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1 Aprovado em Congresso XI CONGRESSO DA UGT PROGRAMA DE ACÇÃO UMA UGT MAIS FORTE E REPRESENTATIVA 30 PROPOSTAS PARA REFORÇAR A UGT O Secretariado Nacional da UGT coloca à discussão dos filiados o Programa de Acção proposto ao XI Congresso. O Programa de Acção desenvolve-se em 30 Propostas, cada uma com diversas acções, a serem executadas pela UGT e pelas associações sindicais filiadas. As Propostas e Acções cuja execução responsabiliza a UGT e os seus Sindicatos, visa a criação de melhores condições para a intervenção sindical da UGT e seus Sindicatos e o apoio ao movimento sindical internacional, para melhor defender os trabalhadores representados. 1. Reforçar a Sindicalização Os Sindicatos são as estruturas mais representativas da sociedade civil e assumem um papel central e de crescente relevância na defesa individual e colectiva dos trabalhadores e, por via dessa acção, na construção de uma sociedade mais justa e solidária. Todavia, os Sindicatos só serão mais fortes se mantiverem e, sobretudo, aumentarem as suas taxas de sindicalização. É crucial a luta contra um declínio dos níveis de sindicalização que parece querer instalar-se em grande parte dos países da União Europeia. Isso implica cativar para o movimento sindical não só a generalização dos trabalhadores por conta de outrem mas também em novos grupos não filiados ou sub-representados, como trabalhadores (in)dependentes ou com vínculos precários, desempregados, jovens, mulheres, imigrantes… É sobretudo indispensável que a maioria dos Sindicatos aumentem significativamente a taxa de sindicalização a nível dos trabalhadores assalariados, qualquer que seja o seu vínculo (permanente ou precário), nacionalidade ou sexo.

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1

Aprovado em Congresso

XI CONGRESSO DA UGT

PROGRAMA DE ACÇÃO

UMA UGT MAIS FORTE E REPRESENTATIVA

30 PROPOSTAS PARA REFORÇAR A UGT

O Secretariado Nacional da UGT coloca à discussão dos filiados o Programa de Acção proposto ao XI

Congresso.

O Programa de Acção desenvolve-se em 30 Propostas, cada uma com diversas acções, a serem

executadas pela UGT e pelas associações sindicais filiadas.

As Propostas e Acções cuja execução responsabiliza a UGT e os seus Sindicatos, visa a criação de

melhores condições para a intervenção sindical da UGT e seus Sindicatos e o apoio ao movimento

sindical internacional, para melhor defender os trabalhadores representados.

1. Reforçar a Sindicalização

Os Sindicatos são as estruturas mais representativas da sociedade civil e assumem um papel central

e de crescente relevância na defesa individual e colectiva dos trabalhadores e, por via dessa acção,

na construção de uma sociedade mais justa e solidária. Todavia, os Sindicatos só serão mais fortes

se mantiverem e, sobretudo, aumentarem as suas taxas de sindicalização.

É crucial a luta contra um declínio dos níveis de sindicalização que parece querer instalar-se em

grande parte dos países da União Europeia. Isso implica cativar para o movimento sindical não só a

generalização dos trabalhadores por conta de outrem mas também em novos grupos não filiados ou

sub-representados, como trabalhadores (in)dependentes ou com vínculos precários, desempregados,

jovens, mulheres, imigrantes…

É sobretudo indispensável que a maioria dos Sindicatos aumentem significativamente a taxa de

sindicalização a nível dos trabalhadores assalariados, qualquer que seja o seu vínculo (permanente

ou precário), nacionalidade ou sexo.

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As taxas de sindicalização em Portugal são muito variáveis. São muito elevadas nas grandes

empresas, sobretudo as que pertencem ou pertenceram ao sector empresarial do Estado, sendo de

destacar que temos a mais elevada taxa de sindicalização da Europa no sector financeiro. Mas,

mesmo nestes sectores, o esforço para a sindicalização é prioritário, sobretudo no relativo aos jovens

e aos trabalhadores precários.

Por outro lado, a sindicalização é relativamente reduzida nos sectores tradicionais da economia e,

particularmente, nas pequenas e médias empresas.

A taxa de sindicalização continua a crescer em muitas empresas e organismos, em especial na

Administração Pública, nas empresas multinacionais e em muitas empresas privadas, particularmente

as de maior dimensão.

A taxa de sindicalização está a baixar em sectores fortemente afectados por reestruturações, que tem

provocado diminuição global de efectivos e fortes mudanças a nível da organização e da qualificação

do trabalho.

Como principais dificuldades para a sindicalização confrontamo-nos com:

- A precarização dos vínculos laborais, que atinge mais de 80% de novas contratações, sobretudo

a nível dos jovens e das mulheres e dos desempregados reentrados no mercado de trabalho;

- A multiplicação de novas formas de subcontratação e de recurso a empresas de trabalho

temporário;

- O aparecimento de novos sectores, como os call centers, em que se usa e abusa do trabalho

precário:

- A grande mobilidade da força de trabalho, muitas vezes associada a ausência da negociação

colectiva;

- A incapacidade de muitos Sindicatos em chegarem a todas as empresas que cabem no

respectivo âmbito, quer geográfico, quer sectorial;

- A imagem dos Sindicatos, muitas vezes associada à defesa exclusiva dos trabalhadores

permanentes;

- Um clima de conflitualidade desligada de reivindicações concretas relativas aos sectores ou

empresas;

- Uma atitude claramente anti-sindical de muitos empresários, que dificulta a actividade sindical na

empresa;

- A falta de referência a questões reivindicativas que tenham em conta a diversidade de interesses

dos diferentes trabalhadores;

- A insuficiência de quadros sindicais jovens.

A competência para a sindicalização é das Organizações Sindicais filiadas, mas a UGT deverá apoiar

e coordenar acções que promovam a sindicalização.

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A UGT deverá desenvolver as seguintes acções: - Elaborar material gráfico de suporte às campanhas e acções das Organizações Sindicais, tais

como folhetos, cartazes, autocolantes, incluindo uma brochura sobre a UGT e os seus Sindicatos;

- Desenvolver no seu site capacidade para filiação on-line;

- Promover informação sobre os direitos e deveres dos trabalhadores, quer a nível geral, quer a

nível específico (higiene e segurança, formação, …), bem como sobre o sistema de relações de

trabalho;

- Promover campanhas específicas, nomeadamente dirigidas às Mulheres, aos Jovens e aos

Imigrantes, em articulação com as campanhas da Confederação Sindical Internacional;

- Elaborar estudos de apoio à sindicalização;

- Promover a filiação directa nas Federações e Uniões, em áreas não directamente abrangidas

pelas Organizações Sindicais filiadas;

- Reforçar os meios humanos ao serviço das Uniões, directamente ligados à Sindicalização, quer a

nível geral, quer em acções coordenadas com os Sindicatos;

- Apoiar as Organizações Sindicais para, coordenadamente, desenvolverem capacidade para

prestação de serviços aos seus sindicalizados;

- Promover acções de formação sindical dirigidas à sindicalização, em especial a nível dos jovens,

dos delegados sindicais e dos responsáveis sindicais pela sindicalização;

- Apoiar a negociação colectiva em empresas e sectores onde haja vazios negociais;

- Desenvolver uma política reivindicativa de combate à precariedade e de respeito pelo Estado de

Direito, em particular a nível dos direitos sindicais;

- Melhorar a acção informativa junto aos trabalhadores, nomeadamente através da utilização de

meios informáticos, particularmente através da rede de delegados sindicais;

- Apoiar o lançamento de iniciativas inovadoras que sejam capazes de mobilizar os mais jovens,

quer como filiados, quer como dirigentes sindicais.

2. Promover a Reorganização Sindical

A UGT tem Organizações Sindicais filiadas com diferente capacidade para desenvolver uma acção

efectiva nos sectores e empresas.

Muitos Sindicatos não têm meios humanos e materiais para desenvolver uma acção nos locais de

trabalho, muitas vezes dispersos por amplos espaços geográficos.

