xiv seminario nacional de grandes barragens de qualidade de calda de... · apresentados nas figuras...
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XIV SEMINARIO NACIONAL DE GRANDES BARRAGENS
REC I FE
AGOSTO 1981
CONTROLE DE QUALIDADE DE CALDA DE CIMENTO PARA INJECAO
- UTILIZACAO DE TRACO VARIAVEL -
TEMA: II
GEOL9 ADILSON L. BARBI
GEOL9 ZSOLT M. GOMBOSSY
ENG9 GILSON H. SIQUEIRA
ITAIPU BINACIONAL
FOZ DO IGUACU - PR
207
1. INTRODUQAO
Para a execurao de um tratamento de fundagao por injegao de
cimento em nivel tecnico satisfat6rio , nao basta a definigao
da calda adequada atraves de extensos estudos delaboratorio,
se nao se controla o produto aplicado no campo.
A experiencia tem mostrado uma diferenca muito grande entre
as propriedades da calda preparada em laboratorio e aquela
injetada.
Os motivos sao varios e resultantes de uma serie de fatores
externos e internos ao processo de trabalho , aos quais soma
se ainda diferenca de sensibilidade dos equipamentos, de vo
lumes envolvidos e ate mesmo de nivel entre pessoal de labo
rat6rio e de campo.
Em Itaipu , foi estabelecida uma sistematica de ensaios que
permitiu a pronta detecgao das variagoes das propriedades
da calda preparada no campo em relagao a valores pre-determi
nados. Isto condicionou a utilizagao de um trago variavel e
cortanto sujeito a ajustes nas proporgoes dos constituintes,
com o objetivo de manter a calda Centro dos padroes minimos
especificados.
Este trabalho objetiva expor o metodo implantado e os resul
tados obtidos numa primeira fase do tratamento.
2. ESTUDOS DE LABORATORIO PARA DEFINIQAO DO TRAQO MAIS ADEQUADO
Tendo em vista os aspectos peculiares do tratamento proposto,
seja quanto a profundidade a ser atingida , seja pela necessi
dade de altas produgoes mensais , estabeleceu-se que a calda
a ser utilizada deveria apresentar boas qualidades de injeta
bilidade nao apenas no momento de sua preparagao , mas apos
longas distancias de bombeamento . Com isto, poder -se-iam re
duzir os deslocamentos das centrals injetoras com reflexos
diretos na produgao.
Foram entao definidos valores aceitaveis para os diversos pa
rametros de injetabilidade e pesquisada em laboratorio uma
calda que os atendesse . Inicialmente desenvolveram-se dois
programas para diversos tragos agua: cimento, variando de
0,57:1 ate 2 :1 em peso , com e sem adigao de porcentagens va
navels de bentonita.
Os ensaios realizados em laboratorio mostraram os resultados
209
apresentados nas figuras 1 e 2, os quais, analisados sob os
diversos aspectos , indicaram a calda A:C = 1:1 com 2 % de ben
tonita em relarao ao peso de cimento , como o trago basico.
3. CONTROLE DE QUALIDADE DA CALDA
Como consequencia das variacoes na qualidade dos componentes
da calda, os valores pre-determinados e assumidos como padrao
para alguns parametros da mesma tiveram que ser frequentemen
to ajustados, por&m sempre respeitando a tolerancia inicial
mente definida.
Para isto foi implantada uma sistematica de ensaios objeti
vando controlar as variacoes e as propriedades de injetabili
dade, reologicas e mecanicas da calda no campo em relacao
aos valores determinados em laboratorio, a cada lote de ci
mento ou bentonita chegado a obra.
3.1. CONTROLE DE LABORATORIO
Teve a finalidade de definir para cada partida de cimen
to ou bentonita as caracteristicas da calda a serem as
sumidas como referencia no controle de Campo. Sua fre
quencia foi estabelecida como mensal visando acompanhar
tambem a influencia da estocagem dos componentes.
Obviamente as condicoes diferentes de trabalho nos dois
locais permitem a aceitagao de pequenas variacoes entre
os resultados.
