vol. 4, no. 1, 2009, 2,80

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Vol. 4, No. 1, 2009, 2,80 Conteúdos: Editorial A Electro-acupunctura segundo Voll e a Homeopatia Alguns Aspectos da Auto-hemoterapia, um ponto de vista Farmacêutico Revisão bibliográfica News

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Page 1: Vol. 4, No. 1, 2009, 2,80

Reckeweg-Journal 0�/2009

Vol. 4, No. 1, 2009, € 2,80

Conteúdos: Editorial A Electro-acupunctura segundo Voll e a Homeopatia

Alguns Aspectos da Auto-hemoterapia, um ponto de vista FarmacêuticoRevisão bibliográfica

News

Page 2: Vol. 4, No. 1, 2009, 2,80

Reckeweg-Journal 0�/2009

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Conteúdos

Impressões, Conteúdos .............................. 2

Editorial ..................................................... 3

A Electro-acupunctura segundoVoll e a Homeopatia .................................. 4

Alguns Aspectos da Auto-hemoterapia,um ponto de vista Farmacêutico .............. 12

Revisão bibliográfica ............................... 17

News ....................................................... 19

Edição, Conteúdos

Edição e Propriedade: Pharmazeutische Fabrik Dr. Reckeweg & Co. GmbHBerliner Ring 32 - D-64625 BensheimInternet: www.reckeweg.dee-Mail: [email protected]

Director de Edição: Dr. phil. nat. Otto Weingärtner

Redacção: Heidemarie Rostek-Gugg,Augusto Blasi,Dr. rer. nat. Werner Driehsen,Todos os elementos do Laboratório Dr. Reckeweg & Co. GmbHD-64625 Bensheim

Comité Científico:Dr. Richard Eder, D-66440 BlieskastelMR Dr. med. Rainer Wander, D-07985 ElsterbergDr. med. Benno Wölfel, D-64665 Alsbach

Para a revisão do conteúdo técnico nos diferentes idiomas, agradecemos a colaboração da Sra. Maria Driehsen (português) e da Sra. Bärbel Galpin (inglês).

Periodicidade:2-3 publicações por ano

Artigos:Os artigos devem ser enviados para o endereço elec-trónico do editor do jornal ou directamente à redac-ção, no caso de cópias em formato de papel. Artigos originais, ainda não publicados, serão prioritários. A publicação de artigos está dependente da decisão do Comité Científico. Ao aceitar publicar o artigo, o edi-tor passa a assumir os direitos de autor respectivos, durante os prazos legais previstos para o efeito.

Copyright:Este jornal está juridicamente protegido pela lei das patentes, durante os prazos legais previstos para o efeito. Qualquer utilização, exploração, comerciali-zação para além dos limites legalmente impostos pela

legislação aplicável, sem o prévio consentimento do editor e proprietário do jornal, é considerado ilícito.

Nota Importante:Toda a informação veiculada por este jornal está de acordo com o actual nível de conhecimentos dos respectivos autores. Os leitores deverão analisar a informação contida em todo e qualquer artigo publi-cado no Jornal. O editor e proprietário do jornal não se responsabiliza por eventuais danos causados por qualquer omissão ou falta, resultantes da leitura dos artigos publicados.

Capa Reinhold VollIlustração: Schunk-Design

Impressões

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Reckeweg-Journal 0�/2009Editorial

Estimados leitores do Reckeweg- Journal,

Nos números anteriores deste jor-nal, temos repetidamente discutido desvios ocorridos à homeopatia de Hahnemann. O objectivo desta edi-ção é fazer uma abordagem inusual

à homeopatia e ao mesmo tempo mostrar a ligação que existe com alguns procedimentos das terapias complementares. Por exemplo, no número anterior descrevemos o modo como Wilhelm Ameke expan-diu as ideias de Heinrich Schuessler. Anteriormente tínhamos mostrado como é que as ideias de Hahne-mann deram origem à combinação de medicamen-tos.

Neste número, gostaríamos de abordar as dúvidas que surgem ao usuário do Organon e que têm origem na respectiva Sessão 1041. Contrariamente ao que acontecia nos tempos de Hahnemann, estabelecer o quadro clínico não parece ser, nos nossos dias, a parte mais difícil da terapia homeopática, mas antes estabelecer qual o medicamento homeopático apro-priado ao quadro clínico. Candegabe and Carrara abordam contundentemente esta questão, no seu li-vro “Homeopatia Pura - Casos Clínicos”2. Segundo os autores, a dificuldade que existe em estabelecer a relação entre um medicamento e quadro clínico observado, levou a que fossem desenvolvidas várias metodologias, pelo que o método originalmente de-senvolvido por Hahnemann está à beira do desapare-cimento. Contudo, é bastante certo que o método de Hahnemann não vai desaparecer; ele será, tal como aconteceu no passado, continuamente comparado com outras abordagens destinadas a identificar o medicamento apropriado. Na secção 1 do Organon, escreve Hahnemann: “A suprema e única missão do médico é tornar uma pessoa doente saudável e a isto

1 Na Secção 104 do Organon, pode ler-se: “Quando a totalidade dos sinto-mas que caracterizam especialmente e distinguem o caso de doença ou, por outras palavras, quando o quadro da doença, qualquer que ele seja, é rigoro-samente descrito, a parte mais difícil do desafio já foi levada a cabo”...2 Candegabe M, Carrara H: Praxis der Reinen Homöopathie – Klinische Fälle - Kröger Verlag, 1999, Tradução alemã da edição original Argentina: Homeopatía Pura - Casos Clínicos, Buenos Aires, 1997. Cf. também Can-degabe, Marcelo Eugenio, Aproximación al método de la homeopatía pura: casos clínicos, 2a. ed., Buenos Aires: Kier, 2006.

se chama cura”. Isto devia encorajar os seguidores do método de Hahnemann a encará-lo como um desa-fio, uma e outra vez...Na presente edição, o primeiro artigo dá continui-dade à abordagem de August Weihe (ver “Reckeweg Journal” 1/2007). O artigo descreve como os pontos de pressão podem ser interpretados como precursores da electro-acupunctura segundo Voll (EAV). O autor do artigo é Michael Thyson, o presidente da Socieda-de Médica Alemã de EAV.

No segundo artigo, a farmacêutica Ulrike Weiss des-creve como, de uma certa forma - e do ponto de vista da prática - o sangue de cada pessoa é o similum ideal, natural, para certas doenças. A autora descreve também as questões legais que têm de ser resolvidas - na era da SIDA - no que diz respeito ao manusea-mento de produtos obtidos a partir de sangue. Ela faz uma descrição impressiva da sua cooperação com os pediatras que exercem próximo da sua farmácia. E diz-nos que, em muitos casos, o tratamento com san-gue potenciado pode ser o “abridor de porta” ideal para a terapia homeopática.

A nossa revisão bibliográfica tem o título “Looking for Spinoza” (À procura de Espinosa). O autor, um neuro-logista, foca a interacção entre o mental e o material. Ele concluiu que a separação corpo e mente, procla-mada desde há mais de 200 anos, não existe. O au-tor é bem sucedido no que toca a desestigmatizar o holísmo, relativamente ao papel marginal deste, e a ir além da ideia do dualismo Cartesiano corpo-mente. A questão: “O que é que isto tem a ver com a Home-opatia?”, pode ser facilmente respondida remetendo para o ponto de vista holístico da medicina comple-mentar, a partir do qual os pacientes são tratados.

Na secção de “Notícias” anunciamos uma série de eventos “Simpósios Naturopáticos em Espaços Histó-ricos”. Esta série de eventos é organizada por cinco empresas, incluindo a Dr. Reckeweg & Co.

