walker travels magazine | 05 | mongólia

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REVISTA DE VIAGENS PRODUZIDA POR EDSON WALKER MONGÓLIA IMENSIDÃO, SOLIDÃO, NÔMADES, PATRICINHAS, E ALGUMAS DOSES DE VODKA

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Se você pensou um dia em ir para um lugar distante de tudo, você provavelmente já pensou na Mongólia. Com certeza você não vai ficar decepcionado viajando pela imensidão da terra natal de Genghis Khan que, por falta de outro ícone, mais de 800 anos depois continua sendo o herói e pai dessa nação rica em minérios, areia, bêbados e patricinhas. A Mongólia é o tipo de país no qual quem faz o caminho é você mesmo. Se você quiser se perder, é muito fácil nesse país imenso de apenas 3 milhões de habitantes onde, no interior, é mais fácil você ser encontrado por lobos do que por homens. Não é só a paisagem que é extrema. O clima também torna a viagem exaustiva, mas promove os mais belos espetáculos, tanto no céu quanto na terra.

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REVISTA DE VIAGENS PRODUZIDA POREDSON WALKER

MONGÓLIA IMENSIDÃO, SOLIDÃO,NÔMADES, PATRICINHAS, E A L G U M A S D O S E S D E V O D K A

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edição, diagramaçãofotos e textos

edson walkerrevisão ortográfica

tânia ottonijunho 2013

publicação:

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Apenas R$ 30,00 mensais.

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Se você pensou um dia em ir para um lugar distante de tudo, você provavelmente já pensou na Mongólia. Com certeza você não vai ficar decepcionado via-jando pela imensidão da terra natal de Genghis Khan que, por falta de outro ícone, mais de 800 anos de-pois continua sendo o herói e pai dessa nação rica em minérios, areia, bêbados e patricinhas.

Mas não é uma viagem para “sissies”. Na hora do aperto, não tem “nojinho” diante da latrina, do chá com leite com gosto de fritura ou do banho de bacia. Espremido dentro de taxis ou ônibus, parando em lugares isolados e comendo em pequenas estala-gens, você será recompensado pelas mais belas e extremas paisagens que já viu na vida. Os inúme-ros bêbados caindo pelas ruas, e por muitas vezes agredindo verbalmente estrangeiros, tira um pouco do encanto dado pelas carinhas rechonchudas e olhinhos puxados das crianças.

A Mongólia é o tipo de país no qual quem faz o ca-minho é você mesmo. Se você quiser se perder, é muito fácil nesse país imenso de apenas 3 milhões de habitantes onde, no interior, é mais fácil você ser encontrado por lobos do que por homens. Não é só a paisagem que é extrema. O clima também torna a viagem exaustiva, mas promove os mais belos espe-táculos, tanto no céu quanto na terra.

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paisagens de solidão

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bayan chandmani mongólia

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mongólia budista

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guerreiro mongol

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ulaanbaatar mongólia

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cidade de contrastes

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cidade de contrastes

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cidade de contrastes ulaanbaatar mongólia

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cidade de contrastes ulaanbaatar mongólia

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cidade de contrastes

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cidade de contrastes

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ulaanbaatar mongólia

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cidade de contrastes

Você que lê com frequência esta revista deve estar cheio de perguntas para fazer. Mongólia! Afinal, como que é a vida por lá? O que eles comem? Qual é a religião? Que música ouvem? Que roupas vestem? Sabem sambar? Gostam de futebol?

Muitas dessas perguntas eu ainda não sei como responder, mas já deu para ter uma pequena ideia de como as coisas são por aqui. Para mim, a Mongólia sempre foi um sonho de viagem, assim como deve ser para qualquer viajante. As histórias de Gen-gis Khan, as infinitas pradarias verdes (ou brancas, é claro, dependendo da estação), a vida nômade no campo criando animais, as tendas circulares que usam como casa, o deserto Gobi, enfim, várias dessas ima-gens sempre estiveram em minha imagina-ção. Agora, finalmente, aqui estou, na frente desse mapa, me lembrando dos lugares de que ouvi falar desde que cheguei, tentando decidir por onde vou me perder pelos pró-ximos dias.

