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WORKSHOP DE INFRAESTRUTURA ENERGIA
SUBSÍDIOS NAS TARIFAS DE ENERGIA: ATÉ QUANDO?
Érico Henrique Garcia de Brito
Diretor da Excelência Energética Consultoria Empresarial Ltda.
São Paulo, 10 de abril de 2019
Agenda
Impactos dos Subsídios Tarifários
Principais Subsídios Tarifários
Subsídios Cruzados
Conta de Desenvolvimento Energético (CDE)
Benefícios Tarifários na Distribuição
Benefícios a Fontes Incentivadas
Conta de Consumo de Combustíveis Fósseis (CCC)
Discutindo a redução de Subsídios
Mais de 40% da Tarifa de Eletricidade corresponde a encargos e tributos!
10% da Conta de Luz são Subsídios Tarifários.
Impactos dos Subsídios Tarifários
COMPRA DE ENERGIA
33%
ENCARGOS E TRIBUTOS
41%
DISTRIBUIÇÃO19%
TRANSMISSÃO7%
TRIBUTOS (ICMS,
PIS/COFINS)67%
CDE24%
PROINFA3%
ESS/ERR4%
P&D_EE2%
Subsídios Tarifários têm ultrapassado os R$ 20 bilhões por ano nos últimos anos!
Impactos dos Subsídios Tarifários
Em 2019, a participação dos consumidores ultrapassará os R$ 16 bilhões!
Impactos dos Subsídios Tarifários
Impactos dos subsídios nas Tarifas de Energia em 2019:
Impactos dos Subsídios Tarifários
0,82%
1,74%
1,45%
N/NE S/SE/CO SIN
Por Subsistema
1,25%
0,72%0,54%
2,37%
1,78%
1,30%
AT MT BT
Por Nível de Tensão
N/NE
S/SE/CO
Consequência: distorção e redução de competitividade!
Variação da Tarifa Residencial acumulada desde o Plano Real (jun/1994)
Impactos dos Subsídios Tarifários
1645%
1372%
1134%
1029%
923%
839%
833%
776%
670%
Combustíveis (Domésti.)
Salário Mínimo
Aluguel e Taxas
Energia Elétrica Resid.
Transporte Público
Serviços Pessoais
Combustíveis (Veículos)
Comunicação
Alimentação ForaDomic.
Brasil tem umas das tarifas industriais mais elevadas do mundo! (USD/MWh)
Impactos dos Subsídios Tarifários
185
163 163150
140 139133
123 120112
10191 89 84
70
50
Agenda
Impactos dos Subsídios Tarifários
Principais Subsídios Tarifários
Subsídios Cruzados
Conta de Desenvolvimento Energético (CDE)
Benefícios Tarifários na Distribuição
Benefícios a Fontes Incentivadas
Conta de Consumo de Combustíveis Fósseis (CCC)
Discutindo a redução de Subsídios
Podemos apontar como principais subsídios tarifários:
• Tarifa Social de Energia Elétrica (TSEE)
• Universalização do Serviço (Programa Luz para Todos - PLpT)
• Conta de Consumo de Combustíveis Fósseis (CCC)
• Competividade da Fonte Carvão Mineral
• Competividade de Fontes Renováveis
• Benefícios Tarifários na Distribuição*
• Benefícios Tarifários na Transmissão
• Custos Administrativos, Financeiros e Tributários (CAFTs) da CCEE
Principais Subsídios Tarifários
• Programas de Desenvolvimento e Qualificação de Mão de Obra - segmento
fotovoltaico
• Subvenção para Cooperativas de Eletrificação Rural
• Reserva Técnica da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE)
• Instalação de ramal de conexão, kit de instalação interna e do padrão de entrada
sem o medidor para domicílios rurais com ligações monofásicas ou bifásicas,
destinadas a famílias de baixa renda não atendidas pelo PLpT
Principais Subsídios Tarifários
Benefícios Tarifários na Distribuição:
• Gerador e Consumidor de Fonte Incentivada
• Irrigação e Aquicultura em Horário Especial
• Distribuidora com Mercado Próprio inferior a 500 GWh/ano
• Serviço Público de Água, Esgoto e Saneamento
• Classe Rural
• Subclasse Cooperativa de Eletrificação Rural
• Subclasse Serviço Público de Irrigação
