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UFRGS - FCE - DCCA ECO 03009 - CONTABILIDADE GOVERNAMENTAL I PROFESSOR ROBERTO PESAVENTO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ATUARIAIS CADERNÃO DE CONTABILIDADE GOVERNAMENTAL I TEORIA E EXERCÍCIOS (CONTABILIDADE APLICADA AO SETOR PÚBLICO) VOLUME II O PATRIMÕNIO PÚBLICO PROFESSOR ROBERTO PESAVENTO Página 1 de 243

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UFRGS - FCE - DCCAECO 03009 - CONTABILIDADE GOVERNAMENTAL IPROFESSOR ROBERTO PESAVENTO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ATUARIAIS

CADERNÃO DE

CONTABILIDADE GOVERNAMENTAL I

TEORIA E EXERCÍCIOS

(CONTABILIDADE APLICADA AO SETOR PÚBLICO)

VOLUME II

O PATRIMÕNIO PÚBLICO

PROFESSOR ROBERTO PESAVENTO

PORTO ALEGRE - 2011/I

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UFRGS - FCE - DCCAECO 03009 - CONTABILIDADE GOVERNAMENTAL IPROFESSOR ROBERTO PESAVENTO

ÍNDICE

APRESENTAÇÃO, 4

UNIDADE V - O PATRIMÔNIO PÚBLICO, 5

15 - O PATRIMÔNIO PÚBLICO, 515.1 - Introdução, 515.1.1 - Estudo Qualitativo, 615.1.2 - Estudo Quantitativo, 615.1.3 - A Representação Qualitativa do Patrimônio Público, 715.2 - Comparativo do Patrimônio Financeiro e o Patrimônio Circulante - Análise Qualitativa, 915.2.1 - Ativo Financeiro - AF, 715.2.2 - Passivo Financeiro - PF, 915.2.3 - Características do Patrimônio Financeiro Segundo a Lei 4.320/64 Clássica, 1015.2.4 - Ativo Circulante - AC, 1115.2.5 - Passivo Circulante - PC, 1115.2.6 - Características do Patrimônio Circulante, 1115.3 - Comparativo entre o Patrimônio Permanente e o Patrimônio Não Circulante - Análise Qualitativa,1215.3.1 - Ativo Permanente - AP, 1215.3.2 - Passivo Permanente - PP, 1215.3.3 - Características do Patrimônio Permanente, 1315.3.4 - Ativo Não Circulante - ANC, 1415.3.5 - Passivo Não Circulante - PNC, 1415.3.6 - Características do Patrimônio Não Circulante, 1415.4 - A Natureza das Contas no Balanço Patrimonial, 1515.4.1 - Versão Clássica da Lei 4.320/64, 1515.4.2 - Versão Moderna da Lei 4.320/64 atualizada pela Portaria STN 665/2010, 1815.4.3 - Análise da Natureza das Contas Patrimoniais, 1915.4.3.1 Elementos Positivos, 1915.4.3.2 Elementos Negativos, 2415.4.3.3 Saldo Patrimonial e Patrimônio Líquido, 2815.4.3.4 Compensado, 2815.5 - O Balanço Patrimonial, 3015.5.1 Contas Típicas do Balanço Patrimonial da Lei 4.320/64 Tradicional, 3015.5.2 Contas Típicas do Balanço Patrimonial da Lei 4.320/64 Moderna, 32

16 - ATIVO, 4716.1 - Lei 4.320/64 Clássica - Ativo Financeiro, 4716.1.1 - Disponível, 4716.1.2 - Vinculado em C/C Bancária, 4716.1.3 - Realizável, 4816.2 - Lei 4.320/64 Clássica - Ativo Permanente, 4916.2.1 - Bens Móveis, 4916.2.2 - Bens Imóveis, 5016.2.3 - Bens de Natureza Industrial, 5016.2.4 - Créditos, 5016.2.5 - Valores, 5216.2.6 - Diversos, 5216.3 Lei 4.320/64 Moderna - Ativo Circulante, 5216.4 Lei 4.320/64 Moderna - Ativo Não Circulante, 56

17 - OS BENS PÚBLICOS, 5917.1 - Introdução: O Domínio Público, 5917.2 - Conceito de Bens Públicos, 5917.3 - Características dos Bens Públicos, 6117.3.1 - Inalienáveis, 61

Formas de Alienação, 6417.3.2 - Imprescritíveis, 6517.3.3 - Impossibilidade de Oneração, 66

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17.4 - Classificações sobre Bens Públicos, 6717.4.1 - Segundo a Destinação, 6717.4.2 - Segundo o Sistema Administrativo, 6817.4.3 - Outros Conceitos sobre Bens, 7117.5 - O Uso dos Bens Públicos por Terceiros, 7217.5.1 - Autorização de Uso, 7317.5.2 - Permissão de Uso, 7417.5.3 - Concessão de Uso, 7417.5.4 - Concessão de Direito Real de Uso, 7517.5.5 - Aforamento ou Enfiteuse, 7517.5.6 - Cessão de Uso, 75

18 - O PASSIVO, 7618.1 - Lei 4.320/64 Clássica - Passivo Financeiro, 7618.1.1 - Restos a Pagar, 7718.1.2 - Serviço da Dívida a Pagar, 7918.1.3 - Depósitos, 7918.1.4 - Débitos de Tesouraria, 8018.2 - Lei 4.320/64 Clássica - O Passivo Permanente, 81

19 - O CRÉDITO PÚBLICO, 8519.1 - Conceitos sobre a Dívida Fundada, 8519.2 - A Lei Autorizativa do Empréstimo, 8719.3 - Reajustamento de Dívidas, 8719.4 - Prazo Médio da Dívida Pública, 8819.5 - Normas Constitucionais sobre Dívida, 8819.6 - Conceitos de Operações de Crédito, 9319.7 - Condições para Celebrar Operações de Crédito, 9419.8 - Limites para a Dívida Fundada, 9719.9 - Limites para Empréstimos ARO, 99

20 - O COMPENSADO, 10220.1 - O Compensado Segundo a Lei 4.320/64 Clássica, 10220.2 - O Compensado Segundo a Lei 4.320/64 Moderna, 106

21 - A AVALIAÇÃO DOS ELEMENTOS PATRIMONIAIS, 11021.1 - Conceito e Avaliação, 11021.2 - Base Legal, 11021.3 - Critérios para Atribuição de Valores, 110

22 - EXERCÍCIOS SOBRE A UNIDADE V - O PATRIMÔNIO PÚBLICO, 11822.1 - Exercício Nº 04 - Classificar Contas e Levantar Balanço Patrimonial, 11822.2 - Exercício Nº 05 - Classificar Contas e Levantar Balanço Patrimonial, 12222.3 - Exercício Nº 06 - Classificar Contas e Levantar Balanço Patrimonial, 12522.4 - Exercício Nº 07 - Identificar Grupos e Contas, Atribuir Valores e Levantar Balanço Patrimonial, 12822.5 - Exercício Nº 08 - Classificar Contas, Levantar Balanço Patrimonial e Responder Questões de Escolha Múltipla, 13322.6 - Exercício Nº 09 - Revisão da Teoria - Identificar Conceitos e Falso/Verdadeiro, 13722.7 - Respostas dos Exercícios sobre a Unidade V - Patrimônio Público, 142

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APRESENTAÇÃO

Este Cadernão de Contabilidade Governamental I apresenta meras anotações de aulas

de Contabilidade Governamental I ministradas pelo Departamento de Ciências Contábeis e

Atuariais - DCCA da Faculdade de Ciências Econômicas - FCE da Universidade Federal do Rio

Grande do Sul - UFRGS, para servir de material de apoio aos alunos. Não é completo e exige a

leitura das obras indicadas na bibliografia e em outras relacionadas com a matéria, inclusive dos

textos legais utilizados. A ordem da apresentação dos temas é a seguinte:

Inicialmente, conceitua-se Contabilidade Governamental, enfatizando que seu campo

de aplicação é o Estado. O Contador do controle interno tem que ter um conhecimento mínimo

sobre onde atua. Para tanto, o desenvolvimento das aulas baseia-se em um exercício mental

hipotético do leitor como se fosse um Auditor que se dirige a uma organização dele desconhecida.

Inicialmente, deve conhecê-la para poder auditá-la; no nosso caso, essa organização é o Estado:

indaga-se quais são suas finalidades, como está organizado (administração direta, indireta e

terceiros, qual é o seu patrimônio e suas operações de gestão. Leitor, volte ao início desta apostila e

leia atentamente o Sumário, onde terás uma visão do conteúdo da Disciplina. Ao terminar a

Unidade VI - a Gestão do programa, esgota-se o conteúdo de Contabilidade Governamental I. Na

Contabilidade Governamental II, completa-se o conteúdo sobre o Estado com o estudo do

inventário, dos instrumentos de planejamento e orçamento, desde a elaboração até sua execução, os

registros contábeis de suas operações típicas, apuração dos resultados, levantamento das

demonstrações contábeis e a prestação de contas anual e documentação solicitada pelo Tribunal de

Contas.

Como digo aos leitores, este trabalho é um bê-a-bá para iniciar a desvendar e

entender o que acontece no âmbito do Governo. Na UFRGS, as disciplinas de Contabilidade

Governamental I e II são os únicos contatos mais aprofundados que o aluno tem com a área

governamental vista pelo outro lado do balcão de atendimento ao público e não como contribuinte

na sua frente, no curso de graduação em Ciências Contábeis.

Recentes normas dispõe que devem ser observados os princípios contábeis na

atividade governamental, além dos princípios da 4.320/64, que devem ser convergentes com as

Normas Internacionais de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público. Novas alterações foram

introduzidas nos procedimentos e nas demonstrações contábeis que se tornarão obrigatórias em

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2.012. A Lei 4.320/64 não está revogada. Os alunos novos deverão aprender ambos procedimentos,:

os orçamentários e os contábeis. Boa leitura.

UNIDADE V - O PATRIMÔNIO PÚBLICO

15 - O PATRIMÔNIO PÚBLICO

Sumário: 15.1 – Introdução; 15.2 – O Patrimônio Financeiro - Análise Qualitativa; 15.3 – O Patrimônio Permanente - Análise Qualitativa; 15.4 – A Natureza das Contas no Balanço Patrimonial; 15.5 – O Balanço Patrimonial - Contas Típicas.

15.1 - Introdução

Na parte inicial do capitulo sobre a Organização, foram apresentados os elementos que integram o Estado, em termos administrativos: as pessoas, os bens, as operações e os interesses que giram na entidade. Esses elementos são os que fornecem o roteiro deste Cadernão: os fins do Estado, a organização dos serviços públicos, o patrimônio público e a gestão pública; entre os fins do Estado, destacam-se a prestação de serviços públicos para atender as necessidades públicas e elevação do bem-estar da população. Também deu-se ênfase aos órgãos de controle da atividade financeira do Estado encarregados da contabilidade e auditoria.

Em uma das primeiras classificações sobre entidades de Direito Público, foi visto que elas podem ser territoriais ou institucionais. As territoriais são as que possuem território definido, que são as entidades estatais primárias, como o Brasil, a Itália, Argentina, bem como as territoriais secundárias, suas unidades federadas, como os Estados-membros e Municípios, que formam os núcleos centrais dos grupos econômicos estatais ou públicos respectivos.

O estudo do Patrimônio versará sobre o patrimônio do Estado, ou seja, das entidades públicas territoriais primárias, que se caracterizam pela imensidão, amplitude e complexidade. O patrimônio é o instrumento econômico sobre o qual age a ação humana para que o Estado alcance seus fins.

Etimologicamente, patrimônio significa herança paterna, bens de família.

O patrimônio público é a parte ou elemento impessoal ou objetivo da entidade estatal; é a riqueza gerida para a satisfação dos fins da entidade de natureza pública.

Observa-se uma distinção entre o patrimônio das empresas privadas e o das entidades públicas. Nas primeiras, as empresas, o patrimônio é meio e fim para alcançar seus objetivos, o lucro. Nas últimas, as entidades territoriais, o patrimônio é apenas meio ou instrumento para prestar os serviços para atender as necessidades públicas e coletivas.

Patrimônio Público é o conjunto de direitos e bens, tangíveis ou intangíveis, onerados ou não, adquiridos, formados, produzidos, recebidos, mantidos ou utilizados pelas entidades do setor público, que seja portador ou represente um fluxo de benefícios, presente ou futuro, inerente à prestação de serviços públicos ou à exploração econômica por entidades do setor público e suas obrigações. (Resolução CFC Nº 1.129, de 21 de novembro de 2008)

O estudo do patrimônio público será desenvolvido sob o aspecto qualitativo, primeiramente, onde será analisada a composição do Ativo e do Passivo. Após, o estudo

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quantitativo, quando serão examinados os critérios para atribuição de valores aos elementos patrimoniais. Esses dois ângulos de vista se completam.

15.1.1 - Estudo Qualitativo Qualidade Funcional das Contas

Conceito

Qualitativamente, o patrimônio é considerado um conjunto complexo de bens ou meios econômicos, como os valores, créditos e dívidas, heterogêneos e coordenadamente dispostos, à disposição do Estado em um dado momento histórico. O exame qualitativo do patrimônio não se preocupa com o valor do bem ou da dívida, mas sim pela qualidade funcional das contas patrimoniais.

Objetivo do Estudo Qualitativo

O objetivo da análise qualitativa do patrimônio é indagar a natureza das contas, as categorias, classes ou espécies, a função e o funcionamento de cada conta ou elemento integrante do patrimônio. Na análise qualitativa, se examina quais os grupos e contas típicas do Balanço Patrimonial, seus conceitos, características, finalidades e funcionamento, tal como um plano de contas.

15.1.2 - Estudo Quantitativo Expressão Monetária das Contas

Conceito

Quantitativamente ou financeiramente, o patrimônio é considerado um fundo de valores decorrente da atribuição de uma medida comum, a moeda, a todos os elementos patrimoniais positivos e negativos. No aspecto quantitativo, o patrimônio é constituído pelos elementos Ativo e Passivo que o formam, e esses elementos devem ser avaliados com uma única medida, a moeda, de modo que possam ser reduzidos a uma única expressão numérica; o patrimônio, então, é definido como um fundo de valores.

Financeiramente até então, o patrimônio das entidades estatais pouco representa até então, pois é registrado pelo valor histórico, a avaliação de seus elementos era facultativa e grande parte deles, os bens de uso comum, ainda não são inscritos nos balanços patrimoniais. Com a introdução de novas normas, as falhas históricas serão corrigidas.

Objetivo do Estudo Quantitativo

O objetivo do exame quantitativo é atribuir valor em dinheiro a cada um dos bens, créditos, direitos e obrigações de acordo com as normas estabelecidas.

ANÁLISE DO PATRIMÔNIO

Qualitativa Medida Comum Quantitativa

Bens

Fundode

Valores

Créditos Moeda

Dívidas

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O balanço patrimonial deverá exprimir, com fidelidade e clareza, a situação real da empresa e, atendidas as peculiaridades desta, bem como as disposições das leis especiais, indicará, distintamente, o ativo e o passivo (CC, art. 1.188).

Para o exame qualitativo do patrimônio, será utilizado o modelo padrão do Balanço Patrimonial estabelecido pelo Anexo 14 da Lei federal 4.320/64 em vigor até o final de 2011. Após, contrastadas com as NBCASP, quando os conceitos se completam.

15.1.3 - A Representação Qualitativa do Patrimônio Público

No Balanço Patrimonial do Estado não há relação alguma entre o Ativo e o Passivo quanto às origens e aplicações dos recursos, como nas empresas. Nestas, o Passivo representa a origem dos recursos (capitais de terceiros e capital próprio) e o Ativo, as aplicações desses recursos.

APLICAÇÃODOS

RECURSOS

ORIGEMDOS

RECURSOS

Ativo

Capitaisde Terceiros

CapitaisPróprios

Daí a equação clássica de que A = P + PL.

Tradicionalmente, no Estado, suas dívidas de empréstimos para obras públicas não têm relação com a aplicação no Ativo, pois as estradas, viadutos, etc., são denominados bens de uso comum do povo e não integram o Ativo. Somente o principal (os juros não) da dívida formada para a realização da obra é que figura no Balanço Patrimonial, no Passivo Permanente. Não há a figura do Capital Social, mas sim, do Saldo Patrimonial. Não há a necessidade de depreciar seu patrimônio, a atualização monetária de suas contas é facultativa. Não há relação com o tempo no Financeiro e Permanente, como há no Circulante e Longo Prazo das novas normas. Todavia, esses procedimentos serão profundamente alterados tendo em vista a convergência para as normas internacionais de contabilidade.

Inicialmente, cabe caracterizar bem que, de acordo com modelo antigo do Anexo 14 da Lei federal nº 4.320/64, as contas integrais do patrimônio do Estado, as do Ativo e as do Passivo, estão classificadas em dois grandes grupos, a saber: o Patrimônio Financeiro e o Patrimônio Permanente. Neste item, trataremos de caracterizar o Ativo Financeiro, o Passivo Financeiro, bem como o Ativo Permanente e o Passivo Permanente:

Balanço Patrimonial

Ativo Passivo

Ativo Financeiro Passivo Financeiro PatrimônioFinanceiro

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Ativo Permanente Passivo Permanente PatrimônioPermanente

Essa classificação acima é importante para que se faça a apuração do Superávit Financeiro necessário para a cobertura de créditos adicionais abertos no exercício seguinte, conforme o disposto no art. 43 das Normas Gerais de Direito Financeiro. Essa lei não será abandonada com a nova metodologia.

Superávit Financeiro = AF ( - ) PF

De acordo com o Plano de Contas Aplicado no Setor Público - PCASP, o Balanço Patrimonial assim se resume:

Balanço Patrimonial - PCASP

Ativo Passivo

Ativo Circulante Passivo Circulante PatrimônioCirculante

Ativo Não Circulante Passivo Não Circulante PatrimônioNão Circulante

Patrimônio Líquido

4. O patrimônio público é estruturado em três grupos:

(a) Ativo - compreende os direitos e os bens, tangíveis ou intangíveis adquiridos, formados, produzidos, recebidos, mantidos ou utilizados pelo setor público, que represente um fluxo de benefícios, presente ou futuro.

(b) Passivo - compreende as obrigações assumidas pelas entidades do setor público ou mantidas na condição de fiel depositário, bem como as contingências e as provisões.

(c) Patrimônio Líquido - representa a diferença entre o Ativo e o Passivo. (Resolução CFC Nº 1.129, de 21 de novembro de 2008)

É útil saber como eram os conceitos e procedimentos da Contabilidade Pública preconizados pela Lei 4.320/64, pois, pelo Plano de Contas Aplicado ao Setor Público, Volume IV da Portaria STN 664/2010, são utilizados os mesmos conceitos estabelecidos pela Lei das SA, muito bem conhecidas pelos estudantes de Contábeis.

A Resolução CFC n° 1.129/2008 estabelece que o Patrimônio Circulante compreende o conjunto de bens e direitos realizáveis e obrigações exigíveis até o término do exercício seguinte. O Patrimônio Não Circulante é o conjunto de bens e direitos realizáveis e obrigações exigíveis após o término do exercício seguinte. Essa classificação dos elementos patrimoniais considera a segregação de circulante e não circulante com base em seus atributos de conversibilidade e exigibilidade.

Sobre a conversibilidade e exigibilidade, assim essa Resolução dispõe:

Conversibilidade: a qualidade do que pode ser conversível, ou seja, característica de transformação de bens e direitos em moeda.

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Exigibilidade: a qualidade do que é exigível, ou seja, característica inerente às obrigações pelo prazo de vencimento.

15.2 - Comparativo do Patrimônio Financeiro e o Patrimônio Circulante - Análise Qualitativa

Pela Lei 4.320/64 clássica, o Patrimônio Financeiro é integrado pelo Ativo Financeiro e pelo Passivo Financeiro.

15.2.1 - Ativo Financeiro - AF

A definição legal do Ativo Financeiro é a seguinte:

O Ativo Financeiro compreenderá os créditos e valores realizáveis independentemente de autorização orçamentária e os valores numerários (Lei federal 4.320/64, art.

105, § 1º).

A leitura do mesmo parágrafo, em outra forma: o Ativo Financeiro compreenderá os valores numerários (em Caixa e em bancos) e os créditos realizáveis (Realizável, créditos extra-orçamentários), cujos recebimentos não são considerados como receita orçamentária.

Neste raciocínio, as movimentações de importâncias entre contas bancárias e entre estas e o caixa não são consideradas operações extra-orçamentárias, por serem meras movimentações de fundos.

15.2.2 - Passivo Financeiro - PF

A definição legal de Passivo Financeiro é:

O Passivo Financeiro compreenderá os compromissos exigíveis, cujo pagamento independa de autorização orçamentária (Lei 4320/64, art. 105, § 3º).

Significa que o pagamento das dívidas que já estiverem inscritas no Passivo Financeiro, são despesas extra-orçamentárias, não serão levadas à conta da Despesa Orçamentária, ou seja, não necessitam ser autorizadas na lei orçamentária novamente para serem pagas. Os saldos de Restos a Pagar e de Serviço da Dívida a Pagar referem-se à despesa orçamentária realizada no ano anterior para serem pagas no exercício seguinte. Quando se falar em Despesa Realizada, significa, então, que foi uma despesa orçamentária no ano em que foi empenhada. Quanto às contas do Passivo Financeiro, constantes nos grupos Depósitos e em Débitos de Tesouraria, tanto a inscrição da dívida como seu pagamento serão sempre extra-orçamentárias. Independentemente de autorização orçamentária ou independa de autorização orçamentária significa que não são matérias constantes na Lei Orçamentária anual, nem na fixação (previsão) tampouco na execução (empenho) da Despesa. A lei orçamentária anual dispõe sobre a previsão da receita e a fixação do teto da despesa orçamentária, ou seja, as receitas e as despesas que pertencem à entidade.

Conforme leitura do parágrafo único do art. 3º da Lei 4.320/64, todas as operações compensatórias do patrimônio financeiro são operações extra-orçamentárias. A mesma conclusão serve para a formação de contas credoras ou dívidas, nos grupos Depósitos e Débitos de Tesouraria; são tipicamente extra-orçamentárias. Generalizando, são operações de receitas e despesas extra-orçamentárias quando debita e credita, simultaneamente, quaisquer das contas do Patrimônio Financeiro, pois a partida como a contrapartida são dentro do Patrimônio Financeiro.

Redação do art. 3º da Lei 4.320/64:

A Lei de Orçamento compreenderá todas as receitas, inclusive as de operações de crédito autorizadas em Lei.

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Parágrafo único - Não se consideram para os fins deste artigo as operações de crédito por antecipação da receita, (. . .) e outras entradas compensatórias no ativo e passivo financeiros.

Na versão tradicional do Balanço Patrimonial, as dívidas em empréstimos de antecipação da receita orçamentária (ARO) são inscritas no grupo Débitos de Tesouraria, no Passivo Financeiro. É suficiente para comprovar a regra: a receita deste tipo de empréstimo é extra-orçamentária, pois há um débito e um crédito em contas do Patrimônio Financeiro, (D - Caixa e C - Débitos de Tesouraria, p. ex.). O mesmo para o pagamento do principal: há um débito e um crédito em contas somente do Patrimônio Financeiro (D - Débitos de Tesouraria e C - Caixa, p. ex.). Isto indica que o principal do empréstimo ARO é uma operação extra-orçamentária. Em conseqüência, o valor da Situação Líquida Financeira (AF ( - ) PF) nunca altera seu valor, quer no seu recebimento, quer no seu pagamento.

Lamentavelmente, estas informações obtidas do balanço da 4.320/64 serão perdidas nas novas normas contábeis. Iremos denominar, neste Cadernão de Contabilidade Governamental, a Lei nº 4.320/64, tradicional, de Clássica e as alterações dos anexos dessa lei introduzidas pelas portarias da STN, de Lei nº 4.320/64 Moderna.

15.2.3 - Características do Patrimônio Financeiro segundo a Lei nº 4.320/64 Clássica

1 - Natureza monetária

O patrimônio financeiro se destaca por sua natureza monetária, pois todas as operações transitam pelo caixa. Como única exceção, a inscrição de despesas orçamentárias a pagar, que têm contrapartida de Despesa Realizada (conta de resultado financeiro).

2 - Natureza extra-orçamentária

Não há a necessidade de autorização orçamentária para os recebimentos e pagamentos.

Do lado do Ativo Financeiro, que compreende os valores numerários (caixa e bancos) e créditos do grupo Realizável, a realização ou recebimento desses créditos independe de autorização legislativa (leia-se orçamento). Esses recebimentos de créditos do Realizável não são receitas orçamentárias, conforme o contido no parágrafo único do art. 3º da Lei 4.320/64.

Do lado do Passivo Financeiro, este compreende os compromissos ou dívidas cujo atendimento (= pagamento) se processa da mesma forma, independentemente de autorização orçamentária (= Legislativa). O ato do pagamento de qualquer conta já inscrita no Passivo Financeiro não é despesa orçamentária, por ser compensatória no Patrimônio Financeiro. A contrapartida de seus pagamentos é em conta de Caixa ou bancos. Insiste-se na regra: não confundir o pagamento (passo final) com a inscrição da dívida (passo anterior), pois esta, no caso de Restos a Pagar e de Serviço da Dívida a Pagar foram orçamentárias (Despesa Realizada, inscritas no ano anterior) e que não foram pagas também no ano anterior.

A movimentação das contas de natureza extra-orçamentária não altera o valor da Situação Líquida Financeira - SLF.

A Situação Líquida Financeira é obtida da diferença entre o Ativo Financeiro e Passivo Financeiro.

SLF = AF – PF

A Situação Líquida Financeira - SLF quando positiva (AF > PF) é denominada Superávit Financeiro, significando que as receitas orçamentárias suplantam as despesas orçamentárias acumuladas de vários exercícios e servem de recurso para cobrir créditos adicionais

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abertos no exercício. Ao contrário, se AF < PF significa que o governo está gastando além de suas receitas.

3 - "Curto prazo”

A maior parte dos débitos e créditos do Patrimônio Financeiro é de “curto prazo”. Predomina prazo mais curto do que 12 meses entre suas formações do crédito ou da dívida e cobrança dos créditos ou pagamentos das dívidas. Há poucas exceções à regra, como uma caução em dinheiro de uma obra que leva mais de dois anos para ser realizada, que é contabilizada em Depósitos.

Vejamos agora as características do Patrimônio Circulante.

15.2.4 - Ativo Circulante - AC

As operações contabilizadas doravante no Ativo Circulante são completamente diferentes das referidas no Ativo Financeiro.

O Ativo Circulante compreende os valores em caixa e seus equivalentes de depósitos bancários, os créditos tradicionais do Realizável de curto prazo, além da dívida ativa e os estoques, sejam para venda ou utilização própria.

Os ativos devem ser classificados como circulante quando satisfizerem a um dos seguintes critérios:

a - estarem disponíveis para realização imediata;

b - tiverem a expectativa de realização até o término do exercício seguinte.

Os demais ativos devem ser classificados como não circulante.

A inscrição de créditos a serem realizadas no Ativo Circulante podem ter vinculação com orçamento ou não. As operações que eram contabilizadas no Realizável (extra-orçamentárias) figurarão agora no grupo 1.1.3 Outros Créditos e Valores Realizáveis a Curto Prazo. A dívida ativa e o almoxarifado que figuravam no Ativo Permanente ficarão em 1.1.2 Créditos Realizáveis a Curto Prazo e em 1.1.5 Estoques, respectivamente, e no Não Circulante. Foi introduzido também o grupo 1.1.9 VPD Pagas Antecipadamente.

15.2.5 - Passivo Circulante - PC

Os passivos classificam-se como circulante quando satisfizerem a um dos seguintes critérios:

a - corresponderem a valores exigíveis até o término do exercício seguinte;

b - corresponderem a valores de terceiros ou retenções em nome deles, quando a entidade do setor público for fiel depositária, independentemente do prazo de exigibilidade.

Os demais passivos devem ser classificados como não circulante.

O Passivo Circulante compreende as dívidas a pagar como as obrigações trabalhistas, previdenciárias e assistenciais a pagar a curto prazo, folhas de pessoal, empréstimos e financiamentos a curto prazo, juros e encargos financeiros a pagar de empréstimos e financiamentos e demais obrigações cujo pagamento vence no exercício financeiro imediatamente seguinte ao que está acontecendo.

15.2.6 - Características do Patrimônio Circulante

a - Curto Prazo

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Deve ser atendida a regra de que os créditos e débitos sejam realizados ou pagos até o término do exercício financeiro seguinte; regra a ser observada rigorosamente: o Circulante é de curto prazo.

b - Operações Permutativas Extra Orçamentárias

Tanto os recebimentos de créditos (de dívida ativa, p. ex.) como os pagamentos de dívidas do Passivo Circulante são operações qualitativas, que apenas alteram a composição dos elementos patrimoniais sem afetar o Patrimônio Líquido, determinando modificações apenas na composição específica dos elementos patrimoniais. Estas são operações extra orçamentárias. Perante a tradição contábil, a cobrança da dívida ativa é orçamentária perante a Lei nº 4.320/64.

Tanto o recebimento de créditos do AC como o pagamento de dívidas do PC não alteram o valor da Situação Líquida Circulante - SLC, tampouco o Patrimônio Líquido.

Todavia, a inscrição da dívida ativa não é receita orçamentária (pela antiga Lei nº 4.320/64), mas, sim, pelas Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público - NBCASP, um crédito contábil, pois aumenta o valor do Patrimônio Líquido, tipicamente uma VPA - Variação Patrimonial Aumentativa. Não é possível, então, generalizar o Circulante como extra-orçamentário quanto aos recebimentos e pagamentos devido a operações quantitativas aumentativas ou diminutivas do Patrimônio Líquido nele registradas.

As variações do valor da SLC decorre dos aumentos do AC e diminuições do PC devido a receitas (dívida ativa inscrita, p. ex.) e despesas (fornecedores, p. ex.) apropriadas também por competência.

15.3 - Comparativo entre o Patrimônio Permanente e o Patrimônio Não Circulante - Análise Qualitativa

Conforme a Lei nº 4.320/64 Clássica, o Patrimônio Permanente é integrado pelo Ativo Permanente e pelo Passivo Permanente.

15.3.1 - Ativo Permanente - APA definição legal de Ativo Permanente é:

O Ativo Permanente compreenderá os bens, créditos e valores, cuja mobilização ou alienação dependa de autorização orçamentária, (de acordo com o § 2º do art. 105 da Lei 4.320/64).

Significa que a compra de bens (veículos e equipamentos, p. ex.) e de valores (ações, por exemplo) bem como o recebimento de receitas de suas vendas, além dos recebimentos de créditos inscritos no Ativo Permanente, são operações orçamentárias constantes na Lei Orçamentária anual e/ou autorizadas em leis específicas.

Na nova versão do Balanço Patrimonial pelas NBCASP, de conceito contábil, as compras de bens móveis e imóveis são operações permutativas, não alterando do Patrimônio Líquido; nem mesmo a suas vendas serão receitas orçamentárias de Alienação de Bens. O almoxarifado sobre para o Ativo Circulante.

15.3.2 - Passivo Permanente - PPConforme o § 4º do art. 105 da Lei 4.320/64 Clássica:

O Passivo Permanente compreenderá as dívidas fundadas e outras que dependam de autorização legislativa para amortização ou resgate.

Significa que as dívidas nele inscritas, as fundadas, têm prazo superior a doze meses entre a data da contratação e do resgate final (última prestação) e que, para pagá-las, há a

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necessidade de que o orçamento anual contenha dotações orçamentárias para amortizá-las, mediante empenho, liquidação e pagamento.

A diferença entre o Ativo Permanente e o Passivo Permanente é denominada Situação Líquida Permanente - SLP.

SLP = AP – PP

Nas novas normas, essas dívidas ficarão distribuídas no Passivo Circulante e no Passivo Não-Circulante conforme o prazo de vencer no exercício seguinte e após o mesmo.

15.3.3 - Características do Patrimônio Permanente

1 - Natureza orçamentária, quando movimentar o Caixa

Do lado do Ativo

Os bens e créditos de longo prazo são inscritos no Ativo Permanente. Os bens para serem mobilizados por compra necessitam de autorização orçamentária (dotações orçamentárias para empenhar a despesa da compra), como exemplos, os bens móveis e imóveis utilizados nos serviços públicos, as participações acionárias em empresas públicas e sociedades de economia mista. As despesas com as compras irão transitar pelo Caixa no pagamento. Mesmo procedimento ocorrerá com a formação dos créditos de lenta realização, de longo prazo, como os empréstimos concedidos a receber e a despesa com a formação de fundos especiais.

O desfazimento de bens por alienação (venda), sejam móveis, imóveis e de participações acionárias serão receitas que irão transitar pelo Caixa e são classificadas no orçamento como Receita de Alienação de Bens. O mesmo acontece com o recebimento de créditos inscritos no Ativo Permanente: todos serão receitas orçamentárias, sejam de Amortização de Dívidas (de empréstimos concedidos a receber) ou de Cobrança da Dívida Ativa. A realização desses bens e créditos também deve ser contemplada na lei orçamentária. As vendas de imóveis de natureza públicas e de ações necessitam de lei específica autorizativa.

O recebimento de imóvel ou de ações, por doações, bem como a alienação por doação necessitam de lei que autorize essas operações, mas não são operações orçamentárias por não passarem pelo Caixa, portanto, não são receitas nem despesas. São contabilizados em contrapartida de Variações Ativas ou de Variações Passivas.

Do lado do Passivo

No Passivo Permanente, são contabilizadas as dívidas de longo prazo, cujas contratações necessitam de lei autorizativa específica e o recebimento do dinheiro é previsto na lei orçamentária (Receita de Operações de Crédito) e os pagamentos das amortizações do principal e dos juros necessitam também de autorização orçamentária (dotações orçamentárias) para empenhar as despesas e serem pagas. Tanto o recebimento do empréstimo como seu pagamento passam pelo Caixa.

2 - "Longo Prazo”

Tanto os créditos como as dívidas têm a característica de serem de “longo prazo”, ou seja, são de lenta realização dos créditos e longo prazo para as amortizações das dívidas.

Do lado do Ativo Permanente, normalmente, os créditos são inscritos em um exercício e cobrados no(s) seguinte(s). Se forem créditos de financiamento, levará vários anos para o retorno. Se forem de funcionamento, como os créditos em Dívida Ativa, poderão ser recebidos no exercício seguinte ao da inscrição ou em vários, se for negociado seu parcelamento. Então, há, na realidade, créditos de curto e de longo prazo na mesma conta.

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Na dívida, Passivo Permanente, o longo prazo é considerado prazo superior a 12 meses, só que é contado entre a data da contratação do empréstimo e sua amortização final, que pode levar 20 anos ou mais, não levando em conta a data do balanço como preconizado nas Normas Brasileiras de Contabilidade e na Lei federal 6.404/76, Lei das Sociedades Anônimas, onde o Realizável de Longo Prazo ou o Exigível de Longo Prazo têm prazo superior a um ano da data do balancete ou do balanço para a realização ou para o pagamento.

3 - Diferença entre conceitos de “Longo Prazo” e de “Patrimônio Permanente” na 4.320/64 Clássica

Cabe, ainda, distinguir a diferença que há nos conceitos de longo prazo e, também, no de patrimônio permanente entre a entidade estatal e as empresas.

Nas empresas, o longo prazo dos créditos e débitos ocorrerá após doze meses da data da demonstração contábil. Nas entidades estatais, os créditos do Ativo Permanente referem-se a créditos inscritos no ano para serem arrecadados no outro; ou seja, foram lançados, mas não arrecadados no exercício de competência, constituindo a Dívida Ativa do Grupo Créditos. Estes créditos serão arrecadados parceladamente (retorno como o de empréstimos a receber). No Passivo Permanente, os débitos de financiamento referem-se a empréstimos a empenhar e a pagar que possuem mais de 360 dias entre a data de contratação e a do vencimento da última parcela. Pode acontecer, então, que o total do Passivo Permanente em 31 de dezembro possa vencer em sua integralidade no dia seguinte, ou seja, 1º de janeiro do ano imediatamente seguinte, mas continua classificado no Passivo Permanente. Somente irá para Serviço da Dívida a Pagar quando for empenhado e nesse momento dá-se a baixa do Passivo Permanente.

Por outro lado, no Passivo Financeiro, que é preponderantemente de curto prazo, poderá haver, por exemplo, uma caução em dinheiro prestada por empreiteiro para uma obra que sua execução poderá durar três anos; somente na entrega da obra é devolvida a caução. Então, o Passivo Financeiro que, em regra, é de “curto prazo” poderá conter operações de longo prazo.

Em conclusão, não há a correspondência plena entre o curto prazo com o patrimônio financeiro, nem o de longo prazo com o permanente pelos procedimentos da Lei 4.320/64 e demais normas. Na nova versão contábil dada à Lei nº 4.320/64, as operações de longo prazo mesmo, são registradas em:

15.3.4 - Ativo Não Circulante - ANCO Ativo Não Circulante compreende o ativo realizável a longo prazo, os créditos a

receber após o término do exercício seguinte, como a dívida ativa tributária e não tributária, os estoques, os investimentos, como as participações em sociedades de economia mista, em empresas públicas e demais participações acionárias, e o imobilizado, como os bens corpóreos móveis e imóveis utilizados nos serviços públicos, o intangível, como os softwares.

15.3.5 - Passivo Não Circulante - PNCO Passivo Não Circulante compreende as obrigações conhecidas e estimadas que não

atendam a nenhum dos critérios para serem classificadas no passivo circulante, como as obrigações trabalhistas a vencer a longo prazo, fornecedores, os empréstimos e financiamentos a pagar a longo prazo, o parcelamento de débitos, todos a vencer após o encerramento do próximo exercício.

15.3.6 - Características do Patrimônio Não Circulante1- Autorização Orçamentária

São os bens, créditos e dividas a vencerem a longo prazo, que irão necessitar de autorização orçamentária para serem comprados, contratados, vendidos ou amortizados.

As compras de bens móveis e imóveis, obras de construção de prédios necessitarão de dotações orçamentárias, ou seja, orçamentariamente serão despesas; o mesmo com a alienação

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por venda desses bens constituirão Receita Orçamentária de Capital - 2.2.0.0 - Alienação de Bens. Todavia, em termos contábeis não constituirão nem receita ou despesa, pois são meras alterações qualitativas, sem alterar o valor do Patrimônio Líquido. As operações de crédito contratadas serão, orçamentariamente, receitas, mas não contabilmente. O mesmo sua amortização, que orçamentariamente e despesa, mas não contabilmente, pois as operações serão permutativas por não alterarem o Patrimônio Líquido.

2 - Longo Prazo

São operações de prazo de duração superior ao próximo exercício. Tantos os créditos quanto os débitos serão recebidos ou pagos depois do exercício seguinte.

Passamos, agora, a examinar a natureza das contas patrimoniais nas duas versões.

15.4 - A Natureza das Contas no Balanço Patrimonial

15.4.1 - Versão Clássica da Lei nº 4.320/1964

A seguir, é apresentado uma contraposição entre a Natureza das Contas (coluna da esquerda) com os grupos que integram o Balanço Patrimonial, Anexo 14 - Grupos e Contas (coluna da direita), para melhor visualizar, no modelo padrão, suas naturezas. Os números indicados na coluna Anexo 14 e Contas Típicas correspondem aos números de sua posição no Balanço Patrimonial que é apresentado no Capítulo 15.5 - O Patrimônio Público, a seguir para melhor entender suas contas típicas.

O entendimento da natureza das contas é fundamental para saber classificar as contas ou operações que serão apresentadas.

Apresentação vertical:

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Natureza das Contas Anexo 14 - Grupos e Contas TípicasElementos Positivos Ativo

01 Ativo FinanceiroA - Bens Numerários 02 - Disponível

11 - Vinculado em C/C BancáriaB - Créditos de Tesouraria 16 - RealizávelC - Bens de Uso 45 Ativo PermanenteD - Bens para Transformação 46 - Bens MóveisE - Bens de Renda 50 - Bens ImóveisF - Créditos de Funcionamento 54 - Bens de Natureza IndustrialG - Créditos de Financiamento 58 - CréditosH - Participações acionáriasI - Bens de Consumo

67 - Valores71 - Diversos

Elementos Negativos Passivo93 Passivo Financeiro

94 - Restos a PagarJ - Débitos de Funcionamento 108 - Serviço da Dívida a Pagar

119 - Depósitos128 - Débitos de Tesouraria

K - Débitos de Financiamento 133 - Despesas do Exercício a Pagar137 Passivo Permanente

138 - Dívida Fundada InternaEm TítulosPor Contratos

145 Dívida Fundada ExternaEm TítulosPor Contratos

L - Patrimônio Líquido 168 Saldo Patrimonial169 - Ativo Real Líquido ou (A > P) 77 - Passivo Real Descoberto (P > A)

78 Compensado - Ativo79 - Valores em Poder de Terceiros

M - Operações Potenciais 84 - Valores de Terceiros87 - Valores Nominais Emitidos90 - Diversos

170 Compensado - Passivo171 - Contrapartida de Valores em Poder de Terceiros176 - Contrapartida de Valores de Terceiros179 - Contrapartida de Valores Nominais Emitidos182 - Contrapartida de Diversos

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Apresentação horizontal:

NATUREZA DAS CONTASANEXO 14 - GRUPOS E CONTAS TÍPICAS

NATUREZA DAS CONTASAtivo Passivo

Elementos Positivos 01 Ativo Financeiro 93 Passivo Financeiro Elementos Negativos94 - Restos a Pagar

A - Bens Numerários 02 - Disponível 108 - Serviço da Dívida a Pagar J - Débitos de Funcionamento11 - Vinculado em C/C Bancária 119 - Depósitos

B - Créditos de Tesouraria 16 - Realizável 128 - Débitos de Tesouraria133 - Despesas do Exercício a Pagar

45 Ativo Permanente 137 Passivo PermanenteC - Bens de Uso 46 - Bens Móveis 138 - Dívida Fundada Interna K - Débitos de FinanciamentoD - Bens para Transformação 50 - Bens Imóveis Em TítulosE - Bens de Renda 54 - Bens de Natureza Industrial Por ContratosF - Créditos de Funcionamento 58 - CréditosG - Créditos de Financiamento 145 Dívida Fundada ExternaH - Participações acionárias 67 - Valores Em TítulosI - Bens de Consumo 71 - Diversos Por Contratos

168 Saldo Patrimonial L - Patrimônio Líquido169 - Ativo Real Líquido ou(A > P) 77 - Passivo Real Descoberto(P > A)

M - Operações Potenciais Ativas

78 Compensado - Ativo 170 Compensado - Passivo M - Operações Potenciais Passivas

79 - Valores em Poder de Terceiros

171 - Contrapartida de Valores em Poder de Terceiros

84 - Valores de Terceiros 176 - Contrapartida de Valores de Terceiros

87 - Valores Nominais Emitidos 179 - Contrapartida de Valores Nominais Emitidos

90 - Diversos 182 - Contrapartida de Diversos

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15.4.2 - Versão Moderna da Lei nº 4.320/64, pela Portaria STN nº 665/2010

ANÁLISE QUALITATIVA DO PATRIMÔNIO

NATUREZA DAS CONTAS

ANEXO 14 - GRUPOS E CONTAS TÍPICAS

NATUREZA DAS CONTAS

Elementos Positivos 1 ATIVO2 PASSIVO E

PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Elementos Negativos

1.1 ATIVO CIRCULANTE

2.1 PASSIVO CIRCULANTE

A - Bens Numerários 1.1.1 Caixa e Equivalente de Caixa

2.1.1 Obrigações Trabalhistas, Previdenciárias e Assistenciais a Pagar a Curto Prazo

J - Débitos de Funcionamento

B - Créditos de Tesouraria

1.1.2 Créditos Realizáveis a Curto Prazo

2.1.2 Empréstimos e Financiamentos a Curto Prazo

K - Débitos de Financiamento

C - Bens de Uso 1.1.3 Demais Créditos e Valores Realizáveis a Curto Prazo

2.1.3 Fornecedores e Contas a Pagar a Curto Prazo

D - Bens para Transformação

1.1.4 Investimentos Temporários

2.1.4 Obrigações Fiscais a Curto Prazo

E - Bens de Renda 1.1.5 Estoques 2.1.5 Demais Obrigações a Curto Prazo

F - Créditos de Funcionamento

1.1.9 Variações Patrimoniais Diminutivas VPD Pagas Antecipadamente

2.1.8 Provisões a Curto Prazo

1.2 ATIVO NÃO CIRCULANTE

2.2 PASSIVO NÃO CIRCULANTE

G - Créditos de Financiamento

1.2.1 Ativo Realizável a Longo Prazo

2.2.1 Obrigações Trabalhistas, Previdenciárias e Assistenciais a Pagar a Longo Prazo

H - Participações acionárias

1.2.2 Investimentos 2.2.2 Empréstimos e Financiamentos a Longo Prazo

I - Bens de Consumo 1.2.3 Imobilizado 2.2.3 Fornecedores a Longo Prazo

1.2.4 Intangível 2.2.4 Obrigações Fiscais a Longo Prazo2.2.5 Demais Obrigações a Longo Prazo2.2.8 Provisões a

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Longo Prazo2.2.9 Resultado DiferidoTOTAL DO PASSIVO2.3 PATRIMÔNIO LÍQUIDO2.3.1 Patrimônio Social e Capital Social2.3.2 Adiantamento para Futuro Aumento de Capital2.3.3 Reservas de Capital2.3.4 Ajustes de Avaliação Patrimonial2.3.5 Reservas de Lucros2.3.6 Demais Reservas2.3.7 Resultados Acumulados2.3.9 ( - )Ações / Cotas em TesourariaTOTAL DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO

TOTAL TOTAL

15.4.3 - Análise da Natureza das Contas Patrimoniais

Vejamos a natureza das contas do Balanço Patrimonial.

15.4.3.1 - Elementos Positivos

Inicialmente, serão expostos os conceitos de acordo com a clássica Lei nº 4.320/64, ainda em vigor e que auxiliarão a entender melhor a composição do patrimônio conforme a Portaria STN nº 664, de 30-11-2010. Os Elementos Positivos da Natureza das Contas correspondem aos seguintes itens que integram o Ativo, no Anexo 14 - Grupos e Contas Típicas:

A - Bens Numerários

São os recursos de Caixa, como os valores em espécie ou dinheiros, cheques, ordens de pagamento, bem como os depósitos bancários de livre movimentação, depósitos bancários vinculados a determinadas operações.

Lei 4.320/64 Clássica

São contabilizados no Disponível e no Vinculado em Conta Corrente Bancária.

No grupo 02 - Disponível, são contabilizados em 03 - Caixa, os valores numerários; em 04 - Bancos e Correspondentes, os depósitos bancários de livre movimentação, como Bancos c/Disposição; e 23 - Aplicações Financeiras, para eventuais depósitos bancários remunerados.

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No grupo 11 - Vinculado em Conta Corrente Bancária, são inscritos os depósitos bancários vinculados a contratos de empréstimo e convênios, ou em decorrência de determinação constitucional ou legal. Os saldos vinculados no banco só podem ser sacados para pagamentos de despesas a eles vinculados, com finalidade específica.

Lei nº 4.320/64 Moderna

A Portaria não distingue se o depósito bancário é de livre movimentação ou vinculados. Todos os dinheiros constam nas contas de Caixa e Equivalentes em Caixa, distinguindo os depósitos em moeda nacional ou estrangeira, na União. Essas contas estão 1.1.1.1 Caixa e Equivalentes de Caixa em Moeda Nacional e 1.1.1.2 Caixa e Equivalentes de Caixa em Moeda Estrangeira.

B - Créditos de Tesouraria

São os créditos de curtíssimo prazo, basicamente de natureza extra orçamentária.

Lei 4.320/64 Clássica

Os Créditos de Tesouraria são encontrados somente no grupo.

16 - Realizável, do Balanço Patrimonial; nele, são contabilizados os créditos de tesouraria. Abarca uma grande variedade de operações que fogem do procedimento normal de receita e de despesa.

São os créditos de curto prazo, originados extra orçamentariamente, decorrentes de pagamentos, movimentação de fundos ou operações de tesouraria, tais como:

17 - INSS c/Salário Família, INSS c/Salário Natalidade: pelos pagamentos de despesas na folha de pessoal à conta de terceiros, como o salário-família, que é encargo do INSS e será ressarcido; 18 - Responsáveis por Adiantamento, quando é dado determinada importância a servidor para pequenos gastos e aguarda prestação de contas; 19 - Responsáveis por Convênios, para registrar o nome do servidor gerente financeiro de convênios e aguarda prestação de contas; 20 - Depósitos Judiciais, que são os depósitos determinados pela Justiça, em causas trabalhistas, p. ex., ou 21 - Depósitos para Desapropriação; esses depósitos efetuados ainda não são despesa, pois dependem da decisão em juízo, onde a entidade é ré. Se ela vencer, o dinheiro retorna para o Caixa; se for condenada, a importância é levada à despesa; 22 - Responsáveis (ordenadores de despesa inscritos por pagamentos irregulares de despesas sem prévio empenho e aguarda regularização). São exemplos de algumas contas do Realizável.

Os grupos 17 a 22 referem-se a pagamentos de despesas orçamentárias que não observaram os procedimentos usuais; normalmente, a despesa orçamentária obedece aos estágios de empenho, liquidação e pagamento. Nesses grupos do Realizável, elas são primeiramente empenhadas e pagas e depois são liquidadas. Em 22 - Responsáveis, no primeiro passo, a despesa é paga e, após, empenhada e liquidada, zerando seu saldo.

Lei nº 4.320/64 Moderna

Tipicamente, como créditos de tesouraria nos moldes da Lei nº 4.320/64 do item acima, extra orçamentários, tem-se os créditos contabilizados em 1.1.3 Demais Créditos e Valores a Curto Prazo, onde estão os créditos Adiantamentos Concedidos a Pessoal e a Terceiros, etc.

C - Bens de Uso

Refere-se aos bens de uso continuado, destinados a servir de instrumento material dos serviços públicos. São os bens utilizados pelas repartições públicas, na realização da atividade administrativa; são constituídos de móveis e imóveis.

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Lei 4.320/64 Clássica

Os Bens de Uso são encontrados no grupo

46 - Bens Móveis, são contabilizados os móveis, utensílios, equipamentos e veículos utilizados pelas repartições públicas.

No 50 - Bens Imóveis, são inscritos os prédios e terras utilizados por repartições públicas. Este grupo não inclui as estradas, pontes, praças, etc., pois são bens de uso comum do povo e não são passíveis de registro contábil no Ativo Permanente.

Lei nº 4.320/64 Moderna

Nesta norma, os bens de uso figuram no grupo 1.2.3 Imobilizado, com contas típicas 1.2.3.1 Bens Móveis e 1.2.3.2 Bens Imóveis. Como novidade há a 1.2.3.8 Depreciação,. Exaustão e Amortização Acumuladas, reguladas na NBC T 16.9, a 1.2.3.9 Redução ao Valor Recuperável de Imobilizado, e maior novidade foi estabelecida na NBC T 16.10, que dispõe no item 30 e 31 que os bens de uso comum que absorverem ou absorvem recursos públicos, ou aqueles que eventualmente recebidos em doação, devem ser incluídos no Ativo Não Circulante da entidade responsável pela sua administração ou controle, estejam, ou não, afetos a sua atividade operacional.

D - Bens para Transformação

São os bens ou equipamentos industriais utilizados na produção de outros bens, de consumo ou não (móveis), como uma fábrica de ração, marcenaria, matadouro, etc.

Lei nº 4.320/64 Clássica

Esses bens são inscritos no grupo 54 - Bens de Natureza Industrial.

Lei nº 4.320/64 Moderna

Quanto aos bens para transformação, dá para considerar as 1.1.5.4 Matérias Primas, por exemplo, e alguns bens classificados em 1.2.3.1 Bens Móveis e em 1.2.3.2 Bens Imóveis.

E - Bens de Renda

São bens que produzem rendas ou Receitas Patrimoniais, como dividendos, juros, “aluguéis”, etc., e as contas que as produzem estão em diversos grupos do Ativo.

Como exemplos de Receitas Patrimoniais, temos alguns: Receitas Imobiliárias, como Aluguéis, Arrendamentos, Foros, Laudêmios, Taxas de Ocupação de Imóveis, etc.; Receitas de Valores Mobiliários, como Juros de Títulos de Renda, Dividendos, Remunerações de Depósitos Bancários, etc.; Receitas de Concessões e Permissões, etc.

As receitas produzidas pelo patrimônio da entidade são encontrados nos seguintes grupos:

Lei 4.320/64 Clássica

67 - Valores: neste grupo são gerados os dividendos, que são receitas produzidas pelas participações acionárias do Estado e estas participações estão no grupo.

50 - Bens Imóveis: este grupo produz as seguintes receitas patrimoniais: os “aluguéis”, que na verdade são as remunerações provenientes da concessão de uso remunerado de imóveis, são gerados por prédios ou terrenos; os foros, os laudêmios, e receitas de concessões e permissões.

58 - Créditos: este grupo do Ativo Permanente gera a receita patrimonial de juros são a remuneração do capital e o Estado pode auferi-los de créditos de funcionamento ou

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operacionais, como os gerados de créditos inscritos em Dívida Ativa, ou de créditos de financiamento, como os gerados de contas representativas de empréstimos concedidos pelo Estado, como o Crédito Educativo. Esses créditos de longo prazo estão inscritos em contas do grupo Créditos, do Ativo Permanente.

16 - Realizável, no Ativo Financeiro, propicia a arrecadação de juros gerados de aplicações financeiras, que são inscritas em conta do grupo.

Lei nº 4.320/64 Moderna

Na mesma linha da análise acima, os bens que poderão produzir rendas estarão nas contas 1.1.1 Caixa e Equivalentes de Caixa, 1.1.2.2 Créditos Tributários a Receber (quando pagos com atraso), 1.2.1 Ativo Realizável a Longo Prazo, 1.2.2.1 Participações Permanentes, 1.2.3.2 Bens Imóveis, etc.

F - Créditos de Funcionamento

São os créditos a receber decorrentes das atividades normais da entidade perante outras pessoas físicas ou jurídicas, que não sejam decorrentes de empréstimo.

Esses créditos são inscritas em contas do grupo:

Lei nº 4.320/64 Clássica

58 - Créditos.