Editorial Otto Weingärtner

Nome Dr. Otto WeingärtnerDirecção Pharm. Fabrik Dr. Reckeweg & Co. GmbH Berliner Ring 32 - D-64625 Bensheim País DeutschlandTelefone +49 (6251) 1097245 Fax +49 (6251) 1097227E-Mail [email protected]

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Reckeweg-Journal 0�/2009 A Electro-acupuncturasegundo Voll e a Homeopatia

Introdução

Com este artigo, queremos dar uma ideia da relação entre a Ho-meopatia e a Electro-acupunctura segundo Voll (EAV), aos leitores que são conhecedores da home-opatia. Neste sentido, começa-mos por clarificar o que significa Electro-acupunctura segundo Voll (EAV), a sua história, as suas po-tencialidades terapêuticas, bem como os seus níveis de autonomia

quer de diagnóstico quer de terapêutica. E faz sentido saber, também, como funciona a EAV. Só depois de clarificarmos estes aspectos, poderemos identificar os paralelos com a Homeopatia.

Hoje em dia, contudo, quando se pretende conside-rar estas matérias, é útil reconhecer que, nem a Ho-meopatia nem a EAV fazem parte do repertório médi-co convencional e que, quer uma, quer outra, estão classificadas nas denominadas terapias alternativas. Consequentemente, publicações de estudos científi-cos sobre electro-acupunctura são relativamente es-cassas na literatura médica convencional.

O que é a Electro-acupunctura segundo Voll (EAV)?

Deve ser dito, desde já, que a Electro-acupunctura segundo Voll, ou abreviadamente EAV, não envolve “punctare”, uma picada, razões pela qual o termo electro-acupunctura causa por vezes confusão. A principal razão para o termo continuar a ser utilizado é de natureza histórica, mas também se deve ao facto desta denominação ser utilizada em todo o mundo1.

1 O termo “electro-acupunctura” foi “cunhado” pelo médico acupunctor francês Dr. Roger de la Fuye, quando conectou um dispositivo eléctrico a agulhas de punção, afim de criar uma corrente diatérmica, para aplicar como estímulo terapêutico nos pontos de acupunctura. A analgesia por Acu-punctura, um método utilizado desde 1970, envolve igualmente agulhas de punção, às quais é aplicada uma corrente eléctrica. Esta técnica também é chamada electro-acupunctura (EAP). Os impulsos eléctricos da electro-acu-punctura segundo Voll não podem ser usados para analgesia. (Ver [17].)

A EAV é um método de medição não agressivo e que não causa dor, isto é, consiste essencialmente num procedimento de diagnóstico, que também permite obter conclusões orientadas para o tratamento de do-enças. Por conseguinte, a EAV é conhecida como um “sistema médico de diagnóstico e terapia”. Em Itália e Espanha é denominada “organometria” e na Áustria é conhecida como sistema bioelectrónico de diagnós-tico e terapia.

História e estado actual da EAV

1) As Origens

A EAV foi desenvolvida em Plochingen, próximo de Stuttgart (Germany), em 1953, como resultado de um feliz encontro entre o médico Dr. Reinhold Voll e o Engenheiro Dr. Fritz Werner. Juntos desenvolveram um aparelho para localizar pontos de acupunctura.

Para além da localização do ponto, o aparelho po-dia ser usado para medir a resistência eléctrica da pele, nos pontos de me-dição (PMs). Aplicando diferentes impulsos eléc-tricos era possível “in-fluenciar” estes pontos com objectivos terapêu-ticos.

Voll, que era um perito em acupunctura clássica,

procurou descobrir meios de “influenciar” os pontos de acupunctura e, a partir dos dados recolhidos nas medições nestes pontos, tirar conclusões. Foi bem su-cedido no que toca a exercer uma influência directa e mensurável, através dos pontos de acupunctura, nos processos tóxicos focais do organismo. Conseguiu-o ao estimular electricamente pontos de acupunctura (p. ex. drenagem linfática das tonsilas ou drenagem linfática da área dental-maxilar) e efectuando medi-ções comparativas nos pontos de medição dos órgãos

Michael Thyson

Figura 1: Dr. med. Michael Thy-son, presidente da So-ciedade Médica Alemã de EAV, fonte: privada.

Figura 2: Reinhold Voll (1909 - 1989), Gostaríamos de agradecer à família de Voll por nos ter autoriza-do a publicar as fotos de Reinhold Voll. (Os Editores)

A Electro-acupuncturasegundo Voll e a Homeopatia

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afectados (p. ex., PM para os vasos linfáticos do mio-cárdio em caso de miocardite, ou PM para a con-dução eléctrica cardiaca em caso de arritmia). Deste modo elucidou a ligação entre as causas que origina-ram a doença e as queixas do doente no seu momen-to presente. Um exemplo, frequentemente citado, é o do paciente que sofria de arritmia paroxística de origem desconhecida, segundo diagnóstico da medi-cina convencional. Através da EAV, a doença pode ser atribuída a uma infecção na raiz de um dente.

2) O Teste da Resposta à Medicação

O modo como o ponteiro se comporta no visor de medição do aparelho, permite tirar conclusões sobre as disfunções e stress dos órgãos individuais (subsis-temas) ou do organismo como um todo. Uma medi-ção instável (Voll chamou-lhe “queda do ponteiro”) indica uma disfunção. A queda do ponteiro (QP) é o principal critério na EAV. O objectivo da EAV é obter um fenómeno de ressonância, por meio da adição de substâncias, essencialmente homeopáticas, ao cir-cuito de medição (“teste de resposta à medicação ou teste de medicamentos”) de modo a observar-se uma medição estável.

A coincidência teve um papel importante no desen-volvimento posterior da EAV. Há registos de que, certa vez, Voll diagnosticou prostatite crónica a um colega e recomendou-lhe tratamento com Echinacea D4. O colega foi ao seu próprio gabinete buscar o medica-mento. Quando voltou, Voll mediu-lhe outra vez os PMs da próstata. O resultado foi um valor estável de 64, em vez do instável 90 medido anteriormente. Voll reparou que o colega, que tinha acabado de voltar, segurava a ampola do medicamento na mão enquan-to repetiam as medições. Quando Voll pediu ao cole-ga para colocar a ampola de lado e repetiu novamen-te as medições, voltou a obter o valor original de 90. Graças à sua clarividência, Voll interpretou a segunda mudança nas leituras de um modo correcto. Esta é a base do chamado “teste da resposta à medicação” ou “teste de ressonância”. Este teste permite tirar con-clusões, orientadas casualmente, sobre a origen das doenças e os respectivos tratamentos específicos. Isto é especialmente verdade para as doenças crónicas, cuja etiologia permanece muitas vezes desconhecida

de acordo com o conhecimento vigente na medici-na convencional. Como consequência, médicos e mesmo médicos-dentista, contribuíram não só para a divulgação da EAV, mas também para o desenvolvi-mento de uma melhor base de sustentação desta.

3) Actualidade

Dos recentes avanços na tecnologia de informação, um desenvolvimento lógico nos últimos anos, foi o armazenamento electrónico dos dados de ressonân-cia e a cedência destes dados ao paciente, como algo tipo “informação terapêutica”. Em contraste com a va-riante clássica, a EAV não administra o medicamento seleccionado, mas sim a imagem electrónica deste. No entanto, uma vez que o propósito deste artigo é explicar os princípios da EAV e suas relações com a homeopatia, este assunto não vai ser aqui examinado com maior detalhe.

Detalhes do Teste de Ressonância

A Figura 2 representa o diagrama do circuito de me-dição de resistências, tal como esta é realizada num dispositivo de electro-acupunctura. O princípio é

Figura 2: Diagrama do Circuito de medição da resistência com um disposi-tivo EAV (segundo [12]).

