um pouco menor que em 2011/12, cerca de 8 e 12 dias respectivamente (Tabela 3). A altura média das plantas na maturação e a altura de inserção dos legumes (dados não apresentados) em 2010/11 e 2011/12 foram, respectivamente, de 68,8 cm e 8,8 cm e de 73,2 cm e 9,1 cm. As cultivares A4725 RG, Fundacep 63 RR, NA4990 RG e NS 4823, provavelmente apresentariam maiores perdas de colheita devido à baixa altura de inserção dos primeiros legumes no Capão do Leão. Não houve problemas relacionados a acamamento em nenhum dos anos observados.

CONCLUSÕES

Os resultados obtidos nos dois anos agrícolas com as cultivares de soja avaliadas, indicam que em condições de irrigação por aspersão os genótipos do GM 5 podem ser cultivados sem restrições na região edafoclimática (REC) 101 da macroregião sojícola 1, sul do estado do Rio Grande do Sul.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

REUNIÃO DE PESQUISA DA SOJA DA REGIÃO SUL, 38., 2010, Cruz Alta. Indicações técnicas para a cultura da soja no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina 2010/2011 e 2011/2012. Cruz Alta: FUNDACEP/FECOTRIGO, 2010. 168 p. Summary: Soybean cultivars of maturity group (GM) 5 from breeding programs of the Southern Soybean Research Network were evaluated at Embrapa Clima Temperado (Capão do Leão) in lowland soils, under irrigated conditions (linear pivot) in the years of 2010/11 and 2011/12. The trial were carried out with 11 cultivars in the first and 15 in the last year. In Capão do Leão yields were between 2903 and 2276 kg ha-1, respectively in 2010/11 and 2011/12. The highest grain yield, considering both years, were achieved by Fundacep 62RR (3093 kg ha-1), CD 225RR (3042 kg ha-1), Fundacep 63RR (3032 kg ha-1), FTS Cafelândia RR (2875 kg ha-1) and BMX Energia RR (2823 kg ha-1). The results indicate that under sprinkler

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irrigation GM 5 genotypes can be grown without restrictions in the southern state of Rio Grande do Sul Key words: Glycine max, breeding.

Tabela 1. Cultivares de soja RR, dos grupos de maturidade (GM) 5, da Rede Soja Sul de Pesquisa, registradas para cultivo no sul do Brasil. Embrapa Clima Temperado, 2012

2010/11 2011/12 Empresa obtentora GM

A4725 RG A4725RG Nidera Sementes Ltda 5.3 BMX Energia RR BMX Energia RR Brasmax 5.0 DonMario 5.8i DonMario 5.8i Brasmax 5.5 BMX Ativa RR BMX AtivaRR Brasmax 5.6 CD 250RR STS CD 250 RR STS Coodetec 5.5 FTS Cafelândia RR FTS Cafelândia FT Sementes RS 5.6 Fundacep 62RR Fundacep 62 RR Fundacep 5.8 NA4990 RG NA4990RG Nidera Sementes Ltda 5.5 NS4823 NS4823 Nidera Sementes Ltda 5.3 CD 225RR - Coodetec 5.8 Fundacep 63RR - Fundacep 4.9 - BMX Turbo RR Brasmax 5.8 - CD215RR Coodetec 5.9 - SYN1152 RR Syngenta 5.2 - SYN1157RR Syngenta 5.7 - SYN1158 RR Syngenta 5.8 - SYN1059RR Syngenta 5.9

Tabela 2 - Produtividade de grãos (kg ha-1) e produtividade relativa à média do ensaio de cultivares de soja RR, GM 5, em Capão do Leão conduzidos sob irrigação por aspersão, nos anos agrícolas 2010/11 e 2011/12. Embrapa Clima Temperado, 2012 Produtividade Kg ha

-1 % relativa à média

geral

Cultivares 2010/11 2011/12 Média1

Fundacep 62 RR 3153 a2

3032 a 3093 122 CD 225 RR 3042 a - 3042 120 Fundacep 63 RR 3032 a - 3032 119 FTS Cafelândia 3123 a 2627 ab 2875 113 BMX Energia RR 3264 a 2382 ab 2823 111 NS4823 3076 a 2362 ab 2719 107 BMX Turbo RR - 2699 ab 2699 106 BMX Ativa RR 3097 a 2243 ab 2670 105 Don Mario 5.8i 3005 a 2330 ab 2668 105 SYN1158 RR - 2524 ab 2524 99 CD 250RR STS 2330 a 2490 ab 2410 95 CD215RR - 2373 ab 2373 93 SYN1157RR - 2367 ab 2367 93 SYN1059RR - 2364 ab 2364 93 NA4990 RG 2897 a 1816 bc 2357 93 A4725 RG 2165 a 2242 ab 2204 87 SYN1152 RR - 1041 c 1041 41

Média 2903 2276 2510 CV 14,9 14,9 1 Média da cultivar nos dois anos quando há.

2Teste de Tukey (5%).

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Tabela 3 - Duração média dos subperíodos à partir da emergência (E) ao início da floração (IF) e da emergência à maturidade (M) e nota média de acamamento (ACAM.) do ensaios de cultivares de soja RR, GM 5, em Capão do Leão, conduzidos sob irrigação por aspersão, nos anos agrícolas 2010/11 e 2011/12. Embrapa Clima Temperado, 2012

Cultivares 2010/2011 2011/2012

E - IF E - M ACAM. E - IF E - M ACAM.

A4725 RG 37 106 1,0 47 118 1,0 Don Mario 5.8i 46 115 1,0 49 123 1,0 BMX Ativa RR 47 118 1,0 53 122 1,0 BMX Energia RR 47 114 1,0 47 123 1,0 CD 225 RR 48 111 1,0 - - CD 250RR STS 46 105 1,0 48 123 1,0 FTS Cafelândia 43 115 1,0 55 126 1,0 Fundacep 62 RR 49 110 1,0 51 124 1,0 Fundacep 63 RR 42 103 1,0 - - NA4990 RG 35 113 1,0 36 121 1,0 NS4823 35 106 1,0 45 114 1,0 BMX Turbo RR - - - 58 126 1,0 SYN1158 RR - - - 56 127 1,0 CD215RR - - - 55 127 1,0 SYN1157RR - - - 56 126 1,0 SYN1152 RR - - - 47 123 1,0 SYN1059RR - - - 57 124 1,0

Média 43 111 1,0 51 123 1,0

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Avaliação de Cultivares de Soja RR GM 6 e 7 da Rede Soja Sul de Pesquisa, em Jaguarão

F. de J. Vernetti Junior1

1 Embrapa Clima Temperado.BR 392 Km 78.Caixa Postal 403, CEP 96010-971- Pelotas, RS.

[email protected]

Resumo: As cultivares de soja RR do grupo de maturidade GM 6 e 7 provenientes dos programas de melhoramento das instituições integrantes da rede Soja Sul de Pesquisa foram avaliadas em Jaguarão, em solo de coxilha no ano agrícola 2011/12. Os ensaios foram compostos por 26 e 15 cultivares, respectivamente, dos grupos GM 6 e GM 7, que alcançaram, por sua vez uma produtividade média de 2.174 kg ha-1 e 2.256 kg ha-1 . No GM 6 destacaram-se as cultivares NA 5909 RG, A 6411 RG, BRS Estância RR, Fundacep 65 RR, CD 239 RR, Fundacep 58 RR, Fepagro 37 RR, Fundacep 61 RR e Vmax. As cultivares SYN9070, BRS 246 RR, Fundacep 59 RR, Fundacep 64 RR, CD231 RR, TMG4001, BRS Pampa RR e CD219 RR foram os destaques no GM 7. A altura média das plantas na maturação e a altura de inserção dos legumes de ambos grupos de maturação foram adequados à colheita mecânica. Não houve acamamento. Palavras-chave: Glycine max, melhoramento genético.

INTRODUÇÃO

A Rede Soja Sul de Pesquisa, composta por empresas estatais e privadas, conduz

ensaios que avaliam características agronômicas de cultivares registradas de diferentes obtentores, nas mesmas condições de ambiente e manejo, em diversos locais no sul do Brasil.

O presente trabalho tem como objetivo principal fornecer, aos profissionais da área de assistência técnica, produtores e obtentores de cultivares, informações regionalizadas sobre o desempenho agronômico de cultivares registradas de soja tolerantes ao glifosato dos grupos de maturidade (GM) 6 e 7 na safra 2011/2012, quando comparadas nas mesmas condições ambientais e de manejo dentro de cada GM.

MATERIAL E MÉTODOS

Vinte e seis cultivares de soja do grupo de maturidade (GM) 6 e quinze cultivares

do GM 7 foram avaliadas no município de Jaguarão, RS em 2011/12 (Tabela 1). O experimento foi conduzido em um delineamento experimental de blocos ao

acaso, com três repetições. As parcelas foram compostas de quatro linhas de 5 metros de comprimento, espaçadas de 50 cm entre linhas, com uma área útil de 4 m2.

A fertilização, inoculação das sementes e controle de invasoras e pragas foram realizados segundo as recomendações técnicas para a cultura (REUNIÃO, 2010). As datas de semeadura e de emergência dos ensaios foram, respectivamente, 21 e 28 de novembro de 2011.

No decorrer do ciclo biológico, registraram-se as alturas de planta e de inserção dos legumes na maturação, o peso de cem sementes, nota média de acamamento, bem como a produtividade de grãos das cultivares.

Os resultados foram submetidos à análise de variância através do teste F, e as médias dos fatores foram avaliadas pelo Teste de Tukey (p ≤ 0,05).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A análise da variância e o teste de comparação de médias (Tukey) foi significativo

para rendimento de grãos entre as cultivares testadas do GM 6 (Tabela 2). A

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 80

produtividade média de grãos do experimento do GM 6 foi de 2.174 Kg ha-1 e destacaram-se as cultivares NA 5909 RG, A 6411 RG, BRS Estância RR, Fundacep 65 RR, CD 239 RR, Fundacep 58 RR, Fepagro 37 RR, Fundacep 61 RR e Vmax que apresentaram rendimentos de grãos acima de 2.371 kg ha-1, variando de 9% a 42% acima da média experimental. Considerando-se os resultados obtidos por Vernetti Jr. et al. (2011), em experimento similar (GM 6) em Jaguarão, cuja média experimental foi de 2.178 kg ha-1, observa-se pelo segundo ano consecutivo a presença das cultivares Fepagro 37 RR, CD 239 RR e Fundacep 58 RR entre os maiores rendimentos de grãos observados.

A altura média das plantas na maturação e a altura de inserção dos legumes foram, respectivamente, 71,2 e 8,3 cm, valores adequados à colheita mecânica. Não houve acamamento.

A produtividade média de grãos do experimento do GM 7 foi de 2.256 kg ha-1 e destacaram-se as cultivares SYN9070, BRS 246 RR, Fundacep 59 RR, Fundacep 64 RR, CD231 RR, TMG4001, BRS Pampa RR e CD219 RR que apresentaram rendimentos de grãos acima de 2.340 kg ha-1, variando de 4% a 11% acima da média experimental. Considerando-se os resultados obtidos por Vernetti Jr. et al. (2011), em experimento similar (GM 7) em Jaguarão, cuja média experimental foi de 2.230 kg ha-1, observa-se pelo segundo ano consecutivo a presença das cultivares Fundacep 59 RR, Fundacep 64 RR, BRS Pampa RR e CD 219 RR entre os maiores rendimentos de grãos observados. A altura média das plantas na maturação e a altura de inserção dos legumes do experimento do GM 7 foram, respectivamente, 82,1 e 8,3 cm, valores adequados à colheita mecânica. Não houve acamamento.

CONCLUSÕES

As produtividades de grãos de soja dos experimentos dos GM 6 e 7 foram superiores à média dos rendimentos verificados na região. No GM 6 destacaram-se as cultivares BMX Força RR, BRS Tordilha RR, Vmax RR, BMX Potência RR e CD 236 RR. No GM 7 destacaram-se as cultivares SYN9070, BRS 246 RR, Fundacep 59 RR, Fundacep 64 RR, CD231 RR, TMG4001, BRS Pampa RR e CD219 RR. A altura de inserção dos primeiros legumes e o porte das plantas foram adequados à colheita mecânica.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

REUNIÃO DE PESQUISA DA SOJA DA REGIÃO SUL, 38., 2010, Cruz Alta. Indicações técnicas para a cultura da soja no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina 2010/2011 e 2011/2012. Cruz Alta: FUNDACEP/FECOTRIGO, 2010. 168 p. VERNETTI JUNIOR, F.J. et al. Resultados de Pesquisa de Soja na Embrapa Clima Temperado – 2011. Pelotas: Embrapa Clima Temperado, 2011. 122 p. (Embrapa Clima Temperado, Documentos, 340) Summary: The RR soybean cultivars of maturity group GM 6 and 7 from the breeding programs of the Southern Soybean Research Network were evaluated in Jaguarão in hill soils in the year 2011/12. The tests were composed of 26 and 15 cultivars, of the maturity groups GM 6 and GM 7, which presented an average yield of 2174 kg ha-1 and 2256 kg ha-1, respectively. In GM 6 highlights the cultivars NA RG 5909, A 6411 RG, BRS Estância RR, Fundacep 65 RR, CD 239 RR, Fundacep 58 RR, Fepagro 37 RR Fundacep 61 RR and Vmax. In the maturity group GM 7 highlights cultivars were the SYN9070, BRS 246 RR, Fundacep 59 RR, Fundacep 64 RR, CD 231 RR, TMG4001, BRS Pampa RR and CD

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 81

219 RR. The average plant height at maturity and height of legume insertion on both maturity groups were suitable for mechanical harvesting. There are no lodging. Key words: Glycine max, plant breeding.

Tabela 1 – Cultivares de soja tolerantes ao glifosato, dos grupos de maturidade (GM) seis e sete, da Rede Soja Sul de Pesquisa, registradas para cultivo no sul do Brasil. Embrapa Clima Temperado, 2012

GM 6 RR GM 7 RR

Cultivar Empresa obtentora

GM Cultivar Empresa obtentora

GM

A 6411 RG Nidera Sementes 6.2 BRS 246 RR Embrapa 7.2 BMX Força RR Brasmax 6.2 BRS Charrua RR Embrapa 7.2 BMX Potencia RR Brasmax 6.7 BRS Pampa RR Embrapa 7.7 BRS Estância RR Embrapa 6.1 BRS Taura RR Embrapa 7.3 BRS Tertúlia RR Embrapa 6.5 CD 219 RR Coodetec 8.1 BRS Tordilha RR Embrapa 6.2 CD 231 RR Coodetec 7.3 CD 202 RR Coodetec 6.4 CD 238 RR Coodetec 7.1 CD 206 RR Coodetec 6.8 Fepagro 36 RR Fepagro 7.1 CD 235 RR Coodetec 6.8 FTS Cascavel RR FT Sementes RS 7.4 CD 236 RR Coodetec 6.4 FTS Realeza RR FT Sementes RS 7.6 CD 239 RR Coodetec 6.4 FTS Tapes RR FT Sementes RS 7.4 CD 248 RR Coodetec 6.1 Fundacep 59 RR Fundacep 7.4 CD 249RR STS Coodetec 6.7 Fundacep 64 RR Fundacep 7.5 Don Mario 7.0i (Magna)

Brasmax 6.2 Syn 9070RR Syngenta 7.1

Fepagro 37 RR Fepagro 6.1 TMG 4001RR TMG 7.1 FTS Campo Mourão RR

FT Sementes RS 6.6

FTS Ipê RR FT Sementes RS 6.7 Fundacep 57 RR Fundacep 6.7 Fundacep 58 RR Fundacep 6.8 Fundacep 61 RR Fundacep 6.0 Fundacep 65 RR Fundacep 6.0 Fundacep 66 RR Fundacep 6.0 NA 5909 RG Nidera Sementes 6.1 Vmax RR Syngenta 6.0 SYN 1161 RR Syngenta 6.1 SYN 1163 RR Syngenta 6.3

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 82

Tabela 2 - Altura média das plantas (AP) na maturação e de inserção dos primeiros legumes (AI), acamamento (AC), peso de cem sementes (PCS) e rendimento de grãos do ensaio de cultivares de soja tolerantes ao glifosato, do grupo de maturidade 6, em Jaguarão. Embrapa Clima Temperado, 2012 Cultivares AP

(cm) AI

(cm) AC PCS Rendimento

(kg ha-1

) %

1

NA 5909 RG 71,7 10,7 1 17,3 3094 a2

142 A 6411 RG 78,3 7,3 1 17,7 2942 ab 135 BRS Estância RR 63,5 6,3 1 18,0 2679 abc 123 Fundacep 65 RR 56,0 5,7 1 17,0 2630 abcd 121 CD 239 RR 84,7 10,7 1 13,0 2577 abcd 119 Fundacep 58 RR 69,3 9,0 1 13,3 2566 abcd 118 Fepagro 37 RR 63,0 6,3 1 16,3 2521 abcd 116 Fundacep 61 RR 56,3 6,3 1 17,7 2512 abcd 116 Vmax RR 84,3 10,7 1 19,0 2371 abcd 109 Fundacep 66 RR 80,7 6,7 1 20,0 2270 abcde 104 Fundacep 57 RR 69,0 6,7 1 15,0 2249 abcde 103 CD 206 RR 82,3 12,0 1 15,7 2210 bcde 102 Don Mario 7.0i RR 63,7 6,7 1 14,7 2195 abcde 101 SYN 1163 RR 83,7 9,0 1 17,0 2195 abcde 101 CD 235 RR 85,3 10 1 15,0 2075 abcde 95 BRS Tertúlia RR 62,3 7,0 1 16,0 2036 bcde 94 BMX Força 83,3 9,3 1 15,7 2014 bcde 93 BMX Potência RR 79,7 10,0 1 15,0 1917 bcde 88 FTS Campo Mourão 64,0 9,3 1 17,0 1835 cde 84 CD 202 RR 82,0 11,3 1 16,3 1827 cde 84 BRS Tordilha 60,1 8,3 1 17,0 1825 cde 84 FTS Ipê 70,3 10,0 1 15,0 1736 cde 80 CD 236 RR 70,0 7,0 1 16,0 1668 cde 77 CD 248 RR 59,3 8,0 1 17,7 1648 cde 76 SYN 1161 RR 56,3 7,0 1 16,7 1625 de 75 CD 249 RR 55,0 5,7 1 13,0 1314 e 60

Media 71,2 8,3 1 16,2 2174 CV (%) 15,1 1Percentagem relativa à media geral das cultivares no local.

2 Teste de Tukey (5%)

Tabela 3 - Altura média das plantas (AP) na maturação e de inserção dos primeiros legumes (AI), acamamento (AC), peso de cem sementes (PCS) e rendimento de grãos do ensaio de cultivares de soja tolerantes ao glifosato, do grupo de maturidade 7, em Jaguarão. Embrapa Clima Temperado, 2012

Cultivares AP (cm)

AI (cm)

AC PCS Rendimento (kg ha-1)

%1

SYN9070 86,3 7,3 13,3 2508 a2 111 BRS 246 RR 86,3 8,7 1 14,7 2473 a 110 Fundacep 59 RR 75,7 7,3 1 14,7 2464 a 109 Fundacep 64 RR 82,3 8,3 1 13,0 2420 a 107 CD231 RR 80,7 8,0 1 12,0 2387 a 106 TMG4001 81,0 7,7 1 12,3 2360 a 105 BRS Pampa RR 87,0 10,0 1 15,0 2354 a 104 CD219 RR 88,3 9,7 1 13,3 2340 a 104 BRS Charrua 79,3 9,3 1 13,5 2267 a 100 FTS Realeza 90,3 8,7 1 12,3 2157 a 96 BRS Taura 85,0 10,3 1 15,7 2063 a 91 Fepagro 36 RR 73,7 6,7 1 14,7 1943 a 86 CD238 RR 81,0 7,0 1 14,7 1942 a 86 FTS Tapes 80,7 7,7 1 14,0 1900 a 84

Media 82,1 8,3 1 13,8 2256 CV (%) 15,8 1Percentagem relativa à media geral das cultivares no local. .

2 Teste de Tukey (5%)

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Avaliação de Cultivares de Soja RR GM 7, da Rede Soja Sul de Pesquisa, Irrigadas

por Aspersão em Bagé

F. de J. Vernetti Junior1

1 Embrapa Clima Temperado.BR 392 Km 78.Caixa Postal 403, CEP 96010-971- Pelotas, RS.

[email protected]

Resumo: As cultivares de soja RR do grupo de maturidade GM 7 provenientes dos programas de melhoramento das instituições integrantes da rede Soja Sul de Pesquisa foram avaliadas na Embrapa Pecuária Sul, em Bagé, em solo de coxilha, conduzidos sob condições irrigadas (pivot central), no ano agrícola 2011/12. O ensaio foi composto por 14 cultivares que alcançaram uma produtividade média de 3.355 kg ha-1 . Destacaram-se as cultivares FTS Tapes RR, BRS 246 RR, Fundacep 59 RR, SYN 9070 RR e BRS Taura RR que apresentaram rendimentos de grãos acima de 3.937 kg ha-1, respectivamente 21%, 17%, 15%, 10% e 7% acima da média experimental. Considerando-se os resultados obtidos em 2011, neste mesmo experimento (GM 7) em Bagé, cuja média experimental foi de 2.902 kg ha-1, observa-se pelo segundo ano consecutivo a presença destas mesmas cultivares, exceto a Fundacep 59 RR que não fez parte dos destaques de produtividade daquele ano. As produtividades de grãos de soja irrigada do experimento do GM 7 foi superior à média dos rendimentos verificados sem irrigação na região. A duração dos subperíodos emergência ao início da floração e à maturação foram condizentes com as cultivares deste grupo, e a altura de inserção dos primeiros legumes adequados à colheita mecânica. O elevado porte das plantas ocasionou um grau bastante alto de acamamento. Palavras-chave: Glycine max, cultivares.

INTRODUÇÃO

A Rede Soja Sul de Pesquisa, composta por empresas estatais e privadas, conduz

ensaios que avaliam características agronômicas de cultivares registradas de diferentes obtentores, nas mesmas condições de ambiente e manejo, em diversos locais no sul do Brasil.

O presente trabalho tem como objetivo principal fornecer, aos profissionais da área de assistência técnica, produtores e obtentores de cultivares, informações regionalizadas sobre o desempenho agronômico de cultivares registradas de soja tolerantes ao glifosato na safra 2011/2012, quando irrigadas e comparadas nas mesmas condições ambientais e de manejo dentro de cada grupo de maturidade.

MATERIAL E MÉTODOS

A Rede Soja Sul de Pesquisa separa a avaliação de cultivares registradas para

semeadura em grupos de maturidade, no caso, GM 7. Esse grupo compreende cultivares dos grupos sete curto (7.0 a 7.4), sete longo (7.5 a 7.9) e oito curto (8.0 a 8.5) (Tabela 1).

O experimento foi conduzido na Embrapa Pecuária Sul em parceria com a Embrapa Clima Temperado, no município de Bagé, RS, em solo caracterizado como Luvissolo Háplico órtico típico, com suplementação hídrica, prática, entretanto, não comum na região, especialmente na cultura da soja. Por conta disso, estes dados podem ser utilizados como indicativos do potencial de produtividade de grãos da cultura nessa região.

O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso, com três repetições. As parcelas foram compostas de quatro fileiras de 5 metros de comprimento,

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 84

espaçadas de 50 cm entre linhas, com uma área útil de 4 m2. A fertilização, inoculação das sementes e controle de invasoras e pragas foram

realizados segundo as recomendações técnicas para a cultura (REUNIÃO, 2010). As datas de semeadura e de emergência dos ensaios foram, respectivamente, 22 e 29 de novembro de 2011.

No decorrer do ciclo biológico, foram coletados dados referentes ao número de dias transcorridos da emergência ao início do florescimento, da emergência ao fim do florescimento e da emergência à maturação fisiológica. Registraram-se as alturas de planta e de inserção dos legumes na maturação, bem como a produtividade de grãos das cultivares.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A análise da variância e o teste de comparação de médias (Tukey) não foram

significativos para rendimento de grãos entre as cultivares testadas (Tabela 2). A produtividade média de grãos do experimento do GM 7 foi de 3.355 Kg ha-1 e destacaram-se as cultivares FTS Tapes RR, BRS 246 RR, Fundacep 59 RR, SYN 9070 RR e BRS Taura RR, respectivamente 21%, 17%, 15%, 10% e 7% acima da média experimental. Considerando-se os resultados obtidos por Vernetti Jr. et al. em 2011, em Bagé, cuja média experimental foi de 2.902 kg ha-1, observa-se pelo segundo ano consecutivo a presença destas mesmas cultivares, exceto a Fundacep 59 RR que não fez parte dos destaques de produtividade daquele ano.

No que se refere a duração dos subperíodos emergência início da floração e emergência maturação, as cultivares deste experimento apresentaram, respectivamente, uma duração média de 54 e 132 dias. A altura média das plantas na maturação e a altura de inserção dos legumes foram, respectivamente, 107 e 14,5 cm, valores adequados à colheita mecânica. O elevado porte acabou causando acamamento de plantas. Pelos resultados obtidos por Vernetti Jr. et al. (2011) verifica-se um aumento de cerca de 3 dias para o início do florescimento e de dois dias no ciclo total das cultivares. O porte das plantas em 2011/12 foi cerca de 10 cm superior ao do ano anterior ocasionando acamamento, fato que não se verificou naquele ano.

CONCLUSÕES

As produtividades de grãos de soja irrigada do experimento do GM 7 foi superior à

média dos rendimentos verificados sem irrigação na região. Destacaram-se as cultivares FTS Tapes RR, BRS 246 RR, Fundacep 59 RR, SYN 9070 RR e BRS Taura RR. A duração dos subperíodos emergência ao início da floração e à maturação foram condizentes com as cultivares deste GM, e a altura de inserção dos primeiros legumes adequados à colheita mecânica. O elevado porte das plantas ocasionou um grau elevado de acamamento.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

REUNIÃO DE PESQUISA DA SOJA DA REGIÃO SUL, 38., 2010, Cruz Alta. Indicações técnicas para a cultura da soja no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina 2010/2011 e 2011/2012. Cruz Alta: FUNDACEP/FECOTRIGO, 2010. 168 p. VERNETTI JUNIOR, F.J. et al. Resultados de Pesquisa de Soja na Embrapa Clima Temperado – 2011. Pelotas: Embrapa Clima Temperado, 2011. 122 p. (Embrapa Clima Temperado, Documentos, 340) Summary: RR soybean cultivars of maturity group 7 from breeding programs of the Southern Soybean Research Network were evaluated at Embrapa Pecuária Sul, in Bagé, in hill, conducted under irrigated conditions (central pivot) in the year 2011/12. The test consisted of

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 85

14 varieties that have achieved an average yield of 3355 kg ha-1. The highlights were the cultivars FTS Tapes RR, BRS 246 RR, Fundacep 59 RR, SYN 9070 RR and BRS Taura RR showed that grain yield above 3598 kg ha-1 respectively 21%, 17%, 15%, 10% and 7% above of the average yield. Considering the results obtained in 2011, in the same experiment (GM 7) in Bagé, whose experimental average was 2902 kg ha-1, it is the second consecutive year where these cultivars show up between the highest income grain observed. Grain yield of irrigated soybean GM 7 experiment was higher than the average income verified without irrigation in the region. The duration of the subperiods from emergence to beginning of flowering and emergence to maturity were consistent with the cultivars of this group, and the height of insertion of the first legumes is suitable for mechanical harvesting. The high plants height caused a rather high degree of lodging. Key words: Glycine max, cultivars.

Tabela 1. Cultivares de soja tolerantes ao glifosato, dos grupos de maturidade (GM) sete curto (7.0 a 7.4), sete longo (7.5 a 7.9) e oito curto (8.0 a 8.5), da Rede Soja Sul de Pesquisa, registradas para cultivo no sul do Brasil. Embrapa Clima Temperado, 2012

Cultivar Empresa obtentora GM

BRS 246 RR Embrapa 7.2 BRS Charrua RR Embrapa 7.2 BRS Pampa RR Embrapa 7.7 BRS Taura RR Embrapa 7.3 CD 219 RR Coodetec 8.1 CD 231 RR Coodetec 7.3 CD 238 RR Coodetec 7.1 Fepagro 36 RR Fepagro 7.1 FTS Cascavel RR FT Sementes RS 7.4 FTS Realeza RR FT Sementes RS 7.6 FTS Tapes RR FT Sementes RS 7.4 Fundacep 59 RR Fundacep 7.4 Fundacep 64 RR Fundacep 7.5 Syn 9070RR Syngenta Seeds 7.1 TMG 4001RR TMG 7.1

Tabela 2. Duração média dos subperíodos à partir da emergência (E) ao início da floração (IF) e da emergência à maturidade (M); altura média das plantas (AP) na maturação e de inserção dos primeiros legumes (AI), acamamento (AC), peso de cem sementes (PCS) e rendimento de grãos do ensaio de cultivares de soja tolerantes ao glifosato, do grupo de maturidade 7, em Bagé, conduzidos sob irrigação por aspersão. Embrapa Clima Temperado 2012

Cultivar E-IF E-M AP. AI AC PCS Rendimento

%1

FTS Tapes 54 129 103,5 14,7 3,3 12,3 4061 a 121 BRS 246 RR 51 135 95,8 12,7 2,7 15,3 3925 a 117 Fundacep 59 RR 54 134 103,9 14,4 3,0 13,5 3871 a 115 SYN 9070 RR 67 129 121,2 13,8 3,7 11,3 3681 a 110 BRS Taura RR 52 135 108,0 12,1 3,0 14,3 3598 a 107 Fepagro 36 RR 47 129 97,8 13,8 3,0 13,7 3348 a 100 CD 238 RR 61 129 108,5 16,4 2,7 13,3 3302 a 98 BRS Pampa RR 54 134 108,2 14,5 3,7 13,3 3241 a 97 CD 219 RR 46 137 115,7 19,0 3,7 13,3 3224 a 96 BRS Charrua RR 48 130 100,0 15,3 2,5 11,7 3191 a 95 CD 231 RR 53 134 97,5 15,0 3,5 10,0 3061 a 91 TMG 4001 RR 57 127 114,3 14,6 3,0 11,7 2964 a 88 Fundacep 64 RR 61 130 109,4 14,4 3,0 11,7 2841 a 85 FTS Realeza RR 56 135 110,1 12,2 4,0 11,0 2660 a 79

Media 54 132 106,7 14,5 3,2 12,6 3355

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Avaliação de Cultivares de Soja RR GM 6 da Rede Soja Sul de Pesquisa, Irrigadas por Aspersão em Bagé

F. de J. Vernetti Junior1

1 Embrapa Clima Temperado.BR 392 Km 78.Caixa Postal 403, CEP 96010-971- Pelotas, RS.

[email protected]

Resumo: As cultivares de soja RR do grupo de maturidade GM 6 provenientes dos programas de melhoramento das instituições integrantes da rede Soja Sul de Pesquisa foram avaliadas na Embrapa Pecuária Sul, em Bagé, em solo de coxilha, conduzidos sob condições irrigadas (pivot central), no ano agrícola 2011/12. O ensaio foi composto por 26 cultivares que alcançaram uma produtividade média de 3.587 kg ha-1 . Destacaram-se as cultivares BMX Força, BRS Tordilha RR, Vmax RR, BMX Potência e CD 236 RR que apresentaram rendimentos de grãos acima de 3.937 kg ha-1, respectivamente 27%, 17%, 15%, 10% e 10% acima da média experimental. Considerando-se os resultados obtidos em 2011, neste mesmo experimento (GM 6) em Bagé, cuja média experimental foi de 3.506 kg ha-1, observa-se pelo segundo ano consecutivo a presença das cultivares Vmax e BMX Potência entre os 4 maiores rendimentos de grãos. As produtividades de grãos de soja irrigada do experimento do GM 6 foi superior à média dos rendimentos verificados sem irrigação na região. A duração dos subperíodos emergência ao início da floração e à maturação foram condizentes com as cultivares deste grupo, e a altura de inserção dos primeiros legumes adequados à colheita mecânica. O elevado porte das plantas ocasionou um grau bastante alto de acamamento.

Palavras-chave: Glycine max, cultivares, GM 6, irrigação.

INTRODUÇÃO

A Rede Soja Sul de Pesquisa, composta por empresas estatais e privadas, conduz

ensaios que avaliam características agronômicas de cultivares registradas de diferentes obtentores, nas mesmas condições de ambiente e manejo, em diversos locais no sul do Brasil.

O presente trabalho tem como objetivo principal fornecer, aos profissionais da área de assistência técnica, produtores e obtentores de cultivares, informações regionalizadas sobre o desempenho agronômico de cultivares registradas de soja tolerantes ao glifosato na safra 2011/2012, quando irrigadas e comparadas nas mesmas condições ambientais e de manejo dentro de cada grupo de maturidade.

MATERIAL E MÉTODOS

A Rede Soja Sul de Pesquisa separa a avaliação de cultivares registradas para

semeadura em grupos de maturidade, no caso, GM 6. Esse grupo compreende cultivares dos grupos seis curto (6.0 a 6.4) e seis longo (6.5 a 6.9) (Tabela 1).

O experimento foi conduzido na Embrapa Pecuária Sul em parceria com a Embrapa Clima Temperado, no município de Bagé, RS, em solo caracterizado como Luvissolo Háplico órtico típico, com suplementação hídrica, prática, entretanto, não comum na região, especialmente na cultura da soja. Por conta disso, estes dados podem ser utilizados como indicativos do potencial de produtividade de grãos da cultura nessa região.

O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso, com três repetições. As parcelas foram compostas de quatro fileiras de 5 metros de comprimento, espaçadas de 50 cm entre linhas, com uma área útil de 4 m2.

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 87

A fertilização, inoculação das sementes e controle de invasoras e pragas foram realizados segundo as recomendações técnicas para a cultura (REUNIÃO, 2010). As datas de semeadura e de emergência dos ensaios foram, respectivamente, 22 e 29 de novembro de 2011.

No decorrer do ciclo biológico, foram coletados dados referentes ao número de dias transcorridos da emergência ao início do florescimento, da emergência ao fim do florescimento e da emergência à maturação fisiológica. Registraram-se as alturas de planta e de inserção dos legumes na maturação, bem como a produtividade de grãos das cultivares.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A análise da variância e o teste de comparação de médias (Tukey) foi significativo

para rendimento de grãos entre as cultivares testadas (Tabela 2). A produtividade média de grãos do experimento do GM 6 foi de 3.587 Kg ha-1 e destacaram-se as cultivares BMX Força, BRS Tordilha RR, Vmax RR, BMX Potência e CD 236 RR que apresentaram rendimentos de grãos acima de 3.937 kg ha-1, respectivamente 27%, 17%, 15%, 10% e 10% acima da média experimental. Considerando-se os resultados obtidos por Vernetti Jr. et al. em 2011, neste mesmo experimento (GM 6) em Bagé, cuja média experimental foi de 3.506 kg ha-1, observa-se pelo segundo ano consecutivo a presença das cultivares Vmax e BMX Potência entre os 4 maiores rendimentos de grãos observados.

No que se refere a duração dos subperíodos emergência início da floração e emergência maturação, as cultivares deste experimento apresentaram, respectivamente, uma duração média de 61 e 123 dias. A altura média das plantas na maturação e a altura de inserção dos legumes foram, respectivamente, 108 e 14,2 cm, valores adequados à colheita mecânica. O elevado porte acabou causando acamamento de plantas. Pelos resultados obtidos por Vernetti Jr. et al. (2011) verifica-se um aumento de cerca de 5 dias para o início do florescimento e de uma antecipação de dois dias para o ciclo total das cultivares. O porte das plantas em 2011/12 foi cerca de 10 cm superior ao do ano anterior ocasionando acamamento fato que não se verificou naquele ano.

CONCLUSÕES

As produtividades de grãos de soja irrigada do experimento do GM 6 foi superior à

média dos rendimentos verificados sem irrigação na região. Destacaram-se as cultivares BMX Força RR, BRS Tordilha RR, Vmax RR, BMX Potência RR e CD 236 RR. A duração dos subperíodos emergência ao início da floração e à maturação foram condizentes com as cultivares deste GM, e a altura de inserção dos primeiros legumes adequados à colheita mecânica. O elevado porte das plantas ocasionou um grau bastante alto de acamamento.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

REUNIÃO DE PESQUISA DA SOJA DA REGIÃO SUL, 38., 2010, Cruz Alta. Indicações técnicas para a cultura da soja no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina 2010/2011 e 2011/2012. Cruz Alta: FUNDACEP/FECOTRIGO, 2010. 168 p. VERNETTI JUNIOR, F.J. et al. Resultados de Pesquisa de Soja na Embrapa Clima Temperado – 2011. Pelotas: Embrapa Clima Temperado, 2011. 122 p. (Embrapa Clima Temperado, Documentos, 340) Summary: RR soybean cultivars of maturity group 6 from breeding programs of the Southern Soybean Research Network were evaluated at Embrapa Pecuária Sul, in Bagé, in hill, conducted under irrigated conditions (central pivot) in the year 2011/12. The test consisted of

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 88

26 varieties that have achieved an average yield of 3587 kg ha-1. The highlights were the cultivars BMX Força RR, BRS Tordilha RR, Vmax RR, BMX Potência RR and CD 236 RR showed that grain yield above 3937 kg ha-1 respectively 27%, 17%, 15%, 10% and 10% above of the average yield. Considering the results obtained in 2011, in the same experiment (GM 6) in Bagé, whose experimental average was 3506 kg ha-1, it is the second consecutive year where Vmax RR and BMX Potência RR cultivars show up between the four highest income grain observed. Grain yield of irrigated soybean GM 6 experiment was higher than the average income verified without irrigation in the region. The duration of the subperiods from emergence to beginning of flowering and emergence to maturity were consistent with the cultivars of this group, and the height of insertion of the first legumes is suitable for mechanical harvesting. The high plants height caused a rather high degree of lodging. Key words: Glycine max, cultivars.

Tabela 1. Cultivares de soja tolerantes ao glifosato, dos grupos de maturidade (GM) seis curto (6.0 a 6.4) e seis longo (6.5 a 6.9), da Rede Soja Sul de Pesquisa, registradas para cultivo no sul do Brasil. Embrapa Clima Temperado 2012.

Cultivar Empresa obtentora GM

A 6411 RG Nidera Sementes 6.2 BMX Força RR Brasmax 6.2 BMX Potencia RR Brasmax 6.7 BRS Estância RR Embrapa 6.1 BRS Tertúlia RR Embrapa 6.5 BRS Tordilha RR Embrapa 6.2 CD 202 RR Coodetec 6.4 CD 206 RR Coodetec 6.8 CD 235 RR Coodetec 6.8 CD 236 RR Coodetec 6.4 CD 239 RR Coodetec 6.4 CD 248 RR Coodetec 6.1 CD 249RR STS Coodetec 6.7 Don Mario 7.0i (Magna) Brasmax 6.2 Fepagro 37 RR Fepagro 6.1 FTS Campo Mourão RR FT Sementes RS 6.6 FTS Ipê RR FT Sementes RS 6.7 Fundacep 57 RR Fundacep 6.7 Fundacep 58 RR Fundacep 6.8 Fundacep 61 RR Fundacep 6.0 Fundacep 65 RR Fundacep 6.0 Fundacep 66 RR Fundacep 6.0 NA 5909 RG Nidera Sementes 6.1 Vmax RR Syngenta 6.0 SYN 1161 RR Syngenta 6.1 SYN 1163 RR Syngenta 6.3

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 89

Tabela 2. Duração média dos subperíodos à partir da emergência (E) ao início da floração (IF) e da emergência à maturidade (M); altura média das plantas (AP) na maturação e de inserção dos primeiros legumes (AI), acamamento (AC), peso de cem sementes (PCS) e rendimento de grãos do ensaio de cultivares de soja tolerantes ao glifosato, do grupo de maturidade 6, em Bagé, conduzidos sob irrigação por aspersão. Embrapa Clima Temperado 2012

Cultivar E-IF E-M AP. AI AC PCS Rendimento %1

BMX Força 61 122 119,8 20,9 3,3 15 4573 a 127 BRS Tordilha 59 122 99,4 11,8 3,3 18 4180 ab 117 Vmax RR 61 114 125,4 17,5 3,7 18 4133 ab 115 BMX Potência RR 61 126

120,6 13,9 2,7 14,3 3935 abc 110

CD 236 RR 62 112 99,1 10,3 3 15,3 3937 abc 110 BRS Estância RR 58 121

95,2 10,7 2,7 17 3852 abc 107

CD 248 RR 61 123 95 11,3 2,3 15 3813 abc 106 Fepagro 37 RR 60 124 89,5 12,5 2,3 14,7 3762 abc 105 BRS Tertúlia RR 62 125 99 11,7 4 15,7 3728 abc 104 Don Mario 7.0i RR 60 124

111,7 16,5 1,7 13,7 3708 abc 103

SYN 1163 RR 60 124 123 22,5 3 15 3710 abc 103 SYN 1161 RR 55 123 115,2 17,3 2,7 16 3647 abc 102 CD 202 RR 61 123 120,5 11,3 3,7 14 3639 abc 101 Fundacep 66 RR 62 123

120,3 11,8 2,7 20,3 3594 abc 100

CD 239 RR 62 125 98,5 12,6 3 11,7 3566 abc 99 Fundacep 61 RR 61 124

108,8 10,4 2 18,7 3470 abc 97

Fundacep 65 RR 55 120

107,6 15,1 2,3 14,3 3421 abc 95

A 6411 RG 60 123 98,7 18,5 2,7 17,3 3376 abc 94 CD 235 RR 61 121 106 10,7 2,7 14 3318 abc 93 FTS Campo Mourão 62 125

119,3 16,1 3 15,3 3324 abc 93

Fundacep 57 RR 63 125

97,5 15,9 3,3 15 3333 abc 93

CD 206 RR 63 125 111,6 14,1 2,7 14 3297 abc 92 Fundacep 58 RR 63 126

117,7 13,8 2,3 11,7 3206 abc 89

NA 5909 RG 62 123 105,9 16,3 1,7 15,7 3133 abc 87 CD 249 RR 63 125 111,6 12,6 3,3 11,7 2954 bc 82 FTS Ipê 64 126 99,9 12,3 3,7 16 2661 c 74

Media 61 123 108 14,2 2,8 15,3 3587 1Percentagem relativa à media geral das cultivares no local.

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2. COMISSÃO DE NUTRIÇÃO VEGETAL E USO DO SOLO

A Comissão de Nutrição Vegetal e Uso do Solo, tendo como coordenador o Eng.

Agr. Sírio Wiethölter (Embrapa Trigo) e relator o Eng. Agr. José Eloir Denardin (Embrapa Trigo), reuniu-se no dia 25 de julho de 2012, nas dependências da Embrapa Trigo, em Passo Fundo, RS, contando com a presença dos seguintes participantes: 2.1 PARTICIPANTES 2.1.1 Representantes credenciados titulares Ademir Assis Henning - Embrapa Soja Cláudio Dóro - EMATER/RS 2.1.2 Representantes credenciados suplentes Edisson C. Lopes - EMATER/RS Sirio Wiethölter - Embrapa Trigo 2.1.3 Demais participantes Anderson Vedelago - IRGA Carlos A. B. Pires - UFSM/Frederico Westphalen, RS César Kersting - Total Biotecnologia Cleber Giordani - Ubyfol Danielli Olsen - UFPel Fernando Molinari - Agritec Gustavo Crespi - UPF Helena W. Trombeta - UFSM José Eloir Denardin - Embrapa Trigo Luciano Compagnoni - UFPel Luis Eugênio Dias dos Santos - Cotrisul, Caçapava, RS Marco A. L. Thibes - Ubyfol Mateus B. Bisognin - UFSM Moisés Ecco - Razera Agrícola Samuel Welter - Prefeitura Municipal de Santa Clara do Sul, RS Otacílio Pasa -Campina Agrícola Ltda/Xanxerê, SC. 2.2 TRABALHOS APRESENTADOS

Indicadores de acidez do solo, necessidade de calcário e disponibilidade de nutrientes para a cultura da soja cultivada em solos arrozeiros do Rio Grande do Sul. Anderson Vedelago - IRGA

Produtividade da soja com adubação adicional e descompactação do solo em plantio direto. L. Compagnoni - UFPel.

Influência de diferentes doses de gesso agrícola na produtividade de soja. C.A.B. Pires – UFSM/CESNORS. 2.2.1 TRABALHO DESTAQUE Como trabalho destaque para apresentação na sessão plenária a Comissão escolheu o seguinte trabalho: Produtividade da soja com adubação adicional e descompactação do solo em plantio direto. L. Compagnoni – UFPel.

2.3 ATUALIZAÇÃO DAS INDICAÇÕES TÉCNICAS

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Adubação e calagem - foi realizada a revisão do texto e feitos alguns ajustes redacionais, sendo alterada apenas a quantidade de células de rizóbio de 600.00 para 1,2 milhões por semente, em conformidade com indicações técnicas da Embrapa Soja. Manejo e conservação do solo - foi realizada a revisão do texto sem alterar as indicações técnicas. 2.4 NECESSIDADES E PRIORIDADES DE PESQUISA 1) Mitigação da compactação do solo em plantio direto Justificativa - Os solos sob plantio direto apresentam atualmente compactação, que afeta o desenvolvimento radicular e o fluxo de água no solo, antecipando o efeito deletério de estiagens. Em geral, há dúvidas sobre quais práticas poderiam ser empregadas para amenizar o problema. Proposição - Ampliar os estudos para mitigar o efeito da compactação no desenvolvimento das culturas. Sugere-se que os trabalhos envolvam determinações físicas e químicas do solo em camadas e parâmetros de planta que possam explicar os efeitos das práticas. Os experimentos devem ser conduzidos em diversos tipos de solo e por um período de tempo que permita a indicação de tecnologias apropriadas. 2) Gesso Justificativa - Os dados atuais indicam que o gesso em geral não apresenta efeito no rendimento de soja. Proposição - Ampliar os estudos com gesso para verificar em quais condições de solo poderia haver efeito no rendimento de soja e quais os indicadores de solo que poderiam ser usados para subsidiar a indicação ou não de gesso. Sugere-se que os trabalhos envolvam determinações químicas e físicas do solo em camadas e diversos parâmetros de planta que possam explicar os resultados. Os experimentos devem ser conduzidos em diversos tipos de solo e por um período de tempo que permita a consolidação dos resultados. 3) Teste de adubos especiais e estimulantes diversos Justificativa - Há muitos produtos no mercado para aplicação foliar e nas sementes para os quais há dúvida sobre seu efeito econômico no rendimento. Proposição - Realizar o teste sistemático dos produtos que são introduzidos no mercado. Os experimentos devem ser conduzidos em diversos tipos de solo e por várias safras. 2.5 PROPOSIÇÕES APRESENTADAS Não houve. 2.6 ASSUNTOS GERAIS Não houve.

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Resumos

Produtividade da Soja com Adubação Adicional e Descompactação do Solo em Plantio Direto

L.Compagnoni1, A.C.S.A.Barros2, G. E Meneghello3, M.F Corrêa1 e L. O. B. Schuch2

1Alunos de Mestrado do Programa de Pós Graduação em Ciência e Tecnologia de Sementes da

Universidade Federal de Pelotas, BR 285, s/n, Pelotas, RS, CEP 96010-900 . E-mail: [email protected], [email protected].

2 Professor Associado do Departamento de

Fitotecnia – UFPel , Pelotas, RS e-mail; [email protected], [email protected] 3 Eng Agr Dr. Prog Pos Graduação em Ciência e Tecnologia de sementes. [email protected]

Resumo: O objetivo do trabalho foi testar uma fertilização adicional de uma mistura comercial 5-30-10 nas doses: 0, 250, 500, 750 e 1000Kg.ha-1, além da adubação de base, aplicadas em cobertura 20 dias após a semeadura, nas condições de solo compactada e descompactada. O grande número de tratos culturais da soja somado aos tratos das culturas de inverno que usam a mesma área de plantio durante vários anos seguidos compacta o solo comprometendo o desenvolvimento das raízes e diminuindo a superfície de absorção das mesmas. Nesse sentido buscou-se avaliar o uso de uma adubação adicional como forma de mitigar esses problemas e a reforma do plantio direto usando uma descompactação anterior à implantação da forrageira formadora da palhada. As respostas da adubação adicional foram similares nas duas condições de preparo do solo. Os tratamentos com dose adicional de fertilizantes não diferenciaram da testemunha. Entretanto, um preparo de solo com subsolagem (descompactado) antes da implantação da forrageira, para execução do plantio direto sobre a palha, foi superior ao plantio sem a descompactação. Palavras-chave: Glycine max, compactação, adubação adicional.

INTRODUÇÃO

A soja (Glycine max (L.) Merr.) é o principal produto de exportação brasileira. Em 2011 a venda do produto em grão, farelo e óleo foram responsáveis por 38% do total exportado pelo Brasil (MAPA, 2012). Essa cultura tem enorme importância social e econômica gerando trabalho e renda, levando desenvolvimento e industrialização para o interior do país. Tecnologias que aumentam a produtividade por área cultivada representam ganhos para as pessoas e meio ambiente. Para ter alta produtividade, uma boa condição de solo é fundamental. O plantio direto é uma tecnologia fundamental para sustentabilidade da produção agrícola de grandes culturas como a soja, gerando acumulo de matéria orgânica e a formação de uma camada superficial de palha o que confere maior resistência a sua compactação. Entretanto, devido ao surgimento de plantas resistentes a herbicida, aparecimento de novas doenças, uso de material genético mais produtivo, porém, pouco tolerante a desfolha e consequentemente mais suscetível a ataque de pragas e doenças aumentou o número de tratos culturais que exigem entrada de máquinas agrícolas nas lavouras, e assim, problemas como compactação tornaram-se mais frequentes. A compactação se expressa por uma alteração estrutural que causa reorganização das partículas dos agregados, promovendo, concomitantemente, aumento da densidade do solo e redução da porosidade total e da macroporosidade (STONE et al., 2002), altera a disponibilidade de nutrientes, água e reduz o crescimento das raízes das plantas. Em anos com déficit hídrico como o ocorrido na ultima safra de 2011/12 o problema é agravado. O potássio absorvido pelas plantas é o principal nutriente envolvido na osmose, balanço iônico e na abertura e fechamento dos estômatos. Além do potássio a maior concentração de outros nutrientes poderia também suprir um volume menor de raízes causado pela compactação. Objetivo desse trabalho foi testar o uso de nutrientes adicionais em duas condições de preparo de solo para a cultura da soja.

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MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi realizado na cidade de Lagoão/RS,(29°14’01.46”S, 52°47’19.37”O – Altitude 624m), durante a safra de 2011/12; A primeira safra 2010/11 foi semeada no sistema de cultivo convencional, recebendo como preparo um revolvimento superficial realizado com uma passada de grade aradora e uma de grade niveladora, sobre campo nativo, que não eliminou totalmente a compactação existente no solo. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso com parcelas subdivididas com três repetições. Foram testados dois fatores, o primeiro com cinco níveis de adubação adicional e o segundo com dois níveis: compactado e descompactado. Nas parcelas foram dispostos os manejos de compactação e, nas subparcelas, os níveis adicionais de fertilizantes (zero, 250, 500, 750, 1000kg de fertilizantes da formula 5-30-10). A descompactação foi realizada com subsolador de cinco hastes e a profundidade de trabalho foi de 40 cm. As parcelas compactadas não foram subsoladas. A semeadura da aveia preta (Avena strigosa) foi realizada a lanço simultaneamente em todas as parcelas. A soja foi semeada em 10 de novembro de 2010, com uma semeadora equipada com sulcador do tipo guilhotina, com sistema de distribuição de sementes de disco perfurado, regulado para uma distribuição de 12 sementes por metro linear, com espaçamento de linhas de 45 cm. Na base foi utilizada uma adubação de 350 kg de adubo da formula 5-30-10 por hectare depositado no sulco de semeadura, conforme recomendação técnica (SBCS, 2004). Os tratamentos com níveis diferentes de adubação foram realizados 20 dias após a emergência. A aplicação a lanço foi para evitar problemas na salinização do sulco nas doses maiores.

As parcelas foram montadas com 20m de comprimento por 3,15m (7 linhas) de largura e divididas em 5 subparcelas com 4m de comprimento e a mesma largura. As subparcela foram ceifadas manualmente. Para determinar a produtividade foi colhido 1,5m linear de cada uma das três linhas centrais da subparcela, respeitando uma bordadura mínima de 0,5m na dimensão comprimento. Em seguida foram debulhadas em uma máquina artesanal construída especificamente para a debulha de sementes de parcelas experimentais. Foi determinada a umidade da semente e ajustado o valor da massa de sementes para 13% de umidade. Para determinar o diâmetro do caule, massa seca, altura de plantas e rendimento de colheita foi coletada amostras de um metro linear ao lado das três linhas retiradas para a determinação do rendimento. O diâmetro do caule foi obtido com auxilio de um paquímetro e altura de planta com uma trena. Após as amostras foram pesadas para determinar a massa seca total e em seguida trilhadas, as sementes resultantes do processo de trilha também foram pesadas. O índice de colheita foi obtido dividindo o peso da semente pelo peso total (massa seca total + peso da semente).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Não houve interação entre os fatores dose adicional de adubo e compactação.

