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E E COS COS DA DA M M ATRIZ ATRIZ Paróquias de Caminha e Vilarelho Ano L - Nº 809 - 26 de Setembro a 2 Outubro 2011 A liturgia do 26º Domingo do Tempo Comum deixa claro que Deus chama todos os homens e mulheres a empe- nhar-se na construção desse mundo novo de justiça e de paz que Deus sonhou e que quer propor a todos os homens. Diante da proposta de Deus, nós podemos assumir duas atitudes: ou dizer “sim” a Deus e colaborar com Ele, ou escolher caminhos de egoísmo, de comodismo, de isolamento e demitirmo- nos do compromisso que Deus nos pede. A Palavra de Deus exorta-nos a um compromisso sério e coerente com Deus um compromisso que signifique um empenho real e exigente na constru- ção de um mundo novo, de justiça, de fraternidade, de paz. Na primeira leitura (Ez 18,25-28 ) o pro- feta Ezequiel convida os israelitas exila- dos na Babilónia a comprometerem-se de forma séria e consequente com Deus, sem rodeios, sem evasivas, sem subter- fúgios. Cada crente deve tomar cons- ciência das consequências do seu com- promisso com Deus e viver, com coerên- cia, as implicações práticas da sua adesão a Jahwéh e à Aliança. O Evangelho (Mt 21,28-32 ) diz como se concretiza o compromisso do crente com Deus… O “sim” que Deus nos pede não é uma declaração teórica de boas intenções, sem implicações práticas; mas é um compromisso firme, coerente, sério e exigente com o Reino, com os seus valores, com o segui- mento de Jesus Cristo. O verdadeiro crente não é aquele que “dá boa impressão”, que finge respei- tar as regras e que tem um comportamento irrepreensível do ponto de vista das convenções sociais; mas é aquele que cumpre na realidade da vida a vontade de Deus. A segunda leitura (Filip 2,1-11) apresenta aos cristãos de Filipos (e aos cristãos de todos os tempos e lugares) o exemplo de Cristo: apesar de ser Filho de Deus, Cristo não afirmou com arrogância e orgulho a sua condição divina, mas assumiu a realidade da fragilidade humana, fazendo-se servidor dos homens para nos ensinar a suprema lição do amor, do serviço, da entrega total da vida por amor. Os cristãos são chamados por Deus a seguir Jesus e a viver do mesmo jeito, na entrega total ao Pai e aos seus projectos. In Dehodianos XXVI DOMINGO DO TEMPO COMUM

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EECOSCOS DADA MMATRIZATRIZ Paróquias de Caminha e Vilarelho

Ano L - Nº 809 - 26 de Setembro a 2 Outubro 2011

A liturgia do 26º Domingo do Tempo Comum deixa claro que Deus chama todos os homens e mulheres a empe-nhar-se na construção desse mundo novo de justiça e de paz que Deus sonhou e que quer propor a todos os homens. Diante da proposta de Deus, nós podemos assumir duas atitudes: ou dizer “sim” a Deus e colaborar com Ele, ou escolher caminhos de egoísmo, de comodismo, de isolamento e demitirmo-nos do compromisso que Deus nos pede. A Palavra de Deus exorta-nos a um compromisso sério e coerente com Deus – um compromisso que signifique um empenho real e exigente na constru-ção de um mundo novo, de justiça, de fraternidade, de paz.

Na primeira leitura (Ez 18,25-28 ) o pro-feta Ezequiel convida os israelitas exila-dos na Babilónia a comprometerem-se de forma séria e consequente com Deus, sem rodeios, sem evasivas, sem subter-fúgios. Cada crente deve tomar cons-ciência das consequências do seu com-promisso com Deus e viver, com coerên-

cia, as implicações práticas da sua adesão a Jahwéh e à Aliança.

O Evangelho (Mt 21,28-32 ) diz como se concretiza o compromisso do crente com Deus… O “sim” que Deus nos pede não é uma declaração teórica de boas intenções, sem implicações práticas; mas é um compromisso firme, coerente, sério e exigente com o Reino, com os seus valores, com o segui-mento de Jesus Cristo. O verdadeiro crente não é aquele que “dá boa impressão”, que finge respei-tar as regras e que tem um comportamento irrepreensível do ponto de vista das convenções sociais; mas é aquele que cumpre na realidade da vida a vontade de Deus.

A segunda leitura (Filip 2,1-11) apresenta aos cristãos de Filipos (e aos cristãos de todos os tempos e lugares) o exemplo de Cristo: apesar de ser Filho de Deus, Cristo não afirmou com arrogância e orgulho a sua condição divina, mas assumiu a realidade da fragilidade humana, fazendo-se servidor dos homens para nos ensinar a suprema lição do amor, do serviço, da entrega total da vida por amor. Os cristãos são chamados por Deus a seguir Jesus e a viver do mesmo jeito, na entrega total ao Pai e aos seus projectos. In Dehodianos

XXVI DOMINGO DO TEMPO COMUM

“Resgatar” a dívida, “salvar” da bancarrota,

“comprar” dívida pública, “perda” de autono-

mia / soberania, eis algumas das expressões que a crise trouxe para o nosso quotidiano.

