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Houve mudanças no perfil das operadoras de planos de saúde após a criação da ANS? Um estudo exploratório Viviane dos Santos Pereira Rio de Janeiro, janeiro de 2010 Nº 01

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Houve mudanças no perfil dasoperadoras de planos de saúde

após a criação da ANS?Um estudo exploratório

Viviane dos Santos Pereira

Rio de Janeiro, janeiro de 2010

Nº 01

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* Este texto é uma versão adaptada do trabalho apresentado ao Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio e Libanês e à Fundação Getúlio Vargas, no curso de especialização em regulação da saúde suplementar realizado em 2007, sob orientação da professora Vanessa S. Chaer Kishima. A autora agradece a Leo, Marlene, André Luiz e Maurício pela paciência, amor e incentivo; a Fernanda Vergínio pela enorme colaboração para que este trabalho se realizasse; e a todos que possibilitaram algum aprendizado sobre o mercado de saúde suplementar, em especial à equipe da DIOPE.

** Analista Administrativo da Diretoria de Normas e Habilitação de Operadoras da ANS.

Houve mudanças no perfil das operadoras de planos de saúde

após a criação da ANS?

Um estudo exploratório *

Viviane dos Santos Pereira **

Rio de Janeiro, janeiro de 2010

TEXTOS PARA DISCUSSÃONº 01

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GOVERNO FEDERAL

MINISTÉRIO DA SAÚDE

AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR – ANS

Autarquia sob o regime especial, vinculada ao Ministério da

Saúde, a ANS tem por finalidade institucional promover a de-

fesa do interesse público na assistência suplementar à saúde,

regular as operadoras setoriais – inclusive quanto às suas re-

lações com prestadores e consumidores – e contribuir para o

desenvolvimento das ações de saúde no País.

Diretor-Presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar

Diretoria de Normas e Habilitação dos Produtos - DIPRO

Fausto Pereira dos Santos

Diretoria de Desenvolvimento Setorial - DIDES

Maurício Ceschin

Diretoria de Fiscalização - DIFIS

Leandro Reis Tavares

Diretoria de Gestão - DIGES

Hésio de Albuquerque Cordeiro

Diretoria de Normas e Habilitação de Operadoras - DIOPE

Alfredo Luiz de Almeida Cardoso

Agência Nacional de Saúde Suplementar - ANS

Avenida Augusto Severo, 84 – Glória

Rio de Janeiro/RJ

CEP 20021-040

Fone: (21) 2105-0000

www.ans.gov.br

Disque-ANS: 0800 701 9656

ouvidoria @ans.gov.br

ISSN: 2176-6444

TEXTOS PARA DISCUSSÃO

Publicação interna cujo objetivo é divulgar estudos, fomentar a

discussão técnico-científica e contribuir para análise da saúde

suplementar no Brasil e no exterior.

As opiniões emitidas nesta publicação são de exclusiva e intei-

ra responsabilidade do(s) autor(es), não exprimindo necessa-

riamente o ponto de vista da diretoria colegiada da ANS. Será

permitida a reprodução dos textos e dos dados contidos, desde

que contextualizada e citada a fonte. Reproduções para fins

comerciais são proibidas.

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SUMÁRIO

PREFÁCIO ___________________________________________________________ 5

APRESENTAÇÃO _______________________________________________________ 7

RESUMO ________________________________________________________________ 9

1. INTRODUÇÃO _________________________________________________________ 11

2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ________________________________________ 11

3. A ATUAÇÃO DA ANS SOBRE O MERCADO DE SAÚDE SUPLEMENTAR _________________ 11

3.1 A criação da ANS _____________________________________________ 11

3.2 Os normativos da ANS __________________________________________ 12

4. PERFIL DAS OPERADORAS QUE DEIXARAM DE ATUAR NO MERCADO ________________ 14

4.1 Avaliação segundo os motivos ____________________________________ 14

4.2 Avaliação segundo as modalidades _________________________________ 21

4.3 Avaliação segundo a região ______________________________________ 28

4.4 Avaliação segundo o porte _______________________________________ 31

5. PERFIL DAS OPERADORAS COM REGISTRO ATIVO JUNTO À ANS ___________________ 33

5.1 Avaliação segundo a região e a modalidade __________________________ 34

5.2 Avaliação segundo o porte _______________________________________ 37

6. NOTAS FINAIS _________________________________________________________ 38

REFERÊNCIAS ___________________________________________________________ 39

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Textos para Discussão nº 01 jan 2010 5

PREFÁCIO

“O caminho tem dois aspectos: o aspecto metódico, que engloba as práticas da compaixão e da tolerância, e o aspecto da sabedoria e do conhecimento, rela-cionado à sagacidade para penetrar na natureza da realidade. A última parte do caminho é o verdadeiro antídoto para eliminar a ignorância”

Dalai-Lama

A rotina diária na construção de trabalhos que aperfeiçoem os processos de concessão de autorizações de funcionamento e de cancelamento de registro para operadoras de planos de saúde, cumprindo prazos, respeitando as peculiaridades de cada segmento, a pouca compreensão do setor dos normativos, a rotatividade de servidores, as limitações das ferramentas colocadas à disposição parecem desafios grandes o suficiente para exigirem tempo e dedicação integral de nossos servidores.

Quando alguns desses servidores conseguem, além de um desempenho opera-cional acima da performance institucional, produzir uma análise conjuntural do se-tor baseado no seu trabalho, conseguimos o ideal do gestor: transformar atividades rotineiras e repetitivas em fonte de conhecimento e, por que não, de prazer!

Nos transpomos para aquela história muito usada em palestras motivacionais de que com a consciência da importância de seu trabalho, o mais simples pedreiro se transforma em um construtor de catedrais. Este trabalho, que aqui apresento, transforma a todos da DIOPE, em especial a Viviane Pereira, em construtores de uma magnífica catedral, um sistema de saúde suplementar mais justo e sintonizado com os desejos da sociedade.

Boa leitura!

Alfredo Luiz de Almeida Cardoso

Diretor de Normas e Habilitação de Operadoras da ANS

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APRESENTAÇÃO

A consolidação do mercado de planos de saúde é uma questão polêmica. Mui-tos gestores de operadoras apontam para uma tendência à concentração do mercado de planos de saúde, atribuindo parte da responsabilidade por esse fenômeno à ação regulatória da ANS, que teria imposto condições desfavoráveis principalmente para as empresas pequenas. Por outro lado, entidades representativas de segmentos desse mercado analisam que o grande número de empresas presentes no mercado – todas com participação menor que 15% dos beneficiários -, a distribuição regional e a variedade de planos de saúde contrariam a tese da concentração. Não existe tam-bém um consenso sobre as consequências dessa concentração para a estabilidade do setor e para a qualidade dos serviços oferecidos aos beneficiários.

Este texto, baseado em trabalho de conclusão do Curso de Especialização em Regulação da Saúde Suplementar, oferecido para a ANS pela Fundação Getulio Var-gas – Eaesp em parceria com o Hospital Sírio e Libanês, representa uma importante contribuição para o debate sobre a alegada indução da concentração do mercado de saúde suplementar proporcionada pela ação regulatória da ANS.

Delineado o cenário onde se insere a pergunta de pesquisa, a autora siste-matiza as ações normativas da ANS, visando garantir o direito do consumidor e o interesse público e deixa claro que as previsões pessimistas quanto ao futuro do mercado de planos de saúde não se concretizaram. Ao contrário, a hipótese do tra-balho é que a ação regulatória promoveu um saneamento do mercado, ainda que tenha provocado um aumento nos custos para as operadoras.

O trabalho realiza um minucioso levantamento de dados do Cadastro de Ope-radoras (Cadop) da ANS relativos às 1.236 empresas que deixaram o mercado no período de abril de 2000 a setembro de 2007, listando os motivos para o cancela-mento dos seus registros.

A análise dos dados levantados permitiu inicialmente revelar que grande par-te das empresas que deixaram o mercado no inicio do período estudado, na verdade, não atendiam aos requisitos mínimos de funcionamento e/ou não estavam de fato atuando no mercado. Nesse contingente eram mais frequentes as operadoras de pequeno porte, chamando a atenção o grande percentual de cancelamentos volun-tários nesse grupo.

Por outro lado, o trabalho evidencia a adequação da ação regulatória, uma vez que grande número dos pedidos de cancelamento está relacionado com a im-possibilidade de as operadoras constituírem as garantias financeiras imprescindíveis para a segurança dos seus clientes.

O trabalho revela claramente um processo de saneamento do Mercado, pari passu ao ajustamento às regras ditadas pela Agência Reguladora. Mais ainda: o sentido desse movimento está dirigido para o aumento da segurança para os que contratam os planos de saúde. Com certeza, isso não é pouco para uma instituição jovem como a ANS.

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Nesse ponto, é necessário atestar a qualidade e o compromisso dos servido-res desta Agência, assim como reconhecer a preocupação da ANS com o constante aprimoramento dos seus colaboradores. O entusiasmo na elaboração e a qualidade dos trabalhos de conclusão do Curso de Especialização reafirmam o êxito dessa ex-periência. Dentre esses, destaca-se o trabalho da especialista Viviane Pereira, orien-tada pela professora Vanessa Chaer Kishima, aqui analisado.

A importância do mercado da saúde suplementar, seja pela grande quanti-dade de beneficiários envolvidos, seja pelo volume impressionante dos recursos mobilizados, exige da ANS um contínuo aperfeiçoamento da sua ação regulatória, sendo essa certamente mais complexa e mais relevante do que nos outros setores de atividade. Esse é também um desafio posto para as instituições de ensino e pesquisa, que precisam produzir o conhecimento necessário para subsidiar o planejamento e a gestão dessa função essencial do Estado.

O bom resultado da parceria entre a ANS e as instituições acadêmicas para a realização do Curso de Especialização em Regulação da Saúde Suplementar e a con-tribuição importante trazida pelos trabalhos elaborados pelos especialistas da Agência representam um importante avanço no sentido de aprimorar o desempenho da ANS e, por consequência, o funcionamento do mercado de saúde suplementar brasileiro.

Álvaro Escrivão Junior

Professor Doutor da FGV-Eaesp, Cooordenador Adjunto do GVsaúde (Centro de Estudos em Planejamento e Gestão em Saúde) e Coordenador do

Curso de Especialização em Regulação da Saúde Suplementar da FGV-Eaesp

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RESUMO

Este Texto para Discussão não representa as opiniões da Diretoria Colegiada da Agência

Nacional de Saúde Suplementar. Não pode, portanto, ser citado e/ou difundido com essa

finalidade. Seu conteúdo é de exclusiva e inteira responsabilidade do(s) autor(es).

Este trabalho descreve o perfil das operadoras que tiveram seus registros jun-to à Agência Nacional de Saúde Suplementar cancelados, e das operadoras que per-maneceram atuando no mercado. Os dados foram extraídos do sistema de Cadastro das Operadoras, utilizado pela Diretoria de Normas e Habilitação das Operadoras, da Agência Nacional de Saúde Suplementar, e para a análise foi considerado o período de abril de 2000 a setembro de 2007, a motivação para os cancelamentos dos regis-tros, as modalidades organizacionais e a distribuição geográfica.

Considerando os dados relativos ao período de sete anos estudados, será viável entender como era o perfil do mercado de saúde suplementar no início da regulação e compará-lo aos dias atuais, onde as ações regulatórias se encontram solidificadas e atuantes.

