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X jornada latino americana de estudos teatrais realização: áhqis apoio: capes/cnpq/dac/ppgt/profartes/udesc/ceart a atuação na cena contemporânea Atuação teatral e a sociedade do espetáculo onde todos nos exibimos Resumos Grupo 5

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Page 1: X jornada latino americana de estudos teatrais - udesc.br · sobre o masculino: primeiro movimento, processo coordenado pelo diretor e ... para se pensar o homem como produzido e

X jornada latino americanade estudos teatrais

realização: áhqis apoio: capes/cnpq/dac/ppgt/profartes/udesc/ceart

a atuação na cena contemporânea

Atuação teatral e a sociedade do espetáculo

onde todos nos exibimos

Resumos Grupo 5

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A PRODUÇÃO PERFORMATIVA DE UM HOMEM – CENAS E CONTEXTOS

Adão Freire Monteiro (USP)

Este estudo utiliza escuta e escrita de intervenções, depoimentos, confissões e queixas de homens autuados pela Lei 11.340/2006 (BRASIL, 2006. Denominada também de Lei Maria da Penha) dos Grupos Reflexivos da ONG Coletivo Feminista Sexualidade Saúde, e de abordagens do grupo GEPRAGEM – Grupo de Pesquisas e Práticas em Gênero e Masculinidades do fórum de gênero e masculinidades do grande ABC – Santo André, como material discursivo para questionamentos sobre masculinidade e sobre a produção performativa do homem. Esta abordagem passa por diferentes formas de ser homem ao longo da história e suas implicações de privilégios e punições culturais, além de análises das representações do masculino na cena contemporânea, tendo como exemplos os espetáculos performativos: Estudo sobre o masculino: primeiro movimento, processo coordenado pelo diretor e dramaturgo Antônio Duran; Aquilo que me arrancaram foi a única coisa que me restou, da Trupe A Motosserra Perfumada; Feminino Abjeto, processo dirigido pela diretora e atriz Janaína Leite; Para aquelas que não mais estão, espetáculo memorial, parceria do Coletivo Rubro Obsceno (SP) com a performer Violeta Luna (México); CARNE – Patriarcado e Capitalismo, da Kiwi Cia. De Teatro; e minha elaboração e produção performativa do Homem das Mal-Amadas, em VULVAR – No lugar dela, do grupo Mal-Amadas: Poética do Desmonte. Estes discursos cênicos são analisados como exemplos por colocarem a visão do e sobre o masculino em cena, nos quais podemos notar olhares, produção e performatividades do gênero. Este panorama retorna aos grupos reflexivos e de estudos sobre gênero e masculinidades em forma de workshop: Gênero é Performance! para uma produção performativa de um homem, para se pensar o homem como produzido e performado, cotidianamente, em cena e contexto, portanto, transformável.

PALHAÇARIA ESSENCIAL: UM EXPERIMENTO ARTÍSTICO EM BUSCA PELO AUTOCONHECIMENTO

Antônia Vilarinho Cardoso (Mestrado)

Orientação Profa. Dra. Tereza Mara Franzoni (CEART – UDESC) A pesquisa diz respeito ao entendimento e prática da arte da palhaçaria dentro de uma compreensão artística e a possibilidade de uma função terapêutica – não entendendo-a como terapia medicinal, mas como uma possibilidade de perceber o mundo de uma maneira peculiar. Dentro dessa perspectiva terapêutica da arte da palhaçaria, a pesquisa visa refletir sobre um processo de vivências, práticas e desenvolvimento artístico a partir da minha experiência como atriz e palhaça, desde minha iniciação na arte da palhaçaria, em 1999, até os dias atuais. O trabalho será desenvolvido a partir de uma mediação do diálogo entre mim – Antonia Vilarinho – enquanto atriz, e minha palhaça – Fronha –, e pretende adotar uma visão que equilibre corpo, mente e aspectos socioculturais. O termo palhaçaria essencial aqui utilizado foi apropriado a partir da referência de Alain Vigneau, que traz uma visão terapêutica do processo de iniciação ao palhaço. Esta pesquisa propõe reflexões sobre a condição de mediação como pedagogia atuante na palhaçaria, a partir de meus espetáculos e oficinas. Pretendo, com o desenvolvimento deste trabalho acerca da Palhaçaria Essencial, criar uma metodologia voltada para captar a visão do corpo

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vital e treinamento energético de atores através da capoeira angola; assim como trazer, com base em minhas experiências com a palhaça Fronha, uma visão terapêutica em um contexto social, tendo como eixo norteador o trabalho desenvolvido durante anos com a palhaçaria em hospitais.

