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Volume 15 número 2 Novembro 1997 ISSN 0102-0536 SOCIEDADE DE OLERICULTURA DO BRASIL Presidente Nilton Rocha Leal UENF-CCTA Vice-Presidente Luiz Gomes Correa EMATER-MG 1º Secretário Arleti Marchi T. de Melo IAC 2º Secretário Iniberto Hammerschmidt EMATER-PR 1º Tesoureiro Pedro Henrique Monnerat UENF-CCTA 2º Tesoureiro Osmar Alves Carrijo Embrapa Hortaliças COMISSÃO EDITORIAL DA HORTICULTURA BRASILEIRA Presidente Paulo Eduardo de Melo Embrapa Hortaliças Editora Alice M. Quezado Soares Embrapa Hortaliças Editor Luis Antônio B. Salles Embrapa Clima Temperado Editor Marcelo Mancuso da Cunha IICA- SRH Editora Mirtes Freitas Lima Embrapa Semi-Árido Editora Sieglinde Brune Embrapa Hortaliças CORRESPONDÊNCIA: Horticultura Brasileira Caixa Postal 190 70.359-970 - Brasília-DF Tel.: (061) 385-9000/9066/9051 Fax: (061) 556-5744 www.hortbras.com.br hortbras@ cnph.embrapa.br Hortic. bras., v. 15, n. 2, nov. 1997. ÍNDICE CARTA DO EDITOR 81 CARTA AO EDITOR Produtividade do tomateiro: kg/ha ou kg/ha x dia? P. C. R. Fontes 83 ARTIGO CONVIDADO Plantas medicinais e aromáticas no ensino de agronomia no Brasil. L. C. Ming. 85 PESQUISA Perdas na produtividade do tomateiro em sistemas alternativos de controle fitossanitário. M. Picanço; F. G. Faleiro; Â. Pallini Filho; A. L. Matioli 88 Qualidade pós-colheita em genótipos de tomate do grupo multilocular. J. M. Resende; M. I. F. Chitarra; W. R. Maluf; A. B. Chitarra. 92 Resistência de linhagens, híbridos F1 e cultivares de pimentão a Meloidogyne incognita (raças 1, 2, 3 e 4) e a M. javanica. J. R. Peixoto; W. R. Maluf; V. P. Campos 98 Produção de máxima eficiência econômica da batata em função da adubação fosfatada. P. C. R. Fontes; F. A .T. Rocha; H. E. P. Martinez 104 Uso de folhas enraizadas de batata para avaliação da resistência à murcha-bacteriana. M. F. Lima; C. A. Lopes; P. E. de Melo. 108 PÁGINA DO HORTICULTOR Lepidópteros associados ao jiloeiro. M. Picanço; V. W. D. Casali; G. L.D. Leite; I. R. de Oliveira 112 Enraizamento de miniestacas de erva-baleeira. O. A. Lameira; J. E. B.P. Pinto; M. de F. Arrigoni-Blank 114 Exportação de nutrientes pelo aspargo. J. E. Flori; G. M. de Resende; C. M.B. Faria 116 Patogenicidade de Meloidogyne javanica em quatro espécies de plantas medicinais. A. C. Karl; R. M. Souza; J. K. A. Mattos 118 NOVA CULTIVAR Canuanã e Palmas: novas cultivares de batata-doce resistentes aos nematóides-das-galhas. M. A. da Silveira; S. M. de Azevedo; W. R. Maluf; V. P. Campos; V. G. Momenté. 122 ‘Tx 401-08’: linhagem de tomate para processamento industrial, com resistência múltipla a doenças. L. B. Giordano; L. S. Boiteux; J. R. M. Santos; J. M. Charchar.; C. A. Lopes. 123 INSUMOS E CULTIVARES EM TESTE Desempenho de cultivares de alho no norte de Minas Gerais. G. M. de Resende 127 EXPEDIENTE 131 NORMAS PARA PUBLICAÇÃO 134

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Volume 15 número 2Novembro 1997

ISSN 0102-0536

SOCIEDADE DEOLERICULTURADO BRASIL

PresidenteNilton Rocha LealUENF-CCTA

Vice-PresidenteLuiz Gomes CorreaEMATER-MG

1º SecretárioArleti Marchi T. de MeloIAC

2º SecretárioIniberto HammerschmidtEMATER-PR

1º TesoureiroPedro Henrique MonneratUENF-CCTA

2º TesoureiroOsmar Alves CarrijoEmbrapa Hortaliças

COMISSÃO EDITORIALDA HORTICULTURABRASILEIRA

PresidentePaulo Eduardo de MeloEmbrapa Hortaliças

EditoraAlice M. Quezado SoaresEmbrapa Hortaliças

EditorLuis Antônio B. SallesEmbrapa Clima Temperado

EditorMarcelo Mancuso da CunhaIICA- SRH

EditoraMirtes Freitas LimaEmbrapa Semi-Árido

EditoraSieglinde BruneEmbrapa Hortaliças

CORRESPONDÊNCIA:Horticultura BrasileiraCaixa Postal 19070.359-970 - Brasília-DFTel.: (061) 385-9000/9066/9051Fax: (061) 556-5744www.hortbras.com.brhortbras@ cnph.embrapa.br

Hortic. bras., v. 15, n. 2, nov. 1997.

ÍNDICE

CARTA DO EDITOR81

CARTA AO EDITORProdutividade do tomateiro: kg/ha ou kg/ha x dia? P. C. R. Fontes 83

ARTIGO CONVIDADOPlantas medicinais e aromáticas no ensino de agronomia no Brasil. L. C. Ming . 85

PESQUISA

Perdas na produtividade do tomateiro em sistemas alternativos de controle fitossanitário.M. Picanço; F. G. Faleiro; Â. Pallini Filho; A. L. Matioli 88Qualidade pós-colheita em genótipos de tomate do grupo multilocular.J. M. Resende; M. I. F. Chitarra; W. R. Maluf; A. B. Chitarra. 92Resistência de linhagens, híbridos F1 e cultivares de pimentão a Meloidogyne incognita(raças 1, 2, 3 e 4) e a M. javanica. J. R. Peixoto; W. R. Maluf; V. P. Campos 98Produção de máxima eficiência econômica da batata em função da adubação fosfatada.P. C. R. Fontes; F. A .T. Rocha; H. E. P. Martinez 104Uso de folhas enraizadas de batata para avaliação da resistência à murcha-bacteriana.M. F. Lima; C. A. Lopes; P. E. de Melo. 108

PÁGINA DO HORTICULTORLepidópteros associados ao jiloeiro.M. Picanço; V. W. D. Casali; G. L.D. Leite; I. R. de Oliveira 112Enraizamento de miniestacas de erva-baleeira.O. A. Lameira; J. E. B.P. Pinto; M. de F. Arrigoni-Blank 114Exportação de nutrientes pelo aspargo.J. E. Flori; G. M. de Resende; C. M.B. Faria 116Patogenicidade de Meloidogyne javanica em quatro espécies de plantas medicinais.A. C. Karl; R. M. Souza; J. K. A. Mattos 118

NOVA CULTIVAR

Canuanã e Palmas: novas cultivares de batata-doce resistentes aos nematóides-das-galhas.M. A. da Silveira; S. M. de Azevedo; W. R. Maluf; V. P. Campos; V. G. Momenté. 122‘Tx 401-08’: linhagem de tomate para processamento industrial, com resistência múltipla a doenças.L. B. Giordano; L. S. Boiteux; J. R. M. Santos; J. M. Charchar.; C. A. Lopes. 123

INSUMOS E CULTIVARES EM TESTE

Desempenho de cultivares de alho no norte de Minas Gerais. G. M. de Resende 127

EXPEDIENTE131

NORMAS PARA PUBLICAÇÃO 134

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Address:Caixa Postal 07-19070359-970 Brasília-DFTel: (061) 385-9000/9051/9066Fax: (061) [email protected]

Journal of the BrazilianSociety of Vegetable Science

Volume 15 number 2November 1997

ISSN 0102-0536

Hortic. bras., v. 15, n. 2, nov. 1997.

CONTENTS

EDITOR'S LETTER. 81

LETTER TO THE EDITORTomato yield: kg/ha or kg/ha x year? P. C. R. Fontes 83

INVITED ARTICLE

Medicinal and aromatic plants in Brazilian Agronomy colleges. L. C. Ming. 85

RESEARCH

Yield losses in tomato with alternative systems of disease and pest control.M. Picanço; F. G. Faleiro; A. Pallini Filho; A. L. Matioli 88Post harvest quality in tomato genotypes with fruits of the multilocular group.J. M. Resende; M. I. F. Chitarra; W. R. Maluf; A. B. Chitarra 92Resistance of sweet-pepper lines, F

1 hybrids and cultivars to Meloidogyne incognita

(races 1, 2, 3, and 4) and M. javanica. J. R. Peixoto; W. R. Maluf; V. P. Campos 98Maximum economic potato yield as a function of phosphorus fertilization.P. C. R. Fontes; F. A .T. Rocha; H. E. P. Martinez 104Use of rooted potato leaves to evaluate resistance to bacterial wilt.M. F. Lima; C. A. Lopes; P. E. de Melo. 108

GROWER'S PAGE

Lepidoptera associated with Solanum gilo.M. Picanço; V. W. D. Casali; G. L.D. Leite; I. R. de Oliveira 112Rooting of ‘erva-baleeira’ microcuttingsO. A. Lameira; J. E. B.P. Pinto; M. de F. Arrigoni-Blank 114Nutrient exportation by asparagus.J. E. Flori; G. M. de Resende; C. M.B. Faria 116Pathogenicity of Meloidogyne javanica on four medicinal plant species.A. C. Karl; R. M. Souza; J. K. A. Mattos 118

NEW CULTIVAR

Palmas and Canuanã: new sweet-potato cultivars with resistance to the root-knot nematode.M. A. da Silveira; S. M. de Azevedo; W. R. Maluf; V. P. Campos; V. G. Momenté. 122‘Tx 401-08’: multiple disease resistant tomato inbred-line for processing.L. B. Giordano; L. S. Boiteux; J. R. M. Santos; J. M. Charchar.; C. A. Lopes. 123

CULTIVARS, PESTICIDES AND FERTILIZERS IN TEST

Performance of garlic cultivars in northern Minas Gerais State. G. M. de Resende 127

UPDATE131

INSTRUCTIONS TO AUTHORS 134

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81Hortic. bras., v. 15, n. 2, nov. 1997.

carta do editor

Mais uma vitória: outro número de Horticultura Brasileira que fica pronto e chega aos leitores. Como no número anterior, não foi uma tarefa fácil, embora

tenha sido igualmente agradável. Pedimos desculpas pelo atraso e prometemos nos es-forçar ainda mais para manter a revista em dia. Porém, a pontualidade de HorticulturaBrasileira não depende somente da Comissão Editorial.

Não há como produzir a revista se não houver como cobrir os custos. Nossa receita secompõe basicamente do convênio com a FINEP - Financiadora de Recursos e Projetos,dos espaços destinados à divulgação na revista e dos 50% das anuidades da Sociedade deOlericultura do Brasil - SOB, que representam uma parte muito significativa do total.

Muitos sócios porém, não se mantém em dia com a SOB , embora todos gostem dereceber a revista e as notícias da Sociedade sem atraso. Outros argumentam que gostamde pagar a SOB somente no Congresso. Mas vejam bem: até o Congresso já se passoumeio ano, metade (as vezes até mais) das despesas já foram realizadas! No caso daHorticultura Brasileira, temos o número de maio e o livro de resumos para confeccionar,além de despesas de expediente (correspondência, telefonema, fax, material de escritó-rio) que são realizadas antes do congresso. Pensem agora nas despesas da própria Socie-dade, incluindo aquela “ajuda” financeira inicial para que a Comissão Organizadora docongresso possa começar a trabalhar.

Sendo assim, gostaria de lembrar aos sócios que não é preciso esperar a cobrança daSOB para pagar a sua anuidade. Basta fazer o depósito do valor da anuidade no Bancodo Brasil, agência 3028-7 (Agência Pelinca - Campos dos Goytacazes), conta cor-rente 7445-4, ou enviar cheque nominal à Sociedade de Olericultura do Brasil (endereçona última página da revista). Caso opte pelo depósito bancário, não se esqueça de colocarseu nome no recibo, fazer uma cópia e enviá-la para a sede da SOB, em Campos. Apro-veite também para atualizar seu endereço, telefone, fax e e.mail.

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82 Hortic. bras., v. 15, n. 2, nov. 1997.

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83Hortic. bras., v. 15, n. 2, nov. 1997.

carta ao editorFONTES, P.C.R. Produtividade do tomateiro: kg/ha ou kg/ha x dia? Horticultura Brasileira, Brasília, v. 15, n. 2, p. 83 - 84, nov. 1997.

Produtividade do tomateiro: kg/ha ou kg/ha x dia?Paulo Cezar R. FontesUFV - DFT, 36.571-000 Viçosa - MG.

RESUMO

É comum referenciar a produtividade do tomateiro em kg ou t/ha.Porém, expressar a produção de frutos de tomate por área e por tempode permanência da cultura no campo é mais importante, principalmenteao se trabalhar em estufas, onde é possível obter um ciclo de produçãomais longo. Entretanto, melhor seria ainda se a produtividade fosse ex-pressa em termos de produção ponderada, considerando a classificaçãoe o valor que os frutos recebem. Com a alteração na forma de expressara produtividade, espera-se uma comparação mais adequada entre resul-tados de trabalhos de pesquisa. Mais do que isto, espera-se discutir efi-ciência de produção não apenas como um conceito de unidade de área,mas também com um enfoque de área x tempo.

Palavras-chave: Lycopersicon esculentum, classificação defrutos, rendimento, produtividade ponderada

ABSTRACT

Tomato yield: kg/ha or kg/ha x year?It is usual to refer to yield as kg or t/ha. However, it is more

important to express tomato fruit yield as a function of area andcycle length, mainly in the case of greenhouse tomatoes, which caneasily have cycles extended. It would be even better if productioncould be expressed as weighted yield, considering fruit grading andvalue. With this change in the way of expressing yield, it is expectedto achieve a better comparison among research results. Going further,it is expected to discuss efficiency not only as an area dependentvariable, but with an approach of area x time.

Keywords: Lycopersicon esculentum, fruit grading, weightedyield.

(Aceito para publicação em 02 de outubro de 1997)

É comum referenciar a produti-vidade do tomateiro em kg ou t/

ha. Por exemplo: a produtividade brasi-leira de tomate está em torno de 41 t/ha.Não acredito porém, que esta forma deexpressar a produtividade do tomatalseja correta e, muito menos, a forma deidentificar como eficientes os produto-res que atingem elevadas produtivida-des por unidade de área.

Pela observação de tomatais mal e bemconduzidos, é possível verificar que asproduções das primeiras pencas geralmen-te propiciam frutos de maiores tamanhos.Encontrou-se (Oliveira et al., 1995) queplantas da cultivar Santa Clara, conduzidascom apenas uma haste, produziram 24, 25,19, 19, 9 e 1% dos frutos consideradosgraúdos ( 52 cm de diâmetro) na 1ª, 2ª, 3ª,4ª, 5ª e 6ª pencas, respectivamente. Aoserem conduzidas com duas hastes, adistribuição da produção foi 20, 22, 15,9, 2 e 1% da 1ª a 6a penca na haste prin-cipal e 16, 9, 5 e 1% da 1ª a 4ª penca nahaste secundária. Os resultados de ex-celentes produtores podem ser diferen-tes, porém seguirão sempre a tendênciade plantas mais velhas produzirem ca-chos com frutos menores.

Para se manter o tomatal produzin-do pencas e mais pencas (colheitas pordois ou mais meses), com frutos gran-des, é necessário manter as folhasbaixeiras (é preciso lembrar que oamarelecimento natural delas é sinal desenescência e não se resolve com ne-nhum tipo de pulverização), as folhasintermediárias e as folhas mais novasrecebendo pulverizações comagrotóxicos e aplicações de fertilizan-tes em cobertura, de tal maneira que se-jam alcançadas as produtividades, porexemplo, de 154 t/ha ou 7.000 cx/ha ou8 kg/planta!

O tomateiro, com sua característicade perenidade, pode produzir indefini-damente, desde que não ocorram doen-ças causadas por vírus, nematóides, bac-térias, fungos ou similares. Quem temexperiência com tomate sabe que à me-dida que a planta “envelhece”, aquelesproblemas tornam-se mais agudos e di-fíceis de serem controlados. Devido aisto, não seria mais razoável, expressara produtividade em termos de kg/ha/diade permanência da cultura no campo?

Expressar a produção de frutos detomate por área e por tempo de perma-

nência da cultura no campo (do semeioou do transplantio à colheita final) émais importante ainda ao se trabalharem estufas onde é possível “esticar” ociclo de produção do tomateiro, quandocomparado ao ciclo que se obtém a céuaberto. Assim, por exemplo, em estufa,no período do transplantio (17/05) à úl-tima colheita (29/09), utilizando a téc-nica do cultivo em saco plástico, foialcançada a produtividade comercial de162 t/ha = 3.669 g/planta ou 982 kg/hax dia (Loures, 1997). Também em estu-fa, durante o período de 19/05 a 27/10,do transplantio a última colheita, foiobtida a produtividade comercial de 190t/ha = 4.278 g/planta ou 1.180 kg/ha/dia(Fontes et al., 1997). Os autores Zekkiet al. (1996) trabalharam em estufa comsistemas hidropônicos (lã de rocha,NFT, turfa) e obtiveram a produtivida-de comercial média de 142 t/ha = 3.547g/planta, utilizando mudas de 48 dias,durante um período pós-transplantio de100 dias, ou seja, 1.420 kg/ha/dia. Nosdois últimos exemplos, do semeio à co-lheita final foram respectivamente 176e 148 dias; assumindo que as classifica-ções dos frutos foram semelhantes, as

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produtividades comerciais, expressasnos respectivos períodos, foram 1.080e 959 kg/ha x dia, respectivamente.

Menos adequado que expressar aprodutividade em kg/m2 ou t/ha éexpressá-la em kg/planta. Ao se menci-onar que a produtividade de tomate naEspanha, por exemplo, em condições deestufas não climatizadas, é 9 kg/planta(Prados, 1995) e que em Viçosa foi4.278 kg/planta (Fontes et al., 1997), énecessário deixar claro não somente operíodo de tempo de permanência dacultura no campo (ciclo), mas tambémo número de plantas por m2. Concreta-mente, no exemplo da Espanha, a pro-dutividade seria 18 kg/m2 x 280 dias ou643 kg/ha x dia. No segundo exemploseria 1.180 kg/ha x dia.

Entretanto, melhor seria se fossepossível expressar a produção de frutosde tomate em termos de “produção pon-derada”. Como é sabido, frutos sem de-feitos e de maiores tamanhos do tipoSanta Cruz alcançam a classificaçãoEXTRA AA (“sete de boca de caixa”,no linguajar do tomaticultor); os imedi-atamente menores serão EXTRA A e,se houver comprador, existirão os EX-TRAS. Há produtor “falando” em ‘SantaClara’ EXTRA AAA (“seis de boca decaixa”). Para os frutos EXTRA AA,EXTRA A e EXTRA, a relação de pre-ços alcançados na CEASA de Belo Ho-rizonte oscila na proporção de 1: 0,5:0,3. A produção ponderada seria obtidapela multiplicação da produção de fru-tos das classes EXTRA AA, EXTRA Ae EXTRA, por exemplo, pelos fatores1,0; 0,5 e 0,3, respectivamente, e soman-do-se os resultados.

Assim, por exemplo, no trabalho deSampaio (1996), a produtividade totalde frutos de tomate Santa Clara foi 86,4t/ha = 3.910 cx/ha = 4.320 g/planta. Aprodutividade comercial (EXTRA AA+ EXTRA A + EXTRA) foi 73,4 t/ha.O valor da produtividade ponderada (ex-pressa em termos de frutos EXTRA AA)foi 55,0 t/ha = 2.500 cx/ha = 2.750 g/planta. Estes valores foram obtidos emlavoura que permaneceu 136 dias nocampo (mais 33 dias na sementeira),durante os meses de julho a novembro.Portanto, as produtividades comercial eponderada foram 540 e 404 kg/ha x dia,respectivamente.

Espera-se ter enfatizado que, expres-sando a produtividade do tomateiro emkg/ha x dia de permanência da lavourano campo ou do semeio até a últimacolheita, torna-se mais adequada a com-paração de resultados de trabalhos depesquisa. Entretanto, mais do que isto,quem sabe, esta nova forma de apresen-tar a produtividade induza oquestionamento sobre a permanência dotomateiro no campo por período muitoprolongado (com isto mais pulveriza-ções) e tenha-se a noção de eficiência,não apenas por unidade de área, mastambém por unidade de área x tempo.

LITERATURA CITADA

FONTES, P.C.R.; DIAS, E.N.; ZANIN,S.R.; FINGER, F.L. Produção decultivares de tomate em estufacoberta com plástico. Revista Ceres,Viçosa, v. 44, n. 252, p. 152 - 160,1997.

LOURES, J.L. Produção de tomate emsaco plástico contendo esterco desuínos no substrato. Viçosa : UFV,1997. 58 p. (Tese mestrado).

OLIVEIRA, W.R.; OLIVEIRAJUNIOR, R.S.; PELUZIO, J.M.;FONTES, P.C.R. Distribuição daprodução de frutos nos cachos decinco cultivares de tomateiro emdois sistemas de condução. RevistaCeres, Viçosa, v. 42, n. 244, p. 644- 657, 1995.

PRADOS, N.C. Manejo del cultivointensivo com suelo. In: NUEZ, F.(Coord.) El cultivo del tomate.Madrid: Ediciones Mundi - Prensa,1995. p. 190 - 225.

SAMPAIO, R.A. Produção, qualidadedos frutos e teores de nutrientes nosolo e no pecíodo do tomateiro, emfunção da fertirrigação potássica eda cobertura plástica do solo.Viçosa: UFV, 1996. 117 p. (Tesedoutorado).

ZEKKI, H.; GAUTHIER, L.;GOSSELIN, A. Growth,productivity, and mineralcomposition of hydroponicallycultivated greenhouse tomatoes,with or without nutrient solutionrecycling. Journal of the AmericanSociety for Horticultural Science, v.121, n. 6, p. 1082 - 1088, 1996.

Fontes. Produtividade do tomateiro: kg/ha ou kg/ha x dia?

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85Hortic. bras., v. 15, n. 2, nov. 1997.

artigo convidadoMING, L.C. Plantas medicinais e aromáticas no ensino de agronomia no Brasil. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 15, n. 2, p. 85 - 88, nov. 1997.

Plantas medicinais e aromáticas no ensino de agronomia no Brasil.Lin Chau MingUNESP - FCA, Depto. de Horticultura, 18603-970 Botucatu - SP.

RESUMO

A falta de informações sobre a situação do ensino da área dePlantas Medicinais e Aromáticas em escolas de Agronomia no Bra-sil, conteúdo obrigatório do currículo mínimo estabelecido em 1984,não permite seu melhor conhecimento para as mudanças ou adapta-ções exigidas. Com a criação, em 1991, do Grupo de Trabalho dePlantas Medicinais da Sociedade de Olericultura do Brasil (GT-SOB),começou-se a recolher as informações esparsas existentes e a orga-nizar os profissionais e interessados nessa área. Além docadastramento dessas pessoas, atividades técnicas diversas foramrealizadas durante os Congressos Brasileiros de Olericultura, bemcomo foram organizadas informações mais consistentes a respeitoda situação do ensino dessa área nas escolas de Agronomia no Bra-sil, tanto na graduação e pós-graduação, quanto em instituições depesquisa associadas. O diagnóstico mais preciso dessa situação per-mitirá a melhoria e a adequação do trabalho a ser realizado, visando,a médio prazo, não somente implementar a área em todas as escolasde Agronomia, discutindo seus conteúdos, mas também permitir atroca de experiências entre escolas.

Palavras-chave: plantas medicinais e aromáticas, conteúdocurricular

ABSTRACT

Medicinal and aromatic plants in Brazilian Agronomycolleges.

The presence of an specific subject related to Medicinal andAromatic Plants in the Brazilian Agronomy colleges is recent. Itwas proposed in 1984, by the Brazilian Ministry of Education,through a decree that established its inclusion on the minimumcurricular content. However, only a few Colleges offer this disciplinenowadays. In 1991, the Work Group on Medicinal and AromaticPlants of the Brazilian Society of Vegetable Crops (SOB) wasfounded and started to organize the specialty. A survey about who iswho, main interest areas, research that is being carried out, speciesinvolved and other points, was held between 1991 and 1996,including professionals, students, Universities, undergraduate andgraduate programs and Research Institutions, all over the country.The results of this survey, historic aspects and perspectives of thework on Aromatic and Medicinal plants, are showed, commentedand discussed.

Keywords: medicinal and aromatic plants, curricular content

(Aceito para publicação em 26 de setembro de 1997)

Definida como conteúdo obriga-tório no currículo de Agrono-

mia pela Resolução 06 de 11 de abril de1984, do Conselho Federal de Educa-ção do Ministério da Educação e Cultu-ra, a área de Plantas Medicinais e Aro-máticas foi efetivamente incluída nocurrículo de apenas algumas escolas.Merece destaque a iniciativa pioneira doProfessor Jean Kleber de Abreu Mattos,que implantou o conteúdo dentro da dis-ciplina Olericultura, em 1986, na Uni-versidade de Brasília (UnB). Mesmoassim, pouca atenção foi dada à área,fazendo com que não houvesse seu me-lhor desenvolvimento.

Em 1991, foi criado o Grupo de Tra-balho de Plantas Medicinais da Socie-dade de Olericultura do Brasil (GT-SOB), no Congresso Brasileiro deOlericultura em Belo Horizonte, (SOB-Informa, 1992) visando congregar osprofissionais e interessados, apoiar, pro-

mover e incrementar os trabalhos naárea. Diversas atividades foram organi-zadas desde então, tanto em programa-ções dos Congressos da SOB, quantooutras ocasiões.

Visando o melhor conhecimento dasituação de ensino da área nas escolasbrasileiras de agronomia, foi realizadoum levantamento, cujos resultados per-mitem um melhor diagnóstico e servemde subsídios para as ações futuras.

DIAGNÓSTICO DA ÁREA DEPLANTAS MEDICINAIS E

AROMÁTICAS NAS ESCOLASDE AGRONOMIA NO BRASIL

Ensino na graduaçãoDas 53 escolas de agronomia do

Brasil (ABEAS, 1989), 16 apresentamo ensino de plantas aromáticas e medi-cinais, seja na forma de disciplina pró-

pria ou como parte integrante de outrasdisciplinas. Oferecem o conteúdo naforma de disciplina própria a Universi-dade Estadual Paulista, em Botucatu,Jaboticabal e Ilha Solteira; a Universi-dade Federal de Viçosa; a UniversidadeFederal do Paraná; a Universidade deSão Paulo, em Piracicaba , a partir de1997). Oferecem o conteúdo como par-te integrante de outras disciplinas a Uni-versidade de Brasília; a Faculdade deAgronomia do Médio São Francisco, emJuazeiro (BA); a Escola Superior deAgronomia de Paraguaçu Paulista; aUniversidade de Taubaté; a Universida-de Federal do Pará; a Escola Superiorde Agricultura e Ciências de Machado;a Universidade Estadual de Maringá; aFaculdade de Agronomia “ManoelCarlos Gonçalves”, em Espírito Santodo Pinhal (SP); a Universidade Federaldo Mato Grosso do Sul e; a FundaçãoFaculdade de Agronomia LuizMeneghel, em Bandeirantes (PR).

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86 Hortic. bras., v. 15, n. 2, nov. 1997.

Além dessas, outras instituições es-tão em processo de discussão ou implan-tação, como a Universidade Federal doRio Grande do Sul, a Universidade Fe-deral do Mato Grosso e o Centro Fede-ral de Educação Tecnológica do Paraná,em Pato Branco, além da Universidadede Taubaté que pretende transformar oconteúdo em disciplina própria.

Os motivos para o não oferecimen-to da cadeira são os mais variados, comofalta de tradição, carga horária excessi-va do curso, existência de muitas disci-plinas, falta de conhecimento e profes-sor especializado, falta de recursos di-dáticos e materiais, região com outravocação agrícola, dificuldade decontratação de professor, dificuldade decriar novas disciplinas

Com relação à carga horária minis-trada, os números variam de um míni-mo de oito a um máximo de 60 horas,com média de 30 horas/aula. O conteú-do programático também varia bastan-te e em cada escola assuntos diversossão ministrados. Os principais tópicosdados em aula são: histórico, introdu-ção, importância, antropologia, botâni-ca, fitoquímica, composição química,preparados farmacêuticos, uso medici-nal, clima e solo, aspectos gerais de cul-tivo, cultivo das principais espécies,extrativismo, colheita, beneficiamento,armazenamento e comercialização. Hánecessidade de se realizar ações tentandoestabelecer um conteúdo mínimo, respei-tadas as características de cada escola.

Nas escolas existem também bolsis-tas de graduação e grupos de pesquisarealizando trabalhos na área, mostran-do o crescente interesse e a possibilida-de de, no futuro, todas as escolas deagronomia conseguirem implementar oensino de plantas aromáticas e medici-nais em seus currículos.

O ensino na pós-graduação

O primeiro entrave de um profissio-nal que queira se especializar em cursode pós-graduação na área de plantasmedicinais e aromáticas é a própria di-ficuldade de se estabelecer em qual áreatécnica dentro da Agronomia ela se in-sere (UFV, 1990). No âmbito internaci-onal, a área está inserida no Grupo deTrabalho de Plantas Medicinais e Aro-

máticas da “International Society forHorticultural Science” ( ISHS ). No Bra-sil, mesmo depois da criação do GT-SOB de Plantas Medicinais, essa situa-ção criou a necessidade de se adaptaros interesses dos profissionais com asáreas de concentração dos diversos cur-sos de pós-graduação. Assim, os traba-lhos com Plantas Medicinais e Aromá-ticas foram realizados, entre outros, emcursos de pós-graduação nas áreas defitotecnia, solos, adubação, botânica,fitopatologia, fisiologia, genética e en-genharia florestal.

Hoje, há um crescente movimentono sentido de se estabelecer a área dePlantas Medicinais nos diversos cursosde pós-graduação. O curso deHorticultura na Faculdade de CiênciasAgronômicas da UNESP, em Botucatu,está estruturando uma série de discipli-nas relacionadas à área, para que os pós-graduandos possam se especializar e, apartir de 1997, o processo estará oficia-lizado. Ações semelhantes estão tam-bém em vista de serem realizadas noscursos de pós-graduação em agronomia,nas áreas de concentração em fitotecniana Universidade Federal de Viçosa, emprodução vegetal na UNESP emJaboticabal e em fitotecnia na Univer-sidade Federal do Rio Grande do Sul eUniversidade Federal do Paraná.

As dificuldades para a plenaimplementação do ensino em pós-gra-duação de plantas medicinais e aromá-ticas consistem principalmente na faltade professores e pesquisadores tituladospara tal, na falta de tradição e experiên-cia das faculdades e nas limitações dosequipamentos e laboratórios necessári-os aos trabalhos científicos a serem rea-lizados. Pouco a pouco essas dificulda-des deverão ser sanadas permitindo arápida viabilização dos cursos. Além doscursos acima citados, vale ressaltar tam-bém as atividades de ensino e pesquisaem pós-graduação em agronomia quevem sendo realizadas na UniversidadeFederal de Lavras, na Escola Superiorde Agricultura Luiz de Queiroz, na Uni-versidade Estadual de Campinas, naUniversidade de Taubaté, na Universi-dade de Brasília, na Universidade Fe-deral de Goiás, na Universidade Fede-ral do Ceará e na Universidade Estadu-al do Norte Fluminense.

APOIO DE INSTITUIÇÕES DEPESQUISA

Por se tratar de uma área necessari-amente multidisciplinar (Carlini, 1983,Elisabetsky, 1987; Perozin, 1989), oscursos de pós-graduação em agronomiadevem manter relações com as áreas debotânica, fitoquímica, farmacologia eáreas afins, para uma boa proposta detrabalho. Aparentemente fácil, poucostrabalhos conseguem hoje manter essarelação de maneira articulada. Dificul-dades de todas as ordens são verificadase precisam ser superadas.

Na área agronômica, os institutosbrasileiros de pesquisa também vêmcontribuindo em trabalhos conjuntos depós-graduação. Entre eles, o InstitutoAgronômico de Campinas, o InstitutoAgronômico do Paraná; a Embrapa Re-cursos Genéticos e Biotecnologia, aUnicamp - CPQBA, o Instituto Nacio-nal de Pesquisas da Amazônia, o IPA ea EPAGRI.