A conta típica desses Créditos figura no Ativo Permanente é 59 - Dívida Ativa, que são os resíduos ativos ou restos a arrecadar típicos do Estado. São créditos de competência do exercício, vencidos, mas não pagos pelos devedores no vencimento ou não recebidos pelo Estado. Deveriam ser receitas do exercício, mas não foram arrecadadas. Podem ser de origem fiscal, de tributos, que figuram como 60 - Dívida Ativa Tributária, ou de outras rendas de lançamento não-tributárias, em 61 - Dívida Ativa Não-Tributária. Outros créditos de funcionamento em situação de adimplência podem ser originários da venda de bens ou de serviços especiais a receber, em 64 - Devedores por Prestação de Serviços. No serviço público a constituição do crédito não implica na formação de receita. A Receita Realizada só acontece quando arrecadada, na versão orçamentária.

Lei nº 4.320/64 Moderna

As novidades na Contabilidade Governamental, como a curto prazo, 1.1.2.2 Créditos Tributários a Receber, 1.1.2.3 Dívida Ativa Tributária, 1.1.2.4 Divida Ativa Não Tributária, 1.1.3 Demais créditos e Valores a Curto Prazo, não esquecendo que as contas de Divida Ativa são os créditos mais típicos do Governo, que passam a ser inscritas no Ativo Circulante.

Ainda como créditos de funcionamento tem-se 1.2.1.1 Créditos a Longo Prazo, , como 1.2.1.1.1.02 Créditos Tributários a Receber, 1.2.1.1.1.03 Dívida Ativa Tributária, que são inscritas em contrapartida de conta de receita.

G - Créditos de Financiamento

Refere-se a empréstimos que a entidade pública concede a terceiros, podendo ser pessoa física (estudante, p. ex.) ou uma entidade, como um município, recebendo empréstimo do estado, o que não é mais comum.

Os créditos de financiamento são encontrados no Balanço Patrimonial no grupo:

Lei nº 4.320/64 Clássica

58 - Créditos

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Os créditos de financiamento também são inscritos no grupo 58 - Créditos, do Ativo Permanente. São as operações de empréstimo ou financiamento de longo prazo reembolsáveis, concedidos pelo Estado a pessoas físicas ou a entidades, visando incentivar determinados setores da economia ou melhorar a qualidade de vida dos cidadãos, em situação de adimplentes (“em dia”). Como exemplos, tem-se 65 - Crédito Educativo ou Bolsas de Estudos Reembolsáveis, para registrar as bolsas de estudo reembolsáveis (crédito educativo); ou empréstimos habitacionais, classificados na 66 - Devedores por Empréstimos Concedidos, etc. Esses créditos de financiamento, quando não recebidos no exercício do vencimento das prestações, no final do ano serão inscritas em Dívida Ativa Não-Tributária.

Lei nº 4.320/64 Moderna

As operações acima exemplificadas serão encontradas na nova versão do Balanço Patrimonial nas contas 1.1.3.3 Empréstimos e Financiamentos Concedidos do Ativo Circulante, quando de curto prazo, ou em 1.2.1.2.2.03 Empréstimos e Financiamentos Concedidos, Ativo Não-circulante, quando a longo prazo.

H Participações Acionárias

Participações Acionárias refere-se às ações de empresas em que o Estado participa com controle acionário ou minoritário e são contabilizadas nos grupos seguintes:

Lei nº 4.320/64 Clássica

67 - Valores

As participações acionárias do Estado no capital de empresas como as sociedades de economia mista, de empresas públicas ou em outras empresas devido incentivos fiscais, p. ex., são encontradas neste grupo Valores, do Ativo Permanente.

Lei nº 4.320/64 Moderna

As participações acionárias do Estado em Empresas Públicas, em Sociedades de Economia Mista e as em que participa minoritariamente, controladas por particulares, ficam contabilizadas em 1.2.2 Investimentos, nas contas 1.2.2.1 Participações Permanentes e em 1.2.2.8 Demais Investimentos Permanentes.

I - Bens de Consumo

Os bens de consumo são aqueles que perdem sua identidade com o próprio uso, que os consome ou se transforma.

Lei nº 4.320/64 Clássica

72 - Almoxarifado

Esses bens consumíveis ficam registrados no grupo 71 - Diversos; sua conta típica é a 72 - Almoxarifado do Ativo Permanente, que registra os bens destinados ao consumo ou à transformação. A existência dos bens de consumo ou bens consumíveis termina com o primeiro uso, como os gêneros de alimentação, artigos de expediente, combustíveis, matérias-primas destinadas à transformação.

Lei nº 4.320/64 Moderna

Os bens de consumo mudam de grupo, ficando preponderantemente, no Ativo Circulante, podendo também estar como Ativo Não Circulante, conforme o prazo de guarda. As contas são desdobramentos da 1.1.5 Estoques, tais como 1.1.5.4 Matérias-Primas, 1.1.5.6 Almoxarifado 1.2.1.4.1.04 Matérias-Primas, 1.2.1.4.1.06 Almoxarifado.

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15.4.3.2 - Elementos Negativos

Os elementos negativos do patrimônio público são provenientes de débitos ou dívidas, tanto de origem operacional (= de funcionamento) como de financiamento (empréstimos).

J - Débitos de Funcionamento

São as dívidas a pagar decorrentes das atividades operacionais ou administrativas do Estado. Os Débitos de Funcionamento excluem qualquer dívida de empréstimo. São as que tramitam no orçamento da entidade.

Lei nº 4.320/64 Clássica

Os débitos de funcionamento só figuram no Passivo Financeiro. A inscrição dessas dívidas operacionais no Passivo Financeiro pode decorrer ou não da execução do orçamento, resultando duas categorias de débitos de funcionamento:

J.1 Decorrentes de Despesa Orçamentária Empenhada

94 - Restos a Pagar

Conta do Passivo Financeiro, Restos a Pagar, que representa as despesas operacionais orçamentárias empenhadas no ano anterior a pagar; os Restos a Pagar são desdobrados em processados (o que o fornecedor entregou o produto) e não-processados (o fornecedor não entregou o produto).

95 - Restos a Pagar Processados

Como exemplos de Restos a Pagar Processados , ou Liquidados, quando o fornecedor entregou a mercadoria, tem-se: 96 - Fornecedores, pela prestação de serviços e fornecimentos recebidos mas não pagos pela Entidade; 97 - Aluguéis a Pagar: o aluguel de imóveis locados pela Entidade empenhado (levado à despesa) e não pago; 98 - Empreiteiros a Pagar, levados à despesa pelos serviços e obras de engenharia entregues e não pagas; 99 - Vencimentos e Folhas de Pessoal a Pagar, para registrar os ordenados e salários de servidores a pagar; 100 - INSS c/Contribuições a Pagar, que se refere às obrigações patronais levadas à despesa e não pagas, e 101 - FGTS a Pagar e PASEP a Pagar, que se referem a encargos da entidade empregadora; etc.

105 - Restos a Pagar Não-Processados:

Exemplos de operações, como o 106 - Fornecedores a Pagar, onde houve somente o empenho da despesa no exercício anterior e o fornecedor não executou o serviço ou não entregou a mercadoria; 107 - Empreiteiros a Pagar, significa que a entidade empenhou o valor do contrato e o empreiteiro não executou a obra naquele exercício.

133 - Despesas do Exercício a Pagar

Durante o exercício, as despesas orçamentárias operacionais processadas (= liquidadas, quando a mercadoria foi entregue ou o serviço executado, p. ex.), são levadas à Despesa Realizada, mas, enquanto não pagas, são inscritas neste grupo transitório, denominado 133 - Despesas do Exercício a Pagar. Os saldos destas contas a pagar em 31 de dezembro são inscritos em 95 - Restos a Pagar Processados. Daí o motivo de esse grupo Despesa do Exercício a Pagar não aparecer no Balanço Patrimonial levantado no final do exercício financeiro. As despesas empenhadas em que o fornecedor não entregou a mercadoria ou não executou os serviços no ano em que foi empenhado, são inscritas em 105 - Restos a Pagar Não-Processados, em contrapartida de Despesa Realizada naquele ano.

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J.2 Decorrentes de Operações Não-Orçamentárias

Os Débitos de Funcionamento, que não são empenhados, que não transitam no orçamento, e que são tipicamente extra-orçamentários. Figuram em:

119 - Depósitos

Nestas operações, a entidade participa como um fiel depositário de valores que não lhe pertencem. São dívidas provenientes de recebimentos de importâncias que não pertencem à entidade, como 120 - Cauções: são as cauções em dinheiro recebidas de fornecedor para garantia de execução de contrato; ou retenções sobre pagamentos, como o 121 - ISSQN retido no pagamento de prestadores de serviços; 122 - Consignações ou Depósitos de Consignatários, onde são contabilizados os descontos efetuados em pagamentos, como o 123 - INSS, descontado de empregados; 124 - Seguro de Vida, Contribuições para Associações de Servidores, dos valores retidos facultativamente de seus salários ou compulsoriamente como as Pensões Alimentícias; outras retenções contratuais, que serão devolvidas após o cumprimento do contrato; 125 - Depósitos Judiciais: onde a entidade é autora da ação e o réu depositou o valor devido e só terá destino no final do processo; se a entidade vencer a ação, o valor será levado à receita; se ela perder, o valor do depósito será devolvido ao réu. 126 - Depósitos de Autarquias: quando estas entidades da administração indireta não possuem sistema próprio de arrecadação e utilizam o da entidade; esta, ao receber o valor devido à autarquia reconhece pelo código de arrecadação que o valor não lhe pertence e credita-o em favor das autarquias nesta conta. 127 - Fianças: conta utilizada pelos Estados e pela União para registrar os valores depositados por suspeitos para responderem ao processo em liberdade.

Lei nº 4.320/64 Moderna

Os débitos de funcionamento estão distribuídos no Passivo Circulante, preponderantemente, e no Passivo Não Circulante, na nova versão do Balanço Patrimonial.

Uma indicação para saber se as operações são decorrentes do ciclo de atividades operacionais da entidade é ver se elas tramitaram no orçamento, ou não, pois no Passivo são distinguidas as operações que são da entidade das que não são, quando pertencerem ou não do ciclo operacional da entidade.

Os débitos de funcionamento do ciclo de operações da entidade, no novo Plano de Contas, estão tanto no Passivo Circulante como no Passivo Não Circulante. Os débitos de funcionamento decorrentes do ciclo operacional da entidade, são acolhidos na 2.1.1 Obrigações Trabalhistas, Previdenciárias e Assistenciais a Pagar a Curto Prazo e na de mesmo nome, só que a longo prazo, com os desdobramentos típicos Pessoal a Pagar, Benefícios Previdenciários a Pagar, Benefícios Assistenciais a Pagar, Encargos Sociais a Pagar, 2.1.3 Fornecedores e Contas a Pagar a Curto Prazo e na 2.2.1 quando for de Longo Prazo, quando não se referirem a Pessoal.

As operações que não resultam da execução das atividades operacionais da entidade, são as extra-orçamentárias, que figuram em 2.1.5 Demais obrigações da entidade junto a terceiros, com vencimento até o término do exercício seguinte. Há também a 2.1.4 Obrigações Fiscais a Curto Prazo. As dívidas referentes a Restos a Pagar Liquidados são inscritas em 2.1.5.9.40.02 e, na 2.1.5.9.40.43 os Restos a Pagar Não Liquidados.

K - Débitos de Financiamentos

São as dívidas que se originam em empréstimos e financiamentos tomados pelo Governo e figuram tanto no Passivo Financeiro como no Passivo Permanente, também no Circulante e no Não-Circulante.

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Passivo Financeiro

Os débitos de financiamento, os decorrentes de dívidas de empréstimos, no Passivo Financeiro, podem constar, conforme a situação, nas contas integrais do grupo 108 - Serviço da Dívida a Pagar, no 128 - Débitos de Tesouraria e em contas transitórias do grupo 133 - Despesas do Exercício a Pagar. A inscrição dessas dívidas de financiamento no Passivo Financeiro origina-se em operações orçamentárias e extra-orçamentárias.

K.1 De Origem de Despesa Orçamentária Empenhada

Os débitos de financiamento de origem orçamentária são encontrados nos grupos:

108 - Serviço da Dívida a Pagar

Refere-se às prestações de empréstimos empenhadas no exercício e não pagas. Este grupo, então, representa os débitos de financiamento de exercício já encerrado, levados à Despesa Realizada, empenhados a pagar. Engloba a parcela do principal, seus juros e encargos da prestação de empréstimo de longo prazo, além dos juros e encargos de empréstimos ARO.

133 - Despesas do Exercício a Pagar

Além dos débitos de funcionamento, este grupo engloba também as despesas com as prestações de empréstimos e financiamentos de longo prazo, como o principal, juros e encargos, e as despesas com os juros e encargos dos empréstimos de curto prazo, os ARO, empenhadas durante o exercício em curso, mas não pagas; são apresentadas neste grupo transitório, a 136 - Serviço da Dívida a Pagar. Seus saldos não pagos em 31 de dezembro são transferidos para o grupo 108 - Serviço da Dívida a Pagar. Somente a fase do pagamento é extra-orçamentária.

K.2 De Origem Não-Orçamentária

Os débitos de financiamento que não tem origem em operação orçamentária (despesas empenhadas) são os empréstimos de curto prazo que são inscritos em:

128 - Débitos de Tesouraria

O único débito de financiamento extra-orçamentário típico do Passivo Financeiro é o inscrito em 128 - Débitos de Tesouraria: esta conta representa somente o principal do empréstimo de curto prazo denominado de Antecipação da Recita Orçamentária a Pagar - ARO. A receita do empréstimo de curto prazo é um ingresso extra-orçamentário e, para ser pago, não deve ser previamente empenhado.

Em relação à origem do débito e à natureza, quanto ao orçamento, a inscrição das dívidas no Passivo Financeiro assim se resume:

INSCRIÇÃO DAS DÍVIDAS NO PASSIVO FINANCEIRO

Decorrentes daExecução doOrçamento

Não Decorrentes da Execução doOrçamento

ExercícioAnterior

ExercícioVigente

Débitos deFuncionamento

RESTOSA PAGAR (*)

DESPESA DO EXCERCÍCIO A

PAGARDEPÓSITOS

Débitos deFinanciamento

SERVIÇO DA DÍVIDA

A PAGAR (*)

DESPESA DO EXERCÍCIO A

PAGAR

DÉBITOS DETESOURARIA

(*) Observação: Estas inscrições só ocorrem no final do ano, nas operações de encerramento do exercício

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Passivo Permanente

No Passivo Permanente, são registrados somente os empréstimos internos e externos de longo prazo a vencer e a empenhar. São os débitos de financiamento, que compreendem somente o principal das dívidas fundadas de longo prazo, que dependem de lei autorizativa para a contratação e também para a amortização ou resgate, pois necessitam ter dotações orçamentárias para amortizar o principal, seus juros e demais encargos. É desdobrado em dois grupos:

138 - Dívida Fundada Interna

Nele figuram somente os saldos de empréstimos a vencer e que ainda não foram empenhados, com a exigência do pagamento no Brasil, podendo estar representada por títulos ou por contratos.

145 - Dívida Fundada Externa

A dívida de longo prazo a vencer e a empenhar, será inscrita em 145 - Dívida Fundada Externa: se a exigência do pagamento for no exterior. Os débitos de financiamento do Passivo Permanente decorrem de dívidas contraídas para atender basicamente Despesas de Capital (obras públicas e equipamentos, por exemplo) e que serão resgatados em exercícios futuros, pois são dívidas de longo prazo.

Quando se empenha uma prestação do empréstimo, é dada a baixa da parcela do principal do Passivo Permanente e a inscreve em 133 - Despesas do Exercício a Pagar, conta 136 - Serviço da Dívida a Pagar, do Passivo Financeiro, utilizando as respectivas contas de resultado em contrapartida. Se não forem pagas no exercício em que foram empenhadas, as prestações são transferidas de 133 - Despesas do Exercício a Pagar para 108 - Serviço da Dívida a Pagar.

Lei nº 4.320/64 Moderna

Pelas Portarias STN 664 e 665/2010, não distingue se o débito de financiamento provém de empréstimo de antecipação da receita - ARO, extra orçamentário, ou de receita orçamentária de Operações de Crédito referentes a empréstimos de longo prazo, pela antiga Lei nº 4.320/64. Agora, essas dívidas de empréstimos figuram em 2.1.2 Empréstimos e Financiamentos a Curto Prazo, do Passivo Circulante, ou em 2.2.2 Empréstimos e Financiamentos a Longo Prazo, no Passivo Não-Circulante.

Desdobramentos do Passivo Circulante:

2.1.2.1 Parcela a Curto Prazo dos Empréstimos e Financiamentos, 2.1.2.2 Empréstimos a Curto Prazo, 2.1.2.3 Financiamentos a Curto Prazo, 2.1.2.5 Juros e Encargos a Pagar de Empréstimos e Financiamentos a Curto Prazo. Veja que distingue o principal dos acessórios, que, na Lei 4.320/64 antiga, fica só o total deles em Serviço da Dívida a Pagar, mas somente depois de empenhados o principal e juros da prestação.

No Passivo Não-Circulante, repetem-se os mesmos nomes e apresenta a conta 2.2.2.4 - Juros e Encargos a Pagar de Empréstimos e Financiamentos a Longo Prazo, com os acessórios do principal projetados conforme o cronograma de vencimento dos empréstimos, deficiência que, pelas normas tradicionais, não apareciam.

A dívida de longo prazo será demonstrada pelo total a vencer e a pagar, eliminando a reclamação de cada governo que assume e denuncia que a dívida é maior do que a anunciada pelo governante antecessor, pois no sistema tradicional, só figurava no Passivo Permanente o principal a vencer e a empenhar e os juros eram omitidos das demonstrações contábeis.

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15.4.3.3 - Saldo Patrimonial e Patrimônio Líquido

L - Patrimônio Líquido

O Patrimônio Líquido é obtido da diferença entre os elementos patrimoniais positivos e os elementos negativos. Esse fundo de valores é representado no Balanço Patrimonial nos grupos:

Lei nº 4.320/64 Tradicional

168 - Saldo Patrimonial

Na versão anterior, o patrimônio líquido era denominado Saldo Patrimonial.

Quando o Ativo for maior do que o Passivo, ele figurará na coluna do Passivo, com o nome 169 - Ativo Real Líquido.

Quando o Passivo for maior do que o Ativo, o Saldo Patrimonial figurará na coluna do Ativo com o nome 77 - Passivo Real Descoberto.

Lei nº 4.320/64 Moderna

Na nova versão do Balanço Patrimonial, a diferença entre o Ativo e o Passivo é Patrimônio Líquido.

Essa Portaria apresenta um desdobramento do Patrimônio Líquido que atende as empresas dependentes do Tesouro, daí apresentar capital social realizado, reservas de capital, etc. contas típicas da Lei das S.A.

Na Contabilidade das entidades estatais, substituiu-se o Saldo Patrimonial pela 2.3 Patrimônio Líquido, 2.3.1.1 Patrimônio Social, com as informações do saldo do ano anterior, acrescido do resultado do exercício, resultando o saldo final no final do exercício financeiro.

Considerando o que tratam as normas editadas pelo Ministério da Fazenda, que dispõem sobre as diretrizes a serem observadas no setor público quanto aos procedimentos, práticas, elaboração e divulgação das demonstrações contábeis, de forma a torná-las convergentes com as Normas Internacionais de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público, o Conselho Federal de Contabilidade baixou Resolução que dispõe sobre o Saldo Patrimonial, que será denominado, a partir de 2.012, Patrimônio Líquido:

13. No Patrimônio Líquido, deve ser evidenciado o resultado do período segregado dos resultados acumulados de períodos anteriores.

Nas novas normas, fazem parte das informações do Balanço Patrimonial os totais do Ativo Financeiro, do Ativo Permanente, do Passivo Financeiro, do Passivo Permanente e o Saldo Patrimonial. Motivo este que ainda figuram neste Cadernão de Contabilidade Governamental I a matéria antiga para que o aluno possa entender.

Após o resumo do balanço pela Lei nº 4.320/64, consta o compensado.

15.4.3.4 - Compensado

O Compensado não é constituído de contas patrimoniais ou contas integrais; são contas extra-patrimoniais. Ele representa operações ou situações que poderão afetar mediata ou indiretamente o patrimônio, as contas integrais. O Compensado é um sistema próprio de contas onde o débito e crédito de suas contas ocorrem simultaneamente nas do Ativo Compensado e nas do Passivo Compensado.

Essas contas são inscritas logo após o Patrimônio Líquido.

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Lei nº 4.320/64 Tradicional

De acordo com essa lei, o Compensado assim se apresenta:

78 - Compensado - Ativo e

170 - Compensado - Passivo

Observe na parte final da coluna de Natureza das Contas que não há correspondência com o rol referente ao Anexo 14 - Grupos e Contas Típicas, do Balanço Patrimonial, no Compensado.

O Compensado, na versão antiga do Anexo 14, é integrado por quatro grupos de operações:

Ativo Compensado Passivo Compensado

79 - Valores em Poder de Terceiros171 - Contrapartida de Valores em Poder de Terceiros

84 - Valores de Terceiros 176 - Contrapartida de Valores de Terceiros

87 - Valores Nominais Emitidos179 - Contrapartida de Valores Nominais Emitidos

90 - Diversos 182 - Contrapartida de Diversos

Lei nº 4.320/11 Moderna

As contas equivalentes ao compensado clássico da 4.320/64 aparecem nos itens 7 e 8 do novo modelo, que tratam dos controles devedores e controles credores, como atos potenciais e suas execuções.

Na nova versão do Balanço Patrimonial, após as contas com informações de natureza patrimonial (contas integrais do Ativo e do Passivo, figuram dois grandes grupos de contas com informações de natureza orçamentária, para acompanhar as execuções do Planejamento, do orçamento , os restos a pagar, e contas com informações tipicamente de controle.

É no Compensado que figuram as contas de prefixo 5, 6, 7 e 8, onde são registradas as contas que poderão modificar o patrimônio. O detalhamento das contas que integram esses grupos está estabelecido na outra portaria, a Portaria STN nº 664/10.

5 - Controles da Aprovação do Planejamento e Orçamento, 6 - Controles da Execução do Planejamento e Orçamento. Nesses grupos é que se evidencia a previsão das receitas e fixação das despesas em todos seus estágios de execução.

L - Atos Potenciais Ativos

Em 7 - Controles Devedores, acompanha-se os atos potenciais ativos e passivos, que se aproximam do compensado tradicional, acompanhando as garantias, saldos da dívida ativa, p. ex.

L - Atos Potenciais Passivos

Em 8 - Controles Credores, que registra a execução de atos potenciais ativos e passivos referentes à disponibilidade de recurso, execução da despesa, de dívida ativa e outras.

O rol completo do Balanço Patrimonial estabelecido pela STN será apresentado após o Balanço Patrimonial na versão antiga da Lei 4.320/64, com contas típicas de cada grupo.

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15.5 - O Balanço Patrimonial

15.5.1 - Contas Típicas do Balanço Patrimonial da Lei nº 4.320/64 Tradicional

Abaixo, é apresentado um Balanço Patrimonial padrão, na versão antiga. Os nomes em negrito são os que constam no Anexo 14 da Lei 4.320/64, antes das modificações, e as demais contas são as mais comumente encontradas.

BALANÇO PATRIMONIAL CLÁSSICO

Exemplos de Contas Típicas

(antes do encerramento do exercício)

ATIVO PASSIVO01 ATIVO FINANCEIRO (4320/64, 105, § 1º) 93 PASSIVO FINANCEIRO (4320, 105, § 3º, e 92)02 Disponível (CF, 164, § 3º) 94 Restos a Pagar (4320, 36, 37 e par. único .92)03 Caixa 95 Restos a Pagar Processados04 Bancos e Correspondentes 96 Fornecedores a Pagar05 BANRISUL, c/Disposição 97 Aluguéis a Pagar06 Aplicações Financeiras 98 Empreiteiros a Pagar07 Exatores 99 Vencimentos e Folhas de Pessoal a Pagar08 Exatoria de Guaíba 100 INSS, c/Contribuições a Pagar09 Secretaria Regional de Erechim 101 FGTS, a Pagar, PASEP a Pagar10 ... 102 Água, Luz e Telefone a Pagar11 Vinculado em c/c Bancária 103 Municípios, c/IPVA a Pagar12 Banco do Brasil S.A., c/Convênio X 104 Precatórios a Pagar13 CEF, c/Empréstimo Y 105 Restos a Pagar Não-Processados14 BANRISUL, c/Arrecadação 106 Fornecedores a Pagar15 BANRISUL, c/Recolhimento 107 Empreiteiros a Pagar16 Realizável 108 Serviço da Dívida a Pagar17 INSS, c/Salário Família, Salário Natalidade 109 Serviço de Débitos de Tesouraria a Pagar

(só Juros e Encargos)18 Responsáveis por Adiantamentos 110 Serviço de Letras do Tesouro a Pagar19 Responsáveis por Convênios 111 Serviço de LFT-ARO a Pagar20 Depósitos Judiciais (quando a Entidade é ré) 112 Serv. BB S/A, c/Empréstimo ARO a Pagar21 Depósitos para Desapropriação 113 Serviço da Dívida Fundada Interna a Pagar (P+J+Enc.)22 Responsáveis 114 Serviço de LFT a Pagar23 115 Serviço de Empréstimo em Apólices a Pagar24 116 Serviço CEF, c/Empréstimo Y a Pagar25 117 Serviço da Dívida Fundada Externa a Pagar (P+J+Enc.)26 118 Serviço BB S/A, c/Empréstimo Z a Pagar27 119 Depósitos28 120 Cauções29 121 Retenções (ISSQN)30 122 Consignações ou Depósitos de Consignatários31 123 INSS, IPERGS, Pensão Alimentícia, etc.(compulsórios)32 124 Seguro de Vida, Associações, etc. (facultativos)33 125 Depósitos Judiciais (Entidade é autora)34 126 Depósitos de Autarquias e Fundações35 127 Fianças36 128 Débitos de Tesouraria (só principal a pagar)37 129 Em Títulos38 130 LFT/ARO, Letras do Tesouro, Bônus do Tesouro/ARO39 131 Por Contratos40 132 Banco A, c/Empréstimo ARO a Pagar41 133 Despesas do Exercício a Pagar (grupo transitório)42 134 Fornecedores a Pagar43 135 Aluguéis a Pagar44 136 Serviço da Dívida a Pagar45 ATIVO PERMANENTE (4320, 105, §2º) 137 PASSIVO PERMANENTE (só P a empenhar; 4320, 105

§4º e 98)46 Bens Móveis (4320, 94 a 96; DL 200, 87; L 8666. 17) 138 Dívida Fundada Interna47 Móveis e Utensílios 139 Em Títulos

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48 Equipamentos 140 LFT, Apólices 49 Veículos 141 Por Contratos50 Bens Imóveis (L 8666, 17 a 19) 142 CEF, c/Empréstimo Y a Pagar51 Prédios 143 Diversos52 Terrenos 144 INSS, c/ Débitos Parcelados a Pagar53 Fazendas 145 Dívida Fundada Externa54 Bens de Natureza Industrial 146 Em Títulos55 Fábrica de Ração 147 Apólices do Empréstimo H a Pagar56 Fábrica de Medicamentos 148 Por Contratos57 Matadouro 149 BIRD, c/Empréstimo a Pagar58 Créditos 150 BB S/A, c/Empréstimo Z a Pagar59 Dívida Ativa (4320, 39) (P+M+J+CM) 15160 Dívida Ativa Tributária 15261 Dívida Ativa Não-Tributária 15362 Responsáveis (em Dívida Ativa definitivamente julgados) 15463 Devedores por Prestação de Serviços 15564 Devedores por Imputação de Responsabilidade 15665 Crédito Educativo ou Bolsas de Estudo Reembolsáveis 15766 Devedores por Empréstimos Concedidos 15867 Valores 15968 Participações em Sociedades de Economia Mista 16069 Participações Diversas 16170 Moedas e Metais 16271 Diversos (4320, 15, §2º; DL 200, 88) 16372 Almoxarifado 16473 Aquisição de Bens em Processamento 16574 Importações em Andamento 16675 Prédios em Construção 16776 SALDO PATRIMONIAL 168 SALDO PATRIMONIAL77 Passivo Real Descoberto (Passivo > Ativo) 169 Ativo Real Líquido (Ativo > Passivo)78 ATIVO COMPENSADO 170 PASSIVO COMPENSADO79 Valores em Poder de Terceiros 171 Contrapartida de Valores em Poder de Terceiros80 Responsáveis por Adiantamentos (aguarda aprovação prest.) 172 Adiantamentos a Comprovar81 Responsáveis por Diárias de Viagem 173 Diárias de Viagem a Comprovar82 Responsáveis pela Execução de Convênios 174 Convênios a Comprovar83 Responsáveis por Auxílios 175 Auxílios a Comprovar84 Valores de Terceiros 176 Contrapartida de Valores de Terceiros85 Bens de Terceiros em Poder da Entidade 177 Entidade X, Bens a Devolver86 Cauções em Títulos e Valores 178 Títulos e Valores Caucionados87 Valores Nominais Emitidos 179 Contrapartida de Valores Nominais Emitidos88 Caixa de LFT 180 LFT a Emitir89 Caixa de Selos 181 Selos a Emitir90 Diversos 182 Contrapartida de Diversos91 Avais Concedidos 183 Credores por Avais92 Capital Social Subscrito 184 Companhias c/Capital a IntegralizarTOTAL TOTAL

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15.5.2 - Contas Típicas do Balanço Patrimonial da Lei nº 4.320/64 Moderna

A seguir, serão examinados cada um dos elementos do Balanço Patrimonial na versão das Portarias STN nºs. 664/2010 e 665/2010 antes do encerramento do exercício.

<ENTE DA FEDERAÇÃO>

BALANÇO PATRIMONIAL

Exercício: Período (mês): Data da Emissão: Página:

1 ATIVOCompreende os recursos controlados por uma entidade como conseqüência de eventos passados e dos quais se espera que fluam benefícios econômicos ou potencial de serviços futuros.

2 PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDOPassivo compreende as obrigações existentes da entidade oriundas de eventos passados de cuja liquidação se espera que resulte em fluxo de saída de recursos que incorporem benefícios econômicos ou serviços em potencial. Patrimônio líquido compreende a diferença entre o ativo e o passivo

1.1 ATIVO CIRCULANTECompreende os ativos que atendam a qualquer um dos seguintes critérios: sejam caixa ou equivalente de caixa, sejam realizáveis ou mantidos para venda ou consumo dentro do ciclo operacional da entidade; sejam mantidos primariamente para negociação, sejam realizáveis até o término do exercício seguinte.

2.1 PASSIVO CIRCULANTECompreende as obrigações conhecidas e estimadas que atendam a qualquer um dos seguintes critérios: tenham prazos estabelecidos ou esperados dentro do ciclo operacional da entidade; sejam mantidos primariamente para negociação; tenham prazos estabelecidos ou esperados até o término do exercício seguinte; sejam valores de terceiros ou retenções em nome deles, quando a entidade do setor público for fiel depositária, independentemente do prazo de exigibilidade.

1.1.1 Caixa e Equivalente de CaixaCompreende o somatório dos valores em caixa e em bancos, bem como equivalentes, que representam recursos com livre movimentação para aplicação nas operações da entidade e para os quais não haja restrições para uso imediato.

2.1.1 Obrigações Trabalhistas, Previdenciárias e Assistenciais a Pagar a Curto Prazo

Compreende as obrigações referentes a salários ou remunerações, bem como benefícios aos quais o empregado ou servidor tenha direito, aposentadorias, reformas, pensões e encargos a pagar, bem como benefícios assistenciais, com vencimento até o término do exercício seguinte.

1.1.1.1 Caixa e Equivalentes de Caixa em Moeda Nacional 2.1.1.1 Pessoal a Pagar1.1.1.2 Caixa e Equivalentes de Caixa em Moeda Estrangeira 2.1.1.2 Benefícios Previdenciários a Pagar

2.1.1.3 Benefícios Assistenciais a Pagar2.1.1.4 Encargos Sociais a Pagar

1.1.2 Créditos Realizáveis a Curto PrazoCompreende os valores a receber por fornecimento de bens, serviços, créditos tributários e demais transações pertinentes ao objeto principal da entidade, realizáveis no curso do exercício social subseqüente.

2.1.2 Empréstimos e Financiamentos a Curto PrazoCompreende as obrigações financeiras da entidade a título de empréstimos, bem como as aquisições efetuadas diretamente com o fornecedor, com vencimentos até o término do exercício seguinte.

1.1.2.1 Clientes 2.1.2.1 Parcela a Curto Prazo dos Empréstimos e Financiamentos

1.1.2.2 Créditos Tributários a Receber 2.1.2.2 Empréstimos a Curto Prazo1.1.2.3 Dívida Ativa Tributária 2.1.2.3 Financiamentos a Curto Prazo1.1.2.4 Dívida Ativa Não-Tributária - Clientes 2.1.2.4 Financiamentos por Arrendamento Financeiro a Curto

Prazo1.1.2.5 Créditos de Transferências a Receber 2.1.2.5 Juros e Encargos a Pagar de Empréstimos e

Financiamentos a Curto Prazo1.1.2.9 ( - ) Provisões de Crédito a Curto Prazo 2.1.2.9 ( - ) Encargos Financeiros a Apropriar1.1.3 Demais Créditos e Valores Realizáveis a Curto Prazo

Compreende os valores a receber por transações que não representam o objeto principal da entidade, mas são normais e inerentes as suas atividades, realizáveis até o término do exercício seguinte.

2.1.3 Fornecedores e Contas a Pagar a Curto PrazoCompreende as obrigações junto a fornecedores de matérias-primas, mercadorias e outros materiais utilizados nas atividades operacionais da entidade, bem como as obrigações decorrentes do fornecimento de utilidades e da prestação de serviços, tais como de energia elétrica, água, telefone, propaganda, aluguéis e todas as outras contas a pagar com vencimento até o término do exercício seguinte.

1.1.3.1 Adiantamentos Concedidos a Pessoal e a Terceiros 2.1.3.1 Fornecedores e Contas a Pagar Nacionais a Curto Prazo1.1.3.2 Tributos a Recuperar / Compensar 2.1.3.2 Fornecedores e Contas a Pagar Estrangeiros a Curto

Prazo1.1.3.3 Empréstimos e Financiamentos Concedidos 2.1.4 Obrigações Fiscais a Curto Prazo

Compreende as obrigações das entidades com o governo relativas a impostos, taxas e contribuições com vencimento até o término do exercício seguinte.

1.1.3.4 Créditos a Receber por Descentralização da Prestação 2.1.4.1 Obrigações Fiscais a Curto Prazo com a União

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de Serviços Públicos1.1.3.5 Créditos por Danos ao Patrimônio 2.1.4.2 Obrigações Fiscais a Curto Prazo com os Estados1.1.3.6 Depósitos Restituíveis e Valores Vinculados 2.1.4.3 Obrigações Fiscais a Curto Prazo com os Municípios1.1.3.7 Dívida Ativa Não-Tributária - Demais Créditos 2.1.5 Demais Obrigações a Curto Prazo

Compreende as obrigações da entidade junto a terceiros não inclusas nos subgrupos anteriores, com vencimento até o término do exercício seguinte.

1.1.3.8 Outros Créditos a Receber e Valores a Curto Prazo 2.1.5.1 Adiantamentos de Clientes1.1.3.9 ( - ) Provisões para demais Créditos e Valores a Curto Prazo

2.1.5.2 Obrigações por Danos a Terceiros

1.1.4 Investimentos TemporáriosCompreendem as aplicações de recursos em títulos e valores mobiliários, não destinadas a negociação e que não façam parte das atividades operacionais da entidade, resgatáveis até o término do exercício seguinte, além das aplicações temporárias em metais preciosos.

2.1.5.3 Arrendamento Operacional a Pagar

1.1.4.1 Títulos e Valores Mobiliários 2.1.5.4 Debêntures e Outros títulos de Dívida a Curto Prazo1.1.4.2 Aplicação Temporária em Metais Preciosos 2.1.5.5 Dividendos a Pagar1.1.4.9 ( - ) Provisões de Investimentos Temporários 2.1.5.6 Obrigações de Repartição a Outros Entes1.1.5 Estoques

Compreende o valor dos bens adquiridos, produzidos ou em processo de elaboração pela entidade com o objetivo de venda ou utilização própria no curso normal das atividades.

2.1.5.8 Valores Restituíveis

1.1.5.1 Mercadorias para Revenda 2.1.8 Provisões a Curto PrazoCompreende os passivos de prazo ou de valor incertos, com prazo provável até o término do exercício seguinte.

1.1.5.2 Produtos e Serviços Acabados 2.1.8.1 Provisão para Riscos Trabalhistas a Curto Prazo1.1.5.3 Produtos e Serviços em Elaboração 2.1.8.2 Provisão para Regimes de Previdência Social a Curto

Prazo1.1.5.4 Matérias-Primas 2.1.8.3 Provisões para Riscos Fiscais a Curto Prazo1.1.5.5 Materiais em Trânsito 2.1.8.4 Provisão para Riscos Cíveis a Curto Prazo1.1.5.6 Almoxarifado 2.1.8.5 Provisão para Repartição de Créditos1.1.5.7 Adiantamentos a Fornecedores 2.1.8.6 Provisão para Riscos Decorrentes de Contratos de PPP

a Curto Prazo1.1.5.8 Outros Estoques 2.1.8.9 Outras Provisões a Curto Prazo1.1.5.9 ( - ) Provisão para Estoques1.1.9 Variações Patrimoniais Diminutivas VPD Pagas Antecipadamente

Compreende pagamentos de variações patrimoniais diminutivas (VPD) antecipadas, cujos benefícios ou prestação de serviço a entidade ocorrerão até o término do exercício seguinte.

1.1.9.1 Prêmios de Seguros a Apropriar1.1.9.2 VPD Financeiras a Apropriar1.1.9.3 Assinaturas e Anuidades a Apropriar1.1.9.4 Aluguéis Pagos a Apropriar1.1.9.5 Tributos Pagos a Apropriar1.1.9.6 Contribuições Confederativas a Apropriar1.1.9.7 Benefícios a Pessoal a Apropriar1.1.9.9 Demais VPD a Apropriar

1.2 ATIVO NÃO CIRCULANTE 2.2 PASSIVO NÃO CIRCULANTECompreende as obrigações conhecidas e estimadas que não atendam a nenhum dos critérios para serem classificadas no passivo circulante.

1.2.1 Ativo Realizável a Longo PrazoCompreende os bens, direitos e despesas antecipadas realizáveis após o término do exercício seguinte.

2.2.1 Obrigações Trabalhistas, Previdenciárias e Assistenciais a Pagar a Longo Prazo

Compreende as obrigações referentes a salários ou remunerações, bem como benefícios aos quais o empregado ou servidor tenha direito, aposentadorias, reformas, pensões e encargos a pagar bem como benefícios assistenciais , com vencimento após o término do exercício seguinte.

1.2.1.1 Créditos a Longo Prazo 2.2.1.1 Pessoal a Pagar1.2.1.2 Demais Créditos e Valores a Longo Prazo 2.2.1.2 Benefícios Previdenciários a Pagar1.2.1.3 Investimentos Temporários a Longo Prazo 2.2.1.3 Benefícios Assistenciais a Pagar1.2.1.4 Estoques 2.2.1.4 Encargos Sociais a Pagar1.2.1.9 Variações Patrimoniais Diminutivas Pagas Antecipadamente

2.2.2 Empréstimos e Financiamentos a Longo PrazoCompreende as obrigações financeiras da entidade a título

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de empréstimo, bem como as aquisições efetuadas diretamente com o fornecedor, com vencimento aos o término do exercício seguinte.

1.2.2 InvestimentosCompreende as participações permanentes em outras sociedades, bem como os bens e direitos não classificáveis no ativo circulante nem no ativo realizável a longo prazo e que não se destinem a manutenção da atividade da entidade.

2.2.2.1 Empréstimos a Longo Prazo

1.2.2.1 Participações Permanentes 2.2.2.2 Financiamentos a Longo Prazo1.2.2.8 Demais Investimentos Permanentes 2.2.2.3 Financiamentos por Arrendamento Financeiro a Longo

Prazo1.2.2.9 ( - ) Redução ao Valor Recuperável de Investimentos 2.2.2.4 Juros e Encargos a Pagar de Empréstimos e

Financiamentos a Longo Prazo2.2.2.9 ( - ) Encargos Financeiros a Apropriar

1.2.3 ImobilizadoCompreende os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados a manutenção das atividades da entidade ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram a ela os benefícios, os riscos e o controle desses bens.

2.2.3 Fornecedores a Longo PrazoCompreende as obrigações junto a fornecedores de matérias-primas, mercadorias e outros materiais utilizados nas atividades operacionais da entidade, com vencimento após o término do exercício seguinte.

1.2.3.1 Bens Móveis 2.2.3.1 Fornecedores Nacionais a Longo Prazo1.2.3.2 Bens Imóveis 2.2.3.2 Fornecedores Estrangeiros a Longo Prazo1.2.3.8 ( - ) Depreciação, Exaustão e Amortização Acumuladas 2.2.4 Obrigações Fiscais a Longo Prazo

Compreende as obrigações das entidades com o governo relativas a impostos, taxas e contribuições com vencimento após o término do exercício seguinte.

1.2.3.9 ( - ) Redução ao Valor Recuperável de Imobilizado 2.2.4.1 Obrigações Fiscais a Longo Prazo com a União1.2.4 Intangível

Compreende os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados a manutenção da entidade ou exercidos com essa finalidade.

2.2.4.2 Obrigações Fiscais a Longo Prazo com os Estados

1.2.4.1 Softwares 2.2.4.3 Obrigações Fiscais a Longo Prazo com os Municípios1.2.4.2 Marcas, Direitos e Patentes Industriais 2.2.5 Demais Obrigações a Longo Prazo

Compreende as obrigações da entidade junto a terceiros não inclusas nos subgrupos anteriores, com vencimento após o término do exercício seguinte.

1.2.4.3 Direito de Uso de Imóveis 2.2.5.1 Adiantamentos de Clientes a Longo Prazo1.2.4.8 ( - ) Amortização Acumulada 2.2.5.2 Obrigações por Danos a Terceiros a Longo Prazo1.2.4.9 ( - ) Redução ao Valor Recuperável de Intangível 2.2.5.3 Debêntures e Outros Títulos de Dívida a Longo Prazo

2.2.5.4 Adiantamento para Futuro Aumento de Capital2.2.5.9 Outras Obrigações a Longo Prazo2.2.8 Provisões a Longo Prazo

Compreende os passivos de prazo ou de valor incertos, com prazo provável após o término do exercício seguinte.

2.2.8.1 Provisão para Riscos Trabalhistas a Longo Prazo2.2.8.2 Provisão para Regimes de Previdência Social a Longo Prazo2.2.8.3 Provisão para Riscos Fiscais a Longo Prazo2.2.8.4 Provisão para Riscos Cíveis a Longo Prazo2.2.8.5 Provisão para Repartição de Créditos a Longo Prazo2.2.8.6 Provisão para Discos Decorrentes de Contratos de PPP a Longo Prazo2.2.8.9 Outras Provisões a Longo Prazo2.2.9 Resultado Diferido

Compreende o saldo existente na antiga cona resultado de exercícios futuros em 31 de dezembro de k2008, composto de variação patrimonial aumentativa (VPA) diferida e o respectivo custo diferido.

2.2.9.1 Variação Patrimonial Aumentativa (VPA) Diferida2.2.9.2 ( - ) Custo DiferidoTOTAL DO PASSIVO

2.3 PATRIMÔNIO LÍQUIDOCompreende o valor residual dos ativos depois de deduzidos todos os passivos.

2.3.1 Patrimônio Social e Capital SocialCompreende o patrimônio social das autarquias, fundações e fundos e o capital social das demais entidades da administração direta.

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2.3.1.1 Patrimônio Social2.3.1.2 Capital Social Realizado2.3.2 Adiantamento para Futuro Aumento de Capital

Compreende os recursos recebidos p0ela entidade de seus acionistas ou quotistas destinados a serem utilizados para aumento de capital, quando não haja a possibilidade de devolução destes recursos.

2.3.3 Reservas de CapitalCompreende os valores acrescidos ao patrimônio que não transitaram pelo resultado como variações patrimoniais aumentativas (VPA)

2.3.3.1 Ágio na Emissão de Ações2.3.3.1 Alienação de Partes Beneficiárias2.3.3.3 Alienação de Bônus de Subscrição2.3.3.4 Correção Monetária do Capital Realizado2.3.3.9 Outras Reservas de Capital2.3.4 Ajustes de Avaliação Patrimonial

Compreende as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuídos a elementos do ativo e do passivo em decorrência da sua avaliação a valor justo nos casos previstos pela Lei 6.404/76 ou em normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários enquanto não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de competência.

2.3.4.1 Ajustes de Avaliação Patrimonial de Ativos2.3.4.2 Ajustes de Avaliação Patrimonial de Passivos2.3.5 Reservas de Lucros

Compreende as reservas constituídas com parcelas do lucro líquido das entidades para finalidades específicas.

2.3.5.1 Reserva Legal2.3.5.2 Reservas Estatutárias2.3.5.3 Reserva para Contingências2.3.5.4 Reserva de Incentivos Fiscais2.3.5.5 Reservas de Lucros para a Expansão2.3.5.6 Reserva de Lucros a Realizar2.3.5.7 Reserva de Retenção de Prêmio na Emissão de Debêntures2.3.5.9 Outras Reservas2.3.6 Demais Reservas

Compreende as demais reservas, não classificadas como reservas de capital ou de lucro, inclusive aquelas que terão seus saldos realizados por terem sido extintas pela legislação.

2.3.6.1 Reserva de Reavaliação2.3.6.9 Outras Reservas2.3.7 Resultados Acumulados

Compreende o saldo remanescente dos lucros ou prejuízos líquidos das empresas e os superávits ou déficits acumulados da administração direta, autarquias fundações e fundos.

2.3.7.1 Superávits ou Déficits Acumulados2.3.7.2 Lucros e Prejuízos Acumulados2.3.9 ( - )Ações / Cotas em Tesouraria

Compreende o valor das ações ou cotas da entidade que foram adquiridas pela própria entidade.

2.3.9.1 ( - ) Ações em Tesouraria12.3.8.2 ( - ) Cotas em TesourariaTOTAL DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO

TOTAL TOTAL

ESPECIFICAÇÃOExercício

AtualExercício Anterior

ESPECIFICAÇÃOExercício

AtualExercício Anterior

ATIVO FINANCEIRO PASSIVO FINANCEIROATIVO PERMANENTE PASSIVO PERMANENTE

SALDO PATRIMONIAL

ESPECIFICAÇÃO Exercício Exercício ESPECIFICAÇÃO Exercício Exercício

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Atual Anterior Atual AnteriorSaldo dos Atos Potenciais

AtivosSaldo dos Atos Potenciais

Passivos3 VARIAÇÃO PATRIMONIAL DIMINUTIVA

Compreende o decréscimo no benefício econômico durante o período contábil sob a forma de saída de recurso ou redução de ativo ou incremento em passivo, que resulte um decréscimo do patrimônio líquido e que não seja proveniente de distribuição aos proprietários da entidade.

4 VARIAÇÃO PATRIMONIAL AUMENTATIVACompreende o aumento no benefício econômico durante o período contábil sob a forma de entrada de recurso ou aumento de ativo ou diminuição do passivo, que resulte em aumento do patrimônio líquido e que não sejam provenientes de aporte dos proprietários.

3.1 PESSOAL E ENCARGOSCompreende a remuneração do pessoal ativo civil ou militar, correspondente ao somatório das variações patrimoniais diminutivas com subsídios, vencimentos, soldos e vantagens pecuniárias fixas ou variáveis estabelecidas em lei decorrentes do pagamento pelo efetivo exercício do cargo, emprego ou função de confiança no setor público, bem como as variações patrimoniais diminutivas com contratos de terceirização de mão-de-obra que se refiram a substituição de servidores e empregados públicos. Compreende ainda obrigações trabalhistas de responsabilidade do empregador, incidentes sobre a folha de pagamento dos órgãos e demais entidades do setor público, contribuições a entidades fechadas de previdência e benefícios eventuais a pessoal civil e militar, destacados os custos de pessoal e encargos inerentes as mercadorias e produtos vendidos.

4.1 IMPOSTOS, TAXAS E CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA

Compreende toda prestação pecuniária compulsória , em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Como: impostos, taxas e contribuições de melhoria.

3.1.1 Remuneração a PessoalCompreende a remuneração do pessoal ativo civil ou militar, correspondente ao somatório das variações patrimoniais diminutivas com subsídios, vencimentos, soldos e vantagens pecuniárias fixas e variáveis estabelecidas em lei decorrentes do pagamento pelo efetivo exercício do cargo, emprego ou função de confiança no setor público, bem como as com contratos de terceirização de mão-de-obra que se refiram a substituição de mão-de-obra que se refiram a substituição de servidores e empregados públicos.

4.1.1 ImpostosCompreende como imposto o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.

3.1.1.1 Renumeração a Pessoal - RPPS 4.1.1.1 Impostos sobre Comércio Exterior3.1.1.2 Remuneração a Pessoal - RGPS 4.1.1.2 Impostos sobre Patrimônio e Renda3.1.1.3 Remuneração a Pessoal - Regime Próprio dos Militares 4.1.1.3 Impostos sobre a Produção e a Circulação3.1.2 Encargos Patronais

Compreende os encargos trabalhistas de responsabilidade do empregador, incidentes sobre a folha de pagamento dos servidores e empregados ativos, pertencentes aos órgão e demais entidades do setor público, bem como contribuições a entidades fechadas de previdência e ainda outras contribuições patronais.

4.1.1.4 Impostos Extraordinários

3.1.2.1 Encargos Patronais - RPPS 4.1.1.9 Outros Impostos3.1.2.2 Encargos Patronais - RGPS 4.1.2 Taxas

Compreende as taxas cobradas pela União, pelos estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, tem como fat0 gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto a sua disposição.

3.1.2.3 Encargos Patronais - FGTS 4.1.2.1 Taxas pelo Exercício do Poder de Polícia3.1.2.4 Contribuições Sociais Gerais 4.1.2.2 Taxas pela Prestação de Serviços3.1.2.5 Contribuições a Entidades Fechadas de Previdência 4.1.3 Contribuições de Melhoria

Compreende como contribuição de melhoria o tributo cobrado pela União, pelos estados, pelo Distrito Federal ou pelos municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, sendo instituída para fazer face ao custo de obras publicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.

3.1.2.9 Outros Encargos Patronais 4.1.3.1 Contribuição de Melhoria pela Expansão da Rede de Água Potável e Esgoto Sanitário

3.1.3 Benefícios a PessoalCompreende o valor total das variações patrimoniais diminutivas com benefícios devidos a pessoal civil e militar, tais como para o pessoal civil: ajuda de custo, indenização

4.1.3.2 Contribuição de Melhoria pela Expansão da Rede de Iluminação Pública na Cidade

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de transporte, auxílio moradia, auxílio alimentação, auxílio transporte bem como outros decorrentes de acordo ou convenção coletiva no que se refere aos empregados públicos. Para os militares: adicional de compensação orgânica especial, gratificação de representação, transporte, ajuda-de-custo, auxílio-fardamento, auxílio-alimentação e outros benefícios eventuais relativo ao local ou a natureza do trabalho. Estão excluídas deste grupo as despesas com vencimentos, soldos e quaisquer outras vantagens pecuniárias, bem como as despesas relacionadas aos benefícios previdenciários ou assistenciais, tais como: aposentadoria, auxílio-natalidade, salário-família, licença para tratamento de saúde, licença a gestante, a adotante e licença-maternidade, licença por acidente em serviço, assistência a saúde, garantia de condições individuais e ambientais de trabalho satisfatórias, pensão vitalícia e temporária, auxílio-funeral, auxílio-reclusão, auxílio-invalidez, assistência a saúde. Estão excluídas ainda as indenizações e restituições trabalhistas decorrentes da perda da condição de servidor ou empregado, tais como férias, aviso prévio indenizado e outras.

3.1.3.1 Benefícios a Pessoal - RPPS 4.1.3.3 Contribuição de Melhoria pela Expansão de Rede de Iluminação Pública Rural

3.1.3.2 Benefícios a Pessoal - RFPS 4.1.3.4 Contribuição de Melhoria pela Pavimentação e Obras Complementares

3.1.3.3 Benefícios a Pessoal Militar 4.1.3.9 Outras Contribuições de Melhoria4.2 CONTRIBUIÇÕES

Compreende toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada, como contribuições

3.1.8 Custos de Pessoal e EncargosCompreende a variação patrimonial diminutiva relativa a pessoal e encargos utilizados na produção de bem ou serviços, sendo registrado apenas no momento da venda deste.

4.2.1 Contribuições SociaisCompreendem como contribuições sociais:a) as das empresas, incidentes sobre a remuneração paga ou creditadas aos segurados a seu serviço.b) as dos empregadores domésticos;c) as dos trabalhadores, incidentes sobre o seu salário –de -contribuição;d) as sobre a receita e faturamento;e) as sobre o lucro;f) do importador de bens ou serviços do exterior,g) e outros.

3.1.8.1 Custo de Mercadorias Vendidas - Pessoal e Encargos 4.2.1.1 Contribuições Sociais - RPPS3.1.8.2 Custo de Produtos Vendidos - Pessoal e Encargos 4.2.1.2 Contribuições Sociais - RGPS3.1.8.3 Custo de Serviços Prestados - Pessoal e Encargos 4.2.1.3 Contribuição sobre a Receita ou Faturamento3.1.9 Outras Variações Patrimoniais Diminutivas - Pessoal e Encargos

Compreende outras variações patrimoniais diminutivas, relacionadas com pessoal e encargos, não abrangidas nos grupos anteriores, tais como as indenizações e restituições trabalhistas.

4.2.1.4 Contribuição sobre o Lucro

3.1.9.1 Indenizações e Restituições Trabalhistas 4.2.1.5 Contribuição sobre Receita de Concurso de Prognóstico3.1.9.9 Outras VPD de Pessoal e Encargos 4.2.1.6 Contribuição do Importador de Bens ou Serviços do

Exterior3.2 BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS E ASSISTENCIAIS

Compreendem as variações patrimoniais diminutivas relativas as aposentadorias, pensões, reformas, reserva remunerada e outros benefícios previdenciários de caráter contributivo, do regime próprio da previdência social - RPPS e do regime geral da previdência social - RGPS, bem como as ações de assistência social., que são políticas de seguridade social não contributiva, visando ao enfrentamento da pobreza, a garantia dos mínimos sociais, ao provimento de condições para atender contingências sociais e a universalização dos direitos sociais.

4.2.1.9 Outras Contribuições Sociais

3.2.1 Aposentadorias e ReformasCompreendem os benefícios de prestação continuada assegurados pela previdência social com o objetivo de garantir meios indispensáveis de manutenção, por motivo de incapacidade, idade avançada e tempo de serviço.