Existem Sindicatos fortes quando a taxa de sindicalização na sua área profissional ou geográfica é

elevada, razão por que há Sindicatos fortes com um número reduzido de filiados, porque o seu sector

tem um número reduzido de trabalhadores e a sua actividade se encontra concentrada em poucas

empresas. Mas tal é uma excepção e não a regra.

Há que prosseguir uma acção orientada para uma reorganização sindical, de modo que os Sindicatos

ganhem dimensão, por via de fusões ou associações diversas, nomeadamente através da

constituição das Federações.

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A capacidade de intervenção da UGT na reorganização sindical é limitada, competindo esta

fundamentalmente às iniciativas dos Sindicatos.

A UGT deverá apoiar e dinamizar as acções nos seus Sindicatos, facilitando o diálogo entre eles, de

modo que os mesmos tenham capacidade efectiva para cumprirem os seus deveres perante os seus

filiados, os trabalhadores dos sectores, empresas ou profissões que abrangem e perante a própria

UGT.

As alterações estatutárias propostas ao Congresso vão no sentido referido, nomeadamente por via da

constituição das Uniões e Federações.

A UGT deverá desenvolver as seguintes acções:

- Promover a criação das Uniões;

- Apoiar a constituição de Federações Sectoriais ou Profissionais;

- Promover acções de fusão ou associação de Sindicatos;

- Procurar regularizar a situação de vários Sindicatos hoje incapazes de cumprir completamente os

seus deveres perante a Central;

- Promover a criação das Comissões UGT de empresa.

3. Criar as Uniões Sindicais

Este Congresso deverá decidir avançar para a constituição de Uniões Sindicais, reforçando assim a

estrutura regional da UGT, em apoio directo aos Sindicatos que intervêm na respectiva área

geográfica.

A UGT sempre rejeitou a constituição de Uniões como Órgãos de agitação político-partidária numa

determinada região.

É por isso que, na nossa perspectiva, pretendemos Uniões, designadas por UGT - …. (área de

intervenção), como estruturas de coordenação da actividade dos sindicatos, em termos de

intervenção sindical, sindicalização e de uma melhor acção a nível das empresas, criando condições

para o alargamento da acção dos Sindicatos.

Para o efeito, as Uniões deverão dispor de uma Direcção eleita em Congresso próprio, apoiada por

um Secretário Executivo a tempo inteiro, e por outros meios humanos, que sejam possíveis de

recrutar de acordo com as disponibilidades financeiras.

Não se pretende alargar a rede de instalações (salvo por via do apoio a iniciativas locais com

reduzidos custos), razão por que se deve manter a cooperação com os Sindicatos, nos termos em

que vem sendo realizada, para que aí venham a funcionar as Uniões.

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Será dada especial atenção à UGT-Açores e à UGT-Madeira, face à acção específica que devem

desenvolver no quadro das Autonomias Regionais, nomeadamente no âmbito do diálogo social

bipartido e tripartido.

A UGT deverá desenvolver as seguintes acções:

- Aprovar em Conselho Geral o Estatuto-Tipo das Uniões;

- Promover os Congressos Fundadores das Uniões no ano de 2009;

- Apoiar a escolha dos Secretários Executivos dessas Uniões;

- Criar condições para a filiação directa nas Uniões, em áreas transitoriamente não abrangidas

pelos Sindicatos ou em que estes não tenham capacidade para apoio local aos sindicalizados;

- Promover a formação de dirigentes locais, particularmente apoiando acções de cooperação entre

Sindicatos;

- Promover acções coordenadas dos Sindicatos a nível da prestação de serviços;

- Promover acções de formação a nível das Uniões.

4. Promover a filiação de Federações

A UGT tem como filiados a FNE, a Federação dos Portuários e a Federação Nacional dos

Engenheiros.

Existem outras Federações constituídas basicamente por Sindicatos da UGT. Destacamos a

FEBASE, a FETESE, a FESAP (Frente Sindical) e a FESMAR.

A FEBASE agrupa os Sindicatos da UGT do Sector Financeiro e tem competências importantes, não

só na área da negociação colectiva, mas também a nível da acção internacional, e poderá vir a

assumir outras competências na coordenação da prestação de serviços, no apoio à acção sindical e

na politica de informação.

A FETESE tem um papel exclusivo na negociação colectiva, sendo a mais importante estrutura

sindical portuguesa nesta área e é integrada quase exclusivamente por Sindicatos da UGT.

A FESMAR é integralmente constituída por Sindicatos do mar da UGT, desenvolvendo grande

actividade no sector.

A FESAP é uma Frente Sindical, que poderá evoluir futuramente para Federação, assumindo um

papel fundamental nas negociações da Administração Pública. Integra quase exclusivamente

Sindicatos da UGT.

É importante que estas Federações se venham a filiar na UGT.

Compete aos Sindicatos, se o entenderem, organizar outras Federações, de modo a melhorar a

capacidade de intervenção dos Sindicatos no apoio à negociação colectiva, podendo a sua acção ser

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alargada a outras áreas, como a acção sindical, a informação sindical, a prestação se serviços e a

representação internacional.

A UGT deverá desenvolver as seguintes acções:

- Procurar filiar as Federações maioritariamente constituídas por Sindicatos da UGT ou que

representem Sectores não representados pelos Sindicatos Filiados e que cumpram os requisitos

para filiação, tendo em atenção em especial as questões de sobreposição de âmbitos;

- Incentivar o alargamento das funções das Federações, incluindo a possibilidade de filiação

individual em áreas não devidamente cobertas pelos Sindicatos da UGT;

- Procurar que todos os Sindicatos Filiados possam integrar as Federações, sempre que o

desejem.

5. Promover a filiação de Associações Sindicais e de Trabalhadores Autónomos

A quase totalidade dos trabalhadores sindicalizados está nas associações sindicais filiadas nas duas

Centrais Sindicais representativas.

Existem, todavia, alguns sectores de actividade e profissionais onde a taxa de sindicalização é

bastante reduzida, razão porque devem ser estudadas formas adequadas de a aumentar.

Tal situação está muitas vezes ligada a vínculos precários ou a actividades desenvolvidas com

carácter autónomo ou até a situações prévias à entrada no mercado de trabalho.

Existem também algumas associações sindicais que, directa ou indirectamente, têm cooperado

activamente com a UGT ou os seus filiados, interessando aprofundar esta cooperação.

A UGT deverá desenvolver as seguintes acções:

- Estudar e pôr em prática o melhor método para representar os trabalhadores autónomos,

nomeadamente por via de uma associação;

- Desenvolver a cooperação com associações sindicais não filiadas, quer por via da filiação directa,

quer por via da filiação indirecta (através das Federações e Uniões), quer pelo estabelecimento de

protocolos ou participação conjunta em iniciativas;

- Estudar e desenvolver acções relativas aos jovens, prévias à sua entrada no mercado de

trabalho;

- Desenvolver acções conjuntas com associações não sindicais, visando a sua aproximação ao

movimento sindical.

6. Apoiar e Sindicalizar os Imigrantes Os imigrantes constituem hoje mais de 10% da população activa, sendo a sua presença muito forte

em vários sectores de actividade.

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Os imigrantes são muitas vezes vítimas de grande exploração por parte de muitos empresários, que

promovem a imigração ilegal, de modo a fragilizar os direitos dos imigrantes, apesar da nossa

legislação laboral garantir a igualdade de direitos, independentemente da nacionalidade, no trabalho e

no emprego.

Os imigrantes confrontam-se com dificuldades de integração, sendo estas mais visíveis no acesso à

informação, à saúde, à educação e à habitação.

O trabalho desenvolvido pelo ACIDI tem sido muito positivo, para o que tem contribuído a participação

dos parceiros sociais através do Conselho Consultivo para os Assuntos da Imigração (COCAI).

A taxa de sindicalização dos imigrantes é muito inferior à média dos restantes trabalhadores, para o

que muito contribui a elevada precariedade e as situações de imigração ilegal, sendo fundamental

intervir para que esta situação se altere.