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igual para um dispositivo EAV. O aparelho é alimen-tado com uma corrente eléctrica constante, de modo que todo o circuito de medição é percorrido por uma corrente eléctrica constante “I”, para uma amplitude alargada de resistências. A corrente flui do pólo po-sitivo, passa pelo sensor de medição e pelo corpo do paciente e vai até ao pólo negativo, através de um eléctrodo de mão. O corpo do paciente simboliza uma resistência “R”. A diferença de potencial entre os pólos positivo e negativo, “U”, é medida e apre-sentada em unidades arbitrárias, isto é, numa escala que vai de 1 a 100.

A atribuição da resistência “R” ao corpo do paciente é apenas uma convenção. Apenas razões metrológi-cas (de medição) e de cálculo, levam a que esta resis-tência seja tratada como uma resistência Ómica pura. Na realidade, esta variável - com a qual a EAV lida - é o resultado de vários factores. Dois desses factores serão abordados de seguida.

A parte principal da resistência medida na EAV é gerada na transição da superfície da pele para a rede vascular subpapilar e subcutânea, isto é, nos décimos de milímetro que formam a epiderme e a camada papilar. Por razões práticas, a resistência dos vasos bons condutores é desprezável. Isto sig-nifica que o comportamento eléctrico dentro dos 2-3 mm2 dos pontos EAV é determinado por três factores essenciais: a distância entre a rede vas-cular e a superfície da pele, a densidade da rede vascular e o estado de fluidez dentro dos capilares externos. A aplicação de um campo eléctrico a um corpo biológico, envolve fenómenos físicos que podem ser resumidos ao “comportamento de um dípolo eléctrico num líquido viscoso”. O mecanismo de regulação do corpo cria um campo eléctrico, que o corpo opõe a “esses movimentos” do dípolo e cujo potencial é o simétrico do potencial aplicado.

Durante o teste de ressonância/teste da resposta à medicação, vão sendo colocadas substâncias home-opáticas (medicamentos homeopáticos) no chamado “favo” (Figura 3), que está ligado ao eléctrodo de mão e ao pólo negativo do dispositivo EAV.

Em muitos casos a substância pode estar encerrada numa ampola. Agora o terapeuta pode fazer duas coisas: primeiro, procurar pontos de acupunctura que possam estar relacionados com doenças ou desordens funcionais, usando o sensor de medição2 e em segun-do lugar, introduzir sistematicamente substâncias no circuito de medição. Isto conduz à selecção do me-dicamento apropriado para o tratamento (idealmente um só medicamento). Cabe pois ao terapeuta selec-cionar os medicamentos possíveis, fazendo séries de medições subsequentes, isto é, correlacionando com testes noutros pontos, ou seleccionar um medicamen-to apropriado com base na sua própria experiência. Quando o medicamento seleccionado é o apropria-do, verifica-se um efeito que foi confirmado vezes sem contas desde que Voll o observou pela primeira vez: as alterações patológicas nos valores medidos podem ser compensadas introduzindo no favo uma ampola do medicamento apropriado.

Até ao momento, a explicação para este efeito obser-vado ainda não foi clarificada, havendo uma gran-de especulação à sua volta. Críticos veementes su-gerem que o terapeuta altera, involuntariamente, a

2 Em [15], Voll publicou uma revisão dos pontos de medição (PM) em elec-tro-acupunctura, relativa às mãos e aos pés.

Figura 3: Diagrama do Aparelho EAV com o favo (segundo [12]).

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localização ou a pressão exercida com o eléctrodo de ponta na superfície da pele. Esta opinião pode ser contra-argumentada com o facto de que o manusea-mento do eléctrodo de ponta é muito mais uma ques-tão de perícia individual - tal como o é a percussão com o martelo no teste de reflexo ou a palpação da região do hipogastro – do que qualquer outra coisa. Adicionalmente, já Werner ([17]) mostrou a relação funcional entre a pressão de aplicação e a defexão do ponteiro.

Críticos menos veementes aceitam a interpretação daquele fenómeno como sendo o resultado de aco-plamento electromagnético ou contacto psico-social entre o paciente e o terapeuta. Os defensores desta teoria chegaram à conclusão, ainda não sancionada cientificamente, que se dá uma transferência de infor-mação por via electromagnética, sem que haja trans-ferência concomitante de substância.

Revisão bibliográfica estruturada

Existe bibliografia abundante sobre acupunctura, sobre electro-acupunctura (EAP), sobre homeopatia combinada com acupunctura etc. De modo algum, pode ser propósito deste artigo dar ao leitor uma visão completa. Consequentemente, apresentamos mais uma selecção (ver quadro), a qual deve capaci-tar o leitor a encontrar a bibliografia específica do seu interesse, relativa aos seguintes itens:

estabelece uma conexão tradicional com a medi-cina chinesa;discute exemplos práticos de terapias relacionadas com EAV; sugere vias para provar a eficácia da EAV, através de métodos científicos;discute sinais electromagnéticos e corpos biológi-cos;abrange a abordagem homeopática utilizando a acupunctura, e faz a apresentação da EAV de um ponto de vista prático.

Na medida em que, na era de Internet, se foi tornando cada vez mais fácil pesquisar as últimas publicações, este artigo dá prioridade a alguns trabalhos clássicos marcantes, em detrimento dos títulos mais recentes. Até mesmo os artigos ultra-recentes, em breve, esta-rão ultrapassados.

Figura 4: Relação entre a Pressão aplicada e a Medição (segundor [17]).

Uma monografia antiga, da autoria do dentista H. J. Arnold ([ 1]), relaciona a acupunctura clás-sica e as peculariedades desta na Alemanha. São dados dois exemplos ilustrativos de todos os estágios do trabalho prático de um terapeuta de EAV [ 6] e [ 8]. O biofísico Roeland van Wijk (Universidade de Utrecht, Holanda) publica em [16], um extenso estudo baseado em ensaios cegos, no qual ten-ta clarificar a relação causal entre os resultados obtidos através das medições, os ensaios com as ampolas fechadas, a própria pessoa e a pessoa que efectua as medições. Concluiu o cientista que o terapeuta, nomeadamente pelo seu con-tacto individual com a pessoa objecto das me-dições, converte-se numa espécie de medium, durante a sua procura do medicamento adequa-do. Este resultado pode ser alvo de ridículo por parte de algumas pessoas; no entanto, tem de ser tomado em conta que este estudo científico experimental teve como objectivo revelar factos básicos. Por isso, o autor enumera, no final do livro, uma série de “ Recommendations for fur-ther research”(Recomendações para pesquisas futuras).

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Metodologia dos Praticantes e outras questões

A electro-acupunctura segundo Voll (EAV) é um mé-todo que não pode ser, nem aprendido através de es-tudos à distância nem à pressa. Requer uma formação detalhada, baseada obviamente no conhecimento médico universitário vigente e na experiência clínica. Adicionalmente, requer conhecimentos de homeopa-tia e acupunctura. O praticante de EAV tem de ter um interesse permanente em aprender. Este método requer prática, conhecimento e vontade, indo ao en-contro da complexidade da visão holística.

A EAV mostra o seu maior sucesso no diagnóstico e terapia das doenças crónicas. Frequentemente ob-têm-se com a sua ajuda melhorias visíveis e mesmo curas de queixas que se arrastaram durante anos, ou mesmo décadas, e foram resistentes a outras aborda-gens terapêuticas. Como é que isto é possível? A EAV aceita, como é hábito, o princípio da multi-causalidade associada às origens das doenças crónicas. Isto significa que é necessário ter em conta vários factores quando se analisa a origem de distúrbios e stress que afectam um ser humano. Uma multiplicidade de “factores de

distúrbio” têm de ser considerada, incluindo factores genéticos, factores ambientais ingeridos ou inalados, stress devido a efeitos tóxicos de vacinas e/ou infec-ções. Tudo isto pode ter impacto no sistema imuni-tário. Esta lista de factores é complementada com os contributos da área da estomatologia e, naturalmente, também por outros factores de origem psíquica. A EAV ajuda a responder às seguintes três questões:

O que é que perturba, o que é que stressa uma pessoa doente?Qual o órgão ou subsistema que é afectado pelo efeito perturbador de cada um dos factores? Quanto é que os vários factores interferem entre si? Existe uma espécie de “hierarquia” para os factores de distúrbio?