4.2.2 Contribuições de Intervenção no Domínio EconômicoCompreendem as contribuições de intervenção no domínio econômico, como por exemplo, a cide - combustível.

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3.2.1.1 Aposentadorias - RPPS 4.2.3 Contribuição de Iluminação PúblicaCompreende as contribuições de iluminação publica, nos termos do artigo 149-a da Constituição Federal, acrescentado pela Emenda Constitucional nº 39/02, sendo facultada a cobrança da contribuição na fatura de consumo de energia elétrica.

3.2.1.2 Aposentadorias - RGPS 4.2.4 Contribuições de Interesse das Categorias Profissionais

Compreende as variações patrimoniais aumentativas provenientes de contribuições de interesse das categorias

profissionais.3.2.1.3 Reservas Remunerada e Reforma - Militar3.2.1.9 Outras Aposentadorias3.2.2 Pensões

Compreendem os benefícios da previdência social que garante uma renda aos dependentes do segurado falecido.

3.2.2.1 Pensões - RPPS3.2.2.2 Pensões - RGPS3.2.2.3 Pensões - Militar3.2.2.9 Outras Pensões3.2.3 Benefícios de Prestação Continuada

Compreendem os benefícios de prestação continuada.3.2.3.1 Benefícios de Prestação Continuada ao Idoso3.2.3.2 Benefícios de Prestação Continuada ao Portador de Deficiência3.2.3.9 Outros Benefícios de Prestação Continuada3.2.4 Benefícios Eventuais

Compreendem as provisões suplementares e provisórias, prestadas aos cidadãos e as famílias em virtude de nascimento, morte, situações de vulnerabilidade temporária e de calamidade pública, as provisões relativas a programas, projetos, serviços e benefícios diretamente vinculados ao campo da saúde, educação, integração nacional e das demais políticas setoriais não se incluem na modalidade de benefícios eventuais da assistência social.

3.2.4.1 Auxílio Natalidade3.2.4.2 Auxílio por Morte3.2.4.3 Benefícios Eventuais por Situações de Vulnerabilidade3.2.4.4 Benefícios Eventuais em Caso de Calamidade Pública3.2.4.9 Outros Benefícios Eventuais3.2.5 Políticas Públicas de Transferência de Renda

Compreende as políticas publicas que visem contribuir pra a redução da fome, da pobreza, da desigualdade e de outras formas de privação vividas pelas famílias mais excluídas, considerando três dimensões: o alívio imediato da pobreza, por meio da transferência de renda diretamente as famílias pobres e extremamente pobres; a contribuição para a redução da pobreza da geração seguinte, por meio do reforço do direito de acesso aos serviços de saúde e de educação, com o cumprimento das condicionalidades nestas áreas; e a articulação de ações complementares , de forma a desenvolver as capacidades das famílias beneficiárias.

3.2.9 Outros Benefícios Previdenciários e AssistenciaisCompreende outras variações patrimoniais diminutivas, relacionadas com benefícios previdenciários ou assistenciais, não abrangidas nos grupos anteriores.

3.2.9.1 Outros Benefícios Previdenciários - RPPS3.2.9.2 Outros Benefícios Previdenciários - RGPS3.2.9.3 Outros Benefícios Previdenciários - Militar3.2.9.9 Outros Benefícios Previdenciários e Assistenciais

3.3 USO DE BENS, SERVIÇOS E CONSUMO DE CAPITAL FIXO

Compreende o somatório das variações patrimoniais diminutivas com manutenção e operação da máquina publica, exceto despesas com pessoal e encargos que são registradas em grupo específico (despesas de pessoal e encargos). Compreende: diárias, material de consumo, material de distribuição gratuita, passagens e despesas com locomoção, serviços de terceiros, arrendamento mercantil

4.3 EXPLORAÇÃO E VENDA DE BENS, SERVIÇOS E DIREITOS

Compreende as variações patrimoniais aumentativas auferidas com a exploração e venda de bens, serviços e direitos, que resultem em aumento do Patrimônio Líquido, independentemente de ingresso, segregando-se a venda bruta das deduções como devoluções, abatimentos e descontos comerciais concedidos.

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operacional, aluguel, depreciação, amortização e exaustão, entre outras.

3.3.1 Uso de Material de ConsumoCompreende as variações patrimoniais diminutivas provenientes da distribuição do material de consumo. Um material é considerado de consumo quando for de duração inferior a dois anos, frágil, perecível, incorporável, transformável ou com a finalidade seja para consumo imediato ou para reposição.

4.3.1 Venda de MercadoriasCompreende as variações patrimoniais aumentativas auferidas com a venda de mercadorias, que resultem em aumento do Patrimônio Líquido, segregando-se a venda bruta das deduções como devoluções, abatimentos e descontos comerciais concedidos.

3.3.1.1 Consumo de Material 4.3.1.1 Venda Bruta de Mercadorias3.3.2 Serviços

Compreende as variações patrimoniais diminutivas provenientes da prestação de serviços fornecida a entidade governamental.

4.3.1.9 ( - ) Deduções da Venda Bruta de Mercadorias

3.3.2.1 Diárias 4.3.2 Venda de ProdutosCompreende as variações patrimoniais aumentativas auferidas com a venda de produtos, que resultem em aumento do Patrimônio Líquido, segregando-se a venda bruta das deduções como devoluções, abatimentos e descontos comerciais concedidos.

3.3.2.2 Serviços Terceiros - PF 4.3.2.1 Venda Bruta de Produtos3.3.2.3 Serviços Terceiros - PJ 4.3.2.9 ( - ) Deduções de Venda Bruta de Produtos3.3.2.4 Contrato de Terceirização por Substituição de Mão de Obra - Art. 18 § 1, LC 101/003.3.3 Depreciação, Amortização e Exaustão

Compreende o decréscimo no benefício de um bem durante o período contábil decorrente dse depreciação, amortização e exaustão.

4.3.3 Exploração de Bens e Direitos e Prestação de ServiçosCompreende as variações patrimoniais aumentativas auferidas com a prestação de serviços, que resultem em aumento do Patrimônio Líquido, segregando-se a venda bruta das deduções como devoluções, abatimentos e descontos comerciais concedidos.

3.3.3.1 Depreciação 4.3.3.1 Valor Bruto de Exploração de Bens e Direitos e Prestação de Serviço

3.3.3.2 Amortização 4.3.3.9 ( - ) Deduções do Valor Bruto de Exploração de Bens, Direitos e Prestação de Serviços

3.3.3.3 Exaustão3.3.8 Custo de Materiais, Serviços e Consumo de Capital Fixo

Compreende a variação patrimonial diminutiva relativa a materiais, serviços e consumo de capital fixo utilizados na produção de bens ou serviços, sendo registrado apenas no momento da venda destes.

3.3.8.1 Custo de Mercadorias Vendidas - Materiais, Serviços e Consumo de Capital Fixo3.3.8.2 Custo de Produtos Vendidos - Materiais, Serviços e Consumo de Capital Fixo3.3.8.3 Custo de Serviços Prestados - Matérias, Serviços e Consumo de Capital Fixo

3.4 VARIAÇÕES PATRIMONIAIS DIMINUTIVAS FINANCEIRAS

Compreende as variações patrimoniais diminutivas com operações financeiras, tais como: juros incorridos, descontos concedidos, comissões, despesas bancárias e correções monetárias.

4 4 VARIAÇÕES PATRIMONIAIS AUMENTATIVAS FINANCEIRAS

Compreende o somatório das variações patrimoniais aumentativas com operações financeiras. Compreende: descontos obtidos, juros auferidos, prêmio de resgate de títulos e debêntures, entre outros.

3.4.1 Juros e Encargos de Empréstimos e Financiamentos Obtidos

Compreende a variação patrimonial diminutiva com juros e encargos de empréstimos e financiamentos contraídos com pessoas jurídicas de direito público ou privado.

4.4.1 Juros e Encargos de Empréstimos e Financiamentos Concedidos

Compreende as variações patrimoniais aumentativas provenientes de juros e encargos de empréstimos e financiamentos concedidos.

3.4.1.1 Juros e Encargos da Dívida Contratual 4.4.1.1 Juros e Encargos de Empréstimos Concedidos3.4.1.2 Juros e Encargos da Dívida Mobiliária 4.4.1.2 Juros e Encargos de Financiamentos Concedidos3.4.1.3 Juros e Encargos de Empréstimos por Antecipação de Receita Orçamentária3.4.1.9 Outros Juros e Encargos de Empréstimos e Financiamentos3.4.2 Juros e Encargos de Mora

Compreende o montante de variação patrimonial diminutiva com juros e encargos a título de penalidade em virtude de atrasos e não cumprimento dos prazos contratuais.

4.4.2 Juros e Encargos de MoraCompreende as variações patrimoniais aumentativas com penalidades pecuniárias decorrentes da inobservância de normas e com rendimentos destinados a indenização pelo atraso no cumprimento da obrigação representando o

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resultado das aplicações impostas a contribuintes.3.4.2.1 Juros e Encargos de Mora de Empréstimos e Financiamentos Obtidos

4.4.2.1 Juros e Encargos de Mora sobre Empréstimos e Financiamentos Concedidos

3.4.2.2 Juros e Encargos de Mora de Aquisição de Bens e Serviços

4.4.2.2 Juros e Encargos de Mora sobre Fornecimentos de Bens e Serviços

3.4.2.3 Juros e Encargos de Mora de Obrigações Tributárias 4.4.2.3 Juros e Encargos de Mora sobre Créditos Tributários3.4.2.9 Outros Juros e Encargos de Mora 4.4.2.9 Outros Juros e Encargos de Mora3.4.3 Variações Monetárias e Cambiais

Compreende a variação patrimonial diminutiva proveniente de variações da nossa própria moeda em relação aos índices ou coeficientes aplicáveis por dispositivo legal ou contratual e a variação do valor da nossa moeda em relação as moedas estrangeiras, ressalte-se será tratada como varação monetária apenas a correção monetária pós-fixada.

4.4.3 Variações Monetárias e CambiaisCompreende a variação patrimonial aumentativa proveniente de varações da nossa própria moeda em relação aos índices o coeficientes aplicáveis por dispositivo legal ou contratual e a variação do valor da nossa moeda em relação às moedas estrangeiras. Ressalte-se será tratada como variação monetária apenas a correção monetária pós-fixada.

3.4.3.1 Variações Monetárias e Cambiais de Dívida Contratual 4.4.3.1 Variações Monetárias e Cambiais de Empréstimos Concedidos

3.4.3.2 Variações Monetárias e Cambiais de Dívida Mobiliária 4.4.3.2 Variações Monetárias e Cambiais de Financiamentos Concedidos

3.4.3.9 Outras Variações Monetárias e Cambiais 4.4.3.9 Outras Variações Monetárias e Cambiais3.4.4 Descontos Financeiros Concedidos

Compreende o valor da variação patrimonial diminutiva com descontos financeiros concedidos a clientes por pagamentos antecipados de duplicatas e outros títulos. Não se confundem com descontos nos preços de venda concedidos incondicionalmente, ou abatimentos de preços, que são deduções da receita.

4.4.4 Descontos Financeiros ObtidosCompreende a variação patrimonial aumentativa decorrente de descontos financeiros obtidos em virtude de liquidação antecipada de obrigações.

3.4.9 Outras Variações Patrimoniais Diminutivas - Financeiras

Compreende outras variações patrimoniais diminutivas financeiras, não abrangidas nos grupos anteriores.

4.4.5 Remuneração de Depósitos Bancários e Aplicações FinanceirasCompreende o valor total das variações patrimoniais aumentativas decorrentes da remuneração do saldo diário dos depósitos da União existentes no Banco Central, bem como a aplicação de recursos da conta única de acordo com a rentabilidade média intrínseca dos títulos do Tesouro.

3.4.9.1 Juros e Encargos em Sentenças Judiciais 4.4.5.1 Remuneração de Depósitos Bancários3.4.9.2 Juros e Encargos em Indenizações e Restituições 4.4.5.2 Remuneração de Aplicações Financeiras3.4.9.9 Outras Variações Patrimoniais Diminutivas Financeiras 4.4.9 Outras Variações Patrimoniais Aumentativas

FinanceirasCompreende as variações patrimoniais aumentativas provenientes de operações financeiras não compreendidas nos subgrupos anteriores.

3.5 TRANSFERÊNCIAS CONCEDIDASCompreende o somatório das variações patrimoniais diminutivas com transferências inter governamentais, transferências Intragovernamentais, transferências a instituições Multigovernamentais, transferências a instituições privadas com ou sem fins lucrativos, transferências a convênios e transferências ao exterior.

4.5 TRANSFERÊNCIAS RECEBIDASCompreende o somatório das variações patrimoniais aumentativas com transferências inter governamentais, transferências intragovernamentais, transferências a instituições multigovernamentais, transferências a instituições privadas com ou sem fins lucrativos, transferências a convênios e transferência ao exterior.

3.5.1 Transferências IntragovernamentaisCompreende as variações patrimoniais diminutivas decorrentes das transferências financeiras relativas a execução orçamentária e de bens e valores referentes as transações intragovernamentais.

4.5.1 Transferências IntragovernamentaisCompreende as variações patrimoniais aumentativas decorrentes das transferências financeiras relativas a execução orçamentária e de bens e valores referentes as transações intragovernamentais.

3.5.2 Transferências Inter-GovernamentaisCompreende as variações patrimoniais diminutivas decorrentes de transferências a União, estados Distrito Federal , municípios, inclusive as entidades vinculadas de bens e/ou valores.

4.5.2 Transferências Inter-GovernamentaisCompreende as variações patrimoniais aumentativas decorrentes de transferências da União, estados, Distrito Federal e municípios, inclusive as entidades vinculadas, de bens e/ou valores.

3.5.3 Transferências a Instituições PrivadasCompreende as variações patrimoniais diminutivas decorrentes das transferências financeiras a instituições privadas, inclusive de bens e valores.

4.5.3 Transferências das Instituições PrivadasCompreende as variações patrimoniais aumentativas decorrentes das transferências financeiras das instituições privadas, inclusive de bens e valores.

3.5.3.1 Transferências a Instituições Privadas sem Fins Lucrativos

4.5.3.1 Transferências das Instituições Privadas sem Fins Lucrativos

3.5.3.2 Transferências a Instituições Privadas com Fins Lucrativos

4.5.3.2 Transferências das Instituições Privadas com Fins Lucrativos

3.5.4 Transferências a Instituições MultigovernamentaisCompreende as variações patrimoniais diminutivas decorrentes das transferências a instituições multigovernamentais do qual o ente transferidor não participa.

4.5.4 Transferências das Instituições MultigovernamentaisCompreende as variações patrimoniais aumentativas decorrentes das transferências das instituições multigovernamentais, do qual o ente transferidor não participa.

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3.5.5 Transferências a Consórcios PúblicosCompreende as variações patrimoniais diminutivas decorrentes das transferências a consórcios públicos, do qual o ente transferidor participe.

4.5.5.Transferências de Consórcios PúblicosCompreende as variações patrimoniais aumentativas decorrentes das transferências de consórcios públicos, do qual o ente transferidor participe.

3.5.6 Transferências ao ExteriorCompreende as variações patrimoniais diminutivas decorrentes de transferências a organismos e fundos internacionais, de governos estrangeiros e instituições privadas com ou sem fins lucrativos no exterior.

4.5.6 Transferências do ExteriorCompreende as variações patrimoniais aumentativas decorrentes de transferências de organismos e fundos internacionais, de governos estrangeiros e instituições privadas com ou sem fins lucrativos no exterior.

4.5.7 Transferências de Pessoas FísicasCompreende as variações patrimoniais aumentativas decorrentes de contribuições e doações a governos e entidades da administração descentralizada realizadas por pessoas físicas.

3.6 DESVALORIZAÇÃO E PERDA DE ATIVOSCompreende a variação patrimonial diminutiva com desvalorização e perdas de ativos, com redução a valor recuperável, com provisões para perdas, perdas com alienação e perdas involuntárias.

4.6 VALORIZAÇÃO E GANHOS COM ATIVOSCompreende a variação patrimonial aumentativa com reavaliação e ganhos ativos.

3.6.1 Redução a Valor Recuperável a Provisão para PerdasCompreende o ajuste ao valor de mercado ou de consenso entre as partes para itens do ativo, quando esse for inferior ao valor líquido contábil, visando a assegurar que os ativos não estejam registrados contabilmente por um valor superior daquele passível de ser recuperado por uso ou por venda e também registra as variações patrimoniais diminutivas com provisões para perdas.

4.6.1 Reavaliação de AtivosCompreende a variação patrimonial aumentativa relativa a adoção do valor de mercado ou de consenso entre as partes para bens do ativo, quando esse for superior ao valor líquido contábil.

3.6.1.1 Redução a Valor Recuperável de Investimentos 4.6.1.1 Reavaliação de Imobilizado3.6.1.2 Redução a Valor Recuperável de Imobilizado 4.6.1.2 Reavaliação de Intangíveis3.6.1.3 Redução a Valor Recuperável de Intangíveis 4.6.1.9 Reavaliação de Outros Ativos3.6.1.4 Variação Patrimonial Diminutiva com Provisão para Perdas de Crédito3.6.1.5 Variação Patrimonial Diminutiva com Provisão para Redução a Valor de Mercado de Estoques3.6.2 Perdas com Alienação

Compreende a perda com alienação de ativos, ou seja, quando o valor alienado do ativo é menor que o seu valor contábil de maneira que a diferença compreende a perda.

4.6.2 Ganhos com AlienaçãoCompreende o ganho com alienação de ativos, ou seja, quando o valor alienado do ativo é maior que o seu valor contábil, de maneira que a diferença compreende o ganho.

3.6.2.1 Perdas com Alienação de Investimentos 4.6.2.1 Ganhos com Alienação de Investimentos3.6.2.2 Perdas com Alienação de Imobilizado 4.6.2.2 Ganhos com Alienação de Imobilizado3.6.2.3 Perdas com Alienação de Intangíveis 4.6.2.3 Ganhos com Alienação de Intangíveis3.6.3 Perdas Involuntárias

Compreendem o desfazimento físico involuntário do bem, como o que resulta de sinistros como incêndios e inundações.

4.6.3 Ganhos com Incorporação de Ativos

3.6.3.1 Perdas Involuntárias com Imobilizado 4.6.3.1 Ganhos com Incorporação de Ativos por Descobertas3.6.3.2 Perdas Involuntárias com Intangíveis 4.6.3.2 Ganhos com Incorporação de Ativos por Nascimentos3.6.3.3 Perdas Involuntárias com Estoques 4.6.3.3 Ganhos com Incorporação de Valores Aprendidos3.6.3.9 Outras Perdas Involuntárias 4.6.3.9 Outros Ganhos com Incorporação de Ativos

3.7 TRIBUTÁRIASCompreendem as variações patrimoniais diminutivas relativas aos impostos, taxas, contribuições de melhoria, contribuições sociais, contribuições econômicas e contribuições especiais.

3.7.1 Impostos, Taxas e Contribuições de MelhoriaCompreendem as variações patrimoniais diminutivas relativas as obrigações relativas as prestações pecuniárias compulsórias, em moeda ou cujo valor nela possa se exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade vinculada. Como impostos, taxas e contribuições de melhoria.

3.7.1.1 Impostos3.7.1.2 Taxas3.7.1.3 Contribuições de Melhoria3.7.2 Contribuições

Compreende as variações patrimoniais diminutivas com contribuições sociais, econômicas e outras, decorrentes da intervenção do estado (União, estados, Distrito Federal e

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municípios) no domínio econômico e de interesse da categoria de profissionais.

3.7.2.1 Contribuições Sociais3.7.2.2 Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico3.7.2.3 Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública - COSIP3.7.2.9 Outras Contribuições3.7.8 Custo com Tributos

Compreende a variação patrimonial diminutiva relativa a tributos utilizados na produção de bens ou serviços, sendo registrado apenas no momento da venda destes.

3.7.8.1 Custo de Mercadorias Vendidas - Tributos3.7.8.2 Custo de Produtos Vendidos - Tributos3.7.8.3 Custo de Serviços Prestados - Tributos

3.9 OUTRAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS DIMINUTIVAS

Compreende o somatório das variações patrimoniais diminutivas não incluídas nos grupos anteriores. Compreende: premiações, incentivos, equalizações de preços e taxas, participações e contribuições, resultado negativo com participações, dentre outros.

4.9 OUTRAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS AUMENTATIVAS

Compreende o somatório das demais variações patrimoniais aumentativas não incluídas nos grupos anteriores, tais como: resultado positivo da equivalência patrimonial, dividendos.

3.9.1 PremiaçõesCompreende as aquisições de prêmios, condecorações , medalhas, troféus, etc. bem como com o pagamento de prêmios em pecúnia, inclusive decorrentes de sorteios lotéricos.

4.9.1 Variação Patrimonial Aumentativa a ClassificarCompreende os recursos referentes a variação patrimonial aumentativa recebidas e não classificadas.

3.9.1.1 Premiações Culturais3.9.1.2 Premiações Artísticas3.9.1.3 Premiações Científicas3.9.1.4 Premiações Desportivas3.9.1.5 Ordens Honoríficas3.9.1.9 Outras Premiações3.9.2 Resultado Negativo de Participações

Compreende a apropriação do resultado negativo de participações, oriundo de prejuízos apurados nas empresas controladas e coligadas, dentre outros.

4.9.2 Resultado Positivo de ParticipaçõesCompreende o resultado positivo das participações de caráter permanente no capital social de sociedades investidas.

3.9.2.1 Resultado Negativo de Equivalência Patrimonial 4.9.2.1 Resultado Positivo de Equivalência Patrimonial3.9.3 Variações Patrimoniais Diminutivas de Instituições Financeiras

Compreende as variações patrimoniais diminutivas apuradas pelas instituições financeiras, vinculadas ou não ao seu objeto principal.

4.9.2.2 Dividendos e Rendimentos de Outros Investimentos

3.9.4 IncentivosCompreende os incentivos financeiros concedidos relativos a educação, a ciência e a cultura.

3.9.4.1 Incentivos a Educação3.9.4.2 Incentivos a Ciência3.9.4.3 Incentivos a Cultura3.9.4.4 Incentivos ao Esporte3.9.4.9 Outros Incentivos3.9.5 Subvenções Econômicas

Compreende a variação patrimonial diminutiva com o pagamento de subvenções econômicas, a qualquer título, autorizadas em leis especificas, tais como: ajuda financeira a entidades privadas com fins lucrativos, concessão de bonificações a produtores, distribuidores e vendedores; cobertura, direta ou indireta, de parcela de encargos de empréstimos e financiamentos e dos custos de aquisição, de produção, de escoamento, de distribuição, de venda e de manutenção de bens, produtos e serviços em geral;e, ainda, outras operações com características semelhantes.

3.9.6 Participações e ContribuiçõesCompreende as participações de terceiros nos lucros, não relativas ao investimento dos acionistas, tais como: participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros. Além da contribuição a instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados.

3.9.6.1 Participações de Debêntures

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3.9.6.2 Participações de Empregados3.9.6.3 Participações de Administradores3.9.6.4 Participações de Partes Beneficiários3.9.6.5 Participações de Instituições ou Fundos de Assistência ou Previdência de Empregados3.9.8 Custo de Outras VPD

Compreende outras variações patrimoniais diminutivas apropriadas na produção de bens ou serviços, sendo registrado apenas no momento da venda destes.

3.9.8.1 Custo de Mercadorias Vendidas - Outras VPD3.9.8.2 Custo de Produtos Vendidos - Outras VPD3.9.8.3 Custo de Serviços Prestados - Outras VPD3.9.9 Diversas Variações Patrimoniais Diminutivas

Compreende outras variações patrimoniais diminutivas não classificadas em itens específicos.

4.9.9 Diversas Variações Patrimoniais AumentativasCompreende outras variações patrimoniais aumentativas não classificadas em itens específicos.

3.9.9.1 Compensação Financeira entre RGPS/RPPS 4.9.9.1 Compensação Financeira entre RGPS/RPPS3.9.9.2 Variação Patrimonial Diminutiva com Bonificações 4.9.9.2 Variação Patrimonial Aumentativa com Bonificações3.9.9.3 Amortização de Ágio em Investimentos 4.9.9.3 Amortização de Deságio em Investimentos

4.9.9.4 Multas Administrativas4.9.9.5 Indenizações4.9.9.6 VPA Decorrente Alienação Bens Apreendidos4.9.9.7 Reversão de Provisões

3.9.9.9 Variações Patrimoniais Diminutivas Decorrentes de Fatos Geradores Diversos

4.9.9.9 Variações Patrimoniais Aumentativas Decorrentes de Fatos Geradores Diversos

5 - CONTROLES DA APROVAÇÃO DO PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO

Compreende as contas com função de registrar os atos e fatos ligados à execução orçamentária.

6 - CONTROLES DA EXECUÇÃO DO PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO

Compreende as contas com função de registrar os atos e fatos ligados à execução orçamentária.

5.1 PLANEJAMENTO APROVADOCompreende o somatório dos valores monetários previstos para execução dos programas e ações (projetos, atividades e operações especiais) estabelecidos no plano plurianual e projeto de lei orçamentária anual.

6.1 EXECUÇÃO DO PLANEJAMENTOCompreende o somatório dos valores monetários relativos a execução dos programas e ações (projetos, atividades e operações especiais) estabelecidos no plano plurianual e projeto de lei orçamentária anual.

5.1.1 PPA – APROVADOCompreende o somatório dos valores monetários previstos para a execução dos programas e ações (projetos, atividades e operações especiais) estabelecidos no plano plurianual.

6.1.1 Execução do PPACompreende o somatório dos valores monetários relativos a execução dos programas e ações (projetos, atividades e operações especiais) estabelecidas no plano plurianual.

5.1.2 PLOACompreende o somatório dos valores monetários previstos para a execução dos programas e ações (projetos, atividades e operações especiais) estabelecidos no projeto de lei orçamentária.

6.1.2 Execução do PLOACompreende o somatório dos valores monetários de receitas e despesas previstos no projeto de lei orçamentária durante as suas fases de tramitação.

5.2 ORÇAMENTO APROVADOCompreende o somatório dos valores relativos a previsão da receita, fixação da despesa e suas alterações no orçamento geral da União durante o exercício financeiro.

6.2 EXECUÇÃO DO ORÇAMENTOCompreende o somatório dos valores relativos a realização da receita, execução da despesa e suas alterações no orçamento geral da União durante o exercício financeiro.

5.2.1 Previsão da ReceitaCompreende o somatório dos valores relativos a previsão da receita pública aprovada pela lei orçamentária anual e suas alterações.

6.2.1 Execução da ReceitaCompreende o somatório dos valores relativos a realização da receita pública aprovada pela lei orçamentária anual a suas alterações.

5.2.1.1 Previsão Inicial da Receita 6.2.1.1 Receita a Realizar5.2.1.2 Alteração da Previsão da Receita 6.2.1.2 Receita Realizada5.2.1.1.1 Previsão Adicional da Receita5.2.1.2.9 ( - ) Anulação da Previsão da Receita 6.2.1.3 ( - ) Deduções da Receita Orçamentária5.2.2 Fixação da Despesa

Compreende o somatório dos valores relativos a fixação da despesa pública aprovada pela lei orçamentária e suas alterações.

6.2.2 Execução da DespesaCompreende o somatório da disponibilidade de crédito orçamentário e da execução da despesa em suas diversas etapas.

5.2.2.1 Dotação Orçamentária 6.2.2.1 Disponibilidade de Crédito5.2.2.2 Movimentação de Créditos Recebidos 6.2.2.2 Movimentação de Créditos Concedidos5.2.2.3 Detalhamento de Crédito 6.2.2.3 Detalhamento de Crédito5.2.2.9 Outros Controles da Despesa Orçamentária 6.2.2.9 Outros Controles da Despesa Orçamentária

5.3 INSCRIÇÃO DE RESTOS A PAGARCompreende o somatório relativo ao valor da inscrição das despesas empenhadas e não pagas.

6.3 EXECUÇÃO DE RESTOS A PAGARCompreende o somatório dos valores relativos a transferência, liquidação e pagamento das despesas

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empenhadas e não pagas.5.3.1 Inscrição de RP Não Processados

Compreende o somatório dos valores inscritos em Restos a Pagar Não-Processados relativos às despesas empenhadas e não liquidadas.

6.3.1 Execução de RP Não ProcessadosCompreende o somatório dos valores relativos a transferência, liquidação e pagamento das despesas empenhadas, não liquidadas no exercício financeiro de sua inscrição e não pagas.

5.3.1.1 RP Não Processados Inscritos 6.3.1.1 RP Não Processados a Liquidar5.3.1.2 RP Não Processados - Exercícios Anteriores 6.3.1.2 RP Não Processados em Liquidação5.3.1.3 RP Não Processados Restabelecidos 6.3.1.3 RP Não Processados Liquidados a Pagar5.3.1.6 RP Não Processados Recebidos por Transferência 6.3.1.4 RP Não Processados Pagos5.3.1.7 RP Não Processados - Inscrição no Exercício 6.3.1.5 RP Não Processados a Liquidar Bloqueados

6.3.1.6 RP Não Processados Transferidos6.3.1.7 RP Não Processados - Inscrição no Exercício6.3.1.9 RP Não Processados Cancelados

5.3.2 Inscrição de RP ProcessadosCompreende o somatório dos valores inscritos em Restos a

Pagar Processados.

6.3.2 Execução de RP ProcessadosCompreende o somatório dos valores relativos a transferência, liquidação e pagamento das despesas empenhadas, liquidadas no exercício financeiro de sua inscrição e não pagas.

5.3.2.1 RP Processados - Inscritos 6.3.2.1 RP Processados a Pagar5.3.2.2 RP Processados - Exercícios Anteriores 6.3.2.2 RP Processados Pagos5.3.2.6 RP Processados Recebidos por Transferência 6.3.2.6 RP Processados Transferidos5.3.2.7 RP Processados - Inscrição no Exercício 6.3.2.7 RP Processados - Inscrição no Exercício

6.3.2.9 RP Processados Cancelados

7 CONTROLES DEVEDORESCompreende as contas em que são registrados atos potenciais e controles específicos.

8 CONTROLES CREDORESCompreende as contas em que são registradas a execução de atos potenciais e controles específicos.

7.1 ATOS POTENCIAISCompreende contas relacionadas às situações não compreendidas no patrimônio, mas que, direta ou indiretamente, possam vir a afetá-lo, exclusive as que dizem respeito a atos e fatos ligados a execução orçamentária e financeira e as contas com função precípua de controle.

8.1 EXECUÇÃO DOS ATOS POTENCIAISCompreende contas relacionadas à execução de situações não compreendidas no patrimônio, mas que, direta ou indiretamente, possam vir a afetá-lo, exclusive as que dizem respeito a atos e fatos ligados à execução orçamentária e financeira e as contas com função precípua de controle.

7.1.1 Atos Potenciais AtivosRegistra os atos e fatos que possam vir a aumentar o ativo da entidade governamental.

8.1.1 Execução dos Atos Potenciais AtivosRegistra a execução dos atos e fatos que possa vir a afetar o ativo da entidade governamental.

7.1.1.1 Garantias e Contragarantias Recebidas 8.1.1.1 Execução de Garantias e Contragarantias Recebidas7.1.1.2 Direitos Conveniados e Outros Instrumentos Congêneres

8.1.1.2 Execução de Direitos Conveniados e Outros Instrumentos Congêneres

7.1.1.3 Direitos Contratuais 8.1.1.3 Execução de Direitos Contratuais7.1.1.9 Outros Atos Potenciais Ativos 8.1.1.9 Execução de Outros Atos Potenciais Ativos7.1.2 Atos Potenciais Passivos

Registra os atos e fatos que possam vir a aumentar o passivo ou diminuir o ativo da entidade governamental.

8.1.2 Execução dos Atos Potenciais PassivosRegistra a execução dos atos e fatos que possa vir a afetar o passivo da entidade governamental.

7.1.2.1 Garantias e Contragarantias Concedidas 8.1.2.1 Execução de Garantias e Contragarantias Concedidas7.1.2.2 Obrigações Conveniadas e Outros Instrumentos Congêneres

8.1.2.2 Execução de Obrigações Conveniadas e Outros Instrumentos Congêneres

7.1.2 3 Obrigações Contratuais 8.1.2.3 Execução de Obrigações Contratuais7.1.2.9 Outros Atos Potenciais Passivos 8.1.2.9 Execução de Outros Atos Potenciais Passivos

7.2 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRACompreende as contas de registro da programação financeira e de controle das disponibilidades.

8.2 EXECUÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRACompreende as contas de registro da execução da programação financeira e de controle das disponibilidades.

7.2.1 Disponibilidades por DestinaçãoCompreende as contas que registram os controles sobre as disponibilidades por destinação de recursos.

8.2.1 Execução das Disponibilidades por DestinaçãoCompreende as contas que registram a execução dos controles das disponibilidades por destinação de recursos.

7.2.1.1 Controle da Disponibilidade de Recursos 8.2.1.1 Execução da Disponibilidade de Recurso7.2.1.2 Limite de Restos a Pagar por Destinação7.2.1.3 Recurso Diferido por Destinação7.2.2 Programação Financeira

Compreende as contas que registram as cotas, repasses e sub-repasses para atender a despesas orçamentárias, restos a pagar autorizados e demais dispêndios extra-orçamentários.

8.2.2 Execução da Programação FinanceiraCompreende as contas que registram a execução das cotas, repasses e sub-repasses para atender a despesas orçamentárias, restos a pagar autorizados e demais dispêndios extra-orçamentários.

7.2.3 Inscrição do Limite OrçamentárioCompreende as contas que controlam o limite de empenho e movimentação de créditos orçamentários, conforme estabelecidos em ato próprio dos poderes e ministério.

8.2.3 Execução do Limite OrçamentárioCompreende as contas que controlam a execução do limite de empenho e movimentação de créditos orçamentários, conformem estabelecidos em ato próprio dos poderes e ministério público.

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7.2.4 Controles da ArrecadaçãoCompreende as contas que registram o valor da arrecadação líquida da receita orçamentária, por meio de documentos de arrecadação como DARF, GRU, DAR entre outros.

8.2.4 Controles da ArrecadaçãoCompreende as contas que registram os valores discriminados da arrecadação da receita orçamentária, por meio de documentos de arrecadação como DARF, GRU, DAQR, entre outros.

7.3 DÍVIDA ATIVARegistra o controle dos créditos a serem inscritos em dívida ativa dos que se encontram em processamento. Compreende as contas que controlam os créditos passiveis de serem encaminhados e inscritos em dívida ativa, o de inscrição e tramitação dos créditos inscritos.

8.3 EXECUÇÃO DA DÍVIDA ATIVACompreende as contas que controlam a execução dos créditos passíveis de serem encaminhados e inscritos em dívida ativa.

7.3.1 Controle do Encaminhamento de Créditos para Inscrição em Dívida Ativa

Registra os valores passíveis de serem encaminhados e inscritos em dívida ativa.

8.3.1 Execução do Encaminhamento de Créditos para Inscrição em Dívida Ativa

Compreende as contas que registram os valores a serem encaminhados e os já encaminhados para o órgão competente em inscrever em dívida ativa.

8.3.1.1 Créditos a Encaminhar para a Dívida Ativa8.3.1.2 Créditos Encaminhados para a Dívida Ativa8.3.1.3 Cancelamento de Créditos Encaminhados para a Dívida Ativa

7.3.2 Controle da Inscrição de Créditos em Divida AtivaCompreende as contas que controlam os créditos passíveis de serem inscritos em dívida ativa pelo órgão responsável pela inscrição em dívida ativa.

8.3.2 Execução da Inscrição de Créditos em Dívida AtivaCompreende as contas que registram os valores a serem inscritos em dívida ativa pelo órgão competente sem inscrever em dívida ativa.

8.3.2.1 Créditos a Inscrever em Dívida Ativa8.3.2.2 Créditos a Inscrever em Dívida Ativa Devolvidos8.3.2.3 Créditos Inscritos em Dívida Ativa8.3.2.4 Créditos Inscritos em Dívida Ativa Recebidos8.3.2.5 Baixa de Créditos Inscritos em Dívida Ativa

7.4 RISCOS FISCAISCompreende as contas que controlam os riscos fiscais que não preencham os requisitos para reconhecimento como passivo, conforme identificados no anexo de riscos fiscais da lei de diretrizes orçamentárias.

8.4 EXECUÇÃO DOS RISCOS FISCAISCompreende as contas que controlam a execução dos riscos fiscais que não preencham os requisitos para reconhecimento como passivo, conforme identificados no anexo de riscos fiscais da lei de diretrizes orçamentárias.

7.4.1 Controle de Passivos ContingentesCompreende as contas que registram o controle dos riscos fiscais que não preencham os requisitos para reconhecimento como passivos, classificados como passivos contingentes, conforme identificados no anexo de riscos fiscais da lei de diretrizes orçamentárias.

8.4.1 Execução de Passivos ContingentesCompreende as contas que controlam a execução dos riscos fiscais que não preencham os requisitos para reconhecimento como passivo, classificados como passivos contingentes, conforme identificados no anexo de riscos fiscais da lei de diretrizes orçamentárias.

7.4.2 Controle dos Demais Riscos FiscaisCompreende as congas que registram os riscos fiscais que não preencham os requisitos para reconhecimento como passivo, não classificados como passivos contingentes, conforme identificados no anexo de riscos fiscais da lei de diretrizes orçamentárias.

8.4.2 Execução dos Demais Riscos FiscaisCompreende as contas que controlam a execução dos riscos fiscais que não preencham os requisitos para reconhecimento como passivo, não classificados como passivos contingentes, conforme identificados no anexo de riscos fiscais da lei de diretrizes orçamentárias.

7.8 CUSTOSCompreende as conas que controlam os custos de bens e serviços produzidos.

8.8 APURAÇÃO DE CUSTOSCompreende as contas que controlam a execução dos custos dos bens e serviços produzidos.

7.9 OUTROS CONTROLESCompreende de controles não especificados anteriormente nos grupos dessa classe.

8.9 OUTROS CONTROLESCompreende as contas de controles da execução não especificados anteriormente nos grupos dessa classe.

(Continua).

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Anexo 1: Demonstrativo do Superávit/Déficit financeiro apurado no Balanço Patrimonial;

<ENTE DA FEDERAÇÃO>

DEMONSTRATIVO DO SUPERÁVIT/DÉFICIT FINANCEIRO APURADO NO BALANÇO PATRIMONIAL

Exercício: Período (mês): Data da Emissão: Página:

DESTINAÇÃO DE RECURSOSSUPERÁVIT/DÉFICIT

FINANCEIRO

Ordinário

Vinculada

Previdência Social

Transferências Obrigatórias de outro Ente

Convênios

TOTAL

Data:

Contabilista:

Gestor Responsável:

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16 - ATIVO

Sumário: 16.1 – Ativo Financeiro; 16.2 – Ativo Permanente; 16.3 -– Ativo Circulante; 16.4 – Ativo não Circulante

Ativo - compreende as disponibilidades, os direitos e os bens, tangíveis ou intangíveis adquiridos, formados, produzidos, recebidos, mantidos ou utilizados pelo setor público, que seja portador ou represente um fluxo de benefícios, presente ou futuro, inerentes à prestação de serviços públicos. (Resolução CFC Nº 1.133, de 21 de novembro de 2008)

16.1 - Lei nº 4.320/64 Clássica - Ativo Financeiro

O Ativo Financeiro compreenderá os créditos e valores realizáveis independentemente de autorização orçamentária e os valores numerários (Lei 4320/64, art. 105, §

1º).

16.1.1 - Disponível

Os valores numerários estão representados nas contas dos grupos Disponível e Vinculado em Contas Correntes Bancárias.

O 02 - Disponível significa valores de livre movimentação e podem estar na conta 03 - Caixa, de conceito tradicional, em 04 - Bancos e Correspondentes, que são as contas bancárias disponíveis, como a 05 - Banrisul c/ Disposição; e 07 - Exatores, quando o órgão fazendário possuir repartições, como exatorias, delegacias regionais da fazenda ou coordenadorias regionais da arrecadação, mesmo outra designação, que detenham eventualmente algum valor numerário ao seu dispor, estes serão representados nessas contas, que raramente apresentam saldo em balanço. Com a utilização da rede bancária, praticamente esses órgãos não manuseiam valores. Atuam junto aos contribuintes, no atendimento de consultas e no parcelamento de créditos fiscais, se autorizados em lei.

16.1.2 - Vinculado em C/C Bancária

O 11 - Vinculado em C/C Bancárias acolhe os depósitos bancários de recursos que possuem destinação específica decorrente da Constituição (Fundo de Participação dos Estados - FPE e Fundo de Participação dos Municípios - FPM), de Lei Orgânica, de leis, de operações de crédito, de convênios, de fundos especiais, etc. Os recursos financeiros em depósitos vinculados só podem ser gastos em despesas que se vincula à execução de contrato, do convênio ou ao cumprimento de determinação legal.

Os recursos legalmente vinculados à finalidade específica serão utilizados exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em que ocorrer o ingresso (LRF, art. 8º, parágrafo único).

Essa norma só reforça o sentido da vinculação. Se houver a receita vinculada em um exercício, se não gasto no mesmo, deverá ser utilizada no próximo e nos mesmos objetivos. Na Contabilidade, ele representará um passivo potencial, pois os recursos financeiros foram recebidos e obrigatoriamente deverão ser empenhados no exercício seguinte, representando, pois, uma “divida”.

Algumas normas sobre disponibilidades e depósitos bancários:

As disponibilidades de caixa da União serão depositadas no banco central; as dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e dos órgãos ou entidades do Poder

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Público e das empresas por ele controladas, em instituições financeiras oficiais, ressalvados os casos previstos em lei (CF, art. 164, § 3º).

O banco central, no Governo Federal, refere-se ao Banco do Brasil S.A. e à Caixa Econômica Federal. No Governo do Estado do RS, a instituição oficial é o BANRISUL.

As disponibilidades de caixa dos entes da Federação serão depositadas conforme estabelece o § 3º do art. 164 da Constituição (LRF, art. 43).

O recolhimento de todas as receitas far-se-á em estrita observância ao princípio de unidade de tesouraria, vedada qualquer fragmentação para criação de caixas especiais (Lei 4320/64, art. 56).

Exemplos de contas bancárias vinculadas: 12 - Banco do Brasil S.A., c/ Convênio X, 13 - CEF, c/Empréstimo Habitação, etc.

16.1.3 - Realizável

Os créditos de tesouraria, que estão representados pela conta 16 - Realizável, são registradas as mais variadas operações, que aguardam providências posteriores, ou que possuem procedimentos contábeis diferentes das operações normais, como as saídas financeira extra-orçamentárias, cujo destino final será para atender as despesas orçamentárias que fogem do procedimento natural (empenho, liquidação e pagamento). Algumas contas e operações respectivas:

17 - INSS c/Salário Família: Esta conta é comum tanto na Administração Pública como na iniciativa privada quando a pessoa jurídica mantém empregados regidos pela CLT, que possuam filhos que se enquadrem nas normas e tenham direito ao salário família. Este encargo é do INSS, mas é o empregador quem o paga diretamente ao empregado. Quando o empregador for pagar suas obrigações patronais, ele desconta de seu pagamento ao INSS o que já foi pago ao empregado e que está nesta conta. Então, esta conta registra os créditos dos valores que serão ressarcidos. Mesmo procedimento para INSS, c/ Salário Natalidade.

18 - Responsáveis por Adiantamento e 19 - Responsáveis por Convênios: quando a entidade entrega uma determinada importância a servidor para realizar gastos autorizados no adiantamento ou no convênio e, posteriormente, apresentar a prestação de contas; elas são previamente empenhadas e pagas e, na prestação de contas conferida, recebem a liquidação da despesa e a baixa do Realizável. Se a entidade utilizar este procedimento, não há a necessidade de registrar a operação no Compensado.

20 - Depósitos Judiciais: é outro tipo de operação registrada no Realizável e refere-se a saídas financeiras determinadas pela Justiça, quando o Estado é réu ainda não condenado, mas que não se sabe de antemão se serão ou não despesa do Estado, e que aguardam sentença; mesmo procedimento é adotado para os 21 - Depósitos para Desapropriação. Esses depósitos efetuados ainda não são despesa, pois dependem da decisão em juízo, onde a entidade é ré. Se ela vencer, o dinheiro retorna para o Caixa; se for condenada, a importância servirá para pagar a despesa da sentença judicial.

22 - Responsáveis: são inscritos nessa conta os ordenadores de despesa que efetua um pagamento de despesa sem cobertura de empenho prévio. Exemplo: o pagamento da conta de energia elétrica sem o empenho prévio, entre outras operações. Posteriormente, deverá ser regularizada mediante crédito adicional, empenho e liquidação. Esta conta é muito visada pelos órgãos de controle interno e externo (Tribunal de Contas), pois indica a freqüência em que as normas não são observadas pelo ordenador de despesa ao realizar despesas sem o prévio empenho.

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16.2 - Lei nº 4.320/64 Clássica - Ativo Permanente

O Ativo Permanente compreenderá os bens, créditos e valores cuja mobilização ou alienação dependa de autorização legislativa (Lei 4320/64, art. 105, § 2º).

Os bens e valores, para serem adquiridos, necessitam ser autorizados na lei do orçamento anual, ou seja, ter dotações orçamentárias para tal. A venda de bens e a cobranças dos créditos serão receitas orçamentárias. Seus subgrupos ou contas sintéticas são as seguintes:

16.2.1 - Bens Móveis

46 - Bens Móveis. Nela são contabilizados os bens de uso da entidade, que abrange todos os móveis, utensílios, equipamentos, veículos e outros de caráter permanente utilizados nos serviços públicos, não é desdobrada oficialmente, pela Lei nº4.320/64. Cada entidade a desdobra como lhe aprouver.

Os Bens Móveis devem ser rigorosamente controlados pelo setor de patrimônio da entidade, que os individualizará e instruirá seus registros com os elementos mínimos necessários para caracterizar cada um deles. Pelo menos uma vez a cada ano, devem ser inventariados, conferidas as suas existências e estado de conservação.

Haverá registros analíticos de todos os bens de caráter permanente, com indicação dos elementos necessários para a perfeita caracterização de cada um deles e dos agentes responsáveis pela sua guarda e administração (Lei 4320/64, art. 94).

A contabilidade inscreve-os com todas as características, mas, nos controles cotidianos, quem os controla individualmente é o setor de patrimônio da entidade, pois a contabilidade manterá registros sintéticos dos bens móveis e imóveis (Lei 4.320/64, art. 95). O bem móvel, por pior que seja sua condição de uso, mesmo sendo inútil, ele continua registrado na Contabilidade. Sua baixa definitiva será somente quando for alienado ou incinerado.

O § 2º do art. 15 da mesma Lei dispõe que para efeitos de classificação da despesa, considera-se material permanente o de duração superior a dois anos.

De acordo com a Portaria STN 448/2002:

Art. 2º - Para efeito desta Portaria, entende-se como material de consumo e material permanente: (. . .)

II - Material Permanente, aquele que, em razão de seu uso corrente, não perde a sua identidade física, e/ou tem uma durabilidade superior a dois anos.

Art. 3º - Na classificação da despesa serão adotados os seguintes parâmetros excludentes, tomados em conjunto, para a identificação do material permanente:

I - Durabilidade, quando o material em uso normal perde ou tem reduzidas as suas condições de funcionamento, no prazo máximo de dois anos;

II - Fragilidade, cuja estrutura esteja sujeita a modificação, por ser quebradiço ou deformável, caracterizando-se pela irrecuperabilidade e/ou perda de sua identidade;

III - Perecibilidade, quando sujeito a modificações (químicas ou físicas) ou que se deteriora ou perde sua característica normal de uso;

IV - Incorporabilidade, quando destinado à incorporação a outro bem, não podendo ser retirado sem prejuízo das características do principal; e

V - Transformabilidade, quando adquirido para fim de transformação.

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Não há um padrão de contas detalhando Bens Móveis. Observa-se que o desdobramento opcional reproduz o mesmo desdobramento do elemento de despesa estabelecido na classificação da NAD.

16.2.2 - Bens Imóveis

50 - Bens Imóveis: são os bens de uso da entidade, constituído pelos prédios, terrenos, fazendas e outros, utilizados pelos serviços públicos; contempla somente os do patrimônio administrativo, não acolhendo, portanto, os bens de uso comum, que são as estradas, praças e viadutos, p. ex. Também não possui desdobramento pela Lei nº 4.320/64. São os bens do patrimônio administrativo. Cada entidade desdobra esta conta como quiser.

O Capítulo 17 - Os Bens Públicos, a seguir, contém as disposições legais e teóricas.

16.2.3 - Bens de Natureza Industrial

54 - Bens de Natureza Industrial, que se refere aos bens utilizados para a transformação de bens, como as marcenarias, as fábricas de ração, de vacinas, até mesmo matadouros. Não há desdobramento pela Lei nº 4320/64, mas cada entidade poderá desdobrá-la conforme a necessidade.

Sobre essas três categorias de bens, deve-se fazer a averiguação ou inventário anual de suas existências.

O levantamento geral dos bens móveis e imóveis terá por base o inventário analítico de cada unidade administrativa e os elementos da escrituração sintética da contabilidade (Lei 4.320/64, art. 96).

Os bens móveis, materiais e equipamentos em uso ficarão sob a responsabilidade dos chefes de serviço, procedendo-se periodicamente a verificações pelos competentes órgãos de controle (DL 200/67, art. 87).

16.2.4 - Créditos

58 - Créditos. Este grupo engloba tanto os créditos de funcionamento como os de financiamento, de longo prazo a receber. Entre os créditos de funcionamento mais típicos dos serviços públicos encontra-se a 59 - Dívida Ativa.

A Lei nº 4.320/64 e modificações posteriores assim dispõem sobre a dívida ativa:

Art. 39 - Os créditos da Fazenda Pública, de natureza tributária ou não-tributária, serão escriturados como receita do exercício em que forem arrecadados, nas respectivas rubricas orçamentárias.

§ 1º - Os créditos de que trata este artigo, exigíveis pelo transcurso do prazo para pagamento, serão inscritos, na forma da legislação própria, como Dívida Ativa, em registro próprio, após apurada a sua liquidez e certeza, e a respectiva receita será escriturada a esse título.

§ 2º - Dívida Ativa Tributária é o crédito da Fazenda Pública dessa natureza, proveniente de obrigação legal relativa a tributos e respectivos adicionais e multas, e Dívida Ativa Não-Tributária são os demais créditos da Fazenda Pública, tais como os provenientes de empréstimos compulsórios, contribuições estabelecidas em lei, multas de qualquer origem ou natureza, exceto as tributárias, foros, laudêmios, aluguéis ou taxas de ocupação, custas processuais, preços de serviços prestados por estabelecimentos públicos, indenizações, reposições, restituições, alcances dos responsáveis definitivamente julgados, bem assim os créditos decorrentes de obrigações em moeda estrangeira, de sub-rogação de

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hipoteca, fiança aval ou outra garantia, de contratos em geral ou de outras obrigações legais.

§ 3º - O valor do crédito da Fazenda Nacional em moeda estrangeira será convertido ao correspondente valor na moeda nacional à taxa cambial oficial, para compra, na data da notificação ou intimação de devedor, pela autoridade administrativa, ou, à sua falta, na data da inscrição da Dívida Ativa, incidindo, a partir da conversão, a atualização monetária e os juros de mora, de acordo com preceitos legais pertinentes aos débitos tributários.

§ 4º - A receita da Dívida Ativa abrange os créditos mencionados nos parágrafos anteriores, bem como os valores correspondentes à respectiva atualização monetária, à multa e juros de mora e ao encargo de que tratam o artigo 1º do Decreto-lei nº 1.025, de 21 de outubro de 1969, e o artigo 3º do Decreto-lei nº 1.645, de 11 de dezembro de 1978.

§ 5º - A Dívida Ativa da União será apurada e inscrita na Procuradoria da Fazenda Nacional.

Um contribuinte ou um sujeito passivo qualquer, ao receber a notificação do IPVA, por exemplos, nela é identificado o seu nome, o fato gerador, a base de cálculo, a alíquota aplicada, o valor do débito e a data limite para pagamento, p. ex. 31 de dezembro do exercício. Se esse lançamento fiscal não for pago no prazo determinado, irá pagar multa e juros pelo período do vencimento até o pagamento. Normalmente, há tentativa de cobrança administrativa. No caso de recusa, muda a situação. O devedor é inscrito em dívida ativa e, se não pagar no prazo fixado, o processo irá para cobrança judicial.

Então, apurada a liquidez e certeza do crédito devido ao transcurso de prazo, a dívida ativa inclui o principal, a multa, os juros de mora e atualização monetária. A esse título, é inscrito seu débito. Somente a União, o Distrito Federal, os Estados-membros da Federação, os Municípios e autarquias de qualquer uma dessas entidades podem inscrever seus créditos em dívida ativa.

A Dívida Ativa, de acordo com o art. 39 transcrito, é composta por dois grupos distintos para identificar os créditos de origem fiscal ou não. São eles:

60 - Dívida Ativa Tributária, 61 - Dívida Ativa Não-Tributária e 62 - Responsáveis, em Dívida Ativa, são inscritos os ordenadores e responsáveis por bens e dinheiro, quando condenados, definitivamente julgados pelo Tribunal de Contas.

A cobrança da dívida ativa na União é de competência da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional; no Estado RS, quando na fase de cobrança judicial, é da Procuradoria da Fazenda Pública Estadual, órgão da PGE - Procuradoria-Geral do Estado.

Os créditos adimplentes (não vencidos), de funcionamento não-tributários e de financiamento, são lançados em contas apropriadas. Vencido o prazo e não recebidos, são inscritos em dívida ativa não-tributária. Todavia, a inscrição de créditos em Dívida Ativa só é possível em entidades de direito público. Nas fundações públicas, que são de direito privado, o crédito continua como conta original normal, vencido, pois as fundações não podem gozar do crédito privilegiado da dívida ativa, segundo os juristas por não terem o poder coercitivo para tanto.

Além dos exemplos apresentados no capitulo da análise da natureza das contas, alguns exemplos de contas de créditos de funcionamento cabem ser mencionados:

63 - Devedores por Prestação de Serviços, para registrar os créditos de algumas autarquias e fundações que cobram pelos serviços prestados (CIENTEC, FDRH, FEPAM, p. ex.).

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65 - Crédito Educativo ou nome similar como Bolsas de Estudo Reembolsáveis utilizada em Municípios que concedem empréstimos a alunos de suas comunidades,. Se a entidade conceder outro tipo de empréstimo, operação que está entrando em desuso, sua conta seria 66 - Devedores por Empréstimos Concedidos.

