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Notas sobre a Avaliação do BCH As notas a seguir (primeira versão) são o resultado de uma discussão realizada na última reunião da Coordenação do BCH de 2012. Elas deverão ser retomadas e reapresentadas de maneira mais sistemática como um documento que sirva de referência à formatação dos instrumentos de pesquisa a serem aplicados no decorrer do primeiro semestre de 2013, conforme calendário discutido e aprovado nas instâncias do curso. 1. Antecedentes e Justificativa Em plenária envolvendo os docentes do curso, realizada em 2010, foi acordado que possíveis ajustes estruturais em seu projeto pedagógico seriam realizados somente após o fim do seu primeiro ciclo avaliativo, que se dá aproximadamente após três anos do início da primeira turma, ou seja, em meados de 2013. A principal razão para não executar estas possíveis alterações no começo do BC&H é a experiência anterior do BC&T , que teve três matrizes curriculares diferentes em seus primeiros anos de funcionamento, o que ocasionou problemas de convalidação de disciplinas, contabilização de créditos, etc. E além disso, a preocupação em gerar uma base de informações mais consistente capaz de embasar os eventuais ajustes no projeto pedagógico. 2. Objetivos e metas O objetivo geral é realizar uma avaliação consistente e ampla, que envolva seis segmentos: alunos, professores, técnicos que atuam no apoio ao curso, coordenadores de disciplina, coordenadores dos cursos pós-BCH, membros externos ao curso (de dentro e de fora da UFABC). Pretende-se que a avaliação gere um conjunto de informações e análises que seja capaz de subsidiar eventuais ajustes no projeto pedagógico. A meta é ter um documento consolidando a avaliação e eventuais sugestões de ajustes no projeto pedagógico até a metade de 2013. Caso as sugestões derivadas deste documento necessitem maior

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Notas sobre a Avaliação do BCHAs notas a seguir (primeira versão) são o resultado de uma discussão realizada na última reunião da Coordenação do BCH de 2012. Elas deverão ser retomadas e reapresentadas de maneira mais sistemática como um documento que sirva de referência à formatação dos instrumentos de pesquisa a serem aplicados no decorrer do primeiro semestre de 2013, conforme calendário discutido e aprovado nas instâncias do curso.

1. Antecedentes e Justificativa

Em plenária envolvendo os docentes do curso, realizada em 2010, foi acordado que possíveis ajustes estruturais em seu projeto pedagógico seriam realizados somente após o fim do seu primeiro ciclo avaliativo, que se dá aproximadamente após três anos do início da primeira turma, ou seja, em meados de 2013. A principal razão para não executar estas possíveis alterações no começo do BC&H é a experiência anterior do BC&T , que teve três matrizes curriculares diferentes em seus primeiros anos de funcionamento, o que ocasionou problemas de convalidação de disciplinas, contabilização de créditos, etc. E além disso, a preocupação em gerar uma base de informações mais consistente capaz de embasar os eventuais ajustes no projeto pedagógico.

2. Objetivos e metas

O objetivo geral é realizar uma avaliação consistente e ampla, que envolva seis segmentos: alunos, professores, técnicos que atuam no apoio ao curso, coordenadores de disciplina, coordenadores dos cursos pós-BCH, membros externos ao curso (de dentro e de fora da UFABC). Pretende-se que a avaliação gere um conjunto de informações e análises que seja capaz de subsidiar eventuais ajustes no projeto pedagógico.

A meta é ter um documento consolidando a avaliação e eventuais sugestões de ajustes no projeto pedagógico até a metade de 2013. Caso as sugestões derivadas deste documento necessitem maior debate, o processo de deliberação em torno das mudanças sugeridas pode avançar pelos meses seguintes. A partir de então, o documento será encaminhado para a apreciação dos órgãos superiores da Universidade: CG e ConsEPE.

3. Duas tensões a serem melhor compreendidas

Um curso de graduação é uma dimensão específica do campo científico. Como tal, ele precisa ser entendido de maneira a evitar dois extremos: uma visão supersocializante do mundo acadêmico, segundo a qual ele é mera expressão de demandas e interesses sociais; e uma visão subsocializante, segundo a qual contam apenas os aspectos internos, formais e técnicos em sua estruturação. Entre os dois extremos, pode-se considerar que um curso de graduação é o resultado do entrelaçamento destes dois domínios: há nele reflexos de sua posição e de sua inserção no mundo social (as regras gerais que regulam o funcionamento dos cursos de graduação, as expectativas e perspectivas de mercado de trabalho, a posição social da profissão cuja formação é oferecida pelo curso, etc), e há elementos típicos da instituição em

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que um curso é gestado e funciona (tradições da instituição, suas regras e normas internas, estrutura curricular, as opiniões, desejos e interesses de seus agentes, etc). No que diz respeito à Avaliação do BCH, trata-se de formatar questões e instrumentos que explorem justamente como se estrutura esta primeira tensão entre autonomia e heteronomia do curso, espaço no qual se dá a margem de liberdade aos agentes que fazem o seu cotidiano e no qual se dá a efetiva formação dos alunos e a produção acadêmica de seus docentes.