A última questão é de especial importância quando se tem de calendarizar medidas urgentes.Vamos dar um exemplo prático que requer uma abor-dagem a vários níveis:

Um paciente com dores de cabeça, requer uma imediata extracção de um dente causador de dis-túrbios, ou haverá aqui um outro distúrbio mais importante, como por exemplo, um stress herpeti-forme ou vacino-tóxico? Pode a extracção dental ser evitada, se a adminis-tração dos medicamentos isopáticos/homeopáticos – cuja eficácia individual pôde ser verificada por EAV – for bem sucedida, na redução ou mesmo eliminação, dos outros dois distúrbios? É necessário remover imediatamente a amálgama da cavidade oral se o exame revelar intolerância individual do paciente? Pode haver outros factores cujo contributo para o distúrbio seja ainda mais importante. Neste caso, mesmo uma descontami-nação onerosa da amálgama pode não ter efeito algum.

Com a EAV, é normalmente possível responder a es-tas questões de forma fiável. No entanto, o médico ou o médico dentista com experiência em EAV, tem muitas vezes de “ ter a ousadia de ir” para além da sua área de especialização. Isto é exactamente o que caracteriza a EAV – o facto de que requer um modo de pensar e de agir interdisciplinar.

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Em [12] e [13] é dada uma interessante visão global da EAV, incluindo os conhecimentos mais recentes. Para além disto, [12] é apresenta-do de uma forma didáctica.O médico Kurt Beisch e o físico Dietrich Bloess usam um método directo para estabelecerem a correlação entre a condição do paciente e os resultados obtidos no teste dos medicamentos. Em [ 3], eles documentam de forma impressio-nante, a anamnese, a realização dos testes por EAV e os resultados terapêuticos, obtidos em 12 casos. A questão da EAV ser adequada para provar a eficácia das potências homeopáticas é apresen-tada no mais recente artigo de Friedrich Begher ([ 4]). Considerações sobre a Física do corpo biológi-co, na presença e na ausência de campos eléc-tricos e magnéticos, estão patentes, por exem-plo, em [14] e [ 2].

Quadro 1: Bibliografia sobre EAV.

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Outra condição essencial para a aplicação da EAV é a aceitação de um modo de pensar sistemático, in-ter-relacionante, um modo de pensar cibernético, isto é, que conceptualize o sistema organismo como um todo que é levado a acções que conduzem à doença, se uma variável é accionada numa posição errada. Partindo das inter-relações com a medicina tradicio-nal chinesa (MTC), Voll descobriu que as chamadas “interacções energéticas”3 podem causar doença, quando são mal direccionadas.

Estudo de Casos

O nosso primeiro exemplo mostra, claramente, que não se trata de acreditar, ou não, na homeopatia.

3 Estas são conexões de certos órgãos e secções de órgãos uns com os ou-tros, bem como conexões com certos dentes e alvéolos dentais.

Outro caso descreve como a qualidade de vida é me-lhorada quando se elimina a dor crónica.

Estudo de Caso No. �: Nevralgia pós-herpética (pós-Zoster)

Um paciente com 69 anos de idade, veio ao meu consultório, inicialmente com o propósito de eu fazer o acompanhamento da esposa doente. Ele tinha trabalhado na indústria química (como Dou-tor) e recusava estritamente as ideias e os métodos homeopáticos “como enganadores”, dizendo-me, no entanto, que a sua esposa “acreditava”.

Além disso, continuava ele, a medicina convencio-nal é igualmente inútil uma vez que depois de ter tido herpes Zoster há cerca de 15 anos atrás, con-tinuava a ter dores intercostais todos os dias (!), no lado direito, exactamente onde a sua manifestação de Zoster tinha sido visível.

Quando eu o questionei novamente, ele reafir-mou a sua atitude relativamente à homeopatia, dizendo: “Não acredito na Homeopatia, porque é impossível que funcione”. De qualquer modo, por sugestão minha, ele concordou em fazer uma experiência. Prescrevi-lhe o nosodo Herpes Zoster, em D12, ampolas, para administração oral uma vez por semana. Adicionalmente tomou o Dr. Re-ckeweg® R68, 15 gotas, 3 vezes ao dia, como me-dicação secundária e de drenagem. Cerca de uma

semana depois, o paciente telefonou-me e disse-me o seguinte (citação”): ‘Dr. T., o Sr. destruiu a minha visão do mundo! As dores que me fizeram sofrer todos os dias, durante anos, desapareceram totalmente em apenas uma semana. Será que realmente isto se deve a estes dois medicamentos homeopáticos?”

Optei pelo Dr. Reckeweg® R68 em detrimento de um outro que era apropriado, do ponto de vista te-órico: o Dr. Reckeweg® R69. O Dr. Reckeweg® R68 era mais adequado, segundo a EAV, tendo provoca-do o fenómeno de ressonância ideal com os pontos

de medição ND, o Vaso da Degeneração Nervosa, se-gundo Voll. Para além dis-to, o Dr. Reckeweg® R68 contém dois componentes muito bem conseguidos para o Zoster, o Mezereum e o Rhus toxicodendron, segundo Gawlik (Gawlik, W: Homöopathie und kon-ventionelle Therapie, Hip-pokrates, Stuttgart, 1968),.

Estudo de Caso No. 2: Dor de cabeça crónica - Enxaqueca

Um estudante de Administração de Empresas, de 27 anos de idade, veio à minha consulta. Queixa-va-se de ter dores de cabeça diariamente, desde há cinco anos. Exames e tratamentos médicos da res-ponsabilidade de um clínico geral e de um neuro-logista não foram bem sucedidos. Foi-lhe aconse-lhado que tomasse aspirina, caso fosse necessário. Necessidade significa aqui que, durante os últimos 5 anos, ele tomou para cima de 8 comprimidos por dia, uma vez que o alívio provocado pela aspirina durava pouco tempo.

Indagações posteriores, mostraram que sofria tam-bém de rinite alérgica sazonal, tinha dores no peito,

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Conexão com a Homeopatia

A ligação entre a EAV e a Homeopatia pode ser de-monstrada de várias formas. Desde logo, no teste da resposta à medicação, várias potências dos medica-mentos homeopáticos mostraram repetidamente bons resultados. Ao invés, isto induziu muitos autores a usarem a EAV como meio de provarem a eficácia da homeopatia. (ver [7], [9], [10], [11]).

Em segundo lugar, tal como foi já referido num fas-cículo anterior deste jornal, mesmo no início da ho-meopatia houve tentativas de optimizar e verificar a validade da selecção do medicamento, estabelecen-do a relação entre pontos localizados na superfície do corpo e medicamentos homeopáticos. Estes eram os chamados pontos de pressão, segundo Weihe e fo-ram propostos muito antes da EAV ter emergido. No entanto, está largamente espalhada a ideia de que a teoria dos pontos de pressão, segundo Weihe, parece ser a precursora da EAV.

Podemos agora perguntar-nos se as duas disciplinas, Homeopatia e EAV, são diferentes projecções do mesmo princípio geral sobre a realidade terapêutica. Na verdade, nós não podemos resolver esta questão, neste momento. No entanto, ela representa um in-teressante aspecto adicional, dentro da procura de um método efectivo, para o tratamento do organismo como um todo.