Estou ainda na capital, Ulaanbaatar, que fica a 1500m de altitude. Quando o céu não está nublado, um impressionante azul domina todo o horizonte, tão lindo quanto o azul do céu de Brasília. A cidade não é nada

atraente, visualmente não é muito interes-sante, mas também não é o fim do mundo. Carros valiosos circulam por toda a parte no trânsito geralmente caótico da cidade. Existem dois tipos de países: um no qual as pessoas que possuem carros respeitam a fragilidade do pedestre e outros, como a Mongólia, onde o pedestre tem que tomar consciência da sua fragilidade e correr para salvar a vida.

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As menininhas da cidade adoram se ves-tir bem. A aparência por aqui é tudo. Até mesmo para sair de casa e comprar no mercado da esquina precisam estar bem vestidas e sexy. Cuidam muito do corpo e até Herbalife é possível comprar por aqui. Na TV ou nos DVDs que somos obrigados a assistir dentro das vans ou ônibus em via-gens para fora da cidade, a mesma cultura pop importada e reinterpretada dos EUA. Garotas esqueléticas com olhinhos puxa-dos, cabelos esvoaçantes (algumas até mesmo loiras) e roupas sexy rebolam em palcos cheios de luzes coloridas. Quando não é isso, é um clip de um galã vestido com terno e olhar apaixonado dentro de um carro moderno, em cenários que nada lembram o que se vê pela janela. O barulho quase ensurdecedor contrasta com as pai-sagens verdes, tendas, cavalos e rebanhos de ovelhas ou cabras.

Meu amigo Levi, que inclusive conheceu minha vila no Brasil quando passou uma semana no sítio da minha mãe, já mora aqui há quatro anos. Aos poucos ele vai me contando as histórias que lhe aconteceram durante todo esse tempo cujos três primei-ros anos passou numa vila ao norte da capi-tal. Ele foi um dos muitos voluntários ame-

ricanos que costumam vir para cá todos os anos para ensinar inglês em pequenas cidades do país. A organização é chamada de Peace Corps e é mantida pelo governo americano. O slogan é “Você Pode Fazer a Diferença”, mas também não passa de uma forma dos americanos conseguirem se aliar comercialmente com vários países em

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telhados mongóis

desenvolvimento. Um dos pontos negativos é que esses governos acabam dependendo dessa ajuda externa, o que torna muito mais difícil para um professor de idiomas local encontrar um emprego com um bom salá-rio. “Para que se preocupar em contratar alguém ou investir em formação se é possí-vel usar o trabalho gratuito de voluntários?”

No fim de semana fomos visitar um desses voluntários, que mora numa pequena cidade a uma hora de UB (como chamam Ulaanba-atar por aqui). Foi um final de semana fan-tástico. No caminho, começou a nevar forte e, quando chegamos, a temperatura tinha baixado muito, a paisagem estava coberta de neve e as ruas novamente cheias de lama. O vento cortava fundo e a neve batia ferozmente em nossos olhos. Encontramos o outro americano na escola onde trabalha, uma escola nova e mais ou menos moderna. Estava lá pintando retratos dos outros pro-fessores com tinta spray utilizando a técnica do “stencil” a qual usa moldes vazados para cada uma das cores.

Fomos depois para a tenda mongol, cha-mada de “ger”, onde ele mora. Antes, porém, passamos no mercado para comprar comida e fiz a besteira de puxar conversa com o bêbado local, que ficou maluco chu-tando o ar e repetindo o nome Pelé quando falei que era brasileiro. Ele começou a nos seguir e tivemos que ser até mesmo rudes

para conseguir nos livrar do cara, que queria apenas uns trocados para mais uma dose de vodka. Cada voluntário mora com uma família local, mas ele teve a sorte de poder morar na tenda que fica dentro do pátio da

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casa, onde ficam também as vacas da famí-lia que mora na casa aos fundos. Nevava forte e fazia muito frio. A única coisa que imaginávamos era fazer fogo no fogão que fica no centro da tenda que possui apenas 1 cômodo. O fogão fica no centro, o chão é coberto por carpetes coloridos e ao redor da tenda ficam as camas, os armários, as poltronas e demais utensílios domésticos. Depois de aquecida, torna-se um lugar real-mente aconchegante. Não possui janelas e a porta de 1,50m de altura faz com que você se lembre várias vezes, ao passar por ela, de que não tem o seu tamanho.

