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vteifr .iHiMlfg Em ,*5 FEV 19/3 MJNÍSTÍ:KIO DA AEKONÁÍJIÍCA GABINETE DD MINISTRO snrwnrYY -CISA- 1. ASSUNTO "GOMO ELES AGÊ51 II" 2. DIFUSÃO Piscri, ... no final deste Encaminhamento 3. DIFUSÃO ANT - - ~ - - 4. ANEXO 17 (dezessete) folhas. ENCAMINHAME ÍNTON'0034 ,'HSX CISA - ESC EOI Este Centro encaminha, em anexo, uma folha de índice e as folhas de n-s 43.10 a 43.17 e 139 a 146, a fim de serem/ inseridas na publicação em epígrafe. DIKiSAX): EMAER - BiAER ~ COMGAR - COMGEP - CCMGAP - PEPEI) - DAC - CCÍÍCOS - GCÍ-ÍAT - CCIvíPA - COKEAP - DIEAP - DIRSA - DIEIHT - .COMIA - CFPM - C01IZAE 1,2,3,4,5e6 - CI3A/B3 - GABAER/CH - EATH - EGEG - EEAB3. - EUEMAH - EPCAR - AEA - HCAER - PARAER/S? - PARAER/AP - HOSPAER/R? - PARAER/EF - HOSPAER/HE DIS/CGMZAE 1,2,3,4,5e6 - BASAER/SV/RF/BS/BR/AE/GL/SC/CO/EZ/ /SP/LOÍ/EI/CG/SÍ./BK - GSivI - HOSPAER/CO - PGLASR/SP - HOSPAER/GL - I-IOSPASR/AE - GTE - NPAEAER/BS - CIE - PARASAR NPARAER/LS - NPAMBAEB - PARSL ~ PARJ - EAOAR - ETA 1^,22, 3P j4 e f e 6e - 12/12 GT - 12/22 GT - 22/22 GT - 12 GTT - 12 GAE - 12 Gp Av Ca - 12/42 GAV - 12/5 2 GAV - 12/62 GAV - 12/72 GAV - 12/92 GAV ~ 12/102 GAV - 22/102 GAV - 1e/14 2 GAV. //////////////////////////////////////////////// //////////////////////////////////////////////////////////////////// PELA DOCU Re,;. Sigilosos). ^ .rda da Assuntos

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vteifr . iHiMlfg

Em,*5 FEV 19/3 MJNÍSTÍ:KIO DA AEKONÁÍJIÍCA GABINETE DD MINISTRO

snrwnrYY - C I S A -

1. ASSUNTO "GOMO ELES AGÊ51 I I "

2. DIFUSÃO P i s c r i , ... no f i n a l d e s t e Encaminhamento 3. DIFUSÃO ANT - - ~ - -4. ANEXO 17 (dezessete) folhas.

ENCAMINHAME ÍNTON'0034 ,'HSX CISA - ESC EOI

Este Centro encaminha, em anexo, uma folha de

índice e as folhas de n-s 43.10 a 43.17 e 139 a 146, a fim de serem/

inseridas na publicação em epígrafe.

DIKiSAX): EMAER - BiAER ~ COMGAR - COMGEP - CCMGAP - PEPEI) - DAC -

CCÍÍCOS - GCÍ-ÍAT - CCIvíPA - COKEAP - DIEAP - DIRSA - DIEIHT -

.COMIA - CFPM - C01IZAE 1,2,3,4,5e6 - CI3A/B3 - GABAER/CH -

EATH - EGEG - EEAB3. - EUEMAH - EPCAR - AEA - HCAER -

PARAER/S? - PARAER/AP - HOSPAER/R? - PARAER/EF - HOSPAER/HE

DIS/CGMZAE 1,2,3,4,5e6 - BASAER/SV/RF/BS/BR/AE/GL/SC/CO/EZ/

/SP/LOÍ/EI/CG/SÍ./BK - GSivI - HOSPAER/CO - PGLASR/SP -

HOSPAER/GL - I-IOSPASR/AE - GTE - NPAEAER/BS - CIE - PARASAR

NPARAER/LS - NPAMBAEB - PARSL ~ PARJ - EAOAR - ETA 1^,22,

3Pj4ef5Êe6e - 12/12 GT - 12/22 GT - 22/22 GT - 12 GTT -

12 GAE - 12 Gp Av Ca - 12/42 GAV - 12/52 GAV - 12/62 GAV -

12/72 GAV - 12/92 GAV ~ 12/102 GAV - 22/102 GAV -

1e/14 2 GAV.////////////////////////////////////////////////

////////////////////////////////////////////////////////////////////

PELA

DOCU

Re,;.

