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Aluno(a): Data: 01/06/2020 5º ANO II Unidade Componente Curricular: Português Professora: Português Texto 1 Amarelinho O Amarelinho gostava de ficar com o nariz achatado nas vitrinas namorando os televisores coloridos funcionando. Legal! Muito mais bonito do que os branco e preto! Ele ficava até que aparecia um empregado para implicar: − Menino, vá embora! − Por quê? − Porque aí não é lugar de meninos! − Eu tô só vendo...! − Mas fica esfregando a mão no vidro, suja tudo! Não sabe ver só com os olhos? Vamos, vá embora, menino! Ele ia. Caminhava um pouco. Magoado, com raiva, querendo brigar. Então, virava-se para trás, fingia que estava com a metralhadora nas mãos e... − Pápápápápá! − fazia com a boca imitando o disparo da automática. − Matei você! Em seu mundo de oito anos, o Amarelinho imaginava a vítima caída no chão, morta no meio de uma poça de sangue. Igual ele via na televisão. Aí, ele fugia em um velocíssimo carrão, cujos pneus chiavam pelo asfalto das avenidas. E pronto! − estava vingado. Só assim, depois de feita a justiça pelas próprias mãos, que ia embora, à procura de outra vitrina para, outra vez, “ficar lambendo com os olhos”. Estava no jardim público, quando passou uma mulher e perguntou: − Menino, você não tem pai? − Não... − Nem mãe? Fez que sim. Colégio Um mundo de possibilidades DÍNAMO 42 anos

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Page 1: colegiodinamo.files.wordpress.com€¦  · Web viewMuita gente na loja. Hipnotizado pela arma de brinquedo, ele também entrou. Olhou. Não contente, esticou a mão, passou o dedo

Aluno(a):Data: 01/06/2020 5º ANO II UnidadeComponente Curricular: Português Professora:

PortuguêsTexto 1

Amarelinho O Amarelinho gostava de ficar com o nariz achatado nas vitrinas namorando os televisores coloridos funcionando. Legal! Muito mais bonito do que os branco e preto! Ele ficava até que aparecia um empregado para implicar: − Menino, vá embora! − Por quê? − Porque aí não é lugar de meninos! − Eu tô só vendo...! − Mas fica esfregando a mão no vidro, suja tudo! Não sabe ver só com os olhos? Vamos, vá embora, menino! Ele ia. Caminhava um pouco. Magoado, com raiva, querendo brigar. Então, virava-se para trás, fingia que estava com a metralhadora nas mãos e... − Pápápápápá! − fazia com a boca imitando o disparo da automática. − Matei você! Em seu mundo de oito anos, o Amarelinho imaginava a vítima caída no chão, morta no meio de uma poça de sangue. Igual ele via na televisão. Aí, ele fugia em um velocíssimo carrão, cujos pneus chiavam pelo asfalto das avenidas. E pronto! − estava vingado. Só assim, depois de feita a justiça pelas próprias mãos, que ia embora, à procura de outra vitrina para, outra vez, “ficar lambendo com os olhos”. Estava no jardim público, quando passou uma mulher e perguntou: − Menino, você não tem pai? − Não... − Nem mãe? Fez que sim. − Então é melhor ir pra casa, menino! Tão pequeno, aí, sozinho na rua a essa hora? Onde você mora? − Na favela. A mulher abriu a bolsa e tirou uma nota. − Tome. É pra comprar um doce... Ele pegou a nota e ficou olhando para a mulher. Um doce custava o dobro. O que iria comprar com aquela nota? A mulher foi embora. O Amarelinho enfiou a nota e a mão no bolso do short encardido e continuou passeando. Viu um Papai Noel de vermelho que batia um sininho. Ele tinha barba branca esquisita, não parecia nascer no rosto dele. Papai Noel nem olhou. O Amarelinho encolheu os ombros, entrou no bar, comprou balas. Desembrulhou uma, enfiou na boca, e a outra guardou para mais tarde.

ColégioUm mundo de possibilidades DÍNAMO42

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Na esquina havia uma grande loja de brinquedos. Ele estava passando por lá quando... viu! Os olhos arregalaram! Ela estava dependurada, igualzinha à de verdade, o cano de aço, o gatilho, o casco de madeira: a mais linda metralhadora que jamais tinha visto em toda a sua vida! Muita gente na loja. Hipnotizado pela arma de brinquedo, ele também entrou. Olhou. Não contente, esticou a mão, passou o dedo. Chegou a rir enquanto fazia pápápápápá com a boca. Nisso, aproximou-se um vendedor carrancudo: − Vá embora, moleque! − Só tô vendo, moço! − E precisa passar a mão suja? Vá embora. − Quanto custa? − Um dinheirão. Não é pro seu bico, é só pra filho de gente rica. Vá embora, menino! E empurrou-o para fora. O Amarelinho saiu. Porém, na calçada, tornou a olhar para a arma. Vendo aquilo, o empregado deu-lhe um carreirão. O Amarelinho correu. Pouco mais adiante, parou, virou-se para trás, fez gesto de quem empunhava a metralhadora: − Pápápápápá, matei você! − disse, cuspindo de lado e imaginando o vendedor morto na calçada. Em seguida, retomou o caminho e foi embora. Porém repetindo: − Eu quero uma metralhadora daquelas!

