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vrL Zo Tpr^^Ç© PREÇOS: No Rio ....... S500 Nos Estados. . . . $600 AM ¦ RIO DE JANEIRO. 19 DE JUNHO DE 1929 Ío»,v A MEL.ODIA DA FLAUTA „„„.,.„, lamparina outro dia. re- ^v,r . . . Porque as serpentes cordando o bom tempo im »__s^ lt-m Pe'*1 musica uma pai- *m quc vivja na suo ;nla ^sHs^kfòjr xão inexplicável. estante. fez uma - flauta Depois pas- ^»1/ Aquelles de bambu' sou a ,T10uu.ar ^^fiN^^^^tw $/ sons corn muito sons melodiosos. ^^^RSp^Íj». AmêAj^ sentimento come- cheios de tremeliques, ^N^/*» mS9^^4í/MifJ-—çaram a attrahir as como um rouxinol encan- ^ssP^!sW/R^'^serpentes da v i sinhan- estav vuando Lamparina voltou a si daquelle êxtase divir fr.^7.3 seriamente cercada de uma dúzia respe tavel de »onnldavels repüs E po/ cebo ás canellas, a tremer como uma vara açoitada pelo vento nas margens da lagoa

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o Tpr^^Ç© PREÇOS:

No Rio ....... S500Nos Estados. . . . $600

AM

¦ RIO DE JANEIRO. 19 DE JUNHO DE 1929

Ío»,v A MEL.ODIA DA FLAUTA „„„.,.„,

lamparina outro dia. re- ^v ,r . . . Porque as serpentescordando o bom tempo im »__ s^ lt-m Pe'*1 musica uma pai-*m quc vivja na suo ;nla ^sHs^kfò jr xão inexplicável.estante. fez uma - flauta Depois pas- ^»1 / Aquellesde bambu' sou a ,T10uu.ar ^^fiN^^^^tw / sons corn muito

sons melodiosos. ^^^RSp^Íj». AmêA j^ sentimento come-

cheios de tremeliques, ^N^/*» mS9^^4í/MifJ-— çaram a attrahir ascomo um rouxinol encan- ^ssP^!sW/R^'^ serpentes da v i sinhan-

estavvuando Lamparina voltou a si daquelle êxtase divirfr.^7.3 seriamente cercada de uma dúzia respe tavel de»onnldavels repüs

E po/ cebo ás canellas, a tremer como uma varaaçoitada pelo vento nas margens da lagoa

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V I C O - T I C O --. 2 — 19 _ .unho — 1929

A PRETENÇAO DO CYSNE

Era grande o,reboliço á margem de uma pequenalagoa. Naquelle dia realisava ali uma grande festa a fa-milia dos pernaltas.

As lindas garças de plumagem branca, tinham con-vidado para a festa todas as outras aves pernaltas, taescomo:, as narcejas, os flamengos, os jaburus e outra.xnais.

Vivia na mesma lagoa um cysne, muito invejoso,que, apesar da sua bella pennugem não íôra' convidadoparque não pertencia á familia dos pernaltas.

Cheio de inveja, elle foi ter com o macaco para quelhe arranjasse umas pernas postiças para poder ir assis-itir á festa.

O macaco lhe fez a vontade; e elle, cheio de si, foiesperar que a festa principiasse, escondido atraz de umamoita de juncos, beirando a lagoa em que estavam reuni-«dos os diversos representantes de aves da espécie da gar-«ja, da narceja do jaburu e de outras mais.

A festa tinha principiado: o jaburu pedira a palavra,e enaltecia, de um modo brilhante, os predicados de bel-Jeza da raça dos pernaltas que era a delle dos outroseme ali se achavam reunidos, e criticava a familia dos de-mais moradores daquella e das lagoas circumvizinhas,taes como os cysnes. os patos e marrecos selvagens.

O cysne cheio de despeito, com as suas pernas po.«íiças adiantou-se do seu esconderijo e dirigiu-.e ao gru-po, andando com a máxima cautella para não perder o«equilíbrio. Ia dar seu aparte ao jaburu, quando sentiu-se afundar, repentinamente, pois as pernas postiças seenterraram no lodo do leito da lagoa.

Gritou por soecorro; mas era tarde, as outras ave3tinham comprehendido a pilhéria, e deixaram o pobrecysne invejoso e pretencioso passar um mau quarto dehora antes de o salvarem.

Sylvio Pereira da Silva.

Si cada sócio enviasse á Radio Sociedade tunaproposta de novo consocio. em pouco tempo ellapoderia duplicar os serviços que yae prestando aosque vivem no Brasil.:

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«..todos os lares espalhados pelo imraenso territóriodo Brasil receberão livremente o conforto moral da6C iene ia e da arte...

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19 — Juíiho — lí)29 — 3 O TICO- l I G O

A RÃ E O BOIAS FÁBULAS DE GEMMA ITALBA

Era uma vez. . . uma rã, muito tolinha e vaidosa,nio são ás vezes as meninas melindrosas.

¦y6 dentro do charco, onde vivia com as outras rãs,as irmãs, avistou um bello touro, de raça, que pas-ava «as immediaçües.y touro, de pello avermelhado e lustroso, que maisIa SOu os raios solares, com dous chifres enormes e

PontudoJOS srecia

s, animando com seus movimentos compassa-,a paizagem magnífica da estância brasileira, pa-

uma espécie de imperador ou sultão, que inspec-"asse os seus domínios.¦^ ra, aquella que era tolinha e vaidosa. . . vendosuas companheiras admiravam a grandeza do tou-

' ilngiu não achar uelle nada de extraordinário.. ' Concorde ao menos, disseram as outras, que elle

e l'»i tamanho descommunal!ca

~~ ^e'° tamanh°> replicou a estottvada, eu sou

* de ficar tão grande como elle! E' só querer.tra r.' ante as risadas e os d^biques dos pequenos ba-

dá ll0S' a 'nveJ°sa começou a bufar, para ficar incha-

bo' ^retenc-endo que, por pouco, estaria do tamanho docon' ')em sa':)'a *lue lsso era 'tnpòssiyél. Porém,

° toda gente vaidosa e tola, "não queria dar o bra-a torcer".

c0 ta,-to úichou... tanto inchou... que estourou,bula

CSSas 'J0'as cheias de ar, que os vendedores am-prw es °íferecem á criançada, cantando em todas asl'°(rtas;

'^H.Bola! Bola bonita"!

t0j;A assim acabou a vida daquella pereréca, vaidosa e

(Irnit.Y

GEMMA DWLP.A

ACABA DE APPARECER

A boncc-^BfãfgjB _|_ A___sgssÉ_E_

DE ÁLVARO MOREYRA

•menla dc Mello & Cia. Um vplume34_ Rua Sachet — 3 5 $ 0 0 0

yylatam

^âM^v/m^y

\^r-y \

&ve hoje paia suas creançasuma lata de ^oxyCo^ixx>S.agradam pela apparencia

, e satisfazem pelo sabor. —w

BISCOITOSAYMORE

5ECC. PROP.MOINHO iNOlfí

¦J.P

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O TICO-TICO -*-- 4 — 10 — ..unho — 1929

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O TICO -TICO©~\ co ____ *:^v\

^B^^Wí_^í_fh_v-^KL_1Ckli-____b__&___. *¦*"___.£(PROPniEDADB DA SOCIEDADE ANONYMA "O MALHO")

Re<_actor-Che_e Carlos Manhães — Direc toi-Uerente: Antônio A. de Souza 6 Silva/Unfgrouura — Brasil: 1 anno, 2õ$UÜ0. O rtieaes. 18$U00 •__. Estrangeiro: 1 anno, 00$...; 8 tncszcs, 055000Aa n.-t.nr.sturs.» começam sempre no dia 1 do mea em qne forem tomadas • aer&o aocelt&s annuai o(_ «emestraimentebTU__a A COKl.ESPONDENCIA, oomo toda a res-eesa de dlfl-~i"o, (aue pode «er íelta por vai* poetai ou carta registradaCOm valor declarado), deve ser dirigida a Sociedade Anony ma O MaUiU — Una do Ouvidor, 1(1. Endereço telegliapliioo:C UAI.lio — Klo. Teieiihonee: Gerencia: Norte S.02. Kecrlplorlo: Noite, 681Í. Annoncloei Norte, tlül. Olílclna*: Vllia «217,

Suocursal em Sào Paulo, dlrlstda pelo Dr, Pllaio Cavai.antl ¦_ Rua Senador FeUO a. 11. »• »___-. Salaa SI a 87.

LiçOQftm^K^JÔüÔ

Meus nclinhos:

Por diversas vozes tenho conversado aqui com osmeus queridos netinhos a respeito das estrellas, o que:ião me impede dc voltar mais uma vez ao interessanteassumpto, attendendo a curiosas perguntas qàç me têmsulo feitas, c ás quaes respondo sempre com prazer.

Indaga um netinho, que se oceulta soh as iniciáes***• S., ''quem dá o nome ás estrellas''.

Antes de responder quero dizer que não é vergonhatinia criança ignorar cousas que ainda não tem tempo('e saber, e que faz muito bem penguntando. Por-tanto, o netinho ou netinha que fez a consulta podiatc'r assignado seu verdadeiro nome. Kra melhor assim.

Quasi sempre os astrônomos que as descobrem dãoScus nomes ás estrellas, porém muitas, que são conhe-Clc'''s desde os mais remotos tempos, (seguramente ha

uns dez mil annos), não se sabe quem as "bapiisou"..

Perdeu-se até de grande numero dellas a origem

das denominações.

Na maioria esses nomes são árabes, gregos ou la-tinas, porque esses povos foram dados ao estudo daastronomia.

Sabe-se, actualmente, da existência de cerca de cemmilhões de estrellas, sendo que as menos brilhantes,

porque estão de nós muito afastadas, têm apenas um

numero ou uma letra para serem designadas.

Ha uma estrella, porém, de que ninguém esqueceo nome: é a estrella Polar que nos indica o Norle.

Por ella se têm "norteado" milhares de navegantese outros viajantes, vendo na brilhante estrella o rumocerto a seguir, ou o caminho feliz do regresso ao lar.

VOVÔ

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Ü TICO-TICO 6 — 13 — Juulio 1929

jf*\ í> ~~r mi ia—ai n in .

OTICOTICONASCIMENTO S

•- Acha-se enriquecido o lar do Sr. Rubem Bhe-e t'.e sua esposa, a Sra. Iraceiría Bhenng, com on n

nascimento ciocorrente,

,, ...

te Wilson, oceorrido no dia 2 do

O lar do Sr. João Gonçalves, auxiliar do com-mercio desta praça e sua senhora D. Rosa Gonçalves, acha-se enriquecido com o nascimento do seu primogen to Isidro.oceorrido a 28 de Maio ulíi.mô.

<•> <$> O lar do Dr. Domingos Antônio da Silva, ad-Io, e de sua esposa Sra. Nathalina Costa e Silva foi

enriquecido com o nascimento da primogeivta do casal, que,na pia lnptismal, receberá o nome de Reg'na Maria.

? $> O lar do Sr. João Medeiros Simas e sua esposaaclia-sc augmentado com o nascimento a 3 do corrente deitraa interessante menina que se chamará Dalva.

BA P TIS A DOS

-! v Baptisou-se no dia S do corrente na Matriz daCandelária, ás 16 horas, a interessante Denise, filhinha do

\ Dr. David Sjmon, que teve por padrinhos a senhori-nha Zezé Matta e o Sr. Iloracio Matta,

por gostar de dansar; Helena, por ser bôa amiguinha?Amaúry, por ser o mais lindo; Fernando, por ter bonitosolhos; Chico, por ser elegante; José, por usar calças largas;Zézinho, por ser sympathico; Audalio, por ser intelligente, eeu, por ser a "Miss Mysteriosa". Quem sou?

EM LEILÃO...

*¦ '¦'' Estão em le-lão as seguintes meninas e meninos daRua São Francisco Xavier. Quanto dão pela amizade de Eu-ridice? pela bondade de Orlando? pelos estudos de Othelo?pelas gracinhas de Thereza? pelos choros de Carlindo? pelatravessura do Teixeira? pelos modos de Dalva? pelas unhasdo Carvalho? pela sympathia de Ophelia? pelo comporta-mento de Peixoto? pelos cabellos loiros de Zaira? pelosbellos olhos de Paulo? pelo perfil de Didi? e quanto dãopelo leiloeira sem licença?

NO JARDIM.,.

\ N N I V E R S A R I O S3> <»> Fez annos no dia 18 o pequeno

nosso companheiro Eustorgio Wanderley.* 3> Ary Cândido, filho de D. Ermelinda

Cunha de Almeida e do cap'lão Antônio Rodri-gues de Almeida, escrivão da Agencia da Pre-feitura, fez annos no dia 5 do corrente.

<s> "$> Dante, filho do Sr. Augusto Barbosa,escrivão da 3a Auditoria do Exercito da Ia Cir-eumscripção Judiciaria Militar, no dia 6 do cor-rente festejou seu natalicio.

S> <*- A menina Odette, filha do Sr. JoséJunior Velloso, funecionario da E. F. Central doBrasil, fez annos no dia 1 de Junho.

NA BERLINDA.. ..

^ <£ Estão na berlinda as seguintesmoças e rapazes da Rua Dorothéa Eu-genia: Maria R., por gostar de' mim;Zilda, por querer ser a "Miss Pa-rar.á"; Betinba, por ser socegada;Iracema, por ser distineta; Maria,por ser elegante; Leopoldina, porser sympathica; Iracema I\,

<$> <& Querendo offerecer uma "corbeiile" á minhaboa e estimada professora D. Georgette, escolhi as seguintesalumnas e alumnos do G. Escolar S. Paulo (3° anno) : Le-nice, uma saudade; A!tam:r, um lilaz; Cacilda, uma rosa;Maria Isabel, uma magnolia; Adyr, uma camelia; Maria C,um crysanthemo; Osmarina, uma hortencia; Hélio, um lyrio;

Aldo, filho do Milton, unia kananga do Japão; Percides, uma victoria regia;Raphaela, um jasmin; Yvonne A., uma violeta;3ertrudes, uma papoula; Isabel C, um gira-sol;Iv.lda, uma accacia; Hilda, •uma margarida; Na-dyr R., uma jiiadre-silva; Maria L'., uma angélica;Álvaro, um copo de leite; Raphaela, um resedá;Maria E., um cravo; Djalma, ura "bouquet" de.'noiva; Alttizio, um amôr-perfeto; Yvonne V., acesta seduetora, e eu, o laço que se r.cha pendido naextremidade da cesta. — Marina R. Celestino.

<fâ

&NO CINEMA..;.

S> <3> Foram contractadas para um film as sé-<seguintes senhorinhas da Escola Brasileira: Scnia,a Gloria Swanson; Yolanda M., a meiga JanetGaynor; Wanda, a Joan Crawford; Benedicta, áPola Negri; Amélia, a Norma Shearer; Nydia, aOlga Baclanova; Consuelo, a Betly Bronson; Ca-rolina, a Doleres Costello; Eunice, a Audrey Fer-ris; Elza S., a Dorothy Revier; Lucilia, a levadaClara Bow; Zuleika, a Colleen Moore; Dolores, aMarjorie Beebe; Yolanda, a Nancy Carrol, e eu,John Gilbert, o único galã. — S. S.

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.19 — Junho — 1929

LEBRE7, —

BOATICO-TICO

TEI R A

Sfdnu uma lebre pelo maíto n dizer atoda geri te cousas cie assustar, l-.n-controu u:n caracSl e lhe disse : —Fuja gue anda por aqui um homem a

ar todos or, caracóes para fazei xa-rope! O pobre caracol, transido ded.-. pri '¦¦ :¦¦¦! um buraco na terra i -

e VV ficou muitas líoias,

nemesariienadaq ,

jiz ouvir o resto. Depois um pas-ia fazer o ninho numa ro-.

a lebre lhe disse: — listoua ver um caçador apontando-tç

a arma! O passarinho riam mais-juiz saber cio ninho e fu-riu. Aca-bou por se encontrarem os tros as-sustados e saberem dos boatos falsos

parindo fome e :a |i b.i •- elíoonl W>ü um lato: — Vocía;; li a csar, Ia um gato fa minto! .. E o i-.tio

da iebre. — Que malvada! Quantossustos nos pregou! — Deixem-n'aella tei-á o prem [ira! E a lebrecontinuava a procurar outros

-^•-,-V \ftiP'í -

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": n¦V,yA "E-Jooo-S

í para assustar, «isque le se acau-| tellar | corria, qnando

ouvia . o ladrar de um cão Correupara a toca, mas loi vista pelo cão.

um Jebreiro letri* pei nase -i

A ,1) tino)) a-..-í>e £orça's lhaj í

. amoc-aa.;.,-.

Ass i.-i .lf.-v:a acontecer a todas os

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(J TICO-TICO — 8 — 1D — Junho — 1929

HISTORIA

MARAVILHOSA DL'

ii r)í.

: II li .

IL LUSTRADApor

Cícero 1'alladarcs

CAPITULO 2.°

Olavo costumava passar otempo colhendo as maçãs que

o ventü fizera cahir das arvores,ou então vigiando as ovelhas(juc pastavam a herva verde.A's vezes ajudava a sua mãea lazer manteiga ou cuidavaem que não se queimasse a co-mida que estava ao lume.

Porém fosse qual fosse a oc-cupação que o minha duranteo dia, estava sempre promptopara sahir ao encontro de seupae quando este voltava todasas noites do trabalho, e o ro-busto lavrador entrava na co-sinha levando Olavo aos hom-bros e dizendo: "— Uma his-toria, meu filho, uma historia?

hieres que te conte a do nossomeu?"

Então Olavo deslizava dosmbros de seu pae para o

íão e corria a buscar aschiherlas para o autor dosseus dias, o qual se acon-chegava em uma commodacadeira, e, sentando Olavosobre os joelhos, falava-lhedo geniozinho que lavava ospratos e conservava a casaimpa como um espelho, nos

bons tempos em que appare-cia por lá. — "Diga-me,

papae, por que é que.lie se foi embora?"

perguntou Olavouma noite.

~"E' preciso

que saibas, meu filho, que osgnomo. são gente muito orgu-lhosa. Por sympathia. como sepôde dizer, trabalharão até ar-rebentar, mas não deves mos-trar-lhes reconhecimento porisso.

Não quer isto dizer que umanoite por outras não lhes devas,pôr um bom jarro de leite cies-natado, á porta de casa. Muitasnoites tua mãe pegou rio jarro,ia até á porta e deixava-o parao nosso bom anãosinho

Agora tudo acabou.• Podes dar. lhes leite e accei-

tal-o-ão, vendo a tua boa in-tenção; mas se quizeres pagar-lhes, acceitarão o que lhes .dês,mas jamais voltarão, a não serque...

A mãe interrompeu-o, dizen-do:

"Não digas ao pequeno omodo de fazer voltar o gnomo,porque esta idéa nâo se lhe tira-rá da cabeça e sahirã de casa acorrer mundo, podendo, aconte-cer que não volte mais para opé de nós".

Não. mulher; não odirei, não tenhas medoPois bem, meu filho,como te ia dizendo,não deves dar-lhescousa alguma, poique se deres vãose embora.

{Continua) Cyj&fe'

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' mimmaam ¦»¦ «i —¦¦ pi mamam mmmmammmwmmm .._¦_--_¦ ________________________

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Oscar Rodrigues. ___6SÍ__. _E *S______I Francisco Kutihcr Teixeira.Victoria — Espirito Santo •** i ^ ^'"a ^° '*'" *>art*°

T 1| í^_______É__r Espirito Santo

fr wi * ^B m¦j WyA^JÊ pfa?~ \ k ,.;_f j HL''

. -»^.'--V ¦_______! _^d Ir- ._________! -WrT [f|i

^g» . *»j do Sr. Haul Pimentel do ^T VSwf ||

***- n,>. K, *¦ '^**^i| jr ^? ^1

^ interessante THEREZI-^HA DULCE SOUZA RI

1W _. BE,R0"mbauba-Pernambuco

ALBERTO KALIL.ALBERTO CALIL.

— Est. dc Sâo Paulo •WALKER, filho do SrWaldemar Barbosa e DAracy Pereira Barbosa.

Capital

NILZA, filhinha do Sr.Tasso S. de Andrade.

Mathias BarbosaMinas

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| GAIEEMÂ Pi NOSSOS ÂMD<§<y[llr1l(H]®S |

?**tm4

Grupo de Escoteiros do Collegio Nossa Senhora AuxiliadoraCaratinga — Minas

... . » . *> - « , ___——— - ¦¦ .. m •>>^i*a%.*^ »' ——--—-------__-_-_-_---_-____________.___¦__--______________—_ ! .

K_3El_r . * __BI__>_. _ \ « b_ic __ü__B___P'^^^ll*V*'^_k___^' ? ____! ~~_h_á_____________r~'V

_«a«sec_a__flM_l 7 # __\lãn ^_fc^\«aH-____tfW^L-A' p$jIxL^ll ^

Maria de Lourdes e Walter,filhos do Sr. Joaquim Perei-

ra Júnior — Morro Alto —Minas Geraes

Jacob, filho deJacob Matera

Capital

Deusdedit Medradofilho do Sr. André

FernandesSalinas — Minas

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19 — Junho — 1929 — 11 — O TICO-TICO

HISTORIAS DE NOSSA PÁTRIA

H^MtfMMriH ^*"r'

VV ^9ki 1 v^^RI //\ \. [rtkThH Jp / /

Desenho deCícero Fali a d ares

0 primeiro lwmein que no mundo,. se elevou ao ar. ..

Este grande problema, -estudado com

todo o ardor por notabilidades scientiíicas

em todo o mundo civilisado, foi iniciado

por um brasileiro illustre o Padre Bartho-

lorneu de Gusmão, de São Paulo, o primei-

ro homem no mundo que se elevou ao ar,

livremente, em uma machina. A experi-

encia teve logar em Lisboa, no dia 8 de

Agosto de 1709, quando ainda éramos

colônia de Portugal, figurando por

isso na passaróla, como vedes na

gravura, a bandeira portuguezá

Antecedeu, portanto, aos fran-

cezes irmãos Montgolfier.

O acontecimento, presen-

— A NAVEGAÇÃO AÉREA —

Baríholomeude

(Dusmàociado pelo Rei e sua. Corte, causou extraor-

dinaria sensação, ficando Bartholomeu

appelüdado — Padre Voador — e por ai-

guns considerado — um íeiticeiro.

Datam dahi verdadeiramente as pes-

quizas e estudos para a solução do extraor-

dinario problema, a que o Brasil tem liga-

do muitos nomes illustres, como Santos

Dumont que descobriu a dirigibilidade

dos balões e primeiro se elevou' do

solo em um apparelho mais pe-

sado que "o

ar, — o aeroplano.

Por isso é Santos Du-

mont chamado o Pae

da aviação.

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O TICO-TICO — 12 — 19 Junho — 1929

O BurroPróximo parente, na escala zoológica, do

cavallo, o burro nunca conseguiu conquis-

tar ao homem a sympathia e carinho que

este aquelle dedica. O seu olhar triste, a

sua physionomia melancólica, as suas ore-

lhas deselegantes, pelo tamanho e peloabandono, serão a conseqüência da falta do

affecto humano, ou será, antes, esta falta

de aífecto derivada daquelles defeitos do

asnp?

Não vale a pena indagar. E' possivel

que não seja uma nem outra a causa. Elle

próprio, quando, de cabeça pendente e ex-

pressão pensativa, que tem levado alguém

â julgal-o philosopho, não se preoecupa,

certamente, em desvendar tal mystewo.

Quando muito, reflectirá nos seus tristes

fado.s, que lhe dão tantos dias de amargu-

ra quantos os da sua existência.'

A sua rusticidade, a sua sobriedade, tor-

tiaram-no um animal verdadeiramente de-

mocratico. E' o cavallo do pobre. E' 6

automóvel do camponez mais modesto. E'

Ia liteira do pedinte estropiado,

Cabeça pendente, olhos em terra, pé £ir-

me, casco resistente, executa passadas fir-

mes, equilibrios prodigiosos.