Devido à amplitude dos trabalhosnessa área, as principais linhas de pes-quisa desenvolvidas estão relacionadasàs características das instituições envol-vidas e/ou dos pesquisadores. Coleta,conservação e caracterização degermoplasma, estudos de estruturassecretoras, taxonomia, fenologia, aspec-tos fisiológicos (estresse hídrico enutricional, reguladores de crescimen-to), propagação sexuada e assexuada,biotecnologia, influência de fatoresambientais na produção de metabólitos,aspectos fitotécnicos gerais(espaçamento, época de plantio, aduba-ção, podas), colheita, secagem, pós-co-lheita, introdução de espécies nativaspotenciais, melhoramento vegetal, ex-tração e quantificação dos princípiosativos e uso de metabólitos secundáriosna agricultura são apenas algumas daslinhas de pesquisa atualmente desenvol-vidas no Brasil .

VINCULAÇÃO A SOCIEDA-DES CIENTÍFICAS

Ainda que em estágios iniciais, temse criado a tradição de priorizar a parti-cipação de profissionais da área de plan-tas medicinais e aromáticas em Congres-

Ming. Plantas medicinais e aromáticas no ensino de agronomia no Brasil.

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sos Brasileiros de Olericultura, Botâni-ca, Fitopatologia, Fisiologia Vegetal,Solos. A participação nos congressos daSOB tem sido crescente a cada evento eem todos eles têm sido programadosdebates, palestras, mesas redondas comdiversos profissionais, especialistas bra-sileiros e estrangeiros, além da reuniãoanual do GT. Além disso, a apresenta-ção de trabalhos na área de plantas me-dicinais e aromáticas demonstra o inte-resse dos participantes.

Para o acompanhamento damultidisciplinaridade, os agrônomostêm participado de forma crescente dosSimpósios de Plantas Medicinais doBrasil. Nessas ocasiões, bienais, reú-nem-se todas as categorias profissionaisenvolvidas na área. No simpósio reali-zado em 1988, houve participação deapenas três agrônomos. No último, rea-lizado em 1996, foi realizada uma reu-nião, coordenada pelo GT-SOB, comquase uma centena de participantes.

Internacionalmente, o ISHS organi-za alternadamente dois eventos: o‘International Symposium on Medicinaland Aromatic Plants’ e ‘World Congresson Medicinal and Aromatic Plant forHuman Welfare’, além de encontros sobassuntos específicos. Desde 1992, incen-tivados e articulados pelo GT-SOB, tem

havido participação de representantesbrasileiros. Em novembro de 1997 foirealizado o segundo ‘World Congress’,na Argentina, o que facilitou a partici-pação de mais brasileiros, pela menordistância no deslocamento. Não estáfora de cogitação, futuramente, o Brasilsediar um dos eventos.

PERSPECTIVAS DA ÁREA

A importância do ensino agronômi-co de plantas medicinais e aromáticas éindiscutível. O aumento do consumo demedicamentos e outros produtos à basede plantas na última década tem exigi-do a participação da área de produçãoagrícola, seja nos moldes de um cultivoorganizado, seja no manejo sustentadode espécies nativas. Produtores deman-dam trabalho em Universidades, órgãosde pesquisa agronômica, escritórios deassistência técnica e extensão rural, es-tatais ou privados. A tendência mundi-al é a do aumento dessa demanda e oBrasil precisa se preparar para essa novasituação. Recursos para pesquisas de-vem ser alocados para o desenvolvimen-to de tecnologia adaptada às condiçõese necessidades regionais e nacionais. ASociedade de Olericultura do Brasil,

através do GT, tem feito sua parte notrabalho de incentivar, organizar e rea-lizar ações entre os envolvidos. Comdificuldade, mas com persistência, essaárea com certeza crescerá bastante emmédio prazo, garantindo maior apoio eembasamento técnico para essa opçãoda agricultura no Brasil.

LITERATURA CITADA

ABEAS - Associação Brasileira de EducaçãoAgrícola Superior. Guia das Instituições deensino superior, Ciências Agrárias - Gradu-ação e Pós Graduação. 4 ed., Brasília, 1989.120 p.

CARLINI, E.A. Pesquisa com plantas medicinaisusadas na medicina popular. Revista da As-sociação Médica Brasileira, v. 29, p. 109 -110, 1983.

ELISABETSK, E. Pesquisas em plantas medici-nais. Ciência e Cultura, v. 39, n. 8, p. 697 -702, 1987.

PEROZIN, M.M. Projeto de Fitoterapia do SUDS- plantas medicinais nos serviços de saúde.Curitiba: Secretaria de Estado da Saúde,1989. 33 p. (datil.) AnexoII

SOB-INFORMA - Ata da XXXI Assembléia ge-ral da Sociedade de Olericultura do Brasil.SOB - Informa, v. X, n. 2, v. XI, n. 1, p. 6,1992.

UFV - Universidade Federal de Viçosa - Catálo-go de Pós-Graduação - 1990-1991. Viçosa,1990. 114 p.

Ming. Plantas medicinais e aromáticas no ensino de agronomia no Brasil.

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pesquisaPICANÇO, M.; FALEIRO, F.G.; PALLINI FILHO, A.; MATIOLI, A.L. Perdas na produtividade do tomateiro em sistemas alternativos de controle fitossanitário.

Horticultura Brasileira, Brasília, v. 15, n. 2, p. 88 - 91, nov. 1997.

Perdas na produtividade do tomateiro em sistemas alternativos decontrole fitossanitário.Marcelo Picanço; Fábio G. Faleiro; Ângelo Pallini Filho; André L. Matioli.1UFV - Depto. de Biologia Animal, 36571-000 Viçosa - MG

RESUMO

Este trabalho foi conduzido no Centro de Tecnologias Alternati-vas, em Viçosa (MG), de junho a setembro de 1993, com o objetivode estudar as perdas nos componentes de produção do tomateiro,em cinco sistemas alternativos de controle fitossanitário, com apli-cações semanais de: Composto Foliar Super Magro (CSM); CSM +Calda Viçosa (CV); CSM + CV + extrato de eucalipto; CSM + CV +Bacillus thuringiensis; Calda Sulfocálcica + Calda Bordaleza. Utili-zou-se ainda um tratamento testemunha, sem aplicação de qualquerproduto. A unidade experimental foi constituída de 30 plantas dacultivar Santa Cruz, no espaçamento de 1 x 0,5 m, sendo o experi-mento conduzido em blocos ao acaso, com três repetições. A partirdos dados obtidos, confeccionou-se a tabela de vida para a cultura.O componente crítico de produção foram os frutos (r = 0,9943),sendo o ataque de Alternaria solani (r = 0,9972) e de Tuta absoluta(Meyrick) (Lepidoptera: Gelechiidae) (r = 0,5298) os fatores-chavede perdas. A mortalidade de plantas foi causada principalmente peloataque de doenças fúngicas (r = 0,977). Nos tratamentos onde utili-zou-se o sulfato de cobre houve maior controle de doenças fúngicas.A testemunha apresentou menor produtividade que os tratamentosem que foram utilizados CSM + CV + B. thuringiensis e CaldaSulfocálcica + Calda Bordaleza. O ataque da traça-do-tomateiro foialto, variando entre 73,58 e 82,84% de frutos com danos, sem dife-rença significativa entre os tratamentos.

Palavras-chave: Lycopersicon esculentum, tabela de vida,Bacillus thuringiensis, Alternaria solani, traça-do-tomateiro, Tutaabsoluta.

ABSTRACT

Yield losses in tomato with alternative systems of disease andpest control.

This research was carried out at the Center for AlternativeTechnologies in Viçosa, Minas Gerais State, Brazil, from June toSeptember, 1993. Treatments consisted on: “Super Magro”compound (CSM); CSM + Viçosa mixture (CV); CSM + CV +eucalyptus extract; CSM + CV + Bacillus thuringiensis; Sulfocalcium+ Bordeaux mixture. There was also a check treatment, without anycontrol measure. Treatments were set out in completed randomizedblocks, with three replications. Each experimental unit was composedby 30 plants of Santa Cruz cultivar, in a 1 x 0.5 m spacing. A lifetable for the crop was done. Most critical yield losses were registeredfor fruits (r = 0.9943), because of both Alternaria solani (r = 0.9972)and Tuta absoluta (Meyrick) (Lepidoptera: Gelechiidae) (r = 0.5298).Mortality of plants was caused mainly by fungi diseases (r = 0.9770).In the treatments with copper sulfate a high efficiency of fungi diseasecontrol was registered. The check treatment had lower yield thanthe treatments CSM + CV + B. thuringiensis and Sulfocalcium +Bordeaux mixture. Fruit damage incidence caused by the Braziliantomato pinworm ranged from 73.58 to 82.84%, without significantdifference among treatments.

Keywords: Lycopersicon esculentum, life table, Bacillusthuringiensis, Alternaria solani, Brazilian Tomato Pinworm, Tutaabsoluta.

(Aceito para publicação em 13 de novembro de 1997)

O controle fitossanitário no to-mateiro é realizado muitas ve-

zes de forma irracional, não sendo raraa pulverização de lavouras a cada trêsdias, desde a germinação das sementesaté a colheita dos frutos (Guedes et al.,1994; Leite et al., 1995; Picanço et al.,1995), utilizando-se agrotóxicos preju-diciais ao ambiente, ao homem e aosprodutos colhidos. Para reversão destasituação, é necessário gerar sistemas al-ternativos de controle que apresentemmenor impacto ambiental. Estudos nes-te sentido, na cultura do tomateiro, têmaumentado nos últimos anos (Ferracini

et al., 1993; Trumble et al, 1994).Para que um novo sistema de defesa

fitossanitária seja incorporado à reali-dade agrícola, é necessário que se de-termine a sua eficiência. Neste sentido,a quantificação das perdas nos compo-nentes de produção em campo é de ex-trema importância, principalmente emrelação a doenças e pragas, muitas ve-zes responsáveis por perdas de até 100%da produção (Espinosa, 1991). A tabelade vida das culturas, valioso instrumentopara o estudo dos componentes de per-das, identifica e quantifica as causas deperdas diretas na produção, possibilitan-

do a busca de alternativas que possamminimizá-las (Della Lucia et al., 1984;Faleiro et al., 1995).

Este trabalho teve como objetivoidentificar e quantificar os componen-tes de perdas na cultura do tomateiro emdiferentes sistemas de manejo alterna-tivo utilizados no Centro de TecnologiasAlternativas de Viçosa, através da tabe-la de vida das culturas.

MATERIAL E MÉTODOS

Este trabalho foi conduzido no Cen-

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tro de Tecnologias Alternativas, em Vi-çosa (MG), de junho a setembro de1993. Como tratamentos utilizou-seComposto Foliar Super Magro (CSM),Calda Viçosa (CV) [preparada confor-me Cruz Filho & Chaves, 1985]; extra-to de eucalipto; Bacillus thuringiensis(Dipel 8L); Calda sulfocálcica + CaldaBordaleza (preparada conformeZambolim et al., 1991).

O Composto Foliar Super Magro foipreparado na 1a semana com 50 kg deesterco de gado em 100 l de água, emtonel de 200 l. Na 2a semana, adicionou-se 3 kg de sulfato de zinco + 300 g desulfato de manganês + mistura protéica(1 l de soro de leite + 100 ml de melado+ 200 g calcário + 200 g de farinha deosso + 100 g de fígado moído + 100 gde peixe moído + 100 ml de sangue deboi). Na 3a semana, adicionou-se 2 kgde sulfato de magnésio + misturaprotéica. Na 4a semana, adicionou-se 3kg de bórax + mistura protéica. Na 5a

semana adicionou-se 200 g de sulfatode cobre + mistura protéica. Na 6a se-mana, adicionou-se 100 g de molibdatode sódio + mistura protéica e, na 7a se-mana, adicionou-se 50 g de cobalto +mistura protéica.

O delineamento experimental foiblocos casualizados, com seis tratamen-tos e três repetições. A área da parcelaexperimental foi de 15 m2, contendo 30plantas de tomateiro da cultivar SantaCruz, sendo utilizadas para compor aparcela útil, as 16 plantas centrais. Oespaçamento foi de 1,0 x 0,5 m, sendoa cultura conduzida no sistema detutoramento vertical duplo. A aduba-ção foi realizada na dose de 10 litrosde esterco de gado/m de fileira. As ir-rigações foram feitas por sulco, duasvezes por semana.

As dosagens utilizadas para cada tra-tamento foram: CSM (7 ml/100 l de cal-da); CV (500 l de calda/ha); saco trans-parente de polietileno (100 ml) com 50ml de solução a 0,2% de extrato deeucalipto a 1 m do solo; B. thuringiensis(100 ml /100 l); Calda Sulfocálcica (1 l/100 l de calda) + Calda Bordaleza (2 l/100 l de calda). Foram feitas pulveriza-ções manuais, com pulverizador costalmanual, com vazão de 1000 l de caldapor hectare.

Monitorou-se semanalmente a mor-

talidade de plantas, quantificando e de-terminando suas causas, segundometodologia descrita por Harcourt(1970) adaptada. Ao final do cultivo,avaliaram-se o número de flores e fru-tos/planta através de contagem direta,adaptando-se a metodologia desenvol-vida por Chandler (1984). Nas colhei-tas, realizadas semanalmente, os frutossadios foram contados, pesados e clas-sificados segundo norma adaptada doMinistério da Agricultura (Portaria nº 76MA, publicado no DOU de 25/02/75)sendo considerados como frutos comer-ciais aqueles com diâmetro maior que 52mm. Contou-se ainda o número de fru-tos danificados por cada causa de perda.

A tabela de vida foi feita para cadaparcela, conforme metodologia desen-volvida por Picanço (1992), contendoos seguintes componentes: x = compo-nente de produção da cultura do toma-teiro (plantas, flores, frutos totais e fru-tos colhidos); Lx = estimativa de pro-dução em kg de frutos/ha no início decada x; dxF = fator causador de perdasna produção da cultura; dx = estimativade perdas na produção da cultura em kgde frutos/ha; 100qx = percentagem deperdas não acumulativas; 100rx = per-centagem de perdas acumulativas.

A estimativa dos Lx foi realizada daseguinte maneira: Lx (planta) = Pl x Fl/Pl x Pfr; Lx (flores) = Plc x Fl/Pl x Pfr;Lx (frutos totais) = Plc x Frt/Pl x Pfr e;Lx (frutos colhidos) = Plc x Frc/Pl x Pfr,sendo: Pl = número médio de plantas/ha no início do cultivo; Fl/Pl = númerototal de flores/planta; Pfr = peso médiodos frutos em kg; Plc = número médiode plantas nas colheitas/ha; Frt/Pl = nú-mero médio de frutos totais/planta; Frc/Pl = número médio de frutos sadios co-lhidos/planta.

Para determinação do componentecrítico de perdas para a cultura, usou-semodelo desenvolvido por Varley &Gradwell (1960) e modificado porPicanço (1992) para estudo em tabelasde vida de culturas. Para tanto, utilizou-se os dados provenientes das tabelas devida de cada parcela, contendo os se-guintes componentes: x = componentede produção da cultura; Lx = estimativade produção da cultura no início de cadax em kg/ha; log (Lx) = logaritmo deci-mal dos valores de Lx; k = perdas espe-

cíficas [obtidas por subtração de cadavalor de log(Lx), do valor que lhe pre-cede] e; K = perdas totais (obtida pelosomatório dos valores de k).

Calcularam-se coeficientes de cor-relação de Pearson entre as perdas es-pecíficas (k) e totais (K), sendo consi-derados como componentes críticos deperdas na produção aqueles cujasflutuações das perdas específicas apre-sentassem correlações significativascom a flutuação de perdas totais.

Determinou-se os fatores-chave deperdas diretas para a cultura e para tan-to foram usados os componentes: dxF =fatores responsáveis pelas perdas na pro-dução da cultura; Lx = estimativa deprodução da cultura (kg/ha) subtraída aperda causada por cada fator; log (Lx)= logaritmo decimal dos valores de Lx;k = perdas específicas e; K = perdas to-tais do componente de produção emquestão. Foi realizada análise de corre-lação entre as perdas totais e as perdasespecíficas, sendo considerados os fa-tores-chave aqueles cujas flutuações deperdas específicas apresentaram corre-lações significativas com a flutuação deperdas totais para o componente críticode produção. Para comparação das mé-dias entre os tratamentos utilizou-se oteste de Tukey, a 5% de probabilidade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A produtividade média das parcelasfoi muito baixa, em virtude das perdasmuito grandes observadas nos compo-nentes de produção. Em média, frutosfoi o componente de produção commaiores perdas, seguido de abortamentode flores e mortalidade de plantas na fasevegetativa. A utilização apenas de mé-todos alternativos de controlefitossanitário reduziu muito o potencialprodutivo do tomateiro, principalmen-te, devido ao ataque da traça-do-toma-teiro Tuta absoluta (Meyrick)(Lepidoptera: Gelechiidae) (78,9%) (Ta-bela 1). Segundo Souza et al. (1992),esta praga pode reduzir em até 100% aprodução da cultura.

Foi observado que a flutuação dasperdas totais foi mais influenciada pelaflutuação de perdas nos frutos (r =0,9943), seguida da flutuação de perdasnas plantas (r = 0,4684), ambas signifi-

Picanço et al. Perdas na produtividade do tomateiro em sistemas alternativos de controle fitossanitário.

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cativas a 1% de probabilidade. Não foisignificativa a correlação entre as per-das totais e o abortamento de flores (r =0,0984). Esse resultado foi semelhanteao obtido por Picanço et al. (1993), queobservaram que o período reprodutivoteve maior percentagem de perdas nãoacumulativas.

O fator que mais influenciou a mor-talidade de plantas foi o ataque de do-enças fúngicas (r = 0,9795), significati-vo a 5% de probabilidade. Não foramsignificativas as correlações entre amortalidade de plantas e perdas de plan-tas por capina (r = -0,0316) e toxicidadedos tratamentos (r = -0,2609). Obser-

vou-se que a percentagem de plantasmortas por doenças fúngicas foi signi-ficativamente maior na testemunha quenos demais tratamentos (Tabela 2), o queprovavelmente está associado ao efeitofungicida do sulfato de cobre (Jaramillo,1988; Herrera, 1994), presente na Cal-da Viçosa e na Calda Bordaleza.

Quanto à flutuação de perdas nosfrutos, observou-se maior influência doataque de Alternaria solani (r = 0,9972)seguido do ataque de T. absoluta (r =0,5298), ambos significativos a 5% deprobabilidade. Não foram significativasas correlações entre as perdas totais defrutos e rachaduras de frutos (r =0,0997), broqueamento por Helicoverpazea (r = -0,1276), toxicidade dos trata-mentos (r = 0,2609), frutos com vírus (r= -0,0610), frutos atacados porPhyrdenus divergens (Coleoptera:Curculionidae) (r = -0,1531) ebroqueamento de frutos porNeoleucinodes elegantalis(Lepidoptera: Noctuidae) (r = 0,0472).Verificou-se que a percentagem de fru-tos atacados por A. solani foi menor notratamento em que se utilizou CSM +CV + B. thuringiensis, que não se dife-renciou estatisticamente dos tratamen-tos em que foram utilizados CSM + CV,com ou sem extrato de eucalipto (Tabe-la 2). O menor ataque de A. solani nes-tes tratamentos pode ser explicado peloefeito fungicida da Calda Viçosa, quepode estar em função da aplicação demicronutrientes como Cu, Zn e B, alémdo efeito fungicida também do sulfato decobre (Jaramillo, 1988; Herrera, 1994).

Verificou-se que a testemunha tevemenor produtividade que os tratamen-tos CSM + CV + B. thuringiensis e C.

x xL Fxd xd xq001 xr001

satnalP 89,92546 sacignúfsaçneoD 90,7154 00,7 00,7

.tategevesaf anipaC 56,183 95,0 95,0

sotudorpsodedadixototiF 25,902 23,0 23,0

oirótamoS 62,8015 19,7 19,7

.tudorperesaf 27,12495 - 00,0 00,0 00,0

oirótamoS 19,7

serolF 27,12495 otnematrobA 42,74632 08,93 46,63

oirótamoS 55,44

siatotsoturF 84,47753 atulosbaatuT 57,35282 89,87 87,34

inalosairanretlA 64,6292 81,8 35,4

soturfedarudahcaR 57,311 23,0 81,0

ocitórivoxelpmoC 22,901 03,0 71,0

aezaprevocileH 04,18 22,0 31,0

snegrevidsunedryhP 69,66 91,0 01,0

silatnagelesedonicueloeN 55,11 30,0 20,0

soturfedadeuQ 85,7202 76,5 41,3

oirótamoS 76,09533 98,39 06,69

sodihloc.turF 18,3812 - 71,64326 - 06,69

Tabela 1. Tabela de vida para tomateiro utilizando-se métodos alternativos de controlefitossanitário. Viçosa, UFV, 1993.

x - Componente de produção da cultura;Lx - Estimativa de produtividade (kg de frutos/ha);dxF - Fator causador de perdas na produção;dx - Perdas na produtividade (kg de frutos/ha);100qx - Percentagem de perdas não acumulativas;100rx - Percentagem de perdas acumulativas.

Tabela 2. Avaliação de sistemas alternativos de controle fitossanitário em tomateiro. Viçosa, UFV, 1993.

sotnematarTsatromsatnalP 1

)%(edadivitudorP

)ah/gk(soidassoturF

)%(sodacatasoturF 2

)%(

ahnumetseT a11,1±22,22 b65,711±38,981 b65,1±24,2 a70,2±23,41

)MSC(orgaMrepuSotsopmoC b55,5±98,8 ba34,691±38,588 ba13,2±39,8 a92,2±23,41

)VC(asoçiVadlaC+MSC b22,2±22,2 ba03,2501±07,4851 ba58,0±11,9 ba52,0±40,6

otpilacuEedotartxE+VC+MSC b76,6±76,6 ba31,163±32,5222 ba07,2±56,11 ba00,3±04,01

sisneigniruht.B+VC+MSC b10,4±65,5 a41,728±35,2714 a49,0±17,51 b67,0±58,1

azeladroB+aciclácofluSsadlaC b49,2±54,4 a86,5101±07,5523 ba16,3±31,21 a85,3±57,31

* Médias seguidas de mesma letra nas colunas não diferem entre si a 5% de probabilidade pelo teste Tukey.1/ Plantas mortas por doenças fúngicas;2/ Frutos atacados por Alternaria solani.

Picanço et al. Perdas na produtividade do tomateiro em sistemas alternativos de controle fitossanitário.

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91Hortic. bras., v. 15, n. 2, nov. 1997.

Sulfocálcica + C. Bordaleza (Tabela 2).Este fato pode ser explicado pela totalausência de controle das doençasfúngicas na testemunha, obtendo-semenor percentagem de frutos sadios.Verificou-se que o ataque de T. absolutafoi muito alto e sem diferença significa-tiva entre os tratamentos, variando entre73,58 e 82,84% de frutos broqueados.

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Qualidade pós-colheita em genótipos de tomate do grupo multilocular.1

Josane Maria Resende2; Maria Isabel Fernandes Chitarra2; Wilson Roberto Maluf3;Adimilson Bosco Chitarra2.2UFLA - DCA; 3UFLA - DAG, C. Postal 37, 37.200-000 Lavras - MG.

1 Parte da dissertação de mestrado do primeiro autor apresentada a UFLA, Lavras - MG.

RESUMO

Este trabalho teve por objetivo avaliar características físicas, fí-sico-químicas e químicas de frutos de tomate do grupo multilocularde oito híbridos F

1, obtidos pelo cruzamento com um progenitor

comum, a linhagem BPX-308B-hv, macho-estéril, e compará-los aosfrutos de duas cultivares, a linhagem Tropicana e o híbrido OgataFukuju, procurando identificar os genótipos cujos frutos apresen-tem as melhores características para consumo in natura. Utilizou-seum delineamento em blocos casualizados, onde as unidades experi-mentais foram constituídas por sete frutos para cada um dos deztratamentos, separados em três blocos, conforme delineamento uti-lizado em campo. Os sete frutos foram acondicionados em bandejasplásticas (25 x 30 cm) e mantidos em sala de armazenamento comtemperatura de 20ºC e umidade relativa entre 85 - 90% até atingir oestádio vermelho-maduro (frutos intensamente vermelhos porémfirmes). Dentre os genótipos avaliados três híbridos (BPX-308B-hvx Stevens), (BPX-308B-hv x Piedmont) e (BPX-308B-hv x BPX-127H) sobressaíram-se para a maioria das características avaliadas(espessura da polpa, número de lóculos, textura, sólidos solúveis,acidez total titulável, açúcares totais, vitamina C e pectinas), mos-trando melhor qualidade para o consumo in natura. O locos alcobaça,presente em heterozigose no híbrido (BPX-308B-hv x BPX-127H),promoveu aumento na firmeza do fruto, redução no teor de pectinasolúvel e da relação pectina solúvel/pectina total, não parecendo terefeitos deletérios sobre a qualidade dos frutos.

Palavras-chave: Lycopersicon esculentum, híbridos, melhora-mento genético, aroma e sabor, textura, pectina, acidez total,sólidos totais, açúcares.

ABSTRACT

Post harvest quality in tomato genotypes with fruits of themultilocular group.

This work aimed to assess physical, physical-chemical andchemical characteristics of multilocular tomato ripe fruits of eightF

1 hybrids, obtained by crossing the parents to a common parent,

the male-sterile line BPX-308B-hv, and to compare them to twocultivars, ‘Tropicana’ and ‘Ogata Fukuju’. The experimental designwas in complete randomized blocks, with seven-fruit experimen-tal units and three replications. All seven fruits from each experi-mental units were placed in plastic trays (25 x 30 cm) and kept ina room with 20oC ± 2 temperature and 85 - 90% relative humidityto reach the ripe-red stage. Among the progeny assessed, threehybrids (BPX-308B-hv x Stevens), (BPX-308B-hv x Piedmont)and (BPX- 308B-hv x BPX-127H) stood out concerning mostcharacteristics evaluated (pulp thickness, number of locules,texture, soluble solids, total titrabe acidity, total sugars, vitamin C,and pectin), showing best quality for in natura consumption.Alcobaça locus, present in heterozigosys in the hybrid (BPX-308B-hv x BPX-127H), promoted increase in fruit firmness, decrease insoluble pectin content and in the soluble pectin/total pectin ratio,without apparent deleterious effects upon fruit quality.

Keywords: Lycopersicon esculentum, hybrids, breeding, flavor,texture, pectin, vitamin C, acidity, total soluble, sugars.

(Aceito para publicação em 13 de outubro de 1997)

A utilização de sementes híbri-das F

1, para a produção de to-

mate do grupo multilocular é ainda bas-tante restrita no Brasil. Praticamentetodos os híbridos em uso pelos produ-tores são importados dos Estados Uni-dos, Japão e Holanda. Estima-se que em1990, apenas 30% da área cultivada comtomate do grupo multilocular tenha sidoplantada com cultivares híbridas (DellaVecchia, 1991). Na maioria dos paísesdesenvolvidos da América do Norte,Europa e Ásia toda a produção de to-mate destinada ao consumo in natura é

proveniente de cultivares híbridas(Stevens & Rick, 1986; Tigchelaar,1986). A crescente exigência do merca-do por qualidade vem acelerando asubstituição das cultivares depolinização aberta por híbridos F

1.

Embora vários trabalhos relatem quea ocorrência de heterose resulte em mai-or produtividade em tomate (Maluf etal., 1982; Melo, 1987), uma das princi-pais vantagens dos híbridos F

1 sobre as

cultivares de polinização aberta têm sidoa capacidade dos mesmos apresentaremuma maior estabilidade de rendimento,

particularmente sob condições adversasde cultivo (Stevens & Rick, 1986), alémde uma rápida incorporação de resistên-cia múltipla a doenças, principalmenteaquelas controladas por genes maioresdominantes (Tigchelaar, 1986; Melo etal., 1988). Na década passada, Jones &Scott (1984) e Tigchelaar (1986) suge-riram a possibilidade de se obter em hí-bridos F

1 de tomate multilocular rápi-

dos ganhos em aroma e sabor (flavor) econservação pós-colheita, através do usode linhagens ou cultivares com altos te-ores de açúcares e ácidos e o uso do gene

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93Hortic. bras., v. 15, n. 2, nov. 1997.

mutante alc, respectivamente. Híbridosheterozigotos do gene alc não mostramefeitos detrimentais na coloração, firme-za ou tamanho dos frutos, podendo pro-duzir frutos com aceitação comercial ecom maior conservação pós-colheita(Mutschler et al., 1992). No entanto, emhomozigose, este gene poderia impediro amadurecimento adequado para o con-sumo in natura. Para tanto, os híbridosheterozigotos F

1 são mais usados em ava-

liações de qualidade e armazenamentodos frutos (Nguyen et al., 1991).

Um dos grandes problemas do gru-po multilocular é a sua reduzida con-servação pós-colheita, o que dificulta otransporte e comercialização. Em outrospaíses, grandes progressos têm sido fei-tos no sentido de melhorar geneticamen-te a retenção da firmeza e prolongar avida pós-colheita deste tipo de tomate.Assim, também no Brasil, têm-se pro-curado obter híbridos F

1 melhorados

geneticamente, que possuam caracterís-ticas de maior resistência e conservaçãopós-colheita. Na seleção de híbridos F

1de tomate multilocular, obtidos em ex-perimentos de melhoramento genético,a textura da polpa de seus frutos é umadas mais importantes características aserem avaliadas, pois expressa a resis-tência ao transporte, tempo decomercialização e qualidade pós-colhei-ta. Portanto, a avaliação da textura dosfrutos, das substâncias pécticasconstitutivas da parede celular e de va-riáveis que caracterizam aroma e sabor

durante a maturação são importantescaracterísticas que auxiliarão na seleçãodos híbridos F

1 a serem colocados no

mercado de sementes.Desta forma, o presente trabalho

teve por objetivo avaliar a qualidadepara consumo in natura de diferenteshíbridos F

1 de tomate do grupo

multilocular por meio de característicasfísicas, físico-químicas e químicas emfrutos maduros.

MATERIAL E MÉTODOS

Foram utilizados híbridos F1 expe-

rimentais de tomate do grupomultilocular provenientes de um expe-rimento de seleção genética instaladoem Tirapuã, distrito de Lavras (MG),obtidos pelo cruzamento da linhagemmaterna BPX-308B-hv (macho-estéril)com as seguintes linhagens ou cultiva-res: BPX-127H; BPX-105H; Stevens;Rotam-4; BHRS-2-3; Flórida1-B;Tropicana e Piedmont (parentais mas-culinos). Como testemunhas foram utili-zados os frutos da linhagem Tropicana(cultivar de polinização aberta ) e do hí-brido comercial Ogata Fukuju, totalizandodesta maneira dez tratamentos.

Os progenitores utilizados na obten-ção dos híbridos possuíam as seguintescaracterísticas (Tabela 1):

Linhagem BPX-308B-hv: progeni-tor feminino comum a todos os híbri-dos obtidos. Possui o gene ms-35 para

macho-esterilidade (fortemente ligadoao gene aa), e, quando em homozigose,condiciona o fenótipo hipocótilo verde,o que facilita a identificação da macho-esterilidade na fase de plântula. Possuitambém o gene ogc (“old gold crimson”),associado ao gene sp+ , que, emhomozigose condicionam maior teor delicopeno aos frutos e hábito de cresci-mento indeterminado, respectivamente;

Linhagem BPX-127H: linhagemhomozigótica para o caráter “alcobaça”que condiciona maior conservação pós-colheita dos frutos. É isogênica à culti-var americana Tropic;

Linhagem BPX-105H: linhagem re-sistente a nematóides e homozigóticapara os genes ogc (“old gold crimson”)e hp (“high pigment”), que condicionammaior teor de licopeno aos frutos ma-duros e no caso de hp, também maiorteor de ß-caroteno;

Cultivar Stevens: Procedente daÁfrica do Sul, com resistência aos vírusdo grupo vira-cabeça (Tospovirus);

Cultivar Rotam-4: procedente daÁfrica do Sul, é resistente a nematóidese murcha-bacteriana;

Linhagem BHRS-2-3: procedente daAustrália, é resistente às raças 1, 2 e 3de Fusarium oxysporum f. sp lycopersici(Sacc.) Synd e Hans;

Cultivar Flórida1-B: procedente daUniversidade da Flórida;

Linhagem Tropicana: resistente anematóides, é isogênica à cultivar ame-ricana Tropic e portanto, de origem ge-nética semelhante à linhagem BPX-127H. Utilizada também como testemu-nha e cultivar de polinização aberta;

Cultivar Piedmont: procedente dosEstados Unidos, possui os gene Ve, queconfere resistência à raça 1 de Verticilliumdahliae Kleb, e o gene 1-2, que confereresistência às raças 1 e 2 de Fusariumoxysporum f. sp lycopersici, além de apre-sentar resistência a rachaduras do fruto.Possui ainda o gene u que conferematuração uniforme ao fruto, ausência deombro verde (Gardner, 1985).