16.2.5 - Valores

No grupo 67 - Valores, são contabilizadas as participações acionárias da entidade nas empresas sob seu controle acionário, inclusive as participações em empresas privadas decorrentes de incentivos fiscais. Essas participações são contabilizadas nas contas 68 - Participações em Sociedades de Economia Mista e 69 - Participações Diversas, quando não houver controle acionário por essa entidade. Neste grupo Valores, em algumas entidades, há a conta 70 - Moedas e Metais, onde estão registrados os valores de campanhas de angariação de fundos, em moedas históricas, de ouro, prata, fora de circulação e objetos valiosos.

16.2.6 - Diversos

Em 71 - Diversos, são contabilizadas as operações que não possam ser classificadas nas já mencionadas. A presente em todos os balanços é a 72 - Almoxarifado, para registrar o total do material de consumo (de bens consumíveis); a Portaria STN 448/2002 assim conceitua Material de Consumo:

Art. 2º - Para efeito desta Portaria, entende-se como material de consumo e material permanente:

I - Material de Consumo, aquele que, em razão de seu uso corrente e da definição da Lei n. 4.320/64, perde normalmente sua identidade física e/ou tem sua utilização limitada a dois anos;

Em relação aos bens, os móveis de uso próprio da entidade, são contabilizados na conta Bens Móveis, independentemente do seu estado de conservação. Se algum deles estiver em cessão de uso para outrem, o bem continua nesta conta, mas controlado no Compensado em Bens em Poder de Terceiros e sua contrapartida, aguardando a devolução. Os bens consumíveis mantidos em estoque são contabilizados na conta Almoxarifado. Os imóveis, se do patrimônio administrativo, são os de uso especial e são contabilizados em Bens Imóveis. Os imóveis de uso comum do povo não figuram no Balanço Patrimonial.

Como contas transitórias do grupo Diversos, temos:

73 - Aquisição de Bens em Processamento: quando a entidade empenhou e liquidou alguma compra somente com os termos de contrato e sem ter recebido o bem.

74 - Importações em Andamento, quando a entidade necessita fazer pagamentos antecipados nas importações de equipamentos e medicamentos, p.ex.; a despesa é empenhada, liquidada e paga com base no contrato, que exige pagamento antecipado. Quando o bem for recebido, dá-se baixa em Diversos por Variações Passivas e o inscreve na conta definitiva por Variações Ativas.

16.3 Lei nº 4.320/64 Moderna - Ativo Circulante

1.1 ATIVO CIRCULANTE1.1.1 Caixa e Equivalente de Caixa

Os valores numerários estão representados nas contas deste grupo. São registrados os valores de livre movimentação e os vinculados:

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Os valores de livre movimentação e podem estar na conta Caixa, de conceito tradicional, em Bancos e Correspondentes, que são as contas bancárias disponíveis, como Banrisul c/ Disposição. Há contas bancárias vinculadas a operações específicas decorrente da Constituição (Fundo de Participação dos Estados - FPE e Fundo de Participação dos Municípios - FPM), de Lei Orgânica, de leis, de operações de crédito, de convênios, de fundos especiais, etc. Os recursos financeiros em depósitos vinculados só podem ser gastos em despesas que se vincula à execução de contrato, do convênio ou ao cumprimento de determinação legal.

Os recursos legalmente vinculados à finalidade específica serão utilizados exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em que ocorrer o ingresso (LRF, art. 8º, parágrafo único).

Essa norma só reforça o sentido da vinculação. Se houver a receita vinculada em um exercício, se não gasto no mesmo, deverá ser utilizada no próximo e nos mesmos objetivos. Na Contabilidade, ele representará um passivo potencial, pois os recursos financeiros foram recebidos e obrigatoriamente deverão ser empenhados no exercício seguinte, representando, pois, uma “divida”.

Algumas normas sobre disponibilidades e depósitos bancários:

As disponibilidades de caixa da União serão depositadas no banco central; as dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e dos órgãos ou entidades do Poder Público e das empresas por ele controladas, em instituições financeiras oficiais, ressalvados os casos previstos em lei (CF, art. 164, § 3º).

O banco central, no Governo Federal, refere-se ao Banco do Brasil S.A. e à Caixa Econômica Federal. No Governo do Estado do RS, a instituição oficial é o BANRISUL.

As disponibilidades de caixa dos entes da Federação serão depositadas conforme estabelece o § 3º do art. 164 da Constituição (LRF, art. 43).

O recolhimento de todas as receitas far-se-á em estrita observância ao princípio de unidade de tesouraria, vedada qualquer fragmentação para criação de caixas especiais (Lei 4320/64, art. 56).

Exemplos de contas bancárias vinculadas: Banco do Brasil S.A., c/ Convênio X, CEF, c/Empréstimo Habitação, etc.

1.1.2 Créditos Realizáveis a Curto Prazo

Compreende os valores a receber de créditos tributários e demais transações pertinentes ao objeto principal da entidade, realizáveis no curso do exercício financeiro subseqüente.

1.1.2.1 Clientes

Refere-se a outros créditos regulares sem estarem inscritos em dívida ativa, como alguns exemplos de contas de créditos de funcionamento e de financiamento cabem ser mencionados:

Devedores por Prestação de Serviços, para registrar os créditos de algumas autarquias e fundações que cobram pelos serviços prestados (CIENTEC, FDRH, FEPAM, p. ex.).

Crédito Educativo ou nome similar como Bolsas de Estudo Reembolsáveis utilizada em Municípios que concedem empréstimos a alunos de suas comunidades.

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Se a entidade conceder outro tipo de empréstimo, operação que está entrando em desuso, sua conta seria Devedores por Empréstimos Concedidos.

1.1.2.3 Dívida Ativa Tributária

Entre os créditos de funcionamento mais típicos dos serviços públicos encontra-se a Dívida Ativa. A Lei 4.320/64 e modificações posteriores assim dispõem sobre a dívida ativa:

Art. 39 - Os créditos da Fazenda Pública, de natureza tributária ou não-tributária, serão escriturados como receita do exercício em que forem arrecadados, nas respectivas rubricas orçamentárias.

§ 1º - Os créditos de que trata este artigo, exigíveis pelo transcurso do prazo para pagamento, serão inscritos, na forma da legislação própria, como Dívida Ativa, em registro próprio, após apurada a sua liquidez e certeza, e a respectiva receita será escriturada a esse título.

§ 2º - Dívida Ativa Tributária é o crédito da Fazenda Pública dessa natureza, proveniente de obrigação legal relativa a tributos e respectivos adicionais e multas, e Dívida Ativa Não-Tributária são os demais créditos da Fazenda Pública, tais como os provenientes de empréstimos compulsórios, contribuições estabelecidas em lei, multas de qualquer origem ou natureza, exceto as tributárias, foros, laudêmios, aluguéis ou taxas de ocupação, custas processuais, preços de serviços prestados por estabelecimentos públicos, indenizações, reposições, restituições, alcances dos responsáveis definitivamente julgados, bem assim os créditos decorrentes de obrigações em moeda estrangeira, de sub-rogação de hipoteca, fiança aval ou outra garantia, de contratos em geral ou de outras obrigações legais.

§ 3º - O valor do crédito da Fazenda Nacional em moeda estrangeira será convertido ao correspondente valor na moeda nacional à taxa cambial oficial, para compra, na data da notificação ou intimação de devedor, pela autoridade administrativa, ou, à sua falta, na data da inscrição da Dívida Ativa, incidindo, a partir da conversão, a atualização monetária e os juros de mora, de acordo com preceitos legais pertinentes aos débitos tributários.

§ 4º - A receita da Dívida Ativa abrange os créditos mencionados nos parágrafos anteriores, bem como os valores correspondentes à respectiva atualização monetária, à multa e juros de mora e ao encargo de que tratam o artigo 1º do Decreto-lei nº 1.025, de 21 de outubro de 1969, e o artigo 3º do Decreto-lei nº 1.645, de 11 de dezembro de 1978.

§ 5º - A Dívida Ativa da União será apurada e inscrita na Procuradoria da Fazenda Nacional.

Um contribuinte ou um sujeito passivo qualquer, ao receber a notificação do IPVA, por exemplos, nela é identificado o seu nome, o fato gerador, a base de cálculo, a alíquota aplicada, o valor do débito e a data limite para pagamento, p. ex. 31 de dezembro do exercício. Se esse lançamento fiscal não for pago no prazo determinado, irá pagar multa e juros pelo período do vencimento até o pagamento. Normalmente, há tentativa de cobrança administrativa. No caso de recusa, muda a situação. O devedor é inscrito em dívida ativa e, se não pagar no prazo fixado, o processo irá para cobrança judicial.

Então, apurada a liquidez e certeza do crédito devido ao transcurso de prazo, a dívida ativa inclui o principal, a multa, os juros de mora e atualização monetária. A esse título, é

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inscrito seu débito. Somente a União, o Distrito Federal, os Estados-membros da Federação, os Municípios e autarquias de qualquer uma dessas entidades podem inscrever seus créditos em dívida ativa.

A Dívida Ativa, de acordo com o art. 39 transcrito, é composta por dois grupos distintos para identificar os créditos de origem fiscal ou não: a tributária e a não-tributária.

1.1.2.4 Dívida Ativa Não-Tributária

Como exemplo de Dívida Ativa Não-Tributária temos Responsáveis, em Dívida Ativa, são inscritos os ordenadores e responsáveis por bens e dinheiro, quando condenados, definitivamente julgados pelo Tribunal de Contas.

Os créditos adimplentes (não vencidos), de funcionamento não-tributários e de financiamento, são lançados em contas apropriadas. Vencido o prazo e não recebidos, são inscritos em dívida ativa não-tributária. Todavia, a inscrição de créditos em Dívida Ativa só é possível em entidades de direito público. Nas fundações públicas, que são de direito privado, o crédito continua como conta original normal, vencido, pois as fundações não podem gozar do crédito privilegiado da dívida ativa, segundo os juristas por não terem o poder coercitivo para tanto.

1.1.3 Demais Créditos e Valores Realizáveis a Curto Prazo

São os valores a receber por transações que não representam o objeto principal da entidade, mas são normais e inerentes às suas atividades, realizáveis até o término do exercício seguinte.

Os créditos de tesouraria, que estão representados neste grupo e são registradas as mais variadas operações, que aguardam providências posteriores, ou que possuem procedimentos contábeis diferentes das operações normais, como as saídas financeira extra-orçamentárias, cujo destino final será para atender as despesas orçamentárias que fogem do procedimento natural (empenho, liquidação e pagamento). Algumas contas e operações respectivas.

Exemplos: INSS c/Salário Família; Responsáveis por Adiantamento, Responsáveis por Convênios, Depósitos Judiciais, Depósitos para Desapropriação, Responsáveis.

1.1.4 Investimentos Temporários

Esta conta não é usual da Contabilidade Governamental

1.1.5 Estoques

Este grupo compreende o valor dos materiais adquiridos basicamente para consumo das repartições públicas. Ficam registrados na conta:

1.1.5.6 Almoxarifado

Ela serve para registrar o total do material de consumo (de bens consumíveis); a Portaria STN 448/2002 assim conceitua Material de Consumo:

Art. 2º - Para efeito desta Portaria, entende-se como material de consumo e (...):

I - Material de Consumo, aquele que, em razão de seu uso corrente e da definição da Lei n. 4.320/64, perde normalmente sua identidade física e/ou tem sua utilização limitada a dois anos;

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1.1.9 Variações Patrimoniais Diminutivas VPD Pagas Antecipadamente

16.3 Lei nº 4.320/64 Moderna - Ativo Não Circulante

1.2 - Ativo Não Circulante

1.2.1 Ativo Realizável a Longo Prazo

Bens e direitos e despesas antecipadas realizáveis após o término do exercício seguinte. Operações que podem ocorrer:

Devedores por Prestação de Serviços, para registrar os créditos de algumas autarquias e fundações que cobram pelos serviços prestados (CIENTEC, FDRH, FEPAM, p. ex.).

Crédito Educativo ou nome similar como Bolsas de Estudo Reembolsáveis utilizada em Municípios que concedem empréstimos a alunos de suas comunidades.

1.2.2 Investimentos

Compreende as participações permanentes em outras sociedades, bem como os bens e direitos não classificáveis no Ativo Circulante nem no Ativo Realizável a Longo Prazo e que não se destinem a manutenção da atividade da entidade.

1.2.2.1 Participações Permanentes

Neste grupo são contabilizadas as participações acionárias permanentes nos capitais sociais das empresas públicas, em sociedades de economia mista.

Exemplos de empresas controladas pelo Governo: Banco do Brasil S.A., BANRISUL, PETROBRAS, Cia. Carris, etc.

1.2.2.8 Demais Investimentos Permanentes

Grupo para acolher as demais participações em companhias particulares, quando autorizado, quando não houver controle acionário por essa entidade.

Neste grupo, em algumas entidades, há a conta Moedas e Metais, onde estão registrados os valores de campanhas de angariação de fundos, em moedas históricas, de ouro, prata, fora de circulação e objetos valiosos.

1.2.3 Imobilizado

Compreende os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados a manutenção das atividades da entidade ou exercidos com essa finalidade. Neste grupo, são registrados todos os bens utilizados na prestação de serviços públicos, identificados nas contas de Bens Móveis e de Bens Imóveis.

1.2.3.1 Bens Móveis

Os bens móveis para serem adquiridos, necessitam ser autorizados na lei do orçamento anual, ou seja, ter dotações orçamentárias para tal. As compras desses bens são operações permutativas.

Em Bens Móveis são contabilizados os bens de uso da entidade, que abrange todos os móveis, utensílios, equipamentos, veículos e outros de caráter permanente utilizados nos serviços públicos, não é desdobrada oficialmente, pela Lei 4.320/64. Cada entidade a desdobra como lhe aprouver.

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Os Bens Móveis devem ser rigorosamente controlados pelo setor de patrimônio da entidade, que os individualizará e instruirá seus registros com os elementos mínimos necessários para caracterizar cada um deles. Pelo menos uma vez a cada ano, devem ser inventariados.

Haverá registros analíticos de todos os bens de caráter permanente, com indicação dos elementos necessários para a perfeita caracterização de cada um deles e dos agentes responsáveis pela sua guarda e administração (Lei 4320/64, art. 94).

Os Bens Móveis também estão sujeitos ao inventário, no mínimo, anual:

Os bens móveis, materiais e equipamentos em uso ficarão sob a responsabilidade dos chefes de serviço, procedendo-se periodicamente a verificações pelos competentes órgãos de controle (DL 200/67, art. 87).

A contabilidade inscreve-os com todas as características, mas, nos controles cotidianos, quem os controla individualmente é o setor de patrimônio da entidade, pois a contabilidade manterá registros sintéticos dos bens móveis e imóveis (Lei 4.320/64, art. 95). O bem móvel, por pior que seja sua condição de uso, mesmo sendo inútil, ele continua registrado na Contabilidade. Sua baixa definitiva será somente quando for alienado ou incinerado.

O § 2º do art. 15 da mesma Lei dispõe que para efeitos de classificação da despesa, considera-se material permanente o de duração superior a dois anos.

De acordo com a Portaria STN 448/2002:

Art. 2º - Para efeito desta Portaria, entende-se como material de consumo e material permanente: (. . .)

II - Material Permanente, aquele que, em razão de seu uso corrente, não perde a sua identidade física, e/ou tem uma durabilidade superior a dois anos.

Art. 3º - Na classificação da despesa serão adotados os seguintes parâmetros excludentes, tomados em conjunto, para a identificação do material permanente:

I - Durabilidade, quando o material em uso normal perde ou tem reduzidas as suas condições de funcionamento, no prazo máximo de dois anos;

II - Fragilidade, cuja estrutura esteja sujeita a modificação, por ser quebradiço ou deformável, caracterizando-se pela irrecuperabilidade e/ou perda de sua identidade;

III - Perecibilidade, quando sujeito a modificações (químicas ou físicas) ou que se deteriora ou perde sua característica normal de uso;

IV - Incorporabilidade, quando destinado à incorporação a outro bem, não podendo ser retirado sem prejuízo das características do principal; e

V - Transformabilidade, quando adquirido para fim de transformação.

Não há um padrão de contas detalhando Bens Móveis. Observa-se que o desdobramento opcional reproduz o mesmo desdobramento do elemento de despesa estabelecido na classificação da NAD.

1.2.3.2 Bens Imóveis

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Bens Imóveis são os bens de uso da entidade, constituído pelos prédios, terrenos, fazendas e outros, utilizados pelos serviços públicos; contempla somente os do patrimônio administrativo, não acolhendo, portanto, os bens de uso comum, que são as estradas, praças e viadutos, p. ex. Também não possui desdobramento pela Lei 4.320/64. São os bens do patrimônio administrativo. Cada entidade desdobra esta conta como quiser.

Pode haver, ainda, Bens de Natureza Industrial, que se refere aos bens utilizados para a transformação de bens, como as marcenarias, as fábricas de ração, de vacinas, até mesmo matadouros. Não há desdobramento pela Lei 4320/64, mas cada entidade poderá desdobrá-la conforme a necessidade.

Sobre esses bens, deve-se fazer a averiguação ou inventário anual de suas existências.

O levantamento geral dos bens móveis e imóveis terá por base o inventário analítico de cada unidade administrativa e os elementos da escrituração sintética da contabilidade (Lei 4.320/64, art. 96).

1.2.4 Intangível

Compreende os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da entidade ou exercidos com essa finalidade.

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17 - OS BENS PÚBLICOS

Sumário: 17.1 – Introdução: O Domínio Público; 17.2 – Conceito de Bens Públicos; 17.3 - Características dos Bens Públicos; 17.4 – Classificações sobre Bens Públicos; 17.5 – O Uso dos Bens Públicos por Terceiros

17.1 - Introdução: o Domínio Público

Antes de iniciar o estudo dos bens públicos, Meirelles recomenda lembrar alguns conceitos sobre o domínio público, ou seja, onde o Estado exerce poderes de soberania. O poder de soberania abrange:

- os bens pertencentes ao próprio Estado;

- os bens pertencentes a particulares, mas sujeitos às limitações administrativas impostas pelo Estado, por serem de interesse público; e

- os bens que não pertencem a ninguém, mas suas utilizações se subordinam às normas estabelecidas pelo Estado, por serem de fruição geral da coletividade.

O domínio público é exteriorizado em:

Domínio Eminente

É a exteriorização do domínio em poderes de soberania, que se exerce sobre todas as coisas de interesse público. É o poder político pelo qual o Estado submete à sua vontade todas as coisas de seu território, como uma das manifestações de soberania interna. É um poder sujeito ao Direito.

É em seu nome que são estabelecidas as limitações ao uso da propriedade privada, faixa de domínio, p. ex., as servidões administrativas, as desapropriações, as medidas de polícia, etc. Alcança, entre outras, as águas, jazidas, florestas, a fauna, o espaço aéreo, o patrimônio histórico e artístico nacional.

Domínio Patrimonial

É a exteriorização do domínio público em direitos de propriedade, que se exerce em bens pertencentes às entidades de direito público internas. É um domínio específico e efetivo sobre os bens próprios do Estado. É o exercido sobre seus imóveis, móveis, equipamentos, etc.

17.2 - Conceito de Bens Públicos

A definição legal de bens públicos é trazida pela Lei federal nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002, Código Civil Brasileiro, vejamos:

Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem.

Pelo mesmo diploma legal são pessoas jurídicas de direito público interno:

Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:I - a União;II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;III - os Municípios;

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IV - as autarquias, inclusive as associações públicas;V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.

O legislador inovou em relação ao Código Civil de 1916 ao incluir os incisos IV e V, considerando também os entes mencionados nestes incisos pessoas de direito público interno.

Passando para a doutrina, assim definem bens públicos renomados juristas:

São os bens necessários à Administração Pública para o atingimento dos fins coletivos de propiciar o bem estar e a satisfação dos habitantes de seu território." (PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de Direito Civil, 6. ed., v. 1, Rio de Janeiro: Forense, 1994, p. 279).

É o conjunto de coisas corpóreas e incorpóreas, móveis, imóveis e semoventes de que o Estado se vale para poder atingir as suas finalidades. (BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de Direito Administrativo. São Paulo: Editora Saraiva, 1994, p. 303).

Em sentido amplo, são todas as coisas, corpóreas ou incorpóreas, imóveis, móveis e semoventes, créditos, direitos e ações que pertençam, a qualquer título, às entidades estatais, autárquicas, fundacionais e empresas governamentais. (MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro, 29. ed., São Paulo: Malheiros, 2004, p. 493).

São todos os bens que pertencem às pessoas jurídicas de Direito Público, ou seja, União, Estados, Distrito Federal, Municípios e suas autarquias, bem como os que, embora não pertencentes a tais pessoas, estejam afetados à prestação de um serviço público . (MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo, 17. ed., São Paulo: Editora Malheiros, 2004, p. 803).

Bens públicos são todas as coisas materiais ou imateriais pertencentes ou não às pessoas jurídicas de Direito Público e as pertencentes a terceiros quando vinculadas à prestação de serviço público. (GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo, 8ª. ed., São Paulo: Editora Saraiva, 2003, p. 682)

É a expressão que designa os bens pertencentes a entes estatais, para que sirvam de meios ao atendimento imediato e mediato do interesse público e sobre os quais incidem normas especiais, diferentes das normas que regem os bens privados. (MEDAUAR, Odete. Direito Administrativo Moderno, 11ª. ed., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2007, p. 236)"

Por bens públicos entende-se o conjunto de coisas sobre as quais o Estado exerce o direito de soberania em favor da coletividade ou o direito de propriedade privada. São todas as coisas, corpóreas ou incorpóreas, imóveis ou móveis e semoventes, os créditos, direitos e ações, que pertençam a qualquer título às entidades estatais, às autarquias, ou os transferidos pelo Estado para entidades paraestatais; são públicos, com destinação especial e administração particular, utilizados para a consecução de seus objetivos estatutários, conforme autorização legislativa.

Só para mencionar e destacar o entendimento alargado que a doutrina tem do que seriam bens públicos, há quem considere, em sentido amplíssimo, inclusive os bens de entidades de direito privado, enquanto que, para outros, em sentido algum estes bens seriam públicos.

Como visto, enquanto o legislador optou por classificar os bens segundo o titular do domínio, onde considerou públicos os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno, a grande maioria dos doutrinadores considerou também o fato de estarem ou não afetados à prestação de serviço público.

A afetação, na lição de Marçal Justem Filho, "é a destinação do bem público à satisfação das necessidades coletivas e estatais, do que deriva sua inalienabilidade, decorrendo ou

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da própria natureza do bem o de um ato estatal unilateral." (JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de Direito Administrativo, 1ª. ed., São Paulo: Editora Saraiva, 2005, p. 706).

Em sentido oposto, a desafetação é a retirada desta destinação, deixando o bem de ser útil ou necessário ao desempenho das atividades próprias do Estado. Enquanto afetados a fins públicos, os bens de uso comum do povo e os de uso especial estão fora do comércio jurídico de direito privado.

Ambas, a afetação e a desafetação, podem se dar de forma expressa ou tácita, no primeiro caso por lei ou ato administrativo com manifestação explícita da vontade e, na outra hipótese, por atuação direta da Administração, mas sem esta manifestação.

Portanto, englobando o pensamento majoritário da doutrina, a definição legal e o conceito de afetação/desafetação, poderíamos assim definir bens públicos: É o conjunto de bens pertencentes às Pessoas Jurídicas de Direito Público Interno e os bens do patrimônio das Pessoas Jurídicas de Direito Privado, instituídas ou não pelo Poder Público, quando destinados à prestação de serviço público.

De acordo com o Código Civil e com a Constituição Federal, os imóveis públicos urbanos e rurais não podem adquiridos por terceiros por usucapião:

Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião (CC, art. 102). Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião (CF, art. 183, § 3º - urbanos, e CF, art. 191, parágrafo único - rurais).

17.3 - Características dos Bens Públicos

Os imóveis públicos possuem as três características seguintes: são inalienáveis, imprescritíveis e impossibilidade de oneração, que alguns autores dizem somente impenhoráveis para gravar os três “iii”.

17.3.1 - Inalienáveis

Os bens públicos são originariamente inalienáveis. De acordo com o art. 804 do Regulamento Geral de Contabilidade Pública, os bens do domínio público - os de uso comum do povo são, por sua natureza, inalienáveis. Segundo o art. 100 do Código Civil,

Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação na forma que a lei determinar.

Os bens públicos são inalienáveis enquanto destinados ao uso comum do povo ou a fins administrativos especiais, ou seja, enquanto tiverem afetação pública, com destinação pública específica. Uma praça pública ou um edifício público não podem ser alienados enquanto tiverem essas destinações, mas podem ser alienados desde o momento em que seja, por lei, desafetado da destinação originária que tinham e traspassados para a categoria de bem dominial, isto é, do patrimônio disponível da entidade estatal.

Os bens públicos dominicais poder ser alienados, observadas as exigências da Lei (CC, art. 101).

É vedada a aplicação da receita de capital derivada da alienação de bens e direitos que integram o patrimônio público para o financiamento de despesa corrente, salvo se destinada por lei aos regimes de previdência social, geral e próprio dos servidores públicos (LRF, art. 44).

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Os imóveis públicos, segundo Meirelles, independem de qualquer registro imobiliário, nem se compreendem nas obrigações de inventários avaliativos e escrituração contábil, quando forem de uso comum do povo. Estes não figuram no balanço patrimonial das entidades estatais. As normas que tratam do desfazimento de bens móveis e imóveis estão contidas na Lei de Licitações e Contratos Administrativos:

SEÇÃO VI - Das AlienaçõesArt. 17 A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à

existência de interesse público devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas:

I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da administração direta e entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais, dependerá de avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência, dispensada esta nos seguintes casos:

Lei Avaliação Prévia Licitaçãoa) dação em pagamento;b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da

administração pública, de qualquer esfera de governo, ressalvado o disposto nas alíneas f e h; (Redação dada pela Lei 11.481/2007)

c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos constantes do inciso X do art. 24 desta Lei;

d) investidura;e) venda a outro órgão ou entidade da Administração Pública, de qualquer

esfera de governo; (Acrescentada pela Lei 8.883/1994)f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de

uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis residenciais construídos, destinados ou efetivamente utilizados no âmbito de programas habitacionais ou de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública; (Redação dada pelo(a) Lei 11.481/2007)

g) procedimentos de legitimação de posse de que trata o art.29 da Lei nº 6.383, de 7 de dezembro de 1976, mediante iniciativa e deliberação dos órgãos da Administração Pública em cuja competência legal inclua-se tal atribuição; (Acrescentada pela Lei

11.196/2005)h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de

uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis de uso comercial de âmbito local com área de até 250 m² (duzentos e cinqüenta metros quadrados) e inseridos no âmbito de programas de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública; (Acrescentada pela Lei 11.481/2007)

II - quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de licitação, dispensada esta nos seguintes casos:

Avaliação Prévia LicitaçãoSem Licitação:a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social, após

avaliação de sua oportunidade e conveniência sócio- econômica, relativamente à escolha de outra forma de alienação;

b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da Administração Pública;

c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, observada a legislação específica;

d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente;

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e) venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou entidades da Administração Pública, em virtude de suas finalidades;

f) venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou entidades da Administração Pública, sem utilização previsível por quem deles dispõe.

§ 1º Os imóveis doados com base na alínea b do inciso I deste artigo, cessadas as razões que justificaram a sua doação, reverterão ao patrimônio da pessoa jurídica doadora, vedada a sua alienação pelo beneficiário.

§ 2º A Administração também poderá conceder título de propriedade ou de direito real de uso de imóveis, dispensada licitação, quando o uso destinar-se: (Redação dada pela

Lei 11.196/2005)I - a outro órgão ou entidade da Administração Pública, qualquer que seja a

localização do imóvel; (Acrescentada pela Lei 11.196/2005)II - a pessoa física que, nos termos de lei, regulamento ou ato normativo do

órgão competente, haja implementado os requisitos mínimos de cultura e moradia sobre área rural situada na região da Amazônia Legal, definida no art. 2º da Lei nº 5.173, de 27 de outubro de 1966, superior à legalmente passível de legitimação de posse referida na alínea g do inciso I do caput deste artigo, atendidos os limites de área definidos por ato normativo do Poder Executivo. (Acrescentada pela Lei 11.196/2005) (Regulamentada pelo Decreto 5.732/2006)

§ 2ºA. As hipóteses da alínea g do inciso I do caput e do inciso II do § 2º deste artigo ficam dispensadas de autorização legislativa, porém submetem-se aos seguintes condicionamentos: (Acrescentado pela Lei 11.196/2005)

I - aplicação exclusivamente às áreas em que a detenção por particular seja comprovadamente anterior a 1º de dezembro de 2004; (Acrescentada pela Lei 11.196/2005)

II - submissão aos demais requisitos e impedimentos do regime legal e administrativo da destinação e da regularização fundiária de terras públicas; (Acrescentada pela

Lei 11.196/2005)III - vedação de concessões para hipóteses de exploração não-contempladas

na lei agrária, nas leis de destinação de terras públicas, ou nas normas legais ou administrativas de zoneamento ecológico-econômico; e (Acrescentada pela Lei 11.196/2005)

IV - previsão de rescisão automática da concessão, dispensada notificação, em caso de declaração de utilidade, ou necessidade pública ou interesse social. (Acrescentado

pela Lei 11.196/2005)§ 2ºB. A hipótese do inciso II do § 2º deste artigo: (Acrescentado pela Lei 11.196/2005)I - só se aplica a imóvel situado em zona rural, não sujeito a vedação,

impedimento ou inconveniente a sua exploração mediante atividades agropecuárias; (Acrescentada pela Lei 11.196/2005)

II - fica limitada a áreas de até quinze módulos fiscais, desde que não exceda mil e quinhentos hectares, vedada a dispensa de licitação para áreas superiores a esse limite; (Redação dada pela Lei 11.763/2008)

III - pode ser cumulada com o quantitativo de área decorrente da figura prevista na alínea g do inciso I do caput deste artigo, até o limite previsto no inciso II deste parágrafo. (Acrescentada pela Lei 11.196/2005)

IV - (VETADO) § 3º Entende-se por investidura, para os fins desta Lei: (Redação dada pela Lei

9.648/1998)I - a alienação aos proprietários de imóveis lindeiros de área remanescente

ou resultante de obra pública, área esta que se tornar inaproveitável isoladamente, por preço nunca inferior ao da avaliação e desde que esse não ultrapasse a 50% (cinqüenta por cento) do valor constante da alínea "a" do inciso II do art. 23 desta Lei; (Acrescentada pela Lei

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II - a alienação, aos legítimos possuidores diretos ou, na falta destes, ao Poder Público, de imóveis para fins residenciais construídos em núcleos urbanos anexos a usinas hidrelétricas, desde que considerados dispensáveis na fase de operação dessas unidades e não integrem a categoria de bens reversíveis ao final da concessão. (Acrescentada pela

Lei 9.648/1998)§ 4º A doação com encargo será licitada e de seu instrumento constarão

obrigatoriamente os encargos, o prazo de seu cumprimento e cláusula de reversão, sob pena de nulidade do ato, sendo dispensada a licitação no caso de interesse público devidamente justificado. (Redação dada pela Lei 8.883/1994)

§ 5º Na hipótese do parágrafo anterior, caso o donatário necessite oferecer o imóvel em garantia de financiamento, a cláusula de reversão e demais obrigações serão garantidas por hipoteca em 2º grau em favor do doador. (Acrescentado pela Lei 8.883/1994)

§ 6º Para a venda de bens móveis avaliados, isolada ou globalmente, em quantia não superior ao limite previsto no art. 23, inciso II, alínea b desta Lei, a Administração poderá permitir o leilão. (Acrescentado pela Lei 8.883/1994)

Art. 18 Na concorrência para a venda de bens imóveis, a fase de habilitação limitar-se-á à comprovação do recolhimento de quantia correspondente a 5% (cinco por cento) da avaliação.

Parágrafo único. (Revogado pela Lei 8.883/1994)Art. 19 Os bens imóveis da Administração Pública, cuja aquisição haja

derivado de procedimentos judiciais ou de dação em pagamento, poderão ser alienados por ato da autoridade competente, observadas as seguintes regras:

I - avaliação dos bens alienáveis;II - comprovação da necessidade ou utilidade da alienação;III - adoção do procedimento licitatório, sob a modalidade de concorrência

ou leilão. (Redação dada pela Lei 8.883/1994)Então, Alienação é toda transferência de propriedade, remunerada ou

gratuita, sob a forma de venda, permuta, doação, dação em pagamento, investidura, legitimação de posse (restrita a terras devolutas) e concessão de domínio. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência de interesse público, devidamente justificado, será precedida de avaliação.

FORMAS DE ALIENAÇÃO

Venda

Quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da administração direta e entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais, dependerá de avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência, dispensada esta nos seguintes casos: (. . .)

A concorrência é dispensada quando a venda for a outro órgão ou programa habitacional:

e) venda a outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera de governo;

Permuta

A permuta de imóvel também necessita de autorização legislativa e avaliação prévia; a concorrência fica dispensada quando a permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos constantes no inciso X do art. 24 da mesma lei: destinado ao atendimento das finalidades precípuas

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da Administração, cujas necessidades de instalação e localização condicionem a sua escolha, desde que o preço seja compatível com o valor de mercado (. . .)

Doação

O doador, por liberalidade, transfere um bem ao donatário, que o aceita. A doação é permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da Administração Pública, de qualquer esfera de governo. Necessita de avaliação prévia e lei que a autorize, não cabendo a concorrência.

Os imóveis doados com base na alínea b do inciso I deste artigo, cessadas as razões que justificaram a sua doação, reverterão ao patrimônio da pessoa jurídica doadora, vedada a sua alienação pelo beneficiário (Lei 8.666/93, art. 17, § 1º).

Dação em Pagamento

É a entrega e um bem para solver dívida anterior. Na dação não há a necessidade de concorrência, mas a avaliação prévia e lei que a autoriza são requisitos indispensáveis (Lei 8.666/93, art. 17, I, a).

Investidura

Entende-se por investidura, para os fins desta Lei:

I - a alienação aos proprietários de imóveis lindeiros de área remanescente ou resultante de obra pública, área esta que se tornar inaproveitável isoladamente, por preço nunca inferior ao da avaliação e desde que esse não ultrapasse a 50% (cinqüenta por cento) do valor constante da alínea a do inciso II do art. 23 desta Lei; (convite - 50% de R$ 80.000,00 = R$ 40.000,00).

II - a alienação, aos legítimos possuidores diretos ou, na falta deles, ao Poder Público, de imóveis para fins residenciais construídos em núcleos urbanos anexos a usinas hidrelétricas, desde que considerados dispensáveis na fase de operação dessas unidades e não integrem a categoria de bens reversíveis ao final da concessão (Lei 8.666/93, art. 17, § 3º).

Como nunca tiveram natureza pública, os bens imóveis da Administração Pública, cuja aquisição haja derivado de procedimentos judiciais ou de dação em pagamento, poderão ser alienados por ato da autoridade competente, observadas as seguintes regras:

I - avaliação dos bens alienáveis;

II - comprovação da necessidade ou utilidade da alienação;

III - adoção do procedimento licitatório, sob a modalidade de concorrência ou leilão (Lei 8.666/93, art. 19).

17.3.2 - Imprescritíveis

O direito do Estado sobre os bens e receitas públicas não prescreve.

A imprescritibilidade dos bens públicos decorre como conseqüência lógica da sua inalienabilidade originária, pois se os bens públicos são originariamente inalienáveis, ninguém os pode adquirir enquanto guardarem essa condição.

É impossível a invocação de usucapião sobre os imóveis, quer sejam urbanos, quer rurais de acordo com o § 3º do art. 183 e parágrafo único do 191 da Constituição Federal, respectivamente.

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Os créditos da fazenda pública inscritos em dívida ativa não prescrevem jamais após iniciado o processo judicial de cobrança. Se a entidade não providenciar a cobrança do crédito, no prazo de cinco anos, prescreve o direito de ação de cobrança e há também a necessidade de justificar a renúncia de receita.

17.3.3 - Impossibilidade de Oneração

Como os bens de uso comum e os de uso especial são, por natureza, inalienáveis, e considerando que os bens e as rendas são impenhoráveis, por determinação constitucional, nas execuções judiciais, os bens públicos não servem ou não podem ser respaldo nos direitos reais de garantia a terceiros. Como os bens públicos não podem ser onerados de forma alguma, como Contadores cabe ter uma breve notícia de formas de oneração de bens privados, segundo Meirelles.

São direitos reais de garantia sobre coisa alheia o penhor, a anticrese e a hipoteca. Direitos reais de garantia significa a vinculação direta da coisa ou bem à ação do credor, para a satisfação de seu crédito.

Na Administração Pública, não existe a garantia real, pois não há bem diretamente onerado, desgarantindo o direito do credor, porque a Constituição Federal não permite a penhora dos bens públicos na ação executiva, muito menos permite qualquer tipo de oneração.

Penhor

Penhor é o direito real que vincula coisa móvel, ou mobilizável, a uma dívida, como garantia de pagamento desta.

Os bens públicos são impenhoráveis como evidencia o art. 100 da Constituição Federal, que dispõe sobre a forma pela qual serão executadas as sentenças judiciárias contra a fazenda pública. Os pagamentos devidos pela fazenda pública, em virtude de sentença judiciária devem ser feitos somente à conta dos créditos orçamentários próprios, na ordem de apresentação dos precatórios, não permitindo, pois, a penhora dos bens.

Art. 100 À exceção dos créditos de natureza alimentícia, os pagamentos devidos pela Fazenda Federal, Estadual ou Municipal, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim.

§ 1º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de verba necessária ao pagamento de seus débitos oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de precatórios judiciários, apresentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguinte, quando terão seus valores atualizados monetariamente. (Redação dada pela Emenda Constitucional 30/2000)

§ 1º-A Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles decorrentes de salários, vencimentos, proventos, pensões e suas complementações, benefícios previdenciários e indenizações por morte ou invalidez, fundadas na responsabilidade civil, em virtude de sentença transitada em julgado (Acrescentado pela Emenda Constitucional 30/2000)

§ 2º As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão consignados diretamente ao Poder Judiciário, cabendo ao Presidente do Tribunal que proferir a decisão exeqüenda determinar o pagamento segundo as possibilidades do depósito, e autorizar, a requerimento do credor, e exclusivamente para o caso de preterimento de seu direito de

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precedência, o seqüestro da quantia necessária à satisfação do débito. (Redação dada pela Emenda

Constitucional 30/2000)

§ 3º O disposto no caput deste artigo, relativamente à expedição de precatórios, não se aplica aos pagamentos de obrigações definidas em lei como de pequeno valor (RPV) que a Fazenda Federal, Estadual, Distrital ou Municipal deva fazer em virtude de sentença judicial transitada em julgado. (Redação dada pela Emenda Constitucional 30/2000)

§ 4º São vedados a expedição de precatório complementar ou suplementar de valor pago, bem como fracionamento, repartição ou quebra do valor da execução, a fim de que seu pagamento não se faça, em parte, na forma estabelecida no § 3º deste artigo e, em parte, mediante expedição de precatório. (Redação dada pela Emenda Constitucional 37/2002)

§ 5º O Presidente do Tribunal competente que, por ato comissivo ou omissivo, retardar ou tentar frustrar a liquidação regular de precatório incorrerá em crime de responsabilidade. (Acrescentado pela Emenda Constitucional 30/2000)

Anticrese

Contrato pelo qual o devedor entrega ao credor um imóvel, dando-lhe o direito de receber os frutos e rendimentos como compensação da dívida. Todavia, os bens públicos são indisponíveis e não podem ser dados em garantia de dívida.

Hipoteca

É a sujeição de bens imóveis, navios e aeronaves ao pagamento de uma dívida, sem se transferir ao credor a posse do bem gravado. Os credores têm o privilégio de receber os créditos junto ao devedor, pelo valor do imóvel, preferentemente a outros credores.

Só aquele que pode alienar poderá empenhar, ou hipotecar, dar em anticrese; só os bens que se podem alienar poderão ser dados em penhor, anticrese ou hipoteca (CC, art. 1.420).

Se uma fundação pública de direito privado ou uma empresa da administração indireta tiver algum imóvel seu penhorado judicialmente, há a necessidade de verificar a procedência desse bem, se há ou não alguma restrição, pois o Estado, quando transfere imóvel a alguma de suas entidades, normalmente vincula que, se não for dado o destino aos objetivos da entidade, eles retornarão ao patrimônio do Estado, pois mantêm a natureza pública.

17.4 - Classificações sobre Bens Públicos

17.4.1 - Segundo a Destinação

O art. 99 do CC e o art. 803 do RGCP classificam os bens públicos em três categorias segundo a destinação: os de uso comum do povo (do domínio público e indisponíveis), os de uso especial (os do patrimônio administrativo, também indisponíveis) e os dominiais ou dominicais (os disponíveis). Todos os bens vinculados ao Poder Público por relações de domínio ou de serviço, ficam sujeitos à sua administração. Uns são bens do domínio público e, outros, bens do patrimônio administrativo. As disposições do Código Civil sobre bens públicos são as seguintes:

Art. 99. São bens públicos:I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou

estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias;

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III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.

Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado.

Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar.

Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei.

Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído,

conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem.

a) Bens de Uso Comum do Povo

Como exemplifica a alínea a do art. 803, do RGCP, ou o art. 99, I, do CC, são os rios, mares, estradas, ruas e praças. São as ruas e logradouros públicos, os rios navegáveis, o mar e as praias naturais. São locais abertos à utilização pública, de uso coletivo, de fruição própria do povo.

O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem (CC, art. 103).

Esses bens admitem, também, regulamentações gerais de ordem pública, para preservar a segurança, higiene, saúde, a moral e bons costumes. Estão sob administração e vigilância do Poder Público. Este é responsável pelos danos causados aos usuários por falta de conservação, salvo se a vítima agiu com culpa. São os bens do domínio público.

b) Bens de Uso Especial ou do Patrimônio Administrativo

Os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviços ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias (CC, art. 99, II).

São os bens destinados à execução dos serviços públicos. Constituem o aparelhamento administrativo, como os edifícios das repartições públicas, os terrenos aplicados aos serviços, os móveis e utensílios, os veículos, os matadouros, os mercados e outros colocados à disposição do público, com destinação especial. Como eles têm finalidade pública permanente, são bens patrimoniais indisponíveis.

c) Bens Dominiais ou do Patrimônio Disponível

São os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades (CC, art. 99, III).

São bens que integram o domínio público mas sempre estão dispostos a serem utilizados em qualquer fim, ou mesmo alienado. Não possuem destinação pública determinada nem finalidade administrativa específica. São os bens não destinados ao povo em geral, nem empregados no serviço público. Estão à disposição para qualquer uso ou alienação.

17.4.2 - Segundo o Sistema Administrativo

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Todos os bens públicos são bens nacionais. Mas, conforme a entidade política a que pertençam, ou serviço autárquico ou paraestatal a que se vinculem, os bens podem ser da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios.

Bens da União

Incluem-se entre os bens da União, de acordo com o art. 20 da Constituição Federal:

I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos;

São os bens sob seu domínio patrimonial, como os imóveis, móveis, participações acionárias, valores em espécie, créditos, etc.

II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei;

Terras Devolutas

São as terras pertencentes ao domínio público de qualquer entidade estatal, mas que não estão utilizadas pelo Poder Público e sem outra finalidade. Todas as terras foram, originariamente, públicas, por pertencerem a Portugal, por direito de conquista. Da Colônia, passaram ao Império e à República, em 1889. A transferência da terra pública ao particular deu-se, gradativamente, por concessões de sesmaria e de datas, compra e venda, doação, permuta e legitimação de posse. Toda a terra sem título de propriedade de particular é do domínio público; se não utilizada pelo Estado, é terra devoluta pertencente ao Governo. Um exemplo, a faixa de fronteira (§ 2º), de 150 km de largura ao longo das fronteiras terrestres, para defesa do território nacional.

III - os lagos, rios em terrenos de seu domínio,

ou que banhem mais de um Estado (ex.: R. Paranapanema, o S. Francisco),

ou sirvam de limites com outros países (R. Uruguai, Lagoa Mirim),

ou que se estendam a território estrangeiro ou dele provenham (R. Uruguai, R. Paraná)

e seus terrenos marginais e as praias fluviais.

IV - As ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países, nas fronteiras,

as praias marítimas,

as ilhas oceânicas (as que não têm nada a ver com o relevo continental ou plataforma submarina, mas são sujeitas à soberania nacional ou que o Brasil manifeste interesse de ocupação (Fernando de Noronha, S. Pedro e S. Paulo)).

e as ilhas costeiras (resultam do relevo continental ou da plataforma submarina (I. dos Lobos, em Torres), excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios (Florianópolis)), e as que pertencerem aos Estados.

exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II.

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V - os recursos naturais da

plataforma continental (prolongamento das terras continentais sob o mar, até a profundidade aproximada de 200m, a partir da qual o solo submarino descende abruptamente para as regiões pelágicas e abissais. Sua extensão pode ser superior à do mar territorial).

e da zona econômica exclusiva. A zona econômica exclusiva - ZEE não deve estender-se para além de 200 milhas náuticas (faixa de 200 milhas marítimas, a partir da linha de base: 91852 X 200 = 370.400m).

VI - mar territorial (faixa de até 12 milhas náuticas (1852 x 12 = 22.224 m) de largura, medidas a partir da linha de base na costa ou da linha do baixa-mar do litoral continental ou insular brasileiro. Zona Contígua é uma faixa de 12 milhas marítimas além do mar territorial, onde o Brasil exerce sua soberania e controle). No mar territorial, inclusive seu leito, subsolo e espaço aéreo sobrejacente, o Brasil exerce todos os direitos de soberania e domínio.

VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos (são todos os que, banhados pelas águas do mar, ou dos rios navegáveis, em sua foz, vão até a distância de 33 metros para a parte das terras, contados desde o ponto em que chega o preamar médio, conforme Aviso Imperial de 1833). A edificação e utilização dependem de autorização federal (Serviço de Patrimônio da União). Visa só a defesa nacional. A União delegou aos Municípios a urbanização e cobrança de impostos sobre aqueles que estiverem nas suas áreas urbanas.

VIII - potenciais de energia hidráulica;

IX - recursos minerais, inclusive os do subsolo;

X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos;

XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios. (são as porções do território nacional necessárias ao sustento das populações indígenas que a habitam, onde são asseguradas a posse permanente e o usufruto exclusivo de suas riquezas naturais e das utilidades nela existentes).

São inalienáveis e indisponíveis, e os direitos sobre elas, imprescritíveis. Tendo em vista que os índios são nômades, ao desocuparem as terras, os imóveis passam para o patrimônio disponível somente se houver autorização em lei. Quando é demarcada nova área, ficam nulos e extintos, não produzindo efeitos jurídicos, os atos que tenham por objeto a ocupação, o domínio e a posse das terras a que se refere este artigo, ou a exploração das riquezas naturais do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes, (. . .) e a extinção do direito a indenização ou ações contra a União (. . .) (CF, art. 231).

Os terrenos reservados são faixas de terras particulares, marginais de rios, lagos e canais públicos, de 15 metros de largura, oneradas com a servidão de trânsito dos agentes da Administração, para possibilitar a realização de serviços ou obras e para seu policiamento. O proprietário não fica impedido de utilizá-la, mas não pode construir. Os terrenos marginais de estradas também possuem 15 metros de largura (“faixa de domínio”).

Bens dos Estados

Incluem-se entre os bens dos Estados:

I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União;

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II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios ou terceiros;

III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;

IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União (CF, art. 26).

Bens dos Municípios

São todas as coisas corpóreas ou incorpóreas, imóveis, móveis e semoventes, créditos, direitos e ações que pertençam, a qualquer título, ao Município.

17.4.3 - Outros Conceitos sobre Bens

Os conceitos a seguir são úteis para definir a classificação da despesa.

Imóveis: São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente (CC, art. 79). Essa definição abrange o solo com a sua superfície, os seus acessórios e adjacências naturais, compreendendo as árvores e frutos pendentes, o espaço aéreo e o subsolo e, também, tudo quanto o homem incorporar permanentemente ao solo, como a semente lançada à terra, os edifícios e construções, de modo que se não possa retirar sem destruição, modificação, fratura ou dano; tudo quanto no imóvel o proprietário mantiver intencionalmente empregado em sua exploração industrial, aformoseamento, ou comodidade, como dizia o CC anterior.

Consideram-se imóveis para os efeitos legais:I - os direitos reais sobre os imóveis e as ações que os asseguram;II - o direito à sucessão aberta (CC, art. 80).Não perdem o caráter de imóveis:I - as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade,

forem removidas para outro local;II - os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se

reempregarem (CC, art. 81).Móveis: São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social (CC, art. 82).

Consideram-se móveis para os efeitos legais:I - as energias que tenham valor econômico;II - os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes;III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e as ações respectivas (CC, art.

83).Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem

empregados, conservam a sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os provenientes da demolição de algum prédio (CC, art. 84).

Compreendem-se entre os bens móveis, os diversos materiais para os serviços públicos, o dinheiro, valores, títulos e os efeitos que existam na caixa ou nos cofres do Estado (RGCP, art. 809).

Consumíveis: São consumíveis os bens móveis cujo uso importa na destruição imediata da própria substância, sendo também considerados tais os destinados à alienação (CC, art. 86). São os bens que se consomem com o primeiro uso (Aurélio). Ex.: o material de consumo do Almoxarifado.

Inconsumíveis: São os bens imóveis cujo uso não o destrói. Ex.: terreno.

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Material de Consumo, aquele que, em razão de seu uso corrente e da definição da Lei n. 4.320/64, perde normalmente sua identidade física e/ou tem sua utilização limitada a dois anos; (Portaria STN nº

448, de 13 de setembro de 2002)

Para distinguir material permanente do de material de consumo:I - Durabilidade, quando o material em uso normal perde ou tem reduzidas as suas condições de funcionamento, no prazo máximo de dois anos;II - Fragilidade, cuja estrutura esteja sujeita a modificação, por ser quebradiço ou deformável, caracterizando-se pela irrecuperabilidade e/ou perda de sua identidade;III - Perecibilidade, quando sujeito a modificações (químicas ou físicas) ou que se deteriora ou perde sua característica normal de uso;IV - Incorporabilidade, quando destinado à incorporação a outro bem, não podendo ser retirado sem prejuízo das características do principal; eV - Transformabilidade, quando adquirido para fim de transformação.

Material Permanente, aquele que, em razão de seu uso corrente, não perde a sua identidade física, e/ou tem uma durabilidade superior a dois anos. (Portaria STN nº 448, de 13 de setembro de 2002)

Disponíveis: São os bens que podem ser vendidos, permutados ou cedidos ou que sobre os quais se podem efetuar operações financeiras em virtude de leis especiais (RGCP, art. 810). São os que se pode dispor; são os que se pode negociar e transferir imediatamente para o patrimônio do comprador (Aurélio). É o patrimônio desafetado. Este conceito é útil para saber se o imóvel pode ou não ser transacionado.

Não-Disponíveis: São os bens necessários e têm aplicação nos serviços públicos (RGCP, art. 811). Também, são indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais (CF, art. 225, § 5º).

Fungíveis: São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outro da mesma espécie, qualidade e quantidade (CC, art. 85). Ex.: papel-moeda, equipamentos e móveis.

Não-Fungíveis: São os bens móveis que não se prestam à substituição. Ex.: quadro artístico, esculturas e obras de arte.

Divisíveis: Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam (CC, art. 87). Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por determinação da lei ou por vontade das partes (CC, art. 88).

Indivisíveis: São os bens que não se pode partir sem alteração da substância.

Frutíferos: São os bens suscetíveis de produzir rendas, como imóveis alugados, participações acionárias em empresas da Administração Indireta. As rendas produzidas são contabilizadas como Receitas Patrimoniais, tais como aluguéis, juros, dividendos, etc.

Infrutíferos: São os bens que não produzem rendas.

17.5 - O Uso dos Bens Públicos por Terceiros

Os bens públicos não são utilizados somente pelas repartições públicas. Outras entidades, vinculadas ao Governo e particulares, até mesmo pessoas físicas, também podem os utilizar. Os instrumentos usuais para possibilitar o uso de bens públicos por outrem, segundo Meirelles, são os relacionados a seguir.

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Sobre este assunto, Hely Lopes Meirelles assim escreveu: "Todos os bens públicos, qualquer que seja a sua natureza, são passíveis de uso especial por particulares, desde que a utilização consentida pela Administração não os leve a inutilização ou destruição", sendo que o "uso especial é todo aquele que, por um título individual, a Administração atribui a determinada pessoa para fruir de um bem público com exclusividade, nas condições convencionadas" e prossegue "Ninguém tem direito natural a uso especial de bem público, mas qualquer indivíduo ou empresa pode obtê-lo mediante contrato ou ato unilateral da Administração, na forma autorizada por lei ou regulamento ou simplesmente consentida pela autoridade competente". (MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro, 32ª ed., São Paulo: Editora Malheiros, 2006. p. 524).

Por sua vez, Maria Sylvia Zanella Di Pietro leciona que "Os bens públicos das três modalidades previstas no art. 99 do Código Civil - de uso comum, de uso especial e dominical - podem ser utilizados pela pessoa jurídica de direito público que detém a sua titularidade ou por outros entes públicos aos quais sejam cedidos, ou, ainda, por particulares" (Direito Administrativo, 19ª ed., São Paulo: Editora Atlas, 2006, p. 652).

Ainda, Marçal Justem Filho assevera que "A fruição de bens públicos por particulares faz-se, então, de acordo com o princípio da proporcionalidade, observando-se os padrões da adequação, necessidade e respeito aos valores fundamentais" (obra citada, p. 723)

Essa utilização é o que a doutrina costuma denominar de "uso especial de bem público por particular", a qual poderá ser gratuita ou retribuída, por prazo certo ou indeterminado, por ato - unilateral ou negocial - ou contrato administrativo.

Convém referir, antes de seguir adiante, que a outorga de serviço público tem tratamento diferente da outorga de bem público. Para àquela, devem ser utilizados os institutos previstos no regramento específico - Lei federal nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, que regulamentou o art. 175 da Constituição Federal - e, para esta, a legislação geral, devendo ser utilizados um dos clássicos institutos do direito administrativo, dentre eles os mais utilizados são a autorização, permissão e concessão de uso.

A Fundação, p. ex., para escolher a forma de entregar o bem público ao particular, deverá considerar se a coletividade obterá vantagem com o uso, o que se assemelharia a um serviço de utilidade pública, ou se será de interesse apenas do particular, neste caso não deverá ser permitido ou concedido, mas autorizado de forma precaríssima.