Tem ainda outros méritos, não menos

apreciáveis. O trabalhador do campo, se

adrega a ter que mourejar o pão a dis-

tancia de sua casa, sobre a albarda, cm

cima da manta, ou mesmo cm pêllo, lá se

escarrán.-ha nos tombos do seu paciente

burro, que o transporta ao seu destino com

a mesma'' passividade e a mesma indiffe-

rença com que transportou Nossa Senhora

para o Egypto. Ao peso do cavalleiro ad-diciona-se, na ida, o dos alforges rechea-

dos com a refeição do dono; na volta, doismolhos de resequido e grosseiro feno, quedurante a noite consumirá como necessário

supprimento do magro rastolho que con-

sumiu durante o dia, no pequeno espaço

circumscripto por curta corda atada a for-

te estaca. Desta incomparavel sobriedade

se tem abusado a ponto de rebaixar de

mais as aptidões deste modesto animal. Os

retraços deixados na manjadoura pelo ca-

vallo, os alimentos que este nunca acceita-

jla; plantas grosseiras, resequidas; cardos,

quando mais não encontra, constituem mui-

tas vezes, mercê da ingratidão do dono, o

seu único aliento.

Pois muito mais merece. O seu trabalho,

em relação, pela estatura, ao do cavallo,

é mais importante. Relacionado ao valor

da alimentação, a vantagem mantem-se em

favor do burro. Infelizmente abusa-se

desta faculdade do asno. Elle bem merece

uma sobremesa de I a 2 kilos, por dia, de

cevada, milho, aveia ou fava. Bem a me-

j-ecc e bem a retribue pelo trabalho, que

mais e melhor poderá fornecer, ou pelo

menos dilatado tempo que viverá em con-

dições de prestar serviço útil.

O burro é casmurrp? Mette a cabeça en-

tre as mãos sem avançar um passo, por

mais desancado que seja? Não se lhe leve

isso a mal, coitado. E' uma espécie de"greve" de braços caidos, única que elle

pódc contrapor á injustiça dos maus tra-

tos. Pôde ser também resultado da falta

de educação e ensino que tenha recebido do

homem. Pôde mesmo ser um acto de pru-

dencia e reflexão, não attingido pelos li-

mites, tanta3 vezes tão restrictos da in-

telligencia humana.

Se pouco e mau alimento offerece o. ho-

mem a este seu auxiliar de trabalho, o lei-

to de descanço que lhe destina nio é supe-rior. O estabulo para onde se lança sem

maio.rcs cuidados é sombrio, sujo, immun-

do por vezes; a cama é grosseira; e sendo

raras vezes renovada torna-se, afinal,tinu.Ama de estrume, luimida, amoniacal,

provocando com freqüência doenças nos

pés, que mais impedem este pobre animal de.

produzir tanto trabalho quanto lhe era pos?sivel prestar.

A situação de inferioridade em que o ho-mem lançou o burro, é talvez a causa dodespreso a que se votou a sua producção,a sua criação, o seu melhoramento, c a suaexploração. Se algum modesto, professorde zootcchnica apparecer um dia com pre-tenções de cantar as virtudes do burro, senão íôr recebido com sorrisos dcsdeuhosos,será, pelo menos, classificado dc , excen-tricô.

Mas elle que se não importe. Aftismecom coragem, uma casmurrice maior ^quea do próprio, burro, se tanto fôr necessário,

que é preciso que na producção desta es-

pecie presida o espirito da selecção dos re-

produotores, como preside quando se tratade especies mais nobres; que c necessário

partir do principio que a força e a encr-

gia de qualquer animal reside na sua ali-mentação; que juntar á má alimentação osmauis \ratos é provocar a formação de in-

dividuos rachiticos, definhados, mal con-formados.

Quem julgar que é pouca a utilidade dosazininos, só pelo seu trabalho, lembre-se queà burra também pôde offerecer um leitenutritivo, facilmente digerivel, aos estorna-

gos delicados da criança e do velho, ou detantos que soffrem de affecções do appa-relho digestivo. Não esquecer que o leitede burra é de entre o de todas as outrasespecies animaes, o que mais se approxfjna,

por todas as suas qualidades, do da mulher.

Que esta se não sinta amesqttinhada porum facto de que só a natureza é culpada.

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19 s— Junho — 1929 13 — O TICO-TICO

DESENHOS PARA COLORIR

l jii^ík A • :\^p^^^'^^ .

:;yl;"^J;lJ^ •,-•--""¦' ¦¦•¦r... .,;

Depois de colorido a lápis de côr ou aquarella,os desenhos desta pagina devem ser enviados á re»dacção d'0 Tico-Tico. Os autores dos melhores tra-balhos verão seus nomes publicados em logar dedestaque.

Mandaram desenhos bem coloridos os seguintes leitores":

Miguel Pemadeir, Wanda Agapita da Veiga, Lygia

Zonta Vaz, Ruth Arantes Campos, Dione Jardim dos Santos,

Rosinha de Lucca, Antonio de Lu<*

Exemplo de abnegaçãoRoberto, filho de Guilherme, o Conquistador, foi ferido

Por uma flecha envenenada, e os médicos declararam quenão poderia salvar-se, a não ser que uma pessoa, que mor-reria instantaneamente, se prestasse a chupar a ferida.

— Morrerei, disse Roberto. Não serei tão cruel, nem*?o injusto que permitia outra pessoa a morrer emn,,eu logar.

Sua mulher, porém, estando elle adormecido, chupou-lhea ferida e o salvou, sem que morresse.

TS^SS*»3*^»- MU4M UOrTINfl ^=~m—\J \.

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O TICO-TICO 14 — 10 — Junho — 1929

\ N\

A S D U A S B O N E C A SLá longe, na india, havia um 'rei

que tinha uma filha.Ora, queria o rei que a sua filha

casasse com um homem de muito jul-zo. "O noivo da minha filha" (diziaelle) "pôde ser fidalgo, valente, bo-nito, rico — tudo isso será bom; po-;rém mais que tudo, antes e acima datudo, eu quero que o noivo da minhafilha] seja um homem de muito juízo,uma pessoa discreta e de muito bomgcnso".

Um dia, o rei mandou fazer duasbonecas muito bem feitas, do lama-nho das pessoas crescidas. Era olharpara ellas, e vêl-as eguaes — mesmoeguaezinhas. As caras ds duas erameguaes; os vestidos, eguaes; —í tudoegual.i Não se via differença: mesmoeguaezinhas!

O rei, depois mandou pôr as duasbonecas á porta do seu palácio. Umarauto, avançou por ordem delle, -e

gritou assim, para que todos ouvis-sem:

, — "Olá! Oiçam todo3 o que eu voudizer! Oiçam todos, e passem palavrado que vão ouvir! A' porta do pa*lacio estão duas banecas. O liomem(quem quer que elle seja) que fô<*capaz de dizer certinho em que é qu9as bonecas não são eguaes — esse ca-sara com a nossa princeza, e virá ura!dia a ser o rei!".;

A noticia correu de terra em terra.e por toda a parte se dizia o mesmo,— por todas as cidades, por todas aaaldeias, por todoa os campos. "Ca-sara com a princeza, virá a ser re<<auem fôr capaz de descobrir em quaè que as bonecas não são eguaes!".,

E desde então, de dia e de noite,passava gente da todas as partes --¦;pelas estradas, pelas veredas, pelascaminhos, uns nos seus carros, outros*montados, muitos a pé, — para veremna porta as bonecas do rei. Eram mo-narchas. eram fidalgos, eram pastoresj

que Iodos se punham a vêr e mirar.Olhavam, fitavam, espreitavem, con-templavam, inspecionavam — e nada,nada, nada! Ninguém via differençaalguma*. Eram eguaes!

— "Não sei. Não vejo differença"*diziam todos. "Parecem-ma eguaes".-

E os cozinheiros, portanto, não ti-veram de cozinhar o banquete para odia do casamento dá princeza.'

Porfim, appareceu uma manhã umhomem alegre e muito novo — um fi-ven —¦ de olhos brilhantes e ds ges-to calmo, r-ue parecia pensar as coisasbem pensadaa, até adivinhar, bem adi-vinhadas, as adivinhas que lhe prj-puzessem. Ouvira falar do aviso dorei, e queria vè*r também elle, as dua3bonecas!

Collocou-se. poÍ3 deante das duase esteve muito tempo a examinil-as.,não via, também, nenhuma differença.

Saiu o joven de perto das bonecas.Passou, pensando, de um lado paraoutro lado. Franziu os sobrolhos.-Cruzou as mãos por traz das costas.Fechou os olhos. Inclinou a cabeça...

De repente, lembrou-lho uma coi-sa. Foi vêr as orelhas das duas bo-necas. Viu também as suas bocca3.:

Procurou depois qualquer coisa'pelo chão, até que encontrou uma pa-Ihinha.

Pegou na palinha,bonecas.

e voltou para a3

Então, meteu a palhinha por dentrodo ouvido duma dellas. Foi-a empur-rando, empurrando, até que viu sair aoutra ponta pela bocea da boneca, aomeio dos lábios >

Puxou então essa ponta, e assimtirou a palhinha cá para fora.

Foj depois á outra boneca, —> a daesquerda — e metteu-lhe a palha paradentro do ouvido.

Empurrou a palha, empurrou,olhando para os lábios dessa mesmaboneca. A outra ponta da palhinhanão lhe saia pela boca. Empurroutudo, até o fim. A palha desapareceu.!Tinha caido, certamente, para dentrodo corpo. Não havia passagem ,doouvido para a bocea.

Então, chamou uni creado, e disse-lhe assim:

"Faça favor de dizer a el-rolque peço para lhe falar sobre as bo-necas. Já dei com o segredo".

O rei mandou-o entrar. O Joveninclinou-se, cruzou as mãos por sobr-.-o peito.

"Pôde falar'-, uisselhe o rei.-"Meu senhor", começou o joven."uma das bonecas ó melhor que a ou-

tra, porque não atira pela bocea fórritudo que lhe entra pelos ouvidos; aopasso que a outra deixa sair pela bo3-ca tudo que pelos ouvidos se lhe me-ter. Uma não repete, pois, tudoaquillo quanto ouve dizer: a outra élinguareira e indiscreta".

"Ora até que emfim!" declarou'o rei. "Tratemos de preparar a festado noivado. Este jovem tem Juízo, elia de casar com a minha filha!"

E então é que foi trabalho, meusamigos, para os cozinheiros, os alfaia-tes, os creados, os mordomos, os of-ficlaes, e toda a demais gente do realpalácio! E isso é que foi uma festa,a do casamento da filha do rei!,

Antônio Sérgio.;

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19 — «Junho — 1929 -, 15 - 0 TICO-TICO

AS AVENTURAS DE FAUSTINA E ZÉ ACACO

Que horror/ .Wsenhora üona faus/iriâ!WPobre cio , , pueto/sa Aer-Eu um f/a cobrar , Si Venha ver o S€U wartào^ MSr -ZéMacaco

* r/ie//& prestação Jl CffW a iníqua cfe ,Y/ff^ M\Era fc5 ^^-Twfe Seriu porqueencontro o pre- v^—__~_jm ÇV /V>r<-2, / Ü& o M^ W \/^Wt°V/*>J^Vili ^aõ àotei nhx$uez ^enforcado/

~~fát. lf ( C^^JrW* 1/ "^^^^ív^?«tê/"'"

Meu pobre , JM, ,( _ff^ ______M _W_-s ' 11nmrtdmhol

yS \TYQue mfe/ii h\[ Fa "'Wn,'rL' °

?ara \—M

W^m// ,i-^_»Í\? r ' F.cowo e/k ficoi ', J&^>K> para os outros , $$&$

lis - • li lí Foi s o para me \Jl |

£/S-me acptt em <jj_____Jll livrar da confa ^J

Çuernafeu, JL \ nha Fausti-na'. J|f_L 1 _íf_i__>^\ • Y-B 'fiz para ser áffiíjP \ Eu forniei

ura ana ";, ^J -%_W^ i^JpUrYi

fcã cruelmente ¦¦; .-JFL \ \ dro e enfiei oca- xWK'fi *W*^/ "Av/lVf

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O TICO-TICO — 16 —" 19 — Junho — 1929

— -— "¦Uí

0 Ma#ozangado

•*- . ... . ,-r

.x-,-.-,.- - -

Esta tarde receberemos uma visita para tomarchá no palácio! — disse, uma vez, a rainha ao prin-cipe e á princezinha que brincavam alegremente nojardim.

E quem é essa visita? perguntaram, a um sótempo, os dois príncipes.

Esperem e verão! respondeu-lhes a rainha.Pois bem, meninos leitores, imaginam quem era

essa visita? Nada mais nem menos do que um magochamado "Cabello Ruivo".

Elle tinha tal nome pelo facto de serem côr defogo seus cabellos, -sua barba e seus bigodes.

Quando o mago chegou ao palácio, o principe,achando-o por demais alto, magro e estravagante,desatou a rir.

Olha os bigodes côr dc fogo! — exclamou,dando gargalhadas.

Basta de tanto rir! — gritou o mago zangado.Não posso conter o riso. O senhor é tão gra-

cioso! — falou o principe que, quanto mais olhava omago, mais ria!

Pois bem, falou o mago, já que tanto te diver-te a côr de meus cabellos, terás de hoje em deante ocabello côr de fogot

E pronunciando algumas palavras cabalisticas, omago transformou cm vermelhos os louros cabellosdo principe. E quando este lhe quiz pedir desculpas,o mago dcsappareceu do palácio.

O rei e a rainha ficaram desesperados e tristescom o suecedido e não conseguiram dos médicos e sa-bios da corte que os cabellos do principe recuperas-sem a primitiva côr de ouro.

A princezinha, que queria muito bem ao irmão,uma noite, fugiu do palácio para buscar pelo mundoalgum remédio que fizesse os cabellos do principe no-vãmente louros. E ao passar por um bosque, viu umagrande borboleta pousada num galho de arvore.

Boa tarde! *— disse-lhe a borboleta.—- Boa tarde! — respondeu a princezinha.Que lindos olhos tem você! {

Com os lindos olhos quc tenho vejo tud,o quese passa no mundo.

Deveras?E' verdade.Então poderás dizer-me o que está fazendo

neste momento o meu irmãozinho?A borboleta abriu muito os olhos e falou:

Teu irmão está chorando porque tem o cabelloruivo e não sabe o que fazer para tornal-o louro comoantes o possuía.

E' verdade!. .. falou a princezinha. E vocêpode dizer-me onde está o mago "Cabello ruivo"?

Está também chorando porque não encontraum meio de mudar a côr de seu próprio cabello.

A princezinha, então, desatou a rir, ao pensar quenem um. mago sabe o remédio para mudar a côr doseu próprio cabello.

E tu o sabes? — perguntou a borboleta.Não sei, mas quero que me ensines

*— Pois é fácil, minha menina, basta cortar o ca-bello para que este mude de côr.

A princezinha agradeceu á borboleta e partiu cor-rendo para o palácio de seu pae.

No caminho viu uma choupana e, espiando pelajanella, percebeu "Cabello ruivo" sentado num bancoe chorando amargamente.

. — Que queres ? — gritou o mago.Quero dizer-te como conseguirás mudar a côr

de teu cabello, mas antes has de prometter que nuncamais encantarás ninguém!

*— Prometto! — respondeu o mago.Corta teu cabello e elle mudará de côr.

O mago cortou o cabello e pouco depois este mu-dava de côr.

E a princezinha voltou para o palácio de seu pae,onde, também, fez cortar o cabello do principe que,pouco depois, recuperou os cabellos dourados queeram o encanto de seus paes.

A moralidade desta historia é sabia: Nunca deve"mos zombar dos defeitos do próximo.

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19 — Junho 1929 17 — O TICO-TICO

<^_<5fu,*ft/faJIL_/._ff^^CONTO PARA CR EA NÇAS

Era uma vez um pinto borrachudo(lue, andando a depenicar pela terra,encontrou uma libra em ouro.

—- Ora, deixa-me levar esta libraao' rei, que me ha-de agradecer e tra-tar muito bem — disse o pinto com-sigo.

Agarrou a libra com c bico, e, mui-to satisfeito da sua vida, poz-se a ca-minho do palacip real.

A certa altura, viu um rio, e comonão havia ponte por onde atravessar,o pinto, muito cheio de si, disse ap rio:

ó rio, afasta-te para eu passar.O lio continuou correndo por ea-

tre as margens, e o pinto, indignado...bebeu-o todo.

Mais ádeante, o nosso pinto bor-rachudo encontrou uma raposa, e^todo pimpão, disse-lhe:

Raposa, deixa-me passar, se-não..,

E como a raposa o não deixassepassar, o pinto enguliu-a.

Como se vê, o nosso pinto não erade brincadeiras.

Com o rio e a raposa no papo, cou-tinuou o seu caminho quando a certaaltura esbarrou n'um pinheiro.

Pinheiro — disse elle — arru-raa-te para o lado, que eu quero pas-sar,

E, como o pinheiro se não atas-tasse, o pinto enguliu-o.

Mais adeante encontrou um lobo,que se fez pimpão com elle. . . En-guliu o lobo.

Uma coruja que também se metteucom o nosso pinto, foi para o papofazer companhia ao lobo, ao pinheiro,á raposa e ao rio.

Finalmente chegou o pinto borra-hudo á presença do rei e com muitasmesuras e palavras de respeito '._-tregou-lhe a libra.

O rei achou-lhe muita graça, met-teu a libra na bolsa e ordenou quspuzessem o pinto na capoeira e o tra-tassem muito bem.

O pinto, que imaginava que o reio nomearia ministro e lhe daria uraPalácio, ficou indignado e começou agritar:

— Qui, qui, ri. qui!Minha libra em ouroQuero rara aqui.

Como não fizessem caso dos seusgritos e lho não levassem a libra, opinto borrachudo lançou a raposaquu engulira no caminho, e ella dei-tou-se ás gallinhas da capoeira e co-m,cu-as; tr>das.

Os creados foram logo contar o qu"!se passava ao rei, que deu ordem paramettfc-rem o pinto no armário da louça.Foram cumpridas as ordens reaes,mas o pinto, ainda mais zangado, cou-tinuou gritando:

Qu', qui, ri, qui!Minha libra em ouroQuero para aqui.

Como, apesar <!a sua berraria, lh9não dessem a libra, o pinto deitoupara fora do papo o pinhero que en-gulira, e tanta pancada houve n'aqael-

le armário que toda a louça ficou que-brada.

O rei, sabedor d'isto, mandou quemettesstrn o endiabiado pinto na c.i-vallariça, mas o nosso borrachudo oque queria era que lhe dessem outravez a libra, e por isso continuou g*i.tando:

Qui, qui, ri, qui!Minha libra em ouroQuero para aqui.

Os moços da cavallariça riam-33,mas o rei não restituia a libra aopinto. Este, enfurecido, vomitou olobo, que por signal estava muit-aborrecido da sua vida, e o lobo oo-meu os cavallos do réi.

Quando ilie foiam contar os estra-gos que o pinto fizera na cavallariga,o rei disse:

— Afoguem-mo esse demônio i'iiinpote de azeite.

Mas o pinto, lego que se viu nopote do azeite, deitou para fora a co-ruja, que o bebeu todo.

Desesperado, o rei, sem saber jácomo se ver livre uo endiabrado bor-rachudo, ordenou que o mettessem naforno depois de aecenderem o lume..O pinto, dentro do forno, giitava queera uma ecusa por demais:

Qui, qui, ri, qui!Minha libra em ouroQuero para aqui. .

E vendo que o calor apartava eque lhe não davam a übra, começo»

a lançar o rio que tf nho. bebido.Estava já o palácio real inundado,

quando o rei, com medo de morrerafogado, ordenou que dessem outraoutra vez a libra em ouro ao pinto, e>o mandassem embora, antes que ellodeitasse cá fora tedo o rio que tinhano paro

Assim fizeram, e o pinto torrachir-do; com a libra no bico, lá so foi par*donde viera.

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O TICO-TICO 19 __ jA — 13.21-29 O T I C O - T I C O

O A C R O B A TA.VA M B U L A N T E.

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explicação:fjTTIQ *Sez ARMAPO O ESTRADO E OS SuP-

POETES LATERAES, TüOO EM CARTÃO FORTE £

RE&tSTEMTE, CORTA-SE L/M CABRETEL SM OU AS

METADES SERV/rVDO UM, PARA SEÇURAR A

QARRA D 0$ BONECOS E OUTRO J*ARA EMP/ARAo

E/XO C/A RODA OE TRAZ. (I)(I)

DEPOIS UNEM-SE OS POIS CARRsTE/S RO/? UM

BARBANTE FINO, /Q.EIM OE QUE O /»? O l" M Er/TD

DE UM F~ACA FiOOAR io OUTR.O.

A/B. Os dois bonecostQUE saõ presos àbar.

RA POR I3RACOS FIXOS ÍNAS/VAÕs) DEVEM MAN-

TER POS/COES OITFERE.NTES.

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O TICO-TICO 20 19 Junho — 1929

O CORDEIRINHO ENGANADORetirou-se uma vez certa ovelha com o seu filhinho

para o monte.Contente com os abundantes pastos que encontrava e

com o saltitar do Cordeirinho, julga-se feliz ate maisnão poder.

Mas de tempos a tempos ,sem saber explicar, tinhauns arrepios, muito principalmente, quando o filho tenta-ya afastar-se.

Prevendo qualquer desgosto profundo, muitas vezes,abeirava-se do seu ente querido e reprehendia-o, ao queelle respondia sempre que nunca haveria novidade, poisque, apesar de novo, sabia muito bem conhecer as com-panhias e desviar-se.

A ovelha, assim, se ia conformando.

Um dia o Cordeirinho, sempre atrevidito e brinca-lhão, afastando-se mais do que era costume, subiu paraorna pedra, onde um raposo com olhos luzidios, muitomanhoso, o avista e lhe faz grandes promessas, dizendo-lhe que não deixasse a companhia delle, porque a suamãe era, também uma ovelha. *•

O Cordeirinho tanta "cantiga" ouviu, tão-bajuladose encontrou, que aproveita um pequeno silencio dos rou-fenhos balidos da mãe ê, completamente illudido, segueo malicioso raposo que não se cansa de continuar a falar-lhe em projectos de distracções várias, gosos infindos, nãofaltando nunca a abundante refeição.

Iam contentes.Andaram, Andaram. Passam montes, atravessam pe-

quènos vales e, por fim, vão parar a uma caverna, revés-tida, por fora, de grandes silvados e pilriteiros.

O Cordeirinho, cansado, adormece, e quem sabe, seaté sonhando que estava regaladamente junto de sua mãeho redil!

O raposo, esse mal cerrava os olhos, como sentinellaque se esforça por não adormecer.

A *Pouco tempo era ainda passado, quando se abeiraro

outros raposos que se lambem e sorriem de satisfação por•verem o Cordeirinho. Este acorda no momento que o ro-jdeiam, e tem um estremecimento.

Os raposos pedem-lhe mil desculpas e dizem-lhe quenão era sua intenção acordar o novo hospede, pois que,apenas, se queriam certificar da sua bella apparencia.

* *O Cordeirinho encolheu-se ainda mais e nada

respondeu.Nesta altura entra uma raposa velha, muito matrei-

ra, que traz umas lindas frangas para serem comidas.E' convidado o Cordeirinho a tomar parte no festim.

Mas este nega-se, terminantemente, dizendo que é contrao seu pensar e contra os seus costumes assistir a ban-quetes pelos quaes elle sente immensa repugnância.

Appetece-lhe fugir. Não se sente bem ali. Assisteainda a outras scenas, seguidas, que lhe repugnam! Sentejá immensos remorsos do abandono da familia. No inti-mo sente uma voz que lhe diz: — "Tu, filho, estás per-dido: Andas descaminhando!...."•

Ê, pensando nisto, inclinava a cabeça para o ladoa vêr se tomava forças.

Um raposito dos mais affoitos, querendo apparentaruma certa graça, chega ao pé do cordeiro e diz-lhe: —¦Oh! amigo — Se tentas afastar-te de nós, ou não queresentrar nestas "bellas distracções", arriscas-te a ser mal-tratado.

A raposa velha que trouxera os frangos entrecorta-lhe o discurso, dizendo que o deixem com o seu modo depensar: porque elle se acostumará. E até já houve querndemonstrasse, claramente, .que os melhores defensoresdos vicios são aquelles que, a principio, não possuem in-clinação para elles, mas que, depois, por certo luxo, ougala, os adquirem.

E dizendo isto acabam, também, a refeição. Tran-cam, em seguida, a caverna com u«s tojeiros e umas sil-vas, e sahem para grandes pândegas, deixando o Cordei-rinho só como que a pretexto de receber uma lição!