O híbrido Ogata Fukuju, utilizadocomo testemunha comercial, é de ori-gem japonesa e apresenta consistênciado fruto maduro muito mole, mas debom aspecto, e tamanho médio.

Na colheita, foi feita pré-seleçãoprocurando colher os frutos do terçomédio das plantas, com o mesmo grau

sotnematarT 2sopitóneG 2

açaboclA nosmirC tnemgiphgiH

H721-XPBxvhB803XPB cla/+ cgo/+ +/+

H501-XPBxvhB803XPB +/+ cgo/cgo ph/+

snevetSxvhB803XPB +/+ cgo/+ +/+

4-matoRxvhB803XPB +/+ cgo/+ +/+

3-2-SRHBxvhB803XPB +/+ cgo/+ +/+

B1adirólFxvhB803XPB +/+ cgo/+ +/+

anaciporTxvhB803XPB +/+ cgo/+ +/+

tnomdeiPxvhB803XPB +/+ cgo/+ +/+

anaciporT +/+ +/+ +/+

ujukuFatagO +/+ +/+ +/+

Tabela 1. Constituição genotípica dos tratamentos em relação aos locos “alcobaça”, “crimson”e “high pigment”1. Lavras, UFLA - DCA, 1995.

1/ Maluf, W.R. (informações pessoais);2/+ / +: normal; + / alc: heterozigoto para “alcobaça”; ogc / ogc: homozigoto para “crimson”; + / ogc:heterozigoto para “crimson”; + / hp: heterozigoto para “high pigment”.

Resende et al. Qualidade pós-colheita em genótipos de tomate do grupo multilocular.

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94 Hortic. bras., v. 15, n. 2, nov. 1997.

de maturação, ausência de injúrias, in-fecções e defeitos. Esses frutos foramacondicionados em caixas de papelão etransportados para o Laboratório de Bi-oquímica e Fisiologia Pós-colheita deFrutos do Departamento de Ciências dosAlimentos (DCA) da UFLA, onde fo-ram submetidos a lavagem em água cor-rente e imersos em solução dehipoclorito de sódio a 2,5%, por trêsminutos, para a desinfecção. Utilizou-se delineamento em blocoscasualizados, onde as unidades experi-mentais foram constituídas por sete fru-tos para cada um dos dez tratamentosde híbridos, separados em três blocos,conforme delineamento utilizado nocampo. Os frutos de cada unidade ex-perimental foram acondicionados embandejas plásticas (25 x 30 cm) e man-tidos em sala e armazenamento comtemperatura de 20ºC e umidade relativaentre 85 - 90% até atingirem o estádiovermelho-maduro (frutos intensamentevermelhos porém firmes) para as análi-ses de textura (medida nos frutos apósretirar uma pequena porção da casca,através de penetrômetro Magness-Tayler, com haste de 7,94 mm de diâ-metro e resultados expressos emNewtons), espessura da polpa (em cm,determinada em quatro pontos distintos,após o corte transversal do fruto), nú-mero de lóculos (determinado visual-mente através de contagem), sólidossolúveis totais (SST, determinados em

filtrado do homogenato dos frutos atra-vés de refratômetro tipo ABBÉ, segun-do recomendação da Association ofOfficial Analytical Chemistry, 1992),acidez total titulável (ATT, determinadaem filtrado do homogenato dos frutossegundo técnica recomendada pelo Ins-tituto Adolfo Lutz, 1985), expressa emporcentagem de ácido cítrico), relaçãoSST/ATT (obtida pelo quociente entreSST e ATT), açúcares totais (extraídoscom álcool etílico 70% a quente e deter-minados pelo método de Antrona, des-crito por Dische, 1962), vitamina C total(extraída com ácido oxálico a 0,5% edeterminada pelo método colorimétrico,com a 2,4-dinitrofenilhidrazina, confor-me descrito por Cambraia et al., 1971),pectina total e solúvel (extraídas segun-do técnica descrita por McCready &McComb, 1952, e determinadascolorimetricamente conforme técnicamodificada por Bitter & Muir, 1962, eresultados expressos em mg de ácidogalacturônico/100g de fruto).

As análises de variâncias e testes demédias, assim como as correlações li-neares entre as variáveis, foram estuda-das utilizando-se o programa estatísti-co SANEST (Sarriés et al., 1992).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Observou-se menor número delóculos nos híbridos (BPX-308B-hv x

Piedmont) e (BPX- 308B-hv x Stevens)em relação aos híbridos (BPX-308B-hvx BPX-127H), (BPX-308B-hv x BPX-105H), (BPX- 308B-hv x Flórida-1B) eas testemunhas ‘Tropicana’ e ‘OgataFukuju’ (Tabela 2). Portanto, os cruza-mentos foram bem sucedidos na redu-ção do número de lóculos, particular-mente dos híbridos (BPX-308B-hv xPiedmont) e (BPX-308B-hv x Stevens),o que pode resultar em maior relaçãopericarpo/material placentário.

Todas as progênies avaliadas mos-traram maior espessura de polpa quan-do comparadas à testemunha ‘OgataFukuju’ (Tabela 2). A linhagemTropicana e o híbrido (BPX-308B- hv xBPX-105H) apresentaram espessura dapolpa reduzida em relação aos híbridos(BPX- 308B-hv x Piedmont), (BPX-308B-hv x Stevens) e (BPX-308B-hv xRotam-4), que apresentaram estatisti-camente as maiores espessuras de pol-pa (Tabela 2). As características de me-nor número de lóculos e maior espessu-ra de polpa são desejáveis de serem ob-tidas para aumentar a firmeza do toma-te. Segundo Mabbett (1989), a texturado tomate é influenciada pela espessurada casca, firmeza da polpa e tambémpela estrutura interna do fruto, ou seja,a relação pericarpo/material placentário.Baseado nos resultados obtidos (Tabela 2)observou-se firmeza, estimada através

sotnematarTed.ºnsolucól

aploP.psE)mm(

arutxeT)N(

TSS)%(

TTA 1

)%(TA/TSS

.çAsiatot)%(

H721-XPBxvhB803XPB ba8,5 dcb8,5 cba2,51 a7,4 ba14,0 a7,11 ba86,1

H501-XPBxvhB803XPB a0,7 ed9,4 dc5,01 a2,5 a34,0 a1,21 ba67,1

snevetSxvhB803XPB c7,3 ba7,6 a6,71 a7,4 ba04,0 a9,11 ba37,1

4-matoRxvhB803XPB cb0,5 cba4,6 cba7,21 a6,4 ba93,0 a1,11 ba37,1

3-2-SRHBxvhB803XPB cb1,5 dc7,5 cba2,51 a6,4 b33,0 a1,31 b35,1

B1adirólFxvhB803XPB ba9,5 dc6,5 cba9,21 a7,4 ba63,0 a2,31 ba00,2

anaciporTxvhB803XPB cb1,5 edc5,5 cb3,21 a5,4 ba53,0 a8,21 ba16,1

tnomdeiPxvhB803XPB c2,4 a8,6 ba3,61 a8,4 ba73,0 a8,21 ba78,1

anaciporT ba4,6 e8,4 cba7,31 a1,5 ba63,0 a1,41 a32,2

ujukuFatagO a3,7 f0,3 d4,6 a2,5 ba04,0 a9,21 ba38,1

Tabela 2. Número de lóculos, espessura de polpa, textura, sólidos solúveis totais (SST), acidez total titulável (ATT), relação SST/ATT eaçúcares totais de híbridos de tomate do grupo multilocular. Lavras, UFLA - DCA, 1995.

Médias seguidas de mesma letra nas colunas não diferem estatisticamente entre si a 5% de probabilidade pelo teste de Duncan.1/ Acidez total titulável em porcentagem de ácido cítrico.

Resende et al. Qualidade pós-colheita em genótipos de tomate do grupo multilocular.

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da textura, semelhante para todos osgenótipos avaliados, exceto os híbridosexperimentais (BPX-308-hv x BPX-105H) e (BPX-308-hv x Tropicana) epara o híbrido comercial Ogata Fukuju,que foram menos firmes. Os valoresmais elevados para textura dos híbridos(BPX-308B-hv x Stevens) e (BPX-308B-hv x Piedmont), ainda que nãosignificativos em relação à maioria dosdemais híbridos, podem ser explicados,em parte, pela maior espessura da pol-pa e menor número de lóculos, aspectoeste evidenciado nas correlações entreessas características (Figura 1). Obser-vou-se relação inversa e significativaentre número de lóculos e espessura dapolpa (Figura 1a), correlação positiva esignificativa entre espessura da polpa etextura (Figura 1b) e correlação negati-va e significativa entre número delóculos e textura (Figura 1c). De acor-do com os resultados obtidos, os frutosde plantas com genótipos similares aoshíbridos (BPX-308B-hv x Stevens) e(BPX-308B-hv x Piedmont), mesmomaduros, devem permanecer firmes osuficiente para serem manuseados etransportados ao mercado consumidor,conforme também verificado por Hall& Augustine (1981), por três anos con-secutivos com tomates das cultivaresfirmes Floradade e Florida MH-1, queforam manuseados por um período de setea quatorze dias após a colheita no estádiomaduro, mantendo firmeza aceitável.

Embora o parental masculino do hí-brido (BPX-308B-hv x BPX-127H)apresente homozigose para o gene alc(alcobaça), mutante do amadurecimen-to que permite colher frutos com maiorresistência ao manuseio, a característi-ca manifestou-se apenas parcialmenteno híbrido que diferiu significativamen-te em textura somente do híbrido OgataFukuju. Estes resultados indicam que ogene alc foi potencialmente efetivo emaumentar a vida de prateleira neste hí-brido. No entanto Mutschler et al. (1992)trabalhando com híbridos heterozigotospara alc obtiveram em média aumentosde 60% na vida de prateleira em relaçãoa linhagens de tomates de amadurecimen-to normal, além de efeito positivo sobrea firmeza dos frutos.

Em relação à acidez total titulável(ATT) (Tabela 2), observou-se que asprogênies avaliadas não apresentaramgrandes variações. Apenas o híbrido(BPX-308B-hv x BPX-105H) apresen-

tou acidez superior ao híbrido (BPX-308B-hv x BHRS-2-3). As demais pro-gênies não diferiram da testemunha, ohíbrido Ogata Fukuju. Durante amaturação do tomate, a acidez máximacoincide com os primeiros sinais de co-loração amarela (estádio “breaker”), di-minuindo progressivamente com o apa-recimento da cor rosa (Hobson &Davies, 1971) ou à medida que o frutoavança para o completo amadurecimen-

to (Hobson, 1987). Isto provavelmentecontribuiu para a pouca diferença de ATTentre as progênies, uma vez que esta ava-liação foi realizada no estádio dematuração vermelho-maduro. Os valoresobtidos encontram-se dentro da faixa ci-tada por Gull et al. (1989), que observa-ram ATT entre 0,29 e 0,52% em tomatesdo grupo multilocular no mesmo estádiode maturação, trabalhando com diferen-tes genótipos, locais e estações do ano.

Figura 1- Regressão linear e coeficiente de correlação entre espessura da polpa e número delóculos (A) e textura (B) e entre textura e número de lóculos (C) de híbridos F

1 de tomate

grupo multilocular, no estádio de maturação vermelho-maduro. Lavras, UFLA - DCA, 1995.**Correlação significativa a 1% de probabilidade pelo teste t de Student.

Resende et al. Qualidade pós-colheita em genótipos de tomate do grupo multilocular.

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96 Hortic. bras., v. 15, n. 2, nov. 1997.

Um balanço adequado entre ATT esólidos solúveis totais (SST) é necessá-rio para se obter tomates com aroma esabor excelentes. Observou-se que paraSST não houve diferenças significativasentre as progênies avaliadas (Tabela 2).Frutos de espécies selvagens podem al-cançar 15% de SST, sugerindo potenci-al genético e fisiológico para o desen-volvimento de tomates com altas con-centrações de SST, embora seja difícilconciliar alta produção e alto conteúdode SST, pois ambas as características sãocontroladas por muitos genes (Young etal., 1993). Os mesmos autores observa-ram que grandes diferenças entre híbri-dos de tomates para as concentraçõesSST, glicose, frutose e açúcar total,medidos em termos de cor Hunter “a”,ocorreram no estádio “breaker”, suge-rindo ser este o melhor estádio para sedeterminar aumentos no conteúdo desólidos solúveis em tomates. Assim, adetecção de poucas diferenças no SSTdas progênies avaliadas pode ser devi-do a estas terem sido avaliadas no está-dio de maturação vermelho-maduro.

Para a relação SST/ATT também nãohouve diferenças significativas entre asprogênies avaliadas (Tabela 2). Todas asprogênies apresentaram excelente aro-ma e sabor para consumo in natura, pois

a proporção SST/ATT variou entre 11 e14%. A característica aroma e sabor emtomate é influenciada pela interação devários compostos químicos, que sofremuma série seqüencial de reações bioquí-micas a partir do início da maturaçãoaté a obtenção do valor ideal para a ca-racterística (Mabbett, 1989). De acordocom Kader et al. (1978) e Mencarelli &Saltveit Jr. (1988), o fruto é considera-do de excelente aroma e sabor quandoapresenta para a relação SST/ATT va-lor superior a 10. Características senso-riais tais como aroma e sabor e texturasão importantes na produção de frutos ehortaliças, visto que a qualidade é de-terminada largamente por estas carac-terísticas. Tratos culturais, época de co-lheita, tratamento pós-colheita, contro-le genético (cultivar) podem influenci-ar estes atributos de qualidade. Análi-ses objetivas destas características po-derão ser de interesse para melhoristase fisiologistas pós-colheita ao selecio-nar novas progênies de tomates para oconsumo in natura (Dirinck et al.,1989). Frutos de alta qualidade são ca-racterizados por conter mais do que0,32% de acidez titulável, 3% de SST eproporção SST/ATT superior a 10(Mencarelli & Saltveit Jr., 1988). Desta

forma de acordo com os resultados ob-tidos, todas as progênies analisadasapresentaram qualidade adequada aoconsumo in natura.

As progênies não diferiram do hí-brido F

1 Ogata Fukuju para conteúdo de

açúcares totais (Tabela 2). Apenas a li-nhagem Tropicana e o híbrido (BPX-308B-hv x BHRS-2-3) diferiram signi-ficativamente entre si, este com um con-teúdo de açucares totais mais baixo e,aquele, com um conteúdo mais alto. Nogeral, os açúcares totais aumentam pro-gressivamente durante a maturação(Baldwin et al., 1991), coincidente comos primeiros sinais de coloração amare-la (Goodenough et al., 1982).

Os teores de vitamina C para as pro-gênies avaliadas foram superiores aosdo híbrido Ogata Fukuju, exceto para alinhagem Tropicana e os híbridos (BPX-308B-hv x BPX-105H), (BPX-308-hvx Rotam-4), (BPX-308-hv x Flórida 1-B) e (BPX-308-hv x Tropicana) (Tabe-la 3). O tomate é uma importante fontede vitamina C na dieta, segundo Lincolnet al. (1943), 100 g de tomate frescomaduro fornecem de 10 a 44 mg de áci-do ascórbico. Pela sua importância nadieta, tomates com teores mais altos devitamina C são cada vez mais procura-

Tabela 3. Vitamina C, pectina total, pectina solúvel e relação pectina solúvel/pectina total de híbridos de tomate do grupo multilocular.Lavras, UFLA - DCA, 1995.

Médias seguidas de mesma letra nas colunas não diferem estatisticamente entre si a 5% de probabilidade pelo teste de Duncan.1/ Vitamina C em mg de ácido ascórbico por 100 g de fruto;2/ Pectina total em mg de ácido galacturônico por 100 g de fruto.

sotnematarT CanimatiV 1 latot.tceP 2 levúlos.tceP 2 )%(latot/.los.tceP

H721-XPBxvhB803XPB ba04,82 cba36,528 f64,722 dc36,72

H501-XPBxvhB803XPB cba02,22 dc76,227 dc42,852 b81,63

snevetSxvhB803XPB a89,03 ba24,529 h16,491 d06,12

4-matoRxvhB803XPB cba88,42 dcb81,647 c83,662 b17,53

3-2-SRHBxvhB803XPB ba87,82 cba69,258 ed28,942 cb20,03

B1adirólFxvhB803XPB cba51,82 ba33,729 e86,642 dc38,62

anaciporTxvhB803XPB cba93,62 d44,116 b21,872 a86,54

tnomdeiPxvhB803XPB ba74,92 a16,699 g04,412 d25,12

anaciporT cb61,02 dcb09,857 dc32,452 cb25,33

ujukuFatagO c83,81 dcb88,277 a86,073 a90,84

Resende et al. Qualidade pós-colheita em genótipos de tomate do grupo multilocular.

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97Hortic. bras., v. 15, n. 2, nov. 1997.

dos pelos melhoristas de plantas. O au-mento do teor de vitamina C pode serresultado de uma síntese contínua deácido L-ascórbico a partir de seu pre-cursor, a glicose 6-fosfato e de um efei-to aditivo da baixa taxa de respiração(Glenn et al., 1988). Poovaiah (1986)sugere que o cálcio aumenta o teor deácido ascórbico, já que atua na manu-tenção da estrutura decompartimentalização, dificultando atranslocação interna de substrato. Entãoa glicose 6-fosfato dirigida à respiraçãoseria desviada para a formação de vita-mina C, aumentando seu conteúdo atéque o efeito compartimentalização seanulasse com a degradação da paredecelular, permitindo a oxidação do ácidoascórbico.

O híbrido (BPX-308B-hv xPiedmont) apresentou maior teor depectina total que os híbridos (BPX-308B-hv x BPX-105H), (BPX-308B-hvx Rotam-4), (BPX-308B-hv xTropicana) e as testemunhas, a linhagemTropicana e o híbrido Ogata Fukuju (Ta-bela 3). Em relação à pectina solúvel(Tabela 3), todas as progênies mostra-ram teor inferior ao do híbrido OgataFukuju. No entanto, o híbrido (BPX-308B-hv x Tropicana) apresentou teorde pectina solúvel mais elevado em re-lação as demais progênies, sendo infe-rior somente a testemunha o híbrido F

1Ogata Fukuju. O híbrido (BPX-308B-hv x Stevens) apresentou o menor teorde pectina solúvel. Os resultados depectina solúvel podem ser melhorvisualizados quando transformados emvalores percentuais relativos a pectinatotal (Tabela 3). Os híbridos (BPX-308B-hv x Stevens), (BPX-308-hv xFlórida 1-B) e (BPX-308B-hv xPiedmont) apresentaram menor porcen-tagem de pectina solúvel em relaçãopectina total. Todas as progênies mos-traram-se inferiores à testemunha, o hí-brido Ogata Fukuju e ao híbrido (BPX-308B-hv x Tropicana). Observou-se ain-da que o híbrido (BPX-308B-hv x BPX-127H) apresentou teor de pectina totalmaior, pectina solúvel menor e pectinasolúvel/pectina total menor quandocomparado ao híbrido (BPX-308B-hv xTropicana) de origem genética seme-lhante. Este comportamento reflete aação do locus alc em heterozigose nohíbrido (BPX-308B-hv x BPX-127H),mas não no híbrido (BPX-308B-hv xTropicana), sugerindo que o gene alc emheterozigose proporciona maior poten-cial para conservação pós-colheita.

A utilização de sementes híbridas F1

para a produção de tomate do grupomultilocular pode realmente substituiras cultivares de polinização aberta, por-que possibilita o aumento na espessurada polpa e a redução no número de locosdos híbridos F

1, contribuindo para au-

mentar a firmeza dos frutos. Os híbri-dos (BPX-308B-hv x Stevens) e (BPX-308B-hv x Piedmont) apresentaram asmelhores características para o consu-mo in natura, devido a coloração ver-melha-intensa, alto conteúdo de vitami-na C e balanço adequado entre ácidos eaçúcares, o que proporciona uma quali-dade adequada à característica aroma esabor, além de maior firmeza. O híbri-do (BPX-308B-hv x BPX-127H), quecontém o gene alc em heterozigose, nãoapresentou efeitos detrimentais de co-loração ou de aroma e sabor, apresen-tando-se relativamente firme. Isto suge-re que o caracter alc pode realmente terefeito positivo sobre o tempo de con-servação pós-colheita. Os híbridos(BPX-308B-hv x Stevens), (BPX-308B-hv x Piedmont) e (BPX-308B- hv xBPX-127H) apresentaram os mais bai-xos teores de pectina solúvel em rela-ção a pectina total, resultando em mai-or firmeza, o que poderá prolongar operíodo de comercialização.

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Resistência de linhagens, híbridos F1 e cultivares de pimentão aMeloidogyne incognita (raças 1, 2, 3 e 4) e a M. javanica1, 2.

José Ricardo Peixoto3; Wilson R. Maluf 4 ; Vicente Paulo Campos43UFU - Depto. de Agronomia, C. Postal 593, 38400-902 Uberlândia - MG; 4UFLA - Depto. de Fitotecnia, C. Postal 37, 37200-000 Lavras - MG

RESUMO

Com o objetivo de avaliar híbridos F1, juntamente com suas li-

nhagens progenitoras e cultivares, quanto a resistência a Meloidogyneincognita (raças 1, 2, 3 e 4) e a M. javanica, foi instalado um experi-mento em uma estufa da Pioneer Sementes Ltda, em Ijací - MG. Foiutilizado como delineamento blocos casualizados, em esquema deparcela subdividida, com cinco parcelas (compostas pelas quatro ra-ças de M. incognita e mais a espécie M. javanica) e 48 subparcelas(composta por 47 genótipos de pimentão e mais uma cultivar de to-mate (Ângela Gigante I-5100), usada como testemunha padrão, comcinco repetições e oito plantas em cada subparcela. A inoculação foifeita na concentração de 60 ovos/ml de substrato à base de vermiculitae casca de Pinus sp. (50%) e casca de arroz carbonizada (50%). Ses-senta dias após a inoculação, procedeu-se às avaliações. Todas as cul-tivares e linhagens-padrão (‘Linha 004’ e ‘Linha 006’) mostraram-sesuscetíveis às raças 1, 2, 3 e 4 de M. incognita e todos os genótipos depimentão foram resistentes a M. javanica. Todas as linhagens experi-mentais mostraram-se resistentes às quatro raças de M. incognita, omesmo ocorrendo com os híbridos F

1 experimentais, apesar do grau

de resistência dos híbridos F1, em geral, ter sido inferior ao das res-

pectivas linhagens. O alelo Me1 (proveniente de ‘PM 217’) e o aleloMe3 (proveniente de ‘PM 687’), presentes nas linhagens testadas, sãoefetivos em controlar a resistência e possuem efeito de dominânciaincompleta. É viável a utilização de híbridos F

1 entre linhagens resis-

tentes versus linhagens suscetíveis para fins de controle dos nematóidesM. incognita e M. javanica, via resistência varietal.

Palavras-chave: Capsicum annuum L., melhoramento,nematóides, dominância

ABSTRACT

Resistance of sweet-pepper lines, F1 hybrids and cultivars to

Meloidogyne incognita (races 1, 2, 3 and 4) and M. javanica.The resistance of sweet-pepper F

1 hybrids, their parental lines and

cultivars, to Meloidogyne incognita (races 1, 2, 3 e 4) and M. javanicawas evaluated in an experiment conducted in a glasshouse at “PioneerSementes Ltda.”, in Ijací -MG, Brazil. A randomized block design insplit-plot scheme was used with five plots, made up of four races ofM. incognita and one isolate of M. javanica, and 48 subplots, made upof 47 genotypes of sweet-pepper and a tomato cultivar (‘Ângela Gi-gante I-5100’), as a standard check, with five replications and eightplants in each subplot. Inoculation was done with 60 eggs/ml ofsubstrate based upon vermiculite, Pinus sp. bark (50%) and carbonizedrice rind (50%). At 60 days following inoculation, the evaluationswere performed. All the cultivars and standard-lines (‘Line 004’ and‘Line 006’), were susceptible to the races 1, 2, 3 and 4 of M. incognita,and all genotypes of sweet-pepper were resistant to M. javanica. Allexperimental lines proved to be resistant to the four races of M.incognita. The same occurred to the experimental F

1 hybrids, despitethe

lower level of resistance of F1 hybrids, compared to their parental

lines. The Me1 alelle from ‘PM 217’ and the Me3 alelle from ‘PM687’, present in the tested lines, were effective in controlling resistance,and possess incomplete dominance effect. It is feasible to utilize F

1

hybrids from crosses from resistant versus susceptible sweet-pepperlines for controling of the nematodes M. incognita and M. javanicathrough varietal resistance.

Keywords: Capsicum annuum L., breeding, nematodes,dominance

1 Trabalho executado com apoio da Pioneer Sementes Ltda.2 Parte da tese de doutoramento do primeiro autor apresentada à UFLA, Lavras - MG.

(Aceito para publicação em 12 de novembro de 96).

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99Hortic. bras., v. 15, n. 2, nov. 1997.

O rendimento da cultura do pi-mentão no Brasil já foi consi-

derado como um dos maiores do mun-do, com 27.500 kg/ha, e superado porpoucos países, como o Japão com32.222 kg/ha (Cobbe, 1983). Entretan-to, nos últimos anos esse rendimento foialterado, caindo para apenas 21.315 kg/ha, segundo dados da FIBGE e de es-critórios da EMATER citados porRamalho Sobrinho (1991). Segundo esteautor, a produção nacional de pimentãono ano de 1990 foi de 116.546,2 tonela-das numa área de 5.467,7 hectares. En-tre as causas da queda de produtividadepode-se citar os problemasfitossanitários, onde se observainfestações por vírus, fungos, bactériase nematóides. Segundo Taylor et al.(1985), os nematóides estão dentre osfitopatógenos mais disseminados e quemais limitam a produtividade agrícola,especialmente os causadores de galhas(Meloidogyne spp.), os quais podem ata-car quase todas as plantas cultivadas.

Entre os fitonematóides, destacam-se os causadores de galhas do gêneroMeloidogyne, os quais, de forma geral,causam grandes perdas em áreas onde osolo é cultivado sem proteção por lon-go período (Mai, 1985). Embora nãoestejam bem quantificadas, perdas quan-titativas e qualitativas podem seridentificadas (Ferraz & Mendes, 1992),especialmente as causadas por M.incognita e M. javanica, que são os maisnocivos para a agricultura brasileira.

Hendy et al. (1983) identificaramduas fontes de resistência eficazes con-tra uma gama de populações pertencen-tes às três principais espécies deMeloidogyne: M. incognita (Kofold &White) Chitwood, M. javanica (Treub)Chitwood e M. arenaria (Neal)Chitwood, sendo dois acessos de C.annuum de frutos pungentes: ‘PM 217’(‘PI 201234’), oriundo da América Cen-tral, e ‘PM 687’ (‘PI 322719’), oriundoda Índia. Estas introduções contrastamcom a maioria das cultivares de C.annuum quanto a susceptibilidade a es-sas espécies de Meloidogyne e tambémcom a cultivar Yolo Wonder, que semostra resistente a M. javanica e a cer-tas populações de M. arenaria, mas ésuscetível a M. incognita (Hendy et al.,1983). Pouco depois, Di Vito et al.

(1985) encontraram resistência às espé-cies de M. incognita, M. javanica e M.arenaria nas linhas ‘PI 159237’ e ‘PI159256’ de C. annuum, e em todas li-nhas de C. frutescens. Quando testaramhíbridos obtidos do cruzamento entre acultivar de C. annuum ‘Corno di Toro’com a cultivar de C. frutescens‘Tabasco’, obtiveram 100%; 72,5% e41,8% de plantas resistentes a M.incognita, M. javanica e M. arenaria,respectivamente. Já o híbrido F

1, obtido

do cruzamento entre a cultivar ‘Cornodi Toro’ e as linhas resistentes de C.annuum mostraram-se suscetíveis. Osresultados indicaram, portanto, uma re-sistência monogênica dominante em C.frutescens e recessiva em C. annuum.

Através da análise de progênieshomozigóticas obtidas por androgênese,Hendy et al. (1985b) estudaram a he-rança da resistência a nematóides em‘PM 217’ e ‘PM 687’, em cruzamentoscom a cultivar Yolo Wonder. A análisegenética revelou a existência de doisdiferentes genes para reação anematóides em ‘PM 217’: o alelo Me1que confere resistência a M. incognita,M. arenaria e a M. javanica mas não aoisolado “Seville” e o alelo Me2 que con-fere resistência a M. javanica e ao iso-lado “Seville”. Em ‘PM 687’, outrosdois genes para reação a nematóidesforam identificados: o alelo Me3 queconfere resistência a M. incognita, M.javanica e a M. arenaria à exceção doisolado “Ain Taoujdate” e o alelo Me4que confere resistência somente ao iso-lado “Ain Taoujdate” de M. arenaria.Em ‘Yolo Wonder’ o alelo Me5 de ou-tro gene controla a resistência a M.javanica somente. Também Dalmassoet al. (1985), avaliando a patogenicidadee a genética da resistência em algumassolanáceas às espécies de Meloidogyne,concluíram que cinco genes em duas li-nhagens e várias cultivares de C.annuum conferem resistência as trêsmais importantes espécies, ou seja, M.incognita, M. javanica e M. arenaria.

Para as condições brasileiras, ondepredominam as espécies M. incognita eM. javanica, os alelos Me1 (provenien-te de ‘PM 217’) e Me3 (proveniente de‘PM 687’) parecem ser os mais apro-priados para uso em programas de me-lhoramento que visem a introgressão

desses alelos em cultivares comerciais,para se obter linhagens que poderão serusadas “per se” ou ainda prestarem-secomo linhagens progenitores em híbri-dos F

1 resistentes a nematóides.

Em pimentão os métodos clássicosde melhoramento incluem oretrocruzamento e o genealógico, am-bos com ênfase na produção e resistên-cia a patógenos (Nagai, 1983). Nos úl-timos anos tem-se enfatizado também aobtenção de híbridos F

1 (Miranda, 1987;

Galveas, 1988; Tavares, 1993).Hendy et al. (1985b) caracterizaram

a resistência a Meloidogyne incognitaem pimentão, porém desconsiderandoraças fisiológicas. Uma vez que a resis-tência a nematóides do gêneroMeloidogyne pode ser específica a ra-ças (Fassuliotis, 1985), a caracterizaçãode resistência às quatro raças de M.incognita é de suma importância paraum programa de melhoramento que visea resistência. Nesse sentido, foi desen-volvido este trabalho com os seguintesobjetivos: caracterizar a resistência delinhagens portadoras dos alelos Me1 eMe3 (às diferentes raças de M.incognita); verificar se os alelos Me1 eMe3 (obtidos respectivamente de ‘PM217’ e ‘PM 687’) são efetivos para con-trolar a resistência às quatro raças de M.incognita; verificar se há viabilidade nautilização de híbridos F

1 heterozigóticos

nos locos Me1 ou Me3, que conferemresistência a M. incognita e a M.javanica; verificar o grau de dominânciados alelos Me1 e Me3 (expresso nos hí-bridos entre linhagens resistentes e li-nhagens suscetíveis); e definir a(s)melhor(es) característica(s) para seleci-onar genótipos resistentes aosnematóides causadores de galhas dogênero Meloidogyne em pimentão.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido emcasa-de-vegetação na Estação Experi-mental da “Pioneer Sementes Ltda.”,localizada no município de Ijací - MG.Foram usadas treze linhagens experi-mentais, sendo nove derivadas de cru-zamentos com ‘PM 217’ e quatro deri-vadas de cruzamentos com ‘PM 687’,além de 27 híbridos obtidos pelo cruza-

Peixoto et al. Resistência de linhagens, híbridos F1 e cultivares de pimentão a Meloidogyne incognita (raças 1, 2, 3 e 4) e a M. javanica.

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100 Hortic. bras., v. 15, n. 2, nov. 1997.

mento entre as treze linhagens, usadascomo progenitores femininos, e as cul-tivares Agronômico 8 e Ikeda e a Linha004, usadas como progenitores masculi-nos. Foram usadas oito testemunhas: umaconsiderada como padrão desuscetibilidade (tomateiro ‘Ângela Gigan-te I-5100’); quatro cultivares comerciaisde pimentão (Agronômico 8, Ikeda, Na-cional AG- 506, Magda); duas linhagenssuscetíveis (‘Linha 004’ e ‘Linha 006’) euma fonte de resistência (‘PM 687’).

