volume i - contabilidade governamental e organiza+º+úo

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  • 7/28/2019 Volume I - Contabilidade Governamental e Organiza++o

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    UFRGS - FCE - DCCAECO 03009 - CONTABILIDADE GOVERNAMENTAL IPROFESSOR ROBERTO PESAVENTO

    Caderno de Contabilidade Governamental I - pg. 1/150

    UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

    FACULDADE DE CINCIAS ECONMICAS

    DEPARTAMENTO DE CINCIAS CONTBEIS E ATUARIAIS

    CADERNO DE

    CONTABILIDADE GOVERNAMENTAL I

    TEORIA E EXERCCIOS

    (CONTABILIDADE APLICADA AO SETOR PBLICO)

    VOLUME ICONTABILIDADE GOVERNAMENTAL E ORGANIZAO

    PROFESSOR ROBERTO PESAVENTO

    PORTO ALEGRE - 2011/I

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    UFRGS / FCE / DCCACONTABILIDADE GOVERNAMENTAL IProf. Roberto Pesavento

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    NDICE

    APRESENTAO, 5UNIDADE I - A CONTABILIDADE GOVERNAMENTAL, 6

    1 - INTRODUO, 61.1 - A Administrao das Entidades Pblicas e seus Momentos, 61.1.1 - Momento da Organizao, 71.1.2 - Momento da Gesto, 81.1.3 - Momento da Contabilidade, 9

    2 - A CONTABILIDADE GOVERNAMENTAL, 112.1 - Conceito de Contabilidade Governamental, 112.2 - O Objeto da Contabilidade Governamental, 122.3 - Fins da Contabilidade Governamental, 132.4 - Instrumentos da Contabilidade Governamental, 152.5 - Classificaes da Contabilidade Governamental, 172.6 - Especializaes da Contabilidade Governamental, 182.7 - Sistema Contbil, 192.8 - Relaes da Contabilidade Governamental com outras reas do Conhecimento, 202.9 - O Campo da Contabilidade Governamental, 22

    UNIDADE II - A ENTIDADE ESTATAL, 24

    3 - O ESTADO, 243.1 - O Surgimento do Estado Moderno (e da Contabilidade), 243.2 - Conceito de Estado, 263.3 - Caractersticas Exclusivas da Entidade Estatal, 283.4 - Elementos do Estado, 28

    UNIDADE III - OS OBJETIVOS DO ESTADO, 32

    4 - OS OBJETIVOS DA ENTIDADE ESTATAL, 324.1 - Introduo: As Necessidades Individuais, Necessidades Coletivas e Necessidades Pblicas, 324.2 - Os Servios Pblicos, 33

    4.3 - Servios de Utilidade Pblica, 334.4 - As Finalidades do Estado de Acordo com os Servios Prestados, 344.5 - O Partilhamento das Competncias do Estado, 364.6 - Formas de o Governo Prestar os Servios Pblicos, 384.7 - Formas de Execuo de Servios Administrativos, 39

    UNIDADE IV - A ORGANIZAO DOS SERVIOS PBLICOS, 415 - PRESTADORES DE SERVIOS PBLICOS E DE UTILIDADE PBLICA - Espcies de Entidades, 415.1 - Introduo, 415.2 - Arnaldo Marcantonio, 425.3 - Pietro DAlvise, 425.4 - Decreto-lei 200/67, 435.5 - Viso Global dos Executores e Prestadores de Servios, 44

    6 - A ENTIDADE ESTATAL, 48

    6.1 - Distino entre Entidade Estatal e rgo Pblico, 486.2 - Posio Estatal dos rgos, 496.3 - Atividades Desenvolvidas pelo Estado, 506.4 - Formas de Propriedade dos Servios, 516.5 - O Sistema Poltico-Constitucional, 52

    7 - O ORGANISMO ADMINISTRATIVO E O ORGANISMO FINANCEIRO, 627.1 - Introduo, 627.2 - O Organismo Administrativo, 637.3 - O Organismo Financeiro, 667.3.1 - Introduo, 667.3.2 - rgo de Autorizao da Atividade Financeira, 677.3.3 - rgos de Ordenao da Atividade Financeira, 67

    7.3.3.1 - Ordenadores Primrios, ou Principais ou Originrios, 677.3.3.2 - Ordenadores Secundrios ou Derivados, 687.3.3.3 - Responsabilidades dos Gestores, 70

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    7.3.4 - rgos Consultivos da Atividade Financeira, 727.3.5 - rgos de Execuo da Atividade Financeira, 727.3.6 - rgos de Controle da Atividade Financeira, 73

    8 - NORMAS SOBRE O CONTROLE NA ADMINISTRAO PBLICA, 748.1 - Conceito, 748.2 - Objeto do Controle, 74

    8.3 - Executores do Controle, 748.4 - Tipos de Controle Empregados, 758.4.1 - Quanto Matria, 758.4.2 - Quanto ao Momento, 758.4.3 - Quanto Intensidade, 768.4.4 - Quanto s Vias, 778.4.5 - Quanto Extenso, 778.4.6 - Quanto Frequncia, 778.4.7 - Quanto Jurisdio dos rgos de Controle, 788.4.8 - Quanto ao Objeto, 78

    9 - O CONTROLE INTERNO, 809.1 - Conceito, 809.2 - Competncias e Finalidades, 809.2.1 - Em Termos da Administrao Oramentria e Financeira, 829.2.2 - Em Termos da Administrao Patrimonial, 859.2.3 - Em Termos da Administrao Industrial e de Custos, 859.3 - A Organizao do Sistema de Controle Interno, 869.3.1 - Sistema Centralizado, 869.3.2 - Sistema Descentralizado, 869.3.3 - Sistema Integrado, 879.3.4 - Organogramas das Organizaes do Sistema de Controle Interno, 899.4 - O Controle Interno Face s Normas Internacionais de Contabilidade, 90

    10 - O CONTROLE EXTERNO, 9210.1 - Conceito, 9210.2 - Executores do Controle Externo, 92

    10.3 - Competncias dos rgos de Controle Externo, 9210.3.1 - Do Poder Legislativo, 9210.3.2 - Do Tribunal de Contas, 9410.4 - Origem e Importncia do Tribunal de Contas da Unio, 9710.5 - O Controle Externo nos Estados, Distrito Federal e Municpios, 98

    11 - A ADMINISTRAO INDIRETA OU DESCENTRALIZADA, 10111.1 - Introduo, 10111.2 - Autarquia, 10411.2.1 - Autarquia Propriamente Dita, 10411.2.2 - Fundao Pblica de Direito Pblico, 10811.2.3 - Consrcio Pblico de Direito Pblico, 10811.2.4 - Agncia Executiva, 11011.2.5 - Agncia Reguladora, 112

    11.3 - Consrcio Pblico de Direito Privado, 11311.4 - Fundao Pblica de Direito Privado, 11411.5 - Empresa Pblica, 11511.6 - Sociedade de Economia Mista, 11611.7 - Quadro Sinptico sobre a Administrao Indireta, 12011.8 - Legislao Aplicvel Administrao Pblica, 121

    12 DEMAIS ENTIDADES, 12512.1 - Introduo, 12512.2 - Entidades de Fins Ideais, Voltadas para o Setor Social, 12712.2.1 - Demais Entidades Paraestatais, 12712.2.1.1 - Servio Social Autnomo (Ente de Cooperao), 12712.2.1.2 - Sindicato, Federao e Confederao, 12812.2.2 - Organizao Social - OS, 12812.2.3 - Organizao da Sociedade Civil de Interesse Pblico - OSCIP, 13112.2.4 - Fundao de Apoio, 132

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    12.2.5 - Fundao e Associao Privadas Relacionadas com o Governo, 13312.2.6 - Entidade Beneficente de Assistncia Social, 13312.2.7 - Organizao No Governamental - ONG, 13312.3 - Entidades de Fins Lucrativos, Voltadas para o Mercado, 13412.3.1 - Servio Delegado, 13412.3.1.1 - Conceito, 134

    12.3.1.2 - Algumas Normas sobre Concessionrios, 13512.3.1.3 Exemplos de Servios Delegveis, 13612.3.1.4 - Concesso dos Servios Pblicos, 13612.3.1.5 - Permisso dos Servios Pblicos, 13612.3.1.6 - Autorizao dos Servios Pblicos, 13712.3.2 - Parceria Pblico-Privada - PPP, 13712.3.3 - Franquia Pblica, 138

    13 - EXERCCIOS SOBRE AS UNIDADES I A IV, 14013.1 - Exerccio N 01, sobre Conceitos de Contabilidade Governamental, Fins do Estado e Organizaodos Servios, 14013.2 - Exerccio N 02 - Sobre as Unidades I a IV, 14213.3 - Exerccio N 03, Primeira Prova - P1 Simulada, 14514 - RESPOSTAS DOS EXERCCIOS SOBRE ORGANIZAO, 148

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    APRESENTAO

    Este Caderno de Contabilidade Governamental I apresenta meras anotaes de aulas

    de Contabilidade Governamental I ministradas pelo Departamento de Cincias Contbeis e

    Atuariais - DCCA da Faculdade de Cincias Econmicas - FCE da Universidade Federal do Rio

    Grande do Sul - UFRGS, para servir de material de apoio aos alunos. No completo e exige a

    leitura das obras indicadas na bibliografia e em outras relacionadas com a matria, inclusive dos

    textos legais utilizados. A ordem da apresentao dos temas a seguinte:

    Inicialmente, conceitua-se Contabilidade Governamental, enfatizando que seu campo

    de aplicao o Estado. O Contador do controle interno tem que ter um conhecimento mnimo

    sobre onde atua. Para tanto, o desenvolvimento das aulas baseia-se em um exerccio mental

    hipottico do leitor como se fosse um Auditor que se dirige a uma organizao dele desconhecida.

    Inicialmente, deve conhec-la para poder audit-la; no nosso caso, essa organizao o Estado:

    indaga-se quais so suas finalidades, como est organizado (administrao direta, indireta e

    terceiros, qual o seu patrimnio e suas operaes de gesto. Leitor, volte ao incio desta apostila e

    leia atentamente o Sumrio, onde ters uma viso do contedo da Disciplina. Ao terminar a

    Unidade VI - a Gesto do programa, esgota-se o contedo de Contabilidade Governamental I. Na

    Contabilidade Governamental II, completa-se o contedo sobre o Estado com o estudo do

    inventrio, dos instrumentos de planejamento e oramento, desde a elaborao at sua execuo, os

    registros contbeis de suas operaes tpicas, apurao dos resultados, levantamento das

    demonstraes contbeis e a prestao de contas anual e documentao solicitada pelo Tribunal de

    Contas.