REVELAÇÕES DA PERFORMANCE DA VOCALIDADE: A POTÊNCIA DOS

TREINAMENTOS INTEGRADOS NOS PROCESSOS ATORAIS

Érico Nascimento da Cruz Orientação Profa. Dra. Wânia Mara Agostini Storolli; (UNESP)

A presente pesquisa tem como tema o treinamento do ator-performer, propondo a investigação de práticas que partem do corpo e voz integrados. Com a intenção de revelar a importância destas no trabalho da vocalidade e do processo criativo atoral. O estudo passa pela importância do treinamento no fazer cênico, mas guia-se também por um percurso histórico de propostas que apontam para essa integração, trazendo referências do teatro, como Grotowski e Artaud, assim como algumas propostas advindas da performance e da poesia sonora, para então chegar ao modo como essas práticas são desenvolvidas no teatro contemporâneo e na performance. Trata-se de um projeto teórico-prático, tendo como metodologia a pesquisa bibliográfica, a pesquisa de campo, com a realização de entrevistas a grupos e artistas que realizam trabalhos pertinentes às questões apontadas, e o desenvolvimento de experimentos cênicos, que visam lidar com tais questões. O trabalho tem como centro da investigação a vocalidade. Baseada no conceito de Paul Zumthor e Adriana Cavarero, a vocalidade é compreendida aqui como ponto de convergência dos elementos a serem trabalhados pelo ator-performer.

A CRIAÇÃO DA LIBERDADE - A PRÁTICA DE YOGA E O TRABALHO DO

ATOR/PERFORMER

Ludmila Rosa Orientação Prof. Gilson Motta (PPGAC/ECO/UFRJ)

Pretende-se apresentar os encaminhamentos da pesquisa de mestrado que tem por objetivo investigar as articulações possíveis entre a prática de hatha yoga e o trabalho do ator/performer no contexto contemporâneo. Interessa-me observar e apurar os estados psicofísicos mais sutis que a prática pode gerar no ator. Pretendo investigar o yoga através do conceito de cuidado de si - usado por Foucault em A Hermenêutica do Sujeito - relacionando-o com o trabalho do artista sobre si e seus propósitos. Desde o início do sec. XX, com o aparecimento de novos métodos e linguagens nas artes cênicas, se buscava maneiras de investigar a corporeidade do ator. Artistas como Stanislavisky, Grotovsky, Richard Schechner, Anne Borgart, etc, usaram técnicas de yoga em seus procedimentos. No contexto contemporâneo, a própria noção de técnica para o ator/performer inclui modificações em modos de existência, despadronizações de hábitos cotidianos, que extrapolam a sala de ensaio. Portanto, busco refletir e propor estratégias, dispositivos e questões que possam contribuir para o aprofundamento do trabalho do artista sobre si mesmo - tanto no âmbito do treinamento, quanto da criação – traçando conexões entre arte, performatividade e espiritualidade.

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O CORPO COMO ELEMENTO DE ELABORAÇÃO DE DISCURSOS

POÉTICOS NA CENA CONTEMPORÂNEA

Mateus Junior Fazzioni; Marcia Berselli (Graduação) (UFSM) O presente trabalho está vinculado ao projeto “Violências contemporâneas e Criação em Ciclos: investigações de processos colaborativos”, do Grupo de Pesquisa Laboratório de Criação - LACRI (CNPq/UFSM). Unindo professores e estudantes, artistas formados e em formação, o processo de criação em modo colaborativo tem como centro de gravidade a temática da violência. Compreendendo as abordagens pós-dramáticas do processo criativo, a prática utiliza como base a estratégia de criação Cycles Repère. Nessa articulação da criação em ciclos, com o tema das violências contemporâneas, percebeu-se a abertura de momentos performáticos na construção das cenas. Tais momentos se fazem ver, por exemplo, quando os atores/atrizes/performers são convocados a assumirem um lugar de fala performativo dentro da cena para tratar sobre as violências sofridas e reproduzidas. Nesse sentido, levando em consideração a diversidade de corpos, técnicas, discursos e estéticas presentes na cena pós-moderna, investigamos como os criadores, assumindo esse lugar de fala, agenciam seus repertórios e técnicas para elaborar um discurso poético do corpo. O estudo objetiva discutir a construção das cenas performáticas e dos discursos poéticos, conscientes e apropriados, assumidos pelos criadores, por meio das suas corporeidades. Tendo em vista o contexto atual da sociedade brasileira, parece necessário que nossas defesas se façam pela articulação ética, estética, política e poética dos mais diversos corpos.