As mudas foram formadas em ban-dejas de isopor (40 ml/célula). Comoinóculo foram usadas as quatro raças deM. incognita e a espécie M. javanica, pro-venientes de plantas de tomateiro mantidasem casa-de-vegetação. O preparo doinóculo foi feito segundo a metodologiade Hussey & Barker (1973) modificadapor Boneti (1981). A inoculação foi feitaem substrato à base de vermiculita maiscasca de Pinus sp. (50% do volume total)e casca de arroz carbonizada (50% dovolume total), na concentração de 60 ovospor ml de substrato, equivalente a 2500ovos/planta (população inicial - Pi). Emseguida, procedeu-se o enchimento dasbandejas de isopor e a repicagem dasmelhores mudas, com aproximadamente5 cm de altura.

Foram feitas três irrigações leves pordia e pulverizações com fungicidas(Mancozeb e Metalaxil) e inseticidas(Parathion metílico e Deltametrina),durante toda a condução do experimen-to. Sessenta dias após a inoculação foifeita a avaliação dos seguintescaracteres, entre outros: número degalhas por planta e número de massasde ovos por planta. Foi utilizado comodelineamento blocos casualizados, emesquema de parcelas subdivididas, comcinco parcelas (compostas por quatroraças de M. incognita e mais a espécieM. javanica) e 48 subparcelas (compos-tas por 47 genótipos de pimentão, maisuma cultivar de tomate, usada como tes-temunha padrão), com cinco repetiçõese oito plantas em cada subparcela.

Antes de serem analisados os dadosforam transformados segundo Box &Cox, citados por Johnson & Wichern(1988). Para se inferir sobre aefetividade dos alelos Me1 ou Me3 emcontrolar a resistência a nematóides e,preliminarmente, sobre o grau de

dominância destes alelos, foram avalia-dos alguns contrastes não-ortogonaisentre genótipos para o conjunto das qua-tro raças de M. incognita: (a) contrastescuja significância possa refletir aefetividade dos alelos Me1 ou Me3 nograu de resistência de pimentão aosnematóides (Banzatto & Kronka, 1992),sendo constrastes entre testemunhas depimentão suscetíveis vs. linhagens por-tadoras do alelo Me1 (com e sem os seusrespectivos híbridos F

1); testemunhas de

pimentão susceptíveis vs. linhagens por-tadoras do alelo Me3 (com e sem os seusrespectivos híbridos F

1); ‘Magda’ vs.

linhagens portadoras do alelo Me1 e‘Magda’ vs. híbridos portadores do aleloMe1; ‘Agronômico 8’ vs. linhagens por-tadoras do alelo Me3 e ‘Agronômico 8’vs. híbridos portadores do alelo Me3; e(b) contrastes cuja significância possarefletir o grau de dominância entre osalelos, sendo dominância completa, seos contrastes forem não significativos,e dominância incompleta, se significa-tivos, consistindo em contrastes entrelinhagens portadoras do alelo Me1 vs.híbridos F

1 portadores do alelo Me1;

Linhagens portadoras do alelo Me3 vs.híbridos portadores do alelo Me3(Banzatto e Kronka, 1992). Estes con-trastes foram feitos para número degalhas por planta e número de massasde ovos por planta, onde foramselecionadas cinco linhagens derivadasde ‘PM 217’ (‘PIX 021C04#04’, ‘PIX021C04#06’, ‘PIX 021C08#18’, ‘PIX021C12#34’ e ‘PIX 021C15#40’) e asquatro linhagens derivadas de ‘PM 687’(‘PIX 022D#07’, ‘PIX 022C#18’, ‘PIX022C#21’ e ‘PIX 022D#23’), suposta-mente homozigóticas para os alelos Me1e Me3, respectivamente.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os constrastes testemunhas suscetí-veis vs. linhagens portadoras do aleloMe1 (com ou sem os seus respectivoshíbridos F

1) e testemunhas suscetíveis

vs. linhagens portadoras do alelo Me3(com ou sem os seus respectivos híbri-dos F

1) foram significativos para os dois

caracteres avaliados, número de galhas/planta (Tabela 1) e número de massasde ovos/planta (Tabela 2), indicando queo alelo Me1 de ‘PM 217’ e o alelo Me3

de ‘PM 687’ são efetivos para conferirresistência às quatro raças de M.incognita. Conclusão similar deriva dasignificância dos contrastes ‘Magda’ vs.linhagens portadoras do alelo Me1 e‘Agronômico 8’ vs. linhagens portado-ras do alelo Me3, que foram significati-vos para ambos os caracteres. Os con-trastes ‘Magda’ vs. híbridos F

1 portado-

res do alelo Me1 e ‘Agronômico 8’ vs.híbridos F

1 portadores do alelo Me3 fo-

ram igualmente significativos para osdois os caracteres avaliados, indicandoque a resistência conferida por Me1 eMe3 é, pelo menos, parcialmente domi-nante e, dessa forma, a resistência noshíbridos F

1 é suficiente para controlar

as quatro raças de M. incognita. Os con-trastes linhagens portadoras do aleloMe1 vs. híbridos portadores do aleloMe1 e linhagens portadoras do aleloMe3 vs. híbridos portadores do aleloMe3 foram significativos também paraos dois caracteres avaliados, indicandoque a dominância é incompleta, tantopara o alelo Me1 como para o alelo Me3.

As correlações do número de galhas/planta e do número de massas de ovos/planta entre as raças 1, 2, 3 e 4 de M.incognita, nas testemunhas e linhagensportadoras do alelo Me1 (com ou semos seus respectivos híbridos), bem comonas testemunhas e linhagens portadorasdo alelo Me3 (com ou sem os seus res-pectivos híbridos) foram altas (acima de0,75), indicando que tanto o alelo Me1de ‘PM 217’ isoladamente, como o aleloMe3 de ‘PM 687’ isoladamente, confe-rem resistência às quatro raças de M.incognita. Na análise de variância donúmero de galhas/planta e do númerode massas de ovos/planta, feita com asquatro raças de M. incognita, excluindoa espécie M. javanica, não houve efeitosignificativo da interação entre raças deM. incognita vs. genótipos de pimentão,confirmando que a efetividade da resis-tência conferida pelos alelos Me1 e Me3às quatro raças de M. incognita.

O número de galhas/planta de M.incognita (raças 1, 2, 3 e 4) (Tabela 1)em ‘PM 687’ (testemunha resistente)variou de 0,05 a 1,14 (média de 0,49),enquanto nas testemunhas de pimentãovariou de 9,09 a 26,03 (média de 20,18)e no tomateiro variou de 46,59 a 58,03(média de 52,56), demonstrando a

Peixoto et al. Resistência de linhagens, híbridos F1 e cultivares de pimentão a Meloidogyne incognita (raças 1, 2, 3 e 4) e a M. javanica.

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101Hortic. bras., v. 15, n. 2, nov. 1997.

suscetibilidade das testemunhas de pi-mentão a este nematóide. Hendy et al.(1985a) observaram a resistência dosgenótipos ‘PM 217’ e ‘PM 687’ eraconferida pela penetração de poucosjuvenis de M. incognita em suas raízes.Uma menor percentagem de galhas deM. incognita em cultivar de pimentaresistente (24%) em relação a cultivarsuscetível (76%) foi observada porAguilar & Bosland (1989). Rios (1990),usando diferentes concentrações deinóculo das raças 2, 3 e 4 de M. incognitaem hortaliças, verificou um máximo de16,80; 4,80 e 4,00 galhas/planta na cul-tivar Agronômico 10G, respectivamen-te para cada raça. As linhagens experi-mentais no presente trabalho apresen-taram entre 0,73 a 10,53 (média de 5,24)e os híbridos F

1 experimentais. entre

0,88 a 19,30 (média de 7,60), demons-trando haver resistência às quatro raçasde M. incognita entre estes genótipos.

O tomateiro ‘Ângela Gigante I-5100’ apresentou 63,38 galhas/planta deM. javanica, enquanto nas testemunhasvariou de 0,80 a 1,61, e o genótipo ‘PM687’ apresentou apenas 0,03 galhas.Sassaki (1988) não encontrou galhas nacultivar Ikeda. Segundo Hendy et al.(1983), a resistência em ‘PM 687’ é de-vida à capacidade desse genótipo em li-mitar a penetração e permanência donematóide, com a ocorrência de necroselocalizada, possivelmente devido aomecanismo de hipersensibilidade. Naslinhagens testadas, o número de galhasvariou de 0,00 a 0,55 e, nos híbridos F

1,

variou de 0,05 a 1,53. De maneira ge-ral, todos os genótipos de pimentãoapresentaram poucas galhas em relaçãoao tomateiro (suscetível), demonstran-do haver resistência a M. javanica emtodos os genótipos de pimentão,presumivelmente devido à ocorrênciacomum do alelo Me5 (Hendy et al.,1985b) nestes genótipos.

O número de massas de ovos/plantade M. incognita (raças 1, 2, 3 e 4) porplanta (Tabela 2) em ‘PM 687’ (teste-munha resistente) variou de 0,10 a 2,74(média de 1,08), enquanto nas demaistestemunhas de pimentão variou de12,55 a 54,51 (média de 25,74) e no to-mateiro variou de 14,86 a 49,18 (médiade 34,26), confirmando a suscetibilidadedas testemunhas de pimentão às quatro

sopitóneGatnalp/sahlagedoremúN

1açaR 2açaR 3açaR 4açaR

0015-IetnagiGalegnÂetamoT 51,35 95,64 84,25 30,85

adgaM 75,72 66,72 07,81 55,11

400ahniL 08,42 30,62 08,22 18,12

adekI 54,52 82,02 87,41 01,61

8ocimônorgA 04,32 58,21 97,11 90,9

786MP 37,0 41,1 30,0 50,0

40#40C120XIP 60,3 83,5 36,4 57,2

60#40C120XIP 30,3 39,4 87,8 38,5

81#80C120XIP 4,6 02,6 59,4 05,5

43#21C120XIP 31,6 85,4 24,01 52,5

04#51C120XIP 08,3 11,7 19,2 10,2

90#C320XIP 30,5 38,4 80,5 35,01

70#D220XIP 00,1 61,1 59,4 02,1

81#C220XIP 35,8 52,5 19,5 82,1

12#C220XIP 03,4 87,2 82,1 85,2

32#D220XIP 02,5 37,0 86,1 89,1

400ahniLx40#40C120XIP 08,8 30,9 38,9 35,6

400ahniLX60#40C120XIP 29,21 37,3 00,9 96,8

adekIX60#40C120XIP 81,9 89,7 92,8 30,9

8ocimônorgAX60#40C120XIP 03,91 83,6 55,2 35,5

400ahniLX81#80C120XIP 50,2 35,0 34,1 21,2

adekIX81#80C120XIP 30,9 53,5 28,8 67,6

8ocimônorgAX81#80C120XIP 02,7 74,5 09,5 44,4

400ahniLX43#21C120XIP 89,31 36,01 80,11 51,11

400ahniLX04#51C120XIP 01,41 04,7 87,8 77,5

8ocimônorgAx04#51C120XIP 88,01 52,9 09,5 5,3

400ahniLX90#B320XIP 37,5 80,5 32,3 51,5

400ahniLX70#C220XIP 88,0 83,5 18,2 67,2

adekIX70#C220XIP 80,7 87,3 55,4 38,1

400ahniLX81#C220XIP 52,51 53,6 59,11 52,11

adekIX81#C220XIP 86,9 00,31 88,9 38,7

8ocimônorgAX81#C220XIP 53,6 31,01 55,5 08,4

adekIX12#C220XIP 51,9 35,5 83,4 87,5

8ocimônorgAX12#C220XIP 39,6 53,6 05,7 02,7

adekIX32#C220XIP 76,11 83,01 43,6 85,8

Tabela 1 - Reação de genótipos de pimentão e do tomateiro a inoculação de M. incognita (4raças). UFLA, Lavras - MG, 1994.

Peixoto et al. Resistência de linhagens, híbridos F1 e cultivares de pimentão a Meloidogyne incognita (raças 1, 2, 3 e 4) e a M. javanica.

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102 Hortic. bras., v. 15, n. 2, nov. 1997.

raças de M. incognita. Rios (1990) va-riando a concentração do inóculo dasraças 2, 3 e 4 de M. incognita, encon-trou, respectivamente para cada raça, ummáximo de 6,80; 2,40 e 1,20 massas deovos/planta na cultivar de pimentão‘Agronômico 10G’. As linhagens expe-rimentais testadas apresentaram entre0,75 a 13,90 massas de ovos/planta (mé-dia de 6,02) e os híbridos F

1 experimen-

tais apresentaram entre 1,10 a 26,15(média de 9,46), confirmando haver re-sistência às quatro raças de M. incognitanestes genótipos.

O tomateiro ‘Ângela Gigante I-5.100’ apresentou 61,58 massas de ovos/planta de M. javanica, enquanto nas tes-temunhas variou de 1,16 a 2,22, e ogenótipo ‘PM 687’ não apresentou mas-sas de ovos. Nas linhagens experimen-tais o número de massas de ovos varioude 0,15 a 1,19 e nos híbridos F

1 variou

de 0,15 a 1,75. De maneira geral, todosos genótipos de pimentão apresentarampoucas massas de ovos/planta de M.javanica em relação ao tomateiro (sus-cetível), confirmando a resistência detodos estes genótipos a este nematóide.

Todas as testemunhas de pimentãotestadas (cultivares e linhagens-padrão),foram suscetíveis a M. incognita e re-sistentes a M. javanica. As linhagensexperimentais (‘PIX 021C04#04’, ‘PIX021C04#06’, ‘PIX 021C08#18’, ‘PIX021C12#34’ e ‘PIX 021C15#40’),provavelmente homozigóticas para oalelo de resistência Me1 e as linhagensexperimentais (‘PIX 022D#07’, ‘PIX022C#18’, ‘PIX 022C#21’ e ‘PIX022D#23’), provavelmente homo-zigóticas para o alelo de resistência Me3,foram resistentes a M. incognita e a M.javanica, sendo portanto bastante pro-missoras. De forma semelhante, os hí-bridos F

1 heterozigóticas para o alelo de

resistência Me1 foram resistentes a M.incognita e a M. javanica.Comprovadamente, a resistência nos hí-bridos foi suficiente para controlar M.incognita e M. javanica.

O número de galhas/planta apresen-tou correlação positiva com o númerode massas de ovos/planta (r = 0,92) de-monstrando que há aumento do númerode massas de ovos/planta, com o aumen-to do número de galhas/planta. Dessaforma, a contagem do número de galhas

Tabela 2 - Reação de genótipos de pimentão e do tomateiro a inoculação de M. incognita (4raças). UFLA, Lavras - MG, 1994.

atnalp/sovoedsassamedoremúN

sopitóneG 1açaR 2açaR 3açaR 4açaR

0015-IetnagiGalegnÂetamoT 81,94 68,41 55,52 34,74

adgaM 05,35 95,02 74,22 06,21

400ahniL 09,73 89,62 35,52 02,42

adekI 68,53 35,03 84,81 33,32

8ocimônorgA 55,92 47,71 64,41 55,21

786MP 83,1 47,2 01,0 01,0

40#40C120XIP 60,3 33,4 72,8 24,2

60#40C120XIP 61,3 51,6 39,5 54,5

81#80C120XIP 55,9 50,6 32,7 06,5

43#21C120XIP 92,11 64,7 24,11 21,5

04#51C120XIP 30,8 65,7 87,2 49,1

90#C320XIP 58,5 31,5 39,5 53,31

70#D220XIP 88,0 38.0 57,3 32,1

81#C220XIP 90,6 52,7 93,6 83,1

12#C220XIP 55,5 03,2 08,1 82,2

32#D220XIP 52,8 57,0 05,1 85,1

400ahniLX40#40C120XIP 07,31 18,01 61,21 81,5

400ahniLX60#40C120XIP 66,31 50,6 35,8 56,01

adekIX60#40C120XIP 05,51 83,11 05,01 80,9

8ocimônorgAX60#40C120XIP 51,62 53,7 02,3 82,8

400ahniLX81#80C120XIP 35,2 01,1 89,1 36,1

1adekIX81#80C120XIP 55,4 12,5 48,21 77,6

8ocimônorgAX81#80C120XIP 01,41 76,01 80,7 81,2

400ahniLX43#21C120XIP 07,91 96,21 09,21 51,01

400ahniLX04#51C120XIP 31,61 38,6 36,01 51,6

8ocimônorgAX04#51C120XIP 34,21 30,21 58,7 54,2

400ahniLX90#B320XIP 85,8 81,5 54,4 55,6

400ahniLX70#C220XIP 83,5 69,4 01,5 26,2

adekIX70#C220XIP 87,21 03,4 51,6 50,3

400ahniLX81#C220XIP 35,02 54,9 05,31 88,61

adekIX81#C220XIP 32,11 36,21 56,01 54,9

8ocimônorgAX81#C220XIP 00,11 32,61 35,5 04,5

adekIX12#C220XIP 88,01 87,8 52,8 15,5

8ocimônorgAx12#C220XIP 09,8 05,8 38,6 56,6

adekIX32#C220XIP 20,41 05,01 89,8 39,9

Peixoto et al. Resistência de linhagens, híbridos F1 e cultivares de pimentão a Meloidogyne incognita (raças 1, 2, 3 e 4) e a M. javanica.

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103Hortic. bras., v. 15, n. 2, nov. 1997.

tem sua importância confirmada paraavaliar genótipos de pimentão, poden-do ser usada pelo melhorista para sele-cionar genótipos resistentes. Igualmen-te, a contagem do número de massas deovos, por ser um caráter também nãodestrutivo, tem sua utilidade para umarápida seleção em condições de estufa elaboratório.

Entre os híbridos F1 experimentais

que se destacaram como resistentes àsraças 1, 2, 3 e 4 de M. incognita e a M.javanica, o genótipo ‘PIX 021C08#18’x ‘Linha 004’ foi o que teve o melhordesempenho em termos agronômicos,ao produzir 43.852,46 kg/ha de frutoscomercializáveis em campo aberto e emapenas sete colheitas, ficando em segun-do lugar entre 36 genótipos testados porInnecco (1995).

Concluindo, todas as cultivares e li-nhagens-padrão foram suscetíveis àsraças 1, 2, 3 e 4 de M. incognita; ogenótipo ‘PM 687’ foi resistente a M.incognita e a M. javanica; o mesmoocorrendo com as linhagens experimen-tais. As linhagens derivadas de ‘PM687’ (‘PIX 022D#07’, ‘PIX 022C#18’,‘PIX 022C#21’ e ‘PIX 022D#23’) apre-sentaram resistência combinada a M.incognita (raças 1, 2, 3 e 4) e a M.javanica, comparável à de ‘PM 687’.Todos os genótipos de pimentão foramresistentes a M. javanica; e os alelo Me1(proveniente de ‘PM 217’) e Me3 (pro-veniente de ‘PM 687’) mostraram-seefetivos para controlar a resistência a M.incognita, tanto em homozigose quantoem heterozigose, sendo viável a utiliza-ção de híbridos de combinações especí-ficas entre linhagens resistentes vs. linha-gens suscetíveis para fins de controle denematóides via resistência varietal, ape-sar de tanto Me1 como Me3 terem apre-sentado dominância incompleta.

LITERATURA CITADA

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104 Hortic. bras., v. 15, n. 2, nov. 1997.

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Produção de máxima eficiência econômica da batata em função daadubação fosfatada.Paulo C. R. Fontes1 ,2; Fernando A .T. Rocha3; Hermínia E. P. Martinez1,2

2Universidade Federal de Viçosa - DFT, , 36571-000 Viçosa - MG; 2UFRPe - Depto. de Agronomia, 52.171-900 Recife - PE.

1 Bolsistas do CNPq

RESUMO

Visando estabelecer a dose do fertilizante fosfatado e o nível de Pno solo associados à produção de máxima eficiência econômica dabatateira, foi desenvolvido um experimento em solo podzólico ver-melho-amarelo câmbico, argiloso, em Viçosa (MG). Foram utilizadassete doses de fósforo (0, 40, 80, 160, 320, 640 e 1.280 kg de P

2O

5/ha)

aplicando superfosfato simples no sulco, por ocasião do plantio. Odelineamento experimental utilizado foi blocos ao acaso, com quatrorepetições. Tubérculos da cultivar Baraka foram plantados noespaçamento 0,80 x 0,30 m, adotando-se as práticas agronômicas re-comendadas para a cultura. O solo foi amostrado 20 dias após a emer-gência das plantas, na profundidade de 0-20 cm para análise de Pdisponível no solo (Mehlich -1). Multiplicando-se as produções detubérculos das classes especial, primeira e segunda por 1,00, 0,56 e0,40, respectivamente, e somando-se os resultados obteve-se a produ-ção ponderada. As máximas produções comercial e ponderada foram24,91 e 17,26 t/ha alcançadas com as doses de 991 e 867 kg P

2O

5/ha,

respectivamente. Entretanto, na relação média de preços do adubo eda batata, 2,03, a dose de fósforo associada à produção ponderada demáxima eficiência econômica (PPMEE) foi 530 kg P2O5/ha. Comesta dose, que proporcionou 98,3% da produção ponderada máxima,o nível de P no solo foi 14,9 mg/dm3. São propostas, para este soloargiloso, em função de diferentes proporções da PPMEE, as classesde fertilidade muito baixa, baixa, média, suficiente e alta, para os va-lores de fósforo no solo < 2,8; de 2,8 a < 5,5; de 5,5 a < 8,6; de 8,6 a14,9 e; > 14,9 mg /dm3 de solo, respectivamente.

Palavras-chave: Solanum tuberosum, produção classificada,classes de fertilidade do solo, dose de fósforo, nível crítico.

ABSTRACT

Maximum economic potato yield as a function of phosphorusfertilization.

The experiment was conducted to establish P fertilizer rate andsoil P associated to maximum economic potato yield in a claytypical Ultisol. Seven P levels (0, 40, 80, 160, 320, 640 e 1,280 kgP

2O

5 /ha) as simple superphosphate were applied in the furrows at

potato planting time. The experiment was set up in a randomizedcomplete block design, with four replications. ‘Baraka’ potatotubers were seeded spaced 0.8 x 0.3 cm following the agronomiccultural practices recommended to the crop. Soil samples weretaken 20 days after plant emergence at 20 cm deep and wereanalyzed for P (Mehlich-1). The weighted yield was obtainedmultiplying special, first and second class tuber yields by 1.00,0.56, and 0.40, respectively and adding the results. Maximummarketable and weighted tuber yields were 24.91 and 17.26 t/hawith 991 and 867 kg P

2O

5/ha, respectively. At medium P fertilizer

and potato price relationship, 2.03, the P rate associated tomaximum economic weighted potato yield (MEWPY) was 530 kgP

2O

5/ha. With this P rate, it was attained 98.3% of the maximum

weighted yield and 14.9 mg P/dm3 soil. Taking into account severalMEWPY proportions it is proposed the following soil fertility clas-ses: very low, low, median, sufficient, and high, to P values in thesoil: < 2.8; 2.8 < 5.5; 5.5 < 8.6; 8.6 to 14.9; and >14.9 mg/dm3,respectively.

Keywords: Solanum tuberosum, graded yield, soil fertility,phosphorus rates, profit yield, critical level

(Aceito para publicação em 14 de outubro de 1997)

Na área tropical da América doSul a batata vem sendo culti-

vada em Alfisols, Ultisols, Oxisols eAndisols, onde a maioria dos experi-mentos indicam que o fósforo é o ele-mento limitante da produção (Ortiz etal., 1988; Manrique, 1993). Essa limi-tação está principalmente relacionada àdeficiente absorção deste elemento pelacultura devido ao seu restrito sistemaradicular e ciclo relativamente curto,além da baixa disponibilidade de P nosolo, devido aos altos teores de óxidoslivres de Fe e Al, tipos de argila e alofanaque fixam ou retém fortemente o P, não

sendo facilmente aproveitado pelasplantas (Fassbender & Bornemiza,1987). Assim, na maioria dos solos, abatateira requer alta fertilizaçãofosfatada para a produção máxima.

Em solos naturalmente bem supri-dos com P, a sua adição não afeta a pro-dução nem a qualidade de tubérculos(Rykbost et al., 1993). Por outro lado,muitos trabalhos brasileiros mostramrespostas marcantes da cultura à aplica-ção do fósforo (Boock & Freire, 1960;Crisóstomo et al.; 1983 ; Fontes et al.,1987 ; Peixoto et al., 1996).

A análise do teor de P no solo podeser usada para monitorar e auxiliar nomanejo do programa de fertilizaçãofosfatada da cultura, fornecendo infor-mações acerca da possibilidade de for-necimento de P às plantas. A Comissãode Fertilidade do Solo do Estado deMinas Gerais (1989) propõe, não espe-cificamente para a cultura da batata, parasolos argilosos, 0-5, 6-10, e maior que10 mg de P/dm3 de solo como níveisbaixo, médio e alto, respectivamente.No Brasil, a existência de poucos traba-lhos relacionando doses de P com teo-res desse nutriente no solo e produção

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105Hortic. bras., v. 15, n. 2, nov. 1997.

da batateira, levando em consideraçãoos preços do fertilizante fosfatado e dabatata, fortalece a necessidade de pes-quisas nesta área.

O objetivo do presente trabalho foiestabelecer a dose e o nível de P no soloassociados à produção de máxima efi-ciência econômica da batateira.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido naHorta Nova do Departamento deFitotecnia da UFV, em solo podzólicovermelho-amarelo câmbico, cujas carac-terísticas químicas e granulométricassão apresentadas na Tabela 1. O solo foicorrigido com antecedência de seis me-ses, quando 70 % da quantidade totalde calcário foi incorporada a 30 cm deprofundidade. Os restantes 30% foramaplicados antes do plantio, com incor-poração a 20 cm. Foram aplicadas 3,75t/ha de calcário, contendo 33 % de CaO,

10% de MgO e PRNT 80 %. A aduba-ção por hectare foi de 1000 kg de sulfa-to de amônio, 360 kg de cloreto de po-tássio, 200 kg de sulfato de magnésio,15 kg de bórax e 15 kg de sulfato dezinco, aplicados no sulco de plantio,com exceção do sulfato de amônio quefoi aplicado 70% no plantio e o restanteem cobertura, 30 dias após o plantio(Fontes, 1987).

Os tratamentos consistiram em setedoses de adubação fosfatada (0, 40, 80,160, 320, 640 e 1280 kg de P

2O

5/ha), no

delineamento em blocos ao acaso, comquatro repetições, utilizando osuperfosfato simples. Os tratamentoscom P foram aplicados no sulco de plan-tio, de 10 cm de profundidade, junto aosdemais fertilizantes.Cada parcela ex-perimental foi constituída por quatro fi-leiras de doze plantas, sendo bordadurasas duas fileiras externas e a primeira eúltima plantas de cada fileira. Oespaçamento utilizado foi 0,8 entre li-nhas por 0,3 entre plantas.

O plantio foi feito em 22 de março,utilizando-se tubérculos de peso médiode 90 g, com brotações uniformes, dacultivar Baraka. A completa emergên-cia das plantas ocorreu no dia 07 de abril.A amontoa foi realizada 30 dias após oplantio simultaneamente à adubaçãonitrogenada em cobertura. As práticasculturais foram as usuais para a cultura,incluindo irrigação quando necessária.

Em cada parcela foram feitasamostragens de solo, na profundidadede 0 - 20 cm, 20 dias após a emergênciadas plantas ou 36 dias após a aplicaçãodo fertilizante fosfatado. Essas amostrasforam retiradas na fileira, de ambos oslados das plantas selecionadas por sor-teio. Nas amostras colhidas foram ana-lisados o P disponível no solo, extraídocom solução Mehlich-1 e quantificadopelo método descrito por Braga &Defelipo (1974).

Seguindo-se à senescência naturaldas folhas, os tubérculos foram colhi-dos em 13 de junho e classificados con-forme o diâmetro nas categorias espe-cial ( > 45 mm), primeira (33 a 45 mm),segunda (23 a 33 mm) e refugo (< 23mm). O somatório das três primeirasclasses constituiu a produção comerci-al de tubérculos. Como as classes detubérculos alcançam preços diferencia-dos no mercado, a produção comercialfoi ponderada utilizando-se 1,00, 0,56 e0,40 como fatores de ponderação, con-vertendo-se assim os valores dos tubér-culos de 1a e de 2a em especial. Estesfatores foram obtidos baseando-se nospreços alcançados na Ceasa (1994) pe-las classes de tubérculos, por ocasiãoda colheita.

Foram ajustadas equações de regres-são com os valores das produções co-mercial e ponderada em função das do-ses de P adicionadas ao solo. As deriva-das primeiras destas equações foramigualadas a zero, determinando-se asdoses do adubo fosfatado para atingi-rem as máximas produções comercial eponderada (Alvarez V., 1985). Igualan-do-se as derivadas destas equações àsrelações de preços do P

2O

5 e da batata

comercial ou da especial, obtidos emInformações Econômicas (1994) eCeasa (1994), foram determinadas asdoses de fósforo associadas às produ-ções comercial e ponderada de máxima

Tabela 1. Características químicas e granulométricas do solo utilizado. Viçosa, UFV, 1995.

C: Método Walkley - BlackP e K: Extrator Mehlich-1Al, Ca e Mg: Extrator KCl 1mol/LH + Al: Extrator Ca(OAc)2 0,5 mol/ L a pH 7,0

sacitsíretcaraC

)gk/gad(C 6,1

HmeHp2

)5,2:1(O 0,5

md/gm(P 3) 78,2

md/gm(K 3) 76,75

md/clomc(2+aC 3) 06,0

md/clomc(2+gM 3) 02,0

md/clomc(3+lA 3) 06,0

md/clomc(H+lA 3) 06,3

)emd/clomc(avitefeCTC 54,1

md/clomc(latotCTC 3) 94,4

md/clomc(.B.S 3) 88,0

)%(V 07,91

)%(m 00,93

)%(assorgaierA 82

)%(anifaierA 51

)%(etliS 30

)%(aligrA 45

Fontes et al. Produção de máxima eficiência econômica da batata em função da adubação fosfatada.

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106 Hortic. bras., v. 15, n. 2, nov. 1997.

eficiência econômica (Alvarez V.,1985). Também foi ajustada uma equa-ção de regressão com os teores de P nosolo em função de doses de P adiciona-das. Com esta equação e aquelas dasproduções comercial e ponderada deter-minaram-se os teores de P no solo asso-ciados a < 80%, de 80 a 90%, de 90 a95% e de 95 a 100% das produções pon-derada máxima e ponderada de máxi-ma eficiência econômica.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

As produções comercial e pondera-da de tubérculos foram significativa-mente influenciadas (p < 0,01) pela adu-bação fosfatada, alcançando valores

máximos de 24,91 e 17,26 t/ha, nas do-ses de 991 e 867 kg P2O5/ha, respecti-vamente (Figura 1). Entretanto, as do-ses de fósforo associadas à máxima efi-ciência econômica foram menores (Ta-bela 2). Mesmo considerando uma rela-ção baixa (1,65) entre os preços do adu-bo fosfatado e da batata, situação maisfavorável à maior aplicação de fertili-zante, a quantidade a aplicar do adubofosfatado, para alcançar a máxima efi-ciência econômica da produção ponde-rada, seria 576 kg/ha; portanto, 291 kgde P

2O

5/ha menor que aquela que pro-

piciou a máxima produção ponderada,isto é uma economia de 34% na quanti-dade de adubo a aplicar. Estes valoresseriam de 415 kg P

2O

5/ha e 42%, res-

pectivamente, se fossem comparados às

doses de P que proporcionaram a máxi-ma eficiência econômica da produçãoponderada e máxima produção comer-cial. Alguns trabalhos brasileiros mos-tram que as doses de fósforo, para amaior rentabilidade econômica da cul-tura da batata, expressas em kg P

2O

5/

ha, foram 560 em solos de cerrado(Crisóstomo et al., 1983), 561 para soloargiloso da Zona da Mata (Fontes et al.,1987) e 474 para Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico do ES (Delazari etal., 1989), com produtividades de 29,9, 21,1 e 25,3 t/ha, respectivamente.