A UGT deverá desenvolver as seguintes acções: - Criar um Centro de Apoio e Integração de Imigrantes (CLAII-UGT), permitindo o atendimento

personalizado, para apoio à integração, à legalização e ao respeito pelos seus direitos; - Elaborar materiais informativos sobre os direitos dos imigrantes; - Promover acordos de cooperação com as Centrais Sindicais nos Países de origem; - Desenvolver campanhas de sindicalização, em articulação com os Sindicatos mais directamente

envolvidos; - Promover a integração dos imigrantes nas estruturas da UGT e dos Sindicatos; - Reforçar as ligações com as Associações representativas dos Imigrantes; - Reforçar a participação no COCAI; - Promover acções de formação para os imigrantes, para melhoria das qualificações profissionais e

da integração social.

7. Apoiar a Negociação Colectiva A negociação colectiva assume um papel fundamental para a melhoria das condições de vida e de

trabalho, para a regulação social a nível de sector e empresa e é parte relevante da intervenção dos

Sindicatos.

A negociação colectiva abrange hoje a esmagadora maioria dos trabalhadores, mas continua a haver

trabalhadores não abrangidos (vazios negociais) e convenções colectivas com grandes dificuldades

de revisão anual.

Acresce que existe uma presente pressão patronal para a individualização das relações de trabalho.

Surgem novos e velhos problemas, como o aumento da concorrência internacional, do desemprego,

da precarização do trabalho, da degradação dos salários e das alterações dos ritmos de trabalho, em

consequência da liberalização das condições de trabalho.

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A nível da concertação social têm sido estabelecidos importantes acordos que servem de orientação

para a negociação colectiva, melhorando a sua cobertura e efectividade e facilitando a negociação.

Do mesmo modo a negociação colectiva a nível europeu vai paulatinamente uniformizando algumas

condições e práticas nas relações laborais influenciando a própria negociação sectorial.

Para que a negociação colectiva tenha eficácia, é essencial uma verdadeira efectividade da lei na

regulação das relações do mercado de trabalho. A negociação colectiva só tem eficácia se for

cumprida. Uma legislação mais efectiva implica um quadro sancionatório actuante, meios afectos ao

funcionamento dos serviços inspectivos, de forma a garantir uma mais eficaz fiscalização, sem

descurar a existência de mecanismos dissuasores do incumprimento de pagamento das coimas

aplicáveis a infracções laborais.

É fundamental o reforço da negociação colectiva como a única via para a regulação das relações de

trabalho. O reforço implica o aproveitamento de todos os instrumentos postos à disposição dos

actores da negociação, designadamente os compromisso criados ao mais elevado nível do diálogo

social, por forma a estimular a vontade negocial, sem a qual não é viável estabelecer contratação

colectiva de trabalho.

O Acordo Tripartido para um Novo Sistema de Regulação das Relações Laborais, a Política de

Emprego e de Protecção Social, subscrito pela UGT, em 2008, a preceder a revisão do Código do

Trabalho, não só contemplou várias medidas de combate à precarização, à segmentação do trabalho

e à promoção da qualidade do emprego, como visou o reforço do primado da negociação colectiva

nas relações laborais, incentivando ao estabelecimento de condições que conduzam à sua

efectivação.

Sendo a negociação colectiva da responsabilidade dos Sindicatos, é muito importante a acção que a

UGT venha a desenvolver no apoio aos Sindicatos, coordenando a sua acção, apoiando-os na

ultrapassagem de bloqueamentos negociais, promovendo condições adequadas para o

desenvolvimento da sua actividade e promovendo a negociação de conteúdos e a difusão de boas

práticas.

A negociação colectiva tem-se desenvolvido quase exclusivamente no sector empresarial público e

privado, mas a nova legislação para os trabalhadores da Administração Pública vai aumentar

significativamente o número de convenções colectivas neste sector.

A UGT deverá desenvolver as seguintes acções: - Promover o enriquecimento dos conteúdos da negociação colectiva de modo a desenvolver

matérias importantes para os trabalhadores, como a formação profissional, higiene e segurança

no trabalho, protecção social, promoção da igualdade de género e combate à precariedade

laboral e às discriminações;

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- Desenvolver cláusulas-tipo para a negociação colectiva que possam ser adaptadas à situação dos

sectores e empresas;

- Promover uma adaptação negociada dos horários de trabalho, conciliando a vida profissional com

a vida familiar, e procurando regular por via da negociação colectiva os horários de trabalho

concentrados, bancos de horas e adaptabilidade grupal;

- Apoiar a negociação colectiva da Administração Publica, de modo a aproveitar as novas

possibilidades, abertas pelo Contrato de Trabalho em Funções Públicas;

- Aproveitar as novas disposições legais para antecipar a revisão das convenções, utilizando as

disposições do Código de Trabalho que permitem a denúncia antecipada dos prazos de vigência;

- Prevenir a existência de vazios de regulamentação e negociais, apoiando os seus sindicatos para

a celebração dos primeiros contratos em sectores e empresas;

- Promover uma negociação colectiva de empresas complementar à negociação sectorial;

- Promover a negociação de cláusulas que regulem os prazos de vigência, sobrevigência e de

renovação das convenções;

- Apoiar o recurso à arbitragem obrigatória e à arbitragem necessária para ultrapassar impasses

negociais;

- Reforçar a discussão sobre o papel das convenções colectivas relativamente aos trabalhadores

não sindicalizados;

- Exigir o respeito pelas Convenções Colectivas e pelos direitos sindicais, nomeadamente através

de uma melhor intervenção da Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT), tendo presente

o reforço dos seus meios humanos e materiais e o agravamento das sanções laborais;

- Exigir a efectivação do Centro de Relações Laborais, designadamente para apoiar a negociação

colectiva por via da formação de negociadores, da elaboração de estudos e de informação de

apoio à negociação; e promover a resolução de conflitos;

- Promover a transposição por via da negociação colectiva dos acordos do diálogo social europeu.

8. Reforçar o Diálogo Social Tripartido e Bipartido

A UGT sempre se bateu pelo desenvolvimento do diálogo social, participando activamente na criação

de estruturas adequadas para o efeito (caso do CPCS em 1984) e no desenvolvimento de acções

concretas, a nível nacional e internacional.

Foi a UGT que promoveu o primeiro diálogo bilateral com Confederações Patronais (em 1980) e

celebrou os primeiros acordos bilaterais.

A UGT também se tem empenhado no diálogo social europeu e no relacionamento com a

Organização Internacional do Trabalho, responsável pelo desenvolvimento do dialogo social tripartido.

A UGT deverá desenvolver as seguintes acções:

- Reforçar as estruturas internas de resposta ao diálogo social bi e tripartido;

- Promover o diálogo entre Confederações, visando em especial o desenvolvimento da negociação

colectiva e a celebração de acordos bipartidos;

- Procurar a transposição a nível nacional dos acordos resultantes do diálogo social europeu;

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- Apoiar os Sindicatos no relacionamento bi ou tripartido a nível sectorial ou profissional;

- Promover a celebração de acordos tripartidos que promovam o reforço da negociação colectiva e

a melhoria das condições de vida e de trabalho;

- Exigir o cumprimento dos acordos celebrados a nível bi ou tripartido.

9. Promover a Participação na Empresa e na Sociedade

A participação na empresa é muito reduzida na esmagadora maioria das empresas, sendo

praticamente inexistente nas pequenas e médias empresas.

Não existe habitualmente nas empresas a informação, consulta e negociação, sendo mesmo

esvaziado o cumprimento dos dispositivos legais, de que são exemplo os Planos de Formação.

Para tal também contribui uma pulverização da representação dos trabalhadores na empresa, através

dos delegados sindicais de diversas estruturas sindicais na mesma empresa e das Comissões de

Trabalhadores.

As Comissões de Trabalhadores são em número extremamente reduzido (cerca de 200) e não mostra

sinais de aumentar, sendo as relações entre CT’s e Sindicais muito marcadas pelas tendências

político-partidárias.