Também deverá identificar qual é o tipo de utilização que o particular pretende. Se for sem caráter exclusivo como, por exemplo, transitar pela rua, não necessita de ato administrativo autorizador. Mas, caso contrário, se for com exclusividade, ou mesmo que sem, mas se a utilização causar prejuízo ou transtorno aos outros particulares, o pretendente deverá obter, previamente, a concordância do administrador.

17.5.1 - Autorização de Uso

Continuando na doutrina, Hely Lopes Meirelles assim os define: "Autorização de uso é o ato unilateral, discricionário e precário pelo qual a administração consente na prática de determinada atividade individual incidente sobre um bem público, onde há interesse somente para o particular. É ato escrito, revogável a qualquer momento e sem ônus à Administração. Dispensam lei autorizativa e licitação para seu deferimento. São autorizados desde que não prejudiquem a comunidade nem embaracem o serviço público. A autorização de uso de um bem público pode ser gratuita ou onerosa.

A administrativista Odete Medauar apresenta-os da seguinte maneira:

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"Autorização de uso - é o ato administrativo discricionário e precário, pelo qual a Administração consente que um particular utilize privativamente um bem público. Pode incidir sobre qualquer tipo de bem. De regra, o prazo de uso é curto; poucas e simples são suas normas disciplinadoras; independe de autorização legislativa e licitação; pode ser revogada a qualquer tempo. Exemplos: uso de área municipal para instalação de circo, para formar canteiro de obra pública." (obra citada, p. 245).

Exemplos: a autorização para uso de terreno baldio para instalar um circo ou parque de diversões; retirada de água em fontes não abertas ao uso comum; instalação de objetos ou armações de arame para colocar à venda jornais e de cadeiras de engraxate na via pública, a instalação de caixas eletrônicas de bancos em repartições públicas, etc.

17.5.2 - Permissão de Uso

Nas palavras de Hely Lopes Meirelles: Permissão de uso é o ato negocial, unilateral, discricionário e precário através do qual a administração faculta ao particular a utilização individual de determinado bem público.

É o ato negocial, unilateral, discricionário e precário, que a Administração faculta ao particular a utilização de determinado bem público, desde que a utilização seja também de interesse da coletividade. Esse ato assegura ao permissionário o uso especial e individual do bem público. É modificável ou revogável unilateralmente pela Administração, não lhe cabendo nenhum ônus. São deferidas, normalmente, sem autorização legislativa específica, quando destinados a órgão ou entidade da Administração Pública. Exemplos: bancas de jornal, vestiários na praia; lanchonete na repartição pública.

Ainda a administrativista Odete Medauar assim se refere à permissão de uso:

"Permissão de uso - é o ato administrativo discricionário e precário pelo qual se atribui ao particular o uso privativo de bem público. Em geral, a permissão se aplica a usos privativos não conformes à real destinação do bem, mas compatíveis; por exemplo: bancas de jornais em ruas, mesas e cadeiras em frente a restaurantes e bares. Qualquer tipo de bem público poderá ser objeto de permissão de uso; independente de autorização legislativa; quanto à licitação, embora de regra não se exija, melhor parece efetuar o certame se o caso comportar disputa entre interessados, propiciando-se, desse modo, igualdade de oportunidade e evitando-se favoritismos ... Pode ser outorgada com prazo determinado ou indeterminado; tratando-se de permissão com prazo determinado, se for revogada por interesse público, sem motivos oriundos do permissionário, este deverá ser indenizado." (obra citada, p. 245).

Ainda, a permissão de uso situa-se entre a autorização e a concessão, sendo menos precária que àquela, mas sem atingir a estabilidade desta.

17.5.3 - Concessão de Uso

Segundo Meirelles, concessão de uso é o contrato administrativo pelo qual o Poder Público atribui a utilização exclusiva de um bem de seu domínio a particular, para que o explore segundo sua destinação específica." (obra já citada. ps. 525 e 526)"

A concessão de uso é de caráter contratual e estável para utilização exclusiva. O contrato é privativo e intransferível. A contratação deverá ser precedida de lei autorizativa e concorrência.

Sobre a concessão, a administrativista Odete Medauar assim se refere:

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Concessão de uso - é o contrato administrativo pelo qual a Administração consente que particular utilize privativamente bem público. Qualquer tipo de bem público pode ser objeto de concessão de uso. Em geral, a concessão se efetua para uso conforme à própria destinação do bem, ou seja, é inerente a esse tipo de bem o uso privativo, no todo ou em parte, de particular, como é o caso de boxes em mercados municipais, dependências de aeroportos, de portos, de estações rodoviárias, cantinas de escola. Depende de autorização legislativa. Sendo contrato, deve ser precedido de licitação, na modalidade de concorrência, salvo exceções legais ...". (obra citada, p. 246).

Na concessão prevalece o interesse público sobre o particular. Pode-se alterar cláusulas regulamentares do ajuste e rescisão antecipada com indenização do prejuízo, sujeito a normas do Direito Público, o que o distingue do contrato de locação, que é contrato típico de Direito Privado. Alguns exemplos: concessão de uso remunerado de um hotel municipal; concessão de uso, gratuito ou remunerado, de áreas de mercado ou de locais para bares e restaurantes em edifícios ou logradouros públicos.

17.5.4 - Concessão de Direito Real de Uso

Na concessão de direito real de uso, a Administração transfere o uso, remunerado ou gratuito, de terreno público a terceiro para que este o utiliza em fins específicos de urbanização, industrialização, edificação, cultivo, ou qualquer outra exploração de interesse social. É transferível por ato intervivos ou por sucessão legítima ou testamentária. Se o concessionário não lhe der o uso prometido, o imóvel reverterá à Administração. Depende de autorização legal e concorrência prévia.

A Administração poderá conceder direito real de uso de bens imóveis, dispensada a licitação, quanto o uso se destina a outro órgão ou entidade da Administração Pública. (Lei 8.666/93, 17, § 2º). Exemplo: NOVACAP, empresa pública federal criada para a construção de Brasília, COHAB-RS, nas edificações populares.

17.5.5 - Aforamento ou Enfiteuse

É a transferência do domínio útil de imóvel público à posse, uso e gozo perpétuo de pessoa que irá utilizá-lo. Na enfiteuse, há duas pessoas que exercem simultaneamente os direitos dominiati sobre o mesmo imóvel: o Estado, que exerce o domínio direto, e o particular, que exerce o domínio útil, que tem uma obrigação de pagar perpetuamente uma pensão anual (foro) ao senhorio direto.

Quando o foreiro ou enfiteuta pretende transmitir a outrem o domínio útil, deve comunicar ao senhorio direto (a Administração) a sua intenção ou renúncia ao domínio, devendo pagar o laudêmio. Tanto os foros como os laudêmios são Receitas Patrimoniais. Exemplos: Edificações na orla marítima, ilhas marítimas, edificações na Av. Siqueira Campos, em Porto Alegre.

17.5.6 - Cessão de Uso

É um ato de colaboração entre repartições públicas, onde os bens desnecessários de uma têm seu uso cedido a outra. A cessão de uso é a transferência gratuita da posse de um bem público de uma entidade ou órgão para outro, por prazo certo ou indeterminado e sem licitação. A cessão de uso não exige autorização legislativa. É um ato ordinário em que o Executivo distribui os seus bens entre suas repartições para melhor atendimento do serviço.

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18 - O PASSIVO

Sumário: 18.1 – Passivo Financeiro; 18.2 – Passivo Permanente; 18.3 – Passivo Circulante; 18.4 – Passivo Não-Circulante

Passivo - compreende as obrigações assumidas pelas entidades do setor público para consecução dos serviços públicos ou mantidas na condição de fiel depositário, bem como as contingências e as provisões. (Resolução CFC Nº 1.133, de 21 de novembro de 2008)

O passivo ou dívida pública compreende todos os compromissos a pagar do Estado. São os débitos de funcionamento e de financiamento do Governo decorrentes de compromissos assumidos para a consecução dos fins que se propõe, inclusive os valores entregues ao Estado em caução e as retenções sobre pagamentos.

Esses fins são o atendimento das necessidades próprias e das necessidades públicas. Necessidade pública é toda aquela de interesse geral, satisfeita pelo processo do serviço público (Baleeiro).

A dívida pública compreende a totalidade dos compromissos, obrigações ou débitos, qualquer que seja sua espécie, das entidades públicas. É seu passivo que, segundo o art. 105 da Lei 4.320/64, é desdobrado em dois grupos principais: o Passivo Financeiro e o Passivo Permanente.

18.1 - Lei nº 4.320/64 Clássica - Passivo Financeiro

O conceito legal de Passivo Financeiro é:

O Passivo Financeiro compreenderá os compromissos exigíveis, cujo pagamento independa de autorização orçamentária (Lei 4.320/64, art. 105, § 3º).

Destaca-se, como regra, que somente os pagamentos são extra-orçamentários; pode-se pagá-los depois de inscritos no Passivo. Todos os pagamentos de qualquer conta inscrita no Passivo Financeiro são extra-orçamentários. Porém, a inscrição dessas dívidas poderá ou não ser resultante da execução da despesa orçamentária, como foi demonstrado na análise Elementos Negativos, da Análise da Natureza das Contas no Balanço Patrimonial.

O Passivo Financeiro é constituído pela dívida flutuante, também denominada dívida administrativa ou dívida de tesouraria (dívida de tesouraria não é o mesmo que Débitos de Tesouraria). Compreende as obrigações vencidas e não pagas, as dívidas vincendas em curto prazo, os depósitos de terceiros e os débitos de tesouraria. O Passivo Financeiro ou a dívida flutuante compreende:

I - os restos a pagar, excluídos os serviços da dívida;

II - os serviços da dívida a pagar;

III - os depósitos;

IV - os débitos de tesouraria (Lei 4.320/64, art. 93).

Os incisos I e II referem-se às despesas orçamentárias realizadas (empenhadas) no exercício e não pagas até 31 de dezembro do ano em que foram empenhadas; serão pagas no ano seguinte. Os débitos de funcionamento, como folhas de pessoal, obrigações patronais incidentes sobre elas, aluguéis, fornecedores, empreiteiros, etc., são inscritos em Restos a Pagar. Os débitos de financiamento, como as prestações de empréstimos, incluindo o principal, juros e demais encargos,

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empenhados no exercício anterior, por competência ou não, mas não pagas são inscritas em Serviço da Dívida a Pagar. Então, as inscrições de Restos a Pagar e de Serviço da Dívida a Pagar, no Passivo Financeiro, são decorrentes da execução do orçamento, ou seja, levados à despesa do exercício. Somente os pagamentos dessas dívidas não são orçamentários, pois, se empenhadas novamente, constariam duplamente na Despesa Realizada: a primeira vez, quando da realização da despesa, e a segunda vez, quando do pagamento, o que não é correto.

Reverte à dotação a importância de despesa anulada no exercício; quando a anulação ocorrer após o encerramento deste considerar-se-á receita do ano em que se efetivar (Lei 4.320/64, art. 38). Então, durante o exercício, os empenhos que são anulados têm seus lançamentos contábeis originais estornados, revertendo a importância à respectiva dotação orçamentária. Se o empenho for anulado em exercício seguinte ao da sua inscrição no Passivo Financeiro, por cancelamento ou por prescrição, a importância da dívida anulada é levada à Receita Orçamentária (Receita Realizada), como se tal fosse. O cancelamento pode ser decorrente de empenho a maior (uma despesa por estimativa) ou um resto a processar em que o fornecedor desistiu de cumprir o contrato, por exemplo.

As inscrições das dívidas em Depósitos e em Débitos de Tesouraria, bem como seus pagamentos, são meras movimentações de fundos de natureza extra-orçamentária, pois não alteram o valor da Situação Líquida Financeira, comprovando a característica do patrimônio financeiro, a sua natureza monetária.

Seguindo a organização do Balanço Patrimonial clássico:

18.1.1 - Restos a Pagar

São os débitos de funcionamento não pagos. Foram levados à despesa e aguardam o pagamento. O conceito legal de 94 - Restos a Pagar é o seguinte:

Consideram-se Restos a Pagar as despesas empenhadas mas não pagas até o dia 31 de dezembro distinguindo-se as processadas das não processadas (Lei 4.320/64, art. 36).

95 - Restos a Pagar Processados: Sinônimo - Restos liquidados; significa que o credor do empenho (fornecedor ou prestador de serviços) cumpriu o contrato, entregou a mercadoria ou executou os serviços e só falta a entidade contratante pagar. Os Restos a Pagar Processados são, portanto, as dívidas líquidas e certas. A despesa foi empenhada e liquidada no ano anterior e que apenas aguarda o pagamento. Nomes comuns de contas de Restos a Pagar: 96 - Fornecedores a Pagar (o fornecedor entregou a mercadoria e ainda não recebeu o pagamento do Estado); 97 - Aluguéis a Pagar (a mensalidade foi empenhada a crédito do proprietário, só que este não a recebeu, pois, pelo contrato não venceu); 98 - Empreiteiros a Pagar (a etapa da obra ou toda ela foi concluída e a entidade não se pagou o empreiteiro); 100 - INSS, c/Contribuições a Pagar (encargos trabalhistas do Estado como empregador, 12 %, ou contratante de uma cooperativa, 20%); 103 - Municípios, c/IPVA a Pagar (50% do IPVA arrecadado pelo Estado, que pertence aos Municípios conforme Constituição Federal, e que foi empenhado e ainda não foi repassado a eles); 104 - Precatórios a Pagar: Precatório é, por definição, obrigação de dívida líquida e certa de entidade pública brasileira, fixada através de decisão judicial transitada em julgado e assim, em princípio não mais questionável.

105 - Restos a Pagar Não-Processados, ou Restos a Pagar não Liquidados ou Restos a Pagar a Liquidar, são as dívidas decorrentes da execução da despesa orçamentária no exercício anterior, onde houve apenas o empenho da despesa (levados à Despesa Realizada) pelo Estado, mas os credores não cumpriram suas partes, por não entregarem a mercadoria ou executarem o contrato; contas freqüentes de Restos a Pagar não Processados: 106 - Fornecedores a Pagar; não entregaram

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as mercadorias compradas pelo Estado; 107 - Empreiteiros a Pagar: as empresas contratadas não executaram os contratos. São as dívidas que aguardam a liquidação (cumprimento do contrato) da despesa e seu pagamento.

O registro dos restos a pagar far-se-á por exercício e por credor, distinguindo-se as despesas processadas das não processadas (Lei 4.320/64, art. 92, parágrafo único).

Ao final de cada quadrimestre será emitido (. . .) Relatório de Gestão Fiscal (. . .) (LRF, art. 54).

O relatório conterá: (. . .)III - demonstrativos, no último quadrimestre: (. . .)b) da inscrição em Restos a Pagar, das despesas:1) liquidadas;2) empenhadas e não liquidadas3) empenhadas e não liquidadas, inscritas até o limite do saldo da

disponibilidade de caixa:4) não inscritas por falta de disponibilidade de caixa e cujos

empenhos foram cancelados: (. . .) (LRF, art. 55).A regra geral da Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF é de que, no último exercício

do mandato do Chefe do Executivo, só figurará Restos a Pagar no Balanço Patrimonial se houver disponibilidade para pagá-los. Em outro viés, se não houver dinheiro em Caixa, as despesas que ocorrerem não serão pagas mesmo já inscritas em Restos a Pagar, pois serão canceladas, tampouco empenhadas se ainda não o foram, omitindo uma considerável quantidade de operações geradoras de dívida que não aparecerão no Passivo Financeiro do Balanço Patrimonial, como os aluguéis, consumo de água, luz, telefone e outras contratuais, bem como na Despesa Realizada.

De outra forma, a mesma regra aparece em outro dispositivo:

É vedado ao titular de Poder ou órgão referido no art. 20, nos últimos dois quadrimestres do seu mandato, contrair obrigações de despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito.

Parágrafo único - Na determinação da disponibilidade de caixa serão considerados os encargos e despesas compromissadas a pagar até o final do exercício (LRF,

art. 42).

Essa medida determina o equilíbrio financeiro de maio a dezembro, no último ano do mandato do Executivo.

A conta Restos a Pagar Processados só recebe o crédito (inscrição de dívida) no final do exercício, pela transferência de saldos das contas que ainda estão em 133 - Despesas do Exercício a Pagar, por ocasião das operações de encerramento. Só são debitadas, durante o exercício seguinte ao da inscrição, pelos pagamentos ou cancelamentos. Os Restos a Pagar Não-Processados só recebe o crédito no final do exercício, por ocasião das operações de encerramento, em contrapartida de Despesa Realizada (conta de resultado financeiro), para atender as disposições da Lei 4.320/64, art. 35, pois pertencem ao exercício as despesas nele legalmente empenhadas. As dívidas deste grupo só recebem o débito durante o exercício seguinte ao da inscrição pela liquidação da despesa, migrando para Restos a Pagar Processados, ou levados à receita pelos cancelamentos.

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18.1.2 - Serviço da Dívida a Pagar

Em 108 - Serviço da Dívida a Pagar, são registradas as prestações de empréstimos empenhadas a pagar. São as despesas orçamentárias realizadas, mas não pagas no exercício de seus empenhos referentes a débitos de financiamento vencidos e vincendos. Inclui as parcelas do principal de dívida do Passivo Permanente contidas nas prestações, acrescidas dos respectivos juros e outros encargos incidentes, já empenhados, aguardando o pagamento.

Em relação aos empréstimos de antecipação da receita orçamentária - ARO, somente são empenhados seus juros e encargos, pois o principal é decorrente de operação extra-orçamentária, portanto, não empenhado.

Serviços da Dívida a Pagar, como os Restos a Pagar Processados, só recebe crédito (inscrição da dívida) no final do exercício, migradas de 133 - Despesa do Exercício a Pagar, nas operações de encerramento. No exercício seguinte ao da inscrição, só são debitados pelos pagamentos ou cancelamentos.

Não há uniformidade de nomenclatura das contas. No nosso exemplo, no item 15.4.2 - Elementos Negativos, do Balanço Patrimonial, as contas estão organizadas pelo tipo de grupo de dívida: 109 - Serviço de Débitos de Tesouraria a Pagar, onde só são inscritas as prestações de juros e encargos empenhados, pois o principal é extra-orçamentário. Os serviços da dívida fundada são desdobrados nas contas 113 - Serviço da Divida Fundada Interna a Pagar e 117 - Serviço da Dívida Fundada Externa a Pagar.

18.1.3 - Depósitos

São os ingressos que não são receitas e pagamentos que não são despesas por não pertencerem à entidade.

Neste grupo 119 - Depósitos, são registradas as operações financeiras em que o Estado participa como fiel depositário dos valores que não lhe pertencem. Os recebimentos de dinheiro ou de depósitos em cauções e as retenções efetuadas em pagamentos não são receitas orçamentárias da entidade (Receita Realizada) e as devoluções dos valores recebidos e os pagamentos das retenções não são despesas orçamentárias (Despesa Realizada).

Neste grupo, estão representados ordinariamente as 120 - Cauções, quando em dinheiro, efetuadas por fornecedores e empreiteiros para participar em licitações; pelas 121 - Retenções efetuadas sobre pagamentos, também em dinheiro, previstas em contratos ou na legislação, como o ISSQN (no pagamento de serviços previstos em lei, em substituição fiscal), IRRF (só nas autarquias e fundações), PIS/PASEP, CSLL e COFINS (nos pagamentos a pessoas jurídicas de direito privado, em substituição fiscal); pelas 122 - Consignações ou Depósitos de Consignatários, é o mesmo que Retenções, pelos valores descontados em folhas de pagamento aos servidores, como o INSS, pensão alimentícia, contribuição a associações de servidores; pelas quantias depositadas por terceiros para interposição de recurso (125 - Depósitos Recursais), ou 126 - Depósitos Judiciais; pelos depósitos judiciais em que a entidade é autora e o réu tenha sido compelido a depositá-lo; pelas 127 - Fianças depositadas por terceiros para responder processo em liberdade; pelos 126 - Depósitos de Autarquias, para acolher a receita de autarquias que não possuem sistema próprio para arrecadação de suas receitas e utilizam o sistema de arrecadação do Estado, entre outras operações.

Seus prazos de vencimento podem variar de curtíssimo, como o desconto do INSS de empregado, que deve ser pago logo no início do mês seguinte ao de sua retenção, ou até longo

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prazo, como uma caução em dinheiro depositada por um empreiteiro de uma obra cujo tempo previsto para sua conclusão é de cinco anos. As contas do grupo Depósitos recebem créditos, pela formação de dívidas, e débitos, pelos pagamentos, durante todo o exercício. Todas suas operações são tipicamente extra-orçamentárias.

18.1.4 - Débitos de Tesouraria

Neste grupo 128 - Débitos de Tesouraria são registrados apenas o principal dos empréstimos de curto prazo, denominados de Antecipação da Receita Orçamentária - ARO, que se destinam a equilibrar a gestão da tesouraria na defasagem entre o volume da receita orçamentária e o da despesa orçamentária dentro do mesmo exercício. São os empréstimos contratados e no mesmo ano têm que ser totalmente pagos. Esses empréstimos têm a finalidade de antecipar para a caixa, no início do exercício, os recursos financeiros que serão arrecadados no final do exercício, daí o nome de empréstimos de antecipação da receita orçamentária - ARO. Com o excedente da receita do final do ano, são amortizados.

Este grupo Débitos de Tesouraria não registra os juros e encargos do empréstimo; registra somente o principal não corrigido a pagar. Os Débitos de Tesouraria resultam da realização de operações que podem ser efetuadas por meio dos seguintes instrumentos:

- contratos de empréstimo com instituições financeiras;

- emissão de títulos, como letras do tesouro - LT, bilhetes do tesouro, bônus do tesouro, letras financeiras do tesouro - LFT, todos os títulos vêm com as características de ARO, pois o títulos de mesmo nome também podem ser emitidos em longo prazo, como a LFT.

Ordinariamente, esses empréstimos são autorizados nas próprias Leis Orçamentárias Anuais, que são utilizadas como veículo para realizar os chamados empréstimos de antecipação da receita ou operações de crédito ARO (CF, art. 165, § 8º).

Os recebimentos e pagamentos do principal não corrigido (valor original) são de natureza extra-orçamentária, pois se enquadram no conceito do art. 3º da Lei 4.320/64: as operações são compensatórias do patrimônio financeiro, tanto nos ingressos dos empréstimos, como suas amortização do principal. A atualização monetária do saldo do empréstimo ARO, seus juros e encargos devem ser empenhados.

As dívidas representadas por títulos são reguladas por leis ordinárias específicas, que detalham a espécie dos títulos, os prazos, a remuneração dos tomadores, a sistemática de lançamento no mercado financeiro, o resgate, o período de vigência, etc.

O principal dos empréstimos ARO, quando recebido pela entidade estatal, não afeta (não modifica) o valor da Situação Líquida Financeira (Ativo Financeiro menos Passivo Financeiro), pois resulta de uma entrada financeira compensatória do patrimônio financeiro, ou seja, o aumento no Ativo Financeiro, pela entrada do dinheiro, em mesmo valor do aumento do Passivo Financeiro, pela inscrição da dívida. Estas são as características de operações extra-orçamentárias.

O mesmo que acontece com todos os grupos do Passivo Financeiro, o pagamento do principal ou resgate é independente de autorização orçamentária, conforme definição do § 3º do art. 105 da Lei 4.320/64. Ou seja, para pagar o principal do empréstimo ARO, não é necessário o prévio empenho, pois essa despesa não é orçamentária.

Os encargos, todavia, para serem assumidos e pagos, necessitam de autorização orçamentária (ter dotação específica no orçamento), qualquer que seja sua espécie, tais como os juros, correção monetária, variação cambial, deságio e comissões de colocação, despesas com

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publicação dos contratos ou impressão dos títulos. As contas que integram o grupo Débitos de Tesouraria recebem créditos pela formação de dívidas, contratações, e débitos pelas amortizações do principal durante todo o exercício.

18.2 - Lei nº 4.320/64 Clássica - O Passivo Permanente

O Passivo Permanente ou:

a dívida fundada compreende os compromissos de exigibilidade superior a doze meses, contraídos para atender a desequilíbrio orçamentário ou a financiamentos de obras e serviços públicos. (Lei 4.320/64, art. 98).

Um alerta imediato cabe antes de qualquer análise: pela vigente Constituição Federal é vedado utilizar recursos financeiros de operações de crédito de longo prazo em pagamento de despesas de custeio dos serviços públicos, como previsto na parte final do artigo.

O Passivo Permanente é constituído pelos grupos 138 - Dívida Fundada Interna, quando a quitação da dívida for no Brasil, e 145 - Dívida Fundada Externa, quando a quitação da prestação for no exterior. Cada um destes grupos identifica se a dívida é Em Títulos ou Por Contratos, conforme o modo de captação dos empréstimos.

A dívida fundada será escriturada com individuação e especificações que permitam verificar, a qualquer momento, a posição dos empréstimos, bem como os respectivos serviços de amortização e juros (Lei 4.320/64, art. 98, parágrafo único).

Para os efeitos da Lei de Responsabilidade Fiscal, art. 29, I:

I - dívida pública consolidada ou fundada: montante total, apurado sem duplicidade, das obrigações financeiras do ente da Federação, assumidas em virtude de lei, contratos, convênios ou tratados e da realização de operações de crédito, para amortização em prazo superior a doze meses.

Inicialmente, cabem algumas considerações sobre esse artigo. Superior a doze meses significa que sempre o pagamento final cairá no exercício seguinte ao da contratação. O prazo, normalmente, é contado entre a data da contratação, ou da colocação dos títulos no mercado, e a do resgate final ou integral do empréstimo.

Essa lei é de 1964 e atendia as necessidades daquela época, pois os empréstimos eram utilizados para pagar despesas de custeio, inclusive. Todavia, com a Constituição de 1988, como regra geral, são vedadas: (. . .) a realização de operações de crédito que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta (CF, art. 167, III), significando que os empréstimos só podem ser realizados para pagar Despesas de Capital, (leia-se investimentos (obras públicas, compra de equipamentos) e inversões financeiras (compra de prédios prontos e de ações já emitidas de companhias)), jamais para cobrir despesas de manutenção (custeio) dos serviços públicos.

O Passivo Permanente compreende as dívidas fundadas e outras que dependam de autorização legislativa para amortização ou resgate (Lei 4.320/64, art. 105, § 4º). Além da autorização legislativa para a amortização (dotações orçamentárias), necessitam também lei específica para autorizar a sua contratação. O Passivo Permanente também é denominado dívida fundada, dívida consolidada ou dívida de finanças. São as dívidas de longo prazo a vencer e a empenhar.

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Operações que Aumentam o Passivo Permanente:

A dívida fundada origina-se: a) da realização de receitas de operações de crédito de longo prazo, de mutação patrimonial, pois afetam positivamente a Situação Líquida Financeira, devido ao ingresso dos recursos financeiros, e, negativamente, a Situação Líquida Permanente, devido à inscrição da dívida; b) financiamentos em que o credor fornece assistência técnica, serviços ou equipamentos; c) parcelamento de débitos, por exemplo, junto ao INSS e FGTS; d) assunção de dívidas de entidades autárquicas e paraestatais, principalmente de empresas controladas pelo Estado e e) desvalorização da moeda nacional, quando o principal for em moeda estrangeira ou variação do índice ao qual o saldo da operação é corrigido. As operações de b a e não são consideradas receitas de Operações de Crédito em termos orçamentários, pois não movimentam o Caixa, e são inscritas no Passivo Permanente por Variações Passivas Independentes da Execução Orçamentária devido à superveniência passiva ocorrida.

As dívidas do Passivo Permanente podem ser assumidas mediante a emissão de títulos, como as Apólices da dívida pública, Letras Financeiras do Tesouro, Bônus do Tesouro, contratos junto a instituições financeiras (Banco do Brasil, CEF) e de fomento (BNDES, BID), ou parcelamento de débitos junto ao INSS, PASEP ou FGTS, quando forem de longo prazo.

É usual manter no Passivo Permanente somente o saldo do principal corrigido a vencer e ainda não empenhado. Particularmente, todavia, deveria constar também em cada empréstimo o saldo dos juros e encargos vincendos até a última prestação, o que daria maior realidade na informação do Balanço. Esta prática não é usual, pois se alega que esses juros não ocorreriam se a entidade pagasse antecipadamente suas prestações. Com a escassez de recursos financeiros, nenhuma entidade anteciparia o pagamento de toda sua dívida, daí o motivo de agregar os juros a seus saldos. A contabilidade, então, daria as informações mais reais para a elaboração do orçamento ou do fluxo de caixa, sem cálculos e planilhas paralelas. Mas, no Passivo Permanente, só figura o principal.

Um outro aspecto a destacar é que não ocorre, como nas empresas, a relação entre a origem do capital (capital de terceiros) e sua aplicação no Ativo, pois os empréstimos do Governo, em sua maior parte, têm seus recursos aplicados em investimentos em bens do domínio público ou de uso comum do povo, para o enriquecimento do patrimônio da comunidade em detrimento do patrimônio administrativo do Estado. Os bens resultantes, de uso comum do povo, não são inscritos no Balanço Patrimonial.

18.3 - Lei nº 4.320/64 Moderna - Passivo Circulante

2.1 PASSIVO CIRCULANTECompreende as obrigações conhecidas e estimadas que atendam a qualquer um dos

seguintes critérios:

Tenham prazos estabelecidos ou esperados dentro do ciclo operacional da entidade;

Sejam mantidos primariamente para negociação;

Tenham prazos estabelecidos ou esperados até o término do exercício seguinte; sejam valores de terceiros ou retenções em nome deles, quando a entidade do setor público for fiel depositária, independentemente do prazo de exigibilidade.

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2.1.1 Obrigações Trabalhistas, previdenciárias e Assistenciais a Pagar a Curto PrazoCompreende as obrigações referentes a salários ou remunerações, bem como

benefícios aos quais o empregado ou servidor tenha direito, aposentadorias, reformas, pensões e encargos a pagar, bem como benefícios assistenciais com vencimento até o término do exercício seguinte. Seu desdobramento é integrado pelas seguintes contas:

2.1.1.1 Pessoal a PagarInclui as dívidas com folhas de pessoal, vencimentos, salários, gratificações, etc.

2.1.1.2 Benefícios Previdenciários a PagarBenefícios previdenciários relativos a funcionários e contratados a pagar.

2.1.1.3 Benefícios Assistenciais a PagarEncargos com benefícios assistenciais referentes folhas de servidores.

2.1.1.4 Encargos Sociais a PagarEncargos sociais a pagar decorrentes de relações com os funcionários da entidade.

2.1.2 Empréstimos e Financiamentos a Curto PrazoCompreende as obrigações financeiras da entidade a título de empréstimos, bem

como as aquisições efetuadas diretamente com o fornecedor, com vencimentos até o término do exercício seguinte.

2.1.2.1 Parcela a Curto Prazo dos Empréstimos e FinanciamentosParcelas do principal de empréstimos e financiamentos a curto prazo a pagar.

2.1.2.2 Empréstimos a Curto PrazoEmpréstimos a curto prazo a pagar, inclusive os de antecipação da receita.

3.1.2.3 Financiamentos a Curto PrazoFinanciamentos a curto prazo obtidos diretamente de fornecedores.

2.1.2.4 Financiamentos por Arredondamento Financeiro a Curto Prazo2.1.2.5 Juros e Encargos a Pagar de Empréstimos e Financiamentos a Curto Prazo

Juros e encargos de empréstimos e financiamentos a curto prazo a pagar.

2.1.2.9 ( - ) Encargos Financeiros a Apropriar2.1.3 Fornecedores e Contas a Pagar a Curto Prazo

Compreende as obrigações junto a fornecedores de matérias-primas, mercadorias e outros materiais utilizados nas atividades operacionais da entidade, bem como as obrigações decorrentes do fornecimento de utilidade e da prestação de serviços, tais como, de energia elétrica, água, telefone, propaganda, aluguéis e todas as outras contas a pagar com vencimento até o término do exercício seguinte.

2.1.3.1 Fornecedores e Contas a Pagar Nacionais a Curto PrazoContas a pagar nacionais a fornecedores de bens e de energia elétrica, água, telefone,

propaganda, aluguéis e todas as outras contas a pagar com vencimento até o término do exercício seguinte.

2.1.4 Obrigações Fiscais a Curto PrazoCompreende as obrigações das entidades com o governo relativas a impostos, taxas e

contribuições com vencimento até o término do exercício seguinte.

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2.1.4.1 Obrigações Fiscais a Curto Prazo com a União2.1.5 Demais Obrigações a Curto Prazo

Compreende as obrigações da entidade junto a terceiros não inclusas nos subgrupos anteriores, com vencimento até o término do exercício seguinte.

2.1.5.2 Obrigações por Danos a Terceiros2.1.8 Provisões a Curto Prazo

Compreende os passivos de prazo ou de valor incertos, com prazo provável até o término do exercício seguinte, como provisão para riscos trabalhistas a curto prazo, de Riscos Ficais, de riscos cíveis, de riscos decorrentes de contratos de PPP, etc.Compreende as obrigações da entidade junto a terceiros que não inclusas nos subgrupos anteriores, com vencimento após o término do exercício seguinte.

2.2 PASSIVO NÃO-CIRCULANTECompreende as obrigações conhecidas e estimadas que não atendam a nenhum dos

critérios pra serem classificadas no Passivo Circulante.

2.2.1 Obrigações Trabalhistas, Previdenciárias e Assistenciais a Longo PrazoCompreende as obrigações referentes a salários ou remunerações, bem como

benefícios aos quais o empregado ou servidor tenha direito, aposentadorias, reformas, pensões e encargos a pagar bem como benefícios assistenciais, com vencimentos após o término do exercício seguinte.

2.2.1.4 Encargos Sociais a Pagar2.2.2 Empréstimos e Financiamentos a Longo Prazo

Compreende as obrigações financeiras da entidade a título de empréstimo, bem como as aquisições efetuada diretamente com o fornecedor, com vencimento do exercício seguinte.

2.2.2.1 Empréstimos a Longo Prazo2.2.2.2 Financiamentos a Longo Prazo2.2.2.4 Juros e Encargos a Pagar de Empréstimos e Financiamentos a Longo Prazo2.2.3 Fornecedores a Longo Prazo

Compreende as obrigações junto a fornecedores de matérias-primas, mercadorias e outros materiais utilizados nas atividades operacionais da entidade com vencimento após o término do exercício seguinte.

2.2.4 Obrigações Fiscais a Longo PrazoCompreende as obrigações das entidades com o governo relativas a impostos, taxas e

contribuições com vencimento após o término do exercício seguinte.

2.2.5 Demais Obrigações a Longo PrazoCompreende as obrigações da entidade junto a terceiros não inclusas nos subgrupos

anteriores, como vencimento após o término do exercício seguinte.

2.2.8 Provisões a Longo PrazoCompreende os passivos de prazo ou de valor incertos, como prazo provável após o

término do exercício seguinte, para riscos trabalhistas, de regimes de previdência social, para riscos fiscais, etc.

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19 - O CRÉDITO PÚBLICO

Sumário: 19.1 – Conceitos sobre a Dívida Fundada; 19.2 – A Lei Autorizativa do Empréstimo; 19.3 – Reajustamento de Dívidas; 19.4 – Prazo Médio da Dívida Pública; 19.5 – Normas Constitucionais sobre a Dívida; 19.6 – Conceitos de Operações de Crédito; 19.7 – Condições para Celebrar Operações de Crédito; 19.8 – Limites para a Dívida Fundada; 19.9 – Limites para Empréstimos ARO

O crédito público é um entre os vários processos de que o Estado pode lançar mão para a obtenção de fundos; na maioria dos países, nos últimos séculos, ele constitui um processo normal e ordinário de suprimento dos cofres públicos (Baleeiro).

O crédito público propicia a obtenção da segunda ou terceira principal fonte de receitas das entidades estatais. Perde posição para as receitas tributárias ou, talvez, para as receitas de transferências. Vejamos alguns de seus aspectos:

19.1 - Conceitos sobre a Dívida Fundada

19.1.1 - Quanto à Origem dos Recursos

Quanto à origem dos recursos, a Dívida Fundada pode ser desdobrada em:

- Interna, quando assumida ou contraída no país. Conceito mais moderno diz que são as dívidas cuja responsabilidade de pagamento é no país. A quitação da prestação ocorre em instituição credora dentro do país.

- Externa, quando assumida com países ou banqueiros estrangeiros, ou, ainda, organismos internacionais. São aquelas cuja responsabilidade de pagamento é no exterior. É no exterior que a prestação do empréstimo é quitada pela instituição financeira.

19.1.2 - Quanto aos Instrumentos

Os instrumentos usuais que o Governo utiliza para contrair sua dívida são:

- Por contrato, quando o débito é assumido em termo de contrato com financiadores.

- Em títulos, quando a dívida é assumida mediante a emissão de títulos, como Apólices, Letras Financeiras do Tesouro - LFT, Bônus do Tesouro, etc.

19.1.3 - Quanto ao Prazo de Resgate

Este aspecto refere-se ao prazo que á entre a data da emissão do título ou a do contrato e a data de resgate final. As dívidas podem ser de prazo certo ou indeterminado.

- Prazo fixo ou certo, quando, na emissão do título ou da contratação do empréstimo, sabe-se a data exata de seu vencimento.

- Prazo indefinido ou perpétuo: utilizado no passado, onde não constava a data de vencimento; em geral, eram de 99 anos. O Estado do Rio Grande do Sul, por exemplo, tinha uma emissão de apólices emitidas em 1911 para a construção do Porto de Rio Grande e de Pelotas e aprofundamento do canal de navegação. Seus tomadores os resgatavam em Londres e havia projeção que talvez fossem apresentadas até o ano de 2003. O Governo Federal assumiu essas dívidas na renegociação da dívida inadimplente do Estado no final dos anos 90.

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19.1.4 - Quanto à Forma de Tomar o Empréstimo

- Voluntários, a maneira mais atual de aplicação financeira por particulares.

- Compulsórios ou Involuntários que, segundo Baleeiro o crédito compulsório é contraído por ato de autoridade, que prescinde da anuência do prestamista; o empréstimo forçado assenta nos princípios e métodos tributários, a saber: a) retém depósitos de dinheiro dos indivíduos que os confiaram a bancos; b) obriga os indivíduos a recolher uma importância proporcionalmente ao valor de algum bem adquirido, como compra de veículos, de passagens aéreas para o exterior, sobre o consumo de combustíveis; c) emite cédulas do tesouro, como, passado recente, as brizoletas no Estado do Rio Grande do Sul, para pagar suas despesas, como a funcionários, fornecedores, auxílios a entidades filantrópicas.

Somente o Governo Federal pode instituir e cobrar os empréstimos compulsórios, como disposto no art. 148 da Constituição Federal:

A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:

I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência;

II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observando o disposto no art. 150, III, b. (“É vedado à União, Estados, Distrito Federal e Municípios, III - cobrar tributos, b - no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou”. É o que preconiza o Princípio da Anterioridade).

Parágrafo único - A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.

19.1.5 - Quanto à Forma de Amortização ou Resgate

- Prazo certo: quando do vencimento, o resgate é efetuado pela contra-entrega do título, ou o pagamento da prestação do contrato no prazo acertado.

- Por compra, quando há o interesse de retirar os títulos de circulação. Esse mecanismo é utilizado pelo BACEN, ainda hoje, quando há especulação do mercado, inflacionando a taxa de juros, quando do leilão de títulos, por exemplo.

- Por sorteio, utilizado no passado, quando são sorteadas para resgate determinadas quantidades de títulos; o restante não sorteado perde sua validade. Essa modalidade de resgate foi utilizada pelo Estado do Rio Grande do Sul nas décadas de 60 e 70, com as apólices das emissões Encampação do Banco Pelotense e para Obras e Saneamento, por exemplo.

19.1.6 - Quanto à Identificação do Tomador de Títulos

- Ao portador, quando o adquirente não é identificado;

- Nominativos, quando identifica o tomador do título, não transferíveis;

- Nominativo-endossáveis, quando pode ser transferido a outras pessoas o direito de posse.

Atualmente, não há a necessidade da emissão física do título, pois a quantidade emitida é virtual e fica custodiada em instituição financeira oficial, vigiada pelo BACEN.

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19.2 - A Lei Autorizativa do Empréstimo

Qualquer empréstimo necessita de prévia autorização legal para ser contraído, seja empréstimo ARO, seja de longo prazo. Os empréstimos ARO normalmente são autorizados na Própria Lei Orçamentária Anual, constituindo um simples artigo dela. Nos empréstimos de longo prazo, que movimentam a conta Receita de Operações de Crédito, essa lei deve ser específica e dispor, no mínimo, sobre os seguintes assuntos:

1 - Designação da entidade financiadora, quando se tratar de empréstimo contratado, indicando sua localização geográfica; 2 - características dos títulos, quando o empréstimo for de lançamento; 3 - prazo e modalidade de resgate e o limite do valor da operação; 4 - encargos, tais como juros, comissões, risco cambial, deságio, correção monetária; 5 - garantias, tais como caução de valores, vinculação de receitas, avais, fianças; 6 - destinação do produto (receita) da operação e a autorização para a abertura de créditos adicionais para a aplicação do dinheiro e também para atender suas prestações a vencerem no exercício da contratação.

De acordo com o art. 19 da Resolução 43/2001 do Senado Federal,

as leis que autorizem os Estados, o Distrito Federal e os Municípios a emitir títulos da dívida pública deverão conter dispositivos garantindo que:

I - a dívida resultante de títulos vencidos e não resgatados será atualizada pelos mesmos critérios de correção e remuneração dos títulos que a geraram;

II - os títulos guardem equivalência com os títulos federais, tenham poder liberatório para fins de pagamento de tributos, e seus prazos de resgate não sejam inferiores a 6 (seis) meses, contados da data de sua emissão.

19.3 - Reajustamento de Dívidas

Conceito de Reajustamento de Dívidas

Por reajustamento de dívidas entende-se a alteração das condições iniciais das obrigações. Sempre devem ser precedidas de lei que autorize.

Objetivos do Reajustamento

a) Redução de juros e encargos; b) melhor distribuição dos resgates, em montantes mais uniformes; c) equilibrar o orçamento de caixa, distribuindo a dívida em mais parcelas de vencimento; d) ajustar a dívida aos limites de endividamento estabelecidos pelo Senado Federal e pela Lei de Responsabilidade Fiscal, além de e) simplificar os procedimentos administrativos.

Modalidades de Reajustamento

- Consolidação de dívidas: transformação de dívidas flutuantes em fundadas; por exemplo, renegociar um empréstimo ARO vencido em um novo contrato, de longo prazo, onde sai de Débitos de Tesouraria / 2.1.2 Empréstimos e Financiamentos a Curto Prazo e inscrito na Dívida Fundada Interna / 2.2.2 Empréstimos e Financiamentos a Longo Prazo, ou os débitos vencidos de INSS, onde é negociada a Notificação de Parcelamento de Débitos Previdenciários, de longo prazo.

- Unificação: reunião de diversas dívidas de mesmas condições em uma única; modalidade utilizada em empréstimos de mesma linha de crédito, p. ex., infra-estrutura urbana, saneamento básico, pois quando de linha de crédito diferente, os encargos são diferentes, o que dificultaria a operação.

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- Conversão: substituição dos títulos de um empréstimo pelos títulos de outro; acontece quando houver dificuldades em resgatar uma dívida em títulos e os substitui por outros de empréstimo diferente, com maior prazo para amortização, ou encargos menores ou ambos.

- Uniformização: substituição dos títulos de empréstimos com condições diferentes, pelo de outro. Utilizado quando houver vários empréstimos de condições diferentes que são substituídos por títulos de mesmas condições e encargos.

19.4 - Prazo Médio da Dívida Pública

Quando da necessidade de algum reajustamento de dívida em títulos de mesmo valor, há a necessidade de se apurar seu prazo médio, pois envolve várias emissões de prazos e quantidades diversas.

a) Quando os títulos forem de longo prazo, calcula-se em meses:

Prazo médio = (XY) / Y = ___ meses = ___ anos, ___ meses, ___ dias

Onde:

(XY) é o somatório dos produtos das quantidades de títulos pelos respectivos números de meses a vencer

Y é a quantidade total de títulos em ser

b) Quando os títulos forem de curto prazo, por exemplo, ARO, calcula-se em dias:

Prazo médio = (XZ) / Z = ___ dias = ___ meses, ___ dias

Onde:

(XZ) é o somatório dos produtos do valor de títulos pelos respectivos números de dias

Z é o valor total dos títulos

Essas fórmulas são úteis, pois podem ser aplicadas em outras situações de dívida ou de créditos, até mesmo na iniciativa privada.

19.5 - Normas Constitucionais sobre Dívida

a) Competências para dispor sobre dívida

Compete à União fiscalizar as operações de crédito (CF, art. 21, VIII). Essa competência abrange todas as operações de crédito, tanto as públicas como as privadas, e é executada pelo Banco Central do Brasil, por competência delegada em lei.

Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: Direito (. . .) financeiro (. . .). No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais (CF, art. 24, I, §

1º).Cabe ao Congresso Nacional (com sanção do Presidente da República)

dispor sobre as matérias de competência da União, especialmente sobre: (. . .) operações de crédito, dívida pública e emissões de curso forçado; matéria orçamentária; montante da dívida mobiliária federal. (CF, art. 48, II, XIII e XIV).

52 - Competências privativas do Senado: (. . .) (grifei)

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V - Autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;

VI - fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais, para o montante da dívida consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

VII - Dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externas e internas da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, suas autarquias e entidades controladas;

VIII - dispor sobre limites e condições para a concessão de garantias da União em operações de crédito externas e internas;

IX - estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos EE, DF e MM.

b) Empréstimos Compulsórios

Matéria disposta no art. 148 da Constituição Federal:

Art. 148 A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:

I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência;

II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, b.

Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição

Destaca-se que o art. 150, III, b, trata do princípio da anterioridade: veda cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou. Se a regra for quebrada, alguns juristas consideram ser empréstimo compulsório.

Art. 150 Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (. . .)

III - cobrar tributos: (. . .)b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os

instituiu ou aumentou; c) Autorização para os Empréstimos

Qualquer empréstimo, quer seja ARO ou de longo prazo, necessita de lei que autorize a contratação.

Art. 165 Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: (. . .)

§ 8º - A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei

A autorização para a realização de operações de crédito é uma exceção ao princípio de exclusividade da lei orçamentária. Na prática, só é utilizada para autorizar empréstimos ARO.

As leis que autorizam os Estados, o Distrito Federal e os Municípios a emitir títulos da dívida pública deverão conter os dispositivos arrolados no art. 19 da Resolução 43/2002 do Senado Federal, recém transcritas, com mesmos encargos e prazo superior a seis meses.

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Necessitam de autorização prévia do Senado Federal, de acordo com a Resolução 43/2002:

Art. 28 São sujeitas a autorização específica do Senado Federal as seguintes modalidades de operações:

I - de crédito externo;II - decorrentes de convênios para aquisição de bens e serviços no exterior;III - de emissão de títulos da dívida pública;IV - de emissão de debêntures ou assunção de obrigações por entidades

controladas pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios que não exerçam atividade produtiva ou não possuam fonte própria de receitas.

Amortização dos Empréstimos:

- Dívida Fundada

As despesas com a dívida devem ser empenhadas para serem pagas; são empenhadas as despesas com amortização do principal da Dívida Fundada Interna e Externa, os juros e encargos de todas as dívidas, flutuante (ARO) e fundada. Depende de autorização legislativa a amortização ou resgate do principal, de acordo com a Lei 4320/64, art. 105, §4º:

Art. 105. O Balanço Patrimonial demonstrará: (. . .)

§ 4º O Passivo Permanente compreenderá as dívidas fundadas e outras que dependam de autorização legislativa para amortização ou resgate.

As dívidas a vencer após o término do exercício seguinte são escrituradas em 2.2.2 Empréstimos e Financiamentos a Longo Prazo.

- Débitos de Tesouraria

Os empréstimos de antecipação da receita orçamentária necessitam de lei para poderem ser contratados, mas seu principal, quando é recebido, não é considerado Receita Orçamentária de Operações de Crédito e também não necessita ser empenhado para ser pago, pois as entradas e saídas compensatórias no Passivo Financeiro não são operações orçamentárias; não são levadas à receita de Operações de Crédito; não necessitam de lei para o resgate ou amortização do principal; somente seus juros e encargos devem ser empenhados. O pagamento dos débitos já inscritos no Passivo Financeiro independe de autorização orçamentária, de acordo com a regra do parágrafo único do art. 3º da Lei 4.320/64:

Art. 3º A Lei de Orçamento compreenderá todas as receitas, inclusive as de operações de crédito autorizadas em lei.

Parágrafo único. Não se consideram para os fins deste artigo as operações de crédito por antecipação da receita, as emissões de papel-moeda e outras entradas compensatórias no ativo e passivo financeiros.

d) Condição Geral para Operações de Crédito

São vedados: (. . .) a realização de operações de crédito que excedam o montante das despesas de capital (CF, art. 167, III). Esta norma deixa bem claro que os dinheiros de empréstimos de natureza orçamentária devem ser gastos em despesas de capital e não em despesas de manutenção (Despesas Correntes).

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e) Garantias às Operações de Crédito

Tendo em vista que os bens públicos são impenhoráveis, o Estado pode vincular receita de impostos às garantias de operações ARO, como exceção às vedações do artigo (CF, art. 167, IV). Para a dívida fundada, é permitido a vinculação de receitas próprias e as transferências do FPE e FPM para garantia de empréstimos à União, com aval do Tesouro Nacional (CF, art. 167, § 4º).

f) Impenhorabilidade dos Tributos Partilhados

Conforme disposto no art. 160, parágrafo único, da Constituição Federal, as quotas das transferências dos Fundos de Participações não podem ser utilizadas para pagamento de dívidas garantidas pela União. À União é vedada a retenção ou qualquer restrição à entrega e ao emprego dos recursos (repartição das receitas tributárias) atribuídos aos EE, DF e MM. Essa vedação não impede à União de condicionar a entrega ao pagamento de seu crédito:

Art. 160. É vedada a retenção ou qualquer restrição à entrega e ao emprego dos recursos atribuídos, nesta Seção, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, neles compreendidos adicionais e acréscimos relativos a impostos.

Parágrafo único. A vedação prevista neste artigo não impede a União e os Estados de condicionarem a entrega de recursos:

I - ao pagamento de seus créditos, inclusive de suas autarquias;

g) Intervenção nos Casos de Inadimplemento da Dívida

Pela Constituição Federal, a União intervirá nos EE e DF para reorganizar as finanças das unidades federadas que suspenderem o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior (art. 34, V, a). A aprovação da intervenção é de competência exclusiva do Congresso Nacional (art. 49, IV). O Estado não intervirá em seus Municípios que deixar de pagar, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida fundada (CF, 35, I).

Art. 34 A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: (...)

V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos

consecutivos, salvo motivo de força maior; (...)Art. 35 O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos

Municípios localizados em Território Federal, exceto quando:I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos

consecutivos, a dívida fundada; (...)Art. 49 É da competência exclusiva do Congresso Nacional: (...)IV - aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o estado de

sítio, ou suspender qualquer uma dessas medidas. h) Imunidade de Impostos sobre Juros da Dívida

De acordo com o inciso II do art. 151 da Constituição Federal, é vedado à União tributar a renda das obrigações da dívida pública dos EE, do DF e dos MM; o Imposto de Renda incidente sobre os juros pagos aos tomadores dos títulos pertence ao Estado.

Art. 151 É vedado à União: (. . .)

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II - tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios bem como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos em níveis superiores aos que fixar para suas obrigações e para seus agentes.

i) Emissão de Títulos Extra-limites

As emissões de títulos da dívida pública para pagamento de precatórios judiciais, exceto os de natureza alimentar, são extra-limites de endividamento. Devem ser pagos em prestações anuais, iguais e sucessivas, ao prazo máximo de oito anos, de acordo com o art. 33 dos ADCT:

Art. 33 - Ressalvados os créditos de natureza alimentar, o valor dos precatórios judiciais pendentes de pagamento na data da promulgação da Constituição, incluído o remanescente de juros e correção monetária, poderá ser pago em moeda corrente com atualização, em prestações anuais, iguais e sucessivas, no prazo máximo de oito anos, a partir de 1º de julho de 1989, por decisão editada pelo Poder Executivo até cento e oitenta dias da promulgação da Constituição.

Parágrafo único - Poderão as entidades devedoras, para o cumprimento do disposto neste artigo, emitir, em cada ano, no exato montante do dispêndio, títulos de dívida pública não computáveis para efeito do limite global de endividamento.

j) Negociação de Títulos Federais

O BACEN poderá comprar e vender títulos de emissão do Tesouro Nacional, com o objetivo de regular a oferta de moeda ou a taxa de juros, de acordo com a Constituição Federal art. 164, § 2º:

Art. 164 A competência da União para emitir moeda será exercida exclusivamente pelo Banco Central. (. . .)

§ 2º - O Banco Central poderá comprar e vender títulos de emissão do Tesouro Nacional, com o objetivo de regular a oferta de moeda ou a taxa de juros.

l) Empréstimos ao Tesouro Nacional

É vedado ao BACEN conceder empréstimo ao Tesouro Nacional, direta ou indiretamente (CF, art. 164, § 1º).

Art. 164 A competência da União para emitir moeda será exercida exclusivamente pelo Banco Central.

§ 1º - É vedado ao Banco Central conceder, direta ou indiretamente, empréstimos ao Tesouro Nacional e a qualquer órgão ou entidade que não seja instituição financeira.

m) Dívida Agrária - TDA

Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei (CF, 184). Lembrando que a reforma agrária é competência

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da União e, para captar recursos ou pagar os desapropriados, ela emite os Títulos da Dívida Agrária - TDA.

19.6 - Conceitos de Operações de Crédito

Sentido Amplo

São os empréstimos que o Governo toma, mediante a emissão de títulos da dívida ou contratação junto às instituições de crédito, sejam de longo prazo (inscritas no Passivo Permanente), sejam de curto prazo, como antecipação da receita orçamentária - empréstimos ARO (inscritos em Débitos de Tesouraria, do Passivo Financeiro). As receitas de operações de crédito ARO não são consideradas Receitas Orçamentárias.