O teor de P no solo, em mg/dm3, emfunção das doses de fósforo, em kg/hade P2O5, foi descrito pela equação y =1,24 + 0,02571X, R2 = 0,96**, eviden-ciando-se a necessidade de aplicação dealtas doses para serem obtidas quanti-dades apropriadas de P disponível nosolo. Os níveis de P no solo associadosàs doses de 867 e 530 kg de P2O5/ha,que propiciaram a produção ponderadamáxima e a produção ponderada de tu-bérculos de máxima eficiência econô-mica, em relação média de preços dofertilizante fosfatado e da batata, foram23,5 e 14,9 mg/dm3, respectivamente.Níveis críticos de P no solo (Mehlich -1) de 30 mg/dm3 e variando de 20 a 30para batata cultivada nos Estados Uni-dos e Austrália, em solos franco-areno-argilosos, são propostos por McCollum(1978) e Maier et al. (1989). De manei-ra geral, níveis críticos de 10 mg/dm3

para solos argilosos e de 20 - 25 mg/dm3 para solos arenosos tem sido pro-postos (Woodruff & Kamprath, 1965),sendo tais variações devidas às diferen-ças na capacidade tampão de fosfatodesses solos. A Comissão de Fertilida-de do Solo do Estado de Minas Gerais(1989) considera como alto, para soloargiloso, independentemente da cultu-ra, o teor de P maior que 10 mg/dm3 desolo e, para solos de textura arenosa, 30mg/dm3 de solo. De maneira geral, osníveis críticos de P no solo (Muniz etal., 1985; Novais et al., 1993) variam,principalmente, com os solos, com osextratores utilizados e com as cultiva-res (Fontes & Wilcox, 1984). Assim, oestabelecimento de nível crítico comuma dada solução extratora para todasas classes de solo com largas variaçõesna capacidade tampão de fosfato podeinduzir a erros na interpretação de aná-lise de P no solo.

Figura 1 - Produções comercial (C) e ponderada (P) de tubérculos de batata, cv. Baraka, emfunção das doses de P2O5 aplicadas a solo argiloso. Viçosa, UFV, 1995.

Tabela 2. Doses de fósforo associadas à máxima eficiência econômica, considerando-se asproduções comercial e ponderada de tubérculos de batata, cultivar Baraka, em função darelação dos preços de P

2O

5 e da batata (PP/PB), em solo argiloso. Viçosa, UFV, 1995.

* Relações máxima, média e mínima observadas no período experimental.1/ Somatório das classes de tubérculos especial, primeira e segunda;2/ Ponderação utilizando os fatores 1; 0,56 e 0,40 para as classes supracitadas.

oãçudorPsoçerPsodoãçaleR

*BP/PPPedsesoD

2O

5)ah/gk(

laicremoC 1 65,4 534

76,2 885

77,1 196

adarednoP 2 16,2 074

30,2 035

56,1 675

Fontes et al. Produção de máxima eficiência econômica da batata em função da adubação fosfatada.

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107Hortic. bras., v. 15, n. 2, nov. 1997.

No presente experimento, a faixaótima de P no solo para a obtenção de95 a 100% da produção ponderada má-xima variou de 10,1 a 23,5 mg/dm3 de-crescendo para 8,6 a 14,9 ao se consi-derar a produção ponderada de máximaeficiência econômica (Tabela 3). Portan-to, a aplicação de conceitos de produ-ção ponderada e de eficiência econômi-ca permitiu definir níveis menores de Pno solo e, consequentemente, menoresdoses de fósforo. Os resultados devemser considerados específicos para culti-var e condições de solo semelhantes,necessitando serem ajustados para ou-tras situações.

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edessalCedadilitreF

MPP EEMPP edseõçroporPEMPPeduoMPP

)%(md/gm(oloSonP 3)

axiaBotiuM 8,2< 5,2< 08<

axiaB 3,6<a8,2 5,5<a5,2 09<a08

aidéM 1,01<a3,6 6,8<a5,5 59<a09

etneicifuS 5,32a1,01 9,41a6,8 001a59

atlA 5,32> 9,41> 001<

Tabela 3. Classes de fertilidade do solo argiloso, em função dos teores de fósforo na camadade 0 a 20 cm, associadas à diferentes proporções das produções ponderadas máxima (PPM)e de máxima eficiência econômica (PPMEE) de batata, cultivar Baraka. Viçosa, UFV, 1995.

*Produção ponderada obtida pela multiplicação das produções de tubérculos das classes especial, pri-meira e segunda pelos fatores 1; 0,56 e 0,40, respectivamente, e somando os resultados.

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Uso de folhas enraizadas de batata para avaliação da resistência àmurcha-bacteriana.Mirtes Freitas Lima1 ; Carlos Alberto Lopes; Paulo Eduardo de Melo.Embrapa Hortaliças, Caixa Postal 218, 70359-970 Brasília - DF.

1 Endereço atual do primeiro autor: Embrapa Semi-Árido, Caixa Postal 23, 56300-000 Petrolina – PE.

RESUMO

Sete clones de batata, resultantes de genótipos provenientes doCentro Internacional de la Papa, Peru, previamente selecionados comoresistentes a Ralstonia (Pseudomonas) solanacearum e as cultivaresAtlantic (suscetível), Achat (resistente) e Mondial, foram utilizadosna avaliação da técnica de inoculação de folhas de batata enraizadasvisando a seleção de genótipos para resistência à murcha-bacteriana.Utilizaram-se folhas de duas posições (terceiro/quarto; sétimo/déci-mo nó a partir do ápice), enraizadas em areia estéril, por 15 dias, sen-do oriundas de plantas aos 30 dias após o plantio dos tubérculos. Asfolhas, quando enraizadas foram retiradas da areia, as raízes lavadas ecortadas em até um terço do seu comprimento e a porção de raízesremanescentes, imersa em suspensão bacteriana (108 ufc/ml por 1 min.)As folhas enraizadas foram, então, plantadas em vasos contendosolo autoclavado e mantidos à temperatura de 23-40º C. A avaliaçãofoi feita pela contagem do número de folhas murchas quatro, seis,oito e doze dias após a inoculação. O delineamento experimental foiblocos ao acaso com três repetições e parcelas subdivididas. Os resul-tados deste ensaio foram comparados àqueles obtidos com ainoculação de brotos enraizados, dos mesmos genótipos de batata, emcasa-de-vegetação. Folhas da segunda posição foram mais suscetí-veis à inoculação com R. solanacearum do que folhas da primeiraposição, não diferenciando os padrões suscetível e resistente. Apesarde terem sido detectadas diferenças significativas entre genótipos coma inoculação de folhas enraizadas, este método não foi consideradoadequado, pois mostrou baixa correlação quando comparado àinoculação de brotos, que foi correlacionada com testes de campo.Devido à facilidade de enraizamento e à rapidez na manifestação dossintomas, a utilização de folhas enraizadas é mais adequada para tes-tes de patogenicidade e de virulência de isolados de R. solanacearum.

Palavras-Chave: Solanum tuberosum, Ralstonia solanacearum,Pseudomonas solanacearum, técnica de inoculação.

ABSTRACT

Use of rooted potato leaves to evaluate resistance to bacterialwilt.

Seven potato clones, from genotypes of Centro Internacional dela Papa, Peru, previously selected as resistant to Ralstonia(Pseudomonas) solanacearum in the field, as well as the cultivarsAtlantic (susceptible), Achat (resistant) and Mondial were evaluatedfor the feasibility of using rooted leaves to screen resistance tobacterial wilt. Leaves from two positions (third/fourth; seventh/tenthnodes from the top) were detached from thirty-day-old plants androoted in sterile sand for 15 days. Approximately one-third of theroot system was cut off and the rooted petiole immersed in a bacterialsuspension (108 cfu/ml for 1 min) and immediately transplanted topots containing sterile soil in the greenhouse. The pots were kept attemperature of 23-40ºC. The evaluation was done by counting thenumber of wilted leaves at four, six, eight and twelve days afterinoculation. The experimental layout was a split-plot design withthree replications. The wilt data obtained were compared with resultsfrom inoculated rooted sprouts in greenhouse, which correlates wellwith field trials. Leaves of the second position were more susceptibleto R. solanacearum than those of the first position and were notadequate to differentiate resistant and susceptible patterns. Althoughthere were significant differences among genotypes, the rooted leafinoculating method was not considered reliable, because it did notcorrelate well with the rooted sprout technique. However, becauseof the high rate of multiplication and quick wilt response, the rootedleaf technique can be a useful tool for pathogenicity and virulencestudies on R. solanacearum.

Keywords: Solanum tuberosum, Ralstonia solanacearum,Pseudomonas solanacearum, inoculation technique.

(Aceito para publicação em 22 de outubro de 1997)

A murcha-bacteriana (MB), cau-sada por Ralstonia

(Pseudomonas) solanacearum E.F.Smith, é uma das doenças bacterianasmais importantes em diversas culturasde importância econômica (Engelbrecht& Hatting, 1989). A doença é favorecidapor altas temperaturas, solos bem úmi-dos e com pH abaixo de 7,0 (Lopes &Santos, 1994), ocorrendo em regiões tro-picais e sub-tropicais. A MB afeta umgrande número de espécies pertencen-tes a mais de 35 famílias botânicas, des-

tacando-se entre estas a famíliaSolanaceae com batata, tomate, berin-jela e pimentão (Kelman, 1953). A MBafeta também banana, gengibre e amen-doim (Hayward, 1985). Este grande cír-culo de hospedeiras, além da alta sobre-vivência da bactéria no solo, dificultamo seu controle (Lopes & Santos, 1994).

No Brasil, a MB é uma das doençasmais importantes da batata (Lopes et al.,1993), sendo particularmente importan-te em cultivos das regiões Norte e Nor-deste e em áreas de baixa altitude situa-

das nas regiões Sudeste e Centro-Oeste(Lopes & Santos, 1994).

No caso da batata, apesar dos esfor-ços no sentido de se desenvolver culti-vares resistentes à MB, os níveis de re-sistência conseguidos não têm sido su-ficientes para o controle da doença, prin-cipalmente pela quebra desta resistên-cia por estirpes mais virulentas dopatógeno ou por altas temperaturas(French & De Lindo, 1982). Uma vezque a estabilidade da resistência é de-pendente das condições ambientais, tor-

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na-se difícil a obtenção de cultivarescom resistência efetiva (Kurosawa &Pavan, 1995). Por outro lado, medidasisoladas de controle têm se mostradopouco eficazes e/ou dispendiosas. Por-tanto, a utilização de cultivares com al-gum nível de resistência, como parte deum controle integrado, parece ser a me-lhor medida para se reduzir as perdasprovocadas pela doença (Lopes et al.,1990). A escolha do terreno para o plan-tio dos tubérculos, assim como a utili-zação de batata-semente certificada erotação de culturas são, também, medi-das muito importantes e que devem serconsideradas no controle da doença(Lopes & Quezado-Soares, 1995).

A avaliação de genótipos de batatapelo plantio de tubérculos em campo in-festado com R. solanacearum tem sidouma técnica eficiente na identificaçãode clones com altos níveis de resistên-cia à MB, entretanto, para avaliar umgrande número de clones em campo,vários ciclos são necessários (Gonzalezet al., 1972). A condução de testes emcampo pode ser dificultada, também,pela ocorrência de outros agentes, alémde R. solanacearum, o que pode causargrandes perdas e elevar os custos dosensaios (Gonzalez et al., 1973). Portan-to, faz-se necessário o estudo de umametodologia, na qual possa ser possívelavaliar um grande número de genótipos,visando a seleção daqueles que, prova-velmente, sejam resistentes em testes anível de campo.

A técnica de folhas enraizadas, uti-lizada para a multiplicação rápida declones de batata (CIP, 1992), possui po-tencial como método adicional na ava-liação da resistência de batata à MB,considerando a economia de tempo e deespaço, além da eliminação de etapasbásicas, quando são utilizados tubércu-los, como multiplicação (90 dias) e pe-ríodo de dormência (três a quatro me-ses). Com a técnica de enraizamento defolhas destacadas de plantas de batata,pode-se obter um grande número de in-divíduos, geneticamente uniformes, apartir de poucas plantas de um mesmogenótipo. Pela metodologia tradicional,com a avaliação de tubérculos em cam-po, que envolve clonagem, multiplica-ção, seleção e testes em campo, são ne-cessários, praticamente, dois anos paraa avaliação completa de genótipos(Lopes et al., 1993).

Este trabalho teve por objetivo a ava-liação da técnica de inoculação de R.

solanacearum em folhas destacadas eenraizadas de batata, como procedimen-to de identificação de genótipos resis-tentes à MB.

MATERIAL E MÉTODOS

Folhas enraizadas. Foram avalia-dos sete clones de batata (299103G-3;377835-1; 385312-2; 386095-1;386095-6; 386095-12; RM 0-20) doPrograma de Melhoramento daEmbrapa Hortaliças em colaboraçãocom o Centro Internacional de la Papa(CIP), Peru e a cv. Mondial. Estesclones, quando avaliados em campo,pelo plantio em área infestada (campoG-13) com R. solanacearum, exibiramcerta reação de resistência à murcha-bacteriana (MB). Como testemunhasforam utilizadas as cvs. Atlantic (sus-cetível) e Achat (resistente). Brotosapicais e laterais de 7-10 cm de compri-mento foram cortados, com bisturi, deplantas provenientes de tubérculosplantados em solo estéril em casa-de-vegetação. Após retiradas as folhas mai-ores, um terço do comprimento da hastedos brotos foi imerso em soluçãoenraizadora (Bryan et al., 1981) por 30segundos e plantado em areia autoclavadaúmida. Após 10-12 dias, os brotos enrai-zados foram transplantados para vasos emcasa-de-vegetação (23-40º C).

Trinta dias após o transplante dos bro-tos, folhas foram coletadas e os seuspecíolos mergulhados em soluçãoenraizadora por 30 segundos. As folhasforam plantadas em areia autoclavadaumedecida, em bandejas de plástico emantidas em casa-de-vegetação à tem-peratura média de 23ºC (19,5 - 25,8ºC)durante nove dias, para favorecer oenraizamento e, depois, a 29,5ºC (20,5-33,7ºC), até a inoculação (Lima & Lopes,1994). Foram utilizadas duas posições defolhas: do terceiro ao quarto e do sétimoao décimo nó a partir do ápice da planta.Fizeram-se duas adubações foliares an-tes da inoculação, cinco e nove dias apóso plantio das folhas em areia esteriliza-da. Aplicou-se o inseticida cartap, 2g dop.c./l, contra a traça (Gnorimoschemaoperculella) a cada cinco dias.

Para a inoculação, utilizou-se o iso-lado CNPH 13 de R. solanacearum, per-tencente à raça 1, biovar I, obtido a par-tir de plantas de batata com sintomas dadoença, provenientes do campo experi-

mental naturalmente infestado - G 13,área na qual os clones haviam sido plan-tados para a avaliação à MB. O isolado,preservado em água, foi cultivado emmeio de Kelman com tetrazólio(Kelman, 1954) para seleção das colô-nias virulentas, com incubação a 27ºCpor dois dias, na ausência de luz. A par-tir de colônias isoladas, a bactéria foirepicada para placas contendo meio deKelman e incubadas sob as mesmas con-dições anteriormente citadas. Após operíodo de incubação, o inóculo foi pre-parado pela adição de água estéril àsplacas e raspagem da superfície do meiode cultura com alça de vidro. A concen-tração da suspensão foi ajustada emespectrofotômetro para 108 ufc/ml, deacordo com equação previamenteestabelecida.

Para a inoculação, as folhas foramretiradas da areia e lavadas para retira-da da areia, evitando-se o rompimentodas raízes (comprimento médio de 8cm). Cortou-se um terço do comprimen-to das raízes com tesoura e os dois ter-ços remanescentes foram imersos emsuspensão do inóculo por um minuto.Imediatamente, após a inoculação, asfolhas foram transplantadas para vasosde 0,5 l de capacidade, contendo soloautoclavado, previamente, umedecido.Após o transplante, verteu-se 5 ml dasuspensão bacteriana por vaso, próximoàs raízes de cada folha.

As plantas inoculadas forammantidas em casa-de-vegetaçãoaquecida (23 - 40ºC), mantendo-se à noi-te, a temperatura entre 20 - 28ºC. O solofoi mantido úmido, de maneira a favo-recer a ocorrência da doença. A avalia-ção foi feita quatro, seis, oito e doze diasapós a inoculação, pela contagem donúmero de folhas enraizadas com sin-tomas de murcha. Posteriormente, osdados, em porcentagem, foram transfor-mados para x+ 1,0.

O delineamento experimental foiblocos ao acaso com dez tratamentos(genótipos), em parcelas subdivididas,com três repetições. Na parcela consi-derou-se genótipo e na subparcela, po-sição da folha. Cada parcela foi consti-tuída por seis vasos, contendo uma fo-lha enraizada cada.

A análise estatística dos dados con-sistiu, inicialmente, em uma análise devariância individual para cada época deavaliação, com aplicação do teste deTukey ao nível de 5% de probabilidade

Lima et al. Uso de folhas enraizadas de batata para avaliação da resistência à murcha-bacteriana.

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110 Hortic. bras., v. 15, n. 2, nov. 1997.

para separação das médias dosgenótipos. Posteriormente, executou-sea análise por componentes principais,considerando cada época de avaliaçãocomo variável. Uma vez identificado ocomponente principal, este foi utiliza-do como variável para a análise dos da-dos. A diferenciação das médias dosgenótipos para cada posição de folha foifeito pelo teste de Duncan (5%) e o tes-te t foi utilizado para a diferenciação dasduas médias, considerando as duas po-sições de folha, dentro de cada genótipo.

Brotos enraizados. Utilizou-se osmesmos clones e cultivares de batata,citados anteriormente. Brotos enraiza-dos foram inoculados com R.solanacearum, em casa-de-vegetação esua reação comparada à reação obtidapela inoculação da bactéria segundo ametodologia de avaliação de MB emfolhas enraizadas. Brotos medindo 2 - 3cm de comprimento, com uma pequenaporção do tecido tuberoso, foram reti-rados de tubérculos brotados, com au-xílio de bisturi e enraizados em areiaestéril úmida por quinze dias, em casa-de-vegetação (Bryan et al., 1981).

A inoculação das plântulas oriundasde brotos foi feita da mesma maneiraque para as folhas enraizadas, com cor-te e imersão das raízes em suspensãobacteriana (108 ufc/ml) e plantio em va-sos contendo solo autoclavado. Utilizou-se o mesmo isolado de R. solanacearum(CNPH 13), na mesma concentração deinóculo. A avaliação da doença foi rea-lizada sete dias após a inoculação.

O delineamento foi blocos ao acasocom quatro repetições, sendo a parcelaexperimental constituída por quatro va-sos com uma planta cada. Foi calculadoo índice de correlação entre os dadosobtidos neste ensaio e os obtidos com ainoculação de folhas enraizadas, consi-derando as médias para as duas posiçõesde folhas, obtidas pela análise por com-ponentes principais, considerando cadaépoca de avaliação como variável.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Considerando-se a avaliação de fo-lhas enraizadas, através da análise devariância simples, realizada para cadaépoca, observou-se diferença significa-tiva entre genótipos para a segunda, ter-ceira e quarta avaliações (P = 5%). Avariável posição da folha foi significa-tiva apenas quando em interação com

genótipo, indicando que para determi-nados materiais existe diferença emsuscetibilidade se inoculadas folhas daprimeira (terceiro/quarto nó a partir doápice da planta) ou segunda posição (sé-timo/décimo nó).

Como a diferenciação entre osgenótipos, fornecida pela análise devariância simples, não foi satisfatória,optou-se pela análise de componentesprincipais, com o objetivo de estudar avariabilidade dos genótipos ao longo dasquatro épocas de avaliação.

A análise de componentes principaisdecompôs a variabilidade dos dados emquatro vetores ou componentes principais,dos quais o primeiro deles agregou72,03% da variabilidade total, tendo sidoconstituído, basicamente, pelas segundae terceira avaliações, representando31,32% da variância agregada no compo-nente, cada uma, e, quarta e primeira ava-liações, representando 20,02% e 17,34%,respectivamente. O primeiro componen-te principal foi, então, utilizado como va-riável para a análise dos dados.

Houve diferença significativa entreos genótipos para as duas posições defolhas. Para a primeira posição (tercei-ro/quarto nó), o teste de Duncan (5%)separou os genótipos em três grupos dis-tintos, tendo o clone 385312-2, apresen-tado comportamento semelhante ao dopadrão suscetível ‘Atlantic’ (Tabela 1).

O padrão de resistência ‘Achat’ mostrou37,1% de folhas murchas, sendo esta-tisticamente diferente do padrão susce-tível ‘Atlantic’ (75,0%). Para folhasenraizadas da segunda posição (sétimo/décimo nó), observou-se um aumentona suscetibilidade dos genótipos a R.solanacearum, em comparação àinoculação em folhas da primeira posi-ção (terceiro/quarto nó), não ocorrendo,portanto, uma diferenciação satisfatóriaentre os genótipos.

Pela diferenciação de médias den-tro de cada genótipo através do teste t,observou-se que a significância dainteração entre genótipos e posição defolha foi devida ao comportamento dequatro materiais ‘Atlantic’, ‘386095-12’, ‘299103G-3’ e ‘Achat’, que apre-sentaram diferenças em suscetibilidadequando inoculados com R.solanacearum em folhas enraizadas daprimeira ou segunda posições. Os de-mais genótipos não comportaram-se demaneira diferenciada com relação a po-sição de folhas. Observou-se, também,que folhas da segunda posição forammais suscetíveis à inoculação com R.solanacearum do que folhas da primei-ra posição, inclusive para o padrão deresistência ‘Achat’. A variabilidade emsuscetibilidade a R. solanacearum foiobservada quando estacas múltiplas deuma mesma planta de batata foram ino-

opitóneG )%(salutnâlP /1)%(sadaziarnesahloF /2

ónº4/º3 ónº01/º7

citnaltA a0,001 /3 Aa00,57 Bba23,83

020-MR ba5,78 Ac86,13 Aba86,64

2-213583 ba5,78 Aa38,08 Aa53,86

6-590683 ba5,78 Ac86,13 Ab56,61

21-590683 ba3,18 Ab86,65 Bb89,91

1-590683 ba8,86 Acb86,14 Ab53,32

1-538773 cba5,26 Ac86,63 Aba81,43

laidnoM cb8,34 Ac00,03 Aba91,74

3-G301992 c5,73 Bc86,61 Aba81,44

tahcA c8,81 Bcb01,73 Aa34,07

)%(.V.C 9,9 24,4 13,7

Tabela 1 - Incidência de murcha-bacteriana em plântulas originárias de brotos enraizadosou em folhas enraizadas de batata. Brasília, Embrapa Hortaliças, 1995.

/1 Média de 16 plântulas aos sete dias após a inoculação, obtidas a partir de brotos;/2Valores de incidência da doença relativos ao primeiro componente obtido através da análise de compo-nentes principais, considerando-se quatro avaliações (aos quatro, seis, oito e doze dias após a inoculação;/3 Letras minúsculas para comparação de médias dentro da mesma coluna (Duncan, 5%) e maiúsculas,para comparação dentro da mesma linha (t, 5%). Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si.

Lima et al. Uso de folhas enraizadas de batata para avaliação da resistência à murcha-bacteriana.

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culadas com a bactéria; estacas maisnovas, de posições mais apicais, forammais resistentes à MB do que as de po-sições mais basais (CIP, 1992).

Para brotos enraizados, os sintomasiniciais de murcha nas plântulas foramobservados a partir do quarto dia após ainoculação, embora ainda não fossemrepresentativos para a maioria dos ma-teriais. Foram observadas diferençassignificativas entre os genótipos, desta-cando-se ‘299103G-3’ como o mais re-sistente (37,5% de plântulas murchas),sem diferença significativa da testemu-nha resistente ‘Achat’ (18,8% de mur-cha). Os padrões de resistência ‘Achat’e suscetibilidade ‘Atlantic’ (100% demurcha), mantiveram-se em suas respec-tivas classes de resistência (Tabela 1).

Os coeficientes de correlação entreos dois métodos de inoculação não fo-ram significativos (P=0,05), quandocomparados os resultados obtidos coma inoculação de brotos e aqueles obti-dos com as variáveis de componentesprincipais para as duas posições de fo-lhas enraizadas. O índice obtido entrebrotos e a primeira posição de folhas foir = 0,6 e entre brotos e a segunda posi-ção de folhas, r = 0,4. Isto indica que asreações dos clones a R. solanacearum,quando inoculados folhas e brotos en-raizados, não estão associadas de ma-neira linear.

Ainda que estes clones tenham secomportado como resistentes quandotubérculos foram plantados em camponaturalmente infestado com R.solanacearum, os resultados obtidoscom a inoculação da bactéria em brotose folhas enraizadas destes mesmosclones, em casa-de-vegetação, mostrouque para a maioria dos materiais, a rea-ção de resistência exibida em campo erade escape. Muito provavelmente, asplantas destes genótipos, supostamenteresistentes em campo (área G-13), po-dem ter estado situadas em manchas desolo, cuja população de R.solanacearum fosse relativamente bai-xa, considerando-se que a população dabactéria nesta área não estáhomogeneamente distribuída.

Os clones 386095-6 e 377835-1, queapresentaram reações similares quandoinoculados com R. solanacearum, possu-em o mesmo pedigree BW2TD/18 X377964.5, com provável fonte de resistên-cia obtida a partir de Solanum sparsipilum,

S. chacoense, S. microdontum ou S.phureja (Lopes et al., 1993).

A utilização de brotos enraizadospara avaliação da resistência de batata àMB apresentou resultados consistentes,com diferenciação dos padrões de resis-tência e suscetibilidade, demonstrandoser um método acurado para a avalia-ção de genótipos de batata a esta doen-ça. Os brotos apresentaram como van-tagens rápido enraizamento, formaçãode raízes com maior comprimento e emmaior número, menor índice de morta-lidade (5%) em relação às folhas (até50%), além de maior capacidade de re-generação, muito provavelmente, portratar-se de tecido fisiologicamente maisnovo e ainda pouco diferenciado. O ín-dice de enraizamento para folhas foi de60-80%. Brotos enraizados, inoculadosvia imersão de raízes, têm sido utiliza-dos na avaliação de clones de batata, quese relaciona com testes em campo (da-dos não publicados).

Quanto à utilização de folhasenraizadas, devemos considerar que oprocesso de enraizamento da folha, jáfisiologicamente fragilizada devido aodestaque da planta-mãe, ocorre às suaspróprias expensas. Isto, muito provavel-mente, pode tê-la enfraquecido, levandoà perda de vigor e interferindo em suacapacidade de recuperação, o que podeter mascarado uma provável diferença nareação de resistência que poderia existirentre as duas posições de folhas.

Ainda que a inoculação de folhasenraizadas tenha indicado genótiposcom reação diferencial à MB, esta téc-nica não mostrou ser acurada na identi-ficação de fontes de resistência. Comoexemplo, observou-se que a cv. Achat,resistente em condições de campo(Lopes & Quezado-Soares, 1995), igua-lou-se estatisticamente aos materiaissuscetíveis quando inoculadas folhasenraizadas da segunda posição (Tabela1). Entretanto, devido à rapidez e facili-dade na obtenção de um grande númerode indivíduos de um mesmo genótipo,este método poderá ser utilizado em tes-tes de patogenicidade e virulência deisolados, uma vez que a manifestaçãode sintomas ocorre com rapidez.

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem ao CNPq pelosuporte financeiro.

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Page 34: Volume 15 número 2 Novembro 1997 ÍNDICE · térias, fungos ou similares. Quem tem experiência com tomate sabe que à me-dida que a planta “envelhece”, aqueles problemas tornam-se

112 Hortic. bras., v. 15, n. 2, nov. 1997.

página do horticultor

PICANÇO, M.; CASALI, V.W.D.; LEITE, G.L.D.; OLIVEIRA, I.R. de. Lepidópteros associados ao jiloeiro. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 15, n. 2, p.112 - 114, nov. 1997.

Lepidópteros associados ao jiloeiro.Marcelo Picanço1; Vicente W. D. Casali2; Germano L.D. Leite1; Ivênio R. de Oliveira1

1UFV - Depto de Biologia Animal; 2UFV - Depto. de Fitotecnia, 36571-000 Viçosa - MG

RESUMO

O experimento foi conduzido no Campus da Universidade Fede-ral de Viçosa, de 1o./11/84 a 31/10/85. Foram efetuados dois plantiosde jiloeiro da cultivar Tinguá (espaçamento 1 x 1 m), em 1o./11/84 e14/5/85, ocupando, cada plantio, área de 130 m2. A partir dotransplantio, a cada três dias, os Lepidoptera do dossel foram estuda-dos em dez plantas, identificando as espécies, densidadespopulacionais, fases de desenvolvimento e partes atacadas das plan-tas. Observou-se nove famílias e doze espécies de lepidópteros asso-ciadas ao jiloeiro. As espécies de maior importância foram Mechanitispolymnia casabranca (2.191 lagartas/ha), Dircenna dero (1.023 la-gartas/ha), Ecpantheria indecisa (896 lagartas/ha) e Niconiades sp.(777 lagartas/ha). O ataque de E. indecisa e a infestação de larvas deNiconiades sp e de D. dero ocorreram quando a lavoura se encontravaem fase de colheita. Já o ataque de M. polymnia casabranca ocorreusomente em plantas bem desenvolvidas. Agrotis ipsilon foi observadacortando plântulas no coleto e larvas de Neoleucinodes elegantalisforam encontradas causando danos em frutos. Observou-se correla-ções positivas e significativas, embora baixas, entre temperatura do are densidade populacional de D. dero e densidade de ovos e lagartas deM. polymnia casabranca. Observou-se ainda correlação negativa esignificativa, embora também baixa, entre insolação e densidade deovos de M. polymnia casabranca.

Palavras-chave: Solanum gilo, entomofauna, dinâmica popu-lacional, fatores climáticos.

ABSTRACT

Lepidoptera associated with Solanum gilo.This experiment was conducted at the Federal University of

Viçosa, Minas Gerais State, Brazil, from 1/11/84 to 31/10/85, intwo areas of 130 m2 each, planted with Solanum gilo cv. ‘Tinguá’(spacing 1 x 1 m). A sample of Lepidoptera in the canopy of tenplants was taken every three days between transplant and harvest.Species, population density, developmental stage and damage inplants were recorded. Twelve species of nine families wereidentified in association with S. gilo. The most abundant wereMechanitis polymnia casabranca (2,191 larvaes/ha), Dircenna dero(1,023 larvaes/ha), Ecpantheria indecisa (896 larvaes/ha) andNiconiades sp. (777 larvaes/ha). E. indecisa and Niconiades sp.occurred when plants were already in harvest. M. polymniacasabranca was observed mainly when plants were fully developed.Agrotis ipsilon was found damaging plantlets, while Neoleucinodeselegantalis was found damaging fruits. Positive and significant,although low, correlation was observed between air temperatureand D. dero population density and between air temperature andM. polymnia casabranca egg and larvae density. Negative andsignificant correlation, and also low, was observed betweensunshine and M. polymnia casabranca egg density.

Keywords: Solanum gilo, insects, population dynamics, climaticelements.

O jiloeiro é uma solanácea tipi-camente tropical, muito exigen-

te em calor, sendo todas as cultivaresnacionais. Em quase todas as regiõesprodutoras, o plantio ocorre em setem-bro - fevereiro (Filgueira, 1982). Ape-sar de ser alvo do ataque de pragas, sãoquase inexistentes estudos referentes àcompreensão da entomofauna associa-da ao jiloeiro. O único trabalho nestesentido foi realizado por Menezes(1978), que cita a cigarrinha Apagoniagrossa (Signoret) (Homoptera:Cicadellidae) ovipositando no jiloeiro.

A ausência de informações sobreos insetos que de alguma forma utili-zam o jiloeiro dificulta a adoção de

medidas de manejo integrado de pra-gas, cujo objetivo não é maximizar aprodução, mas, sim, otimizá-la, isto é,aumentar a produtividade a custos re-duzidos. Para tanto, torna-se necessá-rio o desenvolvimento de uma baseecológica por meio da compreensão daestrutura qualitativa (espécies consti-tuintes) e quantitativa (níveispopulacionais) da entomofauna e en-tendimento das interações entre estaestrutura e os demais componentes dosagroecossistemas (Pedigo, 1989;Dent, 1993).

Assim, os objetivos deste trabalhoforam a determinação dos Lepidopteraassociados ao jiloeiro, observando o

hábito alimentar das espécies e as cor-relações entre as densidadespopulacionais das espécies mais abun-dantes e os elementos climáticos.

MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi conduzido na HortaVelha do Fundão, Universidade Fede-ral de Viçosa, no período de 1o./11/84 a31/10/85. Foram efetuados, em 1o./11/84 e 14/5/85, dois plantios de jiloeiroda cultivar Tinguá (espaçamento 1 x 1m), ocupando cada um, área de 130 m2.Os dados diários de temperatura e umi-dade relativa do ar, insolação e precipi-tação pluvial foram observados na esta-

(Aceito para publicação em 29 de outubro de 1997)

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113Hortic. bras., v. 15, n. 2, nov. 1997.

ção climatológica principal (INEMET/5o DISME/UFV).