Conclusão

Tal como mostramos neste artigo, a EAV é um método terapêutico que se continua a praticar e que está for-temente relacionado com a homeopatia. Vimos que a EAV é um método terapêutico caracterizado pela sua independência ao nível do diagnóstico, bem como da terapêutica. Por outro lado, uma vez que analisa as causas das doenças crónicas, é muito interessante nas abordagens multidisciplinares. Este artigo propor-cionou ao leitor uma revisão da história e do “estado actual” da EAV. Foram referidos aspectos que apon-tam para uma inter-relação estreita entre a homeopa-tia e a EAV.

tipo facada, desde há dois anos, suores nocturnos e diarreia recorrente durante aproximadamente 3 anos, para além da ocorrência de herpes simplex, cada vez mais frequente.

Através da EAV, e com o propósito de averiguar a pluricausalidade, descobri os seguintes factores in-terferentes: vírus Epstein-Barr, vírus herpes simplex 1 e 2, Salmonella typhimurium e Borrelia (picada de carraça tinha sido referida na anamenese, mas não foi observada nenhuma lesão cutânea).

Foram então prescritos nosodos, administrados nas potências determinadas por EAV. Adicionalmente, foram administradas as preparações orgânicas Pia mater encephali e Articulatio temporomandibula-re. O paciente tinha uma disfunção na articula-

ção temporo-mandibular, constatável pela crepitação produzida e confirmada no exame clínico. De acordo com os resultados da EAV, prescrevi o Dr. Reckeweg® R16 como medicamento de drenagem (20 gotas, 3 vezes ao dia), bem como Carduus marianus e Carbo vegetabilis como medica-mentos secundários.

Três meses mais tarde este paciente veio a uma se-gunda consulta. Disse-me que as dores de cabeça tinham melhorado muito, que as queixas intesti-nais tinham diminuído e que as dores no peito, tipo facada, se tinham tornado menos frequentes. Prescrevi então outra terapia com potências ligei-ramente diferentes dos medicamentos homeopáti-cos acima referidos, para 10 meses.

Depois deste segundo ciclo obtiveram-se os se-guintes resultados terapêuticos: Grande melhoria nas dores de cabeça. O paciente não toma um único comprimido para as dores de cabeça há várias semanas. Não sentiu mais qual-quer dor, tipo facada, na zona do coração e não teve mais diarreia.

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Nome Dr. med. Michael ThysonDirecção Kaiserslauterer Straße 16 D- 67098 Bad DürkheimPaís DeutschlandTelefone +49(0)6322 - 660 44e-Mail [email protected]

Contudo, não podemos afirmar se será possível que a EAV (bem como a Homeopatia), sejam generalizada-mente aceites, e quando será esse o caso. Para além disto, outros desenvolvimentos recentes, como é o caso da acupunctura clássica, têm mostrado que isso não é inteiramente improvável, uma vez que para certas indicações, a acupunctura clássica já foi inte-grada na medicina “convencional”.

Em sentido lato, a EAV foi recentemente admitida nas ciências médicas. Referimo-nos a [5], uma disserta-ção médica que contém um estudo do ritmo circa-diano por EAV, e aborda o Relógio dos Órgãos chinês. Os resultados obtidos sobre o ritmo circadiano não provam a existência do Relógio dos Órgãos chinês. No entanto, é suficientemente surpreendente que a EAV tenha sido empregue como método de medi-ção. Mesmo que a EAV seja descrita nesta tese com algum cepticismo, é notável que este método tenha sido considerado apropriado para a investigação de um problema académico. É desejável que a pesquisa científica prossiga e investigue o fenómeno EAV.

Referências Bibliográficas

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A Electro-acupuncturasegundo Voll e a Homeopatia

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Ulrike Weiss

Introdução

O Princípio da similitude, uma das bases essenciais da homeopatia, diz-nos que uma doença é tratada com um remédio cujo quadro far-macológico é “similar” aos sinto-mas da doença. Na isopatia, este princípio foi modificado sendo a doença tratada com um remédio “igual” aos sintomas (Aequalia aequalibus curentur). Neste caso “igual” significa material presente na doença ou pa-tológico, tal como sangue, pus, organismos patogé-nicos, etc., ou produtos de componentes endógenos, tal como células de órgão, ou secreções, ou excre-ções, produzidas pelo corpo. Estas substâncias são designadas na generalidade por “nosodos”1 e estes são administrados como preparações homeopáticas. Hahnemann (ver [ 3]) nunca aceitou este princípio. Hahnemann estudou o método isopático e chegou à conclusão de que o nosodo é convertido por po-tenciação, de uma substância igual numa substância similar, isto é num similium. Consequentemente, a isopatia desenvolveu-se essencialmente em França e países anglo-saxónicos, e menos na Alemanha. (ver [ 1], [ 2], [ 7], [ 9], [10],[12], [13]).

Os nosodos obtidos a partir do próprio sangue do paciente têm um estatuto especial. Como remédios individualizados, por excelência, eles não estão dis-poníveis no meio farmacêutico comercial comum. Em vez disso, têm de ser preparados individualmen-te para cada paciente. Os nosodos auto-hémicos são preparados segundo a metodologia desenvolvida pela pediatra Hedwig Imhäuser, com diferenças relevantes em relação às directrizes da Farmacopeia Homeo-pática. Este artigo faz uma descrição detalhada da preparação, aplicação e distribuição destes nosodos auto-hémicos na farmácia alemã, e traça ainda o qua-dro da situação legal.

1 Nosode do grego ‘nosos’ = doença

O Nosodo Auto-Hémico segundo Imhäuser

No final da passada década de 70, um pediatra cujo consultório se localizava próximo da nossa farmácia, solicitou-nos a preparação de potências homeopá-ticas de sangue dos seus pequenos pacientes. Este médico tinha lido os artigos da sua colega Imhäuser, que trabalhava então como pediatra homeopática em Arnsberg (norte da Alemanha). Ele conhecia a perso-nalidade de Imhäuser e apreciava as suas participa-ções nos congressos. Imhäuser descreve, com deta-lhe, as suas experiências com potências homeopáticas para aplicação oral, na publicação “Homöopathie in der Kinderheilkunde” (“Homeopatia em Pediatria”, [ 6]). Em 1981, no “Zeitschrift für Klassische Homöo-pathie”, (“Jornal da Homeopatia Clássica”,[ 5]), ela reporta quase 1000 casos, nos quais a administração de nosodos como medicação única ou combinados com remédios homeopáticos, produziu resultados te-rapêuticos notáveis.

O tratamento com o pró-prio sangue foi introduzi-do na medicina tradicio-nal no início do século 20 e continua a praticar-se. Uma pequena quan-tidade de sangue é reti-rada da veia braquial e reinjectada no músculo do paciente. Como te-rapia inespecífica de estimulação, a auto-he-moterapia produz uma alteração do estado de reacção, expresso como

um aumento de anti-corpos no sangue e aumento da resistência do organismo (ver [ 8]).

No entanto, o tratamento com preparações auto-he-moterápicas para aplicação oral é muito mais fácil e apresenta menos complicações. As áreas de apli-cação são idênticas. Em caso de desordens imuno-lógicas ou hiperergia/reacção alérgica excessiva, o objectivo é provocar uma estimulação que produza

Alguns Aspectos da Auto-hemoterapia,um ponto de vista Farmacêutico

Imagem:Farmacêutica Ulrike Weiss

Figura 1: Hedwig Imhäuser (1903 - 1988); Fonte: privadaGostaríamos de agradecer à Dra. Sartory, sobrinha de Dra. Imhäuser, pela cedência da fotografia. (Os Editores)

Alguns aspectos da Auto-Hemoterapia,um ponto de vista farmacêutico

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uma reacção normérgica. No final da década de 50 do século passado, Imhäuser preconizou a utilização do sangue do próprio paciente como nosodo. Desde então, o método de preparação por incrementos cen-tesimais desenvolvido por ela, é chamado “nosodo auto-hémico ou nosodo sanguíneo autólogo, segun-do Imhäuser”.