O TEMPO COMO REGENTE DA ARTE: REFLEXÕES SOBRE O ATOR NA PÓS-MODERNIDADE

Maurini de Souza (UTFPR)

Bertolt Brecht declarou que seu teatro era parte de uma época científica (1978), baseando a afirmação na trilogia dialética hegeliana entre a singularidade, a particularidade e a universalidade (Zeitgeist) (HEGEL, 1992), sob os olhares de Marx, em que o “Espírito” (Geist) que regeria os tempos era material (“Weltgeschichte”), resultado das lutas de classe de cada época (MARX, 2008; MARX e ENGELS, 1999). Assim cada período histórico produz suas marcas (ADORNO, 1982), e o que Brecht propôs foi apresentar as do seu tempo como proposta de transformação social no teatro – do texto ao espetáculo, incluindo a atuação distanciada do personagem. Partindo desse pensar, apresentam-se aqui a proposta teórica de Aristóteles (2001), e o teatro na Idade Média (AUERBACH, 1976), como manutenção de status quo, e as pressuposições, enquanto síntese teórica e reflexo de tempo, de Brecht e Augusto Boal (1991 e 1996), como representantes da dialética da arte, já em um momento no qual o ator é relevante enquanto marca teórica. O levantamento busca orientar uma reflexão sobre qual seria, então, o teatro de resistência da contemporaneidade – e o papel do ator nesse teatro, baseando em Bauman (2001, 2009) e Hall (1987) as características dominantes deste tempo em consonância, mas não restritas, ao olhar de Lehmann (2007) sobre o teatro Pós-dramático.

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É ISTO UM ATOR?

A CRIANÇA NA CENA CONTEMPORÂNEA

Melissa da Silva Ferreira (UNICAMP) Proponho a discussão de noções correntes de atuação a partir de reflexões sobre questões estéticas, éticas e políticas ligadas à presença de crianças na cena contemporânea. Por meio da análise de tais presenças nas obras Os Sertões (Teatro Oficina Uzina Uzona), Sul concetto di volto nel figlio di Dio (Romeo Castellucci), Airpoirt Kids (Rimini Protokoll) e Deafman Glance (Bob Wilson), pretendo discutir questões relativas ao trabalho do ator e do performer na contemporaneidade em diálogo com as noções de “presença objetiva”, de Castellucci; de “multiestabilidade perceptiva”, de Erika Fisher-Lichte; de “experts of eveday-life”, de Helgard Haug, Stefan Kaegi e Daniel Wetzel do Rimini Protokoll; de teatralidade e performatividade, de Josette Férral, e de pós-dramático, de Hans-Thies Lehmann. Apoio: FAPESP

ATOR ESPECIALISTA EM VÁRIAS TÉCNICAS

Nara Keiserman (UNIRIO)

Há uma pluralidade literal instalada nas práticas artísticas. O pós-modernismo e o pós-dramático abrigam os teatros que se faz, com as técnicas que os sustentam. Chama atenção a dificuldade de uma nomeação, trazendo o “pós” referencial, que indica que se sabe bem o que não é mais, e que são tantos e tão plurais, múltiplos, multifacetados, que não cabem numa única denominação. “Teatro performativo”, como proposto por Féral, parece ser uma boa opção – foi necessário unir numa única expressão duas linguagens, uma adjetivando a outra para que se possa vislumbrar o tal do “pós”. Em 2009, logo após o lançamento em português do livro de Lehmann, a editora Perspectiva lançou O pós-dramático – um conceito operativo?, em que autores de diferentes áreas da criação cênica, apontam modos possíveis para um “o que vamos fazer ou vimos já fazendo com isso”. As técnicas atoriais se apresentam, nesse contexto, como uma premissa também multifacetada. Para cada teatro que se faz é necessário um outro ator? Surgem os atores que têm a marca de um determinado diretor? O que se observa no Brasil é que os atores têm procurado formação e práticas num número maior de habilidades, como canto, dança, circo, impro, rasa boxes, view points – os atores estão cada vez mais preparados para atender a um número cada vez maior de demandas. Eis o paradoxo: são especialistas em vários teatros. As terminologias se modificam: a fé cênica é o substrato da noção de presença? O “se fosse” evoluiu até a auto-ficção? A linha contínua da ação esfacelou-se e se tornou a dramaturgia corporal? A lógica da ação subjetivou-se até o ponto de tornar o ator o autor do texto? Qualquer resposta a essas perguntas aponta para uma técnica outra que mantém viva a artesania do ator e ainda assim, uma técnica – muitas técnicas.

