ecoliques.files.wordpress.com€¦  · web viewcomparação das folhas in vitro com as originadas...

44
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ SETOR DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS * DEPARTAMENTO DE SOLOS E ENGENHARIA RURAL * Curso de Pós-Graduação - Mestrado Disciplina de “Ciclagem de Nutrientes em Ecossistemas Florestais” INCORPORAÇÃO E EXPORTAÇÃO DE BIOMASSA E DE NUTRIENTES PELA ERVA-MATE Ilex paraguariensis St. Hil. Engenheiro Agrônomo Jorge Zbigniew Mazuchowski Curitiba – Paraná

Upload: vuonghuong

Post on 06-May-2018

219 views

Category:

Documents


2 download

TRANSCRIPT

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

SETOR DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

* DEPARTAMENTO DE SOLOS E ENGENHARIA RURAL *

Curso de Pós-Graduação - Mestrado

Disciplina de “Ciclagem de Nutrientes em Ecossistemas Florestais”

INCORPORAÇÃO E EXPORTAÇÃO DE BIOMASSA E DE

NUTRIENTES PELA ERVA-MATE Ilex paraguariensis St. Hil.

Engenheiro Agrônomo Jorge Zbigniew Mazuchowski

Curitiba – ParanáJunho de 2.001

INCORPORAÇÃO E EXPORTAÇÃO DE BIOMASSA E DE

NUTRIENTES PELA ERVA-MATE Ilex paraguariensis St. Hil.

Engenheiro Agrônomo Jorge Zbigniew Mazuchowski

1. INTRODUÇÃO

A erva-mate Ilex paraguariensis St. Hill. é uma espécie arbórea da família Aquifoliaceae, assim classificada pelo naturalista francês August de Saint Hillaire, em 1882, no Museu de História Natural de Paris, baseado em amostras coletadas na região de Curitiba.

Trata-se de espécie florestal nativa da América do Sul, tendo marcante importância na economia e vida sócio-cultural da Região Sul do Brasil e dos países limítrofes, como Argentina, Paraguai e Uruguai. Decorrente da colheita da erva-mate ocorreu o desenvolvimento regional, sendo baseado na remoção de ramos e folhas para a elaboração da erva cancheada e dos produtos decorrentes do beneficiamento agroindustrial (chimarrão, tereré, chá mate queimado, chá mate verde).

Através da Resolução Régia de 1722, o Ouvidor da Capitania de São Paulo foi autorizado a permitir que as populações das vilas do sul do Brasil pudessem negociar livremente a erva-mate com Uruguai e Argentina. A emancipação política do território do Paraná da Província de São Paulo, ocorrida em 1853, deve-se à prosperidade do ciclo econômico da erva-mate, frente a instalação de inúmeras cidades e incremento comercial.

2. HÁBITO VEGETAL

2.1. Caracterização da Espécie

A erva-mate é uma espécie umbrófila e seletiva higrófila, crescendo preferentemente em associações mais evoluídas dos pinheirais de Araucária angustifólia, acompanhada de espécies como imbuia Ocotea porosa, pau-marfim Cedrela fissilis, pinho bravo Podocarpus sp., canjarana Cabralea canjerana, além de Mirtáceas, Leguminosas diversas e Lauráceas (REITZ & EDWIN, 1967; OLIVEIRA & ROTTA, 1985; MAZUCHOWSKI, 1991; VALDUGA, 1995; FOSSATI, 1997).

Em estudo desenvolvido por REISSMANN (1991) sobre a variação estacional dos micronutrientes e de alumínio nas folhas de erva-mate, aliado à sua ampla distribuição em solos ácidos, suspeita que a mesma possa pertencer ao grupo de plantas calcífugas.

A espécie caracteriza-se por constituir–se de arvoreta a árvore perenifólia. Sua altura é variável de 3 a 5 metros, porém em condições de floresta pode atingir até 25 metros de altura e diâmetro de 70 centímetros. O tronco é cilíndrico, reto ou pouco tortuoso. O fuste geralmente é curto, podendo atingir 11 metros em condições de floresta. É racemosa, quase horizontal; possui copa baixa, densifoliada, com folhagem verde-escura muito característica. As folhas são simples, alternas, geralmente estipuladas, subcoriáceas até coriáceas. As flores

1

são brancas, pequenas, em inflorescências de pequenos fascículos com até 5 flores, sobre ramos velhos na axila foliar. O fruto é uma drupa globosa de 4 a 6 milímetros de diâmetro, tetralocular, de superfície lisa, de cor violácea a quase preta quando madura, com 4 sementes e polpa mucilaginosa (REITZ & EDWIN, 1967; MACEDO & CHIEA, 1986; MAZUCHOWSKI, 1991; GIBERTI, 1995; VALDUGA, 1995).

As melhores condições de desenvolvimento, longevidade e produtividade da erva-mate estão intimamente ligadas à fertilidade do solo e manejo adequado das árvores. No aspecto de longevidade da erva-mate, as avaliações são empíricas embora apresentem plantas em condições de desenvolvimento centenário (CORRÊA, 1969).

2.2. Distribuição Geográfica

A área de dispersão natural da erva-mate Ilex paraguariensis St. Hil. abrange aproximadamente 540.000 km2, compreendendo territórios do Brasil, Argentina e Paraguai, situados entre as latitudes de 21º e 30º sul e as longitudes de 48º30’ e 56º10’ oeste, com altitudes variáveis entre 500 e 1.500 metros. A espécie pode ocorrer, não obstante, em pontos isolados, fora desses limites. Só no Brasil estão situados 450.000 km2 do total da área (FIGURA 1).

Ocorre também em regiões subtropicais e temperadas da América do Sul. No Brasil, sua área de dispersão inclui a região centro-norte do Estado do Rio Grande do Sul, quase todo o Estado de Santa Catarina, regiões centro-sul e sudoeste do Estado do Paraná, sul do Estado do Mato Grosso do Sul e áreas restritas nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais (REITZ & EDWIN, 1967; CORRÊA, 1969; OLIVEIRA & ROTTA, 1985; SANTOS, 1985; MAZUCHOWSKI, 1991; VALDUGA, 1995; FOSSATI, 1997).

FIGURA 1 – Área de distribuição natural de erva-mate Ilex paraguariensis St. Hil.. FONTE: OLIVEIRA & ROTTA, 1985.

2

2.3. Solos para Erva-Mate

Segundo FERREIRA FILHO (1957), a presença de erva-mate é mais frequente em solos com baixo teor de nutrientes trocáveis e alumínio, sendo por isso considerada como planta tolerante a solos de baixa fertilidade natural. O autor também afirma que a textura dos solos na região de ocorrência natural é variável, preferindo os solos que mostram equilíbrio na presença de argila, silte e areia.

A erva-mate é uma planta rústica, essencialmente de solos areno-argilosos, ricos em fósforo, potássio e ferro, sempre que as águas não se retenham e o subsolo seja permeável (FERREIRA, 1979; IBDF, 1980; BOHNEN et al., 1982).

De acordo com OLIVEIRA & ROTTA (1985), é mais freqüente em solos de texturas médias entre 15 e 35% de argila e textura argilosa acima de 35%. Prefere solos medianamente profundos a profundos, não ocorrendo ou com ocorrência esparsa em solos rasos. Com relação à umidade do solo, a erva-mate vegeta preferencialmente em solos com unidade mais permeável (características dos solos de regiões em que o clima atuante é do tipo Cfb).

2.4. Usos da Erva-Mate

Desde o início das colonizações espanhola e portuguesa na América do Sul são referidos os usos da erva-mate pelos indígenas, conforme comprovações efetuadas em túmulos pré-colombianos dos incas, na região de Ancon, próximo da cidade de Lima, no Peru. Por outro lado, tribos dos territórios do Peru, Chile e Bolívia obtinham a erva-mate por permuta, transportando as folhas por milhares de quilômetros, desde as barrancas do rio Paraná. Para os índios, a bebida dava resistência às jornadas de trabalho, reduzindo a fome e a sede (MAZUCHOWSKI et al., 1996; ANDRADE, 1999).

Os jesuítas foram os primeiros a orientar os índios a realizar plantios de erva-mate, sendo então os precursores do cultivo sistemático, da colheita de sementes, produção de mudas e condução das erveiras. Também foram os responsáveis pela maior contribuição à expansão da bebida, a partir de 1610, explorando o comércio pela exportação do produto e melhorando seu preparo e difusão entre os europeus (PAULA, 1992; VALDUGA, 1995; MAZUCHOWSKI et al., 1996; ANDRADE, 1999).

A indústria ervateira entre 1873 a 1890 absorveu todas as atividades paranaenses, monopolizando capital e trabalho, tornando a erva-mate o principal produto de exportação da Província do Estado. A influência da indústria ervateira foi tão acentuada que o Paraná deve à prosperidade deste ciclo econômico a sua emancipação política, em 19 de dezembro de 1853. Antes desta data, o Paraná era a 5ª Comarca de São Paulo. Até o início da 1ª Guerra Mundial, a erva-mate era considerada o esteio econômico do Paraná, quando a madeira começou a conquistar a condição de principal produto (MAZUCHOWSKI e RUCKER, 1993).

A localização da zona produtora ervateira possui certa similaridade nas tendências climáticas que interferem nos índices de produção e produtividade e no “blend” do produto erva-mate, mais ou menos amargo, principalmente nos ervais cultivados. As melhores condições de desenvolvimento, longevidade e produtividade da erva-mate estão intimamente ligadas à fertilidade do solo e exploração racional das erveiras. No sul do Brasil, a grande parte da matéria-prima provém de ervais nativos; especificamente no Paraná, cerca de 91,2%

3

são oriundos de ervais nativos e/ou sombreados, o que corresponde a aproximadamente 258.000 hectares (ANDRADE,1999).

A principal forma de utilização da erva-mate é na forma de infusão (chimarrão, tereré e chá-mate). Para tanto, emprega-se as folhas e os ramos, na forma moída ou inteira, obtidos por tecnologia apropriada, sem mistura de outras plantas e/ou aditivos de qualquer tipo ou forma. Quanto a forma de apresentação e tecnologia de obtenção é classificada em bruta verde, cancheada e beneficiada (neste caso como chimarrão, tereré, chá-mate tostado e chá-mate verde), com o mínimo de 70% de folhas em sua composição.

A necessidade da conquista de novos mercados e as exigências crescentes provocadas por estes, é sempre acompanhada da geração de novos produtos. Os produtos naturais originários da erva-mate tendem a obter importância sócio-econômica cada vez maior, uma vez que a aceitação de seus subprodutos tende a ser maior e melhor no mercado, em função da busca constante por melhor qualidade de vida por parte de todos (BALCEWICZ, 1997).