Segundo a Lei 4.320/64 Clássica

O conceito de operações de crédito como Receita Orçamentária acumula todas as seguintes características:

- São Receitas de Capital, denominadas Operações de Crédito, para serem gastas em Despesas de Capital, conforme o art. 167, III, e § 2º do art. 11 da Lei 4.320/64;

- provenientes de empréstimos de prazo superior a 12 meses, de acordo com o art. 98 da Lei 4.320/64;

- que são inscritas no Passivo Permanente, em contrapartida de 1.1.1 Caixa e Equivalente de Caixa, conforme art. 105, § 4º;

- que necessitam de lei específica que autorize sua contratação ou emissão de título, conforme inc. II do art. 21 da Resolução 43/2001 do Senado Federal e inc. I do art. 32, da LRF; e de

- autorização legislativa (lei orçamentária e dotações orçamentárias específicas) para atender as despesas de amortização do principal, juros e demais encargos, § 4º do art. 105 da Lei 4.320/64.

Segundo a Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF

Operação de crédito: compromisso financeiro assumido em razão de mútuo, abertura de crédito, emissão e aceite de título, aquisição financiada de bens, recebimento antecipado de valores provenientes da venda a termo de bens e serviços, arrendamento mercantil (LC 101/2000, 29, III).

Equiparam-se a operações de crédito e estão vedadas (sublinhei) (LRF, art. 37):

I - captação de recursos a título de antecipação de receita de tributos ou contribuição cujo fato gerador não tenha ocorrido;

II - recebimento antecipado de valores de empresas em que o Poder Público detenha, direta ou indiretamente, a maioria do capital social com direito a voto, salvo lucros e dividendos;

III - assunção direta de compromisso, confissão de dívida ou operação assemelhada, com fornecedor de bens, mercadorias e serviços, mediante a emissão, aceite ou aval de título de crédito;

IV - assunção de obrigação, sem autorização orçamentária, com fornecedores para pagamento a posteriori de bens e serviços (LRF, art. 37).

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Segundo a Resolução 43/2001 do Senado Federal (Site da STN

O conceito de Operações de Crédito elaborado pelo Senado é de ordem contábil e não de receita em termos orçamentários da Lei 4.320/64. Para efeitos da Resolução, art. 3º:

Art. 3º Constitui operação de crédito, para os efeitos desta Resolução, os compromissos assumidos com credores situados no País ou no exterior, em razão de mútuo, abertura de crédito, emissão e aceite de título, aquisição financiada de bens, recebimento antecipado de valores provenientes da venda a termo de bens e serviços, arrendamento mercantil e outras operações assemelhadas, inclusive com o uso de derivativos financeiros.

§ 1º Equiparam-se a operações de crédito: (NR) Renumeração dada pela Resolução nº 19, de 05/11/2003

I - recebimento antecipado de valores de empresa em que o Poder Público detenha, direta ou indiretamente, a maioria do capital social com direito a voto, salvo lucros e dividendos, na forma da legislação;

II - assunção direta de compromisso, confissão de dívida ou operação assemelhada, com fornecedor de bens, mercadorias ou serviços, mediante emissão, aceite ou aval de títulos de crédito;

III - assunção de obrigação, sem autorização orçamentária, com fornecedores para pagamento a posteriori de bens e serviços.

§ 2º Não se equiparam a operações de crédito: (AC) Redação dada pela Resolução nº 19, de 05/11/2003

I - assunção de obrigação entre pessoas jurídicas integrantes do mesmo Estado, Distrito Federal ou Município, nos termos da definição constante do inciso I do art. 2º desta Resolução; (AC) Redação dada pela Resolução nº 19, de 05/11/2003

II - parcelamento de débitos preexistentes junto a instituições não-financeiras, desde que não impliquem elevação do montante da dívida consolidada líquida. (AC) Redação dada pela Resolução nº 19, de 05/11/2003

19.7 - Condições para Celebrar Operações de Crédito

19.7.1 - Para a Dívida Fundada

Para operações de crédito a serem inscritas no Passivo Permanente, de acordo com o art. 21 da Resolução 43/2001 do Senado Federal, entre outras, as seguintes condições devem ser atendidas previamente à operação, comprovadas no pleito: - Pareceres técnicos e jurídicos demonstrando a relação custo-benefício, o interesse econômico e social da operação e o cumprimento dos limites e condições da Resolução; - autorização legislativa para a realização da operação; - comprovação da inclusão no orçamento dos recursos provenientes da operação; - Estar em adimplência com: PIS/PASEP; FINSOCIAL/COFINS; INSS; FGTS; Instituições financeiras federais (BB, CEF, BNDES); Operações garantidas pela União; Parecer do BACEN, etc. A relação completa é:

CAPÍTULO IV

DOS PLEITOS PARA A REALIZAÇÃO DE OPERAÇÕES DE CRÉDITO

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Art. 21. Os Estados, o Distrito Federal, os Municípios encaminharão ao Ministério da Fazenda os pedidos de autorização para a realização das operações de crédito de que trata esta Resolução, acompanhados de proposta da instituição financeira, instruídos com:

I - pedido do chefe do Poder Executivo, acompanhado de pareceres técnicos e jurídicos, demonstrando (1) a relação custo-benefício, (2) o interesse econômico e social da operação e (3) o cumprimento dos limites e condições estabelecidos por esta Resolução;

II - autorização legislativa para a realização da operação;

III - comprovação da inclusão no orçamento dos recursos provenientes da operação pleiteada, exceto no caso de operações por antecipação de receita orçamentária;

IV - certidão expedida pelo Tribunal de Contas competente atestando:

a) em relação às contas do último exercício analisado, o cumprimento do disposto no § 2º do art. 12; no art. 23 (despesa com pessoal dentro dos limites); no art. 33; no art. 37; no art. 52 (publicações bimensais dos limites); no § 2º do art. 55 (publicações no Diário Oficial); e no art. 70, todos da Lei Complementar nº 101, de 2000; (NR) Redação dada pela Resolução nº 3, de 02/04/2002

b) em relação às contas dos exercícios ainda não analisados, e, quando pertinente, do exercício em curso, o cumprimento das exigências estabelecidas no § 2º do art. 12 (DK > OC); no art. 23; no art. 52; no § 2º do art. 55; e no art. 70, todos da Lei Complementar nº 101, de 2000, de acordo com as informações constantes nos relatórios resumidos da execução orçamentária e nos de gestão fiscal; (NR) Redação dada pela Resolução nº 3, de 02/04/2002

c) a certidão deverá ser acompanhada de declaração do chefe do Poder Executivo de que as contas ainda não analisadas estão em conformidade com o disposto na alínea “a”;

V - declaração do chefe do Poder Executivo atestando o atendimento do inciso III do art. 5;

VI - comprovação da Secretaria do Tesouro Nacional quanto ao adimplemento com a União relativo aos financiamentos e refinanciamentos por ela concedidos, bem como às garantias a operações de crédito, que tenham sido, eventualmente, honradas;

VII - no caso específico de operações de Municípios com garantia de Estados, certidão emitida pela Secretaria responsável pela administração financeira do garantidor, que ateste a adimplência do tomador do crédito perante o Estado e as entidades por ele controladas, bem como a inexistência de débito decorrente de garantia a operação de crédito que tenha sido, eventualmente, honrada; (NR) Redação dada pela Resolução nº 3, de 02/04/2002

VIII - certidões que atestem a regularidade junto ao Programa de Integração Social (PIS), ao Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP), ao Fundo de Investimento Social (Finsocial), à Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e, quando couber, na forma regulamentada pelo Ministério da Previdência e Assistência Social, o cumprimento da Lei nº 9.717, de 27 de novembro de 1998. (NR) Redação dada pela Resolução nº 3, de 02/04/2002

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IX - cronogramas de dispêndio com as dívidas interna e externa e com a operação a ser realizada; Resolução SF nº 40 de 2001 Página 10 de 17

X - relação de todas as dívidas, com seus valores atualizados, inclusive daqueles vencidos e não pagos, assinada pelo chefe do Poder Executivo e pelo Secretário de Governo responsável pela administração financeira;

XI - balancetes mensais consolidados, assinados pelo chefe do Poder Executivo e pelo Secretário de Governo responsável pela administração financeira, para fins de cálculo dos limites de que trata esta Resolução;

XII - comprovação do encaminhamento das contas ao Poder Executivo da União, para fins da consolidação de que trata o caput do art. 51 da Lei Complementar nº 101, de 2000;

XIII - comprovação das publicações a que se referem os arts. 52 e 55, § 2, da Lei Complementar nº 101, de 2000;

XIV - lei orçamentária do exercício em curso; e

XV - Lei de Diretrizes Orçamentárias do exercício em curso.

§ 1º O disposto neste artigo não se aplica às operações de antecipação de receita orçamentária, que serão reguladas pelo art. 22.

§ 2º Dispensa-se a exigência de apresentação de documento especificado no inciso VIII, quando a operação de crédito se vincular à regularização do referido débito.

§ 3º Os processos relativos às operações de crédito ao amparo das Resoluções nº 47, de 2000, e nº 17, de 2001, ambas do Senado Federal, serão instruídas apenas com os documentos especificados nos incisos II, III, IV e XIII. (Redação dada pela Resolução nº 3, de 02/04/2002)

§ 4º A apresentação dos documentos especificados nos incisos IX, X e XI poderá ser dispensada, a critério do Ministério da Fazenda, desde que o órgão já disponha das informações contidas naqueles documentos em seus bancos de dados. (Redação dada pela Resolução nº 3, de 02/04/2002)

§ 5º As certidões exigidas no inciso VIII devem: (Redação dada pela Resolução nº 49, de 21/12/2007)

I - até 31 de dezembro de 2008, referir-se ao número de registro no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) do órgão ou entidade tomadora da operação de crédito;( Redação dada pela Resolução nº 49, de 21/12/2007)

II - a partir de 1º de janeiro de 2009, referir-se aos números de registro no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) de todos os órgãos e entidades integrantes do Estado, Distrito Federal ou Município ao qual pertença o órgão ou entidade tomadora da operação de crédito. (Redação dada pela Resolução nº 49, de 21/12/2007)

Aplicar os recursos financeiros do empréstimo em despesas de capital, onde a receita realizada não poderá ser superior à despesa do Investimento (CF, art. 167, III), para evitar gastar o empréstimo em custeio.

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Além da lei autorização para contratar da operação de crédito do governo local e atender às exigências do Ministério da Fazenda acima transcritas, necessitam de aprovação prévia do Senado Federal, de acordo com a Resolução 43/2001, as seguintes operações:

Art. 28. São sujeitas a autorização específica do Senado Federal, as seguintes modalidades de operações:

I - de crédito externo;II - decorrentes de convênios para aquisição de bens e serviços no exterior;III - de emissão de títulos da dívida pública;IV - de emissão de debêntures ou assunção de obrigações por entidades

controladas pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios que não exerçam atividade produtiva ou não possuam fonte própria de receitas.

Parágrafo único. O Senado Federal devolverá ao Ministério da Fazenda, para as providências cabíveis, o pedido de autorização para contratação de operação de crédito cuja documentação esteja em desacordo com o disposto nesta Resolução. (Resolução SF nº 40 de 2001 Página 13 de 17)

De acordo com o art. 15 da Resolução 43/01 do Senado Federal, é vedada a contratação de operação de crédito de longo prazo nos cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato do Chefe do Poder Executivo (. . .), ou seja, as operações de crédito (que não sejam ARO) só podem ser contratadas até 30 de junho do último ano do mandato.

19.7.2 - Para Dívida Flutuante

As operações de crédito por antecipação da receita, que não são levados à Receita realizada, por serem extra-orçamentárias, também possuem algumas condições estabelecidas na Resolução 43/2001 do Senado Federal, a saber:

Art. 14. A operação de crédito por antecipação de receita orçamentária deve cumprir as seguintes condições:

I - realizar-se somente a partir do décimo dia do início do exercício;II - ser liquidada, com juros e outros encargos incidentes, até o dia 10 (dez)

de dezembro de cada ano;III - não será autorizada se forem cobrados outros encargos que não a taxa

de juros da operação, obrigatoriamente prefixada ou indexada à taxa básica financeira, ou à que vier a esta substituir;

IV - será vedada enquanto existir operação anterior da mesma natureza não integralmente resgatada.

No mesmo sentido, o art. 32 da Lei de Responsabilidade Fiscal também dispõe.

19.8 - Limites para a Dívida Fundada

Há duas normas de âmbito aos três níveis de governo: a Resolução nº 43/2001, do Senado Federal, republicada em 10-04-2002, e a Lei Complementar federal nº 101/2000, com alterações - a Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF. Entre outros assuntos, elas dispõem sobre conceitos, limites de endividamento, condições para contratar operações de crédito, demonstrativos periódicos sobre a posição da dívida, etc. Com base na Resolução 43/01, do Senado, que possui competências exclusivas para dispor sobre dívida pública, destacam-se alguns de seus aspectos:

19.8.1 - Montante Global das Operações - MG

O montante global das operações significa o quanto, no máximo, poderão ser as receitas de Operações de Crédito no exercício. Pela Resolução 43/01, do Senado Federal, art. 7º, I:

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Art. 7º As operações de crédito interno e externo dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios observarão, ainda, os seguintes limites:

I - o montante global das operações realizadas em um exercício financeiro não poderá ser superior a 16% (dezesseis por cento) da receita corrente líquida, definida no art. 4;

Então:

MG ≤ 16% RCL

O conceito de Receita Corrente Líquida - RCL é dado no art. 2º da Resolução 05/2002, do Senado Federal:

Art. 2º - Entende-se por receita corrente líquida, para os efeitos desta Resolução, o somatório das receitas tributárias, de contribuições, patrimoniais, agropecuárias, de serviços, transferências correntes e outras receitas também correntes, deduzidos:

I - nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por determinação constitucional;

II - nos Estados e Municípios, a contribuição dos servidores para o custeio do seu sistema de previdência e assistência social e as receitas provenientes da compensação financeira citada no § 9º do art. 201, da Constituição Federal.

Na prática, as RCL dos Estados são as Receitas Correntes, deduzidas das transferências da quota parte do ICMS e do IPVA que os Estados devem repassar aos Municípios.

19.8.2 - Dispêndio Anual Máximo - DAM

Dispêndio anual máximo significa o quanto, no máximo e no exercício, poderá ser gasto com o pagamento da dívida fundada interna e externa.

DAM ≤ 11,5 % RCL

Art. 7º - (. . .)

II - o comprometimento anual com amortizações, juros e demais encargos da dívida consolidada, inclusive relativos a valores a desembolsar de operações de crédito já contratadas e a contratar, não poderá exceder a 11,5% (onze inteiros e cinco décimos por cento) da receita corrente líquida; Resolução SF nº 40 de 2001 Página 5 de 17

O total da despesa a ser gasta no ano, com a dívida do Passivo Permanente, não pode ser superior a 11,5% da receita corrente líquida, da dívida intralimite. Há que considerar os encargos dos empréstimos extralimites.

19.8.3 - Saldo Total da Dívida - STD

O montante da dívida consolidada significa o valor máximo do valor do Passivo Permanente, ou seja, o saldo total da dívida fundada.

III - o montante da dívida consolidada não poderá exceder o teto estabelecido pelo Senado Federal, conforme o disposto pela Resolução que fixa o limite global para o montante da dívida consolidada dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. (Art. 7º, III)

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Conforme o art. 3º da Resolução 40/2001:

Art. 3º A dívida consolidada líquida dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, ao final do décimo quinto exercício financeiro contado a partir do encerramento do ano de publicação desta Resolução, não poderá exceder, respectivamente, a:

I - no caso dos Estados e do Distrito Federal: 2 (duas) vezes a receita corrente líquida, definida na forma do art. 2º; e

II - no caso dos Municípios: a 1,2 (um inteiro e dois décimos) vezes a receita corrente líquida, definida na forma do art. 2º. Sua fórmula, então, será:

STD ≤ 2RCL

O Senado Federal, conforme sua Resolução 40, de 2001, consolidada pela nº 5, de 2002, concede 15 anos para que todos os Estados limitem o saldo total da dívida em duas vezes a receita corrente líquida. Então, este limite corresponde à rotação da dívida.

Dívida consolidada líquida é a dívida consolidada deduzidas as disponibilidades de caixa, as aplicações financeiras e os demais haveres financeiros (Res. Senado 43/01, art. 2º, V).

Nos Estados e DF, o índice de rotação da dívida (STD/RCL), para os que excederem o limite, deverá reduzir 1/15 avo por ano, até chegar a 2, no máximo.

19.8.4 - Saldo Global das Garantias - SGG

De acordo com o art. 9º da Resolução do Senado 43/2001:

Art. 9º O saldo global das garantias concedidas pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios não poderá exceder a 22% (vinte e dois por cento) da receita corrente líquida, calculada na forma do art. 4º.

SGG ≤ 22% RCL

Se, nos últimos dois anos, a entidade não tenha sido chamado a honrar quaisquer garantias já prestadas e se estiver cumprindo os limites de endividamento, das despesas com pessoal e o Programa de Ajuste Fiscal acordado com a União, conforme a LRF, as garantias poderão ser elevadas para 32% (art. 9º e incisos de I a IV).

19.9 - Limites para Empréstimos ARO

O principal dessa modalidade de empréstimo é inscrito em Débitos de Tesouraria pela Lei 4.320/64 Clássica, e em 2.1.2.2 Empréstimos a Curto Prazo.

A operação de crédito por antecipação da receita destina-se a atender insuficiência de caixa durante o exercício (. . .) (LRF, art. 38). Seus contratos também possuem limitações a serem observadas.

19.9.1 - Condições Impostas às Operações ARO

A Resolução 43/2001 do Senado Federal, com modificações introduzidas, assim dispõe, sobre as antecipações de receita orçamentária:

Pelo art. 14, já transcrito, só podem ser realizadas a partir do décimo dia do início do exercício (10 de janeiro), ser totalmente paga até 10 de dezembro, incidir somente a taxa de juros da

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operação e não pode haver uma operação pendente. Há outras restrições à contratação de empréstimos de antecipação da receita como as dos art. 15 a 17 da Resolução 43/2001 do Senado:

Art. 15 - É vedada a contratação de operação de crédito nos 120 (cento e vinte) dias anteriores ao final do mandato do Chefe do Poder Executivo do Estado, do Distrito Federal ou do Município. (Redação dada pela Resolução SF 32/2006)

§ 1º - Excetua-se da vedação a que se refere o caput deste artigo o refinanciamento da dívida mobiliária.

§ 2º - No caso de operações por antecipação de receita orçamentária, a contratação é vedada no último ano de exercício do mandato do chefe do Poder Executivo.

Art. 16 - É vedada a contratação de operação de crédito por tomador que esteja inadimplente com instituições integrantes do sistema financeiro nacional.

Parágrafo único. O Ministério da Fazenda não encaminhará ao Senado Federal pedido de autorização para contratação de operação de crédito de tomador que se encontre na situação prevista no caput, obedecidos os seguintes critérios:

I - até 31 de maio de 2006, a verificação de adimplência abrangerá o número de registro no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) do órgão ou entidade tomador da operação de crédito;

II - a partir de 1º de junho de 2006, a verificação de adimplência abrangerá os números de registro no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) de todos os órgãos e entidades integrantes do Estado, Distrito Federal ou Município ao qual pertence o órgão ou entidade tomador da operação de crédito.(Nota: Redação dada pela Resolução nº 67, de 2005)

Art. 17 - É vedada a contratação de operação de crédito em que seja prestada garantia ao Estado, ao Distrito Federal ou ao Município por instituição financeira por ele controlada.

Então, as operações de crédito de longo prazo só podem ser realizadas até o dia 30 de junho do último ano do mandato do Chefe do Executivo. Neste ano, também não poderá realizar nenhum empréstimo ARO, além de não estar inadimplente com nenhuma instituição financeira federal.

Se o Estado firmar contrato de empréstimo com alguma instituição financeira, jamais poderá se socorrer de garantia a ele prestada por uma instituição financeira por ele controlado; Por exemplo, o Estado do Rio Grande do Sul não poderá tomar empréstimo se este for garantido pelo Banrisul. Isto é uma medida necessária para que os Estados não quebrem seus bancos.

Além de cumprir as exigências mencionadas no art. 32 da Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF, as operações ARO devem cumprir também as mencionadas no art. 38 da mesma Lei, transcritos a seguir:

Art. 38. A operação de crédito por antecipação de receita destina-se a atender insuficiência de caixa durante o exercício financeiro e cumprirá as exigências mencionadas no art. 32 e mais as seguintes:

I - realizar-se-á somente a partir do décimo dia do início do exercício;II - deverá ser liquidada, com juros e outros encargos incidentes, até o dia

dez de dezembro de cada ano;

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III - não será autorizada se forem cobrados outros encargos que não a taxa de juros da operação, obrigatoriamente prefixada ou indexada à taxa básica financeira, ou à que vier a esta substituir;

IV - estará proibida:a) enquanto existir operação anterior da mesma natureza não integralmente

resgatada;b) no último ano de mandato do Presidente, Governador ou Prefeito

Municipal.§ 1º As operações de que trata este artigo não serão computadas para efeito

do que dispõe o inciso III do art. 167 da Constituição, desde que liquidadas no prazo definido no inciso II do caput.

§ 2º As operações de crédito por antecipação de receita realizadas por Estados ou Municípios serão efetuadas mediante abertura de crédito junto à instituição financeira vencedora em processo competitivo eletrônico promovido pelo Banco Central do Brasil.

§ 3º O Banco Central do Brasil manterá sistema de acompanhamento e controle do saldo do crédito aberto e, no caso de inobservância dos limites, aplicará as sanções cabíveis à instituição credora.

19.9.2 - Limite para o Saldo Devedor de Empréstimos ARO

O art. 10 da Resolução 43/2002, do Senado Federal, estabelece:

Art. 10 - O saldo devedor das operações de crédito por antecipação da receita orçamentária não poderá exceder, no exercício em que estiver sendo apurado, a 7% (sete por cento) da receita corrente líquida, definida no art. 4, observado o disposto nos arts. 14 e 15.

SD DT ≤ 7% RCL

Então, o valor máximo de que o saldo do grupo Débitos de Tesouraria nos moldes da Lei 4.320/64 Clássica, ou seja, dos saldos de empréstimos de antecipação de receita, pode apresentar corresponde a 7% da RCL. Na nova nomenclatura, os empréstimos de antecipação da receita orçamentária são contabilizados na conta 2.1.2.2 Empréstimos a Curto Prazo.

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20 - O COMPENSADO

Sumário: 20.1 - O Compensado segundo a Lei 4.320/64 Clássica 20.1.1 – Valores em Poder de Terceiros; 20.1.2 – Valores de Terceiros; 20.1.3 – Valores Nominais Emitidos; 20.1.4 – Diversos 2.2 – O Compensado segundo a Lei 4.320/64 Moderna

20.1 - O Compensado segundo a Lei 4.320/64 Clássica

O Compensado é constituído por contas especiais extrapatrimoniais, onde seus débitos e créditos são sempre em contas do próprio Sistema Compensado, entre si, do Ativo Compensado e respectiva contrapartida em conta do Passivo Compensado. Jamais terão contrapartida com contas integrais, de resultado ou do sistema orçamentário.

As contas do Compensado são apresentadas no Balanço Patrimonial imediatamente abaixo das contas integrais do Ativo e do Passivo, após a apuração do Saldo Patrimonial. Elas representam operações ou situações que poderão afetar ou modificar alguma(s) conta(s) do patrimônio.

Nas Normas Brasileiras de Contabilidade - NBC, estão contempladas algumas disposições sobre o Compensado, como a NBC T 2.5 - Das Contas de Compensação:

2.5.1 - As contas de compensação constituem sistema próprio. 2.5.2 - Nas contas de compensação registrar-se-ão os atos relevantes cujos efeitos possam se traduzir em modificações no patrimônio da Entidade. 2.5.3 - A escrituração das contas de compensação será obrigatória nos casos em que se obrigue especificamente.

O conceito de Compensado é, conforme a Lei 4.320/64, art. 105, § 5º:

Nas Contas de Compensação serão registrados os bens, valores, obrigações e situações não compreendidas nos parágrafos anteriores e que, mediata ou indiretamente, possam vir a afetar o patrimônio.

As contas de compensação constituem sistema próprio e devem conter o registro de atos, cujos efeitos possam traduzir-se em modificações no patrimônio da entidade.

Tais operações constituem um sistema que registra operações não modificadoras do patrimônio, razão pela qual são também denominadas “contas Extrapatrimoniais” e se posicionam em separado no Balanço, logo após a totalização do Ativo e do Passivo, uma vez que não podem ser a este somadas. (IOB - Manual de Procedimentos - jul./2007, fascículo 29, TC 5).

Não é recomendável, segundo comentários da IOB acima, somar os totais (do sistema patrimonial e do sistema extra patrimonial) porque, como referido, o segundo total registra fatos cujos efeitos ainda não causaram, efetivamente, modificações no patrimônio da entidade.

De acordo com o Anexo 14 da Lei 4.320/64, são contas do Compensado, conforme relação apresentada no item 15.5 - O Balanço Patrimonial - Contas Típicas, e respectivos lançamentos de inclusão no balanço:

20.1.1 - Valores em Poder de Terceiros

78 - ATIVO COMPENSADO 170 - PASSIVO COMPENSADO

79 - Valores em Poder de Terceiros171 - Contrapartida de Valores em Poder de Terceiros

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Para indicar que bens e valores da entidade estão entregues à responsabilidade de outra pessoa, física ou jurídica. Os lançamentos contábeis são meramente ilustrativos, para melhor entendimento do uso do compensado. Como exemplos de valores em poder de terceiros:

1 - Adiantamento de Numerário

O registro contábil nestas contas indica a concessão de suprimento de fundos a servidor que aguarda a prestação de contas dos gastos. Quando registra só no compensado, ocorre, para a entrega do adiantamento, o empenho, a liquidação e o pagamento, e inscreve-se no compensado a responsabilidade; após aceita a prestação de contas, se dá a baixa do compensado. Quando é empenhado, liquidado e pago o adiantamento, registra-se:

D - 80 - Responsáveis por Adiantamento (conta do Ativo Compensado)C - 172 - Adiantamentos a Comprovar (conta do Passivo Compensado)Na prestação de contas do suprimento de fundos, se for aceita sem pendência, o

lançamento é ao contrário do inicial, debita-se a conta que foi creditada e credita-se a conta que foi debitada inicialmente:

D - 172 - Adiantamentos a ComprovarC - 80 - Responsáveis por AdiantamentoOutra forma de contabilizar o adiantamento de numerário é, na concessão de

adiantamento, registrar na conta 18 - Responsáveis por Adiantamentos, do Realizável pela saída de caixa; neste procedimento, há o empenho e pagamento do adiantamento e contabiliza a responsabilidade:

D - 18 - Responsáveis por AdiantamentoC - 03 - CaixaA baixa da responsabilidade se dá pela liquidação da despesa:D - Despesa RealizadaC - 18 - Responsáveis por Adiantamento)

2 - Diárias de Viagem

Ainda, no princípio da comprovação da boa aplicação dos recursos, os servidores, ao receberem diárias de viagem para deslocar-se de sua sede para missão oficial, no regresso, devem prestar contas, comprovando o afastamento.

Pela entrega de diárias de viagem antecipadas a servidor, aguardando a prestação de contas (comprovação do deslocamento). Pelo empenho, liquidação e pagamento das diárias:

D - 81 - Responsáveis por Diárias de ViagemC - 173 - Diárias de Viagem a ComprovarNo retorno da viagem, se a prestação de contas for aceita pela Contabilidade, dá-se a

baixa:

D - 173 - Diárias de Viagem a ComprovarC - 81 - Responsáveis por Diárias de ViagemOutro modo de contabilizar as diárias de viagem é empenhar e as pagar, registrando

o débito da responsabilidade no Realizável; na prestação de contas, liquida a despesa (fase da despesa orçamentária que faltava), debitando Despesa Realizada e creditando o Responsável por Diárias de Viagem, do Realizável (Ativo Financeiro), tal como no adiantamento de numerário.

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3 - Execução de Convênio

Adota-se o procedimento como o do adiantamento de numerário. A entidade, ao receber os recursos financeiros de um convênio, entrega-os ao seu gerente financeiro. Este ficará responsável pela sua aplicação ou gasto; faz-se o empenho, a liquidação e pagamento da despesa de mesma classificação, com o mesmo procedimento dos adiantamentos acima:

D - 82 - Responsáveis pela Execução de ConvêniosC - 174 - Convênios a Comprovar

Quando houver a prestação de contas das despesas realizadas e aceitas, contabiliza-se a baixa da responsabilidade:

D - 174 - Convênios a ComprovarC - 82 - Responsáveis pela Execução de ConvêniosOutro modo de contabilizar o Convênio: Se a entidade adotar outro procedimento

para a entrega dos recursos do convênio, como nos adiantamentos, empenha e paga e aguarda a prestação de contas, o responsável pelo convênio fica registrado no Realizável - 19 - Responsáveis pela Execução de Convênios em contrapartida de 03 - Caixa. Na prestação de contas aceita, liquida-se a despesa e dá-se a baixa da responsabilidade pelo lançamento Despesa Realizada a 19 - Responsáveis pela Execução de Convênios.

4 - Concessão de Auxílios

Quando a entidade concede auxílios financeiros a outras entidades filantrópicas, educacionais, recreativas, por exemplo, estas também têm que prestar contas de suas aplicações; estas responsabilidades ficam registradas no Compensado e só têm a baixa da responsabilidade quando aceitas as prestações de contas. Os registro contábeis são como os anteriores.Debita-se a conta do Ativo Compensado e credita a correspondente do Passivo Compensado, na entrega do auxílio. Quando prestar contas, contabiliza-se ao contrário.

5 - Cessão de Uso de Bens

É muito freqüente, nos serviços públicos, uma entidade emprestar bens seus a outras entidades. Os bens continuam registrados na conta 46 - Bens Móveis, do Ativo Permanente, mas registra-se a cessão de uso no compensado:

D - Responsáveis por Bens Cedidos da EntidadeC - Bens da Entidade em Poder de Terceiros a DevolverNa devolução do bem, contabiliza-se ao contrário, para a baixa da responsabilidade.

20.1.2 - Valores de Terceiros

78 - ATIVO COMPENSADO 170 - PASSIVO COMPENSADO84 - Valores de Terceiros 176 - Contrapartida de Valores de Terceiros

Indicam que a entidade é responsável pela guarda por bens e valores que não lhe pertencem; como bens recebidos em cessão de uso, auxílios recebidos, etc. Como exemplos:

1 - Cessão de uso de bens: os bens recebidos por cessão não são contabilizados na conta 46 - Bens Móveis, por não lhe pertencerem. São contabilizados somente no compensado pelo recebimento de bens de terceiros por cessão de uso:

D - 85 - Bens de Terceiros em Poder da EntidadeC - 178 - Entidade X, Bens a Devolver

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Na devolução do bem ao proprietário cedente, faz-se lançamento ao contrário.

2 - Cauções em títulos; é comum, nas licitações para compras e contratos de serviços, o vencedor do certame ser obrigado a depositar uma caução para garantia da execução do contrato. Seja qual for o tipo da caução, esta não pertence à entidade que a recebe, mas sim ao contratado ou fornecedor. Após a execução do compromisso, a caução será devolvida. Somente quando a caução não for em dinheiro é que será contabilizada no Compensado; a caução em títulos pode ser representada por carta de fiança bancária, títulos da dívida pública, por exemplo. Quando a caução em títulos for recebida pela entidade, contabiliza-se:

D - 86 - Caução de Títulos e Valores (conta do Ativo Compensado)C - 178 - Títulos e Valores Caucionados (conta do Passivo Compensado)Concluída a obra ou prestado o serviço, a caução será devolvida e contabilizada:

D - 178 - Títulos e Valores CaucionadosC - 86 - Cauções de Títulos e ValoresSe a caução for em dinheiro, movimentará o Patrimônio Financeiro e será, no

recebimento, contabilizada em 119 - Depósitos do Passivo Financeiro.

20.1.3 - Valores Nominais Emitidos

78 - ATIVO COMPENSADO 170 - PASSIVO COMPENSADO

87 - Valores Nominais Emitidos179 - Contrapartida de Valores Nominais Emitidos

O grupo Valores Nominais Emitidos serve para a entidade controlar os estoques de valores nominais para serem colocados em circulação, como apólices, letras do tesouro, LFTs, estampilhas, etc. São inscritos no Compensado quando recebidos da gráfica e, à medida em que forem utilizados pelo leilão dos títulos ou venda dos selos pela arrecadação do imposto pago pelas indústrias, é dada a baixa com lançamento contábil inverso ao da inscrição. Como exemplos da inscrição dos títulos e dos selos:

1 - Títulos da dívida: Recebimento da gráfica de títulos virgens da dívida pública para serem leiloados:

D - 88 - Caixa de LFT (conta do Ativo Compensado)C - 180 - LFT a Emitir (conta do Passivo Compensado)2 - Selos: Recebimento de selos, do IPI, por exemplo:

D - 89 Caixa de SelosC - 181 Selos a Emitir

20.1.4 - Diversos

78 - ATIVO COMPENSADO 170 - PASSIVO COMPENSADO90 - Diversos 182 - Contrapartida de Diversos

Este grupo de contas serve para registrar operações ou situações não classificáveis nos grupos anteriores do Compensado. Como exemplos:

1 - Concessão de avais: A concessão de aval pelo Estado a um empréstimo firmado por uma empresa pública, gera na empresa a inscrição da dívida, mas essa dívida não é inscrita no Passivo Permanente da entidade garantidora (fiadora). Se a empresa não honrar seus compromissos,

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o Estado será chamado a pagá-lo, afetando seu patrimônio. A concessão de aval pelo Estado enseja a inscrição do valor da dívida no Compensado. Lançamento contábil da concessão do aval:

D - 91 - Avais Concedidos (conta do Ativo Compensado)C - 183 - Credores por Avais (conta do Passivo Compensado)Dá-se a baixa pelos pagamentos das prestações efetuadas pela empresa ao seu credor:D - 183 - Credores por Avais (conta do Passivo Compensado)C - 91 - Avais Concedidos (conta do Ativo Compensado)2 - Subscrição de ações: habitualmente, a entidade, ao subscrever ações de suas

companhias da administração indireta as integraliza parceladamente. A parcela empenhada a pagar tem seu controle pelo saldo em conta do Passivo Financeiro; o saldo a empenhar do capital subscrito é controlado no Compensado: A inscrição da subscrição é com o seguinte lançamento:

D - 92 - Capital Social SubscritoC - 184 - Companhia X, c/ Capital a Integralizar3 - Outras Operações: São contabilizados neste grupo D - Credores por Precatórios

C - Precatórios a Empenhar; os Restos a Pagar Não Processados cancelados por insuficiência de Caixa, p. ex.

20.2 - O Compensado segundo a Lei 4.320/64 Moderna

As contas extra patrimoniais que surgem imediatamente após a evidenciação do 2.3 Patrimônio Líquido são o resumo dos quatro grupos do Balanço Patrimonial nos moldes clássico, Ativo Financeiro, Ativo Permanente, Passivo Financeiro, Passivo Permanente e Saldo Patrimonial. Após, são seguido dos grupos 3 Variação Patrimonial Diminutiva - VPD, na coluna do Ativo, e 4 Variação Patrimonial Aumentativa - VPA, na coluna do Passivo e Patrimônio Líquido, que correspondem às receitas e às despesas, com conceito contábil e não no orçamentário, que correspondem aos decréscimos e aumentos do Patrimônio Líquido.

Seguem os grupos 5 Controles da Aprovação do Planejamento e Orçamento, na coluna do Ativo, e 6 Controles da Execução do Planejamento e Orçamento, na coluna do Passivo e Patrimônio Líquido, que compreendem as contas com as funções de registrar os atos e fatos ligados à execução do orçamento.

Após esse conjunto de contas, entram os grupos 7 Controles Devedores, e 8 Controles Credores, com contas em que são registrados os atos potenciais e controles específicos, que mais se parecem com o compensado clássico.

Sinteticamente, esses grupos do compensado são os seguintes:

ESPECIFICAÇÃOExercício

AtualExercício Anterior

ESPECIFICAÇÃOExercício

AtualExercício Anterior

ATIVO FINANCEIRO PASSIVO FINANCEIROATIVO PERMANENTE PASSIVO PERMANENTE

SALDO PATRIMONIAL

ESPECIFICAÇÃOExercício

AtualExercício Anterior

ESPECIFICAÇÃOExercício

AtualExercício AnteriorSaldo dos Atos Potenciais

AtivosSaldo dos Atos Potenciais

Passivos3 VARIAÇÃO PATRIMONIAL DIMINUTIVA

Compreende o decréscimo no benefício econômico durante o período contábil sob a forma de saída de recurso ou redução de ativo ou incremento em passivo, que resulte um decréscimo do patrimônio líquido e que não seja proveniente de distribuição aos proprietários da entidade.

4 VARIAÇÃO PATRIMONIAL AUMENTATIVACompreende o aumento no benefício econômico durante o período contábil sob a forma de entrada de recurso ou aumento de ativo ou diminuição do passivo, que resulte em aumento do patrimônio líquido e que não sejam provenientes de aporte dos proprietários.

3.1 PESSOAL E ENCARGOSCompreende a remuneração do pessoal ativo civil ou

4.1 IMPOSTOS, TAXAS E CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA

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militar, correspondente ao somatório das variações patrimoniais diminutivas com subsídios, vencimentos, soldos e vantagens pecuniárias fixas ou variáveis estabelecidas em lei decorrentes do pagamento pelo efetivo exercício do cargo, emprego ou função de confiança no setor público, bem como as variações patrimoniais diminutivas com contratos de terceirização de mão-de-obra que se refiram a substituição de servidores e empregados públicos. Compreende ainda obrigações trabalhistas de responsabilidade do empregador, incidentes sobre a folha de pagamento dos órgãos e demais entidades do setor público, contribuições a entidades fechadas de previdência e benefícios eventuais a pessoal civil e militar, destacados os custos de pessoal e encargos inerentes as mercadorias e produtos vendidos.

Compreende toda prestação pecuniária compulsória , em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Como: impostos, taxas e contribuições de melhoria.

3.2 BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS E ASSISTENCIAIS

Compreendem as variações patrimoniais diminutivas relativas as aposentadorias, pensões, reformas, reserva remunerada e outros benefícios previdenciários de caráter contributivo, do regime próprio da previdência social - RPPS e do regime geral da previdência social - RGPS, bem como as ações de assistência social., que são políticas de seguridade social não contributiva, visando ao enfrentamento da pobreza, a garantia dos mínimos sociais, ao provimento de condições para atender contingências sociais e a universalização dos direitos sociais.

4.2 CONTRIBUIÇÕESCompreende toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada, como contribuições

3.3 USO DE BENS, SERVIÇOS E CONSUMO DE CAPITAL FIXO

Compreende o somatório das variações patrimoniais diminutivas com manutenção e operação da máquina publica, exceto despesas com pessoal e encargos que são registradas em grupo específico (despesas de pessoal e encargos). Compreende: diárias, material de consumo, material de distribuição gratuita, passagens e despesas com locomoção, serviços de terceiros, arrendamento mercantil operacional, aluguel, depreciação, amortização e exaustão, entre outras.

4.3 EXPLORAÇÃO E VENDA DE BENS, SERVIÇOS E DIREITOS

Compreende as variações patrimoniais aumentativas auferidas com a exploração e venda de bens, serviços e direitos, que resultem em aumento do Patrimônio Líquido, independentemente de ingresso, segregando-se a venda bruta das deduções como devoluções, abatimentos e descontos comerciais concedidos.

3.4 VARIAÇÕES PATRIMONIAIS DIMINUTIVAS FINANCEIRAS

Compreende as variações patrimoniais diminutivas com operações financeiras, tais como: juros incorridos, descontos concedidos, comissões, despesas bancárias e correções monetárias.

4 4 VARIAÇÕES PATRIMONIAIS AUMENTATIVAS FINANCEIRAS

Compreende o somatório das variações patrimoniais aumentativas com operações financeiras. Compreende: descontos obtidos, juros auferidos, prêmio de resgate de títulos e debêntures, entre outros.

3.5 TRANSFERÊNCIAS CONCEDIDASCompreende o somatório das variações patrimoniais diminutivas com transferências inter governamentais, transferências Intragovernamentais, transferências a instituições Multigovernamentais, transferências a instituições privadas com ou sem fins lucrativos, transferências a convênios e transferências ao exterior.

4.5 TRANSFERÊNCIAS RECEBIDASCompreende o somatório das variações patrimoniais aumentativas com transferências inter governamentais, transferências intragovernamentais, transferências a instituições multigovernamentais, transferências a instituições privadas com ou sem fins lucrativos, transferências a convênios e transferência ao exterior.

3.6 DESVALORIZAÇÃO E PERDA DE ATIVOSCompreende a variação patrimonial diminutiva com desvalorização e perdas de ativos, com redução a valor recuperável, com provisões para perdas, perdas com alienação e perdas involuntárias.

4.6 VALORIZAÇÃO E GANHOS COM ATIVOSCompreende a variação patrimonial aumentativa com reavaliação e ganhos ativos.

3.7 TRIBUTÁRIASCompreendem as variações patrimoniais diminutivas relativas aos impostos, taxas, contribuições de melhoria, contribuições sociais, contribuições econômicas e contribuições especiais.

3.9 OUTRAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS DIMINUTIVAS

Compreende o somatório das variações patrimoniais diminutivas não incluídas nos grupos anteriores. Compreende: premiações, incentivos, equalizações de preços e taxas, participações e contribuições, resultado negativo com participações, dentre outros.

4.9 OUTRAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS AUMENTATIVAS

Compreende o somatório das demais variações patrimoniais aumentativas não incluídas nos grupos anteriores, tais como: resultado positivo da equivalência patrimonial, dividendos.

5 - CONTROLES DA APROVAÇÃO DO PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO

Compreende as contas com função de registrar os atos e fatos ligados à execução orçamentária.

6 - CONTROLES DA EXECUÇÃO DO PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO

Compreende as contas com função de registrar os atos e fatos ligados à execução orçamentária.

5.1 PLANEJAMENTO APROVADO 6.1 EXECUÇÃO DO PLANEJAMENTO

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Compreende o somatório dos valores monetários previstos para execução dos programas e ações (projetos, atividades e operações especiais) estabelecidos no plano plurianual e projeto de lei orçamentária anual.

Compreende o somatório dos valores monetários relativos a execução dos programas e ações (projetos, atividades e operações especiais) estabelecidos no plano plurianual e projeto de lei orçamentária anual.

5.1.1 PPA – APROVADOCompreende o somatório dos valores monetários previstos para a execução dos programas e ações (projetos, atividades e operações especiais) estabelecidos no plano plurianual.

6.1.1 Execução do PPACompreende o somatório dos valores monetários relativos a execução dos programas e ações (projetos, atividades e operações especiais) estabelecidas no plano plurianual.

5.1.2 PLOACompreende o somatório dos valores monetários previstos para a execução dos programas e ações (projetos, atividades e operações especiais) estabelecidos no projeto de lei orçamentária.

6.1.2 Execução do PLOACompreende o somatório dos valores monetários de receitas e despesas previstos no projeto de lei orçamentária durante as suas fases de tramitação.

5.2 ORÇAMENTO APROVADOCompreende o somatório dos valores relativos a previsão da receita, fixação da despesa e suas alterações no orçamento geral da União durante o exercício financeiro.

6.2 EXECUÇÃO DO ORÇAMENTOCompreende o somatório dos valores relativos a realização da receita, execução da despesa e suas alterações no orçamento geral da União durante o exercício financeiro.

5.2.1 Previsão da ReceitaCompreende o somatório dos valores relativos a previsão da receita pública aprovada pela lei orçamentária anual e suas alterações.

6.2.1 Execução da ReceitaCompreende o somatório dos valores relativos a realização da receita pública aprovada pela lei orçamentária anual a suas alterações.

5.2.1.1 Previsão Inicial da Receita 6.2.1.1 Receita a Realizar5.2.1.2 Alteração da Previsão da Receita 6.2.1.2 Receita Realizada5.2.1.1.1 Previsão Adicional da Receita5.2.1.2.9 ( - ) Anulação da Previsão da Receita 6.2.1.3 ( - ) Deduções da Receita Orçamentária5.2.2 Fixação da Despesa

Compreende o somatório dos valores relativos a fixação da despesa pública aprovada pela lei orçamentária e suas alterações.

6.2.2 Execução da DespesaCompreende o somatório da disponibilidade de crédito orçamentário e da execução da despesa em suas diversas etapas.

5.2.2.1 Dotação Orçamentária 6.2.2.1 Disponibilidade de Crédito5.2.2.2 Movimentação de Créditos Recebidos 6.2.2.2 Movimentação de Créditos Concedidos5.2.2.3 Detalhamento de Crédito 6.2.2.3 Detalhamento de Crédito5.2.2.9 Outros Controles da Despesa Orçamentária 6.2.2.9 Outros Controles da Despesa Orçamentária5.3 INSCRIÇÃO DE RESTOS A PAGAR

Compreende o somatório relativo ao valor da inscrição das despesas empenhadas e não pagas.

6.3 EXECUÇÃO DE RESTOS A PAGARCompreende o somatório dos valores relativos a transferência, liquidação e pagamento das despesas empenhadas e não pagas.

5.3.1 Inscrição de RP Não ProcessadosCompreende o somatório dos valores inscritos em Restos a Pagar Não-Processados relativos às despesas empenhadas e não liquidadas.

6.3.1 Execução de RP Não ProcessadosCompreende o somatório dos valores relativos a transferência, liquidação e pagamento das despesas empenhadas, não liquidadas no exercício financeiro de sua inscrição e não pagas.

5.3.1.1 RP Não Processados Inscritos 6.3.1.1 RP Não Processados a Liquidar5.3.1.2 RP Não Processados - Exercícios Anteriores 6.3.1.2 RP Não Processados em Liquidação5.3.1.3 RP Não Processados Restabelecidos 6.3.1.3 RP Não Processados Liquidados a Pagar5.3.1.6 RP Não Processados Recebidos por Transferência 6.3.1.4 RP Não Processados Pagos5.3.1.7 RP Não Processados - Inscrição no Exercício 6.3.1.5 RP Não Processados a Liquidar Bloqueados

6.3.1.6 RP Não Processados Transferidos6.3.1.7 RP Não Processados - Inscrição no Exercício6.3.1.9 RP Não Processados Cancelados

5.3.2 Inscrição de RP ProcessadosCompreende o somatório dos valores inscritos em Restos a

Pagar Processados.

6.3.2 Execução de RP ProcessadosCompreende o somatório dos valores relativos a transferência, liquidação e pagamento das despesas empenhadas, liquidadas no exercício financeiro de sua inscrição e não pagas.

5.3.2.1 RP Processados - Inscritos 6.3.2.1 RP Processados a Pagar5.3.2.2 RP Processados - Exercícios Anteriores 6.3.2.2 RP Processados Pagos5.3.2.6 RP Processados Recebidos por Transferência 6.3.2.6 RP Processados Transferidos5.3.2.7 RP Processados - Inscrição no Exercício 6.3.2.7 RP Processados - Inscrição no Exercício

6.3.2.9 RP Processados Cancelados7 CONTROLES DEVEDORES

Compreende as contas em que são registrados atos potenciais e controles específicos.

8 CONTROLES CREDORESCompreende as contas em que são registradas a execução de atos potenciais e controles específicos.

7.1 ATOS POTENCIAISCompreende contas relacionadas às situações não compreendidas no patrimônio, mas que, direta ou indiretamente, possam vir a afetá-lo, exclusive as que dizem respeito a atos e fatos ligados a execução orçamentária e financeira e as contas com função precípua de controle.

8.1 EXECUÇÃO DOS ATOS POTENCIAISCompreende contas relacionadas à execução de situações não compreendidas no patrimônio, mas que, direta ou indiretamente, possam vir a afetá-lo, exclusive as que dizem respeito a atos e fatos ligados à execução orçamentária e financeira e as contas com função precípua de controle.

7.1.1 Atos Potenciais Ativos 8.1.1 Execução dos Atos Potenciais Ativos

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Registra os atos e fatos que possam vir a aumentar o ativo da entidade governamental.

Registra a execução dos atos e fatos que possa vir a afetar o ativo da entidade governamental.

7.1.1.1 Garantias e Contragarantias Recebidas 8.1.1.1 Execução de Garantias e Contragarantias Recebidas7.1.1.2 Direitos Conveniados e Outros Instrumentos Congêneres

8.1.1.2 Execução de Direitos Conveniados e Outros Instrumentos Congêneres

7.1.1.3 Direitos Contratuais 8.1.1.3 Execução de Direitos Contratuais7.1.1.9 Outros Atos Potenciais Ativos 8.1.1.9 Execução de Outros Atos Potenciais Ativos7.1.2 Atos Potenciais Passivos

Registra os atos e fatos que possam vir a aumentar o passivo ou diminuir o ativo da entidade governamental.

8.1.2 Execução dos Atos Potenciais PassivosRegistra a execução dos atos e fatos que possa vir a afetar o passivo da entidade governamental.

7.1.2.1 Garantias e Contragarantias Concedidas 8.1.2.1 Execução de Garantias e Contragarantias Concedidas7.1.2.2 Obrigações Conveniadas e Outros Instrumentos Congêneres

8.1.2.2 Execução de Obrigações Conveniadas e Outros Instrumentos Congêneres

7.1.2 3 Obrigações Contratuais 8.1.2.3 Execução de Obrigações Contratuais7.1.2.9 Outros Atos Potenciais Passivos 8.1.2.9 Execução de Outros Atos Potenciais Passivos

7.2 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRACompreende as contas de registro da programação financeira e de controle das disponibilidades.

8.2 EXECUÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRACompreende as contas de registro da execução da programação financeira e de controle das disponibilidades.

7.2.1 Disponibilidades por DestinaçãoCompreende as contas que registram os controles sobre as disponibilidades por destinação de recursos.

8.2.1 Execução das Disponibilidades por DestinaçãoCompreende as contas que registram a execução dos controles das disponibilidades por destinação de recursos.

7.2.2 Programação FinanceiraCompreende as contas que registram as cotas, repasses e sub-repasses para atender a despesas orçamentárias, restos a pagar autorizados e demais dispêndios extra-orçamentários.

8.2.2 Execução da Programação FinanceiraCompreende as contas que registram a execução das cotas, repasses e sub-repasses para atender a despesas orçamentárias, restos a pagar autorizados e demais dispêndios extra-orçamentários.

7.2.3 Inscrição do Limite OrçamentárioCompreende as contas que controlam o limite de empenho e movimentação de créditos orçamentários, conforme estabelecidos em ato próprio dos poderes e ministério.

8.2.3 Execução do Limite OrçamentárioCompreende as contas que controlam a execução do limite de empenho e movimentação de créditos orçamentários, conformem estabelecidos em ato próprio dos poderes e ministério público.

7.2.4 Controles da ArrecadaçãoCompreende as contas que registram o valor da arrecadação líquida da receita orçamentária, por meio de documentos de arrecadação como DARF, GRU, DAR entre outros.

8.2.4 Controles da ArrecadaçãoCompreende as contas que registram os valores discriminados da arrecadação da receita orçamentária, por meio de documentos de arrecadação como DARF, GRU, DAQR, entre outros.

7.3 DÍVIDA ATIVARegistra o controle dos créditos a serem inscritos em dívida ativa dos que se encontram em processamento. Compreende as contas que controlam os créditos passiveis de serem encaminhados e inscritos em dívida ativa, o de inscrição e tramitação dos créditos inscritos.

8.3 EXECUÇÃO DA DÍVIDA ATIVACompreende as contas que controlam a execução dos créditos passíveis de serem encaminhados e inscritos em dívida ativa.

7.4 RISCOS FISCAISCompreende as contas que controlam os riscos fiscais que não preencham os requisitos para reconhecimento como passivo, conforme identificados no anexo de riscos fiscais da lei de diretrizes orçamentárias.

8.4 EXECUÇÃO DOS RISCOS FISCAISCompreende as contas que controlam a execução dos riscos fiscais que não preencham os requisitos para reconhecimento como passivo, conforme identificados no anexo de riscos fiscais da lei de diretrizes orçamentárias.

7.8 CUSTOSCompreende as conas que controlam os custos de bens e serviços produzidos.

8.8 APURAÇÃO DE CUSTOSCompreende as contas que controlam a execução dos custos dos bens e serviços produzidos.

7.9 OUTROS CONTROLESCompreende de controles não especificados anteriormente nos grupos dessa classe.

8.9 OUTROS CONTROLESCompreende as contas de controles da execução não especificados anteriormente nos grupos dessa classe.

Segue, ainda, o anexo ao Balanço Patrimonial:<ENTE DA FEDERAÇÃO>

DEMONSTRATIVO DO SUPERÁVIT/DÉFICIT FINANCEIRO APURADO NO BALANÇO PATRIMONIAL

Exercício: Período (mês): Data da Emissão: Página:

DESTINAÇÃO DE RECURSOSSUPERÁVIT/DÉFICIT

FINANCEIROOrdinárioVinculadaPrevidência SocialTransferências Obrigatórias de outro EnteConvênios

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TOTAL

21 - A AVALIAÇÃO DOS ELEMENTOS PATRIMONIAIS

Sumário: 21.1 – Conceito de Avaliação; 21.2 – Base Legal; 21.3 – Critérios para Atribuição de Valores

21.1 - Conceito de Avaliação

Avaliar é a operação que tem por fim atribuir aos elementos patrimoniais valores expressos em moeda.

As Normas Brasileiras de Contabilidade NBC T - 4, que tratam da avaliação patrimonial, possui alguns dispositivos, mas destacamos os seguintes:

4.1.2 - Os componentes do Patrimônio são avaliados em moeda corrente nacional; (...)

4.1.8 - Quando, concretamente, a lei dispuser diferentemente desta norma, o profissional deve observar a ordem legal, em seu trabalho.

Pela Resolução CFC nº 1.137, de 21-11-2008:

Avaliação patrimonial: a atribuição de valor monetário a itens do ativo e do passivo decorrentes de julgamento fundamentado em consenso entre as partes e que traduza, com razoabilidade, a evidenciação dos atos e dos fatos administrativos.

21.2 - Base Legal

Os preceitos legais sobre a avaliação das contas que integram o Balanço Patrimonial não são muitos. No art. 106 da Lei 4.320/64, as normas são:

Art. 106 - A avaliação dos elementos patrimoniais obedecerá às normas seguintes:

I - os débitos e créditos, bem como os títulos de renda, pelo seu valor nominal, feita a conversão, quando em moeda estrangeira, à taxa de câmbio vigente na data do balanço;

II - os bens móveis e imóveis, pelo valor de aquisição ou pelo custo de produção ou de construção;

III - os bens de almoxarifado, pelo preço médio ponderado das compras.

§ 1º - Os valores em espécie, assim como os débitos e créditos, quando em moeda estrangeira, deverão figurar ao lado das correspondentes importâncias em moeda nacional.

§ 2º - As variações resultantes da conversão dos débitos, créditos e valores em espécie serão levados à conta patrimonial.