Palavras-chave: saúde suplementar, planos privados de assistência à saúde, operadoras ativas.

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1 INTRODUÇÃO

Este trabalho visa apresentar um mapa das operadoras de planos privados de assistência à saúde registradas na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), considerando seus portes, modalidades organizacionais e regiões, bem como obje-tiva demonstrar as razões pelas quais, nos últimos sete anos, algumas operadoras deixaram o mercado de saúde suplementar brasileiro.

A escolha deste assunto busca demonstrar como as operadoras de planos privados de assistência à saúde estão organizadas, em termos de distribuição geo-gráfica, porte e modalidade organizacional; assim sendo, não aborda questões que envolvem a discussão a respeito da concentração desse mercado.

Após o levantamento de dados sobre o perfil das operadoras, será possível analisar a quantidade de registros cancelados e seus motivos, além das modalidades organizacionais, portes e regiões também das que continuaram atuando no merca-do, e assim verificar a interferência das ações regulatórias da ANS.

2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Foram levantados dados estatísticos produzidos pela Diretoria de Normas e Habilitação das Operadoras da ANS, e registrados no seu banco de dados, referen-tes ao período de abril de 2000, data do primeiro cancelamento de registro feito pela ANS, a setembro de 2007.

Em síntese, foram organizados dados relativos à quantidade de operado-ras ativas e canceladas, e foram utilizadas as seguintes variáveis para o estudo: modalidade organizacional, região, porte, quantidade de beneficiários, Unidade Federativa (UF), situação cadastral (ativa ou cancelada) e motivo para cancela-mento do registro. Essas variáveis foram comparadas anualmente, considerando o período de abril de 2000 a setembro de 2007, inclusive.

3 A ATUAÇÃO DA ANS SOBRE O MERCADO DE SAÚDE SUPLEMENTAR

3.1 A criação da ANS

De acordo com Lima (2005), a regulação pública dos mercados se constitui de um conjunto de normas e de controles administrativos exercidos por órgãos do Estado que afetam o funcionamento das empresas e dos mercados, intervindo na eficiência econômica e no bem-estar social.

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A partir da necessidade de regular o mercado de saúde suplementar brasi-leiro, é criada a ANS) pela publicação da Lei nº 9.961, em 29 de janeiro de 2000 (ANS, 2000), como órgão de regulação, normatização, controle e fiscalização das atividades que garantam a assistência suplementar à saúde.

De acordo com sua missão, a ANS tem por finalidade promover a defesa do interesse público na assistência suplementar à saúde, regular as operadoras setoriais, inclusive quanto às suas relações com prestadores e consumidores e contribuir para o desenvolvimento das ações de saúde no País.

É interessante frisar que a ANS é criada para regular uma atividade privada já existente, extremamente complexa e em um setor essencial, que é a saúde; além disso, um setor que nunca havia sido objeto de regulação do Estado. Diferente-mente das demais agências reguladoras, pois ela não regularia uma atividade que era exercida por estatais e foi privatizada (Montone, 2004).

3.2 Os normativos da ANS

Exercendo suas atribuições como órgão de normatização, a ANS publica inú-meras normas com a finalidade de regular e fiscalizar o mercado de saúde su-plementar. Porém, para este estudo serão destacadas apenas algumas normas que tiveram impacto no cancelamento de inúmeros registros de operadoras, como por exemplo, a que define os procedimentos para obtenção de autorização de funcio-namento; a desconsideração das operações com cartão de desconto como operação de plano de assistência à saúde; e a que dispõe sobre a forma de constituição das garantias financeiras decorrentes da operação de planos de saúde.

Inicialmente convém citar a Resolução de Diretoria Colegiada – RDC nº 39/00 (ANS, 2000), que definiu a segmentação e a classificação das operadoras de planos de assistência à saúde, pois por ela pode-se iniciar o levantamento de dados específicos sobre as diversas características das operadoras que atuavam no mercado e assim publicar outros normativos com direcionamento para cada tipo existente.

Dentre eles, pode-se dizer que a Resolução Normativa - RN nº 160/07 (ANS, 2007) tem o principal ponto de impacto nas operadoras de planos de saúde, pois dispõe sobre os critérios de manutenção de Recursos Próprios Mínimos, Depen-dência Operacional e constituição de Provisões Técnicas. Essa norma vem conso-lidar um processo de regulação prudencial, que já se havia iniciado em 2001 com a RDC nº 77/01 (ANS, 2001).

A RN nº 160/07 (ANS, 2007) traz algumas mudanças importantes em relação às exigências anteriormente feitas na RDC nº 77/01 (ANS, 2001), como a divisão das Garantias Financeiras em Recursos Próprios Mínimos e Provisões Técnicas, a criação da Dependência Operacional, a inclusão da obrigação das autogestões em prestar informações econômico-financeiras, que antes não eram exigidas, a obri-

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gatoriedade de todas as operadoras, exceto as que operam há menos de um ano, de apresentar patrimônio proporcional à sua operação (margem de solvência), bem como a obrigatoriedade de constituição de Provisão para Eventos Ocorridos e Não-Avisados (Peona) para todas as operadoras, exceto as que são exclusivamente odontológicas.

Além das normas vinculadas às questões econômico-financeiras, outras também foram publicadas, que afetam a sobrevivência das operadoras que não têm mínimas condições de atuar no mercado de saúde suplementar.

Uma dessas normas foi a RN nº 85/04 (ANS, 2004), alterada pela RN nº 100/05 (ANS, 2005), que determina prazos e procedimentos para a obtenção de autorização de funcionamento.

As exigências da RN nº 100/05 (ANS, 2005) são, na sua maioria, documen-tais, e as de caráter econômico-financeiro são relacionadas à apresentação de Patrimônio Mínimo Ajustado e a constituição de provisão de risco (RDC nº 77/01, revogada pela RN nº 160/07). (ANS)

Cabe destacar que, hoje, as operadoras que receberam Registro de Operadora (deixaram de ter registro provisório) e/ou autorização de funcionamento, repre-sentam pouco mais 70% (setenta por cento) do mercado de saúde suplementar.

Outra norma que provocou alterações foi a RN nº 40/03 (ANS, 2003), a qual veda às operadoras de planos de assistência à saúde e às seguradoras especializa-das em saúde a comercialização de produtos não previstos na Lei nº 9.656/98.

Nesse caso, as empresas que comercializam o chamado “Cartão Descon-to” não estão sujeitas à regulamentação da ANS e, com isso, inúmeras tiveram seus registros cancelados. Porém as operadoras de planos de saúde que, além da comercialização dos planos também ofereciam Cartão Desconto, precisaram se adequar a essa Resolução.

Finalmente, outro normativo publicado recentemente e que tem demonstrado que causará resistência e até mesmo algum impacto no mercado de saúde suple-mentar foi a RN nº 137/06 (ANS, 2006), alterada pela RN nº 148/07 (ANS, 2007).

Trata-se de normas sobre as entidades de autogestões, onde é explicitada a definição dessas operadoras, de forma mais clara do que anteriormente apresen-tada na RDC nº 39/00. Além disso, é ratificada a necessidade de essas operadoras apresentarem objeto social exclusivo para a saúde suplementar, conforme define o art. 34 da Lei nº 9.656/98, que apresenta definições sobre a figura do mantenedor, instituidor e patrocinador e sua relação com a operadora.

Essas duas normas, em conjunto com a RN nº 160/07 (ANS, 2007), em função da extensão às operadoras classificadas como autogestões “patrocinadas” (nomenclatura anteriormente utilizada) da obrigação de prestar informações eco-nômico-financeiras, apresentarão uma grande repercussão no mercado de saúde suplementar. Isso porque será mais uma ação regulatória determinando em alguns casos a reorganização ou até mesmo o fechamento de algumas operadoras.

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4 O PERFIL DAS OPERADORAS QUE DEIXARAM DE ATUAR NO MERCADO

Com base nos dados coletados do Cadastro de Operadoras (Cadop), utilizado pela Diretoria de Normas e Habilitação de Operadoras (DIOPE) da ANS, foi possível traçar o perfil das 1.236 operadoras de planos de assistência à saúde que deixaram o mercado de saúde suplementar no período de abril de 2000 a setembro de 2007.

O período de análise se inicia em abril de 2000, porque foi a data do primei-ro cancelamento de registro feito pela ANS.

Os perfis serão apresentados, considerando quatro parâmetros: os motivos para que fossem feitos os cancelamentos de registros, as modalidades organiza-cionais das operadoras, as regiões do Brasil e o porte das operadoras.

4.1 Avaliação segundo os motivos

Serão analisados os doze motivos para o cancelamento dos registros das operadoras de planos de assistência à saúde junto à ANS, sendo alguns compul-sórios e outros voluntários.

São considerados cancelamentos compulsórios: liquidação extrajudicial; descumprimento da RN nº 100/05; descumprimento da RDC nº 77/01 e ausência de operação por deliberação da Diretoria Colegiada da ANS. Já os pedidos volun-tários são aqueles feitos pela própria operadora ou por incorporação.

Os demais não devem ser considerados voluntários ou compulsórios, uma vez que referem-se a ajustes decorridos da normatização, como é o caso dos cancelamentos por tratar-se de filial, de Pessoa Jurídica de Direito Público, por decretação de falência por outro órgão etc.

A Tabela 1 apresenta os percentuais relativos a cada um dos doze motivos de cancelamentos de registros de operadoras. A Tabela 2 demonstra os percentuais de registros cancelados, considerando se o motivo foi compulsório ou voluntário.

Tabela 1 Brasil: operadoras de planos privados de assistência à saúde. Composição percentual de cancelamentos por motivo - abril/2000 à setembro/2007

Motivo do Cancelamento %

Adequação à Lei nº. 10.185/2001 2,3%

Ausência de operação 3,1%

Ausência de operação - Deliberação de Diretoria Colegiada 1,6%

Decretação de falência por outros órgãos 0,4%

Descumprimento da RN nº100/2005 3,3%

Descumprimento RDC nº77/2001 0,2%

Empresa operava com Sistema de Desconto 2,7%

Liquidação extrajudicial 7,8%

Pedido de cancelamento 75,6%

Por incorporação 2,1%

Por tratar-se de filial 0,4%

Por tratar-se de Pessoa Jurídica de Direito Público 0,5%

Fonte: Cadastro de Operadoras – CADOP

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Textos para Discussão nº 01 jan 2010 15

Tabela 2 Brasil: operadoras de planos privados de assistência à saúde. Composição per-centual de cancelamentos por motivo e por período - abril/2000 à setembro/2007

Motivo do Cancelamento 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Total

Voluntário 97,4% 91,1% 81,5% 68,6% 87,4% 77,8% 60,0% 38,8% 77,7%

Compulsório 0,0% 4,5% 10,0% 19,5% 9,4% 16,2% 33,3% 58,7% 16,1%

Outros 2,6% 4,5% 8,5% 11,8% 3,1% 6,0% 6,7% 2,5% 6,2%

Fonte: Cadastro de Operadoras – CADOP

4.1.1 Adequação à Lei nº. 10.185/01

A Lei nº. 10.185/01 foi publicada em 14 de fevereiro de 2001, e dispõe sobre a especialização das sociedades seguradoras em planos privados de assistência à saúde, ou seja, as seguradoras que tenham interesse em oferecer produtos voltados para saú-de têm que possuir objeto exclusivo, conforme determina o art. 34 da Lei nº. 9.656/98.

