xavier candido f a caminho da luz

Upload: yannick

Post on 30-May-2018

221 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 8/14/2019 Xavier Candido F A Caminho Da Luz

    1/100

  • 8/14/2019 Xavier Candido F A Caminho Da Luz

    2/100

    INDICE.

    I - A GNESE PLANETRIA

    A Comunidade dos Espritos Puros. - A Cincia de todos os tempos. - Os primeiros tempos doorbe terrestre. - A criao da Lua. - A solidificao da Matria. - O Divino Escultor. O verbona criao terrestre.

    II - A VIDA ORGANIZADA

    As construes celulares. - Os primeiros habitantes da Terra. - A elaborao paciente dasformas. - As formas intermedirias da Natureza. - Os ensaios assombrosos. Os antepassadosdo homem. - A grande transio.

    III - AS RAAS ADMICASO Sistema de Capela. - Um mundo em transies. Espritos exilados na Terra. - Fixao doscaracteres raciais. Origem das raas brancas. - Quatro grandes povos. - As promesas doCristo.

    IV - A CIVILIZAO EGPCIAOs egpcios. - A cincia secreta - O Politesmo simblico. O culto da morte e ametempsicose. - Os egpcios e as ciencias psquicas. - As Pirmides - Redeno.

    V - A NDIAA organizao hindu. - Os arianos puros. - O expansionismo dos rias. - Os Mahatmas. - Ascastas. - Os rajs e os prias. - Em face de Jesus.

    VI - A FAMLIA INDO-EUROPIA

    As migraes sucessivas. - A ausncia de notcias histricas. - A grande virtude dos riaseuropeus. - O Mediterrneo e o Mar do Norte. - Os nrdicos e os mediterrnicos. - Origem doracionalismo. - As advertncias do Cristo.

    VII - O POVO DE ISRAELIsrael. - Moiss. - O Judasmo e o Cristianismo. O Monotesmo. - A escolha de Israel. - Aincompreenso do Judasmo. - No porvir.

    VIII - A CHINA MILENRIAA China. - A cristalizao das idias chinesas. - Fo-Hi -Confcio e Lao-Ts. - O Nirvana. - AChina atual. A edificao do Evangelho.

    2

  • 8/14/2019 Xavier Candido F A Caminho Da Luz

    3/100

    IX - AS GRANDES RELIGIES DO PASSADOAs primeiras organizaes religiosas. - Ainda as raas admicas. - A gnese das crenasreligiosas. - A unidade substancial das religies. - As revelaes gradativas. - Preparao doCristianismo. - O Cristo inconfundvel.

    X - A GRCIA E A MISSO DE SCRATESNas vsperas da maioridade terrestre. - Atenas e Esparta. - Experincias necessrias. AGrcia. - Scrates. Os discpulos. - Provao coletiva da Grcia.

    XI - ROMAO povo etrusco. - Primrdios de Roma.- Influncias decisivas. - Os patrcios e os plebeus. - Afamlia romana. - As guerras e a maioridade terrestre. - Nas vsperas do Senhor.

    XII - A VINDA DE JESUSA manjedoura. - O Cristo e os essnios. - Cumprimento das profecias de Israel. - A grandelio. - A palavra divina. - Crepsculo de uma civilizao. - O exemplo do Cristo.

    XIII - O IMPRIO ROMANO E SEUS DESVIOSOs desvios romanos. - Os abusos da autoridade e do poder. - Os chefes de Roma. - O sculode Augusto. - Transio de uma poca. - Provaes coletivas dos judeus e dos romanos. - Fimda vaidade humana.

    XIV - A EDIFICAO CRISTOs primeiros cristos. - A propagao do Cristianismo. A redao dos textos definitivos. - Amisso de Paulo. O Apocalipse de Joo. - Identificao da besta apocalptica. O roteiro deluz e de amor.

    XV - A EVOLUO DO CRISTIANISMOPenosos compromissos romanos. - Culpas e resgates dolorosos do homem espiritual. - Osmrtires. Os apologistas. - O jejum e a orao. - Constantino. - O Papado.

    XVI - A IGREJA E A INVASO DOS BRBAROS

    Vitrias do Cristianismo. - Primrdios do Catolicismo. A Igreja de Roma. - A destruio doImprio. - A invaso dos brbaros. - Razes da Idade Mdia. - Mestres do amor e da virtude.

    XVII - A IDADE MEDIEVALOs mensageiros de Jesus. - O Imprio Bizantino. O Islamismo. - As guerras do Isl. - CarlosMagno. O Feudalismo. - Razes do Feudalismo.

    XVIII - OS ABUSOS DO PODER RELIGIOSOFases da Igreja Catlica. - Gregrio VII. - As advertncias de Jesus. - Francisco de Assis. - Os

    Franciscanos. - A Inquisio. - A obra doPapado.

    3

  • 8/14/2019 Xavier Candido F A Caminho Da Luz

    4/100

    XIX - AS CRUZADAS E O FIM DA IDADE MDIAAs primeiras Cruzadas. - Fim das Cruzadas. - O esforo dos emissrios do Cristo. - Pobrezaintelectual. - Renascimento. - Transmigraes de povos. - Fim da idade medieval.

    XX - RENASCENA DO MUNDOMovimentos regeneradores. - Misso da Amrica. - O Plano Invisvel e a colonizao do

    Novo Mundo. - Apogeu da Renascena. - Renascena religiosa. - A Companhia de Jesus. -Ao do Jesuitismo.

    XXI - POCA DE TRANSIOAs lutas da Reforma. - A Invencvel Armada. Guerras religiosas. - A Frana e a Inglaterra. -Refgio da Amrica. - Os Enciclopedistas. - A Independncia americana.

    XXII - A REVOLUO FRANCESA

    A Frana no sculo XVIII. - poca de sombras. - Contra os excessos da revoluo. - Operodo do Terror. A Constituio. - Napoleo Bonaparte. - Allan Kardec.

    XXIII - O SCULO XIX

    Depois da Revoluo. - Independncia poltica da Amrica. - Allan Kardec e os seuscolaboradores. - As cincias sociais. - A tarefa do missionrio. - Provaes coletivas naFrana. - Provaes da Igreja.

    XXIV - O ESPIRITISMO E AS GRANDES TRANSIES

    A extino do cativeiro. - O Socialismo. - Restabelecendo a verdade. - Defeco da IgrejaCatlica. - Lutas renovadoras. - A Amrica e o futuro. - Jesus.

    XXV - O EVANGELHO E O FUTURO 211Concluso

    4

  • 8/14/2019 Xavier Candido F A Caminho Da Luz

    5/100

    ANTELQUIO

    Meus amigos, que Deus vos conceda paz.

    -me grata a vossa palestra a respeito dos nossos trabalhos.

    Esperemos e supliquemos a bno do Alto para o nosso esforo. Dandoseguimento aos nossos estudos, procuremos esforar-nos por mostrar a verdadeira posio doEvangelho do Cristo, tanta vez incompreendido a no mundo, em face das religies e dasfilosofias terrenas.

    No dever ser este um trabalho histrico. A histria do mundo est compiladoe feito. Nossa contribuio ser tese religiosa, elucidando a influncia sagrada da f e oascendente espiritual, no curso de todas as civilizaes terrestres. O livro do irmo Humberto

    (1)__________(1) "Brasil, Corao do Mundo, Ptria do Evangelho".

    5

  • 8/14/2019 Xavier Candido F A Caminho Da Luz

    6/100

    INTRODUO

    Enquanto as penosas transies do sculo XX se anunciam ao tinido sinistro dasarmas, as foras espirituais se renem para as grandes reconstrues do porvir.

    Aproxima-se o momento em que se efetuar a aferio de todos os valoresterrestre para o ressurgimento das energias criadoras de um mundo novo, e natural querecordemos o ascendente mstico de todas as civilizaes que surgiram e desapareceram,evocando os grandes perodos evolutivos da Humanidade, com as suas misrias e com os seusesplendores, para afirmar as realidades espirituais acima de todos os fenmenos transitriosda matria.

    Esse esforo de sntese ser o da f reclamando a sua posio em face dacincia dos homens, e ante as religies da separatividade, como a bssola da verdadeirasabedoria.

    Diante dos nossos olhos de esprito passam os fantasmas das civilizaesmortas, como se permanecssemos diante de um "cran" maravilhoso. As almas mudam aindumentria carnal, no curso incessante dos sculos; constroem o edifcio milenrio daevoluo humana com as suas lgrimas e sofrimentos, e at nossos ouvidos chegam os ecosdolorosos de suas aflies. Passam as primeiras organizaes do homem e passam as suasgrandes cidades, transformadas em ossurios silenciosos. O tempo, como patrimnio divinodo esprito, renova as inquietaes e angstias de cada sculo, no sentido de aclarar o caminhodas experincias humanas. Passam as raas e as geraes, as lnguas e os povos, os pases e asfronteiras, as cincias e as religies. Um sopro divino faz movimentar todas as coisas nessetorvelinho maravilhoso. Estabelece-se, ento, a ordem equilibrando todos os fenmenos emovimentos do edifcio planetrio, vitalizando os laos eternos que renem a sua grandefamlia.

    V-se, ento, o fio inquebrantvel que sustenta os sculos das experinciasterrestres, reunindo-as, harmoniosamente, umas s outras, a fim de que constituam o tesouroimortal da alma humana em sua gloriosa ascenso para o Infinito.

    As raas so substitudas pelas almas e as geraes constituem fases do seuaprendizado e aproveitamento; as lnguas so formas de expresso, caminhando para aexpresso nica da fraternidade e do amor, e os povos so os membros dispersos de umagrande famlia trabalhando para o estabelecimento definitivo de sua comunidade universal.Seus filhos mais eminentes, no plano dos valores espirituais, so agraciados pela JustiaSuprema, que legisla no Alto para todos os mundos do Universo, e podem visitar as outras

    ptrias siderais, regressando ao orbe, no esforo abenoado de misses regeneradoras dentrodas igrejas e das academias terrenas.

    Na tela mgica dos nossos estudos, destacam-se esses missionrios que omundo muitas vezes crucificou na incompreenso das almas vulgares, mas, em tudo e sobretodos, irradia-se a luz desse fio de espiritualidade que diviniza a matria, encadeando otrabalho das civilizaes, e, mais acima, ofuscando o "cran" das nossas observaes e dosnossos estudos, vemos a fonte de extraordinria luz, de onde parte o primeiro pontogeomtrico desse fio de vida e de harmonia, que equilibra e satura toda a Terra numa apoteosede movimento e divinas claridades.

    Nossos pobres olhos no podem divisar particularidades nesse deslumbramento,mas sabemos que o fio da luz e da vida est nas suas mos. Ele quem sustenta todos oselementos ativos e passivos da existncia planetria. No seu corao augusto e misericordioso

    est o Verbo do princpio. Um sopro de sua vontade pode renovar todas as coisas, e um gestoseu pode transformar a fisionomia de todos os horizontes terrestres.

    6

  • 8/14/2019 Xavier Candido F A Caminho Da Luz

    7/100

    Passaram as geraes de todos os tempos, com as suas inquietaes e angstias.As guerras ensangentaram o roteiro dos povos nas suas peregrinaes incessantes para oconhecimento superior. Caram os tronos dos reis e esfacelaram-se coroas milenrias. Os

    prncipes do mundo voltaram ao teatro de sua vaidade orgulhosa, no indumento humilde dosescravos, e, em vo, os ditadores conclamaram, e conclamam ainda, os povos da Terra, para o

    morticnio e para a destruio.O determinismo do amor e do bem a lei de todo o Universo e a alma humana

    emerge de todas as catstrofes em busca de uma vida melhor.S Jesus no passou, na caminhada dolorosa das raas, objetivando a

    dilacerao de todas as fronteiras para o amplexo universal. Ele a luz do princpio e nas suasmos misericordiosas repousam os destinos do mundo. Seu corao magnnimo a fonte davida para toda a Humanidade terrestre. Sua mensagem de amor, no Evangelho, a eterna

    palavra da ressurreio e da justia, da fraternidade e da misericrdia. Todas as coisashumanas passaram, todas as coisas humanas se modificaro. Ele, porm, a Luz de todas asvidas terrestres, inacessvel ao tempo e destruio.