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CONTEMPORANEIDADE E TEATRO PARA CRIANÇAS: CRIAÇÃO DE TEXTO PERFORMATIVO E A PRÁTICA DO DRAMATURGISTA

Necylia Maria da Silva Monteiro

Orientação Prof. Dr. Fernando Gerheim; (UFRJ)

Almeja-se apresentar os encaminhamentos da pesquisa de mestrado no Programa de pós-graduação Artes da Cena da UFRJ que tem por objetivo a experimentação criativa de um texto performativo a partir dos atores do Grupo Cena Aberta/MA além buscar reflexões sobre escrita de teatro para crianças aliada ao texto teatral contemporâneo e a prática do Dramaturgista dando lugar privilegiado ao processo criativo através da Genética Teatral (2013). No mapa da pesquisa encontra-se estudos em Dramaturgia Contemporânea proposto por Fernandes (2010), Rewald (2005), dentre outros, onde é refletido o lugar e as múltiplas formas do texto contidas no espetáculo, assim também o conceito de Texto Performativo discutido por Féral (2015) elucidando suas modalidades diversas de integração e imbricação na representação. A pesquisa visa promover uma narrativa dialética que caminha entre o processo criativo do artista, a dramaturgia contemporânea e o fazer teatral para crianças e jovens. Apoio: FAP Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão

COMPONDO UM NÓS: UM ESTUDO SOBRE CORALIDADE

Vanessa Garcia Civiero (Mestranda) Orientação Prof. Dr. Edélcio Mostaço (UDESC)

A pesquisa explora as potencialidades da coralidade, noção destacada do coro e

que carrega questionamentos sobre o posicionamento do indivíduo no mundo globalizado, concomitantemente sozinho e em relação, e sua consciência enquanto ser humano político, artístico e sensível. A pesquisa aborda os espetáculos Batucada e 100% São Paulo que convidam pessoas que não têm o teatro como ofício ou espaço de convívio comum, para o integrarem e experimentarem o vão entre o lúdico e a técnica, entre o sensível e o método. A coralidade interpela os diferentes modos pelos quais os seres humanos tornam-se sujeitos em nossa cultura e as relações de poder que os envolvem, problematizando os dispositivos hegemônicos no teatro como o texto, o diretor ou diretora, o ator ou a atriz, a forma, a obrigação com o conteúdo, a eficácia do teatro e a sua função. A qualidade coral é uma contínua problematização das formas, das maneiras de fazer, de pensar o sujeito e suas relações, de questionar o poder. A coralidade analisa como compor um nós e o que significa compor um plural no teatro, num intervalo de tempo, num espaço determinado e quem são o nós da composição. O nós que o plural fabrica não está na soma de indivíduos, mas na mobilidade que as afinidades e diferenças irreconciliáveis das identidades que lhe compõem, imprimem (Royo, 2017). Compor um plural questiona a partilha do sensível, nossas ocupações e competências enquanto indivíduo e enquanto coletivo, borrando espaços de pertencimento.

Apoio: CNPq.

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MICRO-GESTO COMO PESQUISA-CRIAÇÃO PARA MOVIMENTO

Zilá Muniz (UDESC) Este pensamento escrito se dá em torno dos conceitos de micro gesto e improvisação como forma de investigar como o movimento entra em consonância ou em oposição ao fluxo na improvisação. Para tal, discute as noções de improvisação na dança como uma prática emergente de co-composição de eventos coreográficos. Aponta alguns elementos-chave do trabalho de improvisação como o estado de “intuição criativa” em que a justaposição e fluxos entre atividades afetividades e racionais acontecem entre o pensar e o agir, entre a intuição e a experiência, entre o hábito e o risco. Finalmente, reflete sobre o conceito de micro-gesto, que investiga o desvio consciente da lógica de fluxo na emergência do movimento, por meio de micro percepções e da pré-articulação do movimento. Sendo assim, o micro-gesto surge entre todos os elementos que o constituem como uma técnica de criação de movimento. Ele está, portanto, no "entre", no campo de potenciais que conecta os elementos para ativar a imaginação física e habilitar restrições em um evento de movimento. Tal evento deixa traços na memória coletiva ou individual e cria ressonância através da vibração no ambiente e no corpo, o que irá informar eventos futuros.