Com isso, todas as seguradoras que, naquela época, ofereciam esse produto precisaram se adequar à nova Lei e assim foram cancelados 28 registros, e aquelas que permaneceram com seus registros ativos passaram a ser classificadas como seguradoras especializadas em saúde.

Cumpre ressaltar que esta saída refere-se a empresas que de fato não ofere-ciam produtos em conformidade ao art. 1º da Lei nº. 9.656/98, o que não permite considerar como redução do mercado de saúde suplementar.

4.1.2 Ausência de operação

Este motivo está vinculado ao § 3º, do art. 9º da Lei nº. 9.656/98, que preconiza:“§ 3º A autorização de comercialização será cancelada caso a operadora não

comercialize os planos ou os produtos de que tratam o inciso I e o § 1º do art. 1º des-ta Lei, no prazo máximo de cento e oitenta dias a contar do seu registro na ANS.”

O ano com maior expressividade de cancelamentos, foi 2002, quando foi publi-cado um Edital de Convocação com o objetivo de localizar algumas operadoras que não atualizaram seus dados cadastrais, estando com seus endereços inválidos junto à ANS.

Considerando as respostas ao Edital e a devida comprovação de ausência de operação por prazo superior a seis meses, os registros foram cancelados.

Ressalta-se que, aproximadamente, 95% dos registros cancelados por esse motivo não apresentavam informações sobre a quantidade de beneficiários. Já os demais registros cancelados pertenciam às operadoras de pequeno porte.

Do total de registros cancelados por ausência de operação, 68,4% eram ope-radoras de medicina de grupo, 28,9% de odontologia de grupo e apenas 2,6% de autogestão mantida.

A maioria dos cancelamentos atingiu operadoras da Região Sudeste, com destaque para os estados de São Paulo e Rio de Janeiro e a minoria na Região Centro-Oeste, com apenas um cancelamento ao longo dos sete anos estudados.

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Textos para Discussão nº 01 jan 201016

4.1.3 Ausência de operação – deliberação da Diretoria Colegiada

Considerando que algumas operadoras não se manifestaram quanto ao Edi-tal de Convocação publicado em 2002, foram instaurados mais de 50 regimes de Direção Fiscal.

No curso desses, foi constatado que várias operadoras já não operavam no mercado de saúde suplementar e com isso foi deliberado pela Diretoria Colegiada da ANS o encerramento do regime de Direção Fiscal e o cancelamento dos regis-tros por ausência de operação.

Assim foram cancelados dezesseis registros no ano de 2003, representando 9,5% dos cancelamentos ocorridos naquele ano, e estes pertenciam a operadoras que não enviavam para a ANS informações sobre a quantidade de beneficiários, o que impossibilitava a identificação de seus portes. Ao longo dos anos seguintes, outros registros foram cancelados por este motivo, mas em menor proporção.

Quanto às modalidades, tem-se que 50% dos registros cancelados perten-ciam às operadoras de odontologia de grupo, sendo os outros 50% divididos en-tre medicina de grupo (25%), cooperativa médica (10%), autogestão, cooperativa odontológica e filantropia (5% cada).

O maior índice de cancelamentos é encontrado na Região Sudeste, com 70% (sendo São Paulo responsável por 40% do total). A Região Nordeste com 15% e Sul com 10%, enquanto a Centro-Oeste com 5%. Na Região Norte não ocorreram cancelamentos por esse motivo.

4.1.4 Decretação de falência por outros órgãos

Apesar de o art. 23 da Lei nº. 9.656/98 prever que “as operadoras de planos privados de assistência à saúde não podem requerer concordata e não estão sujeitas a falência ou insolvência civil, mas tão-somente ao regime de liquidação extrajudi-cial”, foram recebidas algumas comunicações na ANS, de decretação de falência de operadoras, por outros órgãos, e com isso seus registros foram cancelados.

Os registros cancelados por esse motivo foram poucos, não alcançando a 0,5% do total de cancelamentos efetuados, sendo todos pertencentes a operadoras de medicina de grupo, em sua maioria de pequeno porte.

São Paulo representa 40% dos cancelamentos, enquanto o Rio Grande do Sul, Paraná e Rondônia representam 20% cada um.

4.1.5 Descumprimento da RN nº 100/05

A Resolução Normativa - RN nº 100/05 alterou a RN nº 85/04, a qual dispõe sobre a concessão de autorização de funcionamento às operadoras de planos de as-sistência à saúde. Este normativo estabeleceu o prazo até 03/12/05 para que as ope-radoras que possuíam registro provisório junto à ANS solicitassem autorização de funcionamento, de forma a permanecerem atuando no mercado de forma regular.

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Textos para Discussão nº 01 jan 2010 17

As operadoras que não solicitaram autorização de funcionamento nos ter-mos da RN nº 85/04 alterada pela RN nº 100/05 até o prazo estipulado tiveram seus processos de cancelamento compulsório abertos.

Sabe-se que, findo o prazo, 137 operadoras não solicitaram autorização de funcionamento; além dessas, outras 174 estavam com seus endereços inválidos junto à ANS e também não pediram autorização de funcionamento. Apesar de esse processo já ter iniciado, ainda restam registros a serem cancelados, pois para isso é necessário apurar a existência de beneficiários e de dívida com a rede de prestadores, o que nesse caso motivaria a instauração de regime de liquidação extrajudicial.

Sendo assim, apesar de terem sido cancelados 41 registros por esse motivo, existe a expectativa de aumento desse número. Destaca-se que somente a partir de 2006, os registros foram cancelados por descumprimento da RN nº100/05, e em 2007 representou 32% do total de cancelamentos do ano.

Quanto ao porte das operadoras canceladas, 61% dos registros pertenciam a operadoras sem porte definido e 36,6% de operadoras de pequeno porte. Apenas uma operadora cancelada tinha médio porte, sendo essa uma autogestão por RH.

Dentre as operadoras canceladas, 78% pertenciam às modalidades de medi-cina de grupo e odontologia de grupo, com 39% cada, seguidas das autogestões por RH com 9,8% e das autogestões mantidas com 7,3%. As demais modalidades apresentam percentuais irrisórios.

As regiões em que se efetuaram mais cancelamentos foram Sudeste (43,9%) e Sul (34,1%). O Estado de São Paulo foi responsável pela maioria desses cancela-mentos, com 26,8%, seguido pelo Estado do Paraná com 22%.

4.1.6 Descumprimento da RDC nº 77/01

A Resolução de Diretoria Colegiada - RDC nº 77/01 foi publicada com o objetivo de definir os critérios para a constituição de garantias financeiras pelas operadoras de planos de assistência à saúde. Nela foram definidos os valores para a composição do capital mínimo e os critérios para constituição das provisões de risco, hoje revistos pela RN nº 160/07.

Foram realizados poucos cancelamentos de registros por esse motivo, ocor-rendo apenas nos anos de 2001 e 2002, sem alcançar 1,5% do total de cancelamen-tos daqueles anos, e todos de operadoras classificadas como medicina de grupo.

O baixo número de cancelamentos por esse motivo não significa que as operadoras estivessem em condições econômico-financeiras ideais para continuar operando no mercado de saúde suplementar.

Porém, para que seja feito o devido acompanhamento da situação econômi-co-financeira das operadoras, quando essas apresentam problemas em seus balan-ços patrimoniais ou denúncias por parte de seus prestadores de serviço e benefici-ários, a ANS instaura um regime especial, podendo ser de Direção Fiscal, Direção

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Técnica ou até mesmo a Liquidação Extrajudicial. E sendo assim, na maioria das vezes, as ineficiências financeiras culminam no cancelamento do registro por Li-quidação Extrajudicial.

4.1.7 Empresa operava com sistema de desconto

Em 2003 foi publicada a Resolução Normativa – RN nº 40/03, alterada no mesmo ano pela RN nº 62, e em seu art. 1º diz que “fica vedada às operadoras de planos de assistência à saúde e às seguradoras especializadas em saúde a ope-ração de sistemas de descontos ou de garantia de preços diferenciados a serem pagos diretamente pelo consumidor ao prestador dos serviços, bem como a oferta de qualquer produto ou serviço de saúde que não apresente as características de-finidas no inciso I e § 1º do art. 1º da Lei n.º 9.656, de 1998.”

Com isso houve o cancelamento de vinte operadoras no ano de 2003, cor-respondente a 11,8% dos cancelamentos ocorridos naquele ano. Ao todo, nos sete anos estudados, foram cancelados 33 registros por esse motivo.

Pela característica do produto ofertado por essas empresas que operavam siste-ma de desconto, a maior parte dos registros cancelados (72,7%) era de administrado-ras, fato que pode justificar que mais de 80% dos cancelamentos eram de operadoras sem porte definido, já que as administradoras não possuem beneficiários. Os demais registros cancelados pertenciam a operadoras de medicina de grupo, representando 24,2%. Apenas um dos registros pertencia à operadora de odontologia de grupo.

Além dos registros de operadoras sem porte identificados os demais perten-ciam a operadoras de pequeno porte.

Mais da metade dos registros cancelados pertencia a operadoras da Região Sudeste, mais especificamente São Paulo e Minas Gerais. E em segundo lugar, eram da Região Sul, com destaque para o Estado do Paraná.

4.1.8 Liquidação extrajudicial

De acordo com o art. 23 da Lei nº 9.656/98, “as operadoras de planos privados de assistência à saúde não podem requerer concordata e não estão sujeitas a falên-cia ou insolvência civil, mas tão-somente ao regime de liquidação extrajudicial”.

Sendo assim, a liquidação é o motivo de cancelamento compulsório com repercussões mais graves para as operadoras, pois indisponibiliza os bens de to-dos os administradores, além da automática inabilitação desses, bem como pode resultar na decretação de falência.

Esse motivo é o segundo maior responsável pelos cancelamentos de regis-tros de operadoras de assistência à saúde.

No primeiro ano estudado, não foi registrado cancelamento por liquidação extrajudicial, tendo este um início tímido em 2001. Em 2006 e 2007, foi o motivo responsável por mais de 20% dos registros cancelados em cada ano.

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Quanto ao porte, tem-se 54,6% dos registros cancelados pertencentes a ope-radoras de pequeno porte, 35% sem informação sobre beneficiários e 10,3% de operadoras de médio porte.

Das operadoras de médio e pequeno porte canceladas por liquidação extra-judicial, a grande maioria era medicina de grupo (80% e 88,7% respectivamente), e as demais, cooperativas médicas (20% e 5,7% respectivamente).

De uma forma geral, do total de registros cancelados por liquidação extra-judicial, 80,4% pertenciam a operadoras de medicina de grupo, 10,3% de odonto-logia de grupo, 7,2% de cooperativas médicas e 2,1% de autogestões.

Quanto às regiões tem-se 58,8% no Sudeste, 17,5% no Nordeste, 10,3% no Sul, 8,2% no Norte e 5,2% na Região Centro-Oeste.

Na Região Sudeste, São Paulo e Rio de Janeiro lideram no número de cancela-mentos por liquidação, enquanto na Região Nordeste, Pernambuco e Bahia apresen-tam os maiores percentuais. Destaca-se também o Estado do Pará, na Região Norte, pois empata em número de liquidações decretadas com o Estado de Pernambuco.