    Enquanto falamos da misso do sculo XX, contemplando os ditadores daatualidade, que se arvoram em verdugos das multides, cumpre-nos voltar os olhos splicespara a infinita misericrdia do Senhor, implorando-lhe a paz e amor para todos os coraes.

    Livro: A Caminho da Luz Mdium: Francisco Cndido Xavier Esprito:Emmanuel

    7

  • 8/14/2019 Xavier Candido F A Caminho Da Luz

    8/100

    A GNESE PLANETRIA

    Emmanuel

    A COMUNIDADE DOS ESPRITOS PUROS

    Rezam as tradies do mundo espiritual que na direo de todos os fenmenos,do nosso sistema, existe uma Comunidade de Espritos Puros e Eleitos pelo Senhor Supremodo Universo, em cujas mos se conservam as rdeas diretoras da vida de todas ascoletividades planetrias.

    Essa Comunidade de seres anglicos e perfeitos, da qual Jesus um dosmembros divinos, ao que nos foi dado saber, apenas j se reuniu, nas proximidades da Terra,

    para a soluo de problemas decisivos da organizao e da direo do nosso planeta, por duas

    vezes no curso dos milnios conhecidos.A primeira, verificou-se quando o orbe terrestre se desprendia da nebulosa solar,

    a fim de que se lanassem, no Tempo e no Espao, as balizas do nosso sistema cosmognico eos prdromos da vida da matria em ignio, do planeta, e a segunda, quando se decidia avinda do Senhor face da Terra, trazendo famlia humana a lio imortal do seu Evangelhode amor e redeno.

    A CINCIA DE TODOS OS TEMPOS

    No nosso propsito trazer considerao dos estudiosos uma nova teoria daformao do mundo. A Cincia de todos os sculos est cheia de apstolos e missionrios.Todos eles foram inspirados ao seu tempo, refletindo a claridade das Alturas, que asexperincias do Infinito lhes imprimiram na memria espiritual, e exteriorizando os defeitos econcepes da poca em que viveram, na feio humana de sua personalidade.

    Na sua condio de operrios do progresso universal, foram portadores derevelaes gradativas, no domnio dos conhecimentos superiores da Humanidade. Inspiradosde Deus nos penosos esforos da verdadeira civilizao, as suas idias e trabalhos merecem orespeito de todas as geraes da Terra, ainda que as novas expresses evolutivas do planocultural das sociedades mundanas tenham sido obrigadas a proscrever as suas teorias e antigas

    frmulas.Lembrando-nos, porm, mais detidamente, de quantos souberam receber a

    intuio da realidade nas perquiries do infinito, busquemos recordar o globo terrqueo nosseus primeiros dias.

    OS PRIMEIROS TEMPOS DO ORBE TERRESTRE

    Que fora sobre-humana pde manter o equilbrio da nebulosaterrestre,destacada do ncleo central do sistema, conferindo-lhe um conjunto de leismatemticas, dentro das quais se iam manifestar todos os fenmenos inteligentes eharmnicos de sua vida, por milnios de milnios? Distando do Sol cerca de........ 149.600.000

    8

  • 8/14/2019 Xavier Candido F A Caminho Da Luz

    9/100

    quilmetros e deslocando-se no espao com a velocidade diria de 2.500.000 quilmetros, emtorno do grande astro do dia, imaginemos a sua composio nos primeiros tempos deexistncia, como planeta.

    Laboratrio de matrias ignescentes, o conflito das foras telricas e dasenergias fsico-qumicas opera as grandiosas construes do teatro da vida, no imenso cadinho

    onde a temperatura se eleva, por vezes, a 2.000 graus de calor, como se a matria colocadanum forno, incandescente,

    estivesse sendo submetida aos mais diversos ensaios, para examinar-se a suaqualidade e possibilidades na edificao da nova escola dos seres. As descargas eltricas, em

    propores jamais vistas da Humanidade, despertam estranhas comoes no grandeorganismo planetrio, cuja formao se processa nas oficinas do infinito.

    A CRIAO DA LUA

    Nessa computao de valores csmicos em que laboraram os operrios da

    espiritualidade sob a orientao misericordiosa do Cristo, delibera-se a formao do satliteterrestre.

    O programa de trabalhos a realizar-se no mundo requeria o concurso da Lua,nos seus mais ntimos detalhes. Ela seria a ncora do equilbrio terrestre nos movimentos detranslao que o globo efetuaria em torno da sede do sistema; o manancial de forasordenadoras da estabilidade planetria e, sobretudo, o orbe nascente necessitaria da luz

    polarizada, cujo suave magnetismo atuaria dacisivamente no drama infinito da criao e dareproduo de todas as espcies, nos variados reinos da Natureza.

    SOLIDIFICAO DA MATRIA

    Na grande oficina surge, ento, a diferenciao da matria pondervel, dandoorigem ao hidrognio.

    As vastides atmosfricas so amplo repositrio de energias eltricas e devapores que trabalham as substncias torturadas no orbe terrestre. O frio dos espaos atua,

    porm, sobre esse laboratrio de energias incandescentes e a condensao dos matais verifica-se com a leve formao da crosta solidificada.

    o primeiro descanso das tumultuosas comoes geolgicas do globo.Formam-se os oceanos, onde a gua tpida sofre presso difcil de descrever-se. A atmosferaest carregada de vapores aquosos e as grandes tempestades varrem, em todas as direes, asuperfcie do planeta,mas sobre a Terra o caos fica dominado como por encanto. As paisagensaclaram-se, fixando a luz solar que se projeta nesse novo teatro de evoluo e vida.

    As mos de Jesus haviam descansado, aps o longo perodo de confuso doselementos fsicos da organizao planetria.

    9

  • 8/14/2019 Xavier Candido F A Caminho Da Luz

    10/100

    O DIVINO ESCULTOR

    Sim, Ele havia vencido todos os pavores das energias desencadeadas; com as

    suas legies de trabalhadores divinos, lanou o escopro da sua misericrdia sobre o bloco dematria informe, que a Sabedoria do Pai deslocara do SOL para as suas mos augustas ecompassivas. Operou a escultura geolgica do orbe terreno, trabalhando a escola abenoada egrandiosa, na qual o seu corao haveria de expandir-se em amor, claridade e justia. Com osseus exrcitos de trabalhadores devotados, estatuiu os regulamentos dos fenmenos fsicos daTerra, organizando-lhes o equilbrio futuro na base dos corpos simples de matria, cujaunidade substancial os espectroscpios terrenos puderam identificar por toda parte nouniverso galxico.

    Organizou o cenrio da vida, criando, sob as vistas de Deus, o indispensvel existncia dos seres do porvir. Fez a presso atmosfrica adequada ao homem, antecipando-seao seu nascimento no ,mundo, no curso dos milnios; estabeleceu os grandes centros de forada ionosfera e da estratosfera, onde se harmonizam os fenmenos eltricos da existncia

    planetria, e edificou as usinas de ozone a 40 e 60 quilmetros de altitude, para que filtrassemconvenientemente os raios solares, manipulando-lhes a composio precisa manuteno davida organizada no orbe. Definiu todas as linhas de progresso da humanidade futura,engendrando a harmonia de todas as foras fsicas que presidem ao ciclo das atividades

    planetrias.

    O VERBO NA CRIAO TERRESTRE

    A cincia do mundo no lhe viu as mos augustas e sbias na intimidade das

    energias que vitalizam o organismo do Globo. Substituram-lhe a providncia com a palavra

    "natureza", em todos os seus estudos e anlises da existncia, mas o seu amor foi o Verbo dacriao do princpio, como e ser a coroa gloriosa dos seres terrestres na imortalidade semfim. E quando serenaram os elementos do mundo nascente, quando a luz do Sol beijava, emsilncio, a beleza melanclica dos continentes e dos mares primitivos, Jesus reuniu nasAlturas os intrpretes divinos do seu pensamento. Viu-se, ento, descer sobre a Terra, dasamplides dos espaos ilimitados, uma nuvem de foras csmicas, que envolveu o imensolaboratrio planetrio em repouso.

    Da a algum tempo, na crosta solidificada do planeta, como no fundo dosoceanos, podia-se observar a existncia de um elemento viscoso que cobria toda a Terra.

    Estavam dados os primeiros passos no caminho da vida organizada. Com essa

    massa gelatinosa, nascia no orbe o protoplasma e, com ele, lanara Jesus superfcie domundo o germe sagrado dos primeiros homens.

    Livro: A Caminho da Luz Mdium: Francisco Cndido Xavier Esprito:

    Emmanuel

    10

  • 8/14/2019 Xavier Candido F A Caminho Da Luz

    11/100

    A VIDA ORGANIZADA

    Emmanuel

    AS CONSTRUES CELULARESSob a orientao misericordiosa e sbia do Cristo, laboravam na Terra

    numerosas assemblias de operrios espirituais.Como a engenharia moderna, que constri um edifcio prevendo os menores

    requisitos de sua finalidade, os artistas da espiritualidade edificavam o mundo das clulasiniciando, nos dias primevos, a construo das formas organizadas e inteligentes dos sculos

    porvindouros.O ideal da beleza foi a sua preocupao dos primeiros momentos, no que se

    referia s edificaes celulares das origens.

    por isso que, em todos os tempos, a beleza, junto ordem, constituiu um dostraos indelveis de toda a criao.

    As formas de todos os reinos da natureza terrestre foram estudadas e previstas.Os fluidos da vida foram manipulados de modo a se adaptarem s condies fsicas do

    planeta, encenando-se as construes celulares segundo as possibilidades do ambienteterrestre, tudo obedecendo a um plano preestabelecido pela misericordiosa sabedoria doCristo, consideradas as leis do princpio e do desenvolvimento geral.

    OS PRIMEIROS HABITANTES DA TERRA

    Dizamos que uma camada de matria gelatinosa envolvera o orbe terreno emseus mais ntimos contornos. Essa matria, amorfa e viscosa, era o celeiro sagrado dassementes da vida. O protoplasma foi o embrio de todas as organizaes do globo terrestre, e,se essa matria, sem forma definida, cobria a crosta solidificada do planeta, em breve acondensao da massa dava origem ao surgimento do ncleo, iniciando-se as primeirasmanifestaes dos seres vivos.

    Os primeiros habitantes da Terra, no plano material, so as clulasalbuminides, as amebas e todas as organizaes unicelulares, isoladas e livres, que semultiplicam prodigiosamente na temperatura tpida dos oceanos.

    Com o escoar incessante do tempo, esses seres primordiais se movem ao longo

    das guas, onde encontram o oxignio necessrio ao entretenimento da vida, elemento que aterra firme no possua ainda em propores de manter a existncia animal, antes das grandesvegetaes; esses seres rudimentares somente revelam um sentido ? o do tato, que deu origema todos os outros, em funo de aperfeioamento dos organismos superiores.

    A ELABORAO PACIENTE DAS FORMAS

    Decorrido muito tempo, eis que as amebas primitivas se associam para a vidacelular em comum, formando-se as colnias de infusrios, de polipeiros, em obedincia aos

    planos da construo definitiva do porvir, emanados do mundo espiritual onde todo oprogresso da Terra tem a sua gnese.