* *O Cordeiro, que sempre estivera calado em todos os,

interrogatórios, levanta-se, agora, sacode-se e faz esfor-ços para conseguir a sua fuga.

Estuda planos. Pesquisa pontos. Experimenta pordiversos lados do silvado. Por íim lá se escapa com aspernas arranhadas pelas silvas e cheio de fome.

Uma vez cá fora, toma ar, emquanto se norteia dologar donde viera: e, como doidinho varrido, corre muito,corre sempre, corre mais, ainda, para a herdade onde su-punha que sua mãe o procurava.

Ah! e não era sem fundamento que essa suposiçãoera feita. Pois que ella, a pobre ovelha, toda angustiosa,já havia dois dias que não comia nem bebia, por julgarmorto o seu querido filhinho!

/¦ Os recados que ella mandara para diversas partespor um cachorrinho que por ali passara e por uma perdiade vão rasteiro, nunca tiveram a mais leve resposta.

* *

Decorreu algum tempo.Por ultimo, a pobre mãe sente como que uma voz a

dizer-lhe que suba ao penedo onde o seu filho estivera, eque balasse e olhasse.

Assim foi.¦ Corre para lá, olha ao longe e reconhece o filhinho

que corria para ella, doidinho de saudade, desgrenhado,espumante, de olhos pisados, pedindo desculpa, e fazen-do promessas de que nunca se afastaria mais dos bonsconselhos que só pessoas amigas sabiam dar.

Então a mãe, com lagrimas nos olhos tudo lhe per-doou por julgar uma leviandade, mas não se esqueceude lhe frisar, claramente, que as pessoas suspeitas ou decaracter duvidoso devem merecer-nos uma certa attençãopara não ficarmos tristemente enleados como aconteceá avezinha que desconhece o laço.

E dizendo isto, mãe e filho seguiram para outra her-dade, como signal de protesto contra o acontecido ao"Cordeirinho Enganado".,

José A. Vale.

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19 =--- Junho = 192Q *- 21 — O TICO-TICO

MODA INFANTIL

franzida nos i 1 \ \\ll° — Elegante garçonct de linho ou flanclla.2o — Calcinha dc casemira e blusa de seda

hombros.3° — Linda calcinha e blusa com adornos pespontados.4° — Sobretudo e bonet de gabardine azul marinho.5° — Calcinha e jaquetão azul marinho e bonet de duas cores,

com o escudo do club a que pertencer no bol"o e no bonet.

Como tínhamos promettido aos nossos gentis leitores: n'um nu-mero daremos modas — e no outro — bordados.

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O TICO-TICO 22 — 19 _ Junho — 1929

A CAIXA MY/*TERIO«4PAQUE FIASCO, JUSTINO

Este jahú pesa mais de 100 kilos e tem quasi o tamanho de um boi.

O Justino estava de máo humoráquella noite e quando, depois dojantar, as crianças foram pro-cural-o, o caboclo não estava muitodisposto a contar uns "casos",como de costume.

Ora, Justino: só uma hi.-to-ria, deste Tamaninho, insistiu Ser-gio.

Não, hoje eu estou mesmoamolado.

Quem sabe si um pouco deParaty" concerta isso, insinuou

Octavio.'Ah! conforme! No copo eu

rteceito, mas si fôr o peixe, aindaé peor, porque foi por causa de umprimo delle, que eu fiquei cuniraiva!

Emquanto Lauro foi pedir aopae um cálice de água ardente, olustmo poz-se a desabafar as ma-'•

Pois é; hontem seu doutormc disse: — "Meu Justino, sei que

agora não é época de muito peixe, ejustamente por isso eu teria prazercm ofíerecer aos meus hospedes,alguma amostra deste rio; vá pes-car amanhã, e traga-me o quepuder. Eu fui pára o rio com acerteza de apanhar cousa bôa...

Mas eu nâo vi peixe na mesahoje! disse Dádinho convencido deque isso não lhe escaparia aosolhos c muito menos ao garfo.

Naturalmente, moço; pois sieu "voltei sapateiro", e o que medá mais raiva...

—"Sa-pa-tei-ro"! soletrou Dacli-nho, efnquanto media o caboclo dospés á cabeça. Pois você não é Tra-tador de cavallos? como é que'íròti sapateiro?

Não é isso! "Voltar sapatei-io", in',-, dizemos de um pescadorque vae ao rio c não traz nem umlambary para consolo. Mas o Bas-tião . me paga, aqltcMe negrinhoazarento....

O que tem o Bastião comisso ?

Ppis foi elle elle o culpado do'meu fiasco. Eu já estava havia maisdc uma hora na barranca do rio,aborrecido de esperar. Tudo quieto,e eu mais quieto ainda. Na água,nem uma ondinha que desse signalde peixe, Eu tinha levado anzol.grande e linha de aço para aguen-tar bastante peso. A muito custoconsegui bôa isca.

O que você levou? Minhoca?Porque não- me perguntou, que seionda ha muitas.

Qual! o que é uma dúzia-deminhocas para

'um peixe de mais

de cem kilos! Com a Tarrafa eupeguei dois corumbatás cie palmoe meio e fisguei um dellcs no anzol.Depois, eu já estava quasi desis-tindo, quando sinto estremecer avara. Esperei ainda um pouco equando quiz puxar a linha...quem disse:

O que aconteceu? pergunta-ram as crianças todas ao mesmotempo.

¦— O peixe começou a lutar e mearrastou na água, até ao joelho

Mas eu não queria largar. Queforça elle tinha

Eu juro que era um Jahú. Nistoo Bastião passou tocando um be-zerro; eu pedi que elle me ajudasse,— antes não pedisse, moleque semprestimo!

E elle largou a vara? per-guntOu Sérgio no auge da curió-sidade.

Não; muito peor! Para mos-irar que tinha muita força, deu uinpuxão na linha, que arrebentoucom ella. E lá sc foi o Jahú

E o pescador curvou a cabeçasol) o peso do fiasco, que o ferira,no, mais intimo de seu orgulho,

Ora, que pena, Justino! etodos procuravam consolais,.

Deixa estar, amanhã eu des-conto! e o caboclo retesou a cabe-ça, prompto para enfrentar umcardume dc Jahús.

TIO NOUGUi

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J9 - Junho ^- 1929 — 23 - O T 1 t u • T I C O

O A CACO Ê. SUA CAUDA

Imaginou unia vez um macaco fa-zer fortuna e foi col!ocar-se em cer-to caminho, por onde tinha um car-rciro de passar com o seu carro.

Vendo-o assim atravessado na cs-trada, com a cauda estendida no pon-to em que as rodas do vehiculo ha-viam por força dc passar, o carrocei-xo, grilou:

¦— Macaco, tira teu rabo do caini-nho, que eu quero seguir. O maça-co respondeu:

Não tiro,O homem, irritado, tangeu os bois,

a carroça passou por cima da caudado macaco e cortou-a fora.

Disparou c mono em grandes ber-ros, por entre elles dizia:

Eu quero o meu rabo, ou cntàome dê uma navalha.

Para o applacar, deu-lhe o carreiroa navalha, e o macaco sahiu a cantar,muito alegre:

— Perdi minha cauda, ganhei umanavalha!

Tinglin, tinglin! que vou para An-gola!...

E seguiu.Chegando adiante, encontrou um

negro velho a fazer cestos e a cortarcipós com os dentes. Dirigiu-se áelle o macaco e disse-lhe:

—- Oh! amigo velho! Coitado devocê!... Está estragando seus dcn-tes a cortar assim os cipós!... Tomeesta navalha

POR CARMEN DOLORES

O negro acecitou, mas quando foipartir um cipó, quebrou-se a nava-lha.

O macaco abriu a bocea no mun-do e deitou a berrar:

— Eu quero a minha navalha! eu

.

quero à minha navalha ou então, medê um cesto...

O negro velho deu-lhe um cesto eelle sahiu muito contente, a cantar:

i— Terdi meu rabo, ganhei umanavalha, perdi minha navalha ganheium cesto!...

Tinglin, tinglin! que vou para aAngola!

Seguiu.Chegando mais longe, encontrou

uma mulher, fazendo pão e botais-do o na saia.

Aqui tem um cesto! olicrcceuo macaco.

A - mulher aixciton, mas quandofoi pôr dentro os pães, cahiu o fun-do do eeslo e o macaco abriu a boceano mundo e entrou a berrar:

Eu quero o meu cesto! eu que-ro o meu cesto, senão me dè umpão!

A mulher deu-lhe o pão e elle sa-hiu muito satisfeito, a cantar:

Tinglin, tinglin! que vou para aAngola!

Tcrdi meu rabo, ganhei umanavalha, perdi a navalha, ganhei umcesto; perdi meu cesto, ganlici unipão, que vou comer.,

E poz-se a comer o pão com vo-racidade.

Mas o carroceiro, que não lheperdoara a teima de se ter através-sado no caminho, para elle lhe cor-tar a cauda e ter depois de dar-lhea sua navalha, o carroceiro espera-va-o mais adiante e cahiu em cimadelle com um cacete que o deixoubem convidado. E' o que aconteceaos que se querem fazer esperto demais; vão esfolar e sabem esfola-dos.

^^íM^)

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O TICO-TICO 24 - 19 Junho 1929

0 Xobd, a Raposa e o purroDecretou o Leão, rei dos animaes,

que nenhum dos seus subdifos pu-desse maltratar outro sem que fos-se por uma causa justa; e para sa-ber porque fôrma a sua lei eracumprida, determinou que todos seapresentassem perante o tribunalpara confessarem suas culpas e se-rem castigados ou absolvidos, se-gttndo ellas.

Aconteceu que, no dia aprasado,indo o Lobo e a Raposa apresen-tarem-se, encontraram-se na estradacom o Burro e disseram-lhe: —"Irmão: ainda vae daqui grande• distancia ao tribunal e certamenteo caminho te deve ser mais penosoque a nós outros, pois que os teuspassos são mais vagarosos. Mastalvez possamos poupar-te as pas-sadas, se assim o tiveres em bem.Confessemo-nos uns aos outros emandaremos ao tribunal as nossasconfissões, devidamente attestadaspor dois de nós*, para que nos ab-solvam de nossos pecados, se poracaso os tivermos.

Não desgostou o Burro da pro-posta e, immediatamente, entraramnum campo próximo, e ahi come-çou a Raposa a sua confissão:

"Aconteceu que entrando certa

noite numa aldeia, ouvi um gallocantar tão orgulhoso, que incom-modava todos os habitantes da ai-deia que muito careciam de dormirpara repousarem das fadigas do tra-balho. Indignei-me com o figurão,e, levada de uma nobre revolta, de-cepei-lhe a cabeça; receando, po-rém, que o fétido do corpo pudessefazer mal ás gallinhas, pareceu-mea propósito comel-o. Passados tresdias, atravessava socegadamente amesma aldeia; viram-me essas mes-mas gallinhas e, cm vez de me di-rigirem agradecimentos pelo favorque lhes havia feito começaram agritar: — "Assassina! assassina!"Em natural defesa da minha honraultrajada, não tive remédio senãomatar as gallinhas; c para evitarque os, cadáveres incommodassema vizinhança, também as tasqninhci.Eis ahi o que fiz, pelo que aguardoa vossa sentença..."

O Lobo, que linha ouvido tudocom attenção, replicou deste modo:

(FÁBULA HOLLANDEZA)

— Sem duvida, offendeste a le-tra da lei do nosso monarcha; masnão o seu espirito, pois que astuas intenções eram boas e justas,quando procuravas o socego doshomens e vingaste a tua reputaçãoinsultada. Portanto, se prometteresque nunca mais serás tão precipi-tada em matar outros animaes, euvotarei pela tua absolvição.

A Raposa assim o prometteu; eo Burro concordou com o Lobo nasentença.

O Lobo principiou depois a suaconfissão e assim falou:

"Andando um dia em meus pas-seios, encontrei uma porca a pisare a arrancar o trigo de um pobre la-vrador, isto ao mesmo tempo emque.os seus leitões se achavam numatoleíro de que não podiam desven-cilhar-se; de modo que, enfadando-me bastante pelo damno que sof-fria o lavrador e pela negligenciaque a porca mostrava para comstjus filhos, atirei-me a ella, matei-ae comi-a. Tres dias depois, passan-do pelo mesmo sitio, vi os porqui-nhos mirrados e quasi mortos porfalta de leite; e compadecendo-medo seu soffrimento, puz-lhes termo,comendo-os também. Ris tudo o quetenho a confessar. . . "

A raposa logo replicou por estemodo: — Posto haveres con fessadoque mataste a mãe e os filhos, eposto que á primeira vista pareçaisso ser um crime perante a lei donosso rei, reflectindo bem, observoque o fizeste na melhor das inten-çnes. O prevenir os damnos e obri-gar cada um a cumprir os seus de-veres, o ter compaixão doü fracosinfelizes, são virtudes que lei algu-ma pôde prohibir ou castigar; por-tanto, declaro-te absolvido.

O burro concordou e logo come-çou a confessar-se pela fôrma se-guinte;

"Ambos conheccis que, de natu-reza, sou pouco inclinado a maltra-tar outros animaes ou derramar oseu sangue; não podereis pois es-perar ouvir de mim crimes de igualnatureza; mas para me não poupar,

direi um caso que me aconteceu,posto que delle fosse innocente, es-tando ao serviço de um amo. Este;homem era velho e sujeito a res-friamentos dos pés, de modo que,quando viajava, para os conservarsempre quentes e seccos, trazia umpouco de feno dentro dos sapatos.O inverno passado, como fossemosá cidade, ficámos de noite em casade um seu amigo: o meu amo cal-çou outros sapatos para não sujara casa com os da viagem, e deixouestes á porta, ao pé de mim; e tan-to elle como o seu amigo chegadosa um bom fogo, se esqueceram domiserável que fora da porta estavaexposto á chuva e ao frio, sem terao menos uma mancheia de palhapara matar a fome; lembrei-me en-tão do feno que estava nos sapatose comi-o. Não tenho mais que di-zer-vos, e, se isto é confissão, jul-go que nada tereis a dizer contraella..."

— Oh! — exclamou logo a ra-posa — certamente que o teu crime

,;não está na letra da lei, pois que fa-dando de se não fazer mal aos ani-mães, nada diz ella a respeito de secomer o feno alheio; porém, se re-flectirmos bem nas conseqüênciasperigosas da tua acção e que umbom e honrado velho foi privadodas suas commodidades no rigor doinverno, quando no dia seguinte eraobrigado a continuar sua viagem,exposto a apanhar uma constipaçãoe a morrer delia; se 1>em se refle-ctir nisto, torno a dizer, não se podedeixar de ser de opinião que o bur-ro merece grandemente á morte.Amigo lobo, que dizes a isto?

— Eu, responde o lobo, sou deopinião que, em razão dos tristesresultados que pudera ter o crimedo burro, merece elle a morte paraservir de exemplo a outros da suaigualha.

Dizendo isto, a raposa e o loboatiraram-se ao desgraçado burro, fi-zeram-no em bocados e comeram-no depois...

Os patifes acham sempre motivosliara justificarem as suas acções econdemnarem as dos outros.

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19 Junho — 1929. — 25 o nco-ntu|;i!.llll!illl!lll!!!!!!l[l!IUIIII!lllllll!P limitam

0 GIGANTE E AS A B E L H -A S

Os habitantes daquelle longínquo reino, viviammergulhados no mais profundo desespero.' Havia jádois annos, que um gigante cruel tinha vindo estabe-

•lecer-se na"s cercanias da capital, impondo-lhes uni tri-buto formidável, e trucidando-os sem piedade nos sa-crificios horríveis que commumente fazia aos gênios.

Era o gigante um ente cyclopíco, monstruoso eformidável, que se dizia descendente do famoso Poly-pheno vencido pela astucia de Ulysses. A protecçâodo seu padrinho, o rei. dos gênios, o tornava invulne-ravel, não havendo encantamento ou sortilegio que ti-vesse poder contra elle...

•*0 rei, desesperado, tendo já enviado contra o gi-gante os seus me-Ihore? exércitos,que tlle destroça-va com um sim-pies sopro, recor-reu a uma Fada,madrinha de suaúnica filha, queera uma encanta-doía princeza.

A Fada, triste-.mente, explicou-lhe que nada po-dia fazer por sero seu poder infe-rior ao do rei dosgênios, protectordo gigante.

Foi então que aprincesa condoídada sorte cruel do povo, resolveu affrontar sozinha afúria do gigante, para descobrir um meio de o vencer.

Sem que* ninguém no palácio soubesse, nem mes-J^o o rei seu pai, a princeza vestiu-se de camponeza,e» sahindo da cidade, dirigiu-se á montanha onde ha-kitava o gigante.

Passando em um logar deserto, viu a princeza umpobre pássaro, que subjugado pelo olhar magnetisador^e uma serpente, ia ser devorado. A princeza não tevemedo do asqueroso réptil; apanhando uma grande pe-dra, matou-o, salvando o pobre passarinho.

Mais adiante, viu a 'princeza um enxame de abe-"•as,

que voavam aturdidas em torno da colmea, que

i!i_iii!Hroiiiiiiira^

um grande urso procurava devastar paia roubar o mel,de que os ursos são muito gulosos. ,

Com pena das abelhas, que zumbiam desesperadaspela perda dc todo o seu trabalho, a princeza ousouaffrontar a fera, c, armando-se de um pau, investiucontra o urso, soltando gritos que o fizeram fugir es-pavorido, deixando as abelhas em paz.

Logo que a princeza seguiu o seu'caminho, o pas-carinho, que vira a coragem com que ella enfrentarao urso para salvar as abelhas, como já o tinha salvoda. serpente, dirigiu-se aos laboriosos insectos dizen-do: "Pobre

princezinha! de nada lhe servirá tantabondade e tanta coragem... o gigante vai com cer-

teza devorai-a'.Não ha |de ser

assim, respondeuas abelha-mestra,nós somos peque-ninas, mas poramor á prinçezi-nha havemos devencer o gigante.

Reuniram - se,então, as abelhas,e m quantidadetão grande, quequando levanta-ram vôo forma-ram uma densanuvem, que che-gou a obscurecera luz do sol.

O gigante, de-pois de ter comido cincoenta bois roubados aos pobrescamponezes, adormeceu. O seu ronco formidável seouvia a mais de vinte léguas.

As abelhas, aos milhões, cahiram sobre o gigante,que acordou sobresaltado, e desesperado! Cego-de dôr,sem poder vêr os minúsculos aninhes que o atacavam,sahiu a correr .soltando pavorosos gritos que faziamoscillar os rochedos, e, chegando á beira de altíssimopenhasco se atirou ao mar, onde morreu afogado.

Por isso, desde esse dia, nas armas do rei figurauma abelha, lembrança do pequeno insecto que salvoutodo o reino.

GEMMA' DWl.P.A.

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O TICO-TICO — 26 — -19 — Junho — 1929

N A R R ATIVAS ESCOTEIRAS

A VISITA DO CHEFE

O Chefe foi hontem á nossa casano momento em que meus pães sepreparavam para ir ao cinema.

Não nos causou incommodo, pois,os momentos de agradável palestrado nosso visitante foram talvez su-periores ao melhor film.

O Chefe havia já visitado váriosescoteiros, e foi para meus pãesgrande satisfação recebel-o em nos-sa casa.

O Chefe c sempre o mesmo notrajar e no tratar.

Recebido no patamar, penetrouna sala de visitas, e sempre pedin-do desculpas pelo "incommodo" quecausava a sua inesperada presença,entabolou unia conversação porme-norisada sobre o escotismo. Enthu-siasma-se sempre quando se fala nasua tropa; interessa-se muito peloprogresso dos seus escoteiros quernos estudos, quer nos empregos.

Mas qual é o interesse que osr. tem de instruir os escoteiros se-não ganha nada por isso? pergun-tou mamãe.

O nosso interesse, minha se-nhora, é ver o Brasil de amanhãpovoado por uma nova geração dehomens fortes, excellentes adminis-tradores, de caracter firme, são einquebrantavel.

E começou a demonstrar de comonas cavernas, obedientes ao Codi-go — os escoteiros aprendem as re-gras de bem se dirigirem em todosos ramos da vida pratica. E istotudo se aprende brincando, rindo,sem o rigor imposto pelas leis oudoutrinas. Si algum dia — isto é omais certo — galgarmos uma collo-cação, levaremos para a nossa re-partição, as mesmas regras de dis-ciplina adquiridas nas sedes dosgrupos de escoteiros, porque, detanto nos exercitarmos chegaic-

mos, a um ponto que o nosso pro-prio espirito obedecerá ás determi-nações da consciência como se fos-sem obrigações.

Não me arrependo de ter osmeus meninos no vosso grupo —disse meu pae.

Gastei uns cobres, mas dias de-pois obtive lucro, como o senhorvae saber. Ante-hontem, ao chegardo serviço, encontrei minha esposaaqui presidindo um interrogatóriosobre quem seria o culpado da que-bra do filtro.

Os criados, interrogados, nadaadiantavam sobre o "accidente" eminha mulher insistia que o autorsó podia ser o copeiro, um rapazmuito traquinas.

O coitado chorava, e por pouconão apanhou uns bolos para cou-fessar, que fora elle, quem quebra-ra o filtro e reunira os pedaçospondo-os no logar direitinho...

Herolgo, este que o senhor conhe-ce bem, adiantou-se e exclamou:

"Mamãe! O escoteiro tem umasó palavra, sua honra vale maisque a própria vidaí Por isso eu nãodevo mentir nem consentir que oMiquimba soffra injustamente. Oautor do pote quebrado fui eu. Es-tou prompto a receber o castigo quea senhora impuzer, pois, um esco-teiro assume a responsabilidade dosseus actos e não nega o que faz,muito menos para fugir ao corre-ctivo".

Minha mulher, ameaçou-o de que,quando eu chegasse elle seria cas-tigado. Sabe. o senhor o que eu fizquando soube do acontecimento?

Não, disse o Chefe, fitando-me com o sorriso nos lábios.

Abracei-o, beijei-o pela suabôa acção, e á noite fomos ao ei-nema.

O Chefe chamou-me e abraçou-me também; notei que mamãe seregosijava com as demonstraçõesde carinho do nosso Chefe.

O Chefe tinha pressa em se irembora para visitar um outro es-cotei ro, que se acha adoentado.

Então, Herolgo, queres ser umverdadeiro escoteiro? disse-me aosahir. Agiste como os homens debem; é assim que se faz. Não teesqueças de cumprir os. artigos dánossa Lei.

O ex-presidente da RepublicaNorte Americana, reconhece o va-lor do Decalogo Escoteiro.

Sim, caro chefe, eu sabereicumprir com os artigos da Lei.Ainda mesmo nas mais difficeis si-tuações recordar-me-hei das pala-vras de Coolidge. Recordar-me-heisempre de tudo quanto aprendi na"Caverna", graças ao vosso desveloe carinho. Não passarei um dia quenão faça a minha boa acção. Sim,meu chefe, jamais esquecerei decumprir com o meu dever,

AsriRANÍlt.

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GWEN LEE NAO SABETIRAR RETRATO...

JOSEPHINE DUNN .ENTRE KARL DANE E

E GEORGE K. ARTHUR.

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Dulce, Milton, Moema, Maria Stel-la e Márcia, filhos de Agrippino da

Veiga Marinho.

José Affonso, Moacyr e Rena-to, íilhinhos do Dr. CampistaCezar. — Carmo do Rio Claro

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PEDRO, com seus priminhos HELENAe HUGO TOSTE COELHO

Mac Newton, filhinho do humorista Lauro Nunes(Terra de Senna)

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A P A O m o v

-Jsi

Sapão saliiu n passeio c pelo caminho encon-

, (rou úm ovo.

Olhou para o ovo, inchou, tremeu com c

/ papo, sacudiu a cabeça e depois pensou: —

Bello achado! Com o íoci-

nho empurrou o ovo, este

rollou e o sapo, vendo um

pássaro pousado, calculou

que o ovo fosse delle.-

Deu outro empurrão no

ovo que, apanhando um de-

clive. continuou a rollar.

O sapo aos pu linho s

:S«S>Íí»rtf\^ câCr^ip--.^M*2&tíí3§íãit*=

—iPd^L-T -^

-P ;~*""~PP

r-^\^JJ\$'/^^ _^.

acompanhou o ovo que cada vez mais rollava. Assim, o

sapo atraz do ovo sempre a correr, dava saltos e gritos

dc contentamento.