As Comissões de Higiene, Saúde e Segurança do Trabalho também são em número excessivamente

reduzido, até porque as facilidades dadas para o exercício da sua actividade, quer por via da lei, quer

por via dos acordos, são muito reduzidas.

A UGT considera fundamental reforçar a participação na empresa, sendo importante não só apoiar os

seus Sindicatos nesse sentido, como estudar e reivindicar mecanismos legais que reforcem a

participação dos trabalhadores.

Existem também estruturas de participação diversas que não funcionam efectivamente,

nomeadamente na Segurança Social, Formação Profissional, Emprego e na área da economia.

Existem muitas áreas em que não é devidamente valorizada a Participação Sindical.

A UGT deverá desenvolver as seguintes acções:

- Apoiar o funcionamento das estruturas de empresa, nomeadamente as Comissões UGT de

empresa;

- Reforçar o apoio aos delegados sindicais;

- Estudar e propor formas de representação na empresa, que articulem os membros sindicais com

membros eleitos directamente por todos os trabalhadores, valorizando nestes as listas sindicais,

em prejuízo das listas político-partidárias;

- Promover o diálogo entre representantes a nível de empresa;

- Apoiar as eleições para as Comissões de Higiene, Saúde e Segurança no Trabalho;

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- Reforçar a participação nas estruturas de participação existentes, exigindo o seu funcionamento

efectivo;

- Lutar pelo reforço das estruturas de diálogo com participação sindical, na área económica e

social.

10. Apoiar os Sindicatos na Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho. É hoje consensual que o trabalho digno só o é realmente se executado em segurança, por isso as

questões laborais e profissionais relacionadas com SHST são aspectos importantes e até

fundamentais da política de acção do movimento sindical.

Apesar dos acidentes mortais registados no local de trabalho terem vindo paulatinamente a diminuir

nos últimos anos, graças a um continuado empenho de todos os intervenientes, a verdade é que

ainda temos um longo caminho a percorrer.

As condições de trabalho estão a alterar-se a um ritmo acelerado e por isso há uma consequente

alteração dos tipos de risco relacionados com o trabalho a que é necessário dar resposta.

Urge adaptação de procedimentos por parte de todos os intervenientes, inspectores do trabalho,

serviços técnicos de segurança, trabalhadores e empregadores à crescente fragmentação do

mercado de trabalho.

Os acidentes de trabalho e as doenças profissionais envolvem enormes perdas sociais, irremediáveis

perdas de vidas humanas, desestruturação familiar associadas a enormes perdas de recursos

económicos, correspondendo na UE a 2,8% do PIB (Fonte OIT).

A UGT entende que o investimento em prevenção em SHST é uma evidente forma de boa gestão das

empresas e da sociedade em geral; a formação dos trabalhadores é um elo essencial na protecção e

prevenção de acidentes e doenças profissionais; e a informação sobre os riscos de acidentes

associados ao trabalho é um direito básico de qualquer estado de direito democrático de que os

trabalhadores jamais podem abdicar.

A UGT deverá desenvolver as seguintes acções:

- Dinamizar a eleição de representantes dos trabalhadores em SHST, nomeadamente pugnando

pela constituição de listas conjuntas de sindicatos filiados na UGT, e exigir que as horas

disponíveis para o exercício de tais cargos sejam adequadas à real dimensão das empresas e à

sua dispersão geográfica;

- Exigir o funcionamento efectivo do Conselho Nacional de Higiene e Segurança e do Conselho

Consultivo para a Prevenção e Segurança no Trabalho da ACT;

- Promover campanhas de informação aos trabalhadores sobre os seus direitos em matérias de

segurança saúde e higiene nos locais de trabalho;

- Apoiar os Sindicatos na elaboração e execução de campanhas específicas de SHST;

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- Desenvolver estudos, parcerias e informação sobre problemas de Saúde em Meio Laboral

(HIV/SIDA, Álcool, Droga e Tabaco);

- Dinamização de grupo de trabalho participado pelos sindicatos para dar resposta aos novos

desafios relacionados com SHST e a sua interligação com o grupo de trabalho da negociação

colectiva;

- Dinamização dos sindicatos, federações e uniões para apoio e formação dos trabalhadores

associados dos sindicatos;

- Lançar acções específicas de formação para os dirigentes e activistas sindicais que exercem

actividades no âmbito da SHST;

- Reforçar a sua intervenção e participação internacional em matérias de SHST, nomeadamente na

CSI, CES, Agência de Bilbau, Comité Consultivo de Segurança e Saúde nos Locais de Trabalho,

entre outros.

11. Desenvolver a Formação Profissional e Sindical

Desde sempre a UGT promoveu o desenvolvimento da formação profissional e sindical, quer por via

da política reivindicativa, quer por iniciativas próprias que permitam aos sindicatos uma oferta de

acções de formação aos trabalhadores sindicalizados.

A UGT foi das primeiras Organizações a criar uma Escola Profissional, orgulhando-se do trabalho que

vem sendo desenvolvido pela Associação Agostinho Roseta e respectiva Escola Profissional.

Desenvolvemos grande número de acções de formação profissional e promovemos a criação do

CEFOSAP – Centro de Formação Sindical e Aperfeiçoamento Profissional, que pela primeira vez no

nosso País permitiu o apoio a acções de formação sindical.

Estamos envolvidos desde o início na certificação escolar e profissional, apoiando fortemente o

trabalho do Centro Novas de Oportunidades

A UGT deverá desenvolver as seguintes acções:

- Apoiar o reforço da acção da Associação Agostinho Roseta e a consolidação e abertura de novos

pólos da Escola Profissional;

- Apoiar o reforço do CEFOSAP, nas áreas da formação profissional e sindical;

- Desenvolver iniciativas de formação de quadros sindicais para acções específicas (Juventude,

Mulheres, Sindicalização, Higiene, Segurança e Saúde no Trabalho, …)

- Desenvolver parcerias a nível nacional e internacional;

- Desenvolver a cooperação com a Academia Sindical Europeia e o Centro de Formação da OIT;

- Apoiar o desenvolvimento do Centro de Novas Oportunidades, a nível da certificação das

habilitações e das qualificações profissionais;

- Apoiar os sindicatos em iniciativas na área da formação e da certificação escolar e profissional,

em cooperação com o CEFOSAP.

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12. Melhorar a prestação de Serviços aos Sindicalizados

O reforço da sindicalização está estreitamente ligado à acção sindical, à negociação colectiva e à

prestação de serviços aos sindicalizados.

Muitos sindicatos têm iniciativas extremamente importantes na área da prestação de serviços, sendo

de destacar os Serviços de Saúde dos Sindicatos dos Bancários, que são exemplo da capacidade

sindical para bem gerir estruturas nesta área.

Existem muitas outras iniciativas sindicais nas áreas da cultura e tempos livres, acesso aos seguros,

obtenção de descontos e melhoria do acesso a múltiplos serviços, etc.

Há que reforçar a cooperação entre Sindicatos, devendo a UGT a nível Central e através das Uniões,

apoiar as iniciativas sindicais.

Foi nesse sentido que a UGT tem apoiado acções na Economia Social, sendo de destacar a

participação da UGT na área dos Seguros, em associação com outras organizações nacionais e

estrangeiras.

Do mesmo modo a UGT se empenhou na constituição de uma Cooperativa de Habitação – a

UGTIMO, hoje uma das mais importantes Cooperativas de Habitação portuguesas, com mais de 600

fogos construídos.

Do mesmo modo apoiamos a criação da UGC – União Geral de Consumidores.

Desde sempre nos temos batido para que o INATEL desenvolva numa cooperação estreita com o

movimento sindical, havendo que continuar os esforços nesse sentido.

A UGT deverá desenvolver as seguintes acções:

- Apoiar a participação em iniciativas da economia social (Seguros, Fundos Complementares de

Segurança Social e outros);

- Desenvolver acções de cooperação com o INATEL;

- Promover a cooperação entre sindicatos na área da prestação de serviços;

- Promover a obtenção de apoios para iniciativas na área da prestação de serviços;

- Apoiar o relançamento da UGC;

- Desenvolver a celebração de Protocolos com entidades diversas para acesso privilegiado dos

sindicalizados a diferentes serviços.