    Como digo aos leitores, este trabalho um b-a-b para iniciar a desvendar e

    entender o que acontece no mbito do Governo. Na UFRGS, as disciplinas de Contabilidade

    Governamental I e II so os nicos contatos mais aprofundados que o aluno tem com a rea

    governamental vista pelo outro lado do balco de atendimento ao pblico e no como contribuinte

    na sua frente, no curso de graduao em Cincias Contbeis.

    Recentes normas dispe que devem ser observados os princpios contbeis na

    atividade governamental, alm dos princpios da 4.320/64, que devem ser convergentes com as

    Normas Internacionais de Contabilidade Aplicadas ao Setor Pblico. Novas alteraes foram

    introduzidas nos procedimentos e nas demonstraes contbeis que se tornaro obrigatrias em

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    2.012. A Lei 4.320/64 no est revogada. Os alunos novos devero aprender ambos procedimentos,:

    os oramentrios e os contbeis. Boa leitura.

    UNIDADE I - A CONTABILIDADE GOVERNAMENTAL

    1 - INTRODUO

    Sumrio: 1.1 A administrao das Entidades Pblicas e seus Momentos - 1.1.1 Momento da Organizao - 1.1.2Momento da Gesto - 1.1.3 Momento da Contabilidade

    Inicialmente, vamos localizar a Contabilidade, ou os fenmenos contbeis, no mbitode uma entidade qualquer, pois estes fenmenos esto presentes desde os primeiros instantes de suaexistncia, ou seja, desde o instante em que a entidade criada, at a sua extino. O texto a seguir,sobre os Momentos de uma Administrao, o ponto de partida para entender o contexto da

    Contabilidade no Estado. Verifica-se que a Contabilidade est presente em qualquer entidade, comoos demais momentos, desde o incio de sua existncia, de sua instituio, at o encerramento desuas atividades.

    1.1 - A Administrao das Entidades Pblicas e seus Momentos

    (com base em Arnaldo Marcantonio,LAzienda dello Stato, p. 6-8, xerox)

    ORGANIZAO

    ENTIDADE ADMINISTRAO GESTO

    CONTABILIDADE

    A administrao de qualquer entidade a atividade de dirigir e coordenar os recursoshumanos, tecnolgicos e materiais para alcanar os fins estabelecidos. A administrao dasentidades pblicas a atividade dirigida para coordenar as energias pessoais, utilizando os benseconmicos (patrimnio) disposio do Estado, para a consecuo dos seus fins perseguidos emum dado momento histrico em vista a melhor prestao de servios coletividade.

    O termo administrao, neste contexto, tomado no sentido da atividade humana ouao humana dirigida para a realizao dos fins da entidade e no no sentido de pessoas ou gruposde pessoas que desenvolvem a ao administrativa, como a diretoria e conselho de administrao deuma companhia.

    A administrao econmica porque utiliza meios econmicos, ou bens, com oobjetivo de obter o mximo na realizao de seus objetivos com um mnimo de esforo comeficincia, a eficcia e economicidade.

    Qualquer administrao una, mas, por abstrao, possvel constatar que elaenvolve trs momentos ou fenmenos distintos, que ocorrem simultaneamente ao longo de suaexistncia:

    - momento da organizao;

    - momento da gesto; e

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    - momento da contabilidade, ou relevao e controle contbil.

    Graficamente, podem ser visualizados na pgina seguinte.Em qualquer pessoajurdica, os trs momentos esto presentes concomitantemente:

    O objetivo principal deste captulo 1.1 chamar a ateno para o fato de que aContabilidade est presente em qualquer entidade, desde sua criao at a extino, juntamente comos momentos da Organizao e da Gesto, que se completam.

    Esses momentos, ou fenmenos, ou aes tanto ocorrem nas administraes, quer sereferindo a entidades de iniciativa privada, de qualquer porte, desde firma individual at companhia,como tambm nas entidades estatais, como a Unio, Estados membros, Distrito Federal ouMunicpios, em entidades que integram a Administrao Indireta: suas autarquias, fundaes,inclusive em suas empresas pblicas e sociedades de economia mista. Cada um destes exemplos uma administrao, sendo que em cada uma ocorrem os momentos de organizao, gesto econtabilidade prprios.

    1.1.1 - Momento da Organizao

    Organizar, em sentido amplo, significa dispor o pessoal e os meios econmicos de talmaneira e relacionados entre si, que as metas estabelecidas possam ser alcanadas com os menores

    custos e riscos, dentro de prazos razoveis.

    Organizao, como fenmeno ou o momento, envolve as relaes entre as atividadesdas pessoas que, em diferentes maneiras e com diversas funes, participam nos ciclos ou processosfundamentais e acessrios da gesto. As atividades de organizao podem ser examinadas,idealmente, como integradas por dois momentos: o institucional e o funcional.

    Esta matria do momento da Organizao diz mais respeito a disciplinas dasCincias do Direito, pois no nos preocupamos aqui com os aspectos formais, tcnicos e legais decomo instituir uma entidade. Precisa-se ter uma breve notcia.

    1.1.1.1 - Momento Institucional criar a entidade

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    Este momento refere-se fase de instituir, criar ou instalar a entidade. No assuntoatinente a esta Disciplina, mas vale comparar em rpidas palavras o que acontece no setor privado eno pblico.

    Em uma companhia qualquer, para exemplificar o momento institucional, este refere-se assemblia geral de constituio, onde os acionistas instituidores iro fundar uma companhia,determinar o tipo de entidade, seus objetivos, sua forma, tempo de durao e estrutura, quais seroseus rgos ou departamentos de direo, execuo e controle, entre outros, as respectivasdelimitaes de funes, etc.

    No Estado ou entidade estatal, os acontecimentos do momento institucional nodiferem muito. Apenas o ritual diferente. Quem decide sobre a criao de entidades estatais oPoder Legislativo, mediante leis. Em um regime democrtico representativo, como o Brasil, acriao de uma entidade estatal, de um estado-membro ou de um municpio por lei, que decorre damanifestao da vontade da populao envolvida. Autorizado pelo Legislativo e realizado o

    plebiscito para ouvir o interesse da populao, no caso de criao de estado-membro ou demunicpio, sancionada a lei, federal, para a criao de um Estado, ou lei estadual, para a criaode um Municpio, criando a nova entidade. Mediante o estabelecimento de constituio estadual oulei orgnica municipal, so elaboradas leis locais, so criados seus rgos, departamentos, divises,servios, etc., atribuindo-lhes suas competncias, funes, suas operaes, as relaes de grandeza eequilbrio entre a entidade central (Estado ou Municpio) e as entidades perifricas a eles, comosuas autarquias, fundaes e empresas, com vista coordenao das atividades sociais, polticas,econmicas, financeiras, tcnicas, etc.

    1.1.1.2 - Momento Funcional diviso e coordenao dos trabalhos

    O momento funcional refere-se ao desenvolvimento do trabalho; so estabelecidas a

    diviso e a coordenao das funes, a determinao dos escales ou da hierarquia dos rgos e asformas de autorizar, ordenar, executar, fiscalizar e controlar as atividades da entidade, para que asoperaes de gesto se desenvolvam de acordo com as autorizadas pelas normas para atingir os fins.

    Na rea pblica, o momento funcional diz respeito a:

    a - diviso do trabalho, por intermdio de vrios rgos poltico-constitucionais,como os representativos dos Poderes da entidade, e administrativos, como os ministrios,secretarias, etc.;

    b - determinao das modalidades de execuo (centralizadas pessoalmente, edescentralizadasa outras entidades) das vrias operaes de gesto, a fim de que se revistam das

    garantias que a natureza pblica requer; ec - instituio de adequadas formas de controle (polticos e administrativos, internos

    e externos) para garantir que a gesto se desenvolva de acordo com a modalidade estabelecida e noslimites traados pelos poderes constitudos, que as aes do administrador no infrinjam as normas.

    1.1.2 - O Momento daGesto realizao das operaes

    Simultaneamente com o momento da organizao (institucional e funcional), naAdministrao, ocorrem os momentos da gesto e da contabilidade. A gesto constituda pelasoperaes que visam alcanar, diretamente, as finalidades da entidade, que so satisfazer asnecessidades pblicas mediante a prestao dos servios pblicos com eficincia, eficcia e

    economicidade.

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    A Gesto compreende o complexo de operaes que se processam durante toda aexistncia da entidade, desde sua instituio at o encerramento de suas atividades. Constitui amaior parte das aes administrativas.

    Os processos da gesto podem ser denominados fundamentais, tpicos de Estado, osque atendem diretamente consecuo dos fins perseguidos, como a criao de tributos, cobr-los egast-los na prestao de servios pblicos, ou acessrios, tpicos de Governo, os que podem serrealizados tambm pela iniciativa privada, que so as operaes que complementam ou facilitam os

    processos fundamentais., como a educao, sade, transporte, fomento agricultura, indstria,segurana, entre outros, definidos pelo Governo.

    A gesto uma sucesso de fenmenos que se manifestam continuamente; dinmica, una e indivisvel no tempo, mas, por abstrao, pode-se encar-la como constituda pordois momentos: o da escolha e o da execuo, que so distinguidos com muita clareza.

    1.1.2.1 - Momento da Escolha ou Deciso decidir e autorizar o que fazer

    O momento da escolha ou deciso o momento em que os rgos competentessuperiores determinam quais as operaes a serem efetuadas. Sugerem alternativas, selecionam asvrias operaes a cumprir. Pressupe adequados juzos de convenincia que devem serformulados, no s sobre o ambiente externo no qual a entidade deve se adaptar, como tambmsobre suas capacidades internas.

    Em uma companhia, por exemplo, o rgo superior de deciso a Assemblia dosAcionistas, que decide os fins da entidade, a destinao dos lucros, aprovao das demonstraescontbeis, p.ex.

    No Estado, o rgo superior o Poder Legislativo, pois possui competncia para

    decidir o que pode e o que no pode fazer nos servios pblicos ao se manifestar por leis. Asexigncias de carter poltico e social devem ser atendidas com prioridade para atender aosinteresses e necessidades gerais da coletividade. O rgo mximo neste momento da Deciso, emregimes democrticos representativos, o Poder Legislativo, pois, por intermdio de leis, decide eautoriza o que a entidade pode arrecadar, o que, quando, onde, em que e quanto pode gastar, quandodiscute e aprova a lei oramentria anual.

    1.1.2.2 - Momento da Execuo cumprimento da deciso

    O momento da execuo caracteriza-se pelo cumprimento da deciso.

    O momento da Execuo, na Gesto, tem em mira o modo de como devem serrealizadas as operaes, para alcanar os fins que foram estabelecidos entidade. a etapa em queas operaes so efetivamente realizadas, os servios pblicos efetivamente prestados, para que aentidade governamental possa alcanar os fins perseguidos em um dado momento histrico. aexecuo das operaes a serem cumpridas para realizar os servios pblicos com vistas satisfao das necessidades pblicas e elevao do bem-estar da coletividade. Todos na entidadeestatal s podem executar as atividades autorizadas em leis e previstas no oramento anual. Se noestiver autorizada na lei, no pode fazer.