Km dado momento o ovo bateu numa pedra e que-brou-sc sahindo dc dentro,

não um pinto como o sapo

desejava, mas, uma res-

.pcitavel cobra.

O sapo poz-se a gri-tar.

A. ROCHA

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O TICO-TICO — 30 — 19 — Junho — 1929

O ELEPHANTEPRODIGIOSO

Tia muitos '. vivia na Ásia um rico negociante, de nome Aboud.

Dentre saas maiores riqueza.", distinguiavíe um lin-do elephante branco que tinha a fama dc projügióso..

Ora, tal noticia chegou aos ouvidos do sultãoHároun-al-Abbas, que mandou chamar o mercador aseu palácio.

Será verdade o que me disseram? indagou elleO que vos disseram; sire? retrucou o negocí-

ante.Q.ic possues um elephante prodigiosoSim, é verdade. O que vos disseram é certo.

1— Mas o qr.e faz elle? perguntou o sultão comcuriosidade.

—¦ Cousas admiravei-x síre. Sc mo nermiltis tra-_o-'ei aqui para que o vejaes..

Está bem, podes trazel-o; nota, porém umacousa: se fòr verdade o que dizes, dar-te-ei 50 talen-to:;, mas se mentes, ai de ti!

Aboud saudou o sultão e dirigiu-se para casa comgrande alegria.-

Logo que chegou á sua residência, tratou de pre-parar o elephante para deslumbrar Haroun-al-Abbas.

Chamou seu criado fiel e oceultou-o sob os coxinscom que adornara o pachiderme, não esquecendo tam-bem de lhe dar uma trombeta e um punhal. Enfeitou-se depois ricamente e sahiu.

Logo que o sultão, de uma das janellas de seu pa-lado viu Aboud garbosamente seguido de seu elephan-te, não poude pceultar sua admiração:

Por Ailah, é dc facto um bello animal! cxcla- ¦mou«

Sire, aonde é que devo conduzir o elephante?indagou o negociante logo que chegou á presença dosultão c-

1— Ao pateo, onde meu liarem o aguarda, respon-deu Haroun-al-Abbas..

Chegando ao pateo, Aboud viu centenas de pes-soas que o fitavam com oliiares curiosos?

Assim que chegou, o sultão ordenou:

j*m-**m^ ^3

Vamos; faze-n x divertir um pouco; mas antesde tudo lembra-te do que eu disse.

Gòmprehendd, sire. E para provar que nãovos menti vertis daqui a poi^co meu elephante execU-tar lindas peças de musica e dançar o bailado deguerra

Dizendo isso, Aboud virou-se para o animal ebradou:

•— Caro Bimbo, mostra ao sultão e a seu-, digrrélvassalos tua arte. Para começar toca a marcha damorte.

Ouvindo taes palavras, o criado que se achava sob'os coxins, levou a trombeta á bocca e tocou tão altoque os assistentes julgaram ensurdecer.

Terminada a marcha, Aboud cie novo ordenou:Agora (lança o bailado de guerra.1 Obedecendo a nova ordem, o criado e-petou o k^'

ho do elephante com o nunhal, fazendo este sahir etnabrupta velocidade. Immediatamente o pachiderme és*tacou e pouco depois sabia novamente com grandevelocidade.

Succedeu isto varias vezes porque o fiel criadoespetava o clorso do anima! e logo parava.

Vendo que nada adiantava correr, o_ elephante, lo*1'co dc dor sacudiu-se todo e principiou a andar pai"3traz, imitando um verdadeiro bailado.

Basta, basta, c- na verdade maravilhoso! excla'tnou o sultão.

O criado deixou de espetar immediatamente o ai"*ma! que ficou mais socegado.

Ao mesmo tempo, Aboud dirigiu-se ao sultão e i"1'clinando-se com respeito disse:

Que tal acha o meu elephante.sirc?Oh, uma maravilha! Nunca pensei que pude3"

se existir um bicho tão intelligente. Ganhaste os 5Qtalentos; eü-os.

Aboud estendeu a mão para recebei-os e depois &agradecer ao sultão, voltou para casa satisfeitissi^com tão excellente êxito j_

Wilson João Nu*

_«"«_. iw_-_B_TrM_-_-i-------^_r_L__yiM-_R____________^ m___t"_«_---¦-» __w_aa------->^i _^»^M_._-_^__»-_____^_____-MM__^»-M_»^__^,_^t^«rett_g^_»__BM^aM^y^EM----Ç.':i ,,ii-—

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19 Junho — 1929 31 «, O TICO-TICO

ÁMm§§m ^^^ü&€mwm§RESULTADO DO CONCURSO N. 3343

Soluções certas:l* pergunta: Morpheu...2" Ladeira.3" Como..4a Ouro.5a -" Lombo, pombo, tombo e

tombo,

Solncionistas: — Dulce Marassl, OrlandoPhisclli, Lecio do Espirito Santo, Dulce deMiranda Cordilha, Ornar do Espirito Santo,Natcrcia Gonçalves, Maria Elza de Vas-:or.cellos, Abílio Corrêa do Carmo Junior,Mercedes Oliveira C. Carmo, MiltonCyria-co, Ruth Salles, Ruy de Abreu Coutinho,Victor Bove, Bernardo Horstmann, JoãoLuiz Areias Netto, Áurea Brandão Pereira,Ayrtón Sá dos Santos, Dina Maria dasNeves, Egas Polônio, Irahy Almira de Oli-veira, Nilza M. Torres. Amélia Sotiano deSouza, Rubem Dias Leal, João M. dosReis, Lygia Zonta Vaz, Myriam SuttonOdette Pereira da Veiga, Hélio Geraldo deMagalhães, Maria Angela de Magalhães,Hélio Galdino M., Stella Galvão da Fon-terra, Cid Ognibene, Carlos R. Pereira,Nilo Carmo Nara, Waldemar Ludwig. Gu-smar Alberto, Aida de Souza Coriola.no,Ignez Oliveira da Silva, Jorge de BarrosBarreto, Therezinha Gomes Braga, JoãoJorge cie Barros, Orchidéa Pereira de Oli-veira, Roberto Dias, Heloisa da Fonseca Ro-drigr.es Lopes, Hélio de Oliveira Braga,José Pereira Nunes, Jacintho Antônio Ru-fino, Moacyr Veiga, Frederico Câmara Nei-va, Julio de Mello Carvalho, Murillo Ray-mundo da Silva. Eulo Capibcribe, ArmandoRaymundo da Silva, José Bandeira de Mel-lo, Paulo Erailio Souto, Nerta Pacheco,Magdalena Marcondes Pacheco.

Foi premiado o menino Roberto Dias. de8 annos de idade, residente á Alameda San-tos, 94. São Paulo.

RESULTADO DO CONCURSO N. 3337

A pomba rola que o caçador matou cs-'ava em baixo do scu braço direito.

Solucionistas: — Jayme Gonçalves Ma-theUs, Guilherme Günther, Danillo Bastos,Ruth Boa, Ruth Salles, Mariba Maranhão,Heitor Uermann Carl. Galdino Rocha Fi-lho, Dirccu de Miranda Cordilha. Heli daFonseca Rodrigues Lopes, Jurandyr Theo-

doso. Josepha Peres, Manoel Armando Gon-çalves, Léa Lyrvi, Ismael do Amor Divino,Dirceu Quintanilho, José Julio de Lemos Ro-drigues, Antônio Bcnevides Filho, AltairFormei, Waldyr Villela A. Nunes, Nater-cia Gonçalves. Mario Alexina, Moacyr Cas-tro, Evandro Campos de Oliveira, Zair Mi-guel, Nilza M. Torres, Fernando Antôniofie Athayde Silva, Jacy Vianna, José Bar-bosa, Lucy Garcia, Afranio Leonardo Pc-seira, Ruy de Abreu Coutinho, NewtonTheophilo Gonçalves, Ivette Nunes, RuyDomicio Guimarães, Francisco Ferreira daSilva, Helena de Mendonça, Mario Mar-quês, João Luiz Areias Netto, Aida Couti-nho, Anoraldo Alheiros, Joffre Stiebler, Ri-'cardo Sérgio _ Mayorga, Cecilia Mourão deSouza, Octaviano Galvão, José Esteves Ga-lhardo, Egas Polônio, Ubaldo Feixoto dcCarvalho, Bruno Daviehi, Neide LemosCruz, Joaquim Fonseca, Léa Eyer de Abreu,Álvaro Borges _ Barbosa, Maria de LoretoAthayde da Silva, Oswaldo Athayde daSilva, Raul de Oliveira, Nicia Alba Re-zende, Hélio Amorim da Rocha, Lygia Zoa-ta Vaz, Hélio de Aguiar, Willy Meyer, Car-Ios Eduardo Almeida Santos, Luth Ber-gerth Cezar, Simião Barboza, Cyraldo Bas-tos. Ricardo David, Benedicto Macario Fon-seca, Amélia Trivellatto, Paulo Linhares,Nelíon Costa, Francisco Ferreira da Silva,Attilio Falüeri, Edgard Rodrigues Pereira,Isaac Baye.r, Noisio Penna de Oliveira, Dy-léa Pereira da Costa, Maria de LourdesNoronha Luz. Nelson Araujo, GeraldoFrança Monteiro, João M. Reis, João Du-tra, Nilza Mendes, Antoiro Pimentel Wi-ny, Ignez Oliveira da Silva, WaldemarMartins, Jorge de Barros Barreto, Zcr.ai-de Hugo de Jesus, Davino Ramos de A.,Lindcmar Bastos da Silva, Jayme de Meu-ra Bastos, José Pereira Ferraz, WaldirMello Tüde, Iracema Pedro Gomes, ElineMachado Bossa, Archimcdes Duarte Morei-ra, Nadir da Paz Floquet Fontes, HamletoPitanga G. da Silva, Enrlio Carmo, Mu-rillo Raymundo da Silva, Iracema dc Lyra

Cavalcanti, OttiHa Síiebler, Itamyra Men •donça, Maria do Carmo da Costa Que:Ezequiel Caetano, Maria Moura Soares,Dulce Marassi, Ruth Arantes Campos,Francisco Pinheiro de Almeida, Alzira Li-ma, Nilza Casaes de Andrade, Anna Au-gusta Cordeiro de Mello, Ovidio Brevilhei-ro, Estellita Albuquerque, Dario Alves daCosta, José Geraldo Leal Montenegro. Rosada Silva Reginaldo, Dylson Drummond, Pe-dro Nicoletti, Henrique M. S. dAzevcdo,Álvaro de Oliveira Filho, Fernando MoreiraTavares, Dyla RobertsCn, Elza Fonseca,Antônio dc Moraes, Izaura Alves Rosa,Enço Zucchi, Vera Solange, Paulo Emílio-Souto, Ludma Trotta, Luiz Lessa Martins,Octavio Luiz de Barros Salles, LedvvardFonseca de Camargo, Orchidéa Pereira deOliveira, Paulo dos Santos, Oscar Carva-lho, Berenice Tavares Sabino, Dulce Vas-concellos, José Pedro, Fábio Homem deMello, Waldemar Sacramento,, Eólo Ca.pt-beribe, Euro Albino, Doralicc I. Pinto, Au-gusta Barbosa de Miranda, Milton Cy-riaco, Lodovico Julio Frizzarin, Graciema.Ribeiro da Fonseca, Joffre Ruy de Mesqui-ta, Leonifia de Macedo Vieira, Ccüa Slhu-rig, Antônio Meira, Edniro VasconceiloiTeixeira, Carlos Alberto S., Nilza Ruas-Martins, Nicia Guimarães da Silva, Anto-nio Rufino, Levy de Souza, Irahy Almiro-de Oliveira, Leda Moraes Castro, Ney An-tero Câmara de Campos, Helena Panzeia,Bernardo Horstmann, Roberto Assis, He-loisa Palmer, Luiz Reis, Ãida Araujo Co-riolano, José da Silva Manguakle, Joãosi-nho Celso Costa, Abilio C. Carmo Júnior,Mercedes O. Corrêa do Carmo, Tullio Ro-mano, Sylvio da Fonseca, Wanda M. da.Rocha, Sylvia de Carvalho Corrêa, SérgioMonteiro da Rocha, Cláudio Monteiro daRocha. Hilda Farhikella, Mario BenjamimCostallat, Oscar de Andrade Freire, Ave-lino Francisco Duarte. Maria Odette Mar-condes, Elza de Azevedo Costa Cruz, ElzaMagalhães, Leony Maria de Castro LyraPorío, Áyda Sellos, Julio César Vcrlan-gieri João Jorge de Barros, Bernardo dsOliveira Martins. José de Macedo, MariannaLúcia Massara, Rubem Dias Leal, Maria dcLourdes Ribeiro Senna, Gilberto Dutra,Gerson Moreira de Almeida, Elaine Cunha.Deyla Plinio A. Prado, Deyla ZadaWalsh, Horacio Ferreira. Celio Fonseca.Brandão, Lino Alves Malta, Julieta Winsch,Dorival F. Gonçalves. Sylvio S. Colle.Emílio Colle, Ângelo Patrasso, Álvaro AI-ves de Farias. Steiia Galvão da Fontoura,

CABNEVSabor agradável alimenta rnais que oleite e se digere mais facilmente que

aauelle

ALIMENTOCOMPLETO A BASE 1

DE CEREAES í

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Ü TICO-TICO 32 — 19 Junho — 1929

Fitíza de Paula Faria Gallier, Lima Vargas,José Vieira, Cassiano Diegucs, JrloripesSouza Barros, Maria do Carmo Silveira,Lydia Romcro, Clovis José Lages, IrineuM. Alves, Auielia Wilches, José Alves Li-nhares, Henrique Zippin, Hélio S. Leite deSouza, Laercio Carolino, Thcrczinha Co-

mes liragá, Vicior Ferreira da Fonseca,Waldyr Lopes dc Souza, Ayrton Sá dosSantos, Epitacio Alexandre das Neves..Odette Lucas de Faria. Nemcsio Raphaelda Silva Oliveira, José Neves da Silva, Ke-nato Pereira Mendes, Jasé Garrido Torres,Arlette Reis, Roberto Mclaragno Filho, RcyVillardo, Guilherme Mendes de Moraes,Antônio Carlos Queiroz Magalhães, BayardPicchctto, Vera Thatimaturgo Mendes deMoraes, Michol Aragão, Maria Leotitcce deAbreu e Souza, Carmelia Alves da Silva,Waldemar Ludwig, Ramiro Jordão, Ma-rianno NevareS, Maria Augusta de Olivei-ra, Francisco M. Carmo, Maria do CarmoAntunes, Maria Appareeida B. Santos,Odila Maria Bueno. Geraldo Leite Cintra,Eneida Guilhon de Carvalho, Jorge Pro-vetina, Elisa Moreira, Lygia Sampaio, Ar-thur Conceição da Silva, Sebastião PintoRibeiro, America Áurea Muniz, Raymundo'Nonato Dutra de Araujo.

Io Premio:

Foi premiada a menina Maria AppareeidaB. Santos, de O. annos de idade, residenteá rua Bittencourt. 286 — São Paulo.

2° Premio:

Foi premiada a menina Anna Augusta.Cordeiro dc Mello, de 8 annos de idade, rc-tideme á praça Nilo Pcçanha, Nictlierty.

CONCURSO N 3-354

Para ÜS leitores DESTA capital E nosEstados troximos

Perguntas :

l* — Qual é o rio da Europa, do qual setrocando a inicial é vestuário?

(3 syllabas)Cláudio Otin

2" — Qual é a serra do Brasil da qualse tirando a ultima syllaba resomna alto?

(3 syllabas)llcrculano Pereira

f j çiBfc

DIGA,MCU FILHINHO

C/t WO-MIll-t-NÃEVITA OS ACCIDENTES DAda DENTIÇÃO e FACILITAa.SAHIDADOS'Di;NTES:Çrn fadas as Pfiarma,

As soluções devem ser enviadas á reda-cção â'0 Tico-Tico devidamente assignadasc acompanhadas do vale ti. 3.334.

Para este concurso, que será encerrado110 dia 7 de Agosto, daremos como premio,por sorte, entre as soluções certas, umrico livro de historias infantis.

iTENDES FERIDAS, ESPINHAS.MANCHAS, ULCERÂS, ECZEMAS,cmfim qualquer mobstia de origem

SVP1I1L1TICA?lisae o poderoso' -»**\

Elixir de Nogueira jfU

Chimico , \y^~rV) í^cP•?tr~yQ n^ r*àW*>

Silva Silveira"W~W>

GRANDEDEPURATIVO DO SANGUE

ü«ARA. ®CONCIDRf©

*f*~5- afi «ISíiSr* Cj

Vinho CreosotadoDO PTIARM. CHIM,

João da Silva SilveiraPODEROSO FORTIFI-CANTE PARA OS ANI!-MICOS E DEPAUPE-

RADOS.|i Empregado com suecesso nas

'Tosses Broncbites e Fra-qneza Geral.

3" — Qual é a cousa preciosa da qual setirando a primeira letra e trocando a se-gunda fica um insecto que zumbe?

(3 syllabas)Jloriulona ferreira

4" _ Qual é o sobrenome (rue sem ainicial é tecido branco?

(3 syllabas)Dulce M. Cordilha

5" _ Com m sou do vestuárioCom t pego insectosCom v tenho sangueCom c sou refeiçãoCom f não sou bonita.

(2 syllabas)Maria do Carmo Silveira

PÍLULAS

A' venda erp todas as pharmacíall

(PÍLULAS DE PAPA1NA E PODO-PHVI.INA)

Empregadas com suecesso nas moléstiasdo estômago, figado ou intestinos. Estaspílulas além dc tônicas, são indicadas nasdyspepsias, dores dc cabeça, moléstias dofigado e prisão de ventre. São um pode-roso digestivo c regularisàdor das fun-cçoes gastro-intestinaes.

A' venda cm todas as pharmacias. De-pwitarlbs: J. FONSECA & IRMÃO. —Rua Acre, 38 — Vidro 2^500, pelo correio3ífooo — Rio de Janeiro.

14.

FADO DA MENTIRA

Ninguém conhece no rostoO que a nossa alma inspira.A vida é gosto e desgosto.Mentira, tudo mentira.

A minha alma, coitadita,Não tem vestes, anda nua.Oh! por Deus, dá-me um abrigo,Dá-me um cantinho na tua.

UM PLANO MALI.OGRADO

Por mais estratagemas que fizesse, aonça nunca poude agarrar a esperta raposae lembrou-se de fingir-se morta.

A noticia espalhou-se de bocea cm boceae os bichos correram a ver o cadáver dacomadre onça.

Lá estava, entre os outros animaes, a co-madre raposa.

Estando esta cm duvidas e querendo certi-ficar-se se a onça estava realmente morta,chegOU-Se de mansinho ao ouvido delia elhe gritou: Lá vem o leão ajustar contasda vitela que você não lhe pagou!

A 'onça, ao ouvir aquillo, sahiu em dis-parada para o matto.

Desesperada por vèr que seu pla.no fa-lhara, a onça desistiu da vingança.

tidesio Esteres

*t*Wb <***-.!

•ASTHMATICOLOVERSO

Preparado enérgico eseguro contra a asthmae bronchiteasthmatica."0Anliasthmalico Loverso"allivia instantaneamentaosaccessos de "Dispnéa"e é o único que cura ra-dicalmente a "Asthma" aEmphysemae a Bronchi-

te Asthmalica ou Calhar-ral".; Perfeitamente inof-fensivo, mesmo 66'usadocluranto muito tempo.

..-.¦;

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IS Junho 1023 _ 33 — O TICO-TICO

CONCURSO N. 3-353

Para os leitores desta catííal E nosESTABOS

• ;

•^vi:Trata-se de formar com essa pequena•mascara e os traços que estão cm volta a

caricatura de uma das lindas miss cstaduaes.Feito isto terão resolvido o problema.

As soluções devem ser enviadas á reda-cção d'0 Tico-Tico devidamente assigna-das, separadas das de outros quaesquer con-cursos e acompanhadas não só da decla-ração de idade e residência do concorrentecomo também do vale que vae publicado asegu-"r e tem o n. 3.353.

Para este concurso, que será encerradono d*a 2* de Julho vindouro, daremos comoprêmios, de Io e 29 logares, por sorte, doislivros illustrados para a iniancia.

f-f.li- ifin. m.^<'^w^mS^m^j.1iríH,^f - •L**fA******1«_n---v^-t

«JW-r 3.353. vrT*^ *

A perdiz implumeEra ainda miúda a perdizinhaE estava morta por voar, voar.,-.Tão longo o espaço, tão sereno o arE ella entre moitas, nos torrões da vi-

[ nha,Tentando as asas mas correndo apenas,

Emquanto outras perdizes,Abrindo as fortes, pennas,

Erguiam vôo, rapicas, felizes!

Que prodígios veriam, sobre a terra.Convulsiva a cidade, o campo em flor.Quanta luz, quanta vida, quanta côr,E ella sem conseguir transpor a serra,

Ali, encarceradaEm duas ou três gelraa,

Mal podendo seguir as companheiras,Por ser a mais pequena da ninliada!

Coupon n" 3

Certo dia uma dellas, finalmente,Pôde voar, em direcção ao norte,

E a misera, impotente,Com mais tristeza amaldiçoou a sorte.— "Quando voltar (disse esta) com

[ certezaVirá contar-nos muito coisa lindaE, não me sendo permlttido ainda

O ver tanta belieza,Ao menos ouvirei..." Horas passadasSentiu-se um baque onde as perdizitas

Estavam agachadas,E ellas correndo, affüctas,

Foram dar com a pobre que voaraE jazia por terra, no estertor,Porque além dos oiteiros. na seara^Lhe tinha dado um tiro um caçador..O' vôs que subir muito dezejats,Oliiai, que não é bom subir de mais!

UKLMIRO.)

COKSEIvíiOS"Hoje é o dia de teu anniversario,

minha amiga; e sobre as tuas lindasprimaveras vem justapor-se maisum anno.

E por isso; embora da tua idadena apparencia, julgando-me, porémuma velha no moral, quiz dar-teuns conselhos, conselhos de amiga,de irmã que te estima e só quer tuafelicidade.

Em primeiro logar, nesse dia deglorias para tua mãe, devo dizer-teque para essa santa creatura nãoescondas tuas acções; não agasa-lhes segredos que delia, não sejamconhecidos.

Vivendo em communhão com ella,fazendo-a tua confidente, esse anjode bondade que tão cuidadosa-mente te velou o berço pequenino,tua vida correrá feliz, alegre, semnuvens na tua felicidade, na tuaAlegria. . .

Se cometteres um erro te perdoa-rá, sem duvida, porque é mãe.Quanto, porém, não soffrcrá seucoração amante!

As mães, st tal lhes fosse permit-tido, guardariam seus filhos, prefe-ririam vel-os obscuros, incógnitosda vida, a vel-os cobertos de riqhe-za e de glorias.

Será isso egoismo? Não: é medode que as honras as façam ficar es-quecidas dos filhos; receio de per-del-os no turbilhão da gloria.

Com alegria, cila procura sua-vizar-té a vida, cortar os impeci-lhos do teu caminho, a'tenuando-tea tristeza.

Por isso, querida, sê sempre bôa..."Ser bôa é unia superioridade, é

quasi a perfeição".-

Sobretudo, ama os üvros e o es-tudo.

ISão elles os fieis amigos, aquellesque nos acompanham sempre; mes-mo nas horas de amargura não nosabandonam.

A tua intelligencia cultivada seiáa fonte perenne d'onde sorverás olenitivo para a tua alma que soffre.,

Sê também caridosa, minha ami-ga:

'Tara viver é preciso perdoar".E quanta cousa nessa vida temos

a perdoar!A cada passo se nos apresenta

uma contrariedade: em vez de gri;tarmos contra a vida, maldizel-a,perdoemos... Embora não esque-çamos...

Perdoa, sim*; mas faz? com quenão te precisem perdoar...

Quanto mais te approximares damiséria humana, verás quar.to émesquinha, quanto necessita qr.e lheperdoemos as faltas...

vSè, em summa, uma bôa menina,encantadora de bondade, essa fonteinexgottavel de consolo.

Adeus. Já que te ensinei a per-doar desculpa-me o véo de triste-'za que, talvez, te tenha ensombra-do a alegria com esses conselhos.

O dia cie hoje — tão feliz parati! — não está muito próprio paratal.

Hntretanto, a grande amizade quete dedico foi que ditou essas pala-vras. Não as leves a mal.