Especificamente no caso do BCH há uma segunda tensão que merece ser explorada, e que diz respeito aos limites e êxitos da tentativa de se oferecer uma formação interdisciplinar, apesar de toda a inércia disciplinar que rege desde a formação dos docentes até o funcionamento das demais esferas do mundo científico (os comitês da Capes, os encontros científicos, etc). Esta segunda tensão se expressa, por exemplo, na forma de abordar conteúdos e conceitos que são tradicionalmente afiliados a determinadas disciplinas, e a busca por oferecer ao aluno uma formação capaz de ultrapassar estas mesmas fronteiras. Se expressa ainda na disposição das disciplinas que compõem a matriz curricular, na parte que cabe a cada domínio do conhecimento nas ciências humanas nesta matriz. E, finalmente, se expressa também no equilíbrio delicado entre o que se espera da formação construída no currículo do BCH e sua intersecção com a formação construída nos cursos específicos pós-BCH.

4. As dimensões a serem cobertas pela avaliação

Há quatro domínios que precisariam ser avaliados: o perfil do egresso, os aspectos estruturais da universidade, os aspectos específicos do projeto pedagógico do BCH, e aspectos de suporte ao funcionamento do curso.

O perfil do egresso não será objeto central desta avaliação porque ainda não há uma turma de alunos formados. O intuito desta avaliação será, além de sugerir ajustes imediatos no projeto pedagógico, construir uma base de informações que sirva de base para atualizações posteriores. Nesse sentido, após se ter uma primeira turma de egressos esta base de dados poderá ser útil para se confrontar com as informações relativas ao perfil destes alunos que estarão concluindo o curso e em como o projeto pedagógico afetou sua formação. As questões relativas ao perfil do egresso serão abordadas de duas maneiras: a) verificando-se em que medida, na avaliação dos agentes a serem entrevistados, o desenvolvimento do curso vem contribuindo para o perfil desejado; e b) verificando-se junto a pessoas de fora do curso qual é a aderência deste perfil de egresso às demandas sociais por este tipo de profissional.

Os aspectos estruturais da universidade envolvem o regime quadrimestral, o formato de bacharelado interdisciplinar, entre outros. Estes aspectos não poderão ser modificados como resultado direto da avaliação do BCH. Mas o processo de avaliação pode colher informações a respeito deles e estas informações poderão ser endereçadas às instâncias superiores da universidade para um debate mais amplo.

Os aspectos específicos do projeto pedagógico do BCH envolvem os eixos de conhecimento em Ciências e Humanidades que serviram de base à organização das disciplinas, as disciplinas em si (quais são, suas ementas, sua disposição na matriz curricular), a implantação das disciplinas (o cumprimento das ementas e sua contribuição à formação, a bibliografia utilizada, as metodologias, o desempenho dos docentes e discentes na realização das disciplinas), os

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componentes não disciplinares do projeto pedagógico (estágio não obrigatório, iniciação científica, e outros). Aqui o intuito principal é colher informações dos agentes a serem entrevistados sobre: a) a adequação destes elementos tal como estão dispostos no Projeto Pedagógico do curso; e b) o desenvolvimento curricular efetivo (se os dispositivos do Projeto Pedagógico vêm sendo implementados a contento e que avaliação se faz disso).

Os aspectos de suporte ao funcionamento do curso envolvem a biblioteca, oportunidades de envolvimento em grupos de pesquisa, a assistência aos estudantes, a estrutura administrativa, o corpo docente, entre outros. Espera-se avaliar em que medida estes aspectos tem contribuído para a vida acadêmica e quais as dificuldades experimentadas.

5. Procedimentos metodológicos, passos e etapas

O primeiro passo desta avaliação se baseia no levantamento e análise comparada de outros instrumentos de avaliação já implantados em outras universidades, o que servirá com subsídio para a elaboração dos instrumentos a serem aplicados junto aos grupos de entrevistados da UFABC e externos.

O segundo passo envolve a preparação dos instrumentos específicos para cada um destes grupos. No caso dos grupos mais numerosos os instrumentos serão compostos por uma parte expressiva de questões fechadas, seguidas de algumas questões abertas. E no caso dos grupos menos numerosos esta proporção se inverte.