    1.1.3 - Momento daContabilidade exame e registros contbeis das operaes

    O momento da Contabilidade refere-se relevao das operaes da gesto e das

    modificaes do patrimnio, pelos registros contbeis.

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    A Contabilidade registra e analisa todo o patrimnio da entidade e suas modificaesdecorrentes das operaes da Gesto.

    Compreende as aes dirigidas para registrar quantitativamente ou monetariamente aexpresso das operaes, tendo em vista, de modo especial, o controle sobre a execuo dosservios para que no desviem dos limites estabelecidos na lei oramentria, por exemplo, e dasnormas reguladoras estabelecidas pelo rgo de deciso, o Legislativo.

    O controle contbil, executado pelo rgo de controle interno, o ato exercido sobreas atividades de pessoas, rgos, departamentos, entidades, etc. para que suas aes no desviemdas normas pr-estabelecidas e das metas e resultados planejados, registrando tambm asmodificaes ocorridas no patrimnio e no oramento, observando os princpios que regem aAdministrao Pblica.

    Sobre as operaes de Organizao e Gesto, concomitantemente, ocorrem asoperaes de registros, comparaes e controles, tambm definidas como contbeis, as quais sodeterminadas para realar os vrios elementos das operaes do Estado, tendo em vista uma

    conduta mais eficiente, eficaz e com economicidade de sua gesto, alm de quantificar asmodificaes ocorridas no seu patrimnio, resultantes ou no da execuo do oramento.

    A Contabilidade, como instrumento de controle, tambm fornece aos rgossuperiores da administrao conhecimentos teis e essenciais para a conduo do Estado aos fins

    propostos.

    As trs ordens de funes ou momentos - a Organizao, a Gesto e a Contabilidade- em seu conjunto complexo, constituem a Administrao da entidade, so estreitamentecomplementares e cada uma concorre para o aprimoramento dos demais.

    Os estudos da Contabilidade, da Organizao e da Gesto apresentam uma

    caracterstica comum, a de atuarem dentro do mesmo campo de observao: a entidade. AContabilidade tem como base a organizao e seu patrimnio. Ela registra os fenmenos da Gestoe lhes d a interpretao correta.

    Generalizando, a Contabilidade tem por objeto o registro e estudo dos fenmenos dagesto desenvolvidos tanto pelas entidades particulares como pelo Estado, concomitantemente,contabilizando e interpretando as modificaes que ocorrem nos seus patrimnios.

    Neste Caderno de Contabilidade Governamental I, pretende-se expor e analisar osconceitos que envolvem os trs momentos: o da Contabilidade, da Organizao e da Gesto, emuma administrao pblica: o Estado.

    O Estado, por sua vez, como uma entidade qualquer, em termos didticos, constitudo pelos seguintes elementos: Objetivos, Organizao, Patrimnio e Gesto, que comporoas grandes unidades deste Caderno.

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    2 - A CONTABILIDADE GOVERNAMENTAL

    Sumrio: 2.1 Conceito de Contabilidade Governamental2.2 O Objeto da Contabilidade Governamental2.3 Fins daContabilidade Governamental 2.4 Instrumentos da Contabilidade Governamental 2.5 Classificaes da

    Contabilidade Governamental 2.6 Especializaes da Contabilidade Governamental 2.7 Sistema Contbil 2.8Relaes da Contabilidade Governamental com outras reas do Conhecimento 2.9 O Campo da ContabilidadeGovernamental

    2.1 - Conceito de Contabilidade Governamental

    Primeiramente, cabe conceituar a Contabilidade.

    Contabilidade: a cincia que estuda e pratica as funes de orientao, controle eregistro dos atos e fatos de uma administrao, como acabamos de ver no item anterior.

    O conceito de Contabilidade Governamental ou Contabilidade Pblica, conforme os

    autores a seguir, :

    Jos Olavo Nascimento:

    Contabilidade Pblica um ramo da Cincia Contbil aplicvel s aziendaspblicas.

    Como exemplos de outros ramos das Cincias Contbeis, tem-se a Securitria,Agrcola, Pastoril, Industrial, de Custos, Comercial, de Transportes, Securitrias, entre outros.

    Roberto Piscitelli:

    Contabilidade Pblica constitui uma das subdivises da ContabilidadeAplicada.Domingos D'Amore & Adaucto de Souza e Castro:

    Contabilidade Pblica aquela que trata do registro, controle e inspeo dasoperaes patrimoniais e financeiras de uma determinada administrao pblica.

    Manoel Marques de Oliveira:

    Contabilidade Pblica um ramo da contabilidade geral que estuda, ordena,controla e demonstra:

    - a organizao e a execuo dos oramentos;

    - os atos e fatos administrativos nas aziendas pblicas;

    - o patrimnio pblico e suas variaes;

    fornecendo os elementos para as tomadas de contas dos responsveis porbens da Unio e para a organizao dos balanos parciais e gerais de cada exerccio.

    A Contabilidade Governamental, modernamente, deve ser orientadora e noacusadora do ordenador de despesas para no cometer ilegalidades, mediante controle prvio,concomitante e posterior, sem contudo deixar de ser de controle. Nesse sentido, trazemos:

    Lino Martins da Silva:

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    Contabilidade Governamental , pois, uma especializao da cinciacontbil que objetiva fornecer administrao dados sobre:

    - organizao e execuo dos oramentos;

    - normas para o registro das entradas de receita;

    - normas para o registro dos desembolsos da despesa;

    - registro, controle e acompanhamento das variaes do patrimnio doEstado;

    - normas para a prestao de contas dos responsveis por bens e valores;

    - normas para a prestao de contas do governo;

    - controle de custos e eficincia do setor pblico.

    Conselho Federal de Contabilidade - CFC:

    Contabilidade Aplicada ao Setor Pblico o ramo da cincia contbil queaplica, no processo gerador de informaes, os Princpios Fundamentais de Contabilidadee as normas contbeis direcionados ao controle patrimonial de entidades do setor pblico .(Resoluo CFC n 1.128, de 21 de novembro de 2008)

    Inicialmente, chama-se a ateno que a Contabilidade Pblica possui, de acordo comas normas atuais, alguns conceitossui generis que lhe diferencia em relao aos conceitos utilizados

    pelas Normas Brasileiras de Contabilidade aplicveis s empresas; como exemplo, para finsoramentrios, a receita ocorre somente quando houver o ingresso financeiro de receitasoramentrias (regime de caixa); em termos contbeis, a no arrecadada de competncia do

    exerccio, como os crditos de Dvida Ativa, so levados receita (conta de resultado), queaumenta o Patrimnio Lquido; contabilmente, a receita por competncia de exerccio.

    No caso da despesa, sua competncia de exerccio pelo empenho por competncia,que desprezado para observar a Lei de Responsabilidade Fiscal, que determina o cancelamento dadespesa a processar se no houver recursos financeiros para pag-la.

    2.2 - O Objeto da Contabilidade Governamental

    O objeto da Contabilidade Aplicada ao Setor Pblico o patrimnio pblico.(...) Patrimnio Pblico: o conjunto de direitos e bens, tangveis ou intangveis, onerados ouno, adquiridos, formados, produzidos, recebidos, mantidos ou utilizados pelas entidades do

    setor pblico, que seja portador ou represente um fluxo de benefcios, presente ou futuro,inerente prestao de servios pblicos ou explorao econmica por entidades do setor

    pblico e suas obrigaes. (Resoluo CFC n 1.128, de 21 de novembro de 2008)

    A Contabilidade Governamental, como ramo aplicado da Contabilidade Geral, ouramo ou especializao da Cincia Contbil, tem por objeto:

    - o estudo e registro dos fenmenos econmicos de modo a permitir que se conhea,a qualquer momento, a situao patrimonial das entidades estatais e suas modificaes sofridas,decorrentes da gesto;

    - o controle, sempre presente, dos bens e valores confiados guarda dos agentesresponsveis;

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    - a apresentao tempestiva de todas as informaes necessrias administrao eaos rgos de controle externo, o Poder Legislativo e o Tribunal de Contas;

    - o acompanhamento da execuo das receitas e das despesas oramentrias, emtodas suas fases, comparando suas previses com as realizaes;

    - a verificao da adeso s normas e aos princpios constitucionais pelaAdministrao, ou seja, o controle da legalidade dos atos da gesto pblica.

    A Contabilidade Governamental tem como objeto o estudo e o desenvolvimento detcnicas de apropriao, registro, anlise e exposio, em termos monetrios, de acordo com as leise regulamentos, das operaes, negcios ou transaes realizadas pelo Governo e da observnciados princpios estabelecidos na Constituio, que regem a Administrao Pblica.

    Em sntese, a Contabilidade Governamental tem por objeto o estudo dos fenmenosda gesto do Estado enquanto passveis de expresso quantitativa em termos monetrios,

    pesquisando-os e os expondo segundo as normas e princpios para seu registro.

    Como lembrete, relembramos a distino entre fatos administrativos e fatoscontbeis:

    So fatos administrativos expedies de portarias disciplinando horrio deatendimento ao pblico, instrues aos contribuintes como preencher as guias de arrecadao, etc.

    So fatos contbeis a compra de bens, a arrecadao de tributos, a variao cambialnos emprstimos, a conservao de imveis, as despesas com manuteno do ensino, etc., ou seja, ofato possui valor expresso em dinheiro e modifica as contas patrimoniais, por meio de contas deresultado, resultantes ou no da execuo do oramento ou do simples registro no sistemacompensado, bem como operaes que mediata ou indiretamente possam afetar o patrimnio, que

    sero registradas no Compensado.Observe-se que, para que o fato administrativo possa ser considerado fato contbil,

    so necessrias duas condies, simultaneamente:

    que o objeto a relevar tenha contedo econmico, ou seja, que modifique oupossa modificar a composio patrimonial, e

    que o objeto a registrar seja suscetvel de mensurao quantitativa financeira, ouseja, traduzido monetariamente. Se no for quantificado monetariamente, o fato no pode sercontabilizado.

    2.3 - Fins da Contabilidade Governamental

    O objetivo da Contabilidade Aplicada ao Setor Pblico fornecer aosusurios informaes sobre os resultados alcanados e os aspectos de naturezaoramentria, econmica, financeira e fsica do patrimnio da entidade do setor pblico e

    suas mutaes, em apoio ao processo de tomada de deciso; a adequada prestao decontas; e o necessrio suporte para a instrumentalizao do controle social. (Resoluo CFC n1.128, de 21 de novembro de 2008)

    2.3.1 - Em Termos Amplos

    Como Contabilidade Geral:- memorizao das operaes, mediante registros contbeis sistemticos;

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    - determinao dos resultados, tanto o Oramentrio como o Patrimonial;- controle das atividades dos rgos e agentes administrativos;- prova, acolhida pelo Direito, entre outras.