    11

  • 8/14/2019 Xavier Candido F A Caminho Da Luz

    12/100

    Os reinos vegetal e animal parecem confundidos nas profundidades ocenicas.No existem formas definidas nem expresso individual nessas sociedades de infusrios; mas,desses conjuntos singulares, formam-se ensaios de vida que j apresentam caracteres erudimentos dos organismos superiores.

    Milhares de anos foram precisos aos operrios de Jesus, nos servios da

    elaborao paciente das formas.A princpio, coordenam os elementos da nutrio e da conservao da

    existncia. O corao e os brnquios so conquistados e, aps eles, formam-se os prdromoscelulares do sistema nervoso e dos rgos da procriao, que se aperfeioam, definindo-se nosseres.

    AS FORMAS INTERMEDIRIAS DA NATUREZA

    A atmosfera est ainda saturada de umidade e vapores, e a terra slida estcoberta de lodo e pntanos inimaginveis.

    Todavia, as derradeiras convulses interiores do orbe localizam os calorescentrais do planeta, restringindo a zona das influncias telricas necessrias manuteno davida animal.

    Esses fenmenos geolgicos estabelecem os contornos geogrficos do globo,delineando os continentes e fixando a posio dos oceanos, surgindo, desse modo, as grandesextenses de terra firme, aptas a receber as sementes prolficas da vida.

    Os primeiros crustceos terrestres so um prolongamento dos crustceosmarinhos. Seguindo-lhes as pegadas, aparecem os batrquios, que trocam as guas pelas

    regies lodosas e firmes.Nessa fase evolutiva do planeta, todo o globo se veste de vegetao luxuriante,prodigiosa, de cujas florestas opulentas e desmesuradas as minas carbonferas dos temposmodernos so os petrificados vestgios.

    OS ENSAIOS ASSOMBROSOS

    Nessa altura, os artistas da criao inauguram novos perodos evolutivos, no

    plano das formas.A natureza torna-se uma grande oficina de ensaios monstruosos. Aps os

    rpteis, surgem os animais horrendos das eras primitivas.Os trabalhadores do Cristo, como os alquimistas que estudam as combinaes

    das substncias, na retorta de acuradas observaes, analisavam, igualmente, a combinao prodigiosa dos complexos celulares, cuja formao eles prprios haviam delineado,executando, com as suas experincias, uma justa aferio de valores, prevendo todas as

    possibilidades e necessidades do porvir.

    Todas as arestas foram eliminadas. Aplainaram-se dificuldades e realizaram-senovas conquistas. A mquina celular foi aperfeioada, no limite do possvel, em face das leisfsicas do globo. Os tipos adequados Terra foram consumados em todos os reinos da

    Natureza, eliminando-se os frutos teratolgicos e estranhos, do laboratrio de suas

    perseverantes experincias. A prova da interveno das foras espirituais, nesse vasto campode operaes, que, enquanto o escorpio, gmeo dos crustceos marinhos, conserva at hoje,

    12

  • 8/14/2019 Xavier Candido F A Caminho Da Luz

    13/100

    de modo geral, a forma primitiva, os animais monstruosos das pocas remotas, que lhe foramposteriores, desapareceram para sempre da fauna terrestre, guardando os museus do mundo asinteressantes reminiscncias de suas formas atormentadas.

    OS ANTEPASSADOS DO HOMEM

    O reino animal experimenta as mais estranhas transies no perodo tercirio,

    sob as influncias do meio e em face dos imperativos da lei de seleo.Mas, o nosso raciocnio ansioso procura os legtimos antepassados das criaturas

    humanas, nessa imensa vastido do proscnio da evoluo anmica.Onde est Ado com a sua queda do paraso? Debalde nossos olhos procuram,

    aflitos, essas figuras legendrias, com o propsito de localiz-las no Espao e no Tempo.Compreendemos, afinal, que Ado e Eva constituem uma lembrana dos Espritos degredados

    na paisagem obscura da Terra, como Caim e Abel so dois smbolos para a personalidade dascriaturas.

    Examinada, porm, a questo nos seus prismas reais, vamos encontrar osprimeiros antepassados do homem sofrendo os processos de aperfeioamento da Natureza. Noperodo tercirio a que nos reportamos, sob a orientao das esferas espirituais notavam-sealgumas raas antropides, no Plioceno inferior. Esses antropides, antepassados do homemterrestre, e os ascendentes dos smios que ainda existem no mundo, tiveram a sua evoluo em

    pontos convergentes, e da os parentescos sorolgicos entre o organismo do homem modernoe o do chimpanz da atualidade.

    Reportando-nos, todavia, aos eminentes naturalistas dos ltimos tempos, queexaminaram meticulosamente os transcendentes assuntos do evolucionismo, somoscompelidos a esclarecer que no houve propriamente uma "descida da rvore", no incio daevoluo humana.

    As foras espirituais que dirigem os fenmenos terrestres, sob a orientao doCristo, estabeleceram, na poca da grande maleabilidade dos elementos materiais, umalinhagem definitiva para todas as espcies, dentro das quais o princpio espiritual encontrariao processo de seu acrisolamento, em marcha para a racionalidade.

    Os peixes, os rpteis, os mamferos, tiveram suas linhagens fixas dedesenvolvimento e o homem no escaparia a essa regra geral.

    A GRANDE TRANSIO

    Os antropides das cavernas espalharam-se, ento, aos grupos, pela superfcie

    do globo, no curso vagaroso dos sculos, sofrendo as influncias do meio e formando osprdromos das raas futuras em seus tipos diversificados; a realidade, porm, que asentidades espirituais auxiliaram o homem do slex, imprimindo-lhes novas expresses

    biolgicas. Extraordinrias experincias foram realizadas pelos mensageiros do invisvel. Aspesquisas recentes da Cincia sobre o tipo de Neanderthal, reconhecendo nele uma espcie dehomem bestializado, e outras descobertas interessantes da Paleontologia, quanto ao homemfssil, so um atestado dos experimentos biolgicos a que procederam os prepostos de Jesus,at fixarem no "primata" os caractersticos aproximados do homem futuro.

    Os sculos correram o seu velrio de experincias penosas sobre a fronte dessascriaturas de braos alongados e de pelos densos, at que um dia as hostes do invisvel

    13

  • 8/14/2019 Xavier Candido F A Caminho Da Luz

    14/100

    operaram uma definitiva transio no corpo perispiritual preexistente, dos homens primitivos,nas regies siderais e em certos intervalos de suas reencarnaes.

    Surgem os primeiros selvagens de compleio melhorada, tendendo elegnciados tempos do porvir.

    Uma transformao visceral verificara-se na estrutura dos antepassados dasraas humanas.

    Como poderia operar-se semelhante transio? Perguntar o vosso critriocientfico.

    Muito naturalmente.Tambm as crianas tm os defeitos da infncia corrigidos pelos pais, que as

    preparam em face da vida, sem que, na maioridade, elas se lembrem disso.

    Livro: A Caminho da Luz Mdium: Francisco Cndido Xavier Esprito:Emmanuel

    14

  • 8/14/2019 Xavier Candido F A Caminho Da Luz

    15/100

    AS RAAS ADMICAS

    Emmanuel

    O SISTEMA DE CAPELA

    Nos mapas zodiacais, que os astrnomos terrestres compulsam em seus estudos,observa-se desenhada uma grande estrela na Constelao do Cocheiro, que recebeu, na Terra,o nome de Cabra ou Capela. Magnfico sol entre os astros que nos so vizinhos, ela, na suatrajetria pelo Infinito, faz-se acompanhar, igualmente, da sua famlia de mundos, cantando asglrias divinas do Ilimitado. A sua luz gasta cerca de 42 anos para chegar face da Terra,considerando-se, desse modo, a regular distncia existente entre a Capela e o nosso planeta, jque a luz percorre o espao com a velocidade aproximada de 300.000 quilmetros porsegundo.

    Quase todos os mundos que lhe so dependentes j se purificaram fsica emoralmente, examinadas as condies de atraso moral da Terra, onde o homem se reconfortacom as vsceras dos seus irmos inferiores, como nas eras pr-histricas de sua existncia,marcham uns contra os outros ao som de hinos guerreiros, desconhecendo os maiscomezinhos princpios de fraternidade e pouco realizando em favor da extino do egosmo,da vaidade, do seu infeliz orgulho.

    UM MUNDO EM TRANSIES

    H muitos milnios, um dos orbes de Capela, que guarda muitas afinidades como globo terrestre, atingira a culminncia de um de seus extraordinrios ciclos evolutivos.

    As lutas finais de um longo aperfeioamento estavam delineadas, como oraacontece convosco, relativamente s transies esperadas no sculo XX, neste crepsculo decivilizao.

    Alguns milhes de Espritos rebeldes l existiam, no caminho da evoluogeral, dificultando a consolidao das penosas conquistas daqueles povos cheios de piedade evirtudes, mas uma ao de saneamento geral os alijaria daquela humanidade, que fizera jus concrdia perptua, para a edificao dos seus elevados trabalhos.

    As grandes comunidades espirituais, diretoras do Cosmos, deliberam, ento,

    localizar aquelas entidades, que se tornaram pertinazes no crime, aqui na Terra longnqua,onde aprenderiam a realizar, na dor e nos trabalhos penosos do seu ambiente, as grandesconquistas do corao e impulsionando, simultaneamente, o progresso dos seus irmosinferiores.

    ESPRITOS EXILADOS NA TERRA

    Foi assim que Jesus recebeu, luz do seu reino de amor e de justia, aquela

    turba de seres sofredores e infelizes.

    Com a sua palavra sbia e compassiva, exortou essas almas desventuradas edificao da conscincia pelo cumprimento dos deveres de solidariedade e de amor, no

    15

  • 8/14/2019 Xavier Candido F A Caminho Da Luz

    16/100

    esforo regenerador de si mesmas. Mostrou-lhes os campos imensos de luta que sedesdobravam na Terra, envolvendo-as no halo bendito da sua misericrdia e da sua caridadesem limites. Abenoou-lhes as lgrimas santificadoras, fazendo-lhes sentir os sagradostriunfos do futuro e prometendo-lhes a sua colaborao cotidiana e a sua vinda no porvir.

    Aqueles seres angustiados e aflitos, que deixavam atrs de si todo um mundo de

    afetos, no obstante os seus coraes empedernidos na prtica do mal, seriam degredados naface obscura do planeta terrestre; andariam desprezados na noite dos milnios da saudade e daamargura; reencarnariam no seio das raas ignorantes e primitivas, a lembrarem o paraso

    perdido nos firmamentos distantes. Por muitos sculos no veriam a suave luz da Capela, mastrabalhariam na Terra acariciados por Jesus e confortados na sua imensa misericrdia.

    FIXAO DOS CARACTERES RACIAIS

    Com o auxlio desses Espritos degredados, naquelas eras remotssimas, as

    falanges do Cristo operavam ainda as ltimas experincias sobre os fluidos renovadores davida, aperfeioando os caracteres biolgicos das raas humanas. A Natureza ainda era, para ostrabalhadores da espiritualidade, um campo vasto de experincias infinitas; tanto assim que,se as observaes do mendelismo fossem transferidas queles milnios distantes, no seencontraria nenhuma equao definitiva nos seus estudos de biologia. A moderna gentica no

    poderia fixar, como hoje, as expresses dos "genes", porquanto, no laboratrio das forasinvisveis, as clulas ainda sofriam longos processos de acrisolamento, imprimindo-se-lheselementos de astralidade, consolidando-se-lhes as expresses definitivas, com vistas sorganizaes do porvir.

    Se a gnese do planeta se processara com a cooperao dos milnios, a gnese

    das raas humanas requeria a contribuio do tempo, at que se abandonasse a penosa e longatarefa de sua fixao.