Este controle compreendeu as determinagoes seguintes:
- Fator de sedimentacao e tempo de escoamento, este 61
timo utilizando o funil do Corps of Engineers, modifi
cado.
- Viscosidade dinamica e limite de escoamento ("yield
point" ), determinados atraves de viscosimetro de ci
lindros coaxiais da Contraves.
- Porcentagem de lixiviacao apos 50 ciclos no extrator
Soxhlet.
- Massa especifica, utilizando balanga Baroid de deter
minagao direta.
- Inicio de pega, pelo metodo MB-1 da ABNT.
210
- Resistencia a compressao uniaxial.
A tabela 1 mostra os valores obtidos em ensaios corres
pondentes a sete partidas de cimento.
CONTROLETEMPO DE VISCOS. LIMITS DE TEMPO DEAGITAcAO DINI.MICA ESCOAM ESCOAM .
I(min.) (Cp) ( m2) (Se g.)
FATOR DESEDIM.(%)
NSI(ykm3)INICIO DE
PEGA(horo)
RESISTCOMP
km2
1 2 18 0,094 13 ' 2 4 1,49 5:40 50
2 2 19 0,099 13 7 3 1,50 5:50 63
3 2 17 0,082 12 6 5 1,51 6:20 67
4 2 13 0 , 031 11:6 5 1,48 6:40 69
5 2 13 0,039 11:9 7 1,49 7:00 70
6 2 15 0,055 12 : 5 4 1,50 6:50 71
7 2 16 0,051 125 5 1,50 7:40 -
TABELA 1 - Determinocao de valores padrao em Ioboratdrio
Observam-se ao longo dos controles dispersoes ate certo
ponto apreciiveisprincipalmente nas caracteristicas reo
logicas da calda, indicando variaroes nas propriedades
do cimento e/ou bentonita. Como a estocagem foi planeja
da dentro de normas rigidas de controle, com rodizio
constante impedindo o envelhecimento de um determinado
lote, as dispersoes observadas nos resultados acima fo
ram caracterizadas como consequentes unicamente das va
riacoes de qualidade dos componentes, em cada lote.
3.2. CONTROLE DE CAMPO
Face as condicoes menos favoraveis no campo, propician
do com maior facilidade a ocorrencia de diversos tipos
de erros, os ensaios de controle ali realizados obedece
ram a uma frequencia diaria.
De modo a permitir uma visao geral das caracteristicas
do produto injetado em todas as frentes, bem Como co
nhecer a influencia dos equipamentos de preparagao e de
injecao da calda, os ensaios foram realizados a cada
dia em uma central diferente. A tabela 2 mostra a media
dos valores obtidos em 11 etapas dQ controle. Comparan
do os resultados com aqueles determinados no laboratorio
verifica-se uma variagao ainda maior entre os valores.
211
Esta observarao sugere a interferencia de outros fato
res na qualidade da calda, alem das variacoes do cimen
to e bentonita, conforme estabelecido ate entao.
CONTROLE ENSAI OS DE CAMPON9TA V L E TE FS P R C
1M 15 24 014 -14,2 3 143 57 42
J 22 5 0,06 1,6 3 0 ,01 0,7 10
2 M 44 19 0,09 12 ,4 9 1,44 - 52
J 43 1 0,01 0 ,6 2 - - 7
M 18 26 0,13 1 3 144 54 56
3 22 5 002 0 2 0 ,03 0 ,7 1e4 M 10 15 0,05 13,1 3 1 . 38 6 15 53
J 5 4 0 , 01 - - 0,00 - 23
s - M 34 25 013 13 5 144 5 15 3$
J 2T 10 0 12 4 0 04 6 66
M 54 23 0 11 13,4 4 140 - 543 44 9 0,06 0,5 1 0,03 - is
7 M 42 21 0 ,10 1315 4 1 ,45 44 47
3 37 2 0,05 2 ,0 5 0,02 - 11
8 M 51 38 015 16 ,5 2 1 ,49 7,1 57
3 37 22 0,06 48 2 002 1 ,4 13
9 M 45 30 0 ,12 1 2 1 ,41 - -3 37 12 OP 5 5 ,3 3 0 .03 - -
M 34 23 011 13,5 2 1 ,45 6 ,4 4910
3 33 7 0 , 07 1 4 0,P 3 1 ,3 21
F 11 M 23 23 009 130 4 146 - -J 23 7 0,03 1 ,0 3 05 - -
M - Media oritimetico dos volores
S - Desvio podrl oTA - Tempo de agitocoo em minutos
V - Viscosidode em CpLE - Limite de escoamento (g/cm2)
FS - Fator de sedimentocoo (%)
D - Densidade g/cm3IP - Inicio de pego (h: min.)