13. Promover a Igualdade de Género no Movimento Sindical A integração de mais mulheres nos Sindicatos é a maneira mais directa e rápida de alterar atitudes e

promover a igualdade de género.

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Os Sindicatos têm um papel primordial nesta matéria, e devem começar a caminhar para a

implementação da Lei da Paridade nos seus órgãos sociais.

A sindicalização tem um papel muito importante no movimento sindical e nomeadamente a das

mulheres, devendo promover-se a criação de uma organização das mulheres dentro dos Sindicatos

como motor de promoção da igualdade de género.

Os Sindicatos devem apostar na negociação colectiva para reforço de uma efectiva igualdade de

género no sentido de alterar atitudes, valorizando o papel da mulher e do homem como elemento

produtivo dentro da empresa.

O equilíbrio entre a actividade profissional e a vida familiar e pessoal é um problema que afecta mais

as mulheres e traduz-se por uma subavaliação e subestimação do seu emprego pelo empregador.

A Igualdade de Género prende-se com 4 áreas que para a UGT são primordiais para uma efectiva

igualdade de oportunidades, pois as mulheres são penalizadas pela maternidade e pelo papel que

ainda desempenham na esfera familiar:

- Desigualdades salariais;

- Formação profissional contínua;

- Acesso das mulheres a lugares de tomada de decisão;

- Conciliação entre vida profissional e vida familiar e pessoal.

A UGT deverá desenvolver as seguintes acções:

- Apoiar o reforço da actividade da Comissão de Mulheres;

- Promover planos de Igualdade de género nos Sindicatos;

- Cooperar com os Sindicatos na sindicalização das mulheres;

- Promover a eleição de mulheres como delegados sindicais;

- Apoiar a criação de mecanismos que permitam a conciliação e a co-responsabilidades familiares;

- Implementar programas de formação para preparar mulheres para ocupar cargos dirigentes;

- Desenvolver estudos que promovam a igualdade de género no trabalho, a nível geral, sectorial e

de empresa;

- Promover parcerias com entidades e associações promotoras da igualdade de género;

- Promover a elaboração de estatísticas separadas por género em todas as áreas;

- Promover a criação de estruturas de mulheres nos Sindicatos, com âmbito estatutário;

- Promover a igualdade de género nas acções de formação promovidas pela UGT e pelos

Sindicatos;

- Promover uma maior intervenção pública sobre a igualdade de género, nomeadamente através da

informação sindical, incluindo o Site da UGT, da rede sindical e da Comunicação Social;

- Promover a inclusão de mulheres nas equipas de negociação a todos os níveis.

15

14. Reforçar a Intervenção junto aos Jovens Nos jovens reside o futuro. Mas dada a gravidade dos problemas que os jovens enfrentam nos dias

de hoje, preocupa-nos que tipo de futuro estamos a construir.

Este grupo de trabalhadores sempre mereceu a melhor atenção por parte da UGT, tendo criado uma

Comissão de Juventude, como forma de representar todos os jovens dos sindicatos da UGT até aos

35 anos, inclusivamente os não sindicalizados, o que em termos práticos ascende a cerca de um

milhão de trabalhadores.

É fundamental que a UGT intervenha de uma forma efectiva, nomeadamente através da sua

Comissão de Juventude, no sentido de chamar mais jovens à sindicalização, apoiando-os na sua vida

laboral.

Deve ser reforçada a ligação da Comissão de Juventude com as estruturas de jovens dos Sindicatos,

no apoio ao desenvolvimento de políticas sindicais que promovam as respostas aos problemas

específicos com que os jovens se confrontam, nomeadamente: uma insustentável precariedade; as

dificuldades no acesso a um emprego permanente; uma elevada mobilidade forçada no trabalho; uma

crescente pressão para a individualização das relações de trabalho; insuficientes remunerações e não

reconhecimento das qualificações.

Persistem dificuldades em assumir uma ligação com as estruturas representativas dos estudantes e

de apoio às iniciativas de integração no mundo do trabalho.

A UGT deverá desenvolver as seguintes acções:

- Apoiar o reforço da actividade da Comissão de Juventude;

- Reforçar a acção nos sindicatos, nomeadamente incentivando junto destes a criação de

Comissões de Juventude;

- Apoiar parcerias entre a Comissão de Juventude da UGT e outras estruturas de jovens,

nomeadamente visando a sua inserção;

- Promover a intervenção dos jovens nas estruturas da UGT e dos sindicatos;

- Promover acções de formação dirigidas aos jovens dirigentes ou delegados sindicais;

- Promover a elaboração de estudos periódicos sobre a situação dos jovens no mercado de

trabalho;

- Desenvolver campanhas de informação junto dos jovens relativamente aos direitos que os

assistem no mundo do trabalho e às saídas profissionais;

- Promover uma maior intervenção pública sobre a Juventude, nomeadamente através da

informação sindical, incluindo o Site da UGT, da rede sindical e da Comunicação Social;

- Promover um maior acesso dos jovens às acções de formação profissional e sindical.

16

15. Reforçar a intervenção junto aos Quadros Os Quadros participam activamente no mercado de trabalho e na sociedade em geral através das

responsabilidades que assumem nas empresas, nos serviços públicos e nas administrações, pelo

papel que desempenham na sociedade e pela sua mobilidade e abertura às mudanças da sociedade

do conhecimento.

Os Quadros são fundamentais para a prossecução de uma sociedade do conhecimento, tal com

augura a Estratégia de Lisboa e, por isso, são também fundamentais para a resolução de

determinados e específicos problemas político-laborais a que naturalmente se encontram ligados.

Importa destacar a importância dos Quadros na articulação entre as políticas activas de emprego, a

formação profissional e no desenvolvimento sustentável articulado com a responsabilidade ético-

profissional enquanto responsáveis por cargos de gestão e administração.

Hoje os Quadros enfrentam muitos dos desafios inerentes à maior parte dos trabalhadores, contudo,

devido à sua maior exposição à mudança de emprego, maior exposição a doenças profissionais

relacionadas com factores psico-sociais, nomeadamente o assédio moral e o stress, vêem-se

confrontados com necessidade de verem reforçada a sua representação e defesa dos seus interesses

e condições laborais.

A formação profissional inicial e ao longo da vida assumem importância fundamental para os Quadros

médios ou superiores, por isso é hoje comum a intensificação das suas reivindicações nas áreas da

formação profissional e na necessidade de reconhecimento e portabilidade das suas aptidões e

qualificações profissionais.

São hoje preocupações constantes os problemas da dificuldade de inserção no mercado de trabalho

de jovens Quadros e da falta de empregabilidade de muitos dos Quadros que estão à longos períodos

em situação de desemprego, por isso ressalta a sua importância do seu envolvimento, seja activo seja

passivo, na determinação de políticas activas de emprego.

É de extrema importância para o movimento sindical ter uma estrutura empenhada e robusta de

representação de Quadros, por isso a UGT conta e colabora activamente com a estrutura autónoma

da “Ala de Quadros” e entende dever contribuir activamente para reforçar tal colaboração.

A UGT deverá desenvolver as seguintes acções:

- Apoiar o reforço da actividade da Ala de Quadros;

- Desenvolver campanhas de informação dirigidas a problemas específicos destes trabalhadores;

- Incentivar à criação de um grupo de trabalho para reforço da participação dos quadros nos grupos

de trabalho da negociação colectiva;

- Promover a elaboração de estudos sobre a problemática dos quadros;

17

- Exigir dos poderes públicos uma maior participação dos representantes destes trabalhadores nos

diversos fóruns do diálogo social em áreas com eles directamente relacionadas, nomeadamente

nas políticas activas de emprego e nas áreas de formação e reconversão profissionais;

- Organizar, conjuntamente com os sindicatos, federações e uniões, uma campanha de

sensibilização à sindicalização dos quadros nas estruturas sindicais da UGT;

- Promover uma maior intervenção pública sobre os problemas dos quadros, nomeadamente

através da informação sindical, incluindo o Site da UGT, da rede sindical e da Comunicação

Social.