No final da tarde, saímos para ver se con-tinuava nevando, mas naquele exato momento o sol apareceu, já bem baixo no horizonte, e deu para ver claramente todas as montanhas cobertas com neve ao redor da planície onde fica a cidade. Um cenário que faz qualquer viagem e sofrimento valer a pena. Recomendo a quem quiser saber mais sobre a Mongólia assistir ao filme/documentário chamado “Camelos também choram”, que é excelente e mostra muito da cultura nômade do país. Para quem gosta de música, não deixe de assistir aos vídeos no Youtube do grupo “Altan Urag”.

bayan chandmani mongólia

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viajando pelo interior

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a magia do interior

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a magia do interior

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nômades no interior

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nômades no interior

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nômades no interior

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natureza selvagem

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natureza selvagem

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nômades curiosos

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a vida no interior

Ah, a Mongólia! Uma imensidão de his-tórias para contar. Se você busca por aventura, bem-vindo à Mongólia. Se você adora conforto e boa culinária, bem, no final dessa coluna você perceberá o antagonismo contido nesses conceitos. Estou escrevendo agora de dentro de uma tenda mongol chamada aqui de “ger”. Meu anfitrião, porém, não é um nômade mongol e, sim, mais um dos vários voluntários ame-ricanos que ensinam inglês aqui na Mongó-lia. Alguns deles moram em apartamentos, mas Andrew vive com uma família aqui na distante cidade de Ulaangom, extremo-o-este do país, perto da Rússia e do Caza-

quistão. A maioria das famílias que moram em cidades possuem um terreno cercado por tábuas com uma casa convencio-nal, uma “ger”, um cachorro, um pequeno estábulo para os animais, onde guardam também seu estrume seco usado para ali-mentar os fogões à lenha. Bem, não sei como se chamam esses fogões por aqui. Não há muita madeira ao redor, assim, tudo o que queima é aproveitado para cozinhar e aquecer suas casas ou gers. Ah, não posso me esquecer de comentar sobre as latrinas que ficam num canto perto do cercado de madeira. Nossas antigas e praticamente esquecidas “patentes”. Quem

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tem a minha idade e já morou no interior provavelmente ainda se lembra bem delas. Talvez se lembre ainda do cheiro, das mos-cas, das frestas expondo sua privacidade. Ah, aquela não tão saudosa casinha de madeira afastada das nossas casas! Lem-bro-me que havia um confortável acento dentro delas. Aqui, porém, o buraco no chão de madeira faz o viajante lembrar-se novamente de como o mundo ainda é cheio de surpresas a serem descobertas. Entra agora aqui o filho do casal que aluga a ger para o Andrew. Uma criança amável e curiosa como todas em qualquer lugar do mundo. Peço para ele escrever no meu lap-

top seu nome e idade: “Nyam Erdene, 10 years old”, é o que aparece lentamente na tela. Está pronto para ir para a escola e me mostra um dos seus livros. Antes de sair, me dá ainda uma de suas balas como prova de amizade. O fácil acesso a doces aqui, como em qualquer lugar do mundo, causa vários problemas de cáries nos dentes das crianças, que ainda não possuem o hábito da escovação e nem tem acesso a trata-mento. O açúcar é sem

