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Onacirema – adaptado de RITOS CORPORAIS ENTRE OS NACIREMA (Horace Miner) Adaptado por Cristiano Bodart [torna-se necessário ler todo o texto para compreender o objetivo do mesmo] Nós "civilizados" possuímos a tendência de julgar o diferente como inferior, talvez por não querermos entendê-lo. Existem no planeta vários povos e etnias estranhas. Uma delas é o "onacirema". Como esses são esquisitos! Realizam rituais religiosos estranhos; diariamente praticam rituais de tortura; lutam constantemente entre si e às vezes tiram a vida de seus adversários. Veja como essa tribo é estranha. O "onacirema", ao acordar, inicia seu ritual de purificação: esfrega um objeto sobre a boca, chegando na maioria das vezes a sangrar e logo após utiliza um objeto cortante bem afiado (quanto mais afiado melhor) e passa pelo seu rosto por minutos (os menos hábeis têm seu rosto e pescoço todo cortado). Feito esse ritual, acha-se pronto para enfrentar o dia. Nessa tribo, existe uma divisão de tarefas: quanto mais peso se pega no exercício da tarefa, menor será sua recompensa, ou seja, quem trabalha menos, ganha mais. A "anacirema" (assim é chamada a fêmea) realiza ritual para a conquista do macho. Prática sacrifícios humanos, não de morte, mas de uma espécie de tortura. Se abstém de certos alimentos consumidos pela tribo, chegando a ficar bem a baixo do peso normal; as suas estruturas ósseas tornam-se visíveis. As que chegam a esse estado, ou pelo menos próximo dele, são admiradas. Já aquelas que não se torturam acabam sendo rejeitadas pelos homens da tribo. Nessa tribo, a fêmea pinta sua face com tintas de cores fortes e com um objeto perfurante, atravessa seu corpo em vários locais (nariz, seios, sobrancelhas, orelhas, umbigo, lábios, órgão sexual...) onde pendura objetos, que segundo ela, atraem os machos. Já o "onaciremo" para atrair a fêmea, realiza três vezes na semana um ritual onde esse tortura seu próprio corpo, levantando objetos pesados por várias vezes durante, pelo menos, uma hora, chegando a derramar litros de suor. Quanto maior o sacrifício, melhor. Em seu ritual religioso demonstram uma estranheza incrível: adoram seu deus com rituais exaustivos, chegam a andar quilômetros de joelhos carregando um peso sobre o corpo, assim acreditando eles, que terão respostas dos céus. Nas noites de sábado, depois de todos os rituais, chega a hora de espantar de suas mentes algo parecido como um espirito ruim, adquirido nas suas tarefas diárias. Reúnem-se e ao som de uma música bem alta, começam a realizar uma espécie de dança de purificação da mente, onde acreditam que estarão libertos de um tipo de espirito. Como essa tribo é esquisita! O "onacirema" é ou não diferente? A propósito, o nome dessa tribo foi digitado de trás para frente, mas isso não muda em nada, seja "onacirema" ou americano, são todos esquisitos. Fonte: http://www.cafecomsociologia.com/2013/06/onacirema-adaptado-de-ritos- corporais.html - acesso em 14/02/2015. Carta de um antropólogo perdido Por Roniel Sampaio Silva

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Onacirema – adaptado de RITOS CORPORAIS ENTRE OS NACIREMA (Horace Miner)Adaptado por Cristiano Bodart[torna-se necessário ler todo o texto para compreender o objetivo do mesmo]

Nós "civilizados" possuímos a tendência de julgar o diferente como inferior, talvez por não querermos entendê-lo.

Existem no planeta vários povos e etnias estranhas. Uma delas é o "onacirema". Como esses são esquisitos! Realizam rituais religiosos estranhos; diariamente praticam rituais de tortura; lutam constantemente entre si e às vezes tiram a vida de seus adversários.

Veja como essa tribo é estranha. O "onacirema", ao acordar, inicia seu ritual de purificação: esfrega um objeto

sobre a boca, chegando na maioria das vezes a sangrar e logo após utiliza um objeto cortante bem afiado (quanto mais afiado melhor) e passa pelo seu rosto por minutos (os menos hábeis têm seu rosto e pescoço todo cortado). Feito esse ritual, acha-se pronto para enfrentar o dia. Nessa tribo, existe uma divisão de tarefas: quanto mais peso se pega no exercício da tarefa, menor será sua recompensa, ou seja, quem trabalha menos, ganha mais.

A "anacirema" (assim é chamada a fêmea) realiza ritual para a conquista do macho. Prática sacrifícios humanos, não de morte, mas de uma espécie de tortura. Se abstém de certos alimentos consumidos pela tribo, chegando a ficar bem a baixo do peso normal; as suasestruturas ósseas tornam-se visíveis. As que chegam a esse estado, ou pelo menos próximo dele, são admiradas. Já aquelas que não se torturam acabam sendo rejeitadas pelos homens da tribo.