*Amarelinho*, Ganymédes José.

VOCABULÁRIO1. Leia as frases com atenção e explique o significado das palavras ou expressões sublinhadas.

a) Amarelinho gostava de ficar com o nariz achatado nas vitrinas namorando os televisores coloridos funcionando.SIGNIFICA ADMIRANDO, COBIÇANDO.

b) Não sabe ver só com os olhos.SIGNIFICA OLHAR SEM TOCAR.

c) Caminhava um pouco. Magoado, com raiva, querendo brigar.SIGNIFICA TRISTE, RESSENTIDO.

d) Muita gente na loja. Hipnotizado pela arma de brinquedo, ele também entrou.SIGNIFICA ENCANTADO, FASCINADO.

e) Nisso aproximou-se um vendedor carrancudo.SIGNIFICA MAL-HUMORADO, EMBURRADO.

ENTENDENDO OS TEXTOS2. Em dois momentos do texto, Amarelinho parou para observar as vitrines das lojas. O que Amarelinho admirava em cada um desses momentos?

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10 MOMENTO: “...os televisores coloridos funcionando.”20 MOMENTO: “... a mais linda metralhadora que jamais tinha visto em toda a sua vida!”

3. O empregado da primeira loja e o vendedor da segunda loja comportam-se de maneira semelhante. Descreva o comportamento dos dois vendedores.OS DOIS VENDEDORES EXPULSAVAM O MENINO PARA LONGE DA VITRINE DE FORMA OFENSIVA.

4. A reação do personagem do texto ao destrato que recebeu dos vendedores das lojas, é agressiva. a) Qual foi essa reação do garoto?DIZIA AO VENDEDOR QUE ESTAVA APENAS OLHANDO E SAIA MAGOADO, COM RAIVA, QUERENDO BRIGAR.b) De acordo com o texto, onde Amarelinho teria aprendido aquela reação? APRENDEU ASSISTINDO TELEVISÃO.c) A reação do personagem era real ou imaginária? Por quê?IMAGINÁRIA, POIS O MENINO FAZIA COM A BOCA O SOM DO DISPARO DA ARMA.

5. Amarelinho encontrou com uma mulher em um jardim público, que lhe fez perguntas demonstrando preocupação com a presença dele ali naquele lugar e hora.Mas talvez Amarelinho não achasse que aquela mulher estivesse tão preocupada com ele. Por quê?PORQUE O DINHEIRO QUE A MULHER LHE DEU PARA COMPRAR DOCE, ERA POUCO. O DOCE CUSTAVA O DOBRO.6. Leia o trecho abaixo.

Agora explique a reação de Amarelinho diante do comportamento de Papai Noel. RETRIBUIU O TRATAMENTO DADO. NÃO DEU IMPORTÂNCIA AO VELHINHO.

TEXTO IIA escola. A flor. A flor. A escola...

Tudo ia muito bem quando Godofredo entrou na minha aula. Pediu licença e foi falar com D. Cecília Paim. Só sei que ele apontou a flor no copo. Depois saiu. Ela olhou para mim com tristeza.

Quando terminou a aula, me chamou.

- Quero falar uma coisa com você, Zézé. Espere um pouco.

Ficou arrumando a bolsa que não acabava mais. Se via que não estava com vontade nenhuma de me falar e procurava a coragem entre as coisas. Afinal se decidiu.

Papai Noel nem olhou. O Amarelinho encolheu os ombros, entrou no bar, comprou balas. Desembrulhou uma, enfiou na boca, e a outra guardou para mais tarde.

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- Godofredo me contou uma coisa muito feia de você, Zezé. É verdade?

Balancei a cabeça afirmativamente.

- Da flor? É, sim, senhora.

- Como é que você faz?

- Levanto mais cedo e passo no jardim da casa do Serginho. Quando o portão está só encostado, eu entro depressa e roubo uma flor. Mas lá tem tanta que nem faz falta.

- Sim. Mas isso não é direito. Você não deve fazer mais isso. Isso não é um roubo, mas já é um furtinho.

- Não é não, D.Cecília. O mundo não é de Deus? Então as flores são de Deus também...

Ela ficou espantada com a minha lógica.

- Só assim que eu podia, professora. Lá em casa não tem jardim. Flor custa dinheiro... E eu não queria que a mesa da senhora ficasse sempre de copo vazio.

Ela tirou o lenço da bolsa e passou, disfarçadamente, nos olhos.

- Eu não queria fazer a senhora chorar. Eu prometo que não roubo mais flores e vou ser cada vez mais um aluno aplicado.

Pegou as minhas mãos entre as dela.