    ORIGEM DAS RAAS BRANCAS

    Aquelas almas aflitas e atormentadas reencarnaram, proporcionalmente, nasregies mais importantes, onde se haviam localizado as tribos e famlias primitivas,descendentes dos "primatas", a que nos referimos ainda a pouco. Com a sua reencarnao nomundo terreno, estabeleciam-se fatores definitivos na histria etnolgica dos seres.

    Um grande acontecimento se verificara no planeta. que, com essas entidades, nasceram no orbe os ascendentes das raas brancas.

    Em sua maioria, estabeleceram-se na sia, de onde atravessaram o istmo deSuez para a frica, na regio do Egito, encaminhando-se igualmente para a longnquaAtlntida, de que vrias regies da Amrica guardam assinalados vestgios.

    No obstante as lies recebidas da palavra sbia e mansa do Cristo, os homensbrancos olvidaram os seus sagrados compromissos.

    Grande percentagem daqueles Espritos rebeldes, com muitas excees, s puderam voltar ao pas da luz e da verdade depois de muitos sculos de sofrimentos

    expiatrios; outros, porm, infelizes e retrgrados, permanecem ainda na Terra, nos dias quecorrem, contrariando a regra geral, em virtude do seu elevado passivo de dbitos clamorosos.

    16

  • 8/14/2019 Xavier Candido F A Caminho Da Luz

    17/100

    QUATRO GRANDES POVOS

    As raas admicas guardavam vaga lembrana da sua situao pregressa,

    tecendo o hino sagrado das reminiscncias.

    As tradies do paraso perdido passaram de geraes a geraes, at queficassem arquivadas nas pginas da Bblia.

    Aqueles seres decados e degradados, maneira de suas vidas passada nomundo distante da Capela, com o transcurso dos anos reuniram-se em quatro grandes gruposque se fixaram depois nos povos mais antigos, obedecendo s afinidades sentimentais elingsticas que os associavam na constelao do Cocheiro. Unidos, novamente, na esteira dotempo, formaram desse modo o grupo dos rias, a civilizao do Egito, o povo de Israel e ascastas da ndia.

    Dos rias descende a maioria dos povos brancos da famlia indo-europia; nessadescendncia, porm, necessrio incluir os latinos, os celtas e os gregos, alm dos germanose dos eslavos.

    As quatro grandes massas de degredados formaram os prdromos de toda aorganizao das civilizaes futuras, introduzindo os mais largos benefcios no seio da raaamarela e da raa negra, que j existiam.

    de grande interesse o estudo de sua movimentao no curso da histria.Atravs dessa anlise, possvel examinarem-se os defeitos e virtudes que trouxeram do seu

    paraso longnquo, bem como os antagonismos e idiossincrasias peculiares a cada qual.

    AS PROMESSAS DO CRISTO

    Tendo ouvido a palavra do Divino Mestre antes de se estabelecerem no mundo,as raas admicas, nos seus grupos insulados, guardaram a reminiscncia das promessas doCristo, que, por sua vez, as fortaleceu no seio das massas, enviando-lhes periodicamente osseus missionrios e mensageiros.

    Eis porque as epopias do Evangelho foram previstas e cantadas algunsmilnios antes da vinda do Sublime Emissrio.

    Os enviados do Infinito falaram, na China milenria, da celeste figura doSalvador, muitos sculos antes do advento de Jesus. Os iniciados do Egito esperavam-no comas suas profecias.Na Prsia, idealizaram a sua trajetria, antevendo-lhe os passos nos

    caminhos do porvir; na ndia vdica, era conhecida quase toda a histria evanglica, que o soldos milnios futuros iluminaria na regio escabrosa da Palestina, e o povo de Israel, durantemuitos sculos, cantou-lhe as glrias divinas, na exaltao do amor e da resignao, da

    piedade e do martrio, atravs da palavra de seus profetas mais eminentes.Uma secreta intuio iluminava o esprito divinatrio das massas populares.Todos os povos O esperavam em seu seio, acolhedor; todos O queriam,

    localizando em seus caminhos a sua expresso sublime e divinizada. Todavia, apesar de surgirum dia no mundo, como Alegria de todos os tristes e Providncia de todos os infortunados, sombra do trono de Jess, o Filho de Deus em todas as circunstncias seria o Verbo de Luz ede Amor do Princpio, cuja genealogia se confunde na poeira dos sis que rolam no infinito.(*)

    --------------

    17

  • 8/14/2019 Xavier Candido F A Caminho Da Luz

    18/100

    (*) Entre as consideraes acima e as do captulo precedente, devemos ponderaro interstcio de muitos sculos. Alis, no que se refere historicidade das raas admicas, ser

    justo meditarmos atentamente no problema da fixao dos caracteres raciais. Apresentando omeu pensamento humilde, procurei demonstrar as largas experincias que os operrios doInvisvel levaram a efeito, sobre os complexos celulares, chegando a dizer da impossibilidade

    de qualquer cogitao mendelista nessa poca da evoluo planetria. Aos prepostos de Jesusfoi necessria grande soma de tempo, no sentido de fixar o tipo humano.Assim, pois, referindo-nos ao degredo dos emigrantes da Capela, devemos

    esclarecer que, nessa ocasio, j o primata hominis se encontrava arregimentado em tribosnumerosas. Depois de grandes experincias, foi que as migraes do Pamir se espalharam

    pelo orbe, obedecendo a sagrados roteiros, delineados nas Alturas.Quanto ao fato de se verificar a reencarnao de Espritos to avanados em

    conhecimentos, em corpos de raas primignias, no deve causar repugnncia aoentendimento. Lembremo-nos de que um metal puro, como o ouro, por exemplo, no semodifica pela circunstncia de se apresentar em vaso imundo, ou disforme. Toda oportunidade

    de realizao do bem sagrada. Quanto ao mais, que fazer com o trabalhador desatento queestraalha no mal todos os instrumentos perfeitos que lhe so confiados? Seu direito, aosaparelhos mais preciosos, sofrer soluo de continuidade. A educao generosa e justaordenar a localizao de seus esforos em maquinaria imperfeita, at que saiba valorizar as

    preciosidades em mo. A todo tempo, a mquina deve estar de acordo com as disposies dooperrio, para que o dever cumprido seja caminho aberto a direitos novos.

    Entre as raas negra e amarela, bem como entre os grandes agrupamentosprimitivos da Lemria, da Atlntida e de outras regies que ficaram imprecisas no acervo deconhecimentos dos povos, os exilados da

    trabalharam proficuamente, adquirindo a proviso de amor para suasconscincias ressequidas. Como vemos, no houve retrocesso, mas providncia justa de

    administrao, segundo os mritos de cada qual, no terreno do trabalho e do sofrimento para aredeno.

    ? (Nota de Emmanuel.)

    Livro: A Caminho da Luz Mdium: Francisco Cndido Xavier Esprito:Emmanuel

    18

  • 8/14/2019 Xavier Candido F A Caminho Da Luz

    19/100

    A CIVILIZAO EGPCIA

    Emmanuel

    OS EGPCIOSDentre os espritos degredados na Terra, os que constituram a civilizao

    egpcia foram os que mais se destacavam na prtica do Bem e no culto da Verdade.Alis, importa considerar que eram eles os que menos dbitos possuam perante

    o tribunal da Justia Divina. Em razo dos seus elevados patrimnios morais, guardaram nontimo uma lembrana mais viva das experincias de sua ptria distante. Um nico desejo osanimava, que era trabalhar devotadamente para regressar, um dia, aos seus penatesresplandecentes. Uma saudade torturante do cu foi a base de todas as suas organizaesreligiosas. Em nenhuma civilizao da Terra o culto da morte foi to altamente desenvolvido.

    Em todos os coraes morava a ansiedade de voltar ao orbe distante, ao qual se sentiampresos pelos mais santos afetos. Foi por esse motivo que, representando uma das mais belas eadiantadas civilizaes de todos os tempos, as expresses do antigo Egito desapareceram parasempre do plano tangvel do planeta. Depois de perpetuarem nas Pirmides os seus avanadosconhecimentos, todos os Espritos daquela regio africana regressaram ptria sideral.

    A CINCIA SECRETA

    Em virtude das circunstncias mencionadas, os egpcios traziam consigo uma

    cincia que a evoluo da poca no comportava.Aqueles grandes mestres da antiguidade foram ento, compelidos a recolher o

    acervo de suas tradies e de suas lembranas no ambiente reservado dos templos, medianteos mais terrveis compromissos dos iniciados nos seus mistrios. Os conhecimentos profundosficaram circunscritos ao crculo dos mais graduados sacerdotes da poca, observando-se omximo cuidado no problema da iniciao.

    A prpria Grcia, que a buscou a alma de suas concepes cheias de poesia ede beleza, atravs da iniciativa dos seus filhos mais eminentes, no passado longnquo, norecebeu toda a verdade das cincias misteriosas. Tanto assim, que as iniciaes no Egito serevestiam de experincias terrveis para o candidato cincia da vida e da

    Os sbios egpcios conheciam perfeitamente a inoportunidade das grandesrevelaes espirituais naquela fase do progresso terrestre; chegando de um mundo de cujaslutas, na oficina do aperfeioamento, haviam guardado as mais vivas recordaes, ossacerdotes mais eminentes conheciam o roteiro que a Humanidade terrestre teria de realizar.A residem os mistrios iniciticos e a essencial importncia que lhes era atibuda no ambientedos sbios daquele tempo.

    O POLITESMO SIMBLICO

    Nos crculos esotricos, onde pontificava a palavra esclarecida dos grandes

    mestres de ento, sabia-se da existncia do Deus nico e Absoluto, Pai de todas as criaturas eProvidncia de todos os seres, mas os sacerdotes conheciam, igualmente, a funo dos

    19

  • 8/14/2019 Xavier Candido F A Caminho Da Luz

    20/100

    Espritos prepostos de Jesus, na execuo de todas as leis fsicas e sociais da existnciaplanetria, em virtude das suas experincias pregressas.

    Desse ambiente reservado de ensinamentos ocultos, partiu, ento, a idiapolitesta dos numerosos deuses, que seriam os senhores da Terra e do Cu, do Homem e daNatureza.

    As massas requeriam esse politesmo simblico, nas grandes festividadesexteriores da religio.

    J os sacerdotes da poca conheciam essa fraqueza das almas jovens, de todosos tempos, satisfazendo-as com as expresses exotricas de suas lies sublimadas.

    Dessa idia de homenagear as foras invisveis que controlam os fenmenosnaturais, classificando-as para o esprito das massas, na categoria dos deuses, que nasceu amitologia da Grcia, ao perfume das rvores e ao som das flautas dos pastores, em contacto

    permanente com a Natureza.

    O CULTO DA MORTE E A METEMPSICOSE

    Um dos traos essenciais desse grande povo foi a preocupao insistente econstante da Morte. A sua vida era apenas um esforo para bem morrer. Seus papiros e frescosesto cheios dos consoladores mistrios do alm-tmulo.

    Era natural. O grande povo dos faras guardava a reminiscncia do seudoloroso degredo na face obscura do mundo terreno. E tanto lhe doa semelhante humilhao,que, na lembrana do pretrito, criou a teoria da metempsicose, acreditando que a alma de umhomem podia regressar ao corpo de um irracional, por determinao punitiva dos deuses. Ametempsicose era o fruto da sua amarga impresso, a respeito do exlio penoso que lhe forainfligido no ambiente terrestre.

    Inventou-se, desse modo, uma srie de rituais e cerimnias para solenizar oregresso dos seus irmos ptria espiritual.

    Os mistrios de sis e Osris mais no eram que smbolos das foras espirituaisque presidem aos fenmenos da morte.

    OS EGPCIOS E AS CINCIAS PISQUICAS

    As cincias psquicas da atualidade eram familiares aos magnos sacerdotes dostemplos.