Nessa tribo, a fêmea pinta sua face com tintas de cores fortes e com um objeto perfurante, atravessa seu corpo em vários locais (nariz, seios, sobrancelhas, orelhas, umbigo, lábios, órgão sexual...) onde pendura objetos, que segundo ela, atraem os machos. Já o "onaciremo" para atrair a fêmea, realiza três vezes na semana um ritual onde esse tortura seu próprio corpo, levantando objetos pesados por várias vezes durante, pelo menos, uma hora, chegando a derramar litros de suor. Quanto maior o sacrifício, melhor.

Em seu ritual religioso demonstram uma estranheza incrível: adoram seu deus com rituais exaustivos, chegam a andar quilômetros de joelhos carregando um peso sobre o corpo, assim acreditando eles, que terão respostas dos céus.

Nas noites de sábado, depois de todos os rituais, chega a hora de espantar de suas mentes algo parecido como um espirito ruim, adquirido nas suas tarefas diárias. Reúnem-se e ao som de uma música bem alta, começam a realizar uma espécie de dança de purificação da mente, onde acreditam que estarão libertos de um tipo de espirito.

Como essa tribo é esquisita! O "onacirema" é ou não diferente? A propósito, o nome dessa tribo foi digitado de trás para frente, mas isso não muda em nada, seja "onacirema" ou americano, são todos esquisitos.

Fonte: http://www.cafecomsociologia.com/2013/06/onacirema-adaptado-de-ritos-corporais.html - acesso em 14/02/2015.

Carta de um antropólogo perdidoPor Roniel Sampaio Silva

Acordei, hoje, na manhã e me deparei com uma das experiências mais marcantes que um homem de 40 anos pode ter. Saí de minha terra natal rumo a uma cultura totalmente desconhecida, estava envolto por um ambiente inóspito e hostil. O lugar era envolto por uma bruma espessa a qual me entorpecia e me embaçava a visão. Subitamente um nativo me barrou, perguntando-me algo sobre uma contagem, ele olhava para o pulso, ao passo que me indagava sobre perguntas as quais não sabia responder.

Outros nativos pareciam estar à procura de algo. Eles se deslocavam em multidões para salas movediças onde havia ilustrações de pessoas trajadas de alegrias, algumas delas quase sem roupa. Muitos destes desenhos eram acompanhados de símbolos que eu não conseguia

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compreender. Andando por estes estranhos me indaguei: Quem são estas pessoas? Muito assustado, resolvi explorar mais o local para descobrir mais sobre sua cultura.

Rumei em direção à multidão, perdido entre eles. Observei que as vestimentas eram das mais variadas e algumas não condiziam com as condições climáticas. Percebi que este povo aparentava ser muito supersticioso, uma vez que, eles carregavam consigo um amuleto o qual observavam compulsoriamente; pareciam querer receber auspícios de oráculos... Algumas pessoas utilizavam uma espécie de concha sobre os olhos a fim, possivelmente, de destacar-se sobre as demais.

Havia templos espalhados por toda aldeia. Alguns símbolos eram enfatizados não apenas nos templos, e sua repetição nestes lugares indicava que o local era uma espécie de santuário. As pessoas se dirigiam a estes locais e reverenciava os tais símbolos. No ensejo entregava oferendas para sacerdotes uniformizados para receberem graças na forma de escambo. Antes disso acontecer, havia um momento de reverências às estátuas em redomas de vidro, as quais as os nativos sempre interessavam em se parecer num gesto de devoção. Algumas destas pessoas carregavam consigo artefatos que lembravam folhas e lascas e utilizavam destes estranhos materiais como tributo às diversas divindades cultuadas nestes templos.

As mulheres caminhavam livremente entre os homens sem que suas famílias pudessem orientá-las. Elas, ao invés de cuidar da prole, seguiam sem destino junto à multidão desregrada e desorientada.  Por esta razão, em muitos casos, cabia as crianças serem educadas por amuletos com imagens de estranhos. Como as pessoas poderiam confiar seus filhos a estranhos? As crianças eram deixadas a mercê de manifestações espirituais caóticas e não havia sequer um pajé para protegê-las.

Como se não bastasse, os idosos eram tratados com desdém e sua sabedoria parecia não ser atrativa o suficiente para competir os tais amuletos, dos mais variados tamanhos e cores. Em contrastes com as cores vivas desses, as florestas pareciam mortas e desgastadas; os rios pareciam emanar uma atmosfera de agonia. Não sei como eles poderiam caçar e pescar num ambiente como aquele. Como as pessoas se alimentavam? É um absurdo imaginar que as pessoas não se sentissem pertencentes ao próprio local em que moravam.

Por fim, cheguei a uma conclusão: esta sociedade está fadada à ruína. Eu, representante real do povo Thearpam estou convencido de que aqui em São Paulo há poucos dos ideais que conhecemos como civilizatórios. Preciso sair urgentemente daqui, alguém pode ajudar?

Questões pare reflexões:Como é possível refletir sobre a noção de estranhamento a partir do texto?Em que trecho fica claro a ideia de etnocentrismo?Como o texto pode nos ajudar a refletir sobre relativismo cultural?Como provalemente era vista a mulher na cultura Thearpam e como esta visão pode ser contrastada com a nossa sociedade?A partir do texto, tente estabelecer como as diferentes culturas conceituariam civilização e progresso.

Fonte: http://www.cafecomsociologia.com/2013/03/carta-de-um-antropologo-perdido.html - acesso em 14/02/2015.