Mais uma vez adeu^. Recebe numbeijo toda a felicidade que desejava

uisses.EaitrcT.

Rio, Ç)2<).Laura Lima de Barros

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O TICO-TICO « 34 19 — Junho — 1929

UC0R MCAGAU*é O'

não tem dieta* dispensa 0pyrgante, nâ© con-

f ar expíüir os jém o|@0f £ g©S$OSOi«rmesintatina*. - foft|fíca asque tanta mortandade

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19 — «.mi!i3 -_ ííííüj 35 — o i ico.tico

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Chiquinho cubiçou aslaranjas do visinho e en-carregou do furto a Ben-jamim, que lhe obedeceucegamente. Este, muitoconstrangido, trepou nomuro e do muro á laranjeira. O seu Mane! deSuiza, dono das [ruetas.percebeu o roubo e ar-mou um laço. que ...

lAR/\^/\S /WHEAKS...produziu o.elieito "de-sejado.

No dia seguinte lá es-tava Benjamim a berrar,preso pelo pescoço e oseu Mane! o ameaçando:om um afiado facão:

— Emfim, por esta beipassas; mas, se cá te pi-lho outra be:, corta-teo pescoço. Esta...

nSffl ' _/ \ ...injustiça e apresentou-se como o único culpado. Foi elle quem obrigou o companheiro -\^ } '. \

1Ê*9ÍB^*^ \ aquillo e não poderia ficar :rr:pune implorou o perdão ao Eer.jamim, que ficou muito... ^~ . ^_\

façanha chegou ácasa de Chiquinho e Ben-jamim levou uma surra eficou de castigo. Chi-quinho náo poude ficarinerte deár.te desta ...

... commovido e tomou oseu logar.

Deante daquelle gesto,ambos foram perdoados,depois de prometterem •r.ão repetir a falta.

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ANnjq XXIV CAPIM COM ESPINHOS NUM. 1.238

7X757 Ip 7 rs~ z^- i

Lamparina, sempre que encontra um burro sem dono«Jlie anda a pastar pelos terrenos abandonados, dá-lhe. . .

...capim verde misturado de galhos de .-.pinheiro Oa-tro dia o burro passou mal durante ura quarto de hora . .

i Y V'/n o ^S(K c^-F y // x^k #\

3 í^"^&"/ffig^. ..E que a sua ração fora carregada de espinhos Mas

*—, "em todo burro e burro, e esse. então, jurou vin_ar-se. ..Uma vez, quando Lamparina veio amável tlar-llic a

fterva humiüa, elle abriu mais urn pouco a lwc« a - deu. ...

^~7n V\ r\ Ti fY~-n—ír- \ . ____//_.i"l -A --^ h \. *l // Fx--a--- <>--- ir\ \\v\ nr=i, ,n£l_______l ' ____

j ¦ ntlinimi^ii || ,!i -j I'íii íi iiiiiiiii.il |mi m ¦ Éffi#IÉl^^t-^-^-^Li ____.1_.__.-._: -.... ..... ; '

leva""! b°te "a Prf,,inlla astuciosa Depois partiu a correi0 â 'legrinha presa aos dentes c.

. .soltou-d dentro daquelle poi_o onde cila já•-•liiilo urjxíVez._.

havia

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(PROPRIEDADE DA .SOCIEDADE ANONYMA «O MALHO")Redactor-Chefe: Carlos Manhães s-b Director-Gereme: Antônio A. de Souza e Silva

Assignaturas — Brasil: j anno, 25$000: O mezes, 13*000 — Kstraugeiro: t aiuio, C0$000; G mezes, 3.*".$000> As assignaturas começam sempre no dia 1 do raez em que forem tomadas e seriío accoltas annual ou semestralmente.' TODA A CORRESPONDÊNCIA, como toda a remessa de dinheiro, (quo pôde ser feita por vale postal ou carta registrada^.com valor Ceciarado), dove ser dirigida & Sociedade Anonyma O MALHO — Rua do Ouvidor, 164. Endereço telegraphico:JO MALHO — Rio. Telephones: Gerencia: Norte, 6402. Escrlptoiio: Norte: 5RIS. AnnimtforS: Noite 61S1. Officinas: Villa: «SU.

Succmcsal em Slo Paulo, dirigida pelo Dr. Plínio Cavalcanti — Rua Senador Feijó n. 27, S" andar. Sa'.ar KG e 87.

Opíetis netinhos:

q-u e

Todos vocês têm visto ruas, passeios, p?.re<^es, pontes que parecem feitos de pedr^ polida,mas, de facto, não o são. Para fazel-os, o ho-mem lançou mão de um substituto da pedra,urna combinação maravilhosa que tem o nomec^ cimento.

Vocês conhecem o cimento, mas ignoram,talvez, qual a origem delle. Os antigos romã-n°s já se preoecupavam em arranjar uma com-"'nação que substituísse a pedra nas suas con-strucçõcs e atinaram que a cal, quando molha-^a, tomava consistência tão solida e dura, quePermittia sua utilização na construcção de ca-Sas e monumentos. O melhor substituto da- pe-^Va, porém, ó o cimento, invenção de um cida-aão inglez. Esse homem queimou pedras cal-

3 c i m e n t ocareas, conchas e argilla e, pulverizando-as fi-namente, viu que tinha obtido uma substanciaque, depois de molhada e deixada seccar, toma-va a consistência da verdadeira pedra. E comoa pedra assim conseguida dava a apparencia deuma pedra que vinha de Portland, o industrio-so inglez chamou a substancia descoberta de ei-mento de Portland. A utilidade da descobertado cimento está patente. E' com elle que se fa-zem a pavimentação das ruas, as paredes, pon-tes, chaminés, tanques, os arranha-céos formi-daveis e todo gênero de construcções das cida-des modernas. Além das qualidades de resis-tencia que offerece o cimento, elle é de custorelativamente mais barato do que a pedra pro-priamente dita.

íVÔVô.

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¦^ sr 1 ¦^mtm j 1-^ m-*\ r— | mmmM--i ,-f aJWs^~,fi», lmwmâ " ' ¦ •' fewDil/k

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O TICO-TICO r- 6 2G — Junho — 1921?

TICOTTICO_.. ._É IB I ___.! iffST _<__. 8__. /""N

Ci_S,iVVaV-

NASCIMENTOS

? '?-¦ Nasceu a 11 deste mez o lindo Alberto, filhinhodo Dr. Mario de Mattos e de sua esposa D. Graziella daCunha Mattos.

® <. Chama-se Maura a interessante menina que desdeo dia 6 do corrente mez é o encanto do lar do Sr. Diogenè?de Figueiredo e de sua espcsa D. 0!ga de Sá Figueiredo.

Jorge Mendes

ANNIVERSARIO g

<. $ Fez annos a 18 do corrente o jovenBezerra, a 25 a gentil se-nhorita Maria de Jesus, e a 28Graciette e ManoeKto, todosfilhos do Sr. Manoel MendesBezerra e sua Exma. senhoraD. Edith Lynch M. Bezrerra,figuras de destaque na nossasociedade.

<?> ? A 23 do corrente fez, annos o pequeno Othon Bezer-ra Filho, applicado alumno doCollegio Salesano de SãoPaulo? pela timidez do MarioOthon Bezerra, conselheiromunicipal no Recife.

® <3> Passa hoje a datanatalicia da graciosa Emilia,filhinlu do Dr. Jarbas deOliveira.

¦$> S> Festejou a n t e-hon«tem a passagem de sua datasiatalicia o menino Lauro Pin-to de Sá.

NA BERLINDA...

<$• <S> Estão na berlindaos seguintes rapazes e moçasria Rua D. Romana e GeneralBellegard, Engenho Novo :Amelinha, por ser morena;Zuleika, por ser meiga; Elza,por ser caseira; Anna, por ser querida; Yolanda, por sertionita; Oswaldo, por ser elegante; Odette, por ser sincera:Glorinra, por ser estimada; Haydée, por ser estudiosa; Aris-tides, por ser sympathico; Marola, por ser estudiosa; Ma-rilda, por ser baixinha; Fausto, por ser cantor; Philomcna.por ser quieta; Maria Helena, por ser mettdinha; Hilda, porser meiga, e eu, por ser o — Mister Linguarudo.

* <$> Estão na beriinda os seguintes rapazes e moçasrie São João «l'El-Rey, Minas: Octavio Neves, por ser sin-cero: Onesimo Guimarães, por ser elegante; Edgard LuizGuedes, por não gostar de dansar: Gil Mendes, por ser ri-sonho; João Balbino. por ser querido; Ruth Rezende Cai-valho, por ser linda; Eunice Rodriges, por ser apaixonada;Maria Carmen, por gostar de ler; allydéc Rezende Costa,

por ser alegre, e eu, por escrever com a mão esquerda.

EM LEILÃO.. .

.> <*> Estão em leilão as seguintes moças no 1° anno_iurno da Escola Superior de Commercio: Quanto dão pelasympathia de Rosa? pela voz de Nadir? pelos cabellos de

¦,"iywtjr. _rsTiÉES—S—giK—Sêr^Tlr^!**'¦pEÇv|T^~í?if-l^WC

Elza B.? pela delicadeza de Zenaide? pelos olhos de Grazicla?pelo andar de Marina M. ? pela gentileza de Odaléa S.?pela altura de Maria da Coria? pela bondade de Yolanda?pela gordura de Luzia? pelo sorriso de Maria José? peiotamanho de Nanzeazena? pelo sorriso de Odaléa C. ? pelosolhos de Elza C.? pelos dentes de Florinda? pelo adeanta-mento de Elida? pelas pinturas de Estia? pela tagarelüceríe Arlette? pelos olhos de Eunice? e, finalmente, quantodão pela lingua do leiloeiro? — Zé Pindoba.

** <$" Estão ein leilão os rapazes e senhoritas das ruasCabuçú e Conselheiro Ferraz: Quanto dão pelo encanto daNair Motta? pelo moreno do Carlitos, pelo .omprimento do

vestido de Rosa? pela bellezi-r>ha do Adhemar? pelos uni''formes da Orsina? pelo andardo Mámá? pela graça daDylma? pela elegância doClaudomiro? pelos sorrisos daMarina? pela delicadeza doManoel? pela physiononra daBeatriz ? pelo acanhamento doPaulo e filho do Sr. coronelCláudio? pelo andar da Jura-cy? pelo tratamento do Vi-torino? pela altura da Odette.pelo corpo do Danillo? pelodesembaraço da Nair? pelossaltos da Iracema? pela boinada Annette? e quanto dão peiomeu espirito? -— Mlle. A.

NO CINEMA., _i .

^ ® Querendo interpre-tar um film inttiulado Os 4diabos, contractei os seguintesalumnos e alumnas do Colle-gio Grajahú: Jorge, o CharlesNorton; Joanna a Janet Gaynor; Isimiro, o Bony Norton;Olga, a Nancy E.exel; Anto-nio, o Ricardo Cortez; Helvia.a Dolores dei Rio; José, oLon Chaney; Maria de Lour-

des, a Clara Bow; Maurício, o Ramon Novarro; Ilanra, aBebe Daniels; João, o Tom Mix; Isaura, a Laura La Plante;Nelly, o Harold Lloyd; Nilza, a Norma Shearer; Dyla, aLily Damita; Maria Risoleta, a Alice Terry; Branca Maria,a Pola Negri; Helena, a Joan Crawford, e eu, por gostard» Marion Davies. Adivinhem quem sou?

<S> <3> Querendo fazer um film, contractei os seguinte.'artistas, meninos e meninas parecidos com os seguintes ar-tistas: Pola, a endiabrada Bebe Daniels; Wanda, a Maryí-iílbiu; Conceição, a Philies Haver; Alcides, o Buck Jo-nes; Irene F., a engraçada Colleen Moore; Jovelinn, a Suz'Vernon; José, o Carlito; Pedrina, a sympathica Pola Negri:Benedicta, a lourinha Laura La Plante; Annibal, o eleganteRamon Novarro; Marianna, a Mary Pickford; Zildéa, a bellaLia Tora; Jayminho, o impagável Sidney Chaplin; Carnie'1F., a Mary Nolanj Francisca, a linda Betty Bronson; Nair.a Norma Talmadge; Astro, o Charles Farrell; Aleir, oChuca-Chuca; Oscarina, a Norma Shearer; Maria, a D°'lores dei Rio; Lia, a Lia de Putti; Américo, o Tom Mix:Llia, a bella Vilma Banky; Milton, o distineto Rod LaRocqtte; Maria da Graça, a linda Billie Dove.

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26 — Junho — 1929 — 7 ~ O T1CO-TI C 0

O IDEAL DA ESTRELL1NHA

Era uma vez uma estrellinha linda como são lindas todas ascstrellas. Vivia lá no céo, encastoada no fundo azul escuro do in»finito, a luzir, isolada das outras estrellirjhàs. Parecia que DeusNosso Senhor afastara das outras companheiras a estrellinha irí*

quieta e rutilante. Mas, nem por isso a bolinha de luz encanta-dora denotava tristeza. Luzia sem cessar, mandando á Terra raio-zinhos de luz bem prateada e com elles beijava as pétalas das fio-res, a ramaria glauca do alvoredo, o espelho azul dos mares e aágua rumorosa das correntes. E' que a estrellinha, apesar de es-tar só, num canto escuro do fundo do infinito, vivia a acalentaruma esperança doce'como um desejo, ardente como a fé. Ellaanceiava; um dia, unir-se a outras estrellas, que andavam pelo céoformando a procissão da Via Láctea. Quem quer sabe alcançarlE numa noite, a estrellinha anciosa, como se Deus lhe desse asazas de mil anjos, desprendeu-se do canto azul do céo, onde semprevivera, e attingiu a estrada luminosa das suas companheiras.

Vovó sempre me disse que não ha ideal inattingivel para quemsabe querer.

CARLOS MANHÃES

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O T I C O - T I C O 2fi _ Junho — 1920

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HISTORIA MARAVILHOSA

DE —

O L A V¦I Ilustrada por

CÍCERO V ALLAD

CAPITULO 3:

Eu, portanto, estava tão agra-"decido ao anão, por tudo o que elletinha feito por nós, que pensei:não quero que trabalhe de graça..Elle deve ter estragado a jaqueta,trabalhando tanto, e emquanto aosseus calções, quem sabe em que estado se encontrarão com .tantosidas e vindas? •

Eoi assim que comprei um pe-daço de bom panno-verde e outrode côr castanha; e tua mãe passoutoda a noite a cortar e a cozer, ena manhã seguinte o fato estava'prompto.

Eram tão lindos os calçõesinhose tão bonita á jaqueta que não.melembro de se ter feito cousa melhor*para ti"

!'E' verdade" — disse; a mulherdo lavrador.

"Naquella noite, quandoa tua mãe fez o leito ao péda porta, deixou tambémali o fato, num pequeno em-brulho; e á meia noite ouvi-mos o anão, que descia fa.ando comsigo:

Um lindo par de calções-c uma jaqueta para eu ves-tii . '

Xunca mais poderei aquivoltar; nunca mais, senão

quando um filho da casaviaje commigo pelo|H0t mundo, depois

de me ter eneqn.trado".

-Ovv "Vês! lá'9L foste di-

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1— i ii ii ¦ ¦¦.¦¦¦iiwwriw—Ml— «l

zer!" — exclamou a mulher do la-vrador.

"El!e nunca mais se lembra seeu lho disse ou não" ^- respon*deu o marido.

Logo que 'teve conhecimentoda historia do anão, Olavo quizouvir falar do mesmo assumptocontinuamente; e foi assim que olavrador e sua esposa puzeramponto final em todos os contos arespeito do pigmeo da Granja.

Olavo passava todo dia a pen-sar nelle, e, apesar de presentirqeu longe da sua familia havia dccorrer muitos perigos tinha ani-mo bastante para os arrastar, ecoragem de ir correr mundo coma idéa de fazer voltar o bom anão-zinho.

Olavo perguntou a todos osseus conhecidos onde poderia en-contral-o. Perguntou o á maciei-ra mais velha da horta que tinhao tronco retorcido, mas ella nãolhe respondeu. Perguntou-o ásvaccas, que. também não deramqualquer resposta. ; Perghntou-oao cão, e o poz-se a ladrar semtom nem som. Somente as ovelhaso ajudaram nas suas pesquisas.Embora não falassem, lia-se-lhesnos olhos que sabiam alguma cou-sa. Olavo observava o rebanhodurante todo o anno e via os ten-ros carneirinhos; transformarem-se em gordos carneiros contem-plava as velhas ovelhas estendi-das nos pastos e aquecidas por umsol dc primavera.

(Connnita)

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///// GAMER1Â PI M@SS@S ÂMfl©Mfl.il__@S /////

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/ liriA ¦ v ¦ y I/ ¦' - _A v• ». ---¦ ¦___

A nossa constante leitora LUCYFERREIRA JORGE. ___B_BH__BB___i

fl- =ffl —Capital. III =

JOSÉ' CARLOS,filho do casal José J. Rocha.

Barra Mansa. Estado do Rio.

WALDIR DE MELLOTUDE.

São Salvador — Bahia.

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V ' &\ * yjp W^w ^^^ 11' -II ^^^^:^^^

^/_o» e /„.íí., filhinhos doSr. Antenor de Oliveira.

Araraquara — São Paulo.

IRENE E CEREZ,filhas do Sr. João Pinto deVasconcellos. — Capital.

Cynira Ferras Castro. — Ca-tanduvas — São Paulo.

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S*__ f Íi fl ^^ ^r M á|^_SB_______J

JUDITH, /^â ^_ LEILAH,

filha do /fl fll filha do

Sr. José -^ 11 Sr. Manoel

Lopes \l Wf Theophilo

Castanheira. ^_^ _i Marcai.

Rio — Minas. \. ^TS Capital

*i& alegria do K__ fl Ri

u\ -• '¦ »_ - II1111 RIO — MINAS 1111 éà

Edison Lins

Capital .

Milton, filho doSr. Newton Simões.

Aff. Cláudio — Esp. Santo.

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2G — Junho — 192!)_

- 11 — 0 I I C 0 - T F C 0

HISTORIA DE NOSSAPÁTRIA

0DB.O DOBRASIL

Manoel Borba Gato, genro de FernãoDias, continuou a dirigir novas bandei-¦ras com mira nas riquezas mineraes. Nologar onde hoje está situada Sabará,

junto e ao Norte de Bello Horizonte, co-

Ifteu e explorou uma serie de jazidas e

lavagens de ouro Em pouco tempo se

«xtrahiram quatrocentas e cincoenta

grammas de ouro.

As expedições de ora avante, mui-tiplicam-se e contam-se por centenas.A sede do ouro fez desbravar caminhoscheios de perigos, varejar o ignoto ser-

tão em todas as direcções. Aqui tra-vam combates, ali se erguem do solo,inesperadamente novas povoações. Adescoberta de ricas minas nestes pri-meiros annos do século XVIII, deu lo-

gar á edificação das cidades de VillaRica (hoje de Ouro Preto), S Joãod'El-Rei, Santa Barbara E a descober-*a não parava. A todo momento maisouro surgia d'aquelle terreno privilegia-do. A' vasta região possuidora de tan-tas riquezas se ficou chamando de Mi-nas Geraes, para a distinguir de variasoutras que se íoram revelando no inte-rior

Taes eram os núcleos príncipaesPessa região: Carmo, Ouro Preto e Sa-

bará. E assim se fez o povoamento ra-

pido de immensos territórios, atè ali de-

sertos ou infestados de índios selva-

gens.

Mas não so em Minas se descobre

o filão valioso. Matto Grosso e Goyaa

também são batidos e também recom-

pensam largamente os esforços dos

aventureiros. Em 1719 Pascoal Morei-

ra Cabral descobre o ouro em Cuyabá,

formando-se dentro em pouco o núcleo

que deu origem á actual capital do Es-

tado de Matto Grosso. As minas eram

importantes, só num mez se extrahiram

mais de quatrocentas arrobas de ouro.

No Goyaz foi Bartholomeu Bueno, filho

do famoso Antranguira, a quem já nos

referimos quando tratamos das Bandei-

ras, quem descobriu as primeiras amos-

trás do metal. O centro mais importan-

te que naquelle território - se fundou foi

Villa Buena, futura Goyaz, capital do

actual Estado. Fora d'estes grande?

centros de Minas Geraes (Ribeirão do

Carmo, Pitanguy, Rio das Velhas, Ouro

Preto), de Matto Grosso e^ Goyaz, só se

dewm pitar algumas lavras relativa»

mente pouco importantes da Bahia.

O enthusiasmo produzido pela des-

coberta do ouro e pelas noticias dos pri-meiros trabalhos de mineração foi deli-

rante. Foi uma verdadeira loucura, uma

do'.:;ça de que toda a gente se sentia

atacada, uma espécie de epidemia que

se alastrava ps!" sertão, espalhando-se

até á costa, e passou o próprio mar pa--

ra ganhar o reino e varias outras nações

da Europa. Houve em todo Brasil um

êxodo quasi geral, primeiro para as mi-

nas de Sabará e em seguida também

para as de Matto Grosso e Goyaz.

Fazem-se migrações em massa, gen-te açode de todas as partes. Da metro-

pole emigram milhares de pessoas. E'

o ouro, o ouro, o sonho da riqueza.

Calcula-se em dois bilhões e qua-

trocentos milhões de francos o ouro que

d'aqui foi exportado para o reino, só

durante os primeiros sessenta annos que

seguiram, á descoberta das minas. O

ouro-do Brasil foi fazer a magnificeacia

perdulária da corte de D. João V em

Portugal e collaborou na prosperidade

solida da Inglaterra. Num dos capítulos

d'este livro nos referimos ao Portugal

das minas do Brasil. O ouro é realmen-

te a personagem principal do reinado

daquelle a quem se chamou o Magnani-

mo. E' o ouro brasileiro que faz do rei

um rei Fidelissimo, que eleva a sé de

Lisboa a patriarchado, que levanta mos-

teiros (como esse de Mafra, monumento

de fausto e magnificência, que empre-

gou 50:000 operários e custou rios de di-

nheiro), é emfim o ouro do Brasil queinunda de luz e pedrarias a coroa portu-

gueza. Nunca em período algun da

historia elle foi desbaratado mais pro-digamente.

O século XVIII é o reinado di

SUA MAGESTADE O OURO.

(Desenho de

Cícero Valladares)

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o T I C O - T I C O — 12 2(J Junho — 1929

ÍIWP^ÍPpwMJIiüwmm\% rivIMOSíA DO JABOTY

Sempre foi um bicho nr.iito teimoso, o jaboty.Quando di com a cabeça para fazer qualquer

coíisa, não lia conselho, por mais sensato"que seja, quev demova do seu intento,

'AJorava elle cm uma "loca," sob um grande la-gítlo. cujas pedras não estavam bem seguras.

Por mais de uma vez, se tinham dali desprendidopesados blocos que vinham rolando até á margem doriacho que passava perto.

O macaco, muito experiente nestas e noutras cou-sas, achou prudente avisar o jaboty do perigo queicorria:

— Compadre jaboty, você não está muito seguroahi onde mora,

Por que? perguntou o jaboty.Porque essas pedras estão mal equilibradas e po-

dem cahir, de um momento para outro, cm cima devocê..,

Nâo tenho medo disso. Ila muitos annos quemoro aqui e nunca me cahiu nenhuma nas costas.

Mas pode cahir uni dia, e eu não estou paralhe remendar, novamente, o casco, como já remendeidaquella vez cm que você quiz ir á festa, no eco emestre urubu o largou lá de cima das nuvens sobre

este mesmo lagêdo.Não tenha receio que noutra não cahirei, nem

cahirá lambem nenhuma pedra sobre mim.— Pois bem, concluiu o macaco; si lhe sueceder

algum desastre só se queixe de si, que é muito teimosoe nao attende ao que se lhe diz cm seu proveito.

O jaboty, além de não procurar outro lugar maisseguro para viver, pretendia abrir passagem entre aspedras por uma parte estreita de mais para o volumedo seu corpo.

Todos os dias, em vez de passar por um lugaramplo, teimava em forçar as pedras que formavam emcerto ponto uma acanhada garganta,

O macaco, pela segunda vez, o avisou de queaquella insistência lhe seria prejudicial, abalando abase dos blocos mais altos.

-— Você ainda se arrepende disso, compadre ja-boty; dizia-lhe o macaco. •<••

Eu?... Vá esperando. Eu nunca me arrepen-di de nada que tivesse feito.