O desenvolvimento de novos produtos da erva-mate visa a valorização dessa cultura, ampliando o seu mercado e diversificando os produtos oferecidos, por meio da busca de alternativas de utilização (BUGARDT, 2000).

Dentre os produtos obtidos da planta de erva-mate, podem ser considerados a erva para chimarrão, a erva para tererê, o chá mate em saquinhos, o mate solúvel e o chá (bebida) pronto para consumo.. Independente da quantidade e forma consumida atualmente, se pode afirmar que muito mais poderia ser consumido e que o potencial ainda é enorme. Competindo com o café e com os refrigerantes, o mate detém uma parcela muito pequena do mercado (MACCARI e MAZUCHOWSKI, 2000).

Na atualidade, os níveis de exigência dos consumidores por qualidade do produto, tipo de bebida, pureza da erva-mate, tem aumentado significativamente, em decorrência do nível de informação dos consumidores – clientes, da mídia eletrônica e da concorrência comercial.

A pesquisa voltada ao produto erva-mate tem especial interesse na prospecção da cadeia produtiva. Neste contexto, a EMATER-Paraná, em parceria com o setor agroindustrial eentidades participantes do setor ervateiro, comungam das necessidades para determinação das demandas tecnológicas, visando potencializar a erva-mate frente as exigências do consumidor regional e de terceiros mercados (MAZUCHOWSKI e RUCKER, 1997).

Como há grande variação natural nas condições ambientais e no manejo da planta, existem variações proporcionais no produto erva-mate. É comum que produtos da mesma marca comercial apresentem grande variação entre lotes, fator gerador de prejuízos para o aumento do consumo, permanência na prateleira e fidelidade do consumidor.

Para avaliar a cor, aroma e aparência do produto, o consumidor pode obtê-los mediante verificação do produto na embalagem, através de abertura da mesma e contato direto com o produto comercial. Por outro lado, a procedência da erva-mate, aliado ao seu manejo em erval sombreado ou a pleno sol, não podem ser identificados pelo mesmo usuário. Cabe ao marketing de cada agroindústria ervateira desenvolver o atendimento das demandas do consumidor, para aumentar a credibilidade na qualidade do produto e na diferenciação da matéria-prima.

4

2.5. Qualidade da Erva-Mate

O regime de produção da erva-mate varia de acordo com a localidade, em função de aspectos ligados à tradição e economia da atividade. O beneficiamento da erva-mate divide-se em duas fases, denominadas de cancheamento e de industrialização. A fase inicial pode ser efetuada pelo produtor, embora atualmente seja concentrada nas unidades beneficiadoras industriais, em decorrência das exigências de higiene e qualidade estabelecidas pelos normativos legais da Vigilância Sanitária, especialmente pela Portaria nº 234/98 (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1998).

Dentre as características físicas e químicas da erva-mate, destacam-se como relevantes os teores de cafeína (mínimo de 0,7% p/p), resíduo mineral fixo (máximo de 7% p/p), extrato aquoso (mínimo de 0,7% p/p) e umidade máxima de 10% p/p.

A saponina é o composto da erva-mate responsável pelo amargor e espuma do produto (VALDUGA, 1995). As saponinas são substâncias glicosídicas com a propriedade de, numasolução aquosa, provocar a formação de espumas, como sabão. Devido à redução da tensãosuperficial, apresentam ação detergente e emulsificante. Foram constatadas dez saponinas na erva-mate, tendo o ácido ursólico ou oleanólico como aglicona, a substância não açúcar, e como açúcares a arabinose, glicose e ramnose (GOSMANN et al., 1989; SCHENKEL et al., 1995; GOSMANN et al., 1995).

A cafeína, teobromina e teofilina são três alcalóides, estreitamente relacionados, encontrados na erva-mate e são os compostos mais interessantes sob o ponto de vista terapêutico. A riqueza em alcalóides varia com a idade das plantas, diminuindo com o aumento desta. Com freqüência, são denominados derivados de xantina, metilxantinas ou simplesmente xantinas (DENADAI, 1995; VALDUGA, 1995).

MAZZAFERA (1994) determinou o conteúdo de cafeína, teobromina e teofilina em folhas adultas e jovens, na casca, no córtex e em frutos maduros e imaturos de Ilex paraguariensis. Cafeína e teobromina foram sempre detectadas em maiores níveis em tecidos novos. A teofilina não foi detectada na casca, córtex e frutos, sendo somente encontrada nas folhas.

As análises feitas com as folhas da erva-mate mostraram que esta planta possui muitas vitaminas, aparecendo em maior escala as do complexo B. O mate é rico em ácido pantotênico. Possui também cálcio, magnésio, sódio, ferro e flúor, além de outros elementos essencialmente indispensáveis à vida (FAGUNDES, 1980).

Segundo MALAVOLTA (1980), as concentrações de minerais são específicas não somente para a espécie, idade e tecido, como também para o ambiente. Diversos fatores controlam o teor de minerais nos vegetais, principalmente o genético.

Pesquisas atuais confirmam que a erva-mate responde pela presença de aminoácidos essenciais e açúcar assimilável (glicose). Contem cafeína e sais minerais que agem beneficamente sobre o trabalho cardíaco e a circulação sanguínea do sangue. A vitamina E presente é benéfica aos diversos tecidos do organismo humano e a vitamina C participa da circulação sanguínea, agindo como defesa orgânica. Com vitaminas do complexo B, participa do aproveitamento do açúcar pelos músculos, nervos e na atividade cerebral. Entre as enzimas, foi identificada a oxidase que, junto com a cafeína, exerce função de nutrição do organismo humano (URBAN, 1990; COSTA, 1995).

5

A saponina é um dos parâmetros químicos da erva-mate que atrai sobremaneira aos interesses farmacêuticos e químicos, além de ser um dos responsáveis pelo sabor da bebida. As saponinas são substâncias glicosídicas com a propriedade de provocar a formação de espumas em soluções aquosas, como sabões. Segundo SCHENKEL et al. (1995 e 1997), nos trabalhos desenvolvidos detectaram 10 tipos diferentes de saponinas na erva-mate, embora com variação de teores de acordo com a procedência da mesma. Diversos trabalhos analíticos sobre as saponinas da erva-mate tem sido desenvolvidos, onde são referenciais aqueles de GOSSMANN et al. (1989 e 1995), RICCO et al. (1995), KRAEMER et al. (1996), PIRES et al. (1997) e FERREIRA et al. (1997).

Por sua vez, a cafeína vem sendo estudada por diversos pesquisadores, devido ao sabor obtido pelo produto final de erva-mate, especialmente como chimarrão e tereré (VASQUEZ & MOYNA, 1986; ASHIHARA, 1993; MAZZAFERA, 1997; DA CROCE, 2000).

3. COMPONENTES QUÍMICOS NA FOLHA DE ERVA-MATE

Do ponto de vista químico, a erva-mate pode ser apreciada no enfoque bromatológico ou como matéria-prima de vários subprodutos. Muito tempo antes de ser conhecida a sua composição química, já os indígenas utilizavam a erva-mate como bebida, atraídos pelo paladar da mesma e, principalmente, por conhecerem suas virtudes, em especial a propriedade de aumentar a resistência à fadiga e por mitigar a sede ou a fome das pessoas (MAZUCHOWSKI, 1991).

3.1. Estudos da Composição Química da Erva-Mate

As investigações químicas relativas à erva-mate iniciaram-se por Trommsdrff, em 1836, constatando a presença de diversas substâncias resinosas, matéria corante amarela, ácido tânico, etc. Porém, a identificação do seu principal alcalóide, procede com Stenhouse que descobriu a cafeína, em 1843, relatando teores de apenas 0,13%; porém, em 1854 fixou em teores de 1,10% até 1,23% (VALDUGA, 1995).

VERONESE (1944) disse existirem como constituintes da erva-mate os seguintes compostos: água, celulose, gomas, dextrina, mucilagem, glicose, pentose, substâncias graxas, uma resina aromática (formada por uma mistura de oleína, palmitina, lauro-estearina e um óleo cujas características eram similares a cumarina), legumina, albumina, cafeína, teofilina, cafearina, cafamarina, ácido matetânico, ácido fólico, ácido cafêico, ácido virídico, clorofila, colesterina e óleo essencial. Nas cinzas, encontrou grande quantidade de potássio, lítio, ácidos fosfórico / sulfúrico / carbônico / clorídico / cítrico, além de magnésio, manganês, ferro, alumínio e traços de arsênico.

A cafeína, teofilina e teobromina são três alcalóides, estreitamente relacionados e encontrados na erva-mate. Sendo compostos importantes na ótica farmacológica e terapêutica, com freqüência são denominados de derivados da xantina, metilxantina ou simplesmente xantinas. A maioria dos estudos sobre erva-mate é concernente à análise de xantinas em folhas, relatando a presença e o teor de cafeínas e teobromina (VALDUGA, 1995).

A presença de substâncias tânicas, responsáveis pela adstringência da erva-mate, é conhecida desde o final do século 19, conforme estudos de Rochleder e Hlaswetz em material

6

oriundo do Paraguai, obtiveram um ácido do mate idêntico ao cafetanino, um pseudo-tanino já conhecido da semente de café (MARTINS, 1926).

Os bioelementos em folhas e hastes de erva-mate foram estudados por REISSMANN et al. (1983), revelando um bom suprimento de N, K, Ca, Mg, Fé, Cu e Zn, enriquecimento em Mn, Al, B e baixos teores de P. Os altos valores da relação N/P indicaram provável deficiência oculta de P. Por sua vez, PRAT KRICUN (1983) comenta que o rendimento ou produtividade da erva-mate está ligado à disponibilidade de nitrogênio do solo, muito mais do que à de fósforo e potássio.

Segundo CAMPOS (1991), os teores de nutrientes determinados na safrinha da erva-mate (colheita de verão) são menores do que os teores de nutrientes da safra tradicional deinverno, para a maioria dos nutrientes em povoamentos de 9 e 12 anos, no tocante à biomassa e à distribuição de nutrientes produzida nas duas safras. A porção comercializável (folhas e talos) corresponde de 30 a 35% da biomassa total existente acima do solo, no erval de 9 anos de idade, enquanto no erval de 12 anos de idade, corresponde a uma biomassa de 36 a 42%.

RADOMSKI et al (1992) analisaram os teores de macro e micronutrientes em folhas jovens e velhas de árvores nativas de erva-mate, desenvolvidas sobre solos ácidos de São João do Triunfo – PR. Encontraram níveis foliares satisfatórios de N, K, Ca, Fe e Zn, aliado a teores elevados de Cu em folhas jovens e altos teores de Al e Mn em folhas velhas. Embora os níveis de P em folhas velhas fossem baixos, não se observaram sintomas de deficiência, podendo indicar adaptação da erva-mate à acidez do solo.