4.1.9 Pedido de cancelamento

Este representa o pedido voluntário de saída do mercado de saúde suple-mentar por parte das operadoras. Para isso, conforme prevê a Resolução Normati-va – RN nº100/05, a operadora não pode apresentar dívida com a rede de presta-dores e nem ter contratos em vigência, bem como beneficiários a ela vinculados. Além disso, a operadora deve apresentar cópia do ato societário que delibera pelo encerramento das atividades de operadora de plano de assistência à saúde.

Em todo o período estudado, esse sempre foi o principal motivo para a saída das operadoras do mercado de saúde suplementar, e de forma geral representam 75,6% dos cancelamentos realizados. Entretanto percebe-se que esse percentual vem diminuindo a partir de 2006 .

Em relação ao porte, as operadoras pequenas representam 38,5% dos cance-lamentos. Já as que não informaram o número de beneficiários são responsáveis por 60,9%. É interessante destacar que os cancelamentos a pedido das operadoras sem porte definido caem consideravelmente ao longo dos anos estudados, pois em 2000 eram 141 e em 2007 foram apenas seis.

Quanto às operadoras de médio e grande porte que deixaram voluntariamente o mercado, o número não é expressivo, representando aproximadamente 0,5% do total.

Sobre as modalidades que mais solicitaram seus cancelamentos de registros, as operadoras de medicina de grupo lideram com 36,1%, seguidas pelas operado-ras de odontologia de grupo, com 25,5%. Em seguida, aparecem as autogestões (16,3%), as cooperativas odontológicas (5,8%), autogestões por RH (4,8%), filan-tropias (3,9%), seguradoras (3,4%) e cooperativas médicas (2,7%). Já as demais modalidades não passaram de 1% cada uma.

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Considerando a grande quantidade de operadoras que saíram voluntaria-mente do mercado, é possível encontrá-las em todas as regiões brasileiras, porém com maior volume no Sudeste (64,7%), depois no Sul (18,6%) e no Nordeste (8,4%); as demais regiões juntas não representam mais de 9%.

Só o Estado de São Paulo foi responsável por mais de 35% do total de cance-lamentos voluntários. Minas Gerais e Rio de Janeiro tiveram percentuais próximos que somados não ultrapassam 27% do todo. Já no Sul, o Paraná e Rio Grande do Sul somam 15% do total de cancelamentos a pedido. No Nordeste, destaca-se o Estado da Bahia; no Centro-Oeste, o Distrito Federal e no Norte, o Estado do Pará.

4.1.10 Por incorporação

Quando uma operadora é incorporada por outra, seu registro é cancelado, uma vez que a pessoa jurídica incorporada deixa de existir. No período estudado, esse motivo representou apenas 2% do total de cancelamentos. Sendo seus maio-res índices em 2001 e 2006.

Das operadoras incorporadas, 65,4% eram de pequeno porte, 23,1% não informaram o número de beneficiários, 7,7% eram de médio porte e apenas uma operadora era de grande porte.

Mais uma vez, as operadoras classificadas como medicina de grupo foram as mais canceladas, representando 50% do total. As seguradoras representaram 15,4%, as autogestões 11,5% e as autogestões por RH, cooperativas médicas e odontologia de grupo 7,7% cada uma.

A Região Sudeste englobou mais de 75% das incorporações (mais expressiva-mente São Paulo e Rio de Janeiro, respectivamente), seguida pela Região Sul com 19% e apenas uma incorporação ocorreu no Nordeste, no Estado de Pernambuco.

4.1.11 Por tratar-se de filial

Conforme disposto na Resolução de Diretoria Colegiada - RDC nº 5/00, re-vogada posteriormente pela Resolução Normativa - RN nº 85/04 alterada pela RN nº 100/05, o registro junto à ANS só é concedido ao número do Cadastro Nacional de Pessoal Jurídica (CNPJ) correspondente à matriz da operadora.

Como não existia essa previsão quando os planos de assistência à saúde es-tavam sob responsabilidade da Superintendência de Seguros Privados (Susep), na transferência desta para a ANS, os eventuais registros concedidos a filiais foram cancelados, sendo no total cinco cancelamentos, nos últimos sete anos, sendo três deles em 2000.

Todos os registros cancelados não tinham informação sobre a quantidade de beneficiários e as modalidades organizacionais eram de operadoras classificadas como medicina de grupo (40%) e de autogestão (60%), divididas uniformemente nas regiões Centro-Oeste, Norte, Sudeste e Sul.

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4.1.12 Por tratar-se de pessoa jurídica de direito público

Conforme determina a Lei nº. 9.656/98, em seu art. 1º, só estão submetidas às suas disposições as pessoas jurídicas de direito privado. Sendo assim, os registros provisórios concedidos às pessoas jurídicas de direito público foram cancelados.

Ressalta-se que após a criação da ANS, as operadoras que estavam registra-das na Susep foram transferidas automaticamente para lá, o que pode ter ocasio-nado indevidamente a concessão de registro provisório à pessoa jurídica de direito público. Foram feitos apenas seis cancelamentos por essa razão, sendo esses em 2001 (5) e 2002 (1). Os cinco cancelamentos efetuados pertenciam a operadoras da Região Sudeste e o outro, da Região Sul.

4.2 Avaliação segundo as modalidades

Inicialmente convém fazer um breve introdutório sobre cada uma das mo-dalidades organizacionais que serão analisadas neste trabalho:

Administradora

Este tipo de operadora é responsável pela intermediação na relação de uma operadora de plano de assistência à saúde e um grupo de pessoas interessadas em contratar um plano de saúde. Para isso é cobrada uma taxa administrativa pelos serviços prestados.

A administradora não garante o risco da operação e é responsável apenas pelos assuntos operacionais que envolvem os interesses das partes e tem como principal característica não possuir beneficiários e rede creden-ciada, referenciada ou própria.

Autogestão

De uma forma ampla classificam-se nesta modalidade as operadoras que oferecem planos de assistência à saúde a um grupo fechado de pessoas, que obrigatoriamente devam pertencer à mesma classe profissional ou terem vínculo empregatício com a empresa instituidora e/ou patrocinadora e/ou mantenedora da operadora de planos de assistência à saúde. A Resolução Normativa – RN nº 137/06 alterada pela RN nº148/07, dispõe sobre as entidades de autogestão no âmbito do sistema de saúde suplementar.

As autogestões se subdividem em três tipos, apenas para diferenciar a origem dos recursos que irão garantir financeiramente o risco decorrente da operação. São eles:

AutogestãoAquelas que não possuem mantenedores, ou seja, a própria opera-

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dora é responsável por constituir as garantias financeiras exigidas pela ANS. Antes da publicação da Resolução Normativa RN nº137/06, altera-da pela RN nº148/07, eram chamadas de Autogestões não Patrocinadas.

Autogestão MantidaContrariamente às autogestões acima citadas, estas possuem

mantenedor, ou seja, uma outra pessoa jurídica é responsável pela constituição das garantias financeiras decorrentes da operação, me-diante a apresentação de Termo de Garantia.

Antes da publicação da RN nº137/06, alterada pela RN nº148/07, era chamada de Autogestão Patrocinada.

Autogestão por RH Nesta modalidade, o oferecimento do plano de assistência à

saúde é feito pela empresa, exclusivamente aos seus funcionários e dependentes, como um benefício. O objeto social da empresa não é a operação/comercialização de planos privados de assistência à saúde.

Cooperativa Médica e Cooperativa Odontológica

São pessoas jurídicas constituídas na forma da Lei nº 5.764/71 e que operam planos privados de assistência á saúde.

As cooperativas odontológicas operam planos exclusivamente odonto-lógicos.

Filantropia

São pessoas jurídicas que não possuem fins lucrativos e são reco-nhecidas pelos órgãos competentes como sendo de utilidade pública, bem como possuem certificado de entidade filantrópica fornecido pelo Conselho Nacional de Assistência Social – CNAS.

Seguradoras

Empresas seguradoras que possuíam registro junto à Susep e ofere-ciam seguros-saúde, e na transferência da responsabilidade para a ANS, receberam registros provisórios para atuação no mercado de saúde suple-mentar.

Com a publicação da Lei nº 10.185/01, foi esclarecida a equivalência existente entre os produtos seguro-saúde e plano de saúde, e com isso as se-guradoras tiveram que constituir novas pessoas jurídicas, como seguradoras especializadas em saúde, para poderem continuar oferecendo seguros-saúde a seus clientes.

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Seguradora especializada em saúde

São as seguradoras que, por força da Lei nº 10.185/01, têm seus ob-jetos sociais exclusivos para a atuação no mercado de saúde suplementar.

Medicina de Grupo e Odontologia de Grupo

São todas as operadoras de planos médicos ou odontológicos que não se enquadram nas classificações anteriormente citadas.

De forma geral, os 1.236 registros de operadoras cancelados no período estudado estão distribuídos pelas modalidades organizacionais conforme demons-trado na Tabela 3.

Tabela 3 Brasil: operadoras de planos privados de assistência à saúde. Composição per-centual de cancelamentos por modalidade - abril/2000 à setembro/2007

Modalidade %

Administradora 2,3%

Autogestão 13,4%

Autogestão Mantida 1,0%

Autogestão por RH 4,1%

Cooperativa Médica 3,0%

Cooperativa odontológica 4,5%

Filantropia 3,0%

Medicina de Grupo 40,0%

Odontologia de Grupo 23,3%

Seguradora 5,2%

Seguradora Especializada em Saúde 0,2%

Fonte: Cadastro de Operadoras – CADOP

4.2.1 Administradora

As administradoras foram as que menos cancelaram registros a partir de 2004.Em 2003 houve o cancelamento de 22 administradoras, representando 13%

do total daquele ano. Essa saída expressiva foi devido à publicação da Resolução Normativa - RN nº40/03, alterada pela RN nº62/03, a qual vedava às operadoras e seguradoras a comercialização de cartões de desconto.

A operação de cartão desconto foi responsável por 82,8% dos cancelamen-tos de administradoras no período de 2000 a 2007. Sendo o outro motivo de can-celamento o pedido voluntário das administradoras.

Tais administradoras estavam concentradas na Região Sudeste, mais especi-ficamente divididas entre São Paulo e Minas Gerais.

Considerando que as administradoras não podem possuir beneficiários, não existe informação quanto ao porte das operadoras canceladas, uma vez que esse é determinado pelo número de beneficiários vinculados às operadoras.

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4.2.2 Autogestões

As autogestões serão analisadas conforme suas características específicas, logo, os dados abaixo se referem às autogestões que não possuem mantenedor(es).

Este grupo representa a terceira modalidade que mais deixou o mercado de saúde suplementar, com 13,4% do total de registros cancelados no período analisado. Verifica-se que essa evasão foi mais significante no período de 2000 a 2003, pois a partir de 2004, este percentual reduziu-se consideravelmente. Em 2002 as autogestões que dei-xaram o mercado representaram 21% do total de cancelamentos contra 4,1% em 2007.

Pode-se afirmar que mais de 90% dos motivos para os cancelamentos dos registros foram voluntários. Sendo apenas dois registros cancelados compulsoria-mente, por liquidação extrajudicial.

Quanto ao porte, tem-se que 65,7% das autogestões canceladas não tinham porte conhecido pela ANS, sendo as demais de pequeno porte.

A região que menos apresentou cancelamentos de autogestões foi a Norte, com 4,2% do total. A Região Sudeste lidera a saída do mercado, com 60,8%, se-guida pela Região Sul com 13,9%, enquanto o Nordeste e o Centro-Oeste repre-sentam 10,2% e 10,8%, respectivamente.