Sigilosos). ^ .rda da Assuntos

W-WmMf-aiis

s I l í - I C Í

P R E F Á C I O '

AÇÃO POPULAR (A?) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

ALIANÇA LIBERTADORA M CIONAL (ALN)

DISSIDÊNCIA DA GUANABARA . . .

FORÇAS ARMADAS DE LIBERTAÇÃO NA CIOIIAL (FALI!) .

FRAÇÃO BOLCIIEVIQUE TROTSKYSTA .

MOVIMENTO REVOLUCIONÁRIO 8 DE OUTUBRO (l-ÍR-3) . . . . . . . .

MOVIMENTO REVOLUCIONÁRIO TIRA DENTES (MRT) . ' . . . . '

ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-MILITAR (OPM)

ORGANIZAÇÃO REVOLUCIONÁRIA MARXISTA POLÍTICA OPERÁRIA

PARTIDO COMUNISTA DO BRASIL (PC do B) . . .

PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO (PCB)

PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO REVOLUCIONÁRIO (PCBR)

PARTIDO OPERÁRIO COMUNISTA (POC) .

PARTIDO REVOLUCIONÁRIO DO PROLETARIADO (PRP) M

RESISTÊNCIA NACIONAL DEMOCRÁTICA POPULAR (REDE^

VANGUARDA ARMADA REVOLUCIONÁRIA PALMARES (VAR-PÁLMARES) '.

VANGUARDA POPULAR REVOLUCIONÁRIA (VPR) '

A TEORIA DO FOCO .

PARTIDO REVOLUCIONÁRIO DOS TRABALHADORES (PRT) '

ORGANIZAÇÃO DE COMBATE MARXISTA LÉNI NI S TA -POLÍTICA OPERÁRIA . .

(OCML-PO) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

CURSO BÁSICO DE OPP PARA FORMAÇÃO DE MILITANTES DE ORGANIZA-//

ÇÕES DE ESQUERDA -.

FRAÇÃO BOLCHEVIQUE . -

PARTIDO OPER/RIO REVOLUCIONÁRIO TROTSKXSTA (PORT) . . . . . . . . . . . .

12

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54

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115

i ^ i

MOVIMENTO DE LIBERTAÇÃO POPULAR (MOLIPO) GRUPO UNIDADE .39

C I S A

R E S E R V A D O

- 43 .10 -

ATIVÍDADES GUERRILHEIRAS DO PC do g

1 - ORGANIZAÇÃO DOS TERRORISTAS QUE ATUAM NO ARAGUAIA

- Forças Políticas;

- Forças Auxiliares ou Rede de Apoio;

- Força de Guerrilha.

a - Forças Políticas:

Sao oriundas do PC do B, constituidas por elementos que se

desligaram do PCB, por nao aceitarem sua atual orientação doutrinária, a co_e

xistência pacífica, passando a adotar os princípios preconizados por MAO TSÉ

TUNG, que "busca a eclosão do movimento terrorista na área rural, para em se­

guida estendê-lo aos centros urbanos, através à luta armada.

b - Forças Auxiliares:

Constituem a rede de apoio do movimento subversivo, atuando/

na área através de colaboradores recrutados na própria região ou oriundos de

áreas externas. Cabe aos colaboradores prestarem o apoio logístico às for-/

ças guerrilheiras e mantê-las informadas sobre as atividades da tropa.

c - Forças de Guerrilhat

£ o elemento de combate do movimento subversivo. Sua consti

tuiçao divide-se em:

1) - Bureau Político - orgao de cúpula das forças terroris-/

tas; seus componentes nao sao perma-/

nentes na área, pois constantemente//

executam a ligação entre a área e as

bases do PC do B.

2) - Comissão Militar - coordena assuntos táticos e logísti­

cos referentes aos Destacamentos; to

das as suas decisões ficam subordina

das a aprovação do Bureau Político.

3) - Destacamento - é a unidade de combate das forças de ///

guerrilha, com capacidade para realizar/

ações táticas isoladas e manter-se admi­

nistrativamente .

R E S E R V A D O

R E S E R V A D O

- 43-11 -

Em março de 1972 foi preso no Ceará um elemento subversivo, que

juntamente com sua mulher fugira das matas do Pará, abandonando o movimento/

terrorista do Araguaia, em virtude de nao ter se ambientado com a maneira de

vida imposta pela mata. Suas declarações permitiram aos Orgaos de Informa-/

çoes o descobrimento e levantamento da atuação de grupos terroristas na re­

gião Norte de Goiás e SE do Pará.