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viajando pela imensidão

pre um dos primeiros sinais do progresso. Ainda estou tentando colocar as minhas ideias no lugar, depois de cerca de 48 horas de viagem desde a capital Ulaanba-atar até Ulaangom. Cerca de 1.350km das piores estradas imagináveis e das mais fantásticas paisagens do mundo. Nunca fui tão sacudido na minha vida. Sentia-me como um daqueles cachorrinhos de plás-tico com cabeça móvel colocados no pai-nel dos carros. Foi uma viagem interminá-vel, mas também inesquecível, tanto pelo

desconforto quanto pela beleza dos cená-rios que mudavam lentamente pela janela. E, por incrível que pareça, poderia ter sido muito pior se minha sorte não continuasse a me proteger. O ônibus que tentei pegar na “Central do Dragão” em Ulaanbaatar estava cheio e eu teria que voltar no dia seguinte. Porém, o motorista do ônibus me apre-sentou um cara que estava lá procurando mais uma pessoa para dividir os custos do combustível de seu Honda Civic que estava levando para a sua cidade natal, Ulaangom. O preço era o mesmo do ônibus e eu teria todo o banco traseiro para mim. Não podia

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ser melhor. Assim, partimos para a grande aventura de cruzar o país por terra.

Esse carro japonês realmente não foi feito para rodar pelas estradas daqui, mas con-seguiu passar bravamente por esse teste extremo, e assim chegamos com ele pra-ticamente intacto. Bom, perdemos algu-mas partes de sua base nas várias pedras e bancos de areia pelas quais passamos em alta velocidade. Parte do trajeto possui estradas asfaltadas cheias de buracos. Mui-tas vezes são tantos que é preciso sair da estrada e pegar trilhas laterais, que também se enchem de buracos que começam a se multiplicar em vários caminhos paralelos em

busca de melhores condições. Em alguns lugares chegam a ser tantos que é muito fácil perder-se no meio da imensa pradaria. Quando isso acontece, o motorista sim-plesmente abandona a trilha e atravessa o campo tentando encontrar novamente a tri-lha principal. Parte do trajeto foi feito durante a noite e, claro, acabamos nos perdendo algumas vezes. O motorista teve que cruzar pelo campo para encontrar novamente o cami-nho. Na nossa frente, vimos cruzar uma raposa e, para minha surpresa, vi o moto-rista perseguindo-a com o carro tentando

lago khyargas nuur mongólia

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viajando pela imensidão

atropelá-la. Realmente, usar um carro de passeio para caçar raposas não é o meio mais eficaz, e felizmente a raposa conseguiu fugir com um movimento repentino para a esquerda perdendo-se novamente na escu-ridão. Mais tarde, depois de atingir nova-mente várias pedras no caminho, perdemos o primeiro pneu da viagem e acabamos dormindo lá mesmo, dentro do carro, no meio da imensidão iluminada pela lua cheia.

Acordamos com geada ao nosso redor e um delicioso odor de flores sendo nova-mente aquecidas pelos primeiros raios de sol do dia. Aquele novo dia seria novamente cheio de extremos. Mais tarde passamos por um nevoeiro, ventania, chuva, calor e neve no final do dia. Ao nosso redor viam-se montanhas cobertas com neve, outras com rochas e outras já cobertas pelo verde que daqui a algumas semanas vai dominar toda a paisagem.

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Algumas marmotas curiosas apareciam na entrada de suas tocas, equilibradas nas patas traseiras, sempre atentas aos falcões que sobrevoam a região em busca de algum descuido por parte delas. Durante pratica-mente todo o caminho era possível obser-var manadas de camelos, cavalos, ovelhas, cabras, iaques e vacas pastando tranqui-lamente, vigiadas geralmente por pastores a cavalo ou, muitas vezes, equilibrando-se em motocicletas chinesas.

E isso é apenas uma pequena parte da história. Você talvez não tenha noção de quanta novidade pode acontecer em ape-nas 48 horas nesse país tão distante cha-mado Mongólia.

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é brasil!!