    2.3.2 - Em Termos Restritos

    A Contabilidade Governamental deve permitir:

    a) O controle do patrimnio

    A Contabilidade deve registrar todas as operaes que modifiquem ou possammodificar o Ativo ou Passivo, como qualquer outra especializao das Cincias Contbeis.

    O controle feito administrativamente por meio de inventrios fsicos e controlesindividuais pelos servios de patrimnio da entidade, e seus registros contbeis so sintticos. Ocontrole do patrimnio e suas variaes tm, entre suas finalidades, a determinao daresponsabilidade dos agentes da administrao. Os balancetes peridicos e o Balano Patrimonial

    so exemplos da representao do patrimnio em um determinado instante.b) Controle do oramento

    O oramento governamental exige ateno muito grande do rgo de controleinterno, pois nessa pea esto contemplados tudo o que o Governo pretenda realizar, mas quedevem estar autorizados na Lei Oramentria anual. A Contabilidade ir cuidar se as despesas aserem realizadas constam no oramento anual, se o saldo da dotao oramentria suficiente, etc.

    Por intermdio do controle e registro sistemtico da execuo da receita oramentriae da despesa em suas diferentes fases e a observncia dos limites autorizados despesa soexemplos de controle do oramento pela contabilidade. No controle da execuo da despesa

    oramentria, so conhecidos qual rgo gastou, o que fez, em que gastou, quem autorizou adespesa e com que recursos financeiros foram pagas. Seu produto final o Balano Oramentrio(Anexo 12 da Lei 4.320/64, visualizado no Apndice deste Caderno).

    c) Controle da movimentao financeira

    Quase tudo que a Administrao realiza traduzida monetariamente e deve sercontabilizada. A movimentao financeira controlada por intermdio do exame e registro de todasas operaes financeiras, oramentrias e extra-oramentrias, quer de ingressos como de sadas dedinheiro; de acordo com a programao financeira de desembolsos. A movimentao financeira doexerccio sintetizada no Balano Financeiro (Anexo 13 da Lei 4.320/64). Recm criada a

    demonstrao dos Fluxos de Caixa, Anexo n 18.d) Controle dos custos

    O controle dos custos realizado mediante controles e informes precisos sobre oscustos dos servios pblicos. Considerando que os servios pblicos essenciais, tpicos de Estado,como a Justia, Segurana e Defesa do Territrio, por exemplo, so indivisveis pela sua natureza, aapurao dos custos nesses casos restringe-se s despesas totais dos rgos, das funes,subfunes, programas, aes especficas, elementos e grupos de despesa. Todavia, a aplicao detcnicas convencionais de apurao de custos unitrios, por exemplo, possvel somente nosservios pblicos integrativos, caractersticos de Governo, como os sociais e econmicos, leia-sesade, educao, transporte, fomento agricultura, que so economicamente divisveis e que podem

    tambm ser desenvolvidos pela iniciativa privada.

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    Os servios pblicos integrativos so aqueles no exclusivos do Estado e que ainiciativa privada pode realiz-los. Somente nestes casos que podem ser aplicadas as tcnicasconvencionais para o clculo dos respectivos custos por unidade ou outro enfoque.

    e) Controle dos ordenadores e responsveis

    Os rgos de contabilidade exercem o controle sobre as aes dos agentesadministrativos responsveis pela guarda de bens (chefes de reparties, de almoxarifado, p. ex.) edinheiros (tesoureiros) e sobre os ordenadores de despesa (agentes e servidores com delegao decompetncia que so gestores de dotaes oramentrias de seus respectivos rgos), com vistas apurao de suas responsabilidades. Somente os servidores com delegao de competncia podemordenar despesas.

    f) Prestao de Contas

    Todo o administrador da Administrao Direta ou da Indireta deve prestar contas aoTribunal de Contas com as informaes colhidas da contabilidade.

    A contabilidade deve dar plenas condies para o levantamento de balanos parciaise gerais do exerccio, com a demonstrao, avaliao e interpretao dos resultados do exerccio edas aes do Governo, no s em termos monetrios como em prestao de servios e execuo deobras. Os balanos anuais so os principais documentos que integram a prestao de contas doChefe do Poder Executivo ao Poder Legislativo. Todas as operaes so consolidadas nas contasanuais que o Chefe do Poder Executivo, ordenador primrio, obrigado a enviar ao PoderLegislativo respectivo, para julgamento. Demonstram tambm a observncia dos limites s despesascom pessoal e dvida estabelecidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF.

    Os ordenadores de despesa secundrios e os responsveis por dinheiro e benstambm so obrigados a organizar anualmente suas tomadas de contas e envi-las ao Tribunal de

    Contas para julgamento individualizado e pessoal; essas tomadas de contas so organizadas combase nos dados colhidos na contabilidade.

    Com os dados apresentados na contabilidade, tambm so demonstradasfinanceiramente as aes desenvolvidas pelos administradores quanto observncia das normassobre a responsabilidade na gesto fiscal.

    g) Consolidao de Balanos

    Em nvel local (no Estado ou no Municpio), a contabilidade deve permitir arespectiva consolidao dos balanos das entidades integrantes do grupo econmico estatal(administrao direta e indireta); em nvel nacional, permitir a elaborao das contas nacionais ou acontabilidade social, onde a uniformidade das classificaes das contas de receita e de despesa importante. No Brasil, os trs nveis de governo adotam as mesmas nomenclaturas e classificaesde receita e de despesa para permitir a consolidao das contas nacionais.

    2.4 - Instrumentos da Contabilidade Governamental

    Para o desenvolvimento da atividade contbil, como a escriturao, controle,previses, anlises e interpretao dos fatos econmicos, nos seus aspectos quantitativo equalitativo, utilizam-se os instrumentos ou documentos seguintes:

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    a) Inventrio

    O inventrio geral, ou total, serve para demonstrar a situao real de todo opatrimnio, para validar os saldos de todas as contas e elementos patrimoniais do Ativo e doPassivo. Os inventrios servem 1) para possibilitar a apurao dos resultados, 2) controlar o

    patrimnio sob a guarda de cada agente responsvel por esses bens e tambm 3) para integrar suasprestaes de contas. Na Unidade VIII, o inventrio analisado com maior profundidade. Segundoo Professor Alexandre Vertes, o inventrio total equivale ao Balano Patrimonial.

    b) Oramento

    O oramento um dos principais instrumentos de trabalho, onde o Governoestabelece previamente suas operaes a serem desenvolvidas e suas delimitaes, fixadas por lei

    pelo Poder Legislativo. No servio pblico, ele aprovado por lei especial, que tem vignciasomente e durante o exerccio financeiro a que se refere. O oramento um balano prvio doresultado do exerccio, pois conjuga todas as receitas previstas e as despesas autorizadas.Financeiramente, a maior parte das operaes desenvolvidas na entidade decorre da execuo do

    oramento. O oramento anual deve ser compatvel e coerente com o Plano Plurianual - PPA e coma Lei de Diretrizes Oramentrias - LDO; os estudos desses documentos fazem parte do contedoda Unidade VII, que trata do oramento pblico, matria da Contabilidade Governamental II.

    c) Escriturao

    A escriturao, ou registros contbeis, reala as importncias ou valores dasoperaes realizadas, a realizar ou que possam vir afetar ou no o patrimnio. A escriturao utilizada para exprimir quantitativamente, em termos monetrios, as operaes previstas, realizadase as em andamento mediante a adoo de partidas dobradas. A entidade estatal deve manter umsistema de escriturao uniforme dos seus atos e fatos administrativos, por meio de processo

    manual, mecanizado ou eletrnico, de acordo com a NBC T 2.2.1. Os registros contbeis, entreoutras finalidades, servem de prova admitida em Direito. A escriturao das operaes tpicasdesenvolvidas pelo Estado apresentada na Unidade IX - A Escriturao e os Balanos, emContabilidade Governamental II.

    d) Balanos

    Os balanos servem para demonstrar a composio patrimonial em determinada data(Balano Patrimonial, Anexo 14 da Lei 4.320/64) e evidenciar os resultados oramentrio (BalanoOramentrio, Anexo 13) e econmico (Demonstrao das Variaes Patrimoniais, Anexo 15) bemcomo a movimentao financeira do exerccio (Balano Financeiro, Anexo 13). O Chefe do PoderExecutivo obrigado a submeter suas contas ao rgo volitivo ou de autorizao - o Poder

    Legislativo, anualmente, para julgamento, com base no parecer prvio do Tribunal de Contas. Olevantamento das Contas anuais, integrado pelos Balanos Patrimonial, Financeiro e Oramentrioe a Demonstrao das Variaes Patrimoniais, bem como os inter-relacionamentos entre elestambm fazem parte da Unidade IX, em Contabilidade Governamental II.

    e) Auditoria

    No servio pblico, quem quer que seja que receba, manipule ou aplique recursospblicos, ou seja, responsvel por bens e valores, seja pessoa fsica ou jurdica, de direito pblico ouprivado, tem que prestar contas de sua boa e legal utilizao. Ento, todos os rgos daAdministrao Direta e entidades da Administrao Indireta (as autarquias, fundaes pblicas,

    empresas pblicas e sociedades de economia mista) so sistematicamente examinados medianteprocedimentos de auditoria pelo rgo de controle interno - contadoria-geral da fazenda - e pelo de

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    controle externo - o Tribunal de Contas. Esses rgos de controle tm que verificar todos os atos degesto praticados pelos Administradores da coisa pblica e se observaram os princpios dalegalidade, de eficincia, eficcia e economicidade, entre outros, alm da fiscalizao contbil,financeira, oramentria, operacional e patrimonial.

    As companhias que possuem aes na Bolsa ou emitam debntures, ou as que sointervenientes em operaes de crdito externa, ou as constitudas como instituio financeira,devem contratar tambm os auditores independentes; estas ltimas, ainda, so submetidas auditoria do BACEN.

    A auditoria no servio pblico vai alm da averiguao da exatido dos registroscontbeis e seus valores. Pela auditoria, so examinados processos de licitao, os contratos daadministrao em todas suas fases, contratao de pessoal, os convnios celebrados, a locao deveculos, cedncias de pessoal, contratos de obras e o desempenho operacional, por exemplo. Fazrecomendaes e comentrios a respeito das atividades dos rgos e entidades. Obrigatoriamente, orgo de controle interno faz seu relatrio e parecer que acompanham as tomadas de contas dosordenadores de despesa (gestores) e de responsveis por bens e valores. Pela auditoria, o Tribunalde Contas colhe elementos para a emisso do parecer sobre as contas dos gestores e responsveis,apoiados pelos relatrios e pareceres do Controle Interno, para seu julgamento ou para a emisso doParecer Prvio das contas do Chefe do Executivo para julgamento pelo Poder Legislativo.