Nos dois meses subsequentes foram desencadeadas operações entre

os paralelos de Araguatins e Araguana que resultaram na prisão de quatro sub

versivos, morte de um elemento da rede de apoio, destruição de nove depósi-/

tos de suprimento onde eram estocados alimentos, remédios, roupas e calça-//

dos, sendo que no depósito de CHEGA-COM-JEITO, foram encontradas ferramentas

e material para fabricação de armamento.

Diversas vezes os Orgaos de Informações estiveram em vias de oag

turar ou destruir terroristas, nao o fazendo, tendo em vista o levantamento/

ainda incompleto do grau de subversão na área, dificuldade de distinção en­

tre o terrorista e o morador local e também a quebra de sigilo das Opera-///

çoes, com o emprego antecipado de elementos fardados por parte da 8& RM.

Na primeira quinzena de maio ficou decidido o emprego de tropas

na região, tendo como base a cidade de XAMBIOÁ, enquanto a FAB apoiaria o de

senvolver das operações com helicópteros e aviões L-19 e 0-115 a í"im ^e per­

mitir a observação aérea e o apoio logístico.

No período de maio a junho obteve-se como resultado das opera-//

çoes a morte de quatro terroristas, prisão de quatro terroristas, morte de

um elemento da rede de apoio e destruição de um depósito de suprimento na re

gião de ABÓBORAS.

De março a setembro as tropas sofreram as seguintes >aixas;

- morte de um militar5

- ferimento em três militares; e

- morte de um mateiro, assassinado pelos terroristas por servir/

de guia às tropas.

Durante este período das operações, os subversivos somente tive­

ram "baixas na região a SW da Serra das Andorinhas. O destacamento aí locali

zado sofreu constantemente a ação da tropal tendo perdido oito dos seus com­

ponentes. Ao Norte da Serra das Andorinhas nao houve ação de vulto contra o

inimigo.

R E S E R V A D O

R ü S E B V A D O

- 4 3 . 1 2

V^.W-44, f. 3I1J

Existe na área três destacamentos assim distribuídos e com o se­

guinte efetivo:

- Destacamento A - região da Transamazônica - com 23 elementos.

- Destacamento B - Vale da Gameleira - 21 elementos.

- Destacamento C - a SW da Serra das Andorinhas - 13 elementos.

Cada destacamento possue três grupos e tem Um efetivo de 23 ele­

mentos.

Os grupos podem atuar descentralizados ou coordenados pelo Desta

camento e têm um efetivo previsto de 7 elementos.

Com o decorrer das operações os Destacamentos sofreram as seguin

tes modificações:

Destacamento A:

Permaneceu praticamente intacto, procedendo apenas reformulafao/

de sua organização quanto aos grupos.

Destacamento E

Alguns elementos deste Destacamento foram enviados para a área/

do Destacamento C, possivelmente por troca de elementos deste que desaparece

ram dos locais em que atuavam.

Destacamento C:

Passou a apresentar a seguinte constituição:

- Grupo 500

- Fusão dos Grupos 700 e 900

- Grupo do Caiano (elementos retirados do Destacamento B)

0 organograma a seguir dará uma visão melhor da constituição das

forças de guerrilha:

BUREAU POLÍTICO

COMISSÃO MILITAR

DEST. A

GRUPO FAVEIRO

GRUPO PRAZERES DO MUNTO

GRUPO METADE

DEST. C

GRUPO 500 SOBRA DE

TERRA

GRUPO 700 CAIANO

GRUPO 900 PAU PRETO

GRUPO GAMELEIRA

GRUPO CASTANHAL ALEXANDRE

GRUPO COURO D'ANTAS

R E S E R V A D O

wa.v^V.fchv

g E S E R I A D_0

- 43.13 -

Através de declarações de presos e documentos apreendidos na área

e em aparelhos do PC do B no Rio e Sao Paulo pudemos tirar as seguintes con-/

clusoes;

1 - Armamento s

As armas utilizadas eram obsoletas e a carência de munição res-/

tringia ao máximo o treinamento de tiro. Segundo declarações de terroristas

presos a dotação de munição era a seguinte:

a - revolver 38 25 tiros/atirador

b - rifle 44 6 " "

c - espingarda 20 50 " "

d - fuzil 50 " *'

2 - Comunicações;

Os meios de comunicação dentro da área, restringiram-se a mensa-/

geiros a pé.

3 - IPreinamentos

Aproveitando os conhecimentos dos que realizaram cursos de guerri_

lhas em países comunistas e também os Manuais Militares, montaram um programa

de treinamento militar^ que abrangia;

a - acampamentos!

b - marchas diurnas e noturnas (em trilhas e dentro da mata)5

c - instrução de tiro5

d - sobrevivência na mata;

e - reconhecimento e orientação no terreno (bússola, sol, grotas,

Cruzeiro do Sul;

f - emboscadas, assalto, fustigamento;

g - como preparar e estudar o terreno;

h - como estudar o inimigo;

i - logística.