QUADROS et al (1992) compararam os teores de macro e micronutrientes em folhas de erva-mate nativa, sob condições de sombreamento e a céu aberto. Obtiveram diferenças estatisticamente significativas nas médias dos teores de N, K, Ca, Mg, Fe, Zn e Si para as duas condições. Os teores de P, Cu e B foram estatisticamente iguais. Os teores dos elementos K, Ca, N, Mg, Zn e Si foram maiores nas folhas sombreadas, enquanto os elementos Al e Fe foram maiores nas folhas de plantas a céu aberto.

REISSMANN & PREVEDELLO (1992) observaram correlações positivas entre o aumento da calagem e a concentração de K, Ca, Mg e Fe nos tecidos das folhas de erva-mate. Constataram também a ocorrência de baixos teores de P nas folhas de erva-mate, fato que parece ser característico da espécie. Chamaram a atenção ainda, para os baixos níveis de Cu e os altos níveis de Zn que ultrapassaram a 100 ppm.

3.2. Transpiração e Fotossíntese de Plantas

Além de ser um fator importante no desenvolvimento da produtividade das plantas, a luz solar é essencial para o processo de fotossíntese, cuja intensidade e duração devem ser suficientes (CROCE & FLOSS, 1999). A água, o solo e a intensidade luminosa influenciam também a estrutura foliar. A cutícula da folha de erva-mate tem morfologia genética específica, sendo que nas plantas de habitat mais úmido ou mais arejado, aparecem estrias cuticulares menos desenvolvidas.Assim, as plantas de sub-bosque ou sombreadas alteram sua espessura foliar quando colocadas ao pleno sol.

Segundo KRAMER & KOSLOWSKI (1960), a transpiração é benéfica porque esfria as folhas das plantas, além de prevenir o desenvolvimento da turgidez excessiva, causar o

7

movimento da água até as folhas e aumentar a absorção e translocação de minerais. Por outro lado, PENMANN (1956) confirmou que a manutenção do nível máximo de transpiração é uma condição necessária para atingir o máximo crescimento, enquanto LAWLOR (1995) mostrou que o estresse hídrico das plantas reduz a taxa de assimilação de gás carbônico.

O gás carbônico é um elemento utilizado pela planta quando da realização do processo fotossintético. No aspecto mais simples, a expressão fotossintética das plantas decorre da equação CO2 + H2O ---> CH20 + O2, onde em conjunto o gás carbônico com a água produzem matéria seca e liberam oxigênio para a atmosfera. Conhecendo-se o fluxo do gás carbônico, torna-se possível estimar-se, ou até prever-se, o comportamento das plantas em relação à sua produção de matéria seca (OMETTO, 1981).

O aspecto sazonal da fotossíntese é muito mais importante nas árvores do que nas culturas agrícolas. Tal fato decorre, segundo LARCHER (1977), de que a maioria das culturas agrícolas é de ciclo curto enquanto as árvores devem conviver com as variações das condições ambientais experimentadas ao longo do ano.

A fotossíntese envolve processo químico complexo, sensível a muitas variáveis, diferentemente da transpiração que é mais simples, controlada principalmente por variáveis físicas ligadas à difusão dos gases (KLAR, 1984). Nota-se que o movimento dos estômatos é o principal mecanismo para o controle da transpiração e da fotossíntese.

Segundo WITTWER (1994), o estresse é o fator mais limitante para a produtividade das plantas. Quando aumenta a concentração do gás carbônico no ar, os estômatos das folhas começam a fechar e aumentam a resistência das folhas à transpiração. Isso diminui a taxa de transpiração, conseqüentemente aumentando a eficiência do uso da água pela planta.

As temperaturas elevadas exercem um efeito desfavorável sobre a fotossíntese (KUDREV, 1994). Como a transpiração possui a função de baixar a temperatura, pode-se dizer que a transpiração influencia a fotossíntese das plantas.

A água flui no sentido de potencial alto para o baixo. Assim, o conceito de potencial da água pode ser utilizado em qualquer ponto do sistema ou contínuo de solo-Planta-Atmosfera (SPAC). Torna-se evidente o fato da transpiração ser influenciada pela condição de potencial da água no sistema . Segundo HILLEL (1971), quando aumenta a sucção da água no solo, a taxa de transpiração decresce.

KRAMER e BOYERS (1995) mencionam que a taxa de transpiração diminui quando a umidade volumétrica do solo diminui. Então, pode-se dizer que a transpiração possui relação com as condições hídricas, tais como, a umidade volumétrica do solo, umidade gravimétrica epotencial da água do solo. Como a transpiração influencia a fotossíntese, e conseqüentemente a produção de matéria seca e o crescimento, é importante reconhecer os ambientes hídricos do solo para este tipo de pesquisa. Segundo KISHI et al. (2001), o potencial hídrico possui maior correlação com a taxa de crescimento da erva-mate do que com as umidades do solo.

3.3. Composição Química Foliar da Erva-Mate

Segundo COILE (1952), o fator Sítio é uma área caracterizada por uma determinada combinação de fatores edáficos, topográficos, climáticos e bióticos, enquanto que o fator

8

qualidade de sítio é a capacidade de produção florestal de uma área para uma ou várias espécies. Além disso, salienta que a relação entre topografia e produtividade é primeiramente indireta, sendo que a posição topográfica relativa, em conjunto com a profundidade até o lençol freático, influem sobre a oferta hídrica do solo.

A capacidade do solo em fornecer nutrientes depende de sua reserva nestes elementos. Por sua vez, esta é função de um balanço existente entre perdas e ganhos no sistema solo. As perdas se processam principalmente através de erosão e lixiviação, enquanto que os ganhos ocorrem principalmente através do intemperismo e de adições de nutrientes. Para solos em ambientes semelhantes, mas variando em declividade, a erosão segue uma relação entre o declive e o comprimento da rampa (RESENDE et al, 1989).

Aplicando em mudas de erva-mate cultivadas em vasos contendo areia lavada, soluções nutritivas completa e com omissão de nutrientes, BELLOTE & STURION concluíram ser o N o mineral mais limitante à produção de matéria seca, de forma similar à testemunha, seguindo em ordem decrescente das omissões de Ca, P, K, Mg, Zn, Cu e Fe.

Com base no peso médio da copa de árvores de erva-mate, estimou-se o montante de exportações de macronutrientes durante a safra, demonstrando que as exportações são influenciadas pela época de exploração. Exporta-se cerca de 15% de N, 41% de P e 28% de K a mais na colheita efetuada em outubro quando comparada com a colheita efetuada em junho. As altas exportações coincidem com a fase de maior atividade fisiológica. O nível de P decresce muito a partir de outubro, atingindo níveis de 0,08% do peso de matéria seca, concluindo-se que a produção possa estar limitada em função de possível deficiência de P (REISSMANN et al, 1985).

A partir do conhecimento do peso médio da copa explorada de erva-mate, calculou-se a quantidade dos micronutrientes exportados através da colheita de folhas. Constatou-se que a espécie contém elevados teores de Mn, Cu e B. Quanto ao Mn, além das características da espécie, os elevados teores podem ser relativos a drenagem do solo. O B pode ser enquadrado como exigido pela erva-mate, recomendando-se sua manutenção constante no sistema (REISSMANN et al, 1985).

A variação estacional dos micronutrientes e de alumínio nas folhas de erva-mate foi estudada por REISSMANN (1991), que constatou baixos níveis do quociente Fe/Mn, alto teor de Al e, sabendo de sua ampla distribuição em solos ácidos, suspeita que a mesma possa pertencer ao grupo de plantas calcífugas. Por isso, em casa de vegetação, mudas de erva-mate forma submetidas a doses crescentes de calcário com o objetivo de obter diferentes níveis de saturação de bases. Com o aumento da calagem, observou-se uma redução no crescimento das mudas de erva-mate, com nítidos sintomas de clorose induzida nas doses mais altas, apresentando até mortalidade das mudas.

3.4. Fator Dioicia e a Concentração de Nutrientes na Erva-Mate

A erva-mate é uma espécie dióica, possuindo como característica a produção de flores nas árvores dos dois sexos, porém só as femininas produzem frutos. Esta observação induz a possíveis diferenças de rendimento entre os sexos e possivelmente diferenças nutricionais entre ambos (MAZUCHOWSKI, 1989).

9

BELINGHERI & PRAT KRICUM (1992) ao procederem a seleção de plantas para obter clones e progênies superiores em produção de massa verde de erva-mate na Argentina, não encontraram diferenças significativas entre os rendimentos de plantas masculinas e femininas.

FOSSATI (1997) não constatou diferença significativa entre plantas de erva-mate masculinas e femininas quanto aos seus níveis foliares de N, P, K, Ca, Mg, Fe, Mn, Zn e Al, considerando toda a toposequencia dos tratamentos aplicados, não havendo influencia da dioicia nos indicadores obtidos. As erveiras masculinas apresentaram-se mais bem nutridas em Cu (11,30 ppm) do que as femininas (8,80 ppm). Por sua vez, o B variou os conteúdos foliares apresentando 65 ppm nas erveiras femininas e 57 ppm nas erveiras masculinas. O levantamento foi realizado na época de frutificação, portanto em período de intensa mobilização de nutrientes para esse fim.

Na análise dos dados de sua pesquisa, FOSSATI (1997) afirma que a maior concentração de Cu nas árvores masculinas pode indicar que nas árvores femininas houve direcionamento prioritário do nutriente para formação do fruto, e conseqüentemente com menores teores nas folhas, ao passo que nas masculinas concentrou-se nas folhas, por não haver formação de frutos. No caso do B, a maior concentração nas árvores femininas seria porque nas masculinas, o elemento é direcionado prioritariamente para a flor masculina, onde seu desempenho é mais requerido, acontecendo o contrário do suposto para o Cu.

Com relação às árvores frutificadas e não frutificadas, os teores de K, Ca, Mg e Cu diferem significativamente, de acordo com MOREIRA et al (1983). Em estudo complementar, SMITH (1962) afirmou que a quantidade de frutos pode influenciar a composição foliar. Geralmente há uma proporcionalidade entre a quantidade de frutos com o aumento dos teores de N, P, Ca e Mg, bem como, uma redução na concentração de Ca foliar. MILLER (1938) constatou que a produção de produção de frutos afeta a quantidade de vários elementos diferentemente. Em árvores, por exemplo, a produção de frutos reduz o K existente nas folhas.

3.5. Avaliação Nutricional Foliar das Erveiras

Segundo MUNSON & NELSON (1974), o estudo analítico foliar baseia-se no princípio de que a análise de um nutriente é um valor integral de todos os fatores que interagem para afetá-lo. Conforme ALDRICH (1973), geralmente a análise foliar é indicada para diagnosticar ou confirmar diagnose de sintomas visíveis, na identificação de distúrbios na planta, na localização de áreas de deficiências, para indicar a necessidade de adubação, na detecção de interações ou antagonismos entre nutrientes e para auxiliar na compreensão do funcionamento das plantas.