Buscam-se “culpados” e chega a falar-se em

actos “criminosos” ou coisas do género, ao

mesmo tempo que se decreta ser preciso “mudar de vida”. Antes das últimas eleições,

gente “importante” pedia um governo de

“salvação nacional”. Dou comigo a pensar

nesta linguagem “religiosa”: Resgate, Salva-ção, Redenção (= comprar), Escravização (=

perda de liberdade), Culpa, Conversão (mudar

de vida), e só não se fala de “Pecado” porque

é linguagem imprópria para consumo. Cheira a religião com promessas de destino e projec-

to salvadores.

Desde o 25 de Abril, o País foi buscando a sua salvação na Europa como “projecto nacional”;

com a adesão à União Europeia e à Moeda

Única encontrou finalmente a “Terra Prometi-

da” onde “corria leite e mel”. Para trás ficava a miséria, o subdesenvolvimento e o atraso

cultural, qual passagem de 40 anos pelo

Deserto (Estado Novo). Estávamos finalmente

sãos e salvos ou assim parecia até ao momen-to em que a mãe Europa, acolhedora e gene-

rosa, se transforma em pai austero, de chicote

na mão, a exigir-nos “Penitência”/

Austeridade/Sacrifícios. Precisamos novamen-te de ser salvos e resgatados, mas, para isso,

temos mais uma vez de voltar ao Deserto

(recessão) até, pelo menos, ao ano 2013,

informam-nos. E lá vamos gemendo e choran-do neste vale de lágrimas à espera da salvação

e redenção deste mundo desolado, e do res-

gate das mãos de poderes ocultos e malignos

a que chamam alta finança, mercados e que-

jandos. Eis-nos, pois, novamente em busca de salvação, confiando que o FMI e o BCE e a UE

nos venham resgatar e salvar da bancarrota

(Banca-“rota”, palavra que diz tudo!).

A cultura moderna secular quis fazer-nos acre-

ditar que a salvação está ao nosso alcance,

embora haja que conquistá-la à força duma

luta renhida contra a adversidade e a finitu-de, no horizonte da história humana, através

da liberdade e do progresso. Mas a experiên-

cia vai-nos mostrando que a salvação consu-

mada não nos vem nem da ciência, nem da técnica, nem da economia, apesar de todos

os progressos que estas têm conhecido. Dei-

xam-nos à sua porta, sem conseguir transpô-

la; deixam-nos, quando muito, no sonho da saúde física e da longevidade, da prosperida-

de e êxito profissional, da realização pessoal

e auto-estima, da melhoria da qualidade de

vida…, mas não nos salvam. Falta-lhe sentido e para quê; falta-lhe transcendência e o

transcendente.

Tem razão Eduardo Lourenço ao dizer, há tempos, em entrevista na SICN, que a crise

actual assenta numa crise anterior a que cha-

mou “crise” da crise e que descreveu como

sendo de sentido e de valores. Vivemos no reino do nihilismo e da falta de sentido para a

vida. E já agora acrescento o que Miguel de

Unamuno escreveu a nosso respeito, talvez

exagerando: “Portugal é um povo triste, e é-o mesmo quando sorri… A vida não tem para

ele sentido transcendente… Desejam talvez

viver, mas para quê?” (“Portugal um povo de

Suicidas”, Almedina, 2010). E é aqui que colo-co algumas perguntas: Queremos ser salvos

para quê? Salvos de quê? Salvos por quem?

Afinal, o que é que queremos ser? Li algures

que não sabemos exactamente em que con-siste a nossa salvação nem onde está a nossa

felicidade; não temos certezas, ou temos cer-

tezas a mais, o que ainda é pior. Mas, sobre-

tudo, não atinamos com a raiz da falta de

salvação. Nós, cristãos, dizemos que falta às nossas vidas e nas nossas vidas, o Deus “que

salva” e nos salva dos nossos egoísmos e de

nós mesmos. E que este Deus tem um rosto e

um nome: Jesus Cristo, nosso Salvador. Mas

O MUNDO À NOSSA VOLTA - PROJECTOS DE SALVAÇÃO

ANIVERSÁRIOS

PARABÉNS!

Dia 26:

- António José da Veiga Afonso;

- Carlos Alberto da Costa Ferreira;

- António Augusto Lourenço Chão.

Dia 27:

- Palmira Conceição Gonçalves;

- Carolina Saldanha dos Santos;

- Justina Rosa Lourenço do Passo;

- Ana Maria Ferreira Garcia;

- Gonçalo Gomes Escusa;

- João Ricardo Martins Ramos.

Dia 28:

- Maria Conceição Pereira Cunha Amo-

rim.

Dia 29:

- Sebastião Porto Ribeiro.