Na Região Sudeste, o Estado de São Paulo foi responsável por 66% dos can-celamentos, seguido pelo Rio de Janeiro com 21%. Além destes, o Estado do Rio Grande do Sul representa 52% dos registros cancelados na Região Sul.

4.2.3 Autogestão mantida

As autogestões mantidas começaram a deixar o mercado em 2004. Contudo, ape-nas 12 foram canceladas, ou seja, 5% do total dos registros de autogestões e 1% do total.

O principal motivo para os cancelamentos foi voluntário, correspondendo a 66,7% dos casos. Os demais foram compulsórios, por ausência de operação e des-cumprimento da RN nº100/05.

As operadoras canceladas eram de pequeno porte (58,3%) e as demais (41,7%) não apresentavam informação sobre a quantidade de beneficiários.

Mais de 60% das autogestões mantidas canceladas estavam localizadas na Região Sudeste, em maior quantidade nos Estados de São Paulo e Minas Gerais.

4.2.4 Autogestão por RH

As autogestões por RH apresentaram movimento de saída do mercado so-mente a partir de 2002, sendo este mais expressivo a partir de 2004.

As autogestões por RH representam 22% do total de registros cancelados na modalidade Autogestão e 4,1% do total de cancelamentos.

Ressalta-se que de 2004 a 2007, uma média de 10 autogestões por RH saiu do mercado. O principal motivo para esta evasão foi voluntário (88,2%). Sendo 7,8% por descumprimento da RN nº100/05 e 3,9% por incorporação.

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Mais de 60% dos registros cancelados eram de operadoras de pequeno por-te. Apenas um dos registros cancelados compulsoriamente pertencia à operadora de médio porte e as demais não informaram a quantidade de beneficiários cadastrados.

A região que mais perdeu autogestões por RH foi a Sudeste, com 74,5%, seguida pelo Sul, com 17,6%.

Na Região Sudeste, os Estados de São Paulo e Minas Gerais totalizam mais de 65% dos cancelamentos. Já no Sul houve equilíbrio entre os três estados que formam a região.

4.2.5 Cooperativas médicas

As cooperativas médicas apresentam um número pequeno de saída do mer-cado de saúde suplementar. Em 2006, os cancelamentos representaram 12% do total de cancelamentos realizados, terceira maior modalidade cancelada.

Dos motivos que levaram ao cancelamento dos registros, 27% foram feitos compulsoriamente (18,9% por liquidação extrajudicial) e os outros 73% foram voluntários, sendo 5,4% por incorporação.

Quanto ao porte, tem-se 56,8% dos cancelamentos relativos a operadoras sem porte definido; 37,8% de pequeno porte e 5,4% de médio porte (sendo estas últimas canceladas por decretação de liquidação extrajudicial).

Quanto às regiões, existem algumas curiosidades:A Região Centro-Oeste só apresentou cancelamentos de cooperativas médi-

cas a partir de 2006. Já a Região Sul, só teve cancelamentos em 2001 e 2002. A Região Norte só teve uma operadora cancelada em todo o período estudado.

Os maiores percentuais de cancelamentos estão nas regiões Sudeste (40,5%) e Nordeste (29,7%). Já as regiões Centro-Oeste e Sul representam 13,5% cada.

No Sudeste, os estados com mais cancelamentos foram Minas Gerais (18,9%) e São Paulo (13,5%). Já no Nordeste, o Ceará apresentou maior percentual (10,8%), seguido pela Bahia (8,1%).

4.2.6 Cooperativas odontológicas

As cooperativas odontológicas também apresentam um pequeno número de cancelamentos se comparadas com as operadoras classificadas como odontologia de grupo. Os cancelamentos estão equilibrados ao longo dos sete anos estudados, apresentando uma queda a partir de 2006.

Dos 56 cancelamentos de registros das cooperativas odontológicas, apenas dois foram compulsórios, sendo um por ausência de operação e outro por descum-primento da RN nº100/05. Os demais foram feitos a pedido.

Assim como as demais modalidades, os registros cancelados pertenciam a operadoras de pequeno porte ou não havia informações quanto ao número de beneficiários, apresentando números equilibrados entre os dois.

Em relação à região, tem-se mais de 64% dos cancelamentos na Região Su-

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Textos para Discussão nº 01 jan 201026

deste, com mais representatividade nos estados de Minas Gerais (53%) e São Paulo (39%). A Região Sul apresenta 28,6% dos registros cancelados, com maior número nos estados do Paraná e Santa Catarina.

4.2.7 Filantropia

As operadoras classificadas como filantropias também apresentam um nú-mero pequeno de cancelamentos, tais quais as cooperativas médicas.

Tem-se no período de 2002 a 2004 uma maior movimentação de retirada dessas operadoras do mercado, tendo este se reduzido consideravelmente a partir de 2005.

De todas as operadoras classificadas como filantropias que tiveram seus registros cancelados, apenas uma foi por ausência de operação, sendo as demais canceladas a pedido.

A maioria (81,1%) das filantrópicas canceladas era de pequeno porte. Os demais 18,9% eram de operadoras sem informações sobre seus beneficiários.

Mais uma vez, a concentração dos cancelamentos estava nas regiões Sudes-te (73%), Sul (16,2%) e Nordeste (8,1%).

O Estado de São Paulo representa quase 50% do total de operadoras desta modalidade canceladas.

4.2.8 Medicina de grupo

Representa a modalidade que mais deixa o mercado de saúde suplementar, mantendo um percentual médio de 41% de cancelamentos a cada ano.

Dentre a diversidade de motivos para o cancelamento dos registros de opera-doras desta modalidade, o destaque fica com os cancelamentos a pedido, represen-tando 68,2% do total, e as decretações de liquidação extrajudicial com 15,8%.

Em todas as regiões brasileiras, constata-se uma coincidência entre os dois principais motivos que levaram ao cancelamento dos registros das operadoras de medicina de grupo, sendo destaque o pedido voluntário, com mais de 48%, segui-do pela liquidação extrajudicial, conforme demonstrado na Tabela 4.

Tabela 4 Brasil: operadoras de planos privados de assistência à saúde. Composição percentual das operadoras de medicina de grupo canceladas por motivo - abril/2000 à setembro/2007

Região Cancelamento a Pedido Liquidação Extrajudicial

Sudeste 71,4% 15,4%

Sul 69,9% 8,4%

Nordeste 57,1% 23,2%

Norte 48% 28%

Centro-Oeste 68,4% 15,8%

Fonte: Cadastro de Operadoras – CADOP

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De uma forma geral, a maioria dos cancelamentos foi voluntário (71%) con-tra 26% de cancelamentos compulsórios. Os demais se referem a ajustes em fun-ção da normatização instituída pela ANS, como por exemplo, tratar-se de pessoa jurídica de direito público, tratar-se de filial, empresa de cartão de desconto ou decretação de falência por outros órgãos, com baixos percentuais.

Quanto ao porte das operadoras de medicina de grupo canceladas, o perfil até então verificado se mantém, ou seja, empresas de pequeno porte ou sem be-neficiários informados.

Considerando o grande número de cancelamentos dessa modalidade, en-contramos também operadoras de médio e grande porte, com percentuais de 2,2% e 0,2%, respectivamente.

Das operadoras de medicina de grupo com médio porte, que tiveram seus registros cancelados, 72,7% foram liquidadas extrajudicialmente. Enquanto que a única operadora de grande porte cancelada teve como motivo a incorporação.

Com relação à região, o Sudeste se destaca com 63% dos cancelamentos, segui-do pelo Sul, com 16,8% e do Nordeste com 11,3%. Já as regiões Centro-Oeste e Norte, apresentaram menos cancelamentos, sendo seus totais somados inferiores a 10%.

Com relação aos estados, apresenta-se o seguinte cenário:Na Região Sudeste, o Estado de São Paulo é responsável por 45% dos can-

celamentos efetuados, seguido pelo Rio de Janeiro (35%) e Minas Gerais (15%).No Sul, os Estados do Paraná e Rio Grande do Sul concentram a maioria dos

registros cancelados. Enquanto no Nordeste, a Bahia apresenta 27% dos cancela-mentos e Pernambuco 25%, sendo esses os maiores índices daquela região.

4.2.9 Odontologia de grupo

As operadoras classificadas como odontologia de grupo são as que mais apresentaram registros cancelados, considerando apenas a segmentação odonto-lógica e a segunda com mais cancelamentos no ranking geral.

A média de cancelamentos das operadoras de odontologia de grupo anual-mente foi de 24%, sendo 2006 o ano com menos cancelamentos.

Quanto aos motivos, tem-se mais de 80% a pedido das próprias operadoras, seguido pelo descumprimento da RN nº 100/05, com 5,6%. Em 2007, tem-se 62% de cancelamentos compulsórios, sendo 22% por decretação de liquidação extrajudicial.

Em relação ao porte, mais de 64% dos cancelamentos referem-se a operado-ras sem porte definido e 34,7% eram de pequeno porte.

As duas operadoras de médio porte canceladas desta modalidade, solicita-ram voluntariamente a baixa do registro, sendo uma delas incorporada. Ambas pertenciam à Região Sudeste.

As regiões Sudeste e Sul apresentaram os maiores índices de operadoras de odontologia de grupo canceladas, com 63,5% e 21,9% respectivamente. Dessa forma, os estados que mais perderam estas operadoras foram São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, respectivamente.

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4.2.10 Seguradoras

As seguradoras foram canceladas nos anos de 2000 a 2002, totalizando 64 (sessenta e quatro) registros cancelados.

Em 2000 e 2001, o principal motivo para o cancelamento foi voluntário. Já em 2002, 90% do total de cancelamentos realizados foram motivados pela pu-blicação da Lei nº 10.185/01, a qual dispõe sobre a especialização das sociedades seguradoras em planos privados de assistência à saúde.

4.2.11 Seguradoras especializadas em saúde

Com a publicação da Lei nº 10.185/01, houve a necessidade de as seguradoras se especializarem em saúde suplementar para oferecerem esse produto ao mercado.

Em todo o período analisado, ocorreram apenas dois cancelamentos, sendo es-ses no ano de 2005 e voluntários. Nesse caso, uma das operadoras era de grande porte, situada no Estado do Paraná e a outra de pequeno porte, localizada em São Paulo.

4.3 Avaliação segundo a região

Analisando os dados levantados no período de abril de 2000 a setembro de 2007, sobre os cancelamentos de registros de operadoras, em cada região do Brasil, verifica-se que a Região Sudeste é responsável por mais de 60% desses, seguida pela Região Sul, com 18%.

Já a Região Norte apresenta o menor índice de cancelamentos de registros, com 3,6% do total, sendo o Estado do Pará responsável por 49% dos cancelamentos.

Tabela 5 Brasil: operadoras de planos privados de assistência à saúde. Composição percentual de cancelamentos por região - abril/2000 à setembro/2007

Região %

Centro-Oeste 5,3%

Nordeste 9,2%

Norte 3,6%

Sudeste 63,8%

Sul 18,0%

Fonte: Cadastro de Operadoras – CADOP

De uma forma geral, tem-se que em 2002 houve a maior número de cance-lamentos, mantendo a predominância da Região Sudeste, seguida pela Região Sul.

Porém, analisando a proporção de cancelamentos de cada ano, percebe-se que em 2006 e 2007 houve um aumento significativo de cancelamentos nas re-giões Nordeste e Centro-Oeste, se comparados aos cancelamentos dessas regiões em 2004 e 2005.