Resultados da Prática

Nas últimas décadas, a preparação de nosodos auto-hémicos tornou-se uma das actividades mais impor-tantes da nossa farmácia. Neste momento prepara-mos estas formulações de acordo com as prescrições de diversos pediatras. Um questionário respondido pelos pediatras a meu pedido, revelou-nos resultados surpreendentes. Aparte as indicações conhecidas, nas quais se incluem alergias, especialmente rinite alér-gica, asma e eczema, o inquérito revelou sucessos terapêuticos impressionantes em verrugas e abcessos crónicos em raízes dentais, surgidos em resultado de queda. A percentagem de abcessos curados sobe até 100. No caso das verrugas, a aplicação de nosodos auto-hémicos levou a 75% de curas. As prescrições pediátricas referem “verruga” como única indica-ção. Enquanto Imhäuser obteve sucesso essencial-mente no tratamento de verrugas nas solas dos pés, os pediatras alcançaram muito bons resultados com potências auto-hemoterápicas em todos os tipos de

verrugas mesmo nos dedos ou em qualquer outra parte do corpo. Eu tive a oportunidade de observar um destes pacientes, um rapaz de sete anos de idade, do meu círculo de amigos, cujas verrugas localizadas nos dedos desapareceram, depois de seis semanas de aplicação do nosodo auto-hémico preparado na nos-sa farmácia. A aplicação de nosodos auto-hémicos tem uma taxa de sucesso de 50% em casos de aftas e herpes labial, sendo os melhores resultados obtidos na faixa etária dos três aos seis anos. Os pediatras prescritores têm anos de experiência com os nosodos auto-hémicos: Pediatra A - 29 anos; Pediatra B - 20 anos, Pediatra C - 15 anos e o Pediatra D - 10 anos. A faixa etária dos pacientes vai desde a infância até à juventude e inclui mesmo alguns adultos. A Tabela 1 mostra os resultados terapêuticos obtidos.

Na Tabela 2 são referidas as dosagens recomendadas. Estas podem também ser combinadas. Por exemplo, o pediatra A recomenda a dosagem seguinte em caso de neurodermatite: 5 gotas de C7 por dia, de manhã, durante 6 semanas, passando a C9, apenas uma vez por semana, durante 6 semanas e depois a C12 du-rante 6 semanas.

Principais Indicações das Potências Auto-hémicas (ver [ �])

Infecções recorrentes (rinite, anginas, otites, bronquites).Infecções em sentido estrito (escarlatina, saram-po, papeira, varicela, tosse convulsa).Doenças do trato gastro-intestinal (diarreia, obs-tipação, cólicas umbilicais).Doenças alérgicas (asma, rinite alérgica, ecze-ma, urticária).Doenças de pele não alérgicas (piodermia, ab-cessos, verrugas, acne, neurodermatites)Neuropatias (encefalite, meningite)Doenças reumáticas inflamatórias; igualmente muito bem documentado (ver [14])

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Indicação Convales-cença

Recupera-ção

Semacção Dose

Rinite alérgica

Médico A 3% 50% 47% (a)

Médico B 3-5% 90% 5% (a)

Médica C 10% 85% 5% (a)

Alergias em geral

Médico A 3-5% 85% 10% (a)

Asma alérgica

Médico A 50% 50% (a)

Médica C 50% 50% (a)

Akne na puberdade

Médico A 50% 50% (a)

Verrugas

Médico D 70% 5% 25% (b)

Aftas

Médica C 50% 50% (a)

Herpes labial/Criança

Médica C 50% 50% (a)

Abcesso crónico da raíz do dente

Médica C 100% (a)

Tabela1: Balanço de sucesso com os nosodos auto-hémicos como terapia única

Quadro 1

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Dose (a)

Potência (1) Aguda; (2) PreventivoC7 (1) 1x por dia 5 gotas / durante 1 semana

(2) 1x por semana 5 gotas / durante 6 semanas

C9 (1) 1x por dia 5 gotas / durante 1 semana(2) 1x por semana 5 gotas / durante 6 semanas

C12 (1) 1x por dia 5 gotas / durante 1 semana(2) 1x por semana 5 gotas / durante 6 semanas

Dose (b)

Potência AgudaC5 1x por dia 5 gotas de manhã / durante 4

semanas

C7 1x por dia 5 gotas de manhã / durante 4 semanas

C12 1x por dia 5 gotas de manhã / durante 4 semanas

Tabela 2: Dosagem aconselhada

Quadro 2: Método 44 – Obtenção de tinturas-mãe e diluições (nosodos)

É notável que depois da administração de sangue potenciado, a maioria das crianças tenha reacções incomuns, tais como formigação, prurido, respiração pesada ou inchaço das pálpebras (ver [12]). Em caso de respostas demasiado severas, deve ser administra-da a potência seguinte à inicial. Em casos agudos, o sangue deve ser colhido durante uma exacerbação aguda, como por exemplo, numa manifestação agu-da de rinite alérgica. Para prevenir a rinite alérgica, começa-se já a toma no final do Inverno com o san-gue recolhido nesta época do ano.

Para além disto, os nosodos auto-hémicos são usados como “agente de estimulação” ou “abridor de porta”, se os remédios homeopáticos apropriadamente selec-cionados não provocam uma resposta. Trata-se de um papel idêntico ao sulphur na homeopatia. O pediatra A emprega muitas vezes, e com muito sucesso, os nosodos auto-hemoterápicos, em variadas formas de asma alérgica ou no tratamento de eczemas.

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Preparação do Nosodo Auto-Hémico

O sangue do paciente (normalmente sangue capilar) é a substância base para estes nosodos. Na sua práti-ca, o médico colhe o sangue da área lateral da ponta do dedo ou da orelha, ou possivelmente de uma veia do paciente. Adiciona-se a gota recolhida numa am-pola que contém 99 gotas de álcool. Nós entregamos estas ampolas aos médicos para a preparação da po-tência C1.

Seguindo as instruções de Imhäuser, diluímos o volu-me na proporção de 1:100. Tal como acima referimos, usamos as gotas como unidade de medida. O álcool usado é o álcool etílico a 30% (em massa). Pelo con-trolo que fazemos, podemos dizer que a massa de 99 gramas é exactamente 3 gramas.

Obtemos prontamente a potência C1 preparada pelo médico. Cada potência é firmemente batida num su-porte 20 vezes (comentário do pediatra A: “tem de luzir”), Imhäuser agitava quinze vezes (ver [ 5]).

Inicialmente, a potência C1 que nos é entregue é agi-tada. Recolhe-se, de seguida, uma gota desta potência e adiciona-se, numa outra ampola com 99 gotas de álcool, para preparação da potência C2. Procedemos desta forma até obtermos a potência prescrita. Para a dispensa de determinadas potências (normalmente C7, C9 e C12) necessitamos de quantidades maio-res do que para as etapas intermédias com 3 gramas cada. Para uma ampola de 10 ml, usamos 9 gramas de álcool e 3 gotas da diluição (potência imediatamente mais abaixo da pretendida), consequentemente para 20 ml utilizamos 18 gramas de álcool e 6 gotas (ver [13]). Este procedimento não é exactamente o que consta no método 44 da Farmacopeia Homeopática Alemã HAB (ver Quadro 2) mas, na prática, provou ser bem sucedido.

As potências para dispensa ao paciente (no caso: C7, C9 e C12) são agitadas em ampolas de 20 ml e depois acondicionadas em ampolas de 10 ml. Estas são fi-nalmente etiquetadas com marcadores coloridos para identificação.