    2.5 - Classificaes da Contabilidade Governamental

    A Contabilidade Pblica uma s, uma especializao das Cincias Contbeis, mas,conforme o nvel de governo, cada entidade (Unio, Estado membro ou Municpio) ainda podeutilizar plano de contas prprio, tcnicas de registro que podem diferenciar-se em relao a alguns

    procedimentos contbeis em operaes especficas.

    No Governo Federal, por exemplo, utilizado o SIAFI - Sistema Integrado daAdministrao Financeira, adotado por toda a Administrao Direta e por entidades que recebemrecursos financeiros do Tesouro Nacional, como as autarquias, fundaes pblicas e algumasempresas pblicas. A Secretaria do Tesouro Nacional - STN disponibiliza aos Estados e Municpiosum programa do SIAFI mais simplificado, para adoo opcional, mas que em 2012 ser padro atodos os nveis de governo.

    No Estado do Rio Grande do Sul, para tal, utilizado o sistema denominadoFinanas Pblicas Estadual - FPE. A tendncia aproxim-lo do Plano de Contas Federal.

    Por enquanto, no h um plano de contas contbil nico para as reas federal,

    estadual e municipal, simultaneamente. Cada entidade possui plano de contas prprio, de acordocom as necessidades e no so uniformes. Em geral, as instituies autrquicas e as fundaesgovernamentais observam a mesma classificao contbil e procedimentos adotados pela entidadematriz. Somente a receita e a despesa de todas as entidades e rgos possuem mesma classificao,

    pois observam os mesmos cdigos e nomes determinados pela Lei federal 4.320/64 e por portariasda Secretaria do Tesouro Nacional - STN e Secretaria de Oramento e Finanas - SOF, com oobjetivo da consolidao das demonstraes contbeis para levantar as contas nacionais peloMinistrio do Oramento e Gesto.

    Em recentes normas editadas pelo Governo Federal, por intermdio da Secretaria doTesouro Nacional - STN, de uniformizar o plano de contas a todos os nveis, Unio, Estados eMunicpios, onde, por exemplo, o Balano Patrimonial das entidades estatais observarosimultaneamente a estrutura da estabelecida pela Lei federal 6.404/1976 e pelas Normas Brasileirasde Contabilidade Aplicadas ao Setor Pblico - NBCASP, que combina as peculiaridades da Lei

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    4.320/1964, j adotado integralmente pelas entidades do Governo Federal. Ver modelo no Apndicedesta apostila.

    2.6 - Especializaes da Contabilidade Governamental

    O contedo deste item matria da Contabilidade Governamental II, onde seraprofundado seu estudo, as contas contbeis especficas. Para nosso semestre so apresentadasnoes gerais a seguir.

    Considerando as mltiplas atividades desenvolvidas pelo Estado, de acordo com anatureza da operao examinada e o tipo do registro contbil a ser efetuado, so utilizadas contasespecficas, que, inclusive, geram relatrios especiais; tem-se:

    2.6.1 - Contabilidade Financeira

    Utiliza um conjunto especfico de contas para controlar e registrar todos os fatosrelativos movimentao de recursos monetrios. So contas que integram o Patrimnio Circulante

    e as relacionadas com as contas de Resultado Financeiro. Todas as operaes de ingressos epagamentos, oramentrios ou no, so resumidos, no final do exerccio, no Balano Financeiro.Essa pea dinmica demonstra as disponibilidades iniciais na Caixa e em contas correntes

    bancrias, todas as entradas e sadas financeiras do exerccio, oramentrias e extra-oramentrias,e evidencia as disponibilidades finais em Caixa e bancos.

    O Balano Financeiro evidencia as receitas e despesas oramentrias, bemcomo os ingressos e dispndios extraoramentrios, conjugados com os saldos de caixa doexerccio anterior e os que se transferem para o incio do exerccio seguinte. (Redao dada pelaResoluo 1.268/2009/CFC/EFEPL)

    2.6.2 - Contabilidade Oramentria

    Por intermdio de um sistema de contas especficas no Compensado, so controladose registrados todos os fatos relativos execuo do oramento, conforme a Lei 4.320/64, tanto dareceita (Receita Orada, Previso da Receita, Receita Lanada e a Arrecadao da Receita) como dadespesa (Despesa Fixada, Dotaes Disponveis, Despesa Empenhada e a Execuo da Despesa),ou seja, em todas suas fases, durante o exerccio, por meio de contas especficas do SistemaOramentrio. As operaes oramentrias so sintetizadas e representadas, no final do exerccio,em uma pea esttica, o Balano Oramentrio.

    O Balano Oramentrio evidencia as receitas e as despesas oramentrias,detalhadas em nveis relevantes de anlise, confrontando o oramento inicial e as suasalteraes com a execuo, demonstrando o resultado oramentrio. (Redao dada pela Resoluo1.268/2009/CFC/EFEPL)

    Cabe lembrar que, pela Lei 4.320/64, alguns ingressos como a Alienao de Bens soconsiderados Receitas Oramentrias de Capital, mas pelas NBCASP no so contabilizados comoreceita.

    2.6.3 - Contabilidade Patrimonial

    A contabilidade patrimonial utiliza o sistema de contas que registra todos oselementos que constituem o patrimnio, agrupando-os em registros analticos, seguindo-lhes todosos movimentos ou transformaes, seja em sua integridade, seja de seu valor. So as contas doAtivo e do Passivo, Circulante ou No-Circulante.

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    O Balano Patrimonial, estruturado em Ativo, Passivo e Patrimnio Lquido,evidencia qualitativa e quantitativamente a situao patrimonial da entidade pblica (Conforme Resoluo CFC 1133/2008)

    A Contabilidade Patrimonial utiliza contas integrais ou patrimoniais do Ativo e doPassivo para evidenciar a composio esttica do patrimnio em determinado momento,

    sintetizadas no Balano Patrimonial. As modificaes de que foi passvel o Patrimnio Lquido,obtido da diferena entre o ativo real e o passivo real, so demonstradas em um balano dinmico,denominado Demonstrao das Variaes Patrimoniais, que conjuga as receitas e despesasoramentrias e as modificaes do patrimnio, resultantes ou no da execuo do oramento,evidenciando o Resultado Patrimonial ou Econmico do Exerccio, que pode apresentar o supervitou dficit.

    A Demonstrao das Variaes Patrimoniais evidencia as variaesquantitativas, o resultado patrimonial e as variaes qualitativas decorrentes da execuooramentria.(Redao dada pela Resoluo 1.268/2009/CFC/EFEPL)

    2.6.4 - Contabilidade do CompensadoNa Contabilidade Governamental, utilizado um conjunto de contas que no se

    comunica com as demais apresentadas (oramentrias, patrimoniais e de exerccio) e so criadaspara registrar operaes que mediata ou indiretamente possam afetar o patrimnio, como avaisconcedidos, bens da entidade cedidos a terceiros, cauo de bens cedidos de outras entidades queesto em seu poder, e outras. No so contas patrimoniais nem de resultado. So as de compensao(Sistema Compensado), tambm conhecidas como contas extra-patrimoniais, que ficam emseparado das contas integrais.

    Contas de Compensao - compreende os atos que possam vir a afetar opatrimnio. (Conforme Resoluo CFC 1.133/2008)

    2.7 - Sistema Contbil

    O sistema contbil representa a estrutura de informaes sobre identificao,mensurao, avaliao, registro, controle e evidenciao dos atos e dos fatos da gesto do

    patrimnio pblico, com o objetivo de orientar e suprir o processo de deciso, a prestaode contas e a instrumentalizao do controle social. (Resoluo CFC N 1.129, de 21 de novembro de 2008)

    Estrutura do Sistema Contbil

    A Contabilidade Aplicada ao Setor Pblico organizada na forma de sistemade informaes, cujos subsistemas, conquanto possam oferecer produtos diferentes emrazo da respectiva especificidade, convergem para o produto final, que a informao

    sobre o patrimnio pblico. (Resoluo CFC N 1.129, de 21 de novembro de 2008)

    O sistema contbil est estruturado nos seguintes subsistemas deinformaes:

    (a) Oramentrio - registra, processa e evidencia os atos e os fatosrelacionados ao planejamento e execuo oramentria;

    (b) Excludo pela Resoluo n 1.268/2009/CFC

    (c) Patrimonial - registra, processa e evidencia os fatos financeiros e nofinanceiros relacionados com as variaes qualitativas e quantitativas do patrimniopblico; (Redao dada pela pela Resoluo n 1.268/2009/CFC)

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    (d) Custos - registra, processa e evidencia os custos dos bens e servios,produzidos e ofertados sociedade pela entidade pblica;

    (e) Compensao - registra, processa e evidencia os atos de gesto cujosefeitos possam produzir modificaes no patrimnio da entidade do setor pblico, bemcomo aqueles com funes especficas de controle.

    Os subsistemas contbeis devem ser integrados entre si e a outrossubsistemas de informaes de modo a subsidiar a administrao pblica sobre:

    (a) desempenho da unidade contbil no cumprimento da sua misso;

    (b) avaliao dos resultados obtidos na execuo dos programas de trabalhocom relao economicidade, eficincia, eficcia e efetividade;

    (c) avaliao das metas estabelecidas pelo planejamento;

    (d) avaliao dos riscos e das contingncias. (Resoluo CFC N 1.129, de 21 de novembro

    de 2008, alterada pela Resoluo CFC 1.269/2009))

    2.8 - Relaes da Contabilidade Governamental com outras reas do Conhecimento

    No mbito do Estado, ocorrem incontveis situaes, fatos e problemas que muitasvezes exigem ao multidisciplinar para solucion-los. Na rea da Contabilidade Pblica, essasituao no diferente, pois ela tem que registr-los.

    Alm dos princpios e normas da Contabilidade baixadas pelo Conselho Federal deContabilidade e pela Secretaria do Tesouro Nacional - SSTN a serem observados, a ContabilidadePblica envolve ou traz para si, necessariamente, conhecimentos de outros ramos da Contabilidade,

    de disciplinas jurdicas e da Cincia das Finanas, pois so muitas as reas de interseo dessessistemas de conhecimento.