16. Apoiar os Reformados e Pensionistas O aumento da esperança de vida da nossa população é certamente um aspecto positivo e a valorizar

do nosso progresso económico e social.

Os idosos são um dos grupos mais vulneráveis à pobreza e à exclusão social em virtude de factores

diferentes que vão das baixas pensões, da falta de qualidade das habitações, do seu isolamento face

à sociedade, da fragilidade das estruturas familiares e insuficientes equipamentos sociais de apoio.

O envelhecimento demográfico coloca um conjunto multifacetado de desafios à nossa sociedade, em

áreas como a segurança e protecção social, a Saúde, os equipamentos sociais, os cuidados

domiciliários, os tempos livres e lazer e o envelhecimento activo. Com efeito, o aumento da esperança

de vida tem necessariamente de ir a par com a promoção de uma melhor qualidade de vida na

velhice.

Estes são desafios sociais, em relação aos quais o movimento sindical não pode ficar indiferente.

Para além das responsabilidades específicas, em áreas como o envelhecimento activo e a Segurança

Social, o trabalho da UGT, do MODERP e dos sindicatos filiados na UGT deve ir ao encontro das

expectativas e necessidades de um grupo de associados que tende a crescer.

A UGT deverá desenvolver as seguintes acções:

- Reforçar a articulação com o MODERP, apoiando-o na sua política reivindicativa e em iniciativas

concretas; - Defender, no âmbito da participação da UGT nos órgãos do INATEL, uma maior ligação deste

Instituto com o movimento sindical em geral e, em especial, com os reformados e pensionistas; - Defender, em todas as instâncias em que a UGT intervém, uma política integrada de apoio aos

cidadãos mais idosos, nomeadamente em termos de acesso à saúde, a uma habitação de

qualidade, a transportes públicos acessíveis, a apoios domiciliários e infraestruturas colectivas de

acolhimento, uma política fiscal mais justa; - Desenvolver, em conjunto com os seus sindicatos e o MODERP, iniciativas conjuntas que visem

promover a melhoria da qualidade de vida dos pensionistas; - Promover um acompanhamento permanente da situação económica e social dos pensionistas e

reformados, trabalhando em articulação com o MODERP, no sentido de melhorar a capacidade

reivindicativa e participativa da UGT.

18

17. Promover uma nova Estratégia de Comunicação

O desenvolvimento da informática, das comunicações e da Internet, abrem excepcionais

oportunidades de, a baixo custo, contactar com as associações sindicais filiadas, com as empresas e

delegados sindicais e com os trabalhadores sindicalizados e promover a sua participação na vida da

UGT e dos seus filiados.

O Site e a Internet permitem novas plataformas de comunicação directa.

Os mesmos meios de comunicação também permitem reduzir custos de funcionamento e o impacto

ambiental e melhorar os sistemas de arquivo e circulação da informação.

A UGT deve promover um contacto com os filiados através dos novos meios, evitando o recurso à

comunicação escrita.

Há que melhorar significativamente a nossa imagem institucional, em termos de materiais, site, …

Dentro da estratégia de comunicação assume particular relevância o relacionamento com os Órgãos

de Comunicação Social.

Apesar das grandes melhorias verificadas, há ainda margem de grandes progressos no contacto com

jornalistas, tempos de antena, acompanhamento das notícias, etc.

A UGT deverá desenvolver as seguintes acções:

- Melhor o Site e promover a sua interactividade;

- Rever as listagens de contactos e de circulação de informação;

- Privilegiar a comunicação electrónica com os filiados;

- Estabelecer um boletim de informação periódico por via informática;

- Investir em meios de comunicação electrónica;

- Melhorar a qualidade dos tempos de antena na televisão;

- Utilizar os tempos de antena na Rádio;

- Melhorar a ligação à informação dos Sindicatos.

18. Apoiar a criação de Associações sem fins lucrativos para objectivos específicos

A UGT tem participado na constituição de associações e empresas, em estreita cooperação com os

sindicatos, de que são exemplos a Associação Agostinho Roseta, a Companhia de Seguros Sagres, a

UGTIMO, a UGC e o CEFOSAP.

A UGT deverá estudar o lançamento de novas iniciativas, particularmente na área dos Estudos e a

Cooperação, de modo a obter novo grau de autonomia no desenvolvimento de parcerias.

19

A UGT deverá desenvolver as seguintes acções:

- Reforçar as instituições existentes, atrás referidas;

- Criar uma Associação sem fins lucrativos na área dos Estudos, em associação com os Sindicatos

interessados;

- Criar uma Associação sem fins lucrativos na área da Cooperação para o Desenvolvimento, em

associação com os Sindicatos interessados;

- Apoiar e participar em iniciativas dos Sindicatos;

- Apoiar os Sindicatos na participação em Fundos Complementares de Pensões.

19. Promover a Modernização Administrativa A modernização administrativa e funcional deve ser um objectivo de todas as Organizações e,

particularmente, do movimento sindical.

Precisamos de melhorar em permanência as estruturas sindicais para melhor responder aos desafios

com que somos confrontados.

A UGT precisa, em especial, de repensar a sua estrutura funcional, tendo presente a mudança de

sede, o reforço das estruturas regionais e uma cada vez mais forte ligação às associações sindicais

filiadas.

A decisão do último Congresso de haver um conjunto de dirigente a tempo inteiro, que integram a

actual Comissão Permanente, foi um passo importante na melhoria de funcionamento, mas também

torna necessária a melhoria do apoio técnico e administrativo.

A UGT deverá desenvolver as seguintes acções:

- Reforçar a organização departamental;

- Procurar que cada membro do Secretariado Executivo seja apoiado pelo menos por um técnico, a

tempo inteiro ou parcial;

- Promover a organização e adequado funcionamento do Centro de Documentação;

- Criar uma Biblioteca, com acesso público;

- Promover a existência na Sede de espaços para atendimento e para reuniões, que possam ser

utilizados pela UGT e pelos Sindicatos;

- Rever os circuitos administrativos, de modo a evitar duplicações, facilitar acessos e melhorar

registos, diminuindo custos;

- Melhorar a capacidade de resposta nas áreas administrativa e financeira e um mais sistemática

resposta dos Sindicatos.

20

20. Valorizar os Trabalhadores da UGT e dos Sindicatos Os trabalhadores ao serviço da UGT e dos seus Sindicatos tem um papel fundamental no

desenvolvimento da actividade sindical.

Cada vez mais o movimento sindical precisa de recorrer a quadros qualificados que apoiem os

dirigentes, preparem as negociações e assegurem às associações sindicais uma alta capacidade

técnica, numa acção cada vez mais exigente.

É necessário reforçar os meios humanos, tendo presente os meios financeiros disponíveis.

O Programa de Apoio ao Associativismo 2008-2013, dirigido às Confederações tem um papel

particularmente relevante no reforço da capacidade técnica da UGT.

A UGT e os seus Sindicatos devem promover acções de melhoria das qualificações profissionais,

garantindo aos trabalhadores o direito à formação ao longo da vida.

A UGT deverá desenvolver as seguintes acções:

- Apoiar os Sindicatos no reforço dos seus quadros, quer em termos de recrutamento, quer na sua

formação inicial;

- Promover, através do CEFOSAP, acções de formação profissional para melhoria das suas

qualificações, em acções certificadas;

- Promover a participação dos trabalhadores da UGT e dos Sindicatos em Seminários, cursos e

acções de formação, a nível nacional e internacional;

- Incentivar os trabalhadores a aceder ao Centro Novas Oportunidades para certificação escolar ou

profissional;

- Promover a sindicalização dos trabalhadores ao serviço da UGT e dos seus Sindicatos;

- Reforçar os meios humanos ao seu serviço, tendo em especial presente as necessidades no

apoio ao diálogo social e negociação colectiva, a participação em parcerias e a acção sindical.