A idade fisiológica de uma planta, ou parte dela, é um dos fatores mais importantes na determinação do conteúdo de nutrientes minerais. Com a idade ocorre o desequilíbrio do nível de muitos nutrientes minerais (exceto o Ca). Esse declínio é causado principalmente pelo aumento relativo na proporção de material estrutural e de compostos de armazenamento na matéria seca (MARSCHNER, 1986).

Para fins de análise do estado nutricional de essências florestais folhosas, recomenda-se que sejam coletadas folhas recém-maduras de ramos primários, durante o verão e outono (MALAVOLTA et al., 1989). Os comentários de MEAD (1984) enfatizam a questão da idade

10

das folhas amostradas e a posição na copa, ressaltando a preferência da coleta em árvores dominantes ou co-dominantes; além disso, ressalta o fato dos níveis de nutrientes tenderem a ser mais estáveis no outono e no inverno, de modo que esse período de amostragem tem sido recomendado para os climas temperados e frios.

As concentrações de minerais são específicas não somente para cada espécie, idade e tecido, como também por ambiente. Diversos fatores controlam o teor de minerais nos vegetais, principalmente o genético (MALAVOLTA, 1980). Os nutrientes nas árvores podem ser armazenados nos seus diferentes compartimentos, em função das necessidades fisiológicas imediatas ou como reserva para uso posterior, em outros órgãos (CAMARGO & SILVA, 1975). A quantidade de nutrientes nas folhas pode representar mais do que 30% do total da árvore (VAN DEN DRIESSCHE, 1984).

A idade das folhas afeta a distribuição dos nutrientes, em função da redistribuição dos nutrientes móveis para outros órgãos, como folhas novas, órgãos de reserva e regiões de crescimento, antes da abcissão (VAN DEN DRIESSCHE, 1984). Segundo MILLER (1984), de 60 a 85% da maioria de nutrientes podem ser conservados desta maneira, com exceção do boro e cálcio, por serem elementos imóveis na planta.

Em um trabalho desenvolvido por REISSMANN et allii (1983), em área de Cambissolo álico, com A moderado, no município de Mandirituba-PR, com solos derivados da rocha migmatito, estudou-se a composição química foliar da erva-mate (TABELA 1). O ensaio foi desenvolvido num erval nativo transformado em faxinal (vegetação natural eliminada, ficando as erveiras, vegetação rasteira e pastagem), em 4 blocos de 7 árvores cada, ocupando áreas de 600 a 1.000 metros quadrados, nas quais efetuou-se coleta de folhas e ramos no terço superior, médio e inferior da copa (LE ROY, 1968), para formação de amostras compostas. A amostragem foi desenvolvida no mês de agosto, em pleno inverno, com atividade fisiológica reduzida. Os resultados da análise foliar evidenciam uma nítida diferença entre os teores das folhas e hastes, especialmente no caso dos elementos P, K, Ca, Fe, Mn, Zn, B e Al. Por outro lado, comparativamente a outras plantas Folhosas, a erva-mate apresenta níveis satisfatórios de N, K, Ca, Mg, Fe, Mn, Zn, B e Al, embora o teor de P seja muito baixo, sem deficiências visíveis na planta e folhas.

TABELA 1 – Resultados da análise química em folhas e ramos de erva-mate, colhido no inverno,oriundos de erval do município de Mandirituba.

BLOCO MATERIAL N P K Ca Mg Fe Mn Cu Zn B Alg / 100 g ug / g

I Folha 1,5 0,113 1,64 0,66 0,49 88 1.600 21 34 80 938Ramos 1,3 0,075 0,81 0,88 0,39 38 688 19 68 28 250

II Folha 1,8 0,102 1,60 0,77 0,27 100 1.850 19 38 80 939Ramos 1,2 0,074 0,83 1,42 0,48 50 600 20 75 24 275

III Folha 1,9 0,104 1,81 0,57 0,32 113 2.287 20 23 64 975Ramos 1,2 0,083 1,05 0,97 0,39 50 825 23 68 24 288

IV Folha 2,2 0,108 1,41 0,74 0,50 113 2.138 29 21 84 1.050Ramos 2,4 0,091 1,28 1,28 0,48 50 813 24 40 42 325

FONTE: REISSMANN et al., 1983.

Adicionalmente, REISSMANN et allii (1985) em estudo junto a ervais do município de Mandirituba-PR, analisaram a variação dos macronutrientes nas folhas de erva-mate. Verificou-se um aumento considerável dos nutrientes N, P e K até o mês de outubro (final de safra de inverno), enquanto que para Ca e Mg ocorre maior exportação na safra de julho

11

(metade da safra de inverno), conforme demonstram os dados da TABELA 2. O aumento coincide com a floração e a brotação das folhas de erva-mate na primavera (mês de outubro). Após esse período, ocorre a formação e maturação dos frutos, onde a queda é sensível e constante do K (máxima em outubro e mínima em fevereiro), concluindo-se que o mineral concentrado nas folhas migra para os frutos neste período.

É conhecido o fato de que a concentração dos elementos minerais, especialmente os móveis, aumenta nos tecidos de maior atividade fisiológica ou pontos de crescimento intensivo. Assim, comparando-se os teores nos períodos de baixa atividade fisiológica do outono/inverno, observa-se que o N se manteve relativamente estável. Porém, o K baixou sensivelmente a partir de fevereiro, não voltando à estabilidade. O Mg ´praticamente manteve-se inalterado. No caso do Ca, com um máximo em agosto, diminuiu sensivelmente com a chegada da primavera, variando sensivelmente no verão e outono (REISSMANN et al., 1985).

TABELA 2 – Distribuição dos teores de nutrientes nas folhas de erva-mate, nos meses de julho (meio da safra de inverno) e outubro (final da safra de inverno).

NUTRIENTES INVERNO PRIMAVERAFOLHAS RAMOS FOLHAS RAMOS

Nitrogênio (%)Fósforo (%)Potássio (%)Cálcio (%)Magnésio (%)

1,920,171,590,610,42

1,010,060,980,880,34

2,200,121,860,430,33

1,210,101,701,190,23

FONTE: REISMANN et al. (1985).

Segundo CAMPOS (1991), os teores de nutrientes determinados na safrinha da erva-mate são menores do que os teores de nutrientes durante a safra, para a maioria dos nutrientes em povoamentos com 9 e 12 anos, quanto à biomassa e à distribuição dos nutrientes produzida na safra e safrinha. A porção comercializável (folhas e talos) corresponde de 30 a 35% da biomassa total acima do solo, no povoamento com 9 anos de idade e de 36 a 42% no povoamento mais velho.Por sua vez, os talos corresponderam em média a 30% desta fração. As concentrações de nutrientes (N, P, K, Ca e Mg) obtidas na safra e na safrinha, para os povoamentos de 9 anos e 12 anos, encontram-se na TABELA 3, com dados comparativos ao nível de folhas e de talos.

TABELA 3 – Concentrações de nutrientes N, P, K, Ca e Mg em povoamentos de erva- mate com 9 e 12 anos de idade, na safra e na safrinha.

NUTRIENTESSAFRA SAFRINHA

9 ANOS 12 ANOS 9 ANOS 12 ANOSFOLHAS TALOS FOLHAS TALOS FOLHAS TALOS FOLHAS TALOS

Nitrogênio (%)Fósforo (%)Potássio (%)Cálcio (%)Magnésio (%)

2,360,121,480,670,59

1,180,101,130,990,36

2,430,121,220,730,60

1,250,091.020,700,34

2,420,101,490,600,50

0,940,081,150,870,26

2,190,101,340,570,50

0,950,101,280,650,31

FONTE: CAMPOS (1991).

SANS & ISASA (1991) determinaram o conteúdo dos elementos minerais (Na, K, Ca, Mg, Cu, Fe, Mn e Zn) por absorção atômica, em amostras comerciais de erva-mate chimarrão (duas marcas diferentes), chá preto, chá verde, café natural, café torrado, café solúvel e café

12

solúvel descafeinizado, bem como, nas suas respectivas infusões (2 gramas por 100 ml). Nas TABELAS 4 e 5 estão demonstrados os resultados correspondentes aos teores de cada produto analisado.

TABELA 4 – Comparação dos macroelementos minerais existentes nas infusões de erva-mate, chá e café, em suas diversas formas de consumo.

AMOSTRASTEOR DO MACROELEMENTO (mg / 100g)

Na K Ca MgPRODUTO INFUSÃO PRODUTO INFUSÃO PRODUTO INFUSÃO PRODUTO INFUSÃO

Erva-MateChá PretoChá VerdeCafé NaturalCafé TorradoCafé SolúvelCafé Solúvel Descafeinizado

17,6 22,7 23,9154,2 79,6648,2

361,7

16,1 4,6 4,2 45,5 39,0

204,5

61,0

915,41.513,21.169,11.050,41.114,31.895,2

1.920,9

539,3 1.205,2

532,7566,0692,5987,5

910,5

622,5459,4395,3 68,3 73,7

120,3

60,5

79,624,228,5 2,5 3,0 7,5

8,5

456,5170,7183,2208,8191,7425,7

437,0

170,8 52,1 15,1 5,0 5,5 26,0

24,5FONTE: SANZ & ISASA (1991).

TABELA 5 – Comparação dos microelementos minerais existentes nas infusões de erva-mate, chá e café, em suas diversas formas de consumo.

AMOSTRASTEOR DO MiCROELEMENTO (mg / 100g)

Cu Fe Mn ZnPRODUTO INFUSÃO PRODUTO INFUSÃO PRODUTO INFUSÃO PRODUTO INFUSÃO

Erva-MateChá PretoChá VerdeCafé NaturalCafé TorradoCafé SolúvelCafé Solúvel Descafeinizado

1,02,20,91,51,40,3

0,4

0,90,60,20,10,10,1

0,1

26,112,815,2 5,4 5,9 6,9

7,6

3,30,30,90,20,72,8

5,4

109,6 43,1 60,3 3,5 3,0 1,4

1,5

41,726,2 9,6 0,7 0,6 1,2

1,2

8,42,61,81,51,11,0

1,2

3,60,50,30,40,30,7

0,9FONTE: SANZ & ISASA (1991).

4. POTENCIAL DE IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO DE MINERAIS

A cultura da erva-mate é um empreendimento economicamente viável. Isto foi demonstrado por diversos trabalhos, especialmente por DA CROCE & NADAL (1992), analisando o retorno econômico de consórcios. Foram testados 9 espaçamentos em erva-mate e 3 densidades de milho e de soja, havendo alta taxa interna de retorno para todos os espaçamentos e densidades das culturas anuais. Quando incluído o custo da terra, a taxa interna de retorno variou de 23,8 a 35,0% e quando não foi incluído esse custo, a taxa interna de retorno variou de 50,4 a 71,5%.