Durante os cultivos, à partir dotransplantio, a cada três dias, por meiode contagens dos Lepidoptera do dossel,estudou-se em dez plantas casualizadaspreviamente as espécies, suas densida-des populacionais, fases no desenvolvi-mento e partes atacadas das plantas.Observou-se ainda o hábito alimentar decada espécie. O estudo quantitativo dosLepidoptera foi realizado monitorando-se as flutuações das densidadespopulacionais das espécies mais abun-dantes associadas à cultura. Tambémforam realizadas análises de correlaçãode Pearson (P<0,05) entre as densida-des populacionais das espécies deLepidoptera mais abundantes e os ele-mentos climáticos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

As espécies de Lepidoptera associ-adas ao jiloeiro mais importantes foramMechanitis polymnia casabranca (2.191lagartas/ha), Dircenna dero (1.023 la-gartas/ha), Ecpantheria indecisa (896lagartas/ha) e Niconiades sp. (777 lagar-tas/ha). As demais espécies encontradasestão relacionadas na tabela 1.

A postura das espécies das famíliasDanaidae, Nymphalidae, Hesperiidae,Sphingidae, Arctiidae, Geometridae eEucleidae foi feita com a deposição deovos isolados, com exceção deMechanitis spp. e E. indecisa queovipositaram na forma de massas deovos. A oviposição dessas espécies foi

realizada na face inferior das folhas,com exceção das duas espéciesMechanitis e Niconiades sp., queovipositaram na face superior. Lordello(1951) relatou que M. polymniacasabranca oviposita em grupos de cer-ca de treze ovos, sendo estes encontra-dos na face dorsal das folhas. Após aeclosão dos ovos, as lagartas se movi-mentam para a face inferior das folhaspara se alimentarem.

As larvas de D. dero, M. lysimnialysimnia, M. polymnia casabranca, C.lacinia saundersi, Niconiades sp., M.sexta paphus e E. indecisa foram obser-vadas alimentando-se do limbo foliar;sendo que as larvas de Mechanitis spp.e E. indecisa apresentaram hábitogregário, enquanto as demais permane-ceram isoladas. Segundo Lordello(1951), as lagartas de M. polymniacasabranca mantêm-se agrupadas naface inferior das folhas, onde permane-cem todo o ciclo, depredando as folhas,não só pelos bordos, como produzindoorifícios em qualquer região do limbo.Estas lagartas transformam-se em cri-sálidas na parte aérea, por meio de fiossedosos e de reflexos argênios. Este au-tor relata que as lagartas de D. deromantêm-se isoladas na face inferior dasfolhas, sendo que têm o hábito de apósa alimentação dobrarem o bordo da fo-lha para baixo, prendendo a parte do-brada ao limbo da face inferior por meiode fios de seda. Quando se aproxima apupação, a lagarta se fixa numa nervurana face inferior da folha para a forma-ção da crisálida. A pupação de Manducasexta paphus e de E. indecisa foi reali-

zada no solo e a das demais espécies naparte aérea das plantas.

Agrotis ipsilon foi observada na faselarval, cortando plântulas de jiloeiro naregião do coleto por roletamento, cau-sando danos semelhantes àqueles obser-vados para outras culturas. As larvas deNeoleucinodes elegantalis foram encon-tradas broqueando frutos do jiloeiro,deixando-os completamente ocos, po-dendo incidir diretamente na produção.Esta praga em outras solanáceas podecausar prejuízos que chegam represen-tar 45% da produção (Marcano, 1991;Raetano et al., 1993).

Quanto à flutuação da densidadepopulacional das espécies deLepidoptera mais abundantes na cultu-ra do jiloeiro, observou-se que o ataquede E. indecisa ocorreu nos meses demarço/abril e setembro/outubro quandoa cultura se encontrava em fase de co-lheita. A infestação de larvas deNiconiades sp. e de D. dero ocorreu tam-bém na fase de colheita, no períodomarço/abril e agosto/outubro. O ataqueM. polymnia casabranca ocorreu nosmeses janeiro/abril e setembro/outubroquando as plantas se apresentavam bas-tante desenvolvidas. Observou-se, tam-bém, pequena pupação desta espécie nojiloeiro, o que refletiu a grande mortali-dade ocorrida nessa fase, resultante daação de parasitóides (Diptera:Tachinidae) e da dispersão das larvas paraa pupação fora da área experimental.

Verificou-se correlações positivas esignificativas, embora baixas, das densi-dades populacionais das lagartas de D.dero e de ovos e lagartas de M. polymnia

Tabela 1. Espécies de Lepidoptera associadas ao jiloeiro. Viçosa, UFV, 1984/85.

ailímaF eicépsE 1 sadavresbosesaF airújniedopiT

eadianaD oredannecriD )renbeuH( otludaeapup;avral;ovO arodahlofseD

ainmisylainmisylsitinahceM ).rbaF( otludaeapup;avral;ovO arodahlofseD

acnarbasacainmylopsitinahceM hcsneaH otludaeapup;avral;ovO arodahlofseD

eadilahpmyN iisrednuasainicalenysolhC nostiweH&yadelbuoD otludaeapup;avral;ovO arodahlofseD

eadiirepseH sedainociN .ps otludaeapup;avral;ovO arodahlofseD

eadignihpS suhpapatxesacudnaM )remrC( avraleovO arodahlofseD

eadiitcrA asicedniairehtnapcE reklaW avraleovO arodahlofseD

eadiutcoN nolispisitorgA leganfuH avraL satnalpededadilatromedarodasuaC

eadirtemoeG )seicépseofromsaud(? avraL arodahlofseD

eadielcuE )eicépseofromamu(? avraL arodahlofseD

eadilaryP (silatnagelesedonicueloeN )eéneuG otludaeapup;avral;ovO soturfedarodaeuqorB

1/ ? - indivíduos cujas espécies não foram determinadas.

Picanço et al. Lepidópteros associados ao jiloeiro.

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114 Hortic. bras., v. 15, n. 2, nov. 1997.

casabranca com a temperatura do ar (r= 0,27; 0,38 e 0,30; respectivamente), oque indica ligeira associação entre oataque dessas espécies e períodos detemperatura mais elevada. Observou-se, também, correlação negativa e tam-bém baixa entre ovos de M. polymniacasabranca e insolação (r = -0,24). Ve-rificou-se que, em termos gerais, ocor-reu elevação populacional destas duasespécies em períodos de temperaturasmais elevadas e ao final dos cultivos,quando as plantas apresentavam má-xima área foliar (fonte alimentar des-tas espécies).

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Enraizamento de miniestacas de erva-baleeira.Osmar A. Lameira1; José Eduardo B.P. Pinto2; Maria de Fátima Arrigoni-Blank.2

1EMBRAPA - CPATU, C. Postal 48, 66.095-100 Belém - PA; 2UFLA - DAG, C. Postal 37, 37.200-000, Lavras - MG

RESUMO

Cordia verbenacea, conhecida popularmente como erva-baleei-ra, é uma planta com propriedades medicinais usada como analgési-co e anti-inflamatório pela ação do seu princípio ativo, o flavonóideartemetina. O trabalho teve como objetivo viabilizar a propagaçãode erva-baleeira através do enraizamento de miniestacas. Asminiestacas, com 10 cm de comprimento, foram submetidas ao plan-tio diretamente no substrato (sem imersão) ou com imersão de suabase em soluções contendo 250, 500 e 750 mg/l de ácido indolbutírico(AIB) adicionado de 100 mg/l de ácido bórico e 20 g/l de sacarose,durante 24 horas. Posteriormente, as miniestacas foram plantadasem copos plásticos contendo como substrato uma mistura de areia evermiculita na proporção de 2:1. Utilizou-se o delineamento inteira-mente casualizado, com vinte miniestacas por tratamento. A pre-sença de AIB influenciou a formação do sistema radicular. Comminiestacas imersas na concentração de 250 mg/l de AIB, obteve-se68% de enraizamento e maior número de raízes. Aumentando-se osníveis de AIB até 750mg/l não houve enraizamento. Na ausência deAIB, observou-se 18% de enraizamento.

Palavras-chave: Cordia verbenacea, planta medicinal, propaga-ção vegetativa.

ABSTRACT

Rooting of ‘erva-baleeira’ microcuttingsCordia verbenacea, commonly known as ‘erva-baleeira’, is a

plant used as painkiller and to prevent inflammations due theproperties of its active principle, a flavonoid called arthemetin. Thiswork reports the results obtained with a propagation procedure donethrough microcuttings. Microcutting bases were either planteddirectly in substrate or immersed into indol-butyric-acid (IBA - 250,500 and 750mg/l), complemented with boric acid (100 mg/l) andsucrose (20 g/l) for 24 hours. Then, the microcuttings were plantedin plastic glasses containing as substrate a mixture of two parts ofsand to one part of vermiculite. The experiment was set in a comple-te randomized design, with 20 microcuttings per treatment. Rootsystem development was influenced by IBA. It was observed 68%of rooting and a larger number of roots when microcuttings wereimmersed in 250 mg/l. When IBA levels were increased to 750 mg/l, no rooting occurred. Microcuttings with no immersion in IBAshowed 18% of rooting.

Keywords: Cordia verbenacea, medicinal plant, vegetativepropagation.

(Aceito para publicação em 28 de setembro de 1997)

A erva-baleeira (Cordiaverbenacea), pertencente à fa-

mília Boraginaceae, é um arbusto pere-ne que ocorre ao longo de todo o litoralbrasileiro. Os princípios ativos básicosda planta são os óleos essenciais e osflavonóides, neste caso, principalmen-

te, a artemetina (Setie et al., 1990) queapresenta propriedades anti-inflamatóriase antiinfecciosas, para uso externo emferimentos e contusões. Também éindicada para reumatismo, artrite e pro-blemas de coluna, quando administradana forma de chá (Silva Júnior et al., 1995).

Propagada usualmente por semen-tes, a erva-baleeira pode apresentar al-terações no teor de artemetina em fun-ção da variação genética existente, alémde fatores ambientais como solo, climae época do ano (Guia Rural, 1991). Apropagação vegetativa através do uso de

Picanço et al. Lepidópteros associados ao jiloeiro.

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115Hortic. bras., v. 15, n. 2, nov. 1997.

miniestacas é uma técnica alternativapara a multiplicação de plantas que podeser útil na manutenção de genótipos fa-voráveis da erva-baleeira na forma declones. Entretanto, muitas plantas apre-sentam dificuldade de enraizamento.Nestes casos, o pré-tratamento comauxinas tem proporcionado, em algumasespécies, rapidez e uniformidade deenraizamento, além de aumento no nú-mero de raízes adventícias (Mc Cown& Mc Cown, 1987). Para uma boa açãodas auxinas porém, o boro é essencial e,usualmente, um suprimento exógeno deácido bórico na solução de enraizamentotem sido benéfico para iniciação e cres-cimento da raiz. A concentração fre-quentemente utilizada tem sido 100 mg/l (George, 1996).

A formação de raízes é um processoexigente em energia e carboidratos de-vem ser fornecidos através dafotossíntese ou de forma exógena. Apresença de açúcar tem sido essencialpara o enraizamento de várias espécies(George, 1996) e interações entre boro,sacarose e auxinas no enraizamento deestacas de várias espécies têm sido re-latadas (Ali & Jarvis, 1988; Pliago-Alforo & Murashige, 1988).

Não existem relatos disponíveis naliteratura sobre a propagação vegetativada erva-baleeira. Assim, este trabalhoteve como objetivo estudar a utilizaçãode miniestacas para viabilizar a propa-gação vegetativa da erva-baleeira.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi desenvolvido naUniversidade Federal de Lavras(UFLA), em casa-de-vegetação com sis-tema de irrigação por nebulização inter-mitente e sombrite com redução de 50%

de luz. Miniestacas com 10 cm de com-primento foram coletadas a 5 cm da re-gião apical de brotações de mudas deerva-baleeira cultivadas em casa-de-ve-getação, com mais de três anos de ida-de. As miniestacas foram mantidas comas folhas cortadas ao meio e submeti-das ao plantio diretamente em substrato(sem imersão) ou com imersão préviade sua base em solução de 250, 500 e750 mg/l de ácido indolbutírico (AIB),adicionado de 100 mg/l de ácido bóricoe 20 g/l de sacarose, por 24 horas. O pHdas soluções foi ajustado para 5,5.

Em seguida as miniestacas foramcolocadas em copos plásticos com vo-lume de 0,20 l contendo como substratouma mistura de areia e vermiculita naproporção de 2:1, com uma miniestacapor copo. O delineamento experimen-tal utilizado foi inteiramente casualizadoe cada tratamento continha vinteminiestacas. A porcentagem deenraizamento e o número de raízes mai-ores que 10 cm foram avaliados 30 diasapós o plantio. As médias foram com-paradas através do teste de Duncan, a1% de probabilidade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A presença de AIB influenciou aformação do sistema radicular emminiestacas de erva-baleeira (Tabela 1).A concentração de 250 mg/l de AIB foia mais eficiente, proporcionando umenraizamento de 68% e significativa-mente um maior número de raízes porminiestaca. Aumentando-se os níveis deAIB até 750 mg/l, houve um decrésci-mo no percentual de enraizamento, che-gando a 0% no nível mais alto de AIB.Na ausência de AIB, observou-se 18%de enraizamento.

A inibição do enraizamento na pre-sença da maior concentração foiprovocada provavelmente pelo excessode auxina. Neste caso, quanto mais con-centrada for a solução, menor será aporcentagem de enraizamento. Essesresultados são semelhantes aos obtidospor Igboanugo (1987) que observou atoxidez do AIB em estacas de três espé-cies de Eucaliptus e decréscimo noenraizamento à medida em que aumen-tou-se a concentração de AIB, por 24horas.

Os resultados obtidos com a menorconcentração de AIB testada, na presen-ça do ácido bórico e sacarose, foramsemelhantes aos obtidos por Ono et al.(1992) no enraizamento de estacas deCamélia, quando foram utilizadas asmesmas concentrações deste trabalho.Entretanto, Deschamps (1993), nas mes-mas condições, obteve uma resposta li-near em função das concentrações utili-zadas, sendo que as maiores médias naporcentagem de enraizamento e compri-mento de raízes em microestacas desarandi (Sebastiania schottiana Muell.)corresponderam às maiores concentra-ções de AIB (122 e 630 mg/l) na ausên-cia de ácido bórico + sacarose.

Os resultados obtidos neste trabalhocom a concentração de 250 mg/l de AIB,complementada com 100 mg/l de ácidobórico e 20 g/l de açúcar, permitem su-gerir que o enraizamento de miniestacasde erva-baleeira é viável e constitui ummétodo alternativo para a propagaçãodessa espécie.

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Tabela 1 - Efeito de AIB complementado com 100 mg/l de ácido bórico e 20 g/l de sacarosena porcentagem de enraizamento e número de raízes de erva-baleeira. Lavras, UFLA, 1996.

Médias seguidas de mesma letra nas colunas não diferem entre si a 1% de probabilidade pelo teste de Duncan.1/ Análise realizada sobre valores transformados para arco-seno da raiz quadrada de x/100.

BIA)l/gm(

otnemaziarnE 1

)%(mc01>sezíaR

)oremún(

0 b81 b6,1

052 a86 a0,4

005 b42 b4,2

057 c0 c0,0

Lameira et al. Enraizamento de miniestacas de erva-baleeira.

Page 38: Volume 15 número 2 Novembro 1997 ÍNDICE · térias, fungos ou similares. Quem tem experiência com tomate sabe que à me-dida que a planta “envelhece”, aqueles problemas tornam-se

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Exportação de nutrientes pelo aspargo.José Egídio Flori; Geraldo M. de Resende; Clementino M.B. FariaEmbrapa - Centro de Pesquisa Agropecuária do Trópico Semi-Árido, C. Postal 23, 56.300-000 Petrolina - PE

RESUMO

Com o objetivo de determinar a exportação dos nutrientes peloaspargo irrigado, foram analisadas a parte aérea (folhagem) e a partecomercial (turiões) de aspargo, cv. New Jersey - 220, com cinco anosde idade, cultivado em solo tipo areia quartzosa com pH em H

2 0 =

6,5 , matéria orgânica 0,44 % e boa fertilidade. As amostras foramretiradas de campo comercial de produção, de uma área de um metrolinear sobre a linha da cultura o que equivale a três plantas, com qua-tro repetições. A parte aérea foi dividida em partes basal (talos gros-sos), mediana (talos finos e cladódios) e apical (cladódios, flores efrutos), sendo que para cada parte retirada, inclusive os turiões, foramtomadas quatro repetições para análise de laboratório. A massa secatotal estimada foi de 3,3 t/ha e o total de nutrientes extraídos pelacultura, em um ciclo produtivo de seis meses, para uma produtividadede 2,5 t/ha, foi: N = 79 kg; P

2 0

5 = 14 kg; K

2 0 = 82 kg; Ca0 = 37 kg;

Mg0 = 7 kg; Fe = 719 g; Na = 164 g; Mn = 107 g; Zn = 83 g; B = 65g e Cu = 27 g. Para o tipo de solo em questão, para uma produtividadeesperada de 5,0 t/ha x ano e manutenção da fertilidade, os resultadospermitem sugerir uma adubação anual de 300 kg/ha de N, 100 kg/hade P

2 0

5 e 300 kg/ha de K

20, complementada com uma adubação orgâ-

nica para repor principalmente os micronutrientes.

Palavras-chave: Asparagus officinalis L., adubação, trópicosemi-árido.

ABSTRACT

Nutrient exportation by asparagus.Dry matter of canopy and marketable parts (spears) of asparagus

was analyzed with the objective of determining the nutrient extractionin an irrigated crop. The study was carried out at Petrolina - PE, in acommercial area of asparagus, cv. New-Jersey 220, growing in asandy soil with pH = 6.5, 0.44% of organic matter and good nutrientavailability. Samples were taken from three plants in four replications.The canopy was divided into three parts: basal (thick stalks); median(thin stalks and cladodes), and apical (cladodes, flowers and fruits).Total estimated dry matter was 3.3 t/ha and total nutrient extraction,in a six -month production cycle, for an yield of 2.5 t/ha yield was:N = 79 kg; P

20

5 = 14 kg; K

20 = 82 kg; Ca0 = 37 kg; Mg0 = 7 kg/ha;

Fe = 719 g; Na = 164 g; Mn = 107 g; Zn = 83 g; B = 65 g, and Cu =27 g . For this type of soil and aiming at an yield of 5.0 t/ha andmaintenance of the soil fertility, the results suggest an annualfertilization of 300 hg/ha of N , 100 kg/ha of P

20

5, and 300 kg/ha of

K20, complemented with organic fertilization for the replacement of

micronutrients.

Keywords: Asparagus officinalis L., fertilization, semi-arid.

(Aceito para publicação em 28 de agosto de 1997)

A cultura do aspargo (Asparagusofficinalis L.), cultivada sob ir-

rigação no semi-árido brasileiro, apre-senta excelente crescimento vegetativo.O bom crescimento da planta permite aretirada de até duas colheitas por anona região, sendo comum esta práticaentre os agricultores. O cultivo é exclu-sivamente destinado a produção do as-pargo branco.

As peculiaridades do manejo cultu-ral, associadas à precocidade da cultu-ra, aumentam a demanda de nutrientese, consequentemente, elevam a neces-

sidade de reposição dos mesmos ao solo.Sabe-se que a demanda de nutrientespela cultura está diretamente associadaà extração dos nutrientes pela planta,sendo que uma forma de derterminá-laé através da análise química de tecidosvegetais (Malavolta et al., 1989;Bataglia & Dechen, 1986).

Alguns estudos de extração de nu-trientes pelo aspargo foram relatados porMoreau & Zuang citados por SanAgustin (1988) e Moraes (1993) . Con-siderando apenas os trabalhos referen-tes ao cultivo do aspargo branco, cita-

dos por estes autores, foram obtidos naFrança a extração de 81 kg/ha de N, 25,5kg/ha P

2O

5 e 87 kg/ha K

2O, para uma

produção média de 5,5 t/ha. Na Alema-nha a extração média é de 102 kg/ha deN, 27 kg/ha de P

2O

5 e 88 kg/ha de K

2O,

sem contudo especificar a produtivida-de deste último cultivo.

Levando em conta a precocidade dacultura e a falta de informações técni-cas sobre a demanda de nutrientes pelacultura do aspargo no semi-árido, o pre-sente trabalho objetivou determinar asexportações dos principais nutrientes

Lameira et al. Enraizamento de miniestacas de erva-baleeira.

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117Hortic. bras., v. 15, n. 2, nov. 1997.

pela cultura com a finalidade de sugerirníveis de adubação mais adequados parao cultivo do aspargo na região.

MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi conduzido com o as-pargo irrigado, cv. New Jersey 220, emuma lavoura instalada na Unidade deDemonstração e Observação - U.O.D.da CODEVASF, em Petrolina - PE, emespaçamento de 2,3 x 0,30 m. O solofoi caracterizado como areia quartzosa(Pereira & Souza, 1967) com as seguin-tes características químicas médias en-contradas na profundidade de 0-20 cmpelo Laboratório de Química e Fertili-dade de Solos da Embrapa - CPATSA,segundo metodologia da EMBRAPA(1979): K = 0,12, Ca = 1,4, Mg = 0,4,Na = 0,17, H + Al = 0,05, em cmol

c /

dm3 de solo; 55,8 mg/kg de P; 0,44 %de matéria orgânica; 92 % de areia e 6,5de pH em H

2 0.

A adubação empregada foi de 300,100, 450 kg/ha de N, P

2O

5, K

2O, res-

pectivamente, parcelada em dez aplica-ções iguais. A irrigação foi do tipo as-persão convencional, com turno de regamédio de três dias, com aplicação 18mm de lâmina média. O controle da lâ-mina feito através do tempo de irriga-ção. O controle de plantas daninhas foiexecutado mediante a aplicação doherbicida diuron (folhas largas) em pré-emergência e fusilade (folhas estreitas)em pós-emergência. O controlefitossanitário foi realizado esporadica-mente para combate ao tripes com o in-seticida endosulfan.

A amostragem para a determinaçãodos teores exportados de nutrientes foirealizada em plantas na oitava colheita,com cinco anos de idade, no final dociclo fenológico. As partes analisadas

foram retiradas de uma área de um metrolinear sobre a linha da cultura, equiva-lente a três plantas, e com quatro repeti-ções, demarcadas ao acaso. As amos-tras foram divididas em partes, sendouma basal (talos mais lenhosos), umaparte mediana (talos finos e cladódios)e uma parte apical (cladódios, flores efrutos). Os turiões foram coletados emdez dias consecutivos no mesmo localonde foi coletada a folhagem. Para cadaparte da planta, inclusive os turiões, fo-ram tomadas quatro repetições para aná-lise Após a coleta, as amostras foramsecas em estufa à temperatura de 650 Ce submetidas às análises químicas paradeterminação da concentração dos nu-trientes no Laboratório de Química eFertilidade de Solos da Embrapa -CPATSA (Malavolta et al., 1989).

RESULTADOS E DISCUSSÂO

Analisando-se os teores demacronutrientes (exceto enxofre) e borocontidos nos cladódios no terço apical(Tabela 1), observou-se que estes apro-ximam dos resultados encontradas porHaag & Belfort (1985) em plantas bemsupridas. Esses autores trabalharam comsolução nutritiva e encontraram emplantas bem supridas a seguinte concen-tração média nos cladódios em diferen-tes estágios fenológicos: N = 2,38%, P= 0,13%, K = 2,99%, Ca = 1,11%, Mg= 1,20% , B = 95 ppm. Embora os teo-res de potássio, magnésio e boro tenhamsido inferiores aos das plantas bem su-pridas, foram muito superiores aos ní-veis de plantas deficientes, também ob-servados por Haag & Belfort (1985), queforam 0,47% para o potássio, 0,12%para o magnésio e 15 ppm para o boro.

Por outro lado, comparando-se osteores de nutrientes (Tabela 1) com osníveis críticos médios de Benson (s.d.)

(N = 2,6 - 4,0%; P = 0,2 - 0,3%; K = 1,5- 3,1%; Ca = 0,7 - 1,4%; Mg = 0,19 -0,33%; Fe = 88 - 150 ppm; Cu = 8 - 15ppm; Mn = 55 - 105 ppm; Zn = 17 - 40ppm; B = 30 - 150 ppm) , que trabalhoucom plantas a nível de campo, obser-vou-se que os teores encontrados estãodentro da faixa de suprimento adequa-do do aspargo.

Considerando os trabalhos de aspar-go branco de Moraes (1985) e SanAgustin (1988), os quais encontrarampara uma produtividade média de 5,5 t/ha de turiões a extração de 50,4 kg/hade N , 15 kg/ha de P

2O

5 , 32 kg/ha de

K2O, observou-se que a extração no pre-

sente trabalho foi maior (Tabela 2). Es-timou-se portanto que, no semi-árido,para se obter a mesma produtividaderelatada pelos autores acima citados, acultura exportará aproximadamente 173kg/ha de N, 32 kg/ha de P

2O

5 e 180 kg/

ha de K2O. Diante da extração de nutri-

entes pela cultura e conhecendo os pro-cessos de perda de nutrientes em solosarenosos, principalmente do nitrogênio(Black, 1968 ), a reposição destes ele-mentos no solo deverá ser suficientepara compensar essas perdas.

Atualmente a recomendação de adu-bação de D’Oliveira (1992) para produ-ção de até 7 t/ha é de 100 kg/ha de N ,100 kg/ha de P

20

5 e 150 kg/ha de K

20.

Considerando a manutenção da fertili-dade do solo e a produtividade de 5 t/hade turiões, uma adequada adubação paraas condições de cultivo do aspargo noVale do São Francisco será a aplicaçãode 300 kg/ha x ano de N, 100 kg/ha xano de P

20

5 e 300 kg/ha x ano de K

20,

com o parcelamento do nitrogênio epotássio no mínimo em seis partes iguaise o fósforo em duas partes iguais. A re-posição dos demais nutrientes, princi-palmente os micronutrientes, poderá serfeita com a adubação orgânica.

ATNALPETNEIRTUNN

)%(P

)%(K

)%(aC)%(

gM)%(

nZmpp

nMmpp

uCmpp

aNmpp

eFmpp

Bmpp

)sassorgsetsah(lasaboçreT 26,1 71,0 31,2 38.0 81,0 51 52 7 08 391 31

)soidódalcesanifsetsah(oidémoçreT 40,2 51,0 76,1 59,0 02,0 12 83 7 34 052 61

)soturfeserolf,soidódalc(lacipaoçret 51,3 32,0 13,2 07,0 52,0 13 23 9 23 091 62

seõiruT 86,2 13,0 01,2 04,0 51,0 83 82 61 77 952 51

Tabela 1. Concentrações médias dos nutrientes na matéria seca em diferentes partes do aspargo. Petrolina, Embrapa - CPATSA, 1995.

Flori et al. Exportação de nutrientes pelo aspargo.

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118 Hortic. bras., v. 15, n. 2, nov. 1997.

LITERATURA CITADA

BATAGLIA, O.C. & DECHEN, A.R. Critériosalternativos para diagnose foliar In:SIMPÓSIO AVANÇADO DE QUÍMICA EFERTILIDADE DO SOLO, 1., 1986,Piracicaba. Anais... Campinas: FundaçãoCargill, 1986. p. 115 - 136.

BLACK, C. A. Soil plant relationships. New York:Jonn Wiley & Sons, 1968. 790 p.

BENSON, B.L. Asparagus fertilization. Davis: CaliforniaAsparagus Seed and Transplants, [s.d.]. 6p.

SM 1 setneirtuNe SM 1 N P2 5O K2O OaC OgM nZ eF aN uC nM BatnalpadetraP ah/gk ah/g

lasabaeréaetraP 537 9,11 7,2 9,81 5,8 2,2 11 241 95 5 81 01

.demaeréaetraP 0911 3,42 0,4 1,42 8,1 0,4 52 892 25 8 54 91

lacipaaeréaetraP 7811 4,7 2,6 0,33 6,11 0,5 73 622 83 11 83 13

)ah/t5,2(oãiruT 091 1,5 4,1 8,5 4,1 7,0 01 35 51 3 6 55

latoT 2033 7,84 3,41 8,18 3,32 9,11 38 917 461 72 701 511

Tabela 2. Exportação de nutrientes e produção de matéria seca pela cultura do aspargo. Petrolina, Embrapa - CPATSA, 1995.

1/MS = matéria seca.

EMBRAPA. Serviço Nacional de Levantamento eConservação de Solos. Manual de métodos deanálises de solo. Rio de Janeiro, 1979. 1 v. il.

HAAG, H. P. & BELFORT, C.C. Deficiência demacronutrientes e de boro em aspargo: nu-trição mineral de hortaliças. Anais da Esca-la Superior de Agricultura Luiz de Queiroz,Piracicaba, v. 42; p. 97 - 106, 1985.

MALAVOLTA, E.; VITTI, G. C.; OLIVEIRA,S.A de Avaliação do estado nutricional dasplantas; princípios e aplicações. Piracicaba:Associação Brasileira para Pesquisa da Po-tassa e do Fosfato, 1989. 201 p.

MORAES, E.C. Nutrição e adubação do aspargo.In: SIMPÓSIO SOBRE NUTRIÇÃO EADUBAÇÃO DE HORTALIÇAS, 1993,Jaboticabal, SP. Anais... Piracicaba:POTAFOS, 1993. p.189 - 218.

SAN AGUSTIN, M. Fertilizacion del espárrrago.In: JORNADAS REGIONALES DELESPARRAGO, 2., Pamplona, 1988. Anais...Pamplona: Serviçio de Extension Agrária,1988 p. 227 - 249.

KARL, A.C.; SOUZA, R.M.; MATTOS, J.K.A. Patogenicidade de Meloidogyne javanica em quatro espécies de plantas medicinais. Horticultura Brasileira,Brasília, v. 15, n. 2, p. 118 - 121, nov. 1997.

Patogenicidade de Meloidogyne javanica em quatro espécies de plantasmedicinais.Ana C. Karl1; Ricardo M. Souza1; Jean Kleber A. Mattos2

1UnB - Depto. de Fitopatologia; , 2UnB - Depto. de Engenharia Agronômica, 70.919-970, Brasília - DF.

RESUMO

Testou-se a patogenicidade de Meloidogyne javanica embasilicão (Ocimum basilicum var. basilicum), tulsi (O. sanctum), erva-cidreira (Melissa officinalis) e mentrasto (Ageratum conyzoides) emcondições de microparcelas, em campo. Mudas sadias, obtidas porestaquia, com três a quatro pares de folhas, foram transplantadaspara microparcelas e inoculadas com suspensão de ovos nos níveisde 1.000, 2.000 ou 4.000 ovos/planta, para basilicão e mentrasto, e2.000 e 4.000 ovos/planta, para erva-cidreira e tulsi. De 45 a 90 diasapós a inoculação foram avaliados a altura e os pesos fresco e secoda parte aérea das plantas. O nível de infecção pelo nematóide foiquantificado pelo número de galhas e de massas-de-ovos por siste-ma radicular, expresso por uma escala de 0 a 5. O delineamentoexperimental utilizado foi inteiramente casualizado, com seis repe-tições por tratamento e por época de avaliação. As quatro espéciesde plantas foram altamente suscetíveis ao nematóide, com todas asplantas inoculadas recebendo o índice 5 de galhas e de massas-de-ovos (mais que 100 galhas e massas-de-ovos por sistema radicular).Entretanto, apenas o basilicão mostrou-se intolerante à infecção porM. javanica, apresentando significativa redução nos pesos fresco eseco da parte aérea em comparação com as testemunhas sadias.

Palavras-chave: nematóide-das-galhas, basilicão, Ocimumbasilicum var. basilicum, tulsi, O. sanctum, erva-cidreira, Melissaofficinalis, mentrasto, Ageratum conyzoides.

ABSTRACT

Pathogenicity of Meloidogyne javanica in four medicinal plantspecies.

The pathogenicity of Meloidogyne javanica on Ocimumbasilicum var. basilicum, O. sanctum, Melissa officinalis, andAgeratum conyzoides was tested in field microplots. Clean cuttings,with three to four pairs of leaves were transplanted to the microplots,and inoculated with a suspension of eggs at the levels of 1,000, 2,000or 4,000 eggs/plant, for Ocimum basilicum var. basilicum andAgeratum conyzoides, and 2,000 and 4,000 egss/plant for O. sanctumand Melissa officinalis. Forty-five to 90 days later, fresh and dryshoot weights, and shoot height were evaluated. The infection levelwas evaluated by the number of galls and egg-masses per root system,scored from 0 to 5. The statistical design was complete random,with six replications per treatment and per evaluation date. All fourmedicinal species were highly susceptible to M. javanica, with thegall and the egg-masses scores reaching 5 (more than 100 galls andegg-masses per root system) in all inoculated plants. Nonetheless,only O. basilicum var. basilicum was intolerant to M. javanica,showing significant reduction of the fresh and the dry shoot weightsin comparison with the healthy checks.