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Este aumento percebido é mais evidente nos estados de Goiás, Pernambuco, Paraíba e Maranhão. No caso da Região Nordeste, os anos anteriores apresenta-vam maiores índices de cancelamentos no Estado da Bahia.

Quanto aos estados que mais perderam operadoras nos últimos sete anos, São Paulo é o destaque com 35,8%, seguido por Rio de Janeiro e Minas Gerais, com 13,6% e 12,5% respectivamente. Já na Região Sul, o Paraná e o Rio Grande do Sul foram os estados que mais tiveram operadoras canceladas.

Analisando os principais motivos de cancelamento para cada região estuda-da, tem-se uma predominância dos cancelamentos voluntários em todas as regiões.

Na Região Centro-Oeste, há certo equilíbrio no número de operadoras que deixam o mercado anualmente, por variadas razões, com exceção do ano de 2005, quando houve apenas um registro cancelado por liquidação extrajudicial.

A Região Nordeste também apresenta o pedido de cancelamento pelas ope-radoras como o principal motivo para a saída do mercado, com 68,4%, seguido de operadoras liquidadas extrajudicialmente, com 14,9%.

No caso das liquidações extrajudiciais, das 17 instauradas no Nordeste, o Estado de Pernambuco é responsável por 41%, sendo quatro instauradas em 2007. Em seguida vêm Bahia (29%), Paraíba (18%) e Maranhão (12%).

Já os pedidos voluntários de cancelamentos foram maiores na Bahia e no Ceará.Outra análise tendo como parâmetro para comparação as regiões brasileiras,

diz respeito ao porte das operadoras.A maioria das operadoras canceladas (59,7%) não informou a quantidade de

beneficiários à ANS, enquanto 38,4% eram de pequeno porte. Esse perfil é cons-tante em todas as regiões brasileiras.

Analisando ainda o porte das operadoras canceladas e relacionando este às regiões do Brasil, tem-se na Região Sudeste a maior parte dos cancelamentos de operadoras de médio porte, com 76,2%.

Apenas duas operadoras de grande porte saíram do mercado, no período analisado, sendo essas pertencentes às regiões Sudeste e Sul do país.

Para complementar essa análise sobre as operadoras canceladas por região, temos que em todo o Brasil a maioria dos cancelamentos era de operadoras de medicina de grupo, seguidas por odontologia de grupo e autogestões. Este perfil é constante nas cinco regiões brasileiras.

Com relação aos estados, pode-se verificar que:Na Região Centro-Oeste, Brasília teve mais cancelamentos de operadoras classifi-

cadas na modalidade autogestão (34,6%) e odontologia de grupo (26,9%), ficando medi-cina de grupo em terceiro lugar (11,5%). Em Goiás, o predomínio dos cancelamentos foi das operadoras de medicina de grupo (40,9%), enquanto as autogestões, cooperativas médicas e odontologias de grupo apresentaram os mesmos percentuais (18,2%).

Considerando a Região Centro-Oeste como um todo, as operadoras clas-sificadas como medicina de grupo apresentam 28,8% e as autogestões, 27,3%, seguidas pelas operadoras de odontologia de grupo com 22,7%.

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Textos para Discussão nº 01 jan 201030

Na Região Nordeste, há uma distância maior entre a quantidade de opera-doras de medicina de grupo canceladas e as demais modalidades, pois essa repre-senta 49,1% dos cancelamentos da região.

Mais especificamente, o Estado da Bahia apresentou o maior percentual de cancelamentos (28,1%), mantendo a liderança das operadoras de medicina de gru-po (13,2%). Sendo seguido pelo Ceará (17,5%), que apresenta um equilíbrio entre os cancelamentos das operadoras de medicina de grupo, odontologia de grupo e cooperativa médica.

Na Região Norte, o Estado do Pará é responsável por quase 47% do total dos cancelamentos da região, seguido pelo Amazonas, com 22%. Em ambos verifica-se que o maior volume de cancelamentos era de operadoras de medicina de grupo.

Nessa região é possível verificar que não houve cancelamento de operado-ras classificadas como medicina de grupo nos estados do Acre, Roraima e Tocan-tins, sendo a soma de cancelamentos desses três estados correspondentes a 13,3% do total da região.

A Região Sudeste apresenta os seguintes percentuais em relação aos regis-tros cancelados por modalidades: 39,4% de medicina de grupo; 23,2% de odonto-logia de grupo; 12,8% de autogestão e 6,3% de seguradora.

Sem maiores surpresas, o Estado de São Paulo lidera o número de operado-ras canceladas na região, com 56,1%, sendo acompanhado por Rio de Janeiro e Minas Gerais com percentuais muito próximos (21,3% e 19,5% respectivamente).

Finalmente na Região Sul, apesar do mesmo perfil das demais regiões quan-to às modalidades mais canceladas (medicina de grupo, odontologia de grupo e autogestão, respectivamente), percebem-se mais registros cancelados pertencentes a cooperativas odontológicas do que nas demais regiões do país, sendo um núme-ro próximo ao das autogestões canceladas. Esse fato é mais presente nos estados de Santa Catarina e Paraná.

Especificamente em Santa Catarina, tem-se também um número de odon-tologia de grupo cancelado superior às medicinas de grupo. Nesse estado, se for avaliado apenas o segmento odontológico, tem-se uma redução de mais de 50% do total de operadoras que deixaram o mercado.

4.4 Avaliação segundo o porte

Para fins de analise do porte das operadoras de assistência à saúde que saíram do mercado de saúde suplementar, serão consideradas as seguintes definições:

• De 1 a 20.000 beneficiários – pequeno porte• De 20.001 a 100.000 beneficiários – médio porte• Acima de 100.001 – grande porteNo período estudado, das 1.236 operadoras canceladas foram encontrados

os seguintes percentuais de acordo com seus portes:

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Tabela 6 Brasil: operadoras de planos privados de assistência à saúde. Percentuais de cancelamentos por porte - abril/2000 à setembro/2007

Porte %

Grande Porte 0,2%

Médio Porte 1,7%

Pequeno Porte 38,4%

Não Informado 59,7%

Fonte: Cadastro de Operadoras – CADOP

4.4.1 Pequeno porte

Os cancelamentos de operadoras de pequeno porte representam 38,4% do total de cancelamentos do período estudado.

A partir de 2002, houve um equilíbrio na quantidade de operadoras de pe-queno porte que deixaram o mercado (54% em média). Mas percebe-se que estes (refere-se a qual termo?) têm aumentado ao longo dos anos, passando de 2% em 2000 a 58,7% em 2007.

Em relação aos motivos dos cancelamentos de registros das operadoras de pequeno porte, mais de 75% foram a pedido e aproximadamente 11% por liqui-dação extrajudicial.

Em terceiro lugar, com 3,6% tem-se a incorporação como motivo para o cancelamento, sendo este seguido pelo descumprimento da RN nº100/05 (3,2%).

Do total de cancelamentos de operadoras pequenas, aproximadamente 40% eram de medicina de grupo; 21% de odontologia de grupo e 12% de autogestões. Seguidas por autogestão por RH (6,7%) e filantropia (6,3%)

A Região Sudeste concentra mais de 60% dos registros cancelados de opera-doras de pequeno porte, seguido pelo Sul (17,3%), Nordeste (11,2%), Centro-Oeste (5,5%) e Norte (3,8%).

O Estado de São Paulo representa mais de 60% dos cancelamentos da Região, seguido por Minas Gerais (18,9%), Rio de Janeiro (15,5%) e Espírito Santo (3,7%).

Já na Região Sul, tem-se o Paraná representando 42,7% dos cancelamentos, o Rio Grande do Sul com 37,8% e Santa Catarina com 19,5%.

Na Região Nordeste percebe-se um maior volume de cancelamentos nos Estados do Ceará (22,6%), Bahia (20,8%), Pernambuco (18,9%) e Paraíba (11,3%).

Nas demais regiões, os estados que apresentaram o maior percentual de cancelamento foram Goiás (42,3%) e Brasília (38,5%) na Região Centro-Oeste, e Pará e Amazonas com 33,3% cada, na Região Norte.

4.4.2 Médio porte

A quantidade de operadoras de médio porte que tiveram seus registros can-celados ao longo dos anos estudados é pequena, não chegando a 2% do total.

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Verifica-se que a maioria dos cancelamentos das operadoras deste por-te foi compulsória, sendo 47,6% por liquidação extrajudicial, cujos registros pertenciam a operadoras de medicina de grupo e cooperativas médicas. Em seguida, com 19% cada, tem-se a adequação à Lei nº 10.185/2001 e os cance-lamentos a pedido.

Os demais motivos encontrados são por incorporação (9,5%) e o descumpri-mento da RN nº100/05 (4,8%).

Mais da metade dos registros cancelados pertencia a operadoras de medici-na de grupo (52,4%), seguido pelas seguradoras (23,8%), cooperativas médicas e odontologias de grupo (9,5% cada) e autogestões por RH (4,8%)

O índice de seguradoras canceladas deve-se à adequação à Lei nº. 10.185/01, a qual dispõe sobre a especialização das sociedades seguradoras em planos priva-dos de assistência à saúde.

Aproximadamente 76% dos registros cancelados estavam localizados na Região Sudeste, com mais expressão em São Paulo (68,8% da Região). Os demais registros estavam distribuídos nas regiões Nordeste e Sul, sendo 9,5% cada e no Nordeste, com 4,8%.

4.4.3 Grande porte

Apenas dois registros de operadoras de grande porte foram cancelados, re-presentando 0,2% do total.

Um deles foi cancelado a pedido da operadora classificada como seguradora es-pecializada em saúde e o outro pertencia a uma medicina de grupo que foi incorporada.

As regiões envolvidas foram a Sudeste, mais especificamente o Estado do Rio de Janeiro, e a Região Sul, no Estado do Paraná.

4.4.4 Porte não informado

No estudo realizado, percebe-se um grande número de cancelamentos relati-vos a operadoras que não enviavam dados para a ANS, principalmente relacionados ao cadastro de beneficiários; sendo assim, não é possível identificar seus portes.

Essas operadoras representam quase 60% do total de cancelamentos rea-lizados. Mas cabe ressaltar que o número de cancelamentos de operadoras sem porte definido vem se reduzindo ao longo dos anos, pois em 2000 representava 98% dos cancelamentos e em 2007, 39,7%, sendo mais nítida a diminuição a partir de 2004.

Tem-se que 77% dos cancelamentos foram voluntários, sendo mais expres-sivos no período de 2000 a 2003.

Em 2007, a maioria dos motivos verificados foi por descumprimento da RN nº100/05 e liquidação extrajudicial, somando 79% dos cancelamentos.

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Textos para Discussão nº 01 jan 2010 33

Em relação às modalidades organizacionais, é mantido o perfil verificado nos demais portes, ou seja, 39,4% dos registros cancelados pertencentes a operadoras de medicina de grupo; 25,2% de odontologia de grupo e 14,8% de autogestão.

Mais uma vez verifica-se um maior número de cancelamentos na Região Sudeste (64,5%) seguida pelo Sul (18,6%) e o Nordeste (8%). As demais regiões somadas não alcançam 10% do total.

O Estado de São Paulo representa 33,7% de todos os registros cancelados. Seguido pelo Rio de Janeiro (15,9%), Minas Gerais (13,1%), Rio Grande do Sul (7,7%) e Paraná (7,6%).