RC - Resistencia a compressoo simples -14 dios ( kg/cmz )TE - Tempo de escoamento (seg/1000 mf )
TABELA 2 - Ensaios de campo poro controle do calda injetado
Partiu-se entao para o estudo de todos os fatores com
possibilidade de interferir e principalmente alterar as
propriedades da calda, com o objetivo de
dispersoes verificadas.
minimizar as
212
4. FATORES CONDICIONANTES DE DISPERSAO NO CONTROLE DE CALDA
A execugao de um tratamento por injecao de cimento/bentonita,
extenso e complexo como o proposto, a condicionada por uma
serie de fatores, que podem ser enquadrados em duas catego
rias:
- externos, ou seja, aqueles que no dependem do processo de
injecao adotado.
- internos, ligados diretamente ao mesmo.
Dentre os primeiros, podem-se mencionar:
a- variagoes de temperatura da calda durante o processo de
injecao;
b- mudanga nas propriedades e caracteristicas do cimento e
aditivos a cada partida, com o tempo, e condig6es de ar
mazenamento;
c- tixotropia da bentonita;
d- efeito da agitagao violenta provocada pelo bombeamento;
e- variagao da perda de carga nas canalizacoes;
f- erro na dosagem da calda, principalmente quando se tra
balha com componentes a granel.
Na segunda categoria enumeram-se:
a- definigao da distancia maxima entre a central injetora
e o furo;
b- tempo de hidratacao da bentonita;
c- manutengao deficiente dos equipamentos de preparagao da
calda;
d- tempo de agitagao.
Definidos os fatores acima como aqueles de maior influencia
nos resultados ate entao obtidos, o proximo passo foi a eli
minagao paulatina dos mesmos, obtida conforme descrito a se
guir:
4.1. TEMPERATURA DA CALDA
Sabe-se que o aumento de temperatura condiciona uma se
rie de mudangas nas propriedades da calda, melhorando
a estabilidade , reduzindo a viscosidade porem diminuin
do o tempo de inicio de pega.
213
9
76
t0-s6 -
0 -
9
B
1
,B
20 25 30 55 45
Temp#ro/uro (1
Fig ..3 - Voriocdo dos prnpriedades au co/dv cvm o , x.scimo do Mmp.i faro
Durante o verso a temperatura da aqua utilizada no pre
paro da calda na obra de Itaipu normalmente supera os
350C, especificados coino limite de aceitabilidade para
a calda. Com o processo de bombeamento, a temperatura
da calda facilmente chegava a 40 ou ate 45°C. 0 proble-
ma foi contornado incluindo-se no circuito de retorno
uma serpentine de cobre envolta por gelo, dimensionada
de modo a garantir uma temperatura maxima de 25°C com
vazao de 50 f/min.
4.2. TEMPO DE HIDRATAO DA BENTONITA
A definigao do tempo de hidratagao minimo necessario pa
ra que a bentonita pudesse ser utilizada sem alteragao
das suas qualidades foi importante pars execucao de
grandes volumes mensais de trabalho. Os estudos mostra
ram que o tempo previamente estipulado de 24 horas pode
ria ser reduzido substancialmente.
A figura 4 sintetiza os estudos efetuados e mostra que,
a partir de 8 horas de hidratagao, a bentonita ja pode
ser utilizada. Este valor foi adotado pela obra, sendo
responsavel por grande aceleracao dos trabalhos alem de
214
eliminar a necessidade de manter elevados volumes de
bentonita em hidratacao.