    Direito

    Constitucional

    DireitoAdministrativo

    Finanas

    Pblicas

    Direito

    Fiscal

    Direito

    Financeiro

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    Esse conjunto de princpios, leis, regras e procedimentos iro integrar osfundamentosdaContabilidadePblica. Exemplificando alguns relacionamentos:

    2.8.1 - Com Ramos ou Especializaes Contbeis

    Por fora das atividades atpicas realizadas pelo Estado, so adotadas contas etcnicas especiais para registrar e acompanhar as operaes realizadas, segundo as normas queregem essas atividades: Contabilidade Industrial, adotada em rgos e entidades pblicas voltadas transformao e produo de bens, como fbricas de medicamentos, de rao, de mveis, etc.Contabilidade Agrcola, adotada em rgos e entidades pblicas que possuem estaes de pesquisaem agricultura. Contabilidade Pecuria, utilizada por rgos e entidades pblicas que realizam

    pesquisa e produo pecuria. Contabilidade Previdenciria, quando as atividades de entidadespblicas, como o INSS e o IPERGS, so voltadas para a assistncia e previdncia social.Contabilidade Hospitalar, adotada por estabelecimentos hospitalares pblicos. ContabilidadeSecuritria, quando a entidade voltada rea de seguros; neste caso, a observncia das normas do

    Instituto de Resseguros do Brasil - IRB fundamental. Contabilidade de Transportes, nos rgos ouentidades pblicas que tm como objetivo o transporte terrestre, areo ou aqutico, de pessoas oucargas. Contabilidade Bancria, adotada por instituies financeiras pblicas, que devem ajustar-ses normas do Banco Central do Brasil - BACEN, como a autarquia, Banco Regional deDesenvolvimento do Extremo-Sul - BRDE. Percia Contbil, quando trata de apurar determinadofato, judicial ou no. Auditoria, que realizada em toda Administrao Direta e Indireta,envolvendo entidades de inmeros setores de atuao. O Auditor dos rgos de controle interno ouexterno deve especializar-se nas reas especficas da entidade que forem examinar, levando emconta a especificidade das normas que as regem. Os programas de auditoria em entidades regidas

    pela Lei federal 4.320/64, para entidades estatais, autarquias e fundaes, e pela Lei federal6404/76, para entidades da rea empresarial, so distintos em alguns aspectos.

    2.8.2 - Com Disciplinas Jurdicas

    H vrias reas de interseo da Contabilidade Governamental com disciplinasjurdicas, pois ela possui seus fundamentos nas mais diversas normas, tendo em vista o cunho doexame da legalidade dos atos dos administradores pblicos, inerentes ao controle interno.

    a) Direito Constitucional

    A Contabilidade Governamental relaciona-se com o Direito Constitucional por traaresse ramo jurdico os princpios e as diretrizes mximas de ordem econmica, financeira,

    patrimonial, tributria, oramentria, administrativa, controle interno e externo, competncias,

    patrimnio, oramento, tributos, entre outros, contidas na Constituio Federal.

    b) Direito Financeiro

    Por constituir o conjunto de normas reguladoras da atividade financeira do Estado,como o oramento, receita, despesa, crditos, dvida, demonstraes contbeis, etc. As NormasGerais de Direito Financeiro esto contidas na Lei federal n 4.320/64, sobre os oramentos e

    balanos governamentais.

    c) Direito Fiscal ou Tributrio

    Que trata das contribuies compulsrias arrecadadas da coletividade; relaes entre

    Estado e contribuinte, etc. Suas normas fundamentais esto contidas no Cdigo Tributrio Nacional

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    e nas normas especficas dos tributos de competncia da Unio, dos Estados, do Distrito Federal edos Municpios.

    d) Direito Administrativo

    Quando trata da organizao dos servios pblicos, administrao direta e a indireta,

    servios delegados, licitaes, contratos administrativos, bens pblicos, convnios, etc.; muitoimportante aos Contadores que executam o Controle Interno e o Externo do Governo teremconhecimentos jurdicos inerentes a suas atividades.

    2.8.3 - Com Finanas Pblicas ou Cincia das Finanas

    Quando estuda as alternativas de fontes de recursos para custear os servios einvestimentos pblicos; a receita pblica, a despesa pblica, o oramento pblico, o crdito pblico,etc. matrias de competncia dos Economistas, mas que o Contador deve tambm conhecer.

    CONTABILIDADE PBLICA FINANAS PBLICASEstuda os atos e fenmenos financeiros

    pblicos do ponto de vista jurdico.Estuda a atividade financeira do Estadosob perfil econmico.

    Estuda o contedo financeiro da atividadejurdica do Estado.

    Ocupa-se do estudo econmico dos fatosfinanceiros do Estado.

    As normas de finanas pblicas voltadas para a responsabilidade na gesto fiscalesto contempladas na Lei Complementar federal n 101/00 - Lei de Responsabilidade Fiscal..

    2.9 - Campo de Aplicao da Contabilidade Governamental o EstadoCampo de Aplicao: espao de atuao do Profissional de Contabilidade

    que demanda estudo, interpretao, identificao, mensurao, avaliao, registro,controle e evidenciao de fenmenos contbeis, decorrentes de variaes patrimoniais em:

    (a) entidades do setor pblico; e

    (b) ou de entidades que recebam, guardem, movimentem, gerenciem ouapliquem recursos pblicos, na execuo de suas atividades, no tocante aos aspectoscontbeis da prestao de contas. (Resoluo CFC n 1.128, de 21 de novembro de 2008)

    7. O campo de aplicao da Contabilidade Aplicada ao Setor Pblicoabrange todas as entidades do setor pblico.(...) Entidade do Setor Pblico: rgos, fundose pessoas jurdicas de direito pblico ou que, possuindo personalidade jurdica de direito

    privado, recebam, guardem, movimentem, gerenciem ou apliquem dinheiros, bens e valorespblicos, na execuo de suas atividades. Equiparam-se, para efeito contbil, as pessoasfsicas que recebam subveno, benefcio, ou incentivo, fiscal ou creditcio, de rgopblico.

    8. As entidades abrangidas pelo campo de aplicao devem observar asnormas e as tcnicas prprias da Contabilidade Aplicada ao Setor Pblico, considerando-

    se o seguinte escopo:

    (a) integralmente, as entidades governamentais, os servios sociais e osconselhos profissionais;

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    (b) parcialmente, as demais entidades do setor pblico, para garantirprocedimentos suficientes de prestao de contas e instrumentalizao do controle social.(Redao dada pela Resoluo 1.268/2009/CFC/EFEPL)

    A Contabilidade tem por base a organizao ou a entidade. A ContabilidadeGovernamental tem por base o Estado ou entidade estatal. Seu campo de atuao o das pessoas

    jurdicas de direito pblico, fundamentalmente, como a Unio, Estados membros, Distrito Federal,Municpios, e, secundariamente e por extenso, suas autarquias e fundaes governamentais, bemcomo entidades de direito privado de fins lucrativos, mas que dependam de recursos da entidadeestatal matriz, como o Hospital de Clnicas de Porto Alegre, que lhes so supervisionadas, comoalgumas empresas pblicas que so mantidas pelo Tesouro.

    As demais empresas e sociedades de economia mista e suas controladas, todas dedireito privado e fins lucrativos, adotam a Contabilidade Empresarial prpria (Lei n 6.404/76).

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    UNIDADE II - A ENTIDADE ESTATAL

    3 - O ESTADO

    Sumrio: 3.1 O Surgimento do Estado Moderno (e da Contabilidade) 3.2 Conceito de Estado 3.3 Caractersticas

    Exclusivas da Entidade Estatal3.4 Elementos do Estado

    3.1 - O Surgimento do Estado Moderno (e da Contabilidade)

    O estado moderno, que se caracteriza por ser uma organizao burocrtica complexa,atingiu o atual nvel de desenvolvimento mediante lentas e constantes modificaes ao longo dahistria. Voltemos ao passado.

    Desde o surgimento do homem na Terra, em suas formas mais primitivas - oprimeiro homem ou pr-homem, como o Australopitecus, o Pitecantropus, este demonstrou ser umanimal gregrio; um homem social, que vive em conjunto com seus semelhantes.

    A partir do homem moderno, como o de Neandertal, ou o de Cro-Magnon, elepassou a viver em regime de comunidade primitiva; vive associado pela necessidade de garantir asua sobrevivncia.

    Aproximadamente, a partir de 3.000 anos a.C., comea a revoluo agrcola:atividade principal das mulheres, tidas como as precursoras do trabalho, e, com ela, a diviso socialdo trabalho. Comeam a produzir mais do que o prprio consumo e o excedente econmico trocado entre eles; surge a moeda para substituir o escambo, que passou por vrias formas, como ofio de cabelo da cauda de elefante, conchas, pedras, etc. Nesse desenvolvimento, a revoluo urbanamarca sua presena com o surgimento das cidades e, com elas, h o desenvolvimento do comrcio eo surgimento de um poder centralizado, que coordena as atividades econmicas e o poder militar,no incio, de modo incipiente.

    o Estado que nasce.

    Tivemos alguns exemplos de sociedades mais organizadas nas antigas civilizaes,como, no Oriente Prximo, a Civilizao Egpcia; no Oriente Mdio, a Civilizao daMesopotmia; no Extremo Oriente, a Civilizao Chinesa; na Amrica, a Civilizao pr-colombiana, constituda pelos Maias, Astecas e os Incas; na Antigidade Clssica, a CivilizaoGrega e a Romana.

    Todas elas apresentaram grande desenvolvimento do comrcio e tambm criaram

    mtodos especficos de registrar (contabilizar) suas vidas econmicas, utilizando os mais variadosmateriais, como pergaminhos, papiros, couros, tijolos de barro, placas de madeira, cordes com ns(incas), etc.

    Na Idade Mdia, muda a situao. H o recuo do comrcio, devido s invasesbrbaras, que destroem o Imprio Romano; intensifica-se o processo de agrarizao na Europa, queretorna s atividades agrcolas; comea o forte domnio da Igreja, que a nica fora organizada dapoca e que vai reestruturar o mundo ocidental; ao judeu, pela lei, vedada a posse da terra e elesvoltam-se s atividades comerciais.

    Nos fins da Idade Mdia e incio da Moderna, a partir do sc. XV, h orenascimento do comrcio. Nessa fase, foram aprimorados os controles e formas de registros de

    suas operaes; segundo Antnio Lopes de S, a inveno da imprensa por Gutenberg, naAlemanha, propiciou a divulgao das partidas dobradas, apresentadas no livro de Lucas Paciolo

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    editado em Veneza, em 1494, que j existiam h 300 anos antes e eram conhecidas como mtodoveneziano de registro comercial, que ainda hoje so plenamente utilizadas. A imprensa socializou oconhecimento.

    Ocorrem as grandes navegaes, mas, basicamente, entre 1494 e 1800, acontabilidade no evoluiu, permanecendo estagnada.

    Desagrega-se o modo de produo feudal e h o incio da fase da gestao docapitalismo, que desembocar na Revoluo Industrial, no sc. XVIII, quando aumentaram ascomplexidades das entidades e das operaes, exigindo rever as formas de registros contbeis.Surge uma nova classe, a burguesia, que se ocupar das atividades econmicas; ela no vive dalavoura e sim do comrcio.

    Nesse ambiente, desenvolve-se o poder do Estado Nacional, com suas caractersticasfortes de moderno, absolutista e centralizado. O Estado j possui um territrio determinado emanifesta sua soberania sobre todo seu territrio e sobre todas as pessoas que nele ocupam,reconhecida internacionalmente.