4.1. Resposta da Adubação Potássica na Produção de Massa Foliar

Dentre os vários nutrientes essenciais para produções adequadas das diversas culturas, a importância do potássio sobressai quando a agricultura passa de extrativa, com baixas produções por unidade de área, para agricultura intensiva e tecnificada (LOPES, 1982).

13

Especificamente, quanto à produção de ervais em produção, devemos chamar atenção para o fato de que a cultura da erva-mate, tendo suas folhas como produto, é grande exportadora de nutrientes (LOURENÇO, 1997) e requer solos com suprimentos de nutrientes em níveis adequados ou suficientes de disponibilidade.

Apenas com relação ao potássio trocável, existem informações em quantidade satisfatória para estabelecer limites de disponibilidade nos solos, embora o efeito do cálcio e magnésio sobre o potássio, de importância reconhecida, não tenha sido ainda satisfatoriamente delimitado (RAIJ, 1982).

Segundo MALAVOLTA (1977), considera-se disponível para a planta, de modo geral, somente o K trocável, que na fase sólida passa para a solução do solo e mais o elemento existente nesta última. Considerando-se como baixo um teor menor do que 45 mg K / kg de terra ou 0,12 cmolc K / dm3 de solo, a maioria dos solos brasileiros são bem supridos de potássio, sendo que aproximadamente 90% dos solos do sul do Brasil enquadram-se nesta categoria.

Na deficiência de potássio, em geral as plantas sofrem uma clorose, que evolui à necrose, no ápice e margens das folhas mais velhas. BELLOTE e STURION (1983), trabalhando com plântulas de erva-mate cultivadas em areia inerte e solução nutritiva com omissão do potássio, em casa de vegetação, não obtiveram sintomas visuais de deficiência do elemento num período de 6 meses de cultivo. A constatação deste tipo de deficiência está ausente da literatura ervateira em geral.

A Argentina, pioneira na exploração de plantios sistematizados, tem baseado suas recomendações de adubação potássica em estudos como os de Errecaborde de Lassere, citados por SOSA (1994), KRICUM e BELINGHERI (1995), dentre outros, onde as doses ficam entre 30 e 50 gramas de KCl por planta. No Brasil, as recomendações de DA CROCE et al. (1996), com aplicações de 10 gramas de K2O mais 3 quilos de esterco de aves por planta, não são baseadas em ensaios de pesquisas específicas para a adubação potássica.

Na Fazenda Nova, no município de Ivai - PR, LOURENÇO, MEDRADO e DALZOTO (1999) instalaram em novembro de 1994, em um erval de 3 anos de idade, experimento conduzido com 7 tratamentos e 6 repetições (TABELA 6), durante o período de 1995 a 1998. O tratamento T1 consistiu no controle sem potássio, o tratamento T6 foi incluído para observação da adição de cobertura morta (palhada resultante das roçadas das entre-linhas) e o T7 se constituiu na testemunha absoluta.

Na instalação do experimento, em todos os tratamentos, exceto no T7, foram colocados os seguintes micronutrientes por planta: sulfato de zinco (Zn SO4. 7H2O) - 11,74 gramas; bórax - 39,15 gramas; sulfato de cobre (CuSO4 . 5H2 O) – 1,88 gramas e molibdato de amônio – 0,20 gramas.Com exceção do superfosfato simples e dos micronutrientes que foram ministrados em aplicação única, como adubação de base, todos os outros adubos foram, anualmente, divididos em duas aplicações de manutenção.

14

TABELA 6 – Descrição dos tratamentos, com fontes e quantidades de nutrientes fornecidos para as plantas de erva-mate, no período de 1995 a 1998, em Ivai-PR.

TRATAMENTON K2O SULFATO DE

AMONIOSUPERFOSFATO

SIMPLESCLORETO DE

POTÁSSIOkg/planta g / planta

T1T2T3T4T5T6T7

909090909090

Testemunha

-306090120

PalhaTestemunha

225225225225225225

-

270270270270270270

-

-22,545,067,590,0

--

FONTE: LOURENÇO et al., 1999.

Foram efetuadas podas de colheita, no mês de agosto, dos anos de 1995, 1996, 1997 e 1998, sendo apresentados os resultados na TABELA 7, com dados de produtividade específica a cada tratamento aplicado no erval.

TABELA 7 - Produtividade da erva-mate (kg/planta), nos anos de 1995, 1996, 1997 e 1998, em função dos tratamentos aplicados.

TRATAMENTOSK2O (kg/ha)

PRODUTIVIDADE DA ERVA-MATE (kg/planta)1995 1996 1997 1998 TOTAL

0306090120

CoberturaControle

2,83,03,02,73,23,32,6

3,73,94,04,14,64,83,8

5,76,25,96,26,88,16,4

7,57,97,38,69,510,78,8

19,721,020,221,624,126,921,6

FONTE: LOURENÇO et alii., 1999.

Nesse experimento foi desenvolvido um estudo paralelo sobre a concentração de nutrientes no tecido foliar das erveiras. No ano de 1997, mediante a análise foliar realizada nos laboratórios da EMBRAPA-CNPF, obtiveram-se resultados constantes da TABELA 8. Basicamente observa-se que, em relação à Testemunha Absoluta (T7), os tratamentos só influenciaram significativamente os teores foliares de Ca e Mg, que diminuíram e os de Zn , que aumentaram.

15

TABELA 8 – Teores de nutrientes nas folhas de erva-mate, safra de 1997, em função dos tratamentos na Fazenda Nova, em Ivai-PR.

TRATAMENTO N P K Ca Mg Cu Fe Mn Zn g/kg mg/kg g/kg mg/kg

T1T2T3T4T5T6T7

20,61 18,65 18,86 19,55 19,13 20,34 19,46

1,02 0,99 0,88 0,90 0,98 1,08 1,02

10,34 10,57 10,15 12,28 12,51 12,00 11,61

6,34 5,07 5,16 6,19 5,92 6.73 6,98

4,19 2,76 3,00 3,60 3,00 3,97 4,39

10,00 9,67 7,50 8,17 9,50 8,83 9,00

207,67 128,00 157,17 145,67 170,50 194,67 145,83

908,17 650,33 737,50 858,17 832,00 718,83 763,17

39,00 41,33 41,83 34,67 39,83 43,83 25,67

FONTE: LOURENÇO et alii., 1999.

Considerando a produtividade das erveiras em função dos tratamentos, observa-se que o tratamento sem potássio (T1), sempre foi significativamente menor do que o tratamento com cobertura morta. Por outro lado, os tratamentos com maiores doses de potássio parecem estar atendendo às necessidades das plantas.

O tratamento das erveiras com cobertura morta, proveniente do material residual da capina das entrelinhas do erval, constitui-se numa prática recomendável por propiciar as maiores produtividades e abrandar os efeitos de anormalidades do meio sobre esta variável. O coroamento das plantas, com a aplicação do potássio, pelas sucessivas colheitas anuais, tende a apresentar respostas a esse nutriente ao longo prazo.

4.2. Adubação Nitrogenada e a Cobertura Morta em Ervais

Avaliando níveis de nitrogênio sobre a produção de erva-mate, no município de Fernandes Pinheiro-PR, em Latossolo vermelho escuro, LOURENÇO e MEDRADO (1997), conduziram três ensaios específicos, no período de 1994-1997:

a) Talhão 8 com Latossolo vermelho escuro álico, com A moderado, textura média, fase floresta subtropical perenifólia, relevo ondulado.

b) Talhão 9 com Latossolo vermelho escuro álico epidistrófico, com A proeminente, textura muito argilosa, fase floresta subtropical perenifólia, relevo ondulado.

c) Talhão 18 com Latossolo vermelho escuro álico, com A proeminente, textura muito argilosa, fase floresta subtropical perenifólia, relevo suave ondulado.

O delineamento experimental foi de blocos ao acaso, com 6 tratamentos, 4 repetições e 10 plantas por parcela. Os tratamentos estabelecidos foram:

T1 - sem uréia (Testemunha) T4 - 225 gramas de uréia por plantaT2 - 75 gramas de uréia por planta T5 - 322,8 gramas de sulfato de amônia por plantaT3 - 150 gramas de uréia por planta T6 - 150 gramas de uréia por planta com cobertura morta

A cobertura morta (T6) foi composta de restos de ramos (sobras de palitos industriais), não utilizados no produto final resultante do beneficiamento da erva-mate para chimarrão, dispostos em montes a pleno sol nos campos de produção, em adiantado estado de decomposição. Para tanto, foram utilizados em cada planta, 30 litros (junho de 1994) 20 litros (março de 1995) e 40 litros (fevereiro de 1996) do material contendo 83% de umidade, aproximadamente 5 kg de matéria seca por planta e por aplicação.

16

Foram procedidas 3 colheitas, em safras de ano e meio. O teor de matéria orgânica nos 3 solos não constitui fator limitante à produção e, embora o solo do talhão 18 possua teores de matéria orgânica semelhantes ou superiores ao solo do talhão 8, a sua CTC é menor do que a deste perfil, indicando piores condições de armazenamento de nutrientes.

Embora ligeiramente superiores, os teores de água disponível e de água facilmente disponível no talhão 8, traduzem também as maiores oportunidades de perdas de água por evaporação. Neste sentido, a cobertura morta revelou-se mais eficaz neste solo, porque proporcionou menor evaporação e conseqüentemente maior eficiência no aproveitamento da água e de nutrientes pela erva-mate.

Considerando a produtividade das erveiras, no período e as condições em que foram conduzidos os ensaios, os autores concluíram que:

- A adubação nitrogenada foi significativa para o aumento da produtividade, somente para as erveiras sobre os solos de textura média.- Foi indiferente a utilização de uréia ou sulfato de amônio como fonte de nitrogênio.- A utilização da cobertura morta constitui em prática recomendável para o aumento

da produtividade de massa foliar da erva-mate (à base de 30 litros anuais, na projeção da copa da erveira).

4.3. Deficiências Minerais em Erva-Mate

Em ensaio desenvolvido por BELLOTE e STURION (1985), numa casa de vegetação situada em Colombo, na EMBRAPA-CNPF, com a finalidade de obter o quadro sintomatológico de deficiências minerais e a produção de matéria seca nos diferentes tratamentos, foram cultivadas mudas de erva-mate em vasos contendo areia lavada como substrato, no qual se adicionou solução nutritiva. Os tratamentos utilizados foram a completa e a omissão isolada de nitrogênio, fósforo, potássio, magnésio, cálcio, cobre, ferro e zinco, além da testemunha sem nutrientes.