§ 3º - Poderão ser feitas reavaliações dos bens móveis e imóveis.

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21.3 - Critérios para Atribuição de Valores

Os critérios previstos na Lei 4.320/64, art. 106, são:

21.3.1 - Valor Nominal

É o valor pelo qual um título é emitido e nele se declara. É utilizado para os valores numerários, débitos, créditos e títulos de renda. É o critério mais utilizado nas operações.

21.3.2 - Valor de Aquisição

Quando o bem é comprado pronto, acabado, como exemplos, as compras de bens móveis, imóveis e material de consumo (nas compras diretas e antes de ajustar seu valor no Almoxarifado). É o valor da compra expresso nas notas fiscais.

21.3.3 - Custo de Produção ou Fabricação

Quando se refere a produtos industrializados ou transformados pela entidade, como os bens do mobiliário, os materiais de consumo (ração, por exemplo) antes de ajustar o valor unitário do produto na conta Almoxarifado. É o valor dos bens móveis produzidos ou de bens consumíveis fabricados pela entidade.

21.3.4 - Custo de Construção

Quando se refere às despesas imputadas a uma obra (desde a desapropriação, projeto, construção, etc. até a entrega do imóvel). É o valor total gasto na construção do imóvel. Há o entendimento de que a construção pode ser de bens móveis.

21.3.5 - Preço Médio Ponderado das Compras

Para atribuir o valor de cada material de consumo incorporado ao depósito. Exemplo, os materiais de consumo no Almoxarifado. É de cálculo simples: soma-se o valor do saldo do item e o da nota fiscal e divide-se tudo pela soma da quantidade anterior com a que está entrando, resultando o novo valor unitário do bem.

21.3.6 - Taxa Cambial Oficial de Compra

Para registro dos créditos da Fazenda Nacional, em moeda estrangeira, podendo figurar em Dívida Ativa Tributária e a Dívida Ativa Não-Tributária. É no § 3º do art. 39 da Lei 4320/64 que está disposto sobre créditos em moeda estrangeira:

Art. 39 - (. . .)

§ 3º - O valor do crédito da Fazenda Nacional em moeda estrangeira será convertido ao correspondente valor na moeda nacional à taxa cambial oficial, para compra, na data da notificação ou intimação do devedor , pela autoridade administrativa, ou, à sua falta, na data da inscrição da Dívida Ativa, incidindo, a partir da conversão, a atualização monetária e os juros de mora, de acordo com preceitos legais pertinentes aos débitos tributários.

Outros critérios:

As entidades estatais têm que se socorrer de outras normas, além da Lei 4.320/64, para avaliar seu patrimônio.

21.3.7 - Valor Patrimonial

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Para atribuir valor às ações emitidas sem valor nominal e sem cotação na Bolsa de Valores, nas participações acionárias. A Lei federal 6.404/76 dispõe em seu art. 169:

Art. 169 - O aumento mediante capitalização de lucros ou de reservas importará alteração do valor nominal das ações ou distribuição das ações novas, correspondentes ao aumento, entre acionistas, na proporção do número de ações que possuírem.

§ 1º - Na companhia com ações sem valor nominal, a capitalização de lucros ou de reservas poderá ser efetivada sem modificação do número de ações.

21.3.8 - Preço de Avaliação

O critério do preço de avaliação é utilizado quando não se conheça o preço ou custo exato, mediante laudo de comissão avaliadora designada formalmente para esse fim. Exemplo: móveis e imóveis adquiridos por doação. A avaliação do bem é obrigatória quando de sua alienação, de acordo como os artigos 16 e 17 da Lei de Licitações.

21.3.9 - Taxa Cambial Oficial de Venda

As dívidas em moeda estrangeira são pagas pela cotação ou taxa cambial de venda da data da operação multiplicada pelo valor da parcela a pagar, em moeda estrangeira, resultando o valor em moeda corrente nacional. A maior parte das dívidas em moeda estrangeira estão inscritas no Passivo Permanente. A Lei 4.320/64, art. 106, complementa:

§ 1º Os valores em espécie, assim como os débitos e créditos, quando em moeda estrangeira, deverão figurar ao lado das correspondentes importâncias em moeda nacional.

21.3.10 - Cotação da Bolsa de Valores

Critério a ser aplicado nas participações acionários onde o Estado não detém controle acionário e nos resíduos de ações de companhias privatizadas (CC 1.187, III). Ex. ações de companhias telefônicas vinculadas às linhas telefônicas.

21.3.11 - Indexadores

Em entidades estatais há créditos que são inscritos vinculados a indexadores, como os de natureza tributária ou não-tributária quando inscritos em Dívida Ativa, que são convertidos em Unidade Padrão Fiscal - UPF, que tem seu valor atualizado periodicamente. Do lado do passivo, há operações que são ainda vinculadas à UFIR, criada em 1992 e extinta em outubro de 2000, mas que mantém seu valor congelado.

Por fim, a Lei 4.320/64, em seu art. 100, dispõe que todas as modificações que ocorrerem no Patrimônio Permanente, resultantes da execução do orçamento, como exemplo a compra ou venda de bens, contratação ou amortização de empréstimos, bem como os ajustes de saldos de contas do ativo ou do passivo, que não têm natureza orçamentária, devem ser apropriados ao Saldo Patrimonial (conta patrimonial). Essas apropriações à conta patrimonial são realizadas com a utilização das contas de resultado Mutações Patrimoniais da Receita e Mutações Patrimoniais da Despesa, para as orçamentárias, e Variações Ativas e Variações Passivas para registrar as superveniências e insubsistências ativas e passivas, que são independentes da execução orçamentária.

Art. 100 As alterações da situação líquida patrimonial, que abrangem os resultados da execução orçamentária, bem como as variações independentes dessa

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execução e as superveniências e insubsistências ativas e passivas, constituirão elementos da conta patrimonial.

Essa regra é reforçada no § 2º do art. 106, que abrange todas as contas do Balanço Patrimonial:

Art. 106 - (. . .)

§ 2º As variações resultantes da conversão dos débitos, créditos e valores em espécie serão levadas à conta patrimonial.

O Conselho Federal de Contabilidade expediu a Resolução CFC nº 1.137, de 21-novembro de 2008, que trata da atribuição de valores ao patrimônio do Estado; seus critérios são os encontrados na legislação aqui utilizada:

NBC T 16.10 - AVALIAÇÃO E MENSURAÇÃO DE ATIVOS E PASSIVOS EM ENTIDADES

DO SETOR PÚBLICODISPOSIÇÕES GERAIS

1. Esta Norma estabelece critérios e procedimentos para a avaliação e a mensuração de ativos e passivos integrantes do patrimônio de entidades do setor público.

DEFINIÇÕES

2. Para efeito desta Norma, entende-se por:

Avaliação patrimonial: a atribuição de valor monetário a itens do ativo e do passivo decorrentes de julgamento fundamentado em consenso entre as partes e que traduza, com razoabilidade, a evidenciação dos atos e dos fatos administrativos.

Influência significativa: o poder de uma entidade do setor público participar nas decisões de políticas financeiras e operacionais de outra entidade que dela receba recursos financeiros a qualquer título ou que represente participação acionária, desde que não signifique um controle compartilhado sobre essas políticas.

Mensuração: a constatação de valor monetário para itens do ativo e do passivo decorrente da aplicação de procedimentos técnicos suportados em análises qualitativas e quantitativas.

Reavaliação: a adoção do valor de mercado ou de consenso entre as partes para bens do ativo, quando esse for superior ao valor líquido contábil.

Redução ao valor recuperável (impairment): o ajuste ao valor de mercado ou de consenso entre as partes para bens do ativo, quando esse for inferior ao valor líquido contábil.

Valor da reavaliação ou valor da redução do ativo a valor recuperável: a diferença entre o valor líquido contábil do bem e o valor de mercado ou de consenso, com base em laudo técnico.

Valor de aquisição: a soma do preço de compra de um bem com os gastos suportados direta ou indiretamente para colocá-lo em condição de uso.

Valor de mercado ou valor justo (fair value): o valor pelo qual um ativo pode ser intercambiado ou um passivo pode ser liquidado entre partes interessadas que atuam em condições independentes e isentas ou conhecedoras do mercado.

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Valor bruto contábil: o valor do bem registrado na contabilidade, em uma determinada data, sem a dedução da correspondente depreciação, amortização ou exaustão acumulada.

Valor líquido contábil: o valor do bem registrado na contabilidade, em determinada data, deduzido da correspondente depreciação, amortização ou exaustão acumulada.

Valor realizável líquido: a quantia que a entidade do setor público espera obter com a alienação ou a utilização de itens de inventário quando deduzidos os gastos estimados para seu acabamento, alienação ou utilização.

Valor recuperável: o valor de mercado de um ativo menos o custo para a sua alienação, ou o valor que a entidade do setor público espera recuperar pelo uso futuro desse ativo nas suas operações, o que for maior.

AVALIAÇÃO E MENSURAÇÃO

3. A avaliação e a mensuração dos elementos patrimoniais nas entidades do setor público obedecem aos critérios relacionados nos itens 4 a 35 desta Norma.

DISPONIBILIDADES

4. As disponibilidades são mensuradas ou avaliadas pelo valor original, feita a conversão, quando em moeda estrangeira, à taxa de câmbio vigente na data do Balanço Patrimonial.

5. As aplicações financeiras de liquidez imediata são mensuradas ou avaliadas pelo valor original, atualizadas até a data do Balanço Patrimonial.

6. As atualizações apuradas são contabilizadas em contas de resultado.

CRÉDITOS E DÍVIDAS

7. Os direitos, os títulos de créditos e as obrigações são mensurados ou avaliados pelo valor original, feita a conversão, quando em moeda estrangeira, à taxa de câmbio vigente na data do Balanço Patrimonial.

8. Os riscos de recebimento de dívidas são reconhecidos em conta de ajuste, a qual será reduzida ou anulada quando deixarem de existir os motivos que a originaram.

9. Os direitos, os títulos de crédito e as obrigações prefixados são ajustados a valor presente.

10. Os direitos, os títulos de crédito e as obrigações pósfixadas são ajustados considerando-se todos os encargos incorridos até a data de encerramento do balanço.

11. As provisões são constituídas com base em estimativas pelos prováveis valores de realização para os ativos e de reconhecimento para os passivos.

12. As atualizações e os ajustes apurados são contabilizados em contas de resultado.

ESTOQUES

13. Os estoques são mensurados ou avaliados com base no valor de aquisição ou no valor de produção ou de construção.

14. Os gastos de distribuição, de administração geral e financeiros são considerados como despesas do período em que ocorrerem.

15. Se o valor de aquisição, de produção ou de construção for superior ao valor de mercado, deve ser adotado o valor de mercado,

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16. O método para mensuração e avaliação das saídas dos estoques é o custo médio ponderado.

17. Quando houver deterioração física parcial, obsolescência, bem como outros fatores análogos, deve ser utilizado o valor de mercado.

18. Os resíduos e os refugos devem ser mensurados, na falta de critério mais adequado, pelo valor realizável líquido.

19. Relativamente às situações previstas nos itens 13 a 18 desta Norma, as diferenças de valor de estoques devem ser refletidas em contas de resultado.

20. Os estoques de animais e de produtos agrícolas e extrativos são mensurados ou avaliados pelo valor de mercado, quando atendidas as seguintes condições:

(a) que a atividade seja primária;

(b) que o custo de produção seja de difícil determinação ou que acarrete gastos excessivos.

INVESTIMENTOS PERMANENTES

21. As participações em empresas e em consórcios públicos ou público-privados sobre cuja administração se tenha influência significativa devem ser mensuradas ou avaliadas pelo método da equivalência patrimonial.

22. As demais participações podem ser mensuradas ou avaliadas de acordo com o custo de aquisição.

23. Os ajustes apurados são contabilizados em contas de resultado.

IMOBILIZADO

24. O ativo imobilizado, incluindo os gastos adicionais ou complementares, é mensurado ou avaliado com base no valor de aquisição, produção ou construção.

25. Quando os elementos do ativo imobilizado tiverem vida útil econômica limitada, ficam sujeitos a depreciação, amortização ou exaustão sistemática durante esse período, sem prejuízo das exceções expressamente consignadas.

26. Quando se tratar de ativos do imobilizado obtidos a título gratuito deve ser considerado o valor resultante da avaliação obtida com base em procedimento técnico ou valor patrimonial definido nos termos da doação.

27. O critério de avaliação dos ativos do imobilizado obtidos a título gratuito e a eventual impossibilidade de sua mensuração devem ser evidenciados em notas explicativas.

28. Os gastos posteriores à aquisição ou ao registro de elemento do ativo imobilizado devem ser incorporados ao valor desse ativo quando houver possibilidade de geração de benefícios econômicos futuros ou potenciais de serviços. Qualquer outro gasto que não gere benefícios futuros deve ser reconhecido como despesa do período em que seja incorrido.

29. No caso de transferências de ativos, o valor a atribuir deve ser o valor contábil líquido constante nos registros da entidade de origem. Em caso de divergência deste critério com o fixado no instrumento de autorização da transferência, o mesmo deve ser evidenciado em notas explicativas.

30. Os bens de uso comum que absorveram ou absorvem recursos públicos, ou aqueles eventualmente recebidos em doação, devem ser incluídos no ativo não circulante da

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entidade responsável pela sua administração ou controle, estejam, ou não, afetos a sua atividade operacional.

31. A mensuração dos bens de uso comum será efetuada, sempre que possível, ao valor de aquisição ou ao valor de produção e construção.

INTANGÍVEL

32. Os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da atividade pública ou exercidos com essa finalidade são mensurados ou avaliados com base no valor de aquisição ou de produção.

33. O critério de mensuração ou avaliação dos ativos intangíveis obtidos a título gratuito e a eventual impossibilidade de sua valoração devem ser evidenciados em notas explicativas.

34. Os gastos posteriores à aquisição ou ao registro de elemento do ativo intangível devem ser incorporados ao valor desse ativo quando houver possibilidade de geração de benefícios econômicos futuros ou potenciais de serviços. Qualquer outro gasto deve ser reconhecido como despesa do período em que seja incorrido.

DIFERIDO

35. As despesas pré-operacionais e os gastos de reestruturação que contribuirão, efetivamente, para a prestação de serviços públicos de mais de um exercício e que não configurem tão-somente uma redução de custos ou acréscimo na eficiência operacional, classificados como ativo diferido, são mensurados ou avaliados pelo custo incorrido, deduzido do saldo da respectiva conta de amortização acumulada e do montante acumulado de quaisquer perdas do valor que tenham sofrido ao longo de sua vida útil por redução ao valor recuperável (impairment).

REAVALIAÇÃO E REDUÇÃO AO VALOR RECUPERÁVEL

36. As reavaliações devem ser feitas utilizando-se o valor justo ou o valor de mercado na data de encerramento do Balanço Patrimonial, pelo menos:

(a) anualmente, para as contas ou grupo de contas cujos valores de mercado variarem significativamente em relação aos valores anteriormente registrados;

(b) a cada quatro anos, para as demais contas ou grupos de contas.

37. Na impossibilidade de se estabelecer o valor de mercado, o valor do ativo pode ser definido com base em parâmetros de referência que considerem características, circunstâncias e localizações assemelhadas.

38. Em caso de bens imóveis específicos, o valor justo pode ser estimado utilizando-se o valor de reposição do ativo devidamente depreciado.

39. O valor de reposição de um ativo depreciado pode ser estabelecido por referência ao preço de compra ou construção de um ativo semelhante com similar potencial de serviço.

40. Os acréscimos ou os decréscimos do valor do ativo em decorrência, respectivamente, de reavaliação ou redução ao valor recuperável (impairment) devem ser registrados em contas de resultado.

Em relação ao Diferido, cabe destacar que pela Resolução CFC 1.157, de 13-02-2009, devido a Medida Provisória nº449/08, transcreve-se o seguinte:

Desaparecimento do subgrupo Ativo Diferido

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113. Pelo mesmo motivo que do item anterior, desapareceu como grupamento de contas do balanço patrimonial esse subgrupo do ativo. Seu saldo precisa ser reanalisado e, quando cabível, reclassificado.

(. . .)

133.Foi eliminado, pela Medida Provisória nº 449/08, o subgrupo Ativo Diferido; conquanto possa ainda ser admitida a existência de saldos não amortizados nesse subgrupo até sua completa amortização pelo prazo máximo que a Lei das S/A admitia (10 anos), novos valores não mais podem a ele ser adicionados. Além dessa amortização, torna-se necessário que os saldos existentes sejam também submetidos a revisões periódicas a fim de verificar a sua recuperabilidade, nos termos da NBC T 19.10. (Resolução CFC nº 1.157/2009)

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22 - EXERCÍCIOS SOBRE A UNIDADE V - O PATRIMÔNIO PÚBLICO

22.1 - Exercício nº 04 - Classificar Contas e Levantar Balanço Patrimonial Segundo a Lei 4.320/64 Clássica e pela Versão Moderna

Este exercício deve ser resolvido em duas etapas, utilizando o esquema do Balanço Patrimonial na segunda folha após esta.

Inicialmente, com os conceitos relacionados nos itens 01 a 20, preencha, nas linhas cheias, os respectivos nomes dos grupos que integram o Balanço Patrimonial de acordo com o Anexo 14 da Lei nº 4.320/64 Clássica.

01 - Compreende os créditos e valores realizáveis independentemente de autorização orçamentária e os valores numerários.02 - Compreende a dívida flutuante, cujo pagamento independe de autorização orçamentária.03 - Compreende os bens, créditos e valores, cuja mobilização ou alienação depende de autorização legislativa.04 - Compreende as dívidas fundadas dependentes de autorização legislativa para amortização ou resgate.05 - Nome dado à diferença entre o Ativo e o Passivo. (Para fins de exercício, consta duplamente).06 - São os recursos em caixa e os depósitos bancários em conta corrente disponível.07 - São os depósitos bancários que, em virtude de obrigações contratuais ou disposição legal, tenham vínculo ao cumprimento de condições preestabelecidas.08 - Compreende operações com pessoas físicas ou jurídicas de vários tipos, como as em situação de débito perante o erário; responsabilidade imposta a servidores por pagamentos indevidos ou por despesas não comprovadas; valores depositados em juízo para fins de desapropriação de imóveis; depósitos judiciais onde o Estado é réu, etc.09 - São os débitos de funcionamento referentes a despesas empenhadas no exercício anterior e não pagas.10 - São os débitos de financiamento referentes a despesas empenhadas no exercício anterior e não pagas.11 - São as importâncias recebidas ou descontadas de pagamentos de vários tipos, onde o Estado é como fiel depositário, como as retenções ou consignações de conta de terceiros, descontadas em folha de pagamento de servidores; cauções em dinheiro; os depósitos recebidos, à disposição das Varas dos Feitos da Fazenda Pública, realizados por contribuintes para fins de interposição de recurso sobre autuação do fisco; ou, ainda, os depósitos efetuados por detentos como fiança para soltos responderem a processos, etc.12 - Corresponde ao saldo do principal de empréstimos de antecipação de receita orçamentária - ARO, em títulos ou por contratos, a pagar.13 - São os bens móveis, utensílios e equipamentos, de uso continuado, destinados a servir de instrumento material dos serviços públicos.14 - Constituem os prédios e terrenos empregados na realização da atividade administrativa ou não, podendo gerar rendas.15 - São os bens pertencentes à entidade destinados à produção industrial.16 - Compreende os créditos de funcionamento e de financiamento de longo prazo a receber, vencidos ou não.17 - Compreende os capitais conferidos pela entidade estatal às empresas, mediante a subscrição de ações, figurando ou não como acionista majoritário e outros valores realizáveis.18 - Compreende os bens ou operações não compreendidos nos itens anteriores do Ativo.19 - São os empréstimos contraídos por emissão de títulos ou por contratos, de longo prazo, cuja responsabilidade de pagamento é perante credores localizados no país, a vencer e a empenhar;

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20 - Compreende o principal de empréstimos de longo prazo, representados por títulos ou contratos, cuja responsabilidade de pagamento é perante instituição localizada no exterior, a vencer e a empenhar.

Agora, interprete o enunciado, atribua nomes às contas representadas do item 21 ao 41 e transcreva-os nas linhas pontilhadas do mesmo Balanço Patrimonial, na folha seguinte:

21 - Móveis, máquinas, equipamentos e utensílios de uso.22 - Devedores por empréstimos de longo prazo a receber.23 - Empréstimo contratado junto ao BANRISUL para antecipação da receita a pagar.24 - Vencimentos de servidores, empenhados no exercício anterior a pagar.25 - Depósito bancário no BB S/A vinculado à execução do Convênio C.26 - Salário Família pago a celetista a ser compensado pelo INSS.27 - Letras Financeiras do Tesouro - LFT, de longo prazo, a vencer e a empenhar.28 - Máquinas e ferramentas industriais da fábrica municipal de medicamentos.29 - Prédios utilizados pelas repartições públicas.30 - Empenhos a pagar a fornecedores pelas mercadorias recebidas.31 - Caução em dinheiro depositada por empreiteiro em garantia de execução de obra.32 - Juros da dívida interna contratada com o BANRISUL, empenhados no exercício anterior a pagar.33 - Imposto lançado e não arrecadado no exercício anterior.34 - Ações da CORSAN.35 - Numerário em caixa.36 - Obrigações patronais empenhadas no exercício anterior ao INSS e não pagas.37 - Material de escritório estocado no Almoxarifado.38 - Letras Financeiras do Tesouro de antecipação da receita orçamentária a pagar.39 - Principal de empréstimo externo de longo prazo, contratado com o BIRD, a vencer.40 - Nome dado ao Saldo Patrimonial quando o Ativo Real for maior do que o Passivo Real.41 - Nome dado ao Saldo Patrimonial quando o Passivo Real for maior do que o Ativo Real.

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Esquema para resposta do Exercício nº 04 na versão ClássicaBALANÇO PATRIMONIAL

Em 31-12-20XXATIVO PASSIVO

01 - ___________________________________ 02 - ___________________________________06 - _______________________________ 09 - ________________________________

.............................................................. ................................................................07 - _______________________________ ................................................................

............................................................... ................................................................

............................................................... 10 - ________________________________................................................................

11 - ________________________________................................................................

12 - ________________________________................................................................................................................................

03 - ___________________________________ 04 - ___________________________________13 - _______________________________ 19 - ________________________________

............................................................... ................................................................14 - _______________________________ ................................................................

...............................................................15 - _______________________________

...............................................................16 - _______________________________

...............................................................

...............................................................

17 - _______________________________............................................................

18 - _______________________________...............................................................

05 - ___________________________________ 05 - ___________________________________...................................................................... .......................................................................

OBS.: Não há conta no Compensado.

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Esquema para resposta do Exercício 04, na versão Moderna

BALANÇO PATRIMONIAL - 31-12-20XXATIVO PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO

1.1 Ativo Circulante 2.1 Passivo Circulante1.1.1 Caixa e Equivalentes de Caixa 2.1.1 Obrig. Trab., Prev. e Assist. a PG a CP 36 24 25 361.1.2 Créditos Realizáveis a Curto Prazo 2.1.2 Empréstimos e Financiamentos a CP 33 271.1.3 Demais créditos e Valores a C. Prazo 43 26 23 22 321.1.5 Estoques 38 37 2.1.3 Fornecedores e Contas a Pg. a CP

302.1.5 Diversas Obrigações a Curto Prazo 31

1.2 Ativo Não Circulante 2.2 Passivo Não Circulante1.2.2 Investimentos 2.2.2 Empréstimos e Financiamentos a LP 34 271.2.3 Imobilizado 43 21 30

2.3 PATRIMÔNIO LÍQUIDO2.3.1 Patrimônio Social e Capital Social Ativo Real Líquido ( + ) Passivo Real a Descoberto ( - )

TOTAL TOTAL

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22.2 - Exercício nº 05 - Classificar Contas e Levantar Balanço Patrimonial

Utilizando o esquema da folha seguinte, nas linhas cheias, transcreva todos os títulos de grupos e subgrupos do Balanço Patrimonial exatamente iguais aos do Anexo 14 da Lei nº 4.320/64 Clássica e, após, com os dados abaixo relacionados, que se referem a saldos apurados em 31 de dezembro, atribua nomes às contas e calcule os valores da SLF, da SLP e o Saldo Patrimonial (os valores estão em R$ 1.000,00):Item Descrição da Operação R$01 Numerário em Caixa 21002 Máquinas industriais da Fábrica Municipal de Medicamentos 70003 IPTU lançado no exercício e não arrecadado até 31 de dezembro 19004 Prédios da Administração Municipal 6.00005 Veículos da Secretaria de Saúde Municipal 1.00006 Letras do Tesouro de antecipação da receita orçamentária, vencido em 10/dez. passado 1.20007 Letras Financeiras do Tesouro Municipal lançadas ao prazo de 2 anos a vencerem no dia 15

de janeiro vindouro2.400

08 Apólices da Dívida Fundada Externa, lançadas ao prazo de 20 anos, a vencerem em 3 anos 30009 Participação acionária na Companhia Municipal de Águas 50010 Banco do Brasil, S.A., c/Disposição 57011 Depósito bancário no BANRISUL, vinculado à construção de escola 46012 Débito líquido e certo do responsável pelo Almoxarifado, por desvios de materiais,

condenado pelo TCE10

13 Juros empenhados e não pagos de empréstimo tomado junto ao BNDES para ampliação do Distrito Industrial da Vila Restinga

200

14 Principal de empréstimo contratado, em 10 de março, com o Banco B, ao prazo de 9 meses 40015 Vencimentos dos funcionários, de dezembro, empenhados e não pagos 1.00016 Caução em dinheiro depositada pela Empreiteira E Ltda. 25017 Microcomputador cedido pela UFRGS para uso do Município - Bens Móveis de Terceiros 518 Contrapartida de Valores de Terceiros - Credores por Bens Cedidos 519 Obrigações Patronais devidas ao INSS empenhadas e não pagas 5020 INSS descontado de salários da folha de dezembro a pagar 1221 Principal de empréstimo com a CEF, a vencer em 16 anos, para saneamento básico da Vila

Farrapos6.000

22 Bolsas de Estudo Reembolsáveis a Receber 5023 Material de expediente estocado no Almoxarifado Central 10024 Adiantamento de numerário a servidor para pequenas despesas do Gabinete do Prefeito

Municipal, a comprovar - Responsáveis por Adiantamento10

25 Títulos virgens representativos de Letras Financeiras do Tesouro Municipal a leiloar, estocados na Tesouraria Geral - Caixa de LFT

15

26 Contrapartida de Valores Nominais Emitidos - LFT a Emitir 1527 Aval do Município concedido à Empresa Pública Municipal referente a seu empréstimo

contratado junto ao Banco Mundial - Avais Concedidos500

28 Contrapartida de Diversos - Credores por Avais 50029 Juros do empréstimo ARO junto Banco B empenhados a pagar 2030 Praça da Matriz da cidade 1.50031 Empréstimo ao prazo de 8 anos junto ao Banco Mundial para reforma administrativa 2.00032 Contrapartida de Valores em Poder de Terceiros - Adiantamentos a Comprovar 10

Após, preencha o Balanço Patrimonial na versão Moderna.

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Esquema para a resposta do Exercício nº 5 na versão ClássicaBALANÇO PATRIMONIAL DE 31-12-20XX

ATIVO PASSIVOATIVO FINANCEIRO PASSIVO FINANCEIRO

Disponível Restos a Pagar 01 Restos a Pagar Liquidados Bancos e Correspondentes 15 10 19 Exatores Restos a Pagar Não LiquidadosVinculado em c/c Bancária Serviço da Dívida a Pagar 11 13Realizável 29

Depósitos 16 20Débitos de Tesouraria 06 14

AF SOMA PF SOMA

ATIVO PERMANENTE PASSIVO PERMANENTEBens Móveis Dívida Fundada Interna 05 Em TítulosBens Imóveis 07 04 Por Contratos 30? 21Bens de Natureza Industrial Dívida Fundada Externa 02 Em TítulosCréditos 08 22 Por Contratos Dívida Ativa Tributária 31 03 Diversos Dívida Ativa Não Tributária 12Valores 09Diversos 23

AP SOMA PP SOMA(SOMA ATIVO REAL) (SOMA PASSIVO REAL)

SOMA DO ATIVO SOMA DO PASSIVOSALDO PATRIMONIAL SALDO PATRIMONIAL Passivo Real a Descoberto Ativo Real Líquido ................................................... .................................................... ____________________________ _____________________________ .................................................. ..................................................... ____________________________ ______________________________ ................................................... ...................................................... ____________________________ ______________________________ .................................................. ......................................................

AC SOMA PC SOMATOTAL GERAL TOTAL GERAL

OBS: os valores da Soma do Ativo Real e da Soma do Passivo Real não são contas, mas devem ser calculadas para apurar o valor do Saldo Patrimonial.

AF = AP = SLF = AR = (-) PF = (-) PP = + SLP = (-) PR == SLF = = SLP = = SLG = = Sd. Patr. =

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Esquema para a resposta do Exercício nº 5 na versão Moderna

BALANÇO PATRIMONIALEm 31-12-20XX

ATIVO PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO1.1 ATIVO CIRCULANTE 2.1 PASSIVO CIRCULANTE1.1.1 Caixa e Equivalentes de Caixa 2.1.1 Obrig. Trab., Previd. e Assist. a Pg. a CP 01 2.1.1.1 Pessoal 10 15 11 2.1.1.4 Encargos Sociais a Pagar1.1.2 Créditos Realizáveis a Curto Prazo 191.1.2.3 Dívida Ativa Tributária 2.1.2 Empréstimos e Financiamentos a Curto P. 03 2.1.2.1 Parcela a CP dos Empréstimos e Financ.1.1.2.4 Dívida Ativa Não Tributária 07 12 2.1.2.2 Empréstimos a Curto Prazo1.1.3 Demais Créditos e Val. Realizáveis a CP 061.1.3.3 Empréstimos e Financ. Concedidos 14 22 2.1.2.5 Juros e Enc. a Pg. de Empr. e Financ. CP1.1.5 Estoques 131.1.5.6 Almoxarifado 29 23 2.1.5 Demais Obrigações a Curto Prazo

162.1.5.8 Valores Restituíveis 20

Soma Ativo Circulante Soma Passivo Circulante1.2ATIVO NÃO CIRCULANTE 2.2 PASSIVO NÃO CIRCULANTE1.2.2 Investimentos 2.2.2 Empréstimos e Financ. a Longo Prazo1.2.2.1 Participações Permanentes 2.2.2.1 Empréstimos a Longo Prazo 09 211.2.3 Imobilizado 081.2.3.1 Bens Móveis 31 05 021.2.3.2 Bens Imóveis 04

Soma do Ativo Não Circulante Soma do Passivo Não CirculanteSoma do Ativo Soma do Passivo

2.3 PATRIMÔNIO LÍQUIDO2.3.1 Patrimônio SocialPassivo Real a Descoberto

TOTAL TOTAL7 CONTROLES DEVEDORES 8 CONTROLES CREDORES7.1.1 Atos Potenciais Ativos 8.1.1 Execução de Atos Potenciais Ativos7.1.1.9 Outros Atos Potenciais Passivos 8.1.1.9 Execução de Outros Atos Potenc. Ativos 17 187.1.2 Atos Potenciais Passivos 8.1.2 Execução de Atos Passivos7.1.2.1 Garantias e Contragarantias Concedidas 8.1.2.1 Execução de Gar. e Contrag. Concedidas 27 287.1.2.9 Outros Atos Potenciais Passivos 8.1.2.9 Execuc. de Outros Atos Pot. Passivos 25 26

TOTAL TOTAL

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22.3 - Exercício nº 06 - Classificar Contas e Levantar Balanço Patrimonial

Com os dados a seguir, relativos ao Município M em 31 de dezembro, calcule os valores das questões solicitadas, utilizando as páginas seguintes como rascunho:Nº Conta ou Operação R$01 Ações integralizadas da Companhia Municipal X. 800,0002 Caução em dinheiro de empreiteiro na Concorrência nº 1. 250,0003 Crédito do IPTU lançado e não arrecadado no exercício. 160,0004 Despesas com fornecedor de mercadorias recebidas, empenhadas e não pagas. 600,0005 Despesas com empreiteiro, de obra não concluída, empenhadas e não pagas. 350,0006 Depósito no Banco do Brasil S.A. vinculado ao convênio com o Ministério Y. 300,0007 Dívida com Letras Financeiras do Tesouro Municipal a vencer em 5 anos. 1.600,0008 INSS, descontado de folha de pessoal, a pagar. 250,0009 Letras Financeiras do Tesouro, de antecipação da receita orçamentária, a pagar. 1.200,0010 Material de consumo depositado no Almoxarifado Central. 896,0011 Móveis e equipamentos de escritório do Município. 1.200,0012 Dinheiro em Caixa. 150,0013 Prédios do Município. 15,0014 Prestação do empréstimo junto ao BNDES empenhada a pagar. 190,0015 Pensão Alimentícia a pagar, descontada de servidor. 200,0016 Saldo a receber de empréstimos concedidos a estudantes do Município. 150,0017 Saldo do principal de empréstimo contratado com o Banco B para antecipação da

receita orçamentária a pagar.300,00

18 Saldo do principal de empréstimo junto ao BNDES a vencer em 12 anos, não empenhado.

950,00

19 Salário-família pago a servidor celetistas, a ser reembolsado pelo INSS (não é abono-família).

2,00

20 Veículos do Município. 1.000,0021 Saldo Patrimonial. 1.217,00

QuestãoNº

Soma dos Grupos de Contas Integrais do Balanço Patrimonial segundo a Lei nº 4.320/64

Tradicional ModernaR$ R$

01 Dívida Ativa Divida Ativa02 Restos a Pagar Restos a Pagar03 Ativo Financeiro Ativo Circulante04 Passivo Financeiro Passivo Circulante05 Ativo Permanente Ativo Não-Circulante06 Passivo Permanente Passivo Não-Circulante07 Total do Ativo Real Total do Ativo Real08 Total do Passivo Real Total do Passivo Real09 Situação Líq. Financeira Situação Líq. Circulante10 Situação Líq. Permanente Sit. Líq. Não Circulante11 Saldo Patrimonial Patrimônio Líquido

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Utilizar esta página para responder o Exercício nº 06, pela Lei 4.320/64 TradicionalBALANÇO PATRIMONIAL - 31-12-20XX

ATIVO PASSIVOATIVO FINANCEIRO PASSIVO FINANCEIRODisponível Restos a Pagar

Restos a Pagar Liquidados 12 04Bancos c/Vinculadas Restos a Pagar Não Liquidados 06 05Realizável Serviço da Dívida a Pagar 19 14

Depósitos 02 08 15Débitos de Tesouraria 09 17

Soma do AF Soma do PFATIVO PERMANENTE PASSIVO PERMANENTEBens Móveis Dívida Fundada Interna 11 Em Títulos 20 07Bens Imóveis Por Contratos 13 18Bens de Natureza IndustrialCréditos 03 16Valores 01Diversos 10

Soma do AP Soma do PPSOMA AR (AF+AP) SOMA PR (PF+PP)

SALDO PATRIMONIAL SALDO PATRIMONIAL Passivo Real a Descoberto Ativo Real Líquido

TOTAL TOTAL

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Utilizar esta página para responder o Exercício nº 06, pela Lei 4.320/64 Moderna

BALANÇO PATRIMONIAL - 31-12-20XXATIVO PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO

1.1 ATIVO CIRCULANTE 2.1 PASSIVO CIRCULANTE1.1.1 Cx. e Equiv. de Caixa 2.1.2 Emprést. e Financ. A CP1.1.1.1 Cx. Equiv. Cx. em Moeda Nac 2.1.2.2 Empréstimos a Curto Prazo 12 09 06 171.1.2 Créditos Realizáveis a CP 2.1.2.5 Juros Enc. a Pg.de E. e F. CP1.1.2.3 Dívida Ativa Tributária 14 03 2.1.3 Forn.Ctas a Pg. a CP1.1.3 Demais Créd. e Val. Realiz a CP 2.1.3.1 Forn e Ctas a Pg Nac a CP1.1.3.3 Emprest e Financ. Concedidos 04 16 2.1.5 Demais Obrigações a Curto Pr.1.1.3.6 Dep. Restituíveis e Val. Vinc. 2.1.5.8 Valores Restituíveis 19 021.1.5 Estoques 081.1.5.6 Almoxarifado 15 10

Soma AC Soma PC1.2 ATIVO NÃO-CIRCULANTE PASSIVO NÃO-CIRCULANTE1.2.2 Investimentos 2.2.2 Empréstimos e Financiam. a LP1.2.2.1 Participações Permanentes 2.2.2.1 Empréstimos a Longo Prazo 01 071.2.3 Imobilizado 181.2.3.1 Bens Móveis 11 201.2.3.2 Bens Imóveis 13

Soma ANC Soma PNC2.3 PATRIMÔNIO LÍQUIDO2.3.1 Patrimônio Social Passivo Real a Descoberto

TOTAL TOTAL

5 CONTROLES da APROV DO PLANEJ E ORÇ 6 CONTROLES da APROV DO PLANEJ E ORÇ

5.3 Inscrição de Restos a Pagar 6.3 Execução de Restos a Pagar5.3.1 Inscr. RP Não Processados 6.3.1 Execução de RP Não Process.5.3.1.1 RP Não Proc. Inscritos 6.3.1.1 RP Não Proc. a Liquidar 05 055.3.2 Inscr. de RP Processados 6.3.2 Execução de RP Processados5.3.2.1 RP Processados Inscritos 6.3.2.1 RP Processados a Pagar 04 04

TOTAL TOTAL

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22.4 - Exercício nº 07 - Identificar Grupos e Contas, Atribuir Valores e Levantar Balanço Patrimonial

Inicialmente, utilizando o esquema de respostas à segunda página a seguir, e, de acordo com os conceitos constantes nos itens nºs 01 a 24, preencha, nas linhas cheias, com os nomes dos grupos e subgrupos do Balanço Patrimonial, conforme o Anexo 14 da Lei nº 4.320/64 clássica.

Após, considerando os itens nºs 25 a 52:a) determine o respectivo valor, quando não expresso na lacuna na página seguinte, de acordo com os critérios

definidos no art. 106 da Lei nº 4.320/64; nesta entidade, não há atualização monetária das contas;b) classifique as contas e preencha as linhas pontilhadas do Balanço, ec) calcule os valores das Situações Líquidas, Financeira e Permanente, e do Saldo Patrimonial.Após, utilize os critérios de atualização de valores e faça novo Balanço Patrimonial na versão moderna.Itens:

01. Constituem os valores positivos que integram o patrimônio do Estado.02. São os valores representativos das dívidas.03. Compreende os créditos e os valores realizáveis independentemente de autorização orçamentária e os valores numerários.04. Compreende os bens, créditos e valores, cuja mobilização ou alienação depende de autorização legislativa.05. Grupo que compreende as dívidas flutuantes, administrativas ou de tesouraria, cujo pagamento independe de autorização orçamentária.06. Compreende as dívidas fundadas, consolidadas ou de finanças que dependem de autorização legislativa para amortização ou resgate.07. Nome dado à situação líquida global ou patrimônio líquido.08. São os recursos de caixa, em dinheiro, cheques, ordens de pagamento e os depósitos à vista em instituições bancárias.09. Depósitos bancários vinculados à execução de determinados contratos e convênios.10. Créditos de curto prazo perante ordenadores de despesa por pagamentos sem cobertura de empenho ou operações de tesouraria pendentes de regularização.11. São os bens suscetíveis de movimento próprio ou de remoção por força alheia, empregados na realização da atividade administrativa.12. São os bens como o solo e tudo o que a ele for incorporado, como edifícios, construções, etc., destinados a servir de instrumento material dos serviços públicos.13. Bens utilizados para a produção ou transformação de outros bens.14. São os valores decorrentes, por exemplo, de créditos a receber, de origem fiscal ou não, de competência do exercício, e não arrecadados, ou da concessão de empréstimos de longo prazo a pessoas físicas ou jurídicas.15. São os capitais conferidos a empresas da administração indireta ou a companhias particulares, para participação acionária.16. Grupo que contém outras contas do Ativo que não se classificam em grupos anteriores.17. Débitos de funcionamento decorrentes de despesa empenhada, de competência do exercício anterior, mas não pagos.18. Despesas de amortização do principal da dívida fundada, juros e demais encargos de empréstimos empenhados no exercício anterior e não pagos.19. São os depósitos de terceiros, em dinheiro, realizados para caução para participação em concorrências, ou pelos descontos efetuados nas folhas de pessoal ou outros valores recebidos e que não pertencem à entidade.20. Principal de empréstimos para antecipação da receita orçamentária para cobertura de déficit sazonal da receita do exercício, de prazo inferior a 12 meses, com vencimento em 10 de dezembro.21. São as dívidas contratadas com prazo superior a 12 meses, para pagamento no país, que necessitam de autorização orçamentária para amortização.22. São as dívidas assumidas perante países, banqueiros estrangeiros ou organismos internacionais, de prazo superior a 12 meses, com responsabilidade de pagamento no exterior.23. Nome dado ao Saldo Patrimonial positivo.24. Nome dado ao Saldo Patrimonial negativo.

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Exercício nº 07 - continuaçãoEtapa seguinte - completar os valores, conforme art. 106 da Lei nº 4.320/64 Clássica:

(Nesta, não atualiza os valores)Contas/Operações

25 Caixa 20026 Locações de imóveis empenhadas e liquidadas 52027 Máquinas industriais compradas por R$ 200,00, mas que valem, no mercado, R$ 6.000,0028 Veículo adquirido por R$ 17.000,00, mas que vale, no mercado, R$ 11.000,0029 Saldo de débito parcelado com o INSS em 60 meses, equivalente a 10.000 UFIR, a R$ 0,9611

a unidade, vencendo R$ 2.000,00 no próximo ano.30 Saldo da conta vinculada a convênio no Banco do Brasil S.A. 70031 Móveis comprados em 1940 por R$ 200,00, mas, se vendidos hoje, valeriam R$ 5.000,0032 Caução em dinheiro recebida da Construtora X, vencedora da Concorrência nº 13 50033 Empenho a crédito de empreiteiro referente à obra não concluída 2.00034 Prédio da Secretaria da Fazenda, que vale hoje R$ 1 mi, construído em 1906 e registrado por

R$ 1,0035 Saldo de 50 Apólices da dívida lançadas no país, há 20 anos, de R$ 50,00 cada, a vencerem

em 30 de janeiro próximo36 Contrato de compra de equipamentos, empenhado e liquidado com Fornecedor F 1.20037 Empréstimo contratado com o Banco B para antecipação da receita orçamentária, de R$

11.000,00, a vencer em uma única parcela em 10 de dezembro passado.38 Saldo de Vencimentos a Pagar de dezembro findo, empenhados e não pagos 50039 Depósito à vista no BANRISUL, conforme Razão 28040 Participação acionária na Companhia de Obras do Município, de 500.000 ações ON, a R$0,01

cada41 Principal e juros da prestação do empréstimo com o BIRD, empenhados a pagar 20042 Saldo a receber de empréstimo concedido a estudantes do Município X, há 2 anos 15043 Saldo de US$ 1.000,00 do empréstimo externo contratado com o BIRD. ao prazo de 5 anos (a

taxa cambial do dólar, em 31/dez. é R$ 2,12)44 Valor do débito fiscal da Cia. Z, referente a ICMS lançado e não arrecadado no vencimento,

composto das seguintes parcelas: principal: R$ 100,00; multa: R$ 20,00; juros: R$ 5,00; e atualização monetária de R$ 5,00

45 Estoque de 200 unidades de material de consumo, que, pelo sistema FIFO, a unidade custaria R$ 1,10, mas, pelo preço médio ponderado das compras, seria R$ 1,00

46 Crédito junto ao INSS pelo pagamento do salário-família a empregados, a ser recuperado 7647 Débito de ex-Diretor, definitivamente condenado pelo TCE/RS 5048 Valor de 5 títulos da dívida ARO, a pagar, de valor nominal unitário de R$ 100,0049 1.200 ações ON, de R$ 1,00 cada, da Companhia de Tratamento e Distribuição de Água -

CTDA do Estado50 Pensões Alimentícias retidas a pagar 15051 Juros de títulos inscritos em Débitos de Tesouraria, empenhados por competência de exercício 8052 Valor da ponte sobre o Rio Guaíba (a do vão móvel) 1.000- Saldo Patrimonial ?

OBS: não há operações no Compensado

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Exercício nº 07 - continuaçãoA seguir, completar os valores conforme a Lei nº 4.320/64 Moderna:

Contas/Operações25 Caixa 20026 Locações de imóveis empenhadas e liquidadas 52027 Máquinas industriais compradas por R$ 200,00, mas que valem, no mercado, R$ 6.000,0028 Veículo adquirido por R$ 17.000,00, mas que vale, no mercado, R$ 11.000,0029 Saldo de débito parcelado com o INSS em 60 meses, equivalente a 10.000 UFIR, a R$ 0,9611

a unidade, vencendo R$ 2.000,00 no próximo ano.30 Saldo da conta vinculada a Convênio Saúde no Banco do Brasil S.A. 70031 Móveis comprados em 1940 por R$ 200,00, mas, se vendidos hoje, valeriam R$ 5.000,0032 Caução em dinheiro recebida da Construtora X, vencedora da Concorrência nº 13 50033 Empenho a crédito de empreiteiro referente à obra não concluída 2.00034 Prédio da Secretaria da Fazenda, que vale hoje R$ 1 mi, construído em 1906 e registrado por

R$ 1,0035 Saldo de 50 Apólices da dívida lançadas no país, há 20 anos, de R$ 50,00 cada, a vencerem

em 30 de janeiro próximo36 Contrato de compra de equipamentos, empenhado e liquidado, com o fornecedor F. 1.20037 Empréstimo contratado com o Banco B para antecipação da receita orçamentária, de R$

11.000,00, a vencer em uma única parcela em 10 de dezembro passado.38 Saldo de Vencimentos a Pagar de dezembro findo, empenhados e não pagos 50039 Depósito à vista no BANRISUL, conforme Razão 28040 Participação acionária na Companhia de Obras do Município, de 500.000 ações ON, a R$0,01

cada41 Principal e juros da prestação do empréstimo com o BIRD, empenhados a pagar 20042 Saldo a receber de empréstimo concedido a estudantes do Município X, há 2 anos 15043 Saldo de US$ 1.000,00 do empréstimo externo contratado com o BIRD. ao prazo de 5 anos (a

taxa cambial do dólar, em 31/dez. é R$ 2,12)44 Valor do débito fiscal da Cia. Z, referente a ICMS lançado e não arrecadado no vencimento,

composto das seguintes parcelas: principal: R$ 100,00; multa: R$ 20,00; juros: R$ 5,00; e atualização monetária de R$ 5,00

45 Estoque de 200 unidades de material de consumo, que, pelo sistema FIFO, a unidade custaria R$ 1,10, mas, pelo preço médio ponderado das compras, seria R$ 1,00

46 Crédito junto ao INSS pelo pagamento do salário-família a empregados, a ser recuperado 7647 Débito de ex-Diretor, definitivamente condenado pelo TCE/RS. 5048 Valor de 5 títulos da dívida ARO, a pagar, de valor nominal unitário de R$ 100,0049 1.200 ações ON, de R$ 1,00 cada, da Companhia de Tratamento e Distribuição de Água -

CTDA do Estado50 Pensões Alimentícias retidas a pagar 15051 Juros de títulos inscritos em Débitos de Tesouraria, empenhados por competência de exercício 8052 Valor da ponte sobre o Rio Guaíba (a do vão móvel) 1.000- Saldo Patrimonial ?

OBS: não há operações no Compensado

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Utilizar esta página para responder o Exercício n. 7, versão Clássica.BALANÇO PATRIMONIAL

31-12-20XX01 ATIVO 02 PASSIVO03 Ativo Financeiro 05 Passivo Financeiro 08 Disponível 17 Restos a Pagar 25..................................... Restos a Pagar Liquidados 39 .................................... _____ 26 ...................................... 09 Vinculado em c/c Bancária 36 ...................................... 30 .................................... 38 .---------------------------- _____ 10 Realizável Restos a Pg. Não Liquidados 46 ..................................... 33 ..................................... ______

18 Serviço da Dívida a Pagar 41 ..................................... 51 ..................................... _____ 19 Depósitos 32 ..................................... 50 ..................................... _____ 20 Débitos de Tesouraria 48 .....................................

______ 37 ..................................... _____ ______SOMA AF SOMA PF

04 Ativo Permanente 06 Passivo Permanente 11 Bens Móveis 21 Dívida Fundada Interna 28 ..................................... Em Títulos 31 ..................................... _____ 35...................................... 12 Bens Imóveis Por Contratos 34 ..................................... 29 ...................................... _____ 52 ?................................... _____ 22 Dívida Fundada Externa 13 Bens de Natureza Industrial Em Títulos 27 ..................................... .......................................... 14 Créditos Por Contratos 42 ..................................... 43 ..................................... 44 ..................................... 47 ..................................... _____ 15 Valores 40 ..................................... 49 ..................................... _____16 Diversos 45 ..................................... _______ ______

SOMA AP _______ SOMA PP ______Ativo Real Passivo Real07 Saldo Patrimonial 07______________________ 24 ......................................... _______ 23 .......................................... ______

TOTAL TOTAL

AF = AP = AR =(-) PF =__________ (-) PP =__________ (-) PR =__________= SLF = =========

= SLP = =========

= SdP = =========

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Utilizar esta página para responder o Exercício n. 7, versão Moderna.BALANÇO PATRIMONIAL

31-12-20XXATIVO PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO

1.1 ATIVO CIRCULANTE 2.1 PASSIVO CIRCULANTE1.1.1 Cx. e Equiv. de Caixa 2.1.1 Obrig. Trab., Prev. Ass. Pg CP 25 38 30 2.1.2 Empr. e Financ. a Pagar 39 291.1.2 Créditos Realizáveis a CP 48 44 37 47 411.1.3 Demais Créd. e Val. Realiz a CP 51 42 2.1.3 Forneced. e Ctas. a Pg. CP 46 261.1.5 Estoques 36 45 2.1.5 Demais Obrig. a CP

32 50

Soma AC Soma PC1.2 ATIVO NÃO-CIRCULANTE 2.2 PASSIVO NÃO CIRCULANTE

1.2.2 Investimentos 2.2.2 Empréstimos e Financiam. a LP 40 35 49 291.2.3 Imobilizado 43 28 31 27 341.2.3.2 Bens Imóveis 13

Soma ANC Soma PNC2.3 PATRIMÔNIO LÍQUIDO2.3.1 Patrimônio Social Ativo Real Líquido

TOTAL TOTAL

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22.5 - Exercício nº 08 - Classificar Contas, Levantar Balanço Patrimonial na Versão Clássica e Responder Questão de Escolha Múltipla

Utilizando o rascunho da folha seguinte e as operações arroladas abaixo, do item 01 ao 27, relativas à posição em 31 de dezembro, responda as questões que seguem.

OPERAÇÕES/CONTAS VALOR01 Prédio da Secretaria da Fazenda 5.00002 Estoque do produto X, composto de 400 unidades 40003 Crédito fiscal líquido e certo relativo ao ICMS devido pela Companhia Errepê,

lançado e não arrecadado no exercício200

04 Valor da prestação semestral, empenhada e não paga, relativa a juros do Empréstimo externo, contratado com o Banco B ao prazo de 30 anos

1.000

05 Valor do suprimento de fundos, empenhado, liquidado e pago, concedido ao Servidor X para despesas pequenas de pronto pagamento, a comprovar

1.100

06 Retenções a pagar, efetuadas na folha de pessoal de dezembro 50007 Valor da prestação mensal, empenhada e não paga, relativa à parcela do principal e

encargos do empréstimo habitacional, contratado junto à CEF ao prazo de 18 anos1.500

08 Contrapartida de Valores em Poder de Terceiros - Adiantamento a Comprovar 1.10009 Letras do Tesouro a resgatar relativas à antecipação da receita orçamentária 30010 Responsabilidade do ordenador por despesa paga sem empenho 40011 Letras Financeiras do Tesouro LFT a vencerem em três anos 10.00012 Caução em dinheiro recebida da Construtora Sólida Ltda. referente ao Contrato de

Obras nº 202.500

13 Saldo a vencer do principal do empréstimo contratado com a CEF ao prazo de 18 anos, para construção de CIEP

20.500

14 Valor da Rodovia Estadual Porto Alegre - Viamão 20.00015 Móveis e equipamentos de escritório utilizados nos serviços públicos 80016 Contrapartida de Valores de Terceiros - Credores por Cauções 90017 Equipamentos utilizados pelo Centro Industrial do Estado 1.40018 Saldos do principal a receber de empréstimos concedidos a Municípios 1.80019 Numerário disponível na Tesouraria 25020 Saldo da conta de livre movimentação no BANRISUL 4.00021 Ações subscritas e integralizadas no BANRISUL 32.00022 Empenhos liquidados a crédito de fornecedores de materiais 35023 Principal de empréstimo externo com o Banco Y com resgate final no ano 2.026 10.50024 Despesa empenhada e não liquidada a favor de Ideal, Projetos Ltda. 1.65025 Carta de fiança bancária entregue pela Ideal, Projetos Ltda. em caução para garantia

de execução de contrato - Títulos Caucionados900

26 Empréstimo contratado em setembro para resgate em 10 de dezembro do mesmo ano, junto ao Banco do Brasil S.A.

750

27 Depósito no BANRISUL que, em virtude de disposição legal, é vinculado ao cumprimento de condições contratuais

2.700

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FOLHA DE RASCUNHO PARA O EXERCÍCIO nº 08BALANÇO PATRIMONIAL

31-12-20XXATIVO PASSIVO

ATIVO FINANCEIRO PASSIVO FINANCEIRODisponível Restos a Pagar _________________________ _________________________ _________________________ ______ _________________________ ______Vinculado em c/c Bancária Serviço da Dívida a Pagar _________________________ _________________________Realizável _________________________ ______ _________________________ Depósitos

_________________________ _________________________ ______Débitos de Tesouraria _________________________

______ _________________________ ______ ______SOMA AF SOMA PF

ATIVO PERMANENTE PASSIVO PERMANENTEBens Móveis Dívida Fundada Interna _________________________ _________________________Bens Imóveis _________________________ ______ _________________________ Dívida Fundada Externa _________________________ ______ _________________________Bens de Natureza Industrial _________________________Créditos _________________________ _________________________ ______Valores _________________________Diversos _________________________ ______ ______ ______

SOMA AP ______ SOMA PP ______(soma do ativo reaL) (soma do passivo real)

SALDO PATRIMONIAL Passivo Real Descoberto ______

SOMA DO ATIVO SOMA DO PASSIVOATIVO COMPENSADO PASSIVO COMPENSADOValores em Poder de Terceiros Contrapartida de Val. Poder

Terc. _________________________ _________________________Valores de Terceiros Contrap. de Valores de Terceiros _________________________ ______ ______ _________________________ ______ ______

TOTAL GERAL TOTAL GERAL

AF = AP = AR = SLF =(-) PF = __________ (-) PP = __________ (-) PR = __________ + SLP = __________= SLF = = SLP = = SdP = = SdP =

========= ========= ========= =========

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Agora, depois de montado o balanço, faça um círculo em torno da letra que corresponde à resposta correta das contas solicitadas.