Os dados apresentados na tabela 1 mostram que não houve incremento de produtividade com o aumento progressivo da adubação, nem mesmo os tratamentos extremos apresentaram diferença significativa. A hipótese de maximizar a produção usando doses adicionais de nutriente não foi confirmada nesse experimento. Firman et al. (2009), encontraram uma maior taxa de assimilação de CO2 utilizando P adicional em uma condição de deficiência hídrica porem esses efeitos não conferiram maior estabilidade no acumulo de massa seca pelas vagens. Durante a realização deste experimento houve grande deficiência hídrica, o que corrobora com os dados de trabalho mencionados quanto à acumulação de massa seca pelas vagens. Em sistemas especiais de produção, ode há restrição ao crescimento das raízes, come é o caso de cultivos em vaso recomenda-se concentrações mais elevadas de nutrientes (ROSSI et al.,1994). A hipótese de que nutrientes adicionais poderiam ter efeito compensatório à compactação, que também limita o crescimento das raízes não foi observada. O efeito salino do Potássio no sulco de plantio, observado em doses

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superior a 80kg.ha-1 (BORKERT, 1994) recomenda sua aplicação a lanço após o plantio. É frequente o uso por agricultores de cloreto de potássio em adubação de cobertura na soja buscando incremento de produção. Usando aplicação de potássio antes e após o plantio Backes & Trento, encontraram incremento de produção nas aplicações de cloreto com 10, 20 e 30 dias após o plantio. Se for analisado de forma fracionada os nutrientes utilizados experimento, o Potássio aplicado nos tratamentos foi: zero; 25; 50; 75 e 100kg.ha-1. Na condição de solo e clima que foi conduzido, as doses adicionais de Potássio aplicadas 20 dias após o plantio não teve acréscimo de produção, corroborando com os resultados encontrados por Heinzmann (2009).

Os parâmetros, altura de planta, diâmetro de caule, massa seca total (Tabela 2) e produtividade (Tabela 1), foram afetados pelo fator compactação do solo. Nesses parâmetros os resultados foram sempre superiores na condição descompactada. Os tratamentos descompactados tiveram maior altura, como reflexo da melhor condição de solo que proporcionou um melhor desenvolvimento das plantas. O diâmetro de caule acompanhou o maior crescimento em altura no tratamento descompactado. Mesmo havendo uma maior mobilização de fotoassimilados para o caule o aumento desse parâmetro é positivo, pois confere maior resistência ao acamamento. O índice de colheita foi menor na condição descompactada, devido a um maior crescimento da parte aéreas das plantas. Em uma condição mais adequada (descompactada) houve maior competição por recursos naturais, esse maior desenvolvimento da parte aérea da planta não foi totalmente acompanhado pela produção levando a diminuição do índice de colheita. Os resultados mostram que há incremento na produtividade quando se realiza a descompactação do solo antes da implantação da forrageira para a formação da palhada. A produção a mais no tratamento descompactado foi de 852Kg.ha-1. Esse fato indica que a reforma do sistema plantio direto, para eliminar problemas decorrentes do uso excessivo de máquinas é justificado pelo incremento de produção na cultura da soja.

CONCLUSÕES

O uso de adubação adicional não incrementa a produção de soja independente

da compactação do solo. A condição descompactada apresenta incremento de produção de 852Kg de

soja por hectare.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BACKES, D.; TRENTO, S. Efeito da época de aplicação de cloreto de potássio na cultura da soja. http://www.fag.edu.br/tcc/2007/Agronomia/efeito_da_epoca_de_aplicacao_de_cloreto_de_potassio_na_cultura_da_soja.pdf - Acesso em 9/07/2012. BORKERT, C.M. Extração de Nutrientes pela Soja. In: REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL. Chapecó, 1986. p. 164-165. (EMBRAPA-CNPSO. Documento, 14). HEINZMANN, C. L. Efeito da adubação potássica na produtividade da soja. Cultivando o Saber, v.2, n.4, p.26-32, 2009. MAPA. Soja é destaque nas exportações do agronegócio brasileiro, Ruralbr, Porto Alegre, 10 de janeiro de 2012 . Online. Disponivel em: http://agricultura.ruralbr.com.br/noticia/2012/01/soja-e-destaque-nas-exportacoes-do-agronegocio-em-2011-3626435.html. Acesso em: 13 jul. 20012. SBCS - SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIÊNCIA DO SOLO, COMISSÃO DE QUÍMICA E FERTILIDADE DO SOLO. Manual de adubação e calagem para os Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. 10 ed. Porto Alegre, 2004. 400p. ROSSI, C.; FAQUIN, V.; RAMOS,. Níveis de adubação NPK para o milho e feijão em experimentos de casa de vegetação. I. Produção de matéria seca. In: REUNIÃO BRASILEIRA DE FERTILIDADE DO SOLO E NUTRIÇÃO DE PLANTAS, 21, Petrolina. Anais... Petrolina: SBCS, 1994. p.293-294.

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STONE, l.F.; GUIMARÃES, C.M. & MOREIRA, J.A.A. Compactação do solo na cultura do feijoeiro. I: efeitos nas propriedades físico-hídricas do solo. Revista Brasileira Engenharia Agricola Ambiental, v.6 n.2 p.207-212, 2002. OLIVEIRA, P.R.; CENTURION, J. F.; FRANCO, H. B. J.; PEREIRA, F. S.; JÚNIOR, L.S.B. & ROSSETTI, K.V. Qualidade Física de um latossolo Vermelho cultiVado com soja submetido a níveis de compactação e de irrigação, Revista Brasileira Ciencia do Solo, v.36 n.2 p.587-597, 2012. Summary: The objective of this work was to test an additional fertilization of a commercial mixture 5-30-15 in doses: 0, 250, 500, 750 and 1000Kg.ha-1, in addition to the fertilizer, applied in coverage 20 days after sowing, conditions of soil compressed and decompressed. The large number of cultural practices in soybeans added to the treatment of winter crops using the same planting area for several years running compacts the soil affecting the root development and reducing the absorptive surface of the same. Accordingly we sought to evaluate the use of additional fertilizers as a way to mitigate these problems and reform of direct seeding using a decompression before deploying cover crop. The treatments with an additional dose of fertilizer did not differ from control. However, a soil tillage with subsoiling (uncompressed) before the establishment of forage for the implementation of tillage on straw, was superior to planting without unpacking. Key words: Glycine max, compaction, additional fertilization. Tabela 1. Produtividade da soja com cinco níveis de adubação adicional em duas condições de solo.

Médias seguidas por mesma letra, minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferiram pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Teste F não significativo a 5% para a interação adubação x condição do solo.

Tabela 2. Matéria seca total, diâmetro de caule, altura, índice de colheita de soja em solo compactado e descompactado.

Condições de solo

Matéria Seca (kg)

Diâmetro do caule

(cm)

Altura (cm)

Índice de Colheita

Solo Compactado 5385b 0,75b 70,86b 0,498a

Solo descompactado

7514a 1,01a 96,4a 0,474b

CV (%) 16,5 13,8 9,4 3,7 Médias seguidas por mesma letra, minúscula na coluna não diferiram pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Adubação( NPK) Solo compactado Solo

descompactado

Kg.ha-1 Produtividade (kg ha-1)

0 2589 Ba 3462 Aa

250 2453 Ba 3181 Aa

500 2383 Ba 3334 Aa

750 2553 Ba 3381 Aa

1000 2662 Ba 3413 Aa

Média 2502 B 3354 A

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Influência de Diferentes Doses de Gesso Agrícola na Produtividade de Soja

C.A.B. Pires¹, V.R. da Silva², C. J. Basso2, A.M. Bertollo³, D.A. Breitenbach¹, W.F. Jandrey¹

¹Acadêmico do Curso de Agronomia UFSM/CESNORS. E-mail do autor correspondente: [email protected]. ²Eng. Agr., Professor Orientador. Departamento de Ciências Agronômicas e Ambientais, UFSM/FW, Linha Sete de Setembro, BR-386, km-40, Frederico Westphalen, RS. ³Mestrando em Agronomia, Agricultura e Ambiente da Universidade Federal de Santa Maria

Resumo: A aplicação de gesso agrícola é uma alternativa para a adição de nutrientes em profundidade, favorecendo a distribuição radicular da cultura ao longo do perfil em busca desses elementos e de água, potencializando o aumento da produtividade. Porém, a compactação, associada à baixa fertilidade das camadas inferiores tem provocado o confinamento do sistema radicular das culturas e, consequentemente, aumento da vulnerabilidade em momentos de estiagem. Desta forma, a hipótese deste trabalho é que a gessagem melhore o ambiente radicular e proporcione aumento de produtividade na cultura da soja. O objetivo foi avaliar a influência de diferentes doses de gesso agrícola aplicadas em superfície, visando proporcionar um melhor desenvolvimento radicular e maximizar a produtividade da soja. O referido estudo foi realizado no município de Jaboticaba-RS sob um Latossolo Vermelho Distroférrico, cuja área vem sendo manejada com plantio direto há 12 anos. O delineamento experimental utilizado é de blocos ao acaso com quatros repetições. A área experimental é constituída por 36 parcelas de 5,0 x 5,0 m, totalizando uma área de 900 m². Os tratamentos constam de nove diferentes doses de gesso agrícola (0, 500, 1.000, 1.500, 2.000, 2.500, 3.000, 4.500 e 6.000 kg ha-1) aplicadas em superfície, a lanço e sem incorporação. Houve ausência de resposta positiva da soja, nos dois anos de cultivo, às doses gesso agrícola aplicadas, quando relacionadas com a produtividade de grãos, precisando-se de mais pesquisas visando uma melhor utilização do gesso agrícola. Palavras-chave: Glycine max, gessagem, rendimento, latossolo, plantio direto.

INTRODUÇÃO

A agricultura brasileira atravessa uma fase na qual torna-se justificável todo e

qualquer esforço para a verticalização da produção, objetivando atingir ganhos em produtividade que permitam tornar o processo produtivo mais rentável. Outro fator importante para o bom desenvolvimento vegetal e potencialização da produtividade é a quantidade de água disponível no solo e a boa distribuição radicular da cultura ao longo do perfil. Porém, devido a fatores como a compactação do solo e baixa fertilidade das camadas inferiores, o sistema radicular das culturas não tem se aprofundado no perfil do solo, aumentando a sua vulnerabilidade em momentos da estiagem. Para possibilitar o aprofundamento das raízes é ideal que não haja impedimentos físicos ou químicos, como compactação e acidez nas camadas mais profundas. Como opções para solucionar tais impedimentos, pode-se utilizar a fosfatagem, calagem e gessagem. No sistema Plantio Direto (SPD) onde, geralmente a aplicação de calcário é realizada na superfície do solo, a ação efetiva do calcário ocorre na camada de 0-10 cm (AMARAL et al. 2004). Isso se dá devido a baixa solubilidade do calcário e a, consequente, ausência de lixiviação no perfil do solo.

Por esse motivo, tem sido utilizado gesso (CaSO4.2H2O), produto condicionador de solo, que apresenta alta mobilidade no perfil, capaz de disponibilizar os íons Ca2+ e SO4

2- em solução e de ser lixiviado, enriquecendo de nutrientes as camadas subsuperficiais e reduzindo a saturação por Al3+ em profundidade (ALCARDE e RODELLA, 2003).

Dessa maneira se faz possível a neutralização do Al tóxico e a fertilização das camadas mais profundas e o consequente aprofundamento do sistema radicular da soja, possibilitando um maior aproveitamento dos nutrientes e da água do solo.

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A resposta da soja à adição de gesso agrícola, fonte de S, na maioria dos solos do RS e SC tem sido baixa (ERNANI et al. 1993). No entanto, Nuerberg et al. (2002), em ano de estiagem, encontraram resposta positiva da soja à adição de gesso, atribuindo o resultado ao maior aprofundamento do sistema radicular. A aplicação de gesso na superfície seguida por lixiviação para subsolos ácidos resulta em melhor crescimento radicular e maior absorção de água e nutrientes pelas raízes das plantas (CARVALHO & RAIJ, 1997). Para Raij (2008), três são os fatores que restringem o maior uso do gesso agrícola na agricultura: o custo do transporte, que limita a distância da fonte até a propriedade agrícola em que o produto pode ser usado; a água contida no fosfogesso, além de onerar o transporte, dificulta a aplicação; e a falta de informações quantitativas de resposta de culturas que permitam uma análise econômica em que o custo de transporte é um ingrediente essencial.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi implantado no município de Jaboticaba – RS, na propriedade do SR. Valdomiro Santi. O solo do local é classificado como Latossolo Vermelho distrófico (EMBRAPA, 1999) com 67% de argila e há 12 anos vem sendo conduzido sob sistema de plantio direto. O clima da região segundo a classificação de KOEPPEN é do tipo Cfa (MORENO, 1961). O delineamento experimental utilizado é de blocos ao acaso com quatros repetições. A área experimental é constituída por 36 parcelas de 5,0 x 5,0 m, totalizando uma área útil de 900 m². Os tratamentos constam de noves diferentes doses de gesso agrícola (0, 500, 1.000, 1.500, 2.000, 2.500, 3.000, 4.500 e 6.000 kg ha-1) aplicadas em superfície, a lanço e sem incorporação. As aplicações dos tratamentos foram realizadas no dia 24 de outubro de 2009, 45 dias antes da semeadura da soja. O experimento foi conduzido sob duas épocas, ano agrícola 2009/2010 e ano agrícola 2010/2011. Na safra 2009/2010 a semeadura da soja foi realizada no dia 7 de setembro de 2009, a cultivar utilizada foi FUNDACEP 53. No dia 07/04/2010 foi realizada a avaliação dos componentes de rendimento e produtividade. Coletando as plantas de quatro linhas de semeadura pelo comprimento de 5 metros foi realizada a avaliação da produtividade, as quais foram trilhadas com equipamento mecanizado. Após, os grãos foram pesados e os dados corrigidos para 13% de umidade. Na safra 2010/2011 foi realizada a dessecação da área experimental em pré-semeadura no dia 01/10/2010, a semeadura da soja foi realizada no dia 2 de novembro de 2010, sendo utilizada a cultivar BMX Potência. Em 13/03/2011 foi realizada a colheita da soja. Após, os grãos foram pesados e os dados corrigidos para 13% de umidade. Os dados foram submetidos à análise de variância pelo teste F a 5% de probabilidade de erro, utilizando o software estatístico Statical Analysis System (SAS, 1999). Os resultados de produtividade não diferiram estatisticamente, com isso, não foram realizadas às análises de regressão polinomial.

RESULTADOS E DISCUÇÃO

Os resultados são apresentados quanto à resposta de duas cultivares de sojas (CEP 53 e BMX Potência) cultivadas em dois anos agrícolas consecutivos (2009/10 e 2010/11, respectivamente). Os valores registrados de precipitação ocorridos durante o ciclo da cultivar CEP 53 (2009/2010) foram de 662,4 mm e para a cultivar BMX Potencia (2010/2011) foi de 724,8 mm.

Caíres et al, (2001) não verificaram aumentos de produtividade de soja com à aplicação de gesso agrícola, relacionando este acontecimento com o fato de o crescimento do sistema radicular da soja, na ausência de déficit hídrico, não ser influenciado pela redução da saturação por Al no subsolo.

Melhorias do ambiente radicular em subsolo foram verificados por Caíres et al. (2003) em uma área cultivada com plantio direto. Os mesmo autores concluíram que a aplicação de gesso agrícola aumentou a concentração de fósforo na camada superficial do

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solo e no tecido foliar da soja, causou redução no teor de Magnésio no solo e nas folhas, porém não ocasionou aumentos de produtividade de grãos. Houve ausência de resposta positiva da soja nos dois anos de cultivo, às doses gesso agrícola aplicadas, conforme resultados apresentados na tabela 1. Resultados semelhantes têm sido relatados em outros estudos realizados em áreas de cultivos anuais preparadas convencionalmente e em sistema de plantio direto.

CONCLUSÕES

Com os resultados apresentados neste trabalho pode-se concluir que para anos com precipitação normal, sem ocorrência de déficit hídrico, a cultura da soja apresenta produção satisfatória para todos os tratamentos, não sendo influenciada pela aplicação superficial de gesso agrícola. Devem-se realizar estudos principalmente a fim de descobrir quais são os reais benefícios de diferentes doses de gesso aplicados em Latossolos que apresentam níveis adequados de fertilidade, analisando também qual a reação de diferentes culturas quando submetidas a solos que apresentem diferentes doses de gesso aplicadas em superfície.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALCARDE, J. C.; RODELLA, A. A. Qualidade e legislação de fertilizantes e corretivos. In: CURI, N.; et al., Cds. Tópicos em Ciência do Solo. Viçosa, Sociedade brasileira de Ciência do Solo, p. 291-334, 2003. AMARAL, A.S.; ANGHINONI, I. & DESCHAMPS, F.C. Resíduos de plantas de cobertura e mobilidade dos produtos da dissolução do calcário aplicado na superfície do solo Revista Brasileira de Ciência do Solo, v28, p.115-123, 2004. CAIRES, E.F.; FONSECA, A.F.; FELDHAUS, I.C. & BLUM, J. Crescimento radicular e nutrição da soja cultivada no sistema plantio direto em resposta ao calcário e gesso na superfície. Revista Brasileira de Ciência do Solo, 25:1029-1040, 2001. CAIRES, E. F.; BLUM, J.; BARTH, G.; GARBUIO, F. J. & KUSMAN, M. T. Alterações químicas do solo e resposta da soja ao calcário e gesso aplicados na implantação do sistema plantio direto. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.27, p.275-286, 2003. CARVALHO, M.C.S. & RAIJ, B. van. Calcium sulphate, phosphogypsum and calcium carbonate in the amelioration of acid subsoils for root growth. Plant Soil, 192:37-48, 1997. EMBRAPA. EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos (Rio de Janeiro - RJ). Sistema brasileiro de classificação de solos. – Brasília: Embrapa Produção de Informação; Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 1999. ERNANI, P. R. Uso de gesso agrícola nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Florianópolis: SBCS - Núcleo Regional Sul / UDESC-CAV, 15p. 1993. (Boletim Técnico, 1) MORENO, J. A. Clima do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Secretaria da Agricultura, Diretoria de Terras e Colonização, Secção de Geografia, 1961. 46 p. NUERBERG, N. J.; RECH, T. D.; BASSO, T. D. Uso do gesso agrícola. Florianópolis: EPAGRI, 2002, 31p. (Boletim Técnico, 122). RAIJ, B.V. Gesso na agricultura. Instituto Agronômico, Campinas: SP, 2008. 233p.

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SAS INSTITUTE - Statistical Analysis System. SAS/STAT User´s Guide 8.0. North Caroline, NC: SAS Institute Inc., 1999. Summary: The application of agricultural gypsum is an alternative to the addition of nutrients in deep, favoring the root distribution of culture along the profile in search of these substances and water, increasing the productivity. However, compression, combined with the low fertility of the lower layers have caused the confinement of crop root system and, consequently, increased vulnerability in times of drought. In this way, the hypothesis of this work is that the plastering enhance root Environment and provides increased productivity in soybean culture. The objective was to evaluate the influence of different doses of plaster applied agricultural, in order to provide a surface better root development and maximize the productivity of soybean. This study was conducted in the municipality of Jaboticaba-RS under a Red Latosol (Haplustox), whose area has been managed with tillage for 12 years. The used experimental delineation is a random block with four repetitions. The experimental area consists of 36 parcels of 5.0 x 5.0 m, totaling an area of 900 m². The treatments consist of nine different doses of agricultural gypsum (0, 500, 1,000, 1,500, 2,000, 3,000, 2,500, and 4,500 6,000 kg ha-1) applied on the surface, the throwing and without incorporation. There was no positive response of soybeans, in two years of cultivation, at doses applied agricultural gypsum, when related to the productivity of grain, needing more research aimed at better use of agricultural gypsum. Key words: Glycine max, plastering, yield, latosol, direct plantation. Tabela 1. Média da produtividade de grãos das cultivares de soja, Fundacep 53 e BMX Potência cultivadas sob plantio direto e submetidas a doses de gesso agrícola em superfície. (Jaboticaba – RS, 2011)

Doses (kg ha-1)

Ano Agrícola 2009/2010 Ano agrícola 2010/2011

-------- kg ha-1--------- ----------Kg ha-1----------

0 ha-1 3580,80 4155,07

500 ha-1 3543,00 4064,08

1000 ha-1 3355,80 4231,01

1500 ha-1 3396,00 3772,70

2000 ha-1 3529,80 4296,58

2500 ha-1 3466,80 4156,30

3000 ha-1 3453,00 4527,60

4500 ha-1 3337,80 3997,20

6000 ha-1 3387,00 4483,90

MÉDIA 3449,40 4187,15

C.V.% 8,44 11,2

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Indicadores de Acidez do Solo, Necessidade de Calcário e Disponibilidade de Nutrientes para a Cultura da Soja Cultivada em Solos Arrozeiros do

Rio Grande do Sul

A. Vedelago1, F. C. Carmona1, C. E. Lange1, M. Boeni1, I. Anghinoni2

1 Instituto Rio Grandense do Arroz, Avenida Bonifácio Carvalho Bernardes, 1494, 94930-030, Cachoeirinha,

RS.2

Consultor Técnico - Instituto Rio Grandense do Arroz. E-mail: [email protected], [email protected], [email protected], [email protected], [email protected].

Resumo: A soja é uma cultura que está aumentando sua importância na metade Sul do RS, quer seja pela cultura em si, quer seja pelos benefícios que traz ao arroz cultivado em rotação. Esse aumento de importância pode ser melhor suportado se acompanhado de práticas agrícolas adequadas, entre elas a correção da acidez do solo e a adequada adubação. Para se obter altas produtividades é necessário, então, atender suas demandas nutricionais. O objetivo deste trabalho foi avaliar indicadores de acidez do solo e de disponibilidade de fósforo e potássio dos solos de cultivados com arroz irrigado no Rio Grande do Sul, de modo a fornecer subsídios para recomendações de correção e adubação para a cultura da soja. A maioria das regiões arrozeiras apresenta alta acidez do solo, com alta demanda de calcário para correção. Ocorrem, predominantemente, teores nas classes Muito Baixo de fósforo e Alto de potássio. Palavras-chave: Glycine max, fertilidade, várzea.

INTRODUÇÃO

O arroz e a soja podem ser cultivados em um sistema rotacional em solos arrozeiros, porém a composição da solução, a dinâmica da acidez e a disponibilidade de nutrientes variam consideravelmente pelo fato de que, no cultivo de arroz irrigado, os solos, em sua grande maioria, são de várzea e a lavoura passa cerca de 100 dias inundada. O alagamento promove uma série de alterações no ambiente radicular, provocadas, principalmente, pelo consumo de praticamente todo o oxigênio do solo na atividade microbiana. Dessa forma, as características químicas de um solo alagado são bastante diferentes em comparação ao solo oxidado (Vahl, 1999).

Uma das principais implicações do alagamento é o aumento do pH do solo para valores próximos a 6,0. Por isso, a calagem pode ser secundária para o arroz desde que os níveis de cálcio e de magnésio sejam satisfatórios. Entretanto, ao final do período de irrigação, o solo, à medida que seca, volta a uma situação de acidez muito próxima daquela em que se encontrava antes do alagamento. Ou seja, o solo originalmente ácido, mesmo que atinja valores próximos à neutralidade durante o cultivo de arroz, voltará a ser ácido depois de drenado. Dessa forma é necessário que o pH do solo seja corrigido para 6,0 para o cultivo de soja.

O alagamento do solo aumenta a disponibilidade de fósforo, potássio, cálcio, magnésio, ferro e manganês na solução. Essas alterações, que beneficiam o arroz irrigado, não ocorrem nas lavouras de soja, uma vez que o solo, para esta cultura, é mantido permanentemente oxidado. Desta forma, é importante adubar a soja adequadamente para não impor restrições ao rendimento de grãos.

Atualmente, é crescente o interesse no cultivo de soja em rotação com o arroz irrigado. Considerando-se que a soja é mais exigente em fertilidade do solo do que o arroz, o sucesso do cultivo dessa leguminosa nos solos arrozeiros vai depender da adoção de práticas agrícolas adequadas, entre elas a correção da acidez do solo e de adubação o para obtenção de alta produtividade dessa cultura. Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi avaliar o estado de acidez e disponibilidade de nutrientes dos solos de várzea nos últimos três anos (2009 a 2011) de modo a fornecer subsídios para recomendações de corretivos do solo e adubação da cultura da soja.

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MATERIAL E MÉTODOS

Para a avaliação da situação da fertilidade dos solos cultivados com arroz irrigado

e voltados ao cultivo de soja, foram utilizados os resultados das análises de 20.221

amostras de solo processadas pelo Laboratório de Análises de Solos da EEA/IRGA nos

anos de 2009 a 2011. Dessas amostras, 3.557 são originadas da região arrozeira

Planície Costeira Externa (PCE) (17,19%), 4.132 da Planície Costeira Interna (PCI)

(19,96%), 3.010 da Depressão Central (DC) (14,54%), 2.732 da Zona Sul (ZS) (13,20%),

3.389 da Campanha (CA) (16,37%) e 3.401 da Fronteira Oeste (FO) (16,43%). Os

resultados das análises foram interpretados para as necessidades e requerimentos da

cultura da soja segundo o Manual de Adubação e Calagem para os Estados do Rio

Grande do Sul e Santa Catarina (CQFS RS/SC, 2004).

Assim, os resultados do pH em água foram enquadrados em quatro faixas: < 4,5;

4,6 - 5,0; 5,1 - 5,4; 5,5 - 6,0 e > 6,0, que correspondem às classes Extremamenete baixo,

Muito Baixo, Baixo, Médio e Alto, respectivamente. As faixas de necessidade de calcário

foram divididas em seis faixas: > 7,5; 7,5 - 5,5; 5,4 - 3,2; 3,1 - 1,1; 1,0 - 0,2 e < 0,2

toneladas de calcário por hectare (PRNT 100%) para aumentar o pH do solo a 6,0.

Os resultados dos teores de fósforo e potássio disponível (Mehlich 1) foram

enquadrados em diferentes faixas de interpretação, conforme a CQFS, (2004). Os teores

de fósforo disponível foram agrupados relacionando seu nível no solo com o teor de

argila. Os teores de potássio disponível foram interpretados em função da capacidade de

troca de cátions (CTCpH 7,0) do solo, a partir dos teores críticos de 45, 60 e 90 mg dm-3,

que foram estabelecidos para solos com CTCpH7,0 < 5,0; entre 5,1 e 15,0 e > 15,0

cmolc/dm-3 (CQFS, 2004). Utilizou-se a média ponderada de cada faixa para cada um dos

indicadores utilizados.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

De acordo com a Figura 1, apenas 6 % do total de amostras analisadas estão com

pH do solo superior a 6,0 e, desta forma, não necessitam de calagem para o cultivo da soja;,o restante necessita de aplicação de corretivo de acidez do solo. Em todas as regiões o problema da acidez está muito presente, destacando-se a Depressão Central com 69% das amostras na classe Baixo, contrastando com a Fronteira Oeste, com 37% nessa classe.

Em todas as regiões, há predominância de Alta (> 3,2 t ha-1) necessidade de calcário (Figura 2), exceto a Zona Sul, que apresenta predominância Média (1,1 a 3,1 t ha-1). Assim, considerando-se o conjunto delas, verifica-se que mais de 20% das amostras necessitam mais de 5,5 t ha-1 de calcário. Na maioria das regiões, predomina necessidade de 3,2 a 5,4 t ha-1, exceto a Zona Sul onde predomina necessidade entre 1,1 a 3,1 t ha-1.

Para fósforo disponível, ocorre predominância em todas as regiões das classes Muito baixo ou Baixo (Figura 3). Esta é uma situação diferente em relação às classes de interpretação desse nutriente para o arroz (solos alagados), onde tanto no primeiro levantamento, com dados de análises de solos no período de 1997 a 2002 (Anghinoni et al., 2004), como no segundo, no período de 2003 a 2008 (Boeni et al., 2010), mais de 60% das amostras se encontravam nas classes Alto ou Muito alto. Essa nova situação demanda atenção por parte de técnicos e produtores com relação à adubação fosfatada na cultura da soja em solos tradicionalmente cultivados com arroz no Estado. É importante salientar que a interpretação dos teores de fósforo do solo para a soja é diferente em relação à interpretação para a cultura do arroz irrigado. Para a soja, leva-se em consideração o teor do nutriente no solo relacionado com o teor de argila. Desta forma, quanto menor for o teor de argila do solo maior será o nível crítico de P do solo, conforme apresentado pela CQFS RS/SC (2004).

A Fronteira Oeste é região com menor disponibilidade de P nos solos, onde a grande maioria deles (71%) se encontram na classe Muito baixo. Isto ocorre porque os solos dessa região tem sua gênese a partir de sedimentos de basalto, pobres em P. A

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Zona Sul é a segunda mais carente em fósforo, pois possui 50% das amostras na classe Muito baixo e 32% na classe Baixo. A seguir, vem a Planície Costeira Interna, com 45% das amostras na classe Muito baixo e 28 % na classe Baixo.

A região da Campanha é a mais bem suprida de potássio (Figura 4), com 60% das amostras na faixa de suficiência. Os valores de K disponível estão relacionados com os teores de argila e matéria orgânica do solo, sendo a maior ocorrência de valores altos em solos mais argilosos, especialmente nos esmectíticos (argila do tipo 2:1) como os que ocorrem nessa região (BOENI, et al., 2010). As regiões com menor disponibilidade de K são a Planície Costeira Externa e a Planície Costeira Interna, devido à predominância de solos arenosos formados a partir de sedimentos marinhos.

CONCLUSÕES

A grande maioria das amostras analisadas necessita de calagem para o cultivo da

soja, com predominância de necessidade de calcário de 3,2 a 5,4 t/ha, em todas as regiões, exceto a Zona Sul, que apresenta predominância de necessidade entre 1,1 a 3,1 t ha-1. A Fronteira Oeste é a região com menor disponibilidade de fósforo, porém todas as regiões apresentam predominância nas classes Muito baixo ou Baixo para esse nutriente. As regiões das Planícies Costeiras Interna e Externa são as mais problemáticas com relação à potássio disponível.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

VAHL, L.C. FERTILIDADE DE SOLOS DE VÁRZEA. In: GOMES, A.S.; PAULETTO, E.A. (eds). Manejo do solo e da água em áreas de várzea. Pelotas: Embrapa Clima Temperado, 1999. p.119-162. ANGHINONI, I.; GENRO JUNIOR, S. A.; SILVA, L. S.; BOHNEN, H.; RHEINHEIMER, D. S.; OSÓRIO FILHO, B. D.; MACEDO, V. R. M.; MARCOLIN, E. Fertilidade dos solos cultivados com arroz irrigado no Rio Grande do Sul. Cachoeirinha: IRGA/Estação Experimental do Arroz, 2004. 51 p. (Boletim Técnico) BOENI, M.; ANGHINONI, I.; GENRO JUNIOR, S. A.; OSÓRIO FILHO, B. D. Evolução da fertilidade dos solos cultivados com arroz irrigado no Rio Grande do Sul. Cachoeirinha: IRGA/Estação Experimental do Arroz, 2010. 38 p. (Boletim Técnico) COMISSÃO DE QUÍMICA E FERTILIDADE DO SOLO – RS/SC. Manual de adubação e de calagem para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Porto Alegre: Núcleo Regional Sul/SBCS, 2004. 400 p. Summary: Soybean is a culture that is increasing in importance in the Southern partof Rio Grande do Sul state, Brazil. For high yields, is necessary to satisfy plant nutricional demand. This work evaluated soil acidity and phosphorus and potassium availability of low land rice in Rio Grande do Sul, in order to supply correction recommendations and fertilization support for soybean culture. The majority of rice regions present high soil acidity levels, with high lime requirement, and predominantly very low levels of available phosphorus and low levels of available potassium.

Key word: Glycine max, fertility, lowland areas.

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Figura 1. Distribuição dos valores de pH dos solos das regiões arrozeiras no período de 2009 a 2011.

Figura 2: Distribuição dos valores de necessidade de calcário (Mg ha-1) dos solos das regiões arrozeiras no período de 2009 a 2011.

Figura 3: Distribuição em classes de disponibilidade de fósforo nas Regiões Arrozeiras do Rio Grande do Sul no período de 2009 a 2011.

Figura 4: Distribuição em classes de disponibilidade de potássio nas Regiões Arrozeiras do Rio Grande do Sul no período de 2009 a 2011.

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3. COMISSÃO DE ECOLOGIA, FISIOLOGIA E PRÁTICAS CULTURAIS A Comissão de Ecologia, Fisiologia e Práticas Culturais, juntamente com a

Comissão de Controle de Plantas Daninhas, tendo como coordenador o Eng. Agr. Giovani Theisen (Embrapa Clima Temperado) e relator o Eng. Agr. Mércio Luiz Strieder (Embrapa Trigo), reuniram-se no dia 25 de julho de 2012, nas dependências da Embrapa Trigo, em Passo Fundo, RS, contando com a presença dos seguintes participantes: 3.1 PARTICIPANTES 3.1.1 Representantes credenciados titulares Dalvane Rockenbach – CCGL TECNOLOGIA Elemar Voll – Embrapa Soja Fernando Augusto Henning – Embrapa Soja Giovani Theisen – Embrapa Clima Temperado Lília Sichmann Heiffig Del Aguila – Embrapa Clima Temperado Maria da Graça de Souza Lima – Fepagro Sementes Mércio Luiz Strieder – Embrapa Trigo Moacir Antonio Curzel – Emater-RS 3.1.2 Representantes credenciados suplentes Carlos Geuvani Kaefer – Emater-RS João Leonardo Fernandes Pires – Embrapa Trigo

3.1.3 Demais participantes Alexandre Luis Müller – PUC/PR (Campus Toledo) Anderson Vedelago – IRGA Carlos André Groth – Emater-RS Cláudia Lange – IRGA Décio Pelizzaro – Embrapa Trigo Elmar Konrad – Farsul/Sindicato Rural de Ibirubá Elton Rovani Arnot Roggia – Cooperativa Agroindustrial Alegrete LTDA Ênio A. Molinari – autônomo Felipe Molinari Martins – Agritec Fernando Luiz Gugel – autônomo Gilberto Rocca da Cunha – Embrapa Trigo Guilherme Possan Lettrari – PUC/PR (Campus Toledo) Henrique Pereira dos Santos – Embrapa Trigo Ivan Preussler – PUC/PR (Campus Toledo) João Carlos Haas – Embrapa Trigo José Miotto – Emater-RS Juliano Gonçalves Garcez – Embrapa Trigo Marcos Carrafa – SETREM Marcos Kovaleski – UPF Osmar Rodrigues – Embrapa Trigo Paulo Vitor Campos – Syngenta Rafael José Vogt – PUC/PR (Campus Toledo) Rafael Ramos – Cooperativa Agroindustrial Alegrete LTDA Renato Bagitto Kreitmaier – Emater-RS Rudimar Arciero Brusch – Emater-RS Samuel Kovaleski – autônomo Silvino Caus – Cooperativa Agrária Vinicius Toso – Emater-RS

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 105

3.2 TRABALHOS APRESENTADOS

Efeito da população de plantas e época de semeadura sobre a produtividade de cinco linhagens de soja CCGL Tecnologia, safra 2011/12. Dalvane Rockenbach – CCGL TEC. Rendimento de grãos e características agronômicas de soja em função dos tipos de manejo do solo. Henrique Pereira dos Santos – Embrapa Trigo. Rendimento de grãos e características agronômicas de soja em função de sistemas de rotação de culturas. Henrique Pereira dos Santos – Embrapa Trigo. Compactação do solo hidromórfico em plantio direto reduz a produtividade de soja em terras baixas. Giovani Theisen – Embrapa Clima Temperado. Aplicação de uréia em soja: resultados de experimentos conduzidos em solo hidromórfico na safra 2011/12. Giovani Theisen – Embrapa Clima Temperado. Avaliação de cultivares convencionais de soja registradas da Rede Soja Sul de pesquisa na Embrapa Clima Temperado. Lília Sichmann Heiffig Del Aguila – Embrapa Clima Temperado. Avaliação de cultivares de soja do grupo de maturação 6 RR, da Rede Soja Sul de pesquisa, na Embrapa Clima Temperado Lília Sichmann Heiffig Del Aguila – Embrapa Clima Temperado. Avaliação de cultivares de soja do grupo de maturação 7 tolerantes a glifosato registradas da Rede Soja Sul de pesquisa na Embrapa Clima Ttemperado. Lília Sichmann Heiffig Del Aguila – Embrapa Clima Temperado. Avaliação de cultivares de soja em rotação com arroz irrigado sob pivô central na fronteira oeste do RS. Lília Sichmann Heiffig Del Aguila – Embrapa Clima Temperado. Desempenho de soja em solo de várzea cultivado com arroz irrigado por 16 anos sob plantio direto, cultivo mínimo e sistema pré-germinado. Anderson Vedelago - IRGA. Fenologia de cultivares de soja contrastantes em ciclo e tipo de crescimento, semeadas em cinco épocas. Mércio Luiz Strieder – Embrapa Trigo. Resposta da cultura da soja transgênica ao controle de plantas daninhas em diferentes estágios. Rafael J. Vogt – PUC-PR. Redução da infestação de arroz vermelho na soja cultivada em várzea com herbicidas de ação residual. Anderson Vedelago - IRGA. 3.2.1 TRABALHO DESTAQUE Pela Comissão de Ecologia, Fisiologia e práticas Culturais: Fenologia de cultivares de soja contrastantes em ciclo e tipo de crescimento, semeadas em cinco épocas. Mércio Luiz Strieder – Embrapa Trigo. Pela Comissão de Plantas Daninhas: Redução da infestação de arroz vermelho na soja cultivada em várzea com herbicidas de ação residual. Anderson Vedelago – IRGA.

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3.3 ATUALIZAÇÃO DAS INDICAÇÕES TÉCNICAS Foram realizados ajustes redacionais no capítulo 4 (Manejo da Cultura), no

capítulo 5 (Sistema de Produção de Grãos) e no capítulo 9 (Colheita) para adequação de termos técnicos e melhor harmonização do texto.

Foi proposta alteração da denominação de ciclo das cultivares para grupo de maturidade relativo (GMR) das cultivares, ajustando-a, desta forma, à nomenclatura e denominação vigentes na portaria relativa ao Zoneamento Agrícola de Risco Climático para a cultura da soja no Estado do Rio Grande do Sul. Esta proposta foi encaminhada para avaliação e discussão na plenária. Esta proposta prevê alteração da denominação ciclo tardio para GMR > 7.4; de ciclo semitardio e médio para GMR ≤7.4 a ≥6.4; e semiprecoce e precoce para GMR < 6.4.

Nas tabelas de indicação de herbicidas, foram feitos ajustes para adequar as informações apresentadas àquelas constantes na base AGROFIT. Estas modificações contemplam doses de produto comercial a ser aplicadas, classe toxicológica, período de carência e ainda a retirada de produtos não mais registrados para uso na cultura da soja. Para consolidar estas modificações, será enviada consulta aos respectivos fabricantes dos produtos com vistas ao atendimento do pleito exposto. 3.4 NECESSIDADES E PRIORIDADES DE PESQUISA

Condução de estudos bioclimáticos de soja em solos de arroz irrigado e em solos de coxilha na região edafoclimática 101; Identificação de genótipos de soja tolerantes ao estresse por excesso hídrico em áreas utilizadas para a cultura de arroz irrigado. Avaliação do arranjo de plantas e da época de semeadura de diferentes materiais de ciclo e tipo de crescimento diferenciados; Avaliação de como o sistema de produção da soja pode contribuir na redução de passivos ambientais, tais como lodo de esgoto e demais resíduos sólidos; Seleção de variáveis indicadoras de sustentabilidade de sistemas de produção da soja; Avaliação dos potenciais problemas para a cultura da soja associados à física, acidez e fertilidade do solo em camadas abaixo de 10 cm de profundidade no sistema de plantio direto; Avaliação da contribuição de micro-organismos promotores de crescimento vegetal e de plantas recicladoras no sistema de produção da cultura da soja;

Pela Comissão de Plantas Daninhas:

Manejo de plantas daninhas resistentes e tolerantes ao glifosato; Determinações de nível de dano econômico com ênfase em Conyza bonariensis; Métodos alternativos de controle de plantas daninhas (análise técnica e econômica); Manejo de plantas daninhas em áreas de pousio (controle químico e cultural); Estudos sobre ecofisiologia de buva (Conyza canadensis e Conyza bonariensis).

3.5 PROPOSIÇÕES APRESENTADAS

Considerando as demandas apresentadas pelo setor produtivo da Metade Sul do Rio Grande do Sul, notadamente para a região VCU 101 para a cultura da soja, apresentadas por intermédio da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (FARSUL), nas pessoas de Elmar Konrad, da Cooperativa Agroindustrial Alegrete LTDA (CAAL) e de Rafael Ramos e Elton Rovani Roggia;

Considerando carta enviada à Embrapa pelos Sindicatos Rurais da Regional 7 da FARSUL, no que se refere ao atendimento de demandas com vistas a alterações no Zoneamento Agrícola de Risco Climático para a cultura da soja no Estado do Rio Grande do Sul (visando à antecipação de época de semeadura e inclusão de municípios não contemplados),

Esta comissão deliberou o que segue:

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o pleito para alterar o Zoneamento Agrícola de Risco Climático para a cultura da soja no Estado do Rio Grande do Sul é procedente;

será elaborada correspondência, a ser encaminhada ao Secretário de Política Agrícola, órgão vinculado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e ainda à empresa Agroconsult, com vistas a reavaliar a Portaria 136/2012 (DOU 10/07/2012), contendo embasamento para sustentar os pleitos acima expostos;

estabelecer rede de ensaios para avaliação bioclimatológica de cultivares de soja como forma de subsidiar decisões futuras quanto ao Zoneamento Agrícola de Risco Climático e para atualização de Indicações Técnicas para a Cultura da Soja;

Formar grupo de trabalho, inicialmente conduzido pela Embrapa, o qual contará com a participação e colaboração efetivas das seguintes entidades de pesquisa: Instituto Rio-Grandense do Arroz (IRGA), Cooperativa Central Gaúcha de Laticínios Tecnologia (CCGL TEC), Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro); Universidades e obtentores de cultivares; da extensão rural: Emater-RS e Fundação Pró-Sementes; e do setor produtivo: Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (FARSUL), Cooperativas, Sindicatos e Associações, com intuito de elaborar projeto de pesquisa, estabelecer metodologias de condução e avaliação e buscar parcerias e recursos financeiros para operacionalizar esta rede de ensaios.

3.6 ASSUNTOS GERAIS

A principal discussão desta subcomissão foi relacionada às lacunas no Zoneamento Agrícola de Risco Climático para a cultura da soja no Estado do Rio Grande do Sul para a safra 2012/13, cujos encaminhamentos estão descritos no item 3.5 (acima).

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Comissão de Ecologia, Fisiologia e Práticas Culturais

Passo Fundo, RS, 31 de julho de 2012

Ao Dr. Caio Tibério Dornelles da Rocha Secretário de Política Agrícola Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA Brasília/DF Assunto: Solicitação de revisão do Zoneamento Agrícola de Risco Climático para a cultura de soja no Estado do Rio Grande do Sul, ano-safra 2012/2013, conforme Portaria 136/2012 (DOU 10/07/2012).

Senhor Secretário,

Solicita-se vossa apreciação à situação explicitada nesta carta, a qual se refere,

em síntese, à reivindicação oriunda de representações de produtores rurais do Estado do Rio Grande do Sul, envolvendo o Zoneamento Agrícola de Risco Climático para a cultura de soja no RS, ano-safra 2012/2013, conforme Portaria 136/2012 (DOU 10/07/2012), especificamente no que diz respeito ao cultivo dessa oleaginosa na metade sul do Estado, mais especificamente na região de VCU 101.

O Zoneamento Agrícola de Risco Climático é um importante instrumento de política agrícola implementado em nível nacional pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento desde meados dos anos 1990, reconhecido pela sociedade, que visa a orientar os produtores rurais, a assistência técnica e os agentes financeiros sobre épocas de semeadura, tipo de solo, cultivares e locais mais aptos para o cultivo de grande parte das espécies vegetais cultivadas no Brasil. A aplicação dos pressupostos do Zoneamento objetiva reduzir os riscos inerentes à atividade agrícola, notadamente aqueles relacionados com variabilidade climática extrema, beneficiando sobremaneira aos produtores rurais e, indiretamente, a toda a sociedade brasileira, que recebe os reflexos dos resultados decorrentes do desempenho da nossa agricultura.

Apesar da importância desta ferramenta e do impacto positivo no contexto da agricultura no Brasil, o Zoneamento Agrícola de Risco Climático, como qualquer outra ferramenta de suporte à tomada de decisão, apresenta uma margem intrínseca de incerteza, uma vez que tem como produto final um conjunto de informações geradas, em parte, no campo das probabilidades e em extrapolações, a partir de dados amostrais passados sobre o clima e em características do solo, especialmente capacidade de armazenamento de água.

Com a devida consideração e respeito quanto ao trabalho desenvolvido pela empresa Agroconsult, que, sob contrato, executou esse estudo para o MAPA, e tomando-se como base os resultados que subsidiaram a Portaria 136/2012 (DOU 10/07/2012), leva-se à apreciação de Vossa Senhoria alguns anseios do setor produtivo gaúcho, dados a conhecer por intermédio de suas representações, à XXXIX Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul, especialmente envolvendo a região de VCU 101, que compreende a metade Sul do RS:

a) a região sul do RS é praticamente a única dentro deste Estado que apresenta área disponível à expansão da soja, cuja demanda mundial por seu grão vem aumentando significativamente nos últimos anos;

b) no sul do RS, a inserção da soja na rotação com arroz irrigado tem reduzido os danos e o impacto das plantas daninhas ao arroz, principal componente da dieta alimentar brasileira. Ressalta-se que mais de 63% do arroz consumido no Brasil é oriundo na metade Sul do RS, e medidas que minimizem o impacto ambiental do cultivo deste cereal são necessárias. A soja, nesse sentido, além

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de reduzir o impacto das plantas daninhas, beneficia o sistema de produção ao fornecer nitrogênio a partir de fixação biológica;

c) de modo semelhante ao cultivo do arroz irrigado, a soja beneficia a produtividade de pastagens em sucessão, ao prover importante quantidade de nitrogênio, aproveitado pela gramínea cultivada em sequência, num sistema de produção conhecido como sistema de integração lavoura - pecuária. Nesse sentido, destaca-se que o RS é importante produtor de carne bovina e ovina no Brasil, com rebanhos dependentes de pastagem, localizados predominantemente na metade Sul do RS;

d) o limite municipal utilizado pelo Zoneamento Agrícola de Risco Climático da soja para definir áreas mais ou menos aptas ao cultivo da leguminosa pode ter suficiente precisão numa grande escala; contudo, a prática tem revelado que essa sistemática conduz à ocorrência de “nichos de problemas”. Um exemplo emblemático nesse sentido são áreas vizinhas, iguais em solo e em clima, divididas somente por uma cerca ou estrada vicinal, mas classificadas diferentemente pelo critério do zoneamento;

e) para a região próxima ao porto de Rio Grande, RS (municípios de Rio Grande, Pelotas, Chuí, Santa Vitória do Palmar e outros), o cultivo da soja apresenta vantagem competitiva extra quando comparado à região Norte do RS, tradicional produtora: os custos com fretes de fertilizantes e de deslocamento da produção para a exportação são menores, o que agrega valor superior de mercado à soja dessa região;

f) considerando que o zoneamento ainda não contempla alterações importantes que ocorreram nesta cultura, como o desenvolvimento de cultivares de soja com mais contrastes quanto a ciclo, a disponibilização de cultivares de diferentes tipos de crescimento (determinado, semideterminado ou indeterminado) e a possibilidade de irrigação, aspectos estes que são ferramentas relevantes frente a uma eventual situação de limitação hídrica;

g) considerando a oportunidade ímpar atualmente oferecida pela soja - por conta de sua excepcional valorização - de ampliar a base monetária regional em circulação e de capitalizar o setor produtivo;

h) e, considerando ainda, que os últimos informes a respeito dos fenômenos climáticos “El Niño” e “La Niña” preveem como baixa a possibilidade de ocorrência de La Niña para a safra verão 2012/2013, o que implica em menor probabilidade de ocorrência de deficiência hídrica no RS para o período, ...

...a XXXIX Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul, após ampla discussão entre técnicos e representantes de organizações de produtores rurais, em assembleia geral, endossa as demandas da representação do setor produtivo apresentadas nesta Reunião, e solicita, ao menos em carácter excepcional e temporário:

1) a antecipação da data de semeadura de soja para a região de VCU 101 (metade Sul do RS) a partir do período 30 (21 de outubro) para a condição de solo tipo 2; e 2) a inclusão dos municípios de Rio Grande, Chuí, Santa Vitória do Palmar, Santo Antônio da Patrulha e Capivari do Sul na relação dos municípios constantes no zoneamento da soja.

Justificativas técnicas complementares a estas demandas são apontadas pelo setor produtivo: os resultados de produtividade obtidos nas últimas safras, que mostram melhores médias de produção nas áreas semeadas entre o segundo decêndio de outubro e a primeira quinzena de novembro; eventuais deficiências hídricas em final de dezembro dificultam a instalação e o desenvolvimento inicial das plantas semeadas neste mês e no final de novembro; e a existência de diversas cultivares de diferentes ciclos e de tipo indeterminado permite um planejamento, a fim de que se possa fazer coincidir o subperíodo de floração/enchimento de grãos (mais crítico em relação à deficiência hídrica) com o período de adequada disponibilidade hídrica.

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Quanto à inclusão dos novos municípios no zoneamento: os trabalhos de campo conduzidos pela Embrapa Clima Temperado e pelo Instituto Rio-Grandense do Arroz (IRGA) apontam que é possível alcançar boa produtividade em soja, em nível adequado à realidade regional, principalmente ao se levar em consideração a vantagem competitiva referente à logística; há de se considerar, também, o contexto da inserção da soja no sistema de produção arroz-pecuária, onde a leguminosa potencializa a produção de arroz e a produção pecuária.

Diante do que foi posto, solicita-se vossa injunção junto à Agroconsult, empresa

responsável pelo trabalho, para avaliar, em caráter de urgência, a pertinência das questões que estão apresentadas nesse documento, com vistas à revisão da Portaria 136/2012 (DOU 10/07/2012). Outrossim, informa-se que esta Reunião de Pesquisa entende também como necessária a realização de ensaios bioclimáticos com novas cultivares de soja de diferentes grupos de maturidade e tipo de crescimento na região VCU 101, visando, para médio prazo, a esclarecer em mais detalhes o comportamento destas cultivares nesta condição e assim refinar seu manejo, além de subsidiar eventuais ajustes quanto ao zoneamento ora em voga. Colocamo-nos à disposição para demais esclarecimentos.

Entidades participantes da Comissão de Ecologia, Fisiologia e Práticas Culturais

da XXXIX Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul: 1. Cooperativa Agrária Industrial 2. Cooperativa Agroindustrial Alegrete LTDA – CAAL 3. Cooperativa Central Gaúcha de Laticínios – Tecnologia – CCGL-TEC 4. Embrapa Clima Temperado 5. Embrapa Soja 6. Embrapa Trigo 7. Emater-RS 8. Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul - FARSUL 9. Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária - FEPAGRO 10. Instituto Rio-Grandense do Arroz – IRGA 11. Sociedade Educacional Três de Maio – SETREM 12. Pontifícia Universidade Católica – PUC-PR, Campus Toledo 13. Sindicato Rural de Ibirubá-RS 14. Syngenta Brasil 15. Universidade de Passo Fundo - UPF Em nome das Entidades Participantes e da Comissão Organizadora da XXXIX

Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul, subscreve:

Leila Maria Costamilan

Presidente da Comissão Organizadora da XXXIX Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul

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Resumos

Desempenho de Soja em Solo de Várzea Cultivado com Arroz Irrigado por 16 Anos sob Plantio Direto, Cultivo Mínimo e Sistema Pré-Germinado

C.E.Lange1, A. Vedelago1, Élio Marcolin1

1

Instituto Rio Grandense do Arroz, Bonifácio Carvalho Bernardes, 1494, 90950-030, Cachoeirinha, RS. E-mail: [email protected], [email protected]

Resumo: Na safra 2010/11, foi cultivado soja sobre uma área de um ensaio de longo prazo para a comparação do desempenho de arroz irrigado nos sistemas de cultivo Plantio Direto, Pré-Germinado e Plantio Convencional. A soja apresentou grandes diferenças de desenvolvimento entre os talhões dos três sistemas de cultivo, indicando que estes afetaram diferentemente as condições do solo, as quais se refletiram na habilidade da soja em se desenvolver e produzir. Foram realizadas determinações para aferir a diferença de desenvolvimento das plantas, e os dados apurados indicam que o plantio direto do arroz proporcionou um melhor ambiente de cultivo para a soja do que o sistema Pré-Germinado e Cultivo Convencional. Palavras-chave: Glycine max, estresse abiótico, rendimento de grãos.