Aspectos Legais

Dado o aumento de problemas trazido pela SIDA, foram promulgadas novas exigências legais, no fi-nal dos anos 80. De acordo com estas exigências, as preparações de sangue só podem ser produzidas por pessoas que tenham uma licença especial, para a qual é necessário trabalhando na indústria - farma-cêutica durante um período de tempo específico. As preparações de nosodos auto hémicos nas farmácias já não são autorizadas. Actualmente, segundo lite-ratura recente, o estatuto legal do processo é ainda incerto. A discussão centra-se na questão de saber se a preparação de nosodos auto hémicos é comparável à produção de unidades de sangue ou fracções de plasma. Em [11], Schmidt argumenta que a secção 13 da Lei do Medicamento não se refere a fórmulas individuais de nosodos auto-hémicos preparadas em farmácias. Hirt et al. ([ 4]), com base nas directrizes da Farmacopeia sobre as pré-condições de prepara-ção, o procedimento de preparação em si mesmo e a obrigação de etiquetar e documentar, considera que é apropriado e tecnicamente justificável que a prepa-ração de nosodos auto hémicos, seja feita de acordo com o método de preparação estipulada em H5.4 e em parte de acordo com uma modificação apropria-da do método 44 e não de acordo com a secção 13 da Lei do Medicamento.

Conclusão

Uma vez que nos tempos que correm, a cura é mais praticada como uma técnica do que como uma arte, a utilização orientada de nosodos auto hémicos pode ser apropriadamente caracterizada como a arte da cura. Especialmente com crianças, sucessos espanto-sos tem sido repetidamente referidos. Os tratamentos aplicados por pediatras experientes referidos neste artigo, são disso exemplo.

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Quadro 3: Secção 13 da Lei do Medicamento – Autorização de manufactura

Section �� - Manufacturing authorisation

(1) Any person wishing to manufacture medicinal products within the meaning of Section 2 sub-section 1 or sub-section 2 no. 1, test sera, test an-tigens or active substances, which are of human, animal or microbial origin or are manufactured using genetic engineering, as well as other sub-stances of human origin intended for the manu-facture of medicinal products on a commercial or professional basis for the purpose of dispensing to others, shall require an authorisation by the competent authority. The same shall also apply to legal persons, nonincorporated associations and companies established under civil law which manufacture medicinal products for distribution to their members. Distribution to others, in the meaning of the first sentence, shall exist if the person manufacturing the medicinal product is not the same as the person using it. Sentence 1 shall not apply to tissues within the meaning of Section 1a no. 4 of the Transplantation Act nor to tissue preparations for which an authorisation pursuant to Section 20c is to be granted.

(2) The following shall not require an authorisation as defined in sub-section 1:

1. the owner of a pharmacy manufacturing medicinal products within the scope of the normal operation of a pharmacy,

2. the body responsible for a hospital, in so far as it is authorised to distribute medicinal products pursuant to the Law on Pharmacies,

3. the veterinarian operating a veterinary prac-tice dispensary for:a) the decanting, packaging or labelling

of medicinal products, without altering them,

b) the manufacture of medicinal products which contain substances or preparations from substances released exclusively for trade outside of pharmacies,

c) the manufacture of homeopathic me-dicinal products which, in so far as they are intended for administration to food-producing animals, contain only active substances listed in Annex II of Regulation (EEC) No. 2377/90,

d) the preparation of medicinal products from a finished medicinal product and medically non-active constituents,

e) the mixing of finished medicinal product for the immobilisation of zoo, wild and reserve animals, in so far as these activities are undertaken for the animals in his care,

4. the wholesaler decanting, packaging or labelling medicinal products without altering them, provided the packages con-cerned are not intended for direct distribu-tion to the consumer, 5. the retailer who, in possession of the expert knowledge defined in Section 50, decants, packages or labels medicinal products without al-tering them for direct distribution to the consumer, 6. the manufacturer of active substances which are intended for use in the manufacture of medicinal products which are manufactured using a procedure described in the homeopathic section of the Pharmacopoeia. The exceptions speci-fied in sentence 1 shall not apply to the manufacture of blood preparations, sera, vaccines, allergens, test sera, test antigens and radiopharmaceuticals. (2a) The owner of a hospital pharmacy or a pharmacy which supplies hospitals shall also not require an authorisation pursuant to sub-section 1 for the manufacture of medicinal products for clinical trials in humans, if the decanting, packaging or labelling of medicinal products which are authorised in a Member State of the European Union is concerned, and such medicinal products are intended for use in facilities supplied by these pharmacies.

(3) An authorisation issued pursuant to sub-section 1 concerning the decanting of liquefied medical gases into the delivery receptacle of a tanker truck also covers the decanting of liquefied medi-cal gases, without altering them, from a delivery receptacle of a tanker truck into containers installed at a hospital or on the premises of other consumers.

(4) The decision on the granting of the authorisation shall be reached by the competent authority of the federal Land where the factory site is situated or is to be situated. As far as blood products, tis-sue preparations, sera, vaccines, allergens, gene transfer medicinal products, somatic cell therapy products, xenogenic cell therapy products, me-dicinal products manufactured using genetic engineering as well as active substances and other substances intended for the manufacture of me-dicinal products and which are of human, animal or microbial origin or are manufactured using ge-netic engineering are concerned, the decision on the authorisation shall be reached in consultation with the competent higher federal authority.

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Reckeweg-Journal 0�/2009Alguns Aspectos da Auto-hemoterapia,um ponto de vista Farmacêutico, Revisão bibliográfica

Nome Apothekerin Ulrike WeissDirecção Apotheke am Eugensplatz, Haußmannstr. 1, D-70188 StuttgartPaís DeutschlandTelefone +49 (711) 24 05 75 e-Mail [email protected]

Referências bibliográficas

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No seu livro “Looking for Spinosa” (Ao Encon-tro de Espinosa), Antonio Damasio1, um neurolo-gista conhecido pelas suas pesquisas na área do cérebro, desafia todo o corpo da medicina con-vencional com um novo paradigma. Assim consta numa sinopse do livro de Damásio.

Podemo-nos perguntar o que é que o paradigma actual da medicina tem

a ver com Espinosa, um filósofo holandês de origem judaica, que desde cedo ganhou a vida polindo len-tes e é considerado um dos fundadores do moderno criticismo bíblico. Será que o autor constrói uma re-lação ficcional para dar às suas ideias - que de algu-ma forma divergem do pensamento dominante - um toque especial?

Permitam-me começar com uma descrição da estru-tura e índice do livro. Em sete capítulos e num to-tal de cerca de 300 páginas2, incluindo um extenso apêndice, o leitor é levado numa viagem ao passado. É dada uma visão do mundo na época de Espinosa e das ideias sobre a relação entre o homem e a nature-za que então emergiram.

Por outro lado, o texto vai expondo o conhecimento actual sobre a estrutura e a função do cérebro huma-no e o papel das emoções, dos actos conscientes e a coexistências dos dois, em praticamente todos os

1 Antonio Damasio é um neurologista português, radicado nos EUA, profes-sor de Neurologia e Director do Departamento de Neurologia da Universi-dade de Iowa. É um perito de renome mundial em neurofisiologia, a sua área de pesquisa. Foram-lhe atribuídos vários prémios, entre os quais o prémio Beaumont e, conjuntamente com a esposa, a neurologista Hanna Damasio, o prémio Pessoa. Nota da tradutora: Espinoza é filho de pais portugueses, judeus refugiados na sequência da Inquisição, no séc. XVII, e estabelecidos na Holanda pouco antes do seu nascimento.2 A edição portuguesa do livro tem cerca de 380 páginas. Edição original: Damasio, Antonio: Looking for Spinoza, A Harvest Book/Harcourt, Inc. San Diego, CA 92101, 2003. ISBN:0-15-100557-5

Damásio, António: Ao Encontro de Espinosa, Publicações Europa-Amé-rica, Mem Martins, 2003.ISBN: 9789721052291Dep. Legal nº 201492/03

Revisão bibliográfica

Otto Weingärtner

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Reckeweg-Journal 0�/2009 Revisão bibliográfica

processos que têm lugar durante a existência dos cor-pos biológicos. Nesta exposição, abundam os exem-plos claros apresentados numa linguagem cheia de vida. A ordenação das ideias e a sintaxe demonstram como o autor soube transformar um texto não-épico e não-dramático num texto cativante.