21. Melhorar os Recursos Disponíveis A UGT foi fortemente penalizada por um Processo relativo à Formação, que provocou fortes prejuízos

financeiros e sindicais.

Após o encerramento do Processo, em que a UGT foi declarada inocente de todas as acusações

formuladas, há que encerrar todas as acções pendentes aos vários níveis.

A UGT deverá desenvolver as seguintes acções:

- Encerrar o contencioso relativamente ao QCA (1988/9, QCA I e QCA II);

- Extinguir o ISEFOC e a SINPAR;

- Terminar a ligação à IMOGUARDA;

21

- Concluir os processos relativos ao endividamento resultante da formação;

- Resolver a situação patrimonial, em especial, no relativo à Sede.

22. Reforçar a Cooperação Internacional A UGT sempre procurou reforçar, a cooperação internacional, quer em termos bilaterais, quer

multilaterais, em especial com as Confederações Sindicais filiadas na CSI e na CES e no quadro da

Comunidade Sindical dos Países de Língua Portuguesa.

Em cooperação com o CEFOSAP, temos apoiado Programas de Formação Profissional e Sindical

com várias Confederações Sindicais, particularmente as de Língua Portuguesa (Angola, Cabo Verde,

Guiné-Bissau, Moçambique, S.Tomé e Príncipe e Timor Leste).

Vários dos Sindicatos da UGT desenvolvem cooperação com Sindicatos estrangeiros, em especial

com os de língua portuguesa.

A UGT considera prioritárias 3 áreas de cooperação:

- A área ibero-americana e UE-América Latina, com especial destaque para o Brasil;

- A área mediterrânica;

- Com as Centrais dos países onde existe uma Comunidade Portuguesa ou com imigrantes em

Portugal.

A UGT deverá desenvolver as seguintes acções:

- Reforçar a cooperação bilateral, no quadro de relações fraternais entre Centrais;

- Procurar apoiar os Sindicatos nas suas relações de cooperação, sobretudo as ligadas a Centrais

da CSI e da CES;

- Reforçar os protocolos com as Centrais ligadas às migrações mútuas, procurando melhorar o

cumprimento dos já celebrados;

- Reforçar a cooperação sindical com a América Latina e com a bacia do Mediterrâneo;

- Reforçar as parcerias, desenvolvendo projectos conjuntos, em especial no quadro da União

Europeia.

23. Reforçar a Confederação Sindical Internacional

A Confederação Sindical Internacional, expressão da unidade do movimento sindical, resulta da fusão

das duas Organizações Sindicais Mundiais – a Confederação Internacional de Sindicatos Livres –

CISL e a Confederação Mundial de Trabalho – CMT, a que se juntaram algumas Centrais Sindicais

Independentes.

O seu papel é fundamental, ao coordenar e dinamizar os Sindicatos de todo o Mundo no combate por

uma globalização diferente, e na luta contra as desigualdades, pela solidariedade, p+ela melhoria das

condições de vida e de trabalho, pela paz e pela democracia.

22

A UGT, que desde o início era membro da CISL, passou agora a ser membro da CSUI, participando

activamente nas tomadas de decisão, bem como nas acções desenvolvidas na Europa e noutras

Regiões, particularmente África e América Latina.

Vários Sindicatos da UGT são membros das Federações Sindicais Mundiais, que representam

directamente os trabalhadores a nível sectorial.

De salientar ainda a constituição das “Global Unions”, agrupando a CSI, as Federações e a TUAC,

num trabalho conjunto a nível mundial, particularmente junto às instituições mais directamente ligadas

à globalização – OMC, FMI e Banco Mundial.

A estrutura regional da CSI a nível europeu é o Conselho Regional Pan-Europeu, que traduz a estreita

cooperação com a CES e que a UGT é, naturalmente, membro. Agrupa não só os filiados da CES que

são simultaneamente membros da CSI, como as restantes Centrais da Europa não membros da CES

e Centrais da Rússia e países limítrofes.

A UGT é membro activo da CSI e das estruturas a ela ligadas. Participamos nas campanhas

mundiais, na acção sindical, na formação sindical, na cooperação, …

É através da CSI e das Federações Sindicais Mundiais que os Sindicatos podem conduzir uma acção

consequente face às multinacionais.

A UGT deverá desenvolver as seguintes acções:

- O reforço da CSI, na luta por uma globalização diferente e uma acção sindical solidária;

- O reforço das Federações Sindicais Mundiais, através de uma melhor representação dos

Sindicatos da UGT;

- A participação no Conselho Regional Pan-Europeu, reforçando a cooperação sindical na Região;

- A participação da UGT e dos Sindicatos filiados nas iniciativas da CSI e estruturas a ela ligados,

particularmente nas campanhas e acções reivindicativas.

24. Reforçar a Cooperação Europeia de Sindicatos

A Confederação Europeia de Sindicatos tem um papel central na acção sindical junto à União

Europeia.

É a CES a expressão da unidade dos Sindicatos dos países membros da UE, ou com acordos de

associação com esta.

Só com a CES os Sindicatos têm uma voz forte na afirmação do modelo social europeu e da Europa

dos Cidadãos, no reforço da construção europeia.

23

A CES é parte fundamental do diálogo social europeu, a nível geral e sectorial, pelo reforço do qual o

movimento sindical sempre se tem batido.

À CES devem os trabalhadores portugueses importantes vitórias na definição das políticas europeias

e no reforço da coesão económica e social.

A UGT sempre tem dado muita importância à intervenção na CES e nas Federações Sindicais

Europeias, tanto através da participação nos seus Órgãos, como através de todas as iniciativas,

incluindo as manifestações europeias que traduzem a mobilização dos Sindicatos Europeus na luta

pelos seus direitos e no reforço do modelo social europeu.

A UGT deverá desenvolver as seguintes acções:

- O reforço da Confederação Europeia de Sindicatos, melhorando a sua capacidade de intervenção

e os poderes de negociação;

- A participação activa no diálogo social europeu;

- O empenhamento da UGT nas estruturas consultivas europeias e, particularmente, no Comité

Económico e Social Europeu.

25. Reforçar a Comunidade Sindical dos Países de Língua Portuguesa – CSPLP

A UGT sempre valorizou a cooperação com as Centrais Sindicais de Língua Portuguesa, às quais nos

ligam laços culturais e históricos.

Com a reconquista da liberdade com o 25 de Abril de 1974 surge em Portugal o movimento sindical e

democrático.

Com o 25 de Abril e a consequente descolonização, surgem as Centrais Sindicais livres e

democráticas nos Países africanos de língua portuguesa e, posteriormente com a luta pela liberdade,

surge também aí a Central Sindical de Timor Leste.

A UGT, em 1998, promoveu a constituição da Comunidade Sindical dos Países de Língua

Portuguesa, voz dos trabalhadores junto à CPLP.

Sempre a UGT, apesar de todas as dificuldades, procurou apoiar a CSPLP.

È importante que, no futuro, seja possível desenvolver projectos de cooperação multi-lateral, lançando

as bases para um reforço das Centrais Sindicais envolvidas.

É através da CSPLP que os trabalhadores poderão fazer ouvir a sua voz na definição das políticas da

CPLP, que possam passar sobretudo de uma dimensão económica e cultural, para uma dimensão

social. A criação do Conselho Económico e Social, pela qual a CSPLP, poderá ser extremamente

importante no reforço da participação sindical na definição das políticas económicas e sociais.

24

A UGT deverá desenvolver as seguintes acções:

- O reforço da CSPLP;

- O reforço da dimensão social nas políticas e acções da CPLP;

- A criação do Conselho Económico e Social da CPLP.

26. Reforçar o TUAC

O TUAC – Comité Sindical Consultivo junto da OCDE agrupa as Centrais Sindicais dos Países da

OCDE que a ela livremente adiram.

A UGT como membro tem participado em várias das suas iniciativas e do TUAC recebe

documentação e resoluções, extremamente úteis para as nossas tomadas de posição,

nomeadamente no relativo à globalização e às reivindicações sindicais face às políticas económicas e

sociais.