24h
3h
3
Fat or de sedimentoyoo(%)
S20
W y 11,611,4 4
ti1 3 6 12 24
Tempo de hidrotocoo (horns)
F q4 - Comporfomento do co/do com o tempo de hidrofocoo de bentonailo
4.3. TIXOTROPIA DA BENTONITA
Corresponde a propriedade deste produto reestruturar-se
quando mantido em repouso. A suspensao perde a estabili
dade e o material se aglutina originando pontos de alta
concentracao. Dosagens efetuadas corn o material nestas
condicoes podem levar a erros grosseiros, quase sempre
pelo excesso deste aditivo. 0 resultado sera uma calda
com caracteristicas extremamente diferentes das espera
das. A solugao para este problema foi retornar a bento
nita ao misturador pelo menos uma vez por turno, de pre
ferencia no inicio deste. A observacao sistematica do
material em hidratacao pode sugerir outras repeticoes
do processo de dispersao. Embora de influencia discuti
vel sobre o produto final,foi mantida durante todo o pro
cesso de injecao a seguinte sequencia de entrada dos ma
215
teriais no misturador: aqua-bentonita-cimento, sendo es
to ultimo adicionado apos a completa dispersao da bento
nita anteriormente hidratada.
4.4. NORMALIZAQAO DE TECNICA DE TRABALHO
Ao contrario de outras empresas, a Itaipu Binacional
foi constituida por pessoal de diferentes filosofias de
trabalho, cada um trazendo sua experiencia propria. Foi
entao necessaria uma padronizagao da tecnica a ser ado
tada atraves de normas escritas e bem definidas, com o
que se conseguiu um desempenho homogeneo do quadro de
pessoal envolvido.
4.5. DISTANCIA MAXIMA ENTRE A CENTRAL E 0 FURO
Conforme exposto anteriormente, havia grande interesse
em ampliar ao maximo a distancia entre a central de in
jecao e o furo a ser tratado, tendo em vista a alta pro
dugao mensal requerida. Em fungao da geometria dos blo
cos e do escalonamento das plataformas de concreto a
partir das quais os trabalhos seriam realizados, foi es
tabelecida uma distancia de 80 m.
Por este motivo, os estudos foram conduzidos testando
se a calda no retorno ap6s um percurso minimo de 160 m.
Cam o andamento dos ensaios foi verificado que as per
das de carga induzidas por esta distancia no traziam
alteragoes apreciaveis nas propriedades da calda, mesmo
para altas press6es. 0 diametro interno de 1 1/4" das
mangueiras utilizadas parece ter colaborado para isto.
4.6. COMPONENTES DA CALDA
Os controles anteriores eliminaram uma serie de fatores
condicionantes de grandes variacoes das propriedades da
calda. Entretanto,o controle de campo persistia apresen
tando pouca correspondencia com os valores padrao deter
minados no laboratorio, para o cimento e bentonita em
uso.
Isto atraiu a atengao para intensificagao do conhecimen
to dos componentes solidos da calda.
0 primeiro passo foi comparar algumas das suas proprie
dades com as definidas nas especificacoes e determinar
216
as reais implicacoes de suas variagoes.
Aquelas recomendavam cimento tipo I-b, corn superficie
especifica Blaine igual a 5.000 cm2/g e menos de 1 % de
retengao na peneira 200. Como o cimento fornecido a
Itaipu a proveniente de diversas fabricas, todas as par
tidas foram amostradas e ensaiadas , determinando-se,alem
das propriedades acima, a densidade real. A tabela 3
mostra os resultados do controle efetuado durante o ano
de 1980.
CIMENTO BENTONITA
% retida % retida superficie LL % retida#I 200 ## 325 especifica % # 200 (g/an3
Blaine /cant
5,8 32,5 3568 402 0,4 2,60
3,6 - 3448 350 0,9 2,44
1,3 - 3534 357 2,6 2,58
1,3 - 3531 - - -
1,6 - 3518 309 2,9 2,53
2,4 - 3442 357 2,6 2,60
7 26,3 3163 391 1,0 2,44
3,7 15,4 3479 372 0,5 2,42
6,2 31,3 3618 - - -
8,2 23,8 3723 - - -
Tab. 3 - Controle de cimento e bentonita.