4 - Condições Sanitárias;

0 grande problema que os terroristas enfrentam na área é a difi­

culdade de obtenção de artigos de primeira necessidade, principalmente o sal,

e também as más condições sanitárias, que acarretam constantes problemas de

saúde.

R E S E R V A D O

R E S E R V A D O

- 43.14 -

5 - Assistência;

Alguns terroristas residem na área há aproximadamente 6 anos, /

conhecendo-a profundamente, possuindo acentuado grau ie liderança. 0 Gmt

do Destacamento Bj apresenta-se como Governador do Pará e é muito admirada?/

por moradores locais.-

Um elemento da Comissão Militar e uma terrorista do Grupo da So

"bra de Terra, em virtude da assistência medioa que prestavam na região, ///

granjearam a simp?tia e gratidão dos habitantes da mata, que evitavam forne

cer qualquer informe que viesse a prejudicá-los.

2 - FORMA DE ATUAÇÃO DAS FORÇAS GUERRILHEIRAS

a - Em relação as Forças Legais;

1) - Acompanhar os movimentos da. tropa, de ientro da mata, e ///

agir quando a mesma relaxar sua segurança. De preferência atuam na hora de

"banho ou a noite, aproveitando-se do uso de lanternas por integrantes das

forças legais.

2) - Fustigamentos das "bases de patrulhas e de combate I feito

após meticuloso levantamento dos hábitos da tropa, e dos locais dos postos/

de vigilância» Normalmente esta observação é feita ao entardecer.

3) - Evitam a utilização das trilhas. Seus deslocamentos sao

realizados pela mata ou cem aproveitamento de pinicadas, que sao caminhos//

abertos na mata, a facão, com extensão de 10 a 15 metros, que terminam abrup

tamente, iniciando—se a outra pinicada 5 metros à direita ou à esquerda da

anterior, nao havendo ligações entre as pinicadas.

4) - Fará diminuir o perigo de contato com a tropa os terroris­

tas procuram manter-se numa área de refúgio. Os deslocamentos sao feitos /

para pontos previamente determinados, com a finalidade des

a) - estabelecer ligações?

b) - reunirem para torneada de decisões°,

c) - obtenção de alimentos!

d) - evitar que a permanência no local possibilite seu co­

nte cimento por morador local ou deixe rastros que alertem a tropa sobre sua

presença nas proximidades.

5) - Os locais para área, de refugio dos terroristas sao escolhi

dos normalmente nas grotas, para manterem-se próximos a águaf por medida de

segurança procuram geralmente ficar localizados próximo às trilhas de aces­

so. Nestas áreas organizam-se em círculo e colocam sentinelas sobre as pi­

cadas de acesso ou fuga a uma distancia de 100 a 300 metros do centro de

dispositivo. R E S E R V A D O

R E S E R V A D O

- 43.15 -

6) - Adotam as seguintes normas de segurança:

a) - evitar formação de rastros que levem diretamente ao

acampamento 5

"b) - criar pistas falsas para desorientar a tropa5

c) - ter sempre definida uma rota de fuga e área para pos­

terior reunião §

d) - conhecer detalhadamente o terreno|

e) - evitar falar alto5

f) - quando acampado mudar a camuflagem de 2 em 2 dias,

g) - deixar o equipamento sempre em condições para deslo-/

car-se a qualquer momento.

7) - Por medida de segurança os terroristas procuram no decor-/

rer de seu trânsito pela área fazer rodizio de acampamentos. Nestes os ter

roristas somente descansam e fazem o pernoite. Nesta ocasião conduzem em

seu equipamento o mínimo necessário visando ganhar em rapidez, mobilidade e

segurança. A área de refugio ou homizio é escolhida afastada de qualquer /

morador local, nesta geralmente é construída uma cabana e depósito.

b - Em relação a população local:

A população da área mostra-se ainda incrédula quanto aos verda­

deiros objetivos dos terroristas, o tratamento que lhes foi dispensado pe-/

los "PAULISTAS", quando se sentiam totalmente desamparados pelos orgaos go­

vernamentais, leva a que muitos moradores nao compreendam como gente tao

"Boa" e "Simpática" possa ser alvo da ação da tropa,. Em certas regiões, 00

mo "PATRIMÔNIO", o povo mantém uma atitude de reserva com relação a tropa./

Nesta localidade os terroristas alem de assistência médica construiram e

mantinham uma escola.