Os processos de pensamento expressos pela metafí-sica de Espinosa, assim como as bases do novo pa-radigma exposto por Damásio, são entrelaçados de um modo subtil e não podem ser assinaladas exclu-sivamente num ou outro capítulo específico. A chave encontra-se num conflito histórico-filosófico entre Descartes e Espinosa. A saber: Espinosa postula Deus como o infinito, existindo necessariamente, subs-tância única e singular do universo. Considera esta substância como a causa primeira de todas as coisas. Espinosa chama ao que o nosso intelecto percebe que constitui a essência desta substância, um atributo; o pensamento (a mente) e a extensão (a matéria) são pois dois atributos. Separando desta forma mente e corpo, Espinosa está de acordo com Descartes. No entanto, tal não acontece relativamente à ideia carte-siana de que mente e matéria são duas substâncias di-ferentes. Espinosa vê a mente e a matéria como duas manifestações da mesma substância. Desta ideia Es-pinosa deduz que não há contradição entre as leis do mundo das ideias e as leis do mundo físico. Pelo con-trário, para cada ideia há um objecto correspondente no mundo físico.

No seu livro, Damásio aplica simplesmente a linha de pensamento de Espinosa sobre a unidade da mente e da matéria (corpo) às condições específicas da vida humana. Consequentemente, para ele a sensação fí-sica de uma dada dor de estômago e a sensação emo-cional do “mal de amor”, na mesma pessoa, não são dois padecimentos independentes, mas antes as ex-pressões de uma mesma unidade. Justificando, desta forma, a linha de pensamento de Espinosa, Damasio coloca a questão mente-corpo numa “casca de noz” e oferece uma solução ao leitor. Para ele, o corpo (num sentido real) e a função mental, formam um só orga-nismo. As interacções complementares mútuas entre os dois ocorrem através de vias químicas e neuroló-gicas. A finalidade principal da actividade do cérebro

é servir de suporte e coordenar a homeostase do or-ganismo. O cérebro assegura assim a sobrevivência e o bem-estar. Os processos de regulação são baseados no aparecimento e manipulação de ideias, durante um processo que apelidamos de mental (mente). A capacidade de perceber objectos e acontecimentos pressupõe imagens mentais, tal como na antecipação e no planeamento. A interface crítica entre as activi-dades do corpo e as vias mentais às quais chamamos ideias, localiza-se em regiões específicas do cérebro, que constroem continuamente essas vias através de circuitos neuronais. É desta forma que Damasio in-terpreta neurofisiologicamente a solução de Espinosa para o dualismo corpo-mente.

Chegados a este ponto, devemos explicar o que tudo isto tem a ver com a Homeopatia. Em última análise o objectivo da “Revisão bibliográfica”, incluída no “Reckeweg-Journal”, é divulgar publicações relacio-nadas com as ideias e os métodos da Homeopatia.

Para os leitores que têm conhecimentos de Homeo-patia, o exemplo de uma causa comum para a dor de estômago e os sintomas de “mal de amor”, demons-tram a afinidade entre o conceito de substância de Espinosa e a visão que a Homeopatia tem da doença. Segundo Hahnemann, só podemos identificar as do-enças pelos seus sintomas, e só o conhecimento de todos os sintomas, isto é, o quadro integral do pacien-te (como um todo), é a chave para determinar qual o medicamento apropriado. A forma como Damasio enuncia o conceito de substância se Spinoza, mostra o que significa ver o ser humano como um todo, por exemplo, não é suficiente criar uma lista de sintomas físicos e outra lista de sintomas emocionais, do pa-ciente, e seleccionar um medicamento para a totali-dade destes sintomas individuais por prioridades. O pensamento de Damásio sobre o conceito de subs-tância de Espinosa mostra-nos que todos os sintomas podem ser expressão do “todo integrado”. Para além disto, ele explica porquê – gostaríamos nós de acres-centar – o todo integrado, em vez de partes individu-ais, tem de ser considerado o objecto do tratamento homeopático.

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Reckeweg-Journal 0�/2009Revisão bibliográfica,News

Acima de tudo, o livro apresenta uma perspectiva que faz com que seja possível ver a homeopatia de um ponto de vista neurofisiológico.

Nome Dr. Otto WeingärtnerDirecção Pharm. Fabrik Dr. Reckeweg & Co. GmbH Berliner Ring 32 - D-64625 Bensheim País DeutschlandTelefone +49 (6251) 1097245 Fax +49 (6251) 1097227e-Mail [email protected]

News

Congressos en Alemanha

�. Zweites Frauenwörther Ganzheitsmedi-zinisches Symposium

Veranstaltungsort: Kloster Frauenwörth, Frauenin-sel, Chiemsee.Veranstalter: Köhler Pharma GmbH & Co. KG, Dr. Reckeweg & Co. GmbH. Termin: Freitag, 22.5.2009 – Sonntag 24.5. 2009 Leitung: Dr. med. Udo Böhm, Dr. med. Benno WölfelReferenten: D. Koch-Kulozik, I. Grote, B. Wölfel, U. Böhm, E. Häringer, W. Ebert, M. HagedornThema: Ganzheitliche Methoden in Diagnos-tik und Behandlung am Beispiel von Altern und Herz-Kreislauferkrankungen. Erfahrene Referenten stellen dabei Konzepte für die Praxis unter Praxis-bedingungen vor. Es besteht die Möglichkeit zur praktischen Anwendung und intensivem Erfahrun-gsaustausch.Anmeldung: Dr. Reckeweg & Co. GmbH; Fax: 06251 / 3342.Unterkünfte/Reservierung: TUI Reisecenter Sin-sheim, Tel. 07261/94670.Gebühren: 150.-- Euro; Assistenzärzte und Thera-peuten in der Ausbildung: 70,-- Euro.

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2. Naturheilkundliche Symposien in historis-chen Räumen

Veranstaltungstermine und Veranstaltungsorte Samstag, 28.3.2009,Schloss Landestrost, 31535 Neustadt, Samstag, 20.6.2009,Kloster Irsee,87660 Irsee,

Samstag, 26.9.2009, Schloss Bensberg,51429 Bergisch Glad-bach.

Veranstalter: Bio-Diagnostik AG, Dr. Reckeweg & Co. GmbH, Köhler Pharma GmbH & Co. KG, Labor Dres. Hauss, Intercell Pharma GmbH.

Leitung: Dr. med. Benno Wölfel.Themen:

Die seelischen Komponenten, anhand der La-borparameterkonstellation der Blut- und Seru-manalyse und der alternativen Labordiagnose.Stuhldiagnostik von A – Z. Mögli-chkeiten, Parameterinterpretation, therapeutische Konsequenzen.Psychische Erkrankungen ursächlich diagnos-tizieren und erfolgreich biologisch behandeln.Chronologie des Körpers, le-ben mit der inneren Uhr.Raus aus der Sucht! Gezeigt am Beis-piel des Nikotinabussus des Alkoholismus und der Esssucht bzw. Magersucht.

Anmeldung: Bio-Diagnostic AG, Fohlenkamp 30, D-58636 Iserlohn, Tel.: 02371 – 919180.Gebühren: 50.-- Euro.

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Aparelho de acupunctura eléctrico

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