    Reativa-se a vida econmica e com ela a contabilidade vista como uma forma decontrole e de informaes, necessria manuteno das pessoas que detm o poder. Acompanhandoa evoluo da civilizao ao longo do tempo, possvel constatar como a contabilidade chegou aoatual estgio, pois ela est atrelada ao desenvolvimento da humanidade. Aquele que contabiliza temuma funo especfica na sociedade.

    Todavia, de acordo com Lino Martins da Silva,

    as poucas normas que foram adotadas nas antigas sociedades, como Egito,Grcia e Roma, obedeciam to-somente ao interesse do monarca e objetivavam muito maisassegurar a fidelidade dos administradores do que o controle das mutaes ocorridas no

    patrimnio pblico.

    Inexistia uma Contabilidade Pblica organizada de forma sistemtica nas antigascivilizaes, devido a ausncia de controle prvio parlamentar (Poder Legislativo) por meio dooramento; a organizao contbil era rudimentar e os controles eram ineficazes.

    No desenvolvimento do Estado, a Contabilidade sempre esteve a ele associada e seuaprimoramento uma constante na histria. Na poca da crise da Bolsa de Nova Iorque, em 1929,mesmo que as demonstraes contbeis das empresas fossem auditadas, a Contabilidade ainda no

    possua uniformidade de procedimentos, pois no haviam sido estabelecidos seus padres.

    Com a introduo gradativa de novas tcnicas, chega-se hoje utilizao demodernos e complexos equipamentos e programas eletrnicos para registro das operaes degesto, representao do patrimnio, apurao dos resultados e controle dos agentes daAdministrao.

    Com as recentes normas baixadas pela Secretaria do Tesouro Nacional - STN e peloConselho Federal de Contabilidade - CFC, acontecer uma verdadeira revoluo na ContabilidadeGovernamental, onde todas as entidades pblicas reformularo a metodologia dos procedimentos enovas apresentaes das demonstraes contbeis em busca da uniformizao aos preceitosinternacionais.

    Com as recentes normas que esto sendo introduzidas pela Secretaria do Tesouro

    Nacional - STN e Conselho Federal de Contabilidade - CFC, estamos presenciando uma revoluona Contabilidade, onde todas as entidades pblicas reformularo a metodologia dos procedimentos

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    e novas apresentaes das demonstraes contbeis dirigidas uniformizao aos preceitosinternacionais.

    3.2 - Conceito de Estado

    So vrios os modos de conceituar o Estado. Eis alguns:3.2.1 - Sociolgico: a corporao territorial dotada de um poder de mando originrio.

    3.2.2 - Poltico: a comunidade de homens, fixada sobre um territrio, com potestade (fora,poder) superior de ao, de mando e de coero.

    3.2.3 - Constitucional: a pessoa jurdica territorial soberana.

    3.2.4 - Cdigo Civil: a pessoa jurdica de Direito Pblico Interno.

    3.2.5 - Em Termos Econmicos: Entidades estatais so institutos econmicos nos quais se operame se desenvolvem, em contnua coordenao, a aquisio e o consumo de bens para realizao dos

    fins perseguidos pelo Estado em um determinado momento histrico.

    3.2.6 - Conceito a Partir de Classificaes sobre Entidades

    O conceito de entidade estatal pode ser obtido tambm a partir de comparaes entrediversos tipos de entidades ou de suas classificaes.

    3.2.6.1 - Quanto aos Fins a que Concorrem

    No nosso meio, h entidades com as seguintes finalidades:

    - lucrativas ou econmicas: quando a riqueza, seu patrimnio, meio e fim da

    administrao. Ex.: as empresas que, basicamente, dominam o setor privado, visando o lucro, que a remunerao do capital; na rea governamental, tambm h empresas controladas acionariamentepele Estado, que visam o lucro.

    - ideais ou no-econmicas: quando o patrimnio apenas meio ou instrumento quea administrao utiliza para que o ente realize seus fins, que so de ordem no econmicos ouideais. Ex.: instituies de fins no lucrativos, como o Estado e outras entidades governamentais ouno, como as filantrpicas e assistenciais, por exemplo.

    3.2.6.2 - Quanto Condio do Organismo Administrativo

    Neste enfoque, a ateno centraliza-se na organizao dos rgos bsicos de

    qualquer entidade, o volitivo e o diretivo. Elas podem ser:- autnomas: so as entidades em que o exerccio da vontade e da direo esto

    afetos a uma s pessoa - o proprietrio ou o sujeito da entidade. Ex.: organizaes singulares,pequenos negcios ou mesmo sociedades, onde todos os titulares que nela atuam exercem asfunes volitivas (vontade, que decidem o que fazer) e diretivas (que dirigem a entidade). Obs.: noconfundir com autonomia da Unio, dos Estados, do DF e dos Municpios assegurada daConstituio Federal.

    - dependentes: so aquelas que apresentam uma distino entre os rgos querepresentam a vontade ou poder e os rgos que a dirigem. O rgo que administra ou dirige age

    por delegao de faculdades que lhe confere o sujeito (singular ou coletivo) - que so osproprietrios, os acionistas. Compreende a maior parte das entidades. Ex.: sociedades annimas,sociedades limitadas, fundaes particulares.

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    Na rea governamental, todas as atividades desenvolvidas pelo organismoadministrativo ou pelos rgos dos Poderes constitudos agem dentro das autorizaes edelimitaes estabelecidas por leis, que so aprovadas pelo Poder Legislativo, seu rgo volitivo.Ento, quanto condio do organismo administrativo, o Estado uma entidade dependente, pois

    bem ntida a distino entre o rgo que decide o que fazer (o Legislativo) e os demais rgos

    diretivos e de execuo, que s podem prestar servios e agir de acordo com o que estiverexpressamente estabelecido em lei. Toda a Administrao Pblica, em todos os nveis, dos maisaltos aos mais baixos escales, s age conforme estiver expressamente autorizado na lei.

    3.2.6.3 - Quanto Extenso do Trabalho Administrativo

    Em relao diviso das competncias e atividades realizadas, as entidades podemser:

    - simples ou indivisas: so as entidades em que todas as funes concentram-se emum s ncleo (o administrador ou proprietrio) e todo o organismo administrativo, basicamente, agesob sua dependncia direta, sob a direo do administrador. Ex.: pequenos negcios,

    microempresas, etc.

    - complexas ou divisas: so assim designadas quando o organismo administrativoopera subdividido em diversas funes e diversos grupos, como superintendncias, departamentos,divises, sees, setores, turmas, escritrios, sob a direo de diversos chefes hierarquicamentedispostos. Ex.: multinacionais, conglomerados, empresas de departamentos e o Estado, que secaracteriza pela multiplicidade de rgos complexos que executam uma diversidade muito grandede atribuies.

    3.2.6.4 - Quanto Natureza Jurdica do Sujeito

    Sob este enfoque, as entidades podem ser:

    - singulares: a entidade singular a que pertence a uma s pessoa, denominadapessoa fsica. Ex.: microempresa unipessoal.

    - coletivas: entidade coletiva a que pertence a um grupamento de pessoas,formando uma entidade jurdica autnoma, com personalidade jurdica distinta das pessoas que ainstituram. Ex.: sociedades civis, sociedades comerciais limitadas, companhias, fundaes, etc.

    Neste tipo, enquadra-se o Estado democrtico.

    3.2.6.5 - Quanto Natureza (de Antonio Viti de Marco)

    Viti de Marco desdobra a entidades em duas categorias, de produo ou de consumo.

    - de produo ou empresas: so as entidades em que, por meio das quais, o Estadovisa indiretamente a satisfao das necessidades da coletividade. Ex.: BANRISUL, CORSAN, etc.

    - de consumo ou distribuio: so as entidades que visam satisfazer diretamente asnecessidades da coletividade, prestando diretamente os servios pblicos. Ex.: Unio, Estadosmembros, Municpios e instituies autrquicas.

    3.2.6.6 - Quanto ao Ramo do Direito

    Para fins didticos, o direito objetivo dividido em pblico e privado.

    - de Direito Privado: O direito privado contm os preceitos reguladores das relaesdos indivduos entre si. Ele disciplina as relaes entre os indivduos como tais, nas quais

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    predomina imediatamente o interesse de ordem particular. O direito civil e o comercial integram odireito privado.

    - de Direito Pblico: direito pblico o destinado a disciplinar os interesses gerais dacoletividade. Ele regula as relaes do Estado com outro Estado, ou as do Estado com os cidados.O direito pblico composto de vrios sub-ramos, quais sejam, o direito constitucional, oadministrativo, o penal, o previdencirio, o eleitoral, internacional pblico e privado, processualcivil e penal, do trabalho, tributrio e financeiro.

    Em sntese:

    O Estado uma entidades de direito pblico; de fins ideais ou no econmicos;dependente quanto condio de seu organismo administrativo; complexa ou divisa, quanto diviso do trabalho; coletiva, quanto natureza jurdica do sujeito; e de distribuio ou consumo,

    por prestarem diretamente os servios na satisfao das necessidades.

    Como sinnimos de Estado, citados na bibliografia da rea de Contabilidade Pblica

    e de Direito Administrativo, tem-se entidade estatal, autonomia, autonomia poltica, AdministraoDireta, Administrao Centralizada, azienda pblica, entre outras.

    3.3 - Caractersticas Exclusivas da Entidade Estatal

    As entidades estatais possuem as seguintes caractersticas exclusivas.

    3.3.1 - Poder de Imprio ou Coercitivo

    A coero a fora que emana da soberania do Estado e capaz de impor o respeito norma legal. A ndole coativa decorre da forma pela qual os recursos ou meios econmicos soconseguidos, como a cobrana de tributos. O Estado cria o tributo e o cobra coercitivamente.

    3.3.2 - Autonomia Poltica, Administrativa, Financeira e Patrimonial

    Significa, respectivamente, o direito ou faculdade de se reger por leis prprias;organizar-se como quiser; e instituir e cobrar seus tributos dentro de suas competncias e dispor seu

    patrimnio como lhe aprouver.

    3.4 - Elementos do Estado

    3.4.1 - Em Termos Jurdicos

    Juridicamente, o Estado constitudo de trs elementos originrios e indissociveis:

    - povo, que o componente humano do Estado; a coletividade sobre seu territrio ejurisdio, que legitima os integrantes de seu governo e paga os dzimos devidos ao Estado;

    - territrio, a sua base fsica; toda a extenso territorial sob seus domnios,geograficamente determinada, delimitada; e

    - governo soberano, que o elemento condutor do Estado, que detm e exerce opoder absoluto de autodeterminao e auto-organizao emanado do povo.