A UGT deverá desenvolver as seguintes acções:

- O reforço do TUAC;

- O reforço da participação nas suas iniciativas, para o efeito mobilizando os Sindicatos filiados.

27. Reforçar a FIAET

A FIAET – Federação Internacional das Associações de Educação de Trabalhadores agrupa Centrais

Sindicais e Associações ligadas à Educação e Formação, estreitamente ligadas aos objectivos e lutas

do movimento sindical. A FIAET constitui assim uma plataforma de cooperação entre os Sindicatos e

outras Associações da sociedade Civil, empenhadas na educação e formação.

A UGT, como filiada na FIAET, tem aí desenvolvido uma acção de promoção da formação profissional

e sindical, como instrumento fundamental para a emancipação dos trabalhadores.

A nível nacional, para além da UGT, estão filiados o CEFOSAP e o ISET – Instituto Superior de

Educação e Trabalho, ligado à FNE.

A UGT deverá desenvolver as seguintes acções:

- O apoio à actividade da FIAET valorizando a sua acção;

- Um maior envolvimento nas actividades da FIAET, sobretudo a nível de materiais, programas e

projectos educativos.

25

28. Coordenar e Reforçar a Acção Internacional Vários Sindicatos da UGT desenvolvem uma importante acção internacional, particularmente através

da filiação nas Federações Sindicais Mundiais, nas federações Sindicais Europeias e na cooperação.

A acção que desenvolvem poderá ser melhorada através de uma cooperação mais estreita, que

poderá revestir formas diversas e nomeadamente, através da constituição de Federações.

Importa que Sindicatos da UGT estejam representados e participem activamente nas acções

internacionais, quer por via da UGT, quer por via da filiação nas Federações Sindicais europeias.

A UGT deverá desenvolver as seguintes acções:

- Proceder ao levantamento das filiações internacionais dos Sindicatos, dinamizando a participação

nas Federações Sindicais Europeias e Mundial;

- Apoiar o reforço da participação dos Sindicatos a nível internacional;

- Apoiar o reforço da participação nos Comités Europeus de Empresa;

- Procurar resolver o contencioso resultante da participação de Sindicatos em estruturas diferentes

daquelas onde a UGT está filiada;

- Criar uma Comissão Internacional, com os Sindicatos mais envolvidos no movimento sindical

internacional.

29. Reforçar o Diálogo Interno e a Participação dos Filiados A UGT como Central Sindical democrática e respeitadora da Constituição da República, desde o seu

I Congresso que reconheceu e regulamentou o direito de tendência.

Sempre se procurou desenvolver o diálogo interno, no respeito pelo direito de tendência e pelo direito

de participação das associações sindicais filiadas.

As decisões têm sido sempre tomadas por grandes maiorias, na base de largos consensos entre

Sindicatos e sindicalistas.

O diálogo interno e a participação devem ser as bases da nossa organização, não só a nível central,

regional ou de empresa na UGT, mas também nos Sindicatos.

É fundamental que todos os Sindicatos pratiquem e respeitem o direito de tendência, o que passa

pelo reconhecimento interno das tendências.

A UGT deverá desenvolver as seguintes acções:

- Promover o diálogo interno entre tendências sindicais;

- Realizar reuniões dos Órgãos da UGT com as tendências organizadas no seio da Central;

- Defender a organização de tendências sindicais nas associações sindicais filiadas e o seu

reconhecimento;

26

- Continuar uma política centrada em largos consensos internos.

30. Construir a Unidade na Acção A unidade na acção permite uma melhor defesa dos trabalhadores.

A UGT sempre procurou estabelecer a unidade na acção a nível geral, sectorial ou de empresa, na

base do respeito pela diversidade e na fixação de objectivos comuns para a acção.

A UGT sempre rejeitou uma prática de conflito pelo conflito, mas sempre se manifestou favorável às

greves e outras formas de luta que pudessem conduzir à defesa de direitos e à celebração dos

melhores acordos.

Na CES e na CSI tem sido possível construir posições comuns entre as Organizações Sindicais

filiadas.

Em Portugal, ao contrário do que acontece em países onde existem Centrais Sindicais que

representam o mesmo conjunto de trabalhadores, como na Espanha, Itália, Bélgica e mesmo em

França, não tem sido possível construir plataformas reivindicativas comuns, salvo em assuntos muito

pontuais.

Tal resulta basicamente no nosso entender, de três posicionamentos diferentes dos nossos por parte

de outras associações sindicais:

- Estreita dependência político-partidária que tem conduzido, aliás, a um posicionamento

internacional claramente minoritário;

- Posição claramente contra a Concertação Social e contra a celebração de acordos que envolvam

os Governos e as associações empresariais, excluindo a negociação colectiva;

- Tentativa de afirmar sempre uma hegemonia não provada e de comportamentos divisionistas

contra os Sindicatos da UGT.

Os Sindicatos da UGT têm desenvolvido muitas acções comuns com Sindicatos realmente

independentes, em várias áreas de actividade.

A UGT deverá desenvolver as seguintes acções:

- Promover plataformas de unidade na negociação e na acção sempre que for possível estabelecer

objectivos comuns e recusando a luta pela luta;

- Reforçar a cooperação dos filiados com Sindicatos independentes, sobretudo nos casos em que

tal contribuir para reforçar a capacidade reivindicativa;

- Promover uma maior cooperação entre estruturas sindicais presentes na empresa, e entre estas e

as Comissões de Trabalhadores;

- Promover uma maior cooperação a nível regional, através das novas estruturas regionais da UGT.

27

Índice 1. Reforçar a Sindicalização..……………………………………………………………….. 1

2. Promover a Reorganização Sindical …………………………………………………… 3

3. Criar as Uniões Sindicais ……………………………………………………………….... 4

4. Promover a filiação de Federações ………………………………………………….…. 5

5. Promover a filiação de Associações Sindicais e de Trabalhadores Autónomos. 6

6. Apoiar e Sindicalizar os Imigrantes …………………………………………………….. 6

7. Apoiar a Negociação Colectiva …………………………………………………….……. 7

8. Reforçar o Dialogo Social Tripartido e Bipartido ……………………………………... 9

9. Promover a Participação na Empresa e na Sociedade …………………………….... 10

10. Apoiar os Sindicatos na Higiene, Segurança e Saúde no Trabalho ……………... 11

11. Desenvolver a Formação Profissional e Sindical …………………………………… 12

12. Melhorar a Prestação de Serviços aos Sindicalizados …………………………..… 13

13. Promover a Igualdade de Género no Movimento Sindical ………………………… 13

14. Reforçar a Intervenção junto aos Jovens …………………………………………..… 15

15. Reforçar a Intervenção junto aos Quadros …………………………………………… 16

16. Apoiar os Reformados e Pensionistas ………………………………………………… 17

17. Promover uma nova Estratégia de Comunicação …………………………………… 18

18. Apoiar a Criação de Associações sem fins lucrativos para objectivos

específicos…………………………………………………………………………………..

18

19. Promover a Modernização Administrativa ……………………………………….…… 19

20. Valorizar os Trabalhadores da UGT e dos Sindicatos ……………………………… 20

21. Melhorar os Recursos Disponíveis …………………………………………….……... 20

22. Reforçar a Cooperação Internacional ……………………………………………….… 21

23.Reforçar a Confederação Sindical Internacional …………………………………..… 21

24. Reforçar a Cooperação Europeia de Sindicatos …………………………………..… 22

25. Reforçar a Comunidade Sindical dos Países de Língua Portuguesa …………… 23

26. Reforçar o TUAC ……………………………………………………………………….…. 24

27. Reforçar a FIAET ……………………………………………………………………….…. 24

28. Coordenar e Reforçar a Acção Internacional ………………………………………… 25

29. Reforçar o Diálogo Interno e a Participação dos Filiados ......…………………….. 25

30. Construir a Unidade na Acção ……………..…………………………………………… 26