E bom será que não se arrcnpenda agora, sen-tenciott o macaco afastando-se.

Foi a sua felicidade, porque mal tinha dado unsquatro ou seis pulos, quando as pedras mais altas dolagêdo se desmoronaram, cahindo sobre o teimoso ja-boty.

Quasi morto, esmagado pelo peso, dizia elle aomacaco:

Tire-me daqui, compadre. ..-Eu não o avisei? Agora soffra as consequen-

cias da sua teimosia!E o deixou ficar ali, mais de uma hora, de cas-

tigo, antes de o salvar. sMALAZARTES.j

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26 — Junho — 1029 — 13 O T ICO-TICO

yrri ir [ fjsran

-A. m enina "boa. e a m e n i n a máIíra uma vez uma menina chamada Luiza. Era

muito pobre e vivia numa choupana com sua mãezinha.Perto de Luiza, morava uma outra menina muito

rica, numa linda casa e que se chamava Lúcia.Lúcia, quando via passar Luiza, começava a cha-

mal-a de magrizela.(Não se lembrava de que um dia havia de ser cas-

tigada).Uma tarde, Luiza, a pobrezinha, estava sentada á

beira do rio, quando por um descuido cahiu dentro del!ee começou a gritar fortemente: "mamãe, mamãe, es-tou me afogando".

A mãe, tendo ouvido os gritos da filha, correu para¦vêr o que era, e quando chegou perto do rio a filha játinha desapparecido! A mãe de Luiza começou a cho-rar muito, muito... Nisto surge uma moça muito lin-da de dentro da água, trazendo nos braços. Luiza, quevinha ricamente vestida.

Então a moça, virando-se para a mãe de Luiza per-guntou: Eoi com este vestido da côr do céu que sua-filha cahiu no rio? A mãe de Luiza disse que não, quenão tinha sido com aquelle vestido.

A moça foi novamente com Luiza ao fundo do rioe quando voltaram, Luiza trazia um outro vestido ain-c'a mais bonito e mais rico.

A moça, que era uma fada, perguntou novamente ámãe de Luiza: Foi com este vestido da côr do sol quea sua filha cahiu no rio?

Ella respondeu: Não.A fada, pela terceira vez, foi ao fundo do rio com

Luiza, e quando voltaram Luiza trazia um vestido mui-to feio e todo esfarrapado, então a fada mais uma vezperguntou á mãe de Luiza:

— Foi com este vestidinho rasgado e feio que Lui-za cahiu no rio? A mãe de Luiza então disse que sim,que tinha sido com aquelle vestidinho velho.

A fada, satisfeita, disse: — Já que não mentiste.vou te dar muito ouro e muita roupa bonita.

Foi ao fundo do rio com Luiza, e quando voltaram'rouxeram malas cheias de bonitas roupas e muitoouro.

Mãe e filha, contentissimas, desde este dia come-_avara a viver tranquillas e felizes; compraram uma'¦rida casa, bonitos moveis, etc.

Quando Lúcia, a menina rica, viu a felicidade tia--judias duas creaturas, foi logo perguntar a Luiza comoe que ellas tinham ficado tão ricas...

Luiza disse tudo quanto havia acontecido.Lúcia, a invejosa, correu e foi logo dizer a sua

mãe o que Luiza lhe havia contado. .. tomou umar°upa de banho, correu para o rio, cahindo de propôs:-•°.r.a aguà.

A mãe de Lúcia, ouvindo os gritos da filha, íflUe estava afíiicta, e começou a chorar.

Appareceu-lhe então a mesma fada, que lhe pergun-tou porque estava chorando. Ella disse que a filha ti-'¦-ha caindo no rio.

Lúcia fechando as portas

A fada foi ao fundo do rio e, trazendo Lúcia ãõcolo, perguntou si tinha sido com aquelle vestido dacor do sol que Lúcia havia cahido na água. A mãe deLúcia disse que sim. A moça tres vezes foi ao fundodo rio e cada vez que voltava com Lúcia, esta vinhacom um vestido mais bello, e a mãe de Lúcia sempredizia que tinha sido com um d'aquelles vestidos ricosque a filha se afogara. A sereia respondeu-lhe:

— Mentiste!Tua filha não cahiu no rio com nenhum d'nn..oi'--

vestidos ricos e sim com uma simples roupa de banho.A sereia então entregou á Lúcia cinco saccos cheios

de cobras e outros bichos repellentes, dizendo nue'antesd'ell.. abrir aquelles saccos. fechasse bem toda a casapara que ninguém se apoderasse do ouro que estavadentro.

Mãe e filha, muito contentes, voltaram para casapensando que era verdade o nue a fada havia dito edisseram: — Estás vendo como ainda ficámos maislicas! Quando chegaram cm casa, fecharam bem asportas e abriram todos os saccos. .. Mas nual não foio seu espanto quando viram sahir uma porção de co-hras, cada qual mais feia e mais repugnante... Eliasi.em tiveram tempo .de rrítar por soccorro... foram¦'.go mordidas, e. desta fôrma. Lúcia e sua mãe fo-ram castigadas por sereni invejosas.

Luiza e sua mãe continuaram a viver felizes e sem-pre dando esmolas.

.rA.ELtA SORÍAXO DE ?OV7\

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O TICO-TICO — 14 - 2fi _ Junho — 1929

O LEÃO CAÇANDO, COM O BURROFez annos o leão, quiz ir á caça,É a delle não costuma ser escassa;Não consiste em pardaes, em bagatelas,-Mas em bons javalis, e em corças bellasO rei dos bosques, provido e discreto,J _ra surtir ef feito o seu projecto,Chama o burro, animal de voz tão fina.E o burro vae servir-lhe de buzina.Elle ao pasto o conduz, cobre-o de

[ramosOrdena-Hic que zurre, e a seus reclamosCrê, que inda os mesmos brutos, que

[dão provasDe atroz braveza, fugirão das covas,Não era aquella trompa ainda usadaAo fragor de azinina trovoadaNo ar o espantoso orneio enfim rcsôa,Vaga o terror, e as grutas despovoa.

^nLôfM~-tó'> *.

tC. ¦" v__- ¦•\vy'«J IM.

Mnh!.'fe$_

Tremendo, a turba agreste alonga c[passo,

Foge tudo, e fugindo, eis cae no laçoOnde os espera a garra penetrante.

"Então que tal, que tal? Não soa[chibante?"

(Diz o burro ao leão, co'a fronte alçada,Arrogando-se a gloria da caçada)."Trôas (volta o leão), trôas deveras,E se não conhecesse quem tu eras,Eu mesmo com teus zurros me

[assombr&va 1"O burro, se pudesse remungava,lí tinhamos arenga, ainda que haviaMotivo para. aquella zombaria.Pois quem ha-de soffrer, quieto emudo,Que um, que não vale nada, arrote em

[tudo?Quem soffrerá que audácia o burro

[affecte?Caracter fanfarrão não lhe compete,

tBOCAGE

JOGO DE

wVVv%VVVVVVV>Vt^V-V<V\VV-\rVi

A CORUJA

jPRENDAS^VVS/VS#VS#V^VV»^<*^'<<^sí-«i^^V,^*'^'>^^'*

O jogo da Coruja tem de particular o ser particí-pante dos jogos de acção, de memória e de graça.

Os jogadores assentam-se todos em roda ficando o

guia do jogo, que se chama passarinheiro, de pé no cen-tro. Todos os jogadores tomam o nome de uma ave, da

qual devem imitar o canto, o pio ou o grito, e o passari-nheiro conta uma historia. Eis, para exemplo, os nomesde certas aves, com a imitação das suas vozes:

Curuja, chu, chu, chu; pega kiac, kiac, Jciac; papa-figos, í-»', bzi; papagaio, trró, trró; perdiz, qiicqaéquére,rola cururit; peru, glu, glu, glu; gallo, cocórocô, etc. Aestes podefti rtecrestentar-se quantos queiram.

Cada jogador repete o canto, pio ou grito que lhRcompete, para que fique bem certo delle; depois, todosestendem as mãos sobre os joelhos para ouvirem attenta-mente a historia que o passarinheiro passa a contar. Decada vez que elle pronuncia o nome de qualquer das aves

presentes, deve essa responder-lhe com a sua voz, massem mover as mãos. Se fala em viveiro, todos gritam aomesmo tempo, mas com as mãos quietas; porém, se no-meia a coruja, esta responde, e ao seu grito, todas asmãos se erguem como aves que voassem.

Nessa occasião, o passarinheiro tratou de agarraruma das mãos. Consegivindo-o toma o lugar e o nome daave agarrada. Pelo contrario, paga prenda e continua oseu discurso. Quando, depois de ter nomeado por tresvezes a coruja, o passarinho não logra agarrar nenhu-ma das aves, pôde renunciar o seu cargo. Neste caso,tira-se á sorte outro passarinheiro, e continua-se o jogo.

Paga-se prenda em todas as cirmustancias seguintes:quando o passarinheiro não se agarra a uma ave; todasas vezes que uma ave nomeada se esquece de respondercom o seu grito; quando se tarda a gritar; quando não segrita com todas as aves á palavra viveiro e, finalmente,quando uma ave se deixa agarrar para passarinheiro.

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26 — Junho — 1929 -.15 - O TICO-TICO

t^$Ú^^- H I«_ _*v_. ¦'¦ ¦ ^ESf '>' 1 ^1~'V

fl

Havia um pe..3ador que tinha umfilho. Em um dia lançou o pescadoras suas rodes e apanhou um grandePeixe que lhe disse:

Não me mates, que te dou tresbarcos de prata e ouro se me trou-xerss a primeira cousa animada queeneontrares até ciiegares á tua casa.

O pescador lançou o peixe ao mare correu á casa na esperança de en-contrar uma cadelinha, que sempre ovinha esperar. Infelizmente em vezda cadelinha appareceu-lhe o filho.O pescador com o coração amargura-do levou o filho ao peixe, recebendotres barcos carregados de prata eouro.

O peixe mergulhou com o filho dDpescador e levou-o para um palácio nomar, entregando-o a guarda duma ve-linha, a quem o rapaz tratava por ma-d ri nha.

Certo dia disse-lhe a madrinha:Toma estas chaves, porque me

ausento por alguns dias; com ellasabrirás todas as portas deste palácio,só te prohibo que abras aquella portiazul.

O rapaz! recebeu as chaves. Nasprimeiras horas não pensou na portaazul, mais depois pôz-se a pensar eapproximou-se da porta no intuito deespreitar pelo buraco da fechadura ovêr o que se passava naquelle quarto.Espreitou e nada viu por causa dumasteias de aranha. Metteu o dedo paraafastar as teias, mas quando o retirouviu-o dourado. Foi logo ter com umPreto que havia na palácio e contou-lhe.

Ai, menino! sua madrinha mata-ose lhe vê o dedo dourado — exclamouo preto.

Não tenho medo, o dedo da mãodireita é que está dourado, e eu entregoá madrinha as chaves com a mão es-querda.

Passados tres dias sahiu a madrinhae entregou ao rapaz as chaves com arecommendação de não abrir uma por-ta verde. O rapaz, horas depois, cbeiDde curiosidade, abriu a porta verde emetteu a cabeça. Respirou uns aresestranhos e sentiu uma certa mudançana cara. Fechou a porta á pressa 9

ST.ORIA DEPAR VO

foi mirar-se ao espelho. Viu-se estra-nhamente formoso e com o eabellodourado. Foi mostrar-se ao preto.

Ai, menino, sua madrinha mata-o.Eu fujo; dá-me um abraço. Con-

ta teda a verdade á minha madrinha.O preto abraçou o rapaz e disse-lhe:

Quando o menino precisar de ai-guma cousa chame por mim.

O rapaz prometteu assim proceder.Sahiu do palácio convenientemente

vestido e pintado de preto e chegoua uma corte, onde foi offerecer oaseus serviços ao rei, sendo recebidocomo guardador de patos. Foi oc-cupar uma cabana, e a todos que lheperguntavam como se chamava rea-pondia — João Parvo.

O rei tinha tres filhas. As duasmais velhas já tinham sido pedidaspor dois principes. a mais nova, po-rém, ainda não tinha noivo.

Certo dia foram o rei e as duas fi-lhas mais velhas visitar os principes.Ficou no palácio a filha mais nova.Chegou esta a uma janella do palácio,que abria para o jadim, viu um man-cebo muito formoso a pentear os seuscabellos de ouro. Desceu á pressa aojardim, mas só encontrou o João Par-vo na sua cabana.

Não viste um mancebo?...Não vi ninguém, respondeu Joã3

Parvo.No dia seguinte á mesma hora

ouviu ella os maviosos sons duma ra-beca, tocada pelo mesmo formoso man-cebo. Desceu logo, mas ainda destavez só encontrou o preto, que não virao rapaz formoso nem ouvira os toquesdo instrumento. No terceiro dia tor-nou a princeza a ouvir os mesmos son.Eatfio desceu ella mais devagar as es-cadas para o jardim. Já próximo dorapaz, este sentiu e poz-se a correr nadirecção da cabana. Então convenceu-se a princeza de que Jcão Parvo era umhomem superior. Nesse dia, quando opai chegou, e as irmãs lhe disseramque iam proximamente casar, ellarespondeu:

Talvez eu case primeiro. Com quem? perguntaram-lhe o

pai e as irmãs.Com João Parvo.

Falas sério? perguntou-lhe Opai. Muito sério. Não caso com ou-tro.

Vendo o pai que não podia dissua-dir a filha, casou-a no dia seguintecom João Parvo, sem pompas, nemalegrias. Dias depois casaram as duas

J O Ã O Oprincezas, haver.<do grandes festas.João Parvo não sahia do sua cabanaembora sua mulher vivesse no palácio.Fora uma condição que elle propuzeraá mulher.

Passados mezes foi declarada guer-ra ao pai das princezas. Mandoucbamar os seus tres genros paraos encarregar dos exercites. JoãoParvo sob pretexto de doenço não aeapresentou no palácio. Logo que os 'dois genros do rei partiram para ocombate, João Parvo ergueu se e disse:

Venha o preto.Que me quer o meu menino?Um cavallo que corra como o

?ento, uma farda riquíssima e umaespada contra a qual ninguém possaresistir.

Immediatamente o preto apresen-tou-lhe o que pedia.

Quando João Parvo, ricamente pre.parado, se apresentou no campo debatalha, tinha esta começado. Entãoelle desombainhou a espada e foi tãogrande a mortandade no exercito ini-migo, que este fugiu, deixando umabandeira no campo. Desta bandeiraarrancou elle uma borla, que lançouno collo da esposa, que viera com ovelho rei esperar ao caminho o exer-cito vencedor.

Ninguém sabia quem era o cavai,leiro mysterioso, que, sozinho, ven-cera a batalha, porque João Parvoteve artes de se metter na cabana semque ninguém o visse.

Ao meio dia a princeza entrou nacabana de João Parvo e pôz-se a cho-rar.

Por que choras?No palácio todos estão contentes

e alegres e só tu aqui estás como umdesgraçado.

Dá-me pão e alhos e deixa-te debogalhos.

E' a tua resposta favorita, não dl*zes outra cousa. Se não tivesse ca*sado contigo, talvez esse príncipe roya-terioso me pedisse ao meu pai em ca»samento. Foi no meu collo que ellelançou a borla da bandeira. Agoravai o meu pai mandar buscar o leitede leoa para se curar dos olhos, O,depois de curado, nomear o seu suocessor ao reino. Peço-te que não con»tinues nessa vida desprezível

— Cala-te: dá-me pão e alhos <ldeixa-te de bogalhos.

A princeza sahiu da cabana a cho-rar. Eff.ctivamente os dois genros do

|?W!OIgtóBlJfc f&mmpm

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© TICO-TICO

LAN

a- 16 —

TERNA

26 — Junho — 192Í)

AZUL

ças quc ali iam folgar, era Uma aléa põe sobre a sua cabeceira., a lanterna

de,, bambus adornada de immensa azul."fila de lanternas multicôres Então, d'sse a menina á sua. mie-

No fundo da aléa, sobre uma pe- sinha que está velando;

anha de madeira repousava, silen- — "Como estou contente que ocioso c tranquillo, na sua altitude bom papae me trouxesse a linda lan-meditativa um busto de Buddha. terna azul do Senhor Buddha!"

As crianças vinham.até ali paro- Para os orientaes Buddha é cornolaudo numa garrulice feliz, mas, o Senhor Jesus no Occidente. mila-estacaram silenciosas ante a extra- groso c bom.nhà figura.

_^'.a no lindo paiz das Gcishas,uni jardim pittorescò.

i As alamedas desse parque eramfestivas, -pois) que as arvores serm

pre floridas e os crysanthemosenormes doiravam a paisagem.

O solo atapetava-se das pequeni-nas pétalas dos pecegueiros emflor.

O aroma era delicioso!Mas, o cpie mais seduzia as crian-

rei tinham partido em procura do leiteda leoa.

João Parvo chamou pelo preto eperguntou-lhe se a madrinha aindaconservava no palácio a leoa.

Conserva e está agora, criando. IMinha madrinha receber-me-à

_»em?Multo bem, ella é amiga do me-

nino.Dize-lhe que a vou visitar esta nol-

te Quero aqui um cavallo.Appareceu logo o cavallo. Nessa

mesma noite o mancebo ordenhou aleoa e guardou o leito. Vestlu-se d_almocreve e voltou para a cidado. En-controu os dois goros do rei, sou3cunhados, que não o conheceram.

O que levas ahi, nossa garrafa?Leite de leOa — respondeu João

Parvo.Vende?Nao. Dou-o com a condição de

mo trazerem a borla que o que prítt-

Para elles, o Buddha, parecia sor-rir.. .

Sobre a sua cabeça irradiava a luzazul dc uma lanterna.

Uma pequenina japoneza quc sedeleitava longamente em fitar osraios irisados dessa luz azul dese-java possuir uma igual para illumi-nar o palco da sua casinha que es-tava sempre escuro.

Acontece cila adoecer seriamente

e no delírio da febre vê surgirnuma aureola dc luz o silencioso

Buddha que. entra cautelosamente e

Radiei Prado.

¦"*•-**¦** *^a*N>**X*VNAA^/^^/V*A*V\AA/VVN/V\AAit«V\A/V^

cipe desconhecido lançou no collo da João Parvo tanto lhe pediu quo eliaprinceza, o de consentirem que lhes a acompanhou ao palácio, e sentou Aassignale os pés com tinta azul, in- . mesa ao seu lado.troduzida com uma agulha.

Elles a tudo se sujeitaram e leva-ram comsigo o leite da leoa.

Dias depois houve um jantar no pa-lacio, no fim do qual o rei devia no-mear o seu suecesso**. A mulher de

ES-*-*r-= —-•«.--: . _____ji_S»r-wJ5_,\\>lw^.j_^ ______~

¦m i™»l_Wi"'™T"^a-l*'CT*_TO_|!^^ "ül

Duraftte o jantar, recalilu a conver-eação sobre os vencedores da batalha.Na falta do cavalleiro desconhecido,os dois genros do rei queriam para sias honras da victoria. Em seguida rc-lembraram as mias façanhas para ai-cançar o leite de leoa.' Então João Parvo ergeu-se damesa, sahiu da sala, e voltou comple-tamente transformado.

— Fui eu o vencedor da batalha,como fui eu que trouxe o leite dalcôa. So duvidam apresento as pro-vas que os meus cunhados trazem nospó« .

Ninguém ousou contrariar a affir-inação do João Parvo. Torta a gente ofoi comprimentar, sendo elle o nomeadasuecesoor do velho monarWia.

E foi assim quo João Turvo vüío asei- um grande rei.

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>. — Junho — 1029 — 17 O TICO-TICO

AS AVENTURAS DE FAUSTINA E ZÊ ACACOZe't comprei tumct orffTohho -.rr/ca que en urrr tsrssotnbrc /

Carjfu semdiscos '

¦Q-Vou yec/rr-//>e>trrfc o.JJaid>Que cartfc a«-r„>r>/

MS/Tèr/e-ús° Cònsforr/iho-

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Q.

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Ate'y>arece qe/7/? Agora vâmos^^ ]___. *A #« Parou et gcnk'

que esfíayc<77fanír/0i canfor

famh»y . / £.)%, SsSas We/ae/es „ ,'jb^ x__p '4i

(Ê\) /<ry$*\ ^ \y.sad &U/ JÈk* /

Ordeno (r v/Av/a I _- | Voit detToftsetà Pede o 9 tf)f?s. ^èrfrora pensa ¦?<*>

rPARA TODOS,,, o semanário da elegância, das artes e das boas letras mais

apreciado na sociedaãe brasileira.

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o U N G A L O W D O U j U B A (Pagina 1 )

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^_ SOALHO. O A VARANDA

(D08RAL.O HORlZOnTALMEriTÈ\

y1.A0D. LAPO

no próximo numero)

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O TICO-TICO — 20 26 — Junho ÍÜ2!)

A CAIXA MY/TERIO/ANO SITIO 1 DO

Na chácara do Sr. Adhemar, meia hora antes de se fazerum passeie, já as creançis estavam promptas e esperavamimpacientes.

Os filhos do Sr. Álvaro, Jogo entraram nesse regimen:e naquella manhã, ás nove horas, o pessoalzinho metido sereuniu deante da porteira; todos compenetrados como sees:ivessem na estação esperando o trem.

O Justino veiu procurai-os:"Seu" doutor mandou perguntar se os moços queremir de troly ou de automóvel?

De Ford, respondeu Laurc impertigadp, porque o ca*bodo os chamara de "moços".

Então vamos sahir logo, para não fazer poeira parao Buick, que a estrada de "seu Inglez" não está muito boa.

Os hospedes ainda não conheciam todas as denomina-ções e chrismas d'aquel!e iogar e Sérgio perguntou:

Lauro, quem é "seu inglez"?li emquanto rodivasn pe!á estrada, o menino foi ex-

pl.cando:E' um bom amigo de papae, o primeiro inglez que

se estabeleceu nestas paragens, e coino naturalmente acua-ram seu verdadc.ro nome de diffxil pronuncia, chrisuu-1,-tiu-n'v.i "seu Inglez".

Eelle não se, zangou com a. troca,:Não! Até achou muita graça e adopcou a denomi-

nação.Pouco depois, reparando nos pinheiros e eucalyptos á

borda do caminho, Lauro avisou:Aqui começa a propriedade d'elle.

Ao se apprbximarem da vi venda, Lucy bateu palmas;Vocês vão vêr os balanços IJorge e Max, os dois filhos de "seu Inglez", assim que

perceberam as v.sitas, vieram em desabalada carreira, che-gando offegantes para abraçar seus amigos. Mas provoca-ram uma gargalhada geral, pois pareciam dois espantalhoscom a mascara e luvas de apicukor com que se haviam pro-teg do para tratar das colmeias.

Porém elles não se atrapalharam:Estávamos justamente fazendo colheita de mel e tão

contentes ficamos ao vêl-os aqui que nos esquecemos detirar o véo.

r— Mas venham ver nossas abelhas, convidou Max com

6i( ;eu inolez íi

orgulho, emquanto Lauro explicava a Sérgio, que ao outrorapaz, o Jorge, chamavam de Baby:-— E' um appellido in.giez que quer dizer: creança; pronuncia-se bêibe, e corres-ponde a Nenê, em portuguez.

Nina e Lucy foram ficando para traz, emquanto osoutros se apprpximavain das_ colmeias com enthusiasmo.

Por fim a gulodice venceu o medo e ellas perguntaram:Essas abelhas não picam a gente?Não, responderam a um tempo Baby e Max; .agora

já socegaram e não ha mais perigo.Sérgio, que era novato em cousas da roça, mas que jáse interessava por ellas, indagou:i— E só por causa do mel que vocês criam abelhas?

Acha pouco? — perguntou Max, of tendido, pois•acabava de servir ás suas visitas, favos de Abelha do Reino,que são os mais saborosos.

Não se zangue, Max, fiz tal pergunta, porque ouvidizer que as abelhas, por andarem de flor em flor, trans-portam o pollem de uma para outra, e assim contribuem parao augmento dos fruetos.

E é verdade, pois que nosso pomar tomou novo im»pulso depois de organisado este apiario. E além disso, játemos vendido bons kilos de cera.

;Ah! que vontade de imital-os'! — suspirou Lauro.Pápae já me falou nisso, uma vez, mas eu acho que ha deser tão difficü.