    3.4.2 - Em Termos Administrativos

    No estudo do Estado, como campo da Contabilidade Pblica, ele ser tomado noconceito de uma entidade composta por pessoas, bens, operaes e interesses ou objetivos de todos

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    que gravitam em torno dele. Esses quatro elementos constituem os captulos bsicos do programaque ser desenvolvido detidamente, nas aulas a seguir, de Contabilidade Governamental I.

    guisa de introduo ao exame do Estado, sero identificados seus quatro elementosbsicos, comuns a qualquer entidade, que tambm o integram, comparando-o como uma entidadeeconmica qualquer, conforme o esquema desenvolvido pelo Professor Jos Olavo Nascimento, queos representa no seguinte modo:

    a) Elementos estveis

    3.4.2.1 - As Pessoas ou Organismo Pessoal

    Pessoas, como elemento subjetivo, integrantes da entidade, que ensejam o estudo da

    Organizao.

    Constituem os elementos subjetivos da entidade. Formam o organismo pessoal, quecorresponde a um sistema de funes. Nas funes desse organismo pessoal, est todaadministrao. A administrao constituda pela ao humana, desenvolvida para atender aos finsdo ente. Em uma anlise, sob o enfoque da Teoria de Sistemas, tem-se os mais variados grupos de

    pessoas que gravitam em torno de uma entidade:

    Nas empresas, as pessoas compreendem: o proprietrio ou sujeito da entidadeeconmica; o administrador ou agente de direo (prepostos); os agentes de execuo(empregados); os agentes de controle e os terceiros com os quais a entidade mantm relaes

    (fornecedores, bancos, fisco e clientes).No Estado, as pessoas que tm algum contato ou interesse, por exemplo, so: os

    governantes e governados (populao); os contribuintes; os credores, como os fornecedores,prestadores de servios e bancos; os servidores ou agentes pblicos, etc.

    Na Unidade IV - A Organizao dos Servios Pblicos, sero apresentados os rgosque o integram e as entidades por ele criadas, que gravitam em torno dele, suas caractersticas bemcomo esto organizados e seus rgos de controle.

    3.4.2.2 - Os Bens ou Patrimnio

    Bens, como elementos objetivos, que representam no s os seus bens, crditos evalores de seu Ativo, como, tambm, todas as dvidas, que levaro ao estudo do Patrimnio.

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    Refere-se aos bens indispensveis atividade econmica da entidade. Formam asubstncia ou os elementos positivos e suas dvidas que contribuem sua ao, sobre os quais soexercidas as funes econmicas ou funo gestiva.

    O conjunto dos bens, crditos e dvidas constituem o patrimnio da entidade. Nasempresas, ele utilizado para a obteno do lucro de seus proprietrios. No Estado, para a prestaode servios pblicos para satisfazer as necessidades da populao. Na Unidade V - O PatrimnioPblico, sero apresentados seus aspectos bsicos mnimos.

    b) Elementosdinmicos:

    3.4.2.3 - As Operaes ou Gesto

    Operaes, o elemento mais dinmico, que abrange o conjunto de todas as operaesdesenvolvidas, que constituiro o estudo da Gesto.

    O conjunto dessas operaes, em contnuo suceder no tempo e no espao, mediante autilizao dos bens e do esforo do homem, constitui os fatos ou fenmenos da gesto, que so oelemento dinmico da entidade. Na Unidade VI - A Gesto, sero desenvolvidos vrios aspectossobre a gesto de receitas e despesas do Governo.

    3.4.2.4 - Os Interesses ou Objetivos

    Interesses, elemento econmico, refere-se aos vrios interesses que os diversosgrupos de pessoas buscam em torno da entidade, destacando que o objetivo principal do Estado defins ideais, mediante a satisfao das necessidades pblicas e elevao do bem-estar dacoletividade, que constituir o captulo sobre os Objetivos do Estado.

    Entre os vrios interesses, destacam-se:

    Em uma empresa, por exemplo, em torno dessa entidade econmica, desenvolve-seuma srie de interesses, que so relativos s pessoas que constituem seus elementos subjetivos.Assim, ao proprietrio ou investidores quele que destinou uma dotao de bens para uma atividadelucrativa qualquer, corresponde o interesse do capital, o lucro; - aos prepostos (administradores), ointeresse maior o da aplicao da tcnica, visando eficincia, eficcia e economicidade nosnegcios; aos agentes da execuo (empregados), o interesse o do trabalho, com vistas ao salrio;aos terceiros, os que formam a clientela, e outros credores por emprstimos, fornecedores e outroscredores, o governo e suas agncias, que mantm relaes com a empresa, buscam fornecer ou

    prestar ou adquirir bens e servios de seus interesses.

    No Estado, como nas entidades de fins no-lucrativos, suprimida a figura do

    capitalista, pois o interesse ideal ou social: aos governantes, interessa a aplicao prtica dosprincpios poltico-partidrios, buscando atender seus interesses bem como os da populao com aprestao de servios pblicos de melhor qualidade; aos governados, aos servidores, melhorqualidade dos servios prestados, aprimoramento funcional, tcnico e material, estabilidade deempregos e vencimentos; aos contribuintes, uma carga tributria justa e servios pblicoscondizentes; aos fornecedores, o recebimento de crditos sem atraso, a populao, busca melhorqualidade de vida e melhor qualidade dos servios pblicos. populao interessa usufruir serviosde melhor qualidade, com reduo de restries ao uso da sade, educao, segurana,

    poluio ambiental. Disse reduo de restries pois ainda h muitas e, quanto mais melhorar ascondies de vida, mais e novas necessidades iro surgindo, todavia, tudo cai no lugar comum: asnecessidades so infinitas, mas os recursos so escassos.

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    populao interessa usufruir servios de melhor qualidade com reduo derestries sade, segurana, poluio ambiental, etc. Disse reduo de restries, pois ainda hmuitas e quanto mais melhorar as condies de vida, mais e novas necessidades iro surgindo;todavia tudo cai no lugar comum: as necessidades so infinitas, mas os recursos so escassos.

    A dinmica da relao entre esses quatro elementos : as energias pessoais(organismo pessoal), que formam o elemento propulsor da entidade, utilizando o patrimnio comoinstrumento, geram um fluxo contnuo de operaes, para atender variados interesses, entre os quaisos do Estado, que a elevao do bem-estar da coletividade. Na Unidade III - Os Objetivos doEstado, a seguir, sero apresentados os conceitos iniciais necessrios para conhecer as finalidades,funes, compartilhamento de competncias, etc., do Estado.

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    UNIDADE III - OS OBJETIVOS DO ESTADO

    4 - OS OBJETIVOS DA ENTIDADE ESTATAL

    Sumrio: 4.1 Introduo: As Necessidades Individuais, Necessidades Coletivas e Necessidades Pblicas 4.2 OsServios Pblicos4.3 Os Servios de Utilidade Pblica 4.4 As Finalidades do Estado de Acordo com os ServiosPrestados4.5 O Partilhamento das Competncias do Estado4.6 Formas de o Governo Prestar os Servios Pblicos4.7 Formas de Execuo de Servios Administrativos

    4.1 - Introduo: as Necessidades Individuais, Necessidades Coletivas eNecessidades Pblicas

    O homem, pela sua condio de ser vivo e para manter essa condio, precisa a todoo momento saciar suas necessidades. A gua, os alimentos para repor as energias despendidas, asvestes para proteger-se do frio, a casa para abrigar-se, etc. So as necessidades individuais.

    Quando s no consegue satisfazer por si s suas dificuldades, compelido a agir emgrupo. Essas necessidades comuns ao grupo, que este consegue debel-las, uma necessidadecoletiva. As necessidades desse homem so as mesmas de seus semelhantes.

    Algumas das necessidades humanas so coletivas por serem satisfeitas mediante aao de grupos. Foi o que, provavelmente, aconteceu na Antigidade, quando uma tribo eraagredida por outra, quando se defendiam de animais de grande porte, ou se uniam para ca-lo, ouquando precisavam abrir uma senda na floresta. Nas sociedades polticas primitivas, as necessidadescoletivas eram reduzidas; limitavam-se, geralmente, defesa contra agresses externas, seguranainterna e distribuio de justia (conselho dos sbios).

    Com o progresso da civilizao, novas e crescentes necessidades foram surgindo.Hoje, por exemplo, elas abarcam um vasto e diversificado quadro, que compreende a assistncia maternidade; ao nascituro; infncia; adolescncia; velhice desamparada; ao desempregado; morte; a recreao; ao ensino; educao; cultura; sade; ao fomento produo; proteo aomeio ambiente, ao sem terra; aos sem teto, aos sem emprego, etc. A gama de necessidades muitogrande e complexa.

    As necessidades humanas, materiais ou imateriais, constituem o pressuposto de todaa atividade econmica. Grande parte das necessidades humanas satisfeita por meio da atividade dainiciativa privada. Outra parte atendida por intermdio da atividade desenvolvida pelas entidadespblicas, porque os agentes polticos e governantes reconheceram que, como os esforos coletivosno obtiveram xito no atendimento de suas necessidades, o Estado deveria intervir e prestar esseservio. As necessidades que determinam a atividade das entidades pblicas denominam-senecessidades coletivas pblicas, ou, resumidamente, necessidades pblicas.

    Afora as necessidades comuns a todos, as essenciais, para manter a integridade fsica,cada povo tem necessidades distintas, de acordo com uma srie de peculiaridades, como polticas,culturais, sociais, geogrficas, etc. Elas variam no tempo e no espao, ou seja, no passar do tempo,tipo de governo estabelecido e o local em que a necessidade sentida (espao geogrfico), asnecessidades vo se modificando ao longo da evoluo do ser humano. Como exemplos brasileiros,em passado no muito distante, tem-se os grandes empreendimentos desenvolvidos pelos governos,como a Volta Redonda, Corredores de Exportao, Projeto Carajs, Ferrovia Norte-Sul, Calha

    Norte, SIVAM. etc. Contrastando com essas etapas de desenvolvimento, em pases pobres, oumesmo no interior do Brasil, encontram-se populaes em extrema pobreza, onde, ainda, at mesmo

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    a gua e alimentos so escassos. So suas necessidades bsicas ainda a serem atendidas, o que fazque pases desenvolvidos dizem estar o Brasil na ante-sala de pas de primeiro mundo.

    Na atualidade, as necessidades pblicas so as reconhecidas pelos rgos pblicos.As necessidades coletivas, ento, tornam-se pblicas por deciso dos rgos polticos.

    A liberdade individual, a segurana e defesa da nao, a imparcialidade da Justia, aigualdade de oportunidade, o bem-estar, a elevao moral, material e intelectual do povo, soexemplos de necessidades coletivas. Essas necessidades coletivas tornam-se pblicas quandosatisfeitas pelo processo do servio pblico. Com o clamor dos necessitados e pela ao de grupos

    polticos, o Estado assume a responsabilidade de prestar um servio com sentido deobrigatoriedade, imparcialidade e continuidade.

    Necessidade pblica toda aquela de interesse geral satisfeita pelos serviospblicos. Servio pblico a interveno do Estado para prov-la. (Aliomar Baleei