xx encontro brasileiro do campo freudiano
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8/13/2019 Xx Encontro Brasileiro Do Campo Freudiano
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XX ENCONTRO BRASILEIRO DO CAMPO FREUDIANOTRAUMA NOS CORPOS, VIOLNCIA NAS CIDADES
Belo Horizonte, 21 a 23 de novembro de 2014Argumento
Duas expresses trauma nos corpos e violncia nas cidades compem o ttulo do prximo
Encontro promovido pela Escola Brasileira de Psicanlise (EBP). Em um pas como o Brasil, mas sem
que as reduzamos a essa dimenso nacional e geogrfica, elas podem ser apreendidas por uma relao do
tipo causa-efeito: em uma verso mais miditica (ou mesmo estatstica), dito que a violncia nas cidades
provoca trauma nos corpos ou, ainda, por um vis, digamos, mais psicolgico, afirma-se que o trauma dos
corpos produz violncia. Por sua vez, a psicanlise de orientao lacaniana convoca-nos a outro tipo de
leitura: violncia nas cidades comporta, sem dvida, o que se passa no mbito do espao pblico
enquanto que trauma nos corpos aponta mais particularmente para um espao privado, mas Lacan,
desde sua Proposio sobre o psicanalista da Escola (1967), ensina que, da hincia mais ntima da
experincia analtica, perfila-se o horizonte do que extensvel para a psicanlise. Assim, com Lacan,nos distanciamos da relao linear e planificada do tipo causa-efeito para afirmar uma topologia na qual a
apresentao da violncia na cena pblica poder ser abordada levando em conta o que se passa de modo
no menos exterior (porque tambm estranho, invasivo e dilacerante) na intimidade do que traumatiza os
corpos (e a qual temos acesso pela experincia clnica com o um por um). Interessa-nos, ento, no XX Encontro Brasileiro do Campo Freudiano, sustentar seminrios, trabalhos e
discusses em que a elucidao do trauma nos corpos empreendida ao longo de experincias de anlises
contribua para a tematizao e a produo de respostas para a violncia nas cidades. Igualmente interessa-
nos, ao longo desse mesmo Encontro, averiguar em que e como tal violncia interroga a experincia
psicanaltica que procura responder ao trauma dos corpos se valendo da fala cujo silenciamento o que,
muitas vezes, deflagra a violncia. Na 26 lio do Seminrio 5, Lacan distingue a violncia e
agressividade porque a primeira, sendo exatamente o contrrio da fala, no teria como ser recalcada,simbolizada e, portanto, extrapola o que analisvel, ... interpretvel. Ora, Lacan tampouco deixar
de afirmar (sobretudo no que Jacques-Alain Miller lhe tem destacado como o ltimo ensino) o quanto a
experincia analticasegundo tambm testemunham os Analistas da Escola (AE) a propsito dos finais
de suas prprias anlises implica encontrar novos modos de viver a pulso e o que dos sintomas resta
como avesso ao recalque, alheio ao smbolo, refratrio interpretao, opaco decifrao analtica,
apresentando-se como pedaos de real inassimilveis ao que faz sentido, mas que tocam o corpo e do-
lhe um sentido (tomado, aqui, como orientao). Certamente, esses novos modos de vida e esses restos
sintomticos em jogo na experincia analtica, mesmo se confrontando com um limite da fala e
comportando outras leituras do que traumtico nos corpos, no so propriamente qualificveis de
violentos, mas sua elucidao parece-nos profcua para abordarmos a irrupo da violncia nas cidades.Nas diferentes atividades propostas para o XX Encontro Brasileiro do Campo Freudiano, visamos a
considerar, portanto, trauma nos corpos e violncia nas cidades como expresses provenientes deespaos diferentes e que ganham, com a psicanlise de orientao lacaniana, uma abordagem que,
compartilhando elementos e noes, confere-lhe usos que podem chegar a ser radicalmente diversos no
mbito pblico e no mbito privado sem deixarem de ter, entre si, uma inquietante proximidade. Desses
elementos e noes, para concluir este argumento e almejar sua elucidao ao longo da preparao e da
prpria realizao do XX Encontro Brasileiro do Campo Freudiano, destacamos: a nomeao concernente
satisfao pulsional, ao gozo e o que se impe como inominvel; a declinao (a ser tomada como
decadncia e como variao de forma) dessa referncia que o Nome -do-Pai como Outro da Lei; os
confrontos com o supereu materno; os destinos do amor (inclusive quando ele toma a face mais obscura
do dio ou mesmo quando ele acaba); as respostas aos acontecimentos imprevistos; as funes da fala e
do falo; a proliferao da exceo que a dilui ou a isola na solido; as diferenas sexuais.
Srgio LaiaCoordenador da Comisso Cientfica
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Atividades
A programao do XX Encontro Brasileiro ser composta de Plenrias e de apresentaes de trabalhos
em Mesas Simultneas. Desta vez, contaremos ainda com Entrevistas, bem como com Seminrios de
AME (Analistas Membros da Escola) e trabalhos provenientes de cartis da EBP. Os textos para as Mesas
Simultneas e os Seminrios de AME sero selecionados. Um eixo temtico das Mesas Simultneas Os
destinos do amorser dedicado especialmente a contribuies provenientes de cartis da EBP.Sero divulgadas em breve informaes mais detalhadas sobre essas atividades, seus formatos e, quando
for o caso, prazo para seu envio e diretrizes do processo de seleo. Eixos Temticos
As atividades do XX Encontro Brasileiro do Campo Freudiano vo se nortear pelos seguintes temas:
- A solido do Um nos corpos e nas cidades- Incidncias do trauma na diferenciao dos sexos- O mal, sua marca nos corpos, e a vida- Os destinos do amor- Psicologia das massas, anlise do eu... e a deriva das pulses
Em breve, tambm divulgaremos as ementas de cada um desses eixos temticos.
Presidncia, Diretoria e Coordenaes
Marcelo Veras (Presidente)Henri Kaufmanner (Diretor)
Fernanda Otoni Brisset (Coordenao)Ana Lydia Santiago (Comisso do Passe)
Helenice de Castro e Glacy Gorski (Comisso da Tesouraria)
Lilany Vieira Pacheco (Comisso de Mdia e Divulgao)Luciana Silviano Brando (Comisso de Infraestrutura)
Maria Rachel Botrel (Comisso de Acolhimento)Miguel Antunes (Comisso de Parcerias)
Mnica Campos Silva (Comisso da Livraria)Srgio Laia (Comisso Cientfica)