• Tarifa Social de Energia Elétrica (TSEE)*
Principais Subsídios Tarifários
Benefícios Tarifários na Distribuição*:
Principais Subsídios Tarifários
Agenda
Impactos dos Subsídios Tarifários
Principais Subsídios Tarifários
Subsídios Cruzados
Conta de Desenvolvimento Energético (CDE)
Benefícios Tarifários na Distribuição
Benefícios a Fontes Incentivadas
Conta de Consumo de Combustíveis Fósseis (CCC)
Discutindo a redução de Subsídios
Além dos subsídios tarifários previstos em Lei, o Setor Elétrico Brasileiro (SEB) convive
com subsídios cruzados que decorrem de fatores conjunturais e estruturais, tais como:
• Estrutura Tarifária inadequada
• CDE-ENERGIA
• Conta-ACR
• Bandeiras Tarifárias
• Geração Distribuída
• Encargos Setoriais
• Subsídios Tributários
Subsídios Cruzados
CDE-ENERGIA:
No ano de 2013 e janeiro de 2014, em função da hidrologia desfavorável, tendo em vista a
finalidade da modicidade tarifária, foram repassados recursos da CDE às distribuidoras.
No total, foram repassados R$ 11,133 bilhões em 2013, e R$ 4 bilhões em 2014.
Conta-ACR:
Conta criada para ‘financiar’ a modicidade tarifária.
Foram captados R$ 22 bilhões em 3 operações.
Subsídios Cruzados
CDE-ENERGIA e Conta-ACR são recolhida apenas pelos consumidores do mercado
regulado.
Subsídios Cruzados
Agenda
Impactos dos Subsídios Tarifários
Principais Subsídios Tarifários
Subsídios Cruzados
Conta de Desenvolvimento Energético (CDE)
Benefícios Tarifários na Distribuição
Benefícios a Fontes Incentivadas
Conta de Consumo de Combustíveis Fósseis (CCC)
Discutindo a redução de Subsídios
Atualmente, os principais Subsídios Tarifários estão concentrados no encargo da Conta de
Desenvolvimento Energético (CDE).
Até vigência da Lei nº 12.783/2013, todos os subsídios, exceto a TSEE, eram arcados
pelos próprios consumidores das concessionárias, configurando-se como um subsídio
cruzado.
A partir de 2013, todos os consumidores do SIN passaram a contribuir com o rateio dos
subsídios tarifários por meio da CDE, independentemente do mercado subsidiado e da
área de concessão onde o consumidor está localizado.
A CDE foi instituída pela Lei n. 10.438/2002, e corresponde a um fundo setorial com o
objetivo de prover recursos para o custeio de diversas políticas públicas do SEB.
Conta de Desenvolvimento Energético (CDE)
A Conta passou por transformações, sendo utilizada, inclusive, como meio de garantir o
desconto de 20% nas tarifas no processo de revisão extraordinária de 2013 (MP 579).
As fontes de receita da CDE são:
• Quotas anuais CDE-USO*;
• Pagamentos pelo Uso do Bem Público (UBP);
• Multas aplicadas pela ANEEL;
• Recursos do Orçamento Geral da União (OGU);
• Recursos da RGR; e
• Quotas CDE-ENERGIA*.
Conta de Desenvolvimento Energético (CDE)
Quotas de CDE-USO:
Quotas anuais pagas pelas transmissoras e distribuidoras e devem corresponder à
diferença entre a estimativa de gastos totais do fundo e a arrecadação proporcionada pelas
demais fontes de recursos.
As fontes de recurso não são suficientes para fazer frente às obrigações da CDE.
Em 2019, o déficit está previsto em mais de R$ 16 bilhões.
Quotas CDE-ENERGIA:
Corresponde ao pagamento de despesas extraordinárias de energia das distribuidoras que
foram custeadas pela CDE no ano de 2013, e que incidem, desde 2015, apenas nas tarifas
de energia aplicadas aos consumidores cativos.
O pagamento das quotas CDE-ENERGIA encerrou-se em março de 2019.