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bandeiras budistas

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passado turco na região dos cazaques

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restaurante na beira da estrada

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criança cazaque

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criança cazaque

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movidos à vodka

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ninho de falção

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ninho de falção

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recompensas pelo desconforto

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recompensas no final do dia

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recompensas no final do dia

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viajar é ter surpresas de vez enquando

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bonito pra caralho!

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recompensas no final do dia

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recompensas no final do dia

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recompensas no final do dia

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hipnotizada pelo sol

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dia das crianças

Arco-íris no final da tarde, paisagens desér-ticas intermináveis, crianças cantando “ai se eu te pego” nas ruas (é quase impossível fugir do Michel Teló), caçadores de águias, leite de égua fermentado, restaurantes tur-cos, chá com leite, viagens desconfortáveis com vistas inesquecíveis, latrinas, e 6 dias sem banho. No mapa parece até ser o fim do mundo, mas, se você suportar a viagem até a província de Bayan-Olgui, no oeste da Mongólia, posso lhe garantir que vai voltar a se surpreender com o mundo.

Esta é uma região diferente de todas as outras no país. Aqui vivem os cazaques, mesmo grupo étnico do Cazaquistão. Pos-suem língua própria (cuja origem é turca, pois os turcos já habitaram essa região) e são muçulmanos, porém nem tanto assim, pois, pela quantidade de garrafas vazias de vodka que vi abandonadas pela região, nem todos conseguem evitar o pecado do álcool vendido abertamente em quase todos os mercados da região. Tradicional-mente, bebem também álcool “disfarçado” contido no leite de égua, ao qual adicionam um determinado fermento natural que pro-duz um baixo teor alcoólico. Ele pode ser comprado nas ruas do mercado municipal, onde até mesmo crianças vendem garrafas

plásticas com a bebida artesanal tirada de grandes baldes ou galões. Se você beber muito pode até dar “um barato”, mas é difí-cil chegar a esse estado, pois, como você deve imaginar, não é tão saborosa assim, apesar de ser menos ruim do que parece.

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A região é desértica mas aos poucos você vai percebendo que tem muita vida escon-dida ao redor. Pela estrada esburacada, na frente da nossa antiga “kombi” russa dirigida por um mongol que fazia diversas paradas para reabastecer seu próprio nível alcoó-lico, cruzam por diversas vezes pequenos roedores. Janarbek, um dos passageiros cazaques, me explica que, quando os ani-mais atravessam na sua frente da direita para a esquerda é sinal de sorte. Eu, vendo o estado do motorista já completamente bêbado, torço para que mais animais cru-zem nossa frente nesse sentido. Os passa-geiros conversam entre si e decidem fazer o motorista parar. Pelo que percebo, eles também não querem morrer naquele dia. Então um deles toma a direção e continu-amos pela estrada interminável. Apenas nesse momento percebemos que o estado do motorista era bem pior do que imaginá-vamos. Ele nem sequer consegue falar e com muito esforço, cambaleando, toma um assento e adormece em poucos minutos. Inúmeros falcões sobrevoam as planícies e montanhas desérticas. Em uma das paradas para “pipi”, encontramos um ninho montado em cima de uma das raras árvores da região. Nele podia-se ver 3 ovos já sendo choca-

dos por um enorme falcão que ficou sobre-voando nossas cabeças tentando proteger seu ninho. O sol estava quase se pondo e iluminava ainda partes das montanhas e o belíssimo lago de águas azuis. A paisagem era tão bela que me fazia esquecer de todo o desconforto que é viajar pela Mongólia.

ulaangom mongólia

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dia das crianças

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Escolher as fotos para ilustrar este artigo foi um grande desafio. Uma que não poderia faltar é a das crianças vestidas em roupas cazaques tocando essa espécie de violão de apenas 2 cordas. Era o dia das crianças e a pequena cidade de Olgui reuniu pratica-mente todas elas na praça principal, onde cantaram, dançaram e tocaram instrumen-tos típicos. Era dia de ganhar presentes, tomar sorvete, almoçar fora com os pais e tirar fotografias com suas roupas novas. Os restaurantes da cidade estavam lotados e tive que esperar muito para conseguir minha carne de carneiro com batatas e cenou-ras no melhor restaurante da cidade, cujo proprietário é da Turquia. Aquele foi, sem dúvida, o melhor carneiro que já comi na vida e, para quem pensa que é difícil comer bem na Mongólia, sempre há boas surpre-sas em praticamente todas as cidades.