    O destino e a comunicao dos mortos e a pluralidade das existncias e dosmundos eram, para eles, problemas solucionados e conhecidos. O estudo de suas artes

    pictricas positivam a veracidade destas nossas afirmaes. Num grande nmero de frescos,apresenta-se o homem terrestre acompanhado do seu duplo espiritual. Os papiros nos falam desuas avanadas cincias nesse sentido, e, atravs deles, podem os egiptlogos modernosreconhecer que os iniciados sabiam da existncia do corpo espiritual preexistente, queorganiza o mundo das coisas e das formas. Seus conhecimentos, a respeito das energiassolares com relao ao magnetismo humano, eram muito superiores aos da atualidade. Dessesconhecimentos nasceram os processos de mumificao dos corpos, cujas frmulas se

    perderam na indiferena e na inquietao dos outros povos.

    Seus reis estavam tocados do mais alto grau de iniciao, enfeixando nas mostodos os poderes espirituais e todos os conhecimentos sagrados. por isso que a suadesencarnao provocava a concentrao mgica de todas as vontades, no sentido de cercar-

    20

  • 8/14/2019 Xavier Candido F A Caminho Da Luz

    21/100

    lhes o tmulo de venerao e de supremo respeito. Esse amor no se traduzia, apenas, nos atossolenes da mumificao. Tambm o ambiente dos tmulos era santificado por um estranhomagnetismo. Os grandes diretores da raa, eram considerados dignos de toda a paz no silncioda morte.

    Nessas saturaes magnticas, que ainda a esto a desafiar milnios, residem as

    razes da tragdia amarga de Lord Carnarvon e de alguns de seus companheiros quepenetraram em primeiro lugar na cmara morturia de Tut Ankh Amon, e ainda por isso que,muitas vezes, nos tempos que correm, os aviadores ingleses observam o no funcionamentodos aparelhos radiofnicos, quando as suas mquinas de vo atravessam a limitada atmosferado vale sagrado.

    AS PIRMIDES

    A assistncia carinhosa do Cristo no desamparou a marcha desse povo cheio denobreza moral. Enviou-lhe auxiliares e mensageiros, inspirando-o nas suas realizaes, que

    atravessaram todos os tempos provocando a admirao e o respeito da posteridade de todos ossculos.

    Aquelas almas exiladas, que as mais interessantes caractersticas espirituaissingularizam, conheceram, em tempo, que o seu degredo na Terra atingia o fim.Impulsionados pelas foras do Alto, os crculos iniciticos sugerem a construo das grandes

    pirmides, que ficariam como a sua mensagem eterna para as futuras civilizaes do orbe.Esses grandiosos monumentos teriam duas finalidades simultneas: representariam os maissagrados templos de estudo e iniciao, ao mesmo tempo que constituiriam, para os psteros,um livro do passado, com as mais singulares profecias em face das obscuridades do porvir.

    Levantaram-se, dessarte, as grandes construes que assombram a engenharia

    de todos os tempos. Todavia, no o colosso de seus milhes de toneladas de pedra nem oesforo hercleo do trabalho de sua justaposio o que mais empolga e impressiona a quantoscontemplam esses monumentos. As pirmides revelam os mais extraordinrios conhecimentosdaquele conjunto de Espritos estudiosos das verdades da vida. A par desses conhecimentos,encontram-se ali os roteiros futuros da humanidade terrestre. Cada medida tem a suaexpresso simblica, relativamente ao sistema cosmognico do planeta e sua posio nosistema solar. Ali est o meridiano ideal, que atravessa mais continentes e menos oceanos, eatravs do qual se pode calcular a extenso das terras habitveis pelo homem, a distnciaaproximada entre o Sol e a Terra, a longitude percorrida pelo globo terrestre sobre a sua rbitano espao de um dia, a precesso dos equincios, bem como muitas outras conquistascientficas que somente agora vm sendo consolidadas pela moderna astronomia.

    REDENO

    Depois dessa edificao extraordinria, os grandes iniciados do Egito voltam aoplano espiritual, no curso incessante dos sculos.

    Com o seu regresso aos mundos ditosos da Capela, vo desaparecendo osconhecimentos sagrados dos templos tebanos, que, por sua vez, os receberam dos grandessacerdotes de Mnfis.

    Aos mistrios de sis e de Osris, sucedem-se os de Elusis, naturalmente

    transformados nas iniciaes da Grcia antiga.

    21

  • 8/14/2019 Xavier Candido F A Caminho Da Luz

    22/100

    Em algumas centenas de anos, reuniram-se de novo, nos planos espirituais, osantigos degredados, com a sagrada bno do Cristo, seu patrono e salvador. A maioriaregressa, ento, ao sistema de Capela, onde os coraes se reconfortam nos sagradosreencontros das suas afeies mais santas e mais puras, mas grande nmero desses Espritos,estudiosos e abnegados, conservaram-se nas hostes de Jesus, obedecendo aos sagrados

    imperativos do sentimento e, ao seu influxo divino, muitas vezes tm reencarnado na Terra,para desempenho de generosas e abenoadas misses.

    Livro: A Caminho da Luz Mdium: Francisco Cndido Xavier Esprito:Emmanuel

    22

  • 8/14/2019 Xavier Candido F A Caminho Da Luz

    23/100

    A NDIA

    Emmanuel

    A ORGANIZAO HINDUDos Espritos degredados no ambiente da terra, os que se gruparam nas margens

    do Ganges foram os primeiros a formar os prdromos de uma sociedade organizada, cujosncleos representariam a grande percentagem de ascendentes das coletividades do porvir.

    As organizaes hindus so de origem anterior prpria civilizao egpcia eantecederam de muito os agrupamentos israelitas, de onde sairiam mais tarde personalidadesnotveis, como as de Abrao e Moiss.

    As almas exiladas naquela parte do Oriente muito haviam recebido damisericrdia do Cristo, de cuja palavra de amor e de cuja figura luminosa guardaram as mais

    comovedoras recordaes, traduzidas nas belezas dos Vedas e dos Upanishads. Foram elas asprimeiras vozes da filosofia e da religio no mundo terrestre, como provindo de uma raa deprofetas, de mestres e iniciados, em cujas tradies iam beber a verdade dos homens e ospovos do porvir, salientando-se que tambm as suas escolas de pensamento guardavam osmistrios iniciticos, com as mais sagradas tradies de respeito.

    OS ARIANOS PUROS

    Era na ndia de ento que se reuniam os arianos puros, entre os quais

    cultivavam-se igualmente as lendas de um mundo perdido, no qual o povo hindu colocava as

    fontes de sua nobre origem. Alguns acreditavam se tratasse do antigo continente da Lemria,arrasado em parte pelas guas dos Oceanos Pacfico e ndico, e de cujas terras ainda existem

    pores remanescentes, como a Austrlia.A realidade, porm, qual j vimos, que, como os egpicios, os hindus eram um

    dos ramos da massa de proscritos da Capela, exilados no planeta. Deles descendem todos ospovos arianos, que floresceram na Europa e hoje atingem um dos mais agudos perodos detransio na sua marcha evolutiva. O pensamento moderno o descendente legtimo daquelagrande raa de pensadores, que se organizou nas margens do Ganges, desde a aurora dostempos terrestres, tanto que todas as lnguas das raas brancas guardam as mais estreitasafinidades com o snscrito, originrio de sua formao e que constitua uma reminiscncia dasua existncia pregressa, em outros planos.

    O EXPANSIONISMO DOS RIAS

    Muitos sculos antes de qualquer prenncio de civilizao terrestre, os rias

    espalharam-se pelas plancies hindus, dominando os autctones, descendentes dos "primatas",que possuam uma pele escura e deles se distanciavam pelos mais destacados caracteresfsicos e psquicos. Mais tarde, essa onda expansionista procurou localizar-se ao longo dasterras da futura Europa, estabalecendo os primeiros fundamentos da civilizao ocidental nos

    bosques da Grcia, nas costas da Itlia e da Frana, bem como do outro lado do Reno, onde

    iam ensaiar seus primeiros passos as foras da sabedoria germnica.

    23

  • 8/14/2019 Xavier Candido F A Caminho Da Luz

    24/100

    As balizas da sociedade dos gregos, dos latinos, dos celtas e dos germanosestavam lanadas.

    Cada corrente da raa ariana assimilou os elementos encontrados, edificando-seos primrdios da civilizao europia; cada qual se baseou no princpio da fora para onecessrio estabelecimento, e, muito cedo, comearam no Velho Mundo os choques de suas

    famlias e tribos.

    OS MAHATMAS

    Da regio sagrada do Ganges partiram todos os elementos irresignados com asituao humilhante que o degredo da Terra lhes infligia. As arriscadas aventuras forneceriamuma noo de vida nova e aqueles seres revoltados supunham encontrar o esquecimento desua posio nas paisagens renovadas dos caminhos; l ficaram apenas, as almas resignadas ecrentes nos poderes espirituais que as conduziriam de novo s magnificncias dos seus

    parasos perdidos e distantes.

    Os cnticos dos Vedas so bem uma glorificao da f e da esperana, em faceda Majestade Suprema do Senhor do Universo. A faculdade de tolerar, e esperar, aflorou nosentimento coletivo das multides, que suportaram heroicamente todas as dores e aguardaramo momento sublime da redeno. Os "mahatmas" criaram um ambiente de tamanha grandezaespiritual para o seu povo, que, ainda hoje, nenhum estrangeiro visita a terra sagrada da ndiasem de l trazer as mais profundas impresses acerca de sua atmosfera psquica. Elesdeixaram tambm, ao mundo, as suas mensagens de amor, de esperana e de estoicismoresignado, salientando-se que quase todos os grandes vultos do passado humano, progenitoresdo pensamento contemporneo, deles aprenderam as lies mais sublimes.

    AS CASTAS

    O povo hindu, no obstante o seu elevado grau de desenvolvimento nas cincias

    do Esprito, no aproveitou de modo geral, como devia, o seu acervo de experinciassagradas.

    Seus condutores conheciam as elevadas finalidades da vida. Lembravam-sevagamente das promessas do Senhor, anteriores sua reencarnao para os trabalhos do

    penoso degredo. A prova disso que eles abraaram todos os grandes missionrios dopretrito, vendo neles os avatares do seu Redentor. Viasa foi instrumento das lies do Cristo,

    seis mil anos antes do Evangelho, cuja epopia, em seus mnimos detalhes, foi prevista pelosiniciados hindus, alguns milnios antes da organizao Palestina. Crisna, Buda e outrosgrandes enviados de Jesus ao plano material, para exposio de suas verdades salvadoras,foram compreendidos pelo grande povo sobre cuja fronte derramou o Senhor, em todos ostempos, as claridades divinas do seu amor desvelado e compassivo. Mas, como se a questofosse determinada por um doloroso atavismo psquico, o povo hindu, embora as suastradies de espiritualidade, deixou crescer no corao o espinho do orgulho que, alis, deramotivo ao seu exlio na Terra.

    Em breve, a organizao das castas separava as suas coletividades para sempre.Essas castas no se constituam num sentido apenas hierrquico, mas com a significao de

    uma superioridade orgulhosa e absoluta. As fortes razes de uma vaidade poderosa dividem osespritos no campo social e religioso. Os filhos legtimos do pas do-s o nome de rias,

    24

  • 8/14/2019 Xavier Candido F A Caminho Da Luz

    25/100

    designao original de sua raa primitiva, e o seu sistema religioso, de modo geral, chama-se"ria-Darma", que eles afirmam trazer de sua longnqua origem, e em cujo seio no existemcomunidades especiais ou autoridade centralizadora, seno profunda e maravilhosa liberdadede sentimento.

    OS RAJS E OS PARIAS

    Na verdade, esses sistemas avanados de religio e filosofia evocam o fastgioda raa no seu mundo de origem, de onde foi precipitada ao orbe terreno pelo seu orgulhodesmedido e infeliz.