Qual nada! — interrompeu Baby, não desanime antesde começar. Quer que o ajude? Você tem de escolher entr,ea Abelha do Reino, que é esta, e a Abelha Italiana; ambassão boas: a primeira, porque enxameia mais; e a outra porser muito mansa...

E' dessa que eu quero! — atalhou Lauro. Se nãoha differença no sabor do mel.

Não; pôde estar tranquillo a esse respeito; e' ficacombinado que eu o ajudarei quinto possa.

Muito obrigado; é um favor que só poderei agra-decer com o mel das minhas futuras colmeias!

-— Está importante! — murmurou Lucy, também ante-gosancio delicias.

TIO NOUGUI

O s I C A MOSApós o período das ferias ia o menino, pela primei-ra vez naqucllc anno, á escola.O caminho rcclo por cllc tantas vezes percorridoantes, se bi ftircava agora, formando um angulo á es-

qticrda, que se abria em ampla e florida estrada aofim da qual se inaugurara um grande c ruidoso par-que de diversões onde havia até jogos de azar a di-nheiro.

Ao fundo do outro caminho se erguia, calmo e se-reno, o edifício da escola.

Todos os cuidados tinham sido para a larga e fio-rida estrada cm suave declive que levava ao parque dcdiversões; o outljp caminho, — o que conduzia á es-

cola, — fora descurado, e nelle crescia a herva, estan-do ainda cheio de espinhos e pedras em íngremes la-deiras. ., ..

O menino ficou, por momentos, indeciso, ouvindoà musica alegre que o attrahia ao parque de diversões;seu espirito ainda fraco já se inclinava para a estradalarga c florida, quando sua consciência, despertando,lhe apontou a outra senda, dizendo:

—- vScgtte por aquelle caminho estreito c dif ficultosoque é a estrada do dever!

O menino seguiu c até hoje ainda não se arrepen-dCtt.;

Helios

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26 ¦— Junho — 1929 — 21 — O T I C O - T I C U

A PRESUMPÇÃO DE DPor- A. ROCHA

SAPÃO

UEM vive de mcn-tiras nin dia é desmascarado. O sapoencontrou um dia oburro, o boi e oelephante a dis-

cutirem força. O burro dizia que arras-tava uma carroça carregada de pedrastodos os dias e cada vez tinha maisforça.

O boi falou: E' porque ainda nãotrabalhou com o arado! Olhe que puxarum arado em terreno duro. não é brin-cadeira, não! E' tarefa que só a forçade um boi pôde resolver t

Pois a mim, falou o elephante,nunca fiz força por obrigação, mas, nempor isso receio medil-a com vocês! Ora, temos aqui estacorda, vocês segurem-na por uma ponta e eu só com atromba estou certo que os arrastarei I

Eu pela minha parte, desisto da experiência, porqueestou certo que perderei! — falou o burra

^Hli^w^Bílttfii

í-i- --*—Jm' y^*í>?S»ÈM\?8 víVv**

E eu, disse o boi, faço minha aresposta do compadre burro!

Eu acecito! Eu-açttito! — disseunia vozinha fanhosa, e pulando appro-xiniou-se D. Sapão. Acceito corn a cot..dicção de entrar, no matto com acorda.

O elephante deu a corda ao sapo eelle entrou no matto. Momentos depoisde là gritou:

Pódc puxar ?O elephante esticou a corda e sen*

tiu-a presa; então inclinou-se para •*frente e--conseguiu arrastar... não osapo, mas uma arvore amarrada na ex-tremidade da corda.

O sapo havia amarrado a corda enão contava que a arvore se dcsplantasse. Paia escapa r-SK*-fugiu aos pulos para o brejo.

Esta historia^ vem demonstrar o asserto do ditadoque diz : "El ma s fácil apanhar um mentiroso qu-uni coxo."

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O TICO-TICO - 22 — 26 Junho —. J92í>

i

yí*Z\ ~'yÒ f&S

O CAVALLEIRO AUDAZEra uma vez um principe de uma audácia sem par.Era cavalheiro da Tavola Redonda, uma associa-

ção secreta que existiu antes dos Rosas-Cruzes, seme-lhante também á dos cavalheiros do Graal.

Todos que se associavam a essa associação mys-teriosa tinham de ser valorosos, destemidos, altivos ebondosos.

Zankia era o nome desse principe, cavalheiro no-bre, audaz. /

Convidaram-n'o um dia para uma viagem longiu-qua cujo termo era a chegada a uma cidade de mys-terio, elle foi á cata de aventuras.

Tomou a sua capa, uma espada que naquelle tempochamavam durindana e montado em bello ginete par-tiu.

Depois de uma longa caminhada em caminhos tor-hiosos, entre grotas e csplnhciros, divisou ao longeuma luzinha que bruxoleava muito além da campina.Accelerou a marcha para chegar depressa á cidadec*xulta, porque elle sabia existir um reino cujo Reiera de uma belleza e bondade infinitas. Curioso e offe-gante, desejando aventuras imprevistas elle corria...-,corria... Ao passar na volta de um caminho escutou:

— Para onde vaes, cavalheiro audaz? Volta, si nãoquizercs ser destruído por um gênio mal, que é oguarda da cidade mysteriosa.

Elle sorriu e proseguiu, pois era valoroso. Adiante,numa estrada estreitinha que margeava um abysmoprofundo, difficil de transitar, elle escutou outra voz:— Principe bello e audaz, volta ao teu paiz para a de-licia do luxo e da bôa vida; volta que a morte te esprei-ta. Elle sorriu outra vez e accelerou a'marcha. Maisadiante viu duas estradas que se cruzavam. Uma lar-ga e bella, sem tropeços, que era como uma grandefaixa branca, á luz do luar. A outra um caminho es-treito em que mal passava um homem, era tenebroso eos reptis o invadiam. Uma voz forte ecoou outra vez:

Volta depressa, ou então encaminha-te pela es-trada branca, que conduz a uma cidade de bel-leza resplandecente, onde ha ouro, muito ouro... Ocaminho tenebroso é o da morte. O cavalheiro, sur-

do ás insinuações e ás bellas promessas só tinha umdesejo: realizar o seu ideal, mesmo que, custasse gran-des lutas ou sacrifícios da própria vida, e tomou o ca-minho tenebroso. Depois de vencel-o com grande dif-ficuldade, elle divisou a luz com um brilho mais in-tenso ainda.

Proseguiu... Ao chegar ás portas da cidade domysterio viu um grande templo silencioso, que tinhasete portas de ouro. Cansado e desejando penetrar,bateu na primeira porta, que lhe foi aberta immediata-mente.

Entrou e deslumbrou-se do que viu e ouviu.....Cânticos de uma harmonia celestial e um perfume bal-samico impregnavam o ambiente. Elle se deteve aritâuma figura majestosa, de túnica branca, cujas barbaslongas, de alvura de neve, emmolduravam-lhe o rostode uma belleza impressionante e que lhe fallou: Filho,as tuas qualidades de estoicismo, bondade e sobretudode sacrifício , permittem a tua entrada n'este recinto.;O principe, insensivelmente tomando-lhe as mãos, per-guntou-lhe com humildade: — Quem sois? Eu sou

apenas um interprete da vontade daquelle Ser, Uno,cuja belleza e cuja sabedoria irradiam por todo o Uni-verso... Depois que conscguires a passagem nas seteportas serás também, como eu, um iniciado. O prin-cipe, que já possuía a chave enigmática que era o co-nhecimento da verdade e que já havia anniquilado as-forças do mal com a sua vontade triumphante, recebeua túnica de apostolado.E até hoje ficou á vida o sen-tido occulto destas cousas mysteriosas que nos elevampara os nobres ideaes e que nos fazem surdos ás ten-

tações do mal. Os cavalheiros da Tavola Redonda,os cavalheiros do Graal e os Rosa-Cruzes são as vir-tudes, os sentinellas attentos do templo silencioso, da«sete portas de ouro.

E os cavalheiros tenebrosos que guardam a estradalarga da vida e que com malévolas insinuações nosquerem afastar do Ideal são os nossos vicios e paixões.

Rachel Prado-

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26 — Junho 1929 -23 — O TICO-TICO

íí E U S O U DE CIRCO M

De vez cm quando na gyriaApparece um dito novo,E, desde então, todo o povoComeça logo a empregar.Diz-se agora: "Eu sou de circo'Para mostrar esperteza,Sabedoria, presteza,íVstücia para enganar.

Quando um pequeno é "levado".

Pintando o Simão e a mania,Menino que á gente espantaPor tudo aquillo que faz,Quem o vê diz: — E' de circoEsse pequeno travesso,E, sendo assim no começo,Que não será já rapaz?...

lambem de sujeito... usado,Ou de idade já madura,Mas que não tem composturaSc tem ouvido dizer:— Aquelle velho é de circo...Imaginem, quando, moço,Quanto barulho ou alvoroço

>Não chegou elle a fazer!...

Ia um palhaço á paisana,Quero dizer: "despintado",

E sem o trajo engraçadoCom que no circo faz íé;Ao comprar em certa loja.Ar/, enganal-o o caixeiro;

(MONÓLOGO)

x WÊWwh

\r »wúl*' -liri\\ • w 'v •ml 7/

JÊm\m^:^ÀTÃ

Porém elle diz ligeiro:— Ett sou de circo, olaré!.

A' noite contou seu "caso"

Ao povo que o applaudiaE das suas graças ria

Tão satisfeito e feliz:Querer enganar ao velho

Palhaço, que é tão sabido!...E num tom de convencido:

Eu sou de circo!... elle diz.

Quando uma moça é "sapeca".

De olhar vivaz e brejeiro,Passando seu dia inteiroNa janella a conversar,

•/^APiz toda gente: — E' de circo!.I acerescenta: — Coitadinho

Daquelle pobre vizinhoSi com ella se casar!...

Candidato a deputadoOr.c diz fazer isto e aquillo,.Mas, sendo eleito, tranquillo,Nada do que disse faz,E' de circo, fiquem certos,H da Câmara ao SenadoNão tardará ser chamadoPor ser... um "bicho" capaz.

Lu que sempre fui um toloNão quero mais saber disso;Ser sabido hoje é serviço,Só assim se vive bem.Eis a razão por que agoraEu vim dizer aos senhores:

Quero palmas e louvores,sou de circo-também.

M. Mau.

HISTORIA ANTIGAO REI D. PEDRO 1" DE PORTUGAL

Não eram só justiça e festas que o rei D. Pedro da-va ao ceu povo; era pão. Sábio administrador, juntavagrandes thesouros; e esta noticia augmentava. ab iredo e&o amor, o respeito por um rei tão bom.

A brutalidade e o egoísmo dos coctumes medievaistraduziam-se amiude num flagello terrivel — a fome, deOue o pobre soffria sempre mais ou menos. A fome e asguerras geravam pestes. A primeira metade do séculoXIV fora uma cadeia de desgraças. "No anno do Senhor,de 1330, diz o livro de Ceiça, foi a pestilencia grande emorreram então em dois mezes cento e cincoenta rei*idosos".

Os lázaros eram tantos e tão antigos que D. Denisdekara-lhes em testamento duas mil libras. Em 1333houve fome e os mortos já não cabiam nos nd^os das igre-ias, enterrados aos seis em cada cova. No dia de S. Bar-tholemeu do anno de 1346, tremeu a terra a ponto de os st-nos tocarem nas torres, pavorosamente, um dobre de finados, annunciando o acabar do mundo. Depois veio a pes-

te de 48; e em 55, dois annos depois da morte de Affons*IV, foi a secca, havendo outra fome medonha. Da ga-faria para a cova, ameaçado por todos, na terra e no céu»o povo infeliz e faminto congregara-se em volta do thró*no protector, adorando o rei justiceiro e providente, ini-migo das pestes, das guerras, das fomes, e sentia-se ricodos thesouros guardados nas torres do castello.

Alem disso, D. Pedro fartava-o. As suas folias nãoeram'só danças e musicas. Quando Affonso Telo foi ar-mado cavalleiro houve uma kermesse monumental. Du-íante a vigília de armas, cinco mil tochas iluminavam asruas, desde S. Domingos até ao paço; e o rei, entre ala*cie lumes, raiioso e bom. na sua gaguez, dançou com opovo a noite inteira. Ao outro dia o Rocio estava coalha-do de tendas e montanhas de pão e grandes tiaas cheiasde vinho. Nas fogueiras, em espetos colossaes, assaram-sevac:as inteiras. Havia de comer para toda a Lisboa. Oi'ovo exultava nesses agapes da monarchia.

Oliveira Martins.

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u I I C O - I 1 c o — 24 — '>(> — Junho — 1520

Então Joauna? — assim des-prezas a rica boneca que ha poucote compraram? a mais linda pren-.da do iriníidur. , .

Oh!... perdoa Amélia, mas ain-da não tinha reparado no objectoque tu dizes ser tão rico.

Joanna falava claro e sem sombrade inveja. E continuando:

A minha querida Mimi, jamaischegaria a attingir a grandeza, aopulench da tua boneca; mas per-mitte-ma que te diga: Tenho-lhemais amor que a todas as preciosi-dades.

K's cruel para eommigo — re-darguiu Amélia, colérica e orgulho-sa, jurando intimamente vingar-sedo que supòz ser uma affronta.

Assim o pensou c o pôz cm pra-tiça. Continuou, pois. conversandocom a sua amiga, com desusadaaffabilidadc, desmentida em ironiasdisfarçadas.

Sem que Joaniiinha notasse, con-seguiu retirar da boneca o colar quea ornava; c num gesto brusco quenão foi notado por Joanna, intro-duziu-lhe a jóia na algibeira doavental... e, Amélia contava-lheum lindo sonho!. .. repleto de fan-tasías... dc chimeras... de fadascom varinhas de condão...-

U MA LIÇÃO

No momento, porém, em queAmélia ia pondo em pratica o seucobarde intento... tinha-se Joan-

ninha lembrado de apresentar suaamiga a Mimi com o seu vestido desetim, feito na ricite antecedente,porém, quando corria a buseal-a,sentiu a mão de Amélia roçar-se-lhe pelo vestido, e, voltando-se nes-se momento, ainda divisou a extre-midacle do colar que se sumia nasua algibeira.

Viu e calou-se. Voltou com a Mi-mi: e mostrando-a á sua amiga, ex-clamou:

— Amélia!... pretendeste atrai-çoar-me, comprometter-me, introdü-zindo-me o colar na algibeira; va-leu-me porém, a Mimi, pois que senâo me lembrasse de ir buscal-a nãodava pela tua falsidade.

Amélia... ingrata!... e os olhosmarejaram-se-lhe de lagrimas. E,abraçando-a, diz-lhe* — Perdôo-te!...

Então Amélia seriamente arrepen-dida, lançou-se-lhe nos braços, im-piorando a Joanninha lhe perdoas.seo seu incorrecto procedimento.

Eram amigas, mais amigas fica-ram. De futuro brincaram muitocom as suas bonecas, sem orgulho,sem rivalidades.

Antônio dos Ramos.

For Toei__i fa^er mal haverE ta historia de um homem fazer

[bemSem ver a quem,Seus perigos tem:Aías é principio assenteQue deve ser assim;E a gente, em fim,Vae respeitando,Vae acatandoEstas consideraçõesEstas opiniões,E aprendendo tambem, de quando

„ [em qtuando...

Ora, vão ver se é certo o que lhes[conto:

Mas tomem bem sentidoNo caso acontecido:Era uma vez um sapo

Que, ali em. poucos diasFez um serviço,guapo:Metteu no papoUns taes bichinhos,Que são nocivos,Que são damninhos,E pôz a horta limpa: era um pri-

[mor!

Mas veiu o lavradorE, cm vez de o animar.Em vez dc lhe querer bem.Cuidou de o perseguir,Deu-lhe a bom darTé o matar!Foi bruto, foi malvado:O sapo fez-lhe um grande benefi-

[cio;

Mas o cascudo aldeão,Sem coração,Sem querer saber, .Tratou de o empalarDe o collocarA' exposiçãoNo muro do quintal;E tudo porque o sapo

Lhe tinha feito bem cm vez de mal...Eis explicadoQue o tal ditadoDe fazer bemSem ver a quem,Seus perigos tem;Nem sempre pode ser:Porque afinal o sapo foi punidoPor fazer bem. ..

João Denis.

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_íf>— _unho 1929 25 — o tico.xx.ca

O PAPAGAIO O MACACOA raposa tem a fama de ser um

dos bichos mais astuciosos.O macaco, porém, não o é menos.

Com a facilidade que tem de imitaro homem, o macaco aprende tam-bem as manhas e ardis da espéciehumana.

Um sujeito que gostava dos ani-mães tinha, em sua casa, entre ou-tros bichos, um macaco e um papa-gaio.

Admirava no macaco a agilidade,a esperteza, a graça, mesmo, com

que fazia tudo que via os outrosfazerem. Do papagaio gostava deouvir a voz guttural, repetindo pa-lavras e até phrases inteiras, alémde cantar e assobiar trechos de mu-sicas populares.

O macaco era muito guloso, prin-cipalmente de bananas, por que era

capaz de dar a vida, não se con-tentando com as que recebia, e se

apropriando das que encontrava aoalcance das suas quatro mãos.

Começaram a desapparecer as ba-

nanas que o homem reservava parasua sobre-mesa após o almoço ou o

jantar.Quem seria o autor dos furtos?

Não podia o homem descobrir

quem era, por mais que espreitasse,nem o gatuno deixava vestigios.

Certa vez em que desappareceramdiversas bananas da despensa fo-ram encontradas muitas cascas das

| $^i. kp |_ffí 'íÍt_?Í^.*^-^?__0

WAr*~ &Mí$^*^4M SP** A/^f^^r^AiTM..r_..--i~'_j;^j#4.--'

&$\ -1 /r/i^____T

II' 'K- ____!

mesmas junto da gaiola do papa-

gaio.O homem, brigou seriamente com

a faladora ave, que teimava em ne-

gar o furto, repetindo:

— Não fui eu!. .. Não fui eu!Apezar disso foi condemnada a

não comer frueta alguma duranteuma semana.

No fim do castigo, novo desappa-recimento de bananas e novas cas-cas, agora dentro da sua gaiola!

Antes que o homem as visse o

papagaio tratou de atiral-as paralonge, e ficou de sentinella, de olhossemi-cerrados, fingindo que coehi-lava para surprehtnder quem era oautor da brincadeira de máo gosto.

Não tardou que viesse o macacose approximar, sorrateiramente,tendo as mãos cheias de cascas debananas.

Quando ia largal-as na sua gaiolao papagaio abriu o bico a gritar:

Pega! Pega!. . . Pega!...E voou em cima do macaco, dan-

do-lhe formidáveis bicadas.

O homem, attrahido pelos grito».do macaco e do papagaio correu a

ver o que se passava.O papagaio, então, exclamou:

Eu não disse que o ladrão dasbananas não era cu?!...

Alais cedo ou mais tarde a verda«de sempre apparcce. .,

Malasartes,

(*¦ S.l r- r*'*^

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li TICO-TICO -26 26 Junho — 1929

P R AG A DE ü R ü B ü...No tempo em que os bichos falavam, havia um ca-

vallo de corridas muito orgulhoso das suas pernas ve-

lozes que davam muito dinheiro ao dono, pois era

um animal "invicto", isto é: nunca fora vencido por

outro, perdendo uma corrida.

Como fosse bem tratado, se tornou um bicho oi-

gulhoso, desdenhando dos outros, aos quaes offcndia.sempre, atirando-lhes seguidos pares de coices.

Estava uma vez um pobre urubu faminto esgara-

vatando a estrumei ra á cata de alguns vermes, quan-do passou perto delle o enfatuado cavallo e, por mal-

dade, lhe atirou um coice, exclamando:

Chô! Bicho immundo e despresivelí

O coice attingiu uma das pernas do infeliz corvo.

parliadtpr-à.

Com a dor que sentiu disse a pobre ave:

Malvado! Ainda has de ser castigado pelas tuas

rerversidades. ..

Ora!... Não creio nisso; blasonou o outro.

Não tenho medo do quo>tízes, porque "praga de uru-

bú não mala cavallo".

Pois verás si não te acontece ainda algum mal

por serem assim tyraiírio com os mais fracos do

que tu,

PiT5Sarani-sè alguns dias, c o cavallo deveria dis-

ts

putar uma importante corrida de "grande prêmio".

Para evitar que os outros concorrentes lhe fizes-

sem algum mal, seu "tratador", depois do treino da

manhã, o trancou na coudelaria.

Isso exasperou de tal maneira o ardego cavallo, que

começou a dar coices a torto e a direito.

Um dos taes coices foi tão violento de encontro

a uma barra de ferro da baia, que lhe partiu uma das

patas trazeiras, expondo o osso, e produzindo abun-

dante hemorrhagia.

Ferido, assim, elle cahíu.

Quando o "tratador" voltou á tarde, para llie dar a

ração, o encontrou quasi morto, esvaindo-sc cm : an-

gue e soffrendo grandes dores na perna fracturada.

Vendo que alli não havia mais remédio, o "trata-

dor", com muita pena, e para que o animal não sof-

fresse mais, o sacrificou, sangrando-o no pescoço.

Quando elle sahiu morto para ser enterrado, o

urubu, que estava perto, ainda com a perna quebrada

cheia de ataduras, disse:

— Ah! Você pensava que barra de ferro cia per-

na de urubu?, ..

Pois fique sabendo que praga de urubu maia,

mesmo, cavallo, principalmente quando e um cavalln

de máo genio como você, e que se prevalecia da sua.

foiça para maltratar os mais fracos.

TRANCOSO.

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LEYLA HYAMS NA HISTORIA "A PEQUENA E OS TRES URSOS".

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Dirce ei IManuelinho, Ifilhos do Sr. I * IManoel Soares 1Sacramento Sjg^ IMinas. ^ I

§¦ Maria

Josephina, dilecta filhinha do Sr. Benedicto ¦ UfflGomes dos Santos. — Espirito Santo do Pinhal. If /^

— SÃO PAULO |^_J_/

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2G — Junho — 1929 29 — O TICO-TICO

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Carioca (Rio) — Os trabalhosenviados para o Tico-tico serão publi-cados desde que estejam em condi-ções e de accordo com o nosso pio-gramma. Sua letra denota bondade,generosidade, indulgência. Deviater escripto em papel sem pauta edado seu próprio nome, alètíi dopseudonymo.

O horóscopo das pessoas nascidasem 22 de janeiro é o seguinte:

Têm sentimentos delicados, sãonobres, sonhadoras e amigas do pro-gresso por influencia de Saturno.

Urano, entretanto, as faz ser timi-das, reservadas, escassas de magne-tismo pessoal, inclinados á tristeza eá solidão.

Devem se prevenir contra as via-gens sobre água, pois estão sujeitosa accidentes ahi. Não devem tam-bem procurar demandas no foro, ,porque a Justiça não lhes será favo-ravel. Têm ainda talento para as ar-tes; pintura, musica e poesia.

Pinheiro (Curilyba) — Espiritophrmtasista, sonhador, sem excluir alógica, a seqüência nas idéas, a de-ducção.

Franqueza, generosidade, lealdade,sãn tambem attributos do seu ca-racter.

Quanto ao horóscopo dos que nas-cem a 3 de Agosto dizem os magosque "têm uma natureza enérgica,^i'>a. generosa e impulsiva por infla-Ricia do Sol.

Agem sempre de accordo com ocoração sem reflectir.

Exaggerados em tudo, tanto nasamizades como nas inimizades.

A influencia da Lua os torna tris-tes e melancólicos, prpvocando-lhesdesconfianças infundadas. Viverãomuitos annos, pois são dotados degrande vigor physico.

Miss Brasil (Niciltcroy) — Re-cebi o desenho que está bem colori-do. Sua letra ainda está mal defini-da, mostrando um caracter em for-rnação. Vejo, assim, volubilidade, in-constância, indecisão, infantilidade,receio, sem excluir bondade natural,candura, ingenuidade e generosidade.

Quanto ao horóscopo das pessoasnascidas em janeiro veja o que digoantes ao Carioca.