5 PERFIL DAS OPERADORAS QUE POSSUEM REGISTRO ATIVO JUNTO À ANS

Com o objetivo de ampliar a análise para as operadoras que permaneceram no mercado de saúde suplementar, também foram levantados os perfis das opera-doras ativas no Cadop, a cada ano, considerando-se o período de abril de 2000 a setembro de 2007.

Para fins deste estudo, foram consideradas operadoras ativas, aquelas que possuem um número de registro junto à ANS e que estão autorizadas a comercia-lizar ou operar planos privados de assistência à saúde.

Até setembro de 2007, havia um total de 1.896 operadoras ativas junto à ANS. Além destas, outras 102 operadoras solicitaram autorização para ingressar no mercado de saúde suplementar, mas ainda não obtiveram permissão.

Foram considerados três parâmetros principais para análise das operadoras ativas: modalidade organizacional, região brasileira e porte.

5.1 Avaliação segundo a região e a modalidade:

Em 2000 existiam 2.723 operadoras ativas no mercado de saúde suplemen-tar, enquanto que até setembro de 2007, eram 1.896.

Esta redução foi mais significativa em determinadas regiões brasileiras do que em outras, conforme demonstra o gráfico abaixo:

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Gráfico 1 Brasil: distribuição das operadoras de planos de assistência a saúde ativas por região - abril/2000 à setembro/2007

1800

1600

1400

1200

1000

800

600

400

200

0

2000

2007

Centro-oeste Nordeste Norte Sudeste Sul

Fonte: Cadastro de Operadoras – Cadop

Comparando-se os anos de 2000 e 2007, percebe-se que a Região Norte apre-sentou uma redução de 40%, seguida pelo Sudeste com 32% e o Sul com 30%.

Analisando o comportamento das operadoras por estado, percebe-se que atualmente alguns deles apresentam um número reduzido de operadoras ativas, como acontece com a maioria da Região Norte, que possui menos de 10 opera-doras, com exceção do Pará (Figura 1). Nas demais regiões, só o Estado do Piauí apresenta menos de 10 operadoras ativas.

A Região Sudeste concentra 60,4% das operadoras ativas, seguida pela Região Sul com 16,9%. Em relação aos Estados, tem-se São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais concentrando a maioria das operadoras ativas com 34,8%, 12,1% e 11,7% respectivamente, seguidos pelo Rio Grande do Sul, com 8% e Paraná, com 6%.

Analisando a participação dos estados na distribuição das operadoras ativas de acordo com cada região, tem-se que no Nordeste, os estados que apresentam maior representatividade de operadoras ativas são a Bahia (24,6%), Pernambuco (17,7%) e Ceará (17,3%). Já na Região Centro-Oeste, Goiás e o Distrito Federal concentram a maioria das operadoras, com 35% e 33,3% respectivamente.

No Norte do País, o Estado do Pará representa 48% das operadoras ativas. Nas regiões Sudeste e Sul, os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná concentram o maior número de operadoras, em ordem de representatividade.

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Figura 1 Brasil: operadoras de planos de assistência à saúde ativas por estado - 2007

Fonte: Cadastro de Operadoras – CADOP

Quanto às modalidades das operadoras ativas, de uma forma geral, percebe-se uma constância em sua distribuição ao longo dos sete anos estudados.

Tem-se a predominância das operadoras de Medicina de Grupo, ocupando 32,8% do mercado, seguidas pelas de Odontologia de Grupo com 19,1% e Coope-rativas Médicas com 18,7%.

As seguradoras especializadas em saúde foram as únicas que apresentaram crescimento quando comparados os anos de 2000 e 2007, mas pode-se afirmar que esse aumento não significa a entrada de novas operadoras no mercado. Isto se deve à publicação da Lei nº. 10.185/01, que fez com que as seguradoras que ofereciam produtos voltados para a saúde tivessem que constituir novas pessoas jurídicas, com objetos sociais exclusivos, tornando-se assim seguradoras espe-cializadas em saúde. Assim sendo, quando comparado o número de seguradoras especializadas em saúde ativas a partir de 2001, percebe-se que este número pra-ticamente não sofreu alteração.

As autogestões mantidas, que até a publicação da RN nº137/06 eram conhe-cidas como autogestões patrocinadas, também se mantiveram estáveis no merca-do. Fato também ocorrido com as cooperativas médicas, que apresentaram uma redução de apenas 8% entre 2000 e 2007.

Centro-oeste

Nordeste

Norte

Sudeste

Sul

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Já as demais modalidades apresentaram queda em seu número, sendo as autogestões (anteriormente denominadas autogestões não patrocinadas) reduzidas em 56% entre 2000 e 2007 e as administradoras em 44%. Neste último caso, moti-vado pela publicação da RN nº 40/03, que vedava às operadoras e seguradoras de planos privados de assistência à saúde a comercialização de cartões de desconto.

Tabela 7 Brasil: operadoras de planos privados de assistência à saúde ativas por modalidade - abril/2000 à setembro/2007

Modalidade 2000 2007 Variação (%)

Administradora 25 14 -44%

Autogestão 234 104 -56%

Autogestão mantida 72 72 0%

Autogestão por RH 142 102 -28%

Cooperativa médica 385 354 -8%

Cooperativa odontológica 196 150 -23%

Filantropia 135 104 -23%

Medicina de grupo 962 621 -35%

Odontologia de grupo 525 363 -31%

Seguradora 43 -100%

Seguradora especializada em saúde 4 12 200%

Total 2.723 1.896 -30%

Fonte: Cadastro de Operadoras – CADOP

Um fato interessante percebido na análise dos dados das modalidades ativas por região é a predominância das cooperativas médicas em algumas regiões do Brasil, superando o número de operadoras de medicina de grupo.

Este fato é constatado no Centro-Oeste, onde as cooperativas médicas repre-sentam 25,8% das operadoras da região, seguidas pelas operadoras de medicina de grupo com 20% e autogestões mantidas com 12,5%. Fato que também ocorre na Região Norte, onde as cooperativas médicas representam 36%, enquanto 24% per-tencem às operadoras de medicina de grupo e 12% às cooperativas odontológicas.

Nas demais regiões, onde as operadoras de medicina de grupo lideram o mercado, são encontrados os percentuais descritos na Tabela 8.

Tabela 8 Brasil: operadoras de planos privados de assistência à saúde ativas por modalidade e região do Brasil - abril/2000 à setembro/2007

Modalidade Nordeste Sudeste Sul

Medicina de grupo 28,5% 35,8% 31,5%

Odontologia de grupo 25% 19,1% 19%

Cooperativa médica 23,1% 15,5% 20,9%

Fonte: Cadastro de Operadoras – CADOP

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5.2 Avaliação segundo o porte

Em relação ao porte, tem-se 70% do mercado composto de operadoras de pequeno porte. Enquanto que as operadoras de grande e médio porte representam 4,6% e 15,5% respectivamente.

Analisando os dados de 2000 até setembro de 2007, percebe-se que as ope-radoras de pequeno porte mantiveram sua representatividade do mercado acima de 60% em cada ano.

É interessante destacar que houve uma redução significativa ao longo dos sete anos analisados, de operadoras sem porte definido, pois em 2000, essas re-presentavam 24,8% do total e em 2007 representam 9,8%.

As operadoras de médio e grande porte se mantiveram estáveis com um leve aumento em seus percentuais em relação ao total de operadoras ativas com o passar dos anos.

Comparando-se o início da atuação da ANS no mercado de saúde suple-mentar, em 2000 e no ano de 2007, verifica-se que as operadoras de grande porte apresentaram um aumento em sua participação no mercado, da ordem de 7%, enquanto que as demais tiveram redução, conforme dados da Tabela 9.

Tabela 9 Brasil: operadoras de planos privados de assistência à saúde ativas por porte - abril/2000 à setembro/2007

Porte 2000 2007 Variação (%)

Não Informado 674 185 -73%

Grande Porte 82 88 7%

Médio Porte 302 293 -3%

Pequeno Porte 1.665 1.330 -20%

Total 2.723 1.896 -30%

Fonte: Cadastro de Operadoras – CADOP

Com relação às operadoras de grande porte, tem-se que a maioria delas são cooperativas médicas (33%) e medicinas de grupo (29,5%), seguidas pelas odonto-logias de grupo (11,4%) e seguradoras especializadas em saúde (9,1%).

As operadoras de médio porte também apresentam as cooperativas médicas e medicinas de grupo como maioria, sendo de 33,4% a participação de cada uma dessas modalidades no mercado.

Enquanto que no caso das operadoras de pequeno porte, destacam-se as de medicina de grupo (31%) e odontologia de grupo (20,6%). Neste caso, as coopera-tivas médicas ficam em terceiro lugar, com 16,4%.

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Textos para Discussão nº 01 jan 201038

6 CONSIDERAÇÕES

A partir dos dados analisados das 1.236 operadoras que deixaram o mer-cado de saúde suplementar e das 1.896 que permaneceram, é possível traçar al-gumas considerações, como a vinculação das ações regulatórias ao movimento do mercado nos últimos sete anos.

Em linhas gerais, constata-se que em relação ao porte das operadoras que tiveram seus registros cancelados, a maioria dessas não informava à ANS a quan-tidade de beneficiários ou eram de pequeno porte.

No que diz respeito à modalidade organizacional, encontra-se a predomi-nância dos cancelamentos de operadoras de medicina de grupo, seguidas por odontologia de grupo e autogestão.

Também se verifica que mais de 60% dos cancelamentos de registros perten-ciam a operadoras sediadas no Sudeste do país, região que, mesmo com grande nú-mero de cancelamentos, ainda concentra a grande maioria das operadoras ativas.

Em contrapartida, a Região Norte apresenta o menor número de operadoras ativas, com predomínio das cooperativas médicas.

Analisando ainda as operadoras que deixaram de atuar no mercado de saú-de suplementar, verifica-se que o principal motivo para o cancelamento dos regis-tros foi voluntário, representando 75,6% dos cancelamentos.

É interessante destacar que o segundo maior motivo para que os registros fossem cancelados foi a decretação do regime de Liquidação Extrajudicial, que demonstra a utilização pela ANS de suas prerrogativas como órgão regulador, mediante o cancelamento compulsório dos registros das operadoras.

Considerando de uma forma geral que os registros das operadoras foram cancelados voluntária ou compulsoriamente, verifica-se que até 2005 não hou-ve significativas intervenções da ANS nos cancelamentos dos registros, o que se modifica a partir de 2007, quando mais de 50% dos cancelamentos se deram compulsoriamente.

Das operadoras que tiveram seus registros cancelados compulsoriamente, ve-rifica-se que as de médio porte tiveram a maioria de seus registros cancelados com-pulsoriamente, mais especificamente por decretação de liquidação extrajudicial.

De uma forma geral, o mercado de saúde suplementar apresentou uma redu-ção de 30% no número de operadoras ativas, quando comparados os anos 2000 e 2007, e as operadoras de autogestão apresentaram o maior percentual de variação, com menos 56%.

Outro dado interessante diz respeito às empresas que estão solicitando auto-rização da ANS para ingressarem na saúde suplementar, pois essas em sua maioria pertencem à modalidade de odontologia de grupo. Talvez isso demonstre uma busca por novos mercados ainda pouco explorados e com riscos menores.

Percebe-se que em alguns estados brasileiros existe um número muito re-

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Textos para Discussão nº 01 jan 2010 39

duzido de operadoras, chegando a existir apenas duas operadoras com sede no estado. Mas de forma geral, é nítida a percepção de que o mercado ainda está se ajustando, e que sofrerá várias alterações nos próximos anos.