A culinária é bastante limitada e geralmente muito gordurosa, mas para os amantes da carne, a Mongólia tem muito a oferecer, tanto em variedade (gado, iaques, cabras, carneiros, cavalos e camelos) quanto em qualidade, afinal, todos pastam livre-mente pelas extensas pradarias do país.

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mongólia muçulmana dos cazaques

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A segunda foto mostra um “iaque” pas-sando calmamente em frente a uma mes-quita, na pequena vila de Sagsay, onde é possível encontrar ainda alguns cazaques que possuem gigantescas águias usadas para caçar.

sagsay mongólia

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mongólia muçulmana dos cazaques

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Na foto ao lado, um morador dessa vila car-rega sua águia totalmente embrulhada para transportá-la até a cidade vizinha onde, durante o dia das crianças, pessoas podem tirar fotos com ela pousada em seus braços.

Após capturá-las, o futuro mestre passa a deixá-las por longos períodos sem comida e apenas ele as alimenta. Com o tempo, as águias aprendem a ser gratas ao seu mes-tre e passam a se alimentar apenas com a comida que ele oferece. Depois desse perí-odo de treinamento, é só libertá-las que, usando seu instinto de caçadora, elas sabem o que fazer. Porém, como estão acostuma-das a comer apenas o que seu mestre lhes dá, elas guardam a presa até que ele che-gue montado em seu cavalo.

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cidade cazaque

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cazaques

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crianças podem voar

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louco, né?

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uma surpresa por dia

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falcões

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azul, mais azul!!

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voluntários americanos do peace corps

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paisagens cazaques

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verde no deserto

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verde no deserto

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amazonas mongóis

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a pacata vida das ovelhas

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o poderoso genghis khan

Não sei bem como explicar o motivo que faz você gostar ou não de um país. Talvez seja parecido com o que faz gostarmos de alguém ou não. Geralmente, aquela pri-meira impressão é a que fica e ela nos faz encontrar todos os motivos para justificá-la. E aquela primeira impressão, quando nega-tiva, torna-se um vírus que contamina sua mente e, por instinto, queremos apenas nos afastar para nos livrarmos dos maus pensa-mentos.

Hoje é o meu último dia aqui na Mongó-lia. Amanhã já estarei em território chinês cumprimentando pessoas dizendo “nihau”. Consegui meu visto nesta segunda-feira e terei 30 dias para cruzar o país, de Beijing até a fronteira com o Quirguistão. Mais uma vez aprendi a mesma lição que venho ten-tando assimilar há muito tempo, mas que é tão difícil de controlar na mente humana: aquele velho conhecido vício de se preocu-par por antecedência. Todo mundo me dizia que era muito difícil conseguir o visto aqui na Mongólia. O boato se espalha na mente como uma erva daninha e fica se repetindo continuamente até que você percebe e decide fazer ações concretas para resolver o problema.

O mais importante era conseguir uma car-ta-convite de alguém morando na China, o que parecia ser uma tarefa difícil, pois não conhecia ninguém que pudesse me ajudar em relação a esse documento. Porém, mais uma vez digo: nada que passa pelas nossas vidas acontece por acaso. No início deste ano conheci um brasileiro em Curitiba que