INTRODUÇÃO

O cultivo de soja em rotação com o arroz irrigado traz muito benefícios para sistema de produção orizícola do Rio Grande do Sul, como redução do banco de sementes de espécies daninhas, em especial o arroz –vermelho, redução dos custos de produção e diversificação de receitas da propriedade (RECOMENDAÇÕES, 2010). A soja é um espécie tradicionalmente de cultivo de sequeiro, em solos profundos e bem drenados. De forma oposta, os solos arrozeiros caracterizam-se por apresentarem má drenagem devido à presença de horizonte B textural impermeável, pela própria constituição (textura) do solo, pela topografia plana e pela baixa altitude. Além da sua constituição intrínsica, o sistema de cultivo do arroz que vem sendo praticado caracteriza-se pelo intensa e frequente mobilização do solo, que beneficia a mineralização da matéra orgânica e a sua desestruturação, com o consequente aumento de densidade, dificultando ainda mais a drenagem e aumentando a resistência para o crescimento radicular de espécies de sequeiro como a soja (GOMES & PAULETTO, 1999). Estas condições descritas predispõem à cultura da soja a dois estresses ambientais diametralmente opostos: o excesso hídrico e à deficiência hídrica (THOMAS & COSTA, 2010).

Na safra 2010/11, soja cultivada em uma área de um ensaio de longo prazo para a comparação do desempenho de arroz irrigado nos sistemas de cultivo Plantio Direto, Pré-Germinado e Plantio Convencional apresentou grandes diferenças de desenvolvimento, indicando que estes afetaram diferentemente as condições do solo, as quais se refletiram na habilidade da soja em se desenvolver e produzir. As determinações realizadas indicam que o plantio direto do arroz proporcionou um melhor ambiente de cultivo para a soja do que o sistema Pré-Germinado e Cultivo Convencional.

MATERIAL E MÉTODOS

A área relativa a um ensaio de comparação de métodos de cultivo de arroz irrigado conduzido por 16 safras agrícolas consecutivas na Estação Experimental do Arroz do IRGA, em Cachoeirinha/RS, em um Gleissolo Háplico Ta distrófico típico, foi cultivada com soja como o objetivo de descontaminação da área com o arroz vermelho. Na referida área, foi realizado durante as safras de 1994/95 a 2009/10 um ensaio de avaliação comparativa dos sistemas de cultivo de arroz plantio convencional, pré-germinado e plantio direto, em blocos ao acaso com três repetições. Os resultados da análise do solo dos três sistemas de cultivo são apresentados na Tabela 1.

A cultivar BRS Charrua foi semeada em 22/10/2010 sobre resteva de azevém

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dessecado, na densidade de 14 plantas por metro linear e 40 cm de distância entrelinhas. As sementes foram previamente tratadas com uma solução de 200 mL de Standak e 100 mL de Vitavax Tiran por 100 Kg de sementes. A inoculação das sementes foi realizada imediatamente antes da semeadura, utilizando inoculante líquido comercial na proporção de três doses por hectare. A adubação foi feita na linha de semeadura na quantidade de 300 kg. ha-1 da fórmula 04-17-27. O controle de plantas daninhas foi feito com herbicida glifosato (4 L ha-1 ) em 02 e 24/12/2010. O controle de insetos pragas foi realizado sempre que necessário (INDICAÇÕES... 2010) e o controle de ferrugem foi feito preventivamente com três aplicações de fungicida.

Tabela 1. Teores médios de argila, pH em água, fósforo (P), potássio (K), matéria orgânica (MO), cálcio (Ca) e magnésio (Mg) do solo após 16 anos sob diferentes sistemas de cultivo do arroz irrigado. EEA IRGA, Cachoeirinha, RS, safra 2010/11.

Sistema de cultivo do arroz

Argila %

pH H2O

P mg/dm3

K mg/dm3

MO %

Ca cmol/dc3

Mg cmol/dc3

Plantio Direto 17 5,5 8,7 40,7 1,93 3,80 1,20

Pré-Germinado 16 5,2 12,8 41,0 1,57 3,60 1,17 Plantio Convencional

18 5,2 16,1 43,7 1,60 3,17 0,97

Durante a fase vegetativa houve uma pequena estiagem (Tabela 2), momento em que foi observada variação no desenvolvimento vegetativo das plantas. Nesta ocasião foram realizadas as seguintes determinações: massa seca da parte aérea (MSPA), em uma amostra de 10 plantas por parcela; estádio de desenvolvimento das plantas (ED) em uma amostra de 10 plantas, seguindo a escala de Fehr e Calviness (1977); altura de planta (AP), em uma amostra de 10 plantas por parcela; número de nódulos por raiz (NNR), em uma amostra de 4 plantas por parcela. A coleta foi realizada com uma pá, retirando um bloco de solo contendo 6 plantas. O bloco de solo foi destruído com água e as raízes das 4 plantas centrais foram utilizadas para a avaliação; massa seca dos nódulos de 4 plantas (MSN).

Na floração plena (estádio R2), foi realizada uma coleta de plantas de 2,5 metros lineares para determinação de matéria seca por metro quadrado (MSR2).No mês de fevereiro houve chuvas fortes e intensas no município (Tabela 2) o que resultou em um grande período úmido e de saturação do solo. Foi observado diferenças entre áreas dos sistemas de cultivo quanto ao excesso hídrico (EH). Foi realizada uma avaliação da severidade do estresse nas parcelas através de um escala visual que varia de 1( parcela com plantas sem sintomas de EH) a 5 (todas as plantas com folhas murchas ou mortas), de acordo com o descrito por (CORNELIUS et al., 2005).

Tabela 2. Precipitação pluviométrica (mm) por decêncios nos meses de novembro e dezembro de 2010 e janeiro e fevereiro de 2011. EEA IRGA, Cachoeirinha, RS, safra 2010/11.

Decêndio 2010 2011

Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro

Primeiro 27 22,5 18 224

Segundo 9 32,5 52 57

Terceiro 62,5 28 17 26

Na maturação de grãos foram realizadas as seguintes determinações: população de plantas por metro linear (PPML), em quatro amostras por parcelas, através da contagem do número de plantas em 4 metros lineares; rendimento de grãos (RG): foram colhidas 3 amostras por parcela, cada amostra correspondendo a colheita de aproximadamente 40 m2. Os grãos foram limpos, e pesados e o valor resultante corrigido para 13% de umidade. Por fim, o valor de cada amostra foi convertido para Kg ha-1; peso de cem sementes (PCS)

Todos s dados foram submetidos à análise de variância utilizando o modelo de blocos ao acaso com três repetições e sub-amostras dentro de repetição, exceto para

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matéria seca na floração que apresentava apenas uma observação por unidade experimental.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Durante o estádio vegetativo houve grande variação no desenvolvimento das plantas (Tabela 3). Nestas condições, ficou claro que o solo resultante do plantio direto do arroz garantiu melhores condições de suporte do cultivo da soja, resultando em melhor desenvolvimento de planta (ED, MSPA, AP) e número de nódulos. Esta última observação é particularmente relevante para a pesquisa de rotação arroz irrigado x soja, pois a deficiência de nodulação vem sendo um dos grandes gargalos para a adaptação da cultura da soja aos solos de várzea.

Tabela 3. Médias, quadrados médios, número de amostras e coeficiente de variação para estádio de desenvolvimento (ED), massa seca da parte aérea (MSPA), altura de planta (AP), número de nódulos por raiz (NNR), matéria seca de raiz (MSR) e massa seca de nódulos (MSN). EEA/IRGA, Cachoeirinha, RS, safra 2010/11.

Sistema de Cultivo

ED Nós/planta

MSPA g/planta

AP cm

NNR MSN g

Plantio Direto 8,7 Aβ 11,1 A 40 A 44 A 1,61 NS Pré-Germinado 7,5 B 7,4 B 33 B 25 B 0,83 Plantio Convencional

7,9 B 6,1 B 32 B 21 B 1,10

QM Sistema 10,94** 120 ** 615 ** 1788 * 0,47 NS QM Resíduo 1,45 8 15 382 0,12

Amostras/Sistema 30 18 30 12 3 CV (%) 15 34 11 66 30 β Valores seguidos pela mesma letra na coluna não diferem pelo teste de Duncan a 5%. ** e * Significativamente diferente pelo F teste. NS sem diferença significativa.

As médias das determinações realizadas a partir da floração também indicam uma

vantagem da soja cultivada na área de plantio direto, exceto para o PCS que permaneceu muito semelhante entre os três sistemas (Tabela 4). Embora não tenha sido possível detectar diferenças significativas entre as médias de MSR2, a soja cultivada em área de plantio direto produziu em média 100 g a mais que a cultivada em Pré-germinado e plantio convencional. A avaliação de severidade por EH mostrou uma clara vantagem da área de plantio direto, indicando que este solo apresentou tanto melhor capacidade de retenção de água e suporte das plantas durante a estiagem quanto de infiltração. O plantio direto continuado em diferentes solos sabidamente aumenta a incorporação da porção de matéria orgânica e aumenta a agregação do solo, o que por sua vez aumenta a capacidade de infiltração e de retenção de água, além de reduzir o adensamento do solo, aumentando a porosidade que beneficia a expansão radicular, aumentando também a capacidade das plantas em buscar água e nutrientes, resultando em melhor desenvolvimento total da planta (MIELNICZUK et al., 2003). A população final de planta também foi diferente nos três sistemas, mostrando que o sistema de preparo do solo praticado no arroz também influenciou no estabelecimento das plantas. O rendimento de grãos foi fortemente afetado pelo sistema de preparo do solo. O pior resultado foi alcançado no tratamento em que nas safras anteriores havia sido cultivado com arroz irrigado no sistema de plantio convencional. Também foi este o sistema que apresentou maior severidade devido ao EH.

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Tabela 4. Médias, quadrados médios, número de amostras e coeficiente de variação para. Massa seca no estádio R2 (MSR2), excesso hídrico (EH), população de plantas por metro linear (PPML), rendimento de grãos (RG), e peso de cem sementes (PCS). EEA/IRGA, Cachoeirinha, RS, safra 2010/11.

Sistema de Cultivo

MSR2

g. m-2 EH

Nota 1-5 PPML

RG Kg ha-1

PCS g

Plantio Direto 319 NS 1,50 B 10,7 A 3291 A 13,6 NS

Pré-Germinado 202 3,17 A 7,8 C 2611 A 13,4 Plantio Convencional

194 3,67 A 9,4 B 1850 B 13,3

QM Sistema 14564 NS 3,86 NS 26,0 ** 4680620 ** 0,134 NS QM Resíduo 3946 0,19 1,4 365861 0,505

Amostras/Sistema 3 3 12 12 12 CV (%) 26 16 13 23 5 β Valores seguidos pela mesma letra na coluna não diferem pelo teste de Duncan a 5%. ** e * Significativamente diferente pelo F teste. NS sem diferença significativa.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Arroz Irrigado: Recomendações técnicas da pesquisa para o sul do Brasil./ 28ª Reunião Técnica da Cultura do Arroz Irrigado. Bento Gonçalves, RS: Sosbai, 2010. Cornelius, B. et al. Identification of QTLs underlying water-logging tolerance in soybean. Molecular Breeding v. 16, p. 103-112. 2005. FEHR, W. R.; CALVINESS, C. E. Stages of soybean development. Ames: Iowa State University - Agriculture and Home Economics Experiment Station - Cooperative Extension Service, 1977. 11 p. (Special Report, 80). Gomes, A. S. & Pauletto, E. A.. Manejo de Solo e da Água em Áreas de Várzea. In.: Gomes, A.S. e Magalhães Junior, A.M. Arroz Irrigado no sul do Brasil. Pelotas: Embrapa Clima Temperado, 1999. Indicações Técnicas para a Cultura da Soja no Rio Grande Do Sul e em Santa Catarina 2010/2011 e 2011/2012./ 38ª Reunião de Pesquisa da Soja da Região Sul. Cruz Alta, RS: Fundacep Fecotrigo, 2010. Mielniczuk, J. et al. Manejo de solo e culturas e sua relação com os estoques de carbono e nitrogênio do solo. In: Curi, N.; Marques, J.J.; Guilherme, L.R.G.; Lima, J.M.; Lopes, A.S. & Alvarez V., V.H. Tópicos em ciência do solo. Viçosa,MG, Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 2003. v.3. p.209-248. Thomas, A. L. & COSTA, J.A.O. SOJA: Manejo Para Alta Produtividade de Grãos. Porto Alegre: Evangraf, 2010.

Summary: In 2010/11 growing season, soybean was cultivated in a long-term trial area for comparing the performance of irrigated rice cropping systems No-Till, Pre-germinated and Conventional Planting. Soybean showed large differences in development between plots of different cropping systems, indicating that these cultivation systems changed soil conditions, which reflected in the ability of soybean to develop and produce. Determinations were carried out to assess the difference in plant development, and the results indicate that No-Till provided a better environment for the cultivation of soybeans that the pre-germinated and conventional farming systems.

Key words: Glycine max, abiotic stress, grain yield

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Efeito da População de Plantas e Época de Semeadura sobre a Produtividade de Cinco Linhagens de Soja CCGL TECNOLOGIA, Safra 2011/12

D. Rockenbach1, C. Steckling¹, T. Roversi1

1

CCGL TECNOLOGIA, RS 342, km 149, 98005-970, Cruz Alta, RS. E-mail: [email protected], [email protected], [email protected]

Resumo: A população de plantas ideal pode variar de um genótipo para outro. Por apresentar grande plasticidade, a cultura da soja se adapta a diferentes populações de plantas podendo compensar populações mais baixas. O objetivo deste trabalho foi o de estudar o comportamento de diferentes linhagens em diferentes populações de plantas em função da época de semeadura adotada. Foram estudadas duas épocas de semeadura (20/10 e 20/12/2011), quatro populações de plantas (15; 25; 35 e 45 plantas m²) e cinco linhagens (CEPsBt 09033, CEPsBt 09036, CEPsBt 10129, CEPsBt 10104 e CEPsBt 09018) em um experimento tri fatorial 2X4X5 com parcelas sub-subdivididas, no município de Cruz Alta – RS, na estação de crescimento 2011/12. A maioria das linhagens não apresentou diferenças na produtividade em função das populações de plantas avaliadas, somente a linhagem CEPsBt 09018 apresentou produtividade inferior na população de 35 plantas/m². A época de semeadura afetou a produtividade somente das linhagens CEPsBt 09033 na população de 15 plantas/m² e CEPsBt 09036 na população de 45 plantas/m². Na semeadura de 20/10/2011 as linhagens CEPsBt 09036, CEPsBt 10129 e CEPsBt 09018 apresentaram as melhores produtividades em todas as populações avaliadas. Na semeadura de 20/11/2011 as linhagens CEPsBt 09036 e CEPsBt 10129 apresentaram as melhores produtividades em todas as populações avaliadas. Palavras-chave: Glycine max, genótipos, plasticidade.

INTRODUÇÃO

A soja é uma cultura que se caracteriza pela sua ampla plasticidade quanto a resposta ao arranjo espacial de plantas, alterando caracteristicas como estatura de planta, inserção das primeiras vagens, número de nós, número de ramos e número de vagens por planta (TECNOLOGIAS DE PRODUÇÃO, 2008).

A população de plantas adequada pode variar de uma cultivar para outra, em função da arquitetura de planta, hábito de crescimento, tipo de crescimento e ciclo, sendo que a população indicada para a cultura da soja situa-se em torno de 300.000 plantas por hectare ou 30 plantas/m² (REUNIÃO, 2010).

O arranjo de plantas pode ser alterado tanto no espaçamento entrelinhas quanto na população de plantas. A população de plantas é o fator que menos afeta a produtividade da soja, desde que as plantas estejam distribuidas uniformemente na área (ENDRES, 1996). A ausencia de resposta diferenciada para produtividade em função das diferentes populações de plantas utilizadas esta relacionada com a plasticidade fenotipica que a cultura apresenta.

Segundo Rocha (2001), no estabelecimento da população de plantas, deve-se levar em consideração a cultivar a ser utilizada, a fertilidade do solo, a época de plantio, espécies de plantas daninhas predominantes, época de semeadura e sistema de manejo de pragas. Em razão de todos esses fatores é que se faz necessária uma avaliação criteriosa para o estabelecimento da população de plantas, para que se encontre um ponto de equilíbrio.

Cada cultivar possui morfologia diferente, e para se identificar qual a densidade mais adequada, deve-se levar em consideração componentes de rendimento como o número de sementes por área, número de vagens por área, número de nós produtivos por área e número de nós por área (BOARD, 2005).

Para semeaduras realizadas no final da época recomendada, indica-se um aumento na população de plantas, visando compensar a redução de estatura de planta em função do encurtamento do subperíodo vegetativo (REUNIÃO, 2010).

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 119

Objetivou-se com o presente trabalho estudar o comportamento de diferentes linhagens em deferentes populações de planta função da época de semeadura adotada.

MATERIAL E MÉTODOS

O presente trabalho foi conduzido na estação de crescimento 2011/12, na área experimental da CCGL TECNOLOGIA em Cruz Alta, RS, localizada na região do Planalto Médio do RS (RIO GRANDE DO SUL, 1994), à latitude de 28o36’ Sul, longitude de 53o40’ Oeste e altitude média de 409 m, com solo classificado como Latossolo Vermelho distrófico típico (EMBRAPA, 1999).

Foram utilizadas 5 linhagens de soja Intacta RR2PRO, combinadas com quatro populações de plantas e duas épocas de semeadura. As linhagens utilizadas foram as seguintes: CEPsBt 09033; CEPsBt 09036; CEPsBt 10129; CEPsBt 10104 e CEPsBt 09018, combinadas com as populações de 15; 25; 35 e 45 plantas m², semeadas em 20/10/2011 (E1) e 20/11/2011 (E2).

O delineamento experimental utilizado foi o trifatorial 5X4X2, com parcelas sub-subdivididas, com quatro repetições, onde as parcelas principais foram constituídas pelas épocas de semeadura, as subparcelas foram compostas pelas cultivares e as sub-subparcelas pelas populações de plantas.

A semeadura foi realizada com semeadora de parcelas, e a quantidade de sementes foi ajustada para obter a população final de plantas desejada. As sub-subparcelas consistiram de quatro fileiras com espaçamento entre fileiras de 50cm com seis metros de comprimento, as duas fileiras centrais com a eliminação de 50cm em cada extremidade compuseram a área útil totalizando 5m².

A cultura foi manejada e conduzida conforme indicações da REUNIÃO (2010). Foram avaliadas as populações de plantas estabelecidas; número de flores por

planta; estatura na floração e na maturação; número de nós, de ramos e de vagens por planta, altura da inserção da primeira vagem com base em cinco plantas dispostas em seqüência na parcela, além da produtividade de grãos.

Os resultados para rendimento de grãos foram submetidos à análise da variância e os valores médios comparados pelo teste de Duncan ao nível de 5% de probabilidade do erro.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados encontrados para produtividade de grãos encontram-se na Tabela 1. a analise de variância mostrou que houve interação entre os fatores estudados. As épocas de semeadura tiveram comportamento semelhante em praticamente todas as populações e linhagens, exceto na população de 15 plantas m² da linhagem CEPsBt 09033, onde a E1 apresentou resultado superior a E2. e para a população de 45 plantas m² da linhagem CEPsBt 09036 onde a produtividade da E2 foi superior a E1.

As populações de plantas diferiram entre si somente para a linhagem CEPsBt 09018 na E1, onde as populações de 15 plantas m² e 25 plantas m² tiveram produtividade superior a população de 35 plantas m², já a população de 45 plantas m² não diferiu das demais populações.

As linhagens apresentaram poucas diferenças entre si em relação a cada população avaliada. Na E1, as linhagens CEPsBt 09033 e CEPsBt 09018 apresentaram produtividade inferior as demais nas populações de 25 e 35 plantas m². Na E2 as linhagens CEPsBt 09036 e CEPsBt 10129 apresentaram produtividade superior as demais em todas as populações avaliadas.

Na população mais baixa (15 plantas m²), as linhagens CEPsBt 09033 e CEPsBt 09018 tiveram as menores produtividades.

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CONCLUSÕES

Na safra 2011/12 praticamente não houve diferenças entre as épocas de semeadura avaliadas. Diferenças de produtividade entre as populações avaliadas somente foram encontradas para a linhagem CEPsBt 09018 na primeira época de semeadura avaliada. Existem diferenças entre linhagens em relação à população de plantas estudadas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOARD, J. E.; MODALI, H.; dry matter accumulation predictors for optimal yield in soybean. CROP SCIENCE, VOL. 45, SEPTEMBER–OCTOBER 2005. EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema brasileiro de classificação de solos. Embrapa Produção de Informação/Embrapa Solos. 1999, 412 p. ENDRES, V. C. Espaçamento, densidade e época de semeadura. In: EMBRAPA. Centro de Pesquisa Agropecuária do Oeste (Dourados, MS). Soja: recomendações técnicas para Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. Dourados, 1996. p. 82-85. (Circular Técnica, 3). REUNIÃO DE PESQUISA DA SOJA DA REGIÃO SUL, 38.,2010, Cruz Alta. Indicações Técnicas para a Cultura da Soja no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina 2010/2011 e 2011/2012. Cruz Alta: FUNDACEP FECOTRIGO, 2010. 168p. ROCHA, R. N. C.; PELUZIO, J. M.; BARROS, B. H.; FIDELIS, R. R.; JUNIOR, H. P. S. Comportamento de cultivares de soja em diferentes populações de plantas, em Gurupi, Tocantis. Revista Ceres, 48(279):529-537, 2001. TECNOLOGIAS DE PRODUÇÃO DE SOJA – Região Central do Brasil – 2009 e 2010.- Londrina: Embrapa Soja: Embrapa Cerrados: Embrapa Agropecuária Oeste, 2008. 262p. Summary: The ideal population of plants can vary from one to another genotype. By presenting great plasticity, soybean adapts to different populations of plants and can compensate for lower populations. The objective of this work was to study the behavior of different lineages in different plant populations in function of sowing date adopted. We studied two sowing dates (20/10 and 12/20/2011), four plant populations (15, 25, 35 and 45 plants m²) and five lineages (CEPsBt 09033, CEPsBt 09036, CEPsBt 10129, CEPsBt 10104 and CEPsBt 09018) in a 2X4X5 trifactorial experiment with plots subdivided in Cruz Alta - RS, in the growing season 2011/12. Most lineages showed no differences in yield as a function of plant populations tested, only lineage CEPsBt 09018 had lower productivity in the population of 35 plants/m². The sowing time affected the productivity of the lineages CEPsBt 09033 in the population of 15 plants/m² and CEPsBt 09036 in the population of 45/m². In the sowing made at 20/10/2011 the lineages CEPsBt 09036, CEPsBt 10129 and CEPsBt 09018 had the best yields in all populations. In the sowing of 20/11/2011 the lineages CEPsBt 09036 and CEPsBt 10129 had the best yields in all populations evaluated.

Key words: Glycine max, genotypes, plasticity.

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Tabela 1. Produtividade de linhagens de soja em função de diferentes populações de plantas e épocas de semeadura, Cruz Alta, safra 2011/12.

Linhagem População

Época de Semeadura

20/10/2011 20/11/2011

Produtividade kg/ha

CEPsBt 09033

15 pl/m² 1164 *¹ a² A³ 818 a D

25 pl/m² 1006 a B 889 a C

35 pl/m² 1027 a B 1036 a C

45 pl/m² 1161 a A 1088 a B

CEPsBt 09036

15 pl/m² 1369 a A 1494 a A

25 pl/m² 1386 a A 1571 a A

35 pl/m² 1374 a A 1520 a A B

45 pl/m² 1289 a A 1582 a A

CEPsBt 10129

15 pl/m² 1233 a A 1447 a A B

25 pl/m² 1340 a A 1532 a A

35 pl/m² 1413 a A 1594 a A

45 pl/m² 1371 a A 1614 a A

CEPsBt 10104

15 pl/m² 1425 a A 1196 a B C

25 pl/m² 1405 a A 1202 a B

35 pl/m² 1347 a A 1270 a B C

45 pl/m² 1198 a A 1191 a B

CEPsBt 09018

15 pl/m² 1350 a A 1074 a C D

25 pl/m² 1282 a AB 1234 a B

35 pl/m² 989 b B 1064 a C

45 pl/m² 1108 a b A 1234 a B

CV 15,79 1 O símbolo * compara cada população das linhagens nas duas épocas, onde * indica a época que

apresentou produtividade superior, a ausência do * indica que não houve diferença entre as épocas pelo teste de Duncan ao nível de 5% de probabilidade. ² Letras minúsculas compram as populações dentro de cada linhagem nas épocas pelo teste de Duncan ao nível de 5% de probabilidade. ³ Letras maiúsculas comparam as cultivares em cada população nas épocas pelo teste de Duncan ao nível de 5% de probabilidade.

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 122

Rendimento de Grãos e Características Agronômicas de Soja em Função dos Tipos de Manejo do Solo

H. P. dos Santos,1,2, R. S. Fontaneli1,3, J. L. F. Pires1

1Embrapa Trigo, BR 285, km 294, Caixa Postal 451, CEP 99001-970 Passo Fundo, RS. E-mail:

[email protected], [email protected], [email protected]. 2Bolsista de produtividade

em Pesquisa do CNPq. 3Professor da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da UPF.

Resumo - O rendimento de grãos e algumas características agronômicas de soja foram avaliados em solo classificado como Latossolo Vermelho distrófico típico, em Passo Fundo, RS, das safras de 1996/97 a 2010/11, em tipos de manejo de solo, fator analisado nesse trabalho. Foi empregado delineamento experimental de blocos ao acaso, com parcelas subdivididas e três repetições. A parcela principal foi constituída pelos tipos de manejo de solo e as subparcelas pelos sistemas de rotação de culturas. A parcela principal mediu 360 m2 (4 m de largura por 90 m de comprimento), e a subparcela, 40 m2 (4 m de largura por 10 m de comprimento). Os tratamentos foram constituídos por quatro tipos de manejo de solo — 1) sistema plantio direto, 2) cultivo mínimo, 3) preparo convencional de solo com arado de discos mais grade de discos e 4) preparo convencional de solo com arado de aivecas mais grade de discos — e por três sistemas de rotação de culturas: sistema I (trigo/soja), sistema II (trigo/soja e ervilhaca/milho ou sorgo) e sistema III (trigo/soja, aveia preta ou aveia branca/soja e ervilhaca/milho ou sorgo). As cultivares de soja usadas foram BR-16 em 1996 e 1997 BRS 137 em 1998 e 1999, BRS 154 de 2000 a 2003, BRS 153 em 2004, BRS 244 RR em 2005, BRS Charrua RR em 2006, BRS 255 RR de 2007 a 2009, e BRS Tertúlia RR em 2010, semeadas em época única. Soja cultivada sob cultivo mínimo e sob sistema plantio direto mostrou maior rendimento de grãos, massa de 1.000 grãos e estatura de planta, comparativamente a soja cultivada sob preparo convencional de solo com arado de aivecas. Após 15 anos, a combinação de sistemas conservacionistas de manejo de solo (sistema plantio direto e cultivo mínimo) e rotação de culturas favoreceu o maior rendimento da cultura de soja. Não houve diferença dos tipos de manejo de solo entre as médias conjuntas dos dados obtidos em relação ao número de legumes por planta, ao número de grãos por planta, a massa de grãos e a altura de inserção dos primeiros legumes de soja.

Palavras-chave: componentes do rendimento, massa 1.000 grãos, estatura de plantas, altura de inserção dos primeiros legumes, sistema plantio direto.

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Rendimento de Grãos e Características Agronômicas de Soja em Função de Sistemas de Rotação de Culturas

H.P. dos Santos1,2, R.S. Fontaneli1,3 e J.L.F. Pires1

1Embrapa Trigo, BR 285, km 294, Caixa Postal 451, CEP 99001-970 Passo Fundo, RS. E-mail:

[email protected], [email protected], [email protected]. 2Bolsista de produtividade

em Pesquisa do CNPq. 3Professor da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da UPF.

Resumo - O rendimento de grãos e algumas características agronômicas de soja foram avaliados em solo classificado como Latossolo Vermelho distrófico típico, em Passo Fundo, RS, nas safras de 1996/97 a 2010/11, considerando tipos de manejo de solo e a rotação de culturas utilizada, fator analisado nesse trabalho. Foi empregado delineamento experimental de blocos ao acaso, com parcelas subdivididas e três repetições. A parcela principal era constituída pelos tipos de manejo de solo e as subparcelas pelos sistemas de rotação de culturas. A parcela principal possuía área de 360 m2 (4 m de largura por 90 m de comprimento), e a subparcela, 40 m2 (4 m de largura por 10 m de comprimento). Os tratamentos foram constituídos por quatro tipos de manejo de solo 1) sistema plantio direto, 2) cultivo mínimo, 3) preparo convencional de solo com arado de discos mais grade de discos e 4) preparo convencional de solo com arado de aivecas mais grade de discos e por três sistemas de rotação de culturas: sistema I (trigo/soja), sistema II (trigo/soja e ervilhaca/milho ou sorgo) e sistema III (trigo/soja, aveia preta ou aveia branca/soja e ervilhaca/milho ou sorgo). As cultivares de soja usadas foram BR-16, em 1996 e 1997, BRS 137, em 1998 e 1999, BRS 154, de 2000 a 2003, BRS 153, em 2004, BRS 244 RR, em 2005, BRS Charrua RR, em 2006, BRS 255 RR, de 2007 a 2009, e BRS Tertúlia RR, em 2010. A análise conjunta dos dados obtidos não indicou diferença entre os sistemas de rotação de culturas em relação ao número de grãos por planta, à massa de 1.000 grãos e à altura de inserção dos primeiros legumes de soja. Finalmente, a rotação de culturas por um verão, utilizando milho ou sorgo, propicia maior rendimento de grãos de soja, em comparação aos demais sistemas estudados e à soja em monocultura. Massa de grãos menor ocorreu em monocultura (trigo/soja).

Palavras-chave: componentes do rendimento, massa 1.000 grãos, estatura de plantas, altura de inserção dos primeiros legumes, sistema plantio direto.

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Compactação do Solo Hidromórfico em Plantio Direto Reduz a Produtividade de Soja em Terras Baixas

G. Theisen1, J.M.Parfitt1, J.J.C.Silva, F.J. Vernetti Jr. 1, M.V.Fipke2, J.F.L.Bonow2,

F.M.Xavier2, A.Reis2

1

Pesquisadores da Embrapa Clima Temperado, BR 392, km 78, 98001-970, Pelotas, RS, RS. E-mail:

[email protected]. 2 Estagiários da Embrapa Clima Temperado, Pelotas, RS.

Resumo: A introdução e consolidação do plantio direto nas terras brasileiras são consideradas como um marco na agricultura nacional, sendo este modo de cultivo um elemento de competitividade às diversas culturas implantadas sob este sistema. Com o aumento na demanda mundial por alimentos novas áreas agrícolas passaram a ser incorporadas à produção de grãos, caso do Rio Grande do Sul, onde tem ocorrido expansão do cultivo de soja na metade sul deste estado, região em que a oleaginosa ocupa tanto as áreas altas quanto as terras baixas em rotação com o arroz irrigado. As terras baixas são caracterizadas por solos de difícil drenagem, com características físicas que lhes conferem relativamente alta suscetibilidade à compactação. Ademais, após a colheita do arroz – feita preferencialmente com solo molhado para garantir a qualidade industrial do cereal – fazem-se necessárias operações de nivelamento do solo, geralmente envolvendo aração, gradagem e aplainamento. Nas terras baixas em que se pratica a rotação arroz - soja, portanto, o cultivo de soja em plantio direto pode não ser exatamente o mesmo daquele praticado nas áreas altas, em que a mobilização e o revolvimento do solo são, realmente, mínimos ao longo do ano. Algumas áreas cultivadas com soja em plantio direto em terras baixas têm apresentado sinais que podem ser associados à compactação do solo, tais como o pouco crescimento de raízes, a fraca nodulação e a coloração verde-claro das folhas das plantas. Nesse sentido, dois experimentos foram conduzidos para identificar o efeito da compactação do solo em áreas de plantio direto em terras baixas sobre características da soja, principalmente quanto à sua produtividade. Os dados obtidos foram contundentes no sentido de identificar a perda produtiva da soja associada à compactação do solo: em área com plantio direto recente (dois anos) irrigada com aspersão e descompactada obteve-se 3818 kg ha-1 de grãos, com uma redução de 45% devido à compactação. Já quando a cultura foi implantada em área sem irrigação, em plantio direto já consolidado (6 anos sem revolvimento) obteve-se 3024 de grãos, com uma perda de 14% devido à compactação do solo. Palavras-chave: Glycine max, escarificação, descompactação, densidade, rendimento

INTRODUÇÃO

A introdução e consolidação do plantio direto na agricultura brasileira são

consideradas um marco significativo, sendo este modo de cultivo um fator de competitividade às culturas implantadas sob este sistema. O aumento na demanda mundial por alimentos induziu a que novas áreas agrícolas fossem incorporadas à produção de grãos. No Rio Grande do Sul tem ocorrido a expansão do cultivo de soja na metade sul deste estado, onde a cultura ocupa tanto as áreas altas (cerca de 700 mil ha) quanto as terras baixas com solos hidromórficos (estima-se em 300 mil ha) em rotação com o arroz irrigado ou com a pecuária extensiva. As terras baixas são caracterizadas por solos planos ou levemente ondulados, hidromórficos, com difícil drenagem, com características físicas que lhes conferem alta suscetibilidade à compactação. Além disso, após a colheita do arroz, que é feita de preferência em solo molhado para garantir a qualidade industrial do cereal, são feitas operações de revolvimento do solo envolvendo aração, gradagem e aplainamento. Nos solos hidromórficos das terras baixas é comum realizarem-se operações agrícolas quando o solo apresenta alto teor de umidade. Isso tem resultado na quebra de agregados e destruição dos macroporos, com consequente aumento da densidade do solo e resistência à penetração, causando efeitos negativos sobre o desenvolvimento das culturas (LIMA et al., 2006). Desse modo, nas áreas com

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 125

rotação de culturas entre arroz irrigado e soja, o sistema de manejo que se denomina ‘plantio direto’ geralmente não é exatamente o mesmo praticado nas áreas altas (região do planalto do RS), em que a mobilização e revolvimento do solo são, realmente, mínimos ao longo do ano. Uma vez que a fixação biológica de nitrogênio é bastante dependente da oxigenação no solo e que a absorção de água e de nutrientes pelas plantas é proporcional ao volume de solo explorado pelas raízes, o uso de implementos que reduzam a compactação do solo pode reduzir as perdas associadas a esse fator em soja, principalmente naquelas áreas localizadas em solos hidromórficos.

MATERIAL E MÉTODOS

Dois experimentos foram conduzidos na Estação Experimental Terras Baixas, em

Capão do Leão, RS na safra 2011/2012, em duas áreas conduzidas sob plantio direto a dois anos (Área 1) e a seis anos (Área 2). A primeira área foi irrigada por aspersão com sistema linear móvel programado para irrigar 9mm/h sempre que os sensores de água do solo (tipo Watermark) registrassem 40 kPa. O solo da área é do tipo Planossolo hidromórfico eutrófico solódico (EMBRAPA, 1999), cuja análise apresentou em ambas as áreas teores médios de argila de 20%, matéria orgânica 1,9% e pH em água 5,7. Na Área 1 o nível de P e K é considerado ‘baixo’, enquanto na Área 2 o P é classificado como ‘baixo’, e o K como ‘alto’ para o cultivo de soja. A adubação da cultura foi ajustada à interpretação da análise de solo para ambos os locais, e os demais tratos culturais seguiram a indicação técnica descrita em REUNIÃO (2009). A descompactação do solo foi realizada aos sete dias antes da semeadura da soja, imediatamente antes da dessecação da vegetação de cobertura, com escarificador de hastes desencontradas, espaçadas em 30cm, operando em uma profundidade média de até 25cm. Foram demarcadas faixas de passagem do equipamento (5m), sendo a soja cultivar BRS 246-RR semeada em 15/11/2011, em sentido transversal às faixas de descompactação. Avaliou-se o índice de clorofila das folhas com um clorofilômetro portátil modelo CCM 200, na porção mediana dos três folíolos do primeiro e segundo trifólios superiores completamente expandidos das plantas (10 plantas por parcela), o peso de sementes e a produtividade de grãos, uniformizada à umidade-padrão de 13%. Os experimentos seguiram o delineamento de blocos casualizados com seis repetições por tratamento e os dados das variáveis foram submetidos à análise de variância e comparados entre si pelo teste F a 5% de probabilidade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A escarificação do solo interferiu nas variáveis avaliadas em ambos os experimentos.

O índice de clorofila das folhas superiores completas, dada em uma unidade adimensional baseada na intensidade da cor verde das folhas (Figura 1), indicou que a escarificação anterior ao cultivo da soja elevou significativamente o teor de clorofila, em 53% (Área 1) e em 9% (Área 2). A escarificação do solo elevou o peso de cem sementes quando a cultura esteve submetida à irrigação, contudo não se observou efeito significativo (p ≥ 0,05) sobre o peso de sementes na área não irrigada, com valores próximos a 12 gramas por 100 sementes (Figura 2). Já a produtividade de grãos, componente mais importante no contexto da produção agrícola, foi favorecida pela escarificação do solo. Sob irrigação, obteve-se mais de 3.800 kg ha-1 quando o solo em cultivo foi escarificado previamente à semeadura, com drástica redução de produtividade na área mais compactada. Além dos componentes apresentados neste trabalho, outros fatores podem contribuir com tão contundente efeito, dentre os quais não se descarta a pouca capacidade de infiltração de água no solo compactado, o que, além de poder prejudicar a fixação biológica de nitrogênio, pode ter encharcado por ocasião das irrigações, prejudicando a cultura. Na área com plantio direto mais consolidado (Área 2), a diferença em produtividade dada pela escarificação foi menor, contudo ainda significativa (p ≤ 0,05). Nesse caso, a descompactação do solo antes da semeadura incrementou a produtividade de grãos em cerca de 17%.

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 126

CONCLUSÕES . A descompactação do solo hidromórfico manejado sob plantio direto em terras baixas

elevou o teor de clorofila das folhas de soja e incrementou a produtividade de grãos da cultura.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema brasileiro de classificação de solos. Brasília: Embrapa-SPI; Rio de Janeiro: Embrapa-CNPS, 1999. 412 p. LIMA, C.L.R.; PAULETTO, E.; GOMES, A.S.; HARTWIG, M.P. & PASSIANOTO, C.C. Compactação de um Planossolo em função de sistemas de manejo. Revista Brasileira de Agrociência, Pelotas, v.12 p.179-182, 2006. REUNIÃO DE PESQUISA DA SOJA DA REGIÃO SUL, 37., 2009, Porto Alegre. Indicações Técnicas para a Cultura da Soja no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina 2009/20010. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2009. 144p. Summary: The introduction and consolidation of no-till system in Brazil is considered as a milestone in national agriculture, and this mode of cultivation is an element of competitiveness to the various cultures established under this system. With the increasing of global demand for food new agricultural areas have become incorporated into grain production, the case of Rio Grande do Sul, where there has been expansion of soybean in the southern part of this state, a region where this crop is planted as in high areas as in the lowlands, in rotation with irrigated rice. The soils in lowlands are characterized by the difficult to drain, with physical characteristics that give them relatively high susceptibility to compaction. Moreover, after the rice harvest - preferably made with wet soil – there are necessity of operations to re-leveling the ground, usually involving plowing, harrowing and leveling. In the lowlands where the main rotation is rice - soybeans, the cultivation of soybeans in no-till may not be exactly the same as the no-till practiced in the highlands, where the mobilization and soil disturbance are really minimal over year. Some areas cultivated with soybeans in no-till in the lowlands have shown signs that may be associated with the soil compaction, such as the little root growth, weak nodulation and the weakness in the green color of the leaves. Accordingly, two experiments were conducted to identify the effect of soil compaction in no-till fields in the lowlands over the characteristics of soybeans, especially their grain yield. The data were compelling to identify the losses in grain yield associated to the soil compaction. The area with recent no-till (two years) irrigated with sprinkler and uncompressed yielded 3818 kg ha-1, with a reduction of 45% due to compaction. When the crop was planted in area without irrigation, but with consolidated no-till (6 years without tillage) the grain yield was 3024 kg ha-1, with a loss of 14% due to soil compaction. Key words: Glycine max, chisel, soil density, soil scarifier, lowlands

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 127

A1. E A1. NE A2. E A2. NE

Índ

ice

de

Clo

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la (

CC

M)

0

5

10

15

20

Figura 1. Índice de clorofila das folhas completamente expandidas de soja no estádio V6-V7 em duas áreas (A1 e A2) em terras baixas conduzidas em plantio direto, com e sem (E e NE) escarificação do solo antes da semeadura da cultura. Embrapa Clima Temperado, Capão do Leão, RS. 2012. [barras verticais indicam o erro-padrão da média. Em cada área o efeito da escarificação foi significativo (p ≤ 0,05)].

A1. E A1. NE A2. E A2. NE

PC

S (

g)

11,0

11,5

12,0

12,5

13,0

Figura 2. Peso de cem sementes de soja cultivada em duas áreas (A1 e A2) em terras baixas conduzidas em plantio direto com e sem (E e NE) escarificação do solo antes da semeadura da cultura. Embrapa Clima Temperado, Capão do Leão, RS. 2012. [barras verticais indicam o erro-padrão da média. Em A1 o efeito da escarificação foi significativo (p ≤ 0,05)].

A1. E A1. NE A2. E A2. NE

Pro

du

tivid

ad

e (

kg

ha

-1)

0

1000

2000

3000

4000

5000

Figura 3. Produtividade de soja em duas áreas (A1 e A2) em terras baixas conduzidas em plantio direto, com e sem (E e NE) escarificação do solo antes da semeadura da cultura. Embrapa Clima Temperado, Capão do Leão, RS. 2012. [barras verticais indicam o erro-padrão da média. Em cada área o efeito da escarificação foi significativo (p ≤ 0,05)].

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 128

Aplicação de Uréia em Soja: Resultados de Experimentos Conduzidos em Solo Hidromórfico na Safra 2011/12

G.Theisen1, F.J.Vernetti Jr.1, J.J.C.Silva1, M.V.Fipke2, A.Reis2, J.F.L.Bonow2, F.M.Xavier2,

C.Nemitz2

1 Pesquisadores da

Embrapa Clima Temperado, BR 392, km 78, 98001-970, Pelotas, RS, RS. E-mail:

[email protected]. 2 Estagiários da Embrapa Clima Temperado, Pelotas, RS.

Resumo: A cultura da soja é altamente demandante em nitrogênio. Parte da necessidade desse nutriente é atendida através da absorção no solo, porém a maior porção provém da simbiose entre a cultura e bactérias do gênero Bradyrhizobium. Este processo, denominado fixação biológica de nitrogênio (FBN) é considerado, depois da fotossíntese, um dos principais processos biológicos na natureza. Para que se tenha eficiência na FBN em soja, é necessário um conjunto de fatores, destacando-se a disponibilidade de oxigênio no ambiente e o fornecimento de energia, dado pela planta. A redução da FBN em soja pode ocorrer em algumas condições, especialmente quando não existir, na interface solo-raiz, estes elementos básicos de suporte ao processo simbiótico. A área de soja vem aumentando na metade sul do RS. A rotação da cultura com o arroz irrigado já é presente em 1/3 da área (cerca de 300 mil ha), e há tendência de aumento, impulsionado pelos preços atrativos e por benefícios ao sistema de produção arroz-pecuária. Nas terras baixas predominam solos hidromórficos, os quais têm uma natural suscetibilidade à compactação e adensamento. Estes aspectos, juntamente às dificuldades de drenagem em algumas condições, podem restringir o pleno desenvolvimento da simbiose entre a soja e as bactérias nitrificadoras. Baseados nessa premissa, na justificativa de que o ciclo dos cultivares atuais é bastante curto, e também na busca de oportunidades comerciais, existem algumas indicações informais aos produtores de que a aplicação de uréia na cultura da soja em terras baixas é uma necessidade. Visando contribuir em esclarecer este assunto, foram implementados quatro experimentos (DBC, 4 repetições) em distintos locais e épocas de semeadura na Estação Experimental Terras Baixas da Embrapa Clima Temperado, em Capão do Leão, RS na safra 2011/12, em que se compararam os seguintes tratamentos: a) soja sem uréia; b) aplicação de 100 kg ha-1 de uréia no estádio V4; c) aplicação de 100 kg ha-1 de uréia no estádio R2; d) aplicação parcelada em V4 e R2, com 50 kg ha-1 de uréia por estádio. A soja cv BRS246-RR foi inoculada antes da semeadura, e as áreas já foram cultivadas com soja nos últimos anos. Avaliou-se o peso de 100 sementes e a produtividade de grãos. Constatou-se leve tendência de incremento no peso de 100 sementes quando se aplicou a uréia no início do enchimento de grãos da soja. A produtividade de grãos variou entre 1299 kg ha-1 (na área mais adensada e com parcial encharcamento) até 2969 kg ha-1, não ocorrendo diferença significativa entre os tratamentos em nenhum dos experimentos. Palavras-chave: Glycine max, nitrogênio, nutrição, rizobium, simbiose, terras

baixas.

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 129

Avaliação de Cultivares Convencionais de Soja Registradas da Rede Soja Sul de Pesquisa na Embrapa Clima Temperado

F. de J.Vernetti Junior1, L.S.Heiffig-del Aguila1

1

Embrapa Clima Temperado, BR 392, km 78, 96010-971, Pelotas, RS. E-mail: [email protected], [email protected].

Resumo: As cultivares convencionais de soja provenientes dos programas de melhoramento das instituições integrantes da rede Soja Sul de Pesquisa foram avaliadas na Embrapa Clima Temperado, em áreas de cultivo de arroz irrigado. O ensaio de cultivares recomendadas de soja do grupo de maturação 6 (ciclo precoce) foi composto por 7 cultivares que alcançaram uma produtividade média de 1.591 kg ha-1. As análises de variância para altura final de planta, peso de 100 sementes e produtividade de grãos não foram significativas, bem como o teste de comparação de médias. Entretanto, em valores absolutos, pode-se observar que a cultivar mais produtiva CD 215 apresentou produtividade de grãos 33% superior (cerca de 8,0 sacos ha-1) as duas cultivares de menor rendimento, no caso CD 216 e BRS Macota. Na avaliação de cultivares recomendadas de soja do grupo de maturação 7 (ciclo médio e tardio) foram utilizadas 8 cultivares, estas apresentaram diferença significativa quanto ao peso de 100 sementes e a produtividade de grãos. A cultivar Fundacep Missões, em valores absolutos, apresentou o maior rendimento de grãos (2.500 kg ha-1), 18,4% superior à média geral do experimento. As cultivares Fepagro RS-10, BRS Torena e Fundacep 44 foram, respectivamente em ordem decrescente de produtividade, as melhores cultivares com produtividade de grãos superior à média geral do experimento. A cultivar CD 218 apresentou a menor produtividade de grãos. Palavras-chave: Glycine max, produtividade agrícola, áreas de cultivo de arroz irrigado.

INTRODUÇÃO

A chamada “Metade Sul” do Rio Grande do Sul é a única região com área ainda

disponível para expansão da cultura da soja no Estado (THEISEN et al, 2009). E esta cultura vem sendo inserida tanto nas coxilhas quanto nas várzeas com solos típicos de arroz irrigado.

Os resultados adiante alinhados dão suporte técnico à cultura da soja na região onde atua a Embrapa Clima Temperado, especialmente ao cultivo em “terras de arroz”.

O presente trabalho tem como objetivo principal fornecer aos profissionais da área de assistência técnica e aos produtores, informações sobre a produtividade e o desempenho de algumas cultivares convencionais de soja indicadas para o Rio Grande do Sul.

MATERIAL E MÉTODOS

Quinze cultivares de soja desenvolvidas pelos programas de melhoramento das

instituições de pesquisa que atuam em melhoramento genético no Estado do Rio Grande do Sul foram avaliadas quanto a produtividade agrícola e algumas características fenológicas e fenométricas.

Para tal, foram conduzidos dois experimentos com genótipos convencionais: 1.Avaliação de cultivares recomendadas de soja do grupo de maturação 6 (ciclo precoce); e, 2.Avaliação de cultivares recomendadas de soja do grupo de maturação 7 (ciclo médio e tardio).

No experimento 1 foram avaliados os seguintes materiais: Fepagro 31, BRS Macota, CD 202, CD 215, CD 216, CD 221 e Fepagro 25. No experimento 2 foram avaliadas as seguintes cultivares: BRS 154, BRS Fepagro 24, BRS Torena, CD 217, CD 218, Fepagro RS-10, Fundacep 44 e Fundacep Missões.

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 130

Os experimentos foram conduzidos em área experimental da Embrapa Clima Temperado, localizada no município de Capão do Leão, RS, em solo típico de arroz irrigado, caracterizado como Planossolo Háplico Eutrófico solódico.

O delineamento experimental utilizado foi blocos ao acaso, com três repetições. As parcelas foram compostas de quatro fileiras de cinco metros, espaçadas de 50 cm entre linhas, com uma área útil de 4 m2. A adubação, inoculação das sementes e controle de invasoras e pragas foram realizadas segundo as recomendações técnicas para a cultura. As datas de semeadura e emergência dos ensaios foram, respectivamente, 13 e 21 de novembro de 2011.

No decorrer do ciclo biológico, foram coletados dados referentes ao número de dias da emergência ao início do florescimento e da emergência à maturação fisiológica. Registraram-se o peso de cem sementes e a produtividade das cultivares.

Os resultados foram submetidos à análise de variância através do teste F, e as médias dos fatores foram avaliadas pelo Teste de Tukey (p ≤ 0,05).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os dados de precipitação pluvial e de temperatura do solo, média das máximas,

média das mínimas e temperatura média do ar registrados no ano agrícola 2011/2012, foram favoráveis ao crescimento, à frutificação e à maturação das plantas.

O ensaio de avaliação de cultivares do grupo de maturação 6 (ciclo precoce), safra 2011/2012, apresentou um rendimento médio de grãos de 1.591,2 kg ha-1. As análises de variância para altura final de planta, peso de 100 sementes e produtividade de grãos não foram significativas, bem como o teste de comparação de médias. Entretanto, em valores absolutos, pode-se observar que a cultivar mais produtiva CD 215 apresentou produtividade de grãos 33% superior (cerca de 8,0 sacos ha-1) as duas cultivares de menor rendimento, no caso CD 216 e BRS Macota (Tabela 1).

O número de dias entre a emergência e o início da floração variou de 63 a 70 dias. Já, a variação entre a emergência e a maturação fisiológica em média foi de 140 dias, variando de 135 dias, para a mais precoce (CD 202), a 147 dias, para a mais tardia (CD 215).

Na avaliação de cultivares recomendadas de soja do grupo de maturação 7 (ciclo médio e tardio) foram utilizadas 8 cultivares, estas apresentando diferença significativa quanto ao peso de 100 sementes e a produtividade de grãos. A cultivar Fundacep Missões, em valores absolutos, apresentou o maior rendimento de grãos (2.500 kg ha-1), 18,4% superior à média geral do experimento. As cultivares Fepagro RS-10, BRS Torena e Fundacep 44 foram, respectivamente em ordem decrescente de produtividade, as melhores cultivares com produtividade de grãos superior à média geral do experimento. A cultivar CD 218 apresentou a menor produtividade de grãos (Tabela 2).

Comparando-se os resultados obtidos no ano agrícola 2011/12 com os obtidos no ano agrícola 2010/11 por Vernetti Jr. et al. (2011), verifica-se uma certa conformidade em relação as cultivares que apresentaram as melhores produtividades (Fundacep 44 – 2.257 kg ha-1, Fepagro RS-10 – 2.182 kg ha-1, Fundacep Missões – 2.160 kg ha-1 e BRS Torena – 2.087 kg ha-1).