Observam-se claramente variagoes, porem sempre abaixo
dos valores aceitaveis.
Da mesma forma , a bentonita, cujo controle a apresenta
do na mesma tabela, mostra variagoes sensiveis a cada
partida.
Estes fatores, externos ao processo de trabalho adotado,
mas com forte influ&ncia sobre o produto injetado, re
presentavam o ponto critico do controle. A primeira pro
videncia tomada no sentido de atenuar esta influencia
foi rever as condigoes de armazenamento , anteriormente
ja definidas no sentido de no permitir envelhecimento
ou hidratagao do estoque. Isto foi possivel atraves da
compatibilizagao entre os volumes adquiridos e consumi
dos por mes, permitindo rodizio constante do produto ar
mazenado. Esperava- se com isto eliminar mais um elemen
217
to desfavoravel a homogeneidade da calda.
Este acompanhamento mais apurado sobre os componentes
permitiu que se detetassem variagoes principalmente da
bentonita dentro de uma mesma partida. Passou-se a in
vestigar este problema atraves de ensaios de laborato
rio, onde pode ser demonstrada a existencia de pelo me
nos tres tipos daquele produto com viscosidade diferen
te, apesar do mesmo fator de hidratacao, como mostra a
tabela 4.
T A B E L A 4
TIPO DE
BENTONITAI II III
C 0 R CINZA AMARELO-CLARO AMARELO-ESCURO
IIISCOSIDADE COMHIDRATA DE 20:1EM VOLUME (Cp) 2,23 5,12 6,23
Partindo-se para a controle de campo, verificou-se que
para cada tipo de bentonita utilizada se obtinham mudan
gas sensiveis nas propriedades da calda. Procurou-se en
to determiner, para cada um, a porcentagem com que a
mesma deveria ser dosada de maneira a obter uma calda
de propriedades proximas aquelas aceitaveis e pre-deter
minadas em laboratorio para aquela partida. 0 estudo
consistiu na preparagao de calda A:C = 1:1 com relagao
B:C variando desde 0,8 ate 1,8 para cada grupo de visco
sidade de bentonita hidratada na relagao 20:1. Notou-se
que abaixo de 0,8 (B:C) a calda nao atendia em termos
de Fator de Sedimentagao a acima de 2,0 pela viscosida
de crescente.
Foram entao determinados para cada uma destas caldas o
fator de sedimentagao e viscosidade dinamica ap6s tem
pos variaveis de agitagao violenta no misturador.
Para um tempo de 2 minutos observou-se que para qual
quer trago nao se conseguia manter o Fator de Sedimenta
gao dentro da faixa requerida sem elevar a viscosidade
dinamica a niveis inaceitaveis.
Ja para 30 minutos estes dois parametros eram facilmen-
te controlados e no variavam sensivelmente a partir
deste tempo.
No entanto, 30 minutos de agitagao foi considerado pre
218
judicial ao andamento dos trabalhos por interferir nega
tivamente corn a produgao.
Tragados os graficos para um tempo de 15 minutos (fig.
5) verificou-se que havia condigoes de controlar aque
las propriedades.
Isto foi feito procurando-se a viscosidade da bentonita
hidratada colocada nas abcissas, correspondente ao pon
to em que a curva representativa do Fator de Sedimenta
gao caisse para valores abaixo de 10 % e a de viscosida
de dinamica fosse inferior a 20 cp. A partir destes da
dos foi elaborado o abaco da figura 6, corn o qual, sa
bendo-se a viscosidade da bentonita hidratada corn a re
lagao agua:bentonita =20:1, pode-se determinar a sua
porcentagem em peso capaz de manter a calda A:C = 1:1
corn fator de sedimentagao no maximo de 10 % e a viscosi
dade dinamica menor que 20 cp, apos 15 min de agitagao.
A aplicagao deste abaco nos trabalhos de campo resultou
numa sensivel homogeneizagao da caida.
A tabela 5 mostra os resultados dos ensaios de campo,
obtidos apos a introdugao deste controle, onde nota-se
claramente uma maior proximidade dos valores encontra
dos corn aqueles admitidos como padrao.