    Os arianos da ndia, porm, no se compadeceram das raas atrasadas queencontraram em seu caminho e cuja evoluo devia representar para eles um imperativo detrabalho regenerador na face da Terra; os aborgenes foram considerados como os parias dasociedade, de cujos membros no podiam aproximar-se sem graves punies e severoscastigos.

    Ainda hoje, o esprito iluminado de Gandhi, que obrigado a agir na esfera damais atenciosa psicologia dos seus irmos de raa, no conseguiu eliminar esses absurdossociais do seio do grande povo de iniciados e profetas. Os parias so a ral de todos os seres eso obrigados a dar um sinal de alarme quando passam por qualquer caminho, a fim de que osventurosos se afastem do seu contgio malfico.

    A realidade, contudo, que os rajs soberanos, ao influxo da misericrdia doCristo, voltam s mesmas estradas que transitaram sobre o dorso dos elefantes ajaezados de

    pedrarias, como mendigos desventurados, resgatando o pretrito em avatares de amargas provaes expiatrias. Os que humilharam os infortunados, do alto de seus palciosresplandecentes, volvem aos mesmos caminhos, cheios de chagas cancerosas, exibindo a sua

    misria e a sua indigncia.E o que de admirar-se que nenhum povo da Terra tem mais conhecimentos,

    acerca da reencarnao, do que o hindu, ciente dessa verdade sagrada desde os primrdios dasua organizao neste mundo.

    EM FACE DE JESUS

    Nos bastidores da civilizao, somos compelidos a reconhecer que a ndia foi a

    matriz de todas as filosofias e religies da Humanidade, inclusive do materialismo, que lnasceu na escola dos charvacas.

    Um pensamento de gratido nos toma o ntimo, examinando a sua grandezaespiritual e as suas belezas misteriosas, mas, acima dos seus iogues e de seus "mahatmas",temos de colocar a figura luminosa dAquele que a luz do mundo, e cuja vinda Terra severificaria para trazer a palma da concrdia e da fraternidade, para todos os coraes e paratodos os povos, arrasando as fronteiras que separam os espritos e eliminando os laosferrenhos das castas sociais, para que o amor das almas substitusse o preconceito de raa noseu reinado sem-fim.

    Livro: A Caminho da Luz Mdium: Francisco Cndido Xavier Esprito:Emmanuel

    25

  • 8/14/2019 Xavier Candido F A Caminho Da Luz

    26/100

    A FAMLIA INDO-EUROPIA

    Emmanuel

    AS MIGRAES SUCESSIVAS

    Se as civilizaes hindu e egpcia definiram-se no mundo em breves sculos, omesmo no aconteceu com a civilizao ariana, que ia iniciar na Europa os seus movimentosevolutivos.

    Somente com o escoar de muitos sculos regularizaram-se as suas migraessucessivas, atravs dos planaltos da Prsia. Do Ir procederam quase todas as correntes daraa branca, que representariam mais tarde os troncos genealgicos da famlia indo-europia.

    Conforme afirmvamos, os arianos que procuravam as novas emoes de umaterra desconhecida eram, na sua maioria, os espritos revoltados com as condies do seu

    degredo; poucos efeitos aos misteres religiosos que, pela fora das circunstncias, impunhamuma disciplina de resignao e humildade, no cuidaram da conservao do seutradicionalismo, na nsia de conquistar um novo paraso e serenarem, assim, as suasinquietaes angustiosas.

    A AUSNCIA DE NOTCIAS HISTRICAS

    A reside a razo do escasso conhecimento dos historiadores, acerca dos riasprimitivos que lanaram os marcos da civilizao europia.

    Caminheiros do desconhecido, erraram pelas plancies e montanhas desertas,

    no como o povo hebreu, que guardava a palavra divina com a sua f, mas desarvorados esem esperana, contando apenas com as prprias foras, em virtude do seu carter livre einsubmisso.

    Suas incurses, entre as tribos selvagens da Europa, datam de mais ou menosdez milnios antes da vinda do Cristo, no obstante a Humanidade localizar-lhe a marchaapenas quatro mil anos antes do grande acontecimento da Judia. que, em vista de suasituao psicolgica, os primitivos rias do Velho Mundo no deixaram vestgios nosdomnios da f, nico caminho, daqueles tempos, atravs do qual poderia uma raa assinalar asua passagem pela terra. No guardavam a histria verbal de uma religio que no possuam.Mais revoltados e enrijecidos que todos os demais companheiros exilados no orbe terrestre,

    sua reminiscncias da vida pregressa nos planos mais elevados, qual a que haviamexperimentado no sistema de Capela, traduziam-se numa revolta ntima, amargurada edolorosa, contra as determinaes de ordem divina. Apenas, muito mais tarde, com acontribuio dos milnios, os celtas retornaram ao culto divino, venerando as foras da

    Natureza, junto dos carvalhos sagrados, e os germanos iniciaram a sua devoo ao fogo, quepersonificava, a seus olhos, a potncia criadora dos seres e das coisas, enquanto outros povoscomearam a sacrificar vtimas e objetos aos seus numerosos deuses.

    A GRANDE VIRTUDE DOS RIAS EUROPEUS

    A misericrdia do Cristo, porm, jamais deixou de acompanhar esse grandepovo no seu atribulado desterro. Ao influxo dos seus emissrios, as massas migratrias da

    26

  • 8/14/2019 Xavier Candido F A Caminho Da Luz

    27/100

    sia se dividiram em grupos diversos, que penetraram na Europa, desde o Peloponeso at asvastas regies da Rssia, onde se encontram os antepassados dos gregos, latinos, samnitas,mbrios, gauleses, citas, iberos, romanos, saxnios, germanos, eslavos. Essas tribosassimilaram todos os elementos encontrados em seus caminhos, impulsionando-lhes os passosnas sendas do progresso e do aperfeioamento. Enquanto os semitas e hindus se perderam na

    cristalizao do orgulho religioso, as famlias arianas da Europa, embora revoltadas eendurecidas, confraternizaram com o selvagem e nisso reside a sua maior virtude.Assimilando os aborgenes, engendraram as premissas de todos os surtos das civilizaesfuturas. Nessa movimentao para o estabelecimento de novo "habitat", organizaram as

    primeiras noes polticas da vida coletiva, elegendo cada tribo um chefe para a direode sua vida em comum. A agricultura, as indstrias pastoris, com elas encontraram os

    primeiros impulsos nas estradas incertas dos que descendiam do "primata" europeu. Com asorganizaes econmicas, oriundas do trato direto com o solo, deixaram perceber a lembranade suas lutas no antigo mundo que haviam deixado. Bastou que inaugurassem na Terra osenso da propriedade, para que o germe da separatividade e do cime, da ambio e doegosmo lhes destrusse os esforos benfazejos...

    As rivalidades entre as tribos, na vida comum, induziram-nas aos primeirosembates fratricidas.

    O MEDITERRNEO E O MAR DO NORTE

    Por essa poca, novos fenmenos geolgicos abalam a vida do globo.Precisava Jesus estabalecer as linhas definitivas da grande civilizao, cujos

    primrdios se levantavam; e dessas convulses fsicas do orbe surgem renovaes quedefinem o Mediterrneo e o Mar do Norte, fixando-se os limites da ao daqueles ncleos de

    operrios da evoluo coletiva.O Cristo sabia valorizar a atividade da famlia indo-europia, que, se era a maisrevoltada contra os desgnios do Alto, era tambm a nica que confraternizava com oselvagem, aperfeioando-lhe os caracteres raciais, sem esmorecer na ao construtiva dasoficinas do porvir. Atravs dos milnios, aliviou-lhe os pesares no caminho sobrecarregado delutas e dores tenazes. Assim, enviou-lhe emissrios em todas as circunstncias, atendendo-lheos secretos apelos do corao, no labor educativo das tribos primitivas do continente.Suavizou-lhe a revolta e a amargura, ajudando a reconstruir o templo da f, na esteira dasgeraes. Nos bosques da Armrica, os celtas antigos levantaram os altares da crena entre asrvores sagradas da Natureza. Doces revelaes espirituais caem na alma desse povo msticoe operoso, que, muito antes dos saxes, povoou as terras da Gr-Bretanha.

    A reencarnao de numerosos auxiliares do Mestre, em seus labores divinos,opera uma nova fase de evoluo no seio da famlia indo-europia, j caracterizada pelas maisdiversas expresses raciais. Enquanto os germanos criam novas modalidades de progresso, oLcio se ergue na Itlia Central, entre a Etrria e a Campnia; a Grcia se povoa de mestres ecantores, e todo o Mediterrneo oriental evolve com o uso da escrita, adquirido naconvizinhana das civilizaes mais avanadas.

    OS NRDICOS E OS MEDITERRNICOS

    O fenmeno das trocas e os primeiros impulsos comerciais levantam, todavia,

    longa srie de barreiras entre as relaes desses povos. De um lado, estavam os nrdicos e deoutro permaneciam os mediterrnicos, em luta acrrima e constante. A rivalidade acende

    27

  • 8/14/2019 Xavier Candido F A Caminho Da Luz

    28/100

    nessas duas faces os fogos da guerra, sob os cus tranqilos do Velho Mundo. Uns e outrosempunham as armas primitivas para as lutas de extermnio e destruio das hostes inimigas, ea linha divisria dos litigantes se alonga justamente no local onde hoje se traam os limites daFrana e da Alemanha contemporneas.

    como se explica essa intensidade de averso racial entre as duas naes,

    contadas entre as mais progressistas e operosas do planeta. Tal situao psicolgica entreambas haveria de tornar-se em fatalidade histrica, oriunda dos atritos entre o Germanismo ea Latinidade, nas pocas primitivas. Ou que se no justifica, porm, a perpetuao dessasanimosidades no curso do tempo, pelo que se impe, como imperativo constante, aconcentrao de todos os pensamentos no objetivo da fraternidade geral.

    ORIGEM DO RACIONALISMO

    Os arianos da Europa, como ficou esclarecido, no possuram grandesascendentes religiosos na sua formao primitiva, em vista do senso prtico que os

    caracterizou nos primeiros tempos de sua organizao.O racionalismo de suas concepes, a tendncia para as cincias positivas e o

    amor pela hegemonia e liberdade so, dessa maneira, elucidados dentro da anlise dos seusprimrdios. Em matria de religio, quase todos os seus passos foram orientados pelos povossemitas e hindus, mas, pelo cultivo da razo, puderam aperfeioar a Cincia at sculminncias das conquistas modernas.

    O mundo, se muitas vezes perdeu com as suas inquietaes e com as suas lutasrenovadoras, muito lhes deve pela colaborao decidida e sincera no labor do pensamento, emtodas as pocas e perodos evolutivos.

    AS ADVERTNCIAS DO CRISTO

    A sua confraternizao com os terrcolas primrios, encontrados no seucaminho, constitui uma dvida sagrada da Humanidade para os seus labores planetrios.

    O Senhor da semeadura e da seara no lhes desconhece essa sagrada virtude e por isso que as exortaes de toda natureza so por ele enviadas do Alto, nos tempos quecorrem, s naes europias, a fim de que se preservem do extermnio e da destruioterrestre, arrancando-as do primitivismo para um elevado nvel de aperfeioamento nosgrandes trabalhos construtivos da evoluo global; se erraram muito, foram igualmente muitosinceras, porque a sua inquietao era por levantar um novo paraso para si mesmas e para os

    homens terrestres, com cujas famlias fraternizaram-se desde o princpio. Faltaram-lhes osvalores espirituais de uma perfeita base religiosa, situao essa para a qual concorreram,inegavelmente, na utilizao do livre-arbtrio; mas o Cristo, nas dolorosas transies destesculo, h de amparar-lhes as expresses mais dignas e mais puras, espiritualmente falando, e,no momento psicolgico das grandes transformaes, o fruto de suas atividades fecundas hde ser aproveitado, como a semente nova, para a civilizao do porvir.