Sylvia M. da Cruz (Rio) -\Acarta vinha com seu próprio nomecu.com pseudonymo? Acho convém-ente mandar outros escriptos para osestudos a que se refere. Si a cartaa que respondo não fosse dactylogra-phada agora mesmo diria qualquer

APPELLO • Á CRKm continuação ás celebrações qr.e se fazem em

todo o mundo, pela paz, pela harmonia mundial e peiafelicidade das creatttras pobres e enfermas, no dia daBoa Vontade, a Ordem Thêosophiça de Serviço da Se-cÇ5o Brasileira, appellá para o coração sempre dócil egeneroso da criança do Brasil, para que se faça repre-sentar, num gesto de fraternidade, enviar, te um mo-desto brinquedo, uma lembrança, por insignificante queseja, á^ crianças pobres e doentes da fjollanda e In-

glaterra, visto que a representante da "Ordem", Nada'<• Glover, embarca para a Europa no dia .-'•> destemez.

¦Nesses dois paizes, ella vae suggerir este mesmoaPpello e espera uma feliz acolhida e terá imtnensa sa-tlsfação cm trazer para as crianças brasileiras, a retrí-buição dos seus amigumlío. estrangeiros.

cousa. Entretanto, pela assignaturavê-se que é a de uma pessoa de idéaselevadas, imaginação fecunda, amiga(.o luxo e das viagens, um pouco or-gulhosa tambem

Flor de Lis (Maceió-Alagoas) —-Goiabada foi a Pernambuco, que ésua ferra, veranear na cidade de Pes-queira e é possivel que de volta ter-ne a apparecer. Em seu nome agra-deço o cuidado que lhe dispensa.

Portugueza (Conselho de Bra-cjança, — Traz os Montes) — As

1 pessoas nascidas a 26 de Junhotêm duas naturezas contradictorias:acham boa agora uma cousa e logodepois a detestam. Ao mesmo tem*po em que estão alegres e felizes, semostram Tristes e desgraçadas.

Muita fé c crença na sua religião.São amáveis e ainda serão muito fe-lizes, conseguindo dominar os máosimpulsos do seu coração. Devem mo-derar tambem sua impaciência....

Tiiomé Lamas (Rio) — A rc-dacção d'"0 Tico-tico" sempre foina rua do Ouvidor n.° 164. As of-íicinas onde elle se imprime é quesão na rua Visconde de Itaúna n.*419. Endereçando as cartas paraquaesquer desses dois pontos nós re-cébemosr. A's vezes recebemos car-tas apenas com o endereço: "O Tico-tivo", e outras com o endereço er-rado como o seu que dizia: "Rua7 de Setembro 134". Escreva.

Dr, Sabc-tudo.,

IANÇA DO. BRASILTodas as boas crianças que quizerem enviar a sua

dádiva, poderão dirigil-a, com o respectivo nome e eu-dereço, para a conceituada casa "Paràizo das Crian-ças", á rua 7 de Setembro 11. 134, que, por obséquio,fará chegar á Ordem Theosophica de Serviço, para odevido fim.

E' uma linda opportunidade para as crianças doBrasil ficarem conhecidas das crianças desses dois his-toricos paizes, pelo laço fraternal da bondade.

O Hfasil, que enviou, recentemente, a Galveston, arepresentaníe da sua belleza nacional, deve enviar, age-ra, á Ifollaiula e á Inglaterra, as manifestações de af-íecto do coração (Ia criança brasileira.

Subscrevem esse appello, a escriptora RachelPrado, dircetnra da "Liga de Protecção á Criança:' ea sra. Olga Berg Diaii, "Chefe da Tavola Redonda""1.0 R:n de Janeiro.

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O TICO-TICO 30 — Junho 1929

®§§m ffjj^^CflfWIRESULTADO DO CONCURSO N. 3339

Solucionislas: — Newton Thcophilo Gen-çalves, Rosalva Nunes, Henrique Browne,Ribeiro. Decio Garcia, Francisco Ferreirada Silva, Emilio Carmo, Waldir MelloTude, Nadir da Paz Floquct Fontes, IsaVillela, José Bandeira de Mello, UbirajaraDuarte Moreira, Ivan Castello Branco, Ge-raldo C. Dias, William Tejo, Maria daConceição Lemos Cruz, Jacy Vianna, IsaacHeyer, Ney Antero Câmara de Campos,Dalila Monteiro, Aloizio Martins, ArthurConceição da Silva, Julio de Mello Carva-lho, Edmundo Soares, Dirceu Quintánillá,José Geraldo Leal Montenegro, üvidto Bre-vilheiro. Orlando PhiselH, Altair Formei,Locio do Espirito Santo, Ornar do EspíritoSanto, Waldyr Villela A. Nunes, NatcrciaGonçalves, Mario Allesina, Felisberto Cor-rêa, Moacyr Castro, GrazicÜa A. Santos,Yvonne Lima, Ida Netto, Ubaldo P. Car-valho, Alcyr Leonardo Pereira., VivaldoNelson Oliveira, Ruy de Abreu Coutinho,Amélia Soriano de Souza, Manoel Octavia-no de Carvalho, Acyr Dimico Guimarães,Maria do Carmo da Costa Quental, AnnibalGuimarães Pereira, Alberto Aguiar Re-bello, José Moreira, Eduardo Ferreira Sil-vá', Anoraldo Alheiros, Hermes de Mendon-ça e Silva, Eurico Bastos. José Estevão Ga-/bardo, Egas Polônio, Léo Rochine, BrunoDovichi, Marcilio da Silva, Irahy Almirade Oliveira, Nilza Ruas Martins, José Mar-quês da Silva, José Amazonas Filho, JoãoM. dos Reis, Nicia Alba Rezende, Emma-noel Ribeiro, Urbano Ribeiro, Attilio Fal-ücri, Willy Meyer, Renato do Nascimento,Stella Galvão da Fontoura, Sérgio Montei-ro da Rocha, Cláudio Monteiro da Rocha,Carlos Eduardo Almeida Santos, EdmundoTeixeira da Silva, Simiâo Barboza. HélioGaldino Martins, Floriano Eiras, Carlos R.Pereira, Napoleão S Bonapartc Jendiroba.Noisjo Penna de Oliveira, Dyléa Pereira daCosta, Ramiro Jordão, Nelza Mender, Aidade Araujo Coriolano Antônio P. de Souzae Silva, Antônio Pitnentel Winy, IgnezOliveira da Silva, Waldemar Martins, Jor-

PÍLULAS

Ijfllll^KP1LULAS DE PAPAINA E PODQ-

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Empregadas com suecesso nas moléstiasíio estômago, figado ou intestinos. Estaspílulas além de tônicas, são indicadas nasdyspepsias, dores de cabeça, moléstias dofigado e prisão de ventre. São um pode-roso digestivo e regularisador das fun-cções gastro-intestinaes.

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ge dc Barros Barreto, Zehaide Hugo de Jc-sus, Durval Ramos de Alvarenga, IsatnarBastos da Silva, Dirceu de Miranda Cordi-lha, Jayme dc Moura Bastos, Luiz Noro-nha Luz, Hertus Rivereto, Gustavo Ma-theus da Silva, Heloisa Souto Lyra, Ray-mundo Nonato Dutra de Araujo, Ivar Fu-riati. Sebastião Pinto Ribeiro, AngélicaÁrias, Diva Pitanga G. da Silva. Abelar-do Aurao Muniz, Lygia Sampaio, Elisa Mo-

reira, Eneida Guilhou de Carvalho, CyroClrassen, Elza dc Azevedo Costa Cruz, Ot-tilia Stiebler, Oscar' Vieira, João Jacinthode Carvalho, Oswaldo Vita, Ignez Alencar,Geraldo Santos Gama, Nadyr Marassi, Nil-za M. Tavares, Bernardo de Oliveira Mar-tins, Antônio Carlos O. Magalhães, DavinoFerrari, Nilza Casaes de Andrade, CéliaFraga da Silva, Bernardo Horstmann, Ar-thur O. Filho, Vera Solange Roque da Sil-

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26 — Junho — 192«J - 31 — O TICO-TICO

va, Dario Alves da Costa, Joaquim Pache-co Cyrillo, Estellita Albuquerque, Ernesto

traga

Pinto, Álvaro Vieira Coelho, NairHcs, Dylsõn Drummond, Celso Leal, Mu-tio Raymundo da Silva, Milton Cyriaco,

Celeste Monteiro de Souza, Pedro Nico-letti, José Carlos Reis de Magalhães, Al-varo de Oliveira Filho, Elcio de Sá, DylaRobertson, Roberto Assis, Ramiro Ferrei-ra, Heloisa da «Fonseca Rodrigues Lopes,Antônio de Moraes, Sylvio Colle, EmílioColle, Izauira Alves Rosa, Lodovico JúlioFrizzarin, Maridia Goulart Penteado, Jay-nie Gonçalves Matheus, Epitacio Alexandredas Neves, Yolanda P. Rodrigues, Jacy.-Lopes de Souza, Ludma Trotta, Luiz LessaMartins, Helena Maria, Elza Magalhães,Cassiano Diegues, Ayrton Sá dos Santos,João Jorge de Barros, Ledward Fonseca deCamargo, Renato de Luccia, Orchidéa Pe-reira de Oliveira, Neyla Leal, Geralda Ap-poünaria, Affonso Moreira, Nemesia Ra-phael da Silva Oliveira, Maria Odette Mar-condes, Maria Amélia Tavares, Ida Burd-man, Zulmira Leão Velloso, Nelson LeãoVelloso, Waldemar Ferreira de Souza, El-vira Bento, Mercês Bini, Octavio DantasTeixeira, Rubem Dias Leal, Aurelia Wil-ches, Jamellina Tabajarina de Mello, DalvaRezende, Geraldo Olyntho Ferreira, Joa-

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TENDES FERIDAS, ESPINHASMANCHAS, ULCERAS, ECZEMAS, \emfim qualquer niobstia- de origem \

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quim Gerakl-3 Scapião, Therezinha GomesBraga, Levy de Souza, Armando Fernandes,Tolezit.a Rodrigues, Pedro Antunes, Ni:iaGuimarães da Silva, Regina Penha, LuizReis, José de Oliveira Barros, GuilhermeGnnther, Sylvio da Fonseca, Lais MedeirosSentia, Carlos Alberto S , Alcide? da Sil-va, Waldemar Ludwig. Cs.v_üdo A. Silva,Maria de Loretc A. S.lva, Célia Schurig,Humberto Bury, Rosa Tcite), Ruth Silva,Bertha Leite de Andrade, José Alves Li-nhares, Ondina D'avi.|, Lydia Magalhães,Maria'do Carmo Silveira, José Muniz deMedeiros, Dalva Stella de Oliveira, JarbàsPortugal Freixo, Wakb.r.ar Dell Acqua,

José da Silva M..nguíilde, Violeta SouzaBarros, Oscar Ism, Eólo Capiberibe, Scllos,Eduardo de Souz* Pereira, Eolo Albino,Gilberto Toledo, Gilberto Dutra, Mario C.Passos, Edmir Vasconcellos Tebxira. DulceVasconcellos, Rey Villardt, LuciauO Joséde Almeida, José Garrido Torres, Leny

Brito Lemos, Ignez Reverberi, AntônioMourão Penna, Mario Pires, Sydnéfi Bou-cher Meyer, Lodovico Júlio Frizzarin, JoãoC. Guise, Maria Appareeida dos Santos,José dos Santos, Carlos dos Santos, Au gus-to dos Santos, Gastão de Miranda, MariaBenassi. Yedda de Magalhães, Celdy deAraujo Ccpêda. Heitor Alves Vianna, Al-cyr Marques, Celio Carrcirão Queluz, De-zinho Rebcllo, Leny Carneiro de Sá, JacyOliveira Lessa. Luiz Honorio Leite Cintra,Pedro Gomes, Yara Ramos Ribeiro, RuthArantes Campos, Mario Pereira Alves,Adriano Oliveira, Francisco Pereira, My-riam Sutton, Yedda Regai Possolo, Sal-vador Pcdroso, Homero Rispoli

Foi o seguinte o resultado final do coa-curíc:

i° Prcmio:

JOÃO C. GUISEde 5 annos de idade e morador á rua doBispo n. 87, nesta capital.

2° Prçmio:

DULCE VASCONCELLOS

de 7 annos de idade e residem., cm Pcm-bal, Estado do Rio de Janeiro»

cyhml

Ja/&\/ y^y&tmt

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O T I (, O - T I C O — 32 — 2G — Junho — 1!)2!)

RESULTADO DO CONCURSO N. 3344

Resposlas certas;i° — Maria.2" — Vinho.3" — Olivia.4* — Klna.5* — liscada. .

Solucionistas: — Álvaro dc Lima Viei-ra, Rosa Tcitcl. Mariquita de Macedo. Ra-ehel Macedo, Frcdinario Frotta. OrlandoCampos de Oliveira, Wilson Corrêa deAraujo, Alberto Aguiar Rebcllo, Laisir deOliveira Pi.n-iccclti, Abigail Soares Por-to, Antonio Carlos Magalhães; DeztíilioRabcllp, Afranio Leonardo Pereira, An-tonio Ruíino, Orlando Phiulli, Maria doCarmo Silveira, Milton Cyriaco, Elisa Mo-reira, Elcio dc Sá, Bernardo Horstinann,Eólo Caiiibcvibe, Emilio Carmo, LuciaZoiita Farias. 1 .alma Ca__ab;illio, Con-ceição de Oliveira Bastos, José da SilvaMangualde, JnJto de Mello Carvalho; JoioPereira, Maria Gual, Ncrla Pacheco, Syl-via Ferreira Santos, Moacyr Viga, Re-nato Coimbra Velios.., Ernani MachadoBastos, Abilio Corrêa do Carmo Junior,Allair Formei, Nadyr Marassi, Lccio doEspirito Santo, Heloisa da Fonseca Ro-drigues Lopes, Omar do Espirito Santo,Nalcrcia Gonçalves, Detinha, Lygia ZotitaVaz, Maria Luiza Castello Branco, Cas-s;_iio Diegues, Dulce Vasconcellos, Wal-demar Portugal Freixo. Matirio Moraes,Joilo Jorge de Barros, Chri.tina Januariada Fonseca, Stella Galvão da F-iitóu-ra, Atilio Fallieri, Aida dc Araujo Corio-lano, Orchidéa Pereira de Oliveira, RuthSall.S, Antonio Meira, Arlcttc da SilveiraDuarlc, Ruy de Abreu Coutinho, Myràindc Miranda, Nila Caruso, Nnra Walde-mar Ludwig, Elaine Oliveira Pinto, Nel-_on José Ésteves, Fdmir VasconcellosTeixeira, Jorge José Carneiro, AntônioCarlos Vasconcellos, Zilda G. Pereira,Vera Ribeiro, Ayrton Sá dos Santos, Di-na Mana das Neves. Antônio Carneiro,Egas Polônio, Rubem Dias Leal, Bernar-do Kauffmann, João M. Reis, ClovisTheodoro Novaes, Pedro Gomes dc Oli-veira, Guillicrmina Pedreira da Costa, Zil-<la Castello Branco, José de Aguiar Lo-bato, Francisco de Assis Gomes Netto,Wilson Ramos Tejo, Waldyr Eugênio deAlenezes, Mercedes O. Correia Carmo, JoãoLuiz Areias Netto, Ivo Montàgncsc, DylaRobertson, Luiza Mendes da Cruz, DylsonDruuimond, Carlos Ferreira, Iracema Pinto

Teixeira, Leda Pagani, Felicio dos Santos,Geraldo Sodré da Motta, Qeorge R. Pin-lippc, Leonardo de Moraes Schuler, IrahyAlmira de Oliveira.

Foi premiado o menino:

CASSIANO DIEGUES

dc 12 annos dc idade, residente â rua BrazCubas n. 288 — Santos, Estado de SãoPaulo.

CONCURSO N. 3-356

Para os i.i-:r.o:.Ks dÍÇSTA capitalK DOS F.STAÜOS PRÓXIMOS

Perguntas:

Ia — Qual o sobrenome que sema inicial é planeta?

(_. syllabas) .Odette Castro

2a — Qual a corrente formada

pela nota musical e pelo animal do-mestiço?

(3 svllabas) ..Dêdê

2« — Qual o animal cujo nomeé formado pelo advérbio e peto so-brenome?

(3 svllabas").Linda

4" — Qual o animal cuj o nome

^°V AMAMEMTAR '*SEU FILHO

Elixir (JAIACTOGENOTonifica o organismo J

e.produz leite

é formado pela fruta c pela notamusical?

(3 syllabas;.Da mesma

5* — Qual a virtude que com ainicial trocada é parte do corpor?

(1 syllaba).-Maria Zerbini

As soluções devem ser enviadasá redacção d'0 Tico-Tico devida-mente aísignadas e acompanhadasdo vale n. 2,-ZS^)

Para este concurso, que será en-cerrado no dia .4 de Agosto dare-mos como prêmio, por sorte, entreas- soluções certas, um rico livro dehistorias \nfantis.

i>Süa_____________i_______g ww7 W*^. b_u__wniTT»líí^v^r\E ^sS ,^____.\ VqI:

¦* '-Hai^í-T/tíSrY\. "\ j» \i

formulaooDÇMIRANDACARVALHO KfKigSIiíSILVA-AR/_UJO

O PAüEM ESPERTO

O pagem Elírido apostou com ococheiro Romão, de como elle, Elfri-do, era capaz de quebrar com osdedos somente o eixo de uma car-ruagem. Romão logo acceitou, rin-do, a aposta e cheio do desejo dehumilhar o pagem convidou umaporção de gente, para assistir áprova.

Foram á cocheira e n'um dos cô-ches o pagem metteu-se cm baixo eá vista de todos fez pressão nò eixosó com os dedos. Encontrou certadifficuldade. Vendo que Elfiido nãoquebrava o eixo, o cocheiro pôz-se áinsultal-o e a rir-se, assim como osdemais. Exasperado o pagem cen-tinuou.

Dali a pouco o eixo estalava e separtia com prazer. Nesse mesmo in-stante o mordomo do Conde Ismael,chegava attrahido pelo falatono.Então Elfrido tomou a sua desforra,dizendo: — "Veja V. S. como estecocheiro se conduz. Tinha aqui umacarruagem com o eixo tão podre q"efacilmente o quebrei com os dedos.Imagine-se si o nosso senhor Con-de Ismael fosse passear nestecarro!..."

Verificando a verdade do que El-fiido dissera, o mordomo ordenouque dessem uma surra no descuida^0Romão e uma recompensa ao esDCf*

to pagem.

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-!G i— Junho 1920 — 33 — O TICO-TICO

'CONCURSO' N. 3-355

Para os lf.itori-s desta capitai, _ dos _tS-AD03

Apresentamos hoje aos nossos lei-tores um concurso de armar bemfácil. Trata-se de compor com 03pedaços do clichê junto a figura doChiquinho montado no Jagunço.

Tara este concurso, que será en-cerrado no dia 30 de Julho vindou-ro, daremos como prêmios, de Io e2° 'logares, por sorte, dois livros il-lustrados para a infância^

iW^P

Às soluções devem ser enviadasá redacção d'0 Tico-Tico devida-mente assignadas, separadas das deoutros quaesquer concursos e acom-panhadas não só da declaração dei<lade e residência do concurrentecomo tambem do vale que vae pu-blicado a seguir e tem o n. 3.355.:

TAC-TOGA' noite, quando. trabalhava no meu ga-t»nete, ouvia sempre, a mesma hora, um

lac-tóc, rythmado no passeio.A' principio suppuz que fosse um mcni-

no que brincasse com "bilboquet" e como«tivesse sempre muito occupada nunca medeteve a curiosidade de verificar o que era.

Uma noite, casualmente, desejei comprarUrn jornal e ouvi novamente o tác-tâc quese approximava e em chegando á janella vi,tom surpreza, por entre as arvores que ia-'zem sombra ao passeio, um pequenino vultode mulher, desengonçado, tremulo, que seai?oiava a um bastão.

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Observei-o nitidamente e verifiquei que otác-tóc que ouvia constantemente era da-quella pobre moça, talvez uma empregadadomestica, ou operaria que tivesse soffridoum desastre e tinha uma perna de pau.I

Fiquei muito impressionada c na noiteseguinte esperei-a á janella, pois me in'e-ressava sua sorte.

Quando senti que el!a se approximavadeixei cahir ao'chão um pequeno pente queme prendia os cabellos e pedi-lhe então oobséquio de apanhal-o. ?

Ella, gentilmente, curvou-se e deu-m'ojjorrirido e, nos seus olhos havia uma tal ex-pressão de melancolia que me pungiu o co-raça*).

Analysci-a! Era bem joven e até bo-nita...- Perguntei-lhe, com certo receio, o nome.

Chamo-mo Rosita c sou argentina! —disse-me no sotaque gracioso do seu idioma.

Perguntei-lhe se era operaria!Respondeu-me: — Não! minha senhora.

trabalho para minha mãe na casa dc umafamilia como copeira...

Quantos annos tem?Tenho 'i_ annos mas, a mim se me

afigura que já tenho cincoenta I, — Por que, senhorita?

Ah! minha senhora, tenho soffridomuito!• Ao:; nove annos soffri um desastre deque resultou o esmagamento da minha per-na diaua que foi amputada.

Depois disso, os maiores dissabores pas-sou a minha familia que foi outr'ora, ce-mediada.

• Recebi regular instrucção, — ioco piano,falo três linguas, mas não consigo um em-jirego de accôrdo com os meus conhcc.imen-tos,' porque

"soü grotesca, assim mutilada,

quasi ridícula, com esta perna de páu.Não desanime! pois poderá ainda ter

uma perna de borracha, mecânica.Ah! minha senhora, já perdi a espe-

rança e o que ganho como " serviente " malchega para a minha mãezinha que é muitovelha, — comer e vestir —.

A pobre mocinha, era formosa e intelli-gente, mas a fatalidade a tinha perseguido...

Commovida, disse-lhe palavras de con-forto e encorajamento, mas ella fitou-mecom os seus grandes olhos melancólicos epartia deixando resoar pelo passeio o tâc-tòc da sua perna de páu.

Chorei de pezar pela pobre creatura eagora todas as noites quando ouço o tác-lóc nervoso que se approxima chega ájanella para lhe dar — a boa noite!

Ha três dias que não a vejo!Teria adoecido a pobre Rosita?

RACHEL, PRADO

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O T J C. O - T I C O — 34 2G Junho 1920

O P@6sP0rç2_I0H0 08 GLíQSHa muitos anuos, o rei Mito, de Elos mandou que

fèus arautos apregoassem por todos os recantos dos seusdomínios e seguinte mensagem: "O

povo da Laconiaapregoa que seus filhos são melhores corredores do queos de Elos. E' preciso contrariar essa opinião dos habi-tantes da Laconia e darei honras e riquezas aquelle quevencer, numa corrida a pé, os corredores rivaes".

Pedro, um lonro pastor de Elos, que vivia nas mon-tanhas do paiz, a apascentar o gado, quando ouviu osai autos do rei apregoarem a mensagem, exclamou, comcnthuciasmo:

— Hei de vencer numa corrida para honra do meupaiz e do meu rei. Farei minhas pernas tão fortes e ve-lozes que os mais denodados campeões jamais me ven-ecrão.

E feita essa promessa, Pedro começou, desde logo,a treinar cm corridas. Levantava-se muito cedo, juntavasuas ovelhas, levava-as para o campo e, ahi, exercitaava-se, mcthodica e persistentemente na corrida a pé.Quando altingiu uma resistência e velocidade raras, par-tiu para o palácio do rei e declarou que queria corrercomo melhor campeão da Laconia. O rei, attendendo aseu desejo, lançou um desafio aos corredores do paizvizinho. No dia da corrida, havia grande anciedade en-tre a multidão. Pedro, como era de prever, ganhou acorrida e o rei cumulou de'honradas e riquezas.

Como o pastorzinho de Elos devem ser todos osmeninos: — persistentes e dignos.

DoDustèce em engordo

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ks fv^n-rvms to .ç,v\\ov\\v\v\o <o YAmv} TO QWrM.Wò

Chiquinho e Bcnja-f mim passeiavam e pro-

jectavam uma aventu-ra e eil-a: o quitandei-ro, fregue2 da sua tia.dormia sentado numcarrinho de mão.

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rOs dois garotos

prenderam a corda doburro ao carrinho e de-pois espantaram o ani-mal,

O desastre nâo se rezesperar.

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Ao lado, o burro,com jacas cheios de la-ranjas, esperava pelopatrão que, talvez, so-nhasse com as suas la-ranjas vendidas a bompreço.

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A tia de Chiquinho,de casa, assistiu a todaa manobra, dando, acada um, o merecidocastigo e privando-ospor alg\am tempo, dechupar laranjas