Conta de Desenvolvimento Energético (CDE)
Agenda
Impactos dos Subsídios Tarifários
Principais Subsídios Tarifários
Subsídios Cruzados
Conta de Desenvolvimento Energético (CDE)
Benefícios Tarifários na Distribuição
Benefícios a Fontes Incentivadas
Conta de Consumo de Combustíveis Fósseis (CCC)
Discutindo a redução de Subsídios
Desde 2017, os benefícios na distribuição são o principal componente dos subsídios
tarifários.
Benefícios Tarifários na Distribuição
Em 2019, somados os da Baixa Renda, esses benefícios estão orçados em R$ 10,5
bilhões.
Benefícios Tarifários na Distribuição
Rural, Baixa Renda e Fontes Incentivadas respondem por quase 80% dos benefícios.
Benefícios Tarifários na Distribuição
0,5 0,5 0,6 0,7 0,7 0,8 0,8
1,82,3 2,1 2,2 2,1 2 2,3
1,71,9
2,7 2,6 2,5 2,93,4
0,6
0,7
0,9 1 1,8
32,2
0,02
0,4
0,50,6
0,6
0,5 0,6
0,1
0,1
0,20,2
0,2
0,3 0,3
0,4
0,5
0,5 0,6
0,8
0,8 0,9
0
2
4
6
8
10
12
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019
Irrigação e Aquicultura
Geração Fonte Incentivada
Distribuidora Suprida
Consumidor Fonte Incentivada
Rural
Baixa Renda
água-esgoto-saneamento
Em 2019, Rural, Baixa Renda e Fonte Incentivada somam R$ 8,2 bilhões.
Benefícios Tarifários na Distribuição
0,8
2,3
3,4
2,2
0,6
0,3
0,9água-esgoto-saneamento
Baixa Renda
Rural
Consumidor Fonte Incentivada
Distribuidora Suprida
Geração Fonte Incentivada
Irrigação e Aquicultura
Agenda
Impactos dos Subsídios Tarifários
Principais Subsídios Tarifários
Subsídios Cruzados
Conta de Desenvolvimento Energético (CDE)
Benefícios Tarifários na Distribuição
Benefícios a Fontes Incentivadas
Conta de Consumo de Combustíveis Fósseis (CCC)
Discutindo a redução de Subsídios
Parcela importante dos subsídios corresponde a descontos aos consumidores e geradores
de fontes incentivadas.
As normas brasileiras garantem a essas fontes descontos de até 100% nas TUSD ou
TUST.
No Ambiente de Contratação Livre (ACL), os Consumidores Especiais devem contratar,
exclusivamente, energia de fontes incentivadas.
Consumidores Especiais são os agentes que mais crescem em adesão na CCEE.
No atual quadro normativo, o crescimento da geração e consumo das fontes incentivadas
provoca a elevação dos subsídios tarifários.
Em 2019, os subsídios tarifários para fontes incentivadas estão previstos em mais de R$
3,5 bilhões (benefícios na distribuição + transmissão).
Benefícios a Fontes Incentivadas
Incentivos na Tarifa de Transporte (TUSD/TUST):
Benefícios a Fontes Incentivadas
A redução na tarifa fio é aplicado sobre a função de custo TUSD Transporte:
Benefícios a Fontes Incentivadas
Agenda
Impactos dos Subsídios Tarifários
Principais Subsídios Tarifários
Subsídios Cruzados
Conta de Desenvolvimento Energético (CDE)
Benefícios Tarifários na Distribuição
Benefícios a Fontes Incentivadas
Conta de Consumo de Combustíveis Fósseis (CCC)
Discutindo a redução de Subsídios
Até 2017, despesas com a CCC S-Isol respondiam pela principal parcela dos subsídios.
Conta de Consumo de Combustíveis Fósseis
O reembolso da CCC tem como base o custo total de geração, subtraído o custo médio da
energia no ACR (ACRmed), este cobrado nas tarifas dos consumidores dos sistemas
isolados.