As mudas de erva-mate foram procedentes da Floresta Nacional de Irati, Paraná, com 5 centímetros de altura, sendo transplantadas para vasos impermeabilizados, contendo 3 kg de areia inerte. Inicialmente, todos os vasos foram irrigados com solução nutritiva completa até o efetivo estabelecimento das mudas. Após 30 dias, foram iniciados os tratamentos com solução nutritiva. O experimento teve o delineamento de blocos ao acaso, com duas plantas por vaso e quatro repetições.

Quando as mudas atingiram o tamanho de 15 centímetros de altura, aos seis meses de idade, após o início da aplicação da solução nutritiva, foram coletadas folhas de erva-mate e secas em estufa a 70º C, bem como, foi efetuada a análise visual das plantas. Dos resultados obtidos, podem ser destacados os aspectos:

a) Produção de Matéria Seca

O crescimento das plantas, expresso em peso de matéria seca, é apresentado na FIGURA 2. Observa-se que o peso de matéria seca foi sensivelmente afetado pela omissão dos diferentes nutrientes. De todos os elementos, o nitrogênio foi o mais limitante à produção de matéria seca, com resposta semelhante à do tratamento testemunha, onde não foi aplicado nenhum nutriente. Na seqüência, em ordem decrescente, vieram o Ca, P, K, Mg, Zn, Cu e Fe.

17

FIGURA 2 - Produção de matéria seca total em gramas, aos 7 meses de idade das mudas de erva-mate, em função dos diferentes tratamentos com solução nutritiva em vasos FONTE: BELLOTE e STURION, 1985.

b) Sintomas de Deficiência de Nutrientes

Nos tratamentos com omissão de nutrientes nas folhas de erva-mate, houve o aparecimento de sintomas morfológicos de deficiência em todos os tratamentos correspondentes. Esses sintomas tiveram as seguintes características específicas:

* Deficiência de FerroOs sintomas se manifestam através da clorose internerval nas folhas mais novas, as

quais se encaminham em direção às folhas medianas. Estas folhas tornam-se totalmente esbranquiçadas com a evolução da deficiência de Ferro. A erva-mate apresenta-se como uma excelente planta indicadora de falta de Ferro.

* Deficiência de MagnésioInicialmente os sintomas caracterizam-se pelo aparecimento de manchas cloróticas na

região do limbo foliar, nas folhas mais velhas. Em estágio mais avançado, esta clorose transforma-se em pequenas manchas necróticas, as quais progressivamente se estendem para a região do pecíolo, ocorrendo a queda das folhas antes de atingi-lo.

* Deficiência de CálcioOs sintomas caracterizam-se pelo aparecimento de manchas necróticas arredondadas nas

folhas, de coloração preta com um halo marrom claro e amarelado que as contornam. Essas necroses, isoladas ou confluentes, desenvolvem-se para a região da nervura principal, ocasionando a queda da folha ao atingi-la.

* Deficiências de NitrogênioInicialmente os sintomas caracterizam-se pelo aparecimento de uma clorose

generalizada nas folhas mais velhas, as quais atingem todas as folhas com o desenvolvimento18

dos sintomas. Paralelamente, verifica-se uma paralisação no desenvolvimento da muda.

* Deficiência de ZincoOs sintomas iniciam-se nas folhas mais novas, as quais apresentam uma consistência

coriácea, com os bordos bastante ondulados e um recurvamento acentuado.

* Deficiência de CobreOs sintomas nas folhas mais novas são de um encarquilhamento ou crestamento na

região do limbo, entre as nervuras secundárias, fazendo com que as folhas apresentem a superfície dorsal convexa.

* Deficiências de Fósforo e PotássioDurante o transcorrer do ensaio não foram observados sintomas visuais de carência

destes nutrientes, embora a produção de matéria seca tenha sido bastante afetada, conforme demonstrado pela FIGURA 1. Em outras palavras, ocorre paralisação no desenvolvimento das mudas de erva-mate.

5. RECOMENDAÇÕES PARA ADUBAÇÃO DE ERVA-MATE

5.1. Adubação das Mudas de Erva-Mate no Viveiro

A adubação das mudas de erva-mate no viveiro deve ser realizada tão logo as mudas repicadas estejam adaptadas aos recipientes (saquinhos plásticos ou tubetes), ou então, após a germinação quando em semeadura direta nas embalagens.

Resultados obtidos no viveiro da EPAGRI, em Chapecó (DA CROCE & FLOSS, 1999), demonstraram que a aplicação de adubo mineral, na formulação 10-20-10 de NPK dissolvido na proporção de 300gramas para 100 litros de água, regado sobre as mudas, foi o que apresentou melhor resultado, no que se refere a desenvolvimento de caule , raízes e folhas.

Quando se constata a deficiência de nitrogênio, inicialmente caracterizando-se pelo aparecimento de clorose generalizada nas folhas mais velhas, é importante que sejam efetuadas aplicações de uréia, na proporção de 100 gramas dissolvidas em 100 litros de água. A uréia deve ser dissolvida e regada como se fosse uma rega convencional. Esta aplicação deve ser feita em dias nublados e chuvosos, ou então, no final da tarde, com nova rega logo pela manhã seguinte, à base de 10 litros de solução para cada 6 metros quadrados de canteiro. As adubações deverão ser mensais, obedecendo a um cronograma estabelecido, de acordo com a análise do substrato dos recipientes.

5.2. Adubação de Erva-Mate

A época mais adequada para a adubação de plantas de erva-mate é nos meses de agosto a outubro, além de uma adubação de manutenção em fevereiro. Nos ervais em exploração, recomenda-se a adubação após as podas.

Segundo CHRISTIN (1987), nas condições de solos da Argentina, é recomendado aplicar de 200 a 400 quilos de adubo químico por hectare de erval, da fórmula 4-1-1 de NPK, para ervais com 1.000 plantas por hectare, aplicando de forma manual ou mecanicamente. Se

19

a colheita for efetuada no verão, recomenda-se a fertilização entre agosto e setembro, contudo se for no inverno, deve-se fertilizar entre fevereiro e a primeira quinzena de março. Dentre as formulações recomendadas, pode ser referida a composta por 200 quilos de uréia, 50 quilos de superfosfato triplo e 50 quilos de cloreto de potássio.

MAZUCHOWSKI (1989) afirma que não existem informações conclusivas de pesquisa no tocante a adubação química da erva-mate.Recomenda o início da primavera como a época ideal para efetuar-se a adubação das erveiras, porque estão repletas de gemas vegetativas. Aconselha ainda que , independente de resultados de análise de solos, deve-se usar 150 a 250 kg/ha da fórmula NPK 5-18-20, aplicando uréia em cobertura, na base de 200 quilos por hectare ou 100 gramas por erveira, a partir do 3º ano de idade a campo.

Conforme PRAT KRICUN (1991), para a produção de 6 toneladas por hectare de erva verde em ervais tradicionais, recomenda-se aplicar adubo na proporção de 100-25-25 (4-1-1) quilos NPK/ha, preferencialmente no mês de novembro, na projeção da copa das árvores. No caso de ervais colhidos durante os meses de verão ou cada ano e meio (18 meses), é recomendável a aplicação durante o mês de fevereiro. O emprego de adubos orgânicos de origem animal, vegetal ou misto, em volumes variáveis de 4 a 20 toneladas por hectare, constitui em boa prática para a recuperação de ervais em início de degradação ou avançado estágio de processo erosivo.

As recomendações de adubação e calagem de erva-mate para o Rio Grande do Sul e Santa Catarina recomendam que a adubação nitrogenada deve ser feita no plantio, variando a dosagem de 60 kg N/ha quando o teor de matéria orgânica for menor ou igual a 2,5%, de 40 kg N/ha quando o teor de matéria orgânica estiver entre 2,6 e 5,0%, e de 20 kg N/ha quando o teor de matéria orgânica for maior que 5,0%. Por sua vez, na fase de crescimento das plantas de erva-mate, devem ser aplicados 60 quilos de N por hectare. A calagem não é recomendada para a erva-mate face sua adaptação às condições de acidez do solo. A adubação fosfatada no plantio de erva-mate baseia-se na interpretação do P do solo, mediante os parâmetros de 130 kg P2O5/ha quando for limitante, 90 kg P2O5/ha quando for muito baixo, 60 kg P2O5/ha quando for baixo, 40 kg P2O5/ha quando for médio, 20 kg P2O5/ha quando for suficiente. A adubação fosfatada de reposição deve ser feita na dosagem de 120 kg P2O5/ha, ou menos quando o teor de P no solo for alto. Para adubação potássica, interpreta-se o K do solo e no plantio da erva-mate, mediante os parâmetros de 50 kg K2O/ha quando for limitante, 40 kg K2O/ha quando for muito baixo, 30 kg K2O/ha quando for baixo, 20 kg K2O/ha quando for médio e 10 kg K2O/ha quando for alto. Na reposição do potássio ao erval, recomendam-se 60 kg K2O/ha ou menos quando o teor for alto (COMISSÃO DE FERTILIDADE DO SOLO RS/SC, 1994).

A EPAGRI vem desenvolvendo estudos sobre a fertilidade do solo, com avaliações de doses e combinações de adubos minerais e orgânicos para a cultura da erva-mate. Por serem recentes, estes experimentos não apresentam resultados conclusivos para o uso pelos produtores. Por isso, baseado em experiências práticas (DA CROCE & FLOSS, 1999), recomenda-se o uso de 60 gramas da formulação 10-20-10 de NPK por cova, no momento do plantio das mudas de erva-mate. Alternativamente, poderá ser aplicado em cada cova cerca de 1 quilo do composto, o qual é formado por 3,5 quilos de adubo químico da fórmula 10-20-10 em um metro cúbico de esterco curtido de suíno ou de gado.

Por outro lado, no caso de plantios em exploração e após cada poda realizada, recomenda-se a aplicação de 100 gramas de adubo 10-20-10, por planta, na linha de projeção

20

da copa de cada erveira. De forma alternativa, poderá ser aplicado o composto acima referido, à base de 3 quilos por planta, distribuídos na coroa da planta (DA CROCE & FLOSS, 1996).

É importante salientar que não existe necessidade de fazer calagem para obter boa produção num erval (DA CROCE & FLOSS, 1996). Quando o pH estiver muito alto, acima de 6,0, ocorre uma significativa diminuição do crescimento da erva-mate e as plantas apresentam um aspecto similar a deficiência nutricional. Tal recomendação deve-se aos plantios consorciados com culturas anuais, ocasião em que será necessário efetuar a calagem da faixa de entre-linhas do erval. Caso se queira implantar um erval em solo com pH muito alto (próximo ou acima de 6,0), recomenda-se cultivar este solo com outras culturas até que o pH baixe , para obter sucesso na implantação do novo erval.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALDRICH, S. R. Plant Analysis – Problems and Opportunities. IN: WALSH, L. M.; BEATON, J. D.. Soil Testing and Plant Analysis. Madison: Soil Science Society of America, 1973. Cap. 14, p. 213 - 221.ANDRADE, F. M. Diagnóstico da Cadeia Produtiva da Ilex paraguariensis St. Hil. – Erva- Mate. Disponível em: <htpp: //www.unicamp.br/nipe.rbma.erv_.htm> São Mateus do Sul, 1999. ANUÁRIO BRASILEIRO DA ERVA-MATE. Gazeta do Sul - Grupo de Comunicações. Santa Cruz do Sul, 1999. 64 p.ASHIHARA, H. Purine metabolism and the biosynthesis of caffeine in mate leaves.