Esse trabalho dos subversivos junto a uma popuCaçao desassisti-

da possibilitou a que os mesmos contassem com alguns colaboradores, nao ha­

vendo, entretanto, nesta colaboração, nenhuma, afinidade ideológica. Somen­

te após julho de 72 é que os terroristas começaram a realizar a doutrinação

política da população. No entanto, o respeito que dispensavam aos hábitos/

e costumes locais e os conhecimentos que fizeram ao longo de anos de perma­

nência na área, criou um clima de amizade com vários moradores locais? es-/

tes amigos constituiram o núcleo inicial para o trabalho de politizaçao, c

qual progressivamente se estenderia aos demais habitantes locais.

R E S E R V A D O

R E S E R V A D O

- 43ol6 -

Mesmo sem realizar um trabalho organizado e de profundidq.de, cs

terroristas conseguiram com que a população, inicialmente, pouca cooperação/

prestasse às tropas. As informações eram obtidas a troco de propinas e so-/

mente após estar convencida que o governo adotara medidas concretas para re­

solver os problemas da área (açac do INCRA e abertura de estradas) é que c

povo começou a colaborar de forma mais expontânea.

Com o desencadeamento das operações os terroristas buscavam in­

tensificar o trabalho junto a população visando principalmente contar com no

vas fontes de informações, obter apoio logístico (fontes de abastecimento) e

divulgar a linha política do movimento, procurando conseguir novos adeptos /

pois achavam que suas idéias eram muito bem acolhidas pelo povo, sendo que /

na localidade de BRASÍLIA (PA) leram um manifesto do partido para 14 pessoas

e falaram politicamente com 37 moradores da área.

A base da doutrinação junto a população eram os problemas da

áreas terra, escolas, saúde e aposentadoria para o lavrador.

Procuravam instigar o povo a se rebelar contra as autoridades gjo

vernamentais concitando-as a procurar as Forças Armadas e exigir justiça ccri

tra os donos de castanhais e serrarias; pedir instruções e inscrições a fim

de obter aposentadoria e exigir escolas e postos médicos para o local.

0 plano de trabalho da população, elaborado pelos terroristas, /

previa um levantamento dos locais de maior densidade populacional, definição

das pessoas mais importantes, para neutralização das que lhes fossem adver-/

sas e a realização de propaganda política para combater a propaganda do Go-/

verno.

Um fato que muito preocupava os terroristas era a utilização pe­

la tropa de guias locais, com isto procuravam intimidar os moradores com ///

ameaças de morte, chegando mesmo a executar um mateiro.

Por questões de segurança os terroristas nao confiavam totalmen­

te na população e adotavam algumas normas de segurança tais como;

1 - evitar idas muito freqüentes à casa de um mesmo morador.

2 - ter o máximo de sigilo nos contatos.

3 - nao mencionar as casas em que estivera anteriormente.

4 - nao se separar nunca da arma durante as visitas.

5 - não dar conhecimento ao morador da localização do aoamparaen

to.

6 - nao conduz i r cons igo nenhum documento.

R E S E R V A D O

R E S E R V A D O

- 43-17 -

7 - para apanhar suprimentos deve ser marcado um dia e somente/

aparecer um ou dois dias depois do fixado.

8 - a aproximação das casas e roçados deve ser feita ao entarde_

cer.

3 - CONCLUSÃO:

Ao termino das ações os terroristas tiveram um de seus destacamen-/

tos, o C, praticamente incapacitado para continuar na ação armada; no en-/

tanto os demais destacamentos, A e B, continuaram praticamente completos em

seus efetives, tudo indicando que possuam' condições para manterem atuante o

movimento subversivo na área.

De que foi observado na atuação dos terroristas e também em suas anota­

ções constata-se terem (os terroristas) conhecimentos militares da guerra

de guerrilha. Se aliarmos este fato ao grande conhecimento do terreno e à

de colaboradores locais conclui-se que uma vez livres da ação da tropa, têm

condições para ampliar seu movimento visando ações de maior vulto, podendo/

chegar a coluna guerrilheira, à médio ou longo prazo.

- JAU 73 -

R E S E R V A D O

it&-i*-iM lf.tthi

III - GRUPO UNIDADE

Em julho de 1969 um pequeno grupo de militantes da então recem-cc:

tuida VAR-PALKABE3 iniciou, dentro da Organização, um movimento de críti'

às concepções "fcquistas" de REGIS DEBRAY. Essa crítica foi materializa:

através dois documentos: "Contribuição a uma Auto—crítica da Crganizaçac'

''Revolução no-Poquismo".