Custo Total de Geração = Geração Própria + Contratação de Potência + Combustível
Conta de Consumo de Combustíveis Fósseis
Combustível mais
Despesas Acessórias;
5,22Contratação de Potência;
3,49
Geração Própria; 0,58
Total por Despesa em Bilhões (R$)
Em 2019, a Amazonas Energia será a maior beneficiária dos subsídios da CCC:
Conta de Consumo de Combustíveis Fósseis
AMAZONAS; 3,5BOA VISTA CAPITAL; 0,7
CERON; 0,6
CELPA; 0,3
ACRE; 0,2
PIEs; 0,2 AMAZONAS
BOA VISTA CAPITAL
CERON
CELPA
ACRE
PIEs
CEA
CELPE
BOA VISTA INTERIOR
ENERGISA MT
O aumento dos gastos da CCC em 2019 decorre de:
• Restrições na importação de energia da Venezuela;
• Maior geração de energia nos Sistemas Isolados de Roraima e Amazonas;
• Início de suprimento da UTE Mauá 3 (GN) cujo custo de transporte e margem de
distribuição de gás natural serão arcados pela CCC;
• Aumento de custos com sub-rogação da CCC;
• Privatização da Amazonas Distribuidora de Energia; e
• Efeitos da MPs 855 e 856/2018, que suspenderam a aplicação de critérios de
eficiência econômica e energética nos reembolsos da CCC para a Amazonas
Distribuidora.
Conta de Consumo de Combustíveis Fósseis
Agenda
Impactos dos Subsídios Tarifários
Principais Subsídios Tarifários
Subsídios Cruzados
Conta de Desenvolvimento Energético (CDE)
Benefícios Tarifários na Distribuição
Benefícios a Fontes Incentivadas
Conta de Consumo de Combustíveis Fósseis (CCC)
Discutindo a redução de Subsídios
Em 2016, o MME criou Grupo de Trabalho (GT) com objetivo de elaborar um plano de
redução estrutural das despesas da CDE, contendo, no mínimo:
I - proposta de rito orçamentário anual;
II - limite de despesas anuais;
III - critérios para priorização e redução das despesas; e
IV - instrumentos aplicáveis para que as despesas não superem o limite de cada
exercício.
As propostas do MME foram disponibilizadas na Consulta Pública n. 45/2018, tendo
resultado na publicação do “Relatório Final de Redução Estrutural das Despesas da CDE”.
Discutindo a redução de subsídios
Em síntese, as propostas consistem em:
• Transferência dos subsídios não vinculados à qualidade e universalização do serviço
(Rural, Irrigação e Serviço Público de Água, Esgoto e Saneamento) para o OGU;
• Extinção gradual desses benefícios no atual formato, no período de 5 anos;
• Fixação em Lei de um teto de gastos da CDE com subsídios;
• Extinção dos subsídios de fontes incentivadas para as próximas outorgas e extinção dos
descontos concedidos aos consumidores, respeitados os contratos vigentes; e
• Alteração de critérios para concessão e a criação de contrapartidas para políticas
públicas vinculadas à qualidade e universalização do serviço (TSEE e CCC), com vistas
a reduzir o impacto tarifário.
As medidas propostas são importantes mas dependem de Lei para implementação.
Discutindo a redução de subsídios
Subsidiariamente, a ANEEL tem discutido medidas infralegais voltadas à racionalização dos
subsídios tarifários, como:
• Revisão da norma que estabelece a aplicação do desconto sobre as tarifas de transporte
(TUST/TUSD) para os novos empreendimentos de geração incentivados;
• Revisão da REN 414/2010, de modo a estabelecer:
obrigatoriedade da distribuidora promover a revisão cadastral de, no mínimo, um terço
das unidades consumidoras que recebem benefícios em 2019, um terço em 2020 e o
restante em 2021;
que o consumidor beneficiário do desconto concedido à atividade de irrigação em
horário especial comprove a existência do licenciamento ambiental e da outorga do
direito de uso dos recursos hídricos.
Discutindo a redução de subsídios
A redução dos subsídios passa por correção de incentivos que não tem se mostrado
adequados e podem ser reduzidos a partir de um conjunto de medidas, tais como:
• Interligação dos Sistemas Isolados ao SIN
• Correção de distorções da estrutura tarifária
• Correção de incentivos da Geração Distribuída
• Redução gradual dos descontos na TUSD/TUST
• Utilização de recursos de desestatizações do setor para abatimento de quotas de
CDE-USO (transição)
Discutindo a redução de subsídios