Esse processo de saneamento do mercado de saúde suplementar é lento e gradativo, principalmente por envolver um bem tão precioso como a saúde. Por essa razão, os procedimentos para permitir que as operadoras de planos de saúde permaneçam no mercado, com condições de prestar assistência de qualidade, es-tão em constante monitoramento.

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REFERÊNCIAS

AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR (Brasil). Resolução da Direto-ria Colegiada nº 39, de 27 de outubro de 2000. Definição, segmentação e clas-sificação das operadoras. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 30 out. 2000. Disponível em: <http://www.ans.gov.br/portal/site/legislacao/legislacao_integra.asp?id=159&id_original=0>. Acesso em: 24 jul. 2007.

AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR (Brasil). Resolução da Diretoria Colegiada nº 77, de 17 de julho de 2001. Critérios de constituição de garantias financeiras a serem observados pelas operadoras. Alterada pela RN nº14. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 19 jul. 2000. Disponível em: <http://www.ans.gov.br/portal/site/legislacao/legislacao_integra.asp?id=128&id_original=0>. Acesso em: 24 jul. 2007.

AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR (Brasil). Resolução Normativa nº 40, de 06 de junho de 2003. Veda às operadoras de planos de assistência à saúde e às seguradoras especializadas em saúde a comercialização de produtos de assistência à saúde não previstos na Lei nº 9.656, de 3 de junho de 1998, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 10 jun. 2003. Disponível em: <http://www.ans.gov.br/portal/site/legislacao/legislacao_integra.asp?id=371&id_original=0>. Acesso em: 24 jul. 2007.

AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR (Brasil). Resolução Normativa nº 85, de 07 de dezembro de 2004. Dispõe sobre a concessão de Autorização de funcionamento das Operadoras de Planos de Assistência à Saúde, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 09 dez. 2004. Disponível em: <http://www.ans.gov.br/portal/site/legislacao/legislacao_integra.asp?id=625&id_original=0>. Acesso em: 24 jul. 2007.

AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR (Brasil). Resolução Normativa nº 100, de 03 de junho de 2005. Altera a RN nº 85, de 7 de dezembro de 2004 e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 06 jun. 2005. Disponível em: <http://www.ans.gov.br/portal/site/legislacao/legislacao_integra.asp?id=700&id_original=0>. Acesso em: 24 jul. 2007.

AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR (Brasil). Resolução Normativa nº 137, de 14 de novembro de 2006. Dispõe sobre as entidades de autogestão no âmbito do sistema de saúde suplementar. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 20 nov. 2006. Disponível em: <http://www.ans.gov.br/portal/site/legislacao/le-gislacao_integra.asp?id=929&id_original=0>. Acesso em: 24 jul. 2007.

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Textos para Discussão nº 01 jan 2010 41

AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR (Brasil). Resolução Normati-va nº 148, de 03 de março de 2007. Altera a Resolução Normativa – RN nº 124, de 30 de março de 2006; a RN nº 128, de 18 de maio de 2006; a RN nº 129, de 18 de maio de 2006; a RN nº 137, de 14 de novembro de 2006; a RN nº 94, de 23 de março de 2005; a RN nº 112, de 28 de agosto de 2005; a RN nº 67, de 4 de fevereiro de 2004; a RN n° 26, de 1 de abril de 2003; a RN nº 19, de 11 de dezembro de 2002; e a Resolução de Diretoria Colegiada – RDC nº 77, de 17 de julho de 2001. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 02 abr. 2007. Disponível em: <http://www.ans.gov.br/portal/site/legislacao/legislacao_integra.asp?id=966&id_original=0>. Acesso em: 24 jul. 2007.

AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR (Brasil). Resolução Normati-va nº 160, de 03 de julho de 2007. Dispõe sobre os critérios de manutenção de Recursos Próprios Mínimos, Dependência Operacional e constituição de Pro-visões Técnicas a serem observados pelas Operadoras de Planos Privados de Assistência à Saúde. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 04 jul. 2007. Dis-ponível em: <http://www.ans.gov.br/portal/site/legislacao/legislacao_integra.asp?id=1017&id_original=0>. Acesso em: 15 ago. 2007.

BRASIL. Lei nº 9.656, de 03 de junho de 1998. Dispõe sobre os planos e seguros privados de assistência à saúde. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 04 jun. 1998. Disponível em: <http://www.ans.gov.br/portal/site/legislacao/legislacao_integra.asp?id_original=455>. Acesso em: 24 jul. 2007.

BRASIL. Lei nº 9.961, de 28 de janeiro de 2000. Cria a Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 29 jan. 2000. Disponível em: <http://www.ans.gov.br/portal/site/le-gislacao/legislacao_integra.asp?id_original=8>. Acesso em: 24 jul. 2007.

BRASIL. Lei nº 10.185, de 12 de fevereiro de 2001. Dispõe sobre a especialização das sociedades seguradoras em planos privados de assistência à saúde e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 14 fev. 2001. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LEIS_2001/L10185.htm>. Acesso em: 24 jul. 2007.

CLIENTES concentrados em 1,9% das operadoras. Agência Brasil, 11 jun. 2007. Dis-ponível em: <http://www.unidas.org.br/noticias/noticias.php?&data=18/06/2007&id=16810&mo=mostra&categoria=na&indice=2007-06-11>. Acesso em: 15 ago. 2007.

LIMA, Clóvis Ricardo Montenegro de. Informação e regulação da assistência suple-mentar à saúde. Rio de Janeiro: E-papers, 2005.

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Textos para Discussão nº 01 jan 201042

MONTONE, Januario. Evolução e desafios da regulação do setor de saúde suplemen-tar. In: BRASIL. Ministério da Saúde; Agência Nacional de Saúde Suplementar (Bra-sil). Documentos técnicos de apoio ao Fórum de Saúde Suplementar de 2003. Rio de Janeiro: Ministério da Saúde, 2004. p. 09-47. (Regulação e Saúde, v. 3, tomo 1).

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© Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS 2009

Textos para Discussão ANS

Coordenação-Geral: Carlos Octávio Ocké-Reis – PRESI e Maria de Fátima Siliansky de Andreazzi – DIGESCoordenação de Comunicação Social: Rachel Crescenti – GCOMS/DICOL Secretária Executiva: Edilce Mattoso – DIGESBibliotecária: Iara Vidal Pereira de Souza – CODOB/DIGESProjeto Gráfico: Eric Estevão e Bruno Peon – GCOMS/DICOLDiagramação e Capa: Bruno Peon – GCOMS/DICOLRevisão: Ana Flores – GCOMS/DICOL

Contato

Agência Nacional de Saúde SuplementarAvenida Augusto Severo, 84, 9º andar – GlóriaRio de Janeiro/RJCEP 20021-040Fone: (21) 2105-0092Fax: (21) 2105-0113 (A/C Textos para Discussão ANS)[email protected]

Tiragem: 200 exemplares

I

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INSTRUÇÃO AOS COLABORADORES

Normas para publicação1. Todos os textos serão avaliados em processo de double blind referee (sistema duplo cego).

2. O texto deve conter no máximo 30 laudas (1 lauda tem 1.400 caracteres com espaço) e o título deve vir acompanhado de resumo com no máximo 300 caracteres com espaço.

3. O texto deve ser formatado com a fonte Times New Roman, tamanho 12, espaço 1,5cm, no programa Word for Windows 97 ou versão mais nova, com as seguintes margens: Superior: 2,5cm, Inferior: 2,5cm, Direita: 2,0cm, Esquerda: 2,5 cm.

4. Pede-se número reduzido de gráficos, que devem ser enviados em condições de edição e no programa Excel. Tabelas devem ser enviadas em Excel ou junto ao próprio texto em condições de edição. Sugere-se uso moderado do rodapé.

5. Os itens do texto devem ser numerados em algarismos arábicos, obedecendo a seguinte hierarquia:

• Item principal – letras maiúsculas em negrito, tamanho 12, numerado (1, 2, 3...).

• Subitem – somente a inicial em maiúscula e em negrito, tamanho 12, numerado (1.1, 1.2, 1.3...).

• Subitem subseqüente – somente a inicial em maiúscula e em negrito, tamanho 10, numerado (1.1.1, 1.1.2, 1.1.3...).

• Subitem deste – somente a inicial em maiúscula e em itálico e negrito, tamanho 10, sem numeração.

6. As referências bibliográficas devem se basear na norma ABNT/NBR 6023/2002, digitadas em espaço simples entre as linhas, separadas com espaço duplo e alinhadas pela margem esquerda.

7. As citações devem se basear na norma ABNT/NBR 10520/2002, observando-se o seguinte:

7.1 Sistema de chamada

Sugerimos que seja observado o sistema alfabético (autor-data):

• Um autor: indicação do SOBRENOME do autor em letras maiúsculas e minúsculas quando incluído na sentença, ou em maiúsculas quando dentro de parênteses, seguido da data e da página ou intervalo de páginas, quando se tratar de citação direta:

“Hafez (1973, p. 104) aconselha ...” ou “Em pesquisa anterior (HAFEZ, 1973, p. 104) aconselha ...”;

• Mais de um autor: Até três autores, todos devem ser referenciados. Exemplo:

“Martins, Jorge e Marinho (1972)” ou “(MARTINS; JORGE; MARINHO, 1972)”;

• Mais de três autores: devem ser mencionados os três primeiros autores, seguidos da expressão “et al.” acrescida da data.

7.2 Transcrição textual de parte da obra

• Até 3 linhas: deve ser contida entre aspas duplas. As aspas simples são utilizadas caso haja uma referência no interior da citação. Exemplo:

De acordo com Faria (2003, p. 32), “a essa determinação, Pêcheux denomina de ‘formação ideológica’[...]”.

• Mais de 3 linhas: deve ser destacada com um recuo de 4 cm da margem esquerda, com letra menor que a do texto e sem aspas.

8. O texto deve apresentar 3 descritores livres.

9. Deve ser obsevada com rigor a cláusula de sigilo e zelo pela privacidade das informações confi denciais a qual estão comprometidos os servidores da ANS através do Termo de Responsabilidade e Sigilo.

Envio do texto

Os textos devem ser enviados com nome, e-mail, créditos acadêmicos e/ou profissionais para [email protected]. Em até sessenta dias, a coordenação responderá ao(s) autor(es). Caso aceito pelos pareceristas, o(s) autor(es) deverão atender eventuais críticas, comentários e sugestões. A revisão será feita pelas equipes da GCOMS/DICOL e da Biblioteca/DIGES em comum acordo com o(s) autor(es). Casos omissos serão tratados pela coordenação.

II

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TEXTOS PARA DISCUSSÃO ANS

Os Textos para Discussão podem ser acessados pela Internet, no formato PDF, na biblioteca eletrônica da ANS, no seguinte endereço: http://www.ans.gov.br/portal/site/Biblioteca/biblioteca.asp.

2009

N° 01 - Houve mudanças no perfil das operadoras de planos de saúde após a criação da ANS? Um estudo exploratório, Viviane dos Santos Pereira. Rio de Janeiro, dezembro de 2009, 42 p.

III

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Houve mudanças no perfil dasoperadoras de planos de saúde

após a criação da ANS?Um estudo exploratório

Viviane dos Santos Pereira

Rio de Janeiro, janeiro de 2010

Nº 01