Keywords: root-knot nematode, medicinal plants, herbs, Ocimumbasilicum var. basilicum, O. sanctum, Melissa officinalis,Ageratum conyzoides.

Flori et al. Exportação de nutrientes pelo aspargo.

Page 41: Volume 15 número 2 Novembro 1997 ÍNDICE · térias, fungos ou similares. Quem tem experiência com tomate sabe que à me-dida que a planta “envelhece”, aqueles problemas tornam-se

119Hortic. bras., v. 15, n. 2, nov. 1997.

(Aceito para publicação em 13 de outubro de 1997)

As plantas medicinais são a baseda medicina “tradicional” pra-

ticada por 80% da população mundial,bem como uma valiosa fonte de ingre-dientes ativos para a indústria farmacêu-tica. Em 1980, as importações mundi-ais de plantas medicinais (na forma bru-ta) somaram US$ 551 milhões; em 1977,US$ 1 milhão em importações norte-americanas de vinca (Vinca spp.) ren-deram US$ 140 milhões emcomercialização do medicamento final;e um quarto das prescrições de medica-mentos nos EUA usam derivados deplantas medicinais, o que projeta umacomercialização anual de US$ 43 bi-lhões em medicamentos baseados emplantas medicinais em 20 países do pri-meiro mundo (Principe, 1989; Vieira &Skorupa, 1993). Quanto ao Brasil, osúnicos dados estatísticos encontrados in-dicam que os valores de comercializaçãode apenas treze espécies de plantas me-dicinais somaram aproximadamente US$8 milhões entre 1990 e meados de 1992(Anônimo, 1993).

O cultivo de plantas medicinais embases comerciais defronta-se com a re-lativa escassez de dados emfitossanidade, especialmente emnematologia. Sobre nematologia encon-tra-se na literatura nacional apenas ra-ros relatos de associações e estudos derotação de cultura (Monteiro, 1978;Antônio & Lehman, 1978; Ferraz et al.,1982; Moura et al., 1990; Fhighetto &Zavatti, 1994).

Em 1992, foi iniciado um estudo sis-temático envolvendo plantas medicinaise as espécies Meloidogyne javanica(Treub, 1885) Chitwood, 1949 e M.incognita (Kofoid & White, 1919)Chitwood, 1949, que são de grande im-portância econômica em todo o mundo.Primeiramente, foram conduzidas emcasa-de-vegetação avaliações desuscetibilidade e resistência em 65 es-pécies de plantas medicinais, assimcomo em várias procedências dos gê-neros Pfaffia, Ocimum e Mentha (Sou-za et al., 1995). Em uma segunda etapa,pretende-se avaliar a patogenicidade deM. javanica e de M. incognita em espé-cies de plantas medicinais economica-mente importantes.

Basilicão (Ocimum basilicum L.,var. basilicum), tulsi (O. sanctum L.) eoutras espécies e variedades relaciona-das são intensamente cultivadas em todoo mundo para uso culinário e para a ex-tração de cerca de 100 toneladas de óle-os essenciais ao ano (Paton & Putievsky,1996). Mentrasto (Ageratum conyzoidesL.) tem merecido atenção como fontede óleos essenciais e metoxiflavonascom ação inseticida (Horie et al., 1995).Da erva-cidreira (Melissa officinalis L.)já foram extraídos óleos essenciais comação antimicrobiana e viricida (Sarer &Kokdil, 1991).

No presente trabalho, objetivou-setestar a patogenicidade de M. javanicaem basilicão, tulsi, mentrasto e erva-cidreira em condições de microparcelasno campo e sob diferentes níveis deinóculo.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi realizado emmicroparcelas compostas de caixas deamianto de 1 m3, dispostas em um cam-po experimental e distanciadas entre sipor 2 m. Para se evitar a interferênciade outros patógenos de solo no experi-mento, as caixas de amianto foram en-terradas, restando 20 cm acima do níveldo solo. O solo argilo-arenoso utilizadonas caixas foi previamente tratado combrometo de metila conforme as reco-mendações do fabricante.

O inóculo constou de uma suspen-são de ovos de M. javanica de concen-tração conhecida, obtida de raízesinfectadas de tomateiro cv. Santa Cruz(Jepson, 1987). As mudas das plantasmedicinais foram obtidas porenraizamento de estacas em soloautoclavado em casas-de-vegetação e,quando apresentavam, de três a quatropares de folhas, foram transplantadaspara as microparcelas, mantendo-se umespaçamento médio de 35 cm entremudas. No momento do transplantemudas de basilicão e mentrasto foramindividualmente inoculadas com 1.000,2.000 ou 4.000 ovos de M. javanica,enquanto mudas de erva-cidreira e tulsireceberam cada uma 2.000 ou 4.000

ovos. O método de inoculação constouda aplicação do volume apropriado desuspensão de ovos sobre as raízes e nosolo adjacente.

As avaliações da altura e dos pesosfresco e seco (PF e PS) da parte aéreaforam obtidas para basilicão 30 e 45 diasapós a inoculação (d.a.i.), para mentrasto30, 45 e 60 d.a.i., para tulsi 30 e 60 d.a.i.e para erva-cidreira 30, 60 e 90 d.a.i. OPF foi obtido no momento do corte dasplantas, enquanto o PS foi obtido apósas plantas serem trituradas e secas à som-bra por dois dias e posteriormente emestufa a 55oC, por mais dois dias.

Para se checar se as condições doexperimento foram propícias aopatógeno, o sistema radicular de todasas plantas foi corado com solução defloxina B (0,2 g/l) para contagem donúmero de galhas e de massas-de-ovospor sistema radicular. O nível de infec-ção foi expresso pela escala de Taylor& Sasser (1978): nenhuma galha oumassa-de-ovos: índice 0; uma ou duasgalhas ou massas-de-ovos: índice 1; trêsa dez galhas ou massas-de-ovos: índice2; onze a 30 galhas ou massas-de-ovos:índice 3; 31 a 100 galhas ou massas-de-ovos: índice 4; mais que 100 galhas oumassas-de-ovos: índice 5.

O delineamento experimental foiinteiramente casualizado com seis repe-tições por tratamento e por época deavaliação. No experimento combasilicão e mentrasto foram utilizadas24 microparcelas, com seis plantas emcada (três de cada espécie). As plantasde uma mesma parcela receberam omesmo nível de inóculo e foram aleato-riamente colhidas nas épocas de avalia-ção. No experimento com tulsi e erva-cidreira seguiu-se a mesma sistemáticanas dezoito microparcelas utilizadas. Oexperimento com basilicão e mentrastofoi instalado em 01/04/94. Em 01/08/94 instalou-se o experimento com tulsie erva-cidreira.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

No primeiro experimento, omentrasto foi altamente suscetível, em-bora tolerante, a M. javanica. Todas as

Karl et al. Patogenicidade de Meloidogyne javanica em quatro espécies de plantas medicinais.

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120 Hortic. bras., v. 15, n. 2, nov. 1997.

plantas receberam o índice 5 de galhase de massas-de-ovos, ou seja, mais de100 galhas e massas-de-ovos por siste-ma radicular. Não houve diferenças es-tatísticas significativas entre os trata-mentos para nenhuma das característi-cas e datas testadas. Ao final do experi-mento, as médias de PF, PS e da alturadas testemunhas sadias foram respecti-vamente 308 g, 78,5 g e 81,2 cm. Asmédias para as plantas inoculadas com4.000 ovos foram respectivamente 349g, 83,9 g e 84 cm.

No segundo experimento, com erva-cidreira e tulsi, adotou-se condiçõesmais propícias à expressão dapatogenicidade: utilizou-se apenas osníveis de inóculo mais elevados e apro-veitou-se o ciclo mais longo da erva-cidreira, para uma avaliação 90 d.a.i.Ainda assim, erva-cidreira e tulsi foramaltamente suscetíveis, mas tolerantes, aM. javanica, com todas as plantas rece-bendo o índice 5 de galhas e de massas-de-ovos. Não houve diferenças estatís-ticas significativas entre os tratamentosem nenhum dos parâmetros e datas tes-tados. Ao final do experimento comerva-cidreira, as médias de PF, PS e dealtura das testemunhas foram respecti-vamente 114 g, 37,8 g e 37,4 cm. Asmédias para as plantas inoculadas com4.000 ovos foram respectivamente 270g, 55,1 g e 48,5 cm. No experimentocom tulsi, as mesmas características aci-ma citadas apresentaram médias de 50g, 10 g e 32,8 cm (testemunha), e 68 g,14 g e 39,5 cm (plantas inoculadas com4.000 ovos).

Note-se que ao final dos experimen-tos as médias de PF, PS e de altura dasplantas mais severamente inoculadasforam ligeiramente maiores do que asmédias das testemunhas sadias, emboranão tenha havido diferença significati-

va. Este efeito positivo de Meloidogyneno desenvolvimento de hospedeiros to-lerantes já fora relatado em diversos tra-balhos, acreditando-se que isto se deveà emissão de raízes secundárias em rea-ção ao parasitismo, o que resulta em umsistema radicular mais abundante.

A alta suscetibilidade e tolerância dementrasto, erva-cidreira e tulsi a M.javanica nos permite antever que o agri-cultor desavisado poderia disseminar epropagar este nematóide através da prá-tica de rotação de cultura entre glebasda propriedade e do uso de mudasinfectadas.

Basilicão foi altamente suscetível e,ao contrário das demais plantas utiliza-das neste trabalho, intolerante a M.javanica. Todas as plantas inoculadasapresentaram sistema radicular bem de-senvolvido e receberam o índice 5 degalhas e de massas-de-ovos. Porém,com 1.000 ovos/planta e já 30 d.a.i, ob-servou-se reduções no PF e no PS dasplantas inoculadas, não obstante diferen-ças estatísticas significativas só tenhamsido observadas a partir de 2.000 ovos/planta (Tabela 1). Plantas inoculadascom 4.000 ovos chegaram a apresentar45 d.a.i. apenas 22% do PF e do PS ob-servados nas testemunhas.

Os severos danos observados pode-riam estar presentes também em lavou-ras comerciais, especialmente se consi-derarmos as práticas culturais utilizadascom basilicão: cultivo semi-perene (oque permite o aumento da população donematóide e acentua o declínio da plan-ta infectada) e a produção de mudas emsolos não tratados para erradicação denematóides, possibilitando a infecçãoprecoce das mudas.

A preocupação com nematóides nocultivo do basilicão não se restringe en-tretanto a M. javanica. Vários autores

já relataram a intolerância de O.basilicum ao parasitismo por M.incognita, Belonolaimus longicaudatuse Pratylenchus scribneri, bem como asua alta suscetibilidade a M. incognitaraças 1 e 3, M. arenaria raça 1,Criconemella amorpha eAphelenchoides ritzema-bozi (Lamberti& Garibaldi, 1977; Rhoades, 1988;Haseeb et al., 1988; Moreno et al.,1992).

LITERATURA CITADA

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Tabela 1.Patogenicidade de Meloidogyne javanica em basilicão, avaliada por três características de desenvolvimento da parte aérea, 30 e 45dias após a inoculação. Brasília, UnB, 1994.

sotnematarT )g(ocserfoseP )g(ocesoseP )mc(arutlA

03 54 03 54 03 54

ahnumetseT ba6,18 a2,111 ba1,31 a7.12 a4,63 a9,73

atnalp/sovo000.1 ba3,06 ba6,86 ba7,9 ba2,41 a2,33 a6,43

atnalp/sovo000.2 b4,25 b6,84 b7,8 b9,9 a5,04 a3,53

atnalp/sovo000.4 b4,53 b7,42 b3,5 b9,4 a3,92 a7,23

Médias seguidas de mesma letra nas colunas não diferem entre si a 5% de probabilidade pelo teste de Tukey.

Karl et al. Patogenicidade de Meloidogyne javanica em quatro espécies de plantas medicinais.

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122 Hortic. bras., v. 15, n. 2, nov. 1997.

nova cultivarSILVEIRA, M.A.; AZEVEDO, S.M. de; MALUF, W.R.; CAMPOS, V.P.; MOMENTÉ, V.G. Canuanã e Palmas: novas cultivares de batata-doce resistentes

aos nematóides-das-galhas. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 15, n. 2, p. 122 - 123, nov. 1997.

Canuanã e Palmas: novas cultivares de batata-doce resistentes aosnematóides-das-galhas.Márcio Antônio da Silveira1; Sebastião Márcio de Azevedo1; Wilson Roberto Maluf2; Vicente PauloCampos3; Valéria Gomes Momenté1.1UNITINS - NUTIFH (Núcleo de Treinamento, Difusão e Desenvolvimento de Tecnologia para Frutas e Hortaliças), C. Postal 254,77.054-970 Palmas - TO; 2UFLA - Depto. de Agricultura; 3UFLA - Depto. de Fitossanidade, C. Postal 37, 37.200-000 Lavras - MG.

RESUMO

As duas novas cultivares foram selecionadas a partir de 12 fa-mílias de sementes botânicas procedentes de diversas regiões doBrasil a partir de 1991. Em 1993, dos 850 clones inicialmente avali-ados, 25 apresentaram resistência às quatro raças de Meloidogyneincognita e M. javanica. Os clones selecionados foram avaliados nafazenda Canuanã (Formoso do Araguaia), Faculdade de Agronomia(Gurupi) e Estação Experimental do RURALTINS (Palmas), ondedestacaram-se as duas novas cultivares: Palmas, de película rosadae polpa branca, e Canuanã, de película branca e polpa amarela, comprodutividades de 40,56 t/ha e 23,75 t/ha respectivamente.

Palavras-Chave: Ipomoea batatas (L) Lam, clones, insetos desolo, melhoramento.

ABSTRACT

Palmas and Canuanã: new sweet-potato cultivars withresistance to the root-knot nematode.

The two new cultivars were selected from 12 families of botanicalseeds, originated from several regions of Brazil, beginning in 1991.In 1993, out of 850 clones initially evaluated, 25 presented resistanceto the four races of Meloidogyne incognita and M. javanica. Theclones were selected at Canuanã Farm (in ‘Formoso do Araguaia’),Agronomy College (in ‘Gurupi’), and RURALTINS ExperimentalStation (in ‘Palmas’), where the new cultivars were outstanding:‘Palmas’, with pink skin and white flesh, and Canuanã, with whiteskin and yellow flesh, presented yields of respectively 40.56 t/haand 23.75 t/ha.

Keywords: Ipomoea batatas (L) Lam), clones, soil insects,breeding.

(Aceito para publicação em 20 de novembro de 1997)

ORIGEM

As cultivares de batata-doce(Ipomoea batatas( L) Lam)

Canuanã e Palmas foram obtidas a par-tir do programa de melhoramento ge-nético de hortaliças desenvolvido pelaUniversidade do Tocantins, em parce-ria com a Universidade Federal de La-vras. Estas cultivares foram sele-cionadas em Lavras e no estado doTocantins, a partir de doze famílias desementes botânicas procedentes de di-versas regiões do país, a partir de 1991.Em 1993, foram identificados, dos 850clones inicialmente avaliados, 25 comresistência às quatro raças deMeloidogyne incognita e a M. javanica.

DESCRIÇÃO

Canuanã é uma cultivar que apresen-

ta raízes de película branca e polpa ama-rela, com ótimas propriedades culinári-as. O formato é fusiforme e as batatasapresentam um peso médio entre 200 e500 g, preferido para comercialização.Já a cultivar Palmas apresenta películarosada e polpa branca. O formato tam-bém é fusiforme e o peso das batatasvaria de 300 a 500 g. As duas cultiva-res, quando cozidas, apresentam polpaseca de excelente paladar

O ciclo, do plantio das mudas à co-lheita, varia de quatro a cinco meses. Secolhidas tardiamente ou plantadas emespaçamento mais largo, produzem ba-tatas graúdas, de elevado peso médio.Por isso, recomenda-se colher no pontoideal para comercialização. NoTocantins, ambas as cultivares podemser plantadas o ano inteiro, desde quese disponha de irrigação nos meses demarço a setembro. A produtividade ob-tida experimentalmente no Tocantins,

em solo de cerrado, em ciclo de cincomeses, foi de 40,56 t/ha para a cultivarPalmas e de 23,75 t/ha para a cultivarCanuanã, enquanto a média nacional éde 8,9 t/ha.

Estas são reconhecidamente as úni-cas cultivares brasileiras que apresen-tam resistência à Meloidogyne javanicae às raças 1, 2, 3 e 4 de M. incognita,além de possuírem moderada resistên-cia a pragas de solo (Broca-da-raiz,Euscepes postfasciatus, e larvas decoleópteros da família Chrysomelidae,Diabrotica speciosa, Diabrotica bivitula,Sternocolaspsis quatuordecimcostata).

TRATOS CULTURAIS

Em solos de baixa fertilidade, comoos de cerrado, para a obtenção de pro-dutividades mais satisfatórias com ascultivares Palmas e Canuanã, recomen-da-se 1 t/ha da formulação NPK 4-30-

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123Hortic. bras., v. 15, n. 2, nov. 1997.

10, na quantidade de 100 g por metrolinear de sulco, 20 t/ha de esterco degado bem curtido e 5 a 10 kg/ha deboro. Os espaçamentos podem variarmuito em função da realidade local.Todavia, os mais utilizados variam de80 a 100 cm entre leiras e de 25 a 40cm entre plantas. As ramas devem serplantadas em camalhões de 20 a 30 cmde altura. Para isto, deve-se fazer umsulcamento a 15 cm de profundidade a

cada metro, depois deve-se distribuir oadubo no fundo do sulco do plantio esó assim, com um sulcador de asa bemaberta, levantar as leiras. Normalmen-te a colheita é feita 110 a 150 dias apóso plantio, podendo ser manual ou me-cânica. Antes da colheita deve-se cor-tar a ramagem e, logo após, as batatasdevem ser colhidas e expostas ao solpara secar, por um período de 30 mi-nutos a três horas.

DISPONIBILIDADE

A Universidade do Tocantins, o Ins-tituto de Desenvolvimento Rural doTocantins - RURALTINS e a Secretariade Estado da Agricultura poderão for-necer pequenas quantidades de ramas ouraízes para multiplicação, que deve serfeita em viveiro, plantando as ramas emespaçamento de 80 x 40 cm. Em 60 a 70dias, cada rama dará origem a vinte no-vas ramas, em média.

GIORDANO, L. de B.; BOITEUX, L. da S.; SANTOS, J.R.M. dos; CHARCHAR, J.M.; LOPES; C. A . ‘Tx 401-08’: linhagem de tomate para processamentoindustrial com resistência múltipla a doenças. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 15, n. 2, p.123 - 126, nov. 1997.

‘Tx 401-08’: linhagem de tomate para processamento industrial, comresistência múltipla a doenças.Leonardo de B. Giordano; Leonardo da S. Boiteux; Jorge R. M. dos Santos; João Maria Charchar;Carlos A. Lopes.Embrapa Hortaliças, C. Postal 218, 70359-970 Brasília - DF.

RESUMO

‘Tx 401-08’ é uma linhagem F7 oriunda de população segregan-

do para resistência a doenças, caráter “jointless”, cor, firmeza e Brix,obtida através de SSD - Single Seed Descent. Possui resistência àmurcha-de-fusário, à raça 1 de Verticillium dahliae, à mancha-de-estenfílio, à pinta-bacteriana e aos nematóides-das-galhas. Apresentaplantas vigorosas, de crescimento determinado, frutos com formatooval e com peso médio de 70 gramas, triloculares e com boa colora-ção. Apresenta, em média, valores de Brix 5% superiores ao da cul-tivar IPA-5. A colheita manual é facilitada pela presença do caráter“jointless” e inicia-se em média 110 - 120 dias após a semeadura.Esta nova linhagem adapta-se bem à colheita mecanizada.

Palavras-chave: Lycopersicon esculentum, Fusarium oxysporumf.sp. lycopersici , Verticillium sp., Stemphylium solani,Meloidogyne spp., Pseudomonas syringae pv. tomato.

ABSTRACT

‘Tx 401-08’: multiple disease resistant tomato inbred-linefor processing.

‘Tx 401 - 08’ is an F7 tomato breeding line originated from a

population segregating for disease resistance, jointless character, color,fruit firmness and total solids. Generations were advanced by the single-seed descent (SSD) method. ‘Tx 401-08’ is resistant to fusarium wilt,verticillium wilt (Verticillium dahliae, race 1), gray leaf spot, bacterialspeck and root-knot nematode. This inbred line presents vigorous anddeterminate habit of plant growth (self-pruning). Ripe fruits are firm,pear-shaped with an average weight of 70 grams and with a uniformbright red color. ‘Tx 401 - 08’ is suitable for machine harvest.

Keywords: Lycopersicon esculentum, fusarium wilt, verticilliumwilt, root knot nematode, bacterial speck, mutiple diseaseresistance.

(Aceito para publicação em 20 de novembro de 1998)

A maior parte das áreas cultiva- das com tomate para pro-

cessamento industrial no Brasil vemsendo plantada com a cultivar IPA-5,desenvolvida pela EmpresaPernambucana de PesquisaAgropecuária (IPA). Em 1997, a por-centagem da área plantada com híbri-dos foi estimada em apenas 12%. A cul-tivar IPA-5 é resistente a várias doen-ças, além de apresentar tolerância a tem-peraturas elevadas. Entretanto, quandoé plantada na região Centro-Oeste, tor-

na-se mais tardia e com baixos teoresde sólidos solúveis (Brix). Além disso,nas regiões mais frias e úmidas, IPA-5está sujeita ao ataque da pinta-bacteriana. Por esses motivos, o CentroNacional de Pesquisa de Hortaliças(Embrapa Hortaliças) vem procurandoobter novos genótipos com resistênciamúltipla a doenças provocadas por fun-gos, nematóides e bactérias, que possamser utilizados como linhagens para ob-tenção de híbridos ou até mesmo comocultivares de polinização livre.

ORIGEM

‘Tx 401-08’ é uma linhagem F7

oriunda de população segregando pararesistência a doenças, caráter “jointless”,cor, firmeza e teor de sólidos solúveis,obtida através de SSD-Single SeedDescent (Brim, 1966).

No processo de seleção para resis-tência à murcha-de-fusário, o inóculo foiproduzido em meio líquido de batata-dextrose. As raízes de plantas, com 15dias de idade a partir do semeio, foram

Silveira et al. Canuanã e Palmas: novas cultivares de batata-doce resistentes aos nematóides-das-galhas.

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124 Hortic. bras., v. 15, n. 2, nov. 1997.

cortadas a uma distância de 3 cm decomprimento a partir do colo. Raízescortadas foram imersas em suspensão de107 esporos/ml por um período de umminuto, sendo as plantas imediatamen-te transplantadas para vasos. Após otransplante, foram adicionados 5 ml dasuspensão ao redor de cada planta (San-tos, 1996). As cultivares Ponderosa (sus-cetível às raças 1 e 2), IPA-5 (resistenteà raça 1 e suscetível à raça 2) e Floradade(resistente às raças 1 e 2) foram utiliza-das como testemunhas.

Para testar a resistência à murcha-de-verticílio o inóculo foi produzido emcultura líquida de batata-dextrose, a25oC, sob um período diurno de 12 ho-ras de luz. Raízes cortadas foramimersas por um minuto em uma suspen-são de inóculo de 106 esporos/ml (San-tos, 1996). As cultivares Ponderosa (sus-cetível às raças 1 e 2) e Floradade (re-sistente à raça 1 e suscetível à raça 2)foram utilizadas como testemunhas.

No caso da murcha-de-estenfílio, ofungo foi cultivado em meio V-8 (200g de suco de tomate “Superbom Tem-perado”, 3,0 g de Ca CO

3, 16 g de agar

por litro de água) a 250C, sob NUV(“Near Utraviolet Light”) por 15 dias.As plantas foram pulverizadas aos trin-ta dias de idade com suspensão de 104

esporos/ml até início de escorrimento.Como padrão de suscetibilidade foramusadas as cultivares Kada e Pondero-sa, e como padrões de resistência ascultivares IPA-5, TSW-10 e Floradade(Santos, 1996).

A resistência à pinta-bacteriana foitestada utilizando-se pulverizações cominseticida à base de Fenthion (Lebaycid)na dosagem de 1,5 g do princípio ativopor litro de solução (Laterrot &Philouze, 1986) e inoculação das plan-tas com suspensão bacteriana (108 UFC/ml). O inóculo foi preparado em meioB de King (King et al., 1954), por 48horas, e a inoculação foi feita aspergin-do-se as folhas até escorrimento. Apósa inoculação, as plantas permanecerampor 24 horas em câmara úmida, sendoentão transferidas para uma casa de ve-getação com ar condicionado (18-24ºC).Como testemunhas foram utilizados osgenótipos Ontario 7710 (resistente) eIPA-5 (suscetível). Nas plantas pulveri-zadas com Fenthion, foram selecionadas

aquelas sensíveis ao produto. Foi ob-servada correlação perfeita entre a sen-sibilidade a Fenthion e resistência àbactéria.

Para testar resistência a nematóideutilizou-se 6.000 ovos de M. javanicapor vaso com 5 litros de solo previamen-te autoclavado.

DESCRIÇÃO

‘Tx 401-08’ apresenta plantas vigo-rosas, de crescimento determinado, fru-tos com formato oval e com peso mé-dio de 70 gramas, firmes, triloculares ecom boa coloração (Figura 1). Apre-senta, em média, valores de Brix 5%superiores aos da cultivar IPA-5. A co-lheita manual, facilitada pela presençado caráter “jointless”, inicia-se, em mé-dia, 110 - 120 dias após a semeadura.Esta linhagem adapta-se também à co-lheita mecânica.

´Tx 401-08‘ é uma linhagem resis-tente à pinta-bacteriana (Pseudomonassyringae pv.tomato; murcha-de-fusário(Fusarium oxysporum f.sp. lycopersiciraças 1 e 2); murcha-de-verticílio(Verticillium dahliae raça 1), mancha-de-estenfílio (Stemphylium solani) e aonematóide-das-galhas (Meloidogynespp.). Nenhuma das cultivares importan-

tes atualmente para processamento detomate no Brasil reúne tantos atributosde resistência.

Os genes de resistência presentes nalinhagem Tx 401-08 e nas cultivaresIPA-5 e Agrocica Botu 13, que confe-rem resistência ao nematóide-das-galhase às principais doenças fúngicas ebacterianas do tomateiro, encontram-seindicados na Tabela 1.

A raça 1 de Fusarium oxysporum f.sp. lycopersici está presente na maioriadas áreas produtoras de tomate no Bra-sil (Kurozawa & Pavan, 1982), enquantoque a raça 2 foi encontrada apenas emSão Paulo, Minas Gerais, Maranhão,Paraíba e Pernambuco (Santos et al.,1993). ‘Tx 401 - 08’ apresenta resis-tência a ambas as raças.

Quanto a Verticillium dahliae, exis-tem duas raças fisiológicas (Baergen etal.,1993). ‘Tx 401-08´ mostrou-se resis-tente à raça 1, que é a raça mais ampla-mente distribuída no país (Silva, 1978).

A linhagem Tx 401-08 possui aindao gene Sm que confere resistência àmancha-de-estenfílio, causada porStemphylium solani e Stemphyliumlycopersici. Esta doença pode ser alta-mente destrutiva em algumas áreas doNordeste Brasileiro (Melo, 1982).

Figura 1. ‘Tx 401-08´, linhagem de tomate para processamento industrial com resistênciamúltipla a doenças.

Giordano et al. ‘Tx 401-08’: linhagem de tomate para processamento industrial, com resistência múltipla a doenças.

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125Hortic. bras., v. 15, n. 2, nov. 1997.

O gene Pto, responsável pela reaçãode resistência à pinta-bacteriana, tam-bém encontra-se presente nesta nova li-nhagem. Até o presente momento, ne-nhum dos 120 isolados obtidos de vári-as partes do Brasil foi capaz de “que-brar” esta resistência.

‘Tx 401-08´ apresenta resistência àsraças 1, 2, 3 e 4 de M. incognita, a M.arenaria,a M. hapla e a algumas novasespécies de nematóides-das-galhas en-contradas recentemente no Brasil e quese encontram em processo de descriçãona Embrapa Hortaliças. Quando testa-da em condições de campo, apresentoualto nível de resistência em solosinfectados com nematóides-das-galhasna região de Janaúba (MG).

‘Tx 401-08’ possui frutos firmes, deformato ovalado e com boa coloração.As características de cor do fruto sãoimportantes tanto para avaliar genótiposdo ponto de vista de qualidade industri-al, como também, para caracterizar ascultivares (Gonnet, 1995; van Eck &

Franken, 1995). Na tabela 2 encontram-se caracterizadas as cores externa dosfrutos, e da polpa (L* a* b*) após remo-ção do ar da nova linhagem e de duasoutras cultivares de tomateiro.

Por apresentar resistência múltiplaa várias doenças, ‘Tx 401-08´ poderá serutilizada como linhagem parental emprogramas de produção de híbridos, ouaté mesmo como material de polinizaçãolivre para plantio comercial.

Nos ensaios realizados em Brasília- DF, Petrolina - PE e Patos de Minas -MG foram obtidas produtividades vari-ando de 80,4 a 101,5 t/ha. Em 1995 e1996, a nova linhagem foi avaliada emplantios comerciais na região de Patosde Minas. Em 1996, foi testada comsucesso a colheita mecânica desta linha-gem, quando cultivada em solos típicosde cerrado. Nestas condições, foi obti-da produtividade de 96 t/ ha, tendo sidoconfirmada em campo a resistência àpinta-bacteriana.

DISPONIBILIDADE DE SE-MENTES

Pequenas amostras de sementes dalinhagem Tx 401-08 estão disponíveisa agricultores e companhias de semen-tes mediante solicitação, na EmbrapaHortaliças.

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem à EPAMIG, àVan den Bergh Alimentos e ao Sr. Dé-cio Bruxel, proprietário da Fazenda SãoJoão, pelo auxílio durante o processo deavaliação da linhagem.

LITERATURA CITADA

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Tabela 1. Genes de resistência presentes na linhagem Tx 401-08 e nas cultivares IPA-5 eAgrocica Botu 13. Brasília, Embrapa Hortaliças, 1997.

1/ Ve = Murcha-de-verticílio; I e I2 = Murcha-de-fusário (raças 1 e 2) ; Sm = Mancha-de-estenfílio; Mi =

Nematóide-das-galhas e Pto = Pinta-bacteriana.2/+ presença do gene - ausência do gene

Tabela 2. Características de fruto importantes para processamento da linhagem Tx 401-08,comparadas com as de duas outras cultivares. Valores médios. Brasília, Embrapa Hortali-ças, 1997.

1/ Características de cor determinadas com o aparelho Minolta Chroma Meter CR 200b calibrado comuma placa branca “ standard “ ( L= 97,6; a = - 0,4; b = 1,6). Fonte de luz D

65.2/ Medida com “push-pull” tendo na extremidade uma placa metálica de 1,0 cm de diâmetro (Ito et al., 1980).

sopitóneG seneG

eV /1 I 2I mS iM otP

80-104xT + /2 + + + + +

5-API + + - + + -

31utoBacicorgA + + - - - +

ravitluC xirBazemriF /2

fgk

rocedsacitsíretcaraC /1

anretxE aploP

L a b L a b

80-104xT 2,5 5,1 4,83 9,72 6,91 6,22 9,31 6,31

orodameN 5,5 4,1 5,83 0,13 9,02 7,22 4,71 3,41

5-API 9,4 4,1 1,83 0,43 9,02 0,22 3,81 7,51

Giordano et al. ‘Tx 401-08’: linhagem de tomate para processamento industrial, com resistência múltipla a doenças.

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127Hortic. bras., v. 15, n. 2, nov. 1997.

insumos e cultivares em testeRESENDE, G.M. de. Desempenho de cultivares de alho no norte de Minas Gerais. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 15, n. 2, p. 127 - 130, nov. 1997.

Desempenho de cultivares de alho no norte de Minas Gerais.Geraldo M. de ResendeEmbrapa Semi-Árido, C. Postal 23, 56.300-000 Petrolina - PE.

RESUMO

Foram realizados dois experimentos no Campo Experimentaldo Gorutuba, Porteirinha (MG), no período de abril a setembro de1987 e 1988, em solo aluvião, textura arenosa, visando a avaliaçãode diferentes cultivares de alho. O delineamento experimental utili-zado foi blocos ao acaso, com oito cultivares (Lavínia, GiganteRoxão, Gigante Ouro Fino, Gigante Roxo, Chinês, Cateto Roxo,Catetinho e Centenário) e três repetições. A cultivar Lavínia desta-cou-se das demais com maior rendimento comercial (7.946 kg/ha) epercentagem de bulbos graúdos (64,12%). As cultivares GiganteRoxão, Gigante Ouro Fino, Gigante Roxo e Chinês também apre-sentaram boas características comerciais. O grande número debulbilhos por bulbo das cultivares Cateto Roxo (32,91) e Centená-rio (27,07) as caracteriza como de baixo valor comercial quandocomparadas às cultivares Gigante Ouro Fino (8,90), Chinês (9,88) eLavínia (10,30).