O terceiro passo, como não poderia deixar de ser, envolve a aplicação dos instrumentos, nessa ordem: a) simultaneamente serão aplicados os instrumentos junto ao corpo discente, ao corpo docente, aos funcionários; b) posteriormente serão aplicados os instrumentos junto aos coordenadores (de disciplina e de curso) e junto aos membros externos ao BCH (de dentro e de fora da UFABC). Para as entrevistas junto aos coordenadores pretende-se ter já uma prévia dos resultados obtidos com os grupos mencionados no item “a”, de forma a fazer deste panorama um ponto de reflexão pelos coordenadores.

O resultado agregado será objeto de uma sistematização única, endereçada aos órgãos colegiados do BCH.

A descrição das etapas passo a passo é a seguinte:

1.1. Apresentação do cronograma para a coordenação: o cronograma será discutido com a coordenação para possíveis ajustes;

1.2. Apresentação do cronograma para a plenária : o cronograma, já revisado pela coordenação, será debatido com a plenária;

1.3. 1ª discussão no âmbito dos pós-bch : uma vez que eventuais mudanças na matriz curricular do BC&H afetam diretamente os projetos pedagógicos

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dos cursos específicos a ele atrelados, será feito um primeiro momento de discussão do cronograma nas instâncias representativas destes cursos;

1.4. Pesquisa de instrumentos de avaliação específicos para discentes, docentes, coordenadores de disciplina e coordenadores de curso: os funcionários da coordenação do BC&H com o apoio da DAE farão um levantamento das ferramentas de avaliação já aplicadas internamente e por outras universidades, considerando as especificidades dos cinco segmentos em questão e do próprio projeto pedagógico do curso;

1.5. Aplicação dos instrumentos junto aos discentes, docentes e técnicos : nesta etapa serão aplicados instrumentos junto aos alunos;

1.6. Aplicação dos instrumentos junto aos demais segmentos : esta etapa será feita junto aos coordenadores de disciplina, coordenadores de curso e membros externos ao BCH;

1.7. Sistematização das informações coletadas nos instrumentos : será realizada pela equipe do BC&H;

1.8. Apresentação e discussão dos resultados com a coordenação : após a sistematização, serão debatidos os resultados da avaliação, preferencialmente em reunião extraordinária da coordenação com pauta única sobre o tema. A discussão será formalizada em documento a ser enviado para a plenária;

1.9. Apresentação e discussão dos resultados com a plenária : o documento consolidado pela coordenação será discutido no âmbito de uma plenária, preferencialmente extraordinária com pauta única. Além do debate na reunião, a plenária terá um prazo para analisar a proposta da coordenação;

1.10. Avaliação e eventuais proposições pela plenária : decorrido o prazo para a plenária analisar e eventualmente fazer ajustes no documento da coordenação, o colegiado se reunirá para consolidar a sua proposta;

1.11. Sistematização da proposta da plenária : prazo para que o apoio administrativo da coordenação do BC&H organize e sistematize o documento da plenária;

1.12. Entrevistas com representantes dos 5 segmentos e informantes-chave para validar proposições: alunos, professores, técnicos, coordenadores de

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disciplina e coordenadores de curso serão entrevistados para aprofundar o diagnóstico a partir da primeira leitura feita pela plenária; estas entrevistas devem envolver também agentes que possam informar uma visão do mercado de trabalho a respeito do que se espera dos egressos do curso e agentes da própria universidade;

1.13. Sistematização das entrevistas : realizado pelo apoio administrativo da coordenação do BC&H;

1.14. 2ª discussão no âmbito das coordenações pós-bch : após as entrevistas junto aos informantes chave dos segmentos e externos ao BCH a proposta deve ser encaminhada aos coordenadores pós-bch que avaliarão os seus efeitos sobre os seus cursos e poderão, eventualmente, sugerir ajustes;

1.15. Sistematização das propostas dos cursos pós-bch e formalização da proposta de ajuste: realizado pelo apoio administrativo da coordenação do BC&H e pelos coordenadores pós-bch;

1.16. Apresentação da proposta final para a plenária (expediente) : neste momento será apenas debatida a proposta final. Preferencialmente será agendada uma reunião extraordinária do colegiado para essa reunião;

1.17. Apreciação da proposta final de ajuste pela plenária (votação) : o colegiado decidirá ou não pela aprovação ou não da proposta de ajuste. Em caso de não aprovação será pactuado o processo de continuidade das discussões. Caso haja alterações no PPP, este será encaminhado às instâncias superiores para apreciação: CG e ConsEPE.

6. Cronograma síntese

Janeiro: definição dos parâmetros gerais da avaliação e pesquisa dos instrumentos já aplicados em outras instituições

Fevereiro: preparação dos instrumentos

Março: aplicação dos instrumentos e sistematização dos resultados

Abril: conclusão das entrevistas, sistematização final e primeiros debates dos resultados

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Maio: conclusão da avaliação e debate sobre as implicações e desdobramentos em ajustes no Projeto Pedagógico do BCH