Questão nº 01: Questão nº 08:Vinculado em C/C Bancária Serviço da Dívida a Pagara - 250,00 a - 42.050,00b - 4.000,00 b - 2.500,00c - 2.700,00 c - 41.000,00d - 4.250,00 d - 2.700,00e - 6.950,00 e - 200,00

Questão nº 02: Questão nº 09:Realizável Depósitosa - 2.700,00 a - 3.000,00b - 3.100,00 b - 3.900,00c - 400,00 c - 900,00d - 800,00 d - 2.500,00e - 2.200,00 e - 500,00

Questão nº 03: Questão nº 10Bens Imóveis Cauções (Passivo Financeiro)a - 5.000,00 a - 3.000,00b - 26.400,00 b - 3.900,00c - 37.000,00 c - 900,00d - 37.400,00 d - 3.400,00e - 25.000,00 e - 2.500,00

Questão nº 04: Questão nº 11:Bens de Natureza Industrial Débitos de Tesourariaa - 6.400,00 a - 750,00b - 1.400,00 b - 950,00c - 7.200,00 c - 1.250,00d - 1.800,00 d - 8.550,00e - 2.200,00 e - 1.050,00

Questão nº 05: Questão nº 12:Dívida Ativa Dívida Fundada Interna - em Títulosa - 2.000,00 a - 10.300,00b - 42.050,00 b - 10.000,00c - 2.700,00 c - 300,00d - 200,00 d - 900,00e - 43.500,00 e - 1.200,00

Questão nº 06: Questão nº 13:Restos a Pagar - Processados Dívida Fundada Internaa - 350,00 a - 41.000,00b - 2.000,00 b - 30.500,00c - 4.500,00 c - 31.550,00d - 1.650,00 d - 31.750,00e - 4.150,00 e - 32.300,00

Questão nº 07: Questão nº 14:Restos a Pagar - não Processados Dívida Fundada Externaa - 2.000,00 a - 200,00b - 350,00 b - 10.700,00c - 2.500,00 c - 10.500,00d - 4.150,00 d - 11.500,00e - 1.650,00 e - 1.000,00

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Questão nº 15: Questão nº 21:Ativo Financeiro Situação Líquida Financeiraa - 6.950,00 a - 2.450,00b - 9.150,00 b - 2.650,00c - 10.350,00 c - 4.800,00d - 7.550,00 d - (1.000,00)e - 7.350,00 e - (1.200,00)

Questão nº 16: Questão nº 22:Passivo Financeiro Situação Líquida Permanentea - 4.500,00 a - 250,00b - 7.500,00 b - 20.600,00c - 6.050,00 c - (1.050,00)d - 8.550,00 d - 600,00e - 5.550,00 e - 400,00

Questão nº 17: Questão nº 23:Ativo Permanente Saldo Patrimoniala - 42.000,00 a - (800,00)b - 39.800,00 b - 19.400,00c - 61.600,00 c - (4.600,00)d - 41.600,00 d - (600,00)e - 41.400,00 e - 2.200,00

Questão nº 18: Questão nº 24:Passivo Permanente Passivo Compensadoa - 41.750,00 a - ZEROb - 41.000,00 b - 1.100,00c - 42.050,00 c - 5.000,00d - 43.500,00 d - 4.500,00e - 43.700,00 e - 2.000,00

Questão nº 19: Questão nº 25:Ativo Real Total Geral do Ativoa - 68.950,00 a - 51.550,00b - 47.150,00 b - 49.550,00c - 46.950,00 c - 50.750,00d - 51.950,00 d - 49.150,00e - 48.950,00 e - 71.550,00

Questão nº 20:Passivo Real

a - 49.550,00b - 46.950,00c - 51.350,00d - 51.550,00e - 49.750,00

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22.6 - Exercício nº 09 - Revisão da Teoria - Identificar Conceitos e Falso/Verdadeiro

Questão nº 01:Numere os parênteses de acordo com os enunciados:

01 - Estudo do patrimônio onde se indaga a natureza, a categoria ou a classe e a função de cada um de seus elementos integrantes.02 - Inalienabilidade, imprescritibilidade e impossibilidade de oneração, enquanto forem destinados ao uso comum do povo ou a fins administrativos especiais.03 - Terras devolutas (aquelas que pertencem ao domínio público, que não se encontram utilizadas pelo Poder Público, nem destinadas a fins administrativos específicos).04 - Ato de colaboração entre repartições públicas, onde os bens desnecessários a uma têm seu uso cedido à outra.05 - Contrato administrativo pelo qual o Poder Público atribui a utilização exclusiva de um bem de seu domínio a particular, gratuito ou não.06 - São avaliados pelo valor de aquisição, pelo custo de produção ou de fabricação.07 - Compreende as dívidas cujo pagamento independe de autorização orçamentária. 08 - Despesas empenhadas e não pagas no exercício, relativas a débitos de funcionamento.09 - Créditos líquidos e certos da fazenda pública exigíveis pelo transcurso de prazo.10 - Bens, valores, obrigações e situações que, mediata ou indiretamente, possam afetar o patrimônio.11 - Transformação de dívida flutuante em fundada.12 - Denominação do saldo patrimonial positivo.13 - Denominação do saldo patrimonial negativo.14 - Principal e juros de prestação de empréstimo de longo prazo empenhada e não paga.

A ( ) Consolidação de dívidas. H ( ) Contas do Compensado.B ( ) Bens dominicais. I ( ) Características dos bens públicosC ( ) Dívida Ativa. J ( ) Dívida Flutuante.D ( ) Patrimônio - aspecto qualitativo. L ( ) Bens móveis.E ( ) Passivo Real Descoberto. M ( ) Ativo Real Líquido.F ( ) Concessão de uso de bens públicos. N ( ) Cessão de uso de bens públicos.G ( ) Restos a Pagar. O ( ) Serviço da Dívida a Pagar.

Questão nº 02:À esquerda do número da sentença, marque com V as verdadeiras e com F as falsas.

01 - O Balanço Patrimonial do Estado, de acordo com a Lei nº 4.320/64 tradicional, compreende dois grandes grupos típicos: o Patrimônio Financeiro e o Patrimônio Permanente. Na versão moderna, Patrimônio Circulante e Patrimônio Não Circulante.02 - O Passivo Financeiro compreende as dívidas consolidadas, cujo pagamento independe de autorização orçamentária.03 - A dívida flutuante compreende os Restos a Pagar, os Serviços da Dívida a Pagar, os Depósitos e os Débitos de Tesouraria.04 - Os Restos a Pagar Liquidados são as despesas empenhadas e pagas no mesmo exercício.05 - A inscrição de créditos em Dívida Ativa é uma exclusividade das entidades de Direito Público.06 - As prestações de empréstimos a receber quando não recebidas até os respectivos vencimentos são transferidas para o grupo Dívida Ativa Não-Tributária.07 - Consolidação de dívida significa a reunião de diversas dívidas de mesmas condições numa única.08 - Uniformização de dívidas é a substituição dos títulos de um empréstimo pelos de outro.09 - Conversão de dívidas significa a transformação de dívidas flutuantes em fundada.10 - As operações de crédito de antecipação da receita podem ter a contratação autorizada na lei orçamentária anual.

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11 - As operações ARO não poderão exceder a 25% da receita total estimada para o exercício financeiro, excluída a previsão da receita de operações de crédito.12 - Os empréstimos de antecipação da receita orçamentária deverão ser obrigatoriamente liquidados até 30 dias após o encerramento do exercício em que forem tomados.13 - Os empréstimos ARO adimplentes, para fins de cálculo dos limites de endividamento da dívida fundada, são somados às dívidas de longo prazo.14 - Os contratos de leasing, apesar de não serem operações de financiamento, são computados como operações de crédito, para fins de cálculo dos limites de endividamento.15 - Os contratos da dívida fundada externa não são considerados nos cálculos dos limites de endividamento estabelecidos pelo Senado Federal e na Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF.16 - Os pagamentos de despesas da entidade que não foram previamente empenhadas nem liquidadas são lançadas a débito do ordenador em Responsáveis, do Realizável.17 - Os materiais do Almoxarifado são registrados pelo preço da última compra.18 - Os equipamentos cedidos a terceiros são registrados em Valores de Terceiros, no Compensado.19 - O aval concedido pelo Tesouro a empréstimos contraídos por empresas estatais não necessita de autorização legislativa.20 - Na Administração Direta, os valores retidos nos pagamentos dos vencimentos de funcionários, exceto o IRRF ou estornos de despesas indevidas, são registrados em Depósitos.Questão nº 03:

Agora, ao terminar o estudo do patrimônio público, em que se sabe suas características, marque com S, se sim, e com N, se não, quanto à ocorrência dos fenômenos e aos aspectos que diferenciam os Balanços Patrimoniais de entidades regidas pela Lei 4.320/64 e pela Lei 6.404/76. Nos casos negativos, explique porque.

ITENS 6404/76 4320/641 - Origem x Aplicação dos Recursos: Observância da relação Passivo (CP e CT) x Ativo, como origens e aplicações do recursos.2 - Tempo: Segregação das contas, quanto ao prazo de menor ou maior do que um ano da data do Balanço, como o Circulante e o de Longo Prazo e o Patrimônio Financeiro e o Patrimônio Permanente.3 - Garantias: O Ativo pode ser dado em garantia de dívidas.4 - Depreciação: Realização gradativa do permanente.5 - Atualização do Patrimônio: para o valor presente.6 - Liquidez para o Ativo e exigibilidade para o Passivo: apresentação das contas no Balanço Patrimonial.7 - Utilização das contas de compensação para registrar as operações que poderão modificar alguma conta patrimonial.8 - Diferença entre Ativo e Passivo: detalhamento das integralizações e reservas. Nome da diferença entre Ativo e Passivo.

Questão nº 04: Considere as seguintes afirmativas, relacionadas com os Bens Públicos:

I - Os bens de uso comum do povo, ainda que resultantes de obras realizadas pelo poder público, como as praças, por exemplo, não constam do Ativo Permanente da pessoa jurídica a que pertençam (municípios, por exemplo), ou seja, não são contabilmente imobilizados;

II - Os edifícios ou terrenos pertencentes à administração pública federal, estadual, ou municipal, ou a suas autarquias, utilizados pelos respectivos entes públicos na prestação do serviço público, classificam-se como bens de uso especial;

Quais estão corretas?

A - Apenas a I;B - Apenas a II;C - Apenas a I e a II;D - Apenas a I e a III;E - Apenas a II e a III.

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III - Os bens públicos de uso comum do povo e os dominicais são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar.Questão nº 05: Os elementos negativos do patrimônio contábil das entidades regidas pela Lei 4.320/64 resultantes de operações que refletem apenas no Patrimônio Financeiro são classificados como Dívida Flutuante. Em apenas uma das alternativas a seguir todos os títulos são representativos de contas que se agrupam como Dívida Flutuante:A - Débitos de Tesouraria, Depósitos e Dívida Fundada Externa por Contrato;B - Serviços da Dívida a Pagar, Depósitos e Débitos de Tesouraria;C - Restos a Pagar, Dívida Fundada Interna em Títulos e Débitos de Tesouraria;D - Dívida Ativa, Serviços da Dívida a Pagar e Restos a Pagar;E - Dívida Fundada Interna por Contratos, Restos a Pagar e Depósitos.

Questão nº 09: O valor do Ativo Financeiro é:

A - 960.000,00;B - 220.000,00;C - 1.800.000,00;D - 740.000,00;E - 1.490.000,00.

Questão nº 10: Os totais do Ativo Permanente e do Passivo Permanente são, respectivamente, de R$:A - 960.000,00 e 1.400.000,00;B - 2.650.000,00 e 1.960.000,00;C - 3.710.000,00 e 3.360.000,00;D - 2.650.000,00 e 1.400.000,00;E - 960.000,00 e 1.960.000,00.

Questão nº 06: O que resulta do Ativo Real inferior ao Passivo Real da mesma entidade, denomina-se:

A - Patrimônio Líquido Positivo;B - Passivo Líquido Negativo;C - Ativo Real Líquido;D - Passivo Real Descoberto;E - Ativo Real Negativo.

Questão nº 11: Os valores da Situação Líquida Financeira e da Situação Líquida Permanente são, respectivamente, de R$:

A - (10.000,00) e (1.120.000,00);B - 690.000,00 e (440.000,00;C - 250.000,00 e 690.000,00D - (440.000,00) e 690.000,00E - (130.000,00) e (110.000,00)

Considerando que o Balanço Patrimonial de determinado entidade pública seja apresentado com as contas e respectivos saldos a seguir, responda às questões de nº 07 a 12:

ATIVO COMPENSADO R$ 2.540.000,00BENS IMÓVEIS R$ 1.280.000,00BENS MÓVEIS R$ 530.000,00DEPÓSITOS R$ 530.000,00DISPONÍVEL R$ 220.000,00DÍVIDA ATIVA R$ 840.000,00DÍVIDA FUNDADA R$ 1.960.000,00PASSIVO COMPENSADO R$ 2.540.000,00REALIZÁVEL R$ 740.000,00RESTOS A PAGAR R$ 870.000,00

Questão nº 12: O valor de Créditos do Ativo Permanente é:A - Zero;B - 740.000.00C - 1.580.000,00;D - 530.000,00;E - 840.000,00.Questão nº 13: No tocante à avaliação dos elementos patrimoniais das entidades estatais, segundo a legislação vigente, está correto afirmar que:

I - os bens móveis e imóveis escriturados no Ativo Permanente da entidade podem ser reavaliados.

II - os bens de almoxarifado podem ser avaliados pelo método UEPS (último a entrar, primeiro a sair), pelo PEPS (primeiro a entrar, primeiro a sair), ou pelo preço médio ponderado das compras.

III - os débitos e créditos, bem como os títulos de renda, devem ser avaliados pelo seu valor nominal, feita a conversão, quando em moeda estrangeira, à taxa de câmbio vigente na data do balanço.Quais estão corretas?

A - Apenas a I;B - Apenas a II;C - Apenas a I e a II;D - Apenas a I e a III;E - Apenas a II e a III.

Questão nº 07: O valor do Ativo Real é:

A - maior que R$ 4.000.000,00;B - menor que o do Passivo Real;C - maior que o do Passivo Permanente;D - menor que R$ 3.500.000,00;E - maior que o do Passivo Total.Questão nº 08: O Saldo Patrimonial (Patrimônio Líquido) é:A - um Passivo Real Descoberto maior que R$ 700.000,00;B - um Passivo Real Descoberto menor que R$ 700.000,00;C - nulo (igual a zero);D - um Ativo Real Líquido menor que R$ 700.000,00;

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E - um Ativo Real Líquido maior que R$ 700.000,00.Questão nº 14: No que se refere a Restos a Pagar, está correto afirmar que

I - eles representam as despesas legalmente empenhadas e não pagas até 31 de dezembro do ano do respectivo empenho, independentemente de estarem ou não liquidadas.

II - eles estão proibidos a partir da edição da Lei de Responsabilidade Fiscal. III - o seu registro deve ser feito por credores, distinguindo-se as despesas processadas das não-processadas.

Estão corretas as seguintes afirmativas:A - Apenas a I;B - Apenas a II;C - Apenas a III;D - Apenas a I e a II;E - Apenas a I e a III.

Disponível R$ 12.300,00Dívida Fundada Interna R$ 562.000,00Passivo Compensado R$ 78.000,00Realizável R$ 3.200,00Restos a Pagar R$ 21.000,00

Questão nº 17: O saldo patrimonial corresponde a um:A - ativo real líquido de R$ 7.000,00;B - ativo real líquido de R$ 28.000,00;C - passivo real descoberto de R$ 59.400,00;D - passivo real descoberto de R$ 71.000,00;E - passivo real descoberto de R$ 137.400,00.

Questão nº 15: Em relação ao regime de adiantamento, está correto afirmar que:I - se trata de uma forma excepcional de realização do gasto público e somente aplicável aos casos de despesas expressamente definidos em lei.II - é aplicável a todas as despesas da área social constantes na lei de orçamento anual.III - o empenho da respectiva despesa deve ser emitido no exato momento da prestação de contas do valor adiantado ao servidor.Estão corretas as seguintes afirmativas:A - Apenas a I;B - Apenas a II;C - Apenas a III;D - Apenas a I e a II;E - Apenas a I e a III.

Questão nº 18: O valor da dívida flutuante é igual a R$:A - 21.000,00;B - 123.000,00;C - 156.200,00;D - 562.000,00;E - 640.000,00.Para responder às questões de 19 e 20, considere que na contabilidade de determinada fundação pública constam os seguintes saldos:Disponível R$ 200.000,00Bens Móveis R$ 1.000.000,00Cauções R$ 100.000,00Dívida Fundada R$ 800.000,00Realizável R$ 100.000,00Restos a Pagar R$ 300.000,00

Questão nº 16: Para realizar despesas que não possam se subordinar ao processo normal de aplicação dos recursos, as entidades do Rio Grande do Sul adotam o regime de adiantamento, situação em que o numerário é entregue a determinado servidor, que fica responsável pela aplicação e respectiva prestação de contas. A legislação prevê que o adiantamento pode ser feito mesmo que o servidor:A - não ocupe cargo de chefia.B - seja responsável por dois adiantamentos.C - esteja por afastar-se do serviço dentro do prazo de comprovação do adiantamento.D - esteja respondendo a processo administrativo.E - tenha adiantamento sob sua responsabilidade, contendo parecer com ressalva.

Questão nº 19: A dívida flutuante e o ativo financeiro da entidade são, respectivamente, de R$:A - 300.000,00 e 200.000,00;B - 400.000,00 e 300.000,00;C - 1.100.000,00 e 200.000,00;D - 400.000,00 e 200.000,00;E - 1.100.000,00 e 300.000,00.Questão nº 20: A dívida de longo prazo e o saldo patrimonial são, respectivamente, de R$:A - 800.000,00 e passivo real descoberto. B - 900.000,00 e passivo real descoberto.C - 1.000.000,00 e ativo real líquido.D - 900.000,00 e ativo real líquido.E - 800.000,00 e ativo real líquido.

Para responder as questões 17 e 18, considere os grupos de contas a seguir:

Bens Imóveis R$ 564.300,00Bens Móveis R$ 45.000,00Créditos R$ 34.000,00Débitos de Tesouraria R$ 102.000,00Depósitos R$ 33.200,00

Questão nº 21: As despesas que forem empenhadas durante o exercício financeiro e não forem pagas até 31 de dezembro, caso os respectivos empenhos não sejam estornados, devem ser registradas em conta de débito da entidade, distinguindo-se as despesas processadas das não processadas. Segundo a legislação essa é a conta de:A - Depósitos de Terceiros.B - Dívida Ativa.C - Dívida Flutuante. D - Restos a Pagar.

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Questão nº 22:Os bens que constituem o patrimônio da União, dos Estados ou dos Municípios, como objeto de direito pessoal ou real dos respectivos entes são os:A - de uso comum do povo;B - de uso especial;C - dominicais;D - de uso direto pela coletividade;E - inalienáveis e impenhoráveis.

Questão nº 25:As despesas legalmente empenhadas e não pagas até 31 de dezembro são registradas por exercício e por credor, distinguindo-se as processadas das não processadas, sob o título de:A - Despesas Liquidadas;B - Dívida Ativa;C - Dívida Consolidada;D - Dívida Fundada;E - Restos a Pagar.

Questão nº 23:Determinada fundação pública do Estado dispõe de dois veículos, que utiliza em suas atividades cotidianas. Um automóvel de passeio adquirido com recursos próprios e uma camioneta, cedida sob regime de comodato (cessão de uso) pela Secretaria a que a entidade está vinculada. De acordo com a legislação vigente, a contabilidade deve registrar o valor do automóvel:A - no Ativo Permanente e o da camioneta no Ativo Compensado e no Passivo Compensado.B - e da camioneta no Ativo Permanente.C - no Ativo Permanente e da camioneta apenas no Ativo Compensado.D - e da camioneta no Ativo Permanente e no Ativo Compensado.E - no Ativo Permanente e da camioneta apenas no Passivo Compensado.

Questão nº 26:No que se refere ao empenho da despesa, a legislação vigente estabelece, entre outras disposições, que:I - a emissão da nota de empenho cria automaticamente para o Estado obrigação de pagamento;II - o empenho deve ser sempre prévio, ou seja, antes da realização da despesa;III - no caso de despesa cujo montante não se possa determinar, o empenho pode ser feito por estimativa.Das afirmativas acima, completa(m) corretamente o enunciado.A - Apenas a I;B - Apenas a II;C - Apenas a III;D - Apenas a I e a II;E - Apenas a II e a III.

Questão nº 24:Certa fundação pública consome, mensalmente e nos doze meses do ano, 500 unidades de determinado material didático, as quais são requisitadas ao Almoxarifado da entidade no último dia útil de cada mês. No início de janeiro do ano anterior, havia no almoxarifado 1.500 unidades do referido material, avaliadas em R$ 12,00 cada, ou seja, um estoque de R$ 18.000,00 remanescentes do exercício anterior. No dia dois de fevereiro do ano anterior foram adquiridas 3.000 unidades, pelo preço unitário de R$ 16,00 cada. E no dia três de maio do mesmo ano foram adquiridas 5.000 unidades, pelo preço unitário de R$ 15,00. Em dezembro desse mesmo ano, o preço de mercado do referido material era de R$ 14,00 a unidade. Considerando que o Contador da entidade observou a legislação que rege a matéria, ao encerrar o exercício financeiro anterior, o estoque do referido material didático que havia na conta do almoxarifado era de R$:

A - 42.000,00;B - 45.500,00;C - 49.000,00;D - 52.500,00;E - 56.000,00.

Questão nº 27:Uma entidade pública apresentava em seu Balanço Patrimonial no final do exercício financeiro anterior o Ativo Financeiro no valor de R$ 1.000,00 e o Passivo Financeiro, de R$ 1.500,00. Durante o exercício, recebeu uma caução em dinheiro de R$ 100,00 e uma caução em título (carta de fiança bancária) de R$ 50,00 e pagou um fornecedor inscrito em Restos a Pagar Processados, no valor de R$ 80,00. O valor da Situação Líquida Financeira neste final de exercício é de:

A - (430,00);B - (480,00);C - (500,00);D - (450,00);E - (580,00).

Questão nº 28:O Contador do Município M está a revisar o plano de contas para incluir contas que registrarão avais dados a terceiros e bens cedidos por terceiros para uso do Município. Essas novas contas deverão ser criadas nos seguintes grupos do plano de contas:A - Passivo Financeiro e Ativo Financeiro; B - Compensação; C - Bens Móveis e Depósitos; D - Dívida Fundada Interna e Ativo Permanente; E - Passivo Permanente e Ativo Permanente.

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26.7 - Respostas dos Exercícios sobre o Patrimônio Público

Exercício nº 04:Esquema para resposta do Exercício nº 04 na versão Clássica PROFESSOR

BALANÇO PATRIMONIALEm 31-12-XX

ATIVO PASSIVO01 Ativo Financeiro 02 Passivo Financeiro

06 Disponível 09 Restos a Pagar36 Caixa 24 Vencimentos

07 Vinculado em C/C Bancária 30 Fornecedores25 BB c/Vinculada Convênio 36 INSS

08 Realizável........26 INSS c/ Salário Família

10 Serviço da Dívida a Pagar 32 Banrisul c/Serv. Dívida a Pagar11 Depósitos

31 Cauções12 Débitos de Tesouraria

23 Banrisul c/Empréstimo. ARO38 LFT/ARO

03 Ativo Permanente 04 Passivo Permanente13 Bens Móveis 19 Dívida Fundada Interna

21 Móveis e Utensílios 27 LFT14 Bens Imóveis 20 Dívida Fundada Externa

39 BIRD c/ Empréstimo30 Prédios

15 Bens de Natureza Industrial28 Máquinas e Ferramentas Industriais

16 Créditos22 Devedores por Empréstimos33 Dívida Ativa Tributária

17 Valores34 Corsan c/ Participações Acionárias

18 Diversos37 Almoxarifado

05 Saldo Patrimonial 05 Saldo Patrimonial41 Passivo Real a Descoberto 40 Ativo Real Líquido

OBS.: Não há conta no Compensado.

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Exercício 04 de acordo com a Lei 4.320/64 Moderna - PROFESSOR

BALANÇO PATRIMONIAL - 31-12-20XXATIVO PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO

1.1 Ativo Circulante 2.1 Passivo Circulante1.1.1 Caixa e Equivalentes de Caixa 2.1.1 Obrig. Trab., Prev. e Assist. a PG a CP 36 Caixa 24 Vencimentos 25 BB c/ Vinculada a Convênio 36 INSS1.1.2 Créditos Realizáveis a Curto Prazo 2.1.2 Empréstimos e Financiamentos a CP 33 Dívida Ativa Tributária 27 LFT1.1.3 Demais créditos e Valores a C. Prazo 43 BIRD c/ Empréstimo 26 INSS c/ Salário Família 23 Banrisul, c/ Empr. ARO 22 Devedores por Empréstimos 38 LFT/ARO1.1.5 Estoques 32 Banrisul, c/ Serviço da Dívida a Pg. 37 Almoxarifado 2.1.3 Fornecedores e Contas a Pg. a CP

30 Fornecedores 2.1.5 Diversas Obrigações a Curto Prazo 31 Cauções

1.2 Ativo Não Circulante 2.2 Passivo Não Circulante1.2.2 Investimentos 2.2.2 Empréstimos e Financiamentos a LP 34 Corsan, c/ Participações Acionárias 27 LFT1.2.3 Imobilizado 43 BIRD, c/ Empréstimo 21 Móveis e Utensílios 30 Prédios

2.3 PATRIMÔNIO LÍQUIDO2.3.1 Patrimônio Social e Capital Social Ativo Real Líquido ( + ) Passivo Real a Descoberto ( - )

TOTAL TOTAL

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Exercício nº 05:Resposta do Exercício nº 5 na versão Clássica - PROFESSOR

BALANÇO PATRIMONIALEm 31-12-20XX

ATIVO PASSIVOATIVO FINANCEIRO PASSIVO FINANCEIRODisponível Restos a Pagar 01 Caixa 210 Restos a Pagar Liquidados Bancos e Correspondentes 15 Vencimentos 1.000 10 Banco do Brasil c/ Disposição 570 19 INSS c/ Contribuições 50 Exatores Restos a Pagar Não LiquidadosVinculado em c/ Bancária Serviço da Dívida a Pagar 11 Banrisul c/ Convênio Escolas 460 13 BNDES c/ Serviço da Dívida a Pagar 200Realizável 29 Bco. B c/ Serviço da Dívida a Pagar 20

Depósitos 16 Cauções 250 20 INSS c/ Retenções 12Débitos de Tesouraria 06 LFT/ARO 1.200 14 Banco B c/ Empréstimo ARO 400

AF SOMA 1.240 PF SOMA 3.132ATIVO PERMANENTE PASSIVO PERMANENTEBens Móveis Dívida Fundada Interna 05 Veículos 1.000 Em TítulosBens Imóveis 07 LFT 2.400 04 Prédios 6.000 Por Contratos............................................................ 21 CEF c/ empréstimo Saneamento 6.000Bens de Natureza Industrial Dívida Fundada Externa 02 Máquinas e Equipamentos Industriais 700 Em Títulos Créditos 08 Apólices da Divida Externa 300 22 Bolsas de Estudos Reembolsáveis 50 Por Contratos Dívida Ativa Tributária 31 Banco Mundial 2.000 03 Contribuintes IPTU Dívida Ativa 190 Diversos 12 Responsável Condenado pelo TCE 10Valores 09 Corsan c/ Participações Acionárias 500Diversos 23 Almoxarifado 100

AP SOMA 8.550 PP SOMA 10.700(SOMA ATIVO REAL) 9.790 (SOMA PASSIVO REAL) 13.832Saldo Patrimonial Passivo Real a Descoberto 4.042

SOMA DO ATIVO 13.832 SOMA DO PASSIVO 13.832Ativo Compensado Passivo CompensadoValores em Poder de Terceiros Contrapartida de Valores em Poder de Terceiros 24 Responsáveis por Adiantamento 10 32 Adiantamentos a Comprovar 10 Valores de Terceiros Contrapartida de Valores de Terceiros 17 Bens de Terceiros 5 18 Credores por Bens Cedidos 5Valores Nominais Emitidos Contrapartida de Valores Nominais Emitidos 15 Caixa de LFT 15 26 LFT a Emitir 15 Diversos Contrapartida de Diversos 27 Avais Concedidos 500 28 Credores por Avais 500

AC SOMA 530 PC SOMA 530TOTAL GERAL 14.362 TOTAL GERAL 14.362

OBS: os valores da Soma do Ativo Real e da Soma do Passivo Real não são contas, mas devem ser calculadas para apurar o valor do Saldo Patrimonial.

AF = 1.240 AP = 8.550 SLF = (1.892) AR = 9.790(-) PF = 3.132 (-) PP = 10.700 + SLP = (2.150) (-) PR = 13.832= SLF = (1.892) = SLP = (2.150) = SLG = (4.042) = Sd. Patr. = (4.042)

SLF = (AF - PF) = (1.240 - 3.177) = (1.937);SLP = AP - PP = (12.550 - 10.700) = 1.850;SLG = (SLF + SLP) = [(1.937) + 1.850] = (87) OU SLG = AR - PR = 13.790 - 13.877 = (87) = Saldo Patrimonial.

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Resposta do Exercício nº 5 na versão Moderna - PROFESSORBALANÇO PATRIMONIAL

Em 31-12-20XX

ATIVO PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO1.1 ATIVO CIRCULANTE 2.1 PASSIVO CIRCULANTE1.1.1 Caixa e Equivalentes de Caixa 2.1.1 Obrig. Trab., Previd. e Assist. a Pg. a CP 01 Caixa 210 2.1.1.1 Pessoal 10 BB c/ Disposição 570 15 Vencimentos 1.000 11 Banrisul c/ Convênio Escola 460 2.1.1.4 Encargos Sociais a Pagar1.1.2 Créditos Realizáveis a Curto Prazo 19 INSS c/ Contribuições 501.1.2.3 Dívida Ativa Tributária 2.1.2 Empréstimos e Financiamentos a Curto P. 03 Contribuintes, c/IPTU Dívida Ativa 190 2.1.2.1 Parcela a CP dos Empréstimos e Financ.1.1.2.4 Dívida Ativa Não Tributária 07 LFT 2.400 12 Responsáveis Condenados TCE 10 2.1.2.2 Empréstimos a Curto Prazo1.1.3 Demais Créditos e Val. Realizáveis a CP 06 LFT/ARO 1.2001.1.3.1 Adiantam. Concedidos a Pessoal e Terc. 14 BB c/ ARO 400 24 Responsáveis por Adiantamentos 10 2.1.2.5 Juros e Enc. a Pg. de Empr. e Financ. CP1.1.3.3 Empréstimos e Financ. Concedidos 13 BNDES c/ Serviço da Dívida a Pagar 200 22 Bolsas de Estudo Reembolsáveis 50 29 Bco. B c/ Serv. da Dívida ARO 201.1.5 Estoques 2.1.5 Demais Obrigações a Curto Prazo1.1.5.6 Almoxarifado 16 Caução 250 23 Almoxarifado 100 2.1.5.8 Valores Restituíveis

20 INSS c/ Retenções 12Soma Ativo Circulante 1.600 Soma Passivo Circulante 5.532

1.2ATIVO NÃO CIRCULANTE 2.2 PASSIVO NÃO CIRCULANTE1.2.2 Investimentos 2.2.2 Empréstimos e Financ. a Longo Prazo1.2.2.1 Participações Permanentes 2.2.2.1 Empréstimos a Longo Prazo 09 Corsan, c/ Participações Acionárias 500 21 CEF c/ Empréstimo Saneamento 6.0001.2.3 Imobilizado 08 Apólices da Dívida Externa 3001.2.3.1 Bens Móveis 31 Banco Mundial c/ Empréstimo 2.000 05 Veículos 1.000 02 Máquinas e Equipamentos 7001.2.3.2 Bens Imóveis 04 Prédios 6.000

Soma do Ativo Não Circulante 8.200 Soma do Passivo Não Circulante 8.300Soma do Ativo 9.800 Soma do Passivo 13.832

2.3 PATRIMÔNIO LÍQUIDO2.3.1 Patrimônio Social Passivo Real a Descoberto (4.032)

TOTAL 9.800 TOTAL 9.800

7 CONTROLES DEVEDORES 8 CONTROLES CREDORES7.1.1 Atos Potenciais Ativos 8.1.1 Execução de Atos Potenciais Ativos7.1.1.9 Outros Atos Potenciais Passivos 8.1.1.9 Execução de Outros Atos Potenc. Ativos 17 Bens de Terceiros 5 18 Credores por Bens Cedidos 57.1.2 Atos Potenciais Passivos 8.1.2 Execução de Atos Passivos7.1.2.1 Garantias e Contragarantias Concedidas 8.1.2.1 Execução de Gar. e Contrag. Concedidas 27 Avais Concedidos 500 28 Credores por Avais 5007.1.2.9 Outros Atos Potenciais Passivos 8.1.2.9 Execuc. de Outros Atos Pot. Passivos 25 Caixa de LFT 15 26 LFT a Emitir 15

TOTAL 520 TOTAL 520

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Exercício nº 06:

22.3 - Exercício nº 06 - Classificar Contas e Levantar Balanço Patrimonial PROFESSOR

Com os dados a seguir, relativos ao Município M em 31 de dezembro, calcule os valores das questões solicitadas, utilizando as páginas seguintes como rascunho:Nº Conta ou Operação R$01 Ações integralizadas da Companhia Municipal X. 80002 Caução em dinheiro de empreiteiro na Concorrência nº 1. 25003 Crédito do IPTU lançado e não arrecadado no exercício. 16004 Despesas com fornecedor de mercadorias recebidas, empenhadas e não pagas. 60005 Despesas com empreiteiro, de obra não concluída, empenhadas e não pagas. 35006 Depósito no Banco do Brasil S.A. vinculado ao convênio com o Ministério Y. 30007 Dívida com Letras Financeiras do Tesouro Municipal a vencer em 5 anos. 1.60008 INSS, descontado de folha de pessoal, a pagar. 25009 Letras Financeiras do Tesouro, de antecipação da receita orçamentária, a pagar. 1.20010 Material de consumo depositado no Almoxarifado Central. 89611 Móveis e equipamentos de escritório do Município. 1.20012 Dinheiro em Caixa. 15013 Prédios do Município. 1514 Prestação do empréstimo junto ao BNDES empenhada a pagar. 19015 Pensão Alimentícia a pagar, descontada de servidor. 20016 Saldo a receber de empréstimos concedidos a estudantes do Município. 15017 Saldo do principal de empréstimo contratado com o Banco B para antecipação da

receita orçamentária a pagar.300

18 Saldo do principal de empréstimo junto ao BNDES a vencer em 12 anos, não empenhado.

950

19 Salário-família pago a servidor celetistas, a ser reembolsado pelo INSS (não é abono-família).

2

20 Veículos do Município. 1.00021 Saldo Patrimonial. 1.217

QuestãoNº

Soma dos Grupos de Contas Integrais do Balanço Patrimonial segundo a Lei nº 4.320/64

Tradicional ModernaR$ R$

01 Dívida Ativa Divida Ativa 160 16002 Restos a Pagar (DÍVIDA) Restos a Pagar 950 60003 Ativo Financeiro Ativo Circulante 452 1.65804 Passivo Financeiro Passivo Circulante 3.340 2.99005 Ativo Permanente Ativo Não-Circulante 4.221 3.01506 Passivo Permanente Passivo Não-Circulante 2.550 2.55007 Total do Ativo Real Total do Ativo Real 4.673 4.67308 Total do Passivo Real Total do Passivo Real 5.890 5.54009 Situação Líq. Financeira Situação Líq. Circulante (2.888) (1.332)10 Situação Líq. Permanente Sit. Líq. Não Circulante 1.671 46511 Saldo Patrimonial Patrimônio Líquido (1.217} (867)

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Resposta do Exercício nº 06, pela Lei 4.320/64 Tradicional PROFESSORBALANÇO PATRIMONIAL - 31-12-20XX

ATIVO PASSIVOATIVO FINANCEIRO PASSIVO FINANCEIRODisponível Restos a Pagar 12 Caixa 150 Restos a Pagar LiquidadosBancos C/ Vinculadas 04 Fornecedores 600 06 BB c/ Convênio 300 Restos a Pagar Não LiquidadosRealizável 05 Empreiteiros 350.....19 INSS c/ Salário Família 2 Serviço da Dívida a Pagar

14BNDES c/ Serv. Dív. a Pagar 190Depósitos 02 Caução 250 08 INSS c/ Retenções 250 15 Pensões Alimentícias 200Débitos de Tesouraria 09 LFT/ARO 1.200 17 Bco. B c/ ARO 300

Soma do AF 452 Soma do PF 3.340ATIVO PERMANENTE PASSIVO PERMANENTEBens Móveis Dívida Fundada Interna 11 Móveis e Utensílios 1.200 Em Títulos 20 Veículos 1.000 07 LFT 1.600Bens Imóveis Por Contratos 13 Prédios 15 18 BNDES c/ Empréstimo a Pg. 950Bens de Natureza IndustrialCréditos 03 Dívida Ativa Tributária 160 16 Crédito Educativo 150Valores 01 Cia. Munic. X c/ Partic. Acion. 800Diversos 10 Almoxarifado 896

Soma do AP 4.221 Soma do PP 2.550SOMA AR (AF+AP) 4.673 SOMA PR (PF+PP) 5.890

SALDO PATRIMONIAL SALDO PATRIMONIAL Passivo Real a Descoberto 1.217 Ativo Real Líquido

TOTAL 5.890 TOTAL 5.890

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Resposta do Exercício nº 06, pela Lei 4.320/64 Moderna - PROFESSOR

BALANÇO PATRIMONIAL - 31-12-20XXATIVO PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO

1.1 ATIVO CIRCULANTE 2.1 PASSIVO CIRCULANTE1.1.1 Cx. e Equiv. de Caixa 2.1.2 Emprést. e Financ. A CP1.1.1.1 Cx. Equiv. Cx. em Moeda Nac 2.1.2.2 Empréstimos a Curto Prazo 12 Caixa 150 09 LFT/ARO 1.200 06 BB c/ Convênio 300 17 Bco. B c/ ARO 3001.1.2 Créditos Realizáveis a CP 2.1.2.5 Juros Enc. a Pg.de E. e F. CP1.1.2.3 Dívida Ativa Tributária 14 BNDES c/ Serv.Dív.a Pagar 190 03 Dívida Ativa Tributária 160 2.1.3 Forn.Ctas a Pg. a CP1.1.3 Demais Créd. e Val. Realiz a CP 2.1.3.1 Forn e Ctas a Pg Nac a CP1.1.3.3 Emprest e Financ. Concedidos 04 Fornecedores 600 16 Crédito Educativo 150 2.1.5 Demais Obrigações a Curto Pr.1.1.3.6 Dep. Restituíveis e Val. Vinc. 2.1.5.8 Valores Restituíveis 19 INSS c/ Salário-família 2 02 Cauções 2501.1.5 Estoques 08 INSS c/ Retenções 2501.1.5.6 Almoxarifado 15 Pensão Alimentícia 200 10 Almoxarifado 896

Soma AC 1.658 Soma PC 2.9901.2 ATIVO NÃO-CIRCULANTE PASSIVO NÃO-CIRCULANTE1.2.2 Investimentos 2.2.2 Empréstimos e Financiam. a LP1.2.2.1 Participações Permanentes 2.2.2.1 Empréstimos a Longo Prazo 01 Cia Munic. de Água c/Part. Ac. 800 07 LFT 1.6001.2.3 Imobilizado 18BNDES c/ Emprestimo 9501.2.3.1 Bens Móveis 11 Móveis e Equipamentos 1.200 20 Veículos 1.0001.2.3.2 Bens Imóveis 13 Prédios 15

Soma ANC 3.015 Soma PNC 2.550Soma 4.673 Soma 5.540

2.3 PATRIMÔNIO LÍQUIDO2.3.1 Patrimônio Social Passivo Real a Descoberto (867)

TOTAL 4.673 TOTAL 4.673

5 CONTROLES da APROV DO PLANEJ E ORÇ 6 CONTROLES da APROV DO PLANEJ E ORÇ

5.3 Inscrição de Restos a Pagar 6.3 Execução de Restos a Pagar5.3.1 Inscr. RP Não Processados 6.3.1 Execução de RP Não Process.5.3.1.1 RP Não Proc. Inscritos 6.3.1.1 RP Não Proc. a Liquidar 05 Empreiteiros Inscritos 350 05 Empreiteiros a Liquidar 3505.3.2 Inscr. de RP Processados 6.3.2 Execução de RP Processados5.3.2.1 RP Processados Inscritos 6.3.2.1 RP Processados a Pagar 04 Fornecedores Inscritos 600 04 Fornecedores a Pagar 600

TOTAL 950 TOTAL 950

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Exercício nº 07:

Resposta do Exercício nº 07 - continuação - PROFESSOREtapa seguinte - completar os valores, conforme art. 106 da Lei nº 4.320/64 Clássica:

(Nesta, não atualiza os valores)Contas/Operações

25 Caixa 20026 Locações de imóveis empenhadas e liquidadas 52027 Máquinas industriais compradas por R$ 200,00, mas que valem, no mercado, R$ 6.000,00 20028 Veículo adquirido por R$ 17.000,00, mas que vale, no mercado, R$ 11.000,00 17.00029 Saldo de débito parcelado com o INSS em 60 meses, equivalente a 10.000 UFIR, a R$ 0,9611

a unidade, vencendo R$ 2.000,00 no próximo ano.9.611

30 Saldo da conta vinculada a convênio no Banco do Brasil S.A. 70031 Móveis comprados em 1940 por R$ 200,00, mas, se vendidos hoje, valeriam R$ 5.000,00 20032 Caução em dinheiro recebida da Construtora X, vencedora da Concorrência nº 13 50033 Empenho a crédito de empreiteiro referente à obra não concluída 2.00034 Prédio da Secretaria da Fazenda, que vale hoje R$ 1 mi, construído em 1906 e registrado por

R$ 1,001

35 Saldo de 50 Apólices da dívida lançadas no país, há 20 anos, de R$ 50,00 cada, a vencerem em 30 de janeiro próximo

2.500

36 Contrato de compra de equipamentos, empenhado e liquidado com Fornecedor F 1.20037 Empréstimo contratado com o Banco B para antecipação da receita orçamentária, de R$

11.000,00, a vencer em uma única parcela em 10 de dezembro passado.11.000

38 Saldo de Vencimentos a Pagar de dezembro findo, empenhados e não pagos 50039 Depósito à vista no BANRISUL, conforme Razão 28040 Participação acionária na Companhia de Obras do Município, de 500.000 ações ON, a R$0,01

cada5.000

41 Principal e juros da prestação do empréstimo com o BIRD, empenhados a pagar 20042 Saldo a receber de empréstimo concedido a estudantes do Município X, há 2 anos 15043 Saldo de US$ 1.000,00 do empréstimo externo contratado com o BIRD. ao prazo de 5 anos (a

taxa cambial do dólar, em 31/dez. é R$ 2,12)2.120

44 Valor do débito fiscal da Cia. Z, referente a ICMS lançado e não arrecadado no vencimento, composto das seguintes parcelas: principal: R$ 100,00; multa: R$ 20,00; juros: R$ 5,00; e atualização monetária de R$ 5,00

130

45 Estoque de 200 unidades de material de consumo, que, pelo sistema FIFO, a unidade custaria R$ 1,10, mas, pelo preço médio ponderado das compras, seria R$ 1,00

200

46 Crédito junto ao INSS pelo pagamento do salário-família a empregados, a ser recuperado 7647 Débito de ex-Diretor, definitivamente condenado pelo TCE/RS 5048 Valor de 5 títulos da dívida ARO, a pagar, de valor nominal unitário de R$ 100,00 50049 1.200 ações ON, de R$ 1,00 cada, da Companhia de Tratamento e Distribuição de Água -

CTDA do Estado1.200

50 Pensões Alimentícias retidas a pagar 15051 Juros de títulos inscritos em Débitos de Tesouraria, empenhados por competência de exercício 8052 Valor da ponte sobre o Rio Guaíba (a do vão móvel) 1.000- Saldo Patrimonial ?

OBS: não há operações no CompensadoObs.: os números em vermelho correspondem às lacunas a serem preenchidas.

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Resposta do Exercício nº 07 - continuação - PROFESSORA seguir, completar os valores conforme a Lei nº 4.320/64 Moderna:

Contas/Operações25 Caixa 20026 Locações de imóveis empenhadas e liquidadas 52027 Máquinas industriais compradas por R$ 200,00, mas que valem, no mercado, R$ 6.000,00 6.00028 Veículo adquirido por R$ 17.000,00, mas que vale, no mercado, R$ 11.000,00 11.00029 Saldo de débito parcelado com o INSS em 60 meses, equivalente a 10.000 UFIR, a R$ 0,9611

a unidade, vencendo R$ 2.000,00 no próximo ano.2.0007.611

30 Saldo da conta vinculada a Convênio Saúde no Banco do Brasil S.A. 70031 Móveis comprados em 1940 por R$ 200,00, mas, se vendidos hoje, valeriam R$ 5.000,00 5.00032 Caução em dinheiro recebida da Construtora X, vencedora da Concorrência nº 13 50033 Empenho a crédito de empreiteiro referente à obra não concluída 2.00034 Prédio da Secretaria da Fazenda, que vale hoje R$ 1 mi, construído em 1906 e registrado por

R$ 1,001.000.

00035 Saldo de 50 Apólices da dívida lançadas no país, há 20 anos, de R$ 50,00 cada, a vencerem

em 30 de janeiro próximo2.500

36 Contrato de compra de equipamentos, empenhado e liquidado, com o fornecedor F. 1.20037 Empréstimo contratado com o Banco B para antecipação da receita orçamentária, de R$

11.000,00, a vencer em uma única parcela em 10 de dezembro passado.1.000

38 Saldo de Vencimentos a Pagar de dezembro findo, empenhados e não pagos 50039 Depósito à vista no BANRISUL, conforme Razão 28040 Participação acionária na Companhia de Obras do Município, de 500.000 ações ON, a R$0,01

cada5.000

41 Principal e juros da prestação do empréstimo com o BIRD, empenhados a pagar 20042 Saldo a receber de empréstimo concedido a estudantes do Município X, há 2 anos 15043 Saldo de US$ 1.000,00 do empréstimo externo contratado com o BIRD. ao prazo de 5 anos (a

taxa cambial do dólar, em 31/dez. é R$ 2,12)2.120

44 Valor do débito fiscal da Cia. Z, referente a ICMS lançado e não arrecadado no vencimento, composto das seguintes parcelas: principal: R$ 100,00; multa: R$ 20,00; juros: R$ 5,00; e atualização monetária de R$ 5,00

130

45 Estoque de 200 unidades de material de consumo, que, pelo sistema FIFO, a unidade custaria R$ 1,10, mas, pelo preço médio ponderado das compras, seria R$ 1,00

200

46 Crédito junto ao INSS pelo pagamento do salário-família a empregados, a ser recuperado 7647 Débito de ex-Diretor, definitivamente condenado pelo TCE/RS. 5048 Valor de 5 títulos da dívida ARO, a pagar, de valor nominal unitário de R$ 100,00 50049 1.200 ações ON, de R$ 1,00 cada, da Companhia de Tratamento e Distribuição de Água -

CTDA do Estado1.200

50 Pensões Alimentícias retidas a pagar 15051 Juros de títulos inscritos em Débitos de Tesouraria, empenhados por competência de exercício 8052 Valor da ponte sobre o Rio Guaíba (a do vão móvel) 1.000- Saldo Patrimonial ?

OBS: não há operações no CompensadoObs.: os números em vermelho correspondem às lacunas a serem preenchidas.

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Resposta do Exercício nº 07, versão Clássica - PROFESSORBALANÇO PATRIMONIAL

31-12-20XX01 ATIVO 02 PASSIVO03 Ativo Financeiro 05 Passivo Financeiro 08 Disponível 17 Restos a Pagar 25.Caixa 200 Restos a Pagar Liquidados 39 Banrisul c/ Disp. 280 480 26 Aluguéis 520 09 Vinculado em c/c Bancária 36 Fornecedores 1.200 30 BB c/ Vinculada 700 38 Folhas a Pagar 500 2.220 10 Realizável Restos a Pg. Não Liquidados 46 INSS c/ Sal. Fam. 76 33 Empreiteiros 2.000

4.220 18 Serviço da Dívida a Pagar 41 Serv. da Dív. Externa 200 51 Serv. de Débitos de Tesou 80 280 19 Depósitos 32 Cauções 500 50 Pensão Alimentícia 150 650 20 Débitos de Tesouraria 48 LFT/ARO 500

______ 37 Bco. Emprést. ARO 11.000 _11.500SOMA AF 1.256 SOMA PF 16.650

04 Ativo Permanente 06 Passivo Permanente 11 Bens Móveis 21 Dívida Fundada Interna 28 Veículos 17.000 Em Títulos 31 Móveis e Utensílios 200 17.200 35 Apólices 2.500 12 Bens Imóveis Por Contratos 34 Prédios 1 29 INSS c/ Déb. Parcelados 9.611 12.111 52 ?................................... _____ 22 Dívida Fundada Externa 13 Bens de Natureza Industrial Em Títulos 27 Máquinas 200 .......................................... 14 Créditos Por Contratos 42 Devedores por Emprést. 150 43 BIRD c/ Empréstimo 2.120 44 Dív. Ativa Tribut. 130 47 Dív. Ativa Não Trib. 50 330 15 Valores 40 Cia. de Obras c/ Ações 5.000 49 Cia de Águas c/ Ações 1.200 6.20016 Diversos 45 Almoxarifado ____200 ______

SOMA AP __24.131 SOMA PP 14.231Ativo Real 25.387 Passivo Real07 Saldo Patrimonial 07______________________ 24 Passivo Real a Descoberto ___5.494 23 Ativo Real Líquido ______

TOTAL 30.881 TOTAL 30.881 AF = 1.256 AP = 24,131 AR = 25.387(-) PF = 16.650 (-) PP =_ 14.231 (-) PR = 30.881= SLF = ( 15,394) = SLP = 9.900

========== SdP = ( 5.494 ) =========

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Resposta do Exercício n. 7, versão Moderna PROFESSORBALANÇO PATRIMONIAL

31-12-20XXATIVO PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO

1.1 ATIVO CIRCULANTE 2.1 PASSIVO CIRCULANTE

1.1.1 Cx. e Equiv. de Caixa 2.1.1 Obrig. Trab., Prev. Ass. Pg CP

25 Caixa 200 38 Folhas de Pessoal 500 30 BB c/ Convênio Saúde 700 2.1.2 Empr. e Financ. a Pagar 39Banrisul c/ Disposição 280 29 INSS c/ Débitos

Parcelados2.000

1.1.2 Créditos Realizáveis a CP 48LFT/ARO 500 44 Dívida Ativa Tributária 130 37 Bco B c/ Empréstimo

ARO11.000

47 Dívida Ativa Não Tributária

50 41 Serviço da Dívida Externa

200

1.1.3 Demais Créd. e Val. Real a CP

51 Serviço Débitos de Tesouraria

80

42 Prefeit.c/ Devedoras de Empr.

150 2.1.3 Forneced. e Ctas. a Pg. CP

46INSS c/ Salário Família 76 26 Aluguéis 5201.1.5 Estoques 36 Fornecedores 1.200 45 Almoxzarifado 200 2.1.5 Demais Obrig. a CP

32 Cauções 500 50 Pensão Alimentícia 150

Soma AC 1.786 Soma PC 16.6501.2 ATIVO NÃO-CIRCULANTE

2.2 PASSIVO NÃO CIRCULANTE

1.2.2 Investimentos 2.2.2 Empréstimos e Financiam. a LP

40 Cia. Obras c/Partic. Acion.

5.000 35 Apólices 2.500

49 Cia Águas c/ Partic. Acion.

1.200 29 INSS c/ Débitos Parcelados

7.610

1.2.3 Imobilizado 43 BIRD c/ Empréstimo Externo

2.120

28 Veículo 11.000 31 Móveis e Utensílios 5.000 27 Máquinas 6.000 34 Prédio 1000000

Soma ANC 1028.200 Soma PNC 12.231Soma do Ativo 1029.986 Soma do Passivo 28.881

2.3 PATRIMÔNIO LÍQUIDO2.3.1 Patrimônio Social Ativo Real Líquido 1001.105

TOTAL 1029.986 TOTAL 1029.986

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Exercício nº 08:

01 C; 02 C; 03 A; 04 B; 05 D; 06 A; 07 E; 08 B; 09 A; 10 E; 11 E; 12 B; 13 B; 14 C; 15 E; 16 D; 17 D; 18 B; 19 E; 20 A; 21 E; 22 D; 23 D; 24 E; 25 A.

Exercício nº 09:Questão nº 01A 11; B 3; C 9; D 1; E 13; F 5; G 8; H 10; I 2; J 7; L 6; M 12; N 4; O 14.Questão nº 0201 V; 02 F; 03 V; 04 F; 05 V; 06 V; 07 F; 08 F; 09 F; 10 V; 11 F; 12 F; 13 F; 14 V; 15 F; 16 V; 17 F; 18 F; 19 F; 20 V.Questão nº 03Do item 1 ao 7:Lei 6404/76: sim; item 8 - Patrimônio Líquido.Lei 4320/64: não; item 8 - Saldo Patrimonial.Questão nº 04: C; Questão nº 05: B; Questão nº 06: D; Questão nº 07: C; Questão nº 08: D; Questão nº 09: A; Questão nº 10: B; Questão nº 11: D; Questão nº 12: E; Questão nº 13: D; Questão nº 14: E; Questão nº 15: D; Questão nº 16: A; Questão nº 17: C; Questão nº 18: C; Questão nº 19: B; Questão nº 20: E; Questão nº 21: D; Questão nº 22: B; Questão nº 23: A; Questão nº 24: D; Questão nº 25: E; Questão nº 26: E; Questão nº 27: C;Questão nº 28: B.

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