Palavras-chave: Allium sativum, rendimento, peso médio debulbo, número de bulbilhos por bulbo, classificação de bulbos.

ABSTRACT

Performance of garlic cultivars in northern Minas Gerais State.Two experiments were carried out at the Gorutuba Experimental

Station, Porteirinha (MG), Brazil, in a sandy alluvial soil, from Aprilto September, 1987 and 1988, with the objective of identifying highyielding garlic cultivars. Eight cultivars (Lavínia, Gigante Roxão,Gigante Ouro Fino, Gigante Roxo, Chinês, Cateto Roxo, Catetinhoand Centenario) were tested in a randomized complete block designwith three replications. Cultivar Lavínia showed the highest marketableyield (7,946 kg/ha) and the highest percentage of large bulbs (64.12%).Cultivars Gigante Roxão, Gigante Ouro Fino, Gigante Roxo and Chi-nês presented acceptable market characteristics. The great number ofcloves per bulb in cultivars Cateto Roxo (32.91) and Centenário (26.90)characterized them as cultivars with low commercial value incomparison to cultivars Gigante Ouro Fino (8.90), Chinês (9.88), Gi-gante Roxão (11.23), and Gigante Roxo (11.58).

Keywords: Allium sativum, yield, bulb average weight, numberof cloves per bulb, graded yield.

(Aceito para publicação em 30 de novembro de 1997)

O alho ocupa o quinto lugar en-tre as hortaliças de maior rele-

vância econômica no Brasil, sendo opaís um dos maiores produtores e con-sumidores mundiais. Contudo, a produ-tividade média brasileira ainda é baixa(4.030 kg/ha), conforme salientaMascarenhas & Rocha (1991). A nívelnacional, Minas Gerais tem papel dedestaque, sendo o segundo maior pro-dutor (ANUÁRIO, 1993).

Diversos fatores, tais como o menorpeso de bulbos, a presença de anorma-lidades fisiológicas e o grande númerode bulbilhos por bulbo, fazem com queas cultivares brasileiras apresentem bai-xo valor comercial (Souza, 1990). Sali-enta ainda Carvalho (1981), que sendoa reprodução do alho por via assexuada,através dos bulbilhos, ocorre uma am-pla disseminação de doenças, principal-mente viroses, que contribuem efetiva-mente para a degenerescência das plan-tas e redução da produtividade. Nestesentido, Resende et al. (1995), traba-

lhando com cinco clones da cultivarGigante Roxo, selecionados através decultura de meristema, verificaram ren-dimentos superiores, variando de 67,2a 114,0%, quando comparados à teste-munha (cultivar convencional).

Entre as cultivares de alho existemmuitas variações inerentes à própriacultivar, principalmente em relação aoambiente, entre elas a produtividade e aqualidade comercial (Mueller et al.,1986). O alho é sensível ao fotoperíodoe à temperatura do ar, fatores quecondicionam a época de plantio e a es-colha de cultivares (Mann & Minges,1958). Somente há formação de bulboquando os dias são maiores do que ovalor crítico da cultivar (Kim et al.,1979). Sob condições de fotoperíodoinsuficiente, ocorre crescimentovegetativo sem haver formação normalde bulbos e bulbilhos (Carvalho, 1975).

Bernardi & Igue (1972), em Campi-nas (SP), não observaram diferenças deprodutividade entre as cultivares Cateto

Roxo e Lavínia. Contudo, pelo menornúmero de bulbilhos por bulbo e colo-ração dos bulbos, os alhos tipo Lavíniasuperaram os tipo Cateto. Mascarenhaset al. (1981), nas condições de Janaúba(MG), destacaram as cultivares Gigan-te Ouro Fino, Gigante Roxão, GiganteRoxo e Chinês como as mais produti-vas e de maior produção de bulbosgraúdos, sendo que, para número debulbilhos por bulbos, a cultivar GiganteOuro Fino apresentou o menor número,ocorrendo maior quantidade nas culti-vares Cateto Roxo e Centenário. Já Pei-xoto et al. (1980), no sul de Goiás, veri-ficaram uma maior produção de bulbosgrandes para as cultivares Dourados,Gigante Inconfidente, Gigante Roxo,Centenário e Lavínia, tendo a cultivarChinês apresentado o pior comportamen-to e as quatro primeiras cultivares se so-bressaindo em termos de produtividade.

Zimerer et al. (1988), em Alegre(ES), constataram serem as cultivaresGigante Roxão, Seleção Jetibá e Cateto

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Roxo as mais produtivas, tendo a culti-var Chinês apresentado o pior desem-penho. Segundo Mueller & Biasi(1989), em experimento conduzido noPlanalto Catarinense, a cultivar Lavíniase destacou das demais, apresentandomaior produtividade e peso médio debulbo, seguida pelas cultivares Doura-dos, Gigante Inconfidente, GiganteRoxo, Chinês e Gigante Roxão, tendo acultivar Centenário demonstrado umbaixo desempenho em termos produti-vos. Silva et al. (1991) não verificaramdiferença entre as cultivares GiganteRoxo, Gigante Roxão e Cateto Roxo,tendo estas sido mais produtivas que ascultivares Chinês e Centenário nas con-dições da região de Ibiapaba (CE).

O mercado consumidor de alho pre-fere bulbos de maior tamanho e compequeno número de bulbilhos por bul-bo, fato este de grande importância, so-bretudo na comercialização, onde bul-bos com estas características alcançamas cotações mais elevadas. Neste senti-do, objetivou-se com o presente traba-lho avaliar a produtividade e qualidadede bulbos de cultivares de alho no nortede Minas Gerais.

MATERIAL E MÉTODOS

Os experimentos foram conduzidosno período de abril a setembro dos anos1987 e 1988, no Campo Experimentaldo Gorutuba, Porteirinha (MG), regiãode clima segundo a classificação deKoppen, do tipo Aw com verão chuvo-so (outubro a março) e inverno seco(abril a setembro), solo aluviãoeutrófico, textura arenosa. Esta área sesitua entre as isoietas 800 a 900 mm eisotermas 23 a 24oC. As característicasquímicas do solo obtidas segundo osmétodos analíticos da EMBRAPA(1979) foram: pH - 5,4; P - 40 ppm; K -170 ppm; Ca - 2,9 meq/100 cm3; Mg -1,3 meq/100 cm3 e M.O. - 1,6%. O deli-neamento experimental utilizado foi blo-cos ao acaso, com oito cultivares(Lavínia, Gigante Roxão, Gigante Roxo,Gigante Ouro Fino, Chinês, Catetinho,Cateto Roxo e Centenário) e três repeti-ções. As parcelas foram constituídas deum canteiro de 4,0 m de comprimento e0,70 m de centro a centro do sulco deirrigação (infiltração), com 0,40 m de

leito do canteiro, plantando-se duas li-nhas, espaçadas de 0,20 x 0,10 m. Comoárea útil, foram utilizadas as duas linhas,retirando-se 0,50 m em cada extremi-dade perfazendo uma área de 2,10 m2

(3,0 x 0,70 m). A adubação de plantioconstou de 1 t/ha de 4-14-8, 50 kg/ha desulfato de magnésio, 10 kg/ha de sulfa-to de zinco e 15 kg/ha de bórax e, emcobertura, 200 kg/ha de sulfato deamônio 45 dias após plantio.

Foram realizados dois plantios, oprimeiro em 04 de maio de 1987 e, osegundo, em 11 de maio de 1988, sendoas irrigações realizadas até uma ou duasvezes por semana, de acordo com a ne-cessidade, com lâminas em torno de 40mm, baseadas na evaporação do tanqueclasse A. As capinas foram manuais, deforma a manter a cultura no limpo e, aspulverizações, semanais, alternandofungicidas a base de mancozeb eiprodione.

Após a colheita, os bulbos foramcurados à sombra em galpão por 60 diase toaletados. As características avalia-das foram: rendimento total e comerci-al, peso médio de bulbos, número debulbilhos por bulbo e classificação debulbos comerciais (graúdos: maior que42 mm; médios: 32 a 42 mm e; peque-nos: 32 a 37 mm de diâmetro transver-sal). Posteriormente, foi feita a análisede variância conjunta para cada carac-terística avaliada, aplicando-se o testede Tukey a 5% de probabilidade paracomparação das médias, sendo os da-dos processados utilizando os recursosdo programa SANEST (Sarries et al.,1992). Os dados de percentagem foramtransformados em arco-seno P / 100para efeito de análise estatística eretransformados para as médias origi-nais, para apresentação dos resultados.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Pela análise conjunta (Tabela 1),verificou-se que as cultivares com mai-or produtividade comercial foram‘Lavínia’ e ‘Gigante Roxão’. O piordesempenho foi apresentado pelas cul-tivares Chinês, Cateto Roxo, Catetinhoe Centenário, que, ainda assim, situa-ram-se acima da média nacional de4.030 kg/ha (Mascarenhas & Rocha,

1991). Este resultados são corroboradospor Mueller & Biasi (1989) que, no Pla-nalto Catarinense, destacaram a cultivarLavínia como a mais produtiva, sendoa menor produção apresentada pela cul-tivar Centenário; concordando tambémcom os resultados de Silva et al. (1991),que não observaram diferenças entre ascultivares Gigante Roxo, Gigante Roxãoe Cateto Roxo, para as condições daRegião de Ibiapaba (CE). Ao contrário,Bernardi & Igue (1972), em Campinas,não observaram diferenças de rendimen-to entre as cultivares Lavínia e CatetoRoxo.

Salienta-se ainda, que as cultivaresmostraram-se perfeitamente adaptadasàs condições climáticas locais, não de-monstrando sensibilidade aofotoperíodo e à temperatura (Mann &Minges, 1958), pela não ocorrência deplantas improdutivas (ausência debulbificação); alicerçando as afirmaçõesde Kim et al. (1979), que relatam a ne-cessidade de dias maiores que o valorcrítico das cultivares para ocorrer a for-mação de bulbos.

Para peso médio de bulbos comer-ciais, destacou-se a cultivar Lavínia(30,03 g). Também Mueller & Biasi(1989) encontraram maior peso médiode bulbo comercial para a cultivarLavínia e baixo desempenho para a cul-tivar Centenário. No entanto, Zimereret al. (1988), em Alegre (ES), observa-ram maior peso médio de bulbo para acultivar Cateto Roxo (26,4 g), quandocomparada à cultivar Lavínia (20,5 g).Com relação ao número de bulbilhos porbulbo (Tabela 1), o melhor desempenhofoi apresentado pela cultivar GiganteOuro Fino (8,90 bulbilhos/bulbo). Ogrande número de bulbilhos apresenta-do pelas cultivares Cateto Roxo e Cen-tenário, característica indesejável parao padrão de comercialização brasileirotambém é descrito por Bernardi & Igue(1972), Mascarenhas et al. (1981) eZimerer et al. (1988).

Constatou-se ainda que a maior per-centagem de bulbos graúdos (64,23%)foi apresentada pela cultivar Lavínia(Tabela 2). As cultivares Centenário(29,54%) e Catetinho (25,33%) obtive-ram as menores percentagens de bulbosgraúdos. Para bulbos médios, houveuma variação de 28,78% a 45,38%, ten-

Resende. Desempenho de cultivares de alho no norte de Minas Gerais.

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do-se evidenciado as cultivaresCatetinho, Gigante Roxo, Centenário eCateto Roxo como aquelas de maiorproporção de bulbos médios. A cultivarLavínia foi a que apresentou a menorpercentagem de bulbos pequenos(6,99%), tendo as cultivares Centenário,Catetinho e Chinês apresentado as mai-ores percentagens de bulbos nestas ca-tegorias. Resultados semelhantes foramobservados por Mascarenhas et al.(1981) que destacaram as cultivaresGigante Ouro Fino, Gigante Roxão,Gigante Roxo, Chinês, Cateto Roxo e

Lavínia, com maior percentagem debulbos graúdos, evidenciando-se a cul-tivar Centenário com maior percenta-gem de bulbos pequenos, nas mesmascondições do presente trabalho.

A melhoria da qualidade de bulbosreflete-se diretamente no mercado con-sumidor, onde as maiores cotações anível de comercialização recaem sobrecultivares que apresentam bulbos demaior tamanho e com pequeno númerode bulbilhos. Neste contexto, as culti-vares Lavínia, Gigante Ouro Fino, Gi-gante Roxão, Gigante Roxo e Chinês são

as mais recomendadas, porque além deprodutivas, satisfazem às exigências domercado consumidor. Salienta-se aindaque o rendimento destas cultivares, ape-sar de apresentarem-se superiores de54,29 a 107,87% à média nacional, po-dem ser ainda aumentados, pois, culti-vares totalmente infectadas por virosesparecem constituir a regra geral noscampos da cultura no Brasil (Carvalho,1986) e a melhoria da qualidade de bul-bos em função da cultura de meristemas,reflete-se diretamente no rendimento(Resende et al., 1995).

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Tabela 1. Rendimento total e comercial, peso médio de bulbo e número de bulbilho porbulbo de cultivares de alho. Porteirinha, EPAMIG, 1987-1988.

seravitluC)ah/gk(otnemidneR edoidémoseP

)g(oblubedoremúNoblub/.hliblublatoT laicremoC

ainívaL *a773.8 a649.7 a30,03 ba03,01

oãxoRetnagiG b079.6 ba937.6 b10,52 b32,11

oniForuO.giG cb955.6 b855.6 cb69,32 a09,8

oxoRetnagiG cb913.6 cb382.6 cb25,32 b85,11

sênihC cb712.6 dcb969.5 cb38,22 cb88,9

oxoRotetaC cb201.6 dcb598.5 cb36.22 d29,23

ohnitetaC c786.5 dc561.5 c47,12 c81,11

oiránetneC c295.5 d119.4 cb01,42 b09,62

)%(VC 39,8 78,11 98,6 29,6

* Médias seguidas pela mesma letra nas colunas não diferem entre si a 5% de probabilidade peloteste de Tukey.

seravitluC*)%(siaicremocsoblubedoãçacifissalC

**sodúarG soidéM soneuqeP

ainívaL a32,46 b87,82 d99,6

oãxoRetnagiG cb28,84 b18,43 c73,61

oniForuO.giG b07,15 b00,33 c03,51

oxoRetnagiG c79,04 ba31,83 cb19,02

sênihC cb53,54 b48,92 ba18,42

oxoRotetaC cb84,44 ba72,73 cb52,81

ohnitetaC d33,52 a83,54 a92,92

oiránetneC d45,92 ba29,73 a45,23

)%(VC 57,6 75,8 24,9

Tabela 2. Classificação de bulbos comerciais de cultivares de alho segundo o diâmetrotransversal. Porteirinha, EPAMIG, 1987-1988.

*Dados originais.**Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si, pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Resende. Desempenho de cultivares de alho no norte de Minas Gerais.

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131Hortic. bras., v. 15, n. 2, nov. 1997.

expediente

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v. 3, n. 2, nov. 1985; v. 4, n. 1, maio 1986

v. 5 suplemento, 1987

v. 6, n. 1, maio 1988

v. 8, n. 2, nov. 1990

v. 9, n. 2, nov. 1991

v. 10, n. 1, maio 1992

v. 10, n. 2, nov. 1992

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132 Hortic. bras., v. 15, n. 2, nov. 1997.

v. 7, n. 1, maio 1989 v. 7, n. 2 nov. 1989v. 5, n. 2, nov. 1987 v. 6, n. 2, nov. 1988

v. 11, n. 1, maio 1993. v. 11, n. 2, nov. 1993.

Números disponíveis por R$ 5,00 (continuação)

Números disponíveis por R$ 15,00, somente mediante consulta

v. 1, n. 1, maio 1983 v. 2, n. 1, maio 1984 v. 2, n. 2, nov. 1984 v. 4, n. 2, nov. 1986

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133Hortic. bras., v. 15, n. 2, nov. 1997.

Números disponíveis por R$ 15,00, somente mediante consulta (continuação)

v. 8, n. 1, maio 1990 v. 9, n. 1, maio 1991

Número disponívei por R$ 27,50,somente mediante consulta

v. 12, n. 2, nov. 1994.

Livro da Batata disponível por R$ 20,00

Números disponíveis por R$ 27,50

v. 12, n. 1, maio 1994 v. 13, n. 2, nov. 1995 v. 14, n. 1 maio 1996 v. 14, n. 2 nov. 1996.

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normas

NORMAS PARA PUBLICAÇÃO

Instruções para apresentação de trabalhos à revistaHorticultura Brasileira:

I . O periódico, em português, é composto das seguintesseções:

1. Artigo Convidado; 2. Carta ao Editor; 3. Pesquisa; 4. Eco-nomia e Extensão Rural; 5. Página do Horticultor; 6. Insumos eCultivares em Teste; 7. Nova Cultivar; 8. Expediente.

II . Definição das seções:

1. ARTIGO CONVIDADO : sobre tópico de interesseatual, a convite da Comissão Editorial, tendo forma livre,porém devendo atender obrigatoriamente às alíneas (b) e (d)de PESQUISA, além de apresentar resumo, palavras-chave,abstract, título em inglês e keywords (observe instruções naalínea (e) de PESQUISA). Caso haja co-autores, é obrigató-ria a sua anuência à publicação. Caso haja citação de literatu-ra, obedecer às alíneas (f) e (g) de PESQUISA. Caso hajatabelas, figuras, fórmulas químicas, referências a agrotóxicosou inclusão de fotografias, obedecer as alíneas (j), (k), (l),(m) e (n) de PESQUISA;

2. CARTA ao EDITOR: publicada a critério da Comis-são Editorial, tendo forma livre, porém devendo atender àalínea (b) de PESQUISA;

3. PESQUISAa) Artigo relatando um trabalho original, referente a re-

sultados de pesquisa, ainda não relatados ou submetidos si-multaneamente à publicação em outro periódico ou veículode divulgação, com ou sem corpo editorial, e que, após sub-metidos a Horticultura Brasileira, não poderão ser publica-dos, parcial ou totalmente, em outro local sem a devida auto-rização por escrito da Comissão Editorial de HorticulturaBrasileira;

b) Os originais deverão ser submetidos em três vias, pro-cessados em microcomputador, em programa Word 6.0 oucompatível, em espaço dois, fonte arial, tamanho doze;

c) Cada artigo submetido deverá ser acompanhado daanuência à publicação de todos os autores, assim como decópia do recibo ou comprovante que o valha de quitação daanuidade corrente da Sociedade de Olericultura do Brasil depelo menos um dos autores;

d) Os artigos serão iniciados com o título do trabalho,que não deve incluir nomes científicos para quaisquer espé-cies, sejam plantas ou outros organismos, a menos que nãohaja nome comum em português. Ao título deve seguir o nomee endereço postal completo dos autores (veja padrão de apre-sentação nos artigos publicados em Horticultura Brasileira,v. 14, n. 1 e 2, 1996; v. 15, n. 1, 1997). Anotações como novoendereço de algum autor, referência a trabalho de tese, etc(veja padrão de apresentação nos artigos publicados emHorticultura Brasileira, v. 14, n. 1 e 2, 1996; v. 15, n. 1, 1997)devem ser colocadas em notas de rodapé, com numeração

consecutiva. Anotações como entidades financiadoras e conces-são de bolsas devem ser colocadas em AGRADECIMENTOS;

e) A estrutura dos artigos obedecerá ao seguinte roteiro:1. Resumo em português, com palavras-chave ao final. Aspalavras-chave devem ser sempre iniciadas com o(s) nome(s)científico(s) da(s) espécie(s) em questão e nunca devem re-petir termos para indexação que já estejam no título; 2.Abstract, em inglês, acompanhado de título e keywords. Oabstract, o título em inglês e keywords devem ser versõesperfeitas de seus similares em português; 3. Introdução; 4.Material e Métodos; 5. Resultados e Discussão; 6. Agradeci-mentos; 7. Literatura Citada; 8. Figuras e tabelas.

f) Referências à literatura no texto deverão ser feitasconforme os exemplos: Esaú & Hoeffert (1970) ou (Esaú &Hoeffert, 1970). Quando houver mais de dois autores, utilizea expressão latina et alli, de forma abreviada (et al.), sempreem itálico, como segue: De Duve et al. (1951) ou (De Duveet al., 1951);

g) As referências bibliográficas citadas no texto deverãoser incluídas em LITERATURA CITADA, em ordem alfabé-tica, pelo primeiro autor. Quando houver mais de um artigodo(s) mesmo(s) autor(es), no mesmo ano, indicar por umaletra minúscula, logo após a data de publicação do trabalho,como segue: 1997a, 1997b. A ordem dos itens em cada refe-rência deverá obedecer as normas vigentes da AssociaçãoBrasileira de Normas Técnicas - ABNT, como segue:

Periódico: NOME DOS AUTORES (em caixa alta,separados por ponto-e-vírgula. Independente do número deautores, todos devem ser relacionados, vedando-se, emHorticultura Brasileira, o uso de et alli na LITERATURACITADA). Título do artigo. Título do Periódico (emHorticultura Brasileira sempre em itálico, vedando-se a uti-lização de abreviações), cidade de publicação (apenas paraperiódicos brasileiros), volume, número do fascículo (quan-do a informação estiver disponível), paginação inicial e fi-nal, mês (indicando com inicial maiúscula os meses paraperiódicos em inglês e, com inicial minúscula, para periódi-cos em português, e abreviando-se na terceira letra quandoo nome do mês possuir mais de quatro letras), ano de publi-cação. Recue o início de uma eventual segunda linha de re-ferência até alinhar-se com a terceira letra da linha inicial.Veja o exemplo:

VAN DER BERG, L.; LENTZ, C.P. Respiratory heatproduction of vegetables during refrigerated storage.Journal of the American Society for HorticulturalScience, v. 97, n. 3, p. 431 - 432, Mar. 1972.

Livro : NOME DOS AUTORES (em caixa alta, sepa-rados por ponto-e-vírgula. Independente do número de auto-res do artigo, todos devem ser relacionados, vedando-se, emHorticultura Brasileira, o uso de et alli na LITERATURACITADA). Título do livro (em Horticultura Brasileira sem-pre em itálico, vedando-se a utilização de abreviações). Ci-dade de publicação: editora, ano de publicação. Número total

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135Hortic. bras., v. 15, n. 2, nov. 1997.

de páginas. Recue o início de uma eventual segunda linha dereferência até alinhar-se com a terceira letra da linha inicial.Veja o exemplo:

ALEXOPOULOS, C.J. Introductory mycology. 3 ed. NewYork: John Willey, 1979. 632 p.

Capítulo de livro: NOME DOS AUTORES DO CAPÍ-TULO (em caixa alta, separados por ponto-e-vírgula. Inde-pendente do número de autores, todos devem ser relaciona-dos, vedando-se, em Horticultura Brasileira, o uso de et allina LITERATURA CITADA). Título do capítulo. In: NOMEDOS EDITORES OU COORDENADORES DO LIVRO (emcaixa alta, separados por ponto-e-vírgula. Independente donúmero de autores, todos devem ser relacionados, vedando-se, em Horticultura Brasileira, o uso de et alli na LITERA-TURA CITADA). Título do livro (em Horticultura Brasileirasempre em itálico, vedando-se a utilização de abreviações).Cidade de publicação: editora, ano de publicação. Páginasinicial e final. Recue o início de uma eventual segunda linhade referência até alinhar-se com a terceira letra da linha inici-al. Veja o exemplo:

ULLSTRUP, A.J. Diseases of corn. In: SPRAGUE, G.F. ed.Corn and corn improvement. New York: Academic Press,1955. p. 465 - 536.

Tese: NOME DO AUTOR (em caixa alta). Título datese (em Horticultura Brasileira sempre em itálico, vedando-se a utilização de abreviações). Cidade de publicação: insti-tuição, ano de publicação. Número total de páginas. (Tesemestrado ou doutorado). Recue o início de uma eventual se-gunda linha de referência até alinhar-se com a terceira letrada linha inicial. Veja o exemplo:

SILVA, C. Herança da resistência à murcha de Phytophthoraem pimentão na fase juvenil. Piracicaba: ESALQ, 71 p.(Tese mestrado).

Trabalhos apresentados em congressos (quando nãoincluídos em periódicos): NOME DOS AUTORES (em cai-xa alta, separados por ponto-e-vírgula. Independente do nú-mero de autores do artigo, todos devem ser relacionados, ve-dando-se, em Horticultura Brasileira, o uso de et alli na LI-TERATURA CITADA). Título do trabalho. In: NOME DOCONGRESSO (em caixa alta, vedando-se, em HorticulturaBrasileira, o uso de abreviações na LITERATURA CITADA),número do congresso. (seguido de ponto), ano de realizaçãodo congresso, cidade de realização do congresso. Título dapublicação... (Anais...; Proceedings..., etc..., seguido de reti-cências): Local de edição da publicação: editora ou institui-ção responsável pela publicação, ano de publicação. Páginasinicial e final do trabalho. Recue o início de uma eventualsegunda linha de referência até alinhar-se com a terceira letrada linha inicial. Veja o exemplo:HIROCE, R; CARVALHO, A.M., BATAGLIA, O.C.; FURLANI, P.R.;

FURLANI, A.M.C.; SANTOS, R.R.; GALLO, J.R. Composição mine-ral de frutos tropicais na colheita. In: CONGRESSO BRASILEIRO DEFRUTICULTURA, 4., 1977, Salvador. Anais... Salvador: SBF, 1977. p.357 - 364.

h) A citação de resumos apresentados em congressos deveser limitada a no máximo 20% do total de referências, exceto nocaso de assuntos onde não há literatura em quantidade razoável;

i) A citação de trabalhos com mais de dez anos de idadedeve ser limitada a no máximo 50% do total de referências,exceto no caso de assuntos onde não há literatura em quanti-dade razoável;

j) Somente deverão ser incluídas tabelas e figuras queapresentem dados relevantes à interpretação do assunto e quenão possam ser apresentados em poucas linhas de texto. Da-dos apresentados em figuras não devem ser apresentados no-vamente em tabelas e vice-versa. As tabelas e figuras devemser apresentadas ao final do artigo, uma por página, com nu-meração consecutiva;

k) Utilize o padrão da revista para títulos de tabelas,rodapés e legendas, indicando no título ou legenda, nesta or-dem: local, instituição e ano de realização do trabalho. Tabe-las e figuras devem ser sempre autoexplicativas, ou seja, oleitor deve entender o que está sendo demonstrado, sem sernecessário que consulte o texto. As tabelas devem ser confi-guradas no padrão SIMPLES do processador de textos Word,ou similar. Linhas verticais não são utilizadas e linhas hori-zontais devem aparecer somente entre o título e o corpo databela; entre o cabeçalho e o conteúdo da tabela e, quando foro caso, entre o conteúdo da tabela e a última linha;

l) Ao longo do texto, as fórmulas químicas devem serindicadas de acordo com a nomenclatura adotada pelaChemical Society (Journal of the Chemical Society, p. 1067,publicado em 1939). Em tabelas, as fórmulas químicas de-vem ser apresentadas no rodapé;

m) No caso de agrotóxicos é vedada a utilização de no-mes comerciais. Deve ser utilizado o nome técnico ou a refe-rência ao princípio ativo;

n) No caso do trabalho conter fotografias, a ComissãoEditorial deve ser consultada. No caso de fotografias colori-das, os autores devem cobrir os custos adicionais.

4. ECONOMIA E EXTENSÃO RURAL : trabalho naárea de economia aplicada ou extensão rural, tendo formalivre porém devendo atender obrigatoriamente às alíneas (a),(b), (c), (d), (f), (g), (h) e (i) de PESQUISA, além de apresen-tar resumo, palavras-chave, abstract, título em inglês e keywords (observe instruções na alínea (e) de PESQUISA). Casohaja co-autores, é obrigatória a sua anuência à publicação.Caso haja tabelas, figuras, fórmulas químicas, referências aagrotóxicos ou inclusão de fotografias, obedecer as alíneas(j), (k), (l), (m) e (n) de PESQUISA.

5. PÁGINA DO HORTICULTOR : Comunicação ounota científica, passível de utilização imediata pelo horticultor.Observar o mesmo padrão de PESQUISA.

6. INSUMOS E CULTIVARES EM TESTE : comuni-cação ou nota científica relatando ensaio com agrotóxicos,fertilizantes ou cultivares, tendo forma livre, mas devendoobedecer, obrigatoriamente as alíneas (a), (b), (c) e (d) dePESQUISA e, quando aplicável, as alíneas (f), (g), (h) e (i)de PESQUISA, além de apresentar resumo, palavras-chave,abstract, título em inglês e keywords (observe instruções naalínea (e) de PESQUISA). Caso haja co-autores, é obrigatóriaa sua anuência à publicação. Caso haja tabelas, figuras, fórmu-las químicas, referências a agrotóxicos ou inclusão de foto-

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136 Hortic. bras., v. 15, n. 2, nov. 1997.

grafias, obedecer as alíneas (j), (k), (l), (m) e (n) de PESQUISA.

7. NOVA CULTIVAR : Comunicação relatando o regis-tro de nova cultivar, tendo forma livre, mas devendo obede-cer, obrigatoriamente as alíneas (a), (b), (c) e (d) de PESQUI-SA e, quando aplicável, as alíneas (f), (g), (h) e (i) de PES-QUISA, além de apresentar resumo, palavras-chave, abstract,título em inglês e keywords (observe instruções na alínea (e)de PESQUISA). Caso haja co-autores, é obrigatória a suaanuência à publicação. Caso haja tabelas, figuras, fórmulasquímicas, referências a agrotóxicos ou inclusão de fotografi-as, obedecer as alíneas (j), (k), (l), (m) e (n) de PESQUISA.

8. EXPEDIENTE : seção destinada à comunicação en-tre os leitores e a Comissão Editorial e vice-versa, na formade breves avisos, sugestões e críticas. O texto não deve exce-der 300 palavras (1.200 caracteres) e deve ser enviado emduas cópias devidamente assinadas, acompanhadas dedisquete e indicação de que o texto se destina à seção Expedi-ente. Por questões de espaço, nem todas as notas recebidaspoderão ser publicadas e algumas poderão ser publicadas ape-nas parcialmente.

9. Trabalhos que não atendam às alíneas (a), (h) e (i) dePESQUISA não serão aceitos.

10. Trabalhos que não atendam às alíneas (b), (d), (e), (f),(g), (j), (k), (l), (m) de PESQUISA serão devolvidos aos au-tores para que sejam adequados sem serem registrados nasecretaria da revista.

11. Trabalhos que não atendam à alínea (c) de PESQUI-SA permanecerão na secretaria da revista, com processo detramitação suspenso, por 90 dias a contar da data constanteno aviso de recebimento do trabalho enviada aos autores pelaComissão Editorial. Findo esse prazo, caso as indicações con-tidas na referida alínea não tenham sido atendidas pelos auto-res, os originais dos trabalhos serão destruídos e o trabalhoserá excluído dos registros da secretaria da revista.

III. Os manuscritos submetidos à publicação nas seçõesPESQUISA e ECONOMIA e EXTENSÃO RURAL serãoapreciados por no mínimo dois assessores ad hoc, especialis-tas no tema do artigo apresentado, que darão parecer sobre aconveniência de sua publicação do trabalho, com base naqualidade técnica do trabalho e do texto. Os artigos submeti-dos à publicação nas demais seções, a critério da ComissãoEditorial, podem também ser apreciados por assessores adhoc. Ao seu critério, os assessores ad hoc poderão sempreque consultados indicar alterações que adequem o artigo aopadrão de publicação da revista.

IV. Em caso de dúvidas, consulte a Comissão Editorial ouverifique os padrões de publicação em Horticultura Brasilei-ra, v. 14, n. 1 e 2, 1996; v. 15, n. 1, 1997.

V. Os casos omissos serão decididos pela Comissão Edi-torial. Se necessário, modificações nas normas de publicaçãoserão feitas posteriormente.

VI. Os originais devem ser enviados para:Horticultura Brasileira

C. Postal 190

70.359-970 Brasília - DFTel.: (061) 385.9051 / 385.9066 / 385.9000

Fax: (061) 556.5744

E.mail: [email protected]. Assuntos relacionados mudança de endereço, filiação

à Sociedade de Olericultura do Brasil - SOB, pagamento deanuidade, devem ser encaminhados à diretoria da SOB, noseguinte endereço:

UENF - CCTA

Av. Alberto Lamego, 2000, Horto28.015-620 Campos dos Goytacazes - RJ

Tel.: (024) 726.3747

Fax: (024) 726.3746e.mail: [email protected]