Phytochemistry, v.33, p.1427-1430, 1993.BALCEWICZ, L. C. A Viabilidade Sócio-Econômica da Cultura da Erva-Mate no Estado do Paraná frente a Concorrência do MERCOSUL. Projeto de Dissertação (Mestrado em Engenharia Florestal) no Setor de Ciências Agrárias. Universidade Federal do Paraná. Curitiba, 1997.BELINGHERI, L. D.; PRAT KRICUN, S. D. Seleccion de Plantas. In: I CURSO DE CAPACITACION EN PRODUCCIÓN DE YERBA MATE, (1992: Cerro Azul, Argentina). Anais ... Cerro Azul: INTA, Centro Regional Sul, Estacion Experimental Agropecuária Cerro Azul, 1992. p. 17-21.BELLOTE, A. F.; STURION, J. A. Deficiências Minerais em Erva-Mate (Ilex paraguariensis St. Hil.) – Resultados Preliminares. In: SEMINÁRIO SOBRE ATUALIDADES E PERSPECTIVAS FLORESTAIS, 10: SILVICULTURA DA ERVA-MATE (Ilex paraguariensis St. Hil.), Curitiba, 1983. p. 124-128.BOHNEN, R., et al. Erva-Mate. UFSM, Pró-Reitoria de Extensão, Centro de Ciências Rurais, Curso de Engenharia Florestal. Santa Maria-RS, 1982. 30 p.BUGARDT, A .C. Desenvolvimento de uma Bebida Utilizando Extrato de Erva-Mate Verde (Ilex paraguariensis St. Hil). Dissertação do Curso de Pós-Graduação em Tecnologia Química no Setor de Tecnologia. Universidade Federal do Paraná. Curitiba, 2000. 124 p.CAMARGO, P. N. & SILVA, O. Manual de Adubação Foliar. La Libreria e Herba. São Paulo, 1975. 258 p.CAMPOS, M. A. A . Balanço da Biomassa e Nutrientes em Povoamentos de Ilex paraguariensis St. Hil. – Avaliação na Safra e na Safrinha.(Dissertação de Mestrado). UFPR – Setor de Ciências Agrárias. Curitiba, 1991. 107 p.CHRISTIN, O. Fertilizacion de Yerbales. INTA: Circular de Divulgacion. Cerro Azul, Republica Argentina. 1987.

21COILE, T. S. Soil and the Growth of Forest. Advances in Agronomy, n. 4, p. 329- 398. 1952COMISSÃO DE FERTILIDADE DO SOLO RS/SC. Recomendações de Adubação e de Calagem para os Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. 3. ed. SBCS – Núcleo Regional Sul. Passo Fundo, 1994. 224 p.COSTA, S. G. A Erva-Mate. Coleção Farol do Saber. Curitiba, 1995. 132 p.DA CROCE, D. M. Características Físico-Químicas da Erva-Mate no Estado de Santa Catarina. IN: Anais do 2º Congresso Sul -Americano da Erva-Mate e 3ª Reunião Técnica da Erva-Mate. UFRGS / Helga Winge (Coordenadora). Porto Alegre, 2000. 470

p. (p. 77-79).DA CROCE, D. M. Pesquisa com Erva-Mate. EMPASC / Agropecuária Catarinense. Florianópolis. v. 1, n. 2, 1988. DA CROCE, D.M. & FLOSS, P. A. Cultura da Erva-Mate no Estado de Santa Catarina. EPAGRI. Boletim Técnico nº 100. Florianópolis, 1999. 81 p. DA CROCE, D.M.; FLOSS, P. A.; NADAL, R. de; BOHNER, J. A. M. Erva-Mate em Alta Densidade. EPAGRI / Agropecuária Catarinense. Florianópolis. v. 9, n. 3, 1996. p. 19-22.DA CROCE, D. M.; HIGA, A. R.; FLOSS, P. A. Escolha de Fontes de Sementes de Erva- Mate para Santa Catarina. EPAGRI. Boletim Técnico n.69. Florianópolis, 1994. 23 p.DENADAI, B. S. Cafeína e Atividade Física: Efeitos sobre o Metabolismo e a Performance. Revista de Ciência e Tecnologia. Universidade Metodista de Piracicaba, v. 4, nº 8, p. 7-14, dez. 1995.EDWIN, G.; REITZ, R. Aquifoliaceae. Itajaí: Herbário Barbosa Rodrigues, 1967. 47p.FAGUNDES, G. C. P. Cevando Mate. Habitasul. Porto Alegre, 1980. 135p.FERREIRA, M. T. T. Erva-Mate. In: Grande Manual Globo, v. 2, 3. ed., Globo. Rio de Janeiro, 1979. p. 132-136.FERREIRA FILHO, J. C. Cultura e Preparo de Erva - Mate. 2ª Edição. Serviço de Informação Agrícola, Ministério da Agricultura. Rio de Janeiro, 1957. 64 p.FERREIRA, F.; VAZQUEZ, A.; GUNTNER, C.; MOYNA, P. Inhibition of the passive

diffusion of cholic acid by the Ilex paraguariensis St. Hil. saponins. Phytotherapy Research, v.11, p.79-81, 1997.

FOSSATI, L. C. Avaliação do Estado Nutricional e da Produtividade de Erva-Mate Ilex paraguariensis St. Hil., em Função do Sítio e da Dioicia. (Dissertação de Mestrado). UFPR – Setor de Ciências Agrárias. Curitiba, 1997. 113 p.GIBERTI, G. C. Ilex en Sudamérica: Florística, Sistemática y Potencialidades con Relación a un Banco de Germoplasma para la Yerba Mate. IN: Anais do 2º Congresso Sul -Americano da Erva-Mate e 3ª Reunião Técnica da Erva-Mate. UFRGS / Helga Winge (Coordenadora). Porto Alegre. 470 p. (p. 303 - 312).GOSMANN, G.; GUILLAUME, D.; TAKETA, A. T. C. et al. Triterpenoid Saponins from Ilex paraguariensis. Journal of Natural Products, [s.l.]. v. 58, nº 3, p. 438-441, 1995.GOSMANN, G.; SCHENKEL, E. P.; SELIGMANNO, O. A New Saponin from Mate Ilex paraguariensis. Journal of Natural Products, [ s.l.], v. 52, nº 6, p. 1367-1370, 1989. HILLEL, D. Soil and Water – Physical Principles and Processes. Academic Press Inc. New York, 1971.IBDF. Erva-Mate. In: Trigo e Soja, n. 50, p. 27-35. Porto Alegre, agosto-setembro de 1980.KRAMER, P. J.; KOSLOWSKI, T. T. Fisiologia das Árvores. Fundação Calouste Goulbenkian. Lisboa, 1960. 745 p.KISHI, S.; KOBIYAMA, M.; CUNHA, J.S.F. Efeitos das Condições Hídricas do Solo

22 sobre o Crescimento em Erva-Mate (Ilex paraguariensis St. Hil.). IN: Congresso Brasileiro de Ciência do Solo (23:2001: Londrina). Londrina: EMBRAPA Soja, Anais, 2001. Cdrom (no prelo).KLAR, A.E. A Água no Sistema Solo-Planta-Atmosfera. São Paulo: Nobel, 1984. 408p.KRAMER, P.J.; BOYER, J.S. Water Relations of Plants and Soils. Academic Press, Inc.

California, 1995.KRAMER, K.H.; TAKETA, A.T.C.; SCHENKEL, E.P.; GOSMANN, G.; GUILLAUME, D.

Matesaponin 5, a Highly Polar Saponin from Ilex paraguariensis. Phytochemistry, v.42, p. 1119-1122, 1996.

KRAMER, P.J.; KOZLOWSKI, T.T. Physiology of Trees. New York: McGraw-Hill, 1960. 642p.

KRICUN, S.D.P. Yerba Mate. Misiones: INTA - Estacion Experimental Agropecuaria, 1983. 16p.

KUDREV, T.G. Água: Vida das Plantas. São Paulo: Ícone, 1994. 178p.LARCHER, W. Ecofisiologia Vegetal. Barcelona: Pmega, 1977. 305p.LAWLOR, D.W. The Effects of Water Deficit on Photosynthesis. In: SMIRNOFF, N. (ed.) Environment and Plant Metabolism. Oxford: BIOS Scientific, 1995. p.129-160. LE ROY, P. Variation Saisonnière de Teneurs en Eau et Eleménts Mineraux des Fenilles du Cêne Pedonculé. Ann. Sci. For., 25 (2): 8383-117.LOPES, A. S. Mineralogia do Potássio em Solos do Brasil. In: SIMPÓSIO SOBRE POTÁSSIO NA AGRICULTURA BRASILEIRA, 1982, Londrina. Potássio na Agricultura Brasileira. Anais. Piracicaba: Instituto da Potassa & Fosfato / Instituto Internacional da Potassa, 1982. p. 51-65.LOURENÇO, R. S. Adubação da Erva-Mate. In: I CONGRESSO SUL-AMERICANO DA ERVA-MATE . II REUNIÃO TÉCNICA DO CONE SUL SOBRE A CULTURA DA ERVA-MATE. Curitiba, PR, Brasil. 24 - 27 de novembro de 1997.LOURENÇO, R. S. e MEDRADO, M. J. S. Cobertura Morta na Produção da Erva-Mate. Circula Técnica n. 30. EMBRAPA-CNPF. Colombo-PR, 1998. 15 p.LOURENÇO, R. S.; MEDRADO, M. J. S.; DALZOTO, D. N. Efeito de Níveis de Potássio sobre a Produtividade de Erva- mate no Município de Ivai-PR. Boletim de Pesquisa Florestal n. 39. Colombo-PR: EMBRAPA-CNPF. 1999. p. 119-131.MACCARI JUNIOR, A.; MAZUCHOWSKI, J. Z. Produtos Alternativos e Desenvolvimento da Tecnologia Industrial na Cadeia Produtiva da Erva-Mate. Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Erva - Mate / MCT / CNPq / Projeto PADCT Erva-Mate. Curitiba, 2000. 176 p.MACEDO, I. C. C.; CHIEA, S. C. Flora Fanerogâmica da Reserva do Parque Estadual das Fontes do Ipiranga (SP). Hoehnea, 1986, v. 13, p. 141-143.MALAVOLTA, E. O Potássio e a Planta. Instituto da Potassa-Fosfato (EUA) / Instituto Internacional da Potassa (Suíça). 1977. 41 p.MALAVOLTA, E. Elementos de Nutrição Mineral das Plantas. Editora Ceres. São Paulo, 1980. 251 p.MALAVOLTA, E.; VITTI, G. C.; DE OLIVEIRA, S. A . Avaliação do Estado Nutricional das Plantas – Princípios e Aplicações. POTAFOS. Piracicaba, 1989. 201 p. MARSCHNER, H. Mineral Nutrition of Higher Plants. Academic Press. London, 1986. 647 p.MARTINS, R. Ilex – Mate, Chá Sul Americano, 1926.MAZUCHOWSKI, J.Z. Manual da Erva-Mate (Ilex paraguariense St. Hill). Curitiba:

EMATER-PR, 1989 e 1991. 104p.MAZUCHOWSKI, J.Z.; CROCE, D.M.; WINGE, H. Diagnóstico e Perspectivas da Erva- Mate no Brasil. Comissão Nacional da Erva-Mate. Chapecó, 1996. 28 p.