O coeficiente de variação do experimento foi 14,3% conferindo precisão às análises. A duração média dos subperíodos emergência-início da floração e emergência à maturação fisiológica foi, respectivamente, de 70 e 152 dias. A floração das cultivares teve início entre 69 e 72 dias após a emergência. O número de dias entre a emergência e a maturação fisiológica variou de 139 dias para a mais precoce (CD 217) a 162 dias para a mais tardia (BRS Torena).

Mais uma vez, levando-se em consideração os resultados obtidos por Vernetti Jr. et al. (2011) infere-se num aumento na duração média dos subperíodos emergência-início da floração e emergência à maturação fisiológica, do ano 2010/11 para o 2011/12, tanto para as cultivares do grupo de maturação 6, quanto para aquelas do grupo de maturação 7, respectivamente de 41 para 68 dias e de 57 para 70 dias (emergência-início da floração); e, de 109 para 127 dias e de 140 para 152 dias (emergência à maturação fisiológica).

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 131

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

THEISEN, G., VERNETTI JUNIOR, F.J., ANDRES, A., SILVA, J.J.C. Manejo da Cultura da Soja em Terras baixas em Safras com El-niño. Circular Técnica. Pelotas: Embrapa Clima Temperado, 2009. 3 p. VERNETTI JUNIOR, F.J. et al. Resultados de Pesquisa de Soja na Embrapa Clima Temperado – 2011. Pelotas: Embrapa Clima Temperado, 2011. 122 p. (Embrapa Clima Temperado, Documentos, 340) Summary: Evaluation of conventional registered soybean cultivars from the South Soybean Network Research at Embrapa Clima Temperado. Conventional soybean cultivars from breeding programs of institutions member’s of the South Soybean Network Research were evaluated at Embrapa Clima Temperado conditions, in soil of irrigated rice areas. The test of conventional group 6 soybean cultivars (early maturity) was composed of seven cultivars that reached an average yield of 1591 kg ha-1. Analysis of variance for plant height, weight of 100 seeds and grain yield was not significant, and either the means comparison test. However, in absolute records, the most productive cultivar CD 215 had grain yield 33% higher (about 8.0 sacks ha-1) than both cultivars with lower incomes (CD 216 and BRS Macota). In the evaluation of group 7 maturity soybean cultivars (medium and medium late maturity) were used eight cultivars also showed significant difference between the weight of 100 seeds and grain yield. The cultivar Fundacep Missões showed the highest grain yield (2500 kg ha-1), 18.4% higher than the overall mean. The cultivars Fepagro RS-10, BRS Torena and Fundacep 44 were, respectively in decreasing order of productivity, the best varieties with higher yield than the overall mean. CD 218 cultivar showed the lowest yield. Key words: Glycine max, yield, irrigated rice areas.

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 132

Tabela 1. Avaliação de cultivares do grupo de maturação 6 (ciclo precoce), em Capão do Leão, RS. Duração (dias) dos subperíodos emergência-início da floração (E-IF) e emergência-maturação fisiológica (E-M); peso médio de 100 sementes (g); e, produtividade de grãos (kg ha-1). Embrapa Clima Temperado, 2012

Cultivares EM-IF EM-MAT Alt.

planta Peso de 100

sementes Produtividade de

grãos

CD 215 71 147 65,3 a1 13,7 a 1.835 a Fepagro 31 68 140 54,6 a 13,0 a 1.698 a CD 221 67 138 63,8 a 14,0 a 1.669 a Fepagro 25 70 139 62,2 a 15,3 a 1.627 a CD 202 66 135 72,8 a 13,7 a 1.565 a BRS Macota 70 140 66,1 a 12,7 a 1.399 a CD 216 63 140 67,2 a 13,7 a 1.344 a

Média 68 140 64,6 13,7 1.591,2 F ns ns ns CV % 10,2 8,8 28,1 1 Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem significativamente pelo teste de Tukey (5%). ** - F

(5%); ns – não significativo.

Tabela 2. Avaliação de cultivares do grupo de maturação 7 (ciclo médio e tardio), em Capão do Leão, RS. Duração (dias) dos subperíodos emergência–início da floração (E-IF) e emergência-maturação fisiológica (E-M); peso médio de 100 sementes (g); e produtividade de grãos (kg ha-1). Embrapa Clima Temperado, 2012

Cultivares EM-IF EM-MAT Alt.

planta Peso de 100

sementes Produtividade

de grãos

Fundacep Missões

71 150 65,9 a 13,3 cd 2.500 a

Fepagro RS 10 70 161 74,1 a 18,7 a 2.374 a BRS Torena 69 162 68,5 a 14,7 bc 2.358 a Fundacep 44 70 149 66,5 a 13,7 bcd 2.305 a BRS Fepagro 24 70 149 69,1 a 15,3 b 2.064 ab BRS 154 69 150 65,3 a 17,3 a 2.049 ab

CD 217 72 139 66,7 a 12,7

d 1.807 ab

CD 218 71 154 73,9 a 14,3 bcd 1.435 b

Média 70 152 68,8 15,0 2.111,6 F ns ** ** CV % 6,3 4,0 14,3 1 Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem significativamente pelo teste de Tukey (5%). ** - F

(5%); ns – não significativo.

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 133

Avaliação de Cultivares de Soja do Grupo de Maturação 6 RR, da Rede Soja Sul de Pesquisa, na Embrapa Clima Temperado

F. de J.Vernetti Junior1, L.S.Heiffig-del Aguila1

1

Embrapa Clima Temperado, BR 392, km 78, 96010-971, Pelotas, RS. E-mail: [email protected], [email protected].

Resumo: Avaliaram-se durante o ano agrícola 2011/2012 vinte e seis cultivares de soja do grupo de maturação 6, tolerantes ao glifosato, registradas, da Rede Soja Sul de Pesquisa em condições de solo de cultivo de arroz irrigado. O trabalho foi conduzido na Estação Experimental de Terras Baixas da Embrapa Clima Temperado em solo caracterizado como Planossolo Háplico Eutrófico Solódico. Os ensaios foram instalados em blocos ao acaso com três repetições. Foram processadas análises de variância e as médias foram comparadas pelo teste de Tukey e não houve diferença entre as produtividades de grãos das cultivares. Entretanto em valores absolutos variaram de 2.171 kg ha-1 (FTS Ipê) a 948 kg ha-1 (SYN 1161 RR), o que acarreta, economicamente, em diferenças significativas. Em média o florescimento teve início aos 66 dias e a maturação fisiológica, em média, aos 136 dias. As médias de alturas de plantas (59,8 cm) e de inserção de vagens (9,3 cm) se apresentaram um pouco abaixo do considerado adequado à espécie e à colheita mecânica. Palavras-chave: Glycine max, produtividade agrícola, áreas de cultivo de arroz irrigado.

INTRODUÇÃO

A chamada “Metade Sul” do Rio Grande do Sul é a única região com área ainda disponível para expansão da cultura da soja no Estado (THEISEN et al, 2009). A área cultivada desta cultura vem aumentando na região, acima de 10% ao ano, e vem sendo inserida tanto em terras altas quanto em rotação nas terras baixas com solos típicos de arroz irrigado (IBGE, 2009). As gramíneas, principalmente o capim arroz e o arroz daninho estão presentes, praticamente, em todos os locais onde se cultiva o arroz irrigado. O uso de cultivares de soja que possuam em seu genoma a tolerância ao glifosato representa um dos métodos mais eficazes na recuperação destas áreas, devido à possibilidade de utilização desse herbicida total para o controle de plantas daninhas.

O presente trabalho tem como objetivo principal fornecer aos profissionais da área de assistência técnica e aos produtores informações sobre a produtividade e o desempenho de algumas cultivares de soja do grupo de maturação 6 tolerantes ao glifosato, indicadas para o Rio Grande do Sul pelas instituições de pesquisa que atuam em melhoramento genético.

MATERIAL E MÉTODOS

Vinte e seis cultivares de soja RR desenvolvidas pelos programas de melhoramento da Embrapa Trigo, Fundacep, Fepagro, Coodetec, Nidera Sementes, Brasmax, Syngenta e FT Sementes RS foram avaliadas quanto a produtividade agrícola e algumas das principais características fenológicas e fenométricas.

Para tal, foi conduzido um experimento “Avaliação de cultivares recomendadas de soja RR do ciclo médio (grupos de maturidade seis curto (6.0 a 6.4) e seis longo (6.5 a 6.9), onde foram avaliados os seguintes materiais: A6411 RG, BMX Força RR, BMX Potência RR, BRS Estância RR, BRS Tertúlia RR, BRS Tordilha, CD 202 RR, CD 206 RR, CD 235 RR, CD 236 RR, CD 239 RR, CD 248 RR, CD 249 RR STS, Don Mario 7.0i RR, Fepagro 37 RR, FTS Campo Mourão RR, FTS Ipê, Fundacep 57 RR, Fundacep 58 RR, Fundacep 61 RR, Fundacep 65 RR, Fundacep 66 RR, NA5909 RG, NK 7059 RR, SYN 1161 RR e SYN 1163 RR.

Os experimentos foram conduzidos na Estação Experimental de Terras Baixas da Embrapa Clima Temperado, localizada no município de Capão do Leão, RS em solo típico de várzea, caracterizado como Planossolo Háplico Eutrófico solódico.

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 134

O delineamento experimental utilizado foi blocos ao acaso, com três repetições. As parcelas foram compostas de quatro fileiras de cinco metros de comprimento, espaçadas de 50 cm entre linhas, com uma área útil de 4 m2.

A adubação, inoculação das sementes e controle de invasoras e pragas foram realizadas segundo as recomendações técnicas para a cultura. As datas de semeadura e emergência dos ensaios foram, respectivamente, 13 e 21 de novembro de 2011.

No decorrer do ciclo biológico, foram coletados dados referentes ao número de dias da emergência ao início do florescimento e da emergência à maturação fisiológica. Registraram-se as alturas de planta e de inserção das vagens na maturação, o peso de cem sementes e a produtividade das cultivares.

Os resultados foram submetidos à análise de variância através do teste F, e as médias dos fatores foram avaliadas pelo Teste de Tukey (p ≤ 0,05).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na avaliação de cultivares do grupo de maturação 6 (ciclo médio) a duração média dos subperíodos emergência-início da floração e emergência–maturação foram: a primeira 66 dias (ente 64 e 70 dias) e a última 136 dias (132 a mais precoce e 149 dias a mais tardia), conforme a Tabela 1.

A altura de plantas na maturação também foi significativamente distinta entre as cultivares, com alguns valores um pouco abaixo daqueles considerados adequados à colheita mecânica, principalmente quanto a altura de inserção de vagens.

O peso de cem sementes do ensaio de avaliação de cultivares RR de ciclo médio indica diferenças significativas tanto para análise de variância como para o teste de comparações de médias, tendo variado entre 10,3 (CD 249 RR STS) e 18,0 g 100 sementes-1 (Fundacep 66 RR).

Foram processadas análises de variância e as médias foram comparadas pelo teste de Tukey e não houve diferença entre as produtividades de grãos das cultivares, provavelmente devido ao elevado CV. Entretanto em valores absolutos estas variaram de 2.171 kg ha-1 (FTS Ipê) a 948 kg ha-1 (SYN 1161 RR), o que acarreta, economicamente, em diferenças significativas. Cabe destacar algumas cultivares que apresentaram produtividade acima da média geral, respectivamente, em ordem decrescente: FTS Ipê, CD 206 RR, Fundacep 57 RR, BRS Tordilha, CD 239 RR, BMX Força, Fepagro 37 RR, FTS Campo Mourão, SYN 1163 RR, BMX Potência RR, BRS Tertúlia RR e CD 202 RR. A produtividade média das cultivares analisadas no experimento foi de 1.591 kg ha-1 (Tabela 1).

Levando-se em consideração os resultados obtidos por Vernetti Jr. et al. (2011) infere-se num decréscimo de produtividade média de 2.124,0 kg ha-1 (2010/11) para 1.591,5 kg ha-1 (2011/12) e num incremento na duração média dos subperíodos emergência-início da floração e emergência à maturação fisiológica, do ano 2010/11 para o 2011/12, para as cultivares do grupo de maturação 6, respectivamente de 42,7 para 66 dias (emergência-início da floração); e, de 110,5 para 136 dias (emergência à maturação fisiológica).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

IBGE. Produção agrícola municipal. Rio de Janeiro, 2009. Disponível em: <http://www.sidra.ibge.gov.br/ bda/agric/>. Acesso em: 19 out. 2009. THEISEN, G., VERNETTI JUNIOR, F.J., ANDRES, A., SILVA, J.J.C. Manejo da Cultura da Soja em Terras baixas em Safras com El-niño. Circular Técnica. Pelotas: Embrapa Clima Temperado, 2009. 3 p. VERNETTI JUNIOR, F.J. et al. Resultados de Pesquisa de Soja na Embrapa Clima Temperado – 2011. Pelotas: Embrapa Clima Temperado, 2011. 122 p. (Embrapa clima Temperado, Documentos, 340)

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 135

Summary: Evaluation of glyphosate tolerant soybean cultivars maturity group six from the South Soybean Network Research at Embrapa Clima Temperado. Twenty six medium maturity (MG 6) RR cultivars from breeding programs of the South Soybean Network Research were evaluated at Embrapa Clima Temperado conditions, in lowland soil. The average duration of the emergency to beginning bloom and emergence to beginning maturity were respectively 66 and 136 days. Were processed analyzes of variance and means were compared by Tukey test and there was no difference between cultivars yields but in absolute values of these varied from 2171 kg ha-1 (FTS Ipê) to 948 kg ha-1 (SYN 1161 RR), which carries in economically significant differences. However, it is worth noting that some cultivars had yields above the general average (1591.5 kg ha-1), respectively, in descending order of yield: FTS Ipê, CD 206 RR, Fundacep 57 RR, BRS Tordilha, CD 239 RR, BMX Força, Fepagro 37 RR, FTS Campo Mourão, SYN 1163 RR, BMX Potência RR, BRS Tertúlia RR e CD 202 RR. Key words: Glycine max, yield, irrigated rice areas, RR.

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 136

Tabela 1. Avaliação de cultivares do grupo de maturação 6 (ciclo médio), em Capão do Leão, RS. Duração (dias) dos subperíodos emergência-início da floração (E-IF) e emergência-maturação fisiológica (E-M); alturas de inserção de vagem e de planta; peso médio de 100 sementes (g); e, produtividade de grãos (kg ha-1). Embrapa Clima Temperado, 2012

Cultivares EM-IF

EM-MAT Alt.

Inserção Alt. planta

Peso 100 sementes

Produtividade de grãos

FTS Ipê 70 149 11,8 63,2 abc 14,0 bce 2171 a CD 206 RR 69 138 11,6 66,1 abc 14,7 abcd 2066 a Fundacep 57 RR 66 133 9,5 60,1 abc 13,3 bcde 1938 a BRS Tordilha 64 135 8,3 57,4 bc 15,7 abc 1860 a CD 239 RR 66 135 10,7 61,6 abc 12,0 cde 1849 a BMX Força 66 134 8,1 60,9 abc 12,7 bcde 1830 a Fepagro 37 RR 64 133 8,9 52,9 bc 14,7 abcd 1768 a FTS Campo Mourão 66 135 9,8 59,5 abc 14,0 bcde 1762 a SYN 1163 RR 64 134 9,2 77,3 a 15,0 abcd 1716 a BMX Potência RR 68 140 8,7 69,9 ab 13,0 bcde 1698 a BRS Tertúlia RR 67 137 9,3 62,6 abc 12,0 cde 1650 a CD 202 RR 67 133 8,9 61,3 abc 13,3 bcde 1602 a Fundacep 58 RR 67 139 9,2 59,0 bc 13,0 bcde 1563 a CD 248 RR 66 142 8,1 49,1 c 14,7 abcd 1546 a CD 235 RR 65 132 10,0 66,5 abc 12,0 cde 1532 a CD 236 RR 66 133 9,7 57,5 bc 13,3 bcde 1521 a Don Mario 7.0i RR 66 133 8,9 54,3 bc 11,7 de 1490 a CD 249 RR STS 70 137 9,9 64,1 abc 10,3 e 1490 a NK 7059 RR 65 140 8,0 59,5 abc 16,0 ab 1474 a Fundacep 66 RR 65 135 9,6 70,1 ab 18,0 a 1458 a NA 5909 RG 65 134 9,9 59,0 bc 13,7 bcde 1334 a BRS Estância RR 65 134 7,5 51,5 c 15,7 abc 1329 a Fundacep 61 RR 65 138 8,3 49,9 c 16,3 ab 1312 a A 6411 RG 65 137 9,7 55,7 bc 13,3 bcde 1287 a Fundacep 65 RR 64 133 8,7 49,6 c 14,0 bcde 1229 a SYN 1161 RR 64 133 7,7 57,3 bc 12,7 bcde 948 a

Média 66 136 9,3 59,8 13,8 1591,5 1 Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem significativamente pelo teste de Tukey (5%). ** - F

(5%); ns – não significativo.

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 137

Avaliação de Cultivares de Soja do Grupo de Maturação 7 Tolerantes a Glifosato Registradas da Rede Soja Sul de Pesquisa na Embrapa Clima Temperado

F. de J.Vernetti Junior1, L.S.Heiffig-del Aguila1

1

Embrapa Clima Temperado, BR 392, km 78, 96010-971, Pelotas, RS. E-mail: [email protected], [email protected].

Resumo: Avaliaram-se durante o ano agrícola 2011/2012 quatorze cultivares de soja do grupo de maturação 7, tolerantes ao glifosato, registradas da Rede Soja Sul de Pesquisa em condições de solo de cultivo de arroz irrigado. O trabalho foi conduzido na Estação Experimental de Terras Baixas da Embrapa Clima Temperado em solo caracterizado como Planossolo Háplico Eutrófico Solódico. Os ensaios foram instalados em blocos ao acaso com três repetições. Foram processadas análises de variância e as médias foram comparadas pelo teste de Tukey e não houve diferença entre as produtividades de grãos das cultivares, entretanto em valores absolutos estas variaram de 1.932 kg ha-1 (FTS Tapes) a 830 kg ha-1 (BRS Pampa RR), o que economicamente acarreta em diferenças significativas. Em média, o florescimento teve início aos 70 dias e a maturação fisiológica, em média, aos 145 dias. As médias de alturas de plantas (61,9 cm) e de inserção de vagens (9,3 cm) se apresentaram um pouco abaixo do considerado adequado à espécie e à colheita mecânica. Palavras-chave: Glycine max, produtividade agrícola, áreas de cultivo de arroz irrigado.

INTRODUÇÃO

A chamada “Metade Sul” do Rio Grande do Sul é a única região com área ainda

disponível para expansão da cultura da soja no Estado (THEISEN et al, 2009). A área cultivada desta cultura vem aumentando na região, acima de 10% ao ano, e vem sendo inserida tanto em terras altas quanto em rotação nas terras baixas com solos típicos de arroz irrigado (IBGE, 2009). As gramíneas, principalmente o capim arroz e o arroz daninho estão presentes, praticamente, em todos os locais onde se cultiva o arroz irrigado. O uso de cultivares de soja que possuam em seu genoma a tolerância ao glifosato representa um dos métodos mais eficazes na recuperação destas áreas, devido à possibilidade de utilização desse herbicida total para o controle de plantas daninhas.

O presente trabalho tem como objetivo principal fornecer aos profissionais da área de assistência técnica e aos produtores informações sobre a produtividade e o desempenho de algumas cultivares de soja do grupo de maturação 7 tolerantes ao glifosato indicadas para o Rio Grande do Sul, pelas instituições de pesquisa que atuam em melhoramento genético em áreas próprias para o cultivo do arroz irrigado.

MATERIAL E MÉTODOS

Quatorze cultivares de soja RR desenvolvidas pelos programas de melhoramento

da Embrapa Trigo, Fundacep, Fepagro, Coodetec, Nidera Sementes, Brasmax, Syngenta e FT Sementes RS foram avaliadas quanto a produtividade de grãos e algumas características fenológicas e fenométricas.

Para tal, foi conduzido um experimento “Avaliação de cultivares recomendadas de soja RR do grupo de maturação 7 (ciclo longo), onde foram avaliados os seguintes genótipos: BRS 246 RR, BRS Charrua, BRS Pampa RR, BRS Taura, CD 219 RR, CD 231 RR, CD 238 RR, Fepagro 36 RR, FTS Realeza, FTS Tapes, Fundacep 59 RR, Fundacep 64 RR, SYN 9070 e TMG 4001.

Os experimentos foram conduzidos na Estação Experimental de Terras Baixas da Embrapa Clima Temperado, localizada no município de Capão do Leão, RS em solo típico de cultivo do arroz irrigado, caracterizado como Planossolo Háplico Eutrófico solódico.

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 138

O delineamento experimental utilizado foi blocos ao acaso, com três repetições. As parcelas foram compostas de quatro fileiras de cinco metros de comprimento, espaçadas de 50 cm entre linhas, com uma área útil de 4 m2.

A adubação, inoculação das sementes e controle de invasoras e pragas foram realizadas segundo as recomendações técnicas para a cultura. As datas de semeadura e emergência dos ensaios foram, respectivamente, 13 e 21 de novembro de 2011.

No decorrer do ciclo biológico, foram coletados dados referentes ao número de dias da emergência ao início do florescimento e da emergência à maturação fisiológica. Registraram-se as alturas de planta e de inserção das vagens na maturação, o peso de cem sementes e a produtividade das cultivares.

Os resultados foram submetidos à análise de variância através do teste F, e as médias dos fatores foram avaliadas pelo Teste de Tukey (p ≤ 0,05).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na avaliação de cultivares do grupo de maturação 7 (ciclo longo) a duração média

dos subperíodos emergência-início da floração e emergência–maturação foram: a primeira 70 dias (ente 65 e 76 dias) e a última 145 dias (133 a mais precoce e 164 dias a mais tardia), conforme a Tabela 1.

A altura de plantas na maturação também foi significativamente distinta entre as cultivares, com alguns valores um pouco abaixo daqueles considerados adequados à colheita mecânica, principalmente quanto a altura de inserção de vagens.

O peso de cem sementes do ensaio de avaliação de cultivares RR de ciclo longo indica diferenças significativas tanto para análise de variância como para o teste de comparações de médias, tendo variado entre 9,7 (Fundacep 64 RR) e 15,3 g 100 sementes-1 (BRS Taura).

Foram processadas análises de variância e as médias foram comparadas pelo teste de Tukey e não houve diferença entre as produtividades de grãos das cultivares, provavelmente deviod ao elevado CV, entretanto em valores absolutos estas variaram de 1.932 kg ha-1 (FTS Tapes) a 830 kg ha-1 (BRS Pampa RR), o que economicamente acarreta em diferenças significativas. Cabe destacar algumas cultivares que apresentaram produtividade acima da média geral, respectivamente, em ordem decrescente: FTS Tapes, BRS 246 RR, Fundacep 59 RR, TMG 4001, CD 238 RR, Fepagro 36 RR e CD 219 RR. A produtividade média das cultivares analisadas no experimento foi de 1.435 kg ha-1 (Tabela 1).

Levando-se em consideração os resultados obtidos por Vernetti Jr. et al. (2011) observa-se um decréscimo de produtividade média de 2.260 kg ha-1 (2010/11) para 1.435 kg ha-1 (2011/12) e num incremento na duração média dos subperíodos emergência-início da floração e emergência à maturação fisiológica, do ano 2010/11 para o 2011/12, para as cultivares do grupo de maturação 7, respectivamente de 48,5 para 70 dias (emergência-início da floração); e, de 118,4 para 145 dias (emergência à maturação fisiológica).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

IBGE. Produção agrícola municipal. Rio de Janeiro, 2009. Disponível em: <http://www.sidra.ibge.gov.br/ bda/agric/>. Acesso em: 19 out. 2009. THEISEN, G., VERNETTI JUNIOR, F.J., ANDRES, A., SILVA, J.J.C. Manejo da Cultura da Soja em Terras baixas em Safras com El-niño. Circular Técnica. Pelotas: Embrapa Clima Temperado, 2009. 3 p. VERNETTI JUNIOR, F.J. et al. Resultados de Pesquisa de Soja na Embrapa Clima Temperado – 2011. Pelotas: Embrapa Clima Temperado, 2011. 122 p. (Embrapa clima Temperado, Documentos, 340)

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 139

Summary: Evaluation of glyphosate tolerant soybean cultivars maturity group seven from the South Soybean Network Research at Embrapa Clima Temperado. Fourteen seven long maturity (MG 7) RR cultivars from breeding programs of the South Soybean Network Research were evaluated at Embrapa Clima Temperado conditions, in lowland soil. The average duration of the emergence to beginning bloom and emergence to beginning maturity were respectively 70 and 145 days. Were processed analyzes of variance and means were compared by Tukey test and there was no difference between cultivars yields but in absolute values of these varied from 1932 kg ha-1 (FTS Tapes) to 830 kg ha-1 (BRS Pampa RR), which carries in economically significant differences. However, it is worth noting that some cultivars had yields above the general average (1435 kg ha-1), respectively, in descending order of yield: FTS Tapes, BRS 246 RR, Fundacep 59 RR, TMG 4001, CD 238 RR, Fepagro 36 RR e CD 219 RR. Key words: Glycine max, yield, irrigated rice areas, RR. Tabela 1. Avaliação de cultivares do grupo de maturação 7 (ciclo longo), em Capão do Leão, RS. Duração (dias) dos subperíodos emergência-início da floração (E-IF) e emergência-maturação fisiológica (E-M); alturas de inserção de vagem e de planta; peso médio de 100 sementes (g); e, produtividade de grãos (kg ha-1). Embrapa Clima Temperado, 2012.

Cultivares EM-IF (dias)

EM-MAT (dias)

Alt. (cm) Inserção

Alt. Planta (cm)

Peso 100 sementes

(g)

Produtividade (kg ha

-1)

FTS Tapes 71 149 9,3 62,1 abc 13,0 abc 1932 a BRS 246 RR 71 144 10,8 69,5 ab 12,3 bcd 1892 a Fundacep 59 RR 68 139 9,1 54,5 bc 12,7 bc 1710 a TMG 4001 70 142 9,3 67,3 abc 12,7 bc 1690 a CD 238 RR 69 143 9,1 58,1 abc 12,3 bcd 1674 a Fepagro 36 RR 67 142 9,3 57,7 abc 12,3 bcd 1555 a CD 219 RR 71 148 7,9 68,3 abc 13,3 abc 1448 a FTS Realeza 76 164 6,8 59,4 abc 14,7 ab 1427 a BRS Taura 68 149 10,9 72,9 a 15,3 a 1367 a BRS Charrua 70 144 9,5 59,5 abc 11,7 cde 1209 a CD 231 RR 72 146 9,3 60,6 abc 12,3 bcd 1207 a Fundacep 64 RR 69 133 10,2 65,5 abc 9,7 e 1158 a SYN 9070 65 134 9,2 51,8 c 10,0 de 996 a BRS Pampa RR 73 148 10,1 59,9 abc 13,3 abc 830 a

Média 70 145 9,3 61,9 12,6 1435 F ** ** ns CV % 9,2 6,6 27,0 1 Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem significativamente pelo teste de Tukey (5%). ** - F

(5%); ns – não significativo.

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 140

Avaliação de Cultivares de Soja em Rotação com Arroz Irrigado sob Pivô Central na Fronteira Oeste do RS

F. de J.Vernetti Junior1, J.M.B.Parfitt1, L.S.Heiffig-del Aguila1, A. Arns2, M. Spor3

1

Embrapa Clima Temperado, BR 392, km 78, 96010-971, Pelotas, RS. E-mail: [email protected], [email protected], [email protected].

2

UFPel, Capão de Leão, RS. 3 Granja Águas Claras, Uruguaiana, RS.

Resumo: O objetivo do trabalho foi avaliar cultivares de soja num sistema de produção de rotação com arroz, irrigados por aspersão. O presente experimento foi conduzido no ano agrícola 2011/12, sob pivô central em Uruguaiana, RS. O delineamento experimental foi blocos ao acaso, com seis repetições. As cultivares utilizadas foram BMX Turbo RR, BMX Apolo RR, SYNGENTA 08 CA 907562, BRSTaura RR, CD 231RR, Roos Na4990, Fundacep 59 RR, SYNGENTA 08 CA 904745, BRS 246 RR, BRS Tertúlia RR, BMX Energia RR, DOW 5D711 Unido, BRS 243 RR e NS 4823. Os parâmetros avaliados foram produtividade de grãos, altura de inserção das primeiras vagens e das plantas na maturação, e, nota média de retenção foliar ou haste verde. Destacou-se em produtividade, a cultivar BMX Turbo RR, seguida em ordem decrescente, das cultivares BMX Apolo RR e SYNGENTA 08 CA 907562, todas com produtividade de grãos acima de 3100 kg ha-1. No que se refere a altura de planta na maturação, as plantas apresentaram porte adequado (altura média de 75 cm). A altura média de inserção das vagens acima de 12 cm é adequada à colheita mecânica, minimizando possíveis perdas de colheita. A nota média de retenção foliar foi baixa, exceto para as cultivares BMX Turbo RR, BMX Apolo RR e BMX Energia RR, que apresentaram um valor de intermediário a alto para essa característica, entretanto sem ocasionar maiores problemas ao seu desempenho. Conclui-se que as cultivares de soja avaliadas respondem adequadamente a irrigação por aspersão sob pivô central, o que possibilita a adoção plena da rotação de culturas e, também, do sistema de plantio direto para o sistema produtivo proposto. Palavras-chave: Glycine max, irrigação, rotação de culturas.

INTRODUÇÃO

No Rio Grande do Sul, praticamente a totalidade da área cultivada com arroz

utiliza o sistema irrigado por inundação contínua. As áreas tradicionalmente utilizadas com essa cultura apresentam relevo diversificado, variando desde zonas muito planas (declividade menor de 0,2%) a zonas suavemente onduladas (declividades maiores que 2,0%). Estas últimas ocorrem com maior frequência na região denominada Fronteira Oeste.

O sistema de irrigação por inundação contínua nessas áreas mais onduladas, em razão da grande quantidade de taipas necessárias ao controle adequado da água, provoca dificuldades adicionais importantes nos tratos culturais da lavoura, particularmente na semeadura, colheita e irrigação propriamente dita. Isso tem levado alguns produtores, da região da Fronteira Oeste, a procurarem métodos alternativos de irrigação para o arroz, dentro dos quais se destaca o de aspersão no sistema de pivô central.

A produtividade de grãos de arroz obtida nas primeiras safras nesse sistema equiparou-se à de lavouras irrigadas por inundação. Entretanto essas produtividades não se repetiram nas safras seguintes, desestimulando os usuários desse novo modelo de produção. O motivo principal provável é a ausência de estabelecimento de sistemas de produção com sucessão e rotação de culturas, onde a cultura do arroz seja um dos componentes, pois os poucos produtores que permaneceram nesse sistema foram os que utilizaram o arroz em rotação com soja ou pastagens.

Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar cultivares de soja num sistema de produção de rotação com arroz, irrigadas por aspersão sob pivô central.

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 141

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido no ano agrícola 2011/12, em área sob pivô central em Uruguaiana, RS. O delineamento experimental foi blocos ao acaso, com seis repetições. As cultivares utilizadas foram BMX Turbo RR, BMX Apolo RR, SYNGENTA 08 CA 907562, BRS Taura RR, CD 231RR, Roos Na4990, Fundacep 59 RR, SYNGENTA 08 CA 904745, BRS 246 RR, BRS Tertúlia RR, BMX Energia RR, DOW 5D711 Unido, BRS 243 RR e NS 4823 em sua maioria recomendadas pela Rede Soja Sul de Pesquisa para cultivo no estado do RS. O espaçamento utilizado foi de 0,45 m entre linhas e a cultura foi semeada em sistema de plantio direto em 06/11/2011.

As sementes foram tratadas com fungicida e devidamente inoculadas. A adubação utilizada foi baseada na análise de solo utilizando-se 130 kg ha-1 da formulação comercial 00-00-60 e 130 kg ha-1 da formulação comercial 00-45-00, ambas a lanço e 130 kg ha-1 da formulação comercial 00-18-00 na linha de semeadura.

O controle de irrigação foi realizado pelo equipamento “watermark” o que determinou a aplicação de irrigação durante o ciclo da cultura. As lavouras irrigadas foram instaladas sob pivô central Valley, modelo 8000, equipado com distribuidores de água SuperSpray®.

As demais práticas de manejo foram realizadas conforme recomendações técnicas da pesquisa para o cultivo da soja (STECKLING; ROVERSI, 2010).

Os parâmetros avaliados foram produtividade de grãos, altura de inserção das primeiras vagens e das plantas na maturação e nota média de retenção foliar ou haste verde. Os resultados foram submetidos à análise de variância através do teste F, e as médias dos fatores foram avaliadas pelo Teste de Tukey (p ≤ 0,05).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A soja foi colhida na primeira quinzena de abril totalizando ao redor de 154 dias

entre a emergência e a colheita. A produtividade de grãos de soja diferiu significativamente entre as cultivares

avaliadas, em decorrência, principalmente da variação obtida no peso de 100 sementes, se destacando em produtividade, a cultivar BMX Turbo RR, seguida em ordem decrescente, das cultivares BMX Apolo RR e SYNGENTA 08 CA 907562, todas com produtividade de grãos acima de 3100 kg ha-1 (Tabela 1).

No que se refere à altura de planta na maturação, as plantas apresentaram porte adequado (altura média de 75 cm). A altura média de inserção das vagens acima de 12 cm é adequada à colheita mecânica, minimizando possíveis perdas de colheita. A nota média de retenção foliar foi baixa, exceto para as cultivares BMX Turbo RR, BMX Apolo RR e BMX Energia RR, que apresentaram um valor de intermediário a alto para essa característica, entretanto sem ocasionar maiores problemas ao seu desempenho.

CONCLUSÕES

As cultivares de soja respondem adequadamente a irrigação por aspersão sob

pivô central, o que possibilita a adoção plena da rotação de culturas e, também, do sistema de plantio direto para o sistema produtivo proposto.

AGRADECIMENTOS

À Granja Águas Claras pela cessão da área experimental e pelo auxílio na

condução do experimento.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

STECKLING, C.; ROVERSI, T. (Eds.) Indicações técnicas para a cultura da soja no

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 142

Rio Grande do Sul e em Santa Catarina 2010/2011 e 2011/2012. REUNIÃO DE PESQUISA DA SOJA DA REGIÃO SUL, 38. Cruz Alta, RS: FUNDACEP FECOTRIGO, 2010. 168 p.

Summary: To evaluate soybean cultivars in sprinkler irrigated rice crop rotation, the experiment was carried out during 2011/12, under central pivot in Uruguaiana, RS. The experimental design was randomized blocks with six replications. The cultivars used were BMX Turbo RR, BMX Apolo RR, SYNGENTA 08 CA 907562, BRS Taura RR, CD 231 RR, Roos Na4990, Fundacep 59 RR, SYNGENTA 08 CA 904745, BRS 246 RR, BRS Tertúlia RR, BMX Energia RR, DOW 5D711 Unido, BRS 243 RR and NS4823. The parameters evaluated were yield, first pods height insertion, plants height at maturity and leaf retention or green stem. BMX Turbo RR cultivar excelled in productivity, followed in decreasing order of cultivars BMX Apolo RR and SYNGENTA 08 CA 907562, all with yield above 3100 kg ha-1. Plant height at maturity were suitable size (75 cm). First pods height insertion above 12 cm is suitable mechanical harvesting thereby minimizing crop losses. The leaf retention was low, except for the cultivars BMX Turbo RR, BMX Apolo RR and BMX Energia RR, which had a intermediate to high value for this feature, however without causing major problems to its performance. Key words: Glycine max, irrigation, crop rotation. Tabela 1. Produtividade de grãos e algumas características agronômicas de cultivares de soja conduzidas sob irrigação em pivô central. Uruguaiana, RS

Cultivares Retenção

foliar1 Altura planta

Alt. inserção

Peso de 100 sementes

Produtividade agrícola

------ cm ------- --- g --- --- kg ha-1 --- BMX Turbo RR 4 81,0 13,6 18,5 3.316 a2

BMX Apolo RR 3 58,4 9,6 15,6 3.174 ab SYNGENTA 08 CA 907562

1 96,6 13,2 14,4 3.130 ab

BRSTaura 1 93,6 11,4 15,5 2.913 abc CD231RR 1 84,6 21,6 11,9 2.784 abc Roos Na4990 2 76,8 13,2 17,7 2.735 abcd Fundacep 59 RR 1 81,6 15,8 13,5 2.670 abcd SYNGENTA 08 CA 904745

1 78,0 8,0 13,7 2.666 abcd

BRS246RR 1 73,6 15,8 12,7 2.662 abcd BRS Tertúlia RR 1 60,2 7,6 13,7 2.630 bcd BMX Energia RR 3 68,0 8,2 17,1 2.593 bcd DOW 5D711 Unido 1 82,8 15,4 12,5 2.375 cd BRS243RR 1 58,0 11,8 12,4 2.310 cd NS4823 2 59,0 6,6 16,3 2.114 d

Média 75,2 12,3 14,75 2.719 CV % 9,7 1 Notas correspondentes ao índice de retenção foliar ou haste verde: 1 – sem retenção foliar (folíolos verdes

ausentes e ausência de hastes verdes); 2 – pouca retenção foliar (poucos folíolos verdes e algumas hastes verdes); 3 – retenção foliar média (25 a 50% de hastes verdes); 4 – retenção foliar alta (51 a 70% de hastes verdes); 5 – retenção foliar muito alta (mais de 70% de hastes verdes). 2 Médias seguidas por letras iguais, nas colunas, não diferem entre si, ao nível de 5% de probabilidade pelo

teste de Tukey.

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 143

Fenologia de Cultivares de Soja Contrastantes em Ciclo e Tipo de Crescimento, Semeadas em Cinco Épocas

M.L. Strieder1, J.L.F. Pires1, P.F. Bertagnolli1, G.R da Cunha1, C. Remor1

1Embrapa Trigo, BR 285, km 294, Caixa Postal 451, 99001-970 Passo Fundo, RS. E-mail:

[email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]

Resumo: O crescimento e desenvolvimento da soja são regulados pela temperatura ambiente e, principalmente, pelo fotoperíodo. A antecipação da época de semeadura ou a implantação da segunda safra, práticas comuns em diversas regiões do sul do Brasil nos anos recentes, alteram as condições do ambiente de cultivo e, potencialmente, podem afetar negativamente o desenvolvimento da soja. Objetivando avaliar a fenologia de cultivares de soja resistentes ao glifosato e indicadas para cultivo no Sul do Brasil em semeaduras desde setembro a janeiro, cinco experimentos foram conduzidos a campo na Embrapa Trigo, em Passo Fundo/RS. Trinta e nove genótipos, contemplando grupos de maturidade entre 5.0 e 7.7, tipo de crescimento (in)determinado e genótipos desenvolvidos por nove obtentores, foram semeados em duas épocas antecipadas (22/09 e 05/10/2011), em duas épocas indicadas (05/11 e 14/12/2011) e em uma época tardia (24/01/2012). Fertilizantes, inseticidas, fungicidas e práticas de manejo seguiram as indicações técnicas para soja no RS e SC. Foram avaliados estádios fenológicos de emergência (VE), início do florescimento (R1), florescimento pleno (R2), início de enchimento de grãos (R5) e maturação fisiológica (R8). Posteriormente, estimou-se a duração de alguns subperíodos fenológicos. Ainda foram avaliadas estatura de planta, altura de inserção do primeiro legume e, em alguns genótipos o rendimento de grãos. Como esperado, o maior ciclo ocorreu na semeadura de setembro e o menor na de janeiro, com variação de 69 dias entre genótipos de tipo determinado e de 64 dias nos indeterminados entre as semeaduras de setembro e janeiro. Relativamente à novembro, nas semeaduras de setembro e outubro o ciclo aumentou 32,2 e 23,3 dias, enquanto nas de dezembro e janeiro diminuiu 25,6 e 34,6 dias, na média dos genótipos. De setembro para novembro, o período reprodutivo reduziu 32,3 dias em cultivares de grupo de maturidade (GM) ≤ 5.9, em 25,2 dias nos de GM > 6.0 e ≤ 6.9 e em 25,7 dias nas de GM > 6.9. A duração do período reprodutivo é mais afetado em semeaduras antecipadas e em tardias relativamente ao vegetativo. A adoção de semeaduras antecipadas (Setembro e Outubro) incrementa o ciclo e, dependendo da cultivar, compromete o desenvolvimento da planta. Já, semeaduras em épocas tardias (Janeiro) resultam em encurtamento do ciclo e redução da estatura de planta e altura de inserção do primeiro legume. Os dados preliminares sugerem que genótipos de tipo indeterminado são menos sensíveis às alterações de temperatura e fotoperíodo entre as épocas de semeadura. Os resultados obtidos podem possibilitar a predição de crescimento e desenvolvimento de cultivares em fase de melhoramento não lançadas comercialmente. Estudos com este enfoque devem ser conduzidos também em outras regiões da macrorregião sojícola 1, para refinar informações e subsidiar indicações do zoneamento agrícola para a soja. Como a safra 2011/12 foi caracterizada por deficiência hídrica intensa no sul do Brasil haverá recondução deste em ano com melhores condições hídricas a fim de consolidar as conclusões prévias. Palavras-chave: Glycine max, grupos de maturidade, genótipos, predição de crescimento

e desenvolvimento.

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 144

Redução da Infestação de Arroz Vermelho na Soja Cultivada em Várzea com Herbicidas de Ação Residual

A. Vedelago1, A. Kalsing1, C.E. Lange1, V.G. Menezes1

1 Instituto Rio Grandense do Arroz, Avenida Bonifácio Carvalho Bernardes, 1494, 94930-030, Cachoeirinha,

RS. E-mail: [email protected], [email protected], [email protected], [email protected]

ResumoNas últimas safras tem ocorrido consistente aumento da área semeada com a cultura da soja (Glycine max) em ambiente de várzea no Estado do Rio Grande do Sul, havendo a necessidade de formulação de estratégias de manejo de plantas daninhas específicas para estas situações. O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos do uso de herbicidas residuais, aplicados em pré-emergência da cultura, sobre a redução da infestação de arroz-vermelho (Oryza sativa) na soja na várzea. Para isto, realizou-se um experimento a campo, testando-se seis herbicidas residuais, aplicados em duas doses cada, mais testemunha com o sem controle permanente. Os herbicidas clomazone e S-metolachlor apresentaram maior eficácia do controle e redução da infestação de arroz-vermelho em comparação aos demais herbicidas. Mas, mesmo obtendo-se nível de controle satisfatório destas infestantes com a utilização destes produtos, devem-se integrar outras práticas de manejo em pós-emergência da cultura. Palavras-chave: Glycine max, arroz-vermelho, herbicidas residuais.

INTRODUÇÃO O Rio Grande do Sul é um dos Estados pioneiros na produção de soja (Glycine

max)no Brasil. Neste Estado, a região tradicional de cultivo é o Planalto, que apresenta solos profundos e bem drenados que favorecem o cultivo desta leguminosa. Nas últimas décadas vem aumentando o interesse no cultivo de soja em regiões de menor tradição, como a metade Sul do Estado. A soja vem sendo cultivada em rotação com o arroz irrigado no Rio Grande do Sul desde a década de 1970, principalmente como ferramenta de controle de plantas daninhas, em especial o arroz-vermelho. Neste período, a área cultivada nesta rotação apresentou grandes flutuações motivadas por questões de custo de produção, valor do grão no mercado e, principalmente, pelo sucesso ou insucesso ditados pelas condições climáticas da safra anterior.

Nos últimos está ocorrendo um consiste aumento de área de soja cultivada em rotação com o arroz irrigado. Na safra 2010/11 a área semeada foi de 67 mil hectares, passando para 182 mil hectares na safra 2011/12. Este expressivo crescimento ocorreu em parte impulsionado pela necessidade da orizicultura gaúcha em ter uma alternativa eficiente para redução do banco de sementes de plantas daninhas nas lavouras de arroz irrigado, especialmente o arroz-vermelho, e que, ao mesmo tempo, contribua para a sustentabilidade econômica da propriedade.

O cultivo de soja apresenta algumas instabilidades produtivas nas várzeas que geralmente estão associadas às condições ambientais adversas, sobretudo por excesso hídrico (Lange et al., 2011). Este fato justifica a necessidade de realização de práticas de manejo específicas para estas áreas, objetivando-se a diminuição de fatores que causem estresses à cultura da soja. Assim, para obter alto rendimento de grãos, necessita-se controlar eficazmente as plantas daninhas na cultura da soja nas várzeas, limitando a interferência negativa destas espécies. Satisfeita esta condição, a soja cumpre com a sua função primordial de redução do nível de infestação com plantas daninhas e se torna uma importante opção de renda para os agricultores.

Ao longo dos anos, foram desenvolvidos diversos herbicidas residuais com seletividade para soja, muitos dos quais são recomendados pelos fabricantes para o controle de gramíneas anuais. No Brasil existem, atualmente, mais de 10 herbicidas com registro para utilização no controle de gramíneas anuais nesta cultura, sendo que a maioria possui mais de uma marca (MAPA, 2010). Apesar disto, os produtores geralmente valem-se somente do herbicida glyphosate para controlar plantas daninhas na cultura, o que acarreta em reinfestação da área com o passar do tempo e contribui para o

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 145

surgimento de biótipos resistentes ao mesmo herbicida. Hipotetiza-se que os herbicidas residuais ou de aplicação em pré-emergência da soja reduzem a infestação de gramíneas anuais durante o período crítico de matointerferência da cultura.

O objetivo do presente trabalho foi avaliar os efeitos do uso de herbicidas residuais, aplicados na condição de pré-emergência da soja cultivada em ambiente de várzea, sobre a redução do nível de infestação de arroz-vermelho na cultura.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido a campo na Estação Experimental do Arroz, pertencente ao Instituto Rio Grandense do Arroz (EEA/IRGA), em Cachoeirinha (RS), na estação de crescimento 2011/12. O clima da região é do tipo subtropical úmido, conforme classificação de Köppen, com temperatura média do ar de 9,8 e 31,6ºC, nos meses mais frios e mais quentes, respectivamente. O solo da área experimental é classificado como Gleissolo Háplico Distrófico típico (STRECK et al., 2010), e conteve, na análise laboratorial, as seguintes características químicas: pH (H2O): 5,2; Argilas: 22%; Matéria orgânica: 1,1%; Fósforo: 26,3 mg L-1; e, Potássio: 89 mg L-1. A área vinha sendo anualmente cultivada no sistema de cultivo mínimo do solo, com o cultivo de arroz irrigado na estação estival e pousio na estação hibernal (vegetação espontânea).

O delineamento experimental utilizado foi o de blocos completamente casualizados, com tratamentos dispostos em esquema fatorial, com quatro repetições por tratamento. O fator ‘herbicida’ (A) foi constituído de oito herbicidas aplicados em pré-emergência da cultura da soja e o fator ‘dose’ (B) foi constituído de duas doses de cada herbicida. Para estabelecer padrões de comparação, adicionou-se a cada bloco parcela com o sem controle de plantas daninhas. As doses utilizadas de clomazone, flumioxazin, sulfentrazone, alachlor, acetochlor, s-metolachlor, pendimethalin e trifluralin constam da mínima e máxima registras para a cultura (Tabela 1). As unidades experimentais corresponderam a parcelas com dimensões de 7,0 x 2,0m, nas quais foram aplicados, de forma totalmente aleatória, os diferentes tratamentos herbicidas. Os tratamentos foram aplicados logo apos a semeadura da cultura da soja, usando-se pulverizador costal pressurizado à CO2, aspergindo-se volume de calda de 120 l ha-1.

A cultivar de soja utilizada foi a BMX Apolo RR, semeada após duas operações de preparo mecânico do solo, no sistema de microcamalhões. A semeadura da soja ocorreu na época considerada preferencial (23/11), na densidade de 18 sementes por metro linear, perfazendo-se inicialmente uma população média de 36 plantas m-2. Previamente, as sementes de soja foram tratadas com inoculante líquido, com três doses ha-1. A adubação do solo foi realizada por meio da distribuição nas linhas de semeadura de 350 kg ha-1 da fórmula 04.17.27, o que aportou 20 kg N ha-1, 80 kg P2O5 ha-1 e 120 kg K2O ha-1. O controle de ácaros, insetos e doenças foi realizado conforme as práticas de manejo recomendadas pela pesquisa para a cultura da soja na região Sul do Brasil (Indicações, 2010).

Os efeitos dos tratamentos sobre a cultura e arroz-vermelho foram avaliados no inicio e no final do período crítico de interferência, o que corresponde, respectivamente, aos estádios V4 e V6 da cultura. Nestas datas, foram avaliadas, em cada parcela, a fitointoxicação visual (%) da soja e o controle visual (%) de arroz vermelho. Os dados obtidos com as variáveis avaliadas foram submetidos a análise de variância pelo teste F e, quando detectada significância, foram comparados pelo teste de Tukey (p<0,05).

RESULTADOS E DISCUSSÃO A fitointoxicação visual nos estádios V4 variou em função do efeito simples

de herbicidas (p<0,01), enquanto que, no estádio V6, variou em função da interação entre herbicidas e doses (p<0,05). Flumioxazin, sulfentrazone e S-metolachlor foram os herbicidas que mais causaram injúrias nas plantas de soja, cuja magnitude do seu efeito situou-se entre 1,6 e 10,6 % (Tabela 2). De forma diferenciada, pendimethalin e trifluralin não causaram quaisquer sintomas visuais na cultura em nenhuma das doses, o que mostra elevada seletividade às plantas de soja. Vale destacar que as plantas de soja de todas as parcelas aspergidas com herbicidas recuperaram-se gradualmente dos efeitos destes produtos com o passar do tempo.

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 146

A densidade de plantas de arroz-vermelho variou em função do fator herbicidas (p<0,05), tanto no início (estádio V4) como no final (estádio V6) do período crítico de matointerferência. Em todos os casos, verificou-se maior redução da infestação com S-metolachlor e clomazone, tendo a magnitude do seu efeito variado entre 73 e 100% (Figura 1). Mas, apesar de não diferirem estatisticamente, observa-se que S-metolachlor apresentou menor variação interquartílica do que clomazone, o que indica menor variabilidade do controle. Os demais herbicidas apresentaram menores valores redução da densidade de plantas de arroz-vermelho, os quais nem sempre atingiram redução da infestação satisfatória (>70%).

A hipótese deste trabalho era de que a utilização de herbicidas residuais na condição de pré-emergência da soja reduziria a infestação de arroz-vermelho no período crítico de matointerferência. Com efeito, clomazone e S-metolachlor diminuíram a infestação arroz-vermelho eficazmente em relação à situação sem controle dessa espécie. Estes resultados permitem afirmar que é viável utilizar herbicidas pré-emergentes para o controle de arroz-vermelho nas áreas cultivadas com soja. Além disto, o uso destes produtos reduz as chances de seleção de biótipos resistentes ao glyphosate, uma vez que ocorre a rotação de dois herbicidas com mecanismos de ação distintos (Heap, 2012). Neste contexto, S-metolachlor possui mais benefícios do que os demais herbicidas testados, pois representa uma classe de herbicidas que não são utilizados na cultura do arroz irrigado.

CONCLUSÕES A utilização de herbicidas residuais em pré-emergência reduziu a infestação de arroz-vermelho na soja durante o período crítico de matointerferência da cultura. Clomazone e S-metolachlor apresentaram maior eficácia do controle e redução da infestação de arroz-vermelho em comparação aos demais herbicidas. Mas, mesmo obtendo-se nível de controle satisfatório destas infestantes com a utilização destes produtos, devem-se integrar outras práticas de manejo em pós-emergência da cultura.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

HEAP, I. The international survey of herbicide resistant weeds. Disponível em: <http://www.weedscience.org>. Acesso: 10/04/12. INSTITUTO RIO GRANDENSE DO ARROZ – IRGA Área, Produção e Produtividade. <http:/www.irga.rs.gov.br/uploads/anexo/1299787796Area_Producao_e_Produtividade.pdf> Acesso: 12/04/12. LANGE, C.E. et al. Avaliação da reação de cultivares comerciais de soja ao excesso hídrico. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO, 7., 2011. Calneário Camburiú. Anais... EPAGRI/SOSBAI, 2011. p.267-270. MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO (MAPA). Sistemas de Agrotóxicos Fitossanitários - AGROFIT. Disponível em: http://extranet.agricultura.gov.br /agrofit_cons/principal_agrofit_cons. Acesso em: 01.04.2011. STRECK, E.V. et al. Solos do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Emater/RS - UFRGS, 2002. 126 p.

Summary: In recent years there has been consistent increase in the soybean (Glycine max) cultivation in lowland areas in the Rio Grande do Sul State, Brazil, with the need to formulate strategies for weed management for these situations. This work evaluated the effects of the residual herbicides, applied in crop preemergence, on the reduction of red rice (Oryza sativa) infestation in soybean in lowland areas. The experiment was conducted in the field conditions, and the treatments consisted of six residual herbicides, applied in two rates. The herbicides clomazone and S-metolachlor were more effective control and reduction of red-rice infestation in compared to other herbicides. But, to be successful in reducing the red-rice infestation with residual herbicides, must also use weed management actions in postemergence conditions of the soybean.