    Livro: A Caminho da Luz Mdium: Francisco Cndido Xavier Esprito:Emmanuel

    28

  • 8/14/2019 Xavier Candido F A Caminho Da Luz

    29/100

    O POVO DE ISRAEL

    Emmanuel

    ISRAELDos Espritos degredados na Terra, foram os hebreus que constituram a raa

    mais forte e mais homognea, mantendo inalterados os seus caracteres atravs de todas asmutaes.

    Examinando esse povo notvel no seu passado longnquo, reconhecemos que,se grande era a sua certeza na existncia de deus, muito grande tambm era o seu orgulho,dentro de suas concepes da verdade e da vida.

    Consciente da superioridade de seus valores, nunca perdeu oportunidade dedemonstrar a sua vaidosa aristocracia espiritual, mantendo-se pouco acessvel comunho

    perfeita comas demais raas do orbe. Entretanto, em honra da verdade, somos obrigados areconhecer que Israel, num paradoxo flagrante, antecipou-se s conquistas dos outros povos,ensinou de todos os tempos a fraternidade, a par de uma f soberana e imorredoura. Sem

    ptria e sem lar, esse povo herico tem sabido viver em todos os climas sociais e polticos,exemplificando a solidariedade humana nas melhores tradies de trabalho; sua existnciahistrica, contudo, uma lio dolorosa para todos os povos do mundo, das conseqnciasnefastas do orgulho e do exclusivismo.

    MOISS

    As lendas da Torre de Babel no representam um mito nas pginas antigas doVelho Testamento, porque o exlio na terra no pesou tanto s outras raas degredadas quantona alma orgulhosa dos judeus, inadaptados e revoltados num mundo que os no compreendia.

    Sem procurarmos os seus antepassados, anteriores a Moiss, vamos encontrar ogrande legislador hebreu saturando-se de todos os conhecimentos iniciticos, no Egito antigo,onde o seu esprito recebeu primorosa educao, sombra do prestgio de Termtis, cujacaridade fraterna o recolhera.

    Moiss, na sua qualidade de mensageiro do Divino Mestre, procura entoconcentrar o seu povo para a grande jornada em busca da Terra da Promisso. Mdiumextraordinrio, realiza grandes feitos ante os seus irmos e companheiros maravilhados.

    quando ento recebe, de emissrios do Cristo, no Sinai, os dez sagrados mandamentos que,at hoje, representam a base de toda a justia do mundo.

    Antes de abandonar as lutas da Terra, na exttica viso da Terra Prometida,Moiss lega posteridade as suas tradies no Pentateuco, iniciando a construo da maiselevada cincia religiosa de todos os tempos, para as coletividades porvindouras.

    O JUDASMO E O CRISTIANISMO

    Estudando-se a trajetria do povo israelita, verifica-se que o Antigo testamento

    um repositrio de conhecimentos secretos, dos iniciados do povo judeu, e que somente os

    grandes mestres da raa poderiam interpret-lo fielmente, nas pocas mais remotas.

    29

  • 8/14/2019 Xavier Candido F A Caminho Da Luz

    30/100

    Eminentes espiritualistas franceses, nestes ltimos tempos, procuraram penetraros seus obscuros segredos e, todavia, aproximando-se da realidade com referncia sinterpretaes, no lhes foi possvel solucionar os vastos problemas que as suas expressesoferecem.

    Os livros dos profetas israelitas esto saturados de palavras enigmticas e

    simblicas, constituindo um monumento parcialmente decifrado da cincia secreta doshebreus. Contudo, e no obstante a sua feio esfingtica, no conjunto um poema de eternasclaridades. Seus cnticos de amor e de esperana atravessam as eras com o mesmo saborindestrutvel de crena e de beleza. por isso que, a par do Evangelho, est o VelhoTestamento tocado de clares imortais, para a viso espiritual de todos os coraes. Uma

    perfeita conexo rene As duas Leis, que representam duas etapas diferentes do progressohumano. Moiss, com a expresso rude da sua palavra primitiva, recebe do mundo espiritualas leis bsicas do Sinai, construindo desse modo o grande alicerce do aperfeioamento moraldo mundo; e Jesus, no Tabor, ensina a humanidade a desferir, das sombras da Terra, o seu vodivino para as luzes do Cu.

    O MONOTESMO

    O que mais admira, porm, naquelas tribos nmadas e desprotegidas, afortaleza espiritual que lhes nutri a f nos mais arrojados e espinhosos caminhos.

    Enquanto a civilizao egpcia e os iniciados hindus criavam o politesmo parasatisfazer os imperativos da poca, contemporizando com a versatilidade das multides, o

    povo de Israel acreditava somente na existncia do Deus Todo-Poderoso, por amor do qualaprendia a sofrer todas as injrias e a tolerar todos os martrios.

    Quarenta anos no deserto representaram para aquele povo como que um curso

    de consolidao da sua f, contagiosa e ardente.Seguiu-lhe Jesus todos os passos, assistindo-o nos mais delicados momentos de

    sua vida e foi ainda, sob o plio da sua proteo, que se organizaram os reinos de Israel e deJud, na Palestina.

    Todas as raas da Terra devem aos judeus esse benefcio sagrado, que consistena revelao do Deus nico, Pai de todas as criaturas e Providncia de todos os seres.

    O grande legislador dos hebreus trouxera a determinao de Jesus, com respeito simplificao das frmulas iniciticas, para compreenso geral do povo; a misso de Moissfoi tornar acessveis ao sentimento popular as grandes lies que os demais iniciados eramcompelidos a ocultar. E, de fato, no seio de todas as grandes figuras da antiguidade, destaca-se

    o seu vulto como o primeiro a rasgar a cortina que pesa sobre os mais elevadosconhecimentos, filtrando a luz da verdade religiosa para a alma simples e generosa do povo.

    A ESCOLHA DE ISRAEL

    No reino de Israel sucederam-se as tribos e os enviados do Senhor. Todos osseus caminhos no mundo esto cheios de vozes profticas e consoladoras, acerca dAquele queao mundo viria para ser glorificado como o Cordeiro de Deus.

    A cada sculo renovam-se as profecias e cada templo espera a palavra de ordemdos Cus, atravs do Salvador do Mundo. Os doutores da Lei, no templo de Jerusalm,

    confabulam, respeitosos, sobre o Divino Missionrio; na sua vaidade orgulhosa esperavam-no

    30

  • 8/14/2019 Xavier Candido F A Caminho Da Luz

    31/100

    no seu carro vitorioso, para proclamar a todas as gentes a superioridade de Israel e operartodos os milagres e prodgios.

    E, recordando esses apontamentos da histria, somos naturalmente levados aperguntar o porqu da preferncia de Jesus pela rvore de David, para levar a efeito as suasdivinas lies Humanidade; mas a prpria lgica nos faz reconhecer que, de todos os povos

    de ento, sendo Israel o mais crente, era tambm o mais necessitado, dada a sua vaidadeexclusivista e pretensiosa. "Muito se pedir de quem muito haja recebido", e os israelitashaviam conquistado muito, do Alto, em meteria de f, sendo justo que lhes exigisse um graucorrespondente de compreenso, em matria de humildade e de amor.

    A INCOMPREENSO DO JUDASMO

    A verdade, porm, que Jesus, chegando ao mundo, no foi absolutamente

    entendido pelo povo judeu. Os sacerdotes no esperavam que o Redentor procurasse a horamais escura da noite para surgir na paisagem terrestre. Segundo a sua concepo, o Senhor

    deveria chegar no carro magnificente de suas glrias divinas, trazido do Cu Terra pelalegio dos seus Tronos e Anjos; deveria humilhar todos os reis do mundo, conferindo a Israelo cetro supremo na direo de todos os povos do planeta; deveria operar todos os prodgios,ofuscando a glria dos Csares. E, no entanto, o Cristo surgira entre os animais humildes damanjedoura; apresentava-se como filho de um carpinteiro e, no cumprimento de sua gloriosamisso de amor e de humildade, protegia as prostitutas, confundia-se com os pobres e com oshumilhados, visitava as casas suspeitas para de l arrancar os seus auxiliares e seguidores;seus companheiros prediletos eram os pescadores ignorantes e humildes, dos quais faziaapstolos bem-amados. Abandonando os templos da Lei, era frequentemente encontrado aolongo do Tibarades, em cujas margens pregava aos simples a fraternidade e o amor, asabedoria e a humildade. O judasmo, saturado de orgulho, no conseguiu compreender a aodo celeste emissrio. Apesar da crena fervorosa e sincera, Israel no sabia que toda asalvao tem de comear no ntimo de cada um e, cumprindo as profecias de seus prpriosfilhos, conduziu aos martrios da cruz o divino Cordeiro.

    NO PORVIR

    As organizaes dos doutores da Lei subsistiram no curso incessante dos

    tempos. Embalde esperaram eles outro Cristo, nestes dois milnios que ora chegam a termo. Arealidade que um sopro de amargura pesou mais fortemente sobre os destinos da raa,

    depois da ignominiosa tarde do Calvrio. As sombras simblicas, que caram sobre o Templode Jerusalm, acompanharam igualmente o povo escolhido em todas as diretivas, pelasestradas longas do mundo, com amplos reflexos no ambiente contemporneo.

    Israel continua a cultuar o Deus Todo-Poderoso dos seus profetas, seus rituaisprosseguem em pontos isolados do orbe inteiro.

    talvez a raa mais livre, mais internacionalista, mais fraternal, entre si, mastambm a mais altiva e exclusivista do mundo.

    Apesar de no ter uma ptria (*) e no obstante todas as perseguies eclamorosas injustias experimentadas nas suas jornadas de sofrimento, Israel faz o seu roteiroatravs das cidades tumultuosas, esperando o Messias da sua redeno e da sua liberdade.

    31

  • 8/14/2019 Xavier Candido F A Caminho Da Luz

    32/100

    Jesus acompanha-lhe a marcha dolorosa atravs dos sculos de lutas expiatriase regeneradoras.

    Novos conhecimentos dimanam do Cu para o corao dos seus patriarcas e notardar muito tempo para que vejamos os judeus compreendendo integralmente a missosublime do verdadeiro Cristianismo e aliando-se a todos os povos da Terra para a caminhada

    salvadora, em busca da edificao de um mundo melhor.

    ---------------(*) Nota da Editora: Este livro foi escrito em 1938, dez anos antes de ser criado,

    na Palestina, o Estado de Israel.

    Livro: A Caminho da Luz Mdium: Francisco Cndido Xavier Esprito:Emmanuel

    32

  • 8/14/2019 Xavier Candido F A Caminho Da Luz

    33/100

    A CHINA MILENRIA

    Emmanuel

    A CHINADepois de nossas divagaes a respeito da raa branca, que se constitua dos

    antigos rias no ambiente da Terra, cabvel examinarmos a rvore mais antiga dascivilizaes terrestres, a fim de observarmos a assistncia carinhosa e constante doDivino Mestre para com todas as criaturas de Deus.

    Inegavelmente, o mais prstino foco de todos os surtos evolutivos do globo aChina milenria, com o seu esprito valoroso e resignado, mas sem rumo certo nasestradas da edificao geral.

    Quando se verificou o advento das almas proscritas do sistema da Capela, empocas remotssimas, j a existncia chinesa contava com uma organizao regular,

    oferecendo os tipos mais homogneos e mais selecionados do planeta, em face dosremanescentes humanos primitivos. Suas tradies j andavam de gerao em gerao,construindo as obras do porvir. Da se infere que, de fato, a histria da China remonta apocas remotssimas, no seu passado multimilenrio, e esse povo, que deixa agoraentrever uma certa estagnao nos seus valores evolutivos, sempre foi igualmenteacompanhado na sua marcha por aquela misericrdia infinita que, do Cu, envolvetodos os coraes que latejam na Terra.