- Você vai prometer uma coisa, porque você tem um coração maravilhoso, Zézé.

- Eu prometo, mas não quero enganar a senhora. Eu não tenho um coração maravilhoso. A senhora diz isso porque não me conhece em casa.

- Não tem importância. Pra mim você tem. De agora em diante não quero que você me traga mais flores. Só se você ganhar alguma. Você promete?

- Prometo, sim senhora. E o copo? Vai ficar sempre vazio?

- Nunca esse copo vai ficar vazio. Quando eu olhar para ele vou enxergar a flor mais linda do mundo. E vou pensar: quem me deu essa flor foi o meu melhor aluno. Está bem?

Agora ela ria. Soltou minhas mãos e falou com doçura.

- Agora pode ir, coração de ouro...

O MEU PÉ DE LARANJA LIMA. José Mauro de Vasconcelos - 1968

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7. “Tudo ia muito bem”. É dessa forma que o texto se inicia. Mas, logo em seguida, há um problema. Qual o fato que representa o conflito dessa narrativa?

ZEZÉ SER DENUNCIADO POR GODOFREDO, PARA A PROFESSORA, POR ENTRAR NO JARDIM DA CASA DE SERGINHO PARA ROUBAR FLORES PARA COLOCAR NO COPO QUE FICA SOBRE A MESA DA PROFESSORA.

8. Considerando o diálogo entre Zezé e sua professora, responda:

a) Que argumento foi utilizado pelo menino para convencê-la de que seu ato não era “roubo” nem “furtinho”?

“O MUNDO NÃO É DE DEUS? ENTÃO AS FLORES SÃO DE DEUS TAMBÉM...”

b) Quais motivos levaram Zezé a cometer o deslize que foi denunciado pelo colega Godofredo?

“LÁ EM CASA NÃO TEM JARDIM. FLOR CUSTA DINHEIRO... E EU NÃO QUERIA QUE A MESA DA SENHORA FICASSE SEMPRE DE COPO VAZIO.”

9. Quais características psicológicas do protagonista são evidenciadas?

SINCERIDADE, AMOROSO, COMPREENSIVO.

10. Considerando os dois textos lidos, informe:

a) Uma semelhança e uma diferença entre os personagens principais dos textos.

SEMELHANÇA: AS DUAS PERSONAGENS SÃO DE FAMÍLIAS CARENTES.

DIFERENÇA: A CRIANÇA DO TEXTO I NÃO ESTUDA E DO TEXTO II, ESTUDA.

b) Uma semelhança entre os textos lidos.

OS DOIS TEXTOS SÃO TRECHOS DE LIVROS.

ANÁLISE LINGUÍSTICA11. Retire do resumo do livro Meu pé de laranja lima, o que se pede.

Um garoto chamado Zezé, tinha 6 anos (ou 5 mas gostava de dizer que ele tinha seis). 

Ele vivia em uma casa de tamanho médio, seu pai se chamava Paulo, e estava desempregado, sua mãe, que por causa de seu marido desempregado trabalhava até tarde numa fábrica, e mais três irmãos: Totoca, Jandira e Glória. Por causa do desemprego de seu pai, eles foram obrigados a mudar para uma casa menor, onde o garoto conheceu Minguinho, seu pé de laranja lima, que fica sendo seu melhor e único amigo. 

Como o moleque sempre foi muito arteiro, recebeu muitas palmadas e era surrado constantemente, apesar de que às vezes não tinha culpa do que acontecia.  O garoto tinha cinco anos, aprendeu a ler e por isso foi à escola mais cedo. Lá ele era um garoto muito comportado e gostava muito da professora

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a) Substantivos:

COMUM DERIVADO COLETIVOGAROTO DESEMPREGO CLASSEb) artigo + substantivo + adjetivo: UMA CASA MENOR

c) Três pronomes de classificações diferentes. (Informar a classificação de cada um)

ELE: PRONOME PESSOAL DO CASO RETOSEU: PRONOME POSSESSIVOISSO: PRONOME DEMONSTRATIVO

BEIJOS DA PRÓ!

Um garoto chamado Zezé, tinha 6 anos (ou 5 mas gostava de dizer que ele tinha seis). 

Ele vivia em uma casa de tamanho médio, seu pai se chamava Paulo, e estava desempregado, sua mãe, que por causa de seu marido desempregado trabalhava até tarde numa fábrica, e mais três irmãos: Totoca, Jandira e Glória. Por causa do desemprego de seu pai, eles foram obrigados a mudar para uma casa menor, onde o garoto conheceu Minguinho, seu pé de laranja lima, que fica sendo seu melhor e único amigo. 

Como o moleque sempre foi muito arteiro, recebeu muitas palmadas e era surrado constantemente, apesar de que às vezes não tinha culpa do que acontecia.  O garoto tinha cinco anos, aprendeu a ler e por isso foi à escola mais cedo. Lá ele era um garoto muito comportado e gostava muito da professora