ONTROLE VISCOSID. LIMITE TEMPO FATOR DENSI-
NQ DINAMICA ESCOAM. ESCOAM. SEDIM. DADE 3
(cp) (g/cm2) (seg) (%) (g/cm
1 20 0 , 08 12,7 8,4 1,38
2 7 0,04 11,2 19,6 1,39
3 20 0,08 13,1 3,0 1,37
4 23 0,09 13,2 2,3 1,38
5 18 0 , 07 12,3 2 1,45
6 5,1 0 , 02 11 5,6 1,33
7 11,7 0,04 11,5 14 1,45
8 14 0 , 05 11,9 11 1,45
9 18,7 0,07 12 , 5 7,2 1,47
10 9,5 0,04 11 , 7 11 1,45
11 15 ,5 0,06 12 8,4 1,46
12 19,5 0,07 12,5 6,5 1,45
13 22,5 0,09 13,6 0,5 1,43
14 19 , 3 0,07 12,7 1,4 1,43
Tab. 5 - Resultados do controle de campo apos corregio
de porcentagem de bentonita.
219
6. COMENTARIOS FINAIS
Os controles de calda e a normalizagao da tecnica de injegao
permitiram um acompanhamento seguro do tratamento das funda
goes de Itaipu.
As grandes variacoes de qualidade do cimento e bentonita a
cada partida ou dentro de um mesmo lote tornaram necessaria
a adogao de um traco flexivel , ajustado de acordo com as ca
racteristicas dos produtos fornecidos pelos ensaios de labo
ratorio.
Conseguiu -se assim manter a calda injetada dentro de padr6es
previamente aceitos para qualquer variagao da bentonita, con
forme atestam os resultados do controle de campo.
Fica demonstrada mais uma vez a dificuldade de se trabalhar
com bentonit-a, como consequencia da extrema variacao das suss
propriedades a cada partida.
Isto se aplica tambem ao cimento , com qualidade no mercado
brasileiro bastante inferior aquelas admitidas para calda pa
ra injegao e a dificuldade de se conseguir cimento de melhor
qualidade em quantidade suficiente para trabalhos de grandes
expressao como o relatado.
A sistematica de trabalho e controle adotado nao implicou em
custoc adicionais , visto que sua implantagao e desenvolvimen
to foi efetuada com os equipamentos e pessoal disponiveis no
laboratorio da obra.
7. RESUMO
O controle da calda aplicada no tratamento da fundagao da
Usina Itaipu exigiu um amplo acompanhamento tanto de labora
torio como campo.
Atraves destes , determinaram -se diferengas substanciais na
qualidade da calda em relagao a valores "padrao " pre-estabe
lecidos . Foram entao estudados e eliminados todos os fatores
que pudessem influenciar o seu comportamento , chegando-se a
adogao de am trago variavel na relagao bentonita -cimento co
mo a unica forma de manter a calda com propriedades homoge
neas e aceitaveis.
8. REFEP NCIAS
- Estudo de calda de cimento para injegao
Relatorio interno - Margo/78
- Calda de cimento corn bentonita - Relatorio interno - Maio/79
220
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LEGENDA
IB.C=718
30
25
20
75
70
30
25
/I20
75
70
5
37 2 3 4 5 6Viscnsidode do Bentonite hidrofodo(cP)
^^ - Curvo de sedimentosdo lJj Vo/ores deferminodos opds 15minutos de oyifpWo
Curvo de viscosidode^- - - -. -
B - Bentonite
C - Cimento
fig. 5 - Voriccoo do viscosidode e fotor de sedimentocoo do co /do de cimentocom o viscosidode do bentonife hidrotodo.
222
2,2
2,0
1, 0
0,8
0,6 L3 4 5 6
Viscosidode do Bentonite hidrotodo A.'8-2O .'1(Cp)7
L EGENDA.'
A - Aguo
C - Cimenlo
B - Bentonite
Fig. 6 - Abaco paro o determinacdo do re/acdo B.*C em funcao doviscosidode do bentonite hidrotada.
223