    A CRISTALIZAO DAS IDIAS CHINESAS

    A cristalizao das idias chinesas advm, simplesmente, desse insulamento

    voluntrio que prejudicou, nas mesmas circunstncias, o esprito da ndia, apesar dafascinante beleza das suas tradies e dos seus ensinos.

    que a civilizao e o progresso, como a prpria vida, dependem das trocasincessantes. O Universo, na sua constituio maravilhosa, no criou nem sanciona leisde isolamento na comunidade eterna dos mundos e dos seres. A existncia uma longaescada, na qual todas as almas devem dar-se as mos, na subida para o conhecimento e

    para Deus. Enquanto a famlia indo-europia pervagava no desconhecido, assimilandoas expresses das tribos encontra das - em longas iniciativas de construo e trabalho -,os arianos da ndia estacionaram no repouso de suas tradies, desenvolvendo-se, nocurso do tempo, as mais prestigiosas lies de experincia para a alma dos povos. Eagora, quando os israelitas so chamados por foras poderosas ao deslocamento no seiodas naes, a fim de aprenderem mais intimamente a doce lio da fraternidade e doamor universal, renovando a fibra da sua f a caminho da perfeita compreenso doCristo, a China tambm convocada, pelas transformaes do sculo, grande lio doentrelaamento da comunidade planetria, a fim de ensinar as suas virtudes e aprenderas virtudes dos outros povos.

    Foi pela sua obstinada resistncia que a idia chinesa estagnou-se na marcha dotempo, embora, nestas despretensiosas observaes, sejamos dos primeiros a reconhecera grandeza de suas elevadas expresses espirituais.

    33

  • 8/14/2019 Xavier Candido F A Caminho Da Luz

    34/100

    FO-HI

    Jesus, na sua proteo e na sua misericrdia, desde os tempos mais distantesenviou missionrios queles agrupamentos de criaturas que se organizavam, econmicae politicamente, entre as coletividades primrias da Terra.

    As raas admicas ainda no haviam chegado ao orbe terrestre e entre aquelespovos j se ouviam grandes ensinamentos do plano espiritual, de sumo interesse para adireo e soluo de todos os problemas da vida.

    A Histria no vos fala de outros, antes do grande Fo-Hi, que foi o compilador desuas cincias religiosas, nos seus trigramas duplos, que passaram do pretritoremotssimo aos estudos da posteridade.

    Fo-Hi refere-se, no seu "Y-King", aos grandes sbios que o antecederam nopenoso caminho das aquisies de conhecimento espiritual. Seus smbolos representamos caractersticos de uma cincia altamente evolutiva, revelando ensinamentos degrande pureza e da mais avanada metafsica.

    Em seguida a esse grande missionrio do povo chins, o Divino Mestre envia-lhe

    a palavra de Confcio ou Kong-Fo-Ts, cinco sculos antes da sua vinda, preparando oscaminhos do Evangelho no mundo, tal como procedera com a Grcia, Roma e outroscentros adiantados do planeta, enviando-lhes elevados Espritos da cincia, da religio eda filosofia, algum tempo antes da sua palavra mirfica, a fim de que a Humanidadeestivesse preparada para a aceitao dos seus ensinos.

    CONFCIO E LAO-TSConfcio, na qualidade de missionrio do Cristo, teve de saturar-se de todas as

    tradies chinesas, aceitar as circunstncias imperiosas do meio, de modo a beneficiar o pas na medida de suas possibilidades de compreenso. Ele faz ressurgir osensinamentos de Lao-Ts, que fora, por sua vez, um elevado mensageiro do Senhor paraas raas amarelas. Suas lies esto cheias do perfume de requintada sabedoria moral.

    No "Kan-Ing", de Lao-Ts, eis algumas de suas afirmaes que nada ficam a dever aosvossos conhecimentos e exposies do moderno pensamento religioso: - "O Senhor dosCus bom e generoso, e o homem sbio um pouco de suas manifestaes. Na

    estrada da inspirao, eles caminham juntos e o sbio lhe recebe as idias, que enchema vida de alegria e de bens."

    Lao-Ts, de cujos ensinamentos Confcio fez questo de formar a base dos seus

    princpios, viveu seis sculos antes do advento do Senhor, e, em face dessa filosofiareligiosa, avanada e superior, somos obrigados a reconhecer a prodigalidade damisericrdia de Jesus, enviando os seus porta-vozes a todos os pontos da Terra, com oobjetivo de fazer desabrochar no esprito das massas a melhor compreenso do seuEvangelho de Verdade e de Amor, que o mundo, entretanto, ainda no compreendeu,no obstante todos os seus sacrifcios.

    O NIRVANA

    Para fundamentar devidamente a nossa opinio relativa estagnao do espritochins, examinemos ainda as suas interessantes e elevadas concepes religiosas.

    34

  • 8/14/2019 Xavier Candido F A Caminho Da Luz

    35/100

    De um modo geral, o culto dos antepassados o principio da sua f. Esse culto,cotidiano e perseverante, a base da crena na imortalidade, porquanto de suasmanifestaes ressaltam as provas dirias da sobrevivncia. As relaes com o planoinvisvel constituem um fenmeno comum, associado existncia do indivduo maisobscuro. A idia da necessidade de aperfeioamento espiritual latente em todos os

    coraes, mas o desvio inerente compreenso do Nirvana a, como em numerosascorrentes do budismo, um obstculo ao progresso geral.O Nirvana, examinado em suas expresses mais profundas, deve ser considerado

    como a unio permanente da alma com Deus, finalidade de todos os caminhosevolutivos; nunca, porm, como sinnimo de imperturbvel quietude ou beatficarealizao do no ser. A vida a harmonia dos movimentos, resultante das trocasincessantes no seio da natureza visvel e invisvel. Sua manuteno depende daatividade de todos os mundos e de todos os seres. Cada individualidade, na prova, comona redeno, como na glria divina, tem uma funo definida de trabalho e elevao dosseus prprios valores. Os que aprenderam os bens da vida e quantos os ensinam comamor, multiplicam na Terra e nos Cus os dons infinitos de Deus.

    A CHINA ATUALA falsa interpretao do Nirvana disturbou as elevadas possibilidades criadoras do

    esprito chins, cristalizou-lhe as concepes e paralisou-lhe a marcha para as grandesconquistas.

    certo que essas conquistas no consistem nas metralhadoras e nas bombardas dacivilizao do Ocidente, cheia de comodidades multifrias, mas aqui me refiro incompreenso geral acerca da lio sublime do Cristo e dos seus enviados.

    A China, como os outros povos do mundo, tem de esmar neste sculo os valoresobtidos na sua caminhada longa e penosa Destas palavras, no h inferir que a invaso

    japonesa, na sua incrvel agressividade, esteja tocada de uma sano divina. O Japopoder realizar, na grande repblica, todas as conquistas materiais; usando a psicologiados conquistadores, poder melhorar as condies sanitrias do povo, rasgar estradas emultiplicar escolas; mas no amortecer a energia perseverante do esprito chins,valoroso e resignado, que poder at ceder-lhe as prprias rdeas do governo, enchendo-o de fortuna, de suntuosidade e de honrarias, sem desprestgio do seu prprio valor,

    porquanto a China milenria sabe que os espritos de rapina embriagam-se facilmentecom o vinho de sangue do triunfo, e to logo o luxo lhes amolea as fibras da

    desesperao, todas as vitrias voltam, automaticamente, reflexo, ao raciocnio, cultura e inteligncia.O que se faz necessrio examinar o estado de estagnao da alma chinesa nestes

    ltimos sculos, para concluirmos pela sua necessidade imperiosa de comungar nobanquete de fraternidade dos outros povos.

    A EDIFICAO DO EVANGELHO

    verdade que a palavra direta do Cristo, consubstanciada no seu Evangelho,

    ainda no chegou at l de um modo geral, aclarando o caminho de todos os coraes,mas um sopro de vida romper as sombras milenrias que caram sobre a repblica

    35

  • 8/14/2019 Xavier Candido F A Caminho Da Luz

    36/100

    chinesa, onde milhes de almas repousam, indevidamente, na falsa compreenso doNirvana e do Absoluto. Mos valorosas erguero o monumento evanglico naquelemundo de dolorosas antiguidades, e um novo dia raiar para a grande nao que setornou em smbolo de pacincia e de perseverana, para os outros povos.

    Esperemos a providncia dAquele que guarda em suas mos augustas e

    misericordiosas a direo do mundo."Bem-aventurados os pacficos, os aflitos, os humildes."E as suas palavras mansas e carinhosas nos fazem lembrar a China milenria, que,

    amando a paz, sofre agora o insulto das foras tenebrosas da ambio, da injustia e dainiqidade.

    Livro: A Caminho da Luz Mdium: Francisco Cndido Xavier Esprito:Emmanuel

    36

  • 8/14/2019 Xavier Candido F A Caminho Da Luz

    37/100

    AS GRANDES RELIGIES DO PASSADO

    Emmanuel

    AS PRIMEIRAS ORGANIZAES RELIGIOSASAs primeiras organizaes religiosas da Terra tiveram, naturalmente, sua origem

    entre os povos primitivos do Oriente, aos quais enviava Jesus, periodicamente, os seusmensageiros e missionrios.

    Dada a ausncia da escrita, naquelas pocas longnquas, todas as tradies setransmitiam de gerao a gerao atravs do mecanismo das palavras. Todavia, com acooperao dos degredados do sistema da Capela, os rudimentos das artes grficasreceberam os primeiros impulsos, comeando a florescer uma nova era de conhecimentoespiritual, no campo das concepes religiosas.

    Os Vedas, que contam mais de seis mil anos, j nos falam da sabedoria dos

    "Sastras", ou grandes mestres das cincias hindus, que os antecederam de mais oumenos dois milnios, nas margens dos rios sagrados da ndia. V-se, pois, que a idiareligiosa nasceu com a prpria Humanidade, constituindo o alicerce de todos os seusesforos e realizaes no plano terrqueo.

    AINDA AS RAAS ADMICAS

    No podemos, porm, esquecer que Jesus reunira nos espaos infinitos os seresproscritos que se exilaram na Terra, antes de sua reencarnao geral na vizinhana dos

    planaltos do Ir e do Pamir.Obedecendo s determinaes superiores do mundo espiritual, eles nunca

    puderam esquecer a palavra salvadora do Messias e as suas divinas promessas. As belezas do espao, aliadas paisagem mirfica do plano que foram obrigados aabandonar, viviam no cerne das suas recordaes mais queridas. As exortaesconfortadoras do Cristo, nas vsperas de sua dolorosa imerso nos fluidos pesados do

    planeta terrestre, cantavam-lhes no ntimo os mais formosos hosanas de alegria e deesperana. Era por isso que aquelas civilizaes antigas possuam mais f, colocando aintuio divina acima da razo puramente humana. A crena, como ntima e sagradaaquisio de suas almas, era a fora motora de todas as realizaes, e todos osdegredados, com os mais santos entusiasmos do corao, falaram dEle e da sua infinitamisericrdia. Suas vozes enchem todo o mbito das civilizaes que passaram no

    pentagrama dos sculos sem-fim e, apresentado com mil nomes, segundo as maisvariadas pocas, o Cordeiro de Deus foi guardado pela compreenso e pela memria domundo, com todas as suas expresses divinas ou, alis, como a prpria face de Deus,segundo as modalidades dos mistrios religiosos.

    A GNESE DAS CRENAS RELIGIOSAS

    A gnese de todas as religies da Humanidade tem suas origens no seu coraoaugusto e misericordioso. No queremos, com as nossas exposie