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havia morado na China por cerca de dois anos. Conversamos por apenas algumas horas e ele acabou comprando também o meu livro. Mantivemos contato e ele se ofe-receu para me ajudar com esse documento, pois ainda tem amigos morando no país. Acabou me colocando em contato com um amigável indiano chamado Nikhil que, em menos de 2 horas, me enviou a tão impor-tante carta que, legalmente, dá direito ao governo chinês de responsabilizar alguém caso o viajante faça qualquer besteira no país. Com a lista completa com todos os outros documentos, me coloquei cheio de esperanças na fila e fiquei esperando minha vez de conversar com a moça de olhar calmo e gestos delicados. Ela pegou meus docu-mentos, ficou aparentemente interessada na minha coleção de vistos africanos, deu uma olhada por cima de toda a papelada e... bang!... carimbou o documento para eu poder efetuar o pagamento no banco do outro lado da rua. Era só pagar a taxa do visto de R$60,00 mais a taxa de urgência (que soa oficialmente muito melhor do que a expressão propina) de mais R$ 60,00 e meu visto estaria pronto na tarde do mesmo dia. Simples assim. Passaporte brasileiro, acre-dite você ou não, é sensacional.

O motivo da minha felicidade por estar indo para a China talvez seja meio injusto, mas é muito mais instintivo do que justificável por fatos concretos. Mas tenho, sim, alguns para relatar. Tive ótimas experiências por aqui, porém algumas delas foram tão nega-tivas que me deixam com aquela desagra-dável sensação de que este não é um país

ulaanbaatar mongólia

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tempestade de areia na despedida

ao qual voltaria tão cedo. E não é apenas pelas “patentes” ou pelas longas viagens em estradas esburacadas espremido den-tro de carros, vans ou ônibus. Muito menos pelo recorde de seis dias sem poder tomar banho. Tudo isso acaba virando lembranças mais tarde e faz a viagem ser ainda mais interessante.

Tenho certeza de que poucos dos meus lei-tores já foram vítimas de racismo. Acredito que todo ser humano deveria ser exposto a uma experiência concreta na qual ele é a vítima de um ataque racista. Sentir na pró-pria pele aquela desagradável sensação de impotência, de perplexidade diante de uma pessoa que lhe odeia pelo simples fato de você fazer parte do grupo alvo de sua igno-rância. Aqui na Mongólia, ainda para mui-tos, estrangeiros são os responsáveis pela exploração e empobrecimento do país, não importa a nacionalidade. Bem, importa sim, pois se você for chinês é ainda pior, já que é possível encontrar, na capital, adesivos em carros dizendo “Se você viu algum chinês, ligue para este número.” É estranho, mas essa ainda é uma cultura muito antiga ten-tando sobreviver e se manter fiel aos tem-pos de Gengis Khan, líder mongol do século XII que massacrou quase meio mundo com seu bando de cavaleiros.

Este é ainda um país extremamente divi-dido entre sua cultura milenar e as rápidas mudanças causadas pelo capitalismo. Com certeza esse ódio não é compartilhado por todo mundo, principalmente alguns empre-sários e políticos que se tornaram milioná-rios vendendo os recursos naturais do país para empresas estrangeiras. O povo, claro,

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não vê muito a cor desse dinheiro e é muito fácil para o governo colocar a culpa no que vem de fora. Um governo corrupto precisa sempre de um foco para a ira e frustração de seu povo. Uma nação injusta precisa de inimigos para onde direcionar a atenção dos seus tolos cidadãos. Nunca se deixe seduzir pelo fácil discurso do ódio contra o que é diferente. Nós humanos precisamos passar por esse sentimento primitivo que é apenas fruto da nossa própria ignorância. Os ataques, quase sempre apenas verbais, geralmente vêm de pessoas completamente embriagadas por vodka, que chamam aqui de parte da cultura. No meu ponto de vista, cultura é algo que eleva o espírito da huma-nidade, vodka é apenas um grave problema social aqui neste país. Um bando de bêba-dos não podem representar a cultura de um país. Enfim, a Mongólia possui muito a preservar de sua cultura ainda praticamente intocada, dentro de suas tendas nômades, nas distantes pradarias verdejantes de seu interior. Infelizmente, nas cidades, a batalha parece estar sendo vencida pelas cente-nas de patricinhas que circulam pelas ruas todas enfeitadas como “barbies”, preocu-padas apenas em se equilibrar em seus sal-tos altos.

zamyn uud mongólia

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