Dia 30:

- Elsa de Matos Ramos;

- Maria Emília Rodrigues da Cruz Alves;

- José António Lourenço Pedrosa;

- Maria de Lurdes Fagundes Pinto Braga.

Dia 01:

- Maria Fernandes;

- António Sousa Barbosa;

- Maria de Fátima Rodrigues Videira;

- César Augusto Oliveira Araújo,

- Tiago João Lages Barbosa.

-Dia 02:

- Maria Caetana Pires;

- Maria Mercês Ribas Gonçalves Pereira;

- Ana de Jesus Alves do Poço;

- Luís António Mourão Rodrigues;

- Norberto Manuel Loureiro Guerra;

- Rosa Maria Rodrigues Tenedório Baixi-

nho;

este “Salvador”também parece estar fora da

moda e dos planos da sociedade actual, para

mal dos nossos pecados.

Com as férias chegadas ao fim e os “impostos” a

caminho, resta-nos pedir ao Senhor que as cir-cunstâncias difíceis em que nos encontramos

como povo sejam ultrapassadas, que os sacrifí-

cios sejam justamente repartidos e que mude-

mos verdadeiramente de vida. Mas não tenha-

mos ilusões. Se não nos deixarmos converter, ao nível do coração, a Deus e aos irmãos, então

é melhor começarmos já a pensar no próximo

“salvador” e no próximo “resgate”.

Nota: Dei a estas linhas o título de “Projectos de

Salvação”, no plural. Falta o Projecto, no singu-

lar, que lhes dê suporte e consistência, na linha do dito evangélico “Buscai primeiro o Reino de

Deus e o resto vos será dado por acréscimo”.

Pena que os governantes em particular e a

sociedade em geral não estejam convencidos

disso. Valha-nos Deus! E já agora, valha também o nosso empenhamento cristão na realização

deste Projecto de Salvação como contributo

nosso para a solução da crise que nos afecta a

todos!

A. da Costa Silva, s.j.

Recebeu este Sábado, dia 24 de Setembro de 2011, o Sacramento do Baptismo, a menina Matilde dos Reis Monraia, nascido a 24 de Junho de 2010. É filha de João Daniel Tenedório Monraia e Margarida Isabel Dantas dos Reis Monraia.

A Matilde teve como padrinhos: Jorge Miguel Correia de Freitas Couto Esteves e Helena Maria Soares Vieira.

Parabéns á Matilde…

Orgulhar-se no que os olhos vêem não é pró-

prio da fé, mas confiar no que a Palavra revela.

Autor desc.

VIDA CRISTÃ

DIA HORA/LOCAL INTENÇÕES

Terça Dia 27

19:00 Matriz

S. Vicente de Paulo - Almas do Purgatório - mc Confraria das Almas; - Irmãos da Confraria Bom Jesus Mareantes; - Viriato José Alves dos Santos, Ilídia de Matos, Manuel Pereira de Matos e Alfredo Alonso dos Santos; - Angel Sanchez Sanchez (16º aniv.); - Otília Gonçalves (1º Mês); - João Luís Lourenço Gondarém, esposa, Maria Fernanda Ribeiro, Conceição Vieira da Rocha, filhos, nora e genro; - Carlos Moreira Esteves (III aniv).

Quarta Dia 28

08:30 Misericórdia

- João Luís Lourenço Ribeiro, avós e padrinho; - Damião Fernandes Porto(aniv).

Sexta Dia 30

16:00

19:00 Matriz

Eucaristia na Casa de Repouso Bom Jesus dos Mareantes - Rogério António Caldas Gonçalves; - António José Correia de Faria; - Teresa Taveira Alves; - Aníbal Ramos Brandão (2º Mês).

Sábado Dia 01

18:00 Matriz

19:00 Matriz

Santa Teresa do Menino Jesus Abertura da Catequese - José Manuel Pereira Brochas, pai, avós e tios; - Vetúria Jorge de Matos Esteves e Almas do Purgatório; - Massilde Ramos Carona - mc Confraria das Almas; - Raul da Rocha Peixoto.

Domingo Dia 02

09:00 Vilarelho

10:30 Misericórdia

12:00 Matriz

- Sebastião Luís Rocha, pais e sogros; - Helena Lourenço Ribas e marido, - Carlos Alberto, tios e avós; - Maria da Piedade Turnes e marido; - Rui dos Anjos Castro e esposa, Maria de Lurdes Castro Pinto e marido. Irmãos e Benfeitores da Santa Casa da Misericórdia Povo de Deus

Serviço Religioso

FICHA TÉCNICA Propriedade: Paróquia de Nossa Senhora da Assunção de Caminha • Director: Pe. José Filipe Sá

Colaboradores: Carlos A. Martins e Alberto Fernandes • Publicação: Semanal • Tiragem: 350 Ex. tel.: 258 921 413 E-mail: [email protected] • Site: paroquiadecaminha.com