Como consta no documento "Contribuição a uma Autc—crítica da Crga:

caos

"Nunca mantivemos vínculos mais estreitos com o movimen­

to operário. Desde nessa origem, num contexto de ascen­

são do movimento anti-imperialista (dirigido por uma vari

guarda pequeno-burguesa que gerou vanguardas "proleta-//

rias" como a POLOP, Dissidência de PCE, etc) até hoje, /

nossa maior participação social se deu junto ao setor //

estudantil e nao é de se estranhar que essa prática so­

cial nos marcou profundamente, impedindo mesmo nossa au-

to-crítica ideológica.em varies momentos de nossa exis-/

tência. Nossa prática político-militar com ações arma-/

das que sacudiram o país, alterando a própria qualidade/

da repressão, nao tinha uma "base estrutural."

E, mais adiante:

"Hoje a Organização apresenta uma gritante insuficiência

política. A enorme simplificação das tarefas políticas,

característica da "teoria do foco", conduziu-nos a uma /

pobreza de prática e de criação teórica. Enquanto defi­

nhávamos politicamente, os setores especializados em que_s

toes militares alcançaram alto nível de desenvolvimento."

Em resumo, os dois documentes desse grupo criticavam e condenava^.

um modo geral, a política de importação de modelos revolucionários, a su":

tituiçao do Partido por uma vanguarda, o desprezo pelo marxismo e a inexi

tência do centralismo democrático dentro da Organização.

Apos varias tentativas de levar essas posições a serem discutidas

la Organização, esse grupo, em 15 Uov 69, a.través o documento "Carta Aber

à Direção", formalizou seu afastamento da VAR-PALMAEE3.

- s t :

de

8 - /

s - /

p e ­

t a /

R E S E R V A D O

3 E 5 E 5 7 A D O

- 140 -

Eis alguns trechos desse documento:

"Os documentos que acompanham esta carta desenvolvem nos

sa concepção geral sobre o processo revolucionário e ///

suas linhas diretoras. Temos divergências evidentes no

enfoque da realidade "brasileira e, particularmente, na

concepção sobre o en-caminhamento da coluna e na linha de

massas adotadas pela Organização num Congresso que, no

nosso entender, nao tem representatividade."

"Nossas profundas divergências políticas, incluindo meto

dos de direção, política de organização e metodologia de

análise da realidade, nos indica o caminho do desligameji

te."

E, concluindo:

"Apesar de sermos inicialmente um pequeno número, esta-/

cios dispostos a nos constituir em agrupamento independe_n

te, única forma que vemos, no atual momento, de fazer va

ler nosso direito de sermos também sujeitos no processo/

revolucionário brasileiro. Neste sentido, oficializamos

nosso desligamento da Organização e pedimos contacto cem

• os companheiros que, conhecendo nossa posição, queiram /

discuti—Ia conosco."

Esse pequeno grupo de militantes que abandonou a VAS-PALMAEES ficou/

sendo conhecido pelo nome de DISSIDÊNCIA PA VAR-PALM/HBS (PVP) .

Meses depois, vários outros elementos, cujas posições políticas se

aproximavam das posições assumidas pela DVP, viriam a abandonar a VAP.-PALMA

RES, constituindo-se num grupo que se denominou de GRUPO DE POLÍTICA RZ7C—/

LUCIOITARIA (GPR) . Esse grupo, apesar de nao ter uma posição política defi­

nida , era, no entanto, tarnbem de opinião que os conceitos de REGIS EZ33AY/

haviam sido aceitos como uma panacéia.

Em fevereiro de 1970 o GPR formalizou suas posições e oficializou c

desligamento da VAR-PALKARES, através um documento intitulado "Carta Aber-/

ta".

R E S E R V A D O

R E S E R V A D O

- 141 -

Ambos cs grupos - P7? o OPR - entram, nessa época, numa fase de dis­

cussão política que iniciou-se com a elaboração do documento "Debate Politi

co", em fins de fevereiro de 1970 e culminou em maio de 1970, quando ambes/

os grupos resolveram juntar forças e se fusionaram, conforme consta no "In­

forme fusão GPR-DVP", recebendo a nova organização daí surgida o nome de

GRUPO UNIDADE.

A partir daí, por julgar que a Direção nao poderia desencumbir-se de

todos os assuntos, por estar totalmente voltada para as questões de sobrevi

vencia física e estrutural, ficando o papel político-teórico relegado sem-/

pre a um segundo plano, foi a organização estruturada, em Birô Político e 3i_

rô de Organização.

Essa estrutura, após alguns meses, foi considerada ineficiente.