Key words: Glycine max, red rice, residual herbicide.

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 147

Tabela 1. Tratamentos herbicidas utilizados nos experimentos a campo com herbicidas residuais. EEA/IRGA, Cachoeirinha (RS), 2011/12.

Herbicidas Concentração Dose recomendada

Mínima Máxima

(g i.a. L-1) ------- l ou kg p.c. ha-1 -------

Clomazone 360 1,50 2,00

Flumioxazin 500 0,10 0,12

Sulfentrazone 500 0,60 0,80

S-metolachlor 960 1,50 2,00

Pendimethalin 400 1,50 3,00

Trifluralin 600 0,90 4,00

Tabela 2. Fitointoxicação visual (%) de plantas em soja cultivada em área de várzea, em função de seis herbicidas aplicados em pré-emergência e de duas doses, em duas épocas de avaliação. EEA/IRGA, Cachoeirinha (RS), 2011/12.

Herbicidas Fitointoxicação visual (%)

----- Estádio V4 ----- ----- Estádio V6 -----

Dose Mín Dose Máx

Clomazone 0,7 b 3,3 Aa 3,0 Aa

Flumioxazin 8,0 a 0,6 Ba 8,5 Ab

Sulfentrazone 1,6 b 0,0 Ba 9,6 Ab

S-metolachlor 5,2 ab 5,0Aa 10,6 Ab Pendimethalin 0,0 b 0,0 Aa 0,0 Ab

Trifluralin 0,0 b 0,0 Aa 0,0 Ab

DMS (p<0,05)2/ 4,8 ----- 6,0 ----- 1/

Letras minúsculas comparam herbicidas e letras maiúsculas comparam doses de herbicidas. 2/

Diferença mínima significativa para comparar médias entre tratamentos.

Figura 1. Redução da infestação de arroz-vermelho (%) na cultura da soja em função de diferentes herbicidas aplicados em pré-emergência, na avaliação realizada no início do período crítico de interferência (estádio V4 da cultura).

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 148

Resposta da Cultura da Soja Transgênica ao Controle de Plantas Daninhas em Diferentes Estágios

R.J.Vogt1, A.L. Müller2, J. Daga2, I. Preussler1, G.P. Lettrari1, H.I. Romão1

1

Acadêmicos de Agronomia da PUC-PR – Campus Toledo, Av. da União, 500, Jardim Coopagro, 85902-532, Toledo, PR. E-mail: [email protected], [email protected], [email protected], [email protected] .

2 Professores do Curso de Agronomia da PUC-PR – Campus Toledo, Av. da

União, 500, Jardim Coopagro, 85902-532, Toledo, PR. E-mail: [email protected], [email protected]

Resumo: Existem vários tipos de tratos culturais realizados na cultura da soja, entre eles o controle de plantas daninhas, esse controle deve ser realizando buscando evitar competição entre a cultura desejada e as demais plantas que possam vir a se desenvolver dentro da área de cultivo. O objetivo deste trabalho foi determinar qual a melhor época de aplicação de herbicida na soja para o controle das plantas daninhas. O experimento foi realizado na safra de 2011/2012, na fazenda experimental PUC-PR – Campus Toledo, PR, com a seguinte característica de solo, LATOSSOLO VERMELHO eutroférrico. O delineamento experimental utilizado foi em blocos ao acaso, com sete tratamentos e três repetições. Foi realizada a dessecação de toda a área dez dias antes da semeadura, sendo a semeadura da soja realizada no dia 04/11/2011, a cultivar utilizada no experimento foi NA5909RR, e na adubação de base utilizada levou-se em consideração a análise de solo do local e os demais tratos culturais ocorreram conforme necessidades da cultura. O herbicida utilizado para o realização dos tratamentos foi glifosato (Roundup Ready®), na dose de 2 L.ha-1, as aplicações foram realizados seguindo os estádios fenológicos da cultura: T1 – Testemunha; T2 – Segundo trifólio aberto; T3 – Terceiro trifólio aberto; T4 – Quarto trifólio aberto; T5 – Quinto trifólio aberto; T6 – Sexto trifólio aberto; T7 – Sétimo trifólio aberto. No momento da colheita (27/03/2012) foram realizadas as seguintes avaliações: altura de plantas, número de grãos por planta e produtividade final (kg.ha-1), os resultados foram submetidos à análise de variância pelo teste F e quando houve significância, as diferenças entre médias foram comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro, utilizando o programa estatístico CoStat. Com relação à altura de plantas houve diferença significativa, sendo que o T3 e T4 apresentaram maior altura de plantas (aproximadamente 50 cm) e o T1 a menor altura de plantas (46 cm). Para o número de grãos por planta, destacaram-se com a maior quantidade de grãos os tratamentos T4, T3 e T2 (119, 116 e 114 grãos, respectivamente) e o T1 a menor quantidade (88 grãos). Para a produtividade final, o T3 foi o tratamento que se destacou com a maior produtividade de grãos (1685 kg.ha-1) e o T1 foi o que apresentou a menor produtividade (807 kg.ha-1). Os resultados obtidos no presente trabalho estão de acordo com as indicações de controle de plantas daninhas na cultura da soja, sendo importante realizar esse controle no estádio V3 (terceiro trifólio aberto), buscando reduzir as perdas de produtividade da cultura em função da mato-competição. Palavras-chave: Glycine max, competição, produtividade.

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4. COMISSÃO DE ENTOMOLOGIA

A Comissão de Entomologia, tendo como coordenador o Eng. Agr. Dionísio Link

(UFSM) e relator o Eng. Agr. Paulo Roberto V. da S. Pereira (Embrapa Trigo), reuniu-se no dia 25 de julho de 2012, nas dependências da Embrapa Trigo, em Passo Fundo, RS, contando com a presença dos seguintes participantes: 4.1 PARTICIPANTES 4.1.1 Representantes credenciados titulares Ana Paula Schneid Afonso - Embrapa Clima Temperado Dieter Windmoller - Emater/RS Dionísio Link - Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) Paulo Roberto Valle da Silva Pereira - Embrapa Trigo 4.1.2 Representantes credenciados suplentes Antônio Ricardo Panizzi – Embrapa Trigo 4.1.3 Demais participantes Adilson Jauer - Syngenta Alberto Luiz Marsaro Júnior - Embrapa Trigo Diogo Machado Cezimbra - Syngenta Elias Guidini - BASF João Luiz Reichert - Universidade de Passo Fundo (UPF) Lilian Cris Dallagnol - Universidade de Passo Fundo (FAMV-UPF) Marcos Ivan Bilibio - Universidade de Passo Fundo (FAMV-UPF) Tharles Saccardo Rocha - Universidade de Passo Fundo (FAMV-UPF)

4.2 TRABALHOS APRESENTADOS Desempenho biológico de Spodoptera eridania (Lep.: Noctuidae) em diferentes espécies vegetais. Marcos Ivan Bilibio - Universidade de Passo Fundo (FAMV-UPF). Resposta da soja, cv. BMX Apolo RR, a níveis de desfolha em fases vegetativa e reprodutivas das plantas, safra 2009-10. Marcos Ivan Bilibio - Universidade de Passo Fundo (FAMV-UPF). Efeito de injúrias foliares em estádios iniciais de desenvolvimento, no rendimento de grãos do cv. de soja BMX Apolo RR, safra 2010-11. Tharles Saccardo Rocha - Universidade de Passo Fundo (FAMV-UPF). Biologia e consumo de Spodoptera eridania e Anticarsia gemmatalis (Lep.: Noctuidae), em folhas de soja. Lilian C. Dallagnol - Universidade de Passo Fundo (FAMV-UPF). Efeito de injúrias foliares em estádios iniciais de desenvolvimento, no rendimento de grãos do cv. de soja BMX Apolo RR, safra 2009-10. Lilian C. Dallagnol - Universidade de Passo Fundo (FAMV-UPF). Controle de lagartas na cultura da soja com nova formulação de inseticida. Dionísio Link - Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

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4.2.1 TRABALHO DESTAQUE

Como trabalho destaque desta comissão, foi escolhido: Biologia e consumo de Spodoptera eridania e Anticarsia gemmatalis (Lep.: Noctuidae), em folhas de soja. Lilian C. Dallagnol - Universidade de Passo Fundo (FAMV-UPF). 4.3 ATUALIZAÇÃO DAS INDICAÇÕES TÉCNICAS Foi realizada a revisão das tabelas 8.1 e 8.2 das Indicações Técnicas, considerando o AGROFIT como documento base para permanência de inseticidas nas tabelas. Nos casos de modificação de doses, classe toxicológica ou alteração de formulação, os mesmos permanecem nas tabelas, com as devidas correções, mas será feita solicitação formal às empresas formuladoras para o envio das informações toxicológicas pertinentes. 4.4 NECESSIDADES E PRIORIDADES DE PESQUISA - Manejo de pragas iniciais e associadas ao solo. - Caracterização da importância relativa das diferentes espécies de inimigos naturais em relação às principais pragas. - Impacto de produtos fitossanitários sobre organismos não-alvos (organismos benéficos, pragas secundárias etc.). - Identificação, biologia, ecologia, danos e controle de ácaros, tripes e mosca-branca. - Distribuição, danos e controle de percevejos, falsas-medideiras e lagartas-pretas. - Avaliação de tecnologias de aplicação de produtos fitossanitários para controle de pragas. - Monitoramento da resistência de insetos pragas a inseticidas. - Estudos sobre a eficácia das cultivares Bt no controle das diferentes espécies de lagartas da soja. 4.5 PROPOSIÇÕES APRESENTADAS Não foram apresentadas proposições. 4.6 ASSUNTOS GERAIS Recomenda-se que as empresas formuladoras atualizem regularmente as informações relacionadas aos inseticidas que compõem as indicações técnicas, preferencialmente antes da realização das reuniões de pesquisa. Há a necessidade de salientar a importância do uso das práticas de Manejo Integrado de Pragas e a sua interação e ampla difusão entre pesquisa e extensão.

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Resumos

Biologia e Consumo de Spodoptera eridania e Anticarsia gemmatalis

(Lep.: Noctuidae), em Folhas de Soja

C.M. Tibola1; L. Silva1; L.C. Dallagnol1; M.I. Bilibio1; M. Gotardo1; T.S. Rocha1; J.R. Salvadori1

1Universidade de Passo Fundo – PPGAgro FAMV, Caixa Postal 611, CEP 99001-970, Passo Fundo, RS,

[email protected]; [email protected]

Resumo: A principal lagarta desfolhadora da soja é Anticarsia gemmatalis Hübner, no entanto, nas principais regiões produtoras brasileiras, Spodoptera eridania (Cramer), conhecida como lagarta-das-vagens, vêm causando danos expressivos à cultura, como praga filófaga. O objetivo deste trabalho foi comparar as espécies S. eridania e A. gemmatalis quanto ao desempenho biológico e à capacidade de consumo, em plantas de soja. O estudo foi conduzido em sala climatizada (23 ± 2ºC, umidade relativa de 60 ± 10% e fotofase 12 horas), no Laboratório de Entomologia da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, da Universidade de Passo Fundo. A partir de oitenta lagartas recém-eclodidas de cada espécie, individualizadas em recipientes de acrílico com tampa (5,0 cm de diâmetro e 4,0 cm de altura), alimentadas com discos foliares (4,0 cm²) do cultivar de soja BMX Apolo RR, foi avaliado o consumo larval e parâmetros biológicos relacionados às fases de ovo, larva, pupa e adulta. Os dados foram submetidos à análise da variância (delineamento inteiramente casualizado) e as médias comparadas pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade de erro. S. eridania apresentou maior período larval (23,8 dias), maior capacidade de consumo foliar (243,3 cm2), pupas mais pesadas (♂ 168 e ♀ 193 mg), menor longevidade (♂ 6,0 e ♀ 9,8 dias), maior capacidade de postura (770,4 ovos/♀) e maior viabilidade de ovos (94,5%) que A. gemmatalis. Palavras-chave: Lagartas, pragas, Glycine max

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Desempenho Biológico de Spodoptera eridania (Lep.: Noctuidae) em Diferentes Espécies Vegetais

C.M. Tibola1; L. Silva1; L.C. Dallagnol1; M.I. Bilibio1; M. Gotardo1; T.S. Rocha1; J.R.

Salvadori1

1

Universidade de Passo Fundo – PPGAgro FAMV, Caixa Postal 611, CEP 99001-970, Passo Fundo, RS, [email protected]; [email protected]

Resumo: A lagarta Spodoptera eridania (Cramer) é um inseto polífago e com ampla distribuição, que pode ser encontrada em várias espécies de plantas cultivadas e daninhas. Objetivou-se estudar a biologia de S. eridania em folhas de soja, trigo, aveia-preta, milho, girassol, canola, trevo-vermelho, tremoço, ervilhaca, nabo-forrageiro, milhã, papuã, leiteiro, picão-preto, buva, corda-de-viola e caruru-roxo. O experimento foi realizado em delineamento inteiramente casualizado, com dezessete tratamentos e seis repetições, em sala climatizada (temperatura: 23±2ºC, umidade relativa do ar: 60±10% e fotofase: 12 horas), no Laboratório de Entomologia da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, da UPF, Passo Fundo, RS. A partir de cinco lagartas recém-eclodidas por repetição (potes plásticos de 6,0cm altura/6,0cm Ø), alimentadas com folhas completamente expandidas da região apical das plantas em comparação, foram avaliados parâmetros biológicos relacionados às fases de ovo, larva, pupa e adulta. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey (5%). Dentre os vegetais consumidos durante a fase larval apenas buva, canola, caruru-roxo, corda-de-viola, girassol, nabo-forrageiro, picão-preto, soja e tremoço permitiram a sobrevivência de S. eridania até a fase adulta. A sobrevivência e a duração das larvas foram influenciadas pelo alimento, variando de 56,7 a 92,8% e de 33,7 a 21,9 dias para lagartas criadas em folhas de buva e girassol, respectivamente. Em soja, as lagartas duraram 24,2 dias, não diferindo significativamente de lagartas alimentadas com folhas de canola, caruru-roxo, girassol e tremoço. S. eridania não apresentou desenvolvimento adequado quando alimentada exclusivamente nas gramíneas. Adultos provenientes de soja ovipositaram mais em comparação aos demais alimentos (793,6 ovos/♀), sem diferir significativamente de corda-de-viola (491,7 ovos/♀) e girassol (458,0 ovos/♀). Palavras-chave: Pragas, hospedeiros, Glycine max

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Efeito de Injúrias Foliares em Estádios Iniciais de Desenvolvimento, no Rendimento de Grãos do Cv. de soja BMX Apolo RR, Safra 2009-10

L.C. Dallagnol¹; M.I. Bilibio¹; M. Gotardo¹; J.R.Salvadori¹; P.R.V.S. Pereira²

¹ Universidade de Passo Fundo – FAMV, Caixa Postal 611, CEP 99001-970, Passo Fundo, RS, [email protected]; [email protected]. ² Embrapa Trigo, Caixa Postal 451, CEP 99001-970, Passo Fundo, RS, [email protected]

Resumo: Devido ao desenvolvimento de novos cultivares, diferentes quanto a ciclo, hábito de crescimento e potencial produtivo, e às mudanças que ocorreram no processo produtivo da soja (Glycine max.), especialmente a redução da população de plantas por área, questionamentos têm sido originados sobre a validade dos critérios, recomendados há décadas, para tomada de decisão no controle de pragas da soja. Objetivando reavaliar os parâmetros utilizados para controle de insetos filófagos nas fases iniciais de desenvolvimento de plantas, estudou-se o efeito de diferentes graus de injúria em cotilédones e folhas no rendimento de grãos, do cultivar de soja BMX Apolo RR. O experimento foi conduzido na Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Passo Fundo, Passo Fundo, RS, na safra 2009/2010. O delineamento experimental foi de blocos ao acaso, com quatro repetições e onze tratamentos, assim especificados: remoção de 100% dos cotilédones, de 100% das folhas unifolioladas e corte da plântula abaixo das folhas unifolioladas, no estádio Vc; remoção de 100% da 1ª folha trifoliolada em V1; desfolha de 33%, 67% e 100% de todas as folhas trifolioladas, em V2 e em V4; e uma testemunha, sem desfolha. Constatou-se redução estatisticamente significativa (5% de probabilidade de erro) na produção de grãos quando foram removidas 100% das folhas em V2 e em V4, em comparação com as plantas sem desfolha. Em posição intermediária e inconclusiva, ficaram os demais tratamentos de injúria, que se igualaram tanto à testemunha como a estes dois tratamentos que afetaram comprovadamente o rendimento de grãos. Palavras-chave: Danos, pragas, Glycine max

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Resposta da Soja, Cv. BMX Apolo RR, a Níveis de Desfolha em Fases Vegetativa e Reprodutiva das Plantas

M.I. Bilibio¹; L.C. Dallagnol¹; M. Gotardo¹; J.R. Salvadori¹; P.R.V.S. Pereira2

1 Universidade de Passo Fundo – FAMV, CEP 99001-970, [email protected]; [email protected]

2 Embrapa Trigo, Caixa Postal 451, CEP 99001-970, Passo Fundo, RS, [email protected]

Resumo: Inovações no processo produtivo de soja (Glycine max.), como o emprego de cultivares de ciclo mais curto, mais produtivos e com menor índice de área foliar, bem como o uso de menor densidade de plantas por área, podem interferir na tolerância da soja ao desfolhamento. A recomendação atual de manejo integrado de pragas filófagas da soja se baseia no percentual de desfolhamento, sendo que os níveis de ação para o controle de insetos desfolhadores foram determinados com base em cultivares que possuíam características distintas das dos cultivares atuais. Desta maneira, o objetivo deste trabalho foi avaliar se os níveis recomendados de desfolhamento de 30% antes da floração e de 15%, na fase reprodutiva, continuam adequados para uso.. O experimento foi conduzido no campo experimental da Faculdade da Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Passo Fundo, em Passo Fundo/RS, com o cultivar de soja BMX Apolo RR, na densidade de 333 mil plantas por hectare, no ano agrícola 2009/2010, em delineamento de blocos ao acaso com quatro repetições, em parcelas subdivididas. Avaliou-se o efeito no rendimento de grãos de quatro níveis de desfolha artificial (0, 17, 33 e 50 %) em três estádios de desenvolvimento das plantas (V8, ou oitavo nó, R2 ou pleno florescimento e R5.3 ou fase de enchimento dos grãos). Pela análise da variância, não houve diferença entre estádios e apenas o desfolhamento de 50% diferiu significativamente da testemunha (Tukey, 5%). Os resultados quanto aos níveis de desfolhamentos de 17 e de 33%, que não diferiram da testemunha nem de 50% de desfolhamento, foram inconclusivos. Todavia, a análise de regressão evidenciou uma resposta linear da soja ao desfolhamento, com perdas crescentes no rendimento de grãos (R² = 0,97). Palavras-chave: Pragas filófagas, danos, Glycine max

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Efeito de Injúrias Foliares em Estádios Iniciais de Desenvolvimento no Rendimento de Grãos do Cv. de Soja BMX Apolo RR, Safra 2010-11

T.S. Rocha1; L.C. Dallagnol1; J.Q. Schuch1; J.R. Salvadori1; P.R.V.S. Pereira2

1

Universidade de Passo Fundo – FAMV, Caixa Postal 611, CEP 99001-970, Passo Fundo, RS, [email protected]; [email protected].

2 Embrapa Trigo, Caixa Postal 451, CEP 99001-970, Passo

Fundo, RS, [email protected]

Resumo: A partir da evolução dos genótipos (ciclo, hábito e potencial produtivo) e no processo produtivo da soja (Glycine max), principalmente a redução na densidade de plantas/ha, questionamentos têm sido originados sobre a validade dos critérios recomendados para tomadas de decisão no controle de pragas da soja. Objetivando avaliar o efeito do desfolhamento em estádios iniciais de desenvolvimento das plantas no rendimento de grãos da soja, foi conduzido um experimento com a cultivar BMX Apolo RR. O trabalho foi realizado na Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Passo Fundo, RS, na safra 2010/2011, em delineamento de blocos casualizados, com quatro repetições e onze tratamentos, assim especificados: remoção de 100% dos cotilédones, de 100% das folhas unifolioladas e corte na haste, logo abaixo das folhas unifolioladas, no estádio Vc; retirada de 100% das folhas, em V1; desfolha de 33, 67 e 100%, em V2 e em V4; e tratamento testemunha, sem desfolha. Constatou-se redução estatisticamente significativa (5 % de probabilidade de erro) na produção de grãos com 100% de desfolhamento no estádio V2, em comparação com as plantas sem desfolha da testemunha. Os resultados foram inconclusivos para os demais tratamentos de injúria, uma vez que se igualaram estatisticamente tanto à testemunha quanto ao tratamento que reduziu comprovadamente o rendimento de grãos. Palavras-chave: Danos, pragas, Glycine max

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Controle de Lagartas na Cultura da Soja com Nova Formulação de Inseticida

D. Link1, M.P.B Pasini1, R.L.L. Serafim Junior1

1

Universidade Federal de Santa Maria, Departamento de Defesa Fitossanitária. Av. Roraima, n. 1000, Cidade Universitária, 97105-900, Santa Maria, RS. E-mail: [email protected], [email protected]

Resumo: Um ensaio de controle da lagarta da soja (Anticarsia gemmatalis) e da lagarta falsa medideira (Pseudoplusia includens) foi instalado na localidade de Parada Link, 7º Distrito de Santa Maria, Rio Grande do Sul, em 18 de fevereiro de 2011. Em delineamento de blocos ao acaso com cinco repetições foram aplicados em pulverização foliar: Lambdacialotrina + Clorantranilprole (AMPLIGO) nas doses de 15 ml, 35 ml, 55 ml e 75 ml de p.c./ha, e Metamidofós (TAMARON) na dose de 500 ml do p.c./ha e água (testemunha). Todas as doses foram diluídas em 150 l de calda por ha, aplicando-se sobre as plantas de soja, cv Fundacep 59, no estádio R2, com altura média de 0,8 m, amplitude de 0,55-1 m e densidade de 12 plantas/metro de linha, com espaçamento de 0,4 m entre linhas. A desfolha média inicial foi em média de 10%. No momento da aplicação entre 9 e 10 da manhã a temperatura foi de 26,7ºC, leve aragem, UR 67% e 10% de nuvens. Avaliaram-se a eficiência de controle, realizando a amostragem em dois pontos da parcela com a lona de coleta, aos, 0, 2, 4, 7, 10 e 14 dias após a aplicação (DAA). Todas as doses e produtos reduziram significativamente as populações infestantes das lagartas ocorrentes. Para A. gemmatalis as maiores concentrações de Lambolacialotrina + Clorantranilpiole (55 ml e 75 ml) e o tratamento com Metamidofós apresentaram maior eficiência no controle nos diferentes DAA. Para Pseudoplusia includens não se obteve o mesmo desempenho, os tratamentos apresentaram eficiência inferior a 80%. A partir de 55 ml de p.c./ha pode-se indicar esta mistura para o controle da lagarta da soja. Palavras-chave: Glycine max, defensivo, praga.

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Normas da Comissão

4.7. NORMAS DE EXECUÇÃO DE ENSAIOS VISANDO À INCLUSÃO OU RETIRADA DE INSETICIDAS DAS TABELAS DE INDICAÇÕES

Estas normas disciplinam a elaboração de testes de avaliação agronômica, para produtos químicos destinados ao controle de pragas da cultura da soja na Região Sul do Brasil (RS e SC), integrantes das tabelas de indicações propostas pela Comissão de Entomologia da Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul.

CAPÍTULO I

DA EXECUÇÃO DE ENSAIOS

Art. 1o As propostas para testes deverão ser encaminhadas pelas empresas interessadas, às Instituições de pesquisa credenciadas junto à Comissão de Entomologia da RPS-Sul, contendo informações técnicas e toxicológicas do produto.

Art. 2º Os ensaios devem ser conduzidos em condições de campo e, individualmente, para cada espécie-alvo. Além dos cuidados e do controle experimental, básicos e usuais, outros fatores específicos que podem provocar variabilidade experimental, como por exemplo, infestação de plantas daninhas (corós), doenças (lagartas desfolhadoras) etc., devem ser controlados.

Art. 3º O delineamento utilizado deve ser o de blocos casualizados com no mínimo quatro (4) repetições e, no mínimo seis (6) e máximo dez (10) tratamentos.

Art. 4º Nos ensaios visando a eficiência de produtos para inseto-pragas da parte aérea devem ser realizadas observações de pré-aplicação dos tratamentos e, aos 2/3, 6/7 e até 15 dias após a aplicação (DAA). No caso específico de testes de controle de tamanduá-da-soja com inseticidas via tratamento de sementes, as avaliações devem ser feitas aos 7, 14, 21 e 28 dias (mortalidade e número de plantas danificadas). No caso específico de testes de controle de corós com inseticidas via tratamento de sulco ou de sementes, as avaliações devem ser feitas antes da semeadura (no máximo com 3 dias de antecipação e exceto com infestação artificial), e aos 15 e 30 dias após ao 40 emergência das plantas (nº de corós e população de plantas) e na colheita (massa seca e rendimento de grãos).

Art. 5º Nos ensaios objetivando avaliação da seletividade de produtos para insetos predadores, além da pré-contagem, deverão ser realizadas três avaliações até o oitavo dia após a aplicação dos tratamentos. Para insetos parasitóides seguir a metodologia descrita no artigo 17.

Art. 6º Os valores observados devem ser submetidos à análise da variância e, as médias agrupadas pelo Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Para cada observação deve ser especificado o coeficiente de variação (CV).

Art. 7º Deve ser feita a especificação da densidade média, da estatura e do estádio fenológico das plantas, segundo escala de Fehr et al. (1977).

Art. 8º Nos testes de eficiência agronômica, as percentagens de controle devem ser calculadas pela fórmula de Abbott (1925). Utilizar Henderson & Tilton (1955) no caso de haver diferença significativa na avaliação de pré-contagem.

Art. 9º Nos testes de seletividade, o índice de mortalidade deve ser calculado por Henderson & Tilton (1955), utilizando a média geral das avaliações (Art. 10), e enquadrado na escala de notas: 1 = 0-20%; 2 = 21-40%; 3 = 41-60%; 4 = 61-80%; 5 = 81-100% de redução populacional de insetos predadores.

Art. 10° Na apresentação dos resultados devem constar os valores originais das repetições, a média de cada avaliação e a média geral das avaliações.

Art. 11° Metodologia para testes de controle de corós: Tamanho da parcela: em áreas com infestação natural, mínimo 5-6 linhas de 4-6 metros de comprimento. No caso de infestação artificial, usar microparcelas (3-5 linhas de 1,0 metro de comprimento), com número igual de corós/parcela. Infestação: com infestação natural sugere-se executar o teste com a densidade média

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 158

de 1 coró/ 2-4 plantas; anotar o estádio dos corós ou classificá-los por tamanho (pequenos, médios e grandes). Com infestação artificial, sugere-se 1 coró/2 plantas. Amostragens: contagem do número de corós em trincheiras no solo, medindo 30 cm x 20 cm x 30 cm de profundidade, sobre a linha. Fazer 4 e 2 amostras/parcela, respectivamente, com infestação natural e artificial. Avaliar também: população de plantas (2 m/parcela), massa seca de raiz e parte aérea e rendimento de grãos na área útil da parcela.

Art. 12° Metodologia para testes de controle de tamanduá-da-soja: Tamanho da parcela: mínimo de vinte (20) fileiras de plantas com quinze (15) metros de comprimento. Infestação: executar o teste somente quando houver no mínimo um (1) adulto a cada 2 metros de fileira de soja. No caso de testes com gaiolas, no mínimo cinco (5) adultos vivos por m linear. Amostragens: contagem do número de adultos vivos e número de plantas sadias e atacadas em no mínimo dois (2) pontos de 2 (dois) metros de fileira de soja, distribuídos ao acaso, dentro de cada uma das parcelas. Procurar alocar as parcelas por comprido, ao longo da região de entrada dos adultos na lavoura (ex.: bordadura de milho), visando diminuir a variação populacional entre as repetições. Sempre que possível, realizar observações relativas à densidade e rendimento.

Art. 13° Metodologia para testes de controle de lagartas filófagas: Tamanho da parcela: mínimo de dez (10) fileiras de plantas com dez (10) metros de comprimento. Infestação: executar o teste somente quando houver no mínimo dez (10) lagartas grandes (> 1,5 cm) por pano de batida. Amostragem: pano de batida, com no mínimo duas (2) batidas/parcela e duas (2) pessoas efetuando a operação. Considerar apenas as lagartas grandes (> 1,5 cm), exceto no caso de testes com inseticidas reguladores de crescimento e biológicos, para os quais também devem ser consideradas lagartas pequenas (< 1,5 cm). Sempre que possível, realizar observações relativas ao desfolhamento e rendimento de grãos.

Art. 14° Metodologia para testes de controle de broca-dos-ponteiros: Tamanho da parcela: mínimo de dez (10) fileiras de plantas com oito (8) metros de comprimento. Infestação: executar o teste somente quando houver no mínimo dez (10%) de plantas atacadas. Amostragem: contagem do número de plantas atacadas e sadias em dois (2) metros de fileira, anotando-se a quantidade de brocas vivas nos ponteiros examinados. Não executar novas observações nos pontos anteriormente examinados. Não repetir avaliações nos ponteiros já examinados.

Art. 15° Metodologia para controle a percevejos: Tamanho de parcela: mínimo de vinte (20) fileiras de plantas com quinze (15) metros de comprimento. Infestação: fazer aplicação quando houver, no mínimo, em média, quatro (4) insetos (ninfas grandes + adultos/amostragem). Classificar os insetos por espécie e separá-los por estádio de desenvolvimento nas categorias de ninfas grandes (3o ao 5o ínstar ou > 0,5 cm) e adultos. Amostragem: utilizar pano de batida, em 1 metro, com no mínimo quatro (4) coletas/parcela.

Art. 16° Metodologia para testes de seletividade a predadores: Tamanho da parcela: mínimo de vinte (20) fileiras de plantas com quinze (15) metros de comprimento. Infestação: executar o teste somente quando houver, no mínimo, em média, três (3) predadores (insetos e aranhas)/pano de batida. Amostragem: pano de batida com quatro (4) coletas/parcela ou rede-de-varredura, efetuando-se 4 amostragens de 10 redadas/parcela. A critério do pesquisador, a contagem dos predadores poderá ser feita no laboratório ou no campo, sempre identificando-os, por espécie.

Art. 17° Metodologia para testes de seletividade a parasitóides

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 159

Os experimentos terão metodologia adequada àquela proposta pela IOBC e serão realizados sobre parasitóides de ovos de percevejos, envolvendo um esquema seqüencial de testes de laboratório, semi-campo e campo, com avaliações do efeito de produtos sobre a fase adulta dos parasitóides, considerada como a mais vulnerável, e sobre as pupas, correspondendo à fase menos vulnerável. Além disso, compreenderão experimentos de campo, realizados com populações de parasitóides de ocorrência natural ou liberados.

a) Efeito sobre a fase adulta

Ensaios de laboratório e semi-campo: Para os testes de laboratório e semi-campo, serão utilizados adultos de Trissolcus basalis e/ou Telenomus podisi, provenientes de criações de laboratório, com até no máximo cinco dias de vida adulta, previamente alimentados com solução de mel e água. Os parasitóides adultos serão expostos a um filme do inseticida aplicado em placas ou tubos de vidro, evitando o escorrimento do produto (testes laboratoriais) ou expostos a folhas de soja tratadas a 1, 2 e 4 dias após a aplicação do produto, com a sua degradação ao ar livre, imitando as condições de campo. Nos ensaios de semi-campo, o produto será aplicado com pulverizador de precisão (CO2) em uma fileira de 5 m de soja, com coleta de folhas, do topo das plantas, nos 3 m centrais, 1 dia após a aplicação, colocando-se as folhas (1 folha/tubo) e os adultos em gaiolas com ventilação adequada e solução nutritiva. Os experimentos serão conduzidos, no mínimo, com três tratamentos: 1. Inseticidateste, avaliado na maior dose agronomicamente recomendada na cultura; 2. Água (testemunha negativa); e 3. Inseticida reconhecidamente não-seletivo - classe 4 (testemunha positiva). - Número de insetos: 25 adultos/repetição - Delineamento experimental: inteiramente casualizado - Número de repetições: mínimo de 5/tratamento. Para maior precisão da análise, o número de repetições poderá ser superior, obtendo-se no mínimo 15 graus de liberdade. - Análise estatística: análise de variância e comparação de médias pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade. - Avaliações: leitura da mortalidade às 6, 24 e 48 horas de contato com o produto, com avaliações da redução populacional dos parasitóides pela fórmula de Abbott (1925). - Apresentação dos resultados: individuais/avaliação (6, 24 e 48 h) e cumulativos. - Escala proposta: 1 – 0 a 20% (seletivos); 2 – 21 a 40% (moderamente seletivos; 3 – 41 a 60% (pouco seletivos); 4 – 61 a 100% de mortalidade (não seletivos), em relação à testemunha negativa. Experimentos de campo: Os ensaios serão realizados com insetos de ocorrência natural ou após liberação massal. O efeito será avaliado sobre o complexo de parasitóides de ovos que ocorram na área experimental, constando na tabela de apresentação dos resultados apenas a expressão “parasitóides de ovos”. - Tamanho da parcela: 30 linhas x 20 m comprimento Os experimentos serão conduzidos, no mínimo, com três tratamentos: 1. Inseticida-teste, avaliado na maior dose agronomicamente recomendada na cultura; 2. Água (testemunha negativa); e 3. Inseticida reconhecidamente não-seletivo - classe 4 (testemunha positiva). - Delineamento experimental: Blocos ao acaso - Número de repetições: mínimo de 5 / tratamento. Para maior precisão da análise, o número de repetições poderá ser superior, obtendo-se um mínimo 15 graus de liberdade. - Método de amostragem: massas de ovos* de percevejos, com cerca de 60 ovos, serão fixadas 1 dia após a aplicação dos tratamentos nos folíolos da soja (lado ventral), ou nas vagens, em número de 9 posturas por parcela, distribuídas, ao acaso, nas 3 fileiras da faixa central, deixando-se 10 fileiras de bordadura de cada lado das parcelas. As posturas ficarão expostas à ação dos parasitóides por 72 horas. - Acompanhamento em laboratório: após o período de exposição dos ovos aos parasitóides no campo, as posturas serão recolhidas, individualizadas em placas de Petri e observadas no laboratório. Após o período de desenvolvimento, emergência e morte dos adultos será realizada a leitura do número de ovos parasitados em relação ao número total de ovos por postura. Para efeito de avaliação serão considerados como

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ovos parasitados, todos aqueles ovos que apresentarem emergência de adultos. - Avaliações complementares: procurar medir o índice de parasitismo em ovos de percevejos antes da instalação do experimento, pela coleta, ao acaso, de posturas de percevejos, encontradas naturalmente na área experimental, ou pela colocação de massas de ovos nas plantas de soja e retirada das mesmas, após 3 dias, para acompanhamento e leitura, no laboratório, do índice de parasitismo. Fazer a colagem das posturas nas parcelas 1 dia após a aplicação dos produtos e, 3 dias depois, fazer a coleta das mesmas para acompanhamento no laboratório, mantidas em condições controladas. - Análise estatística: os resultados serão analisados quanto ao efeito de cada tratamento em relação à testemunha negativa, sendo as médias comparadas pelo teste de Tukey. No caso de ensaios após a liberação massal de parasitóides a seqüência deve ser: aplicar o inseticida 24 horas após a liberação e colocar as massas de ovos, 24 horas após a aplicação dos inseticidas. * Para a obtenção dos ovos, percevejos coletados no campo serão criados em gaiolas teladas, no laboratório local, segundo a metodologia descrita por Corrêa - Ferreira (1985). Para os testes, poderão ser utilizados ovos frescos ou ovos de percevejos que foram conservados a 5ºC (geladeira), por 3 ou 4 dias. Como hospedeiro, utilizar a espécie de percevejo que estiver ocorrendo em maior abundância na região. Quando utilizar ovos de Euschistus heros, a colagem nos folíolos da soja poderá ser dificultada, em função do número pequeno de ovos por postura. Nesse caso, poderá ser utilizada outra metodologia, como por exemplo, colagem dos ovos em cartelas de papelão e estas colocadas nas plantas, com tela protetora, para evitar a predação dos ovos.

b) Efeito sobre a fase de pupa Os produtos serão pulverizados sobre massas de ovos com o parasitóide, no interior dos ovos, no estádio de pupa (7 a 8 dias após o parasitismo). Após o desenvolvimento, será avaliada a percentagem de viabilidade do parasitismo, 1 semana após a aplicação. - Número mínimo de ovos: 25/repetição. - Tratamentos: mínimo de 3 (idem ensaios de laboratório/semi-campo) - Delineamento experimental: inteiramente casualizado. - Número de repetições: mínimo de 5/tratamento. Para maior precisão da análise, o número de repetições poderá ser superior, obtendo-se no mínimo 15 graus de liberdade. - Análise estatística: análise de variância e comparação de médias pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade. - Escala proposta: 1 – 0 a 20% (seletivos); 2 – 21 a 40% (moderamente seletivos; 3 – 41 a 60% (pouco seletivos); 4 – 61 a 100% de redução de viabilidade de parasitismo (não seletivos), em relação à testemunha negativa.

CAPÍTULO II DOS CRITÉRIOS PARA INCLUSÃO DE INSETICIDAS NAS TABELAS DE INDICAÇÃO

Art. 18° O produto/dose deve ser registrado no SDSV/MAPA, para a cultura e espécie alvo.

Art. 19° Conter dados de no mínimo quatro (4) trabalhos de eficiência agronômica e quatro (4) de seletividade, sendo no mínimo três realizados na região de abrangência da RPS-Sul, por pelo menos três (3) Instituições de Pesquisa ou Ensino credenciadas, na Comissão de Entomologia. Quando do mesmo pesquisador somente serão aceitos trabalhos de diferentes safras. Quando da mesma instituição, somente serão aceitos trabalhos realizados por diferentes pesquisadores, sem repetição de autoria. Assim, para o mesmo produto comercial e espécie-alvo, serão aceitos um (1) trabalho de eficiência/safra e um (1) de seletividade/safra por pesquisador (independentemente de este ser autor ou co-autor). Para testes via tratamento de sementes ou de sulco para controle de tamanduá-da-soja e de corós rizófagos, os testes de seletividade são dispensados.

Art. 20° Os resultados de pesquisa visando à inclusão nas tabelas de indicação terão validade de dez (10) anos anteriores à solicitação, exceto em casos comprovados

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de resistência. Art. 21° As propostas para inclusão deverão ser encaminhadas da seguinte forma:

a carta de solicitação deve ser enviada pela ANDEF ou AENDA para a Instituição Organizadora; cabe à empresa solicitante enviar cópia da carta de solicitação da ANDEF, acompanhada da documentação necessária (certificado de registro, bula, cópias dos laudos ou relatórios de eficiência agronômica e seletividade e todos os demais dados necessários à inclusão na indicação, Art. 25) para as instituições credenciadas na Comissão de Entomologia da RPS-Sul, até vinte (20) dias antes das reuniões anuais, via correio, com A.R. (aviso de recebimento). Os documentos deverão impressos em papel timbrado, devidamente assinados. Entidades não filiadas às associações supra citadas poderão fazer propostas através das Instituições de Pesquisa ou Ensino credenciadas na Comissão de Entomologia.

Art. 22° O produto deve apresentar eficiência média de 80% em duas avaliações subseqüentes. No caso específico de tamanduá-da-soja, considerar o índice de 80% somente na primeira data de avaliação (2 DAA, nos ensaios em aplicação foliar e 7-14 DAA, via tratamento de sementes).

Art. 23° No caso de corós, a critério da comissão, poderão ser indicados inseticidas com eficiência de controle inferior a 80%, desde que fique comprovado o efeito dos tratamentos no rendimento de grãos, população de plantas e/ou massa seca.

Art. 24° O efeito médio na redução populacional de insetos predadores e parasitóides não deve ser superior a 40% (Nota 2), quando tratar-se de produtos indicados para Anticarsia gemmatalis e de 60% (Nota 3) quando indicados para as demais pragas.

Art. 25° O produto será incluído nas tabelas de indicações com os seguintes dados: - Nome técnico - Dose (g i.a./ha) - Intervalo de Segurança - Nota de seletividade para insetos predadores - Índice de risco - Nome(s) comercial (ais) registrados no SDSV/MAPA - Formulações e concentrações (g i.a./ L ou kg) - Dose (L ou kg de comercial/ha)

Art. 26° Os critérios para alteração de doses dos produtos estão especificados nos artigos 18, 19 e 20.

Art. 27° Caberá ao pesquisador credenciado na Comissão de Entomologia pela instituição organizadora de reunião, ou outro por ela indicado, atuar como relator do(s) processo(s) de solicitação de inclusão de inseticidas nas indicações técnicas, o qual terá a incumbência de elaborar e trazer para a reunião parecer conclusivo, incluindo tabela(s) com os valores parciais e médios, conforme os demais artigos deste capítulo.

CAPÍTULO III

DOS CRITÉRIOS PARA RETIRADA DE INSETICIDAS DAS TABELAS DE INDICAÇÃO

Art. 28° O produto será retirado das tabelas de indicação por solicitação da empresa responsável, ou por não atender os artigos 18, 19, 20, 21, 22 e 23, destas Normas, ou pertencer à classe toxicológica I.

Art. 29° Casos omissos serão resolvidos pela Comissão de Entomologia da RPS-Sul.

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5. COMISSÃO DE CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS Esta Comissão reuniu-se em conjunto com a Comissão de Ecologia, Fisiologia e

Práticas Culturais, excepcionalmente neste evento, devido ao baixo número de participantes. Os relatos de sua atividade, bem como os Resumos apresentados, estão transcritos no relatório da Comissão de Ecologia, Fisiologia e Práticas Culturais.

Normas da Comissão

NORMAS PARA AVALIAÇÃO E RECOMENDAÇÃO DE HERBICIDAS PARA A CULTURA DE SOJA NA REGIÃO SUL DO BRASIL

MÉTODO DE PESQUISA

O método a ser empregado nos experimentos realizados sob coordenação da

Comissão de Plantas Daninhas será discutido durante a fase de planejamento da Reunião de Pesquisa. Contudo, ensaios de campo para avaliação de herbicidas devem conter, pelo menos, quatro repetições e mínimo de seis tratamentos.

Para proceder à avaliação da eficácia do produto, devem ser realizadas, no mínimo, três avaliações visuais durante o ciclo da cultura e, opcionalmente, uma avaliação de matéria seca das plantas daninhas. Quando estiverem incluídos no ensaio produtos que apresentem apenas efeito supressor sobre as plantas daninhas, uma das avaliações visuais deverá ser realizada por ocasião da colheita da cultura.

Para efetuar avaliação visual de controle, deve ser adotada a escala percentual. A avaliação visual da seletividade do produto deve ser executada, no mínimo, em duas épocas durante o ciclo da cultura e, opcionalmente, poderá ser realizada uma avaliação quantitativa. Para avaliações visuais desta variável, recomendam-se as escalas ALAM, EWRC ou WSSA. AVALIAÇÃO DE HERBICIDAS

Para inclusão de herbicidas nos ensaios a serem realizados sob coordenação da Comissão de Plantas Daninhas, deverá ser encaminhada solicitação por escrito, dirigida aos representantes credenciados das Instituições de Pesquisa e à Coordenação da Comissão, até vinte dias antes da data da respectiva Reunião de Pesquisa.

O encaminhamento da solicitação da empresa interessada para teste de herbicida deverá ser acompanhado, para produtos novos, da cópia do registro especial temporário e dos documentos que lhe deram origem, ou, para produtos com registro definitivo, da cópia do registro, acompanhada da respectiva ficha técnica. A empresa solicitante deverá atender à legislação vigente sobre o assunto e às demais normas estabelecidas pelos órgãos oficiais competentes.

Os produtos que irão compor os ensaios a serem conduzidos sob a Coordenação da Comissão de Plantas Daninhas serão indicados durante a respectiva Reunião Anual. As empresas que tiverem aprovada a inclusão de produto nos ensaios deverão encaminhar às Instituições de Pesquisa as respectivas amostras, adequadamente embaladas e identificadas. As amostras devem ser enviadas segundo as normas estabelecidas pela legislação para transporte de produtos perigosos e até a data limite de quarenta e cinco dias após a Reunião de Pesquisa.

A permanência máxima dos produtos novos em experimentação em rede sob a Coordenação da Comissão será de três anos. Após a etapa de testes, será realizada uma avaliação do comportamento, decidindo-se ou não pela manutenção na programação.

INDICAÇÃO DE HERBICIDAS

As indicações de herbicida e respectivas revisões serão feitas por ocasião da Reunião da Comissão, a ser realizada na segunda quinzena de junho de cada ano, mediante análise conjunta dos resultados obtidos nas várias instituições de pesquisa participantes da Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul, conforme consta do Capítulo V, artigo 10º, item “a” do respectivo Regimento Interno, e atendendo-se aos critérios estabelecidos nestas normas.

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Toda a solicitação proveniente de alguma empresa, para recomendação de herbicida ou para alteração de produto já indicado, somente será examinada se encaminhada através da ANDEF ou AENDA e for enviada às instituições participantes da comissão dentro do prazo estabelecido nas normas vigentes.

Em cada Reunião da Comissão, a análise das propostas encaminhadas pelas respectivas associações será realizada por um relator, especialista na área de plantas daninhas (herbologia), designado especificamente para tal fim na reunião anterior, o qual deverá emitir, por escrito, parecer para apreciação da comissão quanto ao mérito da solicitação e à admissibilidade e adequação dos pedidos às normas vigentes.

O produto a ser recomendado deverá estar registrado para a cultura junto aos órgãos oficiais competentes até a data de realização da respectiva Reunião da Comissão.

Solicitações de inclusão ou de alteração de produtos nas indicações serão formalizadas de acordo com o contido nas presentes normas. Portanto, as propostas de inclusão de novos produtos nas indicações ou de alterações daquelas vigentes deverão estar acompanhadas da documentação necessária completa e devem ser encaminhadas aos membros da comissão com antecedência mínima de vinte dias úteis anteriormente à data de realização da Reunião da Comissão.

A fim de propiciar análise da procedência do pedido, por parte dos membros da comissão, toda a solicitação para inclusão de produto nas indicações, ou para extensão de uso de produto já indicado, ou ainda qualquer outra modificação ou alteração que for solicitada, sempre deverá vir acompanhada do respectivo registro e da bula de recomendações atualizadas e ser remetidas até a data limite estipulada nas normas.

Para efeito de indicação ou alteração de indicação de herbicida, serão avaliados apenas resultados obtidos em trabalhos de pesquisa conduzidos a campo.

Os ensaios que tenham por objetivo a seleção de herbicidas visando à indicação ou alteração de indicação devem ter sido realizados por entidades de pesquisa credenciadas e participantes da Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul, conforme definido no Capítulo V, artigo 10º, item “a”, do Regimento Interno, respeitadas as demais determinações contidas nesse regimento e também aquelas contidas nestas normas.

A análise conjunta dos experimentos realizados na região deverá indicar resultados de eficiência e de seletividade que viabilizem a indicação. Assim, quanto ao controle, o produto deverá atingir conceito, no mínimo, equivalente aos obtidos nas testemunhas padrões usadas, devendo apresentar esse nível de controle na maioria dos ensaios conduzidos. Quanto à fitotoxicidade, o dano máximo tolerado para considerar o produto seletivo será moderado com recuperação da cultura, independentemente da escala aplicada para tal avaliação.

Para indicação de herbicidas, a comissão incluirá as seguintes informações mínimas:

- Doses a serem usadas de acordo com o tipo de solo ou estádio de desenvolvimento de plantas daninhas e da cultura;

- Época e método de aplicação; - Espécies daninhas controladas, nível de controle e espécies não controladas; - Sumário das peculiaridades de cada herbicida, contendo dados que possam

auxiliar na obtenção de eficiência agronômica e segurança máxima em seu emprego. - Para ocorrer a primeira inclusão de um produto na indicação, ou em decorrência

de mudança na respectiva formulação, serão exigidos, no mínimo, dois anos de testes em dois locais, totalizando quatro experimentos conduzidos por diferentes instituições de pesquisa na Região Sul.

- Para extensão do uso de herbicida já indicado a sistema de cultivo diferente ou a época ou método de aplicações diferentes, serão necessários, no mínimo, três experimentos conduzidos na região, os quais poderão ser realizados desde um ano em três locais até três anos em um só local.

- Para extensão do uso de herbicida já indicado, a outras plantas daninhas específicas, serão requeridos dois experimentos conduzidos na região, podendo ser realizados num só ano em locais diferentes ou num ou mais locais em anos diferentes.

A comissão reserva-se o direito de rejeitar laudos ou relatórios de ensaios que não

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tenham seguido as resoluções estabelecidas pela Secretaria Nacional de Defesa Agropecuária e os procedimentos de pesquisa recomendados pela Sociedade Brasileira da Ciência das Plantas Daninhas. Também podem ser rejeitados laudos ou relatórios que se caracterizem por apresentar baixa qualificação técnica, por levarem a conclusões duvidosas ou por terem sido conduzidos por profissional sem formação e atuação na respectiva área de especialização.

Apresentação de trabalhos ou depoimento pessoal durante a realização da Reunião da Comissão, sem apresentação prévia do respectivo laudo ou relatório técnico dentro do prazo definido nestas normas não caracteriza ensaio ou resultados a serem submetidos à apreciação pela comissão para fins de indicação de herbicida ou alteração em produto já indicado.

A comissão reserva-se o direito de não indicar determinado herbicida, apesar da eficiência técnica deste, bem como de alertar a coletividade agrícola sobre os riscos que este possa oferecer, quando constatados problemas graves de toxicologia ou efeito nocivo sobre o ambiente.

Por solicitação de um ou mais membros da comissão, e após exame de critérios técnicos que o indiquem, um herbicida poderá ser retirado das indicações quando se apresentar ineficiente no controle de espécies daninhas anteriormente controladas, sugerindo aparecimento de casos de resistência nessas espécies; apresentar muito baixa seletividade às principais culturas em uso; mostrar elevado índice de toxicidade ou casos freqüentes de intoxicação; apresentar sérios danos ao ambiente, especialmente alta persistência no solo ou presença na água; ou mostrar outras propriedades indesejáveis, a critério da comissão.

Também poderá ser retirado das indicações o herbicida cuja empresa fabricante e/ou distribuidora não comprovar o respectivo registro nos órgãos competentes quando solicitada, ou, ainda, por solicitação da própria empresa registrante do produto.

Para cada Reunião de Pesquisa, a ANDEF, ou AENDA, deve enviar a lista atualizada dos produtos herbicidas registrados por seus membros para uso em soja, manifestando o interesse na manutenção na relação de produtos indicados para a cultura, caso contrário, poderão ser retirados das indicações.

ALTERAÇÕES E INFORMAÇÕES PARA REGISTRO As instituições de pesquisa participantes da Reunião de Pesquisa poderão, a seu critério, fornecer as informações que viabilizem o registro de produtos junto aos órgãos oficiais competentes, o que, entretanto, não constituirá obrigatoriedade de indicação futura por parte da comissão. A comissão solicitará às empresas registrantes, quando for o caso, que encaminhem aos órgãos oficiais competentes pedidos de alteração dos dados técnicos nos respectivos registros, de forma a harmonizar registros e indicações.