23MAZUCHOWSKI, J. Z.; RUCKER, N. G. A . Diagnóstico e Alternativas para a Erva- Mate Ilex paraguariensis. Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento. Curitiba, 1993. 141 p.MAZUCHOWSKI, J. Z.; RUCKER, N. G. A . Prospecção Tecnológica da Cadeia Produtiva da Erva - Mate. Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento. Curitiba, 1996. 125 p.MAZUCHOWSKI, J. Z.; RUCKER, N. G. A . Prospecção Tecnológica da Cadeia Produtiva da Erva-Mate - Documento Executivo. Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento. Curitiba, 1997. 27 p.MAZZAFERA, P. Caffeine, Theobromine and Theophyline Distribution in Ilex paraguariensis. Revista Brasileira de Fisiologia Vegetal, [s.l.], v. 6, nº 2, p. 149-151. 1994.MILLER, E. Plant Physiology with Reference to the Green Plant. 2. ed.. New York: McGraw-Hill, 1938. 1201 p. MILLER, H. G. Dynamics of Nutrient ycling in Plabntatrion Ecossystems. In: Nutrition of Plantation Forest. Londres: Academic Press. 1984, p. 53-78.MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária. Portaria nº 234 / 98. Brasília, 1998.MOREIRA, C. S.; MALAVOLTA, E.; RODRIGUEZ, O.; SANCHEZ, A.C.; KOO, J. R. C. Nutrição Mineral e Adubação – Citrus. Instituto Brasileiro da Potassa e do Fosfato: Boletim Técnico. São Paulo, 1983. 122 p.MUNSON, R. D.; NELSON, W. J. Principles and Practices in Plant Analysis. IN: WALSH, L. M.; BEATON, J. D. Soil Testing and Plant Analysis. Madison: Soil Science Society of America. 1974, p. 223-244.OLIVEIRA, Y.M.M.; ROTTA, E. Área de Distribuição Natural de Erva-Mate (Ilex

paraguariense St. Hill). In: X Seminário sobre Atualidades e Perspectivas Florestais - Silvicultura da Erva-Mate (Ilex paraguariense St. Hill), Curitiba: EMBRAPA-CNPF, 1985. p.17-36.

OMETTO, J. C. Bioclimatologia Vegetal. São Paulo: Agronômica Ceres, 1981. 440p.PAULA, S. R. Micropropagação de Erva - Mate (Ilex paraguariensis St. Hil.) e Comparação das Folhas In Vitro com as Originadas em Casa de Vegetação. (Dissertação de Mestrado em Botânica). UFPR. Curitiba, 1992.PENMAN, H.L. Evaporation: an Introductory Survey. Netherlands J. Agric. Sci.,

Amsterdam, v.4, p.9-30, 1956.PIRES, V.S.; GUILLAUME, D.; GOSMANN, G.; SCHENKEL, E.P. Saponins from Ilex

dumosa, an Erva-Mate (Ilex paraguariensis) Adulterating Plant. J. Agric. Food Chem., v.45, p.1027-1031, 1997.

PRAT KRICUN, S. D. Yerba Mate, Técnicas Actualizadas de Cultivo. INTA: Miscelanea n. 27. Cerro Azul – Republica Argentina, 1991. 15 p.

QUADROS, , R. M.B.; REISSMANN, C. B.; RADOMSKI, M. I. Comparação dos Teores Foliares de Macro e Micronutrientes em Folhas de Erva-Mate em Ervais Nativos sob Condições de Sombreamento e a Céu Aberto. In: I REUNIÃO TÉCNICA DO CONE SUL SOBRE A CULTURA DA ERVA-MATE, Programas e Resumos. FAPERGS. Porto Alegre, 1992. p. 30.

RADOMSKI, M. I.; REISSMANN, C. B.; QUADROS, R. M. B. Comparação dos Teores Foliares de Macro e Micronutrientes em Três Plantios de Erva-Mate a Céu Aberto. In: I REUNIÃO TÉCNICA DO CONE SUL SOBRE A CULTURA DA ERVA-MATE, Programas e Resumos. FAPERGS. Porto Alegre, 1992. p. 31.

RAIJ, B. Disponibilidade de Potássio em Solos do Brasil. In: SIMPÓSIO SOBRE POTÁSSIO NA AGRICULTURA BRASILEIRA, 1982, Londrina, PR. Potássio na

24 Agricultura Brasileira: Anais. Piracicaba: Instituto da Potassa & Fosfato / Instituto

Internacional da Potassa, 1982. p. 51-55.REISSMANN, C.B.; KOEHLER, C.W.; ROCHA, H.O.; HILDEBRAND, E.E. Avaliação das

Exportações de Macronutrientes pela Exploração da Erva-Mate. IN: X Seminário sobre Atualidades e Perspectivas Florestais - Silvicultura da Erva-Mate (Ilex paraguariense St. Hill), Curitiba: EMBRAPA-CNPF, 1985. p.128-139.

REISSMANN, C.B.; KOEHLER, C.W.; ROCHA, H.O.; CALDAS, R. de L. e S.; HILDEBRAND, E.E. Bioelementos em Folhas e Hastes de Erva-Mate sobre Cambissolos na Região de Mandirituba – PR. UFPR / FUPEF. Rev. Flor. V. 14. n. 2, p. 49 – 54, 1983.

REISSMANN, C.B. & PREVEDELO, B. M. S. Influência da Calagem no Crescimento e na Composição Química Foliar da Erva-Mate (Ilex paraguariensis St. Hil.). IN: CONGRESSO NACIONAL SOBRE ESSENCIAS NATIVAS: CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE (1992: São Paulo). Anais ... Revista do Instituto Florestal, São Paulo, v. 4, n. único, parte 4, 1992. p. 625 - 629.

RESENDE, M.; CURI, N.; SANTANA, D. P. Pedologia e Fertilidade do Solo – Interações e Aplicações. Brasília: Ministério da Educação e Cultura; Lavras: ESAL; Piracicaba: POTAFOS. 1988. 81 p.

RICCO, R.A.; WAGNER, M.L.; GURNI, A.A. Estudio Comparativo de Flavonoides Austrosudamericanas del Genero Ilex. In: WINGE, H.; FERREIRA, A.G.; MARIATH, J.E.A.; TARASCONI, L.C. (org.) Erva-Mate: Biologia e Cultura no Cone Sul. Porto Alegre: Ed. UFRGS, 1995. p. 243-249.

SANTOS, H. J. dos. A Erva-Mate em Mato Grosso do Sul. IN: SEMINÁRIO SOBRE ATUALIDADES E PERSPECTIVAS FLORESTAIS - SILVICULTURA DA ERVA-MATE. Anais, 10. EMBRAPA – CNPF, 1985. Curitiba. p. 13-6

SANZ, M. D. T.; ISASA, M. E. T. Elementos Minerales en la Yerba Mate. Arch. Latinoam. Nutr., v. 41, n. 3, p. 441-451. 1991.

SCHENKEL, E. P.; GOSMANN, G.; HEINZMANN, B.M. et al. Saponinas em Espécies do Gênero Ilex. In: ERVA - MATE: BIOLOGIA E CULTURA NO CONE SUL. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 1995. P. 251-256.SCHENKEL, E.P.; GOSMANN, G.; HEINZMANN, B.M.; MONTANHA, J.A.; ATHAYDE,

M.L.; TAKETA, A.C. Saponinas em Espécies do Gênero Ilex. In: WINGE, H.; FERREIRA, A.G.; MARIATH, J.E.A.; TARASCONI, L.C. (org.) Erva-Mate: Biologia e Cultura no Cone Sul. Porto Alegre: Ed. UFRGS, 1995. p.251-256.

SMITH, E. M. Mineral Analysis of Plant Tissue. Annu. Rev. Plant Physiol., Palo Alto, v. 13, p. 81-108. 1962.

SOSA, A D. Fertilizacion Química, Abonos, Requerimientos Nutricionales. In: CURSO DE CAPACITACION EN PRODUCCIÓN DE YERBA MATE, 2., 1994, Cerro Azul, Argentina. Curso. Cerro Azul: INTA, 1994. p. 68-90.

URBAN, T. O Livro do Mate. Editora Salamandra. Rio de Janeiro, 1990. 93 p.VALDUGA, E. Caracterização Química e Anatômica da Folha de Ilex paraguariensis St. Hil. e de Algumas Espécies Utilizadas na Adulteração do Mate. Dissertação de Mestrado em Tecnologia Química.Universidade Federal do Paraná. Curitiba, 1995. 126 p.VAN DEN DRIESSCHE, R. Nutrient Storage, Retranslocation and Relationship of Stress to Nutrition. In: Bowen (ed). Nutrition of Plantation Forest.Londres: Academic Press, 1984.VAN GENUCHTEN, M.TH. A Closed-Form Equation for Predicting the Hydraulic

Conductivity of Unsaturated Soils. Soil Sci. Soc. Am. J., Madison, v. 44, p. 892-898, 1980.

25VAZQUEZ, A.; MOYNA, P. Studies on Mate Drinking. J. Ethnopharmacology, v.18,

p.267-272, 1986.VERONESE, A . Contribuição ao Estudo do Mate. Imprensa Nacional. Rio de Janeiro,

1944. 213 p.WELLS, G. C.; METZ, L. J. Variation in Nutrient Content of Loblolly Pine Neeedles with

Age, Season and Position on the Crown. Soil Science Society of America Proceedings. 1963. v. 27, n. 1, p. 90 – 93.

WITTWER, S.H. Impact of the Grenhouse Effect on Plant Growth and Crop Productivity. In: BASRA, A. S. (ed.) Mechanisms of Plant Growth and Improved Productivity. New York: Marcel Dekker, 1994. p. 199-228.

26