Atualmente o Grupo Unidade atua ou possue militantes em três re­

giões; Região I (Guanabara), Região II (Volta Redonda/RJ) e Região III (Mi­

nas Gerais). Esses militantes, na Região I, distribuem-se nos seguintes //

setores:

- Direção da Organização;

- SO (Setor Operário)5

- SPB (Setor de Tequena-Burguesia)5

- SRE (Setor de Relacionamento Externo)5

- S. Imp. (Setor de Imprensa)5 e

- GO (Grupo de Operações).

Ê o seguinte, o Estatuto do Grupo Unidade:

E S T A T U T 0

INTRODUÇÃO

A Organização se orienta pelo marxismo-leninismo e tem como objeti--

vo final de seu programa o socialismo. Considera imprescindível sua liga­

ção com a classe operária para dirigir sua luta econômica, política e ide_c

lógica, contra o sistema capitalista.

No presente momento, a Organização considera que somente a luta por

um governo democrático poderá criar condições para o proletariado assaltar

o poder e implantar o socialismo no país.

Centralizar suas forças na organização da classe operária e na for­

mação de sua vanguarda.

R E S E R V A D 0

Wfe-vi-mtir-uiiiç R E S E R V A D O

- 142 -

Define como sua tarefa fundamental, nes te memento, a do l u t a r pela / /

un i f i cação da esquerda "b ra s i l e i r a .

ITEM I

OS .QUADROS DA ORGANIZAÇÃO

Art. I2 - È militante da Organização todo elemento que aceita seu programa,/

participa de um de seus setores, cumpre seus estatutos e contribui

política, ideológica e materialmente para a Organização.

Art. 2e - Fará a admissão de novos quadros na Organização:

a - o elemento que pretender ingressar na Organização deverá ser

indicado por um de seus militantes?

b - o elemento será considerado militante a partir de uma avalia­

ção feita pelo setor a que pertença o militante que o indicou

e desde que a Organização necessite ampliar seu quadro ativo/

de militantes.

Art. 32 - Sao devores do militante:

a - manter e consolidar sua circulação com a massa, lutar pela //

elevação de sua consciência política e organizá-la para a pra

tica revolucionária;

b - lutar pela unidade e fortalecimento da Organização, 'tanto do

ponto de vista teórico como do ponto de vista político e ide_o

lógico;

c - estudar o marxismo-leninismo com o objetivo de aplicá-lo a

realidade brasileira, contribuindo para resolver os problemas

da revolução;

d - aceitar o princípio do centralismo democrático;

e - cumprir rigorosamente as normas de segurança, segredando so­

bre as medidas, resoluções e atividades da organização sob

quaisquer circunstância;

f - praticar a crítica e a auto-crítica;

g - desenvolver e praticar a solidariedade revolucionária;

h - encaminhar pelos canais competentes as críticas e contribui-/

çoes que venham a fazer;

R E S E R V A D O

H I S B H . V A D O

- 143 -

i - o m i l i t a n t e que dec id i r s e - d e s l i g a r ou pedi r l i cença da srga-

nizaçao devera encaminhar sua decisão à coordenação a que e s ­

t i v e r l igado e permanecer•como m i l i t a n t e da 0 . , cumprindo / / •

seus estatutos até o deferimento de seu pedido. Hao poderá /

se considerar desligado ou licenciado por atitude unilateral.

Art. 42 - Sao direitos do militante;

a - eleger e ser eleito para qualquer dos órgãos elegíveis ia Dr-

. ganizaçacf

"b - participar das discussões e apresentar críticas e contribui-/

çoes nas reuniões de sua célula ou através da imprensa da Or­

ganização j

c - exigir o direito de defesa em qualquer julgamento sc"bre z seu

comportamento ou acusação que lhe seja feita. 0 militante //

exercerá esse direito no orgao a que estiver ligado ou atra-/

vés do Boletim Interno, preservando a segurança da Organiza-/

çao§

d - exigir o cumprimento da ljnha política da Organização;

e - receber assistência da Organização quando se encontrar er si­

tuações diversas.

Art. 52 - Punições:

0 militante que infringir as normas estatutárias ou assumir atitu

des que firam cs interesses da Organização e do proletariado, es­

tá sujeito, conforme a gravidade da falta cometida, a medidas di_s

ciplinares.

As principais sao:

a - citação do militante no Boletim Interno, com a respectiva cri

tícaj

b - suspensão por tempo determinado do cargo que desempenhas

c - destituição do cargo que desempenha;

d - expulsão da Organização;

§ 1Q - 0 militante que estiver suspenso da Organização nao poderá ser

eleito para seus organismos elegíveis.

§ 2e - As punições serão determinadas pelo orgao dirigente a que estiver

ligado o militante.