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 165

6. COMISSÃO DE FITOPATOLOGIA A Comissão de Fitopatologia, tendo como coordenador o Eng. Agr. Rafael Moreira

Soares (Embrapa Soja) e relatora a Bióloga Cláudia Cristina Clebsch (Embrapa Trigo), reuniu-se no dia 25 de julho de 2012, nas dependências da Embrapa Trigo, em Passo Fundo, RS, contando com a presença dos seguintes participantes: 6.1 PARTICIPANTES 6.1.1 Representantes credenciados titulares Adriano N. Almeida – EMATER-RS André Boldrin Beltrame – Fepagro Caroline Wesp – CCGL TECNOLOGIA Cley Donizeti Martins Nunes – Embrapa Clima Temperado Leila Maria Costamilan – Embrapa Trigo Rafael Moreira Soares – Embrapa Soja 6.1.2 Representantes credenciados suplentes Cláudia C. Clebsch – Embrapa Trigo 6.1.3 Demais participantes Alberi Souza Jardim – Syngenta Ana Carolina Kapp – SEEDS Ana Silvia de Camargo – SEEDS Cristiano Didonet Cardoso – UFPEL Elias Guidini – BASF Eniolí Júnior Dutra – UFPEL Erlei Melo Reis – UPF Evandro Carlos Binsfeld – BASF Fernando Gugel – UPF Fernando Martins – Cotrijal Idanir Bianchetti – EMATER-RS José Sérgio da Silva Witt – SENAR José Stella – Cheminova José Tadashi Yorinori – TADASHI Agro Laércio Luiz Hoffmann – Syngenta Leandra Leite – IHARA Marcelo Cigana Ferreira – Cigana Consultoria Agro. Marcos Kovaleski – UPF Nara Lucia M. Moraes – BASF SA Otacílio Pasa – Campina Agrícola Ltda. Rafael Cabeda – Bayer Renato Reni Serafini – EMATER-RS Ricardo Brustolin – UPF Rodrigo Alff – IHARA Victória V. Bertagnolli – UFSM Walter Boller – UPF/FAMV 6.2 TRABALHOS APRESENTADOS

Reação de linhagens de soja da CCGL TEC à misturas de raças de Cercospora sojina – Caroline Wesp-Guterres – CCGL TEC

Longevidade de escleródios de Sclerotinia sclerotiorum na superfície do solo em condições de campo – Ricardo Brustolin – UPF

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Sementes de soja infectadas por Sclerotinia sclerotiorum: fonte de inóculo e transmissão – Ricardo Brustolin – UPF Avaliação dos fungicidas no controle da ferrugem asiática da soja, safra 2011/12 – Cley D. M. Nunes – Embrapa Clima Temperado Eficiência do número de aplicações de fungicidas no controle da ferrugem asiática da soja, safra 2011/12 - Cley Donizeti Martins Nunes – Embrapa Clima Temperado Ensaio cooperativo para controle químico de ferrugem de soja, safra 2010/2011 – resultados da Embrapa Trigo – Leila Maria Costamilan – Embrapa Trigo Critérios para o início das aplicações de fungicida no controle da ferrugem asiática da soja, safra 2009/10 – Marcelo Cigana Ferreira – UPF Critérios para o início das aplicações de fungicida no controle da ferrugem asiática da soja, safra 2010/11 – Marcelo Cigana Ferreira - UPF

Utilização de auxílio à barra de pulverização, horários de aplicação e pontas de pulverização em aplicações de fungicidas na cultura da soja – Walter Boller – UPF Pontas de pulverização de jatos planos simples e duplos e uso de adjuvante redutor de deriva em aplicações de fungicida na cultura da soja – Walter Boller – UPF Quantificação de danos causados pela ferrugem asiática da soja - Erlei M. Reis - UPF Sumarização de ensaios cooperativos de ferrugem safra 2011/2012 – Rafael Moreira Soares – Embrapa Soja (sem apresentação de resumo). Sumarização dos resultados dos ensaios cooperativos no controle químico de mofo branco – Rafael Moreira Soares – Embrapa Soja (sem apresentação de resumo) 6.2.1 TRABALHO DESTAQUE Como trabalho destaque desta comissão, foi escolhido: Longevidade de escleródios de Sclerotinia sclerotiorum na superfície do solo em condições de campo – Ricardo Brustolin – UPF 6.3 ATUALIZAÇÃO DAS INDICAÇÕES TÉCNICAS Coordenação enviará mensagens às empresas detentoras, solicitando informações sobre existência de fungicidas no mercado e possibilidade de retirar os que não estão mais disponíveis ou que não apresentam eficiência (prazo de 15 dias), nas Tabelas 7.1 (Tratamento de Sementes), 7.3 (Oídio) e 7.6 (Ferrugem). Incluir texto no item 7.1 Tratamento de sementes, como segue: Se o tratamento de sementes envolver outros produtos, além dos fungicidas (Tabela 7.1), como, por exemplo, inseticidas, nematicidas, micronutrientes (CoMo), enraizadores, hormônios, inoculantes, etc., atentar para possíveis problemas de compatibilidade entre os mesmos, evitando a mistura de tanque (IN 46/2002). Além disso, observar que o volume final de calda não deve ultrapassar 600-700 ml, sob pena de comprometer a germinação da semente. É indicada a realização da análise sanitária de sementes para direcionar o fungicida em função de sua especificidade e da sensibilidade do(s) patógeno(s) presente(s) nas sementes.

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Incluir texto no item 7.2 Tratamento químico da parte aérea, a ser redigido pelo Prof. Walter Boller, da UPF (prazo de 15 dias), melhorando aspectos relativos à aplicação terrestre. A Tabela 7.2 (Atividade específica de fungicidas de semente): será atualizada pelo Prof. Erlei Reis, da UPF (prazo 15 dias). Incluir no item 7.2.3 Ferrugem asiática, o texto a seguir: Como consequência da menor eficiência observada com os fungicidas do grupo dos triazóis a partir da safra 2007/08, na região Centro-oeste, e nas demais regiões a partir da safra 2008/09, a Comissão de Fitopatologia da Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul passa a indicar somente a utilização de misturas comerciais de triazois com estrobilurinas para o controle da ferrugem. A baixa eficiência de controle com a utilização de triazois isolados, nos ensaios cooperativos, reforça essa orientação. Atualizar a Tabela 7.7 (Reação de cultivares de soja), de acordo com as informações da Comissão de Genética, Melhoramento e Tecnologia de Sementes. 6.4 PROPOSIÇÕES APRESENTADAS Não foram apresentadas propostas. 6.5 ASSUNTOS GERAIS Orientações geradas pelo Dr. José Tadashi Yorinori: Em virtude da existência do fungo do cancro da haste Diaporthe phaseolorum var. meridionalis nos restos culturais das lavouras da região sul, recomenda-se utilizar cultivares resistentes. Devido ao alto potencial de introdução da doença mancha olho-de-rã da Argentina, onde causou severas perdas nas safras 2008/09 a 2010/11, evitar o plantio de cultivares suscetíveis à doença. Às empresas detentoras das cultivares semeadas na Região Sul, recomenda-se que sejam feitos os testes de reação à doença e informar aos agricultores.

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Resumos

Utilização de Auxílio à Barra de Pulverização, Horários de Aplicação e Pontas de Pulverização em Aplicações de Fungicidas na Cultura da Soja

W. Boller1, J. S. da S. Witt2, E. Brugnera3

1

Eng.-Agr. Dr., Prof. do Curso de Agronomia da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Passo Fundo – FAMV/UPF, BR 285, km 171, CEP 99001-970, Passo Fundo, RS. e-mail: [email protected].

2 Eng.-Agr., Instrutor da área de tecnologia de aplicação e NR-31 do SENAR-RS. e-

mail: [email protected]. 3 Acadêmico do Curso de Agronomia da FAMV/UPF, auxiliar de pesquisa e-

mail: [email protected]

Resumo: O controle químico da ferrugem da soja requer a utilização de fungicidas eficazes que devem ser depositados em todas as folhas que se deseja proteger. A partir do momento em que a parte aérea das plantas sombreia o solo, a barreira física das folhas dos estratos superiores aumenta a dificuldade para o adequado depósito de fungicidas nas folhas das camadas inferiores, onde a doença inicia a infecção das plantas. Com o objetivo de avaliar os efeitos de uma cortina de correntes e de uma cortina de ar sobre o controle da ferrugem asiática em diferentes estratos do dossel da cultura da soja realizou-se dois experimentos no Campo Experimental da FAMV/UPF, em Passo Fundo-RS. O primeiro experimento foi com soja cv. BRS-246RR e o segundo com BMX Potência RR, semeadas no início de dezembro de 2010. No primeiro experimento utilizou-se o fungicida epoxiconazol + piraclostrobina na dose de 0,5 L ha-1 e os tratamentos constaram de: T1 - barra equipada com pontas de jatos planos XR 110015; T2 - barra + cortina de correntes; T3 - barra + cortina de ar; T4 - barra + cortinas de corrente e de ar e foram aplicados em dois horários (início da manhã e início da tarde). No segundo experimento foi utilizado o fungicida azoxistrobina + ciproconazol na dose de 0,3 L ha-1 e foram comparados os mesmos quatro tratamentos, porém combinados com dois modelos de pontas de pulverização (Teejet XR® 110015 – gotas finas e Hypro® Guardian 120015 – gotas médias). Foram realizadas duas pulverizações (11/02/11 - estádio R1 e 03/03/11 - estádio R5.1). A pressão de operação foi de 3,0 bar e o volume de aplicação 120 L ha-1. No primeiro experimento não houve diferenças significativas (p ≤ 0,05) entre os horários de aplicação, porém os tratamentos com a barra assistida promoveram maior controle da ferrugem. O segundo experimento também demonstrou a importância da assistência à barra de pulverização, especialmente quando se utilizou pontas que geram gotas médias. Ambos os experimentos evidenciaram a capacidade das cortinas de correntes e de ar em aumentar a deposição de gotas no interior do dossel da soja e com isso aumentar o controle de doenças. Palavras-chave: Glycine max, tecnologia de aplicação, controle de doenças.

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 169

Pontas de Pulverização de Jatos Planos Simples e Duplos e Uso de Adjuvante Redutor de Deriva em Aplicações de Fungicida na Cultura da Soja

Walter Boller1, Márcio Gazola2, Rafael Gobbi3, Alexandre Picinin4

1 Eng.-Agr. Dr., Prof. do Curso de Agronomia da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Passo Fundo (FAMV / UPF) e-mail: [email protected].

2 Aluno do Curso de Agronomia da

FAMV / UPF, bolsista do PIBIC/UPF. e-mail: [email protected]. 3 Aluno do Curso de Agronomia

da FAMV/UPF, bolsista do PROBIC/Fapergs. e-mail: [email protected]. 4

Aluno do Curso de Agronomia da FAMV/UPF, bolsista do PIBIC/CNPq. e-mail: [email protected]

Resumo: A soja é a mais importante cultura produtora de grãos no Brasil, sendo a ferrugem asiática um dos fatores que limitam a produção desta oleaginosa. Dentre as medidas utilizadas para proteger a soja contra a ferrugem asiática, destaca-se o controle químico através de pulverizações de fungicidas. Nas pulverizações, a utilização de gotas mais finas possibilita aumentar a cobertura do alvo com redução do volume de aplicação (economia), porém isso implica em aumentar o risco de perdas por deriva. O uso de adjuvantes que reduzem a formação de gotas mais finas pode auxiliar no controle da deriva. O objetivo do trabalho foi avaliar os efeitos de aplicações de um fungicida com quatro modelos de pontas de pulverização e de um adjuvante redutor da deriva sobre o controle da ferrugem asiática da soja e o rendimento de grãos. Realizaram-se duas aplicações do fungicida axoxistrobina + ciproconazol (0,3 L ha-1) + óleo Nimbus® (0,5 L ha-1), em nível de campo. O delineamento experimental foi de blocos ao acaso com arranjo fatorial (4 x 2) e 4 repetições. Foram comparados os seguintes tratamentos: quatro pontas de pulverização: 1 - Teejet XR 11001® (100 L ha-1); 2 - Teejet® XR 110015 (150 L ha-1); 3 - Teejet® TJ60 11002 (200 L ha-1) e 4 - Teejet® DGTJ60 11002 (200 L ha-1). As quatro pontas aplicaram a calda fungicida com e sem a adição de um adjuvante redutor da deriva (Tek-F®) na dose de 50 mL ha-1. As condições de temperatura, umidade relativa do ar e velocidade do vento foram monitoradas durante as aplicações e se mantiveram próximas aos limites indicados para realizar uma aplicação segura. Avaliou-se a severidade da ferrugem e calculou-se o controle da doença. Após a colheita determinou-se o peso de mil grãos e o rendimento de grãos. Os dados foram submetidos à análise de variância e ao teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro. Para o controle da ferrugem asiática houve diferenças entre as pontas e respostas ao adjuvante redutor da deriva e interações significativas entre estes fatores. O peso de mil grãos não respondeu aos tratamentos, enquanto que o rendimento de grãos somente respondeu ao uso do adjuvante, que resultou em aumento significativo de 138 kg ha-1. Palavras-chave: Glycine max, ferrugem asiática da soja, tecnologia de aplicação

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Reação de Linhagens de Soja da CCGL TEC ao Cancro da Haste, nas Safras 2010/11 e 2011/12

J.S.S. Bruinsma1, C.Wesp-Guterres1, T. Roversi1, C. Steckling1

1

CCGL TEC, RS 342, KM 149, C.P.:10, Cruz Alta, RS. E-mail: [email protected], [email protected], [email protected], [email protected]

Resumo: O cancro da haste da soja é causado pelo fungo Diaphorte phaseolorum f.sp. meridionalis, os sintomas da doença inicialmente são caracterizados por pequenos pontos negros com 1-2 mm de diâmetro nas hastes e, a medida que as lesões desenvolvem-se, estas tornam-se escuras, alongadas a elípticas e com bordas castanho avermelhadas. Em fase adiantada de infecção as folhas tornam-se amareladas e com necrose entre as nervuras. Em infecções severas há quebra da haste e acamamento, causando danos significativos a cultura. A utilização de cultivares resistentes, além de ser a forma mais econômica de controle, tem resultado em efetivo controle do cancro da haste no Brasil. Este trabalho teve por objetivo avaliar a resistência de linhagens de soja, do programa de melhoramento da CCGL TEC ao cancro da haste. Os testes foram realizados em casa de vegetação nas dependências da CCGL TEC em Cruz Alta, RS, no período de agosto-outubro de 2010 e 2011. Foram avaliados 560 genótipos, semeados em vasos plásticos com capacidade para 2 Kg de solo. Foram inoculadas doze plantas por genótipo no delineamento inteiramente casualizado, 20 dias após a semeadura. A inoculação foi realizada inserindo-se a ponta de um palito de madeira colonizada pelo patógeno no hipocótilo de cada planta (aproximadamente 1 cm abaixo do nó cotiledonar). A cultivar Coob foi utilizada como testemunha suscetível e FUNDACEP 58RR como testemunha resistente. Após a inoculação as plantas foram mantidas sob condições de umidade próximas à saturação, durante o período de 48 horas. A avaliação ocorreu 25 dias após a inoculação e consistiu na contagem do número de plantas mortas e com sintomas da doença (infectadas). A reação do genótipo é baseada na percentagem de plantas mortas, onde se considera cada duas plantas infectadas equivalentes a uma planta morta, com auxílio da escala: resistente (0 a 25% de plantas mortas); moderadamente resistente (26 a 50%); suscetível (51 a 100%). A classificação quanto à reação ao cancro da haste para as 560 linhagens avaliadas resultou em 508 linhagens classificadas como resistentes, 18 moderadamente resistentes e 34 linhagens suscetíveis. Concluiu-se que das linhagens do melhoramento genético de soja da CCGL TEC, avaliadas nas safras 2010/11 e 2011/12, 91% são resistentes, 3% moderadamente resistente e 6% suscetíveis ao cancro da haste da soja. Palavras chave: Glycine max, Diaporthe phaseolorum f.sp. meridionalis

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Reação de Linhagens de Soja da CCGL TEC à Podridão Radicular de Fitóftora, nas Safras 2010/11 E 2011/12

J.S.S. Bruinsma1, C.L.Wesp-Guterres1, T. Roversi1, C. Steckling1

1

CCGL TEC, RS 342, KM 149, C.P.:10, Cruz Alta, RS. E-mail: [email protected], [email protected], [email protected], [email protected]

Resumo: A cultura da soja é afetada por vários problemas radiculares, dentre os quais se destaca a podridão radicular de fitóftora, ocasionada pelo fungo Phytophthora sojae. Sua manifestação está intimamente associada com excesso de umidade no solo e plantio em solos argilosos e compactados. Em soja esta doença causa apodrecimento de sementes, morte de plântulas, redução de crescimento e morte de plantas adultas. As sementes infectadas podem apresentar germinação lenta e originar plântulas com hipocótilo de aspecto encharcado e coloração marrom. Em plantas adultas o sintoma se inicia pela clorose de folhas e murcha da planta. As folhas secas permanecem presas à haste. Hastes e ramos laterais exibem apodrecimento de coloração marrom-escura, que progride de baixo para cima na planta, a partir da linha do solo. O cortéx e tecidos vasculares tornam-se escurecidos. Como pode provocar a morte de plantas desde a emergência até a fase adulta, é capaz de afetar extensas áreas de cultivo e provocar grandes prejuízos a cultura da soja. A redução de rendimentos de grãos pode ser de até 100% em cultivares altamente suscetíveis. Sendo, portanto, a utilização de cultivares resistentes a melhor medida de controle. Este trabalho teve por objetivo avaliar 555 linhagens de soja, do programa de melhoramento da CCGL TEC para resistência a podridão radicular de fitóftora. Os testes foram realizados em casa de vegetação nas dependências da CCGL TEC em Cruz Alta, RS, no período de novembro a dezembro de 2010 e 2011. As linhagens foram semeadas em vasos plásticos com capacidade para dois quilos de solo. Foram inoculadas doze plantas no delineamento inteiramente casualizado 20 dias após a semeadura, inserindo-se a ponta de um palito de madeira colonizada pelo patógeno no hipocótilo de cada planta (aproximadamente 1 cm abaixo do nó cotiledonar). A cultivar FUNDACEP 63RR foi utilizada como testemunha suscetível e FUNDACEP 58RR como testemunha resistente. Após a inoculação do fungo as plantas foram mantidas sob condições de umidade próximas à saturação, durante o período de 48 horas. A avaliação ocorreu 07 dias após inoculação e consistiu na contagem do número de plantas mortas. A reação foi atribuída de acordo com a seguinte escala: resistente (0 a 30% de plantas mortas); moderadamente resistente (31 a 70%); suscetível (71 a 100%). A classificação quanto a reação a fitóftora para as 555 linhagens avaliadas resultou em 237 linhagens classificadas como resistentes, 89 moderadamente resistentes e 229 linhagens suscetíveis. Concluiu-se que das linhagens do melhoramento genético de soja da CCGL TEC, avaliadas nas safras 2010/11 e 2011/12, 43% são resistentes, 16% moderadamente resistente e 41% suscetíveis a podridão radicular de fitóftora. Palavras chave: Glycine max, Phytophthora sojae.

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Reação de Linhagens de Soja da CCGL Tec a Misturas de Raças de Cercospora sojina

J.S.S. Bruinsma1, C.Wesp-Guterres1,T. Roversi1, C. Steckling1, G. Seidel1

1

CCGL TEC, RS 342 KM 149, C.P.:10, Cruz Alta, RS. E-mail: [email protected], [email protected], [email protected], [email protected], [email protected]

Resumo: A mancha olho-de-rã, causada pelo fungo Cercospora sojina, apresenta 25 raças identificadas no Brasil e pode causar sérios danos e prejuízos a cultura. A doença ocorre em qualquer estádio de desenvolvimento das plantas, sendo mais comum no florescimento. Os sintomas incluem lesões circulares nas folhas, o que pode levar ao coalescimento e queda prematura. Atualmente a doença está sob controle devido ao uso de cultivares resistentes, sendo este o método de controle mais eficiente. Devido a necessidade de constante monitoramento, este trabalho teve como objetivo avaliar a reação de linhagens de soja da CCGL TEC a Cercospora sojina, com duas misturas de raças distintas. O experimento foi realizado em Cruz Alta, RS, nas safras 2009/10 e 2010/11. Foram testadas 288 linhagens de soja do programa de melhoramento da CCGL TEC quanto à reação a dois grupos de misturas de raças de Cercospora sojina. O primeiro grupo contou com a mistura das raças Cs2, Cs4, Cs7 e Cs15, e o segundo grupo foi composto com a mistura das raças Cs23, Cs24 e Cs25. As linhagens foram semeadas em vasos, com um total de 10 plântulas viáveis para o teste por linhagem. O delineamento utilizado foi inteiramente casualizado. O patógeno foi inoculado 21 dias após a semeadura, quando as plantas encontravam-se no estádio V4-V5, com suspensões de conídios produzidos em laboratório, na concentração de 1,5 x 104 conídios/ml. Após a inoculação do fungo as plantas foram mantidas em condições de umidade próximas à saturação, durante o período de 48 horas, com temperatura variando de 25-28ºC. A avaliação ocorreu entre 21 e 25 dias após a inoculação. Em cada uma das dez plantas de cada vaso, considerou-se o folíolo mais infectado e seguiram-se dois critérios de discriminação das reações, o TL (tipo predominante de lesões) e NI (nível de infecção e porcentagem de área foliar infectada). A reação do genótipo é baseada na predominância dos tipos de lesões (TL) e do nível de infecção (NI), de acordo com a seguinte escala: resistente (NI = 0 e TL = 0), moderadamente resistente (NI = 1 a 2 e TL = 1 a 3), suscetível (NI = 3 a 5 e TL > 3). Das linhagens de soja CCGL TEC avaliadas, no primeiro grupo de raças, 25% foram classificadas como suscetíveis, 42% como moderadamente resistentes e 33% resistentes. No teste com o segundo grupo de misturas de raças, 39% foram suscetíveis, 33% moderadamente resistentes e 28% foram classificadas como resistentes. Palavras chave: Glycine max, mancha olho-de-rã.

INTRODUÇÃO

Identificada na década de 70, a mancha olho-de-rã, causada pelo fungo Cercospora sojina Hara foi responsável por grandes prejuízos na Região Sul e nos Cerrados. Atualmente está sob controle em razão da utilização de cultivares resistentes, com ocorrência eventual. A doença pode ocorrer em qualquer estádio de desenvolvimento da planta, mas é mais comum a partir do florescimento. Os sintomas iniciam-se por pequenos pontos ou manchas de encharcamento, evoluindo para lesões circulares, de coloração castanho-clara no centro, na face superior, e cinza, na face inferior, com bordos castanho-avermelhados (Figura 1). As lesões variam entre 1 e 5 mm de diâmetro e podem coalescer formando áreas grande e irregulares, levando à queda prematura de folhas (Costamilan, 2003). A expressão da doença é mais severa em condições de alta umidade. Sementes infectadas constituem-se na principal fonte de inóculo primário e importante agente de

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disseminação da doença. Resíduos infectados de lavoura são outra fonte de inóculo. A partir de lesões primárias esporos do fungo são disseminados pela ação do vento associado a chuva (Balardin, 2002). No momento, a doença está sob controle. Porém, devido à capacidade do fungo em desenvolver raças (25 raças já foram identificadas no Brasil), é importante que, além do uso de cultivares resistentes, haja também a diversificação regional de cultivares, com fontes de resistência distintas (Tecnologias de produção de soja, 2011). Diante destas informações, este trabalho teve como objetivo avaliar a reação de linhagens do programa de melhoramento genético de soja da CCGL TEC a Cercospora sojina, com duas misturas de raças distintas.

MATERIAL E MÉTODOS

O presente trabalho foi realizado na CCGL TEC, em Cruz Alta, RS, no período de novembro a janeiro, nas safras 2009/10 e 2010/11. Foram testadas 288 linhagens de soja do programa de melhoramento da CCGL TEC quanto à reação a dois grupos de misturas de raças de Cercospora sojina. O primeiro grupo contou com a mistura das raças Cs2, Cs4, Cs7 e Cs15, e o segundo grupo foi composto com a mistura das raças Cs23, Cs24 e Cs25. De acordo com metodologia descrita por Yorinori (2009) as linhagens foram semeadas em vasos com capacidade para 2 Kg de solo, com um total de 10 plântulas viáveis para o teste. As plantas foram inoculadas 21 dias após a semeadura quando estas estavam no estádio V4 - V5, conforme os grupos de mistura de raças, com suspensões de conídios produzidos em laboratório, na concentração de 1,5 x 104 conídios/ml, em delineamento inteiramente casualizado, O inóculo foi produzido em laboratório em meio de cultura contendo extrato de tomate, carbonato de cálcio, ágar e água destilada, mantido em incubadora BOD à temperatura de 25ºC com 12h luz/12h escuro por aproximadamente 20 dias até colonização completa do meio e abundante esporulação. A cultivar Bragg foi utilizada como testemunha suscetível e a cultivar FUNDACEP 57RR como testemunha resistente. Após a inoculação do fungo na planta (aproximadamente 10 ml de suspensão por planta) o ambiente foi saturado com umidade por meio de nebulização de água por 5 minutos. Durante as 48 horas seguintes, a cada 30 minutos, as plantas foram submetidas a 30 segundos de nebulização, mantendo o ambiente úmido. A casa de vegetação permaneceu com temperatura de 25-28ºC. A avaliação ocorreu 21-25 dias após a inoculação. Em cada uma das dez plantas de cada vaso, considerou-se o folíolo mais infectado e seguiram-se dois critérios de discriminação das reações, o TL (tipo, tamanho ou diâmetro predominante de lesões ou manchas que variam de 1mm a 5mm) e NI (nível de infecção) e porcentagem de área foliar infectada (% a.f.i.). A reação do genótipo é baseada na predominância dos tipos de lesões (TL) e do nível de infecção (NI), de acordo com a seguinte escala: resistente (NI = 0 e TL = 0), moderadamente resistente (NI = 1 a 2 e TL = 1 a 3), suscetível (NI = 3 a 5 e TL > 3).

RESULTADOS E DISCUSSÃO As linhagens de soja avaliadas apresentaram grande variabilidade em relação à reação à mancha olho-de-rã. Na avaliação do teste do primeiro grupo de mistura de raças verificou-se que das 288 linhagens avaliadas, 96 não apresentaram nenhuma lesão, sendo consideradas resistentes (R), 120 foram classificadas como moderadamente resistente (MR) e 72 como suscetíveis (S). Para o segundo grupo de mistura de raças, das 229 linhagens testadas, 64 foram classificadas como resistentes, pois não apresentaram nenhuma lesão nas folhas, 75 foram classificadas como moderadamente resistentes e 90 como suscetíveis. Os resultados em percentagem são apresentados na figura 2. Comparando-se as duas misturas de raças de Cercospora sojina, o grupo 2,

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formado pelas raças Cs-23, Cs-24 e Cs-25 parece ser mais agressivo que a mistura do grupo 1, já que os genótipos apresentaram maior grau de suscetibilidade à este (Figura 2). No ano de 1996, isolados obtidos de lavoura com severa incidência de mancha olho-de-rã no estado de Goiás foram identificados como sendo de uma nova raça, denominada Cs23. Trabalhos realizados com diversas cultivares comerciais, até então resistentes a todas as raças do fungo identificadas, mostraram-se suscetíveis a essa nova raça Cs23 (Yorinori, 1997). Estes resultados estão de acordo com os apresentados neste trabalho, onde grande parte das linhagens testadas com o grupo 2, que contempla a raça Cs23 e as subsequentes a esta, apresentou-se suscetível. Provavelmente estas raças combinam mais genes de virulência que as demais identificadas anteriormente.

CONCLUSÕES

Das linhagens de soja CCGL TEC avaliadas com o primeiro grupo de raças (Cs-2, Cs-4, Cs-7 e Cs-15), 25% foram classificadas como suscetíveis, 42% como moderadamente resistentes e 33% das linhagens como resistentes. No teste com o segundo grupo de mistura de raças (Cs-23, Cs-24 e Cs-25), 39% foram suscetíveis, 33% foram moderadamente resistentes e 28% foram resistentes.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BALARDIN, R.S. Doenças da soja. Santa Maria: Ed. Autor, 2002. 107p. COSTAMILAN, L.M. Manchas foliares mais comuns em soja. Passo Fundo: Embrapa trigo, 2003. (Embrapa Trigo. Circular Técnica, 12). TECNOLOGIAS de produção de soja - região central do Brasil 2012 e 2013. Londrina: Embrapa Soja, 2011. 261p. (Embrapa Soja. Sistemas de produção, n.15). YORINORI, J.T. Reação à “mancha olho de rã” (Cercospora sojina). In: BRASIL, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Serviço Nacional de Proteção de Cultivares. Anexo II. Instruções para execução dos ensaios de distinguibilidade, homogeneidade e estabilidade de cultivares de soja (Glycine max (L.) Merrill). Disponível em: http://www.agricultura.gov.br/arq_editor/file/vegetal/Re...oCultivares/SOJA_ANEXO_II__PROTOCOLOS_DOEN%C7AS_P.doc >. Acesso em 10 de julho 2012. YORINORI, J.T. Reação de cultivares brasileiras de soja a nova raça Cs-23 de Cercospora sojina. Fitopatologia Brasileira. 22:231. 1997. Summary: The Frogeye leaf spot, caused by the fungus Cercospora sojina, has 25 races identified in Brazil and can cause serious damages to the culture. The disease occurs at any stage of plant development, being more common in flowering. Symptoms include circular lesions on the leaves, which can lead to premature coalescence and fall. Currently the disease is under control due to the use of resistant cultivars, which is the most effective control method. Because the need for constant monitoring, this study aimed to evaluate the reaction of soybean lines of the TEC CCGL to Cercospora sojina with two mixtures of different races. The experiment was conducted in Cruz Alta, RS, during the harvest 2009/10 and 2010/11. We tested 288 soybean lines from soybean breeding program of CCGL TEC in reaction to two groups of mixed races of Cescospora sojina. The first group included the mixing of the races Cs2, Cs4, CS7 and CS15, and the second group was made with the mixture of races CS23, CS25 and Cs24. The lineages were grown in pots, with a total of 10 viable seedlings to test for lineage. The experimental design was completely randomized. The pathogen was inoculated 21 days after sowing, when plants were at stage V4-V5, with suspensions of conidia produced in the laboratory

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at a concentration of 1.5 x 104 conidia/ml. After fungus inoculation the plants were kept in a humidity close to saturation, during 48 hours at a temperature ranging from 25-28 ° C. The evaluation took place between 21 and 25 days after inoculation. In each of ten plants per pot, it was considered the most infected leaflet and followed two criteria for discrimination of reactions, the TL (the predominant type of injury) and NI (level of infection and percentage of infected leaf area). The reaction is based on genotype predominance of lesions (TL) and the level of infection (NI), according to the following scale: resistance (NI = 0 and TL = 0), moderately resistant (NI = 1-2 and TL = 1-3), susceptible (NI = 3-5 and TL> 3). Of CCGL TEC soybean lines evaluated in the first group of races, 25% were classified as susceptible, 42% as moderately resistant and 33% resistant. In the test with the second group of mixed races, 39% were susceptible, 33% moderate resistance and 28% were classified as resistant. Key words: Glycine max, Frogeye leaf spot

Figura 1. Sintomas típicos de mancha olho-de-rã em soja, causados pelo fungo Cercospora sojina, Cruz Alta, 2012.

Figura 2. Reação das linhagens de soja CCGL TEC testadas para dois grupos de misturas de raças de Cercospora sojina, Cruz Alta, 2012.

R MR S

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

33%

42%

25%28%

33%

39%Cs 2, 4, 7, 15

Cs 23, 24, 25

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 176

Longevidade de Escleródios de Sclerotinia sclerotiorum na Superfície do Solo em Condições de Campo

R.Brustolin1, E.M.Reis1, L.Pedron1, R.L. De Rossi1

1Laboratório de Micologia, Universidade de Passo Fundo (UPF), prédio G3, BR 285, bairro São José, CEP:

99052-900, Passo Fundo, RS. E-mail: [email protected], [email protected]

Resumo: O aumento da área infestada e os danos causados pelo mofo branco na cultura da soja, no Brasil, preocupa o agronegócio. Os escleródios são estruturas de sobrevivência e desempenham um papel importante no ciclo da doença, pois produzem o inóculo ao longo do tempo. Na literatura os dados são muito discordantes em relação ao tempo que os escleródios mantém a viabilidade no solo. Assim o objetivo deste trabalho foi quantificar o período de viabilidade de escleródios de Sclerotinia sclerotiorum (Ss) em condições de campo. O ensaio foi conduzido no campo experimental da Universidade de Passo Fundo com altitude de 705 metros acima do nível do mar. Escleródios naturalmente produzidos em plantas de soja, de uma lavoura aonde houve ocorrência da doença, foram coletados numa máquina de pré-limpeza. Separaram-se apenas aqueles produzidos dentro da medula das plantas e com tamanho semelhante, aproximadamente 8 mm de comprimento e 1,9 mm de diâmetro. Cinquenta esclerócios foram colocados em cada recipiente feito com tela de nylon branca, malha de 0,25 mm. Posicionou-se na superfície do solo 80 recipientes, simulando o plantio direto e mensalmente foram removidos quatro. O solo aderido foi removido das embalagens com jato d´água e os escleródios submetidos a assepsia com hipoclorito de sódio e postos a germinar em areia esterilizada com potencial osmótico zero e incubados em câmara de crescimento a 15oC e fotoperiodo de 12 horas. Os escleródios na superfície perderam a viabilidade em 12 meses nas condições edafoclimáticas de Passo Fundo. Conclui-se que sob plantio direto os escleródios perdem a viabilidade num período de tempo menor do que os citados na literatura e que a densidade de inóculo de Ss pode ser reduzida pela rotação de culturas, considerada uma tática fundamental no manejo integrado de doenças. Palavras-chave: Glycine max, sobrevivência, escleródios.

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 177

Sementes de Soja Infectadas por Sclerotinia sclerotiorum: Fonte de Inóculo e Transmissão

R.Brustolin1, E.M.Reis1, L.Pedron1, R.L. De Rossi1

1Laboratório de Micologia, Universidade de Passo Fundo (UPF), prédio G3, BR 285, bairro São José, CEP:

99052-900, Passo Fundo, RS. E-mail: [email protected], [email protected]

Resumo: O aumento da área infestada e os danos causados pelo mofo branco na cultura da soja, no Brasil, preocupa o agronegócio. A semente é um veículo importante na disseminação de Sclerotinia sclerotiorum (Ss), contendo internamente o micélio dormente. Na literatura não esta claro a possibilidade da transmissão deste patógeno a partir de sementes, e consequentemente, a sua introdução em áreas livres do inóculo. O objetivo deste trabalho foi utilizar sementes infectadas artificialmente para descrever o processo de transmissão do inóculo da semente para os órgãos aéreos via lesão cotiledonar e se ocorre a produção de escleródios no processo. Para isso, 1.200 sementes de soja foram expostas ao micélio do isolado CX2011 de Ss com 10 dias de idade, por 48 horas e incubadas a temperatura de 25°C e fotoperíodo de 12 horas. As sementes foram retiradas no tempo estabelecido, secadas, desinfestadas e plaqueadas em gerboxes contendo meio de NEON-S para a detecção de Ss através da formação do halo amarelado em volta das sementes infectadas. Entre o terceiro e o quinto dias foi retirado dois tratamentos com quatro repetições, sendo sementes com (infectada) e sem halo amarelado (não infectadas). Estas sementes foram semeadas a 2,5 cm de profundidade, em vazo (0,5L de volume), contendo solo e mantidas em câmara climatizada a 23°C e fotoperiodo de 12 horas. Para cada tratamento foram transferidas 68 sementes, sendo 17 sementes por repetição. Após 15 dias constatou-se que apenas 8,3% e 95% das sementes infectadas e não infectadas emergiram respectivamente. Conclui-se que 86,7% dos embriões das sementes infectadas foram mortos pelo fungo, e que, pode formar-se até 2,18 escleródios por semente, no interior do solo. Portanto os escleródios formados a partir de sementes infectadas e mortas, constituem-se em fonte de inóculo em lavouras. Desta forma, recomenda-se o tratamento de sementes com fungicidas específicos para Ss, evitando a introdução em áreas livres deste patógeno.A transmissão não foi comprovada via lesão cotiledonar. Palavras-chave: Glycine max, Sclerotinia sclerotiorum, inóculo

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 178

Avaliação dos Fungicidas no Controle da Ferrugem Asiática da Soja, Safra 2011/12

C D. M. Nunes1, J. F. S. Martins1, F. F. Friedrich1, R. S. Ramos1

1

Embrapa Clima Temperado, BR 392, km 70, 96001-970, Pelotas, RS. E-mail: [email protected]

Resumo: O objetivo deste estudo foi determinar a eficiência de diferentes fungicidas no controle da ferrugem asiática da soja na safra 2011/12. O experimento foi instalado na Estação de Terras Baixa da Embrapa Clima Temperado, município do Capão do Leão, RS. O delineamento foi o de blocos ao acaso, com sete tratamentos e quatro repetições, numa área cultivada com BMX Potência RR, semeada em novembro de 2011. A doença surgiu tardiamente na região, tendo baixa severidade na área experimental, não atingindo nível médio acima de 3,2% na fase final da granação das vagens. Mesmo assim, os fungicidas mostraram-se eficientes, tanto para o controle da doença como para o incremento da produtividade de grãos, quando comparados com a testemunha sem aplicação. Palavras-chave: Glycine max, doença, manejo.

INTRODUÇÃO

A soja é um dos produtos de exportação do Brasil e sendo uma das principais

comodities do mundo. No Brasil, a produção tem sido crescente, pela boa tecnologia aplicada, o uso de material genético de bom potencial produtivo e pela crescente profissionalização dos produtores rurais. A área plantada aumentou 3,5% (856,5 mil hectares), passando de 24,18 milhões para 25,04 milhões de hectares (CONAB, 2012). Entretanto, as condições climáticas e as doenças da cultura causam danos e limitam o aumento de produtividade. Entre as principais doenças se destaca a ferrugem asiática (Phakopsora pachyrhizi). Os danos causados pela doença variam com a região, o clima, a época de semeadura, cultivar e outros fatores.

O alto potencial de dano da doença está atrelado a sua elevada taxa de progressão sendo necessários 9 dias desde a infecção a reprodução, o que em condições favoráveis com temperaturas entre 18 e 26,5°C e alta umidade relativa associada a chuvas freqüentes pode disseminá-la rapidamente formando uma epidemia (YONG et al., 2011).

Este trabalho teve por objetivo determinar a eficiência de diferentes fungicidas no controle da ferrugem asiática na cultura da soja na safra 2011/12 no município do Capão do Leão, RS.

MATERIAL E MÉTODOS

Um experimento foi instalado na Estação Terras Baixa da Embrapa Clima

Temperado, município do Capão do Leão, RS. O delineamento usado foi o de blocos ao acaso, com sete tratamentos (Tabela 1) e quatro repetições em uma área com soja BMX Potência RR, semeada em 26 de novembro de 2011. As parcelas se constituíram de seis fileiras de plantas, espaçadas de 0,50 m, com 5 metros de comprimento. Os fungicidas foram aplicados com volume de calda de 200 L ha-1, utilizando-se um pulverizador de parcela com pressão constante e pontas de pulverização do tipo leque 11002.

Os tratamentos com adição de adjuvante a 0,50 L ha-1 foram aplicados no estádio R1 (inicio da floração) e repetidos aos 18 dias. A avaliação da porcentagem de área foliar com sintomas de ferrugem foi realizada 15 dias após a ultima aplicação dos fungicidas utilizando a escala de Godoy et al. (2006). Avaliou-se também o peso de 100 grãos e a produtividade de grãos de soja, sendo que para isso determinou-se, além do peso, a umidade da massa de grãos, ajustando-se os resultados para 13% de umidade. Foram realizadas as analises de variância, coeficiente de variância e teste de comparação múltipla de médias de Duncan (p≤0,05) no programa SAS, versão 9.1.3.

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 179

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A cultivar BMX Potência RR, ao final do experimento, apresentou baixa pressão

de ferrugem asiática, que se manifestou inicialmente nas folhas do terço inferior das plantas (Tabela 1), podendo estar associado à baixa precipitação e umidade do ar, inferiores as normais nos meses de março e abril.

Na avaliação de severidade da doença realizada em R6, quando ocorreram 100% da granação das vargens, observou entre os melhores tratamentos que obteve maiores controles foram Azoxistrobina + Tetraconazol, Trifloxistrobina + Epoxiconazole e Pyraclostrobina + Epoxiconazole.

A mistura, Pyraclostrobina + Epoxiconazole se destacou com maior peso de 100 sementes, mas não diferiu significativamente entre os demais tratamentos, exceto de Tebuconazole 1. Este fungicida não difere significativamente do tratamento que obteve maior produtividade (Tebuconazole 2) com 2122 kg ha-1. Entretanto, todos os tratamentos produziram mais que a testemunha e não diferem entre si.

A baixa severidade da doença não permitiu descriminar os melhores fungicidas. Entretanto a mistura Pyraclostrobina + Epoxiconazole esta entre os melhores fungicidas no controle da doença e na produtividade, em 27 e 24 experimentos na safra 2010/2011 e 2011/2012 nas principais regiões produtoras de soja conduzidos por Godoy et al. (2011 e 2012), respectivamente.

CONCLUSÕES

A doença surgiu tardiamente na região, tendo baixa severidade na área

experimental, não atingindo nível médio acima de 3,2% na fase final da granação das vagens. Mesmo assim, os fungicidas mostraram-se eficientes, tanto para o controle da doença como para o incremento da produtividade de grãos, quando comparados com a testemunha sem aplicação

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CONAB Acompanhamento da safra brasileira de grãos, safra 2011/2012, nono levantamento, Junho/2012. Ministério da agricultura, pecuária e abastecimento. Brasília, 34p., Jun/2012. Disponível em: < http://www.conab.gov.br/OlalaCMS/uploads/arquivos/12_06_12_16_15_32_boletim_portugues_junho_2012.pdf >. Acesso em: 02/07/2012.

GODOY C. V. et al. Eficiência de fungicidas para o controle da ferrugem-asiática da soja, Phakopsora pachyrhizi, na safra 2010/11: resultados sumarizados dos ensaios cooperativos. Londrina/PR, Embrapa Soja, Londrina, Agosto./2011, 8p. (Embrapa Soja, Circular Técnica n. 87).

GODOY, C. V. et al. Eficiência de fungicidas para o controle da ferrugem-asiática da soja, Phakopsora pachyrhizi, na safra 2011/12: resultados sumarizados dos ensaios cooperativos. Londrina/PR, Embrapa Soja, Londrina, Jun./2012, 8p. (Embrapa Soja, Circular Técnica n. 93).

GODOY, C.V., KOGA, L.J.; CANTERI, M.G. Diagrammatic scale for assessment of soybean rust severity. Fitopatologia Brasileira, Brasília, n. 1, v.31, p.63-68, 2006.

YOUNG, H. M., MAROIS, J. J., WRIGHT, D. L., NARVÁEZ, D. F., AND O’BRIEN, G. K. Epidemiology of soybean rust in soybean sentinel plots in Florida. Plant Disease. St. Paul, v.95, p.744-750, 2011.

Summary: The objective of this study was to determine the effectiveness of different fungicides to control asian soybean rust in the 2011/12 crop season. The experiment was

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 180

conducted at the Embrapa Clima Temperado, at the Estação Experimental de Terras Baixas (ETB), in the municipality the Capão do Leão, RS. A randomized complete blocks design us used, with four replicates of seven treatments in an area sowed with cultivars BMX Potência RR, in November 2011. The late appearance of rust in the region and low severity in the experimental area, so that did not reach the average level over 3.2% in the final stages of pod filling. Even so, the results showed that fungicides applied were effective, both for disease control and to increase the yield, when compared with the untreated control. Key words: Glycine max, disease, management.

Tabela 1. Controle da severidade da ferrugem asiática da soja, peso de 100 sementes e produtividade obtidos com o tratamentos aplicados nas plantas da cultivar BMX Potência RR. Capão do Leão, RS, Embrapa Clima Temperado, safra 2011/12.

Tratamentos (Nome técnico)

Dosagem (l p.c ha-

1)*

Severidade de

Ferrugem (%)

Peso 100 Sementes

(g)

Produtividade (kg ha-1)

Redução de produtividade

(%)

Testemunha - 3,17 a1 11,6 ab 1514 b 29 Tebuconazole-1 0,50 0,28 ab 11,1 b 1805 ab 15 Azoxistrobina + Ciproconazole

0,30 0,24 ab 11,6 ab 1842 ab 13

Azoxistrobina + Tetraconazol

0,60 0,03 b 11,6 ab 1851 ab 13

Trifloxistrobina + Epoxiconazole

0,50 0,15 b 11,4 ab 1945 ab 8

Pyraclostrobina + Epoxiconazole

0,50 0,07 b 12,0 a 2045 a 4

Tebuconazole-2 0,50 0,83 ab 11,4 ab 2122 a 0

CV (%) 49,9 3,2 14,4 *Dosagem em litros do produto comercial por hectare 1 Médias seguidas de mesma coluna não diferem entre si pelo teste de Duncan (p ≤ 0,05%).

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 181

Eficiência do Número de Aplicações de Fungicidas no Controle da Ferrugem Asiática da Soja, Safra 2011/12

C D. M. Nunes1, J. F. S. Martins, L. S.H. Del Aguila1, F. F. Friedrich1, R. S. Ramos1

1

Embrapa Clima Temperado, BR 392, km 70, 96001-970, Pelotas, RS. E-mail: [email protected]

Resumo: O objetivo deste estudo foi determinar a eficiência do controle da ferrugem asiática em função do número de aplicações em diferentes estádios de desenvolvimento reprodutivo das plantas de soja, na safra 2011/12. O ensaio foi instalado na Estação de Terras Baixa da Embrapa Clima Temperado, município do Capão do Leão, RS. O delineamento experimental usado foi de blocos ao acaso, com quatro repetições de seis tratamentos em uma área cultivada com BMX Potência RR, semeada em novembro de 2011. Nesta condição de interação de baixa precipitação e pressão da doença e relativo grau de resistência da cultivar, uma aplicação de fungicida no inicio da floração (R1) foi mais eficiente no controle da ferrugem asiática e contribuiu para manutenção da maior produtividade e redução da quantidade de fungicida aplicado. Palavras-chave: Glycine max, doença, tratos culturais.

INTRODUÇÃO

A ferrugem causada por Phakopsora pachyrhizi, conhecida como ferrugem asiática é a principal doença que ocorre na cultura da soja. Considerada altamente agressiva, causando perdas na produção de grãos, estimada em até 90%.

O alto potencial de dano da doença está atrelado a sua elevada taxa de progressão, sendo necessários 9 dias desde a infecção à reprodução, o que em condições favoráveis de temperaturas entre 18 e 26,5°C e alta umidade relativa associada a chuvas freqüentes podem disseminá-la rapidamente formando uma epidemia (YONG et al., 2011).

A severidade da ferrugem asiática sob ausência de controle químico varia em função da cultivar e da época de semeadura. A doença compromete severamente a formação e o enchimento de vagens e o peso final dos grãos. Quanto mais precoce causar a desfolha menor será o tamanho e peso dos grãos e consequentemente, maior a perda de produtividade e de qualidade

O método mais prático para o produtor controlar as doenças das plantas, de modo eficiente, econômico e ambientalmente correto, consiste na semeadura de cultivares mais resistentes ou tolerantes. Isto permite reduzir o número de aplicações de fungicidas, assim como os custos de produção. Permite também maior segurança e maior espaço de tempo para aplicação de fungicida, sem prejuízos à produtividade, o que é um grande diferencial para um período chuvoso durante a fase de florescimento e enchimento de grãos da soja. Ressalta-se que a maior importância deste sistema esta o efeito genético, ou seja, menor efeito da época ou do número de aplicação (UNFRIED et al.,2010).

Este trabalho teve por objetivo determinar a eficiência do controle da ferrugem asiática da soja em função do número de aplicações de fungicidas realizadas em diferentes estádios de desenvolvimento reprodutivo das plantas, na safra 2011/12, no município do Capão do Leão.

MATERIAL E MÉTODOS

O ensaio foi instalado na Estação Terras Baixa da Embrapa Clima Temperado,

município do Capão do Leão, RS. O delineamento experimental usado foi o de blocos ao acaso, com quatro repetições e seis tratamentos (Tabela 1) em uma área cultivada com soja BMX Potência RR, semeada em novembro de 2011. As parcelas constituíram de seis linhas de semeadura, espaçadas de 0,50 m entre si, e comprimento de 5 metros. O

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 182

fungicida (azoxistrobina + ciproconazole) na dose de 0,5 L/ha, com adição de adjuvante 0,5 L/ha foi aplicado com volume de calda de 200 l.ha-1, utilizando-se um pulverizador de parcela com pressão constante e pontas de pulverização do tipo leque 11002.

Os tratamentos constituíram-se de número de aplicações do fungicida realizada em diferentes estádios de desenvolvimento reprodutivos (Tabela 1). A avaliação da porcentagem de área foliar com sintomas de ferrugem foi realizada 15 dias após a ultima aplicação dos fungicidas utilizando a escala de Godoy et al. (2006). Avaliou-se também o peso de 100 grãos e a produtividade de grãos de soja, sendo que para isso determinou-se, além do peso, a umidade da massa de grãos, ajustando-se os resultados para 13% de umidade. Foram realizadas as análises de variância, coeficiente de variância e teste de comparação múltipla de médias de Duncan (p≤0,05) no programa SAS, versão 9.1.3.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na área experimental a doença ocorreu tardiamente, que correspondeu em R6,

100% da granação das vargens, uma baixa severidade, obtendo-se na média das testemunhas, sem aplicação de fungicida, 6,6 % de severidade (Tabela 1).

O melhor controle da doença a nível de 5% de probabilidade de serem semelhantes foram com uma, duas e três aplicações de fungicidas nos estádios fenológicos R1, R1/R4 e R1/R4/R5.4, respectivamente, reduzindo de 0,5 a 1% de severidade. Entre estes tratamentos, em relação ao peso de 100 grãos destacou-se com uma aplicação no inicio da floração (R1), mas não diferiu significativamente do tratamento com três aplicações em R1, R4 e R5.4.

Todos os tratamentos com relação à produtividade foram semelhantes, entretanto, quando retardou a primeira aplicação do fungicida, na fase R5.1, ocorreu maior redução, em 14 %, sem diferenças significativa para testemunha, sem aplicação de fungicida, com 19%.

Evidencia-se perante as condições ambientais na área experimental (baixa quantidade de chuva) com interação com a cultivar BMX Potência RR, presença tardia do patógeno e baixa pressão de inóculo, uma boa resposta a produtividade com uma aplicação de fungicida no inicio da floração (R1). Este resultado pode ter ação do fungicida, azoxistrobina + ciproconazole, quando aplicado somente em R1 e ter ativado mecanismos de indução de resistência além do período de ação de proteção. Outra hipótese e que as condições de ambiente como baixa precipitação e umidade do ar, inferiores as normais nos meses de março e abril (Figura 1) influenciaram na ocorrência tardia do patógeno e a progressão da doença.

Para a região sul, a semeadura mais cedo, usando cultivares de ciclo mais precoce pode também reduzir o número de aplicações de fungicidas ou até não ser necessária, o que reduz o custo de produção. Portanto, há necessidade de se repetir por mais anos este tipo de ensaio para obter maior confiabilidade sobre a eficiência exercida por este manejo da aplicação do fungicida.

Os resultados obtidos reforçam a afirmação de Unfried et al., (2010), sobre a importância no lançamento de cultivares mais resistente a doença, que pode dar posicionamento ao melhor momento e o número de aplicações de fungicidas, em função da severidade da ferrugem e com redução de custo de produção.

CONCLUSÕES

Numa condição de baixa pressão da ferrugem asiática da soja, associada à

escassez de chuvas e relativo grau de resistência da cultivar BMX Potência RR, evidencia-se que uma aplicação de fungicida é suficiente para o controle da doença, mantendo a produtividade e contribuindo para a redução do uso de fungicida.

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 183

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

GODOY, C.V., KOGA, L.J.; CANTERI, M.G. Diagrammatic scale for assessment of soybean rust severity. Fitopatologia Brasileira, Brasília, n. 1, v.31, p.63-68, 2006.

UNFRIED, J.R.; KIIHL, R.A.S.2 ; CALVO, E.S.; TAKEDA, C.1; NOUCHI, A.; OTUBO, S1; SIQUERI, F. Genética e melhoramento para resistência à ferrugem asiática da soja. In: SARAIVA, O.F.; LEITE, R.M.V.B.C.; SOARES, R.M. Ata da XXXI Reunião de Pesquisa de Soja da Região Central do Brasil. Londrina: Embrapa Soja, Novembro, 2010, p.130-140p. (Embrapa Soja, Documentos, 324).

YOUNG, H. M., MAROIS, J. J., WRIGHT, D. L., NARVÁEZ, D. F., AND O’BRIEN, G. K. Epidemiology of soybean rust in soybean sentinel plots in Florida. Plant Disease. v.95, p.744-750, 2011.

Summary: The objective of this study was to determine the effectiveness of the control of Asian rust by number of fungicide applications at different growth stages of soybean plants in the 2011/12 crop season. The experiment was conducted at the Embrapa Clima Temperado, at the Estação Experimental de Terras Baixas (ETB), in the municipality the Capão do Leão, RS. A randomized complete blocks design us used, with four replicates of six treatments in an area sowed with cultivars BMX Potência RR, in November 2011. For this condition de interaction of low rainfall and disease pressure and relative degree of cultivar resistance, a fungicide application at the beginning of flowering (R1) was more effective in controlling soybean Asian rust and contributed to maintaining the highest yield and reducing the amount applied. Key words: Glycine max, disease, crop management.

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 184

Tabela 1. Severidade de ferrugem asiática da soja, peso de 100 grãos, produtividade e redução de produtividade função do número de aplicação de fungicida azoxistrobina + ciproconazole, total aplicado de produto comercial em diferentes estádios fenológico das plantas da cultivar BMX Potência RR. Capão do Leão, RS, Embrapa Clima Temperado, safra 2011/12.

Número de

Aplicações

Estádios de plantas2

Total aplicado (L/ha)

Severidade Ferrugem

(%)

Peso 100 grãos

(g)

Produtividade (kg há-1)

Redução de produtividade

(%)

1 R1 0,5 1,0 c 13,1 a1 2037 a 0 3 R1/R4/R5.4 1,5 0,5 c 12,5 ab 1907 a 6 2 R4/R5.4 1,0 4,4 b 12,2 b 1857 a 9 2 R1/R4 1,0 0,5 c 12,0 b 1854 a 9 1 R5.4 0,5 6,4 b 12,2 b 1751 a 14 0 - 0 6,6 a 11,8 b 1641 a 19

CV 22,73 4,07 14,36 1 Médias seguidas de mesma coluna não diferem entre si pelo teste de Duncan (p ≤ 0,05%).

2 R1 – Inicio da floração; R4 vargens completamente desenvolvida; R5.4 – 51 a 75% de granação das

vagens.

Figura 1. Dados e normais de precipitação (Pr) e umidade relativa do ar (UR) dos meses de março e abril do ano 2012, da Estação Terras Baixa. Capão do Leão, RS, Embrapa Clima Temperado, safra 2011/12.

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 185

Quantificação de Danos Causados pela Ferrugem Asiática da Soja

A.L.D. Danelli1, E.M.Reis2,C.Boaretto3

1,3Laboratório de Fitopatologia - Micologia, Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, Universidade de

Passo Fundo, 99001-970, Passo Fundo, RS, Brasil; 2

Bolsista do CNPq. E-mail: [email protected], [email protected], [email protected]

Resumo: O controle químico é uma das principais medidas de controle da ferrugem asiática da soja (FAS). O objetivo do trabalho foi gerar funções de dano FAS pela regressão entre a incidência foliolar (%), número de lesões/cm2 e urédias/cm2 com o rendimento de grãos para os cultivares BRS GO 7560 e BRS 246 RR em diferentes estádios fenológicos. Os experimentos foram conduzidos nas safras 2009/2010 e 2010/2011, em duas épocas de semeadura, no município de Passo Fundo, RS. O delineamento foi blocos casualizados, com quatro repetições. O gradiente da doença foi gerado por aplicações de fungicida em diferentes estádios da cultura com azoxistrobina 60 g i.a./ha + ciproconazol 24 g i.a./ha (Priori Xtra) + 0,5 % do adjuvante Nimbus R5.3, R5.4 e R5.5. Os dados de IF de cada intervalo entre aplicações, foram submetidos à análise de regressão não-linear, representado pelo modelo Logístico. Independentemente do ano e época de semeadura, o número de lesões/cm2 e urédias/cm2 nos dois cultivares apresentaram a melhor relação com os danos e os estágios R5.3 e R5.4 foram os que mostraram os maiores coeficientes de dano. É possível estimar dano em função da relação entre a intensidade da doença e o rendimento. Os melhores critérios patométricos para desenvolver as equações de dano foram o número de lesões/cm2 e urédias/cm2, mas são mais trabalhosos para serem executados. Palavras-chave: ferrugem asiática da soja, dano, limiar de dano econômico.

INTRODUÇÃO

Na cultura da soja [Glycine max (L.) Merril] ocorrem diversas doenças causadas

por fungos, bactérias, vírus e nematóides. Entre elas a ferrugem asiática (FAS) causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi Sydow & Sydow. destaca-se pela sua ocorrência generalizada e pelos danos causados. No Brasil os danos variam de 30 a 70 % (Zambolim, 2006).

Neste trabalho os termos dano e perda são usados segundo a definição de Nutter & Jenco (1993). Dano é qualquer redução na qualidade e na quantidade da produção e perda, é a redução financeira por área. Ainda são poucos os trabalhos que quantificaram, cientificamente, os danos causados pela ferrugem da soja, no Brasil. Por isso, em face do potencial de danos causados em outros países, a pesquisa procura quantificar os efeitos da doença nos componentes e no rendimento de grãos. Na safra 2001/02 a ferrugem foi constatada no Paraguai e no Brasil, respectivamente, com a ameaça de causar danos superiores a 50%.

Na quantificação dos danos causados pela doença, pelo método científico, é necessária ser gerada a função e o coeficiente de dano para cada patossistema. Doença importante é aquela que causa dano econômico. O controle econômico de uma doença, pela aplicação de fungicida, ocorre quando a perda (R$) for menor do que o custo do controle (R$ 110,00 ha-1). Para identificar quando é viável economicamente ou necessário se aplicar fungicida é indispensável se saber a relação entre o rendimento e a quantidade de ferrugem dada pela função de dano (Munford & Norton, 1984).

O primeiro trabalho e o mais prioritário em fitopatologia deve ser a quantificação dos danos que as diferentes doenças causam à cultura da soja (Bergamin Filho e Amorim, 1996). Cabe a pesquisa desenvolver estratégias para evitar ou reduzir os danos potencias causado à soja pela ferrugem. O objetivo deste trabalho foi desenvolver um modelo para estimar os danos causados pela ferrugem asiática da soja baseado no modelo de ponto crítico.

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MATERIAL E MÉTODOS

Neste trabalho foram determinados os danos comparando-se dois genótipo de soja: a BRS 7560 e a BRS 246 RR. O gradiente da intensidade da ferrugem, avaliada através de incidência foliolar e número de urédias e lesões/cm2, foi gerado pela aplicação de quatro vezes, ao longo do ciclo da soja, de cinco diferentes doses do fungicida azoxistrobina 60 g ia/ha + ciproconazol 24 g de ia/ha (Priori Xtra ®) + 0,5% do adjuvante Nimbus ®. A primeira pulverização foi realizada, segundo o limiar de dano econômico (LDE) e as demais espaçadas de 10, 15, 20, 25 dias. Semanalmente, a partir do momento da primeira aplicação em diante, a intensidade da doença, em folíolos centrais da haste principal, foi avaliada. Os dados foram submetidos a análise de regressão obtendo-se a função e o coeficiente de dano.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

As análises de regressão (Figura 1), realizadas entre o rendimento de grãos e os critérios de avaliação da intensidade da doença, geraram 56 equações lineares da função de dano. Para o cultivar BRS GO 7560 as equações médias para incidência, número de urédias e lesões/cm2 foram R = 1.000 - 5,61 I, R = 1.000 - 80,63 L e R = 1.000 – 46,35 U respectivamente. Para o cultivar BRS 246 RR as equações médias para incidência, número de urédias e lesões/cm2 foram R = 1.000 – 6,08 I, R = 1.000 – 60,51 L e R = 1.000 – 29,74 U respectivamente. Onde R = rendimento de grãos normalizado para 1.000 kg/ha, I=incidência foliolar, L= número de lesões e U= número de urédias sendo o rendimento de grãos normalizado para 1.000 kg/ha. As funções geradas são fundamentais para o cálculo do LDE.

A literatura científica apresenta poucas alternativas técnicas como suporte científico e racionalmente fundamentada, para a primeira aplicação, de fungicidas numa cultura (Fawcett & Lee, 1926; Stern et al. 1959; FAO, 1967, NAS, 1969; Zadoks, 1985; Zadoks & Schein, 1979; Munford & Norton, 1984; Bergamin Filho e Amorin, 1996).

No cálculo do LDE, se usa a fórmula de Munford & Norton (1984) modificada para uso com doenças fúngicas: ID = [Cc/(Pp * Cd)] * Ec. Onde ID = Intensidade da doença que se quer saber; Cc = custo do controle; Pp = preço da tonelada de soja; Cd = coeficiente de dano (segundo membro da equação) ajustado para o potencial produtivo da lavoura; Ec = eficiência do controle; I = incidência foliolar da ferrugem. Por ex. Cc = R$ 110,00/ha/aplicação (Boller, 2010); Pp = R$ 800,00/t (Preço em 27/03/12), Ec = 85% ou 0,85; rendimento potencial da lavoura 3,250 t/ha; função de dano, da BRS 246 RR , Y = 1.000 - 6,08 I (Ajustar para o rendimento potencial); ID = [110/750,00*0.01976]*0,85 = 6,3; ID = LDE = 6,3 I; portanto, com uma incidência foliolar de 6,3% a perda resultate da ferrugem é de R$ 110,00/ha .

Esta é a intensidade máxima da ferrugem, tolerável economicamente numa lavoura de soja. É tão importante se saber quanto de doença ocorre no momento da primeira aplicação de fungicida, como quanto resta no final do ciclo da soja (R6).

O LDE não é fixo, devendo ser calculado sempre que houver alteração de preços e custos.

CONCLUSÕES

É possível estimar dano em função da relação entre a intensidade da doença e o rendimento. Os melhores critérios patométricos para desenvolver as equações de dano foram o número de lesões/cm2 e urédias/cm2, mas são mais trabalhosos para serem executados. Com este trabalho gerou-se as equações de dano que podem ser utilizadas no cálculo do LDE, e que este é uma opção indicadora do momento para realizar o controle químico da FAS mantendo a sustentabilidade econômica e ambiental da atividade agrícola.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BERGAMIN FILHO, A. & AMORIM, L. Doenças de plantas tropicais: epidemiologia e controle econômico. São Paulo: Agronômica Ceres, 1996. 289p.:il. BOLLER, W. Aspectos econômicos da aplicação de fungicidas em órgãos aéreos. In: Reis, E. M. Org. Critérios indicadores do momento para a primeira e intervalo de aplicações de fungicidas nas culturas de soja e trigo. Passo Fundo, Aldeia Norte Editora. p.31- 45, 2010. FAO. Report of the first session of the F.A. O. Panel of experts on integrated pest control. F.A. O. Meeting Report. No. PL/1967/M/7. Annals, Rome. FAWCET, H. S. & LEE, H. A. Citrus diseases and their control. McGraw-Hill, New York. 1926. MUNFORD, J. D.; & NORTON, G. A. Economics of decision making in pest management. Ann. Rev. Entomology 29:157-174.1984. NAS. Insect pest management and control. Public. 1695. National Academy of Sciences, Washington. 1969. NUTTER, F. W. ; JENCO, J. H. Development of a critical-point yield loss model to estimate yield losses in corn caused by Cercospora zeae-maydis. Phytopathology, 82:990-994, 1993 STERN, V.M.; SMITH, R.F.; van den BOSCH, R & HAGEN, K.S. The integrated control concept. Hilgardia 28:81-101. 1959. ZADOKS, J. C. On the conceptual basis of crop loss assessment: the threshold theory. Annual Review of Phytopathology 23:455-473. 1985. ZADOKS, J.C. & SCHEIN, R.D. Epidemiology and plant disease management. New York Oxford University Press, 1979. 427p ZAMBOLIN, L. Manejo integrado da ferrugem asiática da soja. In: Ferrugem asiática da soja. Viçosa-MG, UFV, DFP, 2006. 140p.

Summary: Chemical control is a key measure of control of Asian soybean rust (ASR). The objective was to generate the damage functions ASR by regressing the incidence leaflets (%), and number of lesions/cm2 uredia/cm2 with grain yield for BRS GO 7560 and BRS 246 RR at different growth stages. The experiments were conducted during the harvest 2009/2010 and 2010/2011, in two sowing dates in the city of Passo Fundo, RS. The design was randomized blocks with four replications. The gradient was generated by the disease fungicide applications at different stages of the culture azoxystrobina 60 g ai / ha cyproconazole + 24 g ai / ha (Priori Xtra) + 0.5% of adjuvant Nimbus R5.3, R5.4 and R5.5. The leaflets incidence data from each range of applications, were analyzed using nonlinear regression represented by logistic model. Regardless of the year and sowing date, the number of lesions/cm2 uredia/cm2 and in both cultivars showed the best relationship with the damage and stages R5.3 and R 5.4 showed the highest coefficients of the damage. It is possible to estimate damage to the ratio between the intensity of the disease and yield. The best criteria patométricos to develop the equations of damage were the number of lesions/cm2 and uredia/cm2, but are more cumbersome to run. The BRS GO 7560 though considered resistant, showed greater damage. Applications fungicide after economic damage threshold (EDT) reduce the efficiency of control. Key words: Asian soybean rust, damage, economic damage threshold, Phakopsora

pachyrhizi.

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Figura 1. Relação entre incidência foliolar (%), lesões (no/cm2), urédias (no/cm2) e rendimento de grãos (patossistema soja X ferrugem asiática da soja) no cultivar BRS GO 7560 (A, C, E) e cultivar BRS 246 RR (B, D, F).

Ren

dim

ento

(k

g/h

a)

A B

C D

E F

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Ensaio Cooperativo para Controle Químico de Ferrugem de Soja, Safra 2010/2011 – Resultados da Embrapa Trigo

L.M. Costamilan1, C.V. Godoy2

1

Embrapa Trigo, BR 285, km 294, 99001-970, Passo Fundo, RS. E-mail: [email protected]. 2 Embrapa

Soja, Rod. Carlos João Strauss, s/nº, 86001-970, Londrina, PR. E-mail: [email protected]

Resumo: A aplicação de fungicidas na folhagem da soja continua sendo a forma

mais efetiva de controle de ferrugem, causada por Phakopsora pachyrhizi. O objetivo deste trabalho foi determinar a eficiência de fungicidas no controle de ferrugem em soja em Passo Fundo (RS), na safra 2010/11. O rendimento de grãos e o peso de 1000 grãos foram obtidos. A severidade variou entre 12% (com picoxistrobina + tebuconazol, Horos) e 61% (testemunha). O maior rendimento foi de 3.911,09 kg/ha, e o menor foi de 2.170,21 kg/ha, representando diferença de 44,5%. Os tratamentos com piraclostrobina + epoxiconazol (Envoy), azoxistrobina Nortox + tebuconazol (NTX 3900), azoxistrobina + tebuconazol (Azimut) e picoxistrobina + tebuconazol (Horos) apresentaram maior rendimento de grãos. Oxicarboxim (Plantvax 750 WP) e tebuconazol (Folicur) não diferiram da testemunha. O maior peso de 1000 grãos foi de 163,2 g com azoxistrobina + tetraconazol (ISB021F), embora não diferindo de trifloxistrobina + protioconazol (Fox), piraclostrobina + metconazol (BAS 556 01F), piraclostrobina + epoxiconazol (Opera), azoxistrobina + ciproconazol (Priori Xtra) e ciproconazol (Alto 100). Misturas de triazóis e estrobilurinas, ou somente estrobilurina, foram efetivas no controle de ferrugem asiática da soja em Passo Fundo, na safra 2010/11. Palavras-chave: Glycine max, Phakopsora pachyrhizi, fungicida, eficiência, Passo Fundo

INTRODUÇÃO

A aplicação de fungicidas na parte aérea em soja continua sendo a forma mais

efetiva de controle de ferrugem, causada por Phakopsora pachyrhizi. Desde a safra 2003/04, ensaios em rede e cooperativos vêm sendo realizados para a comparação dos fungicidas registrados e em fase de registro (Godoy et al., 2011). O objetivo deste trabalho foi determinar a eficiência de fungicidas quanto ao controle de ferrugem em soja no ambiente de Passo Fundo, RS, na safra 2010/11.

MATERIAL E MÉTODOS

A cultivar de soja BRS Taura RR foi semeada no campo experimental da Embrapa Trigo,

Passo Fundo, RS, em 9/12/2010, em blocos ao acaso, com quatro repetições. Cada parcela foi composta de cinco fileiras de cinco metros, espaçadas em 0,45 m. Os tratamentos foram aplicados em duas épocas, a primeira no estádio R2 de desenvolvimento (floração plena, pela escala de Fehr et al., 1971), quando da observação dos primeiros sinais da doença, e a segunda, no estádio R3 (final da floração; vagens com até 1,5 cm de comprimento, Fehr et al., 1971), com pulverizador de barra propelido a CO2, com nove bicos tipo cone D2-13, distanciados em 25 cm, e volume de calda ajustado para vazão de 200 L/ha.

As avaliações de severidade foram realizadas nas parcelas testemunhas nos dias das aplicações, e em dias correspondentes a uma e duas semanas após a última aplicação, em todas as parcelas. Foram coletados 10 folíolos centrais de folhas posicionadas nos estratos inferior, médio e superior, totalizando 30 folíolos por parcela, e notas de severidade foram estimadas visualmente, por folíolo, considerando porcentagem de área foliar afetada pela doença, seguindo escala proposta por Godoy et al. (2006).

A colheita foi realizada em 19 de abril, com colhedora de parcelas experimentais marca Wintersteiger, nas três linhas centrais das parcelas, desprezando-se 0,50 m de cada cabeceira das bordaduras. A massa de grãos e o peso de 1000 grãos foram obtidos por parcela, com a umidade ajustada em 13%. Foi realizada a análise da variância, e as médias foram comparadas pelo teste de Tukey, a 5% de significância, utilizando-se o programa SASM-Agri, versão 3.2.4 (Althaus et al., 2001).

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

Observou-se que, na primeira avaliação (correspondendo ao estádio R5.2 de

desenvolvimento de soja), a menor severidade média entre os folíolos centrais das folhas dos terços inferior, médio e superior das plantas foi de 4%, no tratamento com Fox, e a maior severidade ocorreu no tratamento testemunha (23%). Já na segunda avaliação, uma semana após, as severidades variaram entre 12% no tratamento com o produto Horos, e 61%, na testemunha.

A desfolha variou entre 52%, no tratamento com o produto Horos, e 98% na testemunha. Foram semelhantes à testemunha os produtos Folicur e Plantvax 750 WP, sendo os demais semelhantes entre si, proporcionando menor desfolha.

Os resultados de rendimento de grãos e de peso de 1000 grãos encontram-se na Tabela 1. O maior rendimento obtido foi de 3.911,09 kg/ha, e o menor, na testemunha, foi de 2.170,21 kg/ha, representando controle de 44%. Os tratamentos com Envoy, NTX 3900, Azimut e Horos foram significativamente superiores aos demais quanto ao maior rendimento de grãos, sendo também semelhantes a Aproach Prima, NTX 3200, Fox, Bas 556 01F, Opera, Priori Xtra, Nativo, ISB021F, Sphere Max e MILFF 0453. Os produtos Plantvax 750 WP e Folicur não diferiram da testemunha não tratada, e Alto 100 localizou-se no grupo intermediário.

Quanto ao peso de 1000 grãos, os valores variaram entre 163,2 g e 134,0 g, correspondendo a uma diferença de 18%. O tratamento onde foi observado o maior peso foi ISB021F, não sendo estatisticamente diferente de Fox, BAS 556 01F, Opera, Priori Xtra e Alto 100. Os menores pesos de grãos foram observados nos tratamentos testemunha, Horos e NTX 3200.

CONCLUSÕES

Na situação deste ensaio, soja afetada por ferrugem asiática e tratada com

fungicidas à base de mistura de triazol e estrobilurina, ou somente estrobilurina, apresentou maior rendimento de grãos que soja não tratada ou tratada apenas com triazol ou com oxicarboxim. O peso de 1000 grãos não teve relação com os resultados obtidos para rendimento de grãos, não correlacionando produtos que conferiram maior rendimento com aqueles que conferiram maior peso de 1000 grãos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALTHAUS, R.A., CANTERI, M.G., GIGLIOTI, E.A. Tecnologia da informação aplicada ao agronegócio e ciências ambientais: sistema para análise e separação de médias pelos métodos de Duncan, Tukey e Scott-Knott. Anais do X Encontro Anual de Iniciação Científica, Parte 1, Ponta Grossa, p.280-281, 2001. FEHR, W.R.; CAVINESS, C.E.; BURMOOD, D.T.; PENNINGTON, J.S. Stage of development descriptions for soybeans, Glycine max (L.) Merrill. Crop Science, v.11, p.929-931, 1971. GODOY, C.V; KOGA, L.J.; CANTERI, M.G. Diagrammatic scale for assessment of soybean rust severity. Fitopatologia Brasileira, v.31, n.1, p.63-68, 2006. GODOY, C.V.; UTIAMADA, C.M.; SILVA, L.H.C.P. DA; SIQUERI, F.V.; HENNING, A.A.; ROESE, A.D.; FORCELINI, C.A.; PIMENTA, C.B.; JACCOUD FILHO, D.S.; RAMOS JUNIOR, E.U.; BORGES, E.P.; DEL PONTE, E.M.; JULIATTI, F.C.; FEKSA, H.R.; CAMPOS, H.D.; NUNES JUNIOR, J.; SILVA, J.R.C.; COSTAMILAN, L.M.; NAVARINI, L.; CARNEIRO, L.C.; SATO, L.N.; CANTERI, M.G.; MADALOSSO, M.; ITO, M.A.; CUNHA, M.G DA; ITO, M.F.; MEYER, M.C.; MELO, R.A. DE C.E; BALARDIN, R.S.; IGARASHI, S.; SILVA, S.A DA; FURLAN, S.H.; NORA, T.D.; CARLIN, V.J. Eficiência de fungicidas para o controle da ferrugem-asiática da soja, Phakopsora pachyrhizi, na safra 2010/11: resultados sumarizados dos ensaios cooperativos. Londrina: Embrapa Soja, 2011. (Embrapa Soja.

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Circular Técnica, 87). 8p. Cooperative test to compare soybean rust chemical control, growing season 2010/2011 – Embrapa Trigo results. Summary: Fungicide application in soybean foliage has been the most effective way to control soybean rust, caused by Phakopsora pachyrhizi. This work aimed to determine fungicide efficiency of soybean rust control in Passo Fundo (RS), in the 2010/11 growing season. The grain yield and the 1000-grain weight were recorded. The disease severity varied from 12% (with picoxystrobin + tebuconazole, Horos) to 61% (control check). The highest grain yield was 3911.09 kg/ha, and the lowest, 2170.21 kg/ha, representing a difference of 44,5%. The treatments with pyraclostrobin + epoxyconazole (Envoy), azoxystrobin Nortox + tebuconazole (NTX 3900), azoxystrobin + tebuconazole (Azimut), and picoxystrobin + tebuconazole (Horos) showed significantly higher grain yield. Oxycarboxin (Plantvax 750 WP) and tebuconazole (Folicur) did not differ from the control. The highest 1000-grain weight was 163.2 g with azoxystrobin + tetraconazole (ISB021F), although not different from trifloxystrobin + prothioconazole (Fox), pyraclostrobin + metconazole (BAS 556 01F), pyraclostrobin + epoxyconazole (Opera), azoxystrobin + cyproconazole (Priori Xtra), and cyproconazole (Alto 100). Mixtures of triazoles and strobilurin, or strobilurin alone, were effective to control soybean rust in Passo Fundo, in the 2010/11 growing season. Keywords: Glycine max, Phakopsora pachyrhizi, fungicide, efficiency, Passo Fundo.

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Tabela 1. Efeito da aplicação de fungicidas sobre rendimento e peso de 1000 grãos da cultivar de soja BRS Taura RR, safra 2010/11. Embrapa Trigo, Passo Fundo, RS. 2011.

Nome comercial

Nome comum Rendimento (kg/ha)1

Peso 1000 grãos (g)

Envoy Piraclostrobina + epoxiconazol 3911,09 a 152,07 bcde NTX 3900 Azoxistrobina Nortox +

tebuconazol 3744,12 a 147,07 cde

Azimut Azoxistrobina + tebuconazol1 3742,02 a 146,87 de Horos Picoxistrobina + tebuconazol1 3662,15 a 142,83 efg Aproach Prima Picoxistrobina + ciproconazol 3574,55 ab 145,80 de NTX 3200 Azoxistrobina Nortox 3554,44 ab 134,83 fg Fox Trifloxistrobina + protioconazol 3533,52 ab 159,33 ab BAS 556 01F Piraclostrobina + metconazol 3513,63 ab 154,33 abcd Opera Piraclostrobina + epoxiconazol 3494,09 ab 152,40 abcd

e Priori Xtra Azoxistrobina + ciproconazol 3476,56 ab 154,67 abcd Nativo Trifloxistrobina + tebuconazol 3469,47 ab 151,20 bcde ISB021F Azoxistrobina + tetraconazol 3466,50 ab 163,17 a Sphere Max Trifloxistrobina + ciproconazol 3341,22 ab 149,77 bcde MILFF 0453 Azoxistrobina + epoxiconazol1 3333,96 abc 147,53 cde Alto 100 Ciproconazol 2978,66 bcd 157,83 abc Plantvax 750 WP

Oxicarboxim 2737,28 cde 145,57 def

Folicur Tebuconazol 2494,92 de 145,40 def Testemunha - 2170,21 e 133,97 g

CV (%) 6,90 2,40 Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si, pelo Teste de Tukey a 5% de significância. 1Dados corrigidos para 13% de umidade da massa de grãos.

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Critérios para o Início das Aplicações de Fungicida no Controle da Ferrugem Asiática da Soja, Safra 2009/10 1

Marcelo Cigana Ferreira2; Walter Boller3 1 Parte da tese de doutorado do primeiro autor apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Agronomia (PPGAgro) da Universidade de Passo Fundo (UPF).

2 Eng.-Agr. MS, aluno de doutorado do PPGAgro/UPF

Passo Fundo – RS. e-mail: [email protected]. 3 Eng.-Agr. Dr. Prof. do PPGAgro/UPF, orientador da

tese. e-mail: [email protected]

RESUMO: Uma das opções mais eficazes para proteger a cultura da soja do ataque da ferrugem asiática (Phakopsora pachyrhizi H. Sydow & P. Sydow) é a utilização racional de fungicidas. O objetivo deste trabalho foi comparar a eficiência de cinco critérios indicadores para o início das aplicações de fungicida, visando ao controle da ferrugem asiática da soja. Os critérios indicadores compreenderam os estádios fenológicos R1 e R5.1, Limiar de Dano Econômico (LDE), Pré-Fechamento das entre linhas e Soma Térmica. O delineamento experimental foi o de blocos casualizados com 4 repetições, mantendo-se uma testemunha sem aplicação de fungicida. Utilizou-se o fungicida trifloxistrobina + ciproconazol (Sphere Max®) na dose de 0,15 L/ha + óleo vegetal Áureo® a 0,5 L/ha. As pulverizações foram realizadas com volume de calda de 120 L/ha. Avaliou-se a incidência, a severidade foliolar da ferrugem e o rendimento de grãos. Os dados foram submetidos à análise da variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro. Os critérios Pré-Fechamento e Soma Térmica foram os que mantiveram as plantas com menor intensidade da doença ao longo de todo o ciclo da cultura. Já para o rendimento não houve diferença significativa entre os tratamentos LDE, pré-fechamento, soma térmica e R1. Talvez o motivo resida no fato de que as condições climáticas não foram favoráveis ao desenvolvimento da doença, entretanto o tratamento baseado no critério R5.1 com aplicação tardia apresentou o menor desempenho em relação aos demais.

Palavras-chave: Glycine max, Phakopsora pachyrhizi, tecnologia de aplicação.

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Critérios para o Início das Aplicações de Fungicida no Controle da Ferrugem Asiática da Soja, Safra 2010/11 1

Marcelo Cigana Ferreira2; Walter Boller3 1 Parte da tese de doutorado do primeiro autor apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Agronomia (PPGAgro) da Universidade de Passo Fundo (UPF).

2 Eng.-Agr. MS, aluno de doutorado do PPGAgro/UPF

Passo Fundo – RS. e-mail: [email protected]. 3 Eng.-Agr. Dr. Prof. do PPGAgro/UPF, orientador da

tese. e-mail: [email protected]

RESUMO: A soja [Glycine max (L.) Merrill], é uma das principais culturas na agricultura mundial e brasileira em função da sua produtividade e valor nutritivo com diversas aplicações na alimentação humana e animal, bem como no papel sócio econômico, impulsionando de forma significativa o agronegócio. O objetivo deste trabalho foi comparar a eficiência de cinco critérios indicadores para o início das aplicações de fungicida, visando ao controle da ferrugem asiática da soja. Os critérios indicadores compreenderam os estádios fenológicos R1 e R5.1, Limiar de Dano Econômico (LDE), Pré-Fechamento das entre linhas e Soma Térmica. O delineamento experimental foi o de blocos casualizados com 4 repetições, mantendo-se uma testemunha sem aplicação de fungicida. Utilizou-se o fungicida trifloxistrobina + ciproconazol (Sphere Max®) na dose de 0,15 L/ha + óleo vegetal Áureo® a 0,5 L/ha. As pulverizações foram realizadas com volume de calda de 120 L/ha. Avaliou-se a incidência, a severidade foliolar da ferrugem e o rendimento de grãos. Os dados foram submetidos à análise da variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro. A eficácia do controle foi decrescente com as aplicações iniciando no pré-fechamento, soma térmica e estádio fenológico R1, entretanto o tratamento LDE foi superior ao estádio fenológico R5.1. Já para o rendimento de grãos os tratamentos estádio fenológico R1, pré-fechamento e soma térmica foram superiores ao LDE, que foi superior ao estádio fenológico R5.1.

Palavras-chave: Glycine max, Phakopsora pachyrhizi, tecnologia de aplicação.

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Normas da Comissão

NORMAS DA COMISSÃO DE FITOPATOLOGIA

NORMAS PARA AVALIAÇÃO E RECOMENDAÇÃO DE FUNGICIDAS PARA A CULTURA DE SOJA

CAPÍTULO I

DOS CRITÉRIOS PARA EXECUÇÃO DOS ENSAIOS DE FUNGICIDAS PARA TRATAMENTO DE SEMENTE

Art. 1º As propostas para testes de fungicidas devem ser encaminhadas às instituições

membros da Comissão de Fitopatologia, contendo identificação, informações técnicas toxicológicas, dose(s) a testar e patógenos visados. Os trabalhos apresentados, obrigatoriamente, deverão conter testes de laboratório e de campo, conforme o método descrito abaixo.

Art. 2º Os ensaios de laboratório para avaliação da eficiência de fungicidas para tratamento de semente de soja deverão atender aos seguintes requisitos:

I. A fungitoxicidade dos produtos deve ser avaliada em bioensaios conduzidos em laboratório, para cada um dos principais patógenos e fungos de armazenamento associados às sementes de soja [(ex. Colletotrichum dematium var. truncata (sin. Colletotrichum truncatum), Phomopsis sojae, Cercospora sojina, Cercospora kikuchii, Fusarium spp., Aspergillus spp.];

II. As sementes devem ser naturalmente infectadas, apresentando índices de infecção suficientes para permitir discriminação dos produtos;

III. Deve ser usado o método padrão de teste de sanidade recomendado pela INTERNATIONAL SEED TESTING ASSOCIATION (ISTA), ou seja, os métodos do papel de filtro (“blotter test”) ou meio de cultura;

IV. Cada tratamento, assim como a testemunha sem fungicida, deve ser constituído de, no mínimo, 4 (quatro) repetições de 100 sementes;

V. A eficiência de um tratamento deve ser avaliada pela contagem do número de sementes infectadas e expressa em porcentagem de ocorrência e de controle, em relação à testemunha sem fungicida, para cada espécie recuperada;

VI. Cada experimento deve ter, no mínimo, 6 (seis) tratamentos, incluindo a testemunha sem fungicida e, pelo menos, um tratamento padrão;

Art. 3º Nos experimentos de campo, as avaliações de fungicidas para tratamento de

semente devem obedecer aos seguintes requisitos: I. O lote de semente usado será o mesmo dos testes de laboratório, quando possuir

qualidade fisiológica adequada (vigor > 70% e germinação > 80%). Caso contrário, usar semente fiscalizada ou certificada;

II. Cada experimento deve ser constituído de, no mínimo, 6 (seis) tratamentos, incluindo 1 (um) tratamento testemunha, sem fungicida, e, pelo menos, 1 (um) tratamento padrão;

III. Os ensaios em campo devem ser conduzidos dentro da época de semeadura comercial recomendada para cada estado ou região;

IV. O delineamento experimental deve ser de blocos casualizados com, no mínimo, 4 (quatro) repetições, cada repetição (parcela) com 4 (quatro) linhas de 6 (seis) m, espaçadas 0,4 m a 0,5 m, ajustando a população para 300 mil plantas por hectare, conforme o teste de germinação do lote; Avaliações a serem realizadas: a) determinação do estande inicial, com a contagem do número de plântulas

em cada uma das 4 (quatro) linhas de 6 (seis) m, 3 (três) ou 4 (quatro) semanas após a semeadura;

b) contagem do número de plântulas que apresentam sintomas de doenças em cotilédones, nas primeiras folhas ou com tombamento;

c) fitotoxicidade, avaliada pela observação do atraso da emergência (3

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avaliações realizadas no início da emergência, dois e quatro dias após), altura de plântulas, clorose, redução do estande e/ou outros sintomas, quando apropriado;

d) contagem do estande final e medição da altura de plantas no momento da colheita, em 5,0 m das duas linhas centrais de cada parcela (opcional);

e) colheita de 5,0 m das duas linhas centrais de cada parcela ou área útil de 5,0 m2 e determinação de rendimento pela fórmula:

kg/ha = (100- US) PP/(100-13)AP/10 Onde: US = umidade da semente; PP = peso por parcela, em kg; AP = área útil da parcela: 5,0 m2;

- Incluir os dados climáticos (temperatura e pluviosidade) do período mínimo compreendido 15 dias antes e 15 dias após a semeadura do experimento; - Incluir os dados de PG e V das sementes após a execução de todos os tratamentos, sendo comparados à testemunha não tratada.

CAPÍTULO II

DOS CRITÉRIOS PARA EXECUÇÃO DE ENSAIOS DE CAMPO PARA AVALIAÇÃO DE FUNGICIDAS PARA CONTROLE DE DOENÇAS DA PARTE AÉREA

Art. 4º As propostas para testes de fungicidas deverão ser encaminhadas às instituições

membros da Comissão de Fitopatologia, contendo identificação, informações técnicas e toxicológicas do produto, dose(s) a testar e patógenos controlados ou visados.

Art. 5º Os ensaios de campo para avaliação da eficiência de fungicidas para controle das doenças da parte aérea devem obedecer aos seguintes critérios:

I. A Comissão de Fitopatologia deverá definir, por ocasião da Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul, a(s) variedade(s) a ser usada(s), tendo em vista a suscetibilidade às doenças visadas;

II. O delineamento experimental deve ser de blocos casualizados com, no mínimo, 4 (quatro) repetições/tratamento, parcelas com linhas de 6,0 m e área útil de colheita de 5,0 m2. No caso de espaçamentos diferentes do padrão de 0,4 a 0,5 m, alterar o comprimento das linhas, de modo a ter a área útil de 5,0 m2 por parcela, com eliminação de 0,5 m de bordadura em cada extremidade;

III. O experimento poderá ser realizado com semeadura em parcelas ou com parcelas demarcadas em lavouras comerciais;

IV. A época de semeadura deve ser a mesma do plantio comercial, recomendada para cada estado ou região;

V. A aplicação de fungicidas deve ser efetuada com pulverizador de precisão a pressão constante, usando tipo de bico e volume de calda que assegurem adequada cobertura;

VI. Cada experimento deve conter uma testemunha sem fungicida e, pelo menos, um tratamento com fungicida padrão, eficaz para a doença considerada;

VII. Avaliações a serem realizadas: a) no momento de cada aplicação de fungicida e no momento em que a

testemunha sem fungicida atingir o estádio R7.3 (ver Anexo I), proceder à determinação do nível de infecção (NI) de doença, conforme descrito no Anexo II;

b) no momento da execução de cada operação, pulverização ou avaliação de doenças, deve ser anotado o estádio de desenvolvimento da planta de soja, conforme descrito no Anexo I;

c) para cada doença, deve ser ajustado o momento mais adequado para pulverização e adotado o critério mais apropriado de avaliação do nível de infecção (Anexo II);

d) no momento em que a testemunha sem fungicida atingir 80-85% de desfolha (estádio R8.2), determinar a porcentagem de desfolha e o nível

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de infecção em cada tratamento; e) no momento da maturação de colheita (R9), determinar:

1) número de plantas nas duas linhas da área útil da parcela; 2) data em que cada parcela atingiu o estádio de maturação de colheita

(R9) e fazer a colheita de acordo com o momento de maturação para cada tratamento, considerando a área útil de 5,0 m2;

f) avaliação de algumas doenças em casos específicos; g) rendimento de grãos, convertendo para kg/ha a 13% de umidade, pela

fórmula:

kg/ha = (100-US) PP/(100-13) AP/10 Onde: US = umidade da semente colhida; PP = peso da colheita de cada parcela; AP = área útil da parcela (mínimo de 5,0 m2);

h) Após a avaliação de rendimento de grãos, determinar o peso de 4 (quatro) amostras de 1.000 sementes por parcela em cada tratamento;

i) no caso dos experimentos de fungicidas que visem especificamente ao controle das doenças que afetam a qualidade da semente (ex. antracnose, seca da haste e da vagem ou Phomopsis da semente), ou de tratamentos que visem, além do rendimento, à melhoria da qualidade da semente (controle de doenças de fim de ciclo e mancha-olho-de-rã). Deve ser realizada a análise sanitária da semente pelo “blotter test”, conforme recomendado no Art. 2o, III.

CAPÍTULO III

DOS CRITÉRIOS PARA RECOMENDAÇÃO DE FUNGICIDAS Art. 6º O fungicida deve estar registrado no Ministério da Agricultura, Pecuária e

Abastecimento (Mapa), para a cultura de soja e a doença visada. Art.7º Para tratamento de semente deverão ser apresentados, pelas empresas

interessadas, no mínimo, dados de 4 (quatro) laudos técnicos de eficácia completos (dados de laboratório e de campo), e, para fungicida da parte aérea, no mínimo 4 (quatro) laudos técnicos de eficácia que justifiquem a recomendação do fungicida, que poderá ser regionalizada a critério da comissão. Esses trabalhos devem ser realizados por, pelo menos 2, (duas) instituições dos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Se os trabalhos forem realizados no mesmo ano, deverão ser conduzidos com 2 (duas) cultivares ou entidades públicas/privadas diferentes, credenciadas pelo Mapa. Será aceito 1 (um) Laudo Técnico de Eficácia gerado em outro estado, desde que realizado de acordo com as normas e apresentado pelo pesquisador. Serão aceitos laudos realizados nos últimos 6 (seis) anos. Somente serão analisados laudos cujos protocolos de ensaio estejam de acordo com as indicações da bula do produto.

Art. 8º Os requerimentos para inclusão de novos fungicidas nas Indicações Técnicas deverão ser encaminhados pelas empresas interessadas às instituições credenciadas na Comissão de Fitopatologia. No prazo de até 15 dias antes da data de abertura da Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul (data de postagem), acompanhados das respectivas monografias do Ministério da Saúde (dados toxicológicos), do texto da bula de cada produto e de cópias dos laudos de eficácia com valor científico.

Art. 9º Para indicação, os tratamentos com fungicidas na parte aérea deverão apresentar eficácia igual ou superior à de um produto indicado por esta comissão para a doença-alvo e rendimento de grãos significativamente superior ao da testemunha.

Art. 10 O fungicida será incluído nas indicações com os seguintes dados: a) nome comum;

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b) nome(s) comercial(is) e formulação(ões) registrada(s) no Mapa; c) formulações e concentrações (g i.a./kg ou litro); d) dose (g i.a./ha ou /100 kg semente); e) dose (kg ou litro p.c./ha ou/100 kg semente);

Art. 11 Para alteração de doses dos fungicidas indicados devem ser seguidos os critérios especificados nos artigos 7º, 8º e 9º.

CAPÍTULO IV

DOS CRITÉRIOS PARA RETIRADA DE FUNGICIDAS DA INDICAÇÃO Art. 12 O fungicida será retirado da indicação quando apresentar, pelo menos, uma das

seguintes situações: a) três e quatro trabalhos que demonstrem a ineficiência do produto, para

tratamento de semente e da parte aérea, respectivamente, durante duas safras agrícolas, ou no mesmo ano, se executados por diferentes instituições;

b) alta concentração em curso de água e/ou no solo, ou mortalidade de animais silvestres, ou resíduos nos grãos, ou efeitos deletérios ou tóxicos sobre fungos entomófagos;

c) solicitação da retirada de indicação pela empresa registrante do fungicida; d) não ter registro no Mapa.

Parágrafo único: a comissão de Fitopatologia reserva-se o direito de não indicar produtos que, apesar da eficácia no controle das doenças visadas, apresentem toxicologia ou efeitos nocivos ao ambiente.

CAPÍTULO V

DAS CONSIDERAÇÕES GERAIS Art. 13 Os casos omissos serão resolvidos pela Comissão de Fitopatologia, durante a

Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul.

ANEXO II

MÉTODO DE AVALIAÇÃO DE FUNGICIDAS PARA CONTROLE DE DOENÇAS DA PARTE AÉREA EM SOJA DOENÇAS A SEREM AVALIADAS

I. Mancha-olho-de-rã: Cercospora sojina Hara II. Doenças foliares de fim de ciclo:

a) mancha parda ou septoriose: Septoria glycines Hemmi b) crestamento foliar de cercospora: Cercospora kikuchii (Mats. ; Tomoy.) Gardner

III. Doenças da vagem e da semente: a) antracnose: Colletotrichum dematium (Pers. ex Fr.) Grove var. truncata (Schw.)

Arx; sinon. C. truncatum (Schw.) Andrus ; W. D. Moore b) seca da haste e da vagem: Phomopsis sojae Lehman/Diaporte phaseolorum

(Cke ; Ell.) Sacc. var. sojae (Lehman) Wehm. I. MANCHA-OLHO-DE-RÃ

Época usual de início de ocorrência_da doença: fase de floração: estádios de R1 a R3 (ver Anexo I).

Condições predisponentes: elevadas temperatura e umidade; precipitação pluvial regularmente distribuída.

Época e volume de aplicação de fungicida: o Época de aplicação: média de 5 a 10% de infecção ou máximo de 10 a 20

manchas por folíolo mais infectado, em 10 plantas tomadas ao acaso. Repetir a aplicação entre 10 e 15 dias após a primeira.

o Volume e modo de aplicação: conforme Capítulo II, Art. 5o e Parágrafo IV.

Avaliações a serem feitas: o no momento da primeira aplicação de fungicida, avaliar o nível de infecção

(NI) pela contagem do número de lesões e tipo predominante de lesões

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(este expresso em mm, variando de 1 a 5 mm de diâmetro) ou pela porcentagem de área foliar afetada, no folíolo mais infectado, em 10 plantas tomadas ao acaso por parcela, de acordo com a escala:

0 = sem sintoma; 1 = 1 a 10% de área foliar infectada (a.f.i.); 2 = 11 a 25% de a.f.i.; 3 = 26 a 50% de a.f.i.; 4 = 51 a 75 % de a.f.i.; 5 = mais de 75% de a.f.i.;

o repetir a avaliação a cada 15 dias, para determinar a curva de progresso da doença;

o no momento em que a testemunha sem fungicida atingir o estádio R7.1, determinar o NI, seguindo o mesmo procedimento descrito e/ou, se o nível de infecção for severo na testemunha, estimar a porcentagem de desfolha em cada parcela (repetição) através da avaliação visual da desfolha na parcela como um todo;

o no momento da maturação de colheita (R9) de cada parcela ou tratamento, colher 5,0 m2 (duas linhas centrais de 5,0 m) e determinar o rendimento (kg/ha) de cada tratamento, convertendo para 13% de umidade;

o determinar o peso médio de 1.000 sementes de cada tratamento através de contagem de cinco repetições de 1.000 sementes por parcela;

o determinar a taxa de transmissão do fungo C. sojina e a qualidade sanitária da semente através da análise patológica pelo método do “blotter test”; analisar 4 x 100 sementes da mistura homogeneizada das repetições de cada tratamento.

o fazer a análise de variância dos parâmetros avaliados; o fazer o gráfico de evolução da mancha-olho-de-rã, para cada tratamento,

comparando os níveis de infecção no momento da primeira aplicação de fungicida e no estádio R7.1.

o determinar a eficiência relativa de controle (% de controle) comparando os parâmetros avaliados, entre cada tratamento e a testemunha sem fungicida.

Obs.: é necessária a vistoria periódica da lavoura, para detectar a doença na fase inicial. Na falta da ocorrência natural da doença, é possível simular uma epidemia através da inoculação de variedade suscetível, aos 35-40 dias após a emergência.

II. DOENÇAS FOLIARES DE FIM DE CICLO A. Mancha parda ou septoriose: Septoria glycines; B. Crestamento foliar de Cercospora e mancha púrpura da semente: Cercospora kikuchii.

Época usual de ocorrência: a mancha parda tem início nas folhas unifoliadas, sendo visível a partir de 10-15 dias após a emergência. Depois desse estádio, as plantas geralmente se recuperam, apresentando enfolhamento normal, porém a doença permanece nas folhas inferiores. A doença pode retornar a partir do momento em que as vagens atingem o máximo de desenvolvimento (estádio R6) e progredir rapidamente, podendo causar desfolha e maturação prematuras, com conseqüente redução do rendimento de grãos. O crestamento de Cercospora tem início na mesma época de ocorrência da mancha parda de fim de ciclo. Dependendo da região e do regime de chuva, há predominância de uma ou de outra doença, porém, freqüentemente, ocorrem simultaneamente, dificultando a avaliação individual das doenças. Em solos de baixa fertilidade, ambas as doenças podem iniciar a desfolha antes do completo enchimento das vagens (R5.4), o que pode causar perdas severas de rendimento de grãos.

Condições predisponentes: a ocorrência de danos severos está relacionada com solos de baixa fertilidade, cultivo contínuo de soja na mesma área, chuvas regularmente distribuídas durante a safra e elevada temperatura. De modo geral,

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a mancha parda é favorecida por chuvas freqüentes, e o crestamento de Cercospora, pela presença de orvalho.

Escolha de área experimental: Selecionar áreas de lavoura com declividade suave a plana, estande uniforme, solo uniforme e de considerável fertilidade. Escolher área que teve soja na safra anterior.

o Delineamento experimental: bloco casualizados com, no mínimo, 4 (quatro) repetições.

o Tamanho das parcelas: área total: 4 (quatro) linhas de 6 (seis) metros, espaçadas 0,5 m. Área útil: 2 (duas) linhas centrais de 5 (cinco) m (5,0 m2), deixando, em cada extremidade, 0,5 m de bordadura.

Obs.: se o espaçamento entre as linhas for diferente do exemplo acima, o comprimento das linhas deve variar, de modo que a área colhida seja sempre de 5 (cinco) m quadrados. Se desejar verificar o efeito residual do(s) fungicida(s) sobre a qualidade da semente, com retardamento de colheita, aumentar o número de linhas tratadas de 4 para 6. No momento da maturação de colheita, colher as duas linhas centrais (linhas 3 e 4). Após o tempo estipulado de retardamento de colheita, colher as linhas 2 e 5.

o Modo de aplicação: conforme Capítulo IV, Art. 4o. o Estádio da(s) aplicação(ões): a aplicação de fungicida deve ser efetuada

no estádio R5.4, para cultivares precoces ou semi-precoces, e no estádio R5.5, em cultivares tardias. No caso de uma segunda aplicação, esta deve ser feita 10-12 dias após a primeira.

Obs.: em solos de baixa fertilidade e em anos de precipitações pluviais intensas, a incidência das doenças pode adiantar-se, exigindo antecipação na aplicação de fungicidas. O sucesso do experimento depende do momento correto da aplicação e da noção das condições climáticas de cada safra.

Anotações a serem feitas: o datas da semeadura, das aplicações e da colheita. Em cada aplicação,

anotar o estádio da cultura de soja (ver Anexo I); o espaçamento entre fileiras, número de sementes/m e quantidade de

sementes/ha; o adubação e tratos culturais realizados.

Parâmetros a serem avaliados: o no momento de cada aplicação, identificar as doenças foliares de fim de

ciclo e avaliar a predominância relativa de cada uma; o no momento em que as parcelas testemunhas atingirem o estádio R7.3,

avaliar os níveis de infecção (NI) em todos os tratamentos, tomando, ao acaso, 5 (cinco) plantas em cada uma das duas linhas centrais da área útil de cada parcela. Em cada planta, tomar o trifólio mais infectado e avaliar o NI, de acordo com a seguinte escala:

0 = sem sintoma de doença 1 = até 10% de área foliar infectada (a.f.i.) 2 = de 11% a 25% de a.f.i. 3 = de 26% a 50% de a.f.i. 4 = de 51% a 75% de a.f.i. 5 = mais de 75% de a.f.i.

o no momento em que a testemunha sem fungicida atingir 80-85% de desfolha, determinar a porcentagem de desfolha em todos os tratamentos através da avaliação visual média em cada parcela;

o anotar a data de maturação de colheita (estádio R9) de cada parcela e contar o número de plantas em cada uma das duas linhas da área útil de cada parcela (estande final).

Avaliação de rendimento de grãos: no momento ideal da colheita de cada parcela, colher as duas linhas centrais da área útil considerada (5,0 m2). Se houver retardamento de maturação nas parcelas tratadas, a colheita deve ser feita de acordo com o retardamento ocorrido.

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Determinação do rendimento de grãos: após a colheita, determinar a umidade da semente e o peso de cada parcela e transformar a produção em kg/ha a 13% de umidade, aplicando a seguinte fórmula:

kg/ha = (100 - US) x PP/(100 - 13) x AP/10 US = umidade da semente (%) PP = peso (kg) de semente colhida/parcela AP = área da parcela (5 m2)

Análise dos resultados: efetuar a análise estatística mediante a comparação das médias entre todos os tratamentos.

Determinações adicionais: o peso (g) de 1.000 sementes: após determinados a umidade e o peso de

sementes de cada parcela, contar 5 (cinco) amostras de 1.000 sementes e pesar individualmente cada amostra.

o análise sanitária: após obtenção dos parâmetros de rendimento de grãos e peso de 1.000 sementes, misturar e homogeneizar as sementes de cada tratamento e tomar uma amostra de 1 (um) kg. Dessa amostra, obter 4 (quatro) subamostras de 100 sementes e realizar o teste de sanidade da semente de acordo com o método do papel de filtro (“blotter test”), conforme as normas do ISTA.

Análise de germinação padrão: seguir o mesmo procedimento de amostragem acima.

III. DOENÇAS DA VAGEM E DA SEMENTE As principais doenças que afetam a qualidade da semente são antracnose e seca

da haste e da vagem ou Phomopsis da semente. A. Antracnose: Colletotrichum dematium var. truncata (sin. Colletotrichum truncatum)

Época usual de ocorrência: do início da formação das vagens (R3/R4) ao estádio inicial de maturação (R7.1).

Condições predisponentes: chuvas prolongadas, dias nublados, elevada temperatura e alta densidade de plantio e infestação de percevejos.

Época da primeira aplicação de fungicidas: depende da época da constatação da doença. Nas condições do norte de Mato Grosso do Sul e de Mato Grosso, a época é entre os estádios R3 e R4, com necessidade de repetição de uma a duas aplicações em intervalos de 10 a 15 dias. Obs.: exige vistoria periódica para detectar o início da ocorrência da doença e noção das condições climáticas durante a safra. Plantio de lavouras com espaçamento entre as linhas menor que 0,5 m dificulta a penetração do fungicida no interior das plantas. Para maior eficiência no controle de doenças que afetam vagem e semente, é necessário ampliar o espaçamento e reduzir a densidade de semeadura. Isso exigirá também um controle eficiente de plantas daninhas.

B. Seca da haste e da vagem ou Phomopsis da semente: P. sojae e P. longicola

Época usual de ocorrência da doença: o fungo associa-se à planta em toda extensão desta, do estádio de plântula à maturação de colheita (R9), permanecendo em estado latente até que ocorram condições que favoreçam o desenvolvimento da doença nas vagens. Sua expressão depende das mesmas condições que favorecem a antracnose e ocorre, principalmente, nos estádios R3/R4 e no fim da maturação (R8.2/R9). O agravamento da doença ocorre no fim da maturação de soja, em caso de retardamento de colheita motivado por excesso de chuva.

Condições predisponentes: chuva prolongada, dias nublados, elevada temperatura, espaçamentos estreitos entre as fileiras (menor que 0,5 m) e infestação de percevejos.

Épocas de aplicação de fungicidas: o no estádio R4. o no estádio R5.5/R6, para proteção das vagens/sementes e controle de

doenças de fim de ciclo.

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Repetir a aplicação entre 10 e 15 dias após a primeira, no caso da aplicação no estádio R4.

Parâmetros a serem avaliados: o Nível de infecção ou número de vagens infectadas: no momento de cada

aplicação de fungicida e nos estádios R5.1/R5.2 e R8.2, tomar, ao acaso, 10 plantas/parcela (duas de cada linha de bordadura) e contar o número de vagens com sintoma de cada doença.

Avaliação de rendimento de grãos: (idem p/II. Doenças Foliares de Fim de Ciclo).

Determinação de rendimento de grãos: (idem p/II. Doenças Foliares de Fim de Ciclo).

Análise dos resultados: (idem p/II. Doenças Foliares de Fim de Ciclo).

Determinações adicionais: (idem p/II. Doenças Foliares de Fim de Ciclo).

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7. COMISSÃO DE DIFUSÃO DE TECNOLOGIA E SOCIOECONOMIA A Comissão de Difusão de Tecnologia e Socioeconomia, tendo como coordenador

o Eng. Agr. Pedro Moreira da Silva Filho (Embrapa Soja) e relator o Eng. Agr. Giovani Stefani Faé (Embrapa Trigo), reuniu-se no dia 25 de julho de 2012, nas dependências da Embrapa Trigo, em Passo Fundo, RS, contando com a presença dos seguintes participantes: 7.1 PARTICIPANTES 7.1.1 Representantes credenciados titulares Alencar Paulo Rugeri - Emater RS Giovani Stefani Faé – Embrapa Trigo Pedro Moreira da Silva Filho – Embrapa Soja 7.1.2 Demais participantes Alvaro A. Dossa – Embrapa Trigo Darlan Eickstedt - Instituto Federal da Educação, Ciência e Tecnologia – Campus Ibirubá Eduardo Girotto - Instituto Federal da Educação, Ciência e Tecnologia – Campus Ibirubá Everton F. Weber – Embrapa Trigo Jorge Cerbaro – Embrapa Trigo Renir Renato Resener – Banco do Brasil 7.2 TRABALHOS APRESENTADOS

Sistemas de cultivo de soja nos estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul. Giovani Stefani Faé – Embrapa Trigo. Atividades de transferência de tecnologia da Embrapa Trigo para soja na safra 2011/12. Giovani Stefani Faé – Embrapa Trigo. Sistemas de corte de palha e a manutenção da cobertura do solo em semeadura direta da cultura da soja. Darlan Eickstedt – IFRS Campus Ibirubá. Levantamento de perdas de soja no Rio Grande do Sul safra 2011/2012. Alencar Paulo Rugeri – Emater RS 7.2.1 TRABALHO DESTAQUE Levantamento de perdas de soja no Rio Grande do Sul safra 2011/2012. Alencar Paulo Rugeri – Emater RS 7.3 ATUALIZAÇÃO DAS INDICAÇÕES TÉCNICAS - Revisar as indicações de planejamento do sistema de rotação de culturas, exemplificando e incluindo resultados de pesquisa dos diferentes sistemas de produção. - Revisar as indicações de profundidade de amostragem de solo para as diferentes análises, sobretudo em áreas de agricultura de precisão, visando à correção em profundidade e de enxofre. 7.4 NECESSIDADES E PRIORIDADES DE PESQUISA - Estabelecer metodologias eficientes para avaliação de adoção e impacto de tecnologias transferidas.

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7.5 PROPOSIÇÕES APRESENTADAS - Aumentar a distribuição das Indicações Técnicas aos profissionais da extensão rural e agentes financeiros. - Promover eventos de capacitação para técnicos de agências de extensão e financiamento, difundindo as informações do documento gerado pela reunião técnica. - Implementar a transferência de tecnologia através de lavouras expositivas. 7.6 ASSUNTOS GERAIS Nada consta.

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Resumos

Sistemas de Cultivo de Soja nos Estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul

C. De Mori1, E. Caeirão1, M. L. Strieder1, J. L. F. Pires1, G. S. Faé1 e V. M. Vieira1

1

Embrapa Trigo, Rodovia BR 285, km 294, CEP 99001-970 Passo Fundo, RS. E-mail: [email protected], [email protected], [email protected], [email protected], [email protected], [email protected]

Resumo: A ampla heterogeneidade edafoclimática e socioeconômica do espaço

agrícola brasileiro origina diferentes padrões de uso de tecnologias no cultivo da soja. O presente trabalho teve por objetivo caracterizar os sistemas de cultivo de soja praticados em algumas regiões dos estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul. Por meio de painéis regionais, os sistemas foram caracterizados em termos de rendimento de grãos esperado, manejo do solo, épocas de semeadura e de colheita, espaçamento entre linhas, densidade de semeadura, cultivares predominantes, uso de tratamento de sementes, adubação e manejo fitossanitário. Foram realizados sete painéis regionais no período de outubro a dezembro de 2011. Os principais elementos de variação entre os sistemas de cultivo dizem respeito à antecipação da época de semeadura, ao tratamento de sementes com inseticida, a adubação de base, ao uso de micronutrientes e ao número de aplicações de agroquímicos para controle de doenças e pragas. Palavras-chave: diagnóstico, uso de insumos externos, Glycine max L. Merrill.

INTRODUÇÃO

A soja é cultivada em grande parte do território brasileiro, desde altas latitudes no

sul do país até baixas latitudes equatoriais ao norte. Diferentes condições edafoclimáticas, tipos de propriedade, níveis de capitalização, comportamento de mercado de produtos e insumos e acesso à assistência técnica e à informação condicionam a existência de diferentes sistemas de cultivo agrícola. Segundo a CONAB (2012), a produção total de soja na safra 2011/12 foi de 66,37 milhões de toneladas e os estados do RS, PR e MS responderam por 33,2% da quantidade total produzida. Neste sentido, o presente trabalho teve por objetivo caracterizar os sistemas de cultivo de soja praticados em algumas regiões dos estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul.

MATERIAL E MÉTODOS

A identificação dos perfis dos sistemas de cultivo foi realizada por meio de painéis regionais, os quais foram realizados no período de 03 de outubro a 17 de dezembro de 2011 em sete municípios: Três de Maio/RS, Vacaria/RS, Passo Fundo/RS, Guarapuava/PR, Londrina/PR, Toledo/PR e Dourados/MS. A escolha dos locais foi baseada em aspectos edafoclimáticos e de distribuição geográfica do cultivo da leguminosa nos estados contemplados. Os painéis contaram com a participação de representantes do setor agropecuário envolvidos com o cultivo de soja: produtores rurais, assistência técnica (empresas estaduais, cooperativas e empresas privadas), agentes de financiamento, representantes de empresas de insumos, pesquisadores, professores e órgãos de classe. Previamente, foi encaminhado para os convidados um questionário on line com algumas perguntas, sendo as respostas agrupadas e utilizadas como ponto de partida para o debate. Durante a reunião, por meio de consenso entre os participantes, foram caracterizados sistemas de cultivo com base em três níveis de uso de insumos externos: baixo (BUI), médio (MUI) e alto (AUI). Em alguns locais, houve exclusão ou

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inclusão de sistemas conforme a realidade local. Os sistemas foram descritos considerando os seguintes aspectos: rendimento de grãos esperado, manejo de solo, épocas de semeadura e de colheita, espaçamento entre linhas, densidade de semeadura, cultivares predominantes, uso de tratamento de sementes, adubação e manejo fitossanitário.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A Tabela 1 contempla o resumo dos sistemas de cultivo caracterizados nas

diferentes regiões. Os rendimentos esperados variaram entre 1.800 a 5.000 kg/ha, sendo a faixa de 1.800 a 3.000 kg/ha predominante em sistemas com baixo uso de insumos externos (BUI). Em sistemas de cultivo com médio uso de insumos externos (MUI), a faixa de rendimento variou de 2.400 a 4.000 kg/ha e, em sistemas de alto uso de insumos externos (AUI), de 3.000 a 5.000 kg/ha. Nas regiões de Guarapuava e Londrina, os rendimentos estabelecidos para os sistemas foram maiores e, na região de Três de Maio, foram atribuídos os menores rendimentos.

Todos os sistemas descritos são conduzidos sob semeadura direta, a qual se concentra em final de setembro a começo de outubro na região norte do PR e sul do MS e na segunda quinzena de outubro a segunda quinzena de novembro no RS e sul do PR. Os relatos são de antecipação da época de semeadura em decorrência do perfil das cultivares e da possibilidade de condução de safrinha de milho, no caso das regiões ao norte do PR e MS, e de feijão, no sul do PR. Somente na região de Vacaria houve distinção de época de semeadura em decorrência do perfil do sistema de cultivo com semeadura mais tardia no caso do sistema BUI.

A quantidade de semente utilizada variou de 40 a mais de 60 kg de semente/ha, em decorrência da cultivar e do perfil da semente, havendo tendência de maior quantidade nas regiões norte do PR e MS. Em Vacaria, Passo Fundo e Guarapuava houve distinção de quantidade superior de sementes nos sistemas BUI (Vacaria e Passo Fundo) e AUI (Guarapuava). Não foi atribuída variação de espaçamento entre linhas em função do perfil do sistema e o espaçamento de 45 cm é empregado na maioria das regiões com exceção de Passo Fundo, onde o espaçamento estabelecido pelo grupo foi de 50 cm. Embora o espaçamento entre linhas seja uniforme entre as regiões, o levantamento indicou variação na população empregada de 20 a 40 plantas/m2, sendo mais comum 30 plantas/m2. Em Londrina, Toledo e Guarapuava, as populações especificadas foram maiores quando comparadas com as demais localidades. Em Três de Maio, Vacaria e Toledo houve distinção de população conforme o perfil do sistema de cultivo no caso do BUI (Vacaria – população maior que os demais sistemas) e AUI (Toledo – população menor e Três de Maio – população maior quando comparados com os demais sistemas de cultivo do local). Em algumas regiões, houve menção de uso de cultivares específicas segundo o perfil do sistema empregado, mais especificamente, em relação ao sistema BUI em relação aos outros dois níveis.

Em termos de tratamento de sementes, em todas as regiões foi estabelecida a prática de tratamento com fungicida, somente sendo feita distinção nos municípios de Passo Fundo e Guarapuava, onde os sistemas BUI foram descritos com não uso de tratamento de sementes com fungicida. No caso de tratamento de sementes com inseticida, prevalece a descrição de uso nos sistemas de MUI e AUI e de não uso em sistemas BUI (Passo Fundo, Guarapuava, Londrina e Toledo). Todavia, em Dourados e Três de Maio, a prática de tratamento com inseticida foi estabelecida como sendo adotada por todos os sistemas. Chama atenção o baixo uso da técnica de inoculação de sementes com Rhizobium e Bradyrhizobium e de relatos da execução da mesma diretamente nas caixas das semeadoras. Em Três de Maio, Guarapuava e Londrina não houve relato de uso da técnica em todos os sistemas. Em Passo Fundo, Toledo e Dourados somente mencionou-se o uso da tecnologia em sistemas AUI. Somente em Vacaria, apontou-se o uso da inoculação em todos os sistemas de cultivo. O uso de micronutrientes nas sementes é empregado em todos os sistemas AUI e na maioria dos

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MUI. Já no caso dos sistemas BUI, a prática de uso de micronutrientes na semente e também na parte aérea não é empregada, diferente do sistema AUI onde a prática foi citada como amplamente empregada. Nos sistemas de cultivo intermediário, observam-se combinações por localidade. Em Três de Maio, Guarapuava e Londrina relatou-se o uso de adubação com micronutrientes na semente e na parte aérea, enquanto em Vacaria e Passo Fundo, somente o uso deste na semente e, em Toledo e Dourados, não há uso em nenhum dos dois momentos.

Com relação ao manejo de adubação, ocorre adoção de quantidades crescentes de fertilizantes de base com relação aos sistemas nas regiões de Três de Maio, Passo Fundo, Londrina, Toledo e Dourados. Em Guarapuava, foi estabelecida a mesma quantidade de fertilizante para todos os sistemas e, em Vacaria, o sistema BUI não faz uso de adubação de base aproveitando o efeito residual do trigo, enquanto nos demais a quantidade de fertilizantes é similar. As fórmulas mais citadas como empregadas foram 0-20-20, 2-20-20, 0-25-25 e 2-18-28. As quantidades de adubo empregadas são: de 100 a 200 kg de fertilizantes por hectare, no caso de sistemas de cultivo BUI, de 200 a 300 kg/ha, no sistema de cultivo MUI, e de 300 a 400 kg/ha, no sistema de alto uso de insumos externos (AUI). Somente em Toledo e Londrina houve registro de uso de adubação de cobertura com cloreto de potássio no sistema AUI.

As aplicações de herbicida pós-emergentes variaram de uma a duas aplicações, sendo duas aplicações prática predominante. No caso de manejo de proteção, as aplicações de fungicidas variaram de uma a cinco aplicações, na maioria misturas de triazóis e estrobilurina, e, de uma até seis aplicações, no caso de inseticidas, com uso predominante de fisiológicos e de piretróide + neonicotinóide. Em geral, observa-se tendência crescente de adoção do número de aplicações totais dos sistemas BUI a AUI. Outro aspecto que deve ser salientado refere-se ao aumento do número de aplicações, a calendarização das aplicações e ao uso de meia dose, principalmente no caso do inseticida, destacadamente pela ocorrência de percevejos durante o período de enchimento de grãos.

CONCLUSÕES

O levantamento do padrão de tecnologia empregado no cultivo de soja auxilia na

avaliação do grau de adoção, pelos produtores, das tecnologias geradas. Os principais elementos de variação entre os sistemas caracterizados são: antecipação da época de semeadura, tratamento de sementes com inseticida, adubação de base, uso de micronutrientes e número de aplicações de agroquímicos para controle de doenças e pragas.

REFERÊNCIA

CONAB. Acompanhamento da safra brasileira: grãos, safra 2011/2012, nono levantamento, junho 2012 34p. Disponível em: <http://www.conab.gov.br/OlalaCMS/uploads/arquivos/12_06_12_16_15_32_boletim_portugues_junho_2012.pdf>. Acesso em: 23 jun. 2012.

Summary: The wide heterogeneity of edaphoclimatic and socioeconomic conditions of the Brazilian agricultural space give rise to different technologies use patterns at soybean cultivation. This study aimed to characterize the soybean cropping systems in use in some regions of the Rio Grande do Sul, Parana and Mato Grosso do Sul states. The systems were characterized in terms of expected grain yield, soil management, sowing and harvesting periods, row spacing, plant population, most adopted cultivars, seed treatment, fertilization and pest management. Seven expert panels were held from October to December 2011. The main elements of variation were related to early sowing date, seeds treatment with pesticides, use of fertilizers and use of micronutrients and the number of applications to control diseases and pests.

Key words: diagnosis, use of external inputs, Glycine max L. Merril.

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XXXIX REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL – Atas e Resumos 208

Tabela 1. Síntese dos sistemas de cultivo de soja com baixo (BUI), médio (MUI) e alto (AUI) uso de insumos externos, segundo levantamento realizado em painéis regionais no estado do Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul, 2011.

ITEM SISTEMAS DE CULTIVO

BUI MUI AUI

Rendimento de grãos esperado (kg/ha) 1.800 a 3.000

(2.500) 2.400 a 4.000

(3.500) 3.000 a 5.000

(4.000)

Sistema de manejo de solo Semeadura Direta Semeadura Direta Semeadura Direta

Quantidade de sementes (kg/ha) 40-60 (50) 40-60 (50) 40-60 (50)

Espaçamento entre linhas (cm) 45-50 (45) 45-50 (45) 45-50 (45)

População de plantas (plantas/m2) 20-40 (30) 20-40 (30) 20-40 (30)

Cultivares predominantes

semente salva, A 4725RG, A 6001RR, A 7636RR, BMX Apolo RR (Don Mario 5.8i RR), BMX Energia RR, BMX Potencia RR, BMX Titan RR, BMX Turbo RR, BRS 232, BRS 257, CD 206RR, Fundacep 55RR, M6707 RR, NA 4909RG, NA 5909RG, Vmax RR

A 4725RG, A 6411RG, BMX Apolo RR (Don Mario 5.8i RR), BMX Energia RR, BMX Força RR, BMX Magna RR, BMX Potencia RR, BMX Titan RR, BMX Turbo RR, BRS 239, BRS 245RR, BRS 246RR, BRS 284, BRS Taura RR, CD 250RR, FPS Urano RR, Fundacep 55RR, Fundacep 61RR, Fundacep 62RR, Monasca, M6707 RR, NA 4990RR, NA 5909RG, NS 4823RR, Roos Camino RR, SYN 3358RR, Vmax RR

A 4725RG, A 6411RG, A 7636RR, BMX Apolo RR (Don Mario 5.8i RR), BMX Ativa RR, BMX Força RR, BMX Magna RR, BMX Potencia RR, BMX Titan RR, BMX Turbo RR, BRS 239, BRS 245RR, BRS 246RR, BRS 284, BRS Taura RR, Fundacep 55RR, Fundacep 61RR, Fundacep 62RR, Monasca, NA 5909RG, Roos Camino RR, SYN 3358RR, Vmax RR

Tratamento de sementes com fungicida

Não/Sim Sim Sim

Tratamento de sementes com inseticida

Não Sim Sim

Inoculação da semente Não Não Sim

Uso de micronutriente na semente Não Sim Sim

Uso de micronutriente na parte aérea Não Não Sim

Adubação de semeadura - NPK (kg/ha)

100-200 (150) 100-300 (250) 100-400 (350)

Adubação de cobertura Não Não Não

Aplicações de herbicida em pós emergência (n°)

1 a 2 (2) 2 2

Aplicações de fungicida na parte aérea (n°)

1 a 3 (1) 2 a 4 (2) 3 a 5 (3)

Aplicações de inseticida na parte aérea (n°)

1 a 2 (2) 2 a 4 (3) 3 a 6 (4)

OBS: valores entre parênteses correspondem a valores mais citados considerando todas as regiões.

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Sistemas de Corte de Palha e a Manutenção da Cobertura do Solo em Semeadura Direta da Cultura da Soja

D.Eickstedt¹, C.C.Cord1, J.A.Freiberg1, M.Santos1, R.Güntzel1, M.P.Ludwig1, E.Girotto1

1

Instituto federal de Educação Ciência e Tecnologia Rio Grande do Sul Campus Ibirubá Rua Nelsi Ribas Fritsch, 1111 | Bairro Esperança | CEP: 98200-000 | Ibirubá/RS RS. E-mail:, [email protected] , [email protected], [email protected], [email protected] , [email protected], [email protected], [email protected]

Resumo: A introdução de novas tecnologias na agricultura permitiu o aumento da área cultivada produtividade e a alteração da relação área cultivada por pessoa envolvida na atividade. Das máquinas para cultivo as semeadoras são as que mais sofreram modificações para operação dos sistemas. O objetivo do presente trabalho foi avaliar o desempenho de dois sistemas de corte palha quanto ao corte de palha e manutenção da cobertura do solo na semeadura da cultura da soja, os sistemas de corte palha testados foram disco e disco turbo e disco e disco sulcador. O experimento foi conduzido na área didática e experimental do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, campus Ibirubá (IFRS - Campus Ibirubá). Situada na região fisiográfica do Planalto Médio, Rio Grande do Sul, com clima Cfa (subtropical úmido) (MORENO,1961). O solo é classificado como Latossolo Vermelho Distroférrico Típico (EMBRAPA, 1999), a área esta localizada a 416 m acima do nível do mar a uma latitude sul de 28° 37’39’’ e longitude oeste de 53° 05’23’’. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente ao acaso com três repetições. A semeadora utilizada neste foi fornecida pela Indústria de Implementos Agrícolas Vence Tudo, com sete linhas espaçadas 0,45 cm os dois sistemas de corte de palha disco e disco turbo e disco e disco sulcador. Foram utilizadas três velocidades de deslocamento 3, 5 e 7 km/h. Além disso, com duas profundidades de semeadura 3 e 5 cm, em cada velocidade de deslocamento. Foi avaliada a manutenção da cobertura do solo após a passagem dos sistemas. . Na condição do experimento concluiu-se que comparando os dois sistemas não ocorreu variação, porém na profundidade de 3 cm ouve menor revolvimento do solo(tabela3), constatamos que foi devido as condições do solo. Palavras-chave: manutenção da palha, mecanização agrícola, semeadura direta, sulcador.

INTRODUÇÃO

A introdução de novas tecnologias na agricultura permitiu o aumento da área cultivada, produtividade e a alteração da relação área cultivada por pessoa envolvida na atividade. Resultado que pode ser observado quando comparado à área cultivada no Brasil em 1920 e 2011 que passou de 7 milhões para 48 milhões hectares e a produção passou de 24 para 516 milhões de toneladas (IBGE, 2011). Além de permitir o aumento da área cultivada atualmente as máquinas agrícolas têm de atender características de qualidade, para permitirem o uso racional de insumos, sem perdas ou distribuição heterogênea, permitindo a colheita com o mínimo de perda e garantido a máxima qualidade do produto permitindo a distribuição de sementes e adubos corretamente evitando problemas de emergência.

Das máquinas para cultivo as semeadoras são as que mais sofreram modificações para operação dos sistemas, devido a necessidade de realizar o corte da cobertura vegetal, a penetração do sulcador para abertura do sulco e cobertura deste com solo e palha com o mínimo de mobilização do solo (SIQUEIRA et al., 2001). Desta forma perfazendo uma serie de avaliações nos equipamentos para garantir a qualidade dos mesmos.

O desenvolvimento de novas tecnologias vem acontecendo de forma rápida no setor agrícola, o que faz com que as empresa busquem cada vez mais o desenvolvimento de equipamento com performance avançada. Atendendo assim a demanda dos produtores, pois estes buscam equipamentos que permite a realização das

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atividades com o máximo de eficiência. Atualmente na agricultura há criação de novos consumidores de tecnologia, estes agricultores exigem qualidade dos equipamentos e observam estas características no momento da aquisição de novos equipamentos. Além da qualidade na realização das práticas culturas a durabilidade do equipamento é fundamental para o bom desempenho do produto no mercado. O objetivo do presente trabalho foi avaliar o desempenho de dois sistemas de corte palha quanto ao corte de palha e manutenção da cobertura do solo na semeadura da cultura da soja, os sistemas de corte palha testados foram disco e disco turbo e disco e disco sulcador.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido na área didática e experimental do Instituto Federal

de Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, campus Ibirubá (IFRS - Campus Ibirubá). Situada na região fisiográfica do Planalto Médio, Rio Grande do Sul, com clima Cfa (subtropical úmido) (MORENO,1961). O solo é classificado como Latossolo Vermelho Distroférrico Típico (EMBRAPA, 1999), a área esta localizada a 416 m acima do nível do mar a uma latitude sul de 28° 37’39’’ e longitude oeste de 53° 05’23’’. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente ao acaso com três repetições. A semeadora utilizada neste foi fornecida pela Indústria de Implementos Agrícolas Vence Tudo, com sete linhas espaçadas 0,45 cm os dois sistemas de corte de palha disco e disco turbo e disco e disco sulcador. Foram utilizadas três velocidades de deslocamento 3, 5 e 7 km/h. Além disso, com duas profundidades de semeadura 3 e 5 cm, em cada velocidade de deslocamento. O trabalho foi realizado sobre cobertura de aveia preta e azevém, com 3000 kg de massa seca por hectare. Para determinar a cobertura do solo após a passagem da semeadora foi utilizada trena de 10m, sendo tomados pontos a 0,10 m, totalizando 100 pontos; a trena foi posicionada em ângulo de 45º em relação ao sentido de deslocamento do conjunto trator-protótipo. Foram contabilizados os pontos com ou sem palha e posteriormente calculado o percentual de cobertura da área.

A análise estatística realizada foi através da ANOVA e teste de média utilizado foi Tukey a 5% de probabilidade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os sistemas de corte palha não afetaram na manutenção da cobertura do solo (Tabela 1) As velocidades de semeadura com os valores de 3, 5 e 7 km também não afetaram a manutenção da cobertura do solo (Tabela 2). As profundidades de semeadura (Tabela 3) afetaram a manutenção da cobertura do solo. A profundidade maior revolve mais o solo assim reduzindo a cobertura.

Ocorreu interação entre os sistemas de corte de palha e as profundidades de semeadura. Na profundidade de 3 cm se observou menor manutenção da cobertura do que a profundidade de 6 cm no sistema disco e disco turbo. Contudo, esses resultados podem ter sido obtidos em função das alta umidade do solo . Quanto ao sistema de disco e sulcador não ocorreu variação nos resultados nas diferentes profundidades, o que um fato importante na busca de sistemas de semeadura direta com o mínimo de mobilização (SIQUEIRA et al., 2001) e boa manutenção da cobertura no solo em diversas situações de semeadura. Tabela 1 – Cobertura do solo (%), em dois sistemas de corte de palha e abertura do sulco disco-disco e disco-sulcador, em duas profundidades e média de cinco linhas. IFRS – Campus Ibirubá.

Sistemas Cobertura do solo (%)

Disco-disco 94 a Disco-sulcador 94 a *Médias seguidas por mesma letra não diferiram pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro.

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Tabela 2 – Cobertura do solo (%), em dois sistemas de corte de palha e abertura do sulco disco-disco e disco-sulcador, em duas profundidades e média de cinco linhas. IFRS – Campus Ibirubá.

Velocidades Cobertura do solo (%)

3 km/hora 95 a 5 km/hora 93 a 7 km/hora 93 a *Médias seguidas por mesma letra não diferiram pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro.

Tabela 3 – Cobertura do solo (%), em dois sistemas de corte de palha e abertura do sulco disco-disco e disco-sulcador, em duas profundidades e média de cinco linhas. IFRS – Campus Ibirubá.

Profundidades Cobertura do solo (%)

3 cm 95 a 6 cm 93 b *Médias seguidas por mesma letra não diferiram pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro.

Tabela 4 – Cobertura do solo (%), em dois sistemas de corte de palha e abertura do sulco disco-disco e disco-sulcador, em duas profundidades e média de cinco linhas. IFRS – Campus Ibirubá.

Cobertura do solo (%)

Sistemas 3 cm 6 cm

Disco-disco 92 b B 96 a A Disco-sulcador 94 a A 94 b A *Médias seguidas por mesma letra não diferiram pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro.

CONCLUSÕES

Na condição do experimento concluiu-se que comparando os dois sistemas não ocorreu variação, porém na profundidade de 3 cm ouve menor revolvimento do solo(tabela3), constatamos que foi devido as condições do solo, quando comparados os sistemas em relação a profundidade constatamos que ocorreram variações, se tornando importante que se regule a profundidade coreta de acordo com o sistema usado na hora da semeadura.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. Brasília: EMBRAPA Produção de Informações; EMBRAPA Solos, 1999. 412p. IBGE. Produção vegetal e Área colhida dos estabelecimentos agropecuários por tipo de produção vegetal - série histórica (1920/2006). 2007. Disponível em: http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/tabela/protabl.asp?c=283&z=t&o =11&i=P, Acesso em: 24 de junho de 2011. SIQUEIRA, R.; CASÃO JUNIOR, R.; ARAÚJO, A. G. Escolha certa. Cultivar Máquinas, v.1, n.4, p. 15-19. 2001. ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR/9743 - Semeadora de fluxo contínuo em linha Summary: The introduction of new technologies in agriculture led to an increase in cultivated area and productivity change in the relationship cultivated area per person involved in the activity. Of machinery for planting the planters are the most suffered modifications to operating systems. The objective of this study was to evaluate the performance of two systems cut straw on the straw cutting and maintenance of soil cover at sowing of soybean, straw cutting systems were tested turbo disk and disk and hard disk and plow. The experiment was conducted at the didactic and experiential Federal Institute of Science and Technology of Rio Grande do Sul, campus Ibirubá (IFRS - Campus Ibirubá). Located in Plateau physiographic region of the Middle Rio Grande do Sul, with

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Cfa climate (humid subtropical) (MORENO, 1961). The soil is classified as Hapludox Characteristic (EMBRAPA, 1999), the area is located 416 m above sea level at a latitude of 28 ° 37'39'' and longitude 53 ° 05'23'' . The experimental design was completely randomized with three replications. The planter used in this was provided by the Agricultural Implements Industry Wins All, with seven rows spaced 0.45 cm the two systems straw cutting disk and hard disk drive and turbo and plow. We used three forward speeds and 3, 5 and 7 km / h. In addition, two sowing depths 3 and 5 cm in each speed. We evaluated the maintenance of soil cover after the passage of the systems. . In the condition of the experiment was concluded that comparing the two systems there was no variation, but at a depth of 3 cm hears low soil (Table 3), we found that was due to soil conditions. Keywords: maintenance of straw, farm machinery, tillage, plow.

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Levantamento de Perdas de Soja no Rio Grande do Sul Safra 2011/2012

Alencar Paulo Rugeri; José Enoir Daniel: Luiz Antonio Rocha Barcellos: Volnei Marin Righi: Paulo Edgar da Silva.

A EMATER/RS com o objetivo de avaliar as perdas ocorridas na colheita da soja,

realizou levantamento de perdas na safra 2011/2012. Estes levantamentos foram realizados pelos técnicos da instituição que foram capacitados para a realização da atividade. A atividade foi desenvolvida em 48 municípios das dez regiões administrativas de EMATER/RS, que contemplam todas as áreas de produção de soja do estado. A área amostrada correspondeu a 15.154 ha. O tamanho das propriedades amostradas variou de 3ha a 500ha, onde 192 colheitadeiras fizeram parte do estudo, sendo que a mais antiga foi do ano de 1974.

A metodologia utilizada nos trabalhos de levantamento de perdas na colheita de soja, foi a desenvolvida pela EMBRAPA-Soja de Londrina, com 3 repetições de cada ponto/colheitadeira/propriedade amostrada. Esta metodologia envolve o uso de uma armação. A área da armação tem 2,0 m², sendo obtida da seguinte maneira: largura da plataforma da colhedora e outra medida y, Esta armação determina a área para se fazer a coleta dos grãos. Os grãos são coletados num copo, denominado copo medidor volumétrico que tem uma coluna numerada que determina a perda em sacos/hectare

A avaliação foi feita buscando-se as seguintes informações: produtor, município, variedade, produtividade média do município, modelo e ano da colheitadeira, área da propriedade e se é a colheita é realizada pelo proprietário ou terceirizada.

No levantamento de perdas foram obtidas as seguintes informações, perda média de 94,2 kg/há, sendo que a variação foi de 6 kg/ha a 462 kg/ha, a idade média da colheitadeira é de 18 anos.

O Estado do Rio Grande do Sul perdeu nesta safra de 11/12 o equivalente a 6.391.164 sacas considerando preço médio de R$ 50,00 tivemos uma perda de R$ 320.000.000.00 Deve-se considerar a estiagem ocorrida influenciou fortemente no rendimento da safra.

Palavras-chave: levantamento, perdas e análise.

Colaboradores

Welison José Valduga, Vilson Antonio Nadin, Josmar Freitas Veloso, Fabiano Maciel Varela, Diego Barden dos Santos, Gustavo José Bonotto, Rogério Mazzardo, Dirceu Segabinazzi Moller, Gilberto Welzel, Vitor Hugo Ribeiro da Luz, Jair Paulo Ross , Carlos Laércio Dalla Corte.

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Atividades de Transferência de Tecnologia da Embrapa Trigo para Soja na Safra 2011/12

V. M. Vieira1, G. S. Faé1, L. Eichelberger1, A. Acosta2, M. L. Strieder1, P. F Bertagnolli1, F. T.

F. Pereira2, M. P. da Silva2, L. Lunardi1 e J. Antunes1

1Embrapa Trigo, BR 285, km 294, 99001-970, Passo Fundo, RS. E-mail: [email protected],

[email protected], [email protected],[email protected], [email protected], [email protected], [email protected].

2Embrapa Produtos e Mercado, Escritório de Passo

Fundo, BR 285, km 294, 99001-970, Passo Fundo, RS. Email: [email protected], [email protected], [email protected]

Resumo: Este trabalho relata as atividades de transferência de tecnologia executadas para a cultura da soja na safra 2011/12 pela Embrapa Trigo e Embrapa Produtos e Mercado, Escritório de Passo Fundo. As atividades tiveram como objetivos: licenciar cultivares, capacitar técnicos e agricultores acerca de cultivares e práticas de manejo e comunicar à sociedade os temas relevantes para a cultura. O método de transferência de tecnologia adotado seguiu dois modelos complementares. Um deles refere-se à produção de sementes e ao licenciamento de cultivares, vinculado à oferta de cultivares pela Embrapa Produtos e Mercado e à trajetória percorrida por elas no âmbito das empresas de sementes. De outra parte, as atividades decorreram da programação dos diversos projetos da Embrapa Trigo. Foram instaladas unidades demonstrativas (UDs) e vitrines de tecnologias (VT) com organização de dias de campo (DC), palestras e eventos técnicos com as rotinas associadas de planejamento, acompanhamento e avaliação das atividades. A Embrapa Produtos e Mercado comercializou sementes básicas para empresas de sementes e licenciou cultivares por meio de contratos nas diferentes categorias de sementes. Esse modelo integrou-se às atividades de transferência de tecnologia e comunicação da Embrapa Trigo. Foram instaladas 57 UDs com as cultivares BRS Tordilha RR, BRS Estância RR e BRS Taura RR. Essas UDs foram a base para a realização de sete DC, com participação de mais de 1.800 agricultores, técnicos e estudantes. A destacar, ainda, a realização de duas VT com a participação de mais de 25.000 pessoas nas feiras Expodireto Cotrijal e Expoagro Afubra. Junto a essas atividades foram proferidas 21 palestras sobre temas relacionados à cultura da soja, totalizando público de 1.247 pessoas. Foram organizados 12 eventos como cursos, feiras e seminários, que mobilizaram 26.278 pessoas. Nestas atividades, procurou-se informar aos públicos interno e externo acerca dos eventos e das tecnologias transferidas por meio de informativos locais, em páginas da web e artigos de divulgação em mídia. Nesse aspecto, foram realizadas 40 inserções na imprensa.

Palavras-chave: Glycine max, dia de campo, unidade demonstrativa.

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VI - SESSÃO DE APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS INÉDITOS / DE DESTAQUE

Às 8h30min do dia 26 de julho de 2012, nas dependências do Auditório Principal da Embrapa Trigo, situado na BR 285, km 294, em Passo Fundo, foi realizada a Sessão de apresentação de trabalhos inéditos / de destaque, indicados pelas Comissões Técnicas, sob coordenação da pesquisadora da Embrapa Trigo, Dra. Mercedes Concórdia Carrão-Panizzi. Os títulos e os apresentadores são a seguir nominados: Comissão de Genética, Melhoramento e Tecnologia de Sementes: Avaliação da reação de cultivares comerciais de soja ao excesso hídrico, safra 2011/12 – C. E. Lange, IRGA. Comissão de Ecologia, Fisiologia e Práticas Culturais: Fenologia de cultivares de soja contrastantes em ciclo e tipo de crescimento, semeadas em cinco épocas - M. L. Strieder, Embrapa Trigo Comissão de Plantas Daninhas: Redução da infestação de arroz vermelho na soja cultivada em várzea com herbicidas de ação residual – A. Vedelago, IRGA. Comissão de Entomologia: Biologia e consumo de Spodoptera eridania e Anticarsia gemmatalis (Lep.: Noctuidae) em folhas de soja – L. C. Dallagnol, UPF. Comissão de Fitopatologia: Longevidade de escleródios de Sclerotinia sclerotiorum na superfície do solo em condições de campo – R. Brustolin, UPF. Comissão de Nutrição Vegetal e Uso do Solo: Produtividade da soja com adubação adicional e descompactação do solo em plantio direto – L. Compagnoni, UFPel. Comissão de Difusão de Tecnologia e Socioeconomia: Levantamento de perdas de soja no Rio Grande do Sul safra 2011/2012 – A. P. Rugeri.

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VII - SESSÃO PLENÁRIA FINAL Ata da Assembleia Geral da 39ª Reunião de Pesquisa da Soja da Região Sul

Às 10h40min do dia 26 de julho de 2012, nas dependências do Auditório Principal da Embrapa Trigo, situado na BR 285, km 294, em Passo Fundo, foi realizada a Sessão Plenária Final da XXXIX Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul, sendo coordenada pelo Eng. Agr. Aroldo Gallon Linhares, consultor da Fundação Pró-Sementes, e secretariada pela pesquisadora Leila Maria Costamilan, da Embrapa Trigo. O relator da Comissão de Nutição Vegetal e uso do Solo, Dr. José Eloir Denardin, da Embrapa Trigo, procedeu ao relato de sua comissão, que foi aprovado pelo plenário. A seguir, foi lido o relatório da Comissão de Genética, Melhoramento e Tecnologia de Sementes, por Gilmar Berlanda, da Embrapa Trigo, e após algumas indicações de correções no texto levantadas pela audiência, também foi aprovado. Seguiu-se o relato da comissão de Fitopatologia, pela Bióloga Cláudia Cristina Clebsch, da Embrapa Trigo, que também foi aprovado, após algumas correções sugeridas pela audiência. Foi dado prazo de 15 dias para que as alterações sugeridas no texto das Indicações Técnicas fossem encaminhadas. O relato da Comissão de Entomologia foi realizado pelo pesquisador Paulo R. V. da Silva Pereira, da Embrapa Trigo, e o mesmo foi aprovado. A seguir, o Eng. Agr. Giovani Stefani Faé, da Embrapa Trigo, fez o relato da Comissão de Difusão de Tecnologia e Socioeconomia. A audiência manifestou-se pela maior rapidez da liberação das Indicações Técnicas. Foi esclarecido que o mês de julho é o mais indicado para este tipo de reunião, e que, tão logo o texto das Indicações esteja pronto, será liberado digitalmente na página da Embrapa Trigo, além de ser distribuído de forma impressa, posteriormente. O relato foi, então, aprovado. O relato da Comissão de Plantas Daninhas foi feito por Mércio Luiz Strieder, pesquisador da Embrapa Trigo. Esta Comissão foi reunida, neste ano, com a Comissão de Ecologia, Fisiologia e Práticas Culturais, devido ao pequeno número de presentes. Foi dado prazo de 15 dias para que as alterações de produtos químicos nas Tabelas sejam efetivadas. O relatório foi, então, aprovado. Seguiu-se o relatório da Comissão de Ecologia, Fisiologia e Práticas Culturais, pelo mesmo relator. Durante o encontro desta Comissão, por solicitação da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), foi elaborada Carta ao Sr. Secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Caio Tibério Rocha, solicitando a revisão do Zoneamento Agrícola de Risco Climático para a cultura de soja no Estado do Rio Grande do Sul, ano-safra 2012/2013, conforme Portaria 136/2012 (DOU 10/07/2012). A mesma foi lida pelo Coordenador da Comissão, Eng. Agr. Giovani Theisen, da Embrapa Clima Temperado. Seguiram-se debates sobre a referida carta. A Eng. Agr. Cláudia Lange, do IRGA, mencionou a inclusão de municípios a esta solicitação. Ficou definido que um grupo, liderado por Mércio Strieder, realizaria melhorias na redação e que a Coordenação da Reunião faria o encaminhamento da mesma. A seguir, o Eng. Agr. Aroldo Linhares devolveu a palavra à Coordenadora da Reunião, pesquisadora Leila Costamilan, que se pronunciou sobre prazos para recebimento de termos de licenciamento de resumos (30 dias), sobre liberação dos textos das Indicações Técnicas (on-line, no site da Embrapa Trigo e, posteriormente, impresso, sendo encaminhado um exemplar para cada participante inscrito) e da Ata e Resumos (somente em CD, sendo encaminhado um exemplar para cada participante inscrito). Foram definidos os responsáveis para a realização das próximas duas Reuniões, ficando a Embrapa Clima Temperado responsável por 2014 e a Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da UPF, para 2016. Nada mais havendo a tratar, foram encerradas a Assembleia Geral e a XXXIX Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul, às 12h20min.

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VIII - REGIMENTO INTERNO DA REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL

CAPÍTULO I DA DEFINIÇÃO E DOS OBJETIVOS

Art. 1º A Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul (RPS - Sul) congrega a cada

dois anos (2 anos), preferencialmente no mês de julho, as instituições/entidades de Pesquisa Agronômica, Assistência Técnica, Extensão Rural e Economia da Produção, dos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, com o apoio da Embrapa Soja. Parágrafo único: Convocação extraordinária. A coordenação da Reunião poderá convocar sessões extraordinárias de uma ou mais comissões, para análise e tomada de decisões sobre assuntos de extrema relevância. A sessão extraordinária deverá ocorrer preferencialmente no mês de julho do ano posterior a reunião ordinária. A decisão da comissão, que é soberana nestes casos, será repassada as demais instituições credenciadas, presentes na última reunião ordinária.

Art. 2º O objetivo geral da reunião é avaliar resultados, elaborar indicações técnicas e planejar a pesquisa com soja para a região, integrando os programas das instituições/entidades de pesquisa, consideradas as peculiaridades inerentes às diferentes áreas de cada Estado.

Art. 3º Os objetivos específicos da reunião são os seguintes: a. Ampliar e aperfeiçoar o plano integrado interinstitucional e interdisciplinar de

pesquisa com a cultura da soja; b. Promover a participação efetiva das Instituições/entidades de assistência

técnica, de extensão rural, de economia da produção e associações de profissionais de agronomia, na elaboração do plano integrado de pesquisa e de difusão de tecnologia de soja para a região, especificadas no Art. 10°, alínea “b”.

CAPÍTULO II DO FUNCIONAMENTO

Art. 4º A Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul funcionará sob o sistema de

Comissões Técnicas. Parágrafo 1º As comissões técnicas serão as seguintes:

a. Genética, Melhoramento e Tecnologia de Sementes; b. Nutrição Vegetal e Uso do Solo; c. Fitopatologia; d. Entomologia; e. Controle de Plantas Daninhas; f. Ecologia, Fisiologia e Práticas Culturais; e g. Difusão de Tecnologia e Socioeconomia.

Parágrafo 2º Para cada Comissão Técnica serão eleitos, anualmente, um Coordenador e um Relator. A escolha do Coordenador e do Relator será feita pelos membros da Comissão, sob a presidência, preferencialmente, do Coordenador da reunião anterior. Parágrafo 3º Os mandatos do Coordenador e do Relator se estenderão até a reunião seguinte. Parágrafo 4º Compete ao Coordenador:

a. Dirigir os trabalhos da Comissão Técnica; b. Nomear um Relator substituto nos impedimentos do titular.

Parágrafo 5º Compete ao Relator:

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a. Elaborar documento/relatório contendo as informações de maior relevância obtidas pelas instituições/entidades em sua respectiva Comissão Técnica e apresentá-lo na sessão plenária de Assembléia Geral de que trata o Art. 5º, alíena “f”;

b. Elaborar a ata dos trabalhos de sua Comissão e apresentá-la na Sessão de Assembléia Geral de que trata do Art. 5º, alínea “f”;

c. Substituir o Coordenador em seus impedimentos e, neste caso, nomear um dos Membros como Relator Substituto.

CAPÍTULO III DAS SESSÕES

Art. 5º A reunião constará de: a. Sessão Plenária Solene de Abertura com a finalidade de saudação aos

participantes, recebimento de credenciais e informações gerais; b. Sessão Plenária de Apresentação do Relatório Técnico sobre o desempenho da

soja e/ou do negócio soja nas últimas safras nos Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, a ser apresentado pelas EMATER-RS, EMATERSC/(EPAGRI) e Cooperativas;

c. Sessões Técnicas por Comissão com o objetivo de apresentação e discussão dos resultados, elaboração de indicações técnicas e planejamento de pesquisa, envolvendo a avaliação das necessidades e prioridades de pesquisa, segundo cada Comissão Técnica e seleção (escolha/eleição) de trabalhos inéditos para apresentação na Sessão Plenária de que trata a alínea “e”, deste Art. 5°;

d. Sessão Plenária de Seminário Técnico da Cadeia Produtiva da Cultura da Soja, desenvolvido através de Palestras e/ou Painéis de interesse do agronegócio;

e. Sessão Plenária de apresentação de Trabalhos Inéditos e considerados inovações tecnológicas consolidadas de cada Comissão Técnica. Serão apresentados, no máximo, 07 (sete) trabalhos, tendo para cada trabalho 12 (doze) minutos para a sua apresentação, não permitindo perguntas;

f. Sessão Plenária de Assembléia Geral com o objetivo de apresentação e aprovação dos relatórios/atas e resoluções das Comissões Técnicas, definição das instituições promotoras das duas reuniões seguintes, assuntos gerais, discussão e votação de sugestões de alteração deste Regimento Interno e encerramento do evento;

CAPÍTULO IV DAS ATIVIDADES TÉCNICAS

Art. 6º A apresentação dos resultados de pesquisa será feita em nível de

Comissão Técnica como trata o Art. 5º, alínea “c”. O tempo destinado a cada trabalho será definido com base no número total de trabalhos a serem apresentados, de modo a possibilitar elaboração das indicações técnicas e o planejamento da pesquisa, dentro do período estabelecido para o trabalho das Comissões. Parágrafo Único Os resultados da avaliação econômica dos sistemas de produção, empregados nos campos e nas unidades de demonstração, serão apresentados por qualquer uma das entidades credenciadas e/ou por convite a terceiros da Coordenação da Reunião.

Art. 7º Nas sessões das Comissões Técnicas para apresentação de trabalhos, discussão de resultados, elaboração de indicações técnicas e planejamento de pesquisa, cada Comissão deverá:

a. Selecionar (escolher/eleger) trabalhos inéditos/destaques para apresentação na Sessão Plenária de que trata a alínea “e”, do Art. 5°;

b. Elaborar indicações à Assistência Técnica e Extensão Rural, detalhando e aprofundando as informações, à luz dos resultados obtidos e do avanço científico em cada área do conhecimento, explicitando os métodos e processos adotados no desenvolvimento das tecnologias;

c. As Comissões Técnicas devem prever espaços para reuniões conjuntas em

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temas que tenham interface na formulação, detalhamento e consolidação das indicações técnicas (exemplo, o tema Rotação de Culturas, envolverá as Comissões de Ecologia, Fisiologia e Práticas Culturais; Nutrição Vegetal e Uso do Solo; Fitopatologia; Entomologia e Melhoramento Genético e Tecnologia de Sementes);

d. Equacionar as medidas consideradas indispensáveis à melhor integração, execução e coordenação das atividades de pesquisa;

e. Detalhar o planejamento de pesquisa e a metodologia proposta, analisada em nível de experimento. Nessas reuniões, poderá ser solicitada a assessoria de técnicos vinculados às demais Comissões.

Art. 8º Na Sessão Plenária de Apresentação de Trabalhos Inéditos serão apresentados os trabalhos de maior relevância e/ou inéditos que foram selecionados nas Sessões das Comissões Técnicas, relacionadas no Art. 4º, Parágrafo 1º.

Art. 9º Na sessão plenária de Assembléia Geral, o Relator de cada Comissão Técnica apresentará as informações e conclusões relativas às alíneas “a”, “b” e “c” do Art. 7º e relacionará as instituições/entidades e os locais de execução, ressaltando as pesquisas conduzidas de forma integrada.

CAPÍTULO V DOS PARTICIPANTES

Art. 10 A Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul congregará duas categorias

de entidades participantes:

a. De Pesquisa: Entidades Oficiais, Fundações, Organizações de Cooperativas Agrícolas e Empresas que realizam pesquisa com soja:

1. Embrapa Soja; 2. Embrapa Clima Temperado; 3. Universidade Federal de Santa Maria - UFSM; 4. Fundação Centro de Experimentação e Pesquisa FUNDACEP/FECOTRIGO; 5. Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS; 6. Universidade Federal de Pelotas – UFPEL; 7. Universidade de Passo Fundo - UPF; 8. Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária – FEPAGRO; 9. Empresa de Pesquisa Agropecuária e Difusão de Tecnologia de Santa Catarina

- EPAGRI; 10. Embrapa Trigo; 11. Universidade de Cruz Alta – UNICRUZ; 12. SANTAGRO; 13. SEEDS – Serviço Especial em Diagnose de Sementes Ltda; 14. Cooperativa Central de Pesquisa Agrícola – COODETEC.

b. De Apoio: 1. Associação Sulina de Crédito e Assistência Rural - ASCAR/Associação

Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica Extensão Rural - EMATER/RS;

2. Empresa de Pesquisa Agropecuária e Difusão de Tecnologia de Santa Catarina - EPAGRI;

3. Federação de Cooperativas Agropecuárias de Santa Catarina – FECOAGRO; 4. Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento – DPD Embrapa; 5. Banco do Brasil S/A; 6. Comissão Estadual de Sementes e Mudas do Estado do Rio Grande do Sul -

CESM/RS; 7. Comissão Estadual de Sementes e Mudas do Estado de Santa Catarina

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CESM/SC; 8. Associação dos Produtores de Sementes do Rio Grande do Sul – APASSUL; 9. Associação de Produtores de Sementes de Santa Catarina – APROSESC; 10. Embrapa Produtos e Mercado; 11. Seção de Defesa Sanitária Vegetal da Delegacia Federal da Agricultura do Rio

Grande do Sul; 12. Seção de Defesa Sanitária Vegetal da Delegacia Federal da Agricultura de

Santa Catarina; 13. ANDEF- Associação Nacional de Defesa Vegetal; 14. ANDA – Associação Nacional para Difusão de Adubos; 15. AENDA – Associação das Empresas Nacionais de Defensivos Agrícolas; 16. APAs - Associações de Profissionais de Agronomia.

Art. 11 Outras Instituições podem ser admitidas na RPS-Sul desde que: a. Estejam realizando pesquisa nos Estados de atuação da RPS-Sul, definida no

Art. 1° deste Regimento; b. Justifiquem a sua admissão por trabalhos realizados, trabalhos em andamento

e tenham estrutura de pesquisa na(s) área(s) de atuação especificadas no Art. 4°, Parágrafo 1°;

c. Solicitem sua admissão ao Coordenador da RPS-Sul até 30 de abril do ano de realização da reunião, sendo a mesma apreciada e aprovada na sessão plenária de Assembléia Geral da Reunião, de que trata o Art. 5°, alínea f.

CAPÍTULO VI

DO CREDENCIAMENTO DE REPRESENTANTES E VOTAÇÃO

Art. 12 Cada instituição/entidade de pesquisa indicará os representantes para cada Comissão Técnica, prevista no Parágrafo 1º do Art. 4º, desde que a mesma realize trabalhos nas linhas de pesquisa que caracterizam cada Comissão.

Art. 13 Cada instituição/entidade de pesquisa credenciará um titular que terá direito a voto nas sessões da Comissão Técnica a que pertence e na Sessão de Assembléia Geral (Art. 5º, alínea “f”). Cada instituição/entidade de pesquisa credenciará também um suplente, com direito a voto na ausência do titular.

Art. 14 Cada instituição/entidade de assistência técnica ligada ao Sistema EMBRATER (EMATERs) poderá credenciar um titular para cada uma das Comissões Técnicas constantes no Parágrafo 1º do Art. 4º, o qual terá direito a voto nas Sessões da Comisssão Técnica respectiva. Para a Sessão de Assembléia Geral constante na alínea “f” do Art. 5º, essas instituições/entidades credenciarão um titular com direito a voto. As instituições/entidades poderão, também, credenciar um suplente, em ambos os casos, com direito a voto na ausência do titular. Parágrafo Único As organizações ANDA, ANDEF, AENDA e APAs terão os mesmos direitos constantes nesse Art. 14°, nas seguintes condições: ANDEF e AENDA nas Comissões Técnicas “c”, “d” e “e” com direito a um voto para cada associação, ANDA na “b” e APAs em todas as comissões, constantes do Parágrafo 1º, do Art. 4º.

Art. 15 Para todas as sessões, o regime de votação será o de maioria simples (cinqüenta por cento mais um dos representantes com direito a voto), salvaguardada a possibilidade do voto de minerva do Coordenador da Comissão Técnica, nas sessões das Comissões, e do Presidente da Mesa, na Sessão Plenária de Assembléia Geral.

CAPÍTULO VII DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 16 Os trabalhos de organização da Reunião de Pesquisa de Soja da Região

Sul ficarão a cargo da Instituição/entidade escolhida na última reunião, obedecendo um sistema de rodízio interinstitucional.

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Parágrafo Único Apenas as Entidades de Pesquisa enquadradas na alínea “a” do Art. 10 entrarão no sistema de rodízio interinstitucional para organizar a Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul – RPS-Sul.

Art. 17 A escolha do Presidente de mesa, para a Sessão Plenária de Assembléia Geral, ficará a cargo da Comissão Organizadora.

Art. 18 Os representantes credenciados pelas instituições participantes deverão entregar na Secretaria da Reunião, no momento da inscrição, seu credenciamento. Os trabalhos devem ser entregues eletronicamente, de acordo com a forma e modelo solicitado pela Comissão Organizadora.

Art. 19 Os casos omissos neste Regimento Interno serão resolvidos na sessão plenária de Assembléia Geral da Reunião, prevista no Art. 5°, alínea f.

Regimento Interno Aprovado na XXXII RPS-Sul, em 29/07/2004 e atualizado na XXXVIII RPS-Sul, em 05 de agosto de 2010.