R E S E li V A D 0

R E S E ' :" O

- 14 4 -

§ 30 - No caso de expulsão o órgac dirigente a que estiver ligado c mili

tante. d .lar o processo G C podido de expulsão a Direção/

da Organização*

IEi-I II

0 CENTRALISMO DEMOCRÁTICO

Art. 62 - A Organização compreende que o princípio do centralismo democráti

co é o princípio diretor de sua prática interna. Todas as dia-//

cussoes que venham a alterar o programa da Organização ou seus e_s

tatutos e que impliquem numa modificação de sua linha política s_e

rao tomados pelo conjunto da Organização, seja através da CONFE-/

RÊNCIA da Organização ou pela convocação de um CONGRESSO.

Sao características do centralismo democráticos

a - o cumprimento por toda a Organização das decisões da maioria5

b - o caráter eletivo da Direção da Organização, dos representan­

tes à CONFERÊNCIA e dos delegados ao CONGRESSO;

c - a subordinação dc-s setores à Direção da Organização, e a su-/

bcrdinaçao da Direção à CONFERÊNCIA da Organização.

§ lc - A sistematizaçao da prática da Organização será feita por seus //

organismos dirigentes.

§ 22 - As células da Organização prestam contas de suas atividades aos

orgacs dirigentes a que estiverem' ligadas a estes prestam contas/

à toda Organização através do Boletim Interno.

ITEM III

OS ÓRGÃOS DIRIGENTES DA ORGANIZAÇÃO

Art. 7 B - 0 CONGRESSO da Organização é seu orgao dirigente máximo. Do CON­

GRESSO participarão, além da Direção, representantes de toda a 0r_

ganizaçao, que serão eleitos por um critério de representativida-

de e Proporcionalidade a ser definido pela CONFERÊNCIA da Organi

zaçao.

Cabe ao CONGRESSO da Organização:

a - examinar e opinar sobre a prestação de contas da Direção e da

CONFERÊNCIA caso esta tenha se reunido desde o CONGRESSO ante

rior;

b - confirmar ou modificar o Programa, os Estatutos e a orienta-/

çao geral da Organização;

R E S E R V A D O

D O

- 145 -

c - eleger a Direção da Organização e determinar os setores que

comporão a estrutura da Organização.

Art. 8S - 0 CONGRESSO da Organização reune-sc de acordo com o prazo estabe­

lecido no CONGRESSO anterior e, caso nao exista este prazo ou se­

ja uma situação em que sua convocação extra se faça necessária, o

CONGRESSO se reunirá:

a - por propor.'ja da metade mais um dos membros da CONFERÊNCIA da

. Organização;

b - por proposta da metade mais um doa militantes da Organização.

Art. 9B ~ A CONFERÊNCIA da Organização é seu orgao dirigente imediatamente/

abaixo do CONGREGO. Será constituída pelos membros da Direção e

por 1 (um) representante de cada coordenação de setor.

Sao atribuições da CONFERÊNCIA da Organização:

a - criar setores necessários ao cumprimento da linha política da

Organização;

b - preencher, por eleição, vagas na Direção da Organização;

c - resolver sobre questões da competência do CONGRESSO em caso ,

de comprovada impossibilidade deste se reunir.

Art. 10a - A CONFERÊNCIA B« reunirá por proposta dos membros da Direção de

Organização.

Art. llc - A Direção da Organização:

a - a Direção da Organização e responsável por toda a pratica da

Organização;

b - cabe à Direção dirigir as atividades políticas da Organiza-/

çao e informar aos militantes, desde que preservada a segu-/

rança da Organização;

c - a Direção poderá convocar comissões auxiliares.

Art. 12° - As coordenações dos setores dirigem as atividades dos respecti-/

vos setores di Organização. Sao formadas por militantes nomea-/

dos pela Direção da Organização.

§ l5 - As Coordenações terão toda a autonomia nas atividades de seus se

tores, desde que dentro dos limites do Programa da Organização e

das respectivas programações de trabalho aprovadas pela Direção.

R E S E R V A D O

§ 22 — Caso as decisões das coordenações - mesmo nc l i m i t e de suas a t i -

Les - : • Direção, ás deci- j

soes se transformarão em propostas para d i scussão .

ITBM IV

DISPOSIÇÕES FINAIS

A r t . 13 a - Cabe à Direção da Organização e s t abe l ece r os n íve i s em que se do

senvolvera o t raba lho jun to a out ras Organizações e cora elemett-/

t o s s impa t i zan tes , e o relacionamento externo em g e r a l .

Ar t . 14c - Cabe à CONFERÊNCIA da Organização d e c i d i r sobre os casos omissos

